A revista de negócios do aço
Grips Editora – Ano 20 – Nº 136 novembro/dezembro 2019
Desobedecer é a chave dos negócios
Em 2020 mais edições digitais
Amazônia e as riquezas minerais
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Editorial
Edição 136 - ano 20 Novembro/Dezembro 2019
Mudança de regras
Siderurgia Brasil é uma publicação de propriedade da Grips Marketing e Negócios Ltda. com registro definitivo arquivado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial sob nº 823.755.339. Coordenador Geral: Henrique Isliker Pátria Diretora Executiva: Maria da Glória Bernardo Isliker
HENRIQUE ISLIKER PÁTRIA EDITOR RESPONSÁVEL
TI: Vicente Bernardo Consultoria jurídica: Marcia V. Vinci - OAB/SP 132.556 mvvinci@adv.oabsp.org.br Editor e Jornalista Responsável: Henrique Isliker Pátria - MTb-SP 37.567 Repórter Especial: Marcus Frediani MTb:13.953 Projeto Editorial: Grips Editora Projeto Gráfico: Ana Carolina Ermel de Araujo Edição de Arte / DTP: Ana Carolina Ermel de Araujo Capa: Criação: André Siqueira Fotos: Montagem com fotos Shutterstock e André Siqueira Impressão: Ipsis Gráfica e Editora A opinião expressada em artigos técnicos ou pelos entrevistados são de sua total responsabilidade e não refletem necessariamente a opinião dos editores. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Rua Cardeal Arcoverde 1745 – conj. 113 São Paulo/SP – CEP 05407-002 Tel.: +55 11 3811-8822 grips@grips.com.br www.siderurgiabrasil.com.br Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou qualquer meio, sem prévia autorização.
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Mantendo intactos nossos valores – tais como lealdade, compromisso, educação, entusiasmo, profissionalismo e tantos outros que construíram nossa história –, chegou o momento de encarar a realidade e tomar uma decisão. Não dá mais para continuar apresentando a revista Siderurgia Brasil como tradicionalmente aconteceu nestes últimos 20 anos. Os tempos são outros, e continuaremos dentro de uma nova configuração que nos permita manter a mesma qualidade e o desejo de sempre proporcionar aos nossos leitores a excelência das informações sobre a siderurgia brasileira. Olhando pelo retrovisor de nossa vida dá para acreditar que plantamos bons frutos, pois, em capítulos, contamos a história de tudo que aconteceu de mais importante nesse setor. E, nesse sentido, não tenho dúvidas de que deixamos até aqui um legado importante. Partiremos para uma nova empreitada com ares de modernidade. Voltaremos a apresentar a revista mensalmente a partir de março de 2020. Contudo, somente algumas das edições serão apresentadas em papel. Nos últimos meses desenvolvemos um projeto digital, e será nesse formato que a maioria das nossas edições no ano que vem chegará aos nossos leitores. Estamos cientes de que esse é um novo desafio, e que, certamente, tere-
mos que buscar, com toda a sensatez, as melhores formas de nos adequarmos e agirmos no âmbito dessa proposta. No entanto, estamos confiantes de que não nos faltarão a coragem e o espírito de luta para vencermos mais essa etapa. Nesta edição da revista Siderurgia Brasil, que passa a ser um marco em nossa história, pelos motivos expostos acima, apresentamos uma instigante entrevista – daquelas do tipo para “refletir e pensar” – com o Mauricio Benvenutti, considerado o “Mago do Vale do Silício”, escritor e empreendedor, que irá surpreender nossos leitores com suas afirmações. Há ainda um artigo muito oportuno do vice-presidente da Fiesp falando sobre as riquezas minerais do subsolo da Amazônia. Não poderíamos, também, deixar passar a oportunidade de registrar a conquista de mais um prêmio que recebemos, na condição de “Especialista da Siderurgia”, bem como de trazer em nosso conteúdo a esperada“Retrospectiva do Ano”, na qual sintetizamos o que de mais importante aconteceu no setor em 2019. Finalmente queremos aqui expressar nossos agradecimentos aos amigos e clientes, e desejar um Natal repleto de amor e compreensão, bem como um ano de 2020 para “arrebentar” de felicidade e alegrias!
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Índice de matérias
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EDITORIAL Mudança de regras
RETROSPECTIVA 2019 Renascem as expectativas e as esperanças
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PLANEJAMENTO
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RELAÇÕES EXTERIORES
“Desobedecer” é a chave dos negócios nos novos tempos
Taxação do Aço Brasileiro nos EUA
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SUSTENTABILIDADE
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EVENTOS
A soberania de NOSSA Floresta Amazônica
Prêmio Especialistas 2019
VITRINE
ANUNCIANTES
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Renascem as expectativas e as esperanรงas
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Ao analisarmos o que ocorreu em 2019 fica a certeza de que já entramos em um novo ciclo de crescimento.
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Estamos nos despedindo do ano de 2019. Pela primeira vez em vários anos e muito diferente desta mesma retrospectiva apresentada no ano passado, temos agora algumas coisas a serem comemoradas. Após passarmos pelo terrível pesadelo que foram os últimos anos em que o oportunismo, a corrupção, a mentira e a falta de perspectivas eram comuns em nossas vidas e em nossas empresas, muitos fatos positivos aconteceram ao longo do ano e creio que pelo menos encontramos o inicio do caminho que irá nos tirar do labirinto em que estávamos metidos. Vamos completar o primeiro ano do novo governo em que não houve nenhum caso de corrupção explícita que tenha chegado às manchetes da imprensa ou que tenha paralisado toda a economia, como acontecia com muita freqüência. Mas aconteceram muitas trapalhadas que foram devidamente aproveitadas pela oposição para criar instabilidade em um ambiente de mudanças. Nem tudo foram flores e percebemos que muitos esforços deverão ser despendidos para retomarmos o caminho do desenvolvimento econômico. Ainda temos de considerar e conviver com pontos de vista divergentes e algumas autoridades que ainda não perceberam que um novo Brasil está tentando se
impor. Mesmo assim alguns avanços são evidentes e já temos como fazer um planejamento mais denso acreditando que dias ou anos melhores estão por vir. Alguns parâmetros básicos estão consolidados, como a inflação sob controle, os juros baixos com viés de continuarem baixando, o Estado diminuído de tamanho através de concessões e privatizações, a Justiça do Trabalho atuando realmente como um juiz de causas não esclarecidas e não como uma fábrica de sentenças descabidas, a desburocratização tornando-se uma realidade, o desemprego recuando, as pessoas tendo mais condições de se integrar na economia e assim consumir e ajudar na circulação de moedas e outros vários sintomas que sentimos em nosso dia a dia. Mas o setor siderúrgico não conseguiu se reerguer neste ano de 2019,, e os últimos números a disposição nos mostram que até outubro deste ano, houve uma redução na produção de aço bruto de 8,6% em relação ao ano passado quando foram produzidas 29.787 milhões contra 27.215 milhões deste ano. Só em
outubro o recuo chegou a quase 20% em relação a setembro. Há também um recuo tanto nas vendas internas como nas exportações. Nos parece impossível que mesmo que haja uma aceleração neste último bimestre se consiga fugir deste cenário. Como já se tornou tradição, nesta ultima edição de 2019 apresentamos de forma sintetizada os principais acontecimentos do ano e que foram retratados nas diversas edições de nossa revista Siderurgia Brasil. Vamos aos fatos: Fe Fevereiro: Anuário Brasileiro da Siderurgia Começamos pelo Anuário B Brasileiro da Siderurgia, que e fevereiro apresentou a ediem ç comemorativa dos seus 20 ção a anos de existência. Este já foi u marco alcançado, pois a um Grips Editora, assim como milhares empresas no Brasil, iniciou sua trajetória com muita vontade e coragem, mas sem conseguir dimensionar ou mesmo planejar o que viria pela frente. Passamos pelos primeiros dois anos que é o momento em que desaparecem cerca de 30% das empresas criadas e continuamos até atingirmos os cinco anos em que cerca de 60% das empresas fecham suas portas, segundo levantamentos do Cempre – Cadastro Central de Empresas, órgão do Instituto Nacional de Geografia e Estatística – IBGE. Passada a experiência inicial continuamos firmes e com muita convicção chegamos aos vinte anos com o mesmo vigor e coragem do início. Felizmente recebemos alguns prêmios pelo caminho e principalmente o reconhecimento, o carinho e a confiança de nossos leitores e anunciantes. No Anuário 2019 apresentamos em suas páginas uma série de entrevistas feitas com as mais altas autoridades do mundo empresarial relacionados à cadeia siderúrgica e na média todas elas
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como as montadoras de veículos, o setor Investimentos (PPI) que tem sido funde autopeças para veículos de quatro ou damental para o atingimento desses de duas rodas, as montadoras de veícu- objetivos”, sinalizando claramente que los de duas rodas, a industria ferroviária, seu pensamento é desestatizante e de o setor de ferramentas e o setor de má- incentivos para a iniciativa privada. quinas e equipamentos previram cresE realmente muita coisa aconteceu cimento para 2019, sempre no intervalo como diversos leilões e o desembaraço de 8 a 12%. de muitos nós e emaranhados burocrátiNa ocasião João Carlos Marchesan, cos que impediam a iniciativa privada de presidente da Abimaq disse: “A saída participar de projetos pelo crescimento para o Brasil voltar a crescer é o inves- de nosso país. timento na indústria da transformação Por outro lado acentuou-se a prepor conta de seu maior vaocupação com a abertura lor agregado e pelos maiocomercial principalmente res ganhos de produtividano segmento do aço. Não de, além de gerar empregos é segredo e isto ficou muito e renda para os brasileiros”. claro naquela edição, conOutro setor muito forte firmando-se posteriormenda economia, o da construte com os fatos, de que o ção civil apresentava indimundo em geral passa por cadores muito positivos e uma grande guerra comermostrava que neste ano de cial, onde a todo momento 2019 o crescimento e a resurgem barreiras comertomada de negócios iria se Tarcísio Gomes de Freitas, ciais. Começou com as resMinistro da Infraestutura consolidar. trições americanas que com Também tivemos nao pretexto de defender a soquela edição a presença do Ministro berania nacional fechou as portas para da Infraestrutura Tarcisio Gomes Frei- a entrada de aço estrangeiro, principaltas, (que vem se mostrando como um mente o aço vindo da China. O Brasil dos mais eficientes do atual governo) e conseguiu estabelecer um critério de coque falou: “importante dar continuida- tas que pelo menos minimizou os efeitos de, continuar transferindo ativos para a de uma posição tomada por aquele que iniciativa privada e para isso conto com era o nosso principal destino das expora secretaria do Programa de Parcerias e tações. O problema que ocorreu na es-
teira deste novo quadro mundial é que os outros centros consumidores também começaram a levantar barreiras contra o aço importado de tal sorte que hoje há uma verdadeira muralha em todo o mundo para se colocar o excedente de aço produzido aqui. Para piorar a questão a América Latina é o único local em todo o mundo onde não há barreiras definidas. Ou seja, somos o único lugar onde existe liberdade para a chegada de aço estrangeiro. Os representantes de várias entidades entre quais os IABR, o Sicetel, a Abimaq, a Abinee e várias outras instituições defendem empresas que geram mais de metade do PIB brasileiro formaram um bloco empresarial que eles chamaram de “Coalização da Indústria” que se propôs a discutir com membros dos governos, as medidas que não viessem fechar as portas brasileiras para o comércio internacional, mas que também pudesse preservar a indústria brasileira, sem que houvesse qualquer tipo de protecionismo estatal. A grande reivindicação do grupo é o estabelecimento de assimetrias competitivas com a igualdade de condições para que a indústria nacional não sofra com os efeitos do chamado“Custo Brasil”que inviabiliza a competição na maioria dos segmentos da nossa indústria. Outra importante informação apresentada na edição foi uma entrevista com Alexandre Pierro, fundador e diretor da Palas Consultoria em Gestão de Qualidade e Inovação. Segundo ele “Somos um país continental. Temos espaço, solo fértil, mão de obra farta. Tanto potencial e ainda somos muito menores do que deveríamos ser. Talvez a abundância toda seja um dos nossos problemas”. Precisamos incrementar muito o comércio internacional. Temos de nos inserir em outro conceito internacional. Para o analista a única alternativa para o governo Bolsonaro é cumprir o que prometeu em Davos – Fórum na Suíça, onde se discute o futuro da humanidade – quando ele disse que faria todo o empenho para abrir o Brasil para o mundo. Segundo a entrevista que apresentamos ele diz que precisamos estimular o comércio internacional, mas antes de
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EM MUITO MAIS DO QUE A GENTE IMAGINA TEM AÇO. E ONDE TEM AÇO, TEM USIMINAS.
Há 57 anos, a Usiminas abraça os desafios do desenvolvimento do Brasil produzindo soluções inovadoras para você. Da geladeira ao carro, do trator ao navio, das pequenas obras a um grande estádio de futebol. Em um processo contínuo de evolução, rumo a um futuro de infinitas possibilidades. Usiminas 57 anos. Um abraço pelo futuro.
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Ed Edição 132: M Março/Abril Nesta edição a apresentamos u uma entrevist com Othon ta A Almeida, sócio e líder de Desenvolvimento de Mercado da Deloitte Brasil. Como pano de fundo para a conversa foi utilizada uma pesquisa intitulada “Agenda Brasil”pela qual em uma pesquisa elaborada pela empresa junto a empresários concluiu-se que para o Brasil crescer seria necessário e urgente que o novo governo, recém-empossado, reduzisse a sua interferência em alguns setores estratégicos de nossa economia. TA.pdf
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tudo nos organizarmos para encararmos a concorrência internacional que está a todo vapor e causa grandes estragos em nossa economia. Aliás, esta é uma das bandeiras da Coalização da Industria a que nos referimos a pouco. Complementando a seção de Cenários e Mercados do Anuário, apresentamos um magnífico trabalho elaborado por nosso colaborador Marcus Alberto Flocke, que trouxe uma análise detalhada das variações observadas no comércio internacional dos 20 anos dos principais metais não ferrosos. 4
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Na entrevista ele cita que a reforma Tributária é fundamental para que as empresas tenham condições de investir mais recursos na produção e desenvolvimento, buscando maior produtividade com equipamentos mais modernos e não entregar parte considerável de sua receita a um estado gastador que não tem uma gestão financeira adequada. Ele já citava naquela edição de que as nações mais desenvolvidas já “nadam de braçadas” na gestão denominada Industria 4.0. É preciso impulsionar a tecnologia e elevar o conhecimento e a capacidade de aprendizado das pessoas em nosso ambiente de trabalho, explicando a elas que precisam modificar seus conhecimentos para aumentarem as suas
chances de galgar postos mais altos nas empresas. No fim da entrevista Othon, citou de que via com muitos bons olhos os primeiros passos do governo, pois começavam os primeiros leilões de privatizações dos aeroportos que já dariam a primeira idéia nesta nova era. Ainda na mesma edição, apresentamos uma entrevista com Ascânio Merrighi, diretor executivo da Soluções Usiminas, uma empresa que foi criada a partir da fusão de cinco grandes distribuidoras de aço e que hoje apresenta um dos mais completos portfólios de produtos e de serviços de transformação e distribuição de aços planos, agregando serviços como cortes e soldas a laser, adaptações e logística adequadas e outros. Com seis unidades localizadas em pontos estratégicos a empresa se tornou o maior processador de aço do Brasil, com capacidade instalada para processar 2 milhões de toneladas/mês, como cortes transversais e longitudinais, produtos especiais e figurados, como cortes da lateral de uma traseira de veiculo, ou uma porta em dimensões especiais. Segundo Ascânio são mais de 20 mil itens atendidos onde também se incluem perfis e tubos especiais. Naquele momento ele nos confidenciou que sua maior ambição era se tornar a plataforma de desenvolvimento da produtividade de pelo menos 5 mil empresas.
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ho 2019 133 – maio/jun – Ano 20 – Nº Grips Editora
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aço negócios do A revista de
A era dos robôs na Expomafe 2019 A árdua missão da economia
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resistência. Explicou que desde os anos 70 para cá vêm se buscando novos compostos para aumentar a proteção individual dos ocupantes de veículos. ExpliFigura 2 – Diagrama de conformação dos aços AHSS. cou o que são as Zonas de Deformação e os tipos de chegou ao Brasil em 2015 e que vem aço utilizados na chamada Células de ganhando espaço em seu segmento. Segundo ele a proposta é muito deSegurança. Por fim, esclareceu que neste momento os departamentos de pesqui- safiadora, pois naquele momento da ensa estão voltando seus esforços para re- trevista o Brasil ainda estava preparando dução dos custos dos veículos elétricos a sua retomada do desenvolvimento e que em breve devem tomar totalmente mesmo a empresa tendo demonstrado bom nível de crescimento no ano pasas ruas das grandes cidades. Ainda nesta edição apresentamos sado, ainda não era o suficiente para uma entrevista feita com o Paulo Sea- que se firmasse totalmente no cenário bra, CEO da NLMK, uma empresa nacional. Mas segundo ele os negócios russa produtora de aços especiais, que começaram a fluir bem no início do
Fonte: World Auto Steel – AHSS 6.0 Guidelines
Edição 133: Ed Maio/Junho M Nesta ediINDÚSTRIA AÇÃO ENTRE A ç ção fomos busA ESTREITA REL GIA UR ICA E A SIDER AUTOMOBILÍST ccar com o Engenheiro Guig llherme Brito Menegaz Junior que é o responsável pela área de produtos da Usiminas e Engenheiro e Mestre em Metalurgia de Transformação da UFMG, qual é o segredo entre a utilização deste ou daquele tipo de aço na produção de veículos. Com uma minuciosa análise dos aços que foram desenvolvidos para atender a demanda da indústria automobilista, nos contou que faz parte de um esforço internacional para que a cada dia se crie aços com baixas espessuras e com mais alta f
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Retrospectiva 2019 ano, pois a empresa trabalha com aços muito específicos e aqui no Brasil só a Usiminas produz algo semelhante, apesar de sua empresa fornecer aços com dureza e resistências maiores. Seabra citou o mercado da América do Sul, que representa algo em torno de 10 a 12% da produção total de aços especiais de sua usina na Bélgica. Na seção de Eventos, apresentamos uma grande reportagem de como foi o desenvolvimento da Expomafe que realizou-se em São Paulo entre os dias 07 a 11 de maio. Na ocasião, segundo os organizadores, foram recebidos mais de 55 mil visitantes que encontraram uma profusão de robôs em quase todas as ruas da feira. Foram apresentados equipamentos para as mais diferentes utilidades que prometem aumentar a produtividade e alavancar a indústria nacional para ir ao encontro da nova revolução industrial da chamada“Indústria 4.0”. A revista Siderurgia Brasil, como sempre esteve presente à mostra e recebeu inúmeros visitantes entre amigos e clientes em seu estande. Ainda nesta edição apresentamos uma matéria feita com exclusividade pelo Engenheiro Antenor Ferreira Filho. Trata-se de um estudo feito para apresentar os “Aços Utilizados na Cutelaria”. O artigo foi dividido em duas partes para melhor compreensão dos nossos leitores. Por fim, na seção Estatísticas, mostramos os números daquele mês que apontavam para uma continuidade de crescimento da indústria automobilística, enquanto os distribuidores de aço amargavam mais um período com baixos resultados. VA.pdf
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Edição 134: E Julho/Agosto Ju Esta edição foi dedicada fo ao Congresso a Aço A Brasil, que aconteceu este a ano em Brasília e onde mais uma vez reuniu espe-
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cialistas do Brasil e do Exterior que em dois dias discutiram todas as nuances que envolvem este complexo momento da siderurgia mundial. Em paralelo e por estar no cenário adequado aproveitou-se para junto às autoridades brasileiras discutir os planos do Brasil para a sua retomada econômica e como isto irá impactar no setor. Prá começar, o desempenho da siderurgia brasileira não ia bem naquele momento, pois conforme dados divulgados pelo próprio IABr, no primeiro semestre deste ano haviam sido produzidas 17,2 milhões de toneladas com uma queda de 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado e as exportações que poderiam ser uma válvula de escape para o aumento de produção amargavam uma queda de 2,4% naquele momento, frente ao ano anterior, demonstrando cabalmente que não estávamos sendo capazes de competir com o resto do mundo, ou pior que isto que o mundo tem muito aço. Mesmo com a frustração dos resultados, a indústria siderúrgica esperava que no segundo semestre esta curva pudesse ser revertida e pudéssemos construir as bases para uma verdadeira arrancada em 2020. Porém com a sobretaxa ao aço brasileiro determinado pelo governo Trump, nesta semana esta possibilidade ficará mais distante Havia também naquele momento um problema muito
sério de abastecimento de matéria prima, pois com os acidentes nas minas da Vale, todo o fornecimento da indústria nacional passou a ficar prejudicado e inúmeros acertos logísticos tiveram de ser feitos, com conseqüente aumento de custos na produção. Ainda no mesmo congresso nos foi apresentado um quadro onde se apurava que havia um excedente mundial de aço na casa dos 395 milhões de toneladas com a maior concentração na China que também é responsável pela produção de 58% de todo o aço produzido no mundo. Em outra importante matéria na mesma edição falamos com Sérgio Leite, Presidente da Usiminas que é o responsável pela recuperação da empresa e sua recolocação no lugar de destaque que sempre ocupou no cenário mundial do aço. Sérgio Leite chamou a atenção para a avaliação positiva que a empresa obtivera ao divulgar os resultados das empresas do Grupo Usiminas em que todas as unidades apresentaram resultados positivos e de crescimento em relação ao trimestre anterior. Entre outras coisas ele falou dos esforços da empresa para que mesmo lutando com todas as dificuldades, não deixasse de olhar com cuidado para a transformação digital, a chamada Indústria 4.0.
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didos e agora a gente tem Já existe o Comitê de que correr atrás”. Inovação da Usiminas e Na mesma edição que agora estava sendo criada foi distribuída aos particia Diretoria de Inovação pantes do Congresso apreque vai analisar e desensentamos uma oportuna volver toda curva de conmatéria com o especialista solidação da transformaem Mercado de Capitais, ção digital da empresa. Pedro Galdi, que entenHá vários projetos em de que o setor andamento com o envolsiderúrgico para vimento de todos os co2019, já havia laboradores. A empresa Prof. Ives Gandra da Silva acabado. Alguns havia ganho um prêmio Martins por ter se colocado como uma das 50 pontos como o acidente de empresas com maior envolvimento em Brumadinho, problemas climáticos ocorridos na Austrália. startups, num trabalho que envolveu e O excesso mundial de produavaliou o trabalho de 856 empresas. ção e outros fatores contribuem Para finalizar Leite falou “Tenho ido para um mal desempenho sob muito a Brasília e percebo nos Ministéo foco do mercado de capitais. rios e no próprio Palácio do Planalto um Uma das estrelas da edição trabalho com muito foco na construção o foi a honrosa entrevista feita do crescimento econômico do Brasil. O com o Prof. Ives Gandra da Silva Marpaís precisa voltar a crescer economicatins, jurista renomado, professor, esmente. Os últimos dez anos foram perTA.pdf
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critor e um dos ícones do pensamento liberal brasileiro, onde ele entende que a livre iniciativa e o capitalismo devem ocupar o seu lugar na sociedade para que os avanços tão aguardados por todos os brasileiros possam acontecer de forma muito natural. Edição 135: Setembro/ O Outubro A grande cobertura do d que foi o Congresso A Brasil em que conAço t tamos com a presença d Presidente da Redo publica, Jair Bolsonaro, p e de vários ministros dentre os quais Onix Lorenzonni, que se destacou pela participação tanto na abertura do Congresso, como um painel sobre a Competitividade Comercial do Aço Brasileiro foi
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Retrospectiva 2019 minuciosamente retratada nas páginas daquela edição. Vários painéis e palestras especiais destacaram problemas e possíveis soluções para vários temas. A ociosidade que beira a casa dos 30% na indústria siderúrgica foi motivo de preocupação. No entanto, no último painel onde se traçou o perfil para o futuro da indústria no Brasil, vários dirigentes afirmaram que há investimentos previstos na casa dos 9 milhões de dólares para os próximos anos, visando principalmente preparar a indústria para o processo digital, a chamada Indústria 4.0, ou a nova Revolução Industrial. Como estávamos programados para participar em uma Feira Empresarial voltada para tubos de aço, apresentamos um trabalho falando e ressaltando as vantagens, o processo de fabricação e a utilização dos tubos de aço e quanto este produto impacta naa vida individual das pessoas. Em outra matéria voltamos a falar de Robôs industriais. Este assunto que esteve presente em praticamente todas as edições do ano mostram como esta cultura está avançando em nosso pais. Apesar de ainda sermos um país industrial com baixa utilização de robôs, segundos os especialistas esta é uma moda que veio para ficar e não há reversão. O especialista Marcelo Miranda que tem seu foco voltado para os processos de automação Industrial, nos fa-
lou sobre como o processo pode ser feito em empresas de todos os portes, com investimentos moderados e dirigidos e como isto vai ajudar na produtividade e nos avanços em pouquíssimo prazo. Concluímos com um interessante artigo escrito por nosso colaborador Enio Klein, em que ele, dono de um olhar especifico de um especialista de marketing, nos diz quando e como devemos fazer para negociar preços de nossos produtos ou serviços com os nossos clientes.
Edição 136: Ed Novembro/Dezembro N Chegamos ao final do d ano e nesta edição que sem dúvida req presenta um “divisor p de águas” em nossas d edições. Por tudo que vem acontecendo no mundo editorial resolvemos projetar a revista Siderurgia Brasil em uma nova formatação a partir de 2020. Seguiremos normalmente com o Anuário Brasileiro da Siderurgia no formato original em papel e ao mesmo tempo digital e a partir daí nossa revista Siderurgia Brasil volta a ser mensal, mas editada somente no formato digital, ou seja, será apresentada pela Internet. Escolhemos somente duas edições no ano em que elas também circularão em papel, mas na maioria das edições escolhemos esta nova fórmula que representa o futuro das publicações. Na edição de dezembro buscamos com exclusividade uma entrevista com Mauricio Benvenutti que é escritor, empreendedor, mentor, palestrante, “Cidadão Emérito”pelo seu município Vacaria, no Rio Grande do Sul –, que ajudou a transformar um pequeno escritório na XP Investimentos, uma das maioom res corretoras independentes do s.c oto h p Brasil. Quando a empresa já valia mais sit po De : de um bilhão de Reais ele mudou para o o t Fo Vale do Silício, na Califórnia/EUA, e agocapa136_ALTA.pdf
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ra é sócio da StartSe, a maior plataforma do Brasil para conectar empreendedores, investidores e mentores. Autor de best-sellers de negócios, como os livros “Audaz” e “Incansáveis”; em suas palestras, Mauricio compartilha a sua experiência de forma direta, instigante e desconfortável para muitas pessoas. Requisitado por empresas, universidades e eventos, sua visão questiona métodos tradicionais de gestão, fomenta a atitude empreendedora e prepara os participantes para a nova economia, que, aliás, já está aí. Na entrevista, gentilmente concedida à revista Siderurgia Brasil, Mauricio joga não um, mas incontáveis raios de luz sobre a iniciativa de empreender e de transmutar a vida das pessoas em algo muito, muito melhor, dando dicas valiosas como a necessidade de nos transformarmos em “autodidatas implacáveis” para acompanhar as rápidas mudanças do mundo atual, nos mantermos competitivos e na liderança de nossos negócios, questionando absolutamente tudo, com muita ousadia, usando a tecnologia a nosso favor, e nos dando sempre a chance de recomeçarmos a aprender, tendo sempre em vista o objetivo principal, que é melhorar a vida das pessoas. Além da entrevista com Mauricio Benvenutti, muito se falou a respeito sobre sustentabilidade e desvios de recursos minerais nos últimos dias. Fomos buscar um artigo particularmente oportuno e muito bem elaborado pelo vice presidente da Fiesp, João Guilherme Sabino Ometto, em que ele coloca luzes e holofotes gigantes sobre o assunto. Também falamos de mais um prêmio garantido neste ano. Com muito orgulho e honra fomos eleitos novamente em 2019, como o Melhor Jornalista Especializado em Siderurgia, pelo Cecom e pelo Portal Negócios da Comunicação. Esta premiação nos enche de coragem para continuarmos nesta luta que começou a vinte anos e não tem prazo para terminar. Bom Natal e que em 2020 todos os desejos e sonhos sejam realizados. Henrique Pátria Editor Responsável.
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“Desobedecer” é a chave dos negócios nos novos tempos
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O futuro de qualquer empreendedor como você depende da análise correta – e, às vezes, exclusivamente pessoal –, que a gente faz das inúmeras variáveis que nos cercam. E, para isso, ousar, desafiar o senso comum e continuar aprendendo sempre com o mundo, com as mudanças e com você mesmo é absolutamente imprescindível. Porque para mudar e melhorar o mundo para você, é preciso melhorar a vida de todo mundo. Simples assim. Marcus Frediani
E
Escritor, empreendedor, mentor, palestrante, “Cidadão Emérito” pelo seu município - Vacaria, no Rio Grande do Sul –, Mauricio Benvenutti ajudou a transformar um pequeno escritório na XP Investimentos, uma das maiores corretoras independentes do Brasil. Quando a empresa já valia mais de um bilhão de Reais ele mudou para o Vale do Silício, na Califórnia/EUA, e agora é sócio da StartSe, a maior plataforma do Brasil para conectar empreendedores, investidores e mentores. Autor de best-sellers de negócios, como os livros “Audaz” e “Incansáveis”, em suas palestras, Mauricio compartilha a sua experiência de forma direta, instigante e desconfortável para muitas pessoas. Requisitado por empresas, universidades e eventos, sua visão questiona métodos tradicionais de gestão, fomenta a atitude empreendedora e prepara os participantes para a nova economia, que, aliás, já está aí. Nesta entrevista, gentilmente concedida à Revista Siderurgia Brasil, Mauricio joga não um, mas incontáveis raios de luz sobre a iniciativa de empreender e de transmutar a vida das pessoas em algo muito, muito melhor, dando dicas valiosas como a necessidade de nos transformarmos em “autodidatas implacáveis” para acompa-
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nhar as rápidas mudanças do mundo atual, nos mantermos competitivos e na liderança de nossos negócios, questionando absolutamente tudo, com muita ousadia, usando a tecnologia a nosso favor, e nos dando sempre a chance de recomeçarmos a aprender, tendo sempre em vista o objetivo principal, que é melhorar a vida das pessoas. Com vocês, Mauricio Benvenutti! Siderurgia Brasil: O mundo dos negócios e a realidade do consumo estão mudando cada vez mais rápido. O que fazer para se manter competitivo nos dias de hoje? Mauricio Benvenutti: Hoje em dia, tudo se torna muito obsoleto e cada vez mais rápido. Segundo o portal global de conteúdos Delloite Insights, a meia vida de uma competência é de cinco anos. Ou seja, tudo que eu aprendo hoje, em 2019, a partir de 2024, metade desse valor vai desaparecer. Então, a única forma para eu profissional ou empresa continuarmos na vanguarda daquilo que fazemos é nos requalificarmos constantemente. Tendo isso em tela, do meu ponto de vista, existem várias respostas para nos mantermos competitivos em face às mudanças. Mas eu diria que uma das principais é que a gente precisa, tanto enquanto
pessoa física quanto jurídica, se tornar um autodidata implacável. Nos dias de hoje, precisamos exercer o hábito de aprender por conta própria, nos tornarmos ases, verdadeiras autoridades em aprender sozinhos e em ganhar conhecimento. Não existe mais hoje motivo para esperar a conclusão de um curso para se tornar melhor ou uma capacitação para evoluir. Hoje, uma pessoa com cinco minutos de pesquisa na internet é exposta aos conteúdos mais ricos , densos e profundos que existem sobre um determinado tema no mundo. Então, exercer o hábito de se capacitar por conta própria é fundamental porque a educação, o aprendizado é o único antídoto capaz de combater os efeitos das atuais transformações. Qual a real contribuição da tecnologia nesses novos tempos? A tecnologia tornou acessível a qualquer pessoa o que, no passado, era restrito aos governos, grandes empresas e pessoas com muito dinheiro. Hoje, uma pessoa com um celular conectado à internet nas mãos no meio do continente africano consegue acessar mais informações que o presidente Bill Clinton acessava quando governou os Estados Unidos há 20 anos. O acesso à informação é igual para todos, e a tec-
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Exercer o hábito de se capacitar por conta própria é fundamental porque a educação, o aprendizado é o único antídoto capaz de combater os efeitos das atuais transformações. Mauricio Benvenutti - escritor, empreendedor, mentor e palestrante
nologia contribuiu para democratizá-lo. Em outras palavras, a tecnologia contribuiu principalmente para transformar o que era escasso no passado em abundante no presente. Quais as habilidades e competências que um empreendedor tem que observar para se manter na vanguarda daquilo que executa? Bem, nos dias de hoje tenho que causar impacto na vida das pessoas. Tenho, ainda, que olhar a próxima curva, ou seja, tenho que manter o que eu faço, mas ao mesmo tempo eu tenho que olhar qual é a evolução do meu trabalho, da minha carreira, da minha profissão, justamente porque o que eu vou fazer no futuro possivelmente vai ser muito diferente do que eu faço hoje. Questionar, em vez de ter resposta pronta também é fundamental nos dias de hoje. Outra dica importante é trazer as pessoas para dentro do processo produtivo, fazer “COM” elas e não simplesmente “PARA” elas, porque um dos maiores objetivos dessa história toda é melhorar a qualidade de vida delas em algum aspecto. A pessoa no check-out tem que ter saído melhor do que no check-in. Em outras palavras, no término de qualquer relacionamento com você, ela tem que sair melhor do que no início. Enfim, essas competências falam por si só. Tudo isso junto leva você a perseguir sempre a conquista daquela versão melhorada de si mesmo.
Mas esses são pontos que, nem sempre, estão em linha que o senso comum. Ou não? Isso é verdade. Quando a gente observa essas empresas que hoje caem nas graças das pessoas, claramente a gente vê que elas nascem com um pé naquilo que “pode” e outro naquilo não que “não pode”, mas que ninguém disse que “não pode AINDA”. Ou seja, com um pé naquilo que “dá” e um pé naquilo que ninguém disse que “AINDA não dá”. Então, claramente as grandes oportunidades hoje não surgem mais do senso comum: ao contrário, elas surgem nas bordas, nos limites, nas fronteiras do senso comum. Essa é a única forma para que eu, enquanto profissional, consiga enxergar as oportunidades que hoje nascem nas fronteiras. Em outras palavras, tenho que me permitir nos dias de hoje ser mais desobediente. Tenho que ser mais questionador. Tenho que ser mais interrogador do ambiente. Essa é a única maneira de eu conseguir ser um profissional que destoa da média e da maioria. Você tem que se permitir ser desobediente. E ser desobediente faz bem. Desobedecer padrões, regras... Mas desobediência no sentido do novo, não daquilo que nos trouxe até aqui e, sim, naquilo que vai nos levar daqui para a frente. Então se a gente não ousar ser um pouquinho rebelde, usar um pouquinho nossa criatividade para construir soluções novas, dificilmente vai dar o passo à frente.
Outra questão importante é que muitas dessas regras e normas que regem a nossa sociedade já não servem mais para os tempos atuais de transformação. É verdade. Elas foram criadas há 20, 30, 40 anos, quando parte das facilidades do mundo atual não existiam. Ou seja, boa parte das regras, normas da nossa sociedade foram criadas para um mundo que não existe mais. Então, naturalmente que para mover a sociedade à frente, temos que vencer esse marasmo e sair dessa mesmice para conseguir enxergar além dessas leis que, hoje, são anacrônicas, para poder construir soluções novas. Essa é uma habilidade hoje fundamental. Por exemplo, o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quando esteve no Brasil, no final deste ano, falou uma frase em sua palestra que me surpreendeu muito. Ele disse: “As decisões que tomei que mais impactaram os Estados Unidos enquanto eu fui presidente foram aquelas em que havia mais pessoas discordando do que concordando comigo.” E isso por quê? Porque quando você expõe algo e gera discordância, isso pode ser um sinal positivo, porque pode significar que você está tomando uma decisão que está se afastando do senso comum. Em outras palavras, quando muita gente discorda de algo, isso pode indicar que você está tomando uma atitude, uma decisão que afasta você da média de mercado. Então, eu
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diria que uma das principais habilidades nos dias de hoje que profissionais e empresas precisam desenvolver é se permitir ser desobediente, inquieto, questionador, interrogador, porque só assim você consegue tirar, se afastar da massa, do comportamento mediano, e consegue realmente criar algo inovador. OK! Mas ideias todos nós temos. E como um empresário pode saber que aquela ideia empreendedora diferente em sua cabeça é inovadora e “tem futuro”? Veja bem, uma ideia, mesmo que seja uma boa ideia, quando está apenas dentro das cabeças das pessoas, continua sendo só isso: uma boa ideia nas cabeças das pessoas. Não vale nada. Ideia mesmo que seja a melhor do mundo, na cabeça de alguém, vale zero. Eu costumo dizer que se você quer saber se a sua ideia tem um bom potencial de virar um produto, serviço ou solução, tente responder “Sim” a quatro perguntas. A primeira é: a sua ideia é estranha? Porque as ideias que viraram bons produtos no início eram estranhas. Elas pareciam não fazer sentido. E quando você tem uma ideia que parece não fazer sentido, isso pode ser um bom sinal. Já a segunda pergunta é: sua ideia está inserida no mercado crescente? Quando pensa numa ideia, muita gente só olha o tamanho do mercado, se o mercado é grande o suficiente para ser rentável. Mas tão ou mais importante quanto o tamanho do mercado é se ele cresce, porque se você estiver num mercado grande, mas que não cresce, isso é muito ruim, é o pior cenário. É o cenário que você vai ter que brigar pelo cliente da concorrência, o que é muito ruim. Agora, se você está num ambiente, num cenário, num mercado pequeno, mas que cresce, aí você tem cliente novo entrando todo
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dia, você tem demanda nova, esse é um cenário fantástico. Ou seja, é muito melhor você estar num mercado pequeno, mas crescente, do que grande, mas estagnado. Sim. E isso leva você à terceira pergunta: a sua ideia está inserida num mercado crescente e é capaz de monopolizar um pequeno mercado? Deixar isso claro na cabeça do empreendedor é muito importante, porque, em geral, no início, quando você cria algo você não pode querer dominar o mundo, uma vez que está apenas começando. Mas você pode quere dominar um mercado muito pequeno. Isso, sim, você consegue. E quando eu digo um mercado muito pequeno isso significa, às vezes pode ser o seu quarteirão, ou um determinado nicho de um segmento, ou um bairro da sua cidade. Mas ali você tem que se tornar um monopólio. Ali você tem que ser a referência. Exemplos disso não faltam. Quando foi lançado, o Google era o 13º mecanismo de busca do mundo – não era o primeiro, nem o segundo e nem o terceiro. Mas ele foi o primeiro a apresentar uma página em branco, um campo de busca e um botão. Todos os 12 anteriores eram portais com notícias para atrair a atenção das pessoas. Só que ele tinha um buscador. Estranho, né? Você criar um buscador, uma página em branco, um campo de busca e um botão. Mas, enfim, o resto é história, e o Google se tornou o que se tornou. E foi assim que o Uber, o Arbnb e Rappy nasceram também. Então, você começar pelos nichos, pelas bordas, pelas tribos e você realmente criar um monopólio do seu produto para aquela tribo, para aquele nicho é fundamental para você expandir o seu negócio. E a quarta e última pergunta que você tem que se
fazer para saber se a sua ideia “tem futuro” é com relação ao timing. O timing correto é agora? Por que dois anos atrás era muito cedo e por que dois anos à frente será muito tarde? Então, se você responder “Sim” a essas perguntas, possivelmente a sua ideia tem grandes chances de se transformar num bom produto ou serviço. Muita gente ainda diz que o berço da inovação são quase sempre as empresas menores, mais dispostas a correr riscos que as dinossáuricas organizações, como as grandes siderúrgicas, mais resistentes a “novo” e onde tudo acontece em velocidade mais lenta. Como as grandes corporações podem romper esse paradigma. Na verdade, a inovação pode existir tanto nas pequenas empresas, quanto nas grandes. Só que, nestas últimas, há uma forma diferente de a inovação acontecer. Por exemplo, hoje, boa parte do futuro do transporte está sendo construído não por pequenas startups, mas por empresas gigantes como a GM, a Ford, o Google e o Uber, respectivamente com 116, 111, 21 e 11 anos de história. Colocaria entre elas também a Tesla, com seus 16 anos de trajetória, que também está pivotando – ou seja, gerando mudanças radicais no rumo de seus negócios –, para construir e pavimentar esse caminho dos carros autônomos para se preparar para o futuro do transporte. Todas elas são empresas muito grandes, que estão realmente construindo e transformando completamente esse segmento. Existe, é claro, a maneira de a inovação ser construída dentro delas, por meio da qual elas estabelecem uma estrutura, um framework, um modo para manter o que fazem, mas, ao mesmo tempo, olhando a próxima curva e trabalhar o futuro da organização para os próximos dez, 15,
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aqui para o Vale do Silício e está aqui justamente se aproximando das startups aqui da região para construir a evolução do que vai ser o transporte no mundo. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos não está em Washington: está aqui no Vale do Silício se aproximando das startups daqui para promover inovações que melhorem a segurança nacional, a fim de combater terrorismo e tudo mais. Então, o que se desenha no mundo atual é um processo de criar inovações aproximando a ousadia e a rebeldia das startups à credibilidade, aos recursos e à base de clientes que as grandes corporações têm. Ambas são complementares, uma tem o que falta na outra. E a união desses dois mundos é ideal para fazer a inovação acontecer.
20 anos. O Uber, por exemplo, foi uma empresa que rompeu o segmento de transporte de táxis e transformou praticamente no mundo inteiro. Ela promoveu tal mudança, só que, neste instante, está construindo uma versão nova de seu negócio, que vai “matar” seu negócio atual, porque a partir do momento que os carros autônomos estiverem andando nas ruas, não vai mais precisar ter o carro do Uber com o motorista levando as pessoas de um lado para o outro. Então, olha a visão dela! Essa é a cabeça dos negócios nos dias de hoje. De tempos em tempos você tem que ser capaz de “matar” seu próprio produto, porque é só assim que você consegue se manter na dianteira de mercado. Quando você encontra essa fórmula, criando a próxima versão de você mesmo, você consegue a liderança. E se você não fizer isso, outra pessoa fará por você. Então, é melhor que seja você, e não os outros a fazer isso. E essa é, exatamente, a forma de fazer inovação por meio do intraempreendedorismo, versão em português da expressão “intrapreneur”, que significa empreendedor interno, ou seja, empreendedorismo dentro dos limites de uma grande organização já estabelecida, criando dentro
dela estruturas e facilitadores para que a inovação possa acontecer. E aí muitas grandes empresas criam estruturas para se aproximar de startups, a fim de que seus próprios funcionários possam desenvolver ideias ousadas para promover inovação. E qual o papel da interação com as startups nesse processo? As startups são a segunda forma eficiente de introduzir inovação nas grandes empresas. As startups, em geral, têm muita flexibilidade e vêm com uma agressividade muito maior quando comparada à a elas. E, embora, não tenham o nome, o prestígio e os recursos das primeiras, têm, em contrapartida, velocidade, ousadia, a faca nos dentes e o brilho nos olhos para fazer o negócio das grandes corporações andar. Assim, o que se vê hoje não é a inovação acontecendo só “a partir” das startups. Isso já aconteceu muito no passado. O que a gente vê hoje é, sim, e cada vez mais, a inovação acontecendo por meio da união de forças entre as startups e as grandes corporações. Ou seja, a GM está buscando criar toda esta estrutura de carros autônomos junto de startups. A Ford da mesma forma. A Ford veio
Bem, voltando ao início dessa nossa conversa, além de perseguir sempre a conquista daquela versão melhorada de si mesmo, o que o empreendedor tem que fazer para se dar o direito de ter a chance de recomeçar sempre que você menciona em suas palestras? Alvin Tofler foi um grande futurista que nos deixou alguns anos atrás, e que, para mim, falou a frase que resume o mundo que a gente vive hoje. Segundo ele, os analfabetos desse século não são as pessoas que não sabem ler e escrever, mas sim os incapazes de aprender, desaprender e aprender de novo. E acho que está aí uma das principais virtudes de qualquer empreendedor, eu diria de qualquer profissional dos dias de hoje. É você ter a ciência de que, naturalmente, precisa aprender e virar um autodidata implacável. A aprender por conta própria é a única forma de eu combater os efeitos das transformações. Só que, depois de certo tempo, você tem que ter a humildade para entender que tudo o que aprendeu não serve mais, e se dar a chance de recomeçar. Em síntese, temos que desaprender e abrir espaço em nossas vidas para aprender de novo se quisermos nos manter como profissionais relevante na vanguarda de tudo aquilo que fazemos.
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Taxação do Aço Brasileiro nos EUA
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O Brasil foi surpreendido pela medida anunciada pelo presidente Donald Trump sobre o aço brasileiro. Henrique Pátria
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O presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, demonstrou mais uma vez o seu firme propósito de blindar e defender a economia americana, e em uma decisão unilateral anunciou nesta segunda feira o imediato restabelecimento das tarifas sobre o aço e o alumínio do Brasil e da Argentina alegando políticas cambiais injustas, por parte de ambos os países. Segundo seu pronunciamento Brasil e Argentina desvalorizaram fortemente suas moedas o que não é bom para nossos agricultores. O Brasil e Argentina desde o inicio do ano de 2018, conseguiram estabelecer um sistema de cotas para o aço e para o alumínio, que mesmo não sendo a melhor solução, vinha sendo cumprida dentro dos parâmetros estabelecidos. No começo de 2018, Trump decidiu aplicar tarifas globais de 25% para o aço, e 10%, para o alumínio. Em março, concordou em suspendê-las para Argentina e Brasil, com um acordo sobre cotas. Essas concessões serão revertidas a partir de agora. A exportação aos americanos representa 65% dos embarques totais de semimanufaturados de aço do Brasil. Se formos considerar a exportação total brasileira, os semimanufaturados de aço respondem por uma fatia de 9,3%. Continuou Trump: “Dei uma grande pausa em relação às tarifas. Agora estou tirando essa pausa. É muito injusto para nossos fabricantes e muito injusto para nossos agricultores. Nossas empresas siderúrgicas ficarão muito felizes, e nossos agricultores ficarão muito felizes”, declarou Trump a jornalistas na Casa Branca. Há quem veja uma decisão de política interna nesta medida. “Portanto, com vigência imediata, restabelecerei as tarifas de todo aço e alumínio enviados aos Estados Unidos por esses países”, completou. Os EUA são os maiores importadores do planeta. O presidente norte-americano também
pediu ao Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para “agir da mesma forma”para que outras nações não aproveitem mais o dólar forte “desvalorizando ainda mais suas moedas”. O Instituto Aço Brasil IABr – instituição que defende a posição dos produtores de aço – divulgou nota pela qual manifesta inteira perplexidade com a decisão anunciada de restaurar as tarifas de importação de aço e alumínio provenientes do Brasil e da Argentina, sob o argumento de que estes países tem liderado uma desvalorização maciça de suas moedas. Ainda na nota o IABr relata que o câmbio no Brasil é inteiramente livre não havendo por parte do governo brasileiro qualquer tipo de iniciativa que venha artificialmente desvalorizar o Real. Diz ainda a nota que esta é uma forma de retaliar o Brasil, que não condiz com a relação de parceria dos dois países. Por último informa que tal decisão vai prejudicar diretamente as empresas norte americanas que necessitam de semiacabados exportados pelo Brasil para operar suas usinas. Do lado brasileiro, o Ministério das Relações Exteriores informou que o governo brasileiro estava em contato com interlocutores em Washington para tratar do assunto. O titular da pasta, Ernesto Araújo, afirmou que a medida “não preocupa”. Mas admitiu que o governo quer entender os detalhes, visto que a única informação é a do tuíte de Trump. “Nossos colegas em Washington estão conversando. Com muita calma vamos chegar a um entendimento sobre isso”, comentou o chanceler. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) viu com preocupação o fato de Trump acusar o governo brasileiro de manter a desvalorização do real de forma artificial e, assim, justificar barreiras ilegais às exportações brasileiras de aço e alumínio. “O real, no valor que está, pode trazer benefícios para alguns
setores exportadores, mas prejudica quem importa insumos”, disse o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. Fontes: IABr, Infomet, Correio Brasiliense. Esta foi a nota emitida pelo IABr:
Posicionamento Aço Brasil – tarifa de importação de aço (Assessoria de Imprensa Aço Brasil – 02/12/2019) O Instituto Aço Brasil recebe com perplexidade a decisão anunciada hoje (02) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de restaurar as tarifas de importação de aço e alumínio provenientes do Brasil e da Argentina, sob o argumento de que estes países têm liderado uma desvalorização maciça de suas moedas, e que isso não é bom para os agricultores dos EUA. O Instituto Aço Brasil reforça que o câmbio no País é livre, não havendo por parte do governo qualquer iniciativa no sentido de desvalorizar artificialmente o Real e a decisão de taxar o aço brasileiro como forma de “compensar” o agricultor americano é uma retaliação ao Brasil, que não condiz com as relações de parceria entre os dois países. Por último, tal decisão acaba por prejudicar a própria indústria produtora de aço americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas. Assessoria de Imprensa Instituto Aço Brasil
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A soberania de NOSSA Floresta amazĂ´nica
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É preciso esclarecer os fatos, demonstrando nossas ações ambientais e retomando a confiança recíproca - afinal temos uma das mais avançadas legislações ambientais do planeta. João Guilherme Sabino Ometto*
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Contudo, em meio à nova orientação da diplomacia brasileira, de aprofundamento de relações com países e blocos desenvolvidos, como o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia e os entendimentos com os Estados Unidos, seria sensato um diálogo aberto e franco com os governos que contribuem para o Fundo Amazônico, como a Alemanha e Noruega, que cortaram os recursos, e os membros do G7, no que diz respeito às queimadas. É preciso esclarecer os fatos, demonstrando nossas ações ambientais e retomar a confiança recíproca. Não devemos nos isolar na agenda ambiental, pois tal postura pode dificultar nossas políticas de sustentabilidade e implica o risco de comprometer até mesmo nossa diplomacia econômica, que vai caminhando muito bem. Temos todas as condições de participar do esforço da humanidade em favor da redenção ecológica do Planeta sem jamais transigir no tocante à soberania. Quando alguém ousar ameaçá-la, devemos agir exatamente como a polícia italiana na Sardenha. o ivulgaçã
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Acordo de Copenhague: reduzimos em 73% o desmatamento da Amazônia em relação a 2004 (meta: 80%); e somente a mitigação do desmatamento nessa região e no Cerrado já diminuiu as emissões de dióxido de carbono em 2,28 giga toneladas (praticamente dobramos o objetivo, que era de 1,24 giga tonelada). Quanto ao Acordo de Paris, estamos muito avançados nas principais metas para 2030: do aumento previsto de 18% da participação de biocombustíveis (Renovabio), realizamos 17,4%, e até já superamos em 0,3% o compromisso de 45% dos renováveis na matriz energética nacional, que se tornou, assim, a mais limpa e diversificada do Planeta. A média global é de 14%. Nosso País também desenvolveu uma das mais avançadas legislações ambientais e de produção sustentável do mundo e investiu em tecnologias de monitoramento. Somos líderes na preservação de florestas tropicais, conciliando tudo isso com a posição de maior exportador líquido de alimentos, alcançando mais de 200 mercados. Entretanto, tais avanços não significam que devamos ignorar os graves problemas de queimadas e desmatamento ilegais, que devem ser combatidos vigorosamente, abrangendo, também, políticas públicas geradoras de renda e inclusão social. Ao mesmo tempo, é preciso garantir a plena soberania nacional sobre a Amazônia e todo o nosso território, inclusive combatendo, sob o rigor de investigações e provas concretas, organizações que estariam a serviço da internacionalização de áreas brasileiras, disfarçadas de beneméritas ecológicas e/ou sociais. Assim, quaisquer providências do governo nesse sentido merecem reconhecimento e apoio.
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A recente prisão de um casal de turistas franceses na Itália, pela tentativa de furtar 40 quilos de areia de uma praia na Sardenha, reitera a seriedade e o rigor com que os europeus protegem seu patrimônio natural. Eles estão muito certos em agir assim. O que dizer, então, do governo do Brasil ao defender a Amazônia Legal, que abrange nove estados e três biomas, abriga a maior floresta tropical do mundo, detém um quinto de toda a água doce em estado líquido do planeta e ocupa 5,2 milhões de quilômetros quadrados, representando 61% do nosso território? O tema, realçado pelas queimadas e recentes polêmicas relativas ao financiamento internacional de ações preservacionistas, merece uma análise mais aprofundada, como se observa em novíssimo estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), intitulado “Amazônia - você precisa saber”. É importante considerar que todas as terras privadas no País estão sob as regras do Código Florestal Brasileiro, que determina a preservação de 80% da vegetação nativa no Bioma Amazônia. Nas últimas décadas, o Brasil intensificou um conjunto de políticas públicas para combater o desmatamento, cuja média caiu de 12,67 mil quilômetros quadrados, entre 1999 e 2008, para 6,5 mil, de 2009 a 2018. Contudo, precisamos nos esforçar para cumprir a meta de 3,9 mil até 2020, conforme o Acordo de Copenhague, firmado na COP 15 (Conferência da ONU sobre Clima), em 2009. Tal esforço inclui o combate às queimadas. Deve-se considerar que o Brasil participa dos principais acordos multilaterais da área ambiental desde a década de 1960 e está cumprindo quase integralmente os compromissos até 2020 do
*João Guilherme Sabino Ometto, engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP), é vice-presidente do Conselho de Administração da Usina São Martinho e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA).
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Eventos
Prêmio Especialistas
2019 Passamos pela tormenta que foi 2019 e continuamos de pé e com coragem para enfrentar outros desafios. Henrique Pátria
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Mesmo tendo passado por diversas tormentas entre as quais até a incerteza se devemos continuar ou abandonar tudo que construímos nestes vinte anos de revista Siderurgia Brasil, pelo quinto ano consecutivo fomos reconhecidos como melhor jornalista na especialidade de siderurgia no Brasil. O nosso esforço foi mais uma vez premiado. Somos vitoriosos. “Tivemos que usar o “limão” para tentar fazer a limonada por diversas vezes neste ano”.
Não é segredo para ninguém que a atividade das editoras enfrenta uma crise sem precedentes na história. Grandes corporações do ramo estão anunciando a dispensa de inúmeros colaboradores, suspensão de publicações, redução ou fechamento da atividade etc. Passamos por um hiato entre a necessidade de nos mantermos informados e a dúvida sobre qual a plataforma devemos utilizar para isto. Certamente os mais velhos preferem o bom e velho jornal em papel, a revista que se
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Diante de inúmeros fatos acontecendo simultaneamente e com velocidade que a vida moderna nos impõe a figura do jornalista acaba sendo fundamental para a tomada de decisão tanto em nossa vida pessoal como nos negócios comerciais ou nas empresas. Com isso, para nós jornalistas, as exigências só aumentam a cada instante. Já não basta dominar a sua especialidade, porque somos chamados a opinar sobre os mais diversos assuntos e nossa palavra sempre vale como alguém que tem um olhar um pouco mais crítico d acontecimentos. dos t i t
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Foram envolvidos 60 mil profissionais de comunicação de todo o Brasil, entre os quais diretores das áreas de comunicação das empresas, jornalistas, diretores de redação, que escolheram espontaneamente os jornalistas que se destacaram em suas especialidades neste ano. O “Premio Especialistas” idealizado pelo Cecom valoriza o trabalho de jornalistas especializados e este reconhecimento também premia mais uma vez o nosso veículo, revista Siderurgia Brasil, e toda a nossa equipe de trabalho. Não fazemos nada sozinhos e por isso dedico este troféu a minha enxuta,
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pode colecionar, o livro que nos agrada só em tocá-lo. No entanto, os mais jovens com seus dedos ágeis preferem a noticia na ponta da mão, nos seus smartphones, tablets ou até mesmo por outros meios. Hoje, até no relógio pode-se ler uma notícia. As empresas anunciantes parece que fizeram um movimento orquestrado, em que o termo “cortamos o nosso budget” tem de ser pronunciado algumas vezes por dia. E não há segredo nisso: Sem anunciantes não há como manter uma revista em circulação. Enfim, o nosso esforço acabou nos dando mais um prêmio pelo qual nos sentimos honrados e agradecidos. Por iniciativa do Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e do Portal Negócios da Comunicação foram eleitos jornalistas de negócios em todo o Brasil que receberam o “Prêmio Especialistas” em bonita cerimônia realizada em São Paulo, nos últimos dias.
mas eficiente equipe de trabalho que tem nos ajudado muito e com certeza merecem um pedacinho deste prêmio. Nossa filosofia continua sendo a de que o Sucesso só vem depois do Trabalho. Portanto vamos trabalhar e continuar sonhando e construindo. Obrigado.
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Mineração Usiminas amplia frota de caminhões “fora da estrada” Foto: Divulgação
Novos caminhões irão aumentar a segurança nos processos de operação da mineradora. A Mineração Usiminas (Musa), que é o braço minerador do Grupo Usiminas amplia seus investimentos em processo que se iniciou em 2018 apresentando agora os novos caminhões que irão se incorporar à sua frota e juntar-se as carregadeiras e escavadeiras e outros equipamentos para operarem fora de estrada. Segundo a empresa a Musa também pretende colocar em operação, ainda em 2019, dois caminhões articulados nas atividades de infraestrutura de mina. www.usiminas.com.br
Prêmio Embalagens em Aço Foto: Divulgação
Por ser um produto 100% reciclável, as embalagens em aço ganham importância nos dias de hoje. No último dia 23 de outubro, nas magníficas instalações do Villa Bisutti na Cardoso de Melo, badalado centro de eventos em São Paulo, foi feita a divulgação e entrega dos prêmios aos vencedores do 5º Prêmio de Embalagens em Aço, promovido pela Abeaço – Associação Brasileira de Embalagens em Aço. O concurso contou com a inscrição de mais de 40 latas. Destas, foram selecionados três concorrentes para cada uma das sete categorias. A seleção dos finalistas e a escolha dos vencedores foram feitas por comitê composto por agências de design, institutos de pesquisas, entidades setoriais e fornecedores de matéria-prima. Confira os vencedores do 5º Prêmio de Embalagens em Aço: Aplicação Diferenciada: Lata Frango Seara da JBS. Design: Lata Chocolat Du Jour, da Brasilata; e Lata Safra Especial Cooxupé, da Meister. Inovação: Balde 12 litros para cerveja, da CMP. Melhor Litografia: Lata Granola Natubom, da Brasilata. Praticidade: Lata Leão Fuze, da Meister. Tampa para Embalagens Diversas: Tampa Wildflower, da Silgan White Cap. Sustentabilidade: Lata 18 litros Anjo Tintas, da CMP. Jornalista Destaque: Lucélia Monfardini, da Revista Paint & Pintura, com a matéria “Benefícios Ambientais”. A revista Siderurgia Brasil foi a grande parceira de mídia da Abeaço e se orgulha em ter participado de uma iniciativa tão marcante quanto esta solenidade.
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Prêmio Brasil Galvanizado Foto: Divulgação
Organizado pelo ICZ e patrocínio da Nexa foi realizada no último dia 10 de setembro a premiação da 4ª edição do prêmio Brasil Galvanizado. Além dos prêmios recebidos os vencedores adquiriram o direito de concorrer na versão mundial do prêmio Global Galvanizing Awards 2021, que será realizado na Itália. Na versão 2019 concorreram 39 obras concluídas de junho de 2017 a agosto deste ano que foram inscritas em três categorias: Construção e Arquitetura, Industrial e Novas Aplicações. Houve ainda, a categoria Obra Emblemática, cujo ganhador foi escolhido entre todas as obras inscritas. Segundo os organizadores o grande prêmio da noite, de Obra Emblemática, foi entregue ao restaurante Mangai, localizado em Natal (RN) e galvanizado pela Galvanisa. A obra foi escolhida por um jurado internacional, o diretor da EGGA (European General Galvanizers Association), Murray Cook. Também foi finalista nesta categoria o projeto da Vila Terraço, da Brafer Construções Metálicas. A mesma obra do restaurante Mangai foi também agraciado na categoria Construção e Arquitetura, que na votação final concorreu com o Clube Tamboré Jaguariúna, da Ztec Galvanização, e do Edifício Corporate Eugenio Casillo, da Galvanização Betel.
Após vencerem o 12º Concurso para Estudantes de Arquitetura do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), realizado aqui no Brasil os estudantes Bruna Barbosa e Lino Mendonça, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), conquistaram o primeiro lugar no 12º Concurso Alacero para Estudantes de Arquitetura, promovido pela Associação Latino-Americana do Aço (Alacero). Os alunos foram orientados pelo professor Verner Max e receberam a missão de representar o Brasil na competição internacional após vencerem a etapa nacional. O anúncio dos vencedores aconteceu no ultimo dia 11 de novembro, durante o Congresso Alacero 60, que foi realizado em Buenos Aires. A aluna Bruna Barbosa recebeu o prêmio de US$ 6 mil das mãos da diretora de assuntos institucionais do Aço Brasil e secretária regional do Alacero, Cristina Yuan.
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Estudantes brasileiros premiados no Exterior
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Você pode esperar Você o Você anopode inteiro por algumas datas. podeesperar esperar o inteiro por algumas datas. Aoano gente, não. agora. ano inteiroDoe por algumas datas. A Agente, não. Doe agora. gente, não. Doe agora.
Gabriele Gomes, 5 anos Gabriele Gomes, 5 anos Paciente da AACD 5 anos Gabriele Paciente daGomes, AACD Paciente da AACD
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Reciclagem + Amor = Ajuda Assistencial Com iniciativa e promoção do Instituto SustenPlást, está em curso o programa Tampinha Legal, que tem como objetivo a ajuda a entidades assistenciais e ao mesmo tempo caráter educativo, buscando a conscientização da sociedade quanto á importância de destinar adequadamente o material plástico como explica a sua coordenadora Silmara Souza. Segundo ela: Este é o resultado da dedicação de toda uma sociedade que está disposta a fazer a diferença. É gratificante perceber como podemos impactar positivamente nas vidas de tantas pessoas através da sustentabilidade social, ambiental e econômica, elevando a qualidade de vida de todos os envolvidos. O Tampinha Legal, nesse mês de novembro, apurou um montante de R$ 600 mil que estão sendo destinados para entidades assistenciais cadastradas. O valor é o resultado da reciclagem do material arrecadado em cerca de dois mil pontos de coletas espalhados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Alagoas, Pernambuco, Brasília e Goiás. Ao todo, mais de 400 entidades assistenciais estão cadastradas e 320 toneladas de tampinhas plásticas já foram encaminhadas à reciclagem.
Anunciantes
AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente ..............................................................................33 Anuário Brasileiro da Siderurgia 2020 ................................................................................................ 16 e 17 Esquadros Indústria e Comércio Ltda. ........................................................................................ 15 e 4 a capa Feimec 2020 ........................................................................................................................................... 23 Grips Editora ............................................................................................................................. 29 e 3a capa Metalurgia 2020 ......................................................................................................................................31 Metalúrgica Spillere Ltda. .........................................................................................................................13 Napoli Consultoria Empresarial Ltda. ..................................................................................................2a capa Regional Telhas Ind. Com. Prod. Siderúrgicos Ltda. .....................................................................................11 Salgueiro Indústria e Comércio de Aços Ltda. .............................................................................................27 Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. .................................................................................................... 9 W.D.C. Rady Ltda. ....................................................................................................................................19 Zikeli Indústria Mecânica Ltda.. .................................................................................................................21 34 SIDERURGIA BRASIL NOVEMBRO/DEZEMBRO 2019
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