Revista Siderurgia Brasil

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A revista de negócios do aço

Grips Editora – Ano 21 – Nº 137 junho 2020

O "NOVO NORMAL" DA SIDERURGIA BRASILEIRA APÓS A COVID-19

PREVISÕES E ESTATÍSTICAS DO SETOR


ÍNDICE DE MATÉRIAS

4 A INDÚSTRIA DO AÇO O Novo Normal da Siderurgia Brasileira após a Covid-19

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14 CENÁRIOS E PERSPECTIVAS Como será o amanhã?

Saída pelo social

VITRINE

CONJUNTURA ECONÔMICA Indústria: o que temos pra hoje e pra amanhã

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SUSTENTABILIDADE

EDITORIAL

ECONOMIA O PIB brasileiro

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ESTATÍSTICAS

ANUNCIANTES


EXPEDIENTE EDITORIAL

EDITORIAL

A alegre e esperada volta ao trabalho

do aço voltou a operar com mais de 50% de sua capacidade. Um sinal muito positivo. A distribuição de aço, que é o indicador mais relacionado ao varejo, mostrou que no mercado de aços planos houve crescimento das vendas em 26,4% em relação a abril, consolidando um total de 209,8 mil tone-

HENRIQUE ISLIKER PÁTRIA

E

EDITOR RESPONSÁVEL

Está dado o pontapé inicial para o segundo semestre. Os 50% do ano que foram “perdidos” terão de ser recuperados nestes próxi-

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mos seis meses. E, sinceramente, creio que isto é possível. O mundo corporativo foi atingido em

cheio pelas mudanças que se sucederam, e praticamente todos os empresários e profissionais, em todas as áreas, tiveram de se reinventar, criando formas para sobreviver. Houve a “seleção natural” dos que foram mais capazes. Quem já vinha no vermelho, provavelmente não sobreviveu. Relembrando um pouco, logo após o Carnaval – “que não deveria ter acontecido”, uma vez que o vírus mortal já se espalhava pelo mundo –, foi a porta de entrada de grande parte da pandemia, que chegou ao Brasil junto com as alegres caravanas de turistas que se espalharam pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Recife e outras

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capitais muito festejadas pelos organizadores e políticos, com um grande sucesso. Na sequência, vieram decisões políticas e administrativas, que consideramos equivocadas, e que nos remeteram a um antigo cenário no qual foi aberta a temporada de comissões, propinas e desvios de dinheiro público nas aquisições de produtos, equipamentos e instalações, que, no final das contas, acabaram demonstrando-se desnecessárias. Comércio e indústria fechados, o país parado, e somente o agronegócio (mais uma vez) cumprindo o papel de manter o abastecimento em dia e, ainda, de bater recordes de exportação, mantendo superávit em nossa balança comercial. Mas isto é passado! No presente vivemos o processo de reabertura dos negócios, como você poderá constatar pelos últimos números divulgados em nossa seção de “Estatísticas”, que comprovam que a reação em junho foi melhor do que se esperava. A produção nacional de aço bruto foi de 2,2 milhões de toneladas, com um aumento 20,8% em relação ao mês anterior, com evolução das vendas internas batendo nos 22,6%. O consumo aparente de aço também cresceu 19,7%, enquanto as exportações foram superiores em 6,5%. A indústria

ladas. E agora para junho, o presidente do Inda já projeta que elas serão iguais às do ano passado, mesmo levando em conside-

Ano 21 – nº 137 – junho 2020 Siderurgia Brasil é uma publicação de propriedade da Grips Marketing e Negócios Ltda. com registro definitivo arquivado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial sob nº 823.755.339. Coordenador Geral: Henrique Isliker Pátria Diretora Executiva: Maria da Glória Bernardo Isliker

ração que junho de 2019 não tenha sido um

TI: Vicente Bernardo

dos melhores meses para o setor.

Consultoria jurídica: Marcia V. Vinci - OAB/SP 132.556 mvvinci@adv.oabsp.org.br

Já o Índice de Confiança Empresarial (ICE), que consolida os índices de confiança setoriais produzidos pela FGV/Ibre, também apresentou alta de 14,5 pontos do índice em junho

Editor e Jornalista Responsável: Henrique Isliker Pátria - MTb-SP 37.567 Repórter Especial: Marcus Frediani - MTb:13.953

de 2020 – atingindo 80 pontos –, atestando a

Projeto Editorial: Grips Editora

recuperação do Índice de Situação Atual dos

Projeto Gráfico e Edição de Arte / DTP: Ana Carolina Ermel de Araujo Capa: Criação: André Siqueira - Montagem com fotos do Shutterstock e fotos de divulgação

Empresários (ISA-E), que subiu vigorosos 7,2 pontos, para 63,9 pontos. Complementando a sequência dos bons números, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 8,9 pontos no período, batendo nos 71 pontos. Nós aqui, da Siderurgia Brasil, também nos reinventamos. Lançamos o nosso Blog, inauguramos nosso portal, demos forma definitiva à nossa edição digital, e queremos fazer parte dos seus esforços para recolocarmos a siderurgia nacional no seu devido e merecido lugar de destaque. E, para nos aperfeiçoarmos ainda mais, estamos sempre a postos e à disposição para ouvirmos seus conselhos, suas críticas e sugestões. Bom retorno, e sigamos juntos!

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A INDÚSTRIA DO AÇO

A INDÚSTRIA DO AÇO

O "Novo Normal" da Siderurgia

Brasileira

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após a Covid -19

Com a pandemia da COVID-19, a indústria siderúrgica nacional praticamente involuiu 25 anos em sua história.

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Marcus Frediani

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A INDÚSTRIA DO AÇO

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A INDÚSTRIA DO AÇO

I

Infelizmente, o estágio da indústria nacional do aço é de UTI, que, embora impulsionado abrupta e intensivamente pela pandemia do coronavírus. “Os resultados de 2019 f rustraram nossas expectativas, uma vez que não tivemos uma retomada do crescimento econômico nas proporções e velocidade que eram previstas”, comentava à Revista Siderurgia Brasil - Sergio Leite de Andrade, presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, já no último mês de janeiro deste ano, ainda quando o “furacão” da COVID-19 tinha ventos de tempestade tropical. Contudo, o cenário piorou – e muito – desde aquela época. E já em abril último, cristalizou uma situação de total desespero para os fabricantes de aço no país. Por conta da pandemia da COVID-19, as vendas despencaram tanto, que retrocederam ao patamar de 1995, ou seja, de 25 anos atrás. Os grandes clientes, como fábricas de autopeças, automóveis e de

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máquinas e equipamentos, pararam de fazer pedidos, pois estavam paralisando suas operações. Outros consumidores – como aqueles da construção civil, da infraestrutura e da linha branca – também reduziram demanda a níveis praticamente insuportáveis. “Estamos vivendo uma crise de demanda com uma profundidade nunca vista antes”, registrou Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil em entrevista ao Valor Econômico, no dia 24 de abril. Segundo ele, as usinas de aço no país estão operando com 41% da capacidade instalada, um terço menor do que os 62% que estava no início do ano. “Se consideramos que 80% é o nível de uma operação saudável para essa indústria, estamos na metade disso”, lamentou Lopes.

bruto foi de 8,0 milhões de toneladas no acumulado do primeiro trimestre de 2020, o que representa uma queda de 7,0% quando comparada com o ocorrido no mesmo período de 2019. Em relação aos laminados, a produção de 5,7 milhões de toneladas equivale a uma retração de 2,6% comparativamente aos mesmos meses de 2019. Já a produção de semiacabados para vendas totalizou 2,1 milhões de toneladas, 9,5% inferior ao registrado no mesmo período de 2019 (NE: Devido a uma perda que ocorre durante o processo produtivo do aço, a soma da produção de laminados e semiacabados para vendas não equivale ao total da produção de aço bruto).

Ainda segundo o Instituto Aço Brasil as vendas internas atingiram 4,5 milhões de toneladas de janeiro a março de 2020, apresentando uma queda de 0,7% em relação aos mesmos meses de 2019. Já o consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos somou 5,1 milhões de toneladas nos três primeiros meses de 2020. Comparando com o mesmo período do ano anterior, houve queda de 0,6%. Enquanto isso, as importações caíram 15,4% no acumulado de 2020, comparativamente ao mesmo período do ano anterior, totalizando 519 mil toneladas. Esse volume resultou em US$ 563 milhões de importação, uma redução de 10,8% na

Quedas substanciais Com efeito, segundo o balanço recente da entidade, a produção brasileira de aço Junho/2020 | Siderurgia Brasil

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A INDÚSTRIA DO AÇO

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A INDÚSTRIA DO AÇO

mesma base de comparação. Complementando negativamente o quadro, as exportações atingiram 3,2 milhões de toneladas e US$ 1,6 bilhão nos primeiro trimestre de 2020, o que representa queda, respectivamente, de 1,3% em volume e de 16,2% em valor na comparação com o mesmo período de 2019. Piora à vista E, segredo nenhum, as perspectivas para a indústria do aço no segundo trimestre de 2020 são ainda mais sombrias. De acordo com Marco Polo de Mello Lopes, o recuo deste período sobre os três primeiros meses do ano deve orbitar os 40%. Com isso, a previsão para o ano é de 20% de queda nos negócios ou de uma cif ra ainda maior, caso haja uma demora na implementação de um plano de retomada da economia brasileira. “No cenário de hoje, um dia é curto prazo, uma semana médio e um mês é 10

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longo prazo”, registrou na reportagem do Valor Econômico. Além da perspectiva de baixo consumo em função da suspensão dos negócios imposta pela pandemia, a projeção do presidente executivo do Instituto Aço Brasil leva em consideração também a paralisação e/ou desmobilização de vários altos-fornos anunciada por empresas como Usiminas (dois), Gerdau (um) e ArcelorMittal (dois), bem como de outros à base de carvão vegetal, além de uma aciaria e laminação de Cubatão, ambas da Usiminas. No segmento de aços longos, material usado na construção civil e imobiliária, ArcelorMittal e Gerdau desativaram várias fornos elétricos e laminações de aço. “A crise de demanda é dramática e o setor já enfrenta 20% de inadimplência de clientes, com muitos postergando pagamentos de faturas por mais de 180 dias”, afirmou o executivo ao Valor,

citando, inclusive, o caso da Petrobras, que tem poder de acesso a crédito, mas está impondo postergação de entregas e pagamentos para o início de 2021. E vale lembrar que isso tudo, somado ao empoçamento dos recursos que os grandes bancos deveriam repassar em créditos às empresas, cria o cenário de “tempestade perfeita” para um futuro cada vez mais incerto para as usinas. Esses temas, aliás, foram discutidos em reunião por videoconferência entre representantes da Coalizão Indústria – grupo de 13 setores da indústria de transformação do país – e o ministro da Economia, Paulo Guedes, na tarde do dia 23 de abril, com o intuito de encontrar soluções para o enf rentamento da crise da COVID-19, bem como para a retomada da atividade econômica. “A grande prioridade para o país é o combate à pandemia, porque saúde é o bem maior; e a segunda prioridade é o

emprego”, destacou Lopes, enfatizando que o que se busca não é uma retomada do zero para 100%, da noite para o dia, mas uma def inição de volta da atividade planejada e com segurança. “Contudo, se houver muita demora na implementação desse plano, o risco é de uma crise social em massa”, fez questão de registrar o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil. Comércio global No âmbito internacional, o aumento da retórica protecionista ao longo do planeta em 2019 – bem como pelo primeiro declínio do comércio global em dez anos, em dezembro último –, já antecipava quedas signif icativas no fluxo de negócios ao redor do mundo. Assim, mesmo antes da crise da COVID-19, prenunciava uma tendência mundial e duradoura à qual as empresas precisariam se adaptar, ao largo de um cenário de graves incerJunho/2020 | Siderurgia Brasil

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A INDÚSTRIA DO AÇO

tezas que já não oferecia grandes perspectivas de recuperação em 2020. A Coface antecipa que o comércio internacional crescerá apenas 0,8% em 2020. É improvável que o acordo de trégua entre os Estados Unidos e China restaure a conf iança das empresas ou aumente signif icativamente a indústria e o comércio mundial, especialmente porque apenas 23% das medidas protecionistas tomadas entre 2017 e 2019 afetam os Estados Unidos ou a China. O aumento do protecionismo é, portanto, uma tendência global e duradoura à qual as empresas precisarão se adaptar. Ato contínuo, as incertezas relacionadas ao ambiente protecionista também contribuem para a volatilidade dos preços das mercadorias, particularmente os da agricultura, metais e petróleo. De acordo com os modelos de previsão do mais recente Barômetro Coface – empresa-líder em seguros de crédito co12

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mercial e serviços especializados adjacentes, incluindo factoring, cobrança de dívidas, seguro de risco único, bonding e informações, publicado no dia 20 de abril, os preços do aço continuarão caindo ao redor do planeta nos próximos seis meses, penalizando as empresas do setor, especialmente porque o crescimento na China, que responde por metade da demanda global da liga – deverá atingir apenas 5,8% este ano. Dessa forma, a avaliação de risco do setor de metais foi rebaixada em cinco países, incluindo Estados Unidos e Itália. Além disso, ainda segundo o levantamento da Coface, o baixo nível contínuo de preços do petróleo, apesar das incertezas geopolíticas – e agravado pela crise do coronavírus – deverá exercer forte pressão no mercado internacional, prejudicando alguns produtores endividados, principalmente nos Estados Unidos.


CONJUNTURA ECONÔMICA

CONJUNTURA ECONÔMICA

Indústria: o que temos Pra hoje e pra amanhã

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Não existem receitas “mágicas” para sair da crise da COVID-19. Nesse cenário, viver o dia a dia, mantendo boas expectativas para o futuro, parece a melhor saída.

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Marcus Frediani

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Não é preciso ser guru para saber que a crise no setor industrial brasileiro é estrutural, aspecto que, sim, persiste há décadas, mas que passou a se tornar mais claro num momento até recente, quando o país ensaiou uma retomada para começar a superar os impactos dos efeitos da crise subprime norte-americana. Em outras palavras, bem antes do início da tragédia social e financeira da COVID-19. E nada “melhor” do que a pandemia poderia atestar essa constatação acachapante quanto a pandemia do Junho/2020 | Siderurgia Brasil

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CONJUNTURA ECONÔMICA

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novo coronavírus, que, além de mudar radicalmente o cenário de expectativas – que, no final de 2019, apontavam para um aparente crescimento contratado da economia brasileira –, também mergulhou Desventuras em série o Brasil e o mundo todo numa das mais E de que forma particularmente o Brasil sombrias épocas de sua história recente. tende a ser atingido por esse imbróglio? “Nesse contexto, não se trata mais de “Serão vários os impactos sobre a ecoquais países e setores de atividade serão nomia brasileira, a começar pelas exporafetados por esse chotações e a balança comerque, mas dos (pouquíscial em geral. Somos muito Como resultado simos) que serão poudependentes de exportada crise da pados. [...] Em 2020, [...] ções de commodities, bem espera-se que 68 países como das encomendas chiCOVID-19, os entrem em recessão, em nesas. Como resultado da preços e a demanda comparação com apecrise da COVID-19, os preços por produtos nas 11 no ano passado [...] e a demanda por produtos mesmo que a atividade brasileiros vão cair. brasileiros vão cair. A indúseconômica seja retomatria local de alta tecnologia Antonio Corrêa de Lacerda, da no 3º trimestre, sem também deverá enfrentar presidente do Cofecon uma segunda onda da problemas, pois tem a ChiCOVID-19 no 2º semestre deste ano. [...] na como o seu principal fornecedor de Por fim, a pandemia deve trazer muitas componentes”, registra Antonio Corrêa consequências políticas, sendo a mais de Lacerda. óbvia o aumento, no curto prazo, das tenNa análise pelo economista, nem em sões geopolíticas existentes”, projeta, de uma situação de normalidade a defesa do forma nada animadora, o Barômetro de ajuste fiscal e as reformas seriam suficienRisco País e Setorial publicado pela Co- tes para estimular a retomada do cresface, empresa-líder mundial em seguros cimento econômico brasileiro. Segundo de crédito comercial, publicado no últi- ele, insistência em um ajuste fiscal só vai mo dia 6 de abril. aprofundar a crise, porque cortar gastos reduzirá a demanda efetiva e, por tabela, a receita do Estado, gerando desequilíbrio, e não ajuste fiscal. “E se é para haver desequilíbrio fiscal, o melhor a fazer é

CONJUNTURA ECONÔMICA

ampliar os gastos públicos, especialmente em investimentos, como aqueles em infraestrutura, programas sociais, educação e saúde. Essa é a receita tradicional e mais viável para combater a crise”, pontua. Acerca disso, Lacerda sublinha outras iniciativas prioritárias para evitar o desaquecimento da economia doméstica, tais como a continuidade dos cortes na taxa Selic, bem como a adoção de medidas que garantissem a efetiva redução dos juros aos tomadores finais, a fim de aquecer o crédito, incluindo a tomada de empréstimos para capital de giro pelas empresas e o consumo de forma geral. E, na leitura do economista, a adoção de tais condutas não deverá conspirar para um eventual repique da inflação, nem mesmo tendo a forte desvalorização

do real em relação ao dólar: “A atual crise tem viés nitidamente deflacionário, apesar do comportamento recente do câmbio. Em algum momento mais à frente, o real vai se recuperar. Está claramente havendo um overshooting da taxa do dólar no Brasil. Os juros e a Bolsa em baixa contribuem para isso, é claro, mas há muita especulação com a moeda. Não acredito que esse nível de preço veio para ficar, e também não creio que a volatilidade vá durar pensando no decorrer deste ano. Ou seja, teremos mais desvalorização, sim, mas não entendo que isso vá se consolidar. De resto, como a demanda no mercado interno – que já não é das mais intensas – tende a cair, não haverá espaço para o crescimento da inflação”, finaliza o presidente do Cofecon. Junho/2020 | Siderurgia Brasil

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CENÁRIOS & PERSPECTIVAS

CENÁRIOS & PERSPECTIVAS

Como será o amanhã?

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Quais são os cenários possíveis para a economia brasileira no pós-COVID? E como se dará a retomada dos negócios da indústria nacional nesse momento tão ansiosamente esperado? Algumas respostas para essas perguntas já começam a aparecer. Marcus Frediani

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Duas perguntas cruciais que os empresários brasileiros se fazem no momento atual é quanto tempo a crise do novo coronavírus ainda vai durar, e como será, de verdade, o tão falado “novo normal” da economia e da indústria brasileira no pós-pandemia. E, com toda certeza, as respostas de US$ 1 trilhão para cada uma delas são bastante incertas. Contudo, há quem arrisque alguns cenários possíveis. E esse é o caso da Deloitte, empresa que oferece serviços de auditoria, consultoria empresarial, assessoria financeira, gestão de riscos e consultoria tributária para clientes públicos e privados dos mais diversos setores. Para tentar jogar um pouco de luz sobre o assunto e entender quais foram os principais impactos da crise até o Junho/2020 | Siderurgia Brasil

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CENÁRIOS & PERSPECTIVAS

CENÁRIOS & PERSPECTIVAS

momento e as perspectivas de recuperação dos negócios estabelecidos no Brasil, ela realizou recentemente uma pesquisa inédita com 1.007 executivos de 662 empresas om tos.c o em 32 segmenh p t i epos oto: D F tos de atividades. E a boa notícia é que os resultados do estudo foram até positivos: 74% dos representantes de organizações entrevistadas acreditam que a recuperação virá entre seis e 18 meses após o fim do confinamento, uma vez que, no entendimento deles, a crise estimulou adaptação rápida das operações a uma nova realidade, com melhoria da maturidade de gestão em várias frentes de negócios. Em outras palavras, embora o levantamento retrate um cenário de impactos sem precedentes nas organizações, revela também uma capacidade de reação rápida da maior parte delas, acelerando mudanças em diversas frentes, a partir de ações já implementadas ou a implementar até junho, dentro do intervalo que compreende cerca de 100 dias após a decretação da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Entre os entrevistados de setores que apostam numa retomada mais rápida, no período de seis meses, estão os de TI e telecom, agronegócio, alimentos e bebidas, 20

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extração mineral, serviços de educação, serviços às empresas, metalurgia e química, higiene e limpeza. Já o grupo de setores que acreditam numa recuperação mais lenta, em até 18 meses, é composto por comércio, transporte e logística, turismo, hotelaria e lazer, veículos e autopeças, associações e ONGs, bens de consumo, construção, saúde e farmacêutica”, destaca Ronaldo Fragoso, sócio líder da Deloitte para as Respostas de Negócios à COVID-19. Tecnologias e meios digitais Fato é que, diante da necessidade de uma mudança brusca no regime de operação – com a virtualização radical do trabalho em muitos casos –, as empresas precisaram responder com muita rapidez às novas demandas tecnológicas. A adaptação para o uso de novas plataformas digitais e/ou o fortalecimento das que já eram empregadas tem sido fundamental para apoiar a manutenção das atividades para grande parte das empresas participantes. Paralelamente, a forma e a força de trabalho têm sofrido ajustes para também se adequar a essa revolução. A necessidade de colaboração e trabalho em rede, a fusão entre gerações, o

pensamento ágil, a experimentação e o erro como feedback que retroalimenta a inovação, colaboradores e consumidores cada vez mais questionadores são realidades em franca expansão, e que deverão ser cada vez mais vistas no pós-COVID. Todos esses movimentos acabam por demandar mudanças, por vezes, radicais na cultura das empresas, e esse costuma ser o ponto nevrálgico dessa nova dinâmica: “O maior causador de insucessos em estratégias de transformação digital é a resistência às mudanças culturais”, alerta Robson Bessa, fundador da UNBLOCK.IT, boutique especializada em estratégias de transformação de negócios. Por conta disso, uma das áreas-chave para catalisar a transformação digital e de cultura digital é o RH, que precisa se reinventar e aprender a ser um RH Digital, agindo como parceiro de negócios da alta gestão e assegurando uma transição cultural suave e perene. Finalmente, é fundamental que durante esse processo de readequação as empresas entendam muito bem o papel e façam o uso correto da tecnologia, a fim de que ela funcione como uma valiosa ferramenta não só para a transição, como também de apoio para a empresa enfrentar com eficiência e eficácia a nova realidade no pós-crise. E entre as tecnologias propulsoras da transformação digital está a Inteligência Artificial (IA), que pode ser usada em toda a cadeia de valor da companhia, da gestão de operações e das áreas até a

gestão da experiência do cliente. E alguns fatores fundamentais para a propulsão da IA nesse cenário futuro deverão ser a explosão de geração e uso massivo de dados, os múltiplos avanços no desenvolvimento de algoritmos avançados, o Cloud Computing (ou “Computação em Nuvem”) e as aplicações Open Source, um software de código aberto, que possibilita que usuários interajam com a ferramenta e proponham melhorias e adaptações aos sistemas. Segundo Bessa, para vencer os desafios do pós-pandemia será necessária também a perfeita compreensão do Big Data e o domínio dos avanços em Deep Learning, que permite uso de tecnologias de reconhecimento de voz, visão computacional, processamento de linguagem natural, entre outros, por meio do pleno e adequado uso de algumas ferramentas, tais como a Robotic Process Automation (RPA), potencializada pela IA; as assistentes virtuais, como a BIA (Inteligência Artificial do Bradesco); a Internet das Coisas (IoT), como nos wearables e carros autônomos; e, ainda, as realidades aumentada e virtual. “E todo esse avanço no uso da IA só será possível em função de três recursos que já avançaram muito e continuam evoluindo: capacidade computacional, processamento de dados e conectividade”, finaliza o fundador da UNBLOCK.IT. E como será o “Novo Normal” de sua empresa? Qual o cenário que você vai viver? Junho/2020 | Siderurgia Brasil

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ECONOMIA

ECONOMIA

Em qualquer planejamento divulgado a previsão do PIB futuro é sempre algo esperado. Mas qualquer alteração no contexto muda tudo.

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Henrique Pátria

Um dos índices mais esperados no final de cada ano e no início do novo período é como será ou como irá se comportar o PIB de um estado de uma nação ou até o PIB global. Baseado em números passados os economistas e “gurus de plantão” fazem uma estimativa que serve de orientação principalmente para investidores, governantes e outros interessados projetarem suas ações. No entanto, a “válvula de escape” para os erros que sempre ocorrem – alguns até absurdos – é a mudança brusca de cenário, como aconteceu neste ano de 2020, pois no fim do ano passado muito ou nada se sabia sobre esta pandemia que mudou o eixo do mundo – E ainda não acabou! Pois bem com base nestas colocações foram divulgados os números do PIB de abril aqui em terra tupiniquim e tivemos o pior momento para a economia brasileira, mas o fundo do poço foi um pouco mais “raso” do que o previsto inicialmente, enquanto indicadores dispoSiderurgia Brasil | Junho/2020

níveis para maio e junho mostram reação modesta da atividade econômica. Ainda que não se têm cenário confiável alguns economistas já prevêem que com os dados conhecidos a queda será menos pronunciada do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, mais perto de 10% do que 15%. Da mesma forma a onda de revisões pessimistas para o desempenho da economia brasileira em 2020 também deve ser contida. Segundo o jornal Valor Econômico em informações divulgados na semana passada o índice de Atividade Econômica do Banco Central caiu 9,73% entre os meses de março e abril. Isto já considerando os ajustes sazonais depois de ter recuado 6,16% na medição anterior (dado revisado de retração de 5,9%). Segundo a informação foi o pior resultado para o mês da série histórica do BC. Conforme esperado, a medição refletiu as medidas de isolamento social adotadas para conter o avanço da pandemia do

duas maiores economias, Brasil e México, têm estimativa de contração de 9,1% e 10,5%, respectivamente em 2020”, apontou o Fundo. Ainda segundo a nota e de forma inédita, o FMI também divulgou uma atualização dos indicadores de contas públicas do documento Monitor Fiscal, divulgado em abril. Como a crise global é profunda e demandou uma elevação substancial dos gastos de governos, que atingiu US$ 10,7 trilhões para atender as demandas de saúde pública e para evitar que o nível de atividade entrasse em depressão, ocorreu um aumento generalizado para o déficit nominal e dívida pública bruta dos países-membros do Fundo. No caso do Brasil, o déf icit nominal deverá atingir 16% do PIB neste ano, acima dos 9,4% estimados em abril. Em relação a 2021, o indicador atingirá 5,9% do PIB, pouco abaixo dos 6,1% previstos há dois meses. Nesse contexto, a dívida pública bruta deverá superar os 100% do PIB neste ano e no próximo. Para 2020, deve atingir 102,3% do PIB, nível maior que os 98,2% projetados em abril. Em relação a 2021, haverá uma redução, mas atingirá 100,6% do Produto Interno Bruto, acima dos 98,2% da estimativa anterior. Junho/2020 | Siderurgia Brasil

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O PIB brasileiro

covid-19. Já existem dados disponíveis de maio e projeções de junho que mostram recuperação o que leva a alguns economistas e especialistas dizerem que a queda não será tão acentuada no segundo trimestre que vai de abril a junho. Vamos conferir os números reais. Dependendo desta apuração poderemos ter uma melhor visão de como deve se comportar o segundo semestre. Inicialmente tínhamos uma projeção de crescimento que variava em função das metodologias empregadas, e que chegamos a divulgar em nosso Anuário Brasileiro da Siderurgia que apontava para um crecimento que variava de 2,5% para os mais pessimistas até 4,5% para os mais otimistas. Após dois meses de paralisação os números sugeridos variavam de uma queda de 7% a 9%. Já em termos mundiais conforme divulgado pelo Boletim do FMI – Fundo Monetário Internacional a evolução da pandemia e a dificuldade de sua contenção fez a projeção para o Brasil piorar de -5,3% em abril para -9,1%, de acordo com as atualizações de previsões do documento Perspectiva Econômica Mundial. Já para 2021, o FMI elevou a estimativa de crescimento de 2,9% para 3,6%. “Na América Latina, onde muitos países continuam lutando para conter o surto, as

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SUSTENTABILIDADE

SUSTENTABILIDADE

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Com a pandemia do novo coronavírus, alguns setores, como o de siderurgia, sof reram impactos imediatos e avassaladores. Algumas estimativas de órgãos internacionais já preveem quedas mínimas de 20% no consumo aparente do aço em 2020. E, para piorá-lo ainda mais, a siderurgia deverá ser impactada também pela escas-

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Marcus Frediani

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Siderurgia Brasil | Junho/2020

sez de matéria-prima gerada pela interrupção na produção de mineradoras ao redor do planeta. “Em meio ao cenário de incertezas, a sustentabilidade surgiu em torno dos anos 70 como fruto das grandes inovações tecnológicas e industriais do momento. Logo, é quase impossível falar de sustentabilidade sem levar a inovação em consideração. Do ponto de vista prático, é absolutamente normal manter um negócio tradicional, como é a fabricação de aço, mas ainda assim, as siderúrgicas devem investir em recursos inovadores que possam propiciar melhoria nos processos de ges-

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Grupo NLMK aposta na criatividade e na inovação com foco na sustentabilidade para vencer e superar crises, como esta da pandemia da COVID-19.

Novas capacidades Com efeito, num setor cada vez mais competitivo como é o da siderurgia, criatividade e inovação nas ações voltadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento social, criam perspectivas amplamente encorajadoras, inclusive no que também se refere à saúde f inanceira das empresas, o que é o pilar do desenvolvimento econômico. “Hoje em dia, há uma série de abordagens para incentivar a inovação para a sustentabilidade dentro das organizações, como a que adotamos no Grupo NLMK, ao estabelecer metas desafiadoras, que incluem alcançar objetivos de desenvolvimento sustentável e contribuir para a

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Saída pelo social

tão e qualidade dos produtos, por exemplo”, explica Paulo Seabra, diretor geral da NLMK South America Sales, empresa que integra um dos mais eficientes sistemas integrados de aço do mundo.

conservação ambiental e o bem-estar da comunidade, sempre alinhados aos interesses econômicos de longo prazo”, destaca o diretor geral da empresa, que desde o ano 2000, conta com um programa que já implementou cerca de 200 projetos para modernizar as instalações de produção existentes. Foram US$ 5 bilhões em investimentos, dos quais mais de 10% destinados a projetos ambientais. “Quando ponderamos a importância do aço no nosso dia a dia com a imensa capacidade da indústria siderúrgica de inovar e se manter sustentável, podemos concluir que o setor sempre terá forças para superar a ocorrência de crises, como esta da COVID-19. Em face a cenários imprevisíveis e não favoráveis, o setor terá que aprender a se adaptar no curto prazo e, caso necessário, a tomar medidas drásticas para atravessá-las”, finaliza Paulo Seabra. Junho/2020 | Siderurgia Brasil

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ESTATÍSTICAS

Produção Nacional de aço apresentou recuo de 15,9% em maio em relação ao ano passado

ESTATÍSTICAS

Produção Siderúrgica Brasileira

Instituto Aço Brasil - IABR afirma que futuro da indústria siderúrgica brasileira ainda é de muitas incertezas.

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Segundo dados divulgados pelo Instituto foi de 12,1 milhões de toneladas, o to Aço Brasil em 18 de junho úlque representa uma queda de 15,9%. timo, relativos ao desempenho A produção de laminados no mesdo setor em maio, os números mo período foi de 8,5 milhões de foram menos tenebrosos do que toneladas, 13,4% menor do que o indicavam no início do processo registrado em 2019. A produção do conf inamento. A produção nacional de semiacabados para vendas totalizou de aço bruto foi de 2,2 milhões de tone- 3,3 milhões de toneladas de janeiro a ladas, com um aumento maio de 2020, uma redu20,8% em relação ao mês ção de 11,4% na mesma anterior e as vendas inbase de comparação. As vendas ternas com crescimento As vendas internas fode 22,6% em compararam de 6,8 milhões de internas foram ção com o mês de abril. toneladas de janeiro a de 6,8 milhões O consumo aparente maio de 2020, o que rede toneladas de de aço também cresceu presenta uma queda de 19,7% e as exportações fo12,3% quando comparajaneiro a maio ram superiores em 6,5%, da com o apurado em de 2020 em relação a abril. igual período do ano anJá em relação aos cinco terior . O consumo apameses iniciais de 2020, rente nacional de procom relação ao mesmo período do ano dutos siderúrgicos foi de 7,6 milhões de passado a produção brasileira de aço bru- toneladas no acumulado até maio de Siderurgia Brasil | Junho/2020

2020, o que representa uma redução de 12,6% f rente ao ocorrido nos cinco primeiros meses de 2019 . "Apesar do 1º semestre não ter sido tão negativo quanto o previsto no início da crise provocada pela pandemia do COVID-19 no mundo, os números demonstram a gravidade da crise de demanda que a indústria de aço está enf rentando. Mesmo com o início da flexibilização do isolamento social, que vínhamos defendendo, sempre com base em protocolos de segurança que protejam a população, o futuro próximo ainda é de muita incerteza", diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil. Neste mês de maio a ocupação da indústria subiu para 51% da capacidade instalada frente a 40,8% registrado no mês

anterior e com a expectativa de que a retomada do mercado interno ocorra de forma gradativa. Com isso as exportações se apresentam como alternativa para melhorar essa condição. Segundo a nota: "Para tanto é necessário que o governo aprove de imediato o aumento do Reintegra para corrigir parcialmente as assimetrias competitivas na exportação, com o ressarcimento dos resíduos tributários", afirma Lopes. O Aço Brasil também divulgou o Índice de Confiança da Indústria do Aço do mês de maio, que retrata essa situação. "O ICIA, que atingiu o índice de 46,9 pontos, indica que os CEO´s do setor estão menos pessimistas quanto à situação atual e melhoraram suas expectativas em relação aos próximos seis meses", finaliza Marco Polo. Junho/2020 | Siderurgia Brasil

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ESTATÍSTICAS

ESTATÍSTICAS

Distribuição de aço mostra os primeiros sinais de reação Números apurados e divulgados pelo Inda mostram que a queda nas vendas foi menor do que a esperada. É um bom sinal!

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Segundo dados divulgados nesta semana pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço – Inda e que refletem o mercado de aços planos no Brasil as vendas do setor apresentaram crescimento de 26,4% em relação a abril, representando um total de 209,8 mil toneladas. Sobre o mesmo mês do ano passado, porém, foi mantida a

INDA

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curva de declínio e apurou-se queda de 22%. Isto está claramente explicado em função dos impactos do coronavírus e das medidas de quarentena e do distanciamento social adotados. Com isso Carlos Loureiro presidente do Inda em entrevista que nos concedeu para falar dos números, disse que diante do crescimento do setor, aliado ao que ele tem ouvido de alguns empresários esEvolução das Vendas pera que junho deste Arte com motivo aço ano seja muito pareVendas (últimos 12 meses) Variação YoY (%) cido com o resultado 15,0% de junho do ano pas10,0% sado, que segundo 3.282,8 5,0% 3.174,5 ele não foi um mês 3.039,6 3.035,9 0,0% 2.906,1 -3,3% tão bom. Só para -5,0% -10,0% lembrar no ano pas-15,0% sado as vendas gira-20,0% ram em torno de 250 -25,0% mil toneladas. Isso será um crescimento de mais de 20%.

DICI – Departamento de Inteligência Competitiva INDA

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Siderurgia Brasil | Junho/2020

maio/2020 maio/2016

Segundo Loureiro “Provavelmente o toneladas. O giro passou a ser de 4 meses fundo do poço foi em abril e o cenário que é um número muito elevado. com que nos def rontamos agora é muiMesmo com as observações em outra to positivo”. Quanto às projeções Lou- parte de nosso portal (na matéria relativa reiro concorda que o Brasil é um país a ajustes de preços) as importações ende incertezas. Quando cerraram o quinto mês se espera uma situadeste ano com alta de ção acontece outra. Ele 32% em relação a abril, me relatou que reprecom volume total de 74,8 Provavelmente sentantes da CSN que mil toneladas. Mas houve têm em suas linhas queda de 41% se compao fundo do poço uma fabrica de cimenrarmos com igual época foi em abril e o to disseram que todo de 2019, quando foram cenário com que nos registradas entradas de o cimento produzido está sendo colocado no 126,8 mil toneladas. defrontamos agora mercado e consumido. Por fim falou sobre as é muito positivo Ou seja, a indústria da projeções para este ano construção civil já rede 2020. A expectativa initomou seu ritmo e esta cial do ano era de encerperto da normalidade. rar o exercício com cresciDá para se deduzir que o mesmo ocor- mento de 5% tanto em vendas quanto em rerá com a indústria do aço que fornece compras sobre 2019. Com o desempenho para a construção civil que também re- impactado pela pandemia, no mês passatornando à sua normalidade. do, já se falou em uma queda de 25% das Voltando aos números nas compras vendas, considerando uma possível recuhouve alta de 10,8% perante abril, com peração do mercado no segundo semestre. volume total de 198,5 mil toneladas soAgora, a estimativa é de retração entre bre as 179,1 mil do mês anterior. Já no 10% e 15%. comparativo com maio do ano passa“Não dá para pensar numa recuperação do (246 mil toneladas), houve queda total do setor. Vamos tentar apenas dimide 19,3%. nuir os impactos negativos. Crescimento Com isso o estoque de maio apresen- só no ano que vem, pois 2020, definitivatou queda de 1,3% em relação ao mês an- mente, será um ano negativo”, concluiu terior, atingindo o montante de 848,8 mil Loureiro. Junho/2020 | Siderurgia Brasil

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ESTATÍSTICAS

VITRINE

CSP e o meio ambiente

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Segundo a Alacero: “A produção de aço, como a de outros setores industriais da região da América Latina, foi afetada pela crise econômica induzida pelo Covid-19, registrando uma queda de 34% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado” . Globalmente, a produção em abril de 2020 diminuiu 13,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto a China subiu 0,2% no período. Em relação a março, o mundo caiu 7% e a China, 8%. Ao contrário da América Latina, a China está crescendo novamente devido à sua saída precoce da quarentena e ao grande estímulo econômico que está implementando. "O risco é que a China, que iniciou sua recuperação, busque colocar seu superávit através das exportações, como vem fazendo, gerando maiores danos à indústria latino-americana e atrasando ou limitan-

Siderurgia Brasil | Junho/2020

do a recuperação da região, o que será necessário. nos próximos meses", alerta Francisco Leal, CEO da Alacero. A produção de aço bruto na América Latina em abril totalizou 3,55 milhões de toneladas (Mt), o que representa uma queda de 34% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 14% no acumulado do ano, atingindo 18,3 Mt. Em abril, a produção de aço bruto pela rota BOF diminuiu 22% em relação a março (3,56 Mt), um valor que não é visto desde 2009. Na produção de laminados, a queda é de 32% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas um número acumulado registrou uma queda de 10%. Em abril, os efeitos da pandemia começaram a se espalhar. No entanto, eles tiveram um impacto maior na Argentina e no Brasil, com uma queda de 73% e 37%, respectivamente, em comparação com abril de 2019 neste indicador.

Localizada no Complexo Industrial de Pecém, no Ceará, a Companhia Siderúrgica do Pecém teve sua Licença de Operação (LO) renovada por mais seis anos pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace) compro-

vando que ela vem mantendo os cuidados com o meio ambiente local. O documento de renovação foi assinado dia 29 de maio e todos os requisitos estão de acordo com as exigências das legislações ambientais. A empresa divulgou ainda que mantém um espaço no seu site para as questões ambientais que é: https://www.cspecem.com/pt-br, na aba “sustentabilidade/meio ambiente”. www.cspecem.com

Novidades da Ford aumentarão a segurança ao dirigir Após a era dos caminhões sem motoristas, dirigidos remotamente, chegou a vez da Ford apresentar novidades no campo do arsenal de tecnologias de assistência ao motorista, visando aumentar a segurança. Está sendo introduzido um pacote de medidas chamado Co-Pilot360 –, incluindo um sistema que permite dirigir sem as mãos na estrada, o Active Driver Assist. O Ford Mustang Mach-E, futuro SUV elétrico da marca, será o primeiro veículo a oferecer essa tecnologia, que poderá ser usada em mais de 160.000 km de rodovias inicialmente nos EUA e Canadá. A Ford testou o funcionamento do Active Drive Assist na neve, chuva, sol forte, noites escuras, engarrafamentos e estradas, em centenas de milhares de quilômetros nos EUA, Canadá e Europa, para que a tecnologia esteja pronta a lidar com a variedade de condições do mundo real. www.ford.com.br Foto: Divulgação Ford

Segundo os dirigentes da Alacero, entidade que concentra os produtores latino-americanos, o grande risco é que a China que já retornou a sua produção venha colocar sua super produção em nosso continente, atrasando ainda mais a nossa retomada.

Foto: Divulgação

Grande retração na produção na América Latina

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No “novo normal” as compras on-line têm presença garantida capa132_ALTA.pdf

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óci os do aço A rev ista de neg

Grips Editora – Ano 20 – Nº 133 – maio/ju nho 2019

brasil

A revista de negócios do aço

137 junho 2020 – Ano 21 – Nº Grips Editora

Foto: Depositphotos.com

Segundo indicações de pesquisa de opinião realizada pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) a pandemia deixou o setor de vendas on-line mais forte e cerca de 70% da população pretende comprar mais em sites e aplicativos. A mesma pesquisa indica que para 61% dos entrevistados, as compras foram feitas em e-commerce por causa do isolamento social. Outros pontos levantados pela SBVC são o aumento no consumo e a satisfação, oriundos das boas experiências de consumo. A pesquisa apontou que 78% das pessoas questionadas estão satisfeitas com a experiência de compra online.

A ESTREITA RELA ÇÃO EN

TRE A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍST ICA E A SIDERU RGIA

AL" DA O "NOVO NORMASILEIRA BR SIDERURGIA D-19? APÓS A COVI C

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STICAS DO SETOR PREVISÕES E ESTATÍ

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