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GESTÃO EMPRESARIAL
O administrador de uma empresa moderna sabe que a cada dia ele terá de se posicionar em relação aos cuidados ambientais e tudo que representa a sigla ESG que já é uma exigência mundial, para não ficar para trás na corrida pelo mercado. Veja uma interessante constatação de que o Blockchain e ESG podem se tornar uma aliança importante para tal gerenciamento.
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FILIPE RIBEIRO DUARTE*
Nos últimos anos, a expressão ESG (Environmental, Social and Governance) tem se tornado um tema frequente nos noticiários, nas pesquisas na internet – (Conforme apurado pelo Google Trends, a pedido do Valor Econômico, as buscas pelo tema ESG cresceram 150% no ano de 2021, comparando-se a 2020) e pautas de investidores e diretores das empresas. O crescimento é compreensível por diversos fatores, e dois merecem destaque. O primeiro, é a finitude dos recursos naturais e respectivo impacto ambiental e social que as empresas naturalmente ocasionam versus o crescimento da demanda por serviços, produtos e da própria população. O segundo, é a tendência do direcionamento dos recursos financeiros dos principais investidores para empresas que pensam ESG na condução de seus negócios.
Segundo pesquisa realizada pela PWC, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuo na Europa considerarão os critérios ESG na hora de investir, bem como 77% dos investidores entrevistados indicam que pretendem não adquirir produtos não ESG nos próximos anos. Não custa também lembrar que o CEO da Black Rock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, tem se manifestado reiteradas vezes para dizer que a gestora direcionará seus investimentos, cada vez mais, para ativos ESG. Os dados e tendências do consumo, dos investidores e do próprio direcionamento do meio ambiente tornam o assunto relevante para o direcionamento dos negócios empresariais, os quais buscam perenidade, sustentabilidade e lucratividade de suas atividades e, naturalmente, transparecer isso aos clientes e investidores. É nessa transparência que surge outro grande desafio. O que, ou como, transparecer? E mais, como garantir a confiabilidade das informações aos investidores e clientes, escapando do chamado greenwashing (O termo greenwashing não possui uma tradução literal para o português, mas pode ser entendido como “enverdecer” ou “lavagem verde”. A expressão greenwashing foi originalmente cunhada pelo ambientalista Jay Westerveld em um ensaio de 1986, quando ele afirmou que a indústria hoteleira promovia falsamente a reutilização de toalhas como parte de uma estratégia ambiental mais ampla, mas na verdade, tratava-se de uma medida de economia de custos (Orange e Cohen 2010). Orange, E., & Cohen, A. M. (2010). From eco-friendly to eco-intelligent. The Futurist, 44(5), 28—32).
A preocupação é relevante, principalmente pelas discussões em torno da divulgação mascarada de informações que tentam levar o investidor ou consumidor a erro. Vale lembrar que a CVM exigirá a partir de 2023, nos formulários de referência das companhias abertas, informações sobre aspectos socioambientais das companhias. Logo, além de se preocupar com o alinhamento estratégico do tema ESG no direcionamento do negócio, precisam prestar informações confiáveis ao
mercado, principalmente em seus relatórios de sustentabilidade.
E o tópico tem mais um elemento complexo. Ainda que as principais consultorias globais se reúnam (A IFRS (International Financial Reporting Standards Foundation), organização internacional que cria normas financeiras e contábeis informou que, em parceria com outras consultorias, pretende lançar novas regras do IFRS que organizarão como informações sobre sustentabilidade devem ser publicadas pelas empresas em seus relatórios contábeis) e tentem criar parâmetros comuns e harmônicos de análise e divulgação dos dados dos fatores-chave do ESG entre as empresas, atualmente inexiste meios únicos capazes de avaliar o desempenho das organizações nos pilares de forma padronizada. Cada consultoria ou metodologia, naturalmente, classifica e atribui uma nota diferente às empresas. Foi o que demostrou a Bloomberg em parceria com a XP Investimentos, ao comparar as notas da Tesla em 3 diferentes metodologias que se propõem a mensurar a adoção de fatores ESG pelas empresas:
Como resultado dessa falta de parametrização da análise e leitura dos dados, as empresas acabam prestando contas aos investidores de forma diferente, o que dificulta a análise e comparação entre elas ou de qual investimento realizar.
E qual o elo do tema com a tecnologia e, principalmente, a blockchain? (De forma resumida, blockchain é um sistema que permite rastrear o envio e recebimento de alguns tipos de informação pela internet. São pedaços de código gerados online que carregam informações conectadas – como blocos de dados que formam uma corrente – daí o nome). Ora, de algum modo ambos os temas estão rela-
cionados à capacidade de inovação das empresas. Por outro lado, blockchain é um dos meios tecnológicos atuais mais seguros para registrar e confirmar transações dos usuários, em razão do seu modo de funcionamento e inviabilidade de mutação ou fraude. Inclusive, essa é a aposta de Lewis Tian (TIAN, Lewis. Unraveling the Relationship Between ESG and Corporate Financial Performance – Logistic Regression Model with Evidence from China. 2021, p. 13), ao creditar à tecnologia blockchain e aos smart contracts um caminho mais seguro para a confiabilidade das fontes e informações relacionadas ao tema ESG.
Com o intuito de criar um gerenciamento seguro, eficaz e transparente da cadeia de suprimentos, o blockchain desponta como ferramenta eficaz para rastrear o movimento em tempo real de bens e serviços. A tecnologia tem sido adotada por diversas aplicações, que passam por ofertantes de serviços financeiros, (por exemplo, Ripple e Libra), distribuição de alimentos e agrícolas (por exemplo, IBM Food Trust e Bumble Bee Foods), cadeias de suprimentos de saúde e farmacêutica (como ProCredEx e MediLedger). Outro exemplo é a Green Mining que utiliza blockchain para rastrear os lotes de resíduos, para garantir o peso e o tipo de material em cada local de coleta. A pesagem é feita localmente e fotografada para armazenar registros, e, por fim, o material recebe um código rastreável através de blockchain, ou seja, sem possibilidade de adulteração. Ainda, destaca-se a Arabesque, que usa seus próprios conjuntos de pontuações ESG e inteligência artificial para gerenciar investimentos com base no desempenho financeiro e ESG.
A temática ESG não é simples e de difícil mensuração e inserção nas mesas decisórias das empresas. Porém, parte da dificuldade em se medir os parâmetros e números que influenciam na adoção das práticas ESG pode ser resolvida por meio da tecnologia, em especial, o blockchain, em razão de seu potencial para garantir informações fiéis e auditáveis que reflitam o desenvolvimento sustentável das empresas (LI, Haun; PARK, Arim, 2021).
*Filipe Ribeiro Duarte
é Mestre em Direito Empresarial pela UERJ e advogado especializado em direito digital do Martinelli Advogados em Joinville (SC).
Foto: Divulgação
Foto: Gláucia Rodrigues
Ascanio Merrighi, diretor-executivo da Soluções Usiminas.
Ao completar um ano de existência, a plataforma de vendas online da Soluções Usiminas ajuda a consolidar a democratização do consumo de aço no Brasil.
MARCUS FREDIANI
Oe-commerce da Soluções Usiminas – empresa do segmento de transformação e distribuição de aço do Grupo Usiminas – acaba de completar seu primeiro ano de atividades. A data foi bastante comemorada pela companhia e pelos mais de 4.500 clientes atendidos ao longo desse período, número esse, aliás, que vem crescendo expressivamente.
“Essa é, decididamente, uma prova bastante consistente do sucesso do e-commerce “Mais Soluções Usiminas”, que criamos para democratizar o consumo do aço no país, oferecendo produtos e serviços para atender a todos os tipos de públicos, incluindo os pequenos consumidores”, explica Ascanio Merrighi, diretor-executivo da Soluções Usiminas, entre muitas outras coisas nesta entrevista exclusiva que concedeu à revista Siderurgia Brasil. Acompanhe!
Siderurgia Brasil: Ascanio, a gente sabe que a Soluções Usiminas tem a marca da inovação no seu DNA. Mas como foi que surgiu a ideia de criar o e-commerce de vocês?
Ascanio Merrighi: Creio que o conceito básico que norteou a criação do nosso e-commerce foi o de antecipar questões que a gente sabe que são prementes. Assim, tudo começou entre 2017 e 2018, quando realizamos alguns fóruns na Soluções Usiminas para discutir questões relativas à Indústria 4.0 e ao mapeamento e à nossa interface com o mercado, com o objetivo de incorporar novas tecnologias que poderiam nos auxiliar na gestão de todos os fluxos que acontecem no dia a dia da empresa. E ao fazer essa reflexão, tornou-se premente a necessidade de democratizarmos o acesso ao nosso aço a todos os públicos. Até então, a Soluções Usiminas não atingia os clientes de menor consumo, mantendo seu foco no mercado industrial, ou seja, nas empresas de médio e grande porte, em função da necessidade de programação dos equipamentos das usinas. Assim, com a criação da plataforma “Mais Soluções Usiminas”, passamos a facilitar a venda do nosso aço, tornando a alta qualidade dos nossos produtos a todos os perfis de público.
Como se deu o passo a passo da implantação do e-commerce de vocês?
Foi um processo bem minucioso, pensado em todos os detalhes. A partir do brainstorming inicial, passamos a trabalhar no desenvolvimento de um protótipo experimental do e-commerce, que ganhou forma entre agosto e setembro de 2020. Aí, no começo de 2020, passamos a fazer as primeiras experiências de venda online do nosso aço, especificamente para a região de Belo Horizonte. Gradualmente, a plataforma foi ganhando a aderência dos clientes e, em março de 2021, fizemos o lançamento oficial dela, expandida para a área geográfica dos estados de São Paulo e Minas Gerais os dois maiores mercados consumidores de aço no Brasil, que, atualmente, estamos atendendo com frete grátis pelo e-commerce, considerando-se, naturalmente, que os produtos oferecidos online têm preços diferenciados em função da agregação de valor do serviço de processamento e flexibilização de volumes de compra. Mas, com toda a certeza, estaremos expandindo os serviços da plataforma também para outros estados nos próximos anos.
Quais serão eles? Já existe esse planejamento de expansão?
Nossa ambição é ter a plataforma nacional de vendas online. E já existe, sim, o mapeamento de abertura do serviço do e-commerce em outros estados, embora eu não possa adiantá-lo agora, porque ainda estamos consolidando e desenvolvendo algumas soluções específicas para cada um desses mercados, que já atendemos por meio do nosso modelo de distribuição tradicional.
Onde a central de vendas online de vocês está localizada atualmente?
O núcleo central de operações hoje está em Santa Luzia/MG, embora a gente também, de forma coordenada, com a unidade da Soluções Usiminas instalada em Guarulhos/SP.
Qual o motivo dessa divisão?
Bem, básica e naturalmente ela ocorre em função da questão logística para realização das entregas. Mas, especificamente no estado de Minas Gerais, há outro fator que concorre para isso, que é a existência de um modelo de incentivo fiscal para trabalhar aços processados naquele estado. Então, a unidade de Santa Luzia processa esses aços e faz o atendimento primordial ao estado mineiro, tanto no âmbito do e-commerce quanto no da distribuição tradicional, enquanto a nossa unidade de Guarulhos trabalha primordialmente, e em ambos os canais também, para o atendimento dos clientes do estado de São Paulo. Em Minas, nós e várias outras empresas têm esse incentivo há praticamente dez anos, como consequência da guerra fiscal entre os estados, principalmente quando se observou que o processamento do aço estava migrando para fora daquele estado.
Ao longo deste primeiro ano de operação da plataforma, vocês têm notado uma migração substancial de clientes do modelo tradicional de distribuição para aquele do e-commerce?
Na verdade, não existe muito esse tipo de “competição” entre os modelos de atendimento, porque, como frisei aí atrás, a proposta da plataforma online não foi, desde o início, a de atender os mesmos clientes da distribuição tradicional. A ideia foi, sim, a de ampliar nosso escopo de atendimento para captar novos clientes, que consomem nossos aços em me-
nor quantidade. Ou seja, aqueles que estão em uma posição mais avançada na cadeia de consumo, para os quais a Soluções Usiminas não vendia diretamente antes. Assim, com a criação do e-commerce, passamos a oferecer uma alternativa dentro da cadeia de consumo, mais próxima do consumidor final.
E qual foi o resultado dessa dinâmica ao longo deste primeiro ano de funcionamento dele?
Consideramos que ele foi de êxito total, porque, desde que começou, nosso e-commerce já atendeu a mais de 4.500 clientes. E, para nós, maior até do que o crescimento dos volumes de aços vendidos, é o indicador de evolução da quantidade de clientes que vêm sendo atendidos mês a mês. Por conta disso, acreditamos que nossa plataforma de atendimento online tem muito ainda a crescer no futuro, exatamente porque ela foi criada para atender milhares de clientes – e, porque não dizer, dezenas e milhares deles –, situados em um universo não só bem maior, como também mais diversificado e mais fragmentado do que aquele que a Soluções Usiminas trabalhava anteriormente.
Em outras palavras, por meio dela, vocês “democratizaram” a venda dos aços da Usiminas, correto?
Exatamente. Além de ser de fácil navegação, nosso e-commerce ampliou o acesso a um número bem maior de clientes, ao permitir que eles comprem a linha completa de produtos da Usiminas em uma fase de transformação bem à frente daquele estágio bruto que eles saem das usinas. Ou seja, já prontos, como, por exemplo, bobinas já processadas em chapas de tamanhos variados e menores, ou já sob a forma de tubos e perfis. Com isso, então, abrimos a possibilidade de mais empresas de qualquer porte, ou até mesmo pessoas físicas, adquirirem aços diretamente da Usiminas, de forma ágil e segura.
E quanto aos prazos de entrega?
Nossos prazos de entrega de aços no âmbito do modelo tradicional de distribuição são reconhecidamente curtos. E não poderia ser diferente na operação do nosso e-commerce. Para tanto, mantemos grandes e completos estoques de produtos na Soluções Usiminas para realizar as entregas no menor tempo possível. No início da operação da plataforma, com uma área de atuação mais restrita em termos de geolocalização, o prazo de entrega era em até 24 horas, que foi mantida e ainda está disponível em alguns casos específicos. Naturalmente, à medida que a oferta dos nossos serviços foi avançando geograficamente, também tivemos que nos adaptar a essa realidade. Mas, no geral, nosso processo de entregas de pedidos feitos na plataforma de e-commerce é bastante ágil e rápido, com prazos que continuam curtos.
Falando em âmbito geral também, como você avalia os resultados da Soluções Usiminas e da siderurgia brasileira ao longo dos primeiros meses de 2022? E quais são as perspectivas daqui até o final do ano?
Objetivamente, tivemos um início e um primeiro quadrimestre de ano bastante aderentes àquilo que havíamos planejado, algo que foi muito construído em cima das previsões de mercado do Instituto Aço Brasil. E hoje não temos nenhuma razão para acreditar que o mercado vá performar diferentemente das projeções daquela entidade daqui até o final do ano, embora saibamos que algumas questões – principalmente aquelas relacionadas à escassez da produção de componentes eletrônicos, bem como à dinâmica da Guerra da Ucrânia – ainda continuam sendo preocupantes para alguns de nossos clientes, como, por exemplo, os da indústria automotiva. Mas, mesmo com dificuldades derivadas desses fatos, acreditamos que a indústria brasileira vai se recuperar e atingir os patamares de desempenho anteriormente previstos. Nesse sentido, vale ainda destacar que existem os componentes de mercados que apontam para essa retomada, principalmente aqueles ligados às concessões, às licitações e à formação bruta de capital fixo que vêm acontecendo no Brasil, assim como os marcos regulatórios relacionados, entre outros, a setores como o gás, o saneamento, ao setor ferroviário, que vêm trazendo para o país uma série de investimentos neles alocados. E, no âmbito da siderurgia, vale lembrar aqui que, no ano passado, o consumo do segmento de aços voltou a ficar perto do patamar recorde de 2013, o que foi uma notícia bastante animadora e estimulante em termos de perspectivas para 2022 e para os próximos anos. É claro, o processo de queda do consumo de aço não foi natural, mas tudo indica que o de recuperação o será.
Em síntese, você e a Soluções Usiminas estão bastante otimistas.
Sem dúvida. E acreditamos fortemente que o sucesso de uma plataforma de vendas online como a que implementamos pode fazer grande diferença no nosso mercado. E isso, principalmente, pelo fato de que ela é uma ferramenta que democratiza o acesso aos produtos de aço, tem tudo para ser efetivamente introduzida no dia a dia das pessoas e, definitivamente, pode ajudar a destravar o latente consumo de aço por habitante que existe no Brasil desde o início da década de 1980.
REDUÇÃO NO IMPOSTO DE
Foto: Montagem com foots da Shuttersctock
IMPORTAÇÃO DE AÇO
Vista aérea- Tubarão
REDUÇÃO NO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO DE AÇO
Sob o argumento de que é preciso tomar algumas medidas de choque para reduzir ou conter a inflação o Governo Federal através do Ministério da Economia, baixou portaria reduzindo a alíquota de importação para alguns tipos de vergalhões de aço.
HENRIQUE PATRIA
No último dia 11 de maio o Ministério da Economia através do seu Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex), aprovou a redução do Imposto de Importação, via inclusão na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul (Letec), para alguns produtos de alimentação, vergalhões de aço e ácido sulfúrico, produto que é utilizado na produção de fertilizantes e mais um tipo especial de fungicida.
Segundo a nota oficial do Ministério da Economia foram priorizados, alguns itens que segundo eles, têm maiores impactos sobre a cesta de consumo com o fim de ajudar no combate à inflação que já apresenta crescimento acima dos dois dígitos neste ano. Para este fim foram consideradas mercadorias que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Além da redução para zero (0%), até 31 de dezembro de 2022, de várias alíquotas de importação de produtos do consumo direto das famílias, principalmente alimentos, foram reduzidas, de 10,8% para 4%, as tarifas de dois tipos de vergalhão de aço usados pela construção civil (CA-50 e CA60) – dentados, com nervuras, sulcos (entalhes) ou relevos, obtidos durante a laminagem, ou torcidas após laminagem.
As alterações aprovadas pelo Gecex foram apresentadas em entrevista coletiva com a participação do secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, da secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Ana Paula Repezza, do secretário-executivo adjunto da Camex, Leonardo Diniz Lahud, do subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior da Secretaria de Comércio Exterior, Herlon Alves Brandão, e do assessor especial da Secretaria de Política Econômica (SPE), Rodrigo Mendes Pereira. O Instituto Aço Brasil – IABr, ao tomar conhecimento de que a medida estava em vias de ser aprovada, visitou as autoridades do Ministério da Economia e em seguida, programou e realizou uma coletiva de imprensa em
caráter extraordinário na tarde do dia 10 de maio com a presença de Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto e de Marcos Faraco, Presidente do Conselho, para comunicar que estiveram naquela manhã (10/05) reunidos no Ministério da Economia onde rebateram veementemente a informação recebida pelo Ministério, oriunda dos representantes da construção civil de que o setor vivia um pesadelo, pelo custo e pela irregularidade no fornecimento. Faraco afirmou” “Reiteramos no encontro desta manhã que tivemos no Ministério da Economia que o setor brasileiro da Construção Civil está plenamente abastecido – pois desde junho de 2021, não existe problema algum de abastecimento –, e ainda evidenciamos ao Ministro e à sua equipe econômica o fato de que o Brasil tem o vergalhão mais barato do mundo, o que, por si só, já invalidaria a necessidade de importação do produto”, Afirmou ainda que acreditava que esses argumentos serão mais do que suficientes para reverter a proposta de reduzir ou zerar a alíquota do imposto de importação dos vergalhões de aço.
Entretanto, no dia seguinte (11/05) a portaria foi divulgada e o Instituto logo a seguir publicou a seguinte nota oficial:
Posicionamento Aço Brasil
Redução do imposto de importação (Assessoria de imprensa Aço Brasil, 11/05/2022)
Decisão do GECEX, em reunião realizada hoje, reduziu o imposto de importação de vergalhões CA50 E CA60 de 10,8% para 4%, até dezembro desse ano.
A medida, no entendimento do Aço Brasil, é inadequada uma vez que o mercado se encontra plenamente abastecido, não existe especulação de preços e o impacto inflacionário do vergalhão é de apenas 0,03 ponto percentual no IPCA. Não existe, portanto, qualquer excepcionalidade que justifique a medida.
É inadequada ainda, porque está na contramão da política adotada pelos principais países produtores de aço, que face ao gigantesco excesso de capacidade instalada no mundo, da ordem de 518 milhões de toneladas, tem adotado medidas de restrição à importação predatória. O Brasil, ao contrário, ao reduzir o imposto de importação facilitará ainda mais o desvio de comércio para o País.
O mercado, soberano, responderá pelo impacto da medida.