Revista Siderurgia Brasil

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A REVISTA DE NEGÓCIOS DO AÇO

GRIPS EDITORA – ANO 23 – Nº 157 – JUNHO DE 2022

BRASIL: A POTÊNCIA DA ENERGIA VERDE

AÇO: O MEIO AMBIENTE ESTÁ EM UM PONTO DE INFLEXÃO

DESCARBONIZAR: UMA OPÇÃO VIÁVEL, OBRIGATÓRIA E LUCRATIVA


MAIS QUE COMEMORAR O DIA DO MEIO AMBIENTE, A USIMINAS TRABALHA PELA SUSTENTABILIDADE NO SEU DIA A DIA. 5 de junho. Dia Mundial do Meio Ambiente.

Viveiro de mudas Ipatinga/MG

O compromisso da Usiminas com o desenvolvimento sustentável é diário e está presente em toda a sua cadeia produtiva. Mais do que produzir aço, estamos engajados em construir soluções que promovam uma vida melhor no presente e no futuro. Trabalhamos sempre para alcançar eficiência em todos os processos e atender às demandas do mercado com sustentabilidade, por meio de produtos cada vez mais customizados, mais leves, mais resistentes e com maior rendimento.

USI Solar: primeiro aço exclusivo para geração de energia solar. Aços de alta resistência mecânica: veículos mais leves e com menor consumo de combustível. Aços elétricos: alto rendimento e menos gasto de energia em motores e compressores. Aços para torres eólicas: produtos mais resistentes, permitindo a geração de energia limpa.

usiminas.com


ÍNDICE

EDITORIAL

O meio ambiente e a siderurgia sustentável

MEIO AMBIENTE

Descarbonizar: Uma opção obrigatória, possível e lucrativa

FUTURO

Brasil: A potência da energia verde

VITRINE

4 6 16 26 30 34 42 44

GESTÃO AMBIENTAL

Não basta ser produtiva. A siderurgia tem de ser ecosustentável

SUSTENTABILIDADE

Aço: O meio ambiente está em um ponto de inflexão

ESTATÍSTICAS

ANUNCIANTES Siderurgia Brasil 157 - Junho - 2022

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EDITORIAL

O MEIO AMBIENTE E A SIDERURGIA SUSTENT

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eio ambiente e desenvolvimento econômico podem caminhar juntos? Não só podem como devem! Dedicamos esta edição inteira da revista Siderurgia Brasil para homenagear o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, na qual trazemos à tona vários avanços que a siderurgia nacional vem apresentando nos últimos anos em favor da sustentabilidade. Por exemplo você vai saber que já estão valendo os Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas, que instituíram o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa, os tais GEEs. Pelo rigor do regramento estabelecido pelo Decreto 11.075, publicado no Diário Oficial do dia 19 de maio, o Brasil figura como o mais moderno e inovador mercado regulador de carbono, que, entre outras novidades, abre as portas para a exportação de créditos de CO2, especialmente para países e empresas que precisam compensar emissões para cumprir com seus compromissos de neutralidade de GEEs. Sendo assim, o crédito de carbono, além de contribuir para a preservação do meio ambiente, passa a ser um ótimo instrumento econômico, para geração de resultados financeiros para eles. Veja todos os detalhes

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desta e de outras operações na entrevista exclusiva que realizamos com os executivos da Way Carbon, uma das principais consultorias mundiais da área, e que atende a diversas siderúrgicas instaladas no Brasil. Também entrevistamos o gerente de Meio Ambiente da Companhia Siderúrgica do Pecém, do estado do Ceará, uma das mais novas e modernas siderúrgicas do Brasil, que, entre outras coisas boas, já consegue limpar os gases do processo térmico de sua Aciaria por meio de um sistema a seco, e que 95% da água utilizada em seus processos industriais, já são recirculados e reaproveitados pela usina. Além disso, a “Barreira Verde” no entorno de seu parque de produção já ultrapassa os 400 hectares de área reflorestada, com 320 mil mudas diferentes plantadas. A Alacero, entidade que reúne as usinas siderúrgicas na América Latina, também comparece nesta edição, mostrando os avanços da indústria siderurgia na região. Há ainda outra matéria em que se destaca que o mercado de energia solar no país cresceu mais de 212% no último ano, alcançando a impressionante marca de 2,4GW, graças à instalação de mais de 110 mil sistemas fotovoltaicos de mini e microgeração, em


Foto: Divulgação

A TÁVEL

EXPEDIENTE

Ano 23 – nº 157 – Junho de 2022

HENRIQUE ISLIKER PATRIA EDITOR RESPONSÁVEL

uma operação que envolveu investimentos da ordem de R$ 4,8 bilhões e o trabalho de 15 mil profissionais da área no país. E a revista Siderurgia Brasil se sente muito orgulhosa em participar de todo esse esforço, uma vez que, ao longo de todas as suas edições dos últimos anos, assuntos com sustentabilidade, meio ambiente, redução de emissões de gases e medidas de controle de poluentes têm sido recorrentes em suas páginas, algo que, para nós, é motivo de comemoração, principalmente no mês em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente. Convidamos a todos as lerem com atenção cada linha desta nossa edição, bem como a refletirem sobre o que cada um de nós pode fazer para vivermos em um mundo melhor. E continuem interagindo conosco enviando-nos suas opiniões, críticas e sugestões para enriquecermos cada vez mais o conteúdo de nossa publicação. Até porque já atingimos a marca do website mais acessado da siderurgia nacional. Tudo graças a vocês! Obrigado por essa distinção, e boa leitura!

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Henrique Patria henrique@grips.com.br Siderurgia Brasil 157 - Junho - 2022

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Foto: Divulgação

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NÃO BASTA A SIDE


A SER PRODUTIVA: ERURGIA TEM DE SER ECOSUSTENTÁVEL Companhia Siderúrgica do Pecém registra novos e importantes avanços na área da sustentabilidade. MARCUS FREDIANI

Termelétrica à gás da CSP

As comemorações do Dia e do Mês do Meio Ambiente na Companhia Siderúrgica do Pecém, localizada no estado do Ceará, tiveram um gosto todo especial, porque, mais uma vez, a empresa se destacou, por fatos e ações inovadoras, como uma das siderúrgicas mais eficientes e diferenciadas no campo da sustentabilidade do Brasil e, porque não dizer, do planeta. E os avanços continuam, como atesta Marcelo Baltazar, gerente de Meio Ambiente da CSP, nesta entrevista exclusiva concedida à revista Siderurgia Brasil. Leia, confira e comemore também! Siderurgia Brasil 157 - Junho - 2022

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Siderurgia Brasil: Marcelo, há exatamente um ano, tivemos a oportunidade de entrevistar você para falar dos avanços da CSP no campo da sustentabilidade e do controle ambiental de sua produção, que já naquele tempo, haviam conquistado um estágio de “Estado da Arte”. Mas, de lá para cá, que outros avanços vocês realizaram ao longo desse processo, que, sabemos, é – e precisa ser – um moto-continuo? Marcelo Baltazar: Em junho de 2022, a Companhia Siderúrgica do Pecém está celebrando seis anos do início de suas operações e da produção de sua primeira placa de aço. Desde então, já exportamos do Ceará para mais de 23 países. Somos uma planta recém-construída que já nasceu com as melhores tecnologias ambientais e que celebra, ano após ano, os resultados de seu compromisso com a sustentabilidade social e ambiental. A CSP seguirá, em 2022, avançando, por exemplo, na ampliação da Barreira Verde que “abraça” a usina. A ação foi projetada como um equipamento de proteção ambiental em 2012 e, desde então, vem somando vários benefícios para quem trabalha na CSP e mora nas proximidades.

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Nesse sentido também, quais foram os avanços do Programa de Reflorestamento de vocês, ferramenta de fundamental importância para a elevação continua da eficiência sustentável da Pecém? Em 2022, a CSP está celebrando também os dez anos de seu Programa de Reflorestamento da CSP. São 412 hectares de área reflorestada, com 320 mil mudas de 90 espécies nativas, incluindo a planta Gonçalo-Alves, ameaçada de extinção. Como resultado desse trabalho, a CSP foi a primeira empresa no Ceará a receber a certificação de reflorestamento ambiental da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE). A expansão das barreiras verdes da CSP recebeu 1.308 novas mudas em 2021. Ao longo de 2022, deverão ser plantadas mais de 8 mil mudas. Esse cinturão é formado por árvores de espécies nativas e adaptadas, com altura entre 15 e 20 metros. O cinturão atua como uma barreira, reduzindo a velocidade do vento e absorvendo poluentes do ar. E com relação à letra “S”, de “Social”, da sigla ESG, da governança corporativa, alguma novidade? Sim! Em 2022, também passamos a comprar sucata ferrosa de uma recicla-


Foto: Divulgação

Marcelo Baltazar, gerente de Meio Ambiente da CSP

Foto:Shutterstock

dora do Pecém, município cearense onde a empresa está instalada, para a produção de placas de aço. Isso representa um marco inédito e importante, pois o estado não faz parte do polo de sucata, matéria-prima importante na produção do aço. Com isso, a siderúrgica coopera com a geração de renda para mais de 100 famílias de trabalhadores desse segmento. A empresa Reciclagem Pecém comercializa, por mês, até 80 toneladas do material. A CSP compra, atualmente, sucata exclusivamente de recicladoras brasileiras. No

Ceará, a usina conta com mais de 15 fornecedores, que garantem 40% de toda a demanda para a produção de aço. O volume restante é adquirido de outros estados, como Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Falando agora do chão de fábrica, no que tange à produção, qual a importância do conceito da sustentabilidade? Nem precisa dizer que a sustentabilidade, que está em toda a cadeia produtiva e de utilização do aço, é um valor primordial para a CSP. E os nossos coprodutos são prova disso. Alinhada à sua visão estratégica de negócio, a CSP adota processos e equipamentos de última geração para que esses coprodutos tenham gestão e destinação adequada, com o menor impacto ambiental possível. Como resultado, a empresa consegue o reaproveitamento de 99% dos resíduos sólidos gerados, índice superior à média do setor siderúrgico no Brasil, que é de 95%. Temos soluções para tratamento de coprodutos (materiais gerados na produção que não são aço ou energia, mas têm valor agregado) únicos no Brasil, como o Baosteel’s Slag Short Siderurgia Brasil 157 - Junho - 2022

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Flow (BSSF), que granula a escória de aciaria e abre novas aplicações para o material.

Qual o percentual de utilização de água reutilizada da empresa? Hoje, 98% da água que entra na CSP é recirculada. O resultado da siderúrgica cearense é superior aos valores de referência das Foto: Divulgação

A par disso, os clientes de vocês apontam que vocês desenvolveram um sistema de limpeza de tratamento de gases da produção bastante inovador. Como ele funciona? É verdade, e ficamos felizes quando eles destacam isso. A CSP é uma das únicas siderúrgicas do Brasil a limpar os gases de Aciaria por meio de um sistema a seco, ou seja, sem a utilização de água. E além de promover resultados bastante eficientes, o funciona-

mento dele é relativamente simples: a Aciaria gera um gás, durante o sopro de oxigênio no convertedor, chamado LDG. Esse gás é captado durante o processo, passa por um sistema de lavagem a seco, efetuando seu resfriamento e limpeza. Após o tratamento desse gás, ele será utilizado para geração de energia, já que a CSP gera toda energia que consome e vende o restante ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O sistema de limpeza a seco do gás promove redução do consumo de água e elimina a geração de lama de Aciaria.

Barreira verde da CSP. Conjunto de arvores plantadas pela empresa

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Liderar o mercado é também inspirar suas melhores práticas.

A ArcelorMittal é mais uma vez pioneira no Brasil ao receber a Health Product Declaration. A declaração HPD: Health Product Declaration, que se refere a produtos voltados para a construção civil dos segmentos de Aços Longos e Planos da ArcelorMittal e também da Belgo Bekaert Arames, relata o potencial de impacto do conteúdo químico desses produtos às pessoas e ao meio ambiente. É mais uma iniciativa que reforça nossos valores quanto à Sustentabilidade e Segurança. Além disso, reforça também nosso propósito de criar aços inteligentes para as pessoas e o planeta.

ArcelorMittal. Aços inteligentes para as pessoas e o planeta.

Saiba mais e conheça os produtos que receberam a declaração.

As HPDs englobam os produtos da ArcelorMittal que contenham ingredientes de liga metálica de acordo com o HPDC (HealthSiderurgia Product Declaration Collaborative). Brasil 157 - Junho - 2022

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Foto:Shutterstock

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outras siderúrgicas nacionais, que é de 97%. A redução no consumo é um dos resultados da eficiência do uso da água. A CSP capta apenas 30% do volume de água disponibilizado para o funcionamento da usina. Por tudo isso, o produto CSP conquistou as certificações de Qualidade (ISO 9001), Meio Ambiente (ISO 14001) e de Alta Tecnologia International Automotive Task (IATF), Maxion Wheels, Siemens Gamesa, Caterpillar e Scania). Constantemente, passamos por auditorias internacionais, somos inspecionados por órgãos públicos e sempre somos tidos como referência em gestão ambiental. E esse grau de eficiência também se estende às taxas de emissões atmosféricas.

va (menos de 1%) entre o antes e o após a CSP começar a operar.

Por favor, explique para a gente o que isso quer dizer exatamente. Bem, nossas taxas de emissões atmosféricas, na maior parte dos equipamentos, operam abaixo de 50% do padrão legal. Desde 2013 – ou seja três anos antes do início da operação da siderúrgica –, a CSP monitora a qualidade do ar na região seguindo as normas utilizadas, reconhecidas e validadas pela SEMACE. Os números mostram que nossos índices estão todos abaixo do que é permitido pela legislação ambiental e, também, que não há variação significati-

E como vocês monitoram tudo isso? Dispomos de seis estações de monitoramento de qualidade do ar instaladas pela CSP. Cada estação possui um filtro que puxa o ar simulando a respiração humana. Assim, ela monitora todos os particulados (grossos e finos) que podem vir do complexo industrial do Pecém, dos carros e caminhões, das dunas, de ruas não asfaltadas, queimadas no período seco e das residências. Esse monitoramento complementa os mais de 40 mil dados gerados por ano pela CSP sobre as condições de seus processos industriais,

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Quantos sistemas compõem esse conjunto atualmente? Hoje, a CSP conta com 55 sistemas de controle de emissões atmosféricas para preservar o meio ambiente e garantir eficiência para controle de emissões. São eles: 41 filtros de mangas (que realizam o despoeiramento); cinco controles de combustão, quatro precipitadores eletrostáticos (que também ajudam no despoeiramento), um lavador de gases, uma torre de extinção do coque e três sistemas de aspersão de água nos pátios.


O Agronegócio é a atividade econômica de maior crescimento no Brasil. E o AÇO é um dos principais componentes deste sucesso. Não há mecanização, implementos, veículos, instalações, processos, sistemas etc. sem a utilização do AÇO. São consumidas anualmente milhares de toneladas de aços em forma de peças, chapas, blanks, perfis, estruturas especiais e outras formas. ANUNCIE SUA MARCA, SEUS PRODUTOS E SERVIÇOS. Confirme já sua participação. Conheça nossas edições anteriores e as principais notícias da cadeia siderúrgica.

Acesse: www.siderurgiabrasil.com.br E-mail: diretoria@grips.com.br Acompanhe a Siderurgia Brasil nas redes sociais

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Isso garante autossuficiência energética de processos para vocês? Qual é a capacidade da termelétrica? Sem dúvida. Os gases do nosso processo geram a energia elétrica que abastece toda a nossa usina. A termelétrica a gás da CSP tem capacidade de produzir 200 megawatts de energia. Isso é o suficiente para abastecer uma cidade com 870 mil casas. E não é só isso: além da autossuficiência, o excedente de energia elétrica produzida na CSP ainda é vendido para o Foto: Divulgação

da eficiência dos equipamentos de controle ambiental e do respeito aos padrões legais. E mais: contamos com uma termelétrica a gás, na qual cerca de 95% de gases produzidos no processo siderúrgico são transformados em energia elétrica. Ou seja, os gases produzidos na fabricação de coque, ferro-gusa e do próprio aço, em vez de serem descartados na natureza, são consumidos nas caldeiras da termelétrica, transformando a água em vapor que aciona os turbogeradores da termelétrica da CSP.

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BSSF - acelera granulação de escória de aciaria para vender a cimenteira Siderurgia Brasil 157 - Junho - 2022


Foto:Shutterstock

sistema interligado nacional, que abastece casas, hospitais e outros tipos de estabelecimentos por todo o Brasil. Ou seja, a mensagem que fica é que, hoje, não basta uma usina ser produtiva: ela precisa ser eco e socialmente para garantir seus resultados. É isso! Aqui na Pecém, desde sempre tivemos claro em nossas mentes e no desenvolvimento de nossas ações que uma planta operacional só começa a ser ambientalmente segura quando sua operação transcende a esfera industrial, e também é eficiente na área da sustentabilidade. Por conta disso, realizamos o monitoramento 24 horas por dia, 365 dias por ano de todos esses sistemas, e

investimos constantemente no treinamento dos nossos operadores, porque são eles que fazem os resultados serem concretos. O Ceará pode dizer com orgulho que tem em seu solo a siderúrgica mais moderna do Brasil em todos os aspectos. São muitos os resultados a serem comemorados, mas o nosso melhor desempenho está em cumprirmos a nossa missão, de produzir aço de forma segura, competitiva e sustentável, cuidando das pessoas e promovendo o desenvolvimento regional.

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Foto: Montagem com foots da Depositphotos

MEIO AMBIENTE

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DESCARBONIZAR: OBRIGATÓRIA, POS

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: UMA OPÇÃO SSÍVEL E LUCRATIVA A relação entre mercados de carbono e o setor empresarial está em ascensão. Por conta disso, as mudanças do clima já são parte da agenda de executivos e conselheiros da indústria, incluindo, é claro, aqueles da siderurgia mundial e brasileira. MARCUS FREDIANI

N

o dia 19 de maio, o Governo Federal publicou o Decreto Nº 11.075, que estabelece os procedimentos para a elaboração dos Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas e institui o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa. Em outras palavras, a medida cria o mais moderno e inovador mercado regulado de carbono, com foco em exportação de créditos, especialmente para países e empresas que precisam compensar emissões para cumprir com seus compromissos de neutralidade de carbono. Durante o evento, o presidente do BB (Banco do Brasil), Fausto de Andrade Ribeiro, anunciou também um fundo de investimento com aporte inicial de R$ 2 milhões para o crédito de carbono e potencial de R$ 50 milhões. O objetivo é oferecer a possibilidade de um investimento com remuneração atrelada à sustentabilidade. Siderurgia Brasil 157 - Junho - 2022

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MEIO AMBIENTE

O regramento, aguardado desde 2009, traz elementos inéditos, como os conceitos de crédito de carbono e crédito de metano, unidades de estoque de carbono e o sistema de registro nacional de emissões e reduções de emissões e de transações de créditos. Prevê, ainda, a possibilidade adicional de registro de pegada de carbono dos produtos, processos e atividades, carbono de vegetação nativa e o carbono no solo, contemplando os produtores rurais e os mais de 280 milhões de hectares de floresta nativa protegidos, além do “Carbono Azul”, presente nas vastas áreas marinha, costeira e fluvial relacionada (incluindo mangues) do Brasil.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA Atualmente, os mercados de carbono funcionam de duas formas. A primeira delas é o Mercado Regulado, desenvolvido no âmbito da ONU. Iniciado em 1992 com a Convenção do Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), teve avanços em 1997 com o Protocolo de Quioto, mas este só entrou em vigor de fato em 2005, quando foi convencionado que apenas os chamados “países desenvolvidos” teriam metas de descarbonização. Contudo, 2015 foi um ano chave devi-

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do à aprovação do Acordo de Paris, que entrou em vigor em 2016 e passou a exigir dos 195 países signatários, metas de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs) claras no âmbito das Contribuições Nacionalmente Determinadas (da sigla em inglês “NDC”), a partir de 2020. Esse foi o maior compromisso histórico da humanidade com a área ambiental. No final de 2021, outro marco foi a aprovação do artigo 6º do Acordo de Paris, durante a COP26, realizada em Glasgow, na Escócia, que regulou o mercado de carbono internacionalmente. E, além dos mercados regulados pela ONU, existem ainda os Mercados Regulados Nacionais ou Subnacionais. Essa categoria utiliza mecanismos para colocar um valor na externalidade do que é a emissão, número que pode ser altamente variável. É possível encontrar preços entre US$ 1 e mais de US$ 100 por quantidade de carbono emitida, por exemplo.

OPORTUNIDADES PARA O BRASIL O crédito de carbono é um instrumento econômico que visa à diminuição dos gases de efeito estufa, que provocam o agravamento das mudanças climáticas. Esses créditos fazem parte de um meca-


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MEIO AMBIENTE

demanda global do mercado regulado no âmbito da ONU. E, até mais, considerando as políticas públicas, nos mecanismos do artigo 6º do Acordo de Paris, gerando as receitas de US$ 100 bilhões, o que equi-

nismo de flexibilização, que auxilia os países ou empresas que possuem metas de redução de emissão de gases de efeito estufa a alcançá-las de forma mais efetiva. A cada tonelada reduzida ou não emitida desses gases, gera-se um crédito de carbono. Assim, quando um país ou empresa consegue reduzir a emissão, a depender das metodologias envolvidas, ele recebe um crédito. Frente a um contexto de crise climática e ambiental, que demanda soluções sus-

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dade das condições de trabalho, aprimoramento da qualidade e de disponibilidade hídrica e segurança energética”, avalia Laura Albuquerque, gerente de Finanças Sustentáveis da WayCarbon. Foto: Divulgação

tentáveis urgentes, a ICC Brasil, capítulo nacional da maior organização empresarial do mundo, em parceria com a WayCarbon – maior consultoria estratégica com foco exclusivo em sustentabilidade e mudança do clima na América Latina – desenvolveram um estudo inédito sobre as oportunidades para o Brasil em mercados de carbono. Nele, as oportunidades de geração de crédito de carbono identificadas apontam reduções de GEEs extremamente relevantes, além de inúmeros benefícios socioeconômicos e oportunidades de alavancagem na cadeia produtiva. Segundo o levantamento, o Brasil tem potencial para suprir de 5% a 37,5% da demanda global do mercado voluntário, e de 2% a 22% da

valeria a 1 Gigaton (1bi de toneladas de CO2) até 2030. “Mercados de carbono são uma solução econômica ganha-ganha. Além da redução urgente de emissões de GEE, a experiência evidencia benefícios que são fundamentais para o Brasil, como geração de emprego e renda, melhoria na quali-

Laura Albuquerque, gerente de Finanças Sustentáveis da WayCarbon


Foto: Divulgação

A aprovação do Congresso deixou claro que o Governo Federal busca impulsionar o papel do Brasil não só em âmbito nacional, mas internacional. “Isso principalmente ao destacar as diversas possibilidades de negócios envolvendo créditos de carbono, trazendo stakeholders de diferentes setores econômicos, como agências de fomento, instituições financeiras, CEOs e empreendedores”, destaca a especialista do Demarest.

Fernanda Stefanelo, sócia da área ambiental do Demarest Advogados

POTENCIAL DE MITIGAÇÃO MAIS SEGURANÇA PARA OS INVESTIMENTOS Mas não é “só” isso. Para Fernanda Stefanelo, sócia da área ambiental do Demarest Advogados, a regulamentação do mercado de crédito de carbono no Brasil vai propiciar maior segurança para os investimentos nesse ativo sustentável. “A criação do mercado de créditos de carbono coloca o Brasil em um cenário de destaque no mundo, papel esse que seria compatível com as muitas ofertas possíveis de negócios sustentáveis que podem ser gerados envolvendo setores produtivos, de prestação se serviços, instituições financeiras, entre outros. A regulamentação vai propiciar maior segurança para os investimentos nesse ativo sustentável”, diz a advogada.

Em termos mais amplos, a indústria nacional representa 20,4% do PIB brasileiro e responde por 5% das emissões brutas nacionais, com uma queda de 2% em relação ao total emitido no ano anterior (2018) (CNI, 2021; SEEG, 2020). Entretanto é indicado tanto pelo setor empresarial (CEBDS, 2018), quanto pela academia por Santos (2018) e pelo Projeto PMR Brasil (2021) como chave para um ETS nacional. Portanto, para a identificação de oportunidades serão considerados neste trabalho os mesmos setores dos trabalhos mencionados: cimento, ferro-gusa e aço (siderurgia), alumínio, cal e vidro, papel e celulose e químico, todos parte da indústria de transformação e com recorte para as oportunidades de mitigação em seus processos. Siderurgia Brasil 157 - Junho - 2022

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Foto: Divulgação

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“A partir dos potenciais de abatimento identificados nos subsetores selecionados, estima-se um potencial de mitigação de emissões acumulado de 261 MtCO2 ligados as medidas descritas na primeira NDC brasileira. Vale pontuar que a NDC para o setor industrial possui caráter bastante genérico, não especificando tecnologias, e sim medidas de cunho geral. E é importante ressal-

Felipe Bittencourt, CEO da WayCarbon

MECANISMOS DE PRECIFICAÇÃO

Foto: Divulgação

tar ainda que o aumento dos custos de energia estimula medidas de eficiência energética que são especialmente adotadas no setor de cimento e produtos químicos e, em menor medida, na indústria siderúrgica e em outros setores”, salienta Bruna Dias, gerente de Mitigação da WayCarbon.

Bruna Dias, gerente de Mitigação da WayCarbon

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Nesse contexto, os mecanismos de precificação de carbono são fundamentais para direcionar ações de descarbonização. A partir do momento que a emissão de carbono possui um preço, as empresas devem considerar esse valor no cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) dos seus projetos. Assim, ações de descarbonização passam a ser mais atrativas, pois geram uma redução de custo para a empresa. Na Europa, o setor siderúrgico já é precificado. Por isso, indústrias europeias têm avançado na implementação de projetos focados na redução de suas emissões de GEE. “Em termos gerais, de acordo com o Banco Mundial, a precificação de carbono pode ser feita de três maneiras. A primeira é a tributação, que determina a aplicação de uma alíquota a cada unidade de GEE, de modo


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que o nível agregado de redução de emissões previamente estipulado seja atingido. A segunda é o mecanismo do Sistema de Comércio de Emissões/Permissões, no qual é definido um limite às emissões agregadas da economia. E, a terceira, é o Sistema Baseline/ Crédito, por meio do qual são emitidos créditos de carbono a partir da implementação de uma tecnologia, sendo seu cálculo realizado a partir da diferença entre os cenários baseline e de projeto”, explica Felipe Bittencourt, CEO da WayCarbon. Assim, o cap, ou a meta, é distribuído entre os agentes regulados, permitindo-se, posteriormente, que haja transações (trade) entre organismos, utilizando as licenças de permissões. Finalmente, há o Sistema Baseline/ Crédito, por meio do qual são emitidos créditos de carbono a partir da implementação de uma tecnologia, sendo seu cálculo realizado a partir da diferença entre os cenários baseline e de projeto.

O IMPORTANTE PAPEL DA SIDERURGIA Nesse cenário, a descarbonização do setor siderúrgico é essencial para que seja possível limitar o aquecimento global em 1,5°C. Ações como utilização de energias renováveis, como o carvão vegetal, e uso de suca-

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ta para produção de aço contribuem muito para redução da pegada de carbono desse produto, e devem ser amplamente adotadas pelo setor. “Embora já existam tecnologias disponíveis e custo-efetivas para redução de emissões, para as usinas existentes com tecnologias mais carbono intensivas, o investimento necessário para implementar as ações de descarbonização é muito alto. Então, entende-se que o setor siderúrgico se encontra diante de um grande desafio. Além disso, para alcançar uma trajetória de emissões líquidas zero até 2050, o setor deverá investir em pesquisa e desenvolvimento para que outras tecnologias possam ser viabilizadas em grande escala, como a captura de carbono e uso de hidrogênio verde”, analisa Bruna. E ela fala com muita propriedade sobre o tema, uma vez que a WayCarbon é uma consultoria que atua apoiando os maiores players da siderurgia nacional – tais como a Arcellor Mittal, a Gerdau, a Usiminas, a CSN e a Belgo –, com gerenciamento de seus inventários a partir do uso de seu software CLIMAS, que desenha estratégias de redução de emissões e implementação de precificação interna de carbono. No Brasil, as maiores empresas do setor têm adotado ações de eficiência energéti-


ca, uso de carvão vegetal e uso de sucata, que equivale, aproximadamente, a 21,6% do volume de aço bruto produzido. A matriz elétrica brasileira, que possui níveis de emissões por MWh produzido abaixo da média global, também contribui para reduzir a pegada de carbono do aço produzido no país. “Em um contexto de precificação de carbono, as indústrias com menor pegada de

TETRAFERRO Desde 1970

s

carbono são beneficiadas com possibilidade de receitas ou redução de custos. E a geração de receitas para empresas do setor siderúrgico brasileiro com menor intensidade de emissão depende de como se dará o desenho desse mercado. De qualquer forma, em um mercado voluntário, espera-se que a indústria siderúrgica seja consumidora de créditos de carbono”, finaliza Bruna Dias, a gerente de Mitigação da WayCarbon.

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S U S T E N TA B I L I DA D E

Foto: Depositphotos

AÇO: O MEIO AMB EM UM PON

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BIENTE ESTÁ NTO DE INFLEXÃO A vantagem da América Latina é de possuir uma das siderúrgicas mais eficientes e sustentáveis do mundo. ALE JANDRO WAGNER*

U

ma das principais matérias-primas do mundo, o aço está mais presente na vida do ser humano do que se pensa. Hoje a cadeia de valor do setor siderúrgico na América Latina gera 1,2 milhão de empregos e enfrenta um dos desafios mais importantes de sua história: como liderar a transição para uma indústria ambientalmente sustentável? De acordo com o último IPCC da ONU "a sustentabilidade ambiental está em um ponto de virada e mudanças sem precedentes e já estão sendo observadas no sistema climático da Terra". Para restaurar nosso planeta, temos que mudar a maneira como fazemos as coisas. Siderurgia Brasil 157 - Junho - 2022

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S U S T E N TA B I L I DA D E

Atualmente, 80% dos Gases de Efeito Estufa (GEE) são provenientes da emissão de Dióxido de Carbono (CO2) na atmosfera e, desse total, entre 7% e 9% são originários da siderurgia mundial. Embora a América Latina não ultrapasse 2,8% das emissões do setor, a região será uma das mais afetadas pelas mudanças climáticas. Portanto, uma das principais ações para mitigar o aquecimento global cada vez mais acelerado é avançar para um processo de descarbonização. O aço é um dos materiais mais utilizados no mundo. Está presente em quase tudo: prédios, pontes, carros, máquinas, parafusos, instrumentos cirúrgicos, cozinhas, panelas, trilhos, condicionadores de ar, geladeiras, máquinas de lavar. Felizmente sua reciclabilidade é infinita.

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O que significa isso? Esse aço pode ser reciclado várias vezes sem perder suas propriedades. Dos 1,8 milhão de toneladas de aço produzidas por ano, a Worldsteel estima que 630 milhões de toneladas sejam utilizadas de sucata como insumo, economizando 950 milhões de toneladas de CO2. Para dimensionar, podemos dizer que, em toneladas, a reciclagem do aço é maior que a soma de todos os papéis e plásticos reciclados do mundo. A evolução das diferentes nações para um futuro sustentável depende, em grande parte, do uso do aço. No entanto, liderar essa mudança exige que o setor siderúrgico enfrente seus desafios. Hoje no mundo há superprodução de aço (mais do que precisamos é produzido a cada ano). Metade do aço do mundo é produzido pela China, o país que mais emite CO2 na atmosfera. A América Latina tem uma vantagem. Temos uma das produções de aço mais eficientes e sustentáveis do mundo. Para cada tonelada de aço produzida, as empresas latino-americanas emitem 1,6t CO₂, valor inferior à média mundial de


1,8 toneladas, segundo a Worldsteel. Por sua vez, a China, maior produtor mundial da matéria-prima, emite 2,1t CO₂, 31% a mais que a América Latina. Hoje a indústria latino-americana já está fazendo um esforço enorme para avançar na descarbonização. Alguns exemplos que podemos comentar entre nossos parceiros: o CO2 produzido por duas fábricas da Ternium no México é capturado, embalado e acaba nos refrigerantes que todos consumimos. A ArcelorMittal pavimentou mais de 2.000 ruas nos municípios de Vitória, Brasil, utilizando mais de 2 milhões de coprodutos de alto-forno. E a Gerdau produz fertilizantes com o coproduto que sai do forno-panela. A indústria está se movendo em direção à economia circular. Cerca de 90% da água utilizada na siderurgia é limpa, resfriada e devolvida à fonte. Grande parte da perda é devido à evaporação. A água que retorna aos rios e outras fontes é geralmente mais limpa do que quando é retirada. Mas isto não é o suficiente. Se queremos acelerar a descarbonização, temos que trabalhar com governos, trabalhadores e sociedade em planos disruptivos para o futuro. A indústria poderia usar energia 100% renovável para produção, podemos aumentar o uso de coprodutos. Isso exige investimento das empresas e dos governos, financiamento e incentivos fiscais para aqueles que

impulsionam a transformação. Além disso, lideramos a discussão global sobre ajustes fronteiriços no comércio exterior de aço e seus derivados. As exportações de aço e seus derivados são muito importantes para a região. Temos de assegurar que a eficiência na sua produção seja tida em conta com uma mais valia na discussão dos novos impostos e tarifas para as questões ambientais. A América Latina conta com empresas siderúrgicas competitivas, na vanguarda tecnológica, comprometidas com a sustentabilidade, geradoras de emprego industrial de qualidade e prontas para serem pioneiras na transformação tecnológica do século XXI em direção a um mundo mais sustentável. *Alejandro Wagner é Engenheiro formado pela Pontifícia Universidade Católica Argentina e diretor executivo da Alacero, Associação Latinoamericana de Aço. Siderurgia Brasil 157 - Junho - 2022

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FUTURO

BRASIL: A POTÊNCIA O Brasil já tem posição de destaque na produção energética limpa e renovável, baseado na matriz hídrica. Entretanto, fontes como solar, eólica, biomassa, biogás e etanol sobre o qual o país já tem amplo domínio, serão fundamentais para nosso futuro. ANDRÉ NAVES*

O

Brasil tem potencial para se tornar o líder global na produção e desenvolvimento energético limpo. Mas para que isso se concretize, necessário se faz que a sociedade civil lidere o país politicamente para patamares mais elevados de desenvolvimento efetivamente sustentável. No bojo dessa potencialidade, o crescimento da produção de energia fotovoltaica é um marco fundamental desta chamada energia verde e renovável. Dentre as mais relevantes economias do mundo, o Brasil já tem posição de destaque na produção energética limpa e renovável, baseado na matriz hídrica. Entretanto, a mudança do regime pluvial ocasionado pela emergência climática denota as vulnerabilidades do setor hidrelétrico, que vem perdendo espaço, a cada dia, para a produção fotovoltaica de energia, que se aproveita da abundante e perene incidência solar em nosso país.

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Foto: Divulgação

A DA ENERGIA VERDE

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FUTURO

Festejamos que, em 2019, o mercado de energia solar no Brasil cresceu mais de 212%, alcançando a marca de 2,4 GW instalados. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foram instalados mais de 110 mil sistemas fotovoltaicos de mini e microgeração, correspondendo a R$ 4,8 bilhões e 15 mil profissionais trabalhando na área. Do mesmo modo, os ventos são intensos em nosso território, especialmente no Nordeste, e a energia eólica, de acordo com a Aneel, é a segunda fonte de matriz elétrica brasileira, atrás apenas da hidrelétrica. Atualmente, o Brasil é o 7º no ranking mundial do Global Wind Energy Council (GWEC). Até o 1º semestre de 2020, es-

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tavam instalados 16 GW, em 637 parques eólicos e 7.738 aerogeradores, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica - ABEEólica -, que prevê cerca de 24,2 GW de capacidade instalada até 2024, considerando leilões já realizados e contratos firmados no mercado livre. De maneira similar, a produção nacional de biogás - em geral o metano combustível gerado pela fermentação anaeróbica de matéria orgânica de origem vegetal ou animal, como a biomassa, esterco, lixo orgânico -, tem crescido substancialmente. O volume de biogás para fins energéticos teve um aumento médio de 20% ao ano, entre 2015 a 2019; atingindo 23% de 2019 para 2020. Após o início de ope-


ração das 37 plantas que estão em fase de implantação ou reforma, o Brasil alcançará uma produção anual de 2,2 bilhões de Nm³. Mas o potencial de produção de biogás bruto, calculado pela ABiogás, é muito maior, de 82,58 bilhões de metros cúbicos ao ano, considerando os setores: sucroenergético, saneamento, proteína animal e produção agrícola. Assim, se comparamos com o atual cenário de produção de biogás no Brasil, de 1,83 bilhão de metros cúbicos ao ano, constata-se que apenas 2% do total é aproveitado e que há oportunidade de expansão em 98%! A energia verde também vem do etanol. O Brasil obteve, em 2020, 35,6 bilhões de litros provenientes da cana-de-açúcar e do milho. Foi a maior produção de etanol da história; um acréscimo de 7,5% em comparação a 2018/19, o que demonstra que a produção de combus-

Hydrogen Council, aponta que a produção e exportação do hidrogênio deverá responder, em 2050, por 20% de toda a demanda de energia global, gerando um mercado de US$ 2,5 trilhões. Como o Brasil tem cerca de 80% da sua matriz elétrica renovável, pode se tornar um dos grandes protagonistas desse mercado. Fontes como solar, eóli-

tíveis a partir do agronegócio e de fontes correlatas tem potencial para sustentar um ciclo de crescimento econômico. E com todas essas opções, aumenta a possibilidade de geração do chamado hidrogênio verde, obtido a partir de fontes renováveis, em processos sem emissão de carbono. A AproBio, Associação dos Produtores de Biocombustível do Brasil, utilizando dados do

*André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Sociais. Escritor, professor e palestrante; conselheiro do Chaverim, grupo de assistência às pessoas com deficiência.

ca, biomassa, biogás e etanol entram no rol de opções para geração de hidrogênio verde. Logicamente que essas potencialidades só se concretizarão em novos patamares de perenidade e justiça no desenvolvimento se estiverem baseadas em um marco institucional impessoal, transparente e eficiente, em que o combate e a prevenção à corrupção gozem de estabilidade e segurança. O Brasil clama por sustentabilidade!

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E S TAT Í S T I C A S

SUPERADA A MARCA DE 200 MIL VEÍCULOS/MÊS

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A Anfavea, entidade que representa os montadores de veículos, foi portadora de uma noticia muito auspiciosa para a retomada do desenvolvimento econômico aqui no Brasil. Pela primeira vez desde o ano passado, a indústria conseguiu superar a marca de 200 mil veículos produzidos em um mês. Segundo seu presidente Marcio de Lima Leite “Aos poucos a produção de autoveícu-

mento sobre o mesmo mês do ano anterior, de 6,8% coincidentemente, foi em maio do ano passado que a falta de componentes eletrônicos começou a gerar os primeiros impactos relevantes no setor automotivo brasileiro. Com produção em alta e mais dias úteis, maio também registrou bons resultados nas vendas ao mercado interno. Os 187,1 mil autoveículos licenciados representaram uma ele-

los vai se recuperando das restrições impostas pela crise global dos semicondutores. ” Foram 205,9 mil unidades produzidas no mês, crescimento de 10,7% sobre abril. Também pela primeira vez em 2022 houve cresci-

vação de 27% sobre abril, quase empatando com o resultado de maio de 2021 (aqui houve ligeira redução de 0,9%). A média diária de 8,5 mil unidades foi a maior do ano, crescendo 10% em relação a abril.

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As exportações de 46,1 mil unidades em maio significaram alta de 2,8% sobre o mês anterior e de 24,6% sobre maio de 2021. No acumulado do ano, já se exportou 19,4% a mais em unidades que em 2021, e 27% a mais em valores. “Chama a atenção a consistência do crescimento de mercado, um degrau a cada mês

desde o início do ano, para vendas e produção. Exportações já largaram o ano em alta, e se mantêm assim. Como a tendência histórica do nosso setor é de um segundo semestre mais robusto que o primeiro, estamos muito otimistas quanto à manutenção desse bom ritmo de recuperação”, afirmou Márcio de Lima Leite, Presidente da ANFAVEA.

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E S TAT Í S T I C A S

CRESCEU A PRODUÇÃO DE AÇO NO MÊS DE MAIO Segundo dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil no mês de maio deste ano a produção brasileira de aço bruto foi de 3,0 milhões de toneladas, representando alta de 1,7% em relação a produção de abril de 2022. Mas se considerarmos o período de janeiro a maio a produção foi de 14,5 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 2,2% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados

no mesmo período foi de 10,1 milhões de toneladas, redução de 8,5% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2021. A produção de semiacabados para vendas totalizou 3,6 milhões de toneladas de janeiro a maio de 2022, um acréscimo de 7,2% na mesma base de comparação. Já as vendas internas em maio de 2022 tiveram crescimento de 3,5% frente ao verificado em abril de 2022, atingindo 1,8 milhão de toneladas. Já no período de

MAIO 2022 - PRODUÇÃO SIDERÚRGICA BRASILEIRA

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janeiro a maio as vendas internas foram de 8,5 milhões de toneladas de janeiro a maio de 2022, o que representa uma retração de 14,7% quando comparada com o apurado em igual período do ano anterior. Aqui cabe lembrar que no ano passado este período era o momento em que os consumidores estavam recompondo seus estoques, em face a queda registrada pela pandemia mundial. O consumo aparente de produtos siderúrgicos que é representado pela produção e mais as importações, subtraindo-se as exportações no mês de maio que foi de 2,1 milhões de toneladas, 5,8% acima do verificado em abril de 2022. No período o consumo aparente na-

cional de produtos siderúrgicos foi de 9,8 milhões de toneladas no acumulado até maio de 2022. Este resultado representa uma queda de 14,6% frente ao registrado no mesmo período de 2021. Já o comportamento das exportações(*) de janeiro a maio de 2022 atingiram 5,6 milhões de toneladas, ou US$ 4,8 bilhões. Esses valores representam, respectivamente, aumento de 32,4% e 57,9% na comparação com o mesmo período de 2021 O Aço Brasil divulgou também o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) de junho/22, que caiu 1,3 ponto frente ao registrado em maio, para 45,4 pontos que representa que a confiança está em baixa.

(*) Em Maio/22, o Ministério da Economia revisou as informações de exportações de Janeiro/22 a Abril/22 divulgadas através do Portal Comex. Portanto, o Aço Brasil atualizou os dados de exportações siderúrgicas relativos aos meses de janeiro/22 a abril/22 que traz impactos nos volumes exportados do acumulado do ano.

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E S TAT Í S T I C A S

CRESCEM AS VENDAS NA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE AÇOS PLANOS Segundo os dados divulgados pelo Inda – entidade que reúne os processadores e distribuidores de aços planos, na reunião com a imprensa na data de hoje (21/06), os resultados obtidos no mês de maio foram melhores do que os esperados. Isto porque, as vendas contabilizadas pela entidade, reagiram e no mês de maio mostraram crescimento de 3,1% quando comparadas a abril, com um total vendido de 312 mil toneladas contra 302,7 mil no mês passado. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 320,3 mil toneladas, registrou queda de 2,6%. Comparando o período de janeiro a maio houve uma ligeira retração de 1,8% pois no período deste ano foram vendidas 1.596,7 mi-

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lhões contra 1.625,8 milhões do ano passado. As compras do mês também apresentaram alta uma vez que foram adquiridas 366,7 mil toneladas contra 250,1 mil do mês passado, com alta de 46,6%. Este número chega a ser surpreendente, pela guinada que representou. Frente a maio do ano passado (345,6 mil ton.), a alta de 6,1%. Ao considerarmos o acumulado dos cinco meses do ano teremos uma queda de 7,7%, pois no ano passado foram adquiridas das usinas, 6.688,7 milhões de toneladas contra 1.558,9 milhões deste ano. Deve-se lembrar que naquele ano as distribuidoras vinham recompondo seus estoques após a paralização pela pandemia da Covid 19.


Com tal movimento o estoque registrou um acréscimo de 6%, fechando em 776,4 mil toneladas contra 721,8 mil toneladas do mês passado e contra 738,4 mil toneladas que fora registrado no mesmo mês do ano passado, neste caso com crescimento de 5,1%. A rede de distribuição neste momento apresenta um quadro de 2,5 meses de venda em seu estoque. As importações mostraram no mês de maio chegaram 140.6 mil toneladas de aços planos e mais 2,9 mil em placas que serão laminadas ou relaminadas aqui no Brasil. Segundo Carlos Loureiro, presidente executivo do Inda, grande parte deste material já estava estocado em portos brasileiros e esperava o melhor momento para ser colocado no mercado.

Ainda segundo ele, neste momento a rede e os consumidores estão plenamente abastecidos, pois a exceção de Chapas Grossas que apresentam uma demanda mais aquecida todos os demais itens estão com fornecimento regular. Olhando para o futuro Loureiro vê com bons olhos que há uma demanda muito consistente na área de energia, pois tanto as usinas eólicas, como as instalações fotovoltaicas vem apresentando um ritmo de crescimento muito consistente. Além disso existem áreas como a de implementos agrícolas, como a de caminhões e a própria retomada do setor automotivo que enchem de expectativa o setor para os próximos meses. Fonte: Inda

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E S TAT Í S T I C A S

PRODUÇÃO MUNDIAL DE AÇO EM ALTA

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Apesar de um ligeiro recuo em relação a produ-

redor do mundo, em maio foram produzidas 169,5

ção do mesmo mês no ano passado, a produção

milhões de toneladas (Mt), uma queda de 3,5% em

mundial de aço cresceu em relação a abril deste

relação a maio de 2021, porém um crescimento

ano. Segundo a World Steel Association (worlds-

de 4.2% em relação ao mês anterior quando foram

teel) que contabiliza a produção de 64 países em

produzidas 162,7 milhões de toneladas.

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VITRINE

GERANDO A PRÓPRIA ENERGIA

CAMINHÃO ARTICULADO A HIDROGÊNIO

A Volvo Construction Equipment ( Volvo CE) começou a testar o Volvo HX04, protóti-

futuros programas de desenvolvimento de produto.

po de um caminhão articulado com células

O objetivo é atingir zero emissões líquidas

de combustível. Os resultados fornecerão in-

de gases do efeito estufa até 2040, dentro de

formações sobre as possibilidades oferecidas

toda a cadeia, impulsionando a transformação

por essa tecnologia à medida em que a Vol-

do setor rumo à neutralidade em carbono.

vo CE dá continuidade à pesquisa para seus

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Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), desenvolveu um estudo inédito intitulado “Contribuições da geração própria de energia solar na redução da conta de luz de todos os brasileiros”, através da consultoria especializada Volt Robotics. O estudo, de autoria de Donato da Silva Filho, sócio fundador da consultoria Volt Robotics, apresenta as contribuições da geração distribuída solar para a redução dos preços de eletricidade no País e traça cenários futuros com as projeções de redução das tarifas de energia elétrica para todos os consumidores. Mais detalhes: https://www.absolar.org.br/

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Fonte: asa.alstrom@volvo.com


Foto: Divulgação Ceibit

A ARCELORMITTAL E O FUTURO A empresa que é uma das maiores produtoras mundiais de aço com o objetivo de manter-se na vanguarda mundial dos acontecimentos inicia a sua jornada no mais novo modelo de negócio, chamado Metaverso que é definido como uma rede de mundos virtuais, voltada para as conexões sociais. A empresa está inicialmente investindo R$1,2 milhão em parceria com a Link School of Business, que é a primeira faculdade de empreendedorismo no Brasil, e se utiliza de ferramentas próprias para desenvolver novos empreendedores visando criar negócios de impacto tanto interna quanto externamente.

Entre as fontes de produção de hidrogênio no mundo está a reforma eletroquímica, que trabalha com a oxidação de álcoois e redução da água. Essa novidade que passou a ser usada de forma sistemática no mundo há cerca de dois anos está sendo empregada no projeto Uso eficiente de etanol para produção de hidrogênio e eletricidade, desenvolvido no âmbito do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI), centro de pesquisa, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Shell. “O hidrogênio é o combustível do futuro, mas o etanol não fica atrás nessa corrida. Juntos, eles podem dar ao Brasil um papel de protagonismo na luta por um combustível verde”, diz o engenheiro químico Hamilton Varela, coordenador do projeto e também diretor do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP).

Foto: André Siqueira

NOVA TÉCNICA PROMETE REDUZIR O CUSTO DE ENERGIA ELÉTRICA

Mais informações: https://www.rcgi.poli.usp.br/pt-br/

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VITRINE

A CRISE DOS SEMICONDUTORES “Os semicondutores são a base do mundo moderno e representam o componente mais importante da economia global conectada” disse Márcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul. No ano passado deixaram de ser mundialmente produzidos mais de 2 milhões de veículos automotores, pela falta deste componente. Fotos: André Siqueira

Segundo pesquisa conduzida pela KPMG e Global Semiconductor Alliance (GSA) com 152 executivos líderes da indústria de semicondutores, divulgada no dia 20 de junho, mais da metade (56%) dos executivos líderes globais do setor de semicondutores acreditam que a atual escassez de chips persistirá até 2023, enquanto 42% acham que ela terminará em 2022.

ANUNCIANTES DESTA EDIÇÃO Empresa Alfa Metals Ltda. Arcelormittal Brasil S.A. Benafer S/A - Comércio e Indústria Congresso Aço Brasil 2022 Divimec Tecnologia Industrial Ltda. Grips Marketing e Negócios Ltda. Intermach 2022 JLM Negócios e Soluções Ltda. Mercosistem Larzinho Casa Jesus, Amor e Caridade Revista Siderurgia Brasil Tec Tor Indústria e Comércio Ltda. Tetraferro Ltda. Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A.

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