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ARTIGO TÉCNICO

ARTIGO TÉCNICO

O retorno ao crescimento da indústria automobilística

Os bons resultados obtidos pelo setor automotivo dos últimos meses, aliados ao sucesso da feira de veículos pesados que aconteceu nos últimos dias em São Paulo, projetam uma nova onda de otimismo ao segmento.

Henrique Pátria*

AApós exibir resultados muito positivos em setembro, quando foi divulgado o crescimento na produção de veículos na ordem de 39% em relação a setembro do ano passado, a indústria automobilística já dá mostras concretas de que está começando a viver uma nova onda de desenvolvimento, desta vez com muita consistência.

Por sua vez, na recente feira Fenatran acontecida em São Paulo, voltada para o segmento dos transportes pesados, onde se destacam os caminhões, toda a euforia com este novo momento estava estampada nos diversos stands com inúmeros lançamentos e muitas novidades. A área de caminhões dentro do setor automotivo, foi uma das que mais sofreu com a crise econômica, mas agora esta demonstrando que rapidamente quer retomar seu lugar na economia.

Não podemos nos esquecer que o Brasil é um país continente com uma malha rodoviária de milhares de quilômetros e, ao contrário de outras economias, ainda priorizamos o transporte

da grande maioria de toda nossa produção em todos os segmentos através de caminhões. Na indústria siderúrgica, segundo os últimos dados que disponho acerca do assunto passa de 70% o transporte de todo o aço produzido no Brasil, por via rodoviária, ou seja, através de caminhões.

Com este novo panorama, a partir do início de outubro, as montadoras de caminhões vinham anunciando novos investimentos e novos lançamentos para recompor a sua posição o que coroou-se com a exibição apresentada na recente Feira.

Para citar um exemplo, a Mercedes- -Benz lançou sua linha de caminhões 2018, com quase 30 novos recursos de tecnologia, conforto, segurança, desempenho e economia para as famílias Accelo, Atego, Axor e Actros. Segundo a empresa, as novidades dos caminhões da marca atende às demandas e expectativas dos clientes. Dessa forma, eles estão totalmente atualizados e sintonizados com as reais necessidades do transporte de carga no País, tendo como base o mote “As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve”.

Ainda, segundo a empresa, visando conectividade e interatividade cada vez maior com os motoristas, autônomos, frotistas e gestores de frota e manutenção, a Mercedes-Benz é a primeira marca de veículos comerciais do País a lançar um programa de fidelidade e recompensas para clientes. Essa iniciativa é uma continuidade da campanha Mercedeiros de Verdade, que em pouco mais de dois meses do lançamento do seu App já acumula mais de 13.000 downloads. Após a fase promocional da campanha – que irá até 31 de janeiro de 2018 e que envolve brindes instantâneos e cupons virtuais para sorteios dos caminhões Accelo e Actros e de dois veículos Vito – os clientes passam a contar com um programa de fidelidade e recompensas definitivo, de fábrica, inédito no segmento e de abrangência nacional, trazendo vantagens e recompensas para os participantes.

No stand, ainda foram demonstrados uma ampla abrangência do portfólio para caminhões. Entre os destaques estão: a nova funcionalidade de Telediagnose do FleetBoard, a Oficina de Alta Performance, Serviços Dedicados e Kits de peças genuínas por segmento.

Já a Man Latin América, responsável pelos caminhões Volkswagen e Man apresentou, segundo a empresa, o maior número de novidades em sua história, com atrações desde o segmento leve até o extrapesado. Foram mais de 40 unidades a disposição para o grande publico que visitou seu stand.

A nova família Delivery fez o seu lançamento mundial e apresentou o caminhão elétrico, o e-Delivery, que vai começar a operar nas ruas do país no próximo ano em clientes estratégicos.

Entre os extrapesados, o destaque foi para o protótipo Constellation 33.440 Tractor, que celebra a sinergia do grupo VW Truck & Bus ao reunir, num mesmo veículo, o moderno chassi e motorização MAN com a renomada cabine Constellation, num projeto totalmente novo e concebido em parceria entre a engenharia brasileira e alemã. Destinado às operações de cana-de- -açúcar e madeira, o veículo atende a uma aplicação tipicamente brasileira.

A linha Constellation traz também outras novidades que ampliam a produtividade com novas versões 8x2,

além do pacote Robust, que combina robustez ao melhor valor de aquisição para as mais diversas aplicações, e estreias entre os vocacionais Compactor, Constructor e Canavieiro.

Já para cargas sensíveis e otimizadas, como 30 pallets, a grande novidade é o VW Constellation 25.420 6x2 Pusher com suspensão pneumática integral. Conforto e dirigibilidade são palavras de ordem no modelo, que chega com entre eixo mais curto, atendendo ao segmento de 30 pallets com a mesma capacidade do tanque de combustível que o consagrado VW Constellation 25.420 6x2. A Volvo foi outra grande montadora presente à feira e em seu stand foram expostos 11 caminhões da marca, a começar pelo Performance Edition, uma edição especial do FH, dando inicio a comemoração dos 90 anos da Volvo Trucks. “É uma série limitada de veículos exclusivos, repletos de novas tecnologias e com uma configuração única para celebrar esta data e o melhor caminhão do mundo”, diz Daniel Mello, gerente de marketing da Volvo no Brasil. Também estará exposto um dos primeiros modelos de caminhões da Volvo, o Série 2, produzido em 1928. A empresa também apresentou novas tecnologias que estão embarcadas nos modelos de sua linha dentre os quais o Assistente de Direção, um dispositivo de última geração voltado para o transporte de cana-de-açúcar. A tecnologia auxilia o motorista a não passar por cima dos brotos da plantação, um grave problema da indústria canavieira, responsável por enormes prejuízos no setor. “A Volvo está sempre oferecendo o melhor em novas tecnologias, visando constantemente aumentar a produtividade do transportador”, destaca Bernardo Fedalto, diretor comercial de caminhões Volvo.

Também foi apresentado o primeiro caminhão autônomo já testado em uma operação real e comercialmente viável para o setor de transporte no Brasil. O novo veículo é dirigido também para o segmento sucroalcooleiro, um dos mais importantes do agronegócio.

Como a conectividade está em moda, a Volvo também está conectada e lançou a Manutenção Inteligente é uma central de monitoramento conectado e de planejamento e agendamento de manutenções preventivas para os caminhões. O serviço é voltado para os veículos que tenham planos de manutenção da marca. A Volvo também lançou a Gestão de Combustível, uma consultoria remota de consumo de combustível, criada para reduzir gastos com diesel, que chegam a representar 50% dos custos do transportador.

A Ford Brasil aproveitou a oportunidade para apresentar o F-4000 4x4 montado em forma de Ambulância e Resgate.

O veiculo apresentado na feira estava implementado com tecnologia de socorro médico de última geração, com uma atuação diferenciada em todo tipo de terreno e nos mais difíceis rincões, por ser o único do gênero com tração nas quatro rodas aliada à versatilidade e confiabilidade dos caminhões leves da Série F.

Destinado a serviços públicos e privados de ambulância e remoção em áreas urbanas ou zonas rurais, principalmente de difícil acesso, o F-4000 4x4, chamado “Rescue”, se destaca pela robustez e capacidade de rodar em diferentes tipos de terreno. Ele traz todos os equipamentos necessários ao suporte intermediário de vida, como maca, oxigênio, desfibrilador, material de apoio e acomodação da equipe médica.

Único veiculo do segmento a dispor de uma versão com tração 4x4, o F-4000 é muito usado no serviço público pelo SAMU, Forças Armadas e socorro médico, além de ter outras configurações de implemento para aplicações como manutenção de redes elétricas, telefonia, água e esgoto, mineração e construção civil. Traz ainda a herança de vitórias nas competições de caminhões, sendo oito vezes campeão do Rally dos Sertões.

Com peso bruto total de 6.800 kg, o F-4000 4x4 transporta uma carga útil mais carroceria de 3.810 kg. Tem motor Cummins 2.8 de 150 cv, transmissão de cinco velocidades da Eaton e vem equipado de série com freios Foto: Divulgação Ford ABS com distribuição eletrônica e ar-condicionado. VUC V 250, com capacidade de 1,4 to

Ainda como novidades nesta área neladas, que irá concorrer com veícude transportes, a DAF - Paccar Comlos da Hyundai e da Kia na locomoção pany, que tem fábrica instalada na dentro das cidades. São veículos autocidade de Ponta Grossa no Paraná rizados a circular para pequenas e méanunciou o lançamento de três novos dias entregas. modelos, principalmente entrando no segmento de Off-road, ou seja equi*Henrique Pátria, Editor chefe da revista pamentos que deverão ser utilizados Siderurgia Brasil em lavouras de cana e na área de madeiras.

A JAC, outra empresa que vem gradativamente se instalando no Brasil, anunciou que está iniciando a venda no Brasil SÓ UM GRANDE ESTOQUE " "ÎPT 'BWPSJU BVNFOUPV B ÈSFB EF BSNB[FOBHFN FN N¤ F BHPSB UPUBMJ[B N¤ OP #SBTJM de um veículo chamado GARANTE O MELHOR FN VNB estrutura inteiramente construída em aço QBSB FTUPDBS ATENDIMENTO. B TVB MJOIB EF QSPEVUPT F HBSBOUJS NBJTBHJMJEBEFOBTFOUSFHBT

NOSSOS PRODUTOS: t"ÎPT$POTUSVÎÍP.FDÉOJDB t"ÎPT'FSSBNFOUB t"ÎPT*OPYJEÈWFJT t"ÎPT3FTTVMGVSBEPT t5VCPT.FDÉOJDPT t7JHBT&TUSVUVSBJT t"ÎPT$PNFSDJBJT t'FSSP'VOEJEP t5SFýMBEFCJUPMBT FTQFDJBJTEFSPMPQBSB CBSSBFCBSSBQBSBCBSSB

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www.favorit.com.br

Uma análise do mercado do aço em 2016

Com base na sua experiência, o Sicetel elaborou um documento para colocar em discussão algumas propostas, visando a revitalização da indústria de transformação.

OO Sicetel divulgou, na última semana de setembro, a edição do seu Anuário Estatístico, versão 2017, que contém uma análise do mercado produtor e consumidor de aços planos e longos e seus derivados, produzidos pelas indústrias representadas pela entidade no decorrer de 2016.

Este documento certamente se constitui em importante fonte de consulta para a nossa cadeia produtiva e contribui significativamente nas análises e tomadas de decisão das empresas que operam neste segmento industrial.

Em 2016, e durante todo o primeiro semestre de 2017, o Brasil permaneceu navegando em uma das suas piores crises econômicas, agravada pela quase irreal instabilidade política, que beira o colapso moral do estado.

As instituições legais estão preservadas, mas as incertezas sobre o futuro da direção que o Brasil tomará, especialmente a partir do próximo ano (de eleições) faz com que a classe empresarial se contamine com esse cenário, estancando possíveis investimentos.

Bem certo é que a produção industrial do setor representado pelo Sicetel, no primeiro semestre deste ano, experimentou uma leve, tímida, mas constante curva ascendente. É claro que esses números estão sendo comparados com o ano de 2016, cujo resultado ficou registrado no fundo do poço, mas o fato é que eles pararam de cair. Cremos que, no curto prazo, uma decolagem mais efetiva estará nas exportações e nos investimentos em infraestrutura.

As indústrias do nosso segmento industrial, com o volume dos negócios no estado em que se apresenta, permanecem operando com um nível de ociosidade jamais experimentado, mantendo-se ainda de pé em razão da extrema redução das suas margens e dos fortes ajustes estruturais realizados nestes dois últimos anos.

O Sicetel permanece discutindo, em todos os fóruns em que atua, as suas teses e propostas para a melhoria da competitividade da cadeia produtiva metalmecânica, e espera que o Governo Federal faça a parte que lhe cabe, mantendo linhas de crédito em volume e a custo competitivo para financiar os investimentos da indústria em modernização, na inovação, no financiamento das exportações e nos projetos de infraestrutura, além de manter uma taxa de câmbio competitiva e uma política industrial e de comércio exterior que garanta a proteção efetiva e equilibrada ao longo das cadeias produtivas incentivando a agregação de valor à produção e à exportação da indústria de transformação brasileira. O Sicetel que possui cerca de 80 empresas associadas que representam cerca de 300 produtores constitui-se no primeiro elo da cadeia metalomecânica, a jusante da Indústria siderúrgica e a montante da indústria automobilística, e processou 52% do aço consumido por esta cadeia em 2016.

O volume de aço processado pelas empresas do Sicetel caiu 6% de 2015 para 2016, entretanto a queda de vendas foi menor que a das vendas das siderúrgicas nacionais e sua participação subiu para 16,2% em 2016.

O setor sofre com a perda de competitividade das siderúrgicas brasileiras e com a importação de produtos que contem aço. Embora a importação de aço tenha caído em 2016, o setor não se beneficiou dessa queda, porque o consumo aparente caiu ainda mais. A própria siderurgia mundial

com um excedente de capacidade de produção de quase 800 milhões de toneladas, vive a maior crise de sua história.

No segmento de longos, a participação das empresas do Sicetel atingiu 32,5% em 2016, mas caiu 8% em relação ao ano anterior, mas vinha numa trajetória crescente nos últimos cinco anos. No segmento de planos, a participação em 2016 foi de 4,4% e a participação foi estável.

O setor trabalha com um nível de ociosidade de 30%, o que tem dificultado a recuperação do preço do aço e comprometido a rentabilidade do produto.

A China é o maior produtor mundial de aço, sendo responsável por 50% da produção, tem um elevado excedente de capacidade, enormes subsídios, moeda desvalorizada e forte participação do estado no controle das empresas.

Diversos países, entre eles os Estados Unidos, União Europeia e Japão, estão tomando medidas de defesa dos seus produtores contra a concorrência desleal do aço chinês, como a imposição de taxa antidumping por parte de players importantes.

A possibilidade de a China vir a ser considerada economia de mercado poderá tornar ainda mais dramática a competição no mercado do aço, dificultando a imposição de mecanismos de defesa contra o aço chinês.

Os Estados Unidos e a União Europeia já sinalizaram que não estão dispostos a conceder à China a condição de economia de mercado, o Brasil ainda não se manifestou sobre o assunto, mas como os chineses são nossos maiores parceiros comerciais, devemos nos preparar para forte pressão do governo chinês para que o Brasil os reconheça como economia de mercado.

Também a provável ação unilateral dos Estados Unidos para frear as importações de aço brasileiro por razões de segurança nacional poderá nos atingir já que eles são o segundo maior mercado de aço brasileiro.

O setor siderúrgico brasileiro, em 2016, trabalhou com uma taxa de ocupação próxima 60% da capacidade instalada, mesmo exportando 44% da sua produção o que torna a exportação ser considerada a solução no curto prazo, mas certamente não o será no médio e longo prazos.

A prioridade da siderurgia brasileira é o mercado interno e a recuperação da produção de aço depende da melhoria do desempenho dos setores consumidores de aço, principalmente da indústria automobilística, de máquinas e equipamentos e da construção civil. Precisamos evoluir no conceito de cadeia produtiva e desenvolver arranjos empresariais que incentivem as exportações de produtos com aço contido.

E, nesse sentido, devemos olhar para os países asiáticos, principalmente a Coréia do Sul, que tem o maior consumo per capita de aço no mundo, sendo que, aproximadamente, 50% desse consumo vem das exportações de produtos que contém aço e buscam sempre a produção e exportação de produtos de maior valor agregado.

A perspectiva de aprovação das reformas trabalhista e previdenciária, aliado ao sucesso na queda da inflação, está permitindo a redução da taxa de juros e, a partir desse contexto, projeta-se uma lenta recuperação da economia. Tais fatores não são condições suficientes para impulsionar o crescimento, mesmo porque a taxa Selic tem sido reduzida numa velocidade menor do que a queda da inflação, o que aumenta a taxa de juros real. O elevado custo financeiro e a taxa de câmbio apreciada foram os principais responsáveis pela baixa competitividade da indústria nos últimos anos.

O Sicetel entende que a indústria de transformação brasileira tem condições de concorrer tanto no mercado interno quanto no mercado externo, desde que tenha condições isonômicas com os concorrentes e para isto considera importante que as entidades empresariais contribuam com sugestões visando criar direcionadores para uma política econômica que acelere a recuperação da atividade econômica.

Entre outras medidas, o Sicetel entende que uma nova agenda econômica deveria visar:

» Reduzir forte e aceleradamente a taxa de juros; » Garantir uma taxa de câmbio competitiva e estável, próxima da taxa de equilíbrio industrial; » Acelerar as concessões em infraestrutura para turbinar os investimentos e reduzir os custos logísticos; » Utilizar as exigências de “conteúdo local” para fomentar as inovações e o desenvolvimento de tecnologia nacional; » Garantir fontes de financiamento, em volume e condições competitivas, para investimentos em infraestrutura, inovação e tecnologia; » Definir uma nova política de comércio exterior que aumente a inserção do País nas grandes cadeias produtivas mundiais; » Implantar uma política industrial que dê sustentação a esse desafio e que tenha uma visão de cadeia produtiva; » Aumentar imediatamente o “Reintegra” para, no mínimo, 5%; » Elaborar estudo para que o “Reintegra” tenha percentuais crescentes, de acordo com a agregação de valor ao produto, ao longo das cadeias produtivas; » Reavaliar a estrutura do imposto de importação, com definição de percentuais que reflitam a agregação de valor dentro das cadeias produtivas; » Promover uma reforma tributária mínima, que elimine todos os impostos cumulativos, reduza o custo de administração de impostos, elimine a guerra fiscal e compatibilize a base tributária do ICMS e do PIS/COFINS.

Opinião

Importantes recordações da Siderurgia Brasileira

Você consegue imaginar como eram as relações entre a iniciativa privada e o governo no âmbito das usinas siderúrgicas em 1987. Para quem já atuava no setor na época, vale relembrar. E para quem não tinha conhecimento, aqui vão algumas informações relevantes.

Henrique Pátria*

HHá alguns dias tive acesso a uma relíquia que considerei muito especial e que saiu do fundo do baú, trazida pelas mãos de nossos amigos e colaboradores Edson Cipriano e Gabriel Jeszensky,. Recebi, por e-mail, um arquivo com a cópia da edição Nº 1, lançada em setembro de 1987 – portanto, há 30 anos - de uma revista dedicada à siderurgia publicada pela Editora Pensar, com sede no bairro da Aclimação, aqui em São Paulo, e filiais e/ou correspondentes no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.

O material recebido deixou claro que a base daquele veículo de Imprensa, bem como sua dedicação principal, eram voltadas à área de aço inox, uma vez que sua primeira edição, além de trazer vários artigos relacionados ao produto, circulou durante a realização da II Salão do Aço Inoxidável, promovido, na ocasião, pela Acesita e pela promotora de feiras Lemos Britto. Com os caracteres gráficos típicos daquela época, a revista traz um “Editorial” baseado na frase de Soren Kierkegaard, um pensador dinamarquês, que encontrou tempo ainda para ser teólogo, poeta, crítico social e autor religioso, considerado o primeiro filósofo existencialista, que viveu entre 1813 e 1855. A frase é: “O Homem que se recusa a arriscar, perde a própria identidade.” Por mais paradoxal que possa parecer, em 1999, quando criamos a revista Siderurgia Brasil, fomos movidos pelo mesmo espírito. Tenho uma frase que costumo sempre dizer: “Quem quer resolver o problema, acha uma solução. Quem não quer acha uma desculpa.”

Naquele editorial de 1987, exaltava-se a importância da siderúrgica na

liderados pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) – nos dias de hoje transformado em Instituto Aço Brasil (IABr) –, juntamente com a Associação das Siderúrgicas Privadas (ASP) – entidade que, posteriormente, viria a se juntar ao IBS - , mantiveram audiência oficial com o então ministro Bresser Pereira, para reivindicar um reajuste de 34% no preço do aço. Lembramos que naquela época os preços eram controlados pelo governo e a determinação dos reajustes deles partia das instâncias superiores.

As estatísticas da época

Destacamos ainda nessa publicação os números do setor, entre os quais

Table 1 (continued) Total Production of Crude Steel * chamamos a atenção para um dado impressionante, 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 relacionado aos dados de &ŽŶƚĞ͗ǁǁǁ͘ǁŽƌůĚƐƚĞĞů͘ŽƌŐͬƐƚĂƟƐƟĐ Crude Steel Production by Product * Table 2 Year: 2014 (continued) I CC LSC Total I CC LSC Total thousand tonnes % total production Brazil 485 33 383 30 33 897 1.4 98.5 0.1 100.0 China 12 429 809 009 1 260 822 698 1.5 98.3 0.2 100.0 ( ) Brazil 30 901 33 782 33 716 26 506 32 948 35 220 34 524 34 163 33 897 33 256 China (1) 421 024 489 712 512 339 577 070 638 743 701 968 731 040 822 000 822 750 803 825 (1) - 2013-15 figures are not necessarily comparable with earlier data. produção mundial da época. No ano de 1986, o Brasil produzira 21,2 milhões de toneladas de aço (líquido), enquanto a China, no mesmo período, produzira 51,2 milhões de toneladas. Trazida para os dias atuais, essa estatística revela uma realidade acachapante: em 2016, cional que produzia, na época, algo em as usinas privadas de aços não planos. E segundo dados oficiais da WorldSteel torno de 20 milhões de toneladas de a própria revista iniciou uma campanha Association, o Brasil produziu 33,256 aço por ano, o que a posicionava como sugerindo à Siderbras a conclusão da milhões de toneladas de aço, enquanto a oitava maior indústria siderúrgica na licitação de uma das siderúrgicas para que a China produziu 803,825 milhões escala mundial, fato que, há tempos, faa qual já havia sido feito um edital de de toneladas. zia com que o mercado reclamasse por pré-qualificação dos interessados, mas, Não tenho conhecimento de como uma publicação específica, a fim de dar após recebidas as propostas iniciais, se comportou a trajetória daquela reviso devido respaldo econômico, social e não havia nenhum resultado ou contita. Mas continuo acreditando e lutando político que a atividade merecia. O texnuidade de ação para a venda daquelas para que a introdução daquele “Editoto ainda mencionava os vários probleunidades. Veja ao lado o Editorial Exclurial” de 1987 continue se tornando remas que o setor atravessava, entre os sivo da publicação. alidade, pois o setor merece uma puquais o problema da excessiva tutela do Nas páginas da revista, chamou-nos blicação de peso, lacuna que tentamos governo, uma vez que as siderúrgicas particularmente atenção a questão da preencher com a publicação da nossa de aços planos eram estatais e, entre as política de preços praticada pelo setor Revista Siderurgia Brasil. siderúrgicas de aços não planos, figuranaquele ano. No artigo intitulado “Polívam algumas usinas na mesma situatica de Preços”, à página 24 da revista, é *Henrique Pátria é editor-chefe e jornalisção. Sim, naquele momento já existiam destacado o fato de que os empresários ta da Revista Siderurgia Brasil.

Opinião do leitor

Opinião do leitor

Esta seção é dos leitores. Convidamos a expressarem suas opiniões e pontos de vista que podem ser manifestadas por correspondência ou para o email: henrique@grips.com.br (Editor responsável)

Reivindicações e Luta

Aos senhores Armando Barbati e Pedro Teixeira

Sobre a opinião dos senhores expressada na edição passada da Revista Siderurgia

Estive ponderando sobre a eficácia de acrescentar às suas, minha carta de apoio, pelo simples fato daquelas conterem opiniões condizentes com as minhas.

Entendo que deveríamos ir mais longe... reunir outros tantos pequenos empresários (pequenas brasas que somos) para que juntos, pudéssemos formar uma fogueira, capaz de ser vista e não apenas ouvida, mas que, principalmente pela organização, tivesse força para mudar tudo aquilo que hoje nos penaliza.

No interior usa-se uma expressão, quando se quer dizer que certas coisas são incontroláveis: “ ...fogo no mato, quando muito, só se sabe como começa...”

Se quisermos mudar alguma coisa neste País, urge mobilizar-nos, e com nossa tribo, com pertinácia, acreditando que é possível, mesmo porque, brasas isoladas conseguem ficar acesas até quando?

Uma ideia a ser avaliada, e talvez até amadurecida: copiar o artigo mencionado, e distribuí-lo com uma cartinha às pessoas com as quais nos relacionamos, convidando-as a exporem sugestões, queixas, alternativas, de modo a reunir uma ampla pauta de opiniões, selecioná-las, transformá-las em reivindicações, e por elas LUTAR.

Todas as respostas seriam endereçadas à Revista, para serem publicadas. Depois de algum tempo teríamos um volume substancial de cartas publicadas, repercutindo até em outros meios de divulgação, também ávidos por notícias.

Os resultados? Como no caso do fogo, só saberemos, como começou...

Ah, e os nossos Sindicatos? Vão bem, obrigado!

Jeânice Menotti - j.menotti@mansfer.com.br

A opinião aqui expressada é de inteira responsabilidade de seus autores e não reflete necessariamente o ponto de vista dos editores, que se limitam a reproduzi-las de forma adequada a seus leitores.

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