Guia do Estudante 2012

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opinião

Petróleo & gás: na crista da onda do mercado de trabalho,

Petróleo I Gás I Biocombustíveis

de Rafael Meneses, sócio-gerente da Asap Executive Recruiters

Guia do

Ano XIV • set/out 2012 • Nº 85 • www.tnpetroleo.com.br

ESTUDANTE Suplemento especial • quINta edição, 2012

Indústria naval:

enorme frente de trabalho

Mar de Oportunidades Universidade do mar Comissionamento: engenharia do desafio Sociedades classificadoras: gestão essencial sms é garantia de sustentabilidade

Artigos Panorama do setor petróleo no Brasil, por Wagner Freire Do sonho à realidade: um caminho para empreender com sucesso, por Marcus Vinicius de Andrade Muito além da gestão de pessoas, por Aléa Steinle

Circulando na Entrevista exclusiva

Comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal

No comando do quadro de mar da Transpetro


mobileradar

Wilson Sons. Energia em movimento.

Paulino Nobrega trabalha na Wilson Sons há dezesseis anos e sete meses.

Wilson Sons é sinônimo de movimento porque nunca parou diante dos desafios que surgiram à sua frente ao longo desses 175 anos. Começou transportando carvão e hoje atua em todas as etapas da cadeia de serviços logísticos para a indústria de óleo e gás: bases e embarcações de apoio offshore, rebocagem oceânica, logística terrestre e armazenagem, estaleiro e agenciamento marítimo. Investe desde sempre em treinamento e segurança, garantindo a qualidade e a confiança de seus serviços através de gerações. A Wilson Sons é assim, movida por desafios.

Wilson Sons sempre em movimento. Desde 1837. BASES DE APOIO OFFSHORE • EMBARCAÇÕES DE APOIO REBOCAGEM • LOGÍSTICA TERRESTRE • AGENCIAMENTO MARÍTIMO • ESTALEIROS

www.wilsonsons.com.br



sumário entrevista exclusiva

Entrevista exclusiva

Comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal

No comando do

QUADRO DE MAR

com Comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal

da Transpetro

por Beatriz Cardoso

À frente de uma tripulação muito especial, o comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal, área de Recursos Humanos do Programa de Modernização e Expansão da Frota, tem uma grande tarefa: assegurar a qualificação contínua daqueles que vão comandar as novas embarcações da Transpetro.

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RESPALDADO EM MAIS DE três décadas de Marinha Mercante, e portanto ciente da importância dessa capacitação, ele vem conseguindo manter o rumo dessa tripulação que hoje conta com as mais modernas tecnologias para comandar a frota do futuro.

Quais os maiores desafios e impasses para se atingir esses objetivos? O maior desafio é difundir a carreira de marítimo no Brasil, após anos de estagnação da Marinha Mercante brasileira. Com o crescimento da exploração de petróleo no Brasil, a frota de navios e embarcações de apoio tende a crescer bastante. Qual a previsão de demanda para os próximos anos (até 2020 é factível), tanto de oficiais como de outros cargos (suboficiais)? Atualmente, a Transpetro conta com um quadro de 2.232 marítimos. Ao longo do Promef, estima-se a contratação de mais 1.700. Haverá profissionais para suprir essa demanda? O mercado de trabalho para os marítimos no Brasil vive um cenário de pleno emprego, seja em nível básico, técnico ou superior. Ou seja, todos os alunos dos cursos da Marinha do Brasil saem com emprego garantido. O aquecimento do setor naval brasileiro é decorrente, sobretudo, ao Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), que encomendou 49 navios a estaleiros brasileiros. Para atender a esta crescente necessidade de mão de obra, a Transpetro, em conjunto com a Marinha do Brasil, sindicatos de marítimos e armadores nacionais, se uniu ao Governo Federal para promover a ampliação e melhorias para os dois centros de formação existentes no país: Ciaga (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha), no Rio de Janeiro, e o Ciaba (Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar), no Pará. Além disso, a Companhia inaugurou neste mês, em parceria com a Marinha do Brasil, a Academia Marítima Transpetro (AMT), que tem como objetivo qualificar o quadro de mar da Companhia e contribuir com a formação de novos profissionais de náutica e máquinas. Com unidades no Rio

e em Belém, a AMT vai possibilitar também a aceleração do processo de ascensão profissional das tripulações da Transpetro, aumentar o apoio aos processos de gestão a bordo e os níveis de segurança nas embarcações. A expectativa é formar 1.600 novos oficiais até 2016. Quais as principais funções demandadas pela Transpetro nessa área, em função do Promef? Onde estão os maiores gargalos? Atualmente, os cargos de maior demanda são os de oficiais, como comandante, chefe

de máquinas, imediato, primeiro oficial de náutica, primeiro oficial de máquinas, segundo oficial de náutica e segundo oficial de máquinas. Para trabalhar como oficial em um navio da Marinha Mercante é necessário que o profissional tenha feito um curso de graduação no Ciaga ou no Ciaba. Há também a possibilidade de profissionais com nível superior na área de exatas fazerem uma pós-graduação no Ciaga ou no Ciaba. Os salários variam de R$ 7 mil a R$ 20 mil (ao longo da carreira). Há também grande demanda por profissionais

de nível técnico – eletricistas e mecânicos. As exigências para o cargo são ensino médio completo com nível técnico (eletrônica, mecânica, entre outras do sistema de manutenção e técnico de enfermagem ou auxiliar de enfermagem). A duração do curso no Ciaga é de três meses e meio e mais 90 dias de estágio em navio. O pré-requisito para fazer o curso no Ciaga para condutor/bombeador é ser formado em curso técnico de mecânica, eletromecânica e estruturas navais. Para eletricista é preciso ter formação técnica em

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No comando do quadro de mar da Transpetro

TN Petróleo – Quando o Promef Pessoal foi criado? José Menezes Filho – A Transpetro criou, em fevereiro de 2011, a Gerência Executiva Promef Pessoal com o objetivo de promover ações que garantam o crescimento e a capacitação do quadro de mar da Companhia. Entre as ações da nova gerência estão a realização de cursos de aperfeiçoamento da tripulação em terra e a bordo e o desenvolvimento de simuladores para o treinamento, além da criação da Academia Marítima Transpetro.

Fotos: Bia Cardoso

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edição nº 85 - suplemento especial Guia do Estudante nº 5 - setembro 2012

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Especial:

indústria naval

INDÚSTRIA NAVAL:

Indústria naval: enorme frente de trabalho

enorme frente de trabalho

Com uma geração atual de 62 mil empregos nos estaleiros espalhados pelo país e 385 obras em andamento, o setor naval torna-se a cada dia mais atrativo para aqueles que querem navegar por outros mares do mercado. por Rodrigo Miguez

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pessoal de apoio, técnicos, setor de administração e por último os engenheiros, que correspondem apenas a 5% do corpo trabalhador das plantas navais. Para o professor Luiz Felipe Assis, diretor técnico da Sociedade Brasileira de Indústria Naval (Sobena), o mercado naval possui oportunidades para profissionais dos níveis superior e técnico. Engenheiros mecânicos,

Daniel Moczydlower, CEO da Chemtech

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Mar de Oportunidades Oficiais de Marinha

oficiais de marinha

Universidade do mar

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Foto: Agência Petrobras

om o mercado brasileiro offshore aquecido tanto pela exploração e produção de petróleo e gás na costa, quanto pelo aumento no volume de transporte de cargas, é crescente a demanda por oficiais de náutica e de máquinas (pilotos, comandantes, chefes de máquinas e eletricistas). De acordo com um estudo desenvolvido pelo Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), até 2020, empresas que operam navios-plataforma e de cabotagem precisarão contratar cerca de 5.437 oficiais de Marinha para conduzir as embarcações. Essa é uma estimativa feita para que se possa operar as 488 embarcações que entrarão em operação no período. Neste cenário, a Escola de Formação de Oficiais de Marinha Mercante (Efomm), da Diretoria de Portos e Costas (DPC), vem ampliando o número de vagas nas unidades daquela que é conhecida como a ‘Universidade do Mar’. Segundo o diretor de Portos e Costas da Marinha do Brasil, o vice-almirante Ilques Barbosa, em 2012 serão formados 726 oficiais pelos centros de instrução Almirante Graça Aranha (Ciaga), localizado no Rio de Janeiro, e Almirante Braz de Aguiar (Ciaba), que fica

em Belém do Pará. Para 2013, a previsão de formação é de 959 oficiais, e para 2014, 1.335 oficiais. A expectativa é de que a partir de 2015 sejam formados 1.500 profissionais por ano. “Nosso maior desafio continua sendo formar quadros em quantidade e qualidade compatíveis com as exigências do mercado. No que concerne à quantidade, vale salientar que se tem logrado alcançar números significativos, sobretudo em se tratando de Oficiais do 1º Grupo

– Marítimos [composto por tripulantes que operam embarcações classificadas para a navegação em mar aberto, apoio marítimo, apoio portuário e para a navegação interior nos canais, lagoas, baías, angras, enseadas e áreas marítimas consideradas abrigadas], categoria que tem sido mais disputada pelos armadores”, frisa o vice-almirante. Além do salário atrativo, que varia de R$ 10 mil (menor salário) a cerca de R$ 18 mil, esses oficiais vivem um dia a dia que envolve o contato com equipamentos e tecnologias de ponta. As escolas de formação contam hoje com simuladores que permitem a qualificação dos profissionais em ambientes que se aproximam da realidade. “A DPC, na condição de órgão central do sistema do ensino profissional marítimo, tem dedicado toda a atenção à questão da incorporação de tecnologias – cada dia mais avançadas – às embarcações. É essencial contar com mais equipamentos e apoio da iniciativa privada para melhor dotar os centros de instrução com as mais modernas tecnologias”, afirma Ilques Barbosa, complementando que o

Foto: Divulgação

Marinha amplia vagas nos dois centros de instrução do país para atender à demanda da indústria offshore por oficiais de náutica e de máquinas. por Karolyna Corrêa Gomes

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aporte de recursos no âmbito do Programa de Modernização da Indústria do Petróleo (Prominp) permitiu a modernização de salas e laboratórios de ambos os centros – Ciaga e Ciaba – além do aumento da capacidade individual de cada Efomm, para 720 alunos. O ingresso dos futuros profissionais é feito por meio de concurso público seletivo que obedece ao preceito constitucional de igualdade de sexos. O curso disponibilizado nos centros de instrução tem duração de quatro anos. Nessa etapa, o aluno vive dois períodos divididos em oito semestres que contemplam: Período acadêmico – composto de seis semestres letivos em regime de internato, com dedicação exclusiva do aluno, e estruturado em um sistema serial anual, dividido em dois semestres. Período de estágio – compreendendo dois semestres embarcado para o curso de Náutica e um semestre embarcado para o curso

de Máquinas, cumprindo estágio supervisionado. As atividades de ensino (desenvolvidas no Ciaga e Ciaba) compreendem: • atividades acadêmicas – desenvolvidas em salas de aula, laboratórios, a bordo de embarcações, plataformas, terminais marítimos, estaleiros e simuladores; • atividades militares – desenvolvidas com vistas à formação militar-naval e compreendendo disciplinas curriculares, embarques, formaturas, cerimônias e eventos cívico-militares, serviço diário, prática de liderança e atividades de rotina das organizações militares; • atividades extraclasse – destinam-se a complementar o curso e compreendendo palestras, seminários, filmes, visitas, atividades sociais e esportivo-culturais, de interesse para a formação do aluno. Após o término do 3º ano, o aluno realiza, obrigatoriamente, o Estágio de Praticante, denominado Programa de Estágio

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(Prest), a bordo de embarcações mercantes utilizadas na navegação marítima e no apoio marítimo, exclusivamente em empresas indicadas pelos centros de instrução. O oficial formado recebe o título de bacharel em Ciências Náuticas. Esses profissionais também passam a integrar a Reserva da Marinha de Guerra. A ascensão ao posto máximo de comandante leva cerca de dez a 12 anos. Vale ressaltar que o percentual de mulheres vem aumentando desde 2000 – ano da primeira turma feminina – e hoje elas representam 40% do total de alunos.

Universidade do mar

A atuação da DPC A responsabilidade da Diretoria de Portos e Costas vai além da estruturação da formação dos profissionais mercantes. A DPC é responsável pelas atividades relacionadas ao cumprimento das atribuições da Autoridade Marítima Brasileira. Ou seja, tem

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comissionamento

COMISSIONAMENTO: ENGENHARIA DO DESAFIO

por Maria Fernanda Romero

Foto: TN Petróleo

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civis, produção e elétricos, além dos engenheiros navais estão entre as profissões presentes na construção naval (navios e estruturas offshore), nos estaleiros, em classificadoras e empresas de projeto. Outros profissionais bastante requisitados para trabalhar no setor são projetistas, profissionais de tecnologia da informação, caldeireiros, operários especializados em corte e solda automática e manual e operadores de máquinas. Segundo Assis, os tecnólogos têm um papel importante nos projetos da área e a melhoria da eficiência no setor está ligada, entre outras coisas, à disponibilidade de profissionais com formação técnica, capazes de acompanhar demanda tecnológica do setor na área de produção. “O potencial do setor naval é muito vasto, mas a sustentabilidade da indústria dependerá do desenvolvimento tecnológico e da formação de recursos humanos (superior e técnico), de alto

Foto: TN Petróleo

om dez novos estaleiros em implantação, a expectativa é de que sejam gerados mais 21.500 empregos no setor até 2015. Mantendo a alta de crescimento da mão de obra, que saiu de apenas duas mil pessoas empregadas nos anos 2000 para as atuais 62 mil. Diferentemente de outros tempos, hoje os estaleiros oferecem um ambiente de trabalho muito melhor, com segurança, além de estabilidade, boa remuneração e oportunidade de avançar profissionalmente, através de cursos oferecidos dentro do próprio local de trabalho, por estaleiros como OSX e Atlântico Sul. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), os operários especializados são maioria dentre os profissionais que atuam nos estaleiros brasileiros, com 70% de participação, seguidos pelo

Foto: Divulgação BrasFels

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Verdadeira engenharia de gestão de um empreendimento, o comissionamento é uma atividade básica essencial para garantir a partida de uma unidade industrial ou uma embarcação, dentro dos mais altos padrões de segurança. Com a cultura de comissionamento se consolidando cada vez mais, o mercado de trabalho para tal atividade tem tudo para continuar crescendo e remunerando bem seus profissionais.

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tividade essencial para garantir a partida de uma unidade industrial tal como uma refinaria ou uma plataforma – ou uma embarcação, dentro dos mais altos padrões de segurança e operabilidade –, o comissionamento é um processo de engenharia e gestão que permeia a implantação de um empreendimento, desde o 28

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conceito básico até a entrega do mesmo ao seu operador. O trabalho de comissionamento visa assegurar que os sistemas e componentes de uma edificação ou unidade industrial estejam projetados, instalados, testados, operados e mantidos de acordo com as necessidades e requisitos operacionais do proprietário. O comissionamento pode ser aplicado tanto a novos

empreendimentos quanto a unidades e sistemas existentes em processo de expansão, modernização ou adequação. Segundo Fábio Fares, presidente da Forship, referência internacional na área de comissionamento, na

prática, este processo consiste na aplicação integrada de um conjunto de técnicas e procedimentos de engenharia para verificar, inspecionar e testar cada componente físico do empreendimento, desde os individuais, como peças, instrumentos e equipamentos, até os mais complexos, como módulos, subsistemas e sistemas. “As atividades de comissionamento, no seu sentido mais amplo, são aplicáveis a todas as fases do empreendimento, desde o projeto básico e detalhado, o suprimento e o diligenciamento, a construção e a montagem, até a entrega da unidade ao cliente final, passando, muitas vezes, por uma fase de operação assistida”, detalha o executivo. Ele explica que mesmo não sendo chamado por esta palavra, o comissionamento surgiu na sua forma mais rudimentar com a invenção dos primeiros dispositivos com características operacionais. “É um processo intuitivo. Por exemplo, uma carroça puxada a burro precisou ser ‘comissionada’ para que pudesse executar adequadamente sua função, ou seja, as rodas precisaram ser ajustadas, de alguma forma ‘engraxadas’; as partes que compõe a carroça também precisaram ser ajustadas ao todo e todo o ‘sistema’ seguramente foi ‘testado’ antes de iniciar seu ciclo operacional.” Fabio Fares esclarece que quanto maior a complexidade do empreendimento, maior sua demanda por uma solução bem estruturada de comissionamento. Logo, todos os setores da economia demandam o comissionamento na construção, implementação ou alteração de

O trabalho de COMISSIO-

ou técnico ou ainda operador (dentro das suas disciplinas). Para utilização das ferramentas conhecidas no mercado de gerenciamento do processo, recomenda-se que o profissional tenha conhecimentos de informática e noções de planejamento de obras. Para a realização de boa parte das atividades de campo dos e mantidos de acordo não é necessária formação distinta, quer seja na indústria de com as necessidades e petróleo ou na naval, ou ainda na de mineração ou outra qualrequisitos operacionais quer, desde que tenha equipamentos, instrumentos, cabos, do proprietário. tubulação, tanques, etc. Para outras atividades, enseus empreendimentos, sejam tretanto, é necessário o conhecivis ou industriais, como platacimento específico dos sisteformas de óleo e gás, indústria mas e processos existentes em naval, plantas químicas e petrocada tipo de indústria, fazenquímicas, oleodutos, gasodutos, do-se necessária a formação centrais e subestações elétricas, básica distinta. “Porém, um usinas siderúrgicas, plantas de profissional sênior de comispapel e celulose, usinas termesionamento consegue prescinlétricas e hidrelétricas, grandes dir da falta de formação esedifícios, pontes, rodovias e pecífica em determinada área ferrovias. para se sair bem no trabalho, Embora os processos indusdesde que esteja numa equipe triais de uma refinaria sejam que conta com especialistas mais complexos do que os de e que Romero o serviço seja corretauma plataforma marítima por de Maria Fernanda mente planejado”, comenta o produção de petróleo, do ponto presidente da Forship. de vista do comissionamento Basicamente, a função as duas tendem a demandar destes profissionais é analisar esforços comparáveis, devido o projeto e a documentação aos requisitos de segurança dos equipamentos e sistemas, e confiabilidade exigidos em planejar as atividades, elafunção das operações desenborar os procedimentos de volvidas pela unidade offshore. inspeção, calibração, preser“No entanto, como a refinaria vação e testes, carregar a base em geral é posicionada em terde dados do sistema de gestão ra com acessos logísticos mais de comissionamento, definir fáceis, o grau de complexidade os protocolos das atividades, da realização do comissionacoordenar, supervisionar e mento de uma plataforma se executar todas as atividades mostra ligeiramente superior ”, de campo, o treinamento dos afirma Fábio Fares. operadores e a transferência Para executar as atividades dos sistemas operacionais de comissionamento, o profispara a operação. sional deve ser um engenheiro

NAMENTO visa assegurar que os sistemas e componentes de uma edificação ou unidade industrial estejam projetados, instalados, testados, opera-

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Comissionamento: engenharia do desafio


classificadoras Foto: Divulgação ABS

SOCIEDADES CLASSIFICADORAS: gestão essencial Mesmo quando o setor naval e de petróleo e gás está parado, as sociedades classificadoras atuam, porque lidam com a classificação dos navios até o fim da vida útil da embarcação. O principal objetivo do processo de classificação é a segurança da vida humana, do meio ambiente e da propriedade (navios, plataformas, etc.) no mar... com o mercado aquecido, as oportunidades por Maria Fernanda Romero nesta área aumentam ainda mais.

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ganização Marítima Internacional (IMO), definidos pela autoridade marítima do país da bandeira da embarcação. Também são considerados os requisitos nacionais do país onde operam as embarcações. No caso do Brasil, a autoridade marítima é a Diretoria de Portos e Costas (DPC), da Marinha do Brasil. Navios e plataformas (incluindo FPSOs, jack-ups, semissubmersíveis) têm que ser classificados, exceto embarcações de pequeno porte que podem ser certificados de acordo com as normas e regulamentos da DPC. Segundo João Carlos Pacheco, gerente-geral do ABS Group Services no Brasil, em geral, para trabalhar em classificadoras e na indústria naval é necessária uma formação técnica, e inclui, mais frequentemente: engenheiros, técnicos, oficiais de convés e de máquinas, etc.

classificação é um processo de certificação contínua, através do qual as sociedades classificadoras estabelecem e administram padrões (regras) que são aplicados ao projeto, construção e vistorias periódicas após a entrada em serviço de embarcações e estruturas marítimas. A segurança dos navios, dos passageiros e tripulantes, das cargas e do meio ambiente é um tema presente em todas as etapas de construção de uma embarcação e antecede a própria obra. Ao longo de todo o processo construtivo de um navio, a sociedade classificadora e o estaleiro realizam inúmeras verificações com o objetivo de garantir ao empreendimento naval o fator segurança em toda a sua amplitude. Os requisitos de classificação seguem as regras desenvolvidas pelas sociedades classificadoras. Paralelamente, são também aplicados os parâmetros estabelecidos em normas internacionais da Or-

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No caso das classificadoras, a atividade desses profissionais engloba diversos tipos de verificações e, por esta razão, desenvolvem uma constante interação com as equipes de projeto, de controle de qualidade e de produção do estaleiro. Pacheco explica que o papel do profissional de classificação na construção, reforma ou manutenção de uma embarcação é essencialmente o de verificar que a embarcação está sendo construída ou mantida de acordo com os requisitos de classificação, de acordo com as regras da sociedade classificadora e de certificação estatutária, de acordo com os regulamentos internacionais e nacionais aplicáveis. “Isto feito, o profissional pode emitir seus relatórios de inspeção, cartas de aprovação de planos e de emitir ou endossar os certificados de classe e internacionais referentes a determinada embarcação”, comenta. O executivo aponta as seguintes responsabilidades para um profissional de classificação em

CONSELHO EDITORIAL

um projeto do setor de óleo e gás: gerenciamento de projeto, aprovação de planos de estruturas, máquinas e processos, vistorias de construção e de embarcações em operação, inspeção de fabricação de equipamentos no fabricante, aprovação de procedimentos de soldagem, etc. Tudo isto realizado de acordo com as regras (normas, padrões) da classificadora, normas da indústria e regulamentos internacionais e nacionais. Estar totalmente a par das regras e regulamentos de aplicação, ter sólidos conhecimentos básicos para entender sua função, saber lidar com respeito com os demais profissionais que necessariamente interagem com o seu trabalho – e em geral são representantes do armador, do fabricante de equipamento e do estaleiro – são os principais desafios apontados por Pacheco, para este profissional. Ao longo da construção da estrutura dos navios, a socie-

dade classificadora e estaleiro realizam inúmeros e constantes testes e ensaios de conformidade das soldas. Estes Ensaios Não Destrutivos (END) constituem importante ferramenta para o controle de qualidade dos cascos, assim como dos serviços de construção dos componentes da estrutura naval, especialmente em juntas e soldagem. De acordo com o gerente geral do ABS Group no Brasil, a área de

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Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel André Gustavo Garcia Goulart Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira Bruno Musso Colin Foster David Zylbersztajn Eduardo Mezzalira Eraldo Montenegro Flávio Franceschetti Francisco Sedeño Gary A. Logsdon Geor Thomas Erhart Gilberto Israel Ivan Leão Jean-Paul Terra Prates João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha

classificação no setor de petróleo e gás requer contínuo desenvolvimento, sobretudo pelo fato de estarmos indo para águas cada vez mais profundas e em campos mais afastados da costa. Além disso, a sociedade está cada vez menos tolerante a acidentes que causam perdas humanas e danos ao meio ambiente. “Os investimentos no contínuo desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao processo de classificação a fim de que sejam mitigados os riscos de acidentes são cada vez maiores. As exigências do processo de classificação têm sido continuamente elevadas para atender às demandas, tanto tecnológicas como sociais”, finaliza. Pacheco ressalta ainda que hoje há boas expectativas para este mercado dentro da indústria de petróleo e gás no Brasil, não só direta como indiretamente, graças ao grande crescimento desta indústria no país. Guia do Estudante 2012

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32 Sociedades classificadoras: gestão essencial

de sustentabilidade

por Maria Fernanda Romero

Crucial para o sucesso de qualquer atividade marítima e offshore e ainda para a longevidade de uma organização, a área de SMS é uma boa opção para quem gosta de desafios, pois a qualificação é contínua, devido à necessidade permanente de atualização.

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compromisso com segurança, meio ambiente e saúde é algo inerente da indústria de petróleo, gás e naval, que conta com uma sociedade cada dia mais exigente frente a complexidade do negócio do setor - tais como consumo de recursos naturais, emissões para a atmosfera, interferência nos territórios, impactos na biodiversidade e poluição por resíduos. Mais que uma meta estratégica para as empresas que pretendem garantir participação em um mercado cada vez mais competitivo, investir em SMS é garantir excelência e melhoria no rendimento do desempenho das organizações. Especificamente para as organizações que atuam em áreas que envolvem altos riscos tecnológicos, como é o caso das empresas que atuam no setor de petróleo e gás, a reputação é um ativo corporativo crítico a ser preservado. Hellio Calian Martins, engenheiro de QSMS (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde) da Transocean, comenta que o foco dos investimentos em SMS pelas empresas é sempre a redução de acidentes. De acordo com o engenheiro, seja quais forem as forças motivadoras (diretrizes internas, práticas mais seguras, força de lei, etc.), as formas de conscientização (treinamentos internos ou externos, campanhas de segurança, etc.) ou objetivos fi-

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nais (redução de riscos, bem estar do funcionário, redução de ações trabalhistas, redução de custos com afastados, etc.), o foco principal dos investimentos em SMS é sempre na redução ou até mesmo eliminação de acidentes. Martins lembra do último Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS) publicado, que indica 8.644 acidentes de trabalho na indústria brasileira do petróleo em 2010 e explica que o desafio do profissional de SMS é garantir que esse número seja reduzido a zero através da elaboração e implementação de políticas de saúde e segurança, avaliações de riscos, desenvolvimento de ações educativas e aplicação de instrumentos de prevenção, correção, controle e fiscalização para promoção da qualidade de vida no ambiente de trabalho. Acompanhando a evolução do setor, a área de SMS em petróleo e gás nos últimos anos - principalmente depois de acidentes de grande impacto e também pelo fato da exploração de petróleo estar indo para águas cada vez mais profundas e em campos cada vez mais afastados da costa - cresceu bastante, pois com a expansão do setor, observou-se também uma crescente preocupação com as questões de segurança e meio ambiente. Consequentemente, mais pesquisas, mais desenvolvimentos, mais troca de informações e mais treinamentos nesta direção. “Os stakeholders exigem notificação imediata sobre qualquer vazamento de óleo, por menor que seja. Na mesma direção, toda a sociedade

está mais atenta às operações offshore, seja na qualidade de simples observador ou de participante direto. É o direito constitucional à segurança do trabalho se tornando mais vívido em nosso cotidiano”, lembra Martins. Nos últimos cinco anos, mais de R$ 22 bilhões foram investidos pela Petrobras em SMS. Somente em 2011, os aportes somaram cerca de R$ 5,2 bilhões. Além dos constantes investimentos, as empresas do setor também promovem o desenvolvimento técnico dos profissionais voltados para a área de SMS, bem como realizam simulados ambientais e de segurança periodicamente com o objetivo de testar as estruturas de resposta à disposição da empresa. A necessidade de atualização é constante nesta área, tanto dentro quanto fora das empresas. O fato é que os debates sobre as questões de SMS ultrapassaram os muros da indústria e estão presentes na sociedade, que passou a se envolver mais e cobrar uma resposta aos riscos da atividade. Segundo Hellio Calian Martins, em função de exigências legais, a conclusão de um curso técnico em enfermagem ou técnico de segurança do trabalho é o mínimo para atuar como integrante dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Dentre os vários requisitos para se trabalhar com SMS, ele ressalta duas características elementares: (i) vontade, para fazer prevalecer a cultura de segurança

e (ii) foco, privilegiando operações seguras em todos os locais em todos os momentos. A gestão de SMS em sua maioria é um curso de pós-graduação, e junto com o MBA em gestão ambiental, têm sido um dos cursos mais procurados por profissionais atuantes na indústria do petróleo em tempos de sustentabilidade, entretanto faltam profissionais qualificados. O engenheiro da Transocean comenta, entretanto, que o modismo das disciplinas de “gestão” deve ser tratado com cautela. Contudo, a forma básica de administração de segurança é dada em primeiro lugar pela segurança do trabalho propriamente dita e em seguida pela necessidade de atendimento das exigências legais, que, naturalmente, nos remete de volta à primeira. Independente da especialização (ambiental, ergonomia, trabalho em altura, NR-13, etc.). “O importante é a dedicação e constante atualização do profissional”, reforça. De acordo com Martins, a gestão de SMS é garantida essencialmente por controle e rastreabilidade, que é a parte documental do processo de segurança. Se todo o processo estiver devidamente registrado, arquivado e intrínseco na operação de uma unidade industrial, o sucesso está bem encaminhado, independente das eventuais necessidades de realinhamentos procedimentais em função de mudanças no processo, implementação de boas práticas ou exigências legais. Para o engenheiro, além da aplicação de novas tecnologias para melhorias de processos, máquinas e equipamentos, a melhor prática na área de segurança é a aproximação dos órgãos legisladores da sociedade para elaboração de normas mais claras, sucintas e consistentes, em suma, que realmente agreguem valor. Os frequentes workshops com participação de empregados, empregadores e legisladores, segundo ele, têm contribuído enormemente para tal convergência de ideias. Martins diz que é difícil definir o que é um profissional de SMS em um

Guia do Estudante 2012

Foto: Agência Petrobras

sms

SMS É GARANTIA

perfil único e diz que cada segmento econômico da sociedade necessita de profissionais com conhecimentos e experiências específicas. “A segurança de um processo de mineração é muito diferente da segurança de uma indústria têxtil, por exemplo. Ainda, dentro do mesmo segmento, define-se o perfil do profissional muito em função do tipo de atuação que esse profissional desempenhará, seja esta administrativa ou de campo. Agora, quanto sua responsabilidade, isso é claro: seja qual for o segmento de atuação, sempre preservar a vida. A burocracia muitas vezes é inerente ao trabalho de SMS, mas o foco na integridade do indivíduo deve ser mantido”, pontua. O engenheiro indica que a importância do profissional de SMS na indústria naval e offshore é tão grande que é garantida por lei e observada muito atentamente pelos órgãos fiscalizadores. “O Anexo II da NR-30 (norma regulamentadora das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários) exige o aumento do número de profissionais de segurança a bordo de plataformas, além do requerimento original da NR-4 (norma que estabelece os critérios para organização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT), de modo a garantir mais segurança para as operações em alto mar”, diz o engenheiro da Transocean. As expectativas para este mercado dentro da indústria de petróleo

Luiz B. Rêgo Luiz Eduardo Braga Xavier Marcelo Costa Márcio Giannini Márcio Rocha Melo Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva Mário Jorge C. dos Santos Maurício B. Figueiredo Nathan Medeiros Paulo Buarque Guimarães Roberto Alfradique V. de Macedo Roberto Fainstein Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio Rubens Langer Samuel Barbosa

e gás no Brasil são grandes. O país vive um momento mágico em função da existência do mercado, do apoio do governo e dos maciços investimentos das empresas do setor. De acordo com seu Plano de Negócios 2012-2016, a Petrobras demandará a construção de 33 sondas de perfuração e cerca de 20 FPSO até 2020. A exigência de segurança é muito forte no setor e certamente acompanhará a tendência de crescimento. Box: Diretrizes de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras - Educar, capacitar e comprometer os trabalhadores com as questões de SMS, envolvendo fornecedores, comunidades, competentes, entidades representativas dos trabalhadores e demais partes interessadas. - Estimular o registro e tratamento das questões de SMS e considerar, nos sistemas de conseqüência e reconhecimento, o desempenho em SMS. - Assegurar a sustentabilidade de projetos, empreendimentos e produtos ao longo do seu ciclo de vida, considerando os impactos e benefícios nas dimensões econômica, ambiental e social. - Atuar na promoção da Saúde, na proteção do ser humano e do ambiente mediante identificação,controle e monitoramento de riscos, adequando a segurança de processos às melhores práticas mundiais e mantendo-se preparada para emergências. - Considerar a eco eficiência das operações e produtos, minimizando os impactos adversos inerentes as atividades da indústria. Guia do Estudante 2012

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34 sms é garantia de sustentabilidade

artigos

Ano XIV • Número 85 • suplemento especial Guia do Estudante nº 5 - setembro 2012 Fotos: TN Petróleo e BP opinião

36 Panorama do setor petróleo no Brasil, por Wagner Freire 40 Do sonho à realidade: um caminho para empreender com sucesso, por Marcus Vinicius de Andrade

42 Muito além da gestão de pessoas, por Aléa Steinle

Petróleo & gás: na crista da onda do mercado de trabalho,

PETRÓLEO I GÁS I BIOCOMBUSTÍVEIS

de Rafael Meneses, sócio-gerente da Asap Executive Recruiters

Guia do

Ano XIV • set/out 2012 • Nº 85 • www.tnpetroleo.com.br

ESTUDANTE SUPLEMENTO ESPECIAL • QUINTA EDIÇÃO, 2012

INDÚSTRIA NAVAL:

enorme frente de trabalho

seções 5 editorial 6 hot news 42 cursos

48 coffee break 50 eventos 51 opinião

Mar de Oportunidades Universidade do mar Comissionamento: engenharia do desafio Sociedades classificadoras: gestão essencial SMS é garantia de sustentabilidade

ARTIGOS Panorama do setor petróleo no Brasil, por Wagner Freire Do sonho à realidade: um caminho para empreender com sucesso, por Marcus Vinicius de Andrade Muito além da gestão de pessoas, por Aléa Steinle

Circulando na:

Entrevista exclusiva

Comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal

No comando do quadro de mar da Transpetro


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Guia do Estudante 5 • 2012


DIRETOR EXECUTIVO Benício Biz beniciobiz@tnpetroleo.com.br DIRETORA DE NOVOS NEGÓCIOS Lia Medeiros (21 8241-1133) liamedeiros@tnpetroleo.com.br EDITORA Beatriz Cardoso (21 9617-2360) beatrizcardoso@tnpetroleo.com.br EDITOR DE ARTE, CULTURA E VARIEDADES Orlando Santos (21 9491-5468) REPÓRTERES Maria Fernanda Romero (55 21 8867-0837) fernanda@tnpetroleo.com.br Rodrigo Miguez (21 9389-9059) rodrigo@tnpetroleo.com.br Karolyna Gomes (55 21 7589-7689) karolyna@tnpetroleo.com.br RELAÇÕES INTERNACIONAIS Dagmar Brasilio (21 9361-2876) dagmar.brasilio@tnpetroleo.com.br DESIGN GRÁFICO Benício Biz (21 3221-7500) beniciobiz@tnpetroleo.com.br PRODUÇÃO GRÁFICA E WEBMASTER Fabiano Reis (21 3221-7506) webmaster-tn@tnpetroleo.com.br

Laércio Lourenço (21 3221 7510) laercio@tnpetroleo.com.br REVISÃO Sonia Cardoso (21 3502-5659) DEPARTAMENTO COMERCIAL José Arteiro (21 9163-4344) josearteiro@tnpetroleo.com.br

Lorraine Mendes (21 8105-2093) lorraine@tnpetroleo.com.br Bruna Guiso (21 7682-7074) bruna@tnpetroleo.com.br Luiz Felipe Pinaud (21 9841-9638) l.felipe@tnpetroleo.com.br assinaturas Rodrigo Matias (21 3221-7503) matias@tnpetroleo.com.br CTP e IMPRESSÃO Walprint Gráfica DISTRIBUIÇÃO Benício Biz Editores Associados. Filiada à ANATEC

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores. TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo.

om o cenário de petróleo e gás nos próximos cinco anos bastante positivo e aquecido para os próximos cinco anos, estamos vivendo um momento muito especial também na indústria naval brasileira que com dez novos estaleiros em implantação tem a expectativa de gerar mais 21.500 empregos no setor até 2015. E é nela que focamos para trazer ao leitor a informação necessária para a sua orientação e escolhas acertadas rumo a uma carreira promissora nesse segmento. Com a matéria “Indústria Naval: uma enorme frente de trabalho”, montamos um verdadeiro panorama das oportunidades do setor naval e offshore. Nela mostramos a carteira de encomendas (plataformas e embarcações), expectativa de investimentos, demanda de mão de obra e outras informações relevantes para o profissional. E mais, nessas indústrias, as possibilidades de trabalho na cadeia produtiva são muitas e dependem da formação da pessoa. Os postos de trabalho vão desde engenheiros, que perfuram os poços, até trabalhadores em refinarias e petroquímicas. Além disso, o profissional pode trabalhar em setores relacionados à segurança e meio ambiente, comissionamento e certificação, como procuramos mostrar nas matérias desta edição.

Foto: TN Petróleo

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Aprendendo a aprender C

Foto: Divulgação

editorial

Caros leitores, chegamos assim ao número 5 do Guia do Estudante. E nessa trajetória aprendemos muito com as dificuldades por que passam o nosso setor. Necessidades diversas e desafios imensos para um país que vai precisar se reinventar em termos de educação, pois a urgência de contratação é grande e os modelos de educação e treinamento precisam acompanhar essa realidade. Esta é a pauta que nos norteia e que nos inspira a andar sempre atentos às tendências e demandas nesse vasto e rico campo da formação de pessoas. Boa leitura! Lia Medeiros Diretora de Novos Negócios Guia do Estudante 5 • 2012

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hot news

FPSO Cidade de Anchieta inicia produção na Bacia de Campos O FPSO Cidade de Anchieta iniciou a produção de petróleo no poço 7-BAZ-02-ESS, no dia 10 de setembro, por volta das 18h. A plataforma está localizada no campo de Baleia Azul, no complexo denominado Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos. Essa plataforma, do tipo FPSO (unidade flutuante que produz, armazena e exporta óleo e gás), destina-se exclusivamente à produção da camada pré-sal dos campos de Baleia Azul, Jubarte e Pirambu, nos quais a Petrobras detém 100% de participação. O FPSO produzirá óleo de alto valor comercial (28 graus API). Afretado à empresa SBM Services Inc., essa plataforma tem capacidade para processar, diariamente, 100 mil barris de petróleo e 3,5 milhões m3 de gás. Instalado em lâmina d’água de 1.221 m, e localizado a 80 km da costa, o FPSO

Dados Técnicos Comprimento: 344 m Largura: 51 m Altura: 28 m Peso total: 273 mil ton Poços produtores: 7 Poços injetores: 3

escoará o gás produzido por meio do gasoduto Sul-Norte Capixaba até a Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, no litoral capixaba. A produção inicial do poço, já interligado à plataforma,

está estimada em 20 mil barris por dia (bpd). Outros nove poços (seis produtores e três injetores de água) serão interligados à plataforma. A previsão é que o pico de produção, de 100 mil barris por dia, seja atingido em fevereiro de 2013. O FPSO Cidade de Anchieta foi convertido no estaleiro Keppel, em Cingapura, e integra o projeto de desenvolvimento do pré-sal do Parque das Baleias.

Abimaq e SSA assinam acordo de cooperação no setor naval A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), por meio da Câmara Setorial de Equipamentos Navais e Offshore (CSEN) e a UK Shipbuilders & Shipreires Association (SSA), principal associação que reúne estaleiros e empresas britânicas de equipamentos marítimos, fecharam um importante acordo de cooperação. O documento, assinado em agosto, durante a feira Navalshore 2012, no Rio, prevê o trabalho conjunta dos dois organismos para promover investimentos, 6

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comércio e intercâmbio de tecnologias entre Brasil e Reino Unido nas áreas de construção naval e de fabricação de equipamentos marítimos.

“Estamos muito otimistas com as possibilidades que este acordo vai trazer para nossos associados. Os mercados offshore brasileiro e marítimo militar estão com grande demanda e acreditamos que assim será por uns 15 anos ou mais”, afirmou o presidente da CSEN, Cesar Prata. “A aproximação com a SSA facilitará nossas indústrias a encontrar a cooperação técnica e informações do mercado com os experientes fabricantes do setor naval do Reino Unido”, concluiu.


Brasil sobe cinco posições em ranking de competitividade Entre os países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil foi o único que conseguiu subir posições no ranking de competitividade global elaborado pelo World Economic Forum (WEF) e divulgado no dia 5 de setembro pelo Movimento Brasil Competitivo. No ano passado, o país ocupava o 53º lugar entre os países mais competitivos do mundo e ocupa agora a 48ª posição. Entre os mercados emergentes, a República Popular da China continua a liderar o grupo, mas caiu três posições em relação ao ano passado, indo da 26ª para a 29ª posição. A África do Sul ocupa, atualmente, o 52º lugar, seguida pela Índia (59º) e pela Rússia (67º). O líder do ranking continua sendo a Suíça, seguida por Cingapura, Finlândia, Suécia, Holanda, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Hong Kong e Japão.

Segundo o ranking, os países do Sul da Europa continuam a sofrer por causa da crise econômica, entre eles, a Grécia, que ocupava o 90º lugar no ano passado e caiu seis posições este ano. Já as economias asiáticas têm demonstrado grande desempenho. Além de Hong Kong e Japão, Taiwan (13º) e República da Coreia (19º) aparecem entre os 20 países mais competitivos do mundo. Na África Subsaariana, a África do Sul (52º) e as Ilhas Maurício (54º) apresentam as melhores colocações, o que demonstra, segundo o ranking, que a maioria dos países da região continua a demandar esforços para melhorar sua competitividade. Na América Latina, o país com melhor posição é o Chile, que aparece em 33º lugar. O ranking do Relatório Global de Competitividade é baseado no Índice de Competitividade Global, desenvolvido para o Fórum Econômico Mundial, e engloba 12 catego-

rias, chamadas de pilares de competitividade, entre elas, instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, saúde e educação primária, capacitação e educação superior, eficiência no mercado de bens, eficiência no mercado de trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, prontidão tecnológica, tamanho de mercado, sofisticação de negócios e inovação. O relatório completo pode ser acessado no endereço: www.weforum.org/gcr.

Acordo de cooperação com universidades brasileiras A secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, e o presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos do Brasil (CGEE), Mariano Laplane, assinaram no final de julho um novo acordo de cooperação entre as instituições para promover maior integração regional em matéria de ciência, tecnologia e inovação, entre outros objetivos. Já foram identificados dois temas para a agenda de co-

operação mútua: apoio para alcançar maior integração regional em ciência, tecnologia e inovação, com reuniões de alto escalão e elaboração de projetos conjuntos entre os países, e a contribuição da Cepal para a criação de um centro de estudos em colaboração com a Universidade de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para a capacitação de gestores em políticas para o desenvolvimento.

A Cepal assinou um primeiro acordo com o CGEE em 2005, para conduzir e orientar ações conjuntas. O acordo incluiu a colaboração em vários projetos, como estudos sobre biocombustíveis, padrões de desenvolvimento comparado, impacto das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na produtividade, desertificação e desenvolvimento sustentável, entre outras colaborações em seminários e conferências. Guia do Estudante 5 • 2012

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hot news

Brasil é um dos países com energia mais barata A tarifa final para o consumidor brasileiro é uma das mais caras do mundo. Entretanto, o custo da energia é um dos mais baixos. A precificação desse insumo, porém, é feita com base em uma metodologia inadequada, pois não reflete o equilíbrio econômico do sistema, revela a avaliação realizada pela Trade Energy. Isso ocorre porque a elasticidade-preço da carga no curto prazo é pequena, ou seja, o Preço da Liquidação das Diferenças (PLD) afeta o consumo total em proporções menores do que outros fatores. “Para melhorar a formação de preços no Brasil, as alternativas variam desde a consideração de despacho por oferta, ao contrário da decisão de mínimo custo hoje adotada, até a total desvinculação do preço de curto prazo do Custo Marginal de Operação (CMO), por meio de leilões compulsórios com a finalidade de atender a demanda ainda exposta no processo de liquidação”, afirma Regina Pimentel, assessora de gestão de risco da Trade Energy. Nos últimos dez anos, outras iniciativas foram analisadas. De acordo com a executiva, o PLD acaba introduzindo uma artificialidade no mercado, refletindo as condições pontuais de afluência energética mais que o equilíbrio entre oferta e demanda, sem esquecer que, no setor elétrico brasileiro, o termo ‘oferta’ significa uma garantia física no longo prazo. Segundo a Trade Energy, o PLD é eficiente apenas na sinalização da quantidade de geração térmica

flexível, que decide a geração com base na comparação entre o custo variável de operação e o CMO. Entretanto, a substituição térmica não é a rigor uma figura de mercado, mas sim uma decisão de operação que deveria ter tarifa específica, esta sim, baseada pelo CMO. Atual metodologia – Hoje, o valor da energia no mercado livre leva em conta que o preço de última instância para o gerador é o PLD. “Adicionalmente, boa parte das transações no setor ocorre por meio de contratos de curto ou médio prazo. Isso faz com que esses preços

sejam condicionados pelo nível do PLD, acrescido do ágio comercial, este também variável”, afirma Luis Gameiro, diretor da Trade Energy. As exceções são os contratos de longo prazo, superiores a dois anos, em que o preço se aproxima da condição estrutural do custo de geração. “Inicia-se ainda, no Brasil, a atuação de bolsas de energia, nos moldes de plataformas de negócios, que em muito contribuirão para a transparência e a liquidez do mercado. Por ora, entretanto, essas bolsas não estabeleceram o processo de clearance”, finaliza Gameiro.

Indústria precisa de mais técnicos e tecnólogos Durante o 27º Congresso Brasileiro de Manutenção (Abraman), que aconteceu no Rio de Janeiro de 10 a 14 de setembro, o gerente executivo de Educação e Tecnologia do Senai, Rolando Vargas Vallejo, afirmou que não há uma necessidade tão grande de engenheiros no mercado como muitos afirmam. “Técnicos e tecnólogos são os profissionais mais necessários na indús-

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tria brasileira atualmente”, disse Vargas em mesa-redonda sobre os desafios na formação de mão de obra na área de manutenção. Para ele, as empresas têm atribuído a engenheiros funções que devem ser exercidas por profissionais com formações técnicas. “É necessário mostrar para as empresas que elas precisam de técnicos e tecnólogos”, afirmou.

Vargas disse ainda que o Senai construirá 53 novos centros de ensino, incluindo unidades móveis, caminhões e um barco, que oferecerão infraestrutura para aulas e avaliações. Também serão criados 23 institutos de inovação e 38 de tecnologia, em que os alunos terão o objetivo de solucionar problemas técnicos existentes atualmente na indústria.


Livro auxilia jovens na escolha da profissão Para ajudar futuros profissionais a escolher a melhor profissão para a sua carreira, o especialista em orientação educacional e vocacional Maurício Sampaio lançou o livro Escolha Certa - Como tomar a melhor decisão hoje para conquistar uma carreira de sucesso amanhã, da Editora DSOP. A obra traz temas como a descoberta da vocação, o mapeamento das áreas de interesse, a importância de delinear o perfil comportamental, como lidar com as influências externas, de que maneira administrar o tempo, entre outros. No livro há ainda exercícios práticos, atividades de reflexão e testes vocacionais consagrados na área de coaching. Por isso, serve também

para quem já está no mercado de trabalho e pensa em mudar de carreira. “Um dos grandes problemas é a tomada de decisão, seja para adolescentes ou para adultos. Em específico, essa habilidade é mais difícil nos jovens, por isso

me preocupei bastante com as questões de autoconhecimento. Conhecer a si próprio, incluindo suas ferramentas e habilidades, pode ajudar na escolha certa”, explica Maurício Sampaio, que resolveu escrever Escolha Certa até a pedido de jovens que conheceu através de seu trabalho de orientador vocacional e em palestras. O especialista reforça que, além de toda a pressão psicológica, os adolescentes de hoje têm mais dificuldade de definir a profissão devido às diversas opções. “No passado, não existiam tantos cursos e instituições de nível superior. Além disso, hoje o mercado está completamente diferente, com várias oportunidades além das tradicionais”, concluiu.

IBGE: emprego industrial tem elevação de 0,2% Em julho de 2012, o emprego na indústria mostrou variação positiva de 0,2% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, interrompendo quatro meses de resultados negativos consecutivos nesse tipo de comparação, período em que acumulou perda de 1,2%. As informações foram publicadas no dia 12 de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a julho de 2011, o emprego industrial caiu 1,6% – 10º resultado negativo seguido nesse tipo de comparação. No ano, o índice acumula recuo de 1,3% sobre o mesmo período do ano anterior e, em 12 meses, de 0,7%. Nos 12 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE houve redução de empregos na indústria, com

principal impacto negativo partindo de São Paulo, cuja taxa recuou 3,1%. O resultado sofreu influência das indústrias de produtos de metal (-12,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10,6%), metalurgia básica (-17,3%), meios de transporte (-4,6%), vestuário (-9,1%), têxtil (-7,0%) e calçados e couro (-12,4%). Também foi registrada queda nos empregos da região Nordeste (-2,0%), do Rio Grande do Sul (-2,3%), da região Norte e Centro-Oeste (-1,2%), de Santa Catarina (-1,2%) e de Pernambuco (-2,8%). Na contramão, empregaram mais de junho para julho Paraná (1,5%) e Minas Gerais (1,0%). Na análise por setores, o emprego caiu em 14 dos 18 ramos da indústria pesquisados pelo IBGE,

com destaque para vestuário (-8,7%), calçados e couro (-6,0%), têxtil (-5,4%), papel e gráfica (-3,9%), meios de transporte (-2,4%), madeira (-8,3%). Entre os resultados positivos, o principal destaque ficou com o setor de alimentos e bebidas (3,8%). Guia do Estudante 5 • 2012

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hot news

Produção do pré-sal bate recorde em julho A produção do pré-sal em julho foi de 172,8 mil barris/dia de petróleo e de 5,7 milhões de m3, totalizando 208,9 mil barris de óleo equivalentes por dia (Mboe/d) – aumento de 9% em comparação ao mês anterior, quando chegou a 191,2 Mboe/ dia. Esta foi a maior produção proveniente desses reservatórios, ultrapassando pela segunda vez os 200 Mboe/d. A primeira foi em dezembro de 2011, com a produção de 200,6 Mboe/d. O resultado foi oriundo de dez poços, localizados nos campos de Jubarte (1), Lula (5), Caratinga e Barracuda (1), Marlim Leste (1), Marlim e Voador (1) e Barracuda (1). Dos dez poços produtores do pré-sal, sete estão entre os 30 maiores produtores. Destaque para os poços do Campo de Lula, dos quais três figuram entre os cinco maiores produtores, sendo o 7LL3DRJS, o maior produtor em julho, com vazão média de 37,2 Mboe/d. No Brasil, a produção de petróleo foi de aproximadamente 2,023 milhões de barris/dia, apresentando queda de 2,6% em relação a julho de 2011 e de 0,5% na comparação com junho deste ano. A produção de gás chegou 71 MMm³, crescimento de 6,1% em relação ao mesmo mês de 2011 e redução de 1,4% na comparação com o mês anterior. A plataforma P-52, localizada em Roncador, produziu

151,1 Mboe/dia e foi a que teve a maior produção. As maiores reduções de produção de petróleo e gás natural, em relação ao mês anterior, foram observadas nos campos de Marimbá e Albacora Leste, devido às paradas programadas para manutenção das plataformas P-08 (Marimbá) e P-50 (Albacora Leste). O campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos, foi o que teve a maior produção de petróleo e segundo maior produtor de gás natural, com produção média de 321,9 Mboe/d. A queima de gás natural, de 3,6MMm3/d, apresentou redução de 30,7% em relação a julho de 2011 e aumento de 0,4% na comparação com o mês anterior. No mês de julho de 2012, 308 concessões, operadas por 26 empresas foram responsáveis pela produção nacional. Destas, 79 são concessões marítimas e 229

terrestres. Vale ressaltar que, do total das concessões produtoras, sete encontram-se em atividades exploratórias e produzindo através de Testes de Longa Duração (TLD), e outras 11 são relativas a contratos de áreas contendo Acumulações Marginais. O grau API médio do petróleo produzido no mês foi de aproximadamente 23,8º, sendo que 8% da produção são considerados óleo leve (>=31°API), 57% é óleo médio (>=22°API e <31°API) e 35% são de óleo pesado (<22°API), de acordo com a classificação da Portaria ANP nº 09/2000. A produção de petróleo e gás natural no Brasil foi oriunda de 9.005 poços, sendo 755 marítimos e 8.250 terrestres. O campo com o maior número de poços produtores foi Canto do Amaro, bacia Potiguar, com 1.113 poços.

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Governo desonera folha de pagamento de mais 25 setores da economia O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou no dia 13 de setembro que 25 setores da economia serão beneficiados com desoneração da folha de pagamento, além dos 20 para os quais o incentivo foi concedido este ano. O benefício levará à renúncia fiscal de R$ 60 bilhões na arrecadação nos próximos quatro anos. Para 2013, a previsão é de R$ 12,83 bilhões. N o p r i m e i ro s e me s t re d e 2012, o governo concedeu igual desoneração a quatro setores. Em agosto, o benefício passou a valer para mais 15. Agora, empresários dos ramos da indústria, serviços e transportes conquistaram redução a partir de janeiro do próximo ano. Os setores contemplados deixam de pagar a contribuição de 20% ao INSS e arcam com um per-

centual sobre o faturamento, como forma de compensação. De acordo com o ministro Guido Mantega, os empresários beneficiados mantiveram diálogo com o governo e optaram por fazer a troca. “São setores de mão de obra intensiva, cuja folha de pagamento tem um peso maior no custo da empresa”, disse Mantega. Segundo o ministro, em lugar de pagar R$ 21,5 bilhões de INSS, o total de 45 setores beneficiados desembolsará R$ 8,74 bilhões sobre o faturamento. As empresas exportadoras que aderiram à medida não arcam com qualquer forma de encargo, uma vez que não têm faturamento aferido pela Receita Federal.

Parte das desonerações deve ser incluída por meio de emendas na Medida Provisória (MP) 563, que desonerou os 15 setores iniciais. O restante será objeto de nova MP, prevista para sair até o final desta semana. As medidas fazem parte do Plano Brasil Maior, que concede incentivos a diversos ramos da indústria. Segundo Mantega, a medida aumentará a competitividade da indústria brasileira. “O mundo vive uma crise na qual empresas lá fora estão reduzindo custo da mão de obra. Lá, estão diminuindo salários e benefícios dos trabalhadores. Aqui nada disso acontece”, afirmou. Ele prevê um aumento da formalização, face ao custo menor do trabalhador. “O impacto disso será a formalização. As empresas estarão contratando mão de obra, aumentando emprego”.

Mercado livre de energia busca operadores qualificados Uma nova carreira surgiu no Brasil: a de operador do mercado livre de energia, uma oportunidade sobretudo para engenheiros, economistas e administradores. Nos últimos dez anos, surgiram 135 empresas que atuam fundamentalmente no comércio de eletricidade, propiciando que grandes empresas possam escolher a sua concessionária independentemente do local de instalação da companhia. Esse segmento movimenta R$ 30 bilhões por ano e já representa 27% da energia comercializada no país. Encontrar esse profissional, no entanto, é difícil. Apesar da média salarial ser alta logo no início da carreira, em torno de R$ 5 mil, sem contar as bonificações semelhantes ao mercado financeiro, a necessidade de aliar conhecimento de negócios ao complexo setor de energia elétrica

acaba impedindo o preenchimento pleno das vagas. As empresas comercializadoras acabam apelando para a formação interna de pessoal. O que, às vezes, pode gerar uma capacitação inadequada. Essa é a razão da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel) ter lançado em agosto o edital para a realização da segunda prova de certificação de operadores para o mercado livre de energia no Brasil. Em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico de Engenharia (FDTE), órgão vinculado à Universidade de São Paulo (USP), a meta é garantir a qualidade dos profissionais à disposição no setor. A prova tem apoio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e, na sua primeira edição

em 2011, contou com 110 participantes, obtendo 29 profissionais devidamente certificados. “Nosso compromisso é apoiar a expansão do mercado com qualidade”, explica Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel. Segundo os últimos dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), existem hoje 2.004 agentes no mercado livre brasileiro. Desses, 68% são consumidores, sendo 28% clientes livres convencionais e 40% clientes especiais. Os clientes especiais têm demandas entre 500 quilowatts e 3 megawatts e estão restritos ao uso de fontes limpas. Guia do Estudante 5 • 2012

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entrevista exclusiva

No comando do

quadro de mar da Transpetro

por Beatriz Cardoso

À frente de uma tripulação muito especial, o comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal, área de Recursos Humanos do Programa de Modernização e Expansão da Frota, tem uma grande tarefa: assegurar a qualificação contínua daqueles que vão comandar as novas embarcações da Transpetro.

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Respaldado em mais de três décadas de Marinha Mercante, e portanto ciente da importância dessa capacitação, ele vem conseguindo manter o rumo dessa tripulação que hoje conta com as mais modernas tecnologias para comandar a frota do futuro. TN Petróleo – Quando o Promef Pessoal foi criado? José Menezes Filho – A Transpetro criou, em fevereiro de 2011, a Gerência Executiva Promef Pessoal com o objetivo de promover ações que garantam o crescimento e a capacitação do quadro de mar da Companhia. Entre as ações da nova gerência estão a realização de cursos de aperfeiçoamento da tripulação em terra e a bordo e o desenvolvimento de simuladores para o treinamento, além da criação da Academia Marítima Transpetro. Quais os maiores desafios e impasses para se atingir esses objetivos? O maior desafio é difundir a carreira de marítimo no Brasil, após anos de estagnação da Marinha Mercante brasileira. Com o crescimento da exploração de petróleo no Brasil, a frota de navios e embarcações de apoio tende a crescer bastante. Qual a previsão de demanda para os próximos anos (até 2020 é factível), tanto de oficiais como de outros cargos (suboficiais)? Atualmente, a Transpetro conta com um quadro de 2.232 marítimos. Ao longo do Promef, estima-se a contratação de mais 1.700. Haverá profissionais para suprir essa demanda? O mercado de trabalho para os marítimos no Brasil vive um cenário de pleno emprego, seja em nível básico, técnico ou superior. Ou seja, todos os alunos dos cursos da Marinha do Brasil saem com emprego garantido. O aquecimento do setor naval brasileiro é decorrente, sobretudo, ao Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), que encomendou 49 navios a estaleiros brasileiros. Para atender a esta crescente necessidade de mão de obra, a Transpetro, em conjunto com a Marinha do Brasil, sindicatos de marítimos e armadores nacionais, se uniu ao Governo Federal para promover a ampliação e melhorias para os dois centros de formação existentes no país: Ciaga (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha), no Rio de Janeiro, e o Ciaba (Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar), no Pará. Além disso, a Companhia inaugurou neste mês, em parceria com a Marinha do Brasil, a Academia Marítima Transpetro (AMT), que tem como objetivo qualificar o quadro de mar da Companhia e contribuir com a formação de novos profissionais de náutica e máquinas. Com unidades no Rio


Fotos: Bia Cardoso

Comandante José Menezes Filho, gerente executivo do Promef Pessoal

e em Belém, a AMT vai possibilitar também a aceleração do processo de ascensão profissional das tripulações da Transpetro, aumentar o apoio aos processos de gestão a bordo e os níveis de segurança nas embarcações. A expectativa é formar 1.600 novos oficiais até 2016. Quais as principais funções demandadas pela Transpetro nessa área, em função do Promef? Onde estão os maiores gargalos? Atualmente, os cargos de maior demanda são os de oficiais, como comandante, chefe

de máquinas, imediato, primeiro oficial de náutica, primeiro oficial de máquinas, segundo oficial de náutica e segundo oficial de máquinas. Para trabalhar como oficial em um navio da Marinha Mercante é necessário que o profissional tenha feito um curso de graduação no Ciaga ou no Ciaba. Há também a possibilidade de profissionais com nível superior na área de exatas fazerem uma pós-graduação no Ciaga ou no Ciaba. Os salários variam de R$ 7 mil a R$ 20 mil (ao longo da carreira). Há também grande demanda por profissionais

de nível técnico – eletricistas e mecânicos. As exigências para o cargo são ensino médio completo com nível técnico (eletrônica, mecânica, entre outras do sistema de manutenção e técnico de enfermagem ou auxiliar de enfermagem). A duração do curso no Ciaga é de três meses e meio e mais 90 dias de estágio em navio. O pré-requisito para fazer o curso no Ciaga para condutor/bombeador é ser formado em curso técnico de mecânica, eletromecânica e estruturas navais. Para eletricista é preciso ter formação técnica em

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entrevista exclusiva

Alunas na Academia Marítima Transpetro (AMT)

eletrônica, eletricidade, automação e telecomunicações. Há também vagas para técnicos em enfermagem. Os salários variam de R$ 4,5 mil a R$ 7 mil. O que a Transpetro tem buscado fazer para qualificar esse novos oficiais e outros profissionais formados no Centro de Instrução mas que não têm experiência ainda com as novas tecnologias incorporadas pela nova frota? A Academia Marítima Transpetro foi implantada com o objetivo de qualificar o quadro de mar da Transpetro, inclusive em novas tecnologias embarcadas nos novos navios da frota. Como tem sido a busca por treinamento na Academia? A Transpetro realiza os treinamentos de acordo com as necessidades dos marítimos da sua frota e da Marinha do Brasil. Quantos cursos e alunos a Academia tem hoje? A expectativa é que sejam graduados 400 oficiais por ano pela Academia Marítima Transpetro, sendo 200 no Rio de Janeiro e o restante e Belém. A primeira turma do Rio, de náutica, com 60 alunos, iniciou suas aulas em agosto, no Centro. O grupo do Pará, com 120 alunos (60 de náu14

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tica e 60 de máquinas) começa a estudar em setembro. Quais os equipamentos e facilidades fornecidos pela Academia? Atualmente, a Academia Marítima Transpetro dispõe de dois simuladores. O offshore e o de comboio hidroviário. Vou detalhá-los: Simulador Offshore – simulador de operações de transferência de petróleo entre embarcações em alto-mar, foi desenvolvido pela primeira vez no Brasil pela Transpetro, em parceria com o Cenpes, da Petrobras, e a USP. O software é usado para treinamento dos oficiais responsáveis por conduzir os navios aliviadores da Companhia, que trazem para o continente o petróleo produzido pelas plataformas marítimas. Até agora foram construídos três protótipos, com tela em 3D e reprodução de instrumentos de navegação usados pelos condutores das embarcações. Com o Simulador Offshore, é possível treinar situações enfrentadas durante operações reais em diversas condições climáticas e oceânicas na costa brasileira. Os estudos virtuais podem ser feitos nos navios plataformas P-35 e P-50, instalados na Bacia de Campos, e em uma monoboia – unidade flutuante presa ao fundo do mar, usada para carga e descarga de petróleo e derivados. Também

são reproduzidas várias opções de navios da frota da Transpetro, incluindo os que possuem tecnologia conhecida como posicionamento dinâmico (DP, sigla em inglês), encomendados pelo Promef. Está em fase de implantação o treinamento de entrada e saída em portos. Simulador de comboio hidroviário – outra criação da Transpetro, seu software, desenvolvido pela primeira vez no Brasil, em parceria com a Escola Politécnica da USP, permitirá que o público conheça, por meio de realidade virtual, os modernos padrões de operação das 80 barcaças e 20 empurradores que formarão os comboios para o transporte do etanol pela Hidrovia Tietê-Paraná. O simulador será usado para treinamento dos cerca de 400 condutores e mestres fluviais que vão operar as embarcações da Transpetro, a partir de 2013. Essa nova frota, que formará 20 comboios, será construída pelo Estaleiro Rio Tietê, em Araçatuba – viabilizado pelas encomendas do Promef Hidrovia, vertente do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), voltada para o modal hidroviário. A ferramenta reúne todos os procedimentos operacionais utilizados pelos condutores dos comboios. Permite ainda a simulação das condições de navegabilidade da hidrovia em trechos com eclusas, pontes, curvas e bancos de areia. Os dados experimentais dos modelos hidrodinâmicos foram obtidos com o apoio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo. Qual o corpo de profissionais embarcados do Promef hoje? Ou seja: qual a ‘tripulação’ do Promef? A tripulação total dos navios em operação (Celso Furtado, Sérgio Buarque de Holanda e João Cândido) é de 76 marítimos.


Navios do Promef

E

m operação: Celso Furtado (lançado em junho de 2010), Sérgio Buarque de Holanda (lançado em novembro de 2010) e João Cândido (lançado em maio 2012). Em construção: Rômulo Almeida (lançado em junho de 2011) e José Alencar (será lançado em dezembro de 2012). I Fase do Promef: prevista a construção de 23 navios, sendo dez suezmax, cinco aframax, quatro panamax e quatro navios de produtos. II Fase do Promef: 26 navios, sendo sete aliviadores com posicionamento dinâmico, oito navios de produtos, oito gaseiros e três navios de transporte de bunker. Até agora, o Promef encomendou 41 navios, com investimento de R$ 9,6 bilhões, junto aos estaleiros Atlântico Sul - EAS (PE), Promar (PE), Mauá (RJ), Eisa (RJ) e Superpesa (RJ). Ao longo do Promef serão criados 40 mil empregos diretos e 160 mil indiretos. Linha do tempo do Promef 2004 - Lançamento do edital internacional de pré-qualificação, com o objetivo de selecionar empresas capacitadas a participar da licitação para a construção dos navios. (25 de novembro) 2005 - Concluída na primeira fase da pré-qualificação. Apresentaram propostas 11 empresas, reunidas em consórcios. O projeto atrai para o Brasil a parceria de tradicionais empresas e estaleiros brasileiros com grandes fabricantes europeus e asiáticos. (28 de abril) Lançado, em Niterói (RJ), edital de licitação da primeira fase do projeto para a construção de 26 navios. (10 de outubro) 2006 - Assinatura de convênio entre Transpetro, Ministério da Ciência e Tecnologia, Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) e nove instituições de pesquisa do Brasil para desenvolver projetos do Programa de Capacitação Tecnológica para Apoio à Indústria Naval Brasileira. (7 de fevereiro) 2007 - Assinatura de contrato para construção do primeiro lote de navios, no Complexo Industrial de Suape (PE),

com o BNDES e o Consórcio Atlântico Sul. (31 de janeiro) Assinatura do contrato para a construção de quatro navios de produtos no Estaleiro Mauá, em Niterói - RJ. (30 de novembro) 2008 - Lançamento da 2ª fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota, com a encomenda de mais 23 navios para a Transpetro: quatro suezmax, três aframax, oito navios de produtos, cinco gaseiros e três para bunker. (26 de maio) Cerimônia do corte do aço para a construção do primeiro navio do Estaleiro Atlântico Sul. (5 de setembro) Assinatura do contrato com o Estaleiro Atlântico Sul para a construção de cinco navios aframax. (7 de novembro) Transpetro recebe propostas de 23 navios do Promef. Quatro estaleiros apresentam propostas técnicas e comerciais para a construção de quatro suezmax DP, três aframax DP, três navios de produtos com capacidade de carga de 45 mil toneladas de porte bruto e cinco navios de produtos com capacidade de carga de 30 mil toneladas de porte bruto. (15 de dezembro) 2009 - Assinatura do contrato de construção de três navios para o transporte de bunker entre Transpetro e Estaleiro Superpesa, do Rio de Janeiro. (10 de setembro) Batimento de quilha do primeiro navio do Promef, no Estaleiro Atlântico Sul. Na ocasião, foram assinados os contratos dos quatro suezmax DP e três aframax DP com o Estaleiro Atlântico Sul. (11 de setembro) 2010 - Navio João Cândido, primeiro suezmax do Promef, foi batizado e lançado ao mar, no Estaleiro Atlântico Sul - PE. (7 de maio) Lançamento do navio Celso Furtado, no Estaleiro Mauá, segunda embarcação do Promef e o primeiro a ser construído no estado do Rio de Janeiro. (24 de junho) Promef Hidrovia recebe seis propostas técnicas e comerciais para a construção de comboios de empurradores e barcaças do Promef Hidrovia. (30 de junho) Assinatura do contrato com o Estaleiro Promar para a construção de oito navios gaseiros do Promef. (9 de julho)

Lançamento do terceiro navio do Promef – Sérgio Buarque de Holanda, no Estaleiro Mauá. (19 de novembro) Solenidade de 1ª Solda Simbólica do projeto Alcooduto Ribeirão Preto/ Paulínia, no Terminal da Transpetro, em Ribeirão Preto (SP). Durante o evento, o presidente Sergio Machado e representantes do Estaleiro Rio Tietê assinaram o contrato para a construção da nova frota hidroviária da Transpetro. (23 de novembro) 2011 - Lançamento do navio Rômulo Almeida, quarto do Promef. A cerimônia de batismo ocorreu no Estaleiro Mauá, em Niterói. (30 de junho) Lançamento da Pedra Fundamental do Estaleiro Rio Tietê, em Araçatuba (SP). O estaleiro será responsável pela construção da nova frota hidroviária da Transpetro. (13 de setembro) Transpetro e Estaleiro Mauá realizaram prova de mar do navio Celso Furtado. (22 a 26 de setembro) Estaleiro Mauá entrega o navio Celso Furtado, no estado do Rio de Janeiro. É a primeira embarcação do Promef a entrar em operação. (25 de novembro) É lançado ao mar o quarto e último navio de produtos encomendado ao Estaleiro Mauá (RJ). A embarcação foi batizada em homenagem ao ex-vice-presidente da República, José Alencar. (12 de dezembro) 2012 - Transpetro e Estaleiro Atlântico Sul realizaram prova de mar do navio João Cândido, em Pernambuco. (03 a 08 de abri) Tra n s p e t ro e E s t a l e i ro M a u á realizaram a prova de mar do navio Sérgio Buarque de Holanda. (12 a 16 de maio) Estaleiro Atlântico Sul (EAS) entrega o navio João Cândido, no estado de Pernambuco. É a segunda embarcação do Promef a entrar em operação. (25 de maio) Eisa oferece menor preço para construir oito navios de produtos do Promef. (1 de junho) Estaleiro Mauá entrega o navio Sérgio Buarque de Holanda em Niterói, no Rio de Janeiro. É a terceira embarcação do Promef a entrar em operação. (24 de junho)

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indústria naval

Indústria naval: enorme frente de trabalho

Com uma geração atual de 62 mil empregos nos estaleiros espalhados pelo país e 385 obras em andamento, o setor naval torna-se a cada dia mais atrativo para aqueles que querem navegar por outros mares do mercado. por Rodrigo Miguez

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Foto: Divulgação BrasFels

C

om dez novos estaleiros em implantação, a expectativa é de que sejam gerados mais 21.500 empregos no setor até 2015. Mantendo a alta de crescimento da mão de obra, que saiu de apenas duas mil pessoas empregadas nos anos 2000 para as atuais 62 mil. Diferentemente de outros tempos, hoje os estaleiros oferecem um ambiente de trabalho muito melhor, com segurança, além de estabilidade, boa remuneração e oportunidade de avançar profissionalmente, através de cursos oferecidos dentro do próprio local de trabalho, por estaleiros como OSX e Atlântico Sul. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), os operários especializados são maioria dentre os profissionais que atuam nos estaleiros brasileiros, com 70% de participação, seguidos pelo

pessoal de apoio, técnicos, setor de administração e por último os engenheiros, que correspondem apenas a 5% do corpo trabalhador das plantas navais. Para o professor Luiz Felipe Assis, diretor técnico da Sociedade Brasileira de Indústria Naval (Sobena), o mercado naval possui oportunidades para profissionais dos níveis superior e técnico. Engenheiros mecânicos,

civis, produção e elétricos, além dos engenheiros navais estão entre as profissões presentes na construção naval (navios e estruturas offshore), nos estaleiros, em classificadoras e empresas de projeto. Outros profissionais bastante requisitados para trabalhar no setor são projetistas, profissionais de tecnologia da informação, caldeireiros, operários especializados em corte e solda automática e manual e operadores de máquinas. Segundo Assis, os tecnólogos têm um papel importante nos projetos da área e a melhoria da eficiência no setor está ligada, entre outras coisas, à disponibilidade de profissionais com formação técnica, capazes de acompanhar demanda tecnológica do setor na área de produção. “O potencial do setor naval é muito vasto, mas a sustentabilidade da indústria dependerá do desenvolvimento tecnológico e da formação de recursos humanos (superior e técnico), de alto


Foto: TN Petrรณleo

Daniel Moczydlower, CEO da Chemtech

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indústria naval nível, que possam atender às necessidades futuras”, disse. O crescimento do setor também pode ser visto em números. Desde 2001, o Fundo de Marinha Mercante (FMM) já desembolsou mais de R$ 15 bilhões, sendo que até junho deste ano, o fundo já havia liberado mais de R$ 1 bilhão para obras do setor naval, que tem dentre a sua grande carteira de encomendas 35 navios-sonda, 101 barcos de apoio offshore, 33 navios de produtos e 19 plataformas de produção. De acordo com dados divulgados pelo Sinaval, das 385 obras em andamento, 124 estão sendo executadas no estado do Rio de Janeiro, seguido por São Paulo com 106 e Pernambuco com 37, especificamente na região de Suape. De acordo com o ranking do emprego do setor naval do Sinaval, o Rio de Janeiro continua na liderança da mão de obra no país, com quase 50% de participação nas contratações, com o Amazonas em segundo lugar e o estado do Rio Grande do Sul ocupando a terceira posição. Os outros principais polos de atração de trabalhadores são as regiões de Pernambuco, Santa Catarina e Bahia. Com um ciclo de produção garantido pelo menos até 2020, a demanda por emprego no setor só tende a crescer. De acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor de petróleo e gás, que também inclui a indústria naval, é o que mais tem propensão pela busca de engenheiros.

Principais regiões Nas quatro regiões do país há oportunidades das mais variadas para o ingresso na indústria naval. Na região Norte, 18

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O potencial do setor naval é muito vasto, mas a sustentabilidade da indústria dependerá do desenvolvimento tecnológico e da formação de recursos humanos (superior e técnico), de alto nível, que possam atender Às necessidades futuras”. Luiz Felipe Assis, diretor técnico da Sociedade Brasileira de Indústria Naval (Sobena)

a grande utilização de embarcações para o transporte de passageiros e de cargas mantém uma constante demanda nos estaleiros da região. O Nordeste brasileiro vem se tornando um importante polo de oportunidades de emprego nesse setor, impulsionado principalmente pelo Estaleiro Atlântico Sul e o polo naval de Suape. Além

disso, ações dos governos estaduais, do Senai e do governo federal, através do Promimp, estão capacitando profissionais para reforçar a formação de mão de obra na área. A região Sudeste tem grande concentração de estaleiros, principalmente no Rio de Janeiro, que é o foco dos investimentos do setor de óleo e gás no país e os empresários precisam contratar cada vez mais para cumprir o prazo de entrega das grandes obras para atender a exploração e produção do pré-sal. Já no Sul, além das ações dos órgãos governamentais na formação de RH, o estado em conjunto com municípios estão criando o Polo Naval Sul, o que deverá aumentar o número de trabalhadores e investimentos na região. Para o Sinaval, o desafio da formação de recursos humanos exige colaboração contínua e ampliada entre os estaleiros, universidades, escolas técnicas e órgãos estaduais e municipais.

Carteira de encomendas As sondas de perfuração da Petrobras estão entre os principais projetos que ocuparão os canteiros dos estaleiros nos próximos anos, nos maiores polos navais do Brasil. O estaleiro Atlântico Sul (EAS) ficará responsável pela construção de sete navios sonda, tendo ficado com o maior número de pedidos, do total de 33 novas embarcações que vão auxiliar na exploração de petróleo no pré-sal. Além do EAS, estão envolvidos nesse projeto os estaleiros Enseada do Paraguaçu (EEP), Jurong Aracruz (EJA), Brasfels e Rio Grande 2. Quem também tem uma importante carteira de pedidos é o Estaleiro Rio Grande, que além da plataforma P-55, a maior


semissubmersível já construída, tem ainda a encomenda de oito cascos novos que serão utilizados nos FPSOs P-66, P-67, P-68, P-69, P-70, P-71, P-72 e P-73, que estarão na exploração do pré-sal na Bacia de Santos.

Foto: Agência Petrobras

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação BP

Foto: Divulgação Wilson Sons

trainee: uma porta para o sucesso

Outro projeto de grande porte que ocupa o portfólio de encomendas da indústria é a construção dos 49 navios de produtos do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), dos quais

cinco já foram lançados. Esse megaplano de expansão está mobilizando grandes estaleiros brasileiros e é um dos garantidores da enorme frente de trabalho que está no cenário pelos próximos anos.

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indústria naval

Mar de Oportunidades Com uma forte demanda de profissionais de engenharia em todos os segmentos da cadeia da economia e com a alta da indústria naval nos últimos anos, o engenheiro naval e offshore está cada vez mais requisitado para trabalhar nos estaleiros e em grandes obras do setor de óleo e gás, aliando por Rodrigo Miguez boas oportunidades a bons salários.

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Foto: Divulgação STX OSV

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omente o estado do Rio de Janeiro é responsável por quase 50% dos empregos gerados em estaleiros de todo o país, com cerca de 30 mil cargos preenchidos para as mais diversas funções. Dentre as áreas nas quais os profissionais da engenharia podem atuar no setor naval estão a de software e automação, mecânica, elétrica, química, civil (para estruturas metálicas e concreto), eletrônica, de produção, naval e de petróleo. O salário inicial médio do engenheiro naval é bom: R$ 5 mil. Mas, com experiência, este valor pode chegar a até R$ 18 mil. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a demanda atual do país é de 91 mil engenheiros até 2014, muitos deles terão que ser absorvidos pela indústria naval e offshore. Para suprir a necessidade, tendo em vista que apenas dois em sete atuam em carreiras típicas de engenharias, há que se formar 321.300 novos profissionais até 2014. Mantendo a quantidade atual de formandos, de cerca de 50 mil por ano, o déficit estimado de engenheiros para 2014 será de 48.300. Uma das empresas mais reconhecidas no mercado de óleo e gás, a Radix tem observado

que a procura pela empresa por jovens formados em engenharia cresceu depois que ela ganhou pela segunda vez seguida o prêmio de melhor empresa para se trabalhar no Rio. Para Luiz Eduardo Rubião, diretor-geral da Radix, a falta de engenheiros no mercado brasileiro não tem sido um problema. “Temos sentido mais falta de projetos do que de engenheiro”, afirmou. Segundo ele, um dos pontos fundamentais para aquele jovem estudante de engenharia que deseja entrar no mercado naval e offshore é que ele deve ter a consciência de que está ingressando em uma indústria que envolve riscos e responsa-

bilidades. Além disso, explorar e aproveitar o momento para assumir um papel transformador para melhorar os aspectos da indústria é um fator positivo para qualquer engenheiro. Na maioria das empresas que trabalham com o setor naval e offshore, o dia a dia varia um pouco, dependendo do tipo de cliente, mas em geral o engenheiro fica mais no escritório, vendo as plantas e trabalhando no desenvolvimento dos projetos. Mas do trabalho de campo também faz parte visitar os clientes e testar as aplicações em navios e plataformas. Buscando qualidade no seu quadro de funcionários, a Expro, empresa especializada em gerenciamento de fluxo de poço de óleo e gás, onshore e offshore, acaba de contratar sete


Segundo a tabela divulgada pela consultoria Robert Half, as funções em alta no mercado de óleo e gás estão ligadas às áreas de comunicação, inteligência de mercado e engenharia. Um engenheiro de serviços com experiência de até dois anos ganha entre R$ 6.500 e R$ 9.500, já o salário inicial de um coordenador de comunicação gira em torno de R$ 5.000. Cargo Diretor de Supply Chain Gerente de Supply Chain Engenheiro de Serviços Óleo e Gas (salário médio incluindo adicionais) Diretor de Operações Gerente de Operações Gerente QSM Engenheiro de SMS Geólogo/Geofísico Gerente de Projetos/ Contratos Engenheiro de Projetos Comprador Gerente de Engenharia

Porte da empresa

Salário de acordo com a experiência no cargo (R$) 0 - 2 anos

3 - 5 anos

6 - 9 anos

10 anos

P/M

18 mil - 23 mil

20 mil - 28 mil

26 mil - 32 mil

32 mil - 40 mil

G

22 mil - 27 mil

25 mil - 34 mil

29 mil - 40 mil

38 mil - 68 mil

P/M

2,5 mil - 14 mil

15 mil - 20 mil

19 mil - 30 mil

23 mil - 46 mil

G

14,5 mil - 17 mil

18000 - 26 mil

21 mil - 32 mil

28 mil - 50 mil

P/M

6,5 mil - 8,5 mil

7,5 mil - 12 mil

9 mil - 13 mil

12 mil - 16 mil

G

7 mil - 9,5 mil

8 mil - 12,5 mil

11 mil - 15 mil

12 mil - 20 mil

P/M

8 mil - 23 mil

20 mil - 28 mil

26 mil - 32 mil

32 mil - 40 mil

G

22 mil - 27 mil

25 mil - 34 mil

29 mil - 40 mil

38 mil - 68 mil

P/M

15 mil - 19 mil

18 mil - 24 mil

22,5 mil - 27 mil

26 mil - 31 mil

G

18 mil - 23 mil

20 mil - 28 mil

26 mil - 32 mil

32 mil - 40 mil

P/M

12 mil - 14 mil

13,5 mil - 16 mil

15 mil - 18 mil

17 mil - 22 mil

G

5 mil - 19 mil

18 mil - 24 mil

22,5 mil - 27 mil

26 mil - 31 mil

P/M

6 mil - 8 mil

7,5 mil - 9,5 mil

8,5 mil - 11 mil

10 mil - 17 mil

6,5 mil - 8,5 mil

7,5 mil - 10,5 mil

9,5 mil - 16 mil

13 mil - 19 mil

4 mil - 5,5 mil

5 mil - 8,5 mil

8 mil - 13 mil

12,5 mil - 20 mil

5 mil - 7 mil

6 mil - 12 mil

9 mil - 16 mil

14 mil - 50 mil

P/M

9,5 mil - 12 mil

11 mil - 14,5 mil

12,5 mil - 18 mil

17 mil - 25 mil

G

10,5 mil - 15 mil

12,5 mil - 18 mil

16,5 mil - 23 mil

21 mil - 46 mil

5,8 mil - 7 mil

7 mil - 9,5 mil

9 mil - 15 mil

14 mil - 19 mil

5,8 mil - 7,5 mil

7 mil - 10,5 mil

10 mil - 16 mil

15 mil - 20 mil

P/M

3 mil - 4,5 mil

4 mil - 6,5 mil

6 mil - 9 mil

8 mil - 11 mil

G

3,5 mil - 6 mil

5 mil - 8 mil

7 mil - 10 mil

9 mil - 13 mil

P/M

2 mil - 14 mil

13,5 mil - 16 mil

15 mil - 18 mil

17 mil - 22 mil

G P/M G

P/M G

G

15 mil - 19 mil

18 mil - 24 mil

22,5 mil - 27 mil

26 mil - 35 mil

Diretor Comercial - Óleo e Gás

P/M

16 mil - 22 mil

20 mil - 28 mil

26 mil - 38 mil

32 mil - 56 mil

G

2 mil - 27 mil

25 mil - 34 mil

29 mil - 40 mil

38 mil - 68 mil

Gerente de Desenvolvimento de Negócios - Óleo e Gás

P/M

12,5 mil - 14 mil

15 mil - 20 mil

19 mil - 30 mil

23 mil - 46 mil

G

14,5 mil - 17 mil

18000 - 26 mil

21 mil - 32 mil

28 mil - 50 mil

Engenheiro de Vendas Óleo e Gás

P/M

6,5 mil - 8,5 mil

7,5 mil - 12 mil

11 mil - 13 mil

12,5 mil - 18 mil

7 mil - 9,5 mil

8 mil - 12,5 mil

9,5 mil - 14 mil

12 mil - 19,5 mil

Coordenador de Marketing/Comunicação/ Inteligência - Óleo e Gás

P/M

5 mil - 7 mil

6,5 mil - 8,5 mil

8 mil - 13 mil

12 mil - 17 mil

6,5 mil - 8 mil

7 mil - 10 mil

9,5 mil - 14 mil

13 mil - 19 mil

G

G

Porte da empresa: P: pequena; M: média; G: grande

Fonte: Robert Half

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indústria naval engenheiros e oito trainees das áreas de engenharia ambiental, elétrica, hídrica, mecânica, produção mecânica e química, com intuito de atender a demanda do mercado de óleo e gás por profissionais qualificados. “A Expro está no mercado para ser líder em gerenciamento de fluxo de poço. Para isso, precisamos

contratar com qualidade, jamais esquecendo de que as pessoas precisam de equilíbrio para que possam atuar bem em todas as áreas da vida”, disse Olivia Tokumoto,

gerente de RH da América Latina da Expro. Para qualificar a sua mão de obra, a companhia tem um projeto que envia engenheiros brasileiros para Broussard (Luisiana, EUA) e Aberdeen (Reino Unido), onde recebem de três a 18 meses de treinamento prático sobre serviços da empresa.

Para quem está se formando ou está formado há dois anos, as empresas do setor naval estão disponibilizando oportunidades para aqueles que desejam ingressar nesse mercado. Um dos maiores estaleiros do país, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) acaba de contratar a sua primeira turma de trainees, que venceram uma disputa acirrada com mais de mil candidatos para as 40 vagas oferecidas para os setores de engenharia, fabricação, comissionamento, SMS, administração contratual, qualidade, manutenção, planejamento e suprimentos. Segundo Rejane Penteado, gestora da área de Recursos Humanos do EAS, a característica principal do programa trainee do estaleiro é a identificação e desenvolvimento de talentos na área naval e offshore. Uma das grandes diferenças do programa de trainee para uma contratação convencional é o job rotation, quando o profissional tem a oportunidade de trabalhar em várias áreas diferentes da empresa.“A competição foi bastante acirrada, pois esses jovens estão saindo das universidades muito preparados para enfrentar os processos seletivos e são muito bem informados. Alguns têm experiência prévia e domínio de outro idioma”, afirmou. “Nosso objetivo é a formação de líderes para ocupar posições chaves e estratégicas na empresa”, completou. 22

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Foto: Divulgação Estaleiro Atlântico Sul

Programas de Trainee

Com os bons resultados alcançados no programa de trainee, o estaleiro já pensa em um novo processo seletivo para o próximo ano. Outro importante estaleiro que disponibiliza oportunidades para os trainees é o STXOSV, de Niterói (RJ). Também em sua primeira edição, o programa do estaleiro teve ao todo 8.732 candidatos, que no decorrer do processo foram reduzidos a 40 pessoas lutando por 14 vagas. Dos escolhidos, 12 são engenheiros para as áreas de produção, planejamento, projetos e

suprimentos, um trabalha no setor administrativo e outro no financeiro. “Os profissionais estão altamente qualificados, com competências técnicas e comportamentais outstanding, com perfil e potencial para contribuir para a competitividade e crescimento do STX no Brasil”, disse. Além do job rotation nas unidades do STX no Brasil (há uma unidade sendo construída em Pernambuco), existe a possibilidade de estágio na sede da empresa, na Noruega, para os engenheiros.


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oficiais de marinha

Universidade do mar Marinha amplia vagas nos dois centros de instrução do país para atender à demanda da indústria offshore por oficiais de náutica e de máquinas. por Karolyna Corrêa Gomes

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Foto: Agência Petrobras

C

om o mercado brasileiro offshore aquecido tanto pela exploração e produção de petróleo e gás na costa, quanto pelo aumento no volume de transporte de cargas, é crescente a demanda por oficiais de náutica e de máquinas (pilotos, comandantes, chefes de máquinas e eletricistas). De acordo com um estudo desenvolvido pelo Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), até 2020, empresas que operam navios-plataforma e de cabotagem precisarão contratar cerca de 5.437 oficiais de Marinha para conduzir as embarcações. Essa é uma estimativa feita para que se possa operar as 488 embarcações que entrarão em operação no período. Neste cenário, a Escola de Formação de Oficiais de Marinha Mercante (Efomm), da Diretoria de Portos e Costas (DPC), vem ampliando o número de vagas nas unidades daquela que é conhecida como a ‘Universidade do Mar’. Segundo o diretor de Portos e Costas da Marinha do Brasil, o vice-almirante Ilques Barbosa, em 2012 serão formados 726 oficiais pelos

centros de instrução Almirante Graça Aranha (Ciaga), localizado no Rio de Janeiro, e Almirante Braz de Aguiar (Ciaba), que fica em Belém do Pará. Para 2013, a previsão de formação é de 959 oficiais, e para 2014, 1.335 oficiais. A expectativa é de que a partir de 2015 sejam formados 1.500 profissionais por ano. “Nosso maior desafio continua sendo formar quadros em quantidade e qualidade compatíveis com as exigências do mercado. No que concerne à

quantidade, vale salientar que se tem logrado alcançar números significativos, sobretudo em se tratando de Oficiais do 1º Grupo - Marítimos, composto por tripulantes que operam embarcações classificadas para a navegação em mar aberto, apoio marítimo, apoio portuário e para a navegação interior nos canais, lagoas, baías, angras, enseadas e áreas marítimas consideradas abrigadas, categoria que tem sido mais disputada pelos armadores”, frisa o vice-almirante. Além do salário atrativo, que varia de R$ 10 mil (menor salário) a cerca de R$ 18 mil, esses oficiais vivem um dia a dia que envolve o contato com equipamentos e tecnologias de ponta. As escolas de formação contam hoje com simuladores que permitem a qualificação dos profissionais em ambientes que se aproximam da realidade. “A DPC, na condição de órgão central do sistema do ensino profissional marítimo, tem dedicado toda a atenção à questão da incorporação de tecnologias – cada dia mais avançadas – às embarcações. É essencial contar com mais equipamentos e apoio da iniciativa privada para melhor dotar os centros de instrução com as mais modernas tecnologias”, afirma Ilques Barbosa, complementando que o


Foto: Divulgação

Vista aérea do Ciaga

aporte de recursos no âmbito do Programa de Modernização da Indústria do Petróleo (Prominp) permitiu a modernização de salas e laboratórios de ambos os centros – Ciaga e Ciaba – além do aumento da capacidade individual de cada Efomm, para 720 alunos. O ingresso dos futuros profissionais é feito por meio de concurso público seletivo que obedece ao preceito constitucional de igualdade de sexos. O curso disponibilizado nos centros de instrução tem duração de quatro anos. Nessa etapa, o aluno vive dois períodos divididos em oito semestres que contemplam: Período acadêmico – composto de seis semestres letivos em regime de internato, com dedicação exclusiva do aluno, e estruturado em um sistema serial anual, dividido em dois semestres. Período de estágio – compreendendo dois semestres embarcado para o curso de Náutica e um semestre embarcado para o curso

Previsão de formação de Oficiais de Marinha Mercante Ciaga e Ciaba: 2012 - 726 oficiais; 2013 - 959 oficiais; 2014 - 1.335 oficiais; 2015 1.500 oficiais Até 2020, empresas que operam navios precisarão contratar cerca de 5.437 oficiais de Marinha para conduzir as embarcações. Salário de oficiais varia de R$ 10 mil (menor salário) a cerca de R$ 18 mil. Bolsa-auxílio para alunos: R$ 820,00 Fonte: DPC

de Máquinas, cumprindo estágio supervisionado. As atividades de ensino (desenvolvidas no Ciaga e Ciaba) compreendem: • atividades acadêmicas – desenvolvidas em salas de aula, laboratórios, a bordo de embarcações, plataformas, terminais marítimos, estaleiros e simuladores; • atividades militares – desenvolvidas com vistas à formação militar-naval e compreendendo disciplinas curriculares, embar-

ques, formaturas, cerimônias e eventos cívico-militares, serviço diário, prática de liderança e atividades de rotina das organizações militares; • atividades extraclasse – destinam-se a complementar o curso e compreendendo palestras, seminários, filmes, visitas, atividades sociais e esportivo-culturais, de interesse para a formação do aluno. Após o término do 3º ano, o aluno realiza, obrigatoriamente, o Estágio de Praticante, denominado Programa de Estágio (Prest), a bordo de embarcações mercantes utilizadas na navegação marítima e no apoio marítimo, exclusivamente em empresas indicadas pelos centros de instrução. O oficial formado recebe o título de bacharel em Ciências Náuticas. Esses profissionais também passam a integrar a Reserva da Marinha de Guerra. A ascensão ao posto máximo de comandante leva cerca de dez a 12 anos. Vale ressaltar que o percentual de mulheres vem aumenGuia do Estudante 5 • 2012

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oficiais de marinha

Fachada do Ciaba tando desde 2000 – ano da primeira turma feminina – e hoje elas representam 40% do total de alunos.

A atuação da DPC A responsabilidade da Diretoria de Portos e Costas vai além da estruturação da formação dos profissionais mercantes. A DPC é responsável pelas atividades relacionadas ao cumprimento das atribuições da Autoridade Marítima Brasileira. Ou seja, tem atividades relacionadas desde a regularização até a fiscalização das embarcações e plataformas. Isto é feito por meio de Grupos de Vistoria e Inspeção (GVI), lotados nas Capitanias dos Portos, e das Entidades Especializadas com delegação de competência para esta atuação. “Temos ideia do quanto amplo é o nosso trabalho . Listando todas as fases em que estamos envolvidos observamos: a análise e a aprovação do projeto de embarcações e plataformas, seguindo a legislação internacional e nacional; acompanhamento da sua construção; realização de prova de mar e dos testes de comissionamento; e vistorias para emissão dos certificados estatuários e de classe”, esclarece o vice-almirante Ilques Barbosa. 26

Guia do Estudante 5 • 2012

Após a emissão dos certificados exigidos pela legislação, etapa realizada pelo GVI, a embarcação ou plataforma é submetida a uma Perícia de Conformidade, executada pelos peritos da Autoridade Marítima Brasileira, com o propósito de obter a Declaração de Conformidade para operação em águas jurisdicionais brasileiras. Com validade de um ano, este documento atesta o cumprimento de todos os requisitos estabelecidos pela legislação nacional e internacional, relativos à segurança da navegação, à salvaguarda da vida humana no mar e à prevenção da poluição no meio aquaviário. Com ele, a plataforma ou embarcação está autorizada a funcionar no país. “A DPC também monitora as operações das plataformas e embarcações empregadas na atividade do petróleo, interagindo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e com outros órgãos, tanto do governo quanto da iniciativa privada e da própria Marinha, a fim de produzir informações que contribuam para a segurança das mesmas, aquelas que operam nas bacias petrolíferas”, elucida o vice-almirante, afirmando que a cadeia produti-

va da atividade offshore entende e coopera com essa autoridade. Para monitorar as embarcações e plataformas que atuam nas bacias produtoras de petróleo e gás, a DPC dispõe de uma rede de capitanias, delegacias e agências. no total existem 61 organizações militares da Marinha permanentemente envolvidas nas atividades de segurança do tráfego aquaviário, prevenção da poluição hídrica e a salvaguarda da vida humana no mar. São elas: a DPC (Representante da Autoridade Marítima), 26 Capitanias dos Portos, 14 Delegacias e 20 Agências (Agentes da Autoridade Marítima). “Os pilares básicos dessa estrutura são os Inspetores Navais e Vistoriadores Navais”, afirma Ilques. Atualmente, existem 146 desses profissionais prestando serviços em todo o território nacional, sendo que nas principais bacias produtoras – Campos e Santos – a DPC mantém 59 inspetores e vistoriadores lotados nas Capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. “O que agrega um significativo coeficiente de segurança às atividades da indústria do petróleo.” A DPC também dispõe do Sistema de Monitoramento Marítimo de Apoio às Atividades do Petróleo (Simmap). O órgão identifica e acompanha o tráfego marítimo relacionado à indústria do petróleo e gás por meio do rastreamento das embarcações empregadas nessa atividade. Sua finalidade é contribuir para a fiscalização das atividades, incrementar a segurança e a proteção do tráfego aquaviário e servir como instrumento auxiliar nas investigações quando há ocorrência de acidentes que envolvam alguma das embarcações acompanhadas. “O Simmap


Foto: Divulgação

possui terminais de rastreamento instalados na DPC, no Comando do Controle Naval do Tráfego Marítimo e na ANP”, informa o vice-almirante Ilques.

Amazônia Azul: a ‘última fronteira brasileira’ Com um território marítimo correspondente a cerca de 3,6 milhões de km², por onde circulam aproximadamente 95% de todo nosso comércio exterior (importações e exportações), o Brasil está pleiteando junto à Comissão de Limites da Plataforma Continental da Organização das Nações Unidas (ONU) a extensão dos limites de sua Plataforma Continental, além das 200 milhas náuticas (370 km), correspondente a uma área de quase 900 mil km². Caso a proposta brasileira seja aceita, o mar territorial, somado à Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e à extensão da Plataforma Continental, representará uma área marítima com quase 4,5 milhões de km². “Isso corresponde a mais da metade do território terrestre nacional ou, ainda, comparando as dimensões, a uma nova Amazônia. Em outras palavras, nossa última fronteira está

Ponte de comando de um AHTS sendo traçada no mar”, enfatiza o vice-almirante Barbosa. “É o que a Marinha vem chamando de Amazônia Azul [na verdade uma área maior que a Amazônia verde] na tentativa de alertar a sociedade brasileira sobre a importância, não só estratégica, mas também econômica, do imenso mar que nos cerca”, diz. Cerca de 97% dos bens que importamos e exportamos são transportados por navios de outras bandeiras – em 2010, mais de 65% da frota mundial era registrada em países de bandeiras de conveniência, e dentre os cinco maiores registros, Panamá, 18 Libéria, Grécia, Bahamas e Ilhas Marshall. Isso demonstra a necessidade de se ampliar ainda mais o setor marítimo brasileiro, ainda mais a frota nacional de transporte de cargas. “O que nos anima é que as atividades de pesquisa e exploração de petróleo no mar, juntamente com as descobertas de novas jazidas na camada do pré-sal, possibilitaram a alocação de grandes investimentos em estaleiros”, comemora. “O crescimento da navegação de interesse nacional também reflete positivamente no transporte de cabotagem,

contribuindo em muito para a ampliação da frota de porta-contêineres”, explica. Das plataformas localizadas na ZEE extrai-se perto de 85% da nossa produção de petróleo, cerca de 2 milhões de barris por dia – o pico da produção nacional, atingido em janeiro de 2012, teve uma média diária de 2,231 milhões de barris/dia, de acordo com dados da ANP. As responsabilidades marinhas do país não se limitam à Amazônia Azul. De acordo com a Convenção Internacional sobre busca e salvamento marítimo, existe o compromisso de realizar busca e salvamento na extensa área que avança pelo oceano Atlântico, ultrapassando os limites das águas jurisdicionais. “Podemos dizer que o país conquistou maioridade para exercer vigilância estratégica sobre seu vasto território continental, mesmo nas regiões escassamente povoadas. Um modelo de vigilância nesse território denominado Amazônia Azul é mais complexo, e passa, necessariamente, pelo adequado aparelhamento da Marinha do Brasil”, conclui o vice-almirante Ilques Barbosa. Guia do Estudante 5 • 2012

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comissionamento

Comissionamento: engenharia do desafio

Foto: TN Petróleo

por Maria Fernanda Romero

Verdadeira engenharia de gestão de um empreendimento, o comissionamento é uma atividade básica essencial para garantir a partida de uma unidade industrial ou uma embarcação, dentro dos mais altos padrões de segurança. Com a cultura de comissionamento se consolidando cada vez mais, o mercado de trabalho para tal atividade tem tudo para continuar crescendo e remunerando bem seus profissionais.

A

tividade essencial para garantir a partida de uma unidade industrial tal como uma refinaria ou uma plataforma – ou uma embarcação, dentro dos mais altos padrões de segurança e operabilidade –, o comissionamento é um processo de engenharia e gestão que permeia a implantação de um empreendimento, desde o 28

Guia do Estudante 5 • 2012

conceito básico até a entrega do mesmo ao seu operador. O trabalho de comissionamento visa assegurar que os sistemas e componentes de uma edificação ou unidade industrial estejam projetados, instalados, testados, operados e mantidos de acordo com as necessidades e requisitos operacionais do proprietário. O comissionamento pode ser aplicado tanto a novos

empreendimentos quanto a unidades e sistemas existentes em processo de expansão, modernização ou adequação. Segundo Fábio Fares, presidente da Forship, referência internacional na área de comissionamento, na


prática, este processo consiste na aplicação integrada de um conjunto de técnicas e procedimentos de engenharia para verificar, inspecionar e testar cada componente físico do empreendimento, desde os individuais, como peças, instrumentos e equipamentos, até os mais complexos, como módulos, subsistemas e sistemas. “As atividades de comissionamento, no seu sentido mais amplo, são aplicáveis a todas as fases do empreendimento, desde o projeto básico e detalhado, o suprimento e o diligenciamento, a construção e a montagem, até a entrega da unidade ao cliente final, passando, muitas vezes, por uma fase de operação assistida”, detalha o executivo. Ele explica que mesmo não sendo chamado por esta palavra, o comissionamento surgiu na sua forma mais rudimentar com a invenção dos primeiros dispositivos com características operacionais. “É um processo intuitivo. Por exemplo, uma carroça puxada a burro precisou ser ‘comissionada’ para que pudesse executar adequadamente sua função, ou seja, as rodas precisaram ser ajustadas, de alguma forma ‘engraxadas’; as partes que compõe a carroça também precisaram ser ajustadas ao todo e todo o ‘sistema’ seguramente foi ‘testado’ antes de iniciar seu ciclo operacional.” Fabio Fares esclarece que quanto maior a complexidade do empreendimento, maior sua demanda por uma solução bem estruturada de comissionamento. Logo, todos os setores da economia demandam o comissionamento na construção, implementação ou alteração de

O trabalho de comissionamento visa assegurar que os sistemas e componentes de uma edificação ou unidade industrial estejam projetados, instalados, testados, operados e mantidos de acordo com as necessidades e requisitos operacionais do proprietário.

ou técnico ou ainda operador (dentro das suas disciplinas). Para utilização das ferramentas conhecidas no mercado de gerenciamento do processo, recomenda-se que o profissional tenha conhecimentos de informática e noções de planejamento de obras. Para a realização de boa parte das atividades de campo não é necessária formação distinta, quer seja na indústria de petróleo ou na naval, ou ainda na de mineração ou outra qualquer, desde que tenha equipamentos, instrumentos, cabos, tubulação, tanques, etc. Para outras atividades, enseus empreendimentos, sejam tretanto, é necessário o conhecivis ou industriais, como platacimento específico dos sisteformas de óleo e gás, indústria mas e processos existentes em naval, plantas químicas e petrocada tipo de indústria, fazenquímicas, oleodutos, gasodutos, do-se necessária a formação centrais e subestações elétricas, básica distinta. “Porém, um usinas siderúrgicas, plantas de profissional sênior de comispapel e celulose, usinas termesionamento consegue prescinlétricas e hidrelétricas, grandes dir da falta de formação esedifícios, pontes, rodovias e pecífica em determinada área ferrovias. para se sair bem no trabalho, Embora os processos indusdesde que esteja numa equipe triais de uma refinaria sejam que conta com especialistas mais complexos do que os de e que Romero o serviço seja corretauma plataforma marítima por de Maria Fernanda mente planejado”, comenta o produção de petróleo, do ponto presidente da Forship. de vista do comissionamento Basicamente, a função as duas tendem a demandar destes profissionais é analisar esforços comparáveis, devido o projeto e a documentação aos requisitos de segurança dos equipamentos e sistemas, e confiabilidade exigidos em planejar as atividades, elafunção das operações desenborar os procedimentos de volvidas pela unidade offshore. inspeção, calibração, preser“No entanto, como a refinaria vação e testes, carregar a base em geral é posicionada em terde dados do sistema de gestão ra com acessos logísticos mais de comissionamento, definir fáceis, o grau de complexidade os protocolos das atividades, da realização do comissionacoordenar, supervisionar e mento de uma plataforma se executar todas as atividades mostra ligeiramente superior ”, de campo, o treinamento dos afirma Fábio Fares. operadores e a transferência Para executar as atividades dos sistemas operacionais de comissionamento, o profispara a operação. sional deve ser um engenheiro Guia do Estudante 5 • 2012

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De acordo com o diretor executivo e CEO da Forship, Roberto Rocha, ainda são poucas e insuficientes as iniciativas de especializações nessa área, entretanto recentemente algumas universidades e o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) criaram cursos de especialização em engenharia de comissionamento. “A Forship tem dado apoio a essas iniciativas fornecendo know how próprio e dando palestras”, comenta. O profissional de comissionamento é de grande importância na indústria naval e offshore, visto que é o processo final do projeto de engenharia que garante ao proprietário a operabilidade adequada dos sistemas e uma transição eficiente entre o ciclo de vida de construção e o de operação comercial da planta industrial. “Os principais desafios desse profissional é integrar as fases de projeto, construção e montagem e executar o handover (entrega) dos equipamentos e sistemas no prazo previsto”, afirma Rocha. O momento no Brasil e no mundo é ótimo para qualquer profissional da área técnica. Ainda mais em função do grande número de projetos que vêm sendo feitos. Logo, as expectativas para esta área na indústria de petróleo e gás no Brasil são boas. O profissional interessado em seguir a carreira tem grande procura no mercado por parte das empresas. “O profissional de comissionamento sempre foi muito valorizado e hoje mais ainda, devido à compreensão 30

Guia do Estudante 5 • 2012

Foto: Roberto Rosa, Consórcio Quip

comissionamento

crescente das empresas (operadores e epcistas) sobre a importância do comissionamento e ao fato de que ainda há uma deficiência significativa de oferta desses profissionais no mercado”, pontua o executivo. O sucesso do comissionamento, em qualquer indústria, é medido em função da operabilidade dos sistemas, que é alcançada no momento de sua transferência (do empreendimento) para o operador e, ainda, do nível de organização e controle das suas atividades e de sua integração com as demais atividades do empreendimento. “O comissionamento foi bem-sucedido se no momento da transferência, cada sistema operacional tem o desempenho e a confiabilidade esperada, e ainda, toda a documentação e base de dados referente às atividades, adequadamente organizada”, esclarece. Para o operador comercial, o sucesso ou insucesso do comissionamento é percebido principalmente no primeiro ano de operação da planta através da eficiência operacional da mesma neste período. No que se refere às inovações tecnológicas em co-

missionamento de projetos de óleo e gás, Rocha diz que as principais inovações são o desenvolvimento de uma metodologia de comissionamento que contou com uma relevante contribuição da Forship e o desenvolvimento de sistemas / softwares de gestão do processo. Ele aponta que, em projetos de grande porte, o grande volume e complexidade dos dados de comissionamento, aliado à necessidade de garantir a eficiente rastreabilidade e disponibilidade de todas as informações envolvidas, demandam a utilização de sistemas de gestão do comissionamento (softwares) cada vez mais poderosos e sofisticados, capazes de otimizar o planejamento e acompanhamento de todas as atividades dessa importante fase do ciclo de vida do ativo industrial. A principal ferramenta nacional apontada pelo CEO para realizar a gestão do comissionamento de um grande empreendimento naval ou offshore é o sistema HMSWeb, desenvolvido e comercializado pela Forship, e é uma grande inovação nesse mercado.


Conhecimento

educação profissional

e informação é tudo! Exploração e produção Refino e distribuição Geofísica e sísmica Dutos e terminais Indústria naval e offshore Biocombustíveis e sustentabilidade Recursos humanos e governança corporativa Legislação e mercado

opinião

A proteção da federação: receitas de royalties e do ICMS, de Rodrigo Jacobina, sócio do Doria, Jacobina, Rosado e Gondinho Advogados.

opinião

PETRÓLEO I GÁS I BIOCOMBUSTÍVEIS

opinião

PETRÓLEO I GÁS I BIOCOMBUSTÍVEIS

Consórcios na Lei do Petróleo, de Luiz Cezar Quintans, advogado associado ao G Ivo Advogados.

Prepare-se para voltar a crescer, de Mark Dixon, CEO

Retrospectiva 2011: ano de pré-sal e renováveis

Magda Chambriard: pulso firme na ANP OTC 2012: cobertura especial

Estaleiros em ritmo acelerado

Frota em expansão

Cinquentenário da Sobena

OGX: primeiro óleo

Frade: tolerância zero

Ano XIII • maio/jun 2012 • Nº 83 • www.tnpetroleo.com.br

Ano XII • mar/abr 2012 • Nº 82 • www.tnpetroleo.com.br

Ano XII • jan/fev 2012 • Nº 81 • www.tnpetroleo.com.br

ESPECIAL: SÍSMICA

NO RASTRO

Grandes investimentos no Rio Cenário complicado para os independentes Etanol: mercado estável em 2012

especial

PETRÓLEO I GÁS I BIOCOMBUSTÍVEIS

e fundador do Grupo Regus.

Maria das Graças Foster: uma petroleira na presidência da Petrobras

DO PETRÓLEO

Drilling

Tecnologia centenária Métodos sísmicos e tipos de levantamento Sísmica permanente

ESPECIAL: PERSPECTIVA 2012

mercado aquecido

Otimismo em alta

O Brasil, os Brics e seus parceiros, por Fernando Padovani

Suplemento especial: Caderno de Sustentabilidade

Combustíveis do inferno, por Célio Pezza

Sustentabilidade corporativa, por José Osvaldo Bozzo

Desmistificando o Brasil no geral, criticando-o no particular, por Bashir Karim Vakil e Ana Luiza Cruz Vizaco

PCHs: é necessário investir mais nesta alternativa, por Regina Pimentel

Coleta e rerrefino: práticas sustentáveis, por Thiago Luiz Trecenti Petróleo e gás no Brasil: antes mal acompanhado do que só, por Bashir Karim Vakil e Ana Luiza Cruz Vizaco

A Política Nacional de Resíduos Sólidos afinando com a interpretação econômica dos resíduos e rejeitos, por Cassio dos Santos Peixoto

Aneel: contabilidade regulatória e renovação das concessões, por Rosane Menezes Lohbauer e Rodrigo Barata

Mancais de deslizamento autolubrificantes, por Hubert Hilp

Suplemento especial:

Controle microbiano gera aumento de produção de gás, por Debora Takahashi

A tecnologia é nossa, por Otto Licks e Rodrigo Souto Maior

A importância das reservas do pré-sal na economia brasileira, por Augusto Mendonça

CADERNO DE SUSTENTABILIDADE

Seguro contra riscos de engenharia garante tranquilidade à obra, por Luciana Santana

A prática da arbitragem no Brasil, por Patrícia Sampaio Fiad Prospectos exploratórios: estimativa do VME, por Túlio Márcio Entrevista exclusiva

Entrevista exclusiva

Entrevista exclusiva

Roberto Ramos, presidente da Odebrecht Óleo e Gás

Tommy Bjørnsen, diretor de operações para DNV América do Sul

José Jorge de Araújo, presidente da Technip no Brasil

OOG quer ser parceira estratégica no upstream

P&D assegura mais valor e qualidade

Aquisições dão suporte à expansão no Brasil

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classificadoras

Sociedades classificadoras: gestão essencial Mesmo quando o setor naval e de petróleo e gás está parado, as sociedades classificadoras atuam, porque lidam com a classificação dos navios até o fim da vida útil da embarcação. O principal objetivo do processo de classificação é a segurança da vida humana, do meio ambiente e da propriedade (navios, plataformas, etc.) no mar... com o mercado aquecido, as oportunidades por Maria Fernanda Romero nesta área aumentam ainda mais.

A

classificação é um processo de certificação contínua, através do qual as sociedades classificadoras estabelecem e administram padrões (regras) que são aplicados ao projeto, construção e vistorias periódicas após a entrada em serviço de embarcações e estruturas marítimas. A segurança dos navios, dos passageiros e tripulantes, das cargas e do meio ambiente é um tema presente em todas as etapas de construção de uma embarcação e antecede a própria obra. Ao longo de todo o processo construtivo de um navio, a sociedade classificadora e o estaleiro realizam inúmeras verificações com o objetivo de garantir ao empreendimento naval o fator segurança em toda a sua amplitude. Os requisitos de classificação seguem as regras desenvolvidas pelas sociedades classificadoras. Paralelamente, são também aplicados os parâmetros estabelecidos em normas internacionais da Or-

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ganização Marítima Internacional (IMO), definidos pela autoridade marítima do país da bandeira da embarcação. Também são considerados os requisitos nacionais do país onde operam as embarcações. No caso do Brasil, a autoridade marítima é a Diretoria de Portos e Costas (DPC), da Marinha do Brasil. Navios e plataformas (incluindo FPSOs, jack-ups, semissubmersíveis) têm que ser classificados, exceto embarcações de pequeno porte que podem ser certificados de acordo com as normas e regulamentos da DPC. Segundo João Carlos Pacheco, gerente-geral do ABS Group Services no Brasil, em geral, para trabalhar em classificadoras e na indústria naval é necessária uma formação técnica, o que inclui, mais frequentemente: engenheiros, técnicos, oficiais de convés e de máquinas, etc.

No caso das classificadoras, a atividade desses profissionais engloba diversos tipos de verificações e, por esta razão, desenvolvem uma constante interação com as equipes de projeto, de controle de qualidade e de produção do estaleiro. Pacheco explica que o papel do profissional de classificação na construção, reforma ou manutenção de uma embarcação é essencialmente o de verificar que a embarcação está sendo construída ou mantida de acordo com os requisitos de classificação, de acordo com as regras da sociedade classificadora e de certificação estatutária, de acordo com os regulamentos internacionais e nacionais aplicáveis. “Isto feito, o profissional pode emitir seus relatórios de inspeção, cartas de aprovação de planos e de emitir ou endossar os certificados de classe e internacionais referentes a determinada embarcação”, comenta. O executivo aponta as seguintes responsabilidades para um profissional de classificação em


Foto: Divulgação ABS

um projeto do setor de óleo e gás: gerenciamento de projeto, aprovação de planos de estruturas, máquinas e processos, vistorias de construção e de embarcações em operação, inspeção de fabricação de equipamentos no fabricante, aprovação de procedimentos de soldagem, etc. Tudo isto realizado de acordo com as regras (normas, padrões) da classificadora, normas da indústria e regulamentos internacionais e nacionais. Estar totalmente a par das regras e regulamentos de aplicação, ter sólidos conhecimentos básicos para entender sua função, saber lidar com respeito com os demais profissionais que necessariamente interagem com o seu trabalho – e em geral são representantes do armador, do fabricante de equipamento e do estaleiro – são os principais desafios apontados por Pacheco, para este profissional. Ao longo da construção da estrutura dos navios, a socie-

dade classificadora e estaleiro realizam inúmeros e constantes testes e ensaios de conformidade das soldas. Estes Ensaios Não Destrutivos (END) constituem importante ferramenta para o controle de qualidade dos cascos, assim como dos serviços de construção dos componentes da estrutura naval, especialmente em juntas e soldagem. De acordo com o gerente geral do ABS Group no Brasil, a área de

classificação no setor de petróleo e gás requer contínuo desenvolvimento, sobretudo pelo fato de estarmos indo para águas cada vez mais profundas e em campos mais afastados da costa. Além disso, a sociedade está cada vez menos tolerante a acidentes que causam perdas humanas e danos ao meio ambiente. “Os investimentos no contínuo desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao processo de classificação a fim de que sejam mitigados os riscos de acidentes são cada vez maiores. As exigências do processo de classificação têm sido continuamente elevadas para atender às demandas, tanto tecnológicas como sociais”, finaliza. Pacheco ressalta ainda que hoje há boas expectativas para este mercado dentro da indústria de petróleo e gás no Brasil, não só direta como indiretamente, graças ao grande crescimento desta indústria no país. Guia do Estudante 5 • 2012

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sms

sms é garantia

de sustentabilidade

por Maria Fernanda Romero

Crucial para o sucesso de qualquer atividade marítima e offshore e ainda para a longevidade de uma organização, a área de SMS é uma boa opção para quem gosta de desafios, pois a qualificação é contínua, devido à necessidade permanente de atualização.

O

compromisso com segurança, meio ambiente e saúde é algo inerente à indústria de petróleo, gás e naval, que conta com uma sociedade cada dia mais exigente frente à complexidade do negócio do setor – tais como consumo de recursos naturais, emissões para a atmosfera, interferência nos territórios, impactos na biodiversidade e poluição por resíduos. Mais que uma meta estratégica para as empresas que pretendem garantir participação em um mercado cada vez mais competitivo, investir em SMS é garantir excelência e melhoria no rendimento do desempenho das organizações. Especificamente para as organizações que atuam em áreas que envolvem altos riscos tecnológicos, como é o caso das empresas que atuam no setor de petróleo e gás, a reputação é um ativo corporativo crítico a ser preservado. Hellio Calian Martins, engenheiro de QSMS (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde) da Transocean, comenta que o foco dos investimentos em SMS pelas empresas é sempre a redução de acidentes. De acordo com o engenheiro, sejam quais forem as forças motivadoras (diretrizes internas, práticas mais seguras, força de lei, etc.), as formas de conscientização (treinamentos internos ou externos, campanhas de segurança, etc.) ou objetivos fi-

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Guia do Estudante 5 • 2012

nais (redução de riscos, bem-estar do funcionário, redução de ações trabalhistas, redução de custos com afastados, etc.), o foco principal dos investimentos em SMS é sempre na redução ou até mesmo eliminação de acidentes. Martins lembra do último Anuário Estatístico da Previdência Social (Aeps) publicado, que indica 8.644 acidentes de trabalho na indústria brasileira do petróleo em 2010 e explica que o desafio do profissional de SMS é garantir que esse número seja reduzido a zero através da elaboração e implementação de políticas de saúde e segurança, avaliações de riscos, desenvolvimento de ações educativas e aplicação de instrumentos de prevenção, correção, controle e fiscalização para promoção da qualidade de vida no ambiente de trabalho. Acompanhando a evolução do setor, a área de SMS em petróleo e gás nos últimos anos – principalmente depois de acidentes de grande impacto e também pelo fato da exploração de petróleo estar indo para águas cada vez mais profundas e em campos cada vez mais afastados da costa – cresceu bastante, pois com a expansão do setor, observou-se também uma crescente preocupação com as questões de segurança e meio ambiente. Consequentemente, mais pesquisas, mais desenvolvimento, mais troca de informações e mais treinamentos nesta direção. “Os stakeholders exigem notificação imediata sobre qualquer vazamento de óleo, por menor que seja. Na mesma direção, toda a sociedade

está mais atenta às operações offshore, seja na qualidade de simples observador ou de participante direto. É o direito constitucional à segurança do trabalho se tornando mais vívido em nosso cotidiano”, lembra Martins. Nos últimos cinco anos, mais de R$ 22 bilhões foram investidos pela Petrobras em SMS. Somente em 2011, os aportes somaram cerca de R$ 5,2 bilhões. Além dos constantes investimentos, as empresas do setor também promovem o desenvolvimento técnico dos profissionais voltados para a área de SMS, bem como realizam simulados ambientais e de segurança periodicamente com o objetivo de testar as estruturas de resposta à disposição da empresa. A necessidade de atualização é constante nesta área, tanto dentro quanto fora das empresas. O fato é que os debates sobre as questões de SMS ultrapassaram os muros da indústria e estão presentes na sociedade, que passou a se envolver mais e cobrar uma resposta aos riscos da atividade. Segundo Hellio Calian Martins, em função de exigências legais, a conclusão de um curso técnico em enfermagem ou técnico de segurança do trabalho é o mínimo para atuar como integrante dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Dentre os vários requisitos para se trabalhar com SMS, ele ressalta duas características elementares: (1) vontade, para fazer prevalecer a cultura de segurança


Foto: Agência Petrobras

e (2) foco, privilegiando operações seguras em todos os locais em todos os momentos. A gestão de SMS em sua maioria é um curso de pós-graduação, e junto com o MBA em gestão ambiental, tem sido um dos cursos mais procurados por profissionais atuantes na indústria do petróleo em tempos de sustentabilidade, entretanto faltam profissionais qualificados. O engenheiro da Transocean comenta, entretanto, que o modismo das disciplinas de “gestão” deve ser tratado com cautela. Contudo, a forma básica de administração de segurança é dada em primeiro lugar pela segurança do trabalho propriamente dita e em seguida pela necessidade de atendimento às exigências legais, que, naturalmente, nos remetem de volta à primeira. Independente da especialização (ambiental, ergonomia, trabalho em altura, NR-13, etc.). “O importante é a dedicação e constante atualização do profissional”, reforça. De acordo com Martins, a gestão de SMS é garantida essencialmente por controle e rastreabilidade, que é a parte documental do processo de segurança. Se todo o processo estiver devidamente registrado, arquivado e intrínseco na operação de uma unidade industrial, o sucesso está bem encaminhado, independente das eventuais necessidades de realinhamentos procedimentais em função de mudanças no processo, implementação de boas práticas ou exigências legais. Para o engenheiro, além da aplicação de novas tecnologias para melhorias de processos, máquinas e equipamentos, a melhor prática na área de segurança é a aproximação dos órgãos legisladores da sociedade para elaboração de normas mais claras, sucintas e consistentes, em suma, que realmente agreguem valor. Os frequentes workshops com participação de empregados, empregadores e legisladores, segundo ele, têm contribuído enormemente para tal convergência de ideias. Martins diz que é difícil definir o que é um profissional de SMS em um

perfil único e diz que cada segmento econômico da sociedade necessita de profissionais com conhecimentos e experiências específicas. “A segurança de um processo de mineração é muito diferente da segurança de uma indústria têxtil, por exemplo. Ainda, dentro do mesmo segmento, define-se o perfil do profissional muito em função do tipo de atuação que esse profissional desempenhará, seja esta administrativa ou de campo. Agora, quanto à sua responsabilidade, isso é claro: seja qual for o segmento de atuação, sempre preservar a vida. A burocracia muitas vezes é inerente ao trabalho de SMS, mas o foco na integridade do indivíduo deve ser mantido”, pontua. O engenheiro indica que a importância do profissional de SMS na indústria naval e offshore é tão grande que é garantida por lei e observada muito atentamente pelos órgãos fiscalizadores. “O Anexo II da NR-30 (norma regulamentadora das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários) exige o aumento do número de profissionais de segurança a bordo de plataformas, além do requerimento original da NR-4 (norma que estabelece os critérios para organização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho / SESMT), de modo a garantir mais segurança para as operações em alto-mar”, diz o engenheiro da Transocean. As expectativas para este mercado dentro da indústria de petróleo

e gás no Brasil são grandes. O país vive um momento mágico em função da existência do mercado, do apoio do governo e dos maciços investimentos das empresas do setor. De acordo com seu Plano de Negócios 2012-2016, a Petrobras demandará a construção de 33 sondas de perfuração e cerca de 20 FPSO até 2020. A exigência de segurança é muito forte no setor e certamente acompanhará a tendência de crescimento.

Diretrizes de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras • Educar, capacitar e comprometer os trabalhadores com as questões de SMS, envolvendo fornecedores, comunidades, competentes, entidades representativas dos trabalhadores e demais partes interessadas. • Estimular o registro e tratamento das questões de SMS e considerar, nos sistemas de conseqüência e reconhecimento, o desempenho em SMS. • Assegurar a sustentabilidade de projetos, empreendimentos e produtos ao longo do seu ciclo de vida, considerando os impactos e benefícios nas dimensões econômica, ambiental e social. • Atuar na promoção da Saúde, na proteção do ser humano e do ambiente mediante identificação,controle e monitoramento de riscos, adequando a segurança de processos às melhores práticas mundiais e mantendo-se preparada para emergências. • Considerar a eco eficiência das operações e produtos, minimizando os impactos adversos inerentes as atividades da indústria. Guia do Estudante 5 • 2012

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petróleo

Panorama do setor petróleo no Brasil O Brasil tem, sem dúvida, grande potencial de petróleo, como comprovam a evolução das reservas provadas e a produção de petróleo e gás natural entre 1997, quando foi introduzida a Lei n. 9478, a chamada Lei do Petróleo, e 2011.

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Wagner Freire foi diretor de E&P da Petrobras e presidente da Braspetro (1985 a 1990). Tem longa carreira na Petrobras (1958 a 1992). Em 1987, foi agraciado com o título de Eminente Engenheiro do Ano do Instituto de Engenharia (SP) e, em 1995, com a Special Commendation Award da Society of Exploration Geophysicists.

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esses 14 anos, as reservas passaram de 8,54 para 17.95 Bboe, um pouco mais do que o dobro, enquanto a produção passou de 0,97 para 2,48 MM boe/d, um aumento significativo, que permitiu ao país tornar-se praticamente autossuficiente em petróleo. Esse período se caracterizou pelo grande número de companhias, nacionais e estrangeiras, que passaram a atuar na área de Exploração e Produção (E&P) no Brasil, que deixou de ter a exclusividade que a Petrobras manteve por 44 anos. Com a Lei do Petróleo, foi instituída a Agência Nacional do Petróleo (ANP), com a finalidade de promover a regulação, contratação e fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria de petróleo do gás natural, mais tarde estendida ao gás natural e biocombustíveis. Essas atividades foram conduzidas pela ANP com o nível de competência esperado, particularmente com as licitações anuais para concessões de novas áreas de exploração e produção. Entretanto, a partir de 2003, passou-se a observar certa ingerência do governo federal, com viés estatizante, que se acentuou com as ações que motivaram a suspensão da Oitava Rodada, com leilões em curso em novembro de 2006, decorrente de ações judiciais populares, que, embora com decisão do STF favorável à ANP, jamais foi retomada. Na verdade, no segundo semestre de 2006, a descoberta no pré-sal no campo, então batizado de Tupi, já começava a ganhar manchetes e isso deve ter motivado a ação protelatória do governo, por razões não esclarecidas. No ano seguinte, em novembro de 2007, com a Nona Rodada em curso, o governo resolveu remover da rodada, pouco mais de duas semanas antes do leilão, 47 blocos situados na área do pré-sal, acentuando mais uma vez sua disposição de excluir essas áreas do processo licitatório. A Décima Rodada, em dezembro de 2008, como era de se esperar, limitou-se à oferta de blocos em bacias sedimentares terrestres. Essas ações culminaram com o envio pelo governo ao Congresso Nacional, em 1º de setembro de 2009, de diversos Projetos de Lei, eventualmente aprovados pelo Congresso e sancionados pelo presidente Lula, essencialmente:


Foto: Agência Petrobras

1) conferindo à Petrobras direitos de exploração-produção, sem licitação, em áreas por ela escolhida, mediante acerto de preços entre a companhia e o governo, no polígono do pré-sal, onde poderá produzir até 5 bilhões de barris equivalentes de petróleo – Lei n. 12.276 de 30/10/2010; 2) introduzindo o modelo de partilha da produção para futuros contratos em áreas não concedidas do pré-sal, e em áreas estratégicas, a critério do governo, e que venham a ser, por sua decisão, concedidas à Petrobras ou submetidas a processo licitatório – Lei n. 12.351 de 22/12/2010; e 3) criando uma empresa pública sob a forma de sociedade anônima, para fins de gerir os contratos de partilha da produção celebrados pelo governo – Lei n. 12.304 de 02/08/2010. Dessas leis, somente a chamada de Cessão Onerosa, que incluiu o aumento de capital da Petrobras está, de fato, em implantação. A que introduziu o modelo de partilha da produção, foi objeto de veto do presidente Lula, a dois artigos, um deles, o mais crítico, altera a distribuição dos royalties e da participação especial, extensível às concessões atuais e, portanto, ferindo direitos adquiridos, garantidos pela Constituição. A questão está em discussão no Congresso há mais de um ano, não se vislumbrando qualquer acordo ainda. E, o que é pior, muito embora a pendência não atinja o direito dos concessionários tem sido arrolada como fator de instabilidade que justificaria a postergação das rodadas de licitação para concessões de novas áreas! A mudança do marco regulatório para introdução do modelo de partilha da produção tem sido duramente criticada pela indústria, nem tanto pelo modelo em si, comum a países em desenvolvimento e com o qual as empresas de petróleo estão familia-

rizadas, mas pelas peculiaridades introduzidas no modelo brasileiro: a obrigatoriedade de participação da Petrobras, como operadora, em todos os contratos, com o mínimo de 30%, mesmo nos contratos decorrentes de licitação, em que a proposta da empresa não tenha sido vencedora, situação em que teria que assumir as condições da proposta vencedora, com óbvia desvantagem para a empresa. Mas a questão básica é que o modelo de concessões brasileiro, pela instituição da participação especial (que hoje arrecada tanto quanto os royalties), incidente nos campos com grande volume de produção ou de grande rentabilidade, reguladas por decreto do Presidente da República e, portanto, passíveis de alteração por decreto presidencial, traz inúmeras vantagens não presentes em contratos dessa natureza nos países que adotam esse sistema. A participação especial praticamente elimina qualquer vantagem que possa ser obtida para o país com o modelo de partilha. Por outro lado, a participação da empresa estatal criada para gestão dos contratos de partilha, sem qualquer responsabilidade financeira, com direito para designação de metade dos integrantes dos comitês operacionais e de seu presidente, com poder de veto e voto de qualidade, é, em si, uma inovação fora dos padrões usuais da indústria, que diminui a atratividade para as empresas de petróleo. O modelo de partilha brasileiro também praticamente elimina o fator de competitividade e concorrência, requisitos básicos da indústria, com desafios cada vez maiores, na medida em que se envolve, cada vez mais, com situações de maior risco exploratório e de desenvolvimento dos campos. Cabe aqui observar que há boas indicações de que houve precipitação e falha na avaliação do pré-sal pelo governo, sobretudo no cluster de Santos, a área mais atrativa. Além das questões logísticas, como distância da costa e a lâmina d’água, há particularidades, como a instabilidade das propriedades críticas dos reservatórios, como permeabilidade e porosidade, a proximidade dos reservatórios a espessa camada de sal, dificultando a perfuração de poços horizontais, como seria conveniente nessas circunstâncias, e a presença de CO2, que requer descarte e proteção das instalações contra corrosão. Por tudo isto, a contabilização das reservas provadas de acordo com os padrões da indústria, os investimentos e o tempo necessário para colocá-las em produção, torna a viabilidade de muitos projetos problemática. A propósito, por ocasião da Ces Guia do Estudante 5 • 2012

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petróleo

são Onerosa, em setembro de 2010, os consultores contratados pelo governo (ANP) e pela Petrobras apresentaram relatórios bastante objetivos em relação à avaliação das áreas e valoração aos volumes recuperáveis estimados, para fins de fixação do preço por barril a ser acertado entre a Petrobras e o governo. Um dos consultores, a Gaffney Cline & Associates, foi bem além dessas estimativas e chegou a se pronunciar por uma avaliação dos volumes estimados no polígono do pré-sal em algo como 15 a 20 B de boe. Apenas duas descobertas do cluster de Santos foram objeto, até agora, de Declaração de Comercialidade, Lula (“Tupi”) em dezembro de 2010 e Sapinhoá (“Guará”), em dezembro de 2011, e o total de reservas provadas efetivamente contabilizado pelo critério da SEC são da ordem de 2,5 B boe, bem menores que as reservas provadas originais do campo de Roncador, no pós-sal de Campos, próximo aos 4 B boe. Na verdade, a falta de qualquer vantagem de natureza econômica ou estratégica bem recomenda que se reveja a introdução do modelo de partilha da produção no país. Mas não são apenas as questões do modelo de partilha da produção, a falta de rodadas de licitações para as áreas sujeitas ao modelo de concessões, as dificuldades para avaliação e desenvolvimento das reservas do pré-sal que preocupam a indústria. Os requisitos de ‘conteúdo local’ e os temas associados com o complexo e elevado sistema tributário, a burocracia, custos de energia, infraestrutura deficiente, sistema educacional precário afetam, por excelência, a indústria de petróleo. O destaque é para o Conteúdo Local porque pela regulação ele afetou diretamente a atividade de E&P. Primeiro como pré-requisito mal equacionado no processo licitatório e segundo no atendimento dos níveis razoáveis de custos, prazos de entrega e até mesmo desvios dos aspectos técnicos, acabam tornando os projetos inviáveis e desencorajando os investimentos. Também preocupante é a utilização da Petrobras como instrumento do governo para controle de inflação, via subsídios dos preços da gasolina e do diesel – vendidos pela empresa, já há bastante tempo, abaixo dos preços de mercado –, em contraponto aos preços da matéria-prima, do óleo cru, que é vendido ou referenciado, para fins de pagamento de royalties ou participação especial, aos preços internacionais, atrelados à cotação do Brent e do dólar. Procedimento idêntico prevaleceu com relação à venda dos derivados, segundo disposições da Lei do Petróleo, que conduziram a vinculação 38

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dos preços de realização dos refinadores aos preços vigentes na Costa do Golfo americano e à cotação do dólar, em decorrência da falta de um mercado competitivo no Brasil. Tratava-se de disposições legais transitórias, estabelecidas na presunção do desenvolvimento de um mercado competitivo no país, que de fato não veio a ocorrer, extinta em janeiro de 2002, permitindo ao governo, a partir dessa data, a manipulação dos preços, já mencionado. Essa instabilidade não só gera desinteresse de investimentos das companhias de petróleo no refino, como cria dificuldades para as fontes alternativas de energia, particularmente o etanol e o biodiesel, por ausência de um referencial de mercado para desenvolvimento dessas fontes de energia. A nosso ver, a situação poderia ser facilmente contornada pelo restabelecimento do critério anterior para regulação do preço de venda dos derivados, uma vez que a clareza das regras aplicáveis é fundamental para a atratividade de investimentos. Voltando à questão da falta de licitações para concessões de novas áreas de E&P, cabe ressaltar que as atuais concessões, em franca fase de declínio de investimentos para cumprimento dos programas exploratórios previstos, ainda assim, sempre originam descobertas, numa ou noutra bacia, que mostram o potencial a que nos referimos no início. As descobertas encorajadoras recém-anunciadas em águas profundas da Bacia de Sergipe-Alagoas, no Bloco Seal-M-426 (Petrobras e associada da Bharat, controlada pelo governo indiano) e Seal-M-419 (100% Petrobras), em turbiditos do Terciário, fazem lembrar as excelentes descobertas em Gana, no oeste africano ou na vizinha Guiana Francesa. Igualmente encorajadora é a descoberta, também recente, em águas profundas do Ceará, no Bloco BM-CE-2 (Petrobras e BP), de novo em situação semelhante aos modelos não relacionados ao sal, no oeste africano. É interessante observar que ambas as situações são decorrentes de antigas rodadas, no Ceará, à Terceira Rodada, de junho de 2001, e as de Sergipe, à Sexta Rodada, de agosto de 2004. De algum modo, estamos falando do potencial da Região Equatorial Brasileira, com blocos considerados para inclusão na Décima Primeira Rodada, aprovada preliminarmente pelo Conselho Nacional de Política Energética, em abril de 2011, até hoje não formalizada. Nem só de pré-sal sobrevivem as reservas de petróleo brasileiras. É necessário dar curso imediato a novas rodadas de licitações em outras áreas.


INFORMAÇÃO DE QUALIDADE.

Na ponta dos seus dedos A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmo acelerado. Não basta ser rápido na transmissão dos fatos; é preciso ser eficaz, saber onde prospectar a informação e ser ágil ao transformá-la em notícia. Ser objetivo, sem abrir mão de aprofundar temas e promover reflexões. Mostrar as tendências dos vários segmentos desta complexa indústria, e dar espaço para que todos os atores deste mercado possam expor suas opiniões. É isto o que o site da TN Petróleo oferece ao seu público: notícias, reportagens especiais, números e indicadores, entrevistas e análises. Não é preciso mais buscar informações. Fazemos isso para você. Acesse!

www.tnpetroleo.com.br Guia do Estudante 5 • 2012

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empreendedorismo

Do sonho à realidade:

um caminho para empreender com sucesso É cada vez mais comum o número de jovens universitários e profissionais de atitude que abandonam seus empregos para se arriscar no mundo do empreendedorismo, em busca de novos negócios e mercados no Brasil. Já é sabido que somos um dos povos mais criativos, e também uma das nações mais empreendedoras do mundo. O que nos credencia a nos lançarmos ao desconhecido é essa capacidade de adaptação a cenários diferentes, de forma rápida e inovadora.

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Marcus Vinicius de Andrade é formado em Administração de Empresas, e fundador e diretor executivo do ICTQ (Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade Industrial).

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este contexto, posso dizer que há poucos anos me tornei parte da estatística e tenho orgulho disso. Dizem os especialistas que crises econômicas são os melhores momentos para se empreender. Momento de olhar o mercado que pretende explorar e pensar em como oferecer soluções, produtos e serviços de qualidade ao público-alvo. Seguindo este conselho, no início de 2009, deixei de lado um emprego estável no mercado farmacêutico e decidi abrir meu próprio negócio, em busca de novas oportunidades. Com o mundo em recessão, o universo era de incertezas, medos, limitações financeiras e falta de informações seguras para investidores – o que impossibilitou, inclusive, encontrar interessados em apostar em minha ideia ou partilhar uma sociedade – a única certeza que tinha era de querer crescer e ser ‘independente’. Meu sonho profissional sempre foi trabalhar em algo que tornasse o mundo um lugar melhor para as pessoas. Quando percebi que por meio da educação continuada para farmacêuticos poderia especializar profissionais para produzir qualidade de vida, saúde e cura aos brasileiros, não quis mais saber de outra coisa e assim fiz de minhas intenções empreendedoras uma realidade. Apesar da vontade e atitude, perguntas e dúvidas (ora criadas por mim, ora criadas por agentes externos) abalavam a crença de que minhas intenções empreendedoras poderiam se tornar realidades concretas. A pergunta que surgia a todos os momentos em minha cabeça era se realmente estava na hora certa. Outras perguntas me perseguiam: Qual seria a primeira ação a tomar para ter uma empresa? Como empreender com os recursos financeiros limitados? Onde buscar referências? O que poderia considerar? E o que deveria ignorar? Os questionamentos, misturados à ansiedade causada pela falta de respostas para a maioria de minhas perguntas, me fizeram entender que abrir uma empresa não era tão simples quanto parecia. Nesse período, aprendi que não são apenas os contatos que se tem, nem os estudos mercadológicos que você faz, e nem mesmo a educação universitária na qual você investe. Tampouco a sorte, somente, poderia habilitar uma pessoa a se intitular um empreendedor. É preciso muito mais do que isso...


Foto: Depositphotos

Antes de tudo, o sonho tem que existir e “queimar no peito como brasa”. A existência de um propósito maior, que resulte em benefícios (não somente para você, mas para toda a sociedade) é a base fundamental para qualquer empreendimento, no século XXI. Empreendimento fundamentado em uma missão de vida, em um sonho, em uma paixão, pode transformar o mundo. Henry Ford, Santos Dumont, Bill Gates e Steve Jobs – grandes empreendedores do mundo contemporâneo – estão aí, entre vários outros exemplos, para provar isso. É ilusório pensar que todo empreendedor, no papel de empresário, fica rico no primeiro ano e tem mais tempo para fazer o que deseja na hora que quiser. Confesso que no princípio pensava assim, mas logo a realidade veio à tona. Percebi que o “dono de negócio” precisava pensar o oposto. Foi, então, que precisei decidir: continuar ou parar? O sonho falou mais alto e apliquei minha própria filosofia: observe, compreenda e viva o seu propósito (sonho – missão de vida)! Se não existisse um sonho, na primeira falta de recursos em caixa, na primeira reclamação de um cliente, no primeiro fornecedor que falhasse, a minha decisão de abandonar o negócio seria tomada de forma irreversível. Quando existe um sonho, ligado a uma causa, tudo o que se faz é realizado com dedicação, transpiração, persistência e, principalmente, paixão. E não há nada melhor do que a paixão pelo que se faz para transformar planos de negócios em empresas de sucesso, o impossível em realização, o fracasso em oportunidade de aprendi-

zagem, os riscos em desafios e o trabalho cansativo em horas de diversão na realização de suas funções como empresário empreendedor. Em 2012, após três anos de realizações, acompanho o dia a dia de centenas de farmacêuticos em busca de um mundo melhor, através dos melhores ensinamentos do mercado pelos cursos de pós-graduação no ICTQ (Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade Industrial). No trabalho conjunto com minha equipe, contribuo para a evolução profissional de pessoas que trabalham com mais qualidade. Em consequência disso, estas mesmas pessoas ganham mais, viajam mais e compartilham momentos sem preço com a família. E em tudo isso vejo o empreendimento que sonhei com uma partícula de contribuição e composição destes momentos que podemos chamar de “um mundo melhor”. Minha mensagem a quem está para empreender é observar que a base de sustentação para qualquer empreendimento ou negócio está no sonho, no desejo e nas atitudes de realização de cada um. O sonho sempre está conectado à sua missão de vida. Então, o primeiro passo é se perguntar: qual é o propósito de minha vida? Como posso servir às pessoas com o meu propósito, com os meus valores, com a minha visão de mundo? Descubra qual é a sua missão, sonhe, faça deste sonho a paixão de sua vida e transforme os ambientes à sua volta. Estes mesmos ambientes são um reflexo do que você tem dentro de si mesmo. E você, acha que é impossível transformar o mundo com suas ideias? Guia do Estudante 5 • 2012

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recursos humanos

Muito além da gestão de pessoas Atualmente, o grande desafio das empresas é reter e contratar talentos em um mercado aquecido e que sofre com os efeitos do apagão de mão de obra. Embora o item ‘remuneração’ possa ser considerado um fator de retenção, ele não é o único e muito menos o mais importante.

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Aléa Steinle é psicóloga com MBA Executivo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - Coppead e especialização em Liderança pela University of California San Diego e pelo Esalen Institute. Atualmente atua como diretora de Desenvolvimento Organizacional da Wilson Sons, responsável por DHO (RH), Comunicação, Sustentabilidade e SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde).

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árias pesquisas de mercado demonstram que desafios constantes e alinhamento de propósito são itens motivacionais fundamentais para a continuidade do profissional na empresa. Hoje, os colaboradores estão em busca de oportunidades de superação para que possam implementar e desenvolver novas habilidades e competências. Além disso, os trabalhadores precisam identificar um propósito no desempenho de suas atividades diárias para que cada ação possa fazer sentido no seu cotidiano e no seu projeto maior de carreira. Afinal, é importante lembrar que grande parte da geração que está no mercado de trabalho viu seus pais infelizes em cargos dos quais eles não abriam mão por conta de salários ou benefícios. No entanto, estar profundamente insatisfeito na posição em que se ocupa é algo impensável nos dias de hoje. As pessoas buscam por mais desafios na vida profissional e querem ter orgulho da empresa de que fazem parte. Portanto, o profissional não aceita ser tratado com indiferença dentro das organizações. Muito pelo contrário, o colaborador é um indivíduo com necessidades singulares e que precisa ser percebido dentro do universo de todos os profissionais que compõem aquela empresa. E esse é um dos grandes desafios das áreas de Recursos Humanos das companhias, que têm a função estratégica de preparar pessoas na organização, oferecendo as condições necessárias para o crescimento, integração de objetivos e o cumprimento da meta comum de sucesso. Para atingir as metas, o primeiro passo é garantir o alinhamento entre o propósito da companhia e de seus profissionais. Assim, a primeira escolha do colaborador passa a ser a empresa na qual ele trabalha. O profissional está efetivamente engajado quando ele olha para o mercado e diz: “eu quero estar aqui, mesmo podendo estar em qualquer outro lugar”. Mas como se consegue isso? É preciso conhecer o propósito das pessoas e como esse propósito pode ter aderência com os da empresa. Por exemplo, o projeto Conversa de Carreira, da Wilson Sons, é uma ferramenta utilizada para identificar os anseios dos colaboradores, para que possam ser alinhados aos desafios da companhia. A partir de entrevistas, os colaboradores são estimulados a contar quais são as expectativas que eles têm em relação à empresa e à própria carreira.


Com base nessas informações e na estratégia da empresa, é possível alinhar objetivos e personalizar as soluções, tratando assim o processo de retenção de forma personalizada. Não adianta oferecer um MBA em Harvard, digamos, para uma profissional que acabou de ter filhos. Para ela, uma rotina de trabalho com horário flexível é algo muito mais atrativo. Se a empresa não conhecer seus colaboradores, ela não conseguirá aderência nas metas e, consequentemente, não terá sucesso em engajar pessoas. Na própria Wilson Sons, o Conversa de Carreira tem vários casos de funcionários que conquistaram seus sonhos. Um profissional de São Paulo, por exemplo, tinha o desejo de morar no Rio de Janeiro e, quando abriu uma vaga na capital carioca, a empresa o convidou para a vaga – optou por aquele que tinha interesse na oportunidade. Isso é alinhamento de interesse e, decerto, este profissional devolve o cuidado da companhia com engajamento. O engajamento é um tema recente, uma evolução do conceito de clima organizacional, e mede o comportamento do funcionário em relação à empresa. Hoje, as companhias buscam funcionários que estejam mais conectados com seus negócios, pois assim os resultados ficam mais expressivos, já que um colaborador engajado é aquele que age como se a empresa fosse sua, indo muito além de suas funções e consequentemente, gerando melhores resultados. Atenta às novas formas de gestão de colaboradores, a Wilson Sons contratou a consultoria internacional AON Hewitt para realizar a pesquisa de avaliação de engajamento. A primeira etapa para a realização da sondagem foi a elaboração de um questionário, que avalia como o profissional enxerga sua carreira, as lideranças da empresa, seus chefes e sua permanência na companhia. Os profissionais não são identificados durante todo o processo para garantir que as críticas e comentários não sofram nenhum tipo de autocensura. Para cada pergunta são atribuídas notas de um a seis e são considerados engajados os colaboradores que tiveram média superior a 4,5 pontos. A partir dos resultados obtidos na pesquisa, a empresa elabora seus planos de ação. O ideal é que a empresa repita a pesquisa de tempos em tempos para verificar se os planos de ação estão sendo eficazes e se os funcionários estão mais engajados. Em paralelo, há dois anos, a Wilson Sons revisou a missão e visão da empresa. Neste cenário, esta visão passou a “ser a primeira escolha dos colaboradores, clientes e investidores nos segmentos em que a companhia atua, crescendo de forma arrojada,

sinérgica e sustentável”. A parte em que descreve ser a primeira escolha dos colaboradores se tornou a meta mais relevante e desafiadora da Diretoria de Desenvolvimento Organizacional. Atualmente, qualquer ação feita dentro da companhia tem de estar ligada ao engajamento. Quando, por exemplo, a companhia desenvolve um programa de segurança operacional, a empresa está trabalhando para ser a primeira escolha dos trabalhadores, pois o operador de empilhadeira entende que, na organização na qual ele atua, a segurança dele é um valor e, por isso, esse é o lugar no qual ele quer trabalhar. Por isso, a Wilson Sons contratou a consultoria DuPont, reconhecida internacionalmente pela sua atuação na área, para mudar a cultura de segurança da empresa. Um dos principais fundamentos é o reconhecimento de que todos são responsáveis por sua segurança, pela disciplina no cumprimento das regras, pelo engajamento das lideranças no compromisso com segurança e pela administração de desvios. Não basta que apenas a área de Segurança, Meio ambiente e Saúde (SMS) tenha responsabilidade pela segurança, pois ela deve ser uma preocupação desde o operário na ponta da planta até o gestor. Nesse projeto, a DuPont está aplicando todo o know-how para criar metodologias e ferramentas. O primeiro passo desse trabalho foi realizar diagnóstico com base em pesquisa, visita aos sites, análise de documentos e acompanhamento da gestão de SMS. A partir desses dados, a consultoria compara o modelo atual aos padrões que ela desenvolve. Vencida essa etapa, a empresa cria um plano que aponta o que foi diagnosticado e aonde a empresa quer chegar. Esse plano é validado e alinhado por um processo interno para que depois seja iniciada a implantação. Além da questão das responsabilidades, outro pilar importante desse projeto é a disciplina operacional. A empresa tem que ter bons procedimentos, ou seja, não pode ter uma infinidade de regras que ninguém irá cumprir ou sequer saber que elas existem. A companhia precisa de um número suficiente e específico de normas, que serão respeitadas por todos. Ademais, é preciso criar mecanismos que garantam que todas essas normas de segurança sejam cumpridas, caso contrário elas caem em desuso. Para se ter segurança, é preciso disciplina, algo construído e solidificado ao longo do tempo. No ano passado, o projeto piloto foi implantado com sucesso na Wilson Sons Estaleiros, no Guarujá (SP) e já seguiu para outros três negócios do grupo. Até o primeiro semestre de 2014, o projeto será uma realidade em todo o grupo Wilson Sons. Guia do Estudante 5 • 2012

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cursos

cursos UNIVERSIDADES FEDERAIS Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) www.ufrj.br Tel.: (21) 2562-2010 Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Engenharia Naval e Oceânica Pós-Graduação em: Engenharia de Máquinas Navais e Offshore; Engenharia Portuária; Engenharia de Confiabilidade em Sistemas Navais e Offshore; Engenharia de Sistemas Flutuantes Offshore e Pós-Graduação Executiva em Petróleo e Gás MBA: Gestão de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) Universidade Federal Fluminense (UFF) www.uff.br Tel.: (21) 2629-5205 Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Química; Geofísica; Química e Química Industrial Pós-Graduação em: Engenharia de Dutos e Engenharia de Petróleo e Gás Natural FUNCEFET Rio de Janeiro Tel.: (21) 3553-4112 www.funcefet-rj.com.br Macaé – Rio de Janeiro www.funcefet-macae.com.br Tel.: (22) 2762-9887/ 8823-5621 São Paulo Tel.: (11) 4063-7756 Pós-Graduação em: Engenharia de Construção Naval e Offshore; Engenharia de Inspeção e Manutenção na Indústria do Petróleo e Engenharia Submarina; MBA Executivo em Petróleo e Gás; MBA em Gestão Integrada em QSMS (Qualidade, Segurança, Meio 44

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Ambiente e Saúde) na Indústria do Petróleo

Engenharia Química; Geologia e Química

Universidade Federal do Paraná (UFPR) www.ufpr.br Tel.: (41) 3360-5000 Curso Técnico de Petróleo - duração 3 anos Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Química; Engenharia Mecânica e Química; Geologia; Oceanografia; Engenharia Química Elétrica e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Universidade Federal da Bahia (Ufba) www.ufba.br Tel.: (71) 3283-9703 Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica e Engenharia Química Pós-Graduação em: Energia e Ambiente; Engenharia Elétrica; Engenharia Industrial; Engenharia Química (mestrado em Processos e Sistemas Químicos); Engenharia Química (doutorado em Processos e Sistemas Químicos); Geofísica; Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente; Geologia; Química e Engenharia de Automação e Controle (Mestrado)

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) www.ufmg.br Tel.: (31) 3409-5000 Graduação em: Engenharia de Controle e Automação; Engenharia Ambiental; Engenharia Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Química; Engenharia de Produção; Engenharia de Sistemas; Geologia e Química Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) www.ufrgs.br Tel.: (51) 3308-6000 Graduação em: Engenharia de Energia; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Geologia e Química Universidade Federal do Rio Grande (Furg) www.furg.br Tel.: (53)3233.6500 Graduação em: Engenharia Civil Costeira e Portuária; Engenharia de Automação; Engenharia de Mecânica Naval e Engenharia Química Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) http://portal.ufes.br Tel.: (27) 4009-2203 Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção;

Universidade Federal do Amazonas (UFAM) http://portal.ufam.edu.br/ Tel.: (92) 3305-4559 Graduação em: Engenharia de Gás e Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia de Materiais; Engenharia Mecânica; Engenharia Química; Geologia; Química Pós-Graduação em: Química; Engenharia de Recursos da Amazônia Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Tel.: (84) 3215-3124 Graduação em: Geofísica; Química; em Química do Petróleo; Engenharia do Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Mecânica; Engenharia Elétrica; Engenharia Química Universidade Federal do Ceará (UFC) www.ufc.br Tel.: (85) 3366 9410 Graduação em: Geologia; Química; Engenharia de Energias Renováveis; Engenharia de Petróleo; Engenharia


de Produção Mecânica; Engenharia Mecânica; Engenharia Química; Engenharia Elétrica; Engenharia de Gás Natural; Engenharia de Produção; Especialização em Engenharia Hidráulica e Ambiental Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) www.ufpe.br Tel.: (81) 2126.8000 Graduação em: Engenharia de Energia; Engenharia de Materiais; Engenharia Elétrica-Eletrônica; Engenharia Elétrica-Eletrotécnica; Engenharia Mecânica; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Geologia e Química Industrial Pós-Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Química e Tecnologias Energéticas e Nucleares Universidade Federal de Alagoas (UFAL) www.ufal.br Tel.: (82) 3214-1052 Graduação em: Engenharia Química e Engenharia Ambiental ESTADUAIS Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) www.uerj.br Tel.: (21) 2334-0652 Graduação em: Engenharia de Produção; Engenheria Química; Engenharia Mecânica e Química Pós-Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás Natural e Química Ambiental Universidade de São Paulo (Usp) www4.usp.br Tel.: (11) 3091-3414 Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia de Produção Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Mecatrônica; Engenharia Naval; Engenharia Química; Engenharia

Elétrica-Eletrônica e Sistemas de Energia e Automação; Engenharia Elétrica com Ênfase em Automação e Controle; Engenharia Elétrica com Ênfase em Energia e Automação Elétricas; Geofísica Pós-Graduação em: Ciências da Engenharia Ambiental; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Geotecnia; Engenharia Química; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Naval e Oceânica; Engenharia Química; Engenharia de Sistemas Logísticos

Universidade do Estado do Amazonas (Uea) www2.uea.edu.br Tel.: (92) 3214-5771 Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Mecatrônica; Engenharia Química; Automação Industrial; Mecânica Pós-Graduação em: Engenharia de Segurança do Trabalho; Engenharia de Proudução com Ênfase em Recursos Produtivos; Gestão e Tecnologia do Gás Natural; Processos e Tecnologias de Fabricação Mecânica

IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) www.ibp.org.br/cursos. Tel.: (21) 2112-9033/9034 • Combustíveis e Combustão Industrial - São Paulo 32 horas – 12 a 15/06/2012; • Processamento de Gás Natural Vitória - ES 24 horas – 18 a 20/06/2012 • Análise de Investimento – Viabilidade Econômica de Projetos de Produção de Petróleo e Gás Natural – Salvador - BA 32 horas – 18 a 21/06/2012 • Dimensionamento de Válvulas de Controle – São Paulo 40 horas – 18 a 22/06/2012 • Dimensionamento, Orçamentação, Contratação e Gerência de Empreendimentos de Manutenção e Montagem – São Paulo 32 horas – 25 a 28/06/2012 • Gestão da Logística de Suprimento de Petróleo e Derivados – Módulo I – Rio de Janeiro 40 horas – 25 a 29/06/2012 • Avançado de Direito Tributário – Casos Práticos na Indústria de Petróleo e Gás - Brasília - DF 40 horas – 25 a 29/06/2012 • Comércio de Petróleo e Seus Derivados – Trading – RJ 40 horas – 25 a 29/06/2012 • Redução de Anomalias e Interferência em Instalações de Instrumentação – Rio de Janeiro

24 horas – 27 a 29/06/2012 • Noções Básicas de Engenharia de Petróleo – 2ª Turma – Rio de Janeiro 32 horas - 10 a 25/08/2012 • Noções Básicas de Geodésia e Cartografia na Exploração e Produção de Petróleo – Rio de Janeiro 24 horas - 04 a 06/07/2012 • Dimensionamento de Válvulas de Segurança e/ ou Alívio (VSD) com Simulação Teórica Para Manutenção – São Paulo 40 horas - 24 a 29/09/2012 • Manutenção Orientada para Resultados – Rio de Janeiro 24 horas - 18 a 20/07/2012 • Corrosão e Inibidores – Rio de Janeiro 40 horas – 15 a 19/10/2012 • Análise de Riscos nas Decisões de Investimentos – Rio de Janeiro 32 horas - 27 a 30/08/2012 • Arbitragem na Indústria de Petróleo – Rio de Janeiro 16 horas - 03 a 04/07/2012 • Características e Aspectos Econômicos do Refino de Petróleo – Rio de Janeiro 24 horas - 18 a 20/07/2012 • Tubulações Industriais – Recife – PE 40 horas - 02 a 06/07/2012 Guia do Estudante 5 • 2012

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cursos Pós-Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás; Geologia e Geofísica de poço em reservatórios de Petróleo e Gás; Logística de Petróleo e Gás (estes com duração de 361 horas) e Engenharia Naval e Offshore (duração de 496 horas)

Técnico em Operação de Produção de Petróleo e Gás Natural – Campos (RJ) e Niterói (RJ). Duração: 1.440 horas Técnico Industrial em Tecnologias Finais do Gás – Rio de Janeiro. Duração: 1.140 horas Pós-Graduação em: Automação Industrial dos Sistemas de Produção, Refino e Transporte – Rio de Janeiro. Duração: 400 horas Curso Técnico de Petróleo e Gás – Benfica (RJ); Campos (RJ) Duração: 1.420 horas • Pintor Industrial - Pádua (RJ); Macaé (RJ) Duração: 216 horas • Mergulhador Profissional Raso – (RJ) Duração: 300 horas • Soldador Subaquático – Macaé (RJ) Duração: 476 horas • Especialização em Automação Industrial dos Sistemas de Produção, Refino e Transporte de Petróleo - Tijuca (RJ) Duração: 418 horas PARTICULARES Centro de Formação Profissional JFW www.jfw.com.br Tel: 0800-021-2000 Capacitação em: Petróleo e Gás. Duração: 8 meses (90 horas) Carga horária semanal: 3 horas Enprotec www.cursosenprotec.com.br Tel.: (21) 3705-7199 Cadeia Produtiva do Petróleo (1 ano) UGF (Universidade Gama Filho) www.ugf.br Tel.: (21) 2599-7100 Graduação em: Engenharia do Petróleo (duração de 5 anos); Tecnológica em Petróleo e Gás (3 anos) 46

Guia do Estudante 5 • 2012

Foto: Divulgação CNI

SENAI www.cursosenai.firjan.org.br Tel.: (61) 3317-9000/9001 ou 0800 0231 231

• Especialização em Engenharia de Construção e Montagem de Tubulação Industrial – ênfase em Petróleo e Gás – Tijuca (RJ) Duração: 392 horas • Especialização em Engenharia de Petróleo - Tijuca (RJ) Duração: 412 horas • Extensão – Sistemas de Produção, Refino e Transporte de Petróleo – Tijuca (RJ) Duração: 34 horas • Extensão em Instrumentação Industrial Aplicada à Indústria de Petróleo – Tijuca (RJ) Duração: 32 horas • Refino de Petróleo - À distância Duração: 24 horas PUC-RIO (Pontifícia Universidade Católica) www.puc-rio.br Tel.: (21) 3527-1001 Graduação em: Engenharia do Petróleo (duração de 4,5 anos) Pós-Graduação em: Química Analítica do Petróleo; Engenharia de Petróleo; Engenharia de Dutos; Gás Natural; Estrutura da Indústria de Petróleo, Gás e Derivados Estácio www.estacio.br Tel.: (21) 3231-0000 Graduação em: Engenharia do Petróleo (duração de 5 anos); Tecnológica em Automação Industrial (duração de 3 anos); Tecnólogo em Petróleo e Gás (duração de 2,5 anos)

Unisuam (Centro Universitário Augusto Motta) www.unisuam.edu.br Tel.: (21) 3882-9797 Graduação em: Engenharia de Petróleo (duração de 5 anos) Universidade Castelo Branco www.cursosoffshore.com.br Tel.: (21) 2253-2147 / (22) 2772-6788/2759-1164 Graduação em: Engenharia de Construção e Montagem de Tubulações Onshore e Offshore (19 meses); Engenharia de Construção Naval e Offshore (20 meses); Engenharia de Equipamentos na Indústria do Petróleo (19 meses); Engenharia de Inspeção e Manutenção de Equipamentos Onshore e Offshore (20 meses); Engenharia de Petróleo e Gás (19 meses); Engenharia Submarina (20 meses) MBA em: Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde Onshore e Offshore (19 meses); Engenharia e Gestão de Projetos, com ênfase em sistemas e equipamentos industriais e navais (20 meses). Todos os cursos em Macaé e no Rio de Janeiro UNIGRANRIO www.unigranrio.br Tel.: (21) 3882-9797 Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás; Tecnológica em Petróleo e Gás CENTRO de TREINAMENTO ESPECIALIZADO SIÃO www.cetessiao.com.br


PROJECT-EXPLO – SP www.project-explo.com.br Tel.: (11) 5589-4332 – Ramal: 217 Aperfeiçoamento em áreas classificadas: Elétrica, Instrumentação, Projetos, Montagens e Manutenção Datas: 14 e 16, 28 a 30 de setembro; 19 a 21, 28 a 30 de outubro; 9 a 11, 23 a 25 de novembro; 7 a 9, 14 a 16 de dezembro de 2010. Analista Técnico de Segurança Contra Explosões Datas: 14 a 16, 28 a 30 de setembro; 19 a 21, 28 a 30 de outubro; 9 a 11, 23 a 25 de novembro; 7 a 9, 14 a 16 de dezembro de 2010. Capital Humano Escola de Negócios / FGV www.capitalhumano-fgv.com.br MBA Gestão de Negócios em Petróleo e Gás Carga horária: 432 h/a Aulas quinzenais aos sábados, das 8h das 17h40. Universidade Iguaçu www.unig.br Tels.: (0xx21) 2765-4000 / 2765-4024 / 0800-0212013 Engenharia de petróleo: graduação Duração de dez períodos letivos, com carga horária total de 4.200 horas aula. Tecnologia em petróleo e gás: graduação tecnológica O curso é composto por seis módulos, com carga horária total de 2880h com três anos de duração. CET-FAESA / Faculdade de Tecnologia FAESA Vitória/ES

Foto: Patricia Santos, Agência Petrobras

Tel.: (22) 2791-5058; 9933-7439 Soldador Eletrodo Revestido (6G) – Macaé; Soldador TIG – (6G, soldador com argônio) – Macaé

www.cetfaesa.com.br Contato: lotavioc@cetfaesa.com.br Tecnologia em Petróleo e Gás Duração: 2,5 anos UNIVEN - Faculdade de Nova Venécia www.univen.edu.br Tecnólogo em Gestão de Produção de Petróleo e Gás Carga Horária: 2440 h/a Regime: Seriado semestral Duração mínima: três anos Duração máxima: cinco anos Vagas Iniciais: 100 (cento) por ano Turno: Noturno UVV - Universidade Vila Velha Telefone: (27) 3421-2041 E-mail: jnicolau@uvv.br Engenharia de Petróleo Coordenador: José Maria Rodrigues Nicolau Regime: semestral Duração: 5 anos Telefone: (27) 3421-2041 E-mail: jnicolau@uvv.br Engenharia de Produção

Coordenadora: Gesiane S. Pereira Regime: semestral Duração: 5 anos Telefone: 27) 3421-2065 E-mail: engproducao@uvv.br Tecnológicos - Petróleo e Gás Coordenadora: Maria Araguacy Rodrigues Simplicio Regime: semestral Duração: 3 anos Telefone: (27) 3421-2086 E-mail: maria.simplicio@uvv.br Faculdade Novo Milênio Informações: Graduação - 7h às 21h / Pós-Graduação - 15h às 19h Tel. 3399-5555 Campus Vila Velha Av. Santa Leopoldina nº 840 - Coqueiral de Itaparica Vila Velha/ES CEP 29102-040 Graduação em Petróleo e Gás Duração 3 anos Turnos: noturno tgsi@novomilenio.br (27) 3399.5551 Guia do Estudante 5 • 2012

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Foto: Divulgação

coffee break

Le bassin aux nymphéas, harmonie verte Claude Monet

Le Fifre Edouard Manet

Impressionistas Depois de São Paulo, chegará a vez de o Rio ver de perto telas de Renoir, Monet, Cézanne, Van Gogh e Manet! Elas estarão expostas a partir de outubro no Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro do Rio, numa mostra sem precedentes na história cultural brasileira pela grandiosidade das obras e pela magnitude histórica. Centro Cultural Banco do Brasil 22 de outubro de 2012 a 13 de janeiro de 2013 Rua Primeiro de Março, 66 Centro – Rio de Janeiro/RJ Terça a domingo, de 9h às 21h Informações: (21) 3808-2020 48

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d

chegam ao CCBB por Orlando Santos

Depois de cruzar o Atlântico, as 85 obras-primas impressionistas ocuparam um espaço nobre do CCBB-SP, e depois virão para a nobreza do espaço no Rio, que deverá receber milhares de visitantes de outubro de 2012 a janeiro de 2013, quando as peças retornarão a Paris. A exposição apresenta um panorama detalhado da pintura impressionista e pós-impressionista, sob o titulo de Impressionismo: Paris e a Modernidade – Obras-Primas do Museu d’Orsay. O projeto está sendo considerado o maior já realizado até agora pelos centros culturais do Banco do Brasil. E é considerado, pelos curadores da mostra, um dos mais desafiantes dentre as exposições internacionais já realizadas no país. A exposição tem a “cidade luz” como principal referência. No fôlder de apresentação lê-se que os realizadores destacam que a capital moderna por excelência atraiu os maiores artistas do século XIX, que pintaram sua paisagem, seus lugares e suas vida sob diferentes perspectivas: “Atraídos ou repelidos pelo seu magnetismo, a cidade motivou a expressão artística de Claude Monet, Vicent Van Gogh, Jules Lefebvre, Edouard Manet, Paul Gauguin, Pierre-Auguste Renoir, Toulouse-Lautrec, entre outros. A exposição reúne alguns dos trabalhos desses pintores: por um lado, aqueles cuja


Les Alyscamps Paul Gauguin

Portrait de Fernand Halphen Auguste Renoir

temática está ligada ao crescimento da cidade – a vida moderna, os caminhos de ferro e as estações; por outro, estão representadas obras que surgiram a partir de uma reação a este movimento – a fuga da cidade em busca de ambientes bucólicos.” A mostra brasileira reúne seis módulos, três deles dedicados à vida da cidade luz: ‘Paris: a cidade moderna’, ‘A vida urbana e seus autores’ e ‘Paris é uma festa’ retratam a crônica urbana da capital francesa, com seus grandes boulevards, mercados, jardins públicos, cafés, óperas e bailes. Ali, o visitante verá o rio Sena e a Catedral de Notre-Dame retratados por Pissarro e Gauguin, cenas da vida burguesa na visão de Renoir; o cotidiano mundano das prostitutas, em quadros como Femme au boa noir, de Toulouse-Lautrec, as bailarinas de Degas e as plateias dos cabarés e teatros representadas em La troisième galerie au théâtre Du Chatelet, de Félix Vallotton. Os outros três módulos – ‘Fugir da cidade’, ‘Convite à viagem’ e ‘A vida silenciosa’ – mostram os trabalhos de artistas que fugiram do burburinho e da agitação parisiense em busca de uma vida calma, mais reservada. Entre eles estão: Claude Monet, que se mudou para Argenteul, e depois Giverny; Van Gogh, que decidiu seguir para Arles, com a finalidade de formar uma colônia de artistas; Gauguin e Émile Bernard, que foram viver na Bretanha; e Cézanne, que voltou a Aix-en-Provence para redescobrir a luz. Outro grupo, o de artistas do movimento Nabi (palavra que significa profeta, em hebraico e árabe), escolheu privilegiar o universo interior, delicado à leitura, à música e à vida em família. Impressionismo: Paris e a Modernidade – Obras-Primas do Museu d’Orsay tem curadoria de Caroline Mathieu, conservadora chefe do Museu d’Orsay, Guy Cogeval, presidente do Museu d’Orsay, e Pablo Jiménez Burillo, diretor-geral do Instituto de Cultura da Fundação Mapfre (em colaboração científica). A iniciativa traz ao Brasil um conjunto inédito de

Portrait de l’artiste au fond rose Paul Cézanne

obras emblemáticas do Impressionismo, fornecendo ao público a possibilidade de entender e conhecer melhor um dos mais importantes movimentos artísticos do século XIX. Uma das peças mais importantes e obra central da mostra, La Gare Saint-Lazare, cena da estação ferroviária de Paris feita por Monet em 1877, resume a velocidade e o espírito industrial da época em locomotivas que se perdiam em nuvens de fumaça violeta. A obra exposta é tida como a mais importante de pelo menos sete telas dessa famosa estação feitas por Claude Monet (1840-1926).

O Museu d’Orsay Considerado um dos mais importantes museus do mundo, dedicado à arte do século XIX e, sobretudo, ao movimento Impressionista, que deu origem à Arte Moderna, o Museu d’Orsay está localizado na antiga Gare d’Orsay (estação de Orsay), à margem esquerda do Sena, criada originalmente por ocasião da Exposição Universal em 1900. O projeto da estação foi elaborado pelo arquiteto Victor Laloux, em 1898, levando em conta a posição central que ela ocuparia no trajeto ferroviário e a elegância do bairro – próximo ao Louvre e à Légion d’Honneur. O Museu d’Orsay, que abriu suas portas ao público em 1986, em pouco mais de um quarto de século recebeu mais de 70 milhões de visitantes. Em outubro de 2011, depois de dois anos de obras de renovação, ganhou novos espaços para o público, dinamizando a história da instituição e de suas coleções. Guia do Estudante 5 • 2012

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eventos opinião

Setembro

17 e 18 - Brasil Desenvolvimento Humano Rio Local: Rio de Janeiro Tel: +55 11 3132-7250 infinityce@infinityce.com.br www.infinityce.com.br/rhrio

17 a 20 - Brasil Rio Oil & Gas 2012 Local: Rio de Janeiro Tel.: +55 21 2112-9000 eventos@ibp.org.br www.ibp.com.br

24 a 26 - Arábia Saudita The 4th Saudi Arabia International Oil & Gas Exhibition Local: Dammam exhibition@saoge.org www.saoge.org

24 a 28 - Canadá IPC 2012 - International Pipeline Conference Local: Calgary, Alberta Tel.: 403 228-6374 laandmrb@shaw.ca www.shaw.ca

16 a 19 - Brasil Santos Offshore Local: Santos, SP Tel.: +55 11 3060-5000 fernanda.sanz@reedalcantara.com.br www.santosoffshore.com.br

15 a 19 - Brasil ExpoNaval 2012 Local: Rio de janeiro Tel.: +55 21 2283-2482 sobena@sobena.org.br www.sobena2012.org.br

28 a 30 - Argentina World Shale Series - Latin America Summit Local: Buenos Aires +44 20 79780752 mrambridge@thecwcgroup.com www.latam.world-shale.com

23 a 24 - Holanda Offshore Energy 2012 Local: Amsterdan Tel.: +31 0 10 2092606 ao@navingo.com www.offshore-energy.biz

27 a 29 - Austrália Deep Offshore Technology Local: Perth, Austrália Nicole Faeth Tel.: +1 918 832 9347 annicolef@pennwell.com

Novembro

Dezembro

06 a 08 - EUA Deepwater Operations Local: Galveston, TX Tel.: +1 713 963 6256 sneighbors@pennwell.com www.pennwell.com

4 a 5 - Emirados Árabes Unidos Critical Issues Middle East Local: Dubai Tel.: +971 4 457 5801 www.iadc.org

Janeiro - 2013

Outubro

08 a 11 - Inglaterra Gastech Conference & Exhibition Local: Londres Tel: +44 0 203 180 6550 johnbates@dmgevents.com www.gastech.co.uk

14 a 16 - China CIPTC 2012 Local: Pequim allen.wang@bmc-china.cn www.ciotc-top.com

07 a 09 - México NGV Global 2012 Local: Cidade do México Tel.: +39 335 1893249 info@ngv2012mexico.com www.ngv2012.com

21 a 23 - Qatar Offshore Middle East Local: Doha, Qatar Tel.: 1-918-831-9160 www.offshoremiddleeast.com

Para Paradivulgação divulgaçãode decursos cursose/ou e/oueventos, eventos,entre entreem emcontato contatocom comaaredação. redação.Tel.: Tel.:21 213221-7500 3221-7500ou ouwebmaster-tn@tnpetroleo.com.br webmaster-tn@tnpetroleo.com.br

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Guia do Estudante 5 • 2012


de Rafael Meneses, sócio-gerente da Asap Executive Recruiters

opinião

Petróleo & gás:

na crista da onda do mercado de trabalho O apagão de talentos já não é novidade quando analisamos o mercado de trabalho brasileiro. Nosso país vive um bom momento econômico, recebe investimentos estrangeiros e será sede de grandes eventos esportivos, mas ainda sofre com a falta de profissionais qualificados para suprir a demanda natural das empresas em expansão. Porém, há um setor em que o desafio de amenizar a diferença entre demanda e oferta é ainda maior, o de petróleo & gás.

M

enciono esse setor como um desafio, pois há grande necessidade de capital humano tecnicamente qualificado, porém, para solucionarmos essa falta de profissionais, precisamos lidar com uma remuneração abaixo da expectativa, deficiência do segundo idioma, formação acadêmica insatisfatória e dificuldades de mobilidade dos profissionais para regiões operacionais. A situação se agrava ao passo que o cenário do setor vem mudando. A participação do campo de petróleo & gás no PIB do Brasil não passava de 3% ainda na década de 1990. Em 2006, já ultrapassava os 10% e a previsão é de que até 2020 esta fatia chegue a 20%. Este percentual agressivo vem na carona do plano de investimentos da Petrobras até 2016, que prevê mais de US$ 230 bilhões em investimentos. Entretanto, dinheiro não é tudo. Estou convicto de que não conseguiremos ser bem-sucedidos na busca por transformar tanto investimento em lucro e crescimento para o Brasil caso não tenhamos as pessoas bem qualificadas para tal. Não é incomum ouvirmos de clientes deste setor que os mesmos possuem caixa para investir, mas em alguns momentos “seguram a onda” por não encontrarem no mercado (e nem dentro de casa) pessoas que possam suportar tais desafios. Com isso, concluímos (nós, nossos clientes e todo o

mercado) que o principal foco de investimentos das empresas brasileiras no momento, seja ela de qualquer setor da economia, deve ser sobretudo na formação e desenvolvimento de profissionais de alta performance, tanto na base da pirâmide, como nas posições executivas. Como sócio-gerente da filial carioca da Asap Executive Recruiters/consultoria de recrutamento e seleção de executivos, com dez escritórios no Brasil, coordenei uma pesquisa qualitativa com grandes empresas do setor de petróleo, finalizada em junho, que me foi útil para reforçar que este assunto de people black-out, ou apagão de talentos, é mais sério do que se imagina. Se antes era assunto recorrente a dificuldade de se captar em grande escala profissionais de nível técnico, 45% das empresas participantes de nossa pesquisa mostraram que têm tido grande dificuldade em preencher suas posições de gerentes para cima. E isto ocorre, como pudemos comprovar, por vários motivos, dentre os quais destacamos o aquecimento em paralelo de outros setores da economia, que acaba por atrair profissionais e produzir uma inflação salarial do mercado. Qual seria a solução? Foi muito bom saber que boa parte das empresas estudadas demonstrou uma importante sensibilização de que o assunto Gestão de Talentos precisa ser encarado sob um ponto de vista não mais tático, como uma atividade de resultados de curto prazo, Guia do Estudante 5 • 2012

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opinião mas sim como um complexo processo estratégico que demanda grandes cuidados full time. Programas de formação de talentos, carreira internacional, parcerias com instituições de ensino e sistemas de avaliação de performance mais criteriosas e frequentes emergem como ações para que o fator ‘gente’ deixe de ser um gargalo para o crescimento dos negócios. É sempre bom lembrar que o high performer precisa sentir-se visto e acima de tudo ser alocado em projetos que exigirão dele produzir em sua plenitude. Realizando isto formalmente e reconhecendo estes executivos que trazem resultados diferenciados, minimiza-se a chance de o profissional talentoso dar ouvidos ao mercado do lado de fora da empresa. Em paralelo a estas soluções, não há como evitar a necessidade de desenvolver propostas financeiras mais alavancadas do que o próprio mercado estipula. Tendo em vista que é preciso, às vezes, buscar talentos dentro de outras empresas e, neste caso, quando o próprio mercado de petróleo & gás não oferece esta mão de obra, alguns mercados correlatos aparecem como principais celeiros. Segundo os players pesquisados, o mercado de mineração é a principal fonte de bons profissionais,

seguido de construção/engenharia/infraestrutura e de metalurgia/siderurgia, provocando grande competitividade pelos melhores talentos. Esse estudo agregou muita informação e conhecimento para a consultoria e nos sentimos privilegiados por sentar com grandes empresas deste setor e ouvir de seus RHs como estão executando suas ações de atração e formação de pessoas. Formação esta que não significa somente preparar para executar uma função específica, mas sim formar grandes líderes, que por sua vez serão capazes de formar seus sucessores e também disseminar uma cultura social e ambientalmente responsável dentro de seus negócios. Acreditamos que este tipo de pauta, quando debatida à exaustão, é que levará as organizações a alinharem suas estratégias de negócio à estratégia de pessoas. Sem dúvida alguma, estas duas pontas precisam caminhar juntas e, em nossa visão, ainda são poucas as empresas no Brasil que estão maduras neste sentido. Gerir talentos com inteligência e estrategicamente deixou de ser um diferencial, passando a ser uma obrigação, sobretudo por estarmos em um país que durante os próximos (muitos) anos estará na crista da onda dentro do cenário econômico mundial.

Indústria naval brasileira. Um setor em expansão.

Acompanhe, acessando www.portalnaval.com.br

Com um mar de oportunidades em sua proa e após anos de estagnação, o mercado naval brasileiro volta a ser uma realidade. De 2000 para cá, com os programas de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam) e o de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, a indústria da construção naval brasileira saltou de dois mil para 80 mil empregos diretos e indiretos, serão 146 embarcações de apoio marítimo e 49 navios, com um índice de 65% de conteúdo nacional no setor de navipeças. Participe! 52

Guia do Estudante 5 • 2012

Copyright 2010, Benício Biz Editores Associados | 55 21 3221-7500




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