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Novos tempos para fornecedores da indústria do petróleo no Brasil, de José Carlos Ribeiro Filho, consultor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do escritório Vieira, Rezende, Barbosa e Guerreiro Advogados

Cenpes: ampliação concluída Capitalização necessária P-57: Um modelo para o futuro Começa a produção definitiva em Tupi

Especial: Uma nova

logística offshore

Entrevista exclusiva

Pré-sal traz novo panorama de mercado e incrementa perspectivas de negócios na área de energia, por Anna Tavares de Mello e Danielle Gomes de Almeida Valois

Expansão com foco em tecnologia

Um marco crucial, por Maria Alice Doria e Patrícia Guimarães Novos métodos construtivos e incorporação de técnicas offshore em dutos terrestres, por Conrado Serodio, José Guido de Oliveira, Sérgio Menezes Borges e Sergio Barreto Lima Vantagens competitivas na indústria de óleo e gás, por Roberto Zegarra

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Acidentes com dutos de petróleo e derivados, por Jaqueline Costa Martins e Rodolfo Bernardo

9 771415 889009

Vazamento de petróleo na era da sustentabilidade, por Lucas Copelli

Tulio Chipoletti, vice-presidente executivo da TenarisConfab

ISSN 1415889-2

Revista Brasileira de Tecnologia e Negócios de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

opinião

Ano XII • set/out 2010 • Número 74 • www.tnpetroleo.com.br

C O B ER T U RA

caderno de sustentabilidade



O Rio de Janeiro acaba de ganhar

sua base de apoio offshore.

Centro de Excelência Logística Offshore • Mais de 20.000m² de área contíguos ao Porto do Rio de Janeiro; • Armazém coberto e licenciado para sólidos e químicos; • Área para inspeção e limpeza de tubos; • Gestão de Resíduos; • Equipamentos de içamento no padrão offshore; • Funcionamento 24x7; • Operação portuária e atendimento à embarcações no Porto do Rio de Janeiro.

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CO

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base ecoeficiente

OFFSHORE LOGISTICS TN Petróleo 74

We work hard to simplify our costumers operations

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sumário

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edição nº 74 set/out 2010

Entrevista exclusiva

com Tulio Chipoletti, vice-presidente executivo da TenarisConfab

Expansão com foco em tecnologia

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Especial: Logística

Uma nova logística offshore 26 Espírito Santo ganha primeira base de apoio 28 Insight cria novo sistema de logística de pessoal em plataformas 31 Negócios à vista

32

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Cenpes: ampliação concluída FPSO P-57

Um modelo para o futuro 39 WEG fornece pacote elétrico

40 44 46 48

Capitalização necessária Revap: refino modernizado Rlam: a mãe de todas as refinarias Começa a produção definitiva em Tupi


50

Liderança em Classificação e Certificação Offshore e-mail: absrio@eagle.org Tel: + 55 21 2276-3535

Cobertura Rio Oil & Gas 2010

Recorde de público e de negócios 53 66 69 80

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Caderno de Sustentabilidade

CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel André Gustavo Garcia Goulart Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira Intercâmbio necessário Bruno Musso Colin Foster Empregos na indústria naval David Zylbersztajn dobram em 2010 Eduardo Mezzalira Tecnologia ainda Eraldo Montenegro é a alma do negócio Flávio Franceschetti Francisco Sedeño Gas Energy: transformação da Gary A. Logsdon empresa em sociedade anônima Geor Thomas Erhart Gilberto Israel Ivan Leão Jean-Paul Terra Prates João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha

Braskem inaugura fábrica de eteno verde

artigos 120 Vazamento de petróleo na era da sustentabilidade, por Lucas Copelli 132 Acidentes com dutos de petróleo e derivados, por Jaqueline Costa Martins e Rodolfo Bernardos

135 Pré-sal traz novo panorama de mercado

Luiz B. Rêgo Luiz Eduardo Braga Xavier Marcelo Costa Márcio Giannini Márcio Rocha Melo Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva Mário Jorge C. dos Santos Maurício B. Figueiredo Nathan Medeiros Roberto Alfradique V. de Macedo Roberto Fainstein Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio Rubens Langer Samuel Barbosa

e incrementa perspectivas de negócios na área de energia, por Anna Tavares de Mello e Danielle Gomes de Almeida Valois

138 Um marco crucial, por Maria Alice Doria e Patrícia Guimarães 140 Novos métodos construtivos e incorporação de técnicas offshore em dutos terrestres, por Conrado Serodio, José Guido de Oliveira, Sérgio Menezes Borges e Sergio Barreto Lima

146 Vantagens competitivas na indústria de óleo e gás, por Roberto Zegarra 149 Oportunidades no setor de petróleo e gás, por Fábio D’Ave

seções 5 6 10 84 96 101

editorial hot news indicadores eventos perfil profissional caderno de sustentabilidade

122 124 150 152 154 155

pessoas produtos e serviços fino gosto coffee break feiras e congressos opinião

Ano XII • Número 74 • set/out 2010 Fotos: Helibras e MCS


consolidada Uma indústria

Estão previstos mais de R$ 30 bilhões em investimentos na construção de novos petroleiros, graneleiros, portacontêineres, embarcações de apoio, plataformas e navios-sonda. Previsão de 300 mil empregos diretos e indiretos. Conteúdo local de 75% na compra de produtos e novos equipamentos.

Fotos: Agência Petrobras e STX Europe

Modernização e ampliação das instalações aumentando a capacidade de processamento de aço por ano em mais de 600 mil toneladas.

Indústria naval brasileira: construindo, desenvolvendo e transportando o Brasil de hoje e amanhã!

SINAVAL – Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore Avenida Churchill, 94/2º andar, conj. 210 a 215, Centro CEP 20020-050 • Rio de Janeiro • RJ Tel.: 55 21 2532-4878 • Fax: 55 21 2532-4705 • sinaval@sinaval.org.br • www.sinaval.org.br 4

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editorial

Rua do Rosário, 99/7º andar Centro – CEP 20041-004 Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel/fax: 55 21 3221-7500 www.tnpetroleo.com.br tnpetroleo@tnpetroleo.com.br DIRETOR EXECUTIVO Benício Biz beniciobiz@tnpetroleo.com.br DIRETORA DE NOVOS NEGÓCIOS Lia Medeiros (21 8241-1133) liamedeiros@tnpetroleo.com.br EDITORA Beatriz Cardoso (21 9617-2360) beatrizcardoso@tnpetroleo.com.br EDITOR DE ARTE, CULTURA E VARIEDADES Orlando Santos (21 9491-5468) REPÓRTERES Cassiano Viana (55 21 9187-7801) cassiano@tnpetroleo.com.br Maria Fernanda Romero (55 21 8867-0837) fernanda@tnpetroleo.com.br Rodrigo Miguez (21 9389-9059) rodrigo@tnpetroleo.com.br RELAÇÕES INTERNACIONAIS Dagmar Brasilio (21 9361-2876) dagmar.brasilio@tnpetroleo.com.br DESIGN GRÁFICO Benício Biz (21 3221-7500) beniciobiz@tnpetroleo.com.br PRODUÇÃO GRÁFICA E WEBMASTER Laércio Lourenço (21 3221-7506) webmaster-tn@tnpetroleo.com.br Marcos Salvador (21 3221-7510) marcossalvador@tnpetroleo.com.br REVISÃO Sonia Cardoso (21 3502-5659) DEPARTAMENTO COMERCIAL José Arteiro (21 9163-4344) josearteiro@tnpetroleo.com.br Cristina Pavan (21 9408-4897) cristinapavan@tnpetroleo.com.br

Lorraine Mendes (21 8311-2053) lorraine@tnpetroleo.com.br Bruna Guiso (21 7682-7074) bruna@tnpetroleo.com.br assinaturas Rodrigo Matias (21 3221-7503) matias@tnpetroleo.com.br CTP e IMPRESSÃO Walprint Gráfica DISTRIBUIÇÃO Benício Biz Editores Associados. Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores. TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo. ENVIO DE RELEASES Sugestões de temas ou envio de matérias devem ser feitos via fax: 55 21 3221-7511 ou pelo e-mail tnpetroleo@tnpetroleo.com.br Filiada à

De volta ao trabalho

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assadas as eleições, a sensação que temos é de que finalmente o ano de 2010 poderá retomar sua marcha natural, sem mais casuísmos, promessas vãs ou indefinições. Sabemos que a economia não parou e caminha para um crescimento acima da média das últimas duas décadas, podendo chegar, e até superar, os 7% previstos. Mas não podemos esperar que isso se repita nos próximos anos, quando sabemos que será necessária uma série de ajustes para a economia não perder o rumo do desenvolvimento sustentável. E para isso, temos que manter em movimento um dos principais ‘motores’ da economia brasileira: o da indústria de petróleo e gás, que vem alavancando uma imensa cadeia de fornecedores de bens e serviços. Mais ainda: atraindo o interesse de investidores e companhias do mundo inteiro, ávidos de participar desse mercado em forte expansão, como foi possível ver na Rio Oil & Gas 2010. O evento bateu todos os recordes em número de expositores, visitantes, congressistas, trabalhos técnicos e rodadas de negócios. Vale conferir a cobertura completa de mais uma edição do segundo maior evento do setor no mundo. O crescimento acelerado desse setor está mais do que visível também nos múltiplos empreendimentos que vêm sendo concluídos ou que avançam pelo país afora: a Petrobras recebeu em outubro a P-57, primeiro projeto de FPSO totalmente confeccionado no Brasil, assim como deu a partida no sistema piloto de Tupi e inaugurou o projeto de expansão de seu centro de P&D, o Cenpes.

Outubro foi, na realidade, um mês pleno para a estatal, com muitos motivos para comemorar, mais além dos seus 57 anos e da capitalização recorde que a transformou na segunda maior companhia aberta de petróleo do mundo. A Petrobras inaugurou unidades estratégicas dentro do programa de modernização da Revap (que por enquanto é a caçula das refinarias brasileiras), em São Paulo, que vai consumir R$ 3,5 bilhões até 2011, e celebrou o aniversário de sua mais antiga unidade de refino, a Rlam, na Bahia. E, ainda, deu a partida no segundo módulo da unidade de tratamento de gás de Cacimbas (UTGC), na préoperação da unidade de tratamento de gás sul-capixaba (UTG Sul) e no campo de gás de Canapu, no norte do estado do Espírito Santo. Em razão da paralisação de algumas unidades, teve uma queda em sua produção de petróleo, a qual deverá se recuperar até o final do ano. Um ano que está às vésperas de terminar embora o sentimento seja de que mal começou. Portanto, é mais do que chegado o momento de arregaçarmos as mangas e nos empenharmos para consolidar o crescimento econômico desse país que vem quebrando paradigmas, tanto tecnológicos e econômicos quanto políticos – afinal, elegeu a primeira mulher presidente da República de nossa história. Enfim, são novos tempos. Mas ainda é antigo e permanente o compromisso que todos nós devemos assumir e tornar realidade: o de fazer o Brasil do futuro, o país do presente. Sem mais delongas. Boa leitura!

Benício Biz Diretor executivo da TN Petróleo

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hot news

SAP vai promover coinovação no Brasil Líder mundial em software de negócios, com soluções utilizadas em todos os segmentos da economia, a alemã SAP escolheu São Paulo para abrigar o quinto SAP® Co-Innovation Lab (Coil). O sistema abre caminho para a transferência de tecnologia e um ambiente colaborativo, no qual parceiros e clientes contribuem para o aprimoramento de soluções para seus usuários, utilizando ainda a computação em nuvem (cloud computing). O novo laboratório de coinovação da companhia é o primeiro da América Latina: os outros estão em Palo Alto (Califórnia/EUA), Tóquio (Japão), Bangalore (Índia) e Walldorf (Alemanha), e operam de forma interligada com computação em nuvem. Todos possuem configurações similares que incluem showroom, engenharia, sala de

Cresce produção independente de petróleo A produção de óleo e gás em terra dos concessionários independentes atingiu, em agosto, 2.131 barris de óleo equivalente, segundo dados fornecidos na sexta-feira (29) pela Agência de Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O volume não era alcançado desde 2007 e se deve principalmente ao teste de longa duração do bloco REC-T-155, na bacia do Recôncavo, na Bahia, operado pela Alvorada Petróleo e adquirido na Nona Rodada de Licitações, em 2007. “Com isso, fica mais uma vez evidenciada a importância da continuidade dos leilões da Agência, que não ocorrem desde 2008”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Petróleo e Gás (ABPIP), Oswaldo Pedrosa.

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projetos e conectividade direta com os próprios data centers globais. “A SAP Brasil tem recebido grandes investimentos nos últimos anos e já é uma das cinco operações mais importantes no mundo. A instalação do novo Coil em São Paulo confirma a relevância de nosso mercado para as operações globais da companhia no longo prazo”, destacou Luís César Verdi, presidente da SAP Brasil. “A inovação colaborativa traz resultados muito positivos para o mercado e, combinada à alta qualificação de nosso time local, será fonte de soluções e projetos que poderão ser utilizados, futuramente, não só

no Brasil, mas também em outros países.” Há 15 anos no Brasil, a empresa quer ampliar a rede de parceiros locais para tornar-se desenvolvedora de tecnologia no país. Com investimentos que já somam um milhão de euros, o Coil tem projetos em andamento com dois parceiros nacionais, a Sigga e a LexConsult, embora outros parceiros globais participem das operações desse laboratório, como Cisco, F5 Networks, Hewlett-Packard, Intel, NetApp e VMware. “Geografias como o Brasil ou a Índia não são lugares periféricos, são fonte de inovação de relevância global”, destacou Axel Henning Saleck, vice-presidente global do SAP Co-Innovation Lab Network, que tem o patrocínio global das cinco parceiras, além da Accenture.

Petrobras assina contrato com a americana UOP A Petrobras assinou com a empresa americana UOP, tradicional fornecedora de tecnologia na área de refino de petróleo, contrato para fornecimento dos projetos básicos e de pré-detalhamento das refinarias Premium I e II, a serem construídas no Maranhão no Ceará, respectivamente, para a produção de derivados para os mercados nacional e internacional. Estes projetos contemplam dois ‘trens’ (unidade completa) de refino para a Premium I e um trem de refino para a Premium II, cada um com capacidade de processamento de 300 mil barris/dia de petróleo, totalizando 900 mil barris/dia de petróleo nacional. A escolha por sistemas iguais nas duas refinarias proporcionará uma redução de custos de projeto e de instalação, além de diminuir os prazos de execução dos projetos. A UOP foi selecionada a partir de uma competição entre projetistas internacionais, na qual o principal critério de escolha foi o resultado econômico global das refinarias, considerando custos de instalação, operação e re-

ceita proporcionada pelos derivados produzidos. Os principais pontos desenvolvidos pela proponente foram: a otimização do Capex, maximização de derivados médios e a melhor eficiência energética, com excelentes resultados em todas estas dimensões. Os projetos também terão como premissas fundamentais critérios de segurança, meio ambiente e saúde. A Petrobras estabeleceu que os projetos deverão seguir padrões e normas internacionais, também respeitando as normas legais brasileiras. Os projetos de pré-detalhamento (Feed/Front End Engineering Design), apesar de responsabilidade da UOP, serão executados por empresas de engenharia brasileiras, garantindo a utilização de mão de obra nacional. Essa modalidade de contratação de projeto, centralizada em uma só empresa, garantirá a integração das múltiplas tecnologias e processos que envolvem uma refinaria, com alta qualidade, menores prazos e custos globais.


Foto: Cortesia Shell

Shell anuncia segunda fase do Parque das Conchas Dois meses depois de anunciar que pretende vender ativos no Brasil (e vem fazendo o mesmo em outros países), a Shell anunciou em outubro que dará início à segunda fase da exploração do pré-sal do Parque das Conchas, a 100 km da costa sul do Espírito Santo. Sem citar valores, a companhia anglo-holandesa prevê perfurar mais sete poços (com cerca de 1.100 m de profundidade no subsolo marinho) e diz que a expectativa é que, até o final de 2011, a FPSO Espírito Santo aumente sua produção diária de 80 mil (e acima das expectativas iniciais dos parceiros) para 100 mil barris de petróleo. “Esse é mais um importante marco para o nosso crescimento substancial nas Américas”, afirma Marvin Odum, diretor de Exploração e Produção da Shell para as Américas. A Shell, que opera o Parque das Conchas, tem 50% de participação no ativo, onde se estima que haja 300 milhões de barris de óleo equivalente. O restante da concessão é dividido entre Petrobras, com 35%, e a estatal indiana ONGC, com 15%. Além de petróleo, o FPSO Espírito Santo pode produzir até 50 milhões de m³ de gás natural, que serão processados na Unidade de Tratamento de Gás de Anchieta (UTG Sul), recém inaugurada, uma vez que já está pronto o

gasoduto ligando o Parque das Conchas a Jubarte, de onde o gás será enviado para a unidade capixaba. A Shell deu início à primeira fase do Parque das Conchas em agosto de 2009, a partir de nove poços em três campos – Abalone, Ostra e Argonauta B-West. Foi o primeiro projeto em que todos os campos são desenvolvidos com base no sistema de separação e bombeio submarino: bombas elétricas com 1.500 cavalos de potência elevam o petróleo por quase 1.800 m até o FPSO. “Em outubro tivemos a produção do primeiro gás comercial do présal e o começo da segunda fase do Parque das Conchas. Isso mostra que nosso potencial está sendo explorado e que os investimentos estão chegando”, comemora o secretário de Desenvolvimento do Estado, Márcio Félix Bezerra.

Rufollo comemora 38 anos Com expertise consolidada na gestão integrada de serviços, a Rufollo comemora 38 anos de atuação em um mercado cada vez mais exigente. “Começamos em 1972, lançando nosso portifólio de serviços atuando em reformas e manutenções patrimoniais”, lembra Rufollo Villar, diretor administrativo da empresa, que hoje atua em obras de infraestrutura para áreas de petróleo e gás, água e sistemas de esgoto, construção civil em obras de dutos, limpeza e conservação, dentre outros. Respaldada na inovação e excelência em serviços, há alguns anos a empresa vem ampliando seus serviços, atuando hoje fortemente também na área de petróleo e gás, prestando serviços tanto em obras de infraestrutura, principalmente na construção e montagem de oleodutos e gasodutos, como na inspeção, limpeza e manutenção da faixa de dutos e suas instalações, reflorestamento e recomposição vegetal em áreas danificadas. “Investimos no aprimoramento de novas competências para continuar a escrever uma história de sucesso”, pontua o executivo. Entre os principais projetos nos quais participa, está a expansão e manutenção e inspeção de faixas de dutos dos Sistemas Petrobras – como a Transportadora Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e a Transpetro –, e ainda as faixas de domínio de dutos do trecho Rio/ São Paulo, nas quais realiza trabalhos de reflorestamento, recomposição, ampliação, manutenção e construção de sistemas civis para o perfeito funcionamento dos sistemas de gasodutos. De acordo com Villar, a empresa completou o sexto ano sem acidentes de trabalho. Esse sucesso, segundo ele, é fruto dos treinamentos contínuos de suas equipes, das fiscalizações, dos procedimentos e da utilização de equipamentos de proteção (EPIs), e investimentos constantes nas atividades. “

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hot news

GE Óleo e Gás fecha contrato de US$ 120 milhões no Brasil A área de perfuração e produção de petróleo da GE Oil & Gas fechou no início de novembro dois contratos, totalizando mais de US$ 120 milhões, com a companhia sulcoreana Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co., Ltd (DSME), uma das líderes mundiais especializadas em exploração offshore e construção de navios, plataformas flutuantes e submarinos. No primeiro contrato, a GE irá fornecer sistemas de controle e válvulas de prevenção e monitoramento em poços de óleo e gás (BOP Blowout preventer), para serem instaladas em

sondas de perfuração flutuantes pertencente à Petroserv, para atividades de exploração e produção de óleo e gás na costa brasileira. A GE também vai fornecer dois pacotes completos de perfuração para as plataformas da Odebrecht Óleo & Gás, cada um incluindo um sistema de riser de perfuração (com capacidade de operação em 3.000 m de profundidade) e controles de BOP. “Estamos muito contentes por termos sido escolhidos pela DSME para fornecer estes equipamentos para Petroserv e Odebrecht no Brasil. Os contratos demonstram a nossa

habilidade de produzir soluções com especificações de alta tecnologia e exceder as expectativas de nossos clientes quando o assunto é tempo de entrega de equipamentos tão complexos”, destacou Sam Aquillano, vicepresidente dos negócios de perfuração e produção da GE Oil & Gas. Produzidas nas plantas fabris da GE em Houston (EUA) e Cingapura, os dois pacotes deverão ser entregues até novembro de 2011. O suporte pós-venda, referente a assistência técnica e sobressalentes, será fornecido pela unidade da GE Oil & Gas no Brasil.

Petrobras inaugura Polo Naval do Rio Grande

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Números do Polo Naval do Rio Grande

Foto: Agência Petrobras

A Petrobras inaugurou, no final de outubro, o Polo Naval do Rio Grande, em Rio Grande (RS), com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O Polo consiste em uma infraestrutura de 430 mil m² para construção e reparos de unidades marítimas (offshore) para a indústria do petróleo, tais como plataformas flutuantes de perfuração, produção e de apoio. A nova estrutura permitirá a construção em série de cascos para plataformas, aumentando a competitividade nas licitações com a entrada de novas empresas, possibilitando redução nos preços e nos prazos dos futuros projetos. A construção do Polo Naval teve início em agosto de 2006 e sua obra gerou cerca de 1.400 empregos diretos (média mensal). A principal instalação do empreendimento é o dique seco, com 350 m de comprimento, 130 m de largura e 17,1 m de altura, e equipado com um pórtico capaz de erguer até 600 toneladas. Um dique dessas dimensões (entre os maiores do mundo) permite a construção simultânea de dois navios petroleiros ou duas plataformas. No dique também poderão ser docadas plataformas ou navios para a realização de reformas, conversões ou reparos.

O Polo Naval inclui também ampla área para montagem de estruturas e de equipamentos, cabines climatizadas para pintura, equipamentos para movimentação de carga, dois cais de atracação que permitem os serviços de acabamento, oficinas para processamento de aço e tubulação e diversos sistemas, tais como: ar comprimido, gases industriais, elétrico, coleta e tratamento de efluentes etc. As instalações do Polo estão dimensionadas para comportar até cinco mil pessoas trabalhando e permitirão também que se forme mão de obra especializada em construção offshore. Revitalização da indústria – As instalações do Polo Naval já estão sendo utilizadas para a construção dos módulos da plataforma P-55. O deckbox

Área total...........................................430.000 m² Área das oficinas............................... 20.000 m² Dimensões do dique seco........................130,0 x 350,0 x 17,1 m Área útil do dique seco....................45,5 mil m² Comprimento do Cais Norte.......................42 m Comprimento do Cais Sul.........................350 m Capacidade do pórtico..................................600t Capacidade da oficina de estruturas..................................... 1.000 t/mês Capacidade da oficina de tubulação........ 4.000 spools/mês (trechos de tubulações) Permite a construção de qualquer tipo de plataforma

da plataforma, cuja montagem está em andamento no local, receberá os módulos e equipamentos que compõem a unidade. A união (mating) do casco inferior, que está sendo construído em Pernambuco, com o topside e a integração final da P-55 serão executados em Rio Grande. A partir do primeiro semestre de 2011, também deve começar a construção de oito cascos para plataformas do tipo FPSO. A Petrobras tem o direito de uso exclusivo do Polo por dez anos, através de contrato de locação.


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indicadores tn

Recordes nas importações de máquinas e equipamentos Enquanto isso, o faturamento nominal da indústria de máquinas e equipamentos, que atingiu R$ 6,13 bilhões em julho de 2010, registrou queda de 1,6% em relação ao mês anterior, segundo estudo do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Em relação ao mesmo mês do ano de 2009, houve crescimento de 19,3%. No período de janeiro a julho de 2010, o faturamento total chegou a R$ 40,15 bilhões, valor 16,6% maior do que o acumulado no mesmo período de 2009 (que foi de R$ 34,42 bilhões). Segundo Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, no entanto, os índices de 2009, por refletirem o período pós-crise, fornecem uma fraca base de comparação. Quando comparados com o melhor ano do setor na década, 2008, os índices permanecem mais baixos. O faturamento total acumulado no período de janeiro a julho de 2008 foi de R$ 43,12 bilhões. Aubert reforça, mais uma vez, que o setor está conseguindo evitar prejuízos ainda maiores graças à atual política de financiamentos do BNDES. A participação do Finame no faturamento do setor aumentou de 15% para 52,2% desde o lançamento do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), programa de financiamento do BNDES com juros de 5,5% ao ano. “Se não fosse o PSI, o faturamento do setor seria bem menor. Esse percentual de participação do banco de fomento representa volume de vendas de cerca de R$ 17,8 bilhões nos primeiros seis meses de 2010, em comparação a um total de R$ 18,5 bilhões registrados em todo o ano de 2009”, afirma Aubert. Para o presidente da associação, a participação do BNDES nos índices do setor de máquinas e equipamentos deve continuar aumentando até o final do ano, uma vez que o PSI foi prorrogado até 31 de dezembro. Cresce consumo aparente – O consumo aparente de máquinas e equipamentos – soma da produção e das importações menos as

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Foto Porto de Santos: Sérgio Coelho, CODESP

Atingindo a cifra de US$ 2,3 bilhões em julho de 2010, as importações brasileiras de bens de capital mecânicos batem recorde histórico dos últimos 70 anos.

exportações – chegou a R$ 54,62 bilhões no período de janeiro a julho de 2010, obtendo uma elevação de 13,2% sobre o mesmo período de 2009, que foi de R$ 48,25 bilhões. Entre os meses de janeiro e julho de 2010, o setor utilizou 82,28% de sua capacidade instalada, o que representa aumento de 2,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Balança comercial – O déficit na balança comercial continua aumentando, tendo atingido, no período de janeiro a julho de 2010, a marca de US$ 8,07 bilhões. “Com isso, nossa aposta em relação a um déficit comercial superior a US$ 12 bilhões, até o fim do ano, permanece, caso não sejam tomadas as medidas necessárias para reverter as importações que ocorrem no país e ações que possam combater o ‘custo Brasil’ e aumentar a competitividade da indústria nacional”, declara Aubert Neto. No período de janeiro a julho de 2010, o setor exportou US$ 4,84 bilhões FOB e no mesmo período de 2009, US$ 4,39 bilhões FOB, atingindo uma variação de 10,3%. Deste volume, 16,3% foram exportados para os Estados Unidos, 11,36% para a Argentina, 6,31% para o México, 6,16% para os Países Baixos (Holanda), e 4,69% para o Chile. As importações, por sua vez, atingiram US$ 12,91 bilhões FOB no período, contra US$ 10,77 bilhões FOB no mesmo período do ano passado, registrando aumento de 19,8%. Nível de emprego – O setor manteve a ampliação do quadro de pessoal durante o mês de julho, atingindo um total de 247.640 profissionais

empregados. O número representa crescimento de 0,7% no nível de emprego em relação ao mês anterior, e aumento de 7,6%, quando comparado com o mesmo período de 2009.

Brasil: queda na produção nacional Petrobras registrou a maior queda na produção de petróleo, desde meados de 2009: 1.943,90 barris/dia de óleo produzidos em setembro desse ano, ficando aquém de junho do ano passado, quando chegou a 1.937,60 barris/dia. Paradas para manutenção de três plataformas na Bacia de Campos, P-35 (Marlim), PGP-1 (Garoupa) e P-33 (Marlim) e da Unidade de Processamento de Gás UPGNII no campo de Urucu (Amazonas) provocaram a queda de 1,9% em relação à média produzida em setembro de 2009, quando foi atingido o recorde mensal de 2.003.940. Em outubro, com o retorno dessas unidades e a entrada em produção de novos poços, a trajetória de crescimento será retomada. A produção total da Petrobras, Brasil e exterior, em setembro, foi de 2.529.897 barris de óleo equivalente por dia (boe/d) indicando uma redução de 1,6% sobre o mesmo mês de 2009, refletindo as paradas acima citadas. Já o volume médio de petróleo e gás natural extraídos dos campos situados nos países onde a Petrobras atua chegou a 247.766 barris de óleo equivalente por dia em setembro, representando um aumento de 1% em relação ao mesmo mês de 2009.


um FPSO, e em Angola, ganhou a licitação de cinco sondas de perfuração para a Petrobras. “Estas cinco começam a operar no começo de 2011 e outras duas, em 2012”, revela Gradin, informando que quatro sondas estão sendo construídas na Coreia e uma outra, nos Emirados Árabes. Segundo ele, não há estaleiro no país disponível para construir estas unidades, ressalvando que, se o cliente quiser construir aqui no Brasil, a Construtora Odebrecht poderá fazer um investimento local.

foi 2,1% superior aos 1.980.222 barris/dia, produzidos em agosto de 2009.

dos Recursos Naturais, Wilson Pástor, país que preside a Opep em 2010. A reunião de Viena também decidiu que o Irã presidirá a Opep em 2011, pela primeira vez em 36 anos. Em seu relatório mensal, a organização prevê que a demanda mundial deste ano pode aumentar em 1,13 milhão de barris diários (mbd), atingindo um total de 85,59 milhões. Baseada nessa estimativa, o crescimento dos pedidos será de 1,3%, mesmo levando em consideração as oscilações na recuperação econômica mundial.

Não há mudanças A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) anunciou em outubro, em Viena, que decidiu sustentar os níveis atuais de produção – fixados há quase dois anos em 24,84 mbd (milhões de barris diários). A decisão já era esperada pelo mercado. “Não há mudanças”, declarou o ministro equatoriano

Produção de países-membros da Opep e não-membros – out/08 a set/10 mb/d (Opep)

mb/d (total)

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Produção de países-membros da Opep

88

31

Outros países produtores

87

Set 10

Jul 10

Ago 10

Jun 10

Abr 10

Maio 10

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Contribuíram para o resultado a entrada em produção de novos poços nos campos de Akpo e de Agbami, ambos na Nigéria. Quando comparado com agosto de 2010, o volume apresentou um aumento de 0,4%, devido ao melhor resultado de poços perfurados na campanha de 2009, na Argentina. A produção de gás natural no exterior foi de 15 milhões 995 mil m³, registrando uma diminuição de 1,1% em relação ao volume de agosto deste ano, devido à parada de alguns equipamentos para manutenção na Bacia Austral, na Argentina, e a uma pequena redução da demanda brasileira pelo gás boliviano. Já em comparação com setembro de 2009, houve uma redução de 1,9%, em decorrência do declínio natural dos campos argentinos e da parada de alguns equipamentos para manutenção. A produção média de petróleo e gás natural da Petrobras, considerando apenas os campos no Brasil, alcançou em agosto 2.351.951 barris de óleo equivalente, com um aumento de 2,4% em relação aos 2.296.260 boed, extraídos no mesmo mês de 2009, e de 0,7% quando comparado ao volume produzido em julho de 2010. Os números, divulgados em outubro, mostram que a produção exclusiva de petróleo dos campos nacionais chegou a 2.022.461 barris/dia e

panhias com potencial de crescimento no país. “A descoberta de grandes reservas em á g u a s p ro f u n d a s na costa brasileira, terá grande impacto econômico e criará importantes oportunidades a médio e longo prazo.” A Odebrecht Óleo e Gás, que atua no Mar do Norte, operando

Nov 08

Com um aporte de US$ 400 milhões, a Temasek Holding, fundo soberano vinculado ao Ministério da Fazenda de Cingapura, passa a ter uma participação de 14,3% na Odebrecht Óleo & Gás, que prevê investimentos de US$ 3,5 bilhões nos próximos três anos para se posicionar como empresa integrada de serviços para a indústria petrolífera, expandindo sua atuação no Brasil, Angola e América Latina. “Vamos consolidar os investimentos em carteira e nos prepararmos para crescer junto com nossos clientes, participando de projetos de exploração e produção em águas profundas”, afirmou o presidente da empresa, Miguel Gradin, ressalvando que a ideia de um IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) não foi abortada de todo. “Vimos a parceria com a Temasek como a melhor opção para o curto e médio prazo”. “Acreditamos que a OOG está bem posicionada para assumir uma posição de liderança nesse setor, no Brasil e no mundo”, destacou Matheus Villares, diretor-geral da Temasek no Brasil, que atua no país desde 2008, avaliando investimentos em com-

Foto: Divulçação

Odebrecht Óleo & Gás tem novo sócio

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indicadores tn

Frases “Defender o regime de concessões para o pré-sal é defender que a maior parte dos ganhos da atividade sejam apropriados pelo setor privado e nesse sentido é defender, sim, a privatização do pré-sal.” José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. 13/10/2010 – Agência Petrobras de Notícias

“A importação de derivados prontos ficaria mais barata do que refinar o petróleo aqui.” Yasser Manaseer, diretor geral da Jordan Modern Oil and Fuel Services Company, sobre a quebra do monopólio do refino no país, que não produz petróleo. 20/10/2010 – Agência de Notícias Brasil Árabe

“As reservas petrolíferas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) superam um trilhão de barris de petróleo. Este volume garante à organização a capacidade de suprir a crescente demanda petrolífera global.” Ali Al-Naimi, ministro do petróleo e recursos minerais da Arábia Saudita. 20/10/2010 – Agência de Notícias Brasil Árabe

“Não podemos ser exportadores de óleo bruto. Temos de ter duas refinarias premium, não por uma mania de grandeza, mas por uma questão de estratégia. O preço do petróleo refinado sobe mais do que, proporcionalmente, ao custo do refino e permite entrar numa outra área delicadíssima que é a petroquímica. O país, hoje, é dependente petroquímico.” Dilma Rousseff, presidente da República recém-eleita no Brasil. 03/11/2010 – Agência Brasil

BTG Pactual incorporará Coomex

Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil (abril a setembro/2010) Abr Maio Junho Julho Ago Set Bacia de Campos 1.702,3 1.686,9 1.648,4 1.672,1 1,678,4 1.604,2 Outras (offshore) 117,8 120,1 115,4 120,4 124,4 124,8 Total offshore 1.820,1 1.807,0 1.763,8 1.792,5 1.802,8 1.729,0 Total onshore 212,5 213,1 214,0 212,5 219,7 214,9 Total Brasil 2.032,6 2.020,2 1.977,8 2.005,0 2.022,5 1.943,9 Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil (abril a setembro/2010) Bacia de Campos Outras (offshore) Total offshore Total onshore Total Brasil

Abr Maio Junho Julho Ago Set 26.067,5 26.490,4 26.015,2 25.690,0 25.216,5 24.110,7 9.821,4 10.527,9 11.908,8 11.216,0 11.385,8 14.180,3 35.889,0 37.017,7 37.924,0 36.906,0 36.602,3 38.300,0 15.658,4 15.740,9 15.706,4 15.695,0 15.782,5 15.473,3 51.547,4 52.758,6 53.630,4 52.601,0 52.384,9 53.773,3

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional (abril a setembro/2010) Exterior

Abr Maio 151,4 151,7

Junho 154,6

Julho Ago 150,6 151,6

Set 153,6

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional (abril a setembro/2010) Exterior

Abr Maio Junho Julho Ago Set 15.323,9 16.214,5 15.878,1 16.047,0 16.170,0 15.955,0

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) (abril a setembro/2010) Brasil+Exterior

Abr Maio Junho Julho Ago Set 2.598,6 2.599,8 2.563,2 2.580,9 2.598,8 2.529,9

(*) Inclui gás injetado. (**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom).

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Fonte: Petrobras

Os cálculos sinalizam um forte incremento em comparação a 2009. Para 2011, o prognóstico é similar com um aumento de 1,2%, ou seja, 86,64 mbd. Para a Opep, os preços atuais do petróleo ao redor de (75-80 dólares do barril) têm ajudado a respaldar a recuperação econômica e a promover o investimento no setor. Futuro em queda – Em outubro, os contratos futuros de petróleo negociados na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) fecharam em queda, prejudicados pela imprevisibilidade do ritmo do crescimento global e pela recuperação do dólar. Os contratos com entrega para dezembro perderam US$ 1,98 (2,40%), fechando a US$ 80,56 o barril. Na plataforma ICE, o petróleo do tipo Brent para dezembro fechou em queda de US$ 1,77 (2,12%), a US$ 81,83 o barril. Já a Agência Internacional de Energia (AIE) estima que o PIB da China – que deve responder por cerca de 40% do aumento de 2,1 milhões de barris por dia na demanda global por petróleo este ano – tenha uma expansão de 9,6% em 2011, abaixo dos 10,5% previstos para este ano. Para 2011, a previsão é de que a demanda pela commodity cresça em 1,2 milhão de barris por dia, dos quais a China seria responsável por um terço disso.

O BTG Pactual assinou acordo para aquisição de 100% da Coomex, a maior comercializadora independente de energia do Brasil, com faturamento anual de cerca de R$ 500 milhões. A empresa será integrada ao BTG Pactual e representará mais uma plataforma de negócios da área de Renda Fixa, Câmbio e Commodities (FICC) do banco de investimentos. A operação constitui um importante movimento do BTG Pactual na consolidação de uma estrutura de negociação física e financeira de commodities. Com isso, o banco amplia o mix de produtos vinculados à energia oferecidos a seus clientes. Na avaliação do BTG Pactual, a aquisição ocorre em um cenário de crescimento econômico, de diversificação da matriz energética brasileira e de expectativa de aumento no volume de contratos de energia negociados no mercado livre (ambiente em que grandes consumidores de energia podem adquirir o insumo de outras fontes que não apenas a distribuidora / concessionária local). Atualmente, de acordo com a Abraceel (Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica), o mercado livre de comercialização de energia responde por 27% da demanda total transacionada no sistema integrado nacional.


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entrevista exclusiva Tulio Chipoletti, vice-presidente executivo da TenarisConfab

Expansão com foco em tecnologia Investimentos de R$ 270 milhões até 2013, expansão da capacidade produtiva e ampliação de parcerias com centros de pesquisa e desenvolvimento e tecnologia são alguns dos pontos-chaves da estratégia de crescimento da TenarisConfab no Brasil. Maior fabricante de tubos para as indústrias de gás, petróleo, energia e automotiva do Brasil, a subsidiária do grupo Tenaris encerrou 2009 com um significativo nível de pedidos em carteira, no valor de R$ 478 milhões, composto principalmente por projetos do segmento de petróleo e petroquímica. Sustentada pelos planos de investimento anunciados pela Petrobras e outras empresas privadas, na demanda por dutos e nos projetos de modernização e novas refinarias da estatal, a empresa aposta na manutenção desse nível de atividade ao longo de 2010. Com base nesse cenário e com o objetivo de aumentar a capacidade de produção em 25%, ela está construindo um novo pavilhão de 7.000 m², com foco em fabricação de equipamentos como vasos de processo, fornos 14

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por Cassiano Viana

petroquímicos e tambores de coque para refinarias. O orçamento do capital da companhia prevê investimentos de cerca de R$ 270 milhões até 2013 em melhorias das linhas de produção, produtos para o mercado OCTG (Oil Country Tubular Goods) – produtos utilizados em revestimento de poços de petróleo –, a construção de um centro de treinamento e aumento da capacidade do negócio de equipamentos em 25%. Em entrevista exclusiva à TN Petróleo, o vice-presidente executivo Tulio Chipoletti detalha os investimentos, os impactos tecnológicos do pré-sal, confirma as apostas da companhia no Brasil e destaca: é fundamental a parceria com os centros de pesquisa e tecnologia. “A aproximação das empresas com a academia tem importância estratégica para o desenvolvimento tecnológico do Brasil”, afirma.

TN Petróleo – Qual o balanço do mercado de óleo e gás nesses 67 anos e, principalmente, dos últimos anos? Tulio Chipoletti – Vimos uma mudança bastante importante ao longo desses últimos anos, o Brasil passou de importador de petróleo & gás para produtor, o que muda bastante o mercado. Passamos de um país dependente a um dos grandes players de óleo & gás. Essa mudança beneficia a empresa, que vem acompanhando o mercado e evolucionando positivamente junto com seus parceiros. A crise econômica afetou o desenvolvimento da companhia? A crise teve efeitos, principalmente, na diminuição da demanda nos mercados de exportação da empresa. As companhias petroleiras revisaram seus planos de investimento, como


Fotos: Cortesia TenarisConfab

Estamos investindo continuamente para fortalecer produtos e serviços nas áreas de OCTG (Oil Country Tubular Goods) – produtos utilizados em revestimento de poços de petróleo –, linepipe, tubos para refinarias e inclusive para o pré-sal.

consequência do novo patamar de preço de petróleo e gás e a restrição do financiamento para seus projetos. Tivemos de tomar medidas de redução de custos como a implantação de redução da jornada para preservar o máximo possível seus recursos humanos e superar o período difícil que sempre acreditamos ser temporário. Já no mercado doméstico, tivemos diminuída a demanda por tubos de grande diâmetro (linepipe) devido à finalização do processo de expansão da malha de gás do Brasil com a conclusão do Plangás, Gasene, e outros projetos de expansão da linha de troncos de gás feitos pela Petrobras. Em

2010, vemos uma retomada do nível de atividade nos dois mercados e tivemos a competência de vender o projeto da Camisea, no Peru, já que com o dólar depreciado frente ao real nossos custos em dólares aumentaram muito, diminuindo o resultado. Para a área de equipamentos, a crise, entretanto, não afetou o mercado e a demanda se manteve sólida, principalmente, pela modernização das refinarias da Petrobras. Quais as metas e investimentos para os próximos anos? Estamos investindo continuamente para fortalecer produtos e serviços

nas áreas de OCTG (Oil Country Tubular Goods) – produtos utilizados em revestimento de poços de petróleo –, linepipe, tubos para refinarias e inclusive para o pré-sal. Estamos investindo com o objetivo de nos prepararmos ainda melhor para responder às demandas por produtos e serviços que irão surgir durante o avanço das etapas de exploração dos campos localizados no pré-sal. Nesse sentido, apesar da crise, mantivemos o investimento de US$ 15 milhões em nossa planta de UOE-SAWL, que agora pode produzir tubos de aço com costura de até 1,25 polegada de espessura, contra o limite anterior de uma polegada. TN Petróleo 74

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entrevista exclusiva

como o centro de treinamento da TenarisUniveristy no Brasil.

a companhia prevê investimentos de quase R$ 270 milhões até 2013 em melhorias das linhas de produção e produtos para o mercado OCTG.

Vocês pretendem reforçar as parcerias tecnológicas? Esperamos agora construir um centro de pesquisa na Ilha do Fundão, no Parque Tecnológico da UFRJ e já possuímos acordos firmados com a Coppe e a Petrobras. Estamos também investindo em produtos Premium, e a partir deste ano passaremos a produzir as conexões Premium TenarisHydril na planta de Pindamonhangaba.

O orçamento do capital da companhia prevê investimentos de quase R$ 270 milhões até 2013 em melhorias das linhas de produção, produtos para o mercado OCTG, a construção de um centro de treinamento e aumento da capacidade da área de negócios de equipamentos em 25%. Além disso, estamos investindo na construção de um novo edifício que funcionará

Quais os principais produtos e serviços fornecidos pela Tenaris hoje no Brasil? Somos a principal fabricante de tubos de grande diâmetro do Brasil. Entre nossos principais produtos estão os tubos para a construção de linhas de transporte de hidrocarbonetos (gasodutos, oleodutos, alcooldutos e polidutos) para aplicações terrestres e submarinas; os tubos para poços de petróleo (casing e tubings) junto com nossas conexões Premium da linha Hydril; os tubos para aplicações industriais; os tubos para aplicações em saneamento; e os tubos para aplicações estruturais na construção civil. Qual a estratégia para cada área? Na linha dos tubos para linhas de transporte – os linepipes –, atuamos fortemente no desenvolvimento e qualificação de tubos para aplicações offshore em águas profundas e ultra-

Relacionamento próximo com pesquisadores e academia Em agosto, Roberto Vidigal, presidente da TenarisConfab, tomou posse como membro do Conselho de Orientação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Vinculado à Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, o IPT é um dos maiores institutos de pesquisa do Brasil, colaborando para o desenvolvimento do país há mais de cem anos. Em seus laboratórios atuam pesquisadores e técnicos de alta qualificação, sempre com foco em grandes áreas como inovação, pesquisa e desenvolvimento e serviços tecnológicos. A função ajudará a estreitar o relacionamento entre a indústria, os pesquisadores e a academia, no intuito de se criar uma atuação orientada para a inovação e desenvolvimento de novos materiais e produtos. Recentemente, a empresa participou do Congresso da Associação 16

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Brasileira de Materiais (ABM), no Rio de Janeiro, com a presença de Juan Carlos González, diretor global de Product Development & Research da Tenaris, no Fórum de Líderes que aborda o pré-sal, suas demandas e desafios. No congresso da ABM apresentamos dois trabalhos técnicos: o primeiro sobre soldagem circunferencial feita em barcos para lançamento de tubos offshore e o segundo sobre a melhora da tenacidade da solda longitudinal SAW (solda por arco submerso) com utilização de consumíveis bório-titânio. A melhora da tenacidade será, inclusive, um dos focos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento que a empresa pretende instalar em uma área de 3,5 mil m² no Parque Tecnológico da UFRJ, Ilha do Fundão (RJ). Temos um acordo de cooperação tecnológica com a Coppe/UFRJ para

a qualificação de juntas circunferenciais soldadas, desenvolvimento de tubos OCTG, alto colapso e desenvolvimento de novas técnicas de ensaios não destrutivos para tubos. Além disso, a empresa também tem uma parceria assinada com a Petrobras para o desenvolvimento de tubos de alta resistência (X70 & X80) para aplicações offshore (marítima) em ambientes com corrosão ácida (sour service). Embora 20% mais resistente que o tradicional X65, o X80 é mais sensível às tensões de lançamento em lâminas d’agua profundas, por isso um dos maiores desafios do novo Centro de Pesquisas será desenvolver materiais com alta resistência para aplicações em dutos de exportação instalados em grandes lâminas d’água, principalmente na área onde está localizado o pré-sal.


expansão com foco em tecnologia

profundas em altos graus de resistência (X70 e X80), quando é necessária alta resistência mecânica para suportar grandes tensões de lançamento. Também são usados em instalações submarinas, que exigem dutos com maior resistência ao colapso para a vida útil em grandes profundidades, assim como maior resistência a corrosão ácida por H2S. Neste segmento estamos trabalhando junto com a Engenharia Offshore e o Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras, e já possuímos importante experiência em projetos offshore em águas profundas e ultraprofundas, tendo em nosso portfólio de projetos o fornecimento de tubos para os projetos Tupi, Uruguá-Mexilhão, Campo Camarupim, e agora com o mais recente duto para o projeto Sul-Norte Capixaba. Já para os projetos de linepipes terrestres, considerando que o Brasil é um país de dimensões continentais, estamos trabalhando com a Petrobras

para o desenvolvimento de tubos de alta resistência (X80 e X100), a fim de possibilitar o transporte de grandes volumes de gás natural em linhas de grande distância através da aplicação de elevadas pressões de trabalho. E na área de poços? Na área de construção dos poços de petróleo, estamos investindo na planta de Pindamonhangaba para fazer a produção nacional das conexões Premium TenarisHydril, que são uniões roscadas de alta performance reconhecidas mundialmente e agora à disposição da Petrobras e outros operadores com produção nacional. Ainda nas áreas de poços, também estamos trabalhando intensamente em P&D para a produção de tubos soldados de alta resistência (L80, P110, C95 e Q125) para aplicações como casing e tubing, como características especiais de resistência à corrosão ácida e alta resistência ao colapso.

Qual o impacto do pré-sal no desenvolvimento tecnológico? Qual a experiência adquirida nos testes realizados no campo de Tupi? A descoberta dos campos do présal teve um impacto decisivo nesta área do Brasil. A TenarisConfab já vem investindo há bastante tempo tanto no desenvolvimento de produtos quanto no aprimoramento de suas linhas de fabricação, sempre com vistas a apoiar a Petrobras nos desafios atuais e futuros. Todos os trabalhos mencionados antes, e muitos outros também em andamento, tiveram sua motivação nos desafios que a exploração e produção que os campos do pré-sal nos impõem. A experiência adquirida na produção dos tubos para o projeto Tupi foi fundamental para balizar as necessidades, tanto em termos de materiais como em termos de equipamentos que serão requeridos para que possamos ajudar a Petrobras a ter sucesso nestes desafios.

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entrevista exclusiva

Como tem sido essa participação em projetos no pré-sal? A mais recente participação nesse projeto foi a encomenda da Petrobras de 90 km de tubos de 18 polegadas em aço X65 para a construção de um gasoduto offshore que ligará o projetopiloto de Tupi à plataforma de Mexilhão. Já havíamos assinado um contrato para fornecimento de quase 187 km de tubos – também de 18 polegadas em aço X65 sour service – para a construção do gasoduto offshore que ligará o campo de Uruguá à plataforma de Mexilhão. Os dois dutos fazem parte da malha de escoamento dos campos de petróleo e gás da Bacia de Santos. Outro projeto também já fornecido à Petrobras para serviços sour foi o ESS-164, para escoamento de gás do campo de Camarupim, no Espírito Santo, onde fornecemos 54 km de dutos offshore sour service de 24” com espessuras de 0,875” e 1,000”. Quais os investimentos (atuais e futuros) na área de P&D? No Brasil, os investimentos em P&D vêm tendo um crescimento importante nos últimos anos. A empresa investe fortemente em P&D em todas as suas linhas de produtos e processos, com investimentos globais superiores a 70 milhões de dólares por ano. Contamos com quatro Centros de P&D 18

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A empresa investe fortemente em P&D em todas as suas linhas de produtos e processos, com investimentos globais superiores a US$ 70 milhões por ano. Contamos com quatro Centros de P&D no mundo, localizados na Argentina, México, Itália e Japão.

no mundo, localizados na Argentina, México, Itália e Japão, e agora estamos empenhados na criação de nosso quinto Centro de P&D que será instalado no Brasil, e estamos em processo para a obtenção de concessão de área no importante Parque Tecnológico do Rio de Janeiro, onde pretendemos instalá-lo. Qual a importância da parceria e acordos tecnológicos dos centros de P&D da Tenaris com instituições acadêmicas locais, como Coppe/UFRJ e Poli/USP? São fundamentais. A aproximação das empresas com a academia tem importância estratégica para o desenvolvimento tecnológico do Brasil. A união do conhecimento prático de aplicação da indústria com o sólido conhecimento científico das universidades gera uma excelente sinergia, e esta, quando bem utilizada, traz ótimos resultados para a empresa e para o conhecimento científico do país. Além disso, a formação e especialização de profissionais altamente qualificados em ramos específicos do conhecimento é outro fruto muito desejado desta união. Possuímos um programa de educação chamado ‘Roberto Rocca

Education Program’, que incentiva e dá oportunidades para estudantes em diferentes níveis, desde o incentivo com uma bolsa-auxílio para estudantes de graduação, até a concessão de bolsas para doutorado internacional para estudantes de destaque. Como tem sido essa relação? No Brasil, temos muito bom relacionamento com diversas universidades e Centros de Tecnologia. Com a Coppe/UFRJ temos um longo histórico de relacionamento, e isto tem se intensificado muito fortemente nos últimos tempos, sendo que hoje temos seis importantes projetos de P&D em execução com investimentos que deverão superar os R$ 4,5 milhões neste ano. Com a Poli/USP temos ótimo relacionamento, apoiamos com a doação de equipamentos para laboratórios de metalurgia e temos profissionais de nossa empresa cursando mestrado nesta importante universidade. Mantemos também excelente relacionamento e projetos conjuntos com diversas outras importantes instituições tais como, IPT, Unesp, PUCRio, Unicamp, UFSC, entre outras. Há quantas anda o projeto de Centro de P&D que a Tenaris pretende instalar no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão? Todo o projeto de nosso futuro Centro P&D está em estágio muito avançado, desde o projeto do prédio, passando pelas atividades de pesquisa que serão executadas e definição dos equipamentos que serão instalados dentro do Centro e dos equipamentos que poderão ser instalados em parceria nos laboratórios da própria universidade. Vale também destacar que neste futuro Centro teremos forte especialização para testes de conexões Premium TenarisHydril, equipamentos para testes de colapso para tubos de grande diâmetro, laboratórios para inovação em técnicas de soldagem, além de laboratórios para


expansรฃo com foco em tecnologia

Centro Tecnolรณgico

no Brasil. 0 5<2 Tbcร R^]bcadX]S^ bTd RT]ca^ ST cTR]^[^VXP ]^ ?Pa`dT CTR]^[ร VXR^ SP D5A9 R^\ _aTeXbร ^ ST R^]R[dbร ^ T\ ! > 2T]ca^ CTR]^[ร VXR^ 5<2 cTaร R^\^ _aX]RX_P[ U^R^ ^ STbT]e^[eX\T]c^ ST cTR]^[^VXPb bdQ\PaX]Pb _PaP ^b STbPUX^b S^ ?aร bP[ T _PaP ^ Pd\T]c^ SP aTRd_TaPร ร ^ ST ร [T^ 8>A) 8]RaTPbTS >X[ ATR^eTah 3T]caT bTdb _aX]RX_PXb aTRdab^b ^ 2T]ca^ R^]cP aTRdab^b ^ 2T]ca^ R^]cPaร R^\ T]VT]WPaXP Tb_TRXP[XiPSP T [PQ^aPcร aX^b _PaP _Tb`dXbP STbT]e^[eX\T]c^ T `dP[XUXRPร ร ^ ST _a^Sdc^b R^\^ cP\Qร \ RP_PRXcPร ร ^ _PaP X]cTVaPร ร ^ T cTbcT ST _a^cร cX_^b ST T`dX_P\T]c^b bdQ\PaX]^b T\ TbRP[P aTP[ 0 5<2 CTRW]^[^VXTb S^ 1aPbX[ R^\ SdPb Uร QaXRPb ]^ AX^ ST 9P]TXa^ T d\P 1PbT ST BTaeXร ^b T\ <PRPร _^bbdX RP_PRXcPร ร ^ [^RP[ ST T]VT]WPaXP VTaT]RXP\T]c^ ST _a^YTc^b UPQaXRPร ร ^ T bd_^acT cร R]XR^ P^ R[XT]cT

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entrevista exclusiva

mecânica da fadiga e laboratórios para desenvolvimentos de revestimentos metálicos (Clad), poliméricos e orgânicos. Entretanto, além dos temas relacionados à indústria do óleo & gás, este Centro também se dedicará à pesquisa e desenvolvimento de produtos para os segmentos de tubos

para aplicações industriais, para a indústria automobilística, petroquímica, nuclear, construção civil, entre outros. E a parceria tecnológica com a Petrobras? No momento por que passa o Brasil, a Petrobras se coloca como a ‘mola

História da companhia A Confab iniciou sua história em 1943, quando o banqueiro Gastão Vidigal, em sociedade com o industrial polonês Isydor Kleinberger, adquiriu a Fábrica Nacional de Tambores. Com a criação da Petrobras, em 1953, e com o desenvolvimento da indústria de refino de petróleo no país, surgiram as oportunidades para que a Confab expandisse seus negócios, iniciando a fabricação de equipamentos para a indústria de base. Com o tempo, as instalações começaram a ficar pequenas, o que levou à decisão de se comprar uma companhia em São Caetano do Sul, cujo nome, Confab, foi imediatamente incorporado. Em pouco tempo, esta fábrica iniciou sua produção de fornos, vasos de pressão e tanques para armazenamento de petróleo. Em 1961, a Confab iniciou a produção de tubos de aço soldados. Foi nessa época que fechou o primeiro contrato de grande porte: fornecimento de estacas tubulares para a construção da Usiminas. Em 1964, a Petrobras comprou da Confab os tubos para o primeiro oleoduto do Brasil, feito exclusivamente com produtos brasileiros, o Orbel-Linha Belo Horizonte-Serra da Mantiqueira. “Foram as exigências de excelência da Petrobras que permitiram à Confab a qualidade para competir no mundo inteiro. Todos esses desafios, toda essa credibilidade, a confiança de que éramos capazes de fazer, e a política de utilizar produtos nacionais que criaram a Confab e outras empresas”, explica Roberto Vidigal, presidente da Confab desde 1985. Na década de 1970, a Confab estruturou-se em duas unidades – tubos

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e equipamentos – hoje chamadas, respectivamente, TenarisConfab e Confab Equipamentos. No mesmo período teve início a exploração da Bacia de Campos, quando a Petrobras decidiu encarar o mar em busca de alternativas para a exploração de petróleo. A iniciativa resultou no descobrimento de 20 campos marítimos. Em 1985, a estatal atingiu a marca de 500 mil barris por dia, dando um importante passo para a autossuficiência petroleira. Foi também nos anos 80 que a direção da então Confab apostou na abertura de capital, disponibilizando 60% de suas ações na busca do crescimento, diversificação e captação de recursos externos. Em 1994, a Confab forneceu à Petrobras mais 24 mil toneladas de tubos para a construção do Gasbel, gasoduto que une o Rio de Janeiro a Belo Horizonte. Em 1997, a empresa participou com a Techint Engenharia e Construção, da construção do gasoduto Brasil-Bolívia, um dos maiores projetos de infraestrutura já realizados no mundo. Com o objetivo de agregar valor e aumentar a gama de produtos oferecidos aos clientes, a Confab, em 1998, fez uma sociedade com a empresa argentina Soco-Ril, e inaugurou a Socotherm do Brasil, planta de revestimento especial para tubos de aço. No ano seguinte, a Organização Techint adquiriu o controle acionário da Confab e Roberto Vidigal foi convidado a permanecer como presidente da empresa. Em 2001, criou-se a marca Tenaris e a Confab adotou o nome de TenarisConfab para sua planta de tubos e Con-

propulsora’ do desenvolvimento tecnológico da indústria nacional, e também internacional, sendo que a parceria tecnológica que mantemos com a ela é um ponto essencial para que possamos estar preparados tecnologicamente para continuar colaborando na superação dos desafios e para que possafab Equipamentos para sua unidade de equipamentos industriais. No ano seguinte, produtos diferenciados com elevado grau de requisitos técnicos foram entregues para os clientes dos projetos regionais de Camisea (Peru), OCP (Equador), Gasyrg (Bolívia) e Carina & Áries (Argentina). Importantes contratos nacionais também foram realizados em 2002, como os gasodutos offshore Campinas-Rio e PDEG, ambos da Petrobras. Ainda nesse, ano para estreitar mais seu relacionamento com os principais clientes, a TenarisConfab criou uma base em Rio das Ostras (RJ) sob o sistema de entrega just-in-time de tubos para revestimentos de poços de petróleo e administração de estoque. Com a inauguração da planta de Tratamento Térmico, em 2003, e com o início da produção de hastes de bombeio e acessórios em 2005, a TenarisConfab – com uma visão global do negócio, mas ação local – se consolidou como líder em tecnologia tubular e inovação em serviços para a América do Sul. A partir de 2009, a Confab intensificou os investimentos na planta de Pindamonhangaba para responder aos novos desafios impostos pela prospecção e exploração de petróleo na camada de pré-sal. Só no ano passado foram investidos cerca de R$ 51 milhões. Em 2010, a TenarisConfab aumentou sua gama de produtos ao incorporar a produção de roscas Premium TenarisHydril no Brasil. A Hydril foi adquirida pela Tenaris em 2007 para que, juntas, pudessem oferecer aos clientes do mundo todo uma linha completa de conexões Premium integrais e com acoplamento para as aplicações mais exigentes da indústria.


mos continuar sendo um dos principais parceiros no fornecimento de soluções em produtos e serviços. E quanto à questão de SMS e sustentabilidade? A história da empresa está muito entrelaçada com a da comunidade na qual está presente, compartilhando uma visão de longo prazo, de compromisso sustentável com o desenvolvimento local e respeito ao meio ambiente. Internamente, o conceito de meio ambiente é trabalhado em conjunto com a segurança e saúde ocupacional. Nesse sentido, a TenarisConfab concluiu há dois anos a implantação do Sistema de Gestão de Meio Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional (SGMASS), tomando como referência as normas internacionais ISO 14001 e OHSAS 18001. A implantação envolveu o treinamento de todos os funcionários, com o objetivo de capacitá-los

a reconhecer os aspectos ambientais e os perigos envolvidos em suas atividades, bem como a praticar os necessários controles operacionais. E no âmbito externo? Fruto de uma parceria com a Prefeitura de Pindamonhangaba, universidades e entidades ligadas ao meio ambiente, a TenarisConfab desenvolveu, em 2007, o projeto Pinda Florida, que visa a educação ambiental de crianças e jovens a partir do estudo de um dos maiores tesouros ambientais de Pindamonhangaba: o Parque Natural Municipal do Trabiju, de mais de 5,9 milhões de m², situado na Serra da Mantiqueira, em uma área protegida da Mata Atlântica. A primeira fase do projeto contemplou estudos sobre a diversidade do Trabiju, a organização de atividades educativas experimentais e a inclusão de portadores de deficiências visuais na pesquisa de campo. A Fase II, iniciada

em julho de 2008, dá continuidade às atividades de pesquisa e estimula o envolvimento das escolas da rede municipal de ensino por meio de visitas monitoradas e da utilização em sala de aula do almanaque Conhecer para conservar, patrocinado pela empresa para divulgar as riquezas da Mata Atlântica. O Pinda Florida contribuiu para que Pindamonhangaba fosse a primeira cidade da região a regulamentar um parque municipal de acordo com as normas do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc). O projeto também contempla a revitalização de praças e espaços públicos, dos quais oito foram ‘adotados’ pela TenarisConfab a partir de 2002. Em 2009, o Pinda Florida incluiu a criação de hortas comunitárias com base na agroecologia, que leva em consideração a dinâmica do funcionamento das florestas, como a do Trabiju.

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logística

Uma nova

Foto: Cortesia Helibras

logística offshore O aquecimento nas atividades de exploração de petróleo e gás no país, por conta do pré-sal, vão levar a Petrobras a dobrar seus investimentos em logística nos próximos cinco anos, para acompanhar a crescente produção de petróleo, que deve passar dos atuais 2,7 milhões de barris por dia para 5,3 milhões em 2020, o que representa um aumento de 7,1% a cada ano. 22

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por Cassiano Viana


Foto: Cortesia MCS

U

ma complexa operação logística vem sendo elaborada pela Petrobras para viabilizar as operações de exploração e produção no pré-sal, no sentido de superar as longas distâncias – a distância dos campos para a costa é em torno de 350 km, três vezes mais do que a média da Bacia de Campos – e as limitações de deslocamento. Para enfrentar esses desafios, na sua estratégia logística offshore a

Petrobras apostará no uso de hubs logísticos, centros de distribuição em pontos intermediários entre as bases e o local das operações. Os números mostram o tamanho desse desafio: a quantidade de passageiros (petroleiros offshore) transportados anualmente pela companhia vai passar de 800 mil para 1 milhão, até 2016, e o volume de carga vai subir de 400 mil toneladas por ano para 1 milhão até 2020. Para dar suporte às operações do pré-sal, serão construídos três

aeroportos até 2016, nos municípios de Campos dos Goytacazes (RJ), Santos (SP) e Itaguaí (SC), além de três portos que também entrarão em atividade nos próximos anos: Ubu, no litoral Norte do Espírito Santo, em 2014; Santos, em 2015; e Itaguaí, que deverá ser concluído até 2016. A logística de apoio em alto-mar – transporte de materiais, equipamentos e equipes de instalação de sistemas de ancoragem e de operação em poços –, terá de ser espeTN Petróleo 74

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logística

Aeroportos

Portos (apoio offshore) CPVV

VITÓRIA

CPVV

SÃO TOMÉ MACAÉ

SAMARCO – UBU (2014)

CABO FRIO

MACAÉ

JACAREPAGUÁ

VITÓRIA SAMARCO – UBU

PORTO DO RIO

ITAGUAÍ (2016)

ITAGUAÍ (2016)

SANTOS (2015) ITANHAÉM

SANTOS (2015)

NAVEGANTES

ITAJAÍ

SÃO TOMÉ MACAÉ CABO FRIO ITAGUAÍ PORTO DO RIO JACAREPAGUÁ

SANTOS

NAVEGANTES ITAJAÍ

cífica. O desafio é estabelecer essa logística de forma segura e a custos aceitáveis. “A perspectiva de crescimento da logística da Petrobras nos próximos cinco anos é de 100%”, afirma Ricardo de Araújo, gerente geral de E&P da Petrobras. A Petrobras vai também dobrar o número de embarcações em operação para 400 até 2017. “Nós já temos uma logística preparada para atender às demandas do pré-sal, mas precisamos continuar investindo em tecnologias e ampliação do sistema para acompanhar o crescimento da produção nas próximas décadas”, diz. A grande distância da costa e a maior profundidade da exploração (2.200 m) são algumas das dificuldades que terão que ser superadas pela Petrobras para viabilizar a produção na área do pré-sal.

Soluções integradas “Os problemas são muito desafiadores quanto aos volumes TN Petróleo 74

Bacia de Campos

Distâncias médias entre a costa (Macaé) e os principais campos em produção (km)

ITANHAÉM

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Bacia do Espírito Santo

Bacia de Santos

Garoupa........................................................ 142 Enchova........................................................ 114 Pampo........................................................... 114 Roncador..................................................... 200 Albacora Leste.............................................198 Marlim Leste............................................... 145 Marlim Sul................................................... 182 Tupi...............................................................320

que serão produzidos e co mercializados, os prazos envolvidos, as condições geográficas da produção e a tecnologia necessária”, explica o gerente-geral de Planejamento de Logística da Área de Abastecimento da Petrobras nos últimos seis anos, o engenheiro Carlos Felipe Guimarães Lodi. “Vamos sair de uma região de distância média de 150 km da costa para outra de 350 km. Os desafios serão mais rigorosos em termos de altura de ondas, ventos, correntes. Juntamse a isto as profundidades, que vão interferir nas soluções. Além do que, é importantíssimo que procuremos o transporte o mais econômico possível dada a distância e a competitividade das explorações”, acrescenta. Para o executivo, há ainda problemas relevantes a serem tratados

nos planejamentos em curso. Entre eles, o desenvolvimento de uma solução dutoviária que sirva de modal alternativo e complementar. Segundo Lodi, no médio prazo (de 2013 a 2017), deverá haver a instalação de um terminal oceânico em águas rasas (75 m), mais próximo da costa, o que eliminará a necessidade de o óleo do pré-sal ser trazido à terra. Atualmente, os funcionários são levados de Campos (RJ) de helicóptero às plataformas, em voos que podem durar até duas horas e em uma distância média de apenas 100 km. As aeronaves, por sua vez, possuem limites de autonomia. Já os equipamentos e suprimentos vão por embarcações de apoio, como rebocadores, que navegam a uma velocidade de 1,6 km/h. Nesse modelo logístico – um aperfeiçoamento dos flotels, plataforma de petróleo adaptada para servir unicamente como uma es-


uma nova logística offshore

Porto de Imbetiba, Macaé (Petrobras) Área..................................... 55.000 m² Cais do Porto 3 piers......................................6 berços Comprimento................................ 90 m

Capacidade de estocagem – água: 6.000 m³; óleo: 4.620 m³; granéis: 33.000 p³

Triunfo Logística Área coberta.................................... 42 mil m² Berço de atracação........................................ 2 Profundidade............................................8,5 m Comprimento de cais............................ 700 m Obs.: equipamentos de diversas tonelagens para movimentação de cargas especiais.

Foto: Cortesia Triunfo Log[istica

O horizonte pela frente Para as empresas especializadas em logística offshore, as perspectivas são as melhores. Com um terminal portuário localizado no Porto do Rio de Janeiro, a Triunfo Logística anunciou, em setembro, a assinatura de contrato com a Petrobras para fornecer base de apoio subaquática em plataformas offshore. O acordo, firmado em agosto, prevê o fornecimento de equipamento, transporte, áreas e berço para atracação de seus supplies. “Nosso terminal foi arrendado em regime público e está sendo muito interessante para a Petrobras este tipo de operação em área portuária arrendada”, comenta o diretor comercial da Triunfo, Alexandre Lima. “Estamos conseguindo romper paradigmas que faziam com os operadores tivessem receio de atuar em uma área portuária pú-

Largura...........................................15 m Calado máximo............................... 8 m Deadweight máximo............5.000 ton Atracações............................. 440/mês

Foto: Banco de Imagens TN Petróleo

pécie de hotel flutuante, em operação na Bacia de Campos –, os funcionários serão transportados em grandes embarcações, com capacidade para 150 a 300 pessoas, até uma plataforma construída especialmente para atuar com esse fim, instalada em um ponto mais próximo da costa. De lá, partirão para as plataformas em helicópteros menores, que percorrem uma distância mais curta, com economia de tempo e combustível. Essas unidades terão a capacidade para manter um número elevado de pousos e decolagens, área para abrigar os helicópteros quando estejam fora de serviço, além de contar com alojamentos e áreas para armazenamento de carga seca, como tubulações e equipamentos de manutenção para as plataformas do pré-sal. Sem falar nas embarcações que serão necessárias para o abastecimento de todas essas unidades offshore e barcos de apoio.

blica arrendada, e as operações estão sendo efetuadas acima da expectativa da Petrobras.” A parceria marca o posicionamento definitivo da empresa no setor de petróleo e gás. “Petróleo e gás é um mercado em expansão e queremos, cada vez mais, fazer parte dele. A primeira vez aqui na feira, por exemplo, foi meio frustrante, mas desta vez estamos mais bem posicionados”, afirmou. “Uma coisa puxa a outra.”

O terminal da Triunfo possui acesso direto de pessoas, embarcações, trens, veículos e cargas. O terminal dispõe de toda infraestrutura, procedimentos e licenças necessários a uma base de apoio para o reparo de embarcações e plataformas, oferecendo serviços que vão desde o recebimento da plataforma na área de embarque do prático, sua transferência e atracação no cais da base, sua manutenção atracada durante os TN Petróleo 74

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logística

operadoras que irão necessitar de infraestrutura portuária para atender as suas necessidades”, avalia. “Com certeza muita coisa terá que ser feita para podermos caminhar com segurança, e o Estado terá que participar em conjunto com a iniciativa privada, viabilizar investimentos neste setor.”

Wilson,Sons (três bases) Niterói, RJ (foto)............................. 184 mil m² São Luis, MA..................................... 12 mil m² Vitória, ES......................................... 20 mil m²

Foto: Cortesia Wilson, Sons (Brasco)

Centro de Excelência

serviços até a entrega no local do recebimento. “Estamos otimistas quanto ao aumento de nossa participação no setor, já estamos trabalhando como base de apoio para a unidade subaquática da Petrobras e nossa expectativa é de ampliarmos este serviço para outros setores”, comenta. “Também estamos oferecendo nossa estrutura como fornecimento de facilidades em obras de reparo em plataformas e FPSO. Vamos

Espírito Santo ganha primeira base de apoio Com a perspectiva de entrar em operação no final de 2011, a primeira base de apoio logístico offshore do estado voltada para a atividade petrolífera teve o protocolo de intenção assinado em maio, entre a empresa capixaba União Metalúrgica, a norte-americana Edson Chouest Offshore, o Governo do Estado e a Prefeitura de Vila Velha. A base – um porto e um estaleiro na Enseada do Jaburuna – atenderá às necessidades das plataformas que produzem petróleo e gás no mar de todas as empresas petrolíferas. 26

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investir no aumento de nossa capacidade instalada para atender a demanda do pré-sal. Estamos arrendando áreas externas, comprando equipamentos novos e efetuando treinamento de pessoal para fincarmos nossa bandeira, definitivamente, como a melhor opção de base de apoio no Rio de Janeiro.” Para Lima, o maior desafio será montar a infraestrutura de apoio, necessária para poder atender a demanda estimada. “Além da própria Petrobras, teremos outras Ao todo, serão investidos R$ 300 milhões – 40% da União e 60% da Chouest. A implantação da base será feita em três etapas. Na primeira, serão investidos cerca de R$ 100 milhões para a construção da base. A segunda parte do investimento, de mais R$ 100 milhões, será para a aquisição de equipamentos e máquinas. Numa terceira fase, outros R$ 100 milhões serão investidos, nos cinco anos seguintes, em novas tecnologias, processos de gestão e ampliação da própria base. A ideia é iniciar as obras até o final do ano, quando o processo de licenciamento deverá estar pronto.

As distâncias costeiras que envolvem os campos do pré-sal, a falta de infraestrutura portuária adequada para dar suporte às operações, a necessidade de ampliação da frota de barcos em um curto espaço de tempo com estaleiros sem condições de atender os pedidos nos prazos necessários, helicópteros adequados e disponíveis são apenas alguns exemplos dos desafios logísticos que serão enfrentados nos próximos anos. “A logística será o grande gargalo dos processos em E&P para os próximos mo mentos”, afirma Eduardo Paes Leme, CEO do grupo G-Comex. O Grupo – que lançou, em abril, seu Centro de Excelência Logística Offshore, o G-Comex Offshore Logistics, base de apoio que operará na região portuária do Rio de Janeiro – tem encarado os desafios como oportunidades. O Centro de Excelência já está funcionando, inclusive já habilitado como Operador Portuário no Porto do Rio de Janeiro. Com o Centro, a G-Comex será capaz de receber, armazenar, controlar, preservar e movimentar materiais destinados a operações offshore, dentro do mais alto padrão de excelência em QHSE exigido pelo mercado. A operação das embarcações será feita a partir do Porto do Rio


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G-Comex Área da retroárea............................ 20 mil m² Área na proximidade do cais..........30 mil m² Área de escritórios..............................300 m² Área coberta de armazenagem..........800 m² Área para químicos............................ 200 m² Cais público disponível.......................2500 m Calado médio............................................ 10 m

Foto: Cortesia G-Comex

logística

Obs.: capacidade de 10 ton por m² para movimentação de carga e gerenciamento de resíduo.

de Janeiro, que dispõe de mais de 3.000 m de cais – hoje, pouco utilizado na importação e exportação de carga em geral. “Dedicamos um ano de intenso estudo e construímos um modelo que consideramos adequado para operar no ambiente do porto organizado”, comenta Paes Leme. O empreendimento envolveu um investimento na ordem de R$ 5 milhões, exclusivamente com recursos próprios. O G-Comex Offshore Logistics foi implantado seguindo os padrões de uma Base Ecoeficiente, que visa não somente criar uma operação dentro

das normas exigidas pela lei, mas transcender este limite, incentivando funcionários e todos os que passem pelas instalações da base a aplicar ações simples de respeito ao meio ambiente e ao ser humano de forma geral. “Estamos investindo pesado em nossa base de apoio offshore no Porto do Rio de Janeiro, criando um modelo de operação eficaz, sustentável na viabilidade econômica para o atendimento às embarcações de apoio às campanhas nas bacias de Santos e de Campos”, enumera. “Nossa retroárea já dispõe de 20.000 m² para estocagem de ma-

Insight cria novo sistema de logística de pessoal em plataformas A Insight Consulting, especializada em Gestão Empresarial, Finanças e Tecnologia da Informação, desenvolveu um exclusivo sistema de logística de pessoal em plataformas, o Teaming, capaz de melhorar em 30% o planejamento, programação e controle das turmas de embarque e desembarque, desde sua origem em terra até o deslocamento. O software garante aumento de produtividade e melhoria da gestão, podendo reduzir custos em até 20%. O sistema encontra-se em implantação em seis plataformas de Óleo e Gás simultaneamente. “Durante dez meses

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desenvolvemos o sistema a partir da demanda de um cliente. Juntos, investimos R$ 400 mil. A Insight possui direito exclusivo à comercialização do produto”, afirma Anderson Menezes, sócio-diretor da Insight Consulting. Com o uso do Teaming é possível integrar os processos logísticos com o RH, treinamento e medicina do trabalho, eliminando o risco de pendências de embarque.

terial, químicos, tubos e gestão de resíduos. Estamos negociando áreas no Caju que nos permitam chegar a um parque com um total de 150.000 m² de área. Nossa esperança é de termos esta meta vencida até o final do primeiro trimestre de 2011.” “Temos estudado propostas e possibilidades para a implantação de uma operação similar à nossa base de apoio offshore no Rio de Janeiro, no estado do Espírito Santo. Nossos clientes estão lá, enfrentando problemas sérios de logística portuária, vamos investir e aproveitar estas oportunidades.” Segundo o executivo, a G-Comex tem firmado parcerias sólidas no Brasil e no exterior para disponibilizar embarcações estrangeiras de apoio marítimo às operações, imediatamente, e já em 2011 deve iniciar a construção de um ou dois barcos próprios brasileiros, aumentando esta frota de forma programada para atingir um número de 20 barcos entre PSVs e HTSs até 2020. Além de estudar soluções aplicadas à gestão e à segurança ambiental nas operações offshore, “Temos executivos contratados e desafiados a nos trazer soluções práticas para este negócio.” Por meio do software pode-se enviar uma prévia das turmas selecionadas ao gestor de plataforma e organizar as escalas levando em conta pendências de férias, treinamentos, exames obrigatórios e licenças médicas dos funcionários. O sistema sincroniza e otimiza as ordens de serviços para transporte e hospedagem durante o deslocamento dos profissionais, do seu ponto de origem, em qualquer local do país, até o embarque na plataforma. O sistema foi desenvolvido em ambiente WEB dot net, o que permite acesso fácil das plataformas, locais remotos e base de controle, e possui um painel de gestão de controle de profissionais, com função e foto de cada um.


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logística

Para expandir a atuação no segmento de exploração de petróleo e gás e gerar mais negócios não só para o Terminal Offshore da Brasco, mas também para as outras áreas de atuação do grupo, a Wilson, Sons criou a gerência de Oil&Gas. O objetivo da gerência é integrar todas as plataformas de negócio da companhia que têm possibilidade de oferecer serviços para o setor. A intenção da Wilson,Sons é fazer com que todas as seis áreas de negócios se coordenem para oferecer serviços mais completos para seus clientes. Com diversos tipos de serviços integrados, as empresas podem contar com os benefícios de tratar de várias questões da logística com apenas uma interface. Presente nos principais portos do Brasil, o grupo conta atualmente com mais de quatro mil funcionários. Suas diferentes áreas de negócios, que atuam de forma sinérgica, abrangem 16 filiais, 23 operações de logística, dois terminais de contêineres, um estaleiro e instalações físicas distribuídas por diversas capitais brasileiras. “Somos hoje a única empresa capaz de atuar em todas as etapas da cadeia de serviços logísticos para o segmento de petróleo e gás em qualquer estado do país”, diz Renata Pereira, gerente de Oil&Gas do grupo. A expectativa da Wilson,Sons é muito positiva. “Estamos investindo fortemente para fortalecer e aumentar nossa posição no segmento de Oil&Gas. Isso se reflete em nossos investimentos previstos na expansão do estaleiro do Guarujá, US$ 40 milhões, e na construção do novo estaleiro no Rio Grande, aproximadamente US$ 140 milhões. Nosso 30

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Foto: Cortesia STX Brasil

Expansão planejada

Segundo a Antaq, os novos projetos de terminais e portos de apoio offshore têm potencial para captar entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões em atividades como supply offshore (abastecimento de plataformas), apoio marítimo, produção de tubos flexíveis, entre outras.

Mercado de apoio marítimo no Brasil Empresas brasileiras autorizadas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq)............................ 99 Empresas operando no apoio marítimo..................................... 50 Empresas associadas à Associação Brasileira de Apoio Logístico (Abeam)................................................ 23 Embarcações em operação (bandeira brasileira)...........................132 Embarcações em operação (bandeiras estrangeiras)................... 135 Total de embarcações....................... 267 Obs.: 2008: cerca de US$ 765 milhões gastos com afretamentos. Hoje estima-se superior a US$ 1 bi. Cerca de 40 embarcações operam para as oil companies fora do mercado Petrobras. Fonte: Abeam, março 2010

planejamento prevê que saltemos de dez embarcações offshore operadas atualmente para 24 embarcações até 2015. O financiamento de US$ 670 milhões para a construção de 13 barcos foi recentemente aprovado pelo BNDES. Em adição a esses grandes volumes, realizamos investimentos na expansão/ renovação da frota de rebocadores, de forma a torná-los mais potentes e preparados para operações offshore com aumento da segurança das operações, e investimentos em nossas bases de apoio offshore ao longo da costa, cuja demanda por serviços é crescente.” “Como a produção de petróleo do país é notadamente offshore, os maiores desafios para a logística desse segmento encontram-se nas áreas portuárias e de operações marítimas. Muitos projetos nesse segmento envolvem suporte a partir de uma instalação offshore, e é difícil encontrar áreas disponíveis na costa que atendam simultaneamente requisitos técnicos, geográficos e comerciais. No que tange às embarcações, a captação e retenção de recursos humanos para compor tripulações são também grandes desafios, dado que a demanda por marítimos é maior que a oferta.” O conteúdo local é um dos principais fatores que trazem perspectivas de crescimento para o grupo. “Isso faz com que as grandes empresas de bens e serviços do setor tragam seus parques industriais para cá e nos fornece grandes oportunidades para prestarmos serviços para elas, além de aumentar nossa competitividade com as próprias petroleiras”, avalia, acrescentando que outro diferencial estratégico do grupo para o setor é o fato de a companhia ter estaleiros próprios. Nos próximos anos, a Wilson,Sons terá três estaleiros, dois no litoral paulista e um em Rio Grande (RS).


Foto: Roberto Rosa, Consórcio Quip

uma nova logística offshore

Negócios à vista O investimento no setor de logística tende a crescer. De acordo com o BNDES, até 2014 o setor industrial vai investir cerca de R$ 850 bilhões no país. Deste montante, o banco estima que R$ 330 bilhões serão destinados à logística, contribuindo para expandir o mercado de empresas especializadas na área, que cresce em um ritmo três vezes superior ao PIB. Com o mercado a cada dia mais competitivo, há a necessidade de atuar com mais eficiência. E é no processo de movimentação, armazenagem e planejamento fiscal, ou seja, na logística, que residem as maiores oportunidades de corte de custos e racionalização dos recursos. “Atualmente, o setor de logística no Brasil gira em torno de R$ 300 bilhões com projeções para dobrar de tamanho em cinco anos. Temos potencial para isso, pois, segundo estimativas do setor, apenas 5% das empresas brasileiras investem adequadamente na área contra um porcentual de 25% nos EUA e 30% na Europa e no Japão”, analisa Antonio Wrobleski, sócio da AWRO Logística e Participações. O movimento começou a atrair fundos de investimento, segundo

estudo interno da AWRO. A disposição desses grupos é colocar cerca de R$ 10 bi no negócio nos próximos três anos. Os reflexos aparecem no número de transações realizadas no setor. No primeiro semestre de 2010, segundo dados da PricewaterhouseCoopers, foram divulgadas para o setor de logística oito transações com valor médio de US$ 74 milhões, totalizando cerca de US$ 600 milhões. No total, ainda de acordo com estudos da PwC, incluindo as transações divulgadas em todos os setores da economia, foram registrados 434 negócios, sendo o private equity responsável por 41% das transações. No Brasil, os investidores financeiros administram US$ 1 bilhão em participação em 200 fundos de capital de empresas brasileiras. Sempre atentos às possibilidades e expansão dos mais diversos setores da economia, o interesse desse grupo pelo mercado logístico comprova que este é um setor rentável e promissor. “A previsão é que o setor logístico passe por uma consolidação semelhante à que aconteceu no mercado brasileiro de construção civil”, resume Antonio Wrobleski. TN Petróleo 74

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inauguração

Fotos: Agência Petrobras

C e np e s ampliação concluída Em obras desde 2005, a ampliação das instalações do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) foi finalmente concluída e inaugurada em outubro. Com a expansão, a Petrobras passa a ser um dos maiores complexos de pesquisa aplicada do mundo no setor de petróleo e gás na América Latina, com mais de 300 mil m². As novas instalações utilizam as mais arrojadas técnicas de construção, sustentabilidade e ecoeficiência e representam um salto para o desenvolvimento de tecnologia para as operações da Petrobras, que hoje é a empresa que mais investe em P&D no país. por Maria Fernanda Romero 32

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A

ampliação do Cenpes é parte da estratégia da Petrobras para expandir a capacidade experimental do parque tecnológico brasileiro. Nos últimos três anos (2007-2009), a estatal investiu cerca de R$ 4,8 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão para universidades e institutos de pesquisa nacionais, parceiros da empresa na construção de infraestrutura experimental, na qualificação de técnicos e pesquisadores e no desenvolvimento de projetos de pesquisa. De acordo com o gerente executivo do centro de pesquisa, Carlos Tadeu Fraga, o investimento da Pet robras em tecnologia é cinco vezes mais do que era há uma década. “Nos últimos três anos, fomos responsáveis por um dos cinco maiores investimentos em pesquisa e tecnologia do mundo”, disse. Segundo Fraga, para fazer a gestão desses investimentos, foi criado o modelo de Redes Temáticas, em 2006, quando a Petrobras identificou 50 temas estratégicos na área de petróleo e gás e para cada tema selecionou potenciais colaboradores, que hoje somam cerca de cem instituições nacionais de pesquisa e desenvolvimento. “A área laboratorial construída por meio dessa estratégia nas universidades brasileiras já é cerca de quatro vezes a área existente do Cenpes e, para cada pesquisador nosso, outros dez participam, nas suas respectivas instituições de pesquisa, de estudos relacionados à solução de desafios enfrentados pela Petrobras”, explica Fraga. “Os investimentos feitos nas universidades, associados aos in-

vestimentos que estamos fazendo com a expansão do Cenpes, estão transformando o parque tecnológico nacional para óleo e gás em um dos mais bem aparelhados do mundo”, explica Fraga.

Portas afora O movimento da Petrobras não se restringe à comunidade nacional de Ciência e Tecnologia. Com o pré-sal, a escala e a complexidade das demandas da companhia têm aumentado bastante e fornecedores tradicionais, incluindo grandes multinacionais, estão estabelecendo com a Companhia parcerias de longo prazo. A fim de estreitar ainda mais esse relacionamento e ampliar a troca de conhecimentos, a Petrobras tem estimulado essas empresas a construir centros de pesquisa no Brasil, em locais próximos às instalações da Companhia ou de universidades parceiras. “Somente no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizado próximo ao Cenpes, já foi anunciada a construção de centros de pesquisas de pelo menos quatro importantes fornecedores de equipamentos e serviços da indústria de energia: Schlumberger, Baker Hughes, F MC Te c h no logies e Usimina s”, ap ontou o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, destacando que a ampliação gerou cerca de seis mil empregos diretos e 15 mil empregos indiretos durante a execução da obra.

Mais laboratórios O Centro de Pesquisas da Petrobras conta com diversos laboratórios destinados a atender as

demandas tecnológicas das áreas de biotecnologia, fertilizantes, biocombustíveis, reuso de água, petroquímica e avaliação do meio ambiente nos locais em que a empresa opera ou pretende operar. Na petroquímica, por exemplo, os novos laboratórios correspondem a 70% da infraestrutura hoje existente. Em fertilizantes, o centro terá laboratórios voltados para o desenvolvimento de novos produtos. Na área de biotecnologia, as novas instalações, que atendem aos mais rigorosos requisitos de biossegurança, permitirão a realização de atividades com uso de modernas técnicas de biologia molecular. A ampliação também contará com modernos laboratórios para atender exclusivamente as demandas do pré-sal. Das dez alas de novos laboratórios, cinco são dedicadas ao pré-sal, com foco na caracterização de rochas e interação dessas rochas com os diversos fluidos presentes (petróleo, gás natural, água, CO2, etc.), que resultam no aprimoramento dos modelos geológicos e na previsão mais exata do comportamento da produção.

Evento concorrido Participaram da inauguração da ampliação do Cenpes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representantes da Petrobras e de diversas autoridades. Os executivos puderam visitar algumas instalações do centro de pesquisas como o laboratório de petrogeofísica e o Núcleo de Visualização Colaborativa (NVC). Na ocasião, Lula falou da importância da entidade. “O Cenpes dá direito aos gestores do Rio de Janeiro de dizerem ao mundo que esse é um estado tecnológico, porque este centro é o maior do hemisfério Sul. Valeu a pena TN Petróleo 74

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Fotos: Agência Petrobras

siderurgia

a gente acreditar na indústria nacional, na mão de obra nacional e na geração de emprego e renda no Brasil”, disse. Já o presidente da Petrobras parabenizou os funcionários da companhia e contou um pouco da história recente do Cenpes. “Se lá no estaleiro Brasfels (em Angra dos Reis, onde foi batizada a plataforma P-57, também com a presença do presidente Lula), visualizamos no médio e longo prazo a enorme demanda de novos equipamentos que precisamos para atender nosso plano de negócios, aqui no Cenpes é onde visualizamos o futuro e continuamos aprofundando essa trajetória”, avaliou.

Instalação sustentável A infraestrutura do Cenpes é de ponta e conta com instalações inovadoras. Entre elas está o Núcleo de Visualização Colaborativa (NVC), com ambientes para desenvolvimento de estudos e projetos com simulação tridimensional. Os pesquisadores e especialistas poderão trabalhar remotamente 34

TN Petróleo 74

no NVC e em outros locais, como se estivessem imersos dentro do modelo estudado. “O prédio conta ainda com nove alas dedicadas a instalações laboratoriais e um prédio central com áreas administrativas e espaços de convivência e trabalho colaborativo”, complementa o gerente executivo do Cenpes. A Central de Utilidades, considerada o coração do complexo, que é responsável pela distribuição de energia elétrica, geração de energia através do gás do diesel; pelo recebimento de água tratada pela Etra e pelo fornecimento dos insumos básicos para a operação do complexo. Usando tecnologia de última geração, a Central possui diversos sistemas capazes de fornecer todas as utilidades, garantindo sua constante e segura operação.

Outro projeto inovador aplicado no Cenpes é o sistema de reaproveitamento de águas, em que a água da chuva, coletada através do telhado e do piso, é reaproveitada na irrigação de jardins e no fornecimento para os sanitários. Já os efluentes sanitários, oleosos e químicos serão tratados na Etra (Estação de Tratamento e Reuso de Águas) e reutilizados no sistema de ar-condicionado, permitindo redução do consumo de água potável. Além disso, para maior harmonização da área construída existem espaços verdes entre as edificações, laboratórios e jardins internos dos prédios, favorecendo a integração do ser humano com a natureza no local de trabalho ao recriar um ambiente que estimule a criatividade e a inovação, motivando a produtividade do pesquisador. Enfatizando os conceitos de ecoeficiência, o Cenpes fará o maior aproveitamento possível de áreas de sombra e ventilação para menor consumo de energia elétrica e carga de ar-condicionado, minimizando a incidência direta de sol nos ambientes internos. Os tetos possuem aberturas translúcidas e haverá venezianas direcionais em cada dependência, com inclinação calculada para a captação da luz solar e da ventilação natural. Quando alcançado o nível ideal de iluminação, apagam-se automaticamente as luzes artificiais, mantendo-se o mesmo padrão de claridade. Em sua construção foram combinadas estruturas em aço com estruturas de concreto, previamente projetadas para evitar cortes e descartes e, consequentemente, reduzir a produção de resíduos. Eventuais sobras de materiais, como concreto e chapas, foram reaproveitadas na própria obra.


TN Petr贸leo 74

35


p-57

P-57

Um modelo para o futuro por Rodrigo Miguez

Com capacidade para processar até 180 mil barris de petróleo e 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia, o batismo da plataforma P-57, no dia 6 de outubro, marca o início de um novo ciclo de unidades de produção offshore da Petrobras, as quais, agora, serão executadas dentro de um novo conceito de engenharia que tem como premissas a simplificação de projetos e a padronização de equipamentos. A unidade irá operar no campo de Jubarte, na porção capixaba da Bacia de Campos, a 80 km da costa do Espírito Santo. 36

TN Petróleo 74


Características Localizada no campo de Jubarte Bacia do Espírito Santo

C

om 68% de conteúdo nacional e investimentos de US$ 1,2 bilhão, a P-57, que vai dar a partida na segunda fase de desenvolvimento do campo de Jubarte, na área norte da Bacia de Campos, já na costa do Espírito Santo, foi batizada no dia 7 de outubro, no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ). Trata-se do primeiro navioplataforma FPSO (Floating Pro-

Foto: Agência Petrobras

Conversão........................VLCC Island Accord Comprimento.......................................... 312 m Boca (largura)...........................................56 m Altura máxima.........................................105 m Acomodações............................... 110 pessoas Peso total..........................................54 mil ton Profundidade........................................1.260 m Investimento............................. US$ 1,2 bilhão Grau API....................................................... 17º Produção........................................ 180 mil bpd Compressão de gás...... 2 milhões de m³/dia Poços produtores..........................................15 Poços injetores............................................... 7 Conteúdo local........ 68%, aproximadamente

duction Storage and Offloading), embarcação que faz a explotação (produção), armazenamento e escoamento de petróleo e/ou gás natural construído inteiramente no país, com projeto elaborado pela área de Engenharia Básica da Petrobras e do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). Este novo modelo de unidade de produção offshore será referência para as futuras plataformas da

estatal, como a P-58 e a P-62, que também irão operar no Espírito Santo, e as que irão produzir petróleo e gás na região da camada do pré-sal da Bacia de Santos. A unidade flutuante tem um sistema de posicionamento em ancoragem fixa e capacidade de injetar 59 mil m³ por dia de água, comprimir dois milhões de m³ por dia de gás, produzir 180 mil barris de petróleo pesado, processar 300 mil barris de líquido e estocar 300 mil barris de óleo. É a primeira unidade de tal complexidade a operar na costa do Espírito Santo onde, até agora, as maiores plataformas produtoras da região eram de 100 mil barris/dia. O projeto conceitual da P-57 foi um grande desafio, configurando-se em um navio-plataforma diferente dos anteriores, de grandes cargueiros adaptados com plantas de processo para a produção de petróleo. Seu casco não é similar ao de um navio cargueiro, pois foi construído não para navegar e sim ancorar um sistema de grande capacidade de produção que torne rentável os campos de óleos pesados em águas ultraprofundas. Em novembro de 2003, o projeto conceitual da P-57 foi destaque na Deep Offshore Technology International Conference, em Marseille (França), com o título Exploitation of Heavy Oil Field in Deepwater. Até então, não havia ainda sido feita a descoberta de petróleo no pré-sal naquela região. A cerimônia de batismo, que consagra mais esse marco da indústria nacional, contou com a presença do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e de praticamente toda a diretoria da petroleira: Guilherme Estrella, de Exploração e Produção; Paulo Roberto Costa, de Abastecimento; Renato Duque, de Serviços; e Maria TN Petróleo 74

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p-57

LINHA DO TEMPO

Foto: Agência Petrobras

2009 – Período de construção do FPSO P-57 no estaleiro Keppel Fels, em Cingapura. 2010 – Após dois anos, a plataforma P-57 deixa o estaleiro Keppel Fels em direção ao Brasil, em março. Em abril a P-57 chega ao estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, para a construção do maior número de módulos e a integração da plataforma (casco e módulos). No mês de junho o presidente do Ibama emite a licença autorizando a instalação da P-57, no campo de Jubarte, na Bacia de Santos, a 80 km da costa, em área com 1.200 m de profundidade. A licença tem vigência até junho de 2013. No dia 7 de outubro é realizada a cerimônia de batismo da plataforma P-57, no estaleiro Brasfels, Angra dos Reis, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.

38

TN Petróleo 74

Flare

Separação e tratamento de óleo Compressão de gás Módulo elétrico Guindaste

Offloading

Telecomunicações

Geração de energia

Manifolds

Acomodações Helideck

Ancoragem

Risers Ancoragem

Módulos e principais equipamentos das Graças Foster, de Gás e Energia. Também estavam presentes autoridades e representantes de numerosas empresas que forneceram bens e serviços para o projeto.

Construção rápida Além do pioneirismo da plataforma, a Petrobras comemorou a entrega com dois meses de antecedência, resultado das inovações de engenharia que possibilitaram uma montagem mais rápida e eficiente. A P-57 irá trabalhar em uma profundidade de 1.260 m, produzindo petróleo de 17º API (medida de densidade do petróleo), interligada a 22 poços, sendo 15 produtores e sete injetores de água. Com pico de produção previsto para o início de 2012, ela irá substituir a plataforma P-34, que atuou na primeira fase de desenvolvimento de Jubarte, extraindo inclusive óleo do pré-sal. O escoamento do óleo produzido na P-57 será realizado por navios aliviadores e o gás será transportado por um gasoduto submarino para a Unidade de Tratamento de

Offloading

Foto: Agência Petrobras

2007 – Em dezembro, a Petrobras abre os envelopes com as propostas para a construção da plataforma P-57. A companhia SBM apresentou o menor preço (US$ 1,195 bilhão). 2008 – No dia 18 de fevereiro, a Petrobras assina com a empresa Single Buoy Moorings (SBM), o contrato para a construção da plataforma P-57, em Cingapura, no estaleiro Keppel Fels. Em junho a UTC Engenharia assina contrato para a construção dos módulos da plataforma P-57, em sua base de operações offshore em Niterói. O escopo da UTC compreende módulos de processamento de óleo, tratamento de água do mar, bombas de água de injeção e desidratação de gás. Em agosto a WEG assina o contrato de fornecimento de um pacote elétrico para a plataforma P-57.

Gás Sul Capixaba, localizada na região de Ubu, no município de Anchieta, cerca de 100 km ao sul de Vitória. O empreendimento gerou dois mil empregos diretos no país e vários outros indiretamente, pois a P-57 teve 68% de conteúdo nacional. A construção teve início em fevereiro de 2008, quando a Petrobras assinou o contrato de engenharia, procurement e construção (EPC) com a empresa de origem holandesa Single Buoy Moorings Inc. (SBM). O casco da plataforma resultou da conversão do navio petroleiro Island Accord, no estaleiro Keppel Shipyard, em Cingapura, entre outubro de 2008 e março de 2010. Ao mesmo tempo, os módulos de processamento de petróleo e gás foram construídos no Brasil, no canteiro da UTC Engenharia, em Niterói (RJ), e no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), com estruturas metálicas feitas pela empresa Metasa. Em abril desse ano, quando o casco chegou ao estaleiro Brasfels,


p-57 – um modelo para o futuro

Foto: Agência Petrobras

Parque das Baleias

começou a etapa final desse projeto, com a instalação dos módulos, a interligação de todos os sistemas e os testes finais da unidade.

Conteúdo local e tecnologia O conteúdo nacional de 68% foi bastante comemorado pelo presidente Lula, que enfatizou a intenção de incrementar ainda mais a participação da indústria local na construção das próximas plataformas da Petrobras. “Nós estamos fazendo plataformas com 68% de componente nacional, mas já podemos começar a pensar em 80%, 90%. Daqui a pouco poderemos colocar 100%. A engenharia brasileira não vai dever nada a ninguém, e irá construir muitos navios e plataformas”, afirmou o presidente Lula. Com o arrendamento do estaleiro Inhaúma pela Petrobras, a estatal passará a fazer as conversões

de suas embarcações no Brasil, aumentando, assim, o conteúdo local dos projetos da companhia. O sistema de produção da P-57 está equipado com uma tecnologia, inédita no Brasil, de coleta de dados sísmicos em 4D, instalada permanentemente no leito marinho. Essa solução permitirá maior agilidade na obtenção de dados sísmicos, além de melhorar a qualidade de interpretação do reservatório, com a otimização da produção. A unidade adotará, também, um método inovador para levar o petróleo do reservatório à plataforma, constituído por um sistema de bombeio centrífugo submerso submarino (BCSS), instalado em um compartimento especial no mar, separado dos poços produtores. A vantagem desse sistema será a redução de custos de manutenção do equipamento.

A WEG forneceu um pacote elétrico para a plataforma P-57 da Petrobras, que irá atuar no Espírito Santo e foi batizada no mês de outubro. O contrato do fornecimento dos equipamentos foi assinado em agosto de 2008. Após o ato de assinatura, os equipamentos da WEG foram enviados ao estaleiro Keppel Shipyard, em Cingapura, onde o navio foi convertido e a maioria dos produtos fornecidos foram integrados à plataforma.

WEG fornece pacote elétrico

O batismo da plataforma P-57 tem um significado importante também para o estado do Espírito Santo, que avançou muito na produção de petróleo e gás na última década. Depois de anos como o quinto produtor do país, o estado pulou para a segunda colocação esse ano. Com a entrada da nova plataforma e de outras que estão sendo construídas, a expectativa é que o estado capixaba fique autossuficiente em petróleo. Esse histórico de mudança na posição no ranking de principais produtores de petróleo e gás no Brasil deve-se muito à descoberta do Parque das Baleias, em 2001. Formado por sete campos petrolíferos na Bacia de Campos, a cerca de 80 km da costa capixaba, o Parque das Baleias possui uma reserva de óleo estimada em 3 bilhões de barris (1,5 no pós-sal e 1,5 no pré-sal). Em 2015, a Petrobras espera produzir 500 mil barris de petróleo por dia nessa região. Além da P-57, a plataforma FPSO Capixaba, na área de Baleia Franca, entrou em operação este ano e deve atingir o pico de produção ao longo de 2011. Em 2012, será a vez da entrada em produção da plataforma Cidade de Anchieta, que extrairá petróleo do pré-sal de seis poços no campo de Baleia Azul. Também para a área, a Petrobras está finalizando a contratação da P-58, que produzirá petróleo do pós-sal e do pré-sal.

Do pacote constam: painéis de média tensão, painéis de baixa tensão, CCMs (Centro de Controle de Motores) e transformadores de média e baixa tensão a seco, entre outros subsistemas de supervisão e segurança. E através de parceria com vários OEMs (fabricantes de equipamento original), o fornecimento é completado por motores para compressores de gás, vendidos para a MAN Turbo; motores para bombas de água, entregues à Sulzer do Brasil; e motores para bombas de aplicação geral, para a KSB do Brasil. Todos os produtos possuem certificação da ABS (American Bureau of Shipping) e de área classificada conforme normas brasileiras e internacionais.

TN Petróleo 74

39


capitalização petrobras

Capitalização

necessária por Maria Fernanda Romero

No final de setembro, a Petrobras fez a maior oferta de ações do mundo, levantando R$ 120 bilhões, recursos que trouxeram para o caixa da companhia US$ 25 bilhões. Segundo a empresa, a capitalização de US$ 69,9 bilhões foi necessária para a companhia reduzir o nível de endividamento e garantir o plano de investimentos de US$ 224 bilhões até 2014. Entretanto, a estatal ainda terá que levantar US$ 60 bilhões no mercado de dívidas nos próximos cinco anos para financiar seu programa de investimentos.

40

TN Petróleo 74

Foto: Agência Petrobras

A

Petrobras realizou a maior operação de aumento de capital na história do mundo, com emissão de mais de quatro bilhões de ações. Durante entrevista coletiva à imprensa, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, considerou que a empresa não podia “deixar passar a oportunidade de explorar e produzir cinco bilhões de barris”. A oferta de capital elevou a companhia de quarto para o segundo lugar entre as empresas de petróleo de capital aberto: em 23 de setembro de 2010, a Petrobras atingiu US$ 223,2 bilhões em valor de mercado, atrás apenas da Exxon Mobil. Antes da oferta, o valor de mercado da Petrobras era de US$ 147 bilhões. Segundo o presidente da estatal, apenas US$ 10 bilhões serão alocados para explorar nos

próximos cinco anos os campos que deverão garantir à empresa até cinco bilhões de barris de óleo equivalente. No total serão instalados três testes de longa duração nesses prospectos até 2014. Pelo plano de negócios da Petrobras, a produção da companhia vai atingir 3,9 milhões de barris diários em 2020 e, para manter a

atual proporção entre produção e reservas provadas em 15 anos – o tempo que demoraria para as reservas acabarem se mantido o ritmo de produção –, será necessário adquirir 25 bilhões de barris de reservas até 2020. Para Gabrielli, as atuais oportunidades de concessões no présal que ainda não têm a comer-


Pessoas físicas na oferta local

Oferta internacional

Outros na oferta local

Oferta internacional

0,1%

0,3% 4,0%

Previdência privada na oferta local

Outros na oferta local

Fundos de investimento na oferta local

2,46% Pessoas físicas na oferta local

Investimentos estrangeiros na oferta local

1,64%

0,7%

5,9%

1,3%

1,3%

2,69% Investimentos estrangeiros na oferta local

2,96%

15,2%

31,3%

Fundos de investimento na oferta local Pessoas jurídicas ligadas na oferta local

Pessoas jurídicas ligadas na oferta local

Ações preferenciais

Ações ordinárias

1,9 bilhão de ações = US$ 29,1 bilhões Oferta local: 86%

2,37 bilhões de ações = US$ 40,9 bilhões Oferta local: 85,5%

cialidade declarada, somadas aos barris da cessão onerosa, podem significar um nível de reservas entre 30 bilhões e 35 bilhões de barris até 2014. Segundo o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, que também participou da entrevista, o dinheiro da capitalização reduziu o nível de endividamento da Petrobras, que estava próximo dos limites considerados aceitáveis antes da oferta pública. De acordo com Gabrielli, a capitalização fez com que a relação entre o capital próprio e a dívida líquida da empresa caísse de 35% para 16% ao final do segundo trimestre depois da capitalização, graças ao aumento do capital próprio da companhia. “Com isso, tiramos do horizonte dos próximos cinco anos a dificuldade potencial para o financiamento da companhia”, disse, lembrando que o patamar de 35% na relação entre capital próprio e dívida poderia ameaçar o grau de investimento obtido pela Petrobras.

US$ 60 bilhões em cinco anos De acordo com Gabrielli, a Petrobras terá que captar US$ 60

bilhões no mercado de dívidas nos próximos cinco anos para financiar seu programa de investimentos. O executivo apontou que o valor a ser financiado via endividamento “não é um grande desafio para a Petrobras”. Pelas estimativas da empresa, com o preço do barril de petróleo na média de US$ 80, serão gerados US$ 155 bilhões de caixa para a companhia até 2014. O plano vigente, para o período 2010-2014, prevê investimentos de 224 bilhões de dólares. Na entrevista, o presidente da Petrobras ressaltou que os campos da cessão onerosa – que foi paga com parte dos recursos obtidos na capitalização – vão representar relativamente pouco desse investimento. O executivo revelou que a maior parte dos investimentos da Petrobras em exploração vai ficar fora das áreas da cessão onerosa e informou: “Os campos da Bacia de Santos sob regime de concessão vão receber 13 testes de longa duração até 2014.” Além disso, até 2014, a estatal prevê abrir 14 mil postos de trabalho, vagas que serão preenchidas por concurso público, de acordo

com o executivo. Questionado se poderia haver uma nova emissão de ações, ele disse que a empresa levantará os recursos somente por meio de endividamento. Mas concorda que uma eventual nova emissão de ações preocupou o mercado, porque provocaria uma diluição ainda maior da participação de minoritários. Quanto às perdas das ações da estatal no início de outubro, Gabrielli disse que isso é normal para uma empresa que fez a maior oferta pública da história. “Houve ajuste de preço-alvo, normal para a empresa que lança 120 bilhões de reais”, disse Gabrielli.

Números de peso O número de ações inclui as ofertas base (com 2,2 bilhões de ON e 1,6 bilhão de PN), o lote adicional (119,8 milhões de ON e 202,6 milhões de PN) e o lote suplementar (75,2 milhões de ON e 112,8 milhões de PN). O valor levantado chegou a R$ 120,2 bilhões ou US$ 69,9 bilhões. O preço, por ação, foi de R$ 29,65 para as ações ordinárias negociadas no Brasil e de R$ 26,30 para as preferenciais. Nos Estados Unidos, na Bolsa TN Petróleo 74

41


capitalização petrobras

Composição acionária antes da oferta Em 30/07/2010 (ações mm)

ON

%

PN

%

Total

%

2.819

55,6

0

2.819

32,1

98

1,9

574

15,5

673

7,7

1.261

24,9

1.274

34,4

2.535

28,9

Estrangeiros (Resolução n. 2689 CMN)

251

4,9

511

13,8

762

8,7

Outros

644

12,7

1.342

36,3

1.986

22,6

5.073

100

3.701

100

8.774

100

União Federal BNDES/BNDESPar ADR nível 3

Total Proporção ON:PN

57,8

42,2

100

Composição do Capital Social após a oferta* Após oferta (ações mm)

ON

%

PN

%

Total

%

3.991

53,6

66

1

4.057

31,1

BNDES/BNDESPar

398

5,4

1.344

24

1.742

13,4

Fundo Soberano

344

4,6

162

2,9

506

3,9

1.521

20,4

1.444

25,8

2.964

22,7

Estrangeiros (Resolução n. 2689 CMN)

387

5,2

747

13,3

1.134

8,7

Outros

801

11

1.840

32,8

2.641

20,2

7.442

100

5.602

100

13.044

100

União Federal

ADR nível 3

Total Proporção ON:PN

57,1

*considerando as ações do lote suplementar e do lote adicional

42,9

100

de Nova York, os preços foram, respectivamente, de US$ 34,49 e US$ 30,59. A oferta prioritária (para os que já eram acionistas da Petrobras) atingiu US$ 49,4 bilhões. A institucional chegou a US$ 18,1 bilhões; deste total, US$ 9,5 bilhões foram levantados no Brasil e US$ 8,6 bilhões no exterior. A oferta ao varejo, por sua vez, atingiu US$ 2,4 bilhões, sendo US$ 1 bilhão captado no país e US$ 1,4 bilhão no mercado internacional. Na oferta ao varejo, 8,9 mil acionistas compraram ações ON e 46,4 mil optaram pelas PN no país. Os fundos de investimento, que permitiam aportes mínimos de R$ 200, atraíram, ao todo, US$ 52 milhões com 18 mil cotistas. Os empregados da Petrobras também participaram da operação: 14,9 mil funcionários investiram na companhia, com US$ 392,1 milhões. No exterior foram investidos US$ 1,4 bilhão.

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refino

Refino

modernizado

A Petrobras inaugurou, em outubro, as unidades de Coque e de Hidrotratamento de Diesel da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), em cerimônia que contou com as presenças do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo. por Beatriz Cardoso

A

inauguração das unidades de coque e hidrotratamento de diesel da Revap fazem parte da obra de modernização de sua planta industrial. Com investimento da ordem de US$ 3,5 bilhões, a refinaria está trabalhando para a conclusão das obras em 2011. Com a modernização, o faturamento da refinaria deverá

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aumentar em 6,5% e a arrecadação do ICMS em 15%, já que a unidade estará adaptada para processar, percentualmente, maior volume de petróleo nacional e produzir derivados ambientalmente mais adequados, de alta qualidade e maior valor agregado. A Unidade de Coque converte o óleo combustível em GLP (gás de cozinha), nafta, gasolina, diesel e produz coque de petróleo, en-

quanto a Unidade de Hidrotratamento de Diesel produzirá derivados de alta qualidade e baixo teor de enxofre, como o Diesel S-50. Durante a cerimônia, Lula parabenizou a direção da estatal por investir na produção de um diesel mais limpo. Com duas amostras, o presidente da República comparou a coloração amarelada do diesel atual com a transparência do combustível com menos enxofre.


Foto: Agência Petrobras

Revap

Início da operação........................24/03/1980 Área da refinaria................................10,3 km² Empregados próprios................................ 893 Empregados contratados....................... 1.500 Capacidade.......................252.000 barris/dia Faturamento 2009.................R$ 10,6 bilhões ICMS 2009............................. R$ 684 milhões IPTU 2009............................... R$ 3,7 milhões

Modernização

Investimento..............................US$ 3 bilhões Empregos...14 mil no pico da obra em 2009 Qualificação da mão de obra local........ 7.195

“O diesel como é hoje parece aquele óleo que a gente usa para fritar um bife”, brincou. Lula também abordou a importância dos investimentos da companhia nas obras de modernização das 11 refinarias da Petrobras no Brasil e da construção de outras cinco refinarias (Clara Camarão, Abreu e Lima, Premium 1, Premium 2 e Comperj), permitindo que o país tenha ganhos econômicos através da produção de derivados com maior valor de mercado. “Há sete anos a Petrobras está investindo US$ 23 bilhões para modernizar suas refinarias para que a gente possa não apenas exportar o petróleo cru, mas óleo diesel já refinado com 50 ppm ou até 10 ppm”, informou.

O presidente Gabrielli começou seu discurso lembrando que a Revap é a “refinaria caçula da Petrobras”, a última a ser construída, há 30 anos, em 1980. Assim como a Rlam, a refinaria mais antiga da Petrobras que completou 60 anos recentemente, a Revap também foi remodelada para atender a capacidade do país. “Há 30 anos a produção de petróleo no país saltou de 181 mil barris diários de petróleo para quase dois milhões de barris. Nesse período focamos em transformar as refinarias que foram construídas principalmente para processar o petróleo leve que era importado em uma refinaria capaz de processar o petróleo produzido no Brasil”, explicou. Gabrielli também falou sobre a flexibilidade que o atual sistema de refino permite ao mercado nacional: “Esta refinaria representa uma nova etapa da Petrobras. De um lado, a unidade de coque permite processar mais petróleo pesado, produzindo mais diesel. Por outro lado, também avançamos com o hidrotratamento na redução de enxofre da nossa produção. Além disso, daremos mais flexibilidade ao sistema, adaptando a produção de diesel e gasolina às necessidades do mercado brasileiro”, completou. Os principais produtos produzidos na Revap são querosene de aviação, gasolina, gás de cozinha, óleo diesel, nafta petroquímica, óleo combustível, asfalto e propeno. A refinaria atende a demanda de derivados de petróleo no Vale do Paraíba, sul de Minas Gerais, litoral norte de São Paulo, Sul Fluminense, parte da grande São Paulo e dos estados do Centro-Oeste.

Modernização Foi em março deste ano que a Revap comemorou 30 anos. Atualmente, ela responde por 14% da

produção de derivados de petróleo no país, processando 252 mil barris de petróleo por dia. Instalada em uma área de 10,3 milhões de m², opera com 879 empregados próprios. A Unidade de Propeno, a primeira do Projeto de Modernização, cuja produção atende à indústria petroquímica, entrou em operação em 2008. No ano seguinte, a Revap iniciou a operação do Turboexpansor (sistema de geração de energia elétrica), com capacidade de produzir cerca de 20 Megawatts para a refinaria. Este ano entraram em operação a Unidade de Tratamento de Hidrocarboneto Leve de Refinaria (UTHLR), que envia gás como insumo para a Petroquímica Quattor (antiga PQU) e a unidade de Nafta de Coque. Entraram em operação ainda outras unidades e sistemas auxiliares para a operação da refinaria como a ETDI (Estação de Tratamento de Despejos Industriais), a ETA (Estação de Tratamento de Água), caldeiras e torres de resfriamento. Além da atualização tecnológica, a modernização da planta da Revap proporcionará a implantação de processos ambientalmente relevantes e a produção de combustíveis mais limpos. Outros benefícios serão o aumento na arrecadação de impostos para o município, a geração de divisas com a redução de importação de derivados, exportação do excedente de gasolina dentro dos padrões internacionais de qualidade, redução dos gastos com a importação de petróleo e a redução de 96% das emissões de enxofre nos combustíveis automotivos. No pico da obra, a modernização gerou 15 mil empregos. Hoje atuam na obra cerca de oito mil pessoas, basicamente da região (São José dos Campos, Jacareí e Caçapava). TN Petróleo 74

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Foto: Agência Petrobras

rlam 60 anos

A mãe de todas as

refinarias

N

o dia 29 de setembro a Petrobras comemorou o sexagésimo aniversário da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), a mais antiga unidade de refino da estatal, em cerimônia na qual o presidente Lula homenageou o primeiro funcionário da refinaria, Antônio Celestino dos Santos. O presidente da República falou sobre o pioneirismo da RLAM, construída três anos antes da Petrobras. “A RLAM pode ser considerada uma espécie de irmã mais velha da Petrobras, pois começou a operar três anos antes da criação da estatal.” José Sergio Gabrielli de Azevedo, presidente da Petrobras, destacou o impacto histórico da

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refinaria no desenvolvimento da economia regional. “Quando foi criada, a refinaria processava 2,5 mil barris e o Brasil produzia algo próximo de 2 mil barris. Essa refinaria provocou uma revolução na Baía de Todos os Santos – toda indústria que cresceu na Bahia foi influenciada pela unidade”, observou. E falou do potencial de crescimento da RLAM e sua importância no refino nacional, por meio das obras de modernização da refinaria, que atualmente emprega 8.500 pessoas. “As obras na refinaria visam não mais aumentar a produção, mas melhorar a qualidade do produto final, diminuindo a quantidade de enxofre nos combustíveis”, ressaltou. A RLAM se prepara para colocar em operação novas unida-

des industriais que vão produzir combustíveis menos poluentes a partir de 2011. Com estes investimentos, a Petrobras trabalha para adequar a unidade às novas exigências da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em relação ao teor de enxofre da gasolina e do diesel. “Vamos retirar de 70% a 90% do teor de enxofre dos combustíveis”, disse o gerente geral da RLAM, Cláudio Pimentel, durante entrevista coletiva, no dia anterior ao do evento. Atualmente a refinaria representa 25% de arrecadação de ICMS do estado da Bahia. De acordo com Pimentel, a tendência é de aumento nessa arrecadação diante de um mercado aquecido. “A demanda nessa região está cres-


Foto: Agência Petrobras

cendo de 14% a 15% em relação ao ano passado, mostrando grande vigor do mercado”, informou Pimentel. A RLAM é a segunda maior refinaria da companhia em capacidade e complexidade, com potencial para processar até 323 mil barris de petróleo diários. A refinaria iniciou sua operação com uma capacidade de processamento de 2,5 mil barris por dia e, nesses 60 anos, aumentou 130 vezes esse volume. Em suas instalações funciona a maior unidade de craqueamento catalítico (fracionamento do petróleo com o uso de catalisadores) de resíduos da América Latina, a U-39. Além disso, a refinaria conta com uma fábrica de asfalto, parques de armazenamento para petróleo e derivados, estações de carregamento rodoviário, uma

estação de medição para produtos acabados, uma central termelétrica, uma estação de tratamentos de efluentes industriais e um sistema de tratamento de águas.

Uma refinaria pioneira A Refinaria Landulpho Alves começou a ser construída ainda no fim dos anos 1940, antes mesmo da criação da Petrobras. Na época, o debate sobre o melhor modelo para exploração, produção e refino do petróleo no país mobilizava a atenção da opinião pública. Com o crescimento da

produção de óleo no município de Candeias, na Bahia, o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), órgão federal, decidiu investir na região. O local escolhido foi o terreno da antiga fazenda Porto Barreto, em Mataripe, às margens da Baía de Todos os Santos. Trabalharam no empreendimento profissionais de todo o Brasil e também do exterior: Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Polônia e Itália. Em 17 de setembro de 1950, a unidade começou a operar, com capacidade instalada de 2,5 mil barris por dia. (BC)

A capacidade nominal de processamento de gás no Espírito Santo chegará a 12 milhões de m³ por dia. A Petrobras colocou em operação em outubro o segundo módulo da unidade de tratamento de gás de Cacimbas (UTGC), a pré-operação da unidade de tratamento de gás sul capixaba (UTG Sul) e o campo de gás de Canapu, no norte do estado. Com o começo da atividade das unidades de tratamento, a capacidade nominal de processamento de gás no Espírito Santo chegará a 12 milhões de m³ por dia, mesmo volume que passará a ser produzido no estado com o início da operação de Canapu. O segundo módulo da UTGC tem uma unidade de processamento de gás natural e uma unidade de processamento de condensado de gás natural e elevará a capacidade de processamento do empreendimento,

Foto: Agência Petrobras

Novos projetos de gás no Espírito Santo

que fica no município de Linhares, para 9 milhões de m³ por dia. A produção de gás de cozinha (GLP) passará a 1.800 toneladas por dia. Em comunicado enviado ao mercado, a Petrobras informou que, para 2011, está prevista a inauguração do módulo 3, que elevará a capacidade de processamento para 16 milhões de m³ de gás, 2.700 toneladas de GLP e 5.300 m³ de condensado.

Já a UTG Sul, no município de Anchieta, processará até 2,5 milhões de m³ de gás natural produzido no Parque das Baleias, na parte capixaba da Bacia de Campos. Em Canapu será instalado o primeiro projeto de gás natural a operar em águas profundas no Brasil, em lâmina d’água de 1.600 m. Serão produzidos 2 milhões de m³ por dia, em um único poço interligado à plataforma do tipo FPSO Cidade de Vitória. TN Petróleo 74

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pré-sal

Começa a

produção definitiva em Tupi

O FPSO Angra dos Reis, que entrou em operação no dia 28 de outubro, é a primeira unidade programada para produzir em escala comercial na área de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos. A plataforma, que extrairá óleo leve de alto valor comercial e é a primeira do sistema de produção definitivo de Tupi, vai coletar informações fundamentais para o desenvolvimento da exploração das grandes acumulações de petróleo descobertas nos por Maria Fernanda Romero últimos anos no pré-sal.

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FPSO Cidade de Angra dos Reis está instalado em área próxima ao FPSO Cidade de São Vicente, que faz o teste de longa duração de Tupi (TLD) desde maio do ano passado, e já produziu cerca de sete milhões de barris de petróleo. O sistema-piloto, que iniciará atividades após a declaração de comercialidade, complementará os dados técnicos colhidos pelo TLD com informações críticas sobre o reservatório e a produção, indispensáveis à concepção das futuras unidades que irão operar no pré-sal. De início, a nova plataforma está conectada ao poço RJS-660, que será testado tecnicamente até a declaração de comercialidade (DC) da jazida, prevista para o final de dezembro, quando estará concluída, também, a sua interligação a outros poços produtores e a área de Tupi entrará na fase de 48

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desenvolvimento da produção. A área de Tupi é operada pela Petrobras (65%) em parceria com as empresas BG Group (25%) e Galp Energia (10%). De acordo com a Petrobras, ele contribuirá, também, para o aprimoramento dos projetos de construção de poços e dos sistemas submarinos de coleta da produção, assim como para a avaliação do desempenho de diferentes métodos de recuperação (extração de petróleo) do reservatório. Durante coletiva a jornalistas, o gerente executivo de Exploração e Produção do Pré-sal, José Miranda Formigli, ressaltou os desafios do empreendimento. “Em 2008, quando estabelecemos metas de produção comercial no pré-sal, muitos analistas da indústria consideraram

que seria muito difícil atingirmos tais objetivos, pois dentre outros fatores havia a distância de quase 300 km da costa, o teor de CO2 e como este gás influenciaria nos equipamentos como resistência à corrosão”, lembrou o gerente.

Tupi: média de 50 mil barris por dia em 2011 Ainda na coletiva, Formigli afirmou que FPSO Angra dos Reis tem previsão de produzir em média 50 mil barris por dia em 2011, devendo atingir um pico de 70 mil barris por dia até o final do próximo ano, com possibilidade de chegar a 75 mil barris. Ele indicou que em dezembro deste ano, a produção de gás natural deverá ficar entre 1,5 milhão a 2 milhões de m³ por dia e que a unidade só vai atingir sua capacidade máxima de 100 mil barris por dia em 2012. Segundo Formigli, ainda este ano, a perspectiva é de conectar apenas dois dos seis poços previs-


Foto: Agência Petrobras

Capacidade de tancagem...............................................................2 milhões barris Comprimento total.............................................................................................330 m Embocadura......................................................................................................... 58 m Calado total............................................................................................................19 m Tripulação................................................................................................................100 Processamento de óleo...........................................................................100 mil bpd Processamento de água........................................................................... 90 mil bpd Compressão de gás.....................................................................5 milhões de m³/d Sistema de ancoragem................spread mooring com 24 linhas de ancoragem

tos para serem ligados à plataforma. “Isso deve ocorrer pela impossibilidade de escoamento do gás natural produzido na área, enquanto não for concluído o gasoduto ligando a unidade de processamento à cidade de Taubaté (SP)”, explicou.

Declaração de comercialidade Com a conclusão do TLD e da perfuração de outros poços exploratórios, a Petrobras encaminhará à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o Relatório Final de Avaliação da área de Tupi, junto com a Declaração de Comercialidade da jazida. Formigli considera que a comercialidade do novo campo deverá ser declarada até o fim do ano na ANP. De acordo com a estatal, até o momento já foram perfurados nove poços, naquela acumulação, com resultados excelentes para a empresa. O nono poço explo-

ratório, concluído em outubro, confirma o alto potencial de óleo leve e gás natural recuperável daquela jazida, estimado pela empresa entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente. “Esse poço comprovou, também, que a acumulação de petróleo não só se estende até o extremo sul da área do Plano de Avaliação, como, também, que a espessura do reservatório com óleo chega a cerca de 128 m, o que reduz as incertezas das estimativas de volume de hidrocarbonetos da área. Até o final de dezembro ainda serão perfurados dois novos poços”, informou a Petrobras em nota.

Características técnicas Afretado da empresa Modec, o FPSO Cidade de Angra dos Reis está ancorado em profundidade de água de 2.149 m e tem capacidade para produzir, por dia, até 100 mil barris de óleo e processar até 5 milhões de m³ de gás.

No pico de produção, seis poços produtores de petróleo, um poço injetor de gás, um injetor de água e outro capaz de injetar água e gás alternadamente estarão conectados ao navio. O óleo produzido será escoado por navios aliviadores para terminais instalados em terra. O gás será separado do óleo nas instalações do FPSO. Uma parte será aproveitada para geração de energia a bordo e o excedente terá dois destinos: poderá ser reinjetado no reservatório de petróleo no processo de produção ou exportado para terra por gasoduto que ligará o FPSO à plataforma de Mexilhão, que opera um campo de gás na mesma bacia em águas rasas. De Mexilhão, o gás será escoado para a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, em construção na cidade de Caraguatatuba (SP). Ali ele será tratado antes de ser despachado para o mercado consumidor. TN Petróleo 74

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cobertura rio oil & gas 2010

Recorde de p煤blico... 50

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...e de neg贸cios TN Petr贸leo 74

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A 15ª edição da Rio Oil & Gas quebrou diversos recordes. Antes mesmo do final do evento, 46 mil visitantes, de 51 países, já tinham passado pelos corredores da exposição e conferência. O número é superior em 15% ao público de 39 mil pessoas da última edição, em 2008. “Não foi apenas a maior Rio Oil & Gas, foi a melhor de todas as edições”, exultou o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos de Luca, na cerimônia de encerramento do evento. Na conferência técnica, os números de trabalhos apresentados e o de países participantes também foram recordes. Foram 740 trabalhos de autores de 28 países; e 1.750 estudantes de áreas relacionadas à industria de óleo e gás participaram do programa Profissionais do Futuro. O programa ofereceu palestras, mesas-redondas e visitas a empresas e estandes da feira. A exposição ocupou cinco pavilhões e duas tendas extras, totalizando 37.000 m² de extensão. “O Rio é a capital do petróleo”, comemorou, durante a cerimônia de abertura, o diretor de Abastecimento e presidente em exercício da Petrobras, Paulo Roberto Costa. por Cassiano Viana, Maria Fernanda Romero, Rodrigo Miguez e Karla Menezes

A Rio Oil & Gas 2010 em números Área: cinco pavilhões, duas tendas extras, 37.000 m²; Feira e Congresso: 53 mil visitantes, de 51 países; 1,3 mil expositores, de 26 países; 777 trabalhos de autores, de 27 países

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energia e indústria cobertura rio oil & gas naval 2010


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recorde de público e de negócios

Intercâmbio

necessário O s inúmeros desafios enfrentados pela indústria brasileira de petróleo e gás no Brasil, tanto de ordem tecnológica como de ordem operacional e de recursos humanos, foram o tema dos principais painéis e sessões da Rio Oil & Gas 2010, que se realizou entre os dias 13 e 16 de setembro, no Riocentro. A reflexão sobre aspectos tecnológicos da extração de petróleo no pré-sal, a explotação e refino de óleo pesado, o transporte de gás produzido em águas profundas, a necessidade de simplificar projetos de unidades flutuantes de produção e a demanda por novos materiais

e soluções para sistemas subsea permearam os debates técnicos. Mais além destes fatores tecnológicos, que reuniram especialistas de empresas de vários segmentos da cadeia produtiva de petróleo e gás, a questão da competitividade da indústria nacional e a formação e qualificação contínua de capital humano para fazer frente às demandas crescentes também estiveram na pauta do dia. Cumpriu-se assim um dos objetivos dos organizadores, de alavancar o debate e reforçar a participação de trabalhos técnicos na conferência, em busca do intercâmbio e da disseminação do conhecimento para um setor ávido por inovação.

Sessão especial: Os desafios do pré-sal

O projeto-piloto de Tupi deve ser implementado ainda este ano e a previsão é de que até o início de 2012 ele produza 100 mil barris/ dia. Mas a grande quantidade de CO2 associada ao óleo será um dos principais desafios da Petrobras. Preocupado com aspectos relacionados ao aquecimento global, o assessor técnico de Gerenciamento de CO2 de E&P do pré-sal, Alberto Sampaio de Almeida, informou, durante a sessão especial e intitulada ‘Desafios e soluções tecnológicas para desenvolvimento do pré-sal’, que a empresa adotou a opção de reinjetar o gás no próprio reservatório. TN Petróleo 74

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cobertura rio oil & gas 2010

Dados preliminares dão conta de que, em Tupi, a proporção de CO 2 é de 12%. Serão cinco poços produtores de petróleo e gás e três poços injetores, sendo dois para reinjeção de gás e CO2 e outro para injeção de água. “No pré-sal o processo é mais crítico porque estamos em um ambiente offshore distante 300 km da costa e a uma profundidade enorme”, disse Sampaio, lembrando que não está descartada a possibilidade de (no futuro) reinjetar o gás em cavernas de sal ou em campos que não produzem mais. O gerente de Tecnologia de Processamento de E&P da Petrobras, Giovanni Cavalcanti Nunes, explicou que o CO2 é altamente corrosivo, forma ácidos indesejáveis e precisa ser tratado em estruturas feitas com material especial e muito resistente. O armazenamento é mais uma questão relevante, já que o gás não pode ‘escapar ’ de onde estiver capturado. Outro desafio na E&P do pré-sal é o alto índice de salinidade da água associada ao óleo e ao gás. “É um ambiente geológico novo e nenhuma empresa no mundo tem esta experiência. A partir do que observarmos em Tupi é que vamos escolher a tecnologia e a metodologia das operações nas outras áreas. 54

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Nosso maior gargalo vai ser separar o óleo da água e do CO2. Mas nenhum desafio será obstáculo”, completou o executivo.

Autossuficiência em derivados até 2014 O Brasil deve alcançar a autossuficiência em derivados de petróleo até 2014. A afirmação foi feita pelo diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, durante a sessão plenária ‘Crescimento econômico X Demanda de combustível: o desafio da próxima década’. Costa explicou que atualmente a capacidade instalada de refino da Petrobras no Brasil é de cerca de 2 milhões de barris por dia e que, até 2014, deve ser ampliada em mais de 700 mil barris. “Somos autossuficientes em petróleo. Em derivados, ainda não”, disse. A ampliação do refino, segundo Costa, deve superar a expansão da demanda brasileira por combustíveis, que tem sido forte, puxada pelo crescimento econômico. Somente no primeiro semestre deste ano, o diretor da Petrobras contou que o consumo brasileiro de combustíveis aumentou em 12%. “O crescimento foi em diversos combustíveis, mas entre os principais estão diesel, gasolina e combustível de aviação”, acrescentou.

Para 2020, a previsão é de que a capacidade instalada de refino da Petrobras chegue a 3,2 milhões de barris por dia, com a conclusão dos cinco grandes projetos previstos pela companhia. São eles: as refinarias Premium I e II, no Maranhão e no Ceará, respectivamente, a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e Refinaria Clara Camarão, no Rio Grande do Norte. O crescimento dos carros bicombustíveis – que são a grande maioria dos veículos vendidos atualmente – é outro desafio para a Petrobras. Costa diz que, de acordo com a variação do preço do álcool, o consumo da gasolina varia muito e a companhia tem de estar preparada para responder a isso. “Hoje, o consumidor é quem decide o que vai usar no carro de acordo com o preço na bomba.” A área de abastecimento da Petrobras receberá 33% do total de investimento de US$ 224 bilhões previsto para o período de 2010 a 2014. A maior fatia desse orçamento vai para a área de exploração e produção, que fica com 53% dos recursos. Costa apresentou também as previsões para o aumento da produção de petróleo da companhia, que deve passar dos 2,7 milhões de barris por dia, em 2010, para 3,4 milhões de barris por dia, em 2014. Para 2010, a previsão é de alcançar produção diária de petróleo de 5,3 milhões de barris por dia.

Gás não convencional estimula mudanças no mercado de energia “Estamos vivendo uma revolução. O Gás Não Convencional está transformando o negócio da energia em todo o mundo.” Desta forma o diretor de Energia na América Latina da IHS Cera,


recorde de público e de negócios

Enrique Sira, definiu a produção de gás de xisto, um assunto que ganha espaço nos Estados Unidos, país que nos últimos três anos tornou-se quase autossuficiente em gás natural, sobretudo por apostar na produção não convencional. O executivo caracteriza o produto como “uma virada de jogo” e aponta que hoje os EUA têm capacidade de suprir a demanda interna por até 20 anos. “Ainda não estamos na capacidade máxima. A estimativa é que somente o gás não convencional atenda a uma demanda de 75 anos”, afirmou, durante o respectivo painel. Mas quais são as barreiras para que o gás não convencional chegue ao resto do mundo? Outro especialista e ex-membro da Agência Internacional de Energia, Guy Grancis Caruso, citou aspectos como problemas polí-

ticos, regime fiscal e limitações tecnológicas. Ele explica que o produto veio para ficar e a prova é que já tem impactado de forma direta projetos relacionados com o comércio de gás, em particular na cadeia do GNL. “Hoje existe uma incerteza sobre as tendências de preço do Gás Natural no mercado. Isso também é reflexo do gás de xisto”, analisou. O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro lembrou que, “no Brasil, ainda nem se sabe ao certo o que é gás não convencional”. Para ele, se trata de uma grande oportunidade, mas ainda não existe legislação e conhecimento tecnológico que incentivem a produção nacional. “Ainda não está claro para onde este mercado vai caminhar. Mas temos que estar preparados para as mudanças que já estão ocorrendo”, concluiu.

Países emergentes apostam em refino e fortalecem indústria O painel ‘Tendências para a indústria de refino no mundo’ apontou para uma concentração cada vez maior do consumo e produção de produtos refinados nos países emergentes, enquanto que nos países desenvolvidos este mercado está perdendo força. Isto se deve, sobretudo, às restrições ambientais cada vez mais rigorosas na Europa e nos EUA, e à queda do consumo de gasolina nestas regiões. Para o vice-presidente de Consultoria Estratégica da KBC Consultant, John Dosher, há perspectivas de mudanças radicais na indústria de refino.


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cobertura rio oil & gas 2010

Miguel Rosseto, presidente da Petrobras Biocombustíveis, durante a Sessão Plenária ‘Desafio dos biocombustíveis’

O Brasil é um exemplo de como os países emergentes vão impulsionar o crescimento do setor nos próximos anos. A Petrobras vai investir, em novas refinarias e abastecimento, US$ 73,7 bilhões, até 2014, sendo que metade em novas instalações e 11% em melhorias. Além das 12 refinarias já existentes no país, a empresa está construindo outras quatro (Premium I, Premium II, RNEST/Abreu Lima e Comperj). Isto vai aumentar a produção nacional dos atuais 1,8 milhão de barris por dia para 3,1 milhões até 2020. Apesar das perdas significativas apresentadas pelo mercado mundial nos últimos 18 meses – de 2,4 milhões de barris por dia – o diretor-executivo de Refino, Planejamento e Avaliação da Hart Energy Consulting afirmou que a capacidade de refino no mundo vai crescer 15% até 2020, passando para 102 milhões de barris por dia, o que comprova que este é um mercado promissor. Enquanto as economias maduras penam com taxas de crescimento baixas, os países em crescimento – como os da Ásia e da América Latina – apresentam taxas mais elevadas e uma expansão acelerada do consumo, 56

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o que se reflete no mercado de refino. Enquanto a demanda por gasolina irá aumentar, até 2025, de 42% para 58% na China e, na América Latina, de 47% para 53%, por exemplo, na Europa vai haver redução de 31% para 22% no período, de acordo com John Dosher. Outras tendências apontadas durante o painel é o fortalecimento do setor petroquímico e a integração entre esta área e o refino. “As empresas não podem perder a oportunidade de diversificar suas atividades e integrar refino e petroquímica é um destes caminhos. Isto pode trazer mais rentabilidade para a operação e otimizar os processos nesta indústria”, afirmou Dosher.

Biocombustíveis: produtividade deve dobrar até 2050 A produtividade média de cana-de-açúcar por hectare plantado deve dobrar até 2050. Além disso, no mesmo período, a eficiência esperada deve aumentar a produtividade das usinas de 82 litros de etanol por tonelada de cana-deaçúcar para 250 litros por tonelada. Essas previsões, baseadas em dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), foram apresen-

tadas pelo diretor-presidente do Grupo Cosan, Marcos Lutz, na Sessão Plenária ‘Desafio dos biocombustíveis’, realizada na Rio Oil & Gas. Com esses ganhos de produtividade, será possível produzir 500 milhões de metros cúbicos a mais no mundo, em 2050, do que o volume atual, mesmo mantendo a mesma área plantada de 2009. Lutz explicou ainda que, somente no Brasil, desde a década de 1970, foram preservados 7 milhões de hectares por causa do aumento de produtividade obtido com os avanços tecnológicos. Os dados, de acordo com o executivo, mostram boas perspectivas para a oferta de etanol no mundo, cuja demanda tende a aumentar devido às preocupações ambientais. O diretor presidente da Cosan ressaltou que, em especial após a crise, grandes investidores de longo prazo entraram no negócio do etanol e que a sustentabilidade é um requisito para esses investimentos. “Para tais investidores de longo prazo, o negócio tem de estar baseado na sustentabilidade ambiental, social e econômica”, afirmou. O Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) tem pronta uma proposta para o setor de biocombustíveis que inclui a criação de uma Secretaria Nacional de Biocombustíveis. A informação foi dada pelo coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV),Roberto Rodrigues, após as palestras do presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rosseto, e do diretor-presidente da Cosan. De acordo com os participantes da plenária, o setor avançou muito


nos Ăşltimos anos. A produtividade por hectare aumentou, hĂĄ uma preocupação cada vez maior com sustentabilidade e iniciativas para melhorar a cadeia logĂ­stica e de armazenamento. Os desafios futuros, porĂŠm, ainda sĂŁo grandes. “Apenas no mercado de etanol, para absorver a demanda projetada, temos uma necessidade estimada de investimentos de US$ 60 bilhĂľes. Esses recursos nĂŁo vĂŁo advir apenas do mercado financeiro, mas tambĂŠm de investidores estratĂŠgicosâ€?, acredita Lutz. A sustentabilidade aparece entre as prioridades de Lutz e do presidente da Petrobras BiocombustĂ­veis. “Precisamos qualificar o fornecimento de matĂŠria-prima. Isso inclui avançar nas pesquisas, tratar resĂ­duos como matĂŠria-prima, qualificar fornecedores e, principalmente, garantir sustentabilidade na organização da atividade econĂ´micaâ€?, resumiu Rosseto, apĂłs listar os avanços realizados nos Ăşltimos dois anos. “AlĂŠm de ampliarmos o mercado com os carros flex, em junho de 2009, fechamos o acordo produtivo das relaçþes de trabalho; em setembro, realizamos o zoneamento agroecolĂłgico que disciplina o territĂłrio da cana-de-açúcar.â€? De acordo com Rodrigues, coordenador do Centro de AgronegĂłcios da FGV e um dos responsĂĄveis pela proposta que serĂĄ entregue pelo IBP ao futuro presidente eleito do Brasil, ĂŠ importante garantir a visibilidade internacional dessas açþes para derrubar os mitos que atrapalham o crescimento do mercado externo. “A produção de biocombustĂ­veis envolve um conjunto de temas que precisam de uma estratĂŠgia definitiva. Atualmente, existem 12 ministĂŠrios envolvidos com esse assunto. Falta estratĂŠgiaâ€?, resume, lembrando que o Brasil pode se

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cobertura rio oil & gas 2010

beneficiar com a expansão da cultura de cana para outros países da África e da Ásia. “É muito melhor exportar tecnologia e equipamentos do que etanol.”

As lições aprendidas em operações em águas profundas Para a diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Magda Chambriard, no painel ‘Lições aprendidas em operações em águas profundas’, o acidente da petroleira BP, no Golfo do México, fez com que as companhias, órgãos reguladores e governo percebessem a necessidade de trocar experiências e conhecimento para aprimorarem a segurança operacional nas plataformas.

Durante o painel, o gerente geral da unidade de serviços submarinos de E&P da Petrobras, Maurício Antonio Costa Diniz, explicou que a companhia procura sempre experimentar novas tecnologias em pequenas áreas, para depois implementá-las em áreas maiores, garantindo o sucesso das operações. “Fazemos nosso desenvolvimento em fases, como foi em Marlim e em Roncador, e agora em Tupi.” No que se refere ao pré-sal, o gerente da Petrobras afirmou que a estatal vai usar as técnicas mais conhecidas pela companhia, mas, em paralelo, estará estudando outras maneiras de produzir na área. “Hoje não temos desafios no présal, e sim oportunidade de ter novos desenvolvimentos”, afirmou. Diniz comentou que a empresa tem tradição de começar o trabalho com Testes de Longa Duração

Logística inédita A construção do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, na floresta amazônica, exigiu da Petrobras e das empresas contratadas a adoção de um esquema de logística inédito no Brasil. Não havia estradas ou portos para a condução de equipes e material; não havia fontes de energia instaladas; não havia infraestrutura de alojamentos, alimentação e comunicações. O cenário era inóspito: mais de 600 km de selva, rios, lagos e pântanos, por onde os dutos teriam que passar entre o centro de captação do gás natural (o poço petrolífero de Urucu) e o destino final. O tema foi abordado pelo engenheiro mecânico Rudy Hamilton Holtz na palestra ‘Os desafios da implantação do gasoduto Urucu-Manaus na floresta amazônica’. Holtz participou do trabalho de supervisão do gasoduto no período 2007-2009. 58

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Especialista da empresa brasileira Altus, responsável pela supervisão, ele disse que, para instalar as 24 estações – as URTs (Unidades Terminais Remotas) – espalhadas pelo trajeto, foi necessário, “muitas vezes”, criar os acessos. “A dificuldade toda era de logística. O que você faria em outros locais com transporte rodoviário instalado, não faz na Amazônia. Nessa região o acesso é muito mais difícil. Você não tem linhas regulares, portos onde deixar o material. Muitas vezes tivemos que construir este local. Tudo muito complicado”, disse Holtz. Para abrigar os trabalhadores, foi preciso até mesmo usar uma embarcação-alojamento, com dormitório, restaurante e sistema de comunicação por telefonia e internet. Em uma das URTs, o acesso era tão complexo que o material teve

(TLD), seguidos de projeto-piloto e, por último, a instalação de unidades definitivas. Ele atribuiu a essa maneira de trabalhar os resultados positivos das operações offshore da companhia. A Petrobras tem hoje 40 plataformas em operações offshore no país e mais de 800 árvores de natal nas bacias brasileiras. Durante o painel, o gerente de projetos da Shell, Kurt Shallenberger, também contou a experiência da companhia no poço Perdido, no Golfo do México, e o gerente geral de operações da Anadarko, Gary Mitchel, falou sobre os desafios e superações da Anadarko no poço Independence Hub, no Golfo do México.

Desenvolvimento de campos de óleo pesado Tida como de grande dificuldade, a extração de petróleo peque ser levado à clareira na floresta pendurado em helicópteros de carga baseados no porto de Coari, no rio Solimões. O gasoduto tem 662 km de extensão, mais 340 km com a soma dos ramais. Gera sete mil empregos diretos e dez mil indiretos. A vazão inicial é de 4,7 milhões de m³/dia. O projeto é chegar a uma vazão máxima de 10 milhões de m³/dia. “O intuito é levar o desenvolvimento à região amazônica. Com o uso do gás natural, há redução da emissão de CO2 e, consequentemente, do efeito estufa. Antes, a energia elétrica da região vinha da queima de óleo diesel pelas usinas termelétricas. O gás subtitui o diesel. E é um benefício também político. O Brasil faz questão de divulgar a energia limpa. Na Amazônia, tínhamos geração de energia poluente. Essa energia nova, de baixo custo, levará à expansão econômica”, disse o engenheiro.


recorde de público e de negócios

sado traz grandes desafios para as empresas petrolíferas – elas têm de adaptar as condições adversas inerentes a este tipo de óleo. Por isso, o desenvolvimento de campos offshore de petróleo pesado foi discutido na Rio Oil & Gas. No projeto Papa-terra as companhias exploradoras da área tiveram algumas dificuldades em achar o ponto ideal para a retirada do óleo pesado. Descoberto em 2003, Papa-terra é operado pela Petrobras em parceria com a Chevron e está localizado a 110 km da costa. Com lâmina d’água de 400 a 1.400 m e relevo com irregularidades, a petrolífera encontrou várias dificuldades, entre as quais a qualidade do óleo, de viscosidade alta, além da alta pressão do poço. Uma das soluções adotadas pela Petrobras foi a sonda do tipo TLP, usada pela primeira vez pela companhia em mares brasileiros, cujos benefícios foram um melhor gerenciamento do reservatório e a facilidade nas estratégias de escoamento do óleo. Esse pacote de benefícios tornou a TLP ideal para o campo Papa-terra. Umas das características da TLP é que ela não causa inclinação da unidade, sendo pouco

suscetível a movimentos devido às ondas. Além disso, por ser uma unidade menor, foi possível aumentar o número de poços. A ideia era fazer o mais simples possível, para facilitar a transferência do óleo para o FPSO. E foram usadas bombas multifásicas na sonda TLP para aumentar a pressão e garantir a transferência do óleo pesado para a FPSO Já o campo de Badejo, posicionado a 100 km da costa, com uma lâmina d’água rasa, é campo maduro e produz desde a década de 1970, sendo que desde 1975 a Petrobras tinha conhecimento do reservatório de Siri. Em 2006, a empresa começou a desenvolver o piloto de produção que entrou em operação em 2008, com o FPSO Cidade Rio das Ostras. Distante 2 km do poço, o FPSO foi transformado em um grande laboratório para o desenvolvimento de tecnologias para o projeto definitivo. A embarcação possui capacidade de produção de 15 mil barris, mas para que o óleo começasse a ser extraído, a Petrobras teve que resolver o problema da estabilização do óleo, que teve que ser resolvido com o aumento da temperatura, a redução da pressão e a utilização de um aditivo.

A representante da Shell, Kent Stigl, destacou a estratégia usada no bloco BC-10, no Parque das Conchas, localizado a 120 km de Vitória (ES). A Shell usou uma solução econômica para a retirada e armazenamento do óleo pesado, reformando e reforçando um FPSO japonês, de 1975, que ficou praticamente com um casco duplo.

Conteúdo local Essencial para caminhar junto do atual crescimento da indústria naval e offshore, o conteúdo local foi alvo de diversos debates nesta edição da Rio Oil & Gas. No painel ‘Desafios da política industrial para maximizar a competitividade e o conteúdo local na cadeia de suprimentos’, o diretor de Upstream da Shell Brasil, Antônio Guimarães, disse que é preciso investimento e incentivo para que o conteúdo local seja entregue com mais qualidade. Para ele, as principais dificuldades para o aumento da competitividade entre as empresas fornecedoras de produtos e serviços são a alta carga tributária


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brasileira, a qualificação da mão de obra, a burocracia, a falta de acesso ao crédito e à tecnologia, e à matéria-prima. O diretor da Shell Brasil definiu a competitividade como a habilidade do supridor de entregar os seus produtos e serviços, na quantidade e qualidade requerida, com preço competitivo, dentro da tecnologia esperada e no tempo que o projeto necessita. Para que isso se torne realidade, é necessário que haja uma política industrial mais robusta, desenvolvida pelo governo, para dar incentivo aos supridores, para o desenvolvimento do conteúdo local de maneira que se tornem competitivos. José Mascarenhas, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), disse que é necessário investir em pesquisa e inovação para atender às exigências da indústria de óleo e gás. Segundo ele, não há fornecedores habilitados em cerca de 40% dos itens necessários para os empreendimentos. “O grande desafio é a questão tecnológica, por causa do alto nível de exigência da indústria. Assim, as empresas fornecedoras de suprimentos precisam se desen60

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volver, para apresentar produtos inovadores que estejam preparados para atender a indústria naval e offshore”, afirmou. Uma das principais críticas dos executivos do setor é a política de punição às empresas que não cumprem o nível de conteúdo local exigido pela legislação. Para eles, ao invés de punir, deveria haver uma forma de incentivo a toda cadeia, como foi feito no Reino Unido, que adotou um sistema com benefícios para aqueles que tiverem maior quantidade de conteúdo local. Isso seria um estímulo aos supridores e operadores para aumentar seus investimentos na modernização do conteúdo local. “Os supridores têm que receber incentivos para acompanhar o crescimento da produção nos próximos anos”, disse Antônio Guimarães, da Shell Brasil. O pré-sal irá trazer novas e complicadas demandas que irão necessitar de uma extensão ainda maior da capacidade de inovação de toda a indústria supridora, assim como as universidades, que deverão investir em pesquisa para o setor.

Chinook & Cascade: O desafio das águas ultraprofundas A sessão especial sobre os campos de Chinook & Cascade, no Golfo do México, abriu os traba-

lhos do terceiro dia de Rio Oil & Gas. Diversos representantes de várias áreas da Petrobras America falaram sobre os desafios enfrentados para este projeto que já se destaca dentre os que tratam de exploração no mundo, com a utilização do FPSO BW Pioneer, a primeira embarcação deste tipo utilizada na extração de petróleo e gás naquela região. Bastante cobiçado por diversas empresas petrolíferas, Chinook & Cascade ficam a 250 km ao sul da costa de Louisiana (EUA), e se estendem até o Texas. A Petrobras começou a operar na região em 2006, com muitas incertezas e ainda com a preocupação com os furacões que todos os anos passam pelo Golfo do México. Os fenômenos climáticos extremos, aliás, foram uma das razões para a empresa ter feito a escolha pela FPSO para este projeto, pois há a possibilidade de deslocamento e desconexão da boia em até 24 horas, ao se prever a chegada de um furacão. Além disso, a FPSO foi selecionada pela facilidade no transporte do petróleo. Para a Petrobras, o uso de FPSO no Golfo do México é completamente viável e deve se tornar uma realidade na região nos próximos anos. O ineditismo que a companhia está colocando na região é tão significativo que não havia regulamentação para a instalação da unidade, já que esse tipo de embarcação nunca havia sido usada nesta parte do mar norteamericano. A solução encontrada foi negociar com as autoridades locais, ao mesmo tempo que o projeto estava sendo desenvolvido. Com poços de até 2.713 m de profundidade, este é considerado o projeto mais complexo da Petrobras, que, pelas estimativas preliminares, terá uma produção inicial diária é de 500.000 m³ de gás e


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80 mil barris, que devem começar a ser retirados do mar até o final deste ano. O óleo armazenado no BW Pioneer (capacidade de até 520 mil barris) será transferido para um navio aliviador (Shuttle Tanker). Para Flávio Dias de Moraes, da Petrobras America, um dos desafios do projeto foi a implantação de novas tecnologias, devido às condições extremas da região – foi preciso um alto uso de equipamentos subsea, como a mais profunda linha de exploração de gás do mundo. Sérgio Porciúncula, gerente de subsea da Petrobras America, disse que as inovações tecnológicas feitas pela Petrobras no Golfo do México irão trazer um importante know-how para os

trabalhos de exploração do pré-sal no Brasil. Além dos desafios tecnológicos e de fenômenos naturais, o projeto de Chinook & Cascade esbarrou em um decreto do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Após o acidente com a plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum, também em águas do Golfo do México, o presidente Obama decretou a moratória, proibindo a perfuração de novos poços na região. De acordo com o gerente de projeto da Petrobras America, Cesar Palagi, essa medida teve grande impacto na campanha de perfuração da empresa e a postergação da receita para a companhia. Entretanto, a Petrobras havia concluído a perfuração de dois poços, exatamente cinco dias antes da proibição do presidente norte-americano. Esses dois poços

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fazem parte da primeira fase do projeto, que terá em sua segunda etapa um adicional de outros 14 poços distribuídos pelos dois campos.

Seminário de Produtividade e Competitividade da Cadeia de EPC Com o grande número de projetos no segmento de óleo e gás em desenvolvimento, as principais empresas do setor, juntamente com o Centro de Excelência em EPC (CE-EPC), discutiram durante a Rio Oil & Gas, como fazer para suprir a escassez de mão de obra qualificada e a capacidade da indústria local em atender a demanda desses projetos, diminuindo, assim, o nível de produtividade e competitividade da cadeia de EPC. O Centro de Excelência em EPC foi criado há dois anos e tem

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Expectativa de R$ 138 milhões Outro destaque da Rio Oil & Gas foi a rodada de negócios organizada pelo Sebrae e pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo e Gás (Onip). Estima-se que foram fechados R$ 138 milhões em negócios a partir das reuniões de 533 pequenos e médios fornecedores com 27 empresas âncoras. O volume de negócios foi 16% superior ao registrado na edição passada (de R$ 119 milhões). Os grandes compradores desta edição foram: BR Distribuidora, Camargo Corrêa, Chevron, Delp, El Paso, Estaleiro Aliança, Estaleiro Keppel Fels, Estaleiro Mauá, FMC, Global Industries, Lupatech, Petrobras (Cadastro), Petrobras – UO-BC, Nuclep, Petroreconcavo, SOG – Óleo e Gás, Shell, Superpesa, Technip, Transocean, Transpetro, Usiminas Mecânica, UTC Engenharia, Vanasa, Weatherford, Wellstream e Weg. O número de empresas fornecedoras foi de 233, ou seja, 17% acima da edição de 2008. Nos dois primeiros dias 62

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da Rodada, foram realizadas 596 reuniões. “Fiquei impressionado com os novos produtos”, comentou o líder operacional de contrato da UTC Engenharia, Julio Cezar Duarte. “Há uma boa parceria com pequenas empresas para o desenvolvimento de produtos inovadores”, afirmou. “Importávamos anéis metálicos e encontramos aqui um potencial fornecedor de ligas especiais, que atenderá nossa demanda”, afirmou o supervisor de compras da Global Industries, Sandro Silva. Foi promovida também Rodada Internacional de Negócios, com dois objetivos: o primeiro – com foco no fornecimento para potenciais clientes – reuniu 15 fornecedores brasileiros com as empresas Ecopetrol (Colômbia) e Saudi Aranco (Arábia Saudita); o segundo, visando o estabelecimento de parcerias, promoveu o encontro de 48 companhias da Argentina, Canadá, Holanda, França e Reino Unido com 82 fornecedores brasileiros.

hoje 87 associados, entre operadores de óleo e gás, instituições de ensino e pesquisa, associações de classe e empresas epecistas. O presidente do CE-EPC, Laerte Galhardo, apresentou as pesquisas que a entidade vem realizando sobre redução de custos e modelos de contratos, focando os esforços em boas práticas de gestão. Ele destacou também que a formação de recursos humanos e a qualificação dos profissionais que já estão no mercado são fundamentais para não afetar a produtividade nos projetos. O professor Carlos Caldas, da Universidade do Texas observou que vários fatores influenciam na produtividade e o importante é estabelecer metas e planejar todas as etapas do processo de construção de um grande empreendimento, como a logística, os equipamentos, recursos humanos e a segurança, meio ambiente e saúde (SMS). Durante o seminário, realizouse um painel com representantes de grandes empresas do setor de petróleo e gás, como Petrobras, Shell e Statoil. O gerente executivo de Engenharia e Projetos da Petrobras, Pedro Barusco, disse que a situação das empresas brasileiras melhorou bastante nos últimos oito anos. “Agora temos uma visão clara dos desafios e um plano estratégico bem definido. Na área de projetos da Petrobras conseguimos realizar 30% mais a cada ano, um indicador de que a rede de fornecedores está respondendo.” Para ele, o mercado de fornecedores está se autorregulando e os preços ficam mais competitivos. Já para José Veloso, primeiro vice-presidente da Abimaq, a car-


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ga tributária é um grande entrave para os fabricantes de máquinas e equipamentos, prejudicando a competitividade da indústria nacional. Outras questões importantes, em sua opinião, são os problemas com logística e o custo dos insumos, como o aço.

A tecnologia é o que fará a diferença Os desafios do pré-sal fizeram a Petrobras tomar uma decisão histórica: convocar os seus parceiros a trazer suas instalações para o Brasil. Durante o painel ‘A influência do pré-sal para a pesquisa e desenvolvimento no Brasil’, o presidente da Schlumberger na América Latina, Hatem Soliman, afirmou que, até o final deste ano, a empresa vai inaugurar o seu Centro Tecnológico na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o segundo da empresa no Brasil,

que já tem um em operação no município de Macaé (RJ). O executivo afirmou que aprova a iniciativa da Petrobras de incentivar os acordos tecnológicos entre as petroleiras, fornecedores e universidades. Só em 2010, a Schlumberger investiu mais de 70 milhões de dólares no Centro Tecnológico da UFRJ. Hoje, dos 110 mil colaboradores da companhia em todo o mundo, três mil trabalham no Brasil. A integração entre os centros de pesquisa, parceiros e a Petrobras também foi comemorada pelo gerente executivo do Cenpes, Carlos Tadeu Fraga. “Nesse momento, essa parceria precisa ser aprimorada porque a estrutura do pré-sal requer maior musculatura e, principalmente, mais cérebros”, destacou. Na mesma linha, o vice-presidente de Tecnologia e Engenharia da FMC Technologies do Brasil, Paulo

Augusto Couto Filho, afirmou que “a tecnologia é que fará a diferença para o país no pré-sal. A FMC está construindo um centro de tecnologia na UFRJ que será inaugurado no primeiro semestre de 2011.

Prevenção é a prioridade O acidente com a plataforma operada pela BP no Golfo do México fez petroleiras, governo, entidades e organizações repensarem seus planos de emergência. Segundo o gerente executivo de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras, Ricardo Azevedo, antes do derramamento de óleo no Golfo do México, nenhuma petroleira havia desenvolvido qualquer solução de contenção de óleo abaixo da superfície, todas as

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Foto: Ricardo Almeida

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alternativas sempre foram pensadas para contenção de óleo acima da água. “Foi, justamente, um equipamento submarino que estancou o vazamento da BP”, afirmou. De acordo com Azevedo, a partir dessa constatação, a Petrobras decidiu desenvolver uma pesquisa com o Cenpes para encontrar soluções de contingência de subsuperfície. A empresa também está adquirindo um equipamento de lançamento de dispersantes. Para o executivo da Petrobras, a prioridade nos planos de emergência das companhias deve ser sempre a prevenção. “Hoje, sem dúvida, a Petrobras é a que atua com maior capacidade de recursos necessários para contenção de emergências. Nosso modelo serve para um derrame de 100 litros ou para um acidente como o que ocorreu no Golfo do México”, afirmou. A Petrobras tem, hoje, dez centros de defesa ambiental, 13 bases distribuídas pelo Brasil e 30 embarcações dedicadas para as emergências da petroleira. Ademais, a empresa possui 150.000 km de 64

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barreiras de contenção, 200 mil litros de dispersantes, 200 unidades recolhedoras de óleo e mais de 500 líderes em segurança operacional espalhados pelo Brasil. “Agora, a Petrobras vai adequar a disponibilidade de equipamentos à nova realidade do présal, e contribuir com o governo no Plano Nacional de Contingência.” Também, junto ao governo, a petroleira brasileira vai ajudar na revisão do regramento geral. De acordo com Azevedo, é preciso esclarecer com os órgãos competentes as permissões de uso dos dispersantes, que ainda sofrem muitas restrições, mas são comprovadamente uma resposta eficiente na contenção dos derramamentos de óleo.

CTDUT se prepara para desafios do pré-sal O Centro de Tecnologia em Dutos (CTDUT) está analisando a construção de novos laboratórios e a adequação de algumas de suas instalações para atender às demandas do setor dutoviário diante dos desafios advindos do pré-sal. Apesar da necessidade de expansão,

o presidente do Conselho Executivo do CTDUT, Raimar van den Bylaardt, disse que a instituição já está preparada para futuras oportunidades trazidas pelo crescimento da exploração petrolífera no país. “Temos tecno logia, capacitação, entidades de ensino e pesquisa e empresas fornecedoras de bens e serviços com condições de participar desse desafio”, afirma. A entidade tem participado de pesquisas relacionadas ao isolamento térmico de risers, em parceria com a PUC-Rio. “Em um segmento que necessita que suas unidades de produção tenham vida útil superior a 20 anos, a opção pelo uso de novos materiais ou o emprego de produtos já conhecidos é fundamental para a integridade e longa vida das instalações, permitindo a produção – tanto na questão do escoamento quanto na injeção de CO2 ou outros fluidos – com segurança e custos razoáveis”, explica Bylaardt. Para o setor dutoviário, os desafios tecnológicos para a exploração do pré-sal estão, principalmente, nas condições encontradas em profundidades superiores a 2.000 m de lâmina d’água, que vão demandar, por exemplo, revestimentos de alto isolamento térmico. Outro obstáculo será a presença de fluidos agressivos, de dióxido de enxofre, de CO2 , e de água de alta salinidade, cuja combinação com o óleo e com o gás provoca desgaste e corrosão acentuados nos risers e nos dutos atualmente disponíveis. Além disso, o escoamento da plataforma de produção ao continente vai demandar a construção de dutos que deverão ser assentados a mais de 2.000 m e em distâncias superiores a 200 km.


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Empregos na indústria naval

dobram em 2010 Oportunidades de trabalho no setor passam de 45 mil para 78 mil em um ano. Falta de mão de obra qualificada, entretanto, ainda preocupa especialistas.

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indústria naval praticamente dobrou seus postos de trabalho em 2010. A informação é do secretário executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval (Sinaval), Sérgio Leal, que falou durante o painel ’Indústria naval e offshore’, realizado durante a Rio Oil & Gas. Segundo o executivo, a quantidade de empregos diretos no setor passou de pouco mais de 45 mil, em 2009, para 78 mil este ano. A comparação com 2001, quando foram registradas apenas 1.900 vagas no segmento, torna o resultado ainda mais impressionante. “Apesar do progresso na automação, temos mais oportunidades de trabalho agora do que quando detínhamos a segunda maior carteira do mundo no setor ”, acrescentou ele. De acordo com a o executivo, o crescimento da indústria naval está diretamente relacionado à expansão do segmento de petróleo. Uma pesquisa realizada pela própria Sinaval revelou que a carteira de pedidos nos estaleiros nacionais vai ultrapassar a marca de 300 embarcações até 2014, todas

Agenor Junqueira, diretor de Transporte Marítimo da Transpetro, durante o painel ’Indústria naval e offshore’

voltadas para o mercado offshore. O diretor de Transporte Marítimo da Transpetro, Agenor Junqueira, comentou que somente a empresa encomendou 49 navios por meio do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). “O programa terá duas fases: na primeira serão entregues 26 navios e na segunda, 23. Tudo será concluído até 2015. A ideia é que sejam utilizados 65% de conteúdo local na etapa inicial e 70% na final”, completou. Durante sua apresentação, Junqueira também mencionou o programa de renovação da frota

hidroviária da Petrobras (Promef Hidrovias), que se concentra na rota Tietê-Paraná. A iniciativa prevê a construção de 80 barcaças e 20 comboios, destinados ao escoamento de etanol. “Com esse projeto, que entrará em atividade entre 2011 e 2014, pretendemos transportar 4 bilhões de litros de etanol por ano”, estimou o executivo. Já o engenheiro da Petrobras, Marcio Ferreira Alencar, lembrou da demanda de oito FPSO para atender as necessidades da camada présal, localizada na Bacia de Campos. “Ainda há a chance de crescimento de demanda conforme a região for se desenvolvendo”, lembrou ele. Alencar ressaltou que o maior desafio da indústria naval é utilizar


o processo de mudança na matriz energética do Brasil a seu favor, reconstruindo-se competitivamente. Hoje, 95% do comércio nacional é feito por navios, mas as embarcações brasileiras são responsáveis por apenas 4% desse total. “A revitalização da construção naval tem de ser perene. O processo de nacionalização é válido, mas tem de ocorrer de forma gradativa e cuidadosa”, finalizou. “Capital humano não pode ser ‘fabricado’ como equipamentos”, diz secretario executivo da Sinaval, Sérgio Leal, categórico ao afirmar que, enquanto sobram vagas no setor naval, faltam profissionais qualificados para preenchê-las. Para ele, não há um equilíbrio entre o investimento feito em mão de obra e os recursos direcionados à infraestrutura. “Capital humano tem que ser ‘fabricado’ aqui. Equipamentos podem ser importados, pessoas não”, disse. O presidente do Estaleiro Atlântico -Sul, Ângelo Bellelis, compartilhou da opinião de Leal e apontou a baixa escolaridade no país como principal fator para a pouca formação de mão de obra especializada. “No Atlântico-Sul, tivemos de formar e contratar cinco mil trabalhadores desde sua inauguração, há três anos”, contou o executivo. Na estratégia de busca de operários já qualificados, o estaleiro trouxe até 125 dekasséguis que trabalhavam no Japão e quiseram voltar ao Brasil. Além disso, um dos acionistas do Atlântico-Sul, a Samsung, trouxe coreanos com experiência no setor. A falta de capital humano não atinge somente os estaleiros, mas a indústria do petróleo em geral.

Segundo o gerente executivo de Recursos Humanos da Petrobras, Diego Hernandes, encontrar engenheiros e outros profissionais de nível superior também pode ser desafiador. “Dos 14.800 engenheiros de petróleo formados a cada ano no mundo, apenas 10% são graduados no Brasil”, completou.

Caixa e ANP: parceria no setor naval A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a Caixa Econômica Federal (CEF) assinaram, durante a Rio Oil, Gas Expo and Conference, convênio de cooperação técnica cujo objetivo é fomentar ações e realizar investimentos no setor naval e offshore nos próximos anos. O apoio da Caixa será realizado por meio de financiamentos e oferta de produtos específicos. A instituição financeira possui um Fundo de Garantia para a Construção Naval (FGCN), criado com o objetivo de garantir o risco de crédito das operações de financiamento para construção ou produção de embarcações e o risco de performance do estaleiro brasileiro. De acordo com a presidente da CEF, Maria Fernanda Ramos Coelho, este é um fundo de natureza privada, com patrimônio próprio dividido em cotas, separado do patrimônio dos cotistas, e está sujeito a direitos e obrigações próprias. “Não conta com qualquer tipo de garantia ou aval por parte do setor público”, afirmou.


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A exposição


recorde de público e de negócios

Tecnologia ainda é

a alma do negócio T

ermômetro da expectativa e euforia em que vive o mercado brasileiro de petróleo e gás, com as novas descobertas de campos petrolíferos e com o pré-sal, a feira contou com 1,3 mil expositores que ocuparam cinco pavilhões e duas tendas extras do Riocentro. Acergy – A Torre de Risers Hyperflow e o Acergy Borealis foram os dois carros-chefes da exposição da norueguesa Acergy na Rio Oil & Gas 2010. Solução para operações em águas profundas, a Torre de Riser da Acergy é resultado de 15 anos de estudos sobre o comportamento hidrodinâmico de estruturas submarinas em águas profundas. Adotada pela primeira vez no Projeto de Desenvolvimento em águas profundas do campo de Girassol, da Total, a Torre de Risers consiste de um feixe de risers de diâmetros e funções variadas (produção, injeção de gás e água, linha de serviço, riser de gás injetado), que, em conjunto, formam uma estrutura adaptável. Existem hoje dois HRTs em construção no campo de CLOV (Cravo, Lírio, Orquídea e Violeta), também da Total, ambos em Angola. “Essa é uma solução adaptada para o pré-sal que pode trazer como benefício a redução do peso nas unidades flutuantes de pro-

dução”, explicou Geraldo Chaves, engenheiro de desenvolvimento de negócios da Acergy para a América do Sul. Já o Acergy Borealis, embarcação com entrega prevista para 2012, tem como diferencial a capacidade de executar diferentes tarefas, desde a instalação de equipamentos, lançamentos de dutos rígidos até a realização de conexões. “Isso representa uma redução do número de barcos necessários no desenvolvimento de um campo”, assegurou Chaves. Autodesk – Fornecedora de softwares 3D para design, engenharia e entretenimento, a Autodesk participou da Rio Oil&Gas 2010 apresentando suas soluções para análise, simulação e visualização de projetos. As soluções Autodesk viabilizam a criação de modelos 3D precisos de equipamentos industriais, instalações e plantas de processo, além de obras civis e edificações. A empresa demonstrou seu portfólio de soluções para projetos 2D e 3D. A linha 2011 de softwares da empresa possibilita às empresas do setor criar, visualizar, analisar e simular plantas e equipamentos industriais, gerando operações mais eficientes e sustentáveis. “O desenvolvimento da indústria de petróleo e gás é um gran-

de desafio, pois exige projetos complexos que integram múltiplas disciplinas de engenharia, além da preocupação com segurança e meio ambiente”, avaliou Acir Marteleto, diretor geral da Autodesk Brasil. “A tecnologia é a chave para o sucesso dos negócios, em especial os softwares de projeto, pois eles permitem às empresas aprimorarem suas ideias e produtos antes de entregá-los ao mercado.” Gunnebo – Participante desde a primeira edição da Rio Oil & Gas, a Gunnebo foi fundada no Brasil em 1995, para atender uma demanda de poliéster e ligas de correntes. A empresa tem como principais clientes empresas como Petrobras, Aker, Transocean, Cameron e Technip, e tem interesse em ampliar as operações no Brasil e na América Latina. Fornecedor de equipamentos para movimentação de carga do mercado offshore no Brasil, a Gunnebo possui toda uma linha de produtos qualificada e certificada para atender a demanda do segmento, a partir das normas internacionais e também da Petrobras. Além dos produtos, que são produzidos nos Estados Unidos, a TN Petróleo 74

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Gunnebo desenvolve treinamentos específicos para o mercado offshore, como de inspeção de equipamentos de movimentação de carga, além de serviços de inspeção de produtos como manilhas, ganchos e outros componentes. Para André Carrion, gerente de vendas da empresa, a feira é um local muito importante para desenvolver contatos, encontrar clientes e fazer novos relacio namentos comerciais. “A Rio Oil & Gas é um evento no qual muitas portas são abertas e a geração de negócios é inevitável. Sempre é uma ótima feira e supera nossas expectativas em termos de negócios”, afirmou André. Imeca – Desenvolvendo novos produtos para o mercado offshore, como guinchos específicos que são instalados em FPSO, e toda uma gama de produtos com relação ao lançamento de dutos no alto-mar, em águas profundas. Há dois anos no país, a Imeca do Brasil já entregou uma torre de lançamento, instalada no primeiro barco de lançamento de tubos brasileiro, da Technip, que vai trabalhar no campo de Tupi. 70

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Hoje, apenas duas companhias no mundo, incluindo a Imeca, oferecem este tipo de produto, que tem uma tecnologia muito desenvolvida, e é a grande novidade trazida pela empresa para a Rio Oil & Gas. A torre de lançamento permite o desenvolvimento dos campos de águas profundas, o que servirá para atuar nos campos do pré-sal. “O présal é uma grande oportunidade para nós”, disse Olivier Guillou, engenheiro comercial da empresa. A Imeca espera que em janeiro de 2012 esteja pronta a instalação industrial para a produção dos equipamentos no Brasil. O local ainda não está definido, mas o produto principal da empresa, a torre de lançamento de dutos, corresponde a um prédio de 15 andares. O transporte ainda não foi viabilizado, então, a construção das instalações necessariamente será próxima ao mar, em um cais. Para Olivier Guillou, a feira ajudou muito na tomada de decisão da companhia de vir para o Brasil, onde a Imeca tem previsão de investimento na ordem de 1 milhão de euros para o desenvolvimento de produtos no país.

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cobertura rio oil & gas 2010

Converteam – A francesa Converteam, um dos maiores fabricantes de sistemas elétricos e de automação do mundo, apresentou na Rio Oil & Gas 2010 seu sistema de posicionamento dinâmico (DP) de terceira geração, para operações offshore e ressaltou sua estratégia para o mercado brasileiro de óleo e gás. “Apesar de termos uma forte tradição local nos setores de mineração e siderurgia, queremos desenvolver novas tecnologias para atender as promissoras oportunidades da exploração das reservas de petróleo do présal e nas perspectivas de expansão do parque gerador nacional”, apontou o presidente para a América do Sul da empresa, João de Deus. Segundo o executivo, a ideia é fortalecer a atuação da Converteam nos segmentos de óleo e gás e de energia, ainda pouco expressivos nos negócios de sua filial no país. A Converteam tem soluções para sondas de perfuração e plataformas offshore e navios de apoio, incluindo motores e geradores de até 100 MV, inversores de frequência AC/DC até 100 MW em baixa e média tensão, painéis de média e baixa tensão, sistema de propul-


recorde de público e de negócios

são e potência, posicionamento dinâmico e processos de controle a automação. Em abril deste ano, a empresa inaugurou um escritório no Rio de Janeiro, para expandir os negócios nos setores. “Esta base de negócios possui como meta atender as demandas da Petrobras e impulsionar o desempenho desses setores no faturamento da empresa”, disse. Tyco – Fabricante de válvulas, a Tyco participou pela primeira vez de uma feira do setor de óleo e gás com sua mais recente aquisição no Brasil: o Grupo Hitter, aquisição realizada em dezembro através de sua unidade de negócios Flow Control. Como parte do plano de investimentos, a Tyco International também abriu, em maio, um escritório corporativo no Centro do Rio de Janeiro, visando uma atuação mais próxima da Petrobras

e demais empresas do setor. A empresa quer expandir a oferta de produtos e serviços tanto no Brasil como na América Latina e aproveitou a Rio Oil & Gas 2010 para expor sua expertise em soluções para o setor. A Tyco apresentou soluções das cinco divisões da empresa, dentre elas o sistema integrado de segurança patrimonial (Sisp), a solução de detecção, alarme e combate a incêndios, válvulas e atuadores para sistemas de Emergency Shut Down, válvulas de segurança, e o novo posicionador para válvulas de controle da Westlock para plataformas e refinarias. “Mantemos um grupo de pesquisa e desenvolvimento no Brasil

Uma viagem sem volta Simular a ‘viagem’ dentro de um poço de perfuração de petróleo e gás, numa sala de projeção 360 graus, foi uma das atrações do estande da OGX, que comemorou, neste ano, a concretização da campanha exploratória conduzida desde setembro de 2009 com a exposição de amostras do petróleo já descoberto numa oleoteca. O modelo de produção, que terá início no primeiro semestre de 2011, também foi apresentado para o público através de um vídeo em computação gráfica 3D. A principal atração foi a sala de projeção 360o, onde o visitante pode simular uma viagem por dentro de um poço, percorrendo as diferentes camadas geológicas e aprendendo sobre a exploração de petróleo e gás. O estande também contou com uma atração em parceria com a

Google, pela qual foi possível viajar sobre o globo terrestre e focalizar os empreendimentos do grupo através de ferramenta georeferenciada GoogleEarth. Também estavam presentes no estande as demais empresas do Grupo EBX - LLX (logística), MPX (energia) e OSX (indústria naval), todas reforçando o papel de cada uma na estratégia de consolidação de um grupo integrado de energia apenas para parodiar a Petrobras, como a companhia integrada de energia. Durante entrevista coletiva da OGX, Eike Batista lançou a grande novidade do grupo: a construção de uma fábrica de

e ele exporta tecnologia para todo o mundo. Parte do desenvolvimento desse novo produto foi feito aqui”, explicou o gerente global para clientes estratégicos da Tyco International, Victor Venâncio Loureiro Dias. “Desenvolvemos esse produto para atender às necessidades da Petrobras.” De acordo com o executivo, o foco atual da Tyco é ser líder em sistemas de segurança. Outra linha de produtos, que está sendo muito explorada pela empresa, é a de proteção ambiental. Vescon – Fabricante de equipamentos industriais (válvulas e equipamentos para completação de poços de petróleo), a Vescon apresentou em seu estande seus principais produtos para os setores de óleo, gás e indústria naval. Atualmente a empresa possui 25 equipamentos certificados com quase carros elétricos no Porto do Açu, no litoral norte do Rio de Janeiro. Segundo ele, já existem negociações com fornecedores de tecnologia japoneses e europeus para o empreendimento. A ideia é iniciar a produção dentro de três a quatro anos. O investimento estimado é de 1 bilhão de dólares. Também foi anunciado pelo diretor de Desenvolvimento de produção da OGX, Reinaldo Belotti, que uma nova sonda entraria em operação ainda por aqueles dias (ou seja, antes do final de setembro), no campo de Waikiki, na Bacia de Campos. Com todo o show apresentado na ROG, a OGX deixou claro que sua inserção no cenário do petróleo é uma viagem sem volta: Eike já reiterou várias vezes que não há limites para a expansão no setor, ainda que a OGX se apresente como uma empresa com vocação para E&P e não para o refino. Eike faz cara de que, se o negócio for bom, ele entra. TN Petróleo 74

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100% de Conteúdo Nacional e 37 em processo de certificação. Segundo Antonio Passos, gestor comercial da Vescon, os destaques da empresa na feira foram as válvulas de controle para linhas de gás e com revestimento orgânico. “A primeira já é utilizada em gasodutos

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cobertura rio oil & gas 2010

e plataformas da Petrobras, como a P-55, que está em construção. As novas plataformas P-63, P-58 e P-62 também consumirão

uma quantidade significativa destas válvulas”, afirmou, ressaltando que todos os equipamentos da empresa são construídos no Brasil. A Vescon é uma das principais fornecedoras de cabeças de produção para a Petrobras. “Fechamos um fornecimento global com

Foto: Rudy Trindade

Da esquerda para a direita: o gerente da Lilo Ventures, George J. Donnelly; John C. Cuttino, representante do Porto de Houston no Brasil e Jason Geach, diretor de Desenvolvimento Corporativo da Parker Drilling.

Porto de Houston vai abrir escritório no Rio de Janeiro Presente no estande dos Estados Unidos da Rio Oil & Gas, a delegação do Porto de Houston anunciou que abrirá uma representação no Rio de Janeiro em novembro. O objetivo do novo escritório é aproximar ainda mais a capital do Texas e o estado brasileiro no que diz respeito a trocas comerciais. “Você tem que vir para o Rio, se quiser expandir seus negócios no Brasil”, afirmou o diretor de Desenvolvimento Corporativo da Parker Drilling, Jason Geach, que acompanhou a delegação.

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Quando perguntado se a nova representação está relacionada à expansão do mercado de Petróleo & Gás prevista para os próximos anos, o representante do Porto de Houston no país, John C. Cuttino, respondeu: “Não pretendemos nos restringir. Creio que as parcerias entre Houston e Brasil poderão abranger os segmentos de aviação, petroquímica e transportes. E com as Olimpíadas e a Copa do Mundo, esse campo pode se diversificar ainda mais.”

A ideia não é apenas se estabelecer no Brasil, mas levar empresas nacionais a Houston. Através de incentivos locais, companhias como Brascan, Tramontina, Petrobras e, mais recentemente, a Odebrecht, já abriram seus escritórios na capital do Texas. De acordo com o gerente da Lilo Ventures, George J. Donnelly Samper, o foco da delegação na Rio Oil & Gas é exatamente fomentar essa bilateralidade: “É uma relação natural, já que Houston é o centro de energia no mundo e o Brasil tende a se tornar um dos maiores produtores no segmento. Estamos aqui para conhecer companhias e fechar novos negócios.” Em 2009, o Brasil foi o terceiro maior parceiro do Porto de Houston em exportações, com 3.061.068 milhões de toneladas; o sexto em importações, atingindo 5.086.568 milhões de toneladas; e o terceiro na média total, que chegou a 8.147.637 milhões de toneladas.


SH Acessos a estatal para este equipamento, no valor de R$ 75 milhões”, comentou Passos. Ele opina que a empresa tem boas expectativas com as recentes descobertas do pré-sal. “Haverá uma grande necessidade de equipamentos para trabalhar com altas pressões e como a Vescon tem tradição em fornecer esses equipamentos para a Petrobras, temos grandes expectativas”, disse. Edra – Fabricante nacional de tubos e tanques de fibras de vidro (FRP), a Edra apresentou na feira sua expertise de 36 anos de atuação no mercado de fibra de vidro e seus principais serviços para o setor de petróleo, gás e indústria naval. A empresa, há oito anos no mercado de petróleo, forneceu sistemas de remoção de sulfato (tubulações offshore) para a plataforma P-52 e atualmente está com projetos da Queiroz Galvão, Engevix, Centro Project, Iesa, Technip e Techint. A Edra é a única empresa brasileira a possuir certificações para tubulação em fibras de vidro. De acordo com Arnaldo Gatto, gerente de desenvolvimento da empresa, todos os tubos da Edra são fabricados no Brasil, no parque industrial da companhia, que conta com de 130.000 m², em Ipeúna (SP), onde também fica localizado o escritório da empresa. Na avaliação do executivo, a edição deste ano da Rio Oil & Gas foi muito mais produtiva para a empresa. “Muitas empresas novas vieram nos conhecer. A visitação de estrangeiros foi bem maior ”, afirmou. Tubos Ipiranga – Há 13 anos no mercado, a Tubos Ipiranga, dis-

tribuidora de tubos e fabricante de conexões, trefilados e de tubos com costura de grandes diâmetros, aproveitou a Rio Oil & Gas 2010 para divulgar a abertura de três novas filiais, sendo duas focadas no setor de petróleo e gás. Segundo Alexandre Plassa, superintendente da companhia, desde 2009 a empresa se estrutura para atender as novas demandas das refinarias e do pré-sal. “Aumentamos nossos postos de trabalho por conta das demandas futuras do setor”, comentou. A Tubos Ipiranga participa da reforma, ampliação e instalação da tubulação da Refinaria Abreu e Lima (Renest) e participará também do projeto do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). No ano passado, a empresa apresentou sua nova sede de distribuição em Ribeirão Pires (SP), onde foram investidos cerca de R$ 45 milhões na aquisição do espaço e na construção de mais de 12.000 m², totalizando 76.000 m². “A proximidade do local com o braço sul do Rodoanel e a maior facilidade de acesso ao novo polo petrolífero de Santos foi um dos atrativos que levaram a mudança da empresa”, explicou. O executivo informa que serão abertas duas outras filiais focadas no setor de óleo e gás, uma na região Nordeste e outra em São Paulo. Schulz – Fabricante de conexões tubulares, tubulações de aço inoxidável e cobre-níquel para os setores da indústria naval, petróleo e gás e petroquímico, a alemã Schulz anunciou, durante a Rio Oil & Gas 2010, uma aliança estratégica com a Immbrax visando agilizar a colocação de seus produtos no mercado

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e assegurar a redução no prazo de fornecimento – hoje da ordem quatro meses – para pronta entrega. De acordo com o presidente da Schulz América Latina, Marcelo Bueno, o objetivo é garantir a rápida entrega, mesmo em regiões remotas. A expectativa é de que o negócio comercialize cerca de 22 mil toneladas/ano para os segmentos de petróleo, gás e petroquímico. Immbrax – Segundo o presidente da Immbrax, Rogério Barros, a empresa irá operar quatro centros de distribuição – Rio de Janeiro, Recife, Jandira (SP), e Camaçari (BA). O acordo entre as empresas foi concluído em julho. “Já estamos trabalhando juntos, mas coroamos a parceria na feira”, explica Barros, que afirmou ter outros interesses na aliança, não só o atendimento ao gargalo logístico atual. A Immbrax é especializada na comercialização de componentes industriais e tem como principal atividade a distribuição de pro74

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dutos para empresas que exijam altos padrões de qualidade. Também atua no setor de conexões, tubos inoxidáveis e válvulas industriais. Para o presidente da Schulz, Marcelo Bueno, a aliança permitirá otimizar o trabalho e o atendimento da companhia a seus clientes. “A aliança será extremamente benéfica”, afirmou. “Identificamos complementaridades entre as duas empresas, que certamente assegurarão bons resultados.” SKF – A SKF do Brasil destacou na feira o lançamento de sistema de vedações especiais sob encomenda. “O material utilizado neste sistema de vedação garante maior segurança e eficiência”, explicou Ricardo Vieira Amaral, gerente do Segmento de Energia para América Latina. A SKF possui tecnologia para desenvolver as peças de acordo com as necessidades dos clientes, uma produção individual, em menor escala e em um curto intervalo de tempo, assegura o executivo. O sistema é referência nas unidades da SKF em todo o mundo e começa a ser implementado no Brasil.

Outro destaque da companhia sueca foram os mancais magnéticos em equipamentos rotativos, que substituem os mancais de deslizamento em diversas aplicações nas indústrias de óleo e gás. “Estes componentes garantem a eliminação da unidade de óleo lubrificante, alta confiabilidade do sistema, facilidade de ajuste, operação livre de atrito e óleo, baixa perda de energia, operação em ambientes em condições extremas (vácuo, temperaturas, processo corrosivo) e altas velocidades de rotação”, explicou Amaral. Metalcoating – Especialista em revestimentos orgânicos, a Metalcoating apresentou uma nova tecnologia para a proteção interna e externa de tubos, válvulas e outros acessórios de metal durante a Rio Oil & Gas. Gilson Gama, gerente comercial da companhia, afirma que o produto é 100% nacional e pouco agressivo ao meio ambiente, atendendo aos requisitos da Petrobras e do segmento de Petróleo & Gás. “A tecnologia será utilizada para revestir as curvas do aqueduto do mar do Rio Grande do Norte, cujo


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projeto de revitalização terá capacidade de injetar 17.000 m³ de água por dia, contribuindo para produção de óleo e gás na bacia potiguar”, explicou o executivo. Gama acredita que os revestimentos orgânicos podem ser de grande utilidade em ambientes extremamente corrosivos por conta da alta concentração de CO 2, como é o caso da camada pré-sal. “Os polímeros orgânicos tornam os equipamentos aptos a funcionar em severas condições operacionais de temperatura e pressão, mesmo em presença de gases carbônico, sulfídrico e bactérias redutoras de sulfatos. Além disso, possibilita a substituição de ligas metálicas nobres e de alto custo”, acrescentou. Multialloy – A Multialloy, líder nacional em engenharia de aplicação de ligas especiais, anun-

ciou que prepara novidades para o mercado brasileiro de óleo e gás. Parceira na construção de plataformas petrolíferas, a empresa amplia a carteira nesta área de atuação desenvolvendo soluções customizadas para o mercado. Segundo o engenheiro Luiz Carlos de Barros, diretor comercial da Multialloy, metais e ligas especiais não são apenas uma questão de matéria-prima e tecnologia. São, principalmente, processos de engenharia de aplicação e serviços ultra especializados. “Por esta razão os nossos serviços têm a preferência do mercado nacional”, afirmou, destacando os valores da empresa vinculados à parceria e ao comprometimento das soluções técnicas com a sus-

tentabilidade. “Relacionamento é fundamental para trabalhar de forma customizada para o cliente, desenhando soluções efetivas de alta confiabilidade, tecnologia e inovação.” Completando 25 anos em 2010, com uma carteira consolidada de três mil clientes, a empresa é pioneira na adequação de equipamentos para revestimentos, como é o caso mais recente da parceria Multialloy com o Porto de Suape, em Pernambuco. Dedini – A Dedini está próxima de selar parceria com a empresa holandesa NEM BV para atender o mercado de caldeiras de recuperação de calor. O anúncio foi feito durante a Rio Oil & Gas 2010. Com o acordo, a companhia brasileira passará a utilizar a tecnologia HRSG, que amplia o ciclo térmico através da utilização dos


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gases quentes residuais. “A intenção é aumentar o ciclo térmico de 28% para 35% até 2020, diminuindo o desperdício”, explicou o diretor do setor de Infraestrutura e Energia da Dedini, Ruddi Souza.

Segundo o executivo, o Brasil é o único país produtor de energia que não sabe aproveitar seus resíduos. “Isso fará falta no futuro”, acrescentou Ruddi. Fundada em 1920, a Dedini é 100% nacional e especializada na fabricação de bens de capital para os segmentos de Petróleo & Gás, Indústria Química, Celulose e Papel, Energia e Alimentos.

BG Brasil

uma excelente taxa de sucesso, com nove descobertas em três anos. Atualmente, a BG Brasil participa de seis concessões offshore na Bacia de Santos (BM-S-9, 10, 11, 47, 50, 52) e uma concessão onshore na Bacia de São Francisco (BTSF-2), com a Petrobras e outras empresas como parceiras. A BG Brasil também apresentou o Projeto Mondocorcovado e os resultados obtidos em dez meses de monitoramento das correntes superficiais da Bacia de Santos, por meio de pôster em exposição no Congresso Técnico. O programa de monitoramento foi desenvolvido ao longo da perfuração do bloco BM-S-52 para mapear o sistema de ventos e correntes oceânicas na região, com o uso de derivadores oceânicos.

No dia 15 de setembro, o vicepresidente de Assuntos Corporativos da BG Brasil, Henrique Rzezinski, apresentou durante a ROG 2010, no Painel 3 do Bloco III (Gás Natural e Energia), intitulado ‘Gás Natural no Brasil’, a visão do distribuidor de gás natural no Brasil. O BG Group é acionista majoritário da Comgás, em São Paulo, e com participação acionária no Gasoduto Bolívia-Brasil. “Temos uma visão de longo prazo para o país e estamos aqui para ficar. O Brasil é estratégico para o Grupo e já investimos mais de US$ 5 bilhões desde que chegamos ao país em 1994”, afirmou Rzezinski. Desde o início do programa de perfuração em águas profundas do pré-sal da Bacia de Santos, em 2005, o BG Group e seus parceiros tiveram 76

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Libra – O Grupo Libra anunciou, durante a Rio Oil & Gas, investimentos de cerca de R$ 110 milhões em novos equipamentos para os terminais de Santos e do Rio de Janeiro. No total, serão seis portêineres STS (Ship-to-Shore Crane), quatro para Santos e dois para o Rio, e sete RTG (Rubber Tyred Gantry), guindastes sobre pneus, que se movimentam pelo terminal, sendo três para o porto santista e quatro para o carioca. Dois portêineres chegam à Libra Terminais Santos já no final de outubro deste ano, e o restante do material acaba de ser encomendado junto à empresa chinesa ZPMC, com entrega prevista para outubro de 2011. O grande destaque fica para os RTG, com inédito sistema no Brasil (desenvolvido pela Siemens), garantindo a diminuição de até 50% no consumo de óleo diesel e a consequente redução de emissões de gases que agravam o efeito estufa. Os equipamentos também contam com sistema de GPS (Global Positioning System), permitindo ao operador da máquina corrigir a direção com mais facilidade e rapidez. “Esse sistema é inédito nos portos brasileiros”, explicou o diretor de Engenharia, Processos e TI da


recorde de público e de negócios

Libra Terminais, José Luís Soares. “A Libra Terminais é a primeira a receber este equipamento no Brasil”, complementa. Os dois novos equipamentos já foram embarcados na China e a previsão é que cheguem ao terminal santista no final de outubro, coincidindo com a comemoração dos 15 anos da Libra Terminais. Atualmente, a Libra Terminais Santos conta com sete portêineres, 20 RTG e 22 empilhadeiras de lança telescópica. Hyosung – Líder em produção de bombas de alta pressão na Coreia do Sul, a Hyosung faz sua estreia na Rio, Oil & Gas visando obter participação no mercado brasileiro. “Já temos grande atuação no Oriente Médio e na Europa, mas queremos conquistar a América Latina”, afirmou o diretor de Vendas da companhia, Se-Ki Kim. A Hyosung pretende introduzir no país o seu mais novo lançamento: as bombas de alta pressão BB5 voltadas para o mercado offshore, uma tecnologia na qual a empresa

possui apenas um competidor em todo o mundo. Kim admite que o produto é de alto custo, porém uma vez que entre no mercado global, esse quadro pode mudar: “Se expandirmos nosso mercado, podemos conseguir novos fornecedores e oferecer um serviço melhor e mais vantajoso para todas as partes envolvidas no negócio”, explicou. Segundo Kim, além do segmento de Petróleo & Gás, a Hyosung também pretende atuar no setor de energia nuclear brasileiro. “Sei que o Brasil tem uma usina nuclear pronta, duas em construção e quatro em estudo. Na Coreia, temos 20 indústrias e todas têm equipamento da nossa companhia”, completou o executivo. A Hyosung já detém participação nas indústrias têxtil e automotiva do Brasil, com duas fábricas e um escritório, todos no estado de São Paulo. Clariant – O diretor da unidade de Negócios Oil & Mining Services da América Latina, Carlos Tooge, afirmou que a expansão da Petrobras e o avanço das atividades offshore brasileiras previstas para a próxima década farão com

que a demanda da indústria química aumente em 100%. “Além do grande volume de produtos consumidos, o rigor do pré-sal exige soluções de alto desempenho e baixo impacto ambiental”, acrescentou o executivo. Tooge considera que essa porcentagem deve crescer ainda mais após 2012, quando forem iniciadas as operações dos testes de longa duração (TLDs), projetos-piloto e novas unidades previstas para o desenvolvimento da camada pré-sal. “São necessárias soluções químicas para o tratamento primário dos módulos de processamento das plataformas, que separam o óleo, a água e o gás de uma única corrente, e ainda soluções específicas para elevação do hidrocarboneto que está no substrato, em grandes profundidades de água e substrato”, acrescentou. Especialista no tratamento de campos maduros, a Clariant já recuperou mais de quatro mil unidades exploratórias em países como Venezuela, Argentina e Co-


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lômbia. No entanto, Tooge declarou que não há previsão de aplicação dessa tecnologia no Brasil. “É decisão da Petrobras não adotar, pelo menos por enquanto, nosso sistema de tratamento de campos no país.” De acordo com o executivo, o foco da companhia na Rio Oil & Gas foi o conteúdo local, principalmente no que diz

respeito a mão de obra. Ao todo, foram realizadas três palestras (pôsteres) voltadas para estudantes e jovens profissionais que desejassem conhecer melhor a indústria química e sua aplicação no segmento de Petróleo & Gás. “O objetivo foi mostrar a estudantes e recém-formados em Engenharia as oportunidades e os desafios do

setor químico na era do pré-sal”, completou Tooge. Também durante a feira, a Clariant apresentou uma nova tecnologia para plataformas offshore. Trata-se de um fluido emulsificante de multipropósito, ou seja, primário e secundário em um único produto. Tooge explicou que o líquido garante a eficiência na perfuração

Espalhados pelos cinco pavilhões do Riocentro, era possível conferir, na Rio Oil & Gas 2010, uma nova safra de fornecedores de equipamentos e empresas do Reino Unido, Noruega, França, Estados Unidos, Holanda, Dinamarca, China, Argentina, Bélgica, Alemanha, Canadá, Itália, entre outros. Em busca de oportunidades de negócios e trazendo na bagagem a mais alta tecnologia em exploração e produção, cerca de 70 companhias britânicas participaram da Rio Oil & Gas neste ano. Esta foi maior participação britânica desde 2002, quando a feira foi realizada em paralelo ao World Petroleum Congress. Já o Pavilhão da França esteve representado por 33 companhias. A Itália, por 12 empresas, o dobro do

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número de companhias italianas que participaram da última edição. O pavilhão do Canadá também triplicou o número de empresas de 11, em 2008, para 36 este ano. Os pavilhões da Noruega e do Reino Unido, tradicionais na exposição, trouxeram 29 e 30 instituições, respectivamente, quantidade bem maior que nas edições anteriores. O evento contou ainda com a visita de Sua Alteza Real Príncipe Joachim da Dinamarca. O pavilhão dinamarquês tem 21 empresas do setor de óleo e gás que já operam no Brasil. Entre as principais companhias, estava a Maersk Oil, concessionária de blocos de exploração e produção de petróleo e gás na costa brasileira. O príncipe aproveitou a visita ao Brasil para se reunir com diretores da Pe-

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É crescente a participação internacional

trobras e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


recorde de público e de negócios

de poços sem agredir o meio ambiente. “O baixo impacto ambiental não impede que o fluido desempenhe o papel de lama de perfuração até em ambientes mais severos”, completou. Green Capital – A Green Capital – gestora de fundos de private equity do Grupo GPS – anunciou, durante a Rio Oil & Gas, a assinatura de memorando de investimentos com o Grupo Mercotubos, empresa que atua na fabricação de estruturas para equipamentos subsea, serviços de montagem eletromecânica e distribuição de tubos de aço. Os ativos envolvidos na operação contam com as unidades operacionais em Atibaia e as unidades comerciais localizadas em São Paulo e em Belo Horizonte. “A Mercotubos será nossa plataforma de consolidação na Cadeia

de Suprimentos do setor de Óleo e Gás no Brasil. Nosso objetivo é, a partir da consumação desta associação, desenvolver um grupo único com governança diferenciada e excelência em gestão, capacitados a liderar um ambicioso processo de crescimento”, comentou Marco Serra, sócio diretor da Green Capital. “Estamos estruturados para crescer, tanto organicamente, como através de aquisições, algumas delas já em curso, além de estudarmos alianças com empresas estrangeiras capazes de acelerar nossa busca por tecnologia.” Como parte do projeto de expansão, a Mercotubos inaugura uma operação, em Pernambuco, ainda este ano. A nova unidade passa a atender a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), os estaleiros locais além da Petroquímica de Suape, tendo condições logísticas para atender também as futuras

refinarias Premium do Ceará e Maranhão. Alstom Grid – Uma das principais companhias de transmissão de energia e eletrônica de potência para concessionárias e indústrias, a Alstom Grid, novo setor do grupo Alstom, participou pela primeira vez da Rio Oil & Gas levando à feira suas soluções para produtos, sistemas, automação e serviços. A empresa apresentou na ocasião o mais recente lançamento em tecnologia VSC (Voltage Sourced Converter – Conversor de Tensão) por meio de uma demonstração em vídeo 3D. Outras soluções exibidas foram as avançadas Subestações Isoladas a Gás (GIS) e soluções de automação para o mercado de gás e refinarias. “Agora, como integrantes da Alstom, nosso intuito é agregar cada vez mais novas soluções e

Indústria naval brasileira. Um setor em expansão.

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Com um mar de oportunidades em sua proa e após anos de estagnação, o mercado naval brasileiro volta a ser uma realidade. De 2000 para cá, com os programas de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam) e o de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, a indústria da construção naval brasileira saltou de dois mil para 80 mil empregos diretos e indiretos, serão 146 embarcações de apoio marítimo e 49 navios, com um índice de 65% de conteúdo nacional no setor de navipeças. Participe! Copyright 2010, Benício Biz Editores Associados | 55 21 3221-7500


tecnologias para nossos parceiros e clientes”, comentou André Gesualdi, diretor-geral do setor Grid da Alstom no Brasil. “Feiras como esta nos dão a oportunidade de mostrar esses diferenciais”, disse. Grupo MAN – Nas edições anteriores da Rio Oil & Gas, MAN Diesel e MAN Turbo compartilharam um

Foto: Ricardo Almeida

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cobertura rio oil & gas 2010

estande na feira. Este ano, com a fusão das duas empresas, em janeiro, a MAN Diesel & Turbo pela primeira vez se apresentou ao mercado brasileiro como uma única empresa. Juntas MAN Diesel & Turbo Brasil formam uma das maiores fabricantes de turbomáquinas e motores a diesel para uso naval e em usinas de geração de energia do mundo, além de ter o pioneirismo no desenvolvimento de tecnologia para compressão submersa de gás em águas profundas e ultraprofundas.

“Às vésperas das atividades do pré-sal no Brasil, a presença maciça de empresas permitiu a realização de bons contatos e estreitamento de relacionamentos para a MAN Diesel & Turbo”, comentou o diretor geral da Man Turbo no Brasil, Martin Kunze. Fiber Glass Systems – Especializada na fabricação de tubos

Gas Energy: transformação da empresa em sociedade anônima Durante a Rio Oil & Gas 2010, a Gas Energy, maior consultoria brasileira de gás, anunciou que concluiu o processo de transformação da empresa em sociedade anônima. O objetivo é se fortalecer em meio ao cenário de crescimento da demanda por consultoria em projetos de óleo e gás nos próximos anos, para realizar um IPO em quatro ou cinco anos. A Gas Energy S/A passa a adotar as mais modernas práticas de governança corporativa como preparativo para a realização, em médio prazo, de uma Oferta Pública Inicial (IPO em inglês). O Grupo Gas Energy, que inclui além da consultoria a divisão de negócios, deve fechar 2010 com um faturamento total de cerca de R$ 10 milhões, quase o dobro do valor do ano passado. 80

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A governança está estruturada nos órgãos societários de Conselho de Administração e Diretoria Executiva, trabalhando sob a forma de um colegiado, o Comitê Executivo e por um Conselho Consultivo. A nova companhia consolida todas as áreas de consultoria e assessoria em uma única empresa, tendo como subsidiárias a Gas Energy Chemicals, a Gela Participações Ltda. (responsável pela atuação da empresa no exterior) e a Gas Energy Tecnologia. Com essa nova estrutura, a Gas Energy S/A terá mais integração e dinamismo para atender as novas oportunidades do

mercado nos setores de gás natural, química e petroquímica. “As novas oportunidades irão surgir graças a um cenário que inclui taxas de crescimento econômico superiores a 7% ao ano, grandes investimentos no pré-sal, novos produtores de gás natural em terra (onshore) e em águas rasas e semiprofundas, e de negócios e obras de infraestrutura ligados aos eventos da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Tudo isso irá aquecer o mercado brasileiro de energia para patamares nunca vistos antes, gerando grande interesse de empresas nacionais e internacionais em se expandirem ou adentrarem este mercado”, explica o diretor presidente da Gas Energy S/A, Douglas Abreu.


recorde de público e de negócios

e conexões, a americana Fiber Glass Systems divulgou na Rio Oil & Gas a construção da primeira fábrica da empresa na América Latina. Apostando alto no potencial do Porto de Suape (PE) e nas oportunidades que estão surgindo com a descoberta do pré-sal, a Fiber Glass Systems contará com uma fábrica em Pernambuco, onde fabricará tubos para controle de corrosão para o setor de petróleo e na indústria química e naval. “A fábrica estará pronta para produzir os equipamentos em março de 2011. A unidade ocupará uma área de oito hectares e contará com um pátio grande para estocagem. Quando entrar em operação irá gerar cerca de cem empregos diretos”, comentou o diretor comercial da empresa, Felipe Bretas. Segundo o executivo, a localização da nova fábrica é estratégica. “Escolhemos o Nordeste porque é a região em que está localizada a maioria dos campos de petróleo em terra, sem contar com a proximidade dos estaleiros e do Porto de Suape.” A proximidade com a África e Europa e os incentivos fiscais oferecidos pelo governo do Estado para a infraestrutura na região também foram um atrativos apontados pelo diretor. WDT Engenharia – Pela primeira vez na feira, a WDT Engenharia, empresa que atua como prestadora de serviços na área de inspeção de soldagem, equipamentos e no controle de qualidade, apresentou na Rio Oil & Gas o Phased Array, tecnologia que permite a inspeção de soldas, dutos e superfícies com qualidade e precisão superio-

res, com velocidade maior e emitindo laudos imediatos. Outra característica da tecnologia é que ela não gera resíduos, não oferecendo riscos de contaminação ao meio ambiente nem ao profissional que o opera. O investimento na aquisição da tecnologia foi de US$ 1 milhão. A empresa espera aumentar o seu faturamento em cerca de 15% em negócios gerados durante a Rio Oil & Gas 2010. Para Marcelo Freitas, sócio-diretor da WDT Engenharia, três grandes negócios foram iniciados no evento, mas o executivo preferiu manter sigilo acerca do nome dos futuros clientes, até que tudo seja concluído. “Mais do que fechar novos negócios, esperamos consolidar e ampliar as parcerias já existentes”, comentou. Softway – Especializada em softwares para comércio exterior, a Softway projeta um crescimento de 200% na carteira de clientes no Rio de Janeiro em 2010. “No ano passado, inauguramos uma filial no Rio de Janeiro para atender o setor de óleo e gás. Existe um movimento intenso de importação de máquinas para a exploração de jazidas. Em 12 meses, os negócios locais passaram a responder por 5% do nosso faturamento total”, comentou Menotti Antonio Franceschini Neto, diretor-executivo da Softway. Desde a abertura da filial, em junho de 2009, a Softway investiu 1,5 milhão de reais para atender a demanda do mercado de óleo e gás por meio de soluções em software para importação e exportação de produtos. “O uso de soluções informatizadas acelera o processo e diminui

a margem de erros durante os processos aduaneiros. Isso significa economia para o cliente. Alguns dos nossos produtos, como os sistemas Repetro Sys e Replat Sys, são pré-requisitos para qualquer empresa que queira atuar no setor”, explica o executivo. Atualmente, o mercado de comércio exterior do Rio de Janeiro é o terceiro maior do Brasil. De acordo com dados da Softway, entre exportações e importações, o Estado movimentou mais de 25 bilhões de dólares no ano passado. Já em 2010, somente no mês de abril, já foram mais de um bilhão de dólares movimentados, o que significa um aumento de 112,42% em relação ao mesmo período do ano passado. “A exploração do pré-sal e toda a cadeia produtiva envolvida com petróleo e gás exige uma logística aduaneira muito complexa, ágil e efetiva e é exatamente nesse nicho que estamos atuando, levando soluções informatizadas para as empresas que atuam nesse setor”, complementa o executivo. Megatranz – Pela segunda vez na Rio Oil & Gas, a Megatranz, empresa de logística e movimentação de cargas, levou ao evento sua expertise no setor de óleo e gás e apresentou a importância do setor de transporte superpesado para a área. “O segmento de petróleo e gás está entre as principais áreas de atuação da Megatranz”, afirmou Henrique Zuppardo, presidente e CEO da Megatranz. “Em virtude das boas perspectivas desse e do setor de infraestrutura, estamos investindo R$ 15 milhões este ano para dobrar nossa capacidade de operação.” TN Petróleo 74

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O presidente da Megatranz revela que, dentre os recentes projetos de destaque realizados para o setor, estão o load out da jaqueta da plataforma de Mexilhão e da plataforma P-56, ambas da Petrobras. “A jaqueta de Mexilhão pesava 12.500 toneladas e foi movimentada pelo sistema pulling, através de equipamentos strand jack. Foram utilizados 16.000 m de cabos de aço no projeto, que foi concluído em novembro do ano passado”, contou. Para a P-56, a Megatranz fez a movimentação dos módulos no píer até sua colocação na balsa, no bairro do Caju, no Rio de Janeiro. Do local as peças seguiram para o estaleiro da Brasfel, em Angra dos Reis (RJ), onde será feita a integração dos módulos. “Para realizar

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Foto: Ricardo Almeida

Foto: Ricardo Almeida

cobertura rio oil & gas 2010

trabalhos como o load out dos dois módulos, que pesavam 1.255 toneladas e 1.318 toneladas cada, foi necessário um longo período de estudos – desde a engenharia até a busca por certificações para viabilizar o projeto”, comentou. CH2M HILL – Para a norte-americana CH2M HILL, empresa de consultoria, gerenciamento de programas, projetos, construção, operações e meio ambiente, o Brasil é um mercado estratégico de crescimento. “Dentro da estratégia de crescimento na cadeia de energia, o Brasil um dos mercados de maior

relevância”, afirmou a engenheira Liliam Valentin, diretora da área de energia e químicos da empresa no país. Radicada no país desde 1996, a CH2M HILL fornece soluções para projetos de produção e exploração de petróleo, refino, gaseificação, terminais e pipelines. Um dos destaques da atuação é o fornecimento de serviços em regiões remotas de exploração de petróleo, como os terrenos congelados do Alasca ou os desertos da Arábia Saudita. No Brasil, os focos são refinarias, terminais, pipelines e projetos para topsides de plataformas. “O potencial de novos negócios, especialmente os que devem ser gerados em torno da exploração do pré-sal, é extraordinário”, comentou Valentin.


EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO REFINO E DISTRIBUIÇÃO GEOFÍSICA E SÍSMICA DUTOS E TERMINAIS INDÚSTRIA NAVAL E OFFSHORE BIOCOMBUSTÍVEIS E SUSTENTABILIDADE RECURSOS HUMANOS E GOVERNANÇA CORPORATIVA LEGISLAÇÃO E MERCADO

Informação de qualidade Sempre, sempre, sempre... ESPECIAL: PRODUTORES INDEPENDENTES

O outro Brasil do petróleo Bahia: onde tudo começou Cadeia produtiva baiana Inovação para campos maduros Pequenos produtores, pequenos municípios e grandes esperanças, por Doneivan F. Ferreira

Entrevista exclusiva

Armando Comparato Jr, presidente da Prysmian América do Sul

A cara e a cruz: situação do parque supridor na Bahia, por Nicolás Honorato Cavadas

O Brasil é ótimo

Campos maduros e o governemnt take, por Thereza Aquino e Mauricio Aquino Sustentabilidade acontece quando se olha para o futuro, por Otavio Pontes A importância da logística enxuta nas corporações, por Aldo Albieri Demanda e produção de petróleo: a necessidade de gestão, por Ronald Carreteiro As oportunidades do mercado internacional de gás e óleo pós-crise, por Eduardo Sausen Mallmann Como atingir a excelência operacional, por Ailtom Nascimento

ESPECIAL: TECNOLOGIA SÍSMICA

Brasil:

um território inexplorado Novos desafios à regulação: a sobrevivência dos independentes, por Marilda Rosado O marco brasileiro, por Marcio Silva Pereira Acidente ambiental, por Maurício Green e Carlos Boeckh O contrato de partilha de produção: considerações sobre o regime tributário, por Gonçalo Falcão

Entrevista exclusiva

Tomaso Garzia Neto, presidente da Projemar

Engenharia é o nosso negócio

A economia brasileira e o apagão de talentos, por Alfredo José Assumpção Sistema óptico aprimora medição de tensões residuais em dutos enterrados, por Armando Albertazzi Gonçalves Jr. e Cesar Kanda Royalties do petróleo e tributação: ou um ou o outro, por Danny Warchavsky Guedes e Caroline Floriani Bruhn Mercado de biocombustíveis carece de regulação, por Liliam Fernanda Yoshikawa e Hilton Silva Alonso Junior C O B E R T U R A

Ano XII • mai/jun 2010 • Número 72 • www.tnpetroleo.com.br

opinião

opinião

opinião

www.tnpetroleo.com.br | 55 21 3221-7500

Festa para o Almirante Negro Golfo do México: horizonte sombrio Licença ambiental para o Estaleiro do Paraguaçu

nº 72

nº 71

nº 70

Nas águas turbulentas do ISS, por André L. P. Teixeira, Bianca de S. Lanzarin e Tiago Guerra Machado

O outro Brasil do petróleo – Parte 2

ESPECIAL PN PETROBRAS 2010-2014: 224 BILHÕES DE DÓLARES EM INVESTIMENTOS

FMC: produção submersa

O futuro do aço brasileiro

de Gabriel Aidar Abouchar, diretor de Mineração e Siderurgia da Abemi

Revista Brasileira de TECNOLOGIA e NEGÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

Forship: gestão regulatória

Ano XII • mar/abr 2010 • Número 71 • www.tnpetroleo.com.br

Revista Brasileira de TECNOLOGIA e NEGÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

SMS: a indústria já entende essa mensagem

ESPECIAL TECNOLOGIA SÍSMICA: BRASIL, UM TERRITÓRIO INEXPLORADO

ESPECIAL: PRODUTORES INDEPENDENTES – O OUTRO BRASIL DO PETRÓLEO

Revista Brasileira de TECNOLOGIA e NEGÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

E o tombo não foi tão grande assim

TN PETRÓLEO

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TN PETRÓLEO

Ano XII • jan/fev 2010 • Número 70 • www.tnpetroleo.com.br

Indústria naval: os próximos passos

de Alceu Mariano, presidente da Sobena – Sociedade Brasileira de Engenharia Naval

A energia descriminada, de Antonio E. F. Muller, presidente da Abdan (Associação Brasileira do Desenvolvimento das Atividades Nucleares)

O outro Brasil do petróleo – Parte 3 Wärtsilä: com força total Lançado ao mar primeiro navio fluminense do Promef Primeiro porta-contêineres construído no Brasil

ESPECIAL: PLANO DE NEGÓCIOS DA PETROBRAS 2010-2014

224 bilhões

de dólares em

investimentos A hora do pré-sal e dos pequenos produtores de petróleo e gás, por Haroldo Lima

Entrevista exclusiva

Modalidades de transporte e escoamento de óleos não convencionais, por Clenilson da Silva Sousa Junior A evolução do licenciamento ambiental das atividades de E&P, por Maria Alice Doria

John Forman, vice-presidente da HRT Oil & Gas

De volta ao Eldorado

CADERNO DE SUSTENTABILIDADE Michelin Challenge Bibendum: mobilidade sustentável Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade: diálogo necessário Conferência Internacional do Instituto Ethos 2010 Mais de 2 milhões para Piatam V

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eventos Cable Fórum

Nexans quer crescer (ainda mais) no Brasil Multinacional francesa realiza primeiro Cable Fórum na América do Sul, com foco no potencial de bons negócios nos setores industrial, construção e infraestrutura (principalmente no segmento offshore de petróleo), com o objetivo de expandir sua atuação no Brasil, que representa 50% de seu mercado na América do Sul.

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Foto: Divulgação

mercado de petróleo e gás, sobretudo no segmento offshore, é a principal aposta da gigante francesa Nexans, fabricante de cabos e sistemas de cabeamento de energia, para expandir suas operações no Brasil. Aqui, ela abriga três das oito fábricas da América do Sul, mas responde por quase metade do volume de negócios da multinacional no continente, que é da ordem de US$ 830 milhões (11% da receita global). De olho nessas oportunidades, a empresa decidiu trazer para o Brasil a 12ª edição do Cable Fórum, uma plataforma única de informações e debates, dedicada a 300 profissionais de todo o continente sulamericano – o escolhido para sediar, pela primeira vez, esse evento. Realizado em São Paulo, no dia 6 de outubro, o fórum teve como público os setores industrial, da construção e de infraestrutura, que abrange a área de petróleo e energia. Uma das líderes globais em tecnologia de cabos, a Nexans tem forte atuação em toda a cadeia produtiva de óleo e gás (da exploração ao refino e distribuição), para a qual fornece ampla gama de cabos de energia e de comunicação e umbilicais para a exploração e

por Cassiano Viana

produção offshore. Das 39 fábricas espalhadas pelo mundo, oito estão na América do Sul: três no Brasil, duas na Argentina, uma no Chile, uma no Peru, outra na Colômbia, além de escritórios na Venezuela, Bolívia, Paraguai e Uruguai. A escolha da América do Sul se deve ao período de crescimento prolongado pelo qual a região – principalmente o Brasil, na área de infraestrutura energética – vem passando, frente a um cenário mundial ainda ressentido pela crise de 2008. No ano passado, a receita da Nexans no Brasil foi de quase US$ 380 milhões. “Acreditamos que podemos crescer 10% no mercado brasileiro esse ano e uma média de 20% em toda a América do Sul”, observou Antoine Welfling, presidente da companhia no Brasil, apontando

o segmento de petróleo como a principal vertente de crescimento no país, ainda mais com as expectativas de exploração do pré-sal. As expectativas positivas são confirmadas por um dos convidados da Nexans, o ex-presidente da Embraer, Ozires Silva. Ele afirmou que para uma empresa como a Nexans é importante estar no Brasil num momento de ouro, em que há muito que desenvolver, sobretudo a infraestrutura. E chamou a atenção para que a multinacional colabore na for-


mação de recursos humanos, de novos talentos para os grandes desafios tecnológicos, como, por exemplo, os do pré-sal.

Conteúdo nacional A possibilidade de a empresa ampliar seu parque fabril brasileiro, que está no limite em função da alta demanda do mercado nacional, foi mencionada por Jorge Tagle, diretor da região América do Sul da Nexans: “O Brasil, por representar 50% do mercado latino, seria a possível sede para uma nova fábrica.” Outros fatores pesarão nessa decisão. Um deles é o fato de a Nexans ser, hoje, um dos principais fornecedores de umbilicais da Petrobras (cabeamento submarino utilizado para a comunicação entre os campos e as plataformas), tendo em seu portfólio as mais modernas plataformas da estatal, como P-50, P-51, P-52, P-53, P-54 e a recémlançada P-57. “Olhando por fora, é difícil ter a ideia da quantidade de cabos contida em uma única plataforma de petróleo. Mas são necessários, em média, 1.500 km deles. Isso, sem contar as necessidades das refinarias e das embarcações de apoio”, comentou o vice-presidente comercial e de marketing da Nexans para América do Sul, Chaim Tencer. “Algumas plataformas do pré-sal poderão ficar a uma distância tão grande da costa que não será possível chegar a elas de helicóptero. Isso vai demandar a construção de plataformas controladas remotamente.” Ocorre que, hoje, o cabeamento submarino usado nas plataformas brasileiras vem da unidade da empresa na Noruega. Um fator de risco para uma indústria que quer se posicionar com mais força em um setor que tem regras cada vez mais rígidas de maior conteúdo nacional.

“Se nos próximos dois ou três anos houver picos de demanda por cabos nas áreas de transmissão de energia, transportes e de óleo e gás, haverá expansão das fábricas no país”, ressalvou Tencer, contabilizando que se as três fábricas em operação seguirem o ritmo de 2010, em 2011 chegarão à plena capacidade. “Portanto, bem antes haverá necessidade de investimento”, pontuou o executivo.

Planta dedicada O presidente da companhia no Brasil observa que a prioridade, dentro de uma perspectiva de ampliação da capacidade de produção, é a construção de uma fábrica de produtos dedicados, ou seja, de cabos com aplicação específica. “É sempre melhor construir uma planta de produtos dedicados”, afirma Antoine Welfling. Os negócios na área de petróleo no Brasil são realizados pela Nexans Ficap – herança da aquisição das operações do grupo chileno Madeco, em 2008, por US$ 825 milhões. A fábrica do Rio de Janeiro é que provê a indústria de óleo e gás de outros cabos especiais para navios e plataformas, que deverão ter alta demanda nos próximos anos. “O que poderá exigir que ampliemos essa unidade. Tudo depende do andamento dos projetos”, reflete Chaim Tencer, indicando que a expansão poderá se dar por novas unidades e ampliações das existentes. “Os vários mercados atendidos pela Nexans são decididos conforme competitividade de suas fábricas e questões aduaneiras, facili-

dade de intercâmbios de produtos entre as fábricas. Então o país ou o estado possui a preferência, como a Nexans Ficap no Rio de Janeiro, que proporciona excelente logística”, conclui o executivo.

Negócios crescentes No ano passado, a Nexans fechou um contrato de 33,5 milhões de euros com a Petrobras para o fornecimento de cabos umbilicais submarinos destinados aos campos de petróleo e gás de Tambaú e Uruguá, na Bacia de Santos. Em abril desse ano, a empresa francesa firmou um contrato de três milhões de euros com a SBM Offshore (Single Buoy Moorings) para a fabricação e o fornecimento de cabos offshore especiais de energia, controle e instrumentação para a conversão do FPSO Espírito Santo, que atua no bloco BC-10, na Bacia de Campos. Mesmo com prazos de entrega muito apertados, a empresa produziu mais de 500 km de cabos offshore especiais, livres de halogênio e resistentes ao fogo, destinados ao projeto de conversão do FPSO realizado pela SBM Offshore em Cingapura. Na trilha do sucesso do projeto FPSO Espírito Santo, a Nexans fechou um novo contrato para o fornecimento de cabos destinados ao FPSO Jubarte, que operará nas águas profundas do bloco BC-57, também na Bacia de Campos. A SBM Offshore efetuará a conversão da embarcação em Cingapura e os cabos serão produzidos pela fábrica da Nexans Ficap no Brasil. Com forte compromisso com a inovação, a Nexans conta com um centro internacional de pesquisa, nove centros de competência técnica e 450 pesquisadores que lançam dois novos produtos por semana. Já foram geradas pela empresa 450 patentes. TN Petróleo 74

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eventos

Fotos: Divulgação Sobena

Sobena 2010

Ecossustentabilidade e fortalecimento da indústria naval brasileira por Cassiano Viana e Maria Fernanda Romero

A indústria naval e os desafios da competitividade e da sustentabilidade foram o tema central da 23ª edição do Congresso Nacional de Transporte Aquaviário, Construção Naval e Offshore, que ocorreu em outubro, no Rio de Janeiro. “Ser sustentável é ser competitivo”, mensagem fixada na cartilha do desenvolvimento econômico, foi mais uma vez a bandeira levantada pela Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), que reforçou a mensagem ao setor naval.

R

ealizado a cada dois anos, o Congresso é o mais tradicional e importante fórum para apresentação e discussão de pesquisas em andamento e desenvolvimentos técnicos em projeto, construção e operação de navios e estruturas marítimas, assim como em engenharia oceânica para a produção de óleo e gás. Em sua 23ª edição, o evento ocorre numa fase de grande impulso da atividade marítima no país, abrangendo amplo progra86

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ma de construção naval e de exploração e produção offshore e em um momento de retomada do crescimento da indústria naval no Brasil. Segundo o presidente da Sobena, Alceu Mariano, o congresso deste ano acontece em um momento histórico e determinante para a indústria marítima do país. “No ano em que a Sociedade completa 48 anos, vemos a maturidade da engenharia naval brasileira”, disse. “Isso representa um fato fundamental na garantia de que o ciclo de crescimento desta vez evolua para um cenário estável

de desenvolvimento. O desafio da indústria naval é o desafio da engenharia naval e é o desafio do conjunto da comunidade técnica que se reúne no Congresso.” Durante a solenidade de abertura, o presidente da Sobena apontou que as demandas provocadas para a indústria nacional são um fator importante para a presente recuperação do setor e também representam um grande desafio, o da sustentabilidade do setor. Segundo ele, a maturidade da engenharia naval brasileira tem papel fundamental na garantia do ciclo


“A importância que o Congresso vem assumindo, o esforço dos autores e a dedicação do corpo de revisores permitiram que o evento deste ano apresentasse um número recorde de artigos e excelente padrão de qualidade, abrangendo uma ampla diversificação de temas”, avaliou Mariano. Além do congresso, o evento contou também com uma área de exposição, na qual empresas do setor puderam apresentar seus produtos e serviços, a Exposição de Produtos e Serviços da Área Naval (Exponaval). Transpetro, DNV, Projemar, Wärtsila, STX, Protubo, Eisa, Estaleiro Rio Maguari, Marintek, Akzonobel e a revista TN Petróleo foram algumas das empresas que participaram com estandes na Exponaval neste ano. Durante a solenidade de encerramento, foi apresentada a nova Diretoria da Sobena, eleita durante

Homenagens O professor Carlos Guedes Soares (à esquerda na foto), do Instituto Superior Técnico de Lisboa, recebeu o Prêmio Internacional da Sobena, no evento. O prêmio é oferecido para um profissional do setor naval com relevante contribuição em sua área de conhecimento e que tenha importante interação com a academia e/ou com a indústria marítima brasileira. Na ocasião, a Sociedade homenageou também os associados que têm mais de 45 anos de filiação à entidade. Os homenageados foram: Ary Biolchini, Ivan Labouriau, José Alberto Difini, Nobuo Oguri, Rubens Langer, Luiz Alberto de Mattos e Elcio Sá Freitas. Destes, os mais antigos associados ainda em atividade são Ary Biolchini e José Alberto Difini, associados da Sobena desde 10 de agosto de 1962.

Foto: Keystone

de crescimento, que desta vez deve evoluir para um cenário estável de desenvolvimento. De acordo com Mariano, são 23 edições do congresso da Sobena realizadas sem interrupções, desde a criação da sociedade. Nesta edição do evento, foram apresentados 112 trabalhos, em 30 sessões técnicas. A programação abordou temas que iam desde a avaliação da integridade de estruturas de casco de FPSOs até o projeto de submarino de passageiros para sistemas de produção offshore, passando pela construção de casco de embarcações de apoio a plataformas offshore, sistemas de visualização 4D para acompanhamento de projetos, análise de riscos na construção naval, monitoramento ambiental, transferência tecnológica, ao balanço oferta e demanda de construção naval no Brasil.


eventos

o Congresso para o biênio de janeiro de 2011 a dezembro de 2012.

Construção naval Ao tratar dos financiamentos e garantias da construção naval, no painel ‘Contrução naval: financiamentos e garantias’, Joceir Ramos, do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), traçou um rápido cenário da atual situação da construção naval brasileira e enfatizou que o total de pessoal empregado na indústria da construção naval e na indústria náutica (embarcações de lazer) soma 78.485 pessoas, o que demonstra o aquecimento do setor. Ele opina que o incremento do número de pessoal empregado na atividade em relação ao final de 2009, quando o total do emprego somou 46.500 pessoas, deve-se à ampliação do sistema de coleta de dados, principalmente do segmento da indústria náutica de lazer. O pessoal empregado em estaleiros, em sua maioria associados ao Sinaval, soma 49.603 pessoas. “O número de empregos em estaleiros registra uma expansão de 20% em relação aos empregos

gerados até o final de 2009. A expansão do emprego prossegue com o anúncio de novas construções já contratadas e a implantação e expansão de estaleiros”, indicou Ramos, que apontou ainda a região Sudeste como a líder desses empregos em estaleiros, mantendo-se como principal polo da indústria da construção naval no Brasil e o Nordeste com a segunda posição. Ramos comentou os diversos tipos de incentivos disponíveis no momento que favorecem a indústria naval. Entre eles, o Fundo da Marinha Mercante (FMM), que empresta recursos para os projetos da área naval e o Fundo de Garantia à Construção Naval (FGCN), que garante o risco de crédito das operações de financiamento à construção naval, realizadas pelos agentes financeiros credenciados a operar com os recursos do FMM. “O fundo garantidor é de fato uma ferramenta muito importante para o setor, ele vai efetivamente entrar em operação e vai ajudar muito”, comentou. O representante do Sinaval apontou as contragarantias como os grandes entraves do setor. “É necessário que haja uma avaliação

Rede de Inovação e Competitividade realiza primeiro seminário Com o patrocínio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e o apoio do Sinaval, do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma) e do Centro de Excelência em Engenharia Naval e Oceânica (Ceeno), a Sobena promoveu, na ocasião, o 1º seminário da Rícino (Rede de Inovação para a Competitividade da Indústria Naval e Offshore). A Rede contribui para a efetiva implantação de um novo modelo de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a indústria naval e offshore. “A criação do Ricino é um passo impor88

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tante na busca de uma nova fase para o modelo de Project Management Institute (PMI) na área de construção naval e offshore no Brasil. É um passo importante também na busca de um caminho de sustentabilidade do setor”, destacou o presidente da Sobena. O objetivo do seminário foi promover a articulação entre os segmentos da cadeia produtiva, instituições de pesquisa e instituições governamentais e não governamentais nacionais e internacionais, visando à preparação do Plano Nacional de Capacitação Tecnológica da Indústria Naval e Offshore.

das garantias de um projeto para que ele consiga ser executado”, salientou. Entretanto, Ramos indicou que o mercado evoluiu bastante, o governo agiu proativamente e hoje o setor naval está em franca expansão. No mesmo painel, Luiz Fernando Romero, da Caixa Econômica Federal (CEF), detalhou o Fundo de Garantia à Construção Naval (FGCN) e explicou os dois tipos de garantia do fundo, o de crédito e o de performance. “Este é um fundo de natureza privada, com patrimônio próprio dividido em cotas, separado do patrimônio dos cotistas, e está sujeito a direitos e obrigações próprias. Não conta com qualquer tipo de garantia ou aval por parte do setor público”, afirmou. Romero lembrou, ainda, o acordo firmado em setembro, e anunciado durante a Rio Oil & Gas 2010, com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para reforçar o desenvolvimento da indústria naval no Brasil.

Prevenção e controle de acidentes ambientais offshore O engenheiro naval Flavio Andrade da Ocean Pact – único brasileiro a participar efetivamente no controle do vazamento da DWH da BP – apresentou, no painel ‘Prevenção e controle de acidentes ambientais offshore’, o relatório preliminar e as lições aprendidas com o acidente. “Aconteceram cinco tempestades tropicais na área durante o período. Tivemos uma operação de


ecossustentabilidade e fortalecimento da indústria naval brasileira

guerra dentro de outra operação de guerra”, afirmou. “Os números são impressionantes. Chegamos a ter quase cinco mil embarcações – entre barcaças, skimmers e outras embarcações locais que foram aproveitadas – e 76 aeronaves em atividade na região. Foram utilizados mais de mil quilômetros de barreiras de contenção. Tivemos um total de 7 mil m³ de dispersantes aplicados. Foram quase 50 mil pessoas envolvidas até o dia 15 de julho quando parou de vazar óleo novo no mar ”, enumerou. “Mesmo assim, a coordenação de toda a operação foi muito bem feita. Não tivemos notícia de nenhum erro.” Dentre os desafios nesse tipo de incidente, Andrade destacou o gerenciamento de emergência, treinamento das tripulações, embarcações adequadas, eficiência na contenção e recolhimento, armazenagem e offloading, eficiência na separação água/óleo a bordo, logística de aplicação de dispersantes e as operações e monitoramento noturno. Segundo Fernando Araújo, da diretoria de Portos e Costas, o Plano Nacional de Contingência ainda não existe no Brasil. “O Plano é da maior importância para o país. Existe uma série de estudos, já discutidos há bastante tempo, mas que têm andado pouco”, afirmou, no mesmo painel. “Felizmente, não estamos de todo desamparados”, pontuou, “mas precisamos avançar”.

Painel ‘Pré-sal: desafios para a engenharia naval’ Neste painel, Eduardo Diniz Prallon, da Petrobras, detalhou a logística marítima que irá atender os projetos na região do pré-sal (nessa edição, ver re-

portagem ‘Logística offshore’, na página 22). “Operamos hoje com 230 navios, 75 de operações especiais”, enumerou. “Trabalhamos com vários tipos de embarcações, dentre AHTS, PSVs, SVs, TSs, OSRVs, Uts, LHs e RSV, DSV e SESVs”, detalhou. “Nossa perspectiva é transportar cerca de 1 milhão de carga em 2017”, detalhando, em seguida, o plano de renovação de frota da Petrobras. Para Prallon, o crescimento esperado é de 30% em dois anos e 100% em cinco anos. “Um dos grandes desafios é dar visibilidade ao rastro dessa carga. Os clientes gastam energia procurando informações de suas cargas. É preciso implementar um sistema de rastreamento ao longo da cadeia de suprimentos”, avaliou. “Garantir essa visibilidade reduzirá custos de produção e aumentará a segurança das operações”, concluiu. No mesmo painel, Segen Estefen, da Coppe/UFRJ, falou sobre as tecnologias submarinas para a exploração e produção em águas ultraprofundas, elencando projetos que estão sendo desenvolvidos dentro da perspectiva do pré-sal. “Temos desafios horizon-

tais – a distância das operações da costa – e verticais – aumento de profundidade do reservatório a ser atingido.” Segundo Estefen, uma questão importante quando se fala em exploração & produção submarina – principalmente em tempos de DWH – é a segurança nas operações de perfuração de poços. “Precisamos aprofundar o desenvolvimento dos BOPs, diminuindo assim a probabilidade de falha dos equipamentos”, comentou, acrescentando que outro item bastante estudado atualmente são os sistemas submarinos autônomos. “Esse será, decerto, um cenário futuro, de produção sem o uso de plataformas. Obviamente, esses sistemas não serão aplicados em todos os campos. Essa é uma linha de pesquisa na qual várias empresas de grande porte já estão envolvidas, inclusive, com testes em escala real já realizados em lugares como o Golfo do México.”

Acordos e convênios internacionais Durante o evento, foi anunciada a renovação do contrato de cooperação com a Society of Naval Architects and Marine Engineers (Sname), que esteve representada por seu diretor executivo, Erik Seither. O acordo, com duração de cinco anos, estabelece, entre outros pontos, que membros das duas sociedades tenham acesso a publicações e eventos nas mesmas condições de seus respectivos sócios. Já a Universidade de Aalto, de Helsinque, Finlândia, firmou convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ). A ideia é promover o intercâmbio de informações, com a possibilidade de um fundo finlandês patrocinar bolsas de estudo. TN Petróleo 74

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eventos 3rd Deepwater Brazil Congress

Em sua terceira edição, o evento, que vem se consolidando como o principal fórum de debates nacional sobre exploração e produção de petróleo de águas profundas, reuniu representantes de governo, associações, indústria, universidades, além de especialistas e investidores para debater o futuro da atividade de E&P no Brasil. por Rodrigo Miguez e Maria Fernanda Romero

O futuro do E&P no Brasil

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ebates sobre a exploração e produção de petróleo em águas profundas, com destaque para o desenvolvimento do pré-sal, discussões sobre o novo marco regulatório e os impactos do acidente no Golfo do México foram os temas do evento. Abrindo as discussões, Manlio Coviello, chefe de recursos naturais

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e energia da Organização das Nações Unidas (ONU) traçou a agenda energética da América Latina e apontou os principais gargalos de infraestrutura e sustentabilidade que o setor passa no momento. De acordo com Coviello, com base nas decisões do G-20, até 2018 o setor de infraestrutura receberá mais incentivos e benefícios econômicos, ao contrário das energias renováveis. Segundo ele, a pesquisa

e o desenvolvimento em energias verdes são importantíssimos, mas, diante destas estimativas, não irão crescer muito nos próximos anos. O representante da ONU enfatizou por diversas vezes o papel de liderança do Brasil em energias renováveis e indicou o país como o único da América Latina que está se movimentando desde 2008 para isso. “Além de ser o maior exemplo em renováveis, o Brasil é exemplo


o Brasil pode servir de modelo para outros países do mundo e da própria América Latina”, finalizou.

Foto: Bia Cardoso

Marco Regulatório

também de equilíbrio energético em termos de política”, completou. Coviello lembrou ainda que segundo a International Energy Agency (IEA), a América Latina equivale a cerca de 6% em investimentos energéticos até 2030. Ele comentou que nesta região, o Caribe está entre os principais emissores de gases do efeito estufa e que o México é o grande ‘culpado’ em termos de peso na América Latina para as mudanças climáticas. “Acho que

Durante o debate sobre o marco regulatório e seus impactos na sociedade, economia e indústria nacional, Luís Eduardo Duque Dutra, chefe de gabinete do diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicou que a entidade quer mais exploração em terra. “Hoje temos 21 bacias sedimentares e todas muito pouco exploradas. Com o pré-sal, a Petrobras ficará mais focada nesta província e não se preocupará muito com as novas descobertas. Então, espera-se que outras empresas fiquem atentas a isso e que a própria Petrobras tente não esquecer das outras regiões”, apontou Dutra. Segundo ele, a ANP pretende voltar a negociar com a Petrobras ainda este ano a devolução de campos marginais, com o objetivo de licitá-los novamente. A expectativa deles é realizar no primeiro semestre do próximo ano a terceira rodada de áreas com acumulações marginais. “Nossa expectativa é convencer a petroleira a liberar campos com reservas inferiores a 100 milhões de barris para focar nas mega descobertas offshore da nova fronteira do pré-sal. Está difícil, mas é fundamental manter as rodadas para manter o conhecimento geológico em terra”, afirmou. De acordo com dados da ANP, atualmente, 35 campos marginais de 167 concedidos estão sob concessão de empresas independentes e os 132 restantes com a Petrobras. “Dos 364 campos em operação no Brasil, dez representam 74% da produção nacional, enquanto outros 150 têm produção somada inferior a 1% do óleo explorado no país”, completa.

O executivo conta que, apesar disso, a Petrobras já se mostrou fortemente contrária à ideia de devolver suas áreas marginais, alegando que os campos são hoje usados para testar tecnologias que depois são aplicadas em grandes campos produtores. Luís Eduardo relembrou ainda que a entidade tem expectativa para a realização da 11ª rodada de áreas para exploração e produção de petróleo e de rodadinhas o mais breve possível. Para Roberto Magalhães, superintendente de conteúdo local da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), a nova regulação trará muito impacto à exigência de conteúdo local. Ele defendeu que este item é uma ferramenta de política industrial e sugeriu o detalhamento do conteúdo local ofertado e a simplificação do processo de certificação para redução de custo como algumas melhorias para este sistema. Magalhães lembrou ainda da criação da cartilha de conteúdo local em 2004 e da sua implantação em 2008. Segundo o representante da Onip, o Brasil tem todas as condições para desenvolver uma indústria competitiva, possibilitando que não sejam mais necessárias exigências de conteúdo local. “No Brasil, o que falta é política industrial e vontade do governo para isso”, afirmou. No mesmo debate, Humberto Quintas, gerente jurídico da Devon Energy Brasil, disse que o regime de partilha gera inúmeras discussões, pois TN Petróleo 74

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eventos

relevantes. “Acho que o poder de voto da Petrobras é o que deixa a indústria mais insegura, pois ela ainda acredita que pode ter papel de operadora”, conclui.

Foto: Agência Petrobras

Meio ambiente em foco

as regras não estão claras neste projeto. Assim como o IBP, para o executivo, o governo deveria ter mantido o sistema atual de concessões e apenas rever o marco regulatório do setor, mas Quintas indicou que o regime de partilha não é prejudicial ao país. “A prioridade do Brasil era aumentar a arrecadação petroleira e isso poderia ser feito mesmo com o regime de concessão. Era só fazer algumas alterações, mas o país resolveu mudar o regime para o de partilha, o que não é ruim para a indústria é apenas uma questão de adaptação”, afirmou. De acordo com Quintas, a questão dos royalties acabou por se destacar, fazendo com que fossem esquecidas discussões técnicas específicas importantes e

No segundo dia de evento, a segurança operacional e os desafios ambientais foram os destaques. O gerente de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) da OGX, Carlos Camargo, mostrou as práticas nesse sentido que a empresa vem implementando em seus projetos. A análise de risco das operações onshore, offshore e portuária, além de um plano de gerenciamento de crise foi considerada primordial para o setor de exploração de petróleo e gás. Para dar suporte aos trabalhos da empresa, a OGX possui uma sala em 3D e tem também um Centro Integrado de Apoio Operacional, que funciona 24 horas por dia. Carlos Camargo disse ainda que a empresa realiza simulados de emergência a cada seis meses. Durante o evento, Rivaldo Mello, diretor da empresa Angel Ambiental, sugeriu a criação de um comando unificado de atendimento a emergências, que seria formado por órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Iba-

ma), para o caso de solução rápida a desastres. Unidades deste tipo já existem nos Estados Unidos, desde os atentados de 11 de setembro. Com relação às questões ambientais, Josefina Kurtz, diretora da Concremat Ambiental, disse que o setor de petróleo e gás tem grandes desafios nessa área, por causa da grande quantidade de novas descobertas. Isso gera um aumento de demanda para o Ibama e inovações técnicas e ambientais para a indústria, que deve aumentar o seu conhecimento sobre as consequências de um possível desastre ambiental, como o do Golfo do México. O Ibama tem aumentado o número de vistorias e conseguido avanços no processo de licenciamento ambiental, mas Edmilson Maturana, coordenador-geral de óleo e gás do órgão, afirmou que há uma necessidade de revisão nos planos de emergência das companhias. Ao final do dia, ficou claro que o foco do setor deve ser no gerenciamento de risco, para prevenir acidentes, identificando possíveis ameaças, a fim de garantir a continuidade operacional dos negócios de óleo e gás no mundo.

Malha dutoviária é tema do 4º Endutos As novas tecnologias para a inspeção e realização de ensaios não destrutivos em redes e malhas dutoviárias foram assunto do 4º Seminário de END em Dutos (Endutos), realizado nos dias 19 e 20 de outubro, no Rio de Janeiro. Promovido pela Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção (Abendi), a edição deste ano teve como tema ’Novas aplicações de END, capacitação e certificação de mão de obra para inspeção em dutos’. Durante o seminário foram apresentadas palestras, trabalhos técnicos e mesas-redondas sobre os projetos de expansão da malha dutoviária brasileira, os desafios tecnológicos na inspeção de dutos, tendências tecnológicas na área dutoviária, capacitação e qualificação profissional, 92

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por Cassiano Viana

programas tecnológicos, construção, ampliação e manutenção de malhas dutoviárias, treinamento, qualificação e certificação, proteção catódica em dutos submarinos, dentre outros temas. O evento é de extrema importância devido ao crescimento da indústria de transporte por dutos, o que tem demandado grandes oportunidades de negócios, movimentando por ano mais de US$ 50 bilhões no mundo. No Brasil, estimam-se, até 2013, investimentos na ordem de US$ 8 bilhões previstos para projetos de expansão da malha de dutos. Os participantes também puderam visitar o Centro de Tecnologia em Dutos (CTDUT), em Duque de Caxias.


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eventos

Foto: Divulgação

Enase 2010

Transparência e estabilidade econômica são fundamentais Criado para ser palco de discussões importantes dos rumos do setor elétrico nacional, o 7º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase) teve a participação de diversos representantes de grandes empresas de energia e também de membros do governo e das associações por Rodrigo Miguez Abeeólica e ABCE.

O

início do evento foi marcado pela apresentação da carta Energia para o Futuro, elaborada por 11 associações, que mostraram sua visão dos desafios a serem enfrentados pelo setor elétrico brasileiro nos próximos anos. O documento fala da importância da transparência e da estabilidade econômica, da necessária integração dos agentes setoriais nos processos do mercado de energia, e também dos tributos e encargos,

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que superam em mais de 50% o preço final da energia e que devem ter seu aumento interrompido. O primeiro membro do setor a se apresentar no evento foi o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que falou sobre o planejamento e o desenvolvimento das mais diferentes fontes de energia da matriz energética brasileira. Ele lembrou que o Brasil é um caso único no mundo de país em desenvolvimento com tantas fontes de energia renovável em sua matriz, e que, do

potencial hidráulico disponível, só 1/3 é utilizado. Tema recorrente das discussões de grandes empreendimentos de infraestrutura no país, o licenciamento ambiental foi alvo de críticas do presidente da EPE, que afirmou que projetos das usinas hidrelétricas (UHE) de Santo Antônio e Belo Monte tiveram que sofrer alterações para se adequar


Energias renováveis Mesmo assim, empresas do setor continuam investindo no país. A Alstom já percebeu o bom momento do setor e está construindo sua fábrica de equipamentos eólicos em Camaçari, na Bahia, com previsão de início das operações no primeiro semestre de 2011. De acordo com Ricardo Simões, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), também presente ao Enase, o potencial dessa fonte é muito grande, algo entre 300 e 400 GW. Além de

não emitir gases do efeito estufa, os empreendimentos da energia dos ventos têm rápida implantação, com baixo impacto ambiental e sem a vulnerabilidade nos preços internacionais, como acontece com o petróleo e o gás natural. Fontes renováveis como a energia eólica e a bioeletricidade – esta última gerada a partir do bagaço de cana – servem não só para manter a matriz energética nacional a mais limpa do mundo, como também são fontes complementares do sistema de energia brasileiro. Segundo dados, a expansão da oferta de energia se dará basicamente por meio de fontes renováveis a partir de 2014. Outra forma

Foto: Divulgação Impsa

Foto: Divulgação Itaiupu Binacional Foto: Divulgação Itaiupu Binacional

às necessidades ambientais. Para Roberto Gomes, do Operador Nacional do Sistema (ONS), é necessário agilizar os processos do Ministério de Minas e Energia (MME) e da EPE com o Ministério do Meio Ambiente e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Sobre os novos investimentos em energia no Brasil, Tolmasquim adiantou que a UHE Teles Pires, que terá capacidade instalada de 1820 MW, poderá ser incluída no leilão de energia nova, que ocorrerá em dezembro. Ele assegurou ainda que não há risco de desabastecimento de energia elétrica, graças à expansão da capacidade instalada e da rede de transmissão de energia. A questão tarifária foi amplamente discutida pelos membros do setor energético, que reclamaram muito da falta de uma política governamental para a redução dos preços em toda a cadeia, o que prejudica o consumidor final, que paga uma conta de energia alta. Segundo eles, a elevada carga tributária brasileira faz com que o país perca competitividade.

sustentável de geração hidrelétrica que foi citada no Enase foi a das usinas-plataformas. Ela consiste em hidrelétricas que, após a construção, têm o ambiente natural em volta totalmente reflorestado. O que foi dado como uma solução viável para a região amazônica. Outros temas debatidos no encontro foram a renovação das concessões no setor elétrico, tido como a atual prioridade, e também o investimento em tecnologias de smart grid, para a implantação de uma rede inteligente, substituindo os antigos medidores por automatizados. Além disso, a integração energética do Brasil com os países vizinhos foi bastante comentada, já que há grandes possibilidades de negócios nesta área, em nações como Guiana, Uruguai, Argentina e Peru. TN Petróleo 74

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perfil profissional

Humberto Loureiro

Sem medo de dizer

‘não dá’

por Cassiano Viana

A credibilidade não nasce do sucesso e sim dos erros (e insucessos) assumidos, afirma o CEO do Grupo Sea Oil. Carioca da gema, filho da antiga Guanabara, Humberto Loureiro Jr, 53 anos, afirma que credibilidade se conquista quando não se tem medo de dizer que isso não dá para ser feito, em uma área onde todos querem tudo para ontem: o exigente mercado offshore. Há quase três décadas nessa área, o engenheiro naval vem singrando os mares do sucesso à frente do grupo Sea Oil. A empresa atua em diversas áreas da indústria de óleo e gás, desde o suporte e consultoria para outras que objetivam entrar no mercado no país, até o serviço de comissionamento para projetos de engenharia, desenvolvimento de produtos e tecnologia e locação de bancos de carga para teste de módulos de geração de energia. Filho de um engenheiro da Petrobras, ‘praticamente um dos fundadores da estatal’ (diz ele rindo), o CEO é flamenguista convicto, nascido e criado no Rio de Janeiro, e vivendo na Barra da Tijuca. “Moro até hoje aqui. Meus avós vinham para a Barra desde antes de meus pais se casarem. Fui criado no mar, na praia.” Talvez por isso a paixão por barcos e pela arte naval o tenha levado a seguir carreira em engenharia naval – ele se formou em 1979, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Saí da faculdade e entrei na Marinha, meu primeiro emprego, trabalhando com sistemas de propulsão, engenheiro pleno e puro, participando de pesquisas. Fiquei lá por cinco anos para descobrir que eu tinha muito ainda a aprender ”, recorda. 96

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“Foi quando um professor me chamou, em 1985, para fazer parte da equipe da Secretaria Executiva do Fundo da Marinha Mercante”, conta Humberto. Lá, ele aprendeu tudo sobre política da construção naval no Brasil, fazendo auditoria, pelo Governo, nas contas dos estaleiros. Mundo offshore – Do Fundo da Marinha Mercante, foi trabalhar no antigo estaleiro CEC, na Ilha do Caju, em Niterói, em sua época áurea. “Eu diria que o CEC foi a maior subcontratada da Petrobras na época do polo Nordeste”, avalia. “Isso me aproximou mais ainda do offshore. Eu passei a cuidar dos contratos da CEC junto à Petrobras.” Ficou lá até 1990, quando saiu para montar sua primeira empresa, um estaleiro para a construção de embarcações de lazer. Nesse mesmo ano, veio o Plano Collor, que derrubou todos os planos. “Continuei com a empresa, mas na área industrial, construindo peças em fibra de vidro. Nesse meio tempo, um amigo comprou a CEC, que estava completamente parada. Reabrimos o estaleiro com alguns trabalhos para a Petrobras, motivando a compra do CEC para o grupo Marítima, de German Efromovich.” Tempos depois, ele voltaria ao estaleiro Mauá. Foi nessa época, em 1997, que surgiu a Sea Oil, que poucos anos depois obteria o seu primeiro grande marco: o contrato da Cordoaria São Leopoldo, vendendo amarras para a P-50. “De forma ousada, pegamos um avião e descemos em Cingapura para conversar com o pessoal do Jurong. Passamos lá alguns dias e fechamos um grande contrato, importante para a Jurong e para

a Sea Oil”, conta. “Isso foi há dez anos”, contabiliza ele. A partir daí, foi possível caracterizar a empresa como uma assessora comercial no trato da convivência no mercado offshore brasileiro. “A Sea Oil hoje tem contratos importantes no mercado offshore”, comemora.

Idade: 53 Formação: Engenheiro Naval Primeiro trabalho: Diretoria de Engenharia Naval - DEN Principais cargos ocupados: Engenheiro, Gerente Comercial, Diretor Comercial, Presidente Horas médias de trabalho/dia: 10h Hobbies: Estar no mar, tocar, ler, ensinar e aprender com os filhos Sonho de consumo quando criança: ter um barco Sonho de consumo hoje: estar no barco Músicas: todas as bonitas, sem exceção Um bom lugar para descansar: no mar de Angra, em qualquer lugar Um filme: Stardust – o mistério da estrela, Matthew Vaughn Livros: O Senhor dos Anéis (Tolkien), Amor sem limites (Robert A Heinlein), Tau Zero (Poul Anderson), Além do fim do mundo (Fernão de Magalhães), Os miseráveis (Vitor Hugo), A ilha do tesouro (Robert Louis Stevenson), a lista será infinita..... Adoro ler

O segredo do sucesso – Segundo Humberto, o grande trunfo da Sea Oil é a sinceridade, não ter medo de dar notícia ruim. “A credibilidade não vem, por incrível que pareça, do sucesso e sim do insucesso. Dar notícia boa é muito fácil”, explica. “Algo que consegui garantir a duras penas foi sentar na frente do cliente e dizer ‘é viável’ tanto quanto ‘não deu’, ou ‘não consegui’. Às vezes, algo está além da nossa capacidade. Eu diria que a minha credibilidade veio dessa transparência. Embora eu seja obrigado a dizer que estas – as notícias ruins – foram, até agora, menores do que a quantidade de notícias boas que eu tive de dar”, sorri. “Uma das coisas que a música, ou a arte, ensina é que quando você sobe ao palco não tem como enrolar ninguém. Ou você está preparado e toca, ou você sai fora.” Humberto estudou piano desde os seis anos de idade, continuamente até os 20, quando teve de optar entre a engenharia e a música. “Minha professora era a Alda Barroso Neto, diretora da Escola Nacional de Música e filha do grande compositor brasileiro Barroso Neto”, conta. “Quando eu falei que iria parar de estudar para seguir carreira, ela parou de lecionar. Eu gostava muito dela.” Ele conta que tocava inicialmente por obrigação, imposta a dois dos três irmãos pelo pai, violinista. Dos seis aos 18 anos, detestava as aulas. “Eu queria, como toda criança, jogar bola, soltar pipa... eu não era diferente. Piano, no início, é um massacre!”, recorda. “Mas um dia percebi que a música, além de ser um diferencial, me tornava melhor. A música te faz vencer a timidez, qualquer personaliTN Petróleo 74

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perfil profissional

dade retraída, medo de falar em público, o emocional, condições físicas, a expectativa do público, qualquer despreparo... você vence a si próprio”, afirma. “O coração é um metrônomo que você vai treinando, condicionando.” Isso motivou a criação do Instituto Sea Oil, projeto idealizado e desenvolvido por Humberto em parceria com a professora e maestrina Atelisa de Salles. O Instituto prepara crianças e adolescentes de baixa renda através da música clássica, incentivando a expressão artística como forma de desenvolvimento da solidariedade e de cidadania. Além de dar a oportunidade de ampliar seus horizontes e de concretizar sonhos, o Instituto prepara estes jovens para a formação de orquestras mirins, com

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a possibilidade de ingressar, mais tarde, em orquestras profissionais, e ainda tornando os participantes multiplicadores de ações sociais em suas comunidades. Além das aulas e ensaios, também são feitos, pelo Instituto, acompanhamentos sociais e encaminhamentos diversos aos participantes e a seus familiares, além da realização de oficinas de cidadania.

“A disciplina da música clássica faz uma diferença enorme”, diz. “Não toco violino e derivados – viola e violoncelo –, de resto, não faço feio, não. Mas o meu instrumento é o piano”, conta. “Eu preciso de instrumentos com áreas bem definidas como o piano.” “Eu gosto de música. Hoje estou estudando, novamente, a Polonaise de Chopin, mas em absoluto tenho um compromisso de estudar ou de gostar apenas de música clássica. Adoro MPB. Há dois meses eu estava estudando Odeon, chorinho clássico de Ernesto Nazareth. Antes disso, o repertório de George Gershwin”, enumera. “A música se impregnou de tal forma em mim que toco até pagode no piano.”


perfil profissional

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Ano 2 • nº 12 • novembro de 2010 • www.tnsustentavel.com.br

Editorial

Mudanças necessárias Esta semana, ao pesquisar na biblioteca da TN, encontrei o livro O que os economistas pensam sobre sustentabilidade, organizado pelo jornalista Ricardo Arnt, no qual vários profissionais brasileiros da área discorrem sobre o tema – alguns bastante divergentes e outros muito críticos dos reais efeitos das mudanças climáticas sobre o planeta. No entanto, há entre eles o consenso de que as mudanças são de fato necessárias para que possamos alcançar padrões de desenvolvimento econômico e social sustentável, sem abandonar o investimento em tecnologia, incentivando a inovação, a formulação de novas parcerias, de forma a conduzir os negócios pela vertente do bem comum. As matérias desta edição do ‘Caderno de Sustentabilidade’ mostram que alguns estão fazendo, e bem, o dever de casa. Para começar, temos uma entrevista exclusiva de Susan Andrews, coordenadora da organização FIB (Felicidade Interna Bruta) no Brasil e do Instituto Visão Futuro. Ela sugere a felicidade como medida de progresso de uma nação e afirma que o bem-estar integral de uma população é medido em nove dimensões: segurança econômica, boa governança, resiliência ecológica, acesso à educação e assistência médica de qualidade, vitalidade comunitária, diversidade cultural, bem-estar psicológico e espiritual, e uso equilibrado do tempo.

Vamos conferir ainda como a Braskem estabeleceu uma série de parcerias para fornecimento de polietileno verde a clientes nacionais e internacionais que adotam o desenvolvimento sustentável como pilar de sua estratégia de mercado. Em busca da expansão sustentável, o Grupo Delta Energia usará duas rotas para a produção de biocombustíveis, óleo vegetal e sebo animal, na sua nova fábrica, em Rio Brilhante (MS), a maior do estado, com capacidade para produzir 300 mil litros por dia desse energético. Com o mesmo objetivo, a Cosan inaugura uma usina de açúcar e etanol em Caarapó (MS), reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a geração de emprego e renda, contratando mão de obra local e contribuindo para a melhoria da geração de renda da cidade. São exemplos que nos empolgam e nos fazem ver que a estrada é longa, desafiante, mas, acima de tudo, possível. E que o nosso papel como meio de comunicação é incentivar a divulgação desses exemplos para que outros possam fazer o mesmo. Boa leitura e até a próxima! Lia Medeiros Diretora do Núcleo de Sustentabilidade

Sumário

104 Braskem

Braskem inaugura fábrica de eteno verde

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Acordo para etanol de segunda geração

Prêmio de Ciência de Trieste Ernesto Illy consagra estudo brasileiro

Petrobras e Novozymes

José Goldemberg

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suplemento especial

Entrevista especial Susan Andrews, coordenadora do FIB no Brasil e do Instituto Visão Futuro

Felicidade como medida do

progresso de uma nação por Maria Fernanda Romero

A felicidade pode ser utilizada para medir o progresso e desenvolvimento de uma comunidade ou nação. O indicador Felicidade Interna Bruta (FIB) já está sendo usado em países da Europa como alternativa ao Produto Interno Bruto (PIB). Em entrevista à TN Petróleo, Susan Andrews, coordenadora do FIB no Brasil e do Instituto Visão Futuro e participante do Seminário de Responsabilidade Social Corporativa do IBP deste ano, mostra como é o indicador e como ele pode ser utilizado em alternativa ao PIB. TN Petróleo – O que é o FIB? Como este conceito surgiu? Susan Andrews – Nos anos 1980, no Butão, um pequeno país nos Himalaia, o rei Jigme Singye Wangchuck, ao responder à pergunta de um jornalista sobre o PIB daquele país, declarou que no Butão o que de fato importava não era o PIB, mas o FIB (Felicidade Interna Bruta). A ideia então pegou, e se espalhou pelo mundo. Todavia, nos anos mais recentes, desde que o FIB atraiu a atenção mundial, alguns especialistas internacionais em estatística, economia e bem-estar têm se unido para formular uma métrica sistemática para avaliar o FIB. Esse esforço coletivo resultou num questionário solidamente fundamentado na nova Ciência da Hedônica, que analisa fatores capazes de conduzir à felicidade humana. O PIB é um indicador medido através do conjunto de bens produzidos pela humanidade. E o FIB? Como ele é mensurado? Utilizando um questionário desenvolvido pelos especialistas internacionais, com o apoio do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o FIB – o bem-estar integral de uma po102

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pulação – é medido em nove dimensões: segurança econômica, boa governança, resiliência ecológica, acesso à educação e assistência médica de qualidade, vitalidade comunitária, diversidade cultural, bem-estar psicológico e espiritual, e uso equilibrado do tempo. Provou-se cientificamente que esses nove aspectos são fatores que afetam muito o bem-estar de qualquer comunidade. Muitas pessoas devem acreditar que o FIB é um conto de fadas, não? Ao contrário, muitas especialistas atualmente acreditam que a busca exclusiva do aumento do PIB está levando o planeta a um pesadelo. No mundo, cada vez mais economistas estão debatendo os indicadores do verdadeiro progresso. Como alerta Angel Gurria, secretáriogeral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os “recursos econômicos não são tudo que conta na vida das pessoas.” E o ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, declarou: “Entre os economistas tem havido por muito tempo uma forte convicção que o PIB não é uma boa métrica. Não mede as mudanças em bem-estar. Se os líderes

estão tentando maximizar o PIB, e o PIB não é uma boa métrica, estamos maximizando a coisa errada.” No ano passado o presidente da França, Nicolas Sarkozy, contratou os ganhadores do Prêmio Nobel em economia Joseph Stiglitz e Amartya Sen, juntamente com mais 20 outros especialistas, para formar a Comissão para a Mensuração do Desempenho Econômico e Progresso Social. Seu relatório final concluiu que “o tempo está maduro para que o nosso sistema de mensuração pare de medir produção econômica para medir o bem-estar das pessoas.” Talvez tenha sido Robert F. Kennedy quem expressou com mais eloquência as deficiências do PIB para mensurar o progresso. Disse ele: “O PIB inclui poluição atmosférica, ambulâncias para uma tragédia; trancas especiais para nossas portas, e prisões para as pessoas que as arrombam. Inclui a destruição das nossas florestas e a morte dos nossos lagos. Cresce com a produção de mísseis e ogivas nucleares. Não inclui a saúde das nossas famílias, a qualidade da educação das nossas crianças ou a alegria das suas brincadeiras. É indiferente à segurança das nossas ruas. Também


não inclui a beleza da nossa arte, a estabilidade dos nossos casamentos, nem a integridade dos nossos governantes. Mede tudo, em suma, exceto aquilo que faz a vida valer à pena.” É por isso que indicadores como o FIB estão sendo aplicados no mundo inteiro, desde a Tailândia até o Japão, do País de Gales aos Estados Unidos e Canadá. E, como um vírus positivo, o FIB está contagiando também o Brasil. Quais são as maiores dificuldades da introdução do FIB no Brasil? Não estamos sentindo dificuldades – só inspiração e alegria! De fato, vários prefeitos, vice-prefeitos e empresas estão pedindo para que levemos o FIB às suas cidades e organizações. O interesse entre todos os setores da sociedade – empresas públicas e privadas, prefeituras, ONGS, e do público em geral – tem sido tão extraordinário que eu fico o tempo todo lembrando daquela célebre frase do filósofo francês Vitor Hugo: “Não existe nada mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou.” Parece que o tempo para o FIB definitivamente chegou. A metodologia do FIB no Brasil não apenas mede o bem-estar da comunidade, mas também motiva a população para que faça esforços coletivos, articulados com os governos, empresas e ONGs locais para aumentar seu bem-estar. Essa abordagem começa com um programa com crianças e jovens chamado Educação para a Felicidade, que os capacita a aumentar seu bem-estar e a desenvolver sua resiliência emocional. Esses jovens, então, se tornam líderes na comunidade, motivando seus pais e outros adultos para que trabalhem juntos em prol da felicidade coletiva. É uma abordagem totalmente sistêmica, integrando crianças, jovens e adultos, nas nove dimensões do FIB, e os três setores da sociedade – governo, iniciativa privada e comunidade – para potencializar o bem-estar de todos. Qual a importância do FIB para a competitividade empresarial? A busca por maior competitividade nas organizações finalmente chegou ao ser humano. Hoje em dia, o potencial de

O grande fator de diferenciação está latente no potencial das pessoas e na geração de ativos intangíveis nelas baseados.

diferenciação nos negócios não está mais concentrado apenas em tecnologia ou processos ou ainda nos recursos financeiros. O grande fator de diferenciação está latente no potencial das pessoas e na geração de ativos intangíveis nelas baseados. Marca, rede de relacionamentos, conhecimento tácito, capacidade de mobilização das pessoas, confiança e felicidade são exemplos destes ativos. Os cientistas organizacionais já provaram o valor dos ativos intangíveis e da felicidade para diferenciar a performance empresarial, e neste sentido, o FIB, atuando tanto como indicador de gestão quanto como processo impulsionador de mudanças pessoais e organizacionais, tem demonstrado seu potencial de libertar o real valor das pessoas e transformar o modo como os negócios estão estruturados. As experiências que tivemos com o FIB nas empresas – na Natura Cosméticos, na Cemig, na CIP (Câmera Interbancária de Pagamentos) – claramente demonstram que as pessoas recuperam seu propósito de vida no trabalho e se engajam, junto com suas organizações, para dar o melhor de si, para criar redes humanas coesas dentro e fora da organização, mais alinhadas para o servir, melhorar e expandir essa corrente do bem. Acreditamos que esse movimento, no médio e longo prazo, irá redefinir a forma de atuar no mercado pelas organizações e pelas pessoas, criando um ambiente mais feliz e produtivo. Uma pesquisa feita pela Denison Consulting nos EUA mostrou que empresas com funcionários infelizes aumentaram suas vendas

em 0,1% de 1996 a 2004, enquanto que as empresas com funcionários felizes aumentaram suas vendas em 15%! Você coordena o Instituto Visão Futuro em São Paulo. Como surgiu este projeto e quais são seus objetivos? A sede do Instituto Visão Futuro é uma ecovila, o Parque Ecológico Visão Futuro, fundado na época de Eco-92 com a ajuda do Sida (Swedish International Development Agency). Uma ecovila, segundo as Nações Unidas, é um novo modelo de assentamento humano para o século XXI, no qual as atividades multifuncionais humanas são integradas ao mundo natural com desenvolvimento saudável e sustentável. A partir desta base, nos últimos 18 anos lançamos múltiplos projetos em todo o Brasil, de educação, saúde, sustentabilidade, e agora Felicidade Interna Bruta. Nosso objetivo é de catalisar – e ser um exemplo de – um novo paradigma de consciência ecológica, bem-estar integral e cooperação. Essa é a nossa visão do futuro. Em 2008, o Visão Futuro promoveu a 1ª Conferência Nacional do FIB. Como você avalia o resultado do evento? A 1ª Conferência Nacional do FIB em 2008, em São Paulo, foi tão procurada que o auditório para mil assentos do Sesc Pinheiros lotou duas semanas antes do evento! Outros, no Banco Real, Unicamp e PUC-SP, naquela época, também tiveram tanta repercussão que fomos indicados para sediar a 5ª Conferência Internacional do FIB em 2009. Com a ajuda da Itaipu Binacional, este evento também foi um enorme sucesso, e espalhou as sementes do FIB por todo o país – das quais estamos colhendo os frutos até agora. O que deve fazer uma instituição ou pessoa interessada em reaplicar o FIB? Entrar no site www.felicidadeinternabruta.org.br e nos contatar para levar esta metodologia do bem-estar para sua comunidade ou organização. Como alguém já disse, “Se você não faz parte da solução, você faz parte do problema.” Queremos juntos fazer parte de uma nobre nova solução. TN Petróleo 74

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suplemento especial

Braskem inaugura fábrica de

eteno verde A maior unidade industrial de eteno derivado de etanol do mundo foi inaugurada pela Braskem, em setembro, no Polo Petroquímico de Triunfo (RS), com capacidade para produzir 200 mil toneladas de polietileno verde por ano. Com o início das operações, a empresa passará a fornecer ao mercado resina de origem renovável, assumindo a liderança global em biopolímeros. Foram investidos cerca de R$ 500 milhões no projeto, concebido com tecnologia própria da empresa. A Braskem avalia a possibilidade de implantar uma nova unidade de eteno verde diante do interesse demonstrado pelo mercado. por Maria Fernanda Romero

O

projeto da planta de etanol verde vai consumir cerca de 462 milhões de litros de etanol/ano, volume que inicialmente será adquirido em regiões como São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Com a nova unidade, a Braskem vai consumir 570 milhões de litros de etanol em suas plantas no Rio Grande do Sul.

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A construção e a montagem foram executadas pela Odebrecht. A Genpro atuou com a expertise em engenharia, a OPI com o suprimento internacional, e a Braskem com a tecnologia, o projeto conceitual e básico, e o gerenciamento da aliança. “Dos R$ 500 milhões que foram investidos, parte foi de dívidas contraídas, outra parte de

subsídios já existentes da Braskem e de recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES)”, explica o presidente da Braskem, Bernardo Gradin. O insumo, produzido a partir do etanol de cana-de-açúcar, matéria-prima 100% renovável, é transformado em polietileno, batizado de ‘plástico verde’, primeiro


do tipo com certificação mundial. O plástico verde é considerado um produto altamente sustentável, ele retira mais carbono da atmosfera do que emite ao longo do ciclo de vida, desde o cultivo da cana até a reciclagem pós-consumo. De acordo com o vice-presidente da Braskem, Manoel Carnaúba, o eteno verde processa o etanol e o único efluente gerado pela fábrica é a água. A fábrica de eteno verde da Braskem, que já opera desde 3 de setembro, inicia as atividades com 75% da produção destinada a 20 clientes – entre eles, empresas como Tetra Pak, Toyota, Johnson & Johnson e Procter & Gamble. Desde o ano passado, a petroquímica

estabeleceu uma série de parcerias para fornecimento de polietileno verde a clientes nacionais e internacionais que adotam o desenvolvimento sustentável como pilar de sua estratégia de mercado. De acordo com Gradin, a estratégia da empresa é tornar-se líder mundial em química sustentável, com diversificação de fontes de matéria-prima competitiva. “Não seremos só líder em química sustentável daqui a dez anos, continuaremos a buscar matéria-prima competitiva nas regiões. Vamos ser líderes mundiais em soluções sustentáveis. Acreditamos que as fontes finitas serão plenamente substituídas. Nossa meta é sermos

Exemplo de sustentabilidade O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da inauguração da fábrica de eteno verde da Braskem juntamente com ministros, executivos da Petrobras e importantes representantes do setor, afirmou na ocasião que o Brasil é o país com maiores condições de dar respostas aos desafios ambientais do planeta no século XXI. O presidente citou a fábrica da Braskem como um dos exemplos da preocupação brasileira com a redução da emissão de gases de efeito estufa. “Uma dessas respostas, com certeza, está sendo dada com a implantação da linha de polietileno verde. A partir do Rio Grande do Sul, a Braskem

vai mostrar a todo mundo que o plástico poderá ter no etanol uma matériaprima tão eficiente como é o petróleo e com a vantagem de ser renovável e não gerar no seu processo produtivo de gases de efeito estufa.” Lula lembrou do fracasso das negociações da Conferência Mundial do Clima, em Copenhague, e afirmou que, enquanto os países ricos falam, o Brasil está fazendo sua parte para a redução de emissão de gases de efeito estufa. “Vamos dizer ao mundo: ‘Enquanto vocês falam, nós fazemos, e está aqui o nosso polietileno verde. Feito da cana-de-açúcar, feito do álcool produzido pela cana-de-açúcar,

líderes em alternativa de fontes sustentáveis”, pontua o presidente da Braskem. Com 29 plantas no Brasil e nos Estados Unidos, a Braskem produz mais de 15 milhões de toneladas do material e outros produtos petroquímicos anualmente.

Construção sem acidentes A unidade de eteno verde teve o prazo de construção antecipado para 16 meses, abaixo do orçamento, sem acidentes com afastamento. A Braskem colocou como desafio à sua equipe executar o projeto no menor tempo possível com segurança máxima pela sua extrema relevância. “A decisão de antecipar que produz duas vezes e meia mais que o álcool americano do milho’”, enfatizou. O presidente destacou que o Brasil assumiu o compromisso de reduzir de 36% a 39% a emissão de gases do efeito estufa até 2020, assim como diminuir em 80%, no mesmo período, o desmatamento na Amazônia. “É preciso que as responsabilidades sejam iguais, porém diferenciadas nos atributos de responsabilidade para cada pessoa”, afirmou Lula. “No COP16 do México, vou levar um saco de polietileno branco, um saco que vou derramar onde eles passarem, para que saibam que enquanto eles falam e ditam regras, nós falamos menos e fazemos mais”, disse. Lula pontua que o Brasil assumiu a vanguarda mundial da produção de combustíveis limpos porque soube conciliar suas riquezas naturais à tecnologia: “Fomos um dos primeiros do mundo a investir em combustíveis renováveis. O volume de recursos estatais superiores a US$ 16 bilhões, aplicados desde 1975, nos colocaram na vanguarda da agroenergia”, afirmou. “Esse pioneirismo não é por acaso, ocorre porque o Brasil aprendeu a conciliar suas riquezas naturais de solo e clima com intensos investimentos em pesquisa e tecnologia.”

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a compra de equipamentos críticos, o esforço da área logística para acelerar a sua chegada e o perfeito entrosamento entre as equipes de tecnologia, engenharias básica, de detalhamento e de produção foram essenciais para alcançar essa meta”, afirma Manoel Carnaúba, vice-presidente da unidade de petroquímicos básicos. A especificação do eteno ocorreu 12 horas após a partida da unidade, em 3 de setembro, e a produção de polietileno verde começou uma semana depois. O processo de polimerização, que converte eteno em resina, utiliza unidades já existentes da Braskem no Polo de Triunfo. O produto final tem exatamente as mesmas propriedades e características do polietileno tradicional, podendo ser processado nos equipamentos dos clientes sem necessidade de adaptações. Mais de 2.200 trabalhadores atuaram na construção da planta, dos quais mais de 700 eram moradores de Triunfo e arredores. Desse total, 174 formados pelo Programa Acreditar, que capacitou, durante

Por que o plástico é “verde”? Porque dispensa matériasprimas fósseis, derivadas do petróleo, uma vez que o eteno verde é fabricado a partir de uma fonte 100% renovável, a cana-de-açúcar

Interesse internacional oito meses, cerca de 250 moradores de Triunfo nos cursos de eletricista, montador de estruturas, encanador, carpinteiro e soldador.

Demanda três vezes maior Durante a coletiva, o presidente da Braskem assegurou que a

Código de conduta para fornecedores A iniciativa tem como objetivo orientar todas as empresas fornecedoras desse insumo e estabelecer Boas Práticas socioambientais a serem seguidas em todo processo produtivo. O código foi criado para fortalecer o compromisso da Braskem em apoiar o desenvolvimento sustentável da cadeia do etanol. Os fornecedores devem observar os requisitos socioambientais na produção do etanol, assegurando a sustentabilidade do processo produtivo desde a origem da matéria-prima até o produto final. Serão observadas medidas em relação a queimadas, biodiversidade, Boas Práticas ambientais, direitos humanos e trabalhistas e análise do ciclo de vida do produto. “A receptividade ao código de conduta tem sido muito positiva, a partir da percepção dos nossos fornecedores de que o compromisso com a sustentabili106

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demanda por polietileno verde já é muito maior do que a oferta do produto. De acordo com ele, quando foi anunciada a construção da fábrica, a demanda já era superior em três vezes. “Existe muito mais demanda pelo produto do que o volume que podemos fabricar hoje”, declarou Bernardo Gradin. Segundo ele, o plástico verde da Braskem é o mais competitivo entre todos os plásticos de origem renovável. “E isso tem sido amplamente reconhecido pelo mercado, que registrou demanda para três vezes a capacidade da planta”, acrescenta o executivo informando que a empresa ficou devendo aos clientes, mas garantiu que será por pouco tempo.

dade da cadeia produtiva é de interesse de todos os seus elos e vai ao encontro das exigências da sociedade”, diz Hardi Schuck, responsável por suprimentos e matérias-primas na unidade de petroquímicos básicos da Braskem. A empresa é a maior consumidora industrial de etanol do Brasil, utilizando cerca de 700 milhões de litros por ano destinados à produção de polietileno verde e do ETBE, bioaditivo para combustível. A maior parte dessa demanda é suprida por contratos com os principais fornecedores de etanol do país. O documento tem como base o respeito às leis brasileiras e segue como modelo as iniciativas descritas no

A Braskem já avalia a possibilidade de implantar uma nova unidade de eteno verde diante do interesse demonstrado pelo mercado. Sem detalhar quais são estes países, durante a coletiva de inauguração, o presidente da Braskem afirmou apenas que eles estão loProtocolo Agroambiental do Estado de São Paulo; Pacto Global, iniciativa da ONU; no Zoneamento Agroecológico da cana-de-açúcar, que orienta expansão e produção de etanol no Brasil; e no Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na cana-de-açúcar. Esses documentos têm em vista a garantia de direitos e melhor qualidade de vida para os trabalhadores da lavoura da cana e o controle dos principais impactos ambientais da cadeia do etanol. A Braskem fará visitas periódicas às unidades produtoras de seus fornecedores com o intuito de avaliar e acompanhar todas as obrigações assumidas neste código.


calizados na Europa, América e Ásia. De acordo com Gradin, as unidades poderão ser construídas no exterior mesmo que a matériaprima de abastecimento, o etanol, seja fornecido pelo Brasil. “Esses países querem que se repita o que foi feito no Rio Grande do Sul. Seriam fábricas simultâneas ao crescimento em polietileno verde no Brasil”, afirmou o executivo a jornalistas.

pela equipe de pesquisadores da empresa na área de biotecnologia. Além do acordo com o LNBio, a Braskem também assinou um acordo de financiamento com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para a área de P&D, no valor de R$ 100 milhões. Atualmente, a Braskem conta com 300 pesquisadores e, para

Gradin este número irá dobrar frente às novas demandas. “Cerca de 600 pesquisadores devem fazer parte do nosso grupo nos próximos anos para atender a demanda futura de nossos projetos”, apontou. Com isso, a Braskem deverá se transformar na companhia privada com maior número de pesquisadores no Brasil.

P&D

Braskem lança projeto para unidade industrial de propeno verde

Em linha com sua estratégia de consolidar-se como a líder global da química sustentável, a Braskem tem intensificado suas pesquisas no desenvolvimento de outros biopolímeros, especialmente do polipropileno verde. Recentemente, acertou uma parceria com o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), em Campinas, no interior de São Paulo, para instalação de um laboratório a ser utilizado

A Braskem anunciou no final de outubro a conclusão da etapa conceitual do projeto de construção de uma planta de propeno verde. Em 2011 serão concluídos os estudos de engenharia básica e, uma vez obtida a aprovação final, começará a implementação do projeto, que tem operação programada para o segundo semestre de 2013, com expectativa de investimento de aproximadamente US$ 100 milhões e capacidade mínima

de produção de 30 mil toneladas por ano de propeno verde. Segundo a empresa, o estudo preliminar de ecoeficiência se mostra bastante favorável por se beneficiar das vantagens ambientais do eteno verde. O estudo foi realizado em parceria com a Fundação Espaço Eco e utilizou como base os dados da engenharia conceitual. Para cada tonelada de Polipropileno Verde produzida, 2,3 t de CO2 são capturadas e fixadas.

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Acordo para etanol de segunda geração

A Petrobras e a dinamarquesa Novozymes firmaram acordo em outubro para desenvolver uma nova rota para produção de biocombustíveis de segunda geração, utilizando bagaço de cana-de-açúcar para produção de etanol a partir da ação de enzimas. O acordo abrange o desenvolvimento de enzimas e de processos de produção de etanol lignocelulósico, produzido do resíduo fibroso da cana.

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potencial comercial do etanol celulósico no Brasil é considerável, graças à grande quantidade de bagaço de cana disponível no país. O Brasil é o maior produtor mundial de cana, com uma capacidade de extração de cerca de 600 milhões de toneladas por ano, atualmente produzindo 27 bilhões de litros (sete bilhões de galões) de etanol. Estima-se que a tecnologia de bagaço para etanol possa aumentar a produção de etanol do país em cerca de 40%, sem aumentar as áreas de cultura. A Novozymes já realiza pesquisas com enzimas na conversão de bagaço para etanol celulósico, a fim de tornar o processo economicamente viável. As enzimas quebram os resíduos – como palha de milho, palha de trigo, lascas de madeira e bagaço de cana – que

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são fermentados para produzir o etanol. A parceria tecnológica com a Petrobras não vai exigir novos investimentos pela empresa, pois a mesma já tem uma unidade de pesquisa e desenvolvimento com pessoas dedicadas a isso no país. “Mais do que nunca o mundo precisa de energia e de preferência de energia renovável. A parceria da Novozymes com a Petrobras dará esta oportunidade ao mundo e, como consequência, o Brasil será o líder absoluto na produção de

energia renovável”, complementa o presidente da Novozymes na América Latina, Pedro Luiz Fernandes. A Petrobras vem realizando pesquisas de conversão de bagaço de cana-de-açúcar em etanol por meio de processos bioquímicos desde 2006. De acordo com o gerente de gestão tecnológica da Petrobras Biocombustível, João Norberto Noschang Neto, o acordo com a dinamarquesa, que terá validade de dois anos, tem o objetivo de reduzir custos e melhorar a eficiência no processo a partir da otimização de enzimas. “Trata-se de um projeto de cooperação tecnológica. A Novozymes é uma empresa de biotecnologia e vai otimizar as enzimas que já produzem para o processo da Petrobras”, explica Norberto Neto.


Internacionalização sustentável de pequenos negócios Abrir caminho para que as micro e pequenas empresas brasileiras possam atuar no mercado internacional. Essa é a proposta do Programa de Internacionalização da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia (Prolnter P&G). Para que a inserção se dê de forma sustentável e contínua, as empresas, depois de diagnosticadas e reunidas em grupos homogêneos, são capacitadas em diversos níveis. A metodologia, concebida pelo Sebrae no Rio de Janeiro, prevê módulos aplicados durante um ano.

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treinamento do Prolnter contempla a formação de preços para exportação de produtos e serviços, plano estratégico de internacionalização, análise e posicionamento do produto, consultoria personalizada, câmbio, regimes aduaneiros, marketing e negociação, entre outros. A última fase do programa, de promoção comercial, prevê participação em missões empresariais e feiras especializadas, e propicia aprendizado da cultura dos países a serem visitados. O programa conta com 90 integrantes. Desses, 34 empresas já cumpriram todas as etapas do treinamento e receberam a certificação em 5 de agosto deste ano. A conquista representa um aval para que as empresas possam atuar no mercado internacional e participar de todas as missões organizadas pelo programa. O Prolnter, que começou em setembro de 2008, já apresenta indicadores positivos e reflete o potencial de atuação das MPE brasileiras. Para 19 empresas, atuar no mercado internacional já é uma realidade. Em apenas um ano, elas faturaram US$ 9 milhões

em exportações de bens. Outras efetivaram a formação de joint ventures no valor de 15 milhões de euros.

Robôs móveis A Subsin (Subsea Integrity Engenharia e Projetos) é um dos exemplos do alcance do programa. Criada em abril de 2008, contou com investimentos do Criatec – Fundo de Investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco do Nordeste (BNB). A Subsin atua na garantia da integridade de equipamentos, combinando inspeção através de robôs móveis, desenvolvidos na própria empresa, com sofisticadas análises de engenharia focadas no mercado de óleo e gás. “Estamos associados com a Principia, consultoria francesa, em uma joint venture, atuando no mercado brasileiro. Temos planos de expansão para outros países e nosso primeiro foco é o Golfo do México. O Prolnter abriu um leque de oportunidades, ao qual dificilmente teríamos acesso sem o apoio institucional”, avalia o empresário Melquisedec Santos. “Mais do que aumentar o volume de exportação de produtos e serviços, o Prolnter trabalha com metas que envolvem transferência

de tecnologia, parcerias comerciais e atração de investimento”, explica a gerente do Prolnter P&G, Miriam Ferraz, do Sebrae no Rio de Janeiro. A Petrobras, uma das parcerias, atua como empresa-âncora, dando oportunidade para que MPE brasileiras possam fornecer seus produtos e serviços em oito dos 27 mercados onde está presente. “Isso sinaliza que elas têm padrão de excelência. Atender a Petrobras significa estar preparada para trabalhar com outras operadoras, tanto interna quanto externamente”, comenta Ferraz. O Programa de Internacionalização também tem entre seus parceiros a Agência Brasileira de Promoção à Exportação e Investimentos (Apex), a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Associação Brasileira de Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e a União Europeia. As ações estão alinhadas com o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), do governo federal. TN Petróleo 74

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Fotos: Divulgação

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Prêmio de Ciência de Trieste Ernesto Illy consagra estudo brasileiro José Goldemberg, professor da USP, recebe prêmio por estudo sobre energia renovável.

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osé Goldemberg, reconhecido especialista em energia, que ajudou a lançar as fundações científicas para o programa brasileiro de biocombustíveis, é o vencedor do Prêmio de Ciência de Trieste Ernesto Illy. Goldemberg recebeu o prêmio, em Hyderabad (Índia), das mãos do primeiro-ministro indiano Manmohan Singh. O professor da Universidade de São Paulo (USP), que se tornou um dos principais defensores de novas tecnologias para promover o desenvolvimento

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sustentável, receberá US$ 100 mil, em reconhecimento às suas pesquisas no campo da energia renovável. “Receber esse prêmio é uma satisfação muito grande. É um reconhecimento sério, que vem de cientistas que partilham e identificam o real valor da pesquisa, sem qualquer interesse político”, disse Goldemberg. O Prêmio é concedido, anualmente, a pesquisadores de países em desenvolvimento, por suas significativas contribuições à ciência, e tem o apoio da illycaffè, TWAS e Fundação Ernesto Illy.

Em artigo publicado na revista Science, em 1978, Goldemberg, e seus colegas, apresentaram uma série de evidências científicas para demonstrar que os biocombustíveis derivados da cana-de-açúcar poderiam reduzir o uso de combustíveis fósseis no Brasil, enquanto seriam menos prejudiciais ao meio ambiente. “Na época”, lembra Goldemberg, “os esforços para desenvolver biocombustíveis no Brasil foram, em grande parte, justificados pela segurança energética. Nossa pesquisa demonstrou que


a produção de biocombustíveis não somente reduziria o uso e a dependência do combustível fóssil, como também ajudaria a reduzir a poluição do ar e as emissões de gases do efeito estufa.”

Pesquisas e resultados: de 1970 até hoje As descobertas de Goldemberg encorajaram os esforços do governo brasileiro, que havia lançado um programa de biocombustíveis, em 1975, em resposta à crise internacional do petróleo. No início dos anos 1970, o principal objetivo do governo era superar possíveis rupturas de abastecimento externo, por meio do desenvolvimento de fontes domésticas de combustível. Ao verificar o positivo equilíbrio fornecido pela energia dos biocombustíveis, levando em consideração o benefício ambiental e o potencial energético, Goldemberg reforçou o apoio ao programa brasileiro de biocombustíveis, ajudando a garantir sua viabilidade no longo prazo. Hoje, o Brasil produz 30 bilhões de litros de etanol de cana-de-açúcar por ano, consumo este que substitui 50% do petróleo consumido no país. A produção do etanol e sua distribuição geram US$ 30 bilhões por ano em receita (cerca de 5% PIB brasileiro) e são responsáveis por um milhão de empregos no país. Os biocombustíveis já representam cerca de 10% do consumo de energia primária. Goldemberg dedicou anos de sua vida em prol da investigação científica e da política, ao mesmo tempo que sempre foi fervoroso defensor de energias renováveis. Para ele, ao apoiar fontes de energia deste tipo, os países em desenvolvimento podem superar a

dependência do combustível fóssil e traçar um caminho mais viável ao desenvolvimento sustentável.

“O etanol de cana-de-açúcar é energia solar líquida” Nos últimos anos, Goldemberg liderou as discussões científicas sobre o potencial impacto dos biocombustíveis na segurança alimentar e florestal, abordando o uso de terra ‘adicionais’ para a produção de combustíveis renováveis, sem que isso prejudicasse a agricultura. Seus estudos têm revelado a demanda por terra para produzir biocombustíveis na próxima década, estimada em 4% do total de 1,5 milhão de hectares disponíveis em escala global. “Em um mundo cada vez mais preocupado com o futuro abastecimento de energia e com o aquecimento global, o contínuo desenvolvimento de biocombustíveis provavelmente irá se revelar um ingrediente essencial ao cresci-

mento econômico sustentável” afirma o cientista, que em 2000, foi nomeado presidente do conselho do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e principal autor do chamado World Energy Assessment. Em 2007, ele copresidiu o painel de estudos do InterAcademy Council (IAC), responsável pelo relatório Lighting the Way: Towards a Sustainable Energy Future. E esboçou, pela primeira vez, o paradigma sobre o desenvolvimento sustentável no livro: Energia para um mundo sustentável, escrito em 1988. A publicação ajudou a redirecionar as discussões sobre a energia e o desenvolvimento econômico, ao convencer líderes políticos do importante papel que a tecnologia poderia desempenhar no fornecimento de energia, ambientalmente adequada, para suprir a crescente demanda por energia nos países em desenvolvimento. TN Petróleo 74

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suplemento especial Seminário Anual de Responsabilidade Social Corporativa

Gestão sustentável

na indústria de petróleo e gás Em outubro, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) promoveu a quarta edição do Seminário Anual de Responsabilidade Social Corporativa, com o tema desenvolvimento sustentável e a indústria brasileira de petróleo e gás na era do pré-sal. por Maria Fernanda Romero

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Fotos: Tatiana Campos

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integração dos relatórios e a ISO 26000, como novos parâmetros de gestão de responsabilidade social da indústria, foi um dos grandes temas debatidos no evento anual do IBP, que chega à sua quarta edição consecutiva com a certeza de ter atingido seu objetivo inicial de disseminar os conceitos e práticas de responsabilidade social no âmbito da indústria de petróleo e gás. Esse é o balanço do coordenador de responsabilidade social do IBP, Carlos Victal, revelando que nesse sentido diversas ações foram realizadas, como os indicadores setoriais e as apresentações institucionais para o público das Comissões técnicas do IBP. “O seminário e o curso sobre gestão da responsabilidade social continuarão existindo para dar suporte aos segmentos da cadeia de valor que estão surgindo agora com a nova era do pré-sal, e que certamente precisarão desenvolver seus próprios movimentos de responsabilidade social.” Victal revela ainda que o tema do seminário deste ano marca um novo momento da comissão de responsabilidade social corporativa do IBP, após o excelente trabalho de disseminação de conceitos e práticas. “Chegou a hora de galgar novos desafios, dentre os quais a disseminação da ISO 26000, norma

internacional de gestão da responsabilidade social, que será publicada no final desse ano; a ampliação da participação do setor na elaboração dos relatórios de sustentabilidade; e a contribuição na construção dos indicadores setoriais do Global Reporting Initiative (GRI).” Durante a cerimônia de abertura do encontro, o secretário executivo do IBP, Álvaro Teixeira, revelou que o ‘grande sonho’ do IBP é realizar um balanço social do setor de petróleo e gás, e reiterou o desejo da instituição em aumentar o número de empresas do setor envolvidas na responsabilidade socioambiental e na utilização das normas GRI. Teixeira indicou ainda que a entidade está estudando a promoção de um prêmio de sustentabilidade. O executivo não forneceu mais in-

formações e afirmou: “Talvez, ele [o prêmio] seja lançado no nosso próximo seminário.”

ISO 26000 Depois de cinco anos de debates com representantes de toda a sociedade, será lançado em novembro a ISO 26000, norma internacional de responsabilidade social. No encontro do IBP, a coordenadora do relatório de sustentabilidade da Petrobras e representante da indústria na delegação brasileira na ISO 26000, Ana Paula Grether, apresentou toda a estrutura da norma que pretende promover terminologia comum na área de responsabilidade social, ser consistente e não estar em conflitos com tratados e convenções internacionais já ratificadas mediante outras normas da ISO.


“A ISO 26000 é uma norma de orientação, que visa guiar empresas e organizações sobre os conceitos, temas, terminologias, questões e práticas ligadas à responsabilidade social”, explica Grether. De acordo com ela, os principais temas da norma para a indústria incluem a discussão sobre esfera de influência das organizações, engajamento com stakeholders e responsabilidade sobre a atuação de fornecedores e parceiros. “A norma é um padrão internacional de diretrizes de responsabilidade social, que terá caráter de adesão voluntária e não se constituirá em sistema de gestão ou padrão normativo certificável”, complementa. A ISO 26000 aborda os princípios e temas centrais de responsabilidade social e orienta como as organizações devem integrá-los em sua atuação, considerando os impactos econômicos, sociais e ambientais de suas atividades, diretos ou indiretos. A norma também relaciona os temas da responsabilidade social que devem ser considerados na esfera de influência e na cadeia de valor da organização, incluindo, por exemplo, seus fornecedores, parceiros comerciais, distribuidores e clientes. Desde 2006 a Petrobras, em parceria com a ABNT e a delegação brasileira, já realizou 14 seminários no país para debater o processo de construção da norma com a sociedade brasileira. Agora, após a conclusão do documento, fará outra série de eventos para discutir e incentivar a implantação da norma pelas empresas brasileiras. “A delegação brasileira foi muito participativa no processo de construção da ISO 26000, levando para a discussão internacional o consenso formatado no Brasil, que mostra o interesse e o crescimento do país de forma inclusiva. Agora que a norma foi aprovada, o nosso foco é incentivar a implantação da norma no país”, afirma Ana Paula. Ao todo, a norma contempla sete temas: direitos humanos, práticas de trabalho, meio ambiente, gover-

nança organizacional, práticas leais de operação, questão dos consumidores, envolvimento comunitário e desenvolvimento e tem um capítulo específico de orientação sobre como integrar responsabilidade social na organização.

Integração de relatórios Integrar os relatórios de sustentabilidade com os relatórios anuais de resultados até o ano de 2020 é o desafio lançado ao mundo corporativo este ano pelo GRI (Global Reporting Initiative), entidade responsável pelo principal padrão de indicadores de sustentabilidade nas organizações. O mote foi lembrado por Glaucia Terreo, coordenadora das atividades GRI no Brasil, durante o seminário do IBP. Terreo diz que mais do que integrar relatórios, a proposta do GRI quer conquistar o mercado financeiro, ambiente em que ainda é tratada, na maioria das vezes, como assunto secundário. “Além da meta da integração dos relatórios financeiros com os relatórios de sustentabilidade até 2010, esperamos que até 2015, todas as empresas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e em crescimento acelerado estejam relatando seu desempenho ambiental, social e de governança (do inglês environmental, social and governance – ESG)”, explica a coordenadora do GRI. Ao destacar o efetivo papel dos relatórios de sustentabilidade, a executiva conta que o erro mais observado nos relatórios é o fato de as empresas irem direto aos indicadores e não desenvolverem os princípios, dentre eles o de identificação dos seus impactos socioambientais. Para a indústria de petróleo e gás, Terreo sugeriu a criação de uma associação de responsabilidade social do setor.

Indicadores GRI para óleo e gás Durante o debate sobre as orientações e práticas de responsabilidade social empresarial, Alyne Castro, da

Petrobras, lembrou do lançamento dos indicadores setoriais da GRI, desenvolvido para ser aplicado de forma complementar e atender as necessidades das empresas nos seus dilemas e peculiaridades específicos e nas diversas etapas de sua gestão. “Eles servem para complementar os outros indicadores e garantir que as empresas retratem e identifiquem melhor seus impactos. Em suma, facilita o relato e melhora a qualidade dessa prestação de contas”, complementa Castro, que enfatizou a importância do processo de discussão e consenso com múltiplos stakeholders. Para o setor de óleo e gás, Castro comentou que os indicadores terão novos controles, procedimentos e organização das informações. Para ela, exigirão mais transparência, maior senso crítico dos stakeholders e maior disposição ao diálogo. “A previsão de lançamento da integração desses indicadores é o segundo semestre de 2011”, afirma. Castro apontou, ainda, que os 15 novos indicadores para o setor serão: volume de reservas provadas; P&D energia renovável; capacidade instalada energia renovável; volume de água formada/produzida; operações com análise de riscos de biodiversidade; volume de gás ventilado (flared and vented); quantidade de lama de perfuração e cascalho; conteúdo de enxofre e benzeno no diesel e gasolina; comunidades indígenas próximas às operações; número de disputas sobre uso de território, direitos e patrimônio cultural de comunidades locais e indígenas; reassentamento e descomissionamento de operações; segurança e integridade dos ativos; operações que sofreram análise de riscos sobre a saúde e biocombustíveis produzidos, comprados e vendidos. De acordo com Castro, as empresas vão ter que se adaptar e se organizar para detalharem mais seus relatórios. “Esperamos que as empresas sejam mais realistas e menos idealistas em seus relatórios”, finaliza a executiva. TN Petróleo 74

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Delta Energia

Delta Energia cria armazém geral de etanol

Foto: Cortesia Delta Energia

A Delta Trading, empresa controlada pelo Grupo Delta Energia, inaugurou em setembro um centro de armazenagem de etanol, em Ribeirão Preto (SP), com capacidade de carga/descarga de 4,5 milhões de litros por dia, e um laboratório completo para garantir o controle de qualidade de todo combustível comercializado.

Apesar de ser uma das principais empresas de energia elétrica do país voltada para a comercialização de energia, o grupo Delta Energia atua também nos mercados de energia elétrica, etanol e biodiesel. A instalação de armazéns gerais para o armazenamento de etanol, em Ribeirão Preto (SP), próximo a um dos grandes mercados produtores e e consumidores, ganha notoriedade pela eficiência que assegura a toda a cadeia produtiva. Mais ainda: reforça a aposta do Grupo Delta Energia no segmento de álcool e assegura projetos de investimentos futuros no setor. A Armazéns Gerais já é uma instalação única do gênero no interior de São Paulo, com uma área de 50 mil m² e 13 tanques com capacidade total de 61 milhões de litros, e operação totalmente automatizada. De acordo com Eolo Mauro Neto, gerente comercial da Delta Energia (à direita na foto), atualmente as 114

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usinas são carentes em tancagem, e o empreendimento tem localização estratégica: no centro da região de maior produção de etanol do Brasil e ao lado da rodovia Anhanguera, caminho natural do interior para o Porto de Santos, onde o etanol é embarcado com destino ao mercado externo. “A região tem um potencial de etanol muito bom: o álcool sempre vem para Paulínia e os alcooldutos da Petrobras também vão estar bem próximos do nosso empreendimento. Acredito que teremos uma grande demanda por tancagem de etanol”, complementa. Segundo Eolo, para o empreendimento ficar operacional, o processo todo levou um ano e meio. “No terreno havia uma usina. Então, em 2009 e 2010, fizemos as reformas e adaptações necessárias. A reforma dos tanques em si foi rápida, porque eles estavam em boas condições, o que demorou mais foi a parte de in-

cêndio, tubulação, tancagem, e tivemos que fazer os muros de contensão também”, explica. A empresa iniciou suas operações há quase dois anos, com a venda de etanol para as principais tradings internacionais do mercado e registrou consistente expansão. Em 2009, respondeu por 2% das exportações brasileiras de álcool. Em 2010, sua participação deverá ser próxima a 10%. “No ano passado, durante o nosso primeiro ano de produção, exportamos 35 mil m³ de álcool e este ano estamos exportando por média de 12 a 15 mil m³ por mês”, aponta o executivo. Em Ribeirão Preto, dos 13 tanques de etanol, com capacidade total de 61 milhões de litros, Eolo informou que 41 mil já estão em funcionamento e 20 mil entram em operação ainda em novembro deste ano. “Estamos aguardando o último tanque, já alocamos metade destes para a Açúcar Guarani”, contou. Biodiesel – No segmento de produção de biodiesel, o Grupo Delta Energia está em processo constante de expansão. A empresa ingressou nesta área, com a nova fábrica localizada em Rio Brilhante (MS), a maior do estado, com capacidade de produção de 300 mil litros por dia, a partir de óleo vegetal e sebo animal, e usará as duas rotas para produção do biocombustível. A inauguração está prevista para outubro deste ano ainda. Com área total de 70 mil m², a unidade produzirá o combustível limpo a partir de óleos vegetais. Além da planta de Rio Brilhante, a Delta informou que já estuda construir mais fábricas de biodiesel.


Optimus Seventh Generation

Segurança comportamental é requisito para excelência operacional A empresa do Reino Unido, Optimus Seventh Generation, especializada em segurança comportamental, está cada vez mais atenta às oportunidades de negócios no Brasil. No início do ano, a companhia abriu dois escritórios no país e agora quer intensificar sua atuação no setor de petróleo e gás brasileiro. Depois de passar pelo processo de abertura da filial brasileira da Optimus no início do ano, com escritório no Rio de Janeiro e em São Paulo, a empresa estabeleceu parcerias com escritórios de advocacia e contabilidade locais. “Agora estamos prontos para dar continuidade ao desenvolvimento de relacionamentos dentro da indústria de petróleo e gás”, explica Scott Dunlop, executivo sênior da Optimus no Brasil. Segundo ele, o objetivo é trazer a experiência da Optimus para o Brasil e, em conjunto com o talento local, ajudar nas iniciativas que muitas empresas já estão tomando para melhorar o seu desempenho da segurança de trabalho na indústria de petróleo e gás. “Estamos prontos para demonstrar ao mercado que podemos ajudar a fazer a diferença no Brasil, e queremos atrair novos talentos locais para que todos possamos trilhar juntos

o nosso caminho de crescimento”, aponta Scott Dunlop. De acordo com o executivo, a empresa prevê, no Brasil, um potencial de crescimento e demanda para a segurança comportamental dentro de indústrias que atuam em ramos perigosos, em situações semelhantes às que já são de domínio da empresa na Europa, nos Bálcãs e na Austrália. A Optimus Seventh Generation foi fundada em 2003 pelos irmãos Steve e Dave Marples, no Reino Unido. Emprega hoje cerca de 70 colaboradores em cinco países em três continentes. Seu foco é ajudar os clientes a implementar mudanças significativas na busca de excelência operacional, com base em segurança do trabalho.

Em 2008, depois de já ter expandido suas operações para incluir Austrália, Europa Ocidental e os Bálcãs, resolveu investigar o potencial do mercado no Brasil. “Percebemos que o conceito de apreço era um fator importante neste mercado, e que havia um impulso para melhorar o desempenho da segurança de trabalho na indústria de petróleo e gás no país”, lembra Scott, para quem o conceito de apreço foi criado para agir como catalisador capaz de permitir que os clientes da empresa realmente façam a diferença e criem o futuro que buscam. O movimento de vendas da empresa, que atua principalmente na indústria de petróleo e gás, aumentou de 3 milhões de libras em 2008, para 4,4 milhões de libras em 2009, e deve alcançar 5,5 milhões de libras em 2010. Recentemente, a Optimus abriu uma nova sede e espaço de treinamento de última geração em Westhill, Aberdeen (Escócia).

24 – Brasil SUSTENTÁVEL 2010 – Encontro sobre Rede de Mercados Inclusivos: uma Oportunidade de Negócios Local: Salvador, BA Tel/Fax: 55 21 2483-2250 cebds@cebds.org www.cebds.org.br/sustentavel

29/11 a 01/12 – Brasil XII ENGEMA – Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente Local: São Paulo Tel.: + 55 11 3818-4034 engema2010@fia.com.br www.engema.org.br

25 a 27 – Brasil ONG Brasil 2010 Local: São Paulo Tel.: +55 11 4689-1935 ongbrasil@ubmbrazil.com.br www.ongbrasil.com.br/

30 – Brasil Prêmio Agroambiental Monsanto Local: São Paulo Tel.: 0800-940-6000 coordenacao@premiomonsanto.com.br www.premiomonsanto.com.br

Feiras e Congressos

Novembro

22 – Brasil Diálogo Visionário para Convivência e Harmonia Local: São Paulo Tel.: +55 11 4108-4064 eventos@conversasustentavel.com.br http://conversasustentavel.blogspot.com

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suplemento especial

Grupo Cosan

Cosan inaugura usina de açúcar e etanol em Caarapó

Foto: Douglas Gama

O Grupo Cosan, um dos maiores produtores mundiais do setor sucroalcooleiro, inaugurou em Caarapó (MS) sua mais nova planta de açúcar e etanol, a primeira do grupo no estado do Mato Grosso do Sul.

A usina contou com investimento de cerca de R$ 530 milhões, sendo que perto de R$ 275 milhões deste montante foram contratados por meio de financiamento com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A capacidade instalada da nova planta permitirá a moagem e processamento de 2,5 milhões de toneladas de cana, com produção de 90 milhões de litros de etanol e 185 mil toneladas de açúcar por safra. 116

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A nova planta realizará a cogeração de energia elétrica proveniente do bagaço e da palha da cana, com capacidade atual instalada de 76 MW, o suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes. A unidade de Caarapó possui um contrato bilateral de venda de energia, com a comercialização prevista de 143 mil MWh anuais. “Com a inauguração de mais esta unidade, a Cosan reafirma o seu compromisso com o desenvol-

vimento sustentável e a geração de emprego e renda. Esta planta conta com o uso de alta tecnologia, que promove melhor integração entre o sistema produtivo e o meio ambiente. Em Caarapó também priorizamos a contratação de mão de obra local, contribuindo para a melhoria na geração de renda da região”, diz o presidente da Cosan, Marcos Marinho Lutz. Com os mais modernos equipamentos e técnicas industriais do mercado, a nova usina será responsável pela geração de aproximadamente 2.100 empregos diretos e indiretos. Desde sua chegada ao município, a empresa tem contratado e treinado profissionais da região para o trabalho em diferentes áreas da usina, com destaque para o Curso Técnico em Açúcar e Álcool, que conta com cerca de 130 alunos, sendo que 30 deles já atuam em diversas áreas da empresa. Trata-se do primeiro curso técnico do setor oferecido gratuitamente no estado. A unidade promoveu ainda a contratação antecipada de diferentes equipes para a realização de diversos treinamentos, incluindo atividades preparatórias em unidades localizadas em São Paulo com características semelhantes à planta de Caarapó. Com estas iniciativas, a Cosan prioriza o de-


senvolvimento humano e a criação de oportunidades por meio de iniciativas que contribuem para a melhoria da realidade regional. Desenvolvimento sustentável – Em linha com um dos pilares do Grupo Cosan – a responsabilidade ambiental por vocação –, a unidade de Caarapó contou com um projeto que segue premissas de desenvolvimento sustentável. A planta conta com três poços artesianos de 700 m de profundidade para seu consumo de água, que será otimizado por conta da utilização de circuitos fechados de torres de resfriamento e aspersões. A unidade conta ainda com um software exclusivo de automação que dinamiza ainda mais sua

produção, o que evita desperdícios e facilita o processo de tomada de decisões, em linha com as atividades realizadas. Ademais, os resíduos provenientes da produção sucroenergética passam por um processo de gerenciamento para que retornem à área agrícola como fertilizantes do solo, como é o caso da vinhaça, proveniente da destilação do álcool, e da chamada ‘torta de filtro’, que se origina na filtragem do caldo da cana. Reunindo condições climáticas e topográficas muito favoráveis, a colheita da cana-de-açúcar que abastecerá a unidade de Caarapó já conta com 80% de mecanização. A localização próxima ao sul do Brasil facilita o acesso a um importante mercado consumidor, com a

utilização do modal ferroviário e o embarque de produto destinado à exportação por meio do Porto de Paranaguá (PR). A planta conta ainda com diferentes recursos que visam o incremento de sua performance produtiva, como caldeiras de maior eficiência, que permitem o aumento do volume gerado de energia e a comercialização de seu excedente produzido, colaborando para o atendimento à demanda gerada pelos consumidores. A implementação destas iniciativas em Mato Grosso do Sul reflete a preocupação da companhia em agir de acordo com a sua missão de promover energia cada vez mais limpa e renovável para melhorar a vida das pessoas.

Saúde para todos O Serviço Social da Indústria (Sesi) lançou, em Brasília, a série de vídeos De bem com a vida, com orientações ao trabalhador sobre prevenção e tratamento de doenças e exemplos – entre eles de superação. Composta por 19 vídeos de 10 minutos cada, a série foi criada a partir da análise de 80 casos reais de trabalhadores que enfrentaram e venceram problemas de saúde. Alguns dos protagonistas dos vídeos são mecânicos, administradores de empresas, cozinheiros... eles relatam suas experiências e como aumentaram a qualidade de vida e o bem-estar. “Os vídeos são uma maneira prática e acessível de empresas de qualquer porte realizarem ações de promoção da saúde no ambiente de trabalho. Passam informações úteis, com histórias de vida que remetem à realidade dos trabalhadores”, informa o gerente-executivo de saúde e segurança no trabalho do Sesi, Fernando Coelho. A série De bem com a vida dá orientações sobre prevenção e tratamento de doenças como a hepatite, a hipertensão e o diabetes. Mostra exemplos de trabalhadores que superaram a depressão, o alcoolismo, o tabagismo e outros problemas que afetam a saúde. Entre os depoimentos, há o de uma

trabalhadora que descobriu ser portadora do vírus HIV e de outro que tratou um câncer de próstata. De acordo com o médico infectologista Evaldo Stanislau, um dos especialistas consultados para a produção dos vídeos, a série educativa pode prevenir o avanço de doenças graves. “Toda informação correta alerta a população sobre os benefícios da prevenção”, diz. E explica que, paralelamente às informações necessárias à prevenção, os vídeos abordam questões afetivas e sociais enfrentadas pelos trabalhadores, alertam para os sintomas, mostram a insegurança do doente e a importância dos amigos e da família no enfrentamento da doença. Neusa Leal Tavares, coordenadora de benefícios da indústria gaúcha de geradores de energia Stemac, assinala que a série incentiva as empresas a investir na saúde dos trabalhadores.

“Tais experiências possibilitarão que outras pessoas e organizações ofereçam ajuda aos funcionários para melhorar a saúde e o ambiente de trabalho”, depõe ela. A Stemac tem cerca de 2.500 empregados e fábricas instaladas em vários estados. A empresa mantém, há mais de dez anos, programa de combate ao uso de drogas. Além da prevenção de doenças, a série traz informações sobre saúde bucal e os cuidados com a alimentação. Traz ainda casos de trabalhadores que passaram a dar mais atenção à prática esportiva, aos exercícios físicos e ao lazer. Os vídeos destacam os resultados positivos dos relacionamentos saudáveis para a autoestima das pessoas e a qualidade de vida, revela a analista de Negócios Sociais do Sesi, Marta Carvalho, que participou da seleção e criação dos vídeos. TN Petróleo 74

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suplemento especial

Sabor de vitória

Chevron

Mulheres do Jardim Batan inauguram empreendimento viabilizado por parceria entre Chevron e Fundo Elas. Um grupo de mulheres do Jardim Batan, em Realengo, no Rio de Janeiro, inaugurou, em outubro, o Saborearte, empreendimento de entrega de refeições que chega à comunidade depois de mais de seis meses de planejamento, capacitação técnica e muito empenho para realizar um sonho coletivo. O lançamento do Saborearte faz parte do programa Elas em Movimento, que está permitindo que mulheres do Jardim Batan, Cidade de Deus e Borel deem início à construção conjunta de um negócio. A iniciativa é uma ação da Chevron, a quinta maior empresa de energia do mundo, por meio da contratação do Elas Fundo de Investimento Social. “Com o lançamento deste negócio, eu me sinto outra mulher, mais forte e muito mais conhecedora do meu papel como transformadora da minha realidade e da vida de todos os que estão ao meu redor”, comenta a agora chefe da cozinha do Saborearte, Jaqueline Ramos Tiago. Com o Elas em Movimento, mulheres das três comunidades terão a oportunidade de modificar suas vidas e as das pessoas à volta. Além de uma ampla base de conhecimentos e consultoria para fortalecer o seu projeto, as mulheres receberão recursos suficientes para criar e desenvolver o empreendimento. O Programa começa com a aplicação dos ‘Diálogos para a melhoria

das condições de vida’, desenvolvido pela Rebouças&Associados, com duração de dois dias e tendo como objetivo estimular o protagonismo das mulheres, permitir que elas falem dos seus sonhos, troquem informações e conhecimentos, identifiquem oportunidades de negócio na comunidade e construam, juntas, um novo caminho por meio da criação de um empreendimento. Despertado o papel empreendedor, as mulheres passam por mais de cem horas de capacitação que incluem: direitos humanos das mulheres, resolução de conflitos, como lidar com o dinheiro, como desenvolver parcerias, empreendedorismo, formação de negócios, comunicação e marketing. Durante as capacitações, as mulheres fazem o plano de negócio que permitirá atender a alguma demanda da comunidade e também gerar renda para suas integrantes. Em seguida, recebem recursos suficientes para criar e colocar seu negócio em prática. Têm ainda o acompanha-

mento de uma consultora, depois da implementação do empreendimento, para esclarecer dúvidas e observar novas oportunidades empresariais. “Um dos grandes diferenciais deste programa é congregar os sonhos das mulheres, as demandas da comunidade e as oportunidades de negócio que ainda não foram percebidas. Isso, somado a uma ampla capacitação e à doação de recursos, permite que elas mudem suas vidas e as da comunidade”, comenta Madalena Guilhon, coordenadora Geral do Elas. Por que investir em mulheres? – Investir nas mulheres é o caminho mais rápido para o desenvolvimento de um país. Isso acontece porque elas são as principais agentes de transformação social. Todos os investimentos feitos nelas retornam sob a forma de mudanças sociais significativas em diversos aspectos de suas vidas e das comunidades das quais fazem parte. “Um dos valores principais dentro da filosofia da companhia é assegurar o desenvolvimento das comunidades em que atuamos. No Brasil, onde quase 30% das famílias são chefiadas por mulheres, concentrar investimentos para este público foi nossa escolha natural”, afirma Lia Blower, gerente de comunicação da Chevron.

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suplemento especial

na era da sustentabilidade

Vazamento de petróleo

A cena definitivamente não é inédita. Uma mancha negra e densa de petróleo se espalha pela superfície do oceano, dizimando inúmeras espécies marinhas, contaminando praias, prejudicando a pesca por várias temporadas, arrasando indústrias de diversos setores por toda a região afetada. E o impacto da catástrofe ambiental pode durar anos, possivelmente décadas.

F

Lucas Copelli é sóciodiretor da Vallua Consultoria de Gestão. Atua nos setores de agronegócios, automobilístico, bens de consumo, energia e saúde, por meio das práticas de planejamento estratégico, marketing e branding. Anteriormente, atuou na McKinsey, Accenture, Promon Ventures e Aché Laboratórios. Graduado em engenharia pela Unicamp e pós-graduado em marketing pela ESPM.

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oi assim em 1979, quando a plataforma mexicana Ixtoc I explodiu, derramando milhares de toneladas de petróleo na baía de Campeche, no México. Repetiu-se em 1989, quando um acidente com a embarcação americana Exxon Valdez contaminou 2.000 km de um litoral intocado no Alasca, matando milhares de espécies. Em 1991, aconteceu o pior vazamento de petróleo da história, quando forças iraquianas romperam poços de extração ao se retirarem do Kuwait, derramando mais de um bilhão de toneladas de petróleo no Golfo Pérsico. Segundo levantamentos, nos últimos 70 anos, mais de 80 episódios de média e alta gravidade lançaram nos oceanos cerca de 7,4 bilhões de litros de petróleo. Diante deste largo histórico de derramamento de petróleo, existe um fato que pode fazer do acidente da BP no Golfo do México um marco definitivo na história da nossa sociedade: o fato de que ele aconteceu na era da sustentabilidade. A era da sustentabilidade é a era da ampliação da consciência, em nível mundial, de que tudo está interligado, conectado, interdependente. É cada vez mais evidente que um fato local afeta demais a sociedade em âmbito global. O estilo de vida adotado por cada cidadão do mundo compromete, e muito, a vida do planeta. Cada decisão que tomamos no presente é definitiva para a qualidade de vida que teremos no futuro. O derramamento de petróleo no Golfo do México na era da sustentabilidade nos leva à reflexão a respeito da nossa dependência dos combustíveis fósseis, uma fonte de energia não renovável e muito poluente. As condições de extração deste produto são cada vez mais extremas e arriscadas, com maior probabilidade de acidentes e dificuldades técnicas, como acontece em alto-mar. Este episódio recente mostrou que os métodos e tecnologias disponíveis hoje não são suficientes para evitar e conter acidentes, além de que pouco se sabe sobre o real impacto ambiental de um derramamento de petróleo em grandes profundidades.


Foto: Cortesia BP

Sobre isso, Barack Obama disse em pronunciamento oficial: “o momento de abraçarmos um futuro de energia limpa é agora”. A China tem feito sua parte, dobrando a cada ano, desde 2008, a produção de energia eólica no país. Já o Brasil, na contramão dos esforços mundiais, anunciou o poço de estreia da exploração de petróleo da camada do pré-sal, na Bacia de Campos. Um empreendimento bilionário, com alto risco e desafios tecnológicos inéditos, uma vez que se pretende extrair petróleo de uma profundidade de cerca de 6.000 m (para se ter uma ideia, o acidente da BP ocorreu numa profundidade de 1.500 m). Diante deste cenário, cabe aos governos a criação de incentivos para o desenvolvimento de tecnologias limpas por indústrias, universidades e pesquisadores. E cabe a cada um de nós a adoção de um estilo de vida mais sustentável. Carros híbridos, equipamentos com maior eficiência energética, destinação adequada do lixo, uso da energia solar, política de logística reversa... são inúmeros os caminhos para nos conduzir a um futuro totalmente novo. O ato de consumir ganha agora um novo significado, com a ampliação da consciência de que o consumidor pode exercitar sua cidadania por meio das escolhas de produtos e serviços no seu dia a dia. Suas escolhas podem ser imbuídas de um conjunto de crenças e valores, elegendo aquilo que é coerente e rejeitando

que não é. É o início de uma mudança expressiva e profunda de comportamento, dando base para a nova economia do conhecimento, pela qual o meio ambiente, os seres humanos e as suas relações são mais importantes que os números. Depende de cada um de nós.

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pessoas

grande banca brasileira. Além disso, Leonardo Miranda é especialista em Project Finance. “Ao longo de minha carreira, especializei-me na indústria do petróleo e gás, cuja regulação é intensa e os grandes volumes de investimentos envolvidos costumam demandar arcabouços jurídico-financeiros complexos”, explica o advogado. Para ele, o mercado jurídico carioca tem grande potencial com a exploração do pré-sal, que vai gerar grande volume de negócios e não apenas os diretamente ligados às petroleiras. “Os serviços voltados para a cadeia do petróleo também demandarão Foto: Divulgação

O escritório de advocacia Machado, Meyer, Sendacz e Opice elegeu um novo sócio para sua unidade do Rio de Janeiro. O advogado Leonardo Miranda passou a compor a equipe no mês de outubro, e vai reforçar a equipe de infraestrutura do escritório. Formado em Direito pela PUC-Rio, o advogado possui mestrado (LLM) em Direito do Petróleo pelo Centro de Estudos de Petróleo da Universidade de Dundee (Escócia) e pós-graduação em Direito Corporativo pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). O profissional tem experiência internacional, com serviços prestados a um escritório em Londres e à outra

Nalco faz novas contratações

Empresa aposta em profissionais de renome para expandir o crescimento do núcleo de vendas e marketing no Brasil. A Nalco, empresa mundial em aplicações para tratamento de água, do ar e melhoria de processos, recentemente integrou à sua equipe de vendas e marketing, no Brasil, os profissionais: João Carlos dos Santos Rosa e Massimiliano Santavicca. O volume das novas contas e oportunidades, assim como a crescente atividade e o grande interesse de seus clientes em Soluções Integradas, levaram a Nalco a reforçar sua estrutura da Divisão IWM (Integrated Water Management) – que se dedica a contratos de terceirização (outsourcing) de sistemas integrados de tratamento de água, reuso de efluentes e efluentes a nível industrial – adicionando novos talentos à equipe. Segundo a Nalco, o objetivo dessas duas contratações é oferecer respostas

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Foto: Divulgação

Leonardo Miranda reforça equipe do escritório Machado Meyer

muita assistência jurídica, uma vez que os contratos e serviços também devem atender a regulação do setor”, completou.

mais rápidas, em maior número e com maior valor para seus clientes. Massimiliano Santavicca é engenheiro civil, formado pela Escola de Engenharia de Mauá, tem mais de 12 anos de experiência nas áreas de gestão, execução comercial e desenvolvimento de novos negócios com sistemas e equipamentos de tratamento de água e efluentes, nos segmentos industrial e municipal. Como Gerente de Desenvolvimento de Negócios irá coordenar os projetos de soluções integradas desenvolvendo junto à força de vendas da Nalco a proposta técnico-comercial de forma coordenada com as diferentes áreas internas e parceiros externos sincronizando os componentes técnicos, financeiros, legais, administrativos, de operação e manutenção do projeto, do princípio ao fim. João Carlos é engenheiro sanitarista formado pela Escola de Engenharia de Mauá, tem mais de 25 anos de experiência na área de tratamento de água e efluentes domiciliares e industriais desenvolvidos em empresas privadas de saneamento. Desde maio, trabalha na equipe de IWM da Nalco, como gerente de Operação e Manutenção (O&M) para o Brasil. Desta forma, ele é o responsável geral pelas operações dos sistemas de tratamento de água e efluentes nos locais dos clientes da empresa. Sua principal função é manter a segurança das operações das plantas em que a Nalco trabalha com projetos do tipo IWM, garantir o cumprimento dos padrões contratados com os clientes e a sustentabilidade destas operações, de acordo com os planos de negócio desenvolvidos. João também continuará desenvolvendo e aperfeiçoando os indicadores de desempenho e o processo de comunicação dentro das plantas com operações terceirizadas.


empresário do ano na Argentina

A Câmara Espanhola de Comércio da República Argentina (Cecra) outorgou ao presidente da Repsol YPF, Antonio Brufau, o prêmio de Melhor Empresário do Ano 2010. Com isso, a instituição reconhece os excelentes resultados conseguidos pela YPF nos últimos anos. O executivo receberá o prêmio em Buenos Aires, em ato no qual estarão presentes o embaixador da Espanha na Argentina, Rafael Estrella, e o presidente da Câmara de Comércio, Guillermo Ambrogi. Para o presidente da Repsol, a entrada de um sócio local no capital da YPF teve um resultado muito positivo. Segundo Brufau, “a união entre uma empresa de caráter global

como a Repsol e a sensibilidade e experiência local do Grupo Petersen fizeram com que a YPF seja muito melhor, mais forte e melhor posicionada para o futuro”. Além disso, ressaltou o papel chave da YPF no futuro energético argentino, para o qual a companhia está apostando na liderança em P&D como motor de transformação e reposicionamento estratégico. A Câmara Espanhola de Comércio da República Argentina é uma prestigiosa instituição com mais de 120 anos de existência. Atualmente, é uma das vozes oficiais do investimento espanhol na Argentina. Sua Junta Diretiva conta com representantes das principais empresas espanholas com interesses no país.

No dia 29 de outubro, Robson de Andrade, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), assumiu a presidência da Confederação Nacional da Indústria (CNI) no lugar de Armando Monteiro Neto, que ocupou o posto durante oito anos, em dois mandatos. Engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especializado em gestão estratégica para dirigentes empresariais pela Fundação Dom Cabral e pelo Insead (Instituto Europeu de Administração de Negócios), na França, Robson Andrade, 61 anos, é diretor do Conselho de Empresários da América Latina (Ceal) e vice-presidente da Confederação Empresarial da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Na estrutura da CNI, ele respondia pela presidência do Conselho Temático de Assuntos Legislativos (CAL). Além disso, coordenou, também, os trabalhos da Comissão Especial de Mineração, que identificou uma agenda comum dos segmentos da mineração e elaborou propostas de aperfeiçoamento das políticas e do marco regulatório sobre o setor. Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Antonio Brufau,

Robson de Andrade assume a presidência da CNI

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produtos e serviços

Barco

Rede Galileu-Petrobras em terceira dimensão

Foto: Cortesia Barco

Barco fornece solução em 3D para laboratório de megaprojeto que reúne a estatal do petróleo e instituições universitárias

A Barco, empresa líder mundial em tecnologia de imagens, foi escolhida para fornecer e integrar soluções de visualização 3D (estereoscopia) para o Laboratório Tanque de Provas Numérico da Universidade de São Paulo, integrante da Rede Galileu. A Rede Galileu visa atender as futuras demandas computacionais geradas pela produção de petróleo em águas ultraprofundas na camada Pré-sal, tendo também como participantes a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), entre outras. A companhia foi selecionada pela Universidade de São Paulo (USP) para fornecer duas soluções completas de visualização para atender ao projeto, liderado pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). Para a Sala de Visualização 4D, a Barco forneceu e instalou uma Solução de Visualização 3D de última geração, com base na

tecnologia de projeção Ativo Infitec patenteada pela Barco, com dois Projetores Barco Galaxy NW-12, que proporcionam melhor conforto visual. Os projetores Barco com três Chips DLP garantem maior qualidade de cores das imagens projetadas, e com 12 mil ansi-lúmens proporcionam mais conforto visual em imagens estereoscópicas, comparados a outros tipos de soluções do mercado (Ativo & Passivo). Além disso, a solução que a Barco utiliza é baseada em um projetor por canal estéreo, o que possibilita menor custo de manutenção e aquisição. Como parte do sistema Barco, também foi instalada uma tela de vidro de 7.300 mm x 2.525 mm, com o software de colaboração Barco XDS Control Center Suite, com função picture-in-picture, ou seja, na sala de visualização poderá ser projetada uma fonte estéreo e infinitas fontes mono ao mesmo tempo, sem

perda de desempenho na visualização, aumentando o poder de decisão dos colaboradores da USP e Petrobras. Nessa sala serão visualizados os resultados dos diversos simuladores da Rede Galileu, utilizados na análise de sistemas completos de produção para a camada pré-sal, desde os aspectos relacionados ao poço, englobando a perfuração e o escoamento do óleo até o processamento nas plataformas e transporte para os navios aliviadores. Já a Sala de Vídeo Conferência com Colaboração foi equipada com uma Solução de Visualização Barco & Videoconferência FullHD Tandberg, formada por um projetor Barco Sim5w, que também permitirá a colaboração remota de dados. Com essa solução Barco de Colaboração, será totalmente possível o compartilhamento em tempo real de informações e dados discutidos entre a Petrobras e as universidades que fazem parte da rede Galileu. Todos os alunos e colaboradores que fazem parte da Rede Galileu terão acesso a qualquer uma das soluções de visualização Barco instaladas na USP, via rede TCP/IP, para projetarem e compartilharem remotamente seus dados em tempo real entre todos os decisores. Com essa ferramenta, a USP terá maior eficiência e rapidez nas tomadas de decisões, com diminuição dos custos com viagens entre as universidades e a Petrobras. Em combinação com o fornecimento dos equipamentos, a Barco e a USP assinarão um contrato de parceria para o desenvolvimento de projetos para a indústria brasileira, visando o aprimoramento e o desenvolvimento do mercado em alto nível. Envolve-se ainda nessa parceria o treinamento dos alunos da USP nas fábricas da Barco, e a troca de experiências.

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IBM

IBM cria centro de excelência no Brasil O Rio de Janeiro vai abrigar a sede do novo Centro de Soluções para Recursos Naturais da IBM, que irá auxiliar a indústria de petróleo, gás e mineração na adoção de tecnologias e estratégias de negócios inovadoras A IBM anunciou, no dia 26 de agosto, a instalação no Brasil de um Centro de Soluções para Recursos Naturais (NRSC), que ocupará o nono andar do prédio da empresa no Rio de Janeiro. Este é o terceiro Centro de Excelência da IBM no mundo com foco em petróleo e gás e o segundo dedicado também à mineração, assim como o de Perth, na Austrália. O objetivo do centro, já em implantação, é ajudar empresas nos segmentos de petróleo, gás e mineração a acelerar a adoção de tecnologias e estratégias de negócios inovadoras. Com foco em clientes da América Latina, o NRSC concentrará seus esforços na busca de soluções que proporcionem redução de custos de operação e exploração, maior eficiência operacional e financeira, e ainda o aprimoramento da segurança, saúde e sustentabilidade. “O lançamento do Centro está alinhado com os objetivos de negócio da IBM

de reforçar sua presença nesse mercado com alto potencial de crescimento”, ressalta Paulo Baskerville, diretor do setor industrial da IBM para a América Latina, destacando que a empresa está ampliando suas competências nessas indústrias, trazendo conhecimento de outros centros no mundo, para fazer um trabalho colaborativo com os nossos clientes. “Esses segmentos estão vivendo um momento único e queremos ajudá-los a aproveitar ainda mais as oportunidades através do uso da tecnologia.” O Brasil foi escolhido para sediar o novo centro devido ao potencial de crescimento que o país oferece neste segmento. A instituição trabalhará em conjunto com parceiros de negócios e outros centros de soluções da companhia para criar aplicações tecnológicas que contribuam para o crescimento de seus clientes. Essas soluções possibilitam uma operação mais integrada e uma gestão mais eficiente do ciclo de vida dos ativos. “Desde o ano passado começamos a buscar especialistas no mercado, além de estarmos continuamente capacitando um número crescente de nossos profissionais nesse importante nicho”, complementa Baskerville.

O Centro de Soluções de Recursos Naturais do Brasil irá atuar conectado aos outros dois centros da IBM, localizados em Perth (Austrália) e Stavanger (Noruega). Este formato de operação permite o compartilhamento de skills e conhecimento entre os profissionais da companhia, além de compartilhar recursos e soluções entre as unidades, de acordo com a necessidade e a demanda de cada cliente. O novo espaço possibilita a realização de workshops executivos, seminários de arquitetura, provas de conceito junto aos clientes, pesquisas e demonstrações em tempo real de soluções tecnológicas. Entre as áreas de inteligência da instituição, destacam-se: gestão de ativos, sustentabilidade e logística. Ademais, nos estudos e análises relacionados a petróleo e gás, o NRSC atuará em conjunto com o recém-anunciado Centro de Pesquisas da IBM no Brasil. A IBM Brasil lançará oficialmente o NRSC ainda esse ano, em evento para clientes, parceiros de negócios e líderes do segmento de mercado e do governo. A criação do centro e a condução de suas atividades estão inseridas no orçamento global de Pesquisa & Desenvolvimento da IBM, que é da ordem de US$ 6 bilhões por ano.

Transport & Offshore Services

Gestão em alto-mar A t r a d i c i o na l empresa da Holanda TOS (Transport & Offshore Services) se uniu à brasileira Internacional Marítima para dar origem à TIM (TOS Internacional Marítima) e competir no mercado interno. A empresa inicia atuação em 2010 especializada em gestão efetiva ou temporária de recursos humanos no transporte marítimo e offshore. “As oportunidades da indústria marítima no Brasil são enormes, o que gera um ambiente favorável aos nossos clientes e,

Parceria entre empresas da Holanda e do Brasil dá origem à TIM, empresa de gerenciamento de recursos humanos no setor marítimo e offshore

consequentemente, a nós, investidores”, afirmou o diretor-executivo da TOS, Kees Wagenaar. A TOS e a Internacional Marítima já possuem experiência no mercado brasileiro. Com a criação da TIM, as duas empresas esperam expandir ainda mais suas participações no país, o que irá contribuir para o fortalecimento dos seus negócios mundiais. Fundada em Roterdã, na Holanda, em 1992, a TOS abriu três representações no exterior nos últimos cinco anos – na República Tcheca, na Polônia e na Ucrânia. A formação de uma joint venture no Brasil inaugura uma nova fase de expansão. Já a Internacional Marítima foi fundada em São Luís, no Maranhão, há 30 anos. Atualmente,

opera barcos e rebocadores também em Santos. Ao todo, emprega mais de dois mil marinheiros de origem brasileira, na operação de embarcações próprias e de terceiros. Junto com a TOS, o número de pessoas empregadas em todo o mundo supera três mil. “A TIM contribuirá com os operadores offshore e proprietários de embarcações para vencer desafios no Brasil, como o de prover tripulações especializadas aos navios e plataformas que irão iniciar operação nos próximos anos. A TIM combinará a experiência local da Internacional Marítima com a atuação mundial da TOS para proporcionar soluções de ponta ao mercado nacional”, ressaltou o presidente da Internacional Marítima, Luiz Carlos Cantanhede.

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produtos e serviços

Imersão necessária

CP4

Programa Cross Culture in Company prepara profissionais do setor de óleo e gás para atuar em um mercado globalizado, propiciando aulas de inglês que vão mais além do idioma, passando pelo ‘tecnês’ dessa indústria e pelos aspectos socioculturais do país onde vão atuar. Antenada com as demandas da indústria de petróleo e gás natural, a CP4 Cursos no Exterior está ajudando a preparar os profissionais brasileiros para interagir melhor nesse mercado globalizado. “Para estabelecer parcerias e fechar negócios, é preciso mais que o domínio do idioma dos stakeholders e do ‘tecnês’. É preciso desenvolver a melhor compreensão possível da cultura do interlocutor. Uma frase não dita, uma forma de apresentar a proposta, pode definir a assinatura de contratos ou colocar tudo a perder”, destaca Ana Beatriz Faulhaber, diretora da CP4, educadora e idealizadora do programa Cross Culture in Company. A CP4 atua desde 1990 no desenvolvimento de soluções de aperfeiçoamento em cursos e programas de intercâmbio, visando a formação das competências comportamentais e técnicas do profissional do futuro. O Cross Culture in Company foi desenvolvido em parceria com a ILS English, instituto de inglês baseado em Nottingham (Inglaterra), e inclui softwares para treinamento, simulação de apresentação de propostas, reuniões e discussões, teleconferências e, claro, o aprimoramento do idioma estrangeiro. “Sem a preparação cultural, grandes negócios podem gerar níveis de estresse desnecessários e uma sensação de frustração e impotência decorrentes de resultados negativos”, comenta Taal Millard, diretora da ILS que esteve recentemente no Brasil para uma etapa do treinamento de executivos de uma empresa brasileira

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de atuação global. Taal Millard também participou do 7° Congresso Nacional de Gestão Corporativa, no qual apresentou a palestra Diferenças Culturais no Contexto Corporativo Internacional. “No mundo dos negócios, o conceito de ‘global’ compreende a capacidade de os executivos assimilarem traços da cultura de países e empresas e de usarem esse aprendizado como instrumento de aproximação e fidelização”, complementa Faulhaber. Habilidades “transculturais” – Segundo a diretora da CP4, estudos coordenados pela Fundação Dom Cabral, em Belo Horizonte, mostram que, em 2006, as empresas brasileiras aplicaram US$ 28,2 bilhões na compra de companhias e consolidação de novos negócios internacionais, enquanto as estrangeiras investiram US$ 18,8 bilhões por aqui. Esse montante de recursos fez com que o Brasil assumisse o posto de segundo maior exportador de investimentos estrangeiros entre os países em desenvolvimento e de maior da América Latina. “A previsão é que o volume de organizações transnacionais deve crescer, já que as empresas de médio porte também estão em processo de internacionalização”, avalia Faulhaber, lembrando da necessidade de atender às novas demandas de um

mercado mais exigente, cada vez mais formado por uma geração para a qual informações e comunicação em tempo real são uma constante. Para Faulhaber, uma das vantagens do programa Cross Culture in Company é a possibilidade de a empresa promover o aprimoramento de seus executivos, com o suporte de uma instituição internacional, mas sem que estes precisem sair do Brasil. Contudo, essa experiência in company pode ser complementada com o programa de duas semanas em Nottingham, que ela classifica como um intensivo de inglês técnico para indústrias de energia. “Esse é o momento para que as empresas invistam nas competências transculturais de seus colaboradores, propiciando o trânsito harmônico entre as culturas de forma a apresentar e se consolidar como empresas inovadoras, flexíveis e com velocidade necessária para atingir os objetivos com sucesso no mundo moderno”, conclui a executiva. Associada à Brazilian Educational and Language Travel Association (Belta) e reconhecida pelos órgãos oficiais dos países com os quais opera, a CP4 representa mais de 200 escolas de idiomas, universidades e instituições educacionais espalhadas por 30 países.

Missões Empresariais Internacionais A CP4 Cursos no Exterior está com inscrições abertas para as próximas Missões Empresariais Internacionais, modelo de intercâmbio voltado para profissionais e universitários que visa oferecer a vivência do mercado em outros países, promover o desenvolvimento de competências e oportunizar a internacionalização do conhecimento e da carreira. Uma das opções é a Missão International Relations & Law, que promove a inserção do participante em questões ligadas à globali-

zação, à abrangência das legislações, aos contratos, paradigmas, preceitos e à aplicação do direito e das relações internacionais. Nas duas semanas do curso, há visitas agendadas para o World Trade Organization, US Mission, International Chamber of Commerce, Corte Internacional de Arbitragem, entre outras. Além de vivenciar o cotidiano de instituições da Bélgica, França, Holanda e Suíça, o intercambista assistirá a um julgamento na Corte Criminal Internacional e receberá um certificado internacional de participação.


Usiminas

Valor agregado ao aço O primeiro dos quatro grandes investimentos em curso na Usiminas com foco em agregação de valor e redução de custos já está em operação. Com aportes de R$ 707 milhões, a coqueria 3 tem capacidade para produzir 750 mil toneladas de coque por ano. O coque é um combustível gerado a partir do carvão mineral e é utilizado como redutor do minério de ferro nos altos-fornos siderúrgicos. A entrada em operação da nova coqueria é o primeiro passo para a autossuficiência em coque na usina de Ipatinga, que deve ser alcançada em 2013. Até lá, a coqueria 2 terá sido reformada, elevando a capacidade total de produção de coque na usina para cerca de 1,9 milhão de toneladas – 250 mil toneladas a mais do que a capacidade atual. Quando as coquerias 2 e 3 estiverem em plena operação, a coqueria 1 – que está no fim da sua vida útil e opera desde a fundação da usina – será desativada. Com toda a demanda da usina de Ipatinga suprida pela produção própria de coque, a Usiminas amplia sua blindagem contra movimentos bruscos do preço do insumo no mercado externo. Além disso, a substituição das importações de coque poderá significar uma economia de até R$ 250 milhões por ano, considerando a cotação atual do insumo. “Estamos sempre atentos a oportunidades de redução de custos operacionais e é isso que estamos alcançando com a entrada em operação da nova coqueria”, destaca o vice-presidente Industrial interino da Usiminas, Marco Paulo Penna Cabral. Desenvolvida com tecnologia mais moderna do que a usada na construção das coquerias 1 e 2, a coqueria 3 proporcionará um melhor controle operacional e ambiental, garantindo a redução dos níveis de emissões atmosféricas. Essas emissões ficarão abaixo do estabelecido

Foto: Cortesia Usiminas

Nova coqueria da Usiminas inicia operação na usina de Ipatinga (MG).

na legislação ambiental (resolução Conama 382/2006). “Com a nova coqueria, a Usiminas avança na estratégia de verticalização da produção, o que se reflete em um progresso em termos operacionais, econômicos e ambientais”, ressalta Cabral. A montagem eletromecânica da obra foi feita pela Usiminas Mecânica – empresa de bens de capital do grupo Usiminas – com 12.900 toneladas de estruturas metálicas e equipamentos. Cerca de cinco mil empregos diretos foram gerados no pico das obras. Investimentos – A coqueria 3 faz parte de uma ampla agenda de investimentos da Usiminas com foco em agregação de valor e redução de custos. Estão previstos recursos da ordem de R$ 14 bilhões no período entre 2007 e 2014. Apenas os investimentos atualmente em curso possibilitarão à companhia adicionar 2,6 milhões de toneladas de produtos de maior valor agregado ao mercado, ampliando o

atendimento aos setores-chave no crescimento do Brasil nos próximos anos, como automotivo, naval e de óleo e gás. A produção de chapas grossas – para a indústria naval e de petróleo – será ampliada em 450 mil toneladas/ano na usina de Ipatinga. Paralelamente, está sendo instalada uma nova tecnologia (Resfriamento Acelerado ou CLC) que permitirá a fabricação de chapas de alta resistência, que terão aplicação na exploração de petróleo na camada pré-sal. Outro investimento na usina de Ipatinga é a nova linha de galvanização a quente, com foco nos mercados automotivo e de linha branca. A capacidade do grupo será ampliada em 550 mil toneladas/ano. Na usina de Cubatão, o principal projeto é a nova linha de tiras a quente, com capacidade de produção de 2,3 milhões de toneladas/ano. O equipamento vai possibilitar a expansão da participação no segmento industrial, como nos setores de autopeças e de bens de capital.

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produtos e serviços

Teledyne Oil & Gas

Solução inteligente para vedação de poço A Teledyne Oil & Gas, líder em soluções de engenharia subsea em distribuição eletro-ótica e sistemas de monitoramento de fluxo na exploração offshore de petróleo e gás, forneceu tecnologia-chave de monitoramento e comunicação à BP, que foi incorporada à solução global utilizada no equacionamento de um dos maiores acidentes ambientais da história – o derramamento de petróleo no Golfo do México. Foi utilizado um sistema integrado, constituído por um conector elétrico tipo ROV da subsidiária Teledyne ODI, com um sensor de temperatura e pressão da outra empresa do grupo, Teledyne Cormon, na capa de contenção de derramamento de petróleo,

possibilitando à equipe de gerenciamento de incidentes um monitoramento confiável, em tempo real, da pressão e da temperatura no poço. Essas medidas de pressão foram as principais métricas usadas na determinação da integridade do poço e na solução de vedação, uma vez que o fluxo de petróleo foi estancado, de acordo com Mike Read, presidente e CEO da Teledyne Oil & Gas. Devido aos atributos deste sistema, de se conectar eletricamente ao sensor de temperatura e pressão na capa de contenção, para obter medidas constantes das condições do poço, a BP e a equipe de gerenciamento de incidentes foram capazes de aferir as medidas de

Foto: © BP p.l.c

Teledyne Oil & Gas traz para o mercado brasileiro tecnologiachave incorporada à solução global que parou o vazamento do poço da BP no Golfo do México.

pressão que indicaram que a estrutura do poço estava sólida e intacta, o que permitiu a progressão da solução final e definitiva de vedação do poço.

Log-In

Foto: Cortesia Log In

Log-In lança navio no estaleiro Eisa

A empresa brasileira de navegação Log-In Logística Intermodal lançou ao mar no dia 26 de outubro, o navio porta-contêiner Log-In Jatobá, construído no Estaleiro Ilha S/A (Eisa), na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. O Log-In Jatobá tem capacidade para 2.800 TEUs, e teve um custo total de R$ 152,9 milhões, sendo R$ 137,6 milhões financiados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM). Esta embarcação é a segunda de uma encomenda de sete navios, sendo cinco portacontêineres e dois graneleiros, que a Log-In

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Características Tipo.................................... Full-Container Porte Bruto................................... 37800 t Calado............................................11,60 m Potência..................................18780,0 kw Comprimento.............................218,45 m Boca.............................................. 29,80 m Pontal............................................ 16,70 m Sociedade Classificadora.................ABS Projeto....................................... Projemar tem com o Eisa. O investimento total nas embarcações é de cerca de R$ 1 bilhão, provenientes de recursos do citado FMM, através de repasse do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Com 218,24 m de comprimento, 28,8 m de largura, calado de 11,6 m, e altura de 51,5 m, o Jatobá entrará em operação a partir do segundo semestre de 2011, ampliando a capacidade de transporte da companhia. A cerimônia contou com as presenças do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral Filho, além de representantes dos governos federal, estadual e municipal e empresários do setor.


SolidWorks

Ferramenta atualizada Maior velocidade e aplicativos que reforçam o ambiente colaborativo no desenvolvimento de projetos são alguns dos principais atributos da versão 2011 do software de CAD 3D, lançada no início de outubro pela SolidWorks, empresa do grupo francês Dassault Systèmes. Líder no fornecimento de tecnologia para CAD 3D, a DS SolidWorks, que todos os anos lança uma nova versão de uma das principais ferramentas da engenharia moderna – o CAD 3D –, anunciou que a nova versão sofreu mais de 300 alterações, o que significa novos aplicativos e melhorias que visam facilitar a vida de quem desenvolve projetos complexos, como os que vêm sendo demandados pela indústria de óleo e gás. A Solução chega ao mercado brasileiro com novos atributos, que visam acelerar o projeto de produtos, intensificar a colaboração e fortalecer o envolvimento dos projetistas na criação de um novo produto. “Queremos propiciar ao usuário uma experiência intuitiva de projeto. Além de melhorar a produtividade dos projetos, tornar a comunicação mais eficaz, maximizando o valor da propriedade intelectual e diminuindo o tempo de desenvolvimento de produto”, destacou Oscar Siqueira, country manager da DS SolidWorks Brasil. Ele acrescentou que, como sempre, as melhorias foram feitas de forma a atender solicitações dos próprios usuários, muitos deles, da cadeia produtiva de óleo e gás: pessoas que utilizam o software diariamente no projeto de novos produtos, na validação do seu desempenho, na comunicação com os parceiros, no gerenciamento de dados de projeto e na minimização do impacto de um produto no meio ambiente. Oscar Siqueira acredita que as novidades vão reforçar ainda mais a liderança da empresa no mercado brasileiro, que é o nono maior em vendas da SolidWorks e vem recebendo atenção especial do grupo Dassault Systèmes. Ele lembra também que, em 2009, a empresa comemorou a licença de número 1 milhão e, hoje, já supera 1,4 milhão de licenças. Foco na indústria de óleo e gás – “Os novos recursos de CAD e PDM do SolidWorks 2011

Um dos softwares mais usados na elaboração e implantação de grandes empreendimentos do setor de óleo e gás, o CAD 3D da SolidWorks chega ao mercado na sua mais nova versão, com mais de 300 melhorias.

permitem aos grupos de engenharia enfrentar de forma inteligente os novos desafios no projeto de produtos e sistemas de produção”, comenta Timoteo Müller, gerente técnico da DS SolidWorks Brasil. “O desenvolvimento de produtos acontece em grupo, com pessoas muitas vezes distantes milhares de quilômetros umas das outras. A tecnologia de colaboração da versão 2011 acelera e consolida todo este processo.” Ele frisa que a DS SolidWorks vem buscando aperfeiçoar essa ferramenta, de forma a oferecer soluções para os desafios industriais críticos do setor de óleo e gás, relacionados a exploração, eficiência, redução do tempo de ciclo, segurança e confiabilidade e regulamentação. E pontua algumas das novidades que vão contribuir para a viabilização de grandes projetos nesse segmento. “Novo recurso de simplificação planar – ou 2D –, do SolidWorks Simulation, permitirá aos usuários realizarem estudos avançados com uma precisão e velocidade sem comparação. Uma excelente aplicação na indústria de petróleo e gás são os estudos de tubulações de transporte, que demandam precisão do tamanho do elemento finito, além da velocidade de resposta do problema”, explica Müller. Ele destaca a função ‘Passo a Passo’ (Walkthrough), que permite explorar ou

criar um vídeo da geometria 3D de plantas ou outros sistemas. “Você ‘vê’ a geometria do sistema conforme passeia por ela, através de um recurso inteligente que permite posicionar seu ‘avatar’ dentro do ambiente virtual do SolidWorks. É possível salvar o que foi visto e reproduzir a gravação para um estudo mais aprofundado”, ressalta, afirmando que os grandes benefícios deste recurso são a possibilidade de realizar revisões de projeto de uma maneira totalmente nova e poder apresentar o projeto de maneira completamente nova. Outra inovação citada por ele é a possibilidade de os usuários adicionarem cordões de solda simplificados em peças e montagens, independentemente da complexidade do tipo de geometria. Fala, também, do aprimoramento do SpeedPak, recurso recomendado para usuários que trabalham com montagens muito grandes e complexas. “O uso de uma configuração SpeedPak pode melhorar muito o desempenho durante o trabalho em grandes montagens e desenhos 2D. Uma nova opção do SpeedPak fornece a possibilidade de abrir montagens que contenham configurações em SpeedPak, automaticamente. Essa nova capacidade acelera demais a manipulação de grandes conjuntos”, pontua Müller. Ele observa que várias inovações vieram da cadeia de fornecedores da indústria de óleo e gás, citando dois principais clientes desse setor: a FMC (Rio de Janeiro/RJ) e Dedini (Piracicaba/SP). “A equipe da SolidWorks presta muita atenção aos pedidos de melhoria requisitados pelos usuários brasileiros”, afirma, citando alguns exemplos de novos recursos no SolidWorks 2011 que vem para atender a demanda de usuários desta indústria. “Temos melhorias no recurso de tubulação e aprimoramentos na importação de arquivos P&ID, bem como no detalhamento, que conferem habilidade de construir com mais rapidez desenhos 2D prontos para a manufatura”, revela Müller. “É importante lembrar ainda que o recurso de simulação em 2D (Simplificação Planar) acelera muito a produtividade dos usuários, uma vez que os recursos do software otimizam o controle preciso do elemento finito em estudos complexos.”

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produtos e serviços

André Teixeira & Associados

Oportunidades no Brasil André Teixeira & Associados fez palestra sobre a tributação da indústria de óleo e gás na 8ª Brazil Energy & Power, em Houston. Repetro e Convênio ICMS 130/2007 foram alguns dos temas abordados pelos advogados André L.P. Teixeira e Tiago Guerra Machado, sócios do escritório André Teixeira e Associados, que ministraram palestra sobre a tributação da indústria de óleo e gás no Brasil, na 8ª Brazil Energy & Power, no dia 23 de agosto em Houston, no Texas (EUA). Organizado pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) em parceria com a Câmara de Comércio Brazil-Texas (Bratecc), o evento, que acontece anualmente, reuniu mais de 200 participantes das principais empresas do setor, e contou com a presença de renomados especialistas.

Desde que se associou à Oil & Gas Law Alliance, o escritório tem sido presença constante em seminários e conferências internacionais relacionados à indústria do petróleo. O advogado André L.P. Teixeira acredita que essas oportunidades são importantes para a atualização e troca de experiências, especialmente neste momento em que o interesse pelo Brasil é crescente. “Os players internacionais demonstram grande interesse pelas oportunidades que

o Brasil oferece, mas ao mesmo tempo têm muita dificuldade de entender como funciona o nosso ordenamento jurídico, especialmente o sistema tributário.” O escritório atua na área tributária representando interesses de empresas como Shell, Devon Energy, Eni Oil, Statoil, FMC, Hallibuton, e mais recentemente o próprio Subcomitê de Tributação do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), e acredita que este momento especial que a indústria do petróleo atravessa no Brasil passa necessariamente pela colocação da tributação na agenda, como um dos importantes fatores de apoio à consolidação das operações de óleo e gás no país.

NHJ do Brasil

Tecnologia modular otimiza espaço Módulos habitáveis são estruturas pré-fabricadas, adaptáveis a uma variedade de situações. Rápidos de instalar, utilizando o princípio de modularidade, podem responder de forma ágil a qualquer pedido de soluções de espaço para acomodações temporárias. “Na Europa, a tecnologia modular é utilizada nas construções habitáveis há muitos anos”, comenta Lidiane Lima, da Novo Horizonte Jacarepaguá (NHJ do Brasil), empresa de venda e locação de contêineres. Os módulos podem ser aproveitados para extensão de escolas, ambulatórios, hospitais, escritórios, laboratórios, entre outros projetos, incluindo os da área de petróleo e gás. “Os MTAs (Módulos Temporários de Acomodação) são estruturas com ambientação favorável para quem vai ficar dias em uma plataforma offshore, com área de depósito, armários, banheiros, assessórios de escrivaninha e acomodações para até quarto pessoas”, explica. “É

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Tecnologia modular é alternativa inteligente e de qualidade para solucionar problemas de espaço e acomodações

um equipamento bastante favorável para o segmento offshore. A última plataforma a adotar o equipamento foi a de Merluza.” Diferente de contêineres, os módulos habitáveis são flexíveisa e consideravelmente eficientes em relação à construção convencional. Uma das principais características dos módulos da NHJ do Brasil é seu painel, que difere de qualquer tipo de painéis de fechamento existente em território nacional. “Os painéis da NHJ têm qualidade europeia e seu revestimento é de chapa em aço galvanizado e texturizado, o que proporciona ótima humanização ao ambiente”, diz. Lidiane explica que a montagem dos painéis nos módulos é outra característica importante: “Eles são fabricados

com perfis de PVC em suas extremidades e por isso têm sua eficiência térmica aumentada.” Entre as principais vantagens do equipamento estão a velocidade de construção, a habilidade para serviços locais remotos, a baixa geração de resíduos e o processo de construção dentro dos padrões de responsabilidade ambiental. “São construções rentáveis para construtores e clientes”, conclui.


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dutos

Acidentes com dutos de petróleo e derivados Este trabalho foi elaborado com o objetivo de alertar a comunidade de profissionais da área de dutos de transporte de hidrocarbonetos, ou outros produtos que possam representar riscos às pessoas, meio ambiente, propriedades etc. Serve também para chamar a atenção dos legisladores, políticos, técnicos e engenheiros dos institutos ambientais para a importância de se equipar os sistemas dutoviários com tecnologia apropriada para prevenção de desastres.

O

s acidentes ambientais com dutos de petróleo e derivados podem ser definidos como eventos inesperados que afetam direta ou indiretamente a segurança, a empresa e a saúde da população envolvida, causando impactos ao meio ambiente e gerando altos custos de operação, conforme ilustra o Gráfico 1. Esse gráfico mostra que o custo direto desses acidentes ultrapassou os US$ 600 milhões. Contudo, não foi considerada a desvalorização das ações das empresas (que podem ter sido de bilhões de dólares), como no caso recente da BP, pelo acidente no Golfo do México, em abril deste ano. Os acidentes de origem tecnológica (corrosões, trincas, erro de escavação etc.) são, em sua grande maioria, previsíveis, razão pela qual há que se trabalhar principalmente na prevenção destes episódios, sem esquecer, claro, da preparação e intervenção quando da sua eventual ocorrência.

Gráfico 1 – Custos com vazamentos Jaqueline Costa Martins é doutoranda em Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP), mestre em Engenharia Química pela UFSCar (2001) e graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal de Uberlândia (Ufu). Ela é gerente de Engenharia de Aplicação da Asel-Tech, empresa focada no setor de transporte dutoviário.

Rodolfo Bernardo é engenheiro eletricista graduado pela Centro Universitário Central Paulista (Unicep) e atua como engenheiro de projetos da Asel-Tech.

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Custos públicos US$ 13.029.922,00 Custos com a perda do produto US$ 28.004.633,00

Custos com propriedade pública/privada US$ 11.827.529,00

Custos com meio ambiente US$ 94.508.863,00 Custos de operação US$ 261.481.417,00 Custos com danos à propriedade da operadora US$ 97.580.657,00

Fonte: Pipeline and Hazardous Materials Safety Administration (US Department of Transportation). Significant Pipeline Incidents, 2002-2009.

Custos emergenciais US$ 120.033.070,00


Ocorrências (vazamentos)

Gráfico 2 – Principais causas de vazamentos em dutos 250 200 212 150

145 123

116 85

100

63

58 34

50 0 Corrosão

Material e/ou falha de soldagem

Erro na escavação

Equipamento

Outros

Forças naturais

Erros de operação

Outras forças externas

Fonte: Pipeline and Hazardous Materials Safety Administration (US Department of Transportation). Significant Pipeline Incidents, 2002-2009.

O Gráfico 2 mostra as principais causas de vazamentos em dutos. É interessante notar que mesmo com as avançadas tecnologias de monitoramento, a corrosão é a causa mais frequente dos vazamentos. Erro na escavação (interferência de terceiros) e forças naturais também são agentes significativos. É fácil verificar que uma tecnologia de detecção de vazamento eficaz é essencial nesses casos. Os desastres (Figura 1) poderiam ser evitados com o alerta de um sistema de detecção de vazamentos rápido e eficaz, que possibilitasse a parada do bombeio e o fechamento das válvulas. O Gráfico 3 mostra os produtos que mais vazam nos dutos com consequências bem conhecidas para as pessoas ou para o patrimônio público e privado: • Perda de vidas humanas • Impactos ambientais • Danos à saúde humana • Danos econômicos • Compromisso da imagem da indústria e do governo

Figura 1: Exemplos de acidentes de grandes proporções.

Gráfico 3 – Volume vazado CO2 N2

8% Gasolina, diesel, óleo combustível

22% 45% Óleo cru

Identificação e avaliação de riscos O Gráfico 4 nos mostra que as maiores incidências de vazamentos ocorrem no corpo do duto. Os vazamentos ocorridos em flanges, válvulas e outros acessórios são muito menores. Daí, a necessidade de se pensar em detectar e localizar vazamentos nos dutos. Essa providência reduziria as chances de ocorrerem novos desastres. O sistema de detecção e localização de vazamento ideal deve reagir (alarmar) ao vazamento o mais rápido possível, ou seja, em segundos. Deve, também, ter a capacidade de localizar o vazamento, seja num duto enterrado ou submarino, com a maior precisão possível, isto é, em metros. A quantificação do volume vazado também é de grande importância, dando aos responsáveis a correta dimensão do problema e uma informação precisa quanto às providências a serem tomadas para a retificação do problema.

25% Outros inflamáveis

Fonte: Pipeline and Hazardous Materials Safety Administration (US Department of Transportation). Significant Pipeline Incidents, 2002-2009.

Um sistema de detecção e localização de vazamentos confiável é o fator fundamental para reduzir, ou mesmo evitar, acidentes de grandes proporções (Figura 2), como os relatados pela PHMSA e que também acontecem com frequência em todos os países com redes de dutos. Podem ocorrer certas variações nas causas dos vazamentos, dependendo da cultura, das leis, da situação econômica e do regime político de cada país. TN Petróleo 74

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dutos

Gráfico 4 – Local das ocorrências*

Ocorrências (locais)

400 350 300 250 200 150 364

100

60

43

50

41

31

20

20

15

Áreas de solda

Juntas

15

12

10

0 Corpo do duto

Válvulas Componentes Costuras do duto

Bombas Parafusos

Soldas Reservatórios Medidores

*Fonte: Pipeline and Hazardous Materials Safety Administration (US Department of Transportation). Significant Pipeline Incidents, 2002-2009.

Gráfico 5 – Formas de detecção de vazamentos* Outros

Vigilância aérea e terrestre

5% 8% Sistema de detecção de vazamentos

9% 46% Operação local

32%

Terceiros

Figura 2: Equipes trabalhando na limpeza das regiões afetadas.

Esse estudo não contempla vazamentos provocados por roubo de produtos, mais comuns em países com menor índice de desenvolvimento. Essa modalidade de “vazamento” é responsável por grandes perdas financeiras e por tragédias envolvendo vidas humanas, como ocorreu várias vezes na Nigéria.

24% Parou

Gráfico 6 – Parada de operação devido ao vazamento*

Prevenção Esse estudo nos mostra que, infelizmente, 78% dos vazamentos (Gráfico 5) só foram anunciados depois dos desastres terem ocorrido, e apenas 9% foram alarmados por sistemas de detecção de vazamentos. Conforme pode ser observado no Gráfico 6, em 76% dos vazamentos registrados, os dutos não pararam de operar. A maioria destes se localizava em áreas de risco, de acordo com o Gráfico 7. Isso nos prova que o uso de sistemas de detecção de vazamentos rápidos e eficazes é imprescindível para evitar danos irreparáveis ao meio ambiente e à economia dos países e empresas envolvidas.

76% Não parou

40% Não

Gráfico 7 – Áreas de risco (cidades, meio ambiente, etc.)*

60% Sim

Obs.: Esse estudo baseia-se em dados extraídos do site da PHMSA (Pipeline and Hazardous Materials Safety Administration), do US Department of Transportation, abrangendo o período de 2002 a 2009 e praticamente todas as transportadoras de dutos americanas.

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mercado

Pré-sal traz novo panorama de mercado e incrementa perspectivas de negócios na área de energia A indústria brasileira do petróleo sofreu mudanças expressivas a partir de meados dos anos 1990, quando o Governo de Fernando Henrique Cardoso iniciou o processo de flexibilização do monopólio da União Federal nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural.

D

urante cinco décadas, a União Federal atribuiu à Petrobras não apenas a execução dessas atividades, mas também a responsabilidade pelo desenvolvimento da indústria brasileira do petróleo e do gás natural. Para impulsionar o desenvolvimento dessa indústria, a Petrobras qualificou fornecedores e prestadores de serviços fazendo com que estes pudessem atender adequadamente à demanda de suas operações. Com bens e serviços compatíveis com as peculiaridades da nossa indústria, a Petrobras desbravou, com muito sucesso, as bacias sedimentares brasileiras. Para estimular o ingresso de agentes privados no setor petrolífero nacional, em 1995 foi promulgada a Emenda Constitucional n. 9. Esta passou a permitir que a União Federal contratasse empresas privadas para a execução das atividades de exploração e produção, pondo fim à reserva de mercado exercida pela Petrobras até então. Com o advento da Emenda Constitucional n. 9/95, grandes players internacionais estariam autorizados a explorar e produzir petróleo e gás natural no maior país da América Latina. Para propiciar o ingresso desses players, outras grandes reformas foram introduzidas em nosso sistema jurídico, objetivando viabilizar a participação efetiva de empresas privadas no setor petrolífero brasileiro. O principal marco dessa reestruturação foi, sem dúvida, a Lei 9.478/97 (Lei do Petróleo), que criou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e estabeleceu as diretrizes do desenvolvimento da política energética nacional. Após sua criação, a ANP promoveu, com inegável sucesso, dez rodadas de licitações por meio das quais tanto a Petrobras como diversas petrolíferas internacionais tiveram contratos de concessão adjudicados para a exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural no Brasil. Dados do Banco Central demonstram que o fluxo de capital investido no país em atividades de exploração e produção aumentou substancialmente com o incremento dos investimentos da Petrobras e a entrada de novos players nesse setor.1 Seguindo o padrão internacional, muitas dessas empresas formaram parcerias para participar dos certames promovidos pela ANP. De tempos em tempos, essas parcerias são reestruturadas mediante a cessão da participação indivisa detida pelas concessionárias nos termos dos contratos de concessão. CANELAS, André. Exploração e produção de petróleo e gás natural pós-reforma da indústria petrolífera brasileira: investimentos e impactos macroeconômicos (parte 1). In: 3o Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás, 2005, Salvador. Disponível em: <http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/3/trabalhos/ IBP0110_05.pdf>. Acesso em 14 jul. 2010. 1

Anna Tavares de Mello é sócia de Trench, Rossi e Watanabe Advogados, associado a Baker & McKenzie International.

Danielle Gomes de Almeida Valois é sócia de Trench, Rossi e Watanabe Advogados, associado a Baker & McKenzie International.

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Ilustração: Agência Petrobras

Por decisões gerenciais, operadoras e não operadoras transitam pela indústria petrolífera mundial optando por concentrar investimentos em determinadas regiões a depender das condições econômicas, políticas ou comerciais existentes. Ressalvados alguns casos de insucesso, grande parte dos contratos de concessão adjudicados pela ANP continua em vigor, tendo alguns deles ingressado na fase de desenvolvimento, durante a qual a concessionária investe grande parte dos recursos necessários para extrair petróleo do subsolo. Dados da ANP confirmam que o número de reservas provadas de petróleo no Brasil aumenta a cada ano. De acordo com o Comunicado Ipea n. 55, recentemente publicado,2 entre 1998 e 2008 a taxa de crescimento foi de 5,14% ao ano, atingindo, em 2008, 12,8 bilhões de barris. Por razões geológicas, 93% destas reservas provadas estão localizadas no mar. O estado do Rio de Janeiro concentra 80,62% destas reservas offshore, seguido pelo Espírito Santo, que detém 10,11%. Rio Grande do Norte, Sergipe e Bahia possuem reservas provadas de 264,6 milhões, 231 milhões e 216,1 milhões de barris, respectivamente. Dados da Petrobras apontam para o elevado – e ainda crescente – custo de extração de petróleo e gás no Brasil. Diante da complexidade na recuperação de reservas de petróleo e gás, do difícil acesso a determinadas regiões e da qualidade do petróleo encontrado, esses custos aumentaram substancialmente nos últimos cinco anos, passando de 3,42 US$/barril, no terceiro trimestre de 2003, para 10,42 US$/barril em 2008. Outros fatores que influenciam esse aumento de custo são a escassez mundial de equipamentos e serviços necessários às operações de extração de petróleo e gás natural e a expansão da fronteira petrolífera para águas cada vez mais profundas. 2

Nesse cenário, a indústria mundial de serviços correlatos à exploração e produção tem apresentado uma crescente demanda, e o interesse das prestadoras de serviços em se estabelecer de forma efetiva e definitiva no país tem naturalmente aumentado em vista dos elevados índices de conteúdo local exigidos pela ANP nas últimas rodadas de licitações. Conteúdo local é o que determina o nível de participação das empresas brasileiras fornecedoras de bens e serviços relacionadas às atividades previstas no contrato de concessão. O percentual mínimo de conteúdo local para cada contrato de concessão é fixado nos editais que precedem as rodadas de licitação e objetivam incrementar a participação da indústria nacional de bens e serviços nos projetos de exploração e produção desenvolvidos no Brasil, impulsionando o desenvolvimento tecnológico, a capacitação de recursos humanos e a geração de emprego e renda nesse segmento. As recentes descobertas em águas ultraprofundas na província do pré-sal e a consequente perspectiva de expansão da capacidade produtiva de petróleo e gás natural no Brasil assumem papel de grande relevância nesse contexto. Os reservatórios até agora encontrados na camada pré-sal estão compreendidos em áreas concedidas pela ANP por meio dos contratos de concessão da segunda e terceira rodadas de licitações, cujos percentuais de conteúdo local contratualmente assumidos chegavam a 36%. Percentuais mínimos de conteúdo local passaram a ser exigidos pela ANP a partir da quinta rodada de licitações, tendo nesta rodada atingido uma média de quase 80% dos bens e serviços adquiridos para a etapa de exploração e de 86% para a etapa de desenvolvimento e produção. Os desafios impostos pelas descobertas no pré-sal não estão apenas no plano legislativo e regulatório, mas também na necessidade de superação tecnológica. Com o caráter inovador da tecnologia necessária para operações

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Comunicado Ipea no. 55: Perspectivas de Desenvolvimento do Setor de Petróleo e Gás no Brasil, p. 15, 1º jun. 2010.

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mercado

na área do pré-sal, considerada de fronteira petrolífera, e a demanda do governo por índices de conteúdo local cada vez maiores, a indústria de serviços que atende o setor de petróleo deve se estruturar. Para fazer frente a essa demanda, companhias internacionais de renome começam a se programar para formar parcerias com empresas locais ou internacionais já estabelecidas no país. É esperada uma nova onda de aquisições e joint ventures na área de petróleo e gás, sobretudo em razão das oportunidades relacionadas à exploração na camada pré-sal. Muitas empresas buscam formar parcerias estratégicas para o desenvolvimento de suas operações por meio de consórcios ou outras formas de associação. Outras optam por adquirir empresas ou participações acionárias em empresas já em funcionamento no Brasil, a fim de acelerar seu ingresso no mercado nacional, pagando o devido valor por isso. A expectativa é que boa parte dos negócios envolva fornecedores de bens e serviços já estabelecidos no Brasil. Em muitos casos, a empresa com capacitação tecnológica não possui mão de obra local ou instalações logisticamente convenientes para as operações do présal. A empresa que possui tecnologia de ponta carece de mão de obra brasileira qualificada. Instalações em áreas estratégicas são detidas por um número limitado de empresas, que muitas vezes optam por se associar ao invés de alugar ou vender essas áreas para prolongar e maximizar o retorno de seus investimentos. Com o pré-sal, multinacionais outrora focadas em outras jurisdições redirecionam sua atenção às operações em bacias sedimentares brasileiras. Para compensar o engajamento tardio na indústria brasileira, muitas dessas empresas ora adquirem sociedades com histórico de operações no país, ora se associam através de consórcios ou outras formas de joint ventures. Com essas parcerias, novos agentes esperam se capacitar para operar no país, sobretudo no que diz respeito ao cumprimento de exigências de conteúdo local. De fato, o difícil acesso a recursos humanos qualificados e a informações tecnológicas, a complexidade da legislação e regulamentação do setor e o elevado custo financeiro para a implementação dessas atividades apontam para a formação de joint ventures como uma das estratégias mais interessantes. A experiência de outros países confirma a eficiência dessa estrutura. Uma das primeiras plataformas offshore de que se tem notícia na história foi a Kermac 16, desenvolvida por um consórcio de empresas liderado por KerrMcGee, Humble Oil e Phillips Petroleum.3 O desenvolvimento tecnológico do Mar do Norte também contou com uma força-tarefa envolvendo diversas empresas atuantes no setor, notadamente as empresas europeias.

Entretanto, embora as alianças internacionais sejam fundamentais nesse processo de pesquisa e desenvolvimento, como quaisquer negócios jurídicos, elas também comportam riscos e dificuldades para a manutenção do que foi acordado originalmente. Portanto, especialmente neste momento de euforia do mercado, é preciso cautela na estruturação e elaboração dos instrumentos jurídicos que serão adotados. Tal como ocorreu em outros países, com a consolidação dessas parcerias no mercado brasileiro, haverá, ao longo dos anos, redefinições das funções de cada parceiro em razão do andamento e amadurecimento do próprio mercado. O instrumento jurídico indicado pode ser mais ou menos flexível dependendo da estruturação idealizada para a operação, mas em muitos casos esta decisão será influenciada pelos aspectos fiscais envolvidos. Porém, a decisão sobre qual tipo de sociedade ou parceria societária deve ser utilizada não depende apenas das peculiaridades do empreendimento e do objeto social a ser desenvolvido. Especialmente, deve-se avaliar com cautela quais os direitos e obrigações que estão em jogo entre as partes, para que se possa melhor regular as participações acionárias e o exercício do poder de controle. Numa sociedade anônima, por exemplo, há a possibilidade de se estabelecer, por acordo de acionistas previsto em lei, de forma clara e com o benefício da execução específica, as regras que irão regular essa associação, criando os mecanismos de exercício de controle, tomada de decisão ou poder de veto, dentre outros aspectos. Além disso, nas sociedades anônimas, há a possibilidade de eleição de estrangeiros não residentes no país como membros do Conselho de Administração da empresa. Isso pode facilitar para aquelas empresas estrangeiras que estão entrando no mercado brasileiro, mas que não têm, ainda, pessoas de sua confiança capacitadas para preencher cargos de administração residentes no Brasil. Já nas sociedades limitadas, há maior flexibilidade na redação de seus documentos constitutivos e nas regras de distribuição dos resultados, assim como na sua manutenção, menos burocratizada. Por outro lado, se o investidor não detém a maior parte do capital social, poderá se encontrar em uma situação indesejável de dependência do sócio minoritário sempre que precisar aprovar mudanças na empresa. Para se evitar a adoção de uma estrutura inadequada, deve-se, portanto, avaliar cuidadosamente todos os elementos envolvidos na parceria desejada, visando minimizar eventuais riscos de insucesso ou ineficiência.

3 NETO, José Benedito Ortiz; SHIMA, Walter Tadahiro. Trajetórias tecnológicas no seguimento offshore: ambiente e oportunidades. Revista de Economia Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 12, n 2, maio/ago. 2008.

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novos petroleiros

Um marco crucial A eliminação progressiva dos petroleiros monocascos, de acordo com a emenda da IMO de 2003.

O

Maria Alice Doria é sócia do escritório Doria, Jacobina, Rosado e Gondinho Advogados Associados.

Patrícia Guimarães é associada do escritório Doria, Jacobina, Rosado e Gondinho Advogados Associados.

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crescimento do comércio internacional de hidrocarbonetos, alavancado sobretudo pelo constante desenvolvimento tecnológico do transporte marítimo, aliado à expansão dos conceitos de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, tornou cada vez mais visíveis e preocupantes os impactos ambientais oriundos das atividades relacionadas a esse tipo de produto. Nesse particular, os desastres ambientais experimentados pela sociedade, mais ainda nas últimas décadas, impulsionaram o estabelecimento de regras e métodos para a garantia da segurança do transporte marítimo. Até duas décadas, os navios petroleiros eram construídos com apenas um casco – monocasco, fazendo com que os hidrocarbonetos neles transportados fossem separados do ambiente aquático apenas pelo casco e a chaparia do fundo da embarcação. Em decorrência da fragilidade do projeto de tais embarcações, alguns acidentes ambientais significativos ficaram mundialmente conhecidos, provocando impactos à fauna e flora marinhas, os quais repercutem até os dias atuais. Em 1989, o navio petroleiro Exxon Valdez, que possuía casco simples (monocasco), teve seu casco rompido ao bater em um recife nas proximidades da costa do Alasca. Este acidente provocou o grande derramamento de óleo e, em consequência, um desastre ambiental até então sem precedentes, atingindo gravemente a fauna e flora de um rico e delicado ecossistema e ocasionando a mortandade de animais e contaminação das águas. Outro acidente envolvendo navio monocasco que ficou famoso pela extensão e intensidade foi o do navio Prestige, que afundou na costa da Espanha em 2002 após sofrer um rombo em seu casco. O navio, que transportava óleo pesado, partiu-se em dois, derramando o óleo que transportava e causando imensa maré negra. Com efeito, considerando os crescentes acidentes ambientais derivados da atividade de transporte marítimo de óleo e outros hidrocarbonetos, criou-se uma necessidade social para a parametrização de um projeto de embarcação que impedisse ou minimizasse o risco de ocorrência desse tipo de desastre ecológico. Com isso, em 1992, por meio da emenda MEPC 52(32), foi alterado o Anexo I da Convenção Internacional para Prevenção de Poluição por Navios/Marpol 73/78, ratificada pelo Brasil pelo Decreto 2.508/98, para incluir as regras 13F e 13G introduzindo a obrigatoriedade de que os navios petroleiros com porte bruto igual ou maior que 600 ton deixassem de ser monocasco e passassem a ser construídos com um casco duplo, o que poderia minimizar o risco de vazamentos. No mesmo contexto, os Estados Unidos, de forma unilateral, instituíram a Oil Pollution Act (OPA), de 1990, prevendo a proibição, a partir de 1º de janeiro de 2010, de navios petroleiros sem duplo fundo ou costado duplo operarem em águas americanas. O regulamento prevê, ainda, que as embarcações que possuam duplo fundo ou costado duplo, mas não possuam casco duplo devem ser retiradas de operação até 1º de janeiro de 2015.


Ilustração: Cortesia Projemar

Fotos: Divulgação

(c) data de aniversário da entrega da embarcação no ano de 2006 para os navios entregues em 1978 e 1979; (d) data de aniversário da entrega da embarcação no ano Acidente envolvendo os petroleiros Exxon Valdez (1989) e o Erika (1999). de 2007 para os navios entregues em 1980 e 1981; (e) data de aniversário da entrega da embarcação no ano de 2008 para os navios entregues em 1982; (f) data de aniversário da entrega da embarcação no ano de 2009 para os navios entregues em 1983; e (g) data de aniversário da entrega da embarcação no ano de 2010 para os navios entregues em 1984 ou posteriormente. Desse modo, verifica-se que o ano de 2010 consiste em um ano determinante para a substituição dos navios monocascos. Seção de petroleiro onde aparece o casco duplo Entretanto, é importante salientar que o país de A Comunidade Europeia, por sua vez, em 23 bandeira do navio poderá permitir a operação contide julho de 2003, através do Regulamento (CE) n. nuada dos navios da categoria 2 ou 3 depois de 2010, 1726/2003 do parlamento Europeu do Conselho estadesde que o navio obtenha resultado favorável da Conbeleceu a proibição de transporte entre os portos dos dition Assessment Scheme (CAS). Todavia, a continuiEstados-membros de petróleo e frações petrolíferas dade da operação dessas embarcações não poderá ser pesadas em petroleiros que contenham casco simples. superior ao dia do aniversário de 25 anos da entrega da Ocorre que, não obstante a emenda da Marpol embarcação ou a data de aniversário da entrega em 1992, os acidentes envolvendo navios-tanques da embarcação no ano de 2015, o que vier primeiro. continuaram a ocorrer, como no caso do Erika de 1999, No caso de petroleiros das categorias 2 e 3 com razão pela qual a Organização Marítima Internacional duplo fundo ou costado duplo, não utilizados no (IMO) resolveu adotar um procedimento de substitransporte de hidrocarbonetos, o Estado de bandeira tuição acelerada dos navios de casco simples. Assim, poderia permitir a continuidade das operações após a emenda de 2003, que entrou em vigor em abril de 2010, desde que o navio estivesse operando em 1º 2005, adiantou o prazo para a substituição progressiva de julho de 2001 e tenha devidamente satisfeito as dos navios de acordo com sua categoria,1 prevendo os verificações oficiais. De toda forma, ficou estipulada prazos máximos a seguir destacados: como data limite a data de aniversário de 25 anos da Para os petroleiros da categoria 1: entrega da embarcação. (a) 5 de abril de 2005 para os entregues até 5 de abril No Brasil, o texto consolidado da Marpol com de 1982; as emendas de 4 de dezembro de 2003 a 1º de abril (b) data de aniversário da entrega da embarcação no de 2004 foi aprovado pelo Decreto Legislativo n. ano de 2005 para os navios entregues depois de 5 499/2009. Sendo assim, em regra, o ano de 2010 é de abril de 1982. um marco de crucial importância para a segurança Para os petroleiros das categorias 2 e 3: da navegação e o meio ambiente marinho, devendo (a) 5 de abril de 2005 para os navios entregues até 5 os Estados-membros providenciarem para que os de abril de 1977; petroleiros sob sua jurisdição atendam aos requi(b) data de aniversário da entrega da embarcação no sitos da IMO, de forma a evitar novos desastres ano de 2005 para os navios entregues depois de 5 ambientais decorrentes de acidentes envolvendo de abril de 1977 mas antes de 1º de janeiro de 1978; petroleiros de casco simples. 1 N“(a) ‘Petroleiro da Categoria 1’ significa um petroleiro de 20.000 toneladas de porte bruto ou mais, transportando óleo cru, óleo combustível, óleo diesel pesado ou óleo lubrificante como carga, e de 30.000 toneladas de porte bruto ou mais, transportando outros óleos que não os mencionados acima, que não atenda às exigências para petroleiros novos, como definidos na Regra 1(26) deste Anexo; (b) ‘Petroleiro da Categoria 2’ significa um petroleiro de 20.000 toneladas de porte bruto ou mais, transportando óleo cru, óleo combustível, óleo diesel pesado ou óleo lubrificante como carga, e de 30.000 toneladas de porte bruto ou mais, transportando outros óleos que não os mencionados acima, que atenda às exigências para petroleiros novos, como definidos na Regra 1(26) deste Anexo; (c) ‘Petroleiro da Categoria 3’ significa um petroleiro de 5.000 toneladas de porte bruto ou mais, mas menor do que o especificado no subparágrafo (a) ou (b) deste parágrafo.”

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dutos

Novos métodos construtivos e incorporação de técnicas offshore em

dutos terrestres A indústria da construção e montagem no Brasil vem experimentando importante avanço tecnológico e de processos construtivos, particularmente nos últimos cinco anos, não apenas em razão de sua evolução natural, mas também pela crescente necessidade de superação de novos desafios, tanto em termos de produtividade como de prazos e de dificuldades técnicas a serem ultrapassadas. Desafios que há menos de uma década eram considerados quase intransponíveis passaram a fazer parte do dia a dia das empresas construtoras.

N

Conrado Serodio é engenheiro civil e diretor da GDK S.A.

José Guido de Oliveira é engenheiro civil e gerente de empreendimentos da GDK S.A.

Sérgio Menezes Borges é engenheiro civil e gerente de contrato da GDK S.A.

Sergio Barreto Lima é engenheiro mecânico e gerente de contrato da GDK S.A.

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o segmento específico de construção e montagem de dutos, esta realidade se mostrou ainda mais intensa, pois a execução dos empreendimentos neste setor, além de todas as demais condicionantes, convive com o fato de serem obras ‘abertas’ por excelência, sujeitas às diferentes condições de topografia, solo, clima e obstáculos naturais que variam e se sobrepõem a cada metro de linha montada. Além de cronogramas a cada dia mais exíguos para a execução das obras, os trabalhos foram condicionados de maneira crescente por novos e rígidos parâmetros em termos de segurança, de cuidados com o meio ambiente e de relacionamento com as comunidades atravessadas pelas obras. Somado a este contexto, o esforço e os substanciais investimentos que a Petrobras veio fazendo, em particular nos últimos cinco anos, para que o país pudesse contar no menor prazo possível com uma rede de gasodutos de grande porte integrando nacionalmente os principais centros de produção e de consumo deste insumo e ampliando a oferta de gás natural, exerceu notável impacto positivo para o desenvolvimento tecnológico deste setor. Assim, se por um lado as exigências se incrementaram, por outro os prazos se reduziram e as dificuldades técnicas a serem transpostas pela etapa de construção da rede de dutos cresceram, pois as rotas/diretrizes dos novos dutos tiveram que atravessar outras regiões, novos e complexos obstáculos geográficos, geológicos e topográficos, dentro de uma ótica de segurança e mínimo impacto socioambiental e ainda de contratos com elevado nível de exigências, atendendo ainda a padrões de performance acelerada. Vencer este conjunto de desafios de forma consistente implica não apenas buscar maior produtividade, ainda que com maior nível de restrições, mas também, e principalmente, rever e estudar novos métodos, procedimentos, materiais e técnicas que permitam materializar o objetivo final, com eficiência. Neste cenário, dentre os principais projetos de transporte de gás natural, destaca-se o Gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (Gastau), que por suas características peculiares demonstrou a importância da incessante busca de


Fotos: Cortesia GDK

Travessia/Cruzamento

Método selecionado

Extensão

Características especiais

Autoestrada Carvalho Pinto I

HDD

180 m

4/6 faixas de rolamento

Autoestrada Carvalho Pinto II

HDD

140 m

4/6 faixas de rolamento

Rodovia dos Tamoios

cravação de tubo-camisa

130 m

boring machine Colossus 72”

Represa de Santa Branca

flutuação

230 m

rocha

Rio Paraíba do Sul

flutuação + post trenching

420 m

25,0 m profundidade

Rio Capivari

flutuação

280 m

15,0 m profund./rocha

Rio Lourenço Velho I

flutuação

300 m

pântano

Rio Lourenço Velho II

flutuação

170 m

pântano

evolução e de novas tecnologias e métodos construtivos, capazes de viabilizar sua implantação dentro de um restrito quadro de segurança executiva, mínimo impacto ambiental e cronograma desafiador. O Gastau, com diâmetro de 28” e extensão total de 98,0 km, interliga a Unidade de Tratamento de Gás em Caraguatatuba, litoral Norte de São Paulo, até a Revap e a Estação de Taubaté, interligando-se com os gasodutos existentes, o Campinas-Rio (Gascar) e Rio-São Paulo (Gaspal). Com uma capacidade de transporte de 20 milhões de m³/dia, o Gastau viabiliza a adição à matriz energética brasileira o gás natural produzido no Campo de Mexilhão e reduz a dependência do gás importado da Bolívia.

Condições de implantação e de execução A diretriz definida para a implantação do Gastau, além de vencer a Serra do Mar, atravessa área de preservação permanente (APP), em uma região de relevo acidentado e solos variados, cruzando uma das áreas do Sudeste com maior ocupação humana e um expressivo número de autoestradas, rodovias, cursos d’água de grande porte e barragens a serem transpostas.

A singular complexidade deste conjunto de travessias e cruzamentos especiais levou a Petrobras a decidir por contratar sua execução em processo separado daqueles relativos à linha-tronco. Coube à GDK, empresa tradicional do segmento de construção e montagem de dutos de grande porte, a execução deste conjunto de obras especiais, além de executar, mediante outro contrato e com equipes independentes, o Trecho II da linha-tronco, entre as Estações de Taubaté e a de São José dos Campos. Tratando-se de travessias e cruzamentos com grau de dificuldade e complexidade bastante superiores às usuais, a GDK definiu por executar o empreendimento com uma equipe especializada e totalmente dedicada a esta parte da obra. Na tabela acima resume-se as principais características das Travessias e Cruzamentos Especiais do Gastau.

Soluções inovadoras Ainda na fase licitatória, ao estudar com profundidade cada uma das travessias, a equipe técnica da GDK concluiu que a mera aplicação dos processos e métodos construtivos usuais, mesmo aqueles já consagrados, não TN Petróleo 74

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dutos

Perfil da travessia especial sob o Rio Paraíba do Sul – Ø28”

Figura 1. Perfil transversal do Rio Paraíba do Sul

seria capaz de atender com a segurança e confiabilidade requeridos, dentro do crítico cronograma definido pela Petrobras para conclusão dos trabalhos. Além disso, o cronograma implicava em executar as travessias dentro do período mais intenso de elevadas precipitações pluviométricas e de descargas atmosféricas que caracterizam esta região e que não apenas tornam as condições de trabalho ainda mais críticas como também, com muita frequência, impedem qualquer tipo de atividade de campo por longos períodos. O desafio que se apresentava não era apenas o de executar estas travessias críticas, mas garantir que sua execução não colocaria em risco o cronograma geral de implantação do empreendimento Gastau, pois sua contratação em realidade ocorreu quase um ano após o início dos trabalhos na linha-tronco. Contudo, é importante considerar que a execução de dutos de longa distância permite corrigir eventuais desvios no cronograma mediante a implementação de planos de aceleração, em geral baseados no aumento de recursos e da produtividade média durante um determinado período. No caso de travessias complexas, assunto em pauta, não existe esta possibilidade, pois se trata de um trabalho localizado, no qual a única forma de concluir com êxito e no prazo é estudá-lo e planejá-lo detalhadamente, com uma única chance de acertar. Dentro destas premissas a equipe técnica e de engenharia da GDK estudou cada travessia em todos os seus aspectos para definir, a cada uma, o método executivo mais eficiente, o planejamento e a sequência de ataque, os profissionais mais indicados para cada tipo de travessia ou cruzamento, assim como o grupo de equipamentos especiais de construção e acessórios mais adequados aos trabalhos, usando para isso não só a experiência em dutos terrestres e marítimos, como também buscando soluções com maior conteúdo de engenharia de campo, mesmo que não sejam as tradicionais.

Rio Paraíba do Sul Entre as travessias e cruzamentos especiais deste Projeto, destaca-se a transposição do Rio Paraíba do Sul, considerado por todos os envolvidos neste empreendimento como um desafio por si só excepcional. Na 142

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diretriz definida para a travessia, o Rio Paraíba apresenta largura de 420 m, com o leito em subsolo extremamente heterogêneo, com ocorrência de blocos de rocha à média profundidade abaixo do leito. A calha do rio é conformada em um “V” profundo, atingindo 25 m de lâmina d’água à época da execução, sendo uma das margens extremamente íngreme, formada por montanhas, e a outra, embora mais plana, num trecho de faixa em curva horizontal encaixada entre benfeitorias e casas existentes. O perfil original do rio apresentava no meio da seção uma elevação localizada, como se fosse um pequeno “morro” submerso a 25 m e de pouco mais de 40 m de extensão. A Figura 1(no alto da página), apresenta a seção transversal da travessia. Com estas características e restrições, nenhum dos processos conhecidos – neles incluídos a perfuração direcional – demonstravam-se capazes de prover uma solução de baixo risco de completação com sucesso e dentro do curtíssimo cronograma requerido. Assim, após estudo e pesquisa, a GDK concebeu uma solução de engenharia construtiva que associou a experiência e as técnicas por ela desenvolvidas na execução de obras de dutos offshore, pelo método string and lay e ainda utilizou, de forma pioneira na história da construção de dutos terrestres no Brasil, o processo de pós-enterramento da coluna no trecho subfluvial, trazendo ao empreendimento um equipamento de última geração do tipo post-trenching machine. Um detalhado estudo de engenharia foi elaborado para definir e dimensionar a geometria mais adequada para a coluna, os detalhes dos procedimentos de montagem e equipamentos associados, os sistemas de flutuação e posterior posicionamento da coluna e, finalmente, o enterramento da mesma em sua posição final. A partir de um levantamento batimétrico de precisão, a coluna da travessia, correspondente à seção molhada e mais dois tubos, todos com jaqueta de concreto de 3” de espessura foi projetada com a geometria de um ‘U’ longo e semiaberto nas extremidades de encontro com as margens. Esta coluna foi preparada tubo a tubo na margem esquerda do rio e a cada novo segmento soldado foi acoplado um sistema de flutuação composto por boias


novos métodos construtivos e incorporação de técnicas offshore em dutos terrestres

duplas especiais fabricadas exatamente para este tipo de trabalho. Gradativamente, a coluna foi levada à margem oposta, por meio de guinchos, mantendo-se o alinhamento e geometria através de um sistema de poitas no leito do rio e tensores, controlados pela topografia de campo. Simultaneamente à preparação da coluna, o equipamento post-trenching foi configurado, de início, para executar o pré-nivelamento do leito do rio onde se apresentou a geometria desfavorável ao assentamento da tubulação. Este tipo de equipamento, utilizado até então apenas em obras offshore, foi mobilizado pela GDK especialmente para este trabalho, sendo uma unidade de última geração e apto a desempenhar múltiplas funções, além do enterramento em si. É dotado de sistema de navegação e controle instrumentado de escavação, sendo possível configurá-lo para diversas classes de materiais a serem escavados . Sua operação combina um sistema de corte mecânico por meio de fresas semicônicas articuladas com um sistema de retirada de material por meio de sucção permitindo direcionar não apenas o corte como também a disposição do material desagregado. Na Figura 2 (a seguir), mostra-se a configuração básica do equipamento, cuja atualização tecnológica e possibilidades múltiplas de trabalho o diferenciam dos equipamentos tradicionais deste tipo, razão pela qual a GDK o selecionou para esta aplicação pioneira. Concluídas a montagem e regularização do leito para permitir a instalação da coluna na conformação projetada para deixá-la livre de tensões, iniciou-se a segunda etapa para submergir a coluna de forma gradual e controlada, no alinhamento do eixo da travessia até seu posicionamento no leito do rio, com o apoio de embarcações dotadas de sistema de tração e uma equipe de mergulho da própria GDK, com larga experiência em operações offshore deste tipo. Checado o correto posicionamento da coluna, a posttrenching machine foi reconfigurada e posicionada sobre a coluna submersa; num processo contínuo, gradativo e monitorado metro a metro, o equipamento foi abrindo a vala sob a tubulação, ao longo dos mais de 400 m do leito do rio com material compacto, até que o duto atingisse a cota abaixo do leito definida pelo projeto de engenharia e especificações. Na Figura 3 mostram-se as vistas gerais da travessia e da preparação da coluna. O sucesso da solução idealizada e aplicada pela primeira vez no Brasil combinou a criatividade para enfrentar um desafio com a experiência da equipe e a seleção de recursos dos mais atuais, demonstrando a assertividade da metodologia aplicada, minimizando o grau de incerteza naturalmente associado a travessias com elevado grau de dificuldade. A travessia do rio Paraíba, que se constituía em um dos possíveis “gargalos” da implantação do duto foi concluída antes mesmo do

Figura 2. Equipamento post-trenching Eras

Figura 3. Vista geral do rio Paraíba e preparação da coluna

prazo originalmente previsto, com total segurança do cumprimento do planejamento de construção e sem nenhuma intercorrência que pudesse colocar em risco sua completação.

Experiência e atualização tecnológica Embora o Rio Paraíba representasse um dos obstáculos mais críticos a serem vencidos, para as demais obras especiais integrantes deste conjunto de travessias e cruzamentos, na visão da equipe técnica da GDK, também implicava pesquisar e usar métodos e recursos diferenciados e com real conteúdo de engenharia e de tecnologia atualizados, para assegurar sua completação com êxito dentro do curto prazo disponível. Assim, em todas as demais travessias e cruzamentos, aprimoramentos tecnológicos e de processos construtivos foram estudados e aplicados, resultando em maior eficiência, segurança e agilidade na sua execução, viabilizando sua conclusão em prazos seguros, e bem menores do que os usualmente requeridos neste tipo de atividade, sempre sujeita a imprevistos que requerem soluções alternativas e maior esforço para sua conclusão. Um dos pontos críticos nas travessias de cursos d’água em geral reside na escavação do leito para abertura de vala e na zona de transição entre a seção molhada e a margem dos rios e barragens. Visando incrementar a eficiência e real controle de produtividade para garantir o cumprimento das demais etapas de montagem, nas travessias da Represa de Santa Branca, Rio Capivari TN Petróleo 74

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dutos

Figura 4. Escavadeira extralonga

e Rio Lourenço Velho, em solos que variavam entre os pantanosos e aqueles com presença de rocha, foram aplicados conjuntos de escavadeiras anfíbias do tipo Kori, com plataforma de escavação das máquinas CAT 320, montadas de forma associada a pontões flutuantes extras – além dos providos pela própria Kori. Isto resultou em maior estabilidade do conjunto, com sensíveis ganhos tanto na produtividade de escavação em m³/hora, como na segurança da operação como um todo; ao transmitir essa segurança aos operadores, permitiu-se potencializar ao máximo sua capacidade produtiva. Uma nova concepção do sistema de posicionamento e de atracação das unidades com balancins e cabos tensores resultou em benefícios na produtividade e no correto posicionamento sobre o eixo de lançamento, com o que as difíceis escavações em regime submerso, sem visibilidade para os operadores, puderam ser realizadas com maior precisão e menor overbreak em relação aos processos usuais. Nos trechos mais profundos e de difícil acesso, novamente o diferencial tecnológico aplicado mostrou sua importância. A empresa também investiu em novas e modernas escavadeiras especiais, denominadas ‘extralongas’, da Doosan, com capacidade de atingir profundidades de escavação eficiente de 15 m, também montadas sobre conjuntos de flutuantes em configuração ‘H’, utilizados pela GDK em operações de dutos offshore em águas rasas, conforme ilustrado na Figura 4. Nas regiões de maior incidência de rocha, os conjuntos de escavação de 24 ton foram dotados de martelos rompedores hidráulicos de grande porte (34000 lbs), para romper e desagregar a rocha e um novo sistema de limpeza que associa os conhecidos drag-lines tradicionais com um sistema de pulling rápido e desenhado para maior produtividade. Os cruzamentos de estradas de grande porte, integrantes deste pacote de obras, também mereceram o 144

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estudo e seleção de métodos e equipamentos adequados e específicos para cada situação, visando a melhor equação entre o tipo de subsolo a ser atravessado, as condições de contorno das estradas (geometria de entrada e saída, obstáculos naturais e benfeitorias), inserção da via na ocupação humana, menor prazo de execução e segurança dos trabalhos e das comunidades vizinhas. Assim, enquanto nas autoestradas Carvalho Pinto I e II aplicou-se a técnica de perfuração direcional, por serem rodovias com três faixas de rolamento em cada pista, grande canteiro central e laterais das faixas de domínio com geometria transversal mais favorável à menor extensão possível pelo método HDD, no cruzamento da Rodovia Carvalho Pinto, encaixada entre morros à montante e trechos de pântano à jusante, optou-se pela cravação de tubo-camisa, utilizando o equipamento “boring machine” de grande porte e de última geração especialmente adquirido para este projeto (Kolossus 72). A eficiência e confiabilidade deste equipamento, somada à experiência da equipe mobilizada para este cruzamento, especializada neste tipo de trabalho, permitiu, apesar das críticas restrições locais e da responsabilidade sobre a preservação da estrada que é a principal via de acesso a todo o litoral Norte do estado de São Paulo, que o cruzamento fosse executado em condições de total segurança da obra, das comunidades e usuários da via. E isso foi feito em um prazo 30% menor do que o usual neste tipo de serviço e ainda, com um grau de precisão entre as cotas de entrada e saída substancialmente mais apurado do que o normal em perfurações por este método, simplificando sobremaneira a interligação entre a linha-tronco e o trecho da travessia. Foram também determinantes para o êxito destes cruzamentos a total integração e cuidadoso planejamento das etapas em conjunto com as equipes de Segurança, Meio Ambiente e Relacionamento com as comunidades, garantindo que todos os trabalhos fossem executados em estrito atendimento às melhores práticas executivas, em absoluta segurança e sem nenhum impacto ambiental ou social. O êxito alcançado na realização deste complexo conjunto de travessias e cruzamentos especiais demonstrou de forma inequívoca a importância da associação entre a experiência efetiva das equipes de trabalho, o planejamento, a criatividade com conteúdo de engenharia e o empenho em desenvolver novas metodologias, aprimorando processos consagrados visando ganhos de eficiência e a incorporação de processos e equipamentos tecnologicamente atualizados. A conjugação destes fatores, a pesquisa e a aplicação planejada de métodos voltados à melhor economicidade, maior confiabilidade nos prazos e na consistência e segurança de completação com sucesso, mostrou neste empreendimento um caminho responsável para os novos desafios que se apresentam na construção e montagem de dutos de grande porte no Brasil.


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gestão de riscos

Vantagens competitivas

na indústria de óleo e gás Gestão de Riscos Corporativos e Continuidade dos Negócios, assim como a Gestão de Crise, foram assuntos que despertaram grande interesse na 15ª Edição da Rio Oil & Gas Expo 2010.

A

Roberto Zegarra é bacharel em Ciências em Engenharia Mecânica pela University of Texas, com 18 anos de experiência internacional em Business Continuity Management. É instrutor do DRII (Disaster Recovery Institute International) e, desde 2000, presta serviços para os mais variados mercados. Foi Vice President/Senior Consultant/National Telecommunication Practice Leader da Marsh USA e atualmente é responsável pela área de Continuidade de Negócios da empresa na América Latina, atuando também como consultor e liderando a equipe de BCM.

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Marsh apresentou sessões pôster de discussão dos assuntos em pauta, também conhecidos como Enterprise Risk Management (ERM), Business Continuity Management (BCM) e Crisis Management (CM), com o intuito de conscientizar, compartilhar lições aprendidas, educar e transferir conhecimento aos participantes deste renomado evento internacional. Riscos, ameaças e situações perigosas fazem parte do dia a dia na indústria de óleo e gás. Catástrofes naturais, falhas humanas e outros problemas não avaliados durante a fase do projeto ou mesmo em fases de exploração, produção ou transporte e distribuição podem causar grandes impactos. Estes impactos podem trazer grandes prejuízos à empresa envolvida, inclusive afetando meio ambiente, comunidades, reputação e a indústria como um todo. A história tem-nos mostrado que, apesar dos temas ERM, BCM e CM estarem cada vez mais em pauta nas empresas, ainda estamos longe de ter programas sólidos e suficientemente maduros para evitar grandes impactos durante as catástrofes. Estes temas têm demonstrado ser muito eficientes, quando bem implementados, na redução dos impactos, permitindo às empresas minimizar os prejuízos e controlar rapidamente os incidentes. O uso destas técnicas mostra ao mercado que a empresa afetada é responsável, é sólida e tem uma liderança exemplar. O ERM permite que as empresas tomem consciência quanto a todos os tipos de riscos aos quais estão sujeitas: fatores financeiros, políticos, ambientais, corporativos, operacionais, governamentais, tecnológicos, dos mercados e da indústria. Proporciona, enfim, uma visão holística dos riscos e de seus impactos, para que possa controlá-los da maneira mais eficiente possível. Desta forma, a empresa em questão pode adotar medidas preventivas, manejando estes riscos de maneira proativa e consciente. O importante é que esta metodologia não deve ser encarada como um projeto, e sim como um processo, uma cultura dentro da empresa, aumentando


Foto: Banco de Imagens Keystone

a eficiência e permitindo que a prevenção faça parte do dia a dia de todos. A definição de Enterprise Risk Management (ERM) é: identificação, avaliação e gestão dos riscos para proteger e aumentar o valor econômico da empresa. Ele é focado 100% na prevenção! Já o Business Continuity Management (BCM), do qual o Crisis Management (CM) faz parte, é focado na proteção da empresa como um todo após o desastre, no que a empresa deve fazer para recuperar-se rapidamente, preservando seus empregados, imagem, patrimônio e valor econômico. A definição de BCM é: a habilidade de uma organização de recuperar e manter processos, operações e funções críticas apesar de circunstâncias ou situações adversas. Envolve planejamento e procedimentos prévios que permitem à organização continuar suas operações, processos e funções críticas. Todas as partes da cadeia de valor e todas as funções de negócios devem ser analisadas e consideradas neste processo. São três os componentes de BCM: 1. Resposta a emergências: esta área foca na proteção das pessoas, meio ambiente e equipamentos, e é ativada de imediato após o incidente. Este componente é gerenciado tipicamente pelo nível operacional da organização e deve respeitar a legislação e exigências locais, estaduais ou federais (mas deve ser consistente entre os diferentes locais da companhia). Trata-se de planejar e executar os procedimentos e planos para poder corretamente evacuar, salvar, controlar o incidente e minimizar os danos ao local. Erros mais comuns: falta de treinamento, de exercícios, de simulados e de conhecimento sobre os riscos corridos pela empresa. Equipes e responsabilidades não definidas. Falha na comunicação e falta de premissas claras para poder tomar decisões. 2. Gerenciamento de crises: foca em comandar e controlar a situação, bem como na comunicação interna e externa na proteção da reputação da empresa. Este componente é tipicamente gerenciado pelo nível estratégico da organização. Uma equipe de

Gestão de riscos (ERM) & Continuidade dos negócios (BCM)

ERM

BCM

Análises

Análises

Ameaças

Impactos

Probabilidade

Filtro Impactos

Impactos

Controles Priorização

Controles Monitoramento Planos Melhorias Proteção

Filtro Recursos Estratégias

Estratégia Planos Investimento

Monitoramento Planos Melhorias Recuperação

gerenciamento de crises toma as decisões iniciais após o incidente e define a direção e a comunicação da companhia para lidar com o mesmo. Pensar nos cenários-chave antecipadamente e possuir um time com o entendimento dos processos e suas respectivas funções aumentará de maneira significativa a eficiência da companhia em responder a uma crise e também reduzirá o impacto negativo em sua reputação, sua moral, e junto a seus clientes. Erros mais comuns: colocar a culpa em terceiros antes da investigação, propor soluções sem ter pensado nos problemas nem ter se preparado para os mesmos, não identificar todos os afetados pelo desastre, não ter uma cadeia de comando para crise bem definida, não ter um plano de comunicação bem elaborado. 3. Continuidade dos negócios: é focada em proteger a receita e a participação de mercado. Este componente é gerenciado tipicamente pelo nível tático e garante que as tarefas e atividades aconteçam para que certos processos críticos se recuperem o mais rápido possível, dentro de seu recovery time objectives (RTO). Novamente, o planejamento de como gerenciar possíveis cenários minimizará o impacto ao negócio. O pré-planejamento sobre como lidar com certos TN Petróleo 74

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gestão de riscos

BCM – Como tudo funciona Plano de Resposta a Emergências Aborda a proteção das pessoas, dos ativos da companhia e do meio ambiente • Riscos altos • Riscos operacionais

Plano de Gerenciamento de Crises Gerencia problemas, protege a reputação e conduz uma comunicação eficiente • Escopo estratégico • Comanda e controla • Gerencia grupos de interesse

Planejamento Pré-incidente

Plano de Continuidade dos Negócios Focado em uma rápida, estabilização, restauração e recuperação de processos de negócio críticos • Entrega de produtos, serviços e informações

Pós-incidente

? Incidente ocorre Modelo Operacional para responder a um incidente/crise • Estrutura organizacional • Critério de avaliação • Critério de escalonamento

Manutenção • Auditoria • Simulação • Treinamento • Revisões

cenários (tais como a perda de um equipamento ou fornecedor-chave) e desenvolver e documentar as estratégias e contingências antecipadamente minimizará bastante o impacto aos negócios após um incidente e acelerará a recuperação dos processos críticos. Erros mais comuns: não identificar nem priorizar funções e processos críticos, não haver preparação com antecedência, a falta de identificação das prioridades e do core business, a não identificação de recursos (pessoas, equipamentos, informações, produtos, serviços, etc.) mínimos vitais. Entender os seus riscos e estar preparado para lidar com os mesmos casos ocorram é uma importante parte do processo de tomada de decisões da indústria de óleo e gás. Assumir riscos permite que as companhias aproveitem oportunidades e explorem as condições do mercado para intensificarem suas vantagens competitivas. Alguns dos benefícios percebidos pelas companhias que adotaram ERM e BCM são os seguintes: • Consolidação da Gestão de Riscos na empresa. • Foco no que é vital, identificando melhorias e eliminando vulnerabilidades. • Auxílio no alinhamento do core business com as estratégias da corporação. • Comunicação transparente e eficiente em incidentes. • Lições aprendidas – portanto, o que aconteceu não tornará a ocorrer. • Alinhamento de riscos-chave e cenários de impacto com as estratégias e objetivos. 148

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Discussão/Avaliação • Processamento do sinistro • Manutenção • Lições aprendida

• Detalhamento de dados sobre riscos e seus controles para os stakeholders. • Melhoria na tomada de decisão e conscientização sobre riscos e impactos. • Visão holística dos riscos, processos críticos e estratégias de continuidade da organização. Conclusão: a indústria de óleo e gás nunca esteve tão pressionada em se tratando de aspectos de segurança, meio ambiente e riscos. Manter as operações, a sua reputação e preservar pessoas e meio ambiente durante uma catástrofe nunca estiveram tão alinhados com a gestão corporativa como hoje. Novas ameaças surgem a cada ano – problemas que antes pareciam absurdos hoje representam uma realidade. Não é mais uma questão de o risco se concretizar, e sim quando isso ocorrerá! Também precisamos considerar novas regulamentações, melhores práticas internacionais, normas existentes, responsabilidades para com nossos clientes e nossa consciência ambiental. Todos estes fatores têm demandado alto nível de resiliência da indústria petroleira e praticamente exigem que as empresas do ramo implementem processos de ERM e BCM para garantir futuros promissores, clientes satisfeitos, acionistas tranquilos e meio ambiente protegido – enfim, uma indústria mais segura! É fundamental ter em mente que ERM & BCM não são projetos, mas sim partes de um processo, de uma cultura na qual devemos iniciar nossa jornada o quanto antes.


mercado de trabalho

Oportunidades no setor de petróleo e gás No primeiro semestre do ano, novos investimentos e projetos de petróleo e gás chegaram ao Brasil. Plataformas de perfuração e exploração, embarcações e unidades de produção estão espalhadas por todo o litoral do país. Isso significa grande demanda por profissionais qualificados.

N

ormalmente muito bem remunerados e disputados pelas empresas do setor, esses profissionais são provenientes da área náutica, com treinamento na Marinha Mercante, ou da área técnica, com formação em mecânica, mecatrônica, elétrica e instrumentação. Apesar de esta demanda por mão de obra sempre ter existido, 2010 já se configurou como um ano de muitos investimentos e grande volume de contratações. Um bom exemplo do mundo de oportunidades que esse setor concentra é o de apenas uma empresa do setor, que anunciou recentemente a construção de 40 embarcações até 2020. Para tripular uma embarcação inteira, são necessários aproximadamente 100 profissionais. Ou seja, apenas para operar as embarcações de uma só empresa serão contratados 4 mil profissionais, fora a mão de obra para construir esses navios. A tendência é de que a competição entre as empresas por mão de obra cresça ainda mais. Atualmente, já existe uma guerra por talentos entre as companhias para projetos no Brasil, na Coreia, China e Cingapura – existem empresas nacionais atuando também nesses mercados e com projetos de montagem e comissionamento de plataformas, com boa remuneração. O resultado é que muitas empresas acabaram perdendo muitos profissionais para esses projetos. Como o ciclo do petróleo envolve diversas etapas, há oportunidades tanto em fases de levantamento de potencial quanto em perfuração e exploração. Cada um desses passos envolve diferentes empresas, com diferentes especialidades e fornecedores diversos. Esses profissionais têm perfis complementares, mas, em sua maioria, com formações parecidas – da área técnica ou náutica, além de inglês fluente. Como a disputa das empresas por profissionais está bastante ativa, algumas tentam reter seus profissionais com salários, benefícios e plano de carreira. Muitas companhias internacionais buscam profissionais fora do Brasil, em suas matrizes, para suprir a demanda no país. Outras empresas já se preocupam em formar esses profissionais desde cedo. Já há programas de trainee em muitas delas, não só na área de engenharia, mas também na técnica, o que é considerado novidade nesse mercado. Como alternativa, também está sendo considerada a contratação de profissionais de outros segmentos que não o petróleo. Algumas empresas buscam profissionais dentro das indústrias química, petroquímica, automobilística e até mesmo de bens de consumo – muitos deles possuem boa bagagem profissional, mas precisam desenvolver experiência na dinâmica e no dia a dia do offshore. O mercado de petróleo e gás será um dos campeões de crescimento e contratações nos próximos anos. Muitos investimentos estão chegando e precisam de mão de obra qualificada nesse mercado. Para os profissionais, é necessário buscar uma boa formação e fluência no inglês. Para as empresas, é importante considerar alternativas de formação e investimentos em plano de carreira, benefícios e remuneração. O mercado é promissor, mas ainda há muitos desafios pela frente.

Fábio D’Ave é especialista em recrutamento da Robert Half.

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fino gosto

Tem pato laqueado na Praça da Bandeira

RESTAURANTE primeira pá Rua Gonçalves Crespo, 450, Praça da Bandeira. Tel.: 21 2293-2653 De segunda a domingo. Das 11h às 23h. Destaque A revista Veja, em sua edição especial de Comer e Beber 2010/2011, no espaço dedicado a restaurantes chineses no Rio de Janeiro, só faz referência ao Mr. Lam, de Eike Batista, na Lagoa, e a Primeira Pá, próximo à Praça da Bandeira.

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por Orlando Santos

ão adianta procurar em guias turísticos, nem em revistas ligadas à gastronomia, pois será uma busca inútil! O restaurante que se esconde no interior de uma associação cultural chinesa, parece mais um desses casos de mistério chinês. Aliás, a primeira e única pessoa a ajudar a desvendar um pouco esse mistério foi a jornalista Danúsia Bárbara, que no seu guia gastronômico sempre colocou o restaurante na lista dos aprciáveis. Mas isso já faz parte do passado... O restaurante trocou de nome, agora se chama Primeira Pá, os donos permanecem o mesmo, esteve fechado durante dois anos para obras e agora reabriu, com salas mais espaçosas e um ambiente mais agradável. As mesas redondas, agora bem espalhadas por todo o interior do estabelecimento, abrigam mais de cem comensais, clientela basicamente formada de antigos e novos chineses com sede no Rio. Criado a partir da Associação Cultural Chinesa do Rio de Janeiro, o Primeira Pá tem a mesma idade da entidade (20 anos), e fica na Praça da Bandeira, num casarão com as cores vermelha e branca, e no alto do mastro, tremulando as bandeiras do Brasil e da China. Sem nenhuma tabuleta de identificação na fachada do prédio, fica muito difícil saber, para quem não é chinês, que ali funciona um bom restaurante, com comida farta, saborosa e a preços módicos. Ao lado do estacionamento, no interior do prédio, três grandes murais na parede mostram a marcha de Mao, o rosto do líder, a Muralha da China e uma paisagem chinesa.

Nova fase O casal Sao Man e France Lam está muito animado com esta nova fase. E o movimento parece indicar mesmo isso. Num dia de domingo, casa cheia, as mesas com tampo circular de vidro exibem patos laqueados, sobas, frangos e porco xadrez. Tudo isso, como é comum acontecer, num ambiente simples e de cozinha honesta, com três chefs chineses (um vindo recentemente da China) se alternando nas panelas e nos assados, sob a supervisão direta de Sao Man. Das mesas é possí-


Fotos: Bruno de Lima

vel olhar o intenso movimento na cozinha, de onde vem o saboroso odor dos pratos. Mas adentrar e desvendar o mistério chinês é preciso não ter nenhum receio de enfrentar, de saída, os dois leões – que mais parecem dragões – na entrada do restaurante. Eles significam poder e proteção, sempre em dupla, como os daqui. O que distingue é um pequeno detalhe em cada um: o macho tem sob sua pata um globo e protege a casa; já a

fêmea, com um filhote, protege as pessoas, a família.

Uma exceção Quando se analisam os restaurantes chineses no Rio, surge uma unanimidade: são poucos e de péssima qualidade, opinião fortalecida pelos amantes da culinária oriental. A Primeira Pá é uma exceção. Outro que escapa dessa avaliação é o Chinese Palace, que há quatro décadas funciona no térreo de um edifício residencial,

quase esquina com a Prado Júnior, em Copacabana. Há quem sustente que não foi por acaso que o empresário Eike Batista abriu um caro e sofisticado restaurante na Lagoa, o Mr. Lam, importando tudo diretamente da China, para satisfazer o seu paladar e conversar com seus parceiros econômicos em volta das tradicionais mesas redondas, assim como faz quando está na China. O Primeira Pá além do chef chinês, também trouxe tapete vermelho, fogão a vapor, utensílios de cozinha, luminárias, mesas, cadeiras, adornos. O chef prepara todos os dias pato crocante e desfiado, para comer com panquequinhas e verduras. Está custando R$ 140, mas dá muito bem para quatro pessoas. O tanque no interior do restaurante exibe tilápias vivas, que logo são preparadas ao vapor ou cozidas. E para quem está curioso em desvendar o nome da casa, aí vai: ‘Primeira Pá’ significa o primeiro ato de um chef quando começa a cozinhar, ou seja, a primeira mexida na panela. TN Petróleo 74

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coffee break

Coleção

Brasiliana por Orlando Santos

Quem passa apressado pela av. Rio Branco, no coração do Centro do Rio, sem prestar atenção à exposição anunciada no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) corre o risco de perder a oportunidade de conhecer um dos maiores acervos culturais do país. A instituição está abrigando uma mostra, realizada pelo Itaú Cultural, resultado de mais de oito anos de paciente organização do banqueiro Olavo Setúbal (1923-2008), e reúne mais de 300 itens ligados à História do Brasil.

Armand Jullien Palière, O filho do artista tomando banho na varanda a residência de seu avô

Museu Nacional de Belas Artes (viste o site: www.mnba.gov.br) Avenida Rio Branco, 199 – Centro (metrô Cinelândia) Telefone: (21) 2219 8474 Visitação pública: até o dia 21 de novembro de 2010 De terça a sexta: das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados: das 12h às 17h. Aos domingos a entrada é franca.

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Ao contrário das duas exibições anteriores, em São Paulo e Belo Horizonte, a do Rio expõe, pela primeira vez, a obra intitulada Souvenir do Rio, de 1832, que reúne num só espaço trabalhos de Debret, Rugendas, Barat e Araújo Porto Alegre, em forma de colagens, aquarela, óleo e lápis. Este trabalho é considerado único na iconografia brasileira e foi adquirido pelo Itaú Cultural, recentemente, de um colecionador europeu. A obra simula 16 imagens como se jogadas sobre a mesa, criando uma ilusão de ótica em que as peças parecem se sobrepor. Trata-se de um trompel’oeil, técnica artística que, com truques de perspectiva, mostra objetos ou formas que não existem de fato. Provém de uma expressão em língua francesa que significa ‘engana o olho’ e é usada sobretudo em pintura ou arquitetura. Como observa Pedro Corrêa do Lago, curador da mostra, a obra “é um exemplo único de colaboração entre vários dos mais famosos artistas atuantes no período, reunidos em um quadro. Este é um feito técnico raramente igualado pelos melhores artistas viajantes.” Ele lembra que a tradição do trompe-l’oeil remonta ao século XVII, mas ressurgiu com força nas primeiras décadas do século XIX, sendo o meio escolhido por Barat, que liderou o grupo de artistas criador da obra, para expressar gratidão ao ministro da França Édouard Pontois, pela proteção recebida nos anos em que o diplomata francês representou seu governo junto a D. Pedro I, até o momento da abdicação deste, em abril de 1831. “A redescoberta deste trabalho de grande originalidade, sofisticação técnica notável e elaborada composição, enriquece a arte daquele período”, continua Corrêa do Lago. “A variedade e riqueza das imagens


Rugendas, La Siesta

que integram a composição desta aquarela levantam inúmeras questões instigantes e indicam vários novos caminhos de interpretação da herança artística dos cronistas pictórios da realidade brasileira, que atuaram no primeiro quartel após a chegada da família real.” A exposição – O acervo completo da Brasiliana Itaú atualmente conta com mais de dois mil títulos, com cerca de cinco mil iconografias. Abrange desde o período colonial até as primeiras edições dos mais conhecidos álbuns produzidos durante o século XIX sobre o país, bem como livros de artistas ilustrados do século XX. Entre as peças apresentadas nesta exposição, vale destacar, também, o retrato de Dom Pedro II, ainda jovem, feito por Rugendas em 1846. A obra foi adquirida em junho, diretamente da família real brasileira, para o acervo do Itaú e exposta pela primeira vez em Belo Horizonte. Além desses trabalhos, a mostra apresenta farta iconografia sobre o Brasil colonial, com mapas, livros, pinturas, gravuras, moedas e objetos, com especial enfoque no Brasil holandês. Vale ressaltar a pintura Povoando numa planície arborizada, de Frans Post, retratando um típico

J. B. Debret, J. M. Rugendas, V. Barat e Araújo Porto Alegre. Souvenir de Rio de Janeiro, 1832, aquarela, lápis, óleo e colagem sobre papel. 60 x 73 cm

povoado do Nordeste no século XVII, com elementos fidedignos, mas organizados segundo a imaginação do autor. Outra parte fundamental da exposição é formada por um conjunto de quadros e gravuras dos viajantes e naturalistas, com ênfase na iconografia do Rio de Janeiro e de São Paulo, e nos álbuns de gravuras da fauna e flora brasileiras. Entre os destaques estão Panorama da cidade de São Paulo (Província), 1821, de Arnaud Julien Pallière, que retrata uma panorâmica daquela cidade, e o recém-descoberto Segundo casamento de D. Pedro I, 1829, de Debret. Mais obras de importantes artistas viajantes também integram esta seção, em aquarela ou em gravura, além de outras ligadas à família real portuguesa. A última parte da mostra contém livros de grande relevância na cultura brasileira, manuscritos de todos os governantes do país e documentos do período da escravidão. Os grandes livros publicados a respeito do Brasil no exterior estão em grande parte presentes, assim como a quase totalidade dos álbuns iconográficos, tanto aqueles impressos na Europa como no Brasil. As obras-primas da literatura brasileira

constam nas suas primeiras edições, muitas vezes com dedicatória. Os maiores artistas nacionais também comparecem nos livros de artistas, e a coleção de mapas abrange quase toda a cartografia impressa do Brasil. Os conjuntos manuscritos não são menos importantes e trazem peças fundamentais, sobretudo da história e da literatura. Mais de 20 destas obras, entre livros, capas de livros, serigrafias e gravuras relacionadas com a literatura, foram exibidas na Casa de Cultura de Paraty, durante a mais recente edição da Flip, a popular Feira de Literatura de Paraty. Por exemplo, o primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade, ilustrado por Tarsila do Amaral em 1927. Ou Poesias reunidas, do mesmo poeta, ilustrada por Flávio de Carvalho, passados 40 anos em edição publicada pela editora Difusão Europeia do Livro (1966). Entre outras raridades da mostra, se encontra Memórias posthumas de Braz Cubas, ilustrado por Cândido Portinari, em 1943. A dupla se repete em O alienista, de Machado de Assis (Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1948). O termo ‘Brasiliana’ engloba coleções de pinturas, livros, objetos, imagens e documentos relacionados com o Brasil nos 500 anos de sua história. A coleção Brasiliana Itaú é um dos mais amplos e significativos acervos de memória histórica e visual brasileira formados nos últimos dez anos. TN Petróleo 74

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feiras e congressos

Novembro

29/11 a 2/12 – Espanha 11th Annual World LNG Summit 2010 Local: Barcelona Tel: 0044 20 7978 0000 Fax: 0044 207 978 0099 http://world.cwclng.com/ lng@thecwcgroup.com 30/11 a 3/12 – Mônaco DOT Monaco 2010 Local: Mônaco Tel: 0044 0 1992 656 647 Fax: 0044 0 1992 656 700 sneighbors@pennwell.com www.deepoffshoretechnology.com

Dezembro

12 a 15 – Egito Production Optimization North Africa 2010 Local: Cairo Tel: 00971 4 364 2975 Fax: 00971 4 363 1938 enquiry@iqpc.ae www.productionoptimizationafrica.com 12 a 15 – Emirados Árabes Unidos 5th Annual Security for Energy Infrastructure Summit 2010 Local: Abu Dhabi Tel: 1-646-454-4559 enquiry@iqpc.ae www.energysecurityme.com

Janeiro 2011

18 a 20 – Egito MENA Natural Gas Distribution Summit 2011 Local: Cairo Tel.: 0091 80 4050 9936 Fax: 0091 80 4050 9933 david.smith@fleminggulf.com www.fleminggulf.com 31/01 a 01/02 – Reino Unido Offshore Production Technology 2011 Local: Londres Tel.: +442072027628 Fax +44 (0)20 7202 7600 nathan.robinson@wtgevents.com www.offshore-summit.com

Fevereiro 2011

21 a 23 – EUA Mexico Oil and Gas Conference 2011 Local: Houston, TX Tel.: +44 20 7978 0000 CWCConferences@thecwcgroup.com www.thecwcgroup.com

Março 2011

15 a 17 – Canadá World Heavy Oil Congress Local: Calgary, Alberta Tel.: +14032093555 Fax: +1 (403) 245-8649 ryanmurray@dmgevents.com www.worldheavyoilcongress.com 21 a 24 – Holanda Gastech 2011 Local: Amsterdã Tel.: +442031806576 paulsinclair@dmgevents.com www.gastech.co.uk

Abril 2011

4 a 5 – Alemanha Pipeline Technology Conference 2011 Local: Hannover Messe Tel.: +49 511 90992-22 Fax: +49 511 90992-69 e-mail: fandrich@eitep.de www.pipeline-conference.com 5 a 6 – Casaquistão OilTech Atyrau 2011 Local: Atyrau Tel.: +442075965037 graeme.coombes@ite-exhibitions.com www.oiltech-atyrau.com/2011/ 13 a 14 – Canadá ISA Calgary 2011 Show & Conference Local: Calgary, Alberta Tel.: +14032093555 Fax: (403) 245-8649 danmustata@dmgevents.com http://isacalgary.com/ 18 a 20 – Brasil 1° Congresso Brasileiro de CO2 na Indústria de Petróleo, Gás e Biocombustíveis Local: Rio de Janeiro Tel.: +552121129079 Fax: +552122201596 eventos@ibp.org.br www.ibp.org.br

Maio 2011

2 a 5 – EUA OTC 2011 Local: Houston Tel.: +1.972.952.9494 Fax: +1.972.952.9435 registration@spe.org www.otcnet.org/2011/

5 a 7 – Índia POWER-GEN India & Central Asia 2011 Local: Nova Déli Tel: +44 1992 656 610 exhibitpgica@pennwell.com www.power-enindia.com 10 a 13 – Brasil 11ª Coteq Local: Porto de Galinhas, PE Tel.: +55 11 5586-3197 coteq@abendi.org.br www.abendi.org.br 21 a 25 – Argélia 5th Algeria Energy Week 2011 Local: Oran Tel.: +442075965173 Fax: 0044 0 20 7596 5106 rukhsara.liberman@ite-exhibitions.com www.sea5-algeria.com/

Junho 2011

7 a 9 – Canadá Gas & Oil Expo & Conference North America Local: Calgary, Alberta Tel.: +14032093555 Fax: +1 (403) 245-8649 ryanmurray@dmgevents.com www.gasandoilexpo.com/ 7 a 10 – Azerbaijão Caspian International Oil & Gas Exhibition & Conference 2011 Local: Baku Tel.: 0044 207 596 5091 Fax: 0044 207 596 5008 me.coombes@ite-exhibitions.com www.caspianoil-gas.com/2010/ index.html 14 a 17 – Brasil Brasil Offshore 2011 Local: Macaé, RJ Tel.: 55 11 3060-4868 Fax: 55 11 3060-4953 contato@brasiloffshore.com www.brasiloffshore.com/ 22 a 23 – Canadá Atlantic Canada Petroleum Show Local: Newfoundland Tel.: +14032093555 Fax: (403) 245-8649 bettyshea@dmgevents.com www.atlanticcanadapetroleumshow.com

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou webmaster-tn@tnpetroleo.com.br

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opinião

de José Carlos Ribeiro Filho, consultor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do escritório Vieira, Rezende, Barbosa e Guerreiro Advogados.

indústria do petróleo no Brasil

Novos tempos para fornecedores da

A

lém disso, enquanto o Congresso discute essa nova legislação, as principais entidades públicas e privadas responsáveis pelo setor estão se organizando para incrementar a produtividade e aprimorar os processos de produção das empresas fornecedoras de bens e serviços, criando condições objetivas para o acesso direto dessas empresas aos recursos públicos destinados a P&D e aos financiamentos do BNDES. A verdade é que toda essa autêntica revolução no setor deve-se não apenas à previsão do crescimento da produção de petróleo e gás em razão das descobertas da camada do pré-sal, que transformarão o Brasil num importante país exportador, mas também à consistente expansão da economia brasileira, fato internacionalmente reconhecido após a crise de 2008, criando um ambiente propício para que o nosso parque industrial se renove por completo, com a eliminação dos tradicionais gargalos. Ainda para aguçar a competitividade nessa escalada da indústria brasileira e acelerar todo esse processo de renovação, há uma circunstância que merece ser considerada: a atração dessa nova fronteira brasileira exercida sobre os fornecedores de

equipamentos e serviços, que operam no Golfo do México e no Mar do Norte, muito devido, no primeiro caso, ao recuo da produção offshore por causa do incidente com a Deep Water Horizon e, no segundo caso, ao declínio da produtividade. Dessa forma, empresas estrangeiras que detêm tecnologia em bens e serviços para exploração em águas ultraprofundas hoje já priorizam o mercado offshore brasileiro. Neste ano de 2010, com vistas a cumprir os requisitos de conteúdo local, diversas empresas estrangeiras se estabeleceram no país, constituindo subsidiárias brasileiras, já que a nossa legislação, salvo raríssimas exceções, desde a Emenda Constitucional n. 6, de 15 de agosto de 1995, não faz mais qualquer distinção entre empresas brasileiras em função da origem do seu capital, podendo qualquer pessoa física ou jurídica estrangeira constituir uma empresa sob as leis nacionais e passar a gozar dos mesmos direitos das empresas tidas como genuinamente nossas. TN Petróleo 74

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Foto: Divulgação

Do ponto de vista dos fornecedores da indústria do petróleo brasileira, as principais alterações que serão trazidas com a aprovação pelo Congresso Nacional do Novo Marco Regulatório do Setor são, pela ordem de sua importância: a recolocação, por força de lei, da Petrobras no centro de toda a cadeia produtiva como operadora única e principal tomadora de bens e serviços; a exigência, pela primeira vez prevista em lei, de percentuais de conteúdo local mínimo em todos os fornecimentos; e a diretriz governamental de fazer com que a exploração e a produção de petróleo e gás natural no país avancem pari passu com a capacidade de as empresas brasileiras fornecedoras de bens e serviços atenderem às necessidades dos programas exploratórios.


opinião

Portanto, temos hoje todas as condições para um extraordinário boom da indústria do petróleo no Brasil, tanto pelos fatores internos quanto externos destacados. Temos, também, a consciência de que é preciso dar consequência prática aos artigos 218 e 219 da Constituição Federal, os quais priorizam o desenvolvimento nacional a partir de conquistas na área de P&D, declarando o mercado como integrante do patrimônio nacional e determinando que o Estado promova e incentive o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação de modo a alcançar a autonomia tecnológica do país. Em diversos fóruns ouve-se referência a esses dispositivos constitucionais como sendo aqueles que teriam embasado a decisão do governo federal de fazer da Petrobras a operadora única. Está, portanto, feito o diagnóstico de que a tecnologia será o fator crítico para adequar as empresas fornecedoras do setor ao ritmo acelerado de investimentos da Petrobras e demais companhias petroleiras que venham a atuar na exploração do pré-sal. Como parte desta tarefa de tornar a indústria brasileira competitiva e prepará-la para o imenso desafio que se lhe apresenta, merece registro a entrega, pela Organização Nacional da Indústria de Petróleo (Onip) e Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombus-

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tíveis (IBP), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), em agosto, de uma Agenda de Competitividade da Cadeia Produtiva de Óleo e Gás Offshore no Brasil ao BNDES, como contribuição ao Programa de Desenvolvimento Produtivo (PDP), para onde estão sendo canalizadas todas essas iniciativas. Essa Agenda foi o resultado da identificação de políticas e linhas de ação consensadas pelos principais interessados nesse segmento da indústria do petróleo, com o objetivo de eliminar os gargalos que impedem a sua competitividade vis a vis com os bens e serviços oferecidos no mercado internacional – isso de modo a criar condições propícias para que os bens e serviços aqui produzidos e oferecidos sejam, em apertado espaço de tempo, de igual qualidade e preço dos seus similares do exterior. Também merece registro o ambicioso programa de capacitação de milhares de novos técnicos para atuar na indústria do petróleo, promovido pelo Prominp do Ministério de Minas e Energia em parceria com o Sesi. Tudo isso considerado, há fundadas razões para acreditar que as empresas fornecedoras da indústria do petróleo, além de uma forte demanda por bens e serviços nos próximos anos, terão uma legislação favorável e o apoio das autoridades e das entidades públicas e privadas, para superar os inúmeros desafios desses novos tempos.


Rio Pipeline

2011

Conference & Exposition

Setembro 20-22

10/10

20 a 22 de setembro de 2011

Chamada de Trabalhos: 17 de dezembro de 2010

Participação

Informações: Tel.: (+55 21) 2112-9000 Fax: (+55 21) 2220-1596 e-mail: riopipeline@ibp.org.br

Organização / Realização



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