opinião
A evolução da gestão no mercado de petróleo brasileiro, de Rafael Faria, diretor da Fesa.
Norte Fluminense: vocação renovada para petróleo e gás Santa Catarina: polo logístico do óleo e gás Cobertura Brasil Offshore: Integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás
Ano XV • jul/ago 2013 • Nº 90 • www.tnpetroleo.com.br
Especial: Cenpes 50 anos
Cenpes: berço da inovação É o momento de acordos estratégicos para empresas de engenharia e consultoria no Brasil?, por Jim Chamness Redundância e disponibilidade: inteligência para produtividade industrial, por Ricardo Rodrigues Rumo ao sistema submarino de produção de petróleo, por Milton Korn Eficiência e controle de custo de projetos, por Fúlvia Borges Escócia: o futuro em águas profundas, enorme potencial de petróleo e gás, por David Rennie
Entrevista exclusiva
Sonia Agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel
Cessão onerosa é quase doação
InspIrar É sonhar e realIzar. — Acreditar, persistir, encontrar soluções. Jeferson Luiz Dias, geólogo da Petrobras, sempre sonhou com as infnitas possibilidades que o mar poderia oferecer. Após anos de dedicação e trabalho em equipe, suas pesquisas contribuíram para chegar aonde parecia impossível: à maior descoberta de petróleo em águas profundas de todos os tempos. Essa é a nossa gente. É ela que nos inspira a superar desafos. Tão importante quanto descobrir e produzir petróleo no pré-sal é inspirar histórias como essa. Compartilhe inspiração. petrobras.com.br/meinspira #meinspira
Gente. É o que inspira a gente.
Saiba mais sobre essa e outras histórias.
petrobras dupla
Ao completarmos, com esta edição, 15 anos de circulação da revista TN Petróleo no mercado editorial, reiteramos nosso compromisso de continuar a ser, mais do que uma mídia especializada com foco na geração de conhecimento e na disseminação da informação, um foro permanente de reflexão, que, com ética e a transparência, busca contribuir para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva de óleo e gás e do Brasil. Assim, nesta edição especial, quisemos dar a palavra aos leitores e parceiros que, com suas críticas construtivas, nos estimularam a seguir em frente e a escrever algumas páginas da história dessa indústria no Brasil. Afinal, os leitores e os colaboradores é que fazem a TN Petróleo ser cada vez melhor.
a TN PeTróleo agradece os QuINze aNos de ParcerIa! A comunicação tem importância fundamental para a indústria de petróleo e, nesses últimos 15 anos, a TN tem contribuído de forma isenta e profissional para trazer aos leitores e à sociedade um retrato desse segmento no Brasil. A revista conquistou seu espaço e adquiriu respeito e credibilidade entre os profissionais da indústria. Parabéns, Benício e equipe. Que venham mais 15 anos!
A TN Petróleo está consolidada, com as marcas de profissionalismo e ética, como um dos veículos setoriais de destaque no segmento de petróleo e gás. Registro especial deve ser feito pela importante e pioneira iniciativa de divulgação de artigos técnicos de profissionais do setor. Parabéns a toda a equipe pelos 15 anos de contribuição ao desenvolvimento do setor.
mIlToN cosTa FIlho, secretário executivo do IBP
elÓI FerNaNdez y FerNaNdez, diretor-geral da Onip
Nesses últimos 15 anos houve muitas transformações em diversos setores da economia, dentre eles o de óleo e gás foi um dos destaques. A nossa TN Petróleo foi capaz de acompanhar essa evolução e as realizações consolidadas no Brasil. Desejamos que vocês prossigam dando suas contribuições para a continuidade deste processo. Nossas congratulações. raul saNsoN, vice-presidente do Sistema Firjan
Acompanho a TN Petróleo desde o seu lançamento. Tive a grata satisfação de publicar alguns artigos na revista, com excelente repercussão, medida através do contato posterior com alguns leitores. Para a indústria offshore brasileira, a TN é uma referência importante, mostrando as técnicas, políticas e tendências do setor. Gostaria de ressaltar que, como professor, recomendo a leitura e consulta à TN, pois ela traz artigos com excelente base técnica e com visões muito claras dos cenários atuais de produção e exploração de petróleo. IsaIas Quaresma maseTTI, D.Sc., gerente-geral de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica da Transpetro
Há 15 anos a TN Petróleo iniciou uma nova era no mercado editorial brasileiro de revistas no ramo de petróleo e gás. Com conteúdo técnico extremamente rico e informações essenciais para quem atua no setor, aliado à classe e à beleza gráfica, a revista veio para ficar, conquistando milhares de leitores assíduos (como eu!). JulIa moTa, da Mota Advogados
Tecnologia e negócios, gol de placa na mídia. Pela primeira vez um periódico realçou, de forma continuada, o papel da tecnologia para a sustentabilidade empresarial. Parabéns 15 vezes. José FaNTINe, assessor da presidência da Petrobras
A TN Petróleo surgiu há 15 anos num momento muito especial, com a criação da ANP e o ingresso no mercado brasileiro de novas empresas do setor de petróleo, período no qual houve
uma mobilização das universidades para a formação de recursos humanos especializados e a consolidação de infraestrutura de ponta para pesquisa e desenvolvimento. A revista soube ocupar um espaço fundamental como mídia especializada, com interlocução com empresas, academia e governo. Vida longa à TN Petróleo! segeN F. esTeFeN, professor titular e diretor de Tecnologia e Inovação – Coppe/UFRJ
A cobertura jornalística da TN Petróleo é isenta e fidedigna, dando-nos a real dimensão dos assuntos tratados. NelsoN NarcIso, ex-diretor da ANP e presidente da NNF Consultoria
Acompanho a TN Petróleo desde seu primeiro número, no qual tive a honra de publicar um artigo. É uma revista de primeira linha que já nasceu com qualidade, seja no conteúdo das matérias, seja na apresentação gráfica, pois não havia igual entre as publicações do ramo no Brasil. Agora, é uma debutante com a experiência e a respeitabilidade de uma velha senhora. roberTo alFradIQue, gerente de Fomento à Cadeia de Fornecedores da Petrobras (Progredir)
Acompanho a TN Petróleo desde as primeiras edições. A revista tem sido testemunha do grande desenvolvimento da indústria no Brasil nos últimos 15 anos. Com artigos e entrevistas em linguagem agradável, a TN traz informações relevantes e coloca em debate os desafios e dificuldades do setor de óleo e gás no Brasil. Vida longa para a TN e parabéns a toda a equipe. João carlos Pacheco, general manager, do ABS Consulting Brazil
Os 15 anos iniciais da revista TN Petróleo trouxeram o respeito e a confiança do público leitor, por suas qualidades evidentes, que todos reconhecem e aplaudem: fidelidade aos fatos, seriedade no trato dos assuntos mais sensíveis ou polêmicos e, acima de tudo, um grande profissionalismo de toda a equipe. Nossos parabéns ao Benício Biz e a toda equipe da TN Petróleo pelo ótimo trabalho desenvolvido até aqui e que, temos certeza, vai prosseguir nos próximos 15 anos! arIovaldo rocha, presidente do Sinaval
Quinze anos de trabalho para consolidar uma revista brasileira voltada exclusivamente para o setor de petróleo, gás e biocombustíveis! Parabenizamos a TN por essa conquista! A revista se consagra como uma importante aliada para o desenvolvimento desse setor no Brasil, que gera emprego e renda, e contribui para um país melhor para todos os brasileiros. marcelINo guedes, presidente da Refinaria Abreu e Lima (Rnest)
Nos últimos 15 anos, inúmeras mudanças marcaram o setor de petróleo, e pudemos acompanhá-las nas páginas da TN Petróleo. Vimos empresas crescerem, novos investimentos, descobertas de novas fronteiras exploratórias e ainda a recuperação da indústria naval. Que os próximos 15 anos nos tragam tão boas notícias quanto as que tivemos ou então ainda melhores. JulIo bueNo, secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro
sumário
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edição nº 90 jul/ago 2013
Fotos: divulgação
é quase doação por Beatriz Cardoso
Ex-procuradorageral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a advogada Sonia Agel é, acima de tudo, uma jurista apaixonada pelo que faz. E com profundo conhecimento de um setor que até há duas décadas era dominado por homens: o de óleo e gás.
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REGIME DE COMPETITIVIDADE APÓS O FIM DO MONOPÓLIO FORTALECEU A
com Sonia Agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel
PETROBRAS, QUE CRESCEU E SE TORNOU UMA DAS MAIORES COMPANhIAS DE PETRÓ-
hOjE, COM AS MULhERES nos principais comandos deste setor – na Petrobras e na ANP –, a presença feminina poderia até passar despercebida não fosse o cabedal de conhecimento que Sonia Agel detém sobre o marco regulatório desse mercado. Da licitação de áreas exploratórias e contratos de concessão às regras aplicadas pela ANP na fiscalização das diversas atividades que estão sob sua responsabilidade. Assim, em entrevista exclusiva à Tn Petróleo, a jurista, que é sócia do escritório L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel, fala de sua preocupação com o risco de esvaziamento da ANP que ela considera “completamente estruturada e capacitada para regular o setor e, de preferência, sem qualquer interferência política.” E questiona a mudança aleatória das regras do jogo, da distribuição de royalties ao regime de partilha e cessão onerosa. “Considero essa relação incestuosa, já que falamos de cessão para empresa pública onde o Estado detém 47% de seu capital, com dispensa de licitação”, diz Agel, defendendo ainda a simplificação das regras dos contratos de concessão.
Cessão onerosa é quase doação
LEO DO MUNDO.
TN Petróleo – a anP foi criada em 1997, mas completou 15 anos de existência em janeiro, uma vez que passou a existir de fato, em janeiro de 1998. Como procuradora-geral da anP durante os primeiros cinco anos e jurista que acumula mais de 25 anos no setor público, principalmente de energia, qual o balanço que você faz da agência? sonia agel – A criação das agências reguladoras no Brasil foi uma das faces mais visíveis do processo da reforma de Estado implantada em meados dos anos 1990. Com isso, deu-se início à era do ‘Estado Regulador’, já que o modelo de Estado Empreendedor já mostrava sinais de esgotamento. Para tanto, era importante que essas agências fossem dotadas de plena autonomia e compusessem seus quadros com técnicos independentes e especializados sem qualquer interferência em nível político. Essa receita foi seguida fielmente no início da ANP, que tinha total autonomia e contava com um então reduzido quadro de técnicos especializados, inclusive na composição da primeira diretoria. Na verdade, naquela época grande parte do conhecimento sobre a indústria do petróleo era detido pelos técnicos da Petrobras, o que fez com que o quadro da entidade fosse composto por grande número de acadêmicos e professores com nível de mestrado e doutorado. A conjunção desses técnicos, acrescida de algumas consultorias internacionais, foi de grande ajuda para formatar o novo modelo de regulamentação em todos os elos da cadeia – do poço exploratório ao posto revendedor –, o que não foi tarefa fácil. O resultado foi surpreendente e gratificante para todos, sobretudo no setor de upstream, que abria as portas de entrada para novos investidores nacionais ou internacionais. A partir da primeira rodada de licitações, o Brasil passou a fazer parte do time de países com grande atratividade para o setor de petróleo e, consequentemente atraiu grandes e médias empresas nacionais e estrangeiras, o que veio a fortalecer
a Petrobras que, no regime de competitividade com outras empresas teve um crescimento acentuado em todas as áreas, passando a fazer parte da lista das maiores do mundo. a anP ajudou a criar um marco regulatório e depois se viu obrigada a recriar algumas regras para se adequar a um novo ambiente: de cessão onerosa e partilha. Como você avalia estas mudanças no âmbito legal? A partir de 2002, a ANP começou a mostrar mudanças com a visível
interferência do novo Governo, que por razões ideológicas se mostrava contrário à autonomia e independência concedida às agências reguladoras. hoje, a ANP começa a mostrar uma nova cara com a nomeação de diretores com conhecimento do setor e reconhecida capacitação técnica – considero uma vitória a ANP ter em sua diretoria um técnico concursado integrante do quadro – bem como a formação de um quadro de pessoal com reconhecida capacidade técnica, contratados por concurso público.
Porém, o lamentável é que cada vez mais fica evidente a falta de independência da ANP diante do Ministério de Minas e Energia, o qual, aos poucos, vem ocupando o papel de formulador de políticas do setor, o que caberia ao CNPE, e ao mesmo tempo o de implementador dessas políticas, papel esse que caberia à Agencia. Voltamos, portanto à era do Estado Empreendedor ou, podemos dizer, Estado Meio Regulador. Só espero que com a implantação da PPSA a ANP não seja esvaziada de suas funções, o que seria um grande desperdício, já que hoje ela se encontra completamente estruturada e capacitada para regular o setor e, de preferência, sem qualquer interferência política. quais foram os grandes desafios regulatórios no Brasil desde a quebra do monopólio? A regulação de um setor com vários elos na cadeia por apenas uma agência reguladora já é um grande desafio. Da extração do petróleo ao posto revendedor é um longo caminho que perpassa o transporte, refino, distribuição e revenda
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Entrevista exclusiva
sonia agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel
entrevista exclusiva
Cessão onerosa
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Especial: Cenpes 50 anos
cenpes 50 anos
Engenharia da renovação
Cenpes:
36 ‘Poupança’ tecnológica
Berço da inovação
Fotos: agência petrobras
por Beatriz Cardoso
ciência, o Cenpes “encurtou” o caminho entre o laboratório e a aplicação prática, em terra firme e no mar, de novas tecnologias e processos desenvolvidos para a indústria brasileira de petróleo e gás natural. exemplo da ‘criatura’ que, muitas vezes, ‘supera o criador’, o Cenpes deu uma contribuição decisiva para alçar a petrobras e o Brasil à condição de uma das principais lideranças mundiais na prospecção e produção de hidrocarbonetos em águas ultraprofundas.
responsável por boa parte das mais de mil patentes depositadas pela petrobras no instituto nacional de propriedade intelectual (inpi), o Cenpes, como é internacionalmente conhecido o Centro de pesquisas e desenvolvimento Leopoldo américo Miguez de Mello, completa cinquenta anos como um dos mais maiores do mundo na pesquisa aplicada no setor de óleo e gás e energia. abrigando em seu núcleo projetistas de engenharia básica e pesquisadores das mais diversas áreas da 28
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Fotos: Divulgação
movida a óleo e gás que a economia do Norte Fluminense, antes fortemente apoiada na indústria canavieira, vem se diversificando nos últimos dez anos, em função do incremento das atividades da Petrobras e de outras petroleiras na região, em função da flexibilização do mercado de exploração e produção de hidrocarbonetos. Esta expansão da indústria, alavancada também pelas descobertas do pré-sal, que se estendem de Santa Catarina até o sul do Espírito Santo, perpassando por toda a bacia de Campos, atraiu para a região empresas da cadeia produtiva, criando uma economia de escala, com geração de empregos, riquezas e, consequentemente, problemas e gargalos – como o da qualificação da mão de obra. Segundo Julia Nicolau Butter, especialista em Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), a exploração e produção de petróleo e gás transformou muito esses municípios, promovendo aumento populacional, expansão, diversificação econômica e avanços sociais. A elevação da renda e a melhora dos níveis de educação e saúde de Campos, Macaé e Rio das Ostras reflete-se na evolução do IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal) entre 2000 e 2010. Todos esses municípios apresentaram um salto significativo no indicador, que representa a média dos indicadores para emprego e renda, educação e saúde. Da mesma forma, o setor de petróleo provoca transformações em outros municípios do Norte Fluminense. É o caso de Quissamã, onde está sendo construído o Centro Logístico Farol barra do Furado, e São João da barra, que recebe gigantescos investimentos
Norte flumiNeNse:
vocação renovada para petróleo e gás por maria fernanda romero
A implantação de projetos de exploração e produção de petróleo e gás na Bacia de Campos há 30 anos teve papel crucial na economia e no crescimento do Norte Fluminense, que vê esta vocação renovada com a instalação de diversas empresas dessa cadeia produtiva na região. Na última década, além de Macaé e Campos dos Goytacazes, bases estratégicas da indústria petrolífera, outros municípios como Rio das Ostras, Quissamã, São Francisco de Itabapoana e São João da Barravêm passando por profundas transformações com a instalação de fornecedores de bens e serviços nesta região. Cidades que estão registrando crescimento do PIB graças ao desenvolvimento do empresariado local, geração de emprego e, claro, aos royalties do petróleo. 42
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macaé em números Área total: 1.216 km2 - correspondente a 12,5% da área da Região Norte Fluminense (182 km da capital do estado) Distritos: 6 (Sede, Cachoeiros de Macaé, Córrego do Ouro, Glicério, Frade e Sana) População em 2012: 220.000 royalties: R$ 160.024.256,33 (ANP - Recebidos em 2013 até o mês de abril) território: 1216.846 km² (IBGE) PiB per capita: R$ 54.501,02 renda mensal média: 7,5 salários mínimos Índice firjan de Desenvolvimento municipal (ifDm) 2012 (ano base 2010): IFDM – 8,8356 (8º do Estado do Rio); IFDM Emprego e Renda – 0,7966; IFDM Educação – 0,8241; IFDM Saúde – 0,8861 associados ao Complexo Portuário do Açu. De acordo com a especialista da Firjan, as empresas de apoio à exploração de petróleo continuarão a se instalar na região, com intensificação da atração de fornecedores de bens e serviços para toda a cadeia. A região também receberá estaleiros voltados para a construção de embarcações para exploração de petróleo e de apoio à atividade, além de portos e terminais de apoio, consolidando-se como importante polo logístico do estado e do país. “Importante dizer que a região como um todo tenderá a se apropriar dessas oportunidades, abrindo espaço para os municípios que estão no entorno dos eixos já consolidados (Campos, Macaé e Rio das Ostras). Essa conjuntura provocará enorme desenvolvimento econômico da região”, afirma butter. Campos, Macaé e Rio das Ostras passaram por explosões populacionais e sofrem com os problemas decorrentes da falta de planejamento, tais como favelização
e engarrafamentos. Por isso mesmo a especialista aponta a questão populacional como um dos principais desafios da região. “O Norte Fluminense deve estar preparado para uma nova onda de crescimento populacional. É preciso planejar a expansão urbana, garantindo a ocupação ordenada e a preservação das áreas de interesse industrial. Da mesma forma, é preciso oferecer a infraestrutura adequada, oferecendo transporte de qualidade e garantindo o fornecimento adequado de serviços essenciais como saneamento básico, energia e telefonia. Outro ponto importante é assegurar a destinação e tratamento adequado de resíduos, tanto domiciliares quanto industriais”, ressalta. É visível que os principais motores de desenvolvimento da região são a exploração do petróleo, com destaque para o pré-sal, e toda a cadeia petrolífera; o Porto do Açu, com seu distrito industrial; e o Complexo Logístico do Farol-barra do Furado. Para a Firjan, com o cenário que já começa a se delinear, a região Norte Fluminense poderá se consolidar como uma das mais prósperas do estado do Rio nas próximas décadas.
Barra do furado: complexo logístico e industrial Localizado na foz do Canal das Flechas, que divide os municípios de Campos dos Goytacazes e Quissamã, o Complexo Logístico e Industrial do Farol/barra do Furado está sendo implementado na região e atrairá empresas que demandarão serviços e mão de obra, principalmente do setor de petróleo e gás. O término das obras do Canal das Flechas está previsto para dezembro de 2013. O investimento total para instalação do empreendimento: acerca de um bilhão de reais. Segundo a secretaria de Desenvolvimento Econômico e Petróleo de Campos, o Complexo Farol-barra do Furado representa um grupo integrado por seis empresas, sendo cinco estaleiros para fabricação de embarcações e reparos e uma empresa de
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Santa Catarina: polo logístico do óleo e gás
Fotos: Divulgação
Foto: Depositphotos
Guardiã do extremo sul da região do pré-sal e contando com uma infraestrutura portuária e naval robusta, Santa Catarina se prepara para se tornar um dos principais polos logísticos do setor de óleo e gás no Brasil nos próximos anos.
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Vocação renovada para petróleo e gás 45 Itaboraí: o coração do Comperj 46 Porto do Rio: expansão necessária
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Capital de energia
capital de energia
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40 Uma história de superação
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Norte Fluminense
norte fluminense
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38 Gestão eficiente do negócios P&D
por Rodrigo Miguez
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ede da mais jovem gerência regional da Petrobras, a Unidade de Operações de Exploração e Produção do Sul (UO-Sul), criada em 2010 e com sede em Itajaí, Santa Catarina vem ganhando posição no cenário de petróleo e gás do país. Afinal, é na costa catarinense que se encontram os limites sul da região denominada de pré-sal, que pode abrigar volumes ainda não mensuráveis de hidrocarbonetos, capazes de dobrar e até triplicar as reservas brasileiras. E ainda que as atividades de exploração e produção tenham escalas pouco significativas, diante do gigantismo das bacias de Campos e Santos, o estado de Santa Catarina começa a descobrir uma nova vocação. De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o oitavo estado que mais contribui para a geração do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com R$ 152,5 bilhões. Com cinco portos marítimos instalados em sua área, é o quinto maior estado em movimento de importações no Brasil – depois do Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. O Porto de Itajaí, considerado o principal do estado, é o segundo maior do país em movimentação de contêineres – e o 13º na América Latina e Caribe. Desde maio, passou a funcionar dia e noite após a entrada em vigor do programa Porto 24h, de-
o município tenha o maior PIB do estado de Santa Catarina.
Infraestrutura reforçada
senvolvido pela Secretaria de Portos (SEP) do Governo Federal. Com grande concentração de estaleiros e portos, Itajaí deve abocanhar boa parte dos investimentos relacionados à cadeia produtiva de petróleo e gás em Santa Catarina, exatamente por causa de suas características geográficas e da infraestrutura robusta. Esses investimentos já começam a aparecer, em especial no setor de logística. Para melhorar o acesso ao porto de Itajaí, a prefeitura, em parceria com os governos federal e estadual, está construindo uma via rodo-portuária exclusiva para os caminhões que seguem rumo ao cais. Além disso, há um projeto para construção de uma Perimetral, além da duplicação da rodovia Antonio Heil (SC-486), a partir do entroncamento da BR-101. Todas essas obras visam preparar a cidade para o incremento não somente do número de veículos, como também de empresas de bens e serviços, principalmente do setor de óleo e gás, que vão se instalar na região nos próximos anos. A expectativa da prefeitura é de que, em pouco tempo,
Dentre as intervenções que estão sendo realizadas no Complexo Portuário de Itajaí está a dragagem de manutenção das profundidades da bacia de evolução e do canal interno em 14 m e 14,5 m do canal externo. O serviço está sendo feito com a draga Catarina, do tipo hopper, com capacidade de 2,4 mil m³, comprimento de 83 m e largura de 16 m. “Com o início das operações desse equipamento, garantiremos o restabelecimento das profundidades posteriores à conclusão dos serviços de dragagem de aprofundamento”, diz o superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior. De acordo com o superintendente, com maiores profundidades o Complexo Portuário do Itajaí poderá ampliar o volume médio de cargas operadas por navio. Além da dragagem, uma nova bacia de evolução está planejada para o Complexo, em um projeto de R$ 300 milhões, o qual pretende permitir que o Porto de Itajaí receba navios de até 366 m de comprimento por 51 m de boca, até 2016. Recentemente, uma das grandes obras de infraestrutura do estado foi anunciada pelo Governo Federal. A construção da Ferrovia da Integração, também conhecida como ‘Ferrovia do Frango’, que terá, a princípio, um traçado de 862 km liTN Petróleo 90
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Santa Catarina: polo logístico do óleo e gás 51 Estaleiros em expansão 52 Qualificação crescente 53 UO-Sul é a guardiã da fronteira do pré-sal 54 Teporti quer ser porto seguro para o setor offshore
eventos Brasil Offshore 2013
56 Fotos: Banco de Imagens tn Petróleo
Integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás
é a palavra-chave do setor de óleo e gás por Karolyna Gomes, Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez
C
om cerca de 300 milhões de poder de compra representado por empresas nacionais e estrangeiras e quase 200 milhões em potenciais acordos comerciais costurados nas rodadas de negócios, a 7ª edição da Brasil Offshore – Feira e Conferência Internacional da Indústria de Petróleo e Gás consagrou-se como a melhor de todos os tempos. Realizada entre os dias 11 e 14 de junho, evento reuniu mais de 700 expositores – e um total de 1.020
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marcas expostas – que apresentaram seu portfólio de produtos e serviços, destacando as principais soluções e tecnologias que estão disponibilizando para o mercado offshore. A conferência reuniu quase 1.100 especialistas do setor, que debateram um dos aspectos mais importantes para a sustentabilidade das empresas que atuam na exploração e produção offshore: a integridade dos ativos, desde a etapa de prospecção exploratória à produção e escoamento.
Com o tema ‘Integridade: quando você deve se preocupar?’, a conferência internacional foi dividida em três plenárias – ‘Interface de poço reservatório’, ‘Escoamento e engenharia submarina’ e ‘Instalação e produção’ – e oito sessões técnicas, com a participação de 44 palestrantes, 25% deles internacionais. O alto número de participantes reflete o interesse do setor e a decisão acertada dos organizadores da feira e do congresso – a Reed Exhibitions Alcantara Machado, o Instituto Bra-
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UTC 2013 - Noruega
eventos UTC 2013
Mercado subsea promete...
enviada especial
E
ssa foi uma das conclusões da 19ª edição do Underwater Tecnology Conference (UTC) 2013, realizada no mês de junho em Bergen, na Noruega. ‘Os desafios globais subsea – gerenciando o velho e o novo’ foi o tema central da conferência da UTC 2013, como foco nas tecnologias submarinas para exploração e produção de petróleo no mundo. Organizado pelo Underwater Technology Foundation (Fundação de Tecnologia Subaquática) o evento se realiza anualmente desde 2010 em Bergen, cidade que sedia um dos principais clusters mundiais em tecnologia submarina. Um dos mais importantes pontos de encontro para a indústria subsea de todo o mundo, o evento deste ano foi o maior de todos. Cerca de 850 pessoas participaram da conferência, 30% a mais que no ano anterior, quando foram registrados 650 participantes. E mais de 1.100 pessoas, de 22 países, visitaram a exposição, que, pela primeira vez, teve todos os
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continentes representados, com 60 expositores. A conferência contou com dois painéis e 44 apresentações técnicas, sendo quatro sessões paralelas por dia. De acordo com Irmelin Grønevik, organizador técnico da conferência, há fortes indícios de que o sucesso deste ano será repetido no próximo, pois a pré-inscrição já atingiu níveis recordes. A conferência de 2014 já tem data marcada: 18 a19 de junho, novamente em Bergen.
Oportunidades e desafios Trond Olsen, presidente do Comitê Organizador da UTC, abriu o evento e lembrou que embora a indústria subsea esteja na vanguarda de novas tecnologias, grande parte dos equipamentos de produção ainda em uso foram desenvolvidos na década de 1980. “Um dos principais desafios enfrentados pela indústria é garantir a compatibilidade do equipamento antigo com o novo. As tecnologias e sistemas utilizados hoje são comple-
tamente diferentes daqueles instalado há 30 anos. O desafio é garantir que esses sistemas, que muitas vezes são percebidos como ‘tecnologias da idade da pedra’ por engenheiros recém-formados, sejam compatíveis com as que vêm sendo desenvolvidas agora”, destacou Trond Olsen, que comanda o NCE Subsea (Centro Norueguês de Excelência Subsea). Na ocasião, Kristian Siem, presidente da Subsea 7, indicou como motivos para a elevação dos custos de exploração subsea o desenvolvimento de conteúdo local em países como o Brasil, a escassez de mão de obra qualificada e a crescente complexidade dos projetos. Dentre os principais desafios tecnológicos listados pelo executivo estão: os fluidos anticorrosivos, o gerenciamento integrado e o ambiente agressivo, com elevadíssimas temperaturas e pressões. Para Siem, o setor subsea está incrivelmente bem, mas enfrenta grandes desafios como os custos crescentes. “O nível de custos na
Fotos: divulgação
Mas desafia
Além da constante busca por tecnologias mais modernas e seguras, que possibilitem aumentar o índice de recuperação de petróleo e gás natural dos reservatórios em águas profundas, o principal desafio do mercado subsea mundial é a capacitação profissional e a gestão dos altos custos por Maria fernanda Romero, destas atividades.
Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel André Gustavo Garcia Goulart Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira Bruno Musso Colin Foster David Zylbersztajn Eduardo Mezzalira Eraldo Montenegro Flávio Franceschetti Francisco Sedeño Gary A. Logsdon Geor Thomas Erhart Gilberto Israel Ivan Leão Jean-Paul Terra Prates João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha
Cobertura Brasil Offshore
InteGRIdade Principal porta de acesso para uma das bacias mais importantes do país, Macaé reuniu importantes players do mercado offshore e de óleo e gás na sétima edição da Brasil Offshore 2013, apontado como o terceiro maior evento mundial do setor. Com cerca de 51 mil visitantes e mais de mil marcas expositoras, sendo 105 internacionais, a feira ocupou 37.000 m² do centro de exposição – 2.000 m² a mais que em 2011. A conferência, que reuniu mais de mil congressistas, teve como tema central a questão da integridade, fator crucial em cenários desafiadores como o do pré-sal e outras novas fronteiras, assim como em bacias maduras, que contribuem para a maior parte da produção brasileira offshore de óleo e gás.
CONSELHO EDITORIAL
indústria do petróleo tem aumentado rapidamente e está fora de sintonia com outros setores. Como resultado, uma série de projetos em desenvolvimentos está sendo adiada ou paralisada”, indicou. A Subsea 7 é uma das principais empresas de engenharia e construção submarina, com mais de 14 mil funcionários no mundo, e opera a maior e mais avançada frota mundial de navios e equipamentos. E anunciou recentemente uma carteira recorde, com vendas no valor de cerca de US$ 4 bilhões apenas para 2013. Apesar de um excelente período de crescimento para a indústria de submarinos e Subsea7, Siem sente que é hora de enfrentar o nível de custos no setor. “Temos de nos concentrar na redução dos custos”, enfatiza.
O executivo informou ainda que a Subsea 7 entregará uma embarcação DSV (Diving Support Vessel) para a Hyundai Heavy Industries (HHI) no primeiro semestre de 2016. Esta é a segunda embarcação que a empresa constrói para a HHI. Além disso, recentemente a companhia inaugurou um escritório em Tromsø, na Noruega. Também participaram da abertura do evento Damien Miller, embaixador da Austrália na Noruega; Rod Cristie, vice-presidente e CEO dos sistemas subsea da GE Oil & Gas; e Jarand Rystad, sócio da consultoria Rystad Energy.
Capacitação De acordo com um dos palestrantes da UTC, Werner Menz, pre-
sidente da unidade de negócios de sistemas de controle da OneSubsea, um dos maiores desafios da indústria submarina é a capacitação em engenharia. “Acredito que os principais desafios estão na capacitação na área de engenharia e na elevação dos índices de recuperação dos reservatórios”, diz Menz. Ele considera que parte significativa do problema de capacitação é a falta de padronização. “Precisamos nos perguntar por que uma solução que é boa o suficiente em um projeto não é utilizável em outro. Não estou falando de características de design e sim nos requisitos da norma de materiais, soldagem, qualidade e documentação. Já existem diversas iniciativas que começam a lidar com isso, mas
Mercado subsea deve dobrar de tamanho até 2020 DeNTro De ciNco aNos o setor de subsea vai dobrar de tamanho, e dentro de 20 anos terá a produção igual à de óleo e gás tradicional e offshore. os dados foram apresentados pela consultoria rystad energy durante a abertura do UTc 2013. “em cinco anos, o mercado de submarinos está previsto para crescer de Us$ 30 bilhões para cerca de
Us$ 60 e Us$ 70 bilhões ao ano”, informou Jarand rystad, analista de petróleo e sócio da energy rystad. segundo o estudo, atualmente 70% do petróleo mundial são produzidos em terra e somente 9% correspondem à produção submarina. em 2020, essa área submarina vai representar cerca de 15%. ademais, hoje as instalações submarinas produzem 15 milhões de
barris por dia. em 2030, a produção diária vai aumentar para 35 milhões de barris. a rystad energy é uma consultoria independente de petróleo e gás, que trabalha com inteligência de mercado, consultoria estratégia e produtos de pesquisa em e&P para as empresas de serviços de petróleo, investidores e governos.
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Mercado subsea promete... mas desafia
Luiz B. Rêgo Luiz Cezar P. Quintans Luiz Eduardo Braga Xavier Marcelo Costa Márcio Giannini Márcio Rocha Melo Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva Mário Jorge C. dos Santos Maurício B. Figueiredo Nathan Medeiros Paulo Buarque Guimarães Roberto Alfradique V. de Macedo Roberto Fainstein Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio Rubens Langer Samuel Barbosa
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artigos 18 É o momento de acordos estratégicos para
empresas de engenharia e consultoria no Brasil?,
por Jim Chamness
112 Redundância e disponibilidade:
inteligência para produtividade industrial, por Ricardo Rodrigues
114 Eficiência e controle de custo de projetos,
Ano XIV • Número 90 • jul/ago 2013 Foto: Agência Petrobras
por Fúlvia Borges
117 Escócia: o futuro em águas profundas, enorme potencial de petróleo e gás,
opinião
a evolução da gestão no mercado de petróleo brasileiro, de rafael Faria, diretor da Fesa.
norte Fluminense: vocação renovada para petróleo e gás Santa Catarina: polo logístico do óleo e gás Cobertura brasil offshore: integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás
por David Rennie
seções
6 editorial 8 hot news 12 indicadores tn 56 eventos 88 perfil profissional 91 caderno de sustentabilidade
Ano XV • jul/ago 2013 • Nº 90 • www.tnpetroleo.com.br
especial: Cenpes 50 anos
102 pessoas 106 produtos e serviços 118 fino gosto 120 coffee break 122 feiras e congressos 123 opinião
CenpeS: berço da inovação É o momento de acordos estratégicos para empresas de engenharia e consultoria no brasil?, por Jim Chamness redundância e disponibilidade: inteligência para produtividade industrial, por Ricardo Rodrigues rumo ao sistema submarino de produção de petróleo, por Milton Korn eficiência e controle de custo de projetos, por Fúlvia Borges escócia: o futuro em águas profundas, enorme potencial de petróleo e gás, por David Rennie
Entrevista exclusiva
Sonia agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel
Cessão onerosa é quase doação
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15 anos de informação de qualidade
A
magia dos números está no que eles representam. Para nós, os 15 anos da TN Petróleo, assim como o número 90 desta edição, têm um significado muito especial. Primeiro, por representar não um espaço cronológico, mas um período único na indústria brasileira de petróleo e gás natural, com grande impacto no cenário mundial, do qual nossa revista foi testemunha fiel, contribuindo para a reflexão e o debate dos temas mais relevantes, de A a Z dessa cadeia produtiva. Segundo, por refletir um avanço sem precedentes na indústria brasileira, com destaque para os setores naval, de engenharia, de tecnologia da informação e de bens e serviços, entre outros, impulsionado pelo incremento do setor petrolífero. A própria TN reflete essa evolução, pois sempre buscou mostrar o aporte das empresas brasileiras e estrangeiras para o desenvolvimento desse setor. Terceiro, pelo acerto, desde seu nascedouro, ao manter um olhar especial para a inovação, para as novas tecnologias, para as oportunidades de negócios. Compromisso expresso em seu nome: TN – Tecnologia e Negócios. O fato é que fomos partícipes da evolução dessa indústria, que hoje é reconhecida mundialmente pela sua liderança tecnológica em águas profundas. Uma posição suportada por uma das mais importantes instituições mundiais de pesquisa e desenvolvimento no setor de petróleo, o Cenpes, que está completando 50 anos e merecendo a reportagem de capa desta edição. Nesses 15 anos tivemos, como companheira de trajetória, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que também completa uma década e meia de atividades, período no qual conduziu uma verdadeira revolução no setor de petróleo e gás, depois de 45 anos de monopólio. Hoje, a agência reguladora se prepara para realizar o primeiro leilão do pré-sal, uma descoberta que vem mudando os paradigmas da indústria offshore. E para não dizer que não lembrei do óbvio, 15 anos representam apenas um quarto dos 60 anos que a Petrobras vai completar em outubro próximo! E aí está a magia dos números, pois foi justamente nesses últimos 15 anos que a petroleira brasileira consagrou-se como uma das maiores do mundo, sendo reconhecida não somente por sua expertise offshore, mas também por sua capacidade de inovar, de quebrar paradigmas... pela ousadia. Esta é também a matéria-prima com a qual trabalhamos todos os dias na TN Petróleo: a despeito dos desafios, dos altos e baixos, ainda acreditamos que ousar é preciso. Vamos em frente! Boa leitura. Benício Biz Diretor executivo da TN Petróleo
Rua do Rosário, 99/7º andar Centro – CEP 20041-004 Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel/fax: 55 21 3221-7500 www.tnpetroleo.com.br tnpetroleo@tnpetroleo.com.br DIRETOR EXECUTIVO Benício Biz - beniciobiz@tnpetroleo.com.br DIRETORA DE NOVOS NEGÓCIOS Lia Medeiros (21 8241-1133) liamedeiros@tnpetroleo.com.br EDITORA Beatriz Cardoso (21 9617-2360) beatrizcardoso@tnpetroleo.com.br EDITOR DE ARTE, CULTURA E GASTRONOMIA Orlando Santos (21 9491-5468)
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REPÓRTERES Maria Fernanda Romero (21 8867-0837) fernanda@tnpetroleo.com.br Rodrigo Miguez (21 9389-9059) rodrigo@tnpetroleo.com.br Karolyna Gomes (21 7589-7689) karolyna@tnpetroleo.com.br RELAÇÕES INTERNACIONAIS Dagmar Brasilio (21 9361-2876) dagmar.brasilio@tnpetroleo.com.br DESIGN GRÁFICO Benício Biz (21 3221-7500) beniciobiz@tnpetroleo.com.br PRODUÇÃO GRÁFICA E WEBMASTER Fabiano Reis (21 3221-7506) webmaster-tn@tnpetroleo.com.br Laércio Lourenço (21 3221-7510) laercio@tnpetroleo.com.br
REVISÃO Sonia Cardoso (21 3502-5659) DEPARTAMENTO COMERCIAL José Arteiro (21 9163-4344) josearteiro@tnpetroleo.com.br Bruna Guiso (21 7682-7074) bruna@tnpetroleo.com.br Luiz Felipe Pinaud (21 7861-4828) l.felipe@tnpetroleo.com.br assinaturas Rodrigo Matias (21 3221-7503) matias@tnpetroleo.com.br CTP e IMPRESSÃO Walprint Gráfica
DISTRIBUIÇÃO Benício Biz Editores Associados. Filiada à ANATEC Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores. TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo.
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Fundada como Mannesmann, a V & M do BRASIL agora é Vallourec. Uma marca presente em 21 países, capaz de produzir, com paixão, diversidade e excelência, tubos de aço sem costura que ajudam o país na exploração e produção de petróleo, na infraestrutura de aeroportos, estádios, equipamentos e indústrias. Uma empresa com diversidade de culturas que permite resolver qualquer desafio, em qualquer condição, não importa o mercado, oferecendo soluções sob medida, de forma pioneira. É assim que conquistamos a confiança total dos nossos clientes. Vallourec. A solução para grandes desafios.
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Leilão do pré-sal: ANP estende prazo de consulta a edital A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou no dia 16 de julho que estendeu para o dia 29 do mesmo mês o prazo para a Consulta Pública das minutas do edital e do contrato da 1ª Licitação do pré-sal. A Audiência Pública foi remarcada para o dia 6 de agosto, às 15h, na Escola de Guerra Naval, na Avenida Pasteur, 480, na Urca. A prorrogação do prazo havia sido considerada pela diretora-geral da agência Reguladora, Magda Chambriard, que na semana passada concedeu uma coletiva para
tirar dúvidas sobre o leilão. De qualquer forma, a ANP esclarece que a mudança não altera a data prevista para a licitação da área, marcada para o dia 21 de outubro no Rio de Janeiro. Na coletiva de imprensa, realizada no dia 12 de julho, sobre o leilão do pré-sal, marcado para o dia 21 de outubro, ela explicou que o prospecto de Libra deverá ser desenvolvido em módulos, com plataformas similares às que vão ser utilizadas na área de Cessão Onerosa. “Ou seja, a área poderá ter entre 12 e 18 plataformas, com capacidade para processar até 150 mil barris de petróleo por dia. Cada sistema de produção deverá ter de oito a dez poços, no mínimo”, destacou.
A expectativa da Agência é que o pico de produção chegue, no mínimo, a 1 milhão de barris de petróleo por dia. “Esse número dependerá do desenvolvimento do campo. Tal previsão baseia-se no projeto básico da Agência”, afirma Magda Chambriard, acrescentando que as premissas reguladoras projetam o primeiro óleo da fase de produção a partir do quinto ano do contrato. Quando questionada sobre o investimento necessário para o campo, Magda preferiu exemplificar o valor possível de um poço no pré-sal. “Um poço perfurado no pré-sal pode custar até US$ 100 milhões, depois de uma curva de aprendizado”, afirmou, dizendo que o que a ANP quer é um projeto otimizado das empresas.
A petroleira britânica BP conclui acordo com a Petrobras de parceria em cinco concessões de exploração e produção em águas profundas, operadas pela petroleira brasileira na bacia Potiguar, localizada na margem equatorial brasileira. A operação ainda está sujeita às aprovações das agências regulatórias. A BP Energy do Brasil Ltda. terá 30% de participação nos blocos POT-M-663 e POT-M-760 (contrato BM-POT-16) e 40% nos blocos POT-M-665, POT-M-853 e POT-M-855 (contrato BM-POT-17). Juntos, os cinco blocos somam uma área total de 3.837 km2. O presidente da BP Brasil, Guillermo Quintero, afirmou que esse é mais um passo na 8
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Foto: Divulgação BP
BP será parceira da Petrobras na bacia Potiguar
construção da presença da companhia no país. “Desde 2011, quando passamos a ter participação em dez blocos com
a aquisição da Devon Energy do Brasil, ampliamos nosso portfólio de exploração e produção para 27 concessões em sete bacias, consolidando o maior portfólio de exploração em águas profundas de uma empresa internacional de petróleo no Brasil.” Esses 27 ativos compreendem as 14 concessões que a petroleira britânica detinha em cinco bacias, os oito blocos adquiridos na 11a Rodada de Licitações (os acordos de concessão devem ser assinados em agosto) e as cinco áreas dessa parceria com a Petrobras na bacia Potiguar.
Ibema ingressa no mercado livre de energia processo para começar a comercialização. Apesar das turbulências do mercado de energia, os resultados têm sido positivos e, nesses primeiros quatro meses já amortizamos quase 40% dos investimentos realizados no projeto da subestação e adequações”, comenta. Todo o processo de compra e venda de energia de curto prazo é validado pela Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE), que atua como operadora desse mercado. Já como agente comercializador, a Ibema conta com os serviços da Tradener, que oferece soluções para compra, venda e gestão de energia elétrica. “Estamos operando com contratos de curto prazo, mês a mês para, desta forma, avaliarmos periodicamente a disponibilidade do nossa geração”, diz Birepinte. O objetivo é que os contratos garantam um mínimo a cada mês. “A expectativa é comercializar de 1 a 1,5 MW médio de excedente todos os meses”, afirma o diretor de Energia e Florestas da Ibema, Lourival dos Santos e Souza. E acrescenta: “A intenção é que até o final de 2013 todo o investimento feito para esse projeto seja amortizado.”
Encomenda de US$ 1,6 bilhão à Subsea 7 A Petrobras encomendou três navios lançadores de linha, conhecidos como PLSVs, para a Subsea 7. A encomenda, no valor de US$ 1,6 bilhão, prevê a construção das embarcações e a administração do projeto, além de serviços de engenharia e a instalação
de linhas de fluxo, e outros equipamentos fornecidos pela Petrobras, informou a Subsea. Os contratos têm duração de cinco anos e a entrega dos três navios está prevista para o terceiro trimestre de 2016, o quarto trimestre do mesmo ano e o segundo trimestre de 2017.
Dois novos FPSOs Foto: Divulgação
Em fevereiro de 2013, a Ibema, fabricante nacional de papel-cartão, passou a atuar no mercado livre de energia em razão da sua produção nas duas pequenas centrais hidrelétricas: a PCH Cachoeira, com capacidade instalada de 2,92 MW no rio Cachoeira, e da PCH Boa Vista II, com capacidade instalada de 8,0 MW no rio Marrecas, ambos no Paraná. Para entrar nesse mercado, a empresa adequou a sua rede de transmissão para a conexão ao Sistema de Distribuição da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica). De fevereiro até maio, o total de geração de energia nas duas PCHs foi de pouco mais de 23,7 mil MWh e o consumido pela fábrica e pela Vila Ibema durante o mesmo período foi de 17,8 mil MWh. Desta maneira, sobraram 5,8 mil MWh, energia que a Ibema comercializou no mercado livre. A fabricante de papel-cartão se classifica na geração de energia como autoprodutora, já que tem concessão, permissão e autorização concedidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para produzir energia elétrica destinada a seu uso exclusivo e comercializar eventual excedente. De acordo com o gerente de Planejamento e Controle de Energia e Florestas da Ibema, Serge Birepinte, a venda desse excedente de curto prazo já era programada. “Estudamos o
A Queiroz Galvão Óleo e Gás (QGOG) firmou contratos, em conjunto com seus parceiros, para afretamento e operação de dois FPSOs – Cidade de Maricá e Cidade de Saquarema – com o Consórcio BM-S-11, operado pela Petrobras (65%), BG E&P Brasil Ltda. (25%) e Petrogal Brasil S.A. (10%). Os contratos terão duração de 20 anos. O valor total do contrato para aquisição dos dois FPSOs é de, aproximadamente, US$ 3,5 bilhões. As unidades irão pertencer e serão operadas pela joint venture formada entre as empresas QGOG, SBM Offshore, Mitsubishi Corporation e Nippon Yusen Kabushiki Kaisha (NYK Line). Os FPSOs (Floating Production Storage and Offloading, na sigla em inglês) irão operar no Campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos. As unidades são similares ao FPSO Cidade de Ilhabela, com capacidade diária de produção de óleo de 150 mil barris e capacidade de produção de gás de 6 milhões de metros cúbicos por dia. A previsão de entrega do Cidade de Maricá e Cidade de Saquarema é no final de 2015 e no início de 2016, respectivamente. TN Petróleo 90
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Parques tecnológicos terão R$ 640 milhões para novos projetos
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Antonio Raupp, anunciou um reforço de mais R$ 10 milhões para o setor, que serão ofertados por meio de edital a ser lançado, em breve, pelo CNPq. “Esses recursos vão atender projetos de incubadoras de empresas”. Segundo Raupp, a competitividade do sistema econômico depende de um ambiente mais amplo, não só de ciência e tecnologia. Daí a necessidade de o MCTI trabalhar em parceria com outros ministérios para a implementação da política de inovação do governo federal. “A flexibilidade na composição deste edital, incluindo recursos não reembolsáveis, crédito e investimento, é tudo de que precisamos para dar um salto significativo neste ambiente de inovação, promovido pelos parques tecnológicos”, disse a presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Francilene Procópio Garcia, também presente à cerimônia. “Esta é mais uma iniciativa para aumentar o número e o nível das empresas que inovam e as parcerias com instituições de ciência 10
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Fotos: João Luiz Ribeiro
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Agência Brasileira da Inovação (Finep) lançaram edital de R$ 640 milhões destinado a parques tecnológicos em operação e em estágio de implantação, para incrementar o apoio a empresas que queiram se arriscar e investir em novos projetos tecnológicos. Os investimentos também incluem empresas que ficam nos parques ou em incubadoras.
e tecnologia, pois só desta forma conseguiremos entrar nas áreas de tecnologia de ponta e elevar a qualidade e a relevância dos projetos de inovação no Brasil”, afirmou o presidente da Finep, Glauco Arbix. Ele observou ainda que os próximos editais da Agência vão abranger as áreas de mobilidade urbana e sustentabilidade. Do total de recursos, R$ 90 milhões serão não reembolsáveis para parques tecnológicos em operação e em processo de implantação. As propostas deverão ser encaminhadas até o dia 17 de agosto
para a Finep. Para os parques em operação, os recursos serão de R$ 6 milhões a R$ 14 milhões. Para propostas de parques em fase de implantação, o valor mínimo é R$ 2 milhões e o máximo, R$ 5 milhões. O resultado final da chamada pública será divulgado a partir do dia 21 de outubro. O edital também oferece R$ 500 milhões em crédito para os parques em operação e implantação e será exigida contrapartida de 20% do valor pleiteado à Finep. Glauco Arbix, destacou alguns dados que apontam que, apesar de a economia estar menos aquecida, a demanda por tecnologia no setor empresarial continua crescente. “Parte das empresas brasileiras compreende que mesmo em situações mais difíceis, elas não podem abandonar planos e projetos de geração de tecnologia.”
Argentina reduz restrições A Argentina anunciou que permitirá que as petroleiras que investirem em suas gigantescas reservas de petróleo e gás não convencionais exportem sua produção e tenham acesso livre às divisas, reduzindo uma série de restrições num momento em que o governo está prestes a assinar um acordo milionário com a Chevron. A nova regulamentação estabelece que as companhias com planos de investirem pelo menos 1 bilhão de dólares em cinco anos poderão vender ao exterior, livres de impostos, 20 por cento de sua produção de petróleo ou gás natural. Com suas reservas definhando e a demanda em alta, a Argentina apenas exporta petróleo de baixa qualidade que não pode ser refinado localmente, ao mesmo tempo em que não permite o envio de gás natural ao exterior, de modo que se transformou em um importador global.
As petroleiras também poderão manter as divisas geradas pela exportação, o que está proibido para todos os setores econômicos devido a um controle no câmbio estabelecido no final de 2011 para frear uma fuga de capitais, o que analistas apontam com um fator que desestimula os investimentos estrangeiros. “A nova regulamentação busca a promoção do investimento direto nacional e estrangeiros para garantir o autossuficiência no abastecimento de hidrocarbonetos”, disse o decreto do governo. O governo de Cristina Kirchner quer desenvolver as enormes reservas petróleo e gás não convencionais no país – especialmente na formação de Vaca Muerta, na Patagônia – para reduzir uma queda na produção de
petróleo e gás natural que levou a um salto nas importações de energia e prejudicou o superávit da balança comercial do país. A nova regra foi anunciada em um momento em que a petroleira estatal YPF está prestes a firmar um acordo com a norte-americana Chevron para investir 1,5 bilhão de dólares em Vaca Muerta, o primeiro investimento de vulto em uma formação que pode contar uma das maior reservas não convencionais do hemisfério Ocidental. As petroleiras beneficiadas com a nova regulamentação poderão pedir uma renovação de suas concessões por 25 anos com a possibilidade de ampliar o período por mais 10 anos. Os mesmos prazos serão aplicados para novas concessões. No ano passado a Argentina expropriou a YPF, que até então era controlada pela espanhola Repsol, por supostamente não investir o necessário para evitar uma queda na produção local de petróleo.
A Maersk Training Brasil inaugurou, em julho, o seu primeiro centro de treinamento na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O local está equipado com simuladores para cursos técnicos nas áreas de posicionamento dinâmico, perfuração e manuseio de âncoras. Os simuladores instalados incluem o Kongsberg Full Mission, simulador de passadiço integrado com simulador de manuseio de âncoras, de acordo com o Instituto Náutico (NI) Classe A, com dez diferentes tipos e modelos de embarcações e unidades. Os simuladores instalados no centro são capazes
Foto: Divulgação
Maersk Training inaugura centro de treinamento
de criar as situações realistas, para que os programas de formação sejam iguais às operações genuínas. A abertura do centro de treinamento no Rio de Janeiro é o primeiro
Medicina do trabalho
segurança do trabalho
• PCMSO • ExamEs médicos E complEmEntarEs no mEsmo lOCal • atEndimEnto médico bilínguE • agilidadE na libEração do aso • gEstão do absEntEísmo E inss • ambulatório EmprEsa • mais dE 1000 clínicas crEdEnciadas no brasil • cErtificado dinamarquês, libEriano, Etc
• avaliaçõEs ambiEntais • ppra, pcmat, pca, ppr, ppp – WEb • gEstão do fap - nEtp • pEriculosidadE, insalubridadE • análisE Ergonômica • Espaço confinado, nr 10, cipa • trEinamEntos
sisteMa de gestÃo ocuPacional integrado – Web • rElatórios Em tEmpo rEal • controlEs E gEstão rEmota
passo para a expansão da Maersk Training no Brasil, onde a empresa está investindo mais de 10 milhões de reais. A ideia central da Maersk Training é melhorar a segurança e evitar acidentes, realizando uma formação adequada e eficaz dos profissionais da área. “Isto está no coração de tudo o que fazemos, e todos os nossos cursos são desenvolvidos com isso em mente, o objetivo final de todos os nossos cursos de formação é o de assegurar um comportamento seguro e eficiente”, afirmou a empresa.
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MACAÉ
REFERÊNCIA NACIONAL ATENDIMENTO EM TODO O BRASIL Rio de Janeiro – Centro e Barra da Tijuca 21 2158-8035 2158-8014 TN /Petróleo 90 / 2158-8000 11 comercial@rhmed.com.br www.rhmed.com.br
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Preço médio da energia de R$ 140,00 MWh para o ano de 2014
segundo os dados disponíveis na plataforma Brix no final de junho, este valor representa baixa de 18,84% ante a curva de preços para o mesmo período no dia 29 de maio. Já a Curva de Preços Futuros para o balanço de 2013 registrou uma baixa ainda maior – 52,82% em relação ao mês de maio – indicando um preço médio de R$ 152,93 MWh no último dia 28. A forte queda do preço da energia no curto prazo está relacionada a três fatores básicos, como analisa Marcelo Mello, CEO da Brix. “No início de junho, as liminares concedidas a agentes de mercado contra a Resolução n. 03/2013 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) reverteram a alta do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) devido à aplicação da Curva de Aversão ao Risco (CAR), para períodos de dois anos, que representa menor risco do que a CAR de cinco anos aplicada nos dois meses anteriores”, comenta Mello. “Ainda como
Foto: Caio Coronel
A curva de preços futuros para os contratos de energia elétrica de fonte convencional, para entrega no submercado Sudeste/Centro-Oeste, indica para o período de janeiro a dezembro de 2014 um valor médio de R$ 140,00 MWh (reais por megawatt-hora).
consequência das liminares, os prêmios praticados no mercado de curto prazo também caíram fortemente por conta da suspensão do cálculo do PLD final”, acrescenta. “Adicionalmente, este cenário foi reforçado pelo sensível aumento no volume de chuvas verificado a partir do final de junho, levando o contrato para entrega de energia no mês de julho ao patamar de R$ 96,00 MWh na semana passada”, completa o executivo. Após o mês de julho, a Curva de Preços Futuros sinaliza uma nova alta até novembro em função do período de seca sazonal
e da introdução da nova meto dologia de cálculo do PLD, cujos modelos alternativos ainda estão em fase de testes. Já a partir de dezembro, com o início das chuvas de verão, a expectativa dos Participantes da Brix é que haja uma queda de preços. Em junho, a Curva de Preços Futuros para o período de janeiro a setembro de 2015 repetiu o comportamento verificado em maio mantendo-se praticamente estável com média de R$ 120,00 MWh, com desvalorização de 5,88% em relação aos dados da plataforma no fechamento do mês anterior.
Preço da energia cai mais de 40% em junho O preço da energia elétrica de fonte convencional para entrega no mês de junho para o submercado Sudeste/Centro-Oeste encerrou o período de negociação na plataforma Brix, de 8 de junho a 5 de julho, a R$ 207,62 MWh (reais por megawatt hora), baixa de 41,9% em comparação ao patamar de fechamento do mês anterior. Este valor é determinado pela somatória 12
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do índice Brix Convencional e do Preço de Liquidação das Diferenças da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), agora chamado PLD1 por conta da Resolução nº 003/2013 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Em média, a energia elétrica de fonte convencional para entrega no mês de junho (submercado SE-CO) foi negociada na plataforma Brix
a R$ 198,47 MWh. “Durante o mês de junho, as chuvas contribuíram para acentuada redução do preço da energia no curto prazo”, comenta Marcelo Mello, CEO da Brix. “A tendência de queda segue para os contratos do mês em curso (julho), no qual os negócios para entrega spot têm sido fechados no patamar de R$ 135,00 a R$ 140,00 MWh”, destaca.
Produção brasileira de aço bruto apresenta aumento de 2,7% em junho
Com esses resultados, a produção acumulada em 2013 totalizou 17 milhões de toneladas de aço bruto e 12,9 milhões de toneladas de laminados, redução de 2,2% e aumento de 0,9%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2012. Quanto às vendas internas, o resultado de junho de 2013 foi de 2 milhões de toneladas de produtos, aumento de 3,7% em relação a junho de 2012. As vendas acumuladas em 2013, de 11,3 milhões de toneladas, mostraram crescimento de 2,7% com relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações de produtos siderúrgicos em junho de 2013 atingiram 543 mil toneladas no valor de US$ 386 milhões de dólares. Com esse resultado, as exportações em 2013 totalizaram 4,4 milhões de toneladas e 3,0 bilhões
Foto: Stock.xcng
A produção brasileira de aço bruto em junho de 2013 foi de 2,8 milhões de toneladas, alta de 2,7% quando comparada com o mesmo mês em 2012. Em relação aos laminados, a produção de junho, de 2,3 milhões de toneladas, apresentou alta de 5,0% quando comparada com junho do ano passado.
de dólares, representando declínio de 14,4% em volume e de 19,9% em valor, quando comparados ao mesmo período do ano anterior. No que se refere às importações, registrou-se em junho o volume de 240 mil toneladas (US$ 352 milhões) totalizando, desse modo, 1,7 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos importados
no ano, redução de 14,6% em relação ao mesmo período de 2012. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos em junho foi de 2,2 milhões de toneladas, totalizando 13 milhões de toneladas em 2013. Esses valores representaram queda de 1,2% e alta de 0,6%, respectivamente, em relação aos mesmos períodos do ano anterior.
Bentley apresenta soluções para o setor de óleo e gás Com foco no mercado de óleo e gás brasileiro, empresa faz apresentação de suas soluções em design, construção e operação. A Bentley mostrou no último dia 20 de junho, em evento realizado no Rio de Janeiro, os seus softwares para os empreendimentos de infraestrutura, incluindo o setor de petróleo e gás. Dentre as soluções apresentadas pela companhia, tiveram destaque o OpenPlant, o Construct Solution e o Ivara, que compõem respectivamente as áreas de atuação da companhia que são design, construção e operação. O objetivo da Bentley com a ação foi mostrar aos clientes como eles podem incrementar o nível de segurança e eficácia de seus projetos por meio do
gerenciamento de informações, conectar, integrar e capacitar suas equipes de projeto, fornecendo-lhes informações qualificadas. Uma dessas tecnologias é o ProjectWise, o principal software utilizado no mundo nos empreendimentos de infraestrutura, usado por 40% das companhias de engenharia do mundo. Já o Ivara, uma solução de gestão de desempenho dos ativos, foi integrado ao portfólio da Bentley para garantir, entre outras funcionalidades, que a manutenção da planta e dos seus equipamentos seja feita no momento certo. De acordo com Malcolm Walter, COO da Bentley, uma das apostas da empresa é a compra de outras tecnologias para ampliar o portfólio da companhia, e uma
das mais recentes foi o SACS adquirido há dois anos e meio. O SACS é uma suíte integrada voltada para o projeto, fabricação e instalação de estruturas offshore, incluindo plataformas de petróleo, gás e de projetos eólicos. “Foi uma aquisição acertada e no momento correto, pois logo depois do negócio, os projetos do setor de óleo e gás começaram a crescer no mundo. Ele é usado na construção de projetos offshore”, afirmou o executivo. Com a integração de softwares como o ProjectWise e o AssetWise para os projetos offshore, as soluções de design da empresa estão se tornando cada vez mais importantes para o portfólio da empresa. TN Petróleo 90
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Analistas do mercado financeiro promoveram leves ajustes para o déficit em conta corrente e para a dívida líquida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do próximo ano. De acordo com o relatório de mercado Focus, a mediana das estimativas para o rombo das transações correntes do país em 2014 passou de US$ 79,75 bilhões para US$ 78,95 bilhões – um mês atrás estava em US$ 78,50 bilhões. No caso da dívida/PIB, a mediana das projeções passou de 35,00%, mesmo nível que se encontrava há um mês, para 34,90%. Não houve alterações das estimativas para essas duas variáveis para 2013. A expectativa é de um saldo negativo de US$ 75 bilhões na conta corrente (US$ 73,66 bilhões no vermelho um mês atrás) e de uma taxa de 35,00% para a relação dívida/PIB, mesmo patamar visto na semana anterior e um mês atrás.
Foto: Stock.xcng
Mercado projeta PIB de 2,31% para este ano e Selic de 9,5% em 2014
Para 2014, os economistas mantiveram a projeção de expansão do PIB em 2,80%. Há um mês era aguardado em 3,20%. Da mesma forma com que ocorreu no caso de 2013, as mudanças do PIB foram influenciadas pela expectativa em relação ao setor manufatureiro. Analistas mantiveram a projeção de que o setor deverá se expandir apenas 3,00% no ano que vem, como na semana passada. Quatro semanas atrás, a mediana das estimativas para a indústria era de um crescimento de 3,20%.
O mercado também não mexeu nas estimativas para a balança comercial. A expectativa é de um superávit de US$ 6 bilhões em 2013, como constava do levantamento anterior (US$ 6,55 bilhões um mês antes), e de US$ 8 bilhões para 2014 (US$ 9 bilhões quatro semanas atrás). Alta na Selic – A maior mudança foi vista para a Selic ao final de 2014, que passou de 9,25% para 9,50%. Para 2013, a mediana das projeções se manteve em 9,25% ao ano, como no levantamento anterior e acima da taxa de 9,00% ao ano verificada um mês antes. Na média deste ano, segundo esses profissionais, os juros ficarão em 8,25% ao ano, como já era esperado na semana passada. Um mês atrás, a taxa era de 8,16%. Já para 2014, a Selic deve ficar, em média, em 9,25% como já constava da Focus anterior. Um mês antes, estava em 9,00%.
O diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), Antônio Pádua Rodrigues, disse durante o lançamento do relatório anual da revenda de combustíveis da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes), no Rio de Janeiro, que as previsões do setor indicam que a produção de etanol deve crescer em torno de 20% com relação ao registrado no ano passado. O setor vive um momento mais favorável devido a diversos fatores, como tempo bom nas lavouras, volta na proporção de 25% de eta14
TN Petróleo 90
Foto: Agência Petrobras
Produção de etanol deve crescer 20% este ano
nol misturado à gasolina e ainda a desoneração do etanol em PIS/ Cofins (Programas de Integração Social / Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) pelo governo, o que aumentou a competitividade do produto.
Segundo o dirigente da entidade, a previsão é que a safra de cana este ano chegue a 650 milhões de toneladas. “Teremos um mercado de etanol totalmente diferente”, afirmou Rodrigues. Ele afirma, também, que nesta safra os produtores de cana darão prioridade total para a produção de etanol, que vem se recuperando nos últimos dois anos. O setor vem realizando diversos investimentos para melhorar a questão da infraestrutura, sobretudo na distribuição do etanol pelo país, que em sua grande maioria é feita pelas estradas. As usinas já investiram mais de US$ 4,5 bilhões em equipamentos de cogeração de energia. E mais: em junho, a Refinaria de Paulínia recebeu a primeira carga de etanol distribuída pelo uniduto Riberão Preto-Paulínia.
Aumento na demanda mundial de petróleo em 2014 Em seu relatório mensal, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) projetou que a demanda mundial de petróleo vai crescer pouco mais de um milhão de barris por dia em 2014, para uma média de 90,7 milhões de barris/dia, o que representa um crescimento de 300 mil barris em relação à projeção feita para este ano. Produção de países-membros da Opep e não membros – julho/11 a junho/13
32 31 30 29 28 27 Set 11 Abr 12 Out 11 Maio 12 Nov 11 Jun 12 Dez 11 Jul 12 Jan 12 Ago 12 Fev 12 Set 12 Mar 12 Out 12 Abr 12 Nov 12 Mai 12 Dez 12 Jun 12 Jan 13 Jul 12 Fev 13 Ago 12 Mar 13 Set 12 Abr 13 Out 12 Maio 13 Nov 12 Jun 13
Jul12 11 Fev Ago 11 Mar 12
Fev Set 11 11 Mar Out 11 11 Abr 11 11 Nov
Maio 11 Dez 11 Jun12 11 Jan
26 Dez Jul10 11 Jan 11 Ago 11
A Opep, cujos integrantes produzem mais de um terço dos barris de óleo consumidos no mundo, afirmou que não vai se beneficiar com o aumento da demanda, já que a entidade prevê que a demanda por seu petróleo vai cair em cerca de 300 mil bpd no ano que vem. Para 2014, a expectativa é de que o crescimento na América Latina seja de 200 mil barris por dia, ficando nas estimativas deste ano. O país que mais vai demandar petróleo na região, no ano que vem, será o Brasil, com um percentual de 45%. Ainda de acordo com o relatório da Opep, a demanda por petróleo na América Latina deve ter crescimento de 230 mil barris por dia esse ano, alcançando 6,49 milhões de barris diários. De acordo com a entidade, todos os produtos derivados de petróleo no Brasil vêm sofrendo crescimentos moderados em comparação com o ano passado, e a demanda por esses produtos tem tido aumento este ano, com exceção do combustível de aviação e o querosene. O relatório do mês de junho indica que a oferta global de petróleo no mês foi de 89,98 mb/d, com uma partici-
pação de 33,8% dos países-membros da Opep, número menor do que o registrado no mês anterior. Com relação à produção de petróleo no mês de junho, a Opep afirmou que de acordo com fontes secundárias, a produção estimada da Opep foi de 30,38 milhões de barris por dia, uma queda de 310 mil barris por dia em relação ao mês anterior. Em 2014, o fornecimento de petróleo pelos países não pertencentes à Opep deve subir 1,1 milhão de barris por dia, com os Estados Unidos, Canadá, Brasil, Cazaquistão e Austrália como os principais responsáveis por esse aumento. Enquanto isso, a Opep
prevê que Noruega, Síria, México e Reino Unido devem ter os maiores declínios no ano que vem. A Opep espera que, em 2014, a produção brasileira de petróleo chegue a 2,75 milhões de barris por dia no ano que vem, indicando crescimento suportado pela longa lista de projetos como Baúna, Lula, Papa Terra, Parque das Baleias, Roncador, Sapinhoá Norte e Waimea. Pelas projeções da entidade, a produção de petróleo no Brasil no próximo ano deve ser de 2,68 mb/d, 2,69 mb/d, 2,78 mb/d e 2,83 milhões de barris por dia, respectivamente.
A produção de óleo e gás natural da OGX, em junho, atingiu a média de 23 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Desse total, 9,7 mil correspondem à produção média offshore no Campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, e 13,3 mil (2,1 milhões m³ por dia) correspondem à parcela da companhia na produção média terrestre de gás natural no Campo de Gavião Real, na Bacia do Parnaíba. A produção total offshore foi de 290.499 boe e a produção total terrestre foi de 135,8 milhões m³ de gás natural. De acordo com a OGX, no Campo de Tubarão Azul, os poços OGX-26HP e OGX-68HP produziram durante os 30 dias do mês de junho, com uma produtividade média de 4,8 mil boe por dia cada poço. Já a produção média total no Campo Terrestre de Gavião Real foi de 4,5 milhões m³ por dia (2,1 milhões m³ líquidos para a OGX), mantendo as quatro turbinas da Usina Termelétrica Parnaíba I operando ao longo do mês inteiro.
Foto: Divulgação OGX
Produção de óleo e gás da OGX em junho chega a 23 mil barris por dia
TN Petróleo 90
15
indicadores tn
Economia chinesa cresce menos de abril a junho Pelo segundo período consecutivo, houve diminuição no crescimento econômico da China. O Escritório Nacional de Estatísticas da China informou dia 15 de julho que o Produto Interno Bruto (PIB) referente ao período de abril a junho cresceu 7,5%, percentual inferior ao primeiro trimestre do ano, que registrou 7,7%. Oficialmente, o governo informa em comunicado que a economia do país promoveu um desenvolvimento sustentado e cresceu a um ritmo moderado. Os dados indicam que as exportações caíram de forma acentuada. O yuan (moeda chinesa) registrou
alta em comparação às moedas dos principais países industrializados. As autoridades chinesas, segundo analistas, também estão pagando o preço de reduzir os investimentos na proteção e preservação do meio ambiente. As informações oficiais são que o governo da China prepara reformas
Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural
DJ Oil & Gas (%)
Período de 12/2012 a 05/2013
15/maio
Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil Dez
Jan
Fev
Bacia de Campos
1.657,0
1.619,1
1.562,5
Outras (offshore)
156,5
135,7
145,6
Total offshore
1.813,5
1.754,8
1.708,1
Total onshore
218,5
209,7
212,1
2.032,0
1.964,5
1.920,2
Total Brasil
Mar
Abr
Maio
1.480,4 1.532,4 1.523,5 156,9
180,2
165,0
1.637,4 1.702,6 1.688,5 209,1
211,0
203,3
1.846,4 1.923,6 1.891,8
Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil Dez
Jan
Fev
Bacia de Campos
25.659,2 25.378,6
24.459,2
24.021,2 24.892,4 24.721,9
Outras (offshore)
22.922,9
22.790,8
22.590,7
23.539,1 21.512,2 19.216,5
Total offshore
48.582,1
48.169,5
47.040,9
47.560,2 46.404,6 43.938,4
Total onshore
16.377,3
15.920,9
15.810,2
16.059,1 16.019,7 15.784,0
Total Brasil
64.959,4
64.090,3
62.860,1
63.619,4 62.424,2 59.722,4
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mar
Abr
Maio
Maio
145,2
149,3
149,1
147,9
146,8
144,3
Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional Exterior
16.535,1
15.995,9
15.764,1
15.547,2 15.241,8 15.128,3
Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) Brasil+Exterior
2.683,1
2.611,1
2.557,4
2.485,9 2.552,5 2.500,8
16
TN Petróleo 90
-0,38 0,40 Variação no período: 0.97%
bovespa (%) 15/maio
12/julho
0,49 -2,34 Variação no período: -16.71%
dólar comercial* 15/maio
12/julho
2,023 2,266 euro comercial* 15/maio
12/julho
2,60 2,96 Variação no período: 13.65%
(*) Inclui gás injetado. (**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom).
12/julho
Variação no período: 12.02%
Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional Exterior
estruturais na tentativa de retomar o crescimento econômico estável. Internamente, as autoridades adotam mecanismos para manter o consumo doméstico ao expandir os gastos dos consumidores. Em nota, o Escritório Nacional de Estatísticas da China diz que o menor crescimento, nos últimos trimestres, é explicado pelo reajuste do modelo econômico chinês, dependente das exportações e da demanda externa. O total de investimentos do PIB cresceu em 24,8 trilhões de yuan, segundo os dados oficiais, volume elevado para a maioria das nações, mas que indica queda para os chineses.
Fonte: Petrobras
*Valor de venda, em R$
Alta dos juros: mais um aperto aos investimentos na indústria Mais um aumento da taxa básica de juros, anunciada no dia 10 de julho pelo Comitê de Política Monetária (Copom), elevando a Selic de 8% para 8,5%, é um novo golpe para os setores da economia que ainda pensam em investir. Tal medida não é a solução para os nossos problemas, a despeito do que podem afirmar alguns economistas, e ainda elevam os gastos com a dívida pública. Com o baixo nível de atividade econômica em que o Brasil se encontra, estamos na contramão de
outros países que estão baixando as taxas de juros para reativar suas economias. O problema a ser discutido e atacado é o custo da produção local, que já é alto e fica ainda mais comprometido com o retorno da política de elevação de juros. Um eventual aumento de juros seria para diminuir os níveis da atividade econômica, com queda dos investimentos e redução do consumo suficiente que leva à queda nos preços. Será que querem baixar ainda mais o nível da atividade econômica?
ações ações ações ações ações ações ações ações ações
petrobras
ON
15/maio
12/julho
0,59
-1,69
R$ 18,91
PN
R$ 14,55
15/maio
12/julho
0,10
-2,34
15/maio
12/julho
R$ 19,57
R$ 15,43
VALE
ON
15/maio
12/julho
-2,10
-1,58 PNA -2,03
R$ 32,10
R$ 29,84
OGX
R$ 27,06
BRASKEM
15/maio
ON
-1,74
R$ 30,44
12/julho
-21,82 PNA
6,82 R$ 1,88
R$ 0,43
15/maio
12/julho
1,22
-2,03
R$ 16,59
R$ 15,94
petróleo brent (US$) 15/maio
103.61
12/julho
109.07
Variação no período: 6.40%
petróleo WTI (US$) 15/maio
94.34
12/julho
106.17
Variação no período: 12.53%
FRASES
“A inovação é fundamental para o avanço da competitividade da indústria nacional.” Marco Antônio Raupp, ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação - 08/07/2013 TN Petróleo
“Com o que temos hoje, vamos chegar em 2020 com 4,2 milhões de barris de petróleo por dia. Mas as três rodadas de licitação abrem uma nova janela para a indústria de petróleo e gás no Brasil, para além de 2020.” Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras - 24/06/2013 - Agência Petrobras
“A possibilidade de descentralização de investimentos exploratórios com o gás em terra, no Brasil, levando energia para áreas remotas, é um projeto estruturante que não podemos deixar de lado.” Magda Chambriard, diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) , 12/07/2013 - TN Petróleo
“Vamos continuar fazendo o debate sobre a questão estratégica dos royalties. A participação especial para educação é proposta inclusive da presidente. É um desejo dela colocar os recursos dos royalties na educação e uma parcela que foi aprovada para a saúde.” Ideli Salvatti, ministra de Relações Institucionais, 12/07/2013 - Agência Brasil
“Meu papel não é fazer previsões, mas trabalhamos com números por causa de estimativas orçamentárias. O governo tem de se esforçar para viabilizar um crescimento de 3% neste ano.” Guido Mantega, ministro da Fazenda, 28/06/2013 - Agência Brasil
TN Petróleo 90
17
indicadores tn
É o momento de acordos estratégicos para empresas de engenharia e consultoria no Brasil? O Brasil continua a ser o destino preferido para investimentos internacionais enquanto empresas e governos continuam a lutar com problemas econômicos na Europa, nos EUA, e no Japão. No ano 2012, o crescimento no valor das fusões e aquisições envolvendo o investimento das empresas estrangeiras em companhias brasileiras mais que dobrou os R$ 37 bilhões registrados em 2011, subindo para R$ 78 bilhões.
C
om enormes investimentos em energia e infraestrutura no Brasil, as perspectivas dos investidores nestes setores são bastante promissoras. Em leilão realizado em maio pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as empresas pagaram grandes prêmios sobre o preço de oferta mínimo, desembolsando R$ 2,8 bilhões, o maior volume arrecadado pelo governo num leilão de petróleo. Está previsto para novembro pela ANP o leilão de Libra, o maior reservatório de petróleo já oferecido para partilha de produção no mundo. O governo estima que a sanção da Lei dos Portos poderá estimular, ainda este ano, investimentos de R$ 27 bilhões no setor. Sem considerar estas notícias recentes, o governo brasileiro prevê investir R$ 955 bilhões na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2). Juntos, esses fatores se combinam para tornar o Brasil um mercado atraente para empresas globais de engenharia e de consultoria que buscam o crescimento sustentável. Estes fatores apresentam uma oportunidade única para os empresários brasileiros preparados para negociar com ‘compradores estratégicos’. Compreender os interesses e prioridades dos compradores estratégicos e preparar sua empresa com foco na criação de valor pode aumentar consideravelmente a sua capacidade de maximizar o valor de seu negócio.
Compradores estratégicos vs financeiros
Jim Chamness é managing director Brazil da consultoria 1stWEST Mergers & Acquisitions LLC.
18
TN Petróleo 90
Compradores potenciais podem ser agrupados em duas categorias gerais, ‘Compradores Estratégicos’ e ‘Compradores Financeiros’. As diferenças fundamentais entre estas categorias são analisados a seguir. Os compradores estratégicos estão à procura de sinergias. Querem saber como sua empresa irá complementar seu negócio já existente para aumentar o valor de longo prazo para os acionistas. Podem estar dispostos a assumir mais riscos, porque já atuam no mesmo tipo de negócio e compreendem bem os riscos e oportunidades envolvidos. Seu horizonte de investimento tende a ser de longo prazo, à medida que buscam oportunidades de crescimento de longo prazo. Já que os compradores estratégicos têm a expectativa de obter valor de uma aquisição além do valor imediato financeiro da empresa adquirida, eles, muitas vezes, estão dispostos a pagar um preço superior, a fim de fechar um negócio. Os compradores financeiros são principalmente interessados em fazer investimentos para maximizar o retorno do investimento (ROI) dentro de um prazo definido, tipicamente da ordem de três a cinco anos. Para avaliar o ROI potencial, os compradores financeiros analisaram com cuidado os ativos da companhia, as demonstrações financeiras e a rentabilidade, em busca de oportunidades de crescimento atraente de curto prazo.
Foto: Harald Pettersen, Statoil
Os compradores financeiros costumam avaliar uma aquisição como um investimento autônomo, uma vez que em geral não planejam integrar o negócio com uma empresa maior. Ambos os tipos de compradores avaliam oportunidades de aquisição com atenção e de forma abrangente, analisando cuidadosamente o desempenho financeiro, gestão de operações, vendas, conformidade e governança corporativa. A rentabilidade comprovada e o potencial de ganhos futuros são considerações críticas para todas as transações.
Posicionando seu negócio para maximizar o valor A compreensão das considerações que geram valor, além do balanço da empresa, fornece uma perspectiva que pode ser usada para fortalecer seu negócio e posicionar sua empresa para aumentar bastante o preço de venda. Algumas das considerações principais que podem ser abordadas para melhorar o valor estratégico do seu negócio são discutidos a seguir: Note que ao aumentar o multiplicador de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de cinco a seis vezes, você estará aumentando o valor de sua empresa em 20%! Identifique sua vantagem competitiva – É importante compreender os pontos fortes e as fraquezas da sua empresa, e a sua posição competitiva no mercado. Isto permite identificar e alavancar vantagens competitivas ao apresentar a sua empresa a potenciais compradores. As perspectivas futuras dos mercados servidos podem, em si, dirigir o valor do negócio. Começa com o desenvolvimento de um plano de negócios. Um Plano Estratégico escrito que inclui uma análise de mercado e identifica planos específicos de crescimento
pode ir longe para demonstrar o conhecimento do seu negócio e seu entendimento do potencial de ganhos futuros. Acoplada com processos eficazes para o rastreamento da carteira de clientes, perspectivas de crescimento, e a previsão de vendas futuras, essa ferramenta foca seu negócio em metas quantificáveis que permitem tomar as melhores decisões e aumentar sua credibilidade com potenciais compradores. Estabeleça a empresa e equipe como peritos em sua área – Estabelecer a sua empresa, e membros-chave de sua equipe, como peritos da indústria. Isso pode ser feito através de publicações em mídias profissionais e respeitadas, participação ativa em congressos do setor, blogs, e discussões de grupo em redes sociais. Estabelecer sua empresa como líder no setor, procurado por sua perícia, aumenta a visibilidade e a credibilidade do seu negócio e o torna um alvo para compradores estratégicos. Aumente sua carteira de longo prazo – As receitas provenientes de contratos de longo prazo e de grande abrangência (MSAs / Master Service Agreements) tende a reduzir o risco de uma eventual perda de clientes importantes. Carteiras associadas aos contratos de longo prazo ou recorrentes, tais como monitoramento ambiental, operações e manutenção, licenciamento, e serviços de conformidade podem aumentar o valor estratégico da sua empresa. Diversidade de clientes – As empresas que obtêm a maior parte das suas receitas de um ou poucos clientes correm o risco de uma grave desaceleração se o negócio de seus clientes não vai bem, se ocorrem mudanças de prioridades, ou simplesmente como resultado de mudanças nas práticas de compra de um cliente. Se clientes-chave saírem após uma transação, as chanTN Petróleo 90
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indicadores tn ces são altas de que o comprador terá pago em excesso pelo seu negócio. É boa prática construir uma base de clientes diversificada. Embora não haja ‘números mágicos’, manter a proporção de vendas derivada de um só cliente menor que 10% ou até 5% do total pode ser considerada uma boa regra. Diversifique ofertas de produtos ou serviços – Servir a um ‘nicho’ bem definido pode, por si só, criar valor estratégico. Proporcionar uma diversidade de serviços aos seus clientes, entretanto, irá, em geral atrair mais compradores potenciais, e irá aumentar o valor intrínseco do seu negócio. Mesmo se não pode atualmente enfatizar todos os serviços oferecidos para maximizar seu potencial de mercado, oferecer uma variedade de produtos e serviços pode agregar valor com compradores estratégicos, principalmente para aqueles que têm o capital para aproveitar o potencial de crescimento inerente. Equipe de gestão / planejamento de transição – Os proprietários de muitas pequenas empresas tendem a cometer o erro de administrar seu negócio com apenas uma ou duas pessoas capazes de tomar decisões críticas. Isso pode comprometer o futuro da empresa quando os proprietários partirem. O desenvolvimento de talentos e o planejamento de sucessão são fatores críticos para a sustentabilidade do negócio e sucesso a longo prazo. Os compradores estarão dispostos a pagar mais se puderem demonstrar que têm uma forte equipe de gestão implantada, preparada, e entusiasmada com a perspectiva de assumir a liderança da empresa. Barreiras de entrada – Os compradores estratégicos frequentemente se interessam em entrar num mercado para aproveitar oportunidades sensíveis ao tempo, tais como as resultantes do destaque atual do Brasil na melhoria de infraestrutura e o desenvolvimento dos recursos de petróleo do Pré-sal. Requisitos de pré-qualificação e conteúdo local, a necessidade de registros profissionais reconhecidos pelas autoridades locais, e as licenças exigidas pelos órgãos reguladores podem constituir barreiras de entrada caras e demoradas para empresas novas ao mercado local, mesmo para empresas globais bem qualificadas. Posicionando sua empresa de forma adequada frente às barreiras de entrada potenciais pode aumentar a vantagem competitiva e o valor na hora da venda. Gestão de operações – Quanto mais fácil for para um comprador potencial entender seu negócio e, portanto, conceber a administração do seu negócio de forma rentável, melhor será o preço de venda de sua empresa. Isto requer sistemas bem definidos para a gestão financeira, contabilidade, marketing e vendas, gestão e controle de projetos, e as políticas de gestão de recursos humanos. Sistemas e políticas de gestão devem ser documentados e passíveis de auditoria. 20
TN Petróleo 90
Contabilidade – Uma fraqueza comum de pequenas e médias empresas é a documentação financeira. Muitas empresas tratam a contabilidade como um exercício necessário somente para o cumprimento das obrigações fiscais. Demonstrações financeiras auditadas, que atendem aos padrões internacionais de contabilidade, facilitam o due diligence e a negociação, e reduzem o tempo necessário para fechar um negócio. O investimento nestas demonstrações financeiras é facilmente recuperado com um preço mais alto de venda da empresa. Website – Um website bem projetado pode ser um ativo de valor agregado, se demonstrar a capacidade da empresa de efetivamente apresentar-se ao mercado. Seu website oferece uma oportunidade para transmitir os fatores que tornam seu negócio único, e também pode ser aproveitado como uma ferramenta para agregar valor para os seus clientes e sua equipe. Vale a pena rever seu website, e os dos concorrentes, para assegurar que seu site é ativo e não passivo quando apresenta sua empresa ao mercado. Monte uma equipe de assessores profissionais experientes – Montar uma equipe experiente de assessores contábil, financeiro, jurídico e de M&A antes de apresentar a sua empresa a potenciais compradores. Isto permite avaliar as vulnerabilidades de sua empresa e prepará-la para o processo de due diligence a fim de evitar surpresas constrangedoras e caras. Isto deve incluir uma empresa de assessoria em fusões e aquisições com relevante experiência na indústria. O processo de venda de uma empresa é complexo e muitas vezes emocional. Os proprietários podem ser facilmente esmagados pela carga de trabalho adicional, além das atividades normais do dia a dia. Um assessor em fusões e aquisições pode coordenar todo o processo de transação de modo que os proprietários podem continuar a focar no desempenho dos negócios. Um consultor em fusões e aquisições experiente traz uma perspectiva imparcial para ajudar os empresários a avaliar alternativas e para servir como um defensor e intermediário durante as negociações. Com o auxílio de uma equipe de consultores experientes você estará bem preparado para identificar e avaliar compradores estratégicos e bem posicionado para negociar o melhor valor para a venda da sua empresa. Pense globalmente – Antes de selecionar uma assessoria em fusões e aquisições, verificar se podem fornecer exposição global. Os compradores estratégicos muitas vezes são internacionais e buscam expandir seus negócios geograficamente. Seu consultor deve conhecer seu negócio e mercado e ter as conexões e recursos necessários para apresentar sua empresa aos compradores potenciais bem qualificados no mercado local e global. A exposição internacional irá assegurar que a sua empresa está aparecendo para os melhores compradores potenciais.
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entrevista exclusiva
Cessão onerosa
é quase doação por Beatriz Cardoso
Ex-procuradorageral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a advogada Sonia Agel é, acima de tudo, uma jurista apaixonada pelo que faz. E com profundo conhecimento de um setor que até há duas décadas era dominado por homens: o de óleo e gás.
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Hoje, com as mulheres nos principais comandos deste setor – na Petrobras e na ANP –, a presença feminina poderia até passar despercebida não fosse o cabedal de conhecimento que Sonia Agel detém sobre o marco regulatório desse mercado. Da licitação de áreas exploratórias e contratos de concessão às regras aplicadas pela ANP na fiscalização das diversas atividades que estão sob sua responsabilidade. Assim, em entrevista exclusiva à TN Petróleo, a jurista, que é sócia do escritório L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel, fala de sua preocupação com o risco de esvaziamento da ANP que ela considera “completamente estruturada e capacitada para regular o setor e, de preferência, sem qualquer interferência política.” E questiona a mudança aleatória das regras do jogo, da distribuição de royalties ao regime de partilha e cessão onerosa. “Considero essa relação incestuosa, já que falamos de cessão para empresa pública onde o Estado detém 47% de seu capital, com dispensa de licitação”, diz Agel, defendendo ainda a simplificação das regras dos contratos de concessão. TN Petróleo – A ANP foi criada em 1997, mas completou 15 anos de existência em janeiro, uma vez que passou a existir de fato, em janeiro de 1998. Como procuradora-geral da ANP durante os primeiros cinco anos e jurista que acumula mais de 25 anos no setor público, principalmente de energia, qual o balanço que você faz da agência? Sonia Agel – A criação das agências reguladoras no Brasil foi uma das faces mais visíveis do processo da reforma de Estado implantada em meados dos anos 1990. Com isso, deu-se início à era do ‘Estado Regulador’, já que o modelo de Estado Empreendedor já mostrava sinais de esgotamento. Para tanto, era importante que essas agências fossem dotadas de plena autonomia e compusessem seus quadros com técnicos independentes e especializados sem qualquer interferência em nível político. Essa receita foi seguida fielmente no início da ANP, que tinha total autonomia e contava com um então reduzido quadro de técnicos especializados, inclusive na composição da primeira diretoria. Na verdade, naquela época grande parte do conhecimento sobre a indústria do petróleo era detido pelos técnicos da Petrobras, o que fez com que o quadro da entidade fosse composto por grande número de acadêmicos e professores com nível de mestrado e doutorado. A conjunção desses técnicos, acrescida de algumas consultorias internacionais, foi de grande ajuda para formatar o novo modelo de regulamentação em todos os elos da cadeia – do poço exploratório ao posto revendedor –, o que não foi tarefa fácil. O resultado foi surpreendente e gratificante para todos, sobretudo no setor de upstream, que abria as portas de entrada para novos investidores nacionais ou internacionais. A partir da primeira rodada de licitações, o Brasil passou a fazer parte do time de países com grande atratividade para o setor de petróleo e, consequentemente atraiu grandes e médias empresas nacionais e estrangeiras, o que veio a fortalecer
Fotos: Divulgação
Sonia Agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel
a Petrobras que, no regime de competitividade com outras empresas teve um crescimento acentuado em todas as áreas, passando a fazer parte da lista das maiores do mundo. A ANP ajudou a criar um marco regulatório e depois se viu obrigada a recriar algumas regras para se adequar a um novo ambiente: de cessão onerosa e partilha. Como você avalia estas mudanças no âmbito legal? A partir de 2002, a ANP começou a mostrar mudanças com a visível
interferência do novo Governo, que por razões ideológicas se mostrava contrário à autonomia e independência concedida às agências reguladoras. Hoje, a ANP começa a mostrar uma nova cara com a nomeação de diretores com conhecimento do setor e reconhecida capacitação técnica – considero uma vitória a ANP ter em sua diretoria um técnico concursado integrante do quadro – bem como a formação de um quadro de pessoal com reconhecida capacidade técnica, contratados por concurso público.
REGIME DE COMPETITIVIDADE APÓS o FIM DO MONOPÓLIO FORTALECEU A PETROBRAS, QUE CRESCEU E SE TORNOU UMA DAS MAIORES COMPANhiaS DE PETRÓLEO DO MUNDO.
Porém, o lamentável é que cada vez mais fica evidente a falta de independência da ANP diante do Ministério de Minas e Energia, o qual, aos poucos, vem ocupando o papel de formulador de políticas do setor, o que caberia ao CNPE, e ao mesmo tempo o de implementador dessas políticas, papel esse que caberia à Agencia. Voltamos, portanto à era do Estado Empreendedor ou, podemos dizer, Estado Meio Regulador. Só espero que com a implantação da PPSA a ANP não seja esvaziada de suas funções, o que seria um grande desperdício, já que hoje ela se encontra completamente estruturada e capacitada para regular o setor e, de preferência, sem qualquer interferência política. Quais foram os grandes desafios regulatórios no Brasil desde a quebra do monopólio? A regulação de um setor com vários elos na cadeia por apenas uma agência reguladora já é um grande desafio. Da extração do petróleo ao posto revendedor é um longo caminho que perpassa o transporte, refino, distribuição e revenda TN Petróleo 90
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entrevista exclusiva
sem contar com o gás natural que diante de suas características é quase uma agência dentro de outra. Na maioria dos países que visitei, as agências reguladoras são bastante setorizadas ainda mais com relação ao gás natural. Notei, ainda, que as agências reguladoras, seja de gás ou de atividades ligadas ao upstream, são em geral organismos compostos de um número mínimo de servidores e que o mercado é autorregulável, sobretudo na área de distribuição e revenda. Nota-se uma quantidade bem reduzida de normas e regulamentos por áreas que apresentam regras de caráter geral que servem de norte para a execução das atividades. Enfrentamos desafios em todos os elos da cadeia, os quais vêm sendo vencidos ao longo dos anos. De qualquer modo, creio que o grande desafio foi estabelecer um modelo de contratação para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, até então exclusiva da Petrobras, que ao mesmo tempo em que atendesse o arcabouço jurídico brasileiro estivesse em consonância com as melhores práticas da indústria em todo o mundo, de modo a se tornar competitivo para atrair novos investimentos. O que avançou e superou até as expectativas? Por ser um setor praticamente novo, após 45 anos do exercício do monopólio exercido pela Petrobras, a atividade de exploração e produção de petróleo e gás foi a que mais avançou e apresentou 24
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É UM RETROCESSO A MUDANÇA DO ARCABOUÇO JURÍDICO, PRINCIPALMENTE DO MODELO DE CONCESSÃO PARA O DE PARTILHA.
resultados mais favoráveis em pouco tempo, superando todas as expectativas, talvez porque tenha sido formatado desde o início. Algumas áreas, como refino e transporte, principalmente de gás natural, pouco avançaram, muito em razão da concentração de mercado nas mãos da Petrobras. No setor de downstream foram empreendidos esforços para corrigir as distorções do mercado de distribuição e revenda de combustíveis, existente à época da implantação da ANP, através do estabelecimento de regulamentação que, ao mesmo tempo em que incentivasse a entrada de novos agentes no setor, garantisse a livre e justa concorrência, preservando a legalidade e legitimidade na execução das atividades e, em especial, a garantia da qualidade do produto. Muitos desafios foram vencidos ao longo dos anos e o aperfeiçoamento da regulamentação, em consonância com as mudanças ocorridas no mercado, a meu ver, tem produzido bons resultados ao longo desses 15 anos. O que ainda precisa ser aprimorado: lei do gás? Transporte? Em 1997, época da promulgação da Lei do Petróleo, o gás natural não tinha a importância que hoje tem na matriz energética brasileira, razão pela qual as peculiaridades inerentes aos
seus processos não foram adequadamente tratadas naquela lei. Além das normas gerais referentes às atividades de exploração, produção, importação e exportação, as poucas disposições aplicáveis ao gás natural se resumiam ao livre acesso aos dutos de transporte e aos terminais existentes, o que sempre se mostrou problemático, tendo em vista a necessidade de negociação entre as empresas interessadas e a Petrobras, titular das instalações. A nova Lei do Gás, além de instituir o regime de concessão para a construção e operação dos novos dutos de transporte – dissociando o interesse de carregadores e transportadores e regulamentando o acesso de terceiros interessados –, veio a suprir a lacuna existente na Lei do Petróleo, na medida em que dispôs sobre as atividades de tratamento, processamento, estocagem, liquefação, regaseificação e comercialização de gás natural. A expectativa é de que a nova Lei do Gás seja, de fato, um instrumento eficaz para a atração dos investimentos necessários à expansão da infraestrutura do setor. No entanto, o maior desafio hoje enfrentado pela indústria é a disponibilidade do insumo para o mercado não térmico, o que pressupõe não apenas o aumento da produção existente, mas, também, a entrada de novos agentes fornecedores. Existe uma perspectiva positiva quanto ao aumento da oferta de gás face à exploração do pré-sal e ao desenvolvimento do gás de xisto (shale gas) em algumas bacias terrestres. A expansão da malha de dutos e da infraestrutura só será passível de crescimento se houver mercado para tal. A cessão onerosa e o regime de partilha são apontados por alguns técnicos como quebra de um marco regulatório bem-sucedido. Qual sua avaliação? Essas mudanças podem significar um retrocesso? Ou podem trazer avanços? Em primeiro lugar, não vi qualquer justificativa plausível – a não ser a ideológica – para alterar o arcabouço jurídico do setor de exploração e produção de petróleo e gás natural, implantado pela Lei do Petróleo em 1997, já que esse foi responsável por resultados altamente
cessão onerosa é quase doação favoráveis para o país, além de ter sido reconhecido em escala mundial como exemplo de transparência, segurança e estabilidade para o investidor. Não se mexe em time que está ganhando, a não ser para aperfeiçoá-lo. Se o objetivo era aumentar as compensações financeiras relativas às anunciadas riquezas do pré-sal, seria suficiente alterar o Decreto Presidencial n. 2.705/98 para aumentar as alíquotas das participações governamentais, em especial a Participação Especial. Considero um grande retrocesso essa mudança, sobretudo em relação ao modelo sugerido. Um único operador para todas as áreas com o percentual mínimo de 30% é um ato de coragem e afasta de início a possibilidade de que outras empresas, nacionais ou estrangeiras, possam vir a operar campos exploratórios na área do pré-sal. Posso imaginar o esforço hercúleo por parte da Petrobras para cumprir, como operadora única, todos os compromissos que a exploração no pré-sal irão exigir.
Por outro lado, a criação de uma estatal – PPSA – que representará o Governo no consórcio, com direito a voto e a veto, é uma intervenção desarrazoada numa atividade em que deve prevalecer a competitividade e as forças de mercado, dado o tamanho dos investimentos exigíveis, e me parece um retorno disfarçado ao monopólio estatal. Mais uma vez o Estado Meio Regulador e Meio Contratador toma posição.
cia de indícios de grandes reservas, na camada do pré-sal, para que essa estabilidade viesse a ser ameaçada através da suspensão dos leilões, colocando o Brasil, durante cinco anos, em um cenário de incertezas para aqueles que já haviam incluído em seu portfólio a possibilidade de investir no Brasil. Com isso, muitas empresas deixaram o Brasil de fora de seus portfólios, em busca de novos investimentos em outros países produtores.
O que representou, em termos de evolução ou retrocesso do marco regulatório, mais de cinco anos sem leilões, uma vez que você ajudou a criar as regras dos primeiros BIDs? Como já disse, os leilões realizados pela ANP apresentaram resultados bastante positivos durante os dez anos consecutivos em que foram realizados, além de servir de exemplo de transparência e segurança para todos os investidores que dele participaram acreditando no desenvolvimento do setor de petróleo no Brasil. No entanto, bastou a existên-
Cessão onerosa é um modelo bem aceito externamente? Existe modelo similar em outros países? Não tenho como afirmar se existe cessão onerosa em outros países. São tantos e diferentes os arcabouços jurídicos! Não tenho acesso a todos. No entanto, tenho minhas dúvidas se há um modelo igual ao que foi usado para a Petrobras, que foi quase uma doação. Acredito que, para um país que está praticamente abrindo o setor de petróleo em regime de competitividade, beneficiar a empresa estatal não deve
Petrobras 60 anos PETRÓLEO I GÁS I BIOCOMBUSTÍVEIS
EDIÇÃO ESPECIAL Nº 91 • SETEMBRO/OUTUBRO
Ano XIV • set/out 2013 • Nº 91 • www.tnpetroleo.com.br
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entrevista exclusiva estar sendo bem aceito pelos demais players do mercado. O que há de bom e de ruim na cessão onerosa em termos regulatórios, para um país que quer desenvolver de forma sustentável este setor que tem um forte peso na economia? Abre lacunas em termos regulatórios ou algum tipo de conflito? A cessão onerosa de áreas não concedidas no pré-sal, com dispensa de licitação, me parece inconstitucional. Não consigo ainda entender o fato de que a Lei do Petróleo, promulgada em razão da Emenda Constitucional n. 09/95, determine que as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural sejam concedidas mediante prévia licitação e, logo em seguida, uma nova lei conceda a cessão onerosa para uma empresa, com dispensa de licitação! Mas, prefiro deixar essa discussão para os grandes constitucionalistas e o Supremo Tribunal Federal, que melhor dirão. A meu ver, a cessão onerosa trata de uma relação incestuosa, já que falamos de cessão para empresa pública na qual o Estado detém 47% de seu capital, com dispensa de licitação. Assim, acho que é um sério precedente para cessões onerosas futuras o que pode vir a fragilizar a credibilidade dos investidores diante do Brasil, além de servir como ameaça à segurança jurídica. E o regime de partilha: existe em outros locais? É bem-sucedido? Possibilita o desenvolvimento do setor? O regime de partilha da produção nada mais é do que a repartição, entre a União e o contratado, do petróleo e gás natural extraídos de determinada área exploratória, de acordo com os critérios previamente estabelecidos pela Resolução do CNPE, já publicada. Uma vez descontados os investimentos e custos de extração, de acordo com a forma pactuada no contrato, a parcela restante do óleo produzido na partilha (excedente em óleo) é dividida entre a União e o contratado. No cenário internacional de exploração e produção de petróleo e gás, verifica-se que o regime de Partilha da Produção é comumente adotado nos países ainda 26
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em desenvolvimento, tais como Indonésia, Malásia, China, Índia, Iêmen, Omã, Síria, Cazaquistão, Rússia (parte), Egito, Líbia, Argélia, Nigéria, Angola e Trinidad & Tobago. Por outro lado, o regime de Concessão aplica-se a países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Noruega, Dinamarca, Holanda, Nova Zelândia, Rússia, Brasil, Argentina, Venezuela, Arábia Saudita e Emirados Árabes. Alguns países adotam os dois modelos, como, por exemplo, Trinidad & Tobago, Angola e Rússia. Deve ter algum motivo para que os grandes produtores de petróleo no cenário mundial tenham optado pelo Contrato de Concessão ao invés da Partilha da Produção. O que fazer para ampliar o acesso dos produtores independentes, de pequeno porte, a este mercado? Você acredita que o último leilão já respondeu a isso? Por quê? A meu ver, existem três questões importantes que, se enfrentadas, poderão ampliar sobremaneira o acesso desses produtores ao mercado de exploração e produção de petróleo e gás. A primeira delas é a oferta de áreas. A 11ª Rodada foi um bom exemplo, já que muitas dessas empresas se fizeram presentes atraídas pelo perfil das áreas oferecidas. A segunda é o oferecimento de um Contrato de Concessão com regras mais simples e em consonância com as peculiaridades das áreas. Creio que ter um modelo de contrato para áreas em offshore de águas profundas ou com desafios tecnológicos e áreas localizadas em campos onshore (campos marginais, em especial) não tem se mostrado muito produtivo e, em determinadas situações, atrapalhado o desenvolvimento da atividade. A terceira e última, que considero a mais difícil, seria ampliar a malha de transportes para aumentar a oferta de consumidores já que hoje, ainda mais nas áreas onshore, não há competitividade quanto à oferta, já que falamos de apenas um consumidor. O que você julga mais importante neste último leilão: o bônus de assinatura, a participação de tantas empresas ou o PEM? Por quê? O que representa de tão positivo? A 11ª Rodada teve papel importante para a retomada do desenvolvimento
do setor de petróleo que nos últimos cinco anos sofreu uma estagnação. As áreas oferecidas, a presença de muitos e novos competidores foram fatores importantes para o sucesso do leilão. O bom é que o alto padrão foi mantido pela ANP e continua sendo um belo exemplo para o mundo. Os prazos concedidos para o PEM são exequíveis, mesmo para aqueles em que o risco é maior, principalmente em decorrência do pouco conhecimento de algumas fronteiras? Essa questão de prazo se mostrou bastante polêmica desde o início das rodadas. Na verdade, o que acontece é que muitas vezes ocorrem fatos supervenientes que impedem o andamento normal da exploração, como, por exemplo, em 2008 os concessionários enfrentaram uma séria crise no mercado de sondas, o que gerou grande número de pedidos de extensão de prazo. O ideal seria ter prazos diferenciados para áreas de maior dificuldade e também flexibilidade um pouco maior para a extensão de prazos exploratórios em caso de justificada necessidade. Mas o PEM e os prazos exploratórios evitam que o concessionário se mantenha nas áreas sem fazer qualquer tipo de investimento. Acredito que é um mal necessário. Novos leilões estão previstos para este ano: o do pré-sal e do gás (shale gas e convencional). Vários leilões em menos de oito meses (maio a dezembro) é bom em termos de mercado? O que pode se tornar um fator contraproducente nestes leilões seguidos? E quais os fatores positivos? A realização de leilões é iniciativa muito bem-vinda para garantir que o Brasil continuará a desenvolver o setor de petróleo através de novos investimentos e geração de emprego, principalmente após o período de estagnação que vivemos nos últimos cinco anos. Tenho dúvidas quanto ao resultado do leilão do pré-sal, não apenas pelo alto valor do Bônus de Assinatura, mas também pelo desconhecimento de como será desenvolver uma atividade extremamente complexa e cara e ser geri-
cessão onerosa é quase doação da por um consórcio do qual o Estado participará como gestora dos contratos, com direito a voto e a veto. Não resta claro também como será a composição da empresa pública que representará a União, e até onde vão os limites de sua atuação. Quanto ao leilão de shale gás, acho que veio em boa hora, porém há também questões a serem resolvidas. Por exemplo: o modelo do Contrato de Concessão que será adotado, tendo em vista que embora o gás natural convencional e o não convencional não apresentem grandes diferenças quanto ao produto, eles são encontrados em reservatórios diferentes que exigem técnicas diferentes de extração. Em assim sendo, o Contrato deverá se adaptar à atividade, sobretudo em relação a prazos, devolução de áreas, planos de desenvolvimento, e outras questões menores. Pelo seu conhecimento desta área, o leilão do pré-sal pode demandar outros requisitos, inclusive em termos de PEM, ou de índice de conteúdo nacional, devido aos desafios tecnológicos e logísticos, grandes distâncias da costa e altas profundidades, em ambientes severos? Acredito que os investimentos na área do pré-sal exigirão mudanças contratuais que permitam prazos exploratórios mais extensos, dentre outras alterações condizentes com as especificidades das atividades exploratórias naquelas áreas, considerando os desafios a que você se refere. Com relação aos índices de conteúdo local esses já foram definidos pela Resolução do CNPE n. 5/13. Mesmo havendo uma redução do percentual mínimo, diante do apresentado na 11ª Rodada, não acredito que a indústria nacional esteja capacitada para atender esses percentuais tendo em vista ser um tipo de exploração que exigirá tecnologia muito avançada. O ideal seria que os percentuais fossem menores e, ao longo dos anos, fossem aumentando de acordo com a capacitação da nossa indústria. O conteúdo nacional tem data de validade? O que pode ocorrer se ele se estender por muito tempo? Não poderá
CESSÃO ONEROSA É UMA RELAÇÃO INCESTUOSA: É UMA CESSÃO PARA EMPRESA PÚBLICA NA QUAL O ESTADO DETÉM 47% DO CAPITAL, COM DISPENSA DE LICITAÇÃO.
haver uma defasagem da indústria, uma vez que não dá para dar um grande salto em tão pouco tempo? Qual o período saudável para que sejam mantidas regras como essas, olhando exemplo de outros países? Não acho que o Conteúdo Local tenha data de validade. A Constituição de 1988 já determinava a integração do mercado interno no patrimônio nacional e incentivava a autonomia tecnológica do país. Por outro lado, a política de conteúdo local é usual na maioria dos países produtores e não seria justo que essa prática não fosse adotada também no Brasil. O grande problema é que os percentuais oferecidos, com base no percentual mínimo determinado pela ANP, não estão em consonância com o parque tecnológico existente, na sua totalidade. Além disso, os mecanismos de controle de proteção adotados na política de estímulo à aquisição de bens e serviços da indústria nacional (como, por exemplo, o da certificação) motivam o aumento do custo do fornecimento. Outros fatores, como falta de escala para atender demandas futuras, gargalos tecnológicos e pesada carga tributária acabam por impedir a competitividade diante dos equipamentos estrangeiros. Ainda estamos em plena disputa pelos royalties do petróleo e isto pode se
estender por um bom tempo. Afinal, o que seria justo e mais sustentável para o país? O que poderia ser mais proveitoso para o país como um todo? Gerar empregos, tecnologia, ganhar competitividade, melhorar os níveis da saúde, da educação? Enfim, os royalties devem ser usados em quê? De início, acho que a disputa entre estados produtores e não produtores pelo valor dos royalties do petróleo é inconstitucional. O parágrafo 1º do artigo 20 da Constituição Federal assegura a participação da União, dos estados e dos municípios no resultado da exploração de petróleo ou gás natural “no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração”. Se os royalties têm figura compensatória, de que estariam os estados não produtores sendo compensados? Mais inconstitucional ainda é promover a mudança na distribuição dos royalties através de lei ordinária, já que se trata de disposição constitucional. Não acho que a o recurso dos royalties deva ser carta marcada para determinado setor. Se houver vontade e políticas definidas para os setores de educação, saúde, geração de empregos e transporte, definidos prioritariamente, a questão da distribuição será automática. Essa disputa pelos valores decorrentes dos royalties me parece um pouco de jogo para a plateia. Como jurista, qual a grande causa do setor do petróleo hoje? São várias as causas do setor de petróleo hoje no Brasil. Manter a estabilidade regulatória e a segurança jurídica são de extrema importância para garantir a atração de investimentos. A manutenção da autonomia e independência da agência reguladora, sem interferência política, serviria de estímulo para a implementação de políticas e expansão de investimentos no setor de petróleo, através de uma regulação com diálogo e transparência. A alteração do modelo de Partilha para retorno ao modelo antigo seria o melhor dos mundos, com o qual me permito sonhar. TN Petróleo 90
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Cenpes: Berço da inovação por Beatriz Cardoso
Responsável por boa parte das mais de mil patentes depositadas pela Petrobras no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi), o Cenpes, como é internacionalmente conhecido o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, completa cinquenta anos como um dos mais maiores do mundo na pesquisa aplicada no setor de óleo e gás e energia. Abrigando em seu núcleo projetistas de engenharia básica e pesquisadores das mais diversas áreas da 28
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Fotos: Agência Petrobras
ciência, o Cenpes “encurtou” o caminho entre o laboratório e a aplicação prática, em terra firme e no mar, de novas tecnologias e processos desenvolvidos para a indústria brasileira de petróleo e gás natural. Exemplo da ‘criatura’ que, muitas vezes, ‘supera o criador’, o Cenpes deu uma contribuição decisiva para alçar a Petrobras e o Brasil à condição de uma das principais lideranças mundiais na prospecção e produção de hidrocarbonetos em águas ultraprofundas. TN Petróleo 90
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C Cinquenta anos depois de sua criação, recomendada pelo que foi denominado “Relatório russo”, elaborado em 1963 por profissionais da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), contratados pela Petrobras para avaliar a situação da exploração e produção do petróleo no Brasil, o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello consagra-se como o berço da engenharia de inovação da indústria petrolífera brasileira. Criado oficialmente em 4 de dezembro de 1963, com o pioneirismo em seu DNA, o Cenpes, como é conhecido mundialmente, tornou-se, por mérito de petroleiros apaixonados por desafios, o maior centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PDI) da América Latina e um dos mais importantes do mundo no setor de petróleo e gás. Mais ainda: destaca-se também na área de biocombustíveis e de energias renováveis, mostrando que a criatura (o Cenpes) dá um suporte crucial ao criador (a Petrobras), para posicioná-la como uma companhia de energia de classe mundial. “O Cenpes não pode ser posicionado de forma isolada. Ele
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é parte integrante da Petrobras e faz parte da estratégia e do Plano de Negócios e Gestão da Companhia no que diz respeito à tecnologia”, frisa o gerente executivo do Cenpes, Marcos Isaac Assayag, cuja trajetória profissional está indissoluvelmente vinculada à da instituição na qual passou três quartos dos quase 40 anos de Petrobras. “A excelência tecnológica pela qual somos reconhecidos é resultado do trabalho de toda a empresa e não do Cenpes isoladamente”, afirma Assayag, que tem orgulho de fazer parte dessa história. A integração entre a área de engenharia e a de P&D foi reforçada, com a reorganização da diretoria da Petrobras, no ano passado, e criação da área de Engenharia, Tecnologia e Materiais (ETM). “Estamos na mesma diretoria que as unidades de Engenharia, e que tem como meta a integração crescente entre os três segmentos (engenharia, materiais e tecnologia)”, observa Assayag. Comandada pelo engenheiro José Antonio Figueiredo, a ETM reúne, além das gerências corporativa e de Pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes), a de Materiais e as de Engenharia para Empreendimentos do E&P, do Abastecimento, de Gás Energia e de Tecnologia de Informação e Telecomunicações. “Hoje trabalhamos de forma integrada com essas gerências”, afiança Assayag.
Programa duradouro Em 1986, o Cenpes criou o Procap, depois de verificar que a tecnologia disponível em outros países não era suficiente para a produção nas condições e na profundidade (acima de 400 m) dos campos gigantescos
cenpes: berço da inovação recém-descobertos na Bacia de Campos, como Albacora (1984) e Marlim (1985). O Procap continua sendo o programa tecnológico mais duradouro do Cenpes. Na verdade, segundo Assayag, os programas tecnológicos que surgiram depois seguiram o modelo que o Procap inaugurou, de uma coordenação única de projetos de P&D que envolvem disciplinas transversais, mas com objetivos comuns focados nas metas de negócios. “O Procap teve mais de uma fase, sendo cada uma um programa diferente, com carteiras e metas distintas”, observa o engenheiro. Isso porque a cada avanço da petroleira em águas profundas, uma nova versão era criada, à medida que eram descobertos campos em profundidades maiores, que demandavam o desenvolvimento de tecnologias específicas. A primeira versão, o Procap 1.000, visava ao desenvolvimento de soluções para produção em lâminas d’água de até 1.000 metros. Depois veio o Procap 2.000 e, posteriormente, o Procap 3.000. “Essas três primeiras fases foram muito bem-sucedidas e tornaram-se caso de sucesso na indústria, tanto que a Petrobras conquistou o prêmio da Offshore Technology Conference (OTC) por duas vezes, como empresa. E eu, pela minha atuação à frente do Procap.” Hoje, a quarta versão do programa é chamada de Procap Visão Futuro. A profundidade já não é mais o foco, pois já há equipamentos e tecnologias disponíveis para 3.000 m. O foco passou a ser buscar a otimização do tempo, dos recursos, a melhoria da produtividade e a questão da sustentabilidade na produção
nestes campos. “A profundidade é um desafio superado. O Procap Visão Futuro tem uma carteira que integra disciplinas e busca uma quebra de paradigma na produção offshore, por meio de novos arranjos, tecnologias otimizadas e uma nova geração de equipamentos, processos e materiais”, explica Marcos Assayag. O Cenpes e a Petrobras trabalham hoje em um cenário no qual a produção pode ser simplificada e mais eficiente, com equipamentos compactos, gerenciamento integrado em tempo real, plataformas menos complexas e mais operações no leito marinho. “Em algumas situações, inclusive, com ausência de plataformas, com a produção sendo enviada do leito marinho direto para os terminais em terra, por meio de equipamentos de separação e escoamento”, agrega o gerente do Cenpes.
Expansão além das paredes Marcos Assayag observa que hoje o Cenpes se configura como um grande provedor de soluções tecnológicas, tanto por meio dos projetos de pesquisa e desenvolvimento quanto pelos projetos conceituais e básicos que a área de Engenharia Básica tem sob sua responsabilidade. “Além disso, prestamos assistências técnicas às áreas de negócios. E temos uma série de serviços técnicos especializados, como a análise química de amostras de óleos e combustíveis e a caracterização de testemunhos de rochas, entre outros.” Com isso, nada mais natural que o Cenpes acompanhasse o crescimento da Petrobras, inclusive em termos físicos. A parte física do projeto de expansão do Cenpes, inaugurada em 2010, já está quase totalmente ocupada.
Os números Recursos humanos • 1.900 funcionários; 1.420 dedicados exclusivamente a P&D e 314 a engenharia básica dos projetos; • 23% dos pesquisadores têm titulo de doutorado e 42%, de mestrado; Rede tecnológica • 49 redes temáticas, que reúnem mais de cem instituições em 19 estados brasileiros; • Projetos com 33 universidades e institutos de pesquisa em 13 países, com contratos que totalizam cerca de US$ 44 milhões. Dimensão física Área construída original: 53.000 m2 Expansão da área construída: 65.000 m2 Área total: 308.000 m2
“Faltam apenas poucos laboratórios que ainda vão se mudar do complexo de prédios original para a nova área. Agora, temos uma etapa de modernização e ajustes das instalações originais, que são da década de 1970, sendo que boa parte já passou por modernização”, revela o gerente executivo. O que foi consolidado não demandará, na visão dele, nova expansão física. “Já temos um dos maiores complexos de pesquisa aplicada no país, um dos maiores desta indústria”, diz Assayag. Os números da ampliação do centro confirmam isso: originalmente com 53.000 m2 de área construída, a instituição ganhou mais 65.000 m2, totalizando hoje 118.000 m2. Já a área total ocupada pela Petrobras no terreno das Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, passou de 118.000 m2 para 308.000 m2. E o processo expansionista não se limita às paredes do Cenpes. “Para ampliar a nossa capacidade de pesquisa, temos parcerias com universidades, TN Petróleo 90
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DESTAQUES DESTAQUES •• Árvore Árvore de de natal natal molhada molhada por por coneconexão layaway em Albacora na xão layaway em Albacora na Bacia Bacia de de Campos, Campos, 1986; 1986; •• Recordes Recordes de de completação completação em água profunda: Enchova, profunda: Enchova, 124 124 m, m, 1977; Bonito, 189 m, 1979; Piraúna, to, 189 m, 1979; Piraúna, 293 293 m, 1983; Marimbá, Marimbá, 383 383 m, m, 1985; 1985; Marimbá, Marimbá, 492 m, m, 1988; 1988; Marlim, Marlim, 781 781 m, m, 1992. 1992.
DESTAQUES DESTAQUES •• Sistema ancoSistema de de ancoragem por torpedos, Alragem por torpedos, Albacora Leste, na Bacia bacora Leste, na Bacia de Campos, 2005; • Primeira instalação pendular de manifold, Roncador, na Bacia de Campos, 2006;
PROCAP PROCAP 2000 DESTAQUES DESTAQUES •• Primeiro Primeiro sistema sistema de de ancoragem ancoragem completo na completo em em poliéster, poliéster, em em Marlim, Marlin, na Bacia Bacia de de Campos, Campos, 1997; 1997;
Primeiro riser riser em em catenária catenária em •• Primeiro uma semisub, em Marlim, uma semissub, em Marlim,na naBacia Baciade de Campos, 1998; Campos, 1998; Primeira completação completação com com bomba •• Primeira centrífuga submarina, em Carapeba, centrífuga submarina, em Carapeba, na Bacia de Campos, 1998; na Bacia de Campos, 1998; Recordes de de completação completação em água •• Recordes profunda: Marlim, 1027 m, profunda: Marlim, 1.027 m, 1994; 1994; MarMarlim Sul, 1709, 1997; Roncador, lim Sul, 1.709, 1997; Roncador, 1853, 1.853, 1999; Roncador, Roncador, 1.877, 1877, 2000; 1999; 2000; RoncaRoncador, 1886, 2003. dor, 1.886, 2003.
fornecedores de bens e serviços. Trabalhamos em redes com essas instituições, que desenvolvem projetos de pesquisa conosco, focados em nossos objetivos de negócios”, complementa. Hoje o Cenpes tem nada menos que 49 redes temáticas, que reúnem mais de cem instituições em 19 estados brasileiros. “As universidades e institutos de pesquisa de outros países não fazem parte das redes, formalmente, mas existem vários projetos dentro das redes que envolvem cooperação ou parceria com instituições no exterior. Temos 40 32 40
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• Operação de VASPS, Separação submarina gás-líquido, Marimbá, na Bacia de Campos, 2011; • Primeiro riser híbrido auto-sustenautossustentável, Roncador, 2007, na Bacia de Campos; • Recordes de completação em água profunda: Tupi, 2190 2.190m, m,2009; 2009;CascaCascade e Chinook, 2700, 2.700,2010. 2010.
relacionamento com 33 universidades e institutos de pesquisa estrangeiros em 13 países, com contratos que totalizam cerca de US$ 44 milhões”, destaca Assayag. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimou que, para cada pesquisador do Cenpes existem cerca de 18 externos trabalhando em projetos de P&D associados à superação dos desafios tecnológicos da Petrobras, nas universidades, fornecedores e parceiros – e 15, considerando apenas as
universidades e institutos de pesquisa brasileiros. Essa rede é fundamental, pois, segundo o gerente executivo do Cenpes, a inovação aberta é uma tendência. “É possível desenvolver sozinho, sim, de forma unilateral. Mas, na grande maioria dos casos, a interação com o meio acadêmico e com empresas fornecedoras torna o caminho mais rápido”, afirma. Obviamente, a empresa toma todo cuidado no que diz respeito à segurança da informação, avaliando os cenários e riscos para decidir quando é mais vantajoso atuar sozinho. “E em grande parte optamos por trabalhar em parceria, seja com um fornecedor de bens e serviços, seja com uma universidade”, diz o engenheiro. Ele afirma que cada vez mais as empresas de serviços e os fabricantes, estimulados pelas operadoras, serão os responsáveis pelas inovações na indústria do petróleo. Tanto que importantes fornecedores mundiais de bens e serviços da indústria do petróleo construíram ou estão construindo centros de tecnologia no Brasil e trabalham em parceria com a Petrobras em projetos de P&D. Para o gerente executivo do Cenpes, a concorrência é natural da indústria e é saudável. “Todos os fornecedores de bens e serviços da indústria de óleo, gás e energia que vêm se instalando no Parque Tecnológico do Rio, e também em outros estados, têm papel relevante no desenvolvimento das soluções necessárias para o negócio da Petrobras, e para a indústria nacional. Temos projetos estratégicos com eles”, diz. O que muda, segundo Assayag, é a questão da logística. “A indústria não precisa mais se deslocar para o hemisfério Norte para desenvolver novos projetos:
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Investimentos e realizações em 2012 Pesquisa & Desenvolvimento Em 2012 a Petrobras investiu R$ 2,2 bilhões em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Neste mesmo período foram alocados R$ 586 milhões em universidades e instituições de ciência e tecnologia nacionais. A gestão desses recursos é coordenada pelo Cenpes. Principais resultados em 2012 Exploração e Produção Conclusão de novo modelo geológico da Margem Continental Atlântica brasileira; Atualização de modelo de evolução geológica para a Bacia do Parnaíba; Conclusão de modelo sísmico tridimensional de velocidades para a descoberta de Júpiter, no pré-sal da Bacia de Santos; Aplicação de tecnologia de última geração e análises em simuladores desenvolvidos na Petrobras que auxiliaram na perfuração do primeiro poço horizontal no pré-sal; Instalação dos primeiros sistemas de completação inteligente no pré-sal, que permitirão aumento de produção; Início da operação da maior bomba multifásica submarina hélico-axial em funcionamento no mundo, desenvolvida pela Petrobras e a Framo Engineering, para o Campo de Barracuda, na Bacia de Campos; Início da operação do sistema submarino de injeção de água do mar, desenvolvido pela Petrobras e pela Framo Engineering, para o Campo de Albacora, na Bacia de Campos; Elaboração de Projeto Básico e Documentação Técnica para licitação das plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77 dos campos de óleo da Cessão Onerosa.
Abastecimento Aumento de 5% na produção de gasolina da Refinaria Gabriel Passos (Regap) pelo uso do novo aditivo iso-zoom; Início de operação da primeira unidade industrial de hidrodessulfurização de nafta craqueada com tecnologia Petrobras, na Refinaria de Capuava (Recap, foto), para produção de gasolina com teor de enxofre de até 50 ppm; Redução de 420 milhões de litros de água por ano no consumo da Regap, por meio de técnica de reúso de água no refino inédita no mundo; Implantação de controle avançado na unidade de amônia da Fábrica de Fertilizantes da Bahia, que reduz o consumo de gás natural e evitará
anualmente a emissão de 17 mil toneladas de CO2; Início de sistema de recuperação de energia na Refinaria de Paulínia, que reduz em até 90% os custos de compra de energia elétrica da refinaria; Implementação da tecnologia SACIOT na Refinaria do Planalto Paulista (Replan), que reduzem 5% a emissão de material particulado da refinaria; Desenvolvimento de nova técnica de monitoramento marinho, que atenderá às exigências dos órgãos ambientais para descarte de água produzida offshore.
pode fazer isso aqui no Brasil, unindo nosso conhecimento e experiência à competência e especialização desses fornecedores. Todos saem ganhando – principalmente a cadeia produtiva de bens e serviços nacional e as operadoras que atuam no Brasil”, garante. Quanto às metas deste engenheiro, que mergulhou fundo na pesquisa e desenvolvimento para reforçar a aliança entre a engenharia e os pesquisadores, ele resume em uma única palavra: resultado. “Aprimorar significativamente o acompanhamento e a busca de resultados do que é investido nas universidades e nas redes temáticas é um ponto muito importante para nós”, destaca Assayag. Aperfeiçoar o uso do P&D interno para trazer melhores resultados para as áreas de negócio é fundamental, assim como investir em projetos inovadores portadores de futuro deve ser a vocação do Cenpes. “Enfim, gerar projetos de investimento dentro dos parâmetros fusíveis e das métricas internacionais – considerando o equilíbrio entre Capex (Capital Expenditures, o capital empregado) e Opex (custos operacionais) e observando melhores prazos, custos e conteúdo local – é mais que obrigação do Cenpes”, conclui o executivo.
Currículo Assayag Natural de Manaus (AM), nasce em 19 de fevereiro de 1952 e vem para o Rio de Janeiro em 1957. 1974 – Forma-se em Engenharia Mecânica na Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF). 1975 – Ingressa na Petrobras. 1982 – É transferido para o Cenpes. 1989 – Torna-se coordenador do Procap. 2002 – Assume a gerência geral de Engenharia Básica do Cenpes. 2007 – Recebe o prêmio “OTC Distinguished Achievement Award for Individuals”, por sua contribuição para o
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desenvolvimento tecnológico da indústria de petróleo. 2008 – É admitido na Ordem do Mérito Científico, na classe de Comendador e na categoria Ciências Tecnológicas, que premia personalidades nacionais e estrangeiras que se distinguem por relevantes contribuições à ciência e à tecnologia do país. 2010 – Assume a Gerência de Equipamentos, Engenharia e Logística do Escritório de E&P da Petrobras em Londres. 2012 – É nomeado Gerente Executivo do Cenpes.
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‘Poupança’ tecnológica Investimentos em P&D somaram mais de R$ 2,2 bilhões em 2012, consolidando resultados significativos para a Petrobras, que colocou em operações diversas soluções tecnológicas desenvolvidas no Cenpes.
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m 2012 a Petrobras investiu R$ 2,2 bilhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas mais distintas áreas relacionadas à cadeia produtiva da companhia: da exploração e produção ao refino e distribuição, incluindo meio ambiente, sem falar em gás natural e energias renováveis. Neste mesmo período foram alocados R$ 586 milhões em universidades e instituições de ciência e tecnologia no país. A gestão desses recursos é coordenada pelo Cenpes, que comanda uma malha composta por 49 redes temáticas, reunindo mais de cem instituições em 19 estados brasileiros. No exterior, há projetos com 33 universidades e institutos de pesquisa em 13 países, com contratos que totalizam cerca de US$ 44 milhões. Atenta ao papel estratégico do Cenpes em sua trajetória, em 2012 a Petrobras lançou um documento inédito, no qual pontuava os avanços e os principais pontos de sua estratégia tecnológica. “Ao divulgar esses resultados para nossos investidores e parceiros, estamos mostrando algumas das tendências nas quais estamos investindo para garantir o crescimento sustentável que a Petrobras vem demonstrando ao longo de sua história”, afirmou a presidente da petroleira, Maria das Graças Foster, no prefácio do “Relatório Tecnologia Petrobras 2011”.
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No documento, que reunia os principais resultados obtidos nas áreas de engenharia básica e pesquisa e desenvolvimento ao longo de 2011, a executiva ressaltava que, além de impulsionar os resultados da própria Petrobras companhia, os investimentos em P&D e novas tecnologias alavancam a cadeia da indústria de óleo, gás e biocombustíveis como um todo. “Investimos em nossa capacidade interna de pesquisa e, paralelamente, mantemos intenso e produtivo intercâmbio com o ambiente externo, atuando em cooperação com instituições, universidades e empresas fornecedoras brasileiras e estrangeiras que também se destacam pela capacidade de inovar ”, agregou. Essa atuação em redes possibilitou, segundo ele, não somente o crescimento do setor, como também o desenvolvimento do conteúdo local por parte dessa indústria. Os investimentos contínuos em PDI, reforçados nas últimas duas décadas, e os avanços consolidados, reconhecidos internacionalmente pela indústria mundial, posicionaram
a petroleira brasileira como líder em águas profundas e uma empresa inovadora na área de refino. Dão suporte a esta posição de destaque os resultados obtidos a cada ano pela Petrobras, que conclui etapas importantes da pesquisa das bacias sedimentares brasileiras e coloca em operação novas tecnologias e processos. R es u ltad o s c o n s o lidados em 2012 na área de P&D&Inovação: Exploração & Produção – Conclusão de novo modelo geológico da Margem Continental Atlântica brasileira; Atualização de modelo de evolução geológica para a Bacia do Parnaíba; Conclusão de modelo sísmico tridimensional de velocidades para a descoberta de Júpiter, no pré-sal da Bacia de Santos; Aplicação de tecnologia de última geração e análises em simuladores desenvolvidos na Petrobras que auxiliaram na perfuração do primeiro poço horizontal no pré-sal; Instalação dos primeiros sistemas de completação inteligente no pré-sal, que permitirão aumento de produção; Início da operação da maior bomba
cenpes: berço da inovação multifásica submarina hélico-axial em funcionamento no mundo, desenvolvida pela Petrobras e a Framo Engineering, para o Campo de Barracuda, na Bacia de Campos; Início da operação do sistema submarino de injeção de água do mar, desenvolvido pela Petrobras e pela Framo Engineering, para o Campo de Albacora, na Bacia de Campos; Elaboração de projeto básico e documentação técnica para licitação das plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77 dos campos de óleo da cessão onerosa. Abastecimento – Aumento de 5% na produção de gasolina da Refinaria Gabriel Passos (Regap) pelo uso do novo aditivo iso-zoom; Início de operação da primeira unidade industrial de hidrodessulfurização de nafta craqueada com tecnologia Petrobras, na Refinaria de Capuava, para produção de gasolina com teor de enxofre de até 50 ppm; Redução de 420 milhões de litros de água por ano no consumo da Regap, por meio de técnica de reúso de água no refino, inédita no mundo; Implantação de controle avançado na unidade de amônia da Fábrica de Fertilizantes da Bahia, que reduz o consumo de gás natural e evitará anualmente a emissão de 17 mil toneladas de CO2; Início de sistema de recuperação de energia na Refinaria de Paulínia, que reduz em até 90% os custos de compra de energia elétrica da refinaria; Implementação da tecnologia Saciot na Refinaria do Planalto Paulista (Replan) que reduz em 5% a emissão de material particulado da refinaria; Desenvolvimento de nova técnica de monitoramento marinho, que atenderá às exigências dos órgãos ambientais para descarte de água produzida offshore.
Milésima patente Por incrível que pareça, embora a maior parte das mais de mil patentes geradas pela Petrobras e o Cenpes tenham relação direta com o setor de óleo e gás, o milésimo pedido depositado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) em 2010, refere-se à tecnologia de segunda geração de bioetanol, obtido a partir de resíduos agroindustriais. Um projeto piloto para testes de produção de bioetanol pela ação enzimática está em operação no Cenpes, desenvolvido em parceria com a empresa brasileira Albrech. A planta experimental representa uma etapa intermediária do projeto de pesquisa em bioetanol (etanol de lignocelulose), iniciado pela Pe-
trobras em 2004, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outras instituições brasileiras.
Algumas linhas de pesquisa do portfólio do Procap Visão Futuro Novos conceitos para Sistemas de Produção, incluindo uma nova geração de equipamentos mais eficientes e compactos; sistemas de processamento submarino; inspeção e monitoramento avançados; novos conceitos de unidades flutuantes de produção (FPSOs do futuro) com uma nova geração de plantas compactas; e nanotecnologia aplicada a materiais mais resistentes e com melhores propriedades mecânicas; Poços, incluindo o desenvolvimento de sistemas de perfuração sem riser, com maior velocidade e custos reduzidos; e técnicas avançadas de cimentação visando à garantia da integridade; Compreensão dos reservatórios carbonáticos, com modelos diagenéticos
e deposicionais integrados; geomonitoramento; inversão de molhabilidade e nanotecnologia aplicada a reservatórios visando ao aumento do fator de recuperação.
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Gestão eficiente do negócio P&D “Nosso desempenho resulta, em grande parte, de investimentos significativos em desenvolvimento tecnológico e na qualificação técnica, feitos ao longo da história da companhia”, afirma Graça Foster no documento que explicitou pela primeira vez a estratégia tecnológica da Petrobras.
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arte dos investimentos é alocada para a qualificação de quase dois mil funcionários, dos quais 70% são dedicados exclusivamente à pesquisa e desenvolvimento – entre os pesquisadores, 24% possuem título de doutorado e 43% de mestrado. No centro atuam ainda mais de 300 engenheiros dedicados às atividades de engenharia básica da Petrobras, responsáveis pelos primeiros estágios dos projetos de grandes empreendimentos. Isto reforça a integração entre projetistas e pesquisadores, agilizando a aplicação de inovações tecnológicas nos projetos de engenharia da companhia. Esta força de trabalho envolvida na inovação, que supera o de grandes instituições de pesquisas no mundo inteiro, ganha uma dimensão ainda maior se levarmos em consideração a imensa rede de pesquisadores formada pelas parcerias tecnológicas, que amplia a capacidade de desenvolvimento tecnológico da Petrobras e do próprio país. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), realizado há pouco mais de um ano, para cada pesquisador do Cenpes, existem cerca de 18 externos, nas universidades, empresas fornecedoras e parceiros. Ao considerar apenas as universidades e institutos de pesquisa brasileiros, a estimativa é de que para cada pesquisador interno existem cerca de 15 externos trabalhando em projetos de P&D associados à superação
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dos desafios tecnológicos da companhia. Para gerenciar de forma eficaz as múltiplas linhas de pesquisa e desenvolvimento e os diversos projetos de inovação, o Cenpes está dividido em dez gerências gerais, das quais cinco de P&D e duas de engenharia básica.
Gerências de p&d Cinco gerências conduzem as pesquisas e desenvolvimento tecnológico de forma a atender às demandas e necessidades das áreas-fim da Petrobras: exploração, produção, transporte e refino de petróleo e gás natural, além de pesquisas sobre energias renováveis e desenvolvimento sustentável.
Geociências – abrange áreas das ciências, como Geoquímica, Bioestratigrafia e Paleoecologia, Geofísica, Geologia Estrutural e Geotectônica, Sedimentologia e Estatigrafia, caracterização de rochas, além de programas tecnológicos como o de modelagem de bacias e o novas fronteiras exploratórias, entre outros. Geoengenharia e Engenharia de Poço – estão sob a responsabilidade desta gerência as pesquisas de caracterização e modelagem de reservatórios, simulação de reservatórios e avaliação, tecnologias de recuperação, interação rocha-fluido, perfuração e completação de poços, entre outras. Ela ainda abriga programas tecnológicos estratégicos, como o de
desenvolvimento da produção dos reservatórios pré-sal (Prosal) e o de recuperação avançada de petróleo (Pravap). Engenharia de Produção – com foco em plantas experimentais da produção (incluindo as chamadas plataformas do futuro), é um gerência que se dedica ao desenvolvimento de novas tecnologias de elevação e garantia de escoamento, de equipamentos submarinos, de dutos submarinos e risers, de engenharia oceânica, de materiais, equipamentos e corrosão, de processamento primário e de métodos científicos. Nela também estão abrigados programas tecnológicos desafiadores como o mais famoso de todos do Cenpes, o Procap, assim como os mais recentes, de gerenciamento de CO2 no desenvolvimento do pré-sal e um Núcleo Experimental de CO2. Abastecimento e Biocombustíveis – tecnologia de FCC (craqueamento catalítico, do inglês Fluid Catalytic Cracking) e de petroquímica, engenharia e operações de plantas-piloto, novos combustíveis, estudos de desempenho de produtos em motores, distribuição, logística e transporte, hidrorrefino e processos especiais, lubrificantes e produtos especiais, processos de conversão de biomassa são algumas das linhas de pesquisa desta gerência. Vários programas tecnológicos são nelas desenvolvidos, incluindo os que têm caráter operacional, como os de otimização e confiabilidade, refino, transporte, como também os que têm foco na inovação nas áreas de combustíveis e lubrificantes e bioprodutos. Gás, Energia e Desenvolvimento Sustentável – sob sua coordenação estão as pesquisas em diversas áreas das ciências com foco na sustentabilidade do setor de energia: química, biotecnologia, avaliação e monitoramento ambiental, tecnologias de gás, energia e gás-química, avaliação de petróleo, tratamento
e reúso de água, entre outras. Um dos programas tecnológicos mais importantes é o de mitigação de mudanças climáticas.
Gerências de engenharia básica As atividades estratégicas de produção do projeto básico (conjunto de documentos técnicos que define completamente uma unidade operacional e visa a contratação das fases subsequentes do empreendimento), realização de avaliações técnico-econômicas e prestação de serviços de assistência técnica são realizadas pelas gerências de engenharia básica em duas áreas: Exploração & Produção – responsável pela gestão de portfólio de projetos para E&P, engenharia naval, processos de produção, estruturas e geotecnia, facilidades de produção, engenharia de projetos, entre outras. Abastecimento, Gás & Energia – gerencia o portfólio de projetos para estas áreas, incluindo os dos segmentos de automação, equipamentos dinâmicos e confiabilidade, engenharia de equipamentos e de projetos, coque e processos de separação, hidrorrefino e tratamentos, gás e energias renováveis, petroquímica, fertilizantes, FCC e tecnologias da gasolina, além de avaliação e aquisição de projetos.
Gerências Executivas Gestão Tecnológica – criada devido à expansão do portfólio e o volume de investimentos gerenciados pelo Cenpes, cuida da estratégia tecnológica da Petrobras/Cenpes, do relacionamento com a comunidade de ciência & tecnologia, assuntos relacionados a informação técnica e propriedade intelectual, contratação de serviços tecnológicos, organização, desempenho e gestão, e gestão de portfólio de projetos tecnológicos. Recursos Humanos, Segurança, Meio Ambiente e Saúde.
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Uma história de superação 1952 – O Conselho Nacional de Petróleo (CNP) cria o Setor de Supervisão do Aperfeiçoamento Técnico (SSAT), que em seguida passa a se chamar Centro de Aperfeiçoamento de Pessoal (Cenap), onde se realizou o primeiro curso de refinação de petróleo no Brasil. 1953 – Cria-se a Petrobras. 1955 – A Petrobras absorve o Cenap, que se torna uma escola de capacitação em laboratórios e em programas universitários no exterior. São implantados cursos de Geologia, Perfuração e Produção, Manutenção de Equipamentos, e Aplicação de Asfalto, entre outros. A partir de 1956, além de coordenar e executar o programa de formação e aperfeiçoamento de pessoal para a Petrobras, o Cenap passa a realizar estudos e pesquisas científicas da tecnologia do petróleo.
1963 – Em 4 de dezembro, é aprovada pela diretoria executiva a criação do novo Centro de Pesquisas da Petrobras. São estabelecidas as primeiras diretrizes do Cenpes, quando ficou definido que o novo centro continuaria, provisoriamente, colaborando com o Cenap no aperfeiçoamento de técnicos de nível superior, e a pesquisa industrial seria implantada.
1958 – O Cenap soma dez cursos de pós-graduação, em cinco especialidades. Essa equipe vai formar, no futuro, o núcleo de implantação do Cenpes.
1963 – A Petrobras contrata profissionais russos para avaliar a situação da exploração e produção do petróleo. O documento, conhecido como “Relatório Russo”, reconhece o potencial da Petrobras, mas faz ressalvas aos métodos exploratórios e de perfuração utilizados. Também destaca a importância de fomentar as investigações científicas para um desenvolvimento rápido e bem-sucedido da indústria de petróleo. E recomenda a criação de um centro semelhante
Superintendentes do Cenpes Antônio Seabra Moggi (19631980); Flávio Magalhães Chaves (1980-1982); Milton Romeu Franke (1982-1985); José Paulo Silveira (1985-1989); Guilherme Estrella 40
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ao Instituto Científico e Tecnológico de Petróleo da Índia, criado em 1962, afirmando que a Petrobras contava com engenheiros e técnicos capazes de resolver os problemas da indústria petrolífera. (1989-1993); Álvaro Marcello Marco Peres (1993-1995); Antônio Sérgio Pizarro Fragomeni (1995-1999); Irani Carlos Varella (1999-2000); Carlos Camerini (2000-2002); Elias Menezes (2002-2003); Carlos Tadeu da Costa Fraga (2003-2012); Marcos Assayag (desde 2012).
1967 (março) – A Petrobras contrata um estudo da Organização das Nações Unidas relativo à pesquisa em exploração e produção, visando a implantação do Cenpes. A “Missão da ONU”, como fica conhecida, sugere que o Cenpes abranja as áreas de refinação, petroquímica, exploração, produção, documentação, e que empreenda estudos gerais e análises, independentes do tempo para execução. O estudo destaca também a importância de aumentar as pesquisas exploratórias e observa que os únicos serviços que funcionavam eram os de refinação, com laboratórios medianamente equipados. Assim, seria prejudicial para a Petrobras esperar até 1969 para que o laboratório do setor de Exploração e Produção estivesse bem equipado, em função da importância dessas atividades para o Brasil. No mesmo ano, é divulgada a definição do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras
cenpes: berço da inovação (Cenpes), que absorve os setores de Pesquisas de Refinação e Petroquímica, e de Intercâmbio e Documentação do Centro de Aperfeiçoamento de Pessoal (Cenap) da Petrobras. O novo órgão seria responsável por promover todas as pesquisas científicas e tecnológicas na empresa, recolhendo e sistematizando sua documentação, além de coordenar trabalhos relativos a estudos de patentes.
1968 – Em 14 de março, a Petrobras assina convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para construção do Cenpes em uma área da Ilha da Cidade Universitária. O programa de construções elaborado pela consultoria Arthur D. Little estabelece o número de prédios e suas distâncias segundo suas funções, para garantir a máxima eficiência no trabalho e o maior potencial de expansão. O plano piloto cobre as áreas de exploração, produção, refinação e petroquímica, com flexibilidade para prever seu crescimento. O arquiteto Sérgio Bernardes é selecionado para desenvolver o projeto arquitetônico do Cenpes, tendo Flávio Sotto Maior como engenheiro responsável pelas obras. O Plano Diretor e o projeto arquitetônico preveem a integração entre a estrutura física e os campos de pesquisa, seguindo pontos básicos do relatório elaborado pela consultoria Arthur. D. Little: compartilhamento de equipamentos e serviços comuns, racionalização de material e tempo, bem como integração à paisagem e ao clima, aproveitamento da luz natural e maior segurança.
1969 – O documento “Concepção e plano de expansão do Cenpes” abrange as metas e objetivos de pesquisa tecnológica, a composição dos
mais importante do setor petrolífero mundial, o Offshore Technology Conference (OTC), em reconhecimento à sua contribuição para o avanço da tecnologia de produção offshore. É destacada a atuação da companhia na produção em águas profundas da Bacia de Campos, em trabalho conjunto do Cenpes (Procap 1000) e E&P. quadros de pessoal, os procedimentos táticos quanto à organização e às instalações e equipamentos necessários aos laboratórios.
1972 – Inauguradas as instalações do Cenpes na Cidade Universitária do Rio de Janeiro. Na época, a Petrobras começava suas atividades offshore na Bacia de Campos e o Cenpes, que inicialmente tinha um foco maior no desenvolvimento de soluções para o refino, passa a atuar em novas áreas de pesquisa, como a exploração e produção de petróleo, e incorpora atividades de engenharia básica. Na década seguinte, o Cenpes reforça suas atividades em E&P, após as descobertas dos campos de Albacora e Marlim.
1976 – Tem início as atividades de Engenharia Básica, área responsável pelos projetos básicos e assistências técnicas para o Refino. 1982 – A Engenharia Básica do Cenpes passa a atuar nos projetos de Exploração e Produção.
1986 – Criado o Programa de Capacitação em Águas Profundas (Procap), que tem como objetivo desenvolver tecnologia para produzir petróleo em águas profundas e ultraprofundas. 1992 – A Petrobras vence o prêmio
2001 – A Petrobras conquista o segundo prêmio OTC, que reconhece o domínio tecnológico da empresa para a produção do campo petrolífero de Roncador, nas águas ultraprofundas da Bacia de Campos. A tecnologia desenvolvida tem participação do Cenpes. O centro também passa a atuar em pesquisas para fontes renováveis de energia, biocombustíveis de primeira e segunda geração, tratamento de efluentes, eficiência energética, gás natural, fertilizantes, gasquímica e tecnologias e metodologias de monitoramento socioambiental da indústria de petróleo, gás e energia.
2006 – A Petrobras lança um novo modelo de parceria tecnológica: as Redes Temáticas. Os temas de cada rede são relacionados às metas tecnológicas da Petrobras, definidas a partir de seu Planejamento Estratégico e Plano de Negócios e Gestão.
2010 – Inaugurada a expansão do prédio do Cenpes. O projeto é de autoria do arquiteto Siegbert Zanettini e conta com alas dedicadas a instalações laboratoriais e um prédio central com áreas administrativas e espaços de convivência e trabalho colaborativo. Na expansão, está o Núcleo de Visualização e Colaboração (NVC), com ambientes para desenvolvimento de estudos e projetos com simulação tridimensional.
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Fotos: Divulgação
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Norte fluminense:
vocação renovada para petróleo e gás por Maria Fernanda Romero
A implantação de projetos de exploração e produção de petróleo e gás na Bacia de Campos há 30 anos teve papel crucial na economia e no crescimento do Norte Fluminense, que vê esta vocação renovada com a instalação de diversas empresas dessa cadeia produtiva na região. Na última década, além de Macaé e Campos dos Goytacazes, bases estratégicas da indústria petrolífera, outros municípios como Rio das Ostras, Quissamã, São Francisco de Itabapoana e São João da Barravêm passando por profundas transformações com a instalação de fornecedores de bens e serviços nesta região. Cidades que estão registrando crescimento do PIB graças ao desenvolvimento do empresariado local, geração de emprego e, claro, aos royalties do petróleo. 42
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movida a óleo e gás que a economia do Norte Fluminense, antes fortemente apoiada na indústria canavieira, vem se diversificando nos últimos dez anos, em função do incremento das atividades da Petrobras e de outras petroleiras na região, em função da flexibilização do mercado de exploração e produção de hidrocarbonetos. Esta expansão da indústria, alavancada também pelas descobertas do pré-sal, que se estendem de Santa Catarina até o sul do Espírito Santo, perpassando por toda a bacia de Campos, atraiu para a região empresas da cadeia produtiva, criando uma economia de escala, com geração de empregos, riquezas e, consequentemente, problemas e gargalos – como o da qualificação da mão de obra. Segundo Julia Nicolau Butter, especialista em Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), a exploração e produção de petróleo e gás transformou muito esses municípios, promovendo aumento populacional, expansão, diversificação econômica e avanços sociais. A elevação da renda e a melhora dos níveis de educação e saúde de Campos, Macaé e Rio das Ostras reflete-se na evolução do IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal) entre 2000 e 2010. Todos esses municípios apresentaram um salto significativo no indicador, que representa a média dos indicadores para emprego e renda, educação e saúde. Da mesma forma, o setor de petróleo provoca transformações em outros municípios do Norte Fluminense. É o caso de Quissamã, onde está sendo construído o Centro Logístico Farol Barra do Furado, e São João da Barra, que recebe gigantescos investimentos
Macaé em números Área total: 1.216 km2 - correspondente a 12,5% da área da Região Norte Fluminense (182 km da capital do estado) Distritos: 6 (Sede, Cachoeiros de Macaé, Córrego do Ouro, Glicério, Frade e Sana) População em 2012: 220.000 Royalties: R$ 160.024.256,33 (ANP - Recebidos em 2013 até o mês de abril) Território: 1216.846 km² (IBGE) PIB per capita: R$ 54.501,02 Renda mensal média: 7,5 salários mínimos Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2012 (ano base 2010): IFDM – 8,8356 (8º do Estado do Rio); IFDM Emprego e Renda – 0,7966; IFDM Educação – 0,8241; IFDM Saúde – 0,8861 associados ao Complexo Portuário do Açu. De acordo com a especialista da Firjan, as empresas de apoio à exploração de petróleo continuarão a se instalar na região, com intensificação da atração de fornecedores de bens e serviços para toda a cadeia. A região também receberá estaleiros voltados para a construção de embarcações para exploração de petróleo e de apoio à atividade, além de portos e terminais de apoio, consolidando-se como importante polo logístico do estado e do país. “Importante dizer que a região como um todo tenderá a se apropriar dessas oportunidades, abrindo espaço para os municípios que estão no entorno dos eixos já consolidados (Campos, Macaé e Rio das Ostras). Essa conjuntura provocará enorme desenvolvimento econômico da região”, afirma Butter. Campos, Macaé e Rio das Ostras passaram por explosões populacionais e sofrem com os problemas decorrentes da falta de planejamento, tais como favelização
e engarrafamentos. Por isso mesmo a especialista aponta a questão populacional como um dos principais desafios da região. “O Norte Fluminense deve estar preparado para uma nova onda de crescimento populacional. É preciso planejar a expansão urbana, garantindo a ocupação ordenada e a preservação das áreas de interesse industrial. Da mesma forma, é preciso oferecer a infraestrutura adequada, oferecendo transporte de qualidade e garantindo o fornecimento adequado de serviços essenciais como saneamento básico, energia e telefonia. Outro ponto importante é assegurar a destinação e tratamento adequado de resíduos, tanto domiciliares quanto industriais”, ressalta. É visível que os principais motores de desenvolvimento da região são a exploração do petróleo, com destaque para o pré-sal, e toda a cadeia petrolífera; o Porto do Açu, com seu distrito industrial; e o Complexo Logístico do Farol-Barra do Furado. Para a Firjan, com o cenário que já começa a se delinear, a região Norte Fluminense poderá se consolidar como uma das mais prósperas do estado do Rio nas próximas décadas.
Barra do Furado: complexo logístico e industrial Localizado na foz do Canal das Flechas, que divide os municípios de Campos dos Goytacazes e Quissamã, o Complexo Logístico e Industrial do Farol/Barra do Furado está sendo implementado na região e atrairá empresas que demandarão serviços e mão de obra, principalmente do setor de petróleo e gás. O término das obras do Canal das Flechas está previsto para dezembro de 2013. O investimento total para instalação do empreendimento: acerca de um bilhão de reais. Segundo a secretaria de Desenvolvimento Econômico e Petróleo de Campos, o Complexo Farol-Barra do Furado representa um grupo integrado por seis empresas, sendo cinco estaleiros para fabricação de embarcações e reparos e uma empresa de TN Petróleo 90
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norte fluminense estocagem para armazenagem dos derivados de petróleo. Estão participando do projeto as empresas STX Brasil, o estaleiro Eisa/As, Alusa Alupar, Cassinu, BR Offshore e STX OSV. Já a estimativa de geração de empregos diretos é de cerca de 3.500 e mais de nove mil empregos indiretos. A Barra do Furado está bem próxima das atividades de exploração e produção de óleo e gás da Bacia de Campos, passando a ser uma localidade privilegiada para a instalação de empresas voltadas para as atividades de apoio às empresas petrolíferas que operam nas bacias de Campos e Espírito Santo. De olho nessa proximidade (100 km do Complexo às plataformas), a Petrobras está estudando a possibilidade de desenvolver uma parceria com a empresa BR Offshore, que está implantando uma base de apoio e um estaleiro de reparo naval em Barra do Furado.
Rio das Ostras: zona de negócios Outro município Norte Fluminense movido a petróleo é Rio das Ostras. A cadeia de petróleo acabou alavancando todo o crescimento do município em outras áreas, como comércio e serviços, porque a cidade cresceu muito. Atualmente, a economia do município depende 70% dos recursos oriundos dos royalties do petróleo – Rio das Ostras recebeu um repasse de cerca de R$ 15 milhões em janeiro de 2012. Além disso, a região abriga uma Zona Especial de Negócios, que consiste em um complexo industrial que agrega numerosas empresas em um espaço de mais de um milhão de m². O empreendimento fica localizado na Rodovia Amaral Peixoto, junto à margem direita do rio Imboassica, divisa com o município de Macaé, na bacia hidrográfica do rio de mesmo nome. Hoje, já há 56 concessões feitas para empresas na Zen, com 35 delas operando. As outras 21 estão em fase de construção, implementação e apresentação de projeto. Ao final desse processo, serão cerca de 70 44
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Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Negócios e Petróleo de Rio das Ostras, a grande mobilização das empresas do setor não é só pelo incentivo fiscal, mas também pela Zen, que é um local preparado, com infraestrutura e uma posição estratégica – no Parque de Tubos, próximo a Macaé.
Complexo Barra do Furado Localização privilegiada Situado a menos de 90 km dos principais sistemas de produção da Bacia de Campos; Proximidade da região industrial de Macaé, onde estão localizadas cerca de 31% das empresas do setor de óleo e gás; Canal das Flechas terá 7,5 m de profundidade em seu interior e 9,0 m no canal de acesso; Integrado à Zona Especial de Negócios 4 / ZEN4, em Quissamã, com 14,2 milhões de m²; 13 km do Aeródromo do Farol de São Tomé (Heliporto da Petrobras); 50 km das universidades e áreas residenciais (Campos dos Goytacazes) e 70 km de Macaé; Acessos rodoviários sendo ampliados pelo DER-RJ e pela Autopista Fluminense (BR 101) Características do Terminal de Serviços e Logística da Barra do Furado • 490.000 m² de área total; • 650 m de cais, com sete berços de atracação; • Estação de embarque e desembarque de passageiros e cargas leves, contando com três helipontos. Estaleiro Barra do Furado • Estaleiro de reparos especializado em OSVs; • 115.000 m² de área disponível; Docagem de até três barcos em seco simultaneamente; • Dois berços de atracação para reparos; • Utilização de Shiplift para otimização das operações de docagem em seco; • Zona Especial de Negócios de Rio das Ostras. empresas nessa área, 95% delas do setor de óleo e gás, com geração de 5.200 empregos diretos e cerca de dois mil indiretos – com dados de dezembro, fornecidos pela prefeitura.
Itabapoana: pioneira eólica do Sudeste A pacata cidade de São Francisco de Itabapoana, com pouco mais de 42 mil habitantes, e território de 1.254 km², apesar de não muito conhecida, se destaca entre os outros municípios da região por possuir o Terminal Marítimo Ponto do Gargaú, a Usina Cana Brava de Imburi, e o Parque Eólico de Gargaú, o primeiro da região Sudeste. A economia da cidade é basicamente focada na cana-de-açúcar, plantação que se estende ao longo das margens da BR-101 (que atravessa a cidade). O Parque Eólico de Gargaú é a grande atração dos turistas, pois estes querem registrar as imensas torres de geração de energia em destaque ao longe. O parque pode ser visto de São João da Barra, do outro lado do rio Paraíba do Sul, a quase 50 km de distância. O empreendimento, administrado pela empresa privada Gesa (Gargaú Energética S/A), teve sua energia comercializada por meio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) do governo federal, e começou a operar em outubro de 2010. Apesar de o parque ocupar uma área de 500 hectares, apenas 1,7 do total tem área construída. Com capacidade instalada de 28,05 MW, o parque eólico impressiona pelo tamanho. Cada uma das 17 torres tem 80 m de comprimento, podendo alcançar 110 m totais com uma das pás (ou hélices ou blades) na vertical. Cada pá tem 30 m de extensão. São três pás para cada torre. Segundo especialistas, o litoral de São Francisco é propício para a geração de energia eólica devido à
norte fluminense: vocação renovada para óleo e gás existência de vento constante durante todo ano.
Novos portos fluminenses Além da expansão do Porto do Rio, o estado está prestes a ganhar mais três portos: os novos terminais em Macaé, Maricá e a retomada do Porto do Forno, em Arraial do Cabo – que têm como principal motivador a exploração do petróleo do pré-sal. Com inaugurações previstas para 2015 e 2016, os empreendimentos já encaminharam o processo de licenciamento ambiental. O Terminal de Logística Integrada de Macaé (Terlom) está sendo construído no Lagomar – próximo do Condomínio Industrial (Codin) e do Polo Industrial de Cabiúnas – com um investimento de R$ 350 milhões da iniciativa privada. A previsão é de implantação até 2014. O Terlom irá atender não apenas o crescimento da indústria offshore, mas também servirá para a movimentação de cargas nacionais e internacionais. O complexo será composto pelo Terminal Portuário, com dois terminais offshore, Estação Aduaneira Interior, uma área para prédios de escritórios e hotelaria e uma área para armazéns projetados para receber instalações industriais e comerciais. A expectativa é de que o complexo gere 800 postos de trabalho diretos e 2.400 indiretos. Os recursos iniciais para a implantação do projeto – R$
16 milhões – serão financiados pelo Invest Rio e pelo Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico de Macaé (Fumdec). O projeto do Terminal Ponta Negra (TPN), em Maricá, também se encontra em fase de licenciamento ambiental junto ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e segundo a DTA Engenharia, responsável pelo empreendimento, o estudo de impacto ambiental (EIA/ Rima) está quase concluído. Apesar de contar com o apoio da prefeitura de Maricá, ambientalistas e parte dos moradores temem que além de transformar a paisagem, o empreendimento prejudique o turismo e a qualidade de vida na região. Orçado em mais de R$ 5 bilhões, o TPN promete ser o maior porto de aportagem do Brasil, apto a receber “as maiores embarcações do mundo”. A DTA Engenharia informa que o complexo portuário irá contar ainda
com um estaleiro para reparos e terá capacidade para receber e armazenar mais de 850 mil barris de petróleo por dia. O Porto do Forno, em Arraial do Cabo, já existe e conta com licenciamento ambiental, porém, está quase inutilizado. Seu projeto é o mais adiantado e considerado por especialistas o de maior risco ambiental. O terminal pode sofrer restrições a ampliações. Fruto de uma parceria entre a Triunfo Logística e a FB Operação Portuária, o porto está localizado em uma área de preservação e entre algumas das mais belas praias do Brasil. No local, a empresa Triunfo Logística pretende montar em área de 12 mil m² uma base para movimentar produtos e apoiar funcionários das plataformas de petróleo das bacias de Campos e Santos. A ideia é ter um porto para o offshore e um posto de abastecimento para outras embarcações.
Itaboraí: o coração do Comperj Um dos principais empreendimentos da história da Petrobras, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) está sendo construído no município de Itaboraí em uma área de 45 km², o equivalente a 10,5% da área de município. O empreendimento caracteriza-se como um complexo industrial, onde serão produzidos, numa mesma área, derivados de petróleo e produtos petroquímicos de primeira e segunda geração. A Refinaria do Comperj tem o início de operação da sua primeira fase
previsto para 2014, com capacidade de processar até 165 mil barris de petróleo por dia. Na segunda fase, prevista para 2018, será atingida capacidade total de 330 mil barris de petróleo por dia. Serão produzidos, pela refinaria, diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP), querosene, nafta, coque e enxofre a fim de suprir o mercado nacional e fornecer matéria-prima para as Unidades Petroquímicas. As Unidades Petroquímicas têm previsão de opera-
ção em 2017, produzindo eteno, propeno, polietilenos, polipropileno entre outros petroquímicos. TN Petróleo 90
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Porto do Rio: expansão necessária
Em seus cem anos de existência, o Porto do Rio tem mantido o comércio marítimo internacional/ nacional com a comunidade da cidade do Rio de Janeiro em total harmonia, em vista de suas facilidades no acesso marítimo, terrestre e armazenagem de produtos movimentados neste porto.
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o momento, o porto está abrindo suas portas ao tráfego offshore advindo do atendimento às plataformas de petróleo estabelecidas na região Sudeste, através de seu cais público e nos terminais arrendados. De acordo com Luiz Kremer, superintendente do Porto do Rio de Janeiro, hoje o porto disponibiliza algo em torno de 32.000 m² de áreas para armazenagem e manuseio de cargas e equipamentos e cerca de 700 m lineares de cais público para atracação de barcos de apoio marítimo às plataformas de petróleo. “No que se refere aos interesses do segmento offshore, o porto tem condições de ceder outros 700 m de cais lineares, além de retroáreas importantes ao manuseio e armazenamento temporário de cargas e equipamentos”, afirma. Desde 2011 (até 2015), o Porto do Rio de Janeiro receberá mais de R$ 1,2 bilhão em investimentos realizados por Libra Terminais, MultiRio e MultiCar, nos terminais de contêineres e de roll-on/roll-off 46
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Novos números
R$ 1,2 bilhão de investimentos até 2015
25 milhões de ton em volume até 2018
1.960 m extensão do novo cais
2 milhões de TEUs em 2020
326 mil mil veículos/ano no novo terminal roll-on-roll-off (para veículos). Com os investimentos, a expectativa é de que o volume movimentado pelo porto atinja 25 milhões de toneladas até 2018, um crescimento próximo de 143% nos próximos sete anos.
Com os investimentos, o Porto do Rio de Janeiro terá seu cais de contêineres expandido dos 1.258 m para 1.960 m, um aumento de 60% que fará surgir o maior cais contínuo de contêineres da América do Sul. A capacidade de movimentação passará dos atuais 750 mil TEUs/ anos para 2 milhões de TEUs/ano em 2020. Também serão adequadas novas áreas para armazenagem de contêineres. As intervenções tornarão o Porto do Rio de Janeiro o segundo do país em movimentação de contêineres. O terminal Roll-on roll-off terá sua capacidade ampliada de 243 mil veículos/ano para 326 mil veículos/ano.
Novos empreendimentos Além dos investimentos nos terminais de contêineres e roll-on roll-off, existem outros grandes projetos em execução no porto, como a reativação dos estaleiros Caneco e Inhaúma/Petrobras (antigo Ishibras); o Terminal externo de suporte a operações offshore
Foto: Divulgação
norte fluminense
norte fluminense: vocação renovada para óleo e gás
da Petrobras; desenvolvimento da base de apoio offshore da Brasco/ OGX; terminais externos de contêineres (T TC, Interportos, Depot/Libra, Sada, Carvalhão, Trans Tita); canteiro para construção de plataforma (Intercan). Para dar suporte à expansão da parte onshore do porto, o governo federal está investindo na ampliação dos acessos marítimos. Com as obras de derrocamento e dragagem do canal de acesso, o porto terá terminais de contêineres com 15 m de profundidade, capazes de receber a atracação de navios Super Post Panamax – de 300 m a 347 m de comprimento, com capacidade acima de 8 mil TEUs. Segundo Kremer, quanto aos investimentos nas diversas áreas do porto, por último, a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) demoliu o armazém 22 tornando - o um excelente pátio para complementar outros já em movimentação dos equipamentos
no apoio offshore, como também um dos terminais arrendados, a Triunfo Operadora Portuária, que disponibiliza mais da metade de seu pátio de produtos siderúrgicos para as cargas e equipamentos da Petrobras. O executivo destaca também a Multiterminais Alfandegados do Brasil, que mantém parte de seu pátio disponibilizado a equipamentos do segmento de petróleo, e para isso fez um investimento significativo na preparação e estaqueamento dessa área.
Vantagens competitivas A principal vantagem competitiva do Porto do Rio é sua localização na região Sudeste, segurança quanto a pirataria, múltiplas facilidades de apoio ao comércio marítimo desenvolvido pela estrutura industrial / comercial da cidade do Rio de Janeiro, fácil acesso aos cais especializados e público, bem como a excelente estrutura,
moderna e dinâmica dos terminais especializados na movimentação de todo tipo de cargas. “Também dispõe de extensa área de cais (7 km) para atracação de diversos tipos de barcos, que no momento tem oferecido à navegação offshore excelente oportunidade de movimentar suas cargas com total apoio terrestre”, conclui. O superintendente não comentou muito sobre a negociação da Cia Docas com a Petrobras no que se refere à criação de uma base offhore no Porto, mas afirmou que a CDRJ tem a oferecer, de forma resumida: área terrestre disponível: 75.000 m²; extensão de cais disponível: 1.440 m lineares; 13 berços de atracação para barcos padrão offshore; fornecimento de energia em 13,8 kVA; fornecimento de água direto da concessionária da região; ramal ferroviário com a MRS disponível junto a área citada; e acesso direto as principais vias de trafego de entrada e da saída da cidade.
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Fotos: Divulgação Foto: Depositphotos
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Santa Catarina: polo logístico do óleo e gás Guardiã do extremo sul da região do pré-sal e contando com uma infraestrutura portuária e naval robusta, Santa Catarina se prepara para se tornar um dos principais polos logísticos do setor de óleo e gás no Brasil nos próximos anos. por Rodrigo Miguez
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ede da mais jovem gerência regional da Petrobras, a Unidade de Operações de Exploração e Produção do Sul (UO-Sul), criada em 2010 e com sede em Itajaí, Santa Catarina vem ganhando posição no cenário de petróleo e gás do país. Afinal, é na costa catarinense que se encontram os limites sul da região denominada de pré-sal, que pode abrigar volumes ainda não mensuráveis de hidrocarbonetos, capazes de dobrar e até triplicar as reservas brasileiras. E ainda que as atividades de exploração e produção tenham escalas pouco significativas, diante do gigantismo das bacias de Campos e Santos, o estado de Santa Catarina começa a descobrir uma nova vocação. De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o oitavo estado que mais contribui para a geração do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com R$ 152,5 bilhões. Com cinco portos marítimos instalados em sua área, é o quinto maior estado em movimento de importações no Brasil – depois do Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. O Porto de Itajaí, considerado o principal do estado, é o segundo maior do país em movimentação de contêineres – e o 13º na América Latina e Caribe. Desde maio, passou a funcionar dia e noite após a entrada em vigor do programa Porto 24h, de-
o município tenha o maior PIB do estado de Santa Catarina.
Infraestrutura reforçada
senvolvido pela Secretaria de Portos (SEP) do Governo Federal. Com grande concentração de estaleiros e portos, Itajaí deve abocanhar boa parte dos investimentos relacionados à cadeia produtiva de petróleo e gás em Santa Catarina, exatamente por causa de suas características geográficas e da infraestrutura robusta. Esses investimentos já começam a aparecer, em especial no setor de logística. Para melhorar o acesso ao porto de Itajaí, a prefeitura, em parceria com os governos federal e estadual, está construindo uma via rodo-portuária exclusiva para os caminhões que seguem rumo ao cais. Além disso, há um projeto para construção de uma Perimetral, além da duplicação da rodovia Antonio Heil (SC-486), a partir do entroncamento da BR-101. Todas essas obras visam preparar a cidade para o incremento não somente do número de veículos, como também de empresas de bens e serviços, principalmente do setor de óleo e gás, que vão se instalar na região nos próximos anos. A expectativa da prefeitura é de que, em pouco tempo,
Dentre as intervenções que estão sendo realizadas no Complexo Portuário de Itajaí está a dragagem de manutenção das profundidades da bacia de evolução e do canal interno em 14 m e 14,5 m do canal externo. O serviço está sendo feito com a draga Catarina, do tipo hopper, com capacidade de 2,4 mil m³, comprimento de 83 m e largura de 16 m. “Com o início das operações desse equipamento, garantiremos o restabelecimento das profundidades posteriores à conclusão dos serviços de dragagem de aprofundamento”, diz o superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior. De acordo com o superintendente, com maiores profundidades o Complexo Portuário do Itajaí poderá ampliar o volume médio de cargas operadas por navio. Além da dragagem, uma nova bacia de evolução está planejada para o Complexo, em um projeto de R$ 300 milhões, o qual pretende permitir que o Porto de Itajaí receba navios de até 366 m de comprimento por 51 m de boca, até 2016. Recentemente, uma das grandes obras de infraestrutura do estado foi anunciada pelo Governo Federal. A construção da Ferrovia da Integração, também conhecida como ‘Ferrovia do Frango’, que terá, a princípio, um traçado de 862 km liTN Petróleo 90
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Metalurgia e Produtos de Metal • 3.427 indústrias (2010) • 54 mil trabalhadores (2010) • 10% do Valor da Transformação Industrial de SC (2010) • 3,2% das exportações de SC, US$ 289 milhões (2011)
Máquinas e Equipamentos • 1.422 indústrias (2010) • 37,1 mil trabalhadores (2010) • 6,7% do Valor da Transformação Industrial de SC (2010) • 16,5% das exportações de SC, US$ 1,5 bilhão (2011)
Números do estado Municípios: 295 Capital: Florianópolis Área Total: 95.703,5 km² População: 6,3 milhões Alfabetizados: 96% Expectativa de Vida: 76 anos IDH: 0,840 PIB (2012): R$ 152,4 bilhões Renda per capta: R$ 24.400 Principais atividades: Portuário, construção naval, turismo, pesca, pecuária e agricultura.
gando o oeste ao litoral catarinense e prevista para ser concluída em 2019. A ferrovia vai ajudar a ligar o interior do estado com os principais portos de Santa Catarina, além de ampliar o desenvolvimento da economia. A localização estratégica de Santa Catarina também é confirmada pelos diversos terminais da Transpetro, braço logístico da Petrobras: três terrestres e um marítimo para o recebimento de produtos como petróleo, gasolina, álcool e biodiesel. O maior terminal da empresa fica em Itajaí, com 12 tanques para o recebimento e armazenamento de óleo diesel ambiente, gasolina, álcool anidro e hidratado, além do gás liquefeito de petróleo (GLP), que fica em duas esferas com capacidade de 6.364 m³. Já o terminal aquaviário de São Francisco do Sul armazena o petróleo que chega por oleodutos submarinos, depois de descarregados de navios aliviadores por meio de monoboias. O petróleo bruto é levado pelo Oleoduto Santa Catarina-Paraná (Ospar), para a Refinaria do Paraná (Repar) e ali é transformado em derivados. Outros dois terminais, de Biguaçu e Guaramirim, armaze50
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Indústria Naval • 53 indústrias (2010) • 3 mil trabalhadores (2010) • 0,7% do Valor da Transformação Industrial de SC (2010) • 0,03% das exportações de SC, US$ 2,5 milhões (2011)
Fonte: Sistema Fiesc
nam produtos para abastecimento da região de sua influência.
Ampliação da rede de gás Para garantir mais gás para as indústrias e para as cidades catarinenses, a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás) vai investir esse ano mais de R$ 40 milhões somente na infraestrutura da rede e no aumento da rede de distribuição de gás natural no estado. Este ano, a empresa vai implantar aproximadamente 45 km de rede, que hoje tem
1.020 km de gasodutos para atender a 59 cidades catarinenses. Em maio, foram distribuídos 1.900.737 m³/dia de gás natural, sendo que 82,5% desse volume fornecidos para as indústrias, 16,48% para veículos automotivos e 1,02% para o mercado de varejo (residências e comércios). Para Cósme Po l ê s e , p r e s i dente da SCGás, o resultado das vendas de gás é um termômetro do desempenho da indústria. “Atendemos 224 clientes industriais no estado, dentre eles as principais plantas, com ênfase em segmentos que demandam alta carga de energia térmica em seus procedimentos, como o cerâmico, metalmecânico, têxtil e de vidros e cristais”, explica. Com capacidade de gerar cerca de 3.000.000 m³ por dia de biogás, a SCGÁS apresentou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) seu programa de biogás/biometano. O atual potencial de geração de biogás do estado será proveniente de aterros sanitários e de
santa catarina: polo logístico do óleo e gás dejetos de animais, em Concórdia e Braço do Norte, e de um aterro na região da Grande Florianópolis. O diretor técnico-comercial da SCGÁS, Oswaldo Luiz Monte, lembrou que o biogás é uma alternativa para ampliação do suprimento no estado e uma ferramenta de de-
senvolvimento que gerará renda as propriedades rurais e preservará o meio ambiente. Com o objetivo de operar a partir de 2015 com o biogás gerado por um aterro sanitário, a companhia catarinense vai investir cerca de R$ 8 milhões em apenas um dos
projetos, para ampliar a rede até o ponto de injeção do gás dentro do aterro. De acordo com o atual Plano Plurianual de Negócios 2014-2018 (PPN), que passa por revisão, a empresa pretende chegar a 2016 com investimentos na ordem de R$ 591 milhões e 1.495 km de rede.
Estaleiros em expansão Braço catarinense da Keppel, o estaleiro da Keppel Singmarine Brasil, instalado na cidade de Navegantes, recebeu aporte de US$ 50 milhões para ampliação da capacidade da unidade, que passou a construir barcos de apoio para plataformas offshore. A primeira fase da expansão do estaleiro, concluída no ano passado, inclui a construção de uma rampa, um cais de 85 m, um pórtico de 120 toneladas e uma oficina equipada com guindastes. Hoje com capacidade de construir oito embarcações em um ano, a unidade também foi preparada para a fabricação de módulos offshore e para dar suporte na execução de grandes projetos do estaleiro Brasfels, de Angra dos Reis (RJ). Em 2012, a Keppel Singmarine Brasil construiu seis rebocadores SMIT Rebras e um barco de apoio offshore do tipo PSV (platform supply vessel) para a Guanabara Navegação, que fechou outro contrato com o estaleiro catarinense para a construção de um segundo PSV. Pertencente ao Grupo Edison Chouest, o estaleiro Navship está construindo no momento 12 embarcações, sendo dez PSV e dois AHTS, porém, hoje, a demanda do grupo é de 16 embarcações. O estaleiro fabrica somente para as operações do próprio grupo Chouest, com sede nos Estados Unidos. Com foco na construção de navios do tipo PSV, WSSV, OCV, FSVs, AHTS, MPSV, entre outros barcos de apoio offshore, o estaleiro tem boas perspectivas de crescimento para os próximos anos. “Com o conteúdo local em evidência, ainda temos algo em torno de 300 embarcações de bandeira estrangeira para serem substituídas no mercado offshore, portanto, teremos mais alguns
Estaleiro Navship anos construindo embarcações para este mercado muito promissor no país”, afirmou Ricardo Chagas, diretor da Edison Chouest Offshore. Dentre os diversos estaleiros em atividades em Santa Catarina, dois estão em construção em Itajaí, para atender exclusivamente o mercado offshore. Em um terreno de 310 mil m2, a Oceana Estaleiro vai empregar os mais modernos processos construtivos, com instalações de última tecnologia e um contingente de mais de mil funcionários para produzir barcos de apoio. O estaleiro foi projetado com importantes padrões de sustentabilidade como, por exemplo, reúso de água de chuvas, ventilação e iluminação natural, além de uma área verde adjacente de 5,5 mil m 2. A operação marítima do grupo Oceana, a Oceana Navegação, tem como foco embarcações de apoio offshore de médio porte, como Platform Supply Vessels (PSVs), Anchor Handling Tug Supply (AHTS), além de embarcações de inspeção e construção submarinas.
Segundo a empresa, Itajaí foi escolhida por sua vocação para construção naval, disponibilidade de mão de obra treinada e localização privilegiada em relação à cadeia de fornecedores e clientes. A previsão é de que o estaleiro entre em operação ainda este ano. O outro estaleiro que está em construção é o P2 Brasil, que terá como ponto de atuação a construção e o fornecimento de embarcações offshore de médio porte para atuar na exploração do gás e petróleo. Com investimentos na ordem de R$ 220 milhões, o estaleiro será erguido em uma área de 31 hectares, vai processar 15 mil toneladas de aço por ano e gerar mil empregos diretos. A expectativa de aumento de demanda por embarcações com estas especificações é forte e a companhia tem como meta construir embarcações de alta tecnologia embarcada, dentro dos mais altos padrões de qualidade. A unidade catarinense faz parte da P2 Estaleiro S/A, empresa recentemente estabelecida, que tem como sócio majoritário o fundo de investimento P2 Brasil Infraestrutura / Fundo de Investimento em Participações, gerido pela P2 Gestão de Recursos, formada pelo Pátria Investimentos e pela Promon. TN Petróleo 90
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Qualificação crescente A mão de obra será fundamental para atender à demanda crescente de serviços projetada para os próximos anos, e garantir o crescimento sustentável da indústria de óleo e gás em Santa Catarina.
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s instituições de ensino tradicionais na região já estão preparando seus alunos para as oportunidades que estão por vir, na onda do ouro negro. Com cursos diretamente ligados ao setor de óleo e gás, como Oceanografia, e Tecnologia em Construção Naval, além de todos os cursos de Engenharia, a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) tem quase dois mil alunos inscritos nessas disciplinas e que podem vir a atuar futuramente no mercado offshore. De acordo com a entidade, o curso mais procurado pelos estudantes é o de Tecnologia em Construção Naval, muito devido a este setor que é muito forte no estado, por causa de seus muitos portos e estaleiros. Segundo João Luiz Carvalho, diretor do Centro de Ciências Tecnológicas, da Terra e do Mar da Univali, a instituição não pretende abrir um curso específico para a área de petróleo, como de Engenharia de Petróleo, mas nas ementas dos cursos tradicionais de engenharia, meio ambiente e tecnologia vai incluir conteúdos referentes ao setor. “A região apresenta uma indústria diversificada e a área de petróleo ainda é uma promessa. Itajaí e região atuam nessa área não na produção de petróleo diretamente, mas fornecendo equipamentos e serviços para o setor. Por isso, a decisão de não 52
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colocar todos os ovos numa mesma cesta”, afirmou. A Univali está se preparando para o aumento de alunos nas áreas de Engenharia, investindo em novos laboratórios e lançando disciplinas que agregam valor à área de óleo e gás. “Queremos ser um Centro de Tecnologia de referência na região. Programamos visitas técnicas para empresas voltadas para o setor de óleo e gás que operam na região e temos um programa de estágios que privilegiam empresas do setor aqui instaladas”, acrescentou. Para ele, a entidade vai trabalhar na formação de profissionais que vão atuar mais na demanda de insumos e serviços especializados, com alto grau de tecnologia agregada. Já o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) vem investindo em novos equipamentos e na modernização de laboratórios, principalmente na região de Itajaí. Um dos investimentos da instituição é em simu-
ladores para operação portuária e offshore. Para se ter ideia da demanda que o setor vem empregando na região, a previsão do Senai é que mais de nove mil matrículas sejam realizadas para a capacitação em áreas ligadas a óleo e gás. De acordo com o órgão, os cursos voltados para o setor offshore oferecidos hoje são de Técnico em Construção Naval, em Eletromecânica, em Eletrotécnica, em Logística, em Segurança do Trabalho, além de Aprendizagem Industrial em Caldeireiro e Montador Naval, e qualificação como Soldador de Estruturas Navais, Caldeiraria, Eletricista Naval, Encanador Naval. As formações duram, em média, dois anos (cursos técnicos) com opções de curso de menor duração (aprendizagem industrial e cursos de qualificação e aperfeiçoamento profissional). “Os cursos estão tendo grande procura na região portuária de Itajaí. A média é de quatro candidatos para cada
santa catarina: polo logístico do óleo e gás vaga oferecida, o dobro da média no estado. Além disso, o curso técnico em construção naval é o mais concorrido do estado, cujo índice de candidato por vaga é de quase sete”, afirma a entidade. No campus de Joinville da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o curso de Engenharia Naval, que vai formar a primeira turma no ano que vem, já é sucesso entre os alunos, já que 25% dos estudantes pretendem cursar essa disciplina. Para o coordenador do curso, o professor Lucas Weihmann, os investimentos na cadeia produtiva do petróleo, onde o pré-sal é um dos grandes impulsionadores, contribui para essa grande procura, já que o setor demanda a construção de muitas embarcações de apoio, e Itajaí está se tornando um polo de referência para a construção destes modelos.
Mas a relação com o setor de petróleo e gás já existe e tende a crescer no Campus Joinville, principalmente com a execução de projetos de pesquisa em conjunto com a Petrobras. Inaugurado no segundo semestre de 2011, o curso de Engenharia de Petróleo da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) é um dos
poucos específicos para a área de petróleo no estado e a procura deve aumentar nos próximos anos. Com ênfase maior na parte de engenharia de reservatório, o curso possui 40 vagas por semestre, o que, segundo o coordenador do curso, o professor Diogo Siebert, é considerado alto em comparação com outras faculdades públicas.
UO-Sul é a guardiã da fronteira do pré-sal Em fevereiro, a Petrobras iniciou a produção do campo de Baúna, no bloco BMS-40, no pós-sal da porção sul da Bacia de Santos, por meio do FPSO Cidade de Itajaí. Este ativo, que com a incorporação do campo de Piracaba tem volumes recuperáveis totais estimados de 196 milhões de barris de óleo equivalente (boe), está localizada a 200 km da costa do estado de São Paulo. Hoje com uma produção de 45 mil barris por dia de petróleo leve, este ativo paulista é gerido pela Unidade de Operações de Exploração e Produção do Sul (UO-Sul), criada em 2010 em função do acréscimo do volume de atividades da UO-Bacia de Santos (UO-BS), ao qual estava atrelada até então. Foi a forma que a Petrobras encontrou para distribuir a responsabilidade pela gestão das operações de exploração e produção da imensa Bacia de Santos, que se estende de Cabo Frio (RJ) a Florianópolis (SC). Hoje, além de Baúna, esta UO gerencia os campos de Cavalo Marinho, Caravela, Estrela do Mar e Tubarão, em fase de avaliação de desenvolvimento
econômico. Em terra, a UO-SUL é responsável pelo desenvolvimento da produção do campo de Barra Bonita, que fica na Bacia do Paraná. De acordo com a petroleira, o principal investimento da UO-Sul é no projeto de desenvolvimento do campo de Baúna, que abrange a construção de um total de 11 poços (sendo seis
produtores, quatro injetores de água, e um injetor de gás) e sua interligação com o FPSO Cidade de Itajaí. Até agora, já foram concluídos e interligados quatro poços ao FPSO, com capacidade para processar até 80 mil barris de petróleo leve por dia, e 2 milhões de m³ de gás. A Petrobras é detentora de 100% deste ativo. TN Petróleo 90
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capital de energia
Teporti quer ser porto seguro para o setor offshore Com localização privilegiada e uma área total de 1,5 milhão de m2, o terminal Portuário de Itajaí (Teporti) vem trabalhando para se destacar no cenário logístico offshore nos próximos cinco anos.
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ocalizado próximo ao porto de Itajaí e na área de abrangência do pré-sal, a Teporti possui um condomínio industrial capaz de receber diversas empresas das mais variadas atividades, mas o foco da companhia hoje é receber companhias do setor de óleo e gás. Seu grande diferencial é estar anexado a um complexo industrial privado, com uma área totalmente alfandegada, com segurança e vídeos/filmagem 24 horas por dia, facilitando e multiplicando as possibilidades de exportação e importação das empresas. Atualmente, o Consórcio MGT, formado pelas empresas DM Construtora e TKK Engenharia, avança com obras de infraestrutura, onde serão construídos os módulos para os FPSO P-67 a FPSO-71, da Petrobras. Com a atuação do consórcio, a empresa já vem recebendo pedidos de pelo menos seis empresas do setor offshore querendo se instalar no empreendimento da Teporti. “Depois do início das operações do MGT, o interesse em nossa região aumentou bastante”, afirmou Alesandro Zen, diretor da Teporti. Para se preparar para receber essas grandes companhias e também pensando nos módulos para a Petrobras, a Teporti irá realizar até março de 2014 uma expansão do seu cais entre 50 m e 60 m. Porém, além dessa pequena expansão, o cais tem espaço para ser expandido em 300 m além dos 150 atuais,
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podendo chegar aos 450 m. A empresa fará obras de ampliação da entrada do terminal portuário e também da ponte que liga uma área a outra, já que a atual não suporta o tamanho e o peso dos módulos que serão construídos pelo consórcio MGT. A nova ponte vai suportar até duas mil toneladas. Segundo Alesandro Zen, uma das principais vantagens do
empreendimento, além da fácil localização, está também na área já estar toda licenciada por todos os órgãos governamentais. A empresa auxilia ainda as companhias que queiram se instalar ali na obtenção de licenças, agilizando o processo de instalação delas. “Acredito que nos próximos cinco ou dez anos, a nossa região será muito forte no setor offshore”, afirmou Zen. “A gente sabe o potencial que há aqui. É um local estratégico e tem tudo para dar certo”, completou. No último ano, o Teporti teve um faturamento de R$ 65 milhões em prestação de serviços a clientes como Petrobras, WEG, ArcelorMital e Navship (Chouest). Hoje, o condomínio da Teporti tem 60% de espaço disponível para a chegada de novos empreendimentos. Em média, a previsão de crescimento ao ano da Teporti, em serviços logísticos, deve ficar em torno de 15%.
santa catarina: polo logístico do óleo e gás
Fiesc cria Comitê de Petróleo e Gás Para que a indústria de Santa Catarina possa aumentar sua participação na cadeia de fornecimento do setor de óleo e gás, o Sistema Fiesc criou o Comitê de Petróleo e Gás, que será presidido pelo gerente de relações institucionais de comércio da Weg, Edgar Cardoso da Silva. Até 2020, o segmento de óleo e gás prevê investir US$ 400 bilhões para atender a crescente demanda do setor em todo o país. Para o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, além de alavancar a participação da indústria do estado, o comitê terá a missão de promover a articulação com universidades e centros de pesquisa visando ao desenvolvimento tecnológico dos fornecedores para suprir as necessidades do setor. “Como sabemos, o Brasil está numa fase de grande crescimento na atividade de óleo e gás com investimentos expressivos. Essa rápida expansão traz muitos desafios envolvendo inúmeras questões tecnológicas. A grande questão é que todos os equipamentos utilizados na cadeia têm que ser cada vez mais inteligentes e autônomos sem comprometer a segurança operacional e a eficiência do setor”, disse ele, destacando que o Sistema Fiesc, por meio do Senai, vai instalar em Florianópolis um instituto de inovação em sistemas embarcados com o objetivo de promover a pesquisa em software e de hardware para atender à indústria. O superintendente da Organização Nacional do Petróleo (Onip), Luís Fernando Frutuoso, apresentou um estudo que mostra que, no curto prazo, as empresas de base tecnológica e os estaleiros para construção de barcos de apoio e reparo naval são
os negócios dentro da cadeia de óleo e gás mais atrativos para o estado de Santa Catarina. O trabalho também considera que a instalação de um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) é estratégica para o estado devido à repercussão em outros segmentos, ao eliminar gargalos referentes à matéria-prima de áreas como a petroquímica e de fertilizantes, que podem usar fontes permanentes de suprimento de gás natural. O levanta-
mento ressalta ainda que o terminal de GNL é importante para a segurança no abastecimento regional para termelétricas e outros usos industriais. “Serão necessários 296 barcos (embarcações de apoio) e Santa Catarina está preparada para fazer isso. Muitas empresas estão consolidadas. Entendemos que o estado tem vocação para construir novas embarcações e fazer reparo naval, que é bastante atrativo”, afirmou Frutuoso. No dia 7 de junho, representantes de dez empresas catarinenses do setor de óleo e gás participaram de rodada de negócios para conhecer as demandas em caldeiraria e usinagem da empresa francesa Schlumberger, que busca fornecedores locais. O diretor de contratos de FPSOs da Odebrecht no Brasil, Rodrigo Lemos, disse que 108 pessoas trabalham na unidade Cidade de Itajaí. “O desafio é formar trabalhadores locais. Hoje estamos trazendo de outros estados, o que aumenta os custos de logística. Temos muito interesse em formar mão de obra local”, afirmou.
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eventos Brasil Offshore 2013
Integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás por Karolyna Gomes, Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez
Principal porta de acesso para uma das bacias mais importantes do país, Macaé reuniu importantes players do mercado offshore e de óleo e gás na sétima edição da Brasil Offshore 2013, apontado como o terceiro maior evento mundial do setor. Com cerca de 51 mil visitantes e mais de mil marcas expositoras, sendo 105 internacionais, a feira ocupou 37.000 m² do centro de exposição – 2.000 m² a mais que em 2011. A conferência, que reuniu mais de mil congressistas, teve como tema central a questão da integridade, fator crucial em cenários desafiadores como o do pré-sal e outras novas fronteiras, assim como em bacias maduras, que contribuem para a maior parte da produção brasileira offshore de óleo e gás. 56
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Fotos: Banco de Imagens TN Petróleo
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om cerca de 300 milhões de poder de compra representado por empresas nacionais e estrangeiras e quase 200 milhões em potenciais acordos comerciais costurados nas rodadas de negócios, a 7ª edição da Brasil Offshore – Feira e Conferência Internacional da Indústria de Petróleo e Gás consagrou-se como a melhor de todos os tempos. Realizada entre os dias 11 e 14 de junho, evento reuniu mais de 700 expositores – e um total de 1.020
marcas expostas – que apresentaram seu portfólio de produtos e serviços, destacando as principais soluções e tecnologias que estão disponibilizando para o mercado offshore. A conferência reuniu quase 1.100 especialistas do setor, que debateram um dos aspectos mais importantes para a sustentabilidade das empresas que atuam na exploração e produção offshore: a integridade dos ativos, desde a etapa de prospecção exploratória à produção e escoamento.
Com o tema ‘Integridade: quando você deve se preocupar?’, a conferência internacional foi dividida em três plenárias – ‘Interface de poço reservatório’, ‘Escoamento e engenharia submarina’ e ‘Instalação e produção’ – e oito sessões técnicas, com a participação de 44 palestrantes, 25% deles internacionais. O alto número de participantes reflete o interesse do setor e a decisão acertada dos organizadores da feira e do congresso – a Reed Exhibitions Alcantara Machado, o Instituto BraTN Petróleo 90
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eventos - Brasil Offshore 2013
Área: 37 mil m² Visitantes: 51 mil Expositores: 1.000 Empresas estrangeiras: 105 Pavilhões internacionais: 7 Reuniões rodadas: 550 Expectativas de negócios: R$ 196 milhões Conferência 1.035 congressistas 44 palestrantes sileiro do Petróleo (IBP) e a Society of Petroleum Engineers (SPE) – de não cobrar inscrição para a conferência. Durante dois dias do evento, as rodadas de negócios mobilizaram quase cem empresas, das quais 23 âncoras – em mais de 550 reuniões. “É importante ter a participação de todas as partes interessadas nessa indústria, inclusive dos estudantes. Com essa integração vamos evoluir e atingir nossos objetivos”, afirmou Joelson Falcão Mendes, gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Campos (UO-BC) da Petrobras.“Estamos produzindo há 35 anos na Bacia de Campos. Nesse período, muitas barreiras foram vencidas”, destacou ele, lembrando que a bacia ainda é o principal polo petrolífero do país, com uma participação expressiva na produção nacional (atualmente responsável por 81,5% do óleo extraído no país e 36,8% do gás natural, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 58
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“Hoje nos deparamos com uma situação interessante: temos muitos investimentos a serem feitos em novos campos, assim como em ativos maduros, com unidades de produção com mais de 20 anos, que precisam passar por melhorias para assegurar a produtividade dessa bacia”, observou Mendes, que lembrou ainda que a companhia, graças a uma atuação em parceria com os fornecedores de bens e serviços e a academia (universidades e centros de pesquisa), tem conseguido “fazer uma boa gestão dos reservatórios destes ativos maduros, mantendo-os em operação e com bons índices de produção por muito mais tempo do que o previsto inicialmente”. “O Brasil representa um desafio tecnológico constante. O ambiente em que trabalhamos, principalmente o offshore, é extremamente demandante de tecnologia”, destacou o diretor do IBP, Maurício Figueiredo, chamando a atenção para a crescente demanda de serviços que será proporcionada pelos leilões
que estão sendo realizados até o final deste ano. Para o vice-presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, Paulo Octávio Pereira de Almeida, esta edição foi o start para as diferentes demandas que o setor de petróleo e gás vive no país. “Se no passado a Brasil Offshore estava direcionada para a Bacia de Campos, na região de Macaé (RJ), hoje atrai empresários brasileiros e estrangeiros que têm interesses em outras bacias do país”, frisou. Segundo ele, o Brasil tem um grande desafio nas mãos, pois além de possuir áreas com grande potencial em bacias maduras, tem ainda que desenvolver as descobertas no pré-sal e viabilizar as novas fronteiras exploratórias. “Nesse contexto, a Brasil Offshore teve um papel decisivo, tanto pelo conteúdo técnico apresentado em suas conferências, quanto pelo poder de negócios e convergência gerado entre visitantes e expositores.
Integridade em foco Garantir a integridade dos sistemas de produção, desde o projeto até a operação plena das plataformas offshore foi o tópico das sessões plenárias que aconteceram nos dias 12, 13 e 14 de junho. O tema ‘Integridade interface poço e reservatório’ abriu os debates, que começaram no segundo dia da feira. O especialista em Regulação da ANP, Carlos Agenor Onofre Cabral; o gerente geral de Construção de Poços da Petrobras, Virmondes Alves Pereira; o diretor da Baker Hughes, Saul Plavnik; e o vice-presidente da Schlumberger, Kamel Bennaceur ministraram as palestras desta sessão, coordenada pelo consultor sênior da Petrobras, André Leibsohn Martins e pelo gerente do Programa de Pesquisa de Completação BRGC/Schlumberger, Eduardo Albino.
integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás “A integridade da interface poço-reservatório inicia-se na fase de construção do referido poço, e deve levar em consideração a avaliação de riscos e medidas de controle durante todo o seu ciclo de vida (construção, operação e abandono)”, observou Carlos Agenor Onofre Cabral, da ANP. Segundo dados da agência reguladora, em 2012 foram realizadas 26 auditorias de verificação de conformidade na condução das atividades de perfuração e produção de petróleo e gás natural – ante 26 em 2011 e 2010, e duas em 2009. O especialista a ANP também apresentou a agenda regulatória 2013/2014, que inclui a elaboração de resolução regulamentando a segurança operacional em perfurações terrestres; elaboração de resolução regulamentando projetos de poços, a revisão da Portaria ANP n. 25/2002 / Abandono de poços, e a elaboração de resolução que regulamenta a operação de dutos submarinos. Os desafios para alcançar as profundidades do pré-sal com segurança e o panorama atual dos equipamentos que atuam no pós-sal foram apresentados pelo executivo da Petrobras. Virmondes Pereira falou sobre o Programa de Redução de Custo de Poços (PRC-Poço), estruturado pela estatal com três frentes: reduzir custos unitários, otimizar escopos de projetos e buscar ganhos de produtividade. “Os cenários do pós-sal nos mostram áreas congestionadas com plataformas, equipamentos submarinos, dutos, poços produtores e injetores. As orientações para esses cenários são, evidentemente, construir poços direcionais de feel drilling em regiões de maior saturação de
óleo; ter ativos com integridade mais robusta, além do aproveitar ao máximo as estruturas existentes, compatibilizando a vida útil dessas com o que ainda resta de reserva”, explicou. Ele observou que a companhia prospecta sempre oportunidades para aplicar tecnologias desenvolvidas ou em desenvolvimento junto a prestadores de serviços. Pereira também falou sobre o gerenciamento integrado das operações de poços, que a Petrobras realiza por meio de Centros de Suporte à Decisão, coordenado por técnicos especializados que atuam em tempo real, o que aumenta a segurança gerando ganhos de produtividade. “Uma de nossas principais missões é deixar um legado para as gerações futuras. Estamos falando de transferência de conhecimento. Tenho certeza de que o próprio CSD (centros de suporte à decisão) já ajuda neste sentido”, concluiu. Saul Plavnik, da Baker Hughes, abordou temas importantes para a integridade de equipamentos, apresentando tecnologias desenvolvidas pela empresa para remoção de incrustação (depósitos que se formam no interior das tubulações, devido à fixação de substâncias em suspen-
são) reentrada, abandono de poços, técnicas de estimulação, reparos, e o gerenciamento de água. Segundo o executivo, todas essas questões se aplicam na Bacia de Campos. “A proposta da Baker para o gerenciamento de água foca na redução dos resíduos. A ideia é se antecipar e inibir as ameaças com produção de água, como incrustação e depósito, que restringem a produção de hidrocarbonetos. Uma vez que a água chega à superfície, temos que reciclar para que o cliente possa descartá-la ou até mesmo reutilizá-la, como por exemplo em fraturamentos”, explicou Plavnik. Ele citou a tecnologia que a empresa montou na Inglaterra, chamada de Eco-Centre. “Basicamente ela recebe e trata o resíduo que vem do Mar do Norte, dispondo-o de maneira ambientalmente aceitável. Esse é um conceito que temos que pensar”, afirmou. Quanto aos resíduos que não podem ser reutilizados, Plavnik destacou formas de fazer um descarte dentro das normas ambientais. “Esse descarte pode ser feito através de técnicas de injeção ou mesmo de evaporação”, garantiu. Para a reciclagem de água, o executivo salientou a técnica de coagulação. “Este é um processo de desestabilização dos contaminantes, que estão dissolvidos no meio aquoso, pela introdução de uma corrente eléTN Petróleo 90
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Fotos: Divulgação Brasil Offshore
eventos - Brasil Offshore 2013
trica. Essa corrente gera uma força eletromotiva que vai fazer algumas reações químicas eliminando metais pesados, bactérias, e deixando a concentração de hidrocarbonetos em quantidades aceitáveis”, explicou.
Desafios submarinos Manter a integridade dos equipamentos submarinos, expandir sua capacidade operacional e manter sua disponibilidade ao longo do processo de produção são os principais desafios apontados pelos palestrantes do segundo dia de plenária. Sistemas de controle e monitoramento foram as alternativas apontadas pelos especialistas, que indicaram a segurança das equipes, operações, instalações, meio ambiente e a continuidade de uma produção rentável como principais objetivos. Mauricio Antônio Costa Diniz, gerente geral da Unidade de Serviços Submarinos da Petrobras (US-SUB) ressaltou o grande desafio entre monitoramento e confiabilidade e comentou sobre o trabalho de gerenciamento integrado de operações que a Petrobras está realizando, onde há uma integração entre as 60
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gerências da Unidade de Serviços Submarinos e as demais Unidades de Serviço e Unidades de Operação na programação das operações, visando o desempenho da frota. “A busca pela continuidade da produção economicamente viável, uma vez que os custos dos serviços de instalação e manutenção submarina são bem elevados é a grande dificuldade”, informou Diniz. De acordo com ele, é necessário um melhor planejamento para a área submarina através de novas tecnologias para garantir a integridade dos sistemas submarinos cada vez mais complexos e numerosos e o potencial de redução de custos por meio dos veículos subaquáticos autônomos (Autonomous Underwater Vehicle / AUV) – sistemas subaquáticos e robóticos de monitoramento que garantem a verificação constante das condições da infraestrutura submarina. José Mauro Ferreira, diretor da FMC Technologies do Brasil, falou sobre a tecnologia de monitoramento remoto Condition and Performance Monitoring (CPM)
System, que previne falhas e acidentes nos sistemas subsea e prezam pela integridade submarina. O equipamento foi premiado na edição deste ano da Offshore Technology Conference (OTC), realizada em Houston. “Essa tecnologia ajuda os operadores a monitorar tudo que está acontecendo nos equipamentos submarinos. Ele possui um software que gera um relatório, podendo assim identificar e monitorar as informações necessárias para trabalhar com as falhas e/ou sua prevenção e auxiliar a tomada de decisões mais rapidamente”, explicou. Ebere Chimezie, gerente de Engenharia surf da Shell, comentou sobre os desafios de integridade que a companhia passou em 2005 no Golfo do México quando sua gigantesca plataforma Mars foi devastada pelo furacão Katrina, paralisando 90% de sua produção de petróleo. E em 2011 nos dutos da plataforma Ursa, que também estava operando no Golfo do México. O executivo apontou que nesses casos a Shell utilizou sistemas de reparo em águas profundas (deepwater pipeline system / DPRS) para substituir seus sistemas de abastecimento, alternativa bem-sucedida e que o gerente indica para o gerenciamento de integridade de dutos no Brasil. Mitigar riscos e gerenciar custos foram os pontos levantados por Julia Costa, gerente comercial da GE Oil & Gas, que também participou da plenária. Segundo ela, a chave para a garantia da integridade está nas novas tecnologias, produtos e materiais, processos mais robustos e qualidade nas execuções é possível desenvolver, qualificar, certificar e inspecionar as atividades submarinas. “Metodologias e processos robustos tanto na fase de fabricação quanto na de produção, testes de qualificação e controle das matérias-primas (por auditorias e monitoramentos) dos fornecedores de materiais também são necessárias nesta direção”, complementa Costa. A FMC Technologies já produziu mais de 400 árvores de natal e mais de 35 manifols no Brasil.
integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás
Macaé terá parque científico e tecnológico Durante a Brasil Offshore 2013 foi anunciado o projeto de um Parque Científico e Tecnológico, cujo principal objetivo é o incentivo a inovação e o desenvolvimento econômico e sustentável da região. O projeto está em fase de planejamento e implantação e ainda não tem previsão para início das operações.
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luízio dos Santos Júnior, prefeito de Macaé, disse que o parque poderá atender grande parte das lacunas tecnológicas da Bacia de Campos e terá como um dos seus principais objetivos estimular a geração, a difusão e a transferência de conhecimento das instituições de ensino, de pesquisa e de desenvolvimento e inovação para o setor produtivo, assim como capacitar pessoas e empresas da região por meio de centros de competência e também com o apoio das instituições produtoras e difusoras de conhecimento já existentes. “Queremos atrair os centros de pesquisas das empresas de petróleo e gás – não somente as que atuam aqui como também outras companhias. A meta é desenvolver novas empresas de base tecnológica. O centro como um todo irá sistematizar o processo de transferência tecnológica e pesquisas voltadas para a demandas do setor de petróleo, gás e energia”, afirmou. Segundo Carlos Eduardo Lopes da Silva, professor e analista de projetos do Laboratório de Empreendimentos Inovadores (LEI) da Universidade Federal Fluminense (UFF), o projeto trabalha também com o propósito de melhorar o desenvolvimento da política de ciência e tecnologia de Macaé. “A base principal para esses desenvolvimentos está pautada na hélice tríplice (calcada na articulação entre universidade, governo e empresariado), universidade empreendedora (que estimula seus alunos a desenvolver negócios e
Carlos Eduardo, professor e analista de projetos do Laboratório de Empreendimentos Inovadores (LEI) da Universidade Federal Fluminense (UFF); Aluízio dos Santos, prefeito de Macaé; e Paula Guedes, gerente de Urbanismo e Saneamento da Câmara Permanente de Gestão (CPG) da prefeitura de Macaé
tecnologias), e o parque tecnológico”, anunciou. Carlos Eduardo explica que o projeto é coordenado pela prefeitura de Macaé, mas é do município, e que já está conversando com reitores das universidades e em breve irá contatar as empresas da região para levantarem as demandas. A localização do parque está sendo estudada pela prefeitura e será próximo à cidade universitária de Macaé, o Polo Industrial de Cabiúnas e o Parque de Tubos. O projeto do parque contempla: área administrativa, espaço da ciência, centro de desenvolvimento tecnológico da prefeitura (CDT), o museu do petróleo e o núcleo de incubação. A ideia é que tanto o espaço da ciência quanto o museu do petró-
leo seja financiado por empresas do setor, cujo propósito é a integração social e o estímulo ao empreendedorismo social. O núcleo de incubação irá desenvolver novas empresas de base tecnológica para a região e contará com núcleos específicos de inovação tecnológica (NIT): petróleo, sustentabilidade, biotecnologia e tecnologia da informação (TI). “A instalação do parque irá favorecer a atração de profissionais e empresas do ramo da indústria do conhecimento e de alta tecnologia e irá contribuir para a pesquisa, o desenvolvimento e inovação no segmento de petróleo, gás e energia, assim como gerar uma diversificação da economia e, consequentemente, contribuir com a sustentabilidade da região TN Petróleo 90
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eventos - Brasil Offshore 2013 para a era pós-petróleo”, apontou o professor.
Mobilidade urbana e logística Na ocasião, Paula Guedes, gerente de Urbanismo e Saneamento da Câmara Permanente de Gestão (CPG) da prefeitura de Macaé, apresentou o plano integrado de mobilidade urbana e logística de Macaé, em parceria com os municípios vizinhos e com o poder estadual, para melhorar o acesso aos diferentes bairros da cidade. O projeto faz parte do planejamento Masterplan (Polo Industrial Cabiúnas-Macaé), que tem definido como horizonte o ano de 2020. “O plano é uma requalificação do espaço urbano e ambiental. Além de um desenvolvimento regional integrado, com incremento à logística e a busca de soluções de mobilidade urbana para a região norte-fluminense”, indicou Guedes. Macaé é o eixo principal desse plano porque o município está com o projeto urbano
do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em estágio avançado de implantação. Segundo o prefeito de Macaé, a primeira etapa do plano será realizada no próximo ano com a criação do Arco Viário de Santa Tereza, que poderá se tornar um acesso fundamental ao Parque de Tubos, com a realização de melhorias como o
alargamento e a pavimentação de suas pistas, que hoje são de terra. “A indústria do petróleo será a mais beneficiada, pois as obras facilitarão a mobilidade e a logística do trânsito pesado que atualmente atravessa a região central da cidade, quase totalmente advindos da indústria do petróleo”, enfatizou.
A Rodada de Negócios da Brasil Offshore 2013 bateu recorde em relação à última edição de 2011. Ao todo foram realizados 550 encontros com a participação de 98 fornecedores contra 320 encontros da edição anterior da Brasil Offshore. A expectativa de negócios de acordo com a Onip ficou em torno de R$ 196 milhões – R$ 26 milhões a mais que o registrado na edição passada. O primeiro dia da Rodada de Negócios, promovida pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), em parceria com o Sebrae-RJ, teve 320 encontros realizados entre as empresas âncoras e fornecedores do setor de petróleo e gás. Em apenas um dia, o número de reuniões foi igual ao total registrado em toda a última edição da rodada. “O mais importante na rodada é a oportunida62
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Fotos: Divulgação Brasil Offshore
Rodada de Negócios bate recorde
de que as pequenas empresas têm de encontrar e apresentar seus produtos e serviços para grandes compradores”, afirmou o superintendente da Onip, Alfredo Renault. O resultado agradou às empresas presentes, como a Schlumberger, que conheceu potenciais fornecedores e futuros parceiros. “A rodada tinha muitas empresas com bom potencial para serem nossos fornecedores. Alguns deles oferecem serviços que são bem específicos no mercado e que podem re-
presentar bons negócios no futuro”, disse Orleans Lima, especialista em Sourcing da empresa. A Rodada de Negócios da Onip contou com a participação de 22 empresas âncora: Schlumberger, Aker Solutions, Akzo Nobel, Arprotec, Asca, Baker Hughes, Cameron, os estaleiros Eisa, Mauá, Iesa e TCE, Forship, G-Comex, Kongsberg, Mills, Oceaneering Brasil, Techint, Transpetro, UTC e WEG, além as operadoras Petrobras (UO-BC e UO-BS) e Shell.
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eventos - Brasil Offshore 2013
Empresas destacam tecnologias offshore Sempre presente nos principais eventos do setor de petróleo e gás, a Wärtsilä apresentou na Brasil Offshore 2013 a sua tecnologia Gas Reformer, que utiliza gases derivados da exploração de petróleo como fonte de energia autossustentável para a operação offshore.
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remiada na Offshore Technology Conference (OTC) deste ano, em Houston, a nova tecnologia surge como uma solução economicamente produtiva para reduzir o gás de queima (flare). A primeira plataforma equipada com a solução foi entregue em março, e está atualmente em fase de testes. De acordo com Reetta Kaila, especialista da área de Soluções de Gás da Wärtsilä, a companhia há mais de dez anos tem um grupo de pesquisa que trabalha que desenvolvimento de tecnologias energéticas no centro da empresa em Helsinki. O GasReformer foi o principal produto a sair desses anos de pesquisa e, segundo Reetta, a tecnologia desenvolvida pela empresa é única no mundo no setor offshore. O aproveitamento desses gases além de trazer benefícios ao meio ambiente, permite reduzir custos operacionais na exploração offshore de petróleo e gás. A especialista pontua que a companhia vê o mercado onshore, em especial o do gás não convencional (shale gas), como uma grande oportunidade de expandir os negócios e ampliar a presença do GasReformer no mercado,
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transformando o gás gerado em energia elétrica e colocando essa energia no grid. Mas o foco principal continua sendo o offshore, já que a empresa está apenas no início do projeto da nova tecnologia. “Esperamos vender a segunda unidade este ano e depois começarmos a crescer gradativamente, de acordo com a aceitação do produto no mercado. Vemos muito potencial para essa nossa nova tecnologia no mercado brasileiro”, concluiu. Para dar suporte aos contratos no país, a empresa inaugurou, em fevereiro, uma nova oficina de serviços de manutenção de equipamentos em Niterói, também no estado do Rio de Janeiro. A unidade, que contará com laboratórios de automação e injeção eletrônica, além de uma área dedicada a propulsores navais, dobrou a capacidade operacional da Wärtsilä no estado. A empresa está construindo ainda uma fábrica no Superporto do Açu, para atender a demanda crescente do setor offshore. Rolls-Royce – Em entrevista durante a Brasil Offshore, William Roberts, vice-presidente global de Treinamento e Desenvolvimento de Serviços de Engenharia da Rolls-Royce, afirmou que a empresa tem o Brasil como um dos principais locais de investimento, o que vem acontecendo nos últimos anos.
Com a meta de posicionamento global da companhia, a Rolls-Royce está construindo um centro de treinamento em Niterói, para preparar e integrar os funcionários no uso das mesmas tecnologias usadas em todas as bases da companhia pelo mundo. O investimento no novo centro de treinamento está dentro do cronograma de investimento de 200 milhões de dólares da companhia, que tem, dentro desse plano, a planta de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que vai fabricar equipamentos para a Petrobras e que deve ser inaugurado no segundo semestre desse ano. “Para nós, é importante que os funcionários saibam utilizar toda a nossa tecnologia, integrada mundialmente, da melhor forma possível e de modo correto”, afirmou William. “Queremos manter uma presença global nos setores em que atuamos, e, principalmente, que a tecnologia usada na Austrália e o treinamento sejam os mesmos aplicados aqui no Brasil”, completou. De acordo com ele, o centro de treinamento é uma oportunidade excelente de os funcionários se aprimorarem cada vez mais, entendendo o funcionamento
integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás dos equipamentos e garantindo que os engenheiros mantenham os equipamentos funcionando. “Estamos vivendo um período muito dinâmico na Rolls-Royce e queremos continuar a vender equipamentos no país, mas também é nosso objeivo oferecer os melhores serviços”, concluiu William. Tiger Rentank – Outra empresa presente na Brasil Offshore este ano foi a Tiger Rentank, multinacional, de locação de tanques, contêineres, skids, cestas, cutting boxes, caixas metálicas e caçambas para plataformas offshore. Com clientes como Petrobras, Clariant, Ecolab, Brasdril, Statoil e Repsol, a Tiger Rentank afirmou que um dos seus principais objetivos é se tornar a primeira companhia do país no setor de locação de equipamentos offshore. Para isso conta com diferenciais como equipamentos novos e com certificação da DNV. “A Brasil Offshore nos traz muitos contatos, além de ser uma ótima oportunidade para revermos clientes e conseguirmos novos parceiros”, afirmou Cláudia Batalha, coordenadora comercial da Tiger Rentank. AkzoNobel – Com quase três mil funcionários no país, e com um mercado local que gera receita de € 1 bilhão, a AkzoNobel, especializada em tintas e revestimentos – além de ser uma das principais fabricantes de especialidades químicas –, reuniu três de suas nove unidades de negócios na Brasil Offshore para apresentar suas soluções: a Powder Coatings (marcas Interpon e Resicoat), a Marine & Protective Coatings (marca International) e a Surface Chemistry (especialidades químicas).
A divisão Marine da companhia tem foco em tintas anticorrosivas para proteção, manutenção e reparo de embarcações, plataformas e tudo o que estiver relacionado a aço. “Temos 70% de participação no mercado marítimo e mais de 25% no de plataformas”, afirma o gerente geral da unidade Marine & Protective Coatings da AkzoNobel, Fernando Macedo. O executivo afirma que o que
está sendo um divisor de águas para o mercado são os produtos ecopremium – mais ecológicos, eles não utilizam, por exemplo, solventes ou corantes. Em função dessa linha mais ecológica, em 2012, a AkzoNobel celebrou a primeira posição no Dow Jones Sustainabilty Index (Índice Dow Jones de Sustentabilidade / DJSI). Reconhecida e premiada por sempre buscar desenvolver soluções que diminuam o impacto ao meio ambiente, a empresa tem a meta de, até 2015, ter 30% de sua receita advindos de produtos ecopremium. “Outro importante TN Petróleo 90
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eventos - Brasil Offshore 2013 diferencial é que nossas tintas não contêm metais pesados, como chumbo ou cromo, e quanto a isso nós nos antecipamos à legislação local”, diz. Macedo pontua que o crescimento anual da empresa tem sido de 8% para plataformas, 10% a 11% para o marítimo, e entre 15% e 25% para a divisão química. “Estamos crescendo acima do mercado”, comemora o executivo. A divisão Chemistry, também tem metas ambientais, garante o gerente de Vendas e Marketing para Petróleo e Tratamento de Água, André Oliveira. “Nossa meta é agressiva. Cerca de 30% de nossos produtos precisam ser ecopremium”, disse exemplificando o de polímeros, que são chamados de híbridos – com origem mineral e vegetal. Para a área de perfuração, Oliveira explica que a empresa fornece matéria-prima e produto final. “Não temos serviços agregados a essa área. Nós fornecemos para os prestadores de serviços que
atuam, por exemplo, com fluidos de perfuração, como Baker Hugues, Halliburton, Schlumberger, entre outras”, explica ele. Até o final de 2013, a empresa anunciará a construção de um Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento para Tintas, em São Gonçalo(RJ). “As tintas serão voltadas para o mercado de óleo e gás”, garantiu Fernando Macedo. Arycom – Participando pela primeira vez da Brasil Offshore, a Arycom, empresa 100% brasileira que atua com serviços e capacidade satelital das constelações Inmarsat e Iridium para transmissão de dados e voz, teve como principal meta divulgar sua marca. Com um escritório inaugurado há oito meses no Rio de Janeiro, a companhia fornecedora de serviços para o setor marítimo, aéreo e terrestre pretende expandir negócios com o bom momento do mercado offshore no estado. “Nossas soluções têm cobertura mundial. Isso quer dizer que se uma plataforma está em Cingapura e vem para o Brasil, o serviço é o mesmo, com a mesma qualidade”, diz o gerente regional da empresa, Iñigo Lopez. “A transmissão via
satélite faz com que a comunicação funcione normalmente mesmo há quilômetros de distância da costa”, explica. Já atuando junto a grandes players – como Petrobras, Queiroz Galvão, Modec, Schlumberger, Brasdril e Norsul – a empresa fornece pacotes que atendem às necessidades, sobretudo, de embarcações que dão suporte às plataformas de extração de petróleo. Mas de acordo com Lopez, os serviços vão além da telefonia e internet, incluindo também telemetria e rastreamento. “Trabalhamos com comunicações automáticas, como por exemplo, a medição dos níveis dos tanques, alarmes, monitoramentos... Ou mesmo com posicionamento dinâmico de embarcações que necessitem de troca de dados em tempo real”, esclareceu. A Arycom também dá suporte às companhias, monitorando os custos dos serviços prestados. “Um funcionário pode esquecer uma conexão aberta, e isso eleva muito os custos. Então, fazemos o
Revitalização de Campos Maduros Durante a sessão sobre revitalização de Campos Maduros, Osman Tosun, gerente de Desenvolvimento do Campo de Bijupirá e Salema, localizado na Bacia de Campos, falou sobre o trabalho desenvolvido pela companhia, em parceria com a Petrobras - que possui 20% de participação na área. Com início de produção em 2003, e o primeiro a ser operado por uma empresa estrangeira, o campo de Bijupirá e Salema começou com uma 66
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produção de 100 mil barris por dia, mas no decorrer dos anos houve um declínio, até a manutenção com as ações feitas pela Shell e a Petrobras. Hoje, a produção atual está em 15 mil barris por dia, feita através de nove poços produtores, sendo sete em Bijupirá e dois em Salema. A produção vai para o FPSO Fluminense, que também armazena e transfere o óleo e o gás. Em 2012, deu início ao projeto de redesenvolvimento da produção, onde a Shell perfurou mais quatro poços e começou a produzir. Hoje, o fator de recuperação do campo está em 40%. Segundo a expectativa da empresa é estender a vida do campo até 2021
utilizando as mais novas tecnologias de caracterização, como a sísmica 4D. Já Eduardo Abdounur, gerente de Desenvolvimento de Projetos de Exploração e Produção da Petrobras, afirmou que a Bacia de Campos mesmo sendo madura ainda tem um grande potencial produtivo e de valor agregador, com tendência de crescimento. “A Bacia de Campos tem muita capacidade ociosa, o que abre uma brecha para projetos de revitalização”, afirmou. Segundo ele, o uso de tecnologia e soluções de engenharia é importante na análise de projetos de revitalização de campos maduros.
integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás monitoramento preventivo junto aos clientes. Esse é um de nossos diferenciais”, conclui o gerente. CP+ – Investindo na participação de grandes eventos do setor, a CP+ (antiga Cepemar) viu na Brasil Offshore a oportunidade de se apresentar ao mercado de óleo e gás após o leilão da ANP. Experiente, a empresa atuou no licenciamento ambiental dos campos Espadarte, Roncador, Jubarte, BM-s-5, BM-S-27, e, recentemente, para o gasoduto Norte-Capixaba. “Temos expertise no monitoramento e licenciamento ambiental e oceanográfico. Entendemos as complexidades de algumas regiões leiloadas na última Rodada da ANP”, afirma o diretor comercial de Operações Marine Survey, Érik Fabian Cunha. Ele explica que entre os fatores complexos estão condições climáticas, hidrodinâmicas, distância da costa, sensibilidade ambiental, entre outras. A companhia venceu um projeto, junto à ANP, de ‘piston core’ (amostras de sedimento coletadas para análises geoquímicas visando a identificação de hidrocarbonetos), e há dois meses está realizando trabalhos na Margem Equatorial. “Estamos analisando as linhas sísmicas, imagens de satélites para realizar modelagem matemática e mapear os pontos de coleta. Realizadas estas etapas, iremos com a embarcação para o mar ”, explicou Cunha. A empresa possui duas embarcações de monitoramento ambiental, oceanografia e geofísica: o Ocean Stalwart e o Seward Johson. O primeiro destina-se a levantamentos geofísicos, ambientais, coletas de sedimentos e quaisquer outros levantamentos meteoceanográficos em áreas costeiras e oceânicas. Já o segundo, oferece soluções
em monitoramento, pesquisa e survey na área offshore. Para o leilão do pré-sal, a CP+ vem buscando aperfeiçoar sua mão de obra. “Sabemos que a região irá demandar novas tecnologias e capacidade técnica do nosso pessoal. Com isso elaboramos um Programa de Formação de Marine Surveys (formação de mão de obra para levantamento de dados), que acabamos de montar e devemos iniciar já nesse segundo semestre”, diz Cunha. Ele explica que isso é inédito no Brasil, e que a princípio será direcionado para os funcionários da empresa.
Com o retorno dos leilões, a empresa prevê a diversificação de clientes com a entrada de novas empresas no cenário da exploração de hidrocarbonetos, e espera crescimento de 100%. “Sem essas empresas não se consegue volume de trabalho para investir, por exemplo, em um navio que custa US$ 30 milhões”, afirma. Além do setor de óleo e gás, a empresa atua prestando serviços para mineração e energia. Agrekko – Participante ativa de várias edições da Brasil Offshore, a Aggreko, líder mundial no forTN Petróleo 90
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necimento temporário de energia, resfriamento de processos e climatização, além de expor seus produtos voltados para o setor, também foi, pela quarta vez consecutiva, fornecedora oficial de energia do evento. Foram disponibilizados 22 geradores, totalizando 14.300 kVA de energia contínua em tempo integral, além de 21 km de cabos, painéis de proteção e equipe para operar a infraestrutura. “Estamos com um foco muito grande em eventos. Além dos específicos para esse setor, atuamos na Copa do Mundo, Olimpíadas,
e também no Rock in Rio”, afirma o gerente geral da Aggreko no Brasil, Pablo Varela. A empresa fornece soluções temporárias, que incluem a locação de grupos geradores para o fornecimento de energia confiável para o deckmating de plataformas, a geração a bordo das unidades de produção, armazenamento e transbordo (FPSO) e durante interrupções programadas ou emergenciais, bem como o fornecimento de bancos de carga para testes em sistemas de geração, tais como turbinas, geradores, entre outros. “Estamos trabalhando na construção de plataformas do pré-sal. Atualmente atuamos no Sul, com a P-55, além dos FPSOs que estão
sendo ou serão construídos. No processo de construção, eles montam grandes turbinas de geração, e nós testamos a capacidade desses equipamentos com nossos bancos de carga”, diz Varela, explicando que a Petrobras exige que os testes sejam feitos. A Aggreko também disponibiliza equipamentos e serviços de climatização, que podem ser aplicados na área de hotelaria de plataformas ou de produção em refinarias, por exemplo, além do fornecimento de contêineres módulos habitáveis de 20 pés que podem ser utilizados como escritórios móveis, almoxarifados, sanitários, entre outras aplicações. “Também temos contratos onshore, e incluímos em nosso portfólio o
C&C Technologies comemora 100 mil km de dados coletados para a Petrobras A americana especializada em serviços de monitoramento ambiental, comemorou nesta edição da Brasil Offshore a marca de 100 mil km de dados geofísicos coletados para a Petrobras em águas profundas brasileiras com o submarino AUV (Autonomous Underwater Vehicle - veículo autônomo submersível), não tripulado, desenvolvido para dar suporte à exploração de óleo e gás em águas profundas. Segundo Daniel Monroy, diretor geral da C&C Technologies, esse número corresponde a um terço de todos os dados que a empresa já levantou mundialmente. “Os resultados obtidos foram aprovados pela Petrobras e desde 2005 mantemos um de nossos veículos, o AUV (5ª geração), atuando exclusivamente para a estatal na coleta e processamento de dados em alta profundidade”, afirma Monroy. A companhia foi percursora na utilização do AUV e atualmente lidera as operações de levantamento de dados com seus quatro AUV´s, e um destes, o AUV C-Surveyor II opera para a C&C Technologies do Brasil. Os dados obtidos pelo AUV são processados a bordo para 68
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que o cliente possa recebê-los o mais rápido possível. A experiência da empresa em levantamento de dados com AUVs totaliza cerca de 300.000 km para mais de 60 clientes, dentre os quais o Brasil e a Petrobras destacam-se como importantes parceiros tecnológicos. Os serviços de alta precisão do fundo marinho prestados pela americana fornecem subsídios para as atividades de engenharia offshore. Na Brasil Offshore, a empresa apresentou também o Mini CPTu (MCPTu), uma metodologia que permite determinar as condições do solo marinho sem a
necessidade de extração de amostras de solo. Os dados registrados são úteis para avaliação da construção de oleodutos e rotas de cabo. O equipamento permite realizar testes em profundidades de água até 3.000 metros. No Brasil, a companhia realiza ainda serviços na área de oceanografia através de operações de linhas de fundeio instrumentadas e de monitoramento ambiental em áreas de exploração e produção de óleo e gás. Oferece também o C-Nav, sistema GPS diferencial corrigido globalmente que garante um posicionamento com acurácia em torno de 10 cm (equipamento geofísico que permite detalhar as características do fundo marinho). A C&C Technologies é uma empresa familiar com atuação global, que emprega cerca de 600 colaboradores. Ela conta com 11 escritórios em sete países, sendo três deles no México. No Brasil desde 2004, a empresa possui um escritório na Barra da Tijuca e em Macaé e um galpão na Taquara, no Rio de Janeiro. O Brasil é o único país da América do Sul que a empresa está presente.
integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás
atendimento a todas as refinarias da Petrobras. Para elas fornecemos tanto geradores, quanto equipamentos de resfriamento de processos”, disse Varela, e afirmou que a previsão de crescimento anual da empresa é de 15%, “dependendo do nível de construção de plataformas para o pré-sal”. Expro – Especializada em medição, melhoramento, controle e processamento de poços de óleo e gás, onshore e offshore, a Expro acaba de fechar dois novos projetos com empresas de exploração e produção junto à brasileira Petra Energia e à francesa Total. Com o aquecimento do setor de petróleo e gás, a Expro quer crescer 15% no Brasil em 2013. Reconhecida pela excelência em tecnologia, a empresa fez sua primeira participação na Brasil Offshore 2013. A Expro iniciou a operação de uma série de testes para verificar o fluxo de poços localizados na Bacia de São Francisco, em Minas Gerais – onde a Petra Energia possui 24 blocos exploratórios. O contrato estabelecido entre as empresas é no valor de R$ 4 milhões e prevê que os testes que indicarão a potencialidade dos reservatórios sejam desenvolvidos no prazo de um ano. Com sede no Reino Unido, a Expro foi escolhida também pela Total para fornecer equipamentos de subsea para o campo de Xerelete, na Bacia de Campos. A Total deve perfurar novos poços ainda este ano e a atuação da empresa deverá acontecer em janeiro de 2014. “Estamos investindo para tornar a Expro líder em gerenciamento de fluxo de poços de
petróleo e gás no Brasil. Inauguramos uma nova base operacional em Macaé para atender ao crescimento da demanda da empresa e reestruturamos as denominações do portfólio de serviços, entre outras ações que estamos implementando”, explica o diretor para América Latina, Jean Moritz. Na Brasil Offshore, a Expro apresentou o BigCat HPHT, um packer com tecnologia recém-lançada. A ferramenta atua em condições extremas de pressão e temperatura para avaliar reservatórios de óleo e gás, onshore e offshore. “O novo packer da Expro terá uma função importante nos poços do pré-sal da Bacia de Campos – muito profundos, onde pressão e temperatura são bastante elevadas. O equipamento aumenta o limite operacional dos testes, suprindo as atuais demandas de exploração e produção de petróleo e gás”, explica o gerente
de Desenvolvimento de Negócios, Gustavo Soares. Com atuação em mais de 50 países, a Expro comemora 40 anos de fundação em 2013. Na América Latina, a sede regional fica no Rio de Janeiro. No Brasil, a empresa possui bases operacionais em Macaé (RJ), Mossoró (RN) e São Mateus (ES), além de escritórios em Salvador (BA), Natal (RN) e Manaus (AM). Entre seus principais clientes estão Petrobras, BP e Queiroz Galvão Exploração e Produção. EagleBurgman – A subsidiária brasileira da EagleBurgmann apresentou nesta edição da Brasil Offshore as soluções de vedação que desenvolve, produz e fornece para a indústria de petróleo e gás. Entre os itens do seu portfólio em exposição para atender os maiores desafios da indústria, estão selos mecânicos conforme norma API 682, selos para altas pressões, selos a gás para compressores, aplicações para injeção de CO² na fase supercrítica e juntas de expansão construídas com os ma-
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eventos - Brasil Offshore 2013 teriais de alta tecnologia e extrema durabilidade. “Desenvolvemos vedações seguras e de alta performance para todo tipo de aplicação, mesmo operando nas condições mais adversas, como ocorre frequentemente no setor de produção de petróleo e gás”, conta o diretor-geral da empresa na América do Sul, Benito De Domenico Jr. A EagleBurgmann cita como um dos principais desafios do setor de petróleo e gás o fornecimento de selagem para uma grande variedade de meios e fluidos, mesmo nas mais severas condições operacionais. “A nossa empresa faz parte de um grande conglomerado industrial com unidades em todo o mundo, o Grupo Freudenberg, um dos líderes globais na implementação de soluções de vedação para aplicações severas e de alta tecnologia”, reforçou Domenico. Fundição Moreno – Participando pela primeira vez como expositora
na Brasil Offshore, a Fundição Moreno aposta no mercado em expansão. Com fábrica localizada em Sertãozinho, e know how de mais de 60 anos, a companhia possui certificações Lloyds, ABS e DNV em fase conclusiva, e atende os segmentos: Naval, Offshore, Mineração e Britagem, Açúcar e
Etanol, Geração de energia, Siderurgia, Cimento, Papel e Celulose, Moldes e ferramentais e de Bombas, válvulas e turbinas. A empresa, que funde peças tanto em aços como em ferros, tem capacidade produtiva de até 30 toneladas - de peça acabada. Segundo o diretor presidente da companhia, José Roberto Moreno, os momentos críticos da economia fizeram com que os segmentos atendidos fossem diversificados. “Oferecemos soluções completas. Também mantemos constante atenção com a segurança dos funcionários, e assim zelamos pela qualidade de nossos produtos buscando atender nossos clientes da melhor forma possível”, afirma. Entre os produtos apresentados em seu estande, destacam-se: Coroas do Barbotin, Flap e Olhal.
Arraiá Naval Offshore 2013 Com um público de 500 pessoas, o Arraiá Naval Offshore, evento paralelo a Brasil Offshore, reuniu empresários, prestadores de serviços e parceiros do setor de óleo e gás em sua 5ª edição, realizada no penúltimo dia da feira, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Macaé. Patrocinado pelas empresas MRM Freight, Cockett Marine, Vitol, Schulz Tubos e Conexões, Estaleiro Mauá, Offshore Reparos Navais, Kleven ORN, Estaleiro Chamon, Special Steels do Brasil, Inovar Locação de Equipamentos, Veronezi Guindastes, e contando com o apoio da TN Petróleo, a festa tem o objetivo de promover a confraternização entre fornecedores, investidores e parceiros ligados ao setor de petróleo e gás. “A cada edição cresce mais o número de executivos que 70
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participam do evento, estamos reformulando e modernizando o projeto da próxima edição, que acontecerá em 2015”, afirma Milena Barcelos, da MBS Produções,
responsável pela organização da festa. “O resultado deste evento é sempre positivo, fortalecendo o networking entre os steakholders do setor”, finalizou.
integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás prevendo falhas, analisando fadiga, reduzindo custos operacionais e maximizando o tempo de operação. Com operações diretas em mais de 40 países, a empresa tem como principais clientes no setor de óleo e gás a Petrobras, Halliburton, Schlumberger, Shell, Key Energy Services, Alcatel-Lucent, Pemex, Nexans e UT Technology.
“Estamos otimistas quanto a uma reação do mercado”, diz Moreno. “O evento é um ótimo ambiente para expormos a marca, além de possibilitar novos contatos comerciais que em breve resultarão em negócios. Conseguimos agendar muitas visitas”, concluiu. Mareste – Participando pela primeira vez da Brasil Offshore, a Mareste, empresa fornecedora de soluções de telecomunicação via satélite, apresentou no seu estande sistemas com antenas estabilizadas para recepção de TV (TVRO) e sistemas VSat. De acordo com Márcio Esteves, diretor da Mareste, a empresa fornece soluções turn-key, desde o projeto, além de fazer a instalação e manutenção dos equipamentos a bordo de FPSO, navios de apoio (PSV e MPSV) e navios especiais (Sísmica, AHSTs), navios-tanque (Fronape-Transpetro). Para Márcio, a edição deste ano da Brasil offshore foi bom para conversar com os clientes e adiantar futuros negócios. “Queremos consolidar o nome da Mareste como um dos principais fornecedores de soluções de telecom e TV via satélite para o mercado offshore”, afirmou. National Instruments (NI) – Pioneira em instrumentação virtual e projeto gráfico de sistemas, a NI apresentou na feira a plataforma para monitoramento e controle
embarcado CompactRIO, com destaque para o sistema de múltiplos núcleos, que alinha a confiabilidade e robustez dos controladores lógicos programáveis (CLPs), e a capacidade computacional dos PCs. Para o setor de óleo e gás, a empresa oferece também os controladores programáveis para automação (PACs), que podem construir sistemas avançados, tais como controle avançado, comunicação, registro de dados e processamento de sinais em uma plataforma de hardware robusta capaz de executar operações lógicas, controle de movimento, controle de processos, aquisição e inspeção de imagens. Os PACs da NI têm sido aplicados com sucesso ao redor do mundo, operando sob condições severas, incluindo temperaturas extremas, choques e vibrações violentas. Recentemente, a companhia anunciou dois novos produtos para engenheiros que fazem o monitoramento de máquinas, equipamentos pesados e envelhecimento de infraestrutura. Os engenheiros podem integrar o nó de deformação da rede sem fio (WSN) e o módulo da série C com o NI Compact RIO para fazer a manutenção preditiva,
TOTVS – A empresa que trabalha com softwares de gestão empresarial, também participou pela primeira vez da Brasil Offshore. A companhia levou à feira seu portfólio de soluções tecnológicas e um time de profissionais especializados em consultoria no setor de petróleo e gás. A equipe da TOTVS Consulting Energia apresentou aos visitantes a experiência da empresa no segmento e detalhou como funciona a ferramenta de gestão de conteúdo local desenvolvida e comercializada pela companhia. “A solução automatiza a prestação de informações à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre o porcentual de materiais e serviços de origem brasileira usados em um projeto, uma exigência legal”, explica o diretor da TOTVS Consulting Energia, Marcelo Herskovits. Além disso, foram demonstradas no estande da companhia as ferramentas de ERP da TOTVS e o Fluig, nova versão da plataforma de gestão unificada de processos, documentos e identidade da empresa, lançada em junho.
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eventos - Brasil Offshore 2013
Pavilhões estrangeiros refletem expectativa de
bons negócios
A edição desse ano da Brasil Offshore contou com pavilhões de sete países, entre já tradicionais – Estados Unidos, França e Alemanha –, e outros que começam a aparecer no mercado de óleo e gás, como a China. Ao todo, estiveram representados na feira 31 países. Os pavilhões estrangeiros ocuparam um total de 1.553 m2. De acordo com a organização do evento, nos pavilhões estavam cerca de 105 empresas.
E
sse ano, a Ubifrance, agência francesa para o Desenvolvimento de Negócios Internacionais, vinculada à embaixada da França no Brasil, trouxe 24 empresas das mais diversas especialidades do setor offshore, com foco em apresentar seus produtos e serviços para o mercado nacional. Em março, o Polo de Competitividade Francês do Setor de Óleo e Gás (Pôle Mer Paca) e a Onip assinaram um acordo para a promoção de parcerias entre pequenas e médias empresas dos dois países, promovendo o fortalecimento dessas companhias nos campos da inovação e o desenvolvimento de tecnologias em áreas como pesquisa de redução de riscos da exploração de petróleo no Brasil, utilização de trabalhos de sísmica 4D, otimização de custos de produção, transferência de tecnologia para exploração em águas ultraprofundas. Representando as empresas norte-americanas, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) comemorou seu 10º ano de participação na Brasil Offshore. No evento, a entidade promoveu encontros para as empresas expositoras no seu estande (com 120m² de espaço compartilhado por empresas prestadoras de serviço e produtos para a cadeia de óleo e gás no Brasil).
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Ali estavam presentes empresas como Swift, OceanPact, Deep Sea e MXM Sistemas. Durante os quatro dias de feira, o estande recebeu cerca de 500 pessoas, sendo muitos empresários interessados
em se associar à entidade e ficar mais perto do mercado brasileiro e americano de óleo e gás. Já o Reino Unido estava representado por 20 empresas no pavilhão britânico, organizado pela
integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás EIC (Energy Industries Council), a principal associação comercial para empresas nacionais que fornecem bens de capital e serviços para a indústria de energia do mundo todo. Entre as participantes do pavilhão britânico, que ocupou um espaço de 302 m², estavam representantes de peso como Rolls-Royce, DPS Global (que no Brasil é representada pela Tridimensional Engenharia), e a Teledyne, que fabrica instrumentos para indústria de construção offshore e inspeção. “Tivemos um feedback muito positivo das empresas britânicas que participaram da Brasil Offshore. Elas viram o evento como uma ótima
oportunidade para se aproximar ou reforçar suas ligações com o mercado brasileiro”, disse Clarisse Rocha, gerente regional para América do Sul do EIC. As empresas britânicas também aprovaram o evento. “Esta foi a
nossa primeira visita ao Brasil e vemos este mercado como uma grande oportunidade não só para a nossa empresa, mas também para outras companhias”, completou Steve Shanley, gerente de Vendas da RBV Energia.
Missão da Louisiana volta a Macaé Promovendo interação entre o mercado norte-americano e o brasileiro, a missão vinda da Luisiana, estado localizado na região Sul dos Estados Unidos, participou pela segunda vez da Brasil Offshore. Com oito empresas, a missão, organizada a partir de uma parceria entre o Conselho de Exportação de Luisiana e o Louisiana Economic Development, trouxe prestadores de serviços que fornecem desde equipamentos, serviços de engenharia, tratamento de água, até hotelaria offshore. “Essa é minha primeira vez no Brasil, mas já tivemos outra missão em 2007, e o sucesso dos negócios aqui fechados nos trouxeram de volta. Consideramos importante essa troca muito bem-sucedida”, diz o especialista em Comércio Internacional do US Export Assistance Center, Jim Lindley. “É bom
também para os empresários identificarem parceiros e se familiarizarem com o mercado local”, disse, observando que a feira virou referência no mundo.
“Ser convidado pelo departamento de exportação dos Estados Unidos para participar dessa feira é muito importante para nós”, disse o consultor da Petrotech, Ernesto Garcia. “Participamos pela primeira vez desse evento, e trouxemos nossa expertise para controle de turbomáquinas, que incluem turbogeração e compressão”, finalizou. TN Petróleo 90
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Evento inova com
rodada tecnológica
Reunindo grandes players e pequenos fornecedores de tecnologia para o setor subsea, a Onip realizou pela primeira vez uma Rodada Tecnológica dentro de um evento do setor de óleo e gás.
C
om o objetivo de desenvolver a interação entre essas empresas, o evento paralelo aconteceu no primeiro dia da feira e reuniu seis companhias representativas dessa indústria – Subsea 7, Shell, Aker Solutions, Orteng, Repsol Sinopec e Oceaneering, além da Age-Rio (Agência Estadual de Fomento) – que presenciaram apresentações de oito empresas brasileiras de base tecnológica – Formatus, I-dutto, Transeletron, Virtualy, Ativa Tecnologia, Subsin, Tungstek do Brasil e Ambidados. “As apresentações tiveram altíssimo conteúdo tecnológico. Os possíveis fornecedores mostraram produtos já desenvolvidos e que atuam em projetos do setor de óleo e gás, outros que ainda estão em fase de desenvolvimento, além dos que possivelmente serão absorvidos em projetos futuros”, disse o superintendente de Tecnologia da Onip, Carlos Camerini. Ele explicou que as tecnologias são consideradas pontuais por atuarem em condições extremas e de difícil acesso: a cerca de 3.000 m de profundidade. Há 13 anos no mercado de monitoração, controle e auto-
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mação de poços de petróleo, a Transeletron participou da Rodada Tecnológica apresentando as tecnologias ezSplitter e ezSensing. “O primeiro é um separador de cabo de sensor permanente de fundo de poço que aumenta a produtividade e a segurança da operação durante a instalação de poços. Já o segundo é um sensor de pressão e temperatura de cabeça de poço, onde foram incluídas diversas melhorias para diminuir custos de intervenção no poço”, explica o gerente de desenvolvimento de negócios e gestor do Comitê de Inovação Tecnológica da Transeletron, Rhuan Barreto. “Também levamos uma tecnologia que realiza a aquisição de dados de pressão e temperatura dos poços de petróleo de forma inteligente”, acrescentou Barreto. Para o executivo, a rodada foi altamente produtiva, e já existe a negociação de compra desses produtos. “Essa rodada mostra aos grandes players presentes no evento que existem empresas altamente inovadoras que estão desenvolvendo soluções importantes para o crescimento desse mercado.” Outra participante da rodada foi a Virtualy, que levou sua competência em simuladores de guindastes, tratores e caminhões, utilizados para treinamento de operadores. “As ferramentas não
são voltadas somente para a indústria offshore, mas também para naval e portuária”, disse o diretor da companhia, Gerson Cunha. “Nossos simuladores utilizam tecnologia 100% nacional em software e hardware, incluindo o projeto de software, sistema de projeção e eletrônica. Além do conteúdo nacional, isso permite que o atendimento ao cliente em casos de manutenção seja feito em até 72 horas diferente dos equipamentos importados”, acrescentou. Indo ao encontro do futuro da produção offshore, que tende a transferir seus sistemas flutuantes para o fundo do mar (como plataformas, FPSO, FPO), os fornecedores brasileiros expressam a capacidade que o mercado nacional tem para atender suas demandas. Dentre as tecnologias destacadas na rodada tecnológica também estiveram: simuladores para ROV, boias inteligentes e ferramentas de serviços de reparos subsea. As empresas participantes já fornecem, principalmente, para a Petrobras, esclarece Camerini. “Eu diria que esta rodada tecnológica foi um protótipo do que iremos fazer em outros congressos. O modelo de apresentação deve passar por ajustes, mas todas as empresas fizeram apresentações sofisticadas”, garantiu.
integridade é a palavra-chave do setor de óleo e gás
Conteúdo Local e TI em debate A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) e a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) – através de sua vertical para o mercado de óleo e gás – organizaram um encontro durante a Brasil Offshore para discutir os caminhos do conteúdo local no país. O evento abordou as demandas do setor para Tecnologia da Informação (TI), promovendo networking entre representantes de empresas nacionais e internacionais. Na ocasião, o coordenador de Conteúdo Local da GE Oil & Gas, Marcelo Villela, fez uma apresentação sobre as exigências atuais do mercado brasileiro. Em sua explanação, ele lembrou que o não cumprimento das metas de conteúdo nacional podem acarretar sanções empresarias. “O desafio é trazer entendimento para as operadoras de que os compromissos são distintos para cada player do processo”, afirmou ele. “A con-
cessionária é responsável pelos compromissos assumidos junto à ANP referente ao conteúdo local, enquanto os fornecedores ficam responsáveis somente pelos compromissos nos seus contratos com as operadoras”, exemplificou. Além de comitivas empresariais, governamentais e institucionais brasileiras, estiveram presentes representantes do governo dos Estados Unidos, empresas e integrantes da câmara norte-americana de comércio, e representantes da Câmara Brasil-China. O consultor da Softex, que coordena a vertical de óleo e gás, Gustavo Miguelez, observou que o evento foi uma ótima oportunidade para expandir a orientação sobre o tema para empresas estrangeiras. Segundo ele, o programa Bra-
sil IT+ marca que representa mais de 400 empresas de TI, e que atualmente possui mais de duas mil conveniadas, contribui para a consolidação dessa indústria no mercado global. Na ocasião, oito empresas que atuam com a Softex no Brasil realizaram apresentações sobre soluções para este mercado. Entre elas, a Constant, com seu sistema Drake para logística de pessoas; a Gapso, especializada em tecnologia para logística de serviços offshore; a Dinamus, com consultoria especializada nas áreas de inovação e inteligência de negócios com foco em energia; a F2W, que criou um programa para gestão de cotação integrada ao sistema Petrobras; e a Aquamet, com seu sistema de controles por georreferenciamento para óleo e gás. “Conseguimos criar um resultado positivo, gerando um ambiente de oportunidades e possibilitando alianças estratégicas”, concluiu Miguelez.
A WalPrint tem orgulho de ser parceira da TN Petróleo
há 15 anos! TN Petróleo 90
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eventos Prévia Navalshore 2013
Navalshore comemora dez anos
Com mais de 350 marcas expositoras, sendo 46 empresas internacionais de 16 países, seis pavilhões internacionais e 60 novos expositores, a 10ª edição da Navalshore – Marintec South America, organizada pela UBM Brazil, quer aprofundar as discussões sobre a indústria naval e offshore brasileira, fornecendo um panorama da atual cadeia produtiva, os principais gargalos e os mais modernos produtos e serviços dessa indústria. por Maria Fernanda Romero
O
principal objetivo do Navalshore, que terá o triplo de expositores, oriundos de 40 países, é promover o desenvolvimento e crescimento da indústria naval no Brasil. Por isso, a conferência terá quatro painéis que abordarão temas como as parcerias estratégicas na indústria naval civil e militar e o desafio de estabelecer indicadores de produtividade para acompanhamento do desenvolvimento dos estaleiros brasileiros. O duplo evento, que será realizado nos dias 13 a 15 de agosto, no Rio de Janeiro, terá ainda dois workshops técnicos, um sobre galvanização (processo de revestimento de metal contra a corrosão), outro sobre as soluções, construção e desafios da soldagem. Em uma área de 11.000 m², a exposição da Navalshore reunirá as últimas novidades em produtos e serviços para construção e reparo naval, equipamentos e suprimentos para estaleiros, além de soluções para o setor de petróleo e gás. Dos 350 expositores, 60 estão expondo pela primeira vez, como as empresas WMB, representan-
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Navalshore 2013 17.000 visitantes (previsão) 350 expositores Área: 11.000 m2 Pavilhões internacionais (Argentina, Japão, China, Espanha, Suécia, Coreia do Sul, EUA, Itália, Noruega, Canadá e Holanda) te dos EUA de mais de dez marcas alemãs fabricantes de peças originais para motores, Demag Cranes, fornecedor de pontes rolantes, guindastes, acionamentos e tecnologia de manipu-
lação para qualquer aplicação e Sherwin Willians, especializada em tintas e anticorrosivos para embarcações e contêineres, dentre outros. “A feira se consolida cada vez mais como um espaço para compartilhar experiências, conhecer tendências de mercado e gerar novos negócios e parcerias. Para esta edição da Navalshore Marintec South America, o número de expositores internacionais de países como Argentina, Japão, China, Espanha, Suécia, Coreia do Sul, EUA, Itália, Noruega, Canadá e Holanda aumentou ajudando a fomentar o networking e negócios com profissionais vindos de mais de 40 países”, destaca o gerente do evento, Renan Joel. Segundo o executivo, a Navalshore acompanhou todo o processo de retomada do setor no país e reflete seus resultados e avanços. De acordo com Joel, a expectativa de visitação para a Navalshore 2013 é de cerca de 17 mil pessoas, mil a mais que no ano anterior, e na conferência espera-se cerca de 80 participantes. O evento contará com a participação de seis pavi-
Fotos: TN Petróleo
lhões internacionais: China, Dinamarca, Argentina, Reino Unido, Noruega e Japão. Paralelo à Navalshore, será promovida a segunda edição da conferência internacional Workboat South America. Especialistas brasileiros e estrangeiros participarão de uma série de palestras que abordarão o cenário atual e ações necessárias para o desenvolvimento da atividade de apoio no país. No ano passado, a 9ª edição da Navalshore reuniu 16.192 mil pessoas. O evento contou com mais de 40 empresas de navegação e 86% de participação dos estaleiros do Brasil. A feira teve cinco pavilhões internacionais e 350 expositores nacionais e internacionais de 17 delegações estrangeiras, além de profissionais vindos de mais de 40 países.
A feira tem o apoio da Abeam (Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo), Abenav (Associação Brasileira das
Empresas de Construção Naval e Offshore), Abraco (Associação Brasileira de Corrosão), Syndarma (Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima), Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), ABS (Associação Brasileira de Soldagem), ICZ (Instituto de Metais Não Ferrosos), Sinaesp (Sindicato da Indústria de Abrasivos dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Pernambuco), a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Energia Indústria e Serviços (Sedeis) e Sobena (Sociedade Brasileira de Engenharia Naval). TN Petróleo 90
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eventos
Mercado entusiasmado Diante da intensa atividade industrial gerada pelas demandas da Petrobras até 2020, o mercado naval brasileiro tem se preparado para este cenário atraindo novos fornecedores locais e internacionais e agregando novas tecnologias em produtos e serviços para conseguir atender as metas previstas.
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uscar novas oportunidades e fazer negócios é sem dúvida o principal motivo da participação da Sotreq, revendedora brasileira de máquinas, motores e equipamentos da americana Caterpillar, na Navalshore 2013. De acordo com Jeferson Werneck, consultor de desenvolvimento de projetos da Unidade de Negócios Petróleo & Marítimo da Sotreq, a companhia tem participado de todas as edições da feira e apresenta a cada evento as novidades na oferta dos motores e grupos geradores Caterpillar, bem como as soluções Sotreq conforme as tendências do mercado. “Vemos a Navalshore como um dos mais importantes eventos para a indústria naval que tem enorme sinergia com a indústria de petróleo e que reúne autoridades, reguladores, investidores, armadores, operadores, estaleiros, projetistas, empresas de engenharia e representantes de diversas empresas do setor – clientes, fornecedores e parceiros que juntos fazem acontecer e movimentam toda a cadeia produtiva”, afirma o executivo. A Unidade de Negócios de Petróleo e Gás & Marítimo da Sotreq com forte presença nestes mercados, atua com estrutura comercial e de suporte ao produto focado em
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cada um destes segmentos. Para a indústria naval, a linha de produtos da empresa inclui motores de propulsão e grupos geradores Caterpillar e MaK, auxiliares e de emergência, incluindo unidades especificas para aplicação diesel-elétrica, com modelos de alta e média rotação. “Os motores desenvolvem potências mecânicas na faixa de 93bkW a 16000bkW para propulsão e potências elétricas na faixa de 10kWe a 7680kWe para energia de bordo”, explica Werneck. No setor de óleo e gás, para aplicações offshore e em terra, em perfuração, produção, estação de compressão e tratamento de gás, a
linha de motores e grupos geradores Caterpillar e MaK é mais extensa com potências mecânicas de 31bKW a 18000bKW e potências elétricas que podem chegar até 17200KWe. Incluem também a linha de motores Caterpillar/ Pyroban à prova de explosões para operação em áreas de risco. “A linha de motores com tecnologia de última geração opera com óleo diesel, óleo pesado (HFO), óleo cru, gás natural e biodiesel e atendem as regulamentações internacionais de classificação marítima e normas atuais de emissões IMOII e soluções para IMO III”, indica. Atualmente a Sotreq está dando continuidade às entregas
dos motores e grupos geradores Caterpillar para o Estaleiro Rio Tietê, num total de 40 motores de propulsão e 120 grupos geradores. A encomenda se refere ao projeto da Transpetro, que irá equipar o comboio de empurradores e balsas que farão o transporte de etanol e derivados de petróleo na hidrovia Tietê-Paraná. Outros clientes como Wilson Sons, Brasil Supply, Astro Marítima, Siem Consub e Grupo Bravante estão recebendo também diversos modelos de motores e grupos geradores Caterpillar para instalação. Alguns estão em fase de comissionamento e outros já entraram em operação, mas o executivo não forneceu detalhes. Para o setor de petróleo, a Sotreq já iniciou a entrega de grupos geradores Caterpillar modelo C280-16 de média rotação para geração principal de sondas de perfuração do pré-sal. Desde o ano passado a empresa está investindo em uma nova filial em Macaé, que será uma importante base de apoio para os clientes offshore e um moderno centro de treinamento de classe internacional para capacitação de técnicos e atendimento a necessidades de clientes. Além disso, a Sotreq tem expandido sua área de atuação para a região Nordeste do Brasil, proporcionando maior cobertura e disponibilidade de seus serviços à região. O Grupo ZF, um dos líderes mundiais no fornecimento de sistemas de transmissão, vai para expor na Brasil Offshore 2013, além de sua linha de reversores marítimos, tunnel thrusters e sistema azimutal, o sistema AutoTroll, que permite o controle no deslizamento das lamelas, proporcionando a rotação necessária da hélice para manter a embarcação em velocidades muito baixas. O sistema é utilizado principalmente em embarcações equipadas com Dynamic Position (DP0, DP1 e DP2), equipamento fundamental para as operações offshore.
Foto: Divulgação
navalshore comemora 10 anos
“Na última Navalshore, em 2012, a presença de empresas de navegação e estaleiros nos mostrou a necessidade de colocarmos a marca ZF como uma opção de tecnologia para o setor de offshore”, comenta Milton Ceotto, gerente divisional da América do Sul dos sistemas de propulsão marítima da ZF. O “braço” marítimo do Grupo ZF começou a operar no Brasil em 1995. Em 18 anos de atuação, já vendeu 25 mil reversores. Com uma planta industrial em Sorocaba (SP), a Unidade de Negócio conta com 60 colaboradores. No Brasil, são produzidos seis modelos de reversores (de 100 a 680 hp e aplicados em operações contínuas) que podem ser financiados pelo Cartão BNDES, pois o índice de nacionalização desses produtos está em torno de 91%. Na ocasião, a Cummins Marine, divisão de negócios marítimos da Cummins, vai apresentar seu completo pacote diesel elétrico, com 60% de conteúdo local, além
da ampla gama de produtos, que inclui motores de propulsão, motores auxiliares, geradores de emergência e geradores de bordo. Montado no Brasil e composto por motor e gerador, o pacote diesel elétrico da Cummins permite seus clientes/estaleiros atenderem os requisitos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) devido ao seu conteúdo local. “Trata-se da solução integrada mais completa e moderna da Cummins para o mercado offshore e disponível para todos os tipos de embarcações”, diz Olmedo Farfan, líder regional da Cummins Marine para o México e América do Sul. O pacote diesel elétrico da Cummins também conta com o Painel C-Command. Além de trabalhar de forma preventiva, foi projetado para auxiliar os operadores marítimos a controlar todos os parâmetros do motor, como gerenciar os custos operacionais, já que é capaz de monitorar todo seu funcionamento, como rotação, consumo de combustível, período de parada para manutenção e temperatura de óleo e água. O C-Command permite o monitoramento da embarcação via satélite. TN Petróleo 90
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eventos A vasta gama de produtos que podem equipar os pacotes são os motores de propulsão da Cummins oferecidos com cilindrada/potência que variam de 19 até 60 litros e/ou 500 hp a 2700 hp. Já o grupo gerador traz potência entre 250 kw até 1.825 kw. Por fim, os motores auxiliares estão disponíveis a partir de 75 kw de 5.9 litros até 1.900 kw de 60 litros. A Cummins Marine também prepara o início da produção do maior motor de alta rotação já produzido no mercado global, o QSK95, conhecido como Hedgehog. De olho no crescimento do mercado offshore, a Cummins Marine inicia em 2015 a fabricação do motor QSK95-M, em Seymour, Indiana, com rotação de 1.800 rpm. Em aplicações marítimas, o novo produto, de 95 litros e 16 cilindros em V, desenvolve de 3.200 até 4.000 cavalos de potência, ou seja 2.400 kwm a 3.000 kwm. O motor, 100% eletrônico, segue os padrões de qualidade e exigências da empresa e, além de atender às mais rigorosas normas de emissões vigentes, IMO Tier II e EPA Tier 2, está preparada também para o IMO Tier III e IMO Tier IV, legislação que só entra em vigor em 2020. O QSK-95 já nasce para atender às emissões do futuro. Para o mercado marítimo, o QSK-95 chega para atender às demandas de maior potência do mercado offshore, ou seja, empurradores de embarcações em rios, rebocadores portuários, todo tipo de embarcação de suporte a produção e extração de petróleo, geração de energia para as plataformas FPSO (Floating Production Storage and Offloading), cuja função é extrair e/ou armazenar o petróleo. Estreando no evento, a Arpoador Engenharia, controladora dos estaleiros Guarujá (SP) e Angra dos Reis (RJ), especializados na construção de barcos de apoio de médio porte para plataformas de exploração e produção de petróleo e gás, 80
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marcará presença na Navalshore deste ano. Com sede no Rio de Janeiro, a empresa é responsável pela construção de 11 navios do tipo P3 – navios em alumínio com 35 m destinados à movimentação de cargas e tripulação das plataformas –, além de embarcações tipo P2 – barcos em alumínio com 50 m e capacidade para o transporte de 3,8 mil toneladas de cargas e 70 passageiros. Os navios devem ser entregues até o final de 2015. No estaleiro da empresa no Guarujá (SP), 80% da produção são destinados à demanda da Petrobras. Do total de embarcações, três já foram entregues e irão operar na unidade de perfuração e exploração da estatal na base de Guamaré, no Rio Grande do Norte. “É a primeira vez que vamos expor a empresa e escolhemos a Navalshore para potencializar o contato com os principais fornecedores do setor. O principal objetivo é identificar empresas para fabricação de embarcações de apoio e resgate entre 8 m e 15 m e ampliar a carteira para a produção de navios entre 35m a 80 m”, explica o gerente da Arpoador Engenharia, Henrique Franco Neto. A empresa prevê um crescimento de 40% até 2018. Além do Estaleiro Arpoador, estarão presentes na feira o Es-
taleiro Catamaran, Rib Offshore, Brastech, Top Boats, Aporador, Zemar, TCE, Inace, entre outros. A Sherwin-Williams, unidade Sumaré, participará da feira para estreitar relacionamento com clientes e fornecedores, divulgar e consolidar ainda mais a marca na região. “Esta feira é uma excelente oportunidade para que possamos entender melhor as novidades no segmento e apresentar as novas tecnologias desenvolvidas pela empresa. É um momento no qual há grande de troca de informações e experiências sobre o mercado”, afirma Durival Pitta, diretor comercial da Sherwin-Williams, unidade Sumaré. Além disso, na Navalshore 2013 a companhia vai apresentar sua mais nova linha de produtos de seu portfólio: Firetex, revestimentos intumescentes para proteção passiva contra fogo à base de hidrocarbonetos. Indicada para os mercados offshore e onshore, como refinarias, plataformas e instalações químicas, podendo ser usada em cenários de pool fire e jet fire, os produtos da linha Firetex funcionam com o calor: em contato com o fogo, começam a se expandir para que o aço seja protegido e não entre em colapso, dando mais tempo às pessoas para evacuarem o local, em caso de incêndio. A Sherwin-Williams oferece uma linha completa de produtos para proteção contra corrosão (epoxies, zincos, poliuretanos) além de produtos especiais para alta temperatura, antifoulings, etc. O destaque da empesa para novas construções continua sendo a tecnologia Duraplate 301 (ES 301), produto 100% composto por sólidos para aplicações em superfícies hidrojateadas.
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eventos UTC 2013
Mercado subsea promete...
mas desafia
Além da constante busca por tecnologias mais modernas e seguras, que possibilitem aumentar o índice de recuperação de petróleo e gás natural dos reservatórios em águas profundas, o principal desafio do mercado subsea mundial é a capacitação profissional e a gestão dos altos custos por Maria Fernanda Romero, dessas atividades. enviada especial
E
ssa foi uma das conclusões da 19ª edição do Underwater Tecnology Conference (UTC) 2013, realizada no mês de junho em Bergen, na Noruega. ‘Os desafios globais subsea – gerenciando o velho e o novo’ foi o tema central da conferência da UTC 2013, com foco nas tecnologias submarinas para exploração e produção de petróleo no mundo. Organizado pelo Underwater Technology Foundation (Fundação de Tecnologia Subaquática) o evento se realiza anualmente desde 2010 em Bergen, cidade que sedia um dos principais clusters mundiais em tecnologia submarina. Um dos mais importantes pontos de encontro para a indústria subsea de todo o mundo, o evento deste ano foi o maior de todos. Cerca de 850 pessoas participaram da conferência, 30% a mais que no ano anterior, quando foram registrados 650 participantes. E mais de 1.100 pessoas, de 22 países, visitaram a exposição, que, pela primeira vez, teve todos os
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continentes representados, com 60 expositores. A conferência contou com dois painéis e 44 apresentações técnicas, sendo quatro sessões paralelas por dia. De acordo com Irmelin Grønevik, organizador técnico da conferência, há fortes indícios de que o sucesso deste ano será repetido no próximo, pois a pré-inscrição já atingiu níveis recordes. A conferência de 2014 já tem data marcada: 18 a 19 de junho, novamente em Bergen.
Oportunidades e desafios Trond Olsen, presidente do Comitê Organizador da UTC, abriu o evento e lembrou que embora a indústria subsea esteja na vanguarda de novas tecnologias, grande parte dos equipamentos de produção ainda em uso foram desenvolvidos na década de 1980. “Um dos principais desafios enfrentados pela indústria é garantir a compatibilidade do equipamento antigo com o novo. As tecnologias e sistemas utilizados hoje são comple-
tamente diferentes daqueles instalado há 30 anos. O desafio é garantir que esses sistemas, que muitas vezes são percebidos como ‘tecnologias da idade da pedra’ por engenheiros recém-formados, sejam compatíveis com os que vêm sendo desenvolvidos agora”, destacou Trond Olsen, que comanda o NCE Subsea (Centro Norueguês de Excelência Subsea). Na ocasião, Kristian Siem, presidente da Subsea 7, indicou como motivos para a elevação dos custos de exploração subsea o desenvolvimento de conteúdo local em países como o Brasil, a escassez de mão de obra qualificada e a crescente complexidade dos projetos. Dentre os principais desafios tecnológicos listados pelo executivo estão: os fluidos anticorrosivos, o gerenciamento integrado e o ambiente agressivo, com elevadíssimas temperaturas e pressões. Para Siem, o setor subsea está incrivelmente bem, mas enfrenta grandes desafios como os custos crescentes. “O nível de custos na
Fotos: Divulgação
indústria do petróleo tem aumentado rapidamente e está fora de sintonia com outros setores. Como resultado, uma série de projetos em desenvolvimento está sendo adiada ou paralisada”, indicou. A Subsea 7 é uma das principais empresas de engenharia e construção submarina, com mais de 14 mil funcionários no mundo, e opera a maior e mais avançada frota mundial de navios e equipamentos. E anunciou recentemente uma carteira recorde, com vendas no valor de cerca de US$ 4 bilhões apenas para 2013. Apesar de um excelente período de crescimento para a indústria de submarinos e Subsea 7, Siem sente que é hora de enfrentar o nível de custos no setor. “Temos de nos concentrar na redução dos custos”, enfatiza.
O executivo informou ainda que a Subsea 7 entregará uma embarcação DSV (Diving Support Vessel) para a Hyundai Heavy Industries (HHI) no primeiro semestre de 2016. Esta é a segunda embarcação que a empresa constrói para a HHI. Além disso, recentemente a companhia inaugurou um escritório em Tromsø, na Noruega. Também participaram da abertura do evento Damien Miller, embaixador da Austrália na Noruega; Rod Cristie, vice-presidente e CEO dos sistemas subsea da GE Oil & Gas; e Jarand Rystad, sócio da consultoria Rystad Energy.
Capacitação De acordo com um dos palestrantes da UTC, Werner Menz, pre-
sidente da unidade de negócios de sistemas de controle da OneSubsea, um dos maiores desafios da indústria submarina é a capacitação em engenharia. “Acredito que os principais desafios estão na capacitação na área de engenharia e na elevação dos índices de recuperação dos reservatórios”, diz Menz. Ele considera que parte significativa do problema de capacitação é a falta de padronização. “Precisamos nos perguntar por que uma solução que é boa o suficiente em um projeto não é utilizável em outro. Não estou falando de características de design e sim nos requisitos da norma de materiais, soldagem, qualidade e documentação. Já existem diversas iniciativas que começam a lidar com isso, mas
Mercado subsea deve dobrar de tamanho até 2020 Dentro de cinco anos o setor de subsea vai dobrar de tamanho, e dentro de 20 anos terá a produção igual à de óleo e gás tradicional e offshore. Os dados foram apresentados pela consultoria Rystad Energy durante a abertura da UTC 2013. “Em cinco anos, o mercado de submarinos está previsto para crescer de US$ 30 bilhões para cerca de US$
60 e US$ 70 bilhões ao ano”, informou Jarand Rystad, analista de petróleo e sócio da Energy Rystad. Segundo o estudo, atualmente 70% do petróleo mundial é produzido em terra e somente 9% correspondem à produção submarina. Em 2020, essa área submarina vai representar cerca de 15%. Ademais, hoje as instalações submarinas produzem 15
milhões de barris por dia. Em 2030, a produção diária vai aumentar para 35 milhões de barris. A Rystad Energy é uma consultoria independente de petróleo e gás, que trabalha com inteligência de mercado, consultoria estratégia e produtos de pesquisa em E&P para as empresas de serviços de petróleo, investidores e governos. TN Petróleo 90
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Delegação brasileira no evento temos um longo caminho ainda a percorrer ”, diz. Segundo o executivo, outro grande desafio para a indústria é aumentar a recuperação, tanto de campos novos quanto dos já existentes. De acordo com ele, para atingir esse objetivo,
Foto: Bia Cardoso
eventos
a indústria perfura mais poços, em cenários mais profundos, mais frios e longe da costa. Diante disso, os custos estão aumentando – cada barril de petróleo está ficando cada vez mais caro para produzir. “Na minha opinião, a direção correta não é ne-
cessariamente perfurar mais, e sim de forma mais inteligente. Se formos bem-sucedidos no aumento da taxa de recuperação de um reservatório por apenas alguns pontos porcentuais, o retorno já será enorme. Em contrapartida, tecnologias e serviços que podem proporcionar esses benefícios terão alta demanda”, afirma o presidente da OneSubsea, uma joint venture entre a Cameron e a Schlumberger. De acordo com Werner Menz, o verdadeiro desafio para a indústria submarina virá quando mais e mais equipamentos forem colocados no fundo do mar. Este é um desenvolvimento que vai exigir uma abordagem mais integrada para manipulação de dados, comunicação, vigilância e monitoramento. “A complexidade dos instrumentos do fundo do mar vai aumentar e, consequentemente,
Rio estreita vínculo com a Noruega para criar polo subsea A Noruega é um país de excelência quando o assunto é tecnologia e soluções para o setor subsea. E o cluster norueguês vem demonstrando um interesse cada vez maior em fazer negócios com o Brasil.
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tentos a isso, representantes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio de Janeiro (Sedeis) e da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) foram a Bergen durante a semana da UTC para aprofundar o trabalho de estruturação do cluster de subsea do Rio de Janeiro. As instituições compuseram a delegação brasileira no evento, cujo principal objetivo foi a atração de investimentos para a cadeia de fornecedores subsea do Rio, além da elaboração da modelagem institucional do cluster fluminense. “Através da Innovation Norway e a Intsok, que são coordenadores do cluster subsea norueguês, estamos em busca de parcerias de cooperação para o nosso cluster. Encontramos representantes do governo e acompanhamos as rodadas de negócios entre empresas
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brasileiras e norueguesas, conduzidas pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Rio de Janeiro e a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip)”, afirmou o subsecretário de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial, Marcelo Vertis. O objetivo do projeto do governo do Rio é aumentar a atratividade nesse segmento, trazendo investimentos de empresas que estão de olho na demanda crescente do pré-sal. Raul Sanson, vice-presidente do Sistema Firjan, opina que a modelagem do polo subsea começou a ser discutida há oito meses. A parceria envolve, além da Sedeis e Firjan, a Petrobras, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), a Onip, o Sebrae/RJ e a Rio Negócios. “A ideia do novo polo é atrair ainda mais fornecedores e aumentar nosso potencial neste segmento. Ainda
estamos avaliando a melhor forma de financiamento para o projeto e fomos até Bergen para entender mais como funciona um cluster aqui e observar o sucesso da experiência norueguesa”, afirmou Sanson. Atualmente existem 35 empresas de subsea no Rio de Janeiro, sendo 27 de serviços e oito de produtos, que empregam quase 1,2 mil funcionários. A delegação brasileira, organizada pelo Sebrae/RJ, foi composta por 33 pessoas de dez empresas. Além da participação na UTC 2013, os participantes visitaram o NCE Subsea e empresas subfornecedoras de tecnologia subsea. Contribuição brasileira – O principal objetivo da missão do Sebrae/RJ à Noruega foi conhecer a experiência do cluster subsea norueguês, tendo em vista a replicação do modelo no
da análise de todos os dados que vão ser coletados. Além disso, serão necessárias cada vez mais ferramentas de gerenciamento sofisticadas que forneçam orientações, soluções, automação e também sistemas remotos mais eficientes”, comenta.
A gestão de risco em tempo real foi um tema-chave na conferência deste ano. Segurança técnica não é um novo desafio para a indústria subsea, nem a utilização de sensores para monitoramento. No entanto, à medida que aumenta a complexidade assim como os custos, a segurança é um parâmetro importante na tomada de decisão e no processo de planejamento, mas os níveis de lucro têm que ser mantidos.
Para lidar com essa complexa situação, a empresa norueguesa Christian Michelsen Research AS (CMR), em colaboração com parceiros do recém-criado Centro de Competência Uptime, adotou o conceito de gerenciamento de riscos em tempo real (do inglês, Real-Time Risk Management – RTRM), que hoje já é utilizado na indústria de TI, no mercado de ações e no setor de energia. “Assim como o mercado de ações e o setor de energia, as instalações submarinas dependem de sistemas no processo de avaliação contínua e eficaz de eventuais não conformidades e as ameaças em tempo real”, diz Magne Husebø, diretor de tecnologia da CMR. De acordo com ele, consequentemente a isso são necessários
novos sensores para os processos de detecção de erros lógicos – importante para a integridade técnica do equipamento e processo de condutas. Nas plataformas, o monitoramento da integridade técnica é realizado por inspetores técnicos, e muitas vezes com o avançado equipamento de medição móvel. “No fundo do mar, este é um desafio. Sistemas de sensores instalados permanentemente terão que fornecer informações sobre os equipamentos de processo e ainda sobre a degradação de gasodutos devido à corrosão, fatores de desgaste, fadiga etc. Uma alternativa é substituir componentes para ter certeza absoluta, mas isso é caro e muitas vezes o dinheiro é desperdiçado em decisões não baseadas em fatos”, diz.
estado. O evento também contou com rodadas de negócios envolvendo empresas brasileiras e norueguesas. Dentre as brasileiras que fizeram parte da delegação esteve a Ambidados, especializada em soluções em monitoramento ambiental. A empresa que fica na incubadora da Coppe/ UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) trabalha desde 2006 com serviços de consultoria na área de instrumentação oceanográfica e análise de dados oceânicos, com destaque para correntes oceânicas, ondas e marés. Em 2012, a Ambidados recebeu da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e do Sebrae, o Prêmio Nacional de Empreendedorismo Inovador 2012, na categoria Melhor Empresa Graduada. A OceanPact também participou da missão. Especializada no gerenciamento e resposta a emergências nos ambientes marinho e costeiro, a companhia oferece soluções nas áreas de consultoria, treinamento (com acreditação pelo Nautical Institute), afretamento e operação de embarcações, gerenciamento e resposta a emergências, fornecimento de tripulações especializadas
e marine survey (oceanografia, geofísica e geotécnica). Mauricio Latado, diretor comercial da OceanPact, diz que a cada evento internacional de que participam, a empresa procura trazer para o grupo inovações, tecnologias, equipamentos e processos que tornem seus serviços cada vez mais abrangentes e efetivos para os clientes. “A participação na UTC foi muito interessante em função do alto nível dos debates e também da qualificação das empresas presentes. Tivemos a oportunidade de estreitar os laços com parceiros internacionais da OceanPact e estabelecer novas conexões com empresas que compartilham conosco a missão de proteção do meio ambiente marinho”, afirmou. A OceanPact é a única empresa brasileira a participar do centro de comando do maior desastre do setor – o blowout do poço Macondo no Golfo do México em 2010. Já a SKM apresentou seus principais serviços em engenharia de automação, comissionamento, consultoria e manutenção e reparo, e ressaltou os serviços de comissionamento e start-up de unidades de controle em navios, plataformas e submarinos. Com oficina em São Cristóvão e escritório no Centro do Rio de Janeiro, a SKM conta com 140 funcionários e entrou no mercado de óleo e gás em 2003.
Na ocasião, a Polar, distribuidora de componentes elétricos, que representa as empresas Chalmit, Ellis Patents, Hawke, Killark e a Navac, também participou da comitiva brasileira. “Nosso objetivo em Bergen foi identificar pequenas e médias empresas com forte expertise subsea, que necessitem de suporte comercial para promover suas tecnologias no Brasil”, comentou Márcio Rigueti de Alencar, conselheiro da Polar. Com 21 anos de atuação no mercado brasileiro, a Polar é uma empresa familiar baseada em Macaé (RJ). A BG Brasil, companhia integrada de gás natural e segunda maior petroleira privada do país (em volume de óleo produzido), aproveitou a ocasião para identificar institutos de pesquisa, universidades e empresas de tecnologia, incluindo start-ups, interessados em montar unidades no Brasil e dispostos a trabalhar em parceria com instituições brasileiras para desenvolver projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no Brasil. De acordo com Giancarlo Ciola, gerente de inovação da BG Brasil, a empresa espera inaugurar em meados de 2014 o centro global de tecnologia do grupo BG, na Ilha do Fundão (RJ). A unidade, que começou a ser construída este ano, vai coordenar os projetos de inovação. A britânica prevê US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões em P&D no país até 2025.
Gestão eficiente
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eventos Vallourec Competence Center (VCC)
Vallourec inaugura centro de pesquisa por Karolyna Gomes
Com a missão de desenvolver soluções tecnológicas, principalmente para conexões e tubulações que atuarão no pré-sal, a francesa Vallourec (antiga V&M do Brasil) inaugurou no dia 9 de julho o Vallourec Competence Center (VCC), um centro de pesquisa e desenvolvimento localizado no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão.
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Fotos: Divulgação
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estrutura da companhia está distribuída em uma área de 3.900 m², onde será possível, também, a atuação colaborativa entre empresa e academia. “O foco maior desse ambiente de pesquisa será na simulação numérica, usando tecnologias para simular esforços aplicados nos tubos e conexões, como por exemplo a 5.000 m de profundidade. Feito isso passaremos para o processo de prototipagem de novos aços e conexões”, afirmou o vice-presidente de Tecnologia, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (TDRI), Flavio de Azevedo. Este é o segundo centro da Vallourec voltado para P&D no país – o outro está localizado em Belo Horizonte (MG). O empreendimento deve iniciar suas atividades em outubro, contando com cerca de 30 profissionais, entre eles mestres e doutores. Segundo Azevedo, os dois centros de pesquisa do Brasil devem receber investimentos que somam R$ 90 milhões. “Esse valor é para os próximos cinco anos”, esclareceu o executivo. O CEO da Vallourec para o Brasil, Alexandre Lyra, destacou que a empresa segue a política de conteúdo local. “Essa política implica não apenas a fabricação do produto no país, mas também a geração do conhecimento, que é a base de manufatura do produto”, afirmou. Tendo a Petrobras como uma de suas principais parceiras, a Vallourec trabalha para vencer os desafios mecânicos dos tubos e conexões para as condições específicas e desafiadoras que estão na camada
Da esquerda para a direita: o vice-presidente de Tecnologia, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Grupo, Flávio de Azevedo; o diretor-presidente do Grupo Vallourec, Philippe Crouzet e o diretor-geral da Vallourec, no Brasil, Alexandre de Campos Lyra
pré-sal, colaborando com a meta da estatal, que é chegar em 2020 produzindo 5,2 milhões de barris diários de óleo equivalentes (boe). A intenção é cumprir com as expectativas de demanda de exploração e produção de petróleo e gás, desenvolvendo tecnologias específicas que envolvem soldabilidade, corrosão dos tubos, capacidade mecânica e também conexões. Entre os projetos em desenvolvimento, realizados simultaneamente
entre Europa e Brasil, estão aqueles voltados para early production risers, definição e materiais com características especiais (corrosão) e novas exigências para conexões. Além dos executivos da empresa, estiveram presentes à cerimônia de inauguração o diretor de Exploração & Produção da Petrobras, José Formigli; o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Segen Estefen; o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, Julio Bueno; e o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Gustavo Tutuca.
perfil profissional
Destino offshore Respaldado na expertise adquirida tanto no mercado brasileiro quanto no norueguês, Gustavo Pedreira, presidente da Kongsberg Maritime do Brasil, vem conduzindo uma trajetória de sucesso na indústria offshore e de óleo e gás. por Karolyna Gomes
O Fotos: Banco de Imagens TN Petróleo
s 13 anos de experiência no mercado global, marcado por desafios tecnológicos e concorrência acirrada, aliado às habilidades profissionais que o jovem executivo aprimorou neste período, qualificam-no para atuar em um setor que vem crescendo de forma acelerada nos últimos anos: o naval. Com uma equipe de 115 colaboradores no Brasil, Gustavo vem abrindo caminho para novos negócios nesse mercado, sem deixar de lado a excelência no suporte técnico aos clientes. “Costumo dizer que o destino, em forma de oportunidade, acabou me levando para um estaleiro e para o setor offshore”, diz Gustavo Pedreira, 37 anos, que comanda a subsidiária brasileira do setor naval do grupo norueguês Kongsberg. A oportunidade que transformou seu destino foi sua contratação pelo Estaleiro Promar, em 2000, depois de ter estagiado em projetos diversos, em companhias de outros setores, como White Martins, Bayer, Petrobras e até o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). “Acabei me identificando muito com o setor offshore, especialmente com embarcações e plataformas”, diz o engenheiro mecânico paulista, nascido em Taubaté, interior de São Paulo, que veio para o Rio de Janeiro com os pais quando tinha apenas quatro anos. Primeiros indícios de uma vocação marítima desse carioca de criação, que se formou pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele lembra que até meados dos anos 1990, o momento econômico era delicado para o setor naval, que sobrevivia, em sua maior parte, devido às atividades de reparo. “O Promar era o único que tinha encomendas para novas construções”, lembra ele. Foi assim que teve a oportunidade de assistir e participar da retomada do setor naval depois de mais de duas décadas de estagnação. Mais ainda: de ampliar seus horizontes, indo mais além da engenharia, para começar a adquirir experiência na área comercial, desenvolvendo e gerenciando orçamentos. “Um estaleiro, em si, é uma escola fantástica, onde você encontra todas as disciplinas de engenharia.”
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Dito e feito. Gustavo ampliou e diversificou seu conhecimento e ganhou competências acompanhando todas as fases de construção de uma embarcação, desde a negociação do contrato, passando pelo design, compras, planejamento, acabamento, comissionamento, provas de mar e entrega. “Posso afirmar que a demanda por tecnologias era razoável, mas todas as embarcações que operavam no Brasil, naquela época, eram de bandeira estrangeira, e a idade da frota avançava.” Mercado aquecido – Foi o aquecimento da demanda de bens e serviços relacionados às embarcações de apoio marítimo, que davam suporte às atividades de exploração e produção de petróleo e gás nas bacias offshore, que sinalizaria os novos tempos no setor naval. Principalmente após o lançamento do Programa de Renovação da Frota da Transpetro (Promef), em meados da década de 2000. “A principal demanda do mercado era por navios de apoio, do tipo PSV (Platform Supply Vessel)”, lembra Gustavo. Entre as atividades realizadas por essas unidades estão os diversos serviços de montagem e lançamento de equipamentos submarinos e tubulações, suprimento e apoio logístico, manuseio de âncoras, manutenção e reparo de tubulação e cabos variados, apoio a serviços de manutenção em plataformas e estruturas submersas, combate a incêndios, entre outros. De início, esses navios eram unidades relativamente simples, mas, com o passar do tempo, foram se tornando mais potentes e sofisticados, principalmente por terem de desenvolver atividades cada vez mais complexas, em águas mais e mais profundas, que demandam uma gestão cuidadosa de cada operação.
Local de nascimento: Taubaté, SP Idade: 37 anos Principal Cargo: presidente da Kongsberg do Brasil Hobby: esportes em geral Música: gosto de quase todos os estilos musicais Livro: Encantadores de vida, de Eduardo Moreira O melhor lugar para descansar? No mar Filmes: Coração Valente e Gladiador
“Nos últimos 15 anos, a demanda cresceu significantemente”, frisa o CEO da Kongsberg Maritime. Essa renovação offshore tem exigido tecnologia de ponta e muita inovação no setor naval, principalmente pelo deslocamento da produção de petróleo e gás natural de águas rasas para profundas. Rumo à Noruega – Foi nessa época que Gustavo Pedreira ganhou o mundo, deixando o verão carioca de 40º para passar sua primeira temporada nas terras geladas da Noruega, para trabalhar na Aker Yards, onde ficou de 2002 a 2003. “Levei menos de uma semana para me mudar depois de ter recebido o convite. Aterrissei na pequena Alesund com 12
graus negativos. Mas apesar de ter ido sozinho, consegui me enturmar rapidamente. O fato de ser brasileiro, e por jogar futebol, ajudou bastante”, diz rindo. Na cidade portuária, famosa pelas indústrias de beneficiamento de bacalhau, Gustavo coordenaria o processo de compra de equipamentos importados para o Promar, tendo acesso a todo o cadastro de fornecedores do antigo grupo Aker Yards — atual VARD — inclusive suas práticas, ferramentas, metodologias de gerenciamento de projetos e técnicas de construção. “O conhecimento adquirido foi grande. Pude entender que os contratos praticados na Noruega são mais simples do que os que utilizamos no Brasil”, diz ele. Segundo Pedreira, na área offshore, contratos padrão tipo “Orgalime” e “NL-92” (padronização europeia de contratos, com cláusulas sólidas) são utilizados com muita frequência. Em 2003, o executivo assumiria um novo desafio: implementar a filosofia de trabalho e valores noruegueses no setor de suprimentos brasileiros, ao retornar para o país natal como gerente de Suprimentos da STX Brasil Offshore S.A., onde ficou até fevereiro de 2008. “Com o tempo, o mercado foi exigindo tecnologias mais complexas para a construção de barcos de apoio de diferentes tipos”, salienta o executivo. É que nessa época começa a crescer a demanda brasileira — e também no exterior — por embarcações de manuseio de âncoras, reboque e suprimento a unidades offshore (AHTS — Anchor Handling Tug Supply), de Suporte a Plataforma (PSV — Plataform Support Vessel), de lançamento de linha (PLSV — Pipe Laying Support Vessel), suporte às operações de ROV (RSV TN Petróleo 90
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perfil profissional — ROV Support Vessel. O ROV (remotely operated vehicle). é um veículo subaquático, controlado remotamente, que permite a observação do fundo do mar e de estruturas submarinas. Selecionado para voltar à Noruega em 2006, trabalhando diretamente com aquele mercado, Gustavo teve a oportunidade de visitar estaleiros na Finlândia, Alemanha, Japão, Índia, Coreia e Vietnã. Em 2008, foi para outra empresa do grupo, a STX OSV. Com o know-how adquirido nesse longo período no grupo STX, o executivo deu um novo passo no setor marítimo e offshore, ao ir para a britânica Rolls-Royce Marine, onde integrou o time de vendas de equipamentos de propulsão, que atendia a grandes mercados como o das Américas, Índia e Oriente Médio, de 2011 a 2013. Nesse período Gustavo teve a oportunidade de conhecer mais de perto demandas de petroleiras como a Saudi Aramco e a Pemex (Petroleos Mexicanos). “Ambas estavam muito interessadas em copiar o modelo implantado no Brasil pela Petrobras”, explica. Jovem executivo – O coroamento dessa meteórica carreira de sucesso — que reflete a rápida evolução do setor no Brasil — veio em janeiro de 2013, quando Gustavo Pedreira assumiu o cargo de presidente da Kongsberg Maritime do Brasil S.A. — empresa que se instalou no Brasil em 1980, quando os primeiros navios de posicionamento dinâmico (DP — Dynamic Positioning) passaram a ser usados na indústria brasileira, para escoamento e transporte de petróleo offshore. O executivo coordena uma equipe que tem foco em tecnologias voltadas para um mercado específico, fornecendo sistemas
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e serviços para cerca de 400 embarcações (incluindo 50 plataformas de perfuração) que operam no Brasil. “Somos pioneiros em treinamento de operadores de DP. Essa tecnologia é utilizada em embarcações e plataformas a fim de manter uma posição fixa em alto-mar ou para se realizar uma determinada manobra, como é o caso dos navios aliviadores”, destaca Gustavo. Ele conta que a companhia está transferindo o centro de treinamento da empresa, localizado desde 2001 em Macaé, para o centro da cidade do Rio de Janeiro. “Além de simuladores, temos peças sobressalentes nacionalizadas em nossas dependências, uma oficina de reparos de equipamentos e peças para locação emergencial”, complementa. Entre as inovações que a empresa agregou, está o conceito de ponte de comando integrada, contendo sistema de automação e DP. “Como as plataformas e embarcações offshore passaram a utilizar cada vez mais o conceito de propulsão diesel-elétrica, a possibilidade de haver controle pelo sistema de gerenciamento de carga (PMS), em um conceito de console integrado, foi uma
grande inovação técnica. Ele é considerado o coração de um navio sonda”, explica. Em uma avaliação sobre a posição do Brasil frente às grandes fornecedoras de tecnologias, Gustavo considera que a indústria nacional está no mesmo nível de grandes mercados como o da Noruega, China, Coreia e EUA. “Já a necessidade de mão de obra continua sendo um desafio, visto que temos novos armadores, operadores, estaleiros, e uma grande quantidade de multinacionais, se instalando no Brasil”, opina. Ele considera que o treinamento de novos profissionais não acompanhou a velocidade do crescimento da demanda. “Vejo que a melhor opção é treiná-los por conta própria. É um investimento que fazemos hoje em dia na Kongsberg.” Quanto às exigências de conteúdo local, Gustavo não vê como um obstáculo. “São muitos os benefícios gerados: melhor atendimento no pós-venda, garantias e serviços, além da geração de novos empregos e desenvolvimento da indústria”, afirma. “Porém, existem entraves. Entre eles o alto custo da nossa mão de obra especializada, necessidade de treinamento, sustentabilidade do empreendimento no longo prazo, além do sistema complexo de tributação e isenções existente no Brasil.” Ao falar sobre o futuro, Gustavo Pedreira coloca a carreira profissional e as metas da companhia em primeiro plano. “As metas são manter a nossa posição de destaque e a participação no mercado, melhorar continuamente a qualidade de assistência técnica e também de treinamento no Brasil”, destaca. “Participar do desenvolvimento e implantação de uma planta de produção da Kongsberg no país irá me trazer muita satisfação”, conclui.
@tnpetroleo
Ano 4 • nº 28 • julho de 2013 • www.tnsustentavel.com.br
Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem Editorial
O resultado que desejamos com o valor que precisamos Um dos nossos grandes desafios da TN Petróleo, que está completando 15 anos de mercado, foi trazer para a revista o tema da sustentabilidade. Tratar do assunto dentro da nossa indústria foi (e continua sendo) um desafio em dobro. Mas, como gostamos de desafios, nesta edição comemorativa escolhemos como entrevistado do nosso caderno Marco Aurélio Fonseca, diretor de Sustentabilidade da Odebrecht Óleo e Gás que pontua muito bem o momento atual do setor em relação ao tema. “A indústria de petróleo, pela própria natureza de suas atividades e alto potencial de exposição, tornou-se mais vulnerável às exigências dos governos, ONGs, acionistas, comunidades, público interno, competidores, consumidores, fornecedores, entre outros”, lembra ele. Afinal, são distintos públicos, diversas demandas — todas elas, legítimas. Como atender? Marco Aurélio nos mostra como a Odebrecht está alcançando suas metas e de como é possível, sim, conciliar petróleo com sustentabilidade.
Cada vez mais, empresas e profissionais entendem o valor das práticas sustentáveis e ampliam seus investimentos em recursos e conhecimento para que a sustentabilidade evolua dentro do mercado de óleo e gás, com os resultados que todos desejamos. A tarefa não é nada fácil, mas não há espaço para retrocessos, só para avanços. Da nossa parte, reiteramos o nosso compromisso de trabalhar a informação de forma ética e transparente, para continuar a ter a parceria de vocês leitores, que nos incentivam com suas palavras de reconhecimento, das empresas que ajudaram a escrever essa história, e do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), que deu o primeiro passo ao formar a comissão de Responsabilidade Social. Parabéns a todos e obrigada! Lia Medeiros Diretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo
Sumário
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Sustentabilidade como valor
Fórum Mundial de Meio Ambiente defende conscientização ambiental
Melhores práticas de sustentabilidade
Entrevista especial: Marco Aurélio Fonseca, da Odebrecht Óleo e Gás
Fórum Mundial
Benchmarking Brasil/Ranking 2013
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suplemento especial
Entrevista especial com Marco Aurélio Fonseca, diretor de Sustentabilidade da Odebrecht Óleo e Gás
Sustentabilidade Nas últimas duas décadas, as transformações socioambientais no ambiente empresarial foram profundas, e isso em função da própria reorganização da sociedade em torno destas questões. Hoje, as organizações são cada vez mais exigidas em relação à transparência e capacidade de se inovarem, adotando posturas cada vez mais proativas em relação aos temas ligados às responsabilidades social e ambiental, que se constituem em pilares da sustentabilidade.
Foto: Divulgação
como valor
por Maria Fernanda Romero
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linhada a este conceito, a petroleira Odebrecht Óleo e Gás, do Grupo Odebrecht, tem buscado trabalhar, desde sua fundação, com uma filosofia empresarial focada na educação, trabalho, respeito e confiança, de acordo com Marco Aurélio Fonseca, diretor de Sustentabilidade da empresa. “O cerne da questão é efetivamente passar da teoria à prática (walk the talk) e implantar planos e ações efetivas relacionados ao desempenho em sustentabilidade e responsabilidade social, com o comprometimento de todas as partes interessadas”, frisa o executivo em entrevista exclusiva à TN Petróleo, pontuando os princípios da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), que permeia os negócios da companhia ao redor do mundo. 92
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TN Petróleo – O setor de óleo e gás ainda está engatinhando na criação de políticas para Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade. Em sua opinião, quais seriam ou deveriam ser as principais responsabilidades das empresas do setor em seus negócios no que se refere à preocupação com a sustentabilidade? Marco Fonseca – A indústria de petróleo, pela própria natureza de suas atividades e alto potencial de exposição, tornou-se mais vulnerável às exigências dos governos, ONGs, acionistas, comunidades, público interno, competidores, consumidores, fornecedores, dentre outros. As empresas buscam a perenidade de seus negócios, perenidade esta que se traduza em sua perpetuidade. Para alcançar essa perpetuidade devem estruturar políticas de responsabilidade
social e sustentabilidade, que vão além do gerenciamento dos seus impactos econômicos, ambientais e sociais. Precisam estar alinhadas e preparadas para os desafios impostos pela indústria, levando em consideração ser o petróleo uma fonte não renovável. Ao utilizar novas tecnologias para o incremento da produção e a relação de consumo, deverão desenvolver uma consciência sustentável, para que seja possível pensar nas próximas gerações. Portanto, faz-se necessário o estabelecimento de políticas que levem em conta as estratégias das empresas neste contexto. Enquanto não tivermos tecnologia disponível a ponto de produzir substitutos mais confiáveis e competitivos ao petróleo, além de fornecer soluções ambientalmente corretas, minimizando e
reduzindo os impactos socioambientais da atividade da indústria do petróleo, faz-se necessário mudar o modo atual de produção e consumo de um recurso natural tão precioso, porém finito. Essa mudança pode vir por novos marcos regulatórios, incentivos locais, consumo consciente, eficiência energética, estratégias corporativas etc. Quais os desafios de criar e implementar essas políticas? Como isso reverbera no dia a dia dos projetos com os mais diversos públicos de relacionamento da empresa (clientes, comunidades, investidores e parceiros)? O maior desafio é integrá-las no plano estratégico das empresas com o entendimento do tema como uma oportunidade de negócio com ganhos tangíveis e intangíveis. O cerne da questão é efetivamente passar da teoria à prática (walk the talk) e implantar planos e ações efetivas relacionadas ao desempenho em sustentabilidade e responsabilidade social com o comprometimento de todas as partes interessadas. Podem ser barreiras que dificultem a implantação desses planos e ações: as características organizacionais de cada empresa, a pouca participação e aderência dos colaboradores, falta de comprometimento da liderança, comunicação interna e externa ineficaz (e por vezes não transparente), falta de um sistema de gestão robusto que disponibilize informação para acompanhamento do desempenho e avaliação dos resultados, dentre outros. Na Odebrecht Óleo e Gás (OOG), essas políticas estabelecem as diretrizes que norteiam as ações da empresa relativas aos temas, sendo tais ações transversais, permeando todos os níveis da empresa. A liderança desses temas é responsabilidade de cada empresário em seu respectivo negócio na linha de empresariamento (contrato / operação). Estes têm a delegação de atuarem em seus negócios aplicando as políticas, atendendo às demandas e especificidades de cada projeto/contrato/operação. Papéis e responsabilidades são bem
definidos, assim como os limites de competência são garantidos, refletindo, assim, no relacionamento diário com as partes interessadas. Quer seja pelo contato direto, quer seja pela comunicação formal, relatórios gerenciais, sistema de gestão, ações junto às comunidades, interação com governos, participação em fóruns, associação de classes etc. Quais são as maiores dificuldades para uma empresa do porte da Odebrecht na disseminação das práticas de responsabilidade social internamente? Acreditamos que a responsabilidade social na organização Odebrecht é a responsabilidade social de cada empresário ao satisfazer o cliente por meio da entrega de serviços e bens que resultem na melhoria da qualidade de vida das comunidades do entorno no qual a empresa está inserida, contribuindo para o desenvolvimento social, econômico, tecnológico e empresarial dessas comunidades, criando oportunidades de trabalho e geração de renda e assegurando o permanente respeito ao meio ambiente, em todas as etapas das suas ações empresariais. As maiores dificuldades para disseminação e implantação dessas práticas se devem às características estruturais e organizacionais da empresa, como a dispersão geográfica, o grande número de projetos com prazos e características muito distintas e específicas, pulverização de programas, comunicação deficiente etc. Na Odebrecht Óleo e Gás, os contratos são, em geral, de médio e longo prazo. Portanto, há a oportunidade de estruturar projetos com esta visão de médio e longo prazo por meio de uma relação mais duradoura junto ao cliente e à comunidade na qual está inserido. Os projetos de responsabilidade social sustentáveis têm maior chance de sucesso se a variável tempo for maior. Entretanto, os projetos de curta duração também podem consolidar programas sustentáveis desde que bem planejados e com uma estratégia de saída bem definida desde o início do empreendimento.
Este é um ponto crítico, senão o mais importante, na estruturação e planejamento de programas e aplicação de práticas sociais, pois está diretamente ligado à sustentabilidade dos mesmos. Como, efetivamente, podemos garantir que ao término de um projeto, operação ou empreendimento estes programas permaneçam vivos e prosperando. O que é a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO)? A TEO – como chamamos internamente – é uma filosofia empresarial voltada para o fazer e fincada na educação e no trabalho. O conjunto articulado de seus princípios, conceitos e critérios provê aos integrantes da Organização Odebrecht os fundamentos éticos, morais e conceituais que lhes permitem atuar com direcionamento estratégico comum, unidade de pensamento e coerência de ação. Em qualquer ponto do mundo e quaisquer que sejam os seus desafios, os integrantes da Organização Odebrecht, sob a coordenação dos líderes-educadores, cultivam e exercem a disposição para servir mais e melhor, a capacidade do integrante de gerar e superar resultados e terem a confiança desses líderes. Portanto, os fundamentos da TEO estão na disciplina que gera o respeito e no respeito que gera a confiança. Como é a política de sustentabilidade da empresa? Nossa política é alinhada e aderente à política de sustentabilidade da Organização Odebrecht. Está claramente definida em nossa política que o compromisso com a sustentabilidade está presente nos princípios e valores da TEO e nas práticas empresariais da Organização Odebrecht, de forma transversal aos resultados inerentes à sobrevivência, ao crescimento e à perpetuidade da organização. A Sustentabilidade na Odebrecht tem o foco em pessoas que detêm a capacidade para implantar um modelo de desenvolvimento que possa atingir simultânea e sinergicamente reTN Petróleo 90
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suplemento especial
sultados relacionados a desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, responsabilidade ambiental, participação política e valorização da cultura. A empresa possui metas nesta direção? Sim, a Odebrecht Óleo e Gás está sempre buscando a melhoria contínua de seus processos e serviços, assim como do bem-estar de seus integrantes. Para isso, define suas metas em sustentabilidade por meio do Programa de Ação (PA) anual de cada um de seus integrantes. A empresa trabalha o tema sustentabilidade em seis vertentes ou bandeiras e define suas metas para cada uma delas. Essas bandeiras cobrem a qualidade, segurança do trabalho, saúde ocupacional, meio ambiente, responsabilidade social e mudanças climáticas. Essas metas podem ser tanto quantitativas quanto qualitativas. Como exemplo, temos metas para o próximo ano à implantação do relatório anual seguindo os padrões GRI (Global Reporting Initiative), a elaboração do inventário de emissões seguindo o protocolo GEE (Gases de Efeito Estufa), a ampliação do programa social Escola em Ação nas áreas onde atua (há mais de sete anos ele acontece apenas em Macaé), a consolidação de um calendário com as campanhas de segurança visando à melhoria das condições do ambiente de trabalho e reduzindo a exposição dos trabalhadores, a inclusão de indicadores de incidentes com metas definidas, a consolidação nos diversos ambientes da empresa de campanhas de saúde (como combate ao tabagismo, consumo de álcool e drogas), além de programas de saúde e bem-estar como atividades de corrida e caminhada e acompanhamento nutricional, além de controle de índice de massa corporal e indicadores de saúde auditiva. Quais os temas críticos para a sustentabilidade dos serviços que a Odebrecht presta à indústria brasileira? Para a Odebrecht Óleo e Gás, os temas críticos são as exigências e/ou 94
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Para a Odebrecht Óleo e Gás, os temas críticos são as exigências e/ou demandas que qualificam e motivam os interesses de determinada parte interessada (stakeholder) em fazer negócio ou se relacionar com a empresa.
demandas que qualificam e motivam os interesses de determinada parte interessada (stakeholder) em fazer negócio ou se relacionar com a empresa. A identificação desses temas críticos é fundamental para estabelecer esta relação de confiança. Para a Odebrecht Óleo e Gás, a dimensão ‘meio ambiente’ é um tema crítico e de foco permanente, com um potencial de exposição sempre em evidência em função da própria natureza da atividade, seu potencial de risco e os recentes eventos ocorridos na indústria. O objetivo maior é assegurar a excelência operacional, cujo meio ambiente está inserido. As organizações que demonstram e praticam claramente a sustentabilidade em todas as suas dimensões obtêm vantagens competitivas, assim como um diferencial em sua imagem adquirindo a confiança no mercado, clientes, investidores, consumidores e comunidades locais. A Odebrecht Óleo e Gás têm esse compromisso e o demonstra com suas políticas e ações, quer seja na melhoria de seus processos (sistemas, equipamentos, materiais etc.), quer seja na melhoria da gestão de sua força
de trabalho (qualificação, competência, habilitação etc.) ou ainda no seu sistema de gestão (procedimentos). Em sua opinião, é possível conciliar petróleo com sustentabilidade? Acho possível, sim. A sustentabilidade deve ser uma bandeira imbuída de perpetuidade e responsabilidade social, que visa não abrir mão do desenvolvimento e do crescimento, mas que objetiva, ao contrário, a sustentação deles no longo prazo. Sabemos que o petróleo é um recurso não renovável e, portanto, finito. O fato de estarmos lidando com um recurso finito, no longo prazo, é uma característica do setor de petróleo. Em contrapartida, isso traz a necessidade de desenvolvimento de fontes alternativas de energia, para que essas empresas de petróleo permaneçam no negócio, quem sabe com uma futura alteração de suas matrizes energéticas. Esse movimento tem se observado nas empresas de petróleo no sentido de se transformarem em companhias de energia. A Odebrecht Óleo e Gás, como uma empresa de prestação de serviços do setor, também deve estar atenta para se adequar a este novo cenário e estar qualificada para prover soluções cada vez mais integradas que atendam às demandas da indústria e seus clientes. Quais os principais projetos de sustentabilidade da empresa em andamento? Vários projetos estão em andamento no momento, como a integração do seu sistema de gestão de sustentabilidade, o desenvolvimento do relatório anual padrão GRI (Global Reporting Initiative), o desenvolvimento do inventário de emissões atmosféricas seguindo protocolo GEE, a avaliação da estrutura de apoio e suporte a emergências, o processo de certificação ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:2007 das unidades marítimas de perfuração, o desenvolvimento e implantação do sistema de gestão da qualidade ISO 9001:2008, dentre outros.
No âmbito da responsabilidade social, investimos nas comunidades onde estamos inseridos, estimulando o desenvolvimento local. Com isso, atuamos em Macaé desde 2007 com o Programa Escola em Ação, em parceria com a Prefeitura de Macaé, que visa à Educação ambiental, a inclusão social e a geração de renda, a inclusão digital e produtiva de jovens, crianças e adultos da região. Qual o papel da Fundação Odebrecht nessas iniciativas? A Odebrecht Óleo e Gás tem o compromisso com a responsabilidade social, que é expresso por meio de investimentos em ações voltadas para a melhoria das condições de vida das pessoas e cuidado com as futuras gerações, de sua área de abrangência e atuação, tendo por base três pilares: o fortalecimento da cidadania e da governança, a promoção da educação para crianças e jovens, e a formação de caráter profissional para jovens e adultos, assim como o fomento
a iniciativas produtivas geradoras de oportunidades de trabalho e renda. Para a realização de suas ações, a Organização Odebrecht mantém a Fundação Odebrecht, que com atuação concentrada no Baixo Sul da Bahia, tem a missão de educar adolescentes e jovens, para a vida, pelo trabalho e para valores e limites, formando a população para permanecer no campo e tornar-se autossustentável. As ações desenvolvidas pela Fundação orientam a definição das diretrizes de responsabilidade social adotadas por cada uma das empresas que compõem a Organização Odebrecht, que têm delegação para desenvolverem as suas próprias ações considerando o porte de seus negócios, e desde que estejam voltadas para o desenvolvimento local. Uma das principais ações desenvolvidas pela Fundação é o Programa Tributo ao Futuro, o qual mobiliza os integrantes das empresas que fazem parte da Organização Odebrecht para
apoiar projetos reconhecidos e acompanhados pela Fundação, por meio da destinação de parte do Imposto de Renda e doações que, mensalmente, prestam contas para cada investidor. Em 2012, a Campanha do Tributo ao Futuro na Odebrecht Óleo & Gás foi pensada de maneira integrada entre as áreas de P&O e Sustentabilidade, com o objetivo de aumentar a participação dos integrantes com doações. A campanha se diferenciou pelos diversos recursos de comunicação utilizados. Outro fator que contribuiu de forma positiva foi o envolvimento direto do presidente da OOG, Roberto Ramos, e dos seus diretos. Além de participarem do programa como investidores, os líderes assumiram um papel fundamental de influenciar os seus liderados. O resultado do empenho e do comprometimento de todos os atores envolvidos foi a evolução expressiva da participação dos integrantes que, em números absolutos, saltou de 31, em 2011, para 442 investidores, em 2012.
Cesi abre escritório no Brasil
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italiana Cesi, empresa de consultoria e testes de sistemas de energia, formalizou no início de julho, no Rio de Janeiro, a abertura de seu primeiro escritório sul-americano no Brasil. Os setores de transmissão e distribuição, smart grids (redes inteligentes) e energias renováveis serão o foco da empresa no país. De acordo com Paulo Cesar Vaz Esmeraldo, diretor do escritório no Brasil, a previsão é de que até 2017 o Brasil represente 10% do faturamento global da companhia. “Até este período pretendemos ter entre 30 a 40 funcionários e faturamento aproximado de 10 milhões de euros”, pontuou. O executivo comenta que a Cesi está negociando parcerias com empresas brasileiras cujos projetos foram habilitados no programa Inova Energia, linha de financiamento de R$ 3 bilhões do governo para pesquisa e desenvolvimento no setor elétrico. “Os projetos serão para fornecimento de tecnologia de corrente
contínua (HVDC, na sigla em inglês) – que possibilita a transmissão de grandes blocos de energia a longas distâncias e com custos reduzidos, e o atendimento às fontes renováveis, principalmente a energia eólica”, afirma. Segundo Matteo Codazzi, CEO da Cesi, no Brasil a empresa presta serviços de consultoria para o projeto de transmissão de 2.300 km do rio Madeira (comissionamento, controle de qualidade, revisão do projeto e certificação), realiza o sistema de monitoramento da hidrelétrica de Itaipu, na fronteira com o Paraguai, e agora pretende participar da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Com mais de 50 anos de experiência em operações em seis principais áreas, incluindo transmissão e distribuição elétrica, energias renová-
veis e de armazenamento, geração de energia, testes, certificação e garantia de qualidade e engenharia e meio ambiente. A Cesi é também uma das três maiores fornecedoras mundiais de células solares de alta eficiência em multijunção avançada para aplicativos espaciais e terrestres. “Inicialmente os equipamentos eram produzidos para satélites espaciais, mas estão sendo desenvolvidos para a produção de energia elétrica em terra. Queremos trazer para o Brasil também essa tecnologia, que é revolucionária mundialmente. Inclusive já estamos finalizando um acordo de negociação com a empresa Orbital Engenharia para viabilizar esse negócio aqui”, assegurou. Com um volume de negócios anual de mais de 120 milhões de euros, a Cesi opera em mais de 40 países em todo o mundo, com cerca de mil profissionais. A empresa possui escritórios em Milão (Itália), Berlim e Mannheim (Alemanha) e Dubai (Emirados Árabes). TN Petróleo 90
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Fórum Mundial de Meio Ambiente defende conscientização ambiental Sob o tema ‘2013: Ano Internacional da Cooperação pela Água’, o Grupo de Líderes Empresariais (Lide) realizou, nos dias 21 e 22 de junho, em Foz do Iguaçu, o Fórum Mundial de Meio Ambiente. O evento contou com quatro painéis e seis workshops, dos quais participaram 405 empresários, além de ativistas ambientais, autoridades, pesquisadores e representantes de ONGs.
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urante a cerimônia de abertura, o presidente do Lide Sustentabilidade, Roberto Klabin, e o presidente do SOS Mata Atlântica, Pedro Passos, entregaram um manifesto próParque do Iguaçu para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e para o governador do Paraná, Beto Richa. O documento se manifesta contra a reabertura da Estrada do Colono – aberta em 1954 e fechada em 1986 –, o que acabou gerando invasões, tráfico de drogas e contrabando. “Não preciso reabrir a estrada para promover o desenvolvimento sustentável do Paraná”, afirmou a ministra Izabella Teixeira (foto), complementando que um dos parques mais importantes do planeta e referência do país, além de protegido internacionalmente como Patrimônio Natural da Humanidade, não deveria ser exposto a esse tipo de agressão, uma vez que muda toda a dinâmica da borda da floresta e dificulta a preservação da fauna. Na ocasião, também foi assinado o Pacto Nacional pela Gestão das Águas – uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e da Agência Nacional de Águas (ANA) em prol do fortalecimento da gestão das águas nos estados brasileiros, por meio de um programa de incentivo financeiro, com pagamento por resultados. O objetivo é promover a articulação entre União e estados pelo uso sustentável dos recursos hídricos do país. “A escolha da cidade-sede, Foz do Iguaçu, famosa por suas espetaculares cataratas, foi a mais acertada para discutir a cooperação em torno da conservação de água”, afirmou o governador do Paraná,
Beto Richa, que também apresentou projetos de preservação do meio ambiente por meio de uma ‘agenda verde’, entre eles o investimento de R$ 53 milhões em um sistema de prevenção de desastres naturais que possibilitará uma previsão de cenários com até três dias de adiantamento.
Segurança hídrica No painel ‘A crise global da água’, o presidente do Conselho Nacional da Água, Benedito Braga, falou sobre a necessidade de se garantir a segurança hídrica no país nas esferas humana, socioeconômica e ecológica, dando acesso a água com qualidade e em quantidades imprescindíveis para os seres humanos. “Prover segurança hídrica à população é obrigação do estado. As soluções técnicas nós temos, mas a questão é política, necessita de recursos financeiros”, ressaltou Braga.
O executivo também frisou a importância da articulação entre vários setores da sociedade para se traçar uma política eficiente sobre o tema, que ajude a melhorar a qualidade de produção, a distribuição e a redução do risco de catástrofes. Para Robert F. Kennedy, ativista e advogado especializado em direito ambiental, que participou do painel ‘Gestão da água no Brasil e no mundo’, a privatização é a pior questão que enfrentamos atualmente. “A água deveria ser direito de todos os seres humanos, mesmo para quem não tem condições de pagá-la”, afirmou. Ele acredita que o capitalismo de livre mercado é a melhor solução, mas tem que ser manejado com um interesse social, senão as futuras gerações vão pagar pelos nossos erros e exageros. E defende: “Devemos encorajar o uso mais racional da água, mas não podemos restringir o uso pela população mais pobre por meio de taxações.” Jean-Michel Cousteau, oceanógrafo, ambientalista, ecologista, educador, fundador e presidente da Ocean Futures Society (OFS)
– organização que busca o desenvolvimento de soluções sustentáveis para o oceano e a vida marinha –, chamou a atenção dos presentes sobre o fato de que há apenas um sistema de água no mundo e todos dependem dele. “O momento é crítico. Precisamos encontrar soluções para proteger os seres vivos do planeta”, afirmou, durante o painel ‘Serviços ambientais dos oceanos’. Cousteau vê boas oportunidades de negócios ao se gerenciar o planeta da mesma forma como gerenciamos empresas. O Brasil, segundo ele, tem a chance de ser o grande exemplo, o líder a convencer outras nações a proteger o meio ambiente.
Crise civilizatória Ao ministrar a palestra ‘Os desafios do desenvolvimento sustentável e não sustentado’, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu as recentes manifestações populares e afirmou que “está surgindo um novo sujeito político, fruto
de uma atualização da comunicação, do uso das tecnologias”. Marina Silva afirmou que o Brasil reúne as melhores possibilidades para enfrentar a crise que afeta setores econômicos mundiais, e fazer a quebra de paradigmas, uma vez que é um país industrializado, com uma base de conhecimento tecnológico, detentor de 22% das espécies vivas do planeta, 11% da água doce do mundo e 45% de matriz energética limpa.
Carta de Foz do Iguaçu A Carta de Foz do Iguaçu, produzida pelos participantes e lida no encerramento do evento, reuniu as conclusões gerais do Fórum, destacando a necessidade de uma mudança radical nos padrões de consumo e produção, levando em conta a situação alarmante dos ecossistemas e dos recursos hídricos. Outro ponto proposto foi a formulação e implementação de políticas públicas inovadoras por parte do governo federal e dos entes regionais que garantam a proteção, distribuição eficaz e o
acesso à água e saneamento para todo o país em curto prazo. Além da carta de intenções e das proposições gerais, foi gerado um documento com recomendações complementares, com uma plataforma de ações imediatas, com dez itens, entre eles a não criação de uma estrada cruzando o Parque Nacional do Iguaçu, aprovação do projeto de lei de Pagamento por Serviços Ambientais antes da Copa do Mundo de 2014, e criação de incentivos tributários para os serviços de saneamento. “Fico muito satisfeito com as discussões que tivemos durante este fór um, de um nível ainda mais elevado do que nas edições anteriores, e deixamos como legado recomendações concretas para caminharmos rumo a um Brasil mais sustentável”, afirmou o presidente do Lide, João Doria Jr.
A Itaipu Binacional esteve presente ao evento, apresentando seu modelo bem-sucedido de gestão dos recursos hídricos na bacia hidrográfica do rio Paraná. Dentro do painel ‘Como as empresas podem ser mais sustentáveis’, o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, apresentou o programa Cultivando Água Boa, que compreende 20 programas e 65 ações abrangendo tanto a recuperação de passivos ambientais como a promoção de modos sustentáveis de produção e consumo. A ministra do Meio Ambiente citou, em seu discurso de abertura, o exemplo de Itaipu como modelo a ser adotado na gestão de recursos hídricos em reservatórios, com uma abordagem sistêmica e que leve em conta a geração de energia, a produção de alimentos no entorno, a
Foto: Divulgação Itaipu Binacional
Itaipu apresenta modelo de gestão
geração de energia, o abastecimento das cidades e com medidas que garantam a longevidade desses mananciais. “Com as matas ciliares no entorno do reservatório e nas microbacias, além de outras ações visando a sustentabilidade, Itaipu está prorrogando a vida útil de seu reservatório. E a capacidade de armazenamento de recursos hídricos per capita é hoje uma questão estratégica”, afirmou a ministra, enfatizando que a água será o tema central da discussão acerca do desenvolvimento sustentável nos próximos 30 anos, em que a humanidade precisará fazer uma
transição de sociedade de consumo para uma sociedade de bem-estar. “Uma conferência como esta, de participação majoritariamente empresarial, é de grande importância, porque as empresas têm, independentemente de seu porte ou se são públicas ou privadas, um papel a desempenhar no enfrentamento da crise ambiental e social que se abate sobre o planeta”, afirmou Friedrich. “Temos que compreender que ninguém pode estar de fora dessa caminhada pela sustentabilidade. Alguns têm uma responsabilidade maior que outros, mas todos têm que somar esforços”, concluiu. TN Petróleo 90
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elecionadas por 15 especialistas de oito diferentes países, as instituições com boas práticas de sustentabilidade foram premiadas em São Paulo este mês com o Benchmarking Brasil / Ranking 2013. Em sua 11ª edição, o Programa Benchmarking é reconhecido como um dos mais respeitados Selos de Sustentabilidade que certifica os detentores das melhores práticas. “É interessante notar como a maioria das empresas tem utilizado as mesmas práticas de sustentabilidade durante as últimas três décadas. É preciso haver um avanço nas práticas corporativas de sustentabilidade, com inovações que possam distinguir as melhores empresas daquelas que simplesmente fazem o que é comum, mas que principalmente, excedam as expectativas de seus stakeholders para que, dessa maneira, possam se distinguir dentre suas concorrentes e se tornarem empresas preferidas na sociedade”, afirmou Alvaro Paes Pinto, diretor do departamento de sustentabilidade da Fort Mackay First Nation no
Foto: Divulgação
Melhores práticas de sustentabilidade
Canadá, e um dos integrantes da comissão técnica 2013. Em dez edições já realizadas, o Benchmarking Brasil se consolidou como um dos mais respeitados Selos de Sustentabilidade do país. Com uma metodologia estruturada e participação de especialistas de vários países, define e reconhece os detentores das melhores práticas de sustentabilidade. O Benchmarking Brasil incentivou a busca da melhoria contínua e a adoção das melhores práticas nas or-
Ranking Benchmarking Brasil 2013 Ambev (Companhia de Bebidas das Américas): Jovens de Responsa; ANA (Agência Nacional de Águas): Servidor Consciente Preserva o Meio Ambiente; ArcelorMittal Tubarão: Programa Novos Caminhos – Soluções sustentáveis para melhoria da mobilidade urbana e rural; Avon: Projeto Out of The Box: Otimização da cadeia de Supply Chain; Braskem: Projeto Água Viva: Reciclo de Águas Industriais e Pluviais no Complexo Básico de Camaçari; BRF: Gestão de Águas; Casa da Moeda do Brasil (CMB) : Reaproveitamento de água em processo gráfico; Celulose Irani: Gestão de Recursos Hídricos; Companhia Saneamento Básico do Estado São Paulo (Sabesp): Cliente de Olho no Futuro; Consórcio de Alumínio do Maranhão: Redução da Pegada Hídrica por meio de parceria sustentável entre empresas para utilização de efluentes industriais no processo produtivo; Consórcio Santo Antônio Civil: Rampa de Lavagem e Lubrificação 98
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Ecológica em Ciclo Fechado; Cooperativa Central Aurora Alimentos: Gestão Ambiental Compromisso de Todos; Damha Urbanizadora e Construtora: Ações sustentáveis transformando vidas; Danone: Construindo um case de sensibilização ambiental por meio de uma campanha de marketing; DEB / Pequenas Centrais Hidrelétricas: Conservação genética e reposição de estoques de peixes nativos em reservatórios; Diageo Brasil: Programa Learning for Life – Transformando vidas por meio da educação; Duke Energy International, Geração Paranapanema: Projeto Nascentes Protegidas, Águas Para o Futuro; Duke Energy International, Geração Paranapanema: Corredor ecológico Fazenda Rosanela: um caso de sucesso no manejo participativo de paisagens; Ecotech Consultoria e Assessoria: Compra Verde; Ekofootprint Impressões Sustentáveis: Impressão sustentável de documentos utilizando tecnologia ecológica que gera 90% menos resíduos; Fleury: A
ganizações, contribuindo assim para a construção de massa crítica em sustentabilidade no país. Em 2013, a iniciativa foi a grande vencedora da categoria Humanidades do Prêmio Von Martius de Sustentabilidade da Câmara Brasil-Alemanha. A metodologia de seleção e definição do Ranking Benchmarking Brasil começa pela formação de uma comissão técnica multidisciplinar composta por especialistas que avaliam a prática inscrita, sem ter acesso ao nome da organização para assegurar total imparcialidade, precisão e credibilidade do resultado; o Programa não pode receber patrocínio pelo mesmo motivo, mas conta com apoio logístico institucional e de divulgação para sua realização. O Dia Benchmarking reúne a massa crítica da sustentabilidade, representada por empresas e gestores que são referências pela excelência de suas práticas. Para se tornar uma empresa ou gestor benchmarking é necessário submeter os modelos gerenciais em sustentabilidade a uma comissão técnica multidisciplinar. Experiência de implantação de uma unidade sustentável em uma empresa de saúde; Gerdau: Programa de Educação e Conservação Ambiental – a educação ambiental como instrumento para a sustentabilidade local; Instituto do Câncer do Estado de São Paulo: Projeto Reciclarte – Redução do número de impressões e a arte de reutilizar o papel; Instituto Embratel 21: Comunidade e espaço de pesquisa conectados; Intel Semicondutores do Brasil: Voluntariado Corporativo e suas implicações para a empresa, seus funcionários e a comunidade; Itaipu Binacional: Sustentabilidade de Comunidades Indígenas; Kinross: Tambores de óleo vazios viram Lixeiras Ecológicas; LLX Açu Operações Portuárias: Plano de Investimento Social da Agricultura Familiar; LLX Açu Operações Portuárias: Implantação e Manejo da RPPN Fazenda Caruara; Schneider Electric Brasil: Projeto Villa Smart; Universidade Federal de Lavras: Eco Universidade: Plano Ambiental para uma universidade socioambientalmente correta.
R$ 18,5 bi para reduzir perdas de água, diz IFC
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s concessionárias brasileiras de saneamento precisam investir R$ 18,5 bilhões até 2025 para que as perdas de água caiam em 50% e cheguem a um nível aceitável no país e comparável às nações mais desenvolvidas. Os números estão incluídos em estudo da consultoria GO Associados, feita a pedido da International Finance Corporation (IFC), instituição de financiamento do Banco Mundial voltada ao setor privado. Essa redução será possível em um cenário otimista, no qual as empresas se empenhassem com afinco para melhorar a gestão e eficiência operacional. Hoje, a perda média de água nas concessionárias, por ineficiência operacional, é de 40%, chegando em alguns casos a 80%. Em concessionárias melhor administradas, como a Sabesp, de São Paulo, esse número cai para menos de 30%. O investimento anual necessário para que as perdas cheguem à média de 20% seria de R$ 1,088 bilhão por ano, valor elevado diante da falta de recursos da maioria das empresas, quase a totalidade controlada pelo Estado. Com a redução para cerca de 20% de perdas, o Brasil se aproximaria de países como a Austrália, onde a média chega a 16%; da Espanha, com 22%; e do Reino Unido, com 17%. Mas ainda distante do Japão, com 11%. Segundo Gesner Oliveira, sócio da GO e um dos autores do estudo, as concessionárias de água e saneamento têm muito espaço para melhorar e reduzir as atuais perdas, causadas, principalmente, por fraudes (gatos na tubulação), furos
na rede e deficiências operacionais. “Os problemas de gestão são hoje a principal razão das perdas de água”, diz Gesner. Os prejuízos, conforme o estudo, não se restringem às perdas de água. As concessionárias enfrentam também ineficiência energética, principal insumo nos custos das empresas de saneamento depois da mão de obra. O estudo mostra que, com um esforço nacional para reduzir as perdas de água e aumentar a eficiência energética das empresas de saneamento, os ganhos potenciais até 2025 poderiam chegar a R$ 37,2 bilhões, num cenário otimista, com redução de 50% nas perdas atuais. Mesmo com uma diminuição menor das perdas, de 25% até 2025, os ganhos chegariam a R$ 20,9 bilhões. Contratos de performance – Uma das maneiras de melhorar a eficiência das concessionárias de saneamento é aumentar os investimentos na operação. Para a IFC, os modelos atuais de contratação de programas de redução de perdas não têm se mostrado eficientes. “Muitas empresas têm dificuldades de captar recursos e financiar seus programas de redução de perdas de água. É preciso desenvolver modelos que auxiliem as concessionárias a financiar seus investimentos em redução de perdas. Além disso, é preciso incentivar os prestadores de serviço a entregarem resultados efetivos de redução de perdas”, diz Rogerio Pilotto da IFC. “Os modelos tradicionais não vinculam a remuneração do prestador de serviços ao atendimento de
metas e entrega de resultados. Esses prestadores muitas vezes não têm o incentivo para agregar inteligência e tecnologia ao projeto. Consequentemente, os resultados ficam frequentemente aquém do desejável.” Uma alternativa aos modelos tradicionais de remuneração fixa, na visão da IFC, é o modelo de contrato de performance. “Diferentemente da abordagem tradicional, nesse modelo a definição das atividades relacionadas à redução de perda de água é transferida ao parceiro privado”, afirma Marco Giussani, coordenador regional do programa de eficiência no uso de recursos para América Latina e Caribe da IFC. O agente privado, nesse modelo, é remunerado com base na entrega de resultados e não apenas pela entrega de serviços. “Em contrapartida aos riscos assumidos, o agente privado tem a flexibilidade necessária para executar as suas tarefas da forma que julgar melhor de acordo com sua experiência na área.” E tem de cumprir metas preestabelecidas no contrato. TN Petróleo 90
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Simpósio traz à tona novas discussões à área de recursos hídricos
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crescente demanda por melhores serviços de abastecimento de água e saneamento, energia, alimentos, sistemas de transporte eficientes e por um meio ambiente compatível com melhores padrões de qualidade de vida revelam algumas das maiores vulnerabilidades do nosso país, enumera Luiz Gabriel Todt de Azevedo, presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH), organizadora do evento. “É necessário reduzir o déficit de infraestrutura por meio de políticas que incentivem maiores investimentos nos setores relacionados à água. É essencial avançar no desenvolvimento e implementação de modelos de governança mais transparentes, de sistemas de gestão menos burocratizados e mecanismos de operação mais eficientes”, completa. Com 35 anos de atuação, a ABRH congrega pessoas físicas e jurídicas em torno da gestão desses recursos. O SBRH é realizado a cada dois anos e é o principal fórum nacional de intercâmbio técnico-científico na área de recursos hídricos. Na edição de 2013, o simpósio terá profissionais de instituições de ensino, pesquisa e extensão, órgãos governamentais, profissionais liberais, estudantes, empresários, fabricantes e comerciantes de equipamentos e demais agentes que atuam na área dos recursos hídricos. Especialistas de países como Estados Unidos já confirmaram
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Foto: Agência Petrobras
De 17 a 22 de novembro, a cidade de Bento Gonçalves (RS) sediará a 20ª edição do Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, que vai reunir os mais importantes pesquisadores e profissionais para discutir os desafios brasileiros em relação às águas. O evento inclui programação para a comunidade local.
presença, a exemplo de John Briscoe, da Harvard University, com 20 anos de carreira no Banco Mundial e que falará sobre ‘Segurança hídrica em um mundo em mudanças’. Outro conferencista de destaque é Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial de Água, professor da Universidade de São Paulo (USP), que falará sobre ‘Pacto para a segurança hídrica global’. A cada edição, centenas de trabalhos relevantes são selecionados e apresentados durante o evento através de sessões orais, mesas-redondas, painéis, conferências, assembleias e visitas técnicas. Dentre os temas das pesquisas estão trabalhos relacionados às águas urbanas, ambientes costeiros, energia, engenharia de sedimentos, gestão de recursos hídricos, hidrologia subterrânea, hidrometria e semiárido. Foram recebidos 1.343 trabalhos inscritos,
cerca de 45% a mais que a edição de 2011. O XX SBRH conta com patrocínio da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil), da Odebrecht Infraestrutura, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da hidrelétrica Itaipu Binacional. O evento tem apoio de diversas entidades e organizações, entre elas, a Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves, o Ministério do Meio Ambiente e a Agência Nacional de Águas. Programação para a comunidade – Além dos temas voltados para profissionais, estudantes e pesquisadores, o XX Simpósio traz uma série de atividades destinadas à comunidade de Bento Gonçalves. A Caminhada e Corrida Pelas Águas fará o percurso de 3 km e uma corrida de 6 km em locais distintos da cidade. Tam-
bém estão programados o plantio de árvores, palestras de interesse público e para professores da rede de ensino sobre educação ambiental, sustentabilidade, mudanças climáticas, quantidade e qualidade água. A ExpoHidro, feira com estandes de empresas, instituições, órgãos do governo e fornecedores de serviço, também poderá ser visitada pelo público. Dentro dessa exposição, a Proamb montará o projeto Viva a Natureza, com cerca de 1.000 m² e deve levar cerca de dez mil estudantes da região durante os dias de evento. Um concurso de fotografias também faz parte da programação.
Prêmio Jovem Pesquisador– Como forma de reconhecer e valorizar os jovens talentos, a ABRH escolhe três finalistas para o Prêmio Jovem Pesquisador, a partir dos trabalhos inscritos. A plenária que escolhe o vencedor acontece em um dos momentos mais festivos do Simpósio. Além do certificado, os finalistas garantem a anuidade de 2014 da Associação, além de exemplares de publicações realizadas pela ABRH. O vencedor recebe um notebook. Neutralização de emissão de gases estufa (GEE) – A ABRH segue os padrões adotados em eventos com grande preocupa-
ção ambiental e vai neutralizar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) do Simpósio. Essa ação é feita a partir de ações compensatórias, por meio de plantio de árvores, compra de crédito de carbonos e apoio a projetos que reduzam emissões. O inventário de emissões de GEE é realizado por diretrizes fornecidas pelo IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change) e por orientações do Programa Brasileiro GHG Protocol Brasil. A Ecofinance Negócios realizará o inventário de emissões de GEE das atividades do evento, através de metodologias internacionalmente reconhecidas.
Maior usina eólica marítima do mundo
Foto: Divulgação
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maior usina eólica marítima do mundo, a London Array, foi inaugurada no dia 4 de julho, na Inglaterra, em projeto idealizado pelo consórcio formado pelas empresas Dong Energy, E.ON e Masdar. Situada no estuário do Tâmisa, a planta offshore conta com 175 turbinas eólicas de 120 m de diâmetro e capacidade de 3,6 MW da Siemens, que também fez a ligação dos equipamentos com a rede elétrica. O projeto tem capacidade total de 630 MW e gerará energia suficiente para fornecer eletricidade limpa a 500 mil lares britânicos. A London Array reduzirá as emissões anuais de CO2 em cerca de 900 mil toneladas, o que equivale às emissões de 300 mil carros. “A London Array é a maior usina eólica marítima do mundo e representa um marco no desenvolvimento da energia eólica marítima. O projeto destaca a posição de liderança da Siemens nesse atraente mercado em crescimento”, declarou Peter
Löscher, presidente e executivo chefe da Siemens AG. A operação e a manutenção da usina eólica serão feitas pela Siemens a partir de uma base no Porto de Ramsgate. Durante a execução do projeto London Array, a Siemens pôde padronizar ainda mais os processos relacionados à instalação marítima, incluindo fabricação, transporte e logística, bem como a instalação de turbinas eólicas no mar.
Os maiores mercados da energia eólica marítima, Inglaterra e Alemanha, têm planos de desenvolvimento ambiciosos, com um projeto de expansão rápida e ampla da geração de energia no mar. O governo alemão pretende ter 10 GW de capacidade marítima instalada até 2020; já a Inglaterra tem como meta 18 GW de energia eólica nos próximos sete anos, o suficiente para atender a quase um quinto da demanda de eletricidade do país. TN Petróleo 90
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Paulo Abreu é o novo diretor financeiro da SKF A unidade brasileira do grupo sueco SKF anuncia a chegada de um novo diretor em seu quadro executivo. A companhia contratou Paulo César de Sousa Abreu para dirigir o departamento financeiro da companhia no Brasil. Com mais de 25 anos de experiência na área financeira, Paulo Abreu chega à direção com o desafio de dar suporte à expansão dos negócios da companhia em todos os segmentos, especialmente no aftermarket. “Chego com a missão de melhorar alguns processos, estruturar projetos e implementar novas práticas de gestão”, explica o executivo. Paulo possui MBA em Finanças na Universidade de New Jersey (EUA). Antes de assumir o desafio na SKF, ocupou outros cargos e funções nas unidades da Phillips no México, Estados Unidos e Brasil.
Amcham Rio nomeia novo diretor superintendente Rafael Lourenço é o novo diretor superintendente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio). Antes de assumir a função, Rafael atuou como manager, business development na seção americana do Brazil-US Business Council. Além de ser o representante da entidade no Brasil, nesta função ele era encarregado do desenvolvimento de atividades para as empresas associadas nas áreas de energia e infraestrutura, assim como prospecção de novos associados e gestão do relacionamento com os associados existentes. Entre 2007 e 2009, Rafael ocupou a função de Program Manager, International Policy no American National Standards Institute (Ansi), em Nova York. Neste papel atuou como subsecretário-geral do Comitê Nacional dos EUA para a International Electrotechnical Commission (IEC). Rafael representava Ansi e o Comitê Nacional para o IEC em diversos
fóruns internacionais advogando pela posição dos EUA em questões relacionadas à normalização técnica internacional e barreiras técnicas ao comércio exterior. Esta função exigia coordenação estratégica com empresas americanas na formulação de políticas a serem propostas
e defendidas nos diversos fóruns de normalização técnica internacional. No período de 2004 a 2007, Rafael trabalhou para a United States Chamber of Commerce, em Washington-DC. No cargo de Associate Manager, Western Hemisphere Affairs, seu portfólio incluía a América Latina. Ele era encarregado do desenvolvimento de projetos que abordavam as prioridades das empresas associadas, principalmente nas áreas de energia, biocombustíveis e facilitação de comércio internacional. Rafael Lourenço é fluente em inglês e espanhol e possui um diploma em Sociologia, com concentração em Ciências Políticas, da Saint Cloud University de Minnesota; um mestrado em Globalização Comércio Internacional e Mercados Emergentes, da Universidade de Barcelona; e está atualmente cursando o MBA em Gestão Empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Swire Oilfield Services Brasil: nova gerente comercial Licia Rocha assumiu em abril a gerência comercial do Brasil da britânica Swire Oilfield Services, especializada em locação de cestas, tanques e contêineres. A executiva foi gerente de Desenvolvimento de Negócios da área de óleo e gás na Aggreko; gerente comercial adjunta 102
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para petróleo e gás do Consulado Britânico no Rio de Janeiro; e gerente de inteligência de mercado do Conselho Britânico de Energia (EIC).
Formada em comunicação social, com habilitação em Jornalismo, nas Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), Licia é pós-graduada em Marketing pelo Ibmec e especialista em negócios de petróleo e gás pela Coppe/UFRJ.
Fafen-PR tem novo diretor industrial
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No início de junho, a Petrobras deu posse ao novo diretor industrial da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras (Fafen-PR), Edmir Bitencourt de Souza, em Araucária (PR). No dia 1º de junho, a Petrobras oficializou a compra da Araucária Nitrogenados da Vale Fertilizantes. Na cerimônia, que contou com a presença do diretor de Gás e Energia, Alcides Santoro, do diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais, José Antônio de Figueiredo, do gerente executivo de Gás Química e Liquefação, Luiz Eduardo Valente Moreira, de executivos da companhia e representantes dos empregados da Fafen-PR, a presidente Graça Foster fez questão de ressaltar a importância da unidade para os negócios e os resultados da Petrobras. A executiva fez questão de frisar que a aquisição da Fafen-PR é clara demonstração de que a situação financeira e econômica da Petrobras é sólida, e a Companhia está crescendo e investindo.
“É inquestionável o crescimento da Petrobras. Em 2012 investimos U$ 45 bilhões, e para este ano a previsão é de U$ 49 bilhões”, informou, lembrando que em apenas três horas a Petrobras fez uma captação histórica de U$ 11 bilhões. “E não tomamos mais porque não era con-
veniente”, disse. “A Petrobras não está em dificuldades financeiras. A empresa fez um endividamento com vistas ao crescimento”, ressaltou. “Quem emprestaria tanto dinheiro a uma empresa que não tivesse lastro, resultados, portfólio?”, perguntou a presidente.
Abimaq: novo presidente executivo A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos/ Sindicato Nacional das Indústrias de Máquinas (Abimaq/Sindimaq) anunciou a contratação de José Velloso para o cargo de presidente executivo. Com 30 anos de experiência no setor de máquinas e equipamentos, engenheiro mecânico e administrador de empresas, José Velloso trabalhou 21 anos como diretor do grupo PTI / Power Transmission Industries do Brasil S/A e está desde 1998 como vice-presidente da Abimaq/Sindimaq, tendo várias vezes substituído a presidência da entidade, representando a casa. José Velloso é casado, tem 51 anos e dois filhos.
Novo vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores A Braskem anunciou no fim de junho que o administrador de empresas Mario Augusto da Silva assumiu o cargo de vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores no lugar de Marcela Drehmer, que ficou no cargo durante três anos. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Salvador (Unifacs) da Bahia, em 1998, Silva conhece bem o setor petroquímico e a Braskem, onde começou a
atuar ainda durante a formação da empresa, em 2001, permanecendo até 2005, quando foi realizar seu MBA pela Harvard Business School (concluído em 2007). Em sua volta ao Brasil, assumiu a área de Finanças da construtora Norberto Odebrecht. Depois, atuou como o responsável financeiro das empresas Odebrecht Óleo & Gás e Odebrecht Infraestrutura / América Latina, onde atuava até recentemente. TN Petróleo 90
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Álvaro Teixeira será homenageado em Houston Foto: TN Petróleo
O geólogo e engenheiro Álvaro Teixeira, consultor do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e renomado profissional da indústria, vai receber, em setembro, uma homenagem no Hall da Fama do Offshore Energy Center – OEC (Centro de Energia Offshore) pelas contribuições relevantes ao segmento offshore internacional. Álvaro tem mais de cinco décadas de atividades no segmento de exploração e produção de petróleo e gás, tendo iniciado sua carreira na Petrobras em 1960. Também atuou como Secretário-Geral da Arpel na década de 90 e nos últimos vinte anos, ocupou a posição de Secretário Executivo do IBP. O OEC é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1989 pela indústria offshore de petróleo e gás, cujo objetivo é informar a sociedade e a indústria dos vastos recursos naturais energéticos disponíveis no oceano e as tecnologias desenvolvidas pelo setor. Teixeira receberá a honraria de Industry Pioneer em cerimônia do Hall da Fama 2013,
que será realizada no dia 28 de setembro, em Houston, Texas. Seu nome e de seis outros profissionais da indústria serão gravados em uma placa comemorativa que ficará exposta no Museu Offshore Drilling Rig, na cidade de Galveston, também no estado do Texas.
O atual diretor de Downstream, Ben van Beurden, substituirá Peter Voser no cargo de executivo chefe da companhia. Voser, que esteve no Brasil em abril para celebrar o centenário da companhia no país, anunciou sua aposentadoria e deve deixar o cargo em março de 2014, marcando o fim de uma carreira de 29 anos na Shell. O presidente do conselho da empresa, Jorma Ollila, destacou a carreia do novo CEO ao fazer o anúncio: “Ben tem profundo conhecimento da indústria e experiência executiva comprovada por seu trabalho em diversas unidades de negócios da Shell. Ele continuará a conduzir e desenvolver a agenda estratégica que nos propusemos a seguir.” Ben van Beurden ingressou na Royal Dutch Shell em 1983 e ocupou diversas funções técnicas e comerciais tanto nos negócios de Upstream quanto Downstream. O executivo já trabalhou na Holanda, África, Malásia, EUA e, mais recentemente, no 104
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Shell anuncia novo CEO
Reino Unido. O novo CEO visitou o Brasil no início desse ano, logo após assumir a posição de diretor de Downstream do Grupo Shell. De nacionalidade holandesa, Ben van Beurden (55) ingressou na Shell em 1983 após graduar-se com mestrado em Engenharia Química pela Delft University of Technology, na Holanda. A carreira de Ben na Shell
abrange tanto atividades de upstream quanto downstream, incluindo uma série de funções operacionais e comerciais, com cerca de dez anos no negócio de GNL. Em janeiro de 2005, Ben se tornou vice-presidente de Excelência em Refino na sede em Houston, EUA. Na função, foi responsável por padrões de qualidade operacional e iniciativas de alto desempenho em refino e fabricação de produtos químicos. Em dezembro de 2006, foi nomeado vice-presidente executivo de Produtos Químicos na sede em Londres, Reino Unido. Durante seu mandato, Ben foi nomeado para os conselhos de várias associações de liderança da indústria, incluindo o Conselho Internacional de Associações de Produtos Químicos e o Conselho Europeu da Indústria Química. Em janeiro de 2013, foi nomeado diretor de Downstream e passou a integrar o Comitê Executivo da Shell.
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produtos e serviços
Altus
Altus lança Software HMI/SCADA
Seu supervisório é um de seus maiores diferenciais. O software HMI/SCADA BluePlant, voltado para supervisão, controle e aquisição de dados, alia design e alto desempenho, além de configurar-se em uma solução capaz de ser utilizada em diversas aplicações. Suas características atendem aos requisitos da indústria de controle de processos como óleo e gás, energia elétrica, saneamento, transportes, siderurgia, entre outros. Com arquitetura modular, seleção de drivers de comunicação incorporados ao produto, plataforma 64 bits (com suporte a sistemas operacionais 32 bits), suporte à redundância nativa e tecnologia OPC, o BluePlant possui o que há de mais avançado em supervisório e aquisição de dados. Para reduzir custos de engenharia e manutenção, uma biblioteca de símbolos e servidor web incorporado dispensam componentes externos como ActiveX.
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A gaúcha Altus, fabricante de painéis de controle e automação, apresentou recentemente sua suíte de produtos para a automação de processos contínuos, da indústria e do segmento elétrico: o BlueWave. O produto integra de forma inovadora componentes de hardware e software em um único sistema, integrado e intuitivo, permitindo uma experiência única para a engenharia de integração de sistemas.
Seus gráficos utilizam o editor gráfico vetorizado Windows Presentation Foundation (WPF). Eles também integram mapas geoespaciais e modelos 3D, que podem ser apresentados diretamente ou vinculados a dados dinâmicos baseados em eventos e valores em tempo real. Entre suas funcionalidades, destacam-se o registro e a emissão de relatórios, servidor de
histórico avançado, módulo de notificação de eventos, servidor de alarmes, gerenciamento de lógica de negócios, além de suporte para clientes locais e remotos, em computadores, web, tablets e smartphones, que facilitam o processo de supervisão. Tais características fazem do BluePlant um produto robusto e com novas tecnologias que podem ajudar muito aos seus usuários.
Série Hadron Xtorm: a nova UTR da Altus Lançada pela Altus para o segmento de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Série Hadron Xtorm é a mais nova Unidade Terminal Remota (UTR) da empresa. Com base nas normas internacionais IEC 61850 e IEC 61131-3, esse novo produto é uma evolução da consolidada Série Hadron, presente há anos no mercado de energia elétrica, com 106
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vasta base instalada e diversidade de aplicações. A série possui algumas funcionalidades de destaque como a redundância de fontes de alimentação, redundância de UCPs em um único bastidor, protocolos DNP3 e IEC 61850 (MMS e GOOSE) e atendimento ao submódulo 2.7 da ONS, que se refere aos requisitos de telessupervisão através do agrupamento de eventos digitais de proteção.
Sua arquitetura possui grande variedade de módulos de entradas e saídas que, combinados com uma UCP de 32 bits e um barramento baseado em Ethernet determinística de alta velocidade, respondem aos requisitos das mais variadas aplicações. Com altos padrões tecnológicos, a Série Hadron Xtorm está apta a promover uma inovação em supervisão e controle de sistemas no setor elétrico.
Mills
O Sistema Modular da Mills (SM Mills) é composto por perfis metálicos especiais, conexões e vigas de alumínio que, combinados, têm alta capacidade de carga (até 40t/ poste) e podem formar diversas geometrias. O sistema conjuga o escoramento vertical e a forma horizontal, que, após a concretagem, pode ser levado para a fase seguinte de trabalho. É ideal para seções repetitivas, pois, por não requerer desmontagem e montagem a cada etapa, confere excelente produtividade. Pode ser utilizado também na formação de treliças ou mesmo como sistema trepante de formas. A composição modular em aço substitui com vantagem os sistemas tradicionais de escoramento com-
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Novo equipamento reduz tempo de concretagem
postos por torres, tubos e braçadeiras, que demandam montagens muito trabalhosas. “O uso do Sistema Modular da Mills permite o ganho de produtividade e segurança do operário atrelados à qualidade final
da obra. Havendo uma redução comprovada de 30% no tempo final de concretagem comparada aos equipamentos tradicionais”, avalia o vice-presidente de operações da Mills, Erik Barstad. Segundo a Mills, há duas possibilidades de uso do sistema: ligação articulada, que permite ângulos negativos e positivos até 30 graus. Desta maneira, foi utilizado para concretar a abóbada do túnel da linha 5 do Metrô de São Paulo. A outra possibilidade é como treliça SM, utilizada para escoramento e/ou passarela provisória. Atualmente a treliça SM Mills está sendo aplicada na obra da ponte estaiada da Transcarioca, no Rio de Janeiro.
Aker Solutions
Contrato para sistemas de perfuração O sistema de tratamento de gás no riser ajuda a controlar os fluidos do poço durante a perfuração de óleo e gás no mar. Ele detecta um influxo de gás em um riser de perfuração e desvia o gás para evitar um blowout, que é o fluxo descontrolado de fluido da formação para o poço. A tecnologia MPD melhora o desempenho e a segurança da perfuração. O dispositivo de perfuração de riser veda a área ao redor do tubo de perfuração durante as operações de perfuração. Integrar um dispositivo de perfuração do riser com um sistema de tratamento de gás no riser permite as operações de perfuração MPD. Em fevereiro de 2013 a Aker Solutions adquiriu a Managed
Pressure Operations International, que fornece conhecimento e tecnologias dentro do emergente segmento de perfuração com pressão gerenciada. A MPD é usada para melhorar a segurança e a eficiência durante operações de perfuração, permitir acesso a novos campos com condições desafiadoras de perfuração e aumentar a vida útil de campos maduros. A entrada do pedido está marcada para o segundo trimestre de 2013.
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A Managed Pressure Operations (MPO), subsidiária da Aker Solutions, fornecerá sistemas de perfuração com pressão gerenciada (Managed Pressure Drilling / MPD) e serviços de tratamento do gás no riser para a Repsol Sinopec Brazil. O contrato de três anos, que exige confidencialidade sobre o valor do negócio, apresenta a opção de um adicional de dois anos de serviços. A Repsol utilizará os equipamentos em águas ultraprofundas da Bacia de Campos. “Este contrato demonstrará a capacidade única de nosso sistema de segurança para tratamento de gás no riser e apresentará a primeira aplicação em águas profundas de nosso dispositivo de perfuração de riser em um sistema MPD offshore abaixo do tensionador ”, disse o diretor da Managed Pressured Operations (MPO), Charles Orbell, que é parte do negócio de tecnologias de perfuração da Aker Solutions.
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produtos e serviços
Spark Energy
Spark Energy já opera no Brasil
A Spark Energy controlará a nova associada Spark Energy do Brasil, totalizando investimentos de 2,3 milhões de euros, com ênfase na montagem de cogeradores, através de componentes nacionais ou produzidos na fábrica do grupo, instalada em Possagno, na província de Treviso. Em sua primeira fase, a fábrica brasileira produzirá sistemas de cogeração com potência máxima de 500kW, dirigido ao mercado local e sul-americano. Dependendo das condições destes mercados, a nova fábrica poderá ser capacitada a produzir toda gama de cogeradores e estações de distribuição de energia Spark Energy. “O mercado brasileiro tornou-se atraente ao nosso Grupo, que faz da geração e distribuição de energia a missão da empresa”, afirma Giorgio Cavagnera, diretor da DSFGroup e Spark Energy. “Os grandes recursos agrícolas e florestais do Brasil representam para nós resíduos utilizados como matéria-prima para a produção energética e que, recentemente, se tornou um grande produtor de gás natural, outra matéria-prima ideal para a cogeração. O país se beneficia de um cenário econômico favorável para a modalidade de geração de energia distribuída, a maneira mais rápida e eficaz para atender as necessidades de uma 108
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Atraído pela franca concorrência no setor energético no Brasil, o DSFGroup, com sede em Nova Milanese e Possagno, direcionado à produção e comercialização em todo o mundo de estações de geração de energia distribuída, já opera sua primeira filial fora da Itália, através de sua subsidiária Spark Energy, para produção de sistemas de cogeração de energia, na cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo.
indústria em crescimento. Para nós da Spark, a unidade brasileira foi um novo e importante passo para a internacionalização do Grupo e já caminhamos para uma representação nos Estados Unidos, outro mercado de interesse”, conclui Giorgio Cavagnera. “A abertura da filial brasileira e montagem da fábrica no interior do estado de São Paulo confirmam nosso compromisso com o mercado brasileiro, gerenciando a distribuição e já operando com uma rede eficiente em todo o país, em vendas e pós-vendas, além de evidenciar a importância estratégica que a Spark dá a esse mercado”, explica Antonello Moscatelli, diretor da Spark do Brasil. Soluções em tecnologia de ponta – Com a tradição e o know-how de um grupo empresarial em expansão (DSF),
a Spark Energy tornou-se uma das primeiras empresas do setor na Europa que projeta, fabrica e distribui ampla gama de máquinas de última geração, alimentadas a gás natural, biogás ou óleo diesel, para a produção de energia de alto desempenho, assegurando economia concreta e imediata do gasto energético total da empresa. Possui completa linha de produtos e diversidade de soluções: microSpark para a micro cogeração, blueSpark para cogeração a gás metano, bioSpark para a cogeração a biogás, powerSpark para os grupos eletrogênios a óleo diesel. Com centros de assistência técnica e equipe de apoio treinada, graças a um programa de desenvolvimento de know-how no Brasil, a Spark Energy já oferece serviços de manutenção personalizada e sob medida em todo o território nacional.
Rolls-Royce
A Rolls-Royce anunciou no dia 4 de julho que fechou um contrato de cerca de R$ 38 milhões com o estaleiro Aliança S/A Indústria Naval e Empresa de Navegação – uma subsidiária da Fischer Group –, e o armador Asgaard Navegação S/A, para realizar o projeto e o fornecimento de equipamentos para duas embarcações offshore da Asgaard. Os navios OSRV, modelo UT 535 E, possuem sistemas projetados para evitar danos causados por derrames de óleo. Têm, também, a capacidade de transferir o óleo recuperado para o descarte adequado em terra. “Estamos muito satisfeitos por a Aasgard ter escolhido o projeto e o sistema integrado da Rolls-Royce para suas novas embarcações offshore. Esse é um cliente novo para nós e trabalhar em conjunto durante a construção desses navios avançados será vital. Vislumbramos uma longa e profícua relação com o armador”, disse o presidente da Rolls-Royce
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equipamentos para embarcações da Asgaard
na América do Sul, Francisco Itzaina. Além do projeto das embarcações, o contrato compreende a entrega de pacotes de equipamentos, incluindo sistemas de propulsão, propulsores, sistemas de posicionamento dinâmico, sistemas de energia elétri-
ca, sistemas de automação e controle, maquinário de convés e motores MTU. O estaleiro Aliança pertence à CBO (Companhia Brasileira de Offshore) e já havia construído dez embarcações projetadas pela Rolls-Royce para a própria frota da companhia. Os navios da Asgaard têm previsão de entrega para 2015, e o acordo ainda contempla a construção de duas embarcações adicionais.
Brasco
Nova unidade no Rio de Janeiro A Brasco, empresa de logística offshore do Grupo Wilson Sons, fechou no início de julho a aquisição da Briclog, que agora passa a se chamar Brasco Caju. Essa será a quarta unidade da companhia que já possui uma base de apoio offshore em Niterói (RJ) e opera também em Salvador (BA) e São Luís (MA). Com o negócio, a empresa pretende ampliar sua carteira de clientes. “Com a aquisição
da nova base, a Brasco reforça seu posicionamento estratégico dentro da Baía de Guanabara, tendo ativos com localização privilegiada para atendimento às atividades de exploração e produção das bacias de Campos, Santos e Espírito Santo”, comenta a diretora executiva da Brasco, Renata Pereira. A nova unidade fará a empresa triplicar sua capacidade de atender embarcações, já que,
após obras de modernização, a base do Caju terá seis berços, enquanto em Niterói são três áreas de atracação. Para apoiar as atividades, a Brasco vai iniciar as operações de uma retroárea para armazenagem de equipamentos, que fica próxima à base, também no bairro do Caju. TN Petróleo 90
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produtos e serviços
International Registries, Inc.
IRI se instala no Brasil Este é o primeiro escritório da empresa na América do Sul. Fundada em 1948, a empresa americana, com sede em Reston (Virginia), presta apoio administrativo, técnico e de registros corporativos à República das Ilhas Marshall, sendo atualmente o terceiro maior registro do mundo. Os registros têm crescido acentuadamente desde 2000. Dentre os serviços prestados pela companhia estão: registro de embarcações, apoio técnico, emissão de documentos e licenças de marítimos, realização de inspeções de segurança, licenciamento de estações de rádio e serviços de investigação de acidentes. Segundo Luiz Augusto de Freitas, country manager da IRI no Brasil, em 2002 a empresa havia registrado 250 navios. Hoje, já são 2.877, dentre eles graneleiros, contêineres, tanques, iates comerciais, plataformas e embarcações offshore de diversos tipos. “Em dez anos, multiplicamos o número de embarcações registradas por dez, e crescemos de 17 milhões de toneladas para 92 milhões”, pontuou. No Brasil, a IRI inaugurou seu escritório no Rio em março de 2012, o 25º de uma rede de escritórios exclusivos distribuídos em todas as regiões do mundo. No país, a empresa
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A International Registries, Inc. (IRI), especializada no registro corporativo de empresas e embarcações, passou a operar diretamente no Brasil a partir de 2012 com a abertura de um escritório exclusivo na cidade do Rio de Janeiro, com foco na atividade offshore.
possui uma equipe de inspetores navais que dominam a legislação marítima brasileira e internacional, e orientam os clientes quanto à segurança de suas embarcações e do meio ambiente marinho. São quatro inspetores navais no Rio, sendo três oficiais da reserva da Marinha e um engenheiro naval; e mais um inspetor em Vitória (ES). Mais dois inspetores encontram-se em fase final de contratação, ampliando dessa forma as possibilidades de atendimento aos clientes. Com cerca de 200 funcionários exclusivos e cem prestadores de serviços distribuídos mundialmente, o diretor afirmou que a IRI no Brasil
possui somente dois funcionários, mas já está em vista de contratação de mais outros dois – que deverão ser engenheiros navais técnicos, para os próximos quatro meses. “Várias das maiores empresas de perfuração e exploração de petróleo no mundo têm escolhido o Registro das Ilhas Marshall para suas embarcações. No Brasil, entre outras empresas, estamos presentes em boa parte da frota da Petrobras. Em Rio Grande, por exemplo, estamos registrando as unidades P-55, P-58 e P-63, além da P-59 e P-60 na Bahia”, complementa Freitas. Petrobras, Odebrecht, Queiroz Galvão, Transocean, Ensco, Diamond, Schahin, BW Offshore e Bravante, estão entre os principais clientes offshore da IRI no Brasil. De acordo com o executivo, as principais vantagens da empresa no mercado compreendem o atendimento descentralizado, rápido e sem interrupções durante 24 horas, forte suporte técnico, diálogo e boa parceria com as principais Sociedades Classificadoras e Autoridades Marítimas do mundo, além da participação nos principais fóruns marítimos internacionais como na IMO (International Maritime Organization) e ILO (International Labour Organization).
10ª EDIÇÃO
13-15 AGOSTO 2013
2013
HORÁRIO - 13H 20H Centro de Convenções SulAmérica Rio de Janeiro/RJ - Brasil
Presença de mais de 350 marcas expositoras, nacionais e internacionais na 10ª edição do evento, que reúne a cadeia produtiva da indústria naval e offshore.
DESTAquES DA NAVALShORE 2013 46 marcas expositoras internacionais. 60 novos expositores. Presença garantida de estaleiros de diversas regiões do Brasil na 2ª Edição do Pavilhão dos Estaleiros. 2ª Série de Workshops Técnicos ministrados por experts do setor. 2ª Edição da conferência WorkBoat South America com mais casos práticos para o setor de apoio marítimo.
Evite filas.
Cadastramento on-line disponível no site. Visite:
www.navalshore.com.br
PROGRAmA DE wORkShOPS E CONfERêNCIA NAVALShORE – mARINTEC SOuTh AmERICA: 13 DE AGOSTO
WOrkShOP TécnicO
09:00 / 13:00
Galvanização a Quente
PAinEl 1
Estágio atual da indústria naval e offshore 14:00 / 15:30 Capacitação para atender a demanda atual e futura com prazos e preços adequados. 16:00 / 18:00
14 DE AGOSTO
PAinEl 2
Parcerias estratégicas na indústria naval civil e militar.
PAinEl 3
Cadeia de fornecedores – Gargalos relacionados à ampliação, conquista de contratos e financiamento à indústria de navipeças.
PAinEl 4
O desafio de estabelecer indicadores de produtividade para acompanhamento do desenvolvimento dos estaleiros brasileiros.
15 DE AGOSTO WOrkShOP TécnicO Soluções, Construção e Desáfios / Soldagem ABS
cOnfErênciA WOrkBOAT SOuTh AmEricA cOnfErênciA WOrkBOAT SOuTh AmEricA
O ENCONTRO DO SETOR NAVAL GRANDES NEGÓCIOS | NETWORKING | MELHORES PRÁTICAS
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MAIS INFORMAÇÕES: info@ubmbrazil.com.br - www.navalshore.com.br
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automação
Redundância e disponibilidade: inteligência para produtividade industrial Interrupções não planejadas no funcionamento das plantas industriais, além do impacto na produtividade, podem gerar perdas que variam de R$ 300 mil a R$ 3 milhões – de acordo com o setor da indústria e tempo de inatividade. O alto custo operacional, comercial – e, outras tantas vezes, o impacto na reputação por atraso na entrega – são preços que muitas empresas não podem pagar. Podem representar a diferença para alavancar a competitividade do negócio.
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Ricardo Rodrigues é CEO da Norgren para o Brasil e América Latina. É graduado em Engenharia Civil pela USP, com MBA da University of Illinois (EUA). Antes de se tornar presidente da Norgren na região, Ricardo atuou em outros países por onde a empresa está instalada: Marketing nos EUA e Espanha, Vendas na Inglaterra, Produtos nos EUA. Assumiu o controle da operação no México em maio de 2006 antes de retornar ao Brasil e consolidar a liderança em toda a América Latina.
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m função disso, é cada vez mais estratégico direcionar o investimento em pesquisa e desenvolvimento para a criação de tecnologias inteligentes, tanto para os processos da operação nas fábricas, como para integrar o funcionamento dos produtos finais. No setor de energia, em especial, os desafios de trabalhar com materiais de alto valor e perigo – como petróleo, gás natural, químicos e petroquímicos – são ainda mais peculiares. Neste setor, segurança, confiabilidade e precisão são imprescindíveis. Nos últimos anos, a Norgren 1, que desenvolve projetos de engenharia para grandes indústrias globais, tem apostado e investido em sistemas de blocos redundantes, que são as melhores tecnologias para entregar alto desempenho e confiabilidade nos processos industriais. Mas por que usar sistemas redundantes? A resposta mais simples é que, para processos que não toleram interrupções – como aqueles aplicados em plataformas de petróleo ou indústrias químicas, por exemplo, se uma válvula falhar, a solução redundante sempre oferecerá outra de suporte para manter o funcionamento seguro, enquanto se realiza a manutenção do problema no primeiro equipamento. É claro que nem todos os casos demandam redundância. Por exemplo, nos sistemas que necessitam apenas de interrupção com garantia, os blocos de disponibilidade são suficientes. Mas este não é o caso das indústrias de energia, que controlam parques fabris com sistemas críticos. Até recentemente, os sistemas redundantes só estavam disponíveis em painéis complexos, com componentes múltiplos. Porém, nem todos os painéis disponíveis no mercado são certificados – além de não oferecerem o mesmo nível de segurança de blocos homologados. Hoje, já é possível aplicar a tecnologia redundante em pelo menos três formatos. A solução em aplicações em que interrupções não planejadas não são admitidas é a utilização de um sistema de redundância, do tipo “dois de dois” (2002) – este contém duas válvulas que permitirão o processo fluir mesmo em caso de falha de uma delas. Já em operações com alto controle de segurança, em que a
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necessidade de desligar o processo é muito crítica, um sistema de disponibilidade, do tipo “um de dois” (1002) em geral é suficiente. Há ainda uma terceira possível aplicação, no formato “dois de três” (2003). Sua vantagem está em aliar os funcionamentos para redundância e disponibilidade, ou seja, 2002 e 102, em apenas uma solução. Apesar destas tecnologias, no Brasil ainda existem instalações fabris usando uma única válvula para controle de processo – o que pode causar problemas significativos. Como não existe redundância para dar suporte à produção caso uma válvula falhe, também não há garantia de que a produção poderá ser reativada rapidamente. Além disso, grande número de indústrias nacionais ainda não seguem a legislação SIL 4 (nível de integridade de segurança, do inglês), que passou a ser exigida nos últimos anos no setor industrial e apresenta o maior índice de gestão de segurança. Um dos principais problemas dos sistemas redundantes do mercado é uma concepção de design pobre. Sistemas redundantes tradicionais tendem a ter suas válvulas parafusadas a uma placa traseira e conectada utilizando aço inoxidável ou tubos rígidos. Especificações incorretas, instalação e configuração abaixo do ótimo podem contribuir para a criação de um sistema que não alcança e mantém os padrões de segurança locais e internacionais – como a legislação SIL 4. Se o equipamento não é concebido de forma integrada, mas com componentes independentes, o resultado final já pode
criar problemas de instabilidade. Cada componente adicional incluído poderá ser causa de pontos de vazamento, por exemplo. Nesse caso, não estamos falando apenas de um sistema dispendioso, mas de um sistema potencialmente perigoso. É importante considerar ainda que, nos sistemas de válvulas individuais parafusadas, haverá um tempo considerável de montagem – e eles não são simples de desmontar, além dos testes necessários em cada etapa. Em função deste cenário, recentemente, a Norgren passou a introduzir no mercado brasileiro um sistema de válvula redundante manifold (RVM), 2oo3, completamente integrado, que busca solucionar problemas de segurança e precisão. O bloco já atende às certificações internacionais. Seu design é concebido em alumínio ou em aço inoxidável, com unidades modulares compactas. Assim, pela primeira vez, um sistema redundante evita utilizar tubagem ao incorporar todas as funções. E, com apenas uma entrada e uma saída, sua instalação é rápida e simples, e minimiza possíveis pontos de vazamento. O fato é que, tratando de processos industriais delicados como os que a indústria de energia envolve, todas as medidas de segurança são requisitos obrigatórios para proteção das pessoas que trabalham em plantas, mas também do negócio. As soluções redundantes, ao oferecer a possibilidade de administrar interrupções, contribuem para o processo de planejamento, deixando a produção mais inteligente.
1 Líder global em automação pneumática e controle de fluidos, a empresa desenvolve soluções inovadoras há mais de 80 anos para os setores automotivo, de energia, ferroviário, médico, de alimentos & bebidas e mineração. Sua rede alcança 75 países no mundo, com o objetivo de atender a demanda dos mais variados clientes e parceiros, além de entregar Engeneering Advantage, que é o conceito com base no fornecimento de produtos de alto desempenho, serviço qualificado e excelência técnica. No Brasil há 38 anos, as soluções da Norgren estão presentes em 15 estados mais o Distrito Federal, além dos serviços disponibilizados para todo o país por meio da loja virtual Norgren Express.
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resultado
Eficiência e controle de custo de projetos As empresas de exploração e produção de petróleo e gás, atualmente, estão focadas em acompanhar demandas crescentes e alavancar receitas incrementais explorando as reservas de hidrocarbonetos. Esta tendência é particularmente marcante em novos mercados dinâmicos e de rápido crescimento, como Brasil, Rússia, Índia e China, nos quais as operadoras buscam agressivamente novas oportunidades nos mercados interno e externo.
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Fúlvia Borges é doutora em Engenharia Química pela Universidade de São Paulo e pelo Instituto Politécnico de Toulouse. Iniciou na Aspentech em 2007, como Suporte Técnico de Engenharia, apoiando os clientes do Brasil e da América Latina e ainda ministrando treinamentos técnicos. Atualmente vem trabalhando como Consultora Técnica de Negócios das soluções de Engenharia com foco em modelagem e simulação de processos.
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stas oportunidades abrangem não apenas encontrar e desenvolver novas reservas, mas também prolongar a produção de ativos existentes. O alcance das metas impõe uma série de desafios às operadoras. Uma nova exploração traz o risco inerente à descoberta de novos reservatórios, pode ser muito cara e, muitas vezes, é feita em locais difíceis. A ruptura no poço Macondo, situado no Golfo do México, lembrou dolorosamente à indústria os riscos e desafios. Com a extensão da vida dos ativos e dos sistemas de produção existentes, os riscos para a base de recursos diminuem, além dos desafios de localização serem, pelo menos, familiares. Reconhecidamente, gerenciar e otimizar a produção de petróleo e gás é uma empreitada complexa devido à própria natureza dos reservatórios, por vezes imprevisível. Como acontece com a exploração, gerir despesas cuidadosamente é sempre um desafio, mais ainda se os custos operacionais continuam aumentando e o conhecimento especializado interno torna-se cada vez mais escasso à medida que uma força de trabalho experiente se aposenta. Tais tendências, juntas, estão estimulando a procura por uma combinação poderosa de tecnologia e talento. Para lidar com a complexidade das operações, as operadoras querem soluções de engenharia de processos de alta qualidade – soluções que sejam precisas, robustas e fáceis de usar e que ajudem a impulsionar a produtividade do usuário. As melhores soluções são capazes de prover eficiência de engenharia durante todo o ciclo de vida do projeto, sejam elas usadas para ajudar a realizar pequenas modificações e reformulações nas instalações ou para proporcionar eficiência nos megaprojetos do mundo.
Disciplina nos gastos de capital e na gestão do ciclo de vida dos ativos – Chegar ao ‘primeiro óleo’ o mais rápido possível é muito importante, mas escolher os ativos certos a serem desenvolvidos é também vital. Felizmente, para suportar estes objetivos de negócios,
as empresas agora podem recorrer a uma série de soluções de engenharia de processos, soluções de estimativa de custos e soluções integradas de engenharia como as fornecidas pela AspenTech. A tecnologia de engenharia ajuda as operadoras em toda a indústria de petróleo e gás a controlar os gastos de capital e manter o cronograma quando projetam e constroem ativos. Nesta atividade de capital intensivo, colocar as reservas de petróleo em produção mais cedo possibilita que as organizações atinjam seus objetivos de retorno de investimento. As operadoras de petróleo e gás estão focadas em desenvolvimentos para converter recursos (hidrocarbonetos descobertos na terra) em reservas (economicamente recuperáveis com tecnologia existente). O custo de desenvolvimento é fundamental no processo de decisão. Em qualquer projeto deste tipo, em geral há várias opções de desenvolvimento, e o uso da tecnologia adequada para avaliar com eficácia estas alternativas de projeto contribui para melhores decisões fundamentais. Além disso, a capacidade de capturar a base para o projeto e reutilizá-la por meio de projeto detalhado, construção e entrada em operação podem resultar em menos erros, mais segurança nas instalações e mais rapidez até o ‘primeiro óleo’. A Dow e a KBR se uniram para usar tecnologia para integrar projeto conceitual e estimativa de custo. O megaprojeto (mais de US$ 10 bilhões) enfrentou um desafio: o número de contratos, fornecedores e locais ultrapassou rapidamente os limites tradicionais. Novas tecnologias, no entanto, proporcionaram uma abordagem integrada para o projeto, estimativa e compartilhamento de informações, com resultados significativos. O tempo para fazer uma estimativa, por exemplo, caiu de 12-24 semanas para 1-4 semanas. A informação aprimorada permitiu que o custo de mão de obra fosse entendido mais cedo no Feed (Front-End Engineering Design) e que mais opções fossem avaliadas, propiciando decisões melhores sobre projetos. Uma vez que a empresa tem investimentos baseados em planejamento prévio (Front-End Loading), qualquer atraso no primeiro óleo pode prejudicar o retorno do investimento. Assim, empresas como a Shaw concentram a atenção em programar e implementar processos de negócio para evitar atrasos, e o uso de tecnologia é vital para dar suporte a esta iniciativa. Com o AspenBasic Engineering elas integraram o workflow de Feed e eliminaram ineficiências. Conseguiram se manter dentro do horário e do cronograma, trabalhando
com seis disciplinas diferentes e até mesmo alterações importantes no projeto. Além de eficiência, alcançaram melhor consistência e qualidade em entregáveis porque todos os envolvidos passaram a trabalhar a partir dos mesmos dados.
Otimizando os ativos existentes – Não é mistério que a capacidade de produção dos campos existentes cai à medida que eles ‘envelhecem’. A International Energy Agency (IEA) calcula que a taxa média de declínio dos campos existentes é de 4,5% ao ano. Neste cenário, as soluções de gerenciamento de instalações são fundamentais para auxiliar as empresas ao longo da vida útil de um ativo. As tecnologias desempenham um papel chave neste processo, seja a tecnologia hard de sensores, materiais etc., seja a tecnologia mais soft, como as soluções de modelagem, otimização, dados em tempo real e processos de negócios. Muitas vezes agrupadas sob termos como “tecnologias de campo digital de petróleo”, há anos são elogiadas pelas empresas e estão cada vez mais difundidas, tornando-se uma prática de negócio best-in-class. Não só as operadoras de petróleo e gás precisam ter a certeza de que estão explorando novas reservas com o máximo de eficiência possível, mas também é vital que otimizem seus ativos existentes. Um ativo (campo) típico talvez produza apenas 30%-40% dos recursos do reservatório. Uma produção mais eficaz pode elevar os números da recuperação (algumas empresas estimam 60%-70%) e acelerar a extração de petróleo. Novamente, a tecnologia pode desempenhar um papel chave na entrega de dados em tempo real e modelos de simulação para proporcionar o entendimento dos processos complexos envolvidos. A Saudi Aramco explorou a tecnologia para atingir muitos objetivos de negócios em seu complexo sistema de produção de gás. A empresa tinha modelado cada planta e conseguia operá-la com eficiência, mas percebeu que poderia obter ainda mais valor com a otimização de sua rede de campos, plantas de separação de gas e óleo e instalações de processamento de gás. Só em termos de economia de energia, a empresa reduziu os custos de compressão e de energia por meio de decisões de negócios relacionadas à mudança no roteamento de gás e à escolha das plantas para recuperação de gás natural liquefeito. O resultado foi uma economia anual de dezenas de milhões de dólares, TN Petróleo 90
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resultado redução do tempo para desenvolver planos plurianuais e maior capacidade do sistema. Assim como em um modelo clássico de manufatura, entender os processos e o modo como poços, compressores e separadores interagem, por exemplo, pode ajudar a baixar os custos e melhorar a confiabilidade. A BP aumentou a produção em 7% e a recuperação em 4% utilizando modelos de engenharia para otimizar decisões operacionais. À medida que as exigências ambientais mudam, cresce a necessidade de documentar resultados e conformidade de instalações de processamento. Tendo em vista que as emissões de uma planta nem sempre são medidas diretamente, o uso de modelos para gerenciar a pegada de carbono é um requisito chave. A fim de atender essa exigência, a Carbon Intelligence Pty Limited está desenvolvendo uma solução de modelos de simulação de processos e historiadores de dados em tempo real para medir o impacto ambiental, quantificar emissões e gerar relatórios. Os mesmos modelos também podem ajudar a prever mudanças em emissões quando a composição da produção ou as condições de operação mudam. Tendo em vista que a solução se baseia em simulações da planta e em dados em tempo real, a geração de relatórios se adapta às condições reais de operação. Esta solução vai ajudar as empresas a entender sua pegada ambiental, vencer os desafios da geração de relatórios e evitar a perda de milhões em multas.
Gerenciando o problema da escassez de competências – Milhares de engenheiros estão se aposentando e há uma escassez de pessoal com o conhecimento e a experiência necessários para substituí-los. Cada uma destas soluções envolve tecnologia de modelagem, que incorpora o conhecimento de especialistas em uma simulação rigorosa baseada em primeiros princípios. Os engenheiros mais jovens podem apreender este conhecimento capturado usando os modelos. Com a pressão do mercado e a busca das empresas pela racionalização de recursos, é improvável que esta situação melhore – pelo menos, no curto prazo. De acordo com a Society of Petroleum Engineers, a média de idade dos petroleiros é 51
anos. Quase 60% têm 45 anos ou mais. Isso representa um pico no perfil de trabalhadores atuais e sugere que haverá uma perda de cerca de 40% da força de trabalho nos próximos dez anos. A tecnologia de modelagem pode ser vital para ajudar as operadoras a vencer desafios de mudanças no ativo e no equipamento. Aplicações de suporte a decisão, soluções de controle avançado de processo e sistemas de treinamento que vinculam o treinamento a questões da indústria no ‘mundo real’ podem ajudar a gerenciar o problema da escassez de competências. Além disso, monitoramento de desempenho pode ser adotado para controlar a operação segura do ativo, ao mesmo tempo em que, com simulação dinâmica, as operadoras podem executar cenários what if (“e se...”) para validar a eficácia dos sistemas de segurança. A tecnologia adequada vai permitir que tarefas mais corriqueiras sejam automatizadas e que competências de engenharia escassas sejam dedicadas aos problemas mais desafiadores. Também vai ajudar os recém-chegados no setor a assimilarem o conhecimento necessário dos colegas que estão se aposentando com anos de relevante experiência prática, otimizando, assim, a transferência de conhecimentos de uma geração de engenheiros para a geração seguinte.
Perspectivas de um futuro brilhante – Os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) continuam a apresentar forte crescimento no mercado upstream de petróleo e gás como consumidores e fornecedores de energia. Números recentes mostram que a Rússia é o maior exportador mundial de gás natural e o segundo maior exportador de petróleo. Cada vez mais, as operadoras nos Brics – e a indústria upstream global – precisarão ter acesso a soluções de otimização de processos da mais alta qualidade para explorar eficiências do projeto, manter custos sob controle, sustentar a produtividade da força de trabalho e dar suporte à transferência de conhecimento. Quem consegue esta combinação está mais propenso a ter êxito tanto na exploração de novas reservas quanto no aproveitamento de ativos existentes.
calhau @tnpetroleo 116
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sdi opinião
futuro em águas profundas, Escócia: oenorme potencial de petróleo e gás
O
petróleo foi descoberto pela primeira vez em águas britânicas há mais de 40 anos. Hoje, cerca de 40% das reservas de petróleo e gás da Escócia foram extraídas, e temos a ambição de atingir 50%. Há alguns anos, o setor era visto em declínio, mas essa percepção já foi revertida. Apesar da recessão global, a Escócia está exportando uma quantidade recorde de petróleo e gás, sendo que a América do Norte permanece no topo da cadeia de exportação de suprimentos da Escócia – cerca de US$ 5 bilhões das vendas são direcionadas para esta região. Atualmente, o Mar do Norte tem petróleo e gás suficiente para garantir a produção nos próximos 40 anos. Entretanto, o crescimento, por si só, pode representar um desafio. Com os pontos fortes da Escócia nas áreas de desenvolvimento de tecnologia, inovação e pesquisa e desenvolvimento, existem, sem dúvida, grandes oportunidades de expansão das empresas escocesas no mercado brasileiro. Ao desenvolver um relacionamento mutuamente benéfico, podemos explorar novas formas de trabalho conjunto, compartilhando conhecimentos e experiências para poder tirar proveito das oportunidades globais. Tecnologia avançada e mão de obra qualificada serão fundamentais para a continuidade do nosso sucesso. É por este motivo que a Escócia está investindo em inovação e atraindo novos talentos. Além disso, a Scottish Development International (SDI), a agência de comércio e investimento do país, prioriza a tecnologia, alocando até US$ 13 milhões para apoiar inovações tais como integridade de ativos, imagens submarinas e sísmicas. Com recursos cada vez maiores investidos na manutenção das instalações e equipamentos, a integridade dos ativos é uma tendência chave no setor. O mercado submarino é outra área de crescimento expressivo. O setor submarino tem sido um dos mais importantes setores econômicos da Escócia nos últimos anos. Os anos de produção de petróleo e gás no Mar do Norte criaram uma forte cadeia de suprimento, uma força de trabalho qualificada, um setor acadêmico de renome e uma infraestrutura energética bem desenvolvida. Particularmente, o aprendizado na prática nas duras condições do Mar do Norte significa que possuímos tecnologias específicas e capacitações para operarmos nas condições desafiadoras de águas profundas. Atualmente, cerca de um terço das despesas mundiais na área submarina provém da cidade de Aberdeen, o que torna a cidade um importante centro global para desenvolvimento, sendo que um número cada vez maior de projetos é administrado a partir dessa cidade. Grande parte da tecnologia submarina que está sendo agora usada em todo o mundo nasceu das dificuldades enfrentadas nas águas do Mar do Norte. Desde aparelhos de inspeção de imagem 3D extremamente leves e compactos até softwares inovadores para previsão de riscos, as empresas estão usando décadas da experiência submarina escocesa para fornecer tecnologias para a extração de petróleo. O setor de petróleo e gás pode se beneficiar da experiência e conhecimento que a Escócia vem construindo ao longo das últimas quatro décadas. Atualmente, estamos também com foco nas áreas-chave que temos em comum com empresas de energia eólica offshore, bem como trabalhando com outras empresas do setor. Apesar dos desafios técnicos e comerciais que pairam sobre toda a indústria global, as oportunidades para a Escócia nunca foram tão grandes. O Brasil é um mercado bastante significativo e a abertura do escritório da SDI no Rio de Janeiro reafirma nosso compromisso de reforçar os laços empresariais entre a Escócia e o Brasil. Ao aumentar nossa presença, ambos podemos ajudar a abrir caminho para as empresas da Escócia comercializarem com sucesso no Brasil, incentivando ao mesmo tempo as empresas brasileiras a ver na Escócia seu destino para investimentos de negócios.
O setor de petróleo e gás é uma das histórias de sucesso da Escócia e um componente vital da continuidade do seu crescimento econômico. Somente em 2012, nosso setor de petróleo e gás arrecadou US$ 15 bilhões em investimentos de capital. A partir de 2013, há grande otimismo e uma forte indicação de que os próximos dez anos serão muito bons para o Mar do Norte.
David Rennie é líder Internacional do setor de Energia da Agência de comércio e investimento da Escócia no Brasil (SDI/Scottish Development International).
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fino gosto
a boa comida italiana num espaço nobre
Fotos: Lipe Borges
O nome Uniko está gravado, discretamente, no alto da imponente fachada do antigo prédio da Seguradora Sul América, com entrada pela rua do Carmo, sem fazer qualquer alusão à atividade ali implementada. por Orlando Santos
N UNIKO Rua do Carmo, esquina com Rua do Ouvidor (Galeria Sul América) Centro - Tel.: 21 3806 6334
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No entanto, basta dar alguns passos e o visitante logo vai entrar em contato com o mais novo empreendimento gastronômico dos sócios Nicola Giorgio, Dionísio Chaves e Fabrizio Giuliodori, donos de restaurantes na Zona Sul do Rio de Janeiro. Primeira experiência deles no Centro do Rio, o Uniko nasce com a proposta, segundo Nicola, de oferecer aos comensais, executivos sobretudo, o que há de melhor na culinária italiana, a preços acessíveis. Para isso cercou-se de bons profissionais, preparou um cardápio adaptado ao movimento dos executivos e acredita que tudo vai se desenvolver conforme o planejado. Trazem para o Centro da cidade a tão bem-sucedida experiência dos premiados restaurantes abertos na Zona Sul. A proposta da Uniko é acreditar nas tradições da cozinha mediterrânea, como massas, bons peixes, boas entradas e uma ótima carta de vinho, setor bem administrado pelo sócio, o sommelier Dionísio Chaves. Em recente entrevista a um jornal de grande circulação, Nicolas disse que o segredo da cozinha italiana é uma comida básica, mas com bons produtos. E que uma das imagens preferidas da sua memória gastronômica familiar é sua mãe preparando, aos domingos, o Orecchiette ao ragu mediterrâneo, prato que ele serve nos seus dois restaurantes, Duo, na Barra, e Bottega Del Vino, no Leblon e que poderá ser também servido no Uniko.
O centro gastronômico do Rio só tem a ganhar com a chegada desse trio experiente, formada pelo restaurateur Nicola Giorgio, há mais de 32 trabalhando com alimentos e bebidas, Dionísio Chaves, o melhor somellier da cidade, bicampeão segundo a revista Veja, e por Fabrizio Giuliodori, dono do restaurante Alessandro e Frederico. O prédio totalmente recuperado abriga, na parte térrea, o Uniko, e, ao lado, o Manekineko, de comida japonesa. Italianos e japoneses aquecem o rol gastronômico do centro histórico do Rio. Já não era sem tempo.
Quem é quem... Com 31 anos de experiência na área de alimentos e bebidas, Nicola Giorgio passou por alguns dos mais importantes estabelecimentos da Europa. Trabalhou com o maître do Ritz, de Milão, e foi responsável pela abertura
com menos de um ano de funcionamento. Desde 2006, Nicola também é um dos sócios da premiada sanduicheria carioca Foccacia. Em seus 17 anos de carreira, o sommelier Dionísio Chaves é um dos mais respeitados profissionais do país. Vencedor por dois anos consecutivos do prêmio Comer & Beber (2011 e 2012), da Veja Rio, na categoria Sommelier do Ano. Em abril de 2012 foi o sommelier do jantar de gala para 900 convidados do Leilão de Toques ET Clochers, em Limoux, na França. Foi bicampeão brasileiro (1999/2002) como o melhor da América do Sul e o segundo melhor das Américas (2004). Italiano de Milão, Fabrizio Giuliodori começou a carreira no ramo de restaurantes em 2000, com o Alessandro e Frederico, que inicialmente era um café para 60 pessoas, em Ipanema. O empreendimento cresceu e, hoje, são cinco casas na cidade, somando 440 empregados. Fabrizio faz questão de oferecer requinte e conforto aos clientes, desde a cozinha até a decoração. Por ser um apaixonado pelo trabalho, Fabrizio não se importa em passar longas horas em seus restaurantes. Ao contrário, sente-se em casa em cada um deles. Filho de um bem-sucedido restaurateur italiano, proprietário de 12 estabelecimentos em Milão e arredores.
Obra arquitetônica
Fabrizio Giuliodori, Dionisio Chaves e Nicola Giorgio em Parma, Veneza e Roma de restaurantes do grupo Baglione, além de gerenciar o La Terraza, em Londres. Em 2002, desembarcou no Brasil para comandar a inauguração dos restaurantes Gero, Forneria e Fasano Al Mare, todos do grupo Fasano. Em janeiro de 2011, inaugurou o Duo, com carta de vinhos e serviço de qualidade, conquistando importantes prêmios. Em dezembro de 2011, abriu a Bottega del Vino, no Leblon, em sociedade com Dionísio Chaves: misto de restaurante e wine bar, localizado na Dias Ferreira. Sucesso entre clientes e críticos, conquistou o primeiro prêmio
Pelo retrofit do Edifício Galeria Sul América no Centro do Rio de Janeiro, a incorporadora norte-americana Tishman Speyer recebeu o Prêmio Master imobiliário 2012, na categoria Empreendimento Comercial. A premiação é concedida pela Fiabci/Brasil (Capítulo Brasileiro da Federação Internacional das profissões Imobiliárias) e Secovi-SP (Sindicato das empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo). Inspirado nos conceitos e critérios do Prix d’Excellence, entregue pela Fiabci Mundial, o Master é uma das mais relevantes premiações do mercado imobiliário. A Tishman Speyer refez as instalações do antigo prédio da seguradora Sul América com tecnologias de alto padrão corporativo, ao mesmo tempo que recuperou seus valores culturais e arquitetônicos. Foram restaurados afrescos internos, as escadas de mármore, o relógio e as fachadas. Daí, esse espaço charmoso ser considerado ÚNICO no centro histórico do Rio e ter servido de inspiração para abrigar o nome do restaurante.
O cardápio Elaborado por Nicola Giorgio, traz sugestões de entradas, pratos principais e sobremesas para o almoço. Alguns exemplos são Salada de lentilhas com lulas ao vapor, Ravioli de vitela com fondue de parmesão, Costela bovina assada ao vinho Costela bovina assada ao vinho chianti
chianti com purê de batata, Nhoque ao pesto e pinoli crocante, Linguine em tinta de lula com camarões e aspargos. TN Petróleo 90
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A poucos metros do imponente e suntuoso prédio do Real Gabinete Português de Leitura, no centro histórico do Rio, a Letra Viva é quase uma réplica do seu vizinho mais famoso que abriga preciosidades da literatura lusitana e universal. Por isso, não têm sido poucos os visitantes que, ao se depararem com a Letra Viva, acredita estarem adentrando no Real Gabinete. por Orlando Santos
Fotos: TN Petróleo
coffee break
O Rua Luiz de Camões, 10 Centro - Rio de Janeiro CEP 20051-020 Tel.: (21) 2252-3460 http://letravivafilial.blogspot.com.br 120
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O encantamento é quase o mesmo. Os 400 m2 da livraria escondem coleções preciosas – são mais de 50 mil títulos – e sua arquitetura, guardando as devidas proporções, lembra em muito a realeza de seu histórico vizinho da rua Luiz de Camões. Livros raros de arte ocupam algumas mesas colocadas no espaço, como Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, com ilustrações feitas pelo pintor Candido Portinari – edição que teve a tiragem de cem exemplares, todos assinados pelo artista. A diferenciar o espaço só o fato de que este, como pedem os tempos modernos, conta com um bistrô, e a venda de CDs, DVDs e coleções de revistas, incluindo gibis antigos que fazem a alegria de adultos e jovens. O criador dessa quase maravilha começou com uma pequena loja. Seu nome: Luiz Barreto, um fluminense de Campos, com quase 40 anos de experiência como livreiro e que nunca imaginou ver sua livraria virar até cenário de novelas globais – principalmente as que evocam ambientes árabes – já que o décor de suas instalações, misturando coleções de livros em prateleiras gigantes e objetos antigos compõe todo o quadro de misticismo que envolve o lugar. Personalidades da música popular brasileira,
Letra Viva, uma livraria que respira no Centro do Rio como Gilberto Gil e Marisa Monte, também são frequentadores da livraria encravada na rua que leva o nome do famoso poeta português. A arquitetura da livraria recepciona de modo agradável e silencioso o visitante, tal qual o Real Gabinete, dando a ele a sensação de estar recebendo um abraço afetuoso e de muita interação, como se estivesse em sua própria casa, explica o gerente Sidney. Nada mais charmoso e tranquilo. A Letra Viva é um oásis de sensibilidade e de muito bom gosto, numa área que pode e deve ser revitalizada pelo poder público, a exemplo de outros espaços do Rio, como a Lapa, a Praça XV, e mais recentemente a Zona Portuária, com a instalação do MAR (Museu de Arte do Rio), na antiga zona degradada da Praça Mauá, e com as obras que estão projetando o Museu do Amanhã, no Cais do Porto. No entorno estão a Faculdade de Engenharia e Arquitetura, hoje transformada em Faculdade de Filosofia e História, e a Igreja de São Francisco de Paula, a pedir uma urgente recuperação já que degradados por incêndios de prédios históricos hoje transformados em estacionamentos, e uma mendicância constante em todas as suas ruas e transversais. É preciso planejamento, recursos e zelo com a preservação de um espaço tão identificado com a cidade,
prestes a sediar eventos tão importantes como a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016! Esse é o grande apelo que todos os comerciantes da área fazem chegar às autoridades, através da TN, solidária com eles e disposta a colaborar no que for preciso para resgatar uma área tão preciosa da vida cultural carioca. Em outras cidades que abrigam eventos semelhantes, como Barcelona, por exemplo, a autoridade pública soube cuidar de recuperar e exibir ao visitante parte da história de seus antepassados, com zelo e dedicação. É o que o Rio precisa e merece.
Obras-primas da Coleção Roberto Marinho no Paço Mais de 200 peças da coleção particular do jornalista Roberto Marinho, sendo 78 inéditas, estão até meados de agosto à disposição do visitante no Paço Imperial, na Praça XV, Centro do Rio. Peças sacras dos séculos XVIII ao XIX, com destaque para artistas como Mestre Valentim, estão encantando o visitante da supermostra. Ele poderá apreciar também as 14 telas que retratam a via sacra, pintadas em 1955 pelo romeno Emeric Marcier e que, pela primeira vez, são exibidas lado a lado. Guignard, Djanira, Antonio Bandeira, Milton da Costa, Di Cavalcanti, Pancetti, Anita Malfatti, Volpi, Tarsila do Amaral, e tantos outros, figuram na exposição, que abriga ainda esculturas e tapeçarias de artistas consagrados, como Maria Martins, Frans
Krajcberg e Sergio Camargo. Esse acervo, fruto de aquisições feitas pelo jornalista Roberto Marinho a partir da primeira peça adquirida em 1930, abre uma oportunidade rara para se ter uma ampla visão das artes plásticas no país, com o que ela produziu de melhor durante esse tempo. TN Petróleo 90
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indicadores tn feiras e congressos
Agosto
6 a 8 - Brasil NavalShore Local: Rio de Janeiro Tel.: +55 11 4878-5916| email: vsilva@ubmbrazil.com.br www.ubm.com
22 a 24 - Índia PetroWorld Local: Mumbai Tel.: +44 (0) 1992 656 647 email: joannag@pennwell.com www.petroworldindia.com
23 a 25 - Dubai Arabian Water & Power Forum Local: Dubai Tel.: +44 20 7978 0336 email: kwetselaar@thecwcgroup.com www.thecwcgroup.com
24 a 26 - Brasil Rio Pipeline Local: Rio de Janeiro Tel.: (21) 2112 9033 email: eventos@ibp.org.br www.ibp.org.br
Setembro 29 a 2 - Barein Mepec 2013 Local: Barein, Golfo Pérsico Tel.: +44(0) 7818 458 634 email: Hisae@inami.co.uk www.inami.co.uk 3 a 6 - Reino Unido Offshore Europe Local: Aberdeen, Escócia Tel.: +44 (0)20 8910 7797 email: gareth.rapley@reedexpo.co.uk www.reedexpo.co.uk
16 a 19 - Cingapura 14th Annual FPSO Congress 2013 Local: Cingapura Tel.: +65 6722 9451 email: dinesh.kumar@iqpc.com.sg www.iqpc.com.sg
21 e 22 - Brasil 13ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol Local: São Paulo Tel: +55 11 4191 6994 email: conferencia@datagro.com.br www.conferenciadatagro.com.br
29 a 31 - Brasil OTC Brasil 2013 Local: Rio de Janeiro Tel.: (21) 2112 9000 email: otcbrasil@ibp.org.br www.otcbrasil.org/2013
Novembro
Outubro
7 a 10 - Argentina Argentina Oil & Gas 2013 Local: Buenos Aires, Argentina Tel. +54 11 4322 0916 email: aog@uniline.com.ar www.aog.com.ar
15 a 16 - Holanda Deepwater Operations 2013 Local: Amsterdam, Holanda Tel.: +0031 10 209 2675 email: ls@navingo.com www.offshore-energy.biz
5 a 7 - Estados Unidos Deepwater Operations 2013 Local: Galveston - Texas Tel.: +1 888 299 8016 email: registration@pennwell.com www.deepwateroperations.com
6 a 8 - Colombia NGV 2013 Colombia Local: Cartagena, Colombia Tel.: +39 335 189 3249 email: info@ngv2013colombia.com www.ngv2013colombia.com
Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou webmaster-tn@tnpetroleo.com.br 122
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de Rafael Faria, diretor da Fesa, empresa de recrutamento de altos executivos.
opinião
A evolução da gestão
no mercado de petróleo brasileiro
Desde a quebra do monopólio, o modelo de gestão dentro das empresas no mercado de petróleo vem evoluindo de forma mais acelerada, exigindo uma mudança no perfil do executivo que exerce cargos de liderança. O executivo, antes totalmente focado em questões técnicas, passa a ter de participar de organizações e negócios mais complexos, demandando competências de gestão cada vez mais desenvolvidas.
A
Petrobras foi a responsável pela formação dos primeiros líderes da indústria de petróleo brasileira. No início, tínhamos um contexto de carência tecnológica, que demandava referências em engenharia para validar as melhores soluções para cada projeto. Nessa ocasião, a dedicação acadêmica do executivo e a capacidade de tirar conclusões sobre processos de engenharia determinavam a evolução do profissional dentro da empresa. O processo decisório era lento e burocrático, devido ao grande nível de incerteza técnica e política – muito por conta do pioneirismo existente. Como outra consequência dessa conjuntura, temos a valorização mais acentuada do tempo de experiência em determinada função. Com o aumento do peso estratégico da exploração de petróleo no Brasil, as empresas do setor se viram diante de uma nova realidade que estimulou a mudança na velocidade e qualidade de suas tomadas de decisão em outros âmbitos, não só o de engenharia. Esse foi o início da necessidade de reestruturação da gestão, que daria um formato mais consistente às organizações, e era mais voltado para os negócios. Essa mudança de conjuntura trouxe um direcionamento a resultados, originando a necessidade de novas competências de gestão como: organização no acompanhamento de processos de planejamento e execu-
ção, acompanhamento financeiro e visão sistêmica, englobando questões políticas e gestão por metas e indicadores. O executivo que exercia a liderança de questões de engenharia precisou se adaptar a esse novo momento. Nesse momento de transição, apesar das novas exigências de gestão, tornou-se comum a presença do profissional que mantinha um modelo de pensamento orientado para temas técnicos. Em paralelo a esse processo, evidenciamos os fenômenos de formação de cadeia de fornecedores, e da chegada de novas operadoras internacionais. Carentes de conhecimento da indústria local e de penetração comercial no principal parceiro – a Petrobras –, esses grupos empresariais buscaram executivos que conseguissem suprir tais necessidades. O alvo principal nesse momento foi o executivo da companhia ou ex-executivo da Petrobras. Mantendo lideranças estrangeiras na gestão das empresas, adquiriam conhecimento de mercado e penetração através de executivos que vivenciaram o ambiente criado pela petroleira. Nesse momento, as competências de gestão necessárias a um cargo de liderança foram deixadas parcialmente de lado. A indicação de profissionais pela própria Petrobras tornou-se uma prática comum no processo de formação das estruturas das empresas internacionais no Brasil.
Anunciantes da edição Aerodinâmica - pág. 25 Ecopetrol - pág. 47 Energy Summit 2013 - pág. 87 Filtros Mil - pág. 37 Firjan - pág. 21
HP - pág. 33 John Richard - pág. 35 Lab Consultoria - pág. 41 Mecan - pág. 39 NavalShore 2013 - pág. 111
OTC Brasil 2013 - pág. 63 Petrobras - 2ª capa e pág. 1 RHMed - pág. 11 Rio Pipeline 2013 - pág. 105 Sermap - pág. 69
Telelok - 4ª capa Ugas Brasil - 3ª capa V&M - pág. 7 World Shale Oil & Gas - pág. 81 Zap Containers - pág. 55 TN Petróleo 90
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opinião Outro elemento importante para entender a evolução da gestão na indústria de petróleo é a formação de novas empresas por ex-profissionais da Petrobras – e empresas de governança simples que se baseavam no relacionamento do dono com executivos tomadores de decisão do setor. Muitos desses grupos cresceram em cima da mesma base de relacionamento e com pouca profissionalização da gestão. Em 2010, com grandes investimentos vindos de instituições financeiras, o mercado entrou em uma nova fase de governança, sofrendo maior pressão externa. Apesar desse novo momento, as práticas de gestão dos executivos se mantiveram as mesmas, tendo uma visão limitada a processos específicos e sem visão sistêmica, acrescentando uma pitada ainda mais forte de influência política nas principais decisões que ditavam as regras do mercado. Enquanto isso, os fornecedores internacionais e nacionais da cadeia de petróleo e IOCs conseguiram gradualmente desenvolver suas lideranças, e aos poucos mudaram as características de gestão de suas empresas, diminuindo a dependência de seus ‘ex-Petrobras’. O que se enxergava era o início de uma gestão mais voltada para os negócios, desenvolvimento de pessoas e liderança de times. O profissional com capacitação pessoal e técnica se valorizou, exigindo uma gestão mais motivadora e progressista. A liderança por exemplo passa a ser um diferencial dentre os executivos, e marca o fim de um tempo de predominância da gestão 100% baseada em aspectos técnicos e políticos, a qual existia nas estruturas menos evoluídas. O processo evolutivo da gestão na indústria de petróleo brasileira ainda se encontra em um estágio inicial, se comparado a outras indústrias de explora-
ção de commodities no mundo. Grande parte dos executivos seniores do mercado ainda pratica uma linha de pensamento mais técnica, e pouco voltada para assuntos igualmente importantes, como o desenvolvimento e retenção de seus líderes, indo de encontro à nova realidade do setor, na qual os executivos com melhor formação e capacidade de realização são disputados de forma cada vez mais agressiva. Um líder, hoje, além da condução responsável e voltada para resultados de seu negócio, deve promover a evolução consistente do time e saber navegar de forma inteligente tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Características como essa são rapidamente identificadas por gestores habilidosos que conseguiram entender o novo contexto profissional. Como resultado disso, temos executivos cada vez mais jovens ocupando cargos de liderança, conduta que seria muito difícil de acontecer há 15 anos, quando ser gestor significava, na maioria dos casos, ter permanecido por um longo período na empresa e não necessariamente ter as competências necessárias para a gestão. A busca por esses talentos está cada vez mais acirrada, levando as companhias a pensarem em maneiras alternativas de resolver o problema. Se não investirem em um bom plano de carreira dentro da empresa, e um excelente planejamento de sucessão, é bastante provável que algumas fiquem para trás. Agora é a hora de reconhecer o poder dos jovens talentos e transformá-los nos futuros gestores da empresa, unindo a disposição, o conhecimento técnico e as habilidades de gestão. Só assim se poderá amenizar o apagão de talentos que assola o mundo, e amenizar o impacto do mesmo no mercado do petróleo.
INFORMAÇÃO DE QUALIDADE. A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmo acelerado. Não basta ser rápido na transmissão dos fatos; é preciso ser eficaz, saber onde prospectar a informação e ser ágil ao transformá-la em notícia.
Na ponta dos seus dedos 124
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