Diário do Rio Doce - Edição de 17/11/2015

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ANO 58 Nº 18.590 Exemplar: R$ 1,00

DIÁRIO DO RIO DOCE Governador Valadares, terça-feira, 17 de novembro de 2015 - Esta edição: 12 páginas

Estamos de luto pelas vítimas de Mariana (MG), pelo assassinato do rio Doce e pelos milhares de peixes e vidas do rio que foram dizimados. Queremos mais que água! Queremos nosso rio de volta!

Especial rio Doce

POPULAÇÃO QUESTIONA SE ÁGUA É POTÁVEL mam que têm recebido água normalmente em suas casas, como antes da tragédia. Outros, porém, dizem que a água tem vindo suja. PÁGINA 3A

FOTO: Antônio Cota

rio Doce. Contudo, o sentimento que deveria ser agora de tranquilidade, alegria e paz para a comunidade vem misturado com o medo. Moradores afir-

FOTO: Antônio Cota

O pesadelo vivido pelos valadarenses na semana passada com a falta d’água está chegando ao fim, com a solução encontrada para o tratamento da água do

Plano emergencial

continua em vigor Mesmo com a volta gradativa às casas da água tratada pelo Saae, desde o domingo, a prefeitura pretende prosseguir com o plano emergencial elaborado para solucionar de forma concreta a falta de água para os moradores. Uma das ações

Instituto elabora plano para recuperar o rio Doce um plano de recuperação do rio Doce, na última sextafeira, em Brasília. Após o desastre ambiental causado pelo rompimento de bar-

ragens da mineradora Samarco em Mariana, o rio Doce praticamente foi destruído pela lama dos rejeitos. PÁGINA 3A

FOTO: Antônio Cota

O cofundador e vice-presidente do Instituto Terra, Sebastião Salgado, reuniuse com a presidente Dilma Rousseff para apresentar

foi anunciada ontem: a contratação de 100 agentes de endemias, via Samarco (mineradora dona das barragens que se romperam em Mariana), para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e do

zika vírus, entre outras doenças, devido ao armazenamento de água pela população. Os agentes serão contratados por um período de 90 dias, com possibilidade de prorrogação, dependendo das necessidades públicas. PÁGINA 5A

Presos ajudam na distribuição

Linha continua bloqueada

Um grupo de 13 presos do regime semiaberto, com autorização judicial para atividade externa, trabalha no serviço de distribuição de água mineral em caráter de emergência em Valadares. Diariamente, das 10h às 18h, os presos fazem o transbordo para veículos menores de galões e fardos de garrafas de água mineral que chegam à cidade em grandes carretas. São em média 30 cargas por dia. PÁGINA 5A

Pelo quarto dia consecutivo, os índios crenaques ocupam a Estrada de Ferro Vitória a Minas, em Resplendor. Com o bloqueio da linha férrea, a circulação de trens de carga e de passageiros continua interrompida, por tempo indeterminado. Os manifestantes reivindicam a recuperação do rio Doce, que foi atingido pela lama decorrente do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. PÁGINA 5A

29 barragens não estão seguras no Estado Das 754 barragens que existem em Minas Gerais, cadastradas no Banco de Declarações Ambientais (BDA), 29 não estão com a estabilidade garantida pelo auditor, sendo duas dessas estruturas de destilaria de álcool e as demais de mineração. Atualmente o Estado possui 450 barragens de rejeitos de mineração e de acúmulo de água. O dado está num relatório divulgado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), em dezembro de 2014. No documento, a barragem do Fundão, que se rompeu, e a de Santarém, que ficou constatado que não se rompeu, aparecem na lista com a estabilidade garantida pelo auditor. PÁGINA 6A

Deputados vão apurar causas e desdobramentos da tragédia

continuam sofrendo com lama Cerca de 60 milhões de m³ de lama repleta de rejeitos de minério de ferro ainda percorrem o trajeto de 450 km do rio Doce, desde Mariana até Linhares (ES). Durante esse percurso, as populações das cidades abastecidas pelo rio sofrem as consequências do que já é considerada a maior tragédia ambiental, ecológica, econômica e hídrica ocorrida no País. PÁGINA 6A

FOTO: Antônio Cota

Além das medidas emergenciais já em vigor, deputados federais e estaduais buscam agora medidas a médio e longo prazos para descobrir as causas e como serão os desdobramentos do acidente ambiental e ecológico que aconteceu pelo rompimento da barragem em Mariana, há cerca de duas semanas. A princípio, os parlamentares buscam informações em toda a região atingida, principalmente Valadares, para terem noção da extensão da tragédia e, a partir daí, ver quais medidas serão tomadas. Uma comissão externa formada por deputados federais para acompanhar e monitorar os desdobramentos se uniu a outra comissão especial, formada por deputados estaduais. Ambas as comissões vão atuar na mesma linha de trabalho. Um grupo de parlamentares esteve ontem em Mariana e o outro ficou em Valadares, para participar de uma audiência pública na Câmara Municipal, a qual contou com a presença da prefeita Elisa Costa, alguns prefeitos da região, além de autoridades municipais, entidades representativas de classe e a comunidade. PÁGINA 3A

Cidades abastecidas pelo rio Doce


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