ANO 58 Nº 18.592 Exemplar: R$ 1,00
DIÁRIO DO RIO DOCE Governador Valadares, quinta-feira, 19 de novembro de 2015 - Esta edição: 12 páginas
Estamos de luto pelas vítimas de Mariana (MG), pelo assassinato do rio Doce e pelos milhares de peixes e vidas do rio que foram dizimados. Queremos mais que água! Queremos nosso rio de volta!
Especial rio Doce
Governo diz que decreto sobre desastre foi ‘mal interpretado’ Desde que o Decreto 8.572 de 13/11/15 foi publicado pela presidente Dilma Rousseff (PT), uma onda de comentários indignados tomou conta das redes sociais. “PQP! Nós estamos
mesmo é f... com essa gentalha que teima em desadministrar o Brasil”, disse um internauta em seu perfil ao compartilhar um link com trecho do documento. O referido decreto, que dispõe
sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), alterou legislação anterior e considera natural o desastre decorrente do rompimento ou colapso de barragens que ocasionem
Vale nega querosene, mas prefeitura reafirma FOTO: Igor Reis
Por dia, são distribuídos 500 mil litros de água 14,5 milhões de litros de água mineral, 3 milhões dos quais já chegaram ao seu pátio em Valadares e 2 milhões foram distribuídos para a população. Ainda segundo Rizzatti, 500 mil litros de água saem diariamente em 40 carretas. Mesmo com o retorno da água tratada pelo Saae para alguns bairros, a distribuição vai continuar. PÁGINA 6A
FOTO: Antônio Cota
A distribuição de água para a população em Valadares acontece diariamente, em pontos estratégicos, desde o dia 7. Milhares de pessoas enfrentam filas quilométricas atrás de um galão de água mineral. De acordo com Eduardo Rizzatti, gerente de manutenção da Vale e coordenador de distribuição da água, a empresa já adquiriu
da natureza”. Porém, a Casa Civil da Presidência da República esclareceu à reportagem do DIÁRIO DO RIO DOCEque houve confusão e que o decreto foi mal interpretado. PÁGINA 3A
Santarém e Germano ainda correm risco Devido ao impacto dos rejeitos de minério com o rompimento da barragem de Fundão — da mineradora Samarco, em Mariana —, a estrutura da vizinha barragem de Santarém ficou danificada, e com as chuvas na região metropolitana de Belo Horizonte, existe a possibilidade de os danos aumentarem. O pior, porém, é que outra barragem, maior que a de Santarém e a de Germano, também está com rachaduras em um dos diques principais. Técnicos da Samarco confirmaram que existe a possibilidade de elas se romperem e, por isso, reparos estão sendo realizados. PÁGINA 3A
FOTO: Divulgação
A Vale divulgou nota à imprensa na terça-feira, dia 18, para afirmar que exames laboratoriais não indicaram a presença de resíduos de qualquer tipo de combustível, inclusive querosene, no primeiro lote de água que enviou para Valadares, como foi denunciado pela prefeitura local. Os exames foram realizados a pedido da mineradora pelo Laboratório Mérieux NutriSciencies, “empresa com atuação internacional e devidamente qualificada para os testes executados”, diz a Vale. PÁGINA 5A
movimento de massa com danos a unidades residenciais. Ou seja, o desastre que ocorreu com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, foi considerado natural, como uma “obra
Outras barragens correm risco na bacia do rio Doce Embora o relevo da bacia do rio Doce seja ondulado, montanhoso e acidentado, a enxurrada de dejetos que continua a descer traz preocupação não só quanto à flora e a fauna, mas com relação à população que depende da água do rio
para sobreviver. São 879 km de extensão do rio Doce, sendo que a população da bacia é estimada em torno de 3,5 milhões de habitantes, sendo mais de 278 mil desses residentes em Valadares. PÁGINA 3A
UFJF já arrecadou 10 mil litros de água Os dois primeiros caminhões da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) já chegaram a Valadares com cerca de 10 mil litros de água mineral arrecadados em doações. A campanha #águaparaGV continua recebendo galões e
garrafas de água mineral, em solidariedade aos moradores das cidades atingidas pelo rompimento da barragem em Mariana, entre elas Valadares. Novos envios de água estão programados ao longo da semana. PÁGINA 7A
Solidariedade de todo o Brasil
Oiapoque faz ação por água
O Ibama, a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e a mineradora Samarco (responsável pelo desastre ambiental provocado pelo rompimento de sua barragem em Mariana) decidiram colocar floculantes no rio Doce, para decantar os rejeitos de mineração nele presentes e evitar que cheguem a sua foz.Utilizados em tratamentos de água, os floculantes de origem vegetal fazem com que a lama de rejeitos sólidos que está suspensa na superfície do rio formem grandes flocos e desçam para o seu fundo, permitindo assim que somente a água flua. PÁGINA 6A
FOTO: Divulgação
Alternativa para decantar o rio Doce
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