Informativo SBC - Edição 07_2013

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ABR/MAI/JUN

2013

SBC

infor mativo

Entrevista

Eduardo Barros Puertas

Mens Sana

Jogador campeĂŁo de videogames e ainda DJ para animar a vida

Atualidade

Uso da tecnologia do celular pode prestar um desserviço no dia a dia da medicina

Evento

Trabalhos CientĂ­ficos premiados no CBC 2013

Sociedade Brasileira de Coluna

Novo horizonte para a cirurgia da coluna


Mens Sana Jogador de videogames, expert em som e que ainda brinca de ser DJ. Confira o estilo de vida underground de um ortopedista de coluna fanático por geringonças tecnológicas.

Ciência/12

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nesta e d i ç ã o

Uma aula com o Prof. Steve Garfin. Com exclusividade, o conceituado cirurgião da Universidade da Califórnia mostra a evolução da cirurgia de coluna nos últimos 16 anos e indica para onde vamos num futuro breve

Evento Conheça os trabalhos premiados no XIV Congresso Brasileiro de Coluna. Evento reuniu mais de 900 participantes num programa inovador e com qualidade científica em Florianópolis.

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Atualidade/19

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Pesquisa mostra que tecnologia do celular pode prejudicar relação médico-paciente quando mal utilizada nas redes sociais.


editorial

Informativo SBC • ABR/MAI/JUN 2013

É hora de participar Carlos Henrique Ribeiro Presidente da Sociedade Brasileira de Coluna

Um grande desafio está se desenhando no cenário da ciência da Coluna. Estamos vislumbrando um novo tempo num futuro bem próximo, diante dos avanços e do aperfeiçoamento de técnicas cirúrgicas que apresentam abordagens menos invasivas, mais seguras e com resultados, como vimos no CBC 2013 em Florianópolis, evento que trouxe discussões inovadoras e trabalhos interessantes a conferir a curto prazo. Sabemos que a medicina vive de novos conhecimentos científicos. Também sabemos que é preciso cautela para seguir algumas dessas inovações em contrapartida com as técnicas tradicionais. O importante é que devemos estar muito bem preparados e atualizados no exercício profissional. Se, por um lado, os ortopedistas e neurocirurgiões de coluna estão vivenciando grandes transformações científicas, a nossa SBC, em conjunto com a SBOT e a SBN, está trabalhando junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para melhorar as codificações de procedimentos médicos e acrescentar novos ao rol da TUSS (Terminologia Unificada de Saúde Suplementar), com vistas a garantir a valorização dos nossos honorários. Teremos melhorias somente por meio da participação coletiva. Só assim vamos obter resultados concretos nas nossas reivindicações na esfera governamental. Por isso, devemos participar. Como? Uma via é a ANS, que no seu portal (http://www.ans. gov.br.portal/img/email/headercamss.jpg) disponibiliza o formulário eletrônico para a Consulta Pública do Rol de 2014, cujo prazo termina no dia 7/7/13. Assine a Consulta Pública para atualização da Resolução Normativa que define o Rol de Procedimentos de Eventos em Saúde e que dispõe sobre a referência básica para cobertura mínima obrigatória da atenção à saúde nos planos privados de assistência à saúde, contratados a partir de 1º de janeiro de 1999, e naqueles adaptados conforme a Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998. A SBC conta com as propostas de todos os associados.

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SBC

Sociedade Brasileira de Coluna

ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA

Expediente Conselho Diretor: Presidente: Dr. Carlos Henrique Ribeiro Vice-Presidente: Dr. Mauro dos Santos Volpi 1º Secretário: Dr. Marcelo Wajchenberg 2º Secretário: Dr. Aluizio Augusto Arantes Júnior 1º Tesoureiro: Dr. Alexandre Fogaça Cristante 2º Tesoureiro: Dr. Cristiano Magalhães Menezes Jornalista Responsável: Gilmara Gil – MTBRS 5439 e-mail: gilmara.gil@terra.com.br Coordenador Editorial: Dr. Eduardo Gil França Gomes e-mail: egfg@uol.com.br Editor: Dr. Sergio Zylbersztejn e-mail: sergiozyl@gmail.com Arte final e Editoração: Luciano Maciel

seu olhar Este é o Palácio da Cultura e Ciência, sede do Eurospine 2009, em Varsóvia, Polônia. O curioso é que os poloneses detestam este edifício, construído entre 1952 e 1955 por apenas 3.500 operários da ex-União Soviética. Na sua torre é possível se ter uma visão de 360º de Varsóvia. O prédio foi uma oferta ao povo da Polônia, que após a queda do regime comunista sugeriu ao governo a sua demolição. Outra curiosidade: até 1967 o edifício foi o mais alto da Europa, e continua sendo o mais alto da Polônia, com 42 andares e 231 metros de altura. Hoje, o Palácio da Cultura e Ciência abriga um centro de eventos que conta com uma sala de conferências para 3 mil pessoas, além de cinemas, teatros, museus, livrarias, entre outros. Na companhia do Dr. Wagner Pasqualini e esposa.

René Kusabara, ortopedista de coluna, Hospital do Tatuapé, São Paulo

Participe deste espaço enviando uma foto para o e-mail coluna@coluna.com.br, colocando seu nome, a cidade onde atua profissionalmente e a data em que fez a imagem, acompanhada de um texto sobre a sua percepção do flagrante.

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Colaboram nesta edição: André Luis Fernandes Andújar, Eduardo Gil, Fabrício Chies Barcelos, Henrique da Mota, René Kusabara Fotos CBC 2103: Imagem Arte Digital www.imagemarte.fot.br Periodicidade: Trimestral Impressão: Formato Editorial Representante de Publicidade: Binotto Comunicação Telefone: (51) 3209.2041 Fax: (51) 3209.2048 Celular: (51) 9116.2224 e-mail: silvia@binottocom.com.br Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores. Endereço: Sociedade Brasileira de Coluna – SBC Alameda Lorena, 1304 - sala 1406 CEP: 01424-001 - São Paulo - SP Telefax: (11) 3088.6615 e-mail: coluna@coluna.com.br www.coluna.com.br Secretária: Ana Maria Cella

Fale com o Informativo SBC enviando sugestões de assuntos para a próxima edição: coluna@coluna.com.br


opinião

Informativo SBC • ABR/MAI/JUN 2013

Novas ideias, novos desafios Sergio Zylbersztejn Editor

Um ponto importante é nunca parar de questionar

Albert Einstein

Nesta edição, os leitores irão encontrar assuntos variados e que trazem uma pauta atual e pertinente sobre os avanços da ciência no campo da Coluna Vertebral em nível global. Com exclusividade, o Informativo traz uma entrevista com o Professor Steve Garfin, um nome que dispensa apresentação na cirurgia de coluna. Ex-presidente da NASS, o ortopedista de San Diego respondeu com entusiasmo a nossa pergunta: De 1997 a 2013, o que mudou no cenário da cirurgia da coluna? Por que 1997 aos dias de hoje? Pelo fato de que o conceituado colega da Univerisdade da Califórnia – San Diego é um grande apoiador da SBC desde o nosso VI Congresso, que aconteceu em Gramado (RS), naquele ano. Ainda falando em ciência, apresentamos os melhores trabalhos científicos do XIV Congresso Brasileiro de Coluna, onde o cenário de Florianópolis contribuiu ainda mais para o sucesso do evento, que foi amplo em consonância com as múltiplas abordagens cirúrgicas dedicadas às doenças da coluna vertebral. Realização exitosa, sob a coordenação dos colegas André Fernandes Andújar e Waldemar de Souza Jr., que produziram um programa marcado pela inovação e a emoção de uma noite de arte com os talentosos bailarinos da Escola do Bolshoi Brasil. Já em nível institucional, a eleição da nova diretoria, gestão 2015-2016, mostrou que estamos mais participativos e preparados nas Assembleias Gerais. Duas chapas disputaram com lisura e transparência a eleição. Porém, independentemente do resultado, o mais importante é que a SBC deve focar suas ações buscando os anseios de seu quadro associativo. Essa eleição sinalizou que precisamos refletir e analisar o processo de gestão. Para que isso ocorra, temos desafios para solucionar, entre os quais, rever e aprimorar o modelo existente, criar iniciativas de ações no âmbito político e associativo, incluindo, também, um canal com a sociedade. Além disso, é necessário manter uma liderança comprometida com as metas e motivar o seu quadro associativo em torno da busca desses resultados, como exemplo: criar uma expertise de trabalho e desdobrar esforços para um crescimento contínuo da SBC. Outro assunto que trazemos à reflexão é sobre uma interessante pesquisa americana que aborda a questão do uso das redes sociais e suas implicações na relação entre médicos, com repercussão entre pacientes e na sociedade. E mais: o trabalho das Regionais da SBC na promoção de eventos de educação continuada local. Boa leitura!

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regionais Regionais da SBC promovem encontros científicos locais A Regional Paraná vem cumprindo seus objetivos de fomentar a Educação Continuada e divulgação da SBC por meio de reuniões científicas chamadas de “Clube da Coluna”. Conforme explica o presidente Décio De Conti, os encontros promovem a troca de experiências entre os cirurgiões de coluna ortopedistas e neurocirurgiões, trazendo para as discussões, também, a participação de residentes das especialidades. Em 2012, foram realizadas quatro reuniões na forma de rodízio entre os Serviços de Cirurgia da Coluna de Curitiba, com as presenças ilustres dos doutores André L. Fernandes Andújar, de Florianópolis, Élcio Landim, de São Paulo, e Eduardo Carelli, do Rio de Janeiro. No exercício 2013, a Regional Paraná lançou o “Clube da Esquina” em Maringá, inaugurando a interiorização de suas atividades científicas e abrindo mais espaço para a discussão de temas da coluna vertebral entre a comunidade científica local. O encontro aconteceu no dia 18 de maio e reuniu os principais cirurgiões de Coluna das cidades do interior do Paraná (Londrina, Maringá, Cascavel, Ivaiporã, entre outras) para discutir o tema: Fraturas da coluna tóraco-lombar. Décio De Conti informa que estão programados mais dois “Clubes da Coluna” para o segundo semestre, período movimentado em Curitiba, que sediará o CBOT 2013, em novembro. As datas dos encontros deverão ser anunciadas em breve.

Minas Gerais sediará CBC 2015

O presidente da Regional Minas Gerais, Rodrigo Dalessandro, comunica que uma reunião científica sobre os temas “Mielopatia cervical degenerativa e Escoliose” deu início às atividades da Regional em 2013. “Contamos com a presença de diversos colegas, tanto da ortopedia como da neurocirurgia e da reumatologia. Estamos buscando integrar as diversas áreas com o objetivo de enriquecer o debate e o aprendizado”, afirmou. O dirigente disse ainda que o encontro abriu um importante espaço para discussão que envolve assuntos relativos à defesa profissional. No mês de maio, a Regional MG realizou uma reunião na sede da regional da SBOT para dar continuidade sobre questões de defesa profissional e a preparação para a realização do Congresso Brasileiro de Coluna (CBC 2015), sob a supervisão do doutor Cristiano Menezes. “A reunião foi bastante enriquecedora, pois além de colegas extremamente atuantes na área de cirurgia da coluna vertebral, contamos com a presença do presidente da SBC, Carlos Henrique Ribeiro, que fez uma explanação do atual cenário da cirurgia da coluna em nível associativo e político, com ênfase para uma discussão ampla e participativa de um documento sobre os planos de saúde complementares.” A Regional MG promove reuniões mensais com o intuito de apresentar casos clínicos e discussão de condutas. “Estes encontros, além de fomentar a troca de experiências entre os serviços, uma vez que os preceptores também participam, servem com treinamento dos residentes para a prova de título. Também oportunizam momentos de confraternização dos colegas, ocasião em que é oferecido um coffee break nas nossas atividades científicas”, disse Dalessandro, que acrescenta que neste ano a Regional MG criou uma empresa com estatuto aos moldes da SBC e já possui seu CNPJ.

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entrevista Trabalho voltado para a solidez da SBC O ex-presidente Eduardo Barros Puertas é formado pela Unicamp em 1973, onde fez três anos de residência, sob a supervisão, inicialmente, do Prof. Dr. João D.M.B. de Alvarenga Rossi, e após, com o Prof. Dr. Gottfried Köberle, sendo que no último ano completou estágio no Pavilhão Fernandinho Simonsen, da FCM da Santa Casa de São Paulo, na área de coluna, com a supervisão dos professores Waldemar de Carvalho Pinto, Élcio Landim e Osmar Avanzi. Foi Professor do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Unicamp até 1990. A convite dos Professores Marino Lazzareschi e José Laredo Filho, iniciou, como aluno, o curso de pós-graduação na Escola Paulista de Medicina em 1984 e assumiu a responsabilidade pelo Grupo de Coluna da referida Escola. Fez Mestrado, Doutorado e Livre Docência, na EPM, onde atua até hoje estando à frente do Grupo de Coluna do DOT da Escola Paulista de Medicina da Unifesp. Na entrevista que dá continuidade aos depoimentos das lideranças que estiveram na presidência da Sociedade, o paulistano Eduardo Puertas conta um pouco sobre a sua gestão, de 1999 a 2000. Informativo – Qual a motivação que o senhor teve para ser presidente da Sociedade Brasileira de Coluna? Eduardo Barros Puertas - Naquela época, tive vontade de acrescentar algo à gestão daqueles que me antecederam (com algum receio de que talvez não conseguisse), mas a vontade de contribuir foi maior do que o medo de não conseguir. Informativo – Quais as realizações do seu mandato que ficaram marcadas na história da nossa Sociedade? Puertas - A compra da sede da nossa Sociedade, bem como participar ativamente da discussão da entrada dos neurocirurgiões na SBC, que foi longamente debatida durante o congresso da nossa gestão realizado na Ilha de Comandatuba, na Bahia. Informativo – Como o senhor avalia o momento atual da SBC? Puertas - A SBC é uma Associação sólida, com setores de grande destaque, que tem se esforçado na avaliação da formação daqueles que querem participar da nossa Sociedade e dos Serviços que se dispõem a dar tal formação. Atualmente, ela enfrenta grandes desafios, mas tem uma Diretoria que, a meu ver, saberá conduzi-los a contento. Informativo – Que mensagem seria importante para o jovem cirurgião de coluna que ingressa na SBC? Puertas - Aprender, aprender e aprender... e somente após isto, colocar em prática seus conhecimentos, pensando sempre em quem você vai utilizá-los de modo muito especial e particular.

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Perfil Time do coração: Sport Club Corinthians Paulista Comida preferida: Massa com frutos do mar Filme a que gostaria de assistir de novo: Cartas de Iwo Jima e A Conquista da Honra (2006), ambos dirigidos por Clint Eastwood Uma frase que marcou: “Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão pouco - (Winston Churchill, 1940) A maior virtude: Honestidade O pior defeito de alguém: Falsidade O que o emociona: Qualquer gesto de uma criança Um hobby: Ler Um lugar para viajar: Londres e Hong Kong Música inesquecível: What a Wonderful World, Louis Armstrong O que gostaria de ouvir de Deus quando chegar à porta do céu? “Volta que eu errei...”


fórum i n t e r a t i v o

agenda jul/13 Summer Spine Meeting Data: 31 de julho a 3 de agosto Local: Waldorfia Astoria Hotel, Naples, Flórida Realização: North American Spine Society Coordenação: Jeffery C. Wang Informações: http://summerspine.org 1

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ago/13

Figura 1 e 2: Rx coluna lombo sacra AP e PE Figura 3: T2 corte axial L5S1 / Figura 4: T2 corte sagital L5S1

Artrodese L5/S1 por método minimamente invasivo Paciente: feminino, professora, hígida.

melhora das dores por 3 semanas, mantendo dor lombar.

Idade: 48 anos

Diagnóstico: Discopatia degenerativa L5/S1 com protusão foraminal à direita

Moléstia Atual: Dor lombar e em MID há seis meses. A paciente foi submetida a tratamento clínico sem sucesso, optado por realizar bloqueio Foraminal e Discografia, evoluiu com

Questões: Proponha conduta para o caso descrito acima

Participe do fórum interativo. Veja mais imagens e envie sua resposta, acessando www.coluna.com.br O caso clínico desta edição é uma colaboração do Dr. Fabrício Chies Barcelos, Salvador (BA)

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Curso Internacional de La Sociedad Argentina de Patología da La Colunna Vertebral Data: 22 e 23 de agosto Local: Hotel Four Seasons Buenos Aires Informações: info@marthaharriagueprod.com.ar

VII Edição Sincol Data: 27 e 29 de agosto Local: Windsor Barra Hotel & Congressos – Rio de Janeiro Coordenadores: Eduardo Barreto e Ricardo Barreto Informações: www.eventossincol.com.br E-mail: sincol@santeeventos.com.br


resenha

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c i e n t í f i c a

MAST* é o must: antibiótico pode ser tratamento eficaz em até 40% das lombalgias crônicas Dr. Henrique da Mota Especialista Diplomado pela Université de Lyon, Membro da Société Française de Chirurgie Orthopédique, Medicina Intervencionista Ortopédica e Cirurgia da Coluna Vertebral

O artigo Antibiotic treatment in patients with chronic low back pain and vertebral bone edema (Modic type 1 changes): a double-blind randomized clinical controlled trial of efficacy. Hanne B. Albert, Joan S. Sorensen, Berit Schiott Christensen, Claus Manniche. European Spine Journal. April 2013, Volume 22, Issue 4, pp. 697-707 traz uma conclusão revolucionária: antibióticos podem ser eficazes nas lombalgias crônicas associadas às alterações de Modic tipo I. No estudo duplo-cego e randomizado foram recrutados, inicialmente, pacientes com idades entre 18 a 65 anos, com exames de RMN feitos dentro do intervalo de 6 a 24 meses anteriores, que confirmassem a existência de hérnias discais L3/L4, L4/L5 ou L5/S1, tratadas tanto cirurgicamente quanto conservadoramente, independentemente da existência de ciáticas, de dores neuropáticas ou não. Num segundo momento, os recrutados aprovados fizeram um novo exame de RMN para a detecção de alterações Modic tipo I. O placebo usado foi carbonato de cálcio e o antibiótico usado foi amoxicilina/clavulonato (500mg/125mg) de 8 em 8 horas por 100 dias. Os pacientes também foram afastados de exercícios, mas foi permitido o uso de seus anti-inflamatórios usuais. A diferença entre os grupos foi altamente significativa estatisticamente e a melhora continuou mesmo após a interrupção do tratamento antibiótico. No grupo antibiótico, os valores de dor na perna no início, aos 100 dias e com um ano de tratamento foram respectivamente de 5.3, 3.0, 1.4, enquanto no grupo placebo os valores foram 4.0, 4.3, 4.3. Os valores para dor lombar foram no grupo antibiótico 6.7, 5.0, 3.7, e no grupo placebo 6.3, 6.3, 6.3. Os dados são realmente impressionantes quanto ao benefício obtido pelos pacientes lombálgicos crônicos com Modic tipo I. Não se sabe, ainda, dos benefícios do uso no Modic II e se recomenda prudência nas indicações indiscriminadas de antibióticos nestes pacientes. *MAST: Modic antibiotic spine therapy

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mens sana

Fanático por jogos eletrônicos e som Já faz tempo que os jogos eletrônicos deixaram para trás o conceito de coisa supérflua para se transformarem numa das mídias mais comunicativas e divertidas da atualidade. Além disso, o videogame se tornou a indústria mais importante do planeta, movimentando mais de US$ 30 bilhões por ano e ultrapassando até, então, a grandiosa e fantástica indústria cinematográfica. Esse novo e fascinante produto da tecnologia da internet é o passatempo preferido do ortopedista de coluna Fábio Mastromauro Oliveira, que também é um expert em música eletrônica. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, completou residência em Ortopedia no Pavilhão Fernandinho Simonsen e especialização em cirurgia da coluna na Unicamp. Com 41 anos, Mauro mora e tem consultório em Indaiatuba, interior de São Paulo, e atua também na Capital e em Atibaia e Cotia. O cirurgião conta que, como a maioria das pessoas, ele tem vários hobbies. “Gosto de música eletrônica. Ouço esse tipo de música desde os anos 80 e frequentei

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várias festas ou raves, como se chamam no meio.” Mauro diz que de tanto ouvir música techno, ele começou a se interessar pela arte da discotecagem, e o que era apenas uma curiosidade se transformou num passatempo lúdico e compartilhado a dois. “A minha mulher adquiriu um equipamento completo (ela também é médica) e entende tanto do assunto que já deu várias entrevistas. Eu nunca fiz curso algum, portanto sou autodidata.” Mas uma perguntinha, doutor: já tocou em público? “Sim, apenas em pequenas festas, nada muito grande, somente por diversão. Atualmente, devido à escassez de tempo, os equipamentos estão meio parados, mas eles têm lugar garantido na nossa sala de som”, completa. Mauro lembra que para adquirir discos e CDs ele precisava procurar na Galeria do Rock em São Paulo, onde costumava fazer garimpagem pelas diversas lojas instaladas no local. “Eu circulava entre lojas de músicas, equipamentos para DJs, revistas em quadrinhos e mangás, e tudo que se relaciona ao mundo underground. Hoje, já não é mais necessário andar tanto... Sentado em frente ao computador posso adquirir todas as novidades pela internet”, saúda o cirurgião.


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Lazer preferido Mauro vai adiantando a conversa: “Já que chegamos no computador, chegamos ao meu hobbie favorito: videogames. Sou fanático por jogos eletrônicos e tudo que se relaciona com essa atividade tecnológica, inclusive coleciono Action Figures (personagens relacionados a esses jogos), que são muito divertidos.” Ele explica que joga desde os anos 70, iniciando com os famosos Telejogo e Atari. “Jogar é quase um vício”, afirma o ortopedista, que endossa: “Cheguei a ser o número UM do MUNDO em um determinado jogo”. Como foi essa façanha? “Deixa eu explicar melhor. Existe um jogo chamado Killzone 2, onde se pode jogar online. Nesse jogo, eles fazem um ranking mundial, de acordo com o número de pontos, missões realizadas, dividido por categoria. E num dia, numa bela manhã, aparece o meu nome (ou nick, se preferir) junto à minha pontuação e com um troféu virtual girando na tela de TV.” Mauro diz que tem fascínio pelos jogos. “Mesmo quando chego cansado do hospital, sempre arranjo um tempinho para jogar online.” Outra área na qual o ortopedista de coluna também tem interesse é por áudio e vídeo (home theaters e equipamentos de som). Ele conta que fez diversos cursos relacionados à Audiofilia, lê revistas especializadas e ainda, se não bastasse, visita feiras e amostras de áudio. “Na minha casa, dediquei uma sala exclusivamente para isso, um espaço cuidadosamente planejado em relação a acústica, localização de TV e projetor e equipamentos. Posso afirmar que praticamente me tornei ‘o consultor de áudio’ (risos) para os colegas de equipe da qual faço parte.” Fábio Mastromauro conclui: “Tenho certeza de que muitos colegas médicos, assim como eu, são fãs de videogames e que entre nós também há muitos DJs. Acredito que movimentar as mãos e a mente para criar algo novo seja uma coisa que, no fundo, todo médico faz”.

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ciência

O que é novo/diferente na cirurgia de coluna de 1997 até 2013? Cirurgião ortopedista de coluna, docente da Universidade da Califórnia, San Diego. Diretor do Programa San Diego Spine, UC onde atua desde 1981, Steve Garfin é reconhecido por inúmeros prêmios, entre os quais os destacados AcroMed Prêmio de Pesquisa da North American Spine Society, o Prêmio Spine Research Society Research Cervical, Orthopaedic Society New Investigator Award Research. E, mais recentemente, o Prêmio Selby, por suas contribuições à Nass, entidade da qual já foi presidente. Além disso, é autor de nove livros e atualmente é editor-adjunto do Spine e integra a equipe de revisores do Journal of Orthopaedic Research e do Journal of American Medical Association.

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Por e-mail, Steve Garfin atendeu à solicitação do editor Sérgio Zylbersztejn, para que traçasse um paralelo da cirurgia da coluna no período de 1997 a 2013. Por quê? Em 1997, aconteceu o VI Congresso da SBC, em Gramado (RS), e o cirurgião foi um dos convidados do evento. De lá para os dias hoje, Garfin continuou próximo dos brasileiros, especialmente dos colegas do Rio Grande do Sul. Além da análise de Steve Garfin, onde o pesquisador mostra o que é novo nos tratamentos cirúrgicos da coluna, trazemos o comentário do presidente da Sociedade Internacional para o Avanço da Cirurgia da Coluna (ISASS), Luiz Pimenta. O neurocirurgião de coluna discorre sobre o interessante tema levantado por Garfin com a mesma clareza apontada pelo pesquisador acerca das transformações inevitáveis que vêm por aí e que envolvem o objetivo comum: melhorar o tratamento para os pacientes cirúrgicos da coluna vertebral.


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Cifoplastia:

Dispositivos limitadores de movimentos na coluna vertebral posterior:

A cifoplastia original (precedida pela vertebroplastia) agora possui novas técnicas que estão produzindo uma melhora no conhecimento da importância clínica de fraturas osteoporóticas e, em especial, o resultado na diminuição muito rápida da dor, o que resulta em uma melhora na qualidade de vida.

Sistemas baseados em uso dos pedículos, utilizando diferentes tipos de dispositivos de tensionamento móveis, ainda não encontraram uma estabilidade no seu uso ao mirarmos o cenário cirúrgico da lombalgia. Pesquisas realizadas em peças anatômicas têm se mostrado funcionáveis, porém a sua utilidade clínica não foi comprovada. Observa-se que o uso de técnicas que restringem amplamente o movimento pode preservar o nível adjacente. Dispositivos que utilizam os processos Interespinhosos para o tratamento “básico” de estenose espinhal foram inicialmente utilizados com muito mais frequência do que hoje. Entretanto, hoje, existem empresas que desenvolvem novos dispositivos com a possível obtenção de melhores resultados no longo seguimento desses pacientes. Artroplastias das articulações facetarias ainda necessitam de tecnologias para que seja obtido um resultado satisfatório. Mais recentemente estão ocorrendo alterações no desenho desses aparelhos que aguardam os resultados de novas pesquisas clinicas que poderão determinar sua utilidade clínica.

Artrodese da articulação sacroilíaca: A técnica de I-fuse (na articulação sacroilíaca) trouxe para muitos de nós a consciência da articulação sacroilíaca como um potencial gerador de lombalgia. Uma vez diagnosticada (o que ainda é um desafio), a articulação sacra ilíaca quando apresenta uma patologia degenerativa pode produzir dor, que está sendo tratada com sucesso por meio de técnica minimamente invasiva e estabilizada com três “hastes” no formato triangular revestidas de plasma inseridos a partir da região póstero lateral do ilíaco.

Discos artificiais: Em especial na coluna cervical, os resultados da Food and Drug Administration (FDA) e outros estudos demonstram excelentes resultados para os pacientes, quando utilizado para radiculopatia, seja no seguimento de curto ou longo prazo. Nos EUA, a maioria dos seguros não paga a técnica de substituição de disco cervical, embora os resultados e custos tenham se mostrado, pelo menos, equivalentes. Sendo que, em alguns casos, os resultados clínicos são melhores do que o tratamento conservador ou mesmo a artrodese da coluna cervical anterior. Estudos sobre a redução em longo prazo referente à doença adjacente do disco intervertebral têm se mostrado inconsistentes. Discos artificiais na coluna lombar, por causa do desafio no diagnóstico de lombalgia e das dificuldades técnicas quando necessário uma revisão cirúrgica, não se desenvolveram tanto quanto os relacionados com o disco na coluna cervical. Nos EUA, a cirurgia de prótese de disco na coluna lombar é raramente, ou nunca, paga por operadoras de seguros.

Bone morphogenetic protein (BMP): Apesar das preocupações levantadas no Spine Journal, os resultados de artrodese com o uso de BMP são encorajadores e parecem seguros, em pacientes bem selecionados e com o uso de dose BMP adequada para aumentar as taxas de consolidação. O sucesso clínico, mesmo com uma sólida fusão, no entanto, ainda depende do diagnóstico e indicações cirúrgicas, em especial se o tratamento escolhido para a lombalgia for a artrodese.

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ciência

Acesso lateral nas artrodese de coluna e anterior: Uma tendência de acesso lateral para longas deformidades ou mesmo intersegmentar tem sido usado especialmente na coluna lombar e na toracolombar. Tem se obtido um bom realinhamento das deformidades da coluna vertebral (em especial no plano coronal) e liberação do neuroforamem com alívio da compressão radicular, ajudando a diminuir os sintomas relacionados à estenose /escoliose/espondilolistese (em geral, acima do nível L5-S1) da coluna vertebral. Também é cada vez mais utilizada como uma abordagem para corpectomia (em especial nas fraturas, tumores e infecções) e também para auxiliar na colocação de enxerto ou implantes visando a um suporte lateral. A abordagem lateral diminuiu a necessidade do uso da técnica via anterior, com exceção do nível L5-S1. Essa técnica também proporciona menos riscos e, em geral, com muito bons resultados clínicos. Atenção, porque é importante o uso de Monitoração transoperatória e conhecimento da anatomia nervosa, em especial dos nervos que percorrem lateralmente a coluna e os nervos do musculo psoas ilíaco. Isso pode ser identificado no exame de ressonância magnética no préoperatório, o qual tem mostrado uma diminuição das complicações nervosas no pós-operatório.

Cirurgia minimamente invasiva (MIS): Está ocorrendo uma tendência na diminuição ou menor uso de cirurgias invasivas. A indústria associada à pesquisa médica está direcionada a desenvolver novas ferramentas e técnicas. Embora as novas técnicas minimamente invasivas sejam nesse primeiro momento associadas a custos mais elevados e de aprendizagem lenta, métodos de treinamento estão se tornando mais consistentes visando diminuir o tempo da curva de aprendizado. Os resultados clínicos em comparação com técnicas abertas no momento são semelhantes, exceto no item que se relaciona com a dor. Tem-se observado menos dor no pós-operatório e uma alta hospitalar mais precoce. Atualmente estão em curso vários estudos para determinar se a durabilidade em longo prazo, assim como a presença da doença do segmento adjacente, podem ser diminuídos com essas novas tecnologias.

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O que está por vir: 1) Tratamento biológico de doenças da coluna vertebral 2) A nanotecnologia 3) A capacidade de avaliar geradores de dor com marcadores biológicos que são alterados com a dor, especialmente em locais anatômicos específicos (disco intervertebral, articulações facetarias, CSF, entre outros) 4) Ressonância magnética com novas tecnologias (e outras imagens) pode ajudar a determinar se um disco degenerativo é doloroso, ou não, com base em seu perfil bioquímico. Com presença da doença do segmento adjacente podem ser diminuídos com essas novas tecnologias. Para Garfin, estes novos horizontes estão se dirigindo para um tempo breve em relação ao uso.


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E por quais caminhos estamos andando? Como muito bem mostrado pelo Dr. Garfin, a evolução dos tratamentos cirúrgicos da coluna caminha para a diminuição dos danos colaterais do acesso cirúrgico aos tecidos musculares, neurais e ósseos, com objetivo de buscar resultados sólidos e manutenção da fisiologia normal da coluna. Nas últimas décadas, vê-se o emprego de diferentes tecnologias e inovações na cirurgia e no tratamento perioperatório, com menos morbidade. Nesta evolução, pessoas que antes apresentavam restrições para a realização de procedimentos cirúrgicos puderam receber tratamento cirúrgico. Além disso, tem-se olhado de uma forma mais abrangente para o paciente sofredor de problemas de coluna, considerando os diversos aspectos clínicos, psicológicos e socioeconômicos. Acima de tudo, são buscados resultados que visam melhorar a qualidade de vida do paciente e não só a dor isoladamente, como mostram as várias análises e estudos com enfoque nesta área. O olhar para a própria coluna também mudou – de uma avaliação em duas dimensões para uma avaliação em 3D. Uma preocupação se reforça na consideração dos parâmetros sagitais nas patologias e nos tratamentos adotados. Ainda, síndromes dolorosas das articulações facetárias e da articulação sacroilíaca são menos negligenciadas como diagnósticos diferenciais na lombalgia. A utilização de suporte ao diagnóstico por métodos de imagem cresceu vertiginosamente nos últimos anos. Hoje em dia temos acesso a exames de alta resolução de ressonância nuclear magnética e tomografia computadorizada, com diversos tipos de pós-processamento para diferenciar as estruturas

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de interesse. Contudo, é imprescindível a integração do avanço médico-tecnológico com educação permanente dos profissionais envolvidos. E ainda, apesar de os canais de comunicação estarem muito eficientes, ainda carecemos de uma integração mais produtiva entre o médico solicitante e médico responsável pelos exames de suporte ao diagnóstico. Na condição de atual presidente do ISASS, dou as boas-vindas aos cirurgiões brasileiros na sociedade. Esperamos ter uma forte participação brasileira nesta sociedade, com a realização de um capítulo brasileiro dentro do congresso anual, que em 2014 será em Miami, a capital latino-americana nos EUA. A ISASS (International Society for the Advancement of Spine Surgery), antigamente chamada de SAS (Spine Arthroplasty Society), não é mais uma sociedade de manutenção de movimento. Agora, se dedica totalmente aos avanços relacionados à cirurgia de coluna, incluindo biológicos, novas tecnologias e cirurgias minimamente invasivas, com destaque nos últimos anos ao acesso minimamente invasivo lateral, conhecido como XLIF, para o tratamento de várias patologias, como a escoliose do adulto.

Luiz Pimenta Neurocirurgião, diretor do Instituto de Patologia da Coluna (IPC) e presidente da ISASS, Sociedade Internacional para o Avanço da Cirurgia da Coluna (2013/2014)


evento

Trabalhos cientĂ­ficos premiados no XIV Congresso Brasileiro da Coluna

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Temas Livres Orais

A cerimônia de premiação dos melhores trabalhos apresentados no XIV Congresso Brasileiro de Coluna, realizada no último dia do evento, contou com uma plateia atenta e vibrante. E o espírito da comemoração não poderia ser diferente, por um motivo muito simples: é gratificante ver a produção científica nacional receber o reconhecimento público no maior evento de cirurgia da coluna do Brasil. Na edição 2013, em Florianópolis, a Comissão de TC definiu três formas de apresentação de trabalhos científicos, divididos da seguinte forma: Tema Livre Oral (TLO), Pôster Eletrônico (PE) e Pôster Tradicional (PT). Todos os TC foram avaliados durante as suas apresentações no CBC 2013. Além disso, numa parceria inédita entre a SBC e a European Spine Society, os TC enviados completos, de acordo com as normas da Revista COLUNA/COLUMNA, que forem julgados adequados poderão ser utilizados para publicação no European Spine Journal e na revista COLUNA/COLUMNA. A escolha dos trabalhos aptos à publicação será feita pela Comissão de Trabalhos Científicos e pelo corpo editorial da revista COLUNA/COLUMNA. Esta avaliação será independente da apresentação do mesmo durante o congresso. Os TC escolhidos para publicação também foram anunciados na solenidade de premiação dos TC. Outro fato importante é que os 12 melhores temas livres orais foram classificados para serem apresentados no Summer Nass 2013, que acontecerá de 31 de julho a 3 de agosto, em Naples, Flórida (USA). O CBC2013 recebeu o número recorde de 169 trabalhos, sendo que foram aprovados 48 temas livres orais, 48 pôsteres eletrônicos, 41 pôsteres tradicionais e nove painéis, afirma o presidente da Comissão de Trabalhos Científicos, Edson Pudles. Confira os títulos premiados:

Deformidade – TLO n° 8 Ressecção vertebral posterior para o tratamento das deformidades graves e/ou rígidas da coluna vertebral. Andújar, A.L.F.; Souza Jr., W. ; Maito Ciência Básica – TLO n° 10 A expressão das isoformas da heparanase em discos intervertebrais classificados segundo a classificação de Pfirrmann para a degeneração do disco. Rodrigues, L.M.R.; Oliveira, L.Z.; Pinhal, M.A.S. Degenerativa – TLO n° 33 Qualidade de vida relacionada à saúde e expectativas de pacientes antes do tratamento cirúrgico da estenose lombar. Defino, H.L.A.; Pacola, L.M.; Dantas, R.A.S.; Herrero, C.F.P.S.; Nepomuceno, E.; Cunha, D.C.P.T.; Costa, H.R.T. Trauma – TLO n° 46 Avaliação de pacientes com fratura da coluna toracolombar tratados com técnica de fixação percutânea. Herrero, C.F.P.S.; Defino, H.L.A.; Nascimento, A.L.; Bressan Neto, M. TLO n° 16 Neurografia por difusão por ressonância magnética (DW-MR) do plexo lombar no planejamento préoperatório de cirurgia lombar de acesso lateral. Menezes, C.M.; Andrade, L.M.; NogueiraBarbosa, M.H.; Defino , H.L.A.; Herrero, C.F.P.S.; Rodgers, W.B.

Pôster Eletrônico PE n° 50 Análise histológica da influência das células-tronco mononucleares na degeneração discal em modelo animal. Vialle, E.M.; Vialle, L.R.; Arruda, A.O.

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PE n° 59 Estudo dos efeitos do Monossialogangliosídio (GM1) e da câmara de oxigenoterapia hiperbárica na lesão medular aguda em ratos. Marcon, R.M.; Cristante, A.F.

PT n° 124 Resultados clínico-funcionais de pacientes com doença discal de um nível tratados cirurgicamente: análise comparativa entre pacientes com hérnia discal, estenose do canal e espondilolisteselombar. Conzatti, L.P.C.; Falavigna, A.F.; Righesso, O.R.; Teles, A.R.T.; Rossi, L.R.; Silva, P.G.S.

PE n° 71 Análise radiológica da influência das célulastronco mononucleares sobre modelo animal de degeneração discal. Vialle, E.M.; Vialle, L.R.; Arruda, A.O.

PT n° 128 Fratura da coluna torácica e lombar tipo explosão: correlação entre alterações estruturais tipo explosão: Correlação entre alterações estruturais da fratura e o resultado clínico do tratamento em seguimento mínimo de dois anos. Tisot, R.A.; Badotti, A.A.; Vieira, J.S.L.; Santos, R.T.; Tisot, O.F.; Collares, D.S.; Berardi, A.

PE n° 74 All release by lateral approach for anterior column reconstruction – antomy, technique e early results. Pimenta, L.H.; Jensen, R.; Amaral, R.; Castro, C.; Marchi,

PT n° 131 Resultados da manipulação e distração facetária atlantoaxial para o tratamento das instabilidades crânio-vertebrais. Da Silva, L.E.C.T.; de Azevedo, G.B.L.; Chaves, B.J.M.; Tavares, R.H.; de Barros, A.G.C.; Schettino, L.C.V.

PE n° 76 Tratamento cirúrgico da estenose vertebral lombar: comorbidades e complicações – Surgical Treatament of Lumbar Spinal Stenosis: Comorbidities and complications. Castro, D.J.M.B.; Sugino, R.L.; Pinto, F.N.Z.; Herrero, C.F.P.S.; Pacola, L.M.; Defino, H.L.A.

PT n° 138 Avaliação radiográfica da cifose pós-operatória em portadores de escoliose idiopática do adolescente submetidos a tratamento cirúrgico com instrumental de terceira geração com montagem híbrida. Astur Neto, N.; Mortati, G.M.H.; Pellegrino, L.A.N.; Umeta, R.S.G.; Caffaro, M.F.S.; Meves, R.; Avanzi, O.

Pôster Tradicional (PT) PT n° 105 Avaliação histopatológica e imunohistoquímica da degeneração do disco intervertebral lombar. Falavigna, A.F.; Peletti-Figueró, M.P.F.; Aguiar, I.S.A.; Machado, D.C.M.; Paesi, S.O.P.; Ely, M.R.E.; Righesso, O.; Henriques, J.A.P.H.

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Médicos falham ao não revelar conflitos de interesse nas mídias sociais Com o avanço das redes de comunicação, os médicos estão constantemente na mídia. Porém, apesar disso, um número considerável parece esquecer de fazer o que muitos consideram fundamental para a construção da confiança médico-paciente: divulgar os potenciais conflitos de interesse na sua atividade. No entanto, os médicos não são de todo culpados, porque ainda estão nos rudimentos sobre a questão das diretrizes abrangentes, principalmente, quando e como a divulgação de um conflito de interesses pode ser utilizada nas mídias sociais. Em um artigo publicado no Journal of General Internal Medicine, Matthew DeCamp, MD, Ph.D., um pós-doutorado na Johns Hopkins University School of Medicine Divisão de Medicina Geral Interna, argumenta que alguns médicos usam as mídias sociais para dar conselhos aos pacientes e ao público sem identificar o seu relacionamento com a indústria ou outras informações que podem influenciar as suas opiniões. Em geral, eles não usam da mesma prática padrão em publicações científicas. Desse modo, o consumidor fica no escuro em relação a esse item. “Como médicos e pacientes interagem cada vez mais online, os padrões de comportamento apropriado devem se tornar claros”, diz DeCamp, que também possui uma bolsa no Johns Hopkins Berman Instituto de Bioética. “À luz das normas de divulgação aceitável em toda a medicina,

é surpreendente que as principais orientações médicas não consigam tratar adequadamente essa questão”, afirma o autor. Entre as organizações nacionais que emitiram diretrizes de mídia social estão a American Medical Association e a Federação de Conselhos de Medicina do Estado. DeCamp reconhece que o uso das mídias sociais tem o potencial de melhorar o atendimento ao paciente e a confiança, aumentando o acesso dos doentes à informação, mas travas éticas devem ser criadas para as informações online, visando não somente assegurar a privacidade e confidencialidade, mas também para proteger os pacientes da desinformação e do aconselhamento tendencioso.

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Mensagens Online Na consulta médica, por exemplo, ao prescrever uma medicação para controle da pressão arterial são conhecidas as orientações sobre os medicamentos, mas muitos profissionais não informam de modo ético aos pacientes se eles têm alguma relação financeira - como o recebimento de honorários de consultoria com a empresa que fabrica a droga. Em publicações médicas já é uma rotina a identificação do apoio financeiro. Mas online, é “uma área cinza inaceitável”, destaca DeCamp. Uma razão pode estar na dificuldade em determinar com precisão como divulgar dentro dos limites do mundo online, segundo DeCamp. A popular ferramenta de mídia social Twitter, por exemplo, permite que cada entrada seja apenas de 140 caracteres. Mas numa divulgação genérica, “o autor não tem espaço físico para informar sobre o conflito de interesse porque o espaço é pequeno, de cerca de 70 caracteres, deixando pouco espaço para discutir a pesquisa em si”. DeCamp diz que uma solução seria o uso de etiquetas eletrônicas para revelar conflitos de interesse e a sequência das informações twittou - e re-tweeted - por um médico. O autor alerta que, no mínimo, os médicos devem postar conflitos potenciais em seus perfis online, e os consumidores devem ter cuidado com mensagens e conselhos de alguém que diz ser um médico. Um site de rede social conhecida como Sermo.com é aberto exclusivamente a médicos e foi projetado para facilitar as discussões de opções de tratamento. Mas DeCamp diz que o relativo anonimato do site significa que os usuários desconhecem os potenciais conflitos de colegas que eles encontram lá, e se a informação é tendenciosa por causa de conflitos

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financeiros. “Embora o site recomende divulgação voluntária, ela não é obrigatória ou monitorada”, diz o pesquisador. Outro site, o Healthtap.com, é classificado como livre “casa chamada”, virtual serviço ligando pacientes com médicos que fornecem respostas imediatas online a perguntas dos pacientes. Embora os médicos sejam identificados por nome, os termos do site exigem que sejam divulgados os conflitos de interesse pessoais. Em geral, o paciente é incapaz de reconhecer se os conflitos têm influência na resposta. A ausência de diretrizes claras na interação da relação médico-paciente é em especial intrigante. Conforme DeCamp, as exigências estão cada vez mais rígidas para a divulgação offline. Ele diz que já está acontecendo um movimento de divulgação simples para melhores esforços visando gerenciar e eliminar os conflitos. Enquanto algumas orientações profissionais recomendam a divulgação em mídia social, nem sempre elas revelam a forma como devem ser feitas, enquanto muitos ignoram o assunto completamente. “A história de conflito de interesse na medicina é tal que o médico não quer se atrasar para realizar a ação correta”, diz DeCamp. “Você precisa ser proativo, de modo que seu conflito não divulgado não acabe na primeira página do The New York Times. Os conflitos precisam ser divulgados, e é surpreendente como temos que ir tão longe quanto à divulgação e gestão em mídias sociais.”

Fonte: Johns Hopkins Medicine www.hopkinsmedicine.org/gim/clinical/gss/DeCamp.html


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Instagram de médicos O que o Instagram faz no cotidiano faz para a medicina: o recém-lançado aplicativo voltado para a comunidade científica permite a profissionais de saúde ver o mundo por meio de outro olhar, onde imagens de casos médicos são compartilhadas na rede social e podem ser visualizadas por leigos. O doutor Joshua Landy está propondo uma nova maneira de médicos aprenderam mais uns com os outros - além das revistas científicas. Trabalhando como intensivista em Toronto, no Canadá, Landy é cofundador de um aplicativo de compartilhamento de fotos para profissionais da saúde. Lançado no junho, o aplicativo para iPhone já está repleto de imagens com relevância clínica, porém de beleza discutível - e sem qualquer filtro. As informações são do The Atlantic. “Existe uma cultura entre médicos de compartilhar descobertas interessantes, sejam aquelas clássicas que aprendemos na faculdade de medicina mas raramente vemos, sejam versões plasticamente perfeitas de coisas que vemos diariamente na profissão”, explicou Landy quando questionado sobre a inspiração por trás da ideia. O objetivo dos criadores desse app é aproveitar aquelas imagens que já estão sendo distribuídas entre colegas por e-mail ou mensagem - e então deixadas de lado ou perdidas - e torná-las disponíveis à comunidade médica em geral. Uma vez carregadas no aplicativo, as imagens se tornam conteúdo público (rigorosas diretrizes de privacidade garantem que quaisquer indícios da identidade do paciente sejam removidos antes da postagem). Segundo Landy, a nova ferramenta vislumbra ser uma espécie de Wikipédia das imagens médicas, um “almanaque de características da medicina de acesso livre, sem curador”, em que qualquer um pode contribuir, editar ou aprender. Apesar de a empresa ainda não revelar números, o aplicativo já conta com milhares de usuários.

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comitê Equipe que tem um sonho, realiza!

Paulo Carvalho Presidente CCMI Gestão 2013-2014

O Comitê de Cirurgia Minimamente Invasiva de Coluna, mais do que um sonho, tornou-se realidade! Fundado em 13 de maio de 2006, por ocasião do III Simpósio Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Hospital Abreu Sodré (AACD), em São Paulo, é hoje reconhecido nacional e internacionalmente, no Brasil como CCMI e no exterior com a sigla BRAMISS - Brazilian Minimally Invasive Spine Surgery. Graças ao obstinado trabalho em equipe, o CCMI tornou-se respeitado e renomado e participando de todos os grandes conclaves médicos e de importantes decisões internacionais da especialidade. Diante desse crescimento, para melhor servir aos seus associados, precisou de uma grande reestruturação, ainda em curso, para aperfeiçoar o seu funcionamento: criamos novas comissões e ampliamos outras, tornando-as mais eficientes por meio da setorização e divisões de tarefas, necessitando mais espaço para as atividades internas e reuniões que são frequentes. Mudamos a sede para o Hospital Samaritano, em Higienópolis, São Paulo – SP. Em breve, o CCMI terá o seu CNPJ próprio e o seu site estará sendo reinaugurado para aumentar a nossa comunicação científica e profissional, facilitando a integração social. Face aos resultados animadores, manteremos os fellowships na Coreia do Sul e Alemanha, vislumbrando a criação de novos. Todas essas decisões visam facilitar as ações do CCMI para atingir as metas de congregar médicos Ortopedistas, Traumatologistas e Neurocirurgiões interessados na investigação e tratamento minimamente invasivo das patologias da coluna vertebral, bem como elevar os padrões técnicos e científicos de diagnóstico e tratamento, prestando o melhor serviço aos associados. Já estamos preparando o IV COMINCO, que acontecerá no WTC Sheraton São Paulo, de 31 de julho a 1o de agosto de 2014, juntamente com o IV WCMISST. Quando da realização do III WCMISST, em 2012, na Bahia, foi fundada a WFMISS (Federação Mundial de Cirurgia Minimamente Invasiva da Coluna e Novas Técnicas), com a participação de 28 países, tendo sido eleito o Brasil para sediá-la, sob a Presidência do Dr. Pil Sun Choi. O CCMI encontra-se aberto para novos membros, bastando, atualmente, que sejam associados da Sociedade Brasileira de Coluna, com a aprovação da diretoria do Comitê, enquanto ainda não realizamos a prova de admissão. O Comitê emitirá certificados de frequência aos eventos científicos e técnicos que promover. Prepare-se para o IV COMINCO, em 2014, que promete ser uma apoteótica troca de experiências. É hora de amadurecer, não podemos mais viver num mundo novo com ideias velhas. Trabalhando em equipe somos mais fortes!

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REVISTA COLUNA /COLUMNA

Surpreenda-se com a qualidade da produção científica brasileira na área da coluna vertebral.

Publicação científica da Sociedade Brasileira de Coluna • Artigos originais Versão online • Indexada nas bases Lilacs e Scopus/Elsevier Distribuição gratuita para sócios com anuidade em dia Editor: Dr. Helton Defino • Editor Executivo: Dr. Sérgio Daher

Assinatura para não sócios:

R$ 80,00 SBC

Sociedade Brasileira de Coluna


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