sbc 03 MAR/ABR/MAI
2012
infor mativo
SBC
Sociedade Brasileira de Coluna
Evento
Comissão Organizadora do CSBC 2013 anuncia logomarca e novidades para o programa científico
Entrevista Cláudio Pedras
Mens Sana
A performance atlética de um ortopedista de coluna que mantém corpo e alma em sintonia com estilo de vida saudável
Sócios
Conheça os novos membros da Sociedade
A história da cirurgia de coluna no Brasil e na América Latina, por Robert Bob Winter
presidente p a l a v r a
Entrevista/08
Escrevendo a história
Ex-presidente Cláudio Pedras fala sobre a fundação da SBC e analisa os rumos da Sociedade, que devem estar voltados para a atualização científica do sócio jovem
Evento
Fórum Interativo/07
Vem aí o Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna 2013, com muitas novidades na programação científica
/06
nesta e d i ç ã o
Encontre a resposta para a abordagem de uma técnica avançada minimamente invasiva para o tratamento da artrodese lombar
A trajetória vitoriosa vivenciada por um grande nome da ortopedia da coluna, Dr. Robert Bob Winter, no Brasil e em vários países da América Latina, fez escola, criou discípulos, além de desenvolver um modelo de conduta exemplar entre seus pares na medicina do tratamento da coluna
/15
Como é peculiar ao nosso leitor, a
Congresso Argentino de Coluna, da
leitura desta edição do Informativo será
SILACO, realizado em outubro de 2011,
ainda mais especial, principalmente
em Buenos Aires, foram apresentados
porque conta a história de mais de 40
17 temas livres, 23% dos trabalhos com
anos da cirurgia de coluna brasileira,
apresentação oral. Para o Spineweek, que
Luis Eduardo Munhoz da Rocha
numa relação duradoura e profícua
ocorrerá em maio próximo, em Amsterdam,
com o serviço de Mineápolis, que teve
foram aceitos, para apresentação oral, 33
Presidente da Sociedade Brasileira de Coluna
o professor John Moe e Robert Winter
temas livres e 23 pôsteres.
como
Influência
Esta é uma demonstração clara de que
fundamental na formação de inúmeros
é possível trabalhar com determinação
cirurgiões de coluna brasileiros e de
e ainda realizar ensaios clínicos e de
muitas lideranças da especialidade na
ciência básica. Os nossos associados
América Latina.
estão demonstrando que vale a pena,
Caro
mentores
editor
diretos.
Sérgio,
“pensador”.
com algum sacrifício, estar presente
Sociedade sem história e sem memória
nesses eventos internacionais e mostrar
não existe. Obrigado por nos brindar
o que fazemos no Brasil.
com este número do nosso boletim e
Mens Sana/10
Especial
Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012
d o
Surpreenda-se com a história de um cirurgião de coluna pediátrico que nutre paixão pela atividade física; ela é de tirar o fôlego de qualquer atleta
Novos Sócios/14 Veja quem são os novos sócios que ingressaram na SBC em 2011
É
com
satisfação
que
também
propiciar aos cirurgiões mais jovens
comunico as atividades que envolvem
perceberem a evolução da cirurgia da
as Regionais da SBC; elas estão bastante
coluna construída com dedicação, ética
ativas, realizando seus eventos anuais de
e amor à Ortopedia.
educação continuada, que devem ser a
Parabéns aos membros da SBC, que
finalidade principal de suas ações locais.
representam a qualidade dos trabalhos
Esperamos que, no decorrer de 2012,
no tratamento da Coluna em nível
os sócios da SBC tenham boas notícias
nacional, com suas participações nos
para partilhar e compartilhar nas
eventos internacionais da especialidade,
páginas do Informativo SBC, que está
cada vez em maior número e alcançando
aberto para divulgar e difundir assuntos
relevância
de interesse dos seus leitores.
científica.
No
recente
03
seu olhar
opinião SBC
Sociedade Brasileira de Coluna
O despertar da cirurgia de coluna
ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA
Expediente Presidente: Dr. Luis Eduardo Munhoz da Rocha Vice-Presidente: Dr. Carlos Henrique Ribeiro 1º Secretário: Dr. Mauro dos Santos Volpi 2º Secretário: Dr. Marcelo Wajchenberg 1º Tesoureiro: Dr. Alexandre Fogaça Cristante 2º Tesoureiro: Dr. Asdrubal Falavigna
“Quando resolvi que deveria vir para a Coreia do Sul, não sabia ao certo o que iria encontrar. Meu pensamento estava direcionado para um aperfeiçoamento profissional. Não parei muito para pensar se a língua, a cidade e o povo coreano seriam uma barreira ou ainda se seria a comida o grande obstáculo. Chegando aqui, eu e minha esposa tivemos uma grata surpresa. A cidade é muito moderna, segura e com um transporte público impecável. Podemos encontrar informações em inglês em quase todos os lugares. O povo coreano sempre se mostrou disposto a nos ajudar mesmo quando não falavam inglês. Seul é, sem dúvida, uma cidade bem preparada para receber um visitante estrangeiro. Nesta cidade o moderno e o antigo se misturam. Ao lado de templos e construções milenares, encontramos maravilhas da arquitetura moderna. Nesta foto, retratamos a troca da guarda no palácio de Changdeokgung, uma construção com mais de seis séculos. O significado literal de Changdeokgung é palácio da prosperidade. É claro que temos saudades do Brasil, mas passar um ano em Seul será um grande prazer.” Guilherme Pereira Corrêa Meyer, de São Paulo, Fellow 2012, no Wooridul Spine Hospital, Seul, Coreia do Sul Serviço: Prof. Dr. Sang Ho Lee Participe deste espaço enviando uma foto para o e-mail coluna@coluna.com.br, colocando seu nome, a cidade onde atua profissionalmente e a data em que fez a imagem, acompanhada de um texto sobre a sua percepção do flagrante.
04
Jornalista Responsável: Gilmara Gil – MTBRS 5439 e-mail: gilmara.gil@terra.com.br Coordenador Editorial: Dr. Eduardo Gil França Gomes e-mail: egfg@uol.com.br Editor: Dr. Sérgio Zylbersztejn e-mail: sergiozyl@gmail.com Arte final e editoração: Luciano Maciel Colaboram nesta edição: Drs. Eduardo Gil, Guilherme P. C. Meyer, Ivan Ferraretto, Henrique da Mota, André Andújar, Pil Sun Choi e Hospital Samaritano Tradução: Elisa Anhaia (Espanhol), Elisa Alberton Machado (Português). Texto original: A experiência de Moe e Winter na América Latina Periodicidade: Trimestral Impressão: Edelbra Gráfica Representante de Publicidade: Binotto Comunicação Telefone: (51) 3209.2041 Fax: (51) 3209.2048 Celular: (51) 9116.2224 e-mail: silvia@binottocom.com.br
Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012
A tarefa do editor é entender, avaliar e
Moe ao nosso continente.
recomendar assuntos que possam despertar
As viagens de Moe e Winter foram
o interesse da grande maioria dos nossos
realizadas com as dificuldades da época
leitores. Tarefa essa agradável de traduzir
(transporte, comunicação, entre outras),
em palavras o que estamos pensando e
mas que resultaram na difusão de seus
Sergio Zylbersztejn
refletindo com liberdade de expressão. Venho
ensinamentos numa feliz e duradoura
constatando que fazer medicina no século XXI
parceria entre Brasil, América Latina e
Editor
significa dominar a tecnologia da informação.
Estados Unidos. Devido à importância do
No artigo “Toque a tela agora para ver o seu
relato do mestre Robert Winter, a presente
médico”, publicado no Canadian Medical
edição está circulando com 24 páginas,
Association Journal 2012, o autor mostra as
tiragem ampliada, e, ainda, com versões em
possibilidades que caracterizam a nova onda
inglês (texto original) e em espanhol.
“
O homem nunca sabe do que é capaz até que é obrigado a tentar
”
de eficiência operacional na saúde produzindo
Para enriquecer o relato do Prof. Winter,
um aumento na satisfação e reduzindo o
foram convidados dois ícones de nossa
tempo de espera para uma consulta médica.
sociedade, Dr. Ferraretto e Dr. Pedras. Seus
O paciente, nos mais diferentes lugares
depoimentos são um registro histórico de
públicos, pode preencher suas informações
lembranças memoráveis de uma, até então,
médicas e agendar a consulta.
incipiente ortopedia de coluna vertebral,
O resultado é uma consulta com menos
particularmente no Brasil.
tempo de espera e a criação de um banco
O futuro da Sociedade passa a ser construído
de registro de saúde do paciente, o que é
com um abraço de boa chegada aos nossos
surpreendente.
novos sócios, que são em número de 48.
Transpondo a agilidade da informação
As expectativas pelo congresso de Santa
para o nosso Informativo, percebemos
Catarina estão se materializando por meio
que esta edição traz o reflexo de uma
uma grade científica inovadora. Recomendo
comunicação dinâmica e colaborativa.
também a seção de caso clínico, que está em
Um exemplo dessa interface é o conteúdo
sintonia com as modernas técnicas de cirurgia
que resgata o exato momento em que os
minimamente invasivas. A curiosidade para a
paradigmas de se tratar de modo cirúrgico
solução do tratamento cirúrgico induzirá os
Sociedade Brasileira de Coluna – SBC Alameda Lorena, 1304 - sala 1406 CEP: 01424-001 – São Paulo -SP Telefax: (11) 3088.6615 Endereço eletrônico: coluna@coluna.com.br www.coluna.com.br Secretária: Ana Maria
a coluna vertebral na América Latina
sócios a acessarem o site da SBC e participarem
ganharam impulso e saíram do atraso em
dessa atividade interativa.
Fale com o Informativo SBC enviando sugestões de assuntos para a próxima edição: coluna@coluna.com.br
Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores.
Endereço:
Charles Dickens
relação à Europa e aos Estados Unidos.
Lembrando ainda que faltou espaço para
E a fonte deste registro não poderia ser
tanta informação, mas já adiantamos que o
melhor: o Prof. Winter, que aceitou o nosso
próximo número traçará os perfis de alguns
convite e escreveu um texto precioso em
serviços credenciados e como eles formam o
que ele detalha, também com fotos, suas
cirurgião de coluna no Brasil.
inúmeras viagens em companhia do Prof.
05
Boa leitura.
evento
fórum
Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012
i n t e r a t i v o
Foto: EMBRATUR
Artrodese minimamente invasiva percutânea 360 graus Durante o SIMINCO RIO 2012 (11/04), evento que marcou os 100 anos da Escola de Medicina e Cirurgia (Unirio), foi realizada uma cirurgia inédita no Brasil formada pelos Drs. Rudolf Morgenstern (Espanha), Paulo de Carvalho (RJ) e Pil Sun Choi (SP). A nova técnica consiste em estabilizar a coluna lombar efetuando o ALIF via percutânea através do forame intervertebral e estabilização das articulações zigoapofisárias da mesma maneira.
E
ntre os dias 27 a 30 de abril de 2013,
Research Society), que ocorrerá no dia 27 de abril (sábado).
Florianópolis (SC) receberá o XIV Congresso
Serão três dias de atividades intensas de troca de experiências e
da Sociedade Brasileira de Coluna, no
oportunidade para assistir a novas abordagens no tratamento da coluna.
Costão do Santinho Resort.
Outra novidade divulgada pela Comissão Organizadora é a
O evento é considerado o mais importante da
logomarca do evento. O logo traz os traçados da Ponte Hercílio Luz,
especialidade do país e reúne grandes nomes da
um ícone de Florianópolis, e das ondas do mar, que significam a
cirurgia da coluna nacionais e internacionais.
beleza das praias da ilha.
A comissão organizadora está trabalhando com
O presidente Andújar enfatiza que os participantes do congresso
entusiasmo na elaboração de um programa que
poderão permanecer mais tempo em Florianópolis, para aproveitar o
apresentará discussões de grande nível científico.
feriado de 1º de maio e conhecer melhor os atrativos de Florianópolis
Conforme explica o presidente do CSBC 2013,
ou para descansar no Costão do Santinho.
André Andújar, foi formada uma Comissão de Temas
“No período do nosso Congresso, é a época do ano que se contempla
Livres, especificamente para tratar deste tópico com a
o mais belo pôr do sol da ilha, emoldurando o entardecer na cidade,
importância que ele merece.
com um clima agradável; temperaturas entre 17ºC e 23ºC (e picos de
Uma das atrações confirmadas é a realização de um Curso pré-congresso organizado pela SRS (Scoliosis
28ºC), com direito a um banho de mar nas águas quentes do litoral catarinense”, ressalta Andújar.
IV Simpósio Internacional de Coluna SBC Regional Minas Gerais Data: 18 e 19 de maio Local: Auditório Hospital da Unimed Informações: Organiza Eventos e-mail: coluna@organizaeventos.net.br
Spineweek
vantagem desta técnica consiste no fato de que a intervenção poder ser realizada
Data: 28 de maio a 1º de junho Local: Amsterdam RAI Exibithion and Convention Centre (Holanda) Informações: spineweek@medicongress.com www.spineweek2012.org
além de proporcionar um período de internação mais rápido para o retorno do paciente às atividades normais. Resultados preliminares iniciais demonstram que a técnica é segura e efetiva. No Brasil, está sendo elaborado um protocolo de pesquisa no IOT HC FMUSP para verificar a real eficácia do procedimento, em comparação às técnicas convencionais.
ago/12
Caso clínico
III COMINCO III WCMISS
Paciente: sexo feminino, 63 anos. História: lombalgia crônica recidivante resistente ao tratamento conservador a cerca de 12 anos. Exame clínico: dor lombar baixa que piora tanto em flexão como em extensão. Exame neurológico: sem déficit neurológico
Data: 16 a 18 de agosto Local: Praia do Forte (Bahia) Realização: CCMI/SBC Informações: www.wcmisst2012.com.br
nov/12 CBOT 2012 - 44º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia
Opções de tratamento: 1. Conservador 2. Estabilização dinâmica 3. Baseado em pedículo vertebral 4. Baseado em processo espinhoso 5. Estabilização estática 6. Póstero lateral TLIF, PLIF, XLIF 7. Estabilização estática percutânea
Data: 15 a 17de novembro Local: Centro de Convenções de Salvador (BA) Inscrições: eventos@cbot2012.com.br www.cbot2012.com.br
O caso clínico desta edição é uma colaboração do Dr. Pil Sun Choi, coordenador do grupo de Cirurgia Minimamente Invasiva IOT/USP e presidente do III WCMISSIT 2012 (www.wcmissit2012.com.br).
Participe do fórum interativo. Veja mais imagens e envie sua resposta, acessando www.coluna.com.br
06
mai/12
A cirurgia pode ser efetuada com anestesia geral ou local, com sedação. A grande com anestesia local, oferecendo menos trauma e ainda uma menor perda de sangue,
XIV Congresso da Sociedade Brasileira de Coluna
agenda
07
entrevista
Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012
Pedras - Em 1971, Edgard Dawson, de Los Angeles, e eu demos início ao que veio a ser o John Moe Fellowship, permanecendo por um ano inteiro a seu lado. Frequentamos três hospitais: University
Estágios no exterior devem ser o foco da SBC
A
of Minnesota, Fairview Hospital e Gillette Hospital for Crippled Children; médicos de vários países vinham a Minneapolis para aprender a técnica de artrodese vertebral intra-articular de Moe. O Prof. Moe conseguiu reunir todas as técnicas realizadas no mundo inteiro, colocando as de real valor na sua rotina. Moe aprendeu com John Informativo – Qual foi a sua participação na fundação da SBC e quais as realizações da sua gestão que ficaram marcadas na Sociedade? Pedras - Com o passar do tempo, chegamos à conclusão de que precisávamos criar, a exemplo, também, de John Moe, responsável pela fundação da SRS (Scoliosis Research Society), uma Sociedade de Coluna para integrar todos os colegas do Brasil. Foi com esta plataforma que acabei chegando à presidência da Sociedade. No Congresso que realizamos no Rio de Janeiro trouxemos vários colegas de outras academias científicas, principalmente europeias, especializados
terceira entrevista da série que conta a trajetória
Depois de assistir à excelente conferência sobre o
em cirurgia da coluna. Participaram deste evento histórico Juergen Harms
da SBC e a evolução da cirurgia da coluna pelo
tratamento cirúrgico das escolioses, realizada pelo Prof.
(Alemanha), Yves Cotrel (França), Edgard Dawson e John E. Lonstein (USA).
olhar dos seus ex-presidentes é com o Prof. Cláudio
P. G. Marchetti, no Colégio Brasileiro de Cirurgiões do
Informativo – Como era a cirurgia de coluna naquela época e como
Villela Pedras, que esteve à frente da Sociedade em 1991 e
Rio de Janeiro, ficamos encantados com a sua técnica. E
1992. Mineiro de Juiz de Fora, foi para o Rio de Janeiro ainda
no ano seguinte fomos para Firenze para participar das
na adolescência. Atua como Professor Titular de Ortopedia da
cirurgias feitas pelo mestre italiano.
UFRJ e diretor do Centro de Escoliose do Rio de Janeiro. Informativo – Como era a cirurgia da coluna no Brasil antes do surgimento da Sociedade Brasileira de Coluna?
o senhor a observa na atualidade? Pedras - Desde que iniciamos o tratamento cirúrgico até a presente data, houve um progresso tecnológico extraordinário. No início, o paciente
Informativo – E qual foi o aprendizado de Firenze?
ficava acamado, com colete gessado, durante meses. Hoje, sem qualquer
Pedras – O que de mais interessante nós vimos e
tipo de órtese, inicia a marcha no dia seguinte à cirurgia.
aprendemos foi como confeccionar um bom colete
Informativo – Como o senhor avalia o momento atual da SBC e
Cláudio Pedras - A SBC está intimamente ligada ao Prof. John
gessado de Risser, utilizado no pós-operatório.
que mensagem importante gostaria de dar para o jovem cirurgião da
Moe e seu discípulo, o Prof. Robert Winter. Ambos estiveram no
Nossos colegas italianos eram verdadeiros artistas na
coluna que ingressa na Sociedade?
Brasil visitando o Rio de Janeiro e São Paulo, onde realizaram
confecção desses coletes, o que provavelmente era mais
Pedras - A Sociedade Brasileira de Coluna deveria criar condições para que
várias conferências e cirurgias, principalmente de escoliose, tanto
trabalhoso que o procedimento cirúrgico em si; fazia
novos membros possam estagiar no exterior, principalmente na Alemanha
na Santa Casa de São Paulo como na AACD.
parte da sistemática daquele Hospital assim como em
e nos Estados Unidos. Temos ressaltado que o tratamento conservador da
Os dois colegas incentivadores deste convite foram Waldemar
Minneapolis. Realizava-se a artrodese vertebral e, uma
escoliose idiopática com órteses, quando adequadamente indicado, conduz a
Carvalho Pinto e Ivan Ferrareto, que estagiaram no serviço do
semana após, a correção da curva com colete gessado
excelentes resultados, evitando cirurgias de grande porte.
Prof. Moe nas cidades gêmeas de Minneapolis e Saint Paul, em
na mesa de Risser.
Minnesotta (EUA). Sem dúvida este era, na época, o melhor e mais movimentado Centro para tratamento das escolioses.
08
Perfil
Cobb (New York) a sistematizar o tratamento das escolioses.
Informativo – Quando o senhor iniciou a sua história na cirurgia da coluna?
O conselho que daria àqueles que se iniciam no tratamento cirúrgico da escoliose é: não façam grandes aventuras, pois é preferível uma coluna torta que um paciente paraplégico.
09
Time do coração: Não sou aficionado por futebol, mas acompanho a Seleção Brasileira. Também gosto muito de assistir à Seleção Feminina de Vôlei. O pior defeito de alguém: Considero a mentira o maior defeito do ser humano, principalmente quando utilizada para usufruir de benefício próprio. Uma paixão: A paixão pela escoliose me proporcionou conhecer praticamente quase todos os continentes, participando ativamente como palestrante, inclusive na China (Beijing) e nos Emirados Árabes (Dubai). Algum hobby: O meu maior hobby foi fazer palestras no Power Point, e creio ter sido um dos primeiros a utilizar o computador para ministrar aulas em nosso meio. Um lugar para viajar: Turisticamente, a Turquia, o país que mais me encantou; tenho ainda desejo de fazer um safari na África do Sul. O que gostaria de ouvir de Deus quando chegar na porta do céu: Seja bem-vindo! Você cumpriu adequadamente a sua missão.
mens sana
Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012
no Atlanta Scottish Rite (EUA). Lá, o chefe do serviço e diretor do hospital que foi o berço do tratamento do pé torto congênito, Raymond Morrissy, e sua esposa, Lois, me estimularam a participar de minha primeira corrida de 8 km, Strong Leggs Run, evento beneficente para arrecadar fundos para o hospital. A prova foi um sofrimento, as coxas ardiam durante a corrida, mas não desisti. No ano seguinte, já no Dallas Scottish Rite, onde o diretor Tony Herring chegava diariamente ao hospital de bicicleta, quem me ensinou a correr foi o ortopedista pediátrico e maratonista John Birch. No final do dia, ele me chamava para correr. Foi no Dallas que conheci também o residente de quarto ano Tandy Freemann, que, naquela época, fazia triathlon. Pensava em voz alta: este cara é louco. Quando terminei o estágio em Dallas, passei por Atlanta para realizar a tradicional corrida do hospital. Desta vez completei os 8 km em 36 minutos. Espetáculo, grande evolução física. Eu, talvez, tenha sido um dos poucos a retornar dos Estados Unidos com 6 kg a menos.
Treinamento e resistência Chegando a Curitiba, retomei um ritmo de trabalho intenso no Hospital Pequeno Príncipe e corria à noite quando chegava em casa; eu já estava viciado. Por um período, parei de correr e percebi um cansaço ao término das cirurgias de coluna, e ficava com
A história de um vencedor no atletismo O mens sana traz o depoimento do presidente da SBC, Luis Eduardo Munhoz, que nutre uma paixão pelo esporte, especialmente a corrida. Ele conta que foi uma atleta triathlon competitivo nos anos 90 e que nunca parou com a atividade física. “A corrida é o meu vício”, ressalta Munhoz.
10
A
alguma dificuldade para atender o consultório sem demonstrar a exaustão. Retomei prática esportiva começou na infância
as corridas e comecei regularmente a participar das corridas de rua do calendário da
com a natação, nas provas de fundo e
prefeitura, aos domingos. Foi aí, que em 1993, quando já corria 60 km por semana,
de que poucas crianças gostavam, mas
pensei: nadar não é problema, correr, eu estou muito bem, por que não voltar a pedalar,
os 400 e 1500 nados livres eram o meu forte. Com
que era meu hobby favorito na adolescência?
alguns amigos criamos um grupo do pedal de fim de
Treinei 30 dias e participei do Short Triathlon de Caiobá, onde consegui fazer um bom
semana. Na época, com a Caloi 10 fazíamos passeios
tempo e conquistar o 10º lugar, mas com grande sofrimento na bike, devido ao pouco
até o litoral paranaense, incluindo Morretes, cidade
treinamento.
histórica encravada na serra da Graciosa, distante cerca de 70 km de Curitiba. Comíamos um bom Barreado, prato típico da região, e voltávamos de trem.
Então, resolvi, levar a sério o triathlon. Fiz treinamento com um grande amigo, Norton Freitas, do Rio de Janeiro, que, além de grande estudioso do esporte, já havia realizado o Ironman do Havaí. Apesar de demandar algumas horas de treino, durante seis dias por semana era
Esta rotina foi interrompida na época do vestibular,
possível conciliar com os horários de ambulatório e cirurgia. Pedal 3 a 4 vezes por
retornando um ano depois e voltando a parar durante
semana, na madrugada às 5h da manhã, natação 3 vezes à noite, e a corrida 4 vezes,
a faculdade. Sai dos meus 61 kg para 75 kg. Durante a
sempre dois esportes por dia. Descanso na quarta-feira por causa da cirurgia de
especialização em ortopedia pediátrica no SARAH,
coluna no dia seguinte.
em Brasília, iniciei de forma tímida a correr e nadei
Neste ritmo comecei a competir nas provas olímpicas da Estácio de Sá, no Rio e
com um time de polo de 4 a 5 mil metros cinco vezes
em Santos, e, por fim, o meio Iron em Porto Seguro, no qual completei as provas
por semana, retomando a minha forma física. Após o
com muita satisfação e com os tempos planejados. Mantive as provas regularmente
término do estágio na capital federal, em 1988 fiz um
por mais de 12 anos, mas algumas preocupações apareceram com o tempo: o vácuo
fellow em ortopedia pediátrica e deformidades da coluna
passou a ser permitido em algumas provas e quase sempre ocorriam acidentes com
11
resenha
mens sana
Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012
c i e n t í f i c a
Cirurgia da hérnia de disco: estamos voltando à teoria dos quatro humores?
quedas a 40 ou 50 km/hora. O receio de uma queda e fratura fez com que eu largasse a minha bicicleta “speed“ Look de fibra de carbono e kevlar pela falta de freios no clip, passando a fazer de mountain bike. Com o nascimento da minha filha, Marcela, conciliar os treinos com atividades de pai ficou mais complicado, mas mantive os short triathlons por mais alguns anos. O crescimento de Curitiba também inibe pedalar na estrada para Paranaguá, que não é um local seguro para os ciclistas, sem contar as ocorrências de assaltos e atropelamentos. Esses motivos fizeram com que eu que treinasse mais indor, no
O
ciclossimulador, até que achei que os riscos eram maiores que a
estudo ‘Who should have surgery for an intervertebral disc
satisfação de fazer as provas.
herniation?: comparative effectiveness evidence from
Nunca parei com a atividade física. A corrida é o meu vício,
the spine patient outcomes research trial’, publicado
algumas maratonas e várias meias competições.
em 15 de janeiro de 2012, na SPINE, divulga afirmações que
Os 21 km são uma ótima prova e é possível conhecer
merecem uma análise mais epistemológica e menos estatística.
quase todas as cidades no intervalo dos congressos, como aconteceu em Barcelona em 2011, onde participei de duas
Correr e nadar
corridas. A primeira de 16 km com largada no Hotel San Juan
Como a paixão esportiva da minha filha é a natação,
e chegada na Rambla. No dia seguinte, a corrida foi do Hotel
aproveito dois dias da semana para nadar no clube
San Juan até a Igreja Sagrada Família e Parque Guell.
com ela e depois comermos um saboroso sushi.
A prática do atletismo tem me proporcionado grandes
O pedal, hoje, ficou mais recreativo e aos
oportunidades de conhecer melhor e correr com pessoas
domingos, enquanto as corridas são um bom
interessantes, como o Prof. Stuart Weinstein (EUA), como
momento para meditar e planejar as atividades da
ocorreu no Parque Nacional Foz do Iguaçu, por ocasião do
semana, esvaziando a cabeça dos problemas do
Congresso Brasileiro de Ortopedia Pediátrica.
hospital e dos pacientes. Defino muita coisa nesses
Outro dia, qual não foi a minha surpresa quando, durante
momentos porque o telefone não interrompe o
o Congresso Brasileiro de Neurocirurgia, em Curitiba, o
raciocínio, e a parte boa é o resultado, pois mesmo
convidado principal, Prof. Eduard Benzel, pediu ao seu
após cirurgias complexas e longas de deformidades
hostess alguém para correr com ele, porque aos 60 anos,
termino com disposição para fazer o consultório e
além de ele estar em forma física, mantém o hábito de correr.
ou para frequentar um bom restaurante, com um
Aceitei o honroso convite e fizemos uma corrida de 18 km por
bom vinho e seguindo vivendo a vida feliz.
vários pontos turísticos e parques da cidade de Curitiba. Benzel
Fazer esporte não significa ficar longe da família,
ficou fascinado com as capivaras no Parque Barigui. Igualmente,
todos os irmãos e agregados já fizeram o short
não foi diferente com o Dr. Marinus de Kleuver, convidado da
triathlon de Caiobá, mas um dos mais agradáveis
Sociedade europeia de coluna em 2008, em Ribeirão Preto, quando
desafios foi a volta da ilha de Florianópolis em
corremos pelo acostamento da rodovia e, posteriormente, em
revezamento de oito, completamos os 150 km em
outros eventos: SRS (Kyoto) e Louisville (EUA).
13 horas, sensacional, que terapia, e pareceu que a
Foi durante a corrida que criamos a oportunidade de os nossos especialistas em cirurgia da coluna complementarem a
manhã não havia passado.
O estudo diz: “Nós queremos determinar quais indivíduos são os melhores candidatos para o tratamento cirúrgico e para o tratamento não cirúrgico”, e baseia-se em um parâmetro chamado treatment effect (TE), que é igual à mudança no Oswestry dos pacientes operados menos a mudança no Oswestry dos pacientes não operados. Acrescenta que “numa situação ideal, os médicos devem ser capazes de predizer o provável TE para um paciente individual, baseados em suas características específicas, para fazerem suas decisões de tratamento uma verdadeira escolha informada”. De fato, estamos diante da uma teoria de individualização terapêutica, onde se muda o foco da população para o indivíduo. Até aí, tudo muito bonito... O trabalho avalia 37 variáveis, que foram tidas como modificadores do TE, mas, numa avaliação mais minuciosa desses dados, começamos a ter surpresas, pois as análises mostraram que as características que foram modificadoras do TE são, principalmente, características socioeconômicas, e, de forma curiosa, achados específicos e consagrados de exame físico, tal como Lasègue, fraqueza motora e assimetria de reflexos, não tiveram grande importância. Do jeito que a coisa vai, em breve as decisões cirúrgicas serão tomadas pelos assistentes sociais. É uma piada de mau humor ou seria melhor, de maus humores...
sua formação na Holanda, pelo período de três meses.
012 12
013 13
É como se voltássemos ao tempo da bile negra, bile amarela, fleuma e sangue. Neste estudo, vimos que, de forma geral, a cirurgia quase sempre é a melhor opção: os melancólicos (termo que deriva de bile negra) são mais
beneficiados
pelas
cirurgias,
os hipertensos (caracteristicamente sanguíneos) também, os ainda casados (por suas características fleumáticas e pacíficas), da mesma forma. Aí, eu lanço uma pergunta: não seria a sangria que fazemos por conta da cirurgia (exames de sangue e o próprio ato) o que realmente tem curado essas pessoas, uma vez que as características anátomo-clínicas pouco importaram? Não nego que esta é uma falácia posthoc, mas não deixa de ser interessante. Mas voltando à seriedade, só existe uma solução diante de estudos tão paradoxais:
devemos
retornar
ao
passado da Medicina, deixando de lado estas inutilidades, retomando os passos de antigos médicos como Giovanni Morgagni, que em seu “De Sedibus et Causis Morborum”, de 1761, nos deixa a seguinte lição: as doenças têm locais e causas, e é nisto que devemos agir, apesar da grande importância que ainda se tem dado aos miasmas e humores, e da ignorância ingênua de artigos que são paridos de forma industrial, sem um julgamento mais inteligente da teoria dos conhecimentos. Esse negócio de tudo ser psicossocial já está virando loucura! Resenha comentada pelo Dr. Henrique da Mota hdamota@gmail.com
atuação
CANDIDATO
ESPECIALIDADE
Alex Veneziano Oliveira Junior
Ortopedista
Alexandre de Oliveira Zam
Ortopedista
Allan Masashi Guimarães Kato
Ortopedista
Anderson Gomes Marin
Ortopedista
Antonio Bernardo de Queiroz Krieger
Ortopedista
Aurélio Felipe Arantes
Ortopedista
Bartolomeu Ribeiro Coutinho Filho
Ortopedista
Breno Frota Siqueira
Ortopedista
Carlos Eduardo Gonçales Barsotti
Ortopedista
Cesar Daniel Macedo
Ortopedista
Cesar Salge Ghilardi
Ortopedista
Christiano Esteves Simões
Ortopedista
Dante Bernardes Giubilei
Ortopedista
Diego Arthur Fernandes Vendruscolo
Ortopedista
Douglas Romano Spolidoro
Ortopedista
Eduardo Henrique Chiovato Abdala
Ortopedista
Eduardo Machado de Menezes
Ortopedista
Fabiano de Mendonça Grandese
Ortopedista
om uma prova de 50 questões de múltipla
Fabio Leme de Oliveira Pinto
Ortopedista
escolha e uma prova oral composta de 10
Fernando William Figueiredo da Rosa
Ortopedista
casos clínicos com 6 minutos de duração
Francisco Alves de Araujo Junior
Neurocirurgião
Gualter Maldonado de Azevedo
Ortopedista
Guilherme Augusto Foizer
Ortopedista
Guilherme Galito Henriques
Ortopedista
Hans Grohs
Ortopedista
Henrique Bonotto Lampert
Ortopedista
Novos sócios da SBC
C
para solucionar cada um dos casos com a conduta a ser tomada na patologia apresentada, a Comissão de
especial O legado de John H. Moe e Robert Bob Winter no Brasil e na América Latina
da SICOT (França), que o tratamento cirúrgico da escoliose apresenta bom resultado quando, ao final da fase de crescimento, a curvatura não progrediu. “Foi a partir deste conceito que inúmeros procedimentos, cirúrgicos ou não, isolados ou associados, vêm sendo empregados com grande
Henrique Motizuki
Ortopedista
em Ribeirão Preto, em 24 de novembro, durante
Jean Marcel Dambrós
Ortopedista
C
(EUA), o Prof. Robert Bob Winter criou muito mais
protocolada”, ressalta o ortopedista Ivan Ferraretto,
o Curso de Técnicas Modernas e Avanços da Cirurgia da
João Paulo Bergamaschi
Ortopedista
que técnicas modernas em cirurgia da coluna. Bob
um dos mais fiéis seguidores dos ensinamentos do
Coluna Vertebral, e contou com a participação de 54
Jonas Lenzi de Araújo
Ortopedista
Winter, como é carinhosamente chamado pelos seus
Ortopedista
Prof. Winter.
examinadores convidados; a prova oral foi realizada
José Lucas Batista Junior Leonardo Franco Pinheiro Gaia
Ortopedista
Lucas Sasdelli Soares de Oliveira
Ortopedista
Marcel de Oliveira Nascimento
Ortopedista
Marcelo Ribeiro Mendes
Ortopedista
Capacitação Profissional (CCP) seleciona os candidatos que desejam ingressar na SBC. Em 2011, a prova para novos sócios foi realizada
em dois turnos de 60 minutos. Segundo o presidente da Comissão de Capacitação Profissional, Edson Pudles, dos 53 candidatos inscritos, 48 foram aprovados. Pudles ressalta que o objetivo da
onsiderado uma das maiores autoridades
variabilidade nos resultados cosméticos e funcionais
da Ortopedia em nível global, ao lado
obtidos, sem o estabelecimento de uma conduta
de seu mestre John Moe, de Minnnesota
uniformemente
padronizada
e
devidamente
discípulos, particularmente do Brasil, ergueu uma
Nas páginas a seguir, o Informativo da SBC traz um
carreira rica em histórias que traduzem não só o
texto de autoria do Dr. Robert Bob Winter, que ele
seu desempenho brilhante de cirurgião de coluna
escreveu para ser publicado pelo Comitê Internacional
vertebral como de uma pessoa admirada e festejada
da SRS, em novembro de 2011, por ocasião de mais
como ser humano.
uma de suas inúmeras visitas ao Brasil, desta vez, como
Marina Hirschle Galindo
Ortopedista
prova é a inclusão na Sociedade e que a exigência da
Matheus Luis da Silva
Ortopedista
Robert B. Winter desenvolveu técnicas seguras, que
nota mínima 6 é fixada pela AMB, por isto não existe
Nelson Astur Neto
Ortopedista
geraram um novo conceito de tratamento cirúrgico
Num outro artigo, igualmente especial, o Dr. Ivan
lista de classificação dos candidatos.
Nicola Jorge Carneiro Neto
Ortopedista
na coluna vertebral e que foram fundamentais para a
Ferraretto conta sobre as dificuldades encontradas
Otavio de Luca Druda
Ortopedista
evolução da cirurgia da coluna.
e também as inovações introduzidas no Brasil pelos
Pedro Grein Del Santoro
Ortopedista
Rafael Cantarelli dos Santos
Ortopedista
Rafael Marques Ielpo
Ortopedista
Rigel Rego de Sá Godinho
Ortopedista
Rogério Toledo de Sousa
Ortopedista
Rony Brito Fernandes
Ortopedista
Thiago Cesar Reis Olímpio
Ortopedista
Thiago Miller Santana Silva
Ortopedista
Confira os candidatos aprovados para novos sócios da SBC.
convidado internacional do 43º CBOT, em São Paulo.
Um dos fundadores da SRS (Scoliosis Resserach
Drs. Moe e Bob Winter, em mais de quatro décadas
Society), entidade criada por John Moe, e atuando
de ensinamentos que selaram uma parceria inédita
na Universidade de Minnesota, Robert Winter
e estimulante entre os pioneiros da moderna cirurgia
sentenciou em 1966, no histórico 10º Congresso
da coluna brasileira e latino-americana.
015 15
Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012
weeks continuing the clinics and surgeries.
Fotos: Arquivo Hospital Samaritano
The Moe/Winter latin american experience
I
n 1963, there was a meeting of SLAOT (Latin American Society
In 1965, we received two young, bright surgeons, both
of Orthopaedics and Traumatology), at which their Spine
from Sao Paulo, Brazil. One was Dr. Ivan Ferrereto from
Committee decided that spinal deformity treatment in Latin
the AACD (Association for the Advancement of Crippled
America was in a bad state. Their treatment methods were old-
Children), and the other Dr. Waldemar Carvalho Pinto
Spine Society meeting.
Because of the poor condition of deformity treatment in Brazil prior
Dr. Winter returned to South America again in 1985,
to this time, there was an enormous backlog of pathology of all types,
visiting Buenos Aires, Montevideo, Uruguay, and Sao
especially post-poliomyelitis deformities, a majority of them scoliosis
Paulo. In 1987 he went to Venezuela, and in 1988 to Brazil
over 100°. Although we did many, many surgeries during the three
and Uruguay. In 1991 he visited Dr. Hector Peon Vidales
months, we only barely touched the backlog.
in Mexico City, another of the Twin Cities trained spine
This began a long association with those two institutions in Brazil, and
surgeons. He returned in 1992 visiting Chile, Argentina,
opened the door to many other South American connections. In 1967,
Uruguay and Brazil. In 1995, he visited Caracas, Venezuela,
Dr. Winter attended and lectured at the SLAOT meeting in Buenos Aires,
lecturing at the Hospital Fundacion. Later that year, he
Argentina. In 1968, Dr. Moe and Dr. Winter made another extensive trip
went once again to Sao Paulo, lecturing to the Brazilian
to South America, lecturing in Caracas, Venezuela; Santiago, Chile; Buenos
Spine Society, a visit to Uruguay, and lecturing at the
Aires, Argentina; Sao Paulo, and Rio de Janeiro, Brazil.
Argentine Spine Society.
In 1969, Dr. Winter returned to Brazil, lecturing at the Brazilian Orthopaedic Society in Brasilia, visiting Dr. Wagner Nascimento in Belo Horizonte (he had
Experience
trained with us in the Twin Cities in 1968) and going back to the two centers
In Sao Paulo, there was a 30-year reunion of the 1966
in Sao Paulo for further teaching. On the way home, Dr. Winter attended the
experience. At the Santa Casa, the Spine Service we had
SICOT meeting in Mexico City.
started had seen 63,926 patients, had braced 1303
In 1970, Dr. Winter returned again to Brazil, visiting Sao Paulo and Rio.
patients, had operated on 5110, had given 205 courses, had made 67 publications, and trained 205 surgeons.
Fellowship
In 1996, Dr. Winter went again to Uruguay and Sao
fashioned, out of date, and falling rapidly behind the United States
from the Santa Casa Hospital and Medical School. They
In 1971, at the time the Spine Fellowship was established in Minnesota at
Paulo. Later that year he was a guest speaker at the Mexican
and other advanced countries.
spent six months training in the Twin Cities, working
the University and Gillette, Dr. Winter joined Dr. Moe as a full-time University
Spine Society meeting in Villahermosa, Mexico. In 1997,
The question was then what to do about the problem. They decided
with Dr. Moe and Dr. Winter at Gillette Children’s Hospital
Orthopaedic surgeon, devoting all his time to spinal problems. July 1, 1971
Dr. Winter attended and lectured at the Brazilian Spine
that they needed to invite an expert to come to Latin America to
in St. Paul and the University Hospital in Minneapolis.
was also the start of the spine fellowship, subsequently named the John H.
Society meeting and also the Argentine Spine Society
evaluate their situation and to make recommendations as to how to
When they returned to Brazil they were supported by
Moe Fellowship. The first two fellows were Dr. Ed Dawson, and Dr. Claudio
meeting. In 1998, he went to Quito, Ecuador for a surgery
solve their problems.
their chiefs (Dr. Domingo Define at the Santa Casa and
Pedras of Rio de Janeiro, Brazil.
on a difficult congenital scoliosis patient, following which he
They thus invited Dr. John Moe of the University of Minnesota to be that expert and he accepted. In 1964, he spent three weeks in South America, traveling to Caracas, Venezuela; Bogata, Columbia; Quito, Ecuador; Lima, Peru; Santiago, Chile; Buenos Aires, Argentina; Sao
Dr. Renato Bomfim at the AACD) and spine clinics and programs were established.
Courses in latin american
In 1973, Dr. John Lonstein and Dr. David Bradford joined with Dr. Moe and
attended and lectured at the SLAOT meeting in Lima, Peru.
Dr. Winter to form the Twin Cities Scoliosis Center. We also began to see a
The next trip to Brazil was for a meeting in 1999.
steady stream of surgeons come from Latin America, not just South America,
This was the last time he saw Dr. Carvalho Pinto as
but also Central America and Mexico. In 1973, Dr. Winter again went to Brazil,
this student and then teacher died soon after from a
Paulo, Brazil; and finally, Rio de Janeiro, Brazil. This was an arduous
In February 1966, Dr. Moe and Dr. Winter went to Sao
visiting Rio, Sao Paulo and Bahia followed by a visit to Valencia, Venezuela.
pulmonary embolism. Dr. Winter returned to Buenos
journey as air travel was more primitive; he spoke neither Spanish nor
Paulo to further advance these programs. We first went to
Another trip to Brazil was made in 1975 by both Dr. Moe and Dr. Winter,
Aires in 2004 for the SRS meeting. His final trip to Brasil
Portuguese, and knew almost no one in these countries.
Bogotá, Columbia where we visited and lectured at the
the 10th anniversary of our starting the programs there, visiting Sao
was in November, 2011, to speak at the annual meeting of
He basically had a single presentation in which he presented brace
Military Hospital, the San Juan de Dios Hospital and the
Paulo and Rio. Many of the patients we had operated on in 1966 were
SBOT (Brasilian Society of Orthopaedics and Traumatology).
treatment (only the Milwaukee brace at that time), basic posterior spine
City Hospital. We arrived in Sao Paulo February 1, 1966.
brought back for the event.
Dr. Ferraretto is still in practice in São Paulo.
fusion with or without Harrington rods (there was no anterior surgery at
There was a two-week course attended by 52 surgeons
In 1978, Dr. Winter visited Dr. Luque in Mexico City to learn about his new
It is impossible to list all of the surgeons who have
that time), casting techniques, and use of the halo. A common refrain
from all over South America. Daily lectures were combined
technique, following which he went to Hermosillo, Mexico for the Mexican
come from Latin America to train at the Twin Cities
from the listeners was “Well, you can do those things in Minnesota, but
with surgeries, cast application demonstrations, and
Orthopaedic Meeting. In 1980, Dr. Winter attended and lectured at the
Spine Center, as the number is well over 100. We are
we can’t do it here”. His answer was always “Yes you can, but you need to
bracing seminars. After the course, Dr. Moe stayed for
SLAOT meeting in Mexico City.
especially proud of the pioneering work done in Sao
send me your brightest young man so I can teach him and he will bring
another two weeks, seeing patients and doing surgeries.
In 1981, Dr. Winter returned to Brazil, visiting Sao Paulo, Rio, and Brasilia.
Paulo, which led to these institutions becoming spine-
it back to you. Then you must let him establish a spine program at your
Dr. Winter assisted in these clinics and surgeries, and
A brief trip to Rio was made in 1982. Another trip was made in 1983 by Dr.
teaching centers themselves, thus educating another
institution and do the things I have taught him”.
when Dr. Moe left, Dr. Winter remained for another six
Winter to Sao Paulo and to Buenos Aires, where he lectured at the Argentine
generation of skilled surgeons.
16
17
especial
Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012
Fotos: Arquivo Hospital Samaritano
A experiência de Moe e Winter na América Latina
E
m 1963, num encontro da Sociedade Latino-Americana de Ortopedia e Traumatologia (SLAOT - Latin American Society of Orthopaedics and Traumatology), o Comitê da Coluna
(Spine Committee) decidiu que o tratamento de deformidades na coluna vertebral na América Latina estava desatualizado. Os métodos de tratamento estavam antigos, ficando para trás dos
métodos dos Estados Unidos e de outros países desenvolvidos. A questão era o que fazer a respeito do problema. Eles decidiram que era necessário convidar um especialista a vir à América Latina para avaliar a situação e fazer recomendações sobre como resolver os problemas. O Comitê de Coluna da SLAOT convidou o Dr. John Moe, da Universidade
A primeira visita foi a Bogotá (Colômbia), onde visitamos e demos palestras no Hospital Militar, no Hospital San Juan de Dios e no Hospital Municipal. Chegamos a São Paulo no dia 1o de fevereiro de 1966. Realizamos um curso de duas semanas, assistido por 52 cirurgiões de toda a América do Sul.
vertebrais. Posteriormente, a entidade passou a ser denominada Sociedade John H. Moe (John H. Moe Fellowship). Os primeiros associados foram os ortopedistas Ed Dawson e Claudio Pedras, do Rio de Janeiro (Brasil). Em 1973, o Dr. John Lonstein e o Dr. David Bradford juntaram-se a nós para fundar o Centro de Escoliose das Cidades Gêmeas (Twin Cities Scoliosis
As aulas eram combinadas com cirurgias, demonstrações
Center). Nesse período nós começamos também a ver um fluxo constante de
de colocação de gesso e seminários sobre o uso dos coletes.
cirurgiões vindos da América Latina, não somente da América do Sul, mas
Depois do curso, o Dr. Moe permaneceu por mais duas
também da América Central e do México. Nesse mesmo ano, estive novamente
semanas atendendo pacientes e fazendo cirurgias. Fui assistente nesses atendimentos e cirurgias, e quando Dr. Moe foi embora, permaneci por mais seis semanas continuando os atendimentos e as cirurgias.
Tratamento de deformidades
no Brasil, onde visitei Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, e em seguida, a cidade de Valência, na Venezuela.
Visitas incansáveis Outra viagem ao Brasil foi feita em 1975 junto com o Dr. Moe, para comemorar os 10 anos dos programas no Brasil, com visita a São Paulo e Rio. Muitos dos pacientes que operamos em 1966 compareceram ao evento.
de Minnesota (University of Minnesota), a ser esse especialista, e ele
Devido às precárias condições do tratamento de
aceitou. Em 1964 ele passou três semanas na América do Sul, viajando
deformidades no Brasil anterior a essa época, existia um
Em 1978, visitei o Dr. Luque na Cidade do México, para aprender sobre sua
a Caracas, Bogotá, Quito, Lima, Santiago, Buenos Aires, São Paulo e,
enorme acúmulo de pacientes com patologias de todos
nova técnica, e logo após fui até a cidade de Hermosillo, para o Encontro
finalmente, Rio de Janeiro. Foi uma árdua jornada, pois as viagens
os tipos, especialmente deformidades pós-poliomielíticas,
de Ortopedia Mexicano. Em 1980, fui palestrante no encontro da Sociedade
aéreas eram mais difíceis; ele não falava espanhol nem português e
a maioria delas escolioses acima de 100 graus. Apesar
Latino-Americana de Ortopedia e Traumatologia na Cidade do México.
praticamente não conhecia ninguém nesses países.
da realização de muitas cirurgias ao longo daqueles três
Em 1981, retornei ao Brasil para visitar São Paulo, Rio e Brasília. Uma breve
meses, foi atendida somente uma pequena parte desses
viagem ao Rio foi feita em 1982. Outra viagem em 1983 para São Paulo e
pacientes.
Buenos Aires, onde participei do Congresso da Sociedade Argentina de Coluna.
Moe, basicamente, fez uma única apresentação, na qual falou sobre o tratamento com colete (somente o colete Milwaukee naquela época), fusão vertebral posterior básica com ou sem haste de Harrington (não
Dessa forma, formou-se uma longa parceria entre
Retornei à América do Sul novamente em 1985, quando visitei Buenos Aires,
existia cirurgia anterior naquela época), técnicas de engessamento e o
aquelas duas instituições no Brasil, o que abriu portas
Montevidéu e São Paulo. Em 1987, estive na Venezuela, e em 1988 visitei o Brasil
uso do halo craniano.
para muitas outras conexões sul-americanas.
e o Uruguai. Em 1991, visitei o Dr. Hector Peon Vidales na Cidade do México,
Em 1967, fui palestrante no encontro da Sociedade
outro cirurgião treinado nas Cidades Gêmeas. Em 1992, retornei à América Latina
Latino-Americana de Ortopedia e Traumatologia, em
para visitar Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Em 1995, foi a vez de Caracas com
O Dr.Moe respondeu: “Sim, vocês podem, mas precisarão me enviar
Buenos Aires (Argentina). Em 1968, na companhia de
palestras no Hospital Fundacion. Mais tarde, no mesmo ano, visitei mais uma vez
seu jovem mais brilhante para que eu possa ensiná-lo e ele trará o
Moe, realizamos outra extensa viagem à América do Sul,
São Paulo para palestrar na Sociedade Brasileira de Coluna, visitar o Uruguai e
conhecimento a vocês. Então deverão deixá-lo estabelecer um programa
palestrando em Caracas, Santiago, Buenos Aires, São
palestrar na Sociedade Argentina de Coluna.
em sua instituição e fazer o que eu tiver ensinado a ele”.
Paulo e Rio de Janeiro.
O comentário mais comum dos espectadores era “você pode fazer essas coisas em Minnesota, mas nós não podemos fazer isso aqui”.
Em São Paulo houve um reencontro de 30 anos da experiência de 1966.
Em 1965, nós recebemos dois jovens e brilhantes cirurgiões, ambos
No ano de 1969, retornei ao Brasil para palestrar
Na Santa Casa, o programa que havíamos iniciado já havia atendido 63.926
de São Paulo (BR): o Dr. Ivan Ferrareto, da AACD (Associação de
num encontro da SBOT, em Brasília, e aproveitei a
pacientes, colocado coletes em 1.303 pacientes, operado 5.110 pacientes,
Assistência à Criança Deficiente), e o Dr. Waldemar Carvalho Pinto, do
minha estada no país para visitar em Belo Horizonte
ministrado 205 cursos, publicado 67 trabalhos e treinado 205 cirurgiões.
Hospital e Escola de Medicina Santa Casa. Eles passaram seis meses
o Dr. Wagner Nascimento, que havia feito fellow, em
Em 1996, visitei novamente o Uruguai e São Paulo. Mais tarde, no
nas “cidades gêmeas” (cidades de Minneapolis e Saint Paul, estado de
1968, nos Estados Unidos. Também visitei os dois
mesmo ano, fui palestrante convidado da Sociedade Mexicana de Coluna em
Minnesota, EUA) trabalhando conosco no Hospital Pediátrico Gillette
centros em São Paulo (Santa Casa e AACD) para mais
Villahermosa, México. Em 1997, dei uma palestra no encontro da Sociedade
(Gillette Children’s Hospital) em St. Paul e no Hospital Universitário
ensinamentos. Na volta para casa, participei ainda da
Brasileira de Coluna e no encontro da Sociedade Argentina de Coluna. Em
(University Hospital) em Minneapolis. Quando eles retornaram ao
reunião da SICOT na Cidade do México.
1998, visitei Quito para uma difícil cirurgia em um paciente com escoliose congênita, seguindo para Lima para participar do Congresso da Sociedade
Brasil, receberam apoio de seus chefes, Domingos Define (Santa
Em 1970, novamente visitei São Paulo e o Rio de
Casa) e Renato Bomfim (AACD), e de clínicas especializadas. A partir
Janeiro. A Sociedade da Coluna Vertebral (Spine
daí os programas foram estabelecidos.
Fellowship) foi criada em julho de 1971, em Minnesota.
(Em novembro de 2011, participei como palestrante convidado do
E a convite do Dr. Moe, que atuava na Universidade,
Congresso da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia SBOT,
iniciei a me dedicar inteiramente aos problemas
realizado em São Paulo.)
Em fevereiro de 1966, eu e Moe fomos a São Paulo para avançar na implantação desses programas.
18
Latino- Americana de Ortopedia e Traumatologia.
19
Nota: Texto preparado para o Comitê Internacional da SRS/novembro de 2011 e atualizado para o Informativo da Sociedade Brasileira de Coluna.
especial
Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012
Fotos: Arquivo Hospital Samaritano
Experiencia de Moe y Winter en América Latina. En 1963, una reunión de la Sociedad Latinoamericana de Ortopedia y Traumatología (SLAOT - Sociedad Latinoamericana de Ortopedia y Traumatología), el Spine Committee decidió que el tratamiento de las deformidades de la columna en América Latina estaba fuera de fecha. Los métodos de tratamiento ya estaban antiguos, quedándose más retrasados que los viejos métodos de los Estados Unidos y otros países desarrollados. La cuestión era qué hacer con el problema. Decidieron que era necesario invitar a un experto para llegar a América Latina, evaluar la situación y hacer recomendaciones sobre cómo resolver los problemas. El Comité de la Columna SLAOT invitó al
Dr. John Moe, de la
presentamos conferencias en el Hospital Militar de San
Fellowship).Los primeros miembros fueron los ortopedistas Dr. Ed Dawson y
Juan de Dios y en el Hospital Municipal. Llegamos a São
el Dr. Claudio Pedras, del Rio de Janeiro (Brasil).
Paulo el 1 de febrero de 1966. Realizamos un curso de dos
En 1973, el Dr. John Lonstein y el Dr. David Bradford se unieron a nosotros
semanas asistido por 52 cirujanos de toda América del Sur.
para establecer el Centro de Escoliosis de las Ciudades Gemelas (Twin Cities
Las clases eran combinadas con cirugías, la colocación
Scoliosis Center).” Durante este tiempo también comenzamos a ver un flujo
de las demostraciones de yeso y seminarios sobre el
constante de los cirujanos de América Latina, no sólo en América del Sur, sino
uso de chalecos.
también de América Central y México”, resaltó Robert Winter. Ese mismo año,
Después del curso, el Dr. Moe se mantuvo durante dos semanas más atendiendo a los pacientes y haciendo cirugías. Fui un ayudante en estos tratamientos y cirugías, y cuando el Dr. Moe se fue,me quedé durante seis semanas más continuando los tratamientos y cirugías.
estuve de nuevo en Brasil, el Rio de Janeiro, São Paulo y Bahia, y luego partió a la ciudad de Valencia, Venezuela.
Visitación Otro viaje a Brasil fue hecho en 1975 con el Dr. Moe para celebrar los diez años de programas en Brasil, con una visitación a São Paulo y Rio de Janeiro.
Tratamiento de las enfermidades
Muchos de los pacientes que operamos en el año 1966 asistieron al evento.
Universidad de Minnesota (Universidad de Minnesota), para que fuera el
Debido a las precarias condiciones del tratamiento de
En 1978, visité al Dr. Luque en la Ciudad de México para conocer su nueva
experto, y él aceptó la invitación. En 1964 pasó tres semanas en América
las deformidades en Brasil antes de este tiempo, había
técnica, y poco después fui a la ciudad de Hermosillo, para la reunión de
del Sur, viajando a Caracas, Bogotá, Quito, Lima, Santiago, Buenos Aires,
una enorme acumulación de pacientes con enfermedades
Ortopedia de México. En 1980 fui orador en la reunión de la Sociedad
São Paulo, y por fin al Rio de Janeiro. Fue un arduo viaje, ya que el
de
Latinoamericana de Ortopedia y Traumatología en la Ciudad de México.
transporte aéreo era más difícil; además de eso, él no hablaba español
deformidades, escoliosis la mayoría de ellas escoliosis
En 1981, volví al Brasil para visitar a São Paulo, Rio de Janeiro y Brasília.
o portugués y tampoco conocía a nadie en esos países.
superiores a 100 grados. Durante la realización de muchas
Un breve viaje a Rio de Janeiro fue hecho en 1982. Otro viaje en 1983 a Sao
cirugías a lo largo de estos tres meses, fueron atendids
Paulo y Buenos Aires donde participé del Congreso de la Sociedad Argentina
sólo una pequeña parte de estos pacientes.
de la columna vertebral.
Moe, básicamente, hizo una presentación única en la que habló sobre el tratamiento con chaleco (solamente chaleco Milwaukee en
todo
tipo,
especialmente
pos-poliomielíticas
el momento), la fusión vertebral posterior básica con o sin la barra
Así se formó una larga unión entre estas dos
Retorné a América del Sur otra vez en 1985, cuando entonces visité Buenos
de Harrington (no había cirugía previa en el momento), las técnicas
instituciones en Brasil, que abrió las puertas para muchas
Aires, Montevideo y São Paulo. En 1987, estuve en Venezuela y en 1988
de inmovilización y el uso de la el halo craneal. El comentario más
otras conexiones en América del Sur. En 1967,hablé en el
visité el Brasil y el Uruguay. En 1991, visité al Dr. Héctor Peón Vidales, en
común de los espectadores era “usted puede hacer estas cosas en
encuentro de Ortopedia y Traumatología en Buenos Aíres,
la Ciudad de México, otro cirujano con experiencia en las Ciudades Gemelas.
Minnesota, pero no las podemos hacer aquí.”
Argentina. Un año después, en 1968,con Moe hicimos
En 1992, regresé a América Latina para visitar Chile, Argentina, Uruguay y
El Dr. Moe respondió: “Sí, ustedes pueden, pero es necesario que
otro largo viaje a la América del Sur, hablando en Caracas,
Brasil. En 1995, llegó el momento de las conversaciones en Caracas con el
me envíen su más brillante joven para que yo pueda enseñarle y
Santiago, Buenos Aires, São Paulo y Rio de Janeiro, Brasil.
Hospital Fundación. Más tarde ese mismo año, estuve de nuevo São Paulo
él traerá el conocimiento hasta ustedes. Entonces ustedes deberán
En 1969, volví al Brasil para hacer una ponencia en
para hablar en la Sociedad Brasileña de Columna, visitar el Uruguay y hablar
permitir que él establezca un programa en su institución para hacer
una reunión de SBOT en Brasilia, y disfruté de mi tiempo
lo que le he enseñado.“
en el país para visitar el Dr. Wagner Nascimento en Belo
En São Paulo hubo una reunión de 30 años de la experiencia del año 1966.
en la Sociedad Argentina de Columna Vertebral.
En 1965, recibimos dos jóvenes brillantes cirujanos, ambos de São
Horizonte, el cual había hecho fellow en 1968, en los
En la Santa Casa, el programa que ya habíamos comenzado ya atendía a
Paulo (BR), el Dr. Iván Ferrareto AACD (Asociación de Ayuda a Niños
Estados Unidos. También volví a los dos centros en São
63,926 pacientes, puesto chalecos en 1303 pacientes, operados 5110 pacientes,
con Discapacidad) y el Dr. Waldemar Carvalho Pinto, del Hospital y
Paulo (la Santa Casa y la AACD) para más enseñanzas. En
ofrecido 205 cursos, publicado 67 trabajos y capacitado a 205 cirujanos.
la Facultad de Medicina Santa Casa. Ellos pasaron seis meses en las
el regreso a la casa, participé aún de la reunión de la SICOT
“ciudades gemelas” (las ciudades de Minneapolis y Saint Paul, Minnesota,
en Ciudad de México.
En 1996, volví a visitar al Uruguay y São Paulo. Más tarde en ese mismo año fui un invitado de la Sociedad Mexicana de la Columna Vertebral en
EE.UU.), trabajando con nosotros en el Hospital Pediátrico Gillette
En 1970, volví a visitar São Paulo y Rio de Janeiro.
Villahermosa, México. En 1997, hablé en una conferencia de reunión de la
(Hospital de Niños de Gillette) en St. Paul y el Hospital Universitario
En 1971,la Sociedad de la Columna Vertebral (Spine
Sociedad de la Columna Vertebral de Brasil y en la reunión de la Sociedad
(Hospital Universitario) en Minneapolis. Al regresar al Brasil, recibieron
Fellowship) estaba establecida en Minnesota, y con la
Argentina de Columna. En 1998, visité Quito para una cirugía difícil en un
el apoyo de sus jefes, Domingos Define (Santa Casa) y Renato Bomfim
invitación del Dr. Moe, que actuaba en la Universidad,el Dr
paciente con escoliosis congénita, siguiendo rumbo a Lima para asistir al
(AACD), y de clínicas especializadas. Desde entonces, los programas se
Winter empezé a dedicarme por completo a los problemas
Congreso de la Sociedad Latinoamericana de Ortopedia y Traumatología.
han establecido. En febrero de 1966,yo y Moe fuimos a São Paulo a fin
de la columna vertebral. En junio de 1971, fue el inicio
(En noviembre de 2011, participé como orador invitado del Congreso
de implementar estos programas.
de la Sociedad de la columna vertebral Posteriormente,
de la Sociedad Brasileña de Ortopedia y Traumatología SBOT), celebrado
la entidad pasó a llamarse John H Moe. (John H. Moe
en São Paulo.
La primera visita fue a Bogotá (Colombia), donde visitamos y
020 20
021 21
Nota: El texto preparado para el Comité Internacional de la SRS / noviembre de 2011.
especial
Informativo SBC - MAR/ABR/MAI 2012
Obrigado, Robert Bob Winter Em 1965, após visitas à A.A.C.D. do Professor P.G.Marchetti, de Firenze (Itália), e, posteriormente, do Dr. John Moe, da Universidade de Minnesota EUA), e com o apoio do Dr. Renato Bomfim, recebemos convites para um Fellowship, inicialmente na Itália e após nos Estados Unidos. Na mesma época, com orientação do Prof. Domingos Define, o Dr. Waldemar Carvalho Pinto também se organizava para ir a Minnesota. O contato inicial com o Dr. Moe foi maravilhoso e imediatamente me tratou como velho conhecido. Já no aeroporto de Minneapolis conheci Robert Bob Winter, que, na época, era o braço direito do Dr. Moe. O estágio era no Gillette State Hospital, situado na cidade de Saint Paul e Minnesota University, situada em Minneapolis, conhecidas como “Twin Cities”. Foi um desafio e tanto para um jovem de 26 anos fazer uma viagem para aprender cirurgia de coluna vertebral nos Estados Unidos. A primeira boa notícia veio logo, eu e o Dr. Waldemar ficamos hospedados no próprio Hospital. Fato único. Pela primeira vez um estagiário ficaria hospedado no Hospital e, o melhor, gratuitamente. O apoio, dedicação, carinho e amizade que recebemos desses dois grandes mestres da ortopedia foram maravilhosos e inesquecíveis. O Dr. Moe, já de cabelos brancos, parecia o nosso pai, tamanho era o seu cuidado para conosco. A distração da coluna era o tempo mais complexo e perigoso, pois não havia ainda a monitoração neurofisiológica nem o teste do despertar. Lá aprendemos “Cuidado ao corrigir as cifoescolioses”. O aprendizado era complementado com reuniões clínicas, visitas à enfermaria, ambulatórios de casos cirúrgicos e de colete Milwaukee. Transitávamos entre o Gillette e a Universidade com um carro alugado pelo Waldemar ou com um Buick alugado por um estagiário de Kobe – Japão, Dr. Hiroshi Kumon, assistente do Prof. Kashiwaghi, velho amigo do Brasil. A nossa rotina diária também era compartilhada pelos residentes do serviço. Lembro que para eu colocar alguns ganchos subliminares foi preciso que o Dr. Moe conversasse com o Dr. Vincent Eilers, na época, o “Chief Resident”. A prioridade da aplicação era para os residentes. A distração da curva era feita com o Dr. Moe segurando o distrator sobre a minha mão. Ao final de seis meses a base teórico-prática tinha sido aprendida, faltava a consolidação. Um pouco antes da volta ao Brasil, combinamos um curso teórico-prático que seria realizado em São Paulo, em fevereiro de 1966.
22
Experiência brasileira Com o apoio e a liderança dos Drs. Renato Bonfim e Domingos Define, organizamos o 1º curso Internacional Teórico-Prático sobre Tratamento das Escolioses, evento pioneiro no Brasil e na América do Sul. As aulas foram ministradas na A.A.C.D. e no Pavilhão Fernandinho, enquanto as demonstrações cirúrgicas foram feitas no Hospital Samaritano (SP). Conseguimos demonstrar para os
Drs. Moe e Winter
a capacidade dos nossos serviços. Tivemos alguma dificuldade com nossos bisturis elétricos, que funcionavam de maneira irregular, e também com as transfusões de sangue intraoperatórios, que naquela época encontravam a resistência de certos colegas anestesiologistas. O impacto deste curso na América do Sul foi enorme e todos entenderam que estávamos inaugurando e adotando técnicas inéditas e modernas que vieram para ficar. O Prof. José H. M. Machado ficou tão entusiasmado que colocou o assunto Escolioses como tema oficial do XVI Congresso da SBOT - Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia -, que se realizaria em Belo Horizonte em julho de 1967 e que teve como convidados oficiais os Drs. Moe, Winter e Yves Cotrel, da França. Na oportunidade, apresentamos a nossa experiência nos primeiros 18 meses de tratamento cirúrgico das Escolioses, principalmente paralíticas. Foram cerca de 40 casos operados, número não alcançado no Brasil nos 50 anos anteriores ao evento. Na apresentação do tema, o auditório estava lotado, com mais de 600 médicos. Dr. Moe fez um discurso emocionado em que considerava cumprida a sua missão na América do Sul. O impacto na Ortopedia Brasileira nesta área foi incomensurável e semente para o que é, hoje, a Sociedade Brasileira de Coluna. O Dr. Moe retornou ao Brasil mais duas vezes, e o Dr. Winter retornou por mais de dez vezes para congressos, conferências e demonstrações cirúrgicas, sendo que a sua última visita foi no 43º CBOT em 2011, em São Paulo. Obrigado, Robert Bob Winter. O Brasil e todos os países da América do Sul agradecem. Você contribuiu decisivamente para adquirirmos a nossa maioridade em cirurgia de coluna. Ivan Ferraretto Ortopedista de Coluna Instituto de Coluna Vertebral ivanfe@terra.com.br
REVISTA COLUNA /COLUMNA
Surpreenda-se com a qualidade da produção científica brasileira na área da coluna vertebral.
Publicação científica da Sociedade Brasileira de Coluna • Artigos originais Versão online • Indexada nas bases Lilacs e Scopus/Elsevier Distribuição gratuita para sócios com anuidade em dia 023 Editor: Dr. Helton Defino • Editor Executivo: Dr. Sérgio Daher
Assinatura para não sócios:
R$ 80,00 SBC
Sociedade Brasileira de Coluna
024