Moara Centro de Parto Normal Weverly Dayane Vieira Vitorino de Araujo
WEVERLY DAYANE VIEIRA VITORINO DE ARAUJO
Moara: Centro de Parto Normal A arquitetura humanizando o ambiente de nascer
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Paulista.
Orientadora: Prof.ª Me. Daniele Campitelli da Silva Ramos
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 2019
“Há
um gosto de vitória e encanto na condição de ser simples. Não é preciso muito para ser Muito.” Lina Bo Bardi
Dedico este trabalho aos meus pais, DĂŠcio Vitorino ( in memoriam) e Ana Maria, que sempre acreditaram em mim.
E ao meu esposo Igor Paulo de Araujo, que me apoiou de forma incondicional, sempre com paciĂŞncia e amor.
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado forças e
sabedoria para alcançar meus objetivos. A minha família por toda confiança e paciência que tiveram comigo ao longo desses anos, para que fosse possível me dedicar a esse trabalho. Agradeço a minha orientadora Daniele Campitelli, pelo apoio, dedicação e ensinamentos passados neste ultimo ano de graduação. Sou grata as minhas amigas de turma, Emanuelli Warick,
Karina Gomes, Gabriely Tartari e Pamela Camila, por estarmos juntas desde o início, apoiando e aprendendo umas com as outras ao longo desses 5 anos.
Por fim agradeço a todos os meus professores pelos ensinamentos passados, que me permitiram chegar até aqui.
O Centro de Parto Normal (CPN), estabelecimento voltado à saúde materna, ainda é considerado um novo tipo de Estabelecimento Assistencial de Saúde, (EAS) em vista que no Brasil há pouquíssimos instalados, apesar de que a sua regulamentação normativa é de 1999. Este trabalho tem por objetivo a proposta projetual de um Centro de Parto Normal Peri – Hospitalar para gestantes com baixa intercorrências negativas, no qual se apliquem as recomendações propostas pelos órgãos públicos, no âmbito de Arquitetura Hospitalar, com base em pesquisas bibliográficas históricas, artigos e publicações cientificas e por analises projetuais relevantes ao tema, além de realização de levantamento de dados referentes a quantidade e tipos de partos ocorridos em São José do Rio Preto. A criação de ambientes voltados exclusivamente ao parto devem atender condições básicas de humanização, como conforto térmico, acústico , bem estar e segurança. Sendo a arquitetura um elemento importante no conceito de humanização, pois determina o modo de estar e ocupar um espaço, sendo responsável por buscar melhores soluções projetuais visando as necessidades daqueles que irão habitar este ambiente. Palavras chaves: Humanização, Arquitetura Hospitalar, Centro de Parto Normal.
The Normal Childbirth Center (NCC), an establishment dedicated to maternal health, is still considered a new type of Health Care Facility (EAS), given that there are very few in Brazil, despite the fact that its normative regulation is 1999. The objective of this work is the design proposal of a Peri - Hospital Normal Childbirth Center for pregnant women with low negative intercurrences, in which the recommendations proposed by public agencies within the scope of Hospital Architecture, based on historical bibliographical research, articles and scientific publications and relevant project analysis, as well as the collection of data on the number and types of births in São José do Rio Preto. The creation of environments focused exclusively on childbirth must meet basic humanization conditions, such as thermal, acoustic, well-being and safety. Being architecture is an important element in the concept of humanization, because it determines the way of being and occupy a space, being responsible for seeking better solutions designed to meet the needs of those who will inhabit this environment. Keywords: Humanization, Hospital Architecture, Normal Delivery Center.
ANS – Agencia Nacional de Saude suplementar
PAP – Parto, Aborto e Puerpério
ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
PCD – Pessoa com Deficiência
COREN – Conselho Regional de Enfermagem
PHPN – Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento
CPN – Centro do Parto Normal
PNH – Política Nacional de Humanização
CPNi – Centro de Parto Normal Intra- Hospitalar
PPP – Pré parto, Parto e Pós-parto
CPNp - Centro de Parto Normal Peri- Hospitalar
REHUNA - Rede Pela Humanização do Parto e do Nascimento
CRM – Conselho Regional de Medicina
SEADE – Sistema Estadual de Análise de Dados
EAS – Estabelecimento Assistencial de Saúde
SUS – Sistema Único de Saúde
FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz
UBSF – Unidade Básica de Saúde Familiar
FRESA - Fundação Regional de Ensino Superior da Araraquarense
UBS – Unidade Básica de Saúde
FUNFARME - Fundação Faculdade Regional de Medicina.
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância
HB- Hospital de Base
UNIMED - Confederação Nacional das Cooperativas Médicas
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
UPA – Unidade de Pronto Atendimento
MS – Ministério da Saúde NBR – Norma Brasileira OMS - Organização Mundial da Saúde
Figura 01: Parto Humanizado na Água (2015) - Disponível em: https://www.hypeness.com.br................................ 26 Figura 23: Localização do município - Disponível em: Google Earth................................................................................ 47 Figura 02: Parto Normal em centro cirúrgico (2017) - Disponível em: https//www.despertardoparto.com.br..... 26
Figura 24 Localização dos hospitais em São José do Rio Preto– Google Earth............................................................ 48
Figura 03: Bebê nascendo de cesariana (2016) - Disponível em: https//www.gazetadopovo.com.br....................... 27 Figura 25: Vista do HCM (2019)- Autora,2019............................ ................................................................................................ 50 Figura 04: Parteira Angela Gehrke à esquerda e Dr.Anke Riedel à direita(2019) - Disponível em:
Figura 26: Quarto PPP com acessórios para parto humanizado- Disponível em: https//www.hcmriopreto/parto-
https//www.casaangela.org.br.......................................................................................................................................................... 35 adequado.com.br.................................................................................................................................................................................. 50 Figura 05: Vista da área para deambulação da Casa Angela(2019) - Disponível em:
Figura 27: Fachada do Espaço Nascer Aurora(2019) – Autora, 2019.................................................................................. 50
https//www.casaangela.org.br......................................................................................................................................................... 35
Figura 28: Roda de gestantes no Espaço Nascer Aurora(2019) – Disponível em :
Figura 06: Croqui esquemático Térreo (2019) - Autora,2019................................................................................................. 36
https://www.facebook.com/nasceraurora/..................................................................................................................................50
Figura 07: Croqui esquemático 1º Pavimento (2019) - Autora,2019...................................................................................... 36
Figura 29: Palestra no Espaço Nascer Aurora(2019) - Disponível em:.
Figura 08: Sala de espera com vista da escada(2019) –Autora,2019 .................................................................................. 37 https://www.facebook.com/nasceraurora/................................................................................................................................. 50 Figura 09: Quarto PPP com banheira(2019) - Disponível em: https//www.casaangela.org.br.................................. 38
Figura 30: Localização do terreno em relação ao Centro e a Zona Norte -Google Earth.......................................... 52
Figura 10: Sala cuidados com o bebê(2019) – Disponível em: https//www.casaangela.org.br....................................38
Figura 31: Localização do terreno em relação aos hospitais-Google Earth.................................................................... 54
Figura 11: Salão Multifuncional (2019) – Autora,2019 .................................................................................................................38
Figura 32: Zoneamento da Área de Intervenção –Disponível em:
Figura 12: Planta Térreo, com destaque para os jardins internos (2015) – Disponível em:
http://www.riopreto.sp.gov.br/PortalGOV/SubportaisDownload?tp=geral&i=4431........................................................ 54
https//www.archdaily.com.br........................................................................................................................................................... 40
Figura 33 : Mapa do Sistema Viário e Transporte Coletivo – Autora,2019.......................................................................... 55
Figura 13: Planta 1º pavimento, com destaque para os vazios e jardins internos (2015) – Disponível em:
Figura 34: Mapa de Uso do Solo da Área de Levantamento – Autora,2019.........................................................................55
https//www.archdaily.com.br...........................................................................................................................................................40
Figura 35: Mapa topográfico do terreno – Autora,2019..............................................................................................................56
Figura 14: Vista interna do Centro Médico, a partir do átrio central(2015) – Disponível em:
Figura 36: Cortes passando pelo terreno– Autora,2019.............................................................................................................56
https//www.archdaily.com.br...........................................................................................................................................................41
Figura 37: Vista panorâmica do terreno a partir da R. Maria de A. Caputo – Autora,2019..............................................56
Figura 15: Vista a partir do primeiro pavimento do pátio central(2015) – Disponível em:
Figura 38: Incidência Solar e Sentido dos ventos no terreno – Google Earth...................................................................57
https//www.archdaily.com.br........................................................................................................................................................... 41
Figura 39: Vista panorâmica do terreno a partir da Av. Sebastião Gonçalves de Souza – Autora,2019.....................57
Figura 16: Vista da área de lazer infantil, embaixo da escada(2015) – Disponível em:
Figura 40: Vista panorâmica do terreno e da Av. Dr. Ernani Pires Domingues – Autora,2019......................................57
https//www.archdaily.com.br........................................................................................................................................................... 41
Figura 41: Vista panorâmica do terreno a partir da Rotatória – Autora,2019......................................................................57
Figura 17: Fachada Hospital Nuevo Belén(2011) – Disponível em: https//www.hmnuevobelen.com.......................43
Figura 42: Clinica de Sousse– Archello,2012..................................................................................................................................68
Figura 18: Planta do térreo do Hospital Nuevo Belén, com foco na Unidade de Parto Natural(2013) –
Figura 43: Centro Nacional de Excelência Intrépido– Archdaily,2012....................................................................................68
Disponível em: https//www.hospitecnia.com.............................................................................................................................43
Figura 44: Centro de Vida Cristã – Archdaily,2011.........................................................................................................................68
Figura 19: Quarto PPP 01(2013) – Disponível em: https//www.hospitecnia.com.............................................................43 Figura 20: Quarto PPP 01, mobiliário divisor de ambiente (2014)– Disponível em: http://arquitecturadematernidades.com.................................................................................................................................... 43 Figura 21: Quarto PPP 02, vista a partir da cama para a área de hidroterapia(2013)– Disponível em: https//www.hospitecnia.com......................................................................................................................................................... 44 Figura 22 Quarto PPP 02, vista a partir da do espaço para acompanhante(2013)– Disponível em: https//www.hospitecnia.com......................................................................................................................................................... 44
Quadros: Quadro 01: História do Parto : Linha do tempo - Adaptado pela Autora,2019 .................................................................. 14 Quadro 02: Primeiros Tipos de Partos com Intervenção - Adaptado pela autora,2019 ................................................. 16 Quadro 03: Tipos de Partos – Variação do Parto Vaginal- Adaptado pela autora,2019 ................................................ 16 Quadro 04: Processos evolutivos da Humanização do Parto – Adaptado pela autora,2019.........................................20 Quadro 05: Alguns itens de humanização no ambiente hospitalar – Elaborado pela autora,2019 .............................22 Quadro 06: Legislações e Diretrizes Normativas do Ministério da Saúde- Adaptado pela autora,2019.................. 28 Quaro 07: Legislações e Diretrizes Normativas da ANVISA - Adaptado pela autora,2019....................................... ....28 Quadro 08: Ficha Técnica Casa Angela – Elaborado pela autora,2019.............................................................................. .31 Quadro 09: Ficha Técnica Centro de Primeiros Socorros de Ballarat – Elaborado pela autora,2019 ...................... 35 Quadro 10: Ficha Técnica Unidade de Parto Natural- Elaborado pela autora,2019 ....................................................... 38 Quadro 11: Setores econômicos do município – Elaborado pela autora,2019 ........................................... ....................... 43 Quadro 12: Quantidades de partos no município em 2017 – Elaborado pela autora,2019 .............................................. 47
Quadro 13: Diagrama da quantidade de partos e demanda– Elaborado pela autora,2019 ............................................. 62 Quadro 14: Diagrama de demanda média do Grupo 02– Elaborado pela autora,2019 ..................................................... 62
Tabelas : Tabela 01: Programa de Necessidades Mínimo para um CPN– Adaptado pela autora, 2019....................................... 28 Tabela 02: Coeficiente de Mortalidade x Cesarianas por ano – Adaptado pela autora,2019........................................ 47 Tabela 03: Quantidade de partos ocorridos na Santa Casa em 2017 – Adaptado pela autora,2019............................ 48 Tabela 04: Síntese do Pré-dimensionamento– Elaborado pela autora,2019.................................................................. 66
Gráfico : Gráfico 01: Taxas de cesarianas - Adaptado pela autora,2019 ........................................................................................... 22
Introdução
01
................................................................................Pág.15
São José do Rio Preto: um olhar para o cenário atual
A evolução dos aspecto do parto 1.1 O Parto na História: do Domicílio ao Hospital 1.2 O Parto na História: Suas Modalidades
05
5.3 Parto Humanizado em São José do Rio Preto: Cenário Atual ..........Pág.50 5.3.1 Hospital da Criança e Maternidade .............................................Pág.50 5.3.2 Espaço Nascer Aurora
Pág.25
5.4 Problemática : “Epidemia” Municipal de Cesarianas
2.2 Parto Humanizado: O que é?......................................................
Pág.25
5.4.1 Necessidade de um Centro de Parto Normal (CPN) ....................Pág.51 5.5 Caracterização e Diagnóstico: Área de Intervenção ........................Pág.53
2.3 Arquitetura e a Humanização dos Ambientes de Saúde .............
Pág.26
Premissas Projetuais 6.3 Organograma
06
Centro de parto normal: humanizando o espaço 3.1 Centro de Parto Normal: Caracterização 3.2 Legislações Pertinentes
....................................................................................Pág.67 6.5 Referencias Volumétricas ................................................................................Pág.68 6.4 Fluxograma
6.6 Conceito
6.9 Plano de Massas
Projeto
.........................................................Pág.32
7.1 Implantação 7.2 Paisagismo
4.1 Casa Angela: Centro de Parto Humanizado
..................................Pág.35
4.2 Centro de Médico de Primeiros Socorros de Ballarat .......................Pág.40 4.3 Unidade de Parto Natural - Hospital Universitário Nuevo Belén ........Pág.43
...............................................................................................Pág.66
............................................................................................Pág.69 .................................................................................................Pág.69
6.7 Partido 6.8 Diretrizes Projetuais
....................................Pág.31
Referências Projetuais
..................Pág.51
6.1 Público Alvo e Demanda .....................................................................................Pág.61. 6.2 Programa de Necessidades ..............................................................................Pág.62
Pág.27
2.5 O parto no Brasil: Programas de Incentivo ao Parto Humanizado .....Pág.28
04
..................................................................Pág.50
2.1 Processo de Humanização do Parto...........................................
2.4 O parto no Brasil: Cenário Atual ..............................................
03
....................................................................................Pág.47
5.2 Saúde em Foco, a Caracterização do Município ..............................Pág.48
...................................... Pág.21
Humanização do parto e o nascimento
02
5.1 O município
.................................Pág.19
07
.................................................................................Pág.70 ......................................................................................Pág.71
..........................................................................................Pág.76 ..........................................................................................Pág.78
.....................................................................................Pág.80 7.3 Acessibilidade .........................................................................................Pág.81 7.4 Mobiliários .........................................................................................Pág.82 7.5 Planta .........................................................................Pág.84 7.6 Sistema Estrutural .............................................................................Pág.86 7.7 Detalhes Construtivos ..........................................................................................Pág.87 7.8 Cobertura ...................................................................................................Pág.89 7.9 Cortes ...................................................................................................Pág.90 7.10 Fachadas 7.11 Conforto Ambiental e Sustentabilidade ..................................................Pág.93 7.12 Perspectivas ...................................................................................................Pág.95
Referências ................................................................................................Pág.100
Imagem de Pezibear-Pixabay, 2015
Apesar de ter alguns programas de parto normal humanizado já funcionando em São José
O parto é um evento natural estritamente fisiológico e um marco na vida de uma mulher. Ao
do Rio Preto, o número de pessoas que eles alcançam ainda é pequeno. Com base em dados da
longo do tempo o processo do parto e nascimento passou de ser um acontecimento que ocorria
situação atual do município em relação ao parto e nascimento, percebe-se que há uma
em domicílio com uma parteira e o apoio da família da gestante, e foi levado para dentro de um
necessidade de um projeto arquitetônico para trazer ,difundir o parto humanizado e amenizar a
centro cirúrgico, cercado de médicos, o que caracterizou a hospitalização do parto e nascimento.
quantidade de cesarianas, dentro de um contexto de arquitetura para ambientes de saúde. A
Atualmente há várias tentativas sendo realizadas para resgatar o sentido humano do parto,
arquitetura é um aspecto importante quando se fala em humanização, pois ela é permanente, e
abrindo caminho para uma nova forma de atendimento na assistência ao parto e ao nascimento humanizado. No atendimento a gestante, a humanização vem agregada
pode contribuir de forma positiva ou negativa aos usuários.
ao conceito de
Metodologia :
naturalização do parto, onde o protagonismo da mulher é prioridade. Por esse motivo surge um novo espaço: O Centro de Parto Normal, características distintas
A metodologia adotada para
um ambiente que remete ao domicílio, com
consiste em pesquisas
bibliográficas, através de leitura de caráter teórico, a fim de conferir sustentação cientifica
de um hospital, pensado para a individualidade de cada gestante e
sobre o tema . Leitura projetual de projetos arquitetônicos ligados de alguma forma ao tema e
família. A humanização dos ambientes em projetos arquitetônicos passou de ser facultativo para
visita técnica a um Centro de Parto Normal, além de estudo do terreno escolhido para a
ser uma parte integrante fundamental para um bom desempenho desse projeto, que garanta bem
implantação do projeto tornou-se imprescindível para
estar aqueles que o usar.
o estudo
assim com consultas
realizadas nas legislações pertinentes ao assunto. Esses procedimentos metodológicos , visa
Objetivos:
o estabelecimento de parâmetros para a possibilidade de realização do projeto arquitetônico.
Este trabalho de curso objetiva a concepção de um projeto arquitetônico e urbanístico de um
Capítulos Trabalhados:
Centro de Parto Normal Peri – Hospitalar, (CPNp) de atendimento público. A proposta visa que um
O trabalho é dividido em 06 capítulos, aonde o:
espaço arquitetônico humanizado se torne uma forte ferramenta na campanha a favor da
Capítulo 01: Este capítulo aborda os principais fatos que contribuíram para o processo de
humanização do atendimento ao parto, e se torne atrativo na busca pela diminuição das altas
hospitalização do parto, discutindo as causas e consequências desse acontecimento e os tipos
taxas de cesáreas na cidade de São José do Rio Preto, além de servir de contribuição para
de partos que existem.
devolver às mulheres o papel de protagonistas em seus próprios partos.
Capitulo 02: Fala sobre o processo de humanização da assistência ao parto, como ocorreu
Público Alvo:
e qual foi o motivo e a definição de parto humanizado, sobre o conceito de arquitetura
O projeto tem como público alvo o atendimento ao parto de mulheres cuja gravidez apresente
humanizada nos ambientes de saúde e relata sobre o cenário atual do Brasil em relação a este
baixos riscos de intercorrências negativas, e qualquer outra mulher que deseje usar as
assunto.
instalações para cursos e palestras.
Capitulo 03: Apresenta-se neste capitulo as legislações pertinentes aos ambientes de
Problemática e Justificativa
saúde e exclusivamente aos Centros de Parto Normal.
Em São José do Rio Preto, com base nas informações coletadas, sobre números de
Capitulo 04: Composto pelas análises projetuais realizados em projetos que possuem
nascimentos e tipos de partos, constata-se que 83,10 % são cesarianas, contra 16,90% de partos
relevância para o tema e o que pode ser aproveitado para o projeto arquitetônico de um Centro
normais. A Organização Mundial de Saúde recomenda que somente 15% dos partos sejam
de Parto Normal.
realizados por intervenção cirúrgicas, o que não ocorre no Brasil e nem em São José do Rio Preto
Capitulo 05: Mostra-se as avaliações realizadas em nível municipal, da cidade em si e a
atualmente. O A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que somente 15% dos partos
situação da mesma em relação ao tema e um estudo da área de intervenção proposta para a
sejam realizados por intervenção cirúrgicas, o que não ocorre no Brasil e nem em São José do Rio
implantação do projeto arquitetônico.
Preto atualmente. O governo, por meio do Sistema único de Saúde, vem desenvolvendo nos últimos anos, programas sociais visando aumentar a
viabilidade deste projeto
Capitulo 06: Neste capítulo se encontra os estudos preliminares do projeto em si e as
visibilidade para o parto normal
diretrizes projetuais.
humanizado, entre esses programas se encontra a Rede Cegonha, que trata especificamente
Capitulo 07: O projeto arquitetônico se encontra detalhado neste capitulo, de forma técnica
sobre esse tipo de parto.
para o melhor entendimento da proposta. 15
Imagem de Rainer Maiores -Pixabay, 2014
1.1 O Parto na História: do Domicílio ao Hospital Na França, século XVIII, a alta taxa de mortalidade materna levou a classe médica a O parto é conhecido historicamente como um evento natural, fisiológico, feminino e inerente
observar diretamente o processo do trabalho de parto e nascimento. Esses eventos passaram
ao cotidiano familiar. Era predominantemente domiciliar, realizado por parteiras (mulheres que
a ser definidos como inerentemente patológicos e anormais, causando um aumento da
possuíam o conhecimento empírico do parto passado de geração para geração).(STANCATO
participação dos médicos na solução de complicações obstétricas que implicavam risco de
etal.,2011, p.1).
morte materna. Essa participação mais ativa dos médicos teve como uma das consequências o Parto
afastamento das parteiras, e talvez a de maior importância, foi o afastamento da participação
• Ato ou efeito de parir; expulsão do feto, placenta e membranas fetais do útero materno. (Dicionário Michaelis)
da mulher no trabalho de parto e no processo do nascimento, dando ao médico o papel controlador (LIMA,1996 apud COELHO,2003). Com isso ,houve grandes conflitos pela atividade
Todos os assuntos que envolvem
o parto, foram por um longo
período, tradição e
de execução dos procedimentos do parto, ao longo dos séculos XVIII e XIX, entre a classe
responsabilidade da mulher, tanto ao que se diz do papel da parturiente como protagonista
médica e as parteiras.( MUSÉE,2002 apud BITENCOURT,2003). Disputas professionais
quanto ao importante papel das parteiras na assistência ao parto. (VIEIRA,1999)
movimentos sociais estabeleceram a gradativa transferência da realização do parto para o interior
A partir do Renascimento na Europa, precisamente no século XVI, a questão da assistência ao parto passou a sofrer interferências
do governo e da Igreja. Nesse
e
da edificação hospitalar, no entorno do mesmo, ou mesmo em estruturas físicas
completamente independentes. (BITTENCOURT,2003)
período houve
perseguição à identidade feminina, rotuladas de feiticeiras, entre elas as curandeiras e parteiras,
Um dos resultados observados em um primeiro momento com a intervenção médica no
caracterizando o propósito do Estado e da Igreja de gerar a exclusão feminina da classe
parto, é o aumento da mortalidade materna. Entre os séculos XVII e XIX a febre puerperal foi a
médica. (VIEIRA,1999).
responsável por inúmeras mortes, e a sua principal causa vinha dos próprios médicos, que examinavam as parturientes com suas mãos sujas, provenientes de trato com outros
A mulher, que tinha o domínio do ato de parir, passa cada vez mais a assumir uma postura
pacientes ou cadáveres do hospital, assim infectando as gestantes, o que as levavam a
passiva diante do processo do parto. O marco inicial desta revolução foi a criação do primeiro
morte.(LIMA, 1996 apud COELHO,2003)
instrumento médico empregado no atendimento ao parto: o Fórceps (utilizado para extrair o bebe do útero em partos difíceis), criado na Inglaterra entre o século XVI e XVII. (JONES, 2002 apud
Se não houvesse médicos, o que aconteceria com os partos?
COELHO,2003)
Não nasceriam crianças?
Quadro 01 – História do Parto: Linha do Tempo
SEC. XVI
SEC. XVII - XVIII
Haveria muita complicação materno-fetal?
SÉC. XVX
Menos do que se pensa. Deixados à natureza, mais de noventa por cento dos partos dar-seiam espontaneamente, sem necessidade de auxilio nenhum, (PACIORNIK,1996,p.9)
De acordo com Coelho (2003), a entrada do médico no processo do parto trouxe a primeira modificação à sala de parto: a cadeira de obstetrícia cede lugar a cama. Essa
mudança representa uma nova forma de intervenção, pois a posição horizontal que a cama imprime, surge em benefício do médico e não da mulher. Fonte – Natália Marquez,2016
Fonte – Enfermagem e Obstetrícia,2010
Fonte – Cememor UFMG,2019
19
De acordo com VIEIRA (1999), no Brasil, a assistência ao parto era de responsabilidade das parteiras até o final do século XIX, e poucas mulheres
O sucesso do parto ocorre se forem seguidas se algumas regras forem seguidas, tais como
procuravam os médicos para o
uso de chá e ervas medicinais no decorrer da gestação para que o parto seja mais ágil, e o
acompanhamento, sendo em casos de complicação ou por ostentação social.
ambiente de nascimento dever ser sossegado e tranquilo.
Em 1808, com a vinda da Família Real para o Brasil, parteiras, na sua maioria com formação
Assim que o bebê nasce, ele é colocado no peito da mãe para se alimentar. (ROZIN et
na Faculdade de Medicina de Paris, foram trazidas e se estabeleceram nas principais cidades do
al,2009).
país. As parteiras encontraram um mercado enorme de clientes burgueses prontos para
Pelo motivo das formas do parto e nascimento da maioria dos povos indígenas serem
assedia-las . Suas qualidades profissionais não se restringiram somente à assistência ao parto ,
usados e identificados como o parto humanizado que conhecemos atualmente, optou-se por
mas também vacinavam contra varíola e tratavam particularmente das doença do útero. A partir
buscar um nome para o Centro de Parto Normal (CPN) que tivesse alguma relação com esses
daí a obstetrícia ganha um novo rumo, incorporando outras questões a sua pratica
povos.
profissional.(FRAGA,1996 apud COELHO,2003). Nesse ano ocorreu a implantação do ensino oficial
O CPN se chamará MOARA, que significa “ ajudar a nascer”, “aquela que
de medicina no país com a inauguração de escolas de medicina e cirurgia na Bahia e no Rio de
auxilia a nascer”. É um nome indígena , com origem do Tupi-guarani, que é
Janeiro, dando inicio a chamada Arte Obstétrica no Brasil, evento que já ocorria na Europa desde
uma das maiores famílias linguísticas da América do Sul e no Brasil muitos
o século XVII. (SOUZA, 1967 apud BRENES, 1991)
vocábulos derivam dele. (DICIONÁRIO DE NOMES PRÓPRIOS,2019)
A partir das primeiras décadas do século XX o parto foi levado para dentro dos hospitais. Este evento deixou de ser realizado no seio familiar dentro de um modelo feminino de atenção e passou a ser tratado no hospital, por um médico, em um modelo masculino de cuidado, mais preocupado com o domínio dos processos fisiológicos do que com as necessidades da mãe e filho. (STANCATO et al.,2011, p.1)
O tema referente a melhor forma de nascer voltou a ser discutido a partir da
A institucionalização do parto afastou a família e a rede social no processo de nascimento,
década de 90, mas atualmente o assunto do parto humanizado e outras formas
pois a estrutura física e os hábitos hospitalares não foram projetados para assistir as
de partos que não seja o hospitalizado, ainda encontra barreiras e obstáculos
parturientes, mas sim para as necessidades dos profissionais de saúde. O momento do parto passa a ser cheio de normas e comportamentos que são definidos pela instituição hospitalar.
entre a classe médica, mas que pouco a pouco começa a dar espaço para essa
O parto hospitalizado destituiu a mulher de seus direitos, de sua privacidade, do poder de
discussão.
decisão sobre como e onde será o parto e quem a acompanha durante esse processo, além de inserir
uma
série
de
recursos
e
procedimentos
que
não
são
naturais.(DINIZ,2001;TORNQUIST,2002 apud VENDRÚSCOLO,2016). A cultura brasileira surgiu a partir da fusão dos hábitos de três povos: portugueses (europeu), indígenas e africanos. Todos esses povos trazem consigo seus costumes e modo de vida próprio, e cada um deles possuem um jeito de tratar o parto e o nascimento. (BRITO,2015) Vale destacar a questão da cultura indígena referente ao parto. Na tradição indígena, o parto é feito no próprio domicílio, de cócoras. A placenta não pode ser descartada ou ingerida por animais, ela é enterrada no local. 20
1.2 O Parto na História: Suas Modalidades Quadro 03: Tipos de Partos - Variação do Parto Vaginal
Parto de Cócoras
Ao longo da história, surgiu uma diversidade de modalidades de partos,. Com o decorrer da
• Surgiu desde a antiguidade, onde a parturiente fica de cócoras preservando a posição verticalizada, que auxilia a saída do feto e alivia as dores da contração
evolução da tecnologia e da medicina , o parto que sempre foi um evento natural e fisiológico passou por um grande processo de mudanças , acarretando na hospitalização do processo. Esse evento foi criado a partir do aparecimento do cirurgião na assistência ao parto e das intervenções médicas que alteraram o processo natural de nascer. Os tipos de partos intervencionistas são
Parto na Água
principalmente esses:
• No Brasil ganhou força na década de 80.Ocorre dentro de uma banheiro com água, para que a saída do feto seja de um ambiente liquido(útero) para outro.
Quadro 02: Primeiros Tipos de Partos com Intervenção
Parto Fórceps • Criado no século XVI , na Inglaterra, pelos irmãos Chamberlain, primeiro instrumento usado para intervir em parto difíceis, serviu para extrair os bebês do ventre materno, possuindo uma forma de pinça ou tenaz. (MALDONADO,2002)
Parto Leboyer • Surgiu em 1974 na França. O foco é o recém nascido ,busca reduzir o impacto entre o mundo intrauterino e o extrauterino, para isso transforma a sala de parto em um ambiente sem muita iluminação e silenciosa, e o bebê vai direto pro colo da mãe após tomar banho.
Parto Cesárea • No final do século XVIII, esse parto se refere ao o ato cirúrgico que consiste em incisar o abdômen e a parede do útero gestante para retirar o feto, e consolidou a medicalização do parto, com a anestesia. (MALDONADO,2002)
Parto Domiciliar • A primeira modalidade de parto da história, é realizado na casa da futura mãe, auxiliada por parteira ou médico, com direito a acompanhantes.
Parto Sem Dor( No Brasil é o parto sob anestesia) • No Brasil surgiu no início dos anos 60, pela aplicação da anestesia peridural, no estágio expulsivo do parto vaginal, momento em que a gestante deve fazer mais força. (MORAES,2017)
Parto Natural • Parto sem interferências externas para alivio da dor e nem episiotomia - corte no períneo. (Esse tipo de parto será relatado com maior propriedade no próximo capitulo)
Parto Normal • É a forma natural de dar à luz, por via vaginal, mas que conta com intervenções seja de parteiras ou médicos, e é realizado na posição horizontal.(MORAES,2017)
Ilustrações: Hélvio, Editora de Arte: O Tempo. Fonte: MORAES,2017, adaptado pela autora,2019
Ilustrações: Hélvio, Editora de Arte: O Tempo. Fonte: MALDONADO,2002;MORAES,2017, adaptado pela autora,2019
Vale ressaltar que apesar de existir várias opções de nascer, nem todas as A partir da década de 1970, iniciou-se um movimento , no qual alguns médicos e mulheres
parturientes têm seu direito de escolha sobre qual a forma que dará à luz a seu filho.
passaram a questionar excesso de intervenções e melhores condições para o parto e propuseram
São muitas as variáveis envolvidas nesse processo, e muitas vezes as mulheres não
trazer de volta o ato como um evento fisiológico ,natural e familiar. A soma deste e outras
possuem informações necessárias para optar pelo melhor tipo de parto Outras vezes
manifestações, fez com que houvesse uma reflexão a este respeito, surgindo assim outras
mesmo, tendo este conhecimento, acabam sendo vitimas de violência obstetrícia, e tendo
modalidades de partos(MORAES,2017), conforme Quadro 03 a seguir:
os seus direitos violados. 21
Imagem de Amy Elizabeth Quinn-Pixabay, 2013
2.1 Processo de Humanização do Parto
2.2 Parto Humanizado: O que é?
O conceito de humanização da assistência ao parto inclui vários aspectos. Entre eles a
Uma importante questão a ser esclarecida é que o termo "Parto Humanizado" não pode ser
mudança na cultura hospitalar, com uma assistência realmente voltada para as
entendido como um "tipo de parto", onde alguns detalhes externos o definem como tal, como o
necessidades das mães e suas famílias, modificações na estrutura física, transformando o
uso da água ou a posição, a intensidade da luz, a presença do acompanhante ou qualquer outra
espaço hospitalar em um ambiente acolhedor e favorável à praticas humanizadoras da
variável. A Humanização do parto é um processo e não um produto que nos é entregue pronto.
assistência. Entretanto, essa humanização do parto implica principalmente na atuação do
(MORAES,2017)
profissional , que ele respeito os aspectos da fisiologia da parturiente, não intervenha
Um parto humanizado é aquele em que reconhece a individualidade de cada mulher, o que
desnecessariamente, reconheça os aspectos sociais e culturais do parto e nascimento, e
permite ao profissional estabelecer um vinculo com cada gestante e perceber suas
ofereça o suporte emocional necessário
necessidades e capacidade de lidar com o processo do nascimento. Onde o profissional em
à mulher e sua família, facilitando os laços
familiares e o vinculo mãe-bebê. (DIAS,2005)
lugar de ‘assumir o comando da situação’ passa a adotar condutas que tragam bem-estar e
Uma série de movimentos criticando a assistência ao parto passou a ocorrer a partir da
segurança para mãe-bebê. (DANTAS,2010). O parto humanizado significa o respeito dado para
década de 1950, com os profissionais dissidentes e com o surgimento do feminismo. Nos
que todas as dimensões do ser humano sejam atendidas, sejam elas espirituais, psicológicas,
Estados Unidos.(DINIZ,2005).
biológicas ou sociais.(DINIZ,2005). A assistência humanizada no parto pode ocorrer em qualquer um dos tipos de partos existentes hoje em dia, contando que todas as decisões
Quadro 04 – Processos evolutivos da Humanização do Parto
1950 EUA
Movimentos de críticas ao parto
1970 BRASIL
Inicio dos movimentos pela humanização
partam da parturiente e que qualquer intervenção ocorra de acordo com a vontade da gestante. Neste trabalho trata-se especificamente da Humanização do Parto Natural, que difere dos
Grupos de 1980 assistência ao BRASIL parto
outros tipos de partos, incluindo o parto normal.
PARTO NATURAL: Este é o tipo de parto vaginal que ocorre sem nenhuma intervenção
No Brasil o movimento pela humanização acontece a partir de 1970, com profissionais dissidentes inspirados por práticas tradicionais de parteiras e índios.(DINIZ,2005). Nessa
médica. É totalmente comandado pela gestante e por sua capacidade natural de gestar
década inicia-se uma discussão referente à forma pela qual a pratica obstétrica vinha
e parir. A parturiente possui controle do processo do parto e compreende suas
sendo conduzida. O processo em busca da humanização no atendimento ao parto e
necessidades e o tempo de duração da gestação e do parto, respeitando o tempo e o
nascimento passa a ganhar adeptos dentre todos os envolvidos de algum modo no
desenvolvimento do bebê.(CALVETTE,2015). Esse parto é naturalmente humanizado pelo
processo do nascimento, surgindo assim vários estudos e pesquisas sobre o assunto.
fato de colocar a mulher como protagonista de todo o processo do nascimento.
(RATTO,1996 apud SILVA,2015). Em 1980, já aparecem vários grupos (o Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde e a Associação Comunitária Monte Azul em São Paulo, Curumim e Cais do Parto em Pernambuco) começam a oferecer assistência humanizada á gravidez e
PARTO NORMAL: Este parto também ocorre por via vaginal, entretanto
propõe mudanças nas práticas. (DINIZ,2005). Em 1993 é fundada a REHUNA, com base na
características intervencionistas da prática médica, onde o processo é comandado pelo
Carta de Campinas, que denunciava as circunstancias de violência e constrangimento em
médico e são aplicadas técnicas invasivas
que se dava a assistência ao parto, especialmente as condições pouco humanas a que são
analgésicos e anestesia, ser feito na posição horizontal em uma cama hospitalar, entre
submetidas as mulheres e crianças no momento do nascimento. (REHUNA,1993 apud
outras intervenções. (CALVETTE,2015)
DINIZ,2005). A Carta é uma denuncia, mas também um apelo por justiça e um programa de mudanças em relação ao processo do parto e nascimento. (DINIZ,2005) 25
como
com
o uso de hormônios sintéticos,
2.3 Arquitetura e a Humanização dos Ambientes de Saúde
Figura 01 – Parto Humanizado na água
Contato imediato entre mãe e filho,
Mulher no controle do parto,
Em relação as estruturas físicas uma das primeiras situações registradas na história da arquitetura e da obstetrícia, de uma edificação destinada especificamente à função de Pode caminhar e se alimentar
atenção ao parto foi o Pavilhão de Isolamento da Maternidade de Paris, França, construída em 1875. (DAVIS-FLOYD,1994 apud BITENCOURT,2003). A função do espaço destinado à maternidade no conjunto do hospital começou a consolidar-se
ambientes específicos a partir do século XIX, embora o modelo tradicional dos serviços de
PARTO NATURAL Retardo do corte do cordão umbilical
Métodos naturais para controle da dor
com um desenho e
Obstetrícia tenha sido estabelecido de forma mais intensa no período pós-Segunda Guerra Família junto ao trabalho de parto
Mundial. (BITENCOURT,2003) As primeiras unidades obstétricas foram construídas entre 1920 e 1970 na França e entre 1940 e 1970 nos Estados Unidos, consistindo de um conjunto de salas para procedimentos específicos e individualizados -
as equipes de enfermagem eram,
consequentemente, especializadas para cada etapa do parto e nascimento(MUSÉE,1995 apud BITENCOURT ,2003).
Fonte: Hypeness,2015 – Modificada pela autora,2019
A prática do parto cesárea criou um modelo arquitetônico do hospital-maternidade, composto por sala de pré parto onde a parturiente aguardaria enquanto o seu trabalho de parto era monitorado, sala de parto semelhante a uma sala cirúrgica onde a mulher seria transferida para a mesa de parto para realização da cirurgia e após seria encaminhada
Figura 02– Parto Normal em centro cirúrgico
Corte imediato do cordão umbilical
Médico controla o parto,
para uma sala de recuperação pós-anestésica para ser monitorada por uma ou duas horas até ser levada para a sala de pós parto. (BITENCOURT,2003) Geralmente, quando pensa-se em edifícios hospitalares, é associado a um lugar de
Feito na posição deitada
aversão. Porém o significado da palavra
hospital significa ser hospitaleiro, acolhedor.
Portanto esse ambiente deve transmitir um sentimento receptivo, de bem-estar e é para
isso que a humanização do espaço serve, para tornar esses ambientes mais acolhedores. Contato posterior entre mãe e filho,
PARTO NORMAL
(LUKIANTCHUKI,2010).Um projeto arquitetônico para ser humanizado deve levar em
S em presença da família
consideração o ponto de vista de pacientes e visitantes. Para isso os arquitetos e demais projetistas devem considerar a
interação
das pessoas
com a ambiente e
consequentemente, o estado emocional e psicológico ao adentrarem o estabelecimento. Lavagem intestinal, depilação dos pelos pubianos
Episiotomia (corte cirúrgico no períneo)
Remédios artificiais para controle da dor
(CAPMAN,1986 apud MEDEIROS,2004) A partir do final do século XX, significativas mudanças na atitude do parto e do nascimento, passaram a ocorrer importantes alterações do ambiente físico destinado a prover o atendimento da mulher e do neonato( recém- nascido com a idade de 0 a 28 dias). Isso proporcionou uma grande necessidade de projetos arquitetônicos que reflitam as mudanças filosóficas e praticas na abordagem do nascimento. (BITENCOURT,2003)
Fonte: O Despertar do Parto,2017 – Modificada pela autora,2019 26
2.4 O parto no Brasil: Cenário Atual A arquitetura está entre os elementos mais importantes que compõem o conceito de
Um levantamento realizado em 169 países mostra que o número de nascimentos por
humanizar, pois ela pode ser entendida como uma humanização permanente e segura. Na
cesárea quase dobrou em 15 anos, passando de 16 milhões de operações no ano 2000 para 29
concepção do projeto arquitetônico deve-se analisar e trabalhar todas as necessidades das
milhões e 700 mil em 2015, de acordo com dados coletados pela Organização Mundial de
pessoas que utilizarão os ambientes, tanto profissionais quanto pacientes. A arquitetura sempre deve ser voltada ao ser humano, e em uma edificação pensada na
Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância( UNICEF). Este estudo foi
assistência ao
publicado na The Lancet, revista britânica sobre ciência e medicina, e o chamou de “Epidemia
parto ela tem ainda mais relevância, pois irá contemplar o nascimento, um momento muito
Global de Cesarianas”, e mostra que
importante na vida da parturiente, do recém nascido e dos familiares. (SILVA,2015).
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking dos países onde há prevalência de cesarianas,
deve contemplar e dispor de características arquitetônicas que, embora
só perdendo para a República Dominicana que desponta com 58,1% deste tipo de cirurgias.
tenham responsabilidade intrínseca ao serviço e complexidade dos
Enquanto a OMS estabelece em até 15% a proporção recomendada, no Brasil esse
procedimentos médicos , ofereça a conformação de um ambiente o mais
percentual chega a 56 %, segundo dados do Ministério da Saúde em 2017. (AGENCIA
próximo possível da atenção as necessidades especificas e próprias da
SENADO,2018), conforme Gráfico 01 a seguir:
sensibilidade da mulher/gestante.(BITTENCOURT,2008,p.33)
humanização
a região com maior taxa de
cesáreas do mundo. (G1,2018)
O edifício destinado às atividades de atenção ao parto e ao nascimento
A
a América Latina é
Gráfico 01– Taxas de cesarianas
e a arquitetura devem estar intimamente ligadas no conceito e na
Figura 03 – Bebê nascendo de cesariana
prática. O mais importante na elaboração de projetos arquitetônicos é a sua adequação ao usuário que os utilizará. (CIACO,2010 apud SILVA,2015).Um ambiente humanizado é aquele que que influencia de alguma forma o ser humano, que passem percepções e sensações aqueles que o utilizarão. Atualmente há varias formas de atingir esse objetivo, como pode-se observar no Quadro 05 a seguir: Quadro 05– Alguns itens de humanização no ambiente hospitalar
Fonte: Agência Senado,2018 – adaptado pela autora
Iluminação Natural
Ventilação Natural
Contato com Vegetação
Fonte: Gazeta do povo,2016
Grande parte dessas cesarianas é realizada de forma eletiva, sem fatores de risco que
Cromoterapia
justifiquem a cirurgia, e antes de a mulher entrar em trabalho de parto. No entanto, uma boa
Fonte: Elaborado pela autora,2019
parcela dessas cirurgias decorre, em muitas localidades, da falta de condições de assistência
Pensar na iluminação natural aliada a artificial, nas cores que passam sensações
que favoreçam o sucesso do parto vaginal — tanto no setor público como no privado.
diversas as pessoas, ventilação para o conforto térmico e trazer a vegetação para o interior
(AGENCIA SENADO,2018)
ou o mais próximo possível dos EAS, são os aspectos de maior relevância quando se fala em
A região Norte apresentou um percentual de 47% de partos sendo realizados por cesárea.
ambiente hospitalar humanizado, pois são condicionantes para o conforto do usuário. A cromoterapia é uma ciência que usa a cor para estabelecer o equilíbrio entre o corpo,
O Nordeste registrou 51%. Já o Sudeste teve 61% dos partos com esta característica, enquanto
mente e emoções e através do uso das cores adequadas para cada ambiente pode auxiliar na
o Sul teve 62% e o Centro-Oeste, 63%, de acordo com dados coletados pela FIOCRUZ para o
cura em casos de ambientes de saúde e proporcionar calma e acolhimento aos
projeto Nascer no Brasil. (R7, 2017). Dos partos realizados no Brasil na rede pública de
usuários.(SILVA,2006)
saúde, 40% ocorrem por meio de cesarianas. Já na rede particular esse índice chega a 84%, variando de acordo com a região. (AGENCIA SENADO,2018) 27
2.5 O parto no Brasil: Programas de Incentivo ao Parto Humanizado O Brasil é um dos países que aderiram às novas formas de incentivar ao parto humanizado, entretanto mais de 31 anos depois do primeiro programa voltado à saúde em geral e 9 anos desde a primeira portaria sobre humanização em si, este conceito ainda não foi totalmente difundido entre toda a população brasileira. Segue abaixo alguns dos programas mais importantes ao incentivo ao parto humanizado:
Um dos primeiros programa incentivando o parto humanizado
Em 2001, o Ministério Público lança uma cartilha sobre o
surgiu em 1987, o Programa Maternidade Segura.(PMS),que envolveu a
programa Parto, Aborto e Puerpério: Assistência Humanizada a
OMS e o Fundo das Nações Unidas para Infância(UNICEF).Seu objetivo
Mulher, como um meio que estabelece
era o de
reduzir as taxas de mortalidade materna e perinatal no
seguidos para uma boa recepção e atendimento à mulher no
mundo, e discutir questões relacionadas a assistência humanizada ao
acompanhamento relacionado à gestação e parto. A publicação
parto e nascimento A maioria dos países filiados aderiram a esse
estabelece conceitos e práticas profissionais adequadas as
Programa, e o Brasil é um deles. (BATISTUTA,2001)
equipes
de
atendimento,
para
um
princípios a serem
melhor
atendimento
humanizado.(BRASIL,2001)
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi
criado pela Constituição
Surge em 2003, o Humaniza SUS, conhecido como Politica
Federal em 1988. O SUS é um conjunto de unidades, de serviços e
Nacional de Humanização (PNH) . Tem por objetivo pôr em prática
ações que interagem para um fim comum, que é a promoção, proteção
os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde. Através
e recuperação da saúde de todo e qualquer cidadão brasileiro. O s
de mudanças no modo de gerir e cuidar, a PNH foi capaz de
investimentos e custeio do SUS são feitos com recursos das três
introduzir a humanização em várias áreas da saúde, Esse programa
esferas de governo do Brasil: Federal, Estadual e Municipal, ou seja, é
prega que para se humanizar o SUS é preciso que profissionais,
o sistema de saúde de uso público. (BRASIL,1990)
gestores e usuários trabalhem juntos.(BRASIL,2004)
O programa mais recente de incentivo ,surgiu no ano de 2011,
No ano 2000, regido pela portaria nº569, surge o Programa de
uma estratégia do Governo Federal para garantir um atendimento
Humanização no Pré-Natal e Nascimento pelo Ministério da
de qualidade, seguro e humanizado dentro do SUS, para as
Saúde.(MS) com o objetivo primordial de assegurar a melhoria de
gestantes. É conhecida como Rede Cegonha, que consiste em uma
acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal,
rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao
da assistência ao parto e puerpério às gestantes e aos recém
planejamento reprodutivo, atenção humanizada à gravidez, parto,
nascidos , na perspectiva dos direitos de cidadania. (BRASIL,2000)
puerpério e ao abortamento.(REDE CEGONHA,2012)
28
Imagem de Petra Foto-Pixabay, 2019
3.1 Centro de Parto Normal: Caracterização Uma Casa de Parto possui algumas atribuições obrigatórias para que seja
Por meio da Portaria nº 985 de 05 de agosto de 1999, o Ministério da Saúde criou a
considerada uma casa ou centro de parto humanizado, entre estas estão:
normatização da Casa de Parto, denominada Centro de Parto Normal, no âmbito do SUS, para atendimento da mulher no período gravídico puerperal, onde se considera que a assistência à gestante
ATRIBUIÇÕES OBRIGATÓRIAS:
deve priorizar a redução da mortalidade materna e perinatal,
➢ Oferecer atividades educativas e de humanização visando a
incluindo a necessidade de humanização do processo de pré-natal, do parto e puerpério.
preparação da gestante para os processos do parto Os Centros de Parto Normal (CPN) são unidades de atenção ao parto e nascimento,
➢ Acolhimento e avaliação das condições da saúde materna;
que realizam atendimento humanizado e de qualidade, exclusivamente ao parto normal
➢ permissão de um acompanhante em todo trabalho de parto;
sem distocia (qualquer problema, tanto de origem materna quanto fetal, que dificulte ou
➢ Assistência
impeça o parto) e privilegiam a privacidade, a dignidade e a autonomia da mulher ao parir
no
trabalho
de
parto
normal
respeitando
a
individualidade de cada parturiente
em um ambiente mais acolhedor e confortável e contar com a presença de acompanhante
➢ Acompanhamento do puerpério (pós-parto) pelo período mínimo de
de sua livre escolha. Essas unidade são geridas por enfermeiras obstetras ou obstetriz,
10 dias. (BRASIL,1999)
não havendo a necessidade de um médico obstetra. (BRASIL,2011). Existem dois tipos de A norma ainda especifica
CPN, sendo eles:
a equipe de Recursos Humanos mínima para
o
funcionamento do CPN, e também pode ter acréscimo de uma equipe complementar não obrigatória composta por pediatra e um médico obstetra. Uma parteira e doula
CENTRO DE PARTO NORMAL INTRA-HOSPITALAR (CPNi): é a unidade de atenção ao parto e nascimento que se localiza dentro de uma
são importantes para a humanização.
maternidade ou hospital. (BRASIL,2018)
( BRASIL,1999)
CENTRO DE PARTO NORMAL PERI-HOSPITALAR (CPNp):
EQUIPE MÍNIMA OBRIGATÓRIA: ➢ Enfermeiro obstetra
é a unidade de atenção ao parto e nascimento que se localiza no perímetro
➢ Obstetriz (parteira)
de uma maternidade ou hospital, com no máximo 20 minutos de distancia do
➢ Auxiliar de enfermagem e de serviço gerais
respectivo estabelecimento. (BRASIL,2018)
➢ Motorista de ambulância . (BRASIL,1999) O modelo de Centro de Parto Normal vem se difundindo pelo país como modelo
O Centro de Parto Normal deve funcionar de forma conjunta ao sistema e saúde
de assistência obstétrica, destacando a mudança no olhar do profissional de saúde
local e estar de acordo todas as normas pertinentes, com as de funcionamento de
sobre a parturiente.(SILVA,2015).
estabelecimentos assistenciais do MS e com o Código de Obra da localidade.
Atualmente no Brasil, existem apenas 23 estabelecimentos que se enquadra no
(BRASIL,1999)
modelo CPNp, após 20 anos da criação da portaria regulamentadora de Cento de
No caso de uma unidade peri-hospitalar , a Portaria nº985/1999, nos diz que além de
Parto Normal.(MINISTÉRIO DA SAÚDE,2018).
uma planta física adequada ao aceso da gestante, o CPNp deve garantir a assistência imediata ao recém nascido em situações eventuais de risco , dispondo de profissionais
Percebe-se que a implantação no país ainda é considerado muito pequena em
com treinamento adequado, e de unidade de transporte adequado para transferência
relação da forma que deveria ser, e é responsável por uma pequena parcela de
imediata da mãe e bebê para o hospital .
partos realizados através do SUS,
31
3.2 Legislações Pertinentes O Centro de Parto Normal precisará seguir a Lei de Zoneamento de São José do Rio Preto ( lei nº 5135/1992) Para a elaboração do projeto arquitetônico de um Centro de Parto
, que apresenta o zoneamento da cidade e regulamenta o uso e ocupação do solo. O Plano Diretor de
Normal , há algumas legislações especificas e pertinentes que deverá ser
Desenvolvimento Sustentável ( lei nº 224/2006) também deverá ser seguido, assegurando que o projeto esteja de
seguidas e consultadas, com o intuito de se projetar um espaço que esteja
acordo com a lei. O Código de Obras do Estado de São Paulo e o Código de Obras e Edificações de São Paulo,
de acordo com a normatização.
precisa ser seguido, e também a Rede Cegonha, que disponibilizou no ano de 2018 uma cartilha de Orientações
O Ministério da Saúde (MS) possui três normas de relevância para projeto de edificação de CPN, sendo elas:
para Elaboração de Projetos Arquitetônicos ,com base na RDC Nº50/2002 e Nº 36/2008, programa de necessidades mínimo para a edificação, conforme tabela 01:
Quadro 06: Legislação e Diretrizes Normativas do Ministério da Saúde
MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS)
Portaria Nº 985 / 1999 – Cria e regulamenta o Centro de Parto Normal no âmbito do SUS para o atendimento humanizado às mulheres no período gravídico-puerperal. Portaria Nº 1459 / 2011 – Institui a criação da Rede Cegonha Portaria Nº 11 / 2015 – Redefine as diretrizes para implantação e
Tabela 01: Programa de Necessidades Mínimo para um Centro de Parto Normal AMBIENTES QUANTIDADE
do nascimento, em conformidade com a Rede Cegonha.
1
12
acompanhante
1
9
1
2,4
Quartos para pré-parto/parto/ pós – parto – PPP (sem banheira)
3
14,5
Quartos para pré-parto/parto/ pós – parto – PPP (com banheira)
2
18
5
4,8
Área para deambulação( varanda/solário) – interna e /ou externa
1
20
Posto de Enfermagem
1
2,5
Sala de serviço
1
5,7
Sala de utilidades
1
6
Quarto de plantão para funcionários
1
5
Banheiro anexo ao quarto de plantão
3
2,3
-
-
Depósito de material de limpeza (DML)
1
2
Copa
1
4
Refeitório
1
12
-
-
1
3,5
Sala de exames e admissão da parturiente Sanitário anexo à sala de exames
Banheiro anexo ao quarto PPP
Fonte: Ministério da Saúde,1999;2011;2015, - adaptado pela autora,2019
O Centro de Parto Normal também se submete às legislações da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, sendo as mais relevantes: Quadro 07: Legislação e Diretrizes Normativas da ANVISA
Rouparia
RDC Nº 50 / 2002 – Dispõe sobre o Regulamento Técnico para
ANVISA
planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. RDC Nº 36 / 2008 – Dispõe sobre Regulamento Técnico para Funcionamento dos serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal.
Área para guardar macas e cadeiras de rodas (ambiente opcional) Depósito de equipamentos de materiais
Fonte: ANVISA,2002;2008 - adaptado pela autora,2019
Além das normas específicas já citadas ,o projeto deverá seguir algumas leis municipais de São José do Rio Preto, cidade escolhida para a implantação da edificação.
ÁREA MIN.(M²)
Sala de registro e recepção para acolhimento da parturiente e seu
habilitação de Centro de Parto Normal no âmbito do SUS para o atendimento à mulher e ao recém nascido no momento do parto e
que apresenta o
Fonte: Rede Cegonha,2018 - adaptado pela autora,2019
A Norma Brasileira (NBR) 9050/2015 necessitará ser consultada para garantir que o projeto arquitetônico do CPN esteja adequado e acessível para todos, garantindo a autonomia e o direito de ir e vir de cada um cos usuários do espaço.
32
Fachada
Fonte: Fotografia da autora, 2019
4.1 Casa Angela: Centro de Parto Humanizado Quadro 08 – Ficha Técnica Casa Angela
A Casa Angela é um Centro de Parto Humanizado, também chamado de Casa de Parto ,que oferece assistência humanizada ao parto natural, em ambiente seguro, acolhedor e respeitoso. Se localiza na São Paulo, Brasil
Zona Sul da cidade de São Paulo, no Jardim Mirante.
2006-2009
750 m²
Fonte: Casa Angela,2019– Adaptado pela autora,2019
Sua história teve inicio quando a parteira Angela Gehrke chegou ao Brasil em 1983 ,para trabalhar na área de saúde da Associação Comunitária Monte Azul, na favela de mesmo nome, na zona Sul de São
O tão esperado convênio com a Prefeitura foi assinado em dezembro de 2015, o
Paulo. Ela se dedicou à assistência ao parto humanizado por quase 15 anos em São Paulo, até que em 1998
que vem possibilitando que a Casa receba recursos do Sistema Único de Saúde e
foi diagnosticada com câncer, e voltou a Alemanha para se tratar, porém veio a falecer no ano 2000. Em
aumente o número de partos realizados. Desde então, qualquer usuária do
2003,a Associação Comunitária Monte Azul convidou a médica alemã Anke Riedel, que havia trabalhado
Sistema Único de Saúde da cidade de São Paulo pode fazer seu parto
como voluntária com Angela, para desenvolver, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, o projeto
gratuitamente na Casa Angela. (CASA ANGELA,2019)
de uma nova casa de parto, batizada de Casa Angela,(CASA ANGELA,2019)
Figura 05: Vista da área para deambulação da Casa Angela
Figura 04 : Parteira Angela Gehrke à esquerda e Dr.Anke Riedel à direita
Acesso Centro de Parto
Fonte: Casa Angela,2019
Fonte: Casa Angela,2019
A edificação possui aproximadamente 750m² de área construída, divididos em Em 2003,a Associação Comunitária Monte Azul convidou a médica alemã Anke Riedel, que havia
térreo e primeiro pavimento. No térreo se encontra o centro de parto, com 03
trabalhado como voluntária com Angela, para desenvolver, em parceria com a Secretaria Municipal de
salas de parto e 03 alojamentos , 5 sanitários, posto de enfermagem , sala de
Saúde, o projeto de uma nova casa de parto, batizada de Casa Angela, em homenagem à parteira. Em 2006
utilidades e sala de reanimação neonatal. Há também no térreo, 02 consultórios,
com o apoio de parceiros internacionais da Associação teve inicio a construção e em 2009, a Casa Angela
sanitários para visitantes, recepção ,sala de espera e setor de serviços. Já no
foi inaugurada, ainda sem o Centro de Parto Humanizado, pois, com a mudança de gestão municipal, a
primeiro pavimento se encontra a administração, sanitário para o público, salão
parceria com a Secretaria de Saúde não teve continuidade e a Casa Angela teve que iniciar seu
multifuncional e um depósito. Possui ainda uma área externa com jardins, gerador
funcionamento contando apenas com trabalho voluntário e recursos de parceiros e doadores. Somente no
de emergência, abrigo para gases medicinais , aquecedor a gás e uma ambulância
ano de 2012, com recursos de parceiros, de doadores e de pacientes particulares, a Casa Angela passou a
sempre a postos, em caso de emergência para encaminhamento ao hospital
funcionar 24 horas e a oferecer assistência humanizada ao parto. Nos primeiros 6 anos, a Casa Angela se
(Hospital Municipal de Campo Limpo-hospital referencia da Casa Angela). (CASA
manteve apenas com o apoio de parceiros, doadores e pacientes particulares,(CASA ANGELA,2019)
ANGELA,2019) Podemos ver a seguir nas Figura 06 e 07 a distribuição dos ambientes da edificação. 35
Figura 06: Croqui esquemático Térreo
Ao realizar a visita técnica foi possível ver de perto o programa de necessidades de uma casa de parto. Essa visita consistiu primeiramente em uma participação no Grupo de Acolhimento de gestantes e demais pessoas que desejam conhecer a casa, e logo após, houve a visita guiada a todos os ambientes que compõe o centro de parturição. No Grupo de Acolhimento, relatou-se a história da edificação, como a Casa Angela funciona e quais os requisitos necessários para que a gestante possa ser atendida no centro de parto. Por ser uma edificação voltada a área da saúde, mas não tendo a classificação de hospital, há algumas restrições para que a parturiente possa ser admitida e atendida no estabelecimento.
Acolhimento Serviços Centro de parto
QUEM PODE FAZER O PARTO NA CASA ANGELA: Gestantes de Baixo Risco, ou seja mulheres que
Apoio e administração
não tenham nenhum problema de saúde ou condições como:
Entrada/Saída Público Entrada/Saída Funcionários
Fonte: Elaborado pela autora,2019
➢ Diabetes
➢ Infecção de Urina não tratada
➢ Pressão Alta
➢ Se o ultimo parto foi cesárea
➢ Anemia grave
➢ Problemas psiquiátricos , uso de medicação
➢ Strepto B positivo
➢ Cardiopatia ( CASA ANGELA,2019)
Figura 07: Croqui esquemático 1º Pavimento
Se a gestante se enquadra nos requisitos admissionais de saúde, ela pode ter o seu parto na Casa Angela. Para isso ela deve participar do Grupo de Acolhimento, que é gratuito. Lá ela preenche uma ficha e após é chamada para conversar particularmente com a gestão da entidade, a fim de saber se a parturiente faz parte de um dos
sistemas de admissão: privado ou público (SUS). Para
ser atendida pelo SUS a mulher deve ser usuária de alguma Unidade Básica de Saúde do município de São Paulo e realizar as consultas de pré-natal nesta unidade. Se ela não cumpre os critérios do SUS, mas não pode pagar , a Casa pode atender gratuitamente ou por um valor especial para baixa
Acolhimento
renda. Entretanto, se a gestante é uma adolescente , até 19 anos, ela é atendida gratuitamente sem
Serviços
precisar cumprir nenhum dos critérios já mencionados. Elas recebem atendimento prioritário, por fazer parte de um grupo de vulnerabilidade social.
Apoio e administração
Fonte: Elaborado pela autora,2019
36
Além dos requisitos necessários para admissão na Casa Angela, explicou-se na visita , todos
PÓS-PARTO/PUERPÉRIO HUMANIZADO
os serviços que o espaço oferece, as opções de escolha que cada gestante pode querer, e
Serviços oferecidos até o 1º ano do bebê:
porque eles se enquadram no conceito de humanização da assistência do parto e nascimento.
➢ Consultas individuais para mãe e bebê com enfermeira obstetra/obstetriz até 40 dias após o parto.
Esses serviços podem ser divididos em três etapas, conforme recortes a seguir:
➢ Apoio 24h ao aleitamento materno, todos os dias da semana ACOMPANHAMENTO GESTACIONAL
➢ Curso Meu Bebe que trata de temas conforme o desenvolvimento da criança no primeiro ano
➢ Consultas individuais e coletivas com enfermeira obstetra/obstetriz
de vida; ➢ Oficinas, atividades e terapias diversas.
➢ Orientações sobre hábitos saudáveis e uso de métodos não farmacológicos para dores da
(CASA ANGELA,2019)
gestação ➢ Orientação para elaboração do Plano de Parto ➢ Cursos e grupos de preparação para o parto
As Figuras 08 , 09, 10 e 11 a seguir mostram um pouco do interior da Casa Angela, sendo
(CASA ANGELA,2019)
possível visualizar o que há nos ambientes da Casa de Parto. No dia da visita, havia mulheres em trabalho de parto, portanto não houve possibilidade de fotografar os quartos neste dia.
PARTO HUMANIZADO ➢ Acompanhamento realizado com enfermeira obstetra/obstetriz
A entidade segue as recomendações do Ministério da Saúde e da OMS e seus serviços promovem o bem-estar e o conforto da mulher e de sua família e garantem a segurança e a
➢ Escolha de até dois acompanhantes no parto e um no pós-parto
saúde da mãe e do bebê. (CASA ANGELA,2019).
➢ Salas de partos individuais ➢ Liberdade para se alimentar e Liberdade e autonomia para escolher a melhor posição de parir
Figura 08:Sala de espera com vista da escada
➢ Alívio da dor com o uso de métodos naturais como massagem, banhos, exercícios, ➢ Respeito aos direitos, desejos e autonomia da mulher
➢ Apoio emocional; ➢ Em caso de emergência, a parturiente é enviada para o hospital referência da Casa Angela,
Entrada salão multifuncional
mas em condições não emergenciais a gestante pode ser encaminhada para o hospital de sua preferência. (CASA ANGELA,2019)
Logo após o nascimento:
PARTO HUMANIZADO – CUIDADOS COM O BEBÊ Sanitário visitante
➢ Contato pele a pele com a mãe ➢ Todos os procedimentos com o bebê é realizado ➢ Apoio ao aleitamento materno na primeira hora de vida ➢ Aplicação de injeção de vitamina K na perna do bebê
Escada de acesso ao 1º pav.
➢ Banho após ,no mínimo, 12 horas de vida ➢ Todos os testes como pezinho, olhinho, coração, linguinha, orelhinha são realizados Sala de espera
➢ O cordão umbilical é cortado após o fluxo de sangue parar de correr e ele parar de pulsar, para que o desligamento entre mãe-bebê não seja um choque para o recém nascido
Fonte: Fotografia da autora,2019
(CASA ANGELA,2019) 37
Figura 09:Quarto PPP com banheira
Figura 10: Sala de Cuidados com o bebê/ Reanimação Neonatal
Entrada de luz natural
Cuidados Com o bebê Balanço pélvico
Banheira
Bola Suíça
Fonte: Casa Angela, 2019
Fonte: Casa Angela, 2019 Figura 11: Salão Multifuncional
A Casa Angela possui capacidade de atender 40 partos mensais, mas está realizando 28 partos por Bolas suíças para atividades em grupo
mês. Essa falta de demanda pode ser resultado da falta de informações que a população tem sobre o parto
natural, ou até mesmo pelo fato da Casa está localizada em uma área periférica, próximo a duas favelas, isso pode causar um distanciamento das gestantes. Realizar a visita técnica na entidade foi extremamente proveitoso, tanto para o entendimento do programa obrigatório de uma casa de parto, como para compreender o sentido da humanização que a atmosfera do ambiente pode criar. Foi possível também perceber alguns aspectos deficientes no projeto arquitetônico, como a falta de rampas acessíveis para acesso á edificação na área externa; o acesso ao primeiro pavimento só possui uma escada, o que impossibilita que pessoas com deficiência ou mesmo gestantes em avançado estado de gestação acesse o espaço; a sala multiuso é grande, porém em dias de acolhimento o espaço é insuficiente para acomodar todos sentados, e por ser um ambiente de conversa, palestras e cursos, não possui um conforto acústico adequado, o som exterior acaba entrando dentro da sala, que se localiza de frente com a rua.
Fonte: Fotografia da autora, 2019
38
Perspectiva do EdifĂcio
Fonte: Archdaily,2015
4.2 Centro de Médico de Primeiros Socorros de Ballarat
Figura 12: Planta Térreo, com destaque para os jardins internos
O Centro de Primeiros Socorros de Ballarat, localiza-se na Austrália. O projeto arquitetônico é do escritório de arquitetura DesingInc, possuindo 1200 m² de estacionamento e 2850 m² de edificação. (ARCHDAILY,2015)
Quadro 09 – Ficha Técnica Centro de Primeiros Socorros Ballarat
Ballarat, Austrália
DesingInc
2014
2850 m²
Fonte: Archdaily,2015– Adaptado pela autora,2019
O edifício foi projetado para proporcionar um ambiente saudável e estável , com base no contato com a natureza e comunidade, visando o conforto ambiental e a sustentabilidade. Esses conceitos foram alcançados através
Entrada Jardins internos e externos
Circulação vertical
Fonte: Archdaily,2015 – Modificado pela autora,2019
da relação interior/exterior, entrada de luz natural e a eficiência
energética, que estão inseridas nesse projeto, com o intuito de criar um ambiente humanizado que Figura 13: Planta Primeiro Pavimento, com destaque para os vazios e jardins internos
promova o bem estar do usuário, tanto físico quanto mental. A planta é retangular ,eficiente e compacta que abriga os dois níveis principais. Técnicas padrão de construção de edifícios de prumos e treliças de madeira, alvenaria e elevados níveis de isolamento se combinam entre si para garantir uma abordagem acessível para a criação de uma arquitetura comprometida com o usuário. O programa de necessidades do edifício é composto por um conjunto completo de serviços médicos, escritórios para funcionários, ginásio, café, espaço para conferência, reuniões e uso comunitário . Todos os ambientes se voltam para o pátio com jardim no centro da edificação. Esse átrio possui pé direito duplo, que atravessa toda a edificação , passando uma sensação continua de ar luz e paisagem . (ARCHDAILY,2015). Os materiais utilizados foram de origem locais, que incluem madeira e tijolos reciclados, revestimento de metal e policarbonato, usados de forma contemporânea para dar ao Centro uma identidade local única. (DESINGINC,2019) Os jardins internos foram usados como estratégia para fazer os usuários se sentirem acolhidos e envolvidos com o espaço. Com base nas Figuras 12 e 13, pode-se visualizar o jogo de cheios e vazios do projeto e a disposição dos jardins internos e externos.
Vazios
Circulação vertical
Jardins internos e externos
Fonte: Archdaily,2015 – Modificado pela autora,2019
40
Um fato interessante desse projeto é a entrada de luz natural no seu interior, através cobertura translúcidas e sheds, conforme podemos ver na Figura 0. Há também janelas que administram a entrada e saída de ar quente/frio. Possui tanques para armazenamento e reaproveitamento de água pluvial para descarga dos banheiros e irrigação dos jardins . A estrutura é formada por átrios de madeira e paredes de alvenaria(ARCHDAILY,2015). Nas Figuras 14, 15 e 16 pode-se observar algumas das características presente no projeto.
Sheds
Figura 14: Vista interna do Centro Médico, a partir do átrio central
Figura 15: Vista a partir do primeiro pavimento do pátio central
Estrutura aparente em madeira
Claraboia
Mezanino
Pé direito duplo
Escada principal
Jardim interno
Átrio Central
Jardim interno
Fonte: Archdaily,2015
Figura 16: Vista da área de lazer infantil, embaixo da escada
Área de convivência
Fonte: Archdaily,2015
Revestimento em madeira
O que pode-se tirar como referência deste projeto para um Centro de Parto Normal,
são os elementos utilizados para assegurar o conforto ambiental, como trazer a natureza para o interior, garantir a entrada de iluminação e ventilação natural. Esses itens aliando aos matérias, texturas e cores auxiliam para tirar a sensação clinica do
Espaço infantil Humanizado, em baixo da escada principal
ambiente , sendo formas de humanizar um espaço destinado a área de saúde.
Fonte: Archdaily,2015
41
Do Hospital UniversitĂĄrio HM Nuevo BelĂŠn
Fonte: Arquitectura de Maternidades,2014
4.3 Unidade de Parto Natural - Hospital Universitário Nuevo Belén O Hospital Universitário Nuevo Belén localiza-se em
Quadro 10 – Ficha Técnica
Figura 17: Fachada Hospital Nuevo Belén
Parra-Müller
Madrid, Espanha Arquitectura de Maternidades 2013 - 2014
Madrid, na Espanha. É especialista em Ginecologia e
160 m²
Fonte: Hospitecnia,2013– Adaptado pela autora,2019
Obstetrícia. Possui em suas instalações a Unidade de Parto Natural.(HM NUEVO BELEN,2017). A unidade é composta por três quartos PPP (Pré parto, Parto e Pósparto),
sala
funcionários
de e
reanimação área
para
neonatal,
sala
acompanhantes.
Figura 19: Quarto PPP 01
de Está Iluminação natural e artificial
localizada no pavimento térreo do hospital, e recebe muita luz natural (HOSPITECNIA,2013) , conforme Figura Fonte: Hm Nuevo Belén,2011
Vegetação Interna
Figura 18 : Planta do térreo do Hospital Nuevo Belén, com foco na Unidade de Parto Natural
Cama de parto
18 a seguir:
01
Banco com revestimento Hi-Macs na cor azul
02
Fonte: Hospitecnia,2013 Figura 20: Quarto PPP 01, mobiliário divisor de ambiente
Fonte: Hospitecnia,2013– Modificada pela autora,2019
Os quartos de parto possuem uma área de estar para o acompanhante da parturiente, logo em
Iluminação natural
seguida há o quarto em si com a cama de parto, e outros elementos para o trabalho de parto. São compostos de uma área de hidroterapia, que conta com uma banheira e um banheiro com chuveiro,
Banheira
para alívio das dores do parto. Foram usados alguns materiais e decorações na elaboração de
Bola suíça
projeto, mas o de maior destaque é o Hi-Macs, conhecido como superfície sólida acrílica. Ele é um material recomendado para uso em espaços sanitários, possui alta resistência a sujeira, vírus e bactérias, sua superfície não porosa impede o acumulo de sujeiras e facilita a limpeza. Outro destaque é o mobiliário que divide os ambientes do quarto, que é feito de madeira laminada e revestido de Hi-Macs colorido. Nele há uma pia e pode servir de banco para as gestantes, além de servir como armário, mostrados nas figuras a seguir.(INTEREMPRESAS,2014) 43
Móvel que divide o ambiente Serve de armário
Fonte: Arquitectura de Maternidades, 2014
As cores de destaque nos quartos são o azul que passa sensação de tranquilidade, harmonia e a cor rosa que é associada ao afeto e gentileza, positividade e otimismo. conforme pode-se observar nas imagens internas dos ambientes. São cores apropriadas para salas de parto, pois acaba influenciando no processo que a gestante está passando. Figura 21: Quarto PPP 02, vista a partir da cama para a área de hidroterapia
Móvel que divide o ambiente Serve de armário
Revestimento em Hi-Macs na cor rosa
Banheira revestida de Hi-Macs na cor rosa
Acesso ao banheiro privativo
Pia no móvel que divide o ambiente
Cama Fonte: Hospitecnia,2013 Figura 22 : Quarto PPP 0, vista a partir da do espaço para acompanhante
Corda de tecido para apoio posição vertical da gestante
Com base nesse projeto, pode-se perceber que um ambiente de saúde não precisa ser clínico, sem cor. Saber utilizar os materiais adequados auxilia a tornar o espaço em um lugar acolhedor, que passa sensação de bem estar, sempre aliando a iluminação e ventilação natural e artificial.
Divisória móvel entre ambientes
Esses requisitos são importantes para o projeto do Centro de Parto Normal, que deve ser projetado pensando nas necessidades de seus usuários.
Fonte: Arquitectura de Maternidades, 2014 44
Vista aĂŠrea da RegiĂŁo dos Grandes Lagos
Fonte: Gazeta do Interior,2017
5.1 O município Figura 23 : Localização do município
São José do Rio Preto é um município brasileiro que se localiza no interior do estado de São Paulo, mais precisamente no noroeste paulista, com uma distância de 451 km de São Paulo, capital estadual. Possui uma população estimada em 2018 de 456.245 mil habitantes, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A cidade é cortada por duas importantes rodovias, a Transbrasiliana (BR-153) Federal e a Washington Luiz (SP-310) – Estadual, que influenciaram o direcionamento
e
crescimento
da
cidade.
Há
ainda
a
rodovia
Assis
Chateaubriand(SP-425) que se inicia no município. As cidades vizinhas de São José do Rio Preto são: Ipiguá ao norte, Cedral e Bady Bassit ao sul, Guapiaçu ao leste e Mirassol ao oeste. (CONJUNTURA ECONÔMICA,2018) A história do município inicia-se com o desbravamento e a ocupação do solo do sertão paulista, em meados do século 19. Em 1852, Luiz Antônio da Silveira doou parte de suas terras ao seu santo protetor, São José. Em 19 de março de 1852, João Bernardino de Seixas Ribeiro iniciou a construção de uma capela, dando início a fundação da cidade. A chegada da Estrada de Ferro Araraquarense (EFA), em 1912, transformou
Rio
Preto
em
um
núcleo
urbano
florescente.(CONJUNTURA
ECONÔMICA,2018). São José do Rio Preto tem uma economia baseada em três setores. O setor primário, agricultura, possui o menor impacto de relevância, tendo em 2016 uma participação de 8,49% no Produto Interno Bruto (PIB). O setor secundário, indústria, teve uma participação de 24,19%. Já o setor terciário, prestação de serviços, é o que mais contribui com a economia municipal, teve uma participação de 67,32% no PIB. (SEADE,2016). Quadro 11 – Setores econômicos no município
8,49%
24,19%
67,32%
Primário
Secundário
Terciário
São Paulo – Capital Estadual São José do Rio Preto Limite municipal
Fonte: Seade,2016– Adaptado pela autora,2019
Rodovia Washington Luiz
A saúde é um dos serviços que se encontram junto ao setor terciário, que colaborara com o Produto Interno Bruto ,uma área que se desenvolve cada dia mais
Rodovia Transbrasiliana Rodovia Assis Chateaubriand
Fonte: Google Earth Pro – Modificado pela autora,2019
no município. 47
5.2 Saúde em Foco, a Caracterização do Município Um dos destaques da cidade, senão o maior, é o centro médico-hospitalar. O município
Figura 24: Localização dos hospitais em São José do Rio Preto
recebe pacientes de todo o Brasil, por ser um centro de excelência no tratamento de HIV e câncer , transplantes de órgãos e tecidos (especialmente rim, fígado e córneas) e cirurgias cardíacas e plásticas. (EXAME,2014). O setor de serviços em saúde é um dos que mais movimentam a cidade. No ano de 2017,possuía uma média de 6,07 médicos registrados no CRM-SP para cada 1000 habitantes, maior que o dobro da média estadual 2,88 , e quase o triplo da média nacional 2,18 . Em relação aos enfermeiros registrados no COREN-SP a média é de 4,20, chegando quase o dobro da média do estado que é de 2,75. (CONJUNTURA ECONÔMICA,2018). Esses números indicam que São José do Rio Preto possui capacidade de atender os munícipes e aqueles que vem de outras regiões. No quesito instalações hospitalares, a cidade conta com seis hospitais gerais, conforme Figura 0, possui quatro hospitais de especialidades, o Hospital Dr. Adolfo Bezerra de Menezes ( hospital psiquiátrico), o Hospital do Olho Rio Preto e o Redentora Hospital de Olhos e o Hospital da Criança e Maternidade e ainda há dois hospitais da UNIMED ( Confederação Nacional das Cooperativas Médicas). São José do Rio Preto dispõe de cindo UPA’s (Unidade de Pronto Atendimento) com atendimentos 24 horas; vinte e seis instalações entre UBS’s (Unidade Básica de Saúde) e UBSF’s (Unidade Básica de Saúde Familiar) para melhor atendimento da população, distribuídas pelo município.(SECRETARIA DA SAÚDE,2016). Os serviços prestados a população na área da saúde se ampliou entre 2017 e 2018, de acordo com levantamento feito pelo Fundo Municipal de
Saúde. Isso foi possível por causa da implementação do Complexo Pró Saúde, que propiciou um aumento significativo em atendimentos, como por exemplo o exame de endoscopia cresceu 720%, indo de 294 nos primeiros quatro meses de 2017, para 2412 exames em 2018. O complexo é capacitado para realizar pequenas cirurgias e vários outros exames .Outra contribuição para a saúde municipal foi a inauguração do Centro de Atenção Especial à Saúde do Idoso (CAESI) e contratação de vários profissionais capacitados e ampliação das UPA’s, visando a melhoria da assistência para os munícipes.(G1,2018). Percebe-se que a cidade é um grande polo na área da saúde, por esse motivo a cidade possui três centros universitários que oferecem o curso de medicina, a UNILAGO (União das Terreno
Faculdades dos Grandes Lagos ), a FACERES (Faculdade Ceres) e a FAMERP (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), Há outras instituições de ensino que oferecem outros cursos voltados para esse setor, como enfermagem ,técnico e auxiliar de enfermagem,
Santa Casa da Misericórdia
Hospital Infante Dom Henrique (Beneficência Portuguesa)
Hospital Austa
Hospital Santa Helena
Hospital Estadual João Paulo II
Hospital de Base
Fonte: Google Earth Pro – Modificado pela autora,2019
farmácia, nutrição, odontologia e biomedicina. 48
Há duas instituições que devem ser citadas, a Braile Biomédica e o Complexo FUNFARME,
Atualmente, o Hospital de Base, mostrado, é um centro médico de referência para
que se destacam no município e possui reconhecimento nacional e internacional.
o atendimento de mais de 2 milhões de habitantes dos 102 municípios pertencentes à
A Braile Biomédica é um centro de excelência da indústria médica brasileira. Construída
Divisão Regional de Saúde de Rio Preto (DRS 15), e ainda atrai pessoas de todas as
em 1977 pela necessidade de viabilizar a cirurgia cardíaca para toda a população, a empresa iniciou suas atividades com o desenvolvimento e a produção de válvulas biológicas cardíacas e
regiões do Brasil e até da América Latina. Isto faz com que o HB apresente números
enxertos de pericárdio bovino, produtos pioneiros no Brasil e foi um dos pilares que fez com
impressionantes, que o colocam entre os maiores hospitais do Brasil. (HOSPITAL DE
que o Brasil fosse um dos primeiros países no ranking de cirurgias cardíacas. Com a criação
BASE,2019)
da Braile Biomédica, foi possível nivelar os preços do mercado e das concorrentes multinacionais. (BRAILE,). O centro, propiciou que tanto o Brasil quanto a cidade de São José do Rio Preto ficassem conhecidos internacionalmente na área cardiológica . O Hospital de Base de Rio Preto é um centro de referência nacional. Sua história se inicia a partir da criação de uma faculdade de medicina na cidade, a FRESA, no ano de 1967. Em 1970, foi assinado um comodato entre a FRESA e a Santa Casa de Rio Preto para que fossem utilizadas as instalações do que seria um hospital, ao lado da faculdade. Era instituído o Hospital de Base de Rio Preto, instituição de caráter filantrópico e hospital de ensino, que, se restringia a dois pavimentos, com ambulatório30 leitos, uma sala de aula e uma sala de professores. Em 1979 a
FRESA passa por mudanças em sua constituição enquanto entidade e passa a se chamar FUNFARME - Fundação Faculdade Regional de Medicina. Esta mudança permitiu que o Hospital de Base passasse a prestar serviço ao sistema público de saúde. Em 1994, a FUNFARME foi dividida, sendo que a Faculdade passou a ser autarquia estadual e o hospital se manteve como fundação filantrópica. A simbiose entre a FAMERP e seu hospital de ensino, no entanto, manteve-se forte e, a cada dia, é mais intensa. Nos anos 90, o Hospital de Base de Rio Preto iniciou uma fase de investimentos e crescimento que não parou mais e o levou a figurar entre os maiores e mais modernos centros médicos do Brasil. (HOSPITAL DE BASE,2019)
Instituições do Complexo FUNFARME atualmente: ➢ CRLM – Centro de Reabilitação Lucy Montoro
➢ HB – Hospital de Base
➢ AGE- Ambulatório Geral de Especialidades
➢ IC- Instituto do Câncer
➢ HSJRP – Hemocentro de São José do Rio Preto
➢ HLab – Medicina Laboratorial
➢ HCM – Hospital da Criança e Maternidade ➢ FAMERP – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
(HOSPITAL DE BASE,2019)
49
5.3 Parto Humanizado em São José do Rio Preto: Cenário Atual O município hoje conta uma variedade de instalações que realizam partos, Há os seis hospitais gerais já citados ; clinicas particulares e o Hospital da Criança e Maternidade (HCM). porém não há
uma instalação que se enquadre no modelo de um Centro de Parto Normal, definido pala Portaria 985/1999. No quesito humanização, há duas instalações privadas que dão cursos e palestras. (Espaço Nascer Aurora e Espaço AZ) voltadas para este assunto. Essas instituições auxiliam na divulgação desse tipo de parto, mas por ser de cunho particular, a informação não alcança toda a população.
5.3.2 Espaço Nascer Aurora
5.3.1 Hospital da Criança e Maternidade O Hospital da Criança e Maternidade ,inaugurado em 2013, localiza-se na Av. Jamil Feres
O Espaço Nascer Aurora (ENA) é um centro especializado em humanização desde o
Kfouri – Jd Panorama. Tem oito andares, excetuando térreo e subsolo, ocupa uma área de 18 mil
inicio da gravidez até a primeira fase da infância, mostrado na Figura 27. Esta localizado na
metros quadrados, mostrado na Figura 25, Após
quatro anos de funcionamento, o HCM se
Rua Alexandre Rosa, nº242, na Vila São José, próximo ao Hospital de Base. Inaugurou em
submeteu em 2017 aos parâmetros da Rede Cegonha em relação ao parto humanizado, pelo
Janeiro de 2019 e conta com uma equipe de obstetriz, enfermeira pediátrica, fotógrafa, doula
programa Projeto Parto Adequado (PPA), que é uma parceria do Ministério da Saúde, Agencia
e terapeuta. O estabelecimento oferece uma variedade de serviços, como atendimento
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Hospital Albert Einstein ,sendo o único hospital da
ginecológico, pediátrico, pré-natal, acompanhamento ao parto humanizado hospitalar e
cidade que aderiu aos parâmetros da Rede Cegonha. A maternidade conta com três quartos PPP
domiciliar, terapias, rodas de conversas, palestras e cursos, conforme Figuras 28 e 29. Ao
(Pré-parto,Parto e Pós-parto), visando a humanização do parto, equipados com alguns
realizar visita técnica no local, foi possível ter uma percepção do ambiente e a forma que
equipamentos de técnicas não farmacológicas para alívio da dor, como bola suíça, e banqueta
ele foi adaptado para passar sensação de acolhimento aos usuários. A recepcionista foi
de parto mostrados na Figura 0. Nesses quartos são permitidos a entrada de acompanhantes e
entrevistada, e passou informações de como que o ENA funciona, e que atende não só São
doulas de acordo com a vontade da parturiente. (HOSPITAL DA CRIANÇA E MATERNIDADE,2019).
Jose do Rio Preto, mas também os municípios vizinhos.
Figura 25: Vista do HCM
Apesar do HCM possuir um programa de
Foi explicou também que o centro
parto humanizado, na Figura 26 percebe-se que
não realiza partos nas suas instalações,
no quesito humanização deixa muito a desejar. Os
pois como funciona em uma casa
quartos são estéreis,
não recebem iluminação
alugada, mostrada na Figura 0, não é
nem ventilação natural direta, não há acesso ao
possível adequar um programa de
espaço exterior e contato com a natureza, que
necessidades de um Centro de Parto
são requisitos ao se tratar de parto humanizado.
Normal Peri – Hospitalar.
Figura 27: Fachada do Espaço Nascer Aurora
Figura 0: Fotografia da autora,2019 Figura 28: Roda de gestantes no Espaço Nascer Aurora
Figura 26: Quarto PPP com acessórios para parto humanizado
Bola suíça
Figura 29: Palestra no Espaço Nascer Aurora
Banqueta
“Cavalinho” Fonte: Fotografia da autora, 2019
Fonte: Hospital da Criança e Maternidade Modificado pela autora, 2019
Fonte: Espaço Nascer Aurora,2019
50
5.4 Problemática : “Epidemia” Municipal de Cesarianas Cesarianas realizadas sem indicação, aumenta as chances de mortalidade materna e
Ao realizar um levantamento de dados sobre as formas de nascer em São José do Rio
perinatal. Por se tratar de uma cirurgia, há um maior risco de hemorragias e infecções na
Preto, percebeu – se que cidade esta passando por uma epidemia de cesáreas. Com base
mãe, transtornos respiratórios e prematuridade nos bebês que nascem de “parto agendado”,
em dados cedidos pela Secretaria Municipal de Saúde, nota-se os números alarmantes de
as vezes não estão totalmente desenvolvidos para o nascimento.
cesarianas ocorridas no município em 2017, conforme Quadro 12 a seguir.
Na cidade, o Hospital da Criança e Maternidade, a Santa Casa de Misericórdia e o Austa respondem processos na justiça por violência obstétrica ( violência sofrida pela parturiente no
Quadro 12 – Quantidade de partos no município em 2017
Parto Cesáreo
Parto Normal
trabalho de parto). Foram ao todo cinco casos, registrados junto a Defensoria Publica; em um
Total de partos
dos casos, ocorrido no HCM, o bebê veio a falecer. (G1,2017)
4.538
923
5.461 5.4.1 Necessidade de um Centro de Parto Normal (CPN)
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde,2017– Adaptado pela autora,2019
Há diversos fatores que influenciam a mulher a optar com uma cirurgia na hora do parto, Ao comparar os dados, observa-se que as cesarianas ultrapassam quase em cinco
tal
como o medo desse processo e a desinformação referente aos benefícios
do parto
vezes a quantidade de partos normais. São um total de 83,10 % de cirurgias contra 16,90%
normal, acharem que a rapidez e a falta de dor de uma cesariana vale mais do que o processo
de partos vaginais.
natural.
No ano de 2017, São José do Rio Preto apresentou uma Taxa de Natalidade (relação
Desde a década de 1990, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo programas de incentivo
entre o número de nascidos vivos em um ano e o número total da população) de 12,56 e
ao parto normal, em parte pensando na saúde materno fetal e também pelo fato de que
uma Taxa de Mortalidade Infantil (relação entre morte de crianças de até um ano de idade e
cesarianas demandam um alto custo para o governo, e se podem ser evitadas, devem ser.
o numero total da população )em 9,29. (SEADE, 2017). Ao equiparar os coeficientes de
Em São José do Rio Preto, com base nas informações coletadas sobre números de
mortalidade infantil registrados no município entre 2011 e 2017, verifica-se, que nos anos
nascimentos e tipos de partos, constata-se que apesar de ter alguns programas de parto
que ocorreram menos cesarianas, a Taxa de Mortalidade Infantil é menor em relação aos
normal humanizado já funcionando na cidade, o número de pessoas que eles alcançam ainda
anos com mais partos cesáreos, conforme Tabela 02.
é pequeno. Com base nos dados da situação atual do município em relação ao parto e nascimento,
Tabela 02: Coeficiente de Mortalidade x Cesarianas por ano ANO
TAXA DE MORTALIDADE
CESARIANAS (%)
2011
7,08
85,7
2012
7,13
86,4
2013
8,59
84,6
2014
9,45
83,7
7,28
81,9
6,69
80,5
9,29
83,1
2015 2016 2017
constata-se que há uma necessidade de um projeto arquitetônico para trazer ,difundir o parto humanizado e amenizar a quantidade de cesarianas, dentro de um contexto de arquitetura para ambientes de saúde. A arquitetura é um aspecto importante quando se fala em humanização, pois ela é permanente, e pode contribuir de forma positiva ou negativa aos usuários. Um ambiente projetado para o parto e nascimento deve levar em consideração aspectos que traga conforto e acolhimento àqueles que a utilizarem. O público alvo deste Centro de Parto Normal são, para realização de partos: gestantes com baixo risco de intercorrências negativas, e para participar das outras atividades ocorridas no centro qualquer mulher, independente se possui alguma restrição de saúde.
Fonte: Conjuntura Econômica, 2018 – Adaptada pela autora ,2019
51
Figura 30: Localização do terreno em relação ao Centro e a Zona Norte
Localização do Terreno
Zona Norte
Centro Comercial
Área que abrange os hospitais gerais
Localização Hospitais Gerais
Rodovia Washington Luiz
Fonte: Google Earth Pro – Modificado pela autora,2019
Rodovia Transbrasiliana
Rodovia Assis Chateaubriand
5.5 Caracterização e Diagnóstico: Área de Intervenção A escolha do terreno é um dos principais pontos de partida para o desenvolvimento do
O hospital escolhido foi a Santa Casa da Misericórdia, que se encontra mais próxima da
projeto de um Centro de Parto Normal Peri- Hospitalar (CPNp), que é o centro que se localiza
região norte, com isso se enquadrando na Portaria 985/1999.
no perímetro de uma maternidade ou hospital. Conforme já explicado no Capítulo 03.
A Santa Casa de Misericórdia
é um hospital
que atende pelo Sistema Único de
Levando em considerações características importantes, como boa localização, facilidade
Saúde(SUS) e que realiza uma grande parcela dos partos da região norte. No ano de 2018. o
de acesso, garantia de iluminação natural e ventilação, e o mais imprescindível é a proximidade
Ministério Público Federal enviou uma Recomendação ao provedor da Irmandade da
com um hospital referencia para pronto atendimento em caso de emergência.
Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto, referente às denuncias de casos de violência obstétrica que ocorreram nas dependências do hospital, e pelo grande número de cesarianas realizadas no âmbito do SUS em 2017, mostrado na Tabela 03. (RECOMENDAÇÃO
Quadro 13– Diretrizes para escolha do terreno
MPF Nº 7/ 2018). Vale ressaltar que cirurgias de parto cesáreo pelo SUS gera altos custos para o governo, Acessos
Localização
Tabela 03: Quantidade de partos ocorridos na Santa Casa em 2017
Hospital Referência
CONVÊNIO PARTICULAR
Fonte: Elaborado pela autora,2019
CESARIANA
Com base nesses aspectos, o terreno escolhido para a implantação do Centro de Parto
230
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
PARTO NORMAL
CESÁRIANA
11
2109
PARTO NORMAL
TOTAL DE PARTOS EM 2017
651
3001
Normal Peri - Hospitalar , possui 17.253,83 m² e localiza-se no bairro Jardim Santa Lucia , na Av. Dr. Ernani Pires Domingues com a Av. Sebastião Gonçalves de Souza. Essa área situa-se na
Fonte: ANS,2017 ; Recomendação MPF Nº 7/ 2018 - Adaptado pela autora,2019
Zona Norte da cidade, sendo este um dos pontos levados em consideração na sua escolha. Na Figura 30, pode-se visualizar a distribuição dos hospitais gerais no município, que se concentram próximos ao Centro Comercial.
Com base nos dados acima citados, verifica-se que a quantidade total de cesarianas é
Os bairros que compões a Zona Norte possuem a maior parte dos residentes de classe
de 77,94 %, enquanto os partos vaginais chegam a 22,06 %.
Esta informação reforça a
baixa e classe média, ou seja, não têm condições de pagar por atendimentos e exames de
necessidade de um projeto arquitetônico e urbanístico de um Centro de Parto Normal Peri –
saúde, e para ter acesso a estes estabelecimentos precisam percorrer um grande percurso.
Hospitalar, que se torne uma forte ferramenta na campanha a favor da humanização do
Em se tratando de gestantes é ainda mais grave, pois o parto pode acontecer sem previsão,
atendimento ao parto, para que se torne atrativo na busca pela diminuição das altas taxas de
e dependendo da distancia ao hospital ou maternidade não dá tempo de receber atendimento.
cesáreas na cidade,
Foi o caso que ocorreu em março de 2019, onde uma parturiente residente do bairro Jardim Santo Antônio, na Zona Norte ,acionou o Corpo de Bombeiros para leva-la ao Hospital da Criança e Maternidade para dar a luz, entretanto a 200 metros do hospital a viatura teve que parar para o bebê nascer. (G1,2019). A decisão do melhor terreno para a implantação do Moara, advém principalmente pela sua localização em relação a zona que se encontra e na necessidade de suprir uma demanda deste tipo de EAS voltada para esse público. Outro dado imprescindível foi escolher um terreno que se localiza próximo a um hospital referência para o caso de alguma intercorrência materno-fetal. 53
Figura 31: Localização do terreno em relação aos hospitais
O terreno se encontra próximo a Santa Casa da Misericórdia, em um trajeto de 5 à 6 minutos de distância, para transferência imediata da parturiente em caso de emergência. A gestante tem o direito de escolher ser transferida para outro hospital, quando não for emergência. Nesta situação, o Hospital de Base está a 13 minutos do terreno e o Hospital da Criança e Maternidade à 14 minutos. A distância entre a área de intervenção e os hospitais se enquadra na Portaria Nº11 / 2015 , que determina o prazo máximo de 20 minutos entre o edifício hospitalar e o CPNp.
Ao buscar as informações referentes as restrições legais do terreno e de acordo com a Lei de Zoneamento de São José do Rio Preto ( lei nº 5135/1992) e seu Mapa de Zoneamento, Uso e Ocupação do solo, o terreno está inserido na Zona 04, conforme Figura 32, que possui as seguintes permissões legais:
➢ USO:
misto
residencial,
comercial
e
de
Figura 32: Zoneamento da Área de Intervenção
serviços de média densidade, predomínio de
habitações unifamiliares e multifamiliares e presença controlada
de atividades micro
industriais. ➢ INDICE DE APROVEITAMENTO: máximo de 02 ➢ TAXA DE OCUPAÇÃO: Taxa máxima de 60% ➢ ALTURA : Máxima de 7,50 metros ➢ RECUO FRONTAL: Recuo mínimo de 3 metros ➢ RECUO LATERAL: Recuo mínimo de 2 metros
Fonte: Mapa Zoneamento Uso e Ocupação do Solo 1 Modificado pela autora,2019
Com base nessas restrições será possível projetar uma edificação que esteja de acordo com a legislação municipal pertinente. Terreno
Trajeto a partir do terreno para os hospitais
Santa Casa da Misericórdia
Hospital de Base e Hospital da Criança e Maternidade
Para projetar o Centro de Parto Normal, necessita-se conhecer a área do entorno do
terreno proposto para implantação, portanto alguns dados importantes foram levantados obre a área, mostrados a seguir:
Fonte: Google Earth Pro – Modificado pela autora,2019
54
O terreno é margeado por duas vias locais, Rua Maria de . Caputo e Rua Hermógenes de Farias,
No estudo morfológico realizado na área de intervenção, é possível perceber que ela é
uma via arterial, Av. Dr.Ernani Pires Domingues e uma via coletora, Av. Sebastião Gonçalves de
composta por uso misto, onde uso residencial prevalece em relação aos outros. Os serviços e
Souza. Essas definições de vias auxilia ao definir aonde será os acessos pertinentes a proposta de
comércios do entorno imediato ao terreno são de pequeno porte. Há poucas áreas verdes de
projeto. Av. Dr.Ernani Pires Domingues e a Av. Sebastião Gonçalves de Souza se ligam a outras vias
lazer, algumas instituições, entre escolas e igrejas, e uma grande porcentagem de edificações
importantes da cidade, indo para outras regiões. A área de levantamento, conforme mostra a Figura
sem uso e lotes vazios. A área ao redor do terreno já esta consolidada, porém ainda oferece
33 possui um fluxo constante de transporte coletivo, sendo um total de linhas diferentes de ônibus. A
oportunidades de crescimento. Com base na Figura 34, nota-se que o entorno é
área que se encontra o terreno é uma localização de grande fluxo de trânsito.
predominantemente de uso residencial.
Figura 33: Mapa do Sistema Viário e Transporte Coletivo
Terreno
Via Arterial Via Coletora Via Local
Figura 34: Mapa de Uso do Solo da Área de Levantamento
Área de Levantamento Vias onde passam ônibus Sentido Zona Norte Sentido Área Central
Área de Levantamento Terreno
Residencial
Sem uso
Serviços
Vazio
Construção
Comércio
Área verde
Institucional
Fonte: Elaborado pela autora, 2019
Fonte: Elaborado pala autora,2019
55
O terreno proposto para a implantação do Centro de Parto Normal, possui um
desnível de 8,00 metros . O terreno um caimento que vai a partir do nível 482,00 e
Figura 35: Mapa topográfico do terreno
se converge no nível 475,00. Nas Figura 35 e 36 pode-se visualizar que passa duas curvas mestres a 480,00 e a 475,00, e seis curvas de nível secundárias, formando a topografia da área de implantação. Por ser uma gleba grande, com aproximadamente 160,00 m²
no sentido longitudinal e
116,00 m² no sentido
transversal, o desnível não é muito acentuado, entretanto para a elaboração do projeto irá necessitar de taludes e outras soluções topográficas. A Figura 37 é uma vista panorâmica do terreno, tirada a partir da Rua Maria de A. Caputo com a Av. Dr. Ernani Pires Domingues.
Figura 36: Cortes passando pelo terreno Terreno
CORTE AA
Terreno
Ângulo da Foto
CORTE BB
Fonte: Elaborado pela autora, 2019
Figura 37:Vista panorâmica do terreno a partir da R. Maria de A. Caputo Fonte: Fotografia da Autora 56
Figura 38: Incidência Solar e Sentido dos ventos no terreno
Em relação a incidência solar no terreno, com base na Figura 38 constata-se que a parte que recebe mais insolação é no sentido norte, frente a Av. Sebastião Gonçalves de Souza e a face que recebe menor incidência solar é no sentido da Av. Dr. Ernani Pires Domingues. Já sentido dos ventos no terreno vem do sentido sudeste para o noroeste. Esses fatores são norteadores para que a edificação possa ser locada na melhor posição, visando o conforto térmico dos seus usuários.
41
A Figura 39 a seguir é uma vista panorâmica do terreno, tirada a partir da Av. Sebastião Gonçalves de Souza. A Figura 40 mostra o terreno e a Av. Dr. Ernani Pires
39
Domingues. Já a Figura 41 é a vista a partir da Rotatória.
Figura 39 : Vista panorâmica do terreno a partir da Av. Sebastião Gonçalves de Souza Fonte: Fotografia da Autora,2019
Ângulo da Foto
Terreno Trajetória Solar
Figura 40: Vista panorâmica do terreno e da Av. Dr. Ernani Pires Domingues Fonte: Fotografia da Autora,2019
Ventos
Sol Nascente Sol Poente
Fonte: Google Earth Pro - Modificado pela autora,2019
Figura 41:Vista panorâmica do terreno a partir da Rotatória Fonte: Fotografia da Autora,2019 57
Imagem de Bellami Photografy-Pixabay, 2017
Quadro 13 – Diagrama da quantidade de partos e demanda
6.1 Público Alvo e Demanda
Total partos anual no município
Com base no levantamento de dados realizado, dividiu-se o público alvo do
5461
MOARA - Centro de Parto Normal em dois grupos . O Grupo 01 sendo mulheres que
Total partos anual Santa Casa
3001
54%
Capacidade mensal Capacidade anual de partos no Moara de partos no Moara
20%
50
600
apresentam gravidez com baixo risco de intercorrências , o que possibilita que possam realizar o parto no centro. Para definir a quantidade de parturientes
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde-Adaptado pela autora,2019
do Grupo 01, levou-se em
consideração o número total de partos realizados na Santa Casa da Misericórdia,
Atividades e serviços oferecidos
pois além de ser o hospital de referência do Moara, detém aproximadamente 55% dos partos ocorridos em São José do Rio Preto em 2017. Desse valor, calculou-se 20% e dividiu-se por 12 meses ,para definir a capacidade mensal que o Moara deve
ter para ser capaz de atender a demanda exigida pela legislação da Rede Cegonha
Curso de Shantala e Ofurô
Yoga e pilates Curso
Grupo de gestantes
Grupos de Pósparto
preparação
para o parto
Por esse motivo o MOARA será projetado de forma a propiciar a assistência de
Curso Meu bebê
no mínimo 50 partos mensais. conforme Quadro 13. Através de pesquisas e visita técnica realizada em um centro de parto normal, analisou-se que além de prestar assistência ao parto e ao nascimento humanizado, um CPN pode e deve contribuir com a população em forma de cursos,
MÃES,PAIS E FILHOS
GESTANTES
Curso de massagem para casais
Consultas médicas
palestras e outras atividades voltadas para o público de gestantes. Por essa razão o Grupo 02 será composto de outras parturientes que não possam realizar o parto no CPN, mas que queiram participar das outras atividades
Curso de amamenta ção
Outras consulta s médicas
Yoga mãe e filho Consultas com pediatra
Palestras
oferecidas pelo estabelecimento, assim como seus acompanhantes e outros indivíduos, visando o conhecimentos a cerca do parto natural humanizado e dos seus benefícios para a saúde materno-fetal.
Quadro 14 – Diagrama de demanda média do Grupo 02
A quantidade média do Grupo 02 foi definida em 2500 mensal, divididos por 25
Atendimento Médio Mensal
dias úteis do mês e dividido por dois turnos, manhã e a tarde, conforme mostrado
Atendimento por turno
Atendimento Médio Diário
no Quadro 15. Ao lado está a relação das atividades que serão oferecidas pelo MOARA, além
2500
da assistência ao Parto Humanizado de acordo com os grupos.
/25
100
/2
Fonte: Elaborado pela autora,2009
61
50
6.2 Programa de Necessidades SETORIZAÇÃO : Este é o setor voltado à recepção e atendimento dos usuários. ATENDIMENTO
Nele as gestantes serão examinadas para
Para a elaboração do Programa de Necessidades, e posteriormente o projeto
poderem ser admitidas junto com seus acompanhantes e
arquitetônico do MOARA - Centro de Parto Normal, pensou-se além das
encaminhados para os outros setores do centro.
exigências mínimas
de espaços e ambientes, buscando novas maneiras de
auxiliar as gestantes desde a fase do pré-natal até o pós-parto. Seguindo a Resolução RDC Nº 36/2008 ,que apresenta o programa de necessidades mínimo
Neste setor se encontrará os ambientes de uso público e
que o Centro de Parto Normal Peri-Hospitalar (CPNp) deve possuir, conforme já
comum, as salas multiusos, consultórios, área de estar e deambulação ACOLHIMENTO
destinado
mostrado no capítulo 03, e considerando os ambientes levantados no estudo de
a passeios e estar das
caso e análises projetuais, foi possível definir o programa de necessidades e
parturientes e seus acompanhantes. onde os usuários
separa-lo em cinco setores, mostrados ao lado.
possam se socializar e trocar experiências.
A quantidade de pessoas em média que irão usar os ambientes do edifico diariamente foram levadas em consideração para a elaboração do pré-
É o setor clínico, focado nos ambientes de auxílio ao parto
dimensionamento. Entre os funcionários se encontram o administrativo,
e nascimento, e demais serviços assistenciais de saúde.
motorista de ambulância, segurança, enfermeiras obstetras, cozinheiras e
Nele se encontra os quartos de pré-parto, parto e pós-
faxineiras. No público se enquadra as parturientes, acompanhantes e crianças.
parto (PPP), e outros ambientes de assistência ao parto. PARTURIÇÃO
ADMINISTRÇÃO E APOIO
Esquema quantidade de usuários diários
Média de
Média de
Setor dirigido aos ambientes administrativos e de
25
50
apoios responsáveis pelo funcionamento do centro,
Funcionários
Parturientes e acompanhantes
como cozinha e refeitório.
Este é o setor que abrange os ambientes de serviços, limpeza
e
depósitos,
garantindo
a
higiene
A seguir se encontra a tabela com o programa de necessidades discriminado de
e
acordo com os setores acima mencionados e o pré - dimensionamento dos ambientes do MOARA.
funcionamento do Moara. SERVIÇO
62
SETOR
AMBIENTE
ATIVIDADE
Nº DE PESSOAS
QUANTIDADE
OBSERVAÇÃO RDC 36/2008
ÁREA (m²)
RECEPÇÃO E ACOLHIMENTO
Recepcionar gestantes e acompanhantes
02
01
-
10,00
SALA DE ESPERA
Espera para serem atendidos
10
01
-
30,00
SANITÁRIO FEMININO /PCD
Higiene pessoal
01
01
As portas devem abrir para fora
3,80
SANITÁRIO MACULINO / PCD
Higiene pessoal
01
01
As portas devem abrir para fora
3,80
SALA DE EXAMES
Entrevistar, examinar e encaminhar gestantes e acompanhantes
03
01
Possuir bancada com pia e maca
20,00
SANITÁRIO ANEXO SALA DE EXAMES
Higiene pessoal
01
01
A porta deve abrir para fora
3,80
ATENDIMENTO
71,40
SETOR
PARTURIÇÃO
AMBIENTE
Nº DE PESSOAS
ATIVIDADE
QUANTIDADE
OBSERVAÇÃO RDC 36/2008
ÁREA (m²)
60,00 (20,00 x 03)
QUARTO PPP COM BANHEIRA
Quarto para pré-parto, parto e pós-parto
04
03
Espaço para cuidados com recém-nascido e acessibilidade
PÁTIO/SOLARIUM
Estar
-
03
-
21,00 (7,00 x 03)
BANHEIRO QUARTO PPP
Higiene pessoal
02
03
Acessíveis, barras de segurança, etc.
18,00 (6,00 X 03)
ALOJAMENTO
Alojamento para parturiente e acompanhante
02
03
-
60,00 (20,00 x 03)
BANHEIRO ANEXO ALOJAMENTO
Necessidades pessoais
01
03
Acessíveis, barras de segurança, etc.
18,00 (6,00 X 03)
SALA DE ULTRASSONOGRAFIA
Exames de ultrassonografia
02
01
Prever sanitário
15,00
SALA DE REANIMAÇÃO NEONATAL
Cuidados com o recém-nascido em caso de emergência
02
01
-
10,00
SALA DE COLETA E ALEITAMENTO MATERNO
Coleta e armazenamento de leite materno
06
01
-
20,00
222,00
63
SETOR
ADMINISTRAÇÃO E APOIO
AMBIENTE
ATIVIDADE
Nº DE PESSOAS
QUANTIDADE
OBSERVAÇÃO RDC 36/2008
ÁREA (m²)
SALA DE ADMINISTRAÇÃO
Gerenciamento e administração
03
01
-
20,00
SANITÁRIO ANEXO ADMINISTRAÇÃO
Higiene pessoal
01
01
-
2,00
QUARTO PLANTÃO FUNCIONÁRIOS
Dormitório dos funcionários de plantão
04
01
-
20,00
SALA DE DESCANSO
Estar e descanso dos funcionários
05
01
-
15,00
SALA DE SEGURANÇA
Segurança e monitoramento
1
1
-
10,00
67,00 SETOR
ACOLHIMENTO
AMBIENTE
ATIVIDADE
Nº DE PESSOAS
QUANTIDADE
OBSERVAÇÃO RDC 36/2008
ÁREA (m²)
SALA MULTIUSO
Diversos usos, como palestras, cursos, rodas de conversas, etc.
40
01
-
60,00
SALA DE PILATES
Aulas e práticas de pilates
10
01
-
40,00
DEPÓSITO
Armazenamento de equipamentos , cadeiras
-
01
-
10,00
VESTIÁRIO FEMININO
Higiene pessoal
07
01
Prever unidade PCD
25,00
VESTOÁRIO MASCULINO - PCD
Higiene pessoal
01
01
-
6,20
FRALDÁRIO
Higiene pessoal
05
01
-
10,00
CAFETERIA (COZINHA ANEXA)
Venda e consumo de alimentos
-
01
-
45,00
150,00
ÁREA PARA DEÂMBULAÇÃO
Área para gestantes passear, caminhar.
-
-
Interna ou externa, coberta para utilização em dias de chuva ou sol
CONSULTÓRIO DE FISIOTERAPIA
Atendimento com fisioterapeuta
03
01
-
10,00
CONSULTÓRIO DE PSICOLOGIA
Atendimento com psicologista
03
01
-
10,00
CONSULTÓRIO DE NUTRIÇÃO
Atendimento com nutricionista
03
01
-
10,00
CONSULTÓRIO DE PEDIATRIA
Atendimento com pediatra
03
01
-
15,00
DML
Depósito de Materiais de Limpeza
-
01
-
5,00
BRINQUEDOTECA
Entretenimento de crianças
10
01
-
10,00 413,65
64
SETOR
SERVIÇO
AMBIENTE
ATIVIDADE
Nº DE PESSOAS
QUANTIDADE
OBSERVAÇÃO RDC 36/2008
ÁREA (m²)
VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS FEMININO
Higiene pessoal
04
01
Prever unidade PCD
15,00
VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS MASCULINO
Higiene pessoal
04
01
Prever unidade PCD
10,00
DEPÓSITO DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
Armazenar equipamentos e materiais
-
01
Capacidade de guardar macas e cadeiras de rodas
10,00
ROUPARIA
Armazenamento de roupas limpas
-
EXPURGO
Ambiente destinado à recepção, lavagem, descontaminação e abrigo temporário de materiais , e descarte de rejeitos
02
DML
Depósito de Material de Limpeza
LAVANDERIA/ROUPARIA
8,00 01
Prever bancada com pia de despejo com acionamento por válvula de descarga
10,00
-
01
-
5,00
Lavagem de roupas sujas
02
01
-
20,00
SALA DE SERVIÇO
Procedimentos de enfermagem
01
01
-
5,00
POSTO DE ENFERMAGEM
Relatórios e registro de partos
01
01
-
5,00
DEPÓSITO DE LIXO ORGÂNICO
Descarte de lixo orgânico
-
01
-
5,00
DEPÓSITO DE GÁS OXIGÊNIO
Depósito para gases
-
01
-
5,00
DEPÓSITO DE GÁS COMPRIMIDO
Depósito para gases
-
01
-
5,00
CENTRAL DE AR CONDICIONADO
-
-
-
-
10,00
VAGA AMBULÂNCIA COZINHA SEMI-INDUSTRIAL
Estacionamento de ambulância Preparação de alimentos
01 04
01 01
-
* 40,00
REFEITÓRIO/LANCHONETE
Distribuição de alimentos para gestantes ,acompanhantes e funcionários.
08
01
-
20,00
CAMARA FRIA /REFRIGERADA
Armazenamento de alimentos
01
01
-
5,00
DESPENSA
Armazenamento de alimentos secos
01
01
-
5,00
ESTACIONAMENTO
Vagas para veículos de funcionários e para o público
-
25
-
*
RESERVATÓRIO D’ÁGUA
Reservar água
01
01
-
-
GERADOR
-
01
01
-
5,00 178,00
Tabela 04: Síntese do Pré-dimensionamento TOTAL (m²)
SETORES
A partir das áreas de cada ambiente que compõe o programa de
necessidades e acrescido de 30% referente às áreas de circulações e paredes, conforme 71,40
222,00
67,00 413,65 + 30% circulação e paredes ÁREA TOTAL CONSTRUTIVA
178,00
952,05 285,61 1237,66
Fonte: Elaborado pela autora,2019
65
especifica a legislação da Rede Cegonha, foi
possível chegar na área aproximada que o projeto do centro de parto normal possuirá, conforme mostrado na Tabela 04 ao lado. * As vagas de estacionamento não contará como área construída.
6.3 Organograma Esquema organograma
A partir do programa de necessidades, foi possível dividir e setorizar a edificação em 05 setores, onde cada um possui uma ACESSO PÚBLICO
função e um propósito diferentes, mas que juntos darão forma ao MOARA. Abaixo se encontra esses setores e os ambientes
ACOLHIMENTO
que compõem cada um deles.
PARTURIÇÃO
ATENDIMENTO
AMBIENTE
AMBIENTE
RECEPÇÃO E ACOLHIMENTO
SALA DE ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO E APOIO
SANITÁRIO ANEXO ADMINISTRAÇÃO
SALA DE ESPERA SANITÁRIO FEMININO - PCD
SERVIÇO
ADMINISTRÇÃO E APOIO
ACESSO FUNCIONÁRIOS
QUARTO PLANTÃO FUNCIONÁRIOS SALA DE DESCANSO
AMBIENTE
SALA DE SEGURANÇA
ATENDIMENTO
VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS FEMININO
SANITÁRIO MACULINO - PCD
VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS MASCULINO
SALA DE EXAMES
DEPÓSITO DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ROUPARIA
SANITÁRIO ANEXO SALA DE EXAMES
EXPURGO
DML
AMBIENTE SALA MULTIUSO
BANHEIRO PCD
FRALDÁRIO
BANHEIRO QUARTO PPP
CAFETERIA
ALOJAMENTO
PARTURIÇÃO
BANHEIRO ANEXO ALOJAMENTO SALA DE ULTRASSONOGRAFIA
DML BRINQUEDOTECA
VAGA AMBULÂNCIA
SERVIÇO
ESTACIONAMENTO
DEPÓSITO DE GÁS COMPRIMIDO CENTRAL DE AR CONDICIONADO COZINHA SEMI-INDUSTRIAL COPA / REFEITÓRIO CAMARA FRIA/REFRIGERADA
CONSULTÓRIO DE NUTRIÇÃO CONSULTÓRIO DE PEDIATRIA
DEPÓSITO DE GÁS OXIGÊNIO
PÁTIO/SOLARIUM
SANITÁRIO MASCULINO - PCD
CONSULTÓRIO DE PSICOLOGIA
DEPÓSITO DE LIXO ORGÂNICO
QUARTO PPP ACESSÍVEL
VESTIÁRIO FEMININO
CONSULTÓRIO DE FISIOTERAPIA
POSTO DE ENFERMAGEM
QUARTO PPP SEM BANHEIRA
DEPÓSITO
ÁREA PARA DEÂMBULAÇÃO
SALA DE SERVIÇO
QUARTO PPP COM BANHEIRA
SALA DE PILATES
ACOLHIMENTO
LAVANDERIA
AMBIENTE
SALA DE REANIMAÇÃO NEONATAL SALA DE COLETA E ALEITAMENTO MATERNO
66
DESPENSA RESERVATÓRIO GERADOR
6.4 Fluxograma A partir do programa de necessidades e do organograma, surge o fluxograma, que
RUA PROJETADA
organizará os caminhos percorridos dentro do edifício, de acordo com a setorização
previamente definida, de forma a distribuir os fluxos e as atividades dentro do prédio CIRCULAÇÃO
SANITÁRIO FEMININO SALA DE ESPERA SANITÁRIO MASCULINO
AV.ERNANI PIRES
ESTACIONAMENTO
ÁREA DE DEÂMBULAÇÃO
CIRCULAÇÃO
RECEPÇÃO
CONSULTÓRIO DE NUTRIÇÃO
SALA DE EXAMES SANITÁRIO ANEXO
CIRCULAÇÃO
SALA MULTIUSO
CONSULTÓRIO DE PEDIATRIA
SALA DE PILATES
FRALDÁRIO
SALA DECOLETA E ALEITAMENTO MATERNO
ADMINISTRAÇÃO E SANITÁRIO ANEXO
SALA DE ULTRASSONOGRAFIA
ALOJAMENTO 01 BANHEIRO ANEXO
QUARTO PPP 01 BANHEIRO ANEXO SOLÁRIUM
BRINQUEDOTECA
QUARTO PPP 02 BANHEIRO ANEXO SOLÁRIUM
ALOJAMENTO 02 BANHEIRO ANEXO
DEPÓSITO
QUARTO PPP 03 BANHEIRO ANEXO SOLÁRIUM
VAGA DE AMBULÂNCIA
RUA PROJETADA
para que não haja conflito entre eles.
CIRCULAÇÃO
POSTO DE ENFERMAGEM
CAFETERIA
ALOJAMENTO 03 BANHEIRO ANEXO
VESTÁRIO FEMININO
SALA DE ESTAR FUNCIONÁRIOS
QUARTO PLANTÃO
SALA DE SERVIÇO
CIRCULAÇÃO
LAVANDERIA
EXPURGO
ACESSO PÚBLICO ENTRADA/SAÍDA AMBULÂNCIA
ACESSO FUNCIONÁRIOS CARGA E DESCARGA
DEPÓSITO DE GÁS COMPRIMIDO
CIRCULAÇÃO VESTIÁRIO FUNCIONÁRIO FEMININO
SALA DE SEGURANÇA
COPA /REFEITÓRIO
COZINHA
DEPÓSITO DE EQUIPAMENTOS
VESTIÁRIO FUNCIONÁRIO MASCULINO
CAMARA FRIA/ REFRIGERADA
DEPÓSITO DE GÁS OXIGÊNIO
CENTRAL DE AR CONDICIONADO
ESTACIONAMENTO
DEPÓSITO DE LIXO ORGÂNICO
RUA JOSÉ ZANIRATO
SETOR ATENDIMENTO
SETOR ADM/APOIO
SETOR SERVIÇOS
SETOR ACOLHIMENTO
SETOR PARTURIÇÃO
CIRCULAÇÃO
67
CONSULTÓRIO DE FISIOTERAPIA
DML
DML
SALA DE REANIMAÇÃO NEONATAL
DESPENSA
ROUPARIA
SANITÁRIO MASCULINO
CONSULTÓRIO DE PSICOLOGIA
6.5 Referências Volumétricas Algumas obras arquitetônicas foram usadas como referências e inspirações para o início de elaboração do projeto do Centro de Parto Normal, além dos estudos de casos mostrados no capítulo 04. A seguir há três das obras que inspirou a forma do edifício do MOARA. Figura 43: Centro Nacional de Excelência Intrépido
Figura 42: Clínica de Sousse
O projeto consiste em um hospital
privado,
Esse
sendo
CASA
formado
por
clara
para
pacientes,
funcionários
visitantes.
O
projeto
o
acolhedor, além de contar com entrada de luz e ventilação
vidro de 4 andares. Esta orientação
para
exterior quanto no interior, tornando o ambiente
mas unidos por uma sala de uma
pesquisa
Possui forma sinuosa e retilínea tanto no
dois
fornece
de
escritório SmithGroup.
edifícios separados entre si
solução
centro
se nos Estados Unidos, no Maryland. O projeto é do
Sólo
Arquitectos. É
um
tratamento de lesão cerebral traumático. Localiza-
realizado pelo escritório de arquitetura
é
natural,
através
de
aberturas
na
cobertura e grandes janelas.
e do
edifício prioriza a iluminação e ventilação naturais, através de espaços abertos, pátios e jardins.
Fonte: Archdaily,2012
Fonte: Archello,2012
Figura 44: Centro de Vida Cristã
O projeto é de um centro comunitário, localizado nos Estados Unidos, projetado pelo escritório de arquitetura BNIM. Tem como principais conceitos o acolhimento, comunidade, autenticidade e
beleza única para seus usuários. Para
alcançar esses conceitos, os arquitetos utilizaram um pátio central, e envolta dele o projeto se desenvolve, além de uso de
materiais como vidro e madeira Fonte: Archdaily,2011
68
6.6 Conceito EMPODERAMENTO O Centro de Parto Normal tem como principal objetivo o PROTAGONISMO DA MULHER, estabelecendo a partir da arquitetura, a busca por melhor qualidade de atendimento, valorizando a mulher, a família e a vida. Por essa razão a presente proposta busca explorar a temática da arquitetura de forma a transcender os paradigmas associados atualmente aos espaços de saúde, de ambientes essencialmente funcionais e assépticos. Uma das principais premissas do projeto é garantir aos usuários o FEMININO
HUMANIZAÇÃO
sentimento de pertencimento e acolhimento, para que se sintam parte do espaço, assim como o espaço deve ser sentido como parte deles. Para a concepção do MOARA, adotou-se quatro conceitos fundamentais que nortearão a essência do projeto:
MOARA
Empoderamento: representado a força da mulher,
sua capacidade de decisão, seu protagonismo. Humanização: o conceito de humanização aqui
empregado busca a interação da edificação com a natureza
(humanização
funcional),
o
conforto
Feminino: refere-se a sensibilidade, delicadeza,
a mulher que sendo forte também é sensível. Acolhimento: visa propiciar formas de acolher
a gestante e sua família, proporcionando comodidade, segurança intimidade e liberdade.
ambiental e a percepção de que o meio ambiente ACOLHIMENTO
pode auxiliar de forma positiva no momento do parto e nascimento. Esquema Partido Arquitetônico
6.7 Partido Arquitetônico Garantir a capacidade de atender as gestantes
De acordo com isso e as diferenças de atividades entre
nas diversas questões que envolve a gravidez, por
esses dois públicos o edifício será dividido em blocos
entender que não se trata somente de um fenômeno
distintos com um pátio central entre eles.
reduzido às alterações fisiológicas, mas de um
Exteriormente possuirá formas retilíneas e ângulos
momento único na vida da mulher, no qual ela
retos, que transmite a força, e o empoderamento da
precisa de apoio e cuidado. Para tal, o projeto visa
mulher. O lado interno será marcados por curvas,
ser capaz de atender ás parturientes não só no
sinuosidade, representando a delicadeza do feminino. O
momento
condições
uso de pátio central e jardins internos proporciona a
necessárias para uma boa saúde materno-fetal em
humanização, acolhimento, conforto e bem estar pensado
um único lugar, para tal, o projeto seguirá critérios
para os usuários
do
parto,
mas
oferecer
para alcançar esse objetivo. A volumetria é um dos partidos principais. O
.
MOARA possui dois tipos de usuários, as gestantes em trabalho de parto e as que estão no pré-natal.
69
6.8 Diretrizes Projetuais Com base no Conceito e no Partido Arquitetônico já citados, definiu-se algumas diretrizes projetuais para a elaboração do projeto do Centro de Parto Normal, sendo elas divididas em três grupos: Funcionalidade e Volumetria, Humanização e Espaços Externos da edificação.
V O L U M E T R I A H U M A N I Z A Ç Ã O
-Volumetria formada por ângulos retos, buscando a relação entre a partes e o todo do edifício
- Explorar soluções para iluminação e ventilação natural, e conforto térmico
- Formas curvas e sinuosas no interior da edificação,
- Blocos interligado e setorizados de
- Estrutural definida pensando
acordo com as funções, com
na divisão dos ambientes
acessibilidade e desenho universal
internos e possíveis ampliações
- Garantir o contato com a natureza no espaço interno da edificação; utilizar a água
como elemento humanizador.
- Composições harmônicas de cores , texturas e materiais, que transmite calma e conforto ao ambiente.
Á R E A E X T E R N A
- Promover relações entre ambiente - Espaços arborizados para estar e
- Propiciar atividades físicas ao ar livre, como yoga.
contemplação; jardins terapêuticos
externo e interno, através do uso de vidro, aberturas, etc. * Todos os croquis são autorais
70
6.9 Plano de Massas TOPOGRAFIA E PATAMARIZAÇÃO
TERRENO: DEFINIÇÃO DE ÁREA
O terreno possui uma topografia acentuada com 5 metros de declividade, partindo do nível 475,00 O terreno definido para a elaboração do Centro de Parto Normal é de 17.253,83 m² e localiza-se no
Gonçalves de Souza) para o 480,00 (Rua José Zanirato). Tendo em vista o público alvo do projeto, gestantes e pessoas
bairro Jardim Santa Lucia, na Avenida Dr. Ernani Pires Domingues com a Avenida Sebastião Gonçalves de
acompanhadas de crianças pequenas, a solução topográfica ( uso de talude de corte e aterro e compatibilização) foi proposta
Souza, conforme já mostrado no capítulo 05. O terreno possui uma área grande ao se comparar com o pré-
de forma que o projeto fosse acessível para todos. Foram definidos dois patamares no terreno, o primeiro no nível 478,00 (
dimensionamento da edificação, portanto algumas diretrizes foram executadas para definir a área para a
localizando a edificação, carga e descarga e estacionamento do público) e o segundo
implantação do MOARA. O novo terreno possui uma área de aproximadamente 6612,00 m².
estacionamento dos funcionários).
1 1
TERRENO COM CURVAS DE NÍVEL
N
2
patamar no nível 479,00
DEMARCAÇÃO DOS PATAMARES
INTERVENÇÃO NAS VIAS
➢ PROLONGAMENTO: A primeira diretriz proposta como intervenção no terreno
foi o prolongamento da Rua José Zanirato, com isso dividindo a gleba no sentido longitudinal. ➢ ABERTURA: Outra diretriz proposta é a abertura de uma Rua Projetada, no sentido transversal do terreno. PÉRÍMETRO TERRENO
ABRIR VIA PROJETADA
PROLONGAR DA VIA
SEM ESCALA
3
2
DESAPROPRIAÇÃO
➢ DESAPROPRIAÇÃO:
Após
a
intervenção nas vias, o terreno ficou
dividido em três partes. Duas delas serão desapropriadas,
com isso
sobrando o “novo” terreno para
a
implantação do projeto.
NOVO TERRENO DEFINIDO
(Av. Sebastião
ÁREA DESAPROPRIADA
SEM ESCALA
CORTE AA
71
PATAMARIZAÇÃO E TALUDES CONCLUÍDOS
N
(
N
EVOLUÇÃO DA FORMA DIVISÃO EM BLOCOS
PROGRAMA DE NECESSIDADES
1
SURGIMENTO DA FORMA
Comprimir Esticar Subir Empurrar
A ideia inicial surge a partir de 3 blocos
do
mesmo tamanho mas com diferentes alturas.
Área necessária para abrigar o
Divisão do programa em 3 blocos,
programa de necessidades do projeto.
cada bloco de acordo com a sua função.
O bloco central abriga o atendimento e a administração, o bloco esquerdo abriga o centro de parto e o serviço, e o bloco direito
pertence ao
acolhimento.
A volumetria e a forma da edificação evolui para a proposta final,
formada por 3 blocos e um
pátio central, possuindo formatos variados
e
proporcionando
2
alturas
diferentes,
movimento
ao
edifício. Cada
bloco
possui
um
uso
específico, o que dá independência e privacidade aos usuários.
Atendimento Centro de Parto
A partir da forma inicial, surge a segunda proposta. Formada por 4 blocos, aonde o bloco central permanece com o atendimento e a
Administração Acolhimento Serviço
administração, o bloco direito com o acolhimento e o bloco da esquerda se dividiu em um com o centro de parto e o outro com o serviço. 72
Após divisão de cada bloco, cada qual adota um tamanho e alturas diferentes proporcionando movimento a edificação.
1
ESTUDOS INICIAIS DE SETORIZAÇÃO ,IMPLANTAÇÃO E INSERÇÃO URBANA
N
Rua José Zanirato
Levando Av. Sebastião Gonçalves de Souza
Rua Projetada
a
Os acessos foram dispostos de forma a garantir o melhor
esquerda, percebe-se que a proposta final possui mais pontos
fluxo de usuários, assim como a definição de um único nível
positivos do que negativos se comparado as propostas iniciais
aonde se encontrará o edifício e o estacionamento de pacientes,
Portando a implantação do projeto ficará definida de acordo
visando acessibilidade. A criação de maciços arbóreos são
com a proposta abaixo:
indispensáveis como forma de garantir um melhor conforto
• Acesso independente para ambulância
térmico a todos.
• Acesso
em
consideração
compartilhado
de
os
estudos
carga
e
propostos
descarga
com
N
estacionamento funcionários • Dois acessos para estacionamento público Rua José Zanirato
3
Av. Dr. Ernani Pires Domingues
Pontos positivos: Posição de acordo com o norte, acesso imediato da ambulância, setor de acolhimento no lado mais privado do terreno. Av. Sebastião Gonçalves de Souza
Pontos negativos: Entrada da ambulância em via de grande fluxo, setor de parto em uma área sem privacidade e com muito ruído, fachada sem destaque. Rua José Zanirato
Rua Projetada
N
2 Av. Sebastião Gonçalves de Souza
Rua Projetada
ACESSO EMERGENCIAL
Av. Dr. Ernani Pires Domingues
Pontos positivos: Privacidade no bloco de parto, acesso de ambulância sem interferência, fachada visível, estacionamentos em vias de menos movimento. Pontos negativos: Setor de acolhimento voltado para áreas com ruídos e pouca privacidade.
Av. Dr. Ernani Pires Domingues
LEGENDA GERAL
RECEPÇÃO
PÁTIO CENTRAL
SETOR ADMINISTRATIVO
ACESSO PEDESTRE
SETOR DE PARTO
ESTACIONAMENTO
VEGETAÇÃO EXISTENTE
ACESSO AMBULÂNCIA
SETOR DE ACOLHIMENTO
SETOR DE SERVIÇO
73
ACESSO ESTACIONAMENTO
ACESSO CARGA/DESCARGA ACESSO ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS
Implantação: Aspectos Gerais SETORIZAÇÃO EDIFICAÇÃO
A implantação do MOARA é um dos fatores de
O terreno possui uma topografia acentuada com 6 metros de declividade,
maior relevância do projeto, visto que o processo de
partindo do nível 475,00 (Av. Sebastião Gonçalves de Souza) para o 480,00 (Rua
adequação
José Zanirato).
as diretrizes projetuais, programa de
necessidades e aos usuários influenciou diretamente na
organização,
localização
e
disposição
Tendo em vista o público alvo do projeto, gestantes e pessoas acompanhadas de
da
crianças pequenas, a solução topográfica com dois patamares (uso de talude de
edificação no terreno.
corte e aterro e compatibilidade) foi proposta de forma que o projeto ficasse
Dados Gerais da Implantação
acessível para todos, No patamar de nível 478,00 localiza-se a edificação, assim
Área total do terreno
como a área de doca e o estacionamento para pacientes. O estacionamento para
6.612 m²
funcionários encontra no patamar de nível 479,00. 1.357,82 m²
3.981,86 m²
60%
Total Construído/área impermeável Área total Permeável (Jardins + Piso Drenante)
Taxa de Ocupação Máxima permitida
20%
Taxa de Ocupação Da Construção
TALUDES E PATAMARIZAÇÃO BLOCO SETOR DE SERVIÇOS
BLOCO CENTRO DE PARTO
BLOCO SETOR ACOLHIMENTO
BLOCO SETOR ATENDIMENTO
N
TERRENO
Os acessos foram definidos de acordo com o uso e o público. Há o acesso principal para pedestre pela Avenida Ernani Pires Domingues, onde há o ponto de ônibus. O acesso de veículos em caso de emergências é feito a partir da rotatória ou pela Avenida Sebastião Gonçalves de Souza, com saída pela Rua Projetada, que é também o acesso para o estacionamento de pacientes. Os funcionários acessam a edificação a partir da Rua José Zanirato (pelo estacionamento de funcionários). A carga e descarga acessa a doca a partir da Rua José Zanirato , para não conflitar com o trânsito da ambulância, que acessa a doca pela Rua Projetada. O projeto conta com um setor de apoio, onde se localiza o gerador de energia, o reservatório de
água, saída do lixo comum e lixo hospitalar(expurgo), com acesso pela via José Zanirato. A privacidade do Moara é dado a partir de um cercamento feito no entorno dos patamares, restringindo a edificação somente aos usuários. Uma parte do terreno foi utilizada para a criação de uma praça pública, para uso da população local, e caso os pacientes do Moara queiram acessar a praça, há um portão de acesso em nível a partir do patamar do edifício. O passeio público conta com faixa de serviço permeável, rampas de acessos , vegetação e piso CORTE AA - sem escala
tátil. 76
LEGENDA IMPLANTAÇÃO SETORIZAÇÃO 1 2 3 4 5 6
6
5
3
MOARA ESTACIONAMENTO PACIENTE (20vagas) ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS (25 vagas) DOCA PRAÇA PÚBLICA
APOIO E SERVIÇO
FLUXOS E ACESSOS ACESSO PEDESTRE ACESSO ESTACIONAMENTO PACIENTES ACESSO ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS ACESSO CARGA E DESCARGA ACESSO AMBULÂNCIA
4 SETORIZAÇÃO EDIFICAÇÃO
BLOCO SETOR ATENDIMENTO BLOCO CENTRO DE PARTO BLOCO SETOR ACOLHIMENTO
1
BLOCO SETOR DE SERVIÇOS TERRENO
2 OUTROS ESPELHO D’ÁGUA CANCELA DE ACESSO BANCOS POÇO DE RETENÇÃO RESERVATÓRIO DE ÁGUA PARADA DE ÔNIBUS EXPURGO DEPÓSITO DE LIXO DML JARDINS GERADOR DEPÓSITO DE GASES MEDICINAIS
IMPLANTAÇÃO GERAL
77
Paisagismo
O paisagismo foi concebido para fazer parte do processo de terapêutico, dos usuários, com isso os canteiro possuem formas orgânicas, pensados como jardins terapêutico e sensoriais, com vegetações arbustiva, árvores de diferentes portes, forrações, frutífera palmáceas, com o objetivo de criar um ambiente agradável e harmônico. As espécies foram dispostas de acordo com necessidades específicas, como criação de áreas para proteção solar com arvores de grande porte, forrações ideias para taludes, arbustos para garantir privacidade e separação de espaços,
Árvores – Sombreamento / estética
Forração – Estética/segurança talude
Nome popular: Ipê Roxo
Nome popular: Lírio Amarelo
Nome científico: Tabebuia avellanedae
Nome científico: Hemorocalys flava
Porte: Grande (20 a 30 m) Diâmetro copa: 10 m
Altura: 0.60 a 0.90 m
Floração: Junho a agosto
Floração: Setembro a março
Palmeira e Arbusto – Fechamento / estética Nome popular: Cica Nome científico: Cycas revoluta Altura: 3 a 3.6 m
Nome popular: Helicônia Nome popular: Eritrina Nome científico: Erythrina variegata
Nome popular: Capim Palmeira
Porte: Médio (6 a 12 m) Diâmetro copa: 5 m
Nome científico: Corculigo capitulata
Floração: Junho a Agosto
Altura: 0.50 m
Nome científico: Heliconia psittacorum Altura:0.4 a 1.8 m Floração: Ano inteiro
Nome popular: Carnauba Nome popular: Chuva de Ouro Nome científico: Cassia fistula
Nome científico: Orbgnya speciosa
Nome popular: Grama Batatais
Porte: Médio (6 a 12 m) Diâmetro copa: 6 m
Nome científico: Paspalum Notatum
Floração: Dezembro a fevereiro
Altura: 0.03 a 0.05 m * Também usado na área externa
Altura: Até 15 m
Nome popular: Hibisco Nome científico: Hibiscus rosa-sinensis
Nome popular: Amoreira Nome científico: Morus nigra Porte Médio (4 a 12 m) Diâmetro copa: 6 m Flutificação: Setembro a março
Nome popular: Azulzinha
Altura: 1.2 a 1.5 m
Nome científico: Evolvulos Glomeratus Altura:0.10 a 0.30 m Floração: Dezembro a Março
Pisos e Pavimentação (PRODUÇÃO LOCAL) Nome: Placa de concreto drenante Dimensões: 40 x 40 x6 cm
Nome popular: Ipê Branco Nome científico: Tabebuia roseo
Nome popular: Maria sem-vergonha
Permeabilidade : 100%
Porte: Médio (6 a 15 m) Diâmetro copa: 6 m
Nome científico: Impatiens walleriana
Cor: Cru
Floração: Agosto a outubro
Altura: 0.30 a 0.60 m
Floração : Dezembro a março Nome popular: Quaresmeira
Nome popular: Grama Amendoim
Nome científico: Tibouchina granulosa
Nome científico: Arachis Repens
Porte: Médio (9 a 12 m) Diâmetro copa: 4 m
Altura: 0.10 a 0.30 m
Floração: Janeiro a Abril
Floração: Setembro a fevereiro
Árvore calçada
Nome: Piso intertravado de concreto Cor: Terracota Dimensões: 20 x 10 x6 cm Nome: Piso intertravado de concreto
Cor: Grafite Dimensões: 20 x 10 x6 cm
Árvores existentes
78
LEGENDA Ipê Roxo Eritrina
Chuva de Ouro Amoreira Ipê Branco Quaresmeira Carnaúba Cica
Lírio Amarelo Capim Palmeira
Grama Batatais Azulzinha Maria Sem-Vergonha Grama Amendoim Hibisco Helicônia Piso intertravado grafite Piso intertravado terracota Placa drenante 79
PAISAGISMO
Acessibilidade O projeto foi pensado de forma a ser acessível para todos. A implantação possui rampas de
No estacionamento de funcionários há uma vaga para PCD e outra para idoso,
O projeto da edificação conta com banheiros acessíveis, corredores largos
acessos com inclinação de 8,33%, de acordo com a NBR 9050, que dão acesso a edificação, a
assim como no estacionamento para público. Os passeios públicos são largos,
para livre acesso, todas as portas possuem a dimensão de 90 cm, pensados para
partir do estacionamento dos funcionários e pela entrada principal. As rampas de acessos
com piso tátil direcional e de alerta., rampas de acessos as calçadas, e conta com
o público passar livremente. A edificação e o estacionamento público se
veiculares possuem inclinação de 20%.
uma faixa elevada.
encontram no mesmo nível (478).
DETALHE CALÇADA Faixa de serviço permeável com 70 cm de largura
VER DETALHE CALÇADA
Rampa acessível na calçada com piso tátil de alerta e direcional
Parte do terreno do Moara Cercamento do terreno
Faixa de circulação com 2,30 m com piso tátil de alerta e direcional
LEGENDA RAMPAS DE ACESSOS 2
BANHEIROS ACESSÍVEIS RAMPAS NAS CALÇADAS FAIXA DE PEDESTRE ELEVADA VAGAS DE ESTACIONAMENTO PARA IDOSOS VAGAS DE ESTACIONAMENTO PARA PCD ENTRADAS E SAIDAS DE EMERGÊNCIA
DETALHES 1
*RAMPAS DE ACESSO 1
Diferença de níveis 478,00 – 476,40 = 1,60 m Inclinação = 8,33 % Comprimento da rampa = 19,20 m Lances = 2 lances de 9,60m de comprimento * Está de acordo com a NBR 9050
2
1
*RAMPAS DE ACESSO 2
Diferença de níveis 479,00 – 478,00 = 1,00 m Inclinação = 8,33 %
40
Comprimento da rampa = 12,00 m Lances = 2 lances de 6,00m de comprimento * Está de acordo com a NBR 9050
ACESSIBILIDADE
80
Mobiliário Urbano Os mobiliários urbanos distribuídos no projeto, foram pensados de forma a atrair maior interação com o ambiente externo, garantia de segurança e acessibilidade. A implantação conta com postes de iluminação, lixeiras, bancos e rampas acessíveis.
LEGENDA BANCOS : Foram locados em áreas verdes sombreadas, como na praça e no pátio central da edificação, com o formado seguindo a forma dos canteiros.
ESPELHO D’ÁGUA : Localizados de maneira a levar umidade e maior recrescência para dentro da edificação, aproveitando a disposição dos ventos.
PARADA DE ÔNIBUS: Está logo na entrada do edifício, facilitando o acesso da população, sem necessidade de percorrer uma distância maior .
POSTES ALTOS: Foram dispostos nos estacionamentos e locais necessitam de iluminação geral.
que
POSTES BAIXOS: Foram dispostos em local com maior fluxo de pessoas, na praça, abaixo da copa das árvores garantindo melhor iluminação.
LIXEIRAS: Estão principalmente na praça e em alguns pontos próximo a edificação.
CANCELA
DE ACESSO: Se encontram na entrada e saída do estacionamento de uso público
PONTOS
DE
IRRIGAÇÃO:
Localizados nos jardins e praças.
MOBILIÁRIOS URBANOS
81
Planta O MOARA possui um projeto arquitetônico totalmente térreo, solução escolhida para garantir a acessibilidade, optando-se por soluções visando grandes vãos livres, garantindo maiores áreas de circulação e permanência aos usuários. Os ambientes foram pensados de forma a ter ventilação e iluminação natural, mas há alguns que necessitam de ventilação mecânica e iluminação artificial.
SETORIZAÇÃO
FLUXOS E ACESSOS
A edificação é formada por 3 blocos interligados, dispostos de forma a criar um pátio
O acesso do público é feito a partir do bloco central (atendimento) e então encaminhados
central para convívio e estar, que conecta todos os blocos, mas ainda restritivo para
para os outros setores. Há uma entrada secundária pelo centro de parto, para casos de
maior tranquilidade dos usuários
emergências ou uma saída mais privativa das mães com seus bebês. Os funcionários acessam o edifício pelo setor de serviços, vindos a partir do
Os blocos foram divididos em 4 setores, de maneira a propiciar privacidade , conforto
estacionamento exclusivo de funcionários. Logo nessa entrada, encontra-se os vestiários
e bem estar ao público.
para uso dos colaboradores. No setor de acolhimento há o acesso a partir do atendimento. Nesse bloco há uma saída
ESQUEMA DE SETORIZAÇÃO DO EDIFÍCIO
lateral e nos fundos para acesso ao ambiente externo e praça. O acesso ao pátio pode ser feito pelo bloco central ou pelo bloco de acolhimento.
BLOCO SETOR ATENDIMENTO BLOCO CENTRO DE PARTO BLOCO SETOR ACOLHIMENTO BLOCO SETOR DE SERVIÇOS
O bloco de atendimento abriga a recepção , sala de espera e exames, e se localiza entre os dois volumes principais da edificação. O bloco centro de parto é formado pelos quartos de parto, recuperação e banco de leite materno, assim como a administração. Se localiza a esquerda do setor de atendimento.
PLANTA DE FLUXOS SEM ESCALA
O bloco de acolhimento é formado por salas de exames,, de pilates, multiuso, cafeteria
entre outros ambientes. Se encontra ao lado direito do setor de atendimento. O bloco de serviços é voltado aos ambientes de apoio ao Moara, como cozinha, lavanderia, ENTRADA PRINCIPAL PÚBLICO
expurgo, e outros. Esta localizado ao fundo do bloco centro de parto.
ENTRADA FUNCIONÁRIOS ENTRADA SECUNDÁRIA/EMERGENCIAL
82
FLUXO PACIENTES CONSULTAS E ACOMPANHAMENTES FLUXO FUNCIONÁRIOS
FLUXO PACIENTES EM TRABALHO DE PARTO / PÓS PARTO
LEGENDA AMBIENTES
47 31
32
22 24
25
23
26
27
48 23 22
30
COM VARANDA
21
49
46
20
28
29
8
33
35
34
36 17
19
11
18 38
10
10
8
16
37 38
11 45
14
13
15 44 12
39
21
8
15 13
14 40
11
2
2
10
10
8
5
2
1
43
42
41
3
9
7
4
6
PAREDE DE ALVENARIA
2
PAREDE DE DRYMALL
PLANTA BAIXA
83
Detalhamento Quarto de Parto Os quartos de parto do Moara seguem as recomendações do manual da Rede Cegonha, que fala que o quarto deve ser projetado a fim de proporcionar a parturiente bem-estar e segurança, criando um ambiente familiar , diferindo de uma sala cirúrgica, permitindo também a presença de e a participação de acompanhante em todo o processo. Com base nessas orientações os quartos de parto seguem o projeto abaixo.
VARANDA PRIVATIVAServe com área de deambulação individual, área de estar e dá acesso á áreas verdes.
POLTRONA– Poltrona para uso do acompanhante.
CAMA DE PARTO– Composta por uma base de concreto de 1,48m x 2,00m e 0,50m de altura, e colchão hospitalar
ESPALDAR BARRA DE LING- Para exercícios de alongamento e relaxamento
BANQUETA DE PARTO– Auxilia no aumento da dilatação, diminui a dor, facilita a descuidado bebê.
ESPALDAR BARRA DE LING PAINEL DE SERVIÇO HOSPITALAR COM LUMINÁRIAS, PONTOS DE ELÉTRICA, PONTOS E GASES MEDICINAIS (AR COMPRIMIDO, OXIGÊNIO, VÁCUO E ÓXIDO NITROSO)
PORTA DE ACESSO AO QUARTO
POLTRONA PARA ACOMPANHANTE
IMAGEM 01
IMAGEM 03
CAMA DE PARTO
VISTA 01
VISTA 01 SEM ESCALA
BOLA SUÍÇA - Auxilia diminuir a tensão na musculatura pélvica. PRATELEIRA PARA EQUIPAMENTOS CUIDADOS COM O BEBÊ
VISTA 02
PORTA DE ACESSO AO BANHEIRO
PLANTA QUARTO DE PARTO SEM ESCALA
LEGENDA REVESTIMENTOS PLANTA DECK VARANDA EM PISO VINÍLICO PORCELANATO LÍQUIDO BRANCO GELO PORCELANATO LÍQUIDO AZUL (ÁREA MOLHADA)
BANCADA DE ATENDIMENTO
PORTA DE ACESSO AO BANHEIRO
BERÇO DE MATERNIDADEBerço móvel para o bebê.
BANHEIRA DE HIDROMASSAGEM
BANHEIRA DE HIDROMASSAGEM Auxilia no relaxamento muscular, BANCADA DE ATENDIMENTO- Para e pode ser utilizada para o parto atendimento do recém nascido, com pia com água quente e fria, na água. extrator de muco, balança, dispositivo de aspiração.
LEGENDA REVESTIMENTOS VISTAS TINTA EPÓXI VERDE PRIMAVERA TINTA EPÓXI BRANCO TOTAL
IMAGEM 01 - AUTORAL
VISTA 02 SEM ESCALA
IMAGEM 02 - AUTORAL
84
ÁREA PARA BERÇO.
IMAGEM 03 - AUTORAL
AMBIIENTES INTERNOS
SALA MULTIFUNCIONAL: ÁREA DE SOCIALIZAÇÃO DA SALA MULTIFUNCIONAL, PODENDO SER UTILIZADA PARA ENCONTROS, RODAS DE CONVERSAS, ENTRE OUTRAS ATIVIDADES - FONTE:AUTORAL
PÁTIO CENTRAL: LOCAL PROPOSTO PARA SOCIALIZAÇÃO E RELAXAMENTO DOS USUÁRIOS, MOSTRANDO A RECEPÇÃO AO FUNDO – FONTE: AUTORAL
RECEPÇAO: RECEPÇÃO DO EDIFÍCIO, PARA REGISTRO E INFORMAÇÕES DOS USUÁRIOSLOCAL DE PRIMEIRO CONTATO COM O MOARA. – FONTE: AUTORAL
PÁTIO CENTRAL: VISTA DO PÁTIO CENTRAL A PARTIR DA RECEPÇÃO- FONTE: AUTORAL
SALA MULTIFUNCIONAL: VISTA DOS DOIS AMBIENTES QUE COMPÕE A SALA, DO LADO ESQUERDO MESAS E CADEIRAS PARA CURSOS E PALESTRAS E DO LADO DIREITO O ESPAÇO DE SOCIALIZAÇÃO E DESCONTRAÇÃO – FONTE: AUTORAL
85
Sistema Estrutural e Modulação Os pilares foram dispostos em módulos
que se adequam as
AXONOMETRIA ESTRUTURAL EM DOIS ANGULOS DA EDIFICAÇÃO
alvenarias, sendo optado por uma modulação que permita grandes vãos LAJE MACIÇA DE CONCRETO DE 20 CM
livres, o que torna possível a ampliação ou diminuição dos ambientes dependendo da necessidade.
ABERTURA NA LAJE
VIGA METÁLICA 50 X 25CM
PILAR METÁLICO 25 X 25CM
Há aberturas na laje seguindo o formato dos jardins internos do edifício, que dá formato aos lanternins presentes na cobertura. LAJE MACIÇA DE CONCRETO DE 20 CM
ABERTURA NA LAJE
PILAR METÁLICO 25 X 25CM
PLANTA LOCAÇÃO DOS PILARES E EIXOS
O sistema construtivo proposto para o MOARA é composto de pilares metálicos com dimensão de 25 x 25 cm. Os pilares possuem alturas diferentes, dependendo do bloco que se encontram. A laje definida para a edificação é a laje maciça de concreto armado, com 20cm de espessura.
VIGA METÁLICA 50 X 25CM
As vigas possuem a dimensão de 50 x 25 cm. A vedação externa é feita por alvenaria convencional, assim como os quartos e sanitários, e as divisões dos ambientes internos são feitas por Drywall. Todas as medidas estão de acordo com os cálculos realizados com base no livro “Bases para Projeto Estrutural na Arquitetura” de Yopanan Rebello.
PILAR METÁLICO 25 X 25CM
86
DETALHES CONSTRUTIVOS • VEDAÇÃO TIPO DRYWALL Algumas das paredes internas da edificação serão de chapa de
drywall
Chapa de gesso acartonado com isolamento
Guia de aço galvanizado para estruturação no teto e paredes
com
isolamento
acústico
e
resistência
fogo(RF),
atendendo
a
ao
Chapa de gesso acartonado com isolamento
NBR
15.575, As chapas são fixadas com parafusos nos montantes. Nos quartos de parto serão chapa resistente a umidade(RU)
nas
áreas
Cobertura do lanternin
cobertura possuem forma de
de
Chapa drywall
deambulação, quartos e
acordo com os jardins internos, que são arredondados. São
consultórios, garantindo a
formados
privacidade dos usuários
de
estrutura
metálica, com montantes que
e conforto acústico. Guia de aço galvanizado para estruturação no piso e paredes montante de aço galvanizado
• LANTERNIN Os lanternins presentes na
O forro de drywall será usado
RF/RU com 15 cm de
espessura,
• FORRO DE DRYWALL (GESSO ACARTONADO)
Tirante para Fixação na laje
É formado por placas de
Perfil/ montante para fixação Lã de PET De alta densidade
gesso acartonado e lã de PET de alta densidade.
se engastam nas treliças do
Estrutura Cobertura do lanternin
telhado. O fechamento é de elementos metálicos vazados com alguns vãos fechados com
Montante que se engasta na treliça do
Elemento vazado Intercalado com vãos fechados
chapas de policarbonato.
• REVESTIMENTO INTERNO – PISO EPÓXI
• TELHAS TERMOACÚSTICAS O edifício será coberto por
Telhas de aço galvanizado
de duas telhas trapezoidais formando um “sanduiche” com núcleo de isopor (EPS). Ideal
para
isolamento
térmico e acústico.
Acabamento Epóxi autonivelante
(porcelanato líquido) será o
telhas termoacústicas de EPS. O sistema é composto
O piso epóxi autonivelante
• CHAPA DE POLICARBONATO COMPACTO
limpeza
chapas
de
6mm na cor cristal. As
sem rejuntes, com camadas fácil
por
Esquadria de alumínio para chapas de policarbonato
serão
policarbonato compacto de
edifício, por ser um piso únicas,
lanternins
cobertos
revestimento presente no Poliestireno expandido (EPS)
Os
chapas terão no máximo 1
e 1º Selador Epóxi
assepsia e é o indicado para
Substrato de cimento preparado para receber o revestimento
centros de saúde de acordo com a ANVISA.
metro
de
comprimento
entre montantes e serão cortadas de acordo com a forma projetada.
Estrutura metálica do lanternin
Chapa de policarbonato de 6mm na cor cristal
PLANTA DE COBERTURA Cada bloco da edificação possui uma solução de cobertura distinta, tento em vista que cada um possui alturas diferentes. Todos os blocos utilizam sistema de platibanda, telha termo acústica tipo sanduíche com inclinação de 5%.
SETORIZAÇÃO
Para o bloco de atendimento, optou-se por uma solução de uma água, sentido pátio central. O centro de parto e o setor de acolhimento possuem duas águas, e lanternins que se elevam acima da cobertura, com inclinação de 5%, composto por estrutura metálica e chapas de policarbonato compacta. BLOCO SETOR ATENDIMENTO
O setor de serviços possui uma cobertura de uma água e um lanternin, ambos com inclinação de 5%. Ao redor da edificação se encontram as marquises de ACM, que funcionam como beirais e proteção sola. A vaga da ambulância é coberta por laje impermeabilizada, levemente inclinada em 2%. A estrutura da cobertura é formada por treliças metálicas, que se apoiam nas vigas, terças perfil U, e cumeeiras metálicas. Na planta de cobertura a seguir pode-se observar todos os detalhes citados. 8783
BLOCO CENTRO DE PARTO BLOCO SETOR ACOLHIMENTO BLOCO SETOR DE SERVIÇOS
DETALHAMENTO DETALHE 01 Calha de alumínio impermeabilizada Telha tipo sanduíche
Rufo metálico tipo pingadeira
Terça perfil U Platibanda
VER DETALHE 02
Laje Viga metálica Treliça metálica
DETALHE 02 Local para condensadores, impermeabilizado com manta asfáltica e i=1% Rufo metálico tipo pingadeira
VER DETALHE 01
Platibanda Platibanda
Condensadora Ar condicionado
LEGENDA INCLINAÇÃO DA COBERTURA TELHA TERMOACÚSTICA TIPO SANDUÍCHE I=5% DUTO PARA CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS PLATIBANDA
MARQUISE REVESTIDA DE ACM (ALUMÍNIO COMPOSTO)
PLANTA DE COBERTURA 88
COBERTURA DO LANTERNIN EM CHAPA DE POLICABORNATO COMPACTO 6mm
Cortes
SITUAÇÃO
A
B
Os cortes foram passados em pontos estratégicos do projeto, visando a melhor compreensão do mesmo. O Corte AA pega o bloco de serviços e o centro de parto, que possuem o mesmo pé direito mas com platibandas com alturas diferentes. O Corte BB passa pelo bloco de acolhimento. O Corte CC passa entre os 3 blocos, que possuem pés direitos distintos entre si. C
C A RUA JOSÉ ZANIRATO
ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS
MARQUISE DE ACM
TELHA TERMOACÚSTICA
TRELIÇA METÁLICA
LANTERNIN COBERTO DE CHAPA DE POLICABORNATO
TRELIÇA METÁLICA
B
LANTERNIN COM ELEMENTO VAZADO METÁLICO
AV.DR.ERNANI PIRES DOMINGUES
FACHADA VENTILADA
DEÂMBULAÇÃO /JARDIM
ROUPARIA /LAVANDERIA
ESCADA DE ACESSO
PARADE DE ÔNIBUS
CORTE AA
MARQUISE DE ACM
TRELIÇA METÁLICA
LANTERNIN COM ELEMENTO VAZADO METÁLICO
TELHA TERMOACÚSTICA
ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS
LOCAL PARA CONDENSADORES
RUA JOSÉ ZANIRATO
AV.DR.ERNANI PIRES DOMINGUES
PARADE DE ÔNIBUS
RAMPA DE ACESSO
ESPELHO D’ÁGUA
FACHADA VENTILADA
CONSULTÓRIO PSICOLOGIA
CAFETERIA
FACHADA VENTILADA
BRINQUEDOTECA
CORTE BB
ESTACIONAMENTO PÚBLICO/PACIENTES
TELHA TERMOACÚSTICA
LANTERNIN COM ELEMENTO VAZADO METÁLICO
FECHAMENTO EM ELEMENTO METÁLICO VAZADO
TRELIÇA METÁLICA
LANTERNIN COBERTO DE CHAPA DE POLICABORNATO
TERÇA PERFIL U MARQUISE DE ACM AV.SEBASTIÃO GONÇALVES DE SOUZA
RUA PROJETADA RESERVATÓRIO DE ÁGUA
WC PCD
CORTE CC
WC PCD
WC PCD DEÂMBULAÇÃO /JARDIM
RECEPÇÃO
ADMINISTRAÇÃO
89
SALA EXAMES WC PCD
CONSULTÓRIO FRALDÁRIO PEDIATRA
BRINQUEDOTECA
SALA MULTIUSO
FACHADAS - VISTA FRONTAL
SITUAÇÃO
Fachada principal do projeto, vista a partir da Avenida Dr. Ernani Pires Domingues. Na frente do edifício há uma escada e uma rampa para acesso e há também uma parada de ônibus para maior facilidade de acesso ao Moara. Deste ângulo é possível ver os três blocos que compõe a edificação, no centro o bloco de atendimento, na lateral esquerda o bloco departo e na lateral direita o bloco de acolhimento. O paisagismo escolhido para essa fachada conta com espécies palmáceas, dessa forma não obstrui a visão do edifício, que por se encontra a 1,60 metros acima do nível da calçada. FONTE IMAGEM: AUTORAL
FACHADA FRONTAL
90
VISTA LATERAL ESQUERDA
VISTA DA LATERAL ESQUERDA
Vista a partir da Rua Projetada. Esta vista nos mostra
o Bloco de Parto e Serviços, o estacionamento para pacientes e a doca com área de estacionamento coberto da ambulância.( FONTE: AUTORAL)
SITUAÇÃO
Vista a partir da Avenida Sebastião Gonçalves de Souza. Esta vista nos mostra o Bloco de Acolhimento. Esta fachada recebe insolação nordeste, e é protegida por meio de marquises, além de possuir janelas com altos peitoris. A vegetação presente na praça age também como forma de proteção solar. (FONTE: AUTORAL)
91
SITUAÇÃO
VISTA LATERAL DIREITA
VISTA DA LATERAL DIREITA
SITUAÇÃO
VISTA DOS FUNDOS
VISTA FUNDOS
Vista a partir da Rua José Zanirato. Nesta vista podemos ver o Bloco de Parto/Serviços e o Bloco de Acolhimento, além de ver a Praça e o Estacionamento dos Funcionários No lado esquerdo temos os fundos do Bloco Acolhimento e no lado direito se encontra os fundos do Bloco de Parto/ Serviços..(FONTE: AUTORAL) 92
Conforto Ambiental e Sustentabilidade As estratégias visam garantir o conforto térmico dentro da edificação, inserindo-se elementos capazes de diminuir a incidência solar direta, uso de ventilação natural e outros meios capazes de garantir o conforto ambiental da edificação Estratégias de Conforto Ambiental e Sustentabilidade
Entrada indireta da luz do sol através de proteção solar
Ventilação Natural pelas grandes aberturas
Vegetação aliada ao conforto térmico
Resfriamento evaporativo Através dos espelhos d’água
As marquises e as fachadas ventiladas agem em conjunto para propiciar uma melhoria no conforto térmico da edificação. Na entrada do edifício a marquise avança até os 6 metros, garantindo proteção solar o dia todo. Esta fachada recebe insolação Sudeste. Marquises
Espelho D’água PLANTA
Fachada ventilada Na Vista Frontal do prédio
Sem escala
• FACHADAS NOROESTE INVERNO (09h / 17h) – VERÃO (13h/18h)
As fachadas noroeste recebem raios solares o dia todo no inverno e a tarde no verão,. Nestas
fachadas
DETALHE FIXAÇÃO FACHADA VENTILADA
• FACHADAS SUDESTE
usou-se
o
elemento vazado metálico e a marquise para proteção solar.
• Elemento vazado metálico (fachada ventilada)
INVERNO (07h / 08h) – VERÃO (06h/12h)
As fachadas ventiladas foram fixadas a 1,50 m afastado
Estas são as áreas com menor
da edificação, propiciando corrente de ar , e diminuindo a
incidência solar, entretanto ainda
incidência solar direta. Essas fachadas funcionam filtrando a
receberam proteção de marquise
luz solar necessária para o ambiente e refletindo a radiação
na lateral e fachada ventilada na
solar. (ver esquema de proteção solar) Foram
frontal.
instaladas
em
fachadas
que
há
• FACHADAS SUDOESTE INVERNO (15h / 17h) – VERÃO (13h/18h)
Essas fachadas recebem sol
Essas fachadas recebem sol no
durante todo o período matutino,
período final do dia, quando o sol
com sol a pino, portanto elas
se põe, portanto é necessário
receberam
diminuir a incidência solar, por
para
proteger as grandes aberturas
Pilar metálico tubular 20x20cm (exterior do prédio)
permanência de pessoas, assim como para efeito estético.
INVERNO (08h / 13h) – VERÃO (08h/11h)
marquises
Metalon de alumínio 5mm na cor bronze soldados
maior
Sua medida em comprimento e largura depende
• FACHADAS NORDESTE
Chapa metálica soldado no metalon com chumbadores no pilar
Metalon de alumínio 8mm na cor bronze
da
localização no projeto, variando conforme a necessidade. ESQUEMA DE PROTEÇÃO SOLAR
Fachada Ventilada
Insolação
Marquise
Reflexão
Luz filtrada
meio de marquise.
em vidro. 93
A ventilação natural regula o clima interno da
edificação, por meio de uma troca de ar controlada pelas aberturas. O edifício foi posicionado no terreno de forma a aproveitar a ventilação natural (sentido sudeste para
• Reservatório de água
• Gerador de energia
O reservatório possui capacidade para 20 mil litro
O projeto conta com um gerador para
de água, para abastecimento do edifício, acrescido
casos de quedas de energia, portanto não
de 20% de água para bombeiros.
colocando em risco os pacientes.
noroeste), desta forma a edificação se beneficia dessa decisão. A implantação conta com dois espelhos d’água, outros aliados em favor do conforto
• Espelho d’água
térmico. Um dos espelhos se encontra na frente do
Auxilia
Moara, disposto nesta localização de forma que a
na
umidificação
do
ar
e
resfriamento evaporativo
umidade entre nos ambientes, refrescando-os. A vegetação foi disposta de forma a sombrear as
• Áreas
áreas de convivência, como proteção solar e também
verdes ,Vegetação e Jardins
Internos
como auxilio a ventilação natural.
Ajuda no sombreamento da edificação,
Outra decisão projetual foi o uso de iluminação e
umidifica o ar,
ventilação zenital na áreas de uso público do edifício.
águas
O uso do lanternin permite o Efeito Chaminé, onde o
auxilia na drenagem de
pluviais.
Os
pisos
drenantes
escolhidos para o projeto também auxilia
ar frio desce, percorrendo a edificação e o ar quente sobe e escapa pelas aberturas laterais do lanternin, consequentemente
tornando
o
ambiente
mais
• Poço de retenção
confortável.
Ajuda
na
drenagem
de
água
pluvial,
localiza-se no ponto mais baixo do terreno. • Lanternin ( Efeito chaminé)
Com esse recurso o ar frio desce, percorrendo a
• Elemento
edificação e o ar quente sobe e escapa pelas aberturas Por
ter
cobertura
de
metálico
(fachada
ventilada)
laterais do lanternin, tornando o ambiente mais confortável.
vazado
Essas fachadas funcionam filtrando a luz
policarbonato
solar
transparente, ocorre também iluminação natural
necessária
para
o
ambiente
e
refletindo a radiação solar. Proporciona ESQUEMA DE VENTILAÇÃO / EFEITO CHAMINÉ
iluminação natural, dispensando o uso de iluminação artificial o tempo todo, além de garantir o conforto térmico.
Ar frio Ar quente Ventilação natural
94
PERSPECTIVAS VISTA FRONTAL DO MOARA
VISTA FACHADA FRONTAL: AO FUNDO FACHADA DO BLOCO DE ACOLHIMENTO, NA FRENTE HÁ O ESPELHO D’ÁGUAFONTE: AUTORAL
VISTA AÉREA FACHADA FRONTAL: PERSPECTIVA DO PROJETO COM FOCO NA FACHADA FRONTAL, A PARTIR DA AVENIDA DR. ERNANI PIRES DOMINGUES- FONTE:AUTORAL
VISTA FACHADA FRONTAL: VISTA DA FACHADA A PARTIR DO NÍVEL DA CALÇADA DA AVENIDA DR. ERNANI PIRES DOMINGUES – FONTE : AUTORAL
VISTA AÉREA FACHADA FRONTAL: PERSPECTIVA DO PROJETO COM FOCO NA FACHADA FRONTAL, A PARTIR DA AVENIDA DR. ERNANI PIRES DOMINGUES ESQUINA COM A AVENIDA SEBASTIÃO GONÇALVES DE SOUZAFONTE:AUTORAL
95
VISTA FACHADA FRONTAL: VISTA DA FACHADA A PARTIR DO NÍVEL DA CALÇADA DA AVENIDA DR. ERNANI PIRES DOMINGUES PELO ESTACIONAMENTO DE PACIENTES – FONTE : AUTORAL
PERSPECTIVAS VISTA FUNDOS DO MOARA
VISTA DA ÁREA DE CARGA/DESCARGA: VISTA DA DOCA DO EDIFÍCIO, COM ESTACIONAMENTO PARA AMBULÂNCIA. AO FUNDO A VISTA DO DEPÓSITO DE GASES MEDICINAIS E DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA. (FONTE: AUTORAL)
VISTA FUNDO DO BLOCO DE ACOLHIMENTO: VISTA DO BLOCO DE ACOLHIMENTO, COM DESTAQUE NO ESPELHO D’ÁGUA PROPOSTO PARA MELHORIA DO CONFORTO TÉRMICO DA EDIFICAÇÃO ( FONTE: AUTORAL)
VISTA DO SETOR DE APOIO: VISTA DO GERADOR A ESQUERDA, DEPÓSITO DE GASES MEDICINAIS AO FUNDO E A DIREITA OS DEPÓSITOS DE LIXO E EXPURGO E RESERVATÓRIO DE ÁGUA AO FUNDO.( FONTE: AUTORAL)
VISTA FUNDO DO EDIFÍCIO: VISTA DOS BLOCOS QUE COMPÕE O MOARA, A PARTIR DO ESTACIONAMENTO DE FUNCIONÁRIOS (FONTE: AUTORAL)
VISTA PRAÇA PÚBLICA: PRAÇA PÚBLICA PARA USO DO PÚBLICO DA REGIÃO, ASISM COMO PARA OS USUÁRIOS DO MOARA.
96
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