Publicação da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais. ANO 1 Nº 05 - MARÇO/ABRIL 2010
RDC 44 CAUSA POLÊMICA AO BUSCAR RESGATAR A FUNÇÃO SOCIAL DAS FARMÁCIAS
ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O PRESIDENTE DO EUROPHARM FORUM X ENCONTRO PAULISTA DE FARMACÊUTICOS
AMPLIA-SE A DISCUSSÃO SOBRE AS DIRETRIZES DA PROFISSÃO
São muitas as pressões sobre a nossa
sob a mesma metodologia. Manteve-se a
profissão. O momento é também de de-
qualidade do serviço e reduziu-se o custo
safios na defesa dos interesses de nossos
pela metade.
medicamentos do outro lado do balcão,
Mas o assunto do momento é a RDC
lumbrar os verdadeiros objetivos, nem to-
44 da Anvisa, que resgata a função social
Precisamos resgatar a farmácia como
dos percebem que os magistrais precisam
dos farmacêuticos e da farmácia como
templo do medicamento, onde servir,
assumir a sua “soberania”, que o desafio
estabelecimento de saúde. Liminares e
orientar e mitigar o sofrimento esteja aci-
ainda está por vir. Mas a Anfarmag vem to-
legislações estaduais já pipocaram, procu-
ma de tudo. Em nossa habilidade está a
mando atitudes corajosas, com toda ética
rando perpetuar nas farmácias e drogarias
capacidade de todos os dias prepararmos
e correção, para harmonizar o segmento,
a venda de produtos que nada têm a ver
a fórmula que vai ajudar milhares a cura-
atuar em favor dos associados e enfrentar
com saúde. Porém, a Anvisa editou a RDC
rem suas dores, mesmo que d´alma. Eu e
pressões e desafios.
44 – fortalecendo a legislação existente
cada um de vocês construímos algo neste
Melhorias sempre requerem mudan-
– justamente para acabar com abusos e
país que nos torna parte da história res-
ças, e foi atendendo às solicitações dos
colocar todos os medicamentos (com ou
ponsável do cotidiano do que chamamos
próprios associados participantes do Si-
sem prescrição) atrás do balcão, protegi-
Nação – e temos muito ainda a contribuir.
namm que a Anfarmag buscou um novo
dos pela ação do farmacêutico. Será uma
modelo para a realização do controle de
batalha importante, que apenas começou.
Maria do Carmo Garcez
qualidade de análises. Todos os partici-
Nós, que sempre lutamos por esse cami-
Presidente da Anfarmag
pantes do SINAMM 2010 serão analisados
nho de orientar os usuários e manter os
presidente@anfarmag.org.br
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RDC 44 procura abrir caminho para mudanças
Magistrais querem ser incluídas no SIMPLES Vigilância vê avanços em Minas Marketing médico: oportunidade para aperfeiçoar o relacionamento com os prescritores A verdadeira dimensão da propaganda médica Anfarmag na faculdade TV Farma completa um ano de transmissões Anfarmag lança edital para TEMMA
Estamos na era da prestação de (mais) serviços Anfarmag apresenta Laboratório Proquimo Gestão estratégica: planejar é preciso
INTERNACIONAL Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais Especialista alerta: lugar de remédio é atrás do balcão
CULTURA FARMACÊUTICA Casos & Causos
MUNDO ANFARMAG CARTAS ENDEREÇOS
relação de anunciantes
O novo Código de Ética Médica e sua interface com a farmácia magistral
ECONOMIA E NEGÓCIOS 42 36 30
apoiamos a Anvisa nessa luta.
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POLÍTICA FARMACÊUTICA
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suMário
associados. Nem todos conseguem vis-
02 – Consulfarma 07 – Elyplast 09 – Capsugel/Pfizer 11 – CBES 15 – Allchemistry 19 – IHB 27 – Monte Pascoal 33 – Labsynth 35 – BSTec 39 – LED 59 – Alternate 60 – Capsutec
EDITORIAL
Melhorias e Mudanças
Política farmacêutica
RDC 44 procura abrir caminho para mudanças no setor farmacêutico
Segundo a RDC 44, mesmo os medicamentos isentos de prescrição – como um simples comprimido para dor de cabeça – devem ficar em prateleiras atrás dos balcões
4| Revista da
Farmácia Magistral
A nova Resolução da Anvisa, já em pleno vigor, começa a alterar – para melhor – a função social das farmácias, que poderão cada vez mais promover o que realmente interessa: saúde e bem estar
POR CATARINE PICCIONI
Um aceno para uma reviravolta no setor farmacêutico: assim pode ser considerada a RDC 44/09, editada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para tratar das boas práticas farmacêuticas, que está em vigor desde 18 de fevereiro. A resolução, que deve ser cumprida por todos os estabelecimentos farmacêuticos do país, aborda especialmente três aspectos: 1) venda de quaisquer produtos alheios à natureza sanitária de farmácias e drogarias (somente produtos e correlatos previstos na Instrução Normativa 9/09 podem ficar ao alcance dos usuários); 2) venda de medicamentos isentos de prescrição disponíveis em gôndolas e prateleiras, que devem ter acesso restrito atrás do balcão e venda sob orientação farmacêutica; 3) prestação de serviços farmacêuticos. O descumprimento à RDC 44/09 configura infração à legislação sanitária federal, estando os estabelecimentos sujeitos ao pagamento de multas – cujo valor pode variar de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão –, apreensão ou interdição de mercadorias, e até cancelamento do alvará de funcionamento do estabelecimento comercial, além da possibilidade de responsabilização nas esferas civil e penal cabíveis. Alguns milhares de drogarias que vendem medicamentos industrializados estão, temporariamente, desobrigados do cumprimento das Instruções Normativas 9 e 10, que tratam da venda de produtos e da exposição dos medicamentos isentos de prescrição. No entanto, essas decisões só valem para os estabelecimentos filiados a entidades que estão amparadas por liminares. Convém ressaltar, porém, que a Anvisa recorreu de todas as liminares.
Segundo Gustavo Trindade, chefe da Unidade Técnica de Regulação da Anvisa, “as liminares têm caráter precário e a qualquer momento podem ser revogadas, sujeitando os estabelecimentos à fiscalização quanto ao cumprimento das Instruções Normativas no dia seguinte”. A Anfarmag apóia a resolução, que regulamenta as farmácias e drogarias como prestadoras de serviços de saúde – um pleito antigo do setor magistral. “Essa RDC resgata a função social das farmácias”, destaca Maria do Carmo Garcez, presidente da entidade. Representada por suas regionais e sucursais em todo o país, a associação vem participando de eventos realizados para discutir as novas regras. Além disso, incluiu no “SINAMM Monitoramento 2010” o programa de dispensação ativa – um dos mecanismos para a concretização da RDC 44. Esse módulo vai oferecer subsídios às farmácias participantes para a implementação de assistência farmacêutica aos usuários de medicamentos. Para Ademir Valério Silva, vice-presidente da Anfarmag e conselheiro suplente no Conselho Federal de Farmácia (CFF) pelo estado de São Paulo, a regulamentação da prestação de serviços nos estabelecimentos farmacêuticos é um avanço para a atividade magistral. “Acreditamos que toda mudança depende de um processo, e que a implantação desses serviços nas farmácias só vai ocorrer, de fato, ao longo deste ano. Mas as farmácias magistrais já possuem as estruturas físicas e humanas necessárias, e os farmacêuticos magistrais já têm a orientação aos pacientes como conceito na prática – o conhecimento sempre balizou nossa
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des precisam ter bom senso na revisão constante das normas que estabelecem os critérios para a comercialização dos produtos”, conclui Ademir. A FUNÇãO DO FARMACÊUTICO VAI CRESCER “A RDC 44/ 09 contempla exatamente os postulados que defendíamos: as farmácias são estabelecimentos onde devem ser oferecidos medicamentos e serviços farmacêuticos. As novas normas representam importantes avanços pois, por meio delas, a Anvisa reconhece e regula as ações dos farmacêuticos no âmbito da atenção básica. Os farmacêuticos poderão, por exemplo, aferir a pressão sanguínea e os padrões bioquímicos, como o teor sanguíneo de glicose. Como
eles prestariam orientações referentes à hipertensão e diabetes, se estavam privados de colher informações dos clientes? Era uma contradição enorme”, afirma Jaldo de Souza Santos, presidente do Conselho Federal de Farmácia. Santos avalia que o processo de implantação da RDC 44/09 deveria ser mais tranqüilo, sem questionamentos por parte de algumas empresas e entidades representativas. “No fundo, quem questiona a RDC 44 movido por interesse, mal sabe que o melhor é se adaptar às normas e não lutar contra elas. A resolução é uma oportunidade que todos – farmácias, farmacêuticos, população e gestores públicos – estão tendo para ascender a uma fase mais evoluída: aquela em que as farmácias e drogarias serão estabelecimentos de saúde”. Fotos: Divulgação / CRF-SP
POLÍTICA FARMACÊUTICA RDC 44 procura abrir caminho para mudanças no setor farmacêutico
atividade. Com as novas normas, haverá uma comunicação efetiva por parte das farmácias. Aí está a nossa expectativa, pois a sociedade necessita conhecer esse lado dos cuidados farmacêuticos. A partir do momento que a sociedade identificálos, irá prestigiá-los, percebendo a necessidade da presença deles para a promoção da saúde”, acredita Ademir. Ele afirma ainda que a expectativa é que haja fiscalização em caráter orientador em relação à comercialização de produtos que geram opiniões divergentes, principalmente nas farmácias que preparam medicamentos homeopáticos. “Há categorias de produtos que ficaram à margem da regulamentação e que são necessárias à população, como, por exemplo, os aromaterápicos e os derivados apícolas, entre outros. As autorida-
Maria do Carmo Garcez, presidente da Anfarmag, vê na RDC 44 um verdadeiro resgate da função social das farmácias
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Farmácia Magistral
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POLÍTICA FARMACÊUTICA RDC 44 procura abrir caminho para mudanças no setor farmacêutico Foto: © iStockphoto.com / Aly Taylor
O presidente do CFF reforça que “pensar que a venda irracional de medicamentos e produtos que nada têm a ver com saúde é a tábua de salvação das farmácias é pensar errado”. Ele rechaça ainda o posicionamento dos defensores da manutenção de medicamentos em gôndolas, que alegam que os usuários têm o direito de escolher os produtos. “Esse argumento é absurdo. Baseados em que informações farmacológicas, farmacocinéticas, fisiológicas ou fisiopatológicas os usuários podem, sozinhos, escolher qual é o melhor medicamento? Os farmacêuticos comunitários existem para prestar serviços, como a orientação, aos clientes das farmácias”. Santos ressalta que a substituição do modelo de farmácias vigente no país é uma bandeira do CFF. “Esse modelo desumano, que segue as regras do mercado e não da saúde, foi instalado pelo interesse econômico e transformou os medicamentos em mercadorias”. Presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro, Paulo Oracy Azeredo afirma que “a implantação da RDC 44 passa pelo interesse dos farmacêuticos em oferecer os serviços, deixando de ser burocratas e digitadores do SNGPC (Sistema Nacional de Gerencia-
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Farmácia Magistral
Dos itens previstos na resolução, a presidente do Conselho Regional de Farmácia do Paraná, Marisol Muro, destaca “a possibilidade de implementação da atenção farmacêutica nos estabelecimentos diferenciados: administração de medicamentos, verificação de pressão e temperatura, inalação e glicemia capilar, além da colocação de brincos”. Diretor do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Pedro Menegasso defende que os farmacêuticos atuem como profissionais da área de saúde e não do comércio. “A RDC 44 permite a comercialização de produtos relacionados à saúde – mas saúde não é apenas remédio. A oportunidade de consolidar nosso papel de farmacêuticos está neste conceito”, Para Pedro Menegasso, diretor do CFR-SP, a diz Menegasso, citando que a resoexposição de medicamentos em gôndolas é um lução permite a venda de plantas imenso malefício à população medicinais, drogas vegetais, cosméticos, perfumes, produtos de higiene mento de Produtos Controlados) e pas- pessoal, essências florais, mamadeiras, sando a cuidar do tratamento dos seus dietas e suplementos vitamínicos ou mipacientes hipertensos e diabéticos”. Ele nerais. Ele critica a exposição de medicadestaca que, conforme a RDC 44, as far- mentos em gôndolas: “É uma catástrofe, mácias e drogarias são obrigadas a pro- um malefício decorrente da propaganda mover o uso racional dos medicamentos. e da falta de orientação. Crianças e idosos
POLÍTICA FARMACÊUTICA RDC 44 procura abrir caminho para mudanças no setor farmacêutico
morrem por dose errada de paracetamol, por exemplo”. Menegasso acrescenta, ainda, que “finalmente regulamentaram a questão da entrega de medicamentos em domicílio. Apenas farmácias e drogarias abertas ao público podem realizá-la”. A resolução exige também certidão de regularidade (para obtenção de alvará) e a presença de um farmacêutico durante o funcionamento dos estabelecimentos, reforçando o que a lei 5991/73 já determina.
faturamento correspondem à venda de medicamentos e apenas 25% a outros produtos, que incluem cosméticos, perfumes e produtos de higiene (permitidos conforme regulamentação da Anvisa). Esses dados foram apresentados por Flávia Alves, representante da Anvisa no X Encontro Paulista de Farmacêuticos, promovido em 20 de janeiro pelo Conselho O PRAzO PARA A ADAPTAÇãO Regional de Farmácia de São FOI SUFICIENTE Paulo. Especialista em regulação e vigilância sanitária e Apesar das reclamações contra a RDC chefe substituta da unidade 44, o faturamento das empresas farma- técnica de regulação, Flávia cêuticas independe da venda dos produ- observa ainda que atenção tos alheios à natureza sanitária: 75% do farmacêutica diz respeito à prevenção, detecção e resolução Flávia Alves, da Anvisa, informa que só 25% de problemas dos do faturamento das empresas farmacêuticas vem da venda de outros produtos pacientes. “Muitas farmácias e drogarias atuam visando o mais tões jurídicas forem resolvidas, avalia Diro lucro e sem preocupação ceu Raposo de Mello, diretor-presidente com a assistência farmacêuti- da Anvisa. “O que vemos é que uma parte ca”, afirma. Já Ademir Valério, considerável do setor já está aplicando as da Anfarmag, reforça que as novas regras e oferecendo aos cidadãos farmácias magistrais “sempre um acesso mais qualificado à orientação contaram com o número su- farmacêutica. É inaceitável que uma ficiente de farmacêuticos, os pessoa entre em um estabelecimento, quais sempre estiveram à fren- compre um medicamento e saia de lá te das empresas, zelando pela sem nenhuma orientação em relação ao orientação aos usuários dos uso e aos riscos do produto. As novas normas dão segurança para que o setor seus medicamentos”. Para a Anvisa, houve prazo possa oferecer à população serviços tísuficiente para a adequação e picos de uma farmácia, como adminisadoção das medidas necessá- tração de medicamentos e avaliação rias pelos estabelecimentos. de alguns parâmetros fisiológicos, e “Temos confiança de que as produtos relacionados à saúde, sem Para Ademir Valério, vice-presidente da risco de entendimento divergente”, ponAnfarmag, a expectativa é de que haja novas normas vão ser aplicadas tua Raposo. fiscalização em caráter orientador na totalidade quando as ques-
Para tirar qualquer dúvida sobre a RDC 44/ 09 acesse http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2009/pdf/300909_perguntas_respostas.pdf
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Farmácia Magistral
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POLÍTICA FARMACÊUTICA
POR WANDER RABELO*
O novo Código de Ética Médica e sua interface com a farmácia magistral “A Medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser exercida como comércio” – Inciso IX do Capítulo I, Princípios Fundamentais do Novo Código de Ética Médica
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Farmácia Magistral
O Conselho Federal de Medicina aprovou no dia 29 de agosto de 2009 o novo Código de Ética Médica. O Código aprovado possui o propósito de tornar mais claras as relações dos profissionais médicos com a indústria, com os fabricantes de produtos médicos e com as farmácias estabelecidas no país. Tema de grande recorrência entre os consumidores/pacientes, a indicação de uma única e exclusiva farmácia a ser utilizada quando da aquisição/dispensação de um medicamento prescrito pelo profissional médico, exacerba os poderes legais conferidos a esses profissionais, violando, muitas das vezes, seu Código de Ética Profissional – dentre outras normas correlacionadas. Como é sabido, as relações do médico com os demais profissionais que atuam na área de saúde devem se basear no respeito mútuo, na liberdade e na independência de cada um, buscando sempre o interesse e o bem estar do paciente. Para isso, o Código de Ética da Profissão Médica deve ser fielmente respeitado nos exatos termos do disposto no artigo 69,
o qual determina ser vedado ao médico exercer a profissão farmacêutica simultaneamente com a profissão médica. Nesse sentido, “exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia ou obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade profissional” é uma conduta vedada aos profissionais médicos. Nesse mesmo sentido, o novo Código de Ética Médica determina, em seu artigo 68, que está impedido o profissional médico de: “Exercer a profissão com interação ou dependência de farmácia, indústria farmacêutica, óptica ou qualquer organização destinada à fabricação, manipulação, promoção ou comercialização de produtos de prescrição médica, qualquer que seja sua natureza”. Sobre o tema, assim dispõe o Código de Ética da Profissão Farmacêutica, em seu artigo 13, inciso XXIV: “Fica proibido ao Farmacêutico exercer a Farmácia em interação com outras profissões, con-
Foto: Divulgação
cedendo vantagem, ou não, aos demais profissionais habilitados para direcionamento de usuário, visando ao interesse econômico e ferindo o direito do usuário de livremente escolher o serviço e o profissional.” Com efeito, o Código de Ética da ANFARMAG também trata da questão, fazendo uma correlação entre os demais profissionais da saúde, dentre eles o profissional médico, restando estabelecido que os farmacêuticos e as farmácias que se associarem a Anfarmag “assumem ter como práticas cotidianas os nossos princípios estatutários: Ética no relacionamento com os clientes. Comprometimento com altos padrões de qualidade farmacêutica. Compartilhamento de informações vitais para o setor e sociedade. Respeito aos profissionais prescritores, fornecedores e outros setores afins. Responsabilidade na gestão dos interesses associativos. Transparência na prestação de informações às autoridades fiscalizadoras e de ética”. Desse modo, é facultado ao paciente/consumidor, quando da verificação da existência de eventual suspeita sobre a atuação conjunta entre o profissional médico e a farmácia, exigir a indicação de mais que uma única farmácia para fins de aquisição de um produto ou medicamento. Assim ele estará exercendo seu direito constitucional de liberdade de escolha, em estrita observância no disposto no artigo 6º, II, do Código de Defesa do Consumidor, que assim estabelece: “São direitos básicos do consumidor: II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações.”. É salutar ainda lembrar que o Código de Ética Médica veda a participação de médicos em consórcios para realização de procedimentos (como por exemplo, cirurgias plásticas), além de proibir a obtenção de vantagem financeira pela co-
* Wander Rabelo é advogado e sócio da Moreau Borges Barbosa & Balera Advogados
mercialização de medicamentos, órteses e próteses, bem como realizar a venda de medicamento em consultórios dermatológicos e de reprodução assistida. E é importante ressaltar que o Código de Ética Médica não proíbe que os médicos recebam brindes ou façam viagens patrocinadas pela indústria farmacêutica, mas determina, todavia, que eles demonstrem e revelem esse conflito de interesse antes de suas apresentações em congressos – ocasiões em que o profissional vai se atualizar e poderá reverter isso em benefício do paciente – demonstrando uma postura ética, e também em seus artigos em publicações científicas. Todavia, de acordo com a Resolução de Diretoria Colegiada n° 96, de 2008, editada pela Agência Nacional de Vigilância Nacional (ANVISA), a qual instituiu o Regulamento aplicado à propaganda,
publicidade, informação e outras práticas cujo objetivo seja a divulgação ou promoção comercial de medicamentos, de produção nacional ou estrangeira, as denominadas empresas farmacêuticas não podem outorgar, oferecer, prometer ou distribuir brindes, benefícios e vantagens aos profissionais prescritores ou dispensadores e nem aos que exerçam atividade de venda direta ao consumidor, bem como ao público em geral. Tal vedação também se aplica ao que se refere à distribuição de amostras grátis de medicamentos, que somente pode ser realizada pelas empresas aos profissionais prescritores em ambulatórios, hospitais, consultórios médicos e odontológicos, sendo vedada a distribuição de amostras grátis de medicamentos biológicos, medicamentos isentos de prescrição e preparações magistrais.
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POLÍTICA FARMACÊUTICA
Magistrais querem ser incluídas no SIMPLES A Anfarmag discutiu com a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) uma proposta de inclusão das atividades de manipulação de fórmulas e serviços farmacêuticos entre
Foto: Divulgação
Representantes da Anfarmag reúnem-se com senadora Ideli Salvatti para pleitear a inclusão das farmácias magistrais em seu projeto de lei
A senadora Ideli Salvatti recebeu o pleito de inclusão das magistrais em seu projeto de lei das mãos de Wander Rabelo (ao centro), consultor jurídico da Anfarmag
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Farmácia Magistral
as exceções de prestadores de serviços que constituem profissão regulamentada. A conversa ocorreu no dia 12 de janeiro, durante um almoço em Itajaí, em Santa Catarina, com a presença da presidente da regional SC, a farmacêutica Ana Claudia Monteiro, e do representante do departamento jurídico da associação, dr. Wander Rabelo. De autoria da parlamentar, o projeto de lei 467/ 08 altera a lei complementar nº 123 de 2006, acrescentando outras atividades de prestação de serviços às já passíveis de opção pelo SIMPLES Nacional. Para a Anfarmag, somente assim o setor magistral poderá continuar exercendo as suas funções e também garantir o acesso da população a tratamentos de saúde. A divergência da questão ocorre por causa da natureza mista das farmácias de manipulação, que envolve a venda de produtos acabados – atividade considerada passível de cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) – e a preparação de fórmulas, fato gerador de recolhimento de ISS (Imposto sobre Serviços). Diante de tal cenário, o segmento dos medicamentos manipulados enfrenta um impasse devido à recente decisão proferida pelo Superior Tribunal da Justiça (STJ), que passa a classificar a manipulação de fórmulas como atividade sujeita ao ISS. Caso tenham de pagar o imposto sobre serviços, as empresas do setor magistral automaticamente são excluídas do sistema de tributação SIMPLES Nacional. No entendimento da entidade, a exclusão inviabiliza a continuidade das atividades exercidas pelos farmacêuticos. A exclusão de farmácias optantes pelo SIMPLES Nacional pode acontecer porque o sistema não permite que
empresas prestadoras de serviços que constituam profissões regulamentadas sejam favorecidas com tratamentos diferenciados, dispensados a micro empresas e empresas de pequeno porte. “Mesmo que a exclusão não ocorra, haverá majoração da tributação em razão da mudança da caracterização da atividade de comércio para serviço”, declara o advogado Umberto Saiani, do escritório Moreau. A Anfarmag defende que as empresas recolham apenas um imposto: o ISS, ao Município, ou o ICMS, ao Estado. “Não podemos ser tributados duas vezes. Caso o Município esteja voraz por este tributo e não possa aguardar uma definição em nível federal, a opção mais segura que nos resta é uma ação consignatória por parte das empresas afetadas”, afirma Ademir Valério da Silva, segundo vicepresidente da Anfarmag. A presidente da Anfarmag, Maria do Carmo Garcez, defende que a lei seja mais clara. “Os legisladores precisam elaborar detalhes específicos e adequados sobre qual tributo é mais apropriado para as farmácias de manipulação, sem que para isso seja necessária a exclusão do SIMPLES Nacional”, comenta. A associação não é contrária à cobrança do ISS, porém, para que isso ocorra, é necessário alterar a legislação e definir que o imposto devido é de fato o ISS. O que não pode ocorrer é pagar-se o imposto ao município sem haver a determinação legal. E isso deve ser registrado em nível nacional. A consequência mais grave é o impedimento de opção pelo sistema tributário do SIMPLES Nacional. Outra ameaça é o passivo que a empresa estará constituindo com o Estado, uma vez que o mesmo não renunciou à cobrança do ICMS.
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POLÍTICA FARMACÊUTICA
POR FLáVIA PRESOTI
Vigilância vê avanços em Minas Gerais Vigilância Sanitária vê progressos na melhoria da qualidade dos serviços prestados pelas farmácias magistrais do Estado O segmento magistral de Minas Gerais tem sido visto com bons olhos pela Vigilância Sanitária, que afirma perceber os avanços e progressos do setor no Estado, principalmente após a implantação do Sistema Nacional de Aperfeiçoamento e Monitoramento Magistral (Sinamm). Para a Dra. Maria José Raimundo Drummond, Gerente de Vigilância de Medicamentos e Congêneres da Vigilância Estadual de Minas Gerais (Visa-MG), o Sinamm é uma ferramenta muito eficaz. “Ele trouxe subsídios para as farmácias de manipulação melhorarem a segurança, a qualidade e a eficácia de seus medicamentos”. Como órgão fiscalizador, a Vigilância Sanitária sabe que o melhor caminho para atender à Legislação Sanitária e oferecer produtos de qualidade e segurança à população é, sem dúvida, a busca pelo conhecimento técnico, de gestão, de mercado e, também, o conhecimento epidemiológico da região. Sobre a avaliação da atuação das farmácias magistrais participantes do Sinamm, Dra. Maria José comenta que o órgão não desenvolve nenhum tipo de trabalho para medir o desempenho dos estabelecimentos que participam ou não
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Farmácia Magistral
do programa. “O que comprovamos é que, com a implantação do Sinamm, o segmento teve melhorias. Mas isso não quer dizer que todas as farmácias que não participam não tenham medicamentos de qualidade. Assim como temos excelentes farmácias participantes, temos excelentes não participantes, que buscam aprimorar-se por outros meios. Em minha opinião, saber fazer uso da ‘ferramenta’ é muito importante para manter a qualidade do medicamento manipulado. De que adianta ter o Sinamm e não colocar em prática o aprendizado?”, questiona. Além disso, questões técnicas e de aprimoramento, tanto por parte dos fiscais quanto da busca de melhoria de qualidade por meio das farmácias magistrais, são fatores que têm contribuído para o fortalecimento da relação da Vigilância com as farmácias magistrais mineiras. “Temos presenciado, por parte das farmácias, um interesse muito grande em cumprir a legislação”. Diante do atual cenário, com as mudanças na legislação – RDC 67/07 –, as farmácias viram-se obrigadas a se aprimorarem e a se adequarem. “Com certeza, o Sinamm tem sido muito importante para o cumprimento
das legislações”. Com relação à inspeção, a farmacêutica Fernanda Figueiredo de Morais, especialista em Políticas e Gestão da Saúde da Visa Estadual, diz que o órgão tem desenvolvido um trabalho educativo com as farmácias magistrais. “Na região do Sul de Minas, onde a concentração e a concorrência das farmácias de manipulação são grandes, estamos desenvolvendo o trabalho com os estabelecimentos. “Temos aplicado o roteiro da RDC 67 e as farmácias têm procurado adequar-se dentro das alterações. É visível o interesse das farmácias em se adequarem, mas, infelizmente, ainda existem estabelecimentos com problemas na busca de adequação”. Dados estatísticos sobre o número de farmácias autuadas no mercado não foram revelados pela Vigilância Sanitária. O que se sabe é que, em 2009, apenas 4% das farmácias sob a jurisdição da Gerência Regional de Saúde de Varginha, Sul de Minas, foram autuadas. O principal motivo, explica a especialista, foi a intermediação de receitas com drogaria. Além disso, após a RDC 67 ter entrado em vigor, por conta da legislação e/ou pelo fato de o investimento não justificar a continuação da manipulação, três farmácias de mani-
Foto: © iStockphoto.com / SJLocke
pulação foram fechadas. Dos problemas encontrados pela Vigilância em suas inspeções, Fernanda cita como principal a dificuldade da implantação do Sistema de Garantia da Qualidade nas farmácias magistrais. Além desse, são também conhecidos como problemas da Vigilância as dificuldades técnicas dos profissionais farmacêuticos (menos de 1%) e a intermediação de receitas. As campanhas Receita Correta e Assistência Farmacêutica, iniciativas da Regional Minas, também são consideradas por Dra. Maria José um grande avanço do segmento no Estado. “Ressalto que as campanhas são de grande importância para a manipulação como um todo. Ganham os farmacêuticos, ganham os consumidores, ganham os médicos – ou seja, ganham todos em prol do comprometimento com a saúde”. Reconhecido por seu impacto de qualidade, o Sinamm é visto pela Vigilância Sanitária de Minas Gerais como uma ferramenta positiva, que tem contribuído para gerar mais segurança, qualidade e eficácia aos medicamentos manipulados. “Acreditamos em tudo que possa contribuir para a melhoria do medicamento consumido pela população. E, sem dúvida, o Sinamm tem seus diferenciais. É uma ferramenta de qualidade”. A parceria da Anfarmag – Regional Minas com a Vigilância Sanitária é, na opinião de Dra. Maria José, de fundamental importância, já que o objetivo do trabalho de ambas as entidades é o mesmo: segurança e qualidade do produto. “O trabalho com o mesmo objetivo deve existir e ser fortalecido. É isso que continuaremos buscando e pretendemos explorar ainda mais em 2010”.
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POLÍTICA FARMACÊUTICA
Marketing médico: oportunidade para aperfeiçoar o relacionamento com prescritores Anfarmag realiza pesquisas junto a médicos, veterinários, dentistas e farmacêuticos magistrais para implementar estratégias mais eficazes de propaganda médica As pesquisas contratadas pela Anfarmag para o módulo de marketing e comunicação com a classe prescritora (parte integrante do SINAMM Monitoramento 2010) mostraram que existem oportunidades para que as farmácias magistrais aperfeiçoem o relacionamento com esse público alvo, atendendo às necessidades de apoio à prescrição e melhorando a atuação dos propagandistas. O relatório final, que será apresentado agora em março, embasará a implementação de estratégias mais eficazes para a comunicação, posicionamento, geração de demanda, parceria e fidelidade junto aos prescritores. Também servirá de base para os treinamentos previstos para gestores e propagandistas, bem como para a elaboração dos materiais impressos de apoio a serem disponibilizados aos participantes.
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Farmácia Magistral
“Muitos profissionais da saúde não prescrevem mais produtos magistrais simplesmente porque não estão familiarizados com as possibilidades da prescrição personalizada”, diz o consultor José Almeida, da Focal Point, contratado para conduzir a implementação dessas novas estratégias e treinamentos de gestores e propagandistas. “Cabe às farmácias magistrais oferecer uma prestação de serviço orientando esses profissionais sobre como prescrever formulações individualizadas. Preliminarmente, a pesquisa apontou a importância dos representantes propagandistas no relacionamento das farmácias com os médicos. Segundo os entrevistados, esses representantes precisam ser mais bem capacitados.” A primeira etapa da pesquisa envolveu veterinários, dentistas, nutricionistas e médicos dermatologistas, ginecologis-
tas e reumatologiatas, e foi realizada pelo Instituto da Qualidade e Pesquisa (Vox Group). Esses prescritores – 8 a 12 de cada especialidade – participaram de uma reunião filmada, com duração de duas horas, mediada por um representante do instituto, que conduziu as conversas abordando temas sugeridos pela Anfarmag. “Essa pesquisa representa a oportunidade real de entender o que os nossos principais clientes, formadores de opinião e geradores de demanda para as farmácias magistrais, pensam e precisam”, avalia José Almeida. “Entender isso significa atender de forma customizada e, assim, melhorar o nosso relacionamento com esse público. A pesquisa é um processo cientifico que traz luz a paradigmas e ideias preconcebidas e a modelos mentais consolidados. Oferece a chance de
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sermos assertivos e, dessa forma, consolidar nossa posição e nossa imagem perante os prescritores”, conclui o consultor. Segundo ele, as informações da pesquisa, feita em São Paulo (SP), “podem e devem ser projetadas para outras regiões”, pois se trata de amostragem envolvendo um público bem segmentado. PESQUISA TAMBÉM NAS FARMáCIAS Além das entrevistas junto aos prescritores, o trabalho teve continuidade nas próprias farmácias magistrais, objetivando entender os mecanismos de gestão e condução de propaganda médica e avaliar as competências relacionadas aos gestores e propagandistas. Essa segunda etapa, realizada em fevereiro em Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Natal (RN), levou em conta a administração de cadastros, segmentação, mensuração de resultados,
plano de comunicação e materiais de marketing das farmácias. Houve também o acompanhamento dos representantes das empresas em campo. “O retorno esperado pela visitação aos médicos está diretamente relacionado a três pilares fundamentais: qualidade do cadastro médico (quantidade, qualidade, segmentação, frequência e sequência); da formação e qualidade do trabalho dos propagandistas (capacitação, conhecimento, habilidade e atitude funcional esperada para a função); e dos materiais de comunicação (visual AID, lâminas e folhetos explicativos, entre outros). Estamos no caminho certo para confeccionar o material adequado para atender às necessidades da classe médica, agregar valor ao nosso relacionamento, gerar e consolidar novos negócios e construir uma relação sólida baseada em confiança e prestação de serviço de qualidade”, concluiu Almeida.
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A verdadeira dimensão da propaganda médica
POLÍTICA FARMACÊUTICA
POR JOSÉ ALMEIDA*
Quando falamos em propaganda médica, passa pela nossa mente a figura do representante propagandista parado na porta do consultório dos médicos com uma bolsa (carinhosamente chamada por eles de Catarina) lotada de amostras, em uma clínica, hospital ou consultório cada vez mais lotado de pacientes – na maioria das vezes bem impacientes. Essa imagem estereotipada não revela de forma fidedigna a verdadeira face desse profissional e nem a importância do seu trabalho. E qual é a função dos propagandistas?
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Farmácia Magistral
O representante propagandista apresenta novos medicamentos, novas apresentações, novas indicações, e oferece como prestação de serviço para a classe médica trabalhos e atualizações cientificas. Hoje, boa parte dos médicos exerce de forma muito ativa sua profissão, com longas jornadas de trabalho, o que impossibilita sua participação em todos os congressos e simpósios que aparecem. E é nesse momento que o representante desempenha seu papel fundamental de proporcionar ao profissional médico a
possibilidade de atualização. É lógico, sabemos todos, que por trás desse trabalho importantíssimo do representante há um interesse chamado receituário, porém, sempre caberá ao médico, independente do total de impactos promocionais que receba, o poder de escolher a melhor estratégia terapêutica a prescrever. Nesse aspecto é bom considerar o fato de que hoje o médico possui uma gama enorme de produtos dentro da mesma classe terapêutica, e ainda existem os
Foto: Divulgação
produtos de marca, os mesmos produtos apresentados como similares, e ainda a mesma substância ativa, com idêntica apresentação, apresentada como produto genérico. Com tantas opções, a pergunta que fica é: qual é o critério de escolha? A resposta é mais abrangente do que parece. Entender esse mecanismo de escolha depende do entendimento de todos os fatores relacionados com a imagem que o médico faz do produto, do propagandista e do fabricante – seja ele de marca, similar, genérico ou manipulado. Sabemos que a propaganda médica é muito cara e, mesmo assim, todos que desejam ter uma fatia desse mercado não desistem ou tentam outra estratégia que não passe primeiro pela visitação médica. A propaganda, porém, para ser efetiva, precisa estar alicerçada em três pilares fundamentais, sendo eles a qualidade do cadastro, a capacitação do representante e a qualidade do material promocional. O primeiro pilar diz respeito ao painel médico segmentado por especialidade, pelo resultado realizado e pelo potencial de resultado futuro, estabelecendo uma curva ABC de importância para cada médico do cadastro. O segundo pilar trata da qualidade da propaganda médica, e isso está diretamente relacionado à capacitação sistemática do representante – capacitação essa atrelada ao desenvolvimento de competências como habilidade, conhecimento e atitudes funcionais (perfil e comportamento esperado). O terceiro pilar (e não menos importante) é o material de comunicação, que deve ser atraente: deve despertar o interesse do médico, criar e manter expectativa, promover tanto o produto quanto a farmácia como instituição, além de utilizar argumentos de cunho científico sem perder os apelos de marketing indispensáveis. Em outras palavras, ele pode ser técnico, mas não pode deixar de ser vendedor. Esse pequeno tempo que o médico
* José Almeida é consultor da Focal Point Consultoria e Treinamento em São Paulo
dedica para o representante está cada dia mais disputado, portanto o médico tem de selecionar quem ele atende – e parte desse processo está na imagem que ele cria a respeito do profissional ou da instituição que está por trás dele. O mercado farmacêutico é um mercado gigante, um grande celeiro de oportunidades e negócios, que muitas vezes passa pelo processo de geração de demanda do médico ou do profissional prescritor. Nesse mundo importante para quem quer crescer e/ou sobreviver, é importante ter em foco que não há espaço para amadorismo, e que devemos nos profissionalizar o mais rápido possível. O processo de profissionalização já conseguiu dar seu primeiro passo, porém ainda é muito pouco pela distância que temos de percorrer. Precisamos urgente-
mente internalizar, processar e sistematizar nossos processos e controles sobre a propaganda médica. Precisamos também olhar para a propaganda como real oportunidade de negócio e transformar esse processo em rotina, para que num futuro breve possamos falar que a propaganda médica faz parte da cultura da farmácia magistral. Com mais de 20 anos atuando na área de comunicação e treinamento para o mercado farmacêutico, tanto com clientes pequenos quanto com gigantes desse segmento, posso afirmar sem medo de errar que a farmácia magistral tem um grande potencial e capacidade de participar muito mais desse mercado. Ela possui uma vocação e um tino profissional que o propagandista não encontra em todos os que visita.
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Projeto pioneiro promove intercâmbio entre Anfarmag e a Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás – um exemplo para inspirar outras iniciativas pelo país Foto: Divulgação
POLÍTICA FARMACÊUTICA
Anfarmag na faculdade
O diretor da Regional GO/TO Gilmar Dias (esq.), a diretora da Faculdade de Farmácia Clévia Duarte Garrote (de blusa preta) e professores da UFG
Um projeto inédito está sendo implantado em Goiânia: o Anfarmag na Faculdade. Elaborado pela Regional Goiás/Tocantins para ser executado em parceria com a Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás, vai possibilitar aos alunos da faculdade a produção de trabalhos acadêmicos com temas de interesse do setor magistral. O projeto foi desenvolvido por Gilmar Silva Dias, presidente da Regional Anfarmag. “A idéia foi muito bem recebida pela direção da faculdade, e o projeto foi apresentado aos professores em dezembro passado. Agora em março será apresentado aos estudantes”, conta Gilmar. O objetivo do Anfarmag na Faculdade é promover uma aproximação maior com o meio acadêmico para o desenvolvimen-
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Farmácia Magistral
to de pesquisas e a publicação de artigos com temas de interesse do setor magistral. “Somos parceiros da faculdade desde 2003 em um programa de controle de qualidade. Esta idéia que está sendo implantada agora vai premiar os melhores trabalhos dos estudantes e conscientizálos da importância do nosso segmento”, diz Gilmar Dias. Segundo a diretora da Faculdade de Farmácia, Clévia Ferreira Duarte Garrote, nem precisaria haver remuneração. “Ela será muito bem vinda, é claro, mas nem é fundamental, pois nossos alunos gostam demais da farmácia magistral”, diz. Na apresentação do projeto para os professores, a diretora pediu que a Anfarmag listasse alguns temas de interesse do setor.
“Gilmar listou vários, contemplando, por exemplo, controle de qualidade, desenvolvimento e controle de fitoterápicos, produtos nanoencapsulados.” Foram designados oito professores para trabalhar com os estudantes – que serão sempre aqueles que estão cursando o último semestre. “O TCC, Trabalho de Conclusão de Curso, poderá ser sobre o setor magistral para quem tiver interesse”, explica Clévia. O vencedor, a cada semestre, receberá o valor de um salário mínimo, a participação em cursos promovidos pela Anfarmag GO/TO por um ano, e as edições (também por um ano) das Revistas Anfarmag – onde poderá ser publicado seu trabalho caso seja aprovado pela diretoria técnica da associação.
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FARMáCIA INTERNACIONAL
POR MARIANNA FALCãO
TV Farma completa um ano de transmissões
Pioneira em transmitir conteúdo farmacêutico, a TV Farma completou um ano de atividades no último dia 20 de janeiro. Sua criação surgiu a partir de uma iniciativa da Anfarmag para levar conteúdo técnico – a princípio, a todas as farmácias participantes do SINAMM (Sistema Nacional de Aperfeiçoamento e Monitoramento Magistral). Mas ainda há outras metas a alcançar. Uma delas é o grande desafio de permitir que 100% das farmácias do Brasil, magistrais ou não, tenham acesso à sua transmissão. Tamanha tarefa não está descartada, já que uma forma de viabilizar os custos da TV Farma é através de parcerias com todas as empresas do setor. A produção do canal corporativo é feita nos estúdios da ENAD Plataforma Educacional, em Alphaville (SP) e transmitida via satélite. Esse projeto audacioso, que no primei-
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Farmácia Magistral
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Canal corporativo leva conhecimento e informação para todas as farmácias magistrais de Norte a Sul do Brasil
porque ela possibilita, de uma forma democrática, progresso e desenvolvimento para as farmácias e profissionais da área”, afirma o diretor executivo da Anfarmag, Marco Fiaschetti. SUGESTÕES DE ASSINANTES Até o final de 2009, o canal registrou um número de 750 assinantes, sendo que 95% deles foram participantes do SINAMM 2º ciclo. A farmacêutica Bruna Zanette Dutra, proprietária da Saúde Vital Farmácia e Manipulação, em São Joaquim (SC), é assinante da TV Farma desde
janeiro de 2009 e está satisfeita com a programação do canal. “Os treinamentos assistidos possibilitaram uma melhoria de 80% no desenvolvimento do trabalho da minha equipe. Só a saída de fórmulas aumentou em 25%”, declara Bruna. Para os farmacêuticos que ainda não são assinantes, Bruna recomenda: “Façam a sua adesão. O gasto é insignificante comparado ao retorno que a TV Farma proporciona para a farmácia”. Do ponto de vista da farmacêutica, só faltou uma coisa na grade do ano passado: treinamento para a área de atendimento, o que possibilitaria um entendimento maior do
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ro momento visava apenas oferecer educação continuada às farmácias magistrais de todo o país, transmite treinamentos destinados a toda a equipe farmacêutica. “Conseguimos atingir os principais objetivos e nos tornamos referência para outras nações, que admiram a maneira como lidamos com as exigências da legislação e, ao mesmo tempo, levamos a educação aos nossos profissionais”, declara a presidente da Anfarmag, Maria do Carmo Garcez. Neste primeiro ano de transmissão, foram exibidos programas técnicos (mesas redondas, informativos e treinamentos), jornalísticos (Jornal Farma) e de entrevistas (Palavra da Presidente). Ao todo, 14 treinamentos do SINAMM entraram no ar, em sua maioria com cinco horas de duração; e foi transmitido também um curso extra, de 20 horas, para manipuladores de fórmulas homeopáticas. Todos os cursos são elaborados pela equipe técnica da Anfarmag e supervisionados pela diretoria. Segundo o vice-presidente da associação, Hugo Guedes de Souza, todas as atividades cresceram com a inclusão da TV Farma dentro das farmácias. A comunicação do canal é diária, de segunda a sexta, com 11 horas de programação – o mesmo treinamento é transmitido duas vezes ao dia. Em um sábado de cada mês, a TV Farma vai ao ar para reprisar o treinamento iniciado naquele mês, para que os farmacêuticos ou colaboradores que não puderam acompanhar os cursos durante a semana tenham a chance de fazê-lo. Em um ano já é possível notar a evolução dos treinamentos e uma programação mais rica. Para 2010, o objetivo é aumentar a diversidade de conteúdo interessante para os farmacêuticos, como cursos de instituições de ensino de pós-graduação e especialização e programas de fornecedores da cadeia farmacêutica. “A TV Farma é a maior prova de ousadia e ações políticas da gestão,
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cão e percebeu que os clientes também gostam de assistir. Por isso ele sugere que algum dia seja feito um curso voltado aos clientes, que os estimule a fazer exercícios e a levar uma vida saudável. E reitera a sugestão de Bruna, pedindo também um curso de atendimento. “Ensinar pela TV como se relacionar com os clientes seria muito importante, porque vai refletir a alma da farmácia, ou seja, o atendimento no balcão”. Todas as farmácias participantes do SINAMM Monitoramento 2010 podem aderir ao canal TV Farma e obter qualificação continuada de seus colaboradores. O custo do aparelho e da antena é de R$ 522,00, parcelado em 12 vezes.
O serviço de instalação e frete do aparelho para captação do sinal são indicados pela ENAD, mas a responsabilidade financeira é da farmácia contratante. É importante ressaltar que esse custo é cobrado apenas de quem estiver aderindo agora: quem já assina a TV, continuará pagando apenas a mensalidade, que é igual para todos os assinantes, independente do número de funcionários ou do porte da farmácia. O valor cobrado por mês é de apenas R$ 149 – bem menor do que o preço de um único curso oferecido no mercado para a área magistral, que não traz a vantagem de poder ser assistido por toda a equipe da farmácia no horário que for mais conveniente. Foto: Mzacha / © iStockphoto.com
FARMáCIA INTERNACIONAL TV Farma completa um ano de transmissões
setor por parte das atendentes da recepção. Mas, na grade deste ano, essa lacuna já foi consertada: estão previstos na programação treinamentos para atendentes, para gestores e propagandistas em marketing farmacêutico e também para atendentes e farmacêuticos em dispensa ativa. Já Sergio Vieira, proprietário da Pharmacopeia na cidade de Igarapava (SP) e também assinante desde janeiro de 2009, acha que a TV Farma foi um avanço que a história da farmácia no Brasil nunca viu. “Ela é uma ferramenta muito poderosa, e espero que a Anfarmag nunca pare com esse programa”. Sergio colocou uma TV de 42 polegadas próxima ao bal-
Farmácia Magistral
Os bastidores do canal têm uma rotina dinâmica devido às gravações de material técnico, informativo e de entretenimento – o que demanda mão-de-obra intensa. “Desde o planejamento de conteúdo, até a produção e veiculação, muitas reuniões são feitas e inúmeras decisões são tomadas com o objetivo de levar ao assinante uma programação de qualidade”, comenta o diretor de operações da ENAD, Adriano Portugal. Ao assistir os cursos prontos, os assinantes talvez nem imaginem o tamanho do trabalho. Depois que a Comissão de SINAMM e equipe técnica definem o tema, o conteúdo programático e quem irá apresentar o treinamento, a equipe de produção da ENAD entra em ação e coloca a mão na massa. O técnico profissional selecionado é orientado para entender melhor essa mídia e adaptar o conteúdo à linguagem da televisão. Os vídeos podem ser gravados em laboratórios ou em cenários montados dentro do estúdio. Para preparar um curso de 5 horas, com transmissão de uma hora a cada dia da semana, por exemplo, são necessárias pelo menos 16 horas de gravação – 8 horas de edição bruta e mais 8 horas de edição final.
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POR TRáS DAS CÂMERAS
A partir deste ano, título deverá ser renovado a cada cinco anos
Antonio Geraldo Ribeiro Júnior, tesoureiro da Anfarmag
A Anfarmag vai lançar o edital para o concurso do Temma (Título de Especialista em Manipulação Magistral Alopática) até no máximo a segunda quinzena de março, apresentando requisitos e informações sobre as inscrições, além de outros detalhes essenciais sobre a prova (prevista para outubro) e análise curricular. A novidade da edição deste ano é que o título deverá ser renovado a cada cinco anos. A renovação vai ocorrer por meio de prova ou do cumprimento de pontos a partir de reciclagem, isto é, participação em cursos de pós-graduação e outros, e também em congressos e simpósios, por exemplo. Assim, a Anfarmag passa a acompanhar as sociedades científicas do mundo inteiro. Antonio Geraldo Ribeiro Júnior, da comissão responsável pelo TEMMA, avalia que o título concedido pela associação vem adquirindo maior reconhecimento ultimamente. “A cada ano o título adquire maior valor, pois exige mais requisitos, confirmando a qualificação dos farmacêuticos”, afirma. O processo para concessão do título também vem sendo aprimorado. Em 2000, na primeira edição, por exemplo, não houve prova. Atualmente, a prova ocorre a cada dois anos. “A maior parte das pessoas físicas asso-
POLÍTICA FARMACÊUTICA
Foto: © iStockphoto.com / kartha
Anfarmag lança edital para TEMMA ciadas à Anfarmag já tem título. E novos associados estão tentando obtê-lo”, completa Antonio Geraldo. A Anfarmag já concedeu o título – que é reconhecido pelo Conselho Federal de Farmácia – a 925 farmacêuticos. A expectativa é que, no futuro, o título seja necessário para a abertura de novas farmácias. “As novas diretrizes a serem publicadas sobre o TEMMA demonstram que a Anfarmag está aprimorando continuamente o processo de obtenção do título, no qual todos os conhecimentos relevantes aos farmacêuticos magistrais são exigidos em prova”, destaca Vagner Miguel, responsável pela área técnica da Anfarmag. “Além disso, a comprovação da atualização constante pelos profissionais se torna cada vez mais importante, já que a qualidade de sua atuação está diretamente relacionada ao nível de conhecimentos agregados. Ele acrescenta que a entidade caminha em direção às exigências recomendadas pela OMS para os profissionais da área da saúde. Isto é, um padrão sete estrelas: prestador de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde, capaz de tomar decisões, comunicador, líder, gerente, atualizado permanentemente e educador.
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ECONOMIA E NEGÓCIOS
Além de preparar o medicamento e orientar o usuário, os farmacêuticos devem buscar aprendizagem incessante e prestar serviços de atenção à saúde
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Farmácia Magistral
Estamos na era da prestação de (mais) serviços
O X Encontro Paulista de Farmacêuticos, realizado em janeiro na capital paulista, revelouse um verdadeiro raio x do momento atual da classe farmacêutica, e um espaço onde novas diretrizes para a profissão puderam ser amplamente discutidas
Os farmacêuticos devem prestar serviços de atenção à saúde, tomar decisões, ser comunicadores, buscar aprendizado contínuo, gerenciar pessoas, inovar, ser sensíveis às mudanças, trabalhar em equipe, traçar estratégias, analisar problemas e buscar soluções. Esses são os novos desafios a serem enfrentados pela classe segundo a presidente da Anfarmag, Maria do Carmo Garcez, que ministrou a palestra Era da prestação de serviços – competências profissionais e exigências do mercado de trabalho durante o X Encontro Paulista de Farmacêuticos, promovido pelo CRF-SP no dia 20 de janeiro. “Precisamos reforçar nosso papel em todos os momentos relacionados ao uso de medicamentos, dominando o processo magistral e a dispensação ativa”, disse Maria do Carmo. Especificamente em relação aos farmacêuticos magistrais, a presidente da Anfarmag ressaltou que a qualificação dos colegas depende de “aprendizagem incessante e conhecimentos transversais – farmacologia, farmacotécnica, farmacoterapia, química, administração, finanças e gestão, entre outros. “Assim como em outras áreas da saúde, os profissionais magistrais precisam de qualificação mais específica”. Ela mencionou ainda que os profissionais devem ser dinâmicos, observadores e capazes de estabelecer
relações com pacientes, prescritores, clientes e colaboradores. Maria do Carmo reforçou que a associação busca o fortalecimento das farmácias magistrais por meio de ações técnicas (SINAMM), marketing institucional das farmácias, políticas (relacionamento intensivo com órgãos sanitários, instituições, entidades e cadeia farmacêutica) e administrativas (apoio às farmácias associadas por meio da estrutura interna da entidade). O professor Lauro Moretto, secretáriogeral da Academia Nacional de Farmácia e vice-presidente-executivo do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo), apontou o ensino desnivelado nos cursos de farmácia, a oferta reduzida de cursos de especialização, atualização e de educação continuada e o número insuficiente de cursos de pós-graduação como causas principais da reduzida disponibilidade de profissionais plenamente qualificados para atender a real necessidade da indústria farmacêutica. Já o presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, Ulisses Tuma, afirmou que a preparação e a especialização dos profissionais são “importantíssimas”, e defendeu o marketing em todas as áreas do setor farmacêutico, a mudança de foco para o “processo” e os investimentos em treinamentos (técnicos, operacio-
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Fotos: Divulgação CRF-SP
ECONOMIA E NEGÓCIOS Estamos na era da prestação de (mais) serviços
nais e comportamentais). De acordo com o dirigente, a entidade vem buscando melhores condições para os laboratórios junto a autoridades, em Brasília (DF). Desenvolvido pela SBAC, o Programa Nacional de Controle de Qualidade atende, segundo ele, 3.310 laboratórios, inclusive estrangeiros, gerando três milhões de resultados anualmente. No entanto, dois terços dos 14 mil laboratórios instalados no Brasil atuam sem nenhum controle de qualidade, sem fiscalização e descumprem exigências. Presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar, Maria Rita Novaes afirmou que o objetivo da farmácia hospitalar é tirar o foco dos medicamentos e transferi-lo para os indivíduos. “Existe um nó entre a educação farmacêutica e a prática da farmácia hospitalar. Há estágios em apenas algumas faculdades, e os estudantes precisam interagir mais com a prática”. Maria Rita relatou que vários hospitais não têm setor de controle de
Para Maria Rita Novaes, presidente da SBRAFH, é preciso humanizar o trabalho desenvolvido na farmácia hospitalar
Carlos Barbosa, presidente da Ordem dos Farmacêuticos de Portugal, relata que a manipulação vem sendo resgatada por lá
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Farmácia Magistral
qualidade adequado para citostáticos, desinfetantes e esterilizantes, por exemplo. “Há falta de recursos, de preparo de colegas e de sensibilização dos gestores”. Na avaliação da presidente da SBRAFH, os desafios da farmácia hospitalar são os seguintes: 1. demanda crescente de serviços; 2. recursos limitados; e 3. avanços tecnológicos. “A estratégia é ter o enfoque centrado nos pacientes, deixando um pouco de lado as partes logística e administrativa”. Ela ressaltou a necessidade de humanização do trabalho desenvolvido em hospitais. “Precisamos ter consciência da desigualdade social para trabalhar no meio hospitalar. Os farmacêuticos precisam ser técnicos com atitude ética e humanista para realização da assistência farmacêutica hospitalar”, concluiu. Representante da Anvisa no evento, Flávia Alves, especialista em regulação e vigilância sanitária e chefe substituta da unidade técnica de regulação, apontou os seguintes problemas e desafios em relação a medicamentos: reações adversas, desvio de qualidade, inefetividade terapêutica, interação medicamentosa, erros de medicação, dano por uso off-label, uso e preço abusivos, intoxicações, falsificação e fraudes. Citou as boas práticas farmacêuticas previstas na RDC 44/ 09, farmácias notificadoras, hospitais sentinelas, monitoramento de propaganda, SNGPC, fracionamento e rastreabilidade como principais
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ações da Anvisa, entre outras. Presença internacional no evento do CRF-SP, o presidente da Ordem dos Farmacêuticos de Portugal (OFP), Carlos Maurício Barbosa, relatou que a manipulação vem sendo resgatada naquele país, considerando que a indústria não supre tudo. “Estamos inclusive desenvolvendo o conceito de manipulação clínica”. Barbosa disse que desde 1995 a OFP e a Associação Nacional de Farmácias estabeleceram um protocolo para implementação das boas práticas farmacêuticas elaboradas pelo grupo farmacêutico da União Européia, e que desde a década de 80 os profissionais estão envolvidos com prestação de serviços (troca de seringas, campanhas de promoção da saúde, intervenção na prevenção de doenças, medição de parâmetros e recolhimento e tratamento de resíduos, por exemplo). Atualmente, os proprietários farmacêuticos em Portugal podem ter até quatro estabelecimentos. Lá, um mesmo farmacêutico pode assumir até quatro responsabilidades técnicas – desde que não haja mais de 50 quilômetros de distância entre as farmácias. Na opinião de
Barbosa, isso dificulta a orientação aos pacientes, mas a dimensão do país facilita a melhor integração entre farmacêuticos e a melhor organização do setor. Portugal conta com 2.775 farmácias e 12.300 farmacêuticos, sendo, em média, 2,4 farmacêuticos por estabelecimento. Em 14 dos 30 países da União Européia, a venda de medicamentos sem receitas médicas está autorizada. E somente três dos 14 não possuem lista de medicamentos a serem vendidos exclusivamente em farmácias (Itália, Portugal e Romênia).
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ECONOMIA E NEGÓCIOS Estamos na era da prestação de (mais) serviços
diu a atuação para serviços de maior valor agregado, incluindo desde estudos de liberdade de comercialização e patenteabilidade até a coordenação integral de projetos de P&D. “Existe um grande potencial de crescimento do mercado de trabalho e de serviços no segmento de inovação no país, principalmente para profissionais com perfil empreendedor e dispostos a assumir riscos”, disse Suzuki. A gerente de risco sanitário do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - USP, Helaine Capucho, relatou que eventualmente marcas de medicamentos são reprovadas por desvios de qualidade naquela unidade de saúde. Ao assumir o posto no hospital, em 2007, ela participou da criação de um comitê multidisciplinar para discutir sobre a segurança dos pacientes. Atualmente, ela preside o Comitê de Segurança do Paciente do HC, que foi uma iniciativa pioneira no Brasil entre os hospitais públicos. “Precisamos conquistar as pessoas fundamentando tecnicamente nossa argumentação. O farmacêutico hospitalar pode atuar em diversas frentes, pois, em cada fase do ciclo do medicamento nas instituições, a participação efetiva desse profissional é fundamental para a garantia do uso racional de medicamentos e consequente promoção da segurança dos pacientes”, disse.
Helaine Capucho preside o Comitê de Segurança do Paciente do HC de Ribeirão Preto, iniciativa pioneira nos hospitais públicos
ExEMPLOS DE PRESTAÇãO DE SERVIÇOS
Associada ao SINAMM, Luzia de Oliveira Almeida relatou que sua farmácia presta atenção farmacêutica em domicílio desde 1943
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Farmácia Magistral
Os farmacêuticos Sérgio Panizza, Luzia de Oliveira Almeida, José Vanilton de Almeida e Ana Patrícia Queiroz relataram suas experiências na prestação de serviços no painel Serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias – como eu faço. Panizza afirmou que sua farmácia usa o sistema Afas (Assistência Farmacêutica à Saúde). Segundo ele, os farmacêuticos mantém o cadastro atualizado dos usuários, fazendo acompanhamento farmacoterapêutico, realizando ações de farmacovigilância e estudos de utilização de plantas medicinais e fitoterápicos, e notificando voluntariamente as reações adversas para a detecção, prevenção e resolução dos problemas relacionados aos produtos utilizados. Ele observou que, com a RDC 44/ 09, uma cópia da ficha deverá ser entregue a cada cliente como declaração de serviço farmacêutico, detalhando as orientações, recomendações e até prescrições feitas pelos farmacêuticos na atenção farmacêutica. As fichas também poderão conter um “espaço reservado para campanhas e programas de promoção a saúde e educação sanitária”. Exemplos: “Vacinação H1N1”, “Entregue aqui seu medicamento vencido” e “Descarte sua seringa nesta farmácia”.
Associada ao SINAMM, Luzia relatou que sua farmácia presta atenção farmacêutica em domicílio desde 1943, embora a Anvisa tenha regulamentado a prática apenas no ano passado. “Os pacientes se abrem mais nos balcões das farmácias do que nos consultórios”, disse José Vanilton de Almeida, que acredita que os farmacêuticos devem buscar informações sobre as patologias, mesmo que seja para melhor orientação sobre medicamentos prescritos, esforçando-se para integrar uma equipe transdisciplinar. Já Ana Patrícia Queiroz, professora de atenção farmacêutica da Universidade do Estado da Bahia e da Unime, contou que o processo de atenção ao paciente realizado em sua farmácia ocorre em três etapas: 1. avaliação das necessidades farmacoterapêuticas; 2. elaboração do plano de atenção; e 3. avaliação de seguimento. “Faço o diagnóstico farmacêutico, identificando, resolvendo e prevenindo problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM), e não diagnóstico de doenças. Dependendo do caso, encaminho os pacientes aos médicos de forma bastante assertiva, com cartas de recomendação, sugerindo alternativa mais indicada, efetiva, segura e conveniente”. Segundo ela, a aceitação por parte dos médicos tem sido bastante elevada.
O farmacêutico José Vanilton de Almeida contou que os paciente se abrem mais nos balcões das farmácias que nos consultórios
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ECONOMIA E NEGÓCIOS
Anfarmag apresenta Laboratório Proquimo e mostra como serão os trabalhos em 2010 Novo fornecedor da associação vai controlar a qualidade das amostras das farmácias magistrais Todos os esclarecimentos sobre o contrato feito entre a Anfarmag e o laboratório Proquimo foram realizados durante a gravação do programa Palavra da Presidente no dia 21 de janeiro, já exibido pela TV Farma. O diálogo da presidente, Maria do Carmo Garcez, com os representantes do laboratório – o diretor, Jorge Sassone, e a farmacêutica responsável, Patrícia Malafati – serviu para manter os associados informados sobre o que acontecerá no novo ciclo do SINAMM Monitoramento 2010. Através de um leilão com edital transparente e democrático, a Anfarmag interferiu dentro do mercado de farmácias magistrais ao fornecer
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Farmácia Magistral
Fotos: Divulgação
Dentro do Laboratório Proquimo, que vai controlar a qualidade de todas as análises do SINAMM 2010, instalações da parte de Cromatografia Líquida (HPLC)
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Anfarmag apresenta Laboratório Proquimo e mostra como serão os trabalhos em 2010
ECONOMIA E NEGÓCIOS
um parâmetro de preço das análises. Independente do impacto desse leilão no mercado, a Anfarmag está segura de que obteve o melhor resultado possível, pois assinou contrato com o laboratório que atendeu a todas as suas exigências e ainda possibilitou o barateamento no preço das análises em todo o setor magistral. O laboratório Proquimo não foi o vencedor do leilão, mas o segundo colocado. No entanto, ele venceu a disputa por apresentar todas as condições requeridas para controlar a qualidade das análises das farmácias associadas ao Sistema Nacional de Aperfeiçoamento e Monitoramento Magistral (SINAMM). O laboratório ofereceu o menor custo, passou por duas auditorias e realizou as adequações necessárias para controlar a qualidade de todas as análises das farmácias associadas ao Sistema Nacional de Aperfei-
çoamento e Monitoramento Magistral (SINAMM). “A demanda não nos assusta porque temos experiência na área e seguimos o mesmo critério de análise da indústria farmacêutica”, afirma Sassone. “O trabalho será efetuado de forma automatizada, por isso a tecnologia e a qualificação técnica são ferramentas indispensáveis para o laboratório Proquimo cumprir o acordo feito com a Anfarmag. Além dos equipamentos necessários para receber todas as amostras, haverá dois turnos de analistas; mas, se for necessário, o serviço poderá ser executado em até três períodos”, complementa Sassone. O laboratório possui, entre outras capacidades, conhecimentos e expertise profundos em farmacotécnica, e oferece sua competência para apoio na padronização de formulações magistrais, promo-
Um ensaio de dissolução de comprimidos realizado no laboratório
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revista da farmรกcia magistral
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ECONOMIA E NEGÓCIOS Anfarmag apresenta Laboratório Proquimo e mostra como serão os trabalhos em 2010
Detalhe das dependências internas do Laboratório Proquimo, novo contratado da Anfarmag
vendo maior segurança e eficácia aliada à validação de métodos analíticos destes produtos. Padronizar as informações coletadas será um diferencial na maneira de a Vigilância Sanitária fiscalizar o trabalho desenvolvido pela Anfarmag. “Além das análises serem avaliadas, também indicaremos as melhores formas de manipulação para ser mantido o mesmo padrão”, comenta Patrícia Malafati, do Proquimo. As amostras serão trabalhadas como os associados já estão acostumados. Primeiro serão levadas para a recepção de amostras, e depois para análise física, onde se verificam suas condições. Se o conteúdo for danificado, devido ao transporte ou qualquer outro fator externo, o associado será informado. Todo o acompanhamento será feito através do sistema webdesk da Anfarmag. O laboratório também oferece Siste-
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ma de Atendimento ao Consumidor (SAC) através do telefone (11) 5594-7055 e do e-mail sac@proquimo.com.br. Dessa forma, todas as dúvidas serão atendidas de forma personalizada. Caso o associado tenha alguma pergunta de caráter técnico, será designado um número de protocolo para a equipe habilitada no assunto solucionar o problema. O Sistema Operacional de Gerenciamento do laboratório vai trabalhar em conjunto com a Anfarmag para conduzir a qualidade, a rastreabilidade e a efetividade de todas as análises em tempo hábil, bem como para verificar se os prazos e pagamentos dos serviços estão sendo realizados no período e valor estipulados. Maria do Carmo Garcez também ressalta que a interface da Anfarmag estará sempre presente para que o trabalho seja realizado por completo.
Associe-se à Anfarmag e contribua com o desenvolvimento do mercado magistral. conheça as empresas sócio-colaboradoras da Anfarmag
All Chemistry do Brasil (11) 3014-7100 www.alchemistry.com.br
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EMPRESAS SÓCIO-COLABORADORAS
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ECONOMIA E NEGÓCIOS
Gestão estratégica: planejar é preciso Compreender o nicho de mercado em que atuam, oferecer serviços diferenciados e planejar cada decisão faz parte da inteligência competitiva, que pode levar as farmácias magistrais a obter mais sucesso A maioria das empresas no Brasil fecha por falta de planejamento, segundo dados do Sebrae. Planejamento estratégico e financeiro, gestão de pessoas, definição de posicionamento no mercado e diferenciação em serviços são o caminho indicado para as farmácias magistrais, segundo a gerente do Núcleo de Inteligência Competitiva Setorial Farmacêutico (NICS Farma), Flávia Ranna, que ministrou uma palestra sobre gestão farmacêutica para presidentes e tesoureiros das regionais da entidade em dezembro, em São Paulo (SP), a convite da Anfarmag. Para ela, as farmácias precisam saber formar preço e agregar valor aos seus serviços. É essa também a opinião do diretor executivo da Anfarmag, Marco Fiaschetti, farmacêutico pós-graduado em marketing. “Compreender que a atividade da farmácia deve transcender a venda de
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medicamentos para se caracterizar como empresa focada nas necessidades dos usuários, com prestação integrada de serviços, é um fator decisivo para a visão global do mercado e também para a tomada de decisões gerenciais e formulação de estratégias empresariais”, corrobora. A base de qualquer negócio consiste em: 1) saber onde se quer chegar; 2) se planejar para alcançar o objetivo; 3) criar uma relação de confiança com fornecedores; 4) compreender as necessidades dos clientes, com oferta de serviços além dos medicamentos; 5) parceria com outras farmácias, pois ninguém consegue fazer e oferecer tudo, e com estabelecimentos de outros ramos (clínicas e academias, por exemplo). O farmacêutico deve se perguntar onde quer chegar até o final de 2011, por exemplo. Se quiser aumentar o faturamento, deve planejar em
quanto e definir estratégias para alcançar seu objetivo. Além disso, as farmácias devem se perguntar quanto vale cada medicamento considerando os seus custos fixos e variáveis, não abrindo mão da margem de lucro e não participando de guerra de preços. Devem pensar no diferencial de seus serviços, e não apenas nos produtos. A farmacotécnica é a mesma em todos os medicamentos, e um medicamento de qualidade é o mínimo que um paciente espera quando vai a uma farmácia. Cabe às farmácias de manipulação valorizar o negócio diante dos pacientes, não deixando que o preço seja a sua única referência. Para Flávia Ranna, as farmácias não devem se comportar como pequenas indústrias. “Quem trabalha com nichos de mercado vende menos do que quem
Foto: © iStockphoto.com / Urbancow
vende produtos de massa, porém vende sempre. É a venda constante que assegura a sustentabilidade da empresa. Pergunte-se qual é o seu nicho. Pacientes hipertensos? Diabéticos? Terceira idade? Os farmacêuticos magistrais não devem se posicionar como as empresas que produzem para a massa da população, mas sim para os nichos, podendo cobrar pela individualização e exclusividade dos medicamentos. É importante que o paciente compreenda que o diferencial não é o preço. Quais outros serviços a farmácia oferece além do medicamento? Não adianta apenas manipular o que já tem na drogaria”. Marco Fiaschetti acredita que a prestação de serviços é um dos principais meios para a diferenciação entre as empresas, inclusive como modo de fuga da concorrência predatória baseada em descontos agressivos. “Como exemplos de serviços diferenciados estão o fracionamento de medicamentos, a orientação farmacêutica na dispensação de produtos, a atenção farmacêutica, a assistência domiciliar, a realização de campanhas de educação em saúde, a atuação junto a grupos específicos de portadores de determinadas enfermidades, entre outros”, avalia ele. As drogarias podem, a qualquer momento e especialmente por conta da RDC 44/09, começar a se aproximar mais dos
pacientes, focando na orientação farmacêutica, já que poderão registrar perda de faturamento devido à resolução. Todas as empresas, de segmentos distintos, estão buscando se aproximar de seu público alvo para conhecer suas necessidades e buscar atendê-las. O poder de escolha está cada vez mais nas mãos dos consumidores. As farmácias devem ser referência em saúde para os pacientes, e não apenas os prescritores. Os pacientes devem ir às suas farmácias porque confiam nela. Credibilidade não tem preço, é intangível. Por que não orientar a comunidade local, esclarecendo dúvidas? Este é também o momento de cada farmácia começar o processo de conquista da confiança junto à comunidade, aproveitando para explicar para os seus pacientes tudo sobre medicamentos manipulados, papel do farmacêutico, diferença entre os medicamentos alopáticos e homeopáticos, fitoterápicos, industrializados e manipulados. A compreensão é o primeiro passo para a confiança. Flávia sugere a elaboração de um cadastro básico dos pacientes, indicando, por exemplo, a faixa etária das pessoas que mais entram no estabelecimento, local de moradia e as formulações mais vendidas. “Um simples cadastro dos pacientes é o primeiro passo para conhecêlos e definir novas estratégias. Se sua
farmácia possui muitos pacientes com determinado tipo de patologia, então você já saberá a direção do seu primeiro passo rumo a um futuro investimento”. A partir desse cadastro, as empresas podem separar os clientes por grupos, avaliando as diferenças e o que é possível fazer para atender cada grupo. No entanto, é recomendável nunca prometer o que não se pode cumprir, pois não é interessante gerar expectativas, já que a satisfação está diretamente conectada a elas. É melhor se comprometer a entregar um medicamento em 48 horas, sabendo que ele será entregue em 36, do que prometer a entrega em 24 horas e não cumprir. Inteligência competitiva é um trabalho contínuo de monitoramento das ameaças e oportunidades do mercado para subsidiar a tomada de decisões estratégicas e para alcançar também competitividade e sustentabilidade. “Os gestores do negócio devem saber liderar, motivar, saber o que está acontecendo no mercado e ainda perceber os conflitos e insatisfações dentro da própria empresa. O gestor deve ter sua opinião considerada porque ele transmite confiança, e não apenas porque é o chefe. A equipe é o maior bem da empresa, e não existem equipes nota dez dentro de empresas nota cinco”, conclui Flávia Ranna.
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Anfarmag, em conjunto com o Grupo Racine, realiza o maior evento para o setor magistral durante a 20ª Expo Farmácia
Associados e farmacêuticos magistrais, procurem reservar os dias 1, 2 e 3 de julho para prestigiar o Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais que será promovido pela ANFARMAG e integrado à 20ª Expo Farmácia, em ação cooperada com o Grupo Racine. O evento será realizado no Expo Center Norte, em São Paulo, e reunirá mais de 40 palestrantes e autoridades nacionais e internacionais para debater o processo magistral. Os interessados já podem se inscrever através do telefone (11) 2199-3499, para não perder a programação de atividades – que abrangerá desde a prestação de serviços farmacêuticos até as últimas tendências e novidades em formulações e ativos, sistemas de garantia da qualidade e marcos regulatórios. Também serão ministrados cursos, palestras e seminários relacionados à gestão farmacêutica, como forma de atualizar e capacitar gestores e líderes para a sustentabilidade de seus negócios. Segundo Antonio Geraldo Ribeiro Jr.,
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da diretoria da Anfarmag e membro da comissão coordenadora do Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais, o evento também objetiva demonstrar a importância da associação, que está à frente de todas as decisões e promove as farmácias magistrais. Ele lembra que quanto maior for o número de associados, maior será a força da Anfarmag. “A participação de todos é de extremo valor para dar um feedback à diretoria e nortear as decisões futuras”, ressalta. Espera-se a participação de profissionais de todo o Brasil, além de convidados da Argentina, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Chile, Portugal, Espanha, Estados Unidos e Holanda. O objetivo dos organizadores é realizar uma profunda discussão sobre as farmácias magistrais no mundo inteiro: a expectativa é de que relevantes temas técnicos, políticos e também os problemas e desafios enfrentados pelas farmácias sejam abordados durante as atividades. Devido às proporções do evento, os
participantes encontrarão uma ótima oportunidade de networking e troca de experiências. O farmacêutico Marco Quintão, diretor de assuntos corporativos do Grupo Racine, espera que o encontro seja uma sinergia, resultado do maior afluxo de farmacêuticos magistrais para um único evento nunca antes realizado em todos os tempos. Um “Momento Anfarmag” está programado para atender aos associados que desejarem expor suas dúvidas, sugestões e contribuições. Inclusive, esse espaço estará aberto para os não-associados interessados em esclarecer questões sobre a associação, ou até mesmo manifestar interesse em fazer parte da Anfarmag. O evento ainda promoverá um fórum com os participantes do SINAMM para um balanço do ano. Com a realização do Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais, a Farmag Expo, promovida de dois em dois anos, não está programada para a agenda de 2010.
Ilustração: © iStockphoto.com / kikashi
FARMáCIA INTERNACIONAL
Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais acontece em São Paulo de 1 a 3 de julho
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FARMáCIA INTERNACIONAL
POR ALICE SAMPAIO
Especialista alerta: lugar de remédio é atrás do balcão Dick Tromp, presidente do Europharm Forum, fez duas palestras em São Paulo em janeiro e aprovou a RDC 44 da Anvisa Em uma visita relâmpago ao Brasil, a convite do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), o dr. Dick Tromp, presidente do Europharm Forum e vice-presidente da FIP proferiu duas palestras em 20 e 22 de janeiro. Tromp, que tem uma farmácia magistral na cidade de Kampen, na Holanda, está totalmente de acordo com a nova Resolução Anvisa, a RDC 44, que tanta polêmica tem causado. “Os remédios sem receita médica que ficam nas gôndolas das farmácias e drogarias, ao alcance dos consumidores, facilitam a automedicação e, quando, combinados, podem até levar à morte. É por essa razão que eles devem ficar atrás dos balcões, como ocorre na Europa”, afirmou. Presidente do Comitê Europeu do Programa de Sistemas de Saúde, conhecido como Europharm Forum (que existe desde 1992), Tromp alertou ainda que 100 mil pessoas morrem anualmente nos Estados Unidos devido ao uso incorreto de medicamentos, e que 40 mil pessoas vão ao hospital todo ano na Holanda para tratar de problemas relacionados a essa prática. No dia 22 de janeiro, logo depois de dar sua segunda palestra no Brasil – Pre-
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sente e Futuro da Profissão Farmacêutica –, Tromp recebeu a Revista da Farmácia Magistral para esta entrevista exclusiva. RFM -- Você afirmou em sua palestra que não há muita gente estudando Farmácia na Europa, atualmente. Por que não? Tromp – Na verdade, o problema é pior: pelos relatórios que temos, feitos pela FIP (a Federação Internacional Farmacêutica), sabemos que talvez dentro de 5 a 10 anos não teremos médicos, enfermeiras nem farmacêuticos suficientes em todo o mundo, e não somente na Europa! É um problema global, e bastante difícil de lidar. As organizações responsáveis pelos cuidados com a saúde estão enxergando essa tendência e sabem que precisam fazer alguma coisa, pois, de outro modo, diversos povos terão um grande problema dentro de 20 ou 25 anos. RFM – Mas qual é a razão dessa situação? Tromp – Não há gente suficiente estudando Farmácia ou Medicina. Mas vou exemplificar melhor falando da África. Muitos africanos vão estudar nos Estados Unidos, e o acertado seria que eles voltassem
e trouxessem o seu conhecimento para a África. Mas eles percebem que podem ganhar um bom dinheiro na América e permanecem por lá. RFM – Esta não é sua primeira vez no Brasil. Qual é o seu interesse aqui, ensinar as boas práticas que vocês têm na Europa? Tromp – Quando as pessoas acham que posso ajudá-las em suas políticas e seus planejamentos, procuro encaixar algum tempo em minha agenda para auxiliá-las. Esse é o meu interesse neste lindo país. RFM – Fale-nos mais sobre o Europharm Forum. Tromp – É uma organização européia fortemente ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), numa colaboração extremamente próxima, que procura apoiar as associações membros para desenvolver e aperfeiçoar práticas, e também para trazer essas práticas mais próximas às necessidades das populações – é essa a razão pela qual a OMS trabalha conosco. Trabalhamos ainda com as várias associações farmacêuticas para encontrar direções para o conteúdo de práticas futuras. Ou seja, levamos gerenciamento de conteúdo aos nossos membros, para que eles possam ter uma
Foto: Divulgação CRF-SP
O especialista holandês Dick Tromp durante sua palestra, realizada em janeiro no auditório do CRF-SP
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Foto: Divulgação
FARMáCIA INTERNACIONAL Especialista alerta: lugar de remédio é atrás do balcão
performance melhor. E também fazemos networking com as associações alemãs, norueguesas e outras, para compartilhar idéias sobre como desenvolver programas profissionais e como podemos aprender umas com as outras. RFM – E o Europharm Forum é ligado à FIP? Tromp – Sim. A FIP vem usando os Fóruns para levar suas mensagens às regiões mais distantes, traduzi-las para povos que estão longe, como eu trouxe aqui para São Paulo. RFM – Você disse também na palestra que na Europa não são preparados medicamentos que já existem industrializados, apesar de não existir qualquer proibição em relação a isso. Você disse que era uma questão ética. Pode nos explicar melhor essa questão? Tromp – Não existe esse problema de preço na Europa – lá, todos os medicamentos são reembolsados pelos seguros saúde. Mas pode não existir o medicamento da forma que a pessoa precisa. Ou seja, nós não temos razões econômicas para preparar medicamentos magistralmente, e sim motivações práticas. É uma situação completamente diferente. Não faz nenhum sentido os profissionais farmacêuticos, que já não são em número suficiente, prepararem medicamentos desnecessários, que xistem no mercado e são de boa qualidade. Seria um desperdício de tempo. RFM – Já no Brasil, muitos medicamentos são preparados apesar de existirem na versão industrial para baratear o preço e permitir o acesso a toda a população. Para nós seria antiético não fazer isso, concorda?. Tromp – Eu entendo que no Brasil vocês tenham essa necessidade de preparar medicamentos para torná-los mais acessíveis, ou mesmo preparar medicamentos que ainda não estão no mercado. Isso é legítimo. Mas o que fazemos na Europa é preparar os medicamentos que não são adaptados às crianças e aos idosos, e também
Tromp preside o Europharm Forum
para pessoas que tenham determinadas dificuldades – como, por exemplo, se um paciente tem problemas para engolir cápsulas, fazemos o medicamento em pó, em supositório ou outra forma mais fácil para ele usar. Ou então combinamos substâncias que não estão misturadas em nenhum medicamento industrial, como nas preparações dermatológicas. Ou, para pessoas que sentem muita dor e necessitam morfina, fazemos o preparado para que ela o beba. RFM – Ou seja, não é uma questão de ética? Tromp – Não, eu diria que é uma questão profissional, mesmo. A indústria tem as patentes dos medicamentos. Na verdade seria antiprofissional prepararmos medicamentos que já existem. RFM – E as regras a esse respeito são iguais em todos os países? Tromp – Não. São 53 países, todos com regras e sistemas diferentes. RFM – Essa regra de não preparar o que já existe industrializado é geral? Tromp – Não, ela existe somente na Holanda. Há alguns países que não preparam mais medicamentos magistrais, como Suécia e Dinamarca. Há outros onde os magistrais são fortes, como Alemanha e França. Em Portugal e Espanha também
se manipula bastante. No meu país, cerca de 50% das farmácias manipulam. Mas há farmacêuticos que não querem mais fazer isso, existe essa tendência. Nós procuramos ressaltar para eles que os magistrais ajudam as pessoas a serem mais saudáveis, e que nós somos as únicas pessoas com essa maravilhosa competência para prepará-los. RFM – O que você conhece sobre o nosso sistema? Tromp – Tenho aprendido nesses últimos dias um pouco da evolução da legislação de vocês. O que considero essencial é preparar os magistrais em bases consistentes. É preciso sempre evoluir profissionalmente, checar e rechecar para não cometer erros, e dar um feedback ao paciente. RFM – Como poderíamos trocar mais informações com os magistrais europeus? Tromp – Dessa maneira mesmo: convidando profissionais europeus para dar palestras, trocar informações e visões com vocês, como fiz esta semana. Fazendo uso do networking para que a gente se encontre e se escute mais. Acho que essa é a melhor forma de compartilhar idéias e aprender um com o outro. Talvez devamos organizar workshops. Gostaríamos muito de ouvir a presidente da Anfarmag na Europa, mas nossa organização não tem verba para fazer esse tipo de convite. Eu mesmo estou gastando um pouco do meu próprio bolso para estar aqui, apesar de quase tudo estar sendo pago pelo CRF/SP. Mas a Anfarmag poderia, talvez, nos convidar a voltar! Anfarmag – E enquanto isso não acontece? Tromp – Aconselho quem entende inglês a consultar o nosso Observatório no site www.europharmforum.org, pois ele contém diversas políticas e práticas, além de muitos documentos úteis para os farmacêuticos analisarem. Tudo é mensurável, tudo tem indicadores. O Observatório é uma ferramenta de pesquisa absolutamente confiável, bem melhor do que navegar aleatóriamente no Google.
O farmacêutico Robson Moraes Almeida é um pesquisador e colecionador de piadas, informaç�es e curiosidades sobre os farmacêuticos. Com a sua autorização, reproduzimos alguns dos seus achados, postados em seu site
A FARMáCIA MAIS ANTIGA DO MUNDO FICA EM FLORENÇA, NA ITáLIA Fotos: Wikipedia
CULTURA FARMACÊUTICA
Casos & Causos
Farmácia de Santa Maria Novella, Florença/Itália
Museu da Farmácia de Santa Maria Novella
Sala Verde da Farmácia de Santa Maria Novella
Em Florença, na Itália, uma farmácia guarda fórmulas secretas que frades dominicanos criaram na Idade Média. As portas da Santa Maria Novella, a mais antiga farmácia do mundo, se abrem para o público religiosamente desde 1612. Mas, lá dentro, os dominicanos se aventuravam a curar doentes com aromas já em 1221. A beleza do palácio histórico atrai turistas de toda parte. Entre os objetos de época, estão os termômetros feitos a partir de desenhos de Leonardo da Vinci, assim como a garrafa fiorentina de decantação. Muita gente vai procurar uma grande invenção: o primeiro perfume suave do mundo, que nasceu naquelas salas. Bárbara, uma das farmacêuticas, conta que em 1500, quando Catarina de Médici estava para se casar com o rei da França, Henrique II, os frades dominicanos criaram um perfume para a noite de núpcias. “Um perfume diluído, que mais tarde foi levado para a cidade alemã de Colônia por um italiano e lá ganhou o nome de
água de colônia”, explica. A primeira água de colônia do mundo se chamava, claro, Água da Rainha. A fórmula mistura bergamota da Calábria, limão da Sicília, flores brancas como gardênia e algumas especiarias, como alecrim e cravo-da-índia. A água-de-colônia tem um perfume suave, cítrico e que refresca a pele. Uma das donas da farmácia, Benedetta, diz que os perfumes com essência natural dão um cheiro diferente a cada tipo de pele. Suas fórmulas foram deixadas pelos frades em manuscritos que estão fechados em caixa-forte e poucos conhecem. Em uma sala que já foi freqüentada pelo poeta Dante Alighieri estão as relíquias da antiga perfumaria: os vasos onde eram vendidas as essências e o rosto dos dominicanos criadores das fórmulas que sobreviveram aos séculos. Uma receita em especial não foi invenção dos frades, mas uma apropriação. Em 1400, Florença estava contaminada pela peste. Algumas pessoas conseguiram ficar imunes à doença. Eram sete
ladrões, justamente os que roubavam as jóias dos corpos das vítimas da peste, e que não se contaminaram porque passaram na pele um vinagre. O mais interessante é que cada um dos sete ladrões conhecia apenas um dos sete ingredientes da fórmula. Quando envelheceram, se confessaram com os frades dominicanos que, mais tarde, começaram a comercializar o remédio. Os pecados revelados na extrema-unção ainda são vendidos. Mas hoje o vinagre é indicado apenas para ser inalado em caso de desmaio e pressão baixa. Na sala das ervas, a água anti-histeria, vendida com o nome de Santa Maria Novella, é um dos produtos mais originais das prateleiras. Em 1330, os dominicanos descobriram que a uva ursina tinha poder diurético e podia combater o cálculo renal. Com a uva, os religiosos curaram um rico mercador de Florença e ganharam de presente uma capela. Os afrescos de 1300 são atribuídos a Mariotto di Nardo, aluno de Giotto, mestre pré-renascentista.
Fonte: Programa Fantástico 30/10/2005 - Rede Globo
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FALTAVA A RECEITA
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Uma mulher entra em uma farmácia e fala: – Por favor, quero comprar arsênico. – Qual é a finalidade? – Matar meu marido! – Mas eu não posso vender isso para este fim. A mulher então abre a bolsa e tira uma fotografia do marido transando com a mulher do farmacêutico. –Ah, bom... A senhora não me disse que tinha receita!
DEFINIÇÕES QUE ROLAM NO ORkUT Farmacêutico não come, degusta. Farmacêutico não cheira, olfata. Farmacêutico não toca, tateia. Farmacêutico não pensa, faz sinapses. Farmacêutico não respira, quebra carboidratos. Farmacêutico não elogia, descreve processos. Farmacêutico não facilita discussões, catalisa substratos. Farmacêutico não admite algo sem resposta, analisa o hereditário. Farmacêutico não fala, coordena vibrações nas cordas vocais. Farmacêutico não tem reflexos, tem mensagem neurotransmitida involuntária. Farmacêutico não toma susto, recebe resposta galvânica incoerente. Farmacêutico não chora, produz secreções lacrimais. Farmacêutico não espera retorno de chamadas, espera feed backs. Farmacêutico não se apaixona, sofre reações químicas!!!
ALGUNS FARMACÊUTICOS FAMOSOS Grandes sábios e importantes cientistas que muito contribuíram para a saúde da humanidade eram farmacêuticos. Como o francês Ernest Furneau, que criou a moderna quimioterapia, e Claude Nativelle, também francês, que contribuiu decisivamente para o tratamento de doenças do coração. O farmacêutico alemão Andreas Sigismund Margraf, entre muitas outras contribuições, iniciou o uso do álcool como solvente para extração de matéria-prima e empregou o microscópio para exames de cristais de açúcar e outras partículas. A borracha sintética foi descoberta pelo farmacêutico alemão Fritz Hoffmann. O farmacêutico Luiz Manuel Queiroz instalou no Brasil a primeira fábrica de ácido sulfúrico do país. E o farmacêutico John Pemberton criou em
1886, em Atlanta, o “Tônico para o Cérebro” hoje conhecido como Coca Cola. O farmacêutico Alexander Flemming descobriu a penicilina através da observação do fungo Penicillium notatum, que crescia como contaminante em culturas de estafilococos que ele estudava. O crescimento do contaminante liberava a penicilina, antibiótico que impedia o desenvolvimento dessas bactérias nas proximidades da colônia do fungo. Essa observação trouxe grandes benefícios para o desenvolvimento da indústria farmacêutica. Embora não tenha exercido sua profissão por muito tempo, nosso grande poeta e escritor Carlos Drumond de Andrade também era um farmacêutico. Apenas decidiu enveredar pela poesia, e dali para a frente passou a curar feridas da alma e não do corpo.
Estátua de Carlos Drummond de Andrade no Rio: além de poeta, farmacêutico
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MUNDO ANFARMAG
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Associadas à Anfarmag vencem etapas estaduais do Prêmio MPE Brasil e vão a Brasília em março
A equipe da Megalabor (da esq. para a dir.): Gabriela Cremonesi, Fábio de Matos, Marcelo Castro e Josi Santos
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Seis farmácias magistrais associadas à Anfarmag venceram as etapas estaduais do Prêmio MPE Brasil – Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas – e estão classificadas para a final nacional em Brasília, no dia 23 de março. O MPE Brasil é promovido pelo Sebrae, Movimento Brasil Competitivo (MBC), Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), Gerdau e Confederação Nacional da Indústria (CNI), com parcerias regionais. Seu objetivo é promover o aumento da qualidade, produtividade e competitividade das micro e pequenas empresas a partir de conceitos e práticas de excelência em gestão. Houve 57 mil inscrições em todo o país. Os vencedores receberam troféu, certificado, o direito de usar o selo MPE Brasil por um ano, um bônus em cursos e capacitações do SEBRAE e participação em seminários de excelência realizados em seu estado. “Esse prêmio reflete o empenho cada vez maior das micro e pequenas empresas na adoção de projetos de qualidade e
Os seis vencedores de cada categoria da fase paulista do prêmio MPE Brasil: todos estão classificados para a final nacional em Brasília, em março
competitividade, conceitos sem os quais não é mais possível sobreviver no mercado atual”, pondera o diretor administrativo-financeiro do Sebrae-SP, Milton Dallari. “Competitividade e qualidade não são apenas conceitos distantes. Foram aplicados na prática por essas empresas”, complementa o diretor-técnico do Sebrae, Paulo Arruda. MEGALABOR: PREMIADA EM SãO PAULO Duas empresas da capital e quatro do interior foram as vencedoras do MPE Brasil na fase paulista, concorrendo com 878 empresas. A farmácia Megalabor, associada à Anfarmag e instalada na capital, venceu na categoria serviços de saúde. “Junto a outros quesitos avaliados, o SINAMM foi importante e decisivo no processo seletivo para que a nossa empresa se tornasse vencedora estadual”, avalia Marcelo Castro, proprietário da Megalabor.
EM MINAS, DEU EMPATE As farmácias Saint Charbel, de Viçosa, e Néctar, de Três Corações (MG), ficaram empatadas em primeiro lugar na categoria comércio do prêmio – que teve 1.558 participantes. O diretor superintendente do Sebrae-MG, Afonso Maria Rocha, ressaltou que “os vencedores devem se sentir privilegiados, já que, a cada ano, a disputa é mais acirrada”. QUINTESSÊNCIA É DUPLAMENTE PREMIADA NO RIO A Quintessência, do Rio de Janeiro, também venceu em duas categorias: comércio e responsabilidade socioambiental. Com um modelo de gestão que envolve seus funcionários, a rede de cinco farmácias de manipulação acredita que o sucesso da organização é obtido a partir dos funcionários. “Eles possibilitam o aumento da satisfação dos clientes, levam ao aprimoramento dos produtos e servi-
ços e ampliam a participação no mercado”, comenta a diretora-administrativa da rede, Lúcia Hahn. Mais de 11 mil empresas fluminenses inscreveram-se na etapa estadual do prêmio. UMA VENCEDORA NA BAHIA A empresa Carneiro Pharma, de Jacobina (BA), venceu o prêmio na categoria comércio, num Estado que teve uma competição bastante acirrada: mais de 3.300 empresas se inscreveram – um recorde absoluto, considerando as edições anteriores. REDE CONQUISTA DOIS PRÊMIOS EM MATO GROSSO A Biológica, rede de farmácias de manipulação e homeopatia que atua há 21 anos no mercado de Cuiabá, foi a vencedora em duas categorias: comércio e boas práticas de responsabilidade social. Em Mato Grosso, foi avaliado o modelo de gestão de 88 empresas.
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MUNDO ANFARMAG
CFF HOMENAGEIA VICE-PRESIDENTE DA ANFARMAG O Conselho Federal de Farmácia homenageou o vice-presidente nacional da Anfarmag, Hugo Guedes de Souza, no Dia do Farmacêutico (20/01), em solenidade no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília (DF). Guedes recebeu a Comenda do Mérito Farmacêutico – a maior honraria concedida no setor farmacêutico brasileiro, criada em 1998 para homenagear personalidades que engrandecem a profissão farmacêutica.
Além de ter fundado e presidido a Anfarmag no Espírito Santo, Hugo Guedes presidiu a entidade em nível nacional por duas gestões e implementou o SINAMM. Formado em farmácia e bioquímica em 1977, ele trabalhou na área de cosméticos e na gerência do Instituto de Manipulação Pioneiras Sociais. Atuou na área acadêmica e fundou o Instituto de Manipulação Farmacêutica. Foi eleito este ano conselheiro do CRF-ES.
MEDALHA PARA UM ILUSTRE MAGISTRAL O diretor da sucursal da Anfarmag no Ceará, Carlos Andrade, recebeu no dia 29 de janeiro a medalha do mérito farmacêutico Oswaldo Rabelo – a mais importante do setor farmacêutico cearense. O Conselho Regional de Farmácia (CRF-CE) concede a medalha aos profissionais que se destacam enobrecendo a profissão farmacêutica nas áreas científica e ética. “Sou o primeiro farmacêutico magistral a receber tamanha honraria no Ceará. Creio que essa homenagem premia as minhas atividades à frente da farmácia e como representante do setor magistral”, avalia Carlos Andrade.
Fotos: Divulgação
ASSOCIADA ANFARMAG GANHA PRÊMIO DE QUALIDADE EM ALAGOAS
José Tadeu Barbosa e Círia Vieira Barbosa com Marcos Vieira, diretor do Sebrae/AL
A farmácia Ao Pharmaceutico de Maceió (AL) recebeu o Prêmio Estadual da Qualidade promovido pelo Movimento Alagoas Competitiva, que reconhece as organizações (públicas ou privadas) que se destacam na adoção de práticas de gestão alinhadas aos fundamentos
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de excelência da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), obtendo resultados que atendem a clientes, fornecedores, acionistas, força de trabalho, comunidade e sociedade. “Acho importante a participação nesse prêmio, pois fomos a primeira farmácia magistral a con-
O troféu recebido pela Ao Pharmaceutico
quistá-lo. Vemos nesta conquista uma oportunidade para mostrar aos auditores o sistema de qualidade implantado nas farmácias magistrais do Brasil”, comenta Tadeu Barbosa, proprietário da Ao Pharmaceutico e conselheiro fiscal da Anfarmag.
Foto: Telmo ximenes
ROMELITA TOkARSkI É HOMENAGEADA EM BRASÍLIA Romelita Tokarski, diretora farmacêutica da Farmacotécnica, foi agraciada com uma placa em homenagem à sua trajetória profissional e sua contribuição para o crescimento do setor farmacêutico no Distrito Federal. A homenagem aconteceu no dia 22 de janeiro no auditório OPAS –OMS/BRA. “Sinto-me orgulhosa em ser homenageada junto a outros colegas de profissão. Ser reconhecida por órgãos que têm tanta importância no cenário farmacêutico é uma honra”, garante Romelita. O evento foi promovido pela Associação de Farmacêuticos do Distrito Federal (AFDF) junto com a Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Farmacotécnica – Instituto de Manipulações Farmacêuticas, empresa genuinamente brasiliense que conta com oito farmácias, existe há 33 anos e trabalha com farmacêuticos especializados credenciados pela Anfarmag.
Romelita Tokarski durante o evento, ladeada pelo presidente da Associação de Farmacêuticos do DF, Dr. José Carlos Valença, e pela Consultora Nacional da OPAS/OMS, dra. Éji Pons.
INFAR INCLUI TODOS OS ASSOCIADOS ANFARMAG NO SEU CLUBE DE BENEFÍCIOS A Infar (Integração em Negócios Farmacêuticos) incluiu todos os associados da Anfarmag em seu Clube de Benefícios. Assim como os associados à Infar, eles também poderão usufruir da parceria com a rede de varejo Fast Shop, que vende mercadorias somente via internet a preços bem abaixo da concorrência. As associadas à Anfarmag poderão adquirir até 31 de julho, na Fast Shop, produtos eletrônicos, eletrodomésticos, de informática e de telefonia, entre outros, com descontos exclusivos. Na compra de qualquer produto, as farmácias associadas à Infar também disponibilizam aos seus clientes um cupom eletrônico que permite a eles também adquirir, via internet, mercadorias na loja Fast Shop. Qualquer farmácia associada à Infar pode ainda elaborar um programa de fide-
lização para os clientes, de acordo com a legislação vigente, aproveitando os descontos oferecidos pela rede a partir de ofertas semanais de produtos qualificados. O trabalho da Infar consiste em proporcionar acesso a estratégias de negócios diferenciadas e aos maiores e melhores fornecedores de matérias-primas e produtos para a realização de parcerias, concretizando negociações especiais com segurança e garantias. A diretoria da Infar está buscando novos fornecedores nos segmentos insumos, matérias primas e equipamentos, e acaba de negociar com fornecedores de vitaminas C e E preços em torno de 15 a 20% mais vantajosos. Maiores informações com Márcio pelo e-mail marcio@infar.com.br ou pelo tel. (11)5083-3965.
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Uma andorinha só não faz verão, gente! Rua Vergueiro, 1855 - 12o Andar - São Paulo - SP CEP 04101-000 - anfarmag@anfarmag.org.br Tel.: (11) 2199.3499 - Fax: (11) 5572.0132
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Sergio Vieira, por e-mail
Revista da Farmácia Magistral - Órgão Oficial da Anfarmag Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais DIRETOR ExECUTIVO Marco Fiaschetti - executivo@anfarmag.org.br COORDENADOR áREA TÉCNICA Vagner Miguel - vmiguel@anfarmag.org.br EQUIPE FARMACÊUTICA DA áREA TÉCNICA Hélio Martins Lopes Júnior, Lúcia Helena S. G. Pinto, Maria Aparecida Ferreira Soares, Michel Strefezzi Khouri COORDENAÇãO EDITORIAL Cleinaldo Simões simoes@cleinaldosimoes.com.br
CONTEÚDO EDITORIAL Cleinaldo Simões Assessoria de Comunicação (11) 5585-3363/5585-2273 simões@cleinaldosimoes.com.br Edição: Alice Sampaio Reportagem: Alice Sampaio, Catarine Piccioni e Marianna Falcão ARTE E DIAGRAMAÇãO
CARTA DO LEITOR
Fontpress Assessoria de Comunicação Wagner Ferreira
Em 1997 eu já tinha seis anos de farmácia, batendo cabeça em uma cidade pequena. Num fim de semana, fui pescar com minha esposa. Bem próximo havia uma plantação de girassóis – por causa da cor amarela, veio Farmácia na minha cabeça. Havia girassóis maiores e menores, mais ou menos bonitos, cada um com suas características. Mas quando fomos embora, mexeu muito comigo ver a plantação de longe, pois ela virou uma grande massa amarela, sem contornos nítidos. Na semana seguinte eu me associei à Anfarmag. Participei de todos os SINAMM, e do programa anterior também. Acho que a TV Farma foi a ferramenta mais fantástica que a Anfarmag criou. E é um instrumento que poderia até aproximar mais o próprio cliente das farmácias – nossos clientes adoram assistir os cursos na TV 42” que instalei próximo ao balcão. A TV Farma ainda é voltada para nós, mas eu acredito – e inclusive sugiro – que no futuro ela possa vir a ser direcionada também aos clientes, apresentando programas de saúde para os leigos. Fico imaginando como os fundadores da Anfarmag estão vendo a associação hoje, depois de todas e tantas diferentes iniciativas. Acho que a Anfarmag ainda pode crescer muito. Mas, para isso, ela precisa da participação de todos os colegas. A participação das farmácias se associando ao SINAMM, o esforço coletivo é extremamente importante. É preciso “engrossar o caldo”, como se diz, pois os beneficiados seremos nós mesmos. O futuro nos aguarda, e tem muita coisa a ser melhorada. Mas, sem a nossa participação, fica muito mais difícil.
COMERCIAL Mobyle Promocional (11) 3942.6122 mobyle@anfarmag.org.br IMPRESSãO Copypress www.copypress.com.br Coordenação Geral
Revista destinada aos farmacêuticos magistrais, dirigentes e funcionários de farmácias de manipulação e de laboratórios; prestadores de serviços e fornecedores do segmento; médicos e outros profissionais de saúde; entidades de classe de todo o território nacional; parlamentares e autoridades da área de saúde dos governos federal, estadual e municipal. Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Anfarmag. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. É EXPRESSAMENTE PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DOS TEXTOS DA REVISTA DO FARMACÊUTICO MAGISTRAL Periocidade: Bimestral Circulação: Nacional Tiragem: 7.000 exemplares Distribuição dirigida
CARO LEITOR, A Revista da Farmácia Magistral é dedicada a todos aqueles que participam do setor magistral, e está aberta à sua colaboração. Faça uso deste canal, enviando sugestões, comentários e críticas à nossa equipe. Sua opinião é de extrema importância para nós! NOSSOS ENDEREÇOS (REDAÇãO): Por e-mail: simoes@cleinaldosimoes.com.br Via correio: Rua Antônio Gebara, 511, Planalto Paulista, São Paulo (SP), CEP 04071-020 Também não hesite em nos procurar, caso tenha sugestões de artigos e demais colaborações para a Revista. Aguardamos o seu contato!
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SUCURSAIS SUCURSAL GRANDE SãO PAULO Diretora: Ana Lúcia Mendes Telefone: (11) 4488-2068 E-mail: sucursal.sp@anfarmag.org.br SUCURSAL BAIxADA SANTISTA Diretora: Aparecida Akemi Akimoto Telefone: (13) 4009-5883 E-mail: sucursal.bs@anfarmag.org.br SUCURSAL RIBEIRãO PRETO Diretora: Alice Carneiro Soares Telefone: (16) 2101- 5497 E-mail: sucursal.rp@anfarmag.org.br SUCURSAL VALE DO PARAÍBA Diretora: Ana Helena Cunha Telefone: (12) 3942-9736 E-mail: sucursal.vp@anfarmag.org.br SUCURSAL RIO PRETO Diretora: Creusa Manzalli de Toledo Telefone: (17) 3216-9500 E-mail: sucursal.riop@anfarmag.org.br SUCURSAL MARÍLIA/PRESIDENTE PRUDENTE Diretora: Nádia Alvim Telefone: (18) 9129-1848 E-mail: sucursal.mrpp@anfarmag.org.br SUCURSAL MACEIÓ Diretora: Tânia Bernadete P. Gomes Telefone: (82) 3035-2806 E-mail: sucursal.al@anfarmag.org.br SUCURSAL FORTALEzA Diretor: Francisco Carlos L.Andrade Telefone: (85) 9981- 3789 E-mail: sucursal.ce@anfarmag.org.br SUCURSAL AC/RO Diretora: Êrika Fernandes Rosas C. da Silva Telefone: (68) 3901- 6314 E-mail: sucursal.acro@anfarmag.org.br
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