Revista Farmácia Magistral - Edição 7

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Publicação da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais. ANO 1 Nº 07 - JULHO/AGOSTO 2010

ESPECIAL: ENCONTRO INTERNACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS

FARMÁCIAS MAIS PREPARADAS PARA REPOSIÇÃO COM HORMÔNIOS BIOIDÊNTICOS DEBATE DEMONSTRA BENEFÍCIO NA INTERAÇÃO PRESCRITOR E FARMÁCIA TRIBUTOS: PL PARA EVITAR EXCLUSÃO DO SIMPLES



POLÍTICA FARMACÊUTICA

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MUNDO ANFARMAG CARTAS ENDEREÇOS

Bom pra cachorro Manual para consumidores de farmácias magistrais Publicações Anfarmag

CIDADE & FARMÁCIA ANVISA contra medicamentos falsificados

A união faz a força Medidas aliviam financeiramente farmácias

ECONOMIA E NEGÓCIOS

FARMÁCIA INTERNACIONAL Atuação junto à US Pharmacopeia

CULTURA FARMACÊUTICA

Relação antiética com médicos Por uma prescrição ética dos medicamentos

CFF adia votação da proposta sobre prescrição farmacêutica O diferencial do farmacêutico magistral

Uma mulher que faz a diferença

RELAÇÃO DE ANUNCIANTES

Da cultura hindu às exigências da ANVISA Portugal, Venezuela, Brasil e as farmácias magistrais Farmácias associadas à Anfarmag impressionam pelo alto nível Anvisa defende reorientação do papel da farmácia Multidisciplinaridade dificulta desenvolvimento do setor fitoterápico

Maria do Carmo Garcez Presidente da Anfarmag Nacional

SAÚDE & MEDICAMENTO

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XX PAN-AMERICANO DE FARMÁCIA

Boa Leitura

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Paciente é o maior beneficiado da interação prescritor e farmácia Visita eficaz e ética aos prescritores Projeto de Lei para evitar o risco de exclusão do SIMPLES

uma prescrição baseada em valores altos o suficente para respeitar todos os tipos de medicamentos.

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Reposição hormonal com bioidênticos das farmácias magistrais

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ENCONTRO INTERNACIONAL

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SUMÁRIO

Vocês notarão que o relacionamento entre prescritores e farmácias magistrais constituem a linha comum de várias matérias desta nova edição da sua revista. Isto é proposital. Afinal, o programa institucional da Anfarmag tem sido aprimorado desde janeiro de 2009 quando a diretoria nacional aprovou que a promoção do desenvolvimento da farmácia magistral se dará por meio da ampliação do relacionamento do setor com os profissionais prescritores. E assim, poder cumprir etapa importante da visão associativa de consolidar a liderança do setor e ser referência mundial, atuando em consonância com os valores de ética, comprometimento, compartilhamento, respeito, responsabilidade e transparência. As reportagens sobre o Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais

– que este ano substituiu o Farmag Expo – mostram quais os caminhos que percorreremos em breve. Seremos testados na capacidade de aproveitarmos as oportunidades com os tratamentos de reposição hormonal com hormônios bioidênticos. Termos uma compreensão cada vez mais clara sobre o que os médicos desejam das farmácias em nossos programas de visitação. E a necessária atividade no Congresso Nacional para defender os interesses de todas as farmácias diante da ameaça de bitributação e exclusão do SIMPLES. Chamo a atenção de vocês para os textos que cuidam do que de mais importante foi discutido no XX Congresso Pan-Americano de Farmácia, realizado em Porto Alegre. E para as matérias sobre relação antiética com médicos e da proposta que nasce dentro da entidade sobre a possibilidade de termos um dia

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Meus caros associados e associadas

EDITORIAL

PRESCRITORES E FARMÁCIAS

02 – Consulfarma 07 – Elyplast 09 – Ortofarma 11 – Chemyunion 13 – Capsutec 15 – Capsugel 19 – All Chemistry 21 – BSTec 23 – Quibasa 25 – Pharmaceutical 27 – LED 33 – Labsynth 35 – Racine 37 - Senac 39 – Millipore 57 – Tecnopress 59 – Alternate


Reposição hormonal com bioidênticos das farmácias magistrais

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tratamento dos efeitos da menopausa e da andropausa por meio de terapia de reposição com hormônios

bioidênticos preparados em farmácias de manipulação concentrou a atenção dos participantes do Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais. Fotos: Gladstone Barreto

ENCONTRO INTERNACIONAL

DA REDAÇÃO

Dra. Reginalda Russo no início do curso de abertura do Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais.

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Farmácia Magistral


O tema foi detalhadamente exposto e debatido em curso conduzido pelos farmacêuticos especialistas no tema, Kerry Earlywine, Pharm D, e responsável pela consultoria em manipulação farmacêutica e serviços de suporte técnico do laborarório Medisca Network dos Estados Unidos; e Reginalda Russo, Pós-graduada lato sensu - Especialista em Manipulação Alopática, que atua há mais de dez anos no desenvolvimento dos protocolos clínicos para acompanhamento dos pacientes em tratamento de dor e em modulação hormonal; é ainda autora do livro “Terapia de Modulação Hormonal Bioidêntica”, de 2009. O programa do encontro foi além da defesa técnica dos hormônios bioidênticos como nicho a ser cada vez mais explorado pelas farmácias. Em debate com a participação da médica Mirella Polônio, da Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia Plástica Estética, vários aspectos sobre os cuidados da farmácia com esta linha de atuação puderam ser levantados e postos para reflexão dos associados. Os conceitos aplicados para a terapia de reposição hormonal por meio dos hormônios bioidênticos foram minuciosamente expostos por Kerry Earlywine. O atual momento nos cuidados anti-envelhecimento são frutos de estudos realizados pela Women’s Health Initiative (que desde 1991 pesquisa as causas de morte, invalidez e outras debilidades que impactem na qualidade de vidas das mulheres no período pós-menopausa), os estudos para tratamento do coração e reposição de estrógenos e progestinas (HERS II), e os feitos no programa Million Women Study, realizado no Reino Unido entre 1996 e 2001 com mais de um milhão de mulheres menopáusicas. Para ele, o debate centra-se nas abordagens de reposição sintética, re-

posição fisiológica, na suplementação nutricional para as glândulas e sobre quanto tempo deve durar a terapia. A partir daí, ele abordou inúmeros pontos relativo à fisiologia, ao desequilíbrio hormonal, da avaliação clínica do médico, das opções para esta avaliação em laboratórios e as nuances para os quais é necessário estar atento na interpretação dos testes para subsidiar a definição do tratamento. Kerry Earlywine pontuou sua apresentação em cima de dois casos dos quais pode apresentar uma série de abordagens clínicas fundamentais como a aplicação de reposição sintética, a reposição fisiológica, a suplementação nutricional para as glândulas e a capacidade de acompanhamento clínico para definição de quanto tempo deve durar a terapia, atentando-se aos efeitos da bio-acumulação notados com a aplicação tópica de cremes com progesterona. As ferramentas clínicas e os modelos de trabalho com integração médico e farmácia – como ocorre nos Estados Unidos – são fundamentais para o sucesso dos tratamentos, enfatizou. O curso de terapia de modulação hormonal bioidêntica da professora Reginalda Russo listou primeiro os três desafios que contextualizam o tema na sociedade: dominar e controlar efeitos do envelhecimento; dar qualidade de vida por muito mais tempo; promover e manter bem estar físico, mental, intelectual e sexual. Depois, expôs formas de como definir os tratamentos com meios convencionais, os avanços e recursos da farmacologia hormonal e as opções atuais de tratamento com hormônios naturais e sintéticos. Reginalda Russo defende o que classifica de TRH (Terapia de Reposição Hormonal) ideal, a Modulação Hormonal Bioidêntica (MHB), que tem por objetivo

Dr. Kerry Earlywine, farmacêutico americano que atualmente mora na Colômbia e Dra. Reginalda Russo, especialista em terapia de reposição hormonal com hormônios bioidênticos e diretora técnica da Anfarmag.

mimetizar o sistema biológico, utilizando hormônios cujas moléculas são idênticas às produzidas pelo sistema endócrino humano e imitando as vias metabólicas fisiológicas. O propósito é alcançar a individualização da terapia por meio do tipo de hormônio mais apropriado, doses flexíveis, com via de administração ideal e consequente maior e melhor adesão dos pacientes. Para fundamentar seus argumentos, Reginalda Russo desenvolveu um detalhado estudo sobre hormônios esteroidais sexuais com os perfis dos efeitos dos tratamentos, as vias de

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ENCONTRO INTERNACIONAL Reposição hormonal com bioidênticos das farmácias magistrais

administração, as doses posológicas e destacou a importância da aplicação através da pele. Ela ainda expôs diferentes aspectos da modulação hormonal masculina e feminina e os protocolos que têm sido aplicados para o tratamento com hormônios bioidênticos. No debate realizado após o curso, Reginalda Russo ponderou que a falta de credibilidade da manipulação magistral de terapia de modulação hormonal junto aos prescritores é uma dificuldade. As farmácias acabam perdendo oportunidade de agregar valor aos produtos e serviços oferecidos. Ela recomenda cuidado com a publicidade, pois a modulação com bioidênticos não deve ser vista como a

“fonte da juventude” ou tratamento que previne câncer ou mal de Alzheimer. “O foco é o equilíbrio”, disse. Para a médica Mirella Polônio, da Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia Plástica Estética, o conhecimento crescente sobre a fisiologia do envelhecimento permitirá que os tratamentos sobre a modulação hormonal mudem o paradigma e seja aceita naturalmente. De acordo com Mirella Polônio, obstáculo em relação à patente, o desconhecimento por parte dos médicos e despreparo de farmácias são fatores que dificultam a prescrição de hormônios bioidênticos. Mas é uma “medicina preventiva” que deve ser usada.

Kerry Earlywine afirmou que médicos, pacientes e farmacêuticos devem trabalhar em conjunto e compartilhar informações. “É importante ter boas informações antes de se lançar neste nicho. Médicos são muito ocupados e farmacêuticos devem ser a ponte entre eles e os pacientes. Pacientes às vezes querem resultado (de terapia) para amanhã. Essa terapia (modulação hormonal) requer atenção farmacêutica e dispensação ativa. Cada mulher e cada homem são distintos. Para isso, farmacêuticos produzem medicamentos individualizados”, disse. Ele pontuou ainda que há um debate sobre o tipo e em quanto tempo se deve tomar hormônios bioidênticos.

Dr. Kerry Earlywine tira dúvidas dos congressistas após a segunda parte do curso sobre hormônios bioidênticos.

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comunicação com os prescritores foi um dos temas centrais do Encontro Internacional de Farmacêuticos

Magistrais. Além de um detalhador curso (veja a matéria seguinte), mesa redonda sobre o tema teve como moderador a presidente da Anfarmag, Foto: Gladstone Barreto

ENCONTRO INTERNACIONAL

Paciente é o maior beneficiado da interação prescritor e farmácia

Dr. José de Almeida, consultor da Anfarmag, apresenta a metodologia do curso sobre comunicação com prescritores, no qual apresentou desde o atual cenário global, cronograma de visitas, a importância da escolha de um bom representante e o principal fator: saber agregar valor à farmácia.

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DA REDAÇÃO

Maria do Carmo Garcez , e debatedores o consultor da Focal Point Consultoria, José de Almeida, que desenvolve projeto nesta área para a associação, o farmacêutico Álvaro Fávaro Júnior, integrante da comissão do SINAMM, e médica dermatologista, Nilma do Carmo Vidotto de Sousa. Para a médica, quando a interação entre prescritor e farmácia magistral se dá de forma clara, competente e assertiva, o alvo final do trabalho, o paciente, é o melhor e maior beneficiado. A conclusão que apresentou destacou-se no dia de trabalho e foi precedida da mais importante e detalhada manifestação de um profissional prescritor em evento aberto realizado pela entidade. Inicialmente, ela contou que durante a formação médica, ainda na faculdade de medicina, aprende-se como fazer uma prescrição médica de uma forma geral. E que não há na maioria dos cursos de especialização uma cadeira que se dedique especificamente ao ensino da prescrição magistral, associações medicamentosas possíveis, etc. Por isso, para ela, é fácil entender que o prescritor, apesar de conhecer a doença e seu tratamento, por não dominar a arte da farmacotécnica e química, sente dificuldades ao prescrever



ENCONTRO INTERNACIONAL Paciente é o maior beneficiado da interação prescritor e farmácia

alguns tipos de formulações magistrais e associações medicamentosas, saber sobre estabilidade da formulação, etc. “Complementamos as lacunas de conhecimento participando de cursos e aulas sobre o assunto”. A rápida evolução da química e o surgimento de novos ativos farmacêuticos faz com que haja uma certa urgência em entrar em contato com as “novidades” do mercado farmacêutico, disse. É neste ponto que a visitação médica adquire importância para o profissional prescritor. Para Nilma do Carmo Vidotto a manipulação é um excelente meio de obtenção de medicamento na dose e quantidade adequada. É também uma excelente forma de obtenção de associações medicamentosas não disponíveis de forma Industrializada e personaliza mais a receita médica. A partir de sua experiência, a visitação médica deve levar até o médico conhecimento de novos ativos que o prescritor dificilmente teria acesso de uma outra forma. Abrir um caminho de diálogo e troca de informações para uma melhor prescrição, que em última análise beneficia o paciente. E apresentar amostras de determinados produtos para o melhor conhecimento do que está se prescrevendo, cosmética, odor e apresentação final da formulação. Em sua palestra ela discorreu sobre materiais práticos para a visitação médica, listando livreto de formulações, referências bibliográficas, amostra de alguns produtos, embalagens e noção de custo da formulação. Segundo Nilma Carmo Vidotto o visitador médico é considerado pelos prescritores médicos um representante da farmácia, e como tal deve ter uma postura técnico científica que traduza a filosofia da farmácia magistral que

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representa. Mais: deve ter amplo conhecimento na sua área; ter como finalidade filtrar as informações a serem levadas ao prescritor, com respaldo científico a respeito e não veicular um assunto, apenas por ser uma “novidade de mercado”. E se possível fornecer separatas do assunto. “Ser sério, cordial, veicular as informações de maneira concisa, lembrando-se do pouco tempo que geralmente o PRESCRITOR dispõe para essa audiência. Visitas muito demoradas são cansativas e pouco produtivas. E um detalhe não raramente neglicenciado: pré agendar horário de visita”. Ela acrescenta a importância do interlocutor falar de forma clara, evitar ser prolixo. “A cordialidade é bem vinda, mas a intimidade exagerada é desnecessária”. E o óbvio: ter certo conhecimento do Código de Ética Médica, para evitar constrangimentos na relação médico prescritor e visitador. Ao abordar a qualidade do produto representado, a médica deu um conjunto de orientações: Sempre que possível e permitido pela legislação vigente, é interessante apresentação dos produtos manipulados, em forma de amostras, para que se conheça a apresentação e nesse momento o visitador pode destacar quais os diferenciais da fórmula em questão; O conhecimento da cosmética (apresentação) das formulações é essencial, pois quando se prescreve não se tem muito a noção de como o produto será entregue ao paciente. “O sensorial, a cor ou o odor final da formulação é fundamental para nós dermatologistas e diferencia muito o produto manipulado do industrializado”. Outro item que os pacientes comentam muito são os frascos que acondicionam a manipulação; às vezes frágeis e esteticamente não chamativos e se sabe que

as pessoas consomem também o produto pelo seu visual . “Então aliar uma boa formulação com uma embalagem atrativa é importante”. A médica apontou erros mais comuns observados na visitação. Entre eles, a empolgação dos visitadores, que muitas vezes falam demasiadamente e tentam forçar a relação com os prescritores e até intimidá-los. “Essa relação deve ser construída a partir da segurança, confiabilidade e competência (demonstrada pelos representantes das farmácias). Não podemos indicar farmácias e os pacientes devem procurá-las espontaneamente”, complementou. Outros erros geralmente cometidos pelos propagandistas, segundo a palestrante, são a falta de retorno a pedidos dos prescritores e a tentativa de desqualificação de farmácias concorrentes. “Eles devem anotar eventuais pedidos e atendê-los no prazo combinado”. O desenvolvimento do programa de comunicação com prescritores da Anfarmag é uma iniciativa excelente, disse. Atualmente a visitação ocorre de maneira desordenada. “Vale ressaltar que em dermocosmética há sempre ativos novos e diferentes”, disse Nilma Vidotto, avaliando que as farmácias magistrais precisam filtrar e apresentar aos médicos os ativos com efetivo respaldo científico. Ela pontuou que “a visitação magistral é sempre bem-vinda para apresentação de novidades e de produtos” e que “é possível acrescentar outras coisas à prescrição a partir desse contato”. Questionada pelo consultor da Anfarmag, José de Almeida, a dermatologista reforçou que é possível perceber quando os visitadores são treinados. “Eles devem receber suporte e a manutenção desse suporte”.



Visita eficaz e ética aos prescritores

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m curso ministrado no segundo dia do “Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais”, em São Paulo (SP), o consultor de marketing e comunicação da Anfarmag, José Almeida, que é responsável pelo programa de comunicação com prescritores, explicou que a propaganda médica deve sempre ser realizada em cinco etapas. São elas: 1) análise pré-visita (realizada pelos propagandistas no período imediatamente anterior às visitas visando a elaboração de plano personalizado para cada prescritor); 2) abertura (apresentação do objetivo da visita/ momento para despertar o interesse e expectativa

dos prescritores para o tema destacado na promoção ou mensagem chave); 3) apresentação da mensagem chave; 4) fechamento; e 5) pós-visita (momento imediatamente posterior à saída dos consultórios em que os propagandistas avaliam objetivamente o desempenho e efetividade da sua comunicação). A fase pré-visita considera a data da última visita, os materiais entregues na ocasião, o perfil psicossocial dos prescritores e o nível de conexão entre as farmácias e eles, além dos comentários e solicitações apresentadas pelo médico. Os médicos podem ser classificados dentro de quatro perfis comportamenFotos: Gladstone Barreto

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DA REDAÇÃO

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tais, cada um com valores e necessidades de abordagem diferentes. No momento da mensagem chave, os propagandistas devem apresentar resposta à expectativa ou ao problema levantado na abertura e também mostrar o posicionamento da farmácia representada. O posicionamento, – que revela a forma como a farmácia gostaria de associar a marca (nome da farmácia) aos valores que devem ser identificados pelos médicos –, deve ser repetido durante a fase de desenvolvimento e no fechamento da visita, pois a repetição torna o posicionamento efetivo. Outra dica é apresentar característica, ação e benefício dos produtos e serviços e não apenas as vantagens. “A apresentação que segue essa ordem conduz os médicos a um raciocínio lógico dos benefícios apresentados”, disse Almeida. No encerramento, os propagandistas devem reforçar o posicionamento da farmácia, recordar principais pontos abordados de forma sucinta e direta, oferecer prestação de serviços e entregar materiais de apoio, além de agradecer e citar o tema da próxima visita, visando gerar expectativa ou revisar o compromisso realizado durante a promoção. A fase pós-visita, que deve ocorrer imediatamente após o término da visita, consiste em anotações gerais e em objetivo para a próxima visita. “Essa fase é tão importante quanto às outras, porém, apenas uma fase de pós-visita bem feita permitirá um planejamento efetivo e coerente para a



ENCONTRO INTERNACIONAL Visita eficaz e ética aos prescritores

próxima visita”, disse Almeida. No curso, o consultor elencou diferenças entre visitas comuns e as estruturadas. Em visitas comuns, – robotizadas e iguais para todos os médicos –, o único planejamento prevê o dia e horário de atendimento dos médicos, não há objetivos definidos e diferenças em relação às anteriores, a estratégia é entregar estudos científicos, adesivos ou folhetos, o tempo médio no consultório é menor ou igual a dois minutos, a base do resultado da propaganda está na emoção e na construção de retorno baseado no relacionamento e a preocupação é a quantidade de prescritores visitados, os quais acabam não lembrando os nomes das farmácias, os produtos e/ ou serviços. Essas visitas não mudam o comportamento prescritivo dos médicos. Em visitas estruturadas, – personalizadas para cada prescritor, cujo histórico é avaliado –, os profissionais visitados passam a enxergar os propagandistas como principais fontes em relação às farmácias e a reconhecer os seus diferenciais. No decorrer dessas visitas, nota-se uma evolução clara, objetiva e mensurável do comportamento prescritivo. Os prescritores citam espontaneamente pontos abordados pelos propagandistas em visitas anteriores e percebem uma linha de continuação. Eles são incentivados a expor necessidades e opiniões sobre a prestação de serviços. Quando estruturadas, as visitas fluem naturalmente e, em média, duram dez minutos. Os bons propagandistas se preocupam com a qualidade e não apenas com a quantidade. O principal objetivo é mudar a percepção ou os hábitos prescritivos dos médicos a partir do reconhecimento da qualidade diferencial de cada farmácia e dos valores agregados aos seus produtos e serviços. A base dos resultados está na razão e percepção de valores (não excluindo o relaciona-

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mento). “A visita estruturada deixa de ser uma visita de cortesia e passa a ser uma visita de geração de demanda”, complementou Almeida. CONEXÃO O consultor explicou ainda que o nível de “conexão” diz respeito à relação de retorno dos médicos em relação à propaganda, enquanto “alinhamento” se refere à relação pessoal entre representantes das farmácias e prescritores. “Alto alinhamento não representa alta conexão e em alguns momentos pode diminuir a capacidade de cobrança. O interessante é alta conexão. Para avaliar a conexão precisamos, primeiramente, entender onde estamos para então planejar quais os passos para chegarmos onde queremos estar no futuro. Se a conexão é superficial, significa que devemos investir na propaganda para atingir a conexão profunda”. VANTAGEM NÍTIDA Pesquisa realizada com prescritores pela Anfarmag entre o ano passado e o

começo deste ano envolveu dentistas, veterinários, nutricionistas e médicos dermatologistas, ginecologistas e reumatologistas. Para esses profissionais, medicamentos manipulados exigem maior grau de envolvimento e responsabilidade deles. Apesar de poucos demonstrarem disposição em correr riscos, para o grupo, a vantagem do tratamento mais personalizado aos pacientes é nítida. “Ficou claro o bom relacionamento e alto grau de identidade que as farmácias magistrais possuem com a dermatologia. Porém, ficou destacado que as magistrais são uma alternativa viável para todas as outras especialidades médicas e não médicas pesquisadas. Outro ponto nítido na pesquisa é que as ações necessárias para mudar a visão, o relacionamento e o retorno potencial que a propaganda médica pode oferecer dependem apenas das próprias farmácias”, disse Almeida. Conforme dados apresentados por Almeida no curso, o mercado farmacêutico em 2011 vai ter aproximadamente 25% de participação de genéricos e 28% de produtos novos em relação a 2008 (este ano deve registrar o dobro de produtos novos em relação a 2009).



ENCONTRO INTERNACIONAL

DA REDAÇÃO

Projeto de Lei para evitar o risco de exclusão do SIMPLES A tributação da farmácia magistral foi o tema central do terceiro dia do Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais

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s palestrantes da mesa redonda que discutiram o tema apresentaram o histórico da situação, como a Anfarmag trabalhou em defesa dos associados em cada cidade que autuou as farmácias, os contatos feitos com os governos estaduais diante do quadro de bitributação, as ações junto à Receita Federal e, especialmente, no Congresso Nacional. O evento serviu para informar publicamente que por iniciativa e proposta da Anfarmag foi apresentado na Câmara dos Deputados, em 02/06/2010, o Projeto de Lei Complementar 580/2010. De autoria do deputado federal Roberto Santiago (PV - SP), o PL 580/2010 trata da alteração da Lei Complementar 123/06, com o objetivo de ratificar que poderão ser optantes do SIMPLES a microempresa e empresa de pequeno porte que se dedique a comercialização de produtos originados de manipulação de fórmulas magistrais, mediante aplicação da tabela do ANEXO I (comércio). A ação parlamentar é consequência da decisão unânime tomada em reunião das regionais da Anfarmag em 21/05,

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que aconteceu após o Fórum de Tributação realizado um dia antes em São Paulo. Neste encontro, optou-se pela manutenção da defesa do recolhimento do ICMS e a necessária ratificação da condição de atividade comercial na LC 123/06, visando evitar o risco de exclusão do SIMPLES. Para o advogado tributarista, Umberto Saiani, do Moreau & Balera Advogados, consultoria jurídica da Anfarmag, as farmácias magistrais sempre foram objeto de polêmica no que tange a tributação por desenvolverem atividade mista que envolve a venda de produtos acabados e a manipulação de fórmulas. “Existe entendimento dos municípios no sentido de que as farmácias magistrais no exercício de sua atividade prestam um serviço personalizado e por encomenda ao consumidor final, razão pela qual devem se sujeitar ao recolhimento do ISSQN, tendo em vista que a Lei Complementar n.º 116 de 2003, prevê no item 4.07 a cobrança do imposto municipal sobre os serviços farmacêuticos”. Ao mesmo tempo, os Estados exigem o ICMS das farmácias magistrais sob o argumento de que a manipulação de medicamentos é considerada como qualquer operação que modifique

a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto ou o aperfeiçoe para consumo. A divergência transformou-se em ameaça para as farmácias com dois precedentes jurisprudenciais. A Primeira e a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao julgarem em 2008 dois casos nos quais se discutia a matéria, decidiram pela incidência do ISSQN sobre os serviços de manipulação de medicamentos. De acordo com Umberto Saiani, o STJ baseou suas decisões no fato de que as farmácias magistrais por desenvolverem operação mista prevista na lista de serviços da LC n.º 116/2003 - serviços farmacêuticos, no item 4.07, sujeitam-se exclusivamente a tributação pelo ISSQN. “Contudo, tal premissa pode ser contestada pelas farmácias magistrais, pois o Projeto de Lei do Senado n.º 161 de 1989 - Complementar, de autoria do então Senador Fernando Henrique Cardoso, que originou a LC n.º 116/2003, excluiu expressamente a manipulação da lista de serviço, conforme verifica-se da análise da tramitação do projeto, cuja cópia integral foi obtida a favor da Anfarmag no dia 24/03/2009


Fotos: Gladstone Barreto

Dr. Umberto Saiani, advogado da Moreau & Balera Advogado reponsável pela assessoria jurídica à associação na área de tributos, explica o trabalho da Anfarmag em defesa aos associados.

em Brasília”, relata Umberto Saiani. Além disso, a Resolução n.º 499 de 2008, do Conselho Federal de Farmácia que dispõe sobre a prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias, não relaciona a manipulação entre serviços farmacêuticos. As consequências tributárias caso se confirme a posição do STJ são ruins para as farmácias. As farmácias optantes pelo SIMPLES nacional poderão ser excluidas deste regime, pois a regulamentação

não permite o ingresso de prestadoras de serviços decorrentes de atividade intelectual, de natureza técnica e científica, que constitua profissão regulamentada ou não. Por consequência, a exclusão acarretará a sujeição da farmácia ao Lucro Presumido ou Real, conforme o caso. O advogado explica outra possibilidade: Mesmo que admitida a permanência no SIMPLES nacional, haverá majoração de 50% da tributação para a farmácia, em razão da mudança da caracterização da

atividade de comércio para serviços. As farmácias optantes pelo lucro presumido vão lidar com a mudança do percentual que determina a base de cálculo do IRPJ, tendo em vista que o atual percentual do comércio é de 8% e dos prestadores de serviço é de 32%. As consequências comuns para todos mostradas por Umberto Saiani são a exigência retroativa do ISSQN, respeitado o prazo prescricional de cinco anos; a sujeição conjunta ao recolhimento de

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ENCONTRO INTERNACIONAL Projeto de Lei para evitar o risco de exclusão do SIMPLES

ICMS e ISSQN, eis que os Estados não irão a princípio abrir mão da arrecadação do imposto estadual, conforme Resposta a Consulta proferida pela Secretaria da Fazenda do Estado do Espírito Santo em 13/02/2009. Diante de conjunto de ameaças, Projeto de Lei Complementar 580/2010 tornou-se necessário. Em sua justificativa, o deputado Roberto Santiago relata que as recentes decisões do Superior Tribunal de Justiça nos Recursos Especiais n.ºs 975.105 E 881.035(ambos do Rio Grande do Sul) estão em dissonância com o histórico do Projeto de Lei do Senado n.º 161, de 1989, de autoria do Senador Fernando Henrique Cardoso, que originou a Lei Complementar n.º 116,

de 2003, em especial o Parecer n.º 668, de 2003, publicado no Diário do Senado Federal em 18 de junho de 2003, emitido pelo Relator da Comissão de Assuntos Econômicos, Senador Romero Jucá, que vetou expressamente a inclusão da atividade de manipulação de medicamentos no item 4.07, da lista anexa que prevê “serviços farmacêuticos”. Assim, faz-se necessária a ratificação da natureza comercial da atividade de manipulação de fórmulas magistrais e a competência dos Estados para tributar tal atividade e, por consequência, cessar e inibir infundadas e descabidas cobranças do ISSQN por parte dos Municípios. As medidas institucionais e políticas adotadas pela Anfarmag, visando a

defesa de seus associados em razão da iniciativa adotada pelas Prefeituras Municipais em cobrar o Imposto ISSQN das Farmácias Magistrais foram relatadas na mesa redonda pelo advogado Wander Rabelo, também do Moreau & Balera, que cuida das questões regulatórias e legais no âmbito dos poderes executivo e legislativo federais. “Sempre acompanhados por diretores da Anfarmag, em especial dr Ademir Valério, responsável pelas relações institucionais da entdidade, provocamos reuniões com os principais líderes do Congresso Nacional, visando a regulamentação em definitivo do regime tributário a ser observado pelas Farmácias Magistrais”, disse. Ele destacou o senador

A mesa redonda contou com a participação de José Carlos Campoi, contador especialista em tributos para farmácias, tirou as dúvidas sobre a diferença entre ICMS e ISS e em que situações devem ser utilizados.

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Farmácia Magistral


Sérgio Guerra (PSDB-PE), presidente nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB); a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), relatora do Projeto de Lei Complementar nº 467, de 2008, que dispõe acerca da alteração da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, para acrescentar outras atividades de prestação de serviços às já passíveis de opção pelo SIMPLES Nacional, dentre as quais a manipulação de fórmulas elaboradas pelas farmácias de manipulação na lista de atividades do SIMPLES; o deputado federal Antonio Carlos De Mendes Thame (PSDB-SP), membro Titular da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN); o deputado federal Rafael Guerra (PSDB-MG), que instituiu e presidiu até 2009 a Frente Parlamentar da Saúde (FPS), a maior entre todas as frentes parlamentares; o deputado federal José Saraiva Felipe (PMDB-MG), que foi ministro da Saúde da República Federativa do Brasil (2005/2006); deputado Federal Cláudio Antonio Vignatti (PT-SC), que presidiu a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados; a deputada Federal Elcione Barbalho (PT-SC), que presidiu a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados; o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que foi secretário da Fazenda do Estado do Paraná. Conforme Wander Rabelo explica, as medidas adotadas perante o Congresso Nacional (Senado Federal e Câmara dos Deputados) têm como objetivo buscar uma uniformidade no que se refere ao tratamento tributário a ser conferido às farmácias magistrais no País, tomando como base a iniciativa adotada por diversas municipalidades em razão das decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça. A Anfarmag pleiteia o reconhecimento do “status” tributário a ser adotado pela farmácia magistral, qual seja, a manutenção do paga-

mento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) aos Estados. O trabalho compreendeu ainda a apresentação perante os Governos Estaduais da proposta de cobrança implementada pelas Prefeituras Municipais do País. “Foram realizadas reuniões, com as Secretarias Estaduais de Finanças dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Alagoas, Paraná, Bahia, dentre outros. E de acordo com o entendimento exposto pelos Governos Estaduais a manutenção da cobrança do ICMS deve prevalecer, tendo em vista a inexistência de razão jurídica que permite a cobrança do ISSQN”, conta Wander Rabelo. Simultaneamente foram realizadas diversas reuniões com representantes de Secretarias de Fazenda Municipais das Prefeituras de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Maceió, Salvador, Salto, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Belo Horizonte, Fortaleza, dentre outros. Essas reuniões objetivaram a discussão do regime tributário a que estão sujeitas as Farmácias de Manipulação do País; e a cobrança de eventual passivo tributário, caso seja confirmada a legalidade da cobrança do ISSQN das farmácias de manipulação do País. No encontro o contador José Carlos S. Campoi apresentou a pedido da Anfarmag o Estudo Tributário ISS X ICMS, qual a melhor alternativa? Tributação por enquadramento em serviços ou em comércio?. Após discorrer sobre os vários cenários possíveis, a conclusão é de que para as farmácias magistrais que optam pelo Simples Nacional, o melhor é a tributação pelo ICMS, enquanto que para as optantes pelo Lucro Presumido, o melhor é pelo ISS. Deve ser destacado que para estas últimas, a medida que o faturamento vai aumentando, essa vantagem diminui, podendo mesmo chegar ao equilibrio entre as duas alternativas.


Da cultura hindu às exigências da ANVISA

P

rocesso e monitoramento magistral foi o tema do painel que reuniu Ivan da Gama Teixei ra, de São Paulo, Judith Thompson, dos Estados Unidos, e Isabela da Costa Cesar, de Minas Gerais, sob a coordenação de Maria do Carmo Garcez, presidente da Anfarmag (Associação Nacional de Farmácias Magistrais), no dia 27 de maio durante o XX Congresso Pan-Americano de Farmácia, que aconteceu em Porto Alegre (RS). A construção do conceito de farmá-

cia magistral através do tempo foi um dos enfoques abordado pelo Dr. Ivan da Gama Teixeira, Presidente da Diretoria Técnica e Secretário da Diretoria Nacional da Anfarmag. Ele tratou também de conceituações envolvendo farmácias magistrais e legislação. Segundo Teixeira, na cultura hindu a preocupação com a estabilidade dos medicamentos era comum em 1.000 a.C. Já na Grécia helênica, em 100 a.C., existiam dois profissionais – o que produzia o medicamento e o que comercializava.

A figura do inspetor sanitário aparece no século IX na península Ibérica sob influência árabe. Mais adiante, no século XIII, na Itália, o rei Frederico II separou a profissão de médico e de farmacêutico (que era condenado à morte se errasse a dosagem). A introdução dos medicamentos químicos (que derivam ainda da influência árabe e da metalurgia) foi realizada no final do século XVII e início do XVIII. Surgiram os laboratórios, e os medicamentos químicos revolucionam o mercado porque têm melhor estabilida-

Foto: Ana Meinhardt

XX PAN-AMERICANO DE FARMÁCIA

POR RICARDO BUENO

Representantes da diretoria Nacional e Regional RS, juntos à Dra. Judith Thompson (EUA), na abertura

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Farmácia Magistral


de, passam a ser produzidos com mais qualidade e podem, a partir de então, ser vendidos longe das farmácias. Foi o início do processo industrial. Os medicamentos começaram a ser feitos em quantidade, fato que trouxe como consequência a publicidade e a automedicação. Em 1931, o decreto nº 20.337 criou a profissão de farmacêutico no Brasil. O palestrante discorreu também sobre legislação, com destaque para as Resoluções RDC 210, de 2001, RDC 67, de 2007, e RDC 87, de 2008, todas sobre boas práticas magistrais. Teixeira aproveitou para frisar que o laboratório industrial fabrica e vende para terceiros e é diferente do processo magistral: “A Anfarmag está participando da construção do conceito de farmácia magistral, processo que envolve a consulta pública 25 de 23/3/2010”, finalizou. O Padrão de Manipulação nos Estados Unidos foi o tema da palestra da Dra. Judith Tomphson, professora emérita da Escola de Farmácia da Universidade de Wisconsin-Madison, que discorreu sobre o capítulo 795 da Farmacopeia Americana, que trata da farmácia magistral. Nos Estados Unidos, a manipulação é regida por vários estados, não existe um padrão nacional, e há flexibilidade desde que não se crie contradição com as regulamentações da FDA (Food and Drug Administration). A jurisdição do governo federal só envolve questões de rotulação dos medicamentos. Existem quatro farmacopeias ativas nas Américas – Argentina, Brasil, México e Estados Unidos. As quatro fazem parte de uma organização internacional com sede nos Estados Unidos e escritório nos três países (no Brasil, fica em São Paulo). A farmacopeia dos Estados Unidos (United States Pharmacopeia - USP) é atualizada com publicações anuais e aborda, em seus três volumes, notícias gerais,

capítulos sobre a indústria farmacêutica e monografias. O capítulo 795, que define as boas práticas de manipulação, está sofrendo revisão e será publicado em 2011. Esta nova versão incorpora os MSDS (Material Safety Data Sheet – Fichas de Segurança de Material), formulários contendo dados relativos às propriedades de uma determinada substância, o que envolve a segurança dos trabalhadores e diretrizes para datas de validade dos manipulados. A Dra. Isabela da Costa César, Gerente da Qualidade do Cedafar Bioanalítico da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e membro do Comitê de Harmonização de Textos da Farmacopeia Brasileira, por sua vez, enfocou os trabalhos desenvolvidos pela universidade na área de testagem e comprovação de qualidade de medicamentos manipulados. Também relatou a parceria que a UFMG tem feito com farmácias magistrais para validar medicamentos atendendo as exigências das legislações. Trata-se de uma alternativa à Reblas (Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde). Isabela destacou atributos como a rastreabilidade, além da eficácia e da segurança no tratamento, como sendo típicos dos medicamentos magistrais. “Temos trabalhado em como controlar e monitorar o processo de manipulação em comparação com o industrial. A qualificação do processo magistral é diferente”, enfatizou. “Outro ponto importante é a qualificação dos fornecedores, o que é possível mantendo um cadastro das matérias-primas definidas de acordo com especificações determinadas”, ponderou Isabela. Maria do Carmo Garcez encerrou o encontro destacando a importância da aproximação do mercado com a universidade, o que pôde ser percebido nas palestras de Judith e Isabela.


XX PAN-AMERICANO DE FARMÁCIA

POR RICARDO BUENO

Portugal, Venezuela, Brasil e as farmácias magistrais

O

painel Atividade Magistral nas Farmácias do Mundo, que aconteceu no dia 26 de maio, segundo dia do XX Congresso Pan-Americano de Farmácia, reuniu os doutores Carlos Maurício Barbosa, de Portugal, Arianna Cirrotolla, da Venezuela, e Maria do Carmo Garcez, do Brasil, sob a coordenação da Dra. Juliana Zasso. Relatando a experiência de Portugal, Barbosa, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, onde exerce funções docentes no Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas e em Tecnologia Farmacêutica, defendeu que a indústria farmacêutica não consegue atender toda a demanda do mercado e que os manipulados são medicamentos de uso complementar, a serem utilizados sempre que for preciso personalizar a terapêutica, preenchendo nichos não ocupados por razões técnicas ou econômicas. Em Portugal e na Europa, segundo Barbosa, está claro que os manipulados não concorrem com os industrializados E acrescentou: “Também é claro que os manipulados são mais caros: eles não são feitos em série, são artesanais”. Barbosa defendeu ainda que, no caso dos manipulados, além da segurança, eficácia e qualidade

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Farmácia Magistral

– atributos essenciais para os medicamentos industrializados – é preciso agregar seguridade (a medicação não provocar nem agravar outros problemas) e efetividade (a medicação alcançar os objetivos terapêuticos). OTIMISMO Portugal conta com 2.800 farmácias que oferecem medicamentos industriais de marca e genéricos, manipulados, fitoterápicos, suplementos alimentares, cosméticos e higiene corporal, além dos serviços farmacêuticos. Todas as farmácias manipulam em laboratório próprio. Recentemente tem-se registrado um resgate e incremento no uso de medicamentos magistrais. Em 1999, a Associação Nacional de Farmácias criou o Centro Tecnológico do Medicamento, para promoção dos manipulados. Outra movimentação importante foi a criação do Formulário Galénico Português, editado em 2001, e atualizado em 2005. No encerramento de sua apresentação, Barbosa fez uma previsão positiva para o mercado de manipulados: “No futuro, a partir do perfil genético, a medicina será personalizada, respeitando as diferenças nas respostas aos fármacos”. A venezuelana Arianna Cirrotolla,

professora da Faculdade de Farmácia Tecnológica e especialista em Farmácia Comunitária, concorda que o mercado dos medicamentos manipulados está em crescimento: “Pacientes especiais requerem medicamentos especiais, e medicamentos especiais requerem fórmulas individuais. Assim, medicamentos manipulados são importantes e necessários para a saúde”. Arianna classifica como pacientes especiais os geriátricos, pediátricos, odontológicos, hipersensíveis e veterinários. “Os manipulados permitem combinações variando quantidades (inclusive nas não usuais), fórmulas individuais, uso de matérias-primas não rentáveis, uso de formas farmacêuticas mais convenientes e princípios ativos não disponíveis”, argumenta ela. Na Venezuela, a manipulação é uma atividade própria do farmacêutico, regulamentada por lei. Contudo, esta categoria de medicamentos não é contemplada em seguridade social. Os medicamentos são elaborados em oficinas de farmácias tradicionais ou em laboratórios de hospitais e universidades - 87% são de uso tópico-dermatológico, 10% de uso oral e 2% oftalmológico. A regulamentação, uma iniciativa da universidade, levou à elaboração do Guia de Boas Práticas, utilizado atualmente no país.


Foto: © iStockphoto.com / Flavio Loka

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KIT DE REAGENTES PARA ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS TESTADOS E APROVADOS PELA ABFH ISENTOS DE REGISTRO NA ANVISA EXPERIÊNCIA NACIONAL “O Brasil é o oitavo mercado de medicamentos do mundo em faturamento, e a área de farmácia é prioridade nacional”. Com esta afirmação, Maria do Carmo Garcez, presidente da Anfarmag, iniciou sua fala sobre as farmácias magistrais no Brasil. O país conta com 79.010 drogarias (estabelecimentos comerciais apenas com dispensação de medicamentos), formato existente unicamente no Brasil. Farmácias magistrais são 7.800 (10% do universo, portanto), enquanto as farmácias homeopáticas são 1.082. Mais: são 60 milhões de clientes/pacientes atendidos e 100 mil médicos que prescrevem medicamentos magistrais. Ainda segundo Maria do Carmo, o Brasil acompanha a tendência mundial em função da personalização dos medicamentos e da necessidade de atendimento a pacientes em suas múltiplas patologias específicas. Fundamental na indústria farmacêutica brasileira foi a criação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em 1999, e o marco regulatório de 2000. Entre 2001 e 2010 várias regulamentações foram publicadas. “Todas elas importantes e que melhoram a qualidade do medicamento. Contudo, tomam como base o processo industrial, não avalian-

do as diferenças de processos. O magistral é completamente diferente, porque tem rastreabilidade de 100%”, destacou Maria do Carmo. O momento brasileiro é de depuração do mercado: “ O mercado magistral está em consolidação,porque está ocorrendo uma nova avaliação do risco, a partir da regulamentação severa e da alta carga tributária”, relatou Maria do Carmo. Em seu lugar está surgindo um novo modelo de farmácia, voltada para a saúde e reunindo dispensação de medicamentos e produtos, prestação de serviços farmacêuticos e melhor atendimento à população. A presidente da Anfarmag aproveitou também para apresentar o SINAMM (Sistema Nacional de Aperfeiçoamento e Monitoramento Magistral), um sistema que trabalha pontos como avaliação financeira, educação continuada, auditoria, controle e qualidade, endomarketing, comunicação com prescritores, entre outros. As farmácias aderem voluntariamente ao programa. Outro ponto interessante do trabalho da associação é a possibilidade de parceria comercial entre as farmácias, proporcionada por uma central de negócios que possibilita as compras em conjunto e, assim, a concorrência em patamares mais justos.

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XX PAN-AMERICANO DE FARMÁCIA

Farmácias associadas à Anfarmag impressionam pelo alto nível

A

na capital gaúcha. Ficaram impressionados com o alto nível dos estabelecimentos e também com o rigor da regulamentação a ser atendida pelas farmácias magistrais brasileiras. As professoras Judith Tomphson (da escola de farmácia da Universidade de Wisconsin-Madison) e Arianna Cirrotolla (especialista em farmácia coFoto: © iStockphoto.com / SXC

edição deste ano do “XX Congresso Pan-Americano de Farmácia”,– ocorrido entre 25 e 29 de maio, em Porto Alegre (RS) –, recebeu professores atuantes na atividade magistral nos Estados Unidos, Venezuela e Portugal. Além de participarem de palestras e mesas no evento, eles visitaram farmácias magistrais instaladas

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munitária), por exemplo, estiveram na matriz de uma farmácia pertencente ao farmacêutico Fernando Spengler e participante do SINAMM. Elas desconheciam o funcionamento de farmácias magistrais no Brasil. Spengler citou que Tomphson e Cirrotolla ficaram impressionadas com a setorização (laboratórios de citostáticos, antibióticos, sólidos, semissólidos e controle de qualidade) e com o atendimento individualizado. “Elas ficaram encantadas com todo o processo, que envolve a chegada da prescrição médica, registro dos pedidos, anotações individualizadas, controle de cada fórmula e a dispensação (dos medicamentos)”, diz Spengler. Outro ponto apreciado pelas visitantes foi a existência de interligação online entre a matriz e filial da farmácia e de fichas para cada cliente. Isto é, os clientes podem solicitar medicamentos em uma loja e retirar em outra, por exemplo. Professor da faculdade de farmácia na Universidade do Porto, Carlos Maurício Barbosa visitou uma farmácia em Porto Alegre associada à Anfarmag e participante do SINAMM , a qual também causou ótima impressão. Os congressistas internacionais também visitaram a farmácia escola da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).


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XX PAN-AMERICANO DE FARMÁCIA

POR RICARDO BUENO

Anvisa defende reorientação do papel da farmácia

E

m palestra sobre a prescrição de medicamentos no XX Congresso Pan-Americano de Farmácia, o presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, defendeu a necessidade de uma reorientação do atual papel da farmácia, com a consequente restrição aos apelos comerciais: “As farmácias devem ser vistas e gerenciadas como estabelecimentos de saúde”. Na palestra ele abordou o conceito de medicamento, enfatizando que este não se restringe a uma determinada forma farmacêutica, e sim é resultado da união desta com a orientação correta sobre seu uso. Uma não pode existir sem a outra. Ao mesmo tempo, destacou que a intoxicação por medicamento tem crescido de forma alarmante no Brasil, situação que de alguma forma está em sintonia com o cenário global. Segundo Mello, dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) comprovam que mais de 50% dos medicamentos são prescritos, dispensados ou utilizados de forma inadequada em todo o planeta. A título de comparação, o presidente da Anvisa apresentou o modelo de dispensação adotado no Reino Unido, e a seguir mencionou algumas das dificuldades no trabalho realizado pela Anvisa no Brasil, em especial em razão da variedade de

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Farmácia Magistral

normas e procedimentos adotadas por Estados e municípios. O modelo britânico prevê três tipos de dispensação, identificados pelas siglas P (Pharmacy only), POM (Prescription Only Medicine) e OTC (Over The Counter). No primeiro caso, os medicamentos ficam atrás do balcão, longe do alcance do usuário e devem ser prescritos pelo farmacêutico. Já os medicamentos POM exigem receita médica, enquanto os produtos OTC são de venda livre e estão ao alcance dos consumidores nos estabelecimentos. No caso brasileiro, Mello explicou que o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária adota um modelo de gestão tripartite, ou seja, com a divisão de responsabilidades entre municípios, Estados e União. “Há autonomia entre estes entes, mas não relação hierárquica. Justamente por isso a Anvisa tem o papel de coordenar o sistema”, explicou. Além da diversidade de normas entre as três instâncias de gestão, o Brasil se caracteriza também pela gama de produtos e serviços estranhos ao comércio farmacêutico. Vem daí a diferença fundamental entre farmácia, local onde são (ou deveriam) ser comercializados (e eventualmente manipulados) apenas medicamentos, e as drogarias, onde o caráter comercial prepondera, com a

inclusão de outros itens nas gôndolas. Em especial nos estabelecimentos que se enquadram na segunda classificação, têm sido inúmeras as irregularidades encontradas pela Anvisa, tais como venda de medicamentos controlados sem escrituração, fracionamento irregular, venda de produtos falsificados, adulteração de receitas de controle especial e ausência de farmacêutico no estabelecimento. O presidente da Anvisa a seguir fez uma rápida revisão da evolução da legislação no Brasil e como ela contribuiu na construção da Política Nacional de Medicamentos e da Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Destacou, entre outros instrumentos legais, a Instrução Normativa 10/09, a qual prevê que os medicamentos passíveis de estarem ao alcance do usuário são apenas os fitoterápicos, os medicamentos de via dermatológica e os medicamentos de notificação simplificada. Mello salientou que os medicamentos isentos de prescrição deveriam ser dispensados por farmacêutico. “Se em determinadas circunstâncias eu não preciso fazer uma consulta médica, com quem devo me orientar? Com o farmacêutico, obviamente”, afirmou. Nestes casos, o farmacêutico deve proceder a uma declaração de prestação do respectivo serviço.



XX PAN-AMERICANO DE FARMÁCIA

POR RICARDO BUENO

Multidisciplinaridade dificulta desenvolvimento do setor fitoterápico

O

professor Armando Cáceres, da Faculdade de Ciências Químicas e Farmácia da Universidade de San Carlos, Guatemala, não tem dúvida: o farmacêutico é o profissional cujo perfil é o mais indicado para liderar a integração de uma equipe multidisciplinar que atue no desenvolvimento do setor fitoterápico (ou naturoterápico, termo que ele prefere, por não excluir o segmento zoológico e mineral). Este foi o tema de sua fala no painel “Desenvolvimento de Fitomedicamentos/Fitoterápicos”, durante o XX Congresso Pan-Americano de Farmácia. Cáceres, entretanto, defendeu a ideia de que é preciso uma mudança de paradigma na formação de estudantes, professores, profissionais e, inclusive, de autoridades do setor farmacêutico, para que então possam fazer a diferença. Já o professor Luiz Alberto Lira Soares, da Universidade de Pernambuco, apresentou o atual cenário da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicas, enfatizando que a multidisciplinaridade dificulta e atrasa o processo. Soares acredita que é preciso estabelecer prioridades, tomando como princípios orientado-

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res: a) ampliação das opções terapêuticas para usuários do SUS; b) uso sustentável da biodiversidade; c) geração de emprego e renda, para redução das desigualdades sociais; e d) participação popular e controle social. OPORTUNIDADES E INTERAÇÕES Armando Cáceres tem mais de 30 anos de experiência com plantas medicinais, e assegura que a naturoterapia moderna vive um excepcional momento. Hoje, se tem um conhecimento mais aprofundado das plantas, ao mesmo tempo em que se conta com novas técnicas químicas e farmacológicas. Em paralelo ao aumento do interesse da população, há o risco de morte pela ingestão de outros medicamentos. O mercado vem crescendo de forma contínua (em torno de 12% em 15 anos), em parte graças à abertura ao uso pelos setores médico, não-governamental, regulatório e legislativo, em parte graças à ampliação da cobertura de saúde. Ademais, a fitoterapia é um recurso ao alcance das populações rurais, o que pode contribuir para a redução das desigualdades sociais.

Cáceres abordou as cinco etapas da cadeia da naturoterapia, e em cada uma delas especificou os possíveis integrantes das equipes multidisciplinares, ao mesmo tempo em que listou as atividades em que se vislumbram oportunidades para farmacêuticos. Na Detecção/ Identidade, as atividades seriam identificar espécies, familiarização com classes botânicas, técnicas farmacobotânicas para identificação e controle, além de monografias. Na Produção Agrotecnológica, o farmacêutico tem oportunidade na interação com tecnologias, controle de qualidade da semente, avaliação do desenvolvimento de cultivos inovadores e na auditoria de qualidade. Na Validação/Biomedicina, Cáceres vislumbra possibilidade de interação nos laboratórios de investigação e validação clínica. Na Transformação/Fitofarmácia, as possibilidades de ação são os laboratórios analíticos, a indústria de secado, de extração, concentração e liofilizados, e os laboratórios fitofarmacêuticos. Finalmente, na etapa de Fitoterapia/Utilização, as interações possíveis se dão nas clínicas, registro de produtos, regulação específica e articulação social.


– nativo x exótico – quantidade x qualidade – silvestre x cultivado – intensivo x extensivo – remédio x medicamento – alimentação x prevenção – patente x registro – automedicação x prescrição – mercado nacional x mercado externo – negócios x desenvolvimento Armando Cáceres concluiu apontando as mudanças que são necessárias em paradigmas que se mostram obsoletos no que se refere aos recursos humanos na área farmacêutica: – o estudante precisa passar da condição de mero observador para um perfil ativo – o professor precisa deixar de ser um

mero repetidor passivo para ser um profissional inovador e atualizado – o ser humano, de explorador da natureza, precisa se transformar em um protetor dela – a atitude conformista e pessimista deve dar lugar à ação empreendedora e otimista – o profissional deve deixar de ser um buscador de emprego para se transformar em um gerador de oportunidades – assim, a farmácia deixará de ser vista como um negócio lucrativo e passará a ser um serviço rentável Ao abordar o caso brasileiro, o professor Luiz Alberto Lira Soares enfatizou que a prioridade na avaliação dos benefícios dos produtos (fitoterápicos e fitofármacos) se assenta em três grandes programas: de segurança e eficácia; de produção de matérias-primas vegetais; e de tecnologia galênica e analítica. Das iniciativas já em curso, Soares aponta que a mais avançada diz respeito ao desenvolvimento sanitário, enquanto

ainda são bastante incipientes o desenvolvimento agrícola (que tem projetos na Embrapa, Emater e universidades), a área de recursos humanos, o setor produtivo e o desenvolvimento técnico e analítico (controle de qualidade e suporte ao desenvolvimento galênico e harmonização de marcadores). O professor da Universidade de Pernambuco lembrou que as quatro edições da Farmacopeia Brasileira já estão disponíveis no formato virtual. E sugeriu a Revista Brasileira de Farmacognosia como fonte de conteúdo sobre o assunto, publicação disponível no site da Sociedade Brasileira de Farmacognosia. E como resultado das dicussões promovidas pelo Congresso no setor de fitoterápicos foi redigida a “Carta de Porto Alegre”. Um documento com propostas e recomendações para que todos os eventos internacionais de farmácias contemplem a área de plantas medicinais e fitoterápicos. A Anfarmag apoia a iniciativa e participou da elaboração da Carta, que já foi enviada ao Conselho Federal de Farmácias.

Foto: © iStockphoto.com / Fragallo

O professor da Universidade de San Carlos apontou ainda alguns itens que constituem o que ele chama de dialética das plantas medicinais:

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POLÍTICA FARMACÊUTICA

DA REDAÇÃO, COM REPORTAGEM DE MARIVALDO CARVALHO

Relação antiética com médicos A noite de domingo, 18 de abril, permanecerá por muito tempo na memória dos farmacêuticos magistrais. O programa Fantástico, da Globo, o mais importante e de maior audiência no país, denunciou como algumas farmácias magistrais mantêm relações antiéticas com médicos.

A

s imagens e as declarações gravadas demonstram o pagamento de comissões. A burla da proibição de associar medicamentos como os anoréxicos. A manutenção de receitas de medicamentos controlados em branco e assinadas. E o convite para um médico ser sócio de farmácia. “Embora mencione claramente que são algumas farmácias e médicos que adotam estas práticas, os fatos mostrados constituem um atentato à instituição Farmácia Magistral, a todos nós que tra-

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Farmácia Magistral

balhamos com ética e dia a dia dignificamos esta profissão”, manifestou a Anfarmag no dia seguinte à exibição por meio de nota aos associados. AÇÃO DA COE A Comissão de Ouvidoria e Ética (COE) da Anfarmag abriu processos éticos. As farmácias foram notificadas para esclarecimentos e apresentação de suas defesas conforme assegura o Código de Ética da Anfarmag e adotou as medidas cabíveis.

Ao mesmo tempo, a diretoria Anfarmag Nacional iniciou contatos sobre o tema com a ANVISA, o Conselho Federal de Farmácia e o Conselho Federal de Medicina para continuar e aprofundar a discussão do tema, avaliar a sua proporção e preparar uma campanha em favor da prescrição ética de medicamentos. Muitas regionais e sucursais realizaram reuniões com os respectivos conselhos de farmácia, de medicina e vigilâncias sanitárias. Reuniões com os associados


debateram o tema. No final de julho deveremos ter em Brasília um encontro das inspeções dos conselhos no qual o tema será também abordado. Para lidar com esta situação a Anfarmag tem buscado conscientizar as farmácias para atuar dentro das mais estritas normas técnicas, morais e éticas, de acordo com as exigências legais e sociais vigentes para a saúde pública. A relação dos farmacêuticos magistrais com os prescritores deve reforçar os princípios éticos. Afinal, é sim possível divulgar o trabalho da manipulação de medicamentos, mostrar todas as suas possibilidades. Muitos médicos ainda desconhecem como ter acesso a medicamentos cuja manipulação propiciam formas farmacêuticas adequadas às necessídades específicas de alguns tratamentos. A prática da indicação de uma farmácia pelo médico através de selos colados na receita com endereço da farmácia, ou de cartão de desconto deve ser evitada, pois além de serem infrações previstas na nossa legislação, podem ser consideradas como indícios de vínculo

entre médico e farmácia, levando à desconfiança dos pacientes, adverte Magali Andrêo, coordenadora da Comissão de Ética da Anfarmag. O Conselho Federal de Medicina aprovou no dia 13 de abril deste ano o novo Código de Ética Médica, que define 118 normas que vão estabelecer como médicos devem atuar em clínicas, hospitais, consultórios e outros serviços de saúde. Os artigos que os associados devem estar atentos que diz respeito a interação com o médico são os artigos 11 (Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível), 68 (Exercer a profissão com interação ou dependência de farmácia, indústria farmacêutica) e 69 (Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia ou obter vantagem pela comercialização de medicamentos). DENÚNCIAS Receita em código, propaganda indevida e letra ilegível estão no topo das denúncias que chegam ao Comitê

de Ouvidoria e Ética. As denúncias relacionadas a propaganda são aquelas que as farmácias fazem com os médicos, desde deixar nos consultórios selos, cartões de visita, cartões de desconto, ou qualquer outro material que possa deixar dúvidas sobre a interação médico/farmacêutico. “Nosso trabalho é pautado pela ética e pelo sigilo em defesa do segmento. O encaminhamento inicial de uma denúncia é sempre que possível avaliar e chamar o associado para receber as devidas orientações”. Num primeiro momento, a Anfarmag entende que ele possa estar mal informado, mal orientado e faz o máximo para que ele corrija esse desvio de conduta. Caso isso não aconteça e haja uma reincidência que implique num desrespeito às legislações e prejuízo ao segmento, ele é encaminhado aos órgãos de fiscalização competentes. “O nosso papel não é fiscalizador, é orientador, visando sempre facilitar a melhoria do segmento no que se refere à ética”.

Imagens: Rede Globo

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POLÍTICA FARMACÊUTICA

DA REDAÇÃO, COM REPORTAGEM DE CLAUDIA RAMOS WITTE

Por uma prescrição ética dos medicamentos

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os últimos meses aumentaram a quantidade e a repercussão de matérias na imprensa contendo críticas ao relacionamento de médicos com a indústria farmacêutica e também com as farmácias magistrais. As reportagens, muitas em tom de denúncia, apuraram a existência de vantagens financeiras de algum tipo para os médicos que prescrevem determinados medicamentos e ou condicionam a dispensação a farmácias de sua preferência. O cenário que emerge fortemente agora está disposto há décadas. A influência dos laboratórios nos cursos médicos e nos profissionais por meio de fortes estratégias de marketing têm influenciado a prescrição médica. Fontes ouvidas pela Revista da Farmácia Magistral e a leitura atenta das matérias e comentários demonstram que a prescrição tem caminhado para entrar numa zona cinzenta, capaz de despertar dúvidas nos pacientes. Diante disso, a Anfarmag tem buscado iniciar a discussão de um tema apropriado para o momento. É possível existir claramente para todos os profissionais uma denominada prescrição ética dos medicamentos? Ela pode ser implantada? A que serviria? No que, de fato, consiste?

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Farmácia Magistral

DISPUTA No Brasil, há três vetores que têm esquentado o assunto nos meios profissionais. Primeiro, a disputa entre setores da indústria farmacêutica. O nosso país tem três linhagens de medicamentos industrializados: de referência ou marca (boa parte medicamentos patenteados ou de forte presença no mercado), genéricos (fortes princípios ativos agora sem patente) e similares (medicamentos que têm cumprido um papel importante de acessibilidade para diversas camadas da população). Os efeitos da concorrência sobre o consumidor pode ser vista na prática da empurroterapia nos balcões de farmácia, que a ANVISA tenta disciplinar por meio de um conjunto de medidas, como a RDC 44/2009. O segundo vetor é o crescimento da farmácia magistral no Brasil. Com aproximadamente 7,8 mil empresas e quase 15 mil lojas, as farmácias adquiriram uma presença no mercado que passou a ser claramente percebida por todos os setores do mercado. A farmácia magistral começou com a visitação médica há quase duas décadas, prática adotada antes pelos laboratórios farmacêuticos. Neste trabalho busca-se publicamente a apresentação do valor do medicamento manipulado, no qual são destacadas suas

propriedades de individualizar o tratamento para doses e formas. E o terceiro e pior vetor que desembocou nesta, qualifiquemos assim, crise de imagem institucional, é a adoção sistemática de comissionamentos – ativos ou reativos - para os prescritores. Ao longo dos anos os grandes laboratórios farmacêuticos encontraram meios digitais para apurar o grau de eficácia das visitações por meio do controle das receitas apresentadas nos balcões das drogarias. Os dados são imputados em sistemas de informação que controlam on line o retorno em vendas, atribuindo taxas de desempenho a todos os envolvidos. Infelizmente, algumas farmácias de manipulação passaram a adotar uma prática semelhante, como demonstraram também recentes matérias na imprensa. Para enfrentar esta situação, os conselhos profissionais de Medicina reforçaram as orientações contra estas formas de mútuo aliciamento no recém adotado Novo Código de Ética Médica. Os conselhos de farmácia pretendem tratar a questão em seu próximo encontro nacional de inspetores. A Anfarmag já vinha se preocupando com a questão. Há dois anos, quando da adoção de seu Código de Ética, o tema foi tratado e o texto da Anfarmag veda o relacionamento comercial entre farmácia


A PRESCRIÇÃO ÉTICA A Anfarmag defende a necessidade de dotar a medicina brasileira de meios legais para orientar o que é melhor para o tratamento dos pacientes em relação às opções para a compra de medicamentos: magistral, de marca ou referência, genérico e similar. O conceito é bonito e bem intencionado. Transformá-lo em realidade prática será um desafio. Mas o primeiro passo está sendo dado junto aos associados. “Do nosso ponto de vista, o que a Anfarmag pretende é realizar um trabalho consistente na comunicação com os prescritores. Preparar as visitas, levando informações e formando um vínculo positivo”, diz a presidente da Anfarmag, Maria do Carmo Garcez. Segundo ela, é fundamental que, durante essas visitas, se leve informações e, principalmente, soluções para os médicos através de fórmulas diferenciadas para cada tipo de problema e doses adequadas. “Estamos procurando formar uma cultura de contato, dentro dos códigos de ética, para que o prescritor possa confiar e ver a farmácia magistral como uma solução”, explica Maria do Carmo. O programa de comunicação com os prescritores começou no SINAMM 2010 e

representa o início de um processo, cujos resultados vão aparecer a longo prazo. Para o secretário e diretor-técnico da Anfarmag, Ivan Teixeira, não há outro caminho há não ser o esclarecimento como um todo, tanto para a população, como para profissionais da área de saúde e os estudantes de medicina. “Tem que haver uma grande campanha de esclarecimento. A saída é educar, educar sempre ”, diz Teixeira. Educar no sentido de que a população saiba também sobre seus direitos, os tratamentos disponíveis, os tipos de medicamentos e como vai se dar o tratamento para que ele se sinta mais seguro. Por parte dos médicos, o problema é que, muitas vezes, as consultas são rápidas e a comunicação entre paciente e médico acaba prejudicada. “É preciso mudar a mentalidade dos profissionais de saúde e, ainda, se fazer cumprir um dos direitos básicos do consumidor: o da informação”, diz o assessor técnico do Conselho Federal de Farmácia, José Luis Maldonado. Segundo ele, o farmacêutico tem um papel fundamental para que esta mudança aconteça. “Nos pequenos municípios brasileiros, é ele quem primeiro responde pelo atendimento de saúde; é quem vai dispensar o medicamento, portanto, tem a obrigação de oferecer educação em saúde à população e orientá-la sobre o uso correto, não apenas em decorrência da sua elevada qualificação profissional, mas também, por ética”, diz. Toda essa discussão visa proteger o lado mais frágil e, também, o mais exposto: o paciente, uma vez que, na maior parte das vezes, permanece alheio ao que se passa durante uma consulta. Mais do que isso: não sabe se a prescrição dada é a ideal, se aquele remédio é o único eficaz ou se a farmácia indicada é mesmo a melhor.

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e prescritor. E mais importante, a entidade defende desde 2006 de forma clara e aberta que sejam realizadas campanhas públicas para orientar a população em geral e os médicos em particular que todas as opções de medicamento devem ser, quando aplicável, apresentadas ao paciente. Para defender inclusive este ponto é que a Anfarmag realiza desde o ano passado a Campanha Receita Correta de orientação aos cidadãos, com apoio de CRFs e CRMs locais.

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POLÍTICA FARMACÊUTICA

CFF adia votação da proposta sobre prescrição farmacêutica

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Foto: © iStockphoto.com / SXC

presidente do Conselho Federal de Farmácia, Jaldo de Souza Santos, decidiu adiar a votação da proposta de resolução que trata da prescrição farmacêutica de medicamentos para a próxima reunião plenária do órgão, marcada para o final deste mês. A proposta foi discutida no último dia 1º, em São Paulo (SP). Apesar do apoio de conselheiros federais, o novo texto da proposta tem pontos polêmicos. De acordo com o dirigente, o principal objetivo da proposta de regulamentação da prescrição farmacêutica é ampliar a segurança dos usuários de medicamentos isentos de prescrição e protegê-los de possíveis interações medicamentosas, reações indesejáveis e intoxicações. “Este anseio da categoria e a demanda que existe por parte da sociedade não podem ser os únicos parâmetros para que o CFF aprove uma resolução. É preciso responsabilidade, bom senso e sabedoria para regulamentar mais um serviço que

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Farmácia Magistral

os farmacêuticos irão prestar nas farmácias”, diz. As opiniões dos conselheiros federais de farmácia sobre a redação da proposta de resolução não foram consensuais, por isso, houve o adiamento da votação. Souza Santos explica que a prescrição farmacêutica, ou seja, a orientação dos farmacêuticos feita por escrito e contendo a assinatura de cada um, tem, também, o objetivo de promover o uso racional dos medicamentos. “Tal atividade qualificará o uso, diminuirá as interações medicamentosas e levará à adesão dos pacientes aos tratamentos, reduzindo o índice de intoxicações medicamentosas. Todo medicamento pode gerar reações indesejáveis em seus usuários. O que ajuda a diminuir ou impedir os problemas é a orientação”. A Anfarmag apoia a medida e a avalia como um reconhecimento. Integrada com autoridades e outras lideranças farmacêuticas, a entidade trabalha para assegurar aos farmacêuticos magistrais a

DA REDAÇÃO

prerrogativa da indicação de medicamentos destinados a transtornos menores ou nos limites da atenção básica à saúde. No entanto a entidade reconhece a importância de o tema ser tratado com o rigor necessário de forma a garantir, que uma vez aprovado, represente garantia de acesso adequado dos medicamentos prescritos, bem como que os âmbitos de trabalho estejam respeitados.


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O diferencial do farmacêutico magistral

POLÍTICA FARMACÊUTICA

POR ANA CAROLINA D’ANGELIS

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O prazo para inscrições para o

TEMMA 2010

Anfarmag é 15/09/2010 pelo site da Anfarmag através do Webdesk. • Informações sobre inscrições: (11) 2199-3409 ou temma@anfarmag.org.br • Prova: 06/11/2010 das 14h às 18h • Local: São Paulo Sede da Anfarmag Nacional Rua Vergueiro, 1855 12º andar - Vila Mariana Nas demais regiões, os candidatos serão comunicados com 30 dias de antecedência.

36| Revista da

Farmácia Magistral

Título de Especialização em Manipulação Magistral Alopática (TEMMA) chega ao sexto concurso com sua importância reconhecida pelos profissionais. A titulação foi criada pela Anfarmag como meio de valorizar o farmacêutico que investe em educação continuada. A aceitação pelo mercado a transformou num diferencial entre os responsáveis pela manipulação magistral. “O título acrescentou mais segurança e reconhecimento da minha experiência”, avalia Cynara de Faria, farmacêutica de Santos, litoral paulista. Ela se inscreveu em 2008 para complementar as outras especializações que possui. Ao estudar para a prova, Cynara utilizou o material didático do SINAMM e de apoio da Anfarmag, como o livro sobre Fator de Correção. “O farmacêutico magistral é um eterno pesquisador. Ele não pára nunca, sua busca é contínua e o título veio para me dizer: Sim, é este o caminho. Além de reconhecer as horas e horas que o farmacêutico magistral se dedica em estudos profundos para atender as necessidades de cada paciente”, comenta. Outra experiência marcante é a de Márcia Alves Costa Pereira, farmacêutica de Manhuaçu, Minas Gerais. Ela também prestou o TEMMA em 2008, por achar necessário ao farmacêutico se especializar, aperfeiçoar e aprimorar os conhecimentos cada vez mais. Para a preparação da prova recorreu a livros específicos de farmacologia, farmacotécnica, controle de qualidade, assistência farmacêutica, legislação e outros. Para ela, o título não foi importante apenas para a profissão, mas também para a farmácia Vital Farma, da qual é proprietária. “Na minha opinião, o farmacêutico titulado pelo TEMMA é mais capacitado e

reconhecido na profissão do que um outro farmacêutico sem o título de especialista”. O concurso do TEMMA acontece a cada dois anos. Já titulou 925 farmacêuticos. Reconhecida pelo Conselho Federal de Farmácia, a prova é composta por cinco questões escritas com temas relacionados a farmácia de manipulação magistral alopática e 30 questões de múltipla escolha. Além da prova, o currículo do candidato também é analisado junto com títulos conquistados, publicações na área e participação em cursos e eventos, de acordo com a documentação enviada à Anfarmag para a inscrição que deve ser feita até 15 de setembro. Para o candidato ser bem sucedido no concurso, Maria Cristina Ferreira Silva, coordenadora da comissão responsável pelo TEMMA, recomenda: “Alguns meses antes da prova, vale a pena fazer uma leitura atenta do conteúdo programático para dirimir quaisquer dúvidas. Deve-se pensar que as questões propostas representam os nossos desafios do dia a dia, os quais precisamos encarar com responsabilidade, ética, comprometimento e embasamento técnico e científico. É isso que se espera de um verdadeiro profissional.” Antonio Geraldo Ribeiro Júnior, da comissão responsável pelo TEMMA, avalia que “a cada ano, o título adquire maior valor, pois exige mais requisitos, confirmando a qualificação dos farmacêuticos”, diz. A novidade para esta edição é a renovação do título a cada seis anos por meio de uma nova prova ou de reciclagem profissional comprovada (participação em cursos, congressos e simpósios, por exemplo). “É uma oportunidade para se reciclar e atualizar e ser um farmacêutico magistral de qualidade em nosso país”.



SAÚDE & MEDICAMENTO

Bom pra cachorro

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Farmácias magistrais devem ficar atentas ao potencial de crescimento do mercado de bichos de estimação

Foto: © iStockphoto.com / SXC

ão é preciso ir muito longe para encontrar uma loja de cuidados para cães e gatos. Nas grandes cidades brasileiras, as chamadas ‘pet shop’ têm agenda cheia, opções de banho e tosa, além de uma infinidade de produtos para os animaizinhos. Aliás, os bichanos ganham cada vez mais espaço também nos cuidados de seus donos. Já há pesquisas que mostram como tendência da vida moderna,

38| Revista da

Farmácia Magistral

POR CARLA ARAÚJO

alguns casais optarem em não ter filhos e ai acabam se entregando aos bichinhos. Sem esquecer do crescente número de solteiros ou idosos que também adotam a companhia dos animais. Essa realidade se reflete na preocupação e no cuidado cada vez maior dos proprietários, que não medem esforços para oferecer produtos de qualidade. E quando o assunto é medicamento a preocupação é a mesma. Isso abre um importante mercado para as farmácias magistrais.

Atualmente, as farmácias com laboratórios específicos para veterinária já podem manipular medicamentos de uso veterinário para animais. Mas se discute como ajustar a regulamentação para que as farmácias que manipulam medicamentos humanos que podem ser usados por animais, normalmente de pequeno porte como como cães e gatos. “Os processos de produção para preparação de formulações para animais de companhia são os mesmos para uso


humano, bem como as matérias-primas, assim sendo acreditamos ser absolutamente pertinente a manipulação de prescrições de médicos veterinários nas farmácias de manipulação”, diz Carlos Alberto Pinto de Oliveira, presidente da Anfarmag-DF. Apesar da tendência de crescimento, Vagner Miguel, responsável pela área técnica da entidade, destaca que a grande maioria das farmácias magistrais ainda não manipula produtos para pets. As que realizam esse procedimento adquirem know-how. “Entendemos que é um segmento importante para o farmacêutico, pois agrega comercialmente à farmácia, bem como atende as necessidades dos tratamentos específicos de animais”, explica.

truturas especificas para tais produtos em função do alto investimento e pouco retorno”, afirma. Hoje, além de precisar da licença no MAPA, o estabelecimento precisa ter adequações na planta e as áreas de produção devem ser separadas das de fabricação de produtos para humanos. Mesmo com essa separação, assim como para humanos, os medicamentos magistrais têm a mesma finalidade e significam a possibilidade de ajuste de doses. Para os animais, essa medida tem ainda mais valor já que é preciso adequar as quantidades ao porte do animal ou à raça. Desde 2008, a Anfarmag tem tratado este assunto junto ao MAPA. “O nosso pleito é encaminhar em nível administrativo, juntamente com ANVISA para que se possa evoluir para o que desejamos: manipular tais produtos na mesma estrutura já existente”, diz Oliveira. Segundo a Fiscal Federal Agropecuária do MAPA, Suellen Viana, os estabelecimentos interessados em manipular produtos de uso veterinário deverão estar registrados no MAPA e seguir as legislações específicas. “Este é um mecanismo útil, em minha opinião, para padronizar os procedimentos, não só nos estabelecimentos existentes no Distrito Federal, como também nos demais estados brasileiros”, afirma. A legislação que aprova o regulamento técnico para registro e fiscalização de estabelecimentos que manipulam produtos de uso veterinário é a Instrução Normativa nº 11, a qual está vigente desde 08 de junho de 2005. “A IN nº 11/2005 fixa os parâmetros mínimos necessários para o registro desses estabelecimentos, como a implantação das Boas Práticas de Manipulação de Produtos Veterinários. Vejo esta ferramenta como um instrumento imprescindível para garantir a qualidade e segurança dos produtos manipulados”, opina Suellen. C

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NORMAS E FISCALIZAÇÃO As farmácias magistrais seguem as normas sanitárias do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Mas, ao comercializarem produtos veterinários, os estabelecimentos passam a precisar também de licença no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “O que defendemos é o uso das mesmas instalações das farmácias de manipulação para podermos manipular produtos veterinários para animais de companhia e que não sejam produtos “exclusivos” em veterinária. Tem como termos produtos que possam ser aplicados tanto em humanos como em animais”, explica Oliveira. O dirigente da entidade destaca ainda que a questão central de ampliar esse leque de produtos não se deve apenas a questão econômica. “Não estamos falando de faturamento, mas sim da possibilidade de atender prescrições veterinárias. Deste ponto de vista do atendimento é extremamente relevante. Do ponto de vista econômico não viabiliza ter es-

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Manual para consumidores de farmácias magistrais

SAÚDE & MEDICAMENTO

DA REDAÇÃO

A

Anfarmag lançou a quarta edição do “Manual do consumidor da farmácia magistral” no Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais durante a “20ª Expo Farmácia”, em São Paulo (SP) no início de julho. Editado pela diretoria técnica da entidade, o material visa a utilização correta dos medicamentos. No guia - destinado aos clientes de farmácias associadas à entidade - ressalta-se que, para se alcançar êxito em tratamentos médicos, as recomendações prescritas e as orientações recebidas precisam ser acatadas. A publicação da Anfarmag também instrui os consumidores a solicitarem e prestarem atenção na orientação farmacêutica, que é um dever das farmácias. “Os medicamentos magistrais são personalizados. Têm embalagem simples, mas conteúdo de qualidade. Não têm bulas, mas os rótulos indicam nomes (dos medicamentos) e identificam as farmácias e os farmacêuticos responsáveis pelo preparo, entre outras coisas. Esses itens devem obrigatoriamente constar dos medicamentos. Caso não tenham, é preciso avaliar para ter certeza de que está sendo consumido o medicamento correto. Não pode haver código. Isso é necessário para que os consumidores não sejam enganados, por exemplo, comprando produtos de quem não está regular. Além disso, para adquirir os medicamentos manipulados, as receitas devem atender a legis-

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Farmácia Magistral

lação; caso contrário, as farmácias não podem atender e os consumidores ficam prejudicados. Por isso, eles precisam saber como devem ser as receitas para que possam solicitá-las aos médicos”, diz Maria do Carmo Garcez, presidente nacional da Anfarmag. O manual elenca as vantagens dos medicamentos manipulados e recomendações para favorecer tratamento e garantir a saúde, além de explicar como devem ser as receitas (nas quais devem constar o nome do profissional de saúde prescritor e respectivo número de inscrição no conselho regional correspondente; nome e endereço do paciente; modo de uso; fórmula com os nomes das substâncias ativas, segundo a Denominação Comum Brasileira e respectivas dosagens; quantidade total desejada do produto; posologia; carimbo e assinatura do profissional de saúde prescritor; e endereço e telefone do consultório ou clínica), os rótulos dos medicamentos (os quais devem apresentar os dados contidos na receita, além de informações específicas e complementares) e o modelo de etiquetas (as quais devem apresentar informações sobre fatores que aceleram a degradação dos medicamentos). O guia também esclarece as dúvidas consideradas mais comuns; por exemplo: “Se eu esquecer de tomar o medicamento nos horários recomendados, o que devo fazer? Converse com seu farmacêutico ou com seu médico

para obter a orientação correta sobre cada caso”. E alerta sobre a automedicação e sobre a atenção necessária aos tratamentos. Também conforme o manual, os consumidores podem perguntar aos prescritores e farmacêuticos: “1) para que serve este medicamento? 2) como devo armazená-lo? 3) posso tomar este medicamento com outros medicamentos? 4) devo alterar minha dieta ou posso consumir os mesmos alimentos? 5) como devo tomar o medicamento? 6) por quanto tempo devo tomar o medicamento? 7) quando devo parar de tomar o medicamento? 8) quais precauções devo tomar quando estiver usando o medicamento? 9) quais reações adversas poderão ocorrer? 10) se meus sintomas não desaparecerem, quanto tempo devo esperar para informar ao prescritor?”. A publicação indica ainda detalhes que os pacientes devem informar aos prescritores para assegurar diagnósticos e tratamentos mais eficazes. “Enfim, a ideia do manual é informar os consumidores o que eles não sabem ou não costumam prestar atenção na aquisição de produtos manipulados, pois eles precisam ter certeza de que estão sendo atendidos corretamente. O guia orienta os consumidores. Cabe às farmácias a dispensação de medicamentos e informação, contribuindo para o uso correto de medicamentos”, conclui Maria do Carmo.


Publicações Anfarmag ANFARMAG LANÇA GUIA DE AUTOINSPEÇÃO NO ENCONTRO INTERNACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS O Guia de Auto Inspeção da Anfarmag - Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais assiste as farmácias no desenvolvimento de seu próprio processo de autoinspeção, contemplando todos os elementos necessários para a verificação do cumprimento das Boas Práticas de Manipulação – BPM e legislações vigentes dos órgãos reguladores do setor pelos farmacêuticos, colaboradores e gestores. O lançamento aconteceu no Encontro Internacional de Farmacêuticos Magistrais, em São Paulo. A autoinspeção farmacêutica é imprescindível para o bom andamento da empresa e da garantia de qualidade dos produtos produzidos. Uma das principais funções é evidenciar o fiel cumprimento dos processos e das exigências legais em cada área ou setor e se a farmácia está cumprindo com o estabelecido nos Procedimentos Operacionais Padrão (POP’s), garantindo assim a segurança dos colaboradores e dos produtos manipulados,

bem como o adequado funcionamento dos recursos utilizados. O guia oferece modelos de Roteiro e Relatório (forma de registro) quando aplicados adequadamente pela farmácia, tem como resultado maior comprometimento dos colaboradores; políticas da qualidade mantidas; foco no cliente; garantia da disponibilidade de recursos e análise crítica pela direção. Serve, ainda, para prover suporte à esta no melhoria contínua de serviços e produtos oferecidos. A autoinspeção deve ser planejada e agendada em datas que não coincidem com reuniões e treinamentos internos, pois esta ferramenta do sistema de Gestão da Qualidade deve receber toda a atenção do farmacêutico ou gestor. Para sua melhor aplicação e organização é fundamental preparar uma relação com os documentos a serem analisados e um roteiro prévio deve ser feito pelo farmacêutico responsável técnico ou gestor, o

qual direcionará a autoinspeção. A titulo de exemplo, este roteiro poderá ter a indicação de preenchimento de respostas com “Sim” ou “Não” ou ser descritivo. É importante que o Responsável Técnico (RT) e Legal (RL) ou proprietário estejam envolvidos. O prazo mínimo para a Autoinspeção ser realizada é uma vez ao ano ou em intervalo de tempo inferior conforme a necessidade da farmácia.

NOVA EDIÇÃO DO MANUAL DE EQUIVALÊNCIA O Manual de Equivalência da Anfarmag chega à sua terceira edição. A obra proporciona a constatação de um crescente nível técnico-científico. Contém 22 substâncias novas e as demais foram revistas e atualizadas de acordo com a Denominação Comum Brasileira (DCB). O manual é fonte permanente de consulta dos farmacêuticos que atuam no segmento da far-

mácia magistral e da qualificação profissional, pois dá a clara noção do trabalho na busca da racionalidade terapêutica. O destaque do manual elaborado pela Comissão de Estudos em Equivalência é estabelecer o conceito básico para o entendimento dos critérios de equivalência nas diferentes formas para obtenção da dose correta do medicamento prescrito. A partir do conceito estabelecido no manual os farmacêuticos estão capacitados a aplicar o fator de equivalência sempre que se depara com novas substâncias.

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CIDADE & FARMÁCIA

ANVISA contra medicamentos falsificados

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Foto: © iStockphoto.com / Dariuszman

Anfarmag está apoiando a campanha “Medicamento Verdadeiro” da ANVISA. O trabalho tem por objetivo conscientizar a população sobre os riscos do consumo de um medicamento falso e aprender como identificá-lo. O principal alerta é sempre comprar os medicamentos prescritos em farmácias. Nunca adquiri-los em feiras de comércio popular ou sites da internet. A campanha teve apoio da Opas, Organização Pan Americana de Saúde, na área financeira e na divulgação do Conselho Federal de Farmácia, conselhos regionais de farmácias nos estados, vigilâncias sanitárias, indústria farmacêutica, ANER, Editora Abril, além da Anfarmag. No total, foram distribuídos 50.000 mil cartazes grandes, 20.000 cartazes pequenos, 4.300.00 folderes, 10.000 displaiers

42| Revista da

Farmácia Magistral

para folder, 8.500 cartilhas para instituições que atuam no combate a falsificação e 20.000 filipetas para orientação dos agentes da PF, PRF e Receita Federal. Dirceu Raposo de Mello, diretor presidente da ANVISA, explica que a fabricação e venda de medicamentos clandestinos é um crime contra a saúde da população. A Anvisa junto com as autoridades policiais tem se empenhado no combate a este mal, mas é fundamental que as pessoas também tenham informação para saber como se proteger, nesse sentido a ação educativa é indispensável para termos um ambiente mais seguro em relação ao uso de medicamentos. O problema há 15 anos estava restrito apenas a vendedores ambulantes, porém se alastrou e hoje farmácias e drogarias regulares praticam a venda deste tipo de medicamento que causa diversos danos á saúde da população que podem ser efeito nenhum, quando o principio ativo é a farinha ou a intoxicação que em casos mais graves pode levar á morte. A produção desses tipos de medicamentos não segue os padrões de higiene e armazenamentos adequados ocasionando reações diversas às principais substâncias. Em 2007, a ANVISA iniciou em parceria com a Polícia Federal uma ação de fiscalização em farmácias e drogarias. Em 2008, foram apreendidos 40 toneladas de produtos irregulares e em 2009 este número

aumentou mais de 8 vezes passando para 333 toneladas de volume apreendido. Os pacientes e clientes da farmácia podem ser orientados pelos próprios farmacêuticos, a fim de evitar prejuízos à saúde. Com medidas simples é possível identificar os medicamentos falsificados: verificar se na embalagem consta o número do lote e a data de validade e o número de registro no Ministério da Saúde, o fabricante dispõe numero de telefone para possíveis duvidas, a embalagem deve estar lacrada e exija sempre a nota fiscal. DIFUSÃO DA CAMPANHA NAS MÍDIAS DA ANFARMAG NACIONAL E REGIONAIS A Anfarmag Nacional, sempre em compromisso com a saúde e correta indicação a população sobre o uso dos medicamentos, difundiu nas mídias boletins sobre as campanhas da ANVISA sobre medicamentos falsificados. Os boletins produzidos pela assessoria de comunicação da entidade foram publicados no e-news (edição 93, de 28 de abril a 4 de maio), enviados pelas Regionais e Sucursais aos associados e divulgados nas mídias sociais: perfil e comunidade da Anfarmag Nacional no Orkut e na página do twitter (http://www.twitter.com/anfarmag).


A união faz a força

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esde tempos ancestrais, o ser humano tem se revelado sociável por natureza e por necessidade de sobrevivência num meio hostil. Assim foi em nossa pré-história, assim continua a ser hoje no mundo globalizado dos negócios. A necessidade de união é tão mais evidente quanto mais acirrada for a competição. Esta afirmação pode parecer um paradoxo, porque propõe a união daqueles que concorrem entre si. A vida tem demonstrado, porém, que apenas formas coletivas de organização resultam na força de determinadas cadeias produtivas ou setores que, de outra forma, não conseguiriam fazer valer seus direitos e reivindicações. O mesmo vale para as empresas em relação ao seu porte. As pequenas e microempresas – e até mesmo as médias – quando isoladas são como peixinhos nadando em mar infestado de tubarões, cujo tamanho e apetite não para de aumentar em virtude das fusões e aquisições que se processam, sem que as leis antitrustes e os órgãos encarregados de manter a concorrência consigam evitar seu efeito deletério, que se manifesta tanto para os competidores menores alijados do mercado, como para os consumidores, cada vez mais privados de uma escolha diversificada. No Brasil, pequenas, médias e microempresas enfrentam, em diferentes segmentos, uma concorrência desigual das grandes redes. Os conglomerados conseguem ter preço mais competitivo, principalmente em razão de seu enorme poder de barganha em relação aos fornecedores. Como resultado, o preço de aquisição

de uma mercadoria acaba sendo definido pelas condições impostas por empresas de maior porte. Na negociação com os fornecedores, as grandes redes adotam práticas como o estabelecimento de contratos de longo prazo para definir preços, a pontualidade na entrega e a qualidade. Exigem ainda descontos para lançamentos, promoções e vendas em datas especiais. Outra circunstância nociva aos pequenos negócios advém do fato de que, como as empresas maiores compram em grandes quantidades, exigem descontos cada vez mais significativos dos fornecedores. Estes acabam cedendo, depois de encostados na parede, mas procuram compensar e aumentar suas margens nas vendas aos pequenos varejistas, que por sua vez irão pagar mais caro pelos produtos adquiridos, diminuindo ainda mais a competitividade. O que os pequenos empresários podem e devem fazer para sobreviver nessa dura realidade? Associar-se entre si. E podem fazer isso de várias formas. Podem associar-se por meio das associações de classe ou dos sindicatos patronais. Estes, por sua vez, podem ser ecléticos – como os que representam todas as empresas comerciais varejistas de uma determinada cidade ou região – ou específicos – aqueles que representam as empresas pertencentes a um determinado segmento, embora situadas em locais diferentes e mesmo distantes. Seja no caso de uma entidade de caráter civil, como as associações, ou sindical, representativo de categoria econômica, conforme previsto pela CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, o resultado

é o encaminhamento coletivo de reivindicações nas áreas tributárias e perante órgãos públicos como prefeituras, secretarias e ministérios. Somente os sindicatos, porém, podem celebrar documentos coletivos de trabalho. Eles também integram um sistema de caráter estadual, por meio das Federações, e nacional, por meio da respectiva Confederação, o que amplia as possibilidades de sucesso em relação aos objetivos estabelecidos pelas empresas associadas, nas bases. Tanto associações como sindicatos também podem e devem contribuir para organizar as empresas de menor porte em pólos, clusters, cooperativas e centrais de compras, com o objetivo de aumentar seu poder de barganha e deste modo obter preços mais baixos, melhores condições de pagamento e acesso a grandes fornecedores. Embora ainda seja uma ferramenta pouco utilizada nos meios empresariais brasileiros, a iniciativa de aglutinar pequenos varejistas para comprar grandes lotes de produtos diretamente do fornecedor propicia uma economia de escala aos seus participantes. Além disso, possibilita às empresas menores a realização de investimentos conjuntos em treinamento e publicidade. Para concluir é importante salientar, entretanto, que o associativismo exige uma mudança de postura do empresário, que precisa superar os sentimentos de egocentrismo e auto-suficiência tão difundidos nos tempos em que vivemos. Associar-se significa a construção de uma base sólida para um futuro em que os pequenos tornam-se tão mais fortes quanto mais unidos estiverem.

ECONOMIA E NEGÓCIOS

POR ABRAM SZAJMAN

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ECONOMIA E NEGÓCIOS

DA REDAÇÃO

Medidas aliviam financeiramente farmácias

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“Analisando os resultados considero positiva a escolha de um único laboratório, pois a redução de custos se tornou primordial nessa avaliação”

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Farmácia Magistral

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Anfarmag vem adotando uma série de medidas para aliviar financeiramente as farmácias a partir da aproximação cada vez maior com os associados por meio de diversas iniciativas. Essas ações estão sendo desenvolvidas a partir de sugestões enviadas princi-


palmente para o SAA (Serviço de Atendimento ao Associado) e de demandas dos participantes do SINAMM. Depois do leilão reverso para contratação de um único laboratório (análises físico-químicas), a Anfarmag decidiu propor às farmácias associadas a realização de cotações conjuntas para que serviços obrigatórios determinados pela RDC 67/ 2007 e outros necessários às atividades magistrais sejam contratados. Como a grande maioria dessas necessidades tem caráter local ou regional, a Anfarmag instruiu as suas regionais e sucursais a reunirem as farmácias associadas para a realização de cotações. A ferramenta “edital de concorrência” da entidade está sendo utilizada para permitir o levantamento de preços por empresas fornecedoras de serviços pré-qualificadas. Para o farmacêutico Rogério Guimarães, proprietário da Vitalitá, de Goiânia (GO), esse processo norteará os empresários de forma mais adequada para a contratação. Afinal, o objetivo da negociação coletiva é estender a todas as farmácias associadas o benefício de redução de custos operacionais oferecidos pela modalidade de compra conjunta e dar condições para o aumento da rentabilidade dos negócios. A expectativa mínima da Anfarmag é propiciar uma

redução de 10% em cada um dos diversos itens obrigatórios nos serviços necessários para as farmácias. Alguns exemplos: controle integrado de pragas e insetos (obrigatório - RDC 67/ 07), limpeza de caixa d’água, calibração de balanças e pesos padrão (obrigatório - RDC 67/ 07), manutenção preventiva e corretiva de sistemas de exaustão e manutenção de ar condicionado, entre outros itens. A economia pode ser ainda maior. Levantamentos iniciais indicaram diferenças entre fornecedores de uma mesma região de até 80% nos preços praticados. “No decorrer dos anos, o setor magistral vem sendo exigido por um número cada vez maior de novas regulamentações, o que indiscutivelmente proporciona, de forma concomitante, um aumento na segurança do processo de manipulação, reforçando ainda mais a credibilidade dos medicamentos manipulados junto à população. Entretanto, a elevação dos custos advindos dessas novas exigências é evidente. Acredito, de forma mais otimista, em redução de 20% a 30% com a realização de cotações conjuntas”, diz Guimarães. Outra profissional de Goiânia, Tânia Rezende, da farmácia Therapêutica, avalia que o associativismo mostra ao mercado um segmento forte, unido, comprometido e atualizado. “Muitas são as exigências dos órgãos reguladores e, para cumpri-las, temos o apoio da Anfarmag dando suporte e sempre atenta às atualizações. Esperamos bons descontos associados à qualidade dos serviços”. Na avaliação da farmacêutica Patrícia Santos Faria, da Galilleus, de Ribeirão Preto (SP), o processo de cotações conjuntas vai “colocar os preços em nível aceitável e garantir os serviços com qualidade e rapidez”. Para ela, o agrupamento permite maior contato entre os farmacêuticos e a troca de in-

formações relacionadas à área técnica e também aos negócios. ÊXITO A Anfarmag já comprovou o êxito dessa experiência na contratação do laboratório de análises físico-químicas para que as farmácias inscritas no SINAMM atendam a análise obrigatória de cápsulas abaixo de 25 mg. Obteve duas conquistas importantes para o setor. Primeiramente, demonstrou a viabilidade da aquisição conjunta de produtos e serviços por custo menor sem abrir mão da qualidade; graças a isso, os participantes do SINAMM vão economizar R$ 1,3 milhão com as análises. A medida demonstrou que os preços praticados pelo mercado eram, no mínimo, excessivos. Outra conquista diz respeito ao fato de que, juntas, a entidade e as farmácias podem influenciar na redução geral dos preços praticados pelos fornecedores, que, após o trabalho da Anfarmag, começaram a apresentar propostas mais atraentes. A economia estimada ultrapassa R$ 10 milhões. “Inicialmente, quando houve a divulgação sobre a contratação de apenas um único laboratório, muitos questionamentos foram feitos com intensa contestação de colegas farmacêuticos, o que não é nenhuma surpresa quando mudanças mais drásticas são realizadas. Contudo, analisando os resultados obtidos até o momento, considero positiva a escolha de um único laboratório, pois, mais uma vez, a redução de custos se tornou primordial nessa avaliação”, avalia Guimarães. Patrícia Faria ressalta que a contratação de um laboratório facilita e simplifica o processo de escolha das análises, além de propiciar maior controle em relação às datas de envio das amostras e recebimento dos respectivos resultados.

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FARMÁCIA INTERNACIONAL

RELATO DE MARIA DO CARMO GARCEZ A ALICE SAMPAIO

Atuação junto à US Pharmacopeia Presidente da Anfarmag participa de discussão sobre a regulamentação e os limites entre manipulação e industrialização

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missor relacionamento com a Anfarmag, convidando a entidade que representa a farmácia magistral a participar dos seus encontros locais. Para nós isto foi muito importante. Afinal, a United States Pharmacopeia (USP) é uma autoridade oficial não governamental que define padrões públicos para medicamentos e outros produtos para a saúde produzidos ou vendidos nos Estados Unidos. A USP também define padrões reconhecidos internacionalmente para ingredientes alimentícios e suplementos alimentares. Ela define padrões de qualidade, pureza, resistência e consistência desses produtos que são essenciais para a saúde do público. Os padrões da USP são reconhecidos e usados em mais de 130 países ao redor do mundo. E esses padrões têm ajudado a garantir a saúde pública em todo o mundo há aproFotos: Divulgação

intensificação de relações com os centros de ciência e ensino em farmácia e medicina para a formação de uma cultura de manipulação magistral mais abrangente é uma das metas da atual gestão para o qual tenho dedicado uma parte importante do trabalho para a Anfarmag. Isto é muito importante para a nossa farmácia. Somos um modelo que cada vez mais chama a atenção, seja pela qualidade do nosso trabalho enquanto empresas e profissionais, a regulamentação a que estamos submetidos e, principalmente, a abrangência de público que atingimos, sejam médicos, pacientes e da forma como temos influenciado as políticas públicas de saúde. Por conta destas características, a United States Pharmacopeia (USP), assim que se instalou no Brasil, iniciou um pro-

Congressistas na Convenção da USP em Washington. 40 países participaram como observadores e para se reunir com membros da entidade.

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Farmácia Magistral

ximadamente 200 anos. Nas últimas semanas tivemos duas conquistas muito importantes neste relacionamento. A Anfarmag foi convidada e participou como observadora pela primeira vez da Convenção da USP, que é realizada a cada cinco anos tendo como participantes os maiores especialistas de saúde americanos para discutirem os temas mais críticos da saúde pública, que afetam pacientes por todo o planeta. Neste evento são estabelecidos os trabalhos da USPharmacopeia para os próximos 5 anos. É um encontro que agrega escolas de farmácia e medicina, associações científicas e de saúde, associações da indústria de medicamentos, o governo e também advogados que trabalham pelo direito do consumidor, para saudáveis discussões que encontrem soluções a desafios comuns. A Convenção da USP de 2010 aconteceu em Washington de 21 a 24 de abril, e pela primeira vez foram convidados observadores de 40 países (sem direito a voto) para reunirem-se com os membros da USP. Fiz questão de comparecer, pois acredito que esse convite significou um reconhecimento da nossa associação como uma parte importante do sistema. Assim como a Anfarmag enxerga a importância da farmacopéia americana no Brasil, onde seus conceitos são utilizados, penso que foi bastante enriquecedor estarmos dentro de um organismo que busca a


maior qualidade possível dos medicamentos. E faço questão de compartilhar com vocês essa experiência. A Convenção USP 2010 foi realizada no Grand Hyatt Hotel com extrema organização, e o presidente do ciclo 20052010, René Bravo, passou o cargo para Timothy Franso, eleito juntamente com todos os novos membros da diretoria da USP e do novo Comitê de Especialistas – voluntários que auxiliam o staff da USP a criar e revisar os padrões. Entre as resoluções votadas pelos delegados da USP em abril, para orientar as estratégias da organização no ciclo 20102015, estão: fortalecer o relacionamento com a FDA (Food and Drug Administration), dar apoio a iniciativas globais na saúde pública, ampliar seu compromisso de estabelecer padrões de qualidade para os ingredientes dos alimentos, e desenvolver, manter e promover a adoção de padrões de qualidade para os medicamentos magistrais. A primeira Convenção da USP aconteceu em 1820, antes mesmo da independência brasileira, e já criou a Farmacopéia dos Estados Unidos – que hoje está em sua 33ª versão. Em 1906, o Congresso americano criou a parceria que existe entre a USP e a FDA. Em 1938, os padrões publicados na USP-NF (Formulário Nacional) foram reconhecidos pela FDA, e o papel da USP na proteção da saúde pública americana foi enfatizado. Em 2005, a USP abriu seu primeiro escritório fora dos Estados Unidos: foi em Basiléia, na Suíça. Em 2006 abriu outro em Hyderabad, na Índia; em 2007 inaugurou o escritório chinês em Xangai, e em 2008 abriu um escritório e laboratório no Brasil, localizado em São Paulo. Como explicou o ex-presidente da USP, René Bravo, esses escritórios e laboratórios não foram criados isoladamente: cada vez mais se fortalecendo internacionalmente, a USP forjou parcerias fortes com cientistas e organismos regulatórios de todas as partes do mun-

do, já que hoje seus padrões são usados em mais de 130 países. E isso não apenas nos países que ganharam escritórios, mas também em outras nações. Foi impressionante, no primeiro dia da Convenção, ouvir a palestra da Dra. Rita Colwell, integrante da USP. Professora na Universidade de Maryland e professora-adjunta na Universidade John Hopkins, Rita Colwell vai receber em setembro das mãos do rei da Suécia o prêmio Stockholm Water, por seu trabalho e sua contribuição no manejo dos recursos mundiais de água. A doutora demonstrou que era possível reduzir muito o contágio de cólera na Índia simplesmente se as mulheres indianas filtrassem a água dos rios com seus próprios sáris! Outra palestra interessante foi do dr. Peter Agre, chefe do Instituto de Malária da Universidade John Hopkins e ganhador do Prêmio Nobel de Química. O trabalho de Agre é muito importante e revolucionário, abordando a movimentação da água nas células através de proteínas especificas (aquaporines) para a prevenção e solução de danos dependentes da movimentação através das membranas celulares. No segundo dia de Convenção houve ainda uma apresentação da CEO da Food and Drug Administration, Dra. Margaret Hamburg, falando da importância da regulamentação e padronização. Foram muitas informações de ponta dadas em uma programação com mais de 400 participantes, e eu fiquei bastante impressionada com o cumprimento dos horários e o respeito dado a todos os que pediam a palavra, tanto para falar sobre onde a USP está agora quanto sobre o que a USP pretende fazer no futuro. Todos os mais de 250 delegados votantes haviam recebido os assuntos há tempos e foi incrível vê-los debatendo o texto com as nove resoluções para os próximos cinco anos da USP, fazendo sugestões no texto que era apresentado em um telão, aprovando as sugestões na hora e votando eletronicamente cada sugestão e re-

Grand Hyatt Hotel, Washington, Estados Unidos onde questões como dar apoio a iniciativas globais na saúde pública, ampliar seu compromisso de estabelecer padrões de qualidade para os ingredientes dos alimentos foram debatidas.

Dra. Maria do Carmo Garcez, presidente nacional da Anfarmag, representou a Anfarmag na Convenção com membros participantes. O convite, segundo ela significou um reconhecimento da associação.

solução. Tudo foi aprovado rapidamente, e os candidatos foram eleitos num clima absolutamente tranquilo e organizado. A Anfarmag foi convidada a comparecer também porque vem crescendo muito o uso dos medicamentos magistrais nos Estados Unidos, especialmente na pediatria e na geriatria. O faturamento da atividade magistral nos Estados Unidos fica entre 12 e 15 bilhões de dólares ao ano. No segundo dia da Convenção houve inclusive três mesas com farmacêuticos magistrais americanos – a organização prevê várias atividades para os diferentes setores conversarem. A discussão, na mesa em que participei, foi sobre a regulamentação e os limi-

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FARMÁCIA INTERNACIONAL Anfarmag participa da US Pharmacopeial Convention como observadora

tes entre manipulação e industrialização. Os americanos estranharam ao saber que o medicamento manipulado no Brasil paga imposto e que o governo e os seguros de saúde não pagam os medicamentos magistrais. Para promover a segurança dos pacientes que tomam medicamentos preparados individualmente, a USP desenvolveu recentemente novas pautas de qualidade para farmacêuticos que manipulam medicamentos, pois o cres-

cimento no consumo trouxe a necessidade cada vez mais importante de padrões claros e rigorosos, para ajudar a garantir que esses medicamentos sejam de alta qualidade e pureza. A USP tem esses padrões há tempos, mas agora propôs uma completa revisão e atualização, inclusive com a criação de diversos novos conteúdos para o capítulo 795 da Farmacopéia Americana que cuida dos magistrais. O capítulo revisado foi publicado no

Pharmacopeial Forum em janeiro/fevereiro. São novos padrões que todos nós, farmacêuticos magistrais brasileiros, precisamos conhecer a fundo. Ainda mais agora que, tenho o enorme prazer de antecipar, a Anfarmag tornou-se membro do Comitê de Especialistas em Farmácia Magistral da USP! O processo já foi finalizado, e eu reservei para o final a melhor notícia porque espero que ela seja motivo de alegria e de reconhecimento para todos os associados da Anfarmag.

Anfarmag integra Council of Experts da U.S Pharmacopeia

A

USP 2010-2015 Compounding Expert Committee aprovou no dia 18 de junho o ingresso da Anfarmag no mais seleto grupo de especialistas em farmacopéia do mundo. A vaga será ocupada por Maria do Carmo Garcez, presidente da Anfarmag Nacional. Os dirigentes da U.S. Pharmacopeia, em convenção na sede da USP Brasil, conversaram sobre a importância da participação do Brasil no comitê e propuseram a candidatura brasileira para representar o ramo farmacêutico magistral na farmacopéia americana. A importância de ser membro do Council of Experts é poder participar do bom desenvolvimento na farmacopéia com qualidade nos padrões e se atualizar sobre conceitos e critérios em uma das maiores autoridades do ramo farmacêutico do mundo, diz Maria do Carmo Garcez. USP Pharmacopeia abre inscrições para voluntários qualificados como cientistas farmacêuticos, acadêmicos, profissionais da saúde e outros para tomar decisões científicas no Council of Experts, Conselho de Especialistas, que tem incluídos 20 comitês de diversas áreas entre elas, a manipulação, que estabelecem trabalhos para os próximos 5 anos. Os membros do Conselho de Especia-

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Farmácia Magistral

listas da USP são eleitos pela associação da Convenção da USP e responsáveis por desenvolver e analisar padrões de medicamentos e alimentos que aparecem na United States Pharmacopeia e no Formulário Nacional (USP-NF), no compêndio de padrões reconhecidos legalmente para medicamentos, produtos medicinais e suplementos alimentares, no Códex de Produtos Químicos Alimentícios e em outras publicações relacionadas. Além de desenvolver e analisar monografias, capítulos gerais e métodos de teste, e colaborar com tópicos científicos que apóiam os padrões existentes no compêndio da USP. O ESCRITÓRIO BRASILEIRO DA UNITED STATES PHARMACOPEIA A Convenção da USP de 2005 optou por uma política de globalização e foi com essa perspectiva que abriu alguns escritórios pelo mundo, em mercados que tivessem uma grande demanda de qualidade de medicamentos ou de matéria-prima – entre eles o do Brasil, inaugurado em 2008. Localizado em Barueri, na Grande São Paulo, o laboratório montado junto ao escritório tem o mesmo nível que o dos Estados Unidos. O dr. Flávio Vormittag, gerente-geral da USP-Brasil, fala do trabalho do labo-

ratório brasileiro. “A grande atividade da USP é certificar padrões de referência, e para isso ela testa a qualidade da matéria-prima para verificar sua pureza. Esse processo, para ter absoluto rigor, deve ser feito em três laboratórios independentes, da USP ou privados, e chegar a um resultado de 100%. E os resultados dos três laboratórios ainda devem ser aprovados por unanimidade pelo Comitê de Experts antes que o produto seja colocado em frascos e enviado para todo o mundo como referência. Nosso laboratório faz parte dessa cadeia de teste dos candidatos a padrões de referência.” A manutenção do laboratório é feita com o pagamento da USP pelos testes – a venda dos padrões de referência é realizada por distribuidores especiais. Além dessa atividade, a USP-Brasil promove educação continuada, com cursos e workshops realizados periodicamente por especialistas americanos. E também divulga perenemente os conceitos de qualidade, colocando-se sempre à disposição da Anvisa, Anfarmag e outras entidades da área da saúde. O dr. Vormitagg faz parte ainda da comissão que revisa a lista da Rename, a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, organizada pelo Ministério da Saúde e fundamental para o SUS.


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CULTURA FARMACÊUTICA

Uma mulher que faz a diferença

POR RICARDO BUENO

“Os verbos ‘lutar’ e ‘amar’ se conjugam junto com a vida.”

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utadora, determinada, incansável, sonhadora, corajosa, sensível, e ao mesmo tempo uma mulher pragmática, objetiva. São muitos e distintos (e também complementares) os adjetivos que podem ser usados para definir a gaúcha Jussara Cony. Nascida em 7 de novembro de 1942 em Cacequi, a filha de Gregorio Mariano Cony e Anna Amélia Rosa Cony foi sempre uma pessoa ativa, inquieta, e como tal, cumprindo muitos papéis, ao mesmo tempo. Atualmente, se autodenomina a matriarca da família, na condição de mãe (cinco filhos), avó (17 netos) e bisavó (um bisneto) – “e disposta a não deixar este mundo antes de se tornar trisavó”, ela garante. Em sua porção mais pública, lançou um livro de poesias, em 2009, chamado “Aprendiz”,

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Farmácia Magistral

resultado de sua eterna paixão pelo ler e escrever e do cultivo pelo lado lúdico da vida – sem desconsiderar que também pesou na decisão de publicar a obra a influência direta do filho mais moço, João, poeta como a mãe. No mundo da política e da atuação social, acaba de se desvincular do Grupo Hospitalar Conceição, onde permaneceu de 1º de junho de 2007 a 3 de abril deste ano, tendo o privilégio de ser a primeira mulher escolhida para o cargo de diretora-superintendente da instituição. Vai buscar nas próximas eleições retomar o espaço do protagonismo entre seus pares de PC do B, partido pelo qual se elegeu para um mandato de vereadora em Porto Alegre (1983-1988), seguido de outros quatro em sequência como deputada estadual (1991-2006).

Ela que em 1988 já havia sido a vereadora mais votada de Porto Alegre e do Estado, mas não pode assumir o mandato por conta da legislação. Foi graças à influência da avó que a futura farmacêutica Jussara descobriu aos poucos a magia das plantas, da homeopatia, do conhecimento popular. “Minha avó tinha solução para tudo”, lembra ela, emocionada. Casualmente – ou talvez nem tanto – foi nomeada para trabalhar na Faculdade de Medicina, após passar em um concurso para a UFRGS, em 1962. Dali para se aproximar da área de enfermagem e, principalmente, de farmácia, foi um passo. Até porque lidar com a questão dos medicamentos e seu poder de cura se constituiria na opção perfeita para a combativa estudante, uma vez que a área combinava o encantamento das


ra funcionária emérita da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em sua atuação parlamentar, Jussara Cony teve oportunidade de colocar em prática muitas de suas convicções a respeito de como se constrói uma sociedade mais justa, em especial em causas ligadas à saúde e aos direitos da mulher. Por exemplo: foi coordenadora desde 1998 do “Fórum pela Vida – Projeto Plantas Vivas” e, desde 1995, dos seminários “Saúde, um bem que se quer”. Foi autora de importantes leis, entre as quais se destacam a que garante medicamentos excepcionais para pessoas carentes (Lei 9.908/1993) e a que institui a Política Intersetorial de Plantas Medicinais e de Medicamentos Fitoterápicos no Estado

do Rio Grande do Sul (Lei 12560/2006). No momento, Jussara Cony se prepara para mais uma campanha política, buscando seu quinto mandato como deputada estadual. Do alto da experiência conquistada em 68 anos vividos de forma intensa, segue trabalhando e lutando pelos direitos de quem mais precisa, tomando como filosofia a seguinte frase: “Os verbos ‘lutar’ e ‘amar’ se conjugam junto com a vida.” Pois a vida da farmacêutica, mãe, mulher, parlamentar e poeta Jussara Cony segue sendo uma trajetória exemplar de lutas e amores realizados – e de vitórias, também. Não é à toa, portanto, que seu slogan de campanha é “coragem e sensibilidade que fazem a diferença”.

Foto: Divulgação

fórmulas medicamentosas, de um lado, e a possibilidade do enfoque político e da luta pela soberania nacional, de outro, no combate ao monopólio dos grandes grupos da indústria farmacêutica mundial, em especial norte-americana. Aprovada no vestibular de 1972, Jussara, como é do seu feitio, comprou a briga e conquistou espaços importantes, militando inicialmente no Diretório Acadêmico da Farmácia, em tempos de liberdades políticas restritas. Foi a primeira presidente da Semana Acadêmica de Estudos Farmacêuticos. Mais adiante, formou-se Farmacêutica Industrial e Mestre em Ciências Farmacêuticas, tendo presidido a Associação dos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul na gestão 1979-1981. Ela se orgulha de fazer parte de uma geração que lutou, desde aquela época, para que se chegasse ao estágio atual, em que a farmácia está a um passo de ser vista novamente como um estabelecimento de saúde, pesquisa e desenvolvimento, e não apenas como comércio. Jussara destaca os nomes de Nazareno de Abreu, já falecido, e da atual presidente da Anfarmag, Maria do Carmo Garcez, entre muitos outros que tiveram papel relevante ao longo dessa história. Sua trajetória de funcionária exemplar rendeu-lhe, entre outras distinções, o privilégio de receber, em 2009, a outorga de primei-

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MUNDO ANFARMAG

GUIA DE BPM DA ANFARMAG ADOTADO PELA VIGILÂNCIA DE CAMPINAS O Guia de Boas Práticas em Manipulação da Anfarmag foi adotado como material de consulta pela COVISA de Campinas no dia 24 de Maio de 2010. O guia é um material prático e objetivo desenvolvido pela Dra. Maria Aparecida Soares, assessora técnica da Anfarmag, que através de experiências adquiridas em inspeções sanitárias, auxilia a farmácia na elaboração de Manual de Boas Práticas em Manipulação, uma das exigências da RDC 67/08. Receberam o Guia, a Dra. Cléria Maria Moreno Giraldelo, farmacêutica da COVISA e Dra. Maria Aparecida Nicoletti, coordenadora da COVISA Campinas. Estavam presentes Lenir Yago, diretora da Anfarmag Sucursal Campinas, Luiz Carlos Gomes e Dra. Maria Aparecida.

SUCURSAL AC/RO ENTREGA CERTIFICADOS SINAMM A Anfarmag Sucursal AC/RO entregou para as farmácias Rosasfarma e Vitória Régia, em 27/04, o certificado de participação do 2º ciclo SINAMM. Estavam presentes a equipe da Rosasfarma e Dra. Êrika Rosas diretora da sucursal Anfarmag Sucursal Acre/Rondônia (na fila de cima). Também comparareceram dois integrantes da equipe Vitória Régia, uma integrante da Farmácia Rosasfarma, de amarelo, farmacêutica Larissa da far-

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Farmácia Magistral

mácia Vitória Régia, Dr. Miguel, farmacêutico da farmácia Verde Vida, Geize Lane de Prado, proprietária da farmácia Vitória Régia, Dra. Itala, farmacêutica da Flora Fórmula, Dr. João Arnaldo Leal, presidente do CRF/AC, Dra. Andrea Rocha, farmacêutica da Rosasfarma, Dr. Tirajaru Mattos, da Vigilância Sanitária Estadual e integrantes da equipe da farmácia Vitória Régia (fila de baixo da esquerda para direita).

WORKSHOP SOBRE VENDAS EM BRASÍLIA As resoluções da ANVISA 67/ 07, 87/ 08 e 44/ 09 junto com instruções normativas e 467, 477 e 499 alterações do Conselho Federal de Farmácia foram abordadas por Luiz Fernando Brum, da Brum Consulting (Coaches Associados) que ministrou o workshop “Saiba como você pode aumentar suas vendas” na Anfarmag Regional DF nos dias 4 e 5 de junho. O treinamento abrangeu teoria e prática e análises de cases e demonstrações de ferramentas para alavancar vendas nas farmácias, além de citar os serviços farmacêuticos que podem ser prestados nas farmácias e como usá-los para gerar resultados. Após o workshop os 24 participantes realizaram uma avaliação sobre o curso. A organização e o acesso foram avaliados como ótimos, assim como a qualidade das informações e o desempenho do ministrante.


SINAMM PARA 64 FARMÁCIAS EM MG No dia 7 de Maio de 2010, a Anfarmag Regional Minas Gerais entregou os certificados para 64 farmácias do estado que atingiram pontuação no 2º Ciclo do SINAMM. Participaram do evento: Rômulo Modesto (Sucursal Juiz de Fora), Marcos Oliveira (Vice-Presidente da Nacional), Júnia Célia de Medeiros (Tesoureira – CRF/MG), Luciano Rena (Presidente do CRF/MG), Adriana Tomas (esposa do Marcos e Representante da Farmácia Manipulare), Soraia Moura (Presidente da Regional Minas), Maria Alícia Ferrero (Diretora Regional Minas), Andréa Vilela (Diretora Regional Minas), José Geraldo Martins (Marketing CRF/ MG), Ademir Valério (Vice- Presidente Nacional) Astrid Dias (Diretora Regional Minas).

CAMPANHA RECEITA CORRETA EM CUIABÁ A Anfarmag Regional MT em parceria com o CRF/MT e apoio do Conselho Federal de Farmácia lançou a campanha Receita Correta dia 28/05 no centro de Cuiabá/MT. O objetivo é mobilizar os profissionais da saúde, clientes de farmácias de manipulação e população em geral sobre a interpretação correta de receitas médicas e também sobre os medicamentos magistrais. A entidade avalia que o uso racional de medicamentos é resultado de um processo que envolve a prescrição apropriada, a disponibilidade oportuna, preços acessíveis, dispensação em condições adequadas e consumo nas doses indicadas e nos intervalos definidos. Isto é, a adequada prescrição médica é fator determinante para as boas práticas farmacêuticas no preparo e dispensação dos medicamentos, uso seguro pelos usuários e alcance dos objetivos terapêuticos. Campanha Receita Correta realizada na Praça da República, centro de Cuiabá. Mais de 40 farmacêuticos participaram da aferição de pressão arterial e orientação à população.

GOIÁS/TOCANTINS TÊM 57 FARMÁCIAS CERTIFICADAS A população de Goiás pode contar com os serviços de 54 farmácias certificadas pelo 2º ciclo do SINAMM. Só na capital Goiânia, 25 farmácias foram contempladas e tem condições de fornecer os medicamentos e produtos manipulados de acordo com as legislações dos órgãos reguladores e com o Guia Prático de Boas Práticas em Manipulação. Em Tocantins, três farmácias localizadas nas cidades de Palma, Gurupi e Paraíso do Tocantins atingiram a pontuação e foram contempladas em cerimônia realizada dia 25 de Março de 2010, na cidade de Goiânia. A presidente da Anfarmag Nacional, Maria do Carmo Garcez esteve lá.

FARMÁCIAS DO DF ATINGEM METAS Mais 10 farmácias de Brasília, Gama e Taguatinga estão certificadas pelo SINAMM e têm a possibilidade de estarem sempre à frente da regulamentação e aprimorar ainda mais os cuidados para os pacientes adquirirem medicamentos manipulados com eficácia. A entrega aconteceu dia 4 de junho no auditório do CRF/DF.

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MUNDO ANFARMAG

V SIMPÓSIO DE FARMÁCIA FACCAMP Marco Fiaschetti, diretor executivo da Anfarmag, ministrou palestra “Marketing farmacêutico como campo de atuação profissional”, na FACCAMP, em 31 de maio. Ele divulgou informações relevantes sobre o grande mercado de medicamentos e a atuação do farmacêutico para 170 alunos. Além disso, abordou tópicos referentes ao uso racional de medicamentos, legislações pertinentes, ética, relacionamento, comprometimento e empregabilidade. Além da palestra, a Anfarmag doou para a faculdade de farmácia exemplares do Guia de Boas Práticas de Manipulação em Farmácias, folders institucionais da Anfarmag, além de exemplares das revistas publicadas pela entidade. Ana Lúcia Mendes, diretora da Sucursal Anfarmag Grande São Paulo, também acompanhou e prestigiou a atividade.

ANFARMAG RJ PARTICIPA DE AUDIÊNCIA SOBRE TRIBUTAÇÃO Aline Napp, vice-presidente da Anfarmag Regional Rio de Janeiro, participou em 18/05 de reunião para discutir a cobrança do ISS nas farmácias do estado com representantes da prefeitura da capital fluminense e deputados estaduais.

REGIONAL RS ENTREGA CERTIFICADOS DO 2º CICLO SINAMM A Anfarmag Regional Rio Grande do Sul entregou o certificado de participação do 2º Ciclo SINAMM, dia 09 de abril. As 48 farmácias certificadas demonstraram o compromisso do estabelecimento com a qualidade dos serviços e a busca pela melhoria e qualificação dos processos magistrais.

ANFARMAG RJ APÓIA CAMPANHA CONTRA HIPERTENSÃO Dia 31/05, dezenas de pessoas se reuniram na capital fluminense para aferição da pressão arterial e medida de glicose. Na fila, pessoas aguardaram para receber orientação sobre uso correto de medicamentos, prevenção de doenças e hábitos alimentares saudáveis e outras informações para a manutenção da saúde.

FARMÁCIAS DO PARANÁ RECEBEM CERTIFICAÇÃO PELO 2º CICLO SINAMM Neste ciclo, 64 farmácias do Paraná atingiram a pontuação e receberam o certificado de participação do SINAMM. A cerimônia de entrega aconteceu dia 22 de maio. Destaque para Curitiba, cidade com mais participantes do 2º Ciclo SINAMM com 15 farmácias, seguidas por Umuarama com seis farmácias certificadas, Londrina e Cascavel com cinco farmácias cada uma.

54| Revista da

Farmácia Magistral

A partir da esquerda: Deputado João Pedro; Eliane Brenner, da Dermatus; Marcus Athila, vice-presidente do CRFRJ; deputado Luiz Paulo; Aline Napp, vice-presidente da Anfarmag Rio; e Francisco Trindade, farmacêutico.


65O ENCONTRO DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS DE SANTA CATARINA Aconteceu no último final de semana , o 65o Encontro de Farmacêuticos Magistrais de Santa Catarina, na dependências do Hotel Baia Norte em Florianópolis. No sábado (12/06), deu-se continuidade ao Projeto de Monitoramento da Qualidade e Padronização de Processos 2010, coordenado pelo farmacêutico Gerson Appel. Na sequência estiveram presentes a Dra. Hortência Tierling (Presidente do CRF/SC) e Ronald Ferreira dos Santos (Assessor do CRF/SC e Vice-presidente do SINDFAR/SC) dando esclarecimentos sobre Resolução 261 do CFF que aprova o Diretor Técnico e Assistente Técnico nas farmácias. Na parte da tarde o farmacêutico Adolfo Moacir Cabral tesoureiro da ANFARMAG Nacional, trouxe informes sobre ISS x ICMS e o posicionamento em relação as últimas notícias que envolveram a ética na profissão farmacêutica e explanou sobre o TEMMA. Wanderly Willrich apresentou o Projeto Seleção e Homologação de Prestadores de Serviço para Farmácias, sobre o qual os associados receberão comunicados por e mail nos próximos dias. Salientamos a importância da participação de todos os associados neste projeto, que visa a redução de custos em nossas farmácias. Finalizando o dia, houve a palestra Gestão de Pessoas e Avaliação de Desempenho ministrada pela psicóloga Desirée de Souza Freccia, muito

elogiada pelos participantes. No domingo (13/06), foi ministrado o Curso Fotoproteção – Novos Enfoques pelo farmacêutico Lucas Portilho, com novidades e formulações inovadoras, que esclareceu muitas duvidas sobre o tema,

sendo também muito bem avaliada pelos associados presentes. A diretoria agradece a participação dos associados e desde já convida a todos para o próximo evento que ocorrerá em setembro!

Projeto de Monitoramento de Qualidade e Padronização de Processos 2010

Curso Fotoproteção Novos Enfoques

SINAMM NO RIO DE JANEIRO As cidades de Barra do Piraí, Campo dos Goycatazes, Cabo Frio, Duque de Caxias, Itaboraí, Macaé, Magé, Nova Friburgo, Niterói, Petrópolis, Nova Iguaçu, Rio Bonito, São Gon-

çalo e Santo Antonio de Pádua, Três Rios, Valença e Volta Redonda, além da capital Rio de Janeiro possuem farmácias certificadas pelo 2º Ciclo SINAMM. Ao todo 47 farmácias par-

ticiparam e atingiram a pontuação. Mais de 40 pessoas participaram da cerimônia, entre elas Marcus Athila, vice-presidente do CRF/RJ e Felipe Terrezo, presidente do Sincofarma.

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Marketing Médico

Revista da Farmácia Magistral - Órgão Oficial da Anfarmag Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais DIRETOR EXECUTIVO Marco Fiaschetti - executivo@anfarmag.org.br COORDENADOR ÁREA TÉCNICA Vagner Miguel - vmiguel@anfarmag.org.br EQUIPE FARMACÊUTICA DA ÁREA TÉCNICA Claudia Caresatto, Hélio Martins Lopes Júnior, Lúcia Helena S. G. Pinto e Maria Aparecida Ferreira Soares

CARTA DO LEITOR

Rua Vergueiro, 1855 - 12o Andar - São Paulo - SP CEP 04101-000 - anfarmag@anfarmag.org.br Tel.: (11) 2199.3499 - Fax: (11) 5572.0132

Agradeço a Diretoria da Anfarmag pela oportunidade de conhecer um dos melhores professores de marketing médico, Dr. José de Almeida. Nestes meus quase 25 anos de farmácia magistral/drogaria foi praticamente o único que me convenceu a fazer visita médica num mar vermelho de sangue que é a concorrência atual - buscando o mar azul dentro de parâmetros éticos conhecidos - as receitas médicas. E com certeza estarei totalmente dependente cada vez mais pelas legislações que parecem sinalizar mais rigorosas. Aguardo os cursos presenciais que ocorrerão aqui no norte do Paraná.

COORDENAÇÃO EDITORIAL Cleinaldo Simões simoes@cleinaldosimoes.com.br CONTEÚDO EDITORIAL Cleinaldo Simões Assessoria de Comunicação (11) 5585-3363/5585-2273 simões@cleinaldosimoes.com.br Edição: Cleinaldo Simões Reportagem: Alice Sampaio, Ana Carolina D’Angelis, Carla Araújo, Catarina Piccioni, Claudia Ramos Witte, Lais Cavassana (revisão), Marivado Carvalho e Ricardo Bueno

Ricardo Hideki Kakihata, Arapongas, Paraná

SAAFE Muito obrigada a Dra. Maria Aparecida. Agradeço por sempre ser bem atendida por todos na Anfarmag. Aliás após a implantação do SAAFE para nós melhorou muito. Obrigada mais uma vez e até mais. Tatiana Fayan, farmácia Oficinallis Pharma, Jaú, São Paulo.

ARTE E DIAGRAMAÇÃO

Valorização SINAMM SPU1 Art Design Gladstone Barreto e Wagner Ferreira e-mail: contato@spu1.com.br / site www.spu1.com.br IMAGEM DA CAPA © iStockphoto.com / Wagner Ferreira

Tenho acompanhado e aprovo a valorização do SINAMM, como ferramenta para resgate de padrão. Só que não atinge as mentes corruptas. Boa sorte e que Deus os ilumine. Dr. Paulo Queiroz Marques

COMERCIAL Mobyle Promocional (11) 3942.6122 mobyle@anfarmag.org.br IMPRESSÃO Copypress www.copypress.com.br

CARO LEITOR,

Coordenação Geral

Revista destinada aos farmacêuticos magistrais, dirigentes e funcionários de farmácias de manipulação e de laboratórios; prestadores de serviços e fornecedores do segmento; médicos e outros profissionais de saúde; entidades de classe de todo o território nacional; parlamentares e autoridades da área de saúde dos governos federal, estadual e municipal. Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Anfarmag. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. É EXPRESSAMENTE PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DOS TEXTOS DA REVISTA DO FARMACÊUTICO MAGISTRAL Periocidade: Bimestral Circulação: Nacional Tiragem: 6.000 exemplares Distribuição dirigida

A Revista da Farmácia Magistral é dedicada a todos aqueles que participam do setor magistral, e está aberta à sua colaboração. Faça uso deste canal, enviando sugestões, comentários e críticas à nossa equipe. Sua opinião é de extrema importância para nós! NOSSOS ENDEREÇOS (REDAÇÃO): Por e-mail: simoes@cleinaldosimoes.com.br Via correio: Rua Antônio Gebara, 511, Planalto Paulista, São Paulo (SP), CEP 04071-020 Também não hesite em nos procurar, caso tenha sugestões de artigos e demais colaborações para a Revista. Aguardamos o seu contato!


Oportunidade para conhecer novidades e se atualizar em matérias-primas, embalagens e serviços para a indústria de cosméticos

Programação 2010 22 de julho

Belo Horizonte MG Ouro Minas Palace Hotel

16 de setembro

Goiânia GO Address West Side Hotel

21 de outubro

1eª diç

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São Paulo SP Centro de Convenções Paulista Plaza

Pré-inscrições pelo e-mail sac@tecnopress-editora.com.br

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ENDEREÇOS

Rua Vergueiro, 1855 - 12° andar São Paulo - SP CEP: 04101-000 Tel.: (11) 2199-3499 Fax.: (11) 5572-0132 www.anfarmag.org.br anfarmag@anfarmag.org.br DIRETORIA NACIONAL GESTÃO 2009-2011 PRESIDENTE Maria do Carmo Garcez - RS 1° VICE-PRESIDENTE Hugo Guedes de Souza - ES 2° VICE-PRESIDENTE Ademir Valério da Silva - SP 3° VICE-PRESIDENTE Marco Antonio Costa de Oliveira - MG SECRETÁRIO GERAL Ivan da Gama Teixeira - SP 2° SECRETÁRIA Rejane Alves Gue Hoffmann - PR TESOUREIRO Antônio Geraldo Ribeiro dos Santos Jr. - SP 2° TESOUREIRO Adolfo Cabral Filho - SC CONSELHO FISCAL Maria Cristina Ferreira Silva - RJ Juracy Regina Sonagli - SC José Tadeu de Souza Barbosa - AL DIRETOR EXECUTIVO Marco Fiaschetti executivo@anfarmag.org.br COORDENADOR ÁREA TÉCNICA Vagner Miguel vmiguel@anfarmag.org.br COORDENADORA TÉCNICA E SAA Claudia Caresatto claudiatc@anfarmag.org.br EQUIPE FARMACÊUTICA DA ÁREA TÉCNICA assessoriatecnica@anfarmag.org.br Fax.: (11) 5572-0132 Hélio Martins Lopes Júnior Lúcia Helena S. Gonzaga Pinto Maria Aparecida F. Soares

58| Revista da

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REGIONAL BA/SE Presidente: Tatiana M. Freitas Galvão Endereço: Av. Paulo VI, 1816 – Pituba – Salvador/BA – CEP: 41810-001 Telefone: (71) 3358-9334 – FAX (71) 3358-4094 E-mail: regional.base@anfarmag.org.br REGIONAL DF Presidente: Carlos Alberto P. Oliveira Endereço: SIG - Quadra 04 - Lote 25 - Sala 09 Empresarial Barão de Mauá – Brasília/DF CEP: 70.610-440 Telefone/Fax: (61) 3344-4152 E-mail: regional.df@anfarmag.org.br REGIONAL ES Presidente: Denise de Almeida M. Oliveira Endereço: - Av. Nossa Senhora da Penha, nº 1495 - sala 608 - Torre BT - Edifício Corporate Center - Santa Lúcia – Vitória/ES – CEP: 29056-245 Telefone: (27) 3235-7401 E-mail: regional.es@anfarmag.org.br REGIONAL GO/TO Presidente: Gilmar Silva Dias Endereço: Rua 7-A, Nº 189, Edifício Marilena Sala 201, Setor Aeroporto, Goiânia/GO CEP.: 74075-230 Telefone: (62) 3225-5582/ FAX (62) 3224-2114 E-mail: regional.goto@anfarmag.org.br REGIONAL MG Presidente: Soraia Moura T. de Almeida Endereço: Avenida do Contorno, 2646 - sala 1102 e 1104 - Floresta - Belo Horizonte/MG CEP: 30.110-080 Telefone: (31) 2555-6875 e (31) 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br REGIONAL MS Presidente: Ana Paula Busato Zandavalli Endereço: Av. Rodolfo José Pinho Nº 66 Jardim São Bento – Campo Grande/MS CEP: 79004-690 Telefone: (67) 3026-4655 E-mail: regional.ms@anfarmag.org.br REGIONAL MT Presidente: Ivete Souza Peaguda Endereço: Rua Brigadeiro Eduardo Gomes nº 37 Bairro: Goiabeiras – Cuiabá/MT CEP: 78045-350 Telefone: (65) 3027-6321 E-mail: regional.mt@anfarmag.org.br REGIONAL PR Presidente: Marina Sayuri M. Hashimoto Endereço: Rua Silveira Peixoto n° 1040, 9° andar, sala 901 –Curitiba/PR – CEP: 80240-120 Telefone: (41) 3343-0893 - Fax: (41) 3343-7659 E-mail: regional.pr@anfarmag.org.pr REGIONAL RJ Presidente: Luciana Ferreira M. Colli Endereço: Rua Conde de Bonfim, 255 sala 912 – Tijuca – Rio de Janeiro/RJ - CEP: 20.520-051 Telefone: (021) 2569-3897 E-mail: regional.rj@anfarmag.org.br REGIONAL PB/RN Presidente: Célia Buzzo Endereço: Av. Camilo de Holanda, 500 - Centro João Pessoa – PB - CEP: 58013.360 Telefone: (83) 3218-2600 - Fax: (83) 3222-4634 E-mail: regional.rnpb@anfarmag.org.br

REGIONAL RS Presidente: Eliane Aranovich Endereço: Av. Mauá, 2011 - Sala 607 Porto Alegre/RS – CEP: 90030-080 Telefone: (51) – 3225-9709 E-mail: regional.rs@anfarmag.org.br REGIONAL SC Presidente: Ana Claudia Scherer Monteiro Endereço: .Rua Ledio Joao Martins, 435 Kobrasol – São José/SC – CEP: 88102-000 Telefone : (48) 3247-3631 E-mail: regional.sc@anfarmag.org.br

SUCURSAIS SUCURSAL GRANDE SÃO PAULO Diretora: Ana Lúcia Mendes Telefone: (11) 4488-2068 E-mail: sucursal.sp@anfarmag.org.br SUCURSAL BAIXADA SANTISTA Diretora: Aparecida Akemi Akimoto Telefone: (13) 4009-5883 E-mail: sucursal.bs@anfarmag.org.br SUCURSAL RIBEIRÃO PRETO Diretora: Alice Carneiro Soares Telefone: (16) 2101- 5497 E-mail: sucursal.rp@anfarmag.org.br SUCURSAL VALE DO PARAÍBA Diretora: Ana Helena Cunha Telefone: (12) 3942-9736 E-mail: sucursal.vp@anfarmag.org.br SUCURSAL RIO PRETO Diretora: Creusa Manzalli de Toledo Telefone: (17) 3216-9500 E-mail: sucursal.riop@anfarmag.org.br SUCURSAL MARÍLIA/PRESIDENTE PRUDENTE Diretora: Nádia Alvim Telefone: (18) 9129-1848 E-mail: sucursal.mrpp@anfarmag.org.br SUCURSAL MACEIÓ Diretora: Tânia Bernadete P. Gomes Telefone: (82) 3035-2806 E-mail: sucursal.al@anfarmag.org.br SUCURSAL FORTALEZA Diretor: Francisco Carlos L.Andrade Telefone: (85) 9981- 3789 E-mail: sucursal.ce@anfarmag.org.br SUCURSAL AC/RO Diretora: Êrika Fernandes Rosas C. da Silva Telefone: (68) 3901- 6314 E-mail: sucursal.acro@anfarmag.org.br SUCURSAL BELÉM Diretor: Marcelo Brasil do Couto Telefone: (91) 3244-2625 E-mail: sucursal.pa@anfarmag.org.br


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