Cartilha de Acessibilidade

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Civil Curso de Arquitetura e Urbanismo TEORIA E PROJETO III: Fatores do Projeto

Projeto III – Pequeno Conjunto Habitacional

- CARTILHA DE ACESSIBILIDADE -

Profª Dra. Sílvia Mikami Pina Profª MsC. Ana Maria Reis de Góes Monteiro


Índice Introdução Acessórios para Sanitários e Vestiários Áreas Molhadas Bacias Sanitárias Balcões e Mesas Banheiras Barras de Apoio Bebedouros Boxe do Chuveiro Boxe para Bacia Circulação em Ruas, Calçadas e Rampas Comandos Comunicação Sonora Comunicação Tátil Comunicação Visual Cores Corrimãos Cozinha Elevadores Entradas e Saídas Escadas e Degraus Estacionamentos Iluminação Janelas Lavatórios Locais de Reunião Máquinas de Atendimento Automático Mictórios Patamares Piscinas Pisos Plataformas Móveis Portas Posicionamento de Mobiliário Rampas Sanitários Sinalização Telefones Vegetação Vestiários Bibliografia Serviço


INTRODUÇÃO Entende-se por democracia a igualdade de direitos e deveres, o exercício pleno da cidadania. Entretanto, a maioria das pessoas limita-se a estender este exercício somente no plano jurídico e esquecem que os sítios urbanos fazem parte da vida da sociedade e portanto, a apresentação e seus mecanismos de acessibilidade tornam-se parte da prática da cidadania. Ou seja, a construção de espaços públicos, equipamentos urbanos e residências que permitam o acesso adequado para pessoas portadoras de alguma deficiência física. Foi pensando nestas pessoas e em sua integração com a sociedade que adotamos então a arquitetura universal como nossa principal ferramenta para a elaboração do Conjunto Habitacional (Projeto III). - Arquitetura Universal ou Desenho Universal: Seu conceito está fundamentado na priorização da inclusão de forma a garantir que TODOS possam utilizar todos os componentes da cidade, desde o uso de um telefone público para uma pessoa em cadeira de rodas até o redimensionamento de entradas e circulação em geral de espaços públicos e privados. Inicialmente o conceito de Desenho Acessível foi elaborado para enfocar a eliminação de barreiras arquitetônicas nos projetos de edifícios, equipamentos e áreas. Depois o conceito evoluiu para o Desenho Universal, pois passou a considerar não só o projeto, mas principalmente a diversidade humana e desta forma, garantir a acessibilidade a todos os componentes do ambiente. Dentro desta doutrina na arquitetura vamos expor no partido alguns conceitos importantes para a elaboração de nosso projeto. 1- Acessibilidade: Tornar o espaço acessível é eliminar barreiras físicas, naturais ou de comunicação, no equipamento e mobiliário urbano, nos edifícios e seu mobiliário, nas modalidades de transportes públicos que empeçam ou dificultem a livre circulação de qualquer pessoa. As barreiras são obstáculos que dificultam, principalmente, a circulação de idosos e de pessoas com deficiência, entendendo-se aquelas que andam em cadeiras de rodas, com muletas ou bengalas, que tem dificuldade de locomoção, que possuem redução ou perda total de visão ou audição e, até mesmo, os indivíduos que apresentam redução na capacidade intelectual. Quando estes obstáculos estão nas construções são chamados de barreiras arquitetônicas e quando estão nas ruas e praças e em todos os ambientes abertos são chamados de barreiras urbanísticas. Principalmente para os deficientes auditivos, visual e mental a barreira da comunicação é o grande obstáculo para a sua integração. Além da comunicação, o que se nota é que não há muita preocupação em se projetar objetos, edifícios, espaços e transportes cujo desenho seja acessível às pessoas portadores de deficiência e idosos, para assegurar a sua integração ao meio que os cerca e conseqüentemente com a sociedade.


É então que entra em cena o Desenho Universal como agente viabilizador da inclusão. É esta doutrina arquitetônica que vai fornecer conhecimento e ferramentas para os profissionais da área na construção e modificação dos sítios urbanos. “Se a idéia do desenho universal for absorvida pelas pessoas, teremos no futuro tudo adaptado, pois todos irão preferir, já que os equipamentos e percursos tornam-se mais agradáveis”. Explica Adriana Romero de Almeida Prado, arquiteta urbanista, técnica da Fundação Prefeito Faria Lima- CEPAM. 2- A Relação Custo/Benefício: Um ambiente acessível é melhor e mais seguro para todos e segundo os técnicos, se as adaptações são incorporadas durante a elaboração do projeto, o custo normalmente não ultrapassa a 2%. Ao oferecermos esta acessibilidade a todas as pessoas, estamos tornando a vida delas mais independente e segura não só a atividades rotineiras como também a sua inclusão no mercado de trabalho. Segundo Adolf Ratzka, presidente do Centro de Vida Independente de Estocolmo e deficiente físico, os efeitos das barreiras arquitetônicas são duplos porque afetam a vida diária de cada um de nós, num momento ou noutro, e servem como mecanismo para determinar que alguns de nós sejamos escolhidos para uma existência em instituições ou outras instalações segregadas. Esta postura pela acessibilidade para todos já vem de uma longa data e já atingiu o nível mundial há três décadas. A sua importância tem sido comprovada cada vez mais já que uma solução que atende a um tipo de necessidade pode dificultar outro indivíduo. Portanto, faz-se necessário que sejam incluídos na base de formação de arquitetos, urbanistas e engenheiros conceitos de organização e dimensionamento dos espaços públicos e privados que permitam o livre acesso a todos os indivíduos. Assim, temos que eliminar obstáculos físicos das calçadas, construir rampas e rebaixar as guias, para possibilitar o deslocamento dos deficientes físicos, mas sem fazêlos totalmente, pois isso desorientaria os deficientes visuais, que precisam de referências táteis. Há também a necessidade de piso com textura diferenciada, no início e no fim das rampas, para que o deficiente visual saiba quando começa a pisar no leito da rua. É preciso também colocar uma sinalização que avise o cego quando ele se depara com uma escada ou um telefone. Para os portadores de deficiência auditiva e mental, as grandes dificuldades passam por compreender e serem compreendidos. Uma uniformização da comunicação visual um princípio fundamental para facilitar o entendimento, inclusive entre as pessoas sem deficiências sensoriais. Os símbolos devem ser suficientemente claros e padronizados para que possamos utilizá-los em qualquer parte do mundo. Estes e outros procedimentos serão colocados durante a explicação da execução do projeto. Queremos enfatizar a importância desta doutrina arquitetônica para mudar não só a forma de pensar e realizar os projetos, mas de todos os cidadãos de forma a ver o quão necessário é a inclusão da acessibilidade a todos em qualquer espaço.


Colocar situações especiais contribui para a segregação e a discriminação, e é o que acontece muitas vezes em certas soluções de adaptabilidade. Assim, no lugar de se construir, num edifício, uma entrada especial para os portadores de deficiência (que geralmente fica ao lado ou nos fundos), teremos uma entrada acessível, com rampas e corrimãos, que facilitam o projeto e que todos poderão utilizar. Segundo o arquiteto Edward Steinfeld, “o desenho não é uma tecnologia voltada apenas aos que dele necessitam; é desenhado para todas as pessoas”. Deve ser atraente; ter componentes estéticos fortes. A idéia do desenho universal é evitar a necessidade de construir ambientes e produtos especiais para as pessoas com deficiência, como locais de acesso assentos visivelmente colocados sem uma comunicação com a construção, mas construir locais com medidas antropométricas que considerem todos, pessoas altas, baixas, gordas, magras, sentadas, em pé, com dificuldades motoras e sensoriais. Esperamos que, a partir dos dados aqui apresentados e desta nossa tentativa de conscientização a respeito da necessidade do uso do desenho universal, cada um passe levar em conta, na execução ou mesmo na análise de um projeto, a questão da acessibilidade nas edificações e do mobiliário urbano à pessoa deficiente.


População portadora de deficiência no Brasil Tipo de deficiência Pessoas Cegueira 145.857 Surdez 173.579 Hemiplegia* 208.572 Paraplegia 201.592 Tetraplegia 46.998 Falta de membro(s) ou parte(s) 145.168 Mental 658.917 Mais de uma deficiência 87.071 Total de deficientes 1.1667.754 Nenhuma das deficiências numeradas ou não portadoras 144.616.762 Não declararam na pesquisa 531.234 Total da população brasileira 146.815.750 *Paralisia total ou parcial e um dos hemisférios do corpo (direito ou esquerdo) Fonte: IBGE / censo de 1991

dimensões da cadeira de rodas com usuário


dimensĂľes bĂĄsicas da cadeira de rodas

alcance manual frontal de uma pessoa em cadeira de roda


alcance manual lateral da mesma pessoa ACESSÓRIOS PARA SANITÁRIOS E VESTIÁRIOS: • Saboneteira e toalheiro com altura de 1,00m do piso. • Registro de gaveta com altura de 1,20m do piso. • Espelhos: borda inferior de 0,90m a 1,10m do piso. Neste último caso, usar inclinação de 10º. • Cabideiros: altura de 1,20m do piso. • Armários: altura inferior de 0,30m e superior de 1,20m em relação ao piso. • Puxadores e maçanetas: altura entre 0,80m e 1,00m do piso. • Papeleira: altura de 0,40m do piso e distância de 0,15m da face frontal da bacia. ÁREAS MOLHADAS: • Pisos antiderrapantes. • Barras de apoio em volta da pia, do mictório, do vaso sanitário e no interior do Box ou da banheira. A altura prevista, de acordo com a utilização fica em torno de 0,76m e 1m. • Não deve haver gabinetes sob os lavatórios. • Eletrodomésticos devem ser rebaixados. • Misturadores de água mais adequados são aqueles que possuem uma canopla. • Uma alteração sutil está no espelho, com inclinação de 10° para baixo. • No Box, o trilho deve ser integrado ao piso, para não criar um degrau. • Debaixo do chuveiro, pode-se colocar um banco retrátil para a pessoa tomar banho sentada e ter acesso aos comandos de água. • Em banheiras e piscinas, a norma prevê a colocação de um banco de transferência. • No espaço interno, deve haver um círculo imaginário de 1,5m de diâmetro no meio do banheiro. • Ao lado do vaso deve haver uma área de 80cm de largura, para que a cadeira de roda dobrada possa ser acomodada.


metais sanitários da Deca BACIAS SANITÁRIAS • Possuir pelo menos 5% do total de peças ou uma peça adaptada. • Instalação a uma altura de 0,46m, medida da borda superior do vaso até o piso. • Válvula de descarga de alavanca, com altura máxima de 1,00m do piso. Deve ser acionada com leve pressão. • Barras horizontais: fixadas a 0,76m do piso, comprimento mínimo de 0,90m e distantes da face lateral da bacia no máximo 0,24m. • Barra lateral de apoio: deve avançar 0,50m em relação ao limite frontal da bacia. •

Área de transferência lateral, diagonal e frontal para usuários em cadeiras de rodas.


Área de transferência e aproximação BALCÕES E MESAS • Em ambientes comerciais, devem ter um trecho rebaixado com altura máxima de 80 cm na face superior e altura livre de 0,70m para o atendimento de pessoas em cadeiras de rodas. • No escritório, as mesas não devem possuir gaveta nem pés no meio da bancada. • Escrivaninhas em forma de “L” minimizam os deslocamentos. • Mesa: o mesmo parâmetro de altura estabelecido para os balcões. • Área de aproximação frontal com altura livre de 0,70m.


balcão ou mesa de atendimento: altura máxima de 0,80m e área de aproximação para usuários de cadeira de rodas


BANHEIRAS • Altura de 0,46m do piso. • Registros do tipo monocomando, acionados por alavanca e posicionados lateralmente à banheira: altura máxima de 0,30m da sua face externa superior. • Banco de auxílio à transferência nivelado com a sua cabeceira: profundidade de 0,45m, comprimento igual à extensão da cabeceira. • Barra horizontal fixada na parede lateral: 0,20m de distância da banheira e comprimento de 0,90m. • Barra vertical fixada na parede do fundo do banco: 0,20m de distância da banheira e comprimento de 0,90m. • Distância máxima entre barras de 0,70m. • Área de transferência lateral para a pessoa em cadeira de rodas.

banheiras e barra de apoio BARRAS DE APOIO • Seção circular mínima de 3,5cm e máxima de 4,5cm. • Distância da parede: mínima de 4,0cm. • Feitas com material resistente, com bordas arredondadas e fixadas nas paredes. BEBEDOUROS • Área de aproximação frontal para pessoas em cadeiras de rodas. • Dispositivos de acionamento do tipo alavanca. • Bacias, bicas e comandos: altura de 0,80m.


BOXE DO CHUVEIRO • Dimensões de 0,90m x 1,10m, para transferências externas. • Dimensões de 1,25m x 1,10m, para transferências internas. • Desnível máximo de 1,5cm. • Banco de auxílio à transferência nivelado com sua cabeceira: profundidade de 0,45m e altura de 0,46m. • Barra de apoio vertical fixada na parede de encosto do banco a 0,90m do piso. • Barra de apoio em “L” fixada na parede lateral do banco a 0,90m do piso. • Distância máxima entre barras de 0,70m. • Bancos com cantos arredondados e superfície antiderrapante impermeável, preferencialmente do tipo articulado para cima.

Área de transferência dentro do box do chuveiro

Área de transferência fora do box do chuveiro

BOXE PARA BACIA • Dimensão mínima: 1,50m x 1,70m (garantir área de giro), com bacia instalada na parede de menor dimensão. • Portas com abertura para o lado externo, com barra horizontal do lado interno da porta.


CIRCULAÇÃO EM RUAS, CALÇADAS E RAMPAS • Pequenas rampas que permitam a travessia de ruas • A inclinação não pode ultrapassar de 12,5%, sendo a inclinação ideal por volta de 6 a 7%, possibilitando à pessoa com deficiência maior autonomia e independência de deslocamentos. • O acesso deve desembocar direto na faixa de pedestres e estar em alinhamento com a rampa do outro lado da pista. • A largura mínima do aclive é de 1,20m. • Em passeios estreitos, a rampa deve cruzar toda a calçada e ter 1,50m de largura. • Bebedouros públicos com barras de apoio a sua volta. COMANDOS (interruptores, campainha, interfone, maçaneta). • Entre 40 cm e 1,20 de altura em relação ao chão. • Tomar cuidado, no entanto, para não terá acesso fácil para crianças.

alturas recomendadas para acionamentos • • • • • • • • •

Interruptor: de 0,80m a 1,00m. Campainha/alarme: de 0,60m a 1,20m. Tomada: de 0,40m a 1,15m. Comando de janela: de 0,40m a 1,15m. Maçaneta da porta; 1,00m. Comando de aquecedor: 1,00m. Registro: 1,00m. Interfone: 1,15m. Quadro de luz: 1,15m.


COMUNICAÇÃO SONORA • Cabinas de elevador, identificando o andar de parada. • Semáforos para pedestres. • Máquinas de atendimento automático. COMUNICAÇÃO TÁTIL • Informações em Braille. • Superfícies com textura diferenciada (piso podotátil). COMUNICAÇÃO VISUAL • Símbolo Internacional de Acesso – SIA: pictograma pintado de branco sobre fundo azul escuro. • O SIA deve ter dimensão e localização adequadas para nítida visualização. • Sinalização nas circulações, nos sanitários, nos estacionamentos e nos itens do mobiliário. CORES • Fortes e contrastantes para facilitar a identificação de objetos e móveis, principalmente para idosos e deficientes visuais parciais. CORRIMÃOS • Material rígido, firmemente fiado. • Acabamento recurvado nas extremidades. • Prolongamento mínimo de 0,30m no início e no término de escadas e rampas sem interferir na circulação. • Corrimãos simples (em escadas): altura de 0,92m do piso. • Corrimãos duplos (em rampas): alturas associadas de 0,70m e de 0,92m do piso. • Seção circular: mínima de 3,5cm e máxima de 4,5cm. • Espaço livre entre parede e corrimão: mínimo de 4,0cm. • Corrimãos laterais contínuos, sem interrupção nos patamares. • Instalação obrigatória nos dois lados de escadas e rampas. • Instalação central em escadas e rampas somente quando estas tiverem largura superior a 2,40m. • Os corrimãos centrais podem ser interrompidos quando instalados em patamares com comprimento superior a 1,40m; neste caso, deve haver espaçamento mínimo de 0,80m entre o término de um segmento de corrimão e o início do seguinte, que é para a passagem de uma pessoa. COZINHA • Não deve ter nada embaixo do fogão, para o encaixe da cadeira de roda. • O forno pode ser separado e instalado num local mais alto, entre 0,5 e 1 m. • Todos os outros elementos devem seguir esse mesmo padrão, inclusive o forno de microondas. ELEVADORES • Devem dar acesso a todos os pavimentos. • Piso com revestimento antiderrapante. • As caixas de elevadores devem possuir dimensões mínimas de 1,10m x 1,40m. • Para a cadeira conseguir girar totalmente, a medida mínima do lado da caixa de elevadores deverá ser de 1,50m.


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Espelho fixado na parede oposta à porta nos elevadores de dimensões mínimas. Botoeiras e comandos internos e externos sinalizados em Braille, sempre ao lado esquerdo do botão correspondente. Botoeiras localizadas entre 0,89m e 1,35m do piso. Registro visível e audível da chamada, sendo que o sinal audível deve ser dado a cada operação individual do botão. Sinal sonoro diferenciado para subida (uma nota) e descida (duas notas). Comunicação auditiva para identificar o andar em que o elevador se encontra parado. Identificação do andar fixada em ambos os lados do batente do elevador à altura entre 0,90m e 1,10m e visível tanto do interior da cabina como de fora. Simbolização com o Símbolo Internacional de Acesso – SIA. Portas corrediças facilitam a entrada.

ENTRADAS E SAÍDAS • Superfície regular, firme, contínua, estável e antiderrapante sob quaisquer condições climáticas. • Passagens livres de obstáculos e largura mínima de 1,20m. • Superfície com inclinação transversal de no máximo 2%. • Escadas e rampas ou escadas e equipamentos eletromecânicos para vencer desníveis superiores a 1,5cm. Em ambos os casos, não é necessário a localização contígua. • Piso tátil para indicação de obstáculos ou mudança de plano da superfície. • Símbolo Internacional de Acesso – SIA


ESCADAS e DEGRAUS • Espelho do degrau entre 0,16m e 0,18m (medidas constantes). • Piso do degrau deve ter largura mínima de 0,90m por 0,28m a 0,32m (medidas constantes) de profundidade. • O piso e o espelho devem ser calculados pela fórmula P+2E=0,64m (passo normal). • Não devem ser construídas escadas com espelhos vazados. • São considerados perigosos degraus com menos de 0,10m de espelho. • Largura livre da escada: 1,20m. • Inclinação máxima: 2%. • Patamar de 1,20m de comprimento no sentido do movimento, a cada 3,20m de altura ou quando houver mudança de direção. • Piso tátil (textura diferenciada) antes do início e após o término de cada segmento de escada: largura mínima de 0,28m. • O primeiro e o último degrau de cada lance de escada devem estar a uma distância mínima de 0,30m da área de circulação. • Nenhuma porta deve abrir diretamente para o topo da escada ou girar de forma a obstruir o primeiro ou o último degrau. • As escadas não devem ser revestidas de tapetes. • Cada lance de escada não deve exceder 16 degraus, ultrapassando este número, leve ser previsto um patamar, com largura ideal a do degrau e seu comprimento ou profundidade deve ser igual a P + N (0,64m). • As escadas devem ter corrimão e guarda-corpo. • Quando a escada estiver situada junto a uma parede ou engastada nesta, deve ser afixado um corrimão. • As escadas rolantes impossibilitam o uso de pessoas em cadeiras de rodas sem acompanhantes, e não são considerados equipamentos ideais. ESTACIONAMENTOS • Localização próxima ao acesso principal de edifícios e caminho livre de obstáculos. • Piso regular (nivelado, firme e estável). • Ao lado da vaga, faixa sinalizada de 1,20m de largura (para sair do veículo sem dificuldade), pintada de amarelo com listas na diagonal e complementada por rebaixamento de guia nos passeios. • Símbolo Internacional de Acesso – SIA pintado no solo. • Vaga demarcada com linha contínua branca. Espessura de 0,20m sobre o pavimento. • Sinalização vertical: placas de 0,50m de largura por 0,70m de altura. • Dimensões das vagas fixadas no Código de Obras: 2,30m x 5,50m. • Faixa de circulação deve conduzir até o local para o qual se destina o estacionamento. • NBR 9050 determina quantidade de vagas para estacionamentos internos de prédios comerciais, mas para edifícios residenciais, o número de vagas é livre, de acordo com os condôminos.


Número de vagas reservadas para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida em relação ao total de vagas existentes Número total devagas Até 10 De 11 a 100 Mais de 100

Vagas reservadas 1 1%

Fonte: ABNT NBR 9050

ILUMINAÇÃO • Deve ser reforçada em 50%. JANELAS • Altura média de visibilidade: cerca de 1,15m. • Trincos ou maçanetas do tipo alavanca. LAVATÓRIOS • Suspenso e sem coluna ou gabinete. • Altura da face superior: 0,80m do piso (altura livre de 0,70m). • Sifão e tubulação protegidos e distantes 0,25m da face frontal do lavatório.


Torneiras do tipo monocomando, com alavanca, célula fotoelétrica ou similar, instaladas a 0,50m da face frontal do lavatório.monocomando Torneira

área de aproximação frontal do lavatório


LOCAIS DE REUNIÃO Em locais que receberão platéia, como arquibancadas, auditórios, teatros, cinemas e outros estabelecimentos similares, a quantidade de assentos e espaços reservados a obesos, cadeiras de rodas e pessoas portadoras de deficiência ambulatória parcial geralmente segue a lei (ver tabela), mas são colocados lado a lado. Desse modo, “os portadores de deficiências ou os obesos obrigatoriamente serão amigos e estarão indo juntos para ver o espetáculo. Além do mais, os locais não possuem assentos comuns para os acompanhantes”. É importante, portanto, na elaboração do projeto, dar a devida importância para esses aspectos. •

• • •

Para cadeira de roda, devem existir buracos na platéia com uma barra de 1,05m de altura para a pessoa segurar. Embaixo, outra barra, a 6cm do chão, para travar as rodas. As vagas devem ter 90cm de largura, comprimento de 1,20m e 1,50m de distância para a fileira de trás, para permitir a circulação. Pessoas com muletas podem usar assentos comuns, contanto que haja 60cm de distância entre o banco e a fileira da frente. Em arquibancadas, o degrau para pessoas em cadeiras de rodas deve ter 2,40m de extensão. O degrau de trás deve ter duas vezes o tamanho padrão do estádio ou ginásio. Em geral, o espaço reservado se localiza no último degrau do setor. Quantidade de assentos em locais públicos Capacidade Espaço para Assentos para cadeira de rodas usuários de muletas, andador ou bengalas 2% da capacidade Até 500 lugares total 10 lugares, mais Mesmos De 500 a 1000 1% para o que parâmetros lugares exceder 500 seguidos para pessoas cadeiras de rodas 15 lugares, mais 1 Mais de 1000 lugar a cada 1000 lugares pessoas

Assentos para pessoas obesas

Mínimo de 1% da capacidade total

Fonte: ABNT NBR 9050

Espaço ocupado por pessoas com dificuldades de locomoção Tipo de auxílio utilizado Espaço ocupado por uma pessoa* Bengala 0,75m (F) Duas bengalas 0,90m (F) Bengala em deficiente visual 1,50m (L) Deficiente visual com cão-guia 0,80m (F) Muletas 0,95m (F) e 1,20m (L) Andador rígido 0,80m (F) Andador com rodas 0,85m (F) Apoio de tripé 0,90m (F) Cadeira de roda Entre 0,65m e 0,70m (F) e 1,10m (L) *F = vista frontal; L = vista lateral Fonte: ABNT NBR 9050


MÁQUINAS DE ATENDIMENTO AUTOMÁTICO • Área de aproximação frontal para pessoas em cadeiras de rodas. • Instruções sonora e escrita para transmissão das mensagens, possibilitando o uso do equipamento por pessoas portadoras de deficiência visual e auditiva. • No mínimo 5% das máquinas adaptadas. MICTÓRIOS • Altura a 0,46m do piso. • Possuir barras de apoio fixadas na vertical: altura de 0,70m do piso e comprimento de 0,80m. • Distância entre barras: 0,80m. • Válvula de descarga de alavanca com altura máxima de 1,00m do piso e acionamento por leve pressão.

exemplo de mictório e comando de descarga acionado por leve toque PATAMARES • Largura mínima: 1,20m (recomendável: 1,50m). • Comprimento mínimo: 1,20m na direção do movimento. • Inclinação transversal máxima: 2% para rampas externas. • Guias de balizamento: altura mínima de 5cm. PISCINAS • Todas as bordas e equipamentos devem ser arredondados. • 5% do perímetro deve garantir acesso, preferencialmente na parte rasa. • Banco de transferência: altura de 0,46m do piso e largura de 0,45m. • Barra de apoio sobre o banco: a cada 1,00m. • Avançar o banco 0,20m para fora da piscina (espaço para aproximação frontal). • Degraus submersos: piso de 0,46m, largura de 0,45m e espelho de 0,20m.


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Corrimãos duplos nos dois lados do degrau: altura de 0,45m e 0,90m, estendendose 0,30m no início e final da escada. Superfícies antiderrapantes ao redor da piscina.

PISO • Superfície regular, firme, contínua, antiderrapante (sob quaisquer condições climáticas) e livre de barreiras ou obstáculos. • Chãos duros cansam usuários de muletas. • Evitar desníveis de um ambiente para o outro, podendo ser resolvidos com uma rampa improvisada de madeira. • Pisos pastilhados alertam deficientes visuais de perigo adiante. • Evitar elementos soltos, como tapetes. • Juntas de dilatação e grelhas: embutidas no piso transversalmente à direção do movimento, com vãos máximos de 1,5cm entre as grelhas e preferencialmente instaladas fora do fluxo principal de circulação. • Capachos: embutidos no piso, não ultrapassando 1,5cm de altura. • Carpetes ou forrações: bem fixados para evitar dobras ou saliências. PLATAFORMAS MÓVEIS • Alarmes sonoro e luminoso para indicar o movimento. • Desníveis e vãos máximos de 1,5cm. • Projeção do percurso sinalizada no piso. • Barras de proteção e guarda-corpo. Barras de proteção acionáveis manualmente pelo usuário. • Símbolo Internacional de Acesso – SIA visível em todos os pavimentos. • Plataforma não pode obstruir a escada. Opção: plataforma basculante. • Sistema de freio acionável mesmo com queda de energia. • Sistema de solicitação de socorro deve parar a plataforma imediatamente (botão de emergência) e ter alimentação de energia independente. • Portas ou barras não podem ser abertas se o desnível entre a plataforma e o piso for superior a 7,5cm*. • Plataforma com anteparos do tipo “guardarodas” com altura mínima de 10cm em todas as laterais, mantendo-se na posição elevada se houver queda de energia*. • Proteção contra choques elétricos, peças soltas e vãos que possam ocasionar ferimentos*. • Velocidade menor que 0,15m/s*. • Dispositivo de controle automático caso a velocidade exceda 0,3m/s*. • Possibilidade de retirar o usuário em caso de queda de energia*. • Sinalização de socorro (sonora e visual) posicionada em local visível para funcionário treinado atender ao chamado*. *itens recomendados, baseados na ISO/TC 178/WG3 européia.


plataforma basculante plano inclinado

plataforma - plano inclinado


plataforma - plano vertical, embutida no piso

plataforma - plano vertical


PORTAS • Mínimo de 80 cm de largura. • Leves. Não devem exigir esforço para puxar ou empurrar. • Revestimento resistente a impactos na extremidade inferior: altura mínima de 0,40m do piso. • Maçanetas devem abrir para fora. • Barras de apoio ao lado da maçaneta. • Maçaneta com formato de alavanca ou alça (evitar pegadores redondos), a uma altura de 1,00m a partir do piso. • Portas do tipo vaivém: visor com largura mínima de 0,20m; visor com altura entre 0,40m e 0,90m (face inferior) e 1,50m (face superior). • Espaço adicional de no mínimo 0,60m para a abertura da porta. • Portas giratórias ou catracas: deve haver acesso opcional. • Portas em locais de práticas esportivas: vão mínimo de 1,00m. • Portas de sanitários: barra horizontal na face interna.

maçaneta em alavanca da Dorma


área de aproximação para abertura de porta

POSICIONAMENTO DE MOBILIÁRIO • Deve permitir a manobra fácil de cadeira de rodas, sendo a medida mínima um círculo imaginário de 1,5m de diâmetro. • Criados-mudos devem estar presos ao chão, já que podem ser utilizados como apoio. • Em móveis com compartimentos, como armários e cômodas, as portas devem abrir em 180°. • Gavetas não podem estar baixas e devem possuir trilhos para saírem inteiras do gaveteiro.


manobra fácil da cadeira de rodas: medida mínima é um círculo imaginário de 1,5m de diâmetro RAMPAS • Para passagem de um pavimento para outro nas edificações é recomendada a construção de rampa. • Largura mínima recomendada de 1,50m, sendo admissível a largura mínima de 1,20m. • Quando as rampas mudarem de direção, deve haver patamares intermediários. • Patamares no início e final de cada segmento de rampa: 1,20m de comprimento, no sentido do movimento. • Piso tátil para sinalização: largura mínima de 0,28m, localizado antes do início e após o término de cada segmento da rampa. • Inclinação transversal de no máximo 2%. • Inclinação longitudinal de acordo com a fórmula abaixo: i= hx100/c c = comprimento da rampa h = altura a vencer (metros) i = percentual de inclinação (%) • • •

Rampas em curva: inclinação máxima de 8,33% e raio interno de 3,00m no mínimo. Para proteção de rampas, deve ser colocado um guarda-corpo de 80cm de altura, corrimão e piso não escorregadio. No caso de edifícios já existentes, uma opção menos espaçosa é a instalação de plataformas individuais. O trilho da cremalheira é colocado em uma parede lateral da escada e a própria pessoa pode operar o equipamento.


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Quando colocados nos acessos, capachos devem ser embutidos em rebaixo do piso, de modo a ficarem nivelados com este, não devendo ocupar toda a largura do acesso, deixando livre uma faixa mínima de 0,70m de largura. Guia de balizamento: altura mínima de 5cm. Não é permitida a abertura de porta sobre a rampa, em caso de necessidade deve existir vestíbulo com largura mínima de 1,50m e comprimento de 1,20m mais a largura da folha da porta.

Modulação de rampas Inclinação Desníveis máximos Números máximos admissível de cada de cada segmento de segmento segmento (i) (h) 5% 1,5m 1m 14 6,25% 1,2m 12 8,33% 0,9m 10 0,274m 8 10% 0,5m 6 0,75m 4 12,50% 0,183% 1

Comprimentos máximos de cada segmento (c) 30m 16m 19,2m 10,8m 2,74m 5m 7,5m 1,46m

Fonte: ABNT NBR 9050

SANITÁRIOS • Localização próxima à circulação principal. • Portas com abertura externa nos boxes de sanitários e vestiários. • Área de transferência: espaço mínimo de transposição, necessário para a utilização da peça. Dimensão de 0,80m x 1,10m. • Área de aproximação: espaço mínimo de alcance, necessário para a utilização da peça. Dimensão de 0,80m x 1,10m. • Área de giro: espaço mínimo necessário para a rotação completa da cadeira de rodas (360º). Diâmetro de 1,50m. • Símbolo Internacional de Acesso – SIA. • Acessórios (saboneteira, cabideiro, papeleira etc.) ao alcance das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.



SINALIZAÇÃO • Os sinais sonoros não podem se confundir com o ruído dos carros e das buzinas. • Placas devem estar acima de 2m ou abaixo de 1m de altura, para que o deficiente visual não bata a cabeça. • Pisos texturados. • Pastilhas salientes sinalizam perigo para o cego, e em geral, esse piso é colocado à beira de trilhos, fossas e até diante de rampas. TELEFONES • No mínimo 5% do total de aparelhos adaptados. • Área de aproximação frontal para pessoas em cadeiras de rodas. • Comandos: altura mínima de 1,20m. • Símbolo Internacional de Acesso – SIA.

pelo menos 5% dos aparelhos telefônicos devem estar adaptados às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida


VEGETAÇÃO • Evitar plantas venenosas ou com espinhos em áreas de circulação. • Evitar plantas cujas raízes possam danificar o pavimento da calçada ou prejudicar os elementos de drenagem. • Dar preferência a árvores com ramos de altura superior a 2,10m.

VESTIÁRIOS • Banco provido de encosto, que pode ser instalado na parede. • Área de giro para pessoas em cadeiras de rodas: 1,50m. • Cabides próximos aos bancos. • Armários com área de aproximação frontal. Altura: entre 0,30m e 1,20m do piso. • Barras de apoio e espelhos conforme norma técnica. • Espaço entre bancos quando houver corredor de passagem: mínimo de 1,50m. • Cabines com dimensões mínimas de 1,85m x 1,70m, providas de banco basculante, barras de apoio, espelho e cabideiro.



BIBLIOGRAFIA • Revista Téchne 47, Julho/Agosto 2000, Editora PINI • Guia de Acessibilidade em Edificações, Publicação da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA) da Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura do Município de São Paulo (SEHAB) • www.liba.hpg.ig.com.br/liberal14.html • www.deca.com.br • Apostila de Adequação das Edificações e do Mobiliário Urbano à Pessoa eficiente – NBR 9050 Setembro,1985 SERVIÇO ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) www.abnt.org.br Cedipod (Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência) www.mbonline.com.br/cedipod CVI (Centro de Vida Independente) www.alternex.com.br/~cvirj (sede RJ)


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