Caderno TFG Arquitetura Habitação 60+ Complexo Residencial Macrobia

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HABITAÇÃO 60+ COMPLEXO RESIDENCIAL MACROBIA: UM LUGAR PARA VIVENCIAR O AMADURECER DA VIDA


CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Luciane S. Panisson

HABITAÇÃO 60+ COMPLEXO RESIDENCIAL MACROBIA: UM LUGAR PARA VIVENCIAR O AMADURECER DA VIDA

Salto/SP 2020


LUCIANE S. PANISSON

HABITAÇÃO 60+ COMPLEXO RESIDENCIAL MACROBIA: UM LUGAR PARA VIVENCIAR O AMADURECER DA VIDA

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio para otenção do Titulo de Arquiteto e Urbanista Orientadoras Prof. Dra. Sandra Martins e Noemi Yolan Nagy Fritisch

Salto/SP 2020


Dedicatória

Dedico este trabalho à pessoa que me faz acreditar que sonhar é possível...


Agradecimentos

Agradeço aos meus colegas de trabalho e professores, que me auxiliaram a conhecer um mundo novo chamado arquitetura... à minha família e amigos que conviveram comigo ou se privaram da minha presença enquanto eu estava à caminho deste mundo novo!


“Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem?” Confúcio


Resumo

O aumento da longevidade no país e as mudanças de paradigma nos conceitos de velhice nos tempos atuais, tem despertado interesse para a economia cinza. Com pessoas vivendo mais, aumentam também suas necessidades principalmente com relação à moraria. Desta forma, a partir de pesquisa bibliográfica, estudos de caso, visitas técnicas e elaboração de projeto arquitetônico, este estudo propõe a criação de um complexo residencial para o público maduro, tendo como ponto central, a criação de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos que pode dar suporte aos serviços dos moradores do complexo, para que idosos com diferentes graus de dependência possam cohabitar em um mesmo espaço, tendo qualidade de vida, sentindo-se seguros e principalmente ativos para experenciar esta fase de vida.

Palavras chave: idosos, maduros, economiza cinza, complexo residencial, público 60+, ILPI.


Lista de Figuras Capítulo 1

Lista de Figuras Capítulo 3

Figura 1/1: Man Portrait Adaptado de Rene Asmussen...................17

Figura 3/1: Homem maduro artista Adaptado de Andrea Piacquadio...41

Lista de Figuras Capítulo 2

Figura 3/2: Moradia do Público Maduro com ............... relação ao número de habitantes na casa.......................................................................................45

Figura 2/1: Mulher sobre Mesa Adaptado de Retha Ferguson........21 Figura 2/2: Representação esquemática de um modelo sobre qualidade de vida ao longo do curso de vida humana............................29

Figura3/3:Tipo de residência público maduro ........................ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 5 Figura 3/4:Residências da Agerip: Chalé, suítes e apartamentos........46 Figura 3/6: Representação 4.2 - Pessoas em Cadeira de rodas..........52

Figura 2/3: Determinantes do Envelhecimento Ativo ......................29

Figura 3/5: Representação 4.1 - Pessoas em pé - NBR 9050..............52

Figura 2/3: Percentual da População com 65 anos ou mais em 1990, 2019 e 2050 de acordo com a projeção de variante média....................................................................................................32

Figura 3/7:Gráfico de Temperaturas e zonas de conforto região de Sorocaba 2016..........................................................................................55

Figura 2/5: Projeção da Pirâmide Etária do Estado de São Paulo para 2020 e 2060.............................................................................34 Figura 2/6: Índice de Envelhecimento da População no Município de Itu, RG - Região de governo de Sorocaba, RA - Região administrativa de Sorocaba - SP........................................................................34 Figura 2/7: Infográfico com as informações principais do município de Itu - SP: População, IDH, Densidade Demográfica, PIB per capta e Média Salarial...............................................................................35 Figura 2/9: Produtos e Serviços consumidos pelo público Maduro36 Figura 2/8: Produtos e Serviços que o públilco Maduro tem mais necessidade de consumir e não encontra.......................................36

Figura 3/8: Gráfico com temperaturas na cidade de Itu de acordo com os dias do mês e meses do ano...........................................................55 Figura 3/9: Exemplos de harmonias cromáticas que podem ser adotadas nos ambientes................................................................................57 Figura 3/11: Alcance frontal com deslocamento do tronco....................58 Figura 3/10: Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento.................................................................................... 58


Lista de Figuras do Capítulo 4 Figura 4/1: Complexo Social de Alcabideche.............................. 63 Figura 4/3: Santa Rita Geriatric Center.......................................64 Figura 4/4: Senior Activity Center of Guangxi............................. 64 Figura 4/2: Complexo Social de Alcabideche............................. 64 Figura 4/5: Iluminação Noturna de pasarelas............................. 65 pelo

telhado................................................................................65

Figura 4/6: Colagem com imagens dos edifícios em diferentes ângulos e ambientes...................................................................66 Figura 4/7: Infográfico com a localização do projeto...................67 Figura 4/8: Localização do Complexo Social de Alcabideche.....67 Figura 4/9: Implantação do Complexo Social de Alcabideche e Identicicação dos acessos...........................................................67

Figura 4/15: Detalhes dos materiais do edifício central...............69 Figura 4/17: Detalhes das entradas de ar e escoamento de água..69 Figura 4/18: Detalhe do número da casa esculpido na parede...69 Figura 4/20: Detalhes da Habitação Única..................................70 Figura 4/19: Malha Estrutural: paredes moldadas em concreto..70 Figura 4/21: Plantas e Elevações do Projeto.............................. 70 Figura 4/22: Setorização dos Pavimentos...................................71 Figura 4/23: Malha Estrutural dos Pavimentos............................71 Figura 4/24: Fluxos e Circulação dos edifícios do Complexo Social de Alcabideche......................................................................72 Figura 4/25: plantas e cortes do projeto......................................72 Figura 4/26: Características da cobertura...................................73 Figura 4/25: Aquecimento e resfriamento do edifício..................73 Figura 4/27: Espelhos d’água nos espaços................................ 73

Figura 4/8: Articulação dos Espaços com espelhos d’água e ruas de pedestres................................................................................68

Figura 4/28: Iluminação dos telhados à noite e detalhe de luz de emergência..................................................................................73

Figura 4/7: Volumetria dos Edifícios em Alcabideche..................68

Figura 4/29: Entradas de ar da cobertura e dutos de saída de ar quente ........................................................................................73

Figura 4/11: Contrastes entre quadrado e retângulo...................68 Figura 4/12: Contrastes entre quadrado e retângulo...................68 Figura 4/9: Implantação com princípio compositivo....................68

Figura 4/30: Detalhes Fachada do Centro Sociosanitário de Santa Rita em Minorca..........................................................................74

Figura 4/10: ênfase na volumetria...............................................68

Figura 4/31: Colagem com detalhes do projeto executivo e imagens do Centro Sociosanitário de Santa Rita de Minorca...........75

Figura 4/13: Contrastes entre quadrado e retângulo .................. 68

Figura 4/33: Detalhes do edifício.................................................76

Figura 4/16: Mobiliário externo em concreto liso.........................69

Figura 4/32: Localização do Centro Sociosanitário de Santa Rita de Minorca...................................................................................76

Figura 4/14: Detalhe cobertura com luz de emergência acionada..69


Figura 4/33: Detalhes do edifício.................................................76

Figura 4/51: Detalhes dos espaços comuns e terapêuticos............82

Figura 4/32: Localização do Centro Sociosanitário de Santa Rita de Minorca...................................................................................76

Figura 4/52: Setorização Principal do Edifício.................................82

Figura 4/35: Implantação e acessos do Centro Sociosanitário de Santa Rita de Minorca.................................................................76 Figura 4/34: Infográfico com a localização do projeto.................76 Figura 4/38: Diferentes proporções de divisões..........................77 Figura 4/39: Contrastes entre quadrado e retângulo .................. 77 Figura 4/36: Implantação com princípio compositivo .................. 77 Figura 4/37: Ritmo dos detalhes das aberturas...........................77

Figura 4/53: Malha estrutural...........................................................83 Figura 4/54: Perspectiva explodida da estrutura do edifício............83 Figura 4/56: Localização de placas indicativas com cotas..............84 Figura 4/55: Jardins internos e externos..........................................84 Figura 4/57: pontos de comunicação do caminho poético...............84 Figura 4/58: pontos de comunicação do caminho poético...............84 Figura 4/59: Placas de sinalização do jardim..................................84

Figura 4/40: Vita aérea com ênfase para jardins.........................77

Figura 4/60: Fachada principal do Senior Activity Center of Guangxy....................................................................................................85

Figura 4/41: Volumetria dos Edifícios em Santa Rita de Menorca....................................................................................................77

Figura 4/61: Entorno do Senior Activity Center of Guangxy.............85

Figura 4/42: Articulação dos espaços com jardins internos e divisões translúcidas........................................................................77 Figura 4/44: Grandes panos de vido abertos para o exterior e detalhe teto pintado.....................................................................78

Figura 4/62: Colagem com os datalhes das fachadas do edifício ressaltando o contraste entre as linhas retas e curvadas.....................86 Figura 4/63: Infográfico com a localização do projeto......................87 Figura 4/64: Implantação do Senior Activity Center Of Guangxy.....87

Figura 4/43: Divisão de espaços com cortinas............................78

Figura 4/65: Localização do Senior Activity Center Of Guangxy.....87

Figura 4/45: Mobiliário externo em concreto liso.........................78

Figura 4/66: Localização do Senior Activity Center Of Guangxy......87

Figura 4/46: Detalhes de pilares e laje........................................78

Figura 4/68: Articulação dos Espaços com caminhos e passarelas em rampas.......................................................................................88

Figura 4/47: Detalhe da estrutura da cobertura metálica............78 Figura 4/48: Plantas Habitação Tipo A, AD, ADP e C.................79

Figura 4/67: Volumetria do edifício em Guangxi..............................88

Figura 4/49: Detalhe da malha estrutural de formato radial........79

Figura 4/69: Detalhe do forro do edifício que passa a impressão de ondas...............................................................................................88

Figura 4/50: Conjunto de Plantas setorizadas e Detalhadas. dos Espaços em Comum...................................................................80

Figura 4/70: Implantação com o princípio compositivo...................88


Figura 4/71: constrastes no desenho da fachada..................................88 Figura 4/72: representação do desenho da topografia na fachada como partido arquitetônico..............................................88

Figura 4/84: Seção A-A com visualização da circulação vertical do edifício............................................................................................94 Figura 4/85: Solar Ville Garaud...........................................................95

Figura 4/76: Detalhe das hortas e jardins cultivados pelos moradores e usuários....................................................................................89

Figura 4/86: Vivenda Quinta das Flores...................................95

Figura 4/73: Detalhe do revestimento da fachada com brises de bambu e ACM...........................................................................................89

Figura 4/88: Fachada do Solar Ville Garaude em Alphaville...............96

Figura 4/74: Detalhe dos vidros da fachada que dão luz ao saguão de entrada.........................................................................................89

Figura 4/90: Entradas do edifício Solar Ville Garaude.......................97

Figura 4/87: Bálsamo Gileade............................................................95 Figura 4/89: Cadeira Elevatória para Acessar Último Pavimento.......96

Figura 4/75: Detalhe dos vidros da fachada que dão luz ao saguão de entrada...........................................................................................89

Figura 4/91: Vistas do grande salão central....................................97

Figura 4/77: Maquete do edifício com representação das linhas da topografia que inspiraram a fachada............................................................................... 89

Figura 4/93: Espaços Pavimento Térreo..............................................98

Figura 4/78: Sistema construtivo com pilares e vigas em concreto observado no interior do edifício.......................................................89 Figura 4/79: Conjunto de Plantas setorizadas e detalhadas dos pavimentos -1 e 1................................................................................90

Figura 4/92: Principais materiais: madeira, lajotas rústicas, pedras......97

Figura 4/94: Academia de ginástica e piscina.................................98 Figura 4/94: Academia de ginástica e piscina.................................98 Figura 4/95: Central de Enfermagem e medicamentos.........................98 Figura 4/96: Dispositivo de chamada de emergência............................99 Figura 4/97: Sala de TV privativa e hall.................................................99

Figura 4/80: Conjunto de Plantas setorizadas e detalhadas dos pavimentos 2 e 3..................................................................................91

Figura 4/98: Sala de Jogos..............................................................99

Figura 4/81: Conjunto de Plantas setorizadas e detalhadas dos pavimentos 4 e 5...................................................................................92

Figura 4/100: Elevador Panorâmico.................................................99

Figura 4/99: Detalhes da suíte...........................................................99

Figura 4/82: Conjunto de Plantas setorizadas e detalhadas dos pavimentos 6 e 7.................................................................................93

Figura 4/101: Detalhe salão principal que serve para alimentação e lazer.............................................................................................99

Figura 4/84: Detalhes dos Pilares no lado externo em formato circular....94

Figura 4/101: Detalhe do buffet dos hóspedes.....................................99

Figura 4/83: Malha estrutural do edifício..........................................94

Figura 4/102: Fluxograma do Solar Ville Garaude..............................100 Figura 4/103: Implantação e caminhos externos na Vivenda Quinta das Flores...............................................................................101


Figura 4/104: O contato com a natureza é um dos principais atrativos do local......................................................... 102

Figura 4/127: Banheiro adaptado com detalhe para ausência de degraus e barras de apoio..............................................................108

Figura 4/105: Átrio central na entrada do salão...................................102

Figura 4/128: Farmácias do piso superior: lateral e central..................108

Figura 4/106: Decoração dos quartos com móveis próprios dos moradores............................................................................102

Figura 4/129: Terraço piso superior, armários e corredores com vista para pátio central.......................................................................108

Figura 4/107: Detalhe do espaço de refeições...................................102

Figura 4/130: Detalhes do corrimão e fechamento das escadas.......108

Figura 4/108: Detalhe do terraço de eventos................................102

Figura 4/131: Fluxograma da Bálsamo Gileade.........................109

Figura 4/109: Fluxograma da Vivenda Quinta das Flores.....................103

Figura 5/8: Estações de Captação de água CIS em Itu.................115

Figura 4/110: Fachada da ILPI Bálsamo Gileade em Cascavel - PR......104

Figura 5/14: Horas com incidência de Luz Solar em Itu................119

Figura 4/111: Detalhes dos acessos da Bálsamo Gileade...................104 Figura 4/112: Setorização do edifício..............................................104 Figura 4/113: Quarto especial com maca e detalhe porta do banheiro...105

Lista

Figura 4/114: Farmácia piso térreo..................................................105

Figura 5/1: Casal em Viagem adaptado de Rawpixel.....................111

Figura 4/115: Entradas da área de serviço: posterior, central e frontal....105

Figura 5/2: Foto antiga de Itu sem data.........................................112

Figura 4/116: Detalhe de sanitário adaptado na sala de expurgo..........105

Figura 5/3: Mapa antigo de Itu com as primeiras ruas...................112

Figura 4/116: Detalhe do Lactário......................................................105

Figura 5/4: Praça Matriz de Itu atualmente....................................113

Figura 4/118: Detalhe do corrimão nos corredores..............................106

Figura 5/6: Mapa de Itu e principais rodovias de acesso...............114

Figura 4/119: Detalhe do pátio coberto frontal............................106

Figura 5/5: Infográfico com a localização do projeto .....................114

Figura 4/117: Detalhe da acessibilidade na proteção de portas............106

Figura 5/7: Processo de tratamento de água em Itu - SP...............115

Figura 4/120: Detalhe corredor e consultório.................................106

Figura 5/8: Sistema Elétrico do Estado de São Paulo...................116

Figura 4/121: Refeitório e acesso ao pátio....................................107

Figura 5/9: Sistema Elétrico do Estado de São Paulo....................116

Figura 4/122: Edifício visto pelo pátio interno................................107

Figura5/10: Localização dos pontos de captação de água subterrânea em Itu e sua proximidade com o terreno de estudo................117

Figura 4/122: Acesso do Portão posterior e horta suspensa ........ 107 Figura 4/124: Detalhes de escoamento de água pluvial.......................107 Figura 4/125: Sala de fisioterapia no pavimento térreo........................107 Figura 4/126: Detalhe da lixeira próxima à entrada posterior com divisões para lixo hospitalar..............................................................107

de

Figuras

Capítulo

5

Figura 5/11: Temperaturas mínimas e máximas e pluviosidade em Itu - SP............................................................................................118 Figura 5/12: Gráfico da Rosa dos Ventos em Itu que mostra quantas horas por ano o vento sopra na direção indicada..........................119


Figura 5/13: Gráfico com a quantidade de dias e velocidade dos ventos menssal....................................................................................119 Figura 5/15: Mapa com a hierarquia viária da cidade de Itu nas proximidades do terreno de estudo........................................................120

Figura 5/29: Acessos e ângulos de visão do terreno de estudo....140 Figura 5/30: Maciços Vegetais do Terreno de Estudo..........................141 Figura 5/31: Áreas possíveis de alagamento dentro do terreno de estudo ....................................................................142

Figura 5/16: Mapa de mobilidade das linhas de transporte público intermunicipal próximas ao local de estudo...................................122 Figura 5/17: Raio de distância percorrida a pé ou de bicicleta em até 10 minutos......................................................................................122

Lista

Figura 5/18: Mapa de Mobilidade na cidade de Itu entre o local de estudo e principais pontos turísticos e de cultura..........................124

Figura 6/1: Deborah Tripplet by Ari Seth Cohen.............................149

Figura 5/19: Mapa com localização dos Equipamentos Públicos de Saúde em Itu - SP..........................................................................126 Figura 5/20: Mapa com Equipamentos de Saúde Regionais........128 Figura 5/21: Mapa com as ILPIs em Itu - SP.................................129 Figura 5/22 Mapa de Uso e Ocupação do Solo da Região próxima ao terreno de estudo......................................................................130 Figura 5/23: Mapa simplificado com zonemaento de Itu e bairros próximos ao terreno de estudo......................................................132 Figura 5/24: Infográfico com características e dimensionamento das edificações na ZPR 2 - Itu..............................................................135 Figura 5/25: Localização do Terreno de Estudo............................136 Figura 5/26: Detalhes da Fazenda São Camilo IV à venda pela empresa Realibrás..............................................................................137 Figura 5/27: Edificações existentes no local até 2015...................138 Figura 5/28: Projeção Solar e Ventos Predominantes no Terreno de Estudo............................................................................................139

de

Figuras

Capítulo

6

Figura 6/2: Moodboard de Público Alvo do Projeto........................151 Figura 6/3: Estilização do Programa de Necessidades..................152 Figura 6/4: Moodboard de Conceito do Projeto.............................156 Figura 6/5: Ilustração da Projeção Solar e Ventos Predominantes..................................................................................................158 Figura 6/6: Representação da incidência de luz, chuva e conforto térmico do edifício..........................................................................159 Figura 6/7: Inforgráfico de Setorização do Projeto.........................160 Figura 6/8: Inforgráfico de Circulação do Projeto...........................161 Figura 6/9: Inforgráfico de Fluxograma do Projeto.........................162 Figura 6/10: Processo de Criação do Projeto................................163


Lista de Figuras Capítulo 7 Figura 7/1: Adaptado de Mulher na cama by Anna Shvets..........165

Lista de Figuras Capítulo 8 Figura 8/1: Homem com Jaqueta Preta e Headphones Adaptado de Andrea Piacquadrio.................................................................173

Lista de Figuras Capítulo 9 Figura 9/1: Lana and Eugene by Ari Seth Cohen........................177


SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...................................................................19

2.IDOSO, VELHO, TERCEIRA IDADE... ELES AGORA ESTÃO MADUROS E OUSADOS........................................................25

15 5.1 Localização do Projeto........................................................116 5. Condições Climáticas...........................................................122 5.3 Hierarquia Viária................................................................124 5.4 Equipamentos Públicos de Saúde em Itu.............................130

2.1 Uma Breve História Sobre o Envelhecer.............................26

5.4.1 Equipamentos Públicos de Saúde Regionais.....................132

2.2 Envelhecimento Ativo........................................................30

5.4.2 Instituições de Longa Permanência em Itu - SP.................133

2.3 Envelhecimento e População Madura no Brasil...................35

5.5 Uso e Ocupação do Solo....................................................134

2.4 Relações entre Consumo e Trabalho do Público Maduro......40

5.6 Zoneamento......................................................................136 5.6.1 Características e Dimensiona-mento dos lotes..................139

3. O HABITAR NA IDADE MADURA - PROJETANDO ESPAÇOS PARA UM PÚBLICO ESPECIAL..............................................45

5.7 Localização do Terreno de Estudo.......................................140

3.1 Os Condomínios Residenciais de Idosos e Co-Housings......48

6. REQUISITOS DO PROJETO................................................149

3.2 Habitação em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs)....................................................................................51

6.1 Público Alvo.......................................................................150

3.3 O Projeto de Habitação Para Público Maduro......................54 3.4 Design Amigável ao Idoso..................................................64

4. ESTUDOS DE CASO..........................................................67 4.1 Análises de Projetos..........................................................68 4.2 Visitas Técnicas................................................................99

5. ÁREA DE INTERVENÇÃO DO PROJETO..........................115

6.2 Programa de Necessidades do Edifício Central....................152 6.3 Conceito do Projeto...........................................................156 6.4 Partido Arquitetônico..........................................................157 6.5 Estratégias Bioclimáticas....................................................158 6.6 Setorização.......................................................................160 6.7 Diagrama de Circulação.....................................................161 6.8 Fluxograma.......................................................................162 6.9 Evolução de Formas e Processo de Criação do Projeto ........163


16 7. PROJETO ARQUITETÔNICO...............................................165

8. CONCLUSÃO......................................................................173

REFERÊNCIAS.......................................................................177


17

1. INTRODUÇÃO

Figura 1/1: Man Portrait Adaptado de Rene Asmussen Fonte: PEXELS (2020)


18

Em 1960, a expectativa de vida média do brasileiro era de 54 anos, e em 2018 a Agência de Notícias do IBGE (2018) divulgou novo estudo, mudando esta média para 76 anos de idade. De acordo com o mesmo órgão, até 2060, a população com mais de 60 anos atingirá 32,1% do total de habitantes do país, sendo que atualmente, ela representa 13,44%. Isso significa que até 2060, mais que um quarto da população terá mais de 65 anos, com expectativa de vida de 81 anos. Ao mesmo tempo em que a expectativa de vida sobe, os cuidados com a saúde física do idoso também se intensificam com o passar do tempo, no entanto, muitas famílias não possuem em suas casas a infraestrutura física e até mesmo psicológica para lidar com as mudanças causadas pelo envelhecimento. Isso tem se refletido atualmente na abertura de uma imensidade de instituições e empresas que exploram este segmento, desde serviços de healthcare, transporte exclusivo para idosos por aplicativos, até uma vastidão de modelos de casas de repouso, hotéis day care, spas e clínicas.

Mas à medida com que a expectativa de vida sobe, estes idosos possuem muito mais energia e disposição para aproveitar seu tempo, e os modelos tradicionais que atendem esta população na região de Itu, se mostram completamente defasados, reaproveitando edifícios antigos e desprovidos de infraestrutura adequada, fazendo reparos e reformas paliativas de acordo com as exigências da secretaria de saúde e vigilância sanitária. Identificando que uma das maiores dificuldades destes locais é a ausência ou ineficácia da separação entre seus públicos, o presente projeto parte do seguinte problema de pesquisa: Como criar um projeto residencial que mescle em um mesmo espaço as modalidades de internação, condomínio residencial e co-housing ao público sênior, sem no entanto misturá-los de forma a evitar o agravamento de suas patologias? Para isso, este estudo adota a seguinte hipótese: a criação de um complexo residencial que possua diferentes tipos de espaços permite que estes públicos convivam entre si, tendo espaços de lazer em comum mas residências de tipologias diferentes.

Como os objetivos deste estudo foram: compreender as diferentes nuances relacionadas ao mercado cinza quanto à sua habitação, identificando suas necessidades quanto às especificidades de moradia e ainda; projetar um espaço acolhedor que contemplasse a indicaçào de diferentes tipologias de residência e a criação de um edifício que concentre serviços especialilzados ao público, este estudo propõe a criação de um Projeto Urbano que contemple as diversas áreas de um complexo residencial - terrenos e espaços de lazer - bem como a criação de um edifício central que concentre os serviços de saúde que estarão à disposição de todos os moradores e servirá também como uma ILPI - Instituição de Longa Permanência para Idosos, para acolher aqueles moradores com graus de dependência. Assim, todos os públicos convivem em um mesmo espaço e desfrutam das mesmas comodidades e serviços embora estejam separados em diferentes tipologias de residências.


Repensar os processos de envelhecimento e como será a habitação da terceira idade pelos próximos anos, tem sido a preocupação de inúmeros pesquisadores, principalmente porque a expectativa de vida mundial tem aumentado consideravelmente. Desta forma, nos capítulos que se apresentam a seguir, apresenta-se um breve histórico sobre os conceitos de velhice e como os idosos foram tratados por diferentes sociedades. No capítulo 3 foi realizada uma investigação sobre diferentes tipos de moradias para idosos, bem como a identificação de suas necessidades quanto às edificações, com vistas a projetar um espaço mais adequado à sua idade e condições físicas. Em seguida, apresenta-se um estudo de projetos semelhantes espalhados pelo mundo, tendo sido realizadas análises de projetos e visitastécnicas a fim de conhecer melhor o mercado de cuidados com o público 60+ e identificar aspectos técnicos relacionados ao projoeto que não estão claros na bibliografia consultada.

Tais visitas foram de suma importância também para compreendermos melhor este público como um segmento de mercado em potencial, tendo em vista o envelhecimento da população e a pouca oferta de serviços especializados e de qualidade da cidade de Itu - SP. No capítulo 5 a área de estudo selecionada para a criação do projeto é apresentada detalhadamente em todos os aspectos que possam influenciar a sua criação: desde os aspectos legais de acordo com a legislação municipal, até mesmo com relação ao tipo de solo, localização e demais elementos que possam influenciar a criação do projeto no local escolhido No capítulo 6 apresentam-se as premissas utilizadas para a concepção do Complexo Residencial Macrobia e principalmente para o desenho do Edifício Macrobia - alvo destes estudo, incluindo aí o seu conceito, partido arquitetônico , formas e principalmente o processo de criação desenvolvido para chegar nos resultados obtidos que aqui se apresentam. No capítulo 7 estão dispostas as pranchas de apresentação do projeto

com as plantas, cortes, elevações, perspetivas 3D e todo o detalhamento necessário para o entendimento do mesmo.

19

Espera-se que este projeto possa contibuir com os estudos sobre a habitação 60+ propondo que as ILPI’S devam ser espaço de convovência e lazer para que se aproveite com qualidade os anos restantes de vida e assim ressignificar a visão que a sociedade possui sobre tais instituições. Em um mundo de envelhecimento ativo, com uma população idosa cada vez maior e que continua a trabalhar, se divertir, fazer suas atividades diárias como sempre fez, é importante valorizar a maturidade e entendê-la como importante fase da vida para poder desfrutá-la com saúde e diversão. A arquitetura é parte fundamental deste processo de ressignificação pois é por meio dos espaços que interagimos com o mundo a nossa volta e desenvolvemos nossa identidade. Observar este estudo é identificar que o idoso 60+ de hoje e do futuro, em nada se assemelha ao idoso do passado, e que em breve, seremos nós também parte deste grupo.



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2.IDOSO, VELHO, TERCEIRA IDADE... ELES AGORA ESTÃO MADUROS E OUSADOS

Figura 2/1: Mulher sobre Mesa Adaptado de Retha Ferguson Fonte: PEXELS (2020).


22

2.1 Uma Breve História Sobre o Envelhecer

As noções e conceitos sobre o envelhecimento variam conforme cada cultura e são resultado de uma construção social milenar. Assim, uma série de aspectos históricos e antropológicos são levados em consideração para determinar um breve relato histórico sobre o que é o envelhecer. De acordo com Minois: “Cada sociedade tem os velhos que merece, como a história antiga e medieval amplamente demonstra. Cada tipo de organização socioeconômica e cultural é responsável pelo papel e pela imagem dos seus velhos. Casa sociedade segrega um modelo de homem ideal e é desse modelo que depende a imagem da velhice, a sua desvalorização ou valorização”

Desta forma, toda uma literatura diferencia culturas que colocam os idosos em pedestais simbólicos amparados pela experiência ou como representações da decrepitude e finitude humana. Na pré-história, embora os materiais sejam quase inexistentes, pode-se observar pelos vestígios de pinturas, urnas funerárias, resíduos de ritos, etc, que “as sociedades possuíam anciãos que gozavam de privilégios, levando em consideração a expectativa de vida entre 25 e 35 anos” (KAMKHAGI, 2007, p.13). Na Antiguidade a longevidade impunha respeito pela sabedoria, no entanto havia a dicotomia entre o velho sábio e aquele incapacitado (doente, decrépito, medroso). Ambos possuíam uma aura mística ou mágica, embora em algumas tribos, a velhice era um “custo” insustentável, por este motivo, diversas sociedades possuíam ritos de passagem ou de morte.

(1987, p.18).

Desta forma, toda uma literatura diferencia culturas que colocam os idosos em pedestais simbólicos amparados pela experiência ou como representações da decrepitude e finitude humana.

Nas sociedades iletradas ou pouco letradas, o idoso era admirado por transmitir a história e o conhecimento do grupo, sendo que ainda hoje, em algumas aldeias, os homens de barba ou cabelos brancos ainda são os chefes mais importantes por causa

de sua sabedoria. Na Grécia, dada a valorização da beleza e juventude, a velhice passa a representar a tristeza de uma longa vida nada heroica e os velhos aparecem frequentemente como figuras odiosas. A própria representação dos Deuses era assim: quando envelheciam, tornavam-se figuras cruéis. No entanto, havia também o conceito de honorabilidade associado à velhice (pelos termos gera e géron, que designavam o envelhecer, a idade, a honra) e o Conselho de Gerontes formado por anciãos de origem aristocrática era uma das frentes que mantinham uma autoridade dentro da escala social. “No mundo hebraico, o idoso era visto como a coroa de seu povo” (KAMKHAGI, 2007, p.16) e tinham a sua admiração. A velhice era vista como uma recompensa de uma obediência à Deus, como uma virtude. Embora ela trouxesse também sofrimento, os idosos tinham importante papel político nestas sociedades e a valorização dos pais e idosos era ressaltada em vários textos bíblicos e na Torá.


Kamkhagi (2007) afirma que por volta do século V a.C, junto da perda do poder político e judicial, o idoso começa a perder seu lugar de admiração. Sua imagem deixa de ser a sabedoria para a decadência e até mesmo a libidinagem. E a partir do século X a.C é possível perceber um aumento de literaturas que abordam o fardo natural da velhice: dor física, diminuição das capacidades físicas e mentais. Os romanos que abarcaram o primeiro espaço de integração racial da história, possuíam políticas que beneficiavam os velhos, como por exemplo a contagem das idades na Tábua de Ulpiano que estabelecia estimativas empíricas de uma ideia aproximada da esperança de vida dos romanos por faixa etária. Além disso, os filhos mesmo adultos deviam se submeter às ordens do pai. O Senado também era governado por anciãos que dirigiam a diplomacia romana da época, mas com o passar do tempo, ainda na Roma Antiga, a velhice começou a ser desprestigiada, quando os anciãos perderam o governo para os jovens militares. (CARNEIRO, 2016). Com o declínio do Império Romano,

a superioridade dos jovens começa a ganhar o lugar dos anciãos na sociedade, fato exposto muito abertamente pelo cristianismo que mostrava uma visão negativa da velhice, cheia de decrepitude, feiura e pecado. (LEMOS et al, 2010). No século VI inicia-se a concepção de que a velhice é o momento em que ocorre a cessação das atividades. Neste período é que a concepção moderna de isolamento dos velhos em retiros é criada. Na Idade Média, os idosos são afastados da vida pública e vistos cada vez mais como frangalhos humanos e com repulsa, pelos jovens que naquele momento, não viviam mais do que trinta anos. A ideia de velhice era tão temida, que os mais jovens buscaram a todo custa, escapar dela, fazendo uso de fantasia e da ciência, como por exemplo a perseguição das mulheres anciãs como bruxas usando como pretexto a crença de que o diabo as manipulava. Uma leve retomada de prestígio social ocorreu durante os séculos XIV e XV para a população idosa, que tendo sobrevivido à peste e à cólera, tiveram por um breve momento seu poder fortalecido.

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Mas isso gerou um aumento de conflito entre gerações, e com isso, cada vez mais as pessoas velhas começaram a ser ridicularizadas em ambientes públicos, embora muitos expoentes como Da Vinci e Michelangelo fossem de idade avançada. Carneiro (2016) destaca que no Renascimento, a desvalorização das pessoas anciãs se acentuou ainda mais:

“Naquele momento, marcado pela busca dos ideais da beleza e perfeição que caracterizavam os corpos dos povos greco-romanos, exaltava-se a juventude militar, desbravadora dos mares e oceanos. Uma singela valorização da senescência, naquela época, ocorreu em algumas obras de literatura, das quais se destacam o episódio do “Velho do Rastelo”, em os Lusíadas e o Rei Lear, de Shakespeare” (CARNEIRO, 2016, p.27).

Mas embora houvesse a ênfase na velhice, estas literaturas vistas de outro ângulo, retratavam a idade avançada como um fardo que tinha a morte como necessidade, e a loucura como um remédio. O conhecimento e a ciência dos séculos XVII e XVIII trouxeram esta temática à tona, com os avanços da química,


patologia, fisiologia e anatomia e ampliaram os conceitos sobre a velhice, separando o que era uma velhice normal, de uma velhice doente (BARROS, CASTRO, 2002).

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A instituição de asilos e oficinas para pobres aumentou de forma gradativa entre os séculos XVII e XVIII para que as pessoas idosas deixassem de ser maltratadas e abandonadas principalmente nos hospitais, pois mesmo com a ascensão do capitalismo, aumentou muito o número de pessoas pobres. Por um lado, o governo incentivava que os pobres idosos pudessem aprender diferentes ofícios para ajudar no crescimento da economia e na renda de suas famílias e por outro, a criação de asilos, oficinas para pobres e casas de trabalho, ajudaram a controlar este problema social por um tempo, e os hospitais mudaram de papel, acolhendo somente doentes e não idosos. (KAMKHAGI, 2007). No século XIX, época de um imenso proletariado, as famílias pobres muito trabalhavam, mas nada guardavam para o futuro, e os idosos trabalhavam até que seus patrões decidissem que era hora de

parar ou reduzir seus salários. Como a expectativa de vida aumenta, os idosos passam a conviver mais com as famílias e dentro de casa, passam a ser novamente referência e autoridade, merecendo o respeito dos mais novos. Embora socialmente, os idosos ainda sejam muito excluídos, principalmente os mais pobres.

lutas de classes, tendo em vista sua perda de status social, já que o idoso não possuía mais a segurança econômica advinda do trabalho e se tornava um peso tanto para as famílias quanto para o Estado (CARNEIRO, 2016) e muitos autores fazem menção aos idosos do período como um “problema social”.

E mesmo período, junto dos valores burgueses e a urbanização das velhas cidades, houve o crescimento das indústrias e uma comparação da velhice ao conceito de segunda infância, já que para o velho, cabia agora o ócio e merecido descanso pelos anos de trabalho. “A infância e a velhice, excluídas dos círculos de produção, pairam, idealizadas, acima da condição humana” (SECCO, 1999, p. 20). Como as famílias urbanizadas diminuíram de tamanho, as mais empobrecidas necessitavam de uma intervenção assistencialista para com o cuidado com seus velhos e eles passam a representar um problema social, já que agora eles não são mais produtivos. (KAMKHAGI, 2007).

A “velhice” tem entre os séculos XIX e XX uma convergência de discursos que a individualizam como etapa diferenciada da vida, sejam eles advindos da esfera médica que começa a investigar o corpo e seu processo de envelhecimento, quanto da esfera pública, com a institucionalização das aposentadorias. Assim, o surgimento da categoria “terceira idade” é “considerado, pela literatura especializada, uma das maiores transformações por que passou a história da velhice” (SILVA, 2008, p.161) e uma das coisas que mais contribuiu foi o surgimento do conceito de gerontologia que é a área de estudo do envelhecimento humano no século XX.

Percebe-se que somente após a Revolução Industrial da Inglaterra é que a velhice se fortalece como categoria alvo das

Em meados do século XX, o movimento multidisciplinar da gerontologia trouxe luz aos estudos da velhice, não como um momento de problemas físicos e finitude


no qual impera a solidão e isolamento, mas como período de se cultivar novos hábitos, habilidades, cultivo de laços afetivos e de qualidade de vida (SILVA, 2008). Carneiro (2016, p.32) destaca que “na virada do século XX, a velhice já era considerada uma fase de vida distinta das demais, momento em que os velhos passam a ser descobertos não apenas como uma entidade à parte, mas como uma população”. Entre os anos 60 e 70 no Brasil, houve o surgimento das primeiras sociedades geriátricas e cursos de especialização para população idosa. No mesmo período, o termo Terceira Idade surgia na França, para descrever a idade em que a pessoa se aposentava (sendo a primeira idade a infância, a segunda idade a vida adulta e a terceira idade após a aposentadoria). Com o aumento da expectativa de vida este termo passou a designar a faixa intermediária entre a vida adulta e a velhice (SCHNEIDER e IRIGARAY, 2008). Mas foi na década de 90, período definindo por Groisman (apud CARNEIRO, 2016) de boom gerontológico, que a velhice se torna assunto de interesse público, principalmente porque a terceira idade se

transforma em um importante mercado de consumo. Em 1994, é lançada a Política Nacional do Idoso no país (consolidada em lei em 1996), fazendo com que o Estado tenha o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania. Concomitantemente ao Brasil, na mesma década, os idosos são também retratados de forma mais divertida e distante da sua tradicional visão negativa pelo cinema, como nos filmes Conduzindo Miss Daisy e Cocoon, servindo como uma validação social desta idade e influenciando esta geração a se sentir valorizada. Toda esta inversão de valores transformou a visão contemporânea da velhice enquanto construção social, mudando até mesmo sua nomenclatura, com o surgimento de outras designações como: Terceira Idade, Melhor Idade, Feliz Idade, Maturidade, Segunda Juventude e Público Maduro (CORREIA, 2007; MINDMINERS, 2018). Isso se deve em grande parte ao aumento da expectativa de vida pelo mundo e principalmente ao crescimento desta população em proporções globais. Agora como objeto socialmente visível, os idosos além de se tornar um problema social para alguns países, influenciam de forma significativa a economia mundial com base

em novos estilos de vida.

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Laslett (apud DEBERT, 2004, p. 19), destaca que esta nova comunidade de aposentados, é possuidora de um peso cada vez maior na sociedade “demonstrando dispor de saúde, independência financeira e outros meios para tornar reais as expectativas de que essa etapa é propícia à realização e satisfação pessoal”. Os dias atuais presenciam o momento em que a aposentadoria não é mais o marco de passagem entre a vida adulta e a fase da velhice, as políticas públicas passam por reformulações e a busca existencial dos indivíduos em alcançar os sonhos adiados incentiva grande parte da investigação sobre este público. E embora Correia (2007) afirme que não há um período histórico onde a velhice tenha sido “naturalmente” respeitada e valorizada – principalmente porque na sociedade moderna o status do idoso é mais baixo do que o do jovem, dada sua relação com a tecnologia – percebese que este público está cada vez mais moldando os movimentos econômicos dos países desenvolvidos bem como, será um dos pilares da economia das próximas


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décadas dos países como o Brasil.

Com base nos estudos de mercado sobre público acima de 60 anos, principalmente no Brasil (MINDMINERS, 2018; HYPE60+, 2018), observou-se que a nomenclatura utilizada para denominar este público é muito importante, uma vez que em muitos casos, os termos idoso, velhice ou terceira idade sejam usados de forma pejorativa e depreciativa. Desta maneira, este estudo irá utilizar a denominação proposta pelos autores acima descritos que é de Maduros ou ainda, Público Maduro para fazer alusão à população acima de 60 anos. Este tipo de nomenclatura se deve em grande parte à mudança mundial no entendimento da velhice, principalmente devido ao surgimento do conceito de envelhecimento ativo, que o associa à vitalidade em detrimento à noção culturalmente conhecida de finitude do termo envelhecimento.

2.2 Envelhecimento Ativo Achamada velhice ou envelhecimento (utilizados neste trabalho como termos equivalentes), determina um período vasto que compreende uma grande variedade de estados físicos, mentais e de ânimo pois além das patologias e transformações motoras resultantes do tempo, os aspectos psicológicos afetam profundamente o estado em que o idoso se encontra. De acordo com Carneiro (2016), a Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir do índice de desenvolvimento de cada país, estabelece duas idades para se definir quem é uma “pessoa idosa”. Nos países em desenvolvimento, é idoso quem tem a partir de 60 anos, já nos países desenvolvidos, entra nesta categoria quem ultrapassou os 65 anos. Esta nomenclatura é adotada pela OMS em 1957 e já aparece na Constituição Federal do Brasil de 1988. É possível compreender o envelhecimento em vários níveis: no biológico, associado ao acúmulo de grande variedade de danos moleculares e celulares, que aumenta o risco de contrair doenças, perda das capacidades individuais e em última instância, resulta no

falecimento. No nível social, a falta de metas e motivações pode ser somada à uma série de consequências psicológicas diversas (OMS, 2015). Não existe uma nomenclatura única que faz alusão a este grupo de pessoas, desta forma, são inúmeros os autores que determinam suas próprias maneiras para dividir os grupos de idosos principalmente, por grupos etários. Para a OMS (2005), todas as pessoas acima de 60 anos são entendidas como velhos. SCHNEIDER e IRIGARAY (2008) dividem os idosos em três grupos: os idosos jovens, os idosos velhos e os idosos mais velhos: “O termo idosos jovens geralmente se refere a pessoas de 65 a 74 anos, que costumam estar ativas, cheias de vida e vigorosas. Os idosos velhos, de 75 a 84 anos, e os idosos mais velhos, de 85 anos ou mais, são aqueles que têm maior tendência para a fraqueza e para a enfermidade, e podem ter dificuldade para desempenhar algumas atividades da vida diária (Papalia, Olds & Feldman, 2006). Embora esta categorização seja bastante usual, cada vez mais as pesquisas revelam que o processo de envelhecimento é uma experiência heterogênea, vivida como uma experiência individual” (2008, p.586).


Para Shephard (2003 apud FECHINE e TROMPIERI, 2012, p.110) é possível classificar os indivíduos idosos em categorias funcionais: Meia-idade (dos 40 aos 65 anos), Velhice (dos 65 aos 75 anos), Velhice avançada (dos 75 aos 85 anos) e Velhice muito avançada (acima dos 85 anos). Já Schaie e Wills (1996, apud apud FECHINE e TROMPIERI, 2012, p.111) são três os grupos: Velhos-jovens (dos 60 aos 75-80 anos – idosos ativos mesmo que aposentados), Velhos (dos 75-80 a 90 anos – possuem maior fragilidade física mas levam vida completa) e Velhos-velhos (acima de 90 anos e com desvantagens físicas ou mentais e necessitam de apoio).

Para Shephard (2003 apud FECHINE e TROMPIERI, 2012, p.110) é possível classificar os indivíduos idosos em categorias funcionais: Meia-idade (dos 40 aos 65 anos), Velhice (dos 65 aos 75 anos), Velhice avançada (dos 75 aos 85 anos) e Velhice muito avançada (acima dos 85 anos). Já Schaie e Wills (1996, apud apud FECHINE e TROMPIERI, 2012, p.111) são três os grupos: Velhos-jovens (dos 60 aos 75-80 anos – idosos ativos mesmo que aposentados), Velhos (dos 75-80 a 90 anos – possuem maior fragilidade física mas levam vida completa) e Velhos-velhos (acima de 90 anos e com desvantagens físicas ou mentais e necessitam de apoio).

No entanto, outros autores defendem que não se pode definir o envelhecimento no idoso pelo critério cronológico, mas deve-se se levar em consideração fatores ambientais, alterações biológicas, psicológicas, sociais, culturais e espirituais. Fazem parte deste grupo Birren e Schroots (apud FECHINE E TROMPIERI, 2012) que propõem a divisão do tempo da velhice em três momentos: Envelhecimento primário (também conhecido como envelhecimento normal ou senescência que atinge todos os humanos pós-reprodutivos, consistindo nas

No entanto, outros autores defendem que não se pode definir o envelhecimento no idoso pelo critério cronológico, mas deve-se se levar em consideração fatores ambientais, alterações biológicas, psicológicas, sociais, culturais e espirituais. Fazem parte deste grupo Birren e Schroots (apud FECHINE E TROMPIERI, 2012) que propõem a divisão do tempo da velhice em três momentos: Envelhecimento primário (também conhecido como envelhecimento normal ou senescência que atinge todos os humanos pós-reprodutivos, consistindo nas

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mudanças universais que ocorrem com as populações, é geneticamente determinado, atinge os indivíduos de forma gradual e cumulativa); Envelhecimento secundário (ou patológico, refere-se às doenças adquiridas e não ao processo de envelhecimento normal, é resultante de interações e influências externas e variam conforme fatores culturais, geográficos e cronológicos) e o Envelhecimento Terciário (ou terminal, caracterizado por profundas perdas físicas e cognitivas ocasionadas pelos efeitos do envelhecimento e das patologias). Dada a complexidade de fatores que envolve este grupo e para uma compreensão mais fácil deste estudo optou-se pela divisão proposta por KANKHAGI (2007) que classifica o grupo de idosos em duas fases:

a) Fase de Plena Atividade: Fase do envelhecimento ainda sem grandes impedimentos em que os indivíduos estão em estado suficientemente saudável física e mentalmente, e eventualmente criativos e produtivos e ainda trabalhando, maioria das pessoas entre 60 e 70 anos, embora possam ter indivíduos com estas


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a)

características aos 90 anos.

b)

Fase do Envelhecimento Acentuadamente Impeditivo: na qual o sujeito sofre de doenças e restrições naturais do envelhecimento que o impedem de atuar e tomar decisões sobre sua vida, geram dependência física, emocional e eventualmente financeira. A maioria das pessoas entrou nesta fase dos 70 aos 80. Pode ser longa ou breve mas está sempre associada à ideia de doença, sofrimento e morte. Todos os indivíduos de idade avançada passam por profundas modificações advindas tanto do envelhecimento biológico (seja no sistema cardiovascular, respiratório, musculoesquelético, nervoso (FECHINE e TROMPIERI, 2012), quanto do envelhecimento psicológico e social. Além do declínio cognitivo advindo do envelhecimento, as dificuldades de adaptação a novos papéis sociais ou mudanças de status (de trabalhador para aposentado), a aposentadoria, a dificuldade de mudanças rápidas, a falta de motivação,

as perdas afetivas, as somatizações, hipocondria, perdas orgânicas, baixaestima, depressão, falta de contatos sociais, a angústia pelos prejuízos e declínio físico influenciam sua forma de pensar e seu estado de espírito. Lima e Coelho (2001, p.6) destacam que “na velhice, com o aumento da força do elemento distônico desespero1 e a contínua sensação de estagnação, ou seja, de ausência de propósito, a necessidade de vínculos sociais torna-se mais evidente” e ou os idosos adquirem a gerotranscendência ou o desespero. Desta forma Erikson propôs o conceito de Gerotranscendência, que envolve “transcender as limitações corporais,

1 A Teoria Epigenética de Erikson propõe que a vida seja dividida em fases em que as forças psicossociais são adquiridas. A primeira é a confiança versus desconfiança = esperança (nascimento até um ano de idade), a segunda a autonomia versus vergonha = força de vontade (primeira infância), a terceira fase é a iniciativa versus culpa = propósito (anos pré escolares), quarta fase é a realização versus a inferioridade = competência (dos 5 aos 11 anos), quinta fase é a identidade versus confusão de papéis – fidelidade (adolescência), a sexta fase é a intimidade versus isolamento = amor (início da vida adulta), a sétima fase é geratividade versus estagnação = cuidado (idade adulta), a oitava fase é integridade versus desepero = sabedoria (velhice) e a nona fase é o ressurgimento das crises anteriores = gerotranscendência.

experimentar nova compreensão do tempo, de si mesmo e das relações sociais, sensação de conexão com as gerações anteriores e nova compreensão da vida e da morte” (ERIKSON apud LIMA e COELHO, 2011, p.6). Para ele, o idoso necessita do elemento Geratividade para auxiliá-lo a sentir-se vivo e buscar satisfação neste período da vida. Satisfação e bem-estar são conceitos muito ligados quando se trata das discussões sobre o envelhecimento, embora uma velhice satisfatória não seja um “atributo do indivíduo biológico, psicológico ou social, mas resulta da qualidade da interação entre pessoas em mudança, vivendo numa sociedade em mudanças (FEATHERMAN, SMITH e PETERSON apud NERI, 2016, p.9). A partir da identificação dos conceitos de “capacidade intrínseca (que se refere à todas as capacidades físicas e mentais que o indivíduo tem e sua relação com os ambientes em que vive e interage) e “capacidade funcional” (a combinação de indivíduos e seus ambientes e a interação entre eles), a Organização Mundial de Saúde em seu Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde define Envelhecimento Saudável como o processo de “desenvolvimento e manutenção da


capacidade funcional que permite o bemestar em idade avançada (OMS, 2015). Este conceito não é único e varia de pessoa para pessoa, mas compreende muito mais do que simplesmente aspectos relacionados à saúde física. Como destaca Neri (2016, p.9): “Vários elementos são adotados como determinantes ou indicadores de bem-estar na velhice: longevidade, saúde biológica; saúde mental; satisfação; controle cognitivo; competência social; produtividade; atividade; eficácia cognitiva; status social; renda; continuidade de papéis familiares e ocupacionais e continuidade de relações informais em grupos primários (principalmente rede de amigos)”

O envelhecimento satisfatório portanto, está ligado ao equilíbrio entre limitações e potencialidades do indivíduo, como destaca a figura 2/2. Sabendo que velhice não é sinônimo de doença (NERI, 2016), e percebendo o impacto que o aumento da expectativa de vida irá gerar sobre os países nas próximas décadas, já no final dos anos 80, a OMS (2005, p.13) propõe uma experiência

positiva sobre o envelhecimento, criando o conceito de Envelhecimento Ativo. Ele consiste “no processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas”.

Figura 2/2: Representação esquemática de um modelo sobre qualidade de vida ao longo do curso de vida humana

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Aplicado a indivíduos e grupos, o conceito de envelhecimento ativo permite que as pessoas: “percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e que essas pessoas participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades; ao mesmo tempo, propicia proteção, segurança e cuidados adequados, quando necessários. A palavra “ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. As pessoas mais velhas que se aposentam e aquelas que apresentam alguma doença ou vivem com alguma necessidade especial podem continuar a contribuir ativamente para seus familiares, companheiros, comunidades (OMS, 2005, p.13).

Fonte: NERI, 2016, p.24

Figura 2/3: Determinantes do Envelhecimento Ativo

Fonte: OMS, 2005, p.19.


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Para Kalache e Kickbusch (apud OMS, 2005, p.14) este conceito foi criado com o objetivo de “transmitir uma mensagem mais abrangente do que “envelhecimento saudável” e reconhecer, além dos cuidados com a saúde, outros fatores que afetam o modo como os indivíduos e as populações envelhecem”. Junto dele, várias políticas de incentivo à saúde desta população foram criadas, para melhorar sua saúde global e minimizar os efeitos do tempo, das patologias e dos fatores externos. Sua formulação inicial identificava a saúde, a participação e a segurança como componentes fundamentais do Envelhecimento Ativo mas em 2010 durante a Conferência Internacional de Envelhecimento Ativo em Sevilha, ele foi ainda mais refinado com a adição da aprendizagem ao longo da vida: “o Envelhecimento Ativo é o processo de otimização de oportunidades para a saúde, a aprendizagem ao longo da vida, a participação e a segurança para melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem” (ILC-BRASIL, 2015, p.44). A figura 2/3 representa os fatores determinantes do Envelhecimento Ativo.

É possível perceber pela imagem acima, que existe um conjunto interrelacionado de determinantes pessoais, comportamentais, econômicos e sociais e dos serviços de saúde, e o ambiente físico que interagem e formam uma rede dinâmica de conexões que influenciam individualmente o envelhecimento ativo (ILC-BRASIL, 2015). Destes, o ambiente físico merece destaque por ser alvo deste estudo.

2.2.1 Determinantes do Envelhecimento Ativo – O ambiente físico Dentre os determinantes do envelhecimento ativo propostos pela OMS destaca-se o meio ambiente físico como um dos fatores que devem ser levados em consideração para a manutenção da saúde, bem-estar e longevidade. Ele representa: “os fatores de risco e de proteção para a resiliência em todas as etapas da vida. Particularmente em relação à velhice, é necessário ajustar o ambiente para compensar o declínio da capacidade funcional no intuito de democratizar a participação e o bem-estar. O ambiente deve promover

a atividade física individual e reduzir riscos de lesão, ao mesmo tempo que encoraja o envolvimento, as redes sociais e a independência. No âmbito da comunidade, um ambiente acolhedor promove a interação no espaço público, assim construindo coesão social” (OMS, 2005, p.66)

O projeto do meio ambiente físico compreende: o planejamento dos espaços públicos ao ar livre, planejamento urbano, sistema de transporte, meio ambiente e edifícios, incluindo a moradia. A acessibilidade de todos estes espaços, com características espaciais e capacidade de atrair o público, conferindo-lhe segurança e conforto é um atributo intrínseco a qualquer planejamento alinhado com o conceito de Envelhecimento Ativo da OMS. Mas o projeto arquitetônico, sua localização e qualidade, são fatores que influenciam diretamente a saúde de todas as idades e principalmente idosos. Os fatores de risco que envolvem a moradia principalmente das pessoas de baixa renda (como residir em áreas de risco como encostas e margens, próximo


da poluição industrial ou de tráfego, sujeita a intempéries e poucos serviços, falta de saneamento e acesso a água) são uma preocupação em todo o mundo mas muito fortes com o avançar da idade. Isso porque a maioria das pessoas prefere “envelhecer na própria casa” (ILCBRASIL, 2015) e nesse sentido, as barreiras arquitetônicas são uma causa importante da diminuição de capacidade funcional e cognitiva dos seus usuários pelo risco de quedas. Um projeto arquitetônico eficiente pode contribuir consideravelmente com a melhoria da qualidade de vida do público idoso à medida em que lhe confere segurança e autonomia para levar sua rotina de vida normalmente. A independência de residir na própria casa e de maneira segura confere-lhes autonomia e sentimento de pertencimento, coisas perdidas quando estes são levados à residir em outros espaços ou instituições por obrigatoriedade da família. A OMS (2005) destaca que a moradia e vizinhança seguras são essenciais ao bem estar do idoso. Neste sentido, a localização também se faz muito importante, dada a

a proximidade aos membros da família e aos serviços de transporte e saúde. Como existe uma tendência mundial para que pessoas idosas vivam sozinhas, especialmente mulheres, uma habitação digna aos idosos é um dos grandes desafios dos governantes, tendo em vista os tempos de crise e conflitos, que os deixam particularmente desalojados e vulneráveis, e os novos modelos de moradias que favorecem e facilitam o contato com outras pessoas da mesma idade, que estão começando a aparecer pelo mundo, demonstram que esta realidade já não está tão distante. Desta forma, viver sem barreiras físicas implica no desenvolvimento de opções de habitação para pessoas que estão envelhecendo ou são portadoras de deficiência para que possam habitar tanto de prédios quanto dos transportes com condições dignas (OMS, 2005). A busca pela qualidade de vida e envelhecimento ativo, propõe um estado de velhice ótima, que é aquela que toma como referência um estado ideal de bem estar pessoal e social (NERI, 2016) e é baseado nestes padrões que o presente estudo se

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pautará para o desenvolvimento de seu projeto, propondo um local seguro e que os idosos possam desfrutar deste conceito de velhice, mais apropriado aos idosos do século XXI.

2.3 Envelhecimento Madura no Brasil

e

População

Ao longo dos séculos, com a melhoria das condições de vida, da infraestrutura das cidades, a redução da mortalidade causada por melhorias no sistema de saúde e a busca por um envelhecimento ativo, fizeram com que a população acima dos 60 anos crescesse exponencialmente pelo mundo. De acordo com o relatório sobre Envelhecimento Ativo (ILC-BRSIL, 2015, p.16) “o legado duradouro do século XX foi a longevidade (...) e está acontecendo de fato uma revolução”. Os grupos populacionais mais velhos estão crescendo mais rápido que qualquer outra faixa etária, principalmente aqueles acima dos 80 anos. Até 2100, a estimativa da população mundial aumentará para 10,9 bilhões,


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Figura 2/3: Percentual da População com 65 anos ou mais em 1990, 2019 e 2050 de acordo com a projeção de variante média.

sendo que mais de 50% desses, será composto por pessoas acima de 60 anos. Isso significa que a taxa de envelhecimento da população mundial não tem precedentes, e está indo de encontro ao aumento da global e contínuo da longevidade e o estreitamento do fosso entre os países ricos e pobres (ONU, 2019). Já em 2018, as pessoas com mais de 65 anos de idade, ultrapassaram a quantidade de pessoas com até 5 anos, isso significa o declínio das taxas de fertilidade bem como de mortalidade. E as projeções, indicam que até 2050, haverá mais que o dobro de pessoas com mais de 65 anos se comparado ao número de pessoas com até 5 anos de idade pelo mundo. De acordo com figura 3, praticamente todos os países estão tendo um envelhecimento de sua população.

Fonte: ONU, 2019, p.19

Em todas as projeções feitas sobre o crescimento populacional mundial, o ano de 2050 será um “divisor de águas demográfico”, pois neste ano, 21% da população mundial estará acima dos 60 anos (existirá mais de dois bilhões de pessoas acima dos 60 anos), em 64 países, 30% da população estará acima dos 60 anos, incluindo países

da América Latina como o Brasil, partes da Ásia e China (Figura 2/4). Atualmente, isso só ocorre no Japão (ILC-BRASIL, 2015, p.16). No ano de 2019, no nível global, aproximadamente 9% das pessoas tinham mais de 65 anos, e a projeção é de que em 2030 sejam 12%, em 2050 mais de 16% e em 2100 quase 23% da população terá idade igual ou superior a 65 anos (ONU, 2019). No Brasil, a partir da década de 70, ocorreram diversas mudanças no perfil demográfico do país, que antes era majoritariamente rural, com famílias numerosas e depois passou a ser uma sociedade urbana, com menos filhos e população predominantemente jovem (MIRANDA et all, 2016). De acordo com Limeira (2008), houve uma brusca transição demográfica causada pela redução das taxas de mortalidade mas principalmente de natalidade, mudando a estrutura etária da população. Esse crescimento, de acordo com Mendes et all (2005), traz a consciência da existência da velhice como uma questão social. O envelhecimento da população


cresce principalmente na população acima de 60 anos, que passa a ser ativa além da expectativa de vida nacional, que hoje é prevista pelo IBGE como 75,7 anos (IBGE, 2020). Este aumento da longevidade está alterando as relações do setor econômico, social, mercado de trabalho e saúde. Como este é um movimento mundial, todos os países estão envolvidos em achar soluções para lidar com estas novas características da população e no país não poderia ser diferente. “O número de idosos cresceu em 40,3% entre os anos de 2002 e 2012. No mesmo período, o número de benefícios ativos, excetuando-se as pensões concedidas pelo Ministério da Previdência, ampliou em 55,3%. Em valores atualizados, o crescimento significativo (p<0,05) representou uma ampliação de quase 146,0% nos gastos públicos no período” (MIRANDA et all, 2016, p.512).

Limeira (2008, p. 320) destaca que, “na América Latina, a população idosa é de pouco mais de 41 milhões, mas esse número deve chegar a 184 milhões em 2050, quando o número de pessoas acima de 60 anos na região será maior que o de crianças”. Este envelhecimento, acontece

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em um contexto de pobreza, aguda desigualdade social e baixa cobertura da previdência.

futuro e suas reais necessidades, de acordo com algumas projeções populacionais.

Mas o que é o idoso brasileiro? Neri afirma que “o velho brasileiro não existe. Existem várias realidades de velhice referenciadas a diferentes condições de qualidade de vida individual e social” (2016, p.26). Mesmo sendo um público de análise complexa, é possível compreender que a preocupação com os idosos do país não é recente.

No estado de São Paulo, a projeção do índice de envelhecimento até 2060 de acordo com o IBGE, demonstra uma mudança drástica na pirâmide etária da população acima dos 60 anos, conforme as figura 2/5.

Já na constituição de 1988, o idoso tinha seu amparo garantido, embora não tivesse uma política definida, o que só se concretizou em 1994 com a Lei 8.842/94. A partir da década de 90, discussão sobre os idosos do país veio à tona, principalmente para a viabilização do seu convívio, integração e ocupação na sociedade, participação nas políticas públicas e planos destinados à sua faixa etária (MENDES, et all, 2005). Embora atualmente existam vários projetos destinados à saúde do idoso, centros de acolhimento e convivência e até mesmo diversos congressos e programas para discutir o tema da longevidade, estas ações ainda são escassas, se comparado ao tamanho deste universo

Na Região Metropolitana de Sorocaba – alvo deste estudo – de acordo com o Portal de Estatísticas do Estado de São Paulo – Fundação Sistema Estadual – SEADE, as projeções da população idosa (acima de 60 anos a partir da classificação da ONU) entre 2020 e 2050 apontam para um crescimento deste público de mais de 220%, sendo que em 2050, estima-se que quase 30% da população desta região seja acima dos 60 anos de idade de acordo com a tabela 2/1. Estes dados demonstram que a população acima dos 60 anos desta região irá ultrapassar a média nacional deste período que será de 25% e que portanto, o público idoso que já se mostra como um importante mercado consumidor. Kalache (2008, p.1109) destaca que “a longevidade


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Figura 2/5: Projeção da Pirâmide Etária do Estado de São Paulo para 2020 e 2060

Tabela 2/1: Projeção da População por Faixas Etárias Quinquenais, na Região Metropolitana de Sorocaba 20202050

Faixa Etária

2020

2030

2040

2050

60 a 64 anos

100.234

120.668

146.646

165.452

65 a 69 anos

76.466

106.651

123.167

154.017

70 a 74 anos

55.903

85.113

105.100

217.646

75 ou mais

69.920

109.929

168.069

217.646

Total geral da seleção

320.523

570.886

542.982

666.915

Total geral da pop. do país

2.078.807

2.217.768

2.275.904

2.267.967

25,74%

23,85%

29,40%

Total geral da pop. idosa do país 14,5%

Fonte: Próprio Autor a partir de dados SEADE (2020)

Figura 2/6: Índice de Envelhecimento e População no Município de Itu, RG - Região de governo de Sorocaba, RA - Região administrativa de Sorocaba - SP

Fonte: SEADE 2020)

Fonte: IBGE (2020).

traz numerosas oportunidades, especialmente em termos do desenvolvimento de novos produtos e a descoberta de novos mercados, principalmente o mercado imobiliário, de transporte e do setor turístico”. Na cidade de Itu - SP, onde está localizado o terreno deste estudo, o índice de envelhecimento é de 73,87, enquanto o da Região Administrativa de Sorocaba é de 78,49 segndo dados do Seade, de acordo com a figura comparativa 2/6.


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Figura 2/7: Infográfico com as informações principais do município de Itu - SP: População, IDH, Densidade Demográfica, PIB per capta e Média Salarial

População Estimada (2019) 173.939 pessoas

IDH Municipal (2010) 0,773

Densidade Demográfica 241,01 hab/km² Itu - SP

PIB per capta (2017) R$44.504,91

$ Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do IBGE (2020).

Média Salarial (2017) 3,0 salários mínimos

A escolha da cidade de Itu - SP para este estudo, se deu primeiramente pelas projeções de crescimento desta região e principalmente pela sua localização. A cidade está a 100,8km da capital São Paulo, a 36,2km da cidade de Sorocaba e a 53,4k da cidade de Campinas, podendo abarcar o público destas localidadades mas preferencialmente aquele da Região Metropolitana de Sorocaba. Além disso, o terreno escolhido para a implantação do projeto está às margens da SP75 - Rodovia Deputado Archimedes Lamoglia, o que facilia o deslocamento regional de seus usuários (mais detalhes sobre a localização do proejto estarão explicitados no capítulo 6 deste estudo.

Enquanto a Região Administrativa de Sorocaba de acordo com dados do SEADE apresenta uma projeção populacional estimada de 2.533.804 pessoas para o ano de 2020, a cidade de Itu tem uma projeção de população estimada de 173.939 pessoas (conforme Figura 2/7). Isso significa que embora seu acesso seja fácil e rápido para outras cidades do entorno, ela ainda concentra uma população menor e aspectos de cidade do interior que atraem este público como a segurança.


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Figura 2/8: Produtos e Serviços que o públilco Maduro tem mais necessidade de consumir e não encontra

Fonte: Mindminers 2018, p.20

Figura 2/9: Produtos e Serviços consumidos pelo público Maduro

Fonte: MINDMINERS, 2018, p.14

2.4 Relações entre Consumo Trabalho do Público Maduro

e

O público maduro apresenta uma grande necessidade de produtos variados e que passam desapercebidos por muitas empresas (figura 2/8), incluindo aí novos modelos de moradia mais alinhados com o século XXI, afinal de contas, o idoso das próximas décadas é muito diferente do de hoje, pois teve mais contato com a tecnologia e com a velocidade dos centros urbanos e desta forma, pensa e se relaciona com o mundo de forma diferente. É um mercado consumidor em potencial que necessita de marcas mais alinhadas à sua forma de ser. O estudo realizado pelo Mindminers em 2018 com 863 pessoas acima de 50 anos demonstrou alguns dos produtos e serviços que este público mais tem necessidade (figura 2/9). Mas o seu entendimento como ávido impulsionador da economia requer a desconstrução dos significados de velhice tidos como certos até o final do século XX. Isso, porque uma drástica mudança nos seus estilos de vida na virada do último século não permite que ele se enquadre nos


estereótipos concebidos décadas atrás. Namoro, casamento, separação, viagens, vida sexual ativa, descoberta de novas profissões, movimentação financeira, acesso à internet e redes sociais e até a videogames e jogos, assuntos antes discutidos por gerações mais jovens, hoje são amplamente acessados pelo público maduro, e desta forma, diversos estudos apontam para o crescimento e principalmente o impacto deste mercado consumidor na economia mundial. De acordo com InovaSocial (2019), os maduros estão “nas academias e no Tinder” e possuem novos hábitos que se transformam em tendências de consumo. Além de mais numerosos, seu poder de compra aumentou, o que criou a chamada Economia Prateada (Silver Economy), que está estimada como a terceira maior economia do mundo, movimentando US$7,1 trilhões anualmente. A

renda da população madura do Brasil é ainda muito diferente dos países europeus e dos Estados Unidos, levando em consideração que no país, o orçamento deste público complementa o orçamento familiar, sendo a renda um

dos quesitos de maior preocupação deste público. No entanto, a pesquisa realizada pela Mindminers (2018) constatou que 50% dos entrevistados possuía renda individual acima de R$4.853,00 mensalmente. Em muitos casos, sabe-se que esta renda não chega a suprir todas as necessidades de idosos residentes em ILPIs, dependendo do padrão dos serviços que oferecem. Entre os locais visitados para este estudo (que serão detalhados no capítulo 4), o custo mensal dos moradores variava de R$6000,00 a R$7.000,00 no Paraná, e entre R$8.000,00 a R$13.000,00 mensais nas ILPIs próximas à São Paulo. Novos comportamentos também são resultado dos novos tipos de famílias. Kalache (2008) destaca que o envelhecimento populacional adicionou complexidade aos modelos de famílias, devido ao aumento no tempo de convívio entre as gerações. Este tipo de convivência faz com que até 5 gerações estejam convivendo em um mesmo espaço e trocando experiências e que por isso, os idosos contemporâneos são totalmente diferentes dos de outras épocas. Ao analisar mundialmente perfis

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geracionais e de comportamento pelo mundo, o pesquisador Francesco Morace (2012), destaca dois grupos de indivíduos acima dos 60 anos e que estão impulsionando a economia mundial: os Family Activists e os Pleasure Growers.

“Os Family Activists são uma parcela crescente da população sênior que, principalmente depois da crise mundial de 2008, está readquirindo sua centralidade na vida familiar e social inclusive nos países onde a havia perdido (...). Para eles, a aposentadoria significa entrar de cabeça no papel de avós e de verdadeiros provedores da família. A capacidade organizadora, o interesse pela vida dos outros e o acompanhamento das necessidades dos filhos e netos, mas em uma ótica de atenção e disponibilidade familiar, fazem interessantes referencias de consumo ampliado de bens, lugares e serviços (...). Além dos recursos materiais para a família, os Family Activists transformam-se em um recurso cultural, dotados de um saber fazer tradicional tanto prático como de valores” (2012, p.115).


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Este grupo, tem preferência pelo convívio e retorno às relações familiares, mas também com uma comunidade alargada, incluindo amigos, o condomínio ou bairro em que vivem. Estes locais são o reservatório de novas “relações afetivas, de confidências e solidariedade” (MORACE, 2012, p.116). É um grupo de consumo consciente, compra responsável e que sempre relaciona, o valor monetário daquilo que adquire, com os valores solidários que estão por trás deste. Já o grupo geracional identificado como Pleasure Growers, geração baby boomer no mundo ocidental, são os que menos gostam de ser associados aos conceitos antigos de terceira idade. Eles buscam “experimentação cotidiana, exploração mental, inovação tangível” (MORACE, 2012, p.123). Este grupo descobriu uma nova posição na sociedade, (tanto econômica, quanto social e cultural) e desta forma, quer preencher os espaços vazios de tempo, com experiências, descobrindo novos gostos, aptidões, sexualidade. O traço mais marcante dos Pleasure Growers é a coragem de quem não tem que

conquistar mais nada, sendo que eles têm ideias muito claras sobre seu futuro. Por isso, seu estilo de consumo é informal, juvenil, energético e até supérfluo (MORACE, 2012). Constituído como um grupo de pessoas vitais que além da idade procuram viver experiências felizes: “No âmbito do consumo, a importância atribuída por este grupo geracional ao conforto, aos aspectos lúdicos e ao valor da experiencia vital o endereça principalmente para os setores do turismo, dos serviços, do tempo livre, da domesticidade. Para cada um desses âmbitos, os produtos devem oferecer simplificações, aprendizagem lúdica, gratificação emotiva e emoção. Uma grande revolução nesse sentido vem do mundo do design hi-tech, sempre mais orientado em criar objetos de uso fácil que ofereçam a imediação da função sem renunciar ao conforto e ao design” (MORACE, 2012, p.124).

Além de consumidores, as pessoas acima dos 60 anos também são muito mais produtivas e procuram envolver seu tempo em projetos significativos. Desta forma, para este público, criou-se o termo “envelhecimento produtivo” para nomear

a tendência de um estilo de vida de uma sociedade que envelhece, mas quer continuar ativa. De acordo com Kalache: “Os idosos estão promovendo e organizando estilos de vida que permitam sua participação ativa nos avanços econômicos e sociais de seus países, de modo a assegurar que eles sejam considerados mais contribuintes do que dependentes. Esta participação tem o benefício adicional de contribuir para melhorar a sua própria saúde, independência e bem-estar. Mais do que isso, um “envelhecimento produtivo” é apenas um lado da moeda: podemos também repensar e redefinir nossas relações intergeracionais nos contextos sociais e econômicos. Especificamente, as sociedades industrializadas devem experimentar grandes mudanças na distribuição de riquezas entre gerações, mudanças na representação política e até em matérias como o significado e o valor de uma expectativa de vida tão estendida. A revolução demográfica alterou a pirâmide populacional das sociedades modernas e levou a uma transição para a família que envelhece. Além do envelhecimento da sociedade, também testemunhamos uma mudança nas estruturas familiares” (KALACHE, 2008, p.1110).


Por ser um envelhecimento produtivo, o mundo do trabalho também será impactado por esta população. Se por um lado, muitos países estão indo na contramão das tendências demográficas e permitindo as aposentadorias mais cedo, muitos outros estão conhecendo novos empreendedores seniors, que arriscam em novas profissões e negócios após sua aposentadoria. De acordo com Empreendedorismo Senior (2020), as pessoas com “mais idade (...) conseguem retratar um grupo tão diverso que deixou de ser apenas um consumidor, para assumir efetivamente seu lugar, numa nova posição na cadeia econômica de produtos e serviços”. Kalache (2008, p.1108) destaca que: “Repensar a aposentadoria pode ser um caminho através do qual parceiros sociais podem fortalecer as pensões públicas, encorajar a poupança privada e sistemas privados de pensão e oferecer oportunidades para a continuidade da vida de trabalho e emprego - desde que sistemas de proteção social para os mais pobres e excluídos sejam prioridades explícitas das políticas sociais”

Este tipo de iniciativa, tem como intuito, além de aumentar a longevidade e vitalidade das pessoas acima dos 60 anos por meio de sua produtividade, contribuir com geração de renda para este grupo. Principalmente porque existe uma grande divergência nos serviços para a população acima dos 60 anos. Os serviços especializados são geralmente mais caros, e a maioria das empresas que buscam investir no setor da economia prateada tem como alvo, aqueles que possuem uma estrutura financeira estável e consolidada, para que possam alcançar a tão almejada qualidade de vida. Ao analisar o mercado de trabalho para a população madura, Wajnman, Oliveira e Oliveira destacam em seu estudo, que os idosos mais disponíveis para o mercado de trabalho “são aqueles mais dependentes do rendimento da atividade econômica: os homens, negros, chefes de família, os de menor renda familiar, não-aposentados e os trabalhadores das ocupações manuais. Todavia, são os trabalhadores de maior nível de escolaridade os que encontram maior probabilidade de se manter ocupados nas idades avançados” (CAMARANO, 2004, p.478).

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Mesmo o Estatuto do Idoso garantindo o direito a todas as pessoas acima de 60 anos à saúde, alimentação, proteção e liberdade, e que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) no seu artigo 39, inciso IV, estabeleça que é “vedado ao fornecedor prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social” (BRASIL, 1990), sabe-se que a oferta de produtos e serviços neste segmento é muito maior para o público que mais pode pagar.

Além do trabalho, a moradia, é um dos aspectos que tem recebido maior atenção dos estudiosos do setor, pois diferentes formas de viver estão necessariamente atreladas a diferentes possibilidades de investimento, seja no Brasil ou em qualquer parte do mundo. E como “a moradia é uma das dimensões que definem a qualidade de vida na velhice” (KALACHE, 2008, p.1109), se faz necessário compreender quais os tipos de moradia destinadas a população idosa são mais comuns no país, com vistas a projetar espaços que atendam tanto à demanda de mercado, quanto às necessidades do público, tanto para habitar quanto para novas formas de trabalho.



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3. O HABITAR NA IDADE MADURA - PROJETANDO ESPAÇOS PARA UM PÚBLICO ESPECIAL

Figura 3/1: Homem maduro artista Adaptado de Andrea Piacquadio Fonte: PEXELS (2020)


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A questão da habitação é muito discutida para o público maduro, uma vez que o envelhecimento da população mundial tem exigido atualizações no planejamento dos governos bem como uma preparação individual de cada um para poder habitar com conforto, qualidade e independência nesta fase de vida.

Condições de Vida, um dos 3 objetivos principais já destacava a necessidade de conferir independência aos idosos:

De acordo com o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento (2003, p.66), a moradia e o ambiente são particularmente importantes devido a “fatores como a acessibilidade e a segurança, o ônus financeiro que supõe manter um lar e a importante segurança emocional e psicológica que o lar oferece (...) sendo importante oferecer sempre que possível, possibilidade ao idoso de escolher onde quer viver”.

Objetivo 2: Melhoria do projeto ambiental e da moradia para promover a independência de idosos considerando suas necessidades, particularmente dos que apresentam incapacidades.

As Assembleias Mundiais sobre o Envelhecimento produzidas pela ONU em 1982 com a criação do Plano de Ação Internacional de Viena sobre o Envelhecimento e em 2002 com o Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento de Madri, promoveram um aprofundamento sobre as questões do idoso de maneira global. Dentro da temática Moradia e

“Objetivo

1: Promover o envelhecimento na comunidade em que se viveu, levando devidamente em conta as preferências pessoais e as possibilidades no tocante à moradia acessível para idosos.

Objetivo 3: Melhorar a disponibilidade de transporte acessível e economicamente exequível, para os idosos” (ONU, 2003, p.66 e 67).

Com o aumento da população acima dos 60 anos, observa-se atualmente um crescimento, tanto conceitual, das questões relacionadas à sua independência, trabalho e habitação, bem como comercial, pois há um crescente aumento de das instituições/ empresas que cuidam especificamente do público acima de 60 anos, principalmente para aqueles que a família não consegue estar presente ao longo do dia devido às

suas necessidades, seja em regime de internação ou hotelaria. No Brasil, a Secretaria de Políticas de Assistência Social, por meio do Departamento de Desenvolvimento da Política de Assistência Social e da Gerência de Atenção à pessoa Idosa, criou com a Portaria MPAS/SEAS N.73 de 10 de maio de 2001 as Normas de Funcionamento dos Serviços de Atenção ao Idoso no Brasil, criando a regulamentação proposta pela Política Nacional do Idoso – Lei 8.842 de 04 de janeiro de 1994 e instituindo as seguintes modalidades e programas de atenção ao idoso e que podem ser adaptadas de acordo com a realidade dos Estados e Municípios. Alguns deles são relacionados à moradia e espaços comuns e prevêem normatizações específicas para sua construção e mobiliário*. São os programas (PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2001): •

Família Natural – é o atendimento prestado ao idoso independente, pela sua própria família, com vistas a manutenção da autonomia, permanência no próprio domicílio preservando o vínculo familiar e de vizinhança.


Família Acolhedora – Programa que oferece condições para que o idoso sem família ou impossibilitado de conviver com a mesma, receba abrigo, atenção e cuidados de uma família cadastrada e capacitada para oferecer atendimento sob supervisão de órgãos gestores;

desenvolvidas planejadas e sistematizadas ações de atenção ao idoso, de forma a elevar a qualidade de vida, promover a participação, a convivência social, a cidadania e a integração intergeracional;

Casa Lar – é uma residência participativa destinada à idosos que estão sós ou afastados do convívio familiar e com renda insuficiente para sua sobrevivência. Trata-se de uma modalidade de atendimento, que vem romper com as práticas tutelares e assistencialistas, visando o fortalecimento da participação, organização e autonomia dos idosos.

Residência Temporária* – serviço de internação temporária, púbico ou privado, de atendimento ao idoso dependente que requeira cuidados biopsicossociais sistematizados, no período máximo de 60 dias; Centro Dia* – é um espaço para atender idosos que possuem limitações para a realização das Atividades de Vida Diária (AVD) que convivem com suas famílias, porém não dispõem de atendimento de tempo integral, no domicílio. Pode funcionar em espaço especificamente construído para esse fim, em espaço adaptado ou como um programa de um Centro de Convivência. Centro de Convivência* – espaço destinado à frequência dos idosos e de seus familiares, onde são

República* – a república de idosos é uma alternativa de residência para os idosos independentes, organizada em grupos, conforme o número de usuários, e co-financiada com recursos da aposentadoria, benefício de prestação continuada, renda mensal vitalícia e outras. Em alguns casos a República pode ser viabilizada em sistema de autogestão.

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Atendimento Integral Institucional – trata-se de estabelecimentos com denominações diversas, equipados para acolher sob regime de internato mediante pagamento ou não, pessoas acima de 60 anos, que poderão ser classificados de acordo com diferentes modalidades (modalidade I, II e III que serão explicitadas posteriormente), aqui chamadas de ILPIs.

Assistência Domiciliar/Atendimento Domiciliar – caracteriza-se por ser um serviço de atendimento público ou provado a domicílio à pessoas idosas com algum nível de dependência para que permaneça em seu domicílio, através de programas individualizados.

As especificações Técnicas de Equipamentos e Programas de Necessidades previstos nesta portaria estarão detalhados no Anexo I deste estudo. No estado de São Paulo, as denominações referentes aos estabelecimentos, que atendem ao público maduro são assim determinadas:


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I estabelecimentos de assistência à saúde que se destinam, centralmente, à prestação de serviços de assistência médica às pessoas idosas, em regime de atendimento ou assistência asilar: CASA DE REPOUSO; II - estabelecimentos de interesse à saúde que se destinam, centralmente, à prestação de serviços de assistência social, em regime de atendimento ou assistência asilar: ASILO; IIIestabelecimentos de assistência à saúde que se destinam, centralmente, à prestação de serviços de assistência médica, em regime de atendimento ou assistência não-asilar às pessoas idosas, inclusive os serviços domiciliares: a) AMBULATÓRIO ou CLÍNICA DE ASSISTÊNCIA AO IDOSO ou, equivalentemente, AMBULATÓRIO ou CLÍNICA GERIÁTRICA; b) CONSULTÓRIO DE ASSISTÊNCIA AO IDOSO ou, equivalentemente, CONSULTÓRIO GERIÁTRICO; IV - estabelecimentos de interesse à saúde que se destinam, centralmente, à prestação de serviços de assistência social, em regime de atendimento ou assistência não-asilar às pessoas idosas, inclusive os serviços domiciliares: CENTRO DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO (SES-SP, 2001, p.4)

Entende-se neste estudo a Casa de Repouso como ILPIs – ou Instituição de Longa Permanência para Idosos. É importante frisar, que como já foi citado anteriormente, o público maduro hoje possui muito mais autonomia e condições físicas e financeiras para viver com independência: seja morando em localidades onde sempre habitaram, seja buscando casas em condomínios projetados para eles ou até mesmo optando por residir de uma nova forma, em sistema de co-housings. A seguir, vamos apresentar a diferença entre as formas de habitar, selecionadas para estre estudo, que estão sendo mais adotadas por este público, e que serão propostas neste projeto.

3.1 Os Condomínios Residenciais de Idosos e Co-Housings

Um dos maiores desafios do público maduro com relação à moradia está relacionado à sua autonomia: para morar no espaço que sempre habitou, para manter suas atividades em casa com o mesmo desempenho embora suas funções motoras

estejam reduzidas e para manter sua individualidade. De acordo com Mindminers (2018), 54% dos entrevistados do público maduro está vivendo sozinho ou com mais uma pessoa (figura 3/2), seja por viuvez, pelo ninho vazio ou por separação. Mas as casas são na sua maioria próprias, o que garante que sua renda possa ser usada apenas com gastos pessoais próprios (figura 3/3). Embora preferencialmente a busca por residir no mesmo local seja uma das questões importantes para o público acima dos 60 anos, observa-se um movimento mundial dos maduros que possuem condições financeiras para tal, que escolhem morar em locais voltados às suas necessidades, seja por questões práticas, funcionais e até mesmo para a convivência com seus contemporâneos, evitando assim a solidão e a depressão, que são dois importantes fatores da diminuição de sua qualidade de vida. Tais locais não contam apenas com a moradia, mas também com uma gama de serviços ou conveniências que lhe permitem qualidade de vida além do lazer e desta forma atraem este público.


O crescimento mundial de condomínios residenciais para população madura tem mostrado que é possível manter a individualidade dos seus moradores, mas ao mesmo tempo proporcionar cuidados e serviços especializados, além de integração. De acordo com ASHA (2020), as comunidades são normalmente restritas às pessoas acima de 55 anos e oferecem diversas modalidades como residências unifamiliares, sobrados ou propriedades multifamiliares, numa combinação de moradia com serviços de apoio especializado e espaços projetados para atender às suas necessidades, que podem estar todos inclusos em um pacote mediante uma taxa mensal ou ser contratados individualmente. São alguns deles: •

Comodidades de clube: espaços de lazer, atividades ao ar livre, piscinas, quiosques, churrasqueiras, jardins, herbários, hortas, etc;

Comodidades de transporte: carros adaptados, profissionais para acompanhamento, concierge, guias;

Assistência especializada individual: para comer, tomar banho, vestirse, ir ao banheiro, caminhar, tomar

medicamentos, etc;

Acesso a serviços médicos e de saúde com sistema de chamada de emergência para cada casa;

Segurança 24h, 7 dias por semana e disponibilidade de pessoal;

Cuidados gerais com a casa de limpeza e manutenção;

Serviços de Lavanderia pessoal;

Cuidados paliativos para doenças graves ou com risco de vida;

Alimentação em áreas comuns;

Profissionais especializados: fisioterapia, educadores físicos, terapeutas, enfermeiras, acompanhantes;

Assistência médica domiciliar;

Outros serviços de recreação e lazer

Fora do país, muitos condomínios são estruturados sob a forma de edifícios com apartamentos que contam com residências individuais e comodidades comuns em áreas de lazer, assim como o projeto da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB) edificado no bairro do Pari e chamado de Vila dos Idosos.

45 Figura 3/2: Moradia do Público Maduro com relação ao número de habitantes na casa

Fonte: MINDMINERS (2018, p.11)

Figura3/3:Tipo de residência público maduro

Fonte: MINDMINERS (2018, p.11)


46 Figura 3/4:Residências da Agerip: Chalé, suítes e apartamentos

Ela que compreende 57 2 apartamentos de 42m e um dormitório, 88 quitinetes com 30m2, no qual os inquilinos pagam o equivalente a 10% do seu salário, além de uma taxa simbólica de condomínio. Mas ainda no país, os condomínios de alto padrão para idosos são mais próximos dos condomínios residenciais tradicionais, com casas independentes, como é o caso da Agerip – Associação Residencial localizada na cidade de São José do Rio Preto, que é um condomínio horizontal administrado por uma associação que possui três tipos distintos de moradia: chalés, apartamentos e suítes (figura 3/4).

Fonte: AGERIP (2020)

Já as Co-housings ou ainda Repúblicas, oferecem um senso de comunidade, proporcionam interação social, conversação, e um ambiente agradável ao crescimento, aprendizado e autonomia. Elas formam a chamada “comunidade intencional” na qual as casas são agrupadas em torno de um espaço compartilhado. Fundada na década de 70 na Dinamarca, o conceito de co-housing abarca sustentabilidade e economia, com pessoas vivendo em uma comunidade e desfrutando de ambientes coletivos.

Por ser intencional, entende-se que os moradores co-housings tenham afinidade, que pode ser de idade ou de círculos de amizade. Desta forma, várias iniciativas de co-housings para público idoso tem se espalhado pelo mundo. Os próprios moradores administram os espaços em comum em uma estrutura não hierárquica e vivem de maneira colaborativa. Na Europa este tipo de habitação tem atraído o público maduro a muitos anos, e até o não passado, a Espanha já possuía 30 projetos de co-housings para este público (EL PAÍS, 2019). De acordo com o Boletim Adunicamp (2018, p.2): “As cohousing sênior existentes hoje em diversos países abrigam moradores de diferentes faixas sociais e econômicas. Muitas delas têm sido acompanhadas e estudadas por especialistas em gerontologia, antropologia, sociologia, psicologia e arquitetura. Vários estudos mostram que esse modelo de mora dia contribui, de forma decisiva, para uma vida mais longeva, com uma melhor saúde física e mental e, portanto, uma melhor qualidade de vida dos idosos, reduzindo ou eliminando doenças comuns na velhice, aí incluídos a depressão, a demência senil e o Alzheimer”.


No Brasil, um grupo de professores aposentados da Universidade Estadual de Campinas se uniu para criar o projeto da Vila ConViver, elaborado a partir de estudos e pesquisas do Grupo de Trabalho (GT) de Moradia/ADunicamp e da necessidade de moradia dos professores aposentados. O GT iniciou suas atividades entre 2013 e 2014 e já possui um terreno com área de 24000m2 próximo à Universidade Estadual de Campinas.

3.2 Habitação em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) Já na Grécia antiga, existia um local específico para o cuidado com idosos: o gerontokomeio e é do Império Bizantino a mais antiga legislação do funcionamento deste tipo de estabelecimento, perpetuada pelo Código Justiniano em 534. O Papa Pelágio parece ter sido o fundador do primeiro gerontocômio em sua própria casa sob o formato de hospital e durante a Idade Média, no século X na Inglaterra, eram construídas casas junto aos monastérios, destinadas à hospitalidade e que serviam também de abrigo (CRISTOPHE, 2009).

Na transição do feudalismo para o capitalismo, com a formação de vilas e cidades, surgiram casas para o cuidado coletivo mas não simplesmente idosos. Assim desde os séculos XIV a oferta de instituições como asilos e oficinas para pobres aumentou para que as pessoas idosas deixassem de ser maltratadas e abandonadas principalmente nos hospitais. Por um lado, o governo incentivava que os pobres idosos pudessem aprender diferentes ofícios para ajudar no crescimento da economia e na renda de suas famílias e por outro, a criação de asilos, oficinas para pobres e casas de trabalho, ajudavam a controlar este problema social por um tempo, permitindo que os hospitais mudassem de papel, acolhendo somente doentes e não mais idosos carentes (KAMKHAGI, 2007). Por volta de 1606 com a fundação do hofjie na cidade de Haarlem na Holanda, criou-se um local de hospitalidade para velhos: hospício, que existem até os dias de hoje principalmente para mulheres idosas (CRISTOPHE, 2009). Com a descoberta do novo mundo, os colonizadores ingleses trouxeram várias modalidades de casas: almshouses, poorhouses, poor farms, enfermarias

do condado, asilos, casas do condado para acolher pessoas, que muitas vezes cuidavam umas das outras.

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Historicamente, os maduros mais debilitados, são vistos como um fardo que se constitui em problema social, principalmente aqueles mais pobres, nos quais a família não tem condições de acolher e manter. Estes, ao longo dos séculos foram destinados aos mais diferentes locais até o final de suas vidas, pincipalmente nas instituições voltadas para a caridade. Cristophe (2009) define os cuidados de longa duração como um conjunto de serviços de saúde, sociais e pessoais prestados por um período contínuo de tempo a pessoas que perderam ou nunca tiveram certo grau de capacidade funcional e que se inserem dentro da economia de cuidados que tem crescido nas últimas décadas, principalmente dentro de instituições. As instituições geriátricas (que de acordo com a Lei n.10.123 de 1998 são todos os estabelecimentos que atendam pessoas acima de sessenta anos de idade em regime asilar e não asilar) devem atuar no Estado de São Paulo, de acordo com a


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Resolução SS – 123, de 27 de setembro de 2001 da Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo: Face às particularidades físicas, psíquicas, sociais, econômicas e culturais da clientela que se propõe assistir, e poderão adotar as seguintes modalidades de atendimento ou assistência às pessoas idosas: I – modalidade de atendimento ou assistência asilar, II – modalidade de atendimento ou assistência nãoasilar (CREMESP, 2001, p.2).

A assistência asilar se dá sob a forma de Instituições de Longa Permanência para Idosos, também conhecidas pela sigla ILPI’s, que tiveram sua origem ligada aos asilos, palavra de origem grega asylon que significa “o local onde as pessoas sentem-se abrigadas e protegidas contra diversos danos de qualquer natureza” (WATANABE e GIOVANNI, 2009, P.69). O regulamento técnico que estabelece as normas de funcionamento para as Instituições de Longa Permanência para Idosos no Brasil (ILPIs), é a Resolução da Anvisa/RDC n.283 de 26 de setembro de 2005 (ANEXO II).

Nele, define-se ILPIs como “instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinadas a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania” (ANVISA, 2005). De acordo com Camarano e Kanso (2010), as ILPIs são instituições destinadas ao domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou maior a 60 anos, com ou sem suporte familiar mas não são estabelecimentos voltados à clínica ou à terapêutica, apesar de os residentes receberem alguns serviços médicos e de medicamentos, além dos de hotelaria (alimentação, vestuário, limpeza, etc). Estas instituições – conhecidas como abrigo, asilo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica e ancianato – devem proporcionar serviços nas áreas “social, médica, de psicologia, de enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, odontologia, e em outras áreas, conforme necessidades desse segmento etário” (CNMP, 2016, p.28). Cristophe (2009) destaca que esta definição genérica para as IPLIs deixa margem a várias interpretações sobre a natureza destas instituições e sua

finalidade: seja ela residência, prestação de serviços de saúde ou assistência social, pois com envelhecimento da população, os asilos deixaram de fazer parte da rede de assistência social ao idoso para fazer parte da rede de assistência à saúde. A habitação nestes espaços, pode permitir o livre trânsito de idosos, possuir políticas de restrições de horários ou ainda, atuarem no regime de Hospice1. De acordo como a Resolução n.33 de 24 de maio de 2017 que dispõe sobre a regularização do artigo n.35 do Estatuto do Idoso, independente de sua caracterização (Instituição de Longa Permanência ou Casa-Lar), toda instituição é obrigada a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa abrigada, que tem direito à moradia digna e sua autonomia respeitada, para ir e vir conforme sua necessidade. 1 - Também conhecidos como Unidades de Cuidados Paliativos, são instituições de internamento com espaço físico próprio para acompanhamento, tratamento e supervisão clínica a doentes em situação clinica complexa e de sofrimento decorrentes de doença severa e/ou avançada, incurável e progressiva. O conceito de hospice deriva dos antigos hospices medievais que acolhiam e hospedavam monges e peregrinos, e hoje não é tido como um local mas como uma filosofia que reconhece e cuida com respeito dos sofrimentos globais não apenas de idosos (CFM, 1999).


A Política Nacional do Idoso, pela Portaria n. 2.528 de 19 de Outubro de 2006, quanto ao local de moradia, afirma que os idosos podem estar “no ambiente familiar ou em instituições de longa permanência para idosos (ILPI) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). E mesmo afirmando que não é comum em sociedades latinas os cuidados institucionalizados, ela prevê que o envelhecimento da população e a heterogeneidade dos grupos de idosos brasileiros demandará de políticas públicas especializadas para este segmento para que respondam às suas necessidades. As políticas públicas voltadas aos maduros discutidas pelo Estatuto do Idoso, Lei ..8.842 de 4 de Janeiro de 1994, Capítulo IV, Artigo 10, que prevê que o governo deva ter ações para: a) Destinar, nos programas habitacionais, unidades em regime de comodato ao idoso, nas modalidades de casas-lares; b) Incluir nos programas de assistência ao idoso, formas de melhoria de condições de habitabilidade e adaptação de moradia, considerando seu estado

a) físico e sua independência de locomoção; b) Elaborar critérios que garantam o acesso da pessoa idosa à habitação popular; c) Diminuir barreiras arquitetônicas e urbanas. Dentre as ações já elaboradas pelo governo federal, para compreender a situação do idoso no país e principalmente o idoso institucionalizado, no ano de 2001, foi realizada uma Caravana Nacional de Direitos Humanos que visitou 28 instituições pelo país, e concluiu que destas, apenas 6 ofertavam condições dignas de moradia (COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS, 2002). Considerando que autonomia é o exercício da autodeterminação e do poder decisório e controle sobre sua vida e, dependência, como a necessidade de uma terceira pessoa para ajudar na realização de atividades, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo determina a partir da Resolução SS – 123 de 27 de setembro de 2001, que a clientela das instituições geriátricas deve ser classificada em: “I clientela de pessoas idosas com autonomia

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e sem dependência; II - clientela de pessoas idosas com autonomia e com dependência física; III - clientela de pessoas idosas sem autonomia” (CREMESP, 2001, p.3).

O público idoso residente em instituições possui ainda uma classificação de acordo com sua habilidade funcional, compreendendo três níveis de complexidade de acordo com Safi et al (2002): •

Baixa complexidade: instituições que abrigam idosos independentes e autônomos;

Média complexidade: instituições que abrigam idosos com sanidade mental preservada e dependente para se locomoverem;

Alta complexidade: instituições que abrigam idosos que dependem de assistência para alimentar-se e para transferir-se da cama para cadeira e idosos totalmente dependentes.

Além disso, os seus graus de dependência determinam o tipo de instituição que devem habitar e caracterizam também o tipo de infraestrutura mínima exigida pela Resolução RDC N.283 de 26 de Setembro de 2005:


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“a) Grau de Dependência I - idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de auto-ajuda; b) Grau de Dependência II idosos com dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária tais como: alimentação, mobilidade, higiene; sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada; c) Grau de Dependência III idosos com dependência que requeiram assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento cognitivo.” (ANVISA, 2005, p.2).

É possível perceber que as instituições que atendem o grau de dependência I são significativamente mais numerosas que aquelas que atendem ao grau de dependência III, devido à infraestrutura de saúde exigida para esta finalidade. De acordo com as visitas técnicas e pesquisas previamente realizadas, a maioria dos estabelecimentos no estado de São Paulo ofertam moradias a idosos no regime de ILPIs para o grau de dependência I e alguns idosos com grau de dependência II, geralmente aqueles que residem há mais tempo nestes locais. De maneira geral,

cada local se especializa para um tipo de público, assim, os condomínios de idosos são compostos por espaços fechados com diferentes tipos de casas para idosos ativos, as ILPIs atendem idosos ativos e com dificuldade de mobilidade ou alguns graus de doenças como Alzheimer e Parkinson. Já os locais que acolhem idosos em grau de dependência III são caracterizados como hospices (em algumas regiões como São Paulo) e atuam especificamente com este público e pacientes terminais.

querer conviver com pacientes acamados ou com patologias em estado avançado, por isso este projeto intenta compreender este universo para propor em um mesmo espaço a coexistência destes três tipos de públicos sem que eles se encontrem e tenham que conviver diretamente.

Hoje, da mesma maneira que existem diferentes tipologias arquitetônicas correspondentes a cada perfil de público: desde casas, apartamentos individuais, vilas planejadas, casas comuns com áreas compartilhadas, repúblicas, co-housings; surgem novas alternativas para serviços de atendimento ao idoso além das ILPI’s, como os centros-dia, centros de convivência, hospitais-dia geriátricos, hospices, grupos de terceira idade, atendimento domiciliar, etc. (HALLACK, 2017).

Como já citado anteriormente, o processo de envelhecimento do corpo humano envolve mudanças todos os seus sistemas (cardiovascular, respiratório, digestório, nervoso, sensorial, endócrino, excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico, linfático e tegumentar), nas esferas psicológicas e sociais, além das patologias específicas desenvolvidas e dos fatores de envelhecimento (tempo, hereditariedade, meio ambiente, dieta, estilo de vida e níveis de atividade física).

Percebe-se que é um desafio unir estes três diferentes tipos de público e seus diferentes graus de dependência em um mesmo espaço, principalmente porque aqueles idosos ativos, dificilmente vão

3.3 O Projeto de Habitação Para Público Maduro

Desta forma, é inevitável pensar que o projeto de espaços que atenda a habitação do público maduro, seja totalmente adaptado às suas diferentes necessidades


e às mudanças pelas quais o seu corpo passa e que fazem com que seu organismo possua certas limitações, existindo ainda “a necessidade de se criar projetos arquitetônicos que visem a melhoria e otimização dos espaços, valorizando o bem-estar e o acolhimento do usuário e dos profissionais de saúde, sem perder de vista o baixo custo” (ROCHA, 2010, p.40). Para Brawley (1997) apud Souza e Maia (2014, p.196) “um planejamento cuidadoso de um espaço pode facilitar o funcionamento mental, minimizar episódios de confusão e permitir que o indivíduo tenha maior independência para realizar atividades”. Logo, é importante se conhecer as diferentes limitações dos seus usuários para prever os projetos mais amigáveis possíveis a uma grande gama de pessoas. A American Geriatrics Society criou uma classificação para as atividades da vida diária dos idosos, compreendendo as Atividades Básicas (ABVD) como as de autocuidado; as Atividades Intermediárias (AIVD) como as que englobam ABVD e incluem tarefas essenciais para a manutenção de sua independência e as Atividades Avançadas (AAVD) como as funções necessárias para se viver sozinho, sendo específicas de cada

indivíduo e que incluem a manutenção das funções ocupacionais, recreacionais e prestação de serviços comunitários. Tal classificação determina em que nível este idoso se encontra, o que permite que os profissionais possam atuar na sua manutenção física (Tabela 3/1). Assim, espera-se que os tanto os espaços externos quanto internos, atendam desde os idosos de nível V, até a

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sobrevivência dos idosos com nível I que são fisicamente incapazes ou dependentes compreendendo total acessibilidade e desenho universal presentes na ABNT NBR9050 que neste estudo, será seguida para o desenvolvimento de todo o projeto arquitetônico (além de outras NBRs específicas de projeto).

Tabela 3/1: Classificação do nível de atividades do idoso pela American Geriatrics Society

Fonte: KRUEL, 2001.


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Figura 3/5: Representação 4.1 - Pessoas em pé - NBR 9050

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, p.7

Figura 3/6: Representação 4.2 Pessoas em Cadeira de rodas

Figura 3/6: Representação 4.1 Pessoas em pé - NBR 9050

As medidas mínimas utilizadas para a concepção dos espaços com relação aos usuários são: • pessoa em pé (considerando tamanho do andador e pessoa em cadeira de rodas normal com 0,90m de largura - figura 3/5); • pessoa sentada (considerando o tamanho da cadeira de rodas cambada que possui 1,00m de largura, que embora sejam menos comum, pode ser usada nos locais - figura 3/6) para as áreas de passagem.

Para o projeto de ILPIs, a Recomendação RDC n.283 da Anvisa de 26 de setembro de 2005 prevê que além da NBR9050 devem ser seguidas as seguintes orientações dentro do item 4.7 – InfraEstrutura Física (ANVISA, 2005): •

• Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, p.8

Acesso externo: devem ser previstas no mínimo duas portas de acesso sendo uma exclusivamente de serviço; Pisos externos e internos (inclusive rampas e escadas) devem ser de fácil limpeza e conservação,

uniformes, com ou sem juntas e com mecanismos antiderrapantes;

Rampas e escadas devem ter no mínimo 1,20m de largura com inclinação prevista na ABNT NBR 9050;

Circulação interna principal com largura mínima de 1,00m e secundária mínima de 0,80m contanto com luz de vigília permanente;

Circulações com largura maior ou igual a 1,50m deve possuir corrimão dos dois lados e menor que 1,50m com corrimão em apenas um dos lados;

Elevadores devem seguir as NBRs 7192 e 13.994;

Portas com vão livre com largura mínima de 1,10m com travamento simples e sem uso de trancas e chaves;

Janelas e guarda-corpos peitoris mínimos de 1,00m

com

Além disso, os espaços que acolhem este público devem funcionar também como uma alternativa terapêutica e proporcionar bem estar, de acordo com os


preceitos do conforto ambiental e se atentando aos seguintes fatores: iluminação, temperatura do ambiente interno, cores e texturas, o planejamento espacial interno e acústica.

3.3.1 Iluminação

Levando em consideração que o sistema visual sofre mudanças com o envelhecimento (diminuição da acuidade e do campo visual, diminuição da velocidade de adaptação ao escuro e o aumento do limiar de percepção luminosa) que o idoso necessita de mais luz para realizar suas atividades (SOUZA e MAIA, 2014, p.197) e ainda; que a iluminação também desempenha papel na gestão de processos psicológicos e biológicos do corpo humano, é necessário que o planejamento da iluminação dos espaços seja cuidadosamente elaborado. Eles devem oferecer um equilíbrio entre a iluminação natural e artificial, priorizando o cuidado causado pelo desconforto da iluminação excessiva ou da iluminação insuficiente. Problemas com iluminação podem afligir idosos com demência causando a “síndrome do pôr

do sol” que se dá com a mudança entre a claridade diurna e o escurecimento noturno e faz com que o idoso que não possua a habilidade de orientação espaço-temporal possa sofrer confusões mentais. A iluminação afeta ainda o sono e o ritmo circadiano dos usuários, desta forma é importante que os equipamentos instalados nos quartos não possuam iluminação forte, como Tvs, refrigeradores ou aparelhos e ar condicionado com timers e displays luminosos nas cores vermelhas e azuis. Para Souza e Maia (2014, p.198): “a iluminação desigual dificulta a orientação do indivíduo no ambiente e pode produzir sombras, criando falsas ilusões de profundidade. Outras medidas a serem tomadas são utilizar cortinas nas janelas para filtrar a luz quando necessário e dar preferência para lâmpadas foscas, posicionar os pontos de iluminação fora da linha da visão dos usuários e evitar superfícies brilhosas, como pisos polidos, pois a redução do reflexo minimiza as possibilidades de quedas e maximiza a atenção no foco”.

A prioridade dos projetos deverá ser sempre a iluminação natural e os ângulos

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de incidência da luz devem garantir a continuidade da iluminação natural na maior parte do tempo. No entanto, a iluminação artificial também se faz necessária e neste caso, observando dois fatores essenciais: a qualidade da luz e a quantidade de luz. Para Torrington (2007) apud Souza e Maia 2014, p. 197 a iluminação para portadores de demência deve oferecer claridade entre 300 e 700 lux e todas as superfícies dos ambientes devem estar bem iluminadas, logo este princípio pode ser aplicado aos outros usuários idosos. A utilização de filtros que permitem a suavidade da luz também é importante, com criação de focos de interesse e iluminação indireta, e os dispositivos de controle de iluminação bem como lâmpadas dimerizáveis auxiliam a graduação da iluminação do interior para o exterior dos espaços e vice e versa, porque os idosos levam mais tempo para se adaptar às mudanças bruscas de iluminação. Dentre os projetos de referência analisados para este trabalho, o Complexo Social de Alcabideche em Portugal (melhor explicitados no capítulo 4),


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confere atenção especial ao quesito de iluminação. Nele, existe a proposta de iluminação no telhado das casas individuais, que pode mudar de cor conforme emergência dos usuários. Esta luz do teto também ilumina os caminhos e ruas criados entre os edifícios, sendo a base da iluminação externa que conta ainda, com iluminação indireta nas paredes. Já o edifício, é claro e permite grandes entradas de iluminação natural em panos de vidro, seja em janelas ou portas que dão acesso aos jardins e terraços.

3.3.2 Temperatura do Ambiente Interno e Qualidade do Ar

O público idoso é muito sensível às mudanças de temperatura, pois seu metabolismo vai ficando mais lento com o tempo e reduzindo sua capacidade de termorregulação. Desta forma, os ambientes devem permitir conforto e segurança com relação à temperatura, para que seus usuários – incluindo aqueles com dificuldades de comunicação – possam se proteger além das roupas e evitando assim riscos à sua saúde.

O Brasil, por ser um país tropical que possui regiões diversas, onde é necessário o uso de equipamentos de ar condicionado para manter o conforto no calor, e de aquecedores no frio. A pele do idoso é mais sensível tanto ao frio quanto ao calor e por isso o conforto térmico dos espaços é fundamental para evitar não apenas os malefícios à sua saúde como gripes e resfriados, mas também as assaduras, rachaduras e até contribuir com a dominuição das escaras. A NBR 16401-2 (2008), estipula os parâmetros ambientais de conforto suscetíveis de produzir sensação aceitável de conforto térmico em 80% das pessoas, desde que estejam usando roupas típicas da estação, sendo: •

Verão: temperatura entre 22,5⁰C a 25,5⁰C e unidade relativa de 65%; temperatura entre 23,0⁰C a 26,0⁰C e umidade relativa de 35%; com velocidade média do ar não ultrapassando 0,20m/s para distribuição de ar convencional;

Inverno: temperatura entre 21,0⁰C a 23,5⁰C e umidade relativa de 60%; temperatura de 21,5⁰C a 24⁰C e

umidade relativa de 30%; com velocidade média do ar não podento ultrapassar 0,15m/s em distribuição de ar convencional. Com relação ao conforto térmico, a região de Sorocaba apresenta uma percentagem anual muito grande de desconforto. De acordo com dados do INMET - Instituto Nacional de Meteorogia, no ano de 2016 a cidade teve 45% do ano com desconforto por frio, 31% do ano com conforto térmico e 24% do ano em desconforto por calor. Os dados do INMET foram utilizados neste estudo, pois na cidade de Sorocaba está localilzada a estação de medição mais próxima à cidade de Itu - SP, com a estação de número 83851 (INMET, 2020). No período do inverno, o desconforto térmico é mais predominante (figura 3/7) e isso acontece também na cidade de Itu SP, e por isso, é necessário que o projeto arquitetônico possa proteger seus usuários, com materias que façam um isolamento térmico no período do inverno, e que permita a ventilação e resfriamento dos espaços no verão. Embora o desconforto no verão sejam por um período menor, ele é bastante significativo. De acordo com previsões feitas


pelo site Meteoblue, nos períodos de janeiro, fevereiro, setembro, outubro, novembro e dezembro, pelo menos em 3 dias de cada um destes meses, as temperaturas passam de 30⁰C, o que gera um imenso desconforto, principalmente para pessoas com dificuldade de mobilidade (figura 3/8). Demais dados climáticos sobre a cidade de Itu - SP serão explicitados no Capítulo 5 deste estudo, que trata da área de intervenção do estudo e suas características. Com relação a qualidade do ar, o uso de equipamentos de ar condicionado ou aquecimento, requer atenção com relação à sua manutenção pois pode causar doenças respiratórias nos usuários (SOUZA e MAIA, 2014, 9.199). Sabendo que todo projeto arquitetônico deve prever a adoção de ventilação cruzada para purificação do ar dos ambientes devido ao posicionamento das aberturas (portas e janelas), este estudo utilizará, com algumas adaptações, o princípio de distribuição de ventilação adotado no projeto de referência da rede Sarah Kubischeck de Fortaleza que possui iluminação e ventilação naturais em projeto de João Filgueiras Lima – Lelé, distribuindo a ventilação por todos os espaços e fazendo

o ar quente sair pelos sheds (elementos préfabricados acoplados às lajes nervuradas e que possuem abertura que possibilita iluminação e ventilação naturais) (ROCHA, 2010 p.110).

Figura 3/7:Gráfico de Temperaturas e zonas de conforto região de Sorocaba 2016

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3.3.3 Acústica

Com o envelhecimento, as perdas auditivas podem gerar o isolamento social e até mesmo pânico, dos indivíduos que se assustam com barulhos que não conseguem identificar. Além disso os ruídos causam irritabilidade, perda de apetite, insônia, distúrbios circulatórios e redução da capacidade de concentração (QUEVEDO apud SOUZA e MAIA, 2014).

Fonte: PROJETEE (2020)

Figura 3/8: Gráfico com temperaturas na cidade de Itu de acordo com os dias do mês e meses do ano

A utilização de materiais que absorvem o som é uma estratégia que pode ser utilizada em diversas áreas, principalmente nas privativas, e atualmente já existem diferentes tipos de painéis, inclusive decorativos, que tem a função acústica ou auxiliar com a redução de ruídos. Outros materiais como cortinas, forros e tecidos, podem ser utilizados também para evitar excesso de ruído,

Fonte: METEOBLUE (2020)


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Mas é necessário se tomar cuidado para que eles sejam de fácil manutenção e limpeza para evitar danos à saúde dos usuários, pelo acúmulo de poeira, ácaros, etc. Os equipamentos instalados - principalmente nos espaços privativos - como sistemas de ar condicionado, refrigeradores, etc também devem evitar ao máximo os ruídos, bem como as janelas e portas devem servir como barreira aos ruídos do ambiente. Com relação aos ruídos externos, as barreiras verdes contribuem para minimizar sons, principalmente de estradas e veículos e esta será uma estratégia a ser adotada neste projeto levando em conta que o terreno de estudo encontra-se ao lado de uma Rodovia.

3.3.4 Uso de Cores e Texturas

A percepção de um espaço e como ele é vivenciado é totalmente influenciada pelas cores que ele possui. Elas podem aumentar o peso visual das superfícies, alterar as proporções básicas de um recinto,

criarem excitação, relaxamento (GRIMLEY, 2016) e influenciarem a psique de seus usuários. Além disso, sabe-se que as cores influenciam de acordo com suas frequências de ondas, o bem estar das pessoas, de acordo com a área de cromoterapia. De acordo com Dondis (2000, p.69): Como a percepção da cor é o mais emocional dos elementos específicos do processo visual, ela tem grande força e pode ser usada com muito proveito para expressar e intensificar a informação visual. A cor não apenas tem um significado universalmente compartilhado através da experiência, como também um valor informativo específico, que se dá através dos significados simbólicos a ela vinculados.

Em termos de utilização de cores, existem algumas abordagens para o uso de cores que nos auxiliam na percepção dos ambientes e que são muito conhecidas. Grimley (2016) destaca que a abordagem volumétrica em que utilizamos a mesma cor em todos os elementos de um cômodo tem o efeito de aumentar seu volume visual. Isso faz com que espaços pequenos possam parecer maiores com cores claras ou menores e íntimos com cores mais escuras.

A outra abordagem é bidimensional, em que cores podem ser utilizadas para enfatizar determinada sequência de recintos ou para uma conexão vertical de espaços. Pintar uma parede longitudinal ou vertical em cor contrastante pode direcionar o olhar, criar um ponto de atração, atrair ou afastar um espaço O que se pode afirmar é que a cor não apenas tem um “significado universalmente compartilhado através da experiência, como também um valor informativo específico, que se dá através dos significados simbólicos a ela vinculados”(DONDIS, 2000, p.69). Para Cunha (2004, apud ROCHA, 2011 p.56): “os efeitos psicológicos causados pela cor são, em parte, associações inconscientes com experiências já vividas ou vistas. O tédio, causado por um ambiente monótono, é uma reação do organismo a uma situação pobre em estímulos ou com pequenas variações. Os mais importantes sintomas de tédio são os sinais de fadiga, sonolência, falta de disposição e diminuição da atenção. Cientes disso, ao se escolher cores para os ambientes, deve-se observar cada lugar específico, pois as cores sofrem influência da posição solar – se no hemisfério


norte ou sul, se as janelas estão voltadas para o norte, o sul, o leste ou o oeste, se existem janelas ou há iluminação artificial”.

Além da distribuição de cores no ambiente, devemos nos atentar às sensações que cada cor transmite, tomando cuidado para não criar espaços que causam incômodo. Como as cores dividem-se entre frias e quentes, cada cor de cada grupo, possui suas associações. Logo as cores quentes trazem calor aos ambientes e são mais estimulantes, enquanto as cores frias passam a sensação até mesmo de mudança da temperatura dos espaços e quando aplicadas em todas as paredes do ambiente, podem transmitir uma sensação de melancolia. A leitura de uma cor específica também pode ser afetada por aquela que está mais próxima, como destaca Fraser (2000, p.70) “ao se pintar um espaço tridimensional, os campos de cor podem refletir luz uns sobre os outros: uma única cor aplicada a todas as paredes da sala será reforçada, enquanto os complementos emudecerão uns aos outros”. Para evitar o cansaço visual de uma única cor no ambiente, criar uma composição

de cores é a melhor solução para criação de espaços mais agradáveis. Para fazê-la, podem ser adotadas diferentes harmonias cromáticas, como as cores complementares, análogas ou triádicas por exemplo (figura 3/9).

Figura 3/9: Exemplos de harmonias cromáticas que podem ser adotadas nos ambientes

A percepção das cores, também é alterada pela idade, sendo que as crianças respondem melhor aos contrastes de preto e branco e às cores primárias e secundárias. Já os idosos, que possuem um “amarelamento das lentes dos olhos, têm percepção das cores alterada, não podendo mais distinguir tão bem os tons de azul e verde (ROCHA, 2011, p. 57). Como os idosos podem não perceber as diferenças sutis de cores, recomenda-se o uso de constrastes de cores para enfatizar os espaços e principalmente as diferenças entre níveis, para compensar os déficits visuais. As texturas são outro ponto importante, uma vez que a acuidade visual já não é perfeita, o toque dos materiais deve causar conforto. Preferencialmente adotar nos revestimentos de mobiliário texturas macias, e nas paredes e corredores, texturas lisas que não machuquem caso os usuários encostem em suas paredes.

Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

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Figura 3/10: Área para manobra de cadeira de rodas sem deslocamento

3.3.5 Planejamento Espacial

O planejamento dos ambientes e seus respectivos mobiliários deve prever as dificuldades de locomoção de seus usuários, mantando áreas para manobras de cadeiras de rodas de acordo com a ABNT NBR9050 (considerando como área de manobra a medida circular de 1,50m de diâmetro figura 3/10). Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, p.11

Figura 3/11: Alcance frontal com deslocamento do tronco

Nos quartos, os locais onde estão as macas também precisam de espaço para sua movimentação, caso seja necessária a remoção se seu usuário acamado para outro ambiente, contanto com uma área de manobra para que a maca saia do quarto seja no quarto ou no corredor. Para o projeto de ILPIs, a Recomendação RDC n.283 da Anvisa de 26 de setembro de 2005 prevê para os quartos (ANVISA, 2005): •

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, p.19

Dormitórios separados por sexo para no máximo 4 pessoas dotados de banheiros e dormitórios de 01 pessoa deve possuir área mínima de 7,50m2 incluindo área de guarda roupas, dotados de luz de vigília e campainha de alarme, com distância

mínima de 0,80m entre duas camas e 0,50m entre a lateral da cama e a parede paralela;

O banheiro deve possuir área mínima de 3,60 m2, com 1 bacia, 1 lavatório e 1 chuveiro, não sendo permitido qualquer desnível em forma de degrau para conter a água, nem o uso de revestimentos que produzam brilhos e reflexos.

Embora não esteja claro na recomendação, a movimentação do espaço interno deve contar com dispositivos de apoio como barras (de apoio ou corrimãos) nas paredes quando necessário e tenha quartos muito grandes nos corredores, além da obrigatoriedade das mesmas no banheiro de acordo com a ABNT NBR 9050. Os armários superiores devem ser evitados pois não podem ser acessados por usuários em cadeiras de rodas, e quando necessários, deverão ter apenas 1,20m de altura máxima, levando em consideração que esta medida é o valor máximo confortável para ser acessado por uma pessoa com dificuldades de locomoção e sentada, já as bancadas, não devem ter profundidade maior que 0,64m pois dificultam de acessar objetos acima (figura 3/11).


As maçanetas devem ser do tipo alavanca, possuir pelo menos 100mm de comprimento e acabamento sem arestas para evitar acidentes. Colocadas entre 0,80m e 1,10m do chão (preferencialmente mais baixo para acesso de pessoas em cadeiras de rodas) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). Com relação ao mobiliário das áreas sociais, as poltronas devem ser com braços laterais bem dimensionados e assentos mais altos que o usual, entre 45cm e 50cm para facilitar o ato de levantar e sentar, bem como possuir materiais preferencialmente impermeáveis e de cor contrastante com o ambiente para serem facilmente identificados, já as meses necessitam ter pelo menos 1m de largura para acomodar cadeiras de rodas e não possuir cantos salientes para evitar acidentes (SOUZA e MAIA, 2014). Na Resolução RDC n.283 (ANVISA, 2005), as áreas para atividades voltadas aos residentes de graus I e II, devem prever o seguinte programa de necessidades: •

Sala para atividades coletivas para no máximo 15 residentes, com área mínima de 1,0 m2 por pessoa;

• •

Sala de convivência com área mínima de 1,3 m2 por pessoa; Espaço ecumênico meditação;

e/ou

59

Cozinha e despensa;

Lavanderia;

Local para guarda de roupas de uso coletivo;

Local para guarda de material de limpeza;

Almoxarifado indiferenciado área mínima de 10,0 m2.;

Vestiário e banheiro para funcionários, separados por sexo com banheiro com área mínima de 3,6 m2, contendo 1 bacia, 1 lavatório e 1 chuveiro para cada 10 funcionários ou fração.;

Área de vestiário com área mínima de 0,5 m2 por funcionário/turno;

Lixeira ou abrigo externo à edificação para armazenamento de resíduos até o momento da coleta;

Área externa descoberta para convivência e desenvolvimento de atividades ao ar livre (solarium com bancos, vegetação e outros).

para

Sala administrativa/reunião; Sala para atividades de apoio individual e sócio-familiar com área mínima de 9,0 m2; Refeitório com área mínima de 1m2 por usuário, acrescido de local para guarda de lanches, de lavatório para higienização das mãos e luz de vigília; Banheiros Coletivos, separados por sexo, com no mínimo, um box para vaso sanitário que permita a transferência frontal e lateral de uma pessoa em cadeira de rodas, conforme especificações da NBR9050/ABNT.; As portas dos compartimentos internos dos sanitários coletivos devem ter vãos livres de 0,20m na parte inferior.

com


60

Mas o quesito mais importante do planejamento espacial dos espaços de moradia para público maduro, é que ele seja funcional mas não possua em nenhuma hipótese aspecto de “hospital”: frio e asséptico. Ele deve ter identidade, parecer um casa acolhedora. E é justamente por isso, que muitas ILPIs recomendam que o mobiliário do quarto dos moradores seja com elementos que eles tinham na própria casa para garantir sua identidade.

3.4 Design Amigável ao Idoso

Além do projeto arquitetônico é necessário pensar em um “Processo de Design Amigo dos Idosos” que possa transformar a própria comunidade em um laboratório vivo que concede aos idosos o protagonismo. De acordo com o relatório Para um Design Amigável ao Idoso é necessário: “- Idosos como Protagonistas: mais pessoas reais (menos pessoas médias ou personas); reconhecimento heterogeneidade

da na

vasta velhice;

implementar caminhos que levem à inclusão; maior e melhor comunicação; respeito a privacidade/dignidade; maior apropriação do design e dos próprios dados para gerar projetos, - Contexto: gênero, cultural ambiente físico, integração/ exclusão social, capacidade cognitiva e física, nível de independência/autonomia, história de vida, status social, sexualidade, resiliência emocional, educação, marcos regulatórios, direitos humanos, dentre outros, - Colaboração: ênfase nas abordagens transdisciplinares, conduzido pelo usuário e não centrado no usuário, identificação de parceiros dentro de um amplo espectro, transcendência além de um conjunto específico de aptidões, adesão às tecnologias de integração apropriadas, valorização da baixa tecnologia, construção de redes de apoio sustentáveis; Expertise: abertura, linguagem/vocabulário acessíveis, ênfase na disseminação, conscientização, compartilhar a propriedade do conhecimento, ética; - Processo: estruturas abertas, reflexão crítica sobre os métodos do design e o uso de tecnologias, reavaliação

reavaliação constante, desconstrução e contestação, compartilhamento das melhores práticas, perspectivas intergeracionais, governança ágil, mensuração; - Ações de Capacitação: efetividade, simplificação, escalabilidade, resistência ao over-design, interoperabilidade, estimulação de resultados emocionais positivos” (CENTRO INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE BRASIL, 2017, p.5).

Ulrich (1990) apud Rocha (2001, p.41) determina três fatores considerados como atributos que promovem a humanização do ambiente hospitalar: “controle do ambiente; suporte social possibilitado pelo ambiente; distrações positivas do ambiente”. No projeto proposto neste estudo, estes três atributos alguns dos norteadores do desenho arquitetônico: controle do ambiente, com redução de ruídos e poluição por meio de barreiras verdes e estratégias de infra-estrutura verde, ventilação e iluminação advindas do posicionamento dos edifícios, além do intensa área verde que permite minimizar o stress e que fornecem um suporte social possibilitado pelo ambiente, com espaços ao ar livre, pistas de caminhadas e diversos atrativos


de lazer, e de trabalho e distrações positivas do ambiente, pela estética dos espaços e delimitações das áreas com diferentes públicos e serviços. Neste estudo, os 7 princípios do Design Universal apresentados por Hype 60+ (2018), foram adaptados para o desenvolvimento do projeto arquitetônico para o público maduro da seguinte forma: •

Uso Equitativo: espaços acessíveis para todas as pessoas independente de sua habilidade;

Flexibilidade de uso: elementos e configurações espaciais que dentro do possível possam ser adaptadas a uma ampla variedade de preferências individuais;

Simplicidade: deixar a organização espacial simples e intuitiva, assim é fácil de usar e entender, independente da experiência, conhecimento e linguagem do usuário;

Comunicação clara e perceptível: as informaçoes devem ser vistas por todos, independente de suas habilidades cognitivas e sensoriais;

Tolerância ao erro: o projeto deve prever e minimizar ações acidentais ou não

intencionais; •

Baixo esforço físico: o design deve ser usado de forma eficiente e compatível com o mínimo de fadiga;

Tamanho e espaço para acesso e uso: os espaços devem ser pensados para facilitar o acesso, alcance, manipulação e uso, independente do tamanho do corpo, postura, mobilidade ou condição de saúde do usuário.

61



63

4. ESTUDOS DE CASO Figura 4/1: Complexo Social de Alcabideche Fonte: https://archello.com/project/social-complexin-alcabideche


64

Figura 4/2: Complexo Social de Alcabideche

4.1 Análises de Projetos

Complexo Social de Alcabideche Portugal

Neste trabalho, foram realizadas 3 análises gráficas de projetos voltados para o público Idoso. O primeiro projeto, o Complexo Social de Alcabideche, contempla uma estrutura muito semelhante à que será proposta, com divisão entre habitações individuais e um prédio central.

Fonte: https://archello.com/story/23198/atta chments/photos-videos/1 Figura 4/3: Santa Rita Geriatric Center

Santa Rita Geriatric Center Espanha

Fonte: https://www.archdaily.com/24725/santarita- geriatric-center-manuel-ocana Figura 4/4: Senior Activity Center of Guangxi

Senior Activity Center Of Guangxi China Fonte: https://archello.com/story/32629/ attachments/photos-videos/4

As análises de projeto possibilitam conhecer a estrutura e os recursos utilizados em projetos semelhantes para adotar possivelmente suas melhores estratégias no desenvolvimento do projeto arquitetônico.

O Centro Geriátrico de Santa Rita de Minorca será referência em termos de acessibilidade, conexão entre os ambientes e espaços específicos para diferentes necessidades deste público. Já o Centro de Atividades Senior de Guangxy não contempla moradias, mas atividades de lazer para o público e será usado como referência para a criação de espaços comuns, áreas esportivas e acabamento de fachada.


4.1.1 Complexo Social de Alcabideche Portugal O Complexo Social Alcabideche foi um complexo habitacional promovido pela Fundação Social do Quadro bancário, para preencher a lacuna no sistema de apoio a idosos português. Após disputas judiciais sobre o propósito da fundação, que não poderia atender a terceiros, além dos bancários, o complexo teve sua administração passada para a empresa Carlton Life e hoje se intitula Libervita Senior Residence. Ele foi concluído em 2012 e está localizado na área metropolitana de Lisboa, ao lado de campos rurais e habitações irregulares, na Rua das Camélias, 179, em Alcabideche – Portugal. Sua área construída tem aproximadamente 10.000m2, contando com um edifício central de apoio e 52 casas com 53m2 cada uma, dispostas em módulos de 7,5m. O conceito do projeto visa reconstruir um estilo de vida mediterrâneo no qual os espaços externos das ruas, praças e jardins são como a extensão da própria casa. As “ruas” internas são reservadas aos pedestres e possuem diferentes larguras, mas todas foram

Pensadas para que tivessem a proteção da sombra fornecida pelas casas durante o dia. Já à noite, elas são guiadas pela luz que as casas emitem, sem a necessidade de iluminação adicional nas ruas. Elas são claras para facilitar sua identificação em contraste com os gramados, jardins e hortas, e possuem rampas e corrimões por todo o espaço. Os telhados translúcidos se iluminam no final do dia em grupos de 10 alternadamente (figura 4/5), dependendo da área habitada do complexo, e a luz se direciona de forma sutil às ruas, praças e jardins. Da mesma forma esta iluminação das ruas serve como alarme de emergência para o atendimento rápido de seus moradores, pois a partir de um botão de emergência a cor da iluminação refletida pode ficar vermelha.

Detalhes do Projeto - Área do Terreno: 12876m²

65

- Área total de const.: 9956m² - Área de cada unidade habitacional: 53m² - Área total de unidades habitacionais: 2.756m² - Área do edifício principal: 7200m² - acima do solo: 2700m² - abaixo do solo: 4500m² - Projeto Arquitetônico: Guedes Cruz Arquitetos - Estrutura: Concreto e Estrutura Metálica - Paisagismo: Paula Bota Figura 4/5: Iluminação Noturna de pasarelas pelo telhado

As casas são feitas em concreto pré-moldado, com vidros que vão do teto ao chão e permitem grande entrada de iluminação natural. São feitas com um conceito aberto entre cozinha, sala de estar e jantar, e um espaço separado para quarto e banheiro, totalmente adaptados e amplos (ARCHELLO, 2020). Fonte: ARCHELLO (2020)


66

Figura 4/6: Colagem com imagens dos edifícios em diferentes ângulos e ambientes

A ventilação acontece por meio de filtros instalados entre a parede de concreto e a cobertura de acrílico para ventilar as casas no verão, levando o ar quente para fora, e para aquecer as casas no inverno, formando uma bolsa de ar entre a laje do forro e a cobertura. Além disso, o sistema de aquecimento no inverno conta com piso aquecido por meio de painéis solares. O edifício central contempla todos os serviços comuns e necessários para a qualidade de vida dos moradores do espaço, sejam eles de forma definitiva ou de curta temporada, ele possui salas de atendimento de enfermaria, consultórios médicos, sala de exercícios físicos, piscina aquecida, espaço ecumênico refeitório e um grande deck com mesas na área externa (figura 4/6).

Fonte: ARCHELLO (2020)

Além disso o conforto térmico durante o verão também é feito por espelhos d’água. Na verdade este recurso também foi um aproveitamento de recursos do terreno, já que uma mina de água foi desc- oberta durante as escavações para a construção e desta forma a água reaproveitada está nos espelhos d’água e para irrigar os jardins e lavar as calçadas externas, minimizando os custos com água no local (ARCHELLO, 2020).


Figura 4/7: Infográfico com a localização do projeto Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

4.1.1.1 Contexto

Portugal

Região Sul de Lisboa

Região de Alcabideche

Projeção Solar

Localização Fonte: Google Earth - Adaptado pelo autor (2020)

O local do projeto está na região sul de Lisboa, inserido em uma zona rural com habitações de diferentes tipologias, desde casas de fazenda, até um edifício ao lado do Complexo (figuras 4/7 e 4/8). Ele que foi criado para não exceder o gabarito do local, estando mais integrado à paisagem existente embora possua uma forma totalmente contrastante devido aos materiais empregados (ARCHELLO, 2020). Sua implantação possui 3 acessos, sendo que os veículos circulam apenas nas ruas principais e próximo ao edifício central (figura 4/9).

67

Figura 4/8: Localização do Complexo Social de Alcabideche

Ventos Predominantes

Figura 4/9: Implantação do Complexo Social de Alcabideche e Identicicação dos acessos Fonte: ARCHELLO (2020)


68

Figura 4/7: Volumetria dos Edifícios em Alcabideche

4.1.1.2 Massa e Composição da Forma - Princípio Compositivo Dionísico ou Empírico: organizado mas dinâmico (figura 4/9);

Figura 4/9: Implantação com princípio compositivo

- Ênfase: na volumetria do edifício principal (figura 4/10); - Contrastes: quebra na unidade formal de quadrados com o retângulo (figuras 4/7 e 4/12); -Ritmo: variação regrada e medida de alturas (figura 4/11);

Figura 4/10: ênfase na volumetria

- Eixo: irregular (figura 4/9); Fonte: ARCHELLO (2020) e PRÓPRIO AUTOR (2020) Figura 4/8: Articulação dos Espaços com espelhos d’água e ruas de pedestres

- Módulo: quadrado (figura 4/12) -Traçado regulador: geometria do quadrado com divisão no eixo central (figura 4/12). Figura 4/11: Contrastes entre quadrado e retângulo

Figura 4/12: Contrastes entre quadrado e retângulo

Figura 4/13: Contrastes entre quadrado e retângulo

Fonte das imagens desta página: ARCHELLO (2020)


4.1.1.3 Materialidade - Cobertura de acrílico translúcido para refletir a luz do dia e também a iluminação do local e de emergência (figura 4/14);

Figura 4/14: Detalhe cobertura com luz de emergência acionada

Figura 4/17: Detalhes das entradas de ar e escoamento de água

69

- Edifício central com estrutura metálica e fechamento de paredes possivelmente em drywall e vidro (figura 4/15); - Mobiliário externo: lixeiras, fontes e bancos feitos em concreto com acabamento liso (figura 4/16); - Paredes em concreto armado moldadas no local com vâos entre a parede e cobertura para passagem de ar (figura 4/17);

Figura 4/15: Detalhes dos materiais do edifício central

- Números dos apartamentos moldados no concreto em baixo relevo (figura 4/18). Figura 4/16: Mobiliário externo em concreto liso

Fonte das imagens desta página: ARCHELLO (2020)

Figura 4/18: Detalhe do número da casa esculpido na parede


70

Figura 4/21: Plantas e Elevações do Projeto

4.1.1.4 Estrutura Planta Tipo Habitação Única e Setorização

B

Figura 4/19: Malha Estrutural: paredes moldadas em concreto

Dormitório Banheiro Sala Cozinha Elevação Leste

A

A

B

Figura 4/20: Detalhes da Habitação Única

Elevação Sul

Cozinha em estilo americana unida à sala. O banheiro é acessado pelo quarto. No quarto existe janela e porta lateral em algumas habitações que permite acessar os terraços e jardins e garante grande entrada de luz

Elevação Norte

Corte AA sem escala

Fonte das imagens desta página: ARCHELLO (2020)

Corte BB sem escala


4.1.1.5 Estrutura Planta Tipo Edifício Central e Setorização Dormitório Banheiro Cozinha Área Social Atividades Físicas Estacionamento Serviços/Equipe Refeitório Circulação Vertical Consultório/Serviços de saúde Capela Ecumênica Área de Apoio

Figura 4/22: Setorização dos Pavimentos

Planta Pavimento Térreo

Figura 4/23: Malha Estrutural dos Pavimentos

Planta Primeiro Pavimento

Planta Primeiro Pavimento Planta Pavimento Térreo

Planta Pavimento Subterrâneo Fonte das imagens desta página: ARCHELLO (2020)

Planta Pavimento Subterrâneo

71 Distância entre os pilares de aproximadamente 7m no edifício central e no estacionamento subterrâneo (figura 4/23).


72

Figura 4/24: Fluxos e Circulação dos edifícios do Complexo Social de Alcabideche C

B

A

A

C

B

Circulação Horizontal Circulação Vertical

4.1.1.6 Fluxos e Circulação

Figura 4/25: plantas e cortes do projeto

A circulação horizontal é feita pelas passarelas entre as habitações individuais chamadas de ruas de pedestres. Por todos os locais há escadas e rampas. O elevador está localizado no edifício central (figura 4/25). A maior utilização do local é no pavimento térro (onde estão acessos e habitações individuais) e os serviços e estacionamentos estão no subsolo

Corte AA sem escala

Corte BB sem escala

Fonte das imagens desta página: ARCHELLO (2020)

Elevação Sul sem escala

Corte CC sem escala Elevação Leste sem escala


4.1.1.7 Pontos Fortes do Projeto - A escolha do material de cobertura - acrílico com tratamento especial e translúcido, faz com que durante o dia os raios solares sejam refletidos e à noite, ele possa refletir a iluminação especial em seu interior, deixando a cobertura toda iluminada em duas cores (figura 4/26); - O modelo de telhado auxiliou também as estratégias de conforto. Ele está instalado a uma distância da parede, o que faz com que o ar frio passe, suba por dentro da cobertura, e leve o ar quente para fora. Já no inverno, a cobertura distante da laje faz com que se crie uma bolsa de ar quente sobre a laje, deixando a construção mais quente. Além disso, painéis solares alimentam o aquecimento do piso para que o espaço seja confortável, sem o uso de calefação, principalmente a gás, tradicional nos países frios (figura 4/27); - Grandes portas e janelas, para integrar os jardins e ruas de pedestres integrando ambiente interno e externo; - Criação de Espelhos d’água para minimizar o calor entre os edifícios (figura 4/28); - Entrada e saída de ar da cobertura (figura 4/29).

Figura 4/26: Características da cobertura

Figura 4/28: Iluminação dos telhados à noite e detalhe de luz de emergência

73

Figura 4/25: Aquecimento e resfriamento do edifício

Figura 4/27: Espelhos d’água nos espaços

Figura 4/29: Entradas de ar da cobertura e dutos de saída de ar quente

- A iluminação externa é feita por iluminação fixa nas paredes das casas e pelo telhado que se ilumina à noite e faz com que os caminhos externos também. Quando o botão de emergência é acionado o telhado se ilumina de outra cor para a pessoa ser socorrida de forma rápida

Fonte das imagens desta página: ARCHELLO (2020)


74 Detalhes do Projeto - Área do Terreno: 12876m² - Área total de const.: 5000m² - Quantidade de habitações: 68 - Área total de jardins: 6100m² - Projeto Arquitetônico: Manuel Ocaña - Ano: 2003 Figura 4/30: Detalhes Fachada do Centro Sociosanitário de Santa Rita em Minorca

4.1.2 Centre Sociosanitari de Santa Rita Menorca O projeto do Centro Sociosanitário de Santa Rita de Minorca foi realizado a pedido do Conselho Insular de Menorca, para abrigar 70 pacientes assistidos com moradia e mais 20 pacientes em sistema de Day Care, residentes da Ciutadella de Menorca. O arquiteto buscou criar um ambiente otimista para se morar ou visitar, com uma atmosfera diferente dos hospitais, sem corredores e sem barreiras arquitetônicas, em que todos os quartos tivessem acesso direto ao lobby, às áreas comuns e aos jardins internos e externos e ao mesmo tempo pidesse provocar relações socais, contemplação de espaços, sua relação como o mundo exterior e o fácil acesso dos visitantes (figura 4/30). Utilizou-se o conceito de acessibilidade integral em todo o programa do espaço, incluindo jardins, para garantir autonomia fisica e segurança psíquica dos pacientes, respeitando sua individualildade (ARCHDAILY, 2020).

Espaço de Circulação: os traçados orgânicos, que configuram a área residencial, área de serviços e o perímetro exterior do edifício, se transformam em um espaço de circulação aberto, interconectado e fluído, em um desenho pouco habitual em forma de ameba. Entrar no edifício significa atravessar este mesmo espaço, que não é parecido com corredores cheios de portas, mas um espaço único, denomiado pelo arquiteto como “Espaço Poliatmosférico”. O jardim exterior com 4000m², está sobre o retângulo do terreno e contém circuitos de atividades físicas e lazer. Contém desde vegetação que acompanha os desenhos dos edifícios até árvores frutíferas em frente às habitações. Jardim Interior: 2100m², é formado por três jardins cheios de plantas com florações de cores distintas que dão nomes aos jardins e conferem identidade a cada um deles: o jardim amarelo é a área de reabilitação, o jardim azul para terapia ocupacional e o jardim brando para descansar sendo que o arquiteto detalhou cada tipo de planta nestes jardins no projeto executivo.

Fonte das imagens desta página: Archdaily. Disponível em: https://www.archdaily.com/24725/santa-rita-geriatric-center-manuel-ocana


A forma orgânica que cria “espaço de circulação poliatmosférico” permite que uma série de eventos possam estimular os sentidos e facilitar a desorientação e o tédio espacial que se pode “experimentar” em um centro geriátrico. As caixas sintéticas de policarbonato celular de duas camadas também contribuem projetando a capa interna da caixa externa plana de acordo com sua orientação geográfica. A fachada norte fortalece a luz fria com o uso de plásticos azuis e esverdeados, enquanto a do sul e oeste favorece atmosferas mais quentes usando plásticos amarelos.

75 Figura 4/31: Colagem com detalhes do projeto executivo e imagens do Centro Sociosanitário de Santa Rita de Minorca

O teto - uma laje nua de concreto armado - exibe linhas de orientação que são a projeção da superfície topográfica das pedreiras sobre as quais as fundações foram lançadas. Isso permite definir três áreas através do uso de três faixas de cores que incluem os banheiros externos adaptados e que também estão associados aos tons filtrados pelas superfícies de policarbonato. Essa paleta de atmosferas em mudança, de diferentes densidades e intensidades de luz, permite ao usuário decidir “qual caminho seguir” e “onde ficar” (figura 4/31). Fonte das imagens desta página:ARCHDAILY (2009) E OCAÑA (2006, p.3)


76

Figura 4/32: Localização do Centro Sociosanitário de Santa Rita de Minorca

Figura 4/34: Infográfico com a localização do projeto Fonte: Próprio Autor

4.1.2.1 Contexto

Projeção Solar

Espanha

Fonte: Google Earth Adaptado pelo autor

Ventos Predominantes

Figura 4/33: Detalhes do edifício

Ilha de Minorca

O local do projeto está inserido no final da zona habitada da Ciutadella de Menorca, na Espanha, em uma região que é comercial e residencial da Ilha em uma área de aproximadamente 10.960m². (figura 4/32). Ele possui 2 acessos de entrada principais para veículos, um para serviços e ambulância na parte posterior e outro para o público na frente do edifício (figura 4/33 e 4/35).

Figura 4/35: Implantação e acessos do Centro Sociosanitário de Santa Rita de Minorca Fonte: OCAÑA (2006, p.24). Fonte: ARCHDAILY (2009)

Ciutadella de Menorca

Localização


4.1.2.2 Massa e Composição da Forma - Princípio Compositivo Dionísico ou Empírico: organizado mas dinâmico (figura 4/36);

Figura 4/36: Implantação com princípio compositivo

Figura 4/41: Volumetria dos Edifícios em Santa Rita de Menorca

77

-Ritmo: variação regrada entre os quartos em torno dos jardins internos e entre as divisórias internas de diferentes alturas (figura 4/36 e 4/37); - Ênfase: nos jardins internos dentro das formas amebais (figura 4/40); - Eixo: irregular (figura 4/36);

Figura 4/37: Ritmo dos detalhes das aberturas

- Harmonia: entre as formas amebais e ovais (figura 4/41) e entre os espaços internos e externos (figura 4/42);

Fonte: Próprio Autor

- Repetição: módulos de habitação tipo A e AD e Tipo ADP e C (figura 4/39); - Contrastes: quebra na unidade formal desenho da quadra formas amebais internas (figura 4/40). Figura 4/39: Contrastes entre quaFigura 4/38: Diferentes proporções de divisões

drado e retângulo

Tipo A e AD

Tipo ADP eC

Figura 4/42: Articulação dos espaços com jardins internos e divisões translúcidas

Figura 4/40: Vita aérea com ênfase para jardins

Fonte das imagens desta página:ARCHDAILY (2009)


78

Figura 4/43: Divisão de espaços com cortinas

4.1.2.3 Materialidade

Figura 4/46: Detalhes de pilares e laje

- Cortinas para proteção da individualidade e divisão de espaços (figura 4/43); - Uso de grandes vidros para entrada de luz natural e contato com o exterior (figura 4/44); - Linhas direcionais para setorizar os espaços pintadas no teto (figura 4/44); - Paredes internas translúcidas para entrada de iluminação nos espaços (figura 4/45). - Pilares de concreto reforçados por aço com laje aparente em concreto (figura 4/46); Figura 4/44: Grandes panos de vido abertos para o exterior e detalhe teto pintado

- Cobertura deslocada da laje com estrutura metálica (figura 4/47).

Figura 4/47: Detalhe da estrutura da cobertura metálica

Figura 4/45: Mobiliário externo em concreto liso

Fonte das imagens desta página: ARCHDAILY (2009)


4.1.2.4 Estrutura Planta Habitação Tipo A, AD, ADP e C e fluxos

Figura 4/48: Plantas Habitação Tipo A, AD, ADP e C

Tipos de Habitações Residência:

79

- A - Residência Assitida: 34 unid. - AD - Alta Dependência: 18 unid. Habitações Convalecentes e Cuidados Paliativos: - ADP - Paliativos: 4 unid. - C - Convalecentes: 12 unid.

Malha estrutural: distância de pilares com variação entre 4,5m e 6m

Tipo A e AD Setorização

Tipo ADP e C

Figura 4/49: Detalhe da malha estrutural de formato radial

Fluxos

Dormitório

Circulação Horizontal

Banheiro

Circulação Vertical

Sala Copa Fonte das imagens desta página: OCAÑA (2006, p.21). Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)


80

Figura 4/50: Conjunto de Plantas setorizadas e Detalhadas dos Espaços em Comum

4.1.2.5 Estrutura Planta Espaços Comuns Setorizados e Fluxos

Fluxos

Circulação Horizontal

Fonte das imagens desta página e da página ao lado: OCAÑA (2006 p.24 a 31)


81

Fluxos

Circulação Horizontal


82

Figura 4/51: Detalhes dos espaços comuns e terapêuticos

4.1.2.6 Setorização Principal do Edifício

Figura 4/52: Setorização Principal do Edifício

Fonte: :OCAÑA (2006, p.19)

1 - Recepção 2 - Centro dia 3 - Espaco Sociocultural 4 - Sala de Descanso 5 - Terapia Ocupacional Fonte: ARCHDAILY (2009)

6 - Refeitório 7 - Unid. Controle Principal 8 - Unid. Controle 9 - Rehabilitação 10 - Piscina

12 - Podologia 13 - Banhos Geriátricos 14 - Assist. Social 15 - Sala Consulta 16 - Serviços


4.1.2.7 Malha Estrutura Edifício A malha estrutural foi desenhada em volta das formas amebais, com pilares de circulares com 20cm de diâmetro feitos em contreto e aço (figura 4/53).

Pilares de maior proporção foram adicionados para suportar a lage suspensa e permitir grandes vãos. Os espaços mais circulares não possuem pilares em seu interior: não há laje e a cobertura metálica se sustenta nos pilares laerais.

Figura 4/53: Malha estrutural

De acordo com o conceito do projeto a circulação acontece livremente e sem um espaço determinado, em todos os sentidos.

83

Para facilitar a movimentação, rotas foram criadas no teto, indicando as áreas do complexo. Malha estrutural: distância de pilares com variação entre 4,5m e 6m pode ser melhor observada pela perspectiva explodida da estrutura do edifício (figura 4/54). Figura 4/54: Perspectiva explodida da estrutura do edifício

Fonte das imagens desta página:OCAÑA (2006, p. 5 e 36)


84

Figura 4/55: Jardins internos e externos

4.1.2.8 Pontos Fortes do Projeto

Figura 4/57: pontos de comunicação do caminho poético

- Criação de um caminho poético, por meio da sinalização disposta em locais estratégicos para ser lida em sequência (figura 4/55);

jardin blanco

E.1

- Espaços planos garantindo acessibilidade aos ambientes internos e externos;

E.22 E.2 E.21

E.10

E.9 E.3

E.20

E.8

Entradas de luz entre a cobertura e laje, que garantem iluminação natural indireta (figura 4/58);

Figura 4/56: Localização de placas indicativas com cotas

- Criação de áreas de contemplação internas (jardins sensoriais) e externas, além de áreas para exercícios físicos ao ar livre chamadas de equipamentos emocioanais (figura 4/55);

E.7

E.4

E.6 E.5 E.15

E.14

jardin amarillo

E.13

E.19 E.16

E.12

E.17 E.11

E.18 jardin azul

Figura 4/58: pontos de comunicação do caminho poético

- Utililzação de formas circulares e amebais conferem um ar “descontraído” aos espaços, sem que pareçam hospitais (figura 4/57); - Identificação das cotas e cargas foram nos espaços para futuras alterações de projetos (figura 4/56);

Figura 4/59: Placas de sinalização do jardim

- Criação de sinalizações fáceis de serem observadas no jardim a partir da perspectiva do usuário de cadeiras de rodas, apresentando a identificação dos espaços por cores das placas e plantas: jardim amarelo, azul, verde e rosa (figura 4/59). Fonte das imagens desta página: :OCAÑA (2006, p. 15 e 45)

R332

890 605

esc 1:30. cotas en mm.

150

630

630


4.1.3 Senior Activity Center Of Guangxy

O projeto do Centro de Atividades Senior de Guangxy foi realizado à pedido do Bureau de Veteranos Aposentados de Guangxy. Seu conceito foi evocar o sentimento de pertencimento à geração de pais que viveram a maior parte de sua juventude durante a revolução cultural da China e de sua vida comunitária e da agricultura. O terreno está às margens de uma área completamente urbanizada e confronta de um lado edifícios modernos e do outro, a natureza ainda preservada dos novos bairros em desenvolvimento, conciliando dois extremos da topografia entre os morros e os planos dos edifícios e criando uma transição entre estes dois mundos (figura 4/61). A topografia foi aproveitada para que um espaço subterrâneo ficasse no nível de uma das vias, enquanto a outra via estende-se ao segundo andar. De acordo com a topografia, o edifício ora se apresenta dividio com 8 pavimentos, ora com 5 pavimentos, com paredes com janelas e grandes panos de vidro que possuem como elemento

estético no seu exterior, brises de alumínio e bambu indígena, que adiciona cor e confere dramaticidade à fachada do edifício, aliando a tecnologia deste material à memória cultural de seus moradores (figura 4/60).

Detalhes do Projeto

A forma da topografia também foi utilizada no formato arredondado dos cantos do edifício e de seus acabamentos, evidenciando linhas curvilíneas e levemente orgânicas em contraponto à estrutura retangular dos módulos em que o edifício se divide.

- Projeto Arquitetônico:

- Área do Terreno: 18.000m²

85

- Área total de const.: 5.357m² - Quantidade de habitações: 68 - Área total de jardins: 6100m² Atelier Alter - Ano: 2014

Figura 4/61: Entorno do Senior Activity Center of Guangxy

A construção, com gabarito muito menor que os edifícios do entorno, permite os moradores tenham fácil acesso às hortas e jardins que circundam a propriedade. Assim o porão se abre para jardins ao nível do solo na parte de trás. Figura 4/60: Fachada principal do Senior Activity Center of Guangxy

Fonte das figuras desta página: ARCHELLO (2020)


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Figura 4/62: Colagem com os datalhes das fachadas do edifício ressaltando o contraste entre as linhas retas e curvadas

Grandes áreas comuns nos andares inferiores oferecem instalações esportivas e áreas de reunião para os residentes, enquanto os andares superiores são dedicados à área útil. Brises de alumínio com bambu verticais de são usados como coberturas de janelas para criar luz e vistas que lembram a atmosfera dentro de uma cabana de bambu tradicional e deixam a fachada com um ar futurista embora utilize de materiais simples (figura 4/62). As áreas internas intentam transmitir a mesma sensoriedade do exterior, com detalhes de forros dispostos em ondas, criando uma textura que integra-se de forma harmoniosa com a iluminação. A grandiosidade do projeto também é observada em variadas oportunidades no interior do edifício, seja nas áreas de exercícios físicos com pé-direito triplo, ou nos grandes vãos internos onde todos os andares podem ser observados e se interconectam que podem ser observadas no canto inferior da direita na figura 4/62.

Fonte: ARCHELLO (2020)


Figura 4/63: Infográfico com a localização do projeto Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

4.1.3.1 Contexto

Figura 4/65: Localização do Senior Activity Center Of Guangxy

87 Projeção Solar

China

Guangxi

Região de Nanning

Localização

Figura 4/64: Implantação do Senior Activity Center Of Guangxy

O local do projeto está inserido no final da área extremamente urbanizada da cidade, e no começo de uma área residencial nobre mais arborizada e quase “rural”. A topografia foi utilizada como conceito arquitetônico que buscava trazer um ar rural e da agricultura para o projeto e desta forma utilizou como referência o próprio desenho da terra e seus níveis (Figura 4/65).

Fonte: Google Earth Ventos Adaptado pelo AUTOR Predominantes (2020) Figura 4/66: Localização do Senior Activity Center Of Guangxy

O projeto propoe a conexão com o edifício ao lado por corredores mas não foi executado como é possível observar a compraração entre as figuras 4/64 e 4/66. Fonte: ARCHDAILY (2014)

Fonte: Google Earth - Adaptado pelo AUTOR (2020)


88

Figura 4/67: Volumetria do edifício em Guangxi

4.1.3.2 Massa e Composição da Forma - Princípio Compositivo Racional: mais organizado e cartesiano com formas geométricas alinhadas com a via (figura 4/70);

Figura 4/70: Implantação com o princípio compositivo

- Contrastes: quebra na unidade entre a composição de diferentes materiais: mambu e revesti-mentoem ACM e entre as diferença de revestimento entre o pav.térrio e os pav. supeiriores (figura 4/71); - Dominância: acentuação ou relevo de aspecto formal que neste caso foi a reprodução das linhas topográficas na fachada (figura 4/72);

Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020) Figura 4/68: Articulação dos Espaços com caminhos e passarelas em rampas

- Escala humana: grande contraste nos espaços internos com pé direito triplo (figura 4/69); -Movimento: na articulação dos elementos da fachada e nos forros (figura 4/68 e 4/69); - Ritmo: variação regrada entre as linhas direcionais verticais, horizontais e diagonais da fachada (figura 4/71). Figura 4/69: Detalhe do forro do edifício que passa a impressão de ondas

Fonte das imagens desta página: ARCHDAILY (2014)

Figura 4/71: constrastes no desenho da fachada

Figura 4/72: representação do desenho da topografia na fachada como partido arquitetônico


4.1.3.3 Materialidade - Brises feitos em bambu com aço e revestimento de ACM na fachada (figura 4/73);

Figura 4/73: Detalhe do revestimento da fachada com brises de bambu e ACM

Figura 4/77: Maquete do edifício com representação das linhas da topografia que inspiraram a fachada

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- Uso de Vidro nas fachadas (figura 4/74); - O edifício é estruturado com pilares e vidas com uma aparência simples e deixa o recurso visual para os brises da fachada (figura 4/75 e 4/78); - Jardins e hortas que podem ser cultivados pelos moradores da região e usuários do espaço (figura 4/76). - Uso do desenho da topografia como partido arquitetônico observados na maquete (figura 4/77)

Figura 4/74: Detalhe dos vidros da fachada que dão luz ao saguão de entrada

Figura 4/78: Sistema construtivo com pilares e vigas em concreto observado no interior do edifício

Figura 4/76: Detalhe das hortas e jardins cultivados pelos moradores e usuários

Figura 4/75: Detalhe dos vidros da fachada que dão luz ao saguão de entrada

Fonte das imagens desta página: ARCHDAILY (2014)


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Setorização dos Pavimentos

4.1.3.4 Plantas, Setorização, Circulação e Fluxos dos Pavimentos

Figura 4/79: Conjunto de Plantas setorizadas e detalhadas dos pavimentos -1 e 1

1. Quadra interna 2. Banheiros 3. Serviços 4. Piscina 5. Recepção 6. Lagoa Colorida 7. Circulação Vertical 1. Quadra de Basquete 2. Banheiros 3. Hall Miltimídia 4. Quarto de vestir 5. Armazém frio 6. Sala de Armazenamento 7. Sala de Equipamentos 8. Sala de Medicamentos 9. Loja de Equipamentos 10. Sala de aula de culinária 11. Sala de aula de cozimento 12. Sala de aula de massas 13. Sala de aula de cozimento 2 14. Sala de aula de cozimento 3 15. Cozinha 16. Despensa 17. Hall de jantar 18. Entrada do Hall 19. Sala controle palco 20. Hall de dança 21. Sala de serviços 22/23. Plataforma e lagoa colorida 24. Hall entrada 25. Salão

Circulação Horizontal Circulação Vertical

Fluxos

Circulação Circulação Horizontal Vertical

Fonte das imagens desta página: ARCHDAILY (2014)


Figura 4/80: Conjunto de Plantas setorizadas e detalhadas dos pavimentos 2 e 3

Circulação Horizontal Circulação Vertical

Fonte das imagens desta página: ARCHDAILY (2014)

Setorização dos Pavimentos

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1. Banheiro 2. Corredor Côncavo 3. Sala de Atividade 4/9. Sala de Serviços 5. Sala de Jogos de Majong 6. Sala de Jogos de Xadrez Chinês 7. Sala de Jogos de Cartas 8. Vestiário 10. Sala de Ginástica 11. Sala de Tênis de Mesa 12 Sala de Corrida 13. Sala de Ping-Pong

1. Banheiro 2. Corredor Côncavo 3. Depósito 4. Hall de Recepção 5. Sala de Karaokê 6. Sala de Leitura 7. Banheiros 8. SPA 9. Sala de Atividades 10. Quadra de Tênis 11. Sala de Serviços 12. Sala de Espera 13. Quadra de Tênise e Volleyball


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Setorização dos Pavimentos

Figura 4/81: Conjunto de Plantas setorizadas e detalhadas dos pavimentos 4 e 5.

1. Banheiros 2. Corredor Côncavo 3. Sala de Atividades 4. Escritório 5. Sala de Serviços

Circulação Horizontal Circulação Vertical

1. Banheiros 2. Corredor Côncavo 3. Escritório 4. Depósito 5. Sala de Reuniões 6. Sala de Serviços

Fonte das imagens desta página: ARCHDAILY (2014)


Figura 4/82: Conjunto de Plantas setorizadas e detalhadas dos pavimentos 6 e 7.

Setorização dos Pavimentos 1. Banheiros 2. Corredor Côncavo 3. Sala de Atividades 4. Escritório 5. Sala de Serviços

Circulação Horizontal Circulação Vertical

Fonte das imagens desta página: ARCHDAILY (2014)

1. Sala de Serviços 2. Terraço

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94

4.1.3.5 Malha Estrutural e Fluxos

Figura 4/83: Malha estrutural do edifício

Os pilares que sustentam o edifício são retangulares na área interna com uma distância de aproximadamente 8m entre cada um deles e dimensões de 0,20m x 1,00m. Já os pilares que sustentam o edifício fora da fachada envidraçada são circulares e possuem diâmetro aproximado de 1,00m. Figura 4/84: Detalhes dos Pilares no lado externo em formato circular

Figura 4/84: Seção A-A com visualização da circulação vertical do edifício

Circulação Vertical

Fonte das imagens desta página: ARCHDAILY (2014)


4.2 Visitas Técnicas Para compreender o dia-a-dia de uma Instituição de Longa Permanência (ILPI), hotelaria e moradia para o desenvolvimento deste projeto, foram realizadas 3 visitas técnicas no mês de março de 2020.

Figura 4/85: Solar Ville Garaude

Solar Ville Garaude Barueri - SP

A primeira visita foi realizada no Solar Ville Garaude. Ele se intitula hotel 5 estrelas para idosos e contempla os serviços de residência, hospedagem dia e curtas temporadas para idosos, concentrado em um edifício vertical em Barueri. A segunda visita foi realizada na Vivenda Quinta das Flores, residencial que contempla moraria, espaço dia, hotelaria e espaço para reabilitação, na área rural entre Santa de Parnaíba e Alphaville - SP. A terceira visita foi realizada na empresa Bálsamo Gileade em Cascavel SP, que atua como ILPI com os três tipos de públicos idosos.

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Fonte: SOLAR VILLE GARAUDE (2020) Figura 4/86: Vivenda Quinta das Flores

Vivenda Quinta das Flores Santana de Parnaíba - SP

Fonte: VIVENDA QUINTA DAS FLORES (2020) Figura 4/87: Bálsamo Gileade

Bálsamo Gileade Cascavel - PR

Fonte: BALSAMO GILEADE (2020)


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4.2.1 Solar Ville Garaude

Características Principais - Área de Atuação: hotel e residência temporário e longa permanência - Tipos de Acomodação: suítes com 25m², 30m², 48m² - Quantidade de suítes: 54

Figura 4/88: Fachada do Solar Ville Garaude em Alphaville

O Solar Ville Garaude foi criado por um casal de médicos, ela geriatra e cardiologista e ele gerontólogo, que iniciaram suas atividades em uma casa térrea em uma chácara próximo a Alphaville (SOLAR VILLE GARAUDE, 2020). Com o passar do tempo, o Solar Ville ganhou um espaço próprio, localizado próximo aos familiares e trabalhos dos filhos dos criadores, e foi projetado exclusivamente para a finalildade de habitação de idosos, que contemplasse elementos naturais como madeira e plantas, para conferir uma característica aconchegante ao local e tropicalizado, que funciona ininterruptamente a 21 anos neste local. A visita foi realizada no dia 9 de março de 2020 e fui atendida pela psicóloga da casa que apresentou todos os espaços e falou sobre o funcionamento do mesmo.

Fonte das figuras desta página :PRÓPRIO AUTOR (2020)

O edifíco foi projetado em 1998 e conta com 7 pavimentos e dois elevadores centrais que vão até o sexto pavimento. Ao total existem dois elevadores que suportam macas, sendo que um deles é panorâmico e dele é possível observar todo o grande salão/restaurante que fica no piso térreo.

O último pavimento só é acessado por escada, e nele foi instalado uma cadeira elevatória para transporte de moradores, mas foi relatado que neste andar, só moram pacientes que não tem dificuldades de locomoção (figura 4/89). A localização do edifício é privilegiada, de fácil acesso em Barueri, no entanto a vista para a área verde em frente sera obstruída pois está sendo construído um edifício na frente do mesmo, justamente onde está sua vista principal com sacadas (figura 4/88). O acesso ao edifício é feito por meio de uma escada frontal e possui também uma rampa acessada pelas duas laterais do edifício que permite que pacientes com mobilidade reduzida Figura 4/89: Cadeira Elevatória para Acessar Último Pavimento


sejam deixados na porta de entrada muito facilmente, muito semelhante à entrada de carros em frente a hotéis (figura 4/90). A topografia do terreno permitiu criar um um pavimento térreo elevado do nível da rua, onde estão localilzados a recepção, espaço ecumênico, sala de atendimento de consultas e toda a parte de serviços: copa, lavanderia, depósitos, além de um estacionamento privativo. Não foi possível visualizar esta área detalhadamente durante a visita. Os materiais rústicos conferem a personalildade do projeto, com destaque para o madeiramento aparente do telhado, os acabamentos das sacadas internas, o revestimento de lajotas de barro na fachada e as paredes em pedra do espaço ecumênico (figura 4/92). Figura 4/90: Entradas do edifício Solar Ville Garaude

O primeiro pavimento, que no fundo do terreno é térreo é o ponto de principal atração do projeto, pois é nele que se encontra o grade átrico do salão do restaurante, área de festas com piano, grande área de sofás, e dele é possível acessar o jardim externo, e a academia, além de um bar (figura 4/93). Neste pavimento estão muitos outros espaços como cinema, sala de reuniões, biblioteca, sala adminsitrativa, salão de beleza, cozinha principal. E é dele que é possível observar a grande beleza do edifício que está em seu interior, mesclando materiais como madeira, tijolos rústicos e plantas, mostrando um grande átrio da altura total do prédio, em que plantas caem, criando uma parede” verde”. A mesma vista pode ser observada pelo elevador panorâmico (figura 4/91). Figura 4/91: Vistas do grande salão central

Fonte das figuras desta página: PRÓPRIO AUTOR (2020)

Figura 4/92: Principais materiais: madeira, lajotas rústicas, pedras

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Figura 4/93: Espaços Pavimento Térreo

A ênfase na manutenção da saúde e em manter o público do local ocupado é muito grande, desta forma, o Solar Ville possui extensa agenda de atividades, sejam elas físicas ou culturais. A sala de ginástica está estruturada com equipamentos modernos, para exercícios de musculação, funcionais e rpg, além de possuir piscina aquecida para hidroginástica (figura 4/94).

jardim jogos, feitas

Quanto ao lazer, além do externo, existe uma sala de além de diversas atividades salão principal do átrio.

A partir do segundo pavimento estão localilzados os quartos, sendo que a grande maioria deles tem sacada interna para o átrio. Em cada um destes andares, existe um grande salão com diferentes funções a cada andar, varandas panorâmicas e salas íntimas com banheiros (figura 4/95). Figura 4/94: Academia de ginástica e piscina

Fonte das figuras desta página :PRÓPRIO AUTOR (2020)

No salão de um dos andares encontra-se a farmácia central onde são controlados os medicamentos dos pacientes. Em outro, fica a sala das enfermeiras e onde também se faz atendimento odontológio de acordo com a necessidades dos moradores e onde está instalada a central onde todos os apartamentos estão conectados (figura 4/95). Existe um ponto fixo de socorro em cada banheiro que pode ser acionado ao lado da pia, bem como cada morador tem um alarme móvel que pode utilizar para pedir ajuda (figura 4/96). Figura 4/94: Academia de ginástica e piscina

Figura 4/95: Central de Enfermagem e medicamentos


Figura 4/96: Dispositivo de chamada de emergência

As suítes são retangulares, com entrada em frente à sacada interna e janelas para as laterais do edifício. São equipadas com cama, guarda-roupas, TV, frigobar, ar condicionado e banheiro adaptado com box. Os moradores podem levar seus pertences pessoais, desde a cama, poltrona, cômoda (figura 4/99).

Cada andar possui uma pequena sala privativa de TV, com acesso à banheiros e o hall dos quartos tem decoração diferente em cada pavimento (figura 4/97). Além do posto de enfermagem e odontologia, os pavimentos possuem: sala de TV principal, sala de jogos (figura 4/98).

Figura 4/99: Detalhes da suíte

Figura 4/101: Detalhe salão principal que serve para alimentação e lazer

99

Figura 4/97: Sala de TV privativa e hall

Os elevadores acomodam o tamanho de maca e um deles é um elevador panorâmico que permite visualizar o salão principal (figura 4/100).

Figura 4/101: Detalhe do buffet dos hóspedes

Figura 4/100: Elevador Panorâmico

Figura 4/98: Sala de Jogos

Fonte das figuras desta página :PRÓPRIO AUTOR (2020)


100

4.2.1.1 Fluxograma do Solar Ville Garaude

Figura 4/102: Fluxograma do Solar Ville Garaude

Acesso

Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

Consultórios

Banheiros Sala de TV privativa

Capela ecumênica

Hall de Entrada

Sexto Pav.

Suítes moradores Varanda Panorâmica

Serviços

Central enfermeira Quinto Pav.

Sétimo Pav.

Banheiros Sala de TV privativa

O local foi escolhido para visita por ser uma referência e um dos mais antigos da região a adotar o conceito de hotelaria, recebedo hóspedes residentes ou para daycare à mais de 20 anos.

Segundo Pav. Primeiro Pav.

Quarto Pav.

Suítes moradores Sala de Descanso Varanda Panorâmica Sala de TV privativa Sala de TV Principal

Consultório

Suítes moradores Terceiro Pav.

Banheiros

Salão de Beleza Varanda Panorâmica Biblioteca

Banheiros Sala de TV privativa

Sala reuniões e Cinema

Farmácia central Suítes moradores Sala de TV privativa

Sala de Jogos

Sala ginástica e piscina

Varanda Panorâmica Suítes moradores

Sala de TV privativa

Bar e Refeitório

Varanda Panorâmica

Suítes moradores

Salão do átrio

Varanda Panorâmica

Jardim


4.2.2 Vivenda Quinta das Flores De acordo com Vivenda Quinta das Flores (2020) ela foi criada por dois engenheiros que cuidavam de familiares idosos e queriam um projeto inovador para a terceira idade. Conforme informado pelo proprietário do local em visita técnica realizada no dia 9 de março de 2020, o edifício, localizado em terreno de 20.000m², foi originalmente concebido para a realilzação de eventos sociais e corporativos, no entanto, era seu sonho, acolher o projeto de moradia para a terceira idade. Nos últimos anos o local passou por intensa transformação e começou a acolher idosos nos seguintes sistemas: centro dia, a partir das 8h da manhã; moradia em regime de ILPI, Reabilitação para moradores e pacientes temporários e hotelaria par acolher idosos visitantes por curta temporada. Ao todo são 22 suítes com no máximo dois moradores por quarto, equipadas com ar condicionado quente e frio e banheiro adaptado, que podem ser decoradas com o mobiliário do morador para que ele se sinta “em casa”.

O edifício se acomoda de acordo com a topografia do terreno, sendo que o portão de entrada fica na cota mais alta e rampas levam para as edificações em diferentes cotas. Ao entrar no edifício central no pavimento térreo existe um átrio com iluminação natual que concentra a recepção e é a porta acesso para diferentes serviços como a sala de fisioterapia e consultório, acesso à sala de descanso e refeitório e também ao espaço ecumênico (figura 4/105). Existem alguma suítes no pavimento térreo.

Característica Principais:

101

- Área de Atuação: residência, espaço dia, hotelaria e reabilitação - Tipos de Acomodação: suítes com 25m², 30m², 48m² - Quantidade de suítes: 22 Figura 4/103: Implantação e caminhos externos na Vivenda Quinta das Flores

No pavimento superior estão os quartos e um grande terraço fechado com 300m² onde são realizadas atividades de lazer e eventos para o público da casa. Ele é acessado por escadas com corrimões, sem elevador ou cadeira elevatória. Tanto do restaurante quanto do salão é possível acessar o grande jardim por rampas de acesso com corrimão. Os espaços são amplos e o mobiliário totalmente adaptado ao público da Vivenda (figura 4/103).

Fonte: VIVENDA QUINTA DAS DLORES (2020)


102

Figura 4/104: O contato com a natureza é um dos principais atrativos do local

Durante a visita não foi autorizada a realização de fotos do local, bem como visitação no pavimento superior, desta forma, as imagens aqui apresentadas foram retiradas do site da Vivenda Quinta das Flores. No pavimento térreo existem quartos conectados que podem ser utilizados por casais, mesmo que estes necessitem de espaços individuais. Estes podem ser decorados pelos moradores como na figura 4/106.

O espaço de refeições é multiuso e pode também acolher área de jogos, enquanto a sala social é bastante ampla e pode acolher mesas para arteterapia (figura 4/107). A edificação possui diferentes materiais, desde alvenaria tradicional com laje, à espaços de cobertura em acrílco transparente e telhas metálicas com estrutura em metal e fechamentos em vidro (figura 4/108). Figura 4/107: Detalhe do espaço de refeições

Figura 4/105: Átrio central na entrada do salão

Figura 4/106: Decoração dos quartos com móveis próprios dos moradores

Fonte: VIVENDA QUINTA DAS DLORES (2020)

Figura 4/108: Detalhe do terraço de eventos


4.2.2.1 Fluxograma da Vivenda Quinta das Flores

O fluxograma a seguir é simplificado, pois não foi possível visitar detalhadamente os pavimentos internos. A visita se concentrou mais nas áreas sociais e externas.

Figura 4/109: Fluxograma da Vivenda Quinta das Flores

Acesso

Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

Suítes Moradores

O local foi escolhido para visita pois abriga um amplo contato com a natureza, contando com diferentes jardins que irão inspirar o desenho do projeto arquitetônico deste estudo.

Consultórios e fisioterapia

Hall de Entrada

Segundo pavimento. Cozinha e Refeitório Suítes moradores

Capela Ecumênica

Terraço de Eventos

Serviços

Jardim

Sala de TV e Descanso

Jardim Sala de Atividades

103


Características Principais: - Área de Atuação: residência temporário e longa permanência - Tipos de Acomodação: suítes individuais, duplas e triplas - Quantidade de suítes: 30 Figura 4/110: Fachada da ILPI Bálsamo Gileade em Cascavel - PR

A instituição de Longa Permanência Bálsamo Gileade é localizada na cidade de Cascavel - PR. Por estar no oeste do estado e próxima à Foz do Iguaçu e à fronteira com Paraguai e Argentina, a instituição acolhe públicos residentes destes países também. A visita foi realizada no dia 15 de março de 2020 e fui atendida pela proprietária do espaço, que apresentou a história do edifício, todos os espaços do local e elementos construtivos necessários para este segmento. O local é novo e foi projetado por arquitetos especializados em arquitetura hospitalar, o que é um diferencial, pois as outras instituições da região são feitas em casas prontas e adaptadas. A escolha dos materiais foi pensada para evitar acidentes e o local é totalmente adaptado para movimentação dos moradores, sem degraus, obstáculos e com barras de apoio em todas as paredes e corredores.

Fonte das figuras desta página :PRÓPRIO AUTOR (2020)

O edifício possui dois pavimentos, com duas entradas: entrada principal (com acesso de pedestres e veículos para o hall de entrada e também serviços e entrada posterior para serviços e atendimentos (ambulância) (figura 4/111).

Figura 4/111: Detalhes dos acessos da Bálsamo Gileade

O projeto foi desenvolvido com formato de “U” com o primeiro pavimento com quartos e com a seguinte setorização no pavimento térreo, de acordo com a figura 4/102: Figura 4/112: Setorização do edifício

Quartos especiais /salas especiais

Áreas sociais/cuidados saúde

Serviços

104

Na ala de quartos especiais no pavimento térreio estão localizadas as suítes para pacientes com dificuldades de mobilidade e acamados, pois o acesso e transporte dos mesmos é facilitado. Estes quartos estão equipados com leitos móveis (figura 4/103).


Figura 4/113: Quarto especial com maca e detalhe porta do banheiro

Existem também as salas especiais como a sala de artes, na qual os moradores fazem arte terapia, costura e uma série de outras atividades monitoradass por profissionais. Ainda no pavimento térreo há uma pequena central de farmácia e atendimento (figura 4/114) e a rouparia onde toda a roupa de cama do espaço é armazenada depois de limpa, e no pavimento superior, estão dispostos quartos. Figura 4/114: Farmácia piso térreo

Na área de serviços estão localizadas todas as salas para manter o funcionamento da casa e é um dos pontos altos do projeto. Esta parte de serviços tem três acessos: por trás pela lavanderia, pelo pátio central e pela frente, por meio do corredor de serviços e por onde entram os funcionários. Nela estão localizadas a lavanderia que cuida das roupas dos moradores, a rouparia é lavada fora da instituição. Há também passadoria, sala de limpeza de insumos da cozinha, a cozinha e sala específica para louças sujas para evitar contaminação. Outros dois espaços muito importantes são a sala de expurgo, com sanitário adaptado em mesa para o expurgo (figura 4/116) e lactário onde são colocados alimentos em sonda. No lactário, por não haver um espaço separado para a preparação dos alimentos, a casa utiliza apenas alimentação pronta no lactário (figura 4/117).

Figura 4/116: Detalhe de sanitário adaptado na sala de expurgo

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Figura 4/116: Detalhe do Lactário

Figura 4/115: Entradas da área de serviço: posterior, central e frontal

Fonte das figuras desta página :PRÓPRIO AUTOR (2020)


106

Figura 4/117: Detalhe da acessibilidade na proteção de portas

Figura 4/118: Detalhe do corrimão nos corredores

A cozinha possui uma sala anexas para higienização dos utensílios e alimentos. Para evitar a contaminação, eles são higienizados em momentos diferentes. Alimentos antees do preparo e utensílios somente após as refeições. Esta sala é dividida por parede e possui um passa prato para a cozinha principal, que está equipaga com fogão industrial com uma grande coifa, muitos armários e uma área separada com despensa e refrigeradores, onde são armazenados alimentos para a casa, bem como armários específicos com alimentos dos pacientes. Uma das queixas sobre a cozinha é que embora ela seja bem projetada para evitar qualquer tipo de contaminação, ela não possui janelas e acaba sendo um ambiente de trabalho escuro e que demanda de mais iluminação.

Figura 4/119: Detalhe do pátio coberto frontal

Fonte das figuras desta página :PRÓPRIO AUTOR (2020)

Em todas as salas destinadas à serviços no pavimento térreo, existem pias para higienização das mãos, logo ao lado da entrada. Em todas as portas de vidro que são acessadas pelos moradores existem rampas móveis que protegem os trilhos das portas evitado acidentes (figura 4/117).

Ainda no pavimento térrio na área de serviços, estão localizadas as salas de atendimento (consultórios), a sala da administração e a infra-estrutura para funcionários, com vestiários masculino e feminino, sala de depósito e sala de descanso dos funcionários (figura 4/120). Conectado à área de serviços no pavimento térreo estão as àreas sociais e de cuidados com a saúde. A primeira delas é a recepção mais ou menos na metade do pavimento, que é unida por corredor à uma sala de espera com TV (figura 4/118) e espaço ecumênico à direita e à esquerda, sala de TV e descanso e varanda. A sala de TV é ampla e possui a largura toda do edifício, ligando outros ambientes como a sala de fisioterapia e exercícios, o refeitório e o jardim externo frontal com o pátio interno. Ela não pode ser fotografada pois haviam muitos residentes no local no momento da visita. Figura 4/120: Detalhe corredor e consultório


Atrás da sala de TV é acessado o refeitório. Ele dá acesso ao pátio central e ao corredor de serviços (figura 4/121). O pátio interno possui piso em porcelanato com escomento de água feito em ralos lineares invisíveis e com desnível suave para evitar acidentes. Ele dá acesso à entrada lateral do edifício e é por este espaço que pode ser acessado veículos de transporte e ambulâncias (figura 4/122). Ele também dá acesso à área externa edifício com seus jardins, pomar e à horta que foi construída de maneira que os moradores possam ficar em pé para cultivá-la (figura 4/123). Figura 4/121: Refeitório e acesso ao pátio

Figura 4/122: Acesso do Portão posterior e horta suspensa

A sala de exercícios e fisioterapia é fundamental em ILPIs para manutenção da saúde dos usuários

107

Figura 4/125: Sala de fisioterapia no pavimento térreo

O edifício possui uma arquitetura muito minimalista, com contraste de cor nas esquadrias e detalhes como painéis estreitos em aço recortado à laser para ocultar encanamentos de água pluvial (figura 4/124). A maior calçada que dá acesso aos veículos na imagem acima é feita em paver de concreto e permeável (figura 4/123). O terreno é praticamente plano, com rampas pouco íngremes e que podem ser acessadas por cadeirantes com facilidade.

Figura 4/126: Detalhe da lixeira próxima à entrada posterior com divisões para lixo hospitalar

Figura 4/124: Detalhes de escoamento de água pluvial

Figura 4/122: Edifício visto pelo pátio interno

Fonte das figuras desta página: PRÓPRIO AUTOR (2020)


108

Os banheiros das suítes são totalmente adaptados com barras tanto no sanitário, quanto na pia e chuveiro. Além disso não existe degrau e sim pequena rampa entre a área de banho e o restante do banheiro e não há box para evitar acidentes, de com a RDC 283 (figura 4/127). Figura 4/127: Banheiro adaptado com detalhe para ausência de degraus e barras de apoio

Fonte das figuras desta página: PRÓPRIO AUTOR (2020)

No pavimento superior estão localizados os quartos. Dividem-se entre suítes individuais, suítes para 2 e para 3 residentes. Na área mais calma do segundo pavimento há alguns pacientes paliativos. Além dos quartos, existem dois pontos de farmácia/central enfermeiras: uma menor sobre a ala especial, e outra central onde estão armazenados todos os históricos dos pacientes, exames, etc. Estes documentos encontram-se de forma digital no sistema que a instituição utiliza, mas também são arquivados os exames físicos (figura 4/128).

Figura 4/129: Terraço piso superior, armários e corredores com vista para pátio central

O edifício conta com duas escadas e um elevador. A grande dificuldade do elevador, é que ele é pequeno e não comporta uma cama, por isso os pacientes acamados são colocados nos quartos da ala especial no andar térreo.

Ao lado da farmácia central há uma sala com armazenamento da rouparia do andar do pavimento superior e acesso ao elevador, que desce, próximo ao refeitório e ao lado da farmácia menor existe um terraço de descanso sobre a lavanderia (figura 4/129).

As escadas são protegidas com corrimão e portas de acesso que possuem travas duras para que os pacientes não possam acessá-las sozinhos e assim evitar acidentes (figura 4/130).

Figura 4/128: Farmácias do piso superior: lateral e central

Figura 4/130: Detalhes do corrimão e fechamento das escadas


4.2.3.1 Fluxograma da Bálsamo Gileade

Figura 4/131: Fluxograma da Bálsamo Gileade Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

109 Acesso Funcionários Lavanderia

Suítes pav. Térrep Suítes pav. Superior

Cozinha

Suítes pav. Superior Espaços Funcionários Refeitório Pátio Central

Sala Fisioterapia

O local foi escolhido para visita pois é um projeto de referência para o interior do estado do Paraná, sendo projetado para abrigar uma ILPI dentro dos padrões exigidos pela RDC 283, e possuindo salas técnicas completas e atualizadas para poder auxiliar no entendimento do projeto que será desenvolvido.

Administração

Sala de TV / descanso

Varanda Coberta

Consultórios

Jardim Externo

Recepção

Acesso Visitantes

Acesso Funcionários



111

5. ÁREA DE INTERVENÇÃO DO PROJETO

Figura 5/1: Casal em Viagem adaptado de Rawpixel Fonte: RAWPIXEL (2020)


112

Figura 5/2: Foto antiga de Itu sem data

5.1 Localização do Projeto A cidade de Itu possui um importante legado ligado à história do país, pois é tida como o “berço da República”, contando com vários monumentos e prédios como por exemplo, a casa onde ficou hospedado Dom Pedro II.

Fonte: ITU.COM.BR (2012)

Característicias Geográficas

Área: 640.719 km²Tipologia: Mista (atividade turística, comercial e industrial) População: 173.939 (IBGE, 2019) Densidade: 268.87 hab/km² Altitude: 583m Latitude:23º15’51” sul Longitude 47º17’57” oeste, Clima: Subtropical Fuso horário: UTC-3 Relevo: Situa-se no Planalto cristalino e sedimentar, relevo de colinsa suaves.

Seu centro histórico é tombado pelo Iphan e Confephat em dois diferntes graus: aplicados a edifício de alto interesse histórico, arquitetônico e ambiental, e apliados às edificações onde se destacam os valores ambientais. É um dos 29 municípios paulistas considerados estâncias turísticas pelo Estado de São Paulo.

atualmente encontra-se a Igreja do Bom Jesus (figura 5/3). Até meados do século XVIII, a Vila de Itu era um pequeno núcleo formado por pouco mais de 100 casas e uma pequena rua denominada da Palma. Após 1776 com o crescimento das lavouras de cana de açúcar (que era exportado) e algodão, o número de casas aumentou e a vida local passou a ser rodeada de artesãos (sapateiros, ferreiros, carpinteiros, tecelões, costureiras e fiandeiras) e o crescimento da vila foi notável (figura 5/2).

Figura 5/3: Mapa antigo de Itu com as primeiras ruas

Em se tratando de localização, a proximidade com a capital do estado e outras duas grandes cidades, Sorocaba e Campinas, fazem de Itu uma cidade de fácil acesso e de grande potencial de crescimento nos próximos anos. Sua origem remonta à 1610, quando Domingos Fernandes, juntamente com seu genro Cristóvão Diniz, construiu a Capela de Nossa Senhora da Candelária, onde

Fonte: GUARNIERI (2017)


Novas ruas são delineadas e multiplicam-se os números de edificações na cidade que foi elevada à Comarca de Itu em 1811 e tem a Igreja do Patrocínio inaugurada em 1819. Em 1842 a Vila de Itu foi elevada à cidade e já contava com 800 casas e a partir de 1850 e durante anos, Itu foi considerada a cidade mais rica da Província de São Paulo, com importante participação na vida política e conômica do estado e do país. Quando o plantio da cana entrou em decadência, causou um conflito entre os políticos e os fazendeiros ituanos contra o Governo Imperial. Cresceu então em Itu o Movimento Republicano que resultou, em 1873, na realização da Primeira Convenção Republicana do país e na criação do Partido Republicano Paulista. Por isso mesmo, Itu é chamada de “Berço da República”. Com o início da produção cafeeira na região, os fazendeiros buscaram a vinda de imigrantes para substituir a mão de obra escrava que fora abolida em 1888, fortalecendo a produção de café até meados de 1930.

Acidade não cresceu em área ocupada até os anos 50, quando novas indústrias, principalmente cerâmicas, foram instaladas na região, o que trouxe crescimento em duas áreas perfiféricas e o velho centro e sua importante herança cultural dos tempos da colônia, passou a ser transformado em centro histórico e área comercial. Após 1970, com a construção da rodovia Castelo Branco, novas indústrias instalaram-se em Itu, principalmente às margens de suas estradas de acesso. Nesta mesma época, se intensifica a fama de Itu como a “Cidade dos Exageros”, graças ao humorista Francisco Flaviano de Almeida, mais conhecido como “Simplício”, que participava de um programa televisivo chamado de “Praça da Alegria”, interpretando o caipira Osório, contava vantagens sobre sua terra natal de forma exagerada, o que resultou na criação de uma Praça dos Exageros na cidade. A cidade passou por restauros recentes e em 2019 reinaugurou a Praça da Matriz após a sua mais recente revitalilzação para impulsionar ainda mais o resgate e preservação da memória histórica da cidade (figura 5/4).

Figura 5/4: Praça Matriz de Itu atualmente

Fonte: G1-GLOBO.COM (2019)

Em 1979, Itu se torna Estância Turística do Estado de São Paulo, e inicia processos de tombamento do Centro Histórico.

113


114

Figura 5/5: Infográfico com a localização do projeto

5.1.1 Contexto

Rod.

Dep. A rchim ed

es La

mogli a -S P7

5 KM2

8

Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

Brasil

Estado de São Paulo

Figura 5/6: Mapa de Itu e principais rodovias de acesso Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

Região Metropolitana de Sorocaba

SP 75 SP 79

SP 71

Cabreúva

SP 300

SP 300

SP 300

SP 312

SP 75 SP 280

ITU

sem escala

SP 312 SP 79 SP 280 Cabreúva SP 280 Araçariguama

Sorocaba

Localização

Salto

Salto

SP 300 Porto Feliz

Boituva

Itu

N sem escala

A cidade de Itu está localizada no Estado de São Paulo, pertencente à Região Metropolitana de Sorocaba, que foi institucionalilzada em 2014 pela Lei Complementar Estadual N. 1.241. Ela é composta por 27 municípios, divididos em três sub regiões. São eles: Alambari, Boituva, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange, Jumirim, Sarapuí, Tatuí, Tietê e Itapetininga, Alumínio, Araçariguama, Ibiúna, Itu, Mairinque, Porto Feliz, Salto e São Roque; Araçoiaba da Serra, Iperó, Piedade, Pilar do Sul, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, Sorocaba, Tapiraí e Votorantim (figura 5/6). Ela foi escolhida pelo projeto pela facilidade de acesso de outras cidades e proximidade à capital do Estado de São Paulo.


5.1.2 Infra Esturura 5.1.2.1 Abastecimento de Água A cidade de Itu sempre teve problemas de acesso à água a partir de sua demarcação de terras, que causou grande número de reclamações devido aos donos de terrenos, incluindo os franciscanos, que impediam o acesso à água pela população e já no início dos oitocentos já era crônica da falta de água. Isso fez com que o padre Antônio Pacheco e Silva, construísse uma canalização de água e bicas com captação nas imediações da atual Vila Nova, por meio de telhões de barro que alimentava por gravidade os chafarizes do largo do Carmo e largo da Matriz. A primeira caixa d’água foi construída em 1888 e a água só teve tratamento para distribuição a partir de 1950. Ao longo deste tempo, a cidade sempre enfrentou grandes períodos de estiagem. e somente nos anos 70 o SAAE começa a atuar, com ampliação da rede de distribuição de água e tratamento de esgoto. Na década de 90 a distribuição de água e tratamento de esgoto da cidade é ainda irregular como uma colcha de retalhos e somente após 2005 iniciam-se as discussões para a

construção de um sistema centralilzado de distribução, integração dos sistemas, concomitantemente ao bloqueio judicial de contas do SAAE que estava com mais de R$41,5 milhões em dívidas.

Figura 5/8: Estações de Captação de água CIS em Itu

Em 2007 passa a atuar a cencessionária Aguas de Itu e em 2010 cria-se uma agência reguladora. Em 2014 Itu passou por uma grande crise hídrica, que fez com que o governo do estado liberasse verbas para a cidade combater seu problema de falta de água e em 2017 Inaugura-se a CIS - Companhia Ituana de Saneamento. Ela buscou modernizar suas estações de coleta e tratamento e extender o território de abastecimento incluindo a região onde está localizado o terreno de estudo(figuras 5/7 e 5/8). Figura 5/7: Processo de tratamento de água em Itu - SP

Fonte:CIS (2020) Fonte:CIS (2020)

115


116

Figura 5/9: Sistema Elétrico do Estado de São Paulo

5.1.2.2 Energia Elétrica e Gás Natural

A distribuição de energia na cidade de Itu é feita pela empresa CPFL, que atua nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, na filian CPFL Piratininga (figura 5/9).

A distribuição de energia na cidade de Itu é feita pela empresa CPFL, que atua nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, na filian CPFL Piratininga (figura 5/9).

Pela cidade passam também gasodutos de gás natural e um gasoduto de transporte, mas todos distantes do terreno estudado (figura 5/10).

Dentro do Terreno de passam linhas de transmissão de energia em paralelo à Rodovia SP 75. Figura 5/9: Sistema Elétrico do Estado de São Paulo

UHE Operação SP Cidades acima 100 mil hab. Fonte:SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO (2020)

Linhas de Transmissão Existentes Subestações Existentes Gasodutos de Transporte Existentes Pontos de Entrega de GN Existentes Localização do Terreno de estudo Fonte:Adaptado de ARQGIS (2020)

o 0 079

300

It u

075 09

Itu 312

374

079

NP

o

Escala 1:288,895


5.1.3 Tipos de Solo e Origem da Água A litogia é o estudo e descrição das rochas e suas camadas formados a partir do solo. Na região onde está localizado o terreno de estudo está presente uma grande área de arenitos e uma pequena área de lamitos, ritmitos, siltitos e argilitos. Já as águas subterrâneas presentes na área de estudo são do sistema Aquífero Tubarão/Cristalino. Nestes, o fluxo de água subterrânea é condicionado às descontinuidades de rocha e o potencial hídrico das rochas é limitado à ocorrência de zonas favoráveis que resulta em grande variação das condições de produção com valores extremos de 0 a 50 m³/h, média de 7m³/h (IRITANI el al, 2011). As águas do Aquífero Tubarão são fracamente salinas, bicarbonatadas sódicas e secundariamente bicarbonatadas cálcicas ou mistas. De acordo com a CETESB (2020), a cidade de Itu encontra-se na região URGHI 10, com concentrações elevadas de fluoreto e sulfato, dificultando o abastecimento público por água subterrânea sem tratamento.

O sistema de abastecimento de água paulista é realizado com 52% de água subterrânea, 29% de água superficial e 19% misto (KIANG; ENGELBRECHT, 2016). Na cidade de Itu, a captação de água superficial possui uma disponibilidade regular de 525 l/s e durante a estiagem de 397 l/s (ENGECORPS apud KIANG; ENGELBRECHT, 2016). De acordo com Kiang e Engelbrecht (2016), Itu conta com 6 sistemas de captação de água subterrânea divididos em poços tubulares profundos (150m a 250m), sendo que a vazão disponível para captação do aquífero cristalido é de 130 l/s e do aquífero tubarão é de 18 l/s. O ponto de captação mais próximo ao local do terreno é o Potiguara. Em seu estudo eles realizaram ensaios geofísicos para compreender a vazão de diferentes pontos para captação de águas subterrâneas. Um deles, de número 09 foi localizada próximo ao terreno de estudo, mas não apresentou bons resultados de captação. Isso indica que preferencialmente o sistema de abastecimento de água do projeto deverá ser feito a partir do sistema de captação da companhia CIS e não com poço próprio.

O projeto contará ainda com estratégias de infra-estrutura verde para captar e reutilizar águas pluviais para irrigação de jardins e limpeza dos ambientes externos, que será melhor explicitado nas plantas apresentadas no Capítulo 7 deste estudo

117

Figura5/10: Localização dos pontos de captação de água subterrânea em Itu e sua proximidade com o terreno de estudo.

Fonte: Adaptado de KIANG; ENGELBRECHT (2016)


118

5. Condições Climáticas

Figura 5/11: Temperaturas mínimas e máximas e pluviosidade em Itu - SP

De acordo com Weather Spark (2020), em Itu o verão é longo, morno, abafado, com precipitação e de céu quase encoberto; o inverno é curto, agradável e de céu quase sem nuvens. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 13 °C a 30 °C e raramente é inferior a 10 °C ou superior a 33 °C. A estação quente permanece por 4,4 meses, de 18 de novembro a 31 de março, com temperatura máxima média diária acima de 29 °C. O dia mais quente do ano é 14 de fevereiro, cuja temperatura máxima média é de 30 °C e a mínima média é de 21 °C. A estação fresca permanece por 2,7 meses, de 14 de maio a 5 de agosto, com temperatura máxima diária em média abaixo de 25 °C. O dia mais frio do ano é 23 de julho, com média de 13 °C para a temperatura mínima e 24 °C para a máxima.

Fonte: WEATHER SPARK (2020)

A estação de maior precipitação dura 5,0 meses, de 27 de outubro a 28 de março, com probabilidade acima de 39% de que um determinado dia tenha precipitação. A probabilidade máxima de um dia com precipitação é de 67% em 16 de janeiro.

A estação seca dura 7,0 meses, de 28 de março a 27 de outubro. A probabilidade mínima de um dia com precipitação é de 12% em 10 de agosto. Chove ao longo do ano inteiro em Itu. O máximo de chuva ocorre durante os 31 dias ao redor de 12 de janeiro, com acumulação total média de 206 milímetros. Em Itu a temperatura média é 19.5 °C. 1279 mm é a pluviosidade média anual. Com relação à incidência de ventos, algo que pode causar bastante desconforto no público deste estudo, percebe-se que há predominância na direção ESE (estesudeste) e SE (sudeste) (WEATHER SPARK, 2020), (figura 5/12). O terreno de estudo apresenta tipografia em declive justament eneste sentido, isso faz com que os ventos sejam incidentes neste local, que em alguns pontos, dada a sua topografia, terá menos sol incidente no final da tarde e poderá ser uma região mais fria dentro da área de estudo. Desta forma, neste local serão priorizadas a criação de áreas de contemplação, jardins e para prática desportiva e menos para a criação de residências para minimizar desta forma o desconforto térmico no local no final da tarde confore a incidência de luz solar (figura 5/14)..


Figura 5/12: Gráfico da Rosa dos Ventos em Itu que mostra quantas horas por ano o vento sopra na direção indicada

Figura 5/13: Gráfico com a quantidade de dias e velocidade dos ventos mensal

119

Fonte: WEATHER SPARK (2020)

Figura 5/14: Horas com incidência de Luz Solar em Itu

Fonte: WEATHER SPARK (2020)

Fonte: WEATHER SPARK (2020)


120

5.3 Hierarquia Viária

Legenda do Mapa de Hierarquia Viária

Via Expressa Via Arterial Via coletora Via local Terreno

Na págia ao lado, Figura 5/15: Mapa com a hierarquia viária da cidade de Itu nas proximidades do terreno de estudo Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020) a partir de imagens do GOOGLE EARTH (2020)

A hierarquia viária deste estudo segue a hierarquia proposta pelo Plano de Mobilidade Urbana de Itu, sendo as vias expressas as Rodovias que atravessam a cidade e para as quais as Avenidas (TC URBES, 2016). A cidade de Itu - SP é acessada por meio da Rodovia SP 300 - Rodovia Marechal Rondon no sentido da cidade de Porto Feliz - Itu - Jundiaí; pela Rodovia SP75 - Rodovia Deputado Archimedes Lamoglia nos sentidos de Salto - Sorocaba; pela Rodovia SP 79 - Intitulada de Rodovia Convenção Republicana no trecho entre as cidades de Salto e Itu, e de Rodovia Waldomiro Correa de Camargo no sentido de Itu - Sorocaba; pela Rodovia SP 312 Estrada dos Romeiros no sentido Pirapora do Bom Jesus e Cabreúva - Itu. O principal acesso da capital à cidade de Itu é feito pela Rodovia SP 280 - Rodovia Castelo Branco. Destaque para a Rodovia SP75 que está na lateral do terreno e é o principalm acesso do mesmo com relação às outras cidades.

As Vias Arteriais são as avenidas que cruzam a cidade, com destaque para as Avenidas Galileu Bicudo, Caetano Ruggieri, Dr. Octaviano Pereira Mendes, Dr. Ermelindo Maffei, Nove de Julho e Eugen Wissman. As vias coletoras destinadas à coelta e distribuição do trânsito rápido das arteriais são a Rua Sorocaba, Rua Graciano Gebibello, Rua Madre Maria Theodora, Rua Sete de Setembro, Avenida Goiás, Avenida das Graças, Rua Paulo Eduardo Xavier de Toledo, Rua Francisco Nardi Filho e Avenida Tiradentes. As vias locais mais próximas à área de estudo são pertencentes aos bairros próximos e não se ligam à ele. O terreno possui uma via local própria para acesso que coneça na alça de entrada para a Avenida do Varvito onde há um retorno da SP 75 no km 28. No mapa ao lado, destaque para a distância entre o terreno de estudo (identificado em vermelho) e o centro da cidade, totalizando aproximadamente 3km.


Rod. Marechal Rondon

Rod. Convenção Republicana

Rod. Dep. Archimedes Lamoglia

Destaque da área de121 estudo do terreno e sua relação com o entorno em direção ao centro da cidade de Itu - SP

N

Rod. Waldomiro Correa de Camargo

1: 200.000 0

0,5

1 Km


122

5.3.1 Mobilidade

Legenda do Mapa de Mobilidade Intermunicipal

Sentido do Transp. Interm. Salto - Itu - Salto Sentido do Transp. Interm. Sorocaba - Itu - Sorocaba Rod. de Acesso Terreno Ponto Parada Parque do Varvito Ponto Parada Linhas 035 e 075 Linha 035 - Shopping via Rod. do Açúcar Viação Itu Linha 075 - Centro via Rod. do Açúcar Viação Itu Na págia ao lado, Figura 5/16: Mapa de mobilidade das linhas de transporte público intermunicipal próximas ao local de estudo Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020) a partir de imagens do GOOGLE EARTH (2020)

Dentre as linhas de transporte intermunicipal que chegam a Itu, as duas linhas existentes, de Salto a Itu e de Sorocaba a Itu, não passam pela Rodovia SP75. As duas chegam pela SP 79 tanto nos trajetos de ida e volta. Por isso, uma das sugestões deste projeto, é para que seja criada uma linha de transporte intermunicipal que passe pela Rodovia SP 75, com ponto de parada junto ao KM28, na futura avenida marginal que será instalada às margens do terreno de estudo pela Prefeitura Municipal de Itu.

De acordo com o Plano de Mobilidade Urbana do Município de Itu, elaborado em 2016, a área de estudo encontra-se junto à zona especial de tráfego e dentro da zona de consolidação. Na figura 5/13 é possível observar que o raio de deslocamento feito em até 10 minutos pelo Plano de Mobilidade de Itu chega a alcançar a área de estudo. No plano estão previstas ações no eixo que vai até o bairro Pirapitingui para melhorar a mobilidade urbana e que passam junto ao terreno de estudo (TC URBES, 2016). Figura 5/17: Raio de distância percorrida a pé ou de bicicleta em até 10 minutos

Já dentre as linhas municipais, duas delas fazem trajeto com parada na Rodovia SP75 entre os KM 29 e 30.São elas: a Linha 035 - Shopping via Rodovia do Açúcar e Linha 075 - Centro via Rodovia do Açúcar, ambas da empresa Viação Itu. Sugere-se também que as linhas de transporte municipal tenhma um ponto de parada no KM 28 mais próximo ao terreno de estudo para facilitar a mobilidade com transporte público aos futuros moradores do local. A futura linha marginal está destacada no mapa na cor branca, ao lado do terreno.

Fonte: TC URBES (2020, p.71).


Rod. Marechal Rondon

Rod. Dep. Archimedes Lamoglia

Rod. Convenção Republicana

Sugestão de Criação de Ponto de ônibus e parada nesta localização para acesso ao terreno, nas linhas municipais e intermunicipais a partir da futura avenida marginal.

N Rod. Waldomiro Correa de Camargo

1: 200.000 0

0,5

1 Km


124 Legenda do Mapa de Mobilidade na

Dentro da cidade de Itu, as formas de mobilidade, as distâncias e tempos de percurso do local de estudo até os principais pontos da turísticos e centrais estão descritos a seguir:

cidade de Itu - SP

Parque do Varvito:

Distância entre local do terreno e centro de Itu 3km 40’ 12’ Trajeto entre o local do terreno e o Centro de Itu Rod. de Acesso Terreno

1,4km

15’

4’

9’

40’

10’

16’

Museu Republicano: 2,3km Museu de Energia: 2 km

35’

8’

13’

38’

9’

15’

45’

9’

18’

Museu da Música: 2,2 km Museu do Quartel: 2,7 km

Museu de Arte Sacra Padre Jesuíno 3.6 km

50’

13’

25’

10’

20’

O plano de Mobildiade Urbana de Itu prevê que a rua Parque do Varvito, principal ligação do terreno de estudo com a cidade, tenha futuras ligações viárias bem como projetos de intervenções viárias para segurança dos pedestres, o que facilitaria o seu acesso aos morad res deste estudo futuramente (TC URBES, 2016). Ela é considerada zona de tráfego especial e deverá ter implantação de infraestrutura cicloviária, com priorização para o transporte coletivo. Como este estudo prevê a criação de um complexo residencial no terreno pesquisado, acredita-se que este poderá ser transformar em um Polo Gerador de Tráfefo (PGT) que é um empreendimento que atrai ou produz grande número de acessos. Na cidade de São Paulo, são denominadas de Áreas Especiais de Tráfego estacionamentos com mais de 80 vagas e Polos Geradores de Tráfego aqueles com 500 vagas para atividades de habitação ouo área computável de 7500m² para Prestação de serviços de saúde.

Centro Histórico de Itu Na págia ao lado, Figura 5/19: Mapa de Mobilidade na cidade de Itu entre o local de estudo e principais pontos turísticos e de cultura Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020) a partir de imagens do GOOGLE EARTH (2020)

3 km

45’

FAMA - Fábrica de Artes Marcos Amaro 2.7 km

43’

9’

18’

Desta forma, neste projeto, existe um PGT e observa-se a necessidade de criação de 2 acessos ao terreno, para distribuição dos tipos de públicos de acordo com os tipos de edificações ali existentes.


Rod. Marechal Rondon

Rod. Convenção Republicana

Sugestão de Criação de Ponto de ônibus e parada nesta localização para acesso ao terreno, nas linhas municipais e intermunicipais a partir da futura avenida marginal.

Rod. Dep. Archimedes Lamoglia

N Rod. Waldomiro Correa de Camargo

1: 200.000 0

0,5

1 Km


126

5.4 Equipamentos Públicos de Saúde em Itu

Legenda do Mapa de Equipamentos Públicos de Saúde em Itu - SP

Hospital São Camilo Santa Casa de Itu Hospital Municipal Dr. Emilio Chierighini UPA 24h

UBS 01

UBS 03

UBS 06

UBS 07

UBS 09

AME

Posto de Saúde

Terreno

Na págia ao lado, Figura 5/19: Mapa com localização dos Equipamentos Públicos de Saúde em Itu - SP Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020) a partir de imagens do GOOGLE EARTH (2020)

A cidade de Itu conta com dois hospitais - Hospital São Camilo - Santa Casa de Itu e Hospital Municipal Dr. Emílio Chierighini. Além disso possui uma unidade da UPA 24h, uma unidade do programa AME do Estado de São Paulo, além de outras Unidades Básicas de Saúde. No mapa ao lado estão destacadas somente as unidades básicas de saúde de maior proximidade com a área de estudo (figura 5/19). No ano de 2020 iniciaram-se as obras da construção de um novo hospital da Unimed na Rodovia SP79 entre as cidades de Itu e Salto - SP. Além disso, a facilidade de acesso às vias expressas faz com que o atendimento de emergência possa ser feito tanto na cidade vizinha de Salto, que também conta com dois hospitais (Hospital Nossa Senhora de Montesserrat e Hospital da Unimed), além do rápido acesso à cidade de Sorocaba. Desta forma, destacam-se na página a seguir, os equipamentos de saúde regionais com seus respectivos tempos de deslocamento (figura 5/20)

Dado os objetivos deste estudo que é proposição de um Complexo Residencial que abrique moradias e uma ILPI (Instituição de Longa Permanência para Idosos), buscou-se saber também quais ILPIS existem atualmente na cidade de Itu para compreender a demanda municipal por este tipo de serviço. Cada uma delas atende em média de 10 a 20 pessoas (figura 5/21). Sabendo o perfil do público desta região, estima-se que as ofertas existentes atualmente para este tipo de serviço estejam muito menores que a demana, desta forma, acredita-se que dadas as projeções populacionais citadas no capítulo 2, os investimentos neste setor serão cada vez mais necessários, indo de encontro com os objetivos deste estudo.


Rod. Marechal Rondon Rod. Convenção Republicana

Rod. Dep. Archimedes Lamoglia

N Rod. Waldomiro Correa de Camargo

1: 200.000 0

0,5

1 Km


Legenda do Mapa de Equipa-

Piracicaba

Indaiatuba

SP 75

Hospital São Camilo Santa Casa de Itu 10’ 4,7km Hospital Municipal Dr. Emilio Chierighini 12’ 5,5km

Figura 5/20: Mapa com Equipamentos de Saúde Regionais

SP

79

mentos de Saúde Regionais

5.4.1 Equipamentos Públicos de Saúde Regionais

Salto SP 71

Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

Cabreúva

SP 300 Porto Feliz

SP

Hospital Nossa Senhora de Montesserrat 12’ 12km

2

SP 75

Hospital Unimed Salto/Itu 15’ 11,5 km

SP 75

Boituva

Hospital Santa Lucinda PUC- SP 29’ 34,1km Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba 29’ 34,2km

Itu

280

SP 312

SP 280

Cabreúva

SP 07 9

Sorocaba

SP

Hospital Modelo de Sorocaba Notre Dame Intermédica 37’ 38km

SP 280

0 30

Araçariguama

Tempo de vôo de helicoptero de

70

SP 2

SP 270 Alumínio

Votorantim

N SP 264 Salto de Pirapora

079

Araçoiaba da Serra

SP

Hospital Regional de Sorocaba II Adib Domingos Jatene 34’ 45,2km

SP

SP 79

Hospital Leonor Mendes de Barros - CHS 29’ 34,4km

Unimed Sorocaba Hospital Dr. Miguel Soeiro 29’ 41km

300

SP 31

SP 478

128

Piedade

sem escala

atendimento entre Itu - Campinas: 20’ entre Itu - São Paulo: 35’


5.4.2 Instituições de Permanência em Itu - SP

Legenda do Mapa de

Longa

ILPIs em Itu - SP Salto

Salto

129

Casa Bem Estar

SP 75 SP 79

SP 71

Cabreúva SP 300 Porto Feliz

Casa de Repouso para Idosos Ideal Casa de Repouso Flor do Lírio

SP 300

Chácara 3 Irmãos Asilo de Mendicidade N. S. Candelária

Itu Boituva

SP 280

sem escala SP 312 Cabreúva

SP 79

Casa Repouso Flor do Lírio 2 Vila Vicentina Itu - Lar de Idosos

SP 280

N Araçariguama

Sorocaba

sem escala Figura 5/21: Mapa com as ILPIs em Itu - SP Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)


130

Legenda do Mapa de Uso e Ocu-

5.5 Uso e Ocupação do Solo

pação de Solo - Gabaritos

1 a 2 Pavimentos 3 a 6 Pavimentos 7 a 10 Pavimentos Acima de 10 Pavimentos

Legenda do Mapa de Uso e Ocupa-

centro tombado pelo Patrimônio Histórico municipal e federal, não possui muitos edifícios altos nas imediações do centro histórico.

Na região, o uso e ocupação do solo é bastante variado, entre áreas industriaisi, área residencial, área turística e área comercial. Como o terreno se encontra em uma área rural, a pecuária também é uma ocupação do solo bastante constante no entorno. Existem também muitas áreas verdes de proteção, que margeiam todo o terreno pela margem direita onde há o rio Itaim Mirim (mais detalhes serão explicitados nas páginas a seguir).

ção de Solo

Turismo Comercial Pecuária Áreas Desocupadas Uso misto Comercial e Residencial Institucional Áreas Verdes Uso misto Comercia l e Industrial Residencial Industrial

Com relação ao gabarito das edificações do entorno, os residenciais e condomínios próximos possuem casas térreas ou de até 2 pavimentos. Alguns edifícios estão próximos, em empreendimentos com torres de apartamentos da construtora MRV com até 5 pavimentos. A uma distância acima de 2km do terreno existem edifícios com até 10 pavimentos e acima de 10 pavimentos, no entanto são casos isolados pois a cidade de Itu, por ser uma Estância Turística e ter seu

Na págia ao lado, Figura 5/22 Mapa de Uso e Ocupação do Solo da Região próxima ao terreno de estudo Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020) a partir de imagens do GOOGLE EARTH (2020)


N

1: 200.000 0

0,5

1 Km


132

Legenda do Mapa de Zonea-

5.6 Zoneamento

8711/5/02 Permanência

4299-5/01 Construção de instalações esportivas e recreativias

4711-3/02 Comércio Varejista de mercadorias em geral com predominância alimentícia como minimercados e mercearias

mento de Itu - SP

Zona Histórica (ZH) Zona de Preserevação Histórica (ZPH) Zona de Predominância Comercial (ZPC) Zona Exclusivamente Residencial 1 (ZER 1) Zona Exclusivamente Residencial 2 (ZER 2) Zona de Predominância Residencial 1 (ZPR 1) Zona de Predominância Residencial 2 (ZPR 2) Zona de Predominância Residencial 3 (ZPR 3) Zona Industrial (ZI) Zona do Corredor Comercial 1 (ZCC 1) Zona do Corredor Comercial 2 (ZCC 12 Zona do Corredor Comercial 3 (ZCC 3) Zona do Corredor Comercial 4 (ZCC 4)

O terreno de estudo está localizado próximo à rodovia SP 75 e aos seguintes empreendimentos e bairros: Jardim Residencial Mont Blanc (número 190 no mapa), Jardim Residencial Garden Ville, (número 199 no mapa) e Jardim Residencial Itaim II (número 42 no mapa). Mas no entanto, por estar localizado em uma área rural (antiga Fazenda São Camilo), não possui atualmente vizinhos diretamente ligados . O mapa da página ao lado foi elaborado a partir de dados do Anexo II - D1 - Zoneamento, no Plano Diretor da Prefeitura Municipal de Itu. Nele, a área onde o terreno de estudo está localizada, embora esteja às margens da via expressa e próxima de zonas industriais, ela se denomina ZPR 2 - Zona de Predominância Residencial 2.

Instituição para

de

Longa Idosos

Todas estas atividades se enquadram dentro da proposta deste projeto, para que os seus usuários possam morar, trabalhar e conviver em espaços de lazer em um mesmo local.

Para esta zona, o Anexo III - A - de Classificação de Usos de Atividades destaca as seguintes atividades possíveis para o local: •

8711-5/05 - Condomínio Residencial para Idosos e Deficientes Físicos

Na págia ao lado, Figura 5/23: Mapa simplificado com zonemaento de Itu e bairros próximos ao terreno de estudo Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020) a partir de imagens do GOOGLE EARTH (2020)


133

190

199 42

N N 1: 200.000 1: 200.000 0

0,5

1 Km


134 Usos Permitidos na ZPR2 de Acordo com o Plano Diretor de Itu - SP:

Serviços

Institucional

Comercial

Residencial

Sabe-se que a moradia do idoso é um assunto de extrema importância no planejamento das cidades, dadas as projeções do IBGE para a longevidade da população, por isso verificou-se no planejamento de Itu quais ações públicas estão destinadas à esta população. Como exemplo, cita-se o Plano Diretor de São Paulo, que prevê no Cap. II, Seção I, Art.27 – XX (SÃO PAULO, 2014), estudar a possibilidade da instalação e do funcionamento de instituições de longa permanência para idosos em áreas delimitadas e restritas em ZER, mantidas as características urbanísticas e paisagísticas dessa zona; e ainda no Cap. VII, Seção I, Art 291 – XVII - adotar cota de unidades habitacionais destinadas ao atendimento exclusivamente para setores vulneráveis da população, idosos e pessoas com deficiência. Já o Plano Diretor da cidade de Itu - SP prevê os seguintes artigos ligados ao público idoso: Seção II - Art. 55 - V, Seção II - Art. 56 = VIII, Sub-seção I - Art. 66 = ID Sub-seção XIII. Todos os artigos referem-se apenas para a questão de saúde, oficinas e atividades culturais, cursos, atividades esportivas e de lazer. Nenhum dos artigos

questões e moradia

como (ITU,

traballho 2006)..

Desta forma este projeto propõe o estudo de moraria e trabalho para uma necessidade não atendida no município.


5.6.1 Características e mento dos lotes

Dimensiona-

No Anexo III - B - Aproveitamento, Dimensionamento e Ocupação, o Plano Diretor do Município de Itu (ITU, 2017), estabelece que para a Zona de Predominância Residencial II (ZPR2) sejam adotados os seguintes critérios para edificações:

Número unidades/ vagas estacionamento: 1 vaga por habitação.

Até 2 Pavimentos

3 a 4 Pavimentos

Área Mínima (meia quadra ou esquina) 250m²

Área Mínima (meia quadra ou esquina) 500m²

Frente Mínima: meia quadra: 20,00m esquina: 14,00m

Frente Mínima: meia quadra: 10,00m esquina: 4,00m

TO: 70% CA: 1,40 TP: 6%

Altura máxima: 10,50m

TO: 50% CA: 2,0 TP: 10%

Recuos: Frontal 5,00 Lateral: 2,50m Fundo: 2,50m

Recuos: Frontal 5,00 Lateral: 1,50m Fundo: 1,50m

Figura 5/24: Infográfico com características e dimensionamento das edificações na ZPR 2 - Itu Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020) a partir de dados ITU (2017)

Afastamento entre prédios: 1.50m

Altura máxima: 15,00m

$

$

Afastamento entre prédios: 2,50m


54 5

136

Figura 5/25: Localização do Terreno de Estudo

O terreno, chamado de Fazenda São Camilo IV encontra-se na cidade de Itu - SP às margens da Rodogia SP75. Ele é acessado a partir da alça de acesso ao retorno no KM28 norte ou pela Avenida do Varvito por uma pequena estrada própria com 120m de extensão até o portão principal da fazenda.

53 5 53 0

540

B

54 5

550

550

Futura Av. Marginal que será feita pela Prefeitura Municipal de Itu - SP

55

A elevação do terreno em relação à rodovia (lateralmente) varia de 1,00 a 3,00m e possui grande barreira de vegetação. Isso significa que em vários pontos do terreno não é possível ver a rodovia.

Rodovia

565

53 0

Deputa do Arch im

0

56

edes L amoglia

5

530

53

0

Rio Itaim Mirim 560

55

N

55

530

535

540

0

0

54 5

560

55

Além da rodovia, ele faz divisa com duas fazendas que dão fundo para um pequeno riacho, o Rio Itaim Mirim, e uma area de proteção permanente, isolando o terreno de possíveis vizinhos. Ele possui uma área de 263.777,82m² e é de propriedade da empresa Conspar/Realibras Urbanismo.

5

A

5.7 Localização do Terreno de Estudo

Escala 1:5000 Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

No ano de 2012, por meio da Lei N. 1503, de 12 de Dezembro (ITU, 2012), o poder executivo municipal recebeu através de doação, uma área equivalente


a 16.673,49m² para a construção de via marginal pública, às margens da Rod. Dr. Archimedes Lamoglia no Km 28. O esquema com o desenho da Avenida Marginal proposta encontra-se na página ao lado, representado na figura 5/25. Neste estudo, será considerado que a Avenida marginal estará pronta, sendo assim, destacam-se 2 pontos de acesso ao terreno que atualmente não existem, um deles destacado na figura 5/25 como Ponto A, e o segundo como ponto B. Estes dois pontos de acesso distribuirão o públicoo residente e frequentador do local, minimizando o tráfego em apenas uma das entradas. Assim, do total os 280.451,31m² que a Fazenda São Camilo IV possuía, hoje a área total do terreno é de 263.777,82m². Ele se encontra à venda, desde 2017 pela empresa Realibras Urbanismo, que foi responsável pela construção do Itu - Novo Centro, construção de condomínios residenciais como Reserva Saint Paul e condomínio industrial Bethaville 3. A Fazenda São Camilo IV já foi grande produtora de leite e gado na região, tendo possuído ao longo do tempo

diversas edificações que podem ser observadas na figura 5/27. Não foi possível levantar dados sobre seus proprietários anteriores, mas foi possível observar pelos vestígios existentes no local, pelas Cartas Topográficas IGC e pelas imagens do Google Earth em sua linha do tempo, que por volta de 2011/2012 as edificações existentes começaram a ser desmanchadas: entre elas a casa sede e as áreas de lazer, com aterramento da piscina e o abandono da quadra de tênis. Por volta do ano ode 2015/2016 os outros ambientes como casa de caseiro, estábulos e leiteria começararm a ser desmanchados e hoje o que resistiu ao tempo foram somente as paredes da leiteria e de algumas casas menores, mais ouo menos no centro do trerreno, conforme poderá ser observado na figura 5/27 na página seguinte.

Figura 5/26: Detalhes da Fazenda São Camilo IV à venda pela empresa Realibrás

137

A futura Avenida Marginal em área doada à Prefeitura Municipal de Itu pode ser observada na figura 5/26 que apresenta diferentes ângulos do terreno que hoje está disponibilizado à venda pela empresa de Urbanismo Realibrás.

Fonte: REALIBRÁS URBANISMO (2020)


138

Figura 5/27: Edificações existentes no local até 2015. Fonte: DATAGEO (2020) E GOOGLE EARTH (2020)

O local escolhido apresenta os seguintes pontos positivos e negativos:

Casa sede da Fazenda São Camilo desmanchada entre 2011/2012 Estábulos, casa de caseiro e leiteria desmanchados entre 201/2015

O mapa ao lado representa as Cartas Topográficas IGC (DATAGEO, 2020)

Pontos Positivos: - Fácil acesso pela rodovia, ligando rapidamente o local a outras cidades; - Área grande e com árvores formadas; - Espaço para atividades ao ar livre; - Sem vizinhança próxima e nem indústrias. Pontos Negativos: - Distância ponto de ônibus; - Terreno em declive requer cuidados com o projeto das vias; - Possibilidade de instalação de indústrias na rodovia nas proximidades.


5 54

edes La

A distância entre a cota 565 até a cota 530 é de 456m, o que indica uma inclinação natural de 7,89%, o que possibilita a criação de diferentes platôs, sem a necessidade de muitas movimentações de terra e possibilitando a criação de rampas dentro dos padrões da NBR9050.

5

0

53

30

30

L

53 0

o Archim

O

53

54

5

540

550

550

5

moglia

55

0 56

530

53 0

Rio Mirim

55

5

560

535

540

5 54

0 55

530

560

0 55

S Projeção solar

N

5

0

53

53

5 54

5

0 56

30

L

Deputad

53 0

o Archim

30

Rodovia

O

edes La

moglia

55

540

550

550

54

5

Esta inclinação também favorece o recebimento dos ventos, que no local, situamse no sentido sudeste. O nascer do sol, no sentido leste fica na face de maior declive, e irá guiar a criação das fachadas dos edfícios que terão vista para o amanhecer (figura 5/28) .

565

O terreno possui 36m de declividade, entre seu ponto mais alto ao lado da Rod. Dep. Archimedes Lamoglia - Km28 e seu ponto mais baixo, às margens do Rio Mirim, que faz divisa com a outra propriedade.

139

N

de

565

Terreno

Deputad

do

Rodovia

5.7.1 Características Estudo

53 0

530

Rio Mirim

55

5

560

0 55

530

535

540

0 55

54

5

560

Figura 5/28: Projeção Solar e Ventos Predominantes no Terreno de Estudo Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

S

Ventos Predominantes


Figura 5/29: Acessos e ângulos de visão do terreno de estudo

O terreno é acessado por uma pequena estrada própria com 120m de extensão até o portão principal da fazenda (fg. A elevação do terreno em relação à rodovia (lateralmente) varia de 1,00 a 3,00m e possui grande barreira de vegetação. Isso significa que em vários pontos do terreno não é possível ver a rodovia. Além da rodovia, ele faz divisa com duas fazendas que dão fundo para um pequeno riacho, o Rio Itaim Mirim, e uma area de proteção permanente, isolando o terreno de possíveis vizinhos.

Acesso 1

Ele possui uma área de 263.777,82m² e é de propriedade da empresa Conspar/Realibras Urbanismo.

2 3

Entre os maciços vegetais existentes encontram-se vegetação rasteira, pasto, bambus, árvores de pequeno, médio e grande portes..

4

5

6

140

7

N sem escala


Maciços vegetais com árvores de pequeno e médio porte e arbustos

Figura 5/30: Maciços Vegetais do Terreno de Estudo Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020)

Maciços vegetais com árvores de grande porte

Áreas alagadas (antigo lago)

Terreno


142

Legenda das Possíveis áreas de alagamento do rio Itaim Mirim dentro da área do terreno de estudo

Possibilildade de Inundação Baixa Possibilidade de Inundação Alta Terreno

Legenda das Área Máxima de Alagamento dentro do terreno de estudo

até 66m de possível alagamento até 86m de possível alagamento

Levando em consideração que o terreno de estudo acaba junto ao Rio Itaim Mirim, foi realizado um levantamento no portal do Serviço Geológico do Brasil (GEOPORTAL, 2020) para saber quais seriam as possíveis áreas de alagamento em caso de períodos de chuva intensa. Este levantamento foi realizado para evitar construir próximo à estas áreas, evitando assim futuros acidentes e incovenientes devido às mudanças climáticas.

do projeto irá ser considerada área de lagoa pluvial, sendo que o excedente de água será descartado no rio Itaim Mirim. Atualmente existem acessos do terreno ao rio feitos pelo gado que o utiliza para beber água e também pelas propriedades vizinhas que ocupam o espaço da Fazenda São Camilo para deixar seus animais pastarem, tendo em vista que como a fazenda está á venda, nenhuma atividade comercial é explorada no local atualmente.

Aparentemente o rio Itaim Mirim é um pequeno rio, de pouca vazão, que corta as propriedades rurais, possuindo uma largura de aproximadamente 5m, variando em até 10 metros em alguns pontos. Durante visita ao local de estudo, a água estava baixa e a declividade do rio em relação ao terreno é de pelo menos 2m de altura. De acordo com Geoportal (2020) a área máxima de alagamento é de 86m em um dos pontos do terreno que fica na divisa com a fazenda vizinha. Já na maioria dos casos é de até 66m. Destes, a medida considerada pelo sistema invade a área de alagamento já existente que dentro

Figura 5/31: Áreas possíveis de alagamento dentro do terreno de estudo Fonte: PRÓPRIO AUTOR (2020) a partir de dados GEOPORTAL (2020)


N

1: 200.000 0

0,5

1 Km



145

6. REQUISITOS DO PROJETO

Figura 6/1: Deborah Tripplet by Ari Seth Cohen Fonte: ADVANCED STYLE (2020)


146 6.1 Público Alvo O público alvo do projeto é bastante variado pois compreende pessoas acima de 60 anos de idade com as seguintes particularidades:

Idosos com Grau de Dependência I: independentes mesmo que requeiram uso de equipamentos de auto-ajuda.

- Residir no edifício Macrobia de forma permanente pois necessitam de auxílio no seu dia-a-dia; - Residir no Complexo Residencial e utilizar o edifício Macrobia durante o dia para atividades de saúde, trabalho e lazer; - Podem se hospedar no edifício Macrobia por tempo determinado ou utilizar os serviços de Day Spa com características de hotelaria durante recuperação de tratamentos. O edifício Macrobia foi concebido para abrigar pessoas acima de 60 anos com diferentes graus de dependência. Para moradia especialmente direcionado a aqueles moradores com graus de dependência II e III, público que tem mais necessidade de atenção especializada.

Idosos com Grau de Dependência II: dependem de autocuidado em até três atividades diárias tais como: alimentação, mobilidade, higiene. Sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada.

Idosos com Grau de Dependência III: dependem de assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento cognitivo (ANVISA, 2005, p.2).


O Estatuto do Idoso prevê que os idosos com diferentes graus de dependência convivam entre si, mas existe uma grande diferença entre cada uma de suas necessidades. De acordo com as visitas técnicas e entrevistas realizadas com profissionais feitas de maneira informal durante a construção teórica deste projeto, pode-se observar a grande dificuldade de fazer com que estes três grupos convivam entre si, pois se por um lado, os idosos ativos estão pensando até mesmo em empreender novos negócios, aqueles com graus de dependência III demandam de atenção integral e dependendo de suas patologias, pode até mesmo ser agressivo, o que dificulda a convivência destes públicos. Desta maneira este projeto foi concebido para que os moradores do Edifício Macrobia tenham o andar superior especialmente desenhado para suas necessidades, levando em consideração que se integram a todos os outros usuários do espaço no pavimento térreo, no entanto, os moradores do Complexo Residencial e utilizadores do Edifício Macrobia, de acordo com a divisão espacial não irão invadir as áreas mais íntimas e assim preservar também seu estado mental diante deste novo momento de vida. Levando em consideração que os idosos contemporâneos irão viver muito mais e de maneira saudável, acredita-se que este edifício será um lugar de intenso movimento e ao mesmo tempo irá acolher diferentes atividades de lazer e até mesmo de trabalho, oferecendo uma infra-estrutura segura, moderna e ao mesmo tempo acolhedora, que em nada lembrará as antigas casas de repouso que povoam nossa memória. Figura 6/2: Moodboard de Público Alvo do Projeto Fonte: Própria Autora (2020).

147


Figura 6/3: Estilização do Programa de Necessidades

148

6.2 Programa de Necessidades do Edifício Central

Fonte: Própria Autora (2020).


DESCRIÇÃO

ÁREA

QUANTIDADE/ LOCALIZAÇÃO

Cozinha

135m²

1 - PAV. SUP.

Armazenamento de alimentos

10,20m²

1 - PAV. SUP.

Higienização de alimentos

12,7m²

1 - PAV. SUP.

Higienização louças

10,54m²

1 - PAV. SUP.

Higienização louças

23,70m²

1 - TÉRREO

Bar

34,00m²

1 - TÉRREO

Cafeteria

16,20m²

1 - TÉRREO

Praça de Alimentação

300m²

1 - TÉRREO

DESCRIÇÃO

ÁREA

QUANTIDADE/ LOCALIZAÇÃO

Sala atendimento médico

24m²

3 - PAV. SUP.

Sala atendimento odontológico

24m²

1 - PAV. SUP.

Sala atendimento psicológico

24m²

2 - PAV. SUP.

24m²

2 - PAV. SUP/TÉR

Salão de Beleza

48m²

1 - TÉRREO

Farmácia

24m²

1 - PAV. SUP.

DESCRIÇÃO Suítes com banheiro acessível

ÁREA

QUANTIDADE/ LOCALIZAÇÃO

24m²

47 - PAV. SUP.

149


150

DESCRIÇÃO

ÁREA

QUANTIDADE/ LOCALIZAÇÃO

Cinema

100m²

1 - TÉRREO

Espaço Ecumênico

100m²

1 - TÉRREO

Biblioteca/Co-working

70m²

2 - TÉRREO

Sala de TV

24m²

2 - PAV. SUP.

Salão de Jogos

200m²

1 - TÉRREO

Lounges Sofá

50m²

4 - TÉRREO

Sala de Artes/Artesanato

48m²

1 - TÉRREO

Banheiro Feminino

33,60m²

2 - PAV. SUP/TÉR

Banheiro Masculino

33,60m²

2 - PAV. SUP/TÉR

Banheiro Feminino

24m²

1 - TÉRREO

Banheiro Masculino

24m²

1 - TÉRREO

ÁREA

QUANTIDADE/ LOCALIZAÇÃO

DESCRIÇÃO Academia/Muculação/Pilates

145,50m²

1 - TÉRREO

Piscina

436m²

1 - TÉRREO

Vestiário Feminino

46,30m²

2 - TÉRREO

Vestiário Masculino

46,30m²

2 - TÉRREO

DESCRIÇÃO

ÁREA

QUANTIDADE/ LOCALIZAÇÃO

Sala de Observação

149m²

1 - TÉRREO

Posto Enfermagem

27,80m²

1 - PAV. SUP.


DESCRIÇÃO

ÁREA

QUANTIDADE/ LOCALIZAÇÃO

Sala de Governança

16,20m²

1 - PAV. SUP.

Lavanderia Rouparia

24m²

1 - TÉRREO

Lavanderia Moradores

24m²

1 - TÉRREO

Passadoria

16,20m²

1 - PAV. SUP.

Sala Apoio Técnico

16,20m²

1 - TÉRREO

Sala Administrativa

24m²

1 - TÉRREO

Sala de Expurgo

16,20m²

1 - PAV. SUP.

Sala de Preparação

77,00m²

1 - PAV. INF.

Morgue

64,00m²

1 - PAV. INF.

DESCRIÇÃO

ÁREA

QUANTIDADE/ LOCALIZAÇÃO

Sala de reuniões

39m²

1 - TÉRREO

Sala de Descanso Equipe

23,70m²

1 - TÉRREO

Copa/Refeitório

49m²

1 - TÉRREO

Vestiário Feminino/Banheiro

46,30m²

1 - TÉRREO

Vestiário Masculino/Banheiro

46,30m²

1 - TÉRREO

Casa de Máquinas/inumos

73,30m²

1 - PAV. INF.

Depósitos

80m² e 109m²

2 - PAV. INF.

Escritório funcionários

41,63m²

1 - PAV. INF.

Vestiário/Banheiro Masc.

16,38m²

1 - PAV. INF.

Vestiário/Banheiro Fem.

16,38m²

1 - PAV. INF.

Casa de Máquinas/inumos

73,30m²

1 - PAV. INF.

151


152 6.3 Conceito do Projeto

A começar pelo nome, o Complexo Residencial Macrobia é uma ode à longevidade e à boa vida. Os Macrobianos ou Macrobians, eram um povo mitológico que habitava o continente Africano, conhecidos por sua grande beleza, estatura e longevidade. Exaltados nas culturas gregas e romanas e principalmente por Heródoto, que descreve em um dos seus livros, que os macrobianos se banhavam em uma fonte de águas misteriosas que lhes deixava jovens e saudáveis, sendo este um dos primeiros relatos sobre a conhecida “fonte da juventude”. Um projeto que exalta a longevidade e a qualidade de vida, está diretamente ligado à essência do que é viver de forma saudável, contemplando corpo, mente e espírito, desta forma, dois elementos principais estão presentes em suas formas e na estética do projeto: Figura 6/4: Moodboard de Conceito do Projeto Fonte: Própria Autora (2020).


O DNA que evoca a alusão à nossa essência e também nossas transformações, a uma saúde prolongada fruto da melhoria na qualidade de vida das gerações anteriores e que está na nossa constituição.

6.4 Partido Arquitetônico

A Triquetra, um símbolo atribuído a diversos povos antigos como os celtas, que associam este símbolo às três manifestações da deusa: a Donzela, a Mãe e a Anciã, às tríades da vida, ao corpo, mente e espírito, às três dimensões e principalmente aos conceitos de trindade, unidade e eternidade.

O projeto buscou explorar muitos dos conceitos da Triquetra, tanto na estrutura do edifício quanto na escolha dos materiais e sua relação com o entorno. Nas culturas antigas a triquetra significavas as três estações (não 4 como temos hoje). Assim, o inverno é lembrado pela cobertura em vidro Low-e que controla a transmissão térmica no verão e mantém a temperatura do ambiente no inverno. O verão é lembrado pelos brises do segundo pvimento que refrescam os ambientes quentes de Itu e permitem uma ampla ventilação cruzada e pelas cortinas romanas de teto feitas em tela solar que são motorizadas quando acionadas e protegem da incidência direta do sol do meio dia sobre a cobertura em vidro, evitando assim o desconforto dos seus usuários. Já a primavera se evidencia nas relações entre os espaços verdes internos - jardins sobre a biblioteca - e externos, com um bosque de grandes árvores já existentes no local e que serão mantidas.

Estes dois elementos encontram-se na estética do edifício, sendo que a Triquetra dá forma ao edifício, enquanto o DNA é o elemento estético visual que justapõe os elementos contrutivos e decorativos. Na página ao lado pode-se obervar o Moodboard de inspiração do edifício onde se apresentam imagens dos casos estudados: O Complexo Residencial de Alcabideche em Portugal, o Senior Center of Guangxi na China e o Geriatric Center of Menorca, na Espanha. Todos eles inspiraram formas, materiais e a setorização do projeto.

A busca pela longevidade e qualidade de vida seguem os preceitos do desenho universal e por isso uma das primeiras premissas do projeto é a acessibilidade a todos os ambientes e mesmo em áreas técnicas.

153 Desta mesma forma, o significado de passado, presente e futuro também é explorado, sendo o passado adoção de técnicas construtivas tradicionais para o fechamento das paredes de alvenaria convencional, o presente marcado pela estrutura metálica que já é muito usada neste tipo de edificação e o futuro com a escolha do lanternim em formato de folha em vidro Low-e e os brises em bambu que é um material sustentável e ainda pouco explorado no país. As aberturas e grandes sacadas do pavimento inferior que se apresenta elevado do solo devido o declive do terreno, permitem uma ampla visão da natureza e para manter tal visão é proposto que as casas edificadas nas cotas inferiores possuam telhado verde, quando localizadas neste ponto para não atrapalhar a vista dos moradores do edifício. A qualidade do sono também é muito importante nesta idade, por isso todos os quartos estão voltados para a face oposta à rodovia, e além disso uma barreria verde com grandes árvores


154 busca minimizar o barulho e poluição dos veículos da rodovia. Desta mesma maneira a área de serviços ligadas ao staff do edifício também está posicionada na fachada oposta para evitar barulhos. O público idoso está provando ser cada vez mais jovem, por isso a mistura de materiais como o vidro e as decorações com ACM recortado em formato de DNA se integram à paisagem natural e à grande e contemporânea estrutura metálica da cobertura. O conceito de clube foi adotado na setorização dos ambientes, ficando a àrea íntima e consultas no pavimento superior, e as áreas comuns como refeitório, café, espaço ecumênico, cinema, piscina, academia, biblioteca e vestiários no pavimento térreo, facilitando assim o acesso tanto aos moradores do prédio, quanto aos moradores de todo o Complexo Residencial Macrobia e integrando neste espaço os públicos. Embora a legislação incidente sobre ILPIS não exija uma infra estrutura

para lidar com os possíveis falecimentos de idosos porque eles são destinados aos hospitais, a divisão entre os espaços conta ainda com uma área técnica no pavimento subsolo que é acessada apenas por funcionários e familiares de moradores, e conta com um morgue equipado para dar a estrutura necessária à família dos idosos que porventura possam falecer no edifício. Assim ele fica separado dos outros espaços comuns e não causa nenhum tipo de incômodo aos moradores.

Projeção solar Figura 6/5: Ilustração da Projeção Solar e Ventos Predominantes

O

Fonte: Própria Autora (2020).

S

6.5 Estratégias Bioclimáticas O Edifício Macrobia foi concebido para aproveitar o máximo da iluminação natural em diferentes épocas do ano, bem como em manter o conforto término principalmente no verão. Para isso, foi implantado de acordo com o sentido dos ventos predominantes para que os quartos fiquem sempre arejados e façam as trocas de ar. Já o calor do edifício é levada para o alto do prédio e dispersada pela cobertura deslocada do telhado principal feito com telha sanduíche para minimizar ruído e calor.

N

Ventos Predominantes

L


Figura 6/6: Representação da incidência de luz, chuva e conforto térmico do edifício

Fonte: Própria Autora (2020).

155


156

Figura 6/7: Inforgráfico de Setorização do Projeto

A setorização do projeto foi determinada da seguinte forma: Pavimento Superior: Área íntima com quartos, infra-estrutura de apoio aos quartos (como lactário, sala de expurgo, farmácia, etc); área de serviços de saúde com consultorios e de serviços gerais de governança e cozinha.

6.6 Setorização

Pavimento Térreo: Área social, de Lazer, Entretenimento, Alimentação e Atividades Físicas compreendendo espaços de descanso, estudo, trabalho, consultórios, sala de observação e infra-estrutura de lavanderia, cafeteria, bar, refeitório e infraestrutura para funcionários como vestiários, sala de descanso, etc. Esta divisão de pavimentos busca separar também os públicos que utilizam o edifício, sendo que o pavimento superior fica reservado aos moradores do edifício e uma ala para consultas de todas os moradores do Complexo Residencial e o pavimento inferior tem uma concepção mais aberta e convidativa aos visitantes externos e moradores do Complexo, integrando os diversos espaços para que sejam compartilhados por todos.

Área Íntima

Serviços Gerais Fonte: Própria Autora (2020).

Serviços Saúde

Área social - Lazer/ Entretenimento/ Atividades Físicas


Figura 6/8: Inforgráfico de Circulação do Projeto

157

6.7 Diagrama de Circulação

Os acessos do edifício são divididos de acordo com o tipo de público que o frequenta, sendo que o acesso do público externo é feito por uma recepção na fachada sul do edifício, o acesso dos funcionários pela fachada oeste no qual já se encontram seus vestiários, salas de descanso, reuniões, etc. Já os moradores do completo acessam o edifício pela fachada norte, onde já se encontram facilmente tanto os vestiários para aqueles que utilizam o edifício para atividades físicas e de lazer, quanto as salas de estudo/coworking para aqueles usuários que utilizam este ambiente para trabalho. A circuração vertical é feita pelos elevadores centrais do edifício e pelas caixas de escadas posicionadas em cada uma de suas pontas.

Fonte: Própria Autora (2020).

Circulação Vertical Escadas Circulação Vertical Elevadores Circulação Horizontal

Pavimento Térreo

Acesso do Público Externo

Pavimento Superior

Acesso Funcionários

Acesso Residentes do Edifício Macrobia Acesso Moradores do Complexo Residencial


Figura 6/9: Inforgráfico de Fluxograma do Projeto

158

6.8 Fluxograma Pavimento Superior

Posto de Enfermagem

Cozinha

Sala de Observação

Escadas

Pavimento Térreo Circulação Vertical

Entrada de Funcionários

Elevador e escada serviço

Suítes moradores

Circulação Horizontal Hall de Entrada Público Externo

Praça de Alimentação

Consultórios Praça de Alimentação

Biblioteca e salas de estudo Escadas

Hall de Elevadores

Sala de Artes e Artesanato

Acesso do Público Externo Acesso Funcionários Acesso Moradores do Complexo Residencial Acesso Residentes do Edifício Macrobia

Salão de Beleza Área de Jogos

Lavanderia Hall de Entrada Público Interno Moradores do Complexo Copa/Sala descanso vestiário Func.

Fonte: Própria Autora (2020).

Sala Administrativa

Sala de Cinema

Academia/ Pilates/ Fisioterapia Vestiários

Espaço Ecumênico

Piscina/ vestiários


Figura 6/10: Processo de Criação do Projeto

Desconstrução da forma do DNA estruturando inicialmente as paredes em curva

6.9 Evolução de Formas e Processo de Criação do Projeto Elaboração de Maquete Física para Estudo das curvas de nível

Croqui com setorização

159 Estudo da Volumetria do Edifício

Planta Baixa com Layout

Criação do Projeto e setorização a partir da malha estrutural

Decomposição da figura geométrica da triquetra a partir do desenho do telhado

N N

N

Plantas do telhado após a pré-banca de TFG

N

Estudo das Partes da Triquetra

Criação da Esturura do Telhado

Criação da Identidade visual após escolha da forma Fonte: Própria Autora (2020).



161

7. PROJETO ARQUITETÔNICO

Figura 7/1: Adaptado de Mulher na cama by Anna Shvets Fonte: PEXELS (2020)


162

Macrobia Complexo Residencial

O Projeto do Complexo Residencial Macrobia compreende uma edificação denominada Edifício Macrobia, que se caracteriza como ILPI para público 60+ com um inovador conceito de clube. Ele possui 12.000m² e localizase na antiga Fazenda São Camilo IV, na cidade de Itu - SP às margens da Rodogia SP75. Ele é acessado a partir da alça de acesso ao retorno no KM28 norte ou pela Avenida do Varvito por uma pequena estrada própria com 120m de extensão até o portão principal da fazenda.

A distância entre a cota 565 até a cota 52é de 456m, o que indica uma inclinação natural de 7,89%, o que possibilita a criação de diferentes platôs, sem a necessidade de muitas movimentações de terra. Esta inclinação também favorece o recebimento dos ventos, que em Itu, situam-se no sentido sudeste.

A elevação do terreno em relação à rodovia (lateralmente) varia de 1,00 a 3,00m e possui grande barreira de vegetação. Isso significa que em vários pontos do terreno não é possível ver a rodovia.

8711-5/05 - Condomínio Residencial para Idosos e Deficientes Físicos

8711/5/02 - Instituição de Longa Permanência para Idosos

4299-5/01 - Construção de instalações esportivas e recreativias

4711-3/02 - Comércio Varejista de mercadorias em geral com predominância alimentícia como minimercados e mercearias

Além da rodovia, ele faz divisa com duas fazendas que dão fundo para um pequeno riacho, o Rio Itaim Mirim, e uma area de proteção permanente, isolando o terreno de possíveis vizinhos. Ele possui uma área de 263.777,82m² e é de propriedade da empresa Conspar/Realibras Urbanismo. O terreno possui 36m de declividade, entre seu ponto mais alto ao lado da Rod. Dep. Archimedes Lamoglia - Km28 e seu ponto mais baixo, às margens do Rio Mirim, que faz divisa com a outra propriedade.

O terreno encontra-se na Zona de Predominância Residencial 2 - ZPR2, e dentre as principais classificações de usos e atividades para esta zona destacam-se:

Todas estas atividades se enquadram dentro da proposta deste projeto, para que os seus usuários possam morar, trabalhar e conviver em espaços de lazer em um mesmo local. A proposta das ruas e terrenos de aprox. 400m² e 260m² é ilustrativa e busca mostrar a possibilidade do parcelamento de solo no Complexo Residencial.

2

1

3

3

2

1

4

Usos do local presentes no Projeto

Terenos Comerciais

Terenos Residências 1 pavimento

Terenos Residências até 2 pavimentos com elevador

Terenos para Chalés com telhado verde

Institucional

Serviços

Comercial

Residencial


Estrutura do Projeto

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4D

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Nordoeste

Noroeste

Fachada Sul Oeste

Leste

Sudoeste

Sudeste

Sul

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Fachada Norte Fachada Oeste

Fachada Sudoeste Fachada Sudeste


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NOMENCLATURA

LARGURA

ALTURA

ÁREA

PEITORIL

TIPO

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Porta de Madeira Revestimento Melanímico

1,00m

2,10m

2,10m²

Abrir 1 folha

P2

Porta de PVC e vidro inteiro

1,40m

2,10m

2,94m²

Abrir 2 folhas

P3

Porta Laminado Melanímico Estrutral TS

0,73m

1,50m

1,09m²

Abrir 1 folha

P4

Porta d eMadeira Revestimento Melanímico de correr

1,20m2

,10m

2,52m²C

orrer 2 folhas

P5

Porta de Correr 3 folhas em vidro

3,00m

2,40m

7,20m²C

orrer 3 folhas

P6

Porta de Madeira Revestimento Melanímico e abertrura inferior de 0,20m

3,00m

2,40m

7,20m²C

orrer 3 folhas

J1

Janela de PVC branco e vidro anti ruído

1,20m

1,00m

1,20m²C

1,20m

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Janela de PVC branco e vidro basculante

1,20m

0,50m

0,60m²

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Basculante 1 folha

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Janela de PVC branco e vidro basculante

1,00m

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0,50m²

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Basculante 1 folha

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Abertura passa pratos com base em granito negresco

1,00m

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0,40m²

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Janela de PVC branco e vidro anti ruído

3,00m

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3,00m²

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orrer 2 folhas

Abertura Correr 4 folhas

N

CÓDIGO

P5


169

8. CONCLUSÃO

Figura 8/1: Homem com Jaqueta Preta e Headphones Adaptado de Andrea Piacquadrio Fonte: PEXELS (2020)


170

Este estudo apresentou uma ampla pesquisa sobre o público acima de 60 anos, chamados aqui de maduros ou público 60+, e seu grande crescimento no país, tendo em vista as previsões demográficas para as próximas décadas. Observou-se que a cidade de Itu, está muito bem localizada dentro da Região Metropolitana de Sorocaba e próxima da capital do Estado de São Paulo, e já acolhe há muitas décadas um público de alto poder aquisitivo da capital que vem a Itu em suas casas de veraneio. A grande demanda por moradia adequadapara este público irá crescer nos próximos anos, levando em consideração seu perfil de consumo e suas necessidades. No entanto a cidade de Itu, mesmo acolhendo pessoas com estas características, não prevê nenhuma iniciativa em seu Plano Diretor que possa acolher ou ofertar uma infraestrutura de moradia para elas. Sendo mais ativo, o público maduro irá buscar curtir esta fase de vida morando bem em locais acolhedores e que sejam totalmente adaptados às suas necessidades, e percebe-se pela literatura estudada,

que eles tem preferência por conviver em espaços junto de seus contemporâneos. Por isso esta estudo constata que a formação de condomínios ou co-housings para pessoas nesta mesma faixa etária possa ser bastante atrativa para os mesmos, desde que este local lhes ofereça segurança e oportunidades de vida e trabalho além das que eles já possuem na sua casa atualmente. Estima-se que a moradia em Instituições de Longa Permanência irá acontecer de forma mais generalista para aqueles usuários que possuem graus de complexidade médios a altos, e que necessitam de ajuda de profissionais para poder manter sua independência e saúde, tendo em vista que pessoas ativas não querem ser associadas com os conceitos de dependência. A partir disso, este projeto apresentou a proposta da criação de um Complexo Residencial para o público 60+, concentrando-se na proposição do parcelamento de solo dos terrenos (em estilo condomínio) e em desenvolver a planta do edifício intitulado Macrobia, que se caracteriza como uma ILPI de acordo com a legislação vigente no país.

Acredita-se que esta proposta tenha sido inovadora em muitos sentidos: em primeiro lugar porque não existe projeto semelhante na cidade de Itu - SP, em segundo lugar porque este é um segmento em amplo crescimento no país, tendo sido inaugurado projeto semelhante na cidade de Curitiba no Paraná a um custo total de 24 milhões de reais e voltado para o público 60+ de amplo poder aquisitivo e por fim. A proposição de uma ILPI com estrutura de clube busca ressignificar os conceitos e a visão que temos sobre as antigas “Casas de Repouso” em que os idosos ficavam ociosos e muitas vezes com estruturas precárias. O projeto consegue dividir os tipos de público com diferentes graus de necessidade e ao mesmo tempo integrálo: algo que já está previsto no estatuto do idoso, para que convivendo entre si, as pessoas não sintam solidão ou tenham a sensação de que sua vida está perto do fim. Mas como poessoas são diferentes umas das outras, neste estudo foi indicada a possibilidade de se edificar no terreno, diferentes tipos de moradia para público maduro: residências que lhe permitam


independência e conforto em terrenos amplos de aprox. 400m², residências que garantam a convivência com seus pares de forma colaborativa em terrenos com 200m² a 260m² e que estejam conectadas com a natureza e possam incluir aí infraestrutura verde como os telhados verdes, etc e o Edifício Macrobia que acolhe tanto um público que gosta de lazer e serviços de hotelaria quanto aquele que necessita de ajuda conforme seu grau de dependência. Um Complexo Residencial pode abarcar diversos espaços para lazer mas também para trabalho e serviços, evitando assim deslocamentos desnecessários e oferecendo comodidade a este público, tendo em vista que sua experiência de vida lhe traz também um certo grau de exigência quanto à qualildade do que os rodeia, por isso alguns espaços do terreno foram destinados para comércio e serviços.

Levando em consideração os custos para moradia em ILPIs no estado e sendo a região de Itu uma área de grande crescimento dado o número de empresas que estão migrando da capital para o interior, acreditase que um complexo residencial para público específico, como é o caso deste estudo, possa atrair investidores que poderão explorar a venda e a locação de residências no local para um público segmentado e com estabilidade financeira além dos investidores para a própria ILPI do Edifício Macrobia.

171



173

REFERÊNCIAS

Figura 9/1: Lana and Eugene by Ari Seth Cohen Fonte: ADVANCED STYLE (2020)


174

ADVANCED STYLE. Lana and Eugene by Ari Seth Cohen. Disponível em: https:// www.advanced.style/media/ G63A6951.jpg. Acesso em 26 de maio de 2020. ADVANCED STYLE. Deborah Triplett by Ari Seth Cohen. Disponível em: https:// www.advanced.style/page/15. Acesso em 10 de novembro de 2020. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Resolução RDC N. 283, de 26 de Setembro de 2005. Disponível em: http://bvsms.saude. g o v. b r / b v s / s a u d e l e g i s / a n v i s a / 2 0 0 5 / res0283_26_09_2005.html. Acesso em 11 de março de 2020. AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO IBGE. Em 2017, expectaria de vida era de 76 anos. Disponível em: https:// agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-salade-imprensa/2013-agencia-de-noticias/ releases/23200-em-2017-expectativa-devida-era-de-76-anos. Acesso em 08 de setembro de 2019. AGERIP – ASSOCIAÇÃO RESIDENCIAL. Tipos de Habitação. Disponível em: https:// www.agerip.com.br/moradias. Acesso em 10 de janeiro de 2020. ALMEIDA, Yane Santana de; PEDROSO, Emanuel Sá Resende; CURY, Mariana Dominato Abrahão. Qualidade De Vida Na Terceira Idade: A Influência Da Arquitetura Na Melhoria Das Condições De Vida Dos Idosos. Artigo apresentado ao Congresso Internacional de Envelhecimento Humano.

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