Tras os Montes - Tambuladeira

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PORTUGAL E O VINHO

A história do vinho em Portugal remonta a tempos mais antigos do que a própria fundação da nacionalidade. Com um passado de tradição na produção de vinhos, é portuguesa a primeira região vinícola demarcada do mundo - o Douro, região produtora do vinho do Porto. Actualmente, Portugal possui as seguintes regiões vitivinícolas: Alentejo, Algarve, Beiras, Dão, Bairrada, Douro, Estremadura, Madeira, açores, Península de Setúbal, Ribatejo, Trás-os-Montes e Vinhos Verdes. No que diz respeito à área de vinha, Portugal ocupa a oitava posição no Mundo. A área nacional de vinha em produção está atualmente avaliada em cerca de 240 mil hectares. Portugal apresenta-se como o segundo país do mundo com maior número de castas autóctones, variedades únicas e exclusivas do território nacional, muitas delas inexistentes em qualquer outra parte do mundo. No que diz respeito à produção, a análise às declarações de colheita e produção da campanha 2010/2011 aponta para uma produção de 7.119.903 hectolitros, traduzindo um aumento de 21,3% face à campanha anterior. Em 2010, as exportações e expedições portuguesas de vinho alcançaram os 649,10 milhões de euros, o que se traduz num aumento de 16% face a igual período de 2009. No total das exportações, o vinho engarrafado representa aproximadamente 88% em valor, tendo registado um aumento do volume de 11% face ao ano de 2009. E o vinho também faz bem à saúde! Muitos estudos epidemiológicos mostraram que o consumo moderado de vinho estava associado com a diminuição de riscos de doenças cardio-vasculares. Os componentes-chave responsáveis por esses efeitos benéficos são os polifenóis, localizados essecialmente nas partes sólidas do cacho. Com um passado brilhante espera-se um futuro promissor. Para tal, é essencial uma visão estratégica para projetar os vinhos portugueses no mundo, investindo mais e melhor em tecnologia, conhecimento e promoção.

Carpe Vinum! Fonte: Dados de mercado de acordo com a informação do IVV,

FOTO: FER. RIBEIRO

do Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas


TRÁS - OS - MONTES É para “trás dos montes”, para lá das serras do Marão e Alvão, a norte do rio Douro, que chegamos a Trás-os-Montes. Aliás, foi precisamente a sua localização, que deu o nome a esta região no extremo Nordeste de Portugal. Trás-os-Montes “fica no cimo de Portugal, como os ninhos ficam no cimo das árvores para que a distância os tome mais impossíveis e apetecidos”, lê-se em ‘Um Reino Maravilhoso’, nas palavras de Miguel Torga, que nunca esqueceu as suas origens transmontanas. De facto, Trás-os-Montes não deixa ninguém indiferente com a sua singular paisagem. Uma ínfima parte do que é único no mundo e de extraordinariamente belo a nível paisagístico é a paisagem vinícola do Douro, Património Mundial, com produção de vinhos de renome internacional. A história conta que já durante a ocupação dos romanos se cultivava a vinha e se produzia vinho na região transmontana. Ao longo dos séculos, socalcos de vinha foram descendo pelas encostas íngremes do vale do Douro até ao rio, culturas às ‘prateleiras’ que quanto mais altas, mais difíceis se adivinha a vindima. No entanto, é esse cenário que dá lugar à paisagem arrebatadora e única na região. Os microclimas diferenciados da região dão origem a vinhos com características distintas, a que correspondem as regiões demarcadas para a produção dos VQPRD Chaves, Valpaços e Planalto Mirandês, a norte, e a zona demarcada para a produção do Vinho do Porto, coincidente com a área geográfica das terras Durienses, a sul. Também a sul temos a DOC “Douro”, reconhecida como tal para VQPRD Branco, Tinto e Rosado, VLQPRD (Moscatel do Douro), Vinho Espumante e ainda Aguardente de Vinho. Quanto às castas plantadas são praticamente comuns nas três sub-regiões. As castas tintas mais plantadas são a Trincadeira, Bastardo, Marufo, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca. As castas brancas de maior expressão na região são a Síria, Fernão Pires, Gouveio, Malvasia Fina, Rabigato e Viosinho. Os vinhos tintos transmontanos são geralmente frutados e levemente adstringentes. Já os brancos são suaves e com aroma floral. Uma coisa é certa, Trás-os-Montes está no mapa e já faz parte dos vinhos de qualidade

FOTO: WINES OF PORTUGAL

do país.


Região: TRÁS-OS-MONTES Produtor: QUINTA DE ARCOSSÓ, SOCIEDADE VITIVINÍCOLA

QUINTA De ARCOSSÓ

A Quinta de Arcossó enquadra-se num projecto vinícola na Região de Trás-os-Montes, SubRegião de Chaves, que procura transformar vinho ancestral de camponeses em vinho de excelência, bem como servir de paradigma e referência numa região com elevado potencial, mas completamente subaproveitada em termos vitícolas. Para alcançar a excelência foi determinante o conhecimento acumulado acerca da qualidade das uvas e do vinho obtido secularmente, pelas famílias Pizarro e Montalvão Machado, da parcela onde podemos encontrar a vinha originária dos vinhos Quinta de Arcossó. Esta parcela inserese no coração da Micro-Região da Ribeira de Oura, a qual tem fortes tradições vitícolas desde a ocupação romana, prova disto são os vários lagares dessa época existentes nas encostas pendentes ao Rio Tâmega e seus afluentes, bem como as referências na obra de Estrabão, grande geógrafo do Império Romano e particularmente escritos dos séculos XVII, XVIII e XIX.


DISTINÇÕES

ORIGEM

QUINTA De ARCOSSÓ TINTO RESERVA 2007

Os Melhores Vinhos de Trás-os-Montes por Revista de Vinhos 2011

NOTA DE PROVA

FICHA TÉCNICA PRODUTOR CASTAS VINHA

Parcela de 10,5ha, integrada num conjunto de 12ha de vinha nova (plantada 2003), instalada numa encosta ampla de média altitude (375 metros), exposta a sul, com cerca de 20% de declive. Solo de origem granítica.

VINIFICAÇÃO

As uvas foram vindimadas a 3 de Outubro e vinificadas em largar com pisa a pé. O vinho estagiou durante 12 meses em barricas de carvalho francês e americano. As 10.700 garrafas resultantes foram engarrafadas em Junho de 2009 e irão permanecer em estágio de cave durante 18 meses.

ANÁLISE QUÍMICA Álcool

“Prova de 2010. Tem semelhanças com o outro 2007 mas aqui o tom é todo ele mais

Quinta de Arcossó, Sociedade Vitivinícola Touriga Nacional (35%), Touriga Franca (25%) e outras (40%)

13,5%

Acidez Total

5,0 g/dm³ (ác. Tartárico)

escuro, menos falador, com a fruta envolta num manto em que a barrica se mostra

Acidez Volátil

0,55 g/dm³ (ác. Tartárico)

presente mas muito ao de leve. No fundo a ideia é que precisa de tempo para se mostrar.

Açúcar Residual

A boca confirma isso: temos taninos finos, temos corpo e temos acidez discreta, tudo

PH

2,8 g/dm³ 3,7

forrado a (leve) sensação tostada. Só nos resta esperar.”

16,5

João Paulo Martins “Vinhos de Portugal 2011”

Francisco Montenegro Enólogo

Tirei Licenciatura de Enologia na Universidade de Vila Real em 1992. Trabalhei 4 anos no Douro, Dão e Vinhos Verdes numa firma de consultadoria. Em 1996 entrei na Real Companhia Velha e ao fim de 10 anos nesta grande empresa, regressei á minha terra e região para arrancar com um projecto pessoal (Aneto) e dedicar-me em simultaneo a diversas empresas como consultor. Entre elas a definição de castas e perfil de vinho para o projecto familiar “ Betula “ em 2006, cuja safra inicial se deu em 2008.Arranque do projecto Quinta de Arcossó em 2005 com graduais aumentos quantitativos e qualitativos dos vinhos desta produção. 30


QUINTA De ARCOSSÓ

QUINTA De ARCOSSÓ

TINTO 2007

PADRÃO DOS POVOS TINTO 2007

FICHA TÉCNICA

FICHA TÉCNICA PRODUTOR CASTAS VINHA

VINIFICAÇÃO

Quinta de Arcossó, Sociedade Vitivinícola Tinta Amarela (30%), Tinta Roriz (30%) e outras (40%) Parcela de 10,5ha, integrada num conjunto de 12ha de vinha nova (plantada 2003), instalada numa encosta ampla de média altitude (375 metros), exposta a sul, com cerca de 20% de declive. Solo de origem granítica. As uvas foram vindimadas a 2 de Outubro e vinificadas em largar com pisa a pé. O vinho estagiou durante 8 meses em barricas de carvalho francês e americano. As 11.700 garrafas resultantes foram engarrafadas em Setembro de 2009 e irão permanecer em estágio de cave durante 12 meses.

Acidez Total

5,1 g/dm³ (ác. Tartárico) 0,52 g/dm³ (ác. Tartárico)

PH

NOTA DE PROVA

VINIFICAÇÃO

As uvas foram vinificadas em lagar com pisa a pé. O vinho estagiou durante 15 meses em cubas de inox. Engarrafamento em Março de 2009 e permaneceram em estágio de cave durante 12 meses.

ANÁLISE QUÍMICA

Acidez Volátil PH

2 g/dm³

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João Paulo Martins “Vinhos de Portugal 2011”

“Prova de 2010. O vinho tem bom perfil aromático, marcado sobretudo por notas secas habituais no Douro e que por norma conferem aos vinhos muito boa aptidão gastronómica. Mostra-se muito bem proporcionado na boca, com corpo e acidez no ponto certo, taninos ligeiros mas presentes e um perfil, que permite prova em novo. Bem conseguido.”

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Parcela de 10,5ha, integrada num conjunto de 12ha de vinha nova (plantada 2003), instalada numa encosta ampla de média altitude (375 metros), exposta a sul, com cerca de 20% de declive. Solo de origem granítica.

Açúcar Residual

3,7

Quinta de Arcossó, Sociedade Vitivinícola Tinta Amarela (30%), Tinta Roriz (30%) e outras (40%)

VINHA

Acidez Total

13,5%

Acidez Volátil Açúcar Residual

CASTAS

Álcool

ANÁLISE QUÍMICA Álcool

PRODUTOR

13% 4,65 g/dm³ (ác. Tartárico) 0,44 g/dm³ (ác. Tartárico) 2 g/dm³ 3,65


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