CONTOS COM CARÁTER TRADICIONAL AMATÓRIO
PITUSSA,FORMOSA PITUSSA!
xurxo fernández gonzález (Xurx@erencia)
-Hoje quis ser diferente, mas portei-me tão bem que nem sequer sou capaz de reconHecer-me do correto que posso cHegar a ser, e é que sou muito teimado em minHas pesquisas, e ainda que vou pelo solo arrastando-me, nada peço a ninguém, pois levo quanto precisa-se, e sou glutão por isso, porque levo minHa casa a custas -oH!...,sim…, moi bom!, imaginava-mo -respondia-lHe a menina pitussa ao caracol-, porém, agora que ti e eu podemos falar…,mas…,o que não entendo bem é porquê meu papai se mostra tão preocupado de que a cada dia seja eu mais sociável… -minHa amiga pitussa!, entende-o como algo normal. ele quer ver-te jogar mais com as e os da tua espécie… -¿e…,que é isso da espécie?..,meu amigo caracol piolininHo -os que têm orelHas como tu -aH…,bom…,¡já!...,e como a primavera!... -¿a primavera?
- ¡sim!, - dizia agora pitussa enquanto erguia-se do cHão e saltava de felicidade, e quanto mais erguia-se e olHava ao céu mais excitava-se. era agora que sua voz saía forte e natural, da cor sã da dita jovial. pitussa era assim, uma menina alegre com suas fantasias e suas coisas de menina- . -vivaaaa!, a primavera! –estava a seguer pitussa-, a que tem orelHas porque o disseram na escola…,sim!..., -e pitussa seguia e não parava, não dava-se concentrado para deter seu diminuto coração um momento, pois por muito pequeno que seja se lHe deve supor um pouco de tranquilidade, ainda que a verdade é que sua locomotora era francamente adorável, botava um fínHo de felicidade infranqueável, claro que sim!.-¡para um pouco!..., faz favor!,-clamava agora piolininHo o caracol- deixa de saltar e explica-me que é isso de que a primavera tenHa orelHas. não sabia eu que existiam essas ideias na Humanidade; e não acHes-te que não falo com as pessoas, pois a cada dia mais costumam frequentar comigo…, muitas como tu que se vêem sozinHas,... e maiores que tu...
-¿como uma formiga?-dizia pitussa -¿que?,- olHando muito assombrado piolininHo a ela -eu quero ser pequena como uma formiga e mais de mais… enquanto,era a Hora na que o alcaide da pequena vila municipal baixava a grade do liceu da coroa e antiquário que se localizava na praça da notoriedade .quando baixava-se a barreira parecia como se a ourivesaria ali acumulada gritasse em corais dissidências de Histriões. embora, quando melcHor,de ampla estatura, enaltecedo em capa que cHegava-lHe até os tornozelos...; é que em verdade que era..., era dum verde puro a toga, com trançados bigodes longos e alombados pelo uso melcHor…mas…, se é que parecia um cabaleiro medieval!. abria a capa e as e os demais calavam. era esta a cena: duas meninas, um menino, uma mulHer um cão e um Homem na pequena praça da notariedade, onde vivia pitussa,
quem falava com caracol piolininHo, sentada no patamar do portal. - agora!,…já vê-lo-ás…, primo estêvão - dizia uma das meninas ao menino. o certo que tinHa o fato de que os demais calavam quando abria melcHor a capa era por algo do dizer sobre-natural; por um acontecimento singular que se repetia sempre que melcHor acercava-se ao liceo e animava-se a fecHar pessoalmente o valado.um dia ao ano. - silêncio!..., -recriminava manjericão o pandeiro aos mais pequenos como filHós. também protestava o cão que ladrava: - “é necessário o silêncio para que funcione…” olHou melcHor desde suas altas cimeiras de quase três metros ao público assistente ,que agora multiplicava-se por cem. nesse momento é quando manjericão, saindo do grupo da praça dirige-se até onde o alcaide, dom melcHor, e coloca-se justo ao seu lado. os olHos de manjericão cHegavam à altura do umbigo dele.
- oH!..., não!..., maldita seja!...esse palerma milcHuuur!-dizia pitussa enraivetada-,será melHor ir-mos de aqui..., ainda que meu papai vai enfadar-se se afasto-me. apanHou a menina ao caracol entre seus doces dedinHos, deu-lHe um beijo e peregrinou até o canto, onde não lHes podiam ver. piolininHo,o jovem caracol,o amigo de pitussa, lamentava-se alegando não entender o que poderia ocorrer dentro das e dos da espécie quem têm orelHas como a primavera. -a verdade, não vos entendo! -dizia assim piolininHo- e à primavera também não?- contestava pitussa então foi tal que se lHe apresentou ao caracol a evidência dum dilema,e ficou em forma suspensiva. agora já tevera mais gente pelos arredores, de fato estavam quase todos os que pertenciam à parróquia. quando observou que a Humanidade nem se alegrava nem se murcHava em
interpelações ou animosas disposições atirou melcHor, o alcaide, o relógio de faltriquera de alongada cadeia de ouro que resplandecia intensamente, e fixandose bem o nodo da gravata abriu a tampa de prata. observou o interior e elevou sua mirada ao céu, como lamentando-se de que se consumasse o fato que não tivesse desejado, o muito Hipócrita!. agora a fina cadeia apanHava como se fosse um grosso cabo que tivesse que ir soltando até cHegar aos olHos de manjericão. o óvalo pendular eo público Hipnótico, abranguido nos segredos do sedante e irracional. o cabo ia-se s soltando, a cadeia desceu e nos olHos de manjericão parou-se. as Horas corriam para atrás a cada vez mais depressa na veloz carreira retrógrada dos ponteiros. manjericão assim o confirmou e os sinos da igreja começaram a soar atronadoramente. -o tempo para atrás declina, é este um mistério, e nós os amigos da ciência, unidos ao deus todopoderoso…-assim dizia agora o innombrável melcHor, enquanto o vicario de cristo não cessava de tanger os sinos.- e nós os amigos da ciência, unidos ao deus todopoderoso somos quem sabemos por nosso
conHecimento lutar contra o diabo, que é quem em definitiva cHega a este povo de vez em quando e introduz-se nestes ponteiros deste relógio tão antigo,-blasfemava assim melcHor-, um presente do divino, desejado pelos amigos da maldade. porém agora, não nos fica mais que saciar sua gula, pagarlHe tributo!, porque caso contrário pode cHegar a peste e outras classes de calamidades.-coninuava a blasfémia o alcaide-. pela minHa devoção e sacrifício no bem de vocês... paguem tributo para saciar o apetite do diabo!, -assim dizia agora o innombrável melcHor, enquanto o vicario de cristo não cessava de dar aos sinos da igreja parroquial-. -preguem com o bom exemplo da oração e Humildade eo diabo desaparecerá...! era este ritual algo que pertencia já à História do povo. esse dia era toda uma festa,uma festa no tedioso dia que se lHe rendia em espécies à prefeitura ea vicaria. flautas, gaitas de fole,danças populares...,era toda uma algaravia!. de fato vinHam gentes de outras aldeias e comarcas alHeias às costumes deste vila agrária, para gozar do folklore devocionário que levava como atributo de
gene de generosidade e desprendimiento das coisas terrenais, em feitos tales como convidar a vinHo, ao pão e outros acepipes a quem tinHam a ideia de cHegar até ali.agora bem,confundir a necessidade de expansão da generosidade do ser Humano com deixar-te roubar não sei eu bem..., ainda que sim é uma boa pesquisa filosófica.esto era contraditório com o feito de rendir tributo em espécies e demais enxovais a quem assim lHes subjugavam,baixo o mandato em corpo mortal de melcHor o prefeito,o alcaide. era evidente que tudo isto era um absurdo, e o dilema que se lHe propunHa agora ao caracol era saber se era igual de ridículo que o relógio de melcHor endoidecera eos sinos tocassem, como o fato de que a primavera tivesse orelHas tal que pitusa assim mencionava. o que sim era evidente é que a inclinação do alma do caracol estava sujeitada às bondades da pequena, e isso era já um ponto de partida. por conseguinte, estavam na parte traseira da casa do pai de pitussa. agora era o caracol quem enquanto assim meditava se entretetia comendo as mais finas ervas onde ela posou-o. Havia rosas, cravos,
lirios, malmequeres e jasmins.teve por ali muitas pedras e lagartixas também. -dize-me, pitussa!. como é isso da escola e as orelHas da primavera?. -foi a primavera à escola,- dizia agora pitussa mais relaixada-, montada numa flor que cHamava-se primavera, e que dizia que tinHa orelHas para escutar o vento e outras coisas próprias dela. -embora…,o que dizes…,aH! minHa pequena amiga pitussa!...,isso é…, isso é teatro! -não...,tu não entendes nada...,não!...era a prinaveraaaa!...-gritava agora intensamente pitussa,ao mesmo tempo que perguntava por alguém também a viva voz e inquietantemente.- aurora!...,onde estás..., aurora?...,onde estás...?, minHa cara...!, onde estás? minHa cara amiga aurora...!era aurora uma lagartixa especial, com a que começasse a ter uma confiança de bastante confidencialidade. pareciam precisar-se mutuamente,desde aquele dia em que seus destinos se cruzaram, quando uma procurava à outra. a lagartixa, que
estava subida a uma pedra começou a declamar: “qual é o segredo?, pitussa!..., …diz- lHe como é possível!..., que a primavera possa ouvir o que estais a dizer.. pitussa, formosa pitussa!, que vejo-te agora crescer noutra coisa… porque…, por qué?...por qué!...; porquê quando nascem os cravos e o vento traz novas compensações, volta-se tudo verde e meus olHos cHoram ao ver-vos tão felizes..., e continua a vida em vez de parar-se? pitussa, formosa pitussa!, que vejo-te agora crescer noutra coisa… eu preciso refletir sobre as coisas belas!. porquê vão tão velozes as desilusões e a vida não se pára num instante de felicidade?.
pitussa, formosa pitussa!, que vejo-te agora crescer noutra coisa… quem está em meu interior que domina à razão?. eu devo seguir meu caminHo...; prestando em vosso avance atenção. pitussa, formosa pitussa!, que vejo-te agora crescer noutra coisa… mas quisesse unir-me ao teu e não sê se poderei assim sequer eu..., pitussa, formosa pitussa!, que vejo-te agora crescer noutra coisa… e pitussa mudou e transformou-se numa mulHer.o caracol piolininHo desapareceu.a praça estava concorrida.aurora fora a melHor amiga dela, a quem nunca esqueceria.ia dentro dela, do coração de pitussa,a sua amiga da infáncia que morrera duma estranHa enfermidade.
um Homem palido (dessa lividez que parece dizer que bem dum desleixo a coisa essa de não comer bem) aproxima-se a ela: -é a Hora de ir à festa pitussa!
FIM
Galiza,15-12-2013 xurx@erencia.