PA SSE I OPÚBL I COURBA NO Y A RABOSCOL OBRA GA T T O
T RA BA L HODEGRA DUA ÇÃ OI NT E GRA DOI I 2 01 3
CADERNO DE PROCESSOS DE TGI
PASSEIO PÚBLICO URBANO
YARA BOSCOLO BRAGATTO TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO, 2013.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO _ INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a todas as pessoas que fazem com que o mundo fora das grades da Universidade seja tão importante.
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Gostaria de agradecer, acima de tudo, a minha família de sangue. Eles são a razão pela qual luto para honrar meu nome e minha história. São o motivo pelo qual volto pra casa, e que sempre souberam do meu esforço, mesmo quando outros duvidavam. Gostaria de agradecer e dar um imenso abraço nas meninas e meninos de São Carlos que estão sempre comigo, em pensamentos ou de fato, que ajudaram nesse trabalho e em tantos outros, ajuda que começa com frases como “bom dia” e se estende até “você consegue!”. Elas sabem o que passei, por isso dedico este trabalho e ofereço meu melhor abraço a eles e elas. Aos amigos de Bauru, que fazem a volta ser mais prazerosa, que torcem sempre por mim, desde antes da faculdade. São meus médicos e professoras preferidos, que curam e ensinam tudo que podem. Agradeço aos professores que me ensinaram o que a faculdade poderia ensinar, e sempre com um sorriso fraternal, Eulalia, Lu, Castral, Ruy e Dibbo. Gostaria de agradecer ao arquiteto José Mario Nogueira, que em pouco tempo me ensinou tanto, sobre arquitetura e sobre mim mesma. Agradeço a paciência de todos, em especial do Igor, que sempre criou um mundo paralelo onde eu pudesse sorrir de mim mesma e dele. Obrigada por tirar de mim os meus melhores sorrisos. A Irineu Bragatto e Arlindo Boscolo, os homens de minha vida, a força e a honra.
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APRESENTAÇÃO Este trabalho tem como intuito valorizar espaços públicos, em especial parques e praças, através de uma sensibilização do olhar do usuário da cidade. Muitas vezes o cotidiano nos obriga a seguir caminhos diretos e rápidos sobrando pouco tempo para admirar e observar a cidade que nos cerca.
SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES.................................................................07 TERRITÓRIO..........................................................................23 RECORTE DA ÁREA..............................................................37 AÇÕES PROJETUAIS...........................................................47 PROJETO..............................................................................63 APÊNDICES..........................................................................107 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................115
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SOBRE O PASSEIO No presente trabalho a ideia de passeio vem associada à ideias como lazer, descontração, descoberta e sensações causadas pelo ambiente. As área públicas como praças e parques apresentam tradicionalmente funções que iam para além da drenagem do solo, e apresentavam características de integração social, o “ver e ser visto”. Passear, portanto, neste trabalho agrega em si o conceito de lazer e envolvimento social. Opta-se também por uma valorização do percurso como estratégia de ordenação espacial e possibilitadora de experiências dentro do objeto arquitetônico ou urbano, trabalhando questões como surpresas e (re)descobertas. As diversas propriedades materiais e relações espaciais estabelecidas agregam elementos capazes de gerar diferentes interpretações e sensações diante de um mesmo objeto ou cenário. Em cada uma das possibilidades de percurso, as direções variadas fazem com que a fruição se dê de forma complexa, produzindo estímulos diversificados e qualitativamente distintos na medida em que se dá o passeio. A experiência do percurso se faz mais importante do que a apreensão da forma estática, a relação entre espaço e tempo se faz mais efetiva do que os próprios elementos construtivos. Passear, portanto, traz em si as questões sociais coletivas e individuais, tramitando entre a interação dos indivíduos em espaços que possibilitam tal atividade e a apreensão unitária e afetiva que cada um traz do local. Descobrir um caminho novo e estabelecer uma relação com ele, mesmo que essa não seja afetiva mas apenas funcional, faz parte das intenções do objeto projetado.
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SOBRE O PÚBLICO Para conformar um espaço não são necessários muitos elementos construtivos. Porém um dos questionamentos que moveu esse trabalho foi em torno de como criar espaços de qualidade, ambientes planejados e capazes de se tornarem parte positiva do tecido urbano. Logo surgiu o principal agente dessa trama: o usuário. Sem pessoas as cidades não funcionam, os ônibus não circulam, e portanto, de nada adiantam os ambientes planejados. Ao projetar um elemento de suposto uso público fica evidente o número de opiniões e experimentações que o espaço em questão estará sujeito. Surge então o que parece ser uma solução: se o espaço sofrerá infinitas interpretações, talvez seja o caso de torná-lo apto a elas, e não cercá-lo de imagens prontas e fechadas. Deixar que o usuário chegue às suas conclusões e crie em si suas próprias imagens do lugar parece ser a maneira mais singela e efetiva de fazer parte do imaginário urbano. Caberia ao espaço apenas “ser”, e ao seu usuário, passante, frequentador ou admirador, interpretar, memorizar e inseri-lo no seu próprio tecido urbano, como um retalho que é adicionado a uma colcha. Cada um tem em si uma imagem da cidade, uma imagem própria, dotada de sentidos e significados. Os espaços projetados apresentam potencial e intenção de fazer parte dessas múltiplas imagens. Faz parte das considerações do presente trabalho agir de maneira consciente com as necessidades da população. Mesmo sendo inviável ouvir e atender aos anseios de cada morador de um centro urbano cabe ao planejador e projetista agir quase que de maneira genérica, articulando elementos e espaços que agradem ao público alvo do projeto, e no caso de espaços públicos, o usuário é o público, o que torna o alvo muito grande e abrangente. Portanto os espaços devem ser conformados de maneira abrangente, acessível, resistente, e possuir elementos atrativos, que por mais que não sejam de uso direcionado, ainda assim possam despertar interesse.
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SOBRE O URBANO Outra motivação deste trabalho diz respeito à análise da cidade através do tempo e com enfoque em suas diferentes morfologias. As cidades com crescimento espontâneo sofrem com a agregação de partes, e incorporação de novos territórios com o passar do tempo e de acordo com sua expansão. Pode-se então traçar um paralelo com uma colcha de retalhos. Sempre há um retalho inicial, uma parte onde o tecido começa, e em torno desse, outros vão sendo agregados. Existem partes mais adensadas, tecidos mais densos e grossos, onde interferências são mais difíceis e complexas. Existem também as partes mais frágeis, ainda em processo de elaboração, que, como tecidos, podem desfiar, se desmanchar, e correm risco de sumir, caso sua trama não seja de caráter agregador ao seu entorno. Algumas cidades tem o privilégio de ter em sua trama um tecido mais permeável, e comparativamente, seriam os parques e praças, que surgem no emaranhado de linhas e estampas como um resquício do que antes fora a base de todo o tecido. E as cidades parecem sempre ter espaço para mais um retalho, e para amarrá-los, muitas e diferentes linhas são utilizadas. Os sistemas de abastecimento e transporte servem como o costurar e juntar dos retalhos, levando serviços aos pontos mais distantes, e mantendo o centro pulsando e apto a redistribuição: conforme a necessidade há resposta para a demanda. Os “retalhos verdes” nas cidades, nada mais são do que espaços remanescentes de solo não impermeabilizado. Levando em conta que toda cidade um dia foi espaço não edificado, as praças e parques são como lacunas deixadas pelo crescimento urbano, de forma planejada ou não. As margens dos rios são um grande exemplo disso, já que esses são necessários para o funcionamento do tecido urbano, mas que muitas vezes são tampados, ignorados e mal cuidados. Quando um novo retalho é agregado ao tecido urbano, deve-se tomar cuidado para que ele realmente fique “amarrado” ao restante. Cabe ao planejador urbano cuidar dessa costura pois tão importante quanto um projeto é a sua ligação e relação com os demais. Dessa maneira, o presente trabalho atua em áreas inseridas na malha urbana, espaços “verdes” e de fácil acesso aos demais sistemas de abastecimento. 13
A SENSIBILIZAÇÃO O presente trabalho traz em si a ideia de poder valorizar o que existe na cidade. Trata-se de uma intenção de mostrar para o cidadão o que a cidade pode oferecer, o que está escondido ou que está claro, porém não é bem recebido. As cidades são construídas com o passar do tempo e com a superposição de camadas temporais. Muitas vezes a rotina diária, o ato de percorrer sempre o caminho mais curto e direto faz com que elementos sejam ofuscados da vista cotidiana. É necessário parar e observar. Olhar para outras direções que os olhos da pressa não nos permitem percorrer. Esse olhar que acaba sendo estrangeiro pode revelar sutilezas capazes de transformar a visão que temos de um lugar. E as cidades estão em constantes alterações, tornando esse quadros visuais dinâmicos. Mas a “névoa da rotina” acaba encobrindo o que a cidade tem de mais belo, e abrindo espaço para a praticidade. A objetividade também é necessária. A distância mais curta entre dois pontos sempre será uma reta. Mas quando não se deseja o mais curto, quando há a vontade de algo novo, algo diferente? Este trabalho não trata de grandes intervenções que modificarão o skyline da cidade, muito menos pretende que os espaços criados sejam chocantes e completamente modificadores da paisagem. Pelo contrário, o trabalho em questão procura atuar de modo que as mudanças propostas sejam facilmente absorvidas pelo imaginário urbano. Não se trata portanto, de conferir um uso completamente novo a um espaço, e sim, remodelar o espaço existente, mantendo suas características, dessa maneira, tornar o espaço apto a gerar novas sensações e sensibilizar o olhar do usuário.
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IMAGEM DO GOOGLE DE BAURU
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BAURU O município de Bauru foi fundado em 1856 e atraiu imigrantes de várias partes do estado, que demonstravam interesse na produção cafeeira que começava a se desenvolver na região. Foi um momento muito importante na historia do crescimento do estado de São Paulo, marcado pela “marcha para o oeste”, desbravando o centro-oeste paulista, e explorando suas riquezas potenciais. As primeiras ruas o e alinhamento das casas se deu por volta de 1888, época em que a então vila se emancipava do distrito de Lençóis Paulista. No mesmo período também se deu início a construção da primeira igreja católica, que ficava situada na mesma região onde se encontra hoje a Catedral do Divino Espírito Santo, no então Largo Municipal, ou Jardim Público, que viria a receber o nome de Praça Rui Barbosa em 1932, nome que mantém até hoje. A relação com um espaço de convívio social remota, portanto, do período de sua fundação. Por volta dos anos de 1900 foram tomadas uma série de decisões que mudariam o curso do município: Bauru está situada em local estratégico para a fundação de uma ferrovia que ligaria o Mato Grosso ao estado de São Paulo. A instalação de diversas companhias, como a Noroeste do Brasil, a Sorocabana, e a Companhia Paulista de Estradas de Ferro formava o trinômio que faria do município um dos mais importantes entroncamentos ferroviários da América do Sul, trazendo inúmeros benefícios e desenvolvimentos para a cidade. A partir de então, a cidade começou a contar com um jornal, uma sede do Banco do Brasil, além de escolas, iluminação pública e dois dos principais hospitais municipais, tudo até meados dos anos 20. O primeiro sistema de abastecimento de água se deu por volta de 1912, tratando-se de um importante avanço para a cidade, e seu reservatório ficava na área que hoje abriga o Bauru Tênis Clube.
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As principais vias da cidade tiveram sua pavimentação iniciada por volta de 1924, valorizando o município em expansão. Bauru foi entrando no cenário estadual e nacional, sempre com o embasamento na ferrovia. Com a inauguração do aeroclube na cidade por volta dos anos 40, outro meio de locomoção começava a ganhar destaque no cenário municipal. No setor agrícola, a cana-de-açúcar começa a ganhar destaque de produção, e o café foi perdendo seu espaço, por volta dos anos 50. Nesse mesmo período ficava evidente o surgimento de um novo vetor de expansão da cidade, direcionado para o sul e sudeste da área que o município ocupa hoje, incluindo obras de construção da Avenida Nações Unidas, que levaram a canalização do Córrego das Flores. Tratava-se de uma época de expansão rodoviarista de âmbito nacional, e as estradas e rodovias começaram a ganhar destaque na região. Bauru continuou a se desenvolver e passou a atrair indústrias de diversos setores. A expansão no ensino superior, com a inauguração do campus da USP em 1962, e contando também com outras universidades particulares já instaladas na cidade, e em 1988 a UNESP incorpora o campus da UB (Universidade de Bauru), tornaram e ainda fazem do município um grande polo de ensino superior, e que atrai centenas de estudantes de diversas partes do país, além de colocar o município no mapa de desenvolvimento social nacional. De acordo com dados do IBGE de 2010, Bauru é hoje o 18º município mais populoso de São Paulo, contando com uma população de mais de quatrocentos mil habitantes, com o 47º IDH do estado.
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ANÁLISES CARTOGRÁFICAS ÁREAS VERDES O seguinte mapa mostra as praças disponíveis em Bauru. Segundo a Prefeitura, as áreas assinaladas são consideradas praças, e é possível observar uma pulverização das mesmas em todo o território urbano, não havendo um sistema que faça ligação entre elas .As maiores áreas são o Horto Florestal, o Jardim Botânico e Zoológico, além do Parque Vitória Régia. Pode-se observar situações onde as praças apresentam formas diferentes da quadrícula ao redor, e algumas vezes surgem como áreas “residuais”, onde o loteamento se tornaria inviável. Nota-se também que muitas áreas caracterizadas como praças pela prefeitura são apenas rotatórias ou contornos.
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ANÁLISES CARTOGRÁFICAS HIDROGRAFIA O seguinte mapa mostra a situação da bacia hidrográfica que abastece o município de Bauru. A cidade é abastecida por rios permanentes, como o Rio Bauru, e rios temporários, que tem sua cheia em período de chuva (verão). A cidade ainda conta com lagoas temporárias, e a principal delas é a que fica situada no Parque Vitória Régia. Existe também um córrego que foi canalizado e passa por baixo da Avenida Nações Unidas. A cidade sofre com falhas constantes do abastecimento de água, não possui tratamento de esgoto, além de áreas de enchentes relacionadas ao período de chuvas, principalmente nas grandes avenidas situadas nos vales. A captação de água se dá através de poços perfurados e de rios, principalmente do Rio Batalha, que não fica localizado na zona urbana.
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ANÁLISES CARTOGRÁFICAS VIÁRIO O sistema viário bauruense conta com uma malha bastante diversificada, sendo a cidade cortada pelas rodovias como a Marechal Rondon e a Comandante João Ribeiro de Barros. Pode-se notar a existência de algumas malhas viárias e quadrículas bem definidas, caracterizando diversos momentos de ocupação urbana. A cidade ainda possui um importante entroncamento ferroviário, sendo utilizado apenas para transporte de carga. Importantes avenidas arteriais cortam a cidade nas direções norte-sul e leste-oeste, além de ruas e avenidas coletoras que distribuem o tráfego. Com o crescimento da cidade, hoje em dia existem problemas com congestionamento, principalmente em horários de pico.
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ANÁLISES CARTOGRÁFICAS MAPA SÍNTESE Como síntese dos mapas apresentados anteriormente pode-se observar a sobreposição de fatores e elementos que acontecem simultaneamente. A cidade teve seu desenvolvimento muito marcado pela ferrovia, que tradicionalmente se instalava em áreas baixas da cidade, onde havia a ocorrência de rios e córregos. A malha viária tem início, portanto, nas proximidades da zona ferroviária. Pode-se observar também que as zonas de vales que sofrem com enchentes são muitas vezes as áreas de encontro de vias importantes, e no caso da Avenida Nações Unidas, que abriga um córrego canalizado, a existência de enchentes se faz constante. As áreas verdes não estão necessariamente ligadas a bacias hidrográficas, tratando-se, portanto, não de grandes áreas de preservação, mas sim de áreas destinadas apenas para a permeabilidade do solo. Não existem nascentes de rios dentro da grande área urbana, o que facilita a preservação das mesmas, porém o não tratamento do esgoto que é devolvido aos rios que cortam a cidade causa danos ao município. Dentro da mancha urbana, a área que mais concentra elementos citados nos três mapas é o Parque Vitória Régia, pois trata-se da maior praça, apresenta uma lagoa temporária e ainda é margeada pela via arterial que corta a cidade no sentido norte-sul. Todos os mapas foram produzidos através da Base Cartográfica oficial fornecida pela Secretaria de Obras do município no ano de 2012.
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RECORTE DA ÁREA Dentro do cenário urbano bauruense, a área escolhida para a realização de um estudo mais aprofundado abrange elementos de grande importância. O sistema viário que compreende essa região possui grandes avenidas, ruas movimentadas e de distribuição do tráfego, além da proximidade com as rodovias que atravessam a cidade. Também compreende o recorte a maior área verde inserida na malha urbana, o Parque Vitória Régia. Nessa área está inserido o campus da USP com cursos na área de saúde e um hospital, conferindo a região uma dinâmica diferenciada do restante da cidade. A área também possui uma grande movimentação noturna, concentrando bares e restaurantes nas proximidades do Aeroclube (antigo aeroporto, agora desativado para uso comercial). Este trabalho toma, portanto, um percurso que vai da Avenida Getúlio Vargas, próximo ao Aeroclube, indo até a Praça Portugal, ponto de articulação no percurso. Seguindo em direção ao Parque Vitória Régia, o percurso passa pelo Bosque da Comunidade, densa área verde urbana, e pelo campus da USP. Trata-se de uma região de uso variado, com comércios diversificados, clinicas médicas, moradias estudantis, pousadas e hotéis, escolas de ensino fundamental e médio. Também abriga vários edifícios residenciais, conformando muitas vezes, “paredões verticais” em algumas vias.
LEITURA FOTOGRÁFICA
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SISTEMA VIÁRIO São propostas alterações no sistema viário da área, sendo elas:
-Alteração no sentido das vias Sílvio Marchione e João Abo Arrage, que passam a ser de mão dupla, proporcionando acesso mais fácil e direto por veículos as praças do sistema. -Retirada das vias que cortavam a Praça Portugal e o Parque Vitória Régia sendo feitas as devidas alterações nos sentidos das vias que contornam as praças para poder garantir a circulação de veículos. A retirada dessas vias trouxe uma maior unidade territorial aproveitada no projeto das mesmas.
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Trecho 3: 1,1 km
Trecho 2: 0,6 km
Trecho 4: 1,4 km
Trecho 1: 2,4 km TOTAL DE CICLOFAIXA: 5,5 KM 46
CICLOFAIXA Foi instituída uma ciclofaixa que se divide em quatro trechos distintos. Por se tratar de uma ciclofaixa com uso mais voltado para o passeio, seu percurso é mais sinuoso, passando por praças grandes e pequenas, e proporcionando ao ciclista a descoberta de espaços de descanso e lazer. A ciclofaixa também apresenta trechos menores e maiores, ligando o Aeroclube na Avenida Getúlio Vargas, contorna a Praça Portugal, passa pelo Bosque da Comunidade e continua descendo até o Parque Vitória Régia, passando pelo campus da USP. Tratam-se de 5,5km de ciclofaixa. A faixa é de circulação de bicicletas, com 1,80m de largura, pintada no asfalto, e não é permitido estacionamento, apenas entre às 0:00h e 6:00h. Propõe-se também que nos pontos marcados com ícones estejam locados tótens contendo informações sobre o percurso, como cotas altimétricas, distância dos próximos pontos e imagens do percurso.
Tóten de informações
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CALÇAMENTOS E ARBORIZAÇÃO Em algumas quadras da área é proposto um calçamento que possa garantir uma identidade ao local. As quadras assinaladas de cinza será utilizado o calçamento de concreto cinza escuro. Nas quadras assinaladas de marrom, nas proximidades das áreas verdes e nas vias principais é proposta a utilização de calçamento com mosaico português marrom. As calçadas reformuladas garantem uma unidade visual ao sistema. Para possibilitar o plantio de árvores é proposto também que a fiação seja enterrada em alguns trechos assinalados de amarelo no mapa ao lado. Quanto a arborização propõe-se três situações diferentes: -arborização de canteiros centrais de avenidas com espécies arbóreas de florada marcante, criando a ideia de alameda; -arborização de grande porte nas vias Sílvio Marchione e João Abo Arrage para garantir sombra densa, trazendo a ideia de “calçadão”, para proporcionar um passeio mais agradável, tanto de ciclistas como de pedestres; -arborização de pequeno porte ou arbustivas, em floreiras acompanhadas de bancos para trazer pequenos pontos de encontro e descanso.
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Disposição da arborização na via e ciclofaixa
Corte longitudinal 50
Corte transversal
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Disposição das floreiras e bancos
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Ampliação
Corte transversal 53
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PARQUE VITÓRIA RÉGIA O parque Vitória Régia foi inaugurado na década de 1950, juntamente com outros marcos urbanos. A área é muito utilizada para comemorações, pequenos shows, manifestações e comemorações, como o aniversário da cidade. Considerado como um cartão postal é utilizado pelas pessoas mesmo que não sejam datas de eventos. Apesar de estar localizado ao lado da USP, a integração entre esses dois elementos é quase inexistente, talvez pelo fato da portaria e acesso principal da faculdade se dar por outro extremo do campus. O local é atravessado por duas vias, sendo, portanto, fragmentado em três partes. O parque ainda conta com um palco sobre a água e uma concha acústica, utilizada em dias de eventos. Embora sua localização seja privilegiada, poderia ser mais utilizado pela população, e aparentemente não o é, por conta da situação de aparente abandono. Área total: aproximadamente 58.130 m2 Localização: Avenida Nações Unidas/ Rua José Ferreira Marques/ Rua Henrique Savi Pontos de referência: USP Cota altimétrica: 440-455 m (em relação ao nível do mar)
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ARBORIZAÇÃO
N 57
TOPOGRAFIA N 58
PLANOS DE PISO N 59
COMPLETO N 60
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CORTE CC
CORTE BB
CORTE AA 62
DETALHE CORTE DD
CORTE DD
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CORTE EE
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VOLUME DE APOIO_ COBERTURA (nível 548m)
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VOLUME DE APOIO_ PLANTA BAIXA (nível 544,50) Foi criado um volume de apoio para abrigar administração, depósito de materiais, um bicicletário, dois sanitários e dois volumes para serem utilizados como café. Os volumes encontram-se embaixo de uma marquise, e a ventilação e iluminação se dá por aberturas zenitais situadas entre os bancos locados na marquise, O apoio ainda conta com bebedouros.
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VOLUME DE APOIO_ CORTE (nível 544,50) No corte é possível observar a relação estabelecida entre a marquise e o volume abaixo. Também pode-se observar o funcionamento das aberturas zenitais que garantem ventilação e iluminação.
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Sobre os planos de piso Foram utilizadas pavimentações distintas pensadas e dispostas de maneira a criar sensações variadas. O piso menos regular foi disposto nos caminhos curvos fazendo uma alusão ao fato de serem caminhos menos diretos e mais sinuosos, e que por isso não necessitam de tanta pressa para serem percorridos. Em contrapartida, nos caminhos retilíneos e no contorno do parque foi utilizada uma pavimentação de concreto em duas tonalidades. O piso de saibro foi utilizado na ciclovia.
piso de concreto 1 (cinza claro) piso de concreto 2 (cinza escuro) cascalho madeira mosaico português saibro
N 68
Sobre a vegetação As
espécies foram selecionadas levando em consideração questões como época e coloração das flores e densidade de sombra. Nas extremidades do parque foram utilizadas árvores de maior porte e com sombra mais densa. Indo em direção a parte central, o plantio fica mais ordenado e as árvores são agrupadas em trios ou quartetos. Na parte central optou-se por árvores com sombra menos densa, ou caducas.
N 69
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IMAGEM 2 E 10
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PRAÇA PORTUGAL A Praça Portugal também foi inaugurada na década de 1950 e está localizada em um dos pontos mais altos da cidade. Sua área foi doada por uma figura importante na época para a cidade, Comendador Joaquim da Silva Martha, descendente de portugueses, e daí o nome da praça, que celebraria a influencia dessa cultura na cidade. Próximo dali há também a Associação Luso Brasileira de Bauru, clube que já teve o seu tempo áureo, mas que hoje sofre com crises financeiras. Essa região, portanto é muito marcada pelo influencia da colonização portuguesa. A área está abandonada, durante a noite é muito escura e pouco utilizadas. Os habitantes a utilizam apenas como passagem, mas não como lugar de lazer. Sua localização privilegiada é próxima a uma das avenidas mais movimentadas e que concentra intensa vida noturna, a Avenida Getúlio Vargas. Essa mesma avenida é área de prática de esportes, caminhada e a Praça Portugal surge como um “coroamento” dessa avenida. Área total: aproximadamente 22.420 m2 Localização: Rua Gustavo Maciel/ Avenida Comendador José da Silva Martha/ Rua Rubens Pagani Pontos de referência: Avenida Getúlio Vargas Cota altimétrica: 440-455 m (em relação ao nível do mar)
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ARBORIZAÇÃO 76
N
TOPOGRAFIA 77
N
PLANOS DE PISO 78
N
COMPLETO
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N
DETALHE CORTE AA
CORTE AA 80
DETALHE CORTE BB
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CORTE BB
DETALHE CORTE CC
CORTE CC 82
VOLUME DE APOIO_ PLANTA BAIXA (nível 584,00) Foi criado um volume de apoio para abrigar administração, depósito de materiais e dois sanitários. Os volumes encontram-se marginais ao caminho principal e próximo às quadras, O apoio ainda conta com bebedouros.
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Sobre os planos de piso Foram utilizadas pavimentações distintas pensadas e dispostas de maneira a criar sensações variadas. O piso menos regular foi disposto nos caminhos curvos fazendo uma alusão ao fato de serem caminhos menos diretos e mais sinuosos, e que por isso não necessitam de tanta pressa para serem percorridos. Em contrapartida, nos caminhos retilíneos e no contorno do parque foi utilizada uma pavimentação de concreto em duas tonalidades. O piso de saibro foi utilizado na ciclovia.
cascalho piso de concreto 2 (cinza escuro) saibro
madeira piso de concreto 1 (cinza claro)
mosaico português
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N
Sobre a vegetação As espécies foram selecionadas levando em consideração questões como época e coloração das flores e densidade de sombra. Nas extremidades do parque foram utilizadas árvores de maior porte e com sombra mais densa. Indo em direção a parte central, o plantio fica mais ordenado e as árvores são agrupadas em trios ou quartetos. Na parte central optou-se por árvores com sombra menos densa, ou caducas.
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N
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Imagem
Nome Popular
Nome Científico
Guapuruvu
Shizolobium parahyba
Caninfístula
Paineira
Peltophorum dubium
Ceiba speciosa
Diâmetro médio
Altura média
Florescimento Agosto/Novembro
16m
12m Amarela
Verão 15 m
12 m Amarela
15 m
30 m
Primavera/verão/ inverno Rosa
Aroeira
Ipê roxo
Schinus terebinthifolius
Tabebuia impetiginosa
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Outono/primavera
9m
9-12 m Branca
Inverno 12 m
6-9m Roxa
Imagem
Nome Popular
Nome Científico
Ipê branco
Tabebuia roseoalba
Jacarandá
Quaresmeira
Oiti
Diâmetro médio
Altura média
Florescimento Inverno
6m
9-12 m Branca
Primavera
Jacaranda mimosaefolia
10 m
Tibouchina Granulosa
7m
Licania tomentosa
8m
15 m Roxa
Outono/primavera
9-12 m Rosa/roxa
15 m
*não significativa
Inverno Jasmim-manga
Plumeira rubra
3,5 m
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5-6 m
Branca/rosa/ amarela
Imagem
Nome Popular
Nome Científico
Diâmetro médio
Altura média
Florescimento
Pândano
Pandanus veitchii
3,5m
6-9m
*não significativa
Palmeira-real
Archontophoenix cunninghamiana
3m
Acima de 12 metros
*não significativa
Festuca azul
Festuca glauca
*forração
Até 0,3 metros
*não significativa
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ILUMINAÇÃO Propõe-se que sejam utilizados 3 tipos de iluminação em níveis diferentes, levando em conta a escala do pedestre. Os elementos utilizados foram inspirados no projeto da lighting designer Neide Senzi para o Parque da Juventude em São Paulo. São eles: -Iluminação alta: disposta de maneira a acompanhar a calçada de contorno, a cada 30 metros e nas intersecções dos caminhos.
-Iluminação de cima para baixo: dispostas em árvores da praça, sempre colocadas em uma a cada 3 árvores.
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-Iluminação de baixo para cima: disposta nas árvores situadas na parte central e nas plantadas linearmente. Colocadas também juntamente aos bancos.
Fonte:
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/rosa-grena-kliassprimeira-etapa-31-05-2004.html. Acesso em abril 2013
OUTROS MOBILIÁRIOS Ainda inspirado no projeto do Parque da Juventude em São Paulo, propõe-se que sejam utilizados apoios de bicicletas de mesmo estilo dos utilizados no projeto de Rosa Kliass.
Também inspirado no mesmo projeto, os alambrados das quadras e o guarda-corpo seguem as mesmas intenções estéticas.
Fonte:
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/rosa-grena-kliassprimeira-etapa-31-05-2004.html. Acesso em abril 2013
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HALPRIN, Lawrence. The Franklin Delano Roosevelt Memorial. San Francisco: Chronicle Books, 1997. JELLICOE, Geoffrey. Geoffrey Jellicoe : the studies of a landscape designer over 80 years. Oxford: Oxford University Press, 1960-1970. KOOLHAAS, Rem. “Por uma cidade contemporânea.” In: Uma nova agenda para a arquitetura, por Kate Nesbitt, p.357361. São Paulo: Cosac Naify, 1989. LERNER, Jaime. Acupuntura urbana. Record, 2003. LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. WMF MARTINS FONTES, 2011. SCHENK, Luciana Bongiovanni Martins. “Arquitetura da Paisagem. Entre o Pinturesco, Olmestd e o Moderno.” Tese de Doutorado, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2008.
SITTE, Camillo. A construção das cidades segundo seus princípios artísticos. São Paulo: Atica, 1992. WALKER, Peter. Invisible gardens the search for modernism in the American landscape. Cambridge: MIT Press, 1994.
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“... Você é capaz de captar momentos especiais na vida de uma cidade, de enxergar que cada cidade pode ser melhor. Depende de você conhecê-la e sentir aquilo que ela tem de melhor, que é a solidariedade...” Acupuntura Urbana, Jaime Lerner 102