Atelier Integrado I - FAU UFRJ

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ÓCIO

MORRO DA URCA MORRO DA BABILÔNIA PRAIA VERMELHA TORRE COMERCIAL RIO SUL

COMO PROCESSO DE DESMECANIZAÇÃO DO HOMEM

TERRENO DE INTERVENÇÃO BRISA PREDOMINANTE

INSTITUTO PHILIPPE PINEL

SHOPPING RIO SUL

Na metrópole, onde a produtividade está diretamente relacionada com a velocidade acelerada e o esgotamento da vida, encontramos o bairro de Botafogo no Rio de Janeiro. Atentamos-nos aos comportamentos das Avenidas Lauro Sodré, Venceslau Braz e a Rua Lauro Muller. Nas grandes avenidas, a pressa é predominante, o andar veloz, desconfiado e o medo prevalece. Entretanto, ao adentrar pela Lauro Muller há uma dissolução desse acelerar, até virar passeio. A diminuição da velocidade do caminhar se torna um meio de modificar a vivência do indivíduo nos espaços, permitindo que novas relações

Rua La uro Mu ller

aconteçam e que o ócio seja possível. O ócio entra no projeto de residência estudantil como imperativo para construção do conhecimento emancipatório e potencializador da criatividade, em contraposição à mecanicidade das ações da cidade e especificamente das exigências do ambiente acadêmico. Os lugares que proporcionam uma vivência menos opressiva podem contribuir com o equilíbrio entre o descanso, lazer e processo de criação, consequentemente a vida e o próprio trabalho será mais saudável e gratificante. O reconhecimento do ócio como valorização da vida humana surge a partir dos estudos de Guy Debord. Especificamente no texto “Posições situacionistas sobre a circulação” é definido o Urbanismo Unitário como aquele que “não tem fronteiras; (…) onde as separações, do tipo trabalho/ócios, coletivos/vida privada, serão finalmente dissolvidas”. Para Guy Debord o ócio está na esfera da liberdade e seria a verdade da vida.

O ócio é o direcionador do projeto, é o elemento provocativo em contraponto a mecânica da cidade. Cidade que para Milton Santos se dá na relação da fusão do espaço-tempo e é o mundo imediato do homem. Milton Santos questiona a relação da velocidade como relação de poder, uma herança européia que diz que o pobre quase imóvel na grande cidade seria o fraco, enquanto os fortes seriam os velozes, ricos. Mas o homem rico, para o autor, vê pouco da cidade por causa do conforto que não deseja perder. Enquanto que os homens “lentos”, por não possuir o mesmo conforto, descobrem as fabulações da paisagem urbana, contemplação. Portanto, segundo o autor, os homens lentos são mais velozes na descoberta do mundo, no desbravamento da cidade. A lógica do homem lento acontece no projeto com o objetivo de dissolver o caráter mecânico das avenidas Venceslau Braz e Lauro Sodré e proporcionar a vivência do ócio. O prazer do caminhar lento, da permanência e da preguiça. DEBORD, Guy. “Posições situacionistas sobre a circulação”. In: INTERNACIONAL SITUACIONISTA. Antologia. Lisboa: Antígona, 1997. SANTOS, Milton. Técnica, Espaço,Tempo. São Paulo: Editora Hucitec, 1997.

CARLOS HENRIQUE PINHO DRE 115 128 903

YNAÊ DE OLIVEIRA BOMFIM DRE 115 128 042 Atelier Integrado_1|2017_2

PA2 Leonardo Ortencio PP Raquel Tardin DIG Gustavo Pimenta CEST Paulo Fernando SAP Sylvia Rola TA Maria Cristina Cabral PC Lucas Caldas

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TEORIA

CARLOS HENRIQUE PINHO DRE 115 128 903

YNAÊ DE OLIVEIRA BOMFIM DRE 115 128 042 Atelier Integrado_1|2017_2

PA2 Leonardo Ortega PP Raquel Tardin DIG Gustavo Pimenta CEST Paulo Fernando SAP Sylvia Rola TA Maria Cristina Cabral PC Lucas Caldas

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TEORIA


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