Portfolio Ynaie Dawson

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YnaiĂŞ Dawson


Going to pieces without falling apart Parte I - fotografia 10X15cm cada imagem, aproximadamente 95X55cm cada painel

Série de 80 fotografias divididas em quatro painéis de 20 imagens cada, evocando o tema do discurso amoroso a partir de seus diversos desdobramentos explorados nos capítulos de Fragmentos de um discurso amoroso de Roland Barthes: a intimidade, a ausência, a morte, o desejo, a espera, etc..



Going to pieces without falling apart Parte II - vídeo 80 pratos, um por capítulo do livro de Barthes, foram quebrados contra uma parede vermelha. A edição do vídeo apresenta-o em reverso de forma que as palavras formam-se a partir dos cacos, em uma tentativa de restituir um sentido ao que já está incontornavelmente perdido.


Going to pieces without falling apart, 2009-10 Um discurso em geral pressupõe um encadeamento de idéias, numa determinada sequência lógica, um caminho que se trilha até uma conclusão. Mas o discurso amoroso não pode se encaixar nesse formato visto que ele não cessa nunca de ser produzido, não tem princípio, meio e fim. É um discurso fragmentário, vem em ondas, estimulado pelas circunstâncias mais diversas, aleatórias e surpreendentes do momento. Assim é também o livro de Roland Barthes, Fragmentos de um discurso amoroso, que inspirou a produção dessa série de trabalhos. Seus 80 fragmentos – pequenos capítulos com um título de uma palavra – podem ser lidos em qualquer ordem, não há encadeamento entre eles a não ser o desejo proferido por um sujeito em relação à outro. E é precisamente nesse espaço do desejo, espaço de possibilidades infinitas que separa dois sujeitos, que se constroem possíveis novos discursos. No Banquete de Platão, obra clássica de referência quando a discussão é o amor, também encontramos uma série de discursos que se complementam, culminando com a visão de que o Amor está sempre entre – não é nem deus nem mortal, nem belo nem feio, nem bom nem mau. Opera e vive nesse espaço do desejo, em constante transformação. E deste desejo, nos alimentamos.

Going to pieces without falling apart Parte III - fotografia, 60X80cm cada Os cacos de vidro são resultado da ação realizada para o vídeo (Parte II). Entre as marcas deixadas na parede e os fragmentos de palavras acumulados nos cacos, é explorada a violência que sofre o sujeito amoroso e a dificuldade que enfrenta na restituição de um discurso que o reconforte.


Going to pieces without falling apart Parte IV – instalação sonora e ação performática O som da ação de partir os pratos (do vídeo, Parte II) é utilizado como instalação sonora à entrada de um espaço expositivo, durante uma inauguração. Depois de atravessarem o som intermitente dos pratos se partindo, as pessoas são convidadas a serem fragmentos de um jogo cujo propósito é reconfigurarem os sentidos de diversas frases retiradas dos Fragmentos de um discurso amoroso, de Barthes. Cada convidado recebe um auto-colante com metade de uma frase e deve buscar a pessoa que possua uma metade que se encaixe na sua. As possibilidades dos encontros multiplicam-se na medida que diversas combinações tornam-se possíveis.


A estória de T. 2010 vídeo, 4:3, 10´22´´, cor, som estéreo dimensões variáveis Um processo chegou às minhas mãos. Já chegou deslocalizado de sua função burocrática, como um objeto cujo valor deixou de ser a possível boa ou justa ‘resolução’ de mais um caso complicado para assumir uma função que podemos chamar de filosófica – a de questionar os limites entre realidade e ficção. Temos em suma factos e documentos, o que podemos assumir como verdades não fossem todos produzidos por indivíduos a partir de seus pontos de vista subjetivos – um diário, uma carta, uma avaliação psicológica. Temos uma identidade em formação, um conflito, ilusões, desejos, carências, esperanças, expectativas, angústias, medos. E são todos bem reais. Mas não temos verdade. A partir destes fragmentos não chegaremos nunca a re-compor a realidade. A ficção começa no próprio ato de deslocação do processo para um vídeo. Mas será que a ficção não é também uma forma de realidade? Afinal temos vozes e temos silêncio. Temos as entrelinhas, os interstícios, enfim, temos um enorme vazio e provavelmente nele continuaremos.

Assista ao vídeo aqui:

http://vimeo.com/24624050



Serenas Tormentas, 2006, fotografia, 60X80cm cada imagem


Linhas de Passagem, 2010 série de fotografias dimensões variáveis


Linhas de passagem, 2010

Interessa-me a idéia da viagem como processo, como metáfora da própria vida, um trilhar de caminhos sem destino certo, uma busca por (auto-)conhecimento. Não importa aqui de onde se partiu e com que destino, importa apenas o estar ‘entre’. O que se descobre ou se revela ao longo desse ‘caminhar’, contínuo interseccionar das paisagens interior e exterior, contínuo fluxo de sensações a nos tomar conta da alma? A fotografia, em si mesma sempre um ‘entre’ – pressupõe um antes e um depois, temporal e espacial – e que por excelência conserva, busca aqui conservar apenas o desejo latente que desencadeou a produção de cada imagem e que continua latente nela, sempre se transformando, renovando, devindo desejo a cada vez que se estabelece um novo contato entre as fotografias e um sujeito. Nesse contexto, a fotografia é tida não como representação, mas como expressão. Expressão da multiplicidade de sensações ou intensidades de um sujeito, expressão de uma paisagem interior que encontra-se em constante processo de transformação, sempre a (re) criar-se a partir do apre(e)nder as forças das paisagens. A viagem torna-se assim uma via de acesso ao processo criativo, que por sua vez é em si mesmo uma viagem. A série é composta por centenas de imagens de paisagens do meio do caminho, produzidas em viagens diversas, sempre em movimento, através da janela do veículo de transporte e são organizadas em dípticos, trípticos e polípticos que por sua vez dão forma a um livro, sugerindo assim um novo trajeto a ser percorrido por cada leitor.

Linhas de Passagem, 2010 série de fotografias dimensões variáveis


Linhas de Passagem Exposição Fotógrafos Viajantes, curadoria de Fátima Lambert Plataforma Revólver, Lisboa, 2011


Linhas de Passagem, 2010 série de fotografias dimensões variáveis


Linhas de Passagem, 2010 série de fotografias dimensões variáveis


Linhas de Passagem, 2010 série de fotografias dimensões variáveis


Linhas de Passagem, 2010 série de fotografias dimensões variáveis


Assista ao vídeo aqui:

http://vimeo.com/44000685

Fio condutor, 2004 vídeo em loop, 4:3, cor, som estéreo, dimensões variáveis

Neste filme sem começo nem fim vemos apenas o movimento incessante de um fio elétrico contra uma paisagem de nuvens passando. A movimentação constante, acompanhada da trilha sonora da banda Duplexx, leva o espectador a entrar num estado quase meditativo.


Série Infinita desde 2003 25X25cm cada série de fotografias de tiragem única


SĂŠrie Infinita Galeria Maria Martins, Rio de Janeiro, 2006 PrĂŞmio Universidarte XIII


Imensidão Íntima, 2004 Instalação (espelho, madeira, tela de projeção, projetor de vídeo, aparelho dvd, cabos); dimensões variáveis Uma caixa de espelhos Uma vídeo-projeção de nuvens Um tempo lento Um espaço infinito Uma sensaçõ de abismo Mergulhar, perder-se, divagar, flutuar Uma investigação poética acerca da relação do homem com o universo que o cerca, sobre o espaço que cada um ocupa e como ele se expande.


ImensidĂŁo Ă?ntima Degree Show 2004, Slade School of Fine Art, Londres

Re-velados, 2007

fotografia, 40X60cm cada imagem


Estados do Amor Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2007 Vídeo-instalação (tecido translúcido, pvc, mesa, toalha de mesa, cadeiras, video-projetor, dvd player, cabos); dimensões variáveis


“Conviver no mundo significa essencialmente ter um mundo de coisas interposto entre os que nele habitam em comum, como uma mesa se interpõe entre os que se sentam em seu redor; pois, como todo intermediário, o mundo, ao mesmo tempo, separa e estabelece uma relação entre os homens. (...) O termo público denota dois fenômenos intimamente relacionados mas não completamente idênticos. Significa, em primeiro lugar, que tudo o que vem a público pode ser visto e ouvido por todos e tem a maior divulgação possível. Para nós, a aparência – aquilo que é visto e ouvido por outros e por nós mesmos – constitui a realidade. Em comparação com a realidade que decorre do facto de que algo é visto e escutado, até mesmo as maiores forças da vida íntima – as paixões do coração, os pensamentos da mente, os deleites dos sentidos – vivem uma espécie de existência incerta e obscura, a não ser que, e até que, sejam transformadas, desprivatizadas e desindividualizadas, por assim dizer, de modo a tornarem-se adequadas à aparição pública. (…) Uma vez que a nossa percepção da realidade depende totalmente da aparência (…) até à meia-luz que ilumina nossa vida privada e íntima deriva, em última análise, da luz muito mais intensa da esfera pública. No entanto, (…) existem assuntos muito relevantes que só podem sobreviver na esfera privada. O amor, por exemplo, em contraposição à amizade, morre, ou antes, extingue-se assim que é trazido a público. (…) Dada sua inerente natureza extraterrena, o amor só pode falsificar-se e perverter-se quando utilizado para fins políticos, como a transformação ou salvação do mundo.” Hanna Arendt, A Condição Humana

Estados do Amor Galeria 3+1, Lisboa, 2008


Estados do Amor, 2007-08 Pensar as relações humanas, como elas se formam e desenvolvem, é a proposta deste projeto, realizado durante a residência “Sítio das Artes”, na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa. Quatro pessoas de áreas diversas foram convidadas para cada um dos jantares organizados entre paredes de tecido semi-transparente, com o objetivo de discutirem o conceito do amor. O limite entre as esferas pública e privada é a problemática subjacente à discussão proposta. Uma citação de Hanna Arendt que considera um equívoco a idéia de trazer o tema do amor, tão próprio de nossas vidas privadas, para ser debatido e trazido à público foi lida no início de cada jantar e a partir daí cada conversa seguiu um rumo próprio. O amor foi tido essencialmente como elemento de elo entre os seres humanos e considerado sob suas diversas formas, baseado nas quatro declinações do grego clássico: storge como o amor das afinidades e das relações familiares, philia das amizades, eros do erotismo e da sexualidade e ágape o da espiritualidade. O resultado dos jantares realizados é um vídeo, com duração aproximada de uma hora, no qual construo o meu próprio discurso sobre o tema a partir das discussões captadas.


Eros x Thanatos, 2009

Galeria Jorge Shirley, Lisboa, 2009 Instalação (madeira, maçãs, corante comestível dourado e fio de nylon); dimensões variáveis.

Ao redor de uma grande maçã de madeira, em cuja volta podemos ler “amor” ou ”morte”, maçãs douradas gravitam no espaço a espera de serem degustadas pelo público. A eterna relação dialética entre amor (pulsão de vida) e violência (pulsão de morte) é explorada a partir da simbologia em torno da maçã: temos por um lado a referência à maçã da discórdia, que dá origem ao início da guerra de Tróia, quando Paris oferece a maçã dourada à Afrodite, ganhando em troca o amor da bela Helena; por outro temos a inevitável referência bíblica da maçã enquanto símbolo do conhecimento. Eros x Thanatos propõe o compartilhar do saber e do sabor – ambos derivados da raiz latina sapere – deixando uma marca dourada em todos aqueles que vivem a experiência.



Sem tĂ­tulo, 2006

fotografia, 50X50cm cada imagem


O silĂŞncio, 2005 fotografia, 30X40cm cada imagem aproximadamente 310X40cm total


O silêncio, coletiva do Prêmio Universidarte, Galeria Maria Martins, Rio de Janeiro, 2005

Sem título, Galeria Maria Martins, Rio de Janeiro, 2006

Asfixia, Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, 2006

Associações III e Auto-Retrato I, Novas Aquisições, Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro, 2004


Auto-retrato I, 2001 fotografia 80X80cm cada imagem


Asfixia, 2001 fotografia 20X30cm cada imagem


Desvio para o vazio, 2007-2012 fotografia 30X40cm cada


Š Ynaiê Dawson www.vimeo.com/ynaiedawson www.techartlab.com ynaie.dawson@gmail.com +55 21 8778 2201


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