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ADN da tua Escola Escola João Gonçalves Zarco
Escolas Escola João Gonçalves Zarco
A Mais Educativa esteve à conversa com mais um diretor de uma Escola Secundária, desta vez dando voz a uma escola do norte. A Escola Secundária João Gonçalves Zarco apresenta-se como uma escola extremamente tecnológica e com um foco no perfil característico dos alunos, o perfil Zarco. Esta é uma escola direcionada para a comunidade, para a responsabilidade social e claro, para os alunos. O seu diretor, José Ramos fala-nos da sua Escola e dos seus projetos!
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Rita Carlos Escola Secundária João Gonçalves Zarco
Como descreve os valores, a missão e o ambiente da escola João Gonçalves Zarco? Quais são as principais competências (sociais, pessoais, escolares/profissionais) que tentam passar aos alunos?
A Zarco tem características muito próprias. É uma antiga escola industrial e comercial que foi crescendo, evoluindo e encontrando novos caminhos para trilhar. Nós
desenvolvemos o nosso perfil Zarco, um quadro que desenvolvemos na avaliação dos alunos em todas as disciplinas e que queremos que os nossos jovens evidenciem quando terminam o percurso na Zarco.
Para nós é muito importante que desenvolvam esse perfil Zarco, em várias áreas, desde serem críticos, criativos, solidários, responsáveis, tolerantes, interessados, participativos, inovadores e empreendedores. Nós também queremos desenvolver nos nossos alunos responsabilidade. Principalmente a responsabilidade social, pelo seus atos, pelas suas ações, pelos seu envolvimento na vida da escola, na sua vida escolar e o seu relacionamento uns com os outros, com os professores, funcionários, família e com a sociedade fora da escola. Queremos transmitir a ideia de que o trabalho é essencial e que o foco no trabalho é também ele essencial. Ainda não descobri a fórmula para ter os melhores resultados com menos trabalho, certamente íamos todos ser mais felizes com essa fórmula, mas como tal não existe, associamos que efetivamente quem trabalha mais,t tem melhores resultados. Por isso, na Zarco, focamo-nos na qualidade do trabalho e em que os alunos percebam que quando se está focado no trabalho, têm-se melhores resultados, e que quando se foca na diversão, vão se divertir mais. Estas capacidades que
queremos passar aos nossos jovens é uma imagem de marca, somos muito exigentes e cuidadosos com a preparação dos nossos jovens.
Enquanto estava a preparar a entrevista, consultei o vosso site e reparei que o site é bastante atualizado e mostra que a Escola Secundária Zarco é uma escola muito digital, e é a primeira escola 5G do país. Como é que os alunos se envolvem e usufruem deste acesso à tecnologia?
A Zarco ser uma escola tcnológica já vem de muito longe. Desde 1999 que a escola teve a certificação de (European Network for Inovative Schools) e foi considerada uma das 40 escolas mais inovadoras da Europa. Na altura não havia praticamente nenhum dispositivo digital, mas tínhamos ideias inovadoras.
A digitalização de todos os processos da escola não foi um processo fácil.
Neste momento somos uma escola totalmente desmaterializada em termos de papel. O 5G surgiu o ano passado, quando fomos convidados pela NOS para avançar com o processo do 5G. Fomos a primeira escola 5G do país a realizar uma atividade em sala de aula, na qual os alunos poderam participar numa visita ao Pavilhão da Ciência, em Lisboa. Eu acredito que no futuro, o 5G venha a transformar o processo de aprendizagem. Haverá certamente muitas outras formas de usar o 5G para as salas de aulas futuro e laboratórios inteligentes.
Não podemos formar os nossos alunos com as tecnologias do presente, porque quando eles forem aplicar
já são do passado. A escola tem a obrigação de estar mais à frente para
conseguir preparar os seus jovens para o futuro. E é isso que a Zarco tem feito nos últimos anos. São mais de 60 anos a construir futuros. Sabemos que
só através da tecnologia é que iremos conseguir chegar lá e estar on time com o processo de aprendizagem e ensino.
A escola apresenta vários projetos, como a cidadania e desenvolvimento, a Cooptindo, a Eco-Escolas, o programa ERASMUS+, e Exame +, o extraZarco e o pós-Zarco. Pode falar um pouco sobre os projetos?
A nossa escola é uma escola de
projetos. Nós consideramos que os projetos são essenciais para o desenvolvimento dos nossos jovens.
Na cidadania e desenvolvimento é uma das partes mais importantes é o perfil
Zarco. Este ambiente Zarco tem vindo a permitir uma interdisciplinariedade e uma transdisciplinariedade que tem-se mostrado muito frutífera na aprendizagem dos alunos. Nós queremos que os nossos alunos se envolvam em projetos de solidariedade. Quase todos os nossos
alunos envolvem-se em iniciativas com idosos, crianças, apoio à sociedade e isso tem permitido que os alunos tenham uma iniciação
à responsabilidade social. No que diz respeito ao Cooptindo, é uma forma diferente de trabalhar. Passa
pela junção de cooperação e de competição.
Queremos que os alunos se entreajudam e que obtenham, em conjunto, melhores resultados. O projeto Eco-Escolas já é desenvolvido há algum tempo e está associado a projetos nacionais com excelentes resultados com os alunos envolvidos. Estamos envolvidos na recuperação do mar. No programa ERASMUS+ existem várias parcerias, com vários países da Europa e quase todos os anos envolvemos-nos em saídas da escola para o estrangeiro e temos receção de alunos estrangeiros. Isto abre muito as perspetivas a todos os envolvidos e fomenta o crescimento dos alunos e da escola. O exame+ é um projeto de treino para exames. Os alunos vão ao longo do ano, realizando exames de preparação para os exames nacionais. O extra-zarco é algo que vai além do habitual que as escolas disponibilizam aos alunos. Nós disponibilizamos mais de Zarco na vida dos alunos. Se os alunos têm alguma dificuldade numa disciplina, podem pedir à escola apoio por parte dos professores, no centro de apoio aos alunos. Isto é muito útil no trabalho autónomo dos alunos. O
pós-Zarco é um projeto emblemático
que nasceu há 15 anos. Por trás do nascimento deste projeto, está a diminuição de frustrações. Tínhamos muitos alunos que concluíam o seu ensino secundário com média de 17/18 valores e que não entravam no curso que queriam, por isso, estabelecemos parcerias com Universidades de Santiago, que nos possibilitou ter um projeto com alunos selecionados em função dos seus resultados. Tentámos
colocar os alunos numa turma de alto rendimento, com base em entrevistas, nas suas competências e nos seus
objetivos. Estes alunos são os que integram o projeto pós-Zarco.
A turma de rendimento teve uma média coletiva de 18,3 valores, numa turma de escola pública, é
impressionante. Só trabalhando muito é que se alcançam estes resultados e estas turmas são extremadamente exigentes com os professores e com os alunos que as integram. É um projeto