@ytagno_o
Abaixo de zero zero Na queda de encontro ao chĂŁo
/somos todos iguais.
Prece: para chegar até minha amada
que faz do céu anil sua morada Mamãe
já
dizia:
você é rapaz de bons modos
Futuristando:
peço licença e uso ave maria.
estamos parados você me encara eu te olho você dispara e ninguém se cansa mas tudo se encaixa quando das mensageiras profundas bate na porta do céu nossas almas estilhaçadas; como e agradável lembrança de criança.
I Mãe pai & amigos desenfreados, para aqueles que nunca me viram
sob o domínio de uma mulher preferências dou a mim: olhinhos esbarrados os escombros fazem parte Se tua posição preferida
é as nossas mãos congeladas de vez em quando se nós dobramos na rua 85 ‒ tango urbano com os manequins
II
Tenho uma fronte, lacuna das trezes polegadas assistidas olhos eteceteras, e palavras pendentes no céu da boca este rosto concretado no cimento ‒ alma líquida abaixo de zero.
para que tudo ainda esteja bem uma fala contínua habita as janelas cansadas musicas clássicas sussurram imundices na velocidade do som. não, não nego
já se foram redundantes luas e dezembro ainda tem um dia meu sono que mais parece tristeza: um ano a critério, você prefere me comer com os olhos
manchados de madrugadas. leiloarei para os bichos rasteiros : meu céu e apostarei com a sorte cara e coroa:
estou dando as costas para mim.
III
V
Por trás da claraboia rasgam-se os porquês
Difícil mesmo
o invisível aparece
é se completar
esfaqueando a noite
quando abreviar
apunhalando o silêncio nas ruas magrelas:
parece mais viável: Lá vai Antônio e sua mina
cômodos ensanguentados
todo remendado.
e furtivos olhares invadidos o vaga-lume espera aflito
VI
neste seu cômodo sem porta no ciclone do universo
Acorde o tempo
pelo seu deus desconhecido.
quando simplesmente adormecer.
IV
Não me procure mais ora, não reclame para mim não estou perdida já não sou eu que te acho dentro de mim.
sou penumbra que nasce e atrasa o fim mas na velocidade da luz chego na vida.
[Lótus]
VII
Lá vem o amanhã estou de baixo do mesmo sol que você de tal modo que agora sobre a mesma [blue faces mas quero que finja que somos íntimos e ouvir você falando uma mentira de ouro atravessando meus dentes
tudo bem dito me fará o tempo que me fará estagnado um lindo par de castanho no meu horizonte e como se não me bastasse você me eletrifica calmamente no momento em que quero um coração de cabelo em pé.
e sair
É dom que só teimoso tem.
do outro
de um lado
Entrar
[SOBRE UMA GAROTA QUE ESQUECEU DE EXISTIR] Aquela que de frente para o espelho sente falta do medo
e do medo sente medo. te invento para não me inventar
Sophia
alivio teu sangue, Sophia
oh
feche os olhos e no profundo das veias me verá.
Sophia desencrava sua vida de meus cabelos
pois o querer de nada é o saber de tudo corte-a com ponta afiada e deixe a fio não não me venha com essa de ego
você está careca de saber que saber demais te deixa careca. Sophia
oh Sophia lembro como se fosse hoje, do seu medo incessante: fingir ser pássaro por um dia e esquecer das asas na própria liberdade.
que esse cafuné da calvície me sirva de afago falar teu nome é como epigrafar-te em meu peito Sophia te invento para não te
visitar.
VIIII
Quero escrever para todas aqueles que não conheço E dizei-lhes coisas que já sabem com um tom rouco
Vinyl:
cerrando os olhos talvez uma pitada dramática tudo reduzido a pó. Algo como começar um incêndio esfregando dois cubos de gelo consolidar com faísca e dos olhos, escorrer fogo quero escrever para todos aqueles que conheço
e se eu, que deixo de cantarola Frank Sinatra fosse te procurar em um final clichê o gingado no sapateado deixaria meus pés
uma lapide solitária festejaria a terra úmida terra nossa morada – singing in the rain. as saudades que divaga, devagarinho vai nos esquecendo
e proseia sobre os mesmo fantasmas
as formigas, que nos enche de caminhos, e gerúndios
que ainda brincam de pega-pega na cozinha
e se eu, que deixo de cantarola
quando não estou a observa
fosse vitrola & vinyl
e felizmente visitam minha casa de dentro. gosto das particularidades mas só apenas se identificar.
@ytagno_o