Realidade
ANO - I edição - 1 NOVEMBRO DE 2013
Maranhão tem o segundo pior PIB per capita do país
Estácio de Sá promoveu VII Jornada de Publicidade e Propaganda O tema do evento: “Um céu de inspiração”, abordou a multiplicidade de possibilidades que se abre ao mercado nesta era de convergência de mídia e redes sociais.
Sede da Refinaria Landulpho Alves, realidade de São Francisco é de Pobreza
Escola de Formação Gerencial do Maranhão começa a funcionar em 2014
editorial Nascemos!
O período que antecede a primeira edição de qualquer publicação é similar ao de uma gestação. Prepara-se de com muito cuidado cada detalhe a fim de que tudo saia perfeito, mas nem sempre as coisas saem como planejado. Quem já vivenciou essa fase sabe que nem tudo sai como o planejado. Sabe também que é marcada por muita ansiedade, tensão e medo. Vivemos uma situação muito similar na concepção de Realidade, que chega aos seus leitores não da forma como traçamos, contudo sabemos que o tempo, tal qual a experiência com os filhos, nos dará a maturidade para melhorar o projeto. O principal, a revista traz, conteúdo sobre a realidade de vida, boa e ruim, não apenas do Maranhão, mas do país. Contamos com os leitores para nos ajudar a amplificar essa Realidade, do ponto de vida da informação e da expansão do projeto. A Equipe
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Descaso
Chama a atenção de quem circula pela Praça Gonçalves Dias os destroços de uma das muretas do local sobre a escadaria que dá acesso à Praça Maria Aragão. O desabamento ocorreu há cerca de um mês, mas até o momento a Prefeitura não tomou nenhuma providência. O episódio tem causado a revolta dos frequentadores e denuncia o descaso da administração municipal com a Gonçalves Dias, um dos mais belos monumentos que compõem o acervo do patrimônio histórico da capital, São Luís.
Quem faz a Realidade Conceição Castro Estudante de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá/Maranhão e assessora de imprensa. Olavo Sampaio Estudante de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá/Maranhão e apresentador de televisão. Revista Laboratório produzida para a
disciplina Jornalismo Revista, ministrada pela professora Márcia Alencar. Trata de temas relevantes relacionados à socioeconomia, bem como aos aspectos culturais e potencial turístico do Maranhão e do País. Contudo, pela sua origem, tem como foco a análise dos temas regionais. Todos os textos e reportagens refletem a opinião da publicação Impressão: Tiragem:
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Estácio de Sá promoveu VII Jornada de Publicidade e Propaganda
5e6 Realidade de São Francisco do Conde é de Pobreza
9 Mortes na Ferrovia Carajás são reflexos da falta de segurança
8 Maranhão tem o segundo pior PIB per capita do país
de Formação 4 Escola Gerencial do
Maranhão começa a funcionar em 2014
educação
Escola de Formação Gerencial do Maranhão começa a funcionar em 2014 Em tempo integral e trilingue, escola terá ensino médio regular concomitante ao curso de técnico em administração, focada na gestão de negócios.
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Sebrae Maranhão está trazendo um modelo de escola técnica que promete revolucionar o ensino médio no Estado. Trata-se da Escola de Formação Gerencial (EFG-MA), que tem previsão de iniciar suas atividades em fevereiro de 2014. Inspirada em um modelo austríaco, a EFG-MA será uma escola de tempo integral, triligue, onde os alunos terão ensino médio regular concomitante ao curso de técnico em administração focada na gestão de negócios. Sua metodologia estimula o caráter empreendedor do aluno ao mesmo tempo em que o prepara para um mercado mais competitivo. Lançamento O lançamento do projeto ocorreu
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na sexta-feira, no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana (Cohafuma), sede provisória da escola. O prédio definitivo será construído, no decorrer de 2014, em uma parte do estacionamento do Multicenter Sebrae, que fica instalado ao lado. Na ocasião, a superintendente do Sebrae no Maranhão, Simone Macieira, e integrante da diretoria executiva da EFG-MA, falou sobre a importância de trazer para o estado um modelo esse modelo de escola. “É importante para o Maranhão aliar a educação formal do Ensino Médio com o empreendedorismo, pois direciona o ensinamento para os negócios e o mercado”, destacou. Além de Simone Macieira, participaram do lançamento o superintenden-
te do Sebrae de Minas Gerais, Afonso Rocha; o diretor da Escola de Formação Gerencial de Belo Horizonte, Rubens Caetano de Albuquerque; o cônsul da Áustria em Minas Gerais, Roland Von Urban; o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Maranhão, Claudio Azevedo; o secretário de Estado do Turismo, Jura Filho, além de representantes do governos Estadual e Municipal, empresários e estudantes. Seletivo Os interessados em estudar na EFG-MA têm até o dia 29 deste mês para se inscrever no processo seletivo e as provas serão aplicadas no dia 30. Serão oferecidas até 120 vagas para jovens de 15 a 18 anos. A mensalidade custará R$ 1.200,00
cidades
Com arrecadação mensal de 30 milhões, realidade de São Francisco do Conde é de pobreza Município é Sede da Refinaria Landulpho Alves, a primeira construída no país, há mais uma década. Cidade histórica da Bahia, São Francisco tem mais de 150 anos de fundação.
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onquistar um lugar no mercado de trabalho, a tão sonhada oportunidade de melhorar de vida. Esta é a perspectiva comum das populações de regiões subdesenvolvidas quando se anuncia a chegada de grandes empreendimentos. De fato, a industrialização gera riquezas e oportunidades, mas é equivocado acreditar que possibilite o desenvolvimento humano na mesma proporção do crescimento econômico. O que se observa pelo país, especialmente no Nordeste e Norte brasileiro, é um contraste social produzido, sobretudo, pela má aplicação das verbas públicas. São Francisco do Conde, localizado na Região Metropolitana de Salvador, onde está instalada a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), é um exemplo. Construída em 1949, a Rlam é a primeira refinaria de petróleo do país. E não se pode negar que nesses mais de sessenta anos da instalação o empreendimento da Petrobras não tenha gerado
riquezas no pequeno município baiano, que tem mais de um século e meio de fundação e população acima de 31 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge). A receita advinda dos impostos pagos pela Landulpho Alves em seu território faz de São Francisco do Conde o segundo município mais importante economicamente do Recôncavo Baiano. O primeiro lugar é ocupado por Salvador (capital). Candeias e Madre de Deus, ambos situados no entorno do empreendimento, ocupam a terceira e quarta colocação, respectivamente. A receita mensal da prefeitura de São Francisco é de cerca de R$ 30 milhões de reais, conforme Demonstrativo de Distribuição de Arrecadação do Banco do Brasil. A maior parte (cerca de R$ 20 milhões) é arrecadação de ICMS. Os royalties do petróleo contribuem com pouco mais de R$ 1 milhão/mês para a composição receita municipal.
RIQUEZA E POBREZA LADO A LADO O montante de verba pública que o município recebe, contudo, não representou, de uma maneira em geral, o desenvolvimento social e humano dos franciscanos. A cidade - que fica situada às margens da baia de Todos os Santos e apresenta beleza exuberante - têm infraestrutura deficiente. Na sede, apenas as principais ruas do centro e da periferia são pavimentadas e os moradores convivem com o racionamento de um item básico para a qualidade de vida: a água tratada. A rede de esgoto não cobre 50% da cidade. “Água aqui no Centro é dia sim, dia não. Tem lugar, como São Bento, que fica até quinze dias sem ter água nas torneiras. Isso é uma coisa ruim, ainda mais numa cidade como a nossa, que a gente sabe que tem muito dinheiro”, lamentou o Edmilson Oliveira, proprietário de um trailer de lanche na Praça Matriz. Realidade| novembro| 5
Caípe: um escandaloso bolsão de miséria na vizinhança da Refinaria Landulpho Alves Caípe é uma antiga vila de pescadores transformada que, com a instalação da Landuph Alves acabou transformada em escandaloso bolsão de miséria. Possui, aproximados, 7.500 habitantes. É o povoado de São Francisco mais próximo da estatal da Petrobrás, por esta razão é o que mais sofre inchaço populacional. Uma pequena parte da vila possui calçamento e parte dos moradores reside em cosntruções iiregulares, de alvenaria. Uma outra parcela da população de Caípe habita casebres/barracos, de onde se vista a estrutura grandiosa e rica da refinaria. Nessa região mais pobre, chama à atenção as palafitas erguidas sobre manguezais e as invasões em área por onde passam os dutos da Petrobrás. Não há nesta parte da comunidade qualquer tipo de esgoto e a rede de eletrificação é clandestina. Praticamente um quintal da Refinaria os moradores de Caípe sofrem ainda com a poluição. A fumaça expelida dia e noite pelas gigantes torres da Refinaria Ludolpho Alves, além do mau cheiro, causam problemas respiratórios. Os moradores informaram ser comum, ainda, a ocorrência de vazamento de óleo no local, o que acaba comprometendo a fonte de renda de muitas famílias da região, que ainda dependem da pesca e do marisco para sobreviver.
7.500 número de habitantes de cidades de Caípe
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São Francisco do Conde tem infraestrutura deficiente
CAPA
Faculdade Estácio de Sá promoveu VII Jornada de Publicidade e Propaganda O tema deste ano do evento: “Um céu de inspiração”, abordou a multiplicidade de possibilidades que se abre ao mercado nesta era de convergência de mídia e redes sociais.
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traídos pela ampla e diversificada programação e pelo descontraído e criativo ambiente do universo da publicidade, centenas de estudantes de comunicação social e de designer, além de professores, movimentaram o campus da Faculdade Estácio de Sá, em São Luís, durante os três dias da realização da Sétima Jornada de Publicidade e Propaganda, ocorrida no período de 11 a 13 do mês de novembro. O público era da própria instituição e também de outras faculdades e universidades da capital. Tendo como tema: Um céu de inspiração, a Jornada foi aberta na noite de segunda-feira (11), no auditório Vasquez Ver-Vallenda, com a palestra: Criatividade e Big Data, ministrada pelo publicitário Márcio Borges, da VP de Atendimento da W/McCann - maior agência de publicidade e propaganda do Rio de Janeiro e uma das cinco
maiores do Brasil. Na ocasião, o diretor geral da Estácio, Geraldo Siqueira, destacou a importância desse tipo de atividade para o aperfeiçoamento dos alunos. “Parabenizamos a coordenação por esta iniciativa de sucesso. Este é um momento importante, que permite partilhar conhecimento e experiência. Espero que seja produtivo para todos os presentes”, desejou Siqueira. Entusiasmada com a expressiva presença de ex-alunos, alunos, a coordenadora do curso de comunicação, atribuiu a grande procura pelo evento ao sucesso das jornadas anteriores e à programação alinhada com o novo perfil do publicitário. “A nossa proposta é aguçar a criatividade dos participantes por meio do lúdico. E aqui os participantes serão estimulados a isso, a desenvolver as suas habilidades nas inúmeras atividades
que serão realizadas”, explicou. Inspiração O principal objetivo da jornada de Publicidade e Propaganda da Faculdade Estácio de Sá é a aproximação dos estudantes das experiências dos profissionais que se destacam no mercado local e nacional. O tema deste ano (Um céu de inspiração) trouxe para a programação um debate atual, focado na multiplicidade de possibilidades que se abre ao mercado nesta era de convergência de mídia e redes sociais. Além do publicitário da VP de Atendimento da W/McCann, a programação incluiu outras quatro palestras - com destaque para a participação do publicitário maranhense Tércio Alves, ex-aluno da Faculdade São Luís e atualmente na agência Z+, em São Paulo; e o grupo Porcolitos, formados por quatro estudantes de Designer e Arquitetura –, exibição de filmes publicitários e inúmeras oficinas.
Público acima de 400 pessoas lotou o auditório central da Faculdade Estácio de Sá na abertura da VII Jornada de Publicidade e Propaganda Relalidade| novembro| 7
estado
Condição de vida de muitos maranhenses é de extrema pobreza
Maranhão tem o segundo pior PIB per capita do país O valor do PIB no estado do Maranhão é oito vezes menor que o registrado pelo Distrito Federal (R$ 63.020).
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egundo lugar no ranking dos estados com piores índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), o Maranhão amarga mais um baixo indicador de desenvolvimento. O Estado tem o segundo menor PIB per capitado país: R$ 7.852, conforme dados da pesquisa Contas Regionais de 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), divulgada há uma semana. O primeiro da lista dos piores é o Piauí com R$ 7.835. O valor do PIB no Maranhão é oito vezes menor que o registrado pelo Distrito Federal (R$ 63.020). A capital do país é a unidade da federação com o maior PIB per capita entre as 27 pesquisadas, com valor muito acima da média nacional em 2011, que foi de apenas R$ 21.535,65. 8 |novembro| Realidade
Acima da média Além do Distrito Federal, apresentaram Produto Interno Bruto (PIB) per capita acima da média nacional os seguintes estados: São Paulo (R$ 32.449,06), Rio de Janeiro (R$ 28.696,42), Espírito Santo (R$ 27.542,13), Santa Catarina (R$ 26.760,82), Rio Grande do Sul (R$ 24.562,81), Mato Grosso (R$ 23.218,24) e Paraná (R$ 22.769,98) Crescimento No que se refere ao Produto Interno Bruto (PIB), o Maranhão está no grupo dos 12 estados que mais cresceu na série 2002-2011, chegando a 29,5% do PIB nacional, que é a soma de todas as riquezas
produzidas pelo país. Em 2002, o grupo concentrava 27,1% do PIB. O ganho foi de 2,4 pontos percentuais de participação no período. Neste grupo estão, ainda, Santa Catarina, Distrito Federal, Bahia, Goiás, Pernambuco, Espírito Santo, Pará, Ceará, Mato Grosso, Amazonas e Mato grosso do Sul. Todos com participação entre 4,1% e 1,2% em 2011. O grupo formado por São Paulo (32,6%), Rio de Janeiro (11,2%), Minas Gerais (9,3%), Rio Grande do Sul (6,4%) e Paraná (5,8%) concentrava, em 2011, 65,2% do PIB, 2,8 a menos que em 2002 (68%). Já os dez Estados com menores participações – Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Rondônia, Sergipe, Piauí, Tocantins, Amapá, Acre e Roraima – somaram 5,3%.
opinião
Mortes na Ferrovia Carajás são reflexos da falta de segurança
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igo o computador e me deparo com a notícia sobre mais permanecia por longas horas. Nessas ocasiões, muitos moradouma vítima da Estrada de Ferro Carajás (EFC) em Alto Ale- res se arriscavam passando entre os vagões da locomotiva, com gre do Pindaré, que é administrada pela mineradora Vale. bicicletas, inclusive crianças para chegar à escola. Filas de carros Imediatamente sou transportada para as cenas de horror se formavam à beira da ferrovia, e até os mortos tinham de espeque flagrei na cidade quando trabalhei por lá, entre os anos de rar para ser enterrados, pois para chegar ao cemitério municipal, 2005 a 2008, vítimas do impiedoso trem. Em um desses, a cabe- localizado a uns dois quilômetros da sede, era preciso cruzar os ça de um homem, de aproximadamente, 70 trilhos da Carajás. anos, foi jogada longe do corpo, que teve ainHá alguns anos não visito a cidade, mas da outras partes dilaceradas. os bons amigos que deixei por lá relatam que Alto Alegre do Pindaré tem pouco mais a construção do viaduto e da passarela na de 32 mil habitantes e 90% de sua extensão sede e em dois grandes povoados ajudou a territorial cortada pela EFC. É muito comum reduzir o número de acidentes de trem, connúmero de habitantes a ocorrência de acidentes em razão da falta tudo, na maioria das comunidades do munida cidade do Alto de segurança na ferrovia. Mas, para se eximir cípio só existem as ultrapassadas passagens Alegre do Pindaré das elevadas multas que é obrigada a pagar de níveis para fazer a travessia de veículos e nesses casos, a empresa sempre atribua a culpedestres. pa dessas à própria vítima. “Bebida”, “imprudência” ou “suicídio” Contam-me também que a empresa anunciou um projeto são algumas das justificativas apresentadas pela mineradora em de modernização da estação de passageiros da cidade, onde era notas distribuídas à imprensa. comum o trânsito de pessoas, muitos vendedores, sobre os triHá décadas operando no Maranhão, somente há bem pou- lhos enquanto, aguardavam a chegada do trem. co tempo a Vale começou a construir passarelas e dois viadutos Não apurei em qual circunstância se deu o acidente desta em algumas comunidades atravessadas pela EFC. Em Alto Alegre semana, mas desconfio de que será mais um para engrossar as do Pindaré, por exemplo, onde a ferrovia divide a cidade ao meio, estatísticas oficiais como mais um que se suicidou ou morreu por a passarela só foi construída em 2008. O viaduto é mais recente, negligência, por não obedecer a parca sinalização da EFC. Será?! de 2010. Antes da realização da obra, flagrei várias situações do trem cargueiro parado no trecho da estrada de ferro que cruza Conceição Castro com a entrada da cidade. Sem se importar com a população, ali Estudante de Comunicação Social e Assessora de Imprensa
32 mil
Moradores de Alto Alegre transitam livremente pela Ferrovia Carajás enquanto aguardam a chegada do trem de passageiros Realidade| novembro| 9