Revista do Avaí #15

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#15 • aNO 4 Jan./Fev. DE 2012 • R$

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Representante do Leão da Ilha no esporte que mais cresce no mundo, Thiago Tavares vai derrubando os adversários um a um e promete: “Vou trazer o cinturão para Florianópolis”

Um avaiano no octógono do UFC


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JANEIRO–FEVEREIRO DE 2012


Com a palavra...

Recomeçar O

ano de 2012 começa e a palavra de ordem na Ressacada é projetar um Avaí vencedor nas competições que o Clube disputará não somente no futebol, mas nas demais modalidades esportivas e olímpicas. E a primeira grande conquista do ano se deu em janeiro com a vitória do lutador de MMA Thiago Tavares no UFC 142 disputado no Rio de Janeiro. Logo na estreia como atleta do Avaí, Thiago mostrou que é preciso ter muita garra, dedicação e superação para obter os resultados. O Leão rugiu no octógono e um bilhão de pessoas assistiram a bandeira do Clube tremular nas mãos do nosso lutador, um orgulho para Florianópolis e Santa Catarina. O exemplo de Tavares servirá e muito para que o time volte a figurar entre os principais clubes do Brasil. Afinal, as metas para 2012 passam pela conquista do Campeonato Catarinense e de um novo acesso à Série A. Semelhante a 2008, vamos reorganizar a casa e projetar uma equipe de futebol competitiva e forte. O trabalho começou cedo, já no mês de novembro do ano passado com a chegada do novo gerente de futebol. Carlos Arini, o Carlito, tem vasta experiência no mundo da bola, onde atuou como profissional de marketing, dirigente, parceiro e presidente de clube. Juntamente com o profissional Júlio Rondinelli, ele tem a missão de recolocar o Avaí no lugar que ele merece: a Série A. Com muito esforço, pé no chão, trabalho e confiança os resultados virão à tona dentro de campo. Mas o grande acerto da nova gerência de futebol foi trazer para o início dos trabalhos o técnico Mauro Ovelha. Atual campeão estadual pela Chapecoense, Mauro é um grande conhecedor dos gramados e clubes do Estado. Com sua metodologia de trabalho, baseada em princípios disciplinares, temos a certeza que o Estadual nos trará bons frutos e também mais uma taça para a Ressacada. A pré-temporada em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, com 27 atletas, mostrou que existe unidade nesse novo Avaí, composto de homens de objetivos definidos e foco. A reestruturação do futebol profissional também passa pelo ingresso do professor Enio Gomes como superintendente de esportes. Profundo conhecedor do Clube, principalmente na área de planejamento, Enio irá dar ao futebol a atenção necessária para atingir seus objetivos e metas para os próximos cinco anos. O Avaí recomeça com pessoas que de fato pensam e respiram o Clube. Vamos acreditar e apostar nessa nova equipe formada por Enio Gomes, Carlos Arini, Julio Rondinelli, Mauro Ovelha e comissão técnica.

O ano de 2012 será também marcado pela implantação definitiva da ISO 9001. O certificado será obtido no primeiro semestre, após um ano e meio de estudos, análises e auditorias internas e externas. O Avaí será o primeiro clube de futebol do Brasil a obter a ISO em todos os setores. Um marco para o futebol brasileiro e para Santa Catarina. O mérito é de todos aqueles que fazem do Avaí a sua segunda casa. Desde os funcionários mais simples até os atletas que têm a responsabilidade de conquistar vitórias e títulos dentro de campo. Que venha a ISO 9001 para mostrar que é possível trabalhar com gestão de qualidade no esporte mais popular do país. Mas todas as metas e conquistas projetadas acima dependem da participação efetiva do sócio e da torcida. Não esqueçamos a importância do associado. É ele quem ajuda a manter e engrandecer o Clube. Este ano será marcado pelo ingresso do Programa Sempre Avaí, um novo plano de sócios que visa uma aproximação maior do torcedor com o Clube. O Avaí prima pela presença da família na Ressacada. Por isso, o novo Plano Família dá 10% de desconto no valor total das mensalidades, independente da quantidade de integrantes. Eis uma boa oferta para os pais, mães e filhos que sempre comparecem aos jogos juntos. Outra novidade do Sempre Avaí é o valor da mensalidade do sócio mirim. Até 12 anos, paga-se R$ 15,00 por mês em todos os setores. Já os estudantes terão uma grande oportunidade para acompanhar as partidas em 2012. A mensalidade custará entre R$ 25,00 e R$ 35,00 em todos os setores, exceto no Setor A. Por fim, o recado final à nação avaiana. Da mesma forma que aconteceu em 2008 e demais anos, o papel da torcida no estádio é de suma importância. Só conseguiremos atingir nossas metas esse ano com planejamento, trabalho e a garra da torcida. Portanto, vá à Ressacada e faça valer a camisa 12, eternizada pelo Clube em 2007. A caminhada é longa, porém, precisamos do primeiro passo que é a conquista do Estadual. A participação da maior torcida de Santa Catarina é decisiva nesse processo.

João nilson zunino

Presidente do Avaí f.c.

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editorial

Resignados, sim! Acomodados ou derrotados, jamais! O compositor e zoólogo paulistano Paulo Vanzolini escreveu e Noite Ilustrada, um dos maiores intérpretes da Música Popular Brasileira, eternizou, em 1963, os seguintes versos: “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. Pode parecer um pouco batido este refrão, mas, para os avaianos, representa, com muita clareza, os objetivos que seus corações apaixonados pretendem alcançar em 2012. Após um longo e tenebroso 2011, é bem certo com lapsos de glória, como a quase final da Copa do Brasil, o Avaí F.C. e sua fiel e inigualável torcida iniciam um novo ano resignados com a acachapante derrota que teimou, durante quase todo o ano, em lhes perseguir. Resignados, sim! Acomodados ou derrotados, jamais! Na alvorada seguinte ao lastimável tiro de misericórdia, já estávamos todos de pé, batendo a poeira em nossos fardamentos azul e branco, prontos para novas batalhas que estão reservadas para um futuro não tão distante. Como prova dessa imediata e necessária superação, destaque para o rápido, certeiro e eficiente trabalho de renovação iniciado, ainda em 2011, pela presidência do Clube no departamento de futebol. Novos profissionais chegaram, com diretrizes e objetivos condizentes com a grandiosidade do Leão. As metas são claras e já foram proclamadas em alto e bom tom: título catarinense (o terceiro em quatro anos) e o retorno ao lugar que lhe é de direito – adquirido ao longo de 88 anos de glórias e sucessos; a elite do futebol nacional. Sim, 2012 será do Avaí! Você pode até duvidar, mas os primeiros resultados alcançados pelo Clube nos dão fortes indícios de que estamos num ano diferente. A começar pelo atleta avaiano de MMA Thiago Tavares, que, para um público estimado em um bilhão de pessoas em todo o mundo, elevou a bandeira do Leão da Ilha no octógono do UFC. Na sequência, foi a vez da recém-formada equipe de beach soccer conquistar o inédito título catarinense. Em menos de um mês, duas vitórias memoráveis para nossa história. E a Revista Oficial do Avaí F.C. esteve presente nestes dois momentos e traz, nesta edição, reportagens inéditas.

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A repórter Carla Cavalheiro foi a campo e nos trouxe, também, todas as informações sobre a montagem da equipe profissional de 2012 e o início dos trabalhos visando o Campeonato Catarinense, que foi pauta do jornalista Róbinson Gambôa, através de reportagem que destaca aspectos curiosos desta competição. A Revista Oficial do Avaí F.C. também irá apresentar as histórias de três grandes personagens do futebol catarinense: o escritor Amilcar Neves, o ídolo avaiano Belmonte e o sempre querido comentarista esportivo Rui Guimarães, que recentemente lançou livro sobre suas histórias no mundo da bola. Vale ressaltar, ainda, a coluna sempre certeira do professor e mestre Sérgio da Costa Ramos e o lançamento do novo plano de sócios do Leão, que irá proporcionar mais benefícios e vantagens. Para fechar, destaque para a incursão de nossa repórter Camila Spolti a fábrica da empresa fornecedora de material esportivo do Avaí F.C. Ela acompanhou, passo a passo, o processo de criação e produção do manto azurra. Torcedor avaiano, curta a leitura e interaja conosco através dos canais de comunicação já conhecidos (e-mail, site, facebook e twitter). Sua participação, através de críticas e sugestões, é fundamental para o crescimento de nossa Revista. Abraços, Os editores revista oficial

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RepResentante do Leão da ILha no espoRte que maIs cResce no mundo, thIago tavaRes vaI deRRubando os adveRsáRIos um a um e pRomete: “vou tRazeR o cIntuRão paRa FLoRIanópoLIs”

Um avaiano no octógono do Ufc

Capa: Nesta edição, nosso editor de fotografia Rubens Flôres captou um belo sorriso do representante avaiano no UFC Thiago Tavares.


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Avaí Futebol Clube

CONTEÚDO DA edição...

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Fundado em 1 de setembro de 1923 expediente Diretoria Executiva

Coordenação de Contratos Ivone da Costa

Superintendência de Negócios Claudio Vicente

Gerência de Recursos Humanos Ana Paula Laurentino

Assistente Administrativo Sheina Alves

Gerência de Logística e Infraestrutura Gilson Luiz Rufino

Assessoria de Marketing Thiago Pravatto

Planejamento Enio Gomes

Coordenação de Infraestrutura Gilson Luiz Rufino (interino)

Gestão e Finanças Nerto Laudelino Machado

Coordenação de Suprimentos Carlos César Souza

Assistentes de Marketing Guilherme Sauthier Caros Eduardo Bonatelli

Presidente João Nilson Zunino Vice-Presidente Nilton Macedo Machado

Projetos de Engenharia e Arquitetura David Ferreira Lima Patrimônio e Manutenção Odilon Furtado Ação Social, Comun. e de Filantropia Nesi Brina Furlani

Assessorias Especiais Procuradoria Jurídica Tullo Cavallazzi Filho

Coordenação de Serviços Gerais Adenir Pedro da Silva Coord. de Log. de Jogos e de Eventos Carlos Eduardo Bonatelli Coordenação da Qualidade Kelly Priscila Franzoni Assessoria Jurídica Dr. Sandro Barreto Dr. Tiago Queiroz Assessoria de Projetos David Ferreira Lima Scheyla Vanderlinde

Projetos Especiais Amaro Lúcio da Silva Relacionamento com Consulados Francisco José Battistotti Qualidade Terezinha Gartner

Secretaria Geral Andréia Cristina Seemann Borges Coordenação de Futebol Carlos Arini Coordenação de Saúde Desportiva Dr. Luiz Fernando Funchal

Relações Internacionais Misaki Tsuruta

Superintendências

Coordenação de Esportes Olímpicos Ivo Badeco

Superintendência Executiva Nerto Laudelino Machado

Assessoria de Imprensa Alceu Atherino Neves Gastão Dubois

Superintendência de Administração Luciano Corrêa

Técnico de Futebol Mauro Ovelha

Gerência Financeira e Contábil Maria de Lourdes da Silva

Secretaria do Futebol Lúcia Dziedicz

Coordenação de Comunicação Vandrei Bion Coordenação de Licenciamento Otília Pagani Coordenação Comercial Carlos Eduardo de Almeida Ramoa Coordenação de Relac. com Sócios Maria Inês Halliday Coordenação de Eventos Carlos Eduardo Bonatelli

Conselho Deliberativo Presidente Nereu do Valle Pereira Vice-presidente Alessandro Abreu Primeiro secretário Edmundo Simone Neto Segundo-secretário Flávio da Cruz

Conselho Fiscal Presidente Valdir João Marques Membros Cláudio Silva Henrique Phillipi Luz Glauco Augusto Vieira Rafael Sardá

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#15 — Ano 4 — Janeiro-Fevereiro de 2012

revistadoavai@avai.com.br Jornalistas responsáveis Nikolas Stefanovich SC/JP 2122

Alceu Atherino Neves SC/JP 3245

Editor-chefe Nikolas Stefanovich Editores executivos Alceu Atherino Neves Luciana Pons Editor de arte Isaias Pinto Editor de fotografia Rubens Flôres

Repórteres Camila Spolti Pereira Carla Cavalheiro Celso Martins Felipe Coelho Róbinson Gambôa Foto da capa Rubens Flôres Revisão Ana Maria Bessa Projeto gráfico e execução Isaias Pinto Colaboradores Alceu Atherino Neves Alexandrino Barreto Amilcar Neves

Clóvis Medeiros Frederico Tadeu Jamira Furlani Luciana Pons Manoel Bento Sérgio da Costa Ramos Vandrei Bion Colaboraram com fotos Avaí Futebol Clube Carla Cavalheiro Débora Klempous Geremia Photography Jornal Notícias do Dia Impressão Coan Indústria Gráfica

A Revista do Avaí é uma edição bimestral. Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer artigo ou imagem desta obra sem a autorização por escrito dos editores. A Revista do Avaí não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas assinadas e dos anúncios publicitários. Todo conteúdo voltado a publicação na revista do avaí deve ser enviado devidamente identificado.

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avaí 2012 Hora de trabalhar, mais do que nunca, para tranquilizar a torcida catarinense A equipe sob o comando do técnico Ovelha quer a hegemonia no estadual

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26 a muralha moretto Goleiro traz toda sua experiência adquirida nos gramados europeus thiago tavares O atleta do Avaí segue derrubando adversários em busca do cinturão

e mais...

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O nascimento do manto avaiano Rui Guimarães e as histórias do futebol O eterno ídolo Belmonte e a raça avaiana

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O ilustre avaiano Amilcar Neves O Leão da Ilha nas areias da Barra Novo programa de sócios beneficia torcedores

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Seções

e colunas Cartas....................................... 8 Flagrante Eternizado.............. 10 Sérgio da Costa Ramos.......... 12 Tabela do Catarinense............ 30 Leoa Avaiana........................... 52 Avaianos de Berço................... 56 Avaianos Pelo Mundo............. 57 Shopping Avaiano.................... 64 Crônica Amilcar Neves........... 66

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Seção cartas Débora Klempous/Notícias do Dia/Divulgação/Avaí F.C.

Título

Equipe avaiana levanta a taça e comemora a conquista do Estadual

Tu já nasceste

campeão!

Em seus primeiros passos, equipe avaiana de beach soccer conquista o Catarinense e garante vaga PARA A COPA DO BRASIL

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endo fiel a sua trajetória de vitórias e glórias nas mais variadas modalidades esportivas, o Avaí F.C. iniciou 2012 com mais uma taça em sua vasta e histórica sala de troféus. A equipe recém-formada de beach soccer, esporte que carrega uma multidão de adeptos mundo afora, conquistou, de forma invicta, a 1ª edição do Campeonato Catarinense e assegurou vaga para a Copa do Brasil, que será disputada em fevereiro, no Rio de Janeiro. A façanha dos avaianos teve um gosto especial, pois o time foi formado há apenas um mês e esta foi a primeira competição oficial disputada (acompanhe nas páginas 42, 43, 44 e 45 desta edição, reportagem completa sobre o nascimento da equipe de beach soccer do Avaí F.C.). “Foi muito difícil, sofrido. Esse Avaí faz coisa até no beach soccer”, comemorou o coordenador técnico Volnei Senabio. A grande final, disputada contra o Barrense, foi em alta voltagem do início ao fim. Tanto que o resultado (8x7) só foi definido nos últimos minutos. “Foi um jogo lá e cá. Mas viramos no final e seguramos. O importante é que o caneco é nosso. Tenho certeza de que será o primeiro de muitos”, vibrou o zagueiro Fabrício da Cunha, um dos artilheiros do time e autor de dois gols na final.

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Olá, pessoal Como sócio, recebi a última edição da Revista Oficial do Leão. Felicito toda a equipe pela qualidade das matérias e da impressão. Aproveito para insinuar que, se nosso grande poeta do Desterro João da Cruz e Sousa fosse vivo, cujo sesquicentenário de nascimento comemoramos no dia 24 de novembro de 2011, seria mais um torcedor avaiano. Deduzo, por seu poema “O Botão de Rosa”: Era um botão feliz Sorrindo para o azul, zombando da matéria... Saudações azurras! Ademar Arcângelo Cirimbelli - Advogado e Administrador / Por e-mail NOTA DO EDITOR: Belíssimo poema do nosso maior poeta. Muito obrigado pelas palavras. Nossa equipe trabalha para, cada vez mais, produzir conteúdos interessantes aos nossos leitores.

Edições antigas Gostaria de algumas informações. Para eu ter as edições mais antigas da revista do Avaí, como eu faço? E a edição de 1998, quando o Avaí foi campeão da Série C? Aguardo contato. Abraços! Mariana Mara Silva / Por e-mail NOTA DO EDITOR: Mariana, a revista comemorativa ao título de campeão brasileiro da Série C de 1998 foi editada e publicada por outra equipe. Trata-se de excelente material, mas lamentavelmente não é possível encontrar esta publicação à venda, a não ser com colecionadores ou, com sorte, em algum sebo de livros e revistas. Quanto à atual publicação, informamos que estamos estudando a possibilidade de abrir um canal de comercialização de edições já esgotadas, tais como os números 01, 02, 04 e 06. Tão logo tenhamos definido, divulgaremos!

parabéns! A Revista do Avaí F.C. está mantendo seu alto nível a cada edição. Uma publicação altamente necessária a massa azurra. Precisamos ter um veículo que mova e interaja com a torcida, empresários e equipe avaiana. Espero ver cada vez mais novidades e informações na revista do clube do meu coração! Karina Gama / Por e-mail


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flagrante eternizado

Fica, Avaí, no meu coração

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torcedor, a mola mestra que move o Clube, é inabalável. Para o verdadeiro avaiano, o Avaí é fora de série! Flagrante registrado no dia 28 de novembro de 2010, dia de jogo entre Avaí e Santos no estádio da Ressacada. Naquela partida, o torcedor embalou o time e o grupo respondeu em campo, garantindo a permanência na primeira divisão do futebol nacional.

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Rubens Flôres/Avaí F.C.

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coluna

sérgio da costa ramos

Campeonato Catarinense e Série A:

É a hora de rugir

Juba aparada

cresce mais rápido 12

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omeçou o Catarinão, o único campeonato que os dois clubes mais tradicionais de Santa Catarina podem legitimamente, aspirar, num calendário cheio de desafios e de grande grau de dificuldade, como os Brasileiros das Séries A e B. Se o Avaí aprendeu sua lição de 2011, ressurgirá de sangue novo. Juba aparada volta com mais força. Como a barba, o cabelo e o bigode. Há um novo Avaí em campo, sob a batuta do técnico Mauro Ovelha, um especialista em regionais: dos últimos seis, chegou a cinco finais e ganhou um campeonato, sempre ao comando de equipes modestas – como parece ser este Avaí de 2012, com menos “medalhões” e muito mais vontade. Menos refinamento improdutivo e mais “Toddy”. E sebo nas canelas.


Ressurreição

do azul

U

A sorte está lançada e o primeiro jogo da Ressacada já será um grande clássico: Avaí x Criciúma. Os vivos sairão de suas casas, os mortos de suas tumbas – como se Floripa houvesse se transformado numa Antares intemporal, em cujas praças se reunissem os vivos e os mortos, convocados a assistir o retorno da mística azurra, a ressurreição da mitológica garra, sem que a técnica deva ser desprezada no impecável “bilhar” da Ressacada. E poderemos, com sorte, rever alvicelestes eternos trajados com o manto de sua paixão – os Cavallazzi, os Lange, os Bastos (parte da família, [mezzo a mezzo] alvinegra e azurra), os Ramos, os Oliveiras, os Amorins, os Bonassis, os Zunino, os Menezes, os Rosa, os Camilli – mais os espectros do Loló, do Saulzinho e do Nizeta. A torcida toda, enfim, pois no Avaí não há hierarquia entre torcedores “mais importantes”, há sim, avaianos irmanados na mesma e insopitável paixão. Aos oito anos, em 1956, o escriba já era um avaiano de calças curtas, convicto, embora deserdado de títulos. O azul e branco conquistara o tetracampeonato em 1945, quando este torcedor não era sequer um “projeto de gente”. Depois daqueles anos azuis, o Clube amargaria a dantesca escassez de 28 anos de vacas magras, ressurgindo em 1973, com Rogério, Zenon, Balduíno, Toninho e Juti, ainda no saudoso “Pasto do Bode”.

ltimamente, é preciso admitir, a tristeza tem comparecido à Ressacada com uma frequência francamente indesejável: o ano passado será útil apenas como aprendizado, pois não há avaiano que não pretenda passar-lhe a borracha do esquecimento. Creio, sim, na ressurreição da carne alviazul e no sangue nobre da mesma cor, para revitalizar a autoestima azurra e voltar à glória dos nossos campeonatos, estacionados nas 15 conquistas até 2010. Meu credo vai além. Creio na volta à Série A, já neste 2012, que haverá de ser memorável para o manto celestial. O torcedor azurra, como todo brasileiro, é um místico. Ninguém dispensa Deus, nem os santos, nem a Madre Paulina ou a Nossa Senhora da Ressacada, com seu manto sagrado e declaradamente azul. Será dramático, será sofrido. O torcedor azul já sabe que, com o ingresso, comprou o sofrimento, a ser recompensado com a glória - pois o Céu está conosco. É só sair à rua e olhar a sua cor. Há, contudo, que jogar futebol. Com uma defesa mais equilibrada – e não aquele queijo suíço do último Brasileirão – e uma equipe “pegadora”, o Avaí tem tudo para voltar a fazer história, conquistando o nosso 16º Catarinão. Quem torcer contra estará se candidatando à ira dos céus.

Sérgio da Costa Ramos

Jornalista, torcedor do Avaí e colunista do Diário Catarinense/RBS

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futebol profissional

reportagem: carla cavalheiro Fotos: rubens Flôres

Avaí 2012:

hora de trabalhar mais do que nunca! 14

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Quando a bola rolar para dar a largada à temporada 2012 do Avaí, dúvidas também rolarão no gramado. O que esperar do time neste novo ano após o rebaixamento à Série B? O título estadual? O retorno à primeira divisão? Antes de tudo, o torcedor pode esperar trabalho. Muito trabalho

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Mauro Ovelha no embarque para a pré-temporada em Bento Gonçalves: raça, disciplina e comprometimento não irão faltar

e o torcedor encerrou 2011 sisudo e com cara de poucos amigos por conta do rebaixamento à Série B, este ano inicia de forma diferente. A temporada 2012 do Avaí promete mudanças. Antes mesmo da confirmação da queda, internamente o Clube traçava metas para que os erros sejam superados e, principalmente, para que aqueles erros sirvam de guia para a volta aos dias de glória. “O rebaixamento foi a pior parte? Foi. Mas não podemos apagar tudo o que aconteceu em 2011. O Avaí foi desclassificado da Copa do Brasil para o campeão, o Vasco. E de todos os erros, pode parecer bordão, são tiradas lições”, avalia o presidente João Nilson Zunino. As tratativas para 2012 iniciaram antes do fechamento da temporada passada. “Foi montada uma estrutura de gestão no futebol. Contratamos um gerente de futebol, o experiente Carlos Arini; um coordenador de futebol profissional, o Júlio Rondinelli; e também acertamos com a comissão técnica - que tem o Mauro Ovelha como técnico - o Alexandre Andreis na preparação física e o Celso Rodrigues como auxiliar técnico”, detalha o diretor de planejamento que responde também pela superintendência de futebol, Ênio Gomes. Carlos Arini lembra que o trabalho organizado para a temporada 2012 não foi visto pela imprensa e nem pelo torcedor. “Faltavam quatro rodadas para encerrar o ano e planejávamos a nova www.avai.com.br

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futebol profissional

temporada. Não havia sentido assumirmos o Avaí naquele momento se o foco era outro. Acompanhamos o time, conhecemos os atletas, os outros profissionais, a estrutura. Fizemos reuniões para começar a desenhar a equipe no perfil que o Avaí precisaria para o Estadual e Nacional. E buscamos nesses jogadores o comprometimento”.

Título estadual

na mira

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oltar a levantar a taça do Campeonato Catarinense é a primeira meta do Avaí na temporada, que tem como proposta ainda o retorno à primeira divisão do futebol nacional. “O time foi montado para buscar um título. Um clube do porte do Avaí não pode entrar no Campeonato Estadual só para participar. Montamos um grupo comprometido com o Clube para que possamos atingir esse objetivo inicial. E um bom campeonato refletirá no desempenho da equipe que em maio inicia a disputa da Série B. Queremos começar esta competição nacional focados no retorno à elite”, diz Ênio Gomes. O gerente de futebol, Carlos Arini, lembra que o trabalho será decisivo para a conquista do Estadual. “Fizemos uma programação que envolve não só a parte física, técnica e tática. Envolve a psicológica também. A perspectiva é otimista”, conta. Rubens Flôres/Avaí F.C.

Carlos Arini: “Buscamos nos jogadores o comprometimento”

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Mauro Ovelha: “A dificuldade é grande, mas estou preparado”

Conhecedor do futebol

local

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Jogadores e comissão técnica a caminho do Rio Grande do Sul para o início das atividades de 2012: preparação diferenciada em busca do Estadual e da série A

técnico tem muito conhecimento sobre Campeonato Catarinense. Depois de colecionar vice-campeonatos, Mauro Ovelha foi campeão com a Chapecoense no ano passado. “Tive um bom ano em Chapecó. Mas agora estou em Florianópolis. A responsabilidade é grande, mas estou preparado para realizar uma grande temporada. Acompanhamos o sofrimento do torcedor no final do ano passado. Queremos ajudá-lo a superar isso. O trabalho é manter regularidade e chegar ao final alcançando nosso objetivo de estar na final do Estadual e levantar a taça”, afirma Mauro Ovelha. Conforme Carlos Arini, a escolha de Ovelha para comandar o Avaí envolveu vários fatores, além de o fato dele ser um grande conhecedor do futebol de Santa Catarina. “É um treinador que chegou a um ponto que tem de abrir as fronteiras. Estava faltando esta oportunidade e tenho certeza que ele estava esperando. Além do Estadual, a vitrina da Série B será importante para a sua projeção”, garante. O presidente João Nilson Zunino participou diretamente da negociação para a contratação de Ovelha. “Ninguém melhor do que alguém que conhece o futebol do nosso Estado para estar no comando do Avaí. Queremos ser campeões. Queremos esse título para apagar o sofrimento que ficou em 2011”, afirmou no dia da apresentação do novo técnico. www.avai.com.br

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futebol profissional

Grupo enxuto

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obre o elenco, Mauro Ovelha afirma que o grupo formado ainda pode ser alterado. “A dinâmica do futebol permite isso. Mas formamos uma equipe com o melhor perfil para o Avaí. É preciso reforçar o grupo. Não é um grupo inchado, é um grupo enxuto. Se houver uma situação boa de mercado, vamos aproveitar sim”. De acordo com Ênio Gomes, a meta é trabalhar com um teto de 30 jogadores nesta temporada. “Ficamos com 11 jogadores do grupo do ano passado, contratamos mais 11 e subimos seis jogadores das divisões de base”, acrescenta. O superintendente avaiano reforça que o trabalho dos jovens que ascenderam ao time profissional será diferenciado. “Falhamos na transição no passado. Agora preparamos um trabalho de integração, com a transição da base para o profissional. A busca pelo acerto tem de ser constante dentro de um planejamento e organização”. E por falar em organização e planejamento, a pré-temporada do Avaí foi formatada de maneira diferente. No dia 2 de janeiro, quando a delegação formada por 27 jogadores embarcou para quase duas semanas em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, todos os jogadores estavam com os exames prontos e regularizados. “Fizemos isso tudo antes do Natal. Assim, não perdemos tempo na primeira semana do ano com jogadores que estavam pendentes com documentos ou exames. Da mesma forma, iniciamos o Catarinense com o time que vai disputar a temporada”, conta Ênio.

Ênio Gomes e o goleiro Aleks: transição da base para o profissional para valorizar a capacidade dos jovens talentos

Para Carlos Arini, o time montado para a temporada 2012 vai “ter que ralar e mostrar trabalho dentro de campo. Estamos bem sintonizados, tanto nós que preparamos essa estrutura para esta temporada quanto os jogadores. E garanto que o torcedor verá uma equipe que lutará e jogará os 90 minutos de cada partida com a mesma intensidade. Cobrança vai haver. Independente do adversário. Não é porque é um clássico na Capital que vamos jogar melhor. O jogo, aqui ou no interior do Estado, com a equipe que for, será o mesmo”.

Trabalho e comprometimento I

niciam a temporada 2012 no Avaí os goleiros Moretto, Aleks e Vítor. Os laterais Arlan, Rodinei, Aelson e Léo Campos. Os zagueiros Cássio, Rafael, Leandro Silva, Jaílton e Renato Santos. Os volantes Marcinho Guerreiro, Bruno, Diogo Orlando, Pirão e Marrone. Os meias Cleverson, Robinho, Diego Palhinha e Mika. E os atacantes Laércio, Léo Lima, Maurício, Felipe Alves, Neílson e Ronaldo Capixaba. Com experiência internacional, o goleiro Marcello Moretto, 33 anos, que assinou com o Avaí em setembro do ano passado, deve assumir a titularidade. “Como em qualquer clube, não existe titular absoluto. Tudo é resultado de trabalho. Se eu for o titular, ótimo. Se não for, ótimo também. Somos um grupo e assim temos de agir. Um apoiando o outro porque o resultado também é coletivo. É o Avaí, não é o jogador”. O zagueiro Jaílton é um dos reforços do Clube. Afirma ser rápido e bom cabeceador. “É complicado falar de si”, brinca ele. “O Avaí é um time grande, com objetivos. Chego com a expectativa de buscar espaço, vencer, ser campeão Catarinense e, depois, estar no grupo que vai subir para a Série A”, diz o jogador de 25 anos com passa-

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gens pelo futebol do interior de São Paulo. Outro jogador integrado ao grupo, vindo do Joinville, é o atacante Ronaldo Capixaba, 28 anos. “O que vai diferenciar o Avaí nesta temporada é a confiança que entraremos em cada partida, o nosso desempenho a cada jogo. Isso será construído para chegarmos ao título lembrando que tudo tem de ser conduzido com muito trabalho e muita humildade”. O zagueiro Renato dos Santos, 24 anos, também estava no JEC na temporada passada quando o clube conquistou o título da Série C e o acesso à segunda divisão. “Tudo será feito de olho no objetivo que é o título. Tenho ótimas referências do Avaí. Chego para somar e assim está o grupo: unido”. Feliz por ter conquistado o “acesso” das categorias de base para o time principal do Avaí, o lateral direito Rodinei, 20 anos, afirma que empenho não faltará para a temporada 2012. “Estou preparado, diferente do ano passado quando tive a oportunidade de integrar o time principal. Esse ano será diferente”, projeta. O volante Mika, 24 anos, chega à Ressacada com boa fama entre os torcedores. Foi ele o autor do gol que elimi-


Guerreiro

de volta ao lar

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epois de parte da temporada passada no Goiás, o volante Marcinho Guerreiro está de volta ao Avaí. “Restabelecemos uma interrupção momentânea. Ele é do Avaí”, disse o presidente Zunino ao reapresentar Marcinho ao torcedor no início de dezembro de 2011. “Renovei meu contrato por mais dois anos e isso me deixa tranquilo para jogar futebol. O meu trabalho, o meu empenho pelo Avaí, o torcedor já conhece. Gostaria de ter voltado com o Avaí ainda na Série A. Mas não tem problema. Vamos trilhar um caminho que passa pela busca incansável do título Estadual e vamos fazer de tudo para terminar o Nacional entre os quatro, conquistando então o retorno à elite do futebol nacional”, afirma o jogador de 31 anos. Marcinho lembra o calor da torcida avaiana. “Sei que esse ano haverá cobranças contundentes. Estou nervoso. Parece até que estou voltando a jogar futebol agora. Vamos superar o passado. Vai dar tudo certo”, aposta. Marcinho volta com o mesmo espírito de liderança. “Conheço o Carlos Arini há 10 anos e sei que ele vem para somar, com um time que tem paixão pelo que faz. Sei também que o grupo montado é dedicado. O que não vai faltar é guerreiro para honrar a camisa do Clube. O torcedor pode esperar, vamos entrar muito fortes no Catarinense. Assumo a responsabilidade. É aqui que eu gosto. É uma camisa que eu amo”.

nou o maior rival da final do primeiro turno do Campeonato Catarinense 2011. Mika jogava no Criciúma e fez o gol que atrapalhou os planos do Figueirense. “Se ajudei indiretamente na alegria do torcedor naquele momento, quero fazer isso agora, de verdade, pelo Avaí, pelo torcedor azurra. Gosto muito da Ressacada e me sinto em casa aqui. O ambiente é bom. A torcida acolhe bem o jogador. Essa integração será bacana e positiva para o Clube”. O meia canhoto, de 26 anos, Diego Palhinha nasceu no interior de São Paulo. Esteve presente em 33 dos 38 jogos do Icasa (CE) pela Série B na temporada 2011. Tem contrato com o Avaí até o final deste ano. “Gosto de fazer gol. Espero que no Avaí não seja diferente. Sei que vamos ter um campeonato de pegada e de força. Mas vontade não vai faltar ao grupo”. Natural do interior do Rio de Janeiro e com passagem na temporada passada pelo Criciúma, o volante Pirão é outro jogador a integrar o novo elenco avaiano. “Estou focado no Avaí e, se preciso for, também posso atuar na lateral esquerda. O importante é ajudar o grupo”. O nome é inspirado no filme Loucademia de Polícia. O sobrenome lembra música sertaneja. Glekson Marrone é um dos garotos que subiu da base para o time principal do Avaí. “Poderia fazer par com Bruno em campo, não é?”, brinca referindo-se ao volante que permanece nesta temporada no

Marcinho Guerreiro: “Vamos trilhar um caminho que passa pela busca incansável do título Estadual e fazer tudo para terminar o Nacional entre os quatro”

Clube. “Quem sabe a gente faz sucesso nos gramados como a dupla faz sucesso na música”, acrescenta o menino que quer realizar o sonho do avô, que mora em Rondônia. “Ele quer me ver jogar na tevê. Quem sabe esse sonho se realiza este ano? Estou me preparando e me esforçando para isso”. Vindos da Chapecoense por indicação do técnico Mauro Ovelha, o atacante Neílson e o lateral esquerdo Aelson reforçam o time nesta temporada. “Vamos lutar pelo título do Catarinense e depois pelo acesso”, afirma Neílson, 24 anos. “Entramos para um time de tradição no Estado e com história no Campeonato Brasileiro. Depende de nós, manter o Avaí grande”, diz Aelson, 26 anos. Nascido em Osasco, em São Paulo, Leandro Silva tem 25 anos e acertou com o Clube por acreditar no projeto. “Quero estar com o time que projeta ser campeão Estadual e conquistar o acesso à elite do futebol nacional”, comenta. “Se for para ser feliz, dou a minha vida. Por onde eu passei, sempre foi assim. Aqui não será diferente. Vou trabalhar duro com meus companheiros para que possamos nos entrosar o mais rápido possível e levar o Avaí ao lugar que é tão merecido”, afirma o jogador, ex-integrante do grupo da Ponte Preta, que subiu para a Série A no ano passado.

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futebol profissional

Rafael inicia

quinta temporada

no Avaí

O

zagueiro Rafael chegou ao Avaí em 2007. Participou de dois momentos importantes para o time. Integrou a equipe que conquistou o acesso à Série A em 2008 e também celebrou os títulos Estaduais em 2009 e 2010. Na temporada passada, após retorno da Suíça, Rafael tratou uma lesão e encerrou o ano na expectativa do retorno ao time para sua quinta temporada. “Completo cinco anos na Ressacada e isso me deixa muito feliz. São mais de 100 jogos em um Clube onde estou em casa. Sinto-me muito honrado em vestir a camisa do Avaí e em ter participado de conquistas importantes aqui”, conta. O fato de estar no Clube há tanto tempo tem suas vantagens, como conhecer a estrutura e estar integrado à rotina da casa. “Mas tem o peso da cobrança do torcedor que sabe quais são nossos pontos fortes e fracos. No meu caso, o torcedor sabe da raça e da vontade que tenho em jogar futebol”. Rafael não foge da responsabilidade do setor onde atua. Lembra que na temporada passada, a zaga foi o setor mais frágil do Avaí. Mesmo não tendo atuado no Campeonato Brasileiro, acredita que 2011 é uma página virada. “É uma marca que nenhum jogador gosta. Vamos ter de trabalhar muito para zerar isso e, quem sabe, reverter essa história e nos tornarmos a zaga menos vazada”. Irmão gêmeo do também zagueiro Cássio, Rafael espera poder atuar com o irmão, situação pouco conferida pelo torcedor no período em que os dois estão na Ressacada. “Eu já tive excelentes momentos no Avaí e o Cássio também. Acredito que a experiência adquirida desde quando chegamos aqui, somada ao que vivemos fora do Avaí também nesse período, assim como as conquistas, podem ajudar bastante. Mas independente de quem estiver jogando, o Avaí está à frente de tudo. Nosso carinho e respeito pelo Clube e pelo torcedor serão demonstrados em campo, com a nossa garra e determinação em voltarmos a fazer história no Avaí”. Após um ano sem atuar pelo Leão, Rafael pronto para iniciar sua quinta temporada no Sul da Ilha

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manto avaiano

Cintia Pieri, da Fanatic, com camisa avaiana utilizada em 2011: proximidade e comprometimento com o Clube fazem a diferença

O nascimento do

manto azurra

Acompanhe as fases da produção da camisa que orgulha o torcedor

A

camisa oficial do clube de coração é peça certa no guarda-roupa de qualquer torcedor apaixonado. O que poucos sabem é como o processo de construção do ”manto” é delicado e requer cuidado e dedicação. Tudo começa pela criação do layout. No Avaí, o trabalho fica por conta de uma equipe de cinco pessoas do marketing. O designer gráfico Guilherme Sauthier é um dos responsáveis por esta importante tarefa e explica que muitas vezes o tempo de produção é curto e por isso todos precisam se empenhar e colaborar com idéias. “A equipe coloca no papel aquilo que pensa e depois tudo é passado para o computador. A partir daí é que se começa discutir e trabalhar os detalhes. É preciso pensar também na execução, pois nem sempre o que é posto no papel po-

derá ser aplicado na prática, tendo em vista que o tecido, tipo de costura pode interferir no resultado”, esclarece. Ele conta que para alcançar um resultado positivo a equipe faz muitas pesquisas, incluindo os modelos antigos das camisetas do Leão e até mesmo de outros clubes. Além disso, fica sempre atenta à opinião dos torcedores seja pelas redes sociais ou por conversas com amigos. Com apenas 22 anos, Sauthier reconhece a responsabilidade de criar a peça mais representativa do Clube “Nós nos preocupamos com todos os detalhes para desenvolver um produto de qualidade. Pensamos sempre na torcida e para isso colocamos nosso sentimento de torcedor à flor da pele para fazer algo que realmente nos agrade”, conta. www.avai.com.br

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manto avaiano

Acima, o designer gráfico Guilherme Sauthier mostra a dinâmica de seu trabalho de criação. Ao lado, detalhes da confecção da mais bela camisa de clube de futebol do país

Fabricação

D

esde agosto de 2009, a Fanatic é a empresa responsável pela confecção de todo o vestuário do Avaí, em especial a camiseta. A parceria que deu certo é antiga, tendo em vista que a Fanatic é uma extensão da Pieri Sport, que durante 12 anos vestiu o time azurra. De acordo com a proprietária, Cintia Pieri, embora a fábrica seja menor do que as geralmente contratadas pelos clubes de futebol, isso não interfere no resultado final. “Já produzimos material para marcas conceituadas como a Fila, Umbro e Dudalina, que exigem muita qualidade e com o Avaí não é diferente. Buscamos sempre trabalhar com o que há de melhor no mercado para que o torcedor se sinta satisfeito com aquilo que está vestindo” conta. Para Cintia, a parceria entre Avaí e Fanatic é vantajosa para ambas as partes. “O fato de o Avaí estar perto da gente facilita a nossa comunicação e eles podem participar da produção passo a passo, coisa que outras empresas não permitem. A união também valoriza o mercado catarinense”, afirma.

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Conh camis eça a ad nas pá e 2012 gina e 65 d s 64 esta edição

Cintia acompanha o processo de serigrafia da camisa avaiana

Mão na massa

Tradição em 2012

D

E

epois do layout definido o material vai para a fábrica. Lá acontece o primeiro passo da produção da modelagem que é impressa automaticamente por uma máquina especial. O molde pronto é encaminhado para o corte. Depois do tecido cortado, a etapa seguinte, e uma das mais trabalhosas, é a sublimação. Um papel é pintado com a estampa da camisa e em seguida vai para uma prensa a 109 graus. O calor e a pressão fixam a tinta no tecido branco. O processo precisa ser repetido pelo menos quatro vezes, pois é necessário estampar a parte da frente, as costas e as mangas. Esse procedimento faz com que o tecido fique mais leve e natural, sem que a tinta possa ser sentida no toque. Feito o processo de sublimação, o material é encaminhado para o setor de costura, onde a camisa será montada. Depois a peça vai para a serigrafia, para a pintura dos números. Por fim, a camiseta é encaminhada para a passadeira, local onde é dobrada e colocada nas embalagens para a venda.

m 2012 o torcedor avaiano pode esperar por pelo menos quatro camisetas diferentes. A primeira saiu do forno há poucos dias. A número 1 de 2012 tem mais listras do que as demais e os números são em tinta dourada.“As listras são para resgatar a história do Clube, rememorar a trajetória do Avaí que é muito forte. O número dourado foi utilizado em 2008, quando o Avaí conseguiu o acesso à Série A. Como o resultado foi positivo e estamos na mesma luta, este ano decidimos repetir”, afirma Guilherme Sauthier. A gola ficou mais simples, em “V”, e a camisa 100% poliéster tem dois tecidos (poliéster multifilamento e detalhes em Chelsia na parte das costas). “Quanto mais quantias de fio, mais confortável é a camiseta. Neste tecido que optamos a cada fio há 144 filamentos, o que torna o material muito melhor, trazendo mais conforto para quem vai vesti-lo, além de absorver melhor o suor do atleta e ter grande durabilidade”, encerra Cintia Pieri. www.avai.com.br

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perfil avaiano

Moretto

A muralha

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Experiência europeia

na defesa do Leão

reportagem: CAMILA SPOLTI Fotos: rubens Flôres

U

m profissional seguro e com experiência em campo. Nesta temporada de 2012, o Avaí vai contar com o goleiro Marcelo Moretto de Souza, 33 anos. O atleta estreou no Clube na 36ª rodada do Campeonato Brasileiro em 2011 e teve pouco tempo para mostrar seu potencial, mesmo assim foi considerado destaque por comentaristas de futebol e agradou a torcida. Para este ano, o jogador garante que irá trabalhar para que os resultados sejam diferentes para o Leão. “ Infelizmente não pude fazer muito pelo Clube que acabou rebaixado. Agora é bola para frente e pensar nos próximos jogos. Nossa primeira meta é buscar o título do Campeonato Catarinense”, afirma. A relação do jogador com o Avaí é antiga. Quando Moretto jogava na Europa e passava as férias em Florianópolis

usava o gramado da Ressacada para manter o condicionamento físico. Foi então que começou a fazer amizades no Clube e virou torcedor do time azurra. “Comecei a criar um carinho muito grande pelo Avaí e me tornei torcedor. Eu sempre dizia: Se um dia eu voltar para o Brasil, será para jogar no Leão’”, conta. Moretto iniciou a carreira aos 15 anos no Guarani de Campinas (SP) e desde então passou por vários clubes, grande parte deles na Europa: Salgueiros e Benfica, ambos em Portugal, AEK Atenas da Grécia e Arka Gdynia da Polônia fazem parte do currículo do goleiro. Em 2005, quando atuava pelo Vitória Setúbal, em Portugal, o atleta foi considerado o melhor goleiro do Campeonato Nacional, com o menor número de gols sofridos. Nas 17 partidas, levou apenas cinco gols. Um ano antes, o time ergueu a Taça Portugal. Outro feito marcou a carreira do goleiro. Em 2006, pela Liga dos Campeões, quando jogava pelo Benfica, defendeu uma cobrança de pênalti batida por Ronaldinho Gaúcho, que vestia a camisa do Barcelona e, na época, era considerado o melhor jogador do mundo. Em 2008/09, integrava o elenco do Benfica quando o clube levantou a Taça da Liga. O mesmo desempenho demonstrado nos gramados europeus é o que Moretto quer trazer para o Avaí em 2012. Segundo o jogador se depender dele a torcida azurra vai ter muito o que comemorar. “ Quero retribuir para a torcida todo carinho que recebi. Sou um jogador de garra e faremos o possível para alcançar nossos objetivos. Vamos batalhar para o Avaí ser campeão do Estadual e também levar o Leão para a Série A”.

Galã avaiano O Moretto treinando no CFA (página ao lado) e antes da viagem para a pré-temporada: sucesso na Europa e suspiros da ala feminina

gigante avaiano de 1,96 metro não impressiona apenas pela estatura e competência nos gramados. O atleta é considerado um verdadeiro galã e arranca suspiros da torcida feminina. “ Eu acho legal, quem não gosta de ser valorizado, mas eu quero ser reconhecido mesmo é pela minha atuação dentro de campo”, conclui Moretto, que é casado com Lone e é pai de Maria Eduarda, Maria Luíza e Marcelinho.

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Catarinense 2012

Queremos a hegemonia de volta! reportagem: Róbinson Gambôa Fotos: rubens Flôres COLABOROU: SPYROS DIAMANTARAS

A

disputa do Campeonato Catarinense terá um gosto especial para o Avaí neste ano. Além de significar a retomada da hegemonia no futebol no Estado conquistando seu terceiro título em quatro anos, a competição servirá de base para a formação do grupo que irá trilhar o caminho para se retornar à Série A Nacional. Com o bicampeonato em 2009 e 2010 e a chegada à elite do futebol brasileiro, o Avaí terminou a última década em seu melhor momento nos últimos 50 anos. A Ressacada ficou mais moderna e confortável, o número de torcedores e associados cresceu muito e a participação inédita na Copa Sul-Americana fez o Clube ganhar ainda mais reconhecimento internacional. Conquistar o Catarinense de 2012 terá um sabor especial a mais para todos os avaianos. Será o ano do desempate em número de títulos estaduais, levando o Avaí para o topo desse ranking depois de muito tempo. Para muitos, 28

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no entanto, a liderança nessa tabela já pertence ao Leão, já que, com mais vice-campeonatos, supera seu principal rival como critério de desempate – 9 a 7. Dentro de campo, o time será comandado por Mauro Ovelha, um especialista em montar grupos fortes e equipes consistentes no Catarinense. Com seu estilo sério e compenetrado, Ovelha tem a confiança da direção e do torcedor para comandar esse desafio. “Estou muito feliz de poder fazer parte desse projeto. Acredito que com trabalho as coisas se resolvem”, disse, logo na sua chegada ao Clube. “Sei da responsabilidade que tenho, e me sinto preparado. Vamos montar o grupo da maneira mais correta possível”, apontou. Ovelha sabe como poucos os atalhos para se chegar a um time competitivo. “Da seriedade em relação ao trabalho e da cobrança, não abrimos mão, mas minha idéia é ajudar o atleta, procurar fazer com que ele tire o melhor de si para a equipe”, completou.


Fala, Ovelha! “A equipe terá estrutura tática. Sem dúvida, é o melhor caminho para vencer os jogos”. “Não adianta você fazer muitos gols, mas também levar muitos. O que se preza em futebol é o consistência que a equipe terá”. “Vamos trabalhar muito para termos um equilíbrio tático defensivo, mas que, ao mesmo tempo, seja ofensivo por causa da sua marcação. Se você não marcar, não consegue ter a bola, não consegue atacar”.

Rafael levanta a taça do Catarinense de 2010: de volta ao Leão da Ilha para a temporada deste ano, o zagueiro promete muita luta e dedicação para repetir a cena

“O torcedor quer é a vitória. Se puder fazer isso e jogar bem, será muito melhor”.

De Saul a William, artilheiros em 13 campeonatos

N

esses quase 90 anos de Campeonato Catarinense, há registros sobre os goleadores de cada competição em 76 edições do certame. O Avaí fez o artilheiro da competição por 13 vezes. A primeira delas, com Accyoli, em 1927. O maior de todos os avaianos a liderar a tabela num Estadual foi Saul, goleador em 40, 42, 43 e 45. Após a era Saul, o Leão esperou 18 anos até voltar a ter um artilheiro no Catarinense, com Cavallazzi, em 1963. A maior espera, de 22 anos, terminou com o inesquecível Jacaré, goleador e campeão em 1997. Nessa elite de goleadores, quem balançou as redes mais vezes numa única temporada foi Vandinho, em 2008. Dois anos depois, William escreveu seu nome na história como artilheiro da competição em 2010, com 13 gols. www.avai.com.br

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Catarinense 2012

Catarinense é a cara do Avaí

Turno

1ª rodada - 21 E 22/01

C

17h | Atlético-IB 17h | Chapecoense 19h | Metropolitano 19h30 | Joinville 19h30 | Figueirense

4 1 0 0 5

3 0 1 1 0

Criciúma Avaí Brusque Camboriú Marcílio Dias

Quem lembra esses?

20h30 | Camboriú 22h | Avaí 19h30 | Atlético-IB 21h30 | Marcílio Dias 20h30 | Brusque

0 3 1 1 0

1 2 1 1 1

Metropolitano Criciúma Figueirense Joinville Chapecoense

19h30 | Avaí 19h30 | Criciúma 17h | Chapecoense 17h | Metropolitano 17h | Joinville

2 3 2 3 2

1 0 1 0 2

Atlético-IB Brusque Camboriú Marcílio Dias Figueirense

21h30 | Figueirense 20h30 | Marcílio Dias 19h | Atlético-IB 19h30 | Camboriú 22h | Brusque

3 0 1 1 0

1 2 0 2 1

Metropolitano Chapecoense Joinville Criciúma Avaí

19h30 | Avaí 19h30 | Criciúma 17h | Brusque 17h | Chapecoense 19h30 | Metropolitano

3 2 0 3 5

0 2 3 1 4

Camboriú Marcílio Dias Atlético-IB Figueirense Joinville

ampeonato Catarinense é especialidade do Avaí, que além de ser seu maior vencedor, também é seu Clube mais assíduo e frequente. Desde 1924, foram 68 participações, contra 64 do Figueirense e 52 do Marcílio Dias.

N

a história do Campeonato Catarinense, há registros da participação de 113 agremiações diferentes. Na lista, há nomes curiosos e pouco lembrados nos dias de hoje, como Pery e Baependi, Estivadores, Aliados, Guaycurus, Íris, Externato, Henrique Lage, Internato, Tamandaré e Trabalhista, Palmitos, Continental, entre outros memoráveis.

No começo, poucos clubes

N

o início dos anos 20, as condições de transporte do interior do Estado para Florianópolis exigiam muitos recursos. Em decorrência disso, os campeonatos catarinenses de 1924 a 1927 e ainda por outras três vezes até 1936 contaram apenas com a participação de cinco clubes, todos de Florianópolis.

85 certames em 87 anos

N

esses 87 anos, o Campeonato Catarinense só deixou de ser realizado em 1946. Em 33, a competição foi interrompida por divergências na Federação e também não houve campeão. A partir dos anos 60, logo após os dois primeiros títulos mundiais do Brasil, o Campeonato Catarinense decolou. De 19 participantes em 1961, saltou para 27 em 1966.

Primeiro campeão

O

Avaí foi o primeiro campeão Catarinense da história, vencendo a disputa organizada em 1924, logo no primeiro ano de atividade da recém-fundada LSCDT - Liga Santa Catarina de Desportos Terrestres, hoje Federação Catarinense de Futebol. Logo em seguida, a supremacia da primeira década da competição foi mantida pelo Leão da Ilha, que ainda conquistou o título em 1926, 1927 e 1928.

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catarinense 2012

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2ª rodada - 25 e 26/01

3ª rodada - 29/01

4ª rodada - 01 e 02/02

5ª rodada - 04 e 05/02

6ª rodada - 08 e 09/02

20h30 | Atlético-IB 20h30 | Joinville 20h30 | Figueirense 20h30 | Marcílio Dias 20h30 | Camboriú

Metropolitano Chapecoense Criciúma Avaí Brusque

| Brusque | Avaí | Criciúma | Chapecoense | Camboriú

Marcílio Dias Figueirense Joinville Metropolitano Atlético-IB

| Atlético-IB | Metropolitano | Joinville | Figueirense | Marcílio Dias

Chapecoense Criciúma Avaí Brusque Camboriú

| Marcílio Dias | Camboriú | Brusque | Avaí | Criciúma

Atlético-IB Figueirense Joinville Metropolitano Chapecoense

7ª rodada - 12/02

17h 17h 17h 17h 17h

8ª rodada - 18/02

17h 17h 17h 17h 17h

9ª rodada - 26/02

17h 17h 17h 17h 17h


Tabelas do Turno e Returno 

Returno

1ª rodada - 29/02

20h30 | Criciúma 20h30 | Avaí 20h30 | Brusque 20h30 | Camboriú 20h30 | Marcílio Dias

Atlético-IB Chapecoense Metropolitano Joinville Figueirense

2ª rodada - 04/03

17h 17h 17h 17h 17h

| Metropolitano | Criciúma | Figueirense | Joinville | Chapecoense

Camboriú Avaí Atlético-IB Marcílio Dias Brusque

| Atlético-IB | Brusque | Camboriú | Marcílio Dias | Figueirense

Avaí Criciúma Chapecoense Metropolitano Joinville

| Metropolitano | Chapecoense | Joinville | Criciúma | Avaí

Figueirense Marcílio Dias Atlético-IB Camboriú Brusque

| Camboriú | Marcílio Dias | Atlético-IB | Figueirense | Joinville

Avaí Criciúma Brusque Chapecoense Metropolitano

3ª rodada - 11/03

17h 17h 17h 17h 17h

4ª rodada - 18/03

17h 17h 17h 17h 17h

5ª rodada - 25/03

17h 17h 17h 17h 17h

6ª rodada - 28/03

20h30 | Metropolitano 20h30 | Chapecoense 20h30 | Criciúma 20h30 | Avaí 20h30 | Brusque

Atlético-IB Joinville Figueirense Marcílio Dias Camboriú

| Marcílio Dias | Figueirense | Joinville | Metropolitano | Atlético-IB

Brusque Avaí Criciúma Chapecoense Camboriú

| Chapecoense | Criciúma | Avaí | Brusque | Camboriú

Atlético-IB Metropolitano Joinville Figueirense Marcílio Dias

| Atlético-IB | Figueirense | Joinville | Metropolitano | Chapecoense

Marcílio Dias Camboriú Brusque Avaí Criciúma

7ª rodada - 01/04

17h 17h 17h 17h 17h

8ª rodada - 08/04

17h 17h 17h 17h 17h

Três divisões!

A

partir de 1986, foi preciso criar a segunda divisão de profissionais, dado o alto número de participantes no Catarinense. Em 2004, para se atender ao Estatuto de Defesa do Torcedor, a distribuição extinguiu as divisões, com a criação das séries A1 – Divisão Principal, Série A2 – Divisão Especial e Série B1- Divisão de Acesso.

Campeão do século

O

Avaí fechou o século XX como o clube mais vezes campeão Estadual. Essa conquista o torcedor pode comemorar pelo menos até o ano 2100!

Fórmula de Disputa

E

m 2012, a forma de disputa do Campeonato Catarinense será da seguinte maneira: as dez equipes se enfrentam em quatro fases; 1º turno, 2º turno, semifinais e finais. No 1º turno, todos se enfrentam em jogos de ida, com somatória de pontos corridos. A equipe que somar maior número de pontos será considerada a campeã, garantindo vaga para a 3ª fase da competição (semifinal). No 2º turno, os jogos serão de volta, com a inversão do mando de campo e com somatória de pontos corridos. A equipe que somar mais pontos será considerada a campeã, garantindo vaga para a 3ª fase da competição (semifinal). Participarão da 3ª fase (semifinais), além das campeãs do 1º e do 2º turno, as equipes que, excluindo as campeãs, obtiverem os melhores índices técnicos na competição, somando-se os pontos ganhos nos dois turnos iniciais. As partidas serão de ida e volta, realizadas da seguinte forma: Grupo “A”: Campeã da 1º turno X 1ª melhor do índice técnico; Grupo “B”: Campeã da 2º turno X 2ª melhor do índice técnico. As equipes campeãs de cada grupo farão a final em dois jogos. Quem somar mais pontos na fase final será a campeã estadual de 2012. Ranking de títulos Clube

1º Avaí 2º Figueirense 3º Joinville 4º Criciúma

Campeão Vice

15 9 15 7 12 5 9 10

9ª rodada - 15/04

17h 17h 17h 17h 17h

Na pró edição xima mais s , confira ob no Cat re o Avaí arinen 2012 se

* Datas e horários sujeitos a alterações. Fonte: Federação Catarinense de Futebol (www.fcf.com.br)

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Matéria de Capa

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Thiago Tavares

Um avaiano no octógono do UFC Representante do Leão da Ilha no esporte que mais cresce no mundo, Thiago Tavares vai derrubando os adversários um a um e promete: “Vou trazer o cinturão para Florianópolis” reportagem: Róbinson Gambôa Fotos: rubens flôres e Getty Images

E

le nunca brigou na rua, nunca se meteu em encrenca, não joga futebol, mas já foi confundido com uma nova contratação do Avaí. Ele é um dos 10 melhores do mundo na sua categoria, mas garante que não luta por dinheiro. “Eu luto é por reconhecimento. Luto pelas crianças que acreditam em mim. Sou o cara mais feliz do mundo porque eu faço o que eu gosto”, conta Thiago Tavares, manezinho de 27 anos que virou estrela das artes marciais no UFC. Depois de vencer o canadense Sam Stout, em janeiro, quando distribuiu 600 camisetas com o símbolo do Avaí para a torcida, Thiago acredita que faltam apenas duas lutas para desafiar o atual campeão. “Vou trazer o cinturão para Florianópolis”. Thiago conta que nasceu avaiano por influência da mãe, que o levava ao estádio desde seus cinco anos de idade. Dessa época, o ídolo recorda a torcida gritando “solta o Leão”, antes da entrada do time em campo. Mas virou fa-

nático mesmo por causa de uma namorada, quando tinha 20 anos. Nessa época, ainda não era conhecido nas ruas como craque do octógono, quando foi levado à Ressacada por um amigo. “Acabei assistindo ao jogo sentado ao lado do presidente”, recorda. As pessoas acreditavam ser uma nova contratação, e algumas crianças vieram pedir seu autógrafo. “Até que uma menina perguntou se eu era jogador, tive de contar a verdade”, lembra em meio a risadas. O meia Lincoln, um dos principais jogadores do plantel do ano passado, virou seu maior ídolo. “O cara se entregava no jogo, corria o tempo todo. Um dia, almoçamos juntos depois de um jogo, sua perna estava rasgada, arrebentada. Eu vi o cara chorar depois de uma derrota”, contou Thiago. Para 2012, com atletas jovens, o Avaí deixa Thiago com esperança. “É um time barato, os jogadores não são consagrados. Mas podem surpreender e trazer os títulos”. www.avai.com.br

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Matéria de Capa

Paixão por

Floripa e pelo Avaí

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hiago tem convites para morar e lutar nos Estados Unidos, Holanda e Canadá. Mas garante que não sai de Florianópolis, onde, confessa, as condições para um treino profissional não são as melhores. O amor pela sua cidade e pelo Avaí e a proximidade de sua família e amigos dão mais força a ele em cima do octógono.

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Em rede nacional

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a última luta disputada no Rio de Janeiro, Galvão Bueno o chamou de gladiador do terceiro milênio, nesse esporte que é o que mais cresce no Brasil. Thiago é um especialista em jiu-jítsu, luta de chão, mas vem aprimorando outras artes como o boxe e o muay thai. Contratou o instrutor de boxe Kelson Pinto, um dos melhores do Brasil, para lhe auxiliar e treinar aqui na Ilha. A rotina tem sido pesada, mesmo que sua próxima luta ainda não tenha data nem adversário definidos. O certo é que quando Thiago estiver sobre a lona do palco do UFC, transmitido para milhões de pessoas em todo o mundo, uma legião de irmãos avaianos estará na sua torcida, acreditando no sonho desse manezinho a caminho de ser o número um do mundo.

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personalidade avaiana

Amilcar Neves A inspiração é azul reportagem e Fotos: Celso Martins

Q

uem chega ao estádio da Ressacada bem antes do início do jogo, vai observar um homem aparentemente absorto, mas atento e fazendo anotações, colhendo elementos para suas crônicas semanais, construindo personagens, organizando as ideias e inspirações. “Chegando mais cedo ao estádio não enfrento problemas com o trânsito, encontro estacionamento sem problemas e meu neto Caio pode ir se preparando para entrar em campo com os jogadores”. Esse homem chama-se Amilcar Neves, nascido em Tubarão-SC, a Cidade Azul, em 24 de abril de 1947, onde inicialmente torceu pelo time do Hercílio Luz avermelhado. Um dos mais novos imortais da Academia Catarinense de Letras, onde será empossado no próximo dia 12 de abril, este ilustre torcedor avaiano acumula a publicação de mais de 700 artigos e crônicas nos principais jornais do Estado a partir de 1978 e, desde 2004, escreve às quartas-feiras no jornal Diário Catarinense. Ele se tornou avaiano ao chegar à Ilha em 1965 para estudar engenharia mecânica na UFSC, onde se formou cinco anos depois, em 1969. Nos momentos de folga, ele costumava ir ao Campo da Liga (Estádio Adolpho Konder), assistir aos jogos do Avaí. Nos meses que antecederam sua formatura, estava sendo organizado o famoso congresso da UNE em Ibiúna-SP e ele foi convidado a integrar a delegação de Santa Catarina. No final da adolescência fora presidente da União Estudantil

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Tubaronense (UET) até abril de 1964. “Eu estava em período de provas e achei melhor permanecer em Florianópolis e estudar”, lembra. Se tivesse seguido para Ibiúna, teria sido preso, como foram todos os participantes do congresso. Uma vez formado, deu aulas e fez uma pós-graduação, depois ingressou como analista de sistemas da IBM Brasil em Curitiba, passou por Londrina (PR) e finalmente Florianópolis, onde permaneceu por 21 anos, entre 1971 e 1992. Nos primeiros tempos, ficou afastado da cor inspiradora. A partir de 1975, voltou a frequentar o Campo da Liga, já casado, levando o filho pequeno. Depois ia com uma filha à Ressacada. Lembra-se em especial de um clássico Avaí x Figueirense, em que o zagueiro avaiano Silva sofreu uma entrada violenta, que lhe quebrou uma canela. “Ouvimos o barulho do osso quebrando”. O episódio inspirou o primeiro conto publicado, em julho de 1976, no jornal gaúcho Correio do Povo, intitulado Camisa 1. O tema se manteve presente na produção literária de Amilcar Neves. É extensa a relação de seus livros, das obras que inspiraram filmes e documentários, outras que foram traduzidas em diferentes idiomas, com incursões no teatro, na novela e no romance, ganhador de vários prêmios. Hoje, enquanto aguarda a posse na Cadeira de nº 32 da Academia Catarinense de Letras, que tem Santos Lostada como patrono e Gustavo Neves e Lauro Junkes como ocupantes anteriores, Amilcar continua chegando cedo ao Estádio da Ressacada.


O futebol como tema

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Amilcar mostra um dos objetos avaianos de sua coleção

ai de Amilcar Filho (1971, funcionário do MPE-SC), Maria Alice (1973, bióloga) e Lúcia Helena (engenheira), nosso ilustre torcedor coleciona singelas lembranças do Avaí, a começar por camisetas e um boné. Com satisfação, ele mostra um ovo pintado em azul com o emblema avaiano, obra de sua esposa. Um recipiente, onde deposita marcadores de livros, também tem as cores e o símbolo do Leão da Ilha. As gaiolas abertas que mantém no quintal são pintadas em azul e branco. Tudo muito discreto. O futebol e o Avaí neste engenheiro e imortal da Academia, estão no sangue, por onde chega ao coração. Em 1989, por exemplo, venceu o primeiro concurso de romances do Paraná, narrando os altos e baixos da carreira de um jogador de futebol. O torcedor também povoa suas criações ficcionais. “É um universo rico, esse dos estádios de futebol”, observa Amilcar, que chegou a tirar fotos de torcedores e grupos de torcidas para ajudar na montagem de uma novela. Talvez por isso ele tenha o hábito de chegar cedo à Ressacada em dias de jogos. Deixa sua casa no Córrego Grande, apanha o neto mais velho, Caio, no Rio Tavares, e vai para o campo. “Esse meu neto ficou anos em cima do muro, sem saber por qual time torcer, até que se decidiu pelo Avaí”.

Ação cultural Diretor de Artes da Fundação Catarinense de Cultura, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura e Comunicação Social, de janeiro a maio de 1995. O ovo avaiano, produção de sua esposa, é um dos preferidos

Presidente da Associação Catarinense de Escritores de abril de 1985 a março de 1986. Conselheiro do Conselho Estadual de Cultura de Santa Catarina de 11 de agosto de 1993 a 31 de agosto de 1995, presidente da Câmara de Letras e membro da Câmara de Artes Cênicas e Cinematográficas do mesmo conselho. Conselheiro do Conselho Gestor do Espaço Cultural Embratel, em Florianópolis, de 30 de setembro a 31 de dezembro de 1998. Vice-presidente da UBE/SC – União Brasileira de Escritores, seção Santa Catarina, eleito em 28 de maio de 2007. Membro titular da Comissão de Avaliação de Incentivo à Cultura, vinculada à Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, desde 1º de abril de 2011.

A camisa que o acompanha nos jogos na Ressacada

Primeiro livro: O insidioso fato - algumas historinhas cínicas e moralistas, contos, Florianópolis, UDESC/ Editora, 1979, 86 p.

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personalidade do futebol

Rui

Guimarães 38

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Torcedor fiel do Vila Nova, ex-técnico do Avaí e comentarista esportivo lança livro com causos da bola colhidos em 40 anos de carreira reportagem: Carla cavalheiro Fotos: Rubens Flôres

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le coleciona amigos. Seja em Floripa, em Chapecó, em Criciúma, em Joinville, Lages. Em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, no Paraná, no Rio de Janeiro, em São Paulo. Na Bahia... roda o globo, vai para várias partes do mundo, exceto - por enquanto - Estados Unidos e Canadá e para no Estado de Minas Gerais. Por onde passa, a voz rouca e alta geralmente inicia a frase com “Oh filho meu, não faz assim, neném!”. Hoje ele é um nobre integrante da imprensa catarinense. Mas pouco importa onde ele trabalha. Relaciona-se com todos os colegas de imprensa, assim como com todos os políticos, negros, índios, ricos, pobres. Entra no Mercado Público Aldírio Simões com a mesma intimidade que o mané mor entrava e varria o espaço com sua alegria. Não importa o local e nem as pessoas. Rui é da paz. E não economiza na antipatia. É craque em soltar bordões: “Fulano? É bobo. E eu não suporto gente boba. Não suporto gente mau caráter. ‘Guento’ isso não, gente”, diz ele selecionando apenas uma mão de pessoas que integram seu círculo dos horrores humanos. Mas não são apenas essas as características que descrevem o homem que em março de 2012 celebrará 65 anos. Os causos da bola são uma marca registrada do Rui. Aonde ele vai, não importa a hora ou o lugar, sempre tem alguma história para contar. “Fiquei sabendo esse ano que sou o treinador que mais comandou o Vila Nova nos 100 anos de história do clube. 53% de aproveitamento em 144 jogos”, revela já emendando uma série de causos dos períodos em que passou no clube de seu coração. Rui foi craque de futsal em sua época. Nascido em Belo Horizonte, foi para Nova Lima em 1973. E, de lá para cá, tome outra carrada de histórias! Rui fala de Toninho Cerezo, de Ronaldo Fenômeno, de Clebão, da turma do Clube da Esquina, de figuras da imprensa nacional com a mesma desenvoltura com que para pra conversar com um torcedor numa das esquinas da cidade. “Acho que este meu jeito de lidar com as pessoas fez com que me tornasse um contador de histórias. Não sei. Eu era preparador físico ainda, uns 30 anos atrás, e contava histórias e mais histórias. Dava uma apimentadinha aqui, outra ali. E desde então todo mundo dizia ‘bota no

livro, Rui’. Eu já era técnico e gente famosa como o Raul Plassmann, o Telê Santana, todo mundo dizia ‘Rui, faz um livro. Isso é inédito’. Só que não é assim. Contar histórias faz parte do meu jeito. Para fazer um livro tem de fazer direito. E lá em Minas, é terra de miserável, pão-duro. Quem iria me ajudar a bancar um livro?” Passadas quase quatro décadas, Rui começou a escrever para um jornal do interior. Fazia coluna com comentários de futebol e também alguns causos. “Meu irmão Ronaldo, esse sim é escritor, disse que eu tenho capacidade de colocar o causo no papel e ficar engraçado. Fiz umas coisas daqui, outras dali, até que encontrei com você (veja referência sobre a sinalização à jornalista Carla Cavalheiro). Ali comecei a colocar alguma coisa no papel”, revela o Rui, sobre o ano de 2005. “O nosso editor na época, o jornalista Vilmar Carneiro, topou a ideia de colocar os causos no papel. Tive que desenvolver a técnica de escrever. E foi divertido. A segunda etapa foi em Palhoça, com o João José da Silva, no jornal Palavra Palhocence. Eu comecei a repetir os causos que eu já havia publicado e escrevi novos, porque uma história vai puxando a outra”. O João, que é escritor, reforçava que o livro de Rui estava quase pronto. “Eu me esquivava. Ele dizia que iria diagramar. Só que eu chegava à casa dele para corrigir 20 contos, chupava um litro de uísque e corrigia dois. Levamos três anos para fechar o livro”, conta às gargalhadas. Nesse período, João lançou três livros. “Todo mundo falava em lançar livro, mas ninguém falava em dinheiro. Eu não sou daqui. Lá, em Belo Horizonte, o primeiro livro que meu irmão Ronaldo lançou, eu coloquei na festa de lançamento, mesmo desempregado, 300 pessoas. Dei um susto na editora, porque não levaram livro suficiente. Foi Nelinho, Toninho Cerezo, Reinaldo... Mas isso foi lá. Eu não sou daqui... eu me relaciono bem, trato todo mundo bem... mas isso não quer dizer nada”. Rui lembra que é uma pessoa de palavra. Não gosta de fazer dívidas. “Eu pago a pensão do meu filho – Felipe - e tenho meus compromissos financeiros. Eu não poderia descapitalizar para agradar as pessoas! Não sou escritor. Sou contador de causo”. A busca por patrocínio foi a etapa seguinte. Rui aprendeu os caminhos com João. “Corri aqui, ali, tive apoio de quem não esperava e não tive outros que esperava. Cheguei ao Daniel Araújo que falou: ‘Pode parar que eu vou lançar seu livro’. Faltava ainda a impressão. E agradeço ao Luiz Henrique da Silva, da gráfica da UFSC, o ex-reitor Álvaro Prata e mais um monte de gente que eu vou esquecer e pisar na bola porque não citei”, brinca.

“Eu não conheceria o mundo se não fosse a bola” www.avai.com.br

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personalidade do futebol

Reconhecimento

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ui era bom aluno de português. Passou parte da vida num colégio onde os pais trabalhavam. Lá, conheceu aquele que seria seu maior ídolo: Nelson Rodrigues. “Naquela época eu escrevia cartas para as namoradas dos meus amigos, como se fosse eles. Eu era bom em português. Até hoje eu gozo dos que casaram por minha causa”. Livro editado, Rui conviveu com outra situação. Distribuir convites e sentir o medo da festa ser um fracasso. De ninguém aparecer. “O Roberto Alves questionava o local do lançamento. Para piorar, choveu muito antes do horário previsto para iniciar o evento”. E, no final, tudo certo. Pelo menos 350 pessoas compareceram ao evento. “Moacir Pereira, Hélio Costa e o Roberto Alves disseram que nunca viram lançamento de livro de uma pessoa de fora desse jeito. Foi o coroamento da receptividade que o povo tem comigo aqui nessa terra. Naquele momento, eu consegui dimensionar o carinho”, afirma.

Outro livro

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ui Guimarães ainda tem muitas histórias para contar. Diz ele que já tem causos para mais um livro. “Se o Oberdan Vilain me contasse mais sobre o Pelé”, intica Rui com o melhor amigo do rei do futebol... ”Aliás, eu tenho um ressentimento. Eu não conheço o Pelé, que é, disparado e sem comparação, o melhor jogador de futebol de todos os tempos”. Uma das boas histórias de Pelé está no livro. “Pelé fez corpo mole num amistoso do Santos, simplesmente porque não lhe trouxeram uma loira que lhe havia sido prometida. O time perdia por 3 a 0 do Manchester United. No intervalo, levaram a mulher no vestiário. O Santos venceu por 4 a 3. Quatro gols do Rei”, relata. O livro Santa Bola reúne casos reais, presenciados ou contados ao Rui nos bastidores do futebol. Além de Pelé, Tostão, Telê Santana, Éder, Reinaldo, Gustavo Kuerten, Nelinho, Garrincha, Armando Nogueira, Josimar, Parreira e seu escritor favorito, Nelson Rodrigues, estão no livro. Nelson Rodrigues, aliás, fato muito interessante. Sem ter conseguido conhecê-lo vivo, quando soube de sua morte, Rui embarcou para o Rio de Janeiro. Era dezembro de 1980. Rui estava no funeral. “Ali eu passei a mão na testa dele e segurei até no caixão. A única coisa que eu fiz de errado foi ter deixado de carregar o caixão na hora em que a imprensa chegou. No outro dia, eu poderia ter saído em todos os jornais e provado que eu fui ao enterro dele...”, recorda.

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Observado por Badu, Rui em ação como comentarista esportivo: histórias e “causos” não faltam para ele

Voltar ao gramado

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ui foi técnico do Avaí em 1987. Chegou à Ressacada após ter deixado o comando técnico do Cruzeiro. No ano seguinte, foi o técnico que armou o time para ser campeão Catarinense. Não ficou para levantar a taça porque havia aceitado o convite do Atlético-GO, onde foi campeão naquele ano. Dali não parou mais de rodar até aportar novamente na Ilha da Magia em 1995. Novamente no Avaí, conseguiu fazer do time, criticado pela crônica esportiva, campeão da Copa SC. Morou em 12 estados brasileiros, mais de 40 cidades e em 2003 voltou em definitivo para Florianópolis. “São 40 anos fazendo isso. Hoje, eu não posso mais errar”, avalia ele sobre sua condição de comentarista. Questionado se gostaria de voltar a ser técnico, afirma que sim. “Mas fora do Brasil. Aqui, os críticos não entendem nada de futebol”, dispara. Ainda sobre futebol, Rui garante que é torcedor do Vila Nova. “E não falo isso para parecer torcedor do ‘Paula Ramos’, para evitar problema com esse ou aquele time de Santa Catarina. Eu torço pelo Vila Nova. Eu não seria nada se não fosse o Vila Nova. Seria um professor universitário, teria um pequeno sítio perto de BH, passaria as férias no Espírito Santo...estaria casado com a primeira mulher, o que é o pior de tudo!”, debocha.

Avaí 2012

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m 2008, perguntado sobre o desempenho do Avaí naquele ano, logo após o término do Campeonato Catarinense, Rui arriscou que o Avaí subiria para a Série A. Em 2011, ele também deu uma de bruxo – apesar do apelido ser de seu amigo Lauro Búrigo. “Eu nunca falei que o Avaí iria permanecer. Porque começou mal, muito mal. Começou totalmente sem planejamento, sem organização, sem coordenação... colocou um time reserva. Ao contrário desse ano, eu estou mais otimista. O Clube fez três contratações que vão jogar: Aelson, Neílson e Pirão”.


Meu causo com

Rui Guimarães

E

m setembro de 2005, o Professor Mesquita me ligou e sugeriu uma pauta. Rui Guimarães estaria com seus alunos da escolinha de futebol da Astel. Sabia quem era o Rui. Sempre simpático e bonachão. Era um tal de “neném pra cá, filho meu pra lá” que não tinha quem não quisesse estar perto dele nas resenhas antes, durante ou depois das partidas de futebol. Nunca fomos formalmente apresentados. Acabou a pauta com as crianças, surpreendidas com aquele senhor simpático, de voz brada, sorriso fácil e mil histórias para contar, tive o prazer de uma resenha sozinha com o Rui, enquanto o Professor Mesquita se dedicava a mais um turno de trabalho com seus “Michelangelos”. Conversamos como amigos de muito tempo e sugeri ao Rui que ele deveria escrever. Ser colunista. E mais, começar a colocar no papel aquela montoeira de histórias que ele vivia e vive contando nos corredores, nas cabines de transmissão e principalmente na sacada do apartamento onde mora na Cachoeira do Bom Jesus, normalmente com cerveja gelada e uma comida de espantar nutricionistas! Rui achou a ideia legal e em duas semanas iniciávamos a função. Avesso à informática – comprou recentemente um netbook que, sinceramente, não sei no que vai dar - Rui me ligava e eu gravava a coluna e o causo da semana. Rui é fiel. Não importa a hora, do outro lado tem um “Você me abandonou, filha minha”. A gente se envolve com tudo o que é dele e se emociona. No dia do lançamento do Santa Bola, voltei para casa chorando. Pude dizer isso a ele no dia desta entrevista. Fiquei feliz em saber que os “rancores” que os nativos de todo lugar têm em relação aos estrangeiros tinham sido rompidos com o Rui. Estamos felizes. Ele pode não ter nascido aqui, não ser nativo da Ilha. Isso pouco importa. O mais importante é a homenagem em vida feita a esse grande cara. Não precisa colocar o nome dele em rua alguma. Em porta de vestiário algum. Rui tem sua história eternizada por um livro. Rui é um amigo. Um amigo para sempre. Carla Cavalheiro – jornalista

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beach soccer

O sonho da Barra Avaí investe na criação de seu primeiro time de beach soccer reportagem: Felipe Coelho Fotos: Rubens Flôres

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céu estrelado e a luz da lua refletindo na praia formam uma paisagem incrível. Aos poucos, eles vão chegando ao campo. O barulho das ondas e a maresia deixam o clima agradável, fazendo os jogadores esquecerem o calor de mais uma noite de verão. É neste cenário paradisíaco que o time de beach soccer do Avaí ensaia seus dribles e jogadas. A Barra da Lagoa, que de dia é uma das praias mais frequentadas da Ilha, ao anoitecer vira palco dos treinos da primeira equipe de beach soccer do Leão. Com uma configuração nova, formada há apenas um mês, a equipe treina duas vezes por semana, alternando entre segundas e quartas-feiras, terças e quintas-feiras.

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Vagner Senabio, supervisor técnico e também um dos idealizadores do projeto, está sempre presente nas noites de beach socccer da Barra. Com experiência de quem habita há tempo as areias da praia, fala sobre a atual formação do time: “A equipe foi criada há pouco tempo. Os jogadores são muito talentosos e contamos atualmente com quatro integrantes da seleção catarinense de beach soccer. Muitos dos nossos atletas jogam o futebol de areia desde guris. Conseguimos identificar aqueles que se destacavam e formar uma equipe legal. Dá para ver uma evolução técnica e tática no time. A torcida também ajuda muito, estimulando. Estamos, com certeza, nos esforçando ao máximo”.


Volnei Senabio – Idealizador do projeto

Grupo de jogadores e comissão técnica do time de beach soccer do Avaí F.C. posam para a foto: sucesso e reconhecimento imediato

A ideia de formar um time de beach soccer com a cara do Leão veio de um insight de Volnei Senabio. Nascido na Ilha e apaixonado pelo Avaí, Volnei é aquele torcedor fiel e sócio do Clube. A inspiração não poderia ter nascido em outro momento: foi durante uma partida entre Avaí e Botafogo que o torcedor criou a primeira equipe de beach soccer avaiana: “Eu estava assistindo a uma partida do Avaí contra o Botafogo, não me lembro exatamente a data. Estava lá, quando me deu um estalo: vou montar uma equipe de beach soccer com a ajuda do Leão. Na hora, comecei a conversar com vários torcedores, que me apoiaram. Ali juntava minhas duas paixões: o Clube Azurra e o beach soccer. Estou há sete anos trabalhando com a SERBL ( Associação Esportiva Recreativa Barra da Lagoa) e sempre frequentando as partidas que acontecem na Barra da Lagoa. Expliquei tudo ao meu irmão Wagner e juntos decidimos levar a ideia adiante”, conta Volnei. Volnei não sossegou enquanto seu time dos sonhos não se tornou realidade.”Fiz um projeto e levei ao Sr. Zunino. O objetivo era um só: montar um time capaz de jogar no Campeonato Catarinense, depois no Brasileiro e assim por diante. O presidente gostou e falou para eu procurar o Luciano Correa (superintendente administrativo do Avaí). A diretoria acabou aprovando e hoje tenho a sorte de ter alguém como Ênio Gomes (diretor de planejamento e superintendente de esportes) ao meu lado. Foi, com certeza, um sonho realizado”. Investir em um time de beach soccer é mais uma das incur-

Wagner Senabio – Supervisor técnico

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beach soccer

sões do Leão fora do futebol. Após o ciclismo, basquete e MMA, o beach soccer é a bola da vez - uma atitude reconhecida por Volnei: “O Avaí deu o pontapé inicial. Depois, veio o apoio da Fundação Municipal do Esporte. Para mim, foi algo inédito abraçar esta iniciativa. Foi um projeto feito com muita paixão. Vou ser eternamente grato ao Avaí”. A modalidade é relativamente nova no Brasil. A Confederação Brasileira de Beach Soccer só foi criada em 1998 e contava com três federações estaduais. Atualmente, ela conta com 16 filiadas. Além disso, o beach soccer apresenta algumas diferenças do seu primo-irmão, o futebol de areia, este muito mais conhecido pelos brasileiros. A começar pelo número de jogadores: enquanto no beach jogam cinco atletas em campo, os times de futebol de areia têm seis integrantes. O campo também muda: o futebol de areia é praticado na areia dura, com o solo firme e o beach é em areia solta. A forma de jogar também apresenta diferenças, como lembra o técnico Otoniel Athaide, o famoso Neném, que treina o time do Avaí na Barra: “O beach soccer deve ter jogadas mais aéreas, ao contrário do futebol de areia, que é mais carregado no chão”. As diferenças também vão além de detalhes técnicos. O futebol de areia, além de ter uma historia mais antiga, vem sendo praticado há mais tempo no Brasil. O beach ainda está crescendo, mesmo depois de um início tímido. Um fato lamentável é o atraso com que o esporte chegou a Florianópolis, uma ilha que exibe as condições perfeitas para a prática da modalidade. O técnico Neném comenta o fato: “Floripa está muito atrasada no cenário. Era para estarmos jogando beach socccer há muito mais tempo. O Avaí, com esta iniciativa, está começando uma história importante, alcançando o esporte no Estado”. Osnildo Teixeira, presidente da Federação Catarinense de Beach Soccer concorda: “Moramos numa ilha com mais de quarenta praias. Este esporte era para ter começado há muito mais tempo. Estamos, no mínimo, quinze anos atrasados”. E completa: “A Federação Catarinense nasceu para organizar e difundir o esporte. Nós nos esforçamos para recuperar aquilo que foi deixado para trás todos estes anos e profissionalizamos o esporte”. A gratidão pela aposta do Avaí no esporte reflete-se no esforço do time. O preparador físico Edson Coelho é um destes apaixonados pelo Leão e trabalha duro para a vitória. “Os jogadores estão com um preparo físico muito bom. O treino para o Campeonato Catarinense foi mais leve, abordamos mais o lado tático e psicológico dos jogadores. Após a disputa do campeonato, será programado um treino físico mais intenso para as próximas competições”. Com tanta paixão, garra e esforço não restam dúvidas de que o Leão fez mais uma aposta de sucesso.

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Otoniel Athaide (Neném) – Treinador da equipe

Atletas avaianos treinam nas areias da Barra da Lagoa: berço do beach soccer

Edson Coelho – Preparador físico

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basquete avaiano

Sucesso

em busca do ouro

Equipe de basquete do Avaí já é um das mais fortes e representativas de Florianópolis

A cada ano, equipe conquista novos títulos e revela grandes atletas O

ano de 2011 foi de muitas conquistas e de excelentes resultados para o basquete avaiano. Durante a temporada, oito títulos foram conquistados e 11 atletas foram convocados para as seleções catarinenses e brasileiras. O responsável por este trabalho vitorioso é Kênyo da Silva Nunes, coordenador do basquete do Leão da Ilha. Kênyo é também o técnico do infanto, juvenil e adulto. Com ele, outros três profissionais gabaritados ajudam o Avaí a colher os frutos do trabalho sério e profissional. Lauro Bicca é auxiliar do juvenil e adulto; Lucas Boaventura é técnico do mirim e infantil e auxiliar do infanto; William Martins é auxiliar do mirim e infantil e preparador físico do infanto, juvenil e adulto. Kênyo conta que, em 2002, iniciou no comando técnico da equipe de basquete da ADIEE – Associação Desportiva do Instituto Estadual de Educação. Em 2009, após um período de negociação, firmou parceria com o Avaí. Desde então, as equipes defendem as cores azul e branca do Leão da Ilha. “Hoje temos cinco equipes: mirim - sub 13, infantil - sub 14, infanto - sub 16, juvenil - sub 18 e adulto – livre. Todas elas estão em um processo de qualificação muito im-

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portante. Elas brigam por títulos e são formadas por atletas que têm um grande potencial” afirma. Durante a temporada de 2011, foram disputados 119 jogos. Destes, 79 (67%) foram vitórias e 40 (33%) derrotas. Dentre os títulos conquistados, os mais importantes são o título do JESC e o vice-campeonato da OLESC. Para 2012, as metas são claras. “Vamos aumentar o número de escolinhas na cidade, conquistar mais títulos na base e montar um time adulto que fique entre os três melhores do Estado” projeta. Mas a ambição da equipe não para por aí. Quando o tema é Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, Kênio é claro e objetivo. Quer ter atletas seus defendendo a seleção brasileira: “Esse é um grande sonho, ter um atleta formado por nós representando o Brasil em uma Olimpíada. Acho que estamos no caminho certo, a cada ano formamos mais atletas que estão despontando pelo mundo. Temos atletas na Espanha, nos EUA e em grandes times do Brasil”. E se o trabalho está no caminho certo, é importante registrar que a equipe é formada com a parceria da ADIEE e da FME, - Fundação Municipal de Esportes -, com o patrocínio da Eletrosul.


Títulos e resultados de 2011 Campeonato Estadual Infanto Campeonato Estadual Juvenil Campeonato Metropolitano Mirim sub 13 Campeonato Metropolitano Infanto sub 16 Campeonato Metropolitano Adulto Olimpíada Estudantil de Santa Catarina OLESC – Estadual Joguinhos Abertos de Santa Catarina Joguinhos – Estadual Jogos Abertos de Santa Catarina – JASC Regional Sul Jogos Abertos de Santa Catarina – JASC Fase Estadual Copa Santa Catarina – Regional Sul

3º Lugar 3º Lugar 3º Lugar Campeão Campeão 2º Lugar 3º Lugar Campeão 4º Lugar Campeão

Copa Santa Catarina – Estadual Taça FCB – sub 19 Festival Núcleos de Escolinhas (não federados) – sub 12 Festival Núcleos de Escolinhas (não federados) – sub 15 Jogos Esc. de Santa Catarina JESC 15 a 17 anos – Reg. Sul Jogos Esc. de Santa Catarina JESC 15 a 17 anos – Estadual Olimpíada Estudantil de Florianópolis OLESF - sub 13 Olimpíada Estudantil de Florianópolis OLESF - sub 16 Campeonato Brasileiro de Seleções sub 17

3º Lugar 3º Lugar 4º lugar Campeão Campeão Campeão 3º Lugar Campeão 5º Lugar

Atletas convocados para seleções em 2011

Bernardo Rocha Seleção Catarinense sub 17 Vitor Pipoka Seleção Catarinense sub 17 Wallace Rufino Seleção Catarinense sub 17 Bernardo Soares Seleção Catarinense sub 17 Luciano Burger Seleção Catarinense sub 17 Rafael Henn Seleção Catarinense sub 19 Lucas Gallina Seleção Catarinense sub 19

Gustavo Brandão Seleção Catarinense sub 17 Anderson Flach Seleção Catarinense sub 17 Paulo Rogério Giacomelli Seleção Catarin. sub 19 Vitor Michels Salvador Seleção Catarinense sub 19 Vitor Michels Salvador Seleção Brasileira sub 19 Kenyo Nunes Técnico Seleção Catarinense sub 17

Kênyo da Silva Nunes entrega as medalhas de mais uma conquista para seus atletas: orgulho avaiano nas quadras

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Eternos Ídolos

BELMONTE Sinônimo da raça

avaiana

Reportagem, Fotos E reproduções: Celso Martins

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stádio da Ressacada, decisão do Estadual de 1988. O volante avaiano Belmonte corta o supercílio, mas continua jogando. O sangue se espalha pelo rosto e inunda a camisa. No final da partida vitoriosa, ao deixar o gramado, um torcedor o aborda e pede para manchar o distintivo de sua camiseta com o sangue do atleta. O episódio narrado pelo próprio Édson Luís Benites Belmonte pode muito bem sintetizar a carreira de 15 anos como atleta e treinador do Leão da Ilha, com uma trajetória marcada pela raça e dedicação retribuídas pelo carinho da torcida que o tornou ídolo. Nascido em 31 de agosto de

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na foto acima, Belmonte treinando na Ressacada na década de 80. Nesta imagem, satisfação em vestir o manto avaiano


1963, em São Borja-RS, foi cativado pela cidade ao chegar em 1985 para defender a equipe avaiana. “Apaixonei-me pela Ilha assim que cheguei, do jeito que era, e que apesar de tudo continua bela”, observa, lembrando as intervenções negativas que prejudicam sua imagem. Seus dois filhos, Leonardo Belmonte e Édson Belmonte Filho, nasceram em Florianópolis e aqui residem. Hoje, na direção da Associação de Garantia ao Atleta Profissional (AGAP) em Santa Catarina, onde trabalha todos os dias, Belmonte encontra tempo para cursar Administração (Uniasselv, 6ª fase) e atuar como avaliador das divisões de base do time da Ressacada. Vai percorrer o Estado atrás de jovens valores. Entre as lembranças parcialmente registradas em recortes de jornais, fotos e documentos guardados em duas pastas pretas, Belmonte destaca o jogo entre Avaí e Fluminense em 1986 para a inauguração dos refletores da Ressacada. E exibe com orgulho a camiseta que usou naquele dia, a única que ficou. “Eu fiz minha carreira na Ressacada. Cheguei a atuar alguns jogos no Campo da Liga, mas minha trajetória toda foi no novo estádio”. - Sente falta do futebol? Belmonte pensa um pouco antes de responder. Lembra que deixou a atividade em 1997, após mais um título, e garante não sentir falta do jogo. “Tenho saudade é do ambiente, do vestiário, a concentração, aquela movimentação toda, a parte mais relaxada de tudo. Jogar para mim sempre foi mais sacrificante. Só pensávamos em ganhar e isso não era saudável”. O drama de entrar em campo começava no dia anterior, “quando eu não conseguia dormir direito durante a noite”, recorda. “Acho que quando vestimos a camisa do Avaí temos de lutar em campo, estando apenas 500 ou 30 mil torcedores. A entrega tem de ser a mesma. É preciso ter determinação e levar o jogo a sério. É uma maneira de respeitar o torcedor, que cobra muito e com razão”. Foi com posturas dessa ordem que Belmonte se tornou ídolo avaiano. “Os que me acompanharam gostam de mim. Não tinha uma técnica muito refinada, mas tinha muita raça. Muitos pais me apresentam a seus filhos dessa forma, como um jogador de muita raça”. Tudo isso é motivo de orgulho para o atleta, que também exibe outro troféu pouco conhecido: o de ter atuado em mais de 300 partidas com a camisa do Leão. “O primeiro foi o Orivaldo, o segundo o Rogério e eu em terceiro”.

Belmonte e os detalhes de sua vitoriosa carreira no Avaí: garra e amor pelo Leão da Ilha

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Eternos Ídolos

Na presidência da AGAP-SC, preocupação com o futuro de ex-atletas

Trabalho

social

voltado a ex-atletas

O Diretor e técnico B

elmonte começou a carreira profissional em 1982 na cidade natal, a mesma onde nasceu Getúlio Vargas, pelo time profissional do São Borja, onde ficou até 1984. Em 1985 viajou para Florianópolis e jogou pelo Avaí até 1988, depois em 1992 e entre 1995 a 1997, quando se aposentou como atleta. Em 1998 fez curso de treinador de futebol, assumindo em 2002 a direção das categorias de base do Clube avaiano, acumulando os títulos de campeão Estadual de juvenis (2002 e 2003) e por três vezes o Estadual de juniores (2003, 2005, 2008). Em 2005 assumiu o lugar de José Galli Neto como técnico do time profissional e disputou a Série B do Brasileiro naquele mesmo ano. Em 2008 e 2009 dirigiu o Atlético (Ibirama) e, no ano seguinte, o Juventus (Jaraguá do Sul), onde ficou apenas um mês, seguindo para o Hercílio Luz de Tubarão. No ano passado (2011) foi técnico do Guarani (Palhoça).

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trabalho que Belmonte desenvolve na presidência da AGAP-SC é voluntário. “Nosso objetivo e restabelecer as vidas de ex-atletas que param de jogar e ficam sem chão. Trabalhamos para redirecioná-los a outras atividades através do ensino profissionalizante, o ensino médio e mesmo o superior”. Além disso, os associados têm assistência médica e odontológica, auxílio educacional e cesta básica para os mais necessitados. “Existem alguns ex-atletas, alguns deles antigos ídolos de torcida, que passam por sérias dificuldades e nós fazemos o possível para minorar as situações que eles enfrentam”. Sua presença num curso de Administração tem relação com esse trabalho. “Pretendo usar este aprendizado no futebol futuramente, onde se administram pessoas todos os dias”. A entidade funciona em imóvel próprio na rua Anita Garibaldi.


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leoa avaiana

Julia

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técnica de enfermagem Julia Paula Costa, de 29 anos, é a Leoa Avaiana desta edição. Rainha do GRES Consulado do Samba, de Florianópolis, pelo segundo ano consecutivo, Ju promete fazer bonito na passarela do samba. “Como acontece com nosso Leão da Ilha na Ressacada, na avenida também nos transformamos em verdadeiras guerreiras, com suor e também com lágrimas. Tenho certeza de que, com samba no pé, muito futebol e muita paixão, o Avaí conquistará todos os seus objetivos em 2012”. www.avai.com.br

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leoa avaiana

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Fotos: Geremia Photography/Avaí F.C.

Troca de passes

Nome: Julia Paula Costa Apelido: Ju Data nascimento: 09/03/1982 Nacionalidade: Brasileira Signo: Peixes Altura: 1m67cm Peso: 58 kg Cintura: 65 cm Busto: 93 cm Profissão: Técnica de enfermagem e instrumentadora cirúrgica Música: Sou eclética Filme: Uma linda mulher e A cor púrpura Comida preferida: macarronada Sonho: Ver meu filho formado

Equipe técnica Fotos: Geremia Photography & Diretor de Cena – Florianópolis/SC www.photogeremia.blogspot.com Modelo: Julia Paula Costa Produtora de moda: Marisa Remor Make up: Nana Souto Cabelo: Alex Noronha & Robson Leno Assistente de fotografia e fotos making of: Douglas Melo

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Fotos: Divulgação/Avaí F.C.

avaianos de berço

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1) Cristiana Luíza, 7 meses, filha de Ricardo e Cristina, torcedores apaixonados do Avaí; 2) Felipe, com 5 anos; 3) Gabriel de Oliveira da Silva, 8 anos, com sua mãe Fernanda Cristina; 4) João Victor Spuldaro Souza, 10 anos e Pedro Augusto Spuldaro Souza, 7 anos, na Base do Projeto Tamar da Praia do Forte, na Bahia; 5) Thiago Prim Thiesen, nascido em novembro de 2011; 6) Yasmim Pereira, 2 anos e 8 meses, nas primeiras pedaladas de bicicleta; 7) Pietro Rovani e Gladis Pereira 56

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Fotos: Divulgação/Avaí F.C.

avaianos pelo mundo

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1) Alfredo Nagel e Jussaná, em Andorra; 2) Ana Soncini e Rafael Souza, na Disney,; 3) André Conceição Costa, na Ilha de Los Roques, na Venezuela; 4) Leandro Rezende, em Paris, França; 5) Guto Atherino no Lane Stadium, Blacksburg, Virgínia, EUA; 6) Nesi Furlani, em cruzeiro pelo mar do Caribe; 7) Roberto Malamud, no arquipelago Svalbard, no Polo Norte; 8) Sérgio Souza, Jaqueline Souza, Neide Santos e Fabiano Santos, em Las Vegas, nos EUA www.avai.com.br

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parceiros

Aposta certa

Carlos Eduardo Coordenador comercial

Leão chega a 2012 firmando novas e antigas parcerias com patrocinadores A

no novo, vida nova. Esta frase, apesar de batida, reflete muito bem o período que o Leão da Ilha está vivendo. 2012 será, sem dúvida, uma aposta certa para os patrocinadores do Avaí. Afinal, nunca se colheu tantos frutos após um investimento na camisa azul. Aqueles que patrocinaram o Clube Azurra no ano passado acabaram tendo um retorno acima de média, bem maior do que os demais clubes conseguem gerar. Segundo um relatório do Instituto de Pesquisa Lupi/RBS, em consulta realizada em 2011, a torcida do Leão é a maior do Estado, com aproximadamente 1,3 milhões de torcedores, o que representa 30% de todos os torcedores de Santa Catarina. Isso sem falar nos 10 mil sócios, dos quais os patrocinadores têm a oportunidade de interagir de forma mais direta. Diante destes números, pode-se imaginar a quantidade de negócios que um 58

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patrocínio pode gerar. A WOA, empresa de empreendimentos imobiliários, que há dois anos aparece nas camisas do Avaí, foi a primeira a renovar o contrato em 2012. A Eletrosul veio em seguida, firmando uma antiga parceria com o Clube. A direção da empresa ficou impressionada com o retorno obtido com mídia espontânea em 2010 e 2011. A exposição da Eletrosul, associada ao poder do futebol avaiano, rendou frutos, como a melhoria da imagem da empresa e um aumento no reconhecimento de sua marca. Reflexos positivos que geraram um contrato de mais três anos (2012-2014) de patrocínio. A Unimed, uma parceria que já dura uma década, também não perdeu tempo e firmou seu compromisso com o Avaí. Ambos não poderiam estar mais satisfeitos. Patrocinar o Leão vem se mostrando um excelente ne-


total do time. É um dinheiro seguro e bem aproveitado pelos clubes, pois não sofre influência imediata dos resultados dos jogos. “Para o patrocinador, o que importa é o retorno obtido durante todo o período de contrato, que em geral varia de 12 a 36 meses, e não se o time venceu o jogo na semana anterior. Assim, é uma receita que o clube pode prever com maior facilidade, por isso a sua grande importância para a gestão financeira do clube”, explica Claudio Vicente. Carlos Eduardo, responsável pela parte comercial do Avaí, faz uma interessante comparação entre o universo da bola e o mundo dos negócios: “Um clube de futebol é como uma empresa de entretenimento que vende espaços publicitários: cada partida transforma-se num evento. Os nossos jogadores assumem o papel de vendedores do nosso produto, que nada mais é do que a imagem do Clube. É a nossa marca que está sempre em exposição e temos de tratá-la com cuidado e atenção”. Em um mundo onde as apostas financeiras tomam proporções cada vez maiores, acreditar no poder da camisa azul, cada vez mais, mostra-se um excelente investimento.

Gostaríamos de saber o que você acha da revista. escreva-nos!

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gócio. Claudio Vicente, superintendente de negócios do Avaí, conta um pouco desta fórmula de sucesso: “Contratamos um estudo bastante completo que nos apontou o seguinte resultado: a exposição do Clube na Série B do Campeonato Brasileiro, em nível nacional, será de 2/3 da exposição alcançada na Série A. Se considerarmos que a exposição em nível estadual é bem menos afetada, e que não há reflexos no período do Campeonato Catarinense, a perda de exposição da marca do patrocinador é mínima. Levando em conta o que outros clubes geram em termos de retorno de mídia, o patrocínio ao Avaí continua sendo um grande negócio, bem à frente do que gera a maioria dos clubes”. Aqueles que firmaram um contrato mais longo com o Leão, até 2014, ano da Copa do Mundo, fizeram uma ótima aposta. Isso tudo porque o retorno da mídia gerado pelos clubes de futebol no Brasil irá se multiplicar nos próximos anos, período que pode ser considerado o melhor para investir no futebol, já que os valores de patrocínio ainda não estão inflacionados e a evidência do esporte, não só no país, mas no mundo, crescerá cada vez mais. O patrocínio é uma importante fonte de renda para o futebol, geralmente respondendo por 20% ou mais da receita

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#15 • aNO 4 JaN./Fev. De 2012 • R$

você nas nossas páginas Para participar de alguma seção da revista, você deve enviar junto com seu material todos os dados para cadastro e contato futuro (documento de identificação, telefone e endereço), além de autorização por escrito de uso irrestrito dos itens sendo enviados. Materiais não identificados são descartados. A publicação ou não depende do interesse editorial do conteúdo e da disponibilidade de espaço.

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9 771984 736001 ISSN:1984-736X

RepResentante do Leão da ILha no espoRte que maIs cResce no mundo, thIago tavaRes vaI deRRubando os adveRsáRIos um a um e pRomete: “vou tRazeR o cIntuRão paRa FLoRIanópoLIs” www.avai.com.br

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sócios ganham

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Cláudio Vicente

Novo programa de sócios chega para beneficiar ainda mais os torcedores O

nome mudou, mas a paixão é a mesma. O programa de sócios do Leão passou a se chamar “Sempre Avaí”, título escolhido pela própria torcida por meio de votação no site oficial do Clube. A iniciativa nasceu da necessidade do Clube de ficar mais próximo dos seus torcedores, os mais fiéis e apaixonados de Santa Catarina, como mostra um grande número de pesquisas realizadas nos últimos anos. Uma delas, realizada pela Lupi & Associados em 2011, comprova em números o sucesso do Leão: nas regiões da Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Planalto Serrano a torcida avaiana é a maior de todas. Nas demais regiões em que aparecem times de expressão (Norte, Sul e Oeste do Estado) o Clube Azurra assume a vice-liderança em número de torcedores. O sucesso não para por aí: no mesmo ano, o Leão foi eleito o “Clube Mais Admirado”, arrecadando o prêmio Ímpar e como a “Marca Mais Lembrada”, ganhando o Top of Mind. Tanto sucesso traz uma grande responsabilidade aos seus gestores, conselheiros e torcedores, que em união

trabalham para manter o crescimento do time. O novo programa é um reflexo deste esforço: “O associado vai ter muitas novidades em 2012 com o “Sempre Avaí”. A mudança no sistema de relacionamento com os sócios dá ao Clube mais autonomia na gestão e um melhor atendimento aos associados. Durante todo o ano, serão feitas ações de relacionamentos e promoções exclusivas, que somente o sócio do Avaí poderá participar. Será um grande ano para o nosso associado”, garante Thiago Pravatto, coordenador de assessoria e marketing do Avaí. O programa está de cara nova e traz uma série de vantagens que promete fisgar aquele torcedor que ainda não se associou. Para começar, foi criado o “Sócio Estudante”, um benefício oferecido àqueles que estão matriculados em alguma escola ou entidade superior de ensino. A partir de agora, eles pagam somente 50% do valor da mensalidade na modalidade masculina nas cadeiras descobertas (B, G e H) e cadeiras cobertas (C, D e E). Um dos responsáveis pelo projeto, o assistente de marketing Car-

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sócios ganham

Carlos Bonatelli

Thiago Pravatto

los Bonatelli, cita mais um dos benefícios do novo pacote: “Criamos também a Legião Avaiana, que tem como objetivo aproximar os simpatizantes com o Clube. O torcedor paga uma anuidade de R$ 50,00 com direito a uma camisa da modalidade. Buscamos assim aproximar o torcedor do Leão, que no futuro pode ser sócio do Clube e adquirir os produtos oficiais do Avaí”. Outra surpresa também beneficia o bolso avaiano: os torcedores que optarem pagar sua mensalidade no débito automático ou débito em conta, quando pagarem a quinta parcela, ganham a sexta de presente. Desta maneira economizam duas parcelas ao ano, o que dá um desconto de aproximadamente 17% no valor total. Assim, o torcedor, além de ganhar um belo desconto, não precisa se preocupar em ir até o banco, lotérica ou secretaria todos os meses para ficar em dia com o Leão. Além destas regalias, o Leão está trabalhando para oferecer outras vantagens ao seu torcedor: ”Há uma série de benefícios e ações que estamos estruturando, como descontos em vários estabelecimentos: farmácias, acade-

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mias, supermercados, postos de combustíveis, entre outros”, conta Thiago. Tantas mordomias assim refletem o carinho e o cuidado que o Clube tem com os seus torcedores. O superintendente de negócios do Leão, Cláudio Vicente, resume muito bem este sentimento: “O Avaí tem uma torcida muito apaixonada, que está presente em todos os momentos. Nós procuramos conceber um programa de sócios que permite ao torcedor avaiano acompanhar o Clube neste ano, que promete ser um dos mais vitoriosos da história do time. Nos estruturamos, organizamos nosso futebol e montamos uma equipe com a cara do Avaí. Tenho certeza de que com o novo programa ‘Sempre Avaí’ teremos um crescimento bem significativo no número de sócios e também a Ressacada lotada, com o torcedor empurrando o time em busca das vitórias”. Com certeza nunca foi tão bom ser sócio do Leão.


Iso 9001

Da esquerda para a direita: Cláudio Roberto Vicente (Representante da Direção), Daniane Canali (Assessora), Kelly Priscila Franzoni (Coordenadora da Qualidade), Luciana Pereira (Auditora da Fundação Vanzolini), Teresinha Gartner (Assessora) e João Nilson Zunino (presidente)

Acomp a próxim nhe, na a ediç reporta gem c ão, om sobre a certif pleta ic ISO 90 ação 01

Avaí Futebol Clube obtém recomendação para Certificação ISO 9001: 2008

O

dia 2 de fevereiro de 2012 ficará marcado na história do futebol mundial por ter sido nesta data que o Avaí F.C. encerrou o processo de implementação da ISO 9001: 2008, obtendo, da auditoria externa, a recomendação para a certificação. Durante quatro dias de auditoria, nenhuma não conformidade (desvio do sistema de gestão) foi encontrada, de modo que a equipe auditora recomendou a certificação do clube ao Comitê Técnico da Fundação Vanzolini, que analisa o Relatório de Auditoria e autoriza a emissão do Certificado de Qualidade. Confirmada a certificação, o Avaí deverá receber seu certificado até o final do mês de fevereiro, tornando-se o único clube de futebol profissional do mundo a obter a certificação ISO 9001: 2008 para todos os seus processos. No Brasil, outros três clubes possuem o certificado ISO 9001, mas apenas para as atividades de atendimento ao sócio. No mundo, alguns clubes possuem a certificação apenas para parte de suas atividades. No caso do Avaí, a norma foi implantada em todos os processos do clube, incluindo a gestão das atividades do futebol. “A implementação da ISO é um feito que comprova

que estamos no caminho certo. Durante alguns meses tivemos o apoio de nossos colaboradores e, neste momento, é preciso agradecer a cada um pela dedicação no processo de implantação da norma e durante a auditoria” exaltou João Nilson Zunino, presidente do Avaí Para a Coordenadora da Qualidade, Kelly Franzoni, a conquista da ISO é a primeira etapa de um ciclo que visa a melhoria constante nos processos do clube. “São muitos detalhes, documentos, mudanças culturais, e todos colaboraram muito pra isso. Essa é mais uma vitória da família avaiana, e devemos nos orgulhar por isso” comemorou. “Estamos todos muito satisfeitos com o empenho e a dedicação de todos os colaboradores. Esta conquista mostra a força do Avaí”, comentou Cláudio Vicente, Superintendente de Negócios do clube e Responsável da Direção perante a norma. O processo de organização do clube contou, ainda, com a importante participação de colaboradores do setor de qualidade do Laboratório Santa Luzia, em especial de Teresinha Gartner e Daniane Canali, que desde o início orientaram o caminho certo a seguir. www.avai.com.br

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shopping avaiano

Camisa Oficial I e II Avaí Fanatic 2012 Preço: R$

169,90 cada

as novas camisas do avaí f.c. As lojas Avaí Store Centro e Ressacada parcelam em até 5 x R$ 33,98. Vale lembrar que sócios tem desconto de 10%, mediante apresentação da carteirinha e documento, nas compras em dinheiro, débito e crédito. Na loja virtual a camisa pode ser parcelada em até 10x de R$ 16,99.

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Chegaram as novas camisas do AVAĂ?

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crônica

amilcar neves

UM ANO DURO, UM OBJETIVO CONQUISTADO

F

oi difícil, a gente sabe. 2011 foi um ano torturante porque nada parecia dar certo para o Avaí - nem para nós, torcedores angustiados, preocupados. Víamos, a cada momento, que a meta se distanciava, que o caminho ficava tortuoso, espinhoso e muito difícil. Por mais que fizéssemos nas arquibancadas - por mais que o time fizesse em campo -, a situação se complicava gradativamente; o que parecia claro, líquido e certo, dia a dia se nublava e ameaçava tirar o foco do conjunto: de jogadores, de comissões técnicas, de diretores. De torcedores. Caramba! Não era possível que um objetivo tão simples, mas tão importante, fosse nos fugir da forma tão vergonhosa como ameaçava - como nos ameaçava - acontecer. Ninguém acreditava, ninguém apostaria um centavo perdido que os planos pudessem não se realizar. E os planos eram perfeitos, cristalinos, irretocáveis na clareza com que estavam postos. O diabo (como sempre!) é que faltava combinar com os adversários! E adversário, a gente sabe muito bem, se esmera em fazer tudo ao contrário do que nós gostaríamos que fizessem - ainda que fosse mais fácil e natural eles fazerem o que queríamos. Adversário é mesmo gente do contra. Não! Como tínhamos uma rota precisa, como buscávamos os resultados que nos interessavam, os adversários, percebendo tudo isso, tentaram sofregamente nos complicar a vida só para dificultar os nossos passos, só para criar caso com a gente, só para tumultuar os nossos sonhos: nossos sonhos, que estavam - estão - postos em 2012! Claro, o mundo exige momentos de afirmação inquestionáveis. Não foi nada menos do que isso chegar em maio de 2011, com a vantagem de jogar em casa, às bordas da final da Copa do Brasil depois de eliminar, entre outros, São Paulo e Botafogo do Rio. E de empatar com o futuro cam-

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peão, o Vasco, na casa do adversário. Ou ganhar por 3 a 2 do Corinthians, na Ressacada, no finalzinho de julho - o Corinthians, futuro campeão do Brasileirão 2011. Assim como ganhar no finalzinho de agosto, também por 3 a 2, também na Ressacada, do Flamengo sempre apontado como virtual campeão de qualquer competição antes mesmo de começar o primeiro jogo. Mas o objetivo maior tinha que ser respeitado. E atingido. Por isso foi necessário perder jogos impossíveis. Inacreditáveis. Porque uma vitória aqui e outra ali significava fugir da zona do rebaixamento. E se o Avaí perdia num dia, seus concorrentes diretos todos, seis ou sete times, também perdiam seus jogos na mesma rodada. Só para contrariar. Estava tão difícil manter posição entre os quatro últimos quanto entre os quatro primeiros. Foi preciso buscar com esforço e destemor a última colocação na tabela e lá ficar até garantir a queda antecipada para a Série B de 2012. Tudo porque a meta é reparar um descuido imperdoável: passando pela B, o Avaí se esqueceu de trazer o título. E precisava voltar agora (em 2010 já não havia conseguido, tão inflexíveis são os nossos adversários que não nos deixaram voltar então) para buscar a estrela que nos falta antes de conquistar a taça da Série A. Ademais, como se sabe, time grande não é o que jamais foi para a Série B, mas o que vai e retorna para a elite no ano seguinte. Como o Avaí, neste ano da graça e da glória de 2012.

Amilcar Neves

Escritor e membro eleito da Academia Catarinense de Letras


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