suacidade

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EXPEDIENTE

revista da

Cidade Caraguatatuba

Jornalista Responsável Roberto Espíndola MTb 6597

Redatores Hugo Léo - Rafaela Biaggi - Bertô Curare - Vera Wellz

Diagramação e arte Denise Hiss

Índice Preto no Branco

Quem tem medo da verdade?

Álvaro Alencar e o momento político em Caraguá. pág.6

Uma entrevista com J.R. Forlim O homem que diz o que pensa porque pensa o que diz pág. 24

O Paraíso é aqui O melhor do Litoral Norte e um novo roteiro turístico: As terras altas do Litoral pág. 10

Mosaico Cultural

Emilio Campi - Maurílio Alves - Gianni D’Angelo - Gustavo Grumewald Virginia Alves - Lú Palmeira

O primeiro Festival de Musica Independente apresentou novas bandas a caminho do sucesso pág. 18

Revisão

Carnaval

Hugo Léo

Quatro dias feitos só de alegria O carnaval de ontem e de hoje numa retrospectiva que aponta o futuro dos festejos de Momo na cidade pág. 20

Fotos

Departamento Comercial Lú Palmeira

Publicação e Impressão Gráfica e Editora Mogiana Ltda. CNPJ 04.967.598/0001-43 Rua Mogiana 102 - São José dos Campos - SP

Escritório em Caraguatatuba Rua Ostiano Sandevile 180 Centro - Cep 11660-040 Fone: (12) 3883-9755 - Cel. (12) 9726-8310 cidadesemrevista@bol.com.br www.caraguá.com.br/revista

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3ª. Idade O melhor da vida Eles ainda são os responsáveis pela manutenção de muitos lares, têm alto poder de consumo e influenciam em muitas decisões pág. 28

Pimenta faz mal a saúde? Conheça um pouco mais sobre este ardido tempero e suas variedade pág. 30

E mais Afinal, quem faz a nova Nossa palavra - pág. 5 / Maresia, saiba o que é - pág. 17 / Nada se cria - um administração? Conheça os integrantes do novo ensaio sobre o artista plástico Euzébio - pág. 8 / Ponto Final - Ser secretariado municipal ou Estar, eis a questão - pág. 34. pág. 24


NOSSA PALAVRA

UM POUCO DE TUDO A Revista da Cidade foi criada para democratizar a informação sobre o município em que circula. Sua distribuição gratuita permite que todos, indistintamente, possam ter acesso aos exemplares que são impressos. Nossos parceiros comerciais, através de seus anúncios, rateiam o custo necessário à implantação do projeto. Os que têm acompanhado nossas edições devem ter notado que vimos incluindo anúncios menores de empresas de pequeno e médio portes. É que entendemos que também os pequenos empreendedores devem ter possibilidade de mostrar à população seus produtos e serviços através de anúncios compatíveis com suas possibilidades de investimento em publicidade. O pequeno comércio de hoje pode ser a grande loja do amanhã. Nossa cidade está repleta de exemplos neste sentido. Com a mesma qualidade e criatividade abrimos espaço para que todos possam mostrar seus produtos e confessamos que nos surpreendemos com o potencial destes empreendedores e a qualidade dos produtos e serviços que oferecem, muitos dos quais produzidos de forma artesanal com características exclusivas. A estes nossos novos parceiros nosso reconhecimento pelo muito que representam para o desenvolvimento da cidade.

Nesta edição lançamos uma nova proposta – a da união dos municípios do Litoral Norte com as cidades do Vale Histórico, criando roteiros turísticos diferenciados para os que nos visitam. Seriam as Terras Altas do Litoral onde se incluiria Paraibuna, Natividade da Serra, Redenção da Serra e São Luiz do Paraitinga. Mais opções de lazer, maiores atrativos na união do mar com a montanha. Um bom exemplo do que esta união poderia produzir são os bairros do Pouso Alto, Pouso Altinho e Bairro Alto, freqüência obrigatória para muitos moradores de Caraguá e São Sebastião. Isto sem contar a exploração do Turismo Ecológico pelo fácil acesso que se teria à Mata Atlântica. Outro assunto desta edição é o Carnaval. Está faltando criatividade. Os turistas aproveitam o período para vir para a litoral “descansar”, mas na verdade todos querem se divertir e não temos nada a oferecer. O “Bloco das Piranhas” descambou para uma baixaria que em lugar de atrair, afasta as pessoas. No passado tivemos algumas atrações, fruto do trabalho de abnegados que foram desistindo pela falta de apoio. Ante a suntuosidade do que se faz no Rio e São Paulo, desfile de escolas de samba é um projeto inacessível. A solução é buscar um carnaval alternativo. Foi o que fez Olinda (PE): é o que faz com sucesso São

Luiz do Paraitinga. Talvez a solução fosse escolher um bairro, Massaguaçu, por exemplo, para sediar um projeto inovador, que iria se espalhando pela cidade. Afinal, carnaval não se promove de uma hora para outra. Ao que sabemos, o novo secretário de Turismo pretende dinamizar sua área e quem sabe agora as coisas vão acontecer. Terminado o Carnaval, a cidade voltará a sua rotina, que não será a mesma, já que Caraguatatuba está se transformando num pólo comercial e de negócios, muito mais dinâmico e agitado que a outrora pacata “Princesinha do Litoral”, e neste agito vamos preparar a próxima edição da sua Revista da Cidade - Caraguatatuba, que terá como tema principal os 152 anos de emancipação política do município. Até a próxima. Roberto Espíndola

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Álvaro Alencar Trindade é advogado, militando há vários anos na política municipal. Foi diretor do ERG - Escritório Regional de Governo em 1983/ 1984, vereador nas legislaturas de 1983 a 1988, 1991 a 1992, candidato a vice-prefeito em 1992, na chapa de Jair Nunes (PFL), candidato a prefeito em 2000 (PDT) e 2004 (PMDB) e candidato a vice-prefeito na última eleição na chapa de José Pereira de Aguilar.

RC - Qual a sua visão sobre o momento político no município? AA - Entendo que é preciso dar um tempo. O período eleitoral acirra os ânimos pela disputa do poder, mas a cidade não pode viver permanentemente em clima de disputa. Isto iria paralisar o município e a população sairia perdendo. RC - Isto significa que haverá de sua parte um apoio a nova administração?

É PRECISO DAR UM TEMPO Passada as eleições, talvez a mais tumultuada da história recente de Caraguatatuba, empossado o novo prefeito e vereadores, a cidade vai retomando o seu ritmo político-administrativo normal numa fase de ajustes e incertezas comuns em todas as novas administrações. Quais os rumos que o município irá tomar já que inúmeros questionamentos jurídicos permanecem pendentes de decisão em última instância? Este é o tema desta entrevista.

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AA - De forma nenhuma. Não vamos é nos colocar numa posição de confronto fazendo oposição apenas por fazer. Isto é política menor. Vamos nos manter atentos e vigilantes na defesa dos interesses do município, mas os planos de governo e as ações a serem empreendidas são de competência da nova administração. Temos uma visão diferente sobre as prioridades ou a forma como conduzir a administração, mas isso não significa necessariamente que tudo que será feito vai estar errado. Desde que haja respeito aos direitos do cidadão, da população e honestidade na condução da coisa pública não há porque ser contra, apenas por ser. RC - Qual a sua avaliação destes primeiros dias da administração municipal?


AA - Já disse que é preciso dar um tempo para se fazer uma avaliação. O prefeito Antonio Carlos é um político experiente que já administrou a cidade, conhece os problemas do município e deve estar encontrando dificuldades para formar uma equipe afinada com o seu ritmo de trabalho daí, acredito, a razão da mudança de alguns secretários em tão curto espaço de tempo e a adoção de medidas controvertidas e contestadas para solucionar problemas herdados da administração anterior, mas isso ainda não é um indicador de como será a sua administração. Entendo entretanto que este período administrativo será bem diferente dos anteriores. É possível que não haja tanta visibilidade para suas ações. Os problemas são muito maiores. As carências também e não houve uma continuidade dos planos de governo nem uma transição tranqüila entre as administrações, da mesma forma que os questionamentos jurídicos existentes, queiram ou não, geram um clima de intranqüilidade.

AA - Creio que posso me considerar vitorioso. No início da campanha as pesquisas eleitorais apontavam uma larga vantagem para o candidato Antonio Carlos. Após aceitar a indicação para ser vice do candidato José Aguilar este quadro se reverteu. Chegamos à eleição praticamente empatados. A diferença foi de apenas 1.216 votos ou 2,42% num colégio eleitoral com 65.735 eleitores. Isso significa que metade do eleitorado aceitou nossas propostas demonstrando confiança em nosso trabalho. Isto nos trouxe uma responsabilidade muito maior. Recebemos o apoio de uma parcela significativa da sociedade, em todas as camadas sociais. Pessoas que acreditam que é possível mudar os rumos do desenvolvimento que nos últimos 12 anos só privilegiou um pequeno grupo. O município enriqueceu, a população continuou carente.

RC - Qual a sua opinião sobre estes questionamentos sobre a legitimidade da eleição do prefeito Antonio Carlos e alguns de seus atos praticados nas gestões anteriores?

AA - Política é algo muito dinâmico. Não é possível determinar com antecedência o que vai ou pode acontecer. Eu diria mesmo que política é a arte da conciliação e por isso nada é impossível de acontecer ou deixar de acontecer, mas posso afirmar que estes não são os meus planos. Tenho um projeto político que pretendo pôr em prática, mas é cedo para se falar sobre este assunto. No momento meu foco principal é o meu escritório de advocacia, embora as articulações políticas estejam sempre presentes em minha vida.

AA - Como adversário político é fácil para qualquer um deduzir qual seja a minha opinião. Mas o caso está nas mãos da justiça e cabe a ela decidir. Só após esta decisão será possível determinar o que deve ser feito. Até lá entendo que é preciso tranqüilidade para a administração. No passado já vivemos um período conturbado quando da cassação do ex-prefeito dr. José Bourabeby e a cidade parou e levou muito tempo para retomar o seu desenvolvimento. É preciso aproveitar a lição do passado. RC - Qual a sua avaliação da última eleição municipal?

RC - Este resultado aponta para uma futura dobradinha Aguilar/ Álvaro numa próxima eleição?

RC - Comenta-se que o ex-prefeito Aguilar pretende se candidatar a deputado estadual nas próximas eleições, neste caso terá o seu apoio? AA - Volto a repetir que em política não se pode dizer o que vai ou não

vai acontecer. Inicialmente já temos um problema de fidelidade partidária, sou do PMDB e Aguilar do DEM. Na última eleição apoiei os deputados Jorge Caruso e Benjamim Ribeiro, do PMDB. Até a eleição em 2010 muita água pode rolar embaixo da ponte. RC - E falando em PMDB, como fica sua participação no partido? AA - Estamos desenvolvendo uma ação para fortalecer o partido em nível municipal agregando novas lideranças, valorizando a participação da mulher e da juventude. Nesse sentido nosso projeto é inovador e acreditamos que o PMDB poderá se renovar e crescer muito em Caraguatatuba. RC - Embora tendo perdido várias eleições ainda pretende se candidatar? AA - Ser político é uma vocação. Meu filho Fábio, um adolescente de 16 anos, me acompanha por vontade própria em várias reuniões e já fala em se candidatar a vereador em 2012. O presidente Lula perdeu várias eleições, mas como possuía um projeto, um ideal político, como acreditava em suas idéias, não desistiu e ao se eleger tem se revelado um bom presidente com a aprovação de mais de 70% para o seu governo. Tenho um projeto, tenho um ideal, acredito que posso fazer muito por esta cidade onde me criei, onde constitui família, onde construí a minha vida. Sempre convivi com a nossa gente, conheço suas necessidades, que de certa forma também são minhas, por isso tenho a certeza que poderemos realizar muito, num projeto de administração que valorize o ser humano através da geração de renda que traga dignidade para todos. Mas isto está parecendo até plataforma política e ainda não é chegada a hora.

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Litoral Norte

O PARAISO É AQUI Hugo Léo

Paisagens de rara beleza. Praias que atendem a todos os gostos. A Mata Atlântica que atrai por sua vegetação, fauna, flora, rios e cachoeiras. A alegria de gente bonita que busca o mar e o sol para curtir um corpo bronzeado. Roteiros para passeios inesquecíveis. Cidades históricas a sua volta nas Terras Altas do Litoral. Shows, espetáculos teatrais, arte e artesanato, shoppings, boas compras. Esportes náuticos e radicais, pesca, ilhas paradisíacas, infra-estrutura que garante segurança e conforto aos visitantes. Isto é o Litoral Norte/SP, um paraíso pertinho de você

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O Litoral Norte do Estado de São Paulo é uma das regiões mais bonitas da costa brasileira, disponível e de fácil acesso para os habitantes do Estado e sul de Minas e, em especial, para os moradores do Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira. Nenhuma das famosas praias do Nordeste brasileiro ou do Sul do país é mais bela, mais encantadora ou mais acolhedora que as que encontramos por este recanto da costa paulista. De São Sebastião a Ubatuba, passando por Ilhabela e Caraguatatuba, são 148 praias de diversificadas configurações, selvagens por sua localização ou bravias pelo vai-e-vem ruidoso de suas ondas. Umas planas, outras acidentadas e encravadas em perigosos costões. De mar calmo, badaladas, areia grossa ou fina, até de propriedades medicinais. Boas para a pesca ou para a prática de variadas modalidades esportivas ligadas ao mar. Para o simples descanso com a família ou o agito frenético dos mais jovens. De acesso fácil ou difícil, próximas ou longínquas... Enfim, há praias para todos os gostos e espíritos aventureiros, já que os chamados esportes radicais encontram no litoral, locais extremamente favoráveis para a sua prática, não decepcionando a expectativa dos seus aficionados.


EM TODAS AS ACIDADES EXISTE UMA AVENTURA À SUA ESPERA Ubatuba é especialmente abençoada pela natureza por ostentar 63 praias que a todos atrai por suas belezas. Possui também inúmeras cachoeiras de águas límpidas, dez ilhas e cinco ilhotas, todas com atrativos turísticos diversificados que não deixam a ninguém a menor sensação de terem errado na escolha do local de suas férias. Uma boa alternativa é visitar as ruínas do antigo presídio na Ilha Anchieta, preservado como patrimônio histórico nacional. A visitação monitorada, através de escunas, pode ser feita a partir das praias do Maranduba e Saco da Ribeira. Outra pedida é visitar a Cachoeira da Água Branca, localizada no Parque Estadual da Serra do Mar, com mais de 300 metros de queda d’água, um caminho íngreme que deve ser vencido em cerca de quatro horas com a assistência de monitores capacitados. Caraguatatuba, com 17 praias ao longo dos seus 40 quilômetros de mar, todas muito procuradas pelos visitantes por suas características acolhedoras, é a porta de entrada do Litoral Norte. A “Princesinha do Litoral”, como é conhecida, por situar-se no seu centro geográfico,

serve de base para quem deseja conhecer a região a partir de uma cidade bonita e receptiva ao turismo e que apresenta enorme gama de opções de lazer e entretenimento. A cidade se notabilizou por atrair praticantes do vôo livre e no verão o seu céu se apresenta pontilhado de multicoloridas asas-delta decolando do Morro de Santo Antonio ou pairando serenamente sobre a cidade, para em seguida pousar na praia do centro. Oferece oportunidades para as pessoas testarem a sua coragem, contratando saltos com professores de asa-delta ou de paragliders. Ilhabela, acessível a partir de São Sebastião, é especialmente sedutora. Suas 36 praias são de beleza singular, favoráveis à prática de mergulho de aventura em dezenas de naufrágios ao longo de sua costeira; à prática da vela, esqui aquático, surfe, windsurf, trilhas e mais o que a inventividade humana concebeu para injetar adrenalina diretamente nas veias, os chamados esportes radicais. Nem todas estão acessíveis pelo automóvel comum ante a falta ou precariedade dos seus caminhos, o que, aliás, torna esses locais afastados mais interessantes e protegidos da

ação destruidora humana. O arquipélago de Ilhabela forma-se também pelas ilhas da Vitória, dos Pescadores e dos Búzios, habitadas, e pelos ilhotes da Serraria, Sumítica, das Cabras dos Castelhanos, da Lagoa, da Figueira e das Enchovas. É chamada “A Capital da Vela”. São Sebastião, cidade portuária que abriga um terminal da Petrobras, possui 32 praias espalhadas ao longo da sua extensa costa. É na praia de Meresias, a 30 quilômetros do centro em direção ao sul, que acontece o maior agito do verão. Com cinco quilômetros de fina areia branca e água cristalina, convidativa a um relaxante banho de mar, é o local preferido de personalidades do mundo artístico e da música nacional, e por isso mesmo um ponto de encontro de jovens de todas as idades para momentos de descontração e lazer. É nela onde acontecem grandes campeonatos de surfe, inclusive em etapas internacionais, e apresentação de bandas em suas concorridíssimas casas noturnas. Outras praias de intensa movimentação turística aguardam o visitante, como Barequeçaba, Guaecá e Sahy.

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TERRAS ALTAS DO LITORAL

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ara quem acha que o Litoral Norte somente deve ser visitado pela excelência de suas praias ladeadas pela mata Atlântica, aí vai uma dica de ouro. A partir das cidades praianas também se tem acesso à localidades encravadas na Serra do Mar, distantes apenas alguns quilômetros. O clima amenizado pela altitude e pelo frescor da floresta, principalmente durante as quentes noites de verão, e as inúmeras atrações que apresentam, são um convite à visitação. Algo de que certamente ninguém se arrependerá jamais. Paraibuna, Natividade da Serra, São Luiz do Paraitinga e Redenção da Serra, conhecidas como integrantes do Vale Histórico (Vale do Paraíba), mas que estão sendo denominadas de Terras Altas do Litoral, estão neste circuito que pode ser facilmente explorado simultaneamente por aqueles que desfrutam das delícias do Litoral Norte.

A CAPITAL DO LITORAL NORTE

Por seu desenvolvimento, amplo e variado comércio, opções de lazer, sede de agências de órgãos governamentais, ao longo dos últimos anos Caraguatatuba foi se transformando na Capital do Litoral Norte, atraindo não só turistas como moradores de toda a região, principalmente após o início das obras de instalação da Base de Gás da Petrobras.

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É a mais populosa, movimentada e com maior frota de veículos entre as cidades do Litoral Norte/SP. A partir do centro Caraguá se divide em duas regiões – Sul e Norte. Na Região Sul, em direção a São Sebastião, encontram-se os bairros mais populosos e populares. Já a Região Norte, em direção a Ubatuba, por suas características naturais, com praias de rara beleza e paisagens

dignas de cartão postal, reúne luxuosas residências e condomínios sofisticados como o Costa Verde Tabatinga, Gaivotas, Parque Imperial, Cocanha, entre outros, assim como loteamentos de alto padrão, a exemplo do Costa Nova Residence Club na Praia do Massaguaçu, com 240.000 m2 totalmente cercados e monitorados 24 horas por dia, que vem atraindo investidores e


projetando o nome da cidade no ramo imobiliário de alto padrão. O condomínio Costa Verde - Tabatinga é seguramente o empreendimento de maior requinte em termos de infra-estrutura e instalações de segurança voltadas ao conforto de seus moradores, apresentando residências de alto padrão e beleza somente vistos em filmes e em poucos lugares do continente. Por isso mesmo, é considerado o metro quadrado mais valorizado no Litoral Norte e acessível apenas a pessoas de poder aquisitivo elevado, empresários e artistas de renome. É onde a maior movimentação de luxuosas embarcações acontece, principalmente nos finais de semana prolongados e no verão, existindo marinas ali instaladas para a prestação de serviços aos proprietários, como manutenção e operações de recolha e lançamento de lanchas e iates. Com um pouco de sorte, é possível ao freqüentador encontrar alguma personalidade do mundo artístico em atividades de lazer na praia, petiscando nos quiosques, partindo para alguma aventura em alto-mar ou pelas ilhas e praias que compõem os atrativos da região. Roberto Carlos, Fábio Júnior, Hebe Camargo e outros famosos são donos de mansões no condomínio Costa Verde. Também dignas de registro pela excelente balneabilidade que apresentam são as praias Mococa, Cocanha e a própria praia do bairro Massaguaçu, adornadas com os ilhotes à frente e a Ilha Tamanduá um pouco mais distante, mas acessível através da locação de serviços de barcos no bairro Massaguaçu ou de escunas na Praia Martim de Sá. A Praia Mococa, de águas transparentes e areia alva e de propriedades curativas – tratamento de artrites, inflamações, articulações –, composta de monazítica, é a preferida dos nativos e turistas, possuindo na sua extremidade esquerda um rio calmo, de águas translúcidas, limpas e rasas, excelente para crianças brincarem seguramente e pessoas se banharem para “tirar o sal do corpo” antes de entrar no carro ao retorno. A Praia Cocanha apresenta atividades esportivas e a

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Ilhabela

Os primeiros moradores

sua extensão facilita a caminhada relaxante e descontraída para jovens e idosos, além de uma infra-estrutura de quiosques e barracas, de variadas opções gastronômicas. É recomenda para toda a família, bem diferente da Praia Massaguaçu, em especial na sua extensão sul, considerada praia de tombo, isto é, de formação de grandes ondas, o que facilita a prática do surfe e esportes do gênero, além de ser apreciada como local ideal para a pesca de lançamento, sediando ali campeonatos estaduais e nacionais da modalidade. Aliás, massaguaçu provém do tupi-guarani com o significado de “grande volume de água”. É também nessa região da Praia do Massaguaçu, próxima da costeira,

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onde se acha localizada a famosa Lagoa Azul. Um represamento natural do rio Jetuba dá origem à belíssima paisagem, uma lagoa aprazível em meio ao solo arenoso alvo e fofo, tendo o verde da Mata Atlântica na lateral e à frente o azulprofundo do oceano, puxando para o verde-esmeralda, como molduras especiais talhadas pelas primorosas mãos da natureza. Um pioneiro e bem sucedido projeto de cultivo de mariscos foi implantado em torno dos ilhotes do Massaguaçu pela sua comunidade e hoje, segundo Toninho Caroba, são colhidas cerca de 30 toneladas/ano do produto, o que significa renda para os cultivadores e menos agressão ao ambiente com a captura predatória do mexilhão diretamente nas costeiras. O sucesso do empreendimento é tanto que hoje Caraguá tem no seu calendário oficial de eventos a já tradicional Festa do Mexilhão, abastecida com os produtos frescos ali cultivados.

Pesquisas arqueológicas indicam que pelo menos quatro das ilhas do arquipélago foram habitadas muito antes da chegada dos europeus. Esta conclusão deve-se à descoberta de sítios arqueológicos pré-coloniais denominados “concheiros”, “abrigos sob rocha” e “aldeias indígenas”. Os “concheiros” permitiram aos arqueólogos deduzirem que os primeiros habitantes do arquipélago, os chamados “homens pescadorescoletores do litoral”, não dominavam a agricultura e nem a produção cerâmica, sobrevivendo apenas do que encontravam na natureza, especialmente espécimes marinhos. Não existe ainda datação precisa de nenhum desses “concheiros”; alguns, todavia, supõem serem de até quinhentos anos antes de Cristo. Também foi encontrada na Ilha de São Sebastião grande quantidade de cerâmica indígena da tradição Itararé, possivelmente produzida por indígenas do tronco lingüístico macro-jê.


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AS 148 PRAIAS DO LITORAL NORTE Ubatuba - 63 praias Na região Sul - 35 praias: Praia das Galhetas; Figueira; Ponta Aguda; Lagoa; Praia Brava do Frade ou Simão; Saco das Bananas; Raposa; Caçandoquinha; Caçandoca; do Pulso; Maranduba; Lagoinha; do Oeste; Bonete; Grande do Bonete; Deserta; Fortaleza; Brava da Fortaleza; Vermelha do Sul; Dura; da Barra; Domingas Dias; Lázaro; Sununga; Sete Fontes; Flamenguinho; Flamengo; da Ribeira; Saco da Ribeira; Lamberto; Perequê-Mirim; Santa Rita; Enseada; de Fora; Toninhas. Na região Central – 10 praias: Praia Grande; Tenório; Vermelha do Centro; do Cedro; Itaguá; Iperoig ou do Cruzeiro; do Matarazzo ou do Padre; PerequêAçu; Barra Seca; Saco da Mãe Maria. Na região Norte – 18 praias: Vermelha do Norte; do Alto; Itamambuca; Prainha do Camburi; do Félix; do Lúcio ou Conchas; Prumirim; do Léo; do Meio; Puruba; Praia Justa; Ubatumirim; Almada; Brava da Almada; Fazenda;

Picinguaba; Brava do Camburi; Camburi. Ilhas - 10: Ilha da Maranduba, Anchieta (com seis praias não incluídas na relação), do Mar Virado, do Promirim, dos Porcos, Comprida, das Couves, da Pesca, da Selinha e Rapada. Ilhotes – 5: da Comprida, de Dentro, de Fora, do Promirim, da Carapuça.

Grande; Pitangueiras; Barequeçaba; Guaecá; Brava do Guaecá; ToqueToque Grande; Calhetas; Toque-Toque Pequeno; Santiago; Paúba; Maresias; Brava de Boiçucanga; Boiçucanga; Camburi; da Baleia; Barra do Sahy; Praia Preta da Costa Sul; Juquehy; Barra do Una; Engenho; Juréia; Boracéia.

Caraguatatuba - 17 praias Ilhabela - 36 praias Sul - Praia do Porto Novo; das Flecheiras; do Romance; Palmeiras; Pan Brasil; Indaiá. Centro - Praia do Centro; Camaroeiro. Norte - Praia da Pedra da Freira (ou do Garcez); Prainha; Martim de Sá; Praia Brava; Praia do Capricórnio; Massaguaçu; Cocanha; Mococa; Tabatinga. Ilhas: Tamanduá e Ilhotes do Massaguaçu (dois).

São Sebastião - 32 praias Norte: Praia da Enseada; das Cigarras; Figueira; de São Francisco; Portal da Olaria; Arrastão; Pontal da Cruz; Deserta; do Porto Grande; Centro: Praia do Centro. Sul: Praia Preta;

Praia da Feiticeira, Siriúba, da Vila, Santa Teresa, Barreiros, Curral, do Julião, Portinho, do Veloso, do Viana, Engenho d’Água, Grande, Itaguaçu, Itaquanduba, Garapocaia (Pedra do Sino), Perequê, Saco do Indaiá, Armação, da Caveira, Figueira, Fome, Guanxuma, Pacuíba, Serraria, Enchovas, Indaiaúba, Bonete, do Gato, Jabaquara, do Pinto, Castelhanos, Mansa, Saco do Eustáquio, Saco do Poço, Vermelha, Pedras Miúdas (Ilha das Cabras). Ainda como pontos de visitação: Saco do Sombrio, Ponta Azeda, Ponta do Pequeá, Saco da Capela, Ponta da Cabeçuda.


Maresia Saiba o que é

M

aresia é uma palavra de uso corrente no litoral e serve de designação para casas de comércio, empresas, bairros e até para identificar uma badalada praia de São Sebastião freqüentada por gente famosa. Mas afinal, o que é maresia? Maresia tem a sua denominação ligada a um fenômeno da natureza e a um odor típico do mar, principalmente em regiões alagadas e pantanosas. É aquela névoa fina e

úmida que paira sobre a orla marítima, mais intensa e visível em determinados dias do ano. É, por assim dizer, um “spray” formado por bilhões de gotículas de água do mar que sobem ao ar e se espalham com a agitação proveniente da ação dos ventos e pela arrebentação nas praias. O “cheiro de maresia”, mais intenso em pântanos e áreas alagadiças, é provocado pelas impurezas da água do mar, que na realidade é um “caldo” com um pouco de tudo.

Principalmente sódio (sal), que espalhado pela ação dos ventos causa o “efeito maresia”, enferrujando carros, portões de ferro, rachando vigas de concreto, causando danos, enfim, em tudo que se encontra exposto na orla marítima, já que a umidade intensa aliada às altas temperaturas normais no litoral, favorecem também ao crescimento do mofo, criando o ambiente ideal para a proliferação de fungos e bolores, que exigem um trabalho de limpeza constante


Mosaico Cultural Por Rafaella Biagi

No dia 20 de janeiro Caraguatatuba reuniu suas mais diferentes peças e, formando uma só figura, foi palco de seu primeiro festival de musica independente: Mosaico Cultural. Mesmo com muita chuva, o evento abrigou cerca de 200 pessoas e contou com quatro horas de show Idealizado pelo historiador e músico Emerson Oliveira (Vheda) e elaborado juntamente com integrantes das bandas envolvidas, o festival que antes seria realizado no Teatro Mário Covas abrigou-se na arena do Super Verão Caraguá. A mudança, não somente de local, mas também de data, somente duas semanas antes de sua realização, foi devida a questões pertinentes a espaço e estrutura. Para os organizadores, essas mudanças foram os maiores desafios encontrados, pois ocorreram junto às mudanças administrativas. “Tivemos que refazer todo marketing em um curto intervalo de tempo”, observa Emerson. Para Júnior Magresco, Diretor de Cultura da Fundacc, o Teatro seria limitador. “Por se tratar de um festival de rock, o Teatro não comportaria o evento” diz. Não pelo público, mas para garantir maior acessibilidade, liberdade, melhores equipamentos e profissionais, além de maior visibilidade. Não deu outra. A estrutura foi ampliada e o festival garantiu, tanto aos profissionais envolvidos como ao público, uma qualidade superior à esperada. Para Kleber Amorim, baterista das bandas Amplitude Valvulada e Gaijin Sentai, a mudança veio a acrescentar, dando maiores proporções ao festival e oportunidade de divulgar os projetos envolvidos.

Bandas participantes Foram cinco as bandas envolvidas, cada uma com o seu estilo totalmente particular. Amplitude Valvulada, de blues e rockabilly, dando nova cara ao blues nacional; Flores de Outrora, banda de power pop/rock com essência hardcore; Vheda, rock com

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Apoio e Incentivo influências árabes, norteamericanas e brasileiras; Gaijin Sentai, rock inspirado na cultura oriental e grandes temas de anime; e Fufi, banda de estilo pouco comum influenciado principalmente por jazz, reggae, soul e rock. Cada uma com suas particularidades, propósitos, sonoridades e estilos. Todas relembrando que somente com a era digital o mundo underground começou a borbulhar, ganhar

visibilidade e espaço na mídia e festivais de música independente começaram a eclodir pelo mundo todo na esteira dessa democratização. Trabalhando de forma independente, sem selo de gravadoras e grandes patrocinadores, as bandas desse cenário indie contam com a internet como principal aliada. Por meio de sites, como o MySpace e PureVolume, é possível a popularização de suas músicas e agenda de shows, além da maior irradiação.

Com o apoio da Fundacc - Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba, a iniciativa ganhou peso e espaço dentro dos míseros 42,1% de municípios que fazem da cultura parte de seu desenho de políticas públicas. Segundo Emerson, o apoio foi conquistado com a apresentação do projeto no Teatro Mario Covas. “Realmente fiquei espantado com a recepção positiva do projeto, uma vez que eventos voltados ao rock são geralmente marginalizados.”

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Quatro dias feitos só de alegria Um Carnaval que se transforma O Carnaval de 2009 aí está. No dia 21 de fevereiro começa a grande festa e a cidade está preparada para receber os turistas e veranistas que irão descer a serra para curtir o feriadão com muita alegria e descontração. A agitação em suas praças e ruas, ao som de bandas e de muita música eletrônica, irá ganhar as noites e avançar pelas madrugadas, como vem acontecendo ao longo dos anos

E

mbora haja certa resistência em aceitar a música eletrônica como uma espécie de modernidade aplicada à data máxima da folia, a verdade é que o Carnaval de hoje, à sua maneira, marca sua presença na cidade e arregimenta um sem-número de pessoas decididas a se divertir de todas as formas a que têm direito. O país mudou. A cidade e as pessoas também. Por que o Carnaval teria de permanecer intocado? É preciso, pois, entender e aceitar com naturalidade os mecanismos que lentamente vão transformando os hábitos e as formas de expressar aqueles momentos de explosão e euforia que as pessoas, principalmente os mais jovens,

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experimentam nesta época. Afinal, Carnaval são só quatro dias em que a palavra de ordem é brincar ao máximo. Um dia, o Carnaval que se curte hoje também será lembrado com muitas saudades como o melhor dos carnavais.

Carnaval de hoje e de ontem A secretaria de Turismo promove o Carnaval de Hoje, na Praça de Eventos, com a apresentação de bandas e som eletrônico. O samba ou as marchinhas tradicionais nos carnavais nem sempre são a pedida ideal em tempos de internet de banda larga, havendo muito axé music, pagodes e outras “novidades” introduzidas na maior festa popular

brasileira. Uns recebem essa nova forma de curtir o Carnaval com naturalidade, em especial os mais jovens; todavia, há os que entendam que isso desvirtua a tradição e ofende a majestosa figura do verdadeiro Momo, que jamais teve uma conta de e-mail e pouco conhecia a respeito da Aids. Para contemplar a todos os gostos, a Fundação Cultural de Caraguatatuba, a Fundacc, organiza e apresenta todos os anos na Praça Cândido Mota o chamado Carnaval de Antigamente. Este sim, composto das marchinhas, samba e de muito frevo, os mesmos que sacudiram as avenidas e salões daqueles carnavais que o tempo jamais conseguirá apagar.


Blocos carnavalescos, eles voltaram! O Carnaval deste ano passou por um processo de reestruturação. É o que garante Erzuíla de Araújo Souza, ou dona Zú, presidente da liga das entidades carnavalescas de Caraguatatuba, a Lencac. Depois de terem desaparecido por três longos anos, os blocos de rua voltam a integrar a programação da festividade de Momo. Uma das maneiras diferentes de encarar a folia, dentro desse processo de reestruturação, foi vincular a festa a um trabalho social, procurando ajudar as pessoas carentes das comunidades afastadas do município através da conscientização dos integrantes dos blocos carnavalescos para essa realidade vivida na cidade. Além de adiantar o caráter social nesta nova maneira de praticar o Carnaval, dona Zú dá a dica de alguns dos blocos que irão desfilar neste ano de 2009. O Unidos do Samba e Lobão Alegria do Carnaval são dois deles, já com sambasenredo definidos. O tradicional Máscara Negra e as Melindrosas & Malandros também têm presença garantida para alegrar os foliões, ao som de antigas marchinhas carnavalescas. Cada bloco conta cerca de 120 componentes, entre passistas e bateria.

Zenaide, a favorita da avenida REVISTA DA CIDADE Caraguatatuba

Zenaide e Leonor na Tubarão

Houve um tempo em que a maior a atração do Carnaval de Caraguatatuba eram os desfile de Blocos Carnavalescos e Escolas de Samba na avenida da praia, onde brilhava como

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estrela-maior Zenaide Conceição, a porta-bandeira que, com seus passos e reverências, encantava as pessoas e recebia aplausos dos que se postavam na avenida para assistir aos desfiles. Zenaide, que ainda vive em Caraguá, cidade que adotou como sua, desfilou pela primeira vez em 77, inaugurando a primeira Escola de Samba Tubarão, que se tornou famosa com o correr dos anos. Desfilou também pela Escola de Samba Bexiga, do Porto Novo, Acadêmicos de Caraguá e Nova Peruche, do Poiares, sempre como porta-bandeira. Mais tarde foi eleita Imperatriz do Samba, numa justa homenagem pela sua participação nos carnavais de nossa cidade. Tempo que deixou saudades, quando mestre Dionísio comandava a bateria e dona Leonor era a presidente da Tubarão, lutando com todas as suas forças para conseguir fundos a fim de pôr a Escola de Samba na avenida. Gente que já se foi, marcando sua presença na história de nosso Carnaval. Gente que aí está, para contar as alegrias e glórias do passado.

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Onde estão as nossas escolas de samba?

A empolgação do Carnaval durou de 1976 a 1999. E tudo terminou por causa da falta de união dos presidentes das escolas e blocos. Com isso o Carnaval foi perdendo o fôlego e não conseguiu resistir. O desânimo tomou conta e a alegria deu lugar a tristeza” Zenaide a imperatriz do samba.

Dona Zú deu a notícia de que os desfiles de blocos carnavalescos voltam a acontecer neste Carnaval de 2009, depois de desaparecidos por vários anos. A notícia é muito boa e não cabe aqui perscrutar os motivos do sumiço, pois o que vale é o fato de a alegria ter voltado a reinar em nossas ruas. Os carnavais que não voltam mais... Não podemos dizer com certeza se o Carnaval de outros tempos era melhor. Diferente talvez seja o termo adequado. Mais gostoso, mais ingênuo, com certeza. Talvez até não tão


ingênuo como se pode a princípio imaginar. Era uma época especial, a cidade cheia, vida mais regrada, rostos amigos; sem Aids, aparentemente. Eram tempos de se entregar a grandes paixões movidos talvez pela certa dose de tolerância que o senhor Momo permitia e ainda permite a todos os seus súditos durante o seu reinado. Tempos, pois, de se ganharem e de se perderem amores. Caraguá tinha um bom Carnaval de rua, é verdade. Era o mestre Dionísio encantando a todos com a sua inesquecível Escola de Samba Tubarão, que marcou época, com imensa massa popular a acompanhar cada evolução e blocos carnavalescos que se exibiam. O Carnaval de rua talvez fosse a expressão máxima da folia, mas havia outras boas opções, buscadas por aqueles que desejavam cair na folia de corpo e alma e até o sol raiar. Eram os grandes bailes de salão, patrocinados pelo Náutico Clube das Palmeiras, Recanto Ana, Clube XV de Novembro, pelo Caraguá Clube. Ficavam totalmente lotados, as pessoas se comprimindo, suadas, alegres. Embora fossem poucos os veículos na cidade, mal se encontrava lugar para estacionar. Anos setentas, sempre eles... Pessoas estimadas e folclóricas da cidade marcavam sua presença praticamente em todos os carnavais, com sua brincadeira contagiante, inocen-

te, e seu modo especial de irradiar alegria, levando todos à descontração que os momentos festivos recomendavam. É o caso do popular Chico Tanque, até hoje um folião de primeiríssima linha. Costumava fantasiar-se de mulher e postar-se nas proximidades do então Bar Uai, na esquina da Santa Cruz com a Altino Arantes, literalmente azucrinando a todos que por ali passavam. Com pouca ou nenhuma vergonha, o Chico “pentelhava” até as mais sisudas das senhoras ou dos senhores que passavam, para a alegria incontida dos que assistiam àquelas cenas hilariantes, principalmente a criançada, que se enfrentavam em intermináveis batalhas de jatos d’água, confete, serpentina, espirrador às mãos. Os carnavais de tempos passados eram assim, de pura diversão e fantasias. Hoje, na sua versão 2009, Caraguá apresenta um Carnaval só de ruas e praças e certamente sem a intensida-

Integrante do Bloco das Piranhas

de daqueles d’outrora. A grande festa popular acontece na Praça de Eventos, que fica tomada de foliões, ao som potente de bandas, que aturdem, mas que têm o mérito de não deixar ninguém parado. Os bailes de salão são apenas boas recordações e a tradição agora reside no desfile de blocos, como o já consagrado e irreverente “Bloco das Piranhas”, composto de rapazes e senhores travestidos de mulher, sempre alegres, ruidosos, mas não necessariamente coloridos. Alguns bairros contribuem com a folia, como o Massaguaçu, com o seu bloco “Devotos da Cheirosa”, que garante a animação na zona norte. Antes que pensem mal, é bom dizer que “cheirosa” é uma bebida preparada com aguardente e ervas, com que os integrantes do bloco aquecem o sangue antes de caírem na folia.

O bloco das Piranhas No princípio era só o Chico Tanque que, travestido de mulher, se postava na esquina da rua Altino Arantes com a Santa Cruz, para se divertir, parando os carros e atraindo a atenção de todos que passavam pelo local; foi a piranha número um. Depois o Airam, do Hotel Guanabara, encampou a idéia e com um grupo de amigos passou a desfilar pela cidade também devidamente “apiranhados”. Nascia uma das atrações carnavalescas de Caraguatatuba, sucesso até hoje, que a cada ano atrai mais participantes, que se divertem animando o sábado de Carnaval. REVISTA DA CIDADE Caraguatatuba

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Secretariado:

Rafaela Biaggi

Afinal, quem faz a nova administração? Novo ano, nova administração, novos desafios e expectativas. Novos secretários. A cidade muda de cores, de rostos e de ares. Mas afinal, quem são aqueles que dentro de um cargo de grande importância e complexidade atenderão as necessidades de nosso município em seus aspectos práticos? Dada a complexidade do trabalho a ser desenvolvido, em menos de dois meses de administração alguns secretários já foram substituídos para estabelecer maior coesão entre a equipe e unidade de visão administrativa. Eis o secretariado municipal.

NEGÓCIOS JURÍDICOS

CHEFIA DE GABINETE Maria Regina Rapoli Corrêa, advogada formada pela Universidade Braz Cubas de Moji das Cruzes. Natural de São Paulo, já está há 18 anos em Caraguatatuba exercendo sua atividade profissional. Foi secretária de comunicação, vice-presidente e presidente da OAB tendo deixado o cargo para assumir a função de Procuradora Assistente Fiscal da Prefeitura, tendo sido convidada pelo prefeito Antonio Carlos para assumir a Chefia de Gabinete, em substituição a Campos Junior que assumiu a Secretaria do Meio Ambiente.

PLANEJAMENTO, ECONOMIA E GESTÃO Felipe Augusto, 32 anos, é bacharel em Direito pós-graduado em Direito Administrativo pela PUCSP. Foi assessor técnico do gabinete do prefeito José Serra em sua gestão em 2005 e assessor especial na presidência da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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O novo secretário Jurídico, Luiz Gustavo Matos de Oliveira, tem 31 anos e é advogado formado pela Unitau, pós-graduado em Direito Empresarial em São José dos Campos pelo Instituto Nacional de PósGraduação.

ADMINISTRAÇÃO Silvio Tavares de Andrade tem 49 anos e é administrador de empresas com 35 anos de trabalho em empresas privadas e, por 10 anos, Diretor Administrativo do Grupo Serveng.

TURISMO George Hilf de Moraes tem 57 anos, é engenheiro civil. Natural do Rio de Janeiro, foi criado em São José dos Campos e adquiriu seu empreendedorismo e experiência na área de Turismo através de suas viagens pelo Brasil e pelo exterior. Com um currículo notável - que inclui mestrado em Administração de Contratos e extensão um Marketing, Finanças e Turismo nos Estados Unidos - e grande bagagem profissional, está em Caraguá desde 2000 e fez parte do Contur - Conselho do Turismo da cidade.

FAZENDA O novo secretário da fazenda, Eugênio Augusto Dell’Angolo, é economista e possui experiência no mercado de iniciativa privada na área de comércio exterior e financeira, tanto internacional como nacional.


OBRAS PÚBLICAS

Gilson Mendes de Souza, 52 anos, é formado pela Faculdade de Engenharia de São José dos Campos. Já trabalhou na Sabesp Cia Saneamento Básico do Estado de são Paulo e já foi secretário de Obras da prefeitura de Caraguá.

URBANISMO

SERVIÇOS PÚBLICOS Lúcio Fernandes, 59 anos, foi presidente e fundador do MDB - Movimento Democrático Brasileiro, presidente do PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro e do PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira. Vereador por quatro mandatos, foi também presidente da Câmara Municipal e assessor legislativo e secretário da Habitação no governo Antonio Carlos.

SAÚDE José Carlos Moscoso da costa, 48 anos, é médico, com formação em Residência Médica em Ginecologia Obstetrícia no Hospital do Servidor Público Municipal e especialização em Administração e Planejamento de Serviços Públicos de Saúde.

ASSISTÊNCIA SOCIAL COMUNICAÇÃO

Engenheiro Civil pós-graduado em Engenharia Sanitária e Ambiental, Laercio Andrade dos Santos, 58 anos, foi gerente da Sabesp em Adamantina, Presidente Prudente, Santos, São José dos Campos, Hortolândia e em Lorena e já se candidatou a prefeito pelo PSDB de Guaratinguetá.

André José Procópio de Arruda, 46 anos, paulistano, é publicitário e reside em Caraguatatuba há 12 anos. Foi assessor parlamentar do deputado estadual Antonio Carlos durante dois anos e, de 2001 a 2004, assessor de comunicação social.

Maria Cecília de Mesquita Sottano, 56 anos, é advogada desde 1974. Administradora de empresas. É também voluntária em serviços sociais.

ESPORTES Mário Luiz da Silva, 45 anos, é professor de Educação Física formado pela Unitau e foi fundador presidente da Associação dos Professores de Educação Física de Caraguatatuba, em 1998. Funcionário púbico estatuário da secretaria de Educação e da secretaria de Esportes desde 1994, estuda Gestão Pública e foi - até 2008 - presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Caraguatatuba.

FUNDACC EDUCAÇÃO Formado em Letras e em Pedagogia, com pós-graduação em Literatura e Língua Portuguesa e Metodologia de Ensino, Laércio Albarici, 62 anos, foi, além de professor e diretor de escola, Dirigente Regional de Ensino na diretoria de Caraguatatuba e membro do Conselho Estadual por dois anos.

Eloiza A. Andrade Antunes de Oliveira, 61 anos, é professora e bacharel em Direito. Lecionou por muitos anos em Caraguatatuba e nos últimos anos atuou na área cultural, como presidente da Fundacc e assessorando o deputado Antonio Carlos na Assembléia Legislativa.

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QUEM TEM MEDO DA VERDADE? Com independência e liberdade de expressão, J.R.Forlim noticia e comenta os principais fatos que afetam o nosso dia a dia no seu Jornal Regional da Caraguá FM

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P

olêmico, sem medo de emitir sua opinião, J.R.Forlim tornou-se um marco para o jornalismo radiofônico de Caraguatatuba. Comandou por muitos anos através da Rádio Oceânica o programa “A Cidade se Comunica”, audiência obrigatória de todas as manhãs à sua época, discutindo os problemas da cidade de forma objetiva, intercalando os comentários e notícias com muita música e variedades, num show que se tornou líder de audiência. Agora, na Caraguá FM, Forlim apresenta o Jornal Regional, sintonizado todas as manhãs por aqueles que desejam se manter bem informados. Natural de Botucatu, iniciou sua carreira aos 16 anos na Rádio Municipalista. Em 1972 desceu a serra para conhecer Caraguá e resolveu ficar sendo contratado pela antiga Rádio Oceânica, quando ainda era de propriedade de Carlos Rodrigues. Sete anos depois resolveu “ganhar o mundo” e foi para o Rio de Janeiro onde trabalhou na Rádio Mundial. Vindo visitar amigos em Caraguá, bateu a saudade e Forlim decidiu: “Aqui é o meu lugar”. Voltou retomando sua carreira de conquistas. Como radialista realizou inúmeras promoções de sucesso, como o “Bebê do Ano”, a “Festa de São Cristóvão”, a “Corrida Ciclística São Sebastião - Caraguá”, grandes atrações para a população à época. Com mais de trinta e cinco anos de rádio e muita experiência, na Caraguá FM tem total liberdade de expressão, embora por vezes enfrente problemas. Os detentores do poder ou de privilégios gostam de ser elogiados em suas ações e empreendimentos, porém, jamais criticados, e o jornalismo independente é alvo de todo tipo de pressões. Sempre foi assim, e por isso os jornalistas que não se deixam intimidar ganham notoriedade. J.R. Forlim diz o que pensa porque pensa o que diz, sendo respeitado por suas opiniões e pelo modo como conduz os programas que apresenta. Apesar de já se considerar um caiçara, Forlim continua fiel as suas origens interioranas. Sua paixão são os cavalos e sempre que pode vai para o seu sítio do Pouso Alto desfrutar da simplicidade da vida na roça. Não bebe uma gota de álcool, mas mesmo assim cultiva cana e na sua propriedade produz uma deliciosa pinga, a Cachaça do Forlim, que está ficando famosa por sua pureza e paladar suave. Como nos disse durante a entrevista, J.R. Forlim é um homem feliz: “Pra que mais? Sou um homem realizado”.


Terceira Idade

O MELHOR DA VIDA O mundo moderno com os avanços da ciência médica, as descobertas e conhecimento do funcionamento do corpo humano e suas necessidades, além da alta tecnologia disponível em todos os campos do conhecimento, estão permitindo um aumento da expectativa de vida que em muitas regiões do planeta ultrapassa os 90 anos. O mais importante é que o envelhecimento ocorra com qualidade de vida, mantendo em atividade esta população integrada à sociedade, conquistando direitos e deveres com liberdade de ação, inclusive no campo afetivo. Some-se a isso a experiência e o conhecimento adquiridos ao longo da existência e teremos o melhor da vida apara aqueles que alcançam a longevidade. A partir desta edição estaremos dedicando periodicamente um espaço para a Terceira Idade, que já representa mais de 8% da população do Litoral Norte, aberto para a participação de todos.

TEMPORADA DE VERÃO - SINÔNIMO DE TRABALHO E ALEGRIA Como todos que moram na praia, também para nós, da Terceira Idade, temporada de verão é sinônimo de trabalho, que enfrentamos com alegria e satisfação pelo prazer que nos proporciona. O reboliço causado pela chegada dos filhos, e principalmente dos netos, encheram a casa de movimento e alegria interrompendo a costumeira rotina. Vieram também os “velhos amigos” para matar as saudades e os novos que aceitaram o convite para conhecer o modo de vida da “Terceira Idade” na nossa cidade. Desdobramo-nos para satisfazer as necessidades materiais dos visitantes saindo pela manhã, bem cedinho, para as compras, evitando assim, com alguma sorte, as filas que se formavam nas padarias, supermercados e peixarias.

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Com muito esmero preparamos pratos típicos, usando peixes e frutos do mar para amigos e parentes, mas também os levamos para conhecer as iguarias que se preparam nos festivais gastronômicos desta época. Para variar aconteceram algumas “churrascadas” que diminuíram sensivelmente nossos estoques de cerveja. A superlotação da cidade não impediu que acompanhássemos os visitantes à praia onde havia diversão para todas as faixas etárias. Mas podemos observar também os ciclistas que ignoravam as ciclovias, desrespeitando todas as regras de trânsito, colocando em risco os pedestres. Em contrapartida algumas pessoas mais distraídas usavam estas faixas para passear com seus cãezinhos de estimação.

Não era só na praia que havia possibilidade de entretenimento. Os festivais, as exposições, as apresentações folclóricas, musicais e teatrais, incluindo-se aí a queima de fogos na passagem do ano, tudo contribuiu para satisfazer turistas e moradores. Com o início das aulas e o fim das férias, algumas coletivas por causa da crise, constatamos que este convívio intenso com os mais jovens que bagunçaram nossa rotina e muitas vezes chegaram a tirar-nos do sério, apesar de tudo, deixaram-nos revigorados e rejuvenescidos, mais dispostos a sair para novas atividades ou reiniciar as já praticadas anteriormente. Vera Welz


O PODER DA TERCEIRA IDADE Idosos brasileiros formam um grupo de 15 milhões de consumidores mal atendidos

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les não se enquadram em estereótipos de vovós que praticam esportes radicais nem de velhinhos abandonados em asilos. Os idosos brasileiros formam um grupo muito heterogêneo de 15 milhões de consumidores (14% da população adulta), que deve chegar a 30 milhões de pessoas até 2020, a maioria mulheres com uma renda que soma R$ 7,5 bilhões ao mês, o dobro da média nacional, e que tem muito mais poder de influenciar hábitos de consumo nas famílias do que se imagina. Estas são algumas das principais conclusões de uma pesquisa inédita no Brasil sobre o perfil da Terceira Idade, o Panorama da Maturidade, que acaba de ser concluída pela Idicator Gfk após dois anos de trabalho. Os dados levantados mexem com a imagem tradicional dos velhinhos e revelam que:

4. Entre as atividades que fazem dentro de casa vem em primeiro lugar o assistir televisão, 87% dos entrevistados, e 59% o ouvir rádio. A leitura de jornais e revistas está entre as atividades mais freqüentes.

6. 45% têm plano de saúde.

5. As maiores despesas dos idosos são com o supermercado, 24% do total dos gastos. Em seguida vêm os planos de saúde, 9%; luz e telefone representam 6%. Nas despesas pessoais, a compra de remédios tem o maior peso, 10%; em seguida vêm as viagens com 5% do orçamento. Mais da metade desses idosos fez ao menos uma viagem no último ano.

Estes dados revelam a participação ativa da Terceira Idade em nossa sociedade que ainda não foi devidamente considerada por alguns setores sociais,que ainda vêm os idosos por ângulos estereotipados do passado, totalmente em desacordo com a realidade dos dias atuais.

7. Nesta pesquisa, um dos problemas levantados pelos entrevistados na hora das compras é a dificuldade de ler rótulos.

Fonte: Revista Meio & Mensagem.

1. Eles são responsáveis pela manutenção de 25% dos lares nacionais, ou seja, 47 milhões de domicílios. 2. A renda mensal dessa parcela da população é de R$ 866, e de cada 100 entrevistados 68 declararam ser responsáveis pelas decisões de compra da família. 3. As entrevistas revelaram também que os idosos têm um caráter fortíssimo de formadores de opinião e geralmente cuidam dos netos para que os filhos possam trabalhar, influenciando assim toda a família.

POPULAÇÃO DE IDOSOS NO LITORAL NORTE Segundo dados de 2008 da Fundação Sead é a seguinte a população de idosos nas cidades do Litoral Norte/SP.

População

% de idosos com 60 anos ou mais

Caraguatatuba Ilhabela

90.302 hab. 26.881 hab.

9,45% 7,65%

São Sebastião Ubatuba Total

69.772 hab. 82.257 hab. 269.212 hab.

7,89% 7,42% 8,12% - média

Cidade

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PIMENTA FAZ BEM OU MAL À SAÚDE?

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om o avanço das pesquisas no campo da alimentação, uma série de “verdades absolutas” foram perdendo sua credibilidade e muitos alimentos, pela sabedoria popular considerados prejudiciais à saúde, revelaram-se, ao contrário, possuidores de propriedades que auxiliam o corpo humano a manter-se saudável. É o caso da pimenta, um alimento culturalmente tido como “um veneno”, principalmente para os portadores de hemorróidas, gastrite e hipertensão, cujo consumo vem revelando uma série de benefícios para a saúde. Segundo especialistas, a pimenta não só pode como deve ser consumida por todos os brasileiros. As pesquisas indicam que a pimenta tem três vezes mais vitamina C do que

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a laranja e pode atuar como descongestionante nasal. Além disso, a capsaicina, substância encontrada em grande quantidade nas sementes das pimentas vermelhas, tem se mostrado eficiente para combater o câncer de mama, de próstata, catarata, diabetes e mal de Alzheimer. Responsável pela sensação de ardor provocada pela pimenta, ao ativar receptores sensíveis na língua, a capsaicina tem também efeito antiinflamatório, antioxidante, e capacidade de liberar endorfina. Diante da sensação de que a boca está “pegando fogo”, o cérebro recebe o estímulo de apagá-lo, liberando a endorfina, que causa um estado de bem-estar e faz da pimenta um alimento aconselhável para quem tem enxaqueca ou dores de cabeça

crônicas. Pode-se dizer que ela engana o cérebro, simulando um fogo que não existe e com isso o organismo produz uma substância benéfica à saúde, inclusive nos casos de depressão. Vale salientar que a salivação, transpiração e o rosto vermelho, provocados pela vasodilatação causada pela pimenta, são, na verdade, uma defesa do organismo e nenhum dano físico pode ser causado por estes sintomas e, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, ela não provoca gastrite e por isso não faz mal para o estômago. Para as pessoas que já sofrem de gastrite, a pimenta tem efeito semelhante ao suco de laranja, refrigerantes à base de cola ou abacaxi, por isso deve ser consumida com moderação. É bom lembrar que existem vários tipos de pimenta, desde a pimenta-do-reino, fraca e suave, até a abanero, mais forte e de maior sensação de ardor. Para as pessoas que sofrem de hemorróidas, doença causada por sedentarismo, ingestão de gorduras e problemas cardiovasculares, o uso da pimenta também não está proibido. O que os médicos recomendam é um consumo moderado, valendo o mesmo alerta para os hipertensos. Em resumo, pimenta não faz mal à saúde. Ao contrario, produz efeitos benéficos para o organismo, realçando ainda o sabor dos alimentos, desde que consumida com moderação. Fonte de consulta: Dra. Daniela Fialho, Nutricionista


AS PIMENTAS MAIS POPULARES Não é por acaso que, na época das grandes navegações, a pimenta tinha o seu peso pago em ouro. Esta especiaria é realmente uma preciosidade que dá aos pratos um toque quase que indispensável. Ela sabe valorizar os alimentos sem roubar a cena. Conheça agora as variedades mais populares.

PimentaBiquinho Muito encontrada em Minas Gerais. Existem dois tipos: a picante e a doce. Servem como um bom petisco e acompanham saladas, pratos e sobremesas.

Pimenta-Caiena Apesar do nome e da semelhança não é propriamente uma pimenta. Encontrada seca e em pó, de sabor forte e ardido, é preparada com vários tipos de pimenta como a malagueta, a dedo-de-moça ou a parir de um pimentão muito picante que cresce na zona de Caiena, na Guiana Francesa, ao norte do Brasil. Deve ser empregada com moderação. Indicada para molhos, mariscos, frutos do mar, sopas de peixe, alguns tipos de legumes, misturas de queijos, aves, carne de porco, lingüiça e salames.

Pimenta-Calabresa Este tipo de pimenta é a semente seca de pimentas vermelhas, especialmente a malagueta e a dedo-demoça. É adicionada em alimentos já prontos. Muito picante deve ser usada com moderação. Perfeita para molhos de massa e embutidos.

Pimenta-Cumarim Pequena, muito picante e ligeiramente amarga, com pouco aroma. Geralmente é vendida fresca e muito usada em conservas.

Pimenta-Cambuci ou chapéu-de-frade Está mais para pimentão do que para uma pimenta. É usada como legume por não possuir ardência, refogada ou recheada com carne. Pode ser vermelha ou verde, sendo esta última mais facilmente encontrada em supermercados e feiras.

Pimenta-da-Jamaica Esta pimenta é diferente de todas as demais. Possui um sabor de cravo, canela e noz moscada ao mesmo tempo. É um grão com o dobro do tamanho da pimenta-do-reino e da mesma coloração. Saborosíssima, tempera carnes, tortas e patês, ideal também para pães, bolos e doces.

Pimenta-Bode Frutas arredondadas e achatadas nas cores vermelha, laranja ou amarelo.

Pimenta-de-cheiro É a pimenta típica da culinária baiana e nordestina. Tem o formato de pequenas bolas vermelhas, laranjas e amarelas, podendo ser encontradas frescas ou em conserva. É muito saborosa, embora forte e picante. A pimenta-bode e a chora-menino são tipos de pimentade-cheiro. Combina com moquecas, carnes brancas e caldinhos.

Pimenta dedo-de-moça ou chifre-de-veado Uma das mais populares no Brasil, de fruto fino, alongado e vermelho, esta pimenta é ideal para ser usada diretamente no alimento, picada ou inteira. De sabor mais suave que a malagueta e ligeiramente mais picante que a jalapeño. REVISTA DA CIDADE Caraguatatuba

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Pimenta-de-mesa É uma espécie muito usada para ornamentar, pois fica muito bonita quando cultivada em vasos. Possui frutos vermelhos, que podem ser ovalados, cônicos ou eretos.

Pimenta-Jalapeño De aroma marcante e cores verdeescuro ou vermelho, é uma das mais populares no México e Estados Unidos. As sementes são suaves e as bagas picantes. É utilizada em vários molhos para tacos e burritos. Quando seca e defumada, é conhecida como Chipotle, um tipo de chili com sabor levemente adocicado.

Pimenta-Rosa Não pertence à família das pimentas, embora use o nome. Do bago da aroeira, é vermelha, crocante, suave e adocicada. Muito utilizada na França e valorizada pelos chefs. Serve para inúmeras receitas, inclusive para queijos cremosos, molho para carnes brancas, saladas e sobremesas exóticas.

Pimenta-mata-frade Originária da região amazônica, pequena, arredondada e com alto teor de ardência. Se destaca por sua cor violeta.

Pimenta-do-Reino É usada de diversas formas: verde, colhida antes de amadurecer, bem tenra, conservada no óleo ou no vinagre, é a mais perfumada; a negra, colhida antes de as bagas estarem completamente maduras, ao secar conserva a polpa e escurece; a pimenta branca, colhida madura e sem a polpa é mais fina, suave e aromática que a negra. A negra e a branca são encontradas em grãos inteiros ou moídos. São muito empregadas em carnes, saladas, molhos, sopas, peixes, batatas, maioneses, entre outros pratos.

Pimenta-Malagueta Muito comum no Brasil, é usada fresca, curtida, seca e em molhos. Bastante ardida e pouco aromática, é indicada para pratos do dia-a-dia e indispensável em comidas afrobrasileiras da Bahia. Deve ser usada com bastante cautela já que pode sobressair ao próprio gosto da comida. O tempero feito com essa pimenta é conhecido como piripiri.

Pimenta-dos-negros ou pimenta-da-costa ou ainda pimenta-da-guiné Esta pimenta, originária de diversos países africanos, chegou até nós através dos escravos. Muito usada nas cozinhas baianas e indígenas. É muito semelhante à pimenta-doreino. Apesar de ser uma das mais baratas não é encontrada com facilidade.

Pimenta-Habanero Em forma de lanterna, considerada a mais forte de todas as pimentas, é usada fresca, seca ou em molhos, sempre bem diluída.

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Pimenta-Tabasco Da família da malagueta, dela é feito o molho de pimenta mais vendido no mundo.

Pimenta-vermelha ou pimentinha

Pimenta-Murupi De frutos alongados, pode ser verde ou, quando madura, amarela pálida. Curtida na forma tradicional ou no tucupi (molho amarelo, consumido na Amazônia), é muito utilizada na região Norte. Considerada uma das pimentas mais saborosas e com maior teor de ardência do Brasil.

São encontradas secas, frescas, moídas ou em conservas. Em geral quanto menores os grãos, mais ardidas. É a pimenta mais usada no Brasil.

Fonte: WWW. Hojeemdia.com.br Agradecimentos a colaboração de Allan, do Ponto da Mandioca (Mercado Central/BH); João e Cristóvão do Royal Empório (Mercado Cruzeiro) e José Eustáquio do Box 70,71 e 72 (Mercado Cruzeiro)


Síndrome do Pânico e a Naturologia Amanda Tiemi Ichiki

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Naturologia, por se tratar de uma Medicina Complementar, apresenta muitos respaldos para ajudar no tratamento da Síndrome do Pânico. Falta de ar, o coração dispara, o suor pode molhar toda a roupa, boca seca, taquicardia, tremores, mal-estar no peito ou na barriga, tonturas, sufocamento e sensação de morte iminente, podem ocorrer durante uma crise de Síndrome do Pânico, os quais são muito intensos, acima do que poderia ser considerado o limite de uma ansiedade normal. A ansiedade é um estado emocional normal, uma das características do ser humano. É a capacidade de antecipar o perigo, o que requer uma preparação geradora de ansiedade. A ansiedade passa a ser patológica quando deixa de ser útil e passa a causar sofrimento

excessivo ou prejuízo para o desempenho da pessoa. O transtorno do pânico é uma das formas de manifestação da ansiedade patológica. O que caracteriza uma Síndrome do Pânico é forma súbita com que os sintomas aparecem. Este transtorno é de origem multifatorial. As prováveis causas para esta doença aparecer ainda são desconhecidas, porém a genética pode ter um papel importante,bem como influências ambientais, traumas, perdas significativas, desamparo, o nível de estresse que a pessoa está comprometida, a maneira como cada um reage a situações de conflitos no dia-adia, entre muitos outros. Um único episódio de crise de ansiedade aguda não configura a doença, mas, sim, a repetição dessa crise. De graus leve, moderado e grave, é diagnosticada de acordo com a intensidade dos sintomas. Por isso é muito importante procurar um profissional que possa avaliar os sinais e sintomas

para que seja dado um diagnóstico preciso, pois quanto mais precoce o início do tratamento, maiores as chances de reversão do quadro. Quem sofre com esse mal vive em constante sobressalto, pois não sabe se as crises irão ocorrer novamente dali a minutos, horas ou dias, fazendo com que aumente ainda mais a ansiedade gerando intranquilidade e insegurança; com isso, a qualidade de vida do indivíduo fica cada vez mais comprometida. Neste caso, a Naturologia pode atuar com diversas terapias auxiliando o tratamento convencional. Uma delas poderia ser a Terapia Floral, que atua diretamente no campo emocional do indivíduo, tratando a ansiedade, traumas e tudo que for preciso de acordo com a necessidade de cada ser. Considera cada um de uma forma única, fazendo com que retorne ao equilíbrio, devolvendo-lhe a confiança, o conforto, o bem-estar e o mais importante: a qualidade de vida.

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Ponto Final

SER OU ESTAR?

O grande dilema do viver - a dinâmica do provisório

S

e a meditação sobre a transitoriedade da vida pode levar à loucura, já que não temos o mínimo controle sobre nosso viver, o ignorar de que não somos, mas estamos, pode nos conduzir a uma arrogância existencial, difícil de aceitar as derrotas e insucessos. Difícil de aceitar as críticas e a impotência ante acontecimentos sobre os quais não exercemos qualquer controle. Difícil de aceitar, sobretudo, o ocaso, quando na maioria das vezes, nós que fomos não somos mais nada. A vida está repleta de exemplos. O astro, o esportista, o cantor famoso que ninguém mais sabe quem é. O influente político do passado que não desperta mais a atenção de quem quer que seja. O comandante,

o executivo pronto para dar ordens, que perdeu seu posto de comando e não tem quem o obedeça. O milionário que perdeu sua fortuna e vive modestamente dos favores de seus antigos pares, quando, por vezes, não tem ainda que responder à justiça. A bela mulher que não desperta mais desejos e paixões apesar de seus esforços para manter a aparência. Efêmero é o poder, a riqueza, a beleza, a fama. Efêmera é a própria vida. Quando com serenidade nos damos conta desta dinâmica, podemos viver felizes, sabedores que somos alguém que a qualquer momento pode perder tudo ou, quando muito, num espaço de tempo prédeterminado. A arrogância cede lugar à modéstia e à simplicidade.

Estamos sempre como participantes de alguma coisa que não nos pertence, da qual não somos senhores - até da própria vida. E neste particular não existe sobre a face da Terra alguém que seja mais do que qualquer um de nós. Somos todos iguais. A riqueza se vai. O poder se perde. A inteligência se turva. A vida se acaba. E aí vem a crucial pergunta: de que vale ser o defunto mais rico do cemitério? De que vale ter o mais sentido pranto no velório? De que valem as homenagens póstumas, os discursos, o nome de ruas, os bustos em praça pública? Todos estamos transitoriamente sobre este planeta. Não somos senhores de nada. Bertô Curare

INSTITUTO PRÓ+VIDA INAUGURA BAZAR BENEFICENTE

O

Instituto Pró+Vida São Sebastião, uma Fundação em Favor dos Idosos, inaugurou o seu Bazar Beneficente Permanente na rua Teotino Tibiriçá Pimenta 391, no Centro de Caraguatatuba, destinado a obter renda para a manutenção da entidade.

34 REVISTA DA CIDADE Caraguatatuba

As doações recebidas, após triagem são encaminhadas para os abrigados no Recanto Santo Antônio e o excedente para o Bazar Beneficente, a 1ª. Unidade de Geração de Renda de Caraguá. No Bazar podem ser encontradas peças de roupa, em bom estado de conservação cujos preços variam de 50 centavos a 20 reais. Além do Recanto Santo Antônio o Instituto Pró+Vida mantém em Caraguatatuba mais três unidades. O Centro de Convivência que funciona

nas instalações do próprio Recanto. O Centro de Valorização do Idoso na rua São Benedito 624 com capacidade para 100 idosos e agora o Bazar Beneficente - Unidade de Geração de Renda, na rua Teotino Tibiriçá Pimenta 391, que está sob a direção da Gestora de Eventos Keila de Souza. Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone (12) 3882-3857 Email: promaisvida @ hotmail.com Site: institutopromaisvida.org.br


Se ninguém reconhece o teu valor, não se desespere. Afinal, o sol dá um grandioso espetáculo todas as manhãs e não há ninguém para aplaudi-lo



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