Faça a sua horta biologica

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Sumário

6

Introdução: Torne-se Um Micro-horticultor Horticultura Biológica: Noções Básicas sobre o Cultivo de Plantas Comestíveis

12 Capítulo 1

Cultive em Todo e Qualquer Lugar

24 Capítulo 2

Obter Plantas

32 Capítulo 3

Um Bom Começo

40 Capítulo 4 58 Capítulo 5 66

Capítulo 6

Abordagens Diferentes: Cultivar na Terra ou em Vaso Cuidados: Cultivar Plantas Saudáveis A Horta sob Ataque

As Plantas

80 Capítulo 7 128 CapítuloS 140

Capítulo g

Legumes Frutos Ervas Aromáticas e Flores Comestíveis

Colha o Que Semeou

168 Capítulo io

Como Colher

174

Capítulo li

202 204

Glossário índice Remissivo

O Futuro dos Frescos: Como Armazená-los e Conservá-los


Introdução: Torne-se Um M icro-horticultor Tive o meu primeiro contacto com a horticultura urbana quando era criança e vi batatas a crescer dentro de um balde, na minúscula varanda de cimento da minha avó Scylla, natural das índias Ocidentais. Começar vida nova num apartamento situado no gélido Norte do Canadá não a impediu de, tal como fazia na sua terra, Barbados, cultivar o que comia. A descoberta desse balde levou-me, muitos anos depois, a fazer experiências nos espaços de que dispunha e inspirou-me a expandir o conceito de horta e da sua localização. Criei a minha primeira horta «verdadeira» no quintal minúsculo e cheio de lixo do lar de estudantes superlotado onde vivi enquanto frequentei a universidade. Eu e os meus colegas cavámos e plantámos o jardim não tendo quaisquer conhecimentos sobre a matéria - a intuição e o acaso serviram-nos de guias. Claro, perdi muitas plantas devido a erros de principiante e a negligência, mas, para minha surpresa (e sorte), consegui colher e saborear uma fartura de feijões, tomates, alfaces, cebolas, cenouras e batatas, tudo fresco e biológico, apesar do meu magro orçamento de estudante. Anos depois, e com uma vasta prática de horticultura atrás de mim, já não sou tão pobre (felizmente) como nos meus tempos de estudante. No entanto, para mim, cultivar uma horta biológica tornou-se algo mais do que ter à disposição alimentos de qualidade em tempos difíceis. Com o tempo, adquiri - ou, melhor, as minhas hortas cultivaram em mim - o conhecimento, a autossuficiência e a confiança necessários para me livrar da dependência do supermercado e dispor, durante todo o ano, dos meus próprios produtos. A pequena horta urbana do meu telhado reacendeu o meu fascínio infantil pelo mundo, bem como o orgulho e o entusiasmo que perduram ao longo de todas as fases do processo de crescimento.

A colocação de floreiras numa varanda pode criar uma microquinta invulgar mas produtiva. Esta oferece uma abundância de tomates e pimentos!


Nunca mais dispus de um quintal desde que saí desse tal lar de estudantes, mas tenho cultivado muitas hortas, tanto ao nível do solo como acima dele, e tudo porque a criatividade e o engenho de Scylla, bem como o seu desrespeito pelas normas sociais canadianas, me levaram a repensar as minhas lim itações e a transformá-las em vantagens. Muitos de nós, residentes na cidade, sofremos de um complexo incapacitante no que diz respeito ao espaço. Metemos na cabeça que, para nos dedicarmos à horticultura, temos de possuir um terreno ou uma vasta propriedade. E quando esse terreno existe, receamos que não seja do tipo adequado. Além desses problemas, invocam os poucos conhecimentos, falta de dinheiro, ou... Há sempre uma razão a impedir-nos de meter mãos à obra. E verdade que, por detrás de cada tomate e de cada viçoso molho de manjericão biológicos, há uma horta feliz e saudável. O que não é verdade é que seja preciso ter um quintal, uma quinta, ou um conhecimento enciclopédico do que gostaríam os de cultivar para que a nossa horta prospere. Atualmente, por todo o mundo, os horticultores urbanos estão a prestar um contributo importante às economias alimentares locais de formas inspiradoras. Sabe-se que em Havana, Cuba, 50 a 8o por cento de todos os hortícolas frescos consumidos na cidade provêm de hortas urbanas - e biológicas! O único obstáculo que nos impede de seguir esse exemplo é... nós próprios. Não vou mentir. Há mesmo muito que aprender antes de plantar uma horta. Mas no princípio ninguém sabe tudo. Aprende-se com o tempo, com o êxito e, sim, também com os fracassos. Se quiser dedicar-se à horticultura, só precisa de ter algum a orientação (este livro) e uma planta ou duas para começar. A partir daí, a experiência e a confiança crescerão ao mesmo tempo que as plantas. E, acima de tudo, tenha em mente o seguinte: de certeza que vai cometer erros. Todos os horticultores erram de tempos a tempos. Não tenha medo de estragar - assim poderá aprender e, em breve, terá taças cheias de morangos maduros, ramalhetes de ervas aromáticas, a sanduíche de tomate perfeita e a horta dos seus sonhos,

Este habitante dos subúrbios cavou o relvado da sua casa para criar uma horta e não se esqueceu de um estufim frio para cultivar mostarda-da-índia, nem de um barril para recolher a água da chuva que escorre do telhado.


Preferir e Cultivar Produtos Biológicos Hoje em dia, o interesse em saber o que os alimentos contêm e de onde eles vêm deu origem a uma preferência por produtos biológicos que não mostra sinais de abrandar. Muitos de nós passámos a comprar produtos da época, cultivados localmente, que não têm de percorrer milhares de quilómetros para chegar à nossa mesa. Hoje também damos importância ao preço e à qualidade daquilo que comemos, do ponto de vista quer do ambiente, quer da nossa saúde. Se está a ler este livro é provável que tenha essas preocupações e deseje levar para a sua mesa produtos biológicos a um preço acessível. Mas com tantos chavões a circular, é provável que se interrogue sobre o que significa horticultura biológica para si e para o seu jardim. Em termos gerais, a horticultura biológica é aquela que não recorre a químicos nem a pesticidas. Se já os evita, está meio caminho andado. Também implica ir buscar inspiração à natureza para criar um jardim equilibrado e saudável. O objetivo do horticultor biológico não é criar um mundo perfeito, microssustentável, livre de pragas e doenças. Longe disso! Para a horticultura biológica, o solo é uma entidade viva que tem de ser sustentada e alimentada. Por sua vez, um solo saudável produz plantas saudáveis capazes de se defenderem dos problemas inevitáveis com que se irão confrontar. O emprego de químicos tem o efeito oposto. Proporciona às plantas um crescimento rápido a curto prazo, mas mata os organismos existentes no solo, bem como as outras criaturas vivas que encontrar pelo caminho. Nesse sentido, a horticultura biológica não é tão difícil nem intimidatória como por vezes se pensa. Em princípio, nenhum de nós tem de gerir uma propriedade familiar com quatro hectares - e resolver problemas numa varanda com i,8o x 1,25 cm, fora do alcance de lesmas e caracóis, é bastante mais fácil. Mesmo na terra, onde as lesmas são rainhas, a horticultura biológica pode até poupar trabalho a longo prazo, visto que se concentra, antes de mais nada, na prevenção. E se não aspirar a resultados de uma perfeição irrealista, terá mais tempo para repousar e usufruir do delicioso - <>completamente livre de químicos - fruto do seu trabalho!


Começar A Secção 1, «Horticultura Biológica: Noções Básicas sobre o Cultivo de Plantas <!<miestíveis», destina-se a inspirar a criação da sua mini-horta biológica, independentemente de o seu espaço ser o ideal ou estar longe disso. Estes capítulos debruçam-se sobre o trabalho preliminar fundamental para conhecer o terreno de que dispõe e transformá-lo numa horta útil, além de lhe fornecerem o know-how indispensável para resolver os problemas que acabam sempre por aparecer em qualquer horta. Saber como começar uma horta é uma coisa; conhecer as necessidades de cada planta é outra. Encare a Secção 2, «As Plantas», como uma ajudante - um ponto de partida para a exploração e o conhecimento daquilo que diferentes espécies de plantas deliciosas exigem para o seu crescimento. Entusiasme-se com variedades antigas, fascinantes e extraordinárias, tão bonitas como saborosas. Fique a conhecer sugestões e truques relacionados com o cultivo tanto em vaso como no solo. Releia-os sempre que se vir em dificuldades e precisar de ajuda, ou quando quiser cultivar uma planta pela primeira vez. Nos três capítulos da Secção 2 f- «Legumes», «Frutos» e «Ervas Aromáticas e Flores Comestíveis» - algumas plantas encontram-se agrupadas por pertencerem à mesma família ou apresentarem um crescimento semelhante. Na caixa kjue surge no início de cada grupo de entradas são indicados dados específicos sobre o seu cultivo. O pico da época da colheita pode, na região onde vive, ocorrer um pouco mais cedo ou mais tarde do que a data indicada, mas define-se sempre pelo mesmo: uma grande abundância. Talvez até excessiva. Desperdiçar o que tanto trabalho lhe deu seria uma dor de alma. O método de cultivo já não tem segredos para si, mas sabe quando deve colher um tomate ou um pepino? E o que faz um horticultor de sucesso com uma verdadeira invasão de tomates e pimentões? A Secção 2 revela como e quando colher produtos específicos; procure na Secção 3, «Colha o Que Semeou», indicações gerais, como, por exemplo, qual a melhor hora do dia para fazer a colheita e com que frequência. A Secção 3 também lhe ensina técnicas tradicionais para guardar e conservar os seus alimentos. Com alguns conhecimentos e roubando um reduzido número de horas a uma tarde de sábado, poderá usufruir dos seus produtos da época durante muitos meses.

Sobre os Projetos e as Receitas Os ingredientes que utilizei nas receitas refletem a alimentação da minha família: arroz e farinha integrais,

Todos os projetos deste livro foram classificados, de acordo com o seu grau de

manteiga e laticínios biológicos, pães e bolos com baixo teor

dificuldade, de m uito fácil

de açúcar e em que o sabor doce deste é substituído pelo do

M W

xarope de ácer ou de agave, ou ainda pelo mel. Adaptei .

rapidez, pelos que m elhor se ajustam ao

algumas das minhas receitas infalíveis de modo a

seu caso.

satisfazerem o paladar da maioria das pessoas, mas, se quiser acentuar o sabor doce, vá em frente! Os sabores dos ingredientes variam consoante a localização, o solo e até as condições meteorológicas - não hesite em afiná-los de modo a aproximarem-se mais dos seus próprios gostos e hábitos alimentares.

a m uito difícil

, para que possa optar, com


Horticultura Biológica: Noções Básicas sobre o Cultivo de Plantas Comestíveis


C a p ít u

lo

i:

Cultive em Todo e Qualquer Lugar Terraços, varandas, telhados, decks, passeios, caldeiras de árvores, floreiras ou parapeitos - todos estes locais são hortas potenciais à espera de serem cultivadas.

Durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial, bem como noutras épocas em que a comida e o dinheiro escassearam, por toda a América do Norte, houve pessoas que não hesitaram em lançar sementes ao solo para cultivar feijão-verde ou tomate. Ninguém se preocupou em saber se o seu espaço era o «ideal». Esta ideia de que é normal cultivarmos os nossos próprios alimentos ainda hoje existe em muitos países espalhados pelo mundo, mas com o tempo, e com base numa atitude um tanto retrógrada, acabámos por nos convencer de que uma horta requer um espaço mínimo perfeito. De uma maneira geral, pensa-se que esse espaço terá de se localizar ao nível do solo. De preferência, num quintal. E situado nas traseiras, para que ninguém o veja. Devo confessar que há dias em que sonho com um quintal que possa transformar na minha miniquinta. Mas depois olho para a viçosa horta que criei em vasos no telhado da minha casa, ou para a minha razoável horta comunitária, e concluo que estou a sair-me muito bem. As minhas hortas podem não ser um retângulo no quintal das traseiras de um belo condomínio. E, eu sei, ficam a quilómetros de distância uma da outra; no entanto são perfeitas. Na verdade, são mais do que perfeitas. Vejo e saboreio provas disso todos os dias quando me sento à mesa. As boas notícias é que as plantas querem crescer. Algumas desenvolvem-se nas circunstâncias mais opressivas. De uma maneira geral, as plantas que domesticámos tendem a ser um pouco mais sensíveis do que aquelas que crescem à beira das estradas, mas muitas ervas aromáticas e legumes são suficientemente tenazes e audazes para se darem bem onde menos se espera. Se dispõe apenas de um pequeno espaço em frente de casa, porque não substituir o vulgar relvado por uma horta situada num canteiro elevado? E que manter um relvado dá imenso trabalho. E que tal aquele quadrado de terra atrás da garagem? E quem disse que tem de cultivar uma sebe na faixa de solo que separa a sua casa da do vizinho? Porque não enchê-la de acelgas? Ou manjericão-roxo? Ou uma incrível seleção de alfazemas! Alguns dos espaços mais improváveis oferecem excelentes condições para cultivar plantas alimentares apreciadoras de sol. Esse espaço «ideal» pode estar mesmo debaixo do seu nariz. Mesmo aquelas pessoas que não dispõem de espaço podem cultivar rebentos numa cozinha escura, uma mistura de microverduras (ver «Legumes Que não Exigem Espaço», na página 14) numa floreira, ou cravinhos num vaso, no parapeito da janela (ver «Plantas Comestíveis em Parapeitos», na página 16). Pode parecer pouca coisa, mas é um princípio que pode conduzir a objetivos mais ambiciosos e à procura de espaços para lá do parapeito da janela. Se hoje plantar um tomateiro na escada de incêndio, amanhã dará consigo a consultar catálogos de sementes, de caneta fluorescente na mão e expressão divertida nos olhos.


|SÉ|

Up jp 5

Pigj lU f

Encontrei este canteiro elevado repleto de tom ateiros escondido atrás de uma garagem, num beco, em Toronto. Embora, d o po nto de vista estético, não seja a horta que m uitos am bicionam , serve de referência para o meu êxito no tip o de horticultura que pratico. Se este hortelão conseguiu que as suas plantas vingassem nas piores condições imagináveis, qualquer pessoa consegue!


C U L T IV A R

Legum es Q ue não Exigem Espaço

Independentemente das condições de luz e espaço, qualquer pessoa - e quero mesmo dizer qualquer pessoa - pode cultivar rebentos frescos na cozinha. O s rebentos são ricos em todo o tipo de elementos saudáveis, como antioxidantes, enzimas, vitam ina C, fibra e proteínas, além de darem um toque saboroso a sopas, saladas e sanduíches. Se dispõe apenas de um pouco de luz e de um parapeito, experim ente cultivar uma mistura de microverduras. Estas plântulas jovens e liliputianas não passam de rebentos aos quais foi permitido desenvolverem-se um pouco mais - por vezes uma sem ana ou mais após a germinação. A diferença não está só na idade, mas tam bém no sabor, na cor e na textura. Hoje em dia, as microverduras são a grande moda para guarnição dos pratos, nos melhores restaurantes, mas pode cultivá-las por meia dúzia de cêntimos. Veja na secção «Contactos Úteis», no fim do livro, onde encontrar em balagens com sementes já m isturadas ou faça a sua própria mistura a partir das sugestões que se seguem. Sementes de todo o tipo, das mais minúsculas aos grandes feijões, podem ser germ inadas no solo. VAI PRECISAR DE

Nas lojas de comida saudável e nos grandes

• S em e ntes ou re b e n to s para g e rm in a r

hipermercados encontrará uma boa seleção de

• F lo reira ou re c ip ie n te com b u ra c o s para a

sementes para germ inar a preços acessíveis.

d re n a g e m (m ínim o: 10 cm d e p ro fu n d id a d e ) • Terra para vasos • T a b u le iro sem b u ra c o s para re c o lh e r o excesso d e água

E X P E R IM E N T E G E R M IN A R ESTAS S E M EN TES:

Rebentos Comuns alface, espinafre, girassol, ervilha, feijão azuki, brócolos, lentilhas, alfafa, beterraba, couve

Rebentos Picantes mostarda, agrião-da-terra, nabo daikon, rabanete, cebola, repolho, rúcula

Rebentos Sumarentos erva-do trigo, alfafa, feijão-mungo


Escolha as sementes que nlo fortim tniladas com

Colheltm Comece a colher os rebentos pouco

um fungicida; verifique prim eiro «<• é esse o caso

depois du germinação. Corte os lançamentos

ou compre produtos biológicos certificados.

pela linha do solo com uma tesoura. No caso das microverduras (plântulas com quatro ou mais

1.

Para a ce le ra r a g e rm in a ç ã o , c o lo q u e as

pares de folhas), aguarde entre alguns dias a

se m e n te s d e m o lh o em ág ua à te m p e ra tu ra

duas semanas antes de as colher.

a m b ie n te , d u ra n te 4 -8 horas. D e m o lh e os fe ijõ e s m ais rijos d u ra n te m ais te m p o .

Após a Colheita: Continue a colher rebentos e microverduras até terminar a época da colheita. A erva-de-trigo proporcionará várias colheitas a

3.

Escorra a água e d ê um a e n xa g u a d e la às

partir da mesma planta. Junte composto às raízes e

sem e ntes.

à terra e recomece (página 46).

Encha o re c ip ie n te a té trê s q u a rto s da sua c a p a c id a d e co m te rra para vasos p re v ia m e n te h u m e d e c id a . Espalhe a te rra mas não se d ê ao tra b a lh o d e a alisar b e m . Uns a lto s e b a ixo s não tê m q u a lq u e r im p o rtâ n c ia .

4.

E spalhe as se m e n te s d e m o d o u n ifo rm e so b re a te rra e cu b ra co m um a fin a cam a da de te rra h ú m id a . Na p á g in a 25 e n c o n tra mais in fo rm a ç ã o s o b re c o m o fa ze r a s e m e n te ira .

5.

C o lo q u e o re c ip ie n te em cim a d o ta b u le iro de d re n a g e m e re g u e m o d e ra d a m e n te . G u a rd e -o s num lo cal q u e n te e m a n te n h a a te rra se m p re h ú m id a c o m o um a e sp o n ja . A s se m e n te s só n e ce ssita m de luz d e p o is d e g e rm in a re m . O s te m p o s d e g e rm in a ç ã o d ife re m d e se m e n te para s e m e n te . R abanetes, a g riõ e s, co u ve e

Fácil e Rápido: Em vez de com prar recipientes de plástico, cultive as suas plantas em embalagens vazias de bolos, iogurtes, etc. Abra uns furos na base para a drenagem, coloque a tampa por baixo a fazer de tabuleiro e já está.

m o s ta rd a re q u e re m 4 -8 dias; o g ira sso l e a c e b o la p o d e m le var 10-14 dias.

6 . Q u a n d o as p lâ n tu la s co m e ç a re m a a p a re c e r à su p e rfíc ie , m u d e o ta b u le iro co m o re c ip ie n te para um p a ra p e ito so a lh e iro . N ã o se esq ue ça d e m a n te r a te rra h ú m id a mas não en cha rcada .

Germ inação H idropónica: O velho m étodo de deixar as sementes germ inar dentro de um frasco cheio de água e tapado com gaze caiu em desuso devido ao perigo de propagação de salmonelas e E. coli. A verdade é que embora essa técnica antiga pareça fácil, im pedir que as salmonelas e o bolor se desenvolvam ju nto às suas verduras é um bico de obra. Já cultivar rebentos num tabuleiro com terra é seguro e infalível.


CULTIVAR

Plantas Comestíveis em Parapeitos Muitas ervas aromáticas, verduras, alfaces, flores comestíveis e até malaguetas podem produzir mais do que o esperado num parapeito soalheiro, em especial durante os meses de verão, quando os dias são compridos e a luz é mais intensa. Na ausência de um parapeito soalheiro será necessário contar com a ajuda de luz artificial, que pode consistir simplesmente numa lâmpada de espetro total. CUIDADOS GERAIS E provável que a horta que criou no seu parapeito não dure para sempre, mesmo num local coberto. Para manter as plantas sãs o máximo de tempo possível, certifique-se de que elas dispõem de uma boa drenagem, de bastante água e do máximo de luz possível. Regue a terra quando ela deixar de estar húmida como uma esponja e se apresentar levemente seca a uns 2 cm do topo. A frequência das regas depende da localização, pois os vasos que se encontram em janelas quentes situadas por cima de uma placa de aquecimento secam depressa, ao passo que os colocados em janelas viradas a norte com correntes de ar retêm a humidade durante mais tempo. Verifique sempre a terra, espetando o dedo até cerca de dois centímetros de profundidade, antes de lhe deitar mais água. Nos meses secos aumente a humidade em volta das folhas, colocando os vasos dentro de um tabuleiro com seixos ou pulverizando-os com água. CONTROLO DE PRAGAS E MANUTENÇÃO Restrinja os fertilizantes durante os meses de inverno, em que o crescimento é lento. Com dias curtos e pouco sol, as plantas tornar-se-ão longas e frágeis. Pode-as com regularidade para estimular a emissão de lançamentos abundantes e fortes. A ESCOLHA DAS PLANTAS Se quiser cultivar uma mistura de espécies diferentes num mesmo vaso ou numa floreira, escolha plantas com exigências semelhantes. Uma mistura de ervas mediterrânicas, como orégãos, manjerona, salva e tomilho, todas elas apreciadoras de sol e de boas condições de drenagem, é um êxito garantido. As diversas alfaces também se dão bem juntas, mas é melhor cultivar o pimentão num vaso individual.


Se quiser cultivar plantiiN iiinii local coberto, a maioria das ervas aromáticas desenvolve se melhor a partir de mudas.

VAI PRECISAR DE

O manjericão, a calêndula, as violetas, os amores-perfeitos

• F lo reira ou vaso com buracos

e os coentros são a exceção, atingindo depressa o tamanho ideal

para a d re n a g e m

quando cultivados a partir de semente. Quanto às verduras

• C acos ou p e d ra s (fa cultativo )

e alfaces, a sementeira é a única alternativa.

• S em entes, m u das (p eque nas plantas) ou esta cas com

A ESCOLHA D O RECIPIENTE

raízes

A s floreiras de janela são a escolha óbvia, já que a sua forma estreita e retangular foi concebida a pensar nos parapeitos. Contudo, existem hoje as mais diversas opções, incluindo vasos individuais quadrados, como os da fotografia ao lado. O s vasos e

JANELAS M U IT O SOALHEIRAS

as floreiras devem ter um mínimo de 12,5 cm de profundidade,

• T o m ilh o

furos para a drenagem e tabuleiros por baixo. Quanto mais fundo

• O ré g ã o s

o vaso, maiores as hipóteses de as plantas se manterem saudáveis

• Salva

a longo prazo. Os recipientes sem buracos podem ser adaptados,

• M a njero na

cobrindo o fundo com uma camada de 2-5 cm de gravilha (ou

• M a la g u e ta s (e x p e rim e n te as

cacos de barro), que funcionará como um reservatório de água.

m inú sculas «chinesas o rnam e ntais»

Este método resulta a curto prazo, mas requer regas cuidadosas

ou as vig o ro sa s Red Rocoto)

que evitem «afogar» as plantas.

• M a n je ric ã o (e x p e rim e n te va rie d a d e s

1.

Encha o seu re cip ie n te ou a flo re ira com te rra para vasos

• Salsa

hu m ed ecid a, até cerca de 7 cen tím e tro s da bo rda .

• A g riã o

c o m p a c ta s c o m o P urp le Bush)

• C alê n d u la

2. Se qu ise r p la n ta r estacas ou m udas, abra um bu raco para cada uma, afa sta ndo um p o u co de te rra para os lados.

JANELAS C O M A LG UM A SOMBRA

3. Retire as m udas dos vasos o n d e se en con tra m e insira-as,

• H o rte lã -p im e n ta

na vertica l, no novo re cip ie n te . Procure d e ixa r vários

• C e b o lin h o

cen tím e tro s e n tre as plantas, para que as raízes tenham

• A lfa ce

espaço para crescer. Em geral, não se deve co lo ca r mais

• E spinafres

de trê s plantas numa flo re ira de janela com 30 x 15 cm.

• Salsa • T o m ilh o

4.

Uma vez as plantas inseridas, preencha os espaços em volta

• M izuna

delas, c e rtific a n d o -s e de que a coroa (o p o n to em que as

• B e ld ro e g a -d e -in v e rn o (C layton ia)

raízes e n con tra m o caule) não fica en te rra d a . D eixe 2 a 4

• V io le ta s e a m o re s -p e rfe ito s

cen tím e tro s en tre a sup erfície da te rra e a bo rd a do re cip ie n te , para p e rm itir a rega.

5. Regue bem , para q u e a te rra fiq u e m olhada até ao fu n d o d o vaso.


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Encontrar Espaço E o que fazer quando as nossas ambições vão para além do parapeito, mas não temos nem uma faixa de terra? Que tal pedir alguma emprestada? Hoje em dia é cada vez maior o número de organizações dedicadas à horticultura comunitária que difundem o amor pelo cultivo da terra.

Hortas Com unitárias Ocupando espaços em jardins públicos, terrenos privados ou antigas lixeiras, elas oferecem aos habitantes locais a hipótese de pegar na enxada lado a lado com os vizinhos. Cada horta distinguese pelos grupos que dela tratam, que têm as suas regras e os seus modelos próprios. Umas atribuem uma pequena área de terra, ou parcela, a uma pessoa; outras funcionam em regime de associação, sendo coletivamente trabalhadas por um grupo. Uma horta comunitária ou urbana pode consistir apenas em meia dúzia de parcelas ou ocupar um quarteirão inteiro e ser trabalhada por centenas de membros. Visite as que existem na sua região e descubra a que melhor corresponde às suas necessidades e ao seu estilo. Se não encontrar nada que lhe agrade na sua área de residência, ponha a hipótese de inaugurar uma juntamente com alguns vizinhos.

O cupe o Que Puder A horticultura «de guerrilha» é a mãe da horticultura comunitária, ou talvez se deva dizer a sua prima rebelde e provocadora. A horticultura «de guerrilha» consiste em criar uma horta em toda e qualquer área livre, sem compromisso nem autorização. A maioria dos hortelões guerrilheiros atua de passagem, lançando sementes e plantas à terra, sem voltar para cuidar delas. Mas é possível cultivar hortícolas nessas condições? Afinal, cultivar o que se come é antes de mais um ato que requer empenho e, a maioria das vezes, a expetativa de uma futura colheita. Alguns horticultores guerrilheiros optam por investir algum tempo no espaço e regressar com regularidade para cuidar das plantas, como fariam numa horta comunitária ou num quintal. Outros escolhem plantas que não exigem cuidados, para que qualquer um usufrua da sua produção. Exigir ou não cuidados depende muito do clima e das condições oferecidas. Por exemplo, os residentes de São Francisco sabem que plantas comestíveis como chagas, amoras e funcho crescem bem em terrenos baldios e abandonados, sem a mínima intervenção humana. Infelizmente, as plantas que mais prosperam tendem a ser oportunistas invasivas, sufocando a vegetação espontânea (e a não espontânea) quando deixadas à sua sorte. Se decidir criar uma horta «de guerrilha», pense nos seus efeitos a longo prazo e tente espalhar boa-vontade comestível e não causar danos.


Sonhar e Planear Durante décadas, a horticultura foi erradamente considerada um membro humilde, prático e pouco atraente, do universo da jardinagem. As flores e plantas ornamentais não comestíveis eram expostas com orgulho na frente das casas, enquanto a horta ficava nas traseiras, remetida para um canto soalheiro mas bem escondido.

A lim entos Fabulosos Felizmente a nossa atitude mudou de forma radical, graças a um interesse inédito por plantas que antigamente se cultivavam, muitas delas atraentes e coloridas. De um momento para o outro, a outrora ignorada acelga e a desconsiderada couve passaram a receber o respeito e a atenção que merecem. Os jardineiros viraram os seus holofotes para as plantas comestíveis, afastando velhos preconceitos e permitindo-lhes partilhar o venerado canteiro. Ainda por cima, assistimos também à nova tendência de utilizar flores em culinária. Muitas delas são hoje um apontamento saboroso, nutritivo e atraente num prato principal ou numa sobremesa. Quem tenha pouco espaço para cultivar já não precisa de optar entre beleza e utilidade. Podemos apreciar as nossas flores e também comê-las!

Plantas Comestíveis no Jardim Criar uma paisagem elegante e comestível é muito fácil, bastando para tal plantar legumes vistosos entre as flores do canteiro, onde uma erva ornamental ou uma frondosa Heuchera costumavam ser rainhas. Plantas de folhas grandes e abundantes, como a acelga Rhubarb e a couve Redbor, podem acompanhar hostas e cóleos ao longo da estação de crescimento, enquanto o alto, arrendado e delicado endro, ou o metálico funcho-púrpura, são excelentes substitutos das não comestíveis salsa-selvagem e astilbe. Trocar as nossas dispendiosas ornamentais pelas suas sósias comestíveis também sai mais barato. A alcachofra é um tipo de cardo que se torna tão imponente como qualquer cardo ornamental, mas apresenta um gosto delicado no fim do seu ciclo de vida. Deixe o seu alho-francês na terra durante o inverno e ele produzirá uma flor colorida e esférica no ano seguinte uma versão vigorosa e comestível da cebola ornamental (Allium giganteum), cujo preço é exorbitante. A perila-vermelha e o manjericão Purple Opal ficam lindos num local soalheiro, com a vantagem de que pode usar as folhas para fazer um chá ou um saboroso pesto. Experimente variedades variegadas de plantas vulgares, como a malagueta Variegata, o morangueiro (Fragaria vescá) Variegata ou as chagas Alaska Mix. Há mesmo uma variedade de tomateiro variegado vermelho e branco. A cor vermelha dos frutos não tem nada de especial, mas a planta é espetacular!


A partir do canto superior esquerdo, no sentido dos ponteiros do relógio: majestosos beldros e acelgas decoram uma avenida soalheira; morangos, violetas e manjericão Purple Ruffles partilham um pote primaveril com buracos; feijões coloridos embelezam uma cerca; faça uma treliça para ervilheiras com ramos de uma árvore podada; o espantoso manjericão Purple Ruffles.


O H ortelão C ontem porâneo Juntar plantas ornamentais comestíveis a um canteiro de flores é apenas o começo. Se gosta de plantar, decorar e organizar, vai divertir-se imenso a desenhar uma horta maravilhosa e decorativa. Embora os hortelões sejam, por tradição, maníacos na sua dedicação a uma disposição formal, simétrica, não há razão para não dispor as suas plantas em grupos, amontoados ou espirais. Organizando as suas plantas em agrupamentos cooperativos, na chamada consociação (página 34), não só obterá um resultado esteticamente agradável, como também beneficiará a saúde de toda a horta. Remate o perímetro da sua horta com alfaces baixas, atraentes e coloridas, chagas, camomila, tomilho, morangos, salsa-frisada ou violetas. Inspire-se nas hortas formais, dividindo-a em quadrados com bordaduras bem aparadas de alecrim, alfazema ou mirtilos. Pense em plantar em altura e não apenas em largura. Crie arranjos em volta de um ponto central, como uma treliça em madeira ou um tripé em bambu por onde trepem feijoeiros, ervilheiras ou tomateiros. Construa uma estrutura biológica com ramos de árvore e cordel forte. Plante por baixo alface, tomilho ou manjericão Purple Ruffles, o que protegerá o solo ao mesmo tempo que impedirá o crescimento de ervas daninhas, facilitando o seu trabalho lá mais para diante. O cultivo de plantas comestíveis na vertical aumenta a produtividade dos espaços pequenos, esconde vedações feias como por magia e cria privacidade entre vizinhos. Plante variedades vivazes e resistentes a pragas como Melothria scabra, um parente do pepino que produz uma folhagem delicada e pequenos frutos adoráveis, ou Scarlet Runner Bean, cujas vistosas flores escarlates dão origem a grandes vagens pendentes. Uma fileira de alcachofras-de-jerusalém é uma divisória fácil de cultivar, com flores semelhantes a girassóis empoleiradas em caules de 25 centímetros. Faça um lúpulo (Humulus lupulus) trepar por um poste ou muro, para o tapar de forma fácil e rápida. Colha as flores para fazer cerveja caseira ou chá; na primavera, coza os rebentos jovens como se fossem espargos. O lúpulo segue o exemplo da corriola, crescendo de forma agressiva e selvagem - uma vez estabelecida, nunca mais se verá livre desta planta. Cultive-a em recipientes grandes para evitar que ela se torne invasiva.

Estas flores de begónia-tuberosa quase fluorescentes quando pétalas sumarentas são tão substituem -no

num tom rosa-vivo são ► cultivadas em vaso. As ácidas com o o limão e de m odo convincente.


Capítulo 2:

Obter Plantas Escusado será dizer que o seu jardim precisa de plantas. Comprar plantas envasadas para transplantar é a opção óbvia, mas pode ser um modo difícil e dispendioso de preencher o espaço de um jardim novo em folha.

Felizmente há outras maneiras de obter plantas sem gastar um cêntimo. Muitos horticultores têm um excedente de sementes e plântulas que não se importam de partilhar. Procure online comunidades com as quais seja possível negociar, ou experimente dividir encomendas com amigos - quem cultiva espaços pequenos raramente precisa de usar as embalagens inteiras e algumas plantas podem dar origem a várias (ver a página 31). Para comprar plantas, feiras, mercados locais, sociedades de horticultura, lojas de comida étnica, bancas de rua, exposições de plantas e até estabelecimentos especializados são excelentes para encontrar mudas invulgares e sementes a preços económicos. A melhor maneira de aumentar a sua coleção é cultivando sementes, fáceis e baratas de comprar pelo correio. As melhores variedades estão à distância de pouco dinheiro por pacote, tornando-se muito económico comprar um tomateiro ou uma alface. Os milhares de empresas que vendem sementes satisfazem as necessidades de qualquer horticultor e muitas têm catálogos coloridos que pode consultar online. Fazer compras deste modo permite poupar papel, ainda que se perca o velho hábito de folhear um catálogo e assinalar o que se prefere.

Criar Plantas: Cultivar a partir de Semente Na loja, os pacotes de sementes exibem palavras como polinização aberta, clássica e híbrida. As variedades de «polinização aberta» e «clássica» são as que se desenvolveram por meio de polinização natural, sendo as segundas aquelas que se foram transmitindo de geração em geração. Recolha as sementes de um pepino, tomate ou melão quando chegar o outono e terá bastantes para cultivar no ano seguinte e oferecer a todos os vizinhos. As híbridas são cruzadas de modo a oferecerem resistência às doenças e aos insetos. São uma boa escolha se quiser cultivar espécies que na sua região são particularmente sensíveis a esses problemas. Infelizmente, produzem sementes estéreis, 0 que as torna dependentes da intervenção humana para sempre.


0 Q ue É Necessário Pode fazer a sementeira em qualquer recipiente que seja capaz de levar terra e escoar água. O melhor lugar para procurar equipamento é o contentor da reciclagem e não a secção de jardinagem. Não gaste o dinheiro que tanto lhe custou a ganhar em estufas de plástico. Reutilize pequenos recipientes de plástico com orifícios abertos no fundo. Coloque-os sobre a respetiva tampa e terá o problema do tabuleiro de drenagem resolvido num instante! Deite uma camada de sementes de alface ou cebola num daqueles 1 ncipientes de plástico onde se vendem os legumes. Corte uma garrafa de plástico ao meio, inverta a parte de cima, formando um funil, insira-a na de baixo, e terá um prático recipiente de rega automática para fazer a sua sementeira. Os primeiros dias de vida de uma plântula são vitais para a saúde da planta a longo prazo. As plântulas cultivadas num local coberto tornam-se mais suscetíveis às doenças do que as suas irmãs semeadas diretamente no solo. A saúde das plantas jovens depende de um princípio de vida numa terra própria para sementeira, leve e bem arejada, que retenha a humidade mas disponha de boas condições de drenagem. Não se esqueça de colocar etiquetas nos recipientes assim que deitar as sementes à terra, para não se ver diante de uma confusão de plantas anónimas quando chegar a altura de as transplantar. As diferentes plantas são fáceis de identificar, mas a maioria das variedades é muito semelhante. Costumo fazer pequenas bandeirolas com um pedaço de papel autocolante enrolado à volta de um palito. Os depressores de língua ou os paus dos gelados ficam bem em vasos pequenos e podem ser pintados para uma identificação imediata.

Semear e Plantar Como e quando se lançam as sementes à terra depende da planta. Algumas devem ser plantadas num local coberto cerca de três meses antes das últimas geadas, enquanto outras podem ser semeadas ao ar livre assim que a terra aquecer, na primavera. E difícil memorizar a data em que se semeou cada planta. Tenha sempre as datas sob controlo recorrendo a uma «Tabela de Sementeira e Plantação» (página 200), que indica quando cada espécie deve ser semeada e transplantada. Pendure-a num lugar visível para nunca se esquecer das datas. Pode parecer aborrecido ter de a preencher, mas vai poupar-lhe muito trabalho mais tarde. Muitas plantas, como ervilheiras, alfaces, hortaliças e feijões, crescem melhor se forem semeadas ao ar livre, diretamente no local definitivo, seja ele um canteiro ou um vaso. Semear diretamente tem todas as vantagens da sementeira sem o inconveniente de ter de arranjar espaço no quarto ou na cozinha para colocar os vasos com as plantas bebés. Na Secção 2 deste livro descubra como semear plantas específicas.


As sementes são inseridas na terra a profundidades diferentes, de acordo com o tipo de planta, embora prevaleça a regra geral que diz deverem as sementes ficar cobertas com uma camada de terra cuja altura meça, mais ou menos, o mesmo que o maior dos seus lados. Isso significa que as sementes mais pequenas são colocadas à superfície com muito pouca terra em cima e as maiores devem ser introduzidas numa pequena cova com uma profundidade igual ao dobro da sua altura. Fácil, não é? Se quando chegar o momento tiver alguma dúvida, não se preocupe: na maioria das embalagens de sementes está escrito o que deve fazer. Para semear num local coberto, encha o recipiente, até cerca de um centímetro da borda, com mistura para sementeira humedecida e calque-a com os dedos ou com um vaso do mesmo tamanho. Se achar que os buracos do seu vaso são demasiado grandes e podem deixar cair a terra, tape primeiro o fundo com um pedaço de papel de jornal. Insira as sementes à profundidade requerida para cada planta, não colocando mais de duas num vaso de 10 centímetros. Se usar um tabuleiro grande ou semear no local definitivo, siga as instruções da embalagem quanto aos intervalos ideais entre as sementes e distribua-as da forma mais uniforme possível. Coloque os vasos e tabuleiros num local quente e mantenha a terra húmida, como uma esponja bem torcida, durante a germinação. A duração da germinação difere de planta para planta, por isso não se assuste se as minúsculas primeiras folhas demorarem a aparecer.


CULTI VAR

Alvéolos Feitos com Rolos de Papel Higiénico

Esqueça as esferas de turfa e os vasos minúsculos. São bonitos, mas dão muito trabalho e saem caros. Um saco de mistura para sementeira e uns rolos de papel higiénico são uma opção ecológica que apresenta todos os benefícios de uma esfera de turfa sem custar um cêntimo. São especialmente bons para sementes de feijão e girassol, cujas raízes não gostam de ser perturbadas durante a repicagem. 1. C oloque três, cinco ou sete rolos de papel higiénico na vertical, em cima de um pra to ou tab ule iro, fo rm a n d o um círculo.

2. A te um cordel em volta, sem a p e rta r m uito, só para os rolos não saírem do lugar.

3. Com cuidado, encha cada tu b o com terra para sem enteira hum edecida, calcando ligeiram ente até quase à borda.

4. Plante apenas uma sem ente em cada tu b o , à p ro fu n d id a d e requerida, e regue ligeiram ente.

5. Q uando a plântula estiver pro nta para ir para o ar livre, retire com cuidado a camada e xte rio r de papel, deixando uma interior, fina e intacta, e depois insira cada cilind ro na sua cova.


C arrot purple H aze

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C riar o Bebé Se usar uma campânula ou tampa para conservar a humidade, retire-a assim que as pequenas plantas começarem a emergir à superfície. Todos sabemos que as plântulas precisam de água e luz para sobreviver, mas raramente nos lembramos do terceiro requisito: ventilação. A ventilação raramente constitui problema ao ar livre, mas as nossas casas fechadas no inverno, onde o ar não é renovado, oferecem condições ideais ao aparecimento de doenças como a murchidão das plântulas (página 73), que ataca as plantas jovens e vulneráveis. Se puder instalar uma pequena ventoinha elétrica junto das plântulas em desenvolvimento, é uma boa ajuda. As sementes recém-germinadas devem também receber luz de imediato - durante pelo menos 12-16 horas por dia e proveniente de lâmpadas fluorescentes colocadas a uma distância nunca superior a 5-10 cm. Sim, muito perto. Mais afastadas nem que seja um centímetro e as plantas tornar-se-ão altas, frágeis e pouco saudáveis, pois crescerão na direção da pouca luz existente. Os parapeitos virados a sul servem, à falta de melhor, mas em geral são frios e não recebem luz suficiente. Invista num suporte barato para duas lâmpadas fluorescentes, uma branca e fria e outra branca e quente, e pendure-o por cima das suas plantas. Em alternativa, coloque as plantas em cima de uma pilha de listas telefónicas ou tijolos e vá-os retirando à medida que as plântulas forem crescendo. As plantas acabadas de germinar são comparáveis aos ovos de galinha, na medida em que contêm toda a nutrição de que necessitam sob a forma de cotilédones, as primeiras folhas que emergem do solo. Estas em breve são substituídas por um segundo par, a que se chama folhas verdadeiras. As plântulas começam a exigir alimen.to adicional quando os cotilédones murcham e desaparecem. Algumas das terras próprias para sementeira contêm um pouco de matéria orgânica incorporada, mas, se não for esse o caso da sua, junte-lhe agora vermicomposto e farinha de algas (página 65), pelo sim, pelo não. Como não podia deixar de ser, o número de sementes germinadas pode ser maior do que o previsto. Quando isso acontece, terá de pôr o seu amor à prova, desbastando as plântulas congestionadas enquanto elas ainda são pequenas, para que as outras tenham espaço para se expandirem. E um trabalho duro - até a mim me custa fazê-lo e tenho sempre vontade de simplesmente desenterrar as que estão a mais e plantá-las noutro lugar qualquer. Não faça isso. Corre o risco de danificar o delicado sistema de raízes para salvar apenas algumas. Em vez disso, corte a parte aérea das que estão a mais com uma tesoura. As tenras aparas das plântulas de acelga, couve, nabiças, beterrabas, cenouras e cebolas dão um toque delicioso às saladas. Não as encare como plantas para deitar fora, mas sim como uma colheita precoce!

^ A p a rtir do canto superior esquerdo, no sentido dos po nteiro s d o relógio: plântulas de cebola prontas a transplantar; este tom ateiro tem lesões causadas pelo frio e p e lo sol, po rque não foi devidam ente aclim atado; não se esqueça das etiquetas; faça etiquetas baratas com depressores de língua pintados com tinta de ardósia.


Levar para o A r Livre A altura correta para mudar as suas plântulas do

aconchego caseiro para o cruel mundo exterior depende das necessidades individuais de cada uma. Muitas podem ir para o exterior assim que passar o perigo das geadas na região onde vive, mas outras devem ser mudadas antes e outras ainda muito depois. Leia as instruções inseridas nas embalagens para descobrir os cuidados a ter com cada uma. Todas as plantas a transplantar, ou repicar, que foram cultivadas num local coberto precisam de passar por um processo a que se chama aclimatação, e que consiste em ajudá-las a fazer a transição da vida protegida do interior para as inóspitas condições do exterior. Levá-las de imediato para a terra seria para elas um choque que não tardaria a matá-las. Lá se ia todo o seu trabalho por água abaixo. 1. Q uando a tem peratura tive r subido o suficiente, coloque tod os os dias as suas plântulas ao livre, num local abrigado, durante algum tem po.

2. Ao lo ng o de duas semanas aum ente gradualm ente o pe río do passado ao ar livre.

3. Vá tira n d o da som bra as plantas que gostam de sol até elas se habituarem à intensidade da luz d o exterior.

M a n u s e io das Jo ve n s P lâ n tu la s: S egure-as sem pre pelas fo lh a s e não pe lo s caules. As folh as d a n ifica d a s v o lta m a crescer; as p lâ n tu la s com o caule d a n ific a d o fica m arruinadas.

Lim p eza d o s Vasos: D epo is de p ro c e d e r à re p ica g e m das suas plan tas, g u a rd e os vasos para os p o d e r re utilizar. D e ixe-os d e m o lh o em água com sabão e um as ta m p a s de água o xig e n a d a e/o u vin a g re e fic a rã o lim p o s e e ste riliza d o s, p ro n to s para a p ró x im a u tilizaçã o.


FAZER

Multiplique as Suas Plantas

Quando obtenho plantas novas a partir de estacas, não consigo deixar de sentir que estou a cometer um ato de desobediência e provocação. Como é possível que uma forma tão barata e fácil de multiplicar a colheita não seja um pouco desonesta? Plantas como hortelã, manjericão, malva, alfazema, tomilho, alecrim, lúcia-lima e orégãos criam raízes com especial facilidade. Pegue numa tesoura e faça um corte em diagonal num rebento, logo abaixo do ponto de inserção de uma folha. Coloque o caule num frasco com água e, em menos de uma semana, verá que já criou raízes. Combine partilhar as estacas com amigos e todos colherão grandes frutos a partir de um par de plantas.


C a p í t u l o 3:

Um Bom Começo A primeira coisa a fazer antes de começar uma horta é estudar o espaço disponível. Eu sei, não parece muito divertido, pois não? Nesta altura, a única coisa que lhe apetece é comprar uma tonelada de sementes e começar a mexer na terra!

Perder algum tempo a estudar o espaço de que dispõe pode parecer aborrecido, em especial se chegar à conclusão de que ele nada tem a ver com o jardim dos seus sonhos. Contudo, conhecer fatores como sol, solo e exposição pode fazer a diferença entre uma horta exuberante e uma que só tem bom aspeto no papel. Fazer planos realistas vai permitir-lhe levar em conta as suas limitações e maximizar os seus recursos. Em vez de imaginar o pior, pense nas direções inesperadas que a sua horta pode tomar se a trabalhar de forma esclarecida.

ição Regra geral, as hortas dão-se bem em locais com sol direto. Muitos horticultores impacientes convencem-se de que a sombra de uma árvore ou o parapeito virado a norte serve muito bem. Infelizmente, isto não é verdade. Se tem um espaço à sombra, não se iluda e poupe-se a uma futura deceção. São poucas as plantas comestíveis que se dão bem à sombra. Felizmente, a sombra parcial é apreciada por algumas verduras e ervas aromáticas, embora, em certos casos, a pouca quantidade de sol possa dar origem a colheitas reduzidas. Para uma avaliação rigorosa, observe a luz ao longo do dia e as alterações que ela sofre de estação para estação.

LUZ E X IG ID A

Um local virado a sul, embora muitas vezes seja

Sol D ireto: 6 horas ou mais de sol d ire to por dia.

considerado ideal, pode ser traído por uma vedação

Sombra Parcial: 4-6 horas de sol direto por dia.

alta, um grande edifício ou por um grupo de árvores cujas folhas despontam durante o verão. Procure orientar canteiros e recipientes de modo a tirarem partido da luz disponível, em especial ao princípio da manhã, altura em que ela é mais intensa. A circulação do ar e do vento é outro aspeto que depende da exposição. As hortas dão-se bem se forem protegidas por um quebra-ventos das rajadas fortes e nocivas. Imagine uma brisa suave a soprar na sua pele. Agora imagine um vento forte a fustigar-lhe o rosto. Com as plantas não é


(Iiferente. Uma brisa suave a atravessar o jardim reduz a estagnação i■ regula a temperatura. Os ventos fortes, pelo contrário, sobretudo ao

CRIE UM QUEBRA-VENTOS

Ilassarem entre dois edifícios que produzam um efeito de túnel,

COMESTÍVEL

Iiodem colidir frontalmente com as suas plantas, secar o solo,

• Acelgas

derrubar vasos e partir caules. Arvores, arbustos, plantas altas e

• Alcachofras

I>aredes atuam como quebra-ventos ao nível do solo, mas as plantas

• Alcachofras-de-jerusalém

i'm telhados e varandas altas são mais suscetíveis, pois a essas

• Alecrim

altitudes não existe proteção natural. O truque consiste em criar

• Amoras

quebra-ventos leves que interrompam o fluxo mas não entravem por

• Feijoca

completo a ação do vento. Use uma treliça ou uma rede de capoeira e

• Framboesas

disponha as suas plantas em grupos, colocando as mais vulneráveis

• Milho

n frente e as mais resistentes atrás, junto à treliça, cuja proteção elas

• Mirtilos

podem reforçar.

• Repolho

Edifícios, muros e árvores altas podem interferir na direção do fluxo do ar e também na criação de bolsas de sombra ou calor numa área pequena. Os fatores mais diversos, como veículos, lagos, passeios, tijolos e vedações, podem associar-se e dar origem a diferentes microclimas num mesmo espaço. O tijolo, que absorve bem o calor, oferece um fundo acolhedor a pepinos e tomates. Mude um vaso de verduras para a sombra fresca das plantas de uma varanda e poderá colhê-las até às canículas do verão. Os microclimas podem funcionar a seu favor se dedicar algum tempo a estudar de que modo eles influem no seu espaço.


Disposição: Como, onde e quando A disposição que der às suas plantas, quer as cultive em vaso, quer diretamente na terra, é quase tão importante como a sua localização ou a época em que deve semeá-las. As plantas cultivadas muito perto umas das outras são obrigadas a competir pelo espaço disponível para as raízes, pelos nutrientes e pela água. As folhas começam a sobrepor-se e a fazer sombra umas às outras, aumentando o nível de humidade à sua volta e acabando por criar um meio suscetível às doenças. Por outro lado, deixar grandes intervalos entre elas não é tão inócuo quanto possa parecer. A produtividade torna-se obviamente mais baixa, porque quanto menos se cultiva,

C ultivar plantas em grupos em vez de as dispo r em fileiras é uma form a imbatível de aproveitar um espaço pequeno sem causar balbúrdia. Imagine que o seu quintal é um ta b u le iro de xadrez e disponha as plantas em formações alternadas 3-2-3 ou 2-3-2, deste modo:

XXX

XX

X X

X X X

XXX

XX

menos se colhe. Um pouco de sombra até é bom - refresca o solo e conserva a humidade deste durante mais tempo. Poupa-lhe trabalho e é vantajoso para o ambiente!

Q uer Ser Meu Vizinho? A Consociação A consociação assemelha-se à distribuição dos lugares nas mesas de uma festa de casamento. Não vou mentir: pode ser igualmente difícil. A não ser que goste de assistir a combates na primeira fila, decerto não vai sentar o seu religioso tio Bill ao lado da sua cunhada defensora do aborto. Mas a consociação é mais do que brincar aos diplomatas; é também um modo de pôr comunidades de plantas a trabalhar em conjunto na criação de um ecossistema próspero. O aspeto positivo é que a consociação não resulta apenas quando as plantas partilham o mesmo solo. Mesmo quando as plantas estão em diferentes vasos pode usufruir dos benefícios da consociação se colocar os vasos de plantas que são boas parceiras perto uns dos outros. OA

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.

u i— j._ n: _ l


A Rotação das Culturas A rotação das culturas é uma espécie de jogo das cadeiras levado a cabo no jardim por tempo indeterminado. Todas as plantas são diferentes e cada uma atrai pragas e doenças distintas, exigindo maiores quantidades de determinados nutrientes. Cultivar a mesma espécie no mesmo Mtio ano após ano esgota o solo, do mesmo modo que, se imprimirmos repetidamente uma imagem que contenha muito vermelho, gastamos o cartucho de tinta vermelha da impressora enquanto os outros permanecem cheios. No jardim, esse tipo de sangria desigual pode dar origem ■i plantas doentes. Para piorar a situação, algumas doenças e pragas podem acabar por se instalar no solo, em redor das plantas de que se alimentam. Manter essas plantas sempre no mesmo lugar é convidar as pragas a irem a um restaurante onde o seu prato preferido é diariamente servido. Ao anotar onde cultiva cada espécie poderá alterná-las e confundir as pragas e doenças, além de dar ao solo a hipótese de renovar os nutrientes esgotados. Nem sempre é fácil saber que planta deve suceder a outra, mas, de uma maneira geral, substituir uma dada espécie por um membro de uma família diferente faz uma grande diferença. A Secção 2 deste livro identifica as famílias a que cada planta pertence e sugere as melhores trocas para que tudo corra de forma satisfatória.



T IP O S D E C O N S O C IA Ç Ã O O s O p o s t o s A t r a e m - s e : Plantar e s p é c ie s qu e

p re fe rid a . Um a vez o «cham ariz» in fe sta d o ,

ne cessita m d e p o u c o a lim e n to ju n to a esp écies

re m o v a -o e d e s tru a -o , e lim in a n d o desse m o d o

d e m u ito a lim e n to e p la n ta s d e raízes

a p ra ga ,

c o m p rid a s ao la d o d e p la n ta s d e raízes cu rta s

m o s ta rd a -d a -ín d ia .

e x p e r im e n t e :

P lantar chagas ju n to a

p ro p o rc io n a uma boa d is trib u iç ã o dos n u trie n te s d o so lo e evita a co n co rrê n cia . As raízes c o m p rid a s p e rfu ra m o so lo tra z e n d o n u trie n te s q u e se e n c o n tra m nas p ro fu n d e za s para a su p e rfície , e n q u a n to as raízes cu rta s criam um e m a ra n h a d o ju n to à s u p e rfíc ie q u e p ro te g e o solo co n tra a erosão. R e p e le n t e s d e P r a g a s : A lg u n s insetos

parasitas são d is s u a d id o s p e lo c h e iro ou pela c o m p o s iç ã o q u ím ica d e c e rta s plan ta s. R odear uma p la n ta vu ln e rá ve l d e o u tra s co m um ch e iro fo rte , c o m o ce b o la s ou alhos, p o d e c o n fu n d ir as pragas. EXPERIMENTE: C ra v o -d e d e fu n to , alho, c e b o lin h o -c h in ê s , ce b o la , catária, alfazem a, h o rte lã e c o e n tro s. A s m a is P o p u la r e s : A s flo re s d e algum as

p la n ta s a tra e m vespas parasitas, abelhas, b o rb o le ta s e o u tro s p o lin iz a d o re s b e n é fico s, c o n tro la n d o as p o p u la ç õ e s d e pra ga s e g a ra n tin d o a p o lin iz a ç ã o das plantas. EXPERIMENTE: B o rra g e m , h o rte lã -p im e n ta ,

e n d ro , m ile fó lio , c a lê n d u la e m a n je ricã o . Mais in fo rm a çõ e s na p á gina 75. C h a m a r iz e s : O s in fe sta n te s das p la n ta s são

c o n h e c id o s p o r p re fe rire m c e rta s espécies. Tire p a rtid o dessa p re fe rê n cia e c u ltiv e uma p la n ta q u e os atraia ju n to à sua esp é cie

P la n ta s Q u e A l i m e n t a m : A s le gu m ino sas,

c o m o os fe ijõ e s e as ervilha s, c a p ta m o a zo to c o n tid o no ar e lib e rta m -n o para o solo. J u n to às le g u m in o sa s p la n te e sp écies a p re cia d o ra s d e azoto, p o r e x e m p lo , brássicas, co m o b ró c o lo s , co u ve ou re p o lh o . A b r i g a r d a T e m p e s t a d e : C u ltiv e p la n ta s altas

e resiste ntes em fre n te d e e sp écies d e lica d a s e sensíveis, para as p ro te g e r d o v e n to ou d o c a lo r excessivo. In t e n s if ic a d o r a s d o S a b o r : E m bora aind a não

esteja o fic ia lm e n te p ro v a d o , a lgu m as p la n ta s in te n sifica m , ou m e sm o a lte ra m , o s a b o r das suas c o m p a n h e ira s. EXPERIMENTE: Plantar b o rra g e m com m o ra n g o s, c e re fó lio com rab an etes, m o n a rd a co m to m a te . F a z e r S o m b r a : Plante esp écies d e p e q u e n o

p o rte , d e c re s c im e n to rá p id o e raízes curtas, c o m o as alfaces, p o r b a ix o d e e sp écies altas e folh osa s, c o m o os to m a te s ou os q u ia b o s. A s p la n ta s baixas e n ch e m d e so m b ra o so lo das altas e n q u a n to elas se e stã o a e s ta b e le c e r e as altas fo rn e c e m so m b ra às baixas mais ta rd e , q u a n d o o ve rã o aq ue cer. EXPERIMENTE: V erduras, alface, c ra v o -d e -d e fu n to m e xica n o

(Tagetes minuta), salsa e to m ilh o .

* A partir do canto superior esquerdo, no sentido dos ponteiros do relógio: plante flores ricas em néctar para atrair insetos benéficos ao seu jardim. Os sirfídeos imaturos devoram afídeos; os abelhões são conhecidos polinizadores; as larvas de joaninha são vorazes devoradoras de afídeos; de uma maneira geral, n» vespas são predadores úteis.


Segundas Sementeiras Muitos de nós temos tendência a considerar a primavera como a época em que se deve pegar nas sementes e começar a plantá-las, mas, na verdade, esta estação é apenas uma de várias oportunidades para iniciar uma nova cultura. Consoante o clima, algumas sementes podem ser lançadas à terra no outono ou mesmo no inverno. Não deixe que o fim da primavera destrua o seu sonho de ter um jardim de plantas comestíveis. Siga estas indicações gerais para semear em praticamente qualquer estação do ano.

Do Início ao Meio do Verão O tempo quente assinala o fim de muitas plantações de época fria na maioria dos climas, independentemente da proximidade do equador. Quando as ervilhas já tiverem sido colhidas e a alface começar a ficar flácida e amarga, está na altura de enviar as plantas para a compostagem e preencher os espaços que ficaram vazios com plantas apreciadoras de calor. Este modo de fazer a rotação das culturas é a melhor maneira de aproveitar o solo de qualidade de uma propriedade. EXPERIMENTE: Semeie diretamente (ver a página 25) feijoeiros-rasteiros

e trepadores, soja (edamame), milho e muito, muito manjericão.

No Final do Verão Tal como contou os dias que faltavam até às últimas geadas para No início do verão, substitua as alfaces que crescem sob os tom ateiros e atingiram a m aturidade po r manjericão, para ter sempre o que colher. Até num vaso se pode tira r p a rtido desta estratégia.

determinar quando fazer as plantações da primavera (ver a «Tabela de Sementeiras e Plantação», na página 200), use o mesmo método para saber quando deve plantar as colheitas do tempo frio antes que a estação de crescimento chegue ao fim. Consulte um almanaque do agricultor - o Borda d’Agua, por exemplo -, para saber quando começam as geadas na sua área. Depois veja quais são os dias em que se deve colher a planta que deseja, na «Tabela das Colheitas» (ver a página 173). Conte o número de dias que faltam para as primeiras geadas, para saber se ainda lhe resta tempo suficiente. Não se esqueça de acrescentar cerca de uma semana, a contar com a redução dos dias durante o outono. EXPERIMENTE: feijão, cenouras, ervilhas, espinafres, alface e verduras, cebolas, amores-perfeitos e violetas, chicória, coentros e rabanetes.

No Inverno Estas plantas podem ser semeadas de novo, para serem colhidas no inverno, em zonas sem geadas e temperadas. EXPERIMENTE: Calêndula, acelga, nabiças, ervilhas, repolho, couve, amores-perfeitos e violetas, brócolos, nabos e cebolas.


SU G ESTÕ ES SOBRE A P LA N TA Ç Ã O O Q u e T e m o s ? Ide ntifiqu e as condições

que, no seu espaço, afetarão o crescim ento das plantas, incluindo luz e exposição, direção d o vento e m icroclim as (página 33), bem com o tip o e fe rtilid a d e d o solo (página 42). L o c a liz a ç ã o , lo c a liz a ç ã o , lo c a liz a ç ã o :

C ultivar plantas em grupos e não em fileiras aumenta a colheita, refresca o solo, conserva m elhor a hum idade deste e perm ite que elas colaborem umas com as outras. (Ver «Disposição: Com o, onde e quando», na página 34.) V iv e r c o m os P a re n te s : Plantar no local

da colheita do ano seguinte plantas de outra família é uma form a de dar ao solo um descanso m erecido e enganar as pragas que, de ou tro m odo, se reuniriam nessa área. (Ver «A Rotação das Culturas», na página 35.) O b r ig a d o p e la S u a A m iz a d e : Se

dispuser as plantas em grupos que colaborem entre si melhorará a saúde de todas (ver a consociação, na página 34). P a ra o Lixo: Tire o m áxim o p a rtid o do

seu espaço, fazendo seguir plantas de vida curta, com o ervilheiras, rabanetes e verduras, p o r uma cultura dife ren te e m antendo, deste m odo, a terra sempre plantada. (Ver «Segundas Sementeiras», na página 38.)


Capítulo 4=

Abordagens Diferentes: Cultivar na Terra ou em Vaso Como se imagina, se compararmos o cultivo de plantas em vasos com o seu cultivo no solo verificaremos que há diferenças que é importante conhecer. Contudo, embora algumas estratégias e ingredientes sejam distintos, em muitos aspetos, os conceitos básicos não mudam. Por esse motivo, vale a pena ler as duas partes deste capítulo, independentemente do local onde vai plantar.

Cultivar no Solo Os quintais são espaços herdados que já foram ocupados por diversos animais, plantas, insetos, pessoas e talvez mesmo por outra horta, antes de chegarem às suas mãos. O solo encerra a história de tudo o que por lá passou, quer se trate de poluentes de uma velha fábrica, compactação causada por um terraço de cimento ou acidez proveniente das agulhas caídas de uma conífera vizinha. Visto que, de uma maneira geral, nenhum de nós pode vistoriar o terreno minuciosamente de um dia para o outro, o melhor é conformarmo-nos com o que temos e irmos melhorando as condições a pouco e pouco. Eis como.

Avaliar o Solo O solo é o elemento mais importante num jardim. Como bons horticultores, é natural que nos concentremos nas plantas, embora, no que toca à saúde e à vitalidade do jardim, elas tenham uma importância secundária. O solo é um organismo vivo (sim, até o que não presta é importante!), uma amálgama de minerais, fungos, bactérias, ar, água, matéria orgânica e uma imensidão de pequenas criaturas, cada uma desempenhando a sua tarefa, mas também trabalhando em conjunto e estabelecendo complexas relações umas com as outras. Tal como as plantas, seguem um ciclo de vida e morte. As plantas retiram nutrientes da terra, à qual alguns deles regressam quando elas morrem. Sem intervenção humana, este ciclo repete-se infinitamente. Na nossa atividade de horticultores perturbamos esse equilíbrio, com a vontade de organizar e ordenar tudo. Quando arrancamos plantas no final da época, privamos o solo de nutrientes potenciais. Por isso é tão importante fazer composto (página 46) e juntar uma boa quantidade dele à terra todos os anos. De outro modo, vamos tirando, tirando, até restar apenas uma terra seca, poeirenta e infértil. As plantas alimentares crescerão pouco e devagar, serão atacadas por pragas e doenças ou tornar-se-ão improdutivas.


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A s condições do solo diferem grandemente de lugar para lugar, até dentro do mesmo quintal. Para saber a que tipo pertence o seu solo, siga estes passos: 1. V erifique o pH recorrendo a um teste caseiro, disponível nas lojas de jardinagem e em drogarias a um preço acessível.

A maioria das hortas prefere um solo com um pH neutro a levemente ácido. Se o seu tiver uma pontuação média, salte para o passo seguinte. Alterar o pH de um solo cuja pontuação se aproxima de qualquer um dos extremos é um grande bico de obra. Em vez de lhe acrescentar doses intermináveis de composto, estrume, cal ou outros retificadores do solo, o mais fácil é construir um canteiro elevado, deitando todo o material que não interessa para o fundo do compostor. Veja «Construa Uma Horta Elevada», na página 44. 2. D eterm ine a te xtu ra d o solo.

Cada solo tem uma textura diferente e que se pode sentir com as mãos. Pegue num pouco de terra, humedeça-a e passe-a entre os seus dedos. Sente a terra arenosa e áspera como a areia, pegajosa como a argila, macia como a lama, ou solta e granulosa como a marga? Caso a ache semelhante à marga, parabéns, saiu-lhe a sorte grande! Constituída por areia, lama, argila e matéria orgânica, a marga não se torna demasiado rija quando seca, não se deixa encharcar pela água e é leve, apresentando entre as partículas inúmeras bolsas de ar graças às quais as plantas respiram com facilidade. Se não dispõe de um solo margoso, pode vir a tê-lo um dia. O truque é juntar grandes quantidades de composto ao solo, ano após ano. Saiba mais sobre composto na página 46.

C o m o T ira r P a rtid o d o Q u e Tem O seu quintal é árido como se tivesse sido varrido por uma tempestade de areia? Tem um deserto ou um pântano nas traseiras? Há árvores altas, muros enormes ou um prédio novo a impedir a entrada do sol? A não ser que tenha rios de dinheiro, melhorar as condições de um solo realmente mau pode demorar várias estações - mas entretanto use a tabela apresentada na página ao lado e comece já a usufruir de uma pequena horta. Lembre-se que, em casos extremos, a produção pode ser inferior ao esperado.


Bons C andidatos para Más C ondições SOLO POBRE

LOCAIS COM SOMBRA

CALOR INFERNAL

As plantas que se seguem suportam

Sei que não vai gostar de ouvir isto,

Estas plantas sobrevivem a

um solo com baixo teor de

mas são poucas as plantas

períodos curtos de solo seco e não

nutrientes e, por isso, são uma boa

comestíveis que se dão bem à

se importam de viver no calor de

escolha para um quintal árido.

sombra. Felizmente, algumas

um saguão ou uma varanda.

toleram sombra parcial (4-6 horas

Amora (Rubus fructicosus) Borragem (Borago officinalis) Chagas (Tropaeolum majus) Erva-cidreira (Melissa officinalis) Funcho-púrpura (Foeniculum vulgare) Manjerona (Origanum majorana) Orégãos (Origano spp.) Pepino-espinhoso (Cucumis anguria) Pepino Mexican Sour Cucumber (Melothoria scabra) Rabanetes (Raphanus sativus) Rúcula (Eruca sativa) Salva (Salvia officinalis) Tomilho (Thymus spp .)

de sol direto), embora, quanto mais sol lhes proporcionar, melhor.

Acelga (B e ta v u lg a ris , g r u p o C ic ia )

Alho-social (T u lb a g h ia v io la c e a ) Amora (R u b u s fru c tic o s u s ) Amores-perfeitos e violetas (V io la x w ittro c k ia n a )

Azeda-da-horta (R u m e x a c e to s a ) Cebolinho (A lliu m s c h o e n o p ra s u m )

Cebolinho-chinês (A lliu m tu b e ro s o m )

Cerefólio (A n th ris c u s c e r e fo liu m ) Erva-cidreira (M e lis s a o ffic in a lis ) Ervilheira (P is u m s a tiv u m )

SOLO ENCH ARCAD O

Feijoca (P h a s e o lu s c o c c in e u s )

Faça o que fizer, este solo nunca

Groselha-espim (R ibe s u va -

terá uma boa drenagem; felizmente,

-c ris p a )

não é um problema.

Groselha-vermelha e preta (R ibe s ru b ru m , R ib e s n ig r u m )

Agrião (N a s tu r tiu m o ffic in a le ) Angélica Arroz (O ry z a s a tiv a ) Erva-príncipe (C y m b o p o g o n c itra tu s )

Hortelã (M e n ta ) Monarda (M o n a rd a )

(H e lia n th u s tu b e ro s u s )

Alfazema (L a v e n d u la )

Espinafre (S p in a c a o le ra c e a )

para as plantas que se seguem, isso

Alcachofra-de-jerusalém

Hortelã (M e n ta ) Pimpinela-menor (S a n g u is o rb a m in o r)

Rabanetes (R a p h a n u s s a tiv u s ) Repolho (B ra s s ic a o le ra c e a , g r u p o A c e p h a la )

Ruibarbo (R h e u m rh a b a rb a ru m ) Salsa (P e tro s e lin u m c ris p u m ) Verduras (rú c u la , a lfa c e , e tc.)

Beldro Beldroega (P o rtu la c a o le ra c e a ) Borragem (B o ra g o o ffic in a lis ) Cebola-selvagem (A lliu m c e rn u u m )

Cebolinho-chinês (A lliu m tu b e ro s o m )

Endro (A n e th u m g ra v e o le n s ) Hissopo-anisado (A g a s ta c h e F o e n ic u lu m )

Manjerona (O rig a n u m m a jo ra n a ) Orégãos ( O r ig a n o s p p .) Pimentão (C a p s ic u m ) Piteira-da-índia (O p u n tia ) Quiabo (A b e lm o s c h u s e s c u le n tu s )

Salva (S alvia o ffic in a lis ) Tomilho (T h ym u s s p p .)


C O N S T R U IR

C onstrua Um a H orta Elevada

♦♦♦

Se quiser cultivar no chão, os canteiros elevados são a opção ideal. Tiram o máximo partido do espaço limitado e tendem a ser mais produtivos do que a vulgar pequena elevação de terra a que se chama cama. Em grande parte, isso tem a ver com o solo. Um canteiro elevado é a melhor maneira de obter depressa terra boa e solta sem sacrificar as costas a cavar e a preparar o terreno. Além desses benefícios, os canteiros elevados aquecem mais depressa quando chega a primavera - quanto mais alto estiverem, mais sol recebem. O facto de se encontrarem acima do nível do solo significa que você não vai ter de se dobrar tanto e que o cão terá menos hipóteses de pisar as alfaces. Este método de construção de um canteiro elevado é fácil e económico. Em vez de arrancar as ervas e melhorar o solo com produtos dispendiosos, obterá uma terra de boa qualidade se as cobrir com materiais de compostagem. E como criar uma pilha de composto que não é preciso virar nem transportar. No fim, basta plantar em cima quanto mais cedo começar, melhor. Prepare a sua horta com uns 6 meses de antecedência se quiser plantar na

V A I P R E C I S A R DE

primavera seguinte.

• Materiais de contorno (ver a página 45) • Parafusos para d e c k de madeira,

Construção da Caixa

resistentes à ferrugem

Os canteiros elevados podem ter todas as formas e

• Pregos grandes para exterior

feitios e ser construídos com qualquer material que se

• Folha de plástico (facultativo)

aguente de pé e onde se possa inserir pregos. Se os

• Pistola de agrafar e agrafos (facultativo)

construir com madeira de qualidade obterá canteiros com

• Grande quantidade de papel de jornal

grande longevidade, mas pode optar por materiais mais

• Grande quantidade de materiais de

baratos se não se importar de reconstruir ou remendar as paredes ao fim de um a dois anos. Reutilizar a estrutura das camas do tipo

fu to n

é o ideal; e estas abundam: muitos

de nós tivemos uma cama destas antes de um sofá ou cama «verdadeiros». Em alternativa, use pedaços de cimento recuperado, pedras ou blocos de betão, como se estivesse a erguer um muro.

compostagem (ver a página 45) • Uma cobertura (ver o passo 5)


1.

É preferível com eçar p o r d e lim ita r o espaço antes de d e ita r o co m p o sto no solo. O p te p o r canteiros pe qu en os com apenas umas dezenas de centím etros de largura. Um canteiro p e q u e n o e acessível p o r to d o s os lados é mais fácil de tra ta r e corre m enos risco d e sofrer da com p actaçã o causada pelas pessoas ao

M A T E R IA IS D E CONTORNO

pisá-lo. C onstrua os lim ites d ire ta m e n te em cima das ervas ou d o solo, e use

Madeira usada

parafusos antiferrugem para d e d c d e madeira e pregos para exte rior com pridos,

Peças de mobiliário usadas

para u n ir as tá b u a s e as traves. Fixe os lados com p e q u e n o s p e d a ço s de m a d e ira in serid os no in te rio r d o s can tos ou velhas d o b ra d iç a s d e p o rta s.

Estruturas de fu to n Blocos de betão

2.

3.

F orre os la d o s d o c a n te iro co m um a fo lh a d e p lá s tic o e a g ra fe -a co m a

Pedras e pedregulhos

p is to la , para q u e não saia d o lugar. Este passo é fa c u lta tiv o , mas p e rm ite

Tijolos

q u e as tá b u a s d e m a d e ira d u re m um p o u c o m ais ou fu n c io n e m c o m o

Ramos grandes

b a rre ira s e n tre o s o lo e m a te ria is re a p ro v e ita d o s d e o rig e m d u v id o s a .

Pedaços de pavimento partido

C o m e ce a e m p ilh a r fo lh a s d e p a p e l d e jo rn a l m olha das no in te rio r da caixa,

Madeira resistente à podridão (cedro e cipreste)

até fo rm a re m uma cam ada com cerca de dez folhas. N ão p o u p e no pa pe l! Esta cam ada é fu n d a m e n ta l para a m o le ce r o solo. M o lh a n d o -a p rim e iro

Paletes de madeira usadas

e vita rá q u e esteja se m p re a voa r e lhe p ro v o q u e um a ta q u e d e nervos!

4.

A seguir, cubra o papel com to d a a m atéria orgânica a que co n se g u ir d e ita r as mãos. O o b je tiv o é en che r a caixa até à b o rda , com uma altura m ínim a de 25-30 cm de m atéria orgânica. T udo o q u e fo r a d e q u a d o ao c o m p o s to r serve. O s e g re d o é o m o d o co m o aplica os m ateriais. Pode usar não só m ateriais mais sólido s (com o aparas de plantas), qu e levam mais te m p o a d e com p or-se e p o rta n to de vem fic a r p o r baixo, co m o ta m b é m m ateriais mais delicados, q u e de vem fic a r p o r cima (com o te rra ou o p ro d u to d o seu com p ostor).

M A T E R IA IS P A R A CO M POSTAGEM

Papel de jornal Ramos e gravetos Aparas de relva Folhas Aparas de madeira Restos de comida Palha

5. T ape tu d o co m um p lá s tic o ou c o b e rto r. T a p e te s e b o c a d o s d e a lc a tifa são ta m b é m b o n s m a te ria is d e c o b e rtu ra , ta l c o m o m antas velhas e roídas pelas tra ça s e os jeans q u e já não lhe se rve m . Use apenas te c id o s d e fib ra s cem p o r c e n to na tu ra is (a lg o d ã o , lã, etc.) e re tire os fe c h o s e as tach as de m e ta l. A fo lh a d e p lá s tic o ou o p lá s tic o p re to são e s p e c ia lm e n te bo ns para a ce le ra r a d e c o m p o s iç ã o , p o is a tra e m os raios d e sol, g e ra n d o calor.

6.

E xam ine o c a n te iro ao fim d e 4 -6 m eses, a ltu ra em q u e p o d e c o m e ç a r a p la n ta r. A s cam a da s s u p e rio re s já d e ve m te r d a d o o rig e m a um solo g ra n u lo s o co m c h e iro a te rra . Se, p o r a lg u m a razão, aind a h o u v e r m u ita m a té ria ap en as p a rc ia lm e n te d e c o m p o s ta a p o u c o s c e n tím e tro s da su p e rfíc ie , s u b s titu a a c o b e rtu ra e d e ix e o p ro c e s s o p ro lo n g a r-s e p o r mais um as sem anas. J u n te m ais c o m p o s to ou te rra se o nível d o so lo e stive r m u ito a b a ixo da b o rd a d o c a n te iro . E a g o ra to c a a p la n ta rl

Composto Cascas de noz Cascas de ovo Borras de café Terra Desperdícios do quintal ou jardim Estrume bem curtido


M elhorar a Saúde do Solo: C o m p o sta g e m em E sp aço s Pequenos A compostagem é um excelente sistema de reciclagem, pois repõe os nutrientes que as plantas retiram do solo para se desenvolverem. E também a forma mais económica de melhorar a textura e a drenagem do solo, enriquecer o seu teor nutritivo e atrair minhocas ao terreno. E tudo isso à borla!

C o m p o s ta g e m O mais difícil, na compostagem, é arranjar espaço onde a fazer. Muitos horticultores que estão a aprender a fazê-la pensam que o segredo da compostagem reside na utilização do método ou do «sistema» ideal. Para fazer composto basta dispor de um caixote do lixo com alguns orifícios dos lados e no fundo. Até uma simples cova no chão serve perfeitamente. Os sistemas elaborados podem ser úteis, mas não são fundamentais. Atualmente, na minha horta comunitária, existem dois compostores. O que parece mais eficaz é uma pilha de material que é mantida no lugar por uma série de paletes de madeira partidas e rede de capoeira. Não é um espetáculo agradável, mas oferece-nos grandes quantidades de excelente composto todas as primaveras. Por sua vez, os recipientes em plástico comprados para o efeito causaram uma quantidade infinita de problemas: as partes de baixo e de cima separam-se constantemente, secando o composto e tornando-o inativo em pouco tempo. De tal maneira que há uns anos os vespões decidiram instalar-se de armas e bagagens nos ramos secos do fundo! Se tem pouco espaço, experimente colocar um pequeno

A u m e n te a eficácia da sua p ilha de c o m p o s to ju n ta n d o -lh e fe rtiliz a n te s de lib e rta ç ã o p ro lo n g a d a , co m o fo s fa to na tura l e areia com

contentor na varanda. Fazer uma pequena porção de

g la u c o n ite . O e s tru m e de ve ser sem pre s u b m e tid o

composto é melhor do que não fazer nenhum. Melhor

à co m p o s ta g e m antes de ir para a h o rta .

ainda: um contentor com vermes (também chamado vermicompostor), que pode ser guardado debaixo do lava-louças ao longo do ano e que constitui o melhor e mais versátil fertilizante para plantas envasadas. AA .

, c .., u « ,* , n ;„ u .


Como Fazer Composto 1.

C o n s tru a um c o n te n to r re c ic la n d o «achados» c o m o p a le te s d e m a d e ira , fa rd o s d e palha, re d e d e ca p o e ira , b lo c o s de

D E IT E P A R A A P IL H A

b e tã o , p ilh a s d e pn eu s e ram os. Pode im ita r um c o n te n to r d e

« C a s ta n h o s » (secos, ricos e m c a rb o n o )

c o m p ra a b rin d o , com um b e rb e q u im ou fu ra d o r, vários

Relva seca Cascas de noz Madeira

b u ra co s d e 0 ,6 4 cm ou m ais nos lados, no fu n d o e na ta m p a d e um a caixa ou e m b a la g e m em p lá s tic o , ou m e sm o num c a ix o te d e lix o d e p lá s tic o ou m e ta l. N ã o e co n o m iz e nos bu raco s: são in d isp e n sá ve is para q u e e xista um a boa circ u la ç ã o d o ar e para re d u z ir o m au ch e iro .

2. Vai p re c is a r d e um a ta m p a . A lg u n s c o m p o s to re s fu n c io n a m sem ta m p a , mas acho m u ito mais fá c il re g u la r os níveis de c a lo r e h u m id a d e c o b rin d o -o s co m um a m a n ta ou c o b e rto r, o q u e ta m b é m os p ro te g e da chuva. Pedaços d e a lca tifa s

« V e rd e s » (h ú m id o s, ricos e m a zo to )

velhas, s e ra p ilh e ira , o le a d o e fo lh a d e p lá s tic o são ó tim a s

Restos, caroços e cascas de hortaliças e frutos Borras de café e saquetas de chá Cascas de ovo Algas e kelp Estrume de cavalo e vaca Material do fundo de capoeiras, coelheiras, gaiolas de hámsteres (apenas herbívoros)

c o b e rtu ra s . C o lo q u e um o b je to p e s a d o em cim a para a ta m p a não ser le vad a p e lo v e n to .

3.

Se p u d e r, c o lo q u e o seu c o m p o s to r s o b re um a área d e te rra . Isso p e rm itirá a q u a lq u e r líq u id o q u e esco rra ser a b s o rv id o e a tra irá in se to s b e n é fic o s . Se não fo r possível, c o lo q u e um ta b u le iro p o r ba ixo , para re c o lh e r os líq u id o s ricos em n u trie n te s . Esses líq u id o s são p re cio so s! R eserve-os e d ê -o s às suas p la n ta s q u a n d o elas p re cisa re m d e e n c o ra ja m e n to .

4.

Ramos Material vegetal seco Papel de jornal e documentos rasgados Lenços de papel Rolos de cartão e de papel higiénico Embalagens de ovos e pratos em cartão Feno e palha Rolhas e fósforos usados

P raticam ente tu d o o q u e é natural serve para fazer co m p o sto . Mas c o m o poucos d e nós d isp o m o s d e espaço suficien te para co n stru ir um c o m p o s to r g ra n d e e mais eficien te , é m e lh o r e vita r os m ateriais d e de co m p o siçã o d e m o ra d a q u e acabam p o r atrair ro e d o re s e ou tra s criaturas indesejadas. O se g re d o para o b te r uma pilha eficaz é co m b in a r te x tu ra s e ju n ta r uma m istura de «verdes», ricos em azo to (restos da cozinha), e «castanhos», ricos em c a rb o n o (m aterial ve g e ta l seco). A d e co m p o siçã o é in te rro m p id a se um desses e le m e n to s se e n co n tra r em excesso na m istura. Q u a n d o encher um c o m p o s to r novo, pro cu re alte rná -los em cam adas da m esm a espessura, e n te rra n d o os «verdes» p o r ba ixo dos «castanhos». Parta os ram os e o u tro m aterial ve g e ta l g ra n d e em pe da ços mais p e q u e n o s antes d e os ju n ta r à pilha - q u a n to maiore», mais difícil a sua d e com p osiçã o.

Aparas de relva N ã o D e ite p a ra a Pilha

Lixo do cão ou do gato Laticínios e gorduras Restos de carne Tudo o que contenha óleo Cartão laminado e embalagens Tetra Pak Revistas Aparas de plantas doentes Gesso cartonado ou madeira prensada


5.

Inicie um c o m p o s to r novo com um a tiv a d o r de co m p o s to dispo nível no m e rca d o ou peça um p o u co de c o m p o s to m a tu ra d o a um a m ig o que ten ha um c o m p o s to r já e sta b e le cid o . Os ativa do res desencadeiam o fu n c io n a m e n to d o co m p o sto r, d o m esm o m o d o que um ace le rante ateia um fo g o . Se tiv e r galinhas no q u in ta l, o e strum e de cap oe ira é um a tiv a d o r fa n tá s tic o e, além disso, um e le m e n to rico em n u trien te s, ó tim o para ju n ta r à pilha. A lg un s h o rtic u lto re s d e fe n d e m o p o d e r a tiv a d o r da urina humana. O u tro s pre fe rem usar chá de consolda, u rtig a ou valeriana-branca. Seja qual fo r a sua pre fe rên cia, ju n te um p o uco de a tiv a d o r de cada vez que d e ita r um m aterial novo no com p ostor.

6.

Para m an te r a sua pilha ativa, vai te r de a revolver. Com fre q u ê n cia . A c o m p o sta g e m é um processo aerób ico, p o rta n to , precisa de ar. Revolver a pilha p e rm ite q u e o ar e n tre nela e desen cad eie a d e com p osiçã o. Os co m p o sto s que não recebem ar desenvolvem um processo a n ae róbico que te cn ica m e n te consiste numa de co m p o siçã o , mas m u ito mais lenta e com um che iro desagradável. A c o m p o sta g e m aeróbica não te m mau cheiro. Revolver uma pilha g ra n d e p o d e d e ixa r dores nos braços, o que é mais uma razão para que a pilha seja pequ en a ou para o p ta r p o r um v e rm ico m p o sto r, que não precisa de ser revo lvid o, até a «febre» da co m p o sta g e m atacar.

7.

O m aterial c o lo c a d o na pilha e o m o d o de a tra ta r d e te rm in a m q u a n d o é que ela fica p ro n ta . As pilhas gra nd es p ro du zem calor e p o d e m estar pro n ta s a ser usadas no prazo de um mês, mas as pilhas pequenas e frias, cuja te m p e ra tu ra mal fica reg istad a num te rm ó m e tro , p o d e m levar um ano ou mais e te n d e m a torna r-se mais lentas ou a suspender a co m p o sta g e m p o r c o m p le to se a te m p e ra tu ra descer m uito. D e po is de p ro n to , o c o m p o s to é escuro e gra n u lo so e cheira a te rra . Em geral, a p a rte m e lh o r acum ula-se no fu n d o , p o r isso v e rifiq u e -o p rim e iro para saber se p o d e com eçar a u tiliza r o seu c o m p o sto .

COM POSTAGEM

S E M R E C I P IE N T E

Em vez d e arrancar plantas m o rta s no final da época, use a plan ta ção de ste ano para pre pa rar c o m p o s to in loco e p o u p e traba lh o. 1. C o rte a p a rte aérea de plantas anuais m o rta s e sem doenças, com o to m a te iro s e fe ijo e iro s, d e ixa n d o as raízes in ta ctas a d e co m p o r-se no solo.

2.

E m pilhe os caules e as folhas rem anescentes na te rra e ju n te -lh e s o m esm o volum e de restos de ho rta liças, borras de café, aparas de relva e o u tro s «verdes».

3.

M olhe a pilha com água e cubra com sera pilhe ira ou com um c o b e rto r velho, ta m b é m m olhados.

4.

Na prim avera deve e n co n tra r uma te rra rica e granulosa p o r ba ixo d o c o b e rto r. D e ite os d e trito s d e m aiores dim ensões no c o m p o s to r ou use-os para c o b rir a te rra q u a n d o plantar.


PROBLEM AS C O M U N S DA C O M P O S TA G E M P ra g a s na P ilh a : Larvas voadoras, lesmas,

centopeias, form igas, bichas-cadelas e bichos-de-conta são comuns nos com postores. Lá d e ntro há alim ento em decom posição e, po r isso, é natural que eles o queiram aproveitar. A té ajudam a acelerar a decom posição! Para controlar os infestantes, enterre restos de com ida po r baixo dos «castanhos» e mantenha a pilha bem ventilada, a fim de aum entar o calor. Para im p e d ira entrada de roedores e mamíferos, enterre bem o lixo da cozinha, não de ite na pilha alim entos oleosos nem carne, ou então opte p o r um dos com postores que se encontram à venda e que tenha uma tam pa que feche bem. N ã o M e C h e ira b e m : O cheiro desagradável a

po d rid ã o é, em geral, causado p o r falta de oxigénio. Isso significa que tem de introduzir mais ar na pilha ou que esta está ensopada, de vid o a excesso de água ou de materiais m olhados ricos em azoto. Deite mais «castanhos» no con tentor e revolva bem. O C o m p o s to r T e m L o d o : As aparas de relva e as

folhas são excelentes para o com postor, mas muitas de uma só vez podem estragar tud o, form an do uma espessa camada isoladora que o ar não atravessa. Para resolver o problem a, ju nte im ediatam ente mais «castanhos» e revolva bem a pilha. N a d a A c o n te c e : Nas pilhas de com posto dem asiado

secas (com excesso de «castanhos»), a decom posição não ocorre. Reative-as adicionando bastante água e mais «verdes» e, em seguida, revolva bem.


Dispensa-se Quintal: Horticultura em Vasos Ao contrário de um terreno cultivado, uma horta em vasos é criada de raiz, o que tem a vantagem de a poder adequar às suas necessidades. Isso significa que não terá de enfrentar um solo duro, compactado, porque a terra vai ser escolhida por si. Detesta a disposição do jardim? Não faz mal, pode modificá-la num abrir e fechar de olhos. Tudo pode ser cultivado em vaso, desde um pé de alface a uma árvore de fruto. O truque é dar às culturas um bom arranque, usando terra de qualidade e um vaso suficientemente amplo para acomodar de forma adequada a raiz de uma planta estabelecida. Para falar com sinceridade, os resultados não dependem apenas da sua aptidão: algumas plantas alimentares dão-se bem em vaso, enquanto outras são conhecidas por, nessa situação, produzirem menos do que quando cultivadas na terra, seja qual for o tamanho do vaso e o talento do horticultor. Saber o que resulta e o que não resulta requer alguma prática (e alguns fracassos), mas dou-lhe uma ajuda indicando, na Secção 2, o tamanho mínimo que os vasos podem ter. As plantas cultivadas em vaso tendem a exigir mais espaço para respirar. Se as duas plantas de um vaso estiverem congestionadas, podem competir pelo espaço e pelos nutrientes e qualquer uma delas pode ser a derrotada. Algumas plantas são açambarcadoras de espaço e nutrientes e exigem um vaso individual. Plantas como a couve-flor sofrem particularmente se estiverem num dado vaso com outra da mesma espécie, porque travam uma verdadeira batalha pelo alimento. Outras, com necessidades alimentares menos exigentes, partilham bem o espaço, desde que tenham como parceiras variedades que apreciem as mesmas condições de luz e água, mas que, tirando isso, sejam diferentes. Crescem ainda melhor se as suas necessidades alimentares forem divergentes.

Quando misturar plantas num mesmo vaso, escolha uma espécie frutífera (tomateiro, pimentos) e duas ou mais de folha ou flo r (alface, manjericão). Ou então com bine várias verduras.


Para tirar o melhor partido |><>:;sivrl do i■ aparo, plante uma espécie frutífera exigente e de rai/. grande (por exemplo, um tomateiro) junto a outras plantas fáceis de cultivar, de crescimento lento e raízes curtas (como o manjericão). Assim ficam todos a ganhar.

S u b s tra to para Vasos Embora o seu primeiro impulso seja retirar terra do chão e despejá-la no vaso, ou usar um pouco dessa terra para economizar, não o faça. O que é bom no jardim pode ser um desastre no vaso, transformando-se num torrão solidificado que acaba por sufocar a sua planta e apodrecer-lhe as raízes, ainda que a terra parecesse solta no chão. Opte por um substrato próprio para vasos, um substituto de terra que retém bem a humidade mas que, no entanto, oferece uma boa drenagem, mantendo-se arejado e leve no vaso. A parte positiva é que esse substituto já vem pronto num saco; não precisa de fazer nada para que

SUBSTRATOS PARA VASOS A re ia : É usada em vez d o cascalho para melhorar

a drenagem e não reter muita água. Use apenas areia própria para horticultura.

ele tenha qualidade. A parte negativa é que os substratos disponíveis no mercado variam muito

C o m p o s to : Matéria orgânica rica em nutrientes

quanto ao preço e à qualidade - é aqui que vale a

e constituída p o r plantas apodrecidas.

pena gastar um pouco mais de dinheiro. Algum as

E s fe ra s d e fe r t iliz a n t e : Fertilizante sintético de

marcas contêm turfa, perlite e vermiculite em

libertação prolongada, geralm ente disponível

excesso, ingredientes que são fantásticos para manter

em misturas inorgânicas para solos.

uma boa circulação do ar em volta das raízes, mas pecam por ser pouco férteis. A turfa é um ingrediente

F ib r a d e C o c o : Um recurso renovável que,

problemático: reduz o pH do solo e a sua extração é

geralm ente, é usado em vez da turfa.

responsável pela destruição de ecossistemas em solos

P e r lite : Grânulos brancos e em polados que

húmidos. Outras marcas abusam de materiais

lem bram pipocas. Promove uma boa drenagem.

pesados e baratos, criando a compactação que se

Excelente retenção da água.

tenta evitar. Um bom substrato para vasos terá de conter matéria orgânica, como composto, casca de arroz,

T u rfa : Substrato leve e fo fo recolhido em solos

húmidos. M uito ácido. Pouco valor nutritivo.

aparas de madeira e/ou excrementos de vermes para

V e r m ic o m p o s to : Nada mais, nada menos do

fornecer nutrientes; perlite, vermiculite e/ou areia

que excrem ento de minhoca. Um ingrediente

para impedir a compactação e melhorar a drenagem,

leve e rico em nutrientes.

e ainda fibra de coco (um recurso renovável, que substitui a turfa e é proveniente dn casca do coco), para absorver a água.

V e r m ic u lite : Ingrediente leve e escamoso

de riva do da mica. Excelente absorvente de água.


Algtimus misturas contêm fertilizantes de libertação prolongada, mas se vai aderir ao biológico procure ingredientes como algas marinhas, estrume ou composto de cogumelos, em vez de químicos. Se no estabelecimento a que se dirigiu a escolha for limitada, pode sempre comprar uma base inócua e acrescentá-la ao seu próprio material nutritivo e composto. Ao adicionar substrato para horticultura deve ter a mão leve, acrescentando quantidades pequenas de cada vez. Se quiser experimentar fazer a sua própria mistura, junte 1 parte de fibra de coco para 2 partes de composto e 1 parte de cascalho (areia ou perlite).

A Escolha do Recipiente Quase tudo o que possa conter terra pode ser usado como vaso. E uma boa notícia para a sua carteira e para o ambiente, pois dará uma segunda vida a objetos destinados à lixeira. Embalagens de plástico, regadores cortados e gavetas vazias servem muito bem. Pode até usar cestos de verga e grades de fruta, se os forrar com um pouco de fibra de coco. Outra forma de poupar dinheiro é dirigindo-se a outra secção do supermercado. Os contentores para o lixo, depois de lhes abrir alguns buracos para a drenagem no fundo, são um excelente substituto para as dispendiosas floreiras à venda na secção de jardinagem.

T e r r a c o ta : R e s p ira b e m , m a s s e c a d e m a s ia d o d e p r e s s a p a ra A D EQ UA R A PLANTA AO VASO as p la n ta s a p r e c ia d o r a s d e h u m id a d e (a lfa c e e v e r d u ra s ). • Leve em c o n ta as d im e n s õ e s da p la n ta a d u lta (altura, la rg u ra , sistem a d e raízes). • O p te p o r re c ip ie n te s g ra n d e s qu e

P lá s tic o : N ã o d e ix a e s c a p a r a á g u a . O p t e p o r v a s o s r e c ic la d o s o u s u b s t it u t o s b io d e g r a d á v e is f e ito s d e m ilh o ,

re tenh am b e m a ág ua, re d u z in d o as

b a m b u , p a lh a o u c a s c a s d e a rro z . V e ja , na p á g in a 57, m a is

via g e n s até à to rn e ira .

in fo r m a ç ã o s o b r e o p lá s tic o .

• Use re c ip ie n te s p e q u e n o s para esp écies d e cre s c im e n to rá p id o (alface e verduras). • Escolha re c ip ie n te s fu n d o s para le g u m e s d e raiz, p la n ta s altas e tre p a d e ira s .

M e t a l : R e té m b e m a h u m id a d e , m a s a b s o r v e in te n s a m e n te o c a lo r. M á e s c o lh a p a ra u m a s e s c a d a s d e s e r v iç o . U se r e g a d o r e s e b a ld e s c o m fe n d a s q u e já n ã o s irv a m p a ra c o n t e r água.


Reutilizar Terra para Vasos No final da época de crescimento, a terra dos seus vasos estará uma sombra do que foi, compactada e com muito pouco valor nutritivo. Ao contrário do que se diz, pode reutilizar a terra dos vasos. (Lembre-se de que ela transmitirá quaisquer doenças que tenham surgido, por isso, se for esse o caso, é melhor usar terra nova.) Para evitar problemas, pratique a rotação das culturas (página 35), tal como faria no solo do jardim. 1.

R e colh a a te rra n u m sa co e re s e rv e -a a té c h e g a r a p rim a v e ra . Em a lte rn a tiv a , d e ix e os vaso s a in d a c h e io s d e te rra ao a r liv re ; nos c lim a s q u e n te s , esva zie os d e te rra c o ta e c e râ m ic a e g u a rd e -o s n u m lo c a l c o b e rto , p a ra n ã o ra c h a re m .

2.

N a p rim a v e ra , m is tu re 25 p o r c e n to d e c o m p o s to n o v o ou e s tru m e na m is tu ra q u e q u e r a p ro v e ita r.

3.

A d ic io n e fib r a d e c o c o , a re ia g ro ssa o u p e rlite , se a m is tu ra lhe p a re c e r d e m a s ia d o d e n sa .

4.

J u n te um s u p le m e n to a lim e n ta r d e lib e rta ç ã o p ro lo n g a d a - veja os p o rm e n o re s e m « F e rtiliz a r» , na p á g in a 62.

Faça Você Mesmo: Embeleze as latas e os baldes reciclados embrulhando-os em restos de tapete de relva, estores de fibra de coco ou bambu, ou tapetes de sisal. Fixe o revestimento escolhido com cordel ou arame.


C O N S T R U IR

Plante e Esqueça (ou quase)

Um vaso que se regue a si mesmo é o sonho de todos os jardineiros. Embora a maioria dos recipientes exija uma boa dose de água todos os dias (quando não duas por dia), um vaso grande com sistema de rega automática dará de beber às suas plantas durante dias a fio. Encontra-os disponíveis à venda, mas basta comprar um para a sua carteira sofrer um rombo. Este é construído com materiais baratos e reciclados.

Como Funciona A construção deste projeto exige alguma experiência no que diz respeito a tirar medidas e usar ferramentas elétricas, além de que pode ser difícil de entender. Em resumo, este sistema funciona criando duas secções num recipiente grande: uma para a água e outra para a terra. As duas secções estão separadas por um segundo recipiente (a caixa de suporte), que funciona como um enorme pavio, absorvendo água do fundo do reservatório e conduzindo-a à parte superior do depósito que contém a terra, na qual se encontram as plantas. V A I P R E C IS A R D E

Manutenção Basta cumprir uma regra para que este sistema funcione: nunca deixe o reservatório de água secar. Um reservatório seco dá origem a uma terra seca; conseguir repor a normalidade é bastante difícil. Se a terra secar por completo, encha o reservatório de água e regue o depósito

• Broca (Ví") • B erb equim • Dois vasos de p lástico q u a d ra d o s ou re d o n d o s de igual tam anh o (m ínim o: 12,5 cm de p ro fu n d id a d e ) • Duas caixas de arrum ação em p lá stico ou

de terra até esta estar bem molhada. Depois de a água ter

co n te n to re s para reciclagem d e igual

sido absorvida pela terra dos vasos de plástico lá de baixo,

tam anh o

o sistema retomará a sua função de levar água ao depósito

• M a rca d o r inde lével

de terra.

• Régua

Quando plantar, adicione fertilizantes biológicos secos,

• Serra tic o -tic o ou serrote manual

como farinha de algas, farinha de osso ou misturas à

• Broca (2")

venda no mercado. Quando regar, pode também adicionar

• Um saco g ra n d e de terra para vasos que

fertilizantes líquidos, como emulsão de algas ou de peixe, ao reservatório de água.

p ro p o rc io n e uma boa d renag em


Construção da Caixa de Suporte 1 . C o m o a u x ílio d o b e rb e q u im m u n id o d e um a b ro c a d e Vi", abra

m u ito s b u ra co s nos la do s d o s d o is vasos d e p lá s tic o - p e lo m en os v in te em cad a la do . N ã o tê m d e ser to d o s ig ua is. O s vasos vão fu n c io n a r c o m o pavios, a b s o rv e n d o a água, p o rta n to , q u a n to s m ais b u ra co s m elho r.

2.

Encoste um dos vasos de plástico a uma das caixas de arrum ação. Com um m arcador indelével, assinale a altura d o vaso na caixa. Acrescente 6 m m à altura marcada. C om uma régua, faça um risco em volta da caixa de arrum ação, assinalando a altura d o vaso mais 6 mm.

3. C o rte a caixa pe la a ltu ra m arca da , com um a serra tic o -tic o ou um s e rro te m anual. D e ite o q u e s o b ra r no c o n te n to r da re cicla g e m .

4. V ire a caixa ao c o n trá rio , d e m o d o q u e o fu n d o fiq u e v o lta d o para cim a. D e a g o ra em d ia n te , esta caixa vai ser d e s ig n a d a c o m o caixa d e s u p o rte .

5. O s vasos serão e n caixado s na caixa d e s u p o rte , d e n tro d o re se rva tó rio d e água, fu n c io n a n d o c o m o pavios para levar a água ao to p o d o d e p ó s ito d e te rra . Para as m e d içõ e s necessárias, po u se um dos vasos em cim a da caixa d e s u p o rte . C o lo q u e o vaso ju n to ao ca n to e s q u e rd o d o fu n d o da caixa d e s u p o rte . A p o siçã o não te m de ser p e rfe ita ; p o d e ser a cerca d e 5 cm da b o rd a . D esenhe um a linha em v o lta d o vaso com o m arcador.

6.

R e pita o passo 5, c o lo c a n d o o s e g u n d o vaso ju n to ao c a n to d ire ito d o fu n d o da caixa d e s u p o rte .

7.

C o rte as áreas da caixa d e s u p o rte c o rre s p o n d e n te s aos c o n to rn o s d o s vasos.

8.

C om o au xílio d o b e rb e q u im m u n id o da broca d e 'A", abra, no fu n d o da caixa d e s u p o rte , uma g ra n d e q u a n tid a d e d e buracos. Estes não precisam d e estar à m esm a distância uns d o s o u tro s nem de ser iguais.

9.

Encaixe os d o is vasos d e p lá s tic o nos re s p e tiv o s espaços a b e rto s na caixa d e s u p o rte .

frnntinua na D áaína « a u u ln t» )

2


(continuação da página anterior)

M onte o Sistema 10. Pegue na caixa d e s u p o rte (com o fu n d o para cim a e os vasos d e v id a m e n te e n caixado s) e in sira-a d e n tro da caixa de a rru m a çã o in ta c ta . V e rifiq u e se há fu g a s e n tre a caixa d e s u p o rte e a d e arru m a çã o . Se houver, a te rra esco rre rá para o re s e rv a tó rio de água; caso as caixas não este jam p e rfe ita m e n te e n co sta d a s um a à o u tra , p o d e se m p re p re e n c h e r o e sp a ço com um p o u c o d e te la .

11

11. C o m o a u x ílio d o b e rb e q u im m u n id o da b ro ca d e 2", abra um b u ra c o q u e atravesse a caixa e x te rio r e a caixa de s u p o rte a 6 m m da b o rd a da se g u n d a . Esse b u ra c o será o seu « b ura co d e a lim e n ta çã o » , através d o qu a l irá e n ch e r o re s e rv a tó rio d e água. F unciona ta m b é m c o m o b u ra co d e d re n a g e m , e v ita n d o q u e a câm ara d e p la n ta ç ã o s u p e rio r fiq u e in u n d a d a .

12

Encha e Plante 12. Encha os vasos co m te rra para vasos h u m e d e c id a , ca lc a n d o -a b e m . Em se g u id a , encha a câm ara d e p la n ta ç ã o co m a te rra re m a n e sce n te , a té cerca d e 2 cm da b o rd a .

13. C o m o a u x ílio d e um re g a d o r ou d e um a m a n g u e ira , en cha o re s e rv a tó rio d e água p e lo «b u ra co d e a lim e n ta çã o » . N ã o é p re c is o h u m e d e c e r mais a câm ara de p la n ta çã o .

14. P ode c o m e ç a r a p la n ta r! O sistem a m a n te rá a te rra hú m id a em p e rm a n ê n cia , mas não fa z m ila g re s - não o s o b re c a rre g u e . Em te rm o s gerais, um a caixa d e a rru m a çã o ou um c o n te n to r para re c ic la g e m de ta m a n h o m é d io d e ve m a co lh e r um a p la n ta g ra n d e e a lgu m as p e q u e n a s (p o r e x e m p lo , um to m a te iro e trê s m a n je ricõ e s, ou um m e lo e iro e d o is ou trê s pés d e chagas).

pa

. p=,

=, c ,,o u.


Plástico: Um Material Que não é Muito Bom Embora quase tudo possa ser usado como vaso, no que toca a plantas comestíveis é bom ter algum cuidado. Certos recipientes, sobretudo os de plástico, são feitos com químicos que se decompõem

Os Mais Seguros: 1 (p o lie tile n o te re fta la to , PET) 2 (p o lie tile n o de alta densidade,

por ação do calor, da pressão ou do tempo, passando para a terra e indo

PEAD)

parar ao seu alimento. Para saber qual o plástico ideal para cultivar

4 (p o lie tile n o de baixa densidad e,

plantas comestíveis, verifique os códigos de reciclagem que se

PEBD)

encontram na base de todos os recipientes de plástico.

5 (p o lip ro p ile n o , PP)

A Evitar: 3 (cloreto de p o liv in ilo , PVC) 6 (p o lie stire n o , PS) 7 (p o lica rb o n a to , PC)


Capítulo 5:

Cuidados: Cultivar Plantas Saudáveis A prática da horticultura biológica implica observar a natureza e aplicar o que aprendemos com ela, de modo a satisfazer as necessidades da nossa parcela de paraíso. Como dita o senso comum, as melhores e maiores colheitas vêm de plantas a cujas exigências se atendeu na devida altura.

Ser um bom horticultor consiste, antes de mais, em prestar atenção às alterações ocorridas no jardim e depois confiar na intuição e na experiência para agir da forma que parecer mais correta. A melhor maneira de adquirir essa experiência não é fazendo tudo bem, mas sim cometendo erros imperdoáveis - e repetidamente. Felizmente, muitas plantas são mais resistentes do que pensávamos - querem, à viva força, crescer. Muitas sobrevivem, desenvolvem-se e produzem, apesar dos nossos erros. A próxima vez que der por si a praguejar em voz baixa contra um manjericão que murchou ou um tomateiro improdutivo, lembre-se de que todos cometemos erros. Para aprender a cuidar das plantas tem de errar várias vezes.

Q uando Regar A rega inadequada é, sem dúvida, a principal causa dos problemas que surgem na horta. Os mais distraídos, muitas vezes, repreendem-se por regarem menos do que deveriam, mas regar com liberalidade pode igualmente matar plantas. Infelizmente, não existe uma fórmula mágica. Todas as plantas são diferentes, tal como as condições diárias em que elas vivem. As plantas sofrem alterações ao longo da época de crescimento, requerendo diferentes quantidades de água nas várias fases. E o clima, claro, também vai mudando. Depois é preciso contar com alterações a longo prazo no padrão das estações do ano, visto que não há dois anos iguais. Aqui está o que é importante saber sobre as exigências das plantas. • A s p la n ta s jo v e n s , e m e s p e c ia l as re c é m -tra n s p la n ta d a s , tê m m a is s e d e d e p o is d e e s ta b e le c id a s . • Q u a n d o e s tã o a p r o d u z ir flo re s e fru to s , as p la n ta s p re c is a m d e re g a s p ro fu n d a s e fre q u e n te s , e m e s p e c ia l se o fr u to é g r a n d e e ric o e m á g u a , c o m o o to m a te o u o p e p in o . • A s p la n ta s m a io re s te n d e m a p re c is a r d e m a is á g u a d o q u e as p e q u e n a s . • A s p la n ta s c u ltiv a d a s e m v a s o p re c is a m d e s e r re g a d a s q u a s e d ia r ia m e n te e m a is d o q u e um a ve z p o r d ia , d u ra n te v a g a s d e ca lo r. • O s vaso s c o m v á ria s p la n ta s tê m m u ita s e d e , p o rq u e há m e n o s te rra d is p o n ív e l p a ra a re te n ç ã o d e h u m id a d e .


Com o Regar Acredite ou não, o modo como se rega é tão importante quanto a quantidade de água dada às plantas. As plantas que recebem demasiada água apodrecem ou tornam-se preguiçosas, produzindo raízes curtas, o que é um risco em épocas de seca. As plantas tratadas com várias regas pequenas podem secar, pois a água nunca chega às raízes, permanecendo à superfície e evaporando-se depressa. O melhor é optar por regas profundas - proporcionar às suas plantas bastante água durante bastante tempo. Nos casos em que é impossível regar à mão, use sistemas gota a gota e mangueiras perfuradas, que libertam a água lentamente. E importante dar à água tempo para penetrar até às raízes da planta, em vez de regar por cima do canteiro e das folhas ou molhar tudo menos a terra com um aspersor. Molhar as folhas não só é um desperdício de água, como também cria as condições ideais para o desenvolvimento de doenças fúngicas. Todos sabemos o que acontece às plantas pouco regadas - acabam por secar. Mas o problema não é só ficarem com um aspeto queimado. As plantas precisam de retirar nutrientes da terra e absorvê-los através das raízes. Sem água suficiente, ficam sob uma grande tensão, dando origem a vários problemas, como frutos doentes, folhas rijas ou produção de sementes prematura. Uma planta morta é, na verdade, o resultado de uma catástrofe que se desenvolve pouco a pouco, sempre que uma planta sofre de seca.

SUGESTÕES PARA REGAR COM SENSATEZ Crie Um Solo Superabsorvente: J u n te um a g ra n d e q u a n tid a d e d e c o m p o s to à te rra , para a u m e n ta r a sua c a p a c id a d e d e a b s o rv e r e re te r a h u m id a d e .

Recolha o Máximo Que Puder: Fixe um b a rril ou d o is à base d o tu b o d e d e s c a rg a d o s alg e ro z e s , pa ra te r á g ua g rá tis .

Quanto maior. Melhor: Use re c ip ie n te s g ra n d e s , co m b a s ta n te e s p a ç o para as raízes, d e m o d o q u e c ad a um a se m a n te n h a m o lh a d a d u ra n te b a s ta n te te m p o .

Regue bem: E n c h a rq u e b e m a te rra , pa ra as raízes cre sce re m lo n g a s e sau dáveis.

Regue as Raízes, não as Folhas: A p o n te o c a n o d o re g a d o r ou o b ic o da m a n g u e ira à te rra , pa ra não m o lh a r e xc e s s iv a m e n te as fo lh a s e e v ita r d o e n ç a s .


Cobertura Maravilhosa Pense no material de cobertura como uma manta quente e confortável aberta em cima da horta. Protege a terra, e, em consequência, as plantas que nela vivem, de condições inóspitas, como o calor e a secura do sol, o fustigar da chuva, a força do vento e as vagas de frio. O material de cobertura conserva o solo húmido e mantém as sementes bem enterradas. Mesmo as plantas envasadas só têm a ganhar com a sua utilização. Melhor ainda: quando a terra é coberta com composto, palha, folhas e outros materiais orgânicos, estes vão-se decompondo, aumentando o teor nutritivo do solo e melhorando a sua textura de forma fácil e automática. Resumindo: poupa tempo, trabalho e água e melhora a qualidade do solo quase sem fazer nada. Na verdade, se não costuma cobrir a terra, faça-o já.

A Escolha do Material de Cobertura O material de cobertura pode apresentar duas formas, orgânica ou inorgânica, havendo diversas variantes entre as duas. Quanto ao material orgânico, os horticultores, em geral, preferem a palha, porque tem bom aspeto e ajuda a firmar a terra. Quando consigo arranjar um pouco de palha, espalho-a sobre o meu jardim comunitário em camadas espessas, com pelo menos 15 centímetros de altura. Já a tenho até C O N S ELH O S SOBRE

enterrado em solo pobre para ela se decompor - um modo fácil de soltar

C O B ERTU R A D O SO LO

a terra. Se vive no campo, a palha é um recurso inesgotável, barato

Espalhe uma camada espessa de material de cobertura em volta das plantas, mas nunca tape a coroa (zona em que a base da planta encontra o solo). Tapar a coroa pode fazer com que ela apodreça.

e fácil de encontrar. O mesmo não é verdade para o horticultor urbano. jardinagem e os supermercados a vendem aos fardos (se bem que

Evite o feno, o primo traiçoeiro da palha - acabaria com a terra cheia de ervas daninhas!

Tal como o estrume bem curtido. Não recomendo que compre estrume de

Não se esqueça de cobrir a terra das plantas envasadas. Use materiais leves que não favoreçam a compactação, como palha e aparas de relva.

O outono é a melhor altura para a encontrar, quando os centros de a preços elevados), para decorações do Dia das Bruxas. Se tiver dificuldade em encontrá-la, não se aflija. Existem outras opções. O composto, fácil de encontrar, é um excelente material de cobertura. capoeira para a horta, a não ser que conheça a sua origem. Muitas galinhas são criadas industrialmente em condições bastante lamentáveis, o que não augura nada de bom em relação aos organismos que poderá, sem querer, introduzir nas suas plantas comestíveis. Rasgue umas folhas de jornal e coloque estrume ou composto em cima delas. Polvilhe as cenouras

Cultive plantas de crescimento rápido e raízes curtas, que criarão uma cobertura viva em volta de plantas grandes capazes de fornecer sombra ao solo (veja «Fazer Sombra», na página 37).

plantadas em pequenos espaços com aparas de relva. Também pode usar agulhas de pinheiro, embora elas baixem o pH do solo quando usadas em demasia. O ideal é usá-las em amoreiras e morangueiros, amantes de acidez, ou juntá-las em pequena quantidade a um batatal - um pouco de acidez impede o desenvolvimento de uma doença conhecida por sarna da batateira. As folhas são outra opção abundante, mas primeiro deixe-as


decompor-se, dando origem a um material rico e granuloso. É muito fácil. Basta apanhar as folhas com um ancinho e colocá-las dentro de sacos de plástico com alguns buracos abertos dos lados. Guarde os sacos junto do compostor, ou noutro sítio onde não estorvem, durante cerca de um ano.

Mondar Deve manter a horta bem mondada e não apenas por uma questão de

E R V A S D A N IN H A S C O M E S T ÍV E IS

estética. A s ervas daninhas podem competir pelos nutrientes da terra,

• E rva-canária

pela luz e por espaço para as raízes. Muitas plantas toleram alguma

• D e n te -d e -le ã o

concorrência, mas a maioria dos legum es de raiz e o alho crescerão de

• Q u e n o p ó d io -b ra n c o

forma atrofiada se lhes faltar espaço. Na verdade, as ervas daninhas mais

• A ze d a -a m a re la

não são do que oportunistas; se tiverem hipótese, não tardarão a instalar-

• B o ls a -d e -p a s to r

se. Impeça-as de fazer concorrência às suas plantas cobrindo os espaços

• A ze d a

vazios com uma espessa camada de material de cobertura ou deitando

• U rtig a

nessas áreas sementes de rabanetes ou alfaces, que crescem depressa. Se plantar em aglomerados em vez de fileiras, ou espécies baixas por baixo

E R V A S D A N IN H A S Q U E

de espécies altas (página 37), deixará pouco espaço às ervas daninhas.

A T R A E M IN S E T O S

Amanhar a terra traz as ervas daninhas para a superfície, onde terão boas

B E N É F IC O S

hipóteses de germinar. Elimine esse problema espalhando composto em

• R ainú n cu lo -a m a re lo

volta da planta, em vez de o misturar na terra (página 65). Infelizmente,

• C atá ria

o composto também pode favorecê-las. Só o composto quente mata as

• V a ra -d e -o u ro

sementes que entram no compostor quando se deita lá para dentro uma

• M a rg a rid a s

erva daninha adulta. Mantenha as plantas adultas, em especial a corriola

• C e n o u ra -b ra va

ou outra que tenha produzido HorwMito, fora do compostor.


Fertilizar Para muitas pessoas, a fertilização é, mais do que qualquer outro fator, o segredo das boas plantas comestíveis. Acreditam que, quanto mais fertilizante derem às plantas, maior será a colheita. Mas não é verdade! Essa ideia é fomentada sobretudo pela indústria dos fertilizantes, cujo objetivo é tornar-nos dependentes dos seus produtos. E verdade que, quando usamos fertilizantes químicos na horta, tudo fica verde num instante. O problema é que depois de se começar não se pode parar. A primeira vista, isso pode não parecer muito terrível, mas os fertilizantes químicos acumulam-se no solo e matam microrganismos úteis. Ao mesmo tempo que se esforça por melhorar o solo, os químicos entretêm-se a desfazer o que tanto trabalho lhe deu. Esse tipo de acumulação é ainda mais intenso em vasos. As substâncias sintéticas estão repletas de sais que se apresentam como uma espécie de crosta que surge nos lados do vaso. Demasiados sais podem colocar as plantas num estado de sede perpétua, do mesmo modo que um pacote de batatas fritas nos dá uma vontade desesperada de beber. A horticultura biológica assenta na criação de um ecossistema saudável, sustentável, onde as plantas possam crescer a um ritmo estável e firme. Um bom solo, saudável e margoso, possui tudo aquilo de que as plantas necessitam e vai-as alimentando de forma lenta e estável, permitindo que elas absorvam alimento, se adaptem, cresçam, e assim sucessivamente. Despejar uma grande quantidade de fertilizante líquido numa cultura, por vezes mesmo um fertilizante líquido biológico, pode dar a origem a um surto de crescimento para o qual as suas plantas não estão preparadas. E o mesmo que dar um saco cheio de guloseimas a um grupo Faça g ra n d e s q u a n tid a d e s d e chá d e

de crianças de dez anos. Ficam histéricas, desequilibradas, até finalmente

alg a s m a rin h a s e te n h a - o à m ã o, pa ra o

caírem para o lado. E, no dia seguinte, a terrível ressaca do açúcar.

ca so d e as suas p la n ta s p re c is a re m d e um a d o s e d e p o tá s s io .

Decompor Os sacos ou frascos de fertilizante que encontramos à venda trazem uma tabela que indica o tipo e a percentagem dos nutrientes contidos no produto - é semelhante à informação nutricional que vemos numa lata de sopa. O azoto, o fósforo e o potássio (NPK) são os principais responsáveis pela regulação das fases críticas do desenvolvimento da planta. Os fertilizantes biológicos, em geral, contêm também pequenas quantidades de outros nutrientes - por exemplo, a emulsão de peixe é considerada rica em azoto, mas também contém pequenas quantidades de fósforo, potássio e até um pouco de enxofre. As algas marinhas são apreciadas pelo seu elevado teor de potássio, mas são ainda ricas numa vasta seleção de vitaminas e minerais secundários.


Nutrientes Necessários A zoto (N)

Fósforo (P)

O azoto é essencial para a produção de folhas fortes e

O fósforo é im portante na horta pela sua capacidade de

saudáveis; por isso, é importante certificar-se de que

produzir sistemas de raízes saudáveis e fortes. Por esse

plantas como acelgas, cebolas e alfaces não têm falta dele.

m otivo não pode deixar que as suas culturas tenham falta

As plantas com carência de azoto tornam-se atrofiadas,

dele, em especial nos primeiros dias. A maioria das

com folhas descoradas ou amarelas em vez de verdes.

fontes de fósforo é de libertação prolongada. Permanecem no solo durante longos períodos, mas as

Embora o azoto seja o nutriente que as plantas comestíveis tendem a utilizar mais, é muito fácil exagerar nas doses. As plantas que recebem azoto em excesso

plantas têm dificuldade em alcançá-las. É aconselhável dar fósforo às plantas em épocas de seca e se o pH do solo for demasiado alcalino.

crescem e enchem-se de folhas rapidamente, mas folhas viçosas indicam muitas vezes flores e frutos

As plantas com carência de fósforo tendem a crescer devagar

negligenciados. Dê a espécies vorazes, como o tomate,

e a ter raízes atrofiadas e pequenas. As plântulas de tomateiro

uma boa quantidade de azoto enquanto são jovens mas

com raízes congestionadas são conhecidas por produzir folhas

depois reduza-a, para a planta começar a concentrar-se

com as páginas inferiores roxas. Até as plantas de milho se

nas flores e, em seguida, nos frutos. O excesso de azoto

tornam arroxeadas quando têm falta de fósforo.

também torna as plantas demasiado altas, flácidas e frágeis, o que atrairá muitos afídeos à horta.

Use: A farinha de ossos é uma excelente fonte de fósforo

de libertação prolongada, mas como consiste em ossos Use: Casulos de minhoca e composto são boas fontes de

moídos provenientes do matadouro, talvez não seja a

azoto. Farinha de sangue, emulsão de peixe, borras de

melhor escolha para quem considera essa origem

café e estrume são (por ordem decrescente) ricos em

preocupante. Se decidir utilizá-la, aplique-a uma vez por

azoto. Cultive algumas ervilheiras, feijões ou outras

ano. O fosfato mineral é bom para juntar no solo quando

leguminosas fixadoras de azoto.

se começa uma horta nova, pois liberta fósforo muito lentamente, ao longo de vários anos. Contudo, não é adequado se o solo for demasiado alcalino.

Potássio (K) O potássio produz plantas resistentes e vigorosas que

N utrientes Secundários

recuperam bem de curtos períodos de stresse. Este

C álc io : O cálcio é indispensável ao crescimento celular,

elemento ajuda a regular processos importantes,

em especial na construção das paredes das células.

incluindo a fotossíntese e o fluxo de nutrientes através

A falta de cálcio geralmente manifesta-se sob a forma

de toda a planta.

de podridão apical - ver «Podridão Apical», na página 72.

A falta de potássio pode ser difícil de detetar mas é, em

Use: Cascas de ovo, conchas de ostra, cal.

geral, responsável pela produção de frutos pequenos de

F e rro : O ferro é necessário para a produção de clorofila.

casca fina, ou mesmo pela ausência de frutos. As plantas

As plantas com deficiência de ferro produzem folhas

têm um aspeto débil e alongado e são especialmente

novas amareladas e não verdes. Use: Fertilizante foliar

suscetíveis às doenças.

à base de algas castanhas (página 65).

Use: A areia com glauconite é uma opção de libertação

M a g n é sio : As plantas com falta de magnésio apresentam

prolongada, rica em oligoelementos que permanecem

sinais de atrofiamento, com folhas adultas que

no solo durante vários anos. As algas castanhas são a

amarelecem conservando veios verde-escuros. O excesso

minha fonte de potássio preferida. Compre-as secas e

de magnésio pode obstruir a capacidade da planta de

deite-as diretamente no solo ou prepare com elas um

absorver outros nutrientes. Use: Sais de Epsom (sulfato de

chá e verta-o sobre as plantas ou i om o fertilizante foliar.

magnésio) - ver «Sais de Epsom em Spray», na página 77.


Fertilizantes Caseiros Borras de Café

Chá de C onsolda

As borras de café são uma fon te económica de azoto e

A consolda (Symphytum officinalis) é uma planta

tam bém de pequenas percentagens de potássio e

obstinadam ente invasiva mas tam bém rica em fósforo,

fósforo (por esta ordem). E o m elhor é que... as lesmas

potássio, magnésio, oligoelem entos e vitaminas. Pode

detestam café. Deite um pouco em volta das suas plantas

beneficiar da sua persistência na horta preparando com

favoritas, para afastar aquelas autênticas bolas de muco.

ela um rico chá fertilizante e da nd o-o às plantas que dele necessitam. M isture num balde 1 parte de folhas de

O problem a do café é a sua ligeira acidez. Juntar de vez em quando um pouco de café à terra em volta da maioria das plantas comestíveis é, de uma maneira geral, benéfico, mas quem bebe m uito café deve reservar a aplicação das respetivas borras para apreciadores de

consolda e 2 partes de água. D eixe-o ao sol durante um dia ou dois, depois coe-o num passador. Deite no com postor o que ficar no passador e use o líquido como fertilizante. Dilua-o em água, em partes iguais, se quiser usá-lo com o fertilizante foliar.

acidez - p o r exem plo, os m irtilos. M elhor ainda, deite-as prim eiro no com postor e depois poderá usá-las na horta sem perigo de queim ar plantas sensíveis e plântulas.

Restos de Peixe

Cascas de C rustáceos (Camarão, C aranguejo, Lagosta)

do peixe, pois elas irão decom por-se e fornecer ao solo

Enterre no canteiro as cabeças, as vísceras e as caudas

Pique as cascas não comestíveis do jantar da véspera e deite-as numa cova de 60 cm aberta no jardim . As cascas irão decom por-se em poucas semanas, enriquecendo a terra com azoto, fósforo e cal. Assinale o lugar e desenterre o com posto ao fim de cerca de um mês, se quiser usá-lo em vários locais.

Estrum e de C apoeira Tem um cheiro nauseabundo, mas as galinhas produzem um fertilizante m uito rico em nutrientes quando sujam a capoeira. Se tem galinhas, não desperdice esse excelente material. D eite-o para o com postor, juntam ente com a palha onde elas dorm em , pois o estrume fresco é m uito rico em azoto e pode queim ar as plantas.

grande quantidade de azoto e de oligoelem entos e algum cálcio. Enterre-as a cerca de 60 cm de profundidade, para m anter afastadas as criaturas curiosas. Se cultivou em fileiras, experim ente enterrar restos de peixe entre elas ou p e rto de plantas apreciadoras de azoto, com o tom ates e milho.

Chá de E xcrem entos de M inhoca O verm icom posto é um con tribu to ótim o e equilibrado para o jardim , sendo ainda m elhor aplicado sob a forma de fertilizante foliar. Se tem uma lata de minhocas não é preciso recorrer ao p ro d u to com ercializado! Deite umas colheradas diretam ente da lata para um recipiente com 4 litros de água morna, espere cerca de 24 horas e coe para dentro de um pulverizador. Se quiser, po de até em brulhar previamente os casulos em papel ou filtros de musselina.


M aneiras de F e rtiliza r Do mesmo modo que a água em excesso pode «afogar» uma planta e encher o jardim de problemas, fertilizante a mais pode causar doenças. Adote uma atitude descontraída em relação à fertilização - a maioria das plantas prefere fertilizante a menos do que em excesso. Procure nas suas plantas sinais de excessos, em especial de azoto, e corte a parte aérea das que estão a ser demasiado alimentadas.

Fertilizante em Volta do Caule Quando achar que precisam, dê uma ajuda às plantas famintas e que têm um grande apetite, juntando fertilizantes ou outros corretores ao solo que as rodeia. Isto faz-se, em geral, uma ou duas vezes por época, sendo a primeira aplicação efetuada na altura da plantação e a segunda depois de as plantas produzirem flor. F e rtiliz a n te s E m balados: Veja as quantidades indicadas nas instruções da em balagem . C o m p o sto , V e rm ic o m p o s to e A lg a s Castanhas: A p liq u e uma mão-cheia (ou duas, no máximo), em função das dim ensões e exigências da planta. INSTRUÇÕES: 1. M arque a distância de uma mão, aproxim adam ente, a p a rtir da base da planta e desenhe um círculo na terra em volta dela com as mãos, um sacho ou até um ga rfo ou uma colher.

2.

Espalhe uniform em ente o fe rtiliza n te sobre o círculo e cubra.

Tenha à mão, na cozinha, uma lata

Fertilizante Foliar Todos os tipos de fertilizantes, incluindo emulsão de peixe, algas

pequen a de m inhocas dos resíduos orgânico s e tra n sfo rm e os restos em fe rtiliz a n te g rá tis ao lo n g o de to d o o

marinhas, chá de composto, de excrementos de minhoca e de

ano. São fáceis de manter, inod ora s

consolda, podem ser pulverizados diretamente sobre as folhas para

e até tê m piada!

lhes dar uma ajuda, como parte de uma rotina de fertilização regular ou quando as plantas estão em baixo de forma. Embora eu tenha frisado que nunca se deve molhar as folhas das plantas diretamente, a verdade é que o fertilizante foliar causa mais bem do que mal - este é, pois, um dos casos em que se deve ignorar a regra. Para garantir a segurança das suas plantas, procure aplicá-lo no período mais fresco do dia, e não se esqueça de o diluir, para não queimar as folhas.


C a p í t u l o 6:

A Horta sob Ataque Apesar de correr o risco de parecer um disco riscado, insisto que a melhor maneira de controlar pragas e doenças na horta é optar por uma abordagem holística e criar um meio saudável onde as suas plantas possam prosperar.

Não é muito diferente do que se passa com os nossos corpos: quando estamos stressados e fragilizados até ao limite, não oferecemos qualquer resistência a um minúsculo vírus da gripe. Mas se recebermos a nossa dose diária de vitaminas e repouso, sentimo-nos em forma e capazes de enfrentar tudo o que a vida puser à nossa frente. As plantas pouco saudáveis, doentes, são um chamariz para pragas e doenças. Muitos de nós partimos do princípio de que, para ter uma horta livre de pragas e uma colheita abundante, o melhor é eliminar tudo e criar um meio sem doenças nem infestantes. Infelizmente, a única forma de alcançar essa estranha e estéril utopia encontra-se dentro de um sp r a y químico. Os pesticidas e os sp r a y s

também matam ou afugentam predadores úteis, insetos polinizadores e inúmeros

organismos que fazem um bom trabalho no jardim. Por estranho que pareça, as plantas necessitam de resistir a qualquer coisa para desenvolverem a sua capacidade de resistir e lutar. Matar tudo o que anda pelo jardim torna as plantas preguiçosas - presas fáceis para a onda seguinte e inevitável de pragas e doenças. Por mais que tentemos, acabarão sempre por aparecer. Num ecossistema equilibrado, as pragas e doenças continuam a existir, mas são incapazes de exercer o seu poder e criar o caos em plantas saudáveis, resistentes e resilientes, entre as quais espreita um exército de predadores úteis e esfomeados. Encorajar esses predadores a instalarem-se na sua horta por meio de consociação é um pouco como encenar uma batalha elaborada em que os insetos fazem todo o trabalho deixando-lhe algum tempo livre para repousar e usufruir do pequeno microcosmo que criou.

Todas as Hortas Sofrem... Às Vezes Para falar com franqueza, nenhum jardim é completamente isento de pestilência. Por mais que nos esforcemos, há sempre uma ou outra infestação de afídeos. Por vezes são as condições meteorológicas que não ajudam e perturbam o equilíbrio que tanto nos custou a atingir. Este capítulo vai apresentar-lhe os problemas comuns enfrentados pela maioria dos horticultores e sugerir algumas medidas preventivas e soluções às quais pode recorrer da próxima vez que alguma criatura esfomeada aparecer no seu tomateiro. Os escaravelhos-do-pepino podem ser bonitos, mas, infelizmente, não são amigos do jardim. Tanto os adultos como as larvas alimentam-se de cucurbitáceas - plantas da família da abóbora -, nas quais podem espalhar vírus.


C on h eça o Seu Inim igo Identificar o problema cedo é meio caminho andado na busca por uma solução capaz de resolver uma pequena infestação. Mesmo que desta vez a infestação esteja demasiado avançada para ser debelada, para a próxima saberá o que fazer. A boa notícia para quem cultiva em vasos é que a maioria das pragas e doenças não costuma atacar hortas acabadas de plantar, por isso, se for esse o seu caso, terá tempo para conhecer os invasores e acabar com eles antes que cheguem às suas plantas.

Insetos Conheça alguns dos atacantes de hortas mais comuns e como lidar com eles.

Afídeos Eis um infestante que dispensa apresentações. Os afídeos são inevitáveis; todos os jardins e hortas os têm como residentes mais cedo ou mais tarde. Provavelmente reconhece-os pelo corpo em forma de pera, flácido e verde-vivo, mas a verdade é que podem apresentar todas as cores imagináveis. Os afídeos são talvez os insetos infestantes mais persistentes e podem ser os mais destrutivos, sugando a essência líquida de plantas tenras como se fossem vampiros liliputianos. C o m o C o m b a tê -lo s : C u ltiv e c ra v o s -d e -d e fu n to e p la n ta s da fa m ília d a s c e b o la s , p a ra os a fu g e n ta r. A p a n h e -o s c o m c h a g a s e c o u v e s . A tra ia p re d a d o re s d e a fíd e o s c o m o c ris o p a s , jo a n in h a s , a ra n h a s e b a rb e iro s , c u ltiv a n d o as p la n ta s d e q u e e le s g o s ta m na sua h o rta . Para m a is in fo rm a ç õ e s , ve ja a p á g in a 75.

Borboleta-da-Couve e Larva da Borboleta-da-Couve As borboletas-da-couve são fáceis de identificar, pois são pequenas e brancas e, nos dias solarengos de verão, dançam pela horta de planta em planta. Uma beleza. Claro, é através dessa dança encantadora que elas espalham a sua postura maléfica pelas plantas! Primeiro vêm os ovos amarelados, de onde, após a eclosão, emergem pequenas lagartas verdes e famintas que devoram as folhas da família das couves. C o m o C o m b a tê -la s : P ro te ja as p la n ta s c o b r in d o as file ira s na a ltu ra da p la n ta ç ã o e c u ltiv e a ip o , h is s o p o , h o rte lã , salva e to m ilh o p a ra a fa s ta r a tra ç a a d u lta . R em o va os o v o s e as la g a rta s à m ã o , e p la n te flo re s d a fa m ília da s a s te rá c e a s - a tra e m v e s p a s p a ra s ita s q u e se a lim e n ta m d e s ta s larva s.


Mosca-da-Cenoura Tal como as larvas da borboleta da couve, a mosca-da-cenoura adulta espalha a sua prole por toda u horta, mas são as larvas que causam danos, abrindo galerias nas cenouras, bem como noutros legumes de raiz em desenvolvimento no subsolo. C om o C o m b a tê -la : Se id en tificou o problem a, proteja as fileiras recém -plantadas cobrindo-as. Retire to d o s os legum es de raiz no fim d o outono, pois as moscas passam o inverno nas que ficam para trás. C ultive as plantas suscetíveis ao lado de espécies repelentes, com o cebola, alecrim ou salva.

Doríforo-do-Colorado Por estranho que pareça, os doríforos-do-colorado não se restringem ao Colorado; encontram-se por toda a América do Norte e têm tendência para rasgar as folhas de uma diversidade de plantas comestíveis, incluindo tomates, pimentos e beringelas. Tanto os escaravelhos como as larvas são fáceis de identificar na horta devido aos seus corpos rechonchudos e curtos - decerto por ingerirem tantos hidratos de carbono! Os doríforos apresentam cabeças cor de laranja com riscas pretas e amarelas no dorso; as larvas são cor de laranja com pintas pretas e riscas amarelas dos lados. Põem aglomerados de ovos cor de laranja debaixo das folhas das plantas infestadas. C om o C o m b a tê -lo : Examine d ilig en te m en te as folhas e remova-os à mão. Uma camada espessa de palha atrai carabídeos predadores, afugentando os adultos. A ltern e batatas com feijoeiros-rasteiros e plante alho, catária, atanásia e m ilefólio, para rep elir os escaravelhos e chamar os predadores.

Escaravelho-do-Pepino Há dois tipos de escaravelhos-do-pepino: às pintas e às riscas. Ambos atacam o pepino e as plantas da família da abóbora, devorando as flores, as folhas e, por vezes, os frutos jovens, os caules e as raízes. Também gostam de milho, feijão e de uma ou outra ervilha. C om o C o m b a tê -lo : Diz-se que os rabanetes repelem o escaravelho-do -pe pin o. C om o os escaravelhos são fáceis de apanhar, o controlo manual é uma opção. Atraia predadores com o joaninhas, besouros-soldados e vespas parasitas à sua horta (veja «As Mais Populares», na página 37). Cubra a terr.i em volta das plantas com uma camada

An nalha narn im n nd li aua ,is larvas em eriam d o solo.

E m bora a b o rb o le ta -d a -c o u v e adulta possa parecer inoce nte, para não dizer b o n ita , a sua larva é uma am eaça para as plantas da fam ília da couve.


Roscas A s roscas são exatamente o que o nome sugere: larvas que vivem no solo (a cerca de 2 centímetros de profundidade) e se enroscam no interior dos caules das plântulas recém-nascidas. São pequenas mas implacáveis. A s roscas podem matar uma horta de um dia para o outro, deixando plantas mortas por toda a parte, como se tivessem sido cortadas com uma faca. Como Combatê-las: Encoraje os carabídeos a viverem na sua horta, c o b rin d o o solo com uma cam ada espessa de palha. Proteja as plântulas com uma barreira con tra roscas (página 75).

Pulgão Pulgões m inúsculos saltitam pela horta abrindo uma quantidade de pequenos orifícios nas folhas do rabanete, da beringela, da batateira e de outras plantas com estíveis muito apreciadas. A s plantas infestadas não deixam de ser com estíveis, mas ficam com mau aspeto, parecendo alvos usados no treino da pistola mais pequena do mundo. Como Combatê-lo: Proteja as fileiras co b rin d o -a s d e p o is d e as plantar. Dizem qu e a m ostarda, as chagas e as cebolas rep elem os pulgões. Estes infestantes go stam de apanhar sol; se puder, cu ltive as suas plantas num lugar com um p o u co de som bra.

Escaravelhos-Japoneses Os escaravelhos-japoneses são insetos belíssim os que lembram pedras preciosas, com corpos iridiscentes que cintilam ao sol. Sentir-me-ia mal ao matá-los, não fora o seu apetite voraz e indiscriminado. Estas pequenas criaturas devoram tudo o que há na horta, deixando atrás de si esqueletos de plantas. São terríveis! Como Combatê-los: Há qu em d iga que a arruda os afu gen ta mas, para ser eficaz, seria necessário plantá-la p o r to d a a parte. Os

O s e sca ra ve lh o s-ja p o n e se s são um fla g e lo d e s lu m b ra n te cap az d e in flig ir

escaravelhos-japoneses go stam de tu d o . Examine as plantas

d a n o s graves d e um dia para o o u tro .

d iaria m en te e rem ova os infestantes à mão. A traia vespas parasitas

O s a d u lto s regressam ao s o lo d e

com flore s da fam ília das asteráceas. Encontrará no m ercado

n o ite e co stu m a m ser visto s a d e v o ra r as fo lh a s d u ra n te o dia.

ne m atod es parasitas.

Escaravelho-do-Feijão-Mexicano Estas pestes pintalgadas lembram joaninhas (que são benéficas) com um corpo mais cheio e da cor da ferrugem. A s larvas parecem


oriundas de outro mundo: pequennn bolns amarelo/laranja cobertas de espinhos bizarros. Tanto os adultos como as larvas são capazes de devorar um feijoeiro num instante, podendo as plantas deixar de produzir ou morrer se a praga não for controlada. Como Combatê-lo: A prim eira linha de defesa é cob rir as fileiras de plantas jovens. Cultive cravos-de-defunto e cosmos, que os repelem , ou plante batateiras no m eio dos feijoeiros-rasteiros, para criar a confusão. Atraia insetos predadores com endro e camomila em flor. A panhe as larvas à mão e remova os aglom erados de ovos amarelos e o b lo ngo s que se encontram nas páginas inferiores das folhas do feijoeiro.

Lesmas e Caracóis De todas as pragas, as lesmas são as mais terríveis, pois devoram tudo o que encontram à frente e parecem reproduzir-se de um dia para o outro. Mesmo que remova do jardim meia dúzia, terá vinte a substituí-las na manhã seguinte. Tanto as lesmas como os caracóis gostam de sombra e humidade; são uma fonte de irritação e um tormento, em especial nos anos de maior pluviosidade. Como Combatê-los: Crie condições convidativas para os seus predadores naturais, com o carabídeos, pássaros, patos, cobras, sapos e lagartos. Use armadilhas, barreiras de cobre ou folha de estanho, recipientes com cerveja, ou então cubra a terra em volta das plantas jovens com uma camada de cascas de ovo partidas.

Larvas Mineiras Estes diabinhos podem arrasar uma planta de abóbora rápida e furiosamente. Como sucede com outros infestantes, são as larvas de Melittia cucurbitae adulta vermelha e castanha que causam danos graves. Na primavera, após a eclosão, as larvas surgem e perfuram

Remova as lesmas ao final da tarde,

as folhas das plantas da família da abóbora, incluindo pepinos e

q u a n d o estão mais ativas e são mais

melões, que murcham e morrem. Como Combatê-las: Cubra as fileiras de plantas novas e polinize manualmente. Embrulhe a base d o caule em folha de alumínio, para lhes barrar o acesso. Plante rabanetes na vizinhança, pois diz-se que as repelem . Procure sinais de infestação regularm ente nos caules das plantas da família da abóbora, em especial ju n to ao solo. Se encontrar alguns, corte com cuidado os caules infestados e remova as larvas.

fáceis de de tetar.


Lagarta do Tomateiro As lagartas do tomateiro até são engraçadas quando não estão a atacar a sua horta. Identificam-se pelo seu tamanho grande, pela sua cor verde, pelo corno característico na extremidade posterior e pela sua paixão por folhas, caules e frutos de praticamente todos os membros da família do tomate que encontram pelo caminho. Como Combatê-la: M anjericão, borragem e cravos-de-defunto repelem -nas. Examine os tom ateiros com regularidade e remova as lagartas à mão. Atraia vespas parasitas.

D oenças Apresentam-se de seguida algumas das enfermidades mais comuns e as formas de as combater.

Podridão Apical A podridão apical manifesta-se por meio de uma mancha escura e côncava no ápice dos frutos maduros, sendo comum no tomate. Embora tecnicamente o problema se deva a falta de cálcio, por vezes é o resultado da seca e não de um solo pobre em cálcio. Como Combatê-la: Regue as plantas em profundidade, sob retud o as cultivadas em vaso, e tenha o cuidado de nunca deixar o solo secar com pletam ente. Plante sempre um tom ate iro p o r vaso.

Hérnia A hérnia ou potra é um problema fúngico que ataca as plantas da família da couve, em especial brócolos, couve e couve-flor. A doença caracteriza-se por raízes franzinas e deformadas que dão origem a plantas flácidas, atrofiadas. Como Combatê-la: A hérnia parece afetar apenas as plantas Tom e precauções con tra fu n g o s e vírus p u lve rizan do as plantas

cultivadas em solos ácidos e po d e ser evitada ju n ta n d o cal à terra e

suscetíveis com le ite d ilu íd o ou chá de

m elhorando as condições de drenagem . Faça a rotação das culturas

c o m p o s to e n q u a n to elas são jovens.

e mantenha as brássicas fora de solos que já tenham sido infetados.

Remova, sem de m o ra , as plantas infetadas, para e v ita r a contam inação.


Vírus do Mosaico do Pepino O vírus do mosaico do pepino é muitas vezes levado para a horta por afídeos, que o transferem para as plantas de que se alimentam. O vírus pode infetar tomates, pimentos e melões, além de pepinos. Manifesta-se por meio de salpicos amarelos nas folhas, que também se podem apresentar retorcidas e deformadas. Como Combatê-lo: Encoraje afídeos predadores. É impossível elim inar este vírus depois de a planta ser infetada. Remova a planta e pratique a rotação das culturas.

Murchidão das Plântulas Esta doença ataca as jovens plântulas nos seus primeiros dias de vida. Excesso de água, má circulação do ar e solo impróprio ou infetado convidam a doença a instalar-se, atacando os caules das plantas vulneráveis, que apodrecem e caem. Uma vez a murchidão das plântulas estabelecida, não há nada a fazer. Como Combatê-la: Um pouco de prevenção é, neste caso, o m elhor rem édio. Cultive as sementes numa mistura leve, arejada e estéril. Em vez de pulverizar as plântulas, regue-as p o r baixo, de ita n d o água no tab ule iro e rem ovendo o excesso de líquido ao fim de uma hora. Junte à água um pouco de chá de camomila antifúngico, para e vita ra m urchidão a tem po.

Míldio O míldio mais comum na horta é o oídio, que se apresenta sob a forma de um pó cinzento ou branco que cobre as folhas e flores das plantas infetadas. A doença prospera onde houver muita humidade e má circulação do ar em volta da planta e das folhas, mas é sobretudo conhecida por atacar plantas suscetíveis, como salva e cucurbitáceas. Como Combatê-lo: Evite aglom erar as plantas e pulverizar as folhas. Desbaste a folhagem densa para o ar circular melhor. Pulverize com chá de oídio (página 77).

A prevençã o é a m e lh o r defesa contra o oíd io , qu e p o d e ser d ifícil de c o m b a te r d e p o is de instalado.


B arreiras, C hás e P reve nção Os problemas são inevitáveis, mesmo nos jardins mais saudáveis. Estas poções, a profilaxia e as parcerias ajudam a evitar o surgimento de problemas e a ultrapassar as fases mais difíceis, quando a situação se descontrola.

Combate aos Insetos Infestantes REUNIR AS TR O PAS

Aliciar insetos benéficos a viverem na sua horta é muito fácil, bastando, para tal, cultivar as flores que eles preferem. Para começar, informe-se sobre os seus potenciais ajudantes, incluindo as fases de ovo e larva, para saber quais os que deve remover e quais os que deve deixar em paz quando passear pela sua horta. Em muitos casos, as larvas dos insetos são predadores mais vorazes do que os adultos. Cada inseto benéfico tem preferência por uma planta específica; contudo, como é às flores que se deve a sua presença, tente conseguir que pelo menos algum as plantas floresçam simultaneamente. S IS T E M A M A N U A L

Parece repugnante, mas remover os insetos infestantes à mão, um ou vários de cada vez, é um dos métodos de controlo mais eficaz e amigo do ambiente. Apanhe lagartas e besouros diretamente na planta e pise-os de imediato ou deite-os para um balde com água. A natureza é cruel, mas não é preciso exagerarmos. Despache o assunto estendendo no solo um oleado ou jornal e dando às plantas infestadas uma sacudidela rápida.

D e cim a para b a ixo : as a ra n h a s -d e -ja rd im são e x c e le n te s aliad as e a lim e n ta m -s e d e um a g ra n d e d iv e rs id a d e d e insetos in fe s ta n te s ; a m e lh o r m aneira d e re m o v e r caracóis é à m ão; até o re c ip ie n te d e p lá s tic o o n d e cresce a sua p lâ n tu la serve d e b a rreira c o n tra roscas.


BA R R E IR A C O N T R A RO SCAS

Qualquer objeto a que possa ser dada a forma de tubo serve de barreira para impedir as roscas de mordiscar os

PREDADORES DE INSETOS • A ran has

caules recém-plantados. O s rolos de papel higiénico são

• B a rb e iro

perfeitos, mas podem ser difíceis de enfiar por cima de

• C a ra b íd e o

tomateiros bem desenvolvidos. Para plantas maiores,

• C riso p a

experimente cortar o topo e a base de garrafas de água ou

• Joa ninha

latas de modo a obter um tubo.

• Lo u va -a -d e u s

Na altura da plantação, enterre o tubo cerca de 5 cm, pelo menos, porque as larvas vivem logo abaixo da superfície do solo. Os tubos de cartão são biodegradáveis, mas pode remover os de plástico cortando-os com uma

• M o sca -d a s-flo re s • P ercevejo • V espas-am arelas • V espas pa rasitas

tesoura quando o caule atingir mais de 6 mm de diâmetro. PR O TEÇ Õ ES C A S E IR A S

Use as cortinas de rede que passaram de moda e que quer deitar fora para cobrir as plantas suscetíveis aos estragos causados pelas larvas da borboleta-da-couve,

FLORES Q U E A T R A E M D E IN S E T O S • C alê n d u la • C atá ria

do escaravelho-do-feijão-mexicano e outras. A cobertura

• C e n o u ra -b ra va

impede os insetos adultos voadores de depositarem os

• C o e n tro

ovos nas plantas e, quando quiser tratar das plantas ou que a chuva as molhe, é só retirá-la.

• E ndro • Fam ília das asteráceas • G irassol

A R M A D IL H A S C O N T R A LES M A S

A s viscosas lesmas adoram a humidade e aglomeram-

• H o rte lã • M a n je ricã o

-se em recantos molhados e escuros como moscas sobre o

• M ile fó lio

estrume. Um pouco de cerveja numa em balagem plástica

• V a le ria n a -b ra n ca

de manteiga é um truque clássico, mas pode também

• V a ra -d e -o u ro

atraí-las para a morte com uma refeição humedecida.

• Zínia

Encoste uma folha de couve ou uma casca de melão ao solo. O lado inferior vai ficar pejado de lesmas num instante. Ofereça a refeição coberta de lesmas aos pássaros ou afogue as infestantes em água com sabão.

PREDADORES


C ontrolo de Pragas Animais Q uer a sua horta se encontre ao nível do solo ou no topo de um edifício, o m ais provável é ter de partilhar o seu espaço com um a qualquer forma de vid a selvagem . Adoro os estorninhos que nidificam nos beirais do meu telhado. Infelizm ente, quando eles bicaram e m ataram o m eu tom ateiro preferido e usaram os fragm entos na construção do seu ninho, essa paixão arrefeceu tem porariam ente. A s su gestões que se seguem perm item m anter os anim ais selvagen s longe das suas plantas, sem, no entanto, deixar de os acolher na sua horta segu ra e hospitaleira. N inguém fica a perder!

• Afugente os pássaros pendurando num cordel formas de bolos, CD e latas, criando espanta-espíritos que eles irão odiar. • Mantenha os gatos longe da terra acabada de cavar, mesmo que se trate do local que eles preferem, cobrindo-a com cascas de citrinos. • Proteja as jovens plântulas dos ativos esquilos, colocando, em volta delas, uma barreira feita com uma garrafa de plástico à qual tirou o fundo e o topo. • Faça uma espécie de gaiola protetora com rede de capoeira, estendendo-a sobre o solo como se fosse uma cobertura à prova de garras, enrolando-a em volta da base dos vasos, ou simplesmente cobrindo com ela plantas inteiras, para as proteger de guaxinins persistentes. • Deixe uma mão-cheia de areia para gatos já usada em todas as entradas de tocas de marmotas. O cheiro afastará aquelas criaturas determinadas. Terá de as com bater em todas as frentes se quiser mesmo que elas se vão embora.

^ Embrulhe a base dos vasos com rede de capoeira, para im pedir que gatos e esquilos escavem a terra.


Combater Doenças C A L D A C O N T R A O O ÍD IO

Uma mistura de bicarbonato de sódio e água é o tratamento clássico usado para pulverizar as plantas afetadas, quando se deteta o problema suficientemente cedo. Contudo, descobri que o leite diluído é uma opção ainda melhor, quer como medida preventiva, quer para combater o fungo nas plantas infetadas. Sempre que tiver leite já fora do prazo indicado na embalagem, dilua-o em água, em partes iguais, e deite a mistura diretamente no solo ou pulverize com ela as folhas das plantas infetadas. Por vezes, aumento a proporção de água no início da época como medida preventiva, mas vou juntando mais leite no verão, à medida que a humidade e o calor aumentam. Esta calda também faz maravilhas em relação a outras doenças fúngicas que afetam tomates, curgetes e pepinos. Junte um pouco de algas castanhas ou de chá de excrementos de minhoca (página 64) à mistura, de vez em quando, para obter um spray foliar para diversos fins. SAIS DE EPSOM EM SPRAY

Baratos e, em geral, facilmente acessíveis (na casa de banho), os sais de Epsom são uma excelente fonte de magnésio que pode ajudar as plantas na altura em que elas se esforçam por dar fruto. Misture 1 colher de chá de sais de Epsom em 1 litro de água. Use este líquido para pulverizar flores de pimento, beringela e tomate e mesmo algumas folhas, quando os botões surgirem na planta.

C O N S E LH O S SOBRE PREVE N Ç ÃO DE D O E N Ç A S E PRAGAS

Opte pela Rotação das Culturas: Se m udar as famílias de plantas para um novo local do jardim , de tantos em tantos anos, enganará os insetos e dará ao solo a po ssibilidade de se renovar (página 35).

Conheça e Satisfaça as Necessidades: O stresse causado p o r excesso de rega, seca, falta de espaço no vaso ou outras práticas de cultura erradas podem torna r as plantas vulneráveis aos ataques (página 72).

Melhore o Solo: O solo saudável conduz a plantas saudáveis e naturalm ente resistentes (página 46).

Consociação: Cultive as plantas em com unidades cooperativas (página 34). Pratique Uma Boa Higiene: Remova as partes doentes das plantas e mantenha os seus utensílios sem pre lim pos, em especial depois de os usar em plantas afetadas.

Aja com Moderação: É mau abusar d o que é bom , até na horta. O excesso de fertilização, em especial com p ro du to s que contêm azoto, po d e tornar as plantas flácidas e frágeis (página 63).


Secção 2

As Plantas


C a p ít u

lo 7

:

Legumes Diz-se que as coisas boas da vida são difíceis de alcançar, sendo este dito aplicável a muitas das minhas experiências na horta. Por outro lado, embora seja verdade que os legumes são, tipicamente, os produtos alimentares mais exigentes, em muitos aspetos podem também ser os mais gratificantes. Apesar de serem um desafio, e por causa dele, nunca me arrependo do trabalho que tenho para usufruir dos legumes cultivados por mim.

Com poucas exceções, os legumes demoram bastante tempo a vingar, sendo, por vezes, necessário esperar alguns meses até colher aqueles tomates sumarentos que aguardamos com tanta expetativa. Até isso ser possível, é preciso manter as plantas saudáveis e cuidar delas. A alimentação adequada, a água, a luz e o espaço merecem uma atenção especial. Cultivar uma grande quantidade de plantas num espaço apertado parece uma boa ideia na primavera, quando elas são pequenas, mas irá sair-lhe caro mais tarde, quando vir o pouco que elas produzem. Aquelas pequenas sementes de tomateiro que cabem na palma da sua mão irão dar origem a plantas com uma altura superior à sua. E já que estamos a falar de espaços pequenos, incluí, junto à descrição de cada planta, uma caixa com o título «Cultivo em Vaso», que pode usar como guia para navegar pelo mundo selvagem e maravilhoso da horticultura urbana. A boa notícia é que qualquer planta pode ser cultivada num vaso; contudo, algumas não produzem colheitas abundantes, por mais que o horticultor se esforce, e outras são particularmente sensíveis às pressões da vida num recipiente. Use a tabela de rendimento (que indica quais são as plantas de baixo, médio ou elevado rendimento) como bitola para planear uma horta tão proveitosa quanto possível no seu espaço. Claro, não deixe que seja ela a determinar o que vai cultivar. A produtividade não é o único indicador do valor de uma horta. Algumas plantas são maravilhosas como ornamentais ou divertidas de cultivar, independentemente da quantidade de feijões colhidos no final da época. Por esse motivo, incluí variedades que se dão bem em vasos e que são fabulosas por direito próprio. Quando cultivar plantas em vasos, lembre-se que, em geral, elas são mais fáceis de manter e mais produtivas quando se encontram em recipientes grandes. Para melhores resultados, evite cultivar plantas em vasos de profundidade inferior à sugerida. Incluí ainda alguns truques, conselhos e sugestões sobre o cultivo, que o vão ajudar a conhecer as necessidades das plantas particularmente melindrosas.

A minúscula ervilheira Tom Thumb tem as dimensões ideais para um vaso de 20-25 cm. As ervilheiras verdes cultivadas junto de violetas vermelhas formam um conjunto especialmente bonito.



Feijoeiro O cultivo do feijão é erradamente considerado desinteressante, pois não nos proporciona deliciosos tomates nem vistosas acelgas. Tudo mentira, acreditem! Embora seja verdade que o vulgar feijão-verde é um pouco monótono, há inúmeras variedades maravilhosas que parecem cobertas de coloridas pedras preciosas.

C ultivar

CULTIVO EM VASO

Os feijões pertencem à família das leguminosas, plantas que fabricam o azoto de que necessitam graças à relação que estabelecem

Os feijoe iros ficam espantosos em baldes ou contentores plásticos para

com rizóbios, bactérias que vivem na terra. Contudo, visto este

lixo, de tam anho m é dio a grande,

processo demorar algum tempo a desenvolver-se, terá de fornecer às

em bora as variedades trepadoras

suas plantas azoto, adicionando composto ao solo antes de plantar.

prefiram canteiros elevados.

Adicionar composto também melhora as condições de drenagem do

Feijoeiros-rasteiros:

solo, o que é fundamental para evitar a podridão, a ferrugem e outras

Rendimento: Elevado

doenças fúngicas. Mantenha o solo húmido mas não encharcado, em especial durante a germinação das plantas, altura em que o perigo é maior. Regue pouco mas com regularidade, aumentando a quantidade de água depois de as flores aparecerem. Atenção à

Profundidade Mínima: 20 cm Variedades: Royal Burgundy, C ontende r

Mais Conselhos: Plantio sucessivo para te r colheitas consecutivas.

cigarrinha-verde e ao escaravelho-do-feijão-mexicano. Os feijoeiros dão-se bem junto à maioria das culturas, à exceção dos membros da família das cebolas.

Feijoeiros trepadores: Rendimento: M édio Profundidade Mínima: 40 cm

Espere que o solo aqueça e que a temperatura do ar atinja os 15 °C (ou superior, no caso da soja), antes de plantar. Os meus, em geral,

Variedades: San Felipe Pueblo W hite, Rattlesnake Snap

vão para a terra imediatamente antes de as ervilhas saírem. Deixe os

Mais Conselhos: As variedades de

feijões de molho (exceto os de soja), de um dia para o outro, em água,

feijão para secar d o Sudoeste dos

chá de composto ou algas e depois passe-os por pó de bactéria rizóbio (meta-os dentro de um saco e agite-o), antes de plantar.

EUA e do M éxico (tepary) suportam m elhor a falta de água.

Embora a bactéria inoculável rizóbio ocorra de forma natural, juntá-la

Soja:

em pó às sementes melhora bastante a produção. Semeie diretamente

Rendimento: Baixo

no solo ou em rolos de papel higiénico (veja «Alvéolos Feitos com Rolos de Papel Higiénico», na página 27).

Profundidade Mínima: 35 cm Variedades: Tohya, Early Hakucho, Black-Jet (tolera a doença)

Colha o feijão-verde assim que ele atingir 2,5 cm de largura e os

Mais Conselhos: Sensível ao solo

feijões de descascar quando as sementes aumentarem de volume

m olhado e frio. Proporciona uma boa

dentro da vagem. Colha feijão para secar quando as vagens se

drenagem , evita ndo a podridão.

apresentarem castanhas e ressequidas. 4 A p a rtir do canto superior esquerdo, no sentido dos ponteiros do relógio: soja Black Jet, colhida de um vaso de 20 cm; um ^

r -:,.

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Feijoca (P h ase olus co c c in e u s ) - F am ília d a s L e g u m in o sa s (L e g u m in o s a e )

A feijoca é uma trepadeira antiga, muito decorativa, conhecida pelas suas vagens grandes e pelas flores maravilhosas que atraem ao jardim abelhas, borboletas e colibris. Cultive-a em vasos grandes ou no solo, como qualquer feijoeiro trepador. Experimente a deslumbrante Scarlet Runner ou a igualmente bela Painted Lady, que produz flores bicolores vermelhas e brancas e

Feijoeiros-rasteiros e Trepadores

bonitos feijões sarapintados.

(P h a se o lu s v u lg a ris ) - F am ília d a s L e g u m in o s a s (L e g u m in o s a e )

Soja Os feijoeiros-rasteiros são plantas rasteiras com

(G ly c in e m ax) - F am ília d a s L e g u m in o s a s (L e g u m in o s a e )

uma única produção ao longo da vida. Para ter colheitas contínuas, semeie feijoeiros novos a intervalos de

A soja (também chamada edamamè) é uma

poucas semanas. Experimente variedades cujos feijões

iguaria japonesa que se pode comer na altura da

e flores tenham coloridos invulgares. Royal Burgundy,

colheita diretamente da vagem, acabada de cozer

Sequoia e Royal Purple Pod dão vagens roxas; Orca é

em água e sal. Terá uma surpresa com Agate, uma

uma fabulosa variedade de feijão para secar com

bela espécie antiga com um feijão castanho-

sementes pretas e brancas. Gosto especialmente de

-avermelhado.

Dragon’s Tongue, cujas vagens achatadas são adornadas com marcas roxo-avermelhadas. Embora sem poderes mágicos, as variedades

A soja pode ser cultivada como o vulgar feijoeiro-rasteiro, mas é exigente quanto ao calor e à humidade, em especial durante a germinação.

trepadoras são como as do conto «João e o Pé de

Espere que as temperaturas atinjam os 21 °C e plante

Feijão», que atingem grandes alturas e se agarram a

os feijões a uma profundidade de cerca de 2,5-5 cm e

tudo o que encontram pelo caminho. Orientá-las

a intervalos de 5 cm, diretamente da embalagem,

numa treliça cria um efeito de altura no jardim e

pois não é necessário demolhar as sementes. Ponha

permite-lhe cultivar MUITO alimento num espaço

de molho as sementes dos outros feijões, mas nunca

exíguo. Não estou a exagerar. Produzem durante

as de soja, pois apodrecerão num instante.

semanas sem fim. Embeleze o seu jardim e a sua mesa com Gold of Baucau, um feijão achatado e de um dourado brilhante; Rattlesnake Pole, cujas vagens verdes estão cobertas de listas roxas; ou Trionfo Violetto, uma variedade deliciosa com flores e vagens roxas. Melhor ainda, experimente Cherokee Trail of Tears, nome adequadamente dado a uma vagem castanho-avermelhada com feijões negros que alimentou o povo Cherokee durante a trágica deslocação forçada para Oklahoma, em 1838.

Para o b te r o feijão-verde mais delicioso que jamais provou, asse as vagens jovens no fo rn o tem peradas com um fio de azeite e sal. Uma delícia.


Brássicas A s brássicas (ou couves), constituem um grupo que tem sido muito maltratado, detestado tanto pelas crianças como por ex-Presidentes dos EUA. E provável que o preconceito se deva a refeições à base da mesma m ão-cheia de insípidos produtos agroindustriais. Depois de cultivar uma couve-flor cor de laranja ou de provar brócolos roxos, vai certam ente interrogar-se sobre em que mais assuntos estarão os políticos errados!

C u ltiv a r Tam bém con h ecid as por couves, estas plantas da fam ília das

CULTIVO EM VASO

m ostardas partilh am as m esm as exigên cias e dão-se bem lado a

C u ltiv e um a p la n ta p o r vaso e duas ou

lado na horta. G ostam de solos ricos e preferem sol direto, m as

trê s em caixas d e a rru m a çã o gra n d e s.

toleram bem algu m a som bra. N ão poupe no azoto, pois precisam de um a grande quantidade para produzirem folhas grand es e

Brócolos: R e n d im e n to : Baixo

saudáveis. M isture algum com posto na terra, no início da

P ro fu n d id a d e M ín im a : 3 0 -4 0 cm

prim avera e deite m ais um pouco na cova, na altura de plantar.

V a rie d a d e s : O s h íb rid o s p e q u e n o s

A s brássicas são plantas de clim as frios; no entanto, tendem a

tê m m e lh o r d e s e m p e n h o .

ser sen síveis a baixas de tem peratura na altura de plantar e durante

E x p e rim e n te Small M ira cle.

a época da floração. Tam bém podem espigar quando a tem peratura

Couve:

sobe. O truque consiste em levá-las para o solo cedo, m as não

R e n d im e n to : M é d io

dem asiado cedo. Plante-as ao lado de bons com panheiros, com o o

P ro fu n d id a d e M ín im a : 30 cm

pepino, a calêndula, a cenoura, o endro, a alface, a hortelã, os

V a rie d a d e s : Early Je rse y W a ke fie ld ,

m embros da fam ília da cebola e o manjericão. A s brássicas não apreciam a com panhia de feijoeiros-trepadores e m orangueiros. O s brócolos e a couve-flor são apreciados pelas suas cabeças, m as poucas pessoas sabem que as folhas e os caules tam bém são deliciosos. A s cabeças são, na verdade, grandes aglom erados de botões florais e devem ser colhidas enquanto os botões ainda estão

C airo , G onzalez M a is C o n s e lh o s : C u ltiv e va rie d a d e s co m p a c ta s , p re co ce s e d o m e io da esta ção, q u e p o d e m ser co lhid as cedo.

Couve-flor: R e n d im e n to : Baixo

firm es e as flores não abriram. O corte das prim eiras cabeças

P ro fu n d id a d e M ín im a : 3 0 -4 0 cm

grandes faz surgir outras, m ais pequenas, a que se cham a rebentos

V a rie d a d e s : Idol, C h e d d a r

laterais. Quanto m ais depressa colher esses rebentos, m ais nascerão. O m aior inim igo desta fam ília é a borboleta-da-couve, m as

Repolho: R e n d im e n to : A lto

os afídeos, as lesm as, os p u lgões e a m osca-das-raízes-da-couve

P ro fu n d id a d e M ín im a : 2 5 -3 0 cm

tam bém as fazem sofrer. C obrir as fileiras depois de plantar

V a rie d a d e s : Todas

é a m elhor defesa - veja a págin a 75. O stresse causado por tem peraturas consistentem ente b aixas, pela seca, pelo excesso de calor ou por falta de azoto pode levar os brócolos e a couve-flor a apresentar cab eças dem asiado pequenas. A hérnia (p ágin a 72), causada pela acidez do solo, tnm bém é com um .


Brócolos

tamanho de bolas de basebol - por isso, leve em

(B ra ssica o le ra c e a , G r u p o Ita lic a - F a m ília d a s C o u v e s (C r u c ife ra e )

conta o espaço que tem disponível quando escolher uma variedade. Se a larva da borboleta-da-couve for

Os brócolos, que há quem adore e quem deteste,

um problema inultrapassável na sua horta,

fazem bem à saúde e são ricos em vitaminas, cálcio

experimente uma variedade vermelha, como

e antioxidantes.

Mammoth Red Block - as vermelhas são menos

Os brócolos toleram uma geada ligeira e crescem

suscetíveis aos danos causados pela larva. January

melhor quando os termómetros se aproximam do frio

King é uma escolha segura em climas temperados e

(cerca de 18 °C). Para algo diferente da variedade

sobreviverá ao inverno como colheita tardia.

verde Calabrese, experimente a Romanesco, uma

Faça a sementeira num local coberto, cerca de

variedade muito apreciada, embora um pouco

6 a 8 semanas antes da data da última geada. Leve

melindrosa, que apresenta uma cabeça fractal

para o ar livre 3 a 4 semanas antes das últimas

verde-lima de aspeto invulgar. Os horticultores de regiões com invernos

geadas. Deixe uns bons 25 a 39 cm entre as plantas transplantadas, ou mais um pouco, caso formem

quentes e temperados deviam tentar cultivar

esferas de grande tamanho. Não se preocupe com

brócolos, uma planta extremamente decorativa que

as jovens; elas aguentam algum gelo. Para colher no

suporta temperaturas até 12 °C. Cada planta pode

outono, plante 12 semanas antes da data prevista

atingir 6 o cm de altura e produz inúmeros botões

para a primeira geada.

pequenos e suculentos, brancos ou roxos, além da

Corte-lhes a cabeça ou arranque toda a planta

cabeça principal. Se os transplantar no final do

enquanto as folhas ainda estão bem unidas. Colha

verão e mantiver num local coberto durante o

as que deixar para trás antes das primeiras geadas

inverno, terá como recompensa uma colheita

sérias.

abundante no início da primavera. Semeie até 6 a 8 semanas após as últimas geadas da primavera. Quando as plântulas tiverem 4 a 5

C ou ve-flo r (B ra ssica o le ra c e a G r u p o B o try tis ) - F am ília d a s C o u v e s (C ru c ife ra e )

semanas, leve-as para o ar livre, deixando intervalos de cerca de 38 cm entre elas. Plante para colher no

A exposição ao sol faz com que os botões florais

outono, 12 semanas antes da data prevista para a

da maioria das variedades brancas de couve-flor

ocorrência das primeiras geadas na sua região.

percam a sua cor e se tornem amarelados. As

Corte os caules cerca de 15 cm abaixo das

cabeças amarelas são comestíveis, mas se as

cabeças quando estiverem cheias mas ainda firmes.

prefere mais claras e brancas, ate as folhas centrais

Faça-o depressa, antes que os botões florais amarelos

com um elástico ou cordel quando elas começam a

comecem a abrir, e vá arrancando os rebentos

formar-se; ou então poupe trabalho e cultive uma

laterais para tirar o máximo partido de cada planta.

variedade «autobranqueadora» como Snowball, cujas folhas se encurvam naturalmente, cobrindo a

Couve

cabeça. Mais fácil ainda, opte por variedades

(B rassica o le ra ce a , G r u p o C a p ita ta ) - Fam ília d a s C o u v e s (C ru c ife ra e )

coloridas como Violetta Italia e Purple of Sicily. Mais temperamental do que as outras brássicas,

A couve é uma boa produtora, reunindo um

a couve-flor precisa de um solo bastante quente para

grande teor nutritivo na mesma embalagem. As

estar em forma na primavera; no entanto, espiga

plantas podem ser enormes globos folhosos ou do

facilmente se o termómetro subir abruptamente na


época da floração. Para evitar problemas, semeie num local coberto cerca de 6 a 8 semanas antes da data da última geada e proceda à repicagem, ou à transplantação, quando a temperatura variar entre 15 a 18 °C. Para colher no outono, semeie ao ar livre em meados do verão, umas boas 18 semanas antes da data prevista para as primeiras geadas. Deixe intervalos de cerca de 35 cm entre as plantas. Colha quando as cabeças ainda estiverem compactas mas já não as sinta rijas como pedras ao toque. Ao contrário dos brócolos, a couve-flor não produz rebentos laterais - assim que a cabeça se forma, acabou.

Repolho

No gélido Norte, um repolho frisado junto à porta da frente anuncia o outono, tal como as folhas avermelhadas ou a abóbora. A folhagem é excecionalmente decorativa - no entanto, ou não fosse ela vivaz, sobrevive a invernos nevosos e fornece uma verdura alimentícia numa altura em que as outras plantas da sua família já não produzem. Escolha entre as diversas variedades coloridas e com formas atraentes, como a Lacinato (também chamada «couve de dinossauro»), azul-esverdeada e de superfície irregular, ou a Redbor, cujas folhas roxas profundamente frisadas ficam uma maravilha ao lado da salva Tricolor ou da perila-vermelha, com o seu tom de rubi. Faça a sementeira num local coberto, 6 semanas antes das últimas geadas, ou semeie diretamente ao ar livre antes da última geada. Plante-as umas perto das outras, se quiser usar as folhas jovens, ou a intervalos de aproximadamente 38 cm, se as quiser colher adultas. Colha o repolho em qualquer altura, pois ao fim de um mês as folhas são excelentes em saladas, ou deixe-o atingir a maturidade. Tem melhor sabor se o apanhar logo a seguir a uma geada. De cima para baixo: arranque os pequenos rebentos ► laterais dos brócolos para a produção sor mais abundante; a vistosa couve-flor Violetta Italia encho de cor um canto desinteressante; o repolho I st Inato possui uma atraente

» 1»

(B rassica o le ra c e a , G ru p o A c e p h a la ) - Fam ília d a s C o u v e s (C ru d fe ra e )


Pepino (C u c u m is s a tiv u s ) - F a m ília d a s C u c u r b i t á c e a s (C u c u r b ita c e a e )

Não há nada melhor do que um pepino fresco, estaladiço e acabado de colher cortado às fatias e temperado com sal. Visto existirem variedades de todas as formas, dimensões e cores, não há razão para se restringir à clássica versão verde e alongada. Para quem tenha mesmo muito pouco espaço, até há plantas em miniatura.

C u ltiv a r Os pepinos preferem locais claros e quentes, mas toleram um

CULTIVO EM VASO

espaço que receba um mínimo de 4 a 6 horas de sol direto por dia. Um

M antenha o solo con sistente m en te

local abrigado do vento, encostado a um muro que absorva o calor é o

h ú m ido, para colhe r os m e lhores e

ideal. Os pepinos são exigentes no que diz respeito à água, mas, assim

mais sum arentos pe pinos.

que se estabelecem, não voltam a dar problemas. Sendo legumes sumarentos, requerem muita água para não crescerem secos, amargos,

Pepino Anão: Rendimento: M é dio

atrofiados e rijos. Vai descobrir que as suas plantas requerem ainda

Profundidade Mínima: 20 cm

mais água à medida que amadurecem e produzem frutos.

Variedades: Patio Pik, Bush Pickle,

Cultive variedades clássicas, como Japanese Climbing, A & C Pickling e o sempre popular Marketmore, se quiser assegurar produções abundantes. Prepare deliciosos picles gourmet com

Patio Pickles, Salad Bush

Mais Conselhos: Podem não ficar m u ito saborosos, mas dã o-se bem em espaços exíguos.

Cornichon de Bourbonne, Parisian Pickling e White Wonder. Se quiser um pepino diferente, há variedades amarelas (Boothby’s Blonde), brancas (Miniature White) e cor de laranja (Chinese Yellow). As plantas têm fama de serem suscetíveis ao oídio (página 73),

Pepino (Trepadeiras): Rendimento: M é d io Profundidade Mínima: 38 cm Variedades: Lem on, Bushy,

devido à má circulação do ar ou ao stresse causado pela seca - portanto,

M inia ture W h ite

não as deixe secar! Insetos infestantes como afídeos e o escaravelho-

Mais Conselhos: O rie n te a planta

-do-pepino também podem infetar a planta com a terrível doença do

numa tre liça ou num poste, p o r uma

vírus do mosaico do pepino. A rotação ajuda a confundir os infestantes.

qu e stã o de espaço, e m antenha-a

Plante pepinos junto de feijoeiros-rasteiros, endro, alface, chagas, ervilhas e rabanetes, mas mantenha-os longe das batatas.

afastada d o chão.


R E C E IT A

Sopa Fria e Refrescante de Pepino, H ortelã e Iogurte

O meu prim eiro contacto com o conceito de sopa fria teve lugar no liceu, quando trabalhei dentro de um a cozinha sufocante. A té então, a ideia de um a sopa não cozinhada parecia-m e um a loucura. O s pepinos são um ingrediente clássico das sopas frias, em geral arom atizadas com endro ou hortelã, ervas arom áticas que abundam no jardim em plena época do pepino. E em bora eu já tenha preparado esta sopa de m il e um a m aneiras diferentes, a m inha versão preferida é esta receita sim ples e rápida.

1.

N o liq u id ific a d o r, c o lo q u e os p e p in o s , a h o rte lã , o io g u rte , o su m o d e lim ã o , se o q u is e r usar, e 1 chávena d e á g ua fria . T ritu re a té o b te r um a m is tu ra h o m o g é n e a .

2.

Leve ao frig o rífic o a n te s d e servir.

3. T e m p e re co m sal a g o s to , d e ite em taças in d iv id u a is e g u a rn e ça cada um a co m flo re s de b o rra g e m , se desejar.

Para 4 p e sso a s • 450 g de pepinos descascados e picados (cerca de

8

pepinos pequenos)

• 4 colheres de sopa de hortelã fresca picada • 1 Vi copo de iogurte simples • Vi colher de chá de sementes de coentros moídas •

1

colher de sopa de sumo de limão (facultativo)

• Sal • Vi chávena de flores de borragem (facultativo)


Semear e Plantar Faça a sementeira em vasos num local coberto, cerca de 2-4 semanas antes da data prevista para as últimas geadas e inserindo as sementes a 1-2 cm de profundidade. Leve as plântulas para o ar livre bastante tempo após a última geada, quando a temperatura for, no mínimo, de 23 °C. Quando transplantar, junte à terra bastante estrume ou composto bem curtido e tenha o cuidado de não perturbar muito as raízes. Escolha um dia ameno e cinzento para o fazer.

Colher Conte iniciar a colheita em meados do verão. Com colheitas frequentes, as plantas continuarão a produzir até às primeiras geadas. Corte ou torça, mesmo as variedades de maiores dimensões, antes de os pepinos atingirem os 15 cm.

De cima para baixo: cultive um único pé da variedade Miniature W hite num vaso de 38 cm; a variedade Mexican Sour Gherkin produz frutos levemente ácidos que parecem miniaturas (os horticultores mais ousados vão gostar de cultivar pepininho, o prim o mais pequeno do pepino de jardim); a variedade anã Salad Bush é ideal para um vaso pequeno.


Beringelas (S o la riu m m e lo n g e n a ) - F am ília d o T o m a te / B e r in g o la (S o la n a c e a e )

A beringela é um legume bastante exótico, disponível em formas estranhas, invulgares, que desafiam o clássico ovo grande e roxo popularizado pela cozinha italiana. Na horta, até a própria planta é cativante, com bonitas folhas aveludadas e flores atraentes que ficam bem junto de espécies roxas e vermelhas.

C ultivar Originária de climas quentes e luminosos, a beringela exige um recanto soalheiro da horta que tenha boas condições de drenagem. E uma planta altamente sensível à temperatura, que se enruga com o frio e deixa de produzir frutos quando o calor é excessivo. As plantas preferem temperaturas entre os 21 °C e os 29 °C - abaixo disso, dão-se mal. Sol a mais danifica-as, por isso forneça-lhes algum abrigo durante vagas de calor especialmente difíceis. Quase todos os infestantes apresentados neste livro - doríforos, pulgões, afídeos e tudo o que se possa imaginar - adoram beringelas. Estas são também suscetíveis a muitas doenças do tomateiro. Mantenha-as felizes com muito azoto e, de vez em quando, um pouco de fósforo e potássio. Ampare as variedades altas com frutos longos e pesados, para manter as plantas de pé e os frutos longe do solo. A beringela não se importa de partilhar o espaço com o manjericão, o feijão, as ervilhas e os pimentos, mas não deve estar perto do funcho.

Semear e Plantar Faça a sementeira num local coberto, pelo menos 6-9 semanas

CULTIVO EM VASO

antes da última geada. As beringelas jovens detestam ser

Uma vantagem para os horticultores

transplantadas. Semeie em vasos grandes de 10 cm e, quando as

de climas frios que não podem

transplantar ao ar livre, deixe uns bons 28 cm entre elas, no mínimo 3

fornecer condições de crescimento

semanas depois da última geada, quando as noites estiverem

ideais no chão.

consistentemente quentes (21 °C). Use uma barreira contra roscas

Beringela:

(página 75) para proteger as jovens raízes.

Rendimento: Elevado

Colher

Variedades: Little Prince, Little

Profundidade Mínima: 25 cm

Corte os botões novos cerca de um mês antes da primeira geada, a fim de canalizar a energia da planta para o amadurecimento dos frutos remanescentes. As beringelas demasiado maduras têm mau aspeto, são amargas e flácidas, por isso colha-as enquanto a pele está brilhante.

Fingers, Lao Purple Stripe, Striped Toga

Mais Conselhos: Os frutos pequenos resistem melhora seca.


Alface e Verduras D eliciosas e diversificadas, as verduras para salada são extrem am ente fáceis de cultivar e podem ser enfiadas em espaços muito pequenos, oferecendo saladas frescas e apetitosas a quem dispuser de um a janela soalheira e de um pouco de solo.

C u ltiv a r A s verduras contêm muita água, por isso é óbvio que exigem

C U L T IV O E M V A S O

um abastecim ento regular para crescerem tenras e saborosas.

Cultive plantas jovens de colheita rápida

O s problem as são, em geral, causados pelo calor; as verduras

numa floreira de janela. Mantenha o

detestam-no. São sem dúvida plantas de clim as frios que apreciam

recipiente regado e vá arrancando as

o sol, que se precipitam para a fase de produção de sem ente, ou

folhas enquanto ainda medirem 3-7 cm -

espigam , quando o calor é dem asiado intenso e castigador.

veja «Plantas Cultivadas em Parapeitos», na página 16.

No verão cultive verduras de colheita rápida e contínua (a cham ada mesclum mix), que devem ser colhidas antes de a jovem planta produzir sem ente. Cubra as plantas m aiores com tela ou cultive-as à som bra de esp écies m ais altas e frondosas, um a relação benéfica para todos os envolvidos. Faça a sem enteira ao ar livre no início da prim avera, assim que

Alface e Verduras: Rendimento: Elevado Profundidade Mínima: 15 cm Variedades: Todas se adequam a recipientes de qualquer tamanho.

Mais Conselhos: Os recipientes secam

o solo puder ser trabalhado. N ão se dê ao trabalho de com prar pés

depressa, mas têm a vantagem da

para transplantar; as sem entes dão origem a plantas saudáveis e

m obilidade, podendo ser levados para

duradouras. Continue a sem ear pequenas porções todas as sem anas ao

locais com sombra quando o calor aperta.

longo da prim avera e m ais tarde, no final do verão, quando as tem peraturas com eçam a refrescar. A m aioria das sem entes de verduras só germ ina com muito calor. Para semear, espalhe as sem entes à superfície do solo e cubra com um a fina cam ada de terra. Proceda à repicagem das plantas adultas, deixando intervalos de cerca de 15-20 cm entre elas. C olha verduras do tam anho que quiser. A s m icroverduras e as verduras baby podem ser consum idas ao fim de m enos de um mês, mas, se preferir, espere que as cabeças se desenvolvam e atinjam a maturidade. D esde que deixe sem pre um coto acim a do solo, as plantas formarão nova cabeça. Im pressionante, e no bom sentido. Repita o processo duas a três vezes com a m esm a planta, até as folhas com eçarem a saber a borracha. N essa altura, arranque a planta e faça nova sementeira.

A partir do canto superior esquerdo, no ► sentido dos ponteiros do relógio: cultive os ingredientes para a sua salada no mesmo balde, como aqui, onde se vê alface Mascara e endro; a compacta alface-de-cordeiro é ideal para cultivar num caixote de fruta vazio; crie im pacto cultivando alfaces de folhas verdes e roxas perto umas das outras; semeie espinafres no início da primavera, para colher no tem po frio.


Q U A L É A D IF E R E N Ç A ?

Alface Butterhead: Um tip o de alface que forma rosetas de folhas tenras e «amanteigadas».

Alface Icebergue: Uma variedade popular que representa de form a inconfundível to d o o grupo Crisphead. São alfaces estaladiças e saborosas, com cabeças densas de folhas suculentas, que permitem à planta não espigar e tole rar o calor.

Alface-carvalho: Folhas tenras e delicadas que pode ir arrancando à m edida que são necessárias. Red Sails e Black-Seeded Simpson são variedades que não espigam.

Alface-romana: Também chamada alface Cos, é a popular variedade usada na salada César que forma cabeças alongadas de folhas estaladiças e crocantes. É outra boa escolha para climas quentes, pois não espiga.

Alfaces de inverno: Estas variedades resistentes à geada passam bem o inverno em climas temperados, mas precisam da proteção de um estufim frio nas

r

regiões mais frias.


Rúcula (E ruca sativa) — F am ília d a s C o u v e s (C ru c ife ra e )

Se o seu espaço só dá para semear uma verdura de salada, recomendo a rúcula. É excecionalmente resistente ao frio e vivaz, oferecendo folhas tenras e picantes do início da primavera até ao final do outono, ou mesmo depois disso, consoante o clima da sua região. O calor do verão torna as folhas um pouco apimentadas, mas eu cozo-as rapidamente ao vapor e uso-as na cobertura das pizas ou no pesto. Arranque as plantas que espigarem e volte a semear, ou mantenha-as, para aproveitar as flores, que também são deliciosas. A rúcula é muito fácil de cultivar e semeia-se a si mesma se o permitir. Existem poucas variedades de rúcula e todas possuem o característico travo a pimenta. A variedade Rocket é a mais popular, conhecida por crescer de forma rápida e furiosa.

Alface ÍL a c tu c a sa tiva ) - F am ília d a s A s t e r á c e a s / C o m p o s ta s (A s te ra c e a e )

A alface é tudo menos aborrecida. E havendo tantas variedades não há razão para se cultivar apenas uma. A pouco e pouco, acabei por experimentar todas,

A lface-de-cordeiro (V a le ria n e lía lo c u s ta ) —F am ília d a s V a le r ia n á c e a s (V a le ria n a c e a e )

Eu pensava que a alface-de-cordeiro era exageradamente gabada e demasiado cara até a usar de forma correta, salgando as pequenas rosetas e acompanhando-as com um bom queijo de cabra e fatias de ameixa madura. A alface-de-cordeiro, também chamada alface-de-milho, pode ser considerada um alimento pretensioso;

mas tenho uma inclinação especial pelas que

no entanto, o seu cultivo é tão fácil e barato como o das

apresentam vermelhos maravilhosos, como Mascara,

outras verduras. A planta é um pouco mais exigente do

Lolla Rossa, Galactic Red, Cimarron e Selway.

que as outras verduras e tem um desenvolvimento mais

Oferecem um contraste atraente, irresistível, junto

lento, mas é também a mais resistente (até o °C), sendo,

de beldades de folha verde como Lingue de Canario,

por isso, uma das raras culturas de inverno que pode ser colhida mesmo gelada.

Bunte Forellnschluss e Black-Seeded Simpson. Tudo isso e refeições muito económicas! As variedades mais resistentes acabam por

Ao contrário da maioria das verduras, a alface-de-cordeiro precisa de temperaturas baixas para germinar.

sucumbir ao calor do verão e espigar, formando

Salte a primavera e o verão e semeie diretamente ao ar

torres dignas de um Dr. Seuss, de cujo centro brotam

livre no final do verão, para colher no outono e no início do inverno.

delicados tentáculos floridos. Deixo sempre algumas na terra pelo seu interesse decorativo, mas não só:

Corte as rosetas ao nível do solo, deixando as

acabam por produzir uma quantidade enorme de

delicadas raízes na terra. A alface-de-cordeiro não

sementes, garantindo a colheita do ano seguinte, ou mais.

produzirá outra planta, mas envia alguns nutrientes para o solo.


M o starda-da-índia (B ra ssica ju n c e a ) - F a m ília d a s C o u v e s (C r u c ife ra e )

As folhas de mostarda-da-índia são conhecidas, sobretudo,

OUTRAS VERDURAS

por possuírem um gosto picante, embora existam variedades

A EXPERIMENTAR

suaves como a tatsoi, cujo gosto é subtil, mas muito mais

Agrião-da-terra ou mastruço (Lepidum

acentuado que o da alface. A mizuna também é bastante

sat/va)

suave, com um leve travo que a torna uma excelente verdura

Azeda-da-horta (Rumex acetosa)

para salada. Giant Red Mustard e Osaka Purple são duas das

Beldro

mais vistosas do grupo, tornando-se plantas grandes, atraentes e encantadoras, com folhas brilhantes, quase iridiscentes, que acabam por dar origem a caules altos com flores amarelas. Tanto as folhas como as flores são PICANTES como os rabanetes. As mostardas-da-índia são um grupo que até certo ponto tolera o frio e tende a atrair infestantes como lagartas mineiras e, se negligenciadas, afídeos. O melhor da mostarda-da-índia são os rebentos, que pode

Beldroega (Portulaca oleracea) Beldroega-de-inverno, ou

C la y t o n ia

(M ontia perfoliata)

Chicória (Cichorium intybus) Endívia ou chicória-hortense (Cichorium endivia)

Erva-armoles (A triplex hortensis) Espinafre-morango (Chenopodium capitatum)

ter todo o ano no parapeito da sua janela (ver «Legumes Que

Melóquia (Corchorius olitoruis)

não Exigem Espaço», na página 14). Comece a cortar folhas do

Pampilho (Chrysanthemum coronarium)

tamanho que quiser, mas não se esqueça que, quanto maiores se tornarem, mais rijas e picantes serão.

Espinafre (S p in a c ia o le ra c e a ) - F a m ília d a s B e t e r r a b a s (C h e n o p o d ia c e a e )

Pimpinela-menor (Sanguisorba minor) Quenopódio-branco (C henopodium album) Quinoa (C henopodium quinoa) Tanchagem-corno-de-veado (Plantago coronopus)

Nenhuma horta fica completa sem este «superlegume» e compreende-se porquê: cultivar espinafre é muito fácil e ele dá-se bem em toda a parte. Na primavera, cultive uma variedade que demora a espigar, como American Spinach ou Bloomsdale, que se mantêm em forma quando chegam os

Tire partido das plantas espigadas: Cultive alface-de-caule (Cracovienensis), variedade que produz caules carnudos e doces, melhores que o aipo.

primeiros calores do verão. No final do verão, plante Giant of Winter, variedade que não tolera o calor e sobrevive ao inverno sob uma espessa camada de palha. Arranque toda a planta em meados do verão, assim que as inflorescências aparecerem e em seu lugar plante um substituto do espinafre, como espinafre-da-nova-zelândia (Tetmgonia tetragonioides) ou espinafre-do-malabar, também chamado bertalha (Basella rubra).

Cobertura Viva: Obtenha maiores quantidades e ofereça sombra ao solo, plantando alfaces de crescimento rápido sob plantas altas e frondosas, como tomateiros, quiabos e beringelas.


A Família das Cebolas M esm o que a cebola, o alho, o cebolinho e outros membros desta fam ília não sejam muito utilizados na sua cozinha, vale a pena cultivá-los na horta, pois são com panheiros dedicados de m uitos legum es. O s Allium são, por natureza, plantas odoríferas, característica útil que confunde os insetos infestantes e os convence de que não têm muito que com er na sua horta.

Cultivar Os Allium são plantas muito resistentes. Encontrei

C U L T IV O E M V A S O

Para evitar a podridão, mantenha os vasos bem

cebolas e cebolinho a crescer espontaneam ente no que

regados mas não encharcados.

restava de hortas há muito abandonadas, ou erguendo-se

Cebolinho: Rendimento: Elevado Profundidade Mínima: 10-15 cm Variedades: Todas Mais Conselhos: Resistem muito bem ao frio,

no meio de relvados devido a bolbos que foram parar à pilha de composto. Praticam ente qualquer horta ou vaso pode acomodá-los, já que toleram na perfeição condições longe de ideais, de sombra parcial a solos pobres. Certifique-se de que lhes oferece bastante espaço e os livra de ervas daninhas - as plantas da fam ília das cebolas tornam-se pequenas e sofrem quando congestionadas. R egue bem quando o solo com eçar a secar, se quiser assegurar um a boa colheita. A s regas esporádicas, em especial quando os vasos secam , podem rachar os bolbos.

mesmo em vaso. Cultive num parapeito e corte as partes verdes.

Alho: Rendimento: Médio Profundidade Mínima: 20-30 cm Variedades: Persian Star, Siberian Mais Conselhos: Requerem recipientes muito grandes para produzirem bolbos, mas podem ser

M antenha-os regados e dar-se-ão bem em vaso, sobretudo

plantados no início da primavera, para

o cebolinho. São dos prim eiros legum es a surgir, assim que

produzirem alhos verdes ao longo do verão.

a neve derrete, m ais fortes do que nunca.

Cebolinho e Cebolinho-chinês (Allium schoenoprasum e Allium tuberosum) - Família do Allium (Liliaceae)

Alho-francês: Rendimento: Médio Profundidade Mínima: 25 cm Variedades: Mammoth Pot Leek, Bandit Mais Conselhos: Am ontoe a terra em vòlta das plantas, à medida que elas forem crescendo.

A p esar de serem considerados ervas arom áticas, o cebolinho e o cebolinho-chinês são, na verdade, os mem bros m ais pequenos da fam ília das cebolas. Embora as atenções se concentrem nas partes folhosas e, por vezes, nas flores, vale a pena colher os pequenos bolbos ao fim de uns anos, quando as dim ensões da horta com eçarem a fugir ao seu controlo. A té se aproveitam as sem entes, que

Cebolas e Chalotas: Rendimento: Elevado Profundidade Mínima: 15-20 cm Variedades: Cebola Purplette, French Shallot Mais informação: Cultive, por semente, as variedades de bolbos grandes e arranque-os quando a parte aérea tiver 15 cm de comprimento, se quiser tenras «cebolas novas».

têm um sabor excelente quando rebentam no parapeito e são usadas em saladas e sanduíches (ver «Legum es Q ue não Exigem Espaço», na págin a 14).

Cebolas (Ramos): Rendimento: Elevado Profundidade Mínima: 15 cm Variedades: Crimson Forest, W hite Lisbon


A p a rtir do canto superior esquerdo, no sentido dos ponteiros do relógio: cebolas-vermelhas prontas para serem semeadas na primavera; as resistentes cebolas Egyptian W alking autom ultiplicam -se perpetuam ente; com o seu gosto suave, as «hastes» d o alho são uma iguaria d o início do verão; estes alhos-franceses produzem rebentos que em breve se transform arão em vistosas flores esféricas.


Ao contrário da maioria dos Allium, os

Botões florais com um aspeto estranho, ou

cebolinhos são cultivados como perenes,

hastes, devem começar a aparecer em meados do

rebentando todos os anos de minúsculos bolbos que

verão. Corte-as pelo caule, para que a planta

permanecem indefinidamente no solo. Além disso,

concentre as suas energias na produção de belos

são agressivas espécies de autossementeira, por

bolbos saudáveis. As hastes são consideradas uma

isso, corte as flores (e coma-as), se não quiser que

iguaria - ficará com um belo fornecimento!

eles encham a horta. Não existem muitas

Desenterre os bolbos inteiros no fim do verão ou

variedades, mas, se quiser cultivar uma planta

início do outono, assim que as folhas começarem a

original, experimente Garlic Chive Mauve. Produz

acastanhar e a cair. Deixe os alhos secar (também

flores cor de alfazema no início do outono e não

se diz curar), pendurados num local seco durante

brancas.

algumas semanas e reserve os dentes maiores para

Colha todos os cebolinhos ao longo da época de

a próxima plantação.

crescimento, cortando as folhas frescas do topo com uma tesoura, como se estivesse a ceifar.

A lho-francês (A lliu m a m p e lo p ra s u m , G r u p o P o rru m ) - Fam ília d o A lliu m (L ilia ce a e )

A lho (A lliu m s a tiv u m ) - F a m ília d o A lliu m (L ilia c e a e )

De todos os membros da família, os alhos-franceses são os que mais azoto exigem, preferindo

Existem dois tipos principais de alho. Os de colo

ser cultivados sozinhos, onde 0 possam ter em

mole são uma boa escolha nos climas meridionais,

exclusividade. Compre mudas se dispuser de pouco

mas não são suficientemente resistentes para

espaço e tempo. Se quiser semeá-los, faça a

suportar os climas frios do Norte. Os de colo rijo,

sementeira num local coberto, 10-12 semanas antes

pelo contrário, são extremamente resistentes e

das últimas geadas. Plante as mudas uma semana

mantêm-se em forma durante muitos anos.

após a última geada, a intervalos de cerca de 10 cm.

Para cultivar alhos, plante os bolbos do início

Para obter alhos-franceses deliciosos e macios,

ao final do outono, cerca de um ou dois meses

cultive-os em valas ou plante a uma boa

antes de o chão gelar. Para começar, separe a

profundidade (cerca de 10 cm) e proceda à amontoa,

cabeça em dentes individuais e guarde os maiores

usando terra misturada com um pouco de

e mais saudáveis para plantar. Pode consumir os

composto, durante a época de crescimento.

outros. Em seguida, abra uma série de buracos

Nos climas mais quentes, comece a colher

com 5-7 cm de profundidade na parte da horta que

pequenos alhos-franceses em meados do verão e

escolheu, com um pau ou plantador, deixando

continue até à primavera seguinte. Noutras regiões,

intervalos de 10 cm entre eles. Insira um dente de

eles devem ser desenterrados antes que cheguem as

alho em cada um, com a extremidade pontiaguda

geadas mais fortes.

para cima, e cubra com terra nova e uma camada de palha. Logo no início da primavera, junte um pouco

C ebolas e C halotas (A lliu m c e p a ) - F a m ília d o A lliu m (L ilia c e a e )

mais de composto ao solo, que deve regar bem, de modo a deixá-lo uniformemente molhado. Agua a

As cebolas são menos esquisitas do que o

menos e os alhos não crescem muito. Agua a mais e

alho-francês e o alho, no que diz respeito ao solo;

podem apodrecer.

colherá um legume comestível, se bem que de


pequenas dimensões, mesmo em condições que sejam tudo menos ideais. No entanto, todos ficarão a ganhar se fizer um esforço e adicionar composto ao solo no início da primavera. Há cebolas das mais diversas formas, dim ensões e cores, e variedades mais ou menos resistentes. Para ter colheitas contínuas, mesmo em clim as frios, sugiro Egyptian W alking Onions, pelo seu peculiar hábito de crescimento. Estas cebolas especialm ente decorativas reproduzem-se a partir de bolbos que crescem na parte superior da planta. O peso adicional faz com que elas pendam e se enraízem no solo, espalhando-se pelo jardim como se «caminhassem» pelo seu próprio pé. Pode comer os bolbos ou deixar que eles se enraízem, para ter uma boa colheita mal chegue a primavera. A s opções abundam, no que toca ao cultivo das cebolas. O método m ais lento consiste em fazer a sementeira num local coberto, cerca de um mês antes da última geada. Espalhe sementes de cebola num tabuleiro e não em células; abra buracos na base de uma em balagem usada e terá um recipiente ideal. Se quiser rapidez, plante cebola de semente - bolbos minúsculos do tamanho de uma moeda de cêntimo. O acidentado princípio de vida das cebolas de semente torna-as m ais propensas ao apodrecimento e a outros problemas do que as que são cultivadas a partir de semente,

QUAL É A DIFERENÇA?

mas vale a pena arriscar, dado o tempo que se poupa. Leve

A s cebolas de semente são va rie d a d e s

as plântulas e as mudas para o ar livre quando o solo tiver

q u e , ao a m adurecer, fo rm a m p e q u e n o s

arrefecido o suficiente para ser trabalhado, deixando

b o lb o s p o u c o m ais la rg o s d o q u e a base

intervalos de cerca de 7 cm entre elas. Enterre as plântulas

das fo lh a s. A s ce b o la s arranca das ainda

a cerca de 1,25 cm de profundidade, e as mudas a cerca de 2 cm, com a extremidade de fora.

jo v e n s e te n ra s são, p o r vezes, cham adas c e b o lin h a s ou ce b o lin h a s-fra n ce sa s, mas te c n ic a m e n te não se tra ta d o m esm o.

A o contrário das cebolas, que produzem um bolbo por muda, as chalotas crescem em aglomerados, cada muda produzindo vários bolbos. Faça a sementeira como fez para as cebolas, mas deixe intervalos um pouco maiores. Desenterre as cebolas sempre que lhe apetecer. Tanto a parte aérea verde como os bolbos são saborosos em qualquer fase. Colha cebolas e chalotas de bom tamanho quando a parte aérea com eçar a ficar acastanhada e a cair. Deixe de regar uma semana antes da data em que prevê colhê-las e deixe-as secar penduradas, com folhas e tudo, durante várias semanas.

A s c e b o la s d iv id e m -s e em d o is g ru p o s : ce b o la s d e d ia lo n g o e ce b o la s d e dia cu rto . Escolha v a rie d a d e s d e dia c u rto nos clim as q u e n te s d o Sul, o n d e o n ú m e ro d e horas d o d ia são m ais u n ifo rm e s e o p te pe la s d e dia lo n g o n o N o rte .


Ervilhas (P is u m s a tiv u m ) - F a m ília d a s L e g u m i n o s a s (L e g u m in o s a e )

A melhor forma de comer ervilhas é colhendo-as diretamente da planta e usá-las como um acompanhamento fresco e crocante. Não entra uma única ervilha na minha cozinha até eu me cansar de as consumir dessa forma.

C u ltiv a r Tal como o feijão e outras leguminosas, as ervilhas têm a capacidade invulgar de produzir o azoto de que necessitam,

C U L T IV O E M V A S O

melhorando desse modo o solo. Plante-as em regime de rotação por toda a horta e as ervilhas alimentarão a sua família e o seu solo ano após ano. Isso é que é versatilidade! As ervilhas dão-se

Rendimento: M é d io

melhor em locais onde a luz é intensa, mas toleram alguma sombra. Como quase todos os legumes, gostam de um solo rico ao qual se acrescente composto na altura da plantação. Pulverize as plantas jovens com uma solução de algas. As ervilheiras, em geral bastante fáceis de cultivar, não dão muitos problemas. O maior é causado por um solo encharcado, o que pode dar origem ao apodrecimento das raízes ou sementes pouco depois da plantação. Não deixe o solo ficar encharcado ou

Ervilhas: Profundidade Mínima: 30 cm Variedades: C a ro u b y de M aussane, G o ld e n S w eet

Mais Conselhos: A m p a re as tre p a d e ira s g ra n d e s em trip é s fe ito s com paus ou po stes.

Ervilhas Anãs: Rendimento: E levado Profundidade Mínima: 20 cm Variedades: D w a rf G ray Sugar, Tom T h u m b Mais Conselhos: P lante as se m e n te s a in te rv a lo s d e 2,5 cm.

empapado mais para diante e mantenha-o sempre húmido, mas não alagado. O tempo quente também é prejudicial. As plantas acabam inevitavelmente por ficar queimadas assim que o calor do verão aperta; contudo, fazer a sementeira cedo, mal a terra possa ser trabalhada, é uma maneira de resistir às temperaturas elevadas. A sombra artificial também dá bom resultado durante vagas de calor. As ervilhas são muito mais do que aquelas pequenas esferas verdes e macias detestadas pelas crianças. Embeleze o seu jardim com variedades como King Tut e Blue Podded, que apresentam vagens pendentes e flores coloridas. Gosto muito de Laxton’s Progress #g, cujas flores são tão belas que rivalizam com algumas variedades ornamentais (mas não comestíveis) de ervilhas-de-cheiro. Mammoth Melting Sugar é um sucesso garantido para quem gosta de ervilhas grandes, gordas e tenras servidas simples, com hortelã, ou misturadas num pesto. Plante ervilhas perto de cenouras, pepino, espinafre, rabanetes e salsa, mas longe da família das cebolas.

Os rebentos de ervilheira são tão deliciosos como as vagens. Corte alguns e saboreie-os crus numa salada verde ou como guarnição crocante de uma sopa.


Semear e Plantar As ervilhas dão-se melhor nos extremos mais frios da estação. Tal como faz com os feijões, demolhe as ervilhas rijas de um dia para o outro e mergulhe as sementes em pó da bactéria rizóbio antes de as plantar, para aumentar a produção. Semeie diretamente ao ar livre assim que o solo tiver descongelado o suficiente para ser trabalhado. Tire partido do final fresco da estação e faça uma segunda plantação no fim do verão, cerca de 3 meses antes da primeira geada. Semeie as variedades anãs a intervalos de 2,5-5 cm e deixe o dobro do espaço entre as plantas altas e trepadoras.

Colher Arranque à mão as vagens tenras e corte as adultas com uma tesoura. As ervilhas produzem durante muito tempo, até a temperatura ser demasiado elevada. As vagens perdem a sua doçura se forem deixadas na planta demasiado tempo, portanto, examine-as todos os dias assim que elas se começarem a formar. Colha as ervilhas-tortas enquanto se apresentarem pequenas e achatadas e as ervilhas lisas quando as vagens começarem a aumentar de volume. As variedades de descascar devem ser colhidas ainda volumosas mas tenras. A p a rtir do canto superior esquerdo, no sentido dos ► ponteiros do relógio: mergulhe as ervilhas já demolhadas em rizóbios im ediatam ente antes de plantar: Blue Podded Shelllng é bonita o comestível; ... .............................................. ....----------------------------------------------

o fIn r,


P im e n to s (Capsicum) - Família das Solanáceas (Solanaceae)

O abrasador pimento picante invoca o perigo - pimentos a mais numa refeição podem derrubar um exército. Não admira, pois, que os pimentos, mesmo as variedades ditas doces, sejam plantas de climas quentes que exigem uma época prolongada. Não deixe que as restrições impostas por um clima frio ou húmido interfiram nos seus planos. C ultive pimentos em vaso num local abrigado ou num parapeito soalheiro e saboreie várias colheitas de delícias picantes tiradas da mesma planta!

C u ltiv a r Todos os pimentos precisam de uma época de crescimento

C U L T IV O E M V A S O

longa e quente e de um local soalheiro. Preferem solos férteis

As plantas cultivadas em vaso são

mas não darão flores nem frutos se não dispuserem de azoto

suscetíveis à podridão apical. Dê-lhes

suficiente. Os pimentos não requerem muita água, mas são

mais água enquanto estiverem a produzir

surpreendentemente melindrosos em relação a temperaturas

frutos e flores.

extremas. Gostam de calor, mas calor a mais pode provocar a

Pimentos Picantes: Rendimento: Elevado Profundidade Mínima: 20 cm Variedades: Chinese Ornamental,

queda das flores antes da produção de frutos. Dê aos botões uma dose de magnésio, pulverizando-os com sais de Epsom (página 77), para lhes oferecer um pouco de coragem sob a forma líquida.

Cultive pimentos doces num arco-íris de cores para dar vida a saladas e picles. Purple Beauty produz frutos que começam e acabam roxos. King of the North é uma boa escolha em climas setentrionais de época curta. Quanto aos pimentos picantes, praticamente não existem limites, havendo variedades tão belas que conseguem brilhar em qualquer jardim, além de darem frutos não só picantes mas, também, saborosos. Os apreciadores de picante preferem variedades mais fortes, como Fatali e Habanero Brown. Para alegrar um recanto mais triste, plante espécies de folhagem variegada como Variegata (também conhecida por Trifetti), Chinese Five Color, Fish e Golden Nugget.

Cheyenne Orange Patio, Aurora

Mais Conselhos: Leve as malaguetas para um local abrigado e cultive como planta de interior no parapeito da janela mais soalheira que tiver.

Pimentos Doces: Rendimento: Elevado Profundidade Mínima: 20-30 cm Variedades: Purple Beauty, Pepperoncini, Golden Treasure, Mohawk Gold Patio

A partir do canto superior esquerdo, no sentido dos ► ponteiros do relógio: o pimento picante Chinese Five Color fica espetacular em vaso; pimentos enfeitam uma escada de serviço; três tipos de pimento picante acabados de colher; compacto e decorativo, o pimento picante Variegata dá cor a um pequeno espaço.



Sem ear e P lantar Faça a sementeira dos pimentos num local coberto, antes das últimas geadas. Mantenha as plântulas num sítio quente com bastante luz artificial (16 horas/dia) e, quando as temperaturas noturnas forem superiores a 12 °C, leve-as para o ar livre. Deixe intervalos de cerca de 30 cm entre as plantas grandes e cultive apenas uma planta por vaso, independentemente do espaço disponível. Cultive-as junto de manjericão, cenouras, coentros, cebolas e ervilhas. A seguir, não use a terra para plantas da família do tomate.

C o lh e r Tanto os pimentos doces como os picantes tendem a apresentar diversos coloridos até atingirem a maturidade, embora a maioria possa ser colhida com qualquer cor. Os pimentos doces vermelhos são mais doces e os pimentos picantes vermelhos, em geral, são os mais picantes de todos, se os deixar desenvolver completamente. Informe-se sobre a variedade, para saber qual a cor final. Torça ou corte o fruto enquanto ele ainda estiver firme. Não espere que os pimentos estejam flácidos. Colha tudo antes das primeiras geadas. Torne os pimentos vermelhos mais picantes: Os verões não são to d o s iguais e as alterações que oco rrem no clim a de ano para ano p o d e m afe tar a q u a lid a d e da sua c olhe ita. As m alaguetas dão-se bem com o sol q u e n te d o verão, mas produze m fru to s insípidos nos verões frescos e chuvosos. Trate bem as suas plantas m u dand o-a s para o local mais q u e n te e soalheiro possível e regand o-a s com m enos fre quê ncia. Um p o u c o de falta de água ajuda-as a a p ro ve ita r o c alor dispo nível.

De cima para baixo: Os p im e n to s Sw eet Y ellow S tuffin g dã o-se bem num re c ip ie n te com 30 cm de p ro fu n d id a d e ; cu ltive p im e n to s C hinese O rn am e ntal num p a ra p e ito o n d e bata o sol. Este está p la n ta d o num vaso de 12 cm.

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R E C E IT A

Ketchup Delicioso de Pimentos Vermelhos A minha família e amigos adoram este ketchup, o que é um grande elogio, pois cá em casa somos irremediavelmente adeptos da mostarda. É tão rico, saboroso e versátil que vai dar por si a usá-lo em tudo e mais alguma coisa. E depois deite fora o produto medíocre que comprou no supermercado, pois essa relação estafada vai acabar. 1. Pique fina m en te os pim entos, a cebola e as maçãs numa picadora e transfira para uma caçarola de tam anho m édio. • 1,5 kg de pimentos vermelhos sem

2. Adicione o vinagre, o sal, o mel, o melaço e as fatias de limão. Mexa bem.

pele nem pevides, fatiados e cortados em pedaços grandes

3. Para fazer o saco de especiarias, corte um quadrado de musselina com 12 cm de lado. Coloque os ingredientes no centro; puxe as pontas e ate com um pedaço de cordel de algodão. M ergulhe no molho.

• 1 cebola grande cortada em pedaços grandes • 2 maçãs sem caroço cortadas em pedaços grandes

4. Em lume fo rte , leve os in gredientes a levantar fervura; depois baixe

• 1 V i chávena de vinagre de cidra

para lume m édio e deixe cozinhar destapa do durante 40 minutos,

• 1 colher de chá de sal grosso

até fica r com o aspeto de um xarope. Mexa de vez em quando para

• 1 1/2 chávena de mel

os in gre die ntes não se pegarem ao fu n d o e não se queim arem .

• 1 colher de sopa de melaço escuro • 'h limão cortado às fatias

5. D eite fora as fatias de lim ão e baixe o lume para o mínimo. Deixe ferver em lume brando durante 40 m inutos ou até a m istura

SACO DE ESPECIARIAS:

engrossar e ficar brilhante.

• 1 colher de sopa de grãos de pimenta preta

6

. D eite fora o saco de especiarias. Passe a m istura pelo passe-vite, a fim de o b te r um m olho espesso.

• 2 colheres de sopa de sementes de mostarda • 1 colher de sopa de sementes de

7.

Se o m olho ainda lhe parecer aguado, vo lte a levá-lo ao lume (entre brando e médio), até o ketchup reduzir e engrossar, apresentando a espessura que pretende.

8.

D eite em frascos esterilizados, deixando um espaço de 1 centím etro entre o m olho e a tam pa, e coloque-os d e n tro de água a ferver durante 15 minutos. Para instruções porm enorizadas sobre com o conservar, consulte a página 189 e seguintes.

n arn a

rl* 1 1 Imm'HH d» IÇO ml

coentros


Legumes de Raiz Pobres, desprezados legumes de raiz! Confesso que até eu quase sempre me esqueço deles; no entanto, cultivar raízes comestíveis é, sem dúvida, uma festa. E possível observar o crescimento da maior parte dos legumes, mas as raízes comestíveis são uma surpresa - nunca se sabe o que se vai desenterrar e são sempre mais frescas e saborosas do que todas as que já provámos!

C u ltiv a r A maioria dos legumes de raiz são culturas de inverno,

CULTIVO EM VASO

o que é uma vantagem, pois metê-los na terra cedo

B ete rra ba :

significa que vai usar a sua horta antes de os tomates

R end im en to : Elevado

lançarem raízes. Quase todos requerem condições de

P ro fu n d id a d e M ínim a: 25-30 cm V ariedades: Baby Bali, Cylindra

crescimento semelhantes e, de uma maneira geral, exigem poucos cuidados e alimento. Todos preferem sol direto,

Cenoura:

mas toleram alguma sombra. E boa ideia acrescentar muito

R end im en to : Elevado

composto no início da primavera, para que o solo lhes

P ro fu n d id a d e M ínim a: 25-30 cm V ariedades: Danver's Half Long, Round

proporcione as boas condições de drenagem que tanto

Romeo, Thum belina

apreciam. As pedras que existirem no subsolo podem dificultar-lhes a vida e dar origem a raízes suficientemente nodosas para figurarem na categoria dos Vegetais mais

A lca ch o fra -d e -je ru sa lé m : R endim ento: M édio

Deformados do Mundo - por isso, vale a pena retirá-las,

P ro fu n d id a d e M ínim a: 40 cm Mais Conselhos: Plante um punhado num

mesmo as mais pequenas, ou cultivar os legumes de raiz

caixote do lixo em plástico.

em canteiros elevados. À exceção das alcachofras-de-jerusalém, todos detestam o excesso de calor, por isso não se esqueça de

Batatas: Ver «Batatas no Contentor do Lixo» (página 112).

cobrir o solo no verão com um material solto e fácil de espalhar, por exemplo aparas de relva, para arrefecer a

Rabanetes:

terra e não deixar a humidade escapar. O stresse causado

R end im en to : M édio

por falta de rega e calor é a causa mais comum de raízes de pouca qualidade; as moscas-da-cenoura e os pulgões também podem ser responsáveis por esse problema.

P ro fu n d id a d e M ínim a: 15 cm V ariedades: C herry Belle e as vivam ente coradas Purple Plum M ais Conselhos: São ideais para cultivar em flore iras de janela.



Beterraba

- as cenouras são conhecidas por levarem algum tempo

(B e ta vu lg a ris) - F am ília d a B e t e r r a b a (C h e n o p o d ia c e a e )

a germinar. Proceda à repicagem (ver página 29) das plântulas, deixando intervalos de 5-7 cm entre elas.

Embora a raiz seja a principal atração, as vistosas

As cenouras podem ser comidas pequenas ou

folhas da beterraba enfeitam qualquer jardim e estão

grandes. Agarre-as pelas folhas e arranque-as, ou

disponíveis numa paleta de coloridos que inclui o

desenterre-as com o auxílio de uma pá. Colha cenouras

amarelo, os veios vermelhos e a cor de vinho. Bull’s

para armazenar, imediatamente antes da primeira geada.

Blood é a mais conhecida, mas há imensas

As cenouras são amigas das alfaces, dos

variedades a levar em conta, incluindo Chioggia,

membros da família das cebolas, das ervilhas e dos

cujos anéis vermelhos e brancos lembram um olho

tomates. Os primos das cenouras, como o endro e a

de boi, e Burpee’s Golden, com o seu aroma suave.

salsa, devem ser cultivados longe delas.

As sementes de beterraba são, na verdade, aglomerados de várias sementes coladas umas às

Alcachofra-de-jerusalém

outras. Plante-as ao ar livre imediatamente antes das

(H e lia n th u s tu b e ro s u s ) - F am ília d a s A s te r á c e a s / C o m p o s ta s

cenouras, 2-4 semanas antes da última geada.

(A s te ra c e a e )

Proceda à repicagem das plântulas (ver página 29),

A alcachofra-de-jerusalém, também chamada

deixando intervalos de 7-10 cm entre elas, para haver

girassol-batateiro, foi um dos legumes preferidos dos

bastante espaço para as raízes. Junte as folhas

hippies e está a ganhar popularidade. As flores, que

jovens às saladas - tudo se aproveita! As folhas rijas

surgem no final do verão em caules de 17 a 25 cm de

e adultas são melhores cozinhadas. Na horta, plante

altura, parecem pequenos girassóis e debaixo da

perto de couves, alfaces, cebolas e rabanetes, mas

terra a planta produz tubérculos crocantes e nodosos,

longe de feijões, acelgas e espinafres.

com um travo a frutos secos. Muito fáceis de cultivar,

Comece a colher quando as raízes tiverem 5 cm

as alcachofras-de-jerusalém dão-se bem nas

de diâmetro. Arranque ou desenterre com cuidado e

condições mais adversas e podem mesmo tomar

retire as folhas torcendo-as.

conta da horta, se não forem refreadas. Antes de ir a correr comprar algumas, saiba que o gosto, embora

Cenoura

adorado por muitos, não é para todos. Compre uma

(D a u c u s ca ro ta ) - F am ília d a s C e n o u r a s (A p ia c e a e )

alcachofra-de-jerusalém madura no estabelecimento que frequenta e prove-a, antes de resolver cultivá-las

Surpreenda-se na altura da colheita cultivando

- uma única planta produz uma grande quantidade

uma mistura de cenouras coloridas, incluindo a

de tubérculos! Mas não se esqueça de que são

vermelha Red Atomic, a pálida Belgian White e a

conhecidas por causar flatulência.

roxa, que Jimi Hendrix adoraria, Purple Haze. Faça a sementeira ao ar livre, a cerca de 1,2 cm

Em meados da primavera, plante tubérculos inteiros ou aos pedaços (siga as instruções dadas

de profundidade, quando o solo começar a aquecer,

para a batata de semente, na página 112), a 7-15 cm

2-3 semanas antes da última geada. Seja paciente

de profundidade e deixando uns bons 50 cm entre eles. Não pedem muita água e podem ser deixados

A partir do canto superior esquerdo, no sentido dos ponteiros do relógio: as alcachofras-de-jerusalém são fáceis de cultivar, tanto no solo como em vasos grandes; os consumidores mais exigente» gostam de provar cenouras de m r « invulaares: a vistosa boterraba Chioggia vai alegrar u

à sua sorte o verão inteiro. Um pouco de frio adoça os tubérculos; desenterre-os no final do outono, logo após uma geada forte.


Batatas

Rabanete

(S o la n u m tu b e ro s u m ) - F am ília d a E rv a -m o u ra e d o T o m a te

(R a ph a nu s sativus) - F am ília d a s C o u v e s (C ru cife ra e )

(S o la n a ce a e )

As batatas não são de extremos e, portanto, não

Apesar do seu exterior resistente, os rabanetes

toleram frio intenso, chuva forte e excesso de calor. As

são legumes de raiz sensíveis que precisam de mais

plantas, em geral, não são muito atraentes; no entanto,

água do que os outros. Só isso bastou para fazer

algumas variedades, como Purple Peruvian, Red

deles a nemésis da minha horta urbana durante

Cloud e Cranberry Red, apresentam flores coloridas.

alguns anos, até que por fim encontrei o equilíbrio

Faça a sementeira cerca de 2 semanas antes da

perfeito e algumas variedades certas.

última geada ou quando a temperatura do solo for

Elegantemente longa e bicolor, French Breakfast é

superior a 7 °C. Pode plantar batatas de semente

uma das perenes que prefiro e Black Spanish Round

que já tenham germinado. Na verdade, alguns

é picante e única.

horticultores provocam intencionalmente uma pré-germinação, deixando as «sementes» num local fresco e seco para que elas «grelem». O tamanho das batatas maduras depende do

Os rabanetes são dos primeiros hortícolas que semeio ao ar livre, tanto no chão como em vaso, mal o solo se encontra suficientemente descongelado para ser trabalhado. Semeie em fileiras ou nos

intervalo deixado entre as sementes - quanto mais

espaços vazios entre outras plantas, a intervalos de

próximas estiverem, mais pequenas serão. Semeie-as

2,5-5 cm e a 1,25 cm de profundidade. São

a 15-40 cm umas das outras, numa vala estreita com

excelentes para repelir infestantes da família das

cerca de 7 cm de profundidade. Os feijoeiros-rasteiros,

abóboras. Ao longo da primavera, e novamente no

as ervilhas, o cravo-de-defunto e a couve são bons

outono, substitua as plantas que arrancar por

companheiros; contudo, as batatas não crescem bem

sementes frescas, a fim de garantir uma colheita

perto de membros das famílias do pepino e do tomate.

regular. Faça um intervalo durante os meses mais

Quando as plantas atingirem 20-40 cm de

quentes. Nesse caso, alterne com Rat-Tailed Radish

altura, apoie-as acumulando terra em volta dos

(Raphanus sativus, Caudatus), uma variedade

caules, deixando um terço da planta de fora. A isto

asiática antiga que, em vez de raízes, produz

chama-se amontoa. Pode amontoar simplesmente a

saborosas vagens com o gosto do rabanete.

terra ou criar suportes usando caixas sem fundo, reciclando madeira ou pneus, ou empilhando camadas de terra nova até surgirem as flores. Colha as batatas «novas» uns meses após as plantar, desenterrando toda a planta. Para colher batatas maduras para armazenar, não toque nas plantas antes do final do verão, princípio do outono. Por vezes, após a floração, as folhas da batateira começam a amarelecer e a murchar. Se isso acontecer, suspenda as regas durante cerca de duas semanas e deixe a natureza seguir o seu curso. Espalhe as batatas de armazenar em cima de papel de jornal num local fresco e seco. Em poucos dias estarão pontas a ser limpas e guardadas a longo prazo.

Arranque os rabanetes quando eles atingirem 1,25 cm de diâmetro, ou assim que a parte superior irromper da terra. Deixe que as raízes esquecidas produzam flores leves e picantes e use-as em saladas, mas não consuma as primeiras nessa fase.


R E C E IT A

Tiras de Raízes Assadas

A s batatas assadas são uma delícia, como todos nós sabemos, mas estas tiras de legum es de raiz são igualm ente fáceis de preparar e um pouco mais originais. Pode substituí-las por qualquer legum e de raiz, hortaliça, aipo ou rutabaga. Enquanto os legum es estiverem a assar, deite um alho ou dois no tabuleiro, sensivelm ente ao fim de 30 minutos resultado: um sabor a alho cremoso! Uma delícia.

1.

Pré-aqueça o fo rn o a 200 °C. C o rte os legum es em tiras de

1

cm de largura e coloq ue-a s num

ta b u le iro com azeite e ervas. N ão descasque os legum es - é na casca que estã o as vitam inas.

2. Asse a p ro xim a d a m e n te d u ra n te 40 m inutos, vira nd o-as de vez em qu an do , até to d o s os lados te re m a lo u ra d o e as tira s estarem c o m p le ta m e n te cozidas.

3. Sirva com Ketchup D e licioso de Pim entos V erm elhos (página 105), ou regadas com um dos V inagres de Ervas e Flores (página 196), e terá uma versão po m po sa das vulgares batatas frita s com ketchup.

• 1 c e n o u ra g ra n d e

Para 2-4 pessoas

• 1 b a ta ta g ra n d e • 1 b a ta ta -d o c e g ra n d e • 1 b e te rra b a g ra n d e • 2 co lh e re s d e sopa d e azeite • 1 c o lh e r d e chá d e to m ilh o fre s c o p ic a d o • 1/2 c o lh e r d e chá d e ale c rim fre s c o p ic a d o • Sal e p im e n ta

Leaumes 111


C U L T IV A R

Batatas no Contentor do Lixo

M

Tecnicamente falando, as batatas não são raízes, mas sim tubérculos, excrescências bulbosas (e tão saborosas) que na verdade crescem a partir do caule. As batatas cultivadas em vaso desenvolvem-se de forma curiosa, produzindo uma parte aérea que gosta de ter o solo amontoado em seu redor à medida que vai crescendo. Quando chegar o outono e desenterrar pilhas de batatas saborosas, e preparar com elas a melhor refeição à base de hidratos de carbono que provou na vida, vai entender a lógica subjacente à semeadura deste tubérculo no fundo de um recipiente muito grande. A E S C O LH A D O REC IPIENTE

Qualquer velho contentor do lixo serve, seja ele de plástico ou de metal galvanizado. Um contentor de metal como o da Rua Sésamo talvez corresponda mais ao seu estilo, mas não esqueça que, à torreira do sol, a capacidade de absorção de calor por parte do metal pode assar as suas batatas antes de tempo.

PRECISAR DE b e rb e q u im com uma broca de 1 /2 " ou um p re g o grande c o n te n to r d o lixo g ra n d e (m ínim o: 48 cm de altura) 5 tijo lo s ou d o is pe daços de m adeira com 2,5 x 10 cm >strato para vasos atas de sem ente

Preparação das Batatas de Semente: P lante as b a ta ta s de se m e n te p e quen as in te ira s. Os tu b é rc u lo s g ra n d e s precisam de ser c o rta d o s em pe daços com cerca de 3,8 cm de espessura. D eixe os pe daços a curar d u ra n te uns dias, para e v ita r o a p o d re c im e n to .


1. Com o auxílio de uma broca ou do um prego grande, faça vários furos no fundo do contentor do lixo. Sugiro pelo menos dez buracos para uma área de, aproximadamente, 38 cm de diâmetro. Abra mais buracos dos lados, a fim de reduzir o risco de apodrecim ento em condições m uito húmidas e chuvosas. Distribua uniform em ente os tijolos por baixo do contentor, para fazerem de suportes e proporcionarem uma boa drenagem. Blocos de madeira ou de cim ento tam bém servem - qualquer coisa que impeça o recipiente de assentar numa poça de água.

2. Encha o recipiente com uma camada de 15 cm de substrato. Espalhe uniform em ente pela superfície batatas de sem ente inteiras ou em pedaços, deixando intervalos de 12-15 cm entre elas. Cubra com 5-7 cm de terra e regue ligeiram ente. M antenha o solo adequadam ente húm ido (mas não encharcado) e, ao fim de uns dias, verá os rebentos irro m per à superfície. Espantoso, não é?

3. Quando os caules das plantas atingirem cerca de 20 cm de altura, junte umas mãos-cheias de terra, até que cerca de dois terços das batateiras estejam cobertos. Repita o processo até as plantas chegarem à borda do contentor e começarem a dar flor. Entusiasme-se! Mantenha as plantas bem regadas durante este período para que o solo fique húmido mas não empapado. Para mais informação sobre o cultivo, veja «Batatas», na página 110.

4. Q uando as suas plantas acabarem de dar flor, com eçarão a amarelecer e a morrer. Reduza bastante as regas, pe rm itin d o que a pa rte aérea seque.

5. A o fim de poucas semanas, quando a pa rte aérea tive r m urchado, colha as batatas inclinando o contentor, para que elas caiam, ou desenterre-as com uma pá, se quiser um m éto d o mais asseado. Felicite-se e saboreie-as sem dem ora.

T odo o p ro ced im en to , do princípio ao fim , deve levar 4/NA


Abóboras de Verão e de Inverno Queixar-se de excesso de abóboras é um rito de passagem para o horticultor, em especial no que diz respeito a curgetes, também conhecidas por abóboras de verão - uma só planta é capaz de inundar a cozinha de legumes de um dia para o outro. Mas eu cá não me queixo! Venham elas! Por sua vez, as abóboras de inverno, cujo crescim ento é lento, são uma provocação, pois parecem levar séculos a atingir a maturidade. Mas vale a pena ter paciência. Estes legumes foram feitos para durar, aguentando meses e meses sem nos exigir esforços ou cuidados especiais.

Cultivar Tanto as abóboras de verão como as de inverno são plantas

CULTIVO EM VASO Escolha recipientes grandes e m uito

vorazes, ávidas de todo o sol, toda a água e todos os nutrientes que

largos - sim, mesmo para os tipo s

lhes puder dar. As curgetes são as menos exigentes, produzindo

arbustivos; estes não são para

plantas e frutos mais pequenos que nos dão tudo o que de bom recebem e terminam o seu serviço assim que as abóboras de inverno põem os seus motores a trabalhar. Infelizmente, uma série de infestantes e doenças tenta chegar às nossas abóboras antes de nós. O mal não é nosso, é deles! Pode algumas folhas à medida que as plantas se forem desenvolvendo, para reduzir a humidade e prevenir as doenças. Tenha cuidado com

brincadeiras! Q uanto m aior o vaso, m elhor se vai desenvolver a sua planta e mais abundante será a colheita! A b ó b o r a d e V e r ã o (A rb u s tiv a ):

Rendimento: M édio Profundidade Mínima: 10-30 cm Variedades: As antigas e compactas, com o W ood's Prolific Scallop e Ronde de

a larva mineira da abóbora, o escaravelho-do-pepino, o piolho-do-

Nice; híbridas mais pequenas, com o

-pepino e os afídeos. Cultive as abóboras perto de manjericão, feijão,

Spacemiser e Sunburst.

chagas, cebolas e rabanetes, mas não devem suceder-lhes outras cucurbitáceas. Quando muito, experimente plantar alguns membros da família que se deem bem com bom tempo. Todas as abóboras, sejam elas quais forem, precisam de espaço - dê-lhes bastante, quer na horta, quer no vaso. As rasteiras provavelmente vão acabar num grande emaranhado, mesmo que não lhes falte espaço. Não hesite em ampará-las numa treliça forte e resistente, se quiser manter a sua horta bonita e ordenada. Faça a sementeira num local coberto, 2-4 semanas antes da

A b ó b o ra s d e In v e rn o e A b ó b o ra -m e n in a :

Rendimento: Baixo Profundidade Mínima: 35-40 cm Variedades: Table Bush Q ueen, Delicata, Cheyenne Bush (abóbora-menina)

Mais Conselhos: Os recipientes com rega autom ática ajudam a regular a hum idade d o solo ao longo de 4 meses de crescim ento - ver «Plante e Esqueça (ou quase)», na página 54.

última geada, para que a época de crescimento comece cedo. De uma maneira geral, é seguro levar as suas plantas para o ar livre 2 semanas após a última geada na sua região, mas se o tempo estiver incerto espere mais 1 semana. Quando chegar a altura de as plantar na horta, coloque um monte de composto em cima da terra, com uns 30 cm de diâmetro, e insira nele duas ou três plantas. Proteja as jovens plantas de vagas de frio inesperadas cobrindo-as com garrafas de plástico às quais cortou o fundo. 1 1 4 • F a r a a Çi ia Wr\r+a Rir»lA/-n/-a


A p a r tir d o c a n to s u p e rio r e s q u e rd o , n o s e n tid o d o s p o n te iro s d o re ló g io : a rra n q u e as a b ó b o ra s-b a rre te -d e -p a d r e e a v a rie d a d e G o ld e n A c o rn ain d a p e q u e n a s e te n ra s ; B u tte rn u t é um a v a rie d a d e p o p u la r p a ra g u a rd a r n o in ve rn o ; c u ltiv e R ond e d e N ice n u m vaso g ra n d e ; T u rk T u rb a n é um a a b ó b o ra d e in ve rn o .


Problemas com a Polinização

cobrem o vaso de um dia para o outro - e são

todos eles, flores distintas masculinas e femininas

deliciosas. As pequenas curgetes crescem de forma rápida

na mesma planta, em vez de juntarem todas as peças

e enérgica; arranque-as torcendo-lhes o pé quando

As abóboras, os pepinos e os melões produzem,

numa só flor. Se a sua planta produzir muitas flores

medirem, no máximo, 7-15 cm. As mais pequenas

mas nenhum fruto, precisa de intervir. Permita-me

têm melhor sabor e ao colhê-las regularmente

que lhe dê uma aula de educação sexual floral.

assegura uma colheita contínua até ao final do

A flor feminina produz frutos e distingue-se por

verão.

uma abóbora minúscula localizada imediatamente pólen da flor masculina. Colha uma flor masculina

A bób ora de Inverno e A bóbora-m enina

(identificada por um longo caule situado atrás das

(C u c u rb ita m o s c h a ta e C u c u rb ita m a x im a ) - F am ília d a s

atrás das pétalas, à espera de ser fertilizada pelo

pétalas) e, com cuidado, abra as pétalas exteriores deixando à vista o pólen. Esfregue o pólen nas

C u c u r b itá c e a s (C u c u rb ita c e a e )

As abóboras de inverno são enormes, com

partes femininas da flor. Parabéns, acabou de criar

plantas e frutos maiores do que as suas primas

uma curgete bebé! As plantas produzem, em geral, um ramo de

estivais, sendo, portanto, mais exigentes em todos

flores masculinas muito antes de as femininas

Exigem também maior quantidade de nutrientes e

finalmente aparecerem. Não se preocupe; haverá

são conhecidas por se darem bem quando plantadas

muito tempo para que os frutos se desenvolvam.

diretamente no recipiente do composto. Se o seu

Entretanto, arranque as flores assim que elas

compostor goza de sol direto, porque não

abrirem e consuma-as ao jantar. As flores de abóbora recheadas são divinas - melhores ainda do

experimentar? Existe uma grande abundância de variedades de

que o fruto. Recheie-as com queijo e ervas

abóbora de inverno com diversas cores e formas

aromáticas, mergulhe-as num pouco de polme e

nodosas, cheias de protuberâncias. A abóbora-

frite-as para ficarem estaladiças. Uma delícia!

-bolota é um clássico, mas porque será que

os aspetos, em especial no que diz respeito à água.

insistimos nela quando há tantas à espera de serem

A bób ora de Verão (C u c u rb ita p e p o ) - F am ília d a s C u c u r b itá c e a s (C u c u rb ita c e a e )

provadas? Se tem espaço suficiente, arrisque e cultive uma abóbora fabulosamente feia/bela como Marina di Chioggia, Black Futsu ou Musquee de

A curgete é, de longe, o tipo de abóbora mais produtivo e fácil de cultivar numa horta pequena.

Provence. Afaste do chão os frutos jovens ainda em

Trata-se de um vegetal versátil que apresenta uma

desenvolvimento, apoiando-os em tijolos, vasos

enorme diversidade de formas, dimensões e cores,

virados ao contrário ou latas, a fim de os salvar da

incluindo o habitual tipo cilíndrico, verde, branco,

podridão e dos ataques dos infestantes. Comece a

amarelo, de colo torto, redonda ou crenada. As

procurar sinais de amadurecimento no final do

plantas, por sua vez, podem ter duas formas,

verão, início do outono. Colha-as quando a parte

arbustiva ou rasteira, sendo a primeira mais

aérea das plantas murchar e a pele estiver

adequada a espaços pequenos e vasos amplos com

demasiado rija para a riscar com a unha. Mantenha

um mínimo de 38 cm de profundidade. Costata

a abóbora na planta até ela estar completamente

Romanesco é antiga e popular, com belas folhas que

madura, pois será mais fácil de armazenar.


R E C E IT A

Dip de Curgetes Assadas Uma ou duas vezes por época, uma curgete perde-se no emaranhado de folhas, ou é simplesmente esquecida, e eu deparo com uma abóbora gigantesca. Torna-se um vegetal que é impensável consumir, de tão rijo, seco e lenhoso que é; no entanto, a ideia de deitá-lo fora parece-me errada. Esta receita nasceu da tentativa de tornar o que não é comestível delicioso. Sirva este d ip com legumes cortados em tiras longas, batatas fritas ou bolachas de água e sal. É também delicioso barrado no pão, como alternativa aos condimentos tradicionais. 1.

Pré-aqueça o fo rn o a 200 °C. C o lo q u e a cu rg e te , a ceb ola e o p im e n to , com casca, num / ta b u le iro de fo rn o . Regue os legum es com o azeite, p o lvilh e -o s com o sal e de ixe assar d u ra n te 45 m in utos, vira n d o -o s de vez em q u a n d o e n q u a n to cozinham .

2. D eixe arre fe ce r d u ra n te 15 m inutos.

3. Separe as cascas estu rricad as da p o lp a macia do s legum es e d e ite -a s fo ra . C o lo q u e os legum es no liq u id ific a d o r. Ju n te os restantes in g re d ie n te s e tritu re até o b te r uma m istura

• 1 c u rg e te g ra n d e (cerca d e 1 q u ilo ) c o rta d a ao m e io

hom og éne a.

• 1 c e b o la p e q u e n a c o rta d a ao m e io • 1 p im e n to v e rm e lh o ou ve rd e c o rta d o ao m e io

4.

Leve ao frig o rífic o e sirva.

• 1 c o lh e r d e sopa de azeite • 1 p ita d a d e sal

Total: 2-3 taças

• 1 d e n te d e alho • 1 c o lh e r d e sopa d e sum o d e lim ão • 1 c o lh e r d e chá d e o ré g ã o s fre scos ou secos • 1 m a la g u e ta p e q u e n a (ou a g o s to )


R EC EITA

Caldo de Legumes Muito Fácil Não gosto da maioria dos caldos disponíveis no mercado. Quanto a mim, têm um aroma desagradável - demasiado salgado e nada parecido com o dos ingredientes discriminados na embalagem. Mas um pouco de caldo nas

INGREDIENTES PARA CALD O S

sopas e guisados é muito melhor do que água. Felizmente, preparar um caldo em casa não podia ser mais fácil. E é

LEGUMES

ERVAS

sempre uma forma de introduzir no cozinhado um pouco

• Cebolas

A R O M Á T IC A S

mais da sua produção hortícola. Aproveite os caules dos

• A lho

• Cebolinho

espargos, a parte verde do alho-francês, as maçarocas de

• Alhos-franceses

• Tomilho

onde já se retiraram todos os grãos de milho e a salsa que

• Cenouras

• Salsa

está a invadir o jardim.

• A ip o

• Manjerona

• Alface

• Alecrim

pode ser usado num caldo, com algumas exceções, como

• Tomate

• Manjericão

couve, couve-flor, brócolos e beterrabas, que têm um sabor

• Feijão-verde

Praticamente tudo o que esteja apto para ser consumido

demasiado intenso. Lembre-se de que ninguém consegue

• B atata-doce

transformar água em vinho - não use as partes velhas,

• Pastinaca

podres, estragadas e deite-as, essas sim, para o compostor.

• Caules de

1. Lave e pique grosseiramente os legumes e as ervas

• A bób ora

espargos

aromáticas. Deixe os caules das ervas intactos, mas

• Ervilhas

descasque os legumes.

• Maçarocas • Chalotas

2. Deite tu d o numa panela de sopa grande ou pequena (conforme a quantidade) e cubra com água. 3. Leve ao lume e, quando levantar fervura, baixe a tem peratura e deixe cozinhar durante

1

hora.

4. Coe o conteúdo num passador. Deite o precioso líquido em frascos e os legumes pisados no compostor. Guarde o caldo no frigo rífico ou, se quiser usá-lo a longo prazo, no congelador.

• Acelga


A celga (B e ta vu lg a ris , G r u p o C ic ia ) - F am ília d a s B e t e r r a b a s (C h e n o p o d ia c e a e )

A acelga é uma planta linda, com folhas grandes e enrugadas em maravilhosas cores luminescentes. Mas a verdadeira magia da acelga reside na sua capacidade de se dar bem em praticamente todos os sítios sem exigir quaisquer cuidados. Se ainda não a plantou na sua horta, está a perder um alimento delicioso e fácil de cultivar.

C ultivar A acelga adora os recantos soalheiros da horta, embora tolere alguma sombra. Não é particularmente voraz, mas atingirá todo o seu esplendor se lhe proporcionar um solo rico e com boas condições de drenagem. Aplicações ligeiras e mensais de emulsão de peixe e algas marinhas embelezam as suas exuberantes folhas e conferem-lhe um brilho mais intenso. A acelga é conhecida nalguns países por «espinafre perpétuo», por não espigar com o calor; no entanto, suporta tempefaturas baixas. Uma infestação de pulgões reduzirá a sua beleza, mas a verdadeira desgraça é a lagarta mineira, que pode ser combatida se remover as folhas inferiores com regularidade. A doença e os problemas com pragas são, em geral, o resultado de falta de sol ou de pouco espaço para o desenvolvimento das raízes. Cultive acelgas junto de membros da família das couves, alfaces, borragem e feijão,

CULTIVO EM VASO

mas afaste-as das beterrabas e dos espinafres.

Cultive em vasos pequenos se quiser

A tradicional acelga de caule branco é bonita, mas Bright Lights e Five Color Silverbeet são especialmente atraentes.

Semear e Plantar Faça a sementeira ao ar livre, no lugar definitivo, 2 semanas antes da última geada. Em alternativa, plante as sementes em rolos de papel higiénico (ver «Alvéolos Feitos com Rolos de Papel Higiénico», na página 27) e transplante depois para a horta, a intervalos de cerca de 20 cm.

Colher

plantas imaturas para usar em saladas.

Acelga: R endim ento: Elevado P rofu ndida de M ínim a: 25 cm Variedades: Todas; Pot o f Gold, Rhubarb, Golden Mais Conselhos: Depois de atingirem a m aturidade, as plantas produzem raízes longas que não tardarão a encher o vaso em que se encontram.

Como a acelga é boa em todas as fases, a melhor altura para a acolher é, na realidade, uma questío de gosto. Se prefere a acelga jovem, corte as folhas a 1,30 cm do solo, quando tiverem poucoa c#ntímetro» de comprimento. Colha as folhas maiores e os caules noln nrnriiiii m i n h u m m i m MH a l f a c M . dflixAluln • llliz t 5 Cm do Caule intactos.


Tomate (Lycopersicon esculentum) - Família da erva-moura e do tom ate (Solanaceae)

Como descrever o melhor hortícola do mundo para cultivar em casa? O cheiro intenso das suas plântulas alinhadas no parapeito da janela é hoje símbolo da chegada da primavera e põe-me sempre aos gritinhos como uma pré-adolescente. Se, digamos, por um cruel capricho do destino, eu só pudesse cultivar uma planta até ao fim dos meus dias, escolheria sem dúvida o tomate. E morreria feliz.

Cultivar Os tomates são adoradores do sol e precisam dele durante

C U LTIV O EM VASO

6 horas por dia; nem sequer tente ignorar essa exigência.

Regue as plantas envasadas uma vez por

A sombra, eles pura e simplesmente não produzem. O solo tem de

dia (ou mais, durante vagas de calor).

ser fértil, com boas condições de drenagem, embora eu tenha

Tom ateiro (D esenvolvim ento Indeterm inado): Rendim ento: Médio P rofundidade Mínima: 40-45 cm Variedades: Black Krim, Zapotec Pink Pleated, Brandywine, Purple Calabash Mais Conselhos: Cultive uma planta por vaso independentem ente do seu tamanho. Os tom ateiros são plantas de raízes grandes; a estratégia de dobrar a colheita mais não conseguirá do que duas plantas pouco saudáveis e nenhuma produção. Num recipiente grande, cultive tom ateiros ju nto de manjericão, flores ou alfaces.

deparado com tipos silvestres a crescer nas piores condições imagináveis. Grandes ou pequenos, os tomates são superprodutores - um tipo de esforço capaz de dar cabo de qualquer planta! Dê-lhe uma boa quantidade de azoto no início da época, enquanto as plantas estão a criar folhas e caules. Azoto em excesso pode, porém, dar origem a uma planta de folhagem exuberante mas que não produz frutos. E nós queremos esses frutos! Quando os botões aparecerem, reduza o azoto e vá juntando potássio de 2 em 2 semanas. O modo de regar o tomate é tão importante como a quantidade de água utilizada. Molhar as folhas quando o ar não circula devidamente em volta da planta é o mesmo que convidar todos os tipos de doenças fúngicas e virais a instalarem-se. Os tomateiros têm uma aversão especial a muita humidade, mas gostam de beber bem de vez em quando. O truque é regar com abundância

T om ateiro (D esenvolvim ento D eterm inado e Sem ideterm inado): Rendim ento: M édio-elevado P rofundidade Mínima: 30 cm Variedades: W hippersnapper, Green Grape, Black Seamen, Silver Fir Tree

mas pouca frequência, concentrando o fluxo no solo. Aumente a quantidade de regas durante vagas de calor e longos períodos de seca, mas dê-lhes sempre uma boa quantidade de água de cada vez. Cobrir o solo em volta das plantas impede que a humidade se

T om ateiro (H íbrido Anão): Rendim ento: Elevado P rofundidade Mínima: 15 cm Variedades: Tiny Tim, Toy Boy

escape e que a água salpique as folhas inferiores. Purple Calabash tem um sabor forte e picante que é uma delícia em molhos.



QUAL É A DIFERENÇA?

Um solo consistentemente húmido também é importante na

Nem tod os os tom ateiros são iguais.

prevenção da podridão apical (página 72). Verifique os níveis de

Foram classificados segundo o hábito de

humidade durante o amadurecimento dos frutos - ter a mão

crescimento, para possibilitar um m elhor

pesada na mangueira pode dar origem a frutos moles e

entendim ento das inúmeras variedades

farinhentos que se racham facilmente.

existentes. Conhecer essas diferenças logo à partida constitui uma grande ajuda

Enquanto estiver a regar, aproveite para inspecionar as

na hora de escolher o tom ateiro ideal

reentrâncias e fissuras, em busca de lagartas, afídeos, lesmas e

para as condições de crescimento e o

sintomas de doença.

gosto de quem o cultiva. Além disso, é

Apesar de o tomate ter fama de adorar sol, temperaturas

preciso não esquecer que as dimensões

excessivamente elevadas no verão podem fazer com que as flores

da planta nem sempre determ inam o

caiam antes de produzirem semente. Por vezes, basta esperar que

tam anho do fruto. Algumas plantas gigantescas produzem tom ates

a vaga de calor passe; as plantas recuperam e desatam a produzir

minúsculos e algumas plantas grandes

frutos assim que as temperaturas descem. Em casos extremos,

têm frutos que só se podem consumir

pode sempre tentar cobrir as plantas ou pulverizar as flores novas

cortados às rodelas. Daí que conhecer as

com sais de Epsom (página 77).

categorias seja im portante, tal com o te r uma ideia sobre cada variedade antes de de itar a semente à terra.

Semear e Plantar Faça a sementeira num local coberto, 6-8 semanas antes da

Os tomateiros de desenvolvimento

última geada, mas preste atenção às condições meteorológicas

indeterminado são os avôs do m undo do

e cubra as plantas com estufas em miniatura ou c lo c h e s , caso

tom ate. Desenvolvem plantas maciças e a

ocorra uma vaga de frio. Os tomateiros criam raízes ao longo do

sua produção prossegue até a geada lhe p ô r fim . Muitas das variedades mais

caule, proporcionando diversas formas de criar plântulas. Pode

deliciosas são de desenvolvim ento

plantar em profundidade, enterrando o caule na vertical, ou abrir

indeterm inado, razão pela qual todos

uma pequena vala e enterrar nela o caule, na horizontal. Ambos

querem os cultivá-las. Os horticultores

os métodos dão bons resultados, mas com o horizontal é difícil

urbanos devem op tar p o r recipientes de

usar uma proteção contra roscas (página 75). Seja qual for o

grande tam anho para melhores colheitas.

método que escolher, remova primeiro as folhas inferiores,

Os tomateiros de desenvolvimento

mantendo apenas o topo da parte aérea no solo. Junte um pouco

determinado, arbustivos e mais

de vermicomposto ou composto à cova, antes de a encher com

pequenos, maximizam o seu crescim ento

terra.

a dada altura e produzem tod os os frutos ao mesmo tem po.

Os tomates apreciam, quer no solo, quer em vaso, companheiros como o manjericão, a borragem, as

t a g e te s ,

a

Os tomateiros de desenvolvimento

alface, a calêndula, as chagas, os membros das famílias da couve

semideterminado param de crescer

e da cebola. Cultive longe do endro, do funcho e das batatas.

com o os de crescim ento de term inado mas têm duas produções, tal com o os de crescim ento indeterm inado.

Ampare as variedades altas, antes ou logo depois de plantar. Não é indispensável; no entanto, as plantas amparadas podem ser cultivadas a intervalos de 5 cm, ao passo que as rasteiras

Os híbridos anões são plantas m uito pequenas que dão frutos do tam anho de cerejas. São a m elhor opção para cestos suspensos e floreiras de janela.

precisam de um espaço com o dobro da sua altura. O método que prefiro para amparar plantas em espaços pequenos consiste em enterrar quatro estacas no chão formando um quadrado e prendê-las em cima, com cordel ou arame,


obtendo-se uma espécie de tripé e pondo uma planta a trepar por cada lado. Parece-me uma maneira eficiente de usar o espaço e mais bonita do que uma fila de postes a lembrar um cemitério. À medida que as plantas crescem, ate sem apertar os ramos com cordel, ráfia ou tiras cortadas de velhas

t-shirts

ou meias de senhora.

Podar As plantas amparadas precisam de ser podadas no início da época de crescimento; o processo orienta o crescimento para um único caule principal que acabará por produzir frutos grandes e sumarentos. Corte as pontas dos lançamentos inferiores, bem como dos caules novos que surgem entre os ramos, conhecidos por «ladrões», deixando ficar as folhas do topo, para alimentar a planta e fornecer-lhe sombra. A primeira geada forte do outono mata todas as plantas deixadas no solo. Nos climas onde as estações do ano são mais curtas é melhor cortar as pontas dos tomateiros de crescimento indeterminado no final do verão, para que toda a energia se concentre, durante todo o tempo, no desenvolvimento dos frutos remanescentes.

Colher Os tomates estarão prontos a colher quando adquirirem a cor que devem apresentar quando maduros, quando parecerem macios ao toque e souberem maravilhosamente bem numa sanduíche.

O m étodo do tripé também funciona em vasos, mas cada um não deve ter mais de uma planta. Aqui, Black Brandywine, uma variedade alta de tom ate de desenvolvimento indeterminado, cresce num contentor do lixo metálico junto a perilas lox.ts • cravoa-de-dofunto.


R E C E IT A

Molho de Tomate Black Plum Fumado

Este é, sem sombra de dúvida, o molho de tomate mais delicioso e fácil de fazer que alguma vez preparei. Assar os tomates no forno permite que os sucos caramelizem, criando um molho rico e aveludado. Black Plum é a variedade mais adequada. Possui naturalmente um gosto a fumado que o forno intensifica. Não tenha medo de substituir esta por outra variedade de tomate-chucha todas ficam uma delícia cozinhadas desta maneira. • 2,250 kg de to m ate-chuch a

1. Pré-aqueça o fo rn o a 200 °C. Disponha os tom ates inteiros num ta b u le iro de forno.

• 2 colheres de sopa de azeite • 1 co lh e r de chá de sal m arinho • 4 folhas grande s de m anjericão

2. Regue os tom ates com o azeite e po lvilhe com o sal. Entale as folhas de m anjericão e o alho, se usar, entre os tom ates, para

(facultativo)

que os sucos liberta dos os hum edeçam .

• 3 de ntes de alho (facultativo)

3. C oloque o ta b u le iro na posição d o m eio e deixe assar durante 30-40 minutos, ou até as cascas do to m a te se apresentarem levem ente chamuscadas.

4. Deixe o ta b u le iro arrefecer durante 20 m inutos. Cuidado, porqu e os tom ates assados ficam a ferver!

5. Num liq u id ifica d o r ou passador chinês (cónico e m etálico) colocado em cima de uma tige la grande, pise os tom ate s com uma mão de alm ofariz em madeira, poucos de cada vez, d e ita n d o fora as peles e as sementes.

6

. Use de im e dia to ou guarde no frig o rífic o durante uma semana.

Total: cerca de 5 chávenas


C U L T IV A R

Tom ates “de Pernas para o A r ”

Como horticultora que cultiva num espaço minúsculo, estou sempre à procura de maneiras de ter mais uma planta, seja aquele tomate que não dispenso, ou o manjericão Cinnamon que adoraria ter na minha horta. Cultivar tomates ou malaguetas de pernas para o ar torna mais fácil a sua manutenção e há quem diga que até os faz produzir muito mais - sem ser necessário ampará-los! Consigo sempre arranjar espaço em cima para um manjericão. Crise ultrapassada. A ESC O LH A D O R EC IPIEN TE

Opte por baldes fundos com uma pega metálica resistente; as de plástico não suportam o peso. Um balde velho com acessório para a esfregona é duplamente útil, pois não perde a forma e oferece mais um lugar para plantar. A ESC O LH A D O T O M A T E IR O

O tamanho do seu balde determinará o tipo de tomateiro que vai cultivar; mas os tomateiros que se tornam médios a pequenos depois de atingida a maturidade e dão frutos do tamanho de cerejas são a opção ideal. VAI PRECISAR DE • U m b a ld e c o m p e g a m e tá lic a • U m b e rb e q u im e um a b ro c a d e 2" • T e so u ra • F ib ra d e c o c o p a ra fo r ra r • P lântu la s d e to m a te ir o • S u b s tra to pa ra vasos • D o is o u trê s p é s d e m a n je ric ã o (na fo to g ra fia : P u rp le R u ffle s e P esto P e rp e tu o )

E x p e rim e n te : P e a ce vin e C h e rry , G o ld Rush C u rra n t ou u m a v a rie d a d e s ilv e s tre , c o m o C h e e s e m a n 's o u M a tt's W ild C h e rry.


1. Vai p re c is a r d e um sítio para p e n d u ra r o seu to m a te iro d e pe rna s para o ar a m e io da p re p a ra ç ã o d o b a ld e e, p o r isso, é b o a id e ia d e c id ir o n d e o vai c o lo c a r e p re p a ra r tu d o antes d e com e çar. C o m o d e p o is d e o e n c h e r co m te rra o re c ip ie n te fic a rá m u ito p e sa d o , p e n d u re -o num s u p o rte s u fic ie n te m e n te ro b u s to para a g u e n ta r o seu peso.

2. A b ra um b u ra c o no fu n d o d o b a ld e co m a b ro ca de

3.

2

".

C o m um a te s o u ra , c o rte um c írcu lo d e fib ra de c o c o co m 17,7 cm d e d iâ m e tro . A b ra um a ranhura no c e n tro . Isso m a n te rá a p la n ta no lu g a r a té cria r raízes e im p e d irá q u e a te rra caia p e lo b u ra c o d o b a ld e .

4. V ire o b a ld e ao c o n trá rio e, co m c u id a d o , insira o to rrã o da p lâ n tu la no b u ra c o , c o m o se estive sse a p la n tá -lo .

5. V o lte a v ira r o b a ld e , d e m o d o q u e fiq u e o u tra vez co m o la d o in te rio r para cim a , s e g u ra n d o a p la n ta para ela não sair d o lugar. A g a rre a fib ra d e coco, abra a re s p e tiv a ran hu ra e insira nela o cau le da p lâ n tu la . Feche a ran hu ra. Desse m o d o , o caule fic a rá firm e m e n te p re so ao b a ld e .

6 . P en du re o b a ld e pe la p e g a e e n c h a -o com s u b s tra to para vasos.

7.

P lante na s u p e rfíc ie d o b a ld e o m a n je ric ã o ou o u tra e rva a ro m á tic a d e raiz c u rta . P la ntar no la d o s u p e rio r a ju d a a m a n te r a te rra h ú m id a e e m b e le za o a rra n jo .

~ ___1 0 T


Capítulo 8:

Frutos Por maior boa-vontade que tenhamos, a fruta resultante da agroindústria não se compara à cultivada de forma tradicional. E, de uma maneira geral, insípida, sempre pulverizada e nunca fresca. Cresci numa região produtora de fruta mas só quando comecei a cultivar os meus próprios frutos é que tive uma experiência religiosa com um morango.

Não é possível eliminar completamente os pesticidas da superfície delicada e texturada dos pequenos frutos. Há resíduos que nunca mais saem das cascas e do solo. Trabalhei um verão na apanha da fruta, no início da minha adolescência, e o perigo maior não era cair do escadote nem ficar com dores nas costas ao fim de tantas horas com o corpo dobrado, mas sim os pesticidas. As árvores, as plantas e os frutos estavam cobertos deles. Nunca mais me esqueci do seu cheiro nem da sensação de os ter colados à pele. Tentei dissuadir-me a mim mesma de cultivar frutos inúmeras vezes, alegando falta de espaço, conhecimentos e tempo. Mas todas essas desculpas se esquecem no instante em que olhamos para o nosso primeiro fruto maduro. A fruta cultivada por nós nunca, mas nunca, nos dececiona. Há plantas frutíferas de todas as formas e dimensões, desde espécies pequenas a árvores majestosas, passando por todas as outras. São também oriundas dos mais diversos climas. Conhecer a origem da planta e o modo como se desenvolve espontaneamente proporciona informação sobre o que há a fazer para que ela se sinta feliz no seu jardim. A maioria dos frutos provém de plantas perenes que se manterão anos a fio no seu jardim, por isso, é do seu interesse fomentar a saúde das suas plantas, tanto a curto como a longo prazo. Cuidados regulares semanais e manutenção anual, incluindo a poda e a melhoria do solo, garantem um bom retorno do investimento e colheitas cada vez melhores. Tal como os legumes, as plantas frutíferas crescerão melhor e terão produções mais suculentas se lhes der espaço para respirarem. Quando cultivar em vaso, procure variedades anãs, que dão frutos mais pequenos, e não poupe no tamanho do vaso. Mude para vasos maiores ao fim de poucos anos e junte mais terra nova todos os anos.

Coma os preciosos cunquates de uma só vez (com cascas e tudo) ou use-os no m artíni em vez de azeitonas. As árvores com pactas são ideais para cultivar em espaços pequenos ou vasos de tam anho m édio.


Mirtilos (Vaccinium corymbosum) - Família das Ericáceas (Ericaceae)

Se tiver espaço, estes arbustos formam uma bela sebe comestível, com folhas que apresentam maravilhosos tons vermelhos no outono. Se não tiver, pode à mesma cultivar algumas plantas em vasos. Os arbustos muito altos precisam de um vaso bastante grande, mas têm raízes curtas e a planta é suhcientemente resistente para sobreviver num telhado. Poderá colher mirtilos durante décadas!

Cultivar Os mirtilos crescem espontaneamente, sobretudo em orlas de florestas de coníferas, o que diz muito sobre o tipo de solo e as

C U LTIV O EM VASO

condições que preferem. São um dos poucos frutos comestíveis

Os m irtilos precisam de um clima frio; no

que se dão bem num solo ácido, o que é uma boa notícia para

entanto, as suas raízes curtas podem

quem tem no quintal um pinheiro em cuja vizinhança nada cresce.

gelar no vaso, se o inverno for gélido.

Os mirtilos gostam de sol direto e de um solo que retenha bem a

Escolha variedades resistentes ao frio.

humidade mas com boas condições de drenagem. Confuso, eu sei.

M irtilo s :

Mas pense no solo que encontramos nas florestas de coníferas:

R e n d im e n to : Elevado

muito leve e arejado, mas rico em matéria orgânica proveniente de

P ro fu n d id a d e M ín im a : 40-50 cm

folhas e agulhas caídas. As plantas de baga toleram sombra

V a rie d a d e s : Blueray, Northland, Patriot,

parcial, contudo, produzem colheitas maiores em locais soalheiros e pouco expostos aos ventos. Pode as plantas no final do verão ou no início da primavera,

Top Hat (anão com pacto para climas quentes) M a is C on selh os: No inverno, embrulhe

os vasos em serapilheira e coloque-os

altura em que ainda se encontram inativas. Os mirtilos produzem

num local abrigado ou dentro de um

frutos nos ramos mais jovens, por isso elimine os lançamentos com

barracão fresco.

mais de 5 anos de idade, bem como os doentes, quebrados e mortos. Desbaste um pouco o centro para desencorajar problemas fúngicos.

Semear e Plantar Plante arbustos inativos logo no início da primavera, assim que o solo possa ser trabalhado. Nos climas amenos, plante no final do outono. Junte muito composto e matéria orgânica ao solo na altura de plantar. Os arbustos altos precisam de, pelo menos, 182 cm de distância das outras plantas, mas os baixos podem ter apenas 60 cm de intervalo. Abra uma cova que tenha uma profundidade igual à do vaso e regue bem. Os mirtilos são espécies de autossementeira, mas esta nem sempre corre bem. Terá excelentes colheitas se cultivar, pelo


menos, uma outra variedade, a fim de promover

QUAL É A DIFERENÇA?

a polinização cruzada. Arranque as flores nos

O s a rb u s to s d e m ir tilo c la s s ific a m -s e s e g u n d o a sua

primeiros anos, se lá conseguir chegar, para que

a ltu ra .

a planta invista toda a sua energia na produção de raízes fortes. Pode parecer muito aborrecido,

Os

arbustos baixos (V a ccin u m a n g u s tifo liu m ) são

p e q u e n o s e, em g e ra l, cre sce m e s p o n ta n e a m e n te nas

mas vai permitir colheitas melhores no futuro

o rla s da s flo re s ta s d e c o n ífe ra s d o N o rte . M e d e m m e n o s

- as plantas continuam a produzir durante décadas.

d e 1,20 m d e a ltu ra .

A vantagem das plantas envasadas é que pode sempre levá-las para onde quiser.

O

arbustos altos são g ra n d e s e c u ltiv a d o s , e m b o ra

a lg u n s p o ssa m c re s c e r e s p o n ta n e a m e n te . C h e g a m a a tin g ir 3 m e tro s d e a ltu ra . O s d e t ip o in te rm é d io

Colher As diversas variedades estão prontas a ser colhidas em alturas diferentes; contudo, a maioria

s itu a m -s e e n tre o s o u tro s d o is . Em c lim a s m u ito s e te n trio n a is e frio s , é m e lh o r c u ltiv a r a rb u s to s d o t ip o b a ix o , re s is te n te s ao frio , o u d e t ip o

tende a amadurecer em meados do verão. Não colha

in te rm é d io . S ão p o u c a s as v a rie d a d e s d e a rb u s to a lto

as bagas no minuto em que nc tornam azuis. Espere

s u fic ie n te m e n te re s is te n te s .

3-6 dias, para que atinjam 0 melhor uabor possível.


CULTIVAR

Citrinos em Vasos Talvez eu seja uma pessimista em relação aos climas frios, mas antes de cultivar citrinos em locais cobertos estava absolutamente convencida de que essa possibilidade era apenas uma espécie de desafio cruel lançado pela meia dúzia de afortunados que possuem estufa própria. Não digo que seja fácil, mas como já o fiz algumas vezes posso afirmar que é exequível - e muito divertido! Os citrinos têm sistemas de raízes curtos e largos, o que os torna excelentes candidatos ao cultivo em vaso, em especial nos climas frios. Existe uma vasta escolha de variedades pequenas e anãs que se dão bem como plantas de interior, em vasos pequenos. Hoje não é invulgar encontrar variedades maiores enxertadas, ou inseridas, na vivaz e anã Flying Dragon (Poncirus trifoliata), a fim de as tornar mais pequenas, para poderem ser cultivadas em vaso. Key Lime, o cunquate Centennial e o limoeiro Meyer são ótimas escolhas que, para começar, não se importam de ir para vasos de 25-30 cm.

C ultivar O segredo do cultivo de citrinos num local coberto assenta em três condições: luz forte, humidade consistente e boas condições de drenagem. Todos nós sabemos que os citrinos se dão bem em regiões quentes e soalheiras. Num apartamento, essa situação corresponde a um local onde bata o sol, como uma janela virada a sul O cunquate Centennial, de folhas variegadas, é uma planta de interior atraente e comestível.

ou por baixo de iluminação artificial capaz de fornecer 6 horas diárias de sol direto, mesmo nos meses de inverno. Menos do que isso e o mais certo é aparecerem doenças ou, na melhor das hipóteses, a planta não produzir frutos. Regue as plantas em profundidade, mas com pouca frequência. Verifique sempre se o solo está seco, pelo menos nos primeiros centímetros de profundidade, antes de voltar a regar. No inverno dê um duche às


suas plantas uma vez por m il, h»>o ambiente da sua casa estiver especialmentc

seco.

A circulação do ar e a drenagem têm uma

importância fundamental; por um lado, os citrinos adoram água, por outro, podem perder muitas folhas e acabar por morrer se a água formar uma poça e estagnar durante demasiado tempo. Deixe o solo secar um pouco antes da rega seguinte. Os citrinos são bons produtores, mas produzir flores e frutos é uma tarefa dura. Precisam de uma grande quantidade de azoto e apreciam uma aplicação de composto, estrume, ou farinha de sangue na primavera. Leve as suas plantas para o ar livre durante o verão e volte a guardá-las num local coberto antes da primeira geada. Nos climas quentes (com temperaturas superiores a 12 °C) pode deixar os citrinos ao ar livre durante todo o ano.

Plantar Compre plantas pequenas e não se dê ao trabalho de semear. São precisos dez anos para uma plântula , alcançar a fase de produção de frutos e nada garante que ela se vá tornar semelhante à planta original. Plante as árvores em vasos que sejam, pelo menos, alguns centímetros mais largos do que o torrão, mas não muito mais fundos. Use substrato para vasos rico em nutrientes com ótimas condições de drenagem e alguma acidez. Embora eu nunca tenha visto à venda substrato especial para citrinos, pode improvisar um, misturando 3 partes de substrato normal para vasos com 1 parte de casca de pinheiro para orquídeas ou aparas de casca de coco. A casca e as aparas aumentam a capacidade de drenagem e a acidez. Provavelmente vai precisar de substituir o solo cansado ou mudar a planta para um vaso maior dentro de alguns anos. Basta repetir o processo com substrato novo e um vaso ligeiramente mais largo, quando a planta começar a não caber no vaso. Os frutos em dosonvolvimento do cunquate ► Ccntonni.il também sáo variegados; as flores dos citrinos perfumam a sua c.nn»


Groselhas e Groselha-Espim As groselhas e a groselha-espim são dos poucos frutos a que os habitantes de climas frios podem chamar seus; no entanto, são quase completamente ignoradas, excepto pelos poucos especialistas existentes.

Cultivar As groselheiras e groselheiras-espim não sobrevivem em climas quentes. Dão-se melhor em locais soalheiros com um solo rico, húmido e bem drenado, ao qual se acrescentou bastante

CULTIVO EM VASO

matéria orgânica. Não deixe de aplicar composto todos os anos;

Use um m a te ria l d e c o b e rtu ra n o s vasos

estes arbustos precisam de muitos nutrientes. São suscetíveis,

p a ra re te r a h u m id a d e . Em c lim a s d e

sobretudo, ao míldio - veja pormenores na página 73. Os pássaros

te m p e ra tu ra s n e g a tiv a s , c u ltiv e e m vasos

também os adoram, mas uma cobertura de rede afasta-os.

d e 4 0 cm e, n o in v e rn o , g u a rd e -o s nu m

Plante arbustos com dois anos no início do outono, a várias

b a rra c ã o o u n u m lo ca l c o b e r to e m b ru lh a d o s e m s e ra p ilh e ira .

dezenas de centímetros de outros arbustos. Comprar um arbusto mais velho do que isso pode ser dispendioso, mas não se esqueça

Groselheira-Negra:

de contabilizar as décadas de produção oferecidas por cada planta!

Rendim ento: Baixo P rofundidade Mínima: 30 cm Variedade: Ben Sarek

Groselha-negra (Ribes nigrum) - Família das Groselhas (Grossulariaceae)

Mais doces e menos ácidas do que as outras, as groselhas-

Groselheira-Espim: Rendim ento: M édio-baixo P rofundidade Mínima: 30 cm Variedade: Pixwell

-negras são as minhas preferidas da família. Gosto delas principalmente em geleia ou sumo, mas são famosas como base de

Groselheiras-Vermelhas e Brancas:

um licor designado cassis.

Rendim ento: Baixo P rofundidade Mínima: 30 cm Variedades: Red Lake, W hite Imperial

As groselheiras-negras produzem caules a partir do subsolo. Quando são plantadas na horta, precisam de uma cova 5 cm mais funda do que no vaso. Cultive uma variedade resistente ao míldio, como Ben More. Os frutos desenvolvem-se nos caules com um ano de idade. No outono, pode os ramos que deram fruto ou que estão frágeis cortando-os ao nível do solo. O fruto está pronto a ser colhido entre meados e finais do outono.


Groselha-espim (Ribes uva-crispa) - Família das Groselhas (Cir< jniulorioc&ae)

As groselheiras-espim produzem frutos estranhos e translúcidos, numa diversidade de cores e texturas. Preferem condições iguais às das outras groselhas, mas toleram melhor a sombra e pior os locais quentes e secos. Por estranho que pareça, a seca estimula o míldio. Mantenha as suas plantas bem regadas, prestando-lhes especial atenção quando o fruto começa a formar-se. Não precisam de tanto azoto como as outras groselheiras, mas gostam de muito potássio. Também apreciam um pouco de magnésio, que pode ser proporcionado pelos sais de Epsom. Adiante-se à doença cultivando variedades resistentes ao míldio, como Invicta ou Pax. As groselheiras-espim produzem frutos em ramos com 1,2 e 3 anos de idade. Pode os seus arbustos no outono ou no início da primavera, removendo os caules pouco saudáveis ou com mais de 3 anos. Pode alguns ramos que estiverem a mais para reduzir o míldio, quando as plantas estiverem demasiado densas no centro. Corte até ao primeiro lançamento jovem e não ao nível do solo, como no caso das groselheiras-negras. As groselhas-espim são ótimas em geleias e tartes quando colhidas mal amadurecem, em meados do verão.

Groselheiras-Vermelhas e Brancas (Ribes sativunn) - Família das Groselhas (Grossulariaceae)

As groselheiras-vermelhas e brancas são praticamente iguais. As vermelhas gostam de um solo mais leve do que o das negras. Os afídeos e a necrose foliar são os problemas mais comuns, mas podem ser controlados com uma consociação adequada (experimente cebolinho) e uma poda cuidada, que promova uma boa circulação do ar em volta das folhas. Tal como a groselheira-espim, as vermelha e branca dão fruto nos ramos com l a 3 anos. Pode os ramos do mesmo modo que os da groselheira-espim, no outono ou logo após o final da frutificação. O fruto está pronto para ser colhido em meados do verão, assim que apresentar a sua cor característica e estiver macio ao toque. De cima para baixo: corte cacho» inteiros de groselhas-negras quando estiverem maduro», para poupar na poda d o ano seguinte; as groselheirns «>iplm hI o excelentes produtoras para espaços pequenos; .r. iim icvlhelin» vermelhas produzem t ac lios


Melões (C u c u m is m e lo ) - F a m ília d a s C u c u r b i t á c e a s ( C u c u r b it a c e a e )

Não posso censurar os horticultores de espaços pequenos por ignorarem os melões. São plantas de caule radicante que, se lhes permitirem, acabam por se espalhar pelo bairro. Encontro-os a crescer nos locais mais extravagantes. Uma semente perdida nao tem dificuldade em vingar num monte de lixo ou numa parcela de solo esquecida. Até já vi uma melancia conquistar um relvado!

C u ltiv a r Todos os melões são plantas apreciadoras de sol e calor. Precisam

CULTIVO EM VASO

de uma época de crescimento longa e quente, por vezes de cerca de

Use um s o lo b o m , rico em n u trie n te s ,

4 meses, o que torna difícil cultivar as variedades mais melindrosas

co m boas c o n d iç õ e s d e d re n a g e m e

em climas frios. Mesmo os clim as razoavelmente bons podem dececionar, quando a um ano de condições ideais se segue outro de frio e chuva. Se o ano vai ser bom ou não para os melões é sempre

b e m re g a d o . C u ltiv e nu m vaso com re ga a u to m á tic a , c o m o se de screve em «P lante e Esqueça (ou quase)», na p á g in a 54.

uma incógnita. Os melões são exigentes quanto à água. Precisam de um abastecimento consistente de água ao longo da maior parte da época

M e lã o : R e n d im e n to : B aixo P ro fu n d id a d e M ín im a : 3 0 -3 5 cm

de crescimento, em especial entre a repicagem e a frutificação. A gu a a

V a rie d a d e s : E m e ra ld G re e n , T ig g e r,

mais enquanto o fruto se encontra em desenvolvim ento também pode

J e n n y Lin d , H e a rts o f G o ld

dar origem a melões insípidos, por isso é importante deixar, pura e simplesmente, de regar na altura da colheita. Durante o resto do ano,

M a is C o n s e lh o s : C u ltiv e v a rie d a d e s anãs d e d e s e n v o lv im e n to rá p id o q u e p ro d u z e m fru to s p e q u e n o s .

os frutos são sensíveis à seca. Como talvez imagine, produzir frutos grandes e sumarentos requer muita energia. Os melões gostam de um solo muito bom, rico

M e la n c ia : R e n d im e n to : B aixo P ro fu n d id a d e M ín im a : 35 cm

em nutrientes e com boas condições de drenagem. Junte composto,

V a rie d a d e s : P e tite Y e llo w , G o ld e n

estrume, algas castanhas e/ou farinha de osso ao solo, na altura de

M id g e t, C re a m o f S a skatch ew an

plantar. Gostam de azoto no início da época, mas não o use depois de

M a is C o n s e lh o s : C u ltiv e as v a rie d a d e s p e q u e n a s d e s ig n a d a s

os frutos aparecerem.

Ic e b o x .

Os melões são suscetíveis às mesmas pragas e doenças que as outras cucurbitáceas. Evite regar a folhagem, corte algum a quando ela se tornar demasiado densa, ou guie as variedades de frutos

P ro te ja os fru to s q u e e s tiv e re m na fa se d e

pequenos numa treliça, onde beneficiarão de uma melhor circulação

a m a d u re c im e n to das p ra g a s e da p o d rid ã o

do ar. Cultive uma variedade resistente à murchidão, como Crim son

a fa s ta n d o -o s d o chã o e c o lo c a n d o -o s em cim

Sweet Watermelon. Procure larvas mineiras na base da planta, junto ao solo, e tenha atenção aos escaravelhos-do-pepino, que transmitem doenças além de causar danos.

d e lata s, fo rm a s d e b o lo s , tijo lo s ou louça s p a rtid a s . A ssim ta m b é m a m a d u re c e rã o m ais d e p re s s a !

j


São tantas as variedadmi o** mello disponíveis que vai ter muito por onde escolher, Si* tiver t’npaço, experimente Prescott Fond Blanc, uma espantosa variedade feia-bonita que também tolera alguma seca. Charentais é uma antiga e popular meloa francesa gabada pela sua deliciosa doçura. A melancia Moon and Stars é uma velha variedade

a m is h

com frutos e plantas

sarapintados, tão saborosos quanto belos. Mountain Sweet Yellow tem um elevado teor de açúcar, o que a torna uma deliciosa guloseima de verão. Com a sua longa lista de exigências e o seu hábito rastejante, os melões, sobretudo as melancias, não são propriamente ideais para cultivar em vaso. Mas não é impossível - veja mais pormenores em «Cultivo em Vaso».

Semear e Plantar Faça a sementeira num local coberto perto da data da última

QUAL É A DIFERENÇA? A meloa costuma ter uma casca rija e rugosa, ao contrário do melão vulgar, que tem uma casca macia, coberta por uma espécie de quadriculado, e uma polpa

geada, a uns 2,5 cm de profundidade. Leve as plântulas para o ar

doce e cor de laranja. Estabelecendo a

livre 3 ou mais semanas depois da última geada. Os melões não

confusão, os norte-americanos chamam

gostam que lhes perturbem as raízes. Se possível, caso viva numa

meloa ao que o resto do mundo designa por melão vulgar. Os melões honeydew

região de clima quente, semeie diretamente no local definitivo, ou

têm a casca lisa e amarelada e uma polpa

então faça a sementeira num local coberto mas em vasos grandes

queqoode ser verde, branca, amarela, cor

e não nos pequenos alvéolos habituais. Tal como faço com as

de laranja ou em qualquer tom intermédio.

abóboras, costumo aumentar o teor nutritivo do solo amontoando

As melancias são melões grandes a muito

composto em áreas com 30 metros de lado. Em seguida, insiro três

grandes e têm uma casca lisa que pode

plântulas no composto a intervalos iguais. Cubro cada planta com uma garrafa de plástico sem fundo, para a aconchegar. As flores do meloeiro devem atrair o número de polinizadores necessário, mas não ficam abertas durante muito tempo. Polinize manualmente para garantir a realização da tarefa; veja «Abóboras de Verão e de Inverno», na página 114.

Colher Arranque as flores murchas e os lançamentos novos cerca de um mês antes da primeira geada. A maioria dos melões está madura quando há uma assinalável mudança de cor, regra geral, do verde-acinzentado para o amarelo ou bege. Cheire as extremidades do fruto; os maduros muitas vezes libertam um aroma forte. Os frutos maduros devem apresentar-se ainda firmes, mas os caules secam e podem ser arrancados da planta com facilidade. As melancias estão maduras quando o lado inferior fica amarelo e a gavinha mais próxima do fruto seca. Delicie-ael

apresentar uma diversidade de cores, sendo, em geral, listada. A polpa pode ser quase branca, amarela, cor de rosa ou vermelha.


Morangos (Fragaria) - Família das Rosáceas (Rosaceae)

Eu costumava ser uma acérrima defensora dos morangos híbridos, enormes e sumarentos, rejubilando quando apanhava algum na minha horta, pois partia sempre do princípio errado de que os maiores eram os melhores.

A té que um dia provei um m orango silvestre. A quelas bagas m inúsculas, do tam anho de um dedal, são enorm es em term os de sabor. Para ser sincera, qualquer m orango cultivado por nós é melhor do que os aguados gigan tes agroindustriais. Vale a pena cultivá-los, o que em espaços pequenos é muito fácil, usando cestos suspensos ou floreiras de janela.

Cultivar O s m orangos estão intim am ente associados ao verão, por isso não admira que eles prefiram um lugar ao sol. No entanto, toleram algum a sombra e os pequenos tipos silvestres podem m esm o ser cultivados por baixo de plantas m ais altas, como cobertura do solo. Preferem um solo rico, húm ido mas não encharcado, com algum a acidez. Junte com posto à terra na altura de plantar, ou deite-o em volta do caule (págin a 65) na prim avera, m as sem exagerar, o que poderia dar origem a b agas enorm es e insípidas. Cubra o solo com palha no início da prim avera, para que a hum idade não se escape, e afaste as b agas do chão. Cubra as plantas com palha após geadas fortes, a fim de as proteger do inverno. O s m orangos tornam -se m ais su scetíveis ao oídio e à podridão

C U LTIV O EM VA SO Id e a l p a ra ce s to s s u sp e n so s e flo re ira s d e ja n e la .

em solos congestionados. M antenha os estolhos sob controlo e arranque as plantas velhas. Uma cobertura am ovível nas fileiras ajuda a manter os pássaros à distância, tal com o um a rede leve em cim a das plantas antes da floração. Uma solução com pletam ente diferente é cultivar plantas variegad as ou híbridos, com o Pink Panda ou Lipstick, que produzem belas flores cor de rosa.

Morangos: Rendim ento: Elevado P rofundidade Mínima: 15 cm Variedades: Mara des Bois, Brighton; experim ente variedades alpinas nos recantos mais sombrios. Mais Conselhos: Cultive plantas individuais em vasos pequenos ou grupos em vasos grandes. Deixe intervalos de cerca de 20 cm entre elas. Nos climas de tem peraturas negativas, em brulhe as plantas em serapilheira e deixe-as passar o inverno na garagem ou no barracão.


S e m e a r e P la n ta r O s m orangueiros reproduzem -se agressivam ente no final do verão através de estolhos, rebentos que surgem no caule rastejante, nos pontos em que ele cria raízes, e que dão origem a plantas novas. Plante m orangueiros novos no início da prim avera ou no final do verão, a partir de m udas ou de estolhos recolhidos junto de am igos. Proporcione-lhes a com panhia da borragem , do endro, da cebola, da alface, dos coentros, do tom ilho e do funcho; no entanto, afaste-os dos mem bros da fam ília das couves. No solo, plante a intervalos amplos, de 45-50 cm, tendo o cuidado de deixar as coroas (onde as folhas se encontram com as raízes) logo acim a do nível do solo. A s plantas inseridas muito acim a disso acabam por secar e as inseridas m ais abaixo acabam por apodrecer. Rem ova as flores no prim eiro ano. Se o fizer, terá um a colheita m elhor no segundo ano. Todos os m orangueiros são plantas perenes que m erecem uma situação perm anente no jardim; contudo, as variedades híbridas tendem a morrer ao fim de três anos, produzindo b agas cada vez m enos abundantes e m ais pequenas. Substitua todo o canteiro ou vá trocando o m aterial velho por m udas ou estolhos novos. Q U A L É A D IF E R E N Ç A ?

C o lh e r A m aioria dos m orangos está m adura e pronta a ser colhida no início do verão, m as algu m as plantas continuam a dar frutos novos ao longo da época de crescim ento - veja m ais porm enores em «Q ual é a Diferença?» A s folhas do m orangueiro tam bém são

Os morangueiros híbridos, cultivados (Fragria x

ananassa), são geralmente agrupados consoante os hábitos de floração e frutificação. Os híbridos que dão frutos em junho têm uma única produção grande no final da primavera, ao passo que as plantas de produção perpétua têm produções mais pequenas ao longo de toda a época de crescimento.

com estíveis e, em geral, usam -se na preparação de chás.

Os morangueiros silvestres (Fragaria vesca) produzem frutos de menores dimensões e mais saborosos. As plantas silvestres cultivadas são conhecidas por alpinas ou fraisiers des bois.


Ca

p ít u l o

9

:

Ervas Aromáticas e Flores Comestíveis As ervas aromáticas e as flores comestíveis constituem um bom começo para os candidatos a horticultores, em especial quando o espaço é limitado. São as plantas que dão maiores recompensas em menos tempo e exigem menos cuidados.

Um vaso de 38 cm com uma mistura de ervas aromáticas pode fornecer os sabores básicos para um ano de refeições. A melhor parte é que vai poder começar a colhê-las poucas semanas depois de as plantar e, em alguns casos, continuar a colheita até ao fim da época de crescimento. Provavelmente irão sobrar-lhe bastantes ervas para congelar, secar e guardar, para o período de escassez que é o inverno.

C onheça as D iferenças As ervas aromáticas e as flores comestíveis são, em geral, descritas como ideais para um parapeito ou vaso pequeno, mas em muitos casos isso não é verdade. Perder plantas umas atrás das outras devido a essa ideia errada pode ser frustrante. Nem todas as ervas aromáticas são plantas de pequenas dimensões, embora possam dar essa ideia na loja, onde encontramos plântulas de todos os tipos perfiladas em vasos de 10 cm. Antes de comprar, consulte a etiqueta para saber a altura e o perímetro que a planta atinge depois de adulta. Em seguida, procure palavras como anual, perene e bianual. Referem-se à duração do ciclo de vida da planta. As anuais passam da fase de plântula à da de reprodução num ano, morrendo em seguida; as perenes duram uns bons 5 a 10 anos e por vezes muito mais. As bianuais encontram-se entre esses dois casos, produzindo folhas no primeiro ano e morrendo no segundo. Pressionadas pela necessidade de esgotar todas as fases num curto período de tempo, as anuais são um pouco mais exigentes no que toca à nutrição, ao passo que as perenes tendem a encarar a vida de uma forma mais calma e estável. As anuais e as bianuais preferem ser cultivadas a partir de semente e, em geral, não gostam de ser

C U ID A D O S BÁSICO S

transplantadas. Fazer a sementeira diretamente no local

• O rganize a sua plantação a p a rtir das ervas

definitivo é o melhor processo. Não duram eternamente,

aromáticas perenes (e de alguns frutos), visto

mas muitas são espécies de autossementeira, retomando

que se m antêm em form a a lo ng o prazo,

o mesmo desempenho ano após ano. Pode parecer que é

funcionando com o o eixo estrutural da horta.

mais barato comprar sementes, mas as perenes crescem

• A maioria das ervas usadas em culinária é de

melhor a partir de estacas ou mudas, porque as

origem m editerrânica e prefere m uito sol e

plântulas, por vezes, chegam a levar três anos a crescer

solos com boas condições de drenagem .

o suficiente para começar a produzir. Outras palavras que deve procurar na etiqueta são resistente e delicada, o que indica a capacidade que a planta tem de tolerar o frio. A maioria das plantas resistentes tolera invernos rigorosos, mas as delicadas morrem quando as temperaturas se tornam demasiado baixas.

• Junte bastante areia grossa ou matéria orgânica para m elhorar a drenagem em solos com pactados ou barrentos. • Se o seu solo não fo r dos melhores, construa um canteiro elevado (ver a página 44).


C U L T IV A R

V aso co m M o ra n go s e E rva s A ro m á tica s

T ire partid o d os v a so s ou po tes abertos, origin alm en te d estin ad os a m oran gu eiros, e cu ltive um a série de erva s arom áticas p eq u en as num a área restrita. O s v a so s vid rad o s co n serv a m a á g u a m elhor do que os de barro não vid rad o, que tendem a seca r rapidam ente. P rocure v a so s com abertu ras gra n d es e fundas; m uitos v a so s para m oran gu eiros têm ap en as fen d as d os lados, o que lhes perm ite conter a á gu a com um a eficá cia excecion al. Q u alqu er das com bin ações apresentadas em baixo tam bém resulta na perfeição em vasos ou recipientes tradicionais. Um vaso com o tam anho de um alguidar com um não d eve conter m ais de cinco ou seis plantas, para que todas tenham esp aço para se d esenvolverem . Se quiser cultivar várias plantas no m esm o vaso, escolha esp écies com exigên cias sem elhantes. A s plantas que preferem sol ou som bra, solo seco ou húm ido devem ser plantadas junto um as das outras.

ID E IA S

E TEMAS

Só Hortelã: M e n th a x g ra c ilis , menta sweet Pear, hortelã-vulgar, hortelã-pim enta-chocolate, M e n th a p ip e r ita , hortelã-brava, hortelã-pim enta, M e n th a p ip e r ita c itra ta , M e n th a x p ip e r ita G rapefuit, hortelã-m açã, M e n th a s u a v e o le n s v a rie g a ta . Só Tomilho: Ideal para um vaso pequeno. Variedades: Thym us vu lg a ris cv., tomilho-limão, Orange Spice, Rose Petal, tomilho-

-alcaravia, tomilho-prata, tomilho-limão variegado.

Chá de Ervas: Alfazema, erva-cidreira, hortelã, camomila, monarda, catária, manjericão-santo. Combinação Mediterrânica: Salva, alecrim, tom ilho, orégãos, manjerona. Ervas Italianas: M anjericão-doce, manjericão-genovês, rúcula, cebolinho-chinês, tom ilho, manjerona, estragão. Ervas para Sobremesa: Para bolos, gelados, sorvetes. M anjericão Cinnamon, manjericão-anis, alcaravia, erva-cidreira, M e n th a s u a v e o le n s v a rie g a ta , hortelã-vulgar, malva (por cima), variedades de violeta e am or-perfeito, manjericão-santo e M e n th a p ip e r ita c itr a ta .

Salada: Cultive num local mais fresco. Erva-armoles, azeda-da-horta, alface Flame, alface Red Sails, m iz u n a , alface Mascara, agrião-da-terra W rinkly Crinkly, rúcula, cerefólio.


Perfis A ro m á tic o s das Flores C om e stíveis Flores Comestíveis: Amor-perfeito, violeta, chagas, camomila, calêndula, hortelã, cravo, cravinas da série Gem, nigela.

P I CA N T E S

PARA TISANAS E AROMÁTICAS

• Rúcula

• Louro (Laurus nobilis)

• Rabanete

• Funcho-púrpura (Foeniculum

• Cebolinho

vulgare Purpureum)

C ÍT R IC A S /Á C ID A S

• Cravina

• Alcaravia (Carum cara) • Catária (Nepeta cataria)

• Begónia-tuberosa

• Chagas

• Manjericão Lemon

• Nigela (N ig e lla sativa)

• Calêndula-sinete Gem amarelo-

• Hissopo (Hyssopus officinalis)

• Manjericão-santo (O cim um sanctum )

• Calêndula (Calendula officinalis)

-limão e tangerina (Tagetes

tenuifolia) • Azeda-da-horta (Rumex acetosa)

F R E S C A S /F R U T A D A S

• Cerefólio (Anthriscus cerefolium) F LORAI S • Malva-rosa

• Pimpinela-menor (Sanguisorba

minor)

• Amor-perfeito e violeta (Viola spp.)

• Orégãos

• Rosa

• Monarda (Monarda spp.)

• Borragem (Borago officinalis)

• Alfazema

• Hortelã-comum

• Levístico (Levisticum officinale)

• Bocas-de-lobo

• Mentha piperita

• Manjerona (Origanum majorana)

• Centáurea (C entaurea cyanus)

• Hortelã-brava • Hissopo-anisado (Agastache

Foeniculum) • Endro • Funcho • Perila

• Malva (Pelargonium) • Segurelha (Satureja hortensis)

DOCES • Angélica (A n g é lic a archangelica) • Estévia (Stevia rabaudiana)

• Estragão (Artemisia dacunculus

sativa) • Hortelã-vietnamita ou rau ram

(Persicaria odorata) • Agrião (Nasturtium officinale)


H is s o p o -a n is a d o (A gastache foeniculum ) - Família da Menta (Lamiaceae)

PERENE O hissopo-anisado conquistou o meu coração quando o v i sobreviver a um verão quente e seco e a um inverno rigoroso dentro de um recipiente que coloquei em cima do meu telhado. E desde então regressou todos os anos... e irá regressar durante muitos mais. Na verdade, esta bonita erva aromática com flor pode tornar-se uma espécie de ameaça. E uma agressiva espécie de autossementeira - passei muitas horas a remover os seus descendentes de todos os vasos e reentrâncias

O hissopo-anisado é uma planta resistente e dá-se bem em qualquer lugar.

do meu telhado. E no entanto continuo a adorá-la. O sabor desta interessante erva aromática está entre o da hortelã, da fruta e do alcaçuz. A s flores

M a n je ricã o

são particularmente deliciosas e bonitas, atraindo

(O cim u m ) - Família da Menta (Lamiaceae)

todo o tipo de polinizadores e borboletas ao jardim que tenho lá nas alturas.

A N U A L DELIC A DA O nome inglês, basil, deriva do termo grego

C u ltiv a r O hissopo-anisado é uma planta muito tolerante.

para «rei», designação merecida pois está presente na maioria das hortas. Não tente combatê-lo - é que

Por vezes requer algum a atenção quando com eça a

o manjericão é tão versátil! Embora a versão doce

crescer, mas depois de estabelecida não se importa

usada no pesto tenha acabado por caracterizar o

que o solo seja pobre, o calor intenso ou que a chuva

grupo, a verdade é que o manjericão tem uma

não caia. E uma planta tipicamente resistente, que

família vasta e diversificada. Cheguei a cultivar

suporta temperaturas bastante baixas. O hissopo-

treze variedades num só ano, todas diferentes

-anisado dá-se bem em vaso, mas cresce tanto que

quanto à cor, ao tamanho, à forma e ao sabor. Nem i

precisa de muito espaço para alcançar as suas

preciso termos outras ervas aromáticas; há um

dimensões máximas.

manjericão para cada prato. Cultive os espantosos

Colha as folhas e flores para preparar um chá. São boas tanto frescas como secas.

Dark Opal, Purple Ruffles, Cinnamon, Red Rubin e Siam Queen Thai, para introduzir cor na sua horta. Mrs. Burns é a mais fresca das variedades com gosto a limão e vale a pena criar African Blue e manjericão-sagrado, que têm um aroma completamente diferente.


C u ltiv a r O segredo para manter o nmnjri leio feliz é a paciência. O manjericão é natural de algumas das regiões mais quentes da Terra e dá-se bem em lugares onde o solo seja fértil e quente. Não precisa de sol, mas sim de calor. M ais do que qualquer outra, esta planta detesta o tem po frio e chuvoso. E fácil de cultivar a partir de semente; basta não fazer a sem enteira dem asiado cedo. Em vez disso, sem eie num local coberto m ais tarde do que as outras plantas e leve as m udas para o ar livre apenas depois de passar o perigo da geada, se quiser evitar surpresas desagradáveis e irrem ediáveis. A o ar livre, o m anjericão gosta de um local soalheiro que tenha tam bém algum a proteção contra o sol intenso. Essa proteção é fácil de encontrar à som bra de um tom ateiro amplo, daí serem tão bons com panheiros. O s m anjericões dão-se todos bem em vasos de dim ensões adequadas ao seu tam anho. Escolha variedades anãs com folhas pequenas para vasos pouco fundos e floreiras de janela. Purple Bush é a m ais bonita e tem um sabor surpreendentem ente intenso. A frican Blue e W est African, plantas grandes que requerem recipientes grandes, dão-se bem em escadas de serviço quentes e secas. Aum ente a sua coleção a m eio do verão, enraizando estacas de plantas em desenvolvim ento (ver a página 31).

De cima para baixo: o manjericão Colunar é ► alto e não exige m uito espaço; manjericão-santo, doce e saboroso.


R E C E IT A

G eleia de M anjericão Dark O p al

Esta receita é fantástica com qualquer um a das variedades frutadas de m anjericão, incluindo Cinnam on, A n ise, Lime e Lemon. O m anjericão C innam on sabe a pasta de canela caram elizada e o m anjericão Lem on é tão delicioso quanto refrescante. Q ue delícia! Se não tiver sumo de uva, pode usar sum o de romã ou água; ou então, para um a geleia m ais doce, substitua um pouco de água por mais sumo. Esta receita u tiliza pectina com baixo teor de grupos m etoxílicos, que perm ite aos fabricantes de doces e geleias reduzir a quantidade de açúcar (ver a págin a 190). Por conseguinte, esta receita não resulta com pectina vulgar.

1.

C o lo q u e o m a n je ricã o , o su m o de uva b ra nca e 1 V2 chávena de água num a caça rola e leve ao lum e. A ssim q u e le va n ta r fe rv u ra , re tire d o lu m e e d e ix e em in fu sã o d u ra n te cerca de

2.

20

m in u to s.

Coe o líquido e deite fora as folhas. Parte d o líquido ter-se-á evaporado, p o rta n to acre scen te mais água até p e rfa zé r

2

chávenas d e líq u id o .

• 1 V2 chávena de folhas de manjericão Dark Opal

3. V o lte a d e ita r o líqu id o na caçarola, ju n te -lh e o sum o d e lim ão e leve

• V2 chávena de sumo de uva branca

a lum e b ra n d o até com e çar a ferver. E ntre ta nto, m isture o açúcar e a

• V2 chávena de sumo de limão

p e ctin a com baixo te o r de g ru p o s m etoxílicos num a tig e la .

• 2 chávenas de açúcar • 2 colheres de chá de pectina com

4.

baixo teor de grupos metoxílicos

C o m o líq u id o das ervas a fe rv e r, ju n te ie n ta m e n te a m istu ra de p e c tin a e açúcar, c o n tin u a n d o a m e x e r co m as varas a té os pós

• 3 colheres de chá de solução de

e sta re m d is s o lv id o s no líq u id o sem q u e este a p re s e n te g ru m o s.

fosfato de cálcio 5.

D e ixe o líq u id o fe rv e r sem b a ix a r o lu m e d u ra n te 1 m in u to , m e x e n d o sem p re.

Se não se quiser dar ao trabalho de esterilizar os frascos, deixe a gelatina arrefecer e solidificar em cima da bancada durante umas horas. Conserva-se durante cerca de um mês no frigorífico.

6

. J u n te a so lu çã o d e fo s fa to d e cálcio, m is tu re d e p re ssa e com c u id a d o e re tire d o lum e.

7.

V e rta em fra sco s e s te riliz a d o s e m e rg u lh e d e n tro d e água a fe rv e r (ver a p á g in a 192), d u ra n te 5 m in u to s.

Total; 5-6 francos de 1H5 ml

#


Monarda

Borragem

ou Bergamota-selvagem

(B o ra g o o ffic in a lis ) - F am ília d a B o r r a g e m (B o ra g in a c e a e )

(M o n a rd a sp p .) - F am ília d a M e n ta (L a m ia cea e )

ANUAL PERENE

Vale a pena cultivar monarda só pelas flores; as

A borragem é uma planta subvalorizada que os radares de muitos horticultores não parecem

suas plumas vaporosas atraem uma série de insetos

registar. Não os censuro. As folhas híspidas são

benéficos ao jardim. A monarda é sobretudo

bastante desencorajadoras. Ignorei completamente

conhecida como erva para chá. As flores, cujos

a planta até herdar uma horta comunitária que

coloridos vão do vermelho ao rosa passando pela

estava cheia dela. Acabei por adorar as suas bonitas

cor da alfazema, têm um gosto semelhante ao da

flores azuis em forma de estrela. Nunca vou

hortelã e profundamente aromático. As folhas

perceber por que razão as flores sabem tanto a

também são comestíveis, mas têm um gosto mais

pepino! As folhas jovens não ficam mal cozidas a

forte e usam-se sobretudo para temperar carnes

vapor, mas prefiro-as misturadas em polmes para

vermelhas.

pastéis.

C ultivar

C ultivar

A monarda pertence à família da menta e, por

Esta é uma planta que prefere solos pobres.

isso, multiplica-se com determinação. Prefere um

O solo fértil fá-la crescer demasiado e tornar-se

solo fértil com boas condições de drenagem, num

flácida. As que tenho na minha horta precisam de

local quente e soalheiro. O calor é o segredo - ela

ser amparadas! Por essa razão é uma das poucas

não gosta de solos frios. A planta é muito sensível

ervas aromáticas que não se adequam a vasos.

ao oídio. Pode-a para lhe proporcionar uma boa

Deite umas sementes num local soalheiro e terá

circulação do ar, em especial quando a humidade

plantas de autossementeira anos a fio. Dizem que a

aumenta, no verão.

vizinhança da borragem melhora o sabor do tomate.

A monarda desenvolve-se melhor por meio de estacas e mudas. Pode ainda dividir as raízes e oferecer algumas a amigos horticultores.

Não sei se é verdade, mas, pelo sim pelo não, planto sempre algumas perto dos tomateiros.


C a lê n d u la ou Maravilha (Calêndula officinalis) - Família das Asterácms Compostas (Asteraceae)

ANUAL A calêndula é uma presença obrigatória em qualquer horta. A partir do início da floração produz uma quantidade infindável de botões alegres, em especial nos climas temperados, onde a produção continua pelo inverno fora. Todas as partes da planta são comestíveis, mas eu gosto sobretudo de usar as pétalas como corante natural de batatas e bolos. A calêndula atrai uma diversidade de insetos benéficos e é uma excelente companhia para plantas da família das couves, além de afugentar a lagarta do tomateiro.

C u ltiva r A calêndula dá-se bem em solos ricos com boas condições de drenagem e que recebam muita luz. E sensível a problemas fúngicos em condições de humidade e deficiente circulação do ar, por isso não tenha problemas em eliminar as que estão a mais e irão inevitavelmente germinar por si, ano após ano. Semeie diretamente, espalhando ao de leve as sementes pelo solo no início da primavera. Não precisará de voltar a fazê-lo. A calêndula é considerada pelos ervanários um ingrediente imprescindível nas pomadas cutâneas. As variedades comuns amarelas e cor de laranja são tão ricas que quase pingam óleo. Existem muitas outras variedades, menos potentes e mais bonitas, para os que procuram ser originais. Experimente Antares Flashback e Triangle Flashback, ambas com subtis pétalas cor de alperce, mais claras em cima e castanhas na página inferior. Radio é um velho sucesso, com pétalas híspidas e quilhadas.

De cima para baixo: a colorida Triangle ► Flashback - soca para armazenagem (em cima) o fresca (em baixo).


Cam om ila ou Camomila-romana

ou Coriandro

(C h a m a e m e lu m n o b ile ) - F am ília d a s A s te r á c e a s / C o m p o s ta s (A s te ra ce a e )

PERENE

A camomila-romana é uma planta baixa de

ANUAL

O coentro é uma planta que divide as opiniões.

autossementeira usada sobretudo na preparação de um

Há quem o adore e quem ache que ele sabe a sabão.

chá calmante. Pode dizer-se que a camomila se cultiva

Coloco-me firmemente do lado dos que o adoram.

a si mesma e recomendo que a inclua na sua horta,

Os molhos não são a mesma coisa sem um pouco

mesmo que ela lhe provoque alergias, como sucede

de coentros frescos picados.

comigo. E uma boa companheira, dando força a vizinhos convalescentes e atraindo imensas vespas parasitas e moscas-das-flores, que devoram larvas problemáticas. Dê-a a plântulas jovens sob a forma de

C ultivar Como a maioria das ervas aromáticas, o coentro prefere viver com sol direto e boas condições de

um remédio antifúngico que ajuda a combater a doença

drenagem. Não é demasiado exigente quanto à

conhecida por murchidão das plântulas (página 70).

fertilidade do solo e dá-se bem em vasos de todos os tamanhos. O único problema é espigar facilmente

Cultivar A camomila-romana é uma planta resistente que

assim que chega o calor do verão. Comece a cortar as flores (e a comer esses deliciosos petiscos) e,

se dá melhor em locais soalheiros mas que viverá

quando já não conseguir ser mais rápida do que

bem praticamente em qualquer lugar que a cultive.

elas, deixe a planta produzir sementes. Também

Visto a sua única queixa ser o solo húmido,

pode comê-las! Têm um gosto cítrico, a limão, muito

certifique-se de que o seu tem boas condições de

diferente do das folhas. E um «dois em um»: dois

drenagem ou plante-a em vaso. Faça a sementeira

sabores na mesma planta!

num local coberto ou ao ar livre, na primavera. Arranque as flores depois de abertas e seque-as, ou corte-as deixando um pouco do caule e pendure-as, se tiver problemas de espaço.

Semeie ao ar livre no início da primavera. Não se dê ao trabalho de transplantar; as mudas ainda espigam mais depressa!


R E C E IT A

Cubos de Gelo Floridos

Endro [A n e th u m g ra v e o le n s ) - F am ília d a s A p iá c e a s (A p ia c e a e )

ANUAL

Acabo sempre por cultivar mais endro do que o necessário, encantada por deixar crescer as inúmeras plantas que brotam por toda a parte e que prometem flores altas e majestosas. Estas magníficas umbelas atraem todo o tipo de vespas-parasitas e polinizadores, fazendo do endro uma planta útil, apesar dos seus modos altivos de espécie de autossementeira.

C ultivar Semeie diretamente ao ar livre no início da

As elegantes e bem-comportadas senhoras

primavera (caso se atreva). O endro não gosta de

vitorianas deitavam flores nas suas bebidas e

mudar de lugar e germina tão prontamente que as

saladas para agirem como «estimulantes».

mudas são dinheiro mal gasto. Cultive num local

Embeleze a sua bebida fresca preferida

bem soalheiro, com boas condições de drenagem e

incorporando flores nos cubos de gelo. Basta

nutrição. O endro não é exigente. E uma planta

pegar nas corolas de uma flor comestível - por

delicada mas resiliente, que se adapta a condições

exemplo, borragem, hortelã, alfazema ou

desfavoráveis não crescendo. Colha as folhas à

malva-rosa -, e arrancá-las do pé. Coloque uma

medida que precisar delas e deixe algumas plantas

flor em cada um dos cubos de uma cuvette de

produzir sementes maduras que poderá colher para

gelo. Encha com água fria, coloque no congelador

usar quando chegar a época dos picles. Mantenha o

e sirva dentro de um copo alto com água,

endro longe do funcho, para evitar a polinização

juntando uma fatia muito fina de pepino para dar

cruzada.

mais sabor.


Alfazem a (L a va n d u la ) - F am ília d a M e n ta (L a m ia c e a e )

P ERE NE

A alfazema é mais apreciada pelo aroma revigorante que confere a produtos de beleza e saúde do que pelas suas propriedades culinárias. É popularmente utilizada na preparação de chás relaxantes, mas com um pouco de criatividade obterá excelentes resultados em bolos e pratos de carne.

C ultivar Todas as alfazemas, mesmo as variedades inglesas mais resistentes, podem ser exigentes quanto às condições meteorológicas. Já tive plantas que duraram anos, até um inverno rigoroso as levar. Nos climas do Norte, opte por variedades anãs mais resistentes, como Munstead e Hidcote. Os horticultores de climas moderados são os que têm mais sorte, pois há um grande número de fascinantes variedades francesas delicadas à sua disposição. A alfazema é mais uma das ervas aromáticas mediterrânicas que gostam de muito sol e toleram bem a seca. O solo é crítico e deve ter boas condições de drenagem; a alfazema detesta-o húmido e molhado. Todos os tipos de alfazema dão-se bem em vaso, mas é importante conhecer a variedade, porque algumas podem tornar-se arbustos grandes e lenhosos. Cultive a alfazema a partir de mudas e estacas, pois as sementes levam muito tempo a germinar. Arranque folhas sempre que precisar e colha as flores no verão, pouco antes de os botões abrirem.


Erva-Cidreira (M e lis s a o ffic in a lis ) - F am ília

daM tn t n (Liim/ac»«•)

PERENE

A erva-cidreira é uma planta saborosa, com um leve travo a limão, usada na preparação de chás, quer fresca, quer seca, obtendo-se neste caso um chá digestivo, e também para guarnecer fruta. Dizer que esta planta é prolífica não chega. Chamei-lhe afetuosamente «bomba-limão», porque uma planta introduzida numa horta explode no verão seguinte, espalhando milhões de minúsculas plântulas por toda a parte.

Cultivar Apesar do seu caráter oportunista, a erva-cidreira é uma bênção para os horticultores com recantos sombrios; é das poucas plantas comestíveis que não se importam de crescer à sombra intensa de um ácer. Uma das primeiras ervas aromáticas a surgir logo no início da primavera, pode ser colhida antes de a maioria das outras perenes acordar do seu sono de inverno. Dá-se melhor em locais frescos com um solo rico e húmido, mas nem sequer a terra sem qualidade parece detê-la na minha horta. A erva-cidreira tende a produzir demasiados lançamentos. Arranque alguns e desbaste as plantas grandes, a fim de manter uma boa circulação do ar e afastar a ferrugem e outros problemas fúngicos. A erva-cidreira é fácil de cultivar por semente ou mudas ao ar livre, no início da primavera. Não se dê ao trabalho de a comprar; de certeza que conhece alguém que não se importa de lhe ceder uns pés. A melhor colheita é antes de as flores aparecerem, no início do verão. Se podar drasticamente as plantas na altura da colheita e antes da produção de semente, impedirá que elas se multipliquem furiosamente.


L ú c ia -L im a

H o r te lã

(Aloysia tríp h y llu m ) - Família das Verbenáceas (Verbenaceae )

(M e nth a spp.) - Família da Menta (Lam iaceae)

PERENE D E L IC A D A

PERENE

Só há uma m aneira de descrever a lúcia-lima: a m elhor erva arom ática com sabor a limão. E tão

Q ue outro adjetivo para a hortelã senão «ambiciosa»? Dê a esta planta um lugar especial

brilhante, fresca e estaladiça, m esm o depois de seca

na horta que ela não tardará a desalojar os seus

e ao fim de m eses guardada no armário! A s folhas

vizin hos. O s horticultores tentam refreá-la

são ótim as para chás, sobrem esas e gelatinas; a

sem eando barreiras, m as a hortelã tem um a grande

doçura das flores é dem asiado intensa para pratos

força de vontade. Arranja sem pre form a de as

principais.

contornar. Eu cá não me im porto nada, porque a hortelã é excelente! E há tantos sabores a

C u ltiv a r C ultive a lúcia-lima num vaso de 30 cm. A s

experim entar! O m eu rom ance de amor com a hortalã-pim enta-chocolate va i durar eternam ente,

m udas parecem pequenas na loja m as tornar-se-ão

mas a cubana Mojito tam bém é de levar em conta

arbustos grandes e lenhosos num instante. Esta não

- muito m elhor do que a vu lg a r hortelã na popular

é erva para floreiras de janela! C ultive-a num solo

bebida com o m esm o nome. Não esquecer Mentha

com muito boas condições de drenagem , ao sol ou

piperita cidrata, M entha xp ip erita G rapefruit e

encostada a um a parede soalheira. R egue bem.

a m ais bela de todas M entha x gracúis. Dê a cada

A lúcia-lima não se im porta que haja um pouco

um a delas um espaço próprio, para que possam

de seca, m as fica rija e com um aspeto queim ado

m anter a sua potência.

se o solo perm anecer seco durante muito tempo. A lúcia-lima produz flores tarde. D elicie-se com elas! A s flores são tão doces e arom áticas com o as folhas. C ultive a lúcia-lim a a partir de sem entes ou

C u ltiv a r A hortelã prefere um solo rico, húmido, com boas condições de drenagem , para se precaver

mudas. Uma planta chega. O s horticultores de

contra a ferrugem , e algum sol, m as tam bém aceita

clim as quentes podem mantê-las ao ar livre durante

um pouco de sombra.

todo o ano, m as as plantas têm de ser levadas para

Não se dê ao trabalho de com prar sem entes ou

um local coberto quando as tem peraturas são

mudas. Corte um a estaca da planta de um am igo

inferiorés a 4 °C. Coloque a sua perto de um a janela,

e terá hortelã com fartura.

num local onde nada a incom ode, e regue-a de vez em quando para a terra não secar. Sendo uma planta caducifólia, perderá as suas folhas em preparação para o inverno - um arbusto nu à janela pode não ser muito decorativo na sua sala. Volte a levá-la para o ar livre no fim da prim avera, depois de passado todo o perigo de geadas.

A partir do canto superior esquerdo, no sentido dos ponteiros do relógio: chagas Empress o f India crescem no parapeito de uma janela; as flores dos orégãos são bonitas e comestíveis; mesmo a horta mais minúscula produzirá braçadas de hortelã fresca.


Chagas

O r é g ã o s e M a n je r o n a

{T ro p a eo lum majus) - Família das Tropeoláceas (T ropaeolaceae)

(O rig a n u m vu lgare e O rig a n u m m ajoraria) - Família da menta

( Lam iaceae)

ANUAL A s chagas (ou capuchinhas), são as rainhas do mundo das flores com estíveis, produzindo encantadoras folhas redondas e grandes flores ao m esm o tem po apim entadas e doces. O clim a da C osta Leste dos EU A torna o seu crescim ento m ais rápido e intenso do que qualquer outro. A s plantas podem formar tufos, ser trepadeiras ou rastejantes, consoante a variedade. M as na C osta Leste são todas enormes!

PERENE O orégão é um a erva culinária extrem am ente arom ática e versátil que não pode faltar numa horta, se con segu ir encontrar sem entes à venda no centro de jardinagem da sua área de residência. A m aioria das plantas que encontro, hoje em dia, possui folhas insípidas, pouco saborosas, sem o travo clássico das ervas m editerrânicas. Por essa razão, passei a preferir a sua prim a perfum ada e m enos resistente, a manjerona. Uso um a pitada em

C u ltiv a r A s chagas são excelentes para cobrir o solo por

caldos, sopas e m olhos com o m esm o entusiasm o que antes sentia pelos orégãos.

baixo de plantas altas. Infelizm ente, são tam bém um autêntico ím an no que toca a afídeos, por vezes alojando dezenas deles num a só flor. Terrível. Na verdade, a sua natureza tenaz depende das

C u ltiv a r A m b as gostam de sol direto num solo com boas condições de drenagem ; no entanto, tive sorte com

condições de cultivo. D ão-se m elhor em solos ricos,

os orégãos que plantei em locais m ais sombrios.

húm idos e com bastante espaço, m as toleram

A planta é bastante agressiva e já tem saído vitoriosa

condições hostis e até se adaptam à vid a em

ao com petir com a hortelã. A s duas toleram a seca

floreiras de janelas. N as m inhas, gosto das flores

e são fáceis de cultivar em vaso e floreiras de janela

pequenas e bonitas de Empress of índia. E uma

de todos os tam anhos. Se quer muito tê-las frescas

variedade m aravilhosa, com as suas flores

no inverno, está com sorte: as duas plantas podem

verm elhas e folhagem verde-escura. A la sk a M ix é

passar uns m eses no parapeito de um a janela.

um a popular variedade variegad a cujas flores

Vá-as podando se elas se apresentarem flácidas.

apresentam um a va sta diversidade de coloridos. Se

Cultive orégãos e manjerona a partir de estacas

procura um a planta para trepar por um a treliça,

ou divisões oferecidas por am igos. A s sem entes

escolha a visto sa e exuberante Spitfire.

germ inam com facilidade, m as sem garantia quanto

Sem eie as chagas diretam ente no solo, passado

ao sabor. D eixe que as suas plantas deem flores, que

o perigo da geada. A rranque as flores assim que

atrairão um a diversidade de insetos benéficos. A s

elas aparecerem e continuarão a nascer até um a

variedades de folha dourada, como a crespa Aureum

geada forte acabar com elas. D eixe algum as plantas

Crispum , criam um belo contraste quando cultivadas

produzir sem ente - são ótim as de conserva!

ao lado de plantas roxas ou lobélias azuis. A partir do canto superior esquerdo, no sentido dos ponteiros ► do relógio: a salva Purple é semivivaz em climas frios; prepare uma chávena de chá de alecrim para aliviar o stresse; salsa de folha lisa; a perila Purple, uma planta de autossementeira, permanecerá no jardim durante muitos anos.


Salsa ( P e t r o s e li m u m

A le c r im spp.) - Família das Apiáceas (A p i a c e a e )

BIANUAL A salsa é uma erva aromática indispensável na

(Rosmarinus o fficinalis) - Família da Menta (Lamiaceae)

PERENE DELICADA O meu sonho é ter uma horta cercada por

cozinha, pois liga bem com tudo. Foi a primeira

perfum adas sebes de alecrim. Infelizmente, um

planta que cultivei quando era criança, no entanto

clim a setentrional não é o ideal para o conseguir.

caiu em desuso durante a m inha vida adulta. Há

O alecrim é uma planta resistente, mas não suporta

pouco tempo voltei a comprá-la, mas prefiro a

temperaturas inferiores a -9 °C, devendo ser levada

menos popular versão de folha lisa. Estou em

para um local coberto nos clim as frios. Se o tempo

minoria, porque a de folha frisada é mais

estiver a seu favor, não se limite à clássica

decorativa, mais usada para guarnecer, mais fácil

variedade ereta; alguns tipos rastejantes podem ter

de cultivar e menos dada a espigar quando chega o

em pregos notáveis em paisagens comestíveis.

calor.

C u ltiv a r C u ltiv a r A salsa dá-se melhor ao sol, mas não se importa

O alecrim é uma planta litoral de ascendência mediterrânica. Em resultado, dá-se melhor com sol

de estar num recanto sombrio. Gosta de um solo

direto e um solo levemente arenoso que tenha boas

rico, húmido, com boas condições de drenagem,

condições de drenagem. Pode atingir as dim ensões

mas na realidade não é muito exigente. Até uma

de um arbusto grande e desordenado, mas tem

criança de cinco anos é capaz de a cultivar! A s

crescimento lento e adapta-se a vasos de todos os

lesmas parecem ser a única coisa a incomodá-las,

tamanhos.

mas nada de muito preocupante. A s sementes de salsa têm fama de serem difíceis

Não se dê ao trabalho de o semear; as sementes levam demasiado tempo a germinar, ao passo que

de germinar. Dê-lhes uma ajuda arranhando-as

as estacas criam raízes num instante. O alecrim não

ligeiramente com papel de lixa; ou, mais simples

é uma planta fácil de levar para um local coberto no

ainda, esqueça as sementes e compre uma planta.

inverno e pode secar. O segredo é esperar que ele

Basta uma planta para ter suficientes folhas secas e

seja atingido por uma ligeira geada antes de o

frescas durante uma ou duas épocas. Deixe-a

recolher. Deixe-o num sítio moderadamente fresco,

produzir semente no segundo ano e a planta

como uma garagem sem aquecimento, e pulverize-o

autoperpetuar-se-á indefinidamente.

com água todas as semanas, numa imitação dos salpicos da água do mar. Corte as pontas sempre que precisar de um pouco de alecrim nos cozinhados. O alecrim é um tempero clássico para batatas assadas e sopas e com ele tam bém se prepara um chá muito eficaz contra dores de cabeça.


RECEITA

Sal ou A çú ca r com Ervas

Preparar a m inha própria m istura de sal ou açúcar com ervas arom áticas sem pre me pareceu um desperdício de tempo, que seria m elhor em pregue a ler um livro ou, digam os, a cortar as unhas, até ao dia em que resolvi m esm o fazê-lo! Hoje é um tem pero que não dispenso em todos os pratos! O sal com ervas é m aravilhoso para tem perar tomate, ovos, batatas e legum es assados ou para esfregar em carnes ou peixes. Faça um saboroso açúcar com ervas para passar na borda de um copo de bebida, adoçar o chá gelado ou polvilhar bolos. Pode ainda basear-se nesta receita para preparar um sal condim entado picante - um a pitada com plem enta qualquer sobrem esa de chocolate. A s ervas frescas podem ser substituídas por ervas secas, mas estas não conferem um gosto tão bom ao sal ou ao açúcar e devem ficar muito m enos tem po no forno.

1.

In c o rp o re a lgu ns d o s ó le o s c o n tid o s n a s ^ rv a s em sal ou açúcar, p is a n d o tu d o ju n to num a lm o fa riz.

2.

E spalhe a m istu ra num ta b u le iro e aq ue ça le n ta m e n te no fo rn o , à te m p e ra tu ra m ais baixa possível, a té as ervas seca rem . Isto p o d e d e m o ra r e n tre 15 m in u to s e 1 hora, co n s o a n te a erva e a te m p e ra tu ra mais baixa d o seu fo rn o .

1

chávena de sal marinho (fino ou grosso)

ou suco de cana-de-açúcar evaporado •

1

chávena de ervas frescas finamente

3.

D e ixe a rre fe c e r e g u a rd e os in g re d ie n te s num fra sco de v id ro .

picadas

Total: cerca de 1 chávena

Ervas para Sal: Manjericão, cebolinho, alfazema, manjerona, orégãos, alecrim, estragão e tom ilho

Ervas para Açúcar: Hissopo-anisado, alfazema, hortelã, manjericão Cinnamon, manjericão-limão, manjericão-anis, malva, salva-frutada e funcho-púrpura


Salva

Perila

(Salvia officinalis) - Fam ília da M enta (Lamiaceae)

(Perilla frutescens) - Família da Menta (Lamiaceae)

PERENE

ANUAL

Existem centenas de salvas em todo o mundo,

A perila é uma planta de autossementeira

mas a vulgar salva vivaz da horta é, de longe, a

agressiva, mas vale a pena cultivá-la pela sua

comestível mais popular do grupo. As folhas

folhagem atraente, maravilhosamente recortada e

potentes e aromáticas devem ser usadas quando o

com o rebordo enrugado. A variedade comum é

seu sabor não se sobrepõe ao da refeição; são

verde, mas também há uma variedade vermelho-

populares em pratos de galinha e ovos, mas a

-arroxeada que brilha quando a luz do sol atravessa

minha forma preferida de as utilizar é embebendo-

as suas folhas. As deslumbrantes espigas de flores

-as em azeite, para guarnecerem uma alimentícia

surgem em finais do verão.

sopa de abóbora.

O sabor da perila é difícil de descrever, mas eu diria que tem um intenso gosto frutado cítrico com

C ultivar Uma planta de salva adulta é enorme e, se lho

um travo a hortelã. A variedade verde tende a ser menos frutada, com notas mais condimentadas.

permitirem, tornar-se-á um arbusto grande e

A perila é conhecida, sobretudo, como a folha usada

lenhoso. A salva dá-se melhor se a deixarem

para embrulhar o arroz no sushi e acompanhar o

espalhar-se num vaso grande, mas não sofrerá

sashimi, mas eu prefiro preparar uma refrescante

muito num vaso de menores dimensões e adapta-se

bebida de verão (ver «Supergranizado de Perila»,

bem à maioria dos recipientes. A salva-de-jardim é

na página ao lado).

forte e resistente, suportando o vento, a seca e o sol intenso. No entanto, é propensa ao oídio. Certifique-se de que a coloca num local soalheiro com boas

C ultivar A perila é fácil de cultivar a partir de sementes.

condições de drenagem e de que não tem folhas

Basta deitar algumas na terra em finais da

estragadas ou a mais a prejudicar a circulação do ar.

primavera. Cresce mais e melhor num local

Remova as partes mortas e quebradas na

soalheiro com um solo fértil, bem drenado e

primavera e desbaste, se não quiser flores. No

húmido, mas não se importa muito que haja alguma

entanto, não sei por que razão não as quereria. As

sombra. Britton, uma variedade ornamental cujas

flores tornam esta planta já de si ornamental ainda

folhas são verdes mas têm a página inferior

mais bonita e também são comestíveis! Cultive a

acastanhada, prefere locais mais secos, soalheiros e

clássica variedade cinzento-azulada ou opte por

vasos pequenos. A perila dá-se bem em vasos de

variedades coloridas menos resistentes, como

tamanho médio mas não subestime o seu tamanho;

salva-purpúrea, Tricolor e Golden. Berggarten é

há plantas que chegam a atingir 10 cm de altura e

uma planta cinzenta com encantadoras folhas

vários de largura.

redondas. A salva pode ser lenta de cultivar por semente. Uma muda acaba por sair barata - ao fim de um ano estará enorme!


As plântulas do girassol não gostam de ser

G irasso l

transplantadas. Semeie-as diretamente ao ar livre

(Helianthus annuus ) - Família das Compostas/Asteráceas

quando já não houver perigo de geadas, ou faça a

(Asteraceae)

sementeira num local coberto, 2 semanas antes da

ANUAL

última geada, dentro de rolos de papel higiénico (ver

Os girassóis são as plantas mais alegres do jardim, cultivadas pelas suas enormes inflorescências e pela sua presença imponente - algumas variedades

«Alvéolos Feitos com Rolos de Papel Higiénico», na página 27). Cubra as sementes com rede ou com um tecido

chegam a atingir três metros de altura! As pétalas

aberto assim que começarem a atingir a maturidade,

são pouco conhecidas como comestíveis, mas ainda

se quiser ter algumas na altura da colheita. Arranque a

menos apreciados são os botões da flor, que podem

inflorescência mal ela comece a acastanhar e a perder

ser cozidos a vapor e consumidos como se fossem

a maioria das suas pétalas. Guarde as inflorescências

alcachofras, se os cortar cedo.

num local quente e seco até o exterior endurecer.

C u ltiv a r Como o nome indica, os girassóis precisam de muito sol para se tornarem grandes e fortes - no

Tom ilho (Thymus s p p .) - F a m ília d a M e n ta (Lamiaceae)

mínimo, 6 horas diárias de sol direto. As plantas grandes necessitam de muita água, mas, apesar do seu tamanho, são surpreendentemente pouco

PERENE Para uma planta tão pequena, o tomilho ocupa

problemáticas. Talvez seja porque constituem quase

uma posição proeminente na minha horta. E de facto

um ecossistema completo em si mesmas; as suas

uma planta fácil de cultivar, rastejante, que pode ser

flores atraem todo o tipo de insetos benéficos.

enfiada em fendas e submetida ã mais completa

As flores do girassol abrem naturalmente viradas

negligência. Conseguirá cultivar tomilho, mesmo que

para leste; tenha isso em conta quando as plantar no

não consiga cultivar mais nada. E com tantas

seu jardim, ou ficará a vê-las de costas! Cultive estes

variedades disponíveis, o tomilho nunca se torna

gigantes em contentores do lixo ou vasos munidos de

aborrecido. Tenho uma combinação contrastante de

rega automática (ver «Plante e Esqueça [ou quase]»,

limão variegado e prata em vasos, há anos, mas agora

na página 54). As variedades anãs não se importam

experimentei variedades perfumadas como Nutmeg,

de crescer em vasos mais pequenos, com cerca de

Orange Spice e Rose Petal.

30 cm de profundidade. Experimente variedades que produzem uma quantidade compacta de sementes, como Sunspot ou Big Smile. Das gigantes, opte por

C u ltiv a r O tomilho adora o sol, embora eu tenha obtido

Arikara, Mongolian Giant ou Mammoth Gray

êxito em recantos sombrios. É uma cobertura do sol

Striped. Existem também girassóis das mais variadas

bastante discreta mas que fica linda por baixo de

cores, embora a maioria não produza sementes.

plantas comestíveis mais altas e até outras ervas

Double Dandy é uma planta compacta com

aromáticas. Deixe-a florir, pois atrairá insetos

exuberantes flores vermelhas.

polinizadores às plantas que deles necessitam.

4 A partir do canto superior esquordo, no sentido dos ponteiros do relógio: os tomilhos prata o limão ficam muito bem juntos; girassol Strnwbmry lllondo; embrulhe a c in flr -i ro cr- ârw -i a c o n a n w l n

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Cultive a partir de estacas ou mudas. Não se dê ao trabalho de o cultivar por semente, a não ser que tencione cobrir uma vasta área.


SecçãoJ

Colha o Que Semeou


C a p ít u l o io :

Como Colher Saber qual o momento e o método exatos para colher os legumes deliciosos da sua horta pode ser um pouco intimidante. Felizmente, até os principiantes têm uma longa experiência de consumidores, na qual se podem basear quando escolhem uma curgete ou beringela madura.

O processo requer apenas alguns conhecimentos básicos, com um pouco de tentativa e erro pelo meio. Rebusquemos a memória recente (ou talvez não tão recente) e recordemos um pouco da biologia que aprendemos na escola. As sementes dão origem a plantas, as plantas produzem flores, as flores tornam-se frutos e, em seguida, a planta morre. Fim. Bem, nem sempre é assim, mas simplifiquei a equação para explicar melhor o ciclo de vida das plantas anuais que tem na horta. O seu objetivo enquanto horticultor e, espera-se, futuro consumidor é derrotar a planta no seu próprio jogo e colher-lhe os frutos (onde se encontram as sementes) enquanto ela ainda estiver jovem e tenra. Concluída a produção de frutos, a planta considera que a sua missão terrestre chegou ao fim e dará a sua atividade por terminada pouco depois. Procriar dá muito trabalho! Não há cruzeiros para reformados no horizonte das curgetes e abóboras. O segredo, neste caso, é encontrar a linha ténue entre o que é considerado maduro do ponto de vista do consumidor (saboroso) e o que é considerado maduro do ponto de vista das plantas (reprodutivo) e, em seguida, antecipar-se a elas. Quanto mais depressa colher, mais a planta produzirá, no esforço de cumprir o seu destino. Existe, claro, um pequeno senão. A altura da colheita pode variar não só de planta para planta, mas também entre variedades da mesma planta. Algumas são, na verdade, mais despachadas do que outras. E outras são apenas diferentes. Como saber, por exemplo, quando uma variedade verde de tomate está madura? E aí que entram em cena o conhecimento, a prática e a experiência. Quando cultivar uma variedade nova, veja fotografias na Internet, para ter uma ideia do aspeto que ela deve apresentar na altura da colheita. Alguns nomes de variedades oferecem pistas sobre o produto final - tire as mãos desse tomate avermelhado se a embalagem disser Black Rim.


A «Tabela das Colheita»" cia página 173 constitui um bom ponto de partida para o conhecimento do ciclo de vida de urna planta específica. A Secção 2 debruça-se sobre pormenores da colheita de plantas individuais. Mais adiante obterá indicações gerais aplicáveis a todos os produtos divididos em categorias mais vastas; essa informação vai ajudar a maximizar a qualidade e a quantidade de produção da sua horta, de modo que possa colher baldes e baldes das melhores ervas aromáticas, dos mais sumarentos frutos e dos mais viçosos legumes, até no espaço mais pequeno. Transmiti-lhe alguns conhecimentos, mas ainda vai aprender muito através da experiência. Permita-se cometer erros à primeira, segunda ou centésima vez. Não vai receber nenhuma falta de castigo por isso. Não desista!

P E R C E B E R SE E S T Á M A D U R O

Olhe: Examine o ponto em que o fruto se junta à planta e veja se o pedúnculo está murcho ou há folhas secas que se separam facilmente. Os legumes de raiz, p o r vezes, anunciam que estão prontos fazendo o seu to p o em ergir do solo. As batatas estão prontas quando a parte aérea da planta morre. Encoraje as ervas aromáticas a produzir mais folhas cortando os botões florais assim que eles aparecerem. As beringelas maduras apresentam-se brilhantes e não baças.

Toque: Frutos macios como framboesas, amoras e tomates encontram-se no ponto quando estão praticamente a cair da planta. As ervilhas estão maduras quando as sentir firmes dentro da vagem. Se estiverem duras que nem berlindes estão maduras de mais.

Cheire: A baixe-se ju n to a um melão de casca rija e cheire-o. Os melões em item um forte aroma frutad o na região apical quando estão doces e prontos a serem consumidos.

Escute: Dê uma pequena pancada com o dedo numa melancia. Q uando madura, produz um som oco.


Amadurecer o Tomate: Por mais que planifique, há sempre um ou outro tom ate que não consegue am adurecer antes do aparecim ento da terrível geada. Embora uma janela soalheira pareça o lugar ideal para amadurecer o tom ate, acontece que não é bem de sol que ele precisa. Embrulhe cada tom ate individualmente num pedaço de jornal ou saco de papel e coloque-os num sítio quente - em cima do frigorífico é perfeito. Use os que restarem num molho de conserva ou então passe-os por um polme e frite-os! É muito saboroso!


C ONSELHO S

PARA A COLHEITA

Quanto mais Colher, mais Tem: Seja qual fo r o m o d o e a altura em q u e o fazem , as plantas tê m um único o b je tivo : a re p rod ução . As plantas sabem qu e mal cum p ram esse p ro p ó s ito está na altura d e se retirarem . C o lh e r feijõe s ou curgetes e n q u a n to são jovens e te n ro s leva a plan ta a te n ta r nova p ro du ção. O m esm o é v á lid o para ervas arom áticas e flores. Rem over as flore s antes de iniciarem a p ro d u çã o d e sem entes significa mais flore s e folhas saudáveis para si.

Quanto mais Pequeno, Melhor: É te n ta d o r cu ltiva r p ro d u to s de gra nd es dim ensões - uma só c u rg e te g ig a n te dá para a lim e n ta r uma fam ília inteira. Infelizm ente é natural qu e ela não seja m u ito saborosa. Os legum es de m asiado g ra nd es são lenhosos, rijos e insípidos.

Quanto mais Fresco, Melhor: A m aioria do s legum es a tin g e o m áxim o d o seu sab or lo g o após d e ixa r a planta. Q u a n to mais te m p o a sua colhe ita fic a r à espera em cim a da bancada, m e n o r a sua q u a lid a d e . Tire o m áxim o p a rtid o do s p ro d u to s qu e colhe co n su m in d o -o s d e im e d ia to ou usa nd o-os em conservas.

De Manhã: É ao ro m p e r da manhã qu e pra tica m e n te to d o s os legum es se e n con tra m mais frescos, estaladiços e saborosos. A frescura d o fim da ta rd e ta m b é m serve para colhe r legum es e verduras sensíveis ao calor. C

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Saber Prever a Colheita São inúmeros os fatores, com o

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fe rtilid a d e d o solo e as condições m eteorológicas, que se conjugam para determ inar a

altura em que se deve colher um logumo. A lg o aparentem ente tão simples com o um feijão pertence a um gru po m uito diverso, cujas colheitas devem ser feitas entre 50 a 100 dias depois de lançada a semente. Nunca se po de determ inar com precisão a «data d o parto» de qualquer p ro du to hortícola, mas a «Tabela das Colheitas» abaixo dar-lhe-á uma ideia de quando deve com eçar a cavar o solo. Use-a lá mais para o fim da época, para se certificar de que a colheita que espera saborear no final d o verão vai ser feita antes que cheguem as primeiras geadas. Para os horticultores mais experientes, a «Tabela das Colheitas» po de ser útil com o registo das alterações verificadas de ano para ano.

T A B E L A D A S C O L H E IT A S

• Escreva a data em que plantou as sementes na coluna «Data da Plantação». • Calcule a «Data Prevista para a Colheita» adicionando o número de dias indicado em «Colheita» à «Data da Plantação». • Escreva na coluna «Data da Colheita» o dia em que esta começou. • Registe a quantidade recolhida na coluna «Rendimento».

LEGUME

DATA DA PLANTAÇÃO

COLHEITA

Feijão (de descascar)

60-90 dias

Feijão (de vagem)

50-65 dias

Beterraba

50-60 dias

Brócolos

60-100 dias

Couve

60-100 dias

Cenoura

50-90 dias

C ouve-flor

60-90 dias

Pepino

50-70 dias

Beringela

65-100 dias

Alface e verduras

20-65 dias

Repolho

50-65 dias

Melão

70-110 dias

Cebola

10 0 -12 0

Ervilha

50-85 dias

Pimento

60-100 dias

Batata

65-100 dias

dias

Abóbora-m enina

80-120 dias

Rabanete

20-30 dias

Espinafre

45-60 dias

A bó bo ra (verão)

35-70 dias

A bó bo ra (inverno)

70-120 dias

Acelga

50-60 dias

Tomate

60-90 dias

DATA PREVISTA PARA ACOLHEITA

\

DATA DA COLHEITA

RENDIMENTO


Capítulo li:

O Futuro dos Frescos: Como Armazená-los e Conservá-los Até as pequenas hortas em vasos podem surpreender e produzir excessivamente demasiado cedo. As abóboras de verão e de inverno são conhecidas pela sua abundância; todos já ouvimos histórias sobre o tema. As ervas aromáticas tendem a arrancar em alta velocidade e, por conseguinte, vão parar ao cesto num abrir e fechar de olhos.

Deitar fora comida estragada é uma coisa, mas ver comida cultivada por nós estragar-se é, no mínimo, deprimente. Saber conservar os alimentos que cultivamos é tão importante como saber cultivá-los. Requer algum trabalho, mas não é difícil. Na verdade, a maioria das conservas pode ser feita na companhia de um amigo, com um filme antigo ou o nosso álbum preferido a passar em fundo. Além disso, é uma tarefa que gera um sentimento de satisfação profundo e duradouro. Encher a despensa do meu pequeno apartamento ou o meu ofegante congelador dá-me uma sensação de orgulho, conforto e reconhecimento. Adoro saber que posso abrir um frasco de molho caseiro ou uma embalagem de framboesas congeladas sempre que quiser e saborear os aromas e as cores do verão seja qual for o tempo que estiver lá fora. Cultivar cebolas e ervas aromáticas ► perenes significa que vai poder colhê-las no início e no fim da época.


A rm a z e n a r a C u rto Prazo V erduras Lave as folhas e as cabeças das verduras em água fria logo após a colheita. Sacuda, enxugue ou centrifugue, para extrair o excesso de água, e guarde na gaveta para legumes do frigorífico, embrulhadas num saco feito com um pano da louça e molhado (página 176).

Legum es e Frutos Muitos legumes e alguns frutos podem ser guardados na parte mais fria do frigorífico. No extremo inferior do espetro, pequenos frutos, quiabos, feijões, curgetes e rabanetes duram apenas alguns dias, ao passo que as couves e cenouras parecem durar, durar, durar, como o coelhinho do anúncio das pilhas, mantendo-se em boas condições durante um mês ou mesmo mais, consoante a variedade. Deixe os legumes e frutos ainda verdes em cima da bancada, para amadurecerem, mas guarde-os no frigorífico assim que puderem ser consumidos. O tomate deve ser guardado fora do frigorífico, pois dentro dele tende a perder sabor. Batatas, alho, cebola, abóbora e curgetes devem ficar num local fresco, ao abrigo da luz, e não no frigorífico, pois a humidade e o frio podem encorajar o apodrecimento ou mesmo fazê-los grelar. Sei que quer um máximo de higiene, mas não lave os legumes antes de precisar deles. Durarão mais tempo sem ser lavados, porque mesmo o mais suave dos banhos pode deixá-los magoados e amolgados.


FAZER

Faça Um Saco com Um Pano da Louça

As verduras e ervas aromáticas frescas são conhecidas por serem difíceis de conservar em boas condições, apodrecendo rapidamente dentro de sacos de plástico, mas tornando-se flácidas quando empilhadas sem qualquer tipo de cobertura que ajude a conservar a humidade. Um pano frio e molhado resolve os dois problemas, não deixando a humidade escapar, mas permitindo às verduras respirar. Estes sacos, muito fáceis de fazer com panos de louça, ajudarão a sua colheita a manter-se estaladiça e fresca dentro do frigorífico. 1. Para fazer a bainha onde passa o cordão, estenda o pano da louça virado do d ire ito , com o lado mais estreito para cima. Estenda o cordão a cerca de 0,6 cm da extrem ida de do lado mais com prido.

2. D obre o lado mais co m p rid o d o pano da louça de m odo a tap ar o cordão. Prenda com alfinetes e cosa a extrem ida de da dobra ao pano, com o cuidado de não coser o cordão.

3.

Dobre o pano da louça pelo meio do lado mais comprido, com o avesso para fora, e prenda os lados e a base com alfinetes.

4. Cosa uma bainha de 1 cm ao longo do lado esquerdo e da base, deixando o lado d ire ito (que será o to p o ) aberto.

5. A te as pontas do cordão com um nó.

VAI PRECISAR DE • 1 pano da louça em algodão • 1 pedaço de cordão (com mais 7,5 cm do que o comprim ento do pano)

C o m o Usar Antes de guardar nele as verduras, molhe o saco com água

• Alfinetes

fria e esprema, para extrair o excesso de água, deixando-o

• Máquina de costura

húmido mas não a pingar. Introduza as verduras, puxe o

• Linha

cordão para fechar o saco e coloque na gaveta para legumes do frigorífico. As verduras conservar-se-ão frescas, desde que não deixe o saco secar.


Ervas A rom áticas e Flores C om estíveis A maioria das pessoas atira o saco de plástico com as ervas aromáticas para dentro do frigorífico para, dias depois, as encontrar feitas numa papa. As ervas aromáticas folhosas frescas são muito parecidas com as verduras, preferindo ser guardadas dentro de um saco feito com um pano da louça e molhado. Para as ter mais à mão, coloque-as num copo com água fria, arrume-o numa prateleira da porta do frigorífico e vá cortando folhas à medida que for precisando delas. Algumas ervas e flores conservar-se-ão durante semanas desse modo, desde que se lembre de mudar a água do copo de tantos em tantos dias. O manjericão é a exceção, pois as suas folhas tornam-se negras quando guardadas no frigorífico. Contudo, mantém-se fresco durante quase uma semana em cima da bancada, dentro de uma jarra ou de um copo com água, como se fosse um ramo de flores.


A r m a z e n a r a L o n g o P ra zo S ecar L e g u m e s e F ru to s Um desidratador elétrico é, geralmente, a melhor maneira de secar a maioria dos legum es e frutos, a não ser que viva num clim a árido. Se não for esse o caso, a humidade favorecerá o crescimento de bolor e fungos que atacarão os produtos postos a secar ao ar antes que eles tenham tempo para se desidratarem completamente. Feijões, cebolas, alho, mirtilos e pimentos são dos poucos alimentos que se podem facilmente secar ao ar em qualquer região. Muitas pessoas não vivem num clim a que permita secar o tomate ao sol, mas no entanto é possível obter um sabor muito semelhante secando-o no forno (ver «Tomates Secos no Forno», na página 182). O s tomates são, de longe, o legum e que m ais gosto de secar. Acredite que vale a pena. Deixe as cebolas e os alhos a secar (curar) pendurados, quer atando-os em pequenos molhos, quer entrançando os caules enquanto ainda estão flexíveis. Pendure-os durante um mês num local fresco, ao abrigo da luz, por exemplo, numa garagem . Depois de curados, pendure-os na cozinha, para os ter mais à mão, ou corte-lhes os caules e mantenha-os num local fresco a longo prazo. Qualquer feijão que tenha atingido a maturidade pode ser seco e guardado para uso futuro, mas algum as variedades são especialm ente apreciadas por reterem o seu sabor e textura depois de secos. Os feijões de descascar podem ser secos em cima de uma rede, mas se quiser poupar trabalho deixe-os secar na planta e descasque-os mais tarde, à medida que precisar deles. Para secar uma colheita inesperada, coloque a planta inteira, com as vagens intactas, dentro de uma saca de serapilheira ou de uma fronha e bata-a com o cabo de uma vassoura ou pise-a. Nao exagere, porque o que pretende é obter feijões inteiros e não feitos em pó. Para separar as cascas dos feijões (ou debulhar), estenda um lençol no chão e coloque em cima um cesto. Segure uma mão-cheia de feijões por cima do cesto, e abra a mão para os deixar cair lentamente no cesto, permitindo que o vento empurre algum as vagens secas. Resulta melhor (claro) em dias ventosos. Guarde os feijões em frascos lavados que fechem hermeticamente.

Lavar ou não Retire a terra aos pimentos, tomates e outros legum es de pele espessa, lavando-os antes de os pôr a secar, mas não se esqueça de os enxugar bem com uma toalha. Não tente lavar cebolas, alhos, chalotas ou outros legum es com uma casca leve semelhante ao papel. A terra cai durante o processo de secagem e, de qualquer modo, é sempre preciso descascá-los antes de os usar. Do mesmo modo, os frutos macios tendem a ficar em papa quando molhados. E como optou por processos biológicos não há pesticidas a eliminar.

4 Prenda num cordel grandes pimentos picantes, obtendo uma decorativa réstia (ver página 184) e vá arrancando aqueles de que precisar.


SECAR ERVAS A R O M Á TIC A S E FLORES C O M ESTÍVEIS • Colha-as num dia seco em que as folhas apresentem m u ito pouca hu m id ade , qu e p o d e to rn a r os ram os de ervas arom áticas bo lo re n to s. • Pendure os ram os num local seco com boa circulação de ar e pouca luz. • Se ho uve r m uita poeira em suspensão no ar, faça uns furos num saco de pa pe l pa rd o e a te -o p o r cima d o ram o de ervas antes de as pendurar. • G uarde as ervas e flore s co m p le ta m e n te secas em frascos de vid ro, d e n tro de um arm ário às escuras. • C ole etiq u e ta s nos frascos, com o nom e da planta e a data da colheita, para co n tro la r a sua frescura, e d e ite fora as ervas ao final d e cerca de um ano. • A m ach uq ue lig e ira m e n te as ervas antes de as guardar, mas tritu re -a s ou esm ague-as apenas no m o m e n to em que as usar, para que os sabores se m antenham du ra n te mais te m p o .

GUARDAR CEBOLAS Há uma form a rid icu la m e n te fácil de g u a rd a r um m on te de cebolas e ao m esm o te m p o a p ro ve ita r um par de meias de senhora. Para com eçar, co rte as pernas de um par de collants lavado. Não im p o rta a cor, mas os mais fino s deixam respirar m e lh o r d o que os opacos. Enfie uma cebola numa das pernas co rta d a s e dê um nó p o r cima. Vá acrescentando cebolas, d a n d o sem pre um nó p o r cima de cada uma, até a perna estar cheia. Deixe as cebolas secar num local seco e fresco, ao a b rig o da luz, com o uma despensa ou o canto de uma garagem ou barracão, visto qu e filas de collants bu lb osos talvez não sejam a de cora ção que deseja para a sua cozinha este ou to n o . Q u a n d o q u ise r usar uma cebola, basta separar a de baixo, c o rta n d o lo g o a seg uir ao p rim e iro nó. Uma va ried ade que se conserve bem , com o Ailsa Craig ou


FA Z E R

Faça Uma Réstia

Os pimentos picantes são, acima de tudo, prolíficos, cada planta produzindo, geralmente, o suficiente para danificar o sistema digestivo de um exército inteiro. Ainda estou espantada com uma planta que deu 200 pimentos. E nesses casos que dá jeito fazer uma réstia, uma tradição do sudoeste dos EUA. Veem-se muitas versões com a casca envernizada a decorar restaurantes mexicanos, mas não receie a associação com uma decoração fora de moda. Uma verdadeira réstia é uma maneira prática de arm azenar muitos pimentos durante um ou m ais anos. Faça um favor às suas mãos e use luvas de proteção quando mexer nos pimentos. O s pimentos muito picantes podem queimar a pele e um pingo de suco esfregado sem querer no olho é algo que não recomendo a ninguém. ESCOLHER PIM EN TO S PICANTES Selecione apenas os melhores, sem manchas, com os longos caules ainda intactos. O s pimentos manchados e amolgados podem tornar-se bolorentos e contaminar os outros durante o processo de secagem. Para resultados rápidos e fáceis, prefira os pimentos pequenos com casca fina aos grandes e pesados.

VAI PRECISAR DE • Cerca de 50 pim entos picantes ainda com caule • C ordel de algodão leve • A ram e leve d e V • Alicate • Luvas de látex


1. D eixe que os p im e n to s percam hu m id a d e e repousem d u ra n te um ou dois dias, num local com boa ventilação. Os caules dos p im e n to s acabados de c o lh e r são fráge is e p o d e m p a rtir-se q u a n d o com e çar a en tra n çá -lo s para fo rm a r a réstia.

2. Para com eçar, ate um g ru p o de trê s p im e n to s pelos caules. Segure os p im e n to s pelos caules e en role o c o rd e l à vo lta deles duas vezes.

3. Em seg uida, s e g u ra n d o no g ru p o de m o d o que um p im e n to fiq u e à fre n te dos o u tro s dois, en role o fio no se n tid o dos p o n te iro s d o re ló g io , em v o lta d o p rim e iro p im e n to , e p u xe -o para cima e n tre esse e os o u tro s dois. A p e rte o fio com firm eza em v o lta d o caule d o p im e n to da fre n te .

4. Faça uma argola de c o rd e l em vo lta da sua m ão e de p o is torça-a . Passe a argola p o r cim a dos trê s caules e a p e rte com firm eza.

5. Repita os passos 3 a 5. A te o u tro g ru p o de trê s p im e n to s a cerca de 5-7 cm d o ú ltim o . C o n tin u e a acrescentar gru po s de 3 p im e n to s até o c o rd e l te r en tre 60 a 150 cm de co m p rim e n to . O c o m p rim e n to deve ser m e n o r para pim e n to s gra nd es e pesados e m aior para p im e n to s pe qu en os. Se quiser fazer uma réstia m ista, use p im e n to s da mesma va rie d a d e em cada g ru p o de três.

6

. Faça uma pequena argola nas duas e xtre m id a d e s d o arame, com um alicate. Pendure o aram e num local só lid o que s u p o rte algum peso. Um gancho, um p re g o , uma m açaneta, a o m b re ira de uma p o rta ou um estendal servem p e rfe ita m e n te .

7.

Escolha o c o rd e l de p im e n to s com que deseja com e çar a réstia. Para a réstia m ista, p re firo os p im e n to s gra nd es em ba ixo e os pe qu en os em cim a, mas o p ro je to é seu, p o rta n to faça com o preferir.

(continua na página seguinte)


(continuação da página anterior)

8.

Encoste o prim eiro g ru p o de pim entos po r cima e ao lado da argola na extrem ida de in fe rio r d o arame e entrance os caules e o cordel com o arame. Sei que isto deve parecer uma loucura, mas ju ro que fará sen tido quando estiver a entrançar. É m uito parecido com entrançar o cabelo, com o arame a fazer a vez da prim eira madeixa e os caules de pim en to no lugar das outras. Torça os pim entos e o cordel em volta do arame, até o g ru p o estar firm e m e n te preso.

9. Empurre cada g ru p o de pim entos pe lo arame abaixo, à m edida que fo r entrançando, para que os grupos fiquem bem arrum ados em cima uns dos outros. Se quiser, em purre os pim entos de m od o que cada um fiq u e virado numa direção diferente. C ontinue a entrançar os grupos até gastar to d o s os cordéis com pim entos.

10. Tradicionalm ente, as réstias rem atam -se com um grande pedaço de ráfia, barbas de m ilho ou fita , ata do com o se fosse um laço a en fe ita r um bolo. Em alternativa, deixe-o tal com o está: a escolha é sua.

11. Pendure a réstia ao sol, para secar. Um alpendre ou um terraço com uma cobertura e boa circulação do ar tam bém servem. Um canto seco num local c o b e rto é igualm ente p e rfe ito . O im p o rta n te é que a réstia não to q u e em nada e que o ar circule bem em volta dela, para evitar o bolor.

12. Examine de vez em quando a sua réstia e arranque ou corte os pim entos que tiverem apod recid o. O processo de secagem po d e levar algumas semanas, mas nada im pede que vá arrancando e usando os pim entos de que precisar. C e rtifiqu e-se de que o p im en to não tem bo lo r antes de o usar numa enchilada.


Guardar no Congelador A congelação é um dos métodos mais seguros e fiáveis para conservar, a longo prazo, toda a frescura dos sabores - por alguma razão se diz «fresco como um produto congelado». Os legumes que congelamos em casa são muito mais frescos do que as versões à venda no supermercado. Congelar é também tremendamente fácil; alguns alimentos requerem pouco mais do que umas aparadelas com a faca antes de seguirem para o congelador. Infelizmente, este processo não é o mais eficiente, do ponto de vista energético. Por esse motivo, é mais sensato reservar este tipo de armazenamento para os produtos hortícolas que, após algum tempo no congelador, retêm a frescura típica dos alimentos acabados de sair da horta, e aplicar métodos como a conserva ou a secagem, que dispensam máquinas devoradoras de energia, aos restantes.

Congelar Legumes e Frutos Muitos legumes e frutos reagem bem a um período no congelador, incluindo feijões, beterraba, pequenos frutos, brócolos, cenouras, couve-flor, milho, melão, pêssegos, ervilhas, pimentos, ruibarbo, espinafre, tomate

Remova a rija casca dai âbót abóbora, antes de a branquear e congelar.

e abóboras de inverno. Até as maçãs e as peras podem ser congeladas, desde que primeiro as descasque e descaroce, podendo juntar-lhes um pouco de sumo de limão, para evitar a descoloração. Não congele os legumes que são melhores em cru, como pepinos, alface, verduras e rabanetes - o resultado é péssimo e um pouco repugnante. O repolho e a couve-galega amolecem, mas são excelentes para usar em sopas onde a consistência não importa. PARA C O N G E LA R

Lave e corte os produtos acabados de colher que não estejam demasiado maduros. Os pequenos frutos, melões e pimentos não requerem branqueamento (um banho de água a ferver), mas, de uma maneira geral, os outros precisam. O branqueamento impede o avanço das enzimas, evitando que elas convertam os açúcares dos produtos acabados de colher no insípido e desinteressante amido. Além disso, ajuda os alimentos a reter o seu valor nutricional e a sua integridade (veja mais pormenores na página seguinte). Os pequenos frutos colocados dentro de um saco ou de uma caixa congelam imediatamente, formando uma massa sólida que, ao descongelar, passa a uma espécie de papa. Se quiser os pequenos frutos inteiros e firmes, espalhe-os em tabuleiros e embale-os depois de congelados.


COMO BRANQUEAR FRUTOS E LEGUMES 1. Para branquear, m ergulhe pequenas quantidades de frutos e legum es cortados ou inteiros em água a ferver.

2. Cubra com a tam pa e espere que a água volte a levantar fervura, dando início ao processo de branqueam ento. O te m p o que os pro du to s devem estar ao lume depende do seu tip o e das suas dim ensões (ver tem po s aproxim ados abaixo).

3. Retire os pro du to s rapidam ente com uma colher pe rfurada e coloque-os num alguidar ou lava-louça cheio de água gelada, para in te rro m p e r o processo de cozedura.

4. Q uando eles estiverem frios, escorra-os e enxugue-os antes de os em balar em sacos

C o n g e la r Ervas A ro m á tic a s e Flores C om e stíveis Para congelar ervas aromáticas acabadas de

pró prio s para congelação ou caixas

colher, como manjericão, endro, coentros, salsa,

reutilizáveis. Congele doses pequenas,

orégãos e estragão, pique as folhas, coloque-as

suficientes para uma refeição. Tente extrair

dentro de cuvettes de gelo e preencha os cubos com

o m áxim o de ar possível das em balagens

água. Depois de gelados, retire-os para sacos

e certifiq ue -se de que estas ficam

próprios para congelação, onde ficarão disponíveis

herm eticam ente fechadas.

em doses controláveis. As folhas texturadas de ervas aromáticas como a salva e o alecrim mantêm o sabor, a cor e a textura quando congeladas

TEMPOS PARA BRANQUEAR LEGUMES E FRUTOS Os tempos aproximados para o branqueamento referem-se a pequenas doses. Feijões: 1-3 minutos Brócolos: 1-3 minutos Cenouras: 2 minutos Couve-flor: 3 minutos Milho (maçaroca inteira): 3-4 minutos Pêssegos (inteiros): 1 minuto Ervilhas: 1-3 minutos Pimentos: 2 minutos Tomates (inteiros): 45 segundos Abóbora de inverno: coza por completo antes de congelar

inteiras. Pode guardar, em sacos próprios para congelação, o manjericão, os coentros ou a hortelã, que o seu aroma será preservado, mas as ervas ficam empapadas e, atrevo-me a dizer, pouco apetitosas. O método resulta quando elas se destinam a ser usadas em cozinhados - basta cortar a porção desejada e devolver o resto ao congelador -, mas não as use como guarnição. Apesar do pessimismo do parágrafo anterior, recomendo vivamente que misture uma boa quantidade de manjericão com azeite e uma pitada de sal. Esta pasta do tipo pesto, sem queijo nem frutos secos, dura oito meses ou mais no congelador, dentro de sacos hermeticamente fechados.


C on servas A preparação de conservas é uma arte genial. Os alimentos sabem tão bem como se estivessem frescos e podem ser guardados durante meses sem se consumir eletricidade. Antigamente - ou melhor, «nos bons velhos tempos»

todas as pessoas tinham a despensa cheia

de filas de frascos disto e daquilo, preparados em casa a partir de produtos que elas próprias cultivavam. Hoje, a norma é os adultos e as crianças crescerem como eu, incapazes de reconhecer alimentos que não lhes cheguem dentro de latas ou saiam do congelador. Fiquei totalmente perplexa, para não dizer aterrada, com a descoberta de conservas na casa de campo da minha bisavó. Levei uns bons minutos até perceber que os objetos que boiavam no líquido colorido contido nos frascos eram pêssegos e tomates e não personagens de um filme de terror tornado realidade. A verdade é que ainda reagimos com alguma desconfiança a conservas preparadas em casa e com toda a razão. Muitas das histórias assustadoras que ouvimos sobre o botulismo e outras doenças potencialmente fatais transmitidas por alimentos não são uma brincadeira e devem ser levadas a sério. No entanto, com algumas precauções e cuidados, até no mais minúsculo apartamento qualquer pessoa pode acumular um fornecimento de provisões para o apocalipse e ainda por cima divertir-se a fazê-lo!

CONSELHOS PARA CONSERVAS SEGURAS • Siga receitas e procedim entos atualizados, divulgados ao longo dos últimos dez anos, aproximadamente. Os antigos panfletos sobre conservas muitas vezes não respeitam os padrões de segurança contemporâneos. • Estreie-se preparando conservas com elevado teo r de acidez, como picles, e, em seguida, depois de ganhar experiência, passe a outros produtos fáceis e seguros, como tomates e puré de maçã. • Não tente conservar legumes com baixo teor de acidez (por exemplo, feijões e cenouras) em água, a não ser que disponha de uma panela de pressão. As conservas de alimentos com baixo teo r de acidez só são seguras quando esterilizadas a uma tem peratura muito elevada que não se atinge numa vulgar panela com água a ferver. • Prepare quantidades pequenas de cada vez, para trabalhar com calma e sem entrar em pânico. • Demasiado enervante a ideia de conservar a longo prazo? Faça pequenas doses de picles,

chutneys e geleias e guarde no frigorífico, onde se manterão em excelente estado durante algumas semanas.


PROCESSO DE AQUECIMENTO 0 passo seguinte, o processo de aquecimento ou banho de água a ferver, é importante porque cria o vácuo, garantindo o fecho hermético dos frascos, além de destruir quaisquer microrganismos remanescentes que se tenham introduzido ao encher os frascos. Quando todos os frascos estiverem cheios, tapados e prontos para a luta, coloque-os de pé no cesto da panela de pressão, certificando-se de que não irão embater uns nos outros. Verifique se estão completamente submersos, com pelo menos 5 cm de água acima deles. Tape a panela e deixe a água ferver. Ligue o cronómetro só nesse instante. Nota: Uma vez que a água ferve a temperaturas mais baixas a maiores altitudes, tem de deixar os frascos ferver durante mais tempo se viver num sítio alto. Acrescente 1 minuto ao tempo de fervura por cada 30 metros acima do nível do mar. A R R E F E C IM E N T O

Quando o cronómetro apitar, desligue 0 lume e deixe tudo assentar antes de retirar os frascos da água com o auxílio do cesto. Ponha os frascos a arrefecer em cima de uma tábua de madeira e espere até ouvir o famoso estalido que anuncia Jogue pelo seguro e opte por frascos próprios para conservas caseiras. Pode usar frascos que tenha em casa, mas compre sempre tampas novas.

um fecho hermético bem-sucedido. Deixe passar 24 horas e verifique se 0 vácuo se formou dentro dos frascos. Pressione suavemente o centro de cada tampa. Se ela ceder e continuar côncava, pode guardar o frasco com toda a segurança. Coloque os frascos que não estiverem hermeticamente fechados no frigorífico e consuma-os de imediato.

G u a rd a r C o n s e rv a s Guarde os seus frascos num local fresco e seco, ao abrigo da luz. Uma despensa ou armário próprio é o ideal, mas nem todas as pessoas têm esse espaço disponível. Se é esse o seu caso, volte a guardar os frascos nas caixas compartimentadas em que os trouxe da loja e arrume-as debaixo da cama, do sofá, ao fundo de um armário. Só é preciso não esquecer onde as arrumou! Consuma tudo no prazo de um ano.


SINAIS DE DETERIORAÇÃO C e r tifiq u e -s e d e q u e os seus fra s c o s n ã o e x ib e m os s e g u in te s sin ais d e d e te r io r a ç ã o a n te s d e os s e rv ir ao a lm o ç o , o u , p io r a in d a , d e os o fe r e c e r a a m ig o s ! N ã o h e s ite e m d e it a r im e d ia ta m e n te fo r a o fra s c o d e t e r io r a d o e la v e as m ã o s a n te s d e m e x e r se ja no q u e fo r! B o lh a s M in ú s c u la s : As bolhas, mesmo as

mais minúsculas, são giras e divertidas no champanhe mas não auguram nada de bom numa conserva. Deite fora tud o o que liberta r gás quando abrir o frasco. C o r A lte r a d a : Primeiro era cor de alperce,

agora está âmbar. O alho e a couve-flor tendem a alterar a sua cor natural nas conservas (por reagirem ao vinagre), mas uma mudança de cor significativa, por exem plo, nas geleias, pode significar problemas. B o lo r: Tanto no frasco com o fora dele, só

po de significar uma coisa - é para deitar fora. Veja se há b o lo r na tam pa ou no conteúdo. O b o lo r fora do frasco pode indicar que o alim ento no seu interior se estragou e escorreu para fora. V is c o s id a d e : Não vai querer nada com

conservas que adquiriram uma textura viscosa. Deite-as fora!

A z e it e nas C o n s e rv a s : Basta uma go ta

de azeite para baixar o pH da sua receita. Por uma questão de segurança, não use azeite em conservas feita s em casa.


R E C E IT A

T om ates M elh o res-d o -q u e-o s-en la ta d o s

Quando éramos pequenos, eu e o meu irmão fomos muitas vezes obrigados a comer os empapados tomates enlatados que se encontravam à venda nas lojas, numa caixa, acompanhados com queijo. A recordação dessa refeição repugnante levou-me a repudiar a ideia de fazer conserva de tomate até que, finalmente, um dia, resolvi arriscar. Esta receita é uma espécie de introdução à preparação de conservas; qualquer principiante poderá realizar este projeto com êxito. Conservar tomates sem adicionar outros ingredientes permite tê-los à mão sempre que são necessários numa receita. 1.

Esterilize vários frascos d e m e io litro d e c a p a cid a d e e as respetivas argolas d e enroscar, s e g u in d o as in dica çõe s da pá gina 191.

2.

Leve a fe r v e r 1 litr o d e á g u a d a to rn e ira o u d e s tila d a . Será usa da p a ra a c a b a r d e p re e n c h e r os fra s c o s d e to m a te .

3.

R e tire a p e le aos to m a te s b ra n q u e a n d o -o s d u ra n te 45 s e g u n d o s , d e a c o rd o c o m as in s tru ç õ e s d a p á g in a 188.

• 5 quilos de tomate-chucha • Sumo de limão

4.

Q u a n d o os to m a te s e s tiv e re m frio s e sem p e le , re m o v a -lh e s o c e n tro c o m um a fa c a a fia d a . C o rte os to m a te s g ra n d e s e m c u b o s d e 5 cm e c o lo q u e -o s n u m a tig e la g ra n d e . D e ix e

Nas conservas, use os melhores tomates. Os que estiverem demasiado maduros, podres, amolgados ou empapados podem baixar o pH da conserva ou estragá-la. Os tomates vermelhos, negros e laranja são os melhores, porque a maioria das outras variedades é muito menos ácida. Conserve as diversas variedades em frascos diferentes e cole uma etiqueta em cada um, para seis meses depois saber o que está a saborear.

os to m a te s p e q u e n o s in te iro s .

5.

Encha os fra s c o s e s te riliz a d o s co m os to m a te s , d e ix a n d o 1,2 cm d e e s p a ç o a té à b o rd a .

6

. J u n te 1 c o lh e r d e s o p a d e s u m o d e lim ã o a ca d a fra s c o . P re e n ch a os e s p a ç o s e n tre os to m a te s co m á g u a a fe rv e r, c e rtific a n d o -s e d e q u e c o n tin u a a h a ve r

1,2

cm d e e s p a ç o va zio

e n tre e le s e a b o rd a .

7.

T a p e os fra s c o s e m e rg u lh e -o s e m á g u a a fe r v e r d u ra n te 45 m in u to s , c o n fo rm e in d ic a d o na p á g in a 192.


B a n h o Á c id o : C o n s e rv a r e m V in a g r e Devido ao seu elevado teor de acidez, o vinagre é excelente para manter afastados os microrganismos nocivos. Quase tudo,

A colorida com binação de cebola e couve-flor roxas deu um tom rosado a esta conserva caseira.

incluindo ervas aromáticas, legumes, pequenos frutos e casca de melancia, adquire um sabor delicioso depois de demolhado em vinagre. No entanto, não é uma forma muito nutritiva de

Faça uma im itação de alcaparras com botões

conservar alimentos. Há uma razão para nunca ter aparecido

de chagas. A rranque-os quando se começam a fo rm a r e ainda estão bem fechados.

uma dieta inteiramente à base de picles: toda aquela acidez, em geral acompanhada de uma quantidade enorme de sal, tende a sugar as vitaminas e os minerais dos alimentos. Felizmente, em geral, usamos os picles e vinagres em pequenas porções, apenas como condimento, à exceção dos pepinos de conserva temperados com endro. Experimente as receitas que se seguem e, quando se tornar especialista, entre com confiança e criatividade no mundo maravilhoso dos picles.

Deixe-os de m olho du ran te uma semana numa tig e la com vinagre branco, tapada, e em seguida verta para um frasco herm eticam ente fechado, de acordo com o p ro ced im en to descrito nas páginas 189-92.


RE C E I T A

V in agres de Flores e E rvas A rom áticas

Prendas excessivam ente decoradas, rematadas com ráfia e flores falsas, deram um a má reputação aos vin agres com ervas, nos anos 1990, mas vale a pena voltar a essa moda. Umas gotas de um vin agre ácido e aromatizado alegram um a refeição sem graça. Deite um pouco nos molhos ou em m arinadas para carnes e legum es. Use a sua versão especial para dar um sabor único a conservas, mostarda e m aionese caseiras. Tenha sempre um ou dois frascos à mão, para usar em tudo o que pedir vinagre.

1.

Leve o v in a g re a lu m e b ra n d o até aq ue cer, mas sem fe rv e r. O o b je tiv o é e x tra ir o a ro m a das ervas e não cozinhá-las. Use um a caça rola de aço in o x id á v e l, e sm a lte ou v id ro , p o rq u e o v in a g re p o d e re a g ir com os o u tro s m etais.

2.

C o rte ou e s b o ro e as ervas secas em p e d a ço s co m 5-7 cm e m eta-a s d e n tro de um fra sco para conservas, lavado, co m m e io litro de c a p a c id a d e . E sm ague lig e ira m e n te as s e m e n te s e os caules, para a p ro v e ita r ao m á x im o as suas ervas.

3.

C u b ra as ervas p o r c o m p le to co m o v in a g re m o rn o . A n te s d e fe c h a r h e rm e tic a m e n te o frasco, ta p e -o co m um a rolha , p lá s tic o ou p a p e l e n c e ra d o , p o is o v in a g re p o d e re a g ir co m o m e ta l!

• 2 V2 chávenas de vinagre • 1 ou 2 punhados de ervas frescas

4.

G uarde o frasco num local ao abrig o da luz, durante uma ou duas semanas,

ou secas, o suficiente para encher

até o vin a g re a p re se n ta r um c h e iro e um g o s to d e licioso s. As ervas

o frasco

com p a rte s flo ra is d e lica d a s (chagas) re q u e re m um a sem ana ou m enos; as qu e tê m caules lenhosos (alecrim ) d e vem e sta r m e rg u lh a d a s d u ra n te mais te m p o . Se o vin a g re ainda lhe p a re ce r p o u c o sab oro so, co e -o

Torne o seu vinagre mais ousado juntando-lhe malaguetas, dentes de alho, grãos de pimenta, especiarias ou mesmo pequenos frutos.

num filtr o de p a pe l, d e ite fo ra as ervas, sub stitua-a s p o r ou tra s frescas e d e ix e -o to m a r-lh e s o g o s to d u ra n te mais a lgu m te m p o .

5. Q u a n d o o v in a g re a p re s e n ta r o a ro m a e o s a b o r d e se ja d o s, co e -o , re tire as ervas e d e ite -o n o u tro fra s c o lavado. E sterilize o fra sco se p re te n d e g u a rd a r o v in a g re d u ra n te um m ês ou m ais. Veja na p á g in a 191 c o m o e s te riliz a r os frascos.

Total: cerca de 0,5 litros


A ESCOLHA DOS INGREDIENTES Com bons ingredientes, obterá bons resultados. Escolha apenas as melhores ervas frescas ou secas. Use vinagre de vinho de arroz ou vinho branco pe lo seu travo suave, quase frutado. O vinagre de cidra liga bem com ervas de aroma intenso, mas não use o vulgar vinagre destilado, cujo gosto é dem asiado prosaico para as ervas que tanto lhe custaram a cultivar.

Não há limites no que toca a escolher e com binar os sabores a infundir no vinagre. Experim ente o aroma pro fu nd o do manjericão African Blue, da salva, das chagas ou da monarda. Ervas pouco vulgares, como pim pinela-m enor, cerefólio e hortelã, tam bém são saborosas. Com manjericões-roxos e perila-verm elha fazem-se vinagres intensos e coloridos e com chagas obtém -se um líquido alaranjado. Faça experiências com sementes, flores, caules e folhas.

MISTURAS DE ERVAS A EXPERIMENTAR Travo A m a rg o : Endro, chagas, erva-cidreira Travo a Limão: Manjericão-lim ão, erva-príncipe, tom ilho-lim ão Ervas Italianas: Manjericão, orégãos, tom ilho S carb oro ugh Fair: Salsa, salva, alecrim, tom ilho M anjericões-R oxos: Purple Ruffles, Thai, m anjericão Cinnamon Frescura A zul: Flores de borragem , pim pinela-m enor Funcho F rutad o: Sementes de funcho, perila


Tabela de Sementeira e Plantação • Escreva a «Data da Ultim a Geada» na sua região, no espaço d isp o n ib iliza d o . • C om o auxílio de um calendário, calcule a «Data da Plantação» som ando ou su b tra in d o a data de «Levar para o A r Livre» (núm ero de semanas) à «Data da Ultim a Geada». • Calcule a «Data da Sem enteira» su b tra in d o o «Período de C rescim ento» à «Data da Plantação».

PRODUTO

DATA DA SEMENTEIRA

PERÍODO DE CRESCIMENTO

LEVAR PARA O AR LIVRE

LEGUMES •

Feijões

semanas de po is

Beterrabas

2

semanas antes

Brócolos

6

semanas

3 semanas antes

Couve

6

semanas

3 semanas antes

Cenoura

1-2

semanas antes

C o u ve -flo r

4 -6 semanas

Na últim a geada

Pepino

2-4 semanas

1-2

Beringela

6-9 semanas

3 semanas de po is

semanas de po is

A lface e verduras

Solo capaz de ser tra b a lh a d o

Repolho

4 semanas antes

A lh o-fran cês •

C ebola

Ervilhas Pim ento

semana de po is

4 -6 semanas antes semanas

8 -10

3-4 semanas

2

semanas d e p o is

2

semanas antes

2-3 semanas antes 3-4 semanas antes 3-6 semanas antes

Espinafre 2-4 semanas

2

semanas de po is

2

semanas antes

semanas

1

semana d e p o is

5-7 semanas

2

semanas d e p o is

Acelga Tom ate

1

2-3 semanas antes

Rabanete

A b ó b o ra •

semanas

Batata A b ó b o ra -m e n in a

10 -12

6-8

FLORES COMESTÍVEIS E ERVAS AROMÁTICAS M anjericão •

Calêndula

0-1

C o en tro

Solo capaz de ser tra b a lh a d o

Endro

Solo capaz de ser tra b a lh a d o

Chagas Salsa

Girassol

DATA DA ÚLTIMA GEADA:

• Indica sementeira direta no solo.

0 -2 8 -10

semanas

2

semana de p o is

semanas de p o is

semanas antes

0-1

semana de p o is

DATA DA PLANTAÇÃO


G lossário • Anuais: plantas com flo r que com pletam o seu ciclo de vida num ano, da germ inação até à m orte. G erm inam , desenvolvem folhas e raízes, produzem flores e sementes e m orrem no prazo de um ano.

• Bianuais: plantas com flo r que com pletam o seu

a si mesmas com êxito, o que resulta na produção de frutos (ou sementes). • P la n ta s d e a u to s s e m e n te ir a : as que produzem

sementes e germ inam sem intervenção humana. • P la n ta s d e p o lin iz a ç ã o a b e r t a : aquelas que

ciclo de vida em dois anos. G erm inam e

resultaram de polinização natural. Estão

desenvolvem folhas e raízes no prim eiro ano,

identificadas na em balagem por«O P».

produzindo flores e sementes antes de morrerem , no segundo ano.

• Cotilédones: prim eiras folhas a aparecerem quando a sem ente germ ina. Embora tenham o aspeto de folhas, na verdade são uma reserva alim entar em brionária que faz parte da semente.

• Envasar: plantar uma muda num recipiente ou vaso.

• Espécie: g ru p o de plantas com características

• P la n ta s e s p o n tâ n e a s : as que aparecem em

locais on de não foram semeadas intencionalm ente, geralm ente em resultado de autossementeira. • P la n ta s h íb r id a s : variedades resultantes do

cruzam ento em m eio con tro la do entre duas espécies intim am ente relacionadas, com o o b je tivo de o b te r de term in ado resultado. As plantas híbridas são quase sem pre criadas para

comuns que podem ser cruzadas umas com as

resistirem em climas inóspitos e para serem

outras.

menos suscetíveis a doenças e à infestação por

• Espigar: as plantas, com o a alface, o rabanete e o espinafre, espigam quando produzem flores e sementes prem aturam ente, de vid o a sol e calor intensos. •

• P la n ta s a u to p o lin iz a d o r a s : as que se polinizam

Folhas verdadeiras: as prim eiras folhas que aparecem depois dos cotilédones.

• Microclimas: bolsas de condições localizadas onde o clima difere d o característico da área circundante. Lagos, passeios, muros, escadas de serviço, edifícios altos, árvores, fábricas e estradas são alguns fatores que podem alterar as condições num jardim ou horta.

• Perenes: plantas com flo r que vivem mais de dois anos e não m orrem após a floração.

• Planta delicada: que não suporta as condições das geadas.

insetos. Estão identificadas na em balagem por «F1». • P o lin iz a ç ã o c ru z a d a : transferência de pólen

entre duas plantas diferentes. • R e s is te n te : planta que suporta tem peraturas

extremas. Estas plantas sobrevivem a tem peraturas m uito baixas no inverno. • V a r ie d a d e s : subcategorias de uma espécie que

diferem em certas características, com o a cor da folha, a cor d o fru to ou a forma. • V a r ie d a d e s a n tig a s : variedades de polinização

aberta, que perm aneceram inalteradas na mesma área durante pelo menos 50-100 anos.


ín d ice R em issivo Nota: as páginas indicadas a negro

amoras, 43,169

contêm a informação principal sobre

amores-perfeitos, 17,18,43,142,143

determinada planta.

angélica, 43,149

A

cebolas, 14, 37, 38, 96, 98-99 guardar, 175,179,180 receita, 198-99

aranhas, 74

cebolas, família das, 96-99

armazenar hortícolas, 175- Ver

cebolas, guardar em meias, 180

abelhões, 37

também guardar, sacos feitos

cebolinho, 17,43 , 9 6 , 9 8 , 143,161

abóbora, 114-17. Ver também

com panos da louça, 176-77

cebolinho-chinês, 37,43, 96, 9 8 , 142

abóboras de inverno;

arroz, 43

abóboras de verão

azeda-da-horta, 43, 95,142,143

abóbora-menina, 114, 1 1 6 , 175

azoto, 62, 63,83,100

abóboras de inverno, 114 -16 , 175,187

acelga, 20, 33 , 38, 43 , 119 aclimatação 30

receitas 111,198-99 centáurea, 143 cerefólio, 37,43,142,143

abóboras de verão, 11 4 -16 , 117,171, 175

cenouras, 38,107,1 0 9 , 175,187

chá, 142,154-55 chá de consolda, 64

B batatas, 69,70,110, 169

afídeos, 37, 68,73

guardar, 110,175

chagas, 37, 43 , 142, 143, 157, 158 receitas, 195,196-97

receita, l l l

chalotas, 96, 98-99

agrião, 43,143

batatas no contentor do lixo, 112-13

circulação do ar, 29, 32 -33 , 73

agrião-da-terra, 14-15,17,142

begónia-tuberosa, 22-23,143

citrinos, 128-29

alcachofras, 20, 33

beldro, 43, 95

Claytonia, 17, 95

beldroega, 43, 95

cobertura de fileiras, 75

alcachofras-de-jemsalém, 22, 33, 43, 107,10 9 , 198-99

beldroega-de-inverno, 17,95

cobrir o solo, 60-61

alcaravia, 142,143

bergamota selvagem. Ver monarda

coentro (coriandro), 37, 38, 150

alecrim, 31, 33,142,160

beringela, 91,169

colheita, 168-73

beterrabas, 14,107,1 0 9 , 187

colheitas de couves. Ver brássicas

receitas, 155,161,196-7 alface, 14, 37, 38 , 93 , 9 4 , 187 em vaso, 16,17,93,142

bocas-de-lobo, 143

compostagem, 45,46-49

alface-de-caule, 95

borragem, 37,43,143, 14 8 , 197

congelar hortícolas, 187-88

alface-de-cordeiro, 94

borras de café, 63, 64

conservas 189-99

alfafa, 14

branquear legumes, 187,188

ensinamentos básicos 189-93

alfazema, 2, 31, 37, 43 , 143,152

brássicas, 72, 85-87

picles e vinagres, 195-99

brócolos, 14, 37, 38, 85, 86,187

receitas, 105,147,194,196-7,

em vaso, 142,152

receitas, 111,198-99

receitas, 155,161

colheitas de inverno, 38

algas castanhas, 62, 63

C

198-99 consociação, 22, 34, 39

alho, 37,96, 9 8 , 175,179

cálcio, 63,72

controlar pragas, 66

calêndula, 17,37, 38,142,143, 149

contentor com vermes, 46, 63, 64, 65

alhos-franceses, 20, 96, 98

camomila, 22,142,150

couve, 14, 37,18, 85, 86,175

alho-social, 43

canteiros elevados, 42,44-25

couve-flor, 50, 85, 8 6 -8 7, 187,198-99

Allium, Ver cebolas, família das

caracóis, 71

couve-galega, 187

alvéolos feitos com rolos de papel

catária, 37,142,143

cravinas, 142,143

cebola de semente, 99

cravo-de-defunto, 37,142 ,143

receitas, 196-7,198-9

higiénico, 27


guardar/consfirvas, 175,179, 187

cravo-de-defunto mexicano, 37 cultivo em vasos, 50-57, 62, 80,142

receita, 198-99

hortn plevadn, 44 4!) hortaliça». Ver verduraN

cunquate, 128-129,132,133

feijão azu ki, 14

hortas comunitárias, 19

curgetes, 114,117,171,175

feijão-mungo, 14

hortas em parapeitos, 16-17

feijoca, 27, 33, 43, 83, 84

D

ferro, 63

desbastar plântulas, 29

fertilizar, 54, 62-65,77

doenças, 66, 72-73,77

vasos, 53, 54, 62

doríforo-do-colorado, 69

plântulas em locais cobertos, 29

rebentos, 14-15 hortelã, 17, 31, 37,43,143,156 em vaso, 142 receitas, 89,155,161 horticultura «de guerrilha», 19

flores comestíveis, 20, 22,140-65,171

E edamame. Ver soja emulsão de peixe, 62, 63 endívia, 95

erva-cidreira, 43,142, 1 5 3 , 155, 196-97

erva-de-trigo, 14

em parapeitos, 16,17

para vaso, 17, 142 perfis aromáticos das flores

intervalos entre as plantas, 34, 39

receitas, 151,154-55,196-97 fósforo, 62, 63 framboesas, 169 frutos, 128-39 guardar, 175-76

erva-príncipe, 43,197 ervas aromáticas, 22,140-65,171

I insetos benéficos, 37, 61, 68, 74, 75

comestíveis, 143

endro, 20, 37,4 3 , 143 , 151, 197 erva-armoles, 95,142

guardar/conservas, 177,180,188

secar, 179 funcho, 20,43,143,161,196-97 funcho-púrpura. Ver funcho

guardar/conservas, 177,180,188 receitas, 118,154-55,161,196-97 ervas aromáticas para sobremesas, 142

J jasmim, 155

L lagarta do tomateiro, 72 larvas mineiras, 71 legumes, 80-127 branquear, 187,188 em vaso, 50-51, 80

G

guardar,^.75-76

gatos, 76

secar, 179

gengibre, 155

legumes de raiz, 107-13,169 receita, 111

ervas daninhas, 61

girassóis, 14 , 165

ervilhas, 14, 37, 38, 43,100-101,187

groselha-espim, 4 3 ,135, 135

leguminosas, 37, 63, 83,100

escaravelho-do-feijão-mexicano, 70

groselhas, 4 3 , 13 4 ,13 5

leite diluído, vaporizar com, 77 lentilhas, 14

escaravelho-do-pepino, 67, 69 escaravelhos-japoneses, 70

H

lesmas, 64, 71, 75

espargo, 198

hérnia, 72

levístico, 143

espinafre, 14 , 17, 38 , 4 3 , 9 5 , 187

hibisco, 155

limas, 132

espinafre-morango, 95

higiénico, 27

limoeiro Meyer, 132

esquilos, 76 estacas, 31 estévia, 143 estragão, 142,143,161 estrume, 46, 48, 60, 64 estrume de capoeira, 48, 60, 64

batatas no contentor do lixo, 112-13 plantas comestíveis em parapeitos, 16-17 tomates «de pernas para o ar»,

limões, 132 louro, 143 lúcia-lima, 31,143,155, 156 lúpulo, 22 luz, 16, 29, 32-33. Ver também

126-27

sombra; sol

hissopo, 143,155. Ver também

F

hissopo-anisado

feijão, 37, 38, 8 3 -8 4 , 171. Ver também feijoca

hissopo-anisado, 43,143,144, 155, 161

M maçãs, 187 magnésio, 63


malaguetas, 16,17,42,102-5 receitas, 196-97,198-99

em vaso, 16,17,142,158

faça uma réstia 184

receitas, 161,196-97

legumes que não exigem espaço

réstia, 184-86

14

malvas, 31,142,143 receitas, 155,161 manjericão, 31, 37 ,1 8 , 1 4 3 , 1 4 4 _7 em vaso 17,142,145 guardar/conservas, 177,188 receitas 147,155,161,196-7 manjerona, 4 3 , 1 4 3 ,158 em vaso, 16,17,142,158 V er

calêndula

marmotas, 76 melancias, 136,137,169 melão-vulgar, 137 melões, 1 3 6 -3 7 , 169,187 melóquia, 95 Mexican Sour Cucumber, 22, 43, 90 microclimas, 33 microverduras, 14-15, 92 míldio, 7 3 , 77 milefólio milho, 33, 38,187 mirtilos, 22, 3 3 , 1 3 0 -3 1 , 179 m iz u n a , YJ,

142

monarda, 37 , 4 3 ,14 2 , 1 4 3 ,14 8 ,1 5 5 morangos, 20, 22, 37,138-39 morangos e ervas aromáticas, 142 construa uma horta elevada, 44_45 faça uma réstia, 184-86 moscas-da-cenoura, 69 mostarda-da-índia, 14, 37, 9 5 murchidão das plântulas, 73

plantas comestíveis em

pectina, 147,190

d a ik o n ,

parapeitos 15

perila, 20,143,159,162 receitas,

plante e esqueça (ou quase) 54

155 ,16 3 , 1 9 6 -9 7

tomates “de pernas para o ar” 126

pássaros, 76

vaso com morangos e ervas

pepino-espinhoso, 43 pepinos, 88-90,187,198-99

aromáticas 142 pulgões, 70

peras, 187

Q

pêssegos, 155,187

quebra-ventos, 33

pimentos, 20,43,102-5

quenopódio-branco, 61, 95

conservas,

179 ,184-86,187

receitas, 105,198-99

14

nabos, 38 nigela, 142,143 nutrientes, falta de, 63,72

quiabos, 37 , 4 3 ,1 7 5 quinoa, 95

pimpinela-menor, 4 3 , 9 5 , 1 4 3 ,1 9 7 piteira-da-índia, 43

R

plantar por baixo, 37, 38, 95

rabanetes, 37 , 3 8 , 4 3 , 107 , HO,

plantas antigas, 20, 24

germinar, 14

plantas comestíveis em parapeitos,

gu ard ar/conservas, 175,187

143

receita, 198-99

16-17 plantas ornamentais e jardins, 20-21,22

rebentos, 14-15

plântulas, 29-30, 73

receitas

podridão apical, 63,72

caldo de legumes muito fácil 118

polinização aberta, variedades de,

chá de ervas gelado 154

24

pragas, 49, 66-71 plantas repelentes de insetos, 37,

cubos de gelo floridos 151 d ip

de curgetes assadas 117

geleia de manjericão dark opal 147 delicioso de pimentos

68,69, 7 0 ,7 1 pragas animais, 76

k e tc h u p

preservar, 174

molho de tomate black plum

congelar, 187-88 conservas, 189-99 secar, 179-86

N nabo

multiplique as suas plantas 31

pampilho, 95

pequenos frutos, 175,187,197

receita, 161 maravilha.

P

projetos alvéolos feitos com rolos de papel higiénico 27

vermelhos 105 fumado 124 picles de tudo menos o lava-louça 198 sal ou açúcar com ervas 161 sopa fria e refrescante de pepino, hortelã e iogurte 89

batatas no contentor do lixo 112

supergranizado de perila 163

citrinos em vasos 132

tiras de raízes assadas l l l

O

construa uma horta elevada 44

tomates melhores-do-que-os-

oídio, 7 3 , 77

faça um saco com um pano da

orégãos, 31, 4 3 , 1 4 3 ,158

louça 176

-enlatados 194 tomates secos no forno 182


vinagres de flores e ervas aromáticas 196 recipientes, 15 , 17, 31 , 50, 52, 57 para sementeira, 25, 27 vasos com sistema de rega automática, 54-57 regas, 5 8 -5 9 sistema de rega automática, 54-57

sais de Epsom,

T

6 3 ,77

salsa, 17, 2 0 , 22, 37, 43,100,109, l l 8 , 1 5 9 , 16 0 , 1 8 8 ,

197

roscas, 70,75 rotação das culturas, 35, 37, 38, 39, 77

rúcula, 14, 4 3 , 9 4 , 142,1 4 3 ruibarbo, 43,187

tomates secos no forno, 182-83

consociação, 37, 38

sementes, 24-30, 38, 3 9 , 7 3 , 202

sacos feitos com panos da louça, 176-77

tomates «de pernas para o ar», 126-27 tomilho, 31, 37 , 43,165

germinar, 14-15

em vaso, 16,17,142

sementes de híbridos, 24 sistema de rega automática, 54_57

receitas, 155,161,196-97 treliça, 22

soja, 38, 83, 84 sol, 32, 4 3

V

solo, 4 0 -4 3

vento, 32-33

compostagem, 45,46-49 fertilização, 53, 5 4 , 62-65, 77 para vasos, 51-52, 53

S

tomate, 63,120-27,124,169,182-83 amadurecer num local coberto, 170

sementeira, 25, 38, 83, 84

rosas, 143,155

de transplantar, 30, 202

fazer uma réstia, 184-86

repolho, 33, 37, 38, 4 3 , 87,187

restos de peixe, 64

de semear, 25, 38, 39, 202

receitas, 155,161,196-7 secar hortícolas, 179-86

segurelha, 143

réstias, 184-86

tempo de colher, 168-73

salva, 16,17,43,142,162

repicagem das plântulas, 30 em vaso, 85 germinar, 14

tanchagem-corno-dc vendo, 95

verduras, 38, 4 3 , 63, 9 2 -9 5 guardar/conservas, 175,176,187 vinagre,

1 9 5 , 1 9 6 -9 7

sombra, 32, 43

violetas, 17, 22, 38, 43,142,143

substrato para vasos, 51-52, 53

vírus do mosaico do pepino, 73


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