Novo Ciclo de Desenvolvimento de Vitória da Conquista

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O NOVO CICLO DE DESENVOLVIMENTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA* José Raimundo Fontes foto NILTON VASCONCELOS Nos últimos anos, tem aumentado, entre os que aqui residem ou que por aqui passam, uma forte sensação de que Vitória da Conquista experimenta uma fase alvissareira de sua história, com visíveis indicadores de desenvolvimento econômico, social e urbano, assumindo ares de uma verdadeira capital regional, constituindo-se em referência para toda a macro região do centro sul da Bahia e norte de Minas Gerais. Sem dúvida, o município vivencia uma fase, um ciclo de grande prosperidade. Terceira maior cidade do estado, segunda do interior, com cerca de 310 mil habitantes, com uma área aproximada de 3.740 km², segundo avaliação da Gazeta Mercantil, Zé Raimundo na solenidade de entrega do Prêmio para os Municípios Mais Dinâmicos do Brasil, em 2008 baseada em vários dados sócioeconômicos, Vitória da Conquista situa-se estão sendo implementadas no município, entre os municípios mais importantes do desde 1997, quando um novo modelo político Brasil e o primeiro da Bahia e do Nordeste, em assumiu o governo Municipal. Mas, resulta, dinamismo econômico. Essa classificação é também, da percepção de elementos corroborada, entre outras causas, pelos bons comparativos entre o atual e outros momentos indicadores de desenvolvimento humano de evolução da cidade e do dinamismo do (IDH), com destaques para educação, saúde, município com outros, de porte semelhante, da assistência social; pelo crescimento do PIB, Bahia e do Brasil. Ou seja, sentimentos e que colocou o Município no sexto lugar, com percepções são leituras de realidades do valor aproximado de R$ 1, 8 bilhão (valor presente e do passado feitas a partir de certos referente ao ano de 2005); e pela polarização tempos e lugares. Por isso, a cidade que, hoje, que exerce o seu comercio e oferta de serviços cresce, renova suas atividades econômicas, para a macro-região do centro sul, sudeste do oferece oportunidades de trabalho, emprego e estado norte de renda e melhora a qualidade de vida de seus Minas Gerais, habitantes, apresentando ares de pujança e de abrangendo uma modernidade, carrega, ainda, marcas do seu população cerca de passado mais distante e de conjunturas mais 2 milhões de recentes. pessoas. A noção de ciclo aqui sugerida quer E s s a ressaltar, de forma breve e genérica, alguns realidade está acontecimentos e circunstâncias que ancorada em caracterizaram determinadas etapas da significativas evolução histórica do município, para melhor transformações que compreender a atual conjuntura de

*Artigo publicado originalmente na revista Economia e Sociedade, editada pela Agência de Desenvolvimento Trabalho e Renda, em 2008


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crescimento e progresso que vem implantou a exploração de metais preciosos. experimentando. Nesse sentido, este conceito Foi com objetivo tanto de descobrir não pode ser entendido como um movimento novas jazidas quanto de dominar áreas menos que retorna ao seu ponto de partida, ou que, nobres, mas estratégicas do ponto de vista necessariamente, se estancará daqui a certo geopolítico e capazes de oferecer, além de tempo. Sem dúvida, um ciclo é uma fase. É um minérios valiosos, outras riquezas e fortalecer momento. É um conjunto de situações e os mecanismos da dinâmica colonizadora que características que conformam a realidade Pedro Leolino Mariz, André da Rocha Pinto, como um todo. Todavia, João da Silva Guimarães muitos dos seus elementos e João Gonçalves da constituintes permanecem Costa se embrenharam ativos, germinam e n o s s e r t õ e s condicionam, em um fluir baianos. A c o n s t a n t e , o empreitada iniciada por desenvolvimento futuro da Pedro Leolino foi sociedade. concluída pelo CapitãoA atual meso-região mor João Gonçalves da do Centro–Sul da Bahia, o Costa, da qual resultaram Sudoeste baiano, ou planalto a dizimação dos de Conquista, e, ainda, o Mongoiós (Kamakã), Sertão da Ressaca, como Imborés (Aymoré) e era denominada nos pataxós (Maxacalí), documentos oficiais no primitivos habitantes da Campus da UFBA e cluster de saúde passado, é um vasto território encosta, patamares de em Conquista. Em menos de 10 anos historicamente abrangido acesso e contornos do a cidade tornou-se pólo em serviços de Saúde e Educação entre os limites dos rios Planalto de Vitória da Pardo e das Contas. Conquista. A localização Incorporava, aí, e as condições geogenericamente, territórios ambientais imporiam aos que se estendiam das bordas conquistadores, ao invés do rio pardo, desde a sua do lépido explorar de nascente, no norte de Minas, minerais, a introdução de até as margens e os vales de atividades fixadoras e Maiquinique e Potiraguá; de produtivas, da outro lado, a zona abarcada agricultura, de trocas e de pelo rio das contas, passagens, com a contornando a parte abertura de fazendas de ocidental da Chapada gado e plantio de várias Diamantina estendendo-se culturas. È nesse até as terras onde hoje se contexto que emergem localiza o município de povoados e vilas e se Jequié. processa, gradativamente, a interligação, por Constituída em grande parte de meio de estradas de boiadas e de tropeiros, cerrados, caatingas, agrestes, mata de cipó e, com os núcleos comerciais e administrativos secundariamente, de mata atlântica, o Planalto de várias capitanias, mormente as que ligavam de Conquista só despertou o interesse da a região ao litoral de Ilhéus, ao Recôncavo coroa portuguesa após a consolidação das Baiano, ao Médio São Francisco e ao Norte de incursões e do processo de ocupação e Minas. domínio das regiões auríferas entre Minas e De fazenda, caminho de gado, Bahia, descobertas nos cursos dos rios Doce, povoado, Vila (l840) e cidade (1891), Vitória da Jequitinhonha, Pardo, do médio São Conquista vai se tornando, com o passar do Francisco, e seus tributários, chegando até as tempo, num prosseguir lento e, às vezes, em nascentes do Rio das Contas, onde também se ciclos mais acelerados, o epicentro de um


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vasto território, interagindo com fluxos urbanização, de atividades agrícolas humanos, econômicos, administrativos, tradicionais e de algumas novas, como a políticos e culturais de toda a região do Centro produção de borracha de vegetais típicos Sul do estado e Norte de Minas. regionais, além da expansão de serviços em Entre fins do século XIX e início do geral. século XX, o município já se projeta como um Conforme análise de alguns intérpretes importante espaço de produção agropecuária da realidade histórica local, o período e de intermediação comercial, estabelecendo compreendido entre a 2ª Guerra Mundial e relações econômicas com a região cacaueira e início dos anos de 1960 o município vivenciou o sertão da ressaca. Nos fins da década de um constante impulso em suas atividades 1920, as relações mercantis com outros econômicas e características urbanas. O centros são dinamizadas, via rodovia e ferrovia incremento do setor agropecuário é notável, Jequié-Nazaré, com ênfase na criação de aproximando os gado incluindo os rebanhos fluxos humanos e de eqüinos, asininos, econômicos do muares, suínos, ovinos e Recôncavo caprinos, inclusive com a Baiano, logo, da introdução de raças mais capital do Estado vigorosas, tais como o zebu, que chegavam o gado guademar e pelo Porto. Esta malabar. relação de A produção agrícola mercado entre o também é relevante, sertão e o litoral a p r e s e n t a n d o dá início a um diversificação de lavoura, intenso trânsito baseada nas grandes e Obras de infra-estrutura mudaram radicalmente entre os dois pequenas propriedades, o aspecto da cidade p o n t o s d a com o aumento da B a h i a ( . . . ) expansão de novas áreas dinamizando de produção e do volume de sobremaneira a exportação. Paralelamente, economia baiana se intensifica os fluxos Em troca de emigratórios, o crescimento c o u r o , d a populacional na sede e nos manteiga, do núcleos urbanos dos requeijão, do café distritos. O comércio e das frutas que assume novos padrões de enviava a Ilhéus, organização e são criadas Conquista recebia as condições para a relativa as novidades independência dos grupos (2004:37) sociais vinculados a essas Essa posição privilegiada d e atividades. São desse período importantes entreposto é reforçada nas décadas seguintes, medidas e esforços da administração púbica principalmente nos anos de 1940, quando são para dotar a cidade de ações e serviços abertas novas vias de comunicação com urbanos mais qualificados nas áreas de infraoutras regiões do país de do Estado. estrutura, saúde e educação. Nesse Referência (especial deve ser feita à BR 116( ambiente, emergem novos atores sociais com Rio-Bahia) e ao trecho Ilhéus-Lapa, discursos e práticas políticas específicas, entroncando) Município ao Sul e Nordeste do contrapondo-se aos velhos métodos país e às regiões Leste e Oeste Doda Bahia. coronelísticos de gestão do poder local. Nesse período, assiste-se a um grande impulso no crescimento populacional, causado No início da década de 1960, como por um expressivo fluxo imigratório, de resultado de um conjunto de ações


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desenvolvimentistas do governo JK nas áreas da indústria automobilística e construções e modernização de eixos rodoviários, Vitória da Conquista reforça a sua vocação de cidade como espaço de entreposto, estimulando, também, o seu comércio e o crescimento urbano e populacional. A década de 1960 assinala, contraditoriamente, a vitória e a derrota desse processo modernizador em curso nos anos anteriores. Todavia, o clima político após a ditadura não consegue anular por completo certo ritmo de crescimento das atividades econômicas, bem como as aspirações de continuidade de renovação no plano da política, abrigadas, agora, nas hostes do MDB. Assim, um novo ciclo político e econômico se inicia e se desdobra, no transcorrer da década de 1970. Novas iniciativas de caráter econômico, a exemplo da instalação do Distrito Industrial dos Imborés, da introdução da lavoura cafeeira, do aumento crescente da oferta de serviços de saúde e de educação, inclusive com o início de cursos superiores, apontam para intensificação de mudanças na estrutura econômica e social da cidade. De modo especial a cafeicultura e o ensino universitário alteram, profundamente, nos anos seguintes, a racionalidade da sociedade regional. A c e n t u a - s e , definitivamente, a especialização do espaço local como lugar de trocas. As atividades econômicas vinculadas à produção, à circulação, ao consumo de bens materiais se i m b r i c a m . To d o s o s componentes da vida coletiva, como os serviços públicos, começam a interagir de forma dialética e orgânica, inclusive, seguindo a tendência de articulação com a dinâmica da sociedade global, em âmbito nacional e internacional. Todavia, no bojo da estagnação econômica da década de 1980 e início dos

anos de 1990, período que assinala a o fim do milagre econômico e da ditadura, bem como da consolidação de diversos movimentos sociais e sindicais, a cidade passou a viver certo impasse no seu modelo econômico-social e também político. Os setores então dinâmicos da economia, como o comércio e a cafeicultura, se descapitalizam. O grupo politicamente hegemônico desde a década de 1960 se enfraquece, com divisões internas e perda da legitimidade na opinião pública. Vitória da Conquista passou a experimentar um período de crise e descontrole administrativo, agravado em meados dos anos de 1990 pelo plano real e pela internacionalização da economia. Os problemas urbanos e rurais se aprofundam e surgem novos movimentos sociais e atores políticos independentes, seguindo as tendências predominantes no campo das esquerdas brasileiras.

Crescimento sustentável com desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente

Nesse contexto mais amplo, a cidade politizada e marcada por uma tradição oposicionista assiste a adesão de seus principais líderes ao domínio da oligarquia estadual ligada ao PFL. Como salientam alguns observadores dessa conjuntura, o argumento utilizado era que Vitória da Conquista precisava aderir politicamente ao comando do grupo carlista, para que pudesse auferir investimentos para alavancar novos padrões de desenvolvimento econômico e ações de políticas públicas locais. Para tanto, não importava a perda do emblemático título de cidade altaneira, autônoma e independente do


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ponto de vista de sua representação política. Na verdade, faltou às lideranças adesistas uma leitura mais original da conjuntura econômica e política, alem de ações efetivas para explorar as potencialidades institucionais de construção de estratégias locais de desenvolvimento ancoradas nos marcos legais da carta de 1988, que ampliava os poderes e fontes de recursos para os municípios. Assistia-se, assim, o esgotamento de um ciclo histórico. Foi nesse contexto que emergiram forças sociais que, capitaneadas por novas organizações partidárias e lideranças políticas emergentes, viriam ascender ao poder local propondo novas alternativas para solucionar a crise de gestão e sinalizar novos rumos p a r a o d e s e n v o l v i me n to municipal. A potencialidade desse novo agrupamento, tendo como referências os partidos, ativistas de movimentos sociais e intelectuais de esquerda, já dera sinais nas eleições de 1992 e de 1994, além de sua presença em lutas e organizações da sociedade civil e nos debates sobre as questões de relevância estratégica da comunidade regional. Em 1996, com a eleição de Guilherme Menezes, a cidade selou o fim do velho ciclo e escolheu um novo modelo político, que foi implantado, nos anos seguintes, liderado pelo PT, em composição com outros partidos de esquerda, tendo como base esse novo campo político. A partir de então, iniciou-se um novo ciclo de desenvolvimento local que ainda se encontra em processo de expansão e que apresenta claras característica de sustentabilidade e de inserção na dinâmica geral do país e do Estado. A estratégia do Desenvolvimento Econômico e Social do Governo Participativo se desdobrou, nesses anos, em vários momentos e ações, de acordo com as possibilidades conjunturais e definições de opções políticas, sobretudo pela gestão municipal, numa relação dialética com as condições presentes na sociedade local como

um todo. Após recuperar a capacidade de gestão e de iniciativas da prefeitura, esboçou-se um novo modelo institucional e político. Procurou-se inverter prioridades e adotar métodos e práticas de trabalho que valorizaram a participação popular na definição das ações de governo. Essa diretriz pôs em relevância os espaços públicos e plurais com a instituição do Orçamento Participativo, de Conferências, Congressos, Plenárias, Conselhos e adiências formais. Foram desses ambientes que emanaram as grandes referências para as decisões de governo e criação de marcos legais, como os Planos Plurianuais de Aplicaçãoas, as l e i s orçamentárias,o Plano Diretor Urbano, os Códigos de obras e Ambiental, os programas, projetos e obras estruturantes p a r a o desenvolvimento e e manuntençaõ do cotidiano da Parcerias e programas que oferecem v i d a d o às pessoas melhores condições de Habitação município. Em plano mais concreto, em um primeiro momento, a nova gestão se preocupou em resgatar a credibilidade do poder público municipal, mediante austeridade nos gastos públicos, melhoria da arrecadação, negociação das dívidas e retomada da capacidade de ações para resolver os problemas cotidianos e imediatos da maioria da população. Paralelamente, procurou-se melhorar o desempenho da máquina administrativa e eficientizar o seu controle sobre os serviços públicos essenciais, como a modernização do transporte coletivo e a melhoria da limpeza e iluminação públicas. Embrionariamente, mas de forma crescente, dentro das potencialidades e limites de investimento em políticas públicas, procurouse estruturar a implantação de programas sociais em saúde, educação, habitação popular e políticas de proteção e inclusão social. Gradativamente, foi iniciado um esforço de organização econômica e estímulo


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aos micros e pequenos empreendedores, como oportunidades permanentes de geração de emprego e renda. Outras iniciativas, e articuladas com essas, foram concretizadas por programas como o Banco do povo, doação de lotes rurais para agricultura, grupo de economia solidária, cooperativismo e apoio à agricultura familiar. Referência especial merece a estratégia de municipalização da saúde e de expansão do ensino fundamental, pois se constituiu em ações que atenderam grandes expectativas da população em relação às suas demandas historicamente reprimidas. Assim, entre 1997 e 2000-2002, efetivou-se a transferência da gestão básica e plena do SUS para o município, conforme preceitos constitucionais e legislação específica. Como conseqüência, implantou-se uma ampla rede de atenção

distritos do interior do município e nas áreas de expansão urbana. Essas duas diretrizes exigiram investimentos próprios e a captação de fundos institucionais do SUS e do FUNDEF, aumentando significativamente as receitas municipais, e implicaram a ampliação da oferta de empregos públicos e de serviços de apoio, como o transporte escolar. As eleições de 2000 a 2006, seguidamente, legitimam o projeto político em curso, dirigido pelos mesmos partidos de esquerda, com pequenas alterações internas na coalização partidária. Em 2000, a população reelege o prefeito Guilherme Menezes, tendo como VicePrefeito José Raimundo Fontes. Em 2002, Guilherme Menezes é eleito Deputado Federal e Waldenor Pereira, ex-Reitor da UESB, Deputado Estadual. O Vice assume o Governo Municipal , em abril de 2002, e é reeleito em 2004, tendo Gilzete Moreira como o seu Vice-Prefeito. Esses resultados eleitorais locais, somados às vitórias do Presidente Luis Inácio Lula da Silva a, em 2002 e a de Jacques Wagner em 2006, permitem inúmeras possibilidades de fortalecimento das políticas públicas em andamento e abrem novas alternativas para ações do governo municipal para a aceleração do desenvolvimento econômico e social da cidade e da região. A cidade estava forte para crescer. Nessas disputas eleitorais, o antigo grupo político, agora na Inserção da Juventude no Mercado de Trabalho oposição e aliado ao Carl ismo, retoma o velho discurso de propor um modelo de desenvolvimento municipal básica, com equipes de saúde da família centrado na implantação de enclaves fabris, (PSFS) cobrindo toda a zona rural e os bairros com base na política de renuncia fiscal e apoio populares da Zona Urbana, além de centros financeiro a empreendimentos privados, policlínicos em áreas mais centrais da cidade. implementada pelo Governo do Estado. Não Grande parte dos serviços especializados e de levava em consideração cadeias produtivas e média e alta complexidade passou, vocações regionais e nem percebia outras gradativamente, a ser executado diretamente valiosas e frutíferas potencialidades já pela administração direta, sem deixar de despertadas e estimuladas tanto pelo conjunto oferecer procedimentos contratados da das ações das políticas públicas, em suas iniciativa privada, mediante supervisão e diferentes escalas, quanto pelo dinamismo controle do poder público. Na área da endógeno dos empreendedores da cidade. educação, o empenho do novo governo O certo é que as metamorfoses da traduziu-se na ampliação acelerada de vagas conjuntura política tiraram conquista do no ensino fundamental, em especial da 5ª a 8ª isolamento. Os resultados das ações dos anos série, (o antigo ginásio), principalmente nos


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anteriores começaram a criar uma sinergia iluminação pública. Menções especiais sistêmica. A sociedade conquistense já vinha merecem o esgotamento sanitário e mudando de rumo. O amadurecimento dessas pavimentações de ruas em José Gonçalves; tendências, mesmo sendo um processo, se pavimentações de ruas, a construção da ponte torna evidente e se consolida nesses últimos do Ribeirão e do mercado de carne, em Bate anos, sobretudo, agora, em 2007 e 2008. Pé; a reurbanização do distrito de Iguá; a Para isso contribuíram, além dos construção de canal pluvial, reforma da sede elementos já assinalados, a conjuntura de da associação e implantação da Praça em crescimento econômico do país; o aumento da Dantilândia. capacidade do município em Na cidade, já atrair investimentos da União e foram concluídas obras do estado; as novas fundamentais para oportunidades de negócios m e l h o r a r o para a iniciativa privada; e, funcionamento de ainda, as inversões indiretas serviços e programas das políticas sociais, de saúde, como a destinadas, principalmente, à Escola de Saúde da população de baixa renda e Família, o Centro aos micros e pequenos M u n i c i p a l empreendedores. Especializado de Em plano mais efetivo e Reabilitação Física decorrente desse no quadro (CEMERF), o Centro político, o Governo Municipal Municipal de Atenção multiplicou seus instrumentos Pleno apoio para o desenvolvimento Especializada da agricultura familiar e atitudes em busca de (CEMAE), o novo recursos para investimentos laboratório central e a em projetos estruturadores e nova UTI neonatal do dinâmicos do ponto de vista hospital Esaú Matos. econômico e social, além de Ta m b é m j á f o i ações diretas do governo concluída, no Hospital Novos equipamentos como opções de lazer para a população federal e estadual. Assim, São Vicente, a entre 2003-2004 e o momento construção de um atual (2008), aumentaram-se centro cirúrgico, uma consideravelmente os U T I e n o v a s recursos próprios e enfermarias para os conveniados com o governo usuários do SUS; federal e estadual destinados construção da primeira à expansão e melhoria da fase da fábrica de infra-estrutura das áreas medicamentos. sociais e da cidade como um Ressaltem-se, ainda, a todo, seguindo, inclusive, instalação do Campus diretrizes do novo Plano da UFBA e o início do Diretor Urbano. Praticamente funcionamento de em todo o município foram cursos superiores no realizadas ou estão em CEFET. andamentos importantes obras com grandes Expressivos foram os investimentos em repercussões para a vida das pessoas. Em Projetos de Habitação Popular (de interesse vários distritos do interior, vale ressaltar a social), beneficiando mais de cinco mil construção e ampliação de escolas e de famílias, e nas obras do o aterro sanitário. grandes e pequenas unidades de saúde; Relevantes, também, foram a reforma e implantação de sistemas simplificados de urbanização do Ginásio Esporte; a reágua; construção de pequenas e médias urbanização de várias Praças, como a Hercílio barragens; construção de quadras Lima; a construção do mercado de carne do poliesportivas; instalação e melhoria de Bairro Brasil; a construção do novo espaço


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para o comércio de carros usados; iluminação de avenidas e logradouros públicos; a construção do mercado de carne no CEASA; a transferência e adequação de novas instalações para o comércio varejista de Hortifrutigranjeiro; a construção do restaurante popular; a urbanização e construção de canais de drenagem do Bairro Bruno Barcelar; a urbanização e melhorias habitacionais nos Bairros Panorama e Alto da Colina; a urbanização do Bairro Campinhos e Simão; a urbanização do entorno da baixada do jurema; a construção do kartódromo; a pavimentação de várias ruas, em toda a cidade. Mas, sem dúvida, as intervenções que melhor vem impactando a dinâmica da cidade foram, até agora, a urbanização e duplicação do trecho urbano da BR 116, Av. Presidente Dutra, mais conhecida como Rio-Bahia; denominada de Av. de integração; a construção do Parque das Bateias, precedida do re-assentamento de cerca de 160 famílias que moravam em áreas

Ao lado de Aloísio Mercadante, Prefeito Amigo da Criança em 2004

de risco e em condições precárias e urbanização das áreas próximas; a duplicação das Avenidas Olívia Flores, Juracy Magalhães e Brumado ( em andamento), com implantação de ciclovia, passeio e paisagismo drenagem nessas últimas. Esse ambiente extremamente alvissareiro para as atividades econômicas, a iniciativa privada, seja de grupos locais, seja oriundo de outros centros e regiões, tem respondido positivamente, nesses anos, promovendo uma série de investimentos, concretizados em empreendimentos, como o Shopping Conquista

Sul; os vários Centros Universitários; as lojas de departamentos; as redes de supermercados; o fortalecimento e ampliação do comércio atacadista e varejista; a indústria de material plástico; a indústria de móveis; fármacos e fertilizantes; a extração mineral; a oferta de serviços em geral e especializados; revenda e oficinas de automóveis e congêneres. Nota particular merece a indústria da construção civil que, seguramente, vive a melhor fase da sua história na cidade. Nesses últimos anos, vem se multiplicando os empreendimentos imobiliários, com uma intensa verticalização das edificações, comercialização de lotes e terrenos urbanos, construções de condomínios e prédios para habitação e atividades comerciais e de serviços. Para uma correta compreensão da fase atual de dinamismo do nosso município não podem ser esquecidos outros elementos presentes na conjuntura nacional, em especial o quadro favorável de desenvolvimento e crescimento econômico que o país vivencia, bem como importantes diretrizes e políticas públicas implantadas pelo governo federal. Nesse sentido, importa destacar programas implementados no município como o PORNAF, o Bolsa Família, o compra direta, o Juventude cidadã, o pro jovem, o PETIi, Luz para todos, além da política de valorização do salário mínimo e da constante expansão de benefícios previdenciários. Todos eles vêm contribuindo para fortalecer mecanismos de geração de emprego renda, combater a exclusão social e ativar micros redes de pequenos consumidores. A depender das iniciativas locais, o ritmo de crescimento não cessará nos próximos anos, pois vultosos investimentos públicos e privados já estão sendo iniciados e/ou planejados. Além desse conjunto de ações, obras, programas e projetos realizados, ou em andamento, a atual gestão municipal participou diretamente das discussões e proposições, junto a instâncias do Governo do Estado, do Ministério das cidades e da Casa Civil da Presidência da República, para definições de ações do PAC na cidade. Em decorrência, já foram iniciadas construções e melhorias habitacionais e urbanização de várias áreas dos Bairros Cruzeiro e Alto da Colina, com obras de drenagem, equipamentos sociais, de lazer e


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preservação ambiental, destacando-se o Poço Escuro e o Cristo. Os recursos destinados a este projeto alcançará mais de 17 milhões. O PA C s a n e a m e n t o , a s e r e x e c u t a d o diretamente pelo Governo Estadual, por intermédio da Embasa, já está sendo iniciado e aplicará algo em torno de 78 milhões de reais, deixando a cidade com cerca de 90% a 95% de coleta e tratamento de esgoto. Já estão alocados recursos federais, mediantes emendas parlamentares e editais, por meio da CEF, a serem imediatamente aplicados em obras de médio e pequeno porte, como pavimentações dos corredores de acesso a Campinhos e Peri Peri; urbanização e construção de casas no Conjunto da Vitória; construções de quadras poliesportivas nos distritos e Bairros da cidade; construções de (04) unidades de saúde da família; construção de uma grande escola no Vila América, com quadra e biblioteca; A parceria com o governo federal continuará, ainda, em outras ações e projetos, a exemplo da fábrica de medicamentos, da expansão de novos cursos no campus da UFBA e no CEFET. Do Governo do Estado já está prevista a continuidade da reforma do aeroporto, com alargamento e reforço da pista de pouso e ampliação e adequação das instalações para a movimentação dos passageiros, cujos recursos orçados para as intervenções iniciais ultrapassam R$ 13 milhões. Para o complexo Identidade de compromissos com um futuro que vislumbra a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos.

penitenciário, em processo de licitação, será destinado um montante próximo de R$ 19 milhões. Outras ações diretas e/ou em convênio com a Prefeitura estão sendo planejadas acordadas, a exemplo do Shopping Popular; construções de colégios de ensino médio; urbanização de áreas de habitação de interesse social; pavimentações de corredores de transporte, entre outros programas de várias instâncias governamentais. Outros projetos, como a Ferrovia Oeste-Leste e a duplicação da BR 116, de Feira de Santana à fronteira de Minas, previstas para os próximos anos, trarão novos componentes catalisadores para a região. Não há duvidas, portanto, de que Vitória da Conquista experimenta um belo momento de sua evolução histórica, no que pese os inúmeros desafios e as imponderáveis necessidades com as quais ainda nos deparamos. Mas estamos avançando. Conquista está forte e vai continuar crescendo. REFERÊNCIAS

FONTES, José Raimundo. O novo ciclo de desenvolvimento de Vitória da Conquista. In: ECONOMIA E SOCIEDADE, V.1. Vitória da Conquista: Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, Agência de Desenvolvimento, Trabalho e Renda. Novembro de 2008.


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