Área de Projecto 12º
CT1
MEDICINA INTEGRADA “Doença, Prevenção e Cura”
2008/2009
ap
Adriana Calmeiro | Filipa Gonçalves Frederica Gil | Inês Silva| Susana CecÍlio ESCOLA SECUNDÁRIA DE PENICHE
Ficha Técnica Título Medicina Integrada Doença, Prevenção e Cura Autores Adriana Calmeiro | Filipa Gonçalves Frederica Gil | Inês Silva| Susana Cecílio Composição Gráfica Adriana Calmeiro | Filipa Gonçalves Frederica Gil | Susana Cecílio 1º Edição 2009 Impressão Gráfica Gráfipolar
MEDICINA INTEGRADA “Doença, Prevenção e Cura”
12º CT1 Grupo III
Adriana Calmeiro Filipa Gonçalves Frederica Silva Inês Silva Susana Cecílio Professora: Alice Carvalho
ap Área de Projecto 2008/2009
Índice Introdução Doenças 1.Ouvidos, nariz e garganta Rinite alérgica 2.Boca e dentes Gengivite e Periodontite 3.Pele,cabelo e unhas Psoríase 4.Ossos,articulações e músculos Escoliose 5.Cérebro e Sistema nervoso Perturbações do sono 6.Coração e vasos sanguíneos Aneurisma 7.Aparelho digestivo Cancro do cólon 8.Sangue e sistema imunitário Lúpus 9.Distúrbios hormonais Diabetes 10. Distúrbios psiquiátricos e emocionais Fobias 11.Aparelho reprodutor feminino e masculino Infertilidade
Prevenção e Cura 1.Medicina Convencional As vacinas Os antibióticos A quimioterapia As cirurgias Os transplantes As técnicas de reprodução medicamente assistida 2. Medicina complementar/alternativa 2.1.Sistemas Ayurveda Osteopatia Homeopatia
2.2. O corpo Acupunctura
2.3.A mente Hipnoterapia 2.4.O mundo natural Fitoterapia Conclusão Agradecimentos Bibliografia
Introdução ____________________________________________________________ A Organização Mundial de Saúde- OMS- define saúde plena como “um estado de perfeito bem estar físico, mental e social”. Esta definição estabelecida pelas maiores autoridades científicas é sinónima de “felicidade”, ideal máximo da humanidade. Logo, descobrir o verdadeiro significado deste paradigma e tratar de ter saúde plena deve ou deveria ser o maior objectivo das nossas vidas.
Inserido no contexto da área curricular não disciplinar do Ensino Secundário que é Área de Projecto, este livro pretende ser a compilação de algumas doenças de referência que possibilitam o tratamento ou prevenção através de um conjunto de sistemas médicos enquadrados quer na medicina convencional quer na medicina alternativa/complementar/não convencional (entre outros nomes dados às práticas utilizadas fora do Sistema Nacional de Saúde, e credenciadas, que recorrem a métodos diferentes do que a tradicional medicina praticada em hospitais e outras instituições de saúde públicas). O nome do nosso projecto (e consequentemente o do livro) reflecte exactamente aquilo que nos propomos dar a conhecer à população de Peniche. “Medicina Integrada - Doença, Prevenção e Cura” assenta no conceito de Medicina Integrada que acreditamos plenamente no futuro (que esperamos breve) vir a ser uma mais-valia para o Sistema Nacional de Saúde. Convém, então, começar por definir um pouco melhor o que se entende por medicina integrada. Passamos a apresentar alguns textos que nos pareceram indispensáveis à compreensão do tema e do que ele implica para que deste modo também se perceba melhor o produto do nosso trabalho que é este livro. “A medicina Integrada é mais do que a mescla entre a Medicina Oficial/Ocidental e a Medicina chamada de “alternativa ou complementar”. Representa a evolução do pensamento médico e é um reflexo na área da saúde da Expansão da Consciência do Ser Humano no seu processo evolutivo actual. Conjugar a Medicina Ocidental com a Medicina Tradicional Chinesa e a Medicina Homeopática, significa aliar áreas do conhecimento médico e técnicas terapêuticas optimizadas em benefício do doente. A Medicina Ocidental é uma Medicina sobretudo curativa, enquanto que a Oriental aposta na prevenção da doença e na manutenção da saúde. Assim, a Medicina Integrada é a complementaridade, promovendo a saúde, prevenindo a doença, tratando-a nos seus estádios mais iniciais e com um maior leque de métodos diagnósticos e terapêuticos ocidentais por um lado, e orientais não invasivos por outro, apostando em ambos e não desprezando nenhum, em benefício do doente. A Abordagem Médica Integrada avalia os com os antecedentes pessoais e familiares, tentando entender o contexto e os porquês da condição actual do paciente.
A eficácia desta abordagem está comprovada em vários estudos recentes. A qualidade de vida de doentes cancerosos aumentou consideravelmente quando, para além da quimioterapia e da cirurgia, estes complementaram os seus tratamentos com dietas terapêuticas, homeopatia, fitoterapia, acupunctura, meditação e técnicas de relaxamento.” hábitos e estilo de vida do paciente, dieta, actividade física,
stress profissional e familiar, juntamente Retirado e adaptado de http://www.mulherportuguesa.com/index.php?option=com_content&view=article&id=4744&catid=286 &Itemid=3865
“As coisas estão a mudar. Pelo mundo, tem havido uma profunda alteração cultural da forma como as pessoas consideram os cuidados de saúde. Esta alteração deu origem à medicina integrada, um novo paradigma de cuidados médicos que considera todos os factores que afectam a saúde, o bem-estar e a doença, incluindo as dimensões psicológicas e espirituais da vida dos seres humanos. O objectivo da medicina integrada é o cuidado da pessoa no seu todo. É um modelo transformacional dos cuidados de saúde para o século XXI. É o futuro da medicina. A medicina integrada é-o em diferentes aspectos. Reúne o doente e os profissionais de saúde numa parceria. Em vez de serem recipientes passivos das ordens do médico, os doentes são participantes activos nos seus cuidados e necessidade de saúde em mudança. Com os conhecimentos sobre as opções existentes na área da prevenção de doenças e seus tratamentos, os doentes exploram os prós e contras dessas opções com os profissionais de saúde para chegarem a um plano do que é melhor para eles. (…) Além do mais, a medicina integrada combina intervenções terapêuticas da medicina convencional com as das medicinas complementares e alternativas. Integra testes de diagnóstico e tratamentos de vanguarda convencionais, ou alopáticos, com uma selecção cuidada de outras terapias, incluindo medicina oriental e acupunctura, ioga e meditação, cujos benefícios estão largamente documentados. Sempre que possível, a medicina integrada favorece a utilização de intervenções de tecnologia simples e de baixo custo.” Texto retirado com supressões de The Center for integrative Medicine at Duke University (2008)“A enciclopédia da nova medicinaMedicina integrada para todas as idades” ,Lisboa:Círculo de Leitores
Esta enciclopédia é uma fonte exaustiva sobre medicina integrada. A primeira parte é um catálogo de problemas de saúde: o que são, as suas causas e as abordagens que as podem prevenir e tratar. A segunda parte é um guia das terapias complementares/alternativas, com a mais recente informação científica sobre a eficácia dos tratamentos para doenças específicas. Finalmente, na terceira e última parte, não esquecemos de referir alguns procedimentos de tratamento médico convencional que são também essenciais à cura de algumas patologias clínicas.
Doenรงas
Rinite alĂŠrgica
1 Ouvidos Nariz e Garganta _________________________________________________________________ Estudo de caso:
RINITE ALÉRGICA À excepção de problemas de olhos e do cérebro, as doença que se situam acima dos ombros são tratadas por um otorrinolaringologista, especialist, em doenças dos ouvidos nariz e garganta. Os ouvidos, o nariz e a garganta são sistemas delicados dentro da cabeça que se encontram interligados por passagens revestidas de membranas mucosas. Esta ligação significa que as doenças de um sistema podem afectar outros e, por vezes, até mesmo todo o corpo. As perturbações dos ouvidos, nariz e garganta podem ser mais complicadas do que simples dores de ouvidos, dores de garganta e/ou constipações. Condições sazonais como rinite alérgica e faringite podem ser controladas com medicamentos de venda livre. Contudo as infecções mais sérias como a epiglotite e o cancro da garganta são emergências médicas. Estes sistemas também abrangem o equilíbrio, o sabor, o cheiro, a fala e a linguagem. Os problemas que surgem em qualquer destas funções podem ser sinais de problemas mais profundos e deverão ser avaliados por um médico ou especialista.
RINITE ALÉRGICA Introdução O nariz é um dos componentes das vias respiratórias, sendo o primeiro local por onde a ar passa até alcançar os pulmões. É responsável pela limpeza, humidificação e aquecimento do ar inspirado. Para exercer esta função correctamente, o nariz possui um complexo mecanismo de defesa, o qual, ao entrar em contacto com alguma substância tóxica desencadeia uma resposta que impedirá esta substância de alcançar os pulmões. Através do surgimento da obstrução nasal teremos o bloqueio da passagem do agente agressor, e dos espirros a remoção desta substância. Isto é normal e todas as pessoas ao entrarem em contacto com substâncias tóxicas apresentam estes sintomas. A alergia, na realidade, não significa falta de defesa do organismo, mas muito pelo contrário, é uma defesa exagerada contra agentes que não são potencialmente agressivos ao ser humano. Ou seja, uma pessoa alérgica é aquela que é hiper reactiva a determinada substância que para uma pessoa normal não despertaria nenhuma resposta. O sistema imunológico das pessoas alérgicas, por características genéticas, interpreta que determinada substância é tóxica, e que é necessário proteger o organismo da sua entrada. É por isso que algumas pessoas, convivem normalmente com factores que causam a alergia sem ter sintomas, ao passo que outras pessoas ao entrarem em contacto com eles os podem manifestar.
A rinite é uma doença que se caracteriza pela irritação/inflamação crónica ou aguda da mucosa nasal podendo ser de dois tipos: não-alérgica ou alérgica. A rinite alérgica, que é a forma mais comum de rinite (afecta 10 a 25% da população), resulta da exposição a alergenos que provocam a produção excessiva de muco gerada pela acumulação de histamina (quando um anticorpo encontra um
alergeno o corpo produz esta “arma química”) que ocasiona corrimento nasal, o sintoma mais típico da doença.
Causas Muitas substâncias podem causar rinite alérgica como pó da casa, pólens e alguns alimentos. Outros alergenos podem ser restos de pêlos de cães e gatos, fungos, bactérias e organismos microscópicos que são chamados ácaros (família dos aracnídeos). O principal factor do pó que causa alergia é o ácaro. Nos colchões das camas e nos móveis estofados encontramos muita descamação de pele e é exactamente por esta razão que nestes locais existe grande quantidade de ácaros dado que estes se alimentam de restos de pele. Estes ácaros vivem nas camadas profundas dos tecidos, abraçados a fibras.
Alguns alergenos (pólen, ácaros e animais) e alguns sintomas alérgicos (olhos lacrimantes, nariz com corrimento, gargante irritada)
Normalmente o paciente com rinite alérgica, apresenta os sintomas quando em contacto com o alergeno, e em geral, estes sintomas são proporcionais à quantidade de alergeno. Na época do Inverno, estes pacientes sofrem mais, pois, neste período, são usados cobertores e roupas que ficaram guardados por muito tempo, e que podem estar cheios de ácaros e fungos. Além disso, estes doentes são mais susceptíveis a constipações. Na verdade a constipação é uma inflamação do nariz, que irá comprometer os mecanismos de protecção nasal, com isto facilitando a entrada dos alergenos. A rinite alérgica está muitas vezes presente em vários membros da família o que sugere que pode ser pelo menos parcialmente genética. Os especialistas consideram
que se herda a predisposição para uma resposta alérgica, mas não necessariamente a um tipo particular de alergia.
Prevenção/Recomendações A melhor maneira de tratar todas as rinites, e em especial a rinite alérgica, é a prevenção, com medidas para diminuir a presença de agentes alergenicos e irritantes no nariz e em casa. É preciso evitar sempre as substâncias que desencadeiam a crise de rinite, como os poluentes e as substâncias químicas. Apresentam-se aqui fundamentalmente para controlar o ambiente: o
tópicos evitar os
de acção alergenos e
Evitar a poeira doméstica e os ácaros.
O controlo dos alergenos domésticos começa com o controlo da exposição aos ácaros do pó da casa. Os ácaros mortos e os seus excrementos são responsáveis por até 10% do peso de uma almofada velha e o peso médio dum colchão duplica em 10 anos pela mesma razão. As almofadas, os colchões e os sofás devem ser revestidos por capas impermeáveis e a roupa de cama deve ser toda lavada semanalmente em água quente (55°C). É preferível manter o chão sem tapetes; os tapetes devem ser limpos semanalmente com um aspirador equipado com um filtro HEPA (alta eficiência) e sacos duplos de alta qualidade. A humidade nos quartos deve ser mantida abaixo dos 50%, e peluches, livros e móveis almofadados devem ser removidos pois acumulam muito pó. o
Deixar os ambientes sempre abertos para arejá-los e para que os raios solares entrem o maior tempo possivel
o
Evitar agentes e substâncias irritantes ( cheiros fortes (incenso , ambientadores), mofo).
Para evitarem a exposição a bolores, os doentes devem manter a humidade doméstica a níveis baixos e, tanto quanto possível, manterem-se afastados das áreas húmidas, tais como caves, sótãos, espaços baixos e divisões de madeira. A limpeza das áreas contaminadas com um pano humedecido em lixívia diluída pode eliminar o crescimento de bolores nas cozinhas e nas casas de banho. A colocação de exaustores em toda a casa mantém a circulação de ar seco.
o
Evite ter animais de estimação em casa pois estes têm imensos alergenos.
Provavelmente os doentes vão resistir a esta medida drástica, mas deve-se pelo menos convencê-los a manter o animal fora do quarto. Os animais de estimação devem ser mantidos limpos e o contacto deve ser mínimo.
o
Durante os dias em que existe muito pólen (dias secos, com baixa humidade, solarengos e quentes), o doente deve tentar permanecer em casa.
o
Evitar fumar
Diagnóstico/Sintomas Um médico pode diagnosticar a rinite alérgica baseando-se nos sintomas da mesma que incluem: o o o o o
Vários espirros em sucessão, especialmente pela manhã Nariz com corrimento nasal e congestionado, voz nasalada Iirritação no nariz, nos olhos (lacrimejo) e no céu da boca Olfacto prejudicado Dores de cabeça juntamente com outros sintomas já mencionados
Todos os doentes apresentam estes sintomas minutos após o contacto com o alergeno, e cerca de metade deles terão novamente sintomas cerca de 4 a 6 horas depois. Estado da cavidade nasal de um paciente com rinite alérgica
O médico pode pedir ao doente para registar os sintomas ao longo de um período de tempo, incluindo a estação do ano em que ocorrem e a parte do dia em que são mais fortes, para analisar se os sintomas sugerem rinite alérgica. Existem duas espécies de teste que podem identificar os tipos de pólen a que o doente é alérgico. Um é o teste
em que uma pequena quantidade de pólen é injectada ou inserida na pele. As substâncias a que o doente é alérgico causam uma pequena inflamação localizada. Também as análises ao sangue podem ser usadas para identificar quais os desencadeantes da rinite.
Quem está em risco/Riscos A importância do diagnóstico e tratamento, além de evitar ou controlar as crises de rinite alérgica, é evitar as suas consequências. A rinite alérgica não é uma doença grave, isto é, não provoca consequências desastrosas para o ser humano, nem a sua morte. No entanto, é uma doença crónica bastante desagradável, uma vez que pode vir a causar: dores de cabeça, irritabilidade, perda de apetite, insónia, diminuição do rendimento escolar em crianças, perturbação do comportamento social e, quando o entupimento é constante e intenso, dificuldade considerável na respiração, pela obrigação de se respirar somente pela boca. Outra consequência comum e importante da rinite alérgica é a dependência de medicamentos (gotas nasais), cujo uso abusivo leva à alteração da mucosa, problemas noutros sectores do organismo e a uma dependência física e psicológica das gotas para o nariz. Além disto, a rinite alérgica pode causar outros problemas, como otites (inflamação dos ouvidos), sinusites (inflamação de cavidades existentes na face) e o ressonar (pelo entupimento do nariz) que faz com que o paciente não durma bem a noite. Os factores de risco para se manifestar esta doença são: -Ter já um quadro clínico em que apareçam outras alergias -Ter menos de 50 anos -Ter pelo menos um dos pais com a doença.
Tratamentos Não há cura para a rinite alérgica mas os tratamentos podem reduzir a incidência e a gravidade dos sintomas. O tratamento dos pacientes portadores de rinite alérgica é composto por três pontos fundamentais: A- Higiene ambiental. B- Tratamento medicamentoso. C- Vacinas anti-alérgicas. A- Higiene ambiental A forma mais simples de tratar a rinite é evitar o contacto com a substância que desencadeia os sintomas. Por exemplo, se o paciente apresenta obstrução nasal e espirros quando ingere determinado alimento, o mais fácil a fazer é simplesmente não o comer. Infelizmente, a principal causa de rinite alérgica são os ácaros, e não é fácil evitar o contacto com eles. Algumas medidas simples como as referidas no item prevenção/recomendações podem ser adoptadas. Outros factores como as mudanças bruscas de temperatura são também prejudiciais aos doentes e devem ser tanto quanto possível evitadas. B- Tratamento medicamentoso Se estas medidas não forem suficientes para controlar os sintomas do paciente, poderão ser receitado medicamentos. Existem dois grandes grupos de medicamentos que podem ser usados. Um tipo funciona preventivamente e outro apenas alivia os sintomas.
Anti-hístamínicos: Sob a forma oral, devendo ser preferidos os não sedativos e com maior potência no controlo dos sintomas alérgicos. As formas em spray intra-nasal podem ter alguma utilidade em situações pontuais. Anti-Inflamatórlos: os corticosteróides intranasais permitem um controlo da inflamação e apresentam grande segurança nas doses apropriadas. Outros: os descongestionantes quando aconselhados deverão ter um uso muito limitado uma vez que podem condicionar habituação e outras situações de maior gravidade. Cada uma destas drogas actua de forma diferente, e nenhuma é isenta de efeitos colaterais que algumas vezes podem ser graves. Por isso, o ideal, é não realizar auto medicação e procurar o médico. C- Vacinas anti-alérgicas Quando o tratamento feito nestas condições (higiene ambiental e medicamentos) falha, pode-se associar o uso de vacinas anti-alérgicas. Este tratamento é longo, porém quando feito correctamente, diminui a sensibilidade do doente àquela substância ao qual ele era alérgico. Muitas vezes deixa de haver com isto a necessidade do uso de medicamentos.
Curiosidades o
É verdade, ou é um mito, que a Primavera é uma das épocas do ano em que esta doença se reflecte mais?
A Primavera é a estação do ano em que mais se fala das alergias, e por arrastamento, de asma ou de rinite alérgica, porque todas estas situações são em parte, causadas por transição entre tempo frio e quente e, pela existência de pólenes no ar, condições características desta fase do ano.
Gengivite e Periodontite
2 Boca e dentes _________________________________________________________________
Estudo de caso:
GENGIVITE E PERIODONTITE
As doenças da boca e dos dentes podem ter graves consequências na nossa saúde. No entanto, a prevenção é um dos principais factores importantes de muitos problemas que afectam a boca. Uma boa higiene e check-up dentários regulares podem ser muito úteis para manter uma boca saudável, evitar problemas de maior e a necessidade de cuidados médicos. Todavia, certas doenças da boca requerem de facto a atenção de um especialista. O cancro da boca, por exemplo, cuja prevenção é perfeitamente viável, dissemina-se rapidamente e pode ser fatal, sendo imprescindível a sua detecção e tratamento precoce, numa fase ainda inicial. Outros problemas, tais como úlceras causadas pelos vírus, são mais difíceis de prevenir sendo, no entanto, mais fáceis de tratar. Um dentista pode aconselhar os cuidados e a prevenção da maior parte dos problemas de saúde oral. Escovar e usar diariamente fio dental, bem como evitar o tabagismo, podem ajudar a evitar doenças vulgares como gengivite, cáries e halitose. Mas doenças mais graves tais como as da articulação temporomandibular, podem necessitar de atenções médicas.
GENGIVITE/ PERIODONTITE Gengivite
O que é A gengivite é a inflamação das gengivas. As gengivas inflamadas doem, incham e sangram facilmente. A gengivite é uma inflamação muito frequente e pode aparecer em qualquer momento após o desenvolvimento da dentição.
A causa directa da doença é a placa - uma película, grudenta e sem cor de bactérias que se forma, de maneira constante, nos dentes e na gengiva. Se a placa não for removida pela escovação e uso de fio dental diários, ela produz toxinas (venenos) que irritam a mucosa da gengiva causando a gengivite. Neste estado inicial da doença da gengiva, os danos podem ser revertidos, uma vez que o osso e o tecido conjuntivo que segura os dentes no lugar ainda não foram atingidos. Entretanto, se a gengivite não for tratada, ela pode evoluir para uma periodontite e causar danos permanentes aos dentes e mandíbula/maxilar.
Na gengivite simples, o aspecto das gengivas é mais vermelho que rosado. Incham e movem-se em vez de estarem firmemente adaptadas aos dentes. As gengivas, muitas vezes, sangram quando se escovam os dentes ou ao comer. Se a gengivite for grave, a almofada pode aparecer manchada de sangue pela manhã, particularmente quando a pessoa respira pela boca.
Causas A causa principal, tanto da gengivite como da periodontite, é a acumulação de placa bacteriana (uma substância viscosa constituída de bactérias, saliva e partículas de alimentos) nos dentes. A placa bacteriana que não é retirada com a escova ou com fio dental transforma-se num material duro chamado tártaro, que fica depositado entre as gengivas e os dentes, formando bolsas periodontais. As bactérias do tártaro e da placa bacteriana, bem como as toxinas que as bactérias produzem, inflamam e infectam as gengivas e são a causa da gengivite. Se o tártaro e a placa bacteriana não forem retirados criam bolsas periodontais mais profundas por baixo das gengivas, fazendo com que estas se alarguem e infectem os ligamentos e o osso em redor dos dentes – a isto chama-se periodontite. Uma deficiente higiene dental aumenta sobremaneira o risco da gengivite. Contudo, escovar os dentes com demasiada força ou usar exageradamente o fio dental podem causar gengivite ao danificar as gengivas, aumentando a sua vulnerabilidade em relação às agressões da placa bacteriana. As outras causas da irritação das gengivas são os dentes mal alinhados e pontes, coroas e outros aparelhos de ortodontia mal colocados. As alterações hormonais durante a puberdade e a gravidez aumentam o risco da gengivite, causando uma maior sensibilidade das gengivas. Outros factores de risco incluem a diabetes não controlada, uma alimentação demasiado rica em açúcar e amidos, determinados medicamentos (tais como contraceptivos orais e corticosteróides) e fumar ou mascar tabaco.
Tipos Gengivite simples, o aspecto das gengivas é mais vermelho que rosado. Incham e movem-se em vez de estarem firmemente adaptadas aos dentes. As gengivas, muitas vezes, sangram quando se escovam os dentes ou ao comer. Se a gengivite for grave, a almofada pode aparecer manchada de sangue pela manhã, particularmente quando a pessoa respira pela boca. A estomatite herpética aguda é uma infecção viral dolorosa das gengivas e de outras partes da boca. As gengivas infectadas apresentam uma cor avermelhada brilhante e a infecção provoca o aparecimento de numerosas feridas pequenas, brancas ou amarelas, dentro da boca. A gengivite da gravidez, devida principalmente a alterações hormonais que se produzem durante a gravidez, é um agravamento de uma gengivite ligeira. Pode contribuir para o problema o descuido com a higiene bucal da grávida, que é frequente por causa das náuseas que a afectam de manhã. Durante a gravidez, uma irritação menor, frequentemente uma concentração de tártaro, pode produzir uma tumefacção como consequência do crescimento de tecido gengival, o chamado tumor de gravidez. O tecido inchado sangra facilmente se existir uma ferida e pode interferir na ingestão de alimentos.
A gengivite descamativa é um processo pouco conhecido e doloroso que afecta, com frequência, as mulheres na pós-menopausa. Nesta doença, as camadas externas das gengivas separam-se do tecido subjacente, deixando a descoberto as terminações nervosas. As gengivas tornam-se tão frágeis que essas camadas se podem desprender ao esfregá-las com um algodão ou com o estímulo de ar de uma seringa odontológica. A gengivite da leucemia é a primeira manifestação da doença em quase 25 % das crianças afectadas de leucemia. Uma infiltração de células de leucemia dentro das gengivas causa a gengivite, que piora por causa da incapacidade do sistema imunológico para combater a infecção. As gengivas tornam-se vermelhas e sangram com facilidade. Muitas vezes, a hemorragia persiste durante vários minutos, dado que o sangue não coagula com normalidade nos afectados por leucemia. Na pericoronite, a gengiva inflama-se e cavalga sobre um dente que não saiu ainda completamente, em geral um queixal do siso. A porção da gengiva que cobre o queixal que só emergiu parcialmente pode reter líquidos, restos de comida e bactérias. Se um molar do siso superior irromper antes do inferior, pode morder essa porção sobreposta, aumentando a irritação. Podem desenvolver-se infecções e propagar-se à garganta ou à bochecha.
Prevenção A gengivite simples pode ser evitada com uma boa higiene bucodentária, com a escovagem diária e com o fio dental. Pode utilizar-se um dentífrico que contenha pirofosfato para os casos em que se forme muito sarro. Devem tratar-se ou controlar-se os processos de algumas doenças que possam causar ou piorar a gengivite. Se uma pessoa necessitar de tomar um medicamento que provoque um sobrecrescimento do tecido gengival, este excesso de tecido pode ter de ser extirpado cirurgicamente. No entanto, com uma higiene bucal meticulosa efectuada em casa e uma profilaxia frequente pode diminuir-se o desenvolvimento da excrescência e evitar a cirurgia. Portanto uma boa higiene oral é a maneira mais eficaz de evitar a gengivite e a periodontite. Escove os dentes duas vezes por dia com uma escova macia. Passe o fio dental pelo menos uma vez por dia para retirar a placa bacteriana de entre os dentes. Siga também uma dieta equilibrada e não fume nem masque tabaco. Os chek-ups regulares para fazer uma limpeza dentária ajudam a evitar as doenças das gengivas ou a tratá-las antes que se tornem irreversíveis. Os chek-ups médicos podem detectar problemas de saúde como a diabetes que pode aumentar o risco das doenças das gengivas. Um doente com diabetes deve assegurar-se de que tem o problema controlado. Para prevenir hemorragias no caso de gengivite produzida pela leucemia, em vez de se escovarem, os dentes e as gengivas devem ser limpos suavemente com gaze ou esponja. O estomatologista pode prescrever um bochecho com cloro-hexidina para controlar a placa bacteriana e prevenir as infecções da boca. Quando a leucemia está sob controlo, um bom cuidado dentário contribui para tratar as gengivas.
Diagnóstico Um dentista pode diagnosticar uma gengivite e uma periodontite baseando-se no aspecto das gengivas. Talvez haja necessidade de radiografias dentárias para avaliar a extensão dos danos causados pela periodontite ao maxilar. O dentista poderá ainda usar uma sonda periodontal para medir a profundidade das bolsas periodontais e do
tártaro abaixo da linha das gengivas. Esta medição indica a extensão da doenças e determina se será ou não necessária uma cirurgia às gengivas.
Quem está em risco? Qualquer pessoa pode estar em risco de ter gengivite ou periodontite. Estando mais susceptíveis aquelas pessoas que tenham uma higiene oral deficiente, fumem ou masquem tabaco, escovem ou usem fio dental com excessiva energia que os dentes fiquem danificados, tenham uma alimentação deficiente, tenham os dentes mal alinhados, tenham coroas, pontes ou aparelhos de ortodontia mal colocados ou que tenham diabetes. No entanto jovens, na puberdade também estão mais susceptíveis, tais como as grávidas ou alguém que tome medicamentos tais como contraceptivos orais e corticosteroídes. Riscos Uma periodontite que não seja tratada pode resultar numa doença cardíaca. Um estudo feito em 2003 por investigadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, descobriu uma relação entre a gravidade dos problemas da periodontite e a incidência das doenças cardíacas em doentes com patologia cardíaca hospitalizados no Chile. E um outro estudo está actualmente a ser feito na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, para investigar a possível ligação entre a gengivite e as doenças cardíacas. As bactérias que surgem na doença periodontal podem desempenhar um papel nas doenças cardíacas e no AVC.
Tratamento Gengivite A doença pode regredir em poucas semanas com o escovar regular e a passagem do fio dental para retirar a placa bacteriana. Um processo chamado limpeza em profundidade, por meio do qual o tártaro é retirado dos dentes e das gengivas, pode ajudar a controlar a gengivite. Recomendam-se consultas ao dentista duas vezes por ano para este tipo de limpeza e para um exame das gengivas e dos dentes. Elixires de Gel: Elixires com antibiótico e gel, sempre que usados juntamente com o escovar e a limpeza com o fio dental, controlam melhor a gengivite do que se apenas foram usados estes dois últimos processos de higiene. Os preparados contendo vários óleos essenciais também parecem ser eficazes. Por exemplo, um gel contendo óleo da planta do chá, aplicado às gengivas doentes, pode reduzir a hemorragia e outros sintomas de gengivite. Ortodontia: Pode recomendar-se um tratamento de ortodontia para endireitar os dentes desalinhados se estes estiverem a provocar a gengivite. A substituição de coroas mal adaptadas ou de outras próteses dentárias pode também ajudar a prevenir a recorrência do problema.
Periodontite
Este problema pode ser evitado com a combinação de uma higiene oral e um tratamento dentário. Podem ser necessárias limpezas em profundidade e outras mais simples, realizadas por profissionais, mais de duas vezes por ano para evitar que a periodontite avance. Medicação: Os dentistas receitam antibióticos orais ou de aplicação tópica para tratar abcessos (infecções com colecções de pus em redor dos dentes que ocorrem com frequência nos casos de periodontite). Cirurgia: É possível a realização de uma pequena cirurgia para retirar a placa bacteriana com bactérias e o tártaro na porção inferior às gengivas. A gengivectomia envolve a excisão de tecido mole da gengiva que rodeia a bolsa periodontal da placa ou de tártaro. Se o osso estiver infectado, um processo cirúrgico para reconstruir a raiz do dente danificado pela doença da gengiva. A raiz doente é substituída por um material sintético que é ligado ao dente. Podem realizar-se outros tipos de cirurgia para estabilizar o dente. Extracção dentária: Os dentes que ficarem drasticamente sem apoio devido à periodontite poderão ter de ser extraídos. Medicina Tradicional Chinesa: Há centenas de anos que as ervas chinesas são usadas para tratar a periodontite e inibir eficazmente o desenvolvimento das bactérias. Extracto de propólis: A irrigação das gengivas com extracto de propólis, uma substância viscosa, castanha e resinosa, extraída de várias plantas pelas abelhas, é uma ajuda ao tratamento periodontal. Tratamento com oxigénio hiperbárico: Para a periodontite grave, o tratamento com oxigénio hiperbárico que usa uma câmara de alta pressão para aumentar o
fornecimento do oxigénio hiperbárico, que usa uma câmara de alta pressão para aumentar o fornecimento de oxigénio aos tecidos adjacentes aos dentes, pode aumentar a eficácia da terapêutica convencional, como, por exemplo, a limpeza em profundidade e a cirurgia à raiz.
Psoriase
3 Pele, cabelo e unhas _________________________________________________________________
Estudo de caso:
PSORÍASE Como se sabe, a pele é o nosso maior órgão, representando cerca de 7% do peso do corpo. Funciona como uma fronteira que nos separa do mundo exterior filtrando as substâncias nocivas e protegendo-nos do calor e da desidratação. O órgão a que chamamos pele inclui o cabelo, as unhas e as glândulas sudoríparas. A pele pode ser atingida por uma série de agressões- os invasores bacterianos e virais proporcionam uma maior vulnerabilidade de situações crónicas como o acne, o impetigo e os furúnculos, e a exposição excessiva ao sol poderá provocar cancro da pele. No entanto, outras doenças, tais como a psoríase e a dermatite, podem ter uma variedade de causas. Um dermatologista poderá tratar estas lesões com medicação oral, cremes ou injecções e pode também aconselhar mudanças no estilo de vida que poderão ajudar a evitar a recorrência. Sem a rede complexa de nervos sensoriais da pele, seríamos incapazes de detectar alterações na temperatura e na pressão atmosférica ou de sentir dor. A mais simples das lesões poderia revelar-se fatal. O verdadeiro papel da pele talvez seja protegernos de nós próprios.
PSORÍASE Quando pequenas áreas da pele descamada e inflamada aparecem e desaparecem, a causa pode ser psoríase, uma doença cutânea crónica comum. O que é? A psoríase é uma doença de pele incurável e não contagiosa, nem por transfusão sanguínea, sendo hereditariamente transmissível pelos genes do psoriático. É uma doença crónica, hiperproliferativa da pele, de etiologia desconhecida, mostrando uma grande variedade na severidade e na distribuição das lesões cutâneas. Na maioria dos casos, apenas a pele é acometida, não sendo observado qualquer comprometimento de outros órgãos ou sistemas.
Causas As causas da psoríase ainda não são totalmente conhecidas, estima-se, no entanto, que a origem desta doença pode provir de um distúrbio do sistema imunológico. É constatado que esta doença tem também um forte composto hereditário ou genético. Isto significa que em cerca de um terço dos casos, um parente sofreu ou sofre desta dermatose. Os brancos (caucasianos) são frequentemente mais atingidos pela psoríase, o que reforça a ideia de um forte composto genético. De facto foi até encontrado um gene que tem uma ligação com o desenvolvimento da psoríase.
Quem está em risco? Homens e mulheres são atingidos de igual forma, na faixa etária entre 20 e 40 anos, podendo, no entanto, surgir em qualquer fase da vida e com grande frequência em pessoas de pele branca, sendo raras em negros, índios, asiáticos e não existente entre esquimós. Factores de risco: História familiar Queimaduras solares ou outras lesões cutâneas Exposição ao frio Infecção sistémica Stress.
Prevenção Não há uma forma conhecida e bem definida de prevenir esta doença, contudo pode-se reduzir a incidência das crises, ao tomar alguns cuidados:
A exposição ao sol deve ser moderada. Ter cuidado com o Stress pois, na grande maioria dos pacientes, pode desencadear ou agravar a evolução da doença. Drogas em geral, como o tabaco, o álcool, drogas injectáveis, betabloqueadores (anti-hipertensivos), antimaláricos e alguns antiinflamatórios e analgésicos devem ser evitadas. Deve-se evitar variações climáticas bruscas dar as informações necessárias sobre a sua doença e sobre os remédios utiliza quando for a uma consulta médica ou odontológica para que sejam tomados cuidados pelo profissional.
Diagnóstico O diagnóstico, em geral, é fácil, e baseia-se na história clínica e na descoberta de lesões típicas com característicos especificas na “raspagem” das lesões no exame feito pelo médico. Em casos mais graves ou em formas não usuais pode-se fazer uma biopsia de pele (exame de pele com diagnóstico característico ou indicativo). Alguns exames laboratoriais podem colaborar na investigação de desencadeantes da doença (como diabete e infecção estreptocócica).
Tratamentos Os tratamentos utilizados dependem do tipo e da gravidade desta doença. Estes podem ser complexos, por vários motivos:
A psoríase surge e, posteriormente os sintomas retrocedem. As crises nem sempre podem ser atribuídas a uma causa específica. Nem todos os tratamentos resultam para todos os casos.
Os indivíduos poderão, com o tempo, poderão tornar-se resistentes a um tratamento específico.
É muito frequente combinarem-se vários tratamentos ou usá-los em rotatividade, com o objectivo de conseguir a menor renovação possível com o menor número de efeitos secundários possível. Hidratantes e tratamentos tópicos: São os primeiros tratamentos para a psoríase. Utilizam-se hidratantes como a vaselina para aliviar o rubor e o prurido. Há centenas de anos que se utilizam preparados elaborados a partir de coltar para reduzir a inflamação e para aliviar o prurido e o rubor. Os corticosteróides reduzem a inflamação. Outros medicamentos tópicos utilizados para reduzir ou remover as escamas incluem calpicitriol, uma forma sintética de vitamina D, o ácido salicílio e os retinóides. Fototerapia: O tratamento com luz ultravioleta, também chamado fototerapia, retarda o ritmo de crescimento das células. É utilizado quando a psoríase não responde de forma adequada aos preparados tóxicos. Existem três tipos de fototerapia: Raios ultravioleta B – servem-se de lâmpadas que emitem o espectro de luz ultravioleta B. é o tipo mais leve de terapia pela luz e pode ser levado a cabo no consultório do médico ou em casa. Não provoca cancro da pele, nem outros efeitos adversos. Psoralene mais luz ultravioleta A (PUVA) – é utilizado quando a luz ultravioleta B não resulta. A contrapartida deste tratamento é o facto de apenas poder ser utilizada durante poucos meses, antes da exposição à luz UVA aumentar o risco de cancro da pele. Lasers – são o mais recente sistema de fototerapia e são utilizados em áreas relativamente pequenas da psoríase, não havendo o risco de lesões para a pele saudável circundante. Medicação: Os retinóides orais ajudam a eliminar as escamas da pele e não devem ser tomados por mulheres que estejam, ou que possam ficar, grávidas, devido ao perigo de malformações perinatais. O metotrexato ajuda a reduzir o ritmo de crescimento celular. Os agentes biológicos, os mais recentes medicamentos no tratamento da psoríase, são feitos de proteínas que afectam as células ou os químicos envolvidos no processo da psoríase, tendo também graves efeitos secundários. Remédios à base de plantas: Muitos preparados à base de plantas são utilizados na psoríase, em estudos: creme de aloé vera; banhos de farinha de aveia, e preparados orais elaborados a partir de extractos de polipódio, uma espécie de feto que cresce na América do Sul e na Europa.
Climatoterapia: Tratar de uma doença passando algum tempo numa determinada região chama-se climatoterapia. A exposição à água do mar, pode a ajudar a tratar a psoríase. O efeito benéfico da exposição à água do mar Morto, muito rica em sais minerais foi comprovado clinicamente. Redução do Stress: A meditação e a hipnose podem ajudar a tratar a psoríase, quando utilizadas com terapias convencionais. Recomendações A psoríase não tem um curso previsível, cada caso tem o seu próprio curso. É uma doença crónica, para toda a vida e o paciente deve aprender a conviver adequadamente com a doença, controlando-a de forma a levar a sua vida normalmente.
Escoliose
4 Ossos, articulações e músculos _________________________________________________________________
Estudo de caso:
ESCOLIOSE
O nosso esqueleto, músculos e articulações dão aos seres humanos a estrutura que lhes permite caminhar, mexer-se e interagir com o mundo físico. Os problemas com qualquer um destes sistemas podem dificultar muito a qualidade de vida de cada pessoa. Porém, muitos desses problemas podem ser prevenidos ou tratados. Problemas musculares como as contusões e as cãibras provocam incómodos que necessitam de alívio para as dores e descanso. Os problemas com os ossos e as articulações podem, contudo, ter um impacto mais grave na mobilidade locomoção. As doenças crónicas como as tendinites e as artrites podem provocar dores prolongadas e as fracturas ósseas constituem uma emergência médica. A prevenção de lesões ósseas e musculares é, frequentemente, uma questão elementar. As extensões e exercícios de aquecimento antes dos esforços podem constituir um factor básico a realizar de modo a evitar-se contusões e entorses. Uma alimentação saudável e a prática regular de exercício minimizam os riscos de fracturas ósseas resultantes da osteoporose. Situações como fracturas ósseas e osteomielite devem ser contudo tratadas por um médico.
ESCOLIOSE
O que é A escoliose é uma doença que se manifesta na coluna vertebral, em que a curvatura lateral da coluna tem o aspecto de um S ou de um C, ou seja, uma perturbação musculoesquelética. A escoliose pode ocorrer em qualquer idade, mas é diagnosticada com bastante frequência em crianças e adolescentes. Tanto os bebés, como os rapazes e as raparigas são afectados de maneira igual, contudo são as raparigas adolescentes que têm maior probabilidade de apresentarem uma curvatura suficientemente pronunciada para necessitar de tratamento.
Causas A causa da escoliose, na maior parte das pessoas é desconhecida, contudo esta doença surge a nível familiar, o que leva a acreditar que pode ser em parte genético. Esta doença pode apresentar, ainda, outras causas, como a diferença do comprimento entre os membros, perturbações neuromusculares, incluindo a distrofia muscular e paralisia cerebral, bem como a síndrome de Marfan, ou seja, uma perturbação hereditária que afecta o tecido conectivo do corpo, e defeitos estruturais congénitos da coluna vertebral.
Prevenção Não existe nenhuma maneira conhecida de prevenir a escoliose.
Diagnóstico No diagnóstico da escoliose é feito um exame pediátrico geral padrão. O médico começa a avaliar a coluna da criança com esta inclinada para a frente. Quando esta se coloca de pé e direita, este regista eventuais assimetrias, como por exemplo um ombro mais alto do que o outro, a cabeça descentrada ou a postura inclinada para o lado. Fazem-se radiografias da coluna vertebral para medir o ângulo da curvatura, o que permite perceber se a pessoa em questão precisa de tratamento ou não.
Tratamentos Normalmente as pessoas que possuem esta doença não necessitam de nenhum tratamento pois a sua curvatura é pouco acentuada, mas caso seja necessário qualquer tipo de tratamento, o grau e a localização da curvatura, a idade da pessoa e o facto de ainda estar ou não a crescer determinam o tratamento recomendado. Primeiro começa-se pela observação. Nos casos em que a curvatura não é muito acentuada, o risco de agravar esta situação é muito reduzido, o que faz com que a observação seja o caminho mais sensato. No caso de uma criança que ainda está a crescer e que tem uma curvatura inferior a 25 graus, podem recomendar-se exames médicos com intervalos de tempo de quatro ou seis meses. Quando uma jovem é afectada pela escoliose idiopática e que lhe afecta a coluna torácica os médicos devem realizar exames para determinar se a função respiratória está a ser prejudicada, em especial se a escoliose for grave. Depois, segue-se o colete de correcção, que para as crianças que estão em crescimento e que apresentam uma curvatura superior a 25 graus, é normal que os médicos mandem a criança usar um colete de correcção para impedir que a curvatura piore. O colete de correcção também é considerado uma boa opção para pessoas que tenham uma curvatura maior do que 20 graus e que continua a piorar. Existem diferentes tipos de coletes para corrigir curvaturas em diferentes zonas da coluna vertebral. Este é utilizado durante um determinado número de horas por dia até a criança deixar de crescer.
Por fim, e último tratamento, a cirurgia. Este tratamento só é utilizado quando a curvatura tem mais de 45 graus e está a piorar e não reagiu ao colete, a cirurgia pode ser a única opção. A cirurgia corrige a coluna vertebral fundindo algumas da vértebras na curvatura e fixando-as com barras, ganchos e parafusos metálicos. Pode ser efectuada em crianças que ainda estejam em crescimento e até mesmo em adultos. A recuperação da cirurgia varia consoante o tipo de operação realizada. Esta recuperação pode demorar vários meses mas a maior parte dos doentes acaba por retomar á sua vida normal.
Sintomas Aqueles com escoliose geralmente não sentem dor durante a adolescência e juventude. A dor é comum na fase adulta quando a escoliose não é tratada. A queixa mais comum de pais e pacientes é devido à aparência com deformidade.
Quem está em risco? As pessoas que se encontram em risco com esta doença são pessoas que possuam antecedentes familiares com esta doença. Pessoas do sexo feminino, com perturbações neuromusculares, tais como a distrofia muscular e paralisia cerebral, o sindrome de Marfan e defeitos congénitos da coluna vertebral.
Perturbaçþes do sono
5 Cérebro e sistema nervoso _________________________________________________________________
Estudo de caso:
PERTURBAÇÕES DO SONO O cérebro é o centro de controlo que determina o funcionamento de cada sistema do corpo, sendo o sistema nervoso central o circuito que estabelece a ligação entre tudo. Os problemas relacionados com esta rede complexa são com frequência debilitantes e difíceis de diagnosticar. As perturbações individuais do sistema nervoso podem requerer diferentes abordagens preventivas, já que os nervos estão presentes em todo o corpo. Tonturas e dores de cabeça podem resultar uma dieta alimentar deficiente ou stresse, situações facilmente corrigíveis. Mas muitos problemas graves como as doenças de Parkinson e de Huntington têm um componente genético e podem ser inevitáveis. Evitando acidentes traumáticos como as lesões é possível prevenir perturbações neurológicas como, por exemplo, perda de memória. A dieta alimentar e o exercício podem ajudar a abrandar os sintomas de perturbações que de outro modo seriam inevitáveis como a esclerose múltipla. É possível reduzir o risco de alguns tumores cerebrais, limitando a exposição às radiações, a pesticidas e poluentes químicos.
PERTURBAÇÕES DO SONO O que é O sono é algo necessário para que o Homem possa sobreviver e gozar de uma boa saúde, pois é nesse momento que o corpo e a mente descansam. Dependentemente dos indivíduos, o sono varia entre várias horas, como por exemplo um adulto saudável apenas necessita de 4 a 9 horas de sono. Contudo, existem perturbações durante o sono que são alterações que ocorrem durante este, podendo ser alterações que ocorrem na conciliação do sono, relativas á duração do sono ou a comportamentos anormais associados ao sono, como por exemplo o terror nocturno ou o sonambulismo.
Causas
Estas são provocadas por vários factores, como o stress emocional ou a excitação, que podem determinar as horas de sono de uma pessoa e a forma como esta se sente ao despertar.
Certos alimentos, como a cafeína, as especiarias fortes e ainda alguns medicamentos podem provocar a falta de sono. Para além destes, o desporto, embora faça bem à saúde, também a pode prejudicar se for feito ao final do dia, pois provoca perturbações no sono, que consequentemente, poderá conduzir a uma maior probabilidade de hipertensão, problemas cardiovasculares, ansiedade, instabilidade, fadiga, alucinações, falta de concentração, obesidade ou mesmo a diabetes.
Prevenção As horas de sono deverão ser respeitadas, logo quando as pessoas são crianças para que em adultas não sofram desta doença. Deve-se ter uma alimentação saudável e fazer desporto dentro das horas aconselháveis para que este não prejudique o sono.
Diagnóstico Esta doença só é diagnosticada se interferir no desempenho pessoal, tanto a nível profissional, familiar e tarefas quotidianas. Começa por haver uma certa dificuldade de concentração e perda de memória, resultam as dores de cabeça frequentes, a vista cansada, enublada e as tonturas, aumenta o nervosismo, a ansiedade pode ser constante, o que pode levar a uma depressão. Existe um entorpecimento dos músculos, tendões e ligamentos, assim como dores contínuas que mudam de intensidade ou de local, e as sensações de queimaduras. As dores no peito aumentam, e existe uma sensação geral de fraqueza e cansaço, gerando por vezes a sensação de que existem impulsos nervosos que estão a atravessar o corpo.
Estas são muitas das manifestações que existem perante perturbações do sono, porém ainda existe o disfuncionamento do sistema nervoso.
Quem está em risco e quais os riscos? Qualquer pessoa que apresente estes sintomas.
Tratamentos O tratamento das perturbações do sono depende dessas mesmas e em função de cada doente, da situação clínica e da envolvência familiar e profissional, após uma avaliação do médico. Normalmente, é necessário a perda de peso excessivo e a modificação de diferentes hábitos alimentares e de sono, seguindo-se de medidas terapêuticas específicas. Estas podem incluir medicamentos, ventilação não invasiva e abordagens cirúrgicas.
Aneurisma
6 Coração e vasos sanguíneos _________________________________________________________________
Estudo de caso: ANEURISMA
O coração permite a circulação de cerca de 7570 litros de sangue por 96 560 km de artérias e outros vasos sanguíneos por dia. Bate 60 a 100 vezes por minuto, actuando como uma bomba, mas são os impulsos eléctricos que o accionam e controlam a frequência cardíaca. Um sinal eléctrico errático pode provocar uma disritmia fatal. A acumulação de depósitos gordos nas artérias pode levar à aterosclerose e a enfartes agudos do miocárdio. Uma pressão arterial elevada devida à dieta alimentar e a uma vida sedentária pode resultar em enfartes agudos do miocárdio e noutras doenças. Determinados comportamentos como o exercício regular e uma dieta pobre em colesterol, gorduras e sal podem prevenir muitos tipos de doenças de coração. Actualmente, existem novos medicamentos e novos procedimentos que podem tratar muitas mais doenças do coração e dos vasos sanguíneos que outrora.
ANEURISMA o que é Um aneurisma cerebral é uma doença na qual um vaso sanguíneo encontra-se anormalmente dilatado no cérebro. A dilatação é causada por uma fraqueza da parede de uma artéria ou veia do cérebro. O aneurisma cerebral é considerado perigoso pois, ao romper-se dentro do tecido encefálico do cérebro, produz um aumento de pressão, o que provoca a compressão das estruturas do cérebro responsáveis pela respiração, podendo provocar a morte por paragem respiratória, se não for tratado imediatamente. Os aneurismas podem ocorrer em qualquer artéria, sendo, no entanto, as suas localizações mais comuns na aorta – principal artéria que sai do coração para o resto do corpo - e também no cérebro, numa perna, no intestino e a artéria esplénica (artéria que nutre o braço). Cerca de três quartos dos aneurismas da aorta ocorrem na zona abdominal da aorta, chamados de aneurisma da aorta abdominal, e um quarto no tórax ou na zona toráxica, o qual se designa por aneurisma da aorta toráxica.
Causas Os aneurismas podem resultar de defeitos congénitos (a pessoa nasce com a doença), condições pré-existentes como pressão sanguínea alta e aterosclerose (o desenvolvimento de depósitos gordurosos nas artérias) ou trauma físico na cabeça, que podem provocar o enfraquecimento da parede dos vasos. Para além destes factores de risco, a ocorrência de aneurismas está associada ao sexo masculino, a uma idade mais avançada (acima dos 60 anos), tabagismo, diabetes mellitus, à história familiar e até mesmo a doenças infecciosas como a sífilis. A gravidez pode, também, ser a causa de um aneurisma da artéria esplénica. Os aneurismas cerebrais ocorrem mais frequentemente em adultos do que em crianças, mas podem ocorrer em qualquer idade. São um pouco mais comuns em mulheres do que em homens: cerca de 71,5% dos casos ocorrem em mulheres e apenas cerca de 28,5% em homens. Diversas pesquisas tentam buscar e procurar mecanismos genéticos que causam o aparecimento dos aneurismas. Essa busca identificou diversas localizações cromossómicas relacionadas, nomeadamente: 1p34-36, 2p14-15, 7q11, 11q25, e 19q13.1-13.3.
Sintomas Um pequeno aneurisma, em fase inicial não produz sintomas. Ao aumentar, o indivíduo pode ter sintomas como dor de cabeça, sensibilidade a luz, náuseas, vómitos e perda de consciência. Na maioria dos casos o único sinal é a cefaleia (enxaquecas), que é um sintoma de diversas enfermidades. As pessoas com aneurisma da aorta abdominal e torácica geralmente não apresentam sintomas até que o aneurisma rompa ou esteja prestes a romper. Nestes casos, os sintomas sugestivos de aneurisma costumam ser uma “pulsação abdominal aumentada” e dor na região lombar (nas costas). A ruptura do aneurisma causa uma aguda e lacerante dor nas costas, dor torácica e/ou abdominal e uma diminuição da pressão sanguínea levando ao choque. Após a ruptura, a sobrevivência é de poucas horas. A ruptura do aneurisma é perigosa e geralmente causa sangramento dentro do cérebro. Esta situação é um dos tipos de derrame cerebral. A morte pode ocorrer se houver o comprometimento de áreas vitais como as de controlo da respiração ou da pressão arterial.
Prevenção Esta doença é de difícil prevenção. No entanto, alguns aneurismas podem ser prevenidos através de simples medidas e atitudes que podem ser tomadas. Deve haver um controlo de hipertensão e de factores de risco para a doença coronária, nomeadamente, fazer uma dieta equilibrada, pobre em gorduras e colesterol, evitar o excesso de gorduras e de doces, manter um peso saudável, fazer exercício regularmente e não fumar.
Diagnóstico Como já foi referido anteriormente, os aneurismas podem provocar alguns sintomas intensos numa fase já final e avançada, como dor profunda na porção posterior ou inferior do abdómen ( se se tratar de um aneurisma da aorta abdominal)
ou na porção superior das costas e irradiar para baixo, pelo abdómen e até pelo tórax e braços. Por vezes, se um aneurisma se situar perto da superfície da pele, é possível vê-lo como uma massa pulsante. A maioria dos aneurismas é diagnosticada acidentalmente, durante um exame de rotina ou um teste com imagens por outras razões. Estes podem ser detectados mediante uma ecografia, que utiliza ondas ultra-sónicas para criar imagens, um TC com injecção de produto de contraste, uma radiografia ou uma ressonância magnética. Outros diagnósticos possíveis para esta doença são um exame por tomografia ou um check up. A ecografia abdominal é o exame mais utilizado para o diagnóstico do aneurisma da aorta abdominal, é rápido, indolor, eficaz e de baixo custo. A tomografia computadorizada é o exame de escolha para confirmar as medidas do aneurisma. Esta doença, diagnosticada precocemente tem cura, mas rompido, causa a morte na maioria dos pacientes.
Tratamentos É necessário o acompanhamento clínico periódico, pois só assim qualquer alteração do tamanho do aneurisma poderá ser facilmente detectada. Aneurismas com diâmetro entre 5,0 e 5,5 centímetros ou mais devem ser tratados para evitar a ruptura, enquanto que os que apresentam tamanho inferior a 5,0 centímetros de diâmetro de um modo geral não são tratados, pois raramente sofrem rupturas. O risco da ruptura é muito maior que o risco da cirurgia programada para a correcção do aneurisma. Após a ruptura, a mortalidade é muito elevada mesmo com o tratamento de emergência. Em alguns casos, a cirurgia pode ser indicada com diâmetro menor. Assim sendo, é necessário recorrer a reparações cirúrgicas, como a cirurgia convencional e a cirurgia endovascular. A cirurgia convencional do aneurisma é um procedimento com resultados excelentes. A operação é realizada com uma incisão no abdómen. O aneurisma é aberto e uma prótese sintética é utilizada para substituir o segmento arterial doente. Aneurismas da aorta torácica podem ser corrigidos por esta mesma técnica. A Cirurgia endovascular é um procedimento minimamente invasivo utilizando uma prótese sintética combinada com stents metálicos (cilindros metálicos) para restaurar a aorta. É inserida na circulação por cateteres que penetram pelas artérias localizadas nas regiões inguinais, após pequenas incisões. A prótese é expandida no interior da aorta, excluindo o aneurisma e restabelecendo o fluxo de sangue normal, eliminando a área doente e prevenindo a ruptura. Enquanto o tratamento endovascular pode ser uma excelente opção para alguns pacientes, em muitos outros casos a cirurgia aberta convencional continua a ser a melhor forma de cura do aneurisma. O cirurgião vascular terá um papel preponderante e decisivo neste âmbito, optando pelo melhor método de tratamento para a situação de cada doente em particular. Uma intervenção cirúrgica de emergência para reparar uma ruptura ou uma ameaça de ruptura de um aneurisma da aorta tem um risco de morte de 50 por cento, mas sem cirurgia a ruptura do aneurisma é sempre fatal.
Cancro
7 Aparelho digestivo _________________________________________________________________
Estudo de caso: CANCRO DO CÓLON
A digestão converte os alimentos em nutrientes que o corpo utiliza como combustível ou para se recuperar a si próprio. Sempre que não consegue digeri-los ou processar adequadamente esses nutrientes, uma multiplicidade de doenças graves pode surgir. As alergias alimentares são muito comuns quando o sistema imunitário reage a certas proteínas. Situações mais graves, tais como cancro do aparelho digestivo ocorrem após anos de uma alimentação deficiente e descuidada, consumo de tabaco ou elevada ingestão de álcool. Evitar o álcool e o tabaco pode aliviar as alterações do foro digestivo e reduzir o risco de cancro. O exercício regular e uma alimentação rica em fibras ajudam habitualmente a manter o aparelho digestivo em adequadas condições de funcionamento. A tentativa de redução do stress, praticando ioga e meditação e os suplementos vegetais podem também contribuir para minimizar perturbações como o refluxo gastroesofágico e a obstipação.
CANCRO O que é? A palavra cancro é utilizada genericamente para identificar um vasto conjunto de doenças que são os tumores malignos. O cancro ocorre quando as células se dividem de uma forma irregular e descontrolada, ocorrendo mutações (alterações nas células somáticas e/ou sexuais). Existem dois tipos de tumores ou neoplasias: tumores benignos e malignos. Os tumores benignos, ao contrário dos malignos, não se disseminam nem invadem os tecidos adjacentes. Já os tumores malignos possuem duas características potenciais, que podem ou não estar expressas na altura em que a doença é diagnosticada: as células cancerígenas podem-se libertar e espalhar para outros órgãos do organismo por metástases (por exemplo: fígado, pulmão, osso, etc) e podem infiltrar tecidos de órgãos adjecentes. Os tumores malignos são aqueles a que normalmente chamamos cancro. As doenças cancerosas são também designadas por oncológicas.
Como surge? O cancro surge quando as células normais se transformam em células cancerosas ou malignas, que se multiplicam e invadem outros tecidos órgãos. O processo de carcinogénese, é o processo de transformação de uma célula normal numa célula mutada, que se caracteriza por diferentes fases. Existem substâncias responsáveis por esta transformação, nomeadamente, os agentes carcinogéneos. São exemplos de carcinogéneos as radiações ultravioletas do sol, os agentes químicos do tabaco, entre outros. Um cancro desenvolve-se de uma forma cumulativa e contínua onde se verifica alterações celulares durante um largo período de tempo, geralmente durante anos. Como resultado, o número de células mutadas ao nível de forma, tamanho e função vai aumentando progressivamente.
Quais são os tipos de cancro? Existem quatro tipos de cancros. Estes classificam-se de acordo com o tipo de células avaliado pela anatomia patológica, em carcinoma, sarcoma, leucemia e linfoma.
O carcinoma é um tumor maligno que se origina em tecidos que são compostos por células epiteliais, ou seja, células que estão em contacto com as outras, formando estruturas contínuas. São exemplos de células epiteliais a pele, as glândulas e as mucosas, por exemplo. Aproximadamente 80 por cento dos tumores malignos são carcinomas.
Melanoma conjuntival, para quem não sabe, o famoso Melanoma é mais comum na pele, mastambém pode surgir na conjuntiva (mucosa que reveste o olho), esôfago, vagina e outros orgãos
O sarcoma é também um tumor maligno que tem origem em células que se encontram em tecidos de ligação como, por exemplo, ossos, ligamentos, músculos, entre outros. Nestes, as células estão unidas por substâncias intercelulares, sendo, por isso, designados por são tecidos conjuntivos.
Sarcoma de Kaposi (Comum em pacientes com SIDA)
A leucemia é um outro tipo de cancro, vulgarmente conhecida como o cancro no sangue. As pessoas com leucemia apresentam um aumento considerável dos níveis de leucócitos (glóbulos brancos). Neste caso, as células cancerosas circulam no sangue e não há, normalmente, um tumor propriamente dito. O linfoma é, como o próprio nome indica, um cancro no sistema linfático. O sistema linfático é uma rede de gânglios e pequenos vasos que existem em todo o corpo com a funcionalidade de combater as infecções. O linfoma afecta um grupo de células chamadas linfócitos. Os dois tipos de linfomas principais são o linfoma de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin.
Nesta parte do trabalho, iremos abordar um dos cancros do aparelho digestivo: o cancro do cólon.
Cancro do cólon e cancro rectal O cólon e o recto fazem parte do aparelho digestivo. Ambos formam um longo tubo muscular, chamado intestino grosso, sendo o cólon a primeira porção do intestino grosso (120 a 150 cm) e o recto a última parte (10 a 12 cm). A parte do cólon que se une ao recto é o cólon sigmóide. A parte que se une ao intestino delgado, é o cego. Os alimentos, parcialmente digeridos, entram no cólon, vindos do intestino delgado. No cólon, a água e os nutrientes são removidos dos alimentos e o restante é armazenado, como desperdício. Esse desperdício passa do cólon para o recto e, depois, para fora do organismo, através do ânus.
O cancro do cólon e do recto é uma doença tratável e curável. O cancro que tem início no cólon, chama-se cancro do cólon e o cancro que tem início no recto, chama-se cancro rectal. O cancro que afecte qualquer um destes órgãos pode, também, ser chamado de cancro colo-rectal. Quando o cancro colo-rectal se metastiza para o exterior do cólon ou do recto, as células cancerígenas são, muitas vezes, encontradas nos gânglios linfáticos vizinhos e até mesmo noutros órgãos, como o fígado. O cancro do cólon e do recto é, em Portugal, o cancro mais frequente nos homens, embora, neste mesmo grupo, seja a quarta causa de morte oncológica. Já nas mulheres é o segundo tipo de cancro, bem como a segunda causa de morte oncológica.
O que é o cancro colo-rectal? O cancro colorectal é uma doença do cólon e das células do revestimento do recto, ou mucosa. As células cancerosas apresentam um crescimento descontrolado e a capacidade de se multiplicarem através do corpo, metastizando-se até outros tecidos adjacentes. O cancro colo-rectal é mais comum após os 50 anos de idade, sobretudo nos homens.
Causas A inflamação crónica do aparelho digestivo, causada por infecção, medicamentos ou substâncias irritantes ambientais, é muitas das vezes a causa de cancros do aparelho digestivo. Por outro lado, os pólipos ou tumores benignos que se desenvolvem na mucosa do cólon ou do recto, se não forem removidos podem progredir para cancro. Embora as causas directas do cancro do cólon não tenham ainda sido identificadas, qualquer situação que aumente a tendência para o desenvolvimento deste pólipo pré-cancerígeno, aumenta o risco de cancro. Fumar e o excessivo consumo de álcool também aumenta, em grande quantidade, o desenvolvimento e a incidência de pólipos do cólon. As pessoas que fumam e que bebem estão mais predispostas a este cancro, apresentando quatro vezes mais de probabilidade para desenvolverem este cancro. Uma alimentação rica em gorduras e pobre em fibras, a obesidade e uma vida sedentária, a diabetes e as depressões têm um papel significativo no desenvolvimento do cancro. As doenças inflamatórias intestinais, a colite ulcerosa, uma idade mais avançada superior a 50 anos e ainda a história pessoal ou familiar deste cancro são também um dos principais factores de risco que contribuem para o aparecimento do cancro colo-rectal. Nas famílias com cancro hereditário, é possível o diagnóstico genético. Ou seja é possível determinar, através de uma simples análise de sangue realizada em centros especializados, qual o gene implicado no aparecimento do cancro e, depois, testar os descendentes no sentido de determinar se se herdou, ou não, o risco de desenvolver a mesma doença.
Diagnóstico Deverão ser realizados, de forma periódica e regular, sempre sob orientação clínica o toque rectal (faz parte dos exames físicos de rotina para a detecção de anomalias. Muitas vezes, as lesões cancerosas desenvolvem-se mais acima, pelo que a utilidade deste exame é limitada) e a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Este exame é uma forma eficaz de detectar precocemente o cancro do intestino, já que o tumor ou os pólipos podem sangrar. A colheita das fezes pode ser feita em casa, em três dias consecutivos. Nos dois dias que antecedem o exame, o paciente não deve ingerir bebidas alcoólicas, salicilatos (Aspirina), vitamina C e alimentos como carne vermelha, brócolos, couve-flor ou bananas. Este exame não apresenta riscos, é bem tolerado, barato e fácil de realizar. Podem ser feitos outros exames que permitem a visualização directa ou indirecta do cólon e do recto, como a rectoscopia (visualiza o recto), a sigmoidoscopia (Teste que visualiza o cólon sigmoide e o recto. O médico introduz no ânus um tubo flexível de 60 cm, munido de um sistema óptico, que permite observar o interior do recto e a parte final do cólon. Normalmente, não é necessário anestesia. Uns dias antes do exame, o paciente deve seguir uma dieta rigorosa e apresentar-se com os intestinos totalmente limpos, após ter usado um laxante ou um clister. Caso surjam tecidos suspeitos ou pólipos, é possível removê-los de imediato), a colonoscopia (É um exame que observa o cólon completo. Permite observar a totalidade do cólon, usando um longo tubo iluminado, chamado colonoscópio. Os pólipos ou eventuais tumores detectados são logo removidos. Durante alguns dias, o paciente deve seguir uma dieta rigorosa e, antes do exame, deve beber alguns litros de uma solução salgada, que provoca diarreia, para limpar totalmente os intestinos. Geralmente, o exame é feito
sob efeitos sedativos, para minimizar o desconforto) ou a tomografia axial computarizada (TAC) para além de exames físicos clínicos habituais. Estes exames permitem ao médico verificar os tecidos do intestino grosso onde todos os tumores colo-rectais se iniciam. Um exame ou estudo por raio X e um clister opaco pode servir para identificar a existência de um tumor ou cancro. No caso dos exames por raio X introduz-se uma solução branca, contendo bário, pelo ânus. Este exame é menos fiável do que a colonoscopia e causa algum mal-estar, pelo que apenas se usa quando a colonoscopia é contra-indicada ou por opção do doente. O tempo é determinante no combate ao cancro. Dever-se-á consultar sempre um médico quando houver suspeitas de situações como o cancro do cólon-rectal, pois quanto mais cedo for detectado, maior a probabilidade de cura do cancro.
Sintomas Os sintomas mais frequentes, quando presentes, são a perda de sangue e alterações do funcionamento intestinal (diarreia e/ou obstipação), desconforto abdominal, perda de peso inexplicada e cansaço. Os pólipos podem não dar sintomas. No entanto, o cancro, especialmente numa fase inicial, pode existir sem sintomas. É por isso muito importante que os exames de rastreio, designados "checkup", a partir dos 50 anos, incluam sempre procedimentos para detecção do cancro do cólon.
Prevenção A prevenção do cancro do cólon pode ser eficiente. Uma medida importante é a remoção dos pólipos benignos, através do exame designado colonoscopia que como foi referido anteriormente analisa, em simultâneo e detalhadamente, toda a mucosa do recto e cólon. Esta estratégia tem levado à detecção de um número muito significativo de casos em fase inicial ou em fase pré-maligna. Também uma dieta adequada, rica em fibras, em vegetais, sopa, frutas e cereais integrais e pobre em carne vermelha e gordura, particularmente de origem animal, ajuda a reduzir o risco. O exercício físico e o combate à obesidade são, também, comportamentos benéficos que desempenham um papel importante na prevenção do cancro. Deve-se moderar o consumo de álcool e evitar fumar. Perante os sinais de alarme, não tardar em ião médico.
Tratamento O tratamento curativo é, quase sempre, cirúrgico. Pode ser necessário complementar a operação cirúrgica com radioterapia ou quimioterapia. O tratamento é eficaz na imensa maioria dos casos, desde que o cancro seja detectado e tratado numa fase inicial. A intervenção cirúrgica é o tratamento principal para os casos em que a doença se encontra no inicio. Como foi referido, nos casos mais avançados de cancro do cólon, os médicos usam várias combinações de cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
Relativamente à cirurgia, nalguns casos a remoção do tumor e de qualquer tecido cancerígeno adjacente pode ser o único tratamento necessário. Por vezes, pode ser necessária uma colostomia, em que é feita uma ligação do cólon ao abdómen, por onde as fezes passam para um saco de colostomia fora do corpo. No caso de se proceder à radioterapia, usa-se raios X direccionados, de alta energia, para destruir células tumorais. A radiação externa é feita com uma máquina fora do corpo que aponta os raios na direcção dos tecidos cancerígenos. A radiação interna utiliza uma susbtância radioactiva contida dentro de sementes ou cateteres que são directamente colocadas dentro ou próximo de tumor. Na quimioterapia, os químicos que combatem o cancro administrados via oral ou administrados por via endovenosa são utilizados para destruir células malignas ou para impedir que estas se dividam. Pode-se ainda produzir geneticamente anticorpos (proteínas produzidas pelo sistema imunitário para combater substâncias estranhas) que são actualmente usados com o objectivo de tratar o cancro do cólon que se metastizou para outros tecidos do corpo.
Recomendações A escolha de fazer alguns exames numa base regular ou ir ao seu médico apenas quando você tem sintomas ou problemas, deve ser feita por cada um de nós em conjunto com o aconselhamento de um médico. Esta decisão deverá ter em conta factores tais como estádio do cancro original, a idade, saúde geral, estado emocional, desejo de ter tratamento adicional se for encontrada alguma coisa, etc. A quantidade de exames varia de médico para médico. Não há correntemente uma resposta correcta e verdadeira para cada doente. RECOMENDAÇÕES DE ACOMPANHAMENTO Exame Tipo Frequência (após tratamento)
História
Clínico
CEA *
0 -2 anos Cada 3 meses
X
X
X
3 - 4 anos Cada 6 meses
X
X
X
Após 5 anos Anualmente
Colonoscopia
X
Lupus
8 Sangue e sistema imunitário _________________________________________________________________ Estudo de caso:
LÚPUS
O sangue e o sistema imunitário transportam oxigénio e células que combatem microorganismos que o mesmo reconhece como estranhos, nomeadamente vírus e bactérias. Fazem-no com o auxílio de vários componentes celulares como os glóbulos vermelhos que transportam o oxigénio dos pulmões até aos órgãos periféricos de volta aos pulmões; as plaquetas permitem que se forme um coágulo na eventualidade de uma lesão; e os leucócitos- linfócitos T auxiliares, células T citotóxicas, linfócitos B e fagócitos- que atacam e destroem quaisquer substâncias prejudiciais no interior do organismo. Os linfócitos T auxiliares percorrem todo o organismo. Se algum deles encontra uma célula ou um microrganismo que represente perigo, sinaliza-o ao restante sistema imunitário para que este prepare uma resposta. Os linfócitos B produzem anticorpos que memorizam as características dos agentes estranhos, as chamadas células de memória, e envolvem uma substância estranha caso esta regresse, de uma forma mais rápida e eficaz. As células T citotóxicas destroem a substância ou então esta é absorvida e neutralizada pelos fagócitos.
LUPUS Em 1851 o médico francês Pierre Lazenave observou pessoas que apresentavam pequenas feridas na pele, semelhantes a mordeduras de lobo. No entanto, apenas em 1895 o médico canadiano Sir William Osler caracterizou melhor o envolvimento das várias partes do corpo e adicionou a palavra “sistémico” à descrição da doença, que passou a ser designada por Lúpus (termo para lobo em Latim) e posteriormente como Lúpus Eritematoso Sistémico. Pelo menos 5 milhões de pessoas padecem de Lúpus em todo o mundo e pensa-se que 100.000 novos casos aparecem cada ano.
O que é? Esta é uma doença crónica auto-imune, que atinge o sistema imunológico do indivíduo provocando, essencialmente, alterações neste. Isto é, uma pessoa possuidora de LES desenvolve anticorpos que reagem contra as suas células normais do organismo, podendo consequentemente afectar a pele, as articulações, rins e outros órgãos. Ou seja, a pessoa torna-se "alérgica" a ela mesma. A doença é incurável e pode ter períodos de forte agravamento, assim como períodos mais ou menos longos de acalmia e, portanto, ausência de sintomas da doença.
Causas As causas que desencadeiam esta doença são desconhecidas. No entanto, uma das teorias é a que esta doença ocorre devido a uma combinação de factores. A genética desempenha papel claro nesta doença, pois os indivíduos com uma história familiar de lúpus têm uma maior probabilidade de desenvolverem eles próprios a doença. Para além disso, também foram associados alguns medicamentos à LES, assim como as infecções virais. As hormonas femininas, como o estrogénio, parecem desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento da mesma, o que se torna evidente, pois são diagnosticadas mais mulheres com lúpus do que homens.
Tipos de Lúpus Existem 3 tipos de Lúpus: o Lúpus Discóide, o Lúpus Sistémico, e o Lúpus Induzido por Drogas.
Lúpus Discóide É sempre limitado à pele. É identificado por inflamações cutâneas que aparecem na face, nuca e couro cabeludo. Aproximadamente 10% das pessoas com este tipo de Lúpus Lúpus podem evoluir para o Lúpus Sistémico, o qual pode afectar quase todos os órgãos ou sistemas do corpo.
Lúpus Sistémico Costuma ser mais grave que a Lúpus Discóide e, como o nome indica (sistémico = geral), pode afectar quase todos os órgãos e sistemas. Em algumas pessoas predominam lesões apenas na pele e nas juntas, em outras podem predominar nas juntas, rins, pulmões, sangue. Para além disso, outros órgãos e tecidos também podem ser afectados. Enfim, cada caso de Lúpus é diferente do outro.
Lúpus Induzido por Drogas Tal como se pode inferir, ocorre como consequência do uso de certas drogas ou medicamentos. Os sintomas são muito parecidos com o Lúpus Sistémico. Inclusive os próprios medicamentos para tratar esta doença podem levar a um estado de Lúpus induzido. Por isso é preciso ter certeza absoluta do diagnóstico antes de certos fármacos que se podem tornar perigosos como: Cortisona, Antimaláricos (como Reuquinol) e alguns Anti-inflamatórios. Algumas drogas já foram detectadas como facilitadoras do desenvolvimento de Lúpus. É o caso, por exemplo, da hidralazina, medicamento para tratamento da hipertensão, ou da procainamida, usada para tratamento de algumas arritmias cardíacas. Não obstante, quando esta ocorre devido ao uso dessas substâncias, isso depende mais da pessoa que da própria substância, ou seja, não são todas as pessoas que tomam esses produtos que desenvolverão a Lúpus, mas apenas uma pequena percentagem delas. Isto significa que a imunidade destas pessoas vulneráveis a esta doença autoimune é que é o problema, propriamente dito.
Diagnóstico Critérios de pele: 1 - Mancha "asa borboleta" (vermelhidão característica no nariz e face). 2 - Lesões na pele (usualmente em áreas expostas ao sol). 3 - Sensibilidade ao sol e luz (lesões após a exposição de raios ultravioletas A e B). 4 - Úlceras orais (recorrentes na boca e nariz). Critérios sistémicos: 5 - Artrite (inflamação de duas ou mais juntas periféricas, com dor, inchaço ou fluído). 6 - Serosite (inflamação do revestimento do pulmão - pleura, e coração - pericárdio). 7 - Alterações renais (presença de proteínas e sedimentos na urina). 8 - Alterações neurológicas (anormalidades sem explicações - psicose ou depressão).
Critérios laboratoriais: 1 - Hemograma - contagem dos glóbulos vermelhos e brancos, assim como das plaquetas, que são responsáveis pela coagulação. 40% dos pacientes de Lupus têm anemia, 15 a 20% têm leucopenia (diminuição de glóbulos brancos no sangue) e 25 a 35% têm trombocitopenia (redução do número de plaquetas no sangue, ao contrário do que ocorre na trombocitose). 2 - Teste de Coombs - exame que comprova que a anemia vem da produção de anticorpos contra os glóbulos vermelhos. 3 - Urina - os pacientes com Lupus podem apresentar um aumento de proteínas na urina. 4 - FAN (factor anti-núcleo) - No núcleo estão presentes algumas proteínas e também o DNA. Qualquer anticorpo contra o DNA ou contra as proteínas do núcleo determina um FAN positivo, o que acontece em 95% a 100% dos casos. 5 - Células LE - os neutrófilos são capazes de "engolir" núcleos de outras células atacadas pelo anticorpo anti-núcleo, formando as células LE positivas. Cerca de 80% dos pacientes com LES apresentam este teste positivo. 6 - Anticorpo anti-DNA - existem dois tipos de DNA, nativo (dupla hélice) e monohélice, sendo que 60% a 80% dos pacientes com Lupus produzem anticorpos contra os dois. A presença do anticorpo anti-DNA facilita a nefrite - inflamação dos rins. 7 - Anticorpo anti-SM - anticorpo dirigido contra uma proteína do núcleo no sangue, mas apenas 30% dos pacientes produzem esse anticorpo. 8 - Dosagem de complemento - quando o anticorpo causa consequências no sistema da pessoa, forma-se uma estrutura chamada imunocomplexo. Quando este se deposita atrai uma substância chamada complemento, responsável pela inflamação. A dosagem de complemento total (CH50) e das fracções C3 e C4 são medidas, avaliando-se envolvimento renal e actividade da doença.
Quem está em risco? A LES afecta essencialmente, mas não só, mulheres em idade fértil (entre os 15 e os 44 anos). Tratamentos
Um plano individualizado tem como intuito evitar o reaparecimento de sintomas, aliviar os sintomas que possam ocorrer e prevenir complicações causadas pela doença. Seguem-se alguns exemplos de tratamentos. Fármacos Anti-inflamatórios não esteróides Estes medicamentos ajudam a reduzir as dores e as inflamações nas articulações. São exemplos o ibuprofeno, a aspirina e o naproxeno. Antipalúcidos Minimizam a fadiga, as dores nas articulações, as úlceras, as erupções cutâneas e a inflamação pulmonar. Corticosteróides São hormonas anti-inflamatórias naturais. Óleo de peixe ómega-3 Os suplementos de óleo de peixe provaram serem benéficos nos sintomas de lúpus. Os resultados de um estudo que englobou 52 doentes com lúpus indicaram que o uso destes suplementos reduz a actividade do lúpus sistémico dos participantes. Suplementos Utilizam-se com frequência suplementos de cálcio e de vitamina D para reduzir a degradação da estrutura óssea nas mulheres com lúpus. Imonussupressores Estes medicamentos são utilizados na esperança de que possam fazer diminuir a produção de auto-anticorpos e evitar as lesões por eles causados. É necessário cautela, pois estão associados a efeitos secundários perigosos. Rituxima B Os estudos indicam que este medicamento pode ser eficaz no tratamento dos indivíduos com lúpus, reduzindo o número de células imunitárias no organismo. Dehidroepiandrosterona Os estudos sobre esta hormona esteróide indicam que a DHEA pode ser eficaz na redução do número de erupções sofridas pelas mulheres com LES.
Recomendações Conviver, na perspectiva do doente e dos seus familiares, com esta doença incurável é uma tarefa recheada de escolhas, e amenizá-la é claramente o propósito da existência das Associações de Doentes com Lúpus.
Diabetes
DIABETES
Introdução De todos os nutrientes, os glícidos são a principal fonte de energia do organismo. A glicose é ingerida com os alimentos e absorvida pelo tubo digestivo atingindo então o sangue. Uma vez no sangue pode ser utilizada ou armazenada. A glicose pode também ser transformada em prótidos ou lípidos e utilizada no primeiro caso para fins plásticos, e no segundo como reserva energética sob a forma de tecido adiposo. A glicose pode ainda ser utilizada directamente para produzir energia pela glicólise (degradação da glicose) ou utilizada para reserva, sob a forma de glicogénio que não é mais do que uma longa cadeia de moléculas de glicose. O glicogénio acumula-se principalmente no fígado e nos músculos. Quando a glicose falta no organismo, por exemplo por falta de ingestão ou até no intervalo das refeições, o organismo recorre à degradação do glicogénio para obter a glicose de que necessita. O pâncreas é o órgão responsável pela produção de insulina e de outras hormonas que ajudam o organismo a transforma os alimentos em energia. Quando não há insulina suficiente ou o organismo não é capaz de utilizar a existente, as células não conseguem utilizar a glicose e convertê-la em energia. Cria-se excesso de glicose na circulação sanguínea de onde resulta uma intolerância à glicose.
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GLICOSE
GLICOSE
GLICOSE
Função da insulina no metabolismo da glicose O organismo mantém a sua glicemia (nível de glicose no sangue) dentro de valores considerados normais que, na espécie humana, oscilam entre 50mg/100ml e 110mg/100ml, e não tolera níveis inferiores (hipoglicémia) ou superiores (hiperglicémia) que se afastem muito destes. A diabetes é a doença que resulta da incapacidade de regulação da glicemia dentro dos limites normais. Caracteriza-se por um aumento do nível de açúcar no sangue e pela incapacidade do organismo transformar a glicose proveniente dos alimentos. A diabetes tipo I (diabetes mellitus insulino-dependente ou diabetes infantil), mais rara, é uma doença auto-imune pois o sistema imunitário destes diabéticos destrói as células do pâncreas que produzem a insulina, por causas desconhecidas (algumas infecções virais podem estar implicadas). Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina devido à falta de insulina. Aparece em idades jovens e obriga a uma terapêutica com insulina para toda a vida. A diabetes tipo II, aparece no adulto (por volta dos 40 anos). O pâncreas é capaz de produzir insulina contudo, a alimentação incorrecta e a vida sedentária, com pouco ou nenhum exercício físico, tornam o organismo resistente à acção da insulina (insulino-resistência), obrigando o pâncreas a trabalhar mais e mais, até que a insulina que produz deixa de ser suficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos.
A Diabetes Gestacional surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo.
Causas Em geral, a deficiência na produção/acção da hormona insulina pelo pâncreas é devida a factores genéticos (especialmente na diabetes tipo 1), maus hábitos alimentares (consumo de doces e/ou gorduras em excesso), stress, sedentarismo (fazer pouco exercício físico), obesidade (especialmente na diabetes tipo 2). Em relação à diabetes tipo 1, um artigo parece avançar algumas hipóteses: “Causas para a epidemia de Diabetes Tipo 1 Apenas 5% ou menos dos indivíduos com susceptibilidade genética para diabetes tipo 1 desenvolvem doença clínica. Estudos epidemiológicos têm identificado vários factores de risco ambientais para o desenvolvimento de diabetes tipo 1. A curta duração da amamentação materna e a precocidade de introdução do leite de vaca são os factores de risco mais estudados. Estes dois factores estão associados a um aumento do risco de desenvolvimento de anticorpos envolvidos na diabetes tipo 1, mesmo anos após a amamentação. As possíveis explicações para este fenómeno prendem-se com a presença de algumas proteínas no leite de vaca que parecem aumentar a incidência de diabetes tipo 1. Outros factores que têm sido referidos como de risco para o desenvolvimento desta doença são o consumo de ácidos gordos saturados e produtos animais, a introdução tardia de glúten , o consumo elevado de leite ao primeiro ano de vida, infecção materna gastrointestinal durante a gravidez e elevado peso ao nascer. A deficiência de vitamina D também parece estar implicada no aumento da incidência de diabetes tipo 1, explicando em parte a sua distribuição geográfica. A suplementação com vitamina D na infância, mesmo em crianças sem défice desta vitamina, mostrou reduzir significativamente o risco de desenvolvimento desta patologia.
A investigação científica tem vindo a evidenciar a relação entre a presença de metais tóxicos no organismo e o aparecimento de doenças auto-imunes . Em experimentação animal o mercúrio mostrou ser capaz de induzir o aparecimento de doenças autoimunes . Por outro lado, em doentes com doenças auto-imunes, a remoção das amálgamas dentárias (uma liga metálica com mercúrio) foi responsável por uma assinalável melhoria clínica. A constatação do aumento da incidência de Diabetes tipo 1 entre a população mais vacinada está a obrigar a tentar estabelecer o nexo de causalidade para esta relação positiva parece dever-se por exemplo a alguns conservantes das vacinas como por exemplo o Thimerosal que é um sal de mercúrio cuja presença no organismo é responsável por alterações imunológicas indutoras de doenças auto-imunes.”
Retirado e adaptado de: http://www.cristinasales.pt/science/scienceJul08I.htm Prevenção
Para prevenir a diabetes deve ser efectuada uma alimentação racional e equilibrada (com restrição calórica), uma actividade física diária e deve haver a manutenção de um peso normal. Os valores de glicemia podem e devem ser analisados em exames de rotina. A detecção precoce de lesões da retina, renais ou neurológicas e o controlo frequente da tensão arterial são também medidas importantes para controlar o aparecimento da doença.
Diagnóstico/sintomas Como se diagnostica a diabetes?
Se tiver uma glicemia ocasional de 200 miligramas por decilitro ou superior com sintomas; Se tiver uma glicemia em jejum (oito horas) de 126 miligramas por decilitro ou superior em duas ocasiões separadas de curto espaço de tempo.
Quais são os sintomas típicos da diabetes? Nos adultos - A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e muitas vezes não apresenta sintomas, o que faz com que muitas das pessoas não estejam sequer diagnosticadas. Na maioria dos casos, são as análises de rotina que permitem detectar o problema. Alguns sintomas clássicos são:
Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria); Sede constante e intensa (polidipsia); Fome constante e difícil de saciar (polifagia); Fadiga; Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais; Visão turva.
Nas crianças e jovens - A diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se:
Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama; Ter muita sede; Emagrecer rapidamente; Grande fadiga, associada a dores musculares intensas; Comer muito sem nada aproveitar; Dores de cabeça, náuseas e vómitos.
É importante ter presente que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos. Nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos. Os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada. E, nestes casos, podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se detecta a doença.
Quem está em risco/Riscos
Quem está em risco de ser diabético? A diabetes é uma doença que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos:
Pessoas com familiares directos com diabetes; Homens e mulheres obesos; Homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue; Mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez; Crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença; Doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas.
Quais os riscos? A glicose em excesso no sangue faz com que se formem agregados deste açúcar que são tóxicos para as células e faz com que as proteínas se liguem também a esses açúcares prejudicando o seu funcionamento normal. Assim, vão existir várias complicações a nível de vários órgãos, nomeadamente nos vasos e nos nervos. O diabético tem alterações vasculares no rim (que podem levar a insuficiência renal com necessidade de hemodiálise) e na retina (que podem levar a cegueira) e tem uma maior tendência para a aterosclerose, ou seja, a doença dos vasos que faz com que eles fiquem mais estreitos e dá origem a enfartes de vários órgãos, como o coração e cérebro (AVC isquémico). A aterosclerose nas pernas e pés pode levar à má circulação do sangue nos membros inferiores, a qual pode levar à gangrena e obrigar à amputação dos pés e pernas. O diabético tem também alterações dos nervos e deixa de sentir a maior parte das dores (pode não se aperceber que teve um enfarte do miocárdio, por exemplo). O que acontece é que o diabético não sente os traumatismos no pé e pode andar com feridas enormes sem dar por isso. As feridas infectam e têm dificuldade em cicatrizar e muitas vezes é necessário proceder a amputações para que a infecção não chegue ao sangue e provoque a morte. Para além disto, os diabéticos têm duas vezes mais possibilidades de serem hipertensos.
Consequências da falta de insulina
Tratamentos A diabetes trata-se de 2 formas:
com antidiabéticos orais com insulina injectável
Geralmente os diabéticos tipo I têm pouca insulina e por isso têm de tomar insulina injectável desde muito novos, mas pode haver durante algum tempo insulina suficiente de forma que nessa altura ainda não são insulino-dependentes. Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico correctamente. O objectivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença. Serve ainda para prevenir o desenvolvimento das manifestações tardias da doença e ainda para diminuir o risco das descompensações agudas, nomeadamente da hiperglicemia e da cetoacidose (acidez do sangue). Este tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico de família, engloba três vertentes fundamentais: adopção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina. Os diabéticos tipo II costumam ter insulina suficiente, por isso não precisam de tomar insulina, mas ela não funciona, por isso, dão-se os antidiabéticos orais que o que fazem é facilitar a acção da insulina nas células. Mais tarde, o pâncreas destes diabéticos também pode começar a não funcionar bem e aí já é preciso prescrever também insulina. A maioria das vezes basta que a alimentação seja adequada e que o exercício físico passe a fazer parte da rotina diária para que, com a ajuda dos medicamentos, a diabetes consiga ser perfeitamente controlada pelo doente e pelo médico.
Curiosidades o
Quando se fala em diabetes queremos referir-nos à diabetes mellitus, em oposição a outro tipo de diabetes que é a diabetes insipidus. A semelhança entre as duas é que existe em ambas poliúria, ou seja, as pessoas urinam mais do que o normal. A diferença é que na diabetes mellitus há glicosúria, ou seja, glicose na urina e na diabetes insipidus não. No passado, quando ainda não existiam métodos laboratoriais para medir a glicose na urina, distinguiam-se as duas diabetes pelo sabor da mesma (que era provada pelos provadores de urina) e, por isso, quando a urina sabia a mel: diabetes mellitus, quando não sabia a nada: diabetes insipidus. A diabetes insipidus têm uma causa completamente diferente da diabetes mellitus, o que acontece é que há uma hormona: a hormona antidiurética, que devia ordenar ao rim que reabsorvesse a água da urina para evitar a desidratação, e essa hormona não está a funcionar, o que implica que haja urina em excesso. Esta diabetes é muito mais rara.
o
Como se usa a insulina?
O tratamento com insulina é feito através de injecção na gordura por baixo da pele (subcutânea). Até à data o desenvolvimento científico ainda não conseguiu produzir nenhuma forma de insulina que possa ser tomada por via oral, uma vez que o estômago a destrói automaticamente.
Recomendações Devidamente tratada, a diabetes não impede o doente de ter uma vida perfeitamente normal e autónoma. Contudo, é fundamental que o diabético se ajude a si mesmo, autocontrolando a sua doença. Aliás, se o doente for determinado neste papel de autovigilância, a sua vida ficará muito facilitada. O doente pode controlar a diabetes quer através do seguimento da alimentação correcta e da prática de exercício, quer da realização de testes ao sangue e à urina em sua casa. São justamente os testes realizados diariamente pelo doente que permitem saber se o açúcar no sangue está elevado, baixo ou normal e que, posteriormente, lhe permitem o ajustamento de todo o tratamento. Controlo da glicemia: retira-se uma amostra de sangue e introduz-se no medidor de níveis de glicose se estes forem demasiado altos a insulina pode ser administrada
Consequentemente, a melhor forma de saber se a diabetes se encontra ou não controlada é realizando testes de glicemia capilar (picada no dedo) diariamente e várias vezes ao dia. Se os valores estiverem dentro dos limites indicados pelo médico, a diabetes está controlada. Se não, o doente deve consultar o médico assistente.
Fobias
10 Distúrbios psiquiátricos e emocionais _________________________________________________________________
Estudo de caso:
FOBIAS
Os distúrbios psiquiátricos e emocionais perturbam o pensamento, o comportamento e as emoções, e vão desde as depressões ligeiras até à esquizofrenia tão profunda que todo o contacto com a realidade parece perdido. Estas perturbações, também conhecidas como doenças mentais, são frequentemente proporcionadas por mudanças em substâncias químicas do cérebro, causadas por doenças genéticas, lesões, infecções ou acontecimentos de vida que ocorrem e não à falta de força de vontade ou de carácter. Muitos destes distúrbios melhoram com uma combinação de abordagens através da medicação, suplementos, exercício físico ou exposição à luz directa, por exemplo, que intervêm directamente com o equilíbrio químico do cérebro. Outras como a psicoterapia ajudam a reconstituir o cérebro criando novas ligações e comportamentos.
FOBIAS
O que é Todas as fobias têm origem em medos que residem no nosso inconsciente e que em determinadas alturas entram em funcionamento, bloqueando-nos por completo ou levando a reacções que saem fora de controlo. As fobias são medos irracionais, desproporcionados, em relação a situações, objectos ou pessoas. Na maior parte dos casos não causará nenhum malefício. A fobia é o mais comum não só de todos os distúrbios de ansiedade mas também de todos os distúrbios psíquicos. A fobia pode aparecer em qualquer momento da vida do indivíduo. Um sintoma que não tinha antes e, de repente, pode aparecer. O mais comum, desse tipo de aparecimento, é a famosa síndrome do pânico, que também é um quadro que apresenta uma série de fobias, podendo aparecer a qualquer hora. De repente a pessoa começa a ter pânicos e medos. Andar de avião, aproximação da água, consultas ao dentista – tudo isso pode causar fobias. As mulheres são duas vezes mais susceptíveis do que os homens de sofrer destas fobias específicas ou de outras tão simples. Os homens e as mulheres são afectados em igual grau. Assim se a pessoa experimenta grande ansiedade ao lidar com determinada situação e essa ansiedade diminui quando foge dela, o indivíduo tenderá a evitar a circunstância desencadeadora da ansiedade ou circunstâncias semelhantes, gerando comportamentos fóbicos.As fobias são doenças limitantes para a vida do doente e quando não tratadas, têm tendência à cronicidade. Com alguma frequência, podem complicar-se com comportamentos depressivos, alcoolismo ou mesmo consumo de drogas.
Causas Normalmente não há uma causa visível ou uma explicação para tais medos. Isto é, na vida da pessoa não aconteceu nada que esta se lembre que possa estar na origem da situação. Outras vezes, a pessoa em causa poderá lembrar-se de algo que possa ser a causa da sua fobia, no entanto não a consegue a ultrapassar. Tudo isso leva-a supor que não é essa a causa da sua fobia, que existe algo mais. Aparentemente podem não existir razões para tais comportamentos e atitudes, mas se eles existem é porque subsiste uma razão para tal, ou seja, há uma causa. Enquanto essa não for descoberta e “eliminada” a situação vai permanecer. Algumas vezes, as fobias, têm origem em acontecimentos traumáticos quer físicos quer psicológicos. As fobias e o stress pós traumático por vezes aparecem juntos e impedem a pessoa de ser ela mesma ou de ser uma pessoa normal. Nem sempre andam juntos mas quando andam, os problemas de que a pessoa sofre agravam-se. As causas podem ter acontecido ao longo da vida da pessoa ou podem estar mais para trás, quando se era bebé ou ainda mais para trás, tal como o traumatismo do nascimento ou mesmo situações traumáticas ou stressantes sofridas pela mulher durante a sua gravidez e que se transmitiram ao feto. Uma fobia dos pais pode ser passada às crianças durante aprendizagem comportamental. Por vezes uma má experiência, como a mordedura de um cão, pode conduzir a uma fobia. As fobias aparecem frequentemente durante a infância e adolescência. A superprotecção por parte dos pais, ou existirem poucas oportunidades para interacções sociais podem contribuir para o desenvolvimento de fobia social. Embora parte desses sintomas possam ser adquiridos por aprendizagem, já que as crianças observam e imitam comportamentos dos pais, há estudos genéticos que apontam para uma maior importância da hereditariedade em relação à aprendizagem. Logo: - De pais com determinadas fobias, adoptadas por pais sem a doença, têm maior probabilidade de a desenvolver, do que aquelas cujos pais biológicos são saudáveis; - De pais sem fobias, adoptadas por pais sem doença, não têm tendência para vir a desenvolvê-la; - Irmãos gémeos têm maior probabilidade de ter a doença do que irmãos não gémeos. Em resumo parece haver uma interacção entre factores genéticos, bioquímicos e psicológicos no desenvolvimento da doença e de pânico e dos comportamentos.
Tipos Existe 3 tipos de fobias: Simples - na qual um determinado estímulo provoca ao doente um medo excessivo e a tendência para o evitar (medo de cobras, de cães, de andar de avião, etc). Fobia social – na qual o indivíduo receia situações em que tem que se expor face a outros (ex. medo de falar ou comer em público). Este medo é desproporcionado em relação à realidade e leva o doente a fugir dessas situações. O distúrbio de ansiedade social resulta de uma ansiedade esmagadora e de uma exagerada consciência de si em situações socais, tais como falar em público, conhecer pessoas pela primeira vez ou mais utilizar casas de banho públicas.
Agorafobia – na qual o doente evita locais e espaços nos quais a ajuda ou a fuga possa ser difícil. Em geral estes doentes começam por evitar grandes espaços (estádios, hipermercados, etc), para gradualmente fugirem de outras circunstâncias, como os transportes públicos ou filas, e acabando muitas vezes por se fecharem em casa.
Prevenção A prática de técnicas de relaxamento, como respirar fundo, relaxar os músculos e o ioga, pode ajudar a prevenir a escalada dos sintomas. Não se deve confiar no álcool ou em drogas ilegais para alívio. Deve reduzir-se a ingestão de cafeína e de estimulantes usados em preparados de venda livre.
Diagnóstico O diagnóstico baseia-se nos sintomas, na sua frequência e naquilo que os provoca. As fobias causam muitas vezes sintomas físicos como dispneia, hipertensão, ritmo cardíaco elevado e hipersudorese das faces palmares das mãos. Os doentes fóbicos experimentam crises de pânico em confronto com as situações fóbicas, embora possam existir raramente, fobias sem crises de pânico. Um exame físico pode eliminar as causas físicas. As fobias podem acompanhar a depressão, os distúrbios alimentares, o abuso de substâncias ou outros distúrbios de ansiedade.
Quem está em risco?
Quem está mais em risco são pessoas que tenham antecedentes familiares ou que tenham tido acontecimentos traumáticos.
Riscos As fobias acarretam alguns riscos. A exposição ao objecto da fobia provoca uma reacção de ansiedade, ansiedade ou desconforto desproporcionais ante a ameaça do objecto temido, sudorese (grande aumento da transpiração), falta de controlo motor, sensação de fraqueza, covardia e perda de auto-estima ao evitar o objecto da fobia. Tratamentos Os tratamentos são necessários apenas quando as fobias são incapacitantes e destroem a actividade profissional e as relações. Medicação – Embora a medicação não trate as fobias, pode diminuir os sintomas enquanto for usada. Os betabloqueantes, que são utilizados para as doenças cardíacas, bloqueiam os efeitos da epinefrina, ou adrenalina, reduzindo os sintomas físicos. Os antidepressivos podem reduzir a ansieade; mais vulgarmente receitados são os inibidores selectivos da recaptação da serotonina. As benzodiazepinas reduzem também a ansiedade, mas podem conduzir à dependência e devem ser substituídas quando interrompidas. Devem ser evitadas em doentes com história de abuso de álcool ou de outras drogas. Psicoterapia: Terapia cognitiva modifica os padrões do pensamento, que, por sua vez, mudam as reacções emocionais a situações temidas. A terapia comportamental procura mudar comportamentos específicos com técnicas como o treino de relaxamento ou a exposição. A terapia de exposição utiliza cuidadosamente visualizações repetidas da fobia num ambiente seguro para ajudar o doente a ganhar domínio do medo. A terapia consiste geralmente nos seguintes passos: 1. Ajudar o doente a identificar e mudar o tipo de pensamentos e mitos que o levam a interpretar erradamente e de modo ameaçador, situações comuns do dia a dia ou sintomas corporais (ex. “sinto o meu coração a bater fortemente, logo é porque ele está a funcionar mal, logo posso morrer de uma destas crises”, “é melhor não sair de casa, porque se me der alguma destas crises posso não conseguir ajuda e alguma coisa grave me pode acontecer”. 2. Ensinar e exercitar o doente a respirar lenta e profundamente, evitando a respiração rápida e superficial típica dos quadros agudos de ansiedade e perpetuadora dos mesmos. Estes exercícios ajudam o doente a perceber que não vai morrer nem enlouquecer, mas que é capaz de lidar com a situação e retomar o controlo. 3. Ajudar o doente a confrontar-se, gradualmente, com as situações que evita. Aprendendo a lidar com os sintomas, o doente vai progressivamente ser capaz de se expor às situações fóbicas, sem entrar em pânico, deixando estas de ter o carácter ameaçador que tinham antes. Estudos preliminares de novas abordagens à terapia de exposição, incluindo experiencias com realidade virtual gerada por computador mostram-se promissores. A dessensibilização utiliza uma abordagem gradual para se enfrentar a fobia. Terapia de grupo: O doente discute as suas fobias partilhadas e, por vezes, representa para ajudar a reduzir a fobia.
Técnica de dessensibilização e reprocessamento através de movimentos oculares: Esta técnica reduz a ansiedade associada ao medo das consultas ao dentista devido a uma experiência traumática anterior. Hipnoterapia: A hipnose pode reduzir a ansiedade, especialmente a sofrida antes de uma consulta médica ou um dentista. Não existem investigações fiáveis que tenham comparado a hipnose com outras intervenções.
Curiosidades As fobias "crescem"? Sabe-se que sim. Existe o caso famoso de Hans, estudado por Freud: a fobia do pequeno Hans. O menino que tinha fobia de cavalo. No início ele tem fobia de cavalos, depois do lugar onde ficam os cavalos, depois a fobia passa para qualquer rua onde talvez possa ser encontrado um cavalo, depois a fobia se estende às carroças carregadas que estão sendo puxadas por cavalos, de tal forma que a fobia vai se estendendo tanto que limita a vida do indivíduo. Chega um ponto em que ele não pode mais sair na rua, não pode mais fazer nada.
Exemplos de fobias As Fobias Sociais Muitos de nós preocupamo-nos e sentimo-nos ansiosos antes de ter uma reunião importante, mas depois de estarmos na mesma acalmamos e até conseguimos retirar prazer da situação. No entanto, algumas pessoas ficam de tal modo ansiosas que não conseguem relaxar e outras, por se sentirem tão ansiosas, pura e simplesmente evitam tais situações, arranjando desculpas para não poderem ir. É nestes casos que consideramos existir uma verdadeira fobia social. Dentro desta, existem fundamentalmente dois tipos: a fobia social generalizada e a fobia social específica. A fobia social generalizada Se uma pessoa sofre de uma fobia social generalizada, terá tendência a preocupar-se com a possibilidade de se tornar o centro das atenções, seja em que situação for. Poderá pensar que toda a gente estará a olhar para ela, avaliando aquilo que está a fazer. Poderá recear ser apresentada a outras pessoas e até ter "vergonha" de comer ou beber em público. Poderá ser difícil entrar em restaurantes ou lojas; será praticamente impossível despir-se num local público, pelo que as idas à praia serão evitadas a todo o custo.
Também poderá ser difícil confrontar o seu chefe ou os seus colegas, mesmo quando o deveria fazer.
As festas e eventos sociais poderão ser situações difíceis de enfrentar, provocando grande desconforto e ansiedade. Se a pessoa tem uma fobia social, provavelmente irá tentar manter-se à parte, nas salas circundantes e menos repletas de pessoas - algumas pessoas julgam sofrer de claustrofobia porque sentem estes medos. Quando a pessoa em causa finalmente entrar na sala principal, poderá sentir-se observada por todos; uma das tentações que se poderá dar é a da ingestão de álcool, como forma de relaxar e de conseguir lidar com a situação. A fobia social específica Esta é uma fobia particular que afecta as pessoas que, em várias situações, têm que ser o centro das atenções, por inerência à sua actividade profissional. Pode afectar qualquer pessoa que tem que representar ou falar em público: vendedores, actores, músicos, professores ou representantes de sindicatos, todos poderão passar por estes receios. Apesar disso, estas pessoas, em todas as outras situações sociais, não sentem grande ansiedade e conseguem lidar com elas sem grandes problemas. O problema está então em tornar-se o centro das atenções, podendo acontecer que a pessoa fique de tal modo ansiosa que começa a gaguejar ou entra mesmo em "bloqueio", sendo incapaz de dizer seja o que for. Esta fobia pode afectar pessoas que estão mais do que habituadas, em termos de frequência, em estar no tipo de situações em que são o centro das atenções. O que se sente? Se a pessoa tem uma fobia social, provavelmente irá dar por si a preocupar-se excessivamente em ser ridicularizada, sentindo-se muito ansiosa. Na pior das hipóteses, estes sentimentos de medo e os concomitantes sintomas físicos serão tão fortes, que se transformarão num verdadeiro ataque de pânico. Este dá-se num curto espaço de tempo, normalmente alguns minutos, mas parecerá à pessoa que é inacabável, uma vez que a ansiedade será impossível de controlar, deixando-a sentir-se fraca e exausta. Normalmente, atinge-se um pico de ansiedade e depois os sintomas desaparecem rapidamente. Embora estes ataques de pânico sejam muito assustadores e alarmantes, o facto é que eles acabam por passar por si mesmos e não causam quaisquer danos físicos.
A fobia afecta o modo como a pessoa se vê? Ter uma fobia social pode ser muito desmoralizante, uma vez que as outras pessoas nos parecerão lidar com as situações sociais sem quaisquer problemas, algo que para nós é visto como impossível. A pessoa poderá sentir-se bastante aborrecida e provavelmente sentirá que os outros terão uma ideia de si negativa. Estes receios poderão levá-la a ser demasiado sensível com certas situações, pelo que poderá evitar incomodar os outros, mesmo quando o
deveria fazer. É fácil de imaginar o modo como estes receios e pensamentos poderão levar a pessoa a sentir-se deprimida e infeliz, o que poderá fazer com que a fobia em si se agrave cada vez mais.
Do que modo a fobia afecta a vida da pessoa em causa? Muitas das pessoas que sofrem de fobias, conseguem fazer as suas vidas, evitando simplesmente toda e qualquer situação que lhes provoque grande ansiedade. Isto significa que elas terão que faltar a inúmeras situações, e provavelmente também os seus familiares, que noutras circunstâncias poderiam ser vistas como muito agradáveis. Elas não poderão, por exemplo, ir visitar a escola dos seus filhos, ir às compras ou ao cinema. Poderão inclusive evitar uma promoção no seu emprego, apesar de terem todas as capacidades para o fazer com qualidade e excelência, para além de serem mais beneficiados financeiramente. Cerca de metade das pessoas com este tipo de fobia terão, de certo, dificuldades em manter uma relação duradoura.
Que complicações podem advir destas fobias? Algumas pessoas ficam tão transtornadas com a fobia em si que desenvolvem uma perturbação depressiva. Esta também poderá necessitar de tratamento especializado, à parte do tratamento para a fobia em causa. Se uma pessoa evita constantemente sítios onde se encontra muita gente, pode acabar por ganhar medo a esses locais, mesmo quando ninguém está presente. Poderá também sentir-se incapaz de sair de casa - agorafobia. Outros sintomas podem incluir o abuso de substâncias, como o álcool, as drogas ou os tranquilizantes, para conseguirem lidar com os sintomas, podendo tornar-se dependentes das mesmas.
Ajuda para ultrapassar estas fobias
É conveniente dispor de uma série de recursos para as alturas em que surja um pensamento inquietante ou quando estamos perante grande tensão. Eis alguns desses métodos: 1. Aprender uma técnica de relaxação corporal e mental - a prática da relaxação deve poder efectuar-se em qualquer lugar ou situação; ao caminhar pela rua, à espera de uma reunião ou sentado num avião... 2. A pessoa deve aprender a distrair-se. Ao surgir um pensamento que cause ansiedade, deve ser capazes de se distrair ocupando a sua mente com uma ideia qualquer diferente. Existem muitas maneiras de o fazer. Tais como: Concentrar naquilo que a rodeia, no lugar onde estiver nesse momento. Pode-se rever o mobiliário, contar as cadeiras, os quadros, as pessoas, tentar procurar uma determinada cor ou qualquer outro pormenor que afaste a nossa atenção do pensamento motivador; o Prática de actividade mental: tentar memorizar o nome das pessoas com quem se tenha relacionado nesse dia ou compras que tenha feito; contar até cem de trás para a frente, etc. o Práticas de actividade física: se está a realizar uma actividade quando o pensamento inquietante surge, pode-se mudar imediatamente de actividade. Por exemplo, se está sentada a escrever, deve levantar-se durante algum tempo; se não está a fazer nada, pode pôr-se imediatamente em acção. 3. Aprender a manejar as crises de angústia ou descontrolo - quando aparece a crise de angústia, é muito difícil improvisar recursos para sair dela ou para ultrapassá-la. Por isso, é necessário aprender a ter preparado com antecedência o método ou forma de actuar: o
1. É muito importante estar convencido de que a crise de angústia, por si mesma, não é prejudicial. Há que convencer-se de que "Não vai acontecer nada”. 2. Há apenas que esperar; não se deve tentar fugir. Depois de um tempo suficiente, o medo acabará por passar. 3. Respirar devagar e profundamente, tentando concentrar-se no exercício. A respiração profunda diminui os sentimentos de ansiedade; 4. Quando terminar a crise, continuar com a mesma actividade que se estava a fazer ou que estava programada.
Infertilidade
11 Aparelho reprodutor feminino e masculino _________________________________________________________________
Estudo de caso:
INFERTILIDADE O aparelho reprodutor feminino, inclui as gónadas( ovários) e as vias genitais (vagina, útero e trompas de falópio). Os ovários produzem o oócito e as hormonas sexuais femininas- estrogénio e progesterona. O útero é um orgão que proporciona um bom ambiente ao desenvolvimento de um feto. A cérvix expande-se e conduz até à vagina através da qual o bebé será expelido. Mensalmente, os níveis de estrogénio aumentam, o que proporciona que a parede do útero torna-se mais espessa, preparando-se para a nidação de um ovo fertilizado. A hormona luteinizante (LH) é libertada pela hipófise, dando sinais aos ovários para que estes libertem um oócito. Os níveis de progesterona aumentam, o endométrio aumenta de espessura para que o útero alcanse o seu estádio máximo de preparação para acolher uma gravidez. Posteriormente se a gravidez não ocorrer, os níveis de progesterona diminuem e dá origem ao ciclo menstrual. Caso ocorra a gravidez, o ovo fertilizado implanta-se e cresce no útero.
Por sua vez, o aparelho reprodutor masculino é dividido em orgãos externos e internos. Os orgãos externos, incluem o escroto que envolve as gónadas, testiculos,e o orgão copulador; e os orgão internos incluem as vias genitais, os epididimos, canais deferentes e a uretra, e as glãndulas anexas secretoras, vesiculas seminais, próstata e glãndula de cowper. O pénis é constituído por uma extensa rede de nervos e uma densa rede de vasos sanguineos. Através dele passa a uretra que transporta o esperma e a urina para o exterior do organismo masculino. A próstata é uma glândula designada que envolve a uretra e produz o sémen que ajuda a transportar o esperma (através dos vasos deferentes) até ao pénis durante a ejaculação. Os testículos encontram-se revestidos por uma bolsa de pele designada escroto;é ai que se produz a hormona masculina, testosterona, e o esperma, que é libertado na uretra durante o orgasmo. Por detrás de cada testículo encontra-se uma formação tubular o epidídimo. Os espermatozóides mantêm-se no epidídimo até conseguirem fertilizar o oócito feminino. Durante o acto sexual, o fluxo sanguíneo aumenta no pénis, provocando uma erecção. No momento do orgasmo, os músculos em volta dos testículos e da próstata trabalham simultaneamente de forma a ejacular o sémen do pénis.
INFERTILIDADE Introdução Para as mulheres, fertilidade significa ter a capacidade para engravidar e ter um bebé. Os anos reprodutivos da mulher começam quando ela inicia os seus ciclos menstruais durante a puberdade (por volta dos 13 anos). A capacidade de ter um filho usualmente acaba por volta dos 45 anos de idade, embora seja potencialmente possível para uma mulher engravidar até que os seus ciclos menstruais cessem com a menopausa (por volta dos 51 anos). Quando um bebé do sexo feminino nasce, já tem no seu corpo cerca de 400.000 oócitos imaturos. Estes são armazenados nos seus ovários até quando ela entrar na idade reprodutiva, começando a ter ciclos menstruais mensais. Durante cada ciclo, o ovário libertará um oócito maduro , que poderá vir a juntar-se com o espermatozóide de um homem e dar início a uma gravidez. O desenvolvimento e a libertação do oócito dependem de um delicado equilíbrio de hormonas: substâncias químicas que exercem uma regulação para que os órgãos do corpo realizem determinadas actividades. Algumas destas hormonas(estrogénios e progesterona) são produzidas nos ovários. Outras provêm de duas glândulas situadas no cérebro, o hipotálamo(GnRH) e a hipófise(FSH e LH).
Para os homens, fertilidade significa a capacidade de engravidar uma mulher. Para fazer isso, o sistema reprodutivo do homem precisa de produzir e armazenar espermatozóides. Para além disso é também essencial que consiga transportar os espermatozóides para fora do corpo, de modo a que estes possam entrar no aparelho reprodutor da mulher.
Os espermatozóides são produzidos nos testículos mais propriamente nos tubos seminíferos sendo neste local que se desenvolvem com a ajuda da hormona testosterona. Diferentemente da mulher , que já nasce com todos os gâmetas que terá na sua vida, um homem produz novos espermatozóides continuamente. À incapacidade de um casal conceber um bebé após um ano de relações sexuais sem protecção dá-se o nome de infertilidade.
Causas As causas da infertilidade incluem uma amplitude de factores, quer sejam físicos ou emocionais. Aproximadamente 30 a 40% de todos os casos de infertilidade se devem ao homem. As causas mais conhecidas são: Anomalias congénitas dos testículos Produção insuficiente de espermatozóides ( devida a níveis baixos de testosterona, calor provocado pelo uso de roupa interior muito apertada,etc.) Deficiência na mobilidade dos gâmetas (malformação) Elevada percentagem de espermatozóides com morfologia anormal Irregularidades na libertação de gâmetas (Obstrução nas vias genitais) Morfologia do espermatozóide: Disfunção sexual (impotência) à esquerda normal; à direita Problemas endócrinos formas anómalas Na mulher as causas mais conhecidas são:
Irregularidades congénitas (atrofio ou ausência de algum órgão do aparelho reprodutor feminino) Ausência de produção de oócitos II Anomalias na secreção hormonal, desencadeando problemas de ovulação Endometriose (problemas a nível do endométrio) Muco cervical desfavorável aos espermatozóides Infecções das vias genitais
Sendo estas responsáveis por cerca de 40 a 50% dos casos de infertilidade em casais. Os 10 a 30% restantes podem ser causados por factores contribuintes por parte de ambos os membros do casal, ou por nenhuma causa que possa ser adequadamente identificada. Figura evidenciando a obstrução da trompa de falópio Tumores a nível das gónadas, do hipotálamo e da hipófise, assim como exposição a tóxicos (drogas, radiação) ou, cicatrizes decorrentes de doenças sexualmente transmissíveis podem ser causa de infertilidade a nível dos dois sexos.
Prevenção
Uma vez que a infertilidade é frequentemente causada por doenças sexualmente transmissíveis, a prática de comportamentos sexuais mais seguros pode minimizar o risco de uma infertilidade futura. A gonorreia e a clamídia são as duas causas mais frequentes de infertilidade relacionada com as DST. Estas doenças tendem a iniciar-se de forma assintomática até que se desenvolva um processo inflamatório. Esses processos inflamatórios causam cicatrizes e uma diminuição subsequente da fertilidade, infertilidade absoluta e/ou incidência aumentada de uma gestação ectópica (fora do útero). Algumas formas de controlo de natalidade representam um risco maior de infertilidade futura (como os DIU - dispositivo intra-uterino). No entanto, estes dispositivos não são recomendados para mulheres que não tenham tido filhos anteriormente, sendo assim, as mulheres que optarem pelo DIU devem estar conscientes de que correm um pequeno risco de infertilidade associada ao seu uso. Deve ser feita uma avaliação cuidadosa deste risco, comparada aos benefícios potenciais, e discutida tanto entre o casal, assim como com o médico. Alguns casos de infertilidade não podem ser evitados como por exemplo os que são provocados por anomalias estruturais ou factores genéticos. Opções tais como fazer uma alimentação equilibrada, reduzir o consumo de álcool, prática de exercício físico regular e abstinência de drogas ilícitas podem ajudar a manter os aparelhos reprodutores saudáveis. É também importante a gravidez planeada pois a fertilidade declina à medida que as mulheres envelhecem.
Diagnóstico/Sintomas Sintomas
incapacidade de ficar grávida uma amplitude de reacções emocionais por parte de um ou ambos membros do casal com relação à falta de filhos (em geral, essas reacções são maiores em casais sem filhos, visto que a presença de um filho modera a intensidade deste tipo de problema emocional).
Diagnóstico É essencial um historial clínico completo e um exame físico do casal. Os exames incluem:
Análise do sémen para avaliar o produto da ejaculação - recolhido depois de 2 a 3 dias de completa abstinência, a fim de determinar o volume e a viscosidade do sémen, assim como fazer a contagem de espermatozóides, verificar a sua mobilidade, velocidade de nado e forma;
Temperatura basal e Kit urinário detector da hormona luteinizante- estes procedimentos podem ajudar a mulher a determinar se está a ovular;
Monitorização das alterações do muco cervical no decorrer do ciclo menstrual para identificar a presença de muco húmido e flexível associado à fase ovulatória;
Exame pós-coito (PCT)-para avaliar a interacção esperma-muco cervical por meio da análise do muco cervical recolhido entre 2 a 8 horas após a relação sexual do casal;
Biópsia testicular- é examinada uma amostra de tecido dos testículos para detectar alterações celulares que possam inibir a produção de esperma saudável;
Histerossalpingografia (HSG)- este teste é utilizado para determinar se um óvulo é capaz de passar pelas trompas de Falópio até ao útero. Um liquido especial é injectado no útero e usando o raio X para visualizar o sistema reprodutor o médico pode identificar quaisquer obstáculos;
Laparoscopia (cirurgia ao abdómen) para permitir uma visualização directa dos órgãos reprodutores;
Exame ginecológico (à mulher) para determinar se existem quistos ou danos no endométrio; Ecografia- as ondas de som de alta frequência são usadas para produzir uma imagem do aparelho reprodutor e para identificar qualquer obstrução;
Amostra de urina pós-ejaculação- é analisada uma amostra de urina do doente com a presença de sémen. Este exame é usado para diagnosticar ejaculação retrógrada;
Análises ao sangue- estes exames são feitos para medir os níveis de hormonas que circulam no sangue do doente;
Testes genéticos- é utilizada uma amostra de sangue para verificar a falta de cromossomas ou a existência de cromossomas alterados;
História clínica- são feitas perguntas ao doente relativamente à sua infância, história sexual, medicação que está a tomar, doenças ou infecções anteriores, exposição a toxinas e hábitos de vida.
Quem está em risco/Riscos Quem está em risco de ser infértil?
O risco aumentado de infertilidade está associado a:
ter múltiplos parceiros sexuais (aumentando assim o risco de uma DTS: Doença Sexualmente Transmissível) ter uma doença sexualmente transmissível ser fumador ser mulher nos 30/40 anos consumir grandes quantidades de álcool anomalias estruturais do aparelho reprodutor ter doenças prolongadas como doença renal, anemia falciforme e diabetes ter um histórico anterior doença inflamatória pélvica (depois de um único episódio, 23% das mulheres ficam inférteis) ter distúrbios de alimentação (mulheres) mulheres que não ovulam regularmente
Riscos Embora a infertilidade em si não seja considerada uma doença física, o impacto psicológico sobre os indivíduos ou casais afectados por ela pode ser grave. Problemas conjugais, incluindo o divórcio, assim como a depressão e a ansiedade, são consequências comummente encontradas. Tratamento O tratamento depende da causa da infertilidade de qualquer casal. Este pode variar desde uma simples orientação e aconselhamento, passando ao uso de medicamentos para tratar infecções ou promover a ovulação, ou procedimentos médicos altamente sofisticados, como a fertilização in vitro. É importante que tanto o médico como o casal reconheçam e discutam o impacto emocional causado no casal por esta condição, tanto para cada um individualmente, ou conjuntamente. À medida que novos tratamentos são lançados, os casais podem ter novas esperanças ou apenas terem que enfrentar velhas feridas que vão sendo reabertas. Para ultrapassar o problema de infertilidade muitos casais recorrem à reprodução medicamente assistida (RMA). Esta consiste num conjunto de técnicas que visão obter uma gestação, substituindo ou facilitando uma etapa deficiente no processo reprodutivo. Normalmente, estas técnicas são adoptadas por casais inférteis mas também podem ser utilizadas em casais portadores do vírus da SIDA, hepatite B ou C. Para além destes podem beneficiar da reprodução medicamente assistida casais com alto risco de doenças genéticas. Entre as técnicas de RMA contam-se: -
a a a a a
inseminação artificial intra-uterina - IIU, fertilização in vitro - FIV, microinjecção intracitoplasmática de um espermatozóide – ICSI, transferência intratubária de gâmetas – GIFT, transferência intratubária de zigotos – ZIFT
Existem ainda as designadas técnicas complementares da R.M.A. para a obtenção dos gâmetas: Para o caso feminino: -a estimulação ovárica; Para o caso masculino: -Aspiração do epidídimo; -Aspiração dos testículos Outros tipos de tratamentos podem também ser aconselhados pelos médicos: -Deficiências hormonais - injecções de hormonas dadas regularmente durante seis meses ou mais. -Cirurgia- Obstáculos nas trompas de Falópio podem precisar de ser removidos -Infecção genital- são prescritos antibióticos -Ejaculação retrógrada - a situação é normalmente permanente e o esperma encontrado na amostra de urina é utilizado em procedimentos de reprodução medicamente assistida
Recomendações Estima-se que 10 à 20% dos casais não consiga conceber depois de tentar durante um ano. É importante que a gestação seja tentada durante um período prolongado (pelo menos um ano); as hipóteses de gestação num casal jovem, que tenha relações sexuais regularmente, são de apenas 25 a 30% por mês. Caso o casal não consiga engravidar deve consultar um médico que lhe prestará as informações adequadas sobre o seu tipo de problema e promoverá o tratamento com base nas técnicas disponíveis mais aconselhadas no tratamento deste distúrbio. Caso o casal não tenha meios de subsistência que lhe permitam suportar os gastos dos tratamentos ou após os tratamentos que o casal efectue não se verificar qualquer resultado positivo (não haja solução), pode sempre optar pela via da adopção de uma criança se assim o desejar.
Prevenção e Cura
Medicina convencional 1
1 Medicina convencional _________________________________________________________________ Pode dizer-se que no século XX, o progresso da medicina convencional acompanhou de perto o desenvolvimento das demais ciências. Registando-se numa visão retrospectiva, descobertas notáveis que modificaram o destino da humanidade. Seria fastidioso enumerá-las a todas bem como hierarquizá-las. Citaremos apenas algumas, a título de exemplo, que tiveram, a nosso ver, profunda repercussão na prevenção, no diagnóstico e no tratamento das enfermidades. São elas: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Imunização preventiva (vacinas) Descoberta dos antibióticos Isolamento e síntese de hormonas Métodos diagnósticos por imagens Fecundação artificial Cirurgia e transplante de órgãos A quimioterapia
Sem dúvida, que houve uma grande contribuição da parte da medicina convencional no campo da prevenção das doenças por meio da imunização em massa. Doenças como o tétano, a difteria, o sarampo, a poliomielite, a febre-amarela e, mais recentemente, a hepatite B, já dispõem de vacinas eficazes e podem ser evitadas. A imunização pela BCG reduziu sensivelmente a incidência de tuberculose. Esta importância da prevenção das doenças por meio da imunização pode ser valorizada se reflectirmos sobre aquilo que acontecia por exemplo na Idade Média em que apenas uma doença - a peste - dizimou em pouco tempo a quarta parte da população do continente europeu. Hoje em dia doenças como a cólera, que praticamente desapareceu dos países do Ocidente, ou ainda a varíola (que não só matava, como desfigurava as pessoas) considerada extinta pela Organização Mundial de Saúde, confirmam assim, as proféticas palavras de Pasteur, de que as doenças infecciosas poderão ser varridas da face da Terra. Outro considerável avanço, que reduziu drasticamente as taxas de mortalidade, foi a descoberta dos antibióticos. Doenças comuns, que matavam aos milhares, como a pneumonia e a febre tifóide, deixaram de atemorizar as pessoas e doenças de difícil tratamento no passado, como a sífilis, a tuberculose e a lepra, são hoje facilmente curáveis. No entanto, também é verdade que as bactérias aprenderam a defender-se, criando resistência aos antibióticos, o que obriga a uma busca continuada de novas substâncias activas. Outra notável conquista no século XX consistiu no isolamento e na determinação da estrutura química da maioria das hormonas, abrindo caminho para a sua síntese em laboratório. Duas delas merecem destaque pelas suas aplicações práticas de ordem terapêutica: a insulina, isolada por Banting e Best, e a cortisona e seus derivados, isolados por Kendall e colaboradores. O diagnóstico das doenças sofreu uma incrível evolução, passando dos simples procedimentos como o exame do pulso, da pressão arterial, auscultação ou a simples e milenar observação da urina, para exames bioquímicos sofisticados, a ultrassonografia, a tomografia e a ressonância magnética. Também a fecundação artificial de oócitos em laboratório e o implante intra-
uterino do óvulo fecundado são uma façanha sem paralelo na história da reprodução humana possibilitando a procriação a casais inférteis ou com doenças genéticas. Não se poderia deixar de incluir, nesta abordagem, ainda que de maneira sucinta, os admiráveis progressos verificados com a cirurgia, especialmente com a cirurgia cardíaca, a neurocirurgia e a oftalmológica. Face ao progresso alcançado, a duração do acto cirúrgico deixou de ter importância, e o bom cirurgião já não é aquele que opera com rapidez, mas o que executa com perfeição a sua tarefa. A moderna anestesia, a monitorização das funções vitais e os relaxantes musculares permitem assim que o cirurgião possa operar com tranquilidade. O coração, antes intocável, tornou-se um órgão acessível à Cirurgia, graças à introdução da circulação extra-corpórea, permitindo a correcção das malformações congénitas, a revascularização e outros tipos de operações. A neurocirurgia e a oftalmologia muito beneficiaram do uso dos raios LASER. Os transplantes de órgãos, inicialmente de rim e actualmente também de coração, pulmão, fígado, tecido pancreático e medula óssea, já não constituem novidade. Outros órgãos, certamente, poderão ser substituídos no futuro. O sucesso dos transplantes deve-se sobretudo à imunologia pela descoberta dos mecanismos de histocompatibilidade, e à farmacologia, pela obtenção de medicamentos imunossupressores. Neste momento, colocam-se dois grandes desafios à medicina que aguardam solução já há algum tempo: o cancro e a síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA). Apesar de muitos tipos de cancro terem sido praticamente eliminados neste último século e isto graças a medidas preventivas, desenvolvimento de novos aparelhos de radioterapia e o aparecimento da quimioterapia, é necessário a ciência conhecer melhor o universo bioquímico que é uma célula viva para poder dominar a doença. Em relação à SIDA, exemplo do que já ocorreu com outras viroses, é de esperar que seja desenvolvida uma vacina dentro dos próximos anos. Por este inventário que se fez fica evidente que os progressos da medicina no século XX reduziram as taxas de mortalidade, eliminaram a maioria das doenças infecciosas, aumentaram a esperança de vida e criaram condições para uma melhor qualidade de vida. No entanto, muito ainda pode vir a ser feito e quem sabe se não com a ajuda de outros conhecimentos complementares à área.
Estudo de casos: As vacinas Os antibióticos A quimioterapia As cirurgias Os transplantes As técnicas de reprodução medicamente assistida
Vacinas
AS VACINAS Introdução A vacinação permitiu erradicar algumas doenças infecciosas. A emergência de novas doenças e a resistência cada vez maior dos agentes infecciosos tornam, contudo, necessária a concepção de novas vacinas. As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer tratamento médico. Actuam como prevenção primária, conferindo imunidade e evitando, assim, o contágio. São extremamente importantes na promoção da saúde global. Foram um dos grandes avanços da medicina e muitos de nós não estaríamos vivos se as vacinas não existissem. A importância das vacinas O Homem, tal como os outros vertebrados, protege-se das bactérias, vírus e outros parasitas através de um sistema de defesa particularmente eficaz, o sistema imunitário, que é constituído por biliões de células e moléculas. A vacinação consiste em introduzir no organismo humano um agente capaz de estimular o sistema imunitário sem provocar infecções. Após uma exposição posterior a este mesmo agente, o organismo reconhecê-lo-á rapidamente e eliminá-lo-á. Todos os anos, perto de três milhões de vidas são salvas graças à vacinação contra as doenças infantis mais comuns: o sarampo, a tosse convulsa, a difteria, o tétano, a tuberculose e a poliomielite. Em 1978, a varíola desapareceu da superfície do planeta e em breve o mesmo deverá acontecer com a poliomielite já erradicada dos continentes europeu e americano. No entanto, as doenças infecciosas provocam ainda dezassete milhões de óbitos por ano, nove milhões dos quais são crianças com menos de cinco anos. O reaparecimento de doenças que se pensavam controladas tal como a tuberculose, a emergência de novas doenças devido a germes até aqui desconhecidos, o aumento das resistências aos tratamentos e a disseminação em larga escala dos agentes infecciosos confirmam a importância da prevenção pela vacinação e a necessidade imperiosa de desenvolver as pesquisas sobre as vacinas.
Tipos de vacinas Existem três tipos de vacinas, elaborados a partir de agentes diferentes. As vacinas mortas são preparadas a partir de microorganismos inteiros desactivados ou a partir de alguns dos seus componentes purificados, os antigénios. As vacinas contra a gripe, a poliomielite e a raiva são vacinas mortas. As vacinas vivas ou atenuadas são fabricadas com agentes, frequentemente vírus, que sofrem modificações (mutações) com a finalidade de simular uma infecção natural sem ter, no entanto, um poder patogénico. As vacinas contra o sarampo, a rubéola, a tuberculose (BCG) pertencem a esta segunda categoria. As vacinas recombinadas são elaboradas a partir de bactérias cujo património genético foi modificado. É o caso da vacina contra a hepatite B. A necessidade de novos conhecimentos A pesquisa de novas vacinas responde essencialmente a dois imperativos: melhorar as existentes e conceber outras para tratar algumas doenças infecciosas (sida, hepatite C, paludismo). Esta pesquisa é facilitada pelos progressos da genética, nomeadamente certos programas de descodificação de genomas. A descoberta da sequência completa do genoma de algumas bactérias tais como o bacilo de Koch, constitui uma etapa essencial para a concretização de novas vacinas. O domínio de novas tecnologias que permitem “trabalhar” com precisão o genoma de vírus, da bactéria ou dos parasitas, pressupõe a criação de novas gerações de vacinas por exemplo contra a hepatite B fabricada no Instituto Pasteur. A pesquisa de novas vacinas mais eficazes passa ainda por um maior conhecimento dos factores de resposta imunitária desencadeada por um determinado agente infeccioso. Um dos domínios de investigação mais activos prende-se com a imunidade ao nível das mucosas, acesso de numerosos agentes infecciosos, especialmente o vírus da sida. A descoberta de uma vacina capaz de induzir uma resposta imunitária no seio das mucosas genitais é essencial para prevenir a transmissão desse vírus. Uma outra hipótese consiste em injectar directamente sob a pele os genes que controlam o fabrico das substâncias capazes de desencadear uma reacção imunitária. Deste modo, o indivíduo elaboraria a sua própria vacina. Esta possibilidade pode aplicar-se a numerosas doenças: gripe, hepatites, tuberculose, sida, paludismo. As vacinas contra o cancro têm como objectivo ajudar o organismo a reconhecer as células tumorais como elementos estranhos e a matá-las de forma eficaz, isto é, sem atingir as células sãs. Se a doença já estivesse declarada, estas vacinas não seriam preventivas mas terapêuticas. As vacinas do futuro serão, sem dúvida, produtos inovadores de alta tecnologia.
Curiosidades A defesa do organismo assenta na capacidade que o sistema imunitário tem de distinguir os constituintes próprios do indivíduo do que lhe é estranho. As células do sistema imunitário são, sobretudo, os glóbulos brancos que circulam no sangue. Asseguram uma primeira forma de imunidade “natural” a partir do momento em que um elemento estranho penetra no organismo. Uma segunda linha de defesa, mais elaborada, consiste em respostas específicas. Se o elemento estranho for uma bactéria, alguns glóbulos brancos segregam moléculas (resposta “anticorpos”) que a neutralizam. Outros elementos (células cancerosas ou infectadas por um vírus) são aniquilados por
glóbulos brancos diferentes: esta resposta, que não implica anticorpos, denomina-se imunidade celular. Datas 1798: Edward Jenner inventou a vacina. A primeira vacinação contra a varíola foi um sucesso. 1880-1885: Louis Pasteur criou as vacinas contra a cólera, o carbúnculo e a raiva. 1921: Albert Calmette e Camille Guérin elaboram a vacina contra a tuberculose, a BCG. 1937-1954:Jonas Salk concebeu a primeira vacina antigripe em 1937 e a antipoliomielite(vacina morta injectável) em 1954 1976: Foi criada a primeira vacina contra a hepatite B 1980-1982- Concepção de vacinas recombinadas contra a hepatite B. Aspectos a referir Convém salientar que a vacinação constitui um marco na prevenção de determinadas doenças que de outra forma não encontrariam a sua diminuição de incidência. Neste aspecto é de valorizar o papel que diversos cientistas tiveram na sua contribuição para a descoberta do mecanismo de defesa do nosso organismo e de substâncias que de um modo atenuado viessem a expor o nosso corpo ao agente infeccioso de modo a poder garantir uma resposta mais eficaz em caso de contacto posterior. A medicina convencional propõe portanto esta importante forma de prevenção essencial aos dias de hoje e sem a qual já não poderíamos deixar de viver. É um aspecto marcante em que assenta a medicina ocidental e mostra-nos como, no caso de vir a existir uma “medicina integrada”, é essencial a manutenção da utilização destes compostos. Isto é, apesar de a medicina alternativa poder ter diversos benefícios como a prevenção de certas doenças, também não podemos esquecer que existem métodos do sistema convencional sem os quais não podemos deixar de passar pois são imprescindíveis e não encontram outra forma de actuação na medicina alternativa.
Antibi贸ticos
ANTI-BIÓTICOS Os antibióticos são compostos naturais segregados por certos microorganismos. Os antibióticos são classificados de acordo com a sua potência. Os antibióticos bactericidas destroem as bactérias, enquanto que os antibióticos bacteriostáticos evitam apenas que estas se multipliquem e permitem que o organismo elimine as bactérias resistentes. Para a maioria das infecções, ambos os tipos de antibióticos parecem ser igualmente eficazes; porém, se o sistema imunitário está enfraquecido ou se a pessoa tem uma infecção grave, como uma endocardite bacteriana ou uma meningite, um antibiótico bactericida costuma ser mais eficaz. O grande sucesso dos antibióticos levou a crer que um dia todas as doenças infecciosas poderiam ser controladas. Contudo, o aparecimento e a rápida expansão do fenómeno de resistência aos antibióticos alarmam a comunidade médica. As bactérias – agentes infecciosos de algumas meningites, de doenças sexualmente transmissíveis ou de infecções respiratórias – desenvolvem resistências a medicamentos outrora eficazes. A resistência aos antibióticos é um fenómeno geral observado em todas as espécies bacterianas existentes. Fenómeno ainda mais inquietante, tanto no homem como nos animais, são as “multirresistências”, isto é, bactérias capazes de resistir, em simultâneo, a vários antibióticos. A expansão destas pode ser associada, por um lado, ao excesso de consume de antibiótico e, por outro, a tratamentos demasiado longos e mal doseados. A prescrição excessiva destes medicamentos faz com que as bactérias se adaptem, “inventando” defesas cada vez mais eficazes. Em 20 anos o consumo anual de antibióticos duplicou por pessoa. O recurso intensivo aos antibióticos na criação de animais contribui para este fenómeno.
No meio veterinário, os antibióticos são utilizados sem regras rigorosas, seja para fins terapêuticos, seja como estimulantes de crescimento. Esta prática conduz à selecção de bactérias “multirresistentes”. Eliminadas pelo tubo digestivo dos animais, estas bactérias são lançadas para a água dos rios e, seguindo os elos da cadeia alimentar, acabam por colonizar a flora intestinal humana. Há alguns anos, estas “multirresistências” apenas surgiam nos hospitais. As infecções adquiridas em meio hospitalar, denominadas “infecções nosocomiais”, constituem um grave problema dada a sua frequência e consequências para a saúde pública. Este problema é uma “bola de neve”: quanto maior é a resistência mais antibióticos são prescritos, o que dá origem a novas resistências e ao agravamento das nosocomiais. É possível retardar o aumento destas resistências através de estratégias de prevenção, como a prescrição mais racional dos antibióticos. Por outro lado, as posologias devem ser respeitadas para que os tratamentos sejam eficazes, não sendo também aconselhável o prolongamento inútil de um tratamento à base de antibióticos. O homem tem conseguido alguns avanços face aos micróbios, mas o modo de vida actual e os nossos comportamentos têm como efeito a redução desse avanço.
Escolha de um antibiótico Os médicos podem optar por um antibiótico para tratar uma infecção em particular baseando-se na suposição de qual seja, segundo eles, o agente responsável pelo processo. Por um lado, o laboratório pode identificar taxonomicamente a bactéria infectante e, com isso, ajudar o médico a escolher o antibiótico. No entanto, essas provas laboratoriais tardam habitualmente um ou dois dias a dar os seus resultados e, por consequência, não podem ser utilizadas para optar pelo tratamento inicial. Além disso, mesmo que se tenha identificado o agente e se tenha determinado em laboratório a sua sensibilidade aos antibióticos, a escolha do fármaco não é tão simples assim. As sensibilidades que se detectam no laboratório nem sempre correspondem às que se apresentam no paciente infectado. A eficácia do tratamento depende de factores como o grau de absorção do medicamento pela corrente sanguínea, da quantidade do mesmo que alcança os diversos fluidos corporais e de qual a velocidade com que o organismo o elimina. A selecção de um fármaco tem ainda de levar em conta a natureza e gravidade da doença, os efeitos secundários que provoca, a
possibilidade de alergias e outras reacções graves e o custo financeiro do mesmo. Em certos casos é necessário recorrer a uma associação de antibióticos para tratar infecções graves, em particular quando se desconhece ainda a sensibilidade da bactéria aos mesmos. As associações também são importantes para certas infecções, como a tuberculose, em que as bactérias desenvolvem rapidamente resistência à administração de uma droga isolada. Por vezes, a junção de duas delas tem um efeito mais poderoso e estas associações podem ser utilizadas para tratar infecções causadas por bactérias que se mostram difíceis de erradicar, como as Pseudomonas. Administração dos antibióticos Nas infecções bacterianas graves, os antibióticos são habitualmente administrados primeiro através de injecção, geralmente endovenosa. Quando a infecção está dominada, podem dar-se por via oral. Os antibióticos devem ser ingeridos até que o microrganismo infectante seja eliminado do corpo, um processo que pode requerer vários dias após o desaparecimento dos sintomas. Parar o tratamento demasiado cedo pode provocar uma recaída ou então estimular o desenvolvimento de bactérias resistentes. Por essa razão, os antibióticos são habitualmente ingeridos durante vários dias após ter desaparecido toda a evidência de infecção. Os antibióticos são usados não só para tratar infecções, como também para as prevenir. Para que a terapêutica preventiva seja eficaz, deve ser de curta duração e o antibiótico deve ser activo contra aquela bactéria em particular. As pessoas com válvulas cardíacas anormais ingerem preventivamente antibióticos de forma habitual antes de uma intervenção cirúrgica, incluindo a cirurgia dentária. Estes indivíduos têm um risco acrescido de contrair uma infecção das válvulas cardíacas (endocardite) por bactérias que se encontram normalmente na boca e em outras partes do corpo. As referidas bactérias podem ingressar na corrente sanguínea durante a cirurgia e atingir as válvulas cardíacas danificadas. Os antibióticos do tipo preventivo também podem ser ingeridos pelos indivíduos cujo sistema imunitário não é totalmente eficiente, como aqueles que sofrem de leucemia, os que recebem quimioterapia para tratar um cancro e ainda os doentes de SIDA. Por outro lado, as pessoas saudáveis que se submetem a cirurgias com elevado risco de infecção (como a grande cirurgia ortopédica ou a intestinal) também os podem tomar.
Infelizmente, os antibióticos são muitas vezes usados sem que exista uma razão forte para tal. Por exemplo, são administrados com frequência incorrectamente para tratar infecções virais, como constipações e gripe.
Efeitos secundários Um antibiótico pode provocar uma reacção alérgica, como ocorre habitualmente com a penicilina, ou então pode causar outros efeitos secundários. Por exemplo, os aminoglicosidos podem provocar danos nos rins e no ouvido interno. O tratamento antibiótico pode ser mantido apesar dos efeitos colaterais, em particular se for o único meio eficaz contra a infecção de que sofre o doente. O médico avaliará comparando a importância desses efeitos com a gravidade da infecção.
Recomendações O fenómeno de resistência desenvolve-se mais rapidamente do que a pesquisa de novos antibióticos. É preciso não o esquecer se queremos evitar um cenário catastrófico que alguns já prevêem: o aparecimento de uma bactéria resistente a todos os antibióticos.
Quimioterapia
QUIMIOTERAPIA A quimioterapia é um tratamento de doenças por substâncias químicas que afectam o funcionamento celular. Agentes quimioterápicos podem ser utilizados para o tratamento de doenças autoimunes, como a esclerose múltipla e a artrite reumatóide. Podem ser utilizados, ainda, na supressão de rejeições de transplantes (imunosupressão).
O cancro traduz-se por um crescimento descontrolado de células de um tecido que invadem outros tecidos adjacentes, destruindo-os. Muitas das drogas quimioterápicas prejudicam a divisão celular, mais concretamente a mitose, afectando as células que se caracterizam por um crescimento rápido e descontrolado. Pelo facto destas drogas causarem danos celulares, elas são designadas por citotóxicas ou citotásticas. Algumas destas drogas levam a célula à apoptose, ou seja, à morte celular programada. Isto significa que para além da apoptose das células responsáveis pelo tumor, as responsáveis pelo crescimento do cabelo e substituição do epitélio da parede do intestinal, por exemplo, são também afectadas e destruídas. Entretanto, algumas drogas têm efeitos colaterais menores que outras, possibilitando ao médico ajustar o tratamento, proporcionando, aos pacientes, as melhores vantagens possíveis. Como a quimioterapia afecta a divisão celular, tumores com alto grau de crescimento, como leucemia mielóide aguda e linfomas agressivos, incluindo Linfoma de Hodgkin, são mais sensíveis a este tratamento, pois apresentam uma grande proporção de células-alvo que sofrem divisão celular. Contrariamente, os tumores com baixo grau de crescimento, como os linfomas indolentes, têm uma tendência a responder mais modestamente à quimioterapia. As drogas afectam tumores "jovens", isto é, mais diferenciados, porque os mecanismos que regulam o crescimento celular estão mais preservados. Perto do centro de tumores sólidos, a divisão celular cessa, tornando-os insensíveis à quimioterapia. Outro problema com os tumores sólidos é o facto dos agentes quimioterápicos, geralmente, não atingirem o núcleo ou o centro do tumor. A radioterapia e a cirurgia são as soluções para estes problemas.
Com o tempo, a células cancerígenas tornam-se mais resistentes ao tratamento de quimioterapia. Recentemente, cientistas identificaram pequenas bombas na área de superfície das células cancerígenas que movem activamente a quimioterapia de dentro da célula para fora, o que faz com que não seja possível a existência de resultados positivos e o tratamento no paciente. A quimioterapia é utilizada com maior frequência em pessoas com o cancro num estado mais avançado. Existem diversos tipos de quimioterapia utilizados no tratamento de pessoas com cancro. O tipo de quimioterapia utilizado depende do local do corpo onde se situa o cancro e da evolução em que este se encontra. Geralmente utiliza-se mais de um tipo de quimioterapia em simultâneo. A quimioterapia pode ser administrada por via oral ou intravenosa (I.V.)- administrados directamente na veia da pessoa.
Tipos de quimioterapia
Poliquimioterapia: É a associação de vários citotóxicos que actuam com diferentes mecanismos de acção de modo a diminuir a dose de cada fármaco individual e aumentar a potência terapêutica de todas as substâncias simultaneamente. Esta associação de quimioterápicos depende do tipo de fármacos que formam a associação, da dose e tempo de administração.
Quimioterapia adjuvante: É a quimioterapia que se administra geralmente após um tratamento principal, tais como a cirurgia, para diminuir a incidência de disseminação do tumor.
Quimioterapia neoadjuvante ou de indução: É o tipo de quimioterapia que se inicia antes de qualquer tratamento cirúrgico ou de radioterapia, com o intuito de avaliar a efectividade in vivo do tratamento. A quimioterapia neoadjuvante diminui o estado do tumor podendo proporcionar uma melhoria dos resultados da cirurgia e da radioterapia, sendo nalguns casos considerado um factor sentencioso e importante.
Radioquimioterapia concomitante: Também chamada quimioradioterapia. Como o próprio nome indica é um tratamento no qual a quimioterapia costuma ser administrada em conjunto com a radioterapia, com o objectivo de potencializar os efeitos da radiação ou de actuar especificamente com ela, optimizando o efeito local da radiação.
Como é administrada a quimioterapia Tradicionalmente, a quimioterapia é administrada através de uma injecção, havendo diferentes formas de injectar os fármacos da quimioterapia no corpo. Actualmente também é possível a toma de quimioterapia sob a forma de um comprimido ou de uma cápsula - quimioterapia oral.
Benefícios da quimioterapia oral Não tem de ser injectada no corpo.
Já que a quimioterapia oral é tomada sob a forma de um comprimido ou de uma cápsula, não é preciso injectá-la no corpo, como acontece com outros tipos de quimioterapia. Em muitos casos, os fármacos da quimioterapia são administrados directamente na veia da pessoa por meio de uma linha intravenosa (I.V.) através de um cateter implantado sob a pele, utilizando frequentemente uma bomba especializada. É preciso submeter-se a uma cirurgia para colocar a linha I.V., podendo trazer, no entanto, algumas complicações até 30 % dos casos. Os dispositivos intravenosos ficam no interior do corpo no decorrer dos tratamentos, pelo que a sua presença pode conduzir a complicações como foi referido anteriormente. Tomar quimioterapia oral sob a forma de um comprimido ou de uma cápsula elimina, assim, esses riscos. Deste modo, a quimioterapia oral disponibiliza um método simples e não invasivo de receber tratamento contra o cancro.
A quimioterapia oral pode ser tomada em casa
A quimioterapia oral pode ser tomada em casa, sem que seja necessário deslocar-se ao hospital ou a uma clínica para o fazer. Pessoas a receberem quimioterapia através de perfusão I.V. podem passar até uma semana em cada mês internados ou em deslocações ao hospital para receberem o tratamento. Para muitos dos doentes a quem é receitada quimioterapia oral, tomar a medicamentação em casa é uma das principais vantagens, pois dá-lhes a liberdade para continuarem com as suas vidas diárias sem a perturbação das visitas ao hospital, sem que se tenham de cingir a horários hospitalares.
Algumas quimioterapias orais podem ser mais eficazes que a quimioterapia convencional.
Algumas formas de quimioterapia oral podem provocar menos efeitos secundários que a terapêutica I.V. convencional.
Um outro aspecto importante pela qual foi desenvolvida a quimioterapia oral foi o facto de nalguns casos, apesar do tratamento, o cancro continua-se a espalhar. Nessas circunstâncias, alguns tipos de quimioterapia oral, são eficazes. Assim, esta opção terapêutica é bastante útil para doentes que tenham mostrado resistência a outros tipos de quimioterapia.
Cancros que podem ser tratados por quimioterapia oral Para o tratamento de diferentes tipos de cancro, estão disponíveis vários tipos de quimioterapia oral. O médico terá a função de indicar qual a melhor forma de tratamento a cada caso e de saber se poderá ou não administrar quimioterapia oral, pois a utilização desta prática terapêutica depende de alguns factores, nomeadamente, do tipo de cancro que se verifica no paciente, do grau de espalhamento do tumor e há ainda que ter em conta outros tratamentos que foram feitos no passado.
Tipos de cancro
Cancro da Mama Cancro do Cólon e Recto Leucemia
Leucemia Mielóide Crónica (LMC) Leucemia Linfóide Crónica Leucemia Promielocitica Aguda (LPA) Leucemia Não-Linfocitíca aguda (LNLA) Linfoma Linfoma Cutâneo de Células T Cancro do pulmão Sarcoma de Kaposi Cancro da Próstata Mieloma Múltiplo Cancro do Ovário Tumores do Sistema Nervoso Central (por ex. cérebro)
Apesar de se poder tomar o seu tratamento de quimioterapia oral em casa, é importante e imprescindível que se continue a consultar regularmente um médico, para que este possa acompanhar a sua evolução. É necessário que se informe sempre o médico que acompanha cada paciente sobre os efeitos secundários que se possa sentir. Isso ajudará a assegurar que a situação não evolui para um problema grave. Se necessário, o médico poderá efectuar ajustes na dosagem do medicamento ou indicará um outro para aliviar os sintomas.
Tipos de Medicamentos
Agentes alquilantes
Agentes alquilantes são chamados assim porque têm poder de adicionar um grupo alquila a diversos grupos eletronegativos do DNA celular, com a finalidade de alterar ou evitar a duplicação celular.
Antimetabólitos
Um antimetabólito é uma substância com estrutura similar ao metabólito necessário para reacções bioquímicas normais. O antimetabólito compete com o metabólito e portanto inibe a função normal da célula, incluindo a divisão celular. Os antimetabólitos podem ser de três tipos.
Inibidores Mitóticos Inibem os processos mitóticos (divisão celular)
Antibióticos anti-tumorais
Antibióticos antitumorais ou "antibióticos citotoxicos" são drogas que inibem e combatem o desenvolvimento do tumor.
Inibidores da Topoisomerase
Topoisomerases são enzimas isomerases que actuam sobre a topologia do DNA. A inibição das topoisomerases Tipo I e Tipo II interferem na transcrição e na replicação do DNA controlando o seu enrolamento.
Terapia hormonal
Muitos tumores malignos respondem à Terapia hormonal. Na verdade, isto não é uma quimioterapia. Os cancros que surgem em certos tecidos, incluindo o tecido mamário e o prostático, podem ser inibidos ou estimulados por mudanças apropriadas no balanço hormonal.
Anticorpos monoclonais
Um anticorpo monoclonal é um anticorpo homogéneo produzido por uma célula híbrida produto da fusão de um clone de linfócitos B descendente de uma única célula mãe e uma célula plasmática tumoral. A terapia anticorpo monoclonal pode ser usada contra o cancro, cujo principal objectivo é simular o sistema imune do paciente para atacar as células do tumor maligno e prevenir o seu crescimento pelo bloqueamento de receptores específicos da célula.
Efeitos secundários ou colaterais Existem alguns efeitos secundários associados à quimioterapia. Contudo, as pessoas reagem de modos diferentes aos tratamentos, pelo que o tipo e gravidade dos efeitos secundários podem variar de pessoa para pessoa. Alguns pacientes podem apresentar alguns destes efeitos colaterais ou até nenhum deles. O tratamento quimioterápico pode deteriorar fisicamente os pacientes com cancro, podendo originar:
Alopécia ou queda de cabelo: É o efeito colateral mais visível e o que mais afecta psicologicamente os doentes, sobretudo às mulheres. Depois de 4 a 6 semanas o cabelo volta a crescer.
Náuseas e vómitos: O uso da maconha, droga produzida a partir da planta Cannabis sativa durante a quimioterapia, reduz as náuseas e os vômitos e aumenta o apetite.
Diarréia
Prisão de ventre
Anemia: Diminuição do número de glóbulos vermelhos, devido à destruição da medula óssea. Às vezes há que se recorrer à transfusão de sangue.
Infecções: Por vezes ocorrem infecções devido à diminuição do número de leucócitos, responsáveis pela defesa contra microrganismos.
Hemorragia: É possível verificar-se algumas hemorragias devido à diminuição do número de plaquetas pela destruição da medula óssea.
Tumores secundários
Cardiotoxicidade: A quimioterapia aumenta o risco de enfermidades cardiovasculares. Hepatotoxicidade
Nefrotoxicidade
Síndrome da lise tumoral: Ocorre com a destruição pela quimioterapia das células malignas de grandes tumores como os linfomas. Este efeito colateral que é bastante grave e até mesmo mortal é prevenido no início do tratamento com diversas medidas terapêuticas.
Cirurgia
CIRURGIA Introdução Nascida no início do século XIX, a cirurgia foi ajudada pelos progressos da ciência e pelos progressos e pelas inovações tecnológicas. O recente avanço da informática e da robótica permite-lhe realizar novos progressos.
A evolução da cirurgia Durante muito tempo considerados barbeiros, os cirurgiões adquiriram alguma autonomia durante o Renascimento, graças aos progressos da anatomia e da fisiologia. Foi, contudo, no século XIX que a cirurgia conheceu um grande impulso, devido a três grandes descobertas: a anestesia, a anti-sepsia e a assepsia. Foi em Boston (Estados Unidos) que o cirurgião-dentista William Morton efectuou em 1846 a primeira operação do mundo sob o efeito de uma anestesia com éter sulfúrico. Até que então as operações cirúrgicas estavam associadas a dores intensas, o que obrigava a amarrar os pacientes. Este método foi rapidamente experimentado em Inglaterra e na França. Em alguns meses, a anestesia com éter tornava-se uma prática permanente na Europa e nos Estados Unidos. Confiantes nesta grande inovação, os cirurgiões aventuraram-se em operações mais difíceis, mas a taxa de mortalidade era ainda muito elevada. Em 1847, o cirurgião húngaro Ignace Semmelweis demonstrou que, por não lavarem as mãos, os médicos que assistiam aos partos transmitiam a febre puerperal às parturientes, que morriam com muita frequência. Alguns anos mais tarde, Pasteur provou que o ar transportava os germes responsáveis pela contaminação. Dadas estas descobertas, o cirurgião escocês Joseph Lister começou a desinfectar sistematicamente as mãos, os instrumentos cirúrgicos e as incisões. Foi o verdadeiro pioneiro da anti-sepsia. A assepsia, desenvolvida posteriormente, destinava-se a eliminar os micróbios das salas de operações pela aplicação de apertadas regras de higiene: esterilização dos instrumentos e do local da operação, luvas e fatos esterilizados. No século XX, a cirurgia realizou mais progressos do que durante os dezanove séculos precedentes. Este desenvolvimento relaciona-se com o aparecimento de novas disciplinas, tratamentos e inovações, como a anestesiologia e a reanimação, a transfusão de sangue, os antibióticos e os anticoagulantes, a imagiologia, as fibras ópticas, as micro câmaras e a endoscopia. Estes progressos permitiram o desenvolvimento das cirurgias ortopédicas e cardiovasculares, do transplante de
órgãos e da micro cirurgia, permitindo, na década de 1990, o avanço de uma cirurgia menos agressiva. Esta cirurgia apoia-se na técnica da endoscopia, cuja principal aplicação, a celioscopia, alterou toda a cirurgia da cavidade abdominal. A técnica consiste em introduzir uma fibra óptica ligada a uma câmara, que transmite a imagem do interior da cavidade num ecrã. Pequenas incisões através da parede abdominal permitem a introdução dos instrumentos controlados, como auxílio da câmara, pelo cirurgião, que não vê as suas mãos. As aplicações desta técnica são importantes para a cirurgia digestiva (ablação da vesícula e do apêndice), a urologia e a ginecologia. Paralelamente, as técnicas de micro cirurgia permitem a reparação dos vasos e dos nervos com menos de um milímetro de diâmetro. Em Lião possibilitaram a realização do primeiro alotransplante de uma mão, em 1998, e das duas mãos, em 2000. No século XXI, as técnicas cirúrgicas combinam os progressos da informática, da Imagiologia e dos meios da robótica. A manipulação de robôs conhece actualmente um grande desenvolvimento: através de um ecrã de computador, o cirurgião poderá comandar uma câmara com a voz e, para operar, segurará em dois manípulos que transmitem os seus movimentos, à distância, a braços robotizados. Esta técnica já se aplica em micro cirurgia, particularmente para ablação da vesícula biliar. Num futuro mais longínquo, os robôs serão capazes de efectuar cirurgias delicadas em órgãos pouco acessíveis, como o cérebro. Os órgãos a operar poderão ser reconstituídos em alguns minutos através de técnicas de realidade virtual, enquanto as operações serão simuladas por computador. O cirurgião continuará, contudo, a comandar a intervenção cirúrgica e esta evolução não eliminará a cirurgia clássica, que será indispensável em diversas situações, como a traumatologia.
Alguns tipos de cirurgias Cirurgia Vascular: Cirurgia vascular é a especialidade médica que se ocupa do tratamento cirúrgico de doenças das artérias, veias e vasos linfáticos. Actua junto à Angiologia, especialidade responsável pelo estudo clínico dessas doenças. A angiologia encarrega-se do estudo, diagnóstico e tratamento clínico das doenças vasculares. O tratamento clínico consiste em acções para promoção, prevenção, recuperação da saúde através de alterações dos hábitos de vida, medicamentos e exercícios físicos usualmente. A cirurgia vascular actua no diagnóstico, estudo e tratamento cirúrgico das enfermidades dos vasos. O tratamento cirúrgico pode ser da forma convencional cirurgia através de incisões - ou por dentro dos vasos cirurgia endovascular.
Cirurgia Bucomaxilofacial : A cirurgia bucomaxilofacial ou mais correctamente, cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial, é uma especialidade da odontologia, que trata cirurgicamente as doenças da cavidade bucal e anexos, tais como: traumatismos e deformidades faciais (congénitos ou adquiridos), traumas e deformidades dos maxilares e da mandíbula, envolvendo a região compreendida entre o osso hióide e o supercílio de baixo para cima, e do tragus a pirâmide nasal, de trás para diante. Dentre as doenças existem os tumores benignos e malignos, os cistos dos maxilares, as provocadas por
fungos, vírus, e manifestações associadas a doenças sistémicas como AIDS, tuberculose, sífilis entre outras. As deformidades faciais são compreendidas desde as sequelas de doenças como o câncer, os traumas severos, ou distúrbios do desenvolvimento, como as síndromes ou alterações do desenvolvimento como o prognatismo (aumento dos maxilares), microrganismo (diminuição dos maxilares) ou a combinação delas. Cirurgia Estética: Cirurgia estética é um ramo da Cirurgia Plástica, orientado para a busca da perfeição das formas e não para melhorar funções ou tratar doenças. Entre os indivíduos que recorrem a este tipo de cirurgia, está o desejo de melhorar a sua aparência, pretendendo, por exemplo, eliminar defeitos de pele, alterar o aspecto de uma cicatriz, a forma e o tamanho do nariz, da mandíbula ou das mamas, retirar o excesso de pele e de tecido adiposo do corpo e as rugas que surgem com a idade avançada ou a perda de peso. Designa-se Cirurgia estética do corpo as cirurgias efectuadas para remover excesso de pele e/ou gordura de várias partes do corpo, em especial o abdómen, face interna das pernas e nádegas. Cirurgia Plástica: A cirurgia plástica tem por objectivo a reconstituição de uma parte do corpo humano por razões médicas ou estéticas. A cirurgia plástica se desenvolve sob duas facetas: a cirurgia plástica reparadora e a cirurgia plástica estética. A cirurgia plástica reparadora tem como objectivo corrigir lesões deformastes, defeitos congénitos ou adquiridos. É considerada tão necessária quanto qualquer outra intervenção cirúrgica. A cirurgia plástica estética é aquela realizada pelo paciente com o objectivo de realizar melhoras à sua aparência. A pessoa quando se submete a tal intervenção cirúrgica não a faz com intenção ou propósito de obter alguma melhora em seu estado de saúde, mas sim para melhorar algum aspecto físico que não lhe agrada, ou seja, corrigir uma deformidade que ela adquiriu ao nascimento por exemplo, como uma orelha proeminente ou em abano, outro caso como uma mama flácida que pode lhe dificultar um relacionamento afectivo. Situações que não lhe causam prejuízo da ordem funcional, mas sim de ordem psicológica. Actualmente, as duas cirurgias plásticas estéticas mais realizadas em Portugal e no Brasil são a lipoaspiração e o implante de prótese de silicone nos seios. Em qualquer cirurgia plástica, pretende-se que a zona afectada mantenha o seu funcionamento e, na medida do possível, um aspecto natural. Cirurgia Reconstrutiva: Cirurgia Plástica e Reconstrutiva abrange as intervenções realizadas para reparar ou reconstruir uma área de pele, bem como o tecido subjacente, que tenha sido danificada ou destruída por um acidente, doença, anomalia congénita ou se tenha modificado pelo envelhecimento.
Cirurgia do Aparelho Digestivo: A Cirurgia do Aparelho Digestivo é um ramo da Medicina que estuda, sob o ponto de vista cirúrgico, as doenças que são oriundas dos órgãos responsáveis pela digestão dos alimentos. Cirurgia torácica: Cirurgia torácica é a especialidade médica que se ocupa do tratamento de patologias pulmonares e torácicas passíveis de abordagem cirúrgica a exceção das que acometem o coração e grandes vasos.
Curiosidades Foi graças à rainha Vitória que em 1853 se recorreu à anestesia para atenuar as dores do parto. Para o nascimento do seu oitavo filho, a rainha pediu ao seu médico, James Simpson, para lhe aplicar clorofórmico. Este, que o utilizava em ginecologia desde 1847, acedeu ao seu pedido a rainha deu à luz o príncipe Alberto enquanto aspirava algumas gotas de clorofórmico do seu lenço real. “É maravilhoso”, declarou a rainha após este primeiro parto sem dor.
Destaque Entre as regras elementares de higiene, a lavagem das mãos é uma prática muitas vezes negligenciada. As mãos são portadoras de uma flora dita “residente” pouco patogénica e de uma flora dita “transitória” proveniente do próprio indivíduo (tubo digestivo, saliva), da pele de outras pessoas (transmissão cruzada) ou do meio exterior. Esta flora é frequentemente responsável pelas gastroenterites (salmonelas) e pelas infecções respiratórias, sobretudo nas crianças. Num hospital, uma má higiene das mãos é fonte de transmissão cruzada de infecções nosocomiais e da disseminação dos germes.
Transplante
TRANSPLANTES Os transplantes, nas últimas décadas, tiveram um grande progresso, mas não obstante aos riscos a eles associados e os problemas relacionados com os tratamentos de anti-rejeição. A principal limitação continua a ser a escassez de orgãos. A ideia de restaurar o corpo humano substituindo as partes que se encontram defeituosas/deformadas, orgãos ou tecidos, por outras que se encontrem em bom estado, retiradas de outro organismo que esteja vivo ou morto, deparou-se muito tempo com grandes dificuldades. Porque embora já se conhecesse a técnica, ainda não se conhecia quais os efeitos de rejeição que dai poderiam vir.
Historia Os transplantes começaram na década de 1950, com diversas tentativas que permitem compreender a implicação de factores hereditários na sua tolerância. Em 1958, o Francês Jean Dausset descobriu os antigénios de histocompatibilidade dos tecidos orgânicos, pequenas moléculas que se encontram na superficie das células e que marcam a sua pertença ao “eu”. Jean Hamburguer baseia-se nestes estudos para seleccionar os dadores. Foi em 1959 que se deram os primeiros sucessos nos transplantes. A substituição de um orgão, de um membro ou de um tecido passou a ser um acto corrente, com uma taxa de sucesso satisfatória, por exemplo uma pessoa que se submeteu a um transplante de coração sobreviveu mais de dois anos, contudo existem alguns problemas ainda existentes.
O que é? À transferência de células, tecido ou órgãos vivos de uma pessoa, a qual se dá o nome de dador, para a outra, o receptor, ou até de uma parte para a outra do
corpo, dá-se o nome de Transplante. Esta prática é feita com a finalidade de restabelecer uma função perdida ou de reconstrução de uma parte do corpo.
A recorrência a um transplante pode trazer enormes benefícios às pessoas afectadas por doenças que, de outro modo, seriam incuráveis. As transfusões de sangue, que se realizam todos os anos em milhões de pessoas, são o tipo mais vulgar de transplantes. Quanto ao transplante de outros órgãos, pressupõe-se, na maioria dos casos, a procura de um dador compatível e da aceitação de uma série de factores de risco, pois o doente tem que enfrentar uma grande cirurgia onde poderão ser utilizados poderosos fármacos imunossupressores ou até a possível rejeição do órgão que poderá levar à morte. Tipos de transplantes A intensidade de resposta imune pode variar de acordo com o tipo de transplante. Auto-transplante: tecido transferido de um local do corpo para outro sítio do próprio corpo ou utilização de células estaminais do cordão umbilical, por exemplo, excertos de pele. Transplante Isogénico: transferência de órgãos ou tecidos entre indivíduos idênticos, como gémeos homozigóticos sem que ocorra rejeição. Transplante Alogénico: neste tipo de transplantes são realizados entre indivíduos da mesma espécie, geneticamente diferentes, por exemplo, transplante de medula, que iremos referir posteriormente. Transplantes Xenogénico: os tecidos ou órgãos são transplantados entre espécies diferentes, sendo obviamente um tipo de transplante com elevado grau de rejeição. No entanto, poderá ser uma alternativa no futuro, uma vez que há uma falta significativa de órgãos doados.
Riscos Um dos riscos existentes é o facto de rejeição nos transplantes de orgãos, pois apesar dos tartamentos imunosupressores, que reduzem ou suprimem a resposta imunitária do paciente. Quando o enxerto é reconhecido como um corpo estranho, os glóbulos brancos entram em acção e destroem as células do enxerto. A rejeição crónica prolonga-se durante vários anos e manifesta-se por um mau funcionamento do orgão transplantado, que se deteriora lentamente. Estas rejeições combatem-se com a administração de grandes doses de imunosupressores. Outro grande risco é a possibilidade de ocorrer uma infecção que se pode desenvolver num cancro. Os tratamentos imunosupressores, administrados até ao fim da vida do pacient, tornando-o sensivel ás infecções. Por outro lado, estes medicamentos têm efeitos secundários, apesar da existência de uma nova
terapêutica, que associa pequenas doses de diferentes classes de produtos, diminuindo assim a sua toxicidade. Retirar um pulmão, o figado ou um rim a um dador vivo comporta o risco de provocar a morte. A falta de legislação e de informação explica em grande parte de escassez dos orgãos. O anonimato do doador, a gratuitidade do orgão doafo e uma justa atribuição de orgãos são questões ainda muito discutiveis. As técnicas dos transplantes não param de progredir, podendo assim practicar-se alotransplantes, entre dois individuos, e autotransplantes, tecido transplantado do próprio individuo. Normalmente é feito o xenotransplante, ou seja o transplante do orgão de um animal, normalmente de um porco, onde os tratamentos de rejeição podem ser atenuados pelos porcos trangénicos, cujos genes se assemelham aos humanos.
Técnicas de R.M.A Técnicas de reprodução medicamente assistida
TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA Para a resolução dos casos em que um casal não consegue ter filhos por um processo natural pode recorrer-se a processos medicamente assistidos que constituem o que é designado por - Reprodução Assistida. Para o tratamento da infertilidade existem varias técnicas. A sua aplicação depende do tipo de problema de cada casal e só se escolhe o método mais adequado depois de o analisar. Os preços variam caso a caso, dependendo da medicação aplicada, do tempo e modo como os pacientes respondem à medicação, de tratamentos paralelos e outros factores. Entre as técnicas contam-se:
a inseminação artificial intra-uterina - IIU, a fertilização in vitro - FIV, a microinjecção intracitoplasmática de um espermatozóide – ICSI, a transferência intratubária de gâmetas – GIFT, a transferência intratubária de zigotos – ZIFT
Existem ainda as designadas técnicas complementares da R.M.A.1: Para o caso feminino:
a estimulação ovárica;
Para o caso masculino:
Aspiração do epidídimo, ou MESA (Microsurgical Epididymal Sperm Aspiration), Aspiração dos testículos, ou TESA“Testicular Sperm Aspiration”, Biópsia testicular
Técnicas de Reprodução Assistida Inseminação Artificial ou IUI (Intra-Uterine Insemination) A inseminação artificial é usada em casos de incapacidade de ejaculação, distúrbios na ovulação, alterações no muco cervical (que impeçam a livre penetração dos espermatozóides no útero), determinadas alterações na qualidade do sémen, alterações nas trompas e endometriose.2
1
São muitas das vezes procedimentos necessários à obtenção dos gâmetas.
2
Endometriose é uma doença que se caracteriza pelo crescimento de placas de tecido endometrial, que normalmente
só se encontra no revestimento interno uterino (endométrio), fora do útero e que muitas vezes se desenvolvem sobre
Esta técnica baseia-se na deposição dos espermatozóides (previamente seleccionados como morfologicamente normais e móveis, em laboratório) no interior do útero, usando meios artificiais em vez da cópula natural. Pode efectuar-se com esperma do casal ou, em caso de infertilidade masculina, com espermatozóides de um dador. “Geralmente, realiza-se previamente a indução controlada da ovulação. Quando um oócito II é libertado, é realizada a transferência dos espermatozóides do parceiro ou doador para o útero, utilizando um fino cateter sem qualquer anestesia ou internamento. Na inseminação, os espermatozóides são separados do líquido seminal, através de centrifugação, já que como são colocados acima do orifício interno do colo do útero, o líquido seminal, que funciona como meio de transporte para os espermatozóides, não é necessário. A fertilização, neste caso, é in vivo, dentro das trompas de Falópio.” (http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/biologia_trabalhos /infertilidadehumanab.htm) É um procedimento clínico pouco invasivo, rápido e prático.
Fertilização in vitro ou FIV Nesta técnica a fecundação ocorre no exterior do corpo feminino razão pela qual também é também denominada de “bebéproveta”. A FIV é indicada em casos de laqueação irreversível das trompas de Falópio ou sua lesão, endometriose, infertilidade masculina e em casos de infertilidade sem causa aparente. Processa-se segundo várias fases: 1ª- Faz-se uma indução da ovulação, para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de vários oócitos II, deste modo a produção de óvulos é aumentada, bem como a sua libertação.3 2ª- Recolha dos oócitos II e de espermatozóides (normalmente a colecta é feita por masturbação). Se o paciente apresentar azoospermia (ausência de espermatozóides no líquido seminal), opta-se por técnicas especiais para retirar os espermatozóides dos epidídimos ou dos testículos4, seleccionando-se os que têm maior mobilidade e capacidade para fertilização. Estes podem ainda provir de um banco de esperma, caso o paciente não tenha mesmo possibilidade de produzir espermatozóides. 3ª- Os espermatozóides são colocados em contacto com os oócitos II num meio de cultura que simula o ambiente das trompas para que um deles penetre a zona pelúcida. 4ª- Os ovos fertilizados são incubados no mesmo meio de cultura até que atinjam o estado de embrião com 6 a 8 células. 5ª- O melhor embrião é transferido para o útero através de um cateter especial de plástico com monitorização ecográfica. Por vezes, vários embriões são transferidos para o útero para aumentar as hipóteses de implantação e gravidez.
os ovários e bloqueiam a passagem do óvulo do ovário até ao útero.
3 É de referir que a paciente, quando impossibilitada completamente de ovular, pode obter o gâmeta feminino recorrendo a um banco de oócitos. 4
Ver ‘Técnicas complementares para a obtenção dos gâmetas’, pág.
Injecção Intracitoplasmática de Espermatozóides, Microinjecção ou ICSI (Intracytoplasmatic Sperm Injection) Considerada hoje em dia a melhor técnica de tratamento da infertilidade (atinge 50% de êxito em mulheres com menos de 35 anos) tem vindo a substituir a FIV nas clínicas de R.M.A. A ICSI é especialmente indicada para o tratamento da infertilidade masculina (poucos ou nenhuns espermatozóides no ejaculado, espermatozóides com baixa mobilidade, percentagem baixa de espermatozóides com morfologia normal, vasos deferentes danificados ou vasectomia não reversível, presença de anticorpos anti-espermatozóides, dificuldades masculinas na erecção ou ejaculação). Pode ser também indicada em casos de recolha de um número reduzido de oócitos ou dificuldade em serem fecundados detectada em ciclos anteriores de fertilização in-vitro. A recolha dos gâmetas é feita da mesma forma que na FIV, efectuando-se a injecção de um único espermatozóide no citoplasma do oócito. Deste modo evitam-se as dificuldades do processo natural em que espermatozóide tem que passar a "barreira" do oócito para o perfurar.O trabalho é feito numa placa de Petri com duas micropipetas: uma delas vai fixar o oócito e a outra vai segurar o espermatozóide, imobilizá-lo e injectá-lo dentro dele. Após este procedimento, as placas de Petri são incubadas durante cerca de 72 horas. Os embriões resultantes são implantados no útero através das mesmas técnicas da fertilização in vitro atrás descritas. Transferência intratubárica de gâmetas ou GIFT (Gamete Intrafallopian Transfer) A GIFT é indicada para casos em que a infertilidade se relaciona com disfunções do esperma, quando a causa de infertilidade é desconhecida ou quando existem anomalias no muco cervical. Nesta técnica, os gâmetas são obtidos pelas mesmas técnicas utilizadas na FIV e na ICSI.Após serem tratados e seleccionados em laboratório, os oócitos e os espermatozóides são colocados no interior das trompas de Falópio através de laparoscopia5 para que aí se dê a fecundação. Neste caso, a fecundação é in vivo.Na GIFT cerca de um terço das gravidezes são múltiplas. (http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudan tes/biologia/biologia_trabalhos/infertilidadehumanab.htm)
Transferência intratubárica de zigotos ou ZIFT (Zygote Intrafallopian Transfer) Na ZIFT, após recolha e selecção de oócitos e espermatozóides, os gâmetas são postos em contacto in vitro, num meio de cultura adequado durante 18 a 24 horas. Após a fecundação, realiza-se uma laparoscopia e transfere-se o(s) zigoto(s) para as trompas de Falópio. Relativamente à FIV, a ZIFT tem a mesma ou pior taxa de sucesso, daí que esta técnica não seja das mais utilizadas.
5
Laparoscopia- cirurgia realizada a nível do abdómen (que é previamente cheio com gás). Caracteriza-se pela
abertura de pequenas incisões que possibilitam a entrada de diversos instrumentos permitindo detectar e corrigir problemas no sistema reprodutor ou noutros.
(http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/biologia_trabalhos /infertilidadehumanab.htm)
Técnicas complementares para a obtenção dos gâmetas
Indução da Ovulação/estimulação ovárica:
A indução da ovulação é feita para que haja uma maior produção de oócitos II e por isso maiores hipóteses de gravidez. Para isto, recorre-se a medicamentos que actuam na hipófise ou directamente nos ovários, estimulando o crescimento dos folículos. O controlo para que se obtenha somente o número de oócitos pretendido é feito através de ecografia transvaginal e dosagem de hormonas. O destino destes oócitos dependerá depois da técnica de R.M.A. a ser utilizada.6 No caso da fertilização in vitro, por exemplo, realiza-se uma hiperovulação, com o objectivo de se obter um maior número de óvulos, sendo depois colhidos, seleccionados e transferidos somente os necessários.
A obtenção de espermatozóides por via cirúrgica pode ser feita através de vários métodos:
Aspiração do epidídimo, ou MESA
Aspiração dos testículos, ou TESA“Testicular
(Microsurgical Epididymal Sperm Aspiration);
Sperm Aspiration”
Biópsia testicular
Vantagens e riscos da R.M.A. Vantagens da reprodução medicamente assistida
Possibilita a casais inférteis terem filhos quando estavam biologicamente impossibilitados de procriar e a casais portadores de determinadas doenças não as transmitir à descendência;
Permite a detecção de doenças genéticas antes da implantação do ovo e sua despistagem; Em países “envelhecidos” é uma mais valia para o aumento da taxa de natalidade.
Riscos da reprodução medicamente assistida:
Apesar de raro, em algumas clínicas de fertilização, já se deu a troca acidental de esperma e embriões dos pacientes, transferindo-os para as mulheres erradas.
Nestes tratamentos, muitas vezes ocorrem gestações múltiplas, devido ao facto de serem implantados, no útero da mulher, vários embriões. Isto aumenta os riscos na geração do embrião,
6
A estimulação ovárica é considerada uma técnica complementar aos mecanismos de R.M.A. mas também pode ser
utilizada exclusivamente para aumentar as hipóteses de gravidez na mulher infértil sem que esta tenha de recorrer a outra técnica de R.M.A.
provocando deficiências crónicas, e ainda, partos prematuros, em que os bebes, frequentemente, apresentam um peso inferior ao normal, ficando por vezes com algumas sequelas.
Segundo estudos realizados sobre o tema, os bebes gerados através de reprodução medicamente assistida, correm um maior risco de desenvolverem malformações congénitas, problemas cardíacos e/ou renais, entre outros. Estes tratamentos, por vezes, também podem se tornar prejudiciais à saúde da mulher, no caso de gestações múltiplas e também devido ao tratamento hormonal.
São tratamentos que envolvem grandes despesas monetárias.
Por outro lado, também podem suscitar o desapontamento do casal e perturbações psicológicas, em casos de ineficácia dos tratamentos em questão.
Medicinas complementares/alternativas 2
2 Medicinas complementares/alternativas (MCA) _________________________________________________________________
É muito importante ter a consciência de que podemos optar por dois sistemas de medicina. A medicina convencional ocidental é bastante eficaz em muitos problemas agudos, como infecções e traumatismos. Em contrapartida tem menos sucesso no alívio de sintomas de doenças crónicas. Hoje em dia cada vez mais pessoas recorrem à MCA. Poderão estar à procura de uma abordagem à saúde que considere a “pessoa integral” e que seja consistente com os seus valores. Poderão buscar o tratamento mais eficaz disponível após a medicina tradicional ter falhado ou poderão querer evitar os efeitos secundários dos medicamentos convencionais. As abordagens como massagem, osteopatia, acupunctura e hipnose podem por vezes oferecer ajuda onda a medicina convencional pouco pode. No entanto é necessário ter em conta que existem práticas fraudulentas e perigosas sob a designação de medicinas complementares/alternativas. É por isso importante a informação relativa às provas científicas que sustentam a utilização de qualquer tratamento ou procedimento nesta área. Embora haja hoje cada vez maior número de pesquisas de qualidade para justificar os usos da MCA continua a haver ainda uma relativa falta de estudos de investigação formalmente planeados devido a algumas condicionantes. Para além do financiamento inadequado a abordagem de muitos dos sistemas da MCA é tão diferente da da medicina convencional que é difícil conduzir estudos dentro de parâmetros semelhantes. A investigação torna-se então indispensável para assegurar que terapias de valor sejam tornadas acessíveis ao mesmo tempo que se evitam as ineficazes ou prejudiciais defendendo assim os utilizadores. A maior parte dos doentes que consideram a terapia da medicina complementar/alternativa quer saber duas coisas: funciona? É segura? Nas páginas seguintes procura-se elucidar sobre estas questões apresentando-se um conjunto de ideias/provas baseadas na pesquisa mais actual.
2.1
Sistemas
Ayurveda
AYURVEDA O que é Ayurveda é o nome dado à "ciência" médica desenvolvida na Índia há cerca de 3000 anos e era a medicina utilizada por Buda, o que faz dela um dos mais antigos sistemas medicinais da humanidade. Este antigo sistema de cura holística significa, em sânscrito, Conhecimento (veda) da vida (ayur) e continua a ser a medicina oficial na Índia, tendo difundindose por todo o mundo como uma técnica eficaz de medicina tradicional. O objectivo deste é equilibrar os aspectos físicos, espirituais e psicológicos de cada indivíduo porque, quando uma pessoa está desequilibrada, poderá advir a doença e a negatividade emocional e espiritual. Em anos recentes, o Ayurveda intregou-se nalgumas práticas médicas ocidentais por todo o mundo. Em países como Portugal, que não possui legislação efectiva na área das terapias complementares, esta medicina manifesta-se essencialmente pela massagem, que é uma parte centesimal das práticas ayurvédicas, mas com a qual os ocidentais mais se identificam. Contudo, não existem praticamente centros de Ayurveda e médicos diplomados a fazer o acompanhamento dos tratamentos.
Prática De acordo com o Ayurveda, todos os aspectos da natureza, incluindo todos os seres vivos, podem ser caracterizados em termos de cinco elementos básicos: espaço (akash), ar (vayu), fogo (agni), água (jala) e terra (prithvi). No corpo humano, a saúde é alcançada quando estes cinco elementos são mantidos em equilíbrio, por sua vez, os seus desequilíbrios resultam da desarmonia, o que pode conduzir à doença. O Ayurveda afirma que existem 3 humores biológicos no nosso corpo, chamados de Doshas, ou forças biológicas.
Cada indivíduo nasce com uma condição únicas de três doshas e esta combinação é conhecida como a sua prakriti, ou constituição. Não obstante, destes três doshas, geralmente há sempre uma que predomina, que irá indicar qual as doenças que o individuo está mais susceptível e orienta as recomendações para o tratamento preventivo e terapêutico. Manter os doshas em equilíbrio, ou seja, evitar que se manifeste em demasia, é a chave para manter uma boa saúde física e mental.
Vata Elementos: Ar, espaço
Pitta Elementos: Fogo, água
Kapha Elementos: Água, terra
Constituições da Dosha Responsável por Todas as funções relacionadas com o movimento, tais como a respiração, a circulação sanguínea e o pensamento. Características físicas Tipo físico magro, frio, pele seca, articulações e veias proeminentes. Características Pensamento e acção rápidos, vivo, criativo, pessoais imaginativo, flexível, humor variável. Possíveis alterações Hábitos alimentares e de sono irregulares, obstipação, ansiedade e outros distúrbios nervosos, insónia, alterações digestivas, medo, perda de memória, preocupações. Responsável por Metabolismo, incluindo fome e sede, digestão da comida e assimilação das experiências da vida. Características físicas Constituição média, musculada, cabelo claro, compleição avermelhada. Características Esperto, determinado, hábitos regulares, pessoais apaixonado, bem organizado, boas capacidades de chefia, caloroso, corajoso, ambicioso, orgulhoso, temperamental. Possíveis alterações Irritabilidade, agressividade, úlceras, acne, hemorróidas, intensidade emocional excessiva, dependência de substâncias, demasiado dependente do trabalho. Responsável por Coesão, garantido a estrutura do corpo. Características físicas Pesado, forte, pele oleosa Características Calmo, simpático, leal, descontraído, come pessoais devagar, dorme pesadamente, tolerante, capacidade de perdão, ambicioso, ciumento. Possíveis alterações Peso a mais, congestão, obstinado, procrastinação, obesidade, alergias, sinusite, colesterol elevado, letargia, preguiça, dificuldades em aceitar a mudança, apego às coisas materiais.
Embora o dosha dominante de uma pessoa seja uma qualidade intrínseca que influencia a sua saúde, os factores externos também desempenham o seu papel, incluindo os vírus e as bactérias, bem como as estações do ano até à altura do dia. As modificações dietéticas são muitas vezes recomendadas segundo as estações. Quando as doshas estão desequilibradas, uma pessoa pode tornar-se vulnerável a doenças causadas por infecções e por factores agressivos ambientais. Quando as doshas estão em equilíbrio, as pessoas são capazes de lutar contra as infecções e esses agressores.
Durante o exame, os praticantes utilizam diversas estratégias para estabelecer a dosha predominante da pessoa se está a equilibrar. Olham para as unhas e língua, por exemplo, porque as características físicas particulares dão informação sobre as doshas. Os praticantes informam-se também acerca da história clínica e tomam o pulso, dando a atenção às qualidades que são típicas das diferentes doshas. Pedem amostras de urina, tomando nota da cor e do odor como importantes pistas sobre os doshas. Os praticantes integradores usam também exames clínicos convencionais para ajudar a diagnosticar doenças. Tratamentos Os tratamentos ayurvédicos são elaborados pelo praticante de acordo com o indivíduo. Pretendem livrar o organismo de substâncias prejudiciais e das emoções negativas, reequilibrar as doshas e fortificar o corpo, a mente e o espírito. Existem quatro abordagens principais para tratar e prevenir as doenças. Limpezas e desintoxicação (SHODAM) Liberta o organismo das toxinas, que são consideradas a raiz da doença. Uma das principais fontes de toxinas é a comida que não foi convenientemente dirigida. As técnicas usadas, que incluem enemas e eméticos, são chamadas pancha karma. Paliação (SHAMAN) A paliação visa equilibrar espiritualmente as doshas. Em contraste com o shodan, as abordagens utilizadas tendem a ser mais suaves e orientadas espiritualmente e podem incluir o jejum, o ioga e as ervas.
Rejuvenescimento (RASAYANA) Após o organismo ser expurgado de toxinas é-lhe dada energia através de exercícios e suplementos. Os objectivos consistem em melhoramentos as funções em geral e o equilíbrio, incluindo o desempenho sexual e a fertilidade, e uma longevidade acrescida. Higiene mental e Cura espiritual (SATVAJAYA) Aqui o objectivo é libertar a tensão psicológica e os pensamentos negativos – toxinas da mente que são factores de predisposição para a doença física. Tal como o shodan limpa o corpo para ajudar a melhorar o seu funcionamento, a satvajaya limpa a mente com o objectivo de atingir o desenvolvimento pessoal e a espiritualidade. As terapias que se seguem fazem parte do processo de apoio à higiene mental e à cura espiritual: mantra (entoar uma palavra ou um verso sagrado ou místico para despertar a consciência interior, yantra (concentração em figuras geométricas para promover um pensamento fresco e criativo) e tantra (canalizar mentalmente a energia através do corpo). Suplementos As ervas, tomadas oralmente ou aplicadas topicamente, tal como os suplementos minerais, fazem parte do regime de limpeza e desintoxicação, paliação e rejuvenescimento. Estudos científicos descobriram que vários medicamentos herbais ayurvédicos são benéficos para uma quantidade de doenças. Ligação mente-corpo A meditação, que é uma técnica utilizada para concentrar a mente no momento presente e sossegar o tagarelar mental, é usada para a paliação, bem como para a higiene mental e para a cura espiritual. A massagem herbal é uma abordagem utilizada para a limpeza e desintoxicação. Exercício Os exercícios de alongamento são feitos para a paliação e rejuvenescimento. O ioga, um sistema de exercícios desenvolvido para o bem-estar espiritual e físico, é utilizado para a paliação e rejuvenescimento. Outras terapias Os enemas, os duches nasais, os eméticos, as saunas de vapor com ervas e mesmo as sangrias são usados para a desintoxicação. O banho de sol por pequenos períodos é feito como paliação. Os cristais, as pedras preciosas e os metais são usados para promover a higiene mental e a cura espiritual
Ayurveda pode ajudar:
Acne Artite reumatóide
Obesidade Asterosclerose Colesterol elevado Insónia Função cognitiva Colite Asma Doença de Parkinson Obstipação induzida pela morfina Diabetes
Especificamente, esta medicina pode tratar uma doença que está inserida neste livro: a Diabetes: A diabetes pode ser estabilizada ou prevenida através da medicina Ayurvédica. O Dr. Virender Sodhi, Director do American School of Ayurvedic Sciences, em Washington, não faz distinção no tratamento da diabetes tipo 1 e tipo 2. Este apontou os seus conselhos: o primeiro passo a ser tomado é a modificação da dieta, com a eliminação do açúcar e carbo hidratos simples dando ênfase aos carbo-hidratos complexos. As proteínas devem ser limitadas, já que a ingestão em excesso, pode danificar os rins. A gordura também deve ser limitada, já que geralmente há uma deficiência de enzimas pancreáticas tornando a digestão mais difícil. O Dr. Sodhi recomenda a utilização do Panchakarma, que é iniciado com massagens e sauna feitas com ervas seguido de uma limpeza interna do corpo. Bem como várias preparações orais com ervas. "As erva indiana chamada Gymenna Sylvester estimula o pâncreas à produzir mais insulina e também bloqueia a absorção de açúcar pelos intestinos", diz Sodhi. O Neem (árvore com propriedades terapêuticas) também ajuda a diminuir o nível de açúcar no sangue e actua como um tónico para o fígado.
Osteopatia
OSTEOPATIA O que é A osteopatia é um sistema de medicina preventiva e de tratamento, centrando-se na relação entre o sistema músculo-esquelético e os órgãos internos. Pensa-se que os desalinhamentos em qualquer parte do sistema músculo-esquelético prejudicam a saúde ao bloquearem a livre circulação do sangue e do líquido linfático. Os médicos utilizam várias técnicas para corrigir os desalinhamentos e melhorarem a saúde em geral. Técnicas como a redução do stresse e o aconselhamento nutricional são outros dos aspectos importantes do tratamento. Embora muitos osteopatas sejam médicos de medicina alternativa, também fazem tratamentos pela medicina convencional, através da receita de medicamentos, realização de cirurgias e ainda providenciam cuidados obstétricos.
História A osteopatia foi desenvolvida nos Estados Unidos da América por um médico chamado Andrew Taylor Still. Este baseou-se na pesquisa e observação pessoal e decidiu que o sistema músculo-esquelético era central para a saúde e para o bem
estar do resto do organismo. Na sua perspectiva, ao corrigir os problemas da estrutura física usando técnicas de manipulação manuais, a capacidade de o corpo funcionar e de se curar a si próprio poderia ser muito aumentada. Andrew Still defendeu a ideia da medicina preventiva e adoptou a filosofia de que os médicos se deveriam centrar no tratamento da totalidade do doente e não apenas na doença. A osteopatia, hoje em dia, é praticada em todo o mundo.
Prática Os médicos de osteopatia formam-se em escolas médicas osteopatas. A sua formação é semelhante à dos médicos clínicos, mas inclui também formação em manipulação osteopática e em saúde holistica. Estes, em muitos países, têm as mesmas condições de um médico convencional, podendo pedir testes laboratoriais, exames, receitar receitas e fazer mesmo algumas cirurgias. A prática desta medicina varia de país para país. Por exemplo nos Estados Unidos da América, os osteopatas utilizam diagnósticos médicos convencionais e a práctica dos tratamentos juntamente com as manipulações osteopáticas, a terapia física e a educação do doente sobre boa postura. Noutros países usam principalmente abordagens holisticas para diagnóstico e tratamento. A osteopata, durante a consulta, avalia a história clínica do doente, faz perguntas acerca dos sintomas, das doenças, e de questões relacionadas com o estilo de vida do doente, como o exercicio e a nutrição.
Tratamentos Os tratamentos consistem em tratar os problemas de saúde dos doentes e educá-los acerca de como se devem prevenir das doenças. Muitos osteopatas para tratar um largo espectro de alterações do estado de saúde, incluindo infecções do tracto respiratório superior, hipertensão arterial e doenças gastrointestinais utilizam as mesmas receitas e medicamentos e procedimentos cirúrgicos usados pelos médicos de medicina convencional. Existem vários tratamentos como a manipulação osteopática que inclui várias técnicas para aumentar a mobilidade e a libertação da tensão muscular, incluindo suave massagem de tecidos, mobilização gentil, tensão-desconcentração, libertação miofascial, articulação e terapia craniossacral. A mobilização gentil envolve mover lentamente uma articulação para aumentar o seu raio de acção. A tensão-desconcentração é o movimento das articulações para fora das suas restrições para melhorar o seu funcionamento. A libertação miofascial é uma suave massagem dos tecidos utilizada para aliviar a tensão e melhorar o funcionamento dos músculos. Muitos osteopatas utilizam outras técnicas como as de Feldenkrais e as de Alexander para melhorar a postura. Outro tratamento osteopático centra-se na pesquisa sobre a relação entre a nutrição e o risco de certas doenças. De acordo com a situação em que cada doente se encontra é lhes aconselhado suplementos nutricionais. Por fim, os médicos osteopatas ensinam os doentes sobre formas de prevenirem problemas de saúde reduzindo o stresse, incluindo vários métodos e técnicas de relaxamento, exercícios e respiração difragmática.
Utilidade A osteopatia é uma medicina útil em determinadas doenças como por exemplo, a artrite, em que as pessoas com esta doença recebem terapia da manipulação osteopática e cuidados médicos convencionais têm menos dores e maior mobilidade do que as outras só com uns segundos. Na dor pós-operatória há a combinação de terapia da manipulação osteopática e da medicina da dor que parece ser melhor do que apenas a segunda na redução da dor após vários tipos de procedimentos cirúrgicos. Os doentes a quem se realiza terapia da manipulação têm menos dor, necessitam de menos analgésicos e abandonam mais cedo a cama do que os doentes que apenas fazem medicação analgésica. Em crianças com paralisia cerebral, esta terapia pode trazer vários benefícios, incluindo a melhor qualidade de sono, melhor disposição e melhor coordenação de braços e pernas.
Homeopatia
HOMEOPATIA Introdução A homeopatia é um sistema de medicina com 200 anos que utiliza diluições de substâncias vegetais, minerais e animais para tratar doenças. A palavra «homeopatia» vem das palavras gregas homos, que significa «semelhante», e pathos, que significa «sofrimento». Baseia-se na crença de “o igual cura o igual”, ou seja, que as próprias substâncias que provocam os sintomas de uma doença podem, quando altamente diluídas, tratá-la. A homeopatia é um dos modos de tratamento mais difundidos pelo mundo. Foi já por várias vezes estudada em ensaios clínicos rigorosos nos quais mostrou que é significativamente mais eficaz que o placebo. Existem inúmeros trabalhos e estudos científicos que comprovam a efectividade das doses mínimas homeopáticas. Um exemplo: numa pesquisa realizada pelo Departamento de Otorrinolaringologia da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), demonstrou-se, com todo o rigor metodológico, que, após o tratamento homeopático, quatro em cada cinco crianças da fila de espera para cirurgia de extracção de amígdalas não necessitou mais do procedimento cirúrgico, resultado esse muito superior ao grupo placebo. Outro exemplo: a OMS está prestes a publicar um levantamento feito com mais de 150 trabalhos e estudos nesta área que demonstram a eficácia da Homeopatia. E como estes, há muitos outros. O que não há, na realidade, são trabalhos e estudos financiados pela indústria farmacêutica, que, por razões óbvias, não tem interesse na área homeopática.
História A homeopatia desenvolveu-se no final do século XVIII com o Dr. Samuel Hahnemann (na imagem à direita), um médico alemão que procurava uma alternativa para as sangrias, o arsénico e outras terapias médicas violentas vulgares na altura
de modo a estimular as forças curativas do organismo sem efeitos nefastos. No decurso das suas investigações cruzou-se com a casca da árvore cinchona, que é a fonte do quinino. Sabia-se que o quinino curava a malária, mas Hahnemann descobriu que desenvolvera sintomas da malária depois de a ter ingerido. Esta experiência levou-o a teorizar que a mesma substância pode ser benéfica ou prejudicial, dependendo se é tomada por alguém que está doente ou saudável, ou em doses mínimas ou maciças. As experiências que foi fazendo consigo próprio, com diversas substâncias, conduziram às três descobertas que se tornaram os pilares da homeopatia: o semelhante cura o semelhante (conhecida como a lei dos semelhantes); as substâncias mais diluídas são as mais potentes (conhecida como lei da dose infinitésima); a doença é específica de cada indivíduo e portanto requer um tratamento individualizado. Hoje em dia, a homeopatia é por vezes usada em conjunto com a medicina convencional para o tratamento de doenças como a gripe ou doenças crónicas como a artrite. Contudo, não é usada para tratar emergências.
Prática Diz-se também que a homeopatia é uma medicina holística pois o diagnóstico que o médico homeopata faz tem em conta o individuo como um todo valorizando quer características físicas quer emocionais do doente fazendo-se um “exame individualizador de um caso de doença”. Neste exame, Hahnemann enfatiza no seu livro “Organon” a importância de saber ouvir todas as queixas do paciente, observando atentamente e anotando tudo o que esteja fora do comum, a fim de que o conjunto de particularidades possa ser apreendido e utilizado na escolha do medicamento específico. Assim, pode concluir-se que os remédios homeopáticos são receitados de acordo com os sintomas individuais. As diluições de substâncias que induzem esses sintomas são então utilizadas para tratar a doença. Tal significa que o remédio que pode criar sintomas semelhantes a uma doença numa pessoa saudável curará essa mesma doença. Por exemplo o rhus toxicodendron, um remédio feito de sumagre-venenoso(na imagem acima) , é usado para tratar a alergia provocada pelo contacto com essa planta. Quando são tratados homeopaticamente, os doentes podem ficar piores antes de melhorarem, um fenómeno chamado “a crise da cura”. A crise da cura é considerada um bom sinal, pois indica que o remédio escolhido para lutar contra a doença estimulou adequadamente as forças curativas do organismo.
Tratamentos Há milhares de tratamentos homeopáticos, cada um deles criado através da diluição repetida de uma substância em água ou em álcool. A potência de cada remédio é identificada de acordo com o seu grau de diluição e o número de vezes que foi diluído.
O número de diluições sequenciais é indicado por “X” (uma parte da substância para nove partes de água: diluição 1:10), “C” (diluição 1:100) e “M” (diluição 1:1000). Um remédio com etiqueta 6X foi diluído sequencialmente e agitado seis vezes até uma potência de 1:10; um remédio com a etiqueta 12C foi diluído e agitado doze vezes até uma potência de 1:100 e assim por diante. Quanto mais diluída for uma substância e quanto mais vezes tenha sido diluída,mais potente será. Mas porque é que os remédios mais diluídos são os mais potentes? A água ou o álcool usados no processo de diluição acumulam sinais electromagnéticos da substância original e esses sinais correspondem àqueles da doença que está a ser tratada. Assim, os remédios homeopáticos ajudam o organismo a curar-se a si próprio ao emitirem mensagens electromagnéticas para o organismo.
A homeopatia pode ser útil em… Alergias respiratórias (Rinite alérgica) Os remédios homeopáticos podem aliviar os sintomas das alergias sazonais. Por exemplo, um spray nasal homeopático é tão eficaz como o spray nasal convencional no alívio de sintomas alérgicos nasais. Efeitos secundários da hemodiálise Os remédios homeopáticos podem evitar o prurido que muitas vezes atormenta as pessoas que se submetem à hemodiálise. Este efeito secundário comum é difícil de controlar com a medicina convencional. Luxações O Traumeel, um unguento homeopático, pode aumentar o raio de amplitude articular de pessoas com ancas luxadas. Efeitos secundários das terapêuticas oncológicas A medicina homeopática pode aliviar alguns dos efeitos secundários das terapêuticas oncológicas. Por exemplo, a beladona alivia a dermatite provocada pelas radiações nas mulheres que se submetem a radioterapia para o cancro da mama. Artrite reumatóide Os tratamentos homeopáticos da artrite reumatóide podem aliviar a dor e a tensão muscular associada.
Recomendações o
A homeopatia não deverá ser usada em vez da medicina convencional para tratar doenças graves. Contudo mostra ser bastante promissora para o alívio de algumas doenças (algumas delas referidas no tópico “A homeopatia pode ser útil em…”), muitas das quais não reagem bem à medicina convencional.
o
Os remédios homeopáticos são apresentados em cápsulas ou comprimidos, gotas e tinturas. Também podem ser prescritos em pó, sob a forma de pomadas, cremes ou sob a forma de injecção. As cápsulas devem ser dissolvidas na boca como um rebuçado. O ideal é que as cápsulas sejam passadas do frasco para a tampa e desta para a boca, sem contacto com as
mãos. Nas preparações líquidas, as gotas podem ser aplicadas na língua ou diluídas em um pouco de água. As preparações em forma de pó devem ser diluídas na água.
o
Não apenas no método homeopático, mas em qualquer tipo de tratamento, a alimentação interfere. Como tal, os remédios homeopáticos devem ser preferencialmente tomados algumas horas antes das refeições, a não ser que seja recomendado o contrário.
2.2
O corpo
Acupuntura
ACUPUNTURA O que é A palavra acupunctura deriva das palavras latinas acus, que significa agulha e da palavra punctura, que significa picada ou perfuração. A acupunctura é um ramo da Medicina tradicional do antigo sistema chinês que envolve a inserção de agulhas muito finas de ouro, prata ou aço inoxidável em pontos específicos do corpo, chamados pontos “Pontos de Acupunctura”, para estimular ou equilibrar o fluxo de energia vital, denominado qi na filosofia oriental, de modo a obter um efeito terapêutico. Os pontos de Acupuntura podem ser estimulados por agulhas ou pelo aquecimento promovido por um bastão de artemísia em brasa, que é aproximado da pele para aquecer o ponto específico de acupunctura. Existe ainda um método em estudo de estimulação por laser. Os seus excelentes resultados são reconhecidos tanto pela Organização Mundial da Saúde como por pesquisas científicas. Trata-se de uma excelente terapêutica integral que actua directamente em níveis complexos do funcionamento do ser vivo, quer psicológico, comportamental e/ou biológico. A acupunctura é um método de prevenção, tratamento e cura que é utilizado para tratar de 461 doenças, a maioria delas relacionadas com o sistema nervoso.
Diz-se que o qi circula por 14 canais chamados meridianos.
A inserção das agulhas de acupunctura é efectuada em cerca de 360 pontos do corpo ou acupontos específicos ao longo desses canais. Doze desses canais relacionam-se com determinados órgãos, nomeadamente, os pulmões, o baço ou a bexiga, por exemplo. No entanto, o conceito chinês do seu funcionamento não corresponde exactamente ao ocidental. Este método de medicina alternativa ou complementar para além de ser utilizada para prevenir e curar, é também usada para aliviar dores. Recorre-se, por vezes, à acupunctura como anestesia durante uma operação cirúrgica, com a finalidade de tratar uma doença ou promover a saúde, equilibrando para isso o fluxo de qi referido anteriormente. Geralmente, este método é bastante seguro quando executado por um profissional bem treinado e com experiência que utilize agulhas descartáveis, esterilizadas e usadas uma só vez e a sua eficácia tem sido demonstrada em muitas situações, embora existam algumas limitações devido à dificuldade de proporcionar um tratamento placebo equivalente.
História A acupunctura é a parte da Medicina Tradicional Chinesa, cuja origem remonta cerca de 3000 anos a.C. e provém do conhecimento dos sábios da Antiga China. Esta terapia foi introduzida na Europa no século XVI, pelos missionários Jesuítas . Jorge Soulié de Morant, um diplomata Francês que estudou na China Medicina Tradicional Chinesa, motivou o médico Dr. Paul Ferreyrolles a ensinar acupunctura aos profissionais de saúde em Paris. Desde então tem esta práctica tem sido ensinada em escolas particulares e faculdades, nos principais países do Ocidente. Em 1972foram feitas várias reportagens analgésicas e tratamentos com acupunctura, mostrando resultados surpreendentes. Foi depois desta data que a nova política Chinesa permitiu receber estudantes de todo o mundo nas suas faculdades de Medicina Tradicional Chinesa. Um corpo mumificado com cerca de 5200 anos foi encontrado num glaciar dos Alpes e apresentava tatuagens que correspondiam a pontos específicos de acupunctura que remetem ara doenças de articulações e de estômago. A prática desta medicina complementar continua a ser fundamental e elementar na medicina tradicional chinesa. Desde a década de 1960, tem sido bastante utilizada no Ocidente, essencialmente, quer na medicina complementar, quer na medicina convencional.
Prática Não se sabe como funciona, na verdade, a acupunctura. A visão tradicional da medicina chinesa está profundamente ligada a teorias baseadas no Taoísmo, sobre a dualidade Yin/Yang, e sobre meridianos. A existência de meridianos e de qi não é reconhecida na medicina ocidental, nem noutros dos seus princípios básicos. Estes incluem o conceito de Yin e Yang, forças opostos presentes em todo o movimento e em tudo o que existe no universo, como a escuridão e luz, feminino e masculino, passivo e activo. Este conceito defende que no corpo do homem existe um equilíbrio que pode ser alterado por diversos tipos de influências, como alimentar e comportamental, entre outras situações que também contribuem para esse
equilíbrio e o universo é constituído por cinco elementos: madeira, fogo, terra, água e metal. Considera-se que estes elementos correspondem a órgãos internos e que cada meridiano liga uma rede específica que regula certas funções orgânicas.
Ciclo de geração dos Terra, Terra gera Metal, Madeira, Madeira gera
cinco elementos: Fogo gera Metal gera Água, Água gera Fogo..
Dos 670 pontos de acupunctura mais utilizados, 361 situamse nos 14 meridianos principais. Para localizálos utilizam-se mapas anatómicos de acupunctura e com a ajuda de equipamentos electrónicos consegue-se a exactidão do local. A experiência de um acupunctor, permite detectar facilmente qualquer ponto sem ajuda dos aparelhos electrónicos. Por norma utiliza-se menos de 18 agulhas por tratamento, dependendo da patologia. Muitas agulhas não melhoram a eficácia do tratamento, mas sim a boa selecção dos pontos de acordo com um bom diagnóstico. Nos casos crónicos, são necessárias no mínimo 10 sessões, enquanto que em situações agudas, dois a cinco tratamentos são suficientes. Em média o tratamento demora entre 40 a 50 minutos, apesar das agulhas permanecerem no corpo cerca de 20 minutos. Os tratamentos mais demorados são os que tratam a celulite e gorduras localizadas. Existem muitas formas de diagnóstico na medicina tradicional chinesa. O exame inclui uma particular atenção prestado ao pulso- a medicina chinesa reconhece 29 variedades; à língua, que tem 18 elementos característicos e à constituição, ao tipo de corpo, às emoções e ao estado mental. De um modo geral, numa consulta, um profissional regista a história clínica pormenorizada do paciente, concentrando-se em factores como a personalidade, a infância, expressão das emoções e estilo de vida do mesmo indivíduo (costumes, alimentação, hábitos, etc). O estudo de sua história revela seu rompimento com algumas tradições "mágicas" e incorporação do conhecimento empírico proveniente de cuidadosas observações, consolidado no que vem sendo chamado do paradigma do Yin - Yang e dos 5 elementos. A avaliação do profissional determina a escolha dos locais e da profundidade de inserção das agulhas, cujo objectivo é restabelecer o fluxo de qi e o equilíbrio entre Yin e Yang. As agulhas modernas são, como foi referido anteriormente, ultrafinas, descartáveis (o impede o contágio e a proliferação de doenças) e feitas de aço inoxidável, cobre, ouro, prata ou zinco. A inserção é, normalmente, indolor e a agulha pode ser retirada pouco depois ou deixada ficar no máximo até 20 minutos. Nalgumas situações, as agulhas são rodadas manualmente ou aquecidas após a inserção. Na electroacupunctura há a transmissão de um pequeno impulso eléctrico através da agulha.
Muitas vezes, os profissionais sugerem a repetição dos tratamentos com intervalos de cerca de uma semana. Alguns profissionais do herbalismo chinês prescrevem, por vezes, remédios herbais. Algumas pessoas, após uma ou duas sessões, sentem alívio nas dores. No entanto, a maioria dos doentes requer seis a oito tratamentos, seguidos de visitas de manutenção com intervalos que podem atingir seis meses. A acupunctura é, de uma forma geral, uma terapia segura e com poucos efeitos adversos. Contudo, podem surgir algumas infecções provocadas por agulhas mal esterilizadas. Muito raramente têm ocorrido interferências com pacemakers no caso da electroacupunctura. Este método não é recomendado a doentes com distúrbios hemorrágicos.
Tratamentos Além da acupunctura clássica existem muito outros tipos , nomeadamente:
Acupunctura auricular Moxibustão Electroacupunctura
A Acupunctura auricular envolve a aplicação de agulhas nas orelhas, com base na teoria segundo a qual as orelhas têm pontos que reflectem várias zonas e funções.
A Moxibustão, por sua vez, é feita a partir de um cone ou uma vareta da erva moxa (artemísia ou Artemisia vulgaris) que são queimados sobre um ponto de acupunctura ou próximo dele. Diz-se que reforça o qi e aquece o sangue.
Já a Electroacupunctura faz passar uma corrente eléctrica muito fraca pela agulha.
Entende-se que este método é mais eficaz do que a inserção convencional das agulhas.
A acupunctura pode ser utilizada em… Doenças do Tracto Respiratório: Sinusite aguda Rinite aguda Resfriado comum Amigdalite aguda
Afecções broncopulmonares: Bronquite aguda Asma brônquica
Distúrbios Ortopédicos e Distúrbios Neurológicos: Gastrointestinais: Cefaleias Espasmos do esófago e Enxaqueca cárdia Neuralgia do trigémeo Soluços Paralisia facial Gastroptose Paralisia pós AVC Gastrite aguda e crónica Neuropatia periférica Hiperacidez gástrica Paralisia causada por Úlcera duodenal crónica poliomielite Colites agudas e crónicas Síndroma de Menière Disenteria bacteriana aguda Disfunção neurogênica da Obstipação Bexiga Urinária Diarreia Enurese nocturna Íleo paralítico Neuralgia intercostal Periarterite escápulo-umeral Epicondilite lateral Ciática Lombalgia Artrite reumatóide.
Doenças Oftalmológicas: Conjuntivite aguda Retinite central Miopia (em crianças) Catarata (sem complicação)
Distúrbios da cavidade bucal: Odontalgia Dor pós extracção dental Gengivites Faringites agudas e crónicas:
Estudos recentes, confirmam o êxito da acupunctura em mais de 100 patologias diferentes. A acupunctura é ainda utilizada, frequentemente, no tratamento náuseas e vómitos, para analgesia durante o parto e, ainda, no tratamento da infertilidade.
Abaixo, encontram-se mais particularizados dois casos relativos a anomalias dos sistemas do organismo, mencionados anteriormente no livro.
Infertilidade A medicina tradicional chinesa identifica vários padrões de desarmonia nos casos de infertilidade em mulheres, incluindo falta de energia, ciclos menstruais irregulares e cansaço excessivo. Então, a acupunctura para mulheres inférteis foca-se nos meridianos dos rins, do coração e do fígado. Acredita-se que os rins sejam os responsáveis por fornecerem energia ao corpo. Tratar essa área dará à mulher mais energia para oferecer ao corpo. O tratamento do meridiano do fígado regula o fluxo menstrual e reduz os efeitos psicológicos da TPM (Tensão Pré-Menstrual), da depressão e da ansiedade. Por último, o sistema cardíaco, ao qual se atribui a responsabilidade do estado emocional de uma pessoa. Assim, a acupunctura que se centra nesse meridiano ajuda a reduzir o cansaço e promove o relaxamento. Quando todas as três áreas são tratadas, a qualidade do óvulo melhora, o revestimento do útero torna-se mais saudável, os ciclos menstruais são regulados e as hormonas entram em equilíbrio no corpo. A acupunctura também pode ajudar a reequilibrar os sistemas corporais e a aumentar o fluxo sanguíneo nos órgãos reprodutores, o que restabelece o funcionamento dos ovários. O aumento do fluxo sanguíneo torna endométrio mais espesso, o que faz com que a implantação do óvulo seja mais fácil de ocorrer. Além disso, o reequilíbrio das forças corporais pode ajudar a regular a função da tiróide e a reduzir o peso, dois factores associados à infertilidade. Os homens também podem tratar a infertilidade com a acupunctura nos meridianos dos rins, do coração e do fígado. Isto pode ajudar na infertilidade causada por cansaço, baixa produção ou má qualidade dos espermatozóides. Se a causa é a baixa contagem ou a imobilidade dos espermatozóides, o tratamento deve durar pelo menos três meses devido ao tempo de maturação dos espermatozóides.
Acupunctura e fertilização in vitro Um estudo realizado na Dinamarca publicado em Fertility and Sterility em 2006 relatou que a acupunctura aplicada no dia da transferência do embrião melhora de forma significativa os resultados em termos reprodutivos em mulheres que realizam tratamentos para a infertilidade.
Rinite alérgica A eficácia da acupunctura no tratamento da rinite alérgica ocorre em 97% dos casos sendo os resultados superiores e mais duradouros que os da medicação convencional. Um estudo de avaliação entre os efeitos da acupunctura e do tratamento da rinite alérgica com corticóides nasais revelou uma melhoria significante em dois grupos submetidos a esses dois tratamentos. Os autores desse mesmo estudo consideraram a acupunctura um método de tratamento tão eficaz quanto o corticóide nasal, com a vantagem do tratamento por acupunctura não causar efeitos colaterais na saúde dos pacientes. Na China a acupunctura é utilizada para tratar mais de 300 doenças, com excelentes resultados.
Em Portugal, desde 1997 que existem duas escolas a ministrar durante 5 anos lectivos cursos superiores de Medicina Tradicional Chinesa. Foi criada nesse ano a principal Associação de Acupunctura de Portugal “APA-DA”.
No Ocidente, os estudos científicos começaram por volta de 1930, porém em Dezembro de 1979 a “Organização Mundial de Saúde” (organização intergovernamental fundada em 1948 com sede em Genebra, especializada nos problemas da saúde pública e que faz parte das Nações Unidas) reconhece a acupunctura como uma técnica terapêutica eficaz em 43 doenças (ver a lista na página seguinte). Desde aí se tem desenvolvido estudos exaustivos, em hospitais e faculdades no Ocidente que confirmam óptimos resultados em mais de 100 doenças. Na China a acupunctura é utilizada para tratar mais de 300 doenças, com excelentes resultados. Na China, desde 1958 que a acupunctura é exercida oficialmente em mais de 95% dos hospitais. No Ocidente (França, Inglaterra, Bélgica, Itália, Áustria, Alemanha, E.U.A., Canadá, Brasil, México, Cuba, Argentina, etc.) existem várias clínicas e hospitais em que se pratica a acupunctura. Em França 9.676 médica, praticavam acupunctura no ano de 1989, este numera tem vindo a crescer todos os anos. Em Portugal, desde 1997 que existem duas escolas a ministrar durante 5 anos lectivos cursos superiores de Medicina Tradicional Chinesa. Foi criada nesse ano a principal Associação de Acupunctura de Portugal “APA-DA” em que o presidente é o Dr. Pedro.
2.3
A mente
Hipnoterapia
HIPNOTERAPIA
História Na Antiguidade a sociedade Egípcia (milhares de anos antes de Cristo) utilizava a hipnose em seus templos do sono, as doenças eram tratadas após o paciente ser submetido ao transe hipnótico; existem provas arqueológicas de tal prática como vasos de cerâmica onde aparecem figuras de médicos fazendo intervenções cirúrgicas de (para a época) grande porte, o que sabemos ser muito difícil, pois a anestesia não era conhecida. Tais médicos eram representados emitindo sinais mágicos ou raios dos olhos como forma de estereotipar a acção do hipnotizador. Tal procedimento (hipnose médica) tem uma melhor palavra, “sofrologia” (muito mais utilizada em outros países Latino-americanos) oriunda da deusa grega Sofrosine. Ao pé da letra: Sos (tranquilo), phren (mente) e lógia (ciência), ciência da mente tranquila. Da mesma forma, na antiga Grécia, os enfermos eram postos a dormir em templos e despertavam curados. Os gregos iam aos tempos de Sofrosine e após entrarem em transe ouviam os sermões dos sacerdotes desta deusa que diziam ter poderes curativos, após o procedimento os enfermos retornavam às suas actividades gozando de plena saúde e alegria. Também na Índia, Caldeia, China, Roma, Pérsia a hipnose era utilizada para conseguir fenómenos psíquicos (provavelmente hipermédia e anestesia) que na época eram considerados místicos, esotéricos, paranormais ou sobrenaturais. Muitos documentos da antiguidade provam o uso da técnica por sacerdotes, médicos, entre outras pessoas importantes dentro de tais sociedades. É importante deixar claro que, em boa parte dessas sociedades (sempre muito ligadas a sua religião), a medicina era muito influenciada por factores espirituais e quase sempre praticada por sacerdotes; a “arte de curar” era muito distante do aspecto técnico-científico encontrado hoje em dia. De uma maneira geral, se a pessoa fosse
curada o mérito era totalmente dado ao sacerdote, caso não fosse, era por sua falta de fé. Na Idade Média pessoas foram condenadas (e mesmo mortas) por fazerem uso da hipnose. Restritiva, a Santa Inquisição identificava os dominadores da técnica como bruxos ou satanistas, e como tais eram perseguidos. Tal fato é um tanto insólito, visto que era comum o uso do “Toque Real” - processo em que se acreditava que a pessoa ficaria curada com o toque das mãos de seu soberano (“Le Roy te teuche. Dieu te guerys” - o Rei te toca. Deus te cura). Hoje sabemos que isso nada mais é que uma técnica hipnótica. Ainda hoje a hipnose (assim como a Psicologia, Psiquiatria, Psicanálise, Psicoterapias diversas, etc.) recebe muitas críticas por certos segmentos de algumas religiões e seus seguidores são proibidos de fazer uso desta técnica; algumas dessas religiões utilizam muitas técnicas hipnóticas inseridas na liturgia, oratória, música, repetição, tom de voz etc, sem que seus seguidores sequer saibam (e possam se defender), mas, no entanto, propagam injúrias contra aqueles que a utilizam (com o consentimento de seu cliente) de modo terapêutico. Certamente uma boa parte da história contribuiu para o fortalecimento de uma falsa “identidade mística” da hipnose, apenas no século XVIII é que a hipnose passa a perder esta tal identidade e, hoje sabemos, que o estado de transe hipnótico é, tão somente, um estado diferente de funcionamento cerebral que pode, até mesmo, ser deflagrado em diversas situações corriqueiras, independente do objectivo ser hipnotizar alguém ou não. Mesmo tendo sido utilizada (e até hoje ainda é) em cerimonias religiosas, esotéricas ou místicas, é inegável seu aspecto técnicocientífico.
O que é O transe é um estado alterado da consciência específico. As suas principais características são a absorção (a capacidade de focar selectivamente a atenção num único tema ou ponto focal), a alteração intencional da atenção, a dissociação ( a capacidade para manter a experiência de transe separada da vigília) e a sugestibilidade (uma capacidade aumentada para reagir a sugestão e instruções). Uma pessoa sob hipnose experimenta sensações, percepções, pensamentos ou comportamentos modificados, que podem subsequentemente afectar a função física ou psicológica ou a experiência social. A hipnoterapia é muitas vezes usada para alterar um comportamento ou hábitos contraproducentes, para tratar problemas emocionais e psicológicos, para ajudar a aliviar a dor ou para aliviar sintomas de diversas alterações clínicas, como a febredos-fenos e o eczema. Foi demonstrado que a hipnose reduz o ritmo cardíaco e a pressão arterial e afecta a temperatura da pele, as secreções intestinais e as reacções imunitárias. As modificações nas ondas cerebrais ocorrem de forma semelhante às observadas noutras formas de relaxamento profundo. Acredita-se também que a hipnose afecta os centros emocionais do cérebro e as ligações que controlam a libertação de hormonas.
Prática Uma sessão começa tipicamente na fase de pré-sugestão, com relaxamento profundo, usando frequentemente imagética orientada ou a focagem da atenção num objecto para aquietar a consciência e permitir o acesso ao inconsciente. Durante a fase de sugestão, a hipnoterapeutica pode fazer perguntas ou apresentar afirmações para alterar as percepções, sugerir objectivos ou explorar recordações. Finalmente, a pessoa é reconduzida à fase pós-sugestão, ou consciência normal, quando podem ocorrer as modificações físicas, mentais, emocionais ou comportamentais. Algumas pessoas alcançam modificações permanentes após uma única sessão de terapia, enquanto outras necessitam de sessões regulares para manter as melhorias. Alguns hipnoterapeutas ensinam os doentes a usar a auto-hipnose e algumas pessoas aprendem através de material de aprendizagem como livros ou vídeos, CD ou DVD. As pessoas variam quanto à susceptibilidade à sugestão hipnótica e os estudos recentes neuroimagiológicos sugerem que tal possa ser devido a diferenças na estrutura cerebral. Regra geral, as pessoas são mais “hipnotizáveis” se acreditarem no processo e a indução hipnótica é mais bem-sucedida quando é assim apelidada e não vista como um simples relaxamento.
Tratamentos e utilidade Para além de oferecer alívio da dor e uma alternativa à anestesia, a hipnoterapia é útil na superação do medo e da ansiedade antes da cirurgia e na redução da dor e complicações pós-operatórias. É muitas vezes usada em conjunção com outras técnicas, incluindo a meditação, a imagética orientada, o padronamento neurolinguístico e o treino autogénio. A hipnoterapia é por vezes usada com a terapia cognitivo-comportamental (terapia concebida para modificar padrões de pensamento e percepções contraproducentes). É também usada para ajudar as vítimas ou as testemunhas de crimes a recordarem acontecimentos, embora tal seja controverso. Os indivíduos podem aceder a memórias sob hipnose de que não são capazes de se recordar conscientemente, mas nada garante que essas recordações sejam reais. De facto, é também verdade que os terapeutas são capazes de implantar recordações na mente do doente, mesmo
acidentalmente, ao fazerem sugestões; este fenómeno foi apelidado “sindroma da falsa memória”. Um tratamento relacionado com a hipnoterapia é o autogénio. Foi desenvolvido na década de 1930 pelo psiquiatra e neurologista alemão Johannes Schultz como uma técnica para equilibrar o sistema nervoso autónomo (ou para enfraquecer o sistema nervoso simpático, que é responsável pelas reacções “lutar ou fugir” ao perigo percebido. Mais tarde, as sugestões terapêuticas repetitivas foram acrescentadas a esta técnica. Diz-se que a técnica diminui o stress e aumenta a capacidade de autocura. Inclui auto-sugestão, que é semelhante à auto-hipnose, combinada com pistas visuais e verbais, para conseguir um estado de profundo relaxamento. A pessoa imagina estar num local e concentra-se progressivamente desde os pés até à testa. Estas sensações podem incluir peso e calor nos membros, controlo do ritmo cardíaco e da respiração, calor na zona superior do abdómen e frescura na testa. Prestar treino autogénio requer treino profissional, empenho e capacidade para uma concentração intensa. Pode ser particularmente útil para pessoas com problemas clínicos como a hipertensão. Foram relatados súbitos aumentos ou diminuições de pressão arterial nalgumas pessoas que faziam exercícios autogénicos. Qualquer pessoa com anomalias ao nível da pressão arterial ou com problemas cardíacos é aconselhada a procurar aconselhamento médico antes da iniciar o treino autogénico.
A hipnoterapia também pode ser útil: - Na Infertilidade Algumas formas de infertilidade são associadas ao stress psicológico/ansiedade e o efeito da hipnoterapia/treino autogénico (Método de relaxamento muscular e psíquico que recorre à sugestão por intermédio da concentração sobre si mesmo, que conduz a uma representação imaginada do corpo) tem sido proclamado como aumentando os níveis hormonais e possivelmente as taxas de gravidez. Os pacientes que recorrem à hipnoterapia podem ser capazes de diminuir a pressão arterial, melhorar o funcionamento do sistema imunitário e equilibrar os níveis hormonais. Por outro lado, o recurso à hipnoterapia pode servir para a redução de vícios como o tabagismo que podem diminuir a fertilidade em homens e mulheres, sendo deste modo também um ponto-chave na prevenção da infertilidade. A hipnoterapia pode ser eficaz sozinha, mas muitos estudos focam a hipnoterapia usada em conjunto com a fertilização in vitro. Em 2006, uma equipa da Universidade Soroka, em Israel, acompanhou mulheres que passavam pelo processo de fertilização in vitro. Algumas delas foram hipnotizadas durante o estágio de transferência do embrião, um processo cansativo que pode ser impedido por contracções uterinas. O estudo mostrou que 28% das mulheres hipnotizadas engravidaram, comparado aos 14% das mulheres que não receberam a hipnoterapia. Os pesquisadores atribuíram o sucesso da hipnoterapia ao relaxamento, que pode ter reduzido as contracções uterinas [fonte: Our Jerusalem (em inglês)]. - Na diabetes Um estudo publicado na Cochrane Review em 2005 concluiu que a hipnoterapia pode melhorar a perda de peso (evitando a obesidade causadora de diabetes), embora as provas sejam insuficientes.
O hipnotismo pode ainda ajudar na redução do stress. Isto é importante porque quando os níveis de stress de uma pessoa aumentam, o açúcar no sangue desta também aumenta. Isto porque o corpo lança substâncias químicas chamadas “antagonistas da insulina” que bloqueiam a insulina e libertam o açúcar armazenado no fígado e nos músculos.
2.3
O mundo natural
Fitoterapia
FITOTERAPIA Introdução
Fitoterapia foi um termo criado por Auguste Soins, em 1860, que serve para designar a terapêutica com recurso a plantas. Utilizar remédios à base de plantas para manter a saúde e curar doenças talvez seja a mais antiga prática de cura do mundo em especial, nos países subdesenvolvidos, visto que, nas zonas rurais as plantas são os únicos medicamentos que se utilizam, já que os produtos industriais são impossíveis de conseguir. A fitoterapia é um componente substancial da maior parte dos sistemas de cura tradicionais e existe um costume de “medicina popular” na maior parte das sociedades, sendo o conhecimento das plantas medicinais transmitido de geração em geração. Engloba a medicina ervanária, comer alimentos vegetais de valor medicinal e tomar suplementos dietéticos com o objectivo de transmitir os benefícios de certos componentes alimentares, tais como as vitaminas e os sais minerais. Embora os remédios à base de plantas sejam agora com frequência considerados medicinas alternativas, a indústria farmacêutica moderna deve as suas origens às tentativas de isolar e purificar os compostos das plantas responsáveis pelas propriedades curativas. Muitos medicamentos modernos como a aspirina, a morfina, o quinino, entre outros foram obtidos directamente das plantas. Muitos outros são o resultado da síntese de ingredientes químicos originalmente captados de fontes botânicas. Agora que existem indícios científicos cada vez mais fortes da eficácia dos remédios à base de plantas, verificou-se um interesse renovado na fitoterapia. Acredita-se que até agora se tenha identificado apenas uma fracção minúscula das plantas terapêuticas potenciais. Os investigadores estão cada vez mais curiosos acerca das possibilidades de desenvolvimento de novos medicamentos a partir dos ingredientes activos, chamados fitoquímicos, tanto de fontes conhecidas como ainda por descobrir. Além disso, existe a noção cada vez mais generalizada de que a incidência de várias doenças parece estar relacionada com factores dietéticos.
Para além do uso da fitoterapia no tratamento de sintomas específicos como por exemplo a dor de cabeça e a depressão, muitas plantas e alimentos à base de plantas têm vindo a mostrar possuir propriedades potencialmente úteis para o tratamento ou para a prevenção de doenças degenerativas crónicas. O consumo de frutos e de legumes parece desempenhar um papel protector contra as doenças cardíacas, a hipertensão, o colesterol elevado, a diabetes, as cataratas bem como vários cancros.
História A Fitoterapia existe desde há milénios em praticamente todas as culturas humanas e até mesmo alguns animais já foram observados a procurar plantas curativas. É a mais antiga forma conhecida de cura, datando provavelmente dos tempos pré-históricos, quando os primeiros seres humanos aprenderam através de tentativa e erro que algumas plantas eram comestíveis ao passo que outras eram venenosas ao mesmo tempo que se apercebiam de que algumas ajudavam a aliviar as feridas e as doenças. As plantas curativas formaram a base da maior parte dos sistemas médicos antes do desenvolvimento dos fármacos modernos. As propriedades medicinais das plantas foram registadas por escrito na Mesopotâmia (actual Iraque) há mais de 5000 anos. Há cerca de 4000 anos as plantas medicinais foram descritas nas escrituras sagradas da antiga Índia, chamadas Vedas. A fitoterapia é também um dos principais componentes da medicina tradicional indiana, o Ayurveda, e há indícios de que por volta de 800 a.C. os praticantes desta medicina utilizavam mais de 500 plantas curativas. Os antigos Gregos também conheciam a medicina botânica. O médico grego Hipócrates (460-475 a.C.) que por vezes é considerado o pai da medicina moderna, defendia o uso da casca do salgueiro para o reumatismo (muitos séculos depois, a análise cientifica do ingrediente activo, o ácido salicílico, levou ao desenvolvimento da aspirina). No século I d.C. Pedaneo Dioscórides, um médico grego, compilou o seu famoso De Matéria Medica (Sobre Assuntos Médicos) cinco volumes que apresentam uma listagem de mais de 500 plantas medicinais. Permaneceu uma importante obra de referência durante 16 séculos. A fitoterapia era também praticada extensivamente nos mosteiros da Europa medieval. Os monges eram com frequência chamados para tratar os doentes, mantinham normalmente as suas hortas medicinais e preservavam o conhecimento de muitos manuscritos anteriores. A medicina popular também era próspera nas aldeias onde haviam muitas mulheres com conhecimentos de ervas medicinais as quais acabaram por ser por vezes alvo de caça às bruxas. Apesar da fitoterapia ter perdido alguma força com o domínio da medicina convencional pela química e pela purificação de substâncias sintéticas, hoje em dia à medida que se volta a reconhecer o valor dos medicamentos à base de plantas, os cientistas voltam mais uma vez a encarar as plantas como fontes potenciais de medicamentos curativos.
Prática Uma erva medicinal pode ser qualquer parte de uma planta incluindo a casca, as folhas, as raízes, as sementes ou as flores, ou até mesmo plantas unicelulares como as algas. Tradicionalmente, na ervanária utilizam-se formas de preparação simples – cozeduras, infusões, macerações – de plantas frescas ou secas. Também
existem apresentações sob a forma de cápsula, com numerosas indicações. Muitos dos preparados podem também estar sobre a forma de tisanas ou chás e alguns produtos botânicos podem ser aplicados topicamente na pele em pomada. Os medicamentos fitoterápicos são preparados com substâncias activas presentes na planta na forma de extracto total. A filosofia central da fitoterapia acredita que é importante utilizar a parte da planta como um todo e que a acção farmacológica desses produtos envolve a interacção de várias moléculas presentes no extracto e não a acção de uma molécula separadamente. Alguns dos constituintes químicos de uma erva agem em uníssono aumentando os efeitos uns dos outros (um processo conhecido como sinergia) ao passo que em outras ervas um constituinte pode contrariar os possíveis efeitos negativos dos outros. Muitos fitoterapeutas acreditam que ao contrário das substâncias formuladas a partir de um único componente ou uma cópia química de um ingrediente activo de uma planta, as fitoterapias têm menos probabilidade de provocar efeitos secundários nocivos. A primeira consulta com um praticante de fitoterapia que normalmente demora cerca de uma hora poderá consistir na colocação de uma série de questões pormenorizadas sobre os problemas actuais do doente, a história clínica, a dieta e o estilo de vida. Poderão ser necessárias várias sessões posteriores mais curtas. Regra geral os fitoterapeutas não tentam diagnosticar a doença mas sim avaliar a saúde física e emocional do paciente (abordagem holística) no contexto do seu ambiente e estilo de vida. Contudo, na Europa continental alguns fitoterapeutas são também médicos de medicina convencional e podem combinar os dois tipos de métodos para diagnóstico e tratamento.
Tratamentos Existe uma vasta gama de ervas e alimentos que se julgam possuir propriedades terapêuticas. Estes incluem: Camomila e Equinácea Incluídas em preparados contra a constipação devido à sua acção na estimulação do sistema imunitário. Podem também ajudar a combater infecções urinárias ou vaginais por leveduras, sendo com frequência utilizadas a nível tópico para tratar feridas. Não devem ser tomadas por pessoas com doenças auto-imunes tais como artrite reumatóide e a esclerose múltipla. Erva de São João Os ingredientes activos desta erva influenciam os neurotransmissores do cérebro e podem aumentar os níveis de serotonina, um químico do bem estar. É utilizada para reduzir a ansiedade e as crises de pânico (Fobias) sendo bastante recomendada pelos efeitos anti depressivos. Alivia os sintomas pré menstruais e as suas propriedades anti bacterianas são utilizadas em pomadas para feridas, queimaduras, hemorróidas e herpes labial. Pode reduzir o efeito de uma série de agentes que competem pelas mesmas vias metabólicas no fígado tais como contraceptivos orais e medicamentos utilizados para tratar a sida.
Ginseng Os seus benefícios incluem desenvolvimento do desempenho mental e físico, redução da fadiga, reduções dos níveis de açúcar no sangue em pessoas com diabetes tipo 2 e alívio das doenças cardíacas e pulmonares. Alho O seu componente activo, a alicina, inibe a função das plaquetas, reduzindo o risco de coágulos no sangue. O alho é muitas vezes tomado como suplemento e pode ajudar a reduzir o nível de colesterol no sangue, a prevenir a aterosclerose e a reduzir a hipertensão. Pode também possuir propriedades anticancerígenas. Ginkgo Esta erva pode ajudar em problemas em que o fluxo sanguíneo para o cérebro está debilitado, incluindo apoplexia, doença vascular periférica e doença de Alzheimer. Estimula a memória e a concentração. Alivia os sintomas da tensão prémenstrual, zumbidos nos ouvidos e dor nas pernas. Pode levar a hemorragias por isso a erva deverá ser utilizada com cuidado com pessoas que sofram de distúrbios hemorrágicos, que estejam submetidas a tratamentos anticoagulantes, que vão ser submetidos a intervenção cirúrgica que estejam a tratar dos dentes.
A fitoterapia pode ser útil em… Diabetes Recentemente foi publicado na imprensa médica (Arch Intern Med) um artigo que revela que o Ginseng é útil no controlo da diabetes tipo 2. A dose utilizada para diminuir a glicose sanguínea em 20% é de 3 gramas de ginseng. Pensa-se que este composto possa retardar a absorção de carbo hidratos ao nível digestivo, ou mesmo controlar a produção de insulina. O alho também ajuda na estabilização do nível de açúcar no sangue. Dor de cabeça A matricária tem vindo a tornar-se cada vez mais popular enquanto prevenção das dores de cabeça. Reduz a frequência das crises e possui poucos efeitos secundários. Depressão A erva de São João provou ser significativamente mais eficaz do que o antidepressivo fluoxetina e mostrou que era tão eficaz como o fármaco paroxetina. Parto Ao que parece o chá de folha de framboesa torna o parto mais fácil e rápido se bebido em doses cada vez maiores durante a última fase da gravidez. A folha de framboesa reduz também a probabilidade de partos prematuros e efeitos adversos quer para a mãe quer para o bebé.
Cancro Muitas ervas e suplementos dietéticos possuem efeitos de prevenção contra o cancro ou terapêuticos. O medicamento Taxol ,por exemplo, é uma versão sintética de um componente derivado originalmente do teixo-do-pacifico e é agora utilizado para tratar cancro dos ovários e cancro da mama em estádio avançado. Outros produtos botânicos interessantes incluem: Cogumelo maitake - Acredita-se que um ingrediente chamado betaglucano possua propriedades anticancerígenas e que possa induzir a regressão do tumor em alguns doentes com cancro da mama, do pulmão ou do fígado. Curcuma - É uma especiaria que tem vindo a ser associada a um nível de risco mais baixo de cancro do cólon entre os indivíduos que a consomem regularmente. Própolis - É uma substância resinosa recolhida dos rebentos das árvores pelas abelhas. Pode ter efeitos protectores contra a inflamação e contra as lesões cutâneas devidas à radiação e contra as lesões do músculo cardíaco devidas à quimioterapia.
Recomendações Apesar da noção popular dos produtos botânicos serem “naturais”, e por isso mesmo mais seguros do que os farmacêuticos, estes não deixam de ser poderosos e têm de ser tratados com a mesma cautela e respeito que os fármacos. Muitos preparados possuem efeitos potencialmente nefastos. Em especial muitos alimentos e remédios herbais contêm substâncias que podem interferir com a coagulação do sangue e interagir por vezes de forma bastante perigosa com medicamentos anticoagulantes. Deste modo, é conveniente sempre que utilizar algum remédio fitoterápico avisar o seu médico, pois a interacção com medicamentos alopáticos(convencionais) pode ser perigosa. Além disso, é necessário ter em atenção a existência de casos de produtos adulterados e contaminados à venda, como preparados alegadamente “herbais” contendo na verdade substâncias como esteróides ou metais pesados como chumbo e arsénio. Uma vez que a venda de produtos herbais se encontra mal regulamentada na maior parte dos países, o que vem indicado no rótulo pode nem sempre ser o que se encontra na embalagem. Como saber então se um medicamento à base de plantas foi aprovado como sendo seguro? Regra geral, não temos para um medicamento à base de plantas o mesmo nível de garantia que temos para os fármacos, para os quais na maior parte dos países têm de ser apresentadas provas suficientes de segurança e de eficácia antes de o medicamento ser autorizado a entrar no mercado. Na Europa, a Directiva da União Europeia sobre os Produtos de Medicina Tradicional exige que todos os medicamentos à base de plantas que se encontram à venda devem ser regulamentados quanto à segurança e à qualidade e os fabricantes terão de apresentar dados para a aprovação do registo perante a Agência Reguladora de Produtos Medicinais e de Saúde.
Conclusão ____________________________________________________________
“Em medicina algumas coisas são sempre inaceitáveis. É inaceitável que uma pessoa com um cancro da mama no início possa ser afastada da quimioterapia ou de uma cirurgia altamente eficaz com a promessa de um tratamento “alternativo”. Contudo, excessos na outra direcção tornaram-se agora igualmente absurdos. Hoje, existem pessoas com depressão a quem é dito que o melhor tratamento é a medicação para o resto da vida. Contudo, estudos de grande credibilidade científica mostram que trinta minutos de exercício físico, três vezes por semana, são igualmente eficientes sem nenhum dos efeitos secundários. Existem também casos de pessoas que após cirurgia e quimioterapia para cancro no cólon perguntaram aos seus oncologistas que medidas poderiam tomar para evitar que a doença regressasse. Muitas vezes são aconselhados a fazer exames com regularidade para ajudar a apanhar o cancro em fase inicial. Contudo, estudos recentes mostram que simples intervenções nutricionais podem reduzir significativamente a incidência de cancro no cólon. Podem ser contadas histórias semelhantes sobre infecções recorrentes dos ouvidos ou pessoas que sofrem de diabetes. No século XXI a ciência moderna mostrou que a nossa saúde depende muito daquilo que podemos fazer pelo nosso corpo e não unicamente dos medicamentos que os médicos receitam. Cada um de nós precisa de saber como restabelecer de forma natural o equilíbrio do nosso corpo e também como utilizar o melhor que a medicina convencional tem para oferecer. Há dez anos, enquanto médico e cientista com uma formação convencional, aprendi uma lição poderosa. (…) Trabalhava com tibetanos no Norte da Índia. Em Dharamsala a vasta comunidade tibetana beneficiava de dois sistemas de saúde igualmente fortes. Um era o sistema de saúde ocidental com um hospital, farmácias e médicos formados em medicina convencional. O outro era o sistema de medicina tradicional tibetana com a sua escola de medicina, muitos praticantes e mesmo uma fábrica de remédios de ervas medicinais. Nesse sistema as únicas intervenções incluíam meditação, acupunctura, conselhos nutricionais e suplementos vegetais. Nessa altura eu acreditava firmemente- tal como aprendera- que todas estas coisas tinham de ser meros placebos. Por isso quando falei com colegas do Ministério da Saúde tibetano tive curiosidade de conhecer a resposta deles ao que me parecia ser uma pergunta difícil: “Como tibetano que conhece bem a civilização ocidental quando fica doente a que tipo de medicina recorre?”. (…) A resposta deles foi ao mesmo tempo simples e iluminadora: “Obviamente se tiver uma doença aguda como pneumonia, enfarte ou apendicite vamos ver o médico ocidental. O tratamento é muito eficaz e rápido para uma crise de saúde. Mas, se tiver um problema crónico o tratamento ocidental não chega. É necessário trabalhar a capacidade natural do corpo de restaurar a sua saúde mas para isso é necessária a ajuda da medicina que trabalha o terreno, não só a doença. É isso que a medicina tibetana faz. Trabalha mais devagar mas é mais leve e trabalha a um nível mais profundo apoiando os nossos próprios mecanismos naturais de cura.”
Isto é tão simples e contudo tão profundo. Em 2005 a Organização Mundial de Saúde publicou um relatório onda anunciava que as maiores causas de doenças no mundo são agora as doenças crónicas: cardiovasculares, diabetes, depressão, etc. É óbvio que necessitamos hoje de uma nova medicina, uma medicina que utilize todos os avanços da ciência moderna para detectar as doenças cedo, compreender as suas ligações genéticas ou usar intervenções cirúrgicas e dirigidas. Contudo, também precisamos de uma medicina que compreenda os mecanismos naturais de cura que são parte de cada um de nós e que sabe como utilizá-los para prevenir doenças ou recuperar delas.” Texto de : David Servan- Schreiber, Consultor sobre Medicina Europeia e co-fundador do Centro de Medicina Integrada da University of Pittsburgh A integração dos dois sistemas de medicina como um novo paradigma designado de medicina integrada no sistema nacional de saúde traria algumas vantagens. Uma delas seria a liberdade do utente escolher o seu serviço de saúde o que promoveria uma igualdade de oportunidades para as duas medicinas que hoje em dia não existe dado que neste momento não é acessível a todas as bolsas aceder a instituições particulares de medicina alternativa. Para além disso, seriam criadas outras vantagens para o Estado e para os cidadãos pois baixaria os custos de Saúde (onde é maior a dívida do Estado) pois os produtos, por exemplo, fitoterápicos têm custos mínimos quando comparados com os fármacos. Por sua vez as listas de espera seriam reduzidas na medida em que havia mais escolha ante o tipo de tratamento e também porque se promoveria a Saúde, uma vez que existira essencialmente uma medicina preventiva que evitasse em muitos casos alguns exames e mesmo cirurgias. Assim sendo, defendemos que seria importante integrar como já foi feito, por exemplo, no Canadá e no Brasil há algum tempo as medicinas complementares/alternativas no SNS, sendo que para tal só seria preciso vontade política e a colaboração essencial de todos os profissionais de saúde de qualquer uma das áreas. Sabemos como muitas vezes todo este processo de diálogo e mudança de mentalidades se torna difícil pois compreendemos que as duas medicinas não são colocadas pelos profissionais de saúde ao mesmo nível, ou então existe ainda muita reticência em relação à confirmação dos graus de habilitação de profissionais de medicina complementar/alternativa quanto à sua credibilidade. É claro que este é um ponto-chave e o consentimento da união das duas medicinas só poderá ocorrer depois do estado reconhecer credibilidade a estas terapêuticas e preocupar-se em efectuar um registo exaustivo dos profissionais portadores de uma formação completa e válida, tal como a exigida actualmente para os profissionais da medicina convencional. Com este trabalho aprendemos que existem muitas hipóteses de prevenção de uma doença que podem ser utilizadas e que estas muitas vezes se centram na actuação de profissionais de medicina complementar. Os próprios confirmam que os pacientes só depois de terem experimentado todas as soluções oferecidas pela medicina convencional e após se encontrarem num estado já muito debilitado os procuram, o que evidentemente torna os resultados menos positivos. Esta situação poderia ser invertida se os pacientes se preocupassem com a sua saúde ainda antes de estarem doentes consultando, para isso, especialistas que os orientassem de modo a evitar a doença. No entanto, muitas vezes as pessoas só ficam a saber o que podiam ter feito depois de se depararem com a doença e muitas vezes nunca chegam a voltar para outras hipóteses de terapêutica porque não estão informadas sobre as mesmas, pensam que podem ser enganadas ou que os seus médicos de família vão ficar incomodados e vão recusar tratá-los se souberem da sua escolha por outro modelo terapêutico.
Na realidade isto é o que muitas vezes se passa, e o nosso objectivo com todo este trabalho passou por tentar mostrar quais as hipóteses existentes no “mercado da saúde” para que as pessoas possam decidir tendo bases sólidas porque só se pode escolher quando se está na posse de todos os dados. Gostaríamos também de apelar a que a medicina se centrasse não só nos aspectos biotecnológicos que são muitíssimo importantes e devem ser valorizados (tal como aprendemos olhando em retrospectiva para as conquistas da medicina convencional na sua parte mais cientifica), mas que também recuperasse um pouco do seu humanismo voltando-se um pouco mais para o entendimento do paciente como um ser portador de emoções, de um estado psíquico que influencia a sua fisiologia e como um aliado sem o qual o tratamento não pode surtir efeito. A medicina deveria ser não só para o doente mas também do doente. Não estamos a querer afirmar que o paciente deve tomar as rédeas do seu tratamento pois senão não faria sentido consultar um especialista; mas deveria tomar parte activa na sua consulta mostrando as suas características pessoais para que melhor se compreenda qual o aspecto que o demarca/distingue dos outros pacientes para que o seu tratamento possa ser personalizado, eficiente e satisfatório do seu bem-estar pleno. Lançamos um apelo a que sejam esquecidas divergências e posições dogmáticas e que se discutam ideologias para proveito não só do paciente mas também do estado, e do país. Temos de evoluir aproveitando aquilo que se tem de bom e aprendendo com aqueles que são diferentes de nós mas também têm algo a mostrar. Há que não ter medo de sugerir novas soluções, caminhos possíveis. Nós aqui mostramos alguns: um sistema público em que os médicos sejam formados com base nos vários conhecimentos das duas medicinas para que possam actuar conforme o caso de apresentar mais vocacionado para a medicina convencional ou complementar; ou um sistema público em que existam equipas médicas com profissionais de ambas as medicinas que em conjunto avaliem o estado de saúde do paciente orientando-o para a melhor opção terapêutica. É certo que muito pouco podemos fazer para atingir estes ideais mas pelo menos aprendemos que não temos de concordar com tudo aquilo que nos é imposto e que devemos sempre averiguar a credibilidade de tudo o que nos é dito. Nem sempre as coisas são tão más como as pintam e vale sempre a pena confirmar. Quem sabe se não acabamos por nos surpreender com os seus benefícios ou extraímos algo de positivo para melhorar o que já temos… Assim ficam aqui expostas as opiniões de apenas cinco alunas de Ciências e Tecnologias que acreditam não no facto de poder mudar o mundo mas um bocadinho no facto de poderem mudar em parte o seu País.
Agradecimentos _______________________________________ Gostaríamos de agradecer, com a maior gratidão, a todos aqueles que disponibilizaram a sua ajuda para a realização e sucesso deste trabalho e que contribuíram, ainda, de uma forma ou de outra, para o nosso enriquecimento pessoal. Não podíamos deixar de agradecer, portanto, a várias entidades que nos apoiaram ao longo de todo este percurso realizado por nós, nomeadamente à professora da disciplina de Área de Projecto, Alice Carvalho, que sempre acompanhou o desenvolvimento do nosso projecto e que se disponibilizou, desde sempre, a colaborar com alguns aspectos de que o grupo necessitou, à professora de Português, Margarida Martins que colaborou connosco a fim da elaboração de uma carta a pedido de autorização ao Conselho Executivo acerca de aspectos relacionados com o nosso trabalho, ao professor da disciplina de Física e Química, pelo testemunho dado na apresentação final do mesmo, ao Conselho Executivo que possibilitou o desenvolvimento do projecto, à Artgráfica, na qual foi possível a elaboração dos cartazes realizados, à Gráfipolar que fez uma “maratona” para produzir este livro e ainda ao Clube Naval de Peniche, que nos possibilitou e facilitou a visita à Clínica Alvorada (medicina integrada), em Cascais. Não podíamos deixar de fazer referência à população de Peniche, à qual procedemos à execução de inquéritos e entrevistas e, como não poderia deixar de ser, aos profissionais das diferentes medicinas, aos quais também solicitámos a sua colaboração ao entrevistá-los, de modo a que estes nos esclarecessem sobre alguns aspectos e disponibilizassem informações relevantes para o desenvolvimento de todo este projecto. Assim sendo, gostaríamos de agradecer à Dr.ª Maria do Rosário, directora do Centro de Saúde de Peniche e médica de medicina convencional, à Dr.ª Cidalina Pedreiro, médica de medicina alternativa (acupunctura) e ao Dr. Nuno Matos, médico de medicina integrada pelo enorme contributo que nos foi dado.
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“O grande erro do nosso tempo no tratamento do ser humano é os médicos separarem a alma do corpo.”
Esta observação poderia facilmente descrever o estado dos cuidados de saúde nos nossos dias - com demasiado realce colocado na parte doente do corpo e pouco na pessoa como um todo. Mas, de facto, esta citação é de Platão, que viveu há mais de 2000 anos. Nesse tempo, tal como agora, a maior falha na prática da medicina é dar uma importância excessiva aos sintomas físicos e muito pouca consideração pelo espírito e pela alma do indivíduo. Lembremos ainda um antigo ditado chinês que diz: “O médico superior evita a doença; o médico comum restaura a saúde e o médico inferior tira os sintomas.”
e façamos desta frase não a velha mas a renovada máxima da construção de uma medicina do futuro que poderá vir a ser a Medicina Integrada.
ap ESCOLA SECUNDÁRIA DE PENICHE