ImpérioRetrô Diálogos entre arte, moda e sociedade
Marilyn Monroe na Guerra da Coreia
Em janeiro de 1954, os Estados Unidos enviaram à Coreia um dos principais símbolos do entretenimento norte-americano: Marilyn Monroe. À ÉPOCA, Marilyn estava casada com seu segundo marido, o jogador de beisebol Joe DiMaggio. DiMaggio permaneceu na América enquanto Marilyn, sozinha, empreendia sua turnê por uma Coreia devastada pela guerra. O conflito dividiu a península em dois países – Coreia do Norte, apoiada pela União Soviética e a República Popular da China, e Coreia do Sul, apoiada pelo Reino Unido e EUA. A JOVEM atriz foi responsável por entreter cerca de 100 mil soldados americanos com dez shows em que interpretava canções de seus filmes. O sucesso da turnê contribuiu para aumentar os ciúmes de DiMaggio, levando à separação do casal, oito meses mais tarde. A VISITA de Marilyn Monroe à Coreia causou furor entre os militares americanos e a população nativa, garantindo a influência ocidental sobre aquela região da Ásia e consolidando a imagem da atriz como sex symbol. “Eu estava com um grupo de garotos da Marinha na Base Aérea de Daegu quando vimos Marilyn fazendo um
show ali”, relata Ted Sherman, um dos soldados presentes na ocasião da visita da atriz. “Convencemos a nosso piloto a achar alguma coisa errada com nosso transporte R4D e conseguimos atrasar por uma noite o voo de retorno ao nosso navio na Baía de Tóquio”. EM FEVEREIRO de 1954, o jornal Stars and Stripes publicou: “Muitos fãs marcavam seus assentos nas fileiras sete horas antes do início da performance. Havia outros que assistiam enrolados em cobertores, enquanto a senhorita DiMaggio enfrentava o frio em um vestido de verão”. A TURNÊ ajudou Marilyn a superar o medo dos palcos. “[A viagem] foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu nunca tinha me sentido verdadeiramente como uma estrela antes. Foi tão maravilhoso olhar para baixo e ver um rapaz sorrindo para mim.”
IMPERIORETRO Vel. 01 Num. 01 JUN 12, 2014 DESIGNER ZIONE SANT’NÃ
MATÉRIAS POR RAFAELLA BRITTO
RAFAELLA BRITTO – Paulistana de 19 anos, estudante, jornalista, professora e crítica de cinema. Desde 2010 comanda o blog Império Retrô, onde discorre acerca de temas como cinema clássico, música, literatura e feminismo, e aborda o pensamento de moda atrelado ao pensamento artístico e histórico-cultural. Paralelamente, é colunista no site Universo Retrô e no jornal digital Jornal d’aqui.
Beleza e enigma: o glamour discreto das escritoras Genesis e Peter