Revista da Educação - Município de Parobé - Dez/2020

Page 1


2 Secretaria de Educação, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer de Parobé Av. João Mosmann Filho, 303, Centro - Parobé

Contato: (51) 3543-8650 | E-mail: pedagogico@parobe.rs.gov.br

Apesar da pandemia, a educação não parou NOSSA REVISTA Poder registrar o trabalho da nossa rede é uma alegria imensurável, mas também uma grande responsabilidade. Somos grandes! Grandes em número de estudantes: são mais de 8.500 matrículas, que compreendem a educação infantil, ensino fundamental, educação especial e educação de jovens e adultos. E também grandes em número de profissionais: somos 780 profissionais da Educação, atuando em 28 escolas da rede municipal de ensino, e também na Secretaria Municipal de Educação Cultura, Turismo, Esporte e Lazer. O desejo de construir uma publicação que apresentasse, para a sociedade, a produção científica e pedagógica de nossas escolas, seus alunos e professores, era um desejo iminente. Porém, não supúnhamos que em 2020 esse manifesto teria outro enfoque, e que nossa prática docente agregaria um novo substantivo: a reinvenção, acompanhada de todos os seus possíveis sinônimos. Sim, a pandemia nos exigiu muito, e isso se evidencia nos relatos que seguem nas próximas páginas. Para a Mantenedora, também foi tempo de reinventar-se, e desejamos compartilhar um pouquinho de nossas ações e iniciativas nas linhas abaixo. Lê conosco?

Um momento para todos... Por onde passamos, sempre encontramos alguém que se ocupa em acolher o outro, aquele alguém que se torna referência e que nos auxilia a percorrer mais um dia, ainda que esse possa não ser o melhor dia das nossas vidas. E quanto acolhimento foi necessário este ano!!! Tudo para que pudéssemos nos sentir pertencentes e, assim, fazer pertencer. Tomados das palavras do Professor José Pacheco, reiteramos a ideia de que a Educação É Feita de Pessoas, NÃO de Prédios, e desenvolvemos uma proposta com representantes de todos os

espaços que compõem a Educação Municipal parobeense, oferecendo um momento de cuidado, através da palavra e de escuta. Com suporte da facilitadora em Justiça Restaurativa Katiane Boschetti da Silveira, foram construídos momentos de ressignificação e fortalecimento de toda comunidade. Ao término dessa etapa, desfrutamos de uma Live aberta ao público: “EU+TU = NÓS construindo relações na educação e para além...”. Assim compreendemos a Educação, um espaço de construção de relações que merece cuidado.

Formação Continuada como aliada dos educadores Enquanto nossos alunos estavam em casa, desenvolvendo suas atividades remotamente, nossos profissionais da Educação não pararam. Foram cursos, seminários e formações pedagógicas nas mais diversas áreas do conhecimento. Destacam-se as capacitações profissionais com o Instituto Superior de Educação Ivoti, com enfoque nas habilidades e competências da BNCC, e o Seminário SESC de Educação, que abrangeu diversas temáticas, dentre elas o uso das tecnologias. Ainda, no mês de novembro, iniciamos uma formação para a rede, com um grupo de multiplicadores, com enfoque no uso das TICs e a inclusão da cultura digital em nossas escolas.

Investimentos com vistas à qualidade Redirecionamos e utilizamos recursos para investimentos na estrutura física das escolas, pensando no bem-estar e na acolhida de educandos e profissionais da Educação, e também para qualificação do atendimento pedagógico no retorno presencial. Foram realizadas reformas estruturais, ampliações de salas e aquisição de equipamentos e materiais pedagógicos. Enfim, não paramos, pois acreditamos que a educação é vida, é movimento.


3

Sumário Conselho Municipal de Educação Trilhas da Pandemia - indicando possibilidades ....................... 04

EMEF Diniz Martins Rangel Um ano diferente, longe de qualquer planejamento ............... 20

Departamento de Alimentação Escolar Educação, uma construção coletiva ......................................... 05

EMEF Getúlio Dorneles Vargas 2020 pandêmico: ensino e distanciamento ............................. 21

Núcleo de Educação de Jovens e Adultos de Parobé Reintegrar: escutas e práticas solidárias em tempos de pandemia ............................................................................ 06

EMEF Idalino Pedro da Silva Promovendo o bem: Projeto “O Essencial à Vida” ................... 22

Projeto Meta Seguir em frente ........................................................................ 07

EMEF João Angelo Pandolfo O resgate e o acolhimento dos alunos durante a pandemia ................................................................................. 23

Atendimento Educacional Especializado - AEE Atendimento especializado .................................................... 08

EMEF João Muck A difícil rotina longe da escola ................................................. 24

EMEE Professora Flávia Maria Brito Desafiando e ampliando o vínculo em meio à pandemia ................................................................................. 09

EMEF Jorge Fleck Jorge Fleck no ano 2020: o mundo mudou, nos reinventamos e seguimos! ....................................................... 25

EMEI Algodão Doce Buscando meios de fortalecer nossos laços ............................. 10

EMEF Leopoldo Frederico Willers Celular e pandemia, o vilão vira aliado .................................... 26

EMEI Azaleia Num futuro tão tão distante... Agora! ...................................... 11

EMEF Maltus Krummenauer O vínculo necessário para nos manter fortes da préescola ao 9º ano ........................................................................ 27

EMEI Branca de Neve Você é especial... ..................................................................... 12 EMEI Doce Mel O reinventar da educação em períodos de distanciamento social ............................................................... 13

EMEF Maria Francisca da Silva Ser professor em tempo de pandemia ..................................... 28 EMEF Moisés de Souza Pires Mosmann A educação nunca parou .......................................................... 29

EMEI Favo de Mel Vozes que acalentam ................................................................ 14

EMEF Padre Afonso Kist Integração entre escola e família na pandemia ....................... 30

EMEI Professora Mariazinha - Maria Nunes Martins Protagonismo e coletividade .................................................... 15

EMEF Profª Ana Maria Fay dos Santos Jogo da vida ............................................................................. 31

EMEI Mundo Colorido Foi decretado quarentena no Brasil, e agora? .......................... 16

EMEF Profª Marieta Melita da Silva O planejamento de aulas em tempo de pandemia .................. 32

EMEI Jardim de Infância Theno José Berlitz Nos trilhos: reencontrando olhares! ........................................ 17

EMEF Profª Noemy Fay dos Santos 2020 - Um jeito novo de ser escola .......................................... 33

EMEI Ursinho Encantado Laços sem abraços ................................................................... 18

EMEF Teresinha Ivone Homem O professor como elo ............................................................... 34

EMEF Artuíno Arsand Nossa Linha do Tempo: ações que fortalecem ......................... 19

EMEF Romilda Sibel Renck Dois Sóis ................................................................................. 35

Expediente REVISTA DA EDUCAÇÃO é uma publicação do Município de Parobé, através da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer. Ano 1 - Nº 1 | Dezembro/2020 Av. João Mosmann Filho, 303 - Centro - Parobé/RS | CEP: 95.630-000 (51) 3543-8650 | pedagogico@parobe.rs.gov.br | www.parobe.rs.gov.br

Comissão organizadora: Elisabetha Helena Gabe, Glauco Everton Tasso, Fabricia Bonemberger Machado de Oliveira, Maristela Martins Pereira, Mosael Juliano Brocker, Nadja Janaina da Silva Pereira, Rosicler Biesdorf, Sílvia Duarte e Taís Oliveira Martins.

Edição e Diagramação: Z Multi Editora Jorn. respons.: Sandra Hess (MTB/RS 11.860) Revisão: Flávio Adolfo Tietze Impressão: BT Indústria Gráfica Capa: Cleber Zanovello Dariva Fotos: Banco de imagens dos autores e escolas. Os textos presentes são de inteira responsabilidade de cada espaço escolar.


4 Conselho Municipal de Educação Av. João Mosmann Filho, 303, Centro - Parobé Contato: (51) 3543-8650 E-mail: pedagogico@parobe.rs.gov.br

Trilhas da Pandemia: indicando possibilidades Contextualizando - Um pouco da história do CME O Conselho Municipal de Educação (CME) de Parobé foi criado por Decreto Municipal em 1989. Em 2005 passamos a ser Sistema Municipal de Ensino, conquistando maior autonomia e cada vez mais espaço na Educação do município. Sempre com participação efetiva em formações e Fóruns Regionais. O CME teve como foco, em 2020, diversos momentos de estudo e debates acerca das novas legislações que vêm sendo exaradas a fim de normatizar este ano atípico, devido à Pandemia da COVID-19. No período de Pandemia, o CME de Parobé permaneceu atuante, realizando reuniões plenárias com o objetivo de orientar e normatizar as ações da Secretaria de Educação, que em todos os momentos buscou apoio neste Colegiado. Foram muitas leituras e tivemos inúmeros momentos para compartilhar ideias e criar estratégias, para juntos superarmos os desafios que nos foram impostos por este período atípico na História da Humanidade. Atualmente, contamos com 9 membros neste colegiado, com representatividade da sociedade civil, que são os seguintes: Adriane Cristina Damas, Cassiane Leonor Sartori, Cícera Cássia Wingert, Fabricia Bonemberger Machado de Oliveira, Katiana Celli, Maria Angélica Machado, Maria Cristina Souza da Silva, Rosemeri Vittorassi, Tainara Monique Soares Hartz. Temos como assessora técnica Andréa Anahi Moraes Ritter, e como secretária, Carmen Elisabeth Zwirtes. A presidente do CME é Cícera Cássia Wingert, e a vicepresidente é Cassiane Leonor Sartori. Esses conselheiros atuam, estudam e se preparam para a realização de seu trabalho voluntário em prol da Educação, com metas claras e focadas.

Enfrentando a Pandemia, estudando e indicando caminhos Diante do cenário da Pandemia, o CME precisou estudar ainda mais e se preparar para dar as devidas orientações ao Sistema Municipal de Ensino, buscando alternativas e caminhos para instrumentalizá-lo. Ocorreram Webconferências locais, reuniões com as conselheiras no Meet, e também um momento de diálogo, transmitido pelo canal da UCMERS no YouTube, com ampla divulgação aos profissionais da Rede Municipal. Nesse diálogo, abordamos o papel do CME frente às ações durante a Pandemia da COVID-19, pensando perspectivas para o retorno presencial, com a participação da presidente e da vice-presidente do CME de Parobé, do Secretário Municipal de Educação de Parobé e da Coordenadora Estadual da UNCME-RS. Enfim, todos os espaços virtuais foram utilizados para construir indicativos e, posteriormente, regulá-los através de uma norma, na qual estamos trabalhando; bem como as orientações de registro das aulas e repactuação dos objetivos de aprendizagem, de maneira a replanejar a aplicação do Documento Orientador do Território Municipal, considerando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Referencial Curricular Gaúcho (RCG). Em todos os momentos, neste período de excepcionalidade, o CME esteve ao lado da mantenedora, auxiliando em suas demandas, compartilhando documentos e orientações, comprometido com a qualidade e equidade da educação pública municipal e com a garantia da continuidade das aprendizagens, sejam essas presenciais ou não presenciais. Na continuidade, em 2021, o CME tem papel fundamental de acompanhamento e monitoramento do plano de ação encaminhado pela Secretaria Municipal de Educação, garantindo o cumprimento dos direitos e objetivos de aprendizagem das crianças; bem como o compromisso do trabalho articulado em Regime de Colaboração no Território Municipal.


5 Departamento de Alimentação Escolar Rua Guarani, 151 - Centro Contato: (51) 3543-8650 - ramal 274

Educação, uma construção coletiva

A

alimentação escolar é uma das poucas, se não a única refeição do dia de muitos alunos. Neste momento de distanciamento social imposto pela pandemia, foi necessário adotar ações para garantir a segurança alimentar e nutricional dos alunos. No dia 7 de abril de 2020, foi publicada a Lei nº 13987, com o intuito de autorizar, durante o período de suspensão das aulas em razão de situação de emergência ou calamidade pública, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) aos pais ou responsáveis dos estudantes. Logo após a publicação da lei, foram discutidos os critérios para distribuição de kits de alimentos e de que forma seria realizada, juntamente com membros do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), Secretaria de Educação e Secretaria de Assistência Social. Ficou estabelecido que a equipe diretiva das escolas se encarregaria da triagem de alunos em vulnerabilidade social, tendo em vista o fato de conhecerem a realidade das famílias de sua comunidade escolar. No final de abril iniciou-se a distribuição dos alimentos. A composição dos kits foi elaborada pela equipe de nutricionistas, priorizando os alimentos já em estoque e garantindo a compra de produtos da agricultura familiar. A entrega dos kits às famílias foi realizada nas próprias escolas em que os alunos estão matriculados. Novas distribuições de alimentos nas escolas de toda a rede municipal ocorreram nos meses de junho, julho e agosto. No final de setembro, foram distribuídos kits de alimentos

Estoque/Setor

perecíveis, como carnes, iogurtes, frutas, verduras, somente nas Escolas de Educação Infantil, como forma complementar aos kits já entregues anteriormente e devido ao fato da Educação Infantil contemplar mais refeições na escola. Outras distribuições foram organizadas em outubro e dezembro, com cerca de 1800 kits cada mês, em todas as escolas da rede municipal. Além das ações envolvendo a distribuição de alimentos, o Departamento de Alimentação Escolar realizou, no mês de novembro, o treinamento para cozinheiras da rede municipal de ensino, com a intenção de prepará-las para o retorno presencial das aulas de forma segura para funcionários e estudantes. Apesar dos alimentos não transmitirem coronavírus, superfícies e utensílios podem se tornar uma fonte contaminante. Nesse sentido, protocolos higiênico-sanitários se fazem necessários para fabricação de alimentos seguros. Portanto, foi elaborada uma cartilha com informações da legislação vigente, abordando Boas Práticas na Manipulação de Alimentos e as novas Recomendações do PNAE, com protocolos voltados para combate da transmissão da Covid-19 em ambiente escolar. Além da cartilha, um treinamento virtual foi desenvolvido, e todas as participantes receberam certificado de participação de 2 horas. É preciso destacar a importância das nossas merendeiras, visto que, em período letivo, preparam cerca de 11000 refeições ao dia. Sendo assim, também são responsáveis por garantir segurança alimentar de aproximadamente 9000 alunos.

Nutricionistas Daiane e Sabrina com a composição de um dos kits

Montagem e distribuição no Ginásio Municipal

Foi necessário adotar ações para garantir a segurança alimentar e nutricional dos alunos.


6

NEJAP - Núcleo de Educação de Jovens e Adultos de Parobé Avenida das Nações, 1212 Contato: (51) 3595-1152 E-mail: nejapeduc@hotmail.com

Reintegrar: escutas e práticas solidárias em tempos de pandemia

F

Não existe fórmula certa, não existe simplicidade, onde estão pessoas e o imprevisível. É necessário o amor e acreditar no potencial humano.

oi preciso dar pausa, violentamente parar tudo, dar um tempo! Nossas atividades no NEJAP – Núcleo de Educação de Jovens e Adultos de Parobé – Turmas do REINTEGRAR (I, II e III) foram interrompidas e, assim como nas demais escolas, vieram a nossas cabeças muitas dúvidas e muitas inseguranças. Como continuar a desenvolver aprendizagens à distância? Que recursos utilizar? Será que os alunos iriam permanecer ou teríamos desistências? Nossas certezas e nossas construções também ficaram em isolamento, em algum lugar que não mais o presente. Permanecemos no silêncio, no vácuo, na perplexidade dos fatos durante um tempo. A Internet, as plataformas de aprendizagem e até mesmo as redes sociais deveriam ser usadas como ferramentas de aprendizagens. Sentimo-nos desconfortáveis e, em muitas situações, como “analfabetos” digitais, pois a maioria de nós, professores, nos consideramos “aprendentes” da tecnologia. Reconhecer a modalidade Educação de Jovens e Adultos é verificar in loco que os sujeitos chegam desejosos, porém não de forma clara e evidente. Fazer essa descoberta de forma remota, híbrida ou à distância – nunca experimentada ou vivida – não foi ou está sendo fácil. Já dizia Rubem Alves (2012) que, antes de sermos especialistas em ferramentas de saberes, deveríamos ser especialistas em amor. E como isso faz a diferença! Por serem alunos adultos, a maioria poderia pensar que era suficiente as atividades estarem disponíveis. Não existe fórmula certa, não existe simplicidade, onde estão pessoas e o imprevisível. É necessário o amor e acreditar no potencial humano. As situações de aprendizagem para os jovens e adultos, assim como para crianças e adolescentes, precisam ser vivenciadas,

partindo, sempre que possível, de um conhecimento prévio, em espaço pensado e articuladas com suas realidades, sem esquecer de promover novas experiências sociais e intelectuais. Surgindo um outro olhar sobre tudo isso e uma série de ações que merecem ser pensadas como possibilidade. São ações ainda em construção, tentativas, ensaios e “insights”. Foi preciso um amplo debate, uma troca intensa, para dirigir nossas ações, compreender que tempos e espaços são esses do agora. Outro aspecto é a escuta, dar voz aos alunos, como se sentem, como estabelecem e veem a possibilidade de suas relações, dar sentido e significado ao novo momento. Sensibilizar usando arte, música, processos criativos individuais, explorar a contemplação, foram algumas alternativas usadas. Nossa sensibilidade, nosso afeto, nossa preocupação com o sujeito se fez entre exercícios, atividades, um bate-papo sobre inclusão, um chimarrão virtual, uma sessão de filme, uma foto de algo de suas casas, um mosaico poético, um jogo desafiador para o grupo, compartilhamento de uma música preferida e tantas outras estratégias carregadas de possibilidades e saberes que nos unem e que nos aproximam. O que vai ficar não sabemos ainda, mas é possível que nada mais seja como antes, o que nos possibilita uma ruptura com tudo que não deveria ser e estava posto, consolidado. É importante que se diga que será um exercício coletivo, de relevância única, nunca vivido, uma experiência educacional e humana ímpar, um novo protagonismo dos diferentes sujeitos ligados à educação. Que possamos aproveitar o momento, que possamos crescer e prosperar, que no afastamento provocado, forçado, possamos de fato fazer renascer algo novo e bem mais solidário, coletivo e significativo.


7 Projeto Meta

Endereço: Av. João Mosmann Filho, 303 - Centro Contato: (51) 3543-8650

Seguir em frente

O

Projeto META – Metodologias Ativas para a correção da distorção idade/ano, está em funcionamento desde o 2º semestre de 2017, de acordo com o parecer CME nº 2/2017, tendo, até momento, já recebido mais de 600 alunos em defasagem escolar. Durante as edições do Projeto, muitos alunos tiveram a oportunidade de concluir o Ensino Fundamental ou avançar para a turma adequada a sua idade. De grande importância para a correção do fluxo nas escolas da Rede Municipal, o Projeto META tem também se destacado em diversos outros espaços, como o Ministério Público (MP) do Estado do Rio Grande do Sul, MP de Taquara, MP de Parobé e diversas Secretarias Municipais de Educação e escolas de cidades vizinhas. Essa visibilidade vem a partir da resposta dada pelo município de Parobé a uma demanda nacional para o combate à evasão escolar e as múltiplas repetências. Através desta iniciativa, temos resgatado e oportunizado a alunos, que antes estavam em situação de evasão escolar ou múltiplas repetências, a chance de retornar à escola, em um espaço escolar inovador e diferenciado, capaz de promover aprendizagens significativas. Em 2019, essa experiência, inspirada na Escola da Ponte de Portugal, recebeu também a atenção do professor José Pacheco, idealizador do projeto português e de iniciativas semelhantes aqui no

Formação continuada dos professores do Projeto META

Brasil e em outros países. No dia 9 de dezembro, o professor Pacheco esteve visitando o município de Parobé e utilizou esses momentos para conversar com equipes diretivas, professores e alunos do Projeto META. Foi realizada uma roda de conversa na EMEF Professora Ana Maria Fay dos Santos, com representantes de equipes diretivas, professores e alunos do META, e, após, uma reunião-almoço com as equipes diretivas. No turno da tarde foram realizadas visitas em algumas escolas e reunião com o Setor Pedagógico da Secretaria de Educação, para a idealização de projetos futuros. Durante o ano letivo, os professores do Projeto META se reúnem quinzenalmente, para formação continuada e acompanhamento do desenvolvimento das turmas. Em 6 de dezembro, as produções realizadas pelas turmas META durante o ano foram expostas à comunidade na I Feira de Projetos do META, que foi realizada na Rua Coberta 1° de Maio. Nesse dia, apresentações culturais e artísticas foram realizadas durante a programação. Em 2020, devido à Pandemia de Covid-19, os alunos do Projeto META permaneceram matriculados em turmas regulares e receberam atividades remotas, como os demais alunos da Rede. Uma turma META foi mantida na EMEF Professora Ana Maria Fay dos Santos, e os alunos receberam atividades para realização remota dentro da metodologia e proposta do Projeto.

Roda de conversa na EMEF Ana Maria

Através desta iniciativa, temos resgatado e oportunizado a alunos, que antes estavam em situação de evasão escolar ou múltiplas repetências, a chance de retornar à escola, em um espaço escolar inovador e diferenciado, capaz de promover aprendizagens significativas.


8 Atendimento Educacional Especializado - AEE

Endereço: Av. João Mosmann Filho, 303 - Centro Contato: (51) 3543-8650

Atendimento especializado

O

município oferece Atendimento Educacional Especializado nas escolas municipais e no NEJAP, e conta com 17 profissionais. Os espaços têm por objetivo identificar, elaborar e organizar recursos e procedimentos pedagógicos e de acessibilidade, complementando e suplementando a formação do aluno, eliminando barreiras para a plena participação dos educandos com deficiência (mental, física, intelectual e sensorial), transtorno do espectro autista, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades e superdotação, síndromes, psicoses e transtornos invasivos. SENTIMENTOS “Iniciei o ano com muitas expectativas, empolgada e motivada, pois estaria em um novo desafio: trabalhar no AEE da Escola Idalino. Veio a Pandemia. Todos tivemos que nos reinventar.” (Profª Patrícia) “As incertezas de como atuar neste contexto, de como lidar com demandas específicas intensificaram sentimentos de impotência, angústia e, ao mesmo tempo, a necessidade de buscar soluções para cada nova situação. Garantir o acolhimento e a escuta foi um grande desafio.” (Profª Carina)

O AEE é de grande importância, porque trabalha as reais necessidades do aluno, respeitando os ritmos de aprendizagem e suas peculiaridades.

“Experimentamos sensações e sentimentos jamais imaginados. Sem abraços fraternos, reuniões, comemorações, passeios e confraternizações. Porém, foi um ano de aprendizado, trocas, vivências, novas práticas, metodologias diferentes para atender os alunos.” (Profª Rosali) “Aprendemos a lidar com ansiedade, insegurança, frustração, isolamento afetivo e social, evidenciando as desigualdades sociais, expondo a fragilidade da sociedade e a exclusão das pessoas. Uma grande lição foi a descoberta da ESPERANÇA.” (Profª Ana Cláudia e Profª Nara)

“As aulas à distância envolvem uso de ferramentas tecnológicas, grupos digitais, adaptação de rotina de trabalho em casa, reformulações metodológicas e curriculares. Vivenciar este turbilhão de incertezas tem sido um processo de reinvenção.” (Profª Gabriela) “A pandemia nos trouxe imprevisibilidade e incertezas do que estaria por vir. O distanciamento fez sentirmos o quanto fazem falta as pessoas que nos rodeiam e o valor de um abraço para acalentar nossos corações.” (Profª Géssica) “Na pandemia, não sabíamos bem o quê ou como fazer, mas seguimos. Salas e portões fechados, silêncio quase absoluto e muitos cartazes sobre o CORONAVÍRUS. A máscara esconde os sorrisos, mas os olhos... Ah, os olhos... Eles dizem tudo!” (Profª Queli) “Para o enfrentamento da Covid-19, o AEE da Escola Leopoldo teve como objetivo ser apoio à equipe diretiva e aos professores nas adaptações das atividades, de acordo com as possibilidades e necessidades de cada aluno, conversas com os pais, videochamadas, buscando a interação e a manutenção do vínculo.” (Profª Jane) “O AEE é de grande importância, porque trabalha as reais necessidades do aluno, respeitando os ritmos de aprendizagem e suas peculiaridades, colaborando para que ele construa gradualmente os conhecimentos.” (Profª Daniela) “O vínculo familiar é fundamental em tempo de pandemia. Propor atividades para os alunos com TEA é um grande desafio, pois requer organização, engajamento e ludicidade.” (Profª Luciana) “A partir de atividades simples do cotidiano, como escolher uma roupa, preparar a mesa para as refeições e organizar o quarto já é possível ajudar as crianças no aperfeiçoamento das funções executivas.” (Profª Ana Lucia)


9 EMEE Professora Flávia Maria Brito Rua Isaias Raimundo, 03 - Bairro Laranjeiras Contato: (51) 3197.0418 E-mail: cmaee.parobe@gmail.com

Desafiando e ampliando o vínculo em meio à pandemia

D

iante da pandemia, a escola especial sintetiza o momento em: AFETO, RESILIÊNCIA E EMPATIA. O afeto porque, antes de ensinar e aprender algo, foi preciso renovar os vínculos com as famílias, que antes eram criados presencialmente, para que virtualmente sentissem a nossa presença e se motivassem a participar. A resiliência, porque precisamos nos reinventar na metodologia de trabalho, com o uso da tecnologia, flexibilizar perante as habilidades e usar da criatividade. A empatia esteve presente em compreender as dificuldades de cada família em realizar as propostas. Para cada educador, foi necessário criar vínculo para orientar cada família, e descobrir como planejar considerando os materiais, habilidades e possibilidades. Construímos o tema para o turno da manhã: O que eu aprendo com minha rotina? E para o turno da tarde: Brincando eu aprendo. Para os jovens, elaboramos estratégias para conhecer a vivência deles e, a partir dessa realidade, pensamos práticas de independência ao vestir-se, cuidados com a higiene, realização da comida, ajuda nas tarefas domésticas, cuidado com o animal de estimação, com a horta e pátio, conversas

em família e com a professora, escutar música, assistir a notícias, criar coisas, estimular movimentos corporais e observar os fenômenos da natureza. As famílias informavam a resistência dos filhos em fazer as tarefas, pediam ajuda em videochamada; outras visualizaram as possibilidades dos filhos no dia a dia. Com as crianças da tarde iniciamos com vídeos gravados de contação de histórias, de músicas infantis, de brincadeiras, para que as crianças vivenciassem a interação e pudéssemos envolver a família no processo de brincar aprendendo. As famílias solicitavam atividades de folha para ocuparem os filhos e, aos poucos, a proposta por meio do brincar foi sendo aceita. Sentimos muito resultado do vínculo, principalmente nas videochamadas com a família para trocar ideias, transformando em energia para continuarmos e na certeza de que, com afeto, resiliência e empatia, fica mais fácil esse momento de ensino remoto. Mesmo a escola especial não obtendo sucesso total nas devolutivas das atividades, as possibilidades de todo esse processo, com as atividades remotas, levaram ao fortalecimento dos laços de vínculo entre escola e família, construindo possibilidades para a aprendizagem.

A empatia esteve presente em compreender as dificuldades de cada família em realizar as propostas.


10 EMEI Algodão Doce

Rua Jari, nº 205 - Bairro Nova Parobé Contato: (51) 98115.0569 E-mail: emeialgodaodoce1102@gmail.com

Buscando meios de fortalecer nossos laços

D

É preciso ter compromisso com a Educação para não parar, mesmo quando tudo te faz acreditar que não há saída.

esde o início da Pandemia, nossa escola tem sido incansável em procurar formas para manter o vínculo com nossas famílias e crianças. Nós nos desafiamos a pensar em meios de como poder levar um pedacinho da nossa escola até nossos pequenos, e assim surgiu a ideia das Sacolas das Invencionices, entregues durante um drivethru organizado pela escola. As Sacolas das Invencionices foram criadas com o objetivo de levar um pedacinho da escola até nossos pequenos neste período de Pandemia. Ela oferece diversas possibilidades de exploração, criação e pesquisa. Pensamos e repensamos em elementos para respeitar o brincar em sua essência, então ela surgiu... A Sacola das Invencionices!!!!! Durante a entrega presenciamos muito amor e carinho envolvidos, gestos que aqueceram nossos corações na tarde fria do mês de julho. Durante a bandeira vermelha em que entramos, quando tivemos que trabalhar totalmente em home office, nasceu o “Projeto Fortalecendo Nossos Laços”. Começamos pelo tema saudade, pelo fato de estarmos meses afastados da escola e sempre tentando nos reinventar e buscar estratégias para diminuir a distância entre nossos pequenos. Foi criado um vídeo com as professoras, onde elas falavam do que sentiam falta na escola, e a devolutiva dos pequenos foi nos agraciar com gestos e depoimentos falando – do seu jeitinho! – da sua saudade pela escola e por suas professoras. Ainda, contemplando o projeto, nossa escola embarcou na proposta das Caixas Pedagógicas. Cada turma organizou sua caixa pedagógica

com quatro atividades, com materiais simples, mas cheios de intencionalidade, para possibilitar diversas vivências às nossas crianças em casa. Sempre estamos trocando muitas ideias e sempre buscando referências do que é interessante proporcionar às nossas crianças neste momento tão delicado pelo qual o mundo está passando... Foi um ano difícil, mas cheio de Aprendizados e Renovações. Possuímos muito amor pela Educação Infantil e vontade de fazê-la acontecer, mesmo diante de todas as limitações. Todas as ações pensadas e planejadas pela nossa escola EMEI Algodão Doce foram carregadas de Sonhos e Dedicação, para fazer a escola acontecer mesmo à distância. “É preciso amor e dedicação para se reinventar. É preciso fé para continuar e acreditar que é possível. É preciso ter compromisso com a Educação para não parar, mesmo quando tudo te faz acreditar que não há saída. Nossa escola vem buscando constantemente alternativas para superar as limitações desse período. Isso substitui a escola? De maneira nenhuma! Porém, não podemos cruzar os braços. Dá pra fazer muitas coisas. Dá pra levar um pedacinho da escola para perto de nossas crianças. Seguimos com nossa proposta pedagógica pautada no respeito e valorização da infância.”


11 EMEI Azaleia

Rua Mário Mosmann, 175 - Centro Contato: (51) 3523.1771 E-mail: emeiazaleia@gmail.com

Num futuro tão tão distante... Agora!

Q

uando éramos crianças, falavam-nos de um futuro em que as pessoas poderiam se falar e até se ver, mesmo estando a quilômetros de distância. Ficávamos imaginando como seria isso! Seria bom poder matar a saudade, conversar, poder estar juntos, mesmo estando longe... Esse futuro tão distante chegou, e com ele muitas mudanças e novidades. Cada dia que passa, estamos nos surpreendendo com o que somos capazes de criar e reinventar. Fomos descobrindo e desvendando este novo mundo cheio de possibilidades, sendo a reinvenção nosso maior aprendizado ao longo deste período tão atípico. Durante este ano, vimos aos poucos o mundo parar, e assim tivemos que fechar as portas da nossa escola e de nossas casas. Estamos passando por um momento delicado, momento este que nunca imaginávamos passar. Achamos que este período de distanciamento social seria muito breve e, por conta disso, a despedida de nossos colegas e de nossos pequenos não foi muito calorosa, uma vez que logo nos encontraríamos novamente, retomando a nossa vida normal. Mas não foi isso que ocorreu! Desafios foram aparecendo ao longo dos últimos meses, para os quais fomos encontrando soluções, para amenizar um pouco desta saudade e deste vazio. Proporcionamos encontros virtuais recheados de muito afeto com nossos educadores, e neles abordamos temáticas que colocaram em pauta a vida de cada um, com culinária, álbum de fotos, reflexões de leituras e dinâmicas. Momentos que ficarão para sempre

guardados em nossos corações, pois, além de todo o acompanhamento pedagógico, tratando de assuntos práticos sobre a nova forma de trabalho, aproveitamos para nos conhecer melhor e relatar nossas angústias e anseios, conhecendo-nos um pouco mais como pessoas, com diversas temáticas que consideraram o emocional de cada profissional. A proposta dos encontros virtuais é o estreitamento do relacionamento entre a escola e a família, pois essa interação mostra aos familiares e às crianças a importância de reforçarem vínculos com os professores e relembrarem os momentos de interação na escola. Resolvemos, então, realizar um batepapo junto às famílias e, novamente, tudo foi preparado com muito carinho. Enviamos os convites, e dias antes dos encontros explicamos como tudo iria acontecer e qual plataforma digital iríamos utilizar. Na semana dos encontros, os professores estavam ansiosos por rever cada rostinho, e quando o link foi enviado para primeira turma, tivemos que segurar a emoção, que preencheu o coração e transbordou pelos olhos... quase que as palavras não saíram! Cada encontro era um anseio diferente: outros rostinhos, novas brincadeiras... Mas a expectativa e a alegria de ver todos bem, tornava tudo significativo e fazia tudo valer a pena. Rever cada olhinho brilhando, cada sorriso lindo e aquelas vozes eufóricas cumprimentando os amigos através de uma tela de computador, trouxe a certeza da escolha de nossa profissão e de que cada vez mais aquele futuro tão... tão distante havia chegado e permaneceria presente em nossas vidas.

Cada encontro era um anseio diferente: outros rostinhos, novas brincadeiras... Mas a expectativa e a alegria de ver todos bem, tornava tudo significativo e fazia tudo valer a pena.


12 EMEI Branca de Neve

Rua Carlos Von Kozeritz, s/nº - B. Santa Cristina Contato: (51) 3522.5043 E-mail: emeibrancadeneve2013@gmail.com

Você é especial...

E

O mais lindo desse momento foi ver, através dos olhos, o sorriso de felicidade em cada criança, ao reencontrar suas queridas “profes”!

stamos tão absorvidos em nossa rotina, que nos esquecemos dos pequenos gestos de carinho, das pessoas que nos cercam, da vida. Quantas vezes nós paramos para pensar nas pessoas que nos rodeiam? Pensar no quanto são importantes e especiais para nós? Pois foi preciso uma pandemia para nos forçar a parada e fazermos um exercício de olhar para dentro de nós mesmos e para o outro com compaixão. O início foi muito difícil, pelo simples fato de termos que nos isolar completamente daqueles com quem convivemos e amamos. Nunca se falou tanto ao telefone; nunca se fez tanta chamada de vídeo; nunca sentimos tanta falta das pessoas, mesmo sabendo que elas estavam tão próximas de nós. E foi assim, em meio a está pandemia, que relembramos o quanto nossa comunidade escolar é especial. E pessoas especiais merecem um carinho especial. Nossas professoras e funcionárias foram surpreendidas com uma ida “obrigatória” até a escola, para buscarem seu kit reunião. Preparamos com carinho um kit recheado de cuidados a elas: erva, enfeite de chimarrão, chá, chocolate, álcool gel e uma mensagem secreta num balão. Seria necessário preparar algo com seu kit para a reunião. Participaram deste momento as terapeutas Amanda Farias Machado e Leonice Maria, que trabalharam conosco através da técnica de Constelação em Grupo. “Pararmos para nos analisar e ver o quanto somos importantes e fundamentais na vida de nossos alunos e suas famílias, foi

algo realmente muito emocionante”, relata a professora Nisiane Edinger Luz. Assim como nossas professoras e funcionárias são especiais, também nossas crianças são muito importantes a todas nós. E com o intuito de chegar mais perto delas, mobilizamos toda a comunidade e amigos da escola, na arrecadação de doações e guloseimas para fazermos um Dia das Crianças, pra lá de inesquecível. Realizamos em frente a escola um drivethru, onde as crianças eram recebidas por todas as professoras e funcionárias, com máscaras e luvas para segurança, tomando todos os cuidados necessários. Todas as crianças da escola receberam um brinquedo e um saco de guloseimas. O mais lindo desse momento foi ver, através dos olhos, o sorriso de felicidade em cada criança, ao reencontrar suas queridas “profes”! Além das crianças, percebemos o quanto estavam emocionados e felizes, também, os pais que acompanhavam as crianças. “Adoramos reencontrar todas vocês. Foi muito bom este momento e seria ainda melhor se pudéssemos tê-lo mais vezes”, relata a mãe do Jabes, Sra. Fabiana Ramos dos Santos. “Foi maravilhoso rever as profes, pois estamos vivendo um momento atípico e de muitas aprendizagens para nós. Obrigada por terem proporcionado este momento de acolhimento e amor”, relata a mãe de João Gabriel, Sra. Paula Neves. É nesses momentos que percebemos o quanto devemos ser gratos a todos que acreditam na educação.


13 EMEI Doce Mel

Rua Hermes da Fonseca, 250 - B. Nova Guarujá Contato: (51) 99529.0432 E-mail: emeidocemel@hotmail.com

O reinventar da educação em períodos de distanciamento social

O

ano de 2020 foi um ano de muito aprendizado e resiliência. Muitos planos haviam sido traçados para nossa escola, para que a mesma continuasse num caminho de transformações, buscando a excelência e tendo como principal objetivo o desenvolvimento integral do aluno, sendo ele o protagonista de todo o seu processo de aprendizagem. Mas o inesperado nos pegou de surpresa, deixando muitas incertezas e adiando nossos sonhos. Diante disso, tivemos que nos reinventar e descobrir em nossa prática metodologias que nos aproximassem e que, de alguma forma, pudéssemos manter o vínculo, mesmo distantes, mas conectados, com nossas crianças em meio à Pandemia. Através de muitos movimentos, as expectativas e a saudade aumentavam a cada dia... Precisávamos de um encontro, de um olhar, de um aceno, de um gesto mútuo de carinho! Assim, surgiu a “Carreata da Saudade”, um momento lindo em que as professoras, através de uma carreata, foram até as residências dos alunos entregar um

pacotinho de bolachas, que foi produzido com muito amor e carinho por elas, levando até as casas um pedacinho da escola e afeto às famílias. Pensando também no cuidado com o grupo de professores, que também se encontravam impactados emocionalmente com o momento que estavam vivendo, adaptando-se ao novo normal e se reinventando para entregar o melhor para as crianças, afastados de suas salas de aula, foi realizado um momento de reflexão e motivação, em que cada professor foi até a escola buscar um mimo, preparado com carinho pela equipe diretiva. No formato drive-thru, foi entregue uma máscara branca, na qual cada professor deveria pintar um girassol e escrever uma palavra que representasse o sentimento para o momento pelo qual estavam passando. Posteriormente, num encontro online, bastante acolhedor e emocionante, puderam revelar seus anseios e esperanças, mas principalmente se acolherem enquanto grupo. A mensagem desse encontro foi de fé: “Que sejamos como um girassol, de costas para o escuro e de frente para a luz”!

Diante disso, tivemos que nos reinventar e descobrir em nossa prática metodologias que nos aproximassem e que, de alguma forma, pudéssemos manter o vínculo, mesmo distantes.


14 EMEI Favo de Mel

Rua Hermes da Fonseca, nº 274 - B. Nova Guarujá Contato: (51) 98259.0320 E-mail: emei.favodemel@hotmail.com

Vozes que acalentam

N

Eu podia ouvilas dizendo que estavam com saudades daquela comidinha saborosa, que as vozes vindas da cozinha preparavam! Os braços pediam um abraço (que naquele momento não era permitido).

uma linda manhã de verão, comecei a ouvir vozes vindas de longe, que aos poucos foram se tornando mais próximas e intensas, todas muito animadas! O que tinha por vir pela frente eu ainda não sabia, mas elas planejavam, faziam muitos planos... Aquelas vozes que, por vezes, davam espaço às risadas, permaneceram ali pelos próximos dias, e logo foram se somando a outras “vozinhas” que me encantavam, cantarolavam, preenchiam cada cantinho do espaço. Os planos continuavam e eu, atenta a todas aquelas ideias, ia me empolgando, vibrando com cada detalhe, tentando decifrar de onde vinham aquelas vozes. Já estava reconhecendo quase todas… Cada uma com a sua entonação, com um volume próprio, com uma vibração diferente, mas todas com muita vontade de fazer a diferença! Falavam de uma tal de BNCC e desafios que viriam pela frente. Num certo dia, senti uma vibração estranha... Aquelas vozes, que no início me animavam, estavam trêmulas e angustiadas. Eu não entendia muito bem o que estava acontecendo... De repente o silêncio tomou conta, as vozes se calaram… Novamente me vi sozinha, como recentemente me encontrava. Neste silêncio, podia ouvir apenas passarinhos cantarolando, mas sentia muita falta daquelas vozes, daquelas ideias, dos planos… O que será que tinha acontecido? Onde estavam as vozes? Eu já estava acostumada com elas, já haviam se tornado música para meus ouvidos. Fui me sentindo triste, muito triste! Novamente me encontrava ali, sozinha! Um mês se passou, os dias já não eram

tão iluminados, a temperatura já estava mais amena, foi quando tive uma surpresa! Aos pouquinhos as vozes foram ressurgindo, com menos intensidade, menos empolgação, mas elas retornavam! Eu podia sentir um tanto de preocupação, os planos eram mais restritos e as “vozinhas”, aquelas que cantarolavam, não era mais possível ouvir. Num certo dia, as vozes se reencontraram! Estavam juntas outra vez! Eu fiquei mais alegre, mas ainda faltavam as “vozinhas”, para me sentir completa novamente. Neste dia eu sentia um cheirinho diferente e também estava mais aquecida, o calor vindo das panelas me empolgava! E elas, as vozes, estavam animadas outra vez! O cheirinho cada vez mais gostoso! Cheirinho da comidinha saborosa que era produzida com tanto carinho e, aos poucos, era distribuída, uma a uma, às “vozinhas” que surgiam! Eu podia ouvi-las dizendo que estavam com saudades daquela comidinha saborosa, que as vozes vindas da cozinha preparavam! Os braços pediam um abraço (que naquele momento não era permitido), os sorrisos cobertos por um pedaço de pano, mas os olhares… ah, os olhares! Esses diziam muito, muito mais do que as próprias “vozinhas”… Eu, por alguns instantes, pude me sentir completa outra vez! Neste dia pude perceber que, apesar de estar me sentindo tão sozinha, eu (escola) estava conseguindo cumprir a minha missão, formando um elo importante entre as “vozes” e as “vozinhas” que, a partir de então, seguiram me enchendo de alegria! Apesar da distância, pude perceber a minha importância neste contexto, percebendo que sou feita de pessoas, relações e emoções!


EMEI Professora Mariazinha Maria Nunes Martins

15

Rua Luiz Tito Martins, 280 - Bairro Jardim Contato: (51) 3523.1744 E-mail: escolamariazinhaparobe@gmail.com

Protagonismo e coletividade

E

ra uma vez... O ano iniciou, tudo como o esperado, professores, famílias e crianças ansiosas pelo novo. Nosso Castelo chamado “Emei Professora Mariazinha” estava preparado para receber a todos com muito carinho. Os dias passaram, muitas novidades, uma delas trouxe angústias. O que será? A preocupação tomou conta, um grande vírus chamado Coronavírus surgiu em um país distante, porém, após dias de incertezas, Ele enfim chegou ao nosso amado Reino. Começamos a nos proteger de todas as formas, Ele se aproximava assustando a todos. Chegou o dia mais temido e, forçados a nos distanciar, o Rei de todos os Castelos resolveu proteger seu grande Reino, ordenando a todos que se afastassem por um período indeterminado, e, assim, formaram-se Minicastelos. E agora, como manter o contato com aqueles que amávamos? Muitos momentos de reflexão... como refletir sobre um vírus avassalador, sem tocar, beijar aqueles que amamos? Eis que surgiu uma ideia maravilhosa: criaram-se pequenos grupos usando a tecnologia do WhatsApp. Assim, todos podiam manter contato, contar as novidades, buscar por ajuda, planejar dias melhores e trocar ideias. Enfim, os dias foram passando bem depressa, passaram-se meses, e tudo piorava. Os príncipes e princesas começaram a enfrentar inúmeros obstáculos em seus Minicastelos. Foi então que aqueles que protegiam com muito amor o grande

Castelo, decidiram buscar alternativas auxiliando a todos. Varal Solidário - “Doe o que puder, pegue o que precisar”, onde as famílias compartilharam entre si. Barraca Solidária - “Traga o que tem e leve o que não tem”, realizando uma troca de alimentos hortifrúti. Distribuição de Árvores de sombra e frutíferas - “Preservar o Meio Ambiente é preservar a Vida”, com a distribuição de plantas, proporcionando a possibilidade do plantio de uma árvore em seus lares ou proximidades. Segundo a Mãe J. S., “a escola percebeu que as famílias estavam passando por dificuldades, muitos perderam os empregos, a escola realizou pequenas ações que fizeram a diferença”. Segundo a Professora L. B. W. K, “a escola organizou momentos significativos que supriram a falta de alimentos e agasalhos para muitas famílias... foi gratificante... momentos de valorização aos profissionais, famílias e crianças em tempos tão difíceis”. Passou-se a pensar coletivamente, interagindo com as famílias e minimizando a distância de quase um ano inteiro. Foram muitas aprendizagens, construções e momentos de sensibilidade com o outro. Foram meses, o Castelo manteve-se forte, acolhendo a todos, cada Minicastelo sentiu-se fortalecido e preparado para enfrentar os novos desafios, gerando sentimentos de superação e amor ao próximo.

Criaram-se pequenos grupos usando a tecnologia do WhatsApp. Assim, todos podiam manter contato, contar as novidades, buscar por ajuda, planejar dias melhores e trocar ideias.


16 EMEI Mundo Colorido

Rua João Martins Nunes, 355 - Bairro Muck Contato: (51) 3543.2009 | 99722.4461 E-mail: emeimundocolorido@hotmail.com

Foi decretado quarentena no Brasil, e agora?

D

O retorno dos pais e responsáveis tem sido muito importante. Dessa forma, as professoras conseguem continuar acompanhando um pouco do desenvolvimento integral dos alunos.

esde o início da pandemia, o foco tem sido manter vinculo com as famílias, por meio de redes sociais como Facebook, Messenger e WhatsApp, e estar à disposição presencialmente para aqueles que precisarem. Este vínculo vem acontecendo por meio do envio de atividades acessíveis para serem realizadas em família, compartilhadas virtualmente, a disponibilidade de materiais necessários para realização das mesmas, vídeos de acolhimento, compartilhamento de vídeos educativos, histórias infantis. Foram realizados momentos de aproximação, buscando manter o cuidado e o carinho com todos, entrega de pães quentinhos para cada família e a realização de um drive-thru com entrega de materiais diversificados para as crianças brincarem, além de presentes para nossos pequenos, sempre respeitando os protocolos de segurança. Esse momento foi de muitas emoções, choro, sorrisos, alegria, saudade, e nos possibilitou imaginar como será nosso retorno, um misto de emoções e desafios. Os efeitos da pandemia por um olhar mais sensível... Além da preocupação referente aos efeitos da pandemia, tivemos sempre um olhar atento a outros fatores, como desemprego, fenômenos naturais, mobilizando o grupo de professores sempre que necessário.

Tivemos muitas experiências; em alguns casos obtivemos êxito, em outros as famílias mantiveram apenas contato; observou-se que houve maior adesão em situações de necessidade social das mesmas. O retorno dos pais e responsáveis tem sido muito importante. Dessa forma, as professoras conseguem continuar acompanhando um pouco do desenvolvimento integral dos alunos, através de fotos, relatos das famílias, vídeos de momentos do cotidiano familiar, entre outras postagens. Em uma procura pelas famílias ausentes, tivemos alguns relatos sobre o motivo de não participarem das atividades propostas: falta de tempo devido ao trabalho, acúmulo de tarefas dos irmãos mais velhos e falta de recurso como internet. Uma nova perspectiva Esta nova perspectiva trouxe muitos desafios. Foi preciso se reinventar, mas hoje é possível ver a evolução que tivemos. Cada educador se dedicou, buscando novos conhecimentos para dar conta da demanda. Por isso, temos cada vez mais certeza que fazemos diferença na vida de outras pessoas e, independente do desafio, manteremos nosso legado: trabalhar para o bem de cada aluno, representando a Educação de Parobé.


17 EMEI Jardim de Infância Theno José Berlitz Rua Alfredo Feiten, 888 - Centro Contato: (51) 99640.6351 E-mail: emeijardim@parobe.rs.gov.br

Nos trilhos: reencontrando olhares!

S

e buscarmos a etimologia da palavra “reencontrar”, teremos como significado a ideia de “achar algo que estava perdido”. Na busca por reencontros, embarcamos em uma nova locomotiva, pois aquela em que havíamos entrado emperrou e saiu dos trilhos, alterando os planos. Os vagões estavam carregados de incertezas, o trem percorria seu caminho devagar e sem fazer barulho, sem dar pistas do seu destino. Nós, passageiros, conseguíamos olhar pelas janelas, admirávamos a vista, analisávamos nossas paisagens internas, foi tempo de reflexão. Seguimos viagem... Mas o trem estava pesado, dentro das bagagens havia saudade, angústia e medo, mas a máquina não poderia parar e precisávamos de combustível para não descarrilharmos. A lenha que abastece a chama e faz a máquina tocar é feita de reencontros, de encontrar o que perdemos e o que de fato nos deixou perdidos. A primeira parada foi na estação “Eu”: precisávamos olhar para nossas dores, cuidarmos uns dos outros, organizar uma bagunça interior; logo a paisagem da janela de cada um parecia ficar mais viva, mais cheia de bonitezas. Com leveza seguimos, paramos na estação “Embalados com Afeto”. Foi pura diversão! Em cada pacotinho um pedacinho de amor, os pequenos detalhes pensados com carinho e significado. Cuidado! Carga frágil, contém esperança! Sentimentos empacotados, próxima parada era a estação “Reencontrando Olhares”. Tínhamos um grande desafio, nossos destinos eram distantes. Manhã gelada, típica de inverno no Sul, mas o sol prometia nos aquecer. Saímos

ao encontro de cada olhar, partimos em busca da nossa chama interior, a procura dos nossos reencontros. De porta em porta, como entregadores de sonhos e representantes do amor, nós nos abastecíamos; os sorrisos mais sutis e as gargalhadas mais gostosas alimentavam o motor, faziam o coração verdadeiramente pulsar. Com o peito quentinho, com os olhos marejados e com a bagagem cheia de histórias, seguimos em frente, agora felizes. Descobrimos o nosso propósito: o verdadeiro caminho era bem ali, naquelas dezenas de ruas percorridas, desbravadas para encontrar o lar de cada criança e reencontrar cada olhar que nos faltava. O sol apareceu para testemunhar que estávamos nos trilhos certos, de quem acredita na inteireza da infância, na poesia dos encontros, na esperança dos começos, na coragem dos inéditos, na potência das relações, nas transformações por amor e experiências, nas aprendizagens por espanto e espontaneidade, no caminho de uma escola feita de movimentos e perguntas, onde a trajetória é de afeto e encantamento. Seguimos, com nossas malas mais coloridas e com o motor fortalecido. A locomotiva tinha ânsia por percorrer novamente esses caminhos já conhecidos, não demorou muito e a estação “Embalados com Afeto” foi visitada mais uma vez. Era tempo de celebrar a infância e de reencontrar olhares. O trem não pode parar. É isso que nos co(move). E continuamos seguindo, até onde o coração levar. “Se fazemos coisas reais, também serão reais as suas consequências.” (Loriz Malaguzzi)

O sol apareceu para testemunhar que estávamos nos trilhos certos, de quem acredita na inteireza da infância, na poesia dos encontros, na esperança dos começos.


18 EMEI Ursinho Encantado

Rua Barão do Rio branco, 216 - Bairro Vila Nova Contato: (51) 3197.0983 E-mail: escolaursinhoencantado@gmail.com

Laços sem abraços

O

No final, depois de tantos meses propondo e orientando atividades às famílias, compreendemos que as crianças, em casa, só querem ser crianças, que lá as regras e rotinas são diferentes, e que a escola, ao invés de ensinar, aprendeu.

ano de 2020 iniciou com muitas expectativas, projetos e ideias para um trabalho diferente, com base na BNCC. Só não sabíamos que a mudança seria tão grande e viria junto com uma pandemia. Em março, com incertezas, medos e a suspensão das aulas, a comunidade escolar teve que se reinventar. Famílias precisaram se adaptar à nova realidade, filhos em casa, e os profissionais, a planejar de maneira inovadora, focando na manutenção do vínculo e acolhimento às crianças, que não entendiam porque precisaram se afastar de todos os colegas, dos professores e do ambiente escolar. A ideia era partilhar sentimentos e proporcionar um canal onde todos pudessem se apoiar e ver que não estavam sozinhos. Uma das primeiras atividades enviadas foi baseada na obra A casa e seu dono, de Elias José. Depois de ouvir a história, as famílias deveriam confeccionar uma casinha e dentro dela escrever algo que desejavam para os demais. Não há como descrever o tanto de sentimentos compartilhados nesse momento! Com o passar dos dias, a dúvida sobre a volta das atividades presenciais foi aumentando e o envolvimento das famílias diminuindo. Recebemos relatos das dificuldades encontradas na realização das tarefas; os responsáveis não sabiam orientar, as famílias tinham outras prioridades e a escola pensando em alternativas. O engajamento foi total. Muitas ideias mirabolantes surgiram, mas a empolgação parecia vir apenas das professoras. Culinária, barraquinha,

vídeos, ligações, enfim, estratégias e empenho não faltaram. Realizamos um drive-thru na Semana da Criança e vimos olhinhos brilhando com um simples saquinho de pipoca. Crianças sorrindo de dentro dos carros e as professoras com o coração apertado, querendo um abraço, um beijo, coisas tão simples, mas tão necessárias. Não há palavras capazes de traduzir o tanto de emoções desse momento. Aquele olho no olho faz muita falta, mas a tecnologia também nos aproximou. Entendemos que o momento mudou as prioridades. Cada turma abriu seu grupo para compartilhar o que achassem mais importante, que representasse aquilo que de fato tinha significado às crianças; então vieram muitos registros. Famílias que raramente haviam participado enviaram inúmeras fotos dos lanchinhos da tarde, do almoço, da sua fruta preferida, brincando com seu bichinho de estimação, recadinhos, ajudando nas tarefas da casa, exercendo sua autonomia; teve até piquenique, entre dezenas de outros momentos. E no final, depois de tantos meses propondo e orientando atividades às famílias, compreendemos que as crianças, em casa, só querem ser crianças, que lá as regras e rotinas são diferentes, e que a escola, ao invés de ensinar, aprendeu. Um ano que será um marco na educação de nossa cidade, um ano de reflexão, de inovação e de introspecção, em que ficou claro que o maior bem que existe é a FAMÍLIA.


19 EMEF Artuíno Arsand

Rua Santa Cristina, nº 228 - Bairro Guarani Contato: (51) 3953.1001 E-mail: artuinoarsand@gmail.com

Nossa Linha do Tempo: ações que fortalecem

O

ano de 2020 nos trouxe muitos aprendizados. Foi preciso nos reinventarmos enquanto escola neste momento de pandemia, para darmos suporte àqueles que mais precisam de nós, as crianças e os jovens. Assim, o grupo de professores da escola pensou em atividades para manter o vínculo e proporcionar momentos de aprendizado e acolhimento. Março - Iniciou-se o isolamento, mas mantivemos o vínculo através de atividades encaminhadas às famílias. Com o pensamento: “Logo estaremos na escola novamente”. Abril - Canal no YouTube: alguns professores utilizaram esta ferramenta para auxiliar os alunos, pois muitos sentiam a necessidade de manter este contato com os professores. Maio - Iniciamos a entrega das atividades impressas à comunidade, para as famílias sem acesso à Internet. Também iniciamos o Varal Solidário: aproveitando o dia de entrega das atividades à comunidade, realizamos a distribuição quinzenal de máscaras às famílias. Junho - Campanha do agasalho: arrecadação de roupas junto à comunidade, para posteriormente distribuir às famílias mais carentes. Festa Junina em casa: propomos às famílias organizar com seus filhos uma Festa Junina em casa, com vestimentas e comidas típicas, por ser uma data de que os alunos gostam muito e participam das atividades com empolgação. Julho - Pelo Dia do Amigo: entrega do Pacotinho do Amor aos alunos de préescola, para amenizar a saudade, e visitála. Gincana Cultural, Social e Ambiental:

as tarefas da gincana foram realizadas com o objetivo de manter o vínculo e promover ações de solidariedade. Assim, arrecadamos tampinhas e lacres, a serem doados a instituições. Arrecadação junto às famílias de óleo de cozinha, usado para produção de sabão, e realização de horta doméstica. Comemoração do Dia dos Avós, com brincadeiras do tempo da Vovó. Aproveitando que muitas crianças ficam em casa com seus avós nesta pandemia, propomos, na semana do Dia dos Avós, realizar brincadeiras que os avós brincavam em sua infância. Agosto - Dia da Saudade: pescaria com mimos preparados pelas professoras, momento de amenizar a saudade. Setembro - Mateada virtual: encontro com os colegas pilchados, para uma mateada virtual, momento para confraternizar. Distribuição à comunidade do sabão fabricado com o óleo arrecadado, para fortalecer os hábitos de higiene e fornecer o produto necessário no combate ao Coronavírus. Outubro - Entrega do Pacotinho da Alegria: mimos confeccionados pelas professoras e entregues na Semana da Criança, para todos os alunos – uma forma de distribuir um pouquinho de alegria e carinho neste momento. Houve um envolvimento muito grande dos professores na busca de atividades agradáveis e diferenciadas, para proporcionar novas vivências. Assim, através dos retornos que recebemos, através de fotos e vídeos, ficamos felizes em perceber o quanto nossas ações fortalecem.

Houve um envolvimento muito grande dos professores na busca de atividades agradáveis e diferenciadas... através dos retornos que recebemos, de fotos e vídeos, ficamos felizes em perceber o quanto nossas ações fortalecem.


20 EMEF Diniz Martins Rangel

Rua Protásio da Silva, 1700 - Fazenda Pires Contato: (51) 3523.1380 E-mail: edinizrangel@gmail.com

Um ano diferente, longe de qualquer planejamento

Q Escultura feita pela aluna Flávia Alessandra de Oliveira da Silveira - Turma 180.

Obrigada tá, profes, e fiquem bem e força, que essa fase difícil de pandemia passe logo tá, um abraço apertado, eu estou muito orgulhosa como mãe de vocês.

uando falávamos do ano de 2020, tínhamos ideia de um ano diferente. E realmente foi, mas com expectativas que fugiram de tudo o que havíamos pensado e planejado, principalmente na Semana da Criança, que é quando idealizamos uma semana divertida, prazerosa e motivadora para nossos alunos. Então, por meados de março, veio a “quarentena” decorrente da pandemia da Covid-19. Saímos, com a certeza de que logo retornaríamos e continuaríamos com nossos planos. Por meio das tecnologias, principalmente o telefone celular se tornou nosso companheiro diário, necessário para mantermos o vínculo, o afeto e o elo entre alunos, família e professores. A partir de maio os alunos passaram a ter aulas remotas. Criamos grupos de WhatsApp por turma, para enviar atividades aos alunos, e também como meio de nos comunicarmos com eles e suas famílias. Para os alunos que não tinham acesso à Internet, entregamos as cópias impressas, em dia determinado na escola. Realizamos aulas interdisciplinares, com temas atuais e voltados ao interesse dos alunos. No primeiro semestre, devido à busca ativa realizada pelos professores e coordenadoras pedagógicas, com apoio da direção da escola, obtivemos um excelente resultado de participação. Dentre os temas trabalhados, o que mais teve destaque foi “Ser criança em tempos de pandemia”. Por meio desse projeto, foi feito um resgate desse tempo lúdico e prazeroso, para tornar esse momento de isolamento mais agradável. Além de inúmeros registros por meio de imagens e vídeos recebidos, conforme imagens a seguir, tivemos também um emocionante áudio enviado por uma mãe, que nos emocionou profundamente.

“Profes, eu vim agradecer vocês pelas atividades que vocês estão mandando toda semana, eu estou me sentido tão achegada da Bianca, a gente fazendo esses trabalhinhos juntas, daí por esse tempo que a gente passa juntas e se diverte, daí de tardezinha eu estou com ela em casa, o pai dela está trabalhando, quando o pai dela chega a gente mostra o trabalhinho que a gente fez. Isso é tão bom, profe, eu estou tão feliz, isto está deixando eu e a Bianca mais unidas e a gente sempre está aprendendo algo novo. Hoje, quando a gente fez o trabalhinho sobre o meio ambiente e depois a gente foi até o mercado e ela foi conversando, como ela entendeu, ela assistiu o videozinho, como ela entendeu. Que não pode jogar lixo no chão, que a gente tem que cuidar do meio ambiente, então eles aprendem muito com esses trabalhinhos, eu fico muito feliz por vocês estarem mandado e cuidando bem assim dos alunos de vocês, mesmo a distância, sabe, eu fico muito contente. Obrigada tá, profes, e fiquem bem e força, que essa fase difícil de pandemia passe logo tá, um abraço apertado, eu estou muito orgulhosa como mãe de vocês, profes, que se esforçam para mandar esses trabalhos toda semana pra nós, estão fazendo um papel exemplar, assim de profes, né, estão nos ajudando, eu como mãe me sinto ajudada, é uma ajuda que vocês dão excepcional para criar os filhos da gente, então pra mim eu sou muito grata a vocês que estão me ajudando a ser uma mãe melhor. Como eu estou mais achegada da Bianca nessa fase que a gente está em casa juntas. Obrigada tá, por vocês fazerem esses papeis de profes queridas e adoráveis que vocês são tá. Um beijo, fique bem!” Aluna Bianca da Silva – Turma 040 Pré I Mãe Denilse Freese


21 EMEF Getúlio Dorneles Vargas

Rua Luiz Tito Martins, 280, bairro Jardim Contato: (51) 3141.3546 E-mail: escolagetuliodornellesvargas@hotmail.com

2020 pandêmico: ensino e distanciamento

É

a última semana de outubro, quando escrevemos este relato. Os grupos de WhatsApp das turmas 190 e 191, em tempos “normais”, estariam trocando mensagens e, até mesmo, “brigando” por causa da sempre esperada formatura. Os diálogos tecidos seriam: “Nós temos que usar a camiseta da turma ou podemos usar vestido e maquiagem?”, ou: “Diretora Lu, posso colocar funk pra minha entrada?”, “Eu quero vinte convites”, “Eu só quero um de lembrança”. Mas não! As conversas no “zapzap” são: “Pessoal, lembrem-se de que às 15h estou esperando por vocês no Meet”, “Pessoal, não se esqueçam de estar com lápis e caderno para a primeira tarefa prática da aula”, “Alguém me aceita, porque não estou conseguindo entrar”. Alguns devem estar se perguntando: “Aula do nono ano, às três da tarde?” Pois é! A sala é virtual e a aula é online. Essa é uma estratégia criada pela escola para enfrentar a ausência de aulas presenciais durante a pandemia de coronavírus e o isolamento social, iniciado lá em 20 de março. Distante, né ? Sete meses! A iniciativa das aulas com os nonos anos foi uma ação positiva e um diferencial por dois motivos: primeiro, porque manteve o vínculo entre alunos e professores; segundo, porque são turmas formandas e necessitam de mais embasamento para prosseguir os estudos. Até porque todos nós, professores, temos a esperança de vê-los bem colocados. Como já vimos tantos alunos do Getulião ocupando seus merecidos espaços. Esperança foi o que mais tivemos. Esperança de que a pandemia ia passar logo. Esperança de que o distanciamento

duraria só 15 ou 30 dias. Esperança de que a vacina chegaria depressa. Esperança de que nenhuma família perdesse emprego. Nada disso aconteceu. E a escola teve papel fundamental em grande parte disso. Vimos servidores engajados em auxiliar aquelas famílias que foram devastadas pela Covid-19 e ficaram sem alimentação básica. Além do socorro da administração, a escola organizou doações, que foram lideradas por todos. A Covid-19 reforçou laços que estavam desatados. E reforçou a desigualdade entre aqueles que possuem acesso às tecnologias e aqueles que precisam se comunicar pessoalmente com a escola. Nisso, fomos combativos! Um exemplo foi o comprometimento de todos na devolução de tarefas e, também, dos cadernos de todas as disciplinas – ação pensada pela equipe como meio de interação entre alunos e professores. Na medida em que cadernos chegavam, professores corrigiam, sugeriam, anotavam, tornando-se uma correspondência escrita. O vínculo foi mantido, seja com essa iniciativa, seja online, seja pela produção de vídeos no Dia do Amigo, no Dia do Estudante... Mesmo assim, nenhuma iniciativa substitui a convivência escolar em tempos “normais”, embora não seja fácil conceituar “normal”. Por ora, só podemos dizer que “normal” é o recreio cheio, corredores que não são vazios nem mudos, ginásio com som de educação física, refeitório com cheiro de merenda da hora, sala dos professores como lugar de trocas – nem que seja a simples troca de “bom dia” na corrida vida de professor.

Na medida em que cadernos chegavam, professores corrigiam, sugeriam, anotavam, tornando-se uma correspondência escrita. O vínculo foi mantido...


22 EMEF Idalino Pedro da Silva

Avenida das Nações, 1212 - Bairro Guarujá Contato: (51) 3543.1736 E-mail: emefidalino@gmail.com

Promovendo o bem: Projeto “O Essencial à Vida”

D

esafio e superação são as palavras que definem a educação da escola Idalino em 2020. Após o choque com a pandemia, escola fechada, isolamento social, tornou-se fundamental repensarmos a educação. O que a escola poderia fazer para auxiliar as famílias da comunidade e fortalecê-las neste período tão atípico e conturbado? Surgiu, então, o Projeto “O Essencial à Vida”. Todas as ações do Projeto foram pensadas com o objetivo de proporcionar possibilidades de vivenciar atitudes de solidariedade, prevenção, saúde, empatia e qualidade de vida. Uma das primeiras ações se deu através da mobilização dos professores, que, unidos, produziram pães para doar às famílias mais carentes da comunidade. Buscando envolver a comunidade escolar nessa ação, foi enviada uma sugestão de receita de pão caseiro, para que cada família pudesse fazer o seu pão e – o mais importante – compartilhá-lo com um vizinho ou amigo, demonstrando carinho e cuidado com o outro. Para fortalecer a espiritualidade, foram gravadas, por pessoas da comunidade escolar, mensagens e músicas de esperança e conforto; assim, cada família pode sentirse carinhosamente lembrada e amparada. Foram realizadas campanhas de doação de alimentos, roupas e cobertores, itens de higiene; confecção de mantas, toucas e máscaras; fabricação de sabão caseiro. Sempre acompanhadas por vídeos informativos, gravados por profissionais capacitados nas áreas das ações propostas. Focamos na importância da gratidão, de

cuidar da saúde física e mental, através do cultivo de hábitos saudáveis, tais como a prática de atividades físicas e lúdicas em família. Buscamos incentivar a conexão com a natureza e o equilíbrio de bons hábitos alimentares. Criamos momentos de reflexão e relaxamento frente ao estresse vivido, ensinando técnicas simples de consciência corporal e respiração. Valorizando o legado familiar, o resgate de vivências em família, incentivando a busca por informações históricas, tradições, receitas com laços afetivos passados de geração em geração, reforçando e estimulando no convívio familiar, momentos de felicidade e o diálogo. A leitura teve um capítulo especial no projeto: ações que incentivavam a leitura individual e em família, através da ludicidade, da caracterização de personagens, da contação de histórias, da troca e doação de livros. Todas essas ações fortaleceram o vínculo entre alunos, professores e pais, e possibilitaram motivar e incentivar os alunos a darem continuidade aos estudos remotos, com o incentivo e apoio de seus responsáveis. O projeto motivou a fraternidade, proporcionando um elo de solidariedade. Ele inspirou a empatia e a compaixão. Vizinhos passaram a cuidar-se entre si, e outros espaços sociais e educacionais sentiram-se inspirados a promover ações semelhantes. Somos muito gratos por termos conseguido contribuir com um pouco de amor, alegria e esperança na vida da nossa Comunidade Escolar.

A leitura teve um capítulo especial no projeto: ações que incentivavam a leitura individual e em família, através da ludicidade, da caracterização de personagens, da contação de histórias, da troca e doação de livros.


23 EMEF João Angelo Pandolfo

Rua 14 de Julho, 530 - Bairro XV de Junho Contato: (51) 3953.1155 E-mail: emefjoaoangelopandolfo@hotmail.com

O resgate e o acolhimento dos alunos

É

fevereiro de 2020. O ano letivo se inicia. Reuniões pedagógicas, professores organizam salas e armários, fazem seus planejamentos. Os 188 alunos vindos dos bairros XV de Junho, Palmeiras, Nova Guarujá, Cohab, Planalto, Vila Feliz e Vila Nova, distribuídos em turmas de Pré-Escola I ao 9º ano, se reencontraram com seus 22 professores. Após um mês de aulas, surge um fato inusitado, que mudaria totalmente os rumos da Educação em nossa Escola; aliás, no País todo. As aulas presenciais foram suspensas, os alunos orientados a ficarem em suas casas e a Equipe Escolar teve de se reinventar para que o processo educativo não fosse interrompido. Fomos pegos de surpresa! Enfrentaríamos uma pandemia que alteraria os rumos da história no mundo inteiro! Fomos atropelados por desafios gigantescos na Educação, na Saúde, na Economia, e em todos os demais segmentos que compõem a organização política e social de um país como o nosso. Nossa Equipe Pedagógica, orientada pela Secretaria de Educação, precisava agir rápido e se reinventar, usando de novas tecnologias e ferramentas, para que nossos alunos pudessem ser atendidos em suas necessidades e as aulas não fossem suspensas. A nova ordem era “distanciamento social”. Como nossa comunidade é muito carente, as dificuldades aumentaram consideravelmente. Surgiram o desemprego, as dificuldades financeiras, a falta de alimentos e agasalhos. Além de todos esses problemas, ainda parte das famílias de nossa comunidade

Atividade Semana da Páscoa

Atividade Semana Farroupilha

passaram por uma forte enchente, agravando a situação. Era preciso acolher essas famílias e socorrê-las em suas necessidades, especialmente alimentos e agasalhos. Além do apoio da Secretaria da Educação, a Direção da Escola e os professores se uniram e providenciaram alimentos e agasalhos a essas famílias. As aulas passaram a ser ministradas de forma online. Por se tratar de uma comunidade carente, uma parte dos alunos não tinham acesso a essa tecnologia. Assim sendo, a Escola vem mantendo um plantão de atendimento à comunidade, todas as quintas-feiras. Dessa forma eram entregues as atividades aos alunos que não dispunham de celular ou computador e recolhidos os trabalhos prontos. Os professores procuraram ajudar seus alunos sempre que necessário e os pais também colaboraram para que todos conseguissem acompanhar as aulas. Para que não houvesse evasão escolar, a Equipe fez muitos contatos telefônicos, visitação às famílias em seus lares e acolhimento aos pais e alunos, mantendo plantões na Escola. O objetivo era de resgatar e atingir o maior número de alunos fazendo as atividades escolares e mantê-los envolvidos com a Escola. O resultado foi positivo. Alcançamos quase 100% de participação, pois tivemos apenas o caso de um único aluno que não participou das atividades, por razões pessoais. Encerramos a 1ª etapa com sucesso e partimos para a 2ª etapa com a mesma dedicação e empenho de toda comunidade escolar.

Atividade Dia da Consciência Negra

Distribuição de Cesta Básica para famílias de alunos carentes da Escola

Para que não houvesse evasão escolar, a Equipe fez muitos contatos telefônicos, visitação às famílias em seus lares e acolhimento aos pais e alunos, mantendo plantões na Escola.


24 EMEF João Muck

Rua Ilhéus, 236 - Bairro Muck Contato: (51) 98513.4642 E-mail: joaomuck@gmail.com

A dif ícil rotina longe da escola

E

A equipe João Muck se reinventou. Professores que possuíam restrições quanto ao uso de tecnologias, viram-se gravando vídeos, fazendo reuniões e formações nas plataformas virtuais.

ra início de ano letivo, o ambiente escolar estava em adaptação; de repente, todos os planos começaram a ser mudados. Iniciou-se uma nova fase para alunos, educadores, gestores e pais. A pandemia da Covid-19 imprimiu um sentido de urgência em cada momento vivido, mudanças aconteceram. As expectativas foram alteradas. Alunos e professores sentiram saudade do ambiente escolar. Os bilhetinhos carinhosos começaram a aparecer em meio às atividades, como o da Kálita para a “profe” Beti: “Eu estou com muita saudade da escola. Te amo.” A professora se emocionou, sentiu mais falta de seus alunos. Um dia, o Gabriel veio à escola com sua mãe e perguntou: “Posso ver a escola?” Diante da afirmativa, saiu e correu pelo pátio numa alegria contagiante, e retornou dizendo:“Eu estava com saudade”. Os pais se reinventaram, buscaram maneiras de ajudar os filhos e manter o vínculo com a escola. Califio, pai da aluna Kálita, disse: “Nossa filha sentiu muito essa parada. Estava só por experiências novas, ansiosa pelo ano que viria, ela sente falta dos estudos presenciais, em casa não é igual na escola, fizemos a nossa parte para que ela não perca a alegria e a vontade de estudar.” Já a Tatiane e o Luis, pais da Gabriela, relatam: “Foi um ano desafiador para a Gabi e para nós, ela está no início da alfabetização. Tivemos que reorganizar nossa rotina para dar mais atenção a ela. O olhar dela para nós é de filha, não de aluna,

o que às vezes causa dispersão.” A escola precisou fortalecer o vínculo com a família. Foram criados grupos de WhatsApp para cada turma, todas as famílias tinham acesso ao professor, coordenador, secretária, direção e vicedireção, disponíveis para ajudar o tempo todo. Esse canal funcionou bem. A equipe João Muck se reinventou. Professores que possuíam restrições quanto ao uso de tecnologias, viramse gravando vídeos, fazendo reuniões e formações nas plataformas virtuais. Buscaram alternativas para tornar suas aulas interessantes e produtivas. Conforme a “profe” Isaura, “Foi um grande desafio, tudo que é novo, é difícil, mas saímos fortalecidos, dominando tecnologias que nem sabíamos que éramos capazes de usar; nos tornamos mais sensíveis com a realidade de nossos alunos. Saímos desse ano menos acomodados e mais humanizados.” Mudar a forma de planejar as aulas, ter um olhar voltado ao desenvolvimento das habilidades, tornar os alunos protagonistas de suas aprendizagens, tudo isso à distância, foi desafiador. Para a “profe” Janice, “Foi preciso inovar nos planejamentos, buscar apoio nas tecnologias, planejar atividades mais dinâmicas que poderiam ser aplicadas no cotidiano do aluno.” E a “profe” Jana relata: “Eu me reinventei de todas as formas possíveis. Esse ano foi uma mistura de experiências, desafios, provações e superação. A palavra adequação nunca fez tanto sentido.” Este ano mostrou que qualquer saber só faz sentido se estiver ancorado em valores como empatia, solidariedade, confiança, união; enfim, se estiver conectado às necessidades reais das pessoas e seus contextos.


25 EMEF Jorge Fleck

Estrada da Integração, 4758, Morro da Pedra Contato: (51) 3522–0077 | 3522–0198 E-mail: escolajorgefleck@gmail.com

Jorge Fleck no ano 2020: o mundo mudou, nos reinventamos e seguimos!

I

niciamos 2020 com muitas expectativas, apresentando um calendário completo, cheio de programações pensadas para envolver nossas famílias. No entanto, após alguns dias - “ditos normais” - de aula, nós nos obrigamos a encontrar outros meios de nos aproximarmos das nossas crianças. Não foi uma escolha nossa e também não foi apenas conosco. A pandemia da COVID-19 mudou o jeito de viver do mundo inteiro. Trouxe tristeza, trouxe falta de emprego, precariedade para muitas famílias... Mas também trouxe muitos aprendizados, solidariedade, empatia de uns para com os outros. Diante disso tudo, procuramos proporcionar, para cada aluno, atividades de vínculos com as habilidades necessárias para a aprendizagem, com a família e com os professores. No momento em que estamos distantes, aprendemos lições que levaremos para a vida, como a de nos frustrarmos com o não poder fazer o que queremos, e de darmos o devido valor à família, aos amigos, ao trabalho, às coisas que temos, e muito mais. Para conseguirmos atingir a todos da comunidade, foi necessário nos reinventarmos, atualizarmos as mídias digitais e criarmos novos meios de contato. Com isso, a escola montou grupos no WHATSAPP por ano escolar com os alunos e seus responsáveis, de forma a garantir o envio e o retorno das atividades. Criamos o Blog escolajorgefleck. blogspot.com, onde ficam anexados todos os envios das atividades neste período, de forma que os alunos e responsáveis tenham acesso para baixá-las em qualquer tempo. A tecnologia veio mesmo para ficar na

nossa comunidade. Então, construímos uma página na Internet, jorgefleck.com, na qual também ficam disponibilizados todos os materiais, bem como sugestões de arquivos de pesquisa e registros da nossa escola e comunidade. Para obtermos êxito nas devolutivas, promovemos uma gincana entre alunos e um contato constante com as famílias por telefone. Com auxílio do MEET, realizamos reuniões virtuais com os alunos e seus responsáveis, a fim de reforçarmos a importância desses retornos e darmos às famílias as devidas informações. Enquanto estávamos distantes presencialmente, melhoramos nossa escola para receber todos quando isso tudo passar. Com a parceria entre CPM da Escola, Secretaria de Educação de Parobé e Prefeitura Municipal de Parobé, buscamos melhorias nas dependências da escola, bem como equipamos e organizamos setores importantes para uso dos alunos. Assim, trocamos o piso de duas salas, portas e caixas de descarga nos banheiros dos alunos; realizamos pinturas e reformas nas grades de segurança, além da pintura interna das salas de aula; construímos um pergolado para a Sala Verde; adquirimos mesas para a sala de informática e novos computadores para uso dos alunos. No mês de agosto, a equipe diretiva da escola percorreu 282 km para levar um pouquinho de carinho aos colaboradores de nossa escola. Visitamos a casa de cada um dos professores e funcionários, pois já estávamos distantes por cinco meses. Levamos uma mensagem de otimismo, com um pequeno “mimo”. Essa ação nos encheu de energia e apoio no atual cenário que vivemos.

Promovemos uma gincana entre alunos e um contato constante com as famílias. Realizamos reuniões virtuais com os alunos e seus responsáveis.


26 EMEF Leopoldo Frederico Willers Rua Venezuela, 407 - Bairro Planaza Contato: (51) 3197.0853 E-mail: escola.leopoldo@parobe.rs.gov.br

Celular e pandemia, o vilão vira aliado

O

Sabendo que essas ferramentas são fantásticas e nos trouxeram benefícios incríveis para resolver problemas, facilitar nossa comunicação e assegurar tranquilidade, podemos, sim, incluí-las no processo de ensino e aprendizagem.

aparelho celular como ferramenta de ensino e aprendizagem certamente já foi pauta de muitas reuniões pedagógicas com pais, professores, autoridades, com ou sem conhecimento de causa. O assunto, até pouco tempo, era um tema muito debatido e sensível para a comunidade escolar. Pois o uso do aparelho celular na escola havia sido banido, com base em uma lei que visava a garantir que o aluno estivesse focado única e exclusivamente nas aulas. Embora a lei existisse, pais e alunos tentavam desacreditá-la, negligenciando o compromisso de não permitir que os filhos carregassem seu celular. Ou seja, coube mais uma vez à escola estabelecer o limite e fazer com que a lei fosse cumprida. No ano de 2020, com a pandemia da COVID-19 assolando nossas cidades, nossas rotinas foram alteradas. Houve a necessidade de se reinventar, repensar posturas e hábitos, avaliar verdadeiras necessidades, e com este dito “novo normal”, o celular passou de vilão a aliado dos professores, possibilitando que parte das famílias acessassem os conteúdos enviados, realizassem pesquisas, entregas de trabalhos, encontros online. Esta ferramenta aproximou grande parte dos alunos, pais e professores, abrindo assim uma nova discussão sobre o uso das tecnologias no ensino e aprendizagem, não mais se falando em proibir ou liberar, mas sim pensando qual o limite de idade para o uso dos aparelhos eletrônicos, o tempo considerado saudável para este uso, e ainda como os docentes devem proceder frente ao novo desafio, ou necessidade, há tempos adiada.

Escolas e seus professores apressaramse a buscar uma maneira de, no primeiro momento, manter o vínculo com as famílias. Criamos grupos nas redes sociais, para que a informação e os conteúdos chegassem até os alunos. Claro que muitas correções de rotas foram feitas... horas e horas de reuniões de professores, pais, turmas, para encontrar não uma fórmula mágica ou receita, mas ajustar a melhor maneira de enfrentar a pandemia, sem deixar os alunos desassistidos. No nosso tão proclamado “novo normal”, tratando-se do ensino e aprendizagem, quem sabe uma das etapas a serem superadas seja justamente o uso das tecnologias, tanto por alunos que a usam com desenvoltura, como para os professores que tentam acompanhar essa nova tendência, pois não é tão simples assim manter-se conectado literalmente às novas tecnologias, que se modificam num piscar de olhos. Sabendo que essas ferramentas são fantásticas e nos trouxeram benefícios incríveis para resolver problemas, facilitar nossa comunicação e assegurar tranquilidade, podemos, sim, incluí-las no processo de ensino e aprendizagem. Seguramente, com este novo aliado, um dos novos desafios da escola será como delimitar o uso do celular por parte dos alunos, pois sabemos que cada vez mais cedo as crianças têm feito uso do mesmo. Como bem relata o professor Cesar Nunes, quando diz que “...a tecnologia nos oferece um mar de informações, mas com apropriação de conhecimento com a profundidade de um pires”, há necessidade de um amplo debate com toda a comunidade escolar, não para impedir a presença do celular, mas para compreender e organizar sua real função, delimitar a idade, o ano, o tempo de utilização, a restrição de acesso a determinados sites. Com isso, estaremos aproximando nossos alunos de uma excelente ferramenta de comunicação e pesquisa, ampliando horizontes, possibilitando aos professores ir além dos muros, fazendo assim novas descobertas.


27 EMEF Maltus Krummenauer

Rua Adão Pires Cerveira, nº 670 - Vila Feliz Contato: (51) 3141.3956 E-mail: escolamaltus@gmail.com

O vínculo necessário para nos manter fortes da préescola ao 9º ano

Q

uando começamos a perceber, nos noticiários, as primeiras informações a respeito de um novo vírus que se espalhava pelo mundo, não fazíamos ideia da proporção do problema e como mudaria por completo nossas vidas. Nossa escola fica num bairro constituído, na grande maioria, por famílias que foram realocadas devido ao fato de pertencerem a grupos de vulnerabilidade. Sendo assim, estamos constantemente acolhendo e trabalhando junto às famílias quanto à importância da Escola e da frequência dos alunos. Em março, quando recebemos a informação do isolamento social, nossa maior preocupação passou a ser o desinteresse dos alunos e a evasão escolar. Pensando que seria por poucos dias, disponibilizamos atividades para quinze dias, que foram entregues nos últimos dias presenciais. Durante a última semana de março, diante das informações das mídias, antecipamo-nos fazendo grupos de WhatsApp por turma. A coordenação entrou em contato com os professores, que prontamente concordaram em participar dos grupos e enviar atividades. Assim seguimos por todo o mês de abril. Esta nova realidade trouxe à comunidade escolar desafios com os quais nunca imaginamos que teríamos de lidar. O primeiro grande desafio para os professores foi aprender a usar as ferramentas tecnológicas que, daquele momento em diante, se tornaram indispensáveis nesta nova forma de relacionamento com seus alunos. Por outro lado, o desafio para os alunos, que, na grande maioria, não dispõem de computadores. Muitas vezes, a família tem apenas um celular para duas ou três

crianças, com uma Internet de cartão que limita a utilização. A partir de maio, os profissionais passaram a cumprir uma parte da carga horária na escola e passamos a entregar cópias impressas para os alunos sem acesso à Internet. Isso nos possibilitou atender quase que a totalidade dos estudantes e garantir a equidade. Nesse momento, buscamos constantemente o comprometimento na busca e realização das atividades propostas, mesmo estando longe da sala de aula, através de buscas ativas. Pensando em manter o vínculo, passamos a utilizar temas geradores para construir planejamentos interdisciplinares, da pré-escola ao nono ano. Os temas abordados foram escolhidos por relevância e que pudessem ser de interesse dos alunos, como: meio ambiente, festas juninas, desigualdade social, racismo, inclusão… Algumas das estratégias utilizadas foram: atividades lúdicas envolvendo a família do aluno, gincanas, pequenos incentivos confeccionados pelos professores em forma de prêmios e mimos, assim como vídeos, áudios, o envio de fascículos do “Ler” e muita criatividade dos professores em tornar este novo método, algo que desperte o interesse do aluno, que é um obstáculo que está sendo vencido. Tudo o que estamos vivendo, tão inesperado e tão intenso a ponto de ter mudado para sempre, não apenas a rotina da comunidade escolar, mas sim o mundo, ainda exigirá de todos nós que estejamos em constante adaptação, para continuarmos desenvolvendo a atividade indispensável de ensinar.

Pensando em manter o vínculo, passamos a utilizar temas geradores para construir planejamentos interdisciplinares, da préescola ao nono ano.


28 EMEF Maria Francisca da Silva

Rua Armindo Schimidt, 581, Bairro Guarani Contato: (51) 3523.3320 E-mail: emefmariafrancisca581@gmail.com

Ser professor em tempo de pandemia

D

epois de iniciar o ano letivo com o coração cheio de amor, a professora viu, em 20 de março, os portões da escola se fecharem e o clima de incerteza tomar conta do espaço, antes ocupado pelos sons entusiasmados dos estudantes. Falavase em um vírus misterioso, que ameaçava a saúde de todos. Os dias longe da normalidade se transformaram em meses, trazendo dúvida a tudo que, até então, parecia certeza. Todos os planos e projetos para o ano, tanto na vida pessoal como profissional, tiveram que ser remanejados. Preocupada com seus alunos, em como estariam sem ir à escola – e sabe-se lá quais outras dificuldades estariam enfrentando –, ela soube que era hora de agir. Iniciou então o contato virtual com seus alunos. Explorou todas as possibilidades, para que ninguém ficasse de fora. Enviou-lhes atividades que os mantivessem em desenvolvimento e, com muita dedicação, pensou em cada um, em cada característica, lembrando como lhe faziam falta aqueles olhares curiosos, mãozinhas arteiras e sorrisos cativantes. A professora ouviu seus relatos, tentou acalmar seus corações ansiosos pela normalidade e disse-lhes que tudo ficaria bem. Em seu íntimo, também tomava conta a ansiedade, e queria muito que alguém também lhe dissesse que tudo ficaria bem. Mas precisava ser forte, ser exemplo, ser alento... Mesmo à distância, distribuiu afeto e visitou algumas casas, vendo do portão as carinhas que recarregavam as suas forças. Viu seu celular transformar-se em sala de aula e a frequência da notificação de mensagens aumentar assustadoramente.

Participou de palestras, cursos, seminários e tudo mais que acreditasse trazer respostas para suas dúvidas e a ajudasse a ajudar seus alunos. Deu aulas e participou de muitas reuniões online. Expôs sua casa, sua vida e sua família. Respondeu milhares de mensagens de pais, da direção, da coordenação, dos alunos e dos colegas. Dentre tantas mensagens, recebeu alguns elogios e agradecimentos, que fizeram esquecer o cansaço e as dificuldades. Explicou mil vezes aos filhos que, mesmo em casa, mamãe estava trabalhando. Pediu paciência ao marido, pois já não podia ir dormir na hora de sempre, precisava responder as mensagens, os e-mails e as ligações. Não poderia dormir sem tirar a dúvida daquele aluno com dificuldade, nem sem perguntar o que estava acontecendo com aquele outro que não estava enviando as tarefas no prazo. Sua rotina virou de ponta-cabeça, fez mil descobertas e se reinventou a cada dia. Fez dos desafios sua motivação para seguir em frente. Teve medo, angústia e incerteza, mas sem dúvida o amor por sua profissão foi o mais presente dos sentimentos. Leu em sua rede social que já era hora de retornarem as aulas e dos professores retornarem ao trabalho. Pensou em responder, mas não tinha tempo para isso, havia muitas mensagens de WhatsApp para retornar, muitas fotos de atividades para salvar e muitos planejamentos para concluir. Pensou em desistir, mas nem bem a palavra surgiu em seu coração, já se desfez. Em coração cheio de amor, nunca é tempo de desistir!

A professora ouviu seus relatos, tentou acalmar seus corações ansiosos pela normalidade e disse-lhes que tudo ficaria bem. Em seu íntimo, também tomava conta a ansiedade. Mas precisava ser forte, ser exemplo, ser alento...


29 EMEF Moisés de Souza Pires Mosmann Rua Roma, 175 - Bairro Emancipação Contato: (51) 3197.0965 | 99838.1686 E-mail: moisesmosmann@hotmail.com

A educação nunca parou

A

o iniciar o ano de 2020, a comunidade escolar trouxe inúmeras expectativas para trabalhar em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Porém, ninguém esperava que uma Pandemia pudesse interromper os projetos pensados até então. A partir disso, foi necessária uma ruptura no modelo de ensino e ter um novo olhar, uma nova “roupagem” e muito estudo sobre as novas possibilidades da educação com o ensino remoto. Cada um (professor, aluno, família) precisou se adaptar às necessidades que a demanda apresentou, tanto na questão tecnológica, quanto na valorização e organização de tempo e rotina, contemplando, assim, a equidade além dos muros da escola. A parceria entre família e escola foi fundamental para que as aulas remotas se tornassem significativas para os alunos. Portanto, a escola sempre buscou a escuta com as famílias para organizar as metodologias das tarefas, trazendo temas relevantes que atendessem o desenvolvimento das habilidades essenciais, de acordo com a BNCC e o Documento Orientador Municipal e com a adaptação necessária a cada aluno. Em meio às temáticas abordadas, considerando o isolamento social, o planejamento integrador e interdisciplinar tornou-se fundamental. Destacam-se alguns temas geradores, como: valores humanos, sociais, socioemocionais, culturais, cidadania, sustentabilidade e saúde, promovendo o vínculo socioafetivo entre a comunidade escolar.

Ao término do primeiro semestre, a escola disponibilizou, para as famílias e alunos, uma autoavaliação, da qual foi possível extrair opiniões extraordinárias! Entre elas, destaca-se a fala da aluna Gabriely Navarro Souza, do 9º ano, sobre os temas abordados nos planejamentos. Ela diz: “Estou gostando das atividades, principalmente dos temas que estão sendo abordados em cada atividade, são temas bastante relevantes e do nosso cotidiano.” O corpo docente também destaca que, apesar de todos os transtornos causados pela Pandemia, esta oportunizou novas possibilidades de aperfeiçoamento, não só como ser humano, mas também como profissional, permitindo uma nova reflexão sobre a educação e o ensino-aprendizagem. Apesar das dificuldades apresentadas nesta adaptação à nova realidade de ensino, percebeu-se que as famílias vêm se empenhando, dentro das suas possibilidades, em dar devolutiva das tarefas, e com isso fortalecendo o vínculo entre família e escola, como citado pela mãe do aluno Rafael de Aguirre, do Pré II: “[...] cabe a nós pais trabalhar junto com a escola para o desenvolvimento dos nossos filhos.” Durante este período em que as crianças não estão frequentando a escola, a direção conseguiu realizar, com recursos próprios, melhorias na infraestrutura da escola, atendendo solicitações antigas da comunidade escolar. Assim, quando os alunos retornarem, poderão usufruir desses investimentos.

Atividade remota, semana 18 (chimarrão) Bernardo C. B. Machado e Juliane Matheus de L. Dienstmann - 6º ano. Junges - 1º ano.

Gustavo G. de A. Cordova - 5º ano.

Em meio às temáticas abordadas, considerando o isolamento social, o planejamento integrador e interdisciplinar tornou-se fundamental.


30 EMEF Padre Afonso Kist

Avenida Gaspar Silveira Martins, nº 3015 Santa Cristina do Pinhal Contato: (51) 3522.5055 E-mail: pe.afonsokist@gmail.com

Integração entre escola e família na pandemia

A Assim, uma das atividades planejadas, foi potencializar nos alunos o seu lado afetivo, onde eles criassem uma mensagem de encorajamento e positividade.

parceria entre família e escola é indispensável para o sucesso da aprendizagem na educação. E por este motivo, a escola tem se esforçado para estimular as famílias para que essa parceria venha se intensificar cada vez mais. Com o avanço da pandemia de coronavírus alterando o nosso cotidiano, tivemos que nos ajustar à nova realidade, de forma a nos reinventarmos e buscarmos as novas formas de dar aula. E, nisso, houve dedicação tanto de parte da escola, como também das famílias, para dar prosseguimento nesta árdua tarefa, a de ensinarmos os alunos à distância. Ao planejar, os professores elaboraram atividades em que pudessem envolver filhos e pais, proporcionando uma interação entre os envolvidos. Segue aqui o relato de uma das experiências da Professora Waleska. “Durante esse momento delicado que nos pegou de surpresa, tivemos que nos reinventar. No intuito de fazê-lo, a escola criou atividades para casa, que induzissem a interagir de forma positiva. “A pandemia trouxe muitas reflexões positivas, como por exemplo, nos levou a valorizar mais as pessoas que amamos, os momentos singulares que vivemos e, principalmente, a valorizar as aulas

Alguns funcionários da escola.

presenciais. Assim, uma das atividades planejadas, foi potencializar nos alunos o seu lado afetivo, onde eles criassem uma mensagem de encorajamento e positividade, sendo ela escrita, impressa ou virtual, e enviassem para alguém especial. “Foi muito gratificante ver o empenho dos alunos em participar dessa atividade.” Ao enviar as atividades para serem feitas em casa, contamos com auxílio dos pais para assistirem os seus filhos. A incumbência não foi muito fácil, mas pudemos perceber o quanto os pais buscaram fazer o seu melhor, visando a ajudar os filhos. Foram muitas preocupações, pois estavam tendo a nova experiência de serem os “professores” de seus filhos. E das muitas falas, registramos aqui a de dona Paula, mãe de Natã Gonçalves, aluno do 2º ano. “Este momento está sendo de grande importância para nós, pois estamos ainda mais unidos, eu e o meu filho. Sempre acompanho e procuro ajudá-lo a desenvolver as atividades, apoiá-lo em momentos difíceis e não o deixar gastar o seu tempo em vão. Tiro tempo para brincar com ele e, assim, instruir a ser um cidadão do bem. Tire tempo para o seu filho!”

Realização das tarefas do Confecção em família de um bilboquê, do aluno Natã Santos aluno Fernando dos Santos, da pré-escola. Gonçalves, do 2º ano.

Realização das atividades em um ambiente diferenciado, da aluna Ana Carolina Abreu da Silva, do 1º ano.


EMEF Profª Ana Maria Fay dos Santos

31

Rua Alvício Scheffel, 001 - Bairro Alexandria Contato: (51) 99993.3613 E-mail: anamaria.parobe@hotmail.com

Jogo da vida

E

SCOLA é VIDA, e aqui na escola são mais de 1000 vidas que se interligam e se relacionam diária e diretamente... Sim, no jogo da vida, o caminho vai sendo traçado por todos que durante o percurso vão deixando suas marcas e, assim, construindo sua história, ligando-a a tantas outras. Quando o ano letivo de 2020 iniciou, o “jogo” parecia como outros iniciados, prometia grandes emoções, como as já vivenciadas nessas outras “partidas”; porém, logo nas primeiras “casas”, houve surpresas e o rumo foi sendo direcionado por caminhos, até então, desconhecidos. A escola, que sempre esteve lotada, com muito barulho e vivacidade, estava vazia. Foi necessário reinventar-se e adaptarse e fazer novas descobertas e, mais do que nunca, a parceria entre professores foi essencial. A união e a troca de experiências os aproximou ainda mais, não só pelo trabalho, mas pelo desejo de ressignificar as ações, pensando no crescimento e valorização de cada ser humano que compõe a escola Ana Maria. Para que o jogo pudesse continuar, foi fundamental fortalecer o vínculo com os alunos e suas famílias, para que o encanto por aprender pudesse continuar. A comunicação passou a ser pelo celular e, com isso, professores, alunos e pais criaram uma nova e grande rede de ensino, utilizando novas estratégias e ferramentas, para que a aprendizagem acontecesse na casa de cada um. 2020 foi um ano que proporcionou muitas reflexões e crescimento, pois, ao afastar-se por amor ao próximo e a si mesmo, foi possível a cada um tomar consciência e perceber o quanto o ser humano é vulnerável, muito mais do que se pensava. Com isso, teve-se uma valiosa

oportunidade de perceber a importância de cada um, o quanto vidas se cruzam e quantas novas histórias surgem desses encontros. Passou-se a viver um dia de cada vez, com mais flexibilidade e maior autonomia. Pôde-se perceber que planejar atividades sem saber exatamente a realidade que cada criança está vivendo em sua casa é um grande desafio. Mesmo assim, são tarefas pensadas e elaboradas com muito carinho para cada um sentir-se acolhido mesmo à distância, para envolver as famílias no processo de aprendizagem, com a esperança de que isso se torne um hábito em todos os momentos. Mesmo distantes, foi possível notar o quanto cada professor faz a diferença na vida do seu aluno e o quanto o aluno faz na vida de seu professor, o que se confirma em cada foto recebida. Esperança que se renova só de pensar no brilho no olhar a cada descoberta, a cada momento de superação, a cada tarefa realizada com dedicação pelas famílias... Esperança que se renova a cada mensagem de apoio e agradecimento. A ansiedade por relembrar e vivenciar, juntos e presencialmente, grandes momentos como os de outrora só aumenta e, com certeza, serão momentos também para celebrar e agradecer muito pela vida. Mesmo diante dessas “novas regras” que a Pandemia impôs a todos, o “jogo da vida” segue trazendo desafios diários, exigindo, de todos, novas estratégias, para seguir um percurso cheio de surpresas, mas sempre com união, com trabalho coletivo e colaborativo, para que seja possível encerrar essa partida e iniciar um novo jogo em breve, fortes e unidos como um time de sucesso deve ser!

Mesmo distantes, foi possível notar o quanto cada professor faz a diferença na vida do seu aluno e o quanto o aluno faz na vida de seu professor.


32 EMEF Profª Marieta Melita da Silva Rua Belmonte, 1020 - Bairro Funil Contato: (51) 3141.3168 E-mail: marietamelita@gmail.com

O planejamento de aulas em tempo de pandemia

D

esde o início da pandemia, percebemos a necessidade de um planejamento interdisciplinar. A clareza dos objetivos, tipos de atividades e coesão dos assuntos são muito importantes para a transição das ideias e fortalecimento da compreensão dos alunos, e ainda, para que o plano de aula seja dinâmico sem sobrecarregar os alunos com excessos de tarefas. O envio e devolução das atividades prontas acontece pelo grupo do WhatsApp e pelo Drive. Mas a comunicação entre as partes era limitada. Então, liberamos o grupo de atividades para que todos pudessem enviar e receber mensagens, para assim trocarem informações. Num primeiro momento não funcionou, todos precisavam aprender que o grupo era para tirar dúvidas referentes ao estudo e que as particularidades não cabiam ali; alguns alunos e pais receberam orientações direto na escola. Tudo isso gerou prejuízos ao funcionamento do envio das tarefas escolares, e muitos se retiraram dos grupos. Entendemos que ainda não tinham compreendido a função daquele espaço de trocas, que deveria servir para enriquecer a aprendizagem deles. Foi preciso habilidade de todo o corpo docente para administrar esse momento, planejando em home office, articulando meios para, de forma tranquila, sustentar o vínculo e envolver alunos e familiares na ação educativa, que não mais acontecia no espaço de sala de aula. A mudança do ensino presencial para o envio de atividades a distância, gerou muita angústia na maioria dos envolvidos:

pais que alegaram não conseguir auxiliar o filho; professores preocupados com a aprendizagem dos alunos, em como avançar nos estudos sem o contato presencial; a equipe gestora ocupada em proporcionar atividades impressas para aqueles que não possuíam as ferramentas digitais. Conforme o tempo foi passando, as ideias foram surgindo, e o planejamento interdisciplinar foi tomando formas cada vez mais criativas, acessíveis, com atividades voltadas para a construção da autonomia dos alunos na parceria dos pais. Alguns vídeos instrutivos e motivacionais serviram para estruturar uma relação de confiança entre todos, e aos poucos o uso dos grupos foi aumentando. Iniciamos reuniões no Meet com as turmas, mas a participação ainda está bem acanhada. Percebemos, através das devolutivas das atividades enviadas, pouca adesão dos nossos alunos. Incansavelmente iniciamos uma busca ativa, ligamos e agendamos com cada família ausente, um momento no espaço escolar, respeitando os cuidados de proteção à COVID-19. Conversamos com esses pais e alunos, buscando reconhecer suas dificuldades e oferecer suporte, relembrando que estamos na escola em quintas-feiras entregando as atividades impressas e orientando-os sobre como usar os grupos para tirar dúvidas e receber a atenção dos professores. Houve casos em que fomos pessoalmente nas casas, devido ao não comparecimento dos alunos e pais na escola. Continuaremos nosso trabalho, exercitando a empatia com cada realidade familiar.

Conforme o tempo foi passando, as ideias foram surgindo, e o planejamento interdisciplinar foi tomando formas cada vez mais criativas, acessíveis, com atividades voltadas para a construção da autonomia dos alunos na parceria dos pais.


33 EMEF Profª Noemy Fay dos Santos Rua Vinícius de Moraes, 261 - Paraíso Contato: (51) 3141.3556 E-mail: escolanoemyfay@gmail.com

2020 - Um jeito novo de ser escola

N

a situação inusitada do isolamento social, desde meados de março, a criação de um modelo pedagógico diversificado e de fácil acesso para cada família se fez necessária. Então, por meio da criação de grupos de WhatsApp, as atividades foram elaboradas de forma diversificada e interdisciplinar. Essa interdisciplinaridade, durante as aulas presenciais, era um desafio para ser colocada em prática, devido à falta de disponibilidade de horário dos professores para planejamento em conjunto. Contemplando esta nova metodologia, os professores utilizaram fotos, vídeos, hora do conto, ludicidade e exercícios práticos e sociais, e, assim, diversos projetos interdisciplinares foram sendo desenvolvidos ao longo deste período. Vale ressaltar a dedicação e superação de dificuldades encontradas pelos professores para fazer uso das ferramentas tecnológicas, até então pouco usadas pelo grupo. Segundo a professora Clair Wilhelms, “foi preciso nos reinventar, confesso que foi um grande desafio, pois preciso do afeto, do olho no olho, da presença do aluno na sala de aula, isso está fazendo muita falta e mais ainda, não estava preparada para usar a tecnologia desta forma, faltou conhecimento, mas precisei ir atrás”. Esta modalidade de Ensino Remoto fez com que todos nós, professores, estivéssemos disponíveis a todo o momento, dando o suporte necessário a cada aluno e família, buscando uma nova forma de ensinar e aprender, tornando assim um novo começo para todos. Esta parceria entre ESCOLA e FAMÍLIA é de suma importância para o desenvolvimento e fortalecimento, pois estabelece uma ligação afetiva ou moral do

aluno com o ambiente escolar. Para a mãe de um aluno de 6º ano, “realizar as atividades da escola em casa é um grande desafio. Estamos tentando ter uma rotina para ajudar o João nas atividades escolares. Tivemos que nos adaptar tendo a tecnologia como ferramenta pedagógica. Desta forma estamos tentando encontrar o melhor caminho para o processo de ensino e aprendizagem em meio à pandemia”. Além das dificuldades da pandemia, nossa comunidade ainda sofreu com a enchente no início do mês de julho, que foi uma das piores dos últimos anos, deixando várias famílias em situação de perda total, inclusive dos materiais escolares de seus filhos. Paralelo a este processo, também foi realizada a busca ativa das famílias que ainda não haviam se manifestado em relação às atividades. Esta se deu através de uma soma de esforços, por meio de ligações, mensagens e visitas presenciais nas residências por parte da equipe diretiva e até de alguns professores, resultando num contato de 100% com as famílias, avançando assim nas devolutivas das atividades. Assim, oportunizou-se às famílias que não possuíam acesso à Internet fazer a retirada na escola, semanalmente, de forma impressa. Mesmo com este panorama escolar, os professores continuam tentando ir ao encontro das famílias, não importando o horário, nem mesmo os dias da semana, para estreitar e fortalecer cada vez mais o vínculo com alunos e famílias. Os planejamentos das atividades são realizados de acordo com a realidade que estamos vivenciando e com o objetivo de desenvolver as habilidades essenciais nesta etapa.

Mesmo com este panorama escolar, os professores continuam tentando ir ao encontro das famílias, não importando o horário, nem mesmo os dias da semana, para estreitar e fortalecer cada vez mais o vínculo com alunos e famílias.


34 EMEF Teresinha Ivone Homem

Rua Antonio Pioly dos Santos, 91 - Bairro 3L Contato: (51) 3523.1635 E-mail: emefteresinha@gmail.com

O professor como elo

N

ossa escola escolheu transcrever o depoimento de um professor sobre sua experiência como docente durante esta pandemia. Segue abaixo o relato do professor Anderson Luis Melo Alves, da disciplina de Geografia: “Apesar da pandemia estar sendo um obstáculo em nível mundial com milhões de mortes e sérios problemas econômicos, ela oportunizou inúmeras possibilidades, dentre as quais cito os avanços tecnológicos sem precedentes, pois permitiu o ensino remoto de forma efetiva (com falhas ainda) em um grande sistema educacional anteriormente analógico. Percebi que o meu planejamento e engajamento estão mais refinados, com elementos gráficos, visuais e interativos. Por incrível que pareça, a pandemia possibilitou uma maior interação entre os docentes, onde criamos atividades multi e

Os alunos também aprenderam a trabalhar de uma forma diferente, com dedicação e empenho, tendo que mostrar à distância toda a sua evolução.

interdisciplinares, tema antigo, porém nem sempre alcançado de forma satisfatória, abrindo caminho para o ensino híbrido. Tivemos avanços no que se refere às reuniões pedagógicas totalmente virtuais, onde ganhamos tempo, agilidade e foco nos temas que realmente interessam. A Covid lançou luz a diversos problemas da estrutura educacional, revelando lacunas como: falta de recursos tecnológicos, capacitação e formação de professores e alunos, por exemplo. É importante salientar que o esforço, empenho, dedicação e recursos tecnológicos são provenientes dos docentes; afinal, nossa escola não supre as demandas necessárias. Os alunos também aprenderam a trabalhar de uma forma diferente, com dedicação e empenho, tendo que mostrar à distância toda a sua evolução”.


35 EMEF Romilda Sibel Renck

Rua Oscar Martins Rangel, 25 - Bairro Planalto Contato: (51) 3543.3150 | 98608.1191 E-mail: escola.romilda@gmail.com

Dois Sóis

V

inte de março de 2020, uma data carregada de incertezas. Neste dia, já nenhum aluno pela escola, somente nós, professores. Até que um aviso fez com que o silêncio tomasse uma proporção ainda maior: “Todos estão liberados, dirijam-se às suas casas, cuidem-se, e será quase inevitável perdermos pessoas conhecidas para este vírus”. Fomos para nossas casas em busca do alento da família. Nunca pensamos que o fechar do portão da escola seria por tanto tempo. Em princípio, seriam 15 dias de distanciamento social... Mas aí começaram os toques de recolher, o fechamento de tudo, exceto serviços essenciais, e nós, cada vez mais perdidos, em meio a tantas informações e opiniões divergentes. As conversas de WhatsApp eram longas, repletas de questionamentos, palpites; porém, em momento algum fazíamos ideia de que esta situação se estenderia. Aqui estamos nós, vivendo um novo normal, reinventando-nos na profissão... Uma coisa que jamais imaginaríamos é que aquela máxima, de que perderíamos pessoas conhecidas, faria tanto sentido para nós, pois no dia 22 de julho nossa Sol deixou de brilhar. Sim, perdemos nossa colega, amiga, professora de Língua Portuguesa, mulher de um caráter, garra e vitalidade invejáveis. Ela perdeu a batalha para a leucemia, descoberta em meio à pandemia, mas a Covid acelerou sua partida. A Sol era aquela professora que ficava além da hora atendendo um aluno, ajeitando seus inúmeros materiais, pois nunca teve pressa em se ausentar da escola. Porém, quis o destino que ela se ausentasse antes mesmo de sua aposentadoria chegar. Formou-se na Faculdade de Letras já aos 57 anos, e valorizava este diploma sendo uma

profissional competente e dedicada. Ninguém faz ideia da disposição que esta mulher possuía, aos 68 anos de idade, lecionando 40 horas semanais! Fazia jus ao apelido, pois irradiava luz e esbanjava vida! Certamente a Sol descansa em paz, por ter cumprido tão bem seu papel de mãe, avó, esposa e profissional. Ainda não sabemos como será nosso retorno às aulas sem a presença física da Sol, sem o chamado da filha, também colega de escola, para almoçar (“Solanjaaaaaaa”), sem o monte de materiais que ela guardava (tinha 3 portas de armário), sem a preocupação dela para que os alunos realmente aprendessem e não somente estudassem pela “nota”. Serão tempos de readaptação, de lembranças... Muita coisa ficou para trás, sem que nossa colega pudesse ter vivido: o primeiro aniversário do seu único netinho, o resultado da escola no Ideb, onde nossas turmas de anos finais obtiveram a melhor nota do município – pois este resultado é o reflexo de tudo que ela sempre acreditou e realizou –, sem contar os inúmeros outros planos que foram ceifados. Por tudo que a Sol fez e foi, dedicamos este resultado e esta página a ela, que continua sendo nossa inspiração diária para seguir em frente, na profissão e na vida! Obrigada, Sol... por tudo! A pandemia e as incertezas continuam, tornando-nos mais sábios, resilientes, reflexivos... enfim, mais humanos e mais saudosos de coisas simples da vida, a que agora redobramos o valor. Tudo na vida é aprendizado, e o ano de 2020 foi repleto de lições. A única certeza é de que Deus é o Senhor do nosso destino, e que por maior que seja a tempestade, o Sol voltará a brilhar!

Ainda não sabemos como será nosso retorno às aulas sem a presença física da Sol, sem o chamado da filha, também colega de escola, para almoçar... sem a preocupação dela para que os alunos realmente aprendessem e não somente estudassem pela “nota”.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.