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MERCADO
Por: Edison Ragassi/ Foto: Divulgação
EMPLACAMENTO E PRODUÇÃO DE VEÍCULOS
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A produção de veículos e os emplacamentos aumentaram em fevereiro, mas em relação ao ano passado a queda é significativa
Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves novos cresceram mais de 3% no mês de fevereiro de 2022, isso comparado a janeiro. Segundo levantamento da FENABRAVE (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Com apenas 19 dias úteis, mais de 120 mil unidades foram comercializadas, ante as 116 mil de janeiro, o que para o Presidente da entidade, José Maurício Andreta Jr., é “uma acomodação do mercado”, apesar das dificuldades ainda existentes, como a alta dos juros e a maior seletividade no crédito.
A entidade também divulgou que o balanço do primeiro bimestre de 2022, para todos os segmentos automotivos em geral, apontou queda de 13% sobre igual período de 2021. O setor, como um todo, ainda sofre com a falta de peças e componentes para alguns modelos, além da queda da renda da população, do aumento dos juros e da maior seletividade no crédito continuarem impactando a recuperação do mercado no Brasil. De acordo com dados da Federação que representa as concessionárias, os emplacamentos retraíram 5,6%, em relação a janeiro de 2021, e 10%, na comparação com fevereiro do ano passado. “Vemos segmentos, como o de automóveis, que mostraram recuperação, mas, vivemos, ainda, um momento complexo para o setor, no qual muitos têm enfrentado dificuldades para conseguir crédito, além de persistir a escassez de produtos em muitas categorias de veículos, em função da falta de insumos e componentes. Isso freia o avanço das vendas”, disse o presidente da FENABRAVE, Andreta Jr.
No total, o emplacamento de automóveis somou 97.590 unidades e os comerciais leves 22.602 unidades. Os caminhões chegaram a 7.961 emplacamentos, enquanto que os ônibus somaram 1.123 modelos vendidos. Ao comparar com fevereiro de 2021 a queda foi de 24,03% nas vendas de automóveis e comerciais leves e pequena retração de 0,61% nas vendas de ônibus e caminhões.
DECRETO DO GOVERNO FEDERAL REGULARIZA REDUÇÃO DO IPI PARA AUTOMÓVEIS
O Decreto Federal nº 10.979, anunciado pelo Ministério da Economia, promoveu uma redução de 18,5% na alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) incidente em veículos. A redução varia conforme a eficiência energética e incide sobre as alíquotas constantes na TIPI (Tabela de incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados), que diferencia os veículos por cilindrada e peso, entre outras características. Esta resolução fará com que os preços dos automóveis baixem e por isso os dirigentes da entidade que agrega as concessionárias estão otimistas. A expectativa é de que no mês de maço as vendas sejam ainda maiores.
INDÚSTRIA COM AUMENTO DISCRETO
Depois de um primeiro mês mais fraco, a indústria automobilística apresentou discreta melhora nos indicadores em fevereiro, de acordo com o balanço divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). Mesmo com um dia útil a menos, a produção de 165,9 mil unidades cresceu 14,1% em relação a janeiro. O primeiro bimestre do ano tem desempenho 21,7% inferior ao do mesmo período de 2021, quando não havia uma crise de abastecimento de semicondutores, nem mesmo uma variante tão contagiosa da Covid-19 como a ômicron, que recentemente afastou muitos funcionários da linha de montagem. “As notícias de que o IPI automotivo estava prestes a ser reduzido fizeram com que muitos clientes adiassem a concretização do negócio”, explica o Presidente da ANFAVEA, Luiz Carlos Moraes. “Esperamos uma boa reação do mercado em março, um mês mais longo, sem feriados, com vários modelos com preços reduzidos nas lojas e historicamente mais aquecido que janeiro e fevereiro”.
O resultado mais expressivo foi alcançado com as exportações, com 41,4 mil unidades enviadas a outros países, 49,6% a mais que em janeiro e 25,4% superior a fevereiro de 2021. No acumulado do bimestre, os embarques cresceram 17,3% sobre igual período do ano passado, num esforço das empresas para cumprir contratos atrasados por conta da pandemia e das quebras na cadeia logística.