reedição
especial ed#01
aNo 03 . reeDIção 01
ZUPI . r$ 14,00
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Jorge Galv達o . www.flickr.com/jorgegalvao . Brasil
VISITE > www.zupi.com.br envie seus trabalhos > submit your artworks >
check: www.zupi.com.br/revista/colabore.php
FILL UP WITH IDEAS
ABASTEZCA CON IDEAS
(english)
(español)
Imagine a company focused on art and culture. The first step to disseminate this concept was through the creation of an online Portal. The second step, a bolder one, was creating a Design Conference based on creativity: The Pixel Show. References, cultural interchange, knowledge, nearness with the artists and that’s it! ... In the year of 2006, Zupi’s audience was already formed, present at the events and adding over 30 thousand visits each month to the Portal.
Imagine una empresa focada en el arte y cultura. El primer paso para diseminar el concepto fue a través de la creación de un Portal online. El segundo, mas osado, fue crear una Conferencia de Diseño focada en creatividad: el Pixel Show. Referencias, intercambio cultural, conocimiento, proximidad con los artistas y listo! ... En el año 2006, el público de Zupi ya estaba formado, presente en los eventos y sumando casi 30 mil visitas al mes en el Portal...
Imagine that Zupi’s boldness went further, by elaborating an independent magazine about experimental art and design. After 10 issues, the magazine has selected over 400 artists, 40 interviewed, thousands and thousands of letters and colors. Add to it hundreds of requests, phone calls and mails from an audience fanatic about one very simple thing: the Zupi #1 historical reedition.
Imagine que esa osadia de Zupi fue más allá, al elaborar una revista independiente sobre diseño y arte experimentales. En solamente 10 ediciones, la revista ya seleccionó 400 artistas, 40 entrevistados, miles y miles de letras y colores... Sume a iso las centenas de pedidos, llamadas y e-mails de un público fanático por una cosa muy sencilla: la reedición histórica de la Zupi #1.
After this many bold acts, Zupi thanks the people who touch this pages, take the Pixel Show seats and paint our walls. It seems like our prayers (and yours) were answered!
Después de tantas osadias, Zupi rende gracias al público que maneja estas páginas, ocupa las sillas del Pixel Show, baila en nuestras fiestas y pinta nuestros murales. Parece que nuestras súplicas (y las tuyas) fueran atendidas!
EDITORIAL > by Allan Szacher
Imagine uma empresa focada em arte e cultura. O primeiro passo para disseminar o conceito foi através da criação de um Portal online. O segundo, mais ousado, foi criar uma Conferência de Design voltada à criatividade: o Pixel Show. Referências, intercâmbio cultural, conhecimento, proximidade com os artistas e pronto! ... No ano de 2006, o público da Zupi já estava formado, presente nos eventos e somando cerca de 30 mil visitas por mês em seu Portal. Imagine que essa ousadia da Zupi foi além, ao elaborar uma revista independente sobre design e arte experimentais. Em apenas 10 edições, a revista já selecionou mais de 400 artistas, 40 entrevistados, milhares e milhares de letras e cores... Some isso às centenas de pedidos, telefonemas e e-mails de um público fanático por uma coisa muito simples: a reedição histórica da Zupi #1. Após tantas ousadias, a Zupi agradece ao público que toca estas páginas, ocupa as cadeiras do Pixel Show, dança em nossas festas e pinta nossos murais. Parece que as nossas preces (e as de vocês) foram atendidas!
artwork: Estúdio Deveras < www.estudiodeveras.com >
ABASTEÇA COM IDÉIAS
CARTAS
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especial ed#1 - ano#3
A revista Zupi não traz as seções básicas do portal, como cartas, eventos, concursos etc. Encontre este conteúdo em www.zupi.com.br Mande para a Zupi suas críticas e sugestões: submit@zupi.org
REVISTA ZUPI ESPECIAL > #01
conteúdo
tripulação ALLAN SZACHER editor / idealizador
JULIA BOLLIGER > MTB 49351-SP jornalista responsável
SÍMON SZACHER diretor executivo
DAVID PLASSA estagiário de redação
ZUPI DESIGN direção de arte
DINA ROZENBOJM revisão
CARNE FRESCA criaturas subterrâneas e heróis antropomórficos
pág 08
PORTFOLIO a cidade como tela para Os Gêmeos
pág 10
ARTISTA CONVIDADO Lulu*PlasticPirate: desenhar bem está na moda
pág 24
AMBIENTE 3 ambientes escolhidos pela Zupi
pág 32
GALERIA trabalhos de 28 artistas do mundo inteiro
pág 38
PRODUTO a originalidade dos Irmãos Campana
pág 68
BATE-PAPO Tavis Coburn, o novo garoto retrô
pág 76
TOP SITES os 6 melhores sites do momento escolhidos pela equipe da Zupi
pág 88
LIVROS o primeiro best-seller da Zupi
pág 90
DINAP 11 3037-6635 distribuição Brasil
Traduções | Traducciones | Translations
pág. 94
INSPIRAÇÃO o ato de observar de Ana Starling
pág 104
PANCROM gráfica
conselho editorial Ana Starling, Artur Rangel a.k.a Kjá, Flávio Samelo, Glauco Diógenes, Luciano Cian, Mário Fontes e Tati Tacla COLABORADORES Ana Starling, Apolo Torres, Carlos Asencio Fiol a.k.a chensio, Daniel Hogrefe, Danilo Rodrigues Silva, Eduardo Burger, Estúdio Deveras, Fellipe Martins, Fernando Freitas, Fernando e Humberto Campana, Gabriel Silva a.k.a Artebiel, Greg Tocchini, Guilherme Marconi, Henrique Bittencort a.k.a Tempo, João Filho, Jorge Aragon a.k.a Jork, Jorge Galvão, Leandro Demetrius, Luciano Scherer, Lulu*PlasticPirate, Mathias Crémadez, Mauro Pucci, Melissa Oliveira Costa da Silva, Miguel Bandeira, Murilo Silva, Nicolas Sagredo Duarte, Os Gêmeos, Paula Padilha da Costa, Rafael Oliveira Lucchesi Cunha, Raul Teodoro, Reberson Alexandre, Renato Zaca, Ricardo Akn, Sylvia Yasmine Miguel, Tavis Coburn, Tiago Americo, UiU e Verónica Mejía Acevedo AGRADECIMENTOS Alexandre Soma, André Furhman, Guilherme Marconi (anúncio 4a pág.), Jonathan Croes (UXUS), Marcelo Giannini (Loja), Meghan Burns (Adams & Knight), Patrícia Greijal e Paula Cohn
> setembro 2008 > reedição especial > issn: 1809-5534
CAPA Os Gêmeos ILUSTRAÇÃO (à direita) Apolo Torres . www.flickr.com/apolotorres APOIO ABRA
ASSINE A REVISTA www.zupi.com.br/revista +55 11 3926-0174 PUBLICIDADE simon@zupi.com.br +55 11 3926-0174 ENDEREÇO Rua Conde de Irajá 297 VIla Mariana - 04119-010 São Paulo - SP - Brasil
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização dos artistas ou do editor da revista. A ZUPI é um espaço aberto para novas idéias, tendências artísticas e experimentos. Para colaborar envie seu material por correio ou no e-mail submit@zupi.org Zupi é Marca Registrada ® Todos os direitos reservados.
CARNE FRESCA
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fellipe martins > lea este texto en español en la página 94 > read this article in English at page 94 obras: Fellipe Martins
São criaturas subterrâneas, heróis antropomórficos e vilões ao mesmo tempo enigmáticos e bem-humorados. Troque os adjetivos usados para definir esses seres e uma nova combinação dará vida a mais personagens e à fantástica imaginação do ilustrador paulistano Fellipe Martins, 25. Atualmente trabalhando na área de quadrinhos (cor e capas), Fellipe começou a desenhar ainda criança, como todo bom artista ou designer. “Nenhuma criança nunca desenhou, mas poucas acabam continuando. Eu continuei.” O gosto pelos quadrinhos e jogos de videogame levou-o a, desde sempre, inventar personagens e histórias mirabolantes. O artista garante que temática e inspiração em nada foram alteradas após esse longo período, apenas a maneira de se expressar. Formado em Artes Plásticas, Fellipe entrou no mercado de trabalho no último ano do curso, através de um antigo amigo conhecido em um fórum de internet, Ken Wong. Diretor de arte de um estúdio de games em Shangai, Wong contou que estavam precisando de artistas de diferentes partes do mundo para a criação da identidade visual de um novo jogo. Durante seis meses, Fellipe e outros “concept designers” da Austrália, Coréia e México desenharam diversos personagens e ambientes como base para os futuros artistas do projeto. O tema era “Contos de fadas dos Irmãos Grimm”, mas de um lado mais sombrio. “Foi um ótimo começo. Tive que desenhar e pintar muita coisa, em um tempo muito curto”, lembra o ilustrador. Embora formado em um curso superior, o artista atribui seu conhecimento muito mais ao que aprendeu por conta própria e com os amigos que conheceu durante essa trajetória. “Em determinado momento do aprendizado acadêmico todas as linguagens se cruzam. No entanto nunca consegui justificar meu trabalho enquanto arte. Era ilustração e pronto!”, explica Fellipe. Mesmo com prazos tão curtos, o artista ainda encontra momentos para produzir suas próprias ilustrações, segundo ele, um ou dois desenhos por semana. São trabalhos ligados à cultura pop, devido a sua ligação com a indústria do entretenimento. “Saio para ver um filme, volto e desenho um personagem. O mesmo vale para jogos, livros ou algum artista que me inspire. Tudo isso reflete-se no trabalho pessoal.” >> nationpoo.blogspot.com
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PORTFOLIO
os gêmeos Dois irmãos, idênticos na aparência e no amor pelo graffiti. Gustavo e Otávio já coloriram muros de diversos países com seus incríveis personagens e têm obras espalhadas por galerias dos cinco continentes. Mas o brilhantismo destes artistas brasileiros só pode ser verdadeiramente reconhecido por aqueles que têm a oportunidade de entrar em contato pessoal com eles. Foram cerca de três horas de bate-papo e incontáveis folhas de papel decoradas pelos dois. Nem mesmo a mesa de madeira, ao redor da qual estávamos sentados, escapou à sede de criar dos Gêmeos. Enquanto contavam histórias e davam opiniões sobre temas variados, de cultura à política, as quatro mãos não pararam por um segundo de produzir letras, novos personagens e como não poderia deixar de acontecer, desenhos para ilustrar suas narrativas. A pausa nessa incrível e frenética geração de arte só se deu no momento em que surgiu uma caixa de sapatos repleta de álbuns com fotos de seus trabalhos espalhados pelo mundo. O olhar paternal intenso sobre as imagens clicadas na África, Holanda, Inglaterra, Canadá, Estados Unidos, Brasil... Na seqüência foi a vez das fotos digitais, milhares delas, todas devidamente separadas e identificadas em pastas específicas no computador. Nada porém que se compare à experiência de ter acesso ao catálogo da memória dos Gêmeos, através do qual é possível conhecer pelo menos parte destes 31 anos de vida, 20 deles dedicados ao graffiti e que, de certa forma, temos o privilégio de partilhar através desta entrevista. >
> lea este texto en español en la página 94
Texto: Paula Cohn
> read this article in English at page 95
Obras: Os Gêmeos
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Raízes O primeiro contato que tivemos com arte foi através da nossa família. Já vivíamos numa atmosfera ligada a essa coisa de arte. Nosso irmão, que é mais velho, pintava e nós sempre o víamos desenhar, desde pequenininhos. Nosso pai também ficava desenhando conosco um caminhão de bombeiro, porque nessa época gostávamos de ir ver os bombeiros da vida... Pegávamos papel, desenhávamos, fazíamos desenho em quadrinhos. Estávamos sempre pintando. Lembro que nosso pai sempre nos levava ao bairro da Liberdade para comprar aqueles Mangás, sabe? Pegávamos os Mangás e ficávamos copiando para aprender. Sempre fomos ligados a desenho. Nossos pais sempre nos incentivavam.
A primeira vez Tudo começou no bairro do Cambuci, onde nascemos. No começo dos anos 80 era bem forte essa coisa da cultura hip-hop e tinha um pessoal em frente de casa que ficava até bem tarde da noite dançando, ouvindo um som e desenhando. E nós ficávamos brincando na rua, todos os dias, com os caras. Brincando de carrinho, pondo fogo no lixo das vizinhas e os caras dançando. Assim conhecemos também o hip-hop. Lembro que a primeira vez que vimos os caras grafitando na rua estávamos com nossos pais. Quando saímos à noite, eles estavam pintando em frente à nossa casa. Então falamos para nossa mãe: “Queremos fazer isso aí, compre um spray”. Ela comprou e com ele fomos descobrindo, inventando para ver como é que era e deu nisso! >
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Detalhes que ficam É legal que, antes do graffiti em si, o jeito de brincarmos na rua já tinha a ver com o nosso trabalho de arte de hoje. Tínhamos os brinquedos Play Mobil e construíamos uns prédios. Ficávamos um mês inteiro trabalhando em cima para montar um prédio e usar todas as pecinhas... Depois púnhamos fogo! Fazíamos a coisa real! Isso tem a ver com nosso trabalho de hoje. Usávamos muitos detalhes nos brinquedos. >
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Vida internacional Começamos a ser reconhecidos em 1993, quando o Barry McGee (renomado artista californiano) veio para São Paulo e viu nosso trabalho. Ele gostou e passou a divulgar-nos lá fora, tornou-se nosso amigo mesmo. Agora, os convites para exposições só começaram a aparecer em 1999. Um artista alemão viu nosso trabalho e chamou-nos para participar de uma mostra lá... Desde então viajamos bastante, ficamos um tempão fora, fazendo exposições. O mais legal é que hoje em dia tem, se é que já não apagaram, muitas paredes com desenhos nossos em países como: Alemanha, França, Espanha, Portugal, Estados Unidos, África do Sul, Cuba, Austrália, Grécia, Chile Argentina... O legal mesmo é fazer arte para o povo ver. Culturas diferentes Em cada lugar que passamos aprendemos uma coisa diferente. É muito bom poder levar um pouco da nossa história e fazer essa troca de experiências com outros artistas de outros países. Sempre temos muito a aprender... Inspiração Tudo serve de inspiração, depende muito do dia, do humor, do que está acontecendo ao nosso redor. A vida é uma inspiração, o que é ao mesmo tempo bom e ruim. Não tem explicação, é algo que acontece na hora, dá vontade de pintar e pintamos. Temas e Estilo Não temos nenhum tema específico no qual trabalhamos sempre. Os temas são baseados na nossa vivência, em tudo que interfere na nossa vida, no dia-a-dia. Temos nosso mundo paralelo. Gostamos muito de cultura regional, de festa junina, carnaval e de misturar coisas brasileiras por isso procuramos por um pouco disso em nosso trabalho. Depende muito do momento. A linguagem é a mesma em todos os trabalhos. O que muda é que a rua está aberta a tudo. Encaramos a cidade inteira como uma tela. A cidade nos usa, então temos que usar a cidade! Não podemos ver uma parede que já queremos parar para desenhar. E assim nascem os nossos personagens. Não estudamos arte, mas sempre tem alguém que diz que um ou outro trabalho nosso lembra um artista famoso. Inventamos na hora mesmo, não ficamos pensando em algo ou alguém.
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ARTISTA CONVIDADO
lulu*plasticpirate Ilustrações com estética retrô, feitas pelo casamento da aquarela com o mouse: o resultado elegante recebe o nome de arte fashion. A ilustradora alemã Lulu Plasticpirate abusa deste recurso há alguns anos, criando traços simples, tão e somente. De tão simples, estes traços foram responsáveis pelo título conferido à Lulu de um dos 100 maiores talentos da Alemanha, no ano de 2006 e também por captar a atenção da Zupi! Desenhar bem está na última Moda. [Zupi] Conte-nos um pouco sobre sua vida profissional desde que você era estudante. Comecei fazendo ilustrações enquanto estudava design. Depois de fazer minha tese final, comecei a trabalhar 24 horas como profissional. Apesar do trabalho, ainda estudei ilustração na University of Fine Arts (Universidade de Belas Artes) em Berlim. Desde então, os dias são completos de ótimos trabalhos e sempre tento encontrar tempo para trabalhar com novos estilos e diretrizes.
ilustrações: Lulu*PlasticPirate > www.plasticpirate.com
[Zupi] Como você se lançou como artista e designer? Estudei design, como já mencionei e era muito focada em conceitos de design gráfico. Mas ainda não tenho certeza da diferença entre trabalhar como designer e como artista. Trabalhando como artista, você nunca tem uma descrição detalhada do que a outra pessoa quer. O cliente normalmente tem algo em mente e quer que a idéia se torne trabalho artístico. Isso é mais um trabalho de design do que de arte. [Zupi] Por quê você decidiu abrir seu próprio estúdio de design? Como consegue seus clientes? Comecei a trabalhar em meu próprio estúdio há 3 anos. Trabalhos eram raros no começo, então passei a enviar minhas obras para revistas. Desenvolvi um estilo durante os trabalhos que fazia para clientes que ia conseguindo. >
> lea este texto en español en la página 96 > read this article in English at page 97
representado por CWC-I > www.cwc-i.com
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[Zupi] Existe uma equipe que trabalha com você? Eu chamaria meus agentes de minha equipe. Perto de mim tenho um assistente que me ajuda, durante algumas horas da semana, a cuidar dos impressos e responder a muitos e-mails. Posso me imaginar trabalhando com uma equipe no futuro, mas baseada mais em direção de arte. [Zupi] Qual a maior atração no seu trabalho? Não posso dizer – isso é algo que sempre esteve ali. Preciso colocar minha idéias dentro de imagens e cores. >
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[Zupi] Conte-nos sobre seu estilo, se houver um específico. No início fazia vetores gráficos, mais do que desenhar com as mãos. Estava apenas acostumada a praticar este estilo, embora fizesse colagem e outros trabalhos de arte. Após algum tempo, passei a combinar os estilos e criar algo novo. Agora estou treinando todos os estilos, algo de que realmente gosto pois não sou como um computador que está programado para apenas uma coisa, sempre.
Schiele. Como ilustradores, adoro Antonio Lopez que foi o mais importante ilustrador fashion dos anos 70. Rene Gruau que fez o trabalho de arte da Dior nos anos 50. E agora, adoro as obras da Stina Persson, ela é realmente demais! [Zupi] Conte-nos sobre as tendências visuais. Onde você encontra suas referências? Livrarias são o melhor lugar para se encontrar inspiração. Tenho uma coleção imensa de livros. Os anos 70 influenciaram e inspiraram muitas coisas.
[Zupi] O que a inspira? Uau, muitas coisas! Brechós, livros antigos, revistas e bagagem dos anos 50. Viajar é minha coisa favorita, mas nunca estive no Brasil. Adoraria ir a um país tão bonito e maravilhoso.
[Zupi] Você possui algum novo projeto que possa nos contar? Estou trabalhando em um personagem que lançarei em breve! Adoraria lecionar e trabalhar com estudantes.
[Zupi] Quem são os artistas ou outros profissionais que inspiram seu trabalho? Acho que idéias podem ser tiradas de todo bom trabalho. É inspirador para mim ver o trabalho de Andy Warhol ou Egon
[Zupi] Você acha que o design do seu país possui um estilo único? Não, não mais. Talvez o design gráfico dos anos 50 fosse único mas nos dias de hoje todo mundo é influenciado por muitas
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culturas! As pessoas viajam e estudam em países diferentes por todo o mundo. Depois, voltam com estilos novos. [Zupi] Você tem uma maneira característica de desenhar coisas com um toque feminino. É difícil ser uma garota nesta área específica? Não. Para cada categoria de ilustração sempre há garotos e garotas trabalhando. Existem mais garotos fazendo ilustração fashion e fico feliz com o fato de que agora, mais do que nunca, mulheres trabalham neste campo e exploram outros temas de ilustração, como o modo técnico-arquitetural. [Zupi] Você considera necessário estudar para se tornar um bom designer? A maioria dos bons designers estudaram, mas sempre há gente realmente talentosa que consegue prosperar. Sempre gostei de aprender com meus professores e pessoas com quem trabalhei.
[Zupi] É difícil encontrar um agente que busque novos clientes para você? O quê você recomenda a qualquer artista para que possa encontrar um agente? Nos primeiros dois anos eu não tinha um agente, mas depois de alguns projetos encontrei alguém em Nova Iorque. Com a concorrência, consegui um contrato com meus agentes japoneses que agora cuidam de tudo para mim, em termos globais. Isso tem muito a ver com ser dependente e fazer trabalho de qualidade. Nunca desista de divulgar seus trabalhos, este é meu conselho. [Zupi] Você fez muitas ilustrações para revistas de todo o mundo. Como explica seu sucesso? Trabalho pesado e muita diversão ao trabalhar durante a noite. [Zupi] Algum comentário para seus fãs brasileiros? UAU FÃS! EU TENHO FÃS…?
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Loja fotos: Felipe Gaspar
Publicidade, Propaganda e Criação: um trabalho que envolve o universo criativo com o foco em vendas. Como vender seu peixe de forma criativa, a começar pela sua própria agência? O publicitário brasileiro Marcelo Giannini encontrou a solução para este briefing. Após anos à frente da criação de grandes agências de publicidade do eixo Rio-São Paulo, Giannini resolveu reunir todo o conhecimento acumulado ao longo da sua bem sucedida carreira e partir para um novo desafio. Quem passar pelo bairro de Laranjeiras no Rio de Janeiro e deparar-se com a fachada da Loja Comunicação, questionará se está diante de uma loja de móveis ou feira de antiguidades de estética marroquina. No entanto, Giannini possui slogan mais estratégico: a Loja é a primeira Hot Shop (Boutique Criativa) carioca. Procurando desvincular-se dos conceitos batidos relacionados ao modelo de “agência”, a Loja Comunicação visa estabelecer-se como empresa de comunicação para geração de idéias mercadológicas que tenham como substância a convergência, interatividade, emoção, experiência, vivência e valor de marca. Curiosos? As portas da Loja estão abertas para vocês! >> www.lojacomunicacao.com > lea este texto en español en la página 97 > read this article in English at page 97
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Adams & Knight fotos: Woodruff / Brown
Localizada na cidade de Avon, no estado norte-americano de Connecticut, a agência de comunicação de marketing integrado Adams & Knight atua nas áreas de publicidade, marketing digital e relações públicas. Com 47 funcionários, a agência criou um espaço cercado por uma grande área verde. São 50 jardins, ótimos para uma caminhada após uma refeição ou até um passeio de bicicleta. A idéia foi proporcionar um lugar onde um bom trabalho possa ser produzido e no qual clientes tenham interesse em visitar. E se o exterior da empresa é um dos destaques da Adams & Knight, o design de interiores do prédio ganha em sofisticação. Utilizando elementos em estilo vintage, o ambiente é uma verdadeira fonte de inspiração para os profissionais criativos. Cartazes de cinema e publicidade, mascotes e logos famosos do final da década de 50 dão o aspecto retrô e inusitado do ambiente de trabalho da agência. Até bombas de gasolina da época são utilizadas como adornos pelos corredores. Mas o grande atrativo do local é o refeitório situado no centro do prédio. Uma releitura das clássicas lanchonetes norte-americanas do período pósSegunda Guerra, feita em aço inoxidável. Até uma máquina vintage da Coca-Cola e um Jukebox marcam presença no espaço. >> www.adamsknight.com ZUPI
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Uxus fotos: Mathijs Wessing
Era uma vez a Uxus. Uma agência criativa multidisciplinar holandesa com uma área ampla de atuação (arquitetura, branding, embalagens, entre outras). Um belo dia, os habitantes desse escritório decidiram dobrar o tamanho do local (atualmente com 135 x 275m) e, junto com a ampliação, todo o design do ambiente também passou por uma interessante renovação. Inspirado no mundo das fábulas, o interior da agência cria uma atmosfera misteriosa e poética. Histórias como “O gato de botas” e “Chapeuzinho Vermelho” são exemplos de contos que estimulam a imaginação de qualquer um. Sendo uma agência criativa, a Uxus propõe um ambiente de trabalho que agregue essa função no dia-a-dia dos profissionais que por lá passam. O ambiente explora os espaços vazios e fortalece a unidade visual do local através de móveis e luminárias de aspecto contemporâneo. A forma desses elementos e de outros com caráter mais decorativo foi trabalhada para fortalecer a alusão ao universo rico e imaginativo de uma boa fábula. E eles viveram felizes para sempre! >> www.uxusdesign.com
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GALERIA >> Daniel Hogrefe . www.flickr.com/danielhogrefe . Brasil
galeria : gallery envie seus trabalhos (português)
A Galeria é mais um local disponibilizado pela Zupi para exibir trabalhos artísticos de qualidade. Aceitamos trabalhos de ilustração, fotografia, artes gráficas, design, 3D, animação, motion, tipografia, pintura, graffiti, moda, entre outros. Confira os temas para as próximas edições: . ed #11 - Novembro/08 > tema livre . ed #12 - Fevereiro/09 > tema livre . ed especial #02 - Abril/09 > tema Erotika Envie imagens em baixa resolução (72dpi) para: submit@zupi.org Se você for selecionado entraremos em contato, pedindo seus dados e a arte em 300 dpi.
submit your artworks (english)
The Gallery inside Zupi Mag is another place where quality artworks are exposed. We accept works such as illustration, photography, graphic arts, design, 3D, animation, motion, typography, painting, graffiti, fashion, among others. Check out the subjects for the future editions: . issue #11 - November/08 > free subject . issue #12 - February/09 > free subject . special issue #02 - April/09 > Erotika subject Send us the image in low resolution (72dpi) to: submit@zupi.org If you are selected, we will contact you and ask for your data and the file in 300dpi.
envíe suyos trabajos (español)
La Galería de la Revista Zupi es otro local en que trabajos artísticos de calidad son expuestos. Aceptamos trabajos de: ilustración, fotografía, artes gráficas, diseño, 3D, animación, motion, tipografía, pintura, graffiti, moda, entre otros. Confiera los temas de las próximas ediciones: . ed #11 - Noviembre/08 > tema libre . ed #12 - Febrero/08 > tema libre . edición especial #02 - Abril/08 > tema Erotika Envíe imágenes en baja resolución (72dpi) para: submit@zupi.org Caso sea seleccionado, entraremos en contacto pidiendo sus datos y el arte en 300dpi.
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GALERIA >> Danilo Rodrigues Silva . danmp4@hotmail.com . Brasil
GALERIA >> Jorge Aragon a.k.a Jork . www.mediawork.ws . Argentina
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GALERIA >> Eduardo Burger . www.eduardoburger.com . Brasil
GALERIA >> Fernando Freitas . fernandofreitas.carbonmade.com . Brasil
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GALERIA >> Gabriel silva a.k.a artebiel . www.behance.net/artebiel . Brasil/Spain
GALERIA >> greg tocchini . www.gregtocchini.blogspot.com . Brasil
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GALERIA >> Renato Zaca . renatojuvenal@oi.com.br . Brasil
GALERIA >> Henrique Bittencort a.k.a Tempo . www.henriquebittencort.blogspot.com . Brasil
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GALERIA >> Leandro Demetrius . www.flickr.com/leandro_demetrius . Brasil
GALERIA >> Luciano Scherer . www.flickr.com/incrivel . Brasil
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GALERIA >> Jo達o Filho . www.flickr.com/joao-filho . Brasil
GALERIA >> Mathias CrĂŠmadez . mathcz@gmail.com . France
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GALERIA >> Nicolas Sagredo Duarte . www.flickr.com/desligamiento . Chile
GALERIA >> Paula Padilha da Costa . www.estudioparalelo.com.br . Brasil
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GALERIA >> Raul Teodoro . mustaxd@gmail.com . Brasil
GALERIA >> Reberson Alexandre . reberson_@hotmail.com . Brasil
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GALERIA >> Ricardo akn . www.fotolog.com/agouro . Brasil
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GALERIA >> Tiago Americo . www.sputnikstudio.com.br . Brasil
GALERIA >> Sylvia Yasmine Miguel . sylviayasmine.carbonmade.com . Brasil
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GALERIA >> Ver贸nica Mej铆a Acevedo . veronicamejia.blogspot.com . Colombia
GALERIA >> Carlos Asencio Fiol a.k.a chensio . www.chensio.es . Spain
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GALERIA >> Miguel Bandeira . miguelbandeira_rj@yahoo.com.br . Brasil
GALERIA >> Murilo Silva . www.flickr.com/cena8 . Brasil
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GALERIA >> Melissa Oliveira Costa da Silva . www.saltria.deviantart.com . Brasil
GALERIA >> UIU . www.uiu-uiu.com . Portugal
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GALERIA >> Mauro Pucci . www.flickr.com/dabliuponto . Brasil
GALERIA >> RAFAEL OLIVEIRA LUCCHESI CUNHA . rafaellucchesi.carbonmade.com . Brasil
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PRODUTO
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mobiliário: Campanas > www.campanas.com.br
irmãos
campana Humberto e Fernando Campana, nascidos em uma fazenda no interior de São Paulo, costumavam fazer brinquedos de madeira e assistir a filmes italianos. Hoje, vendem móveis para bancos e museus europeus, criam móveis para a principal marca italiana de design mobiliário, a EDRA, e possuem um escritório no coração de São Paulo – cidade pela qual são apaixonados. Essa mudança radical de vida não mudou a forma de verem o mundo, um pouco fantástico, como mostraram em uma tarde agradável em seu ateliê. Acredita-se que os irmãos Campana ainda possuam um princípio completamente original dentro de um universo criativo rápido demais. Analisados e adorados por grandes entendedores de cultura, a dupla se revela como produto genuinamente brasileiro, a despeito dos rótulos tupi-guarani. Conectados às formas urbanas de nossas metrópoles e materiais de uso cotidiano, esbanjam um carisma invejável, mostrando a alma de uma simples cadeira e os segredos de duas personalidades únicas... >
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A CADEIRA VERMELHA Estamos procurando criar novos estofamentos, para revestir o que já é um ícone: a cadeira. É claro que, por trás disso, existe uma construção, uma engenharia que às vezes parece ser muito casual, mas não é. A cadeira de cordas vermelhas foi a primeira peça nossa produzida na Itália e que nos projetou. Sempre fazemos pesquisa de materiais. Um dia compramos um rolo de cordas e trouxemos para o escritório. Ao jogá-lo sobre a mesa, ele se desfez. Nós nos olhamos e dissemos: “É a cadeira que a gente queria fazer!”. Sempre quisemos trabalhar com desconstrução e o Brasil é um país assim: toda essa fusão de raças, não possui uma ordem. Quisemos fazer uma coisa que refletisse essa essência. >
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OPINIÃO Nosso trabalho é minucioso mas é muito imperfeito também. Trabalhamos com a imprecisão, sem muitas regras, procurando sempre contaminar os outros com o novo. A regra é dar liberdade para quem quiser fazer, rever a produção industrial, humanizar o design, não sendo mais aquela coisa de plástico que parece sempre feita pelo mesmo autor. A cadeira já foi inventada, seria pretensioso inventá-la de novo, por isso a peça tem que emocionar. Você corre o risco de seu móvel ser taxado de não muito confortável e muitas vezes não é mesmo, mas deve ousar. Não basta apenas ser bonito, elegante, se não acrescenta nada. A gente está no ano 2006 e nota-se muita coisa italiana made in Brazil, mas o que há de novo em pesquisa ou investigação nas raízes do país, nas culturas?
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INFÂNCIA Dá para identificar em nossos trabalhos, os objetivos que tínhamos na infância. Aprendemos criando nossos próprios brinquedos com bambu, barro - na época usávamos lata, sequer alumínio. Somos do interior e era engraçado porque nosso pai nos trazia para o Mappin todo Natal. Eram os anos 60 e a loja tinha um monte de brinquedos importados. Mas aqueles carrinhos de controle remoto não tinham graça, depois de meia hora já não importava. Pois o mundo de lá era diferente, tinha cavalos, riozinhos, fazíamos casas nas árvores, pontes de bambu, uma casa ligada à outra... e havia o cinema também, que era a janela para o mundo: passava Polanski, Felini, Kubrik, “A Laranja Mecânica”. Você precisava ver o bom gosto que havia naquela época! Isso deu-nos uma base muito boa: ligar a raiz brasileira da fazenda com a sofisticação italiana, de espaços, do móvel mesmo.
TRABALHO O Fernando é designer industrial e já é muito mais prático do que eu. Sou mais onírico. Deixei o curso de Direito quando vi que não tinha nada a ver comigo, que estava perdendo meu tempo e que só fazia aquilo por estar acomodado, por querer agradar minha família. Queria mesmo era ser artista plástico, escultor. Sempre trabalhei com as mãos. Resolvemos fazer as coisas juntos há 22 anos atrás. Eu tinha o ateliê aqui em São Paulo, quando o Fernando veio fazer uma entrega de Natal e viu um potencial de trabalho ali. Começamos a fazer objetos em mármore, pesquisar granilitos e agora temos uma equipe que produz algumas coisas ainda que em pequena quantidade, pois queremos manter a qualidade e a essência do trabalho aqui no estúdio. O legal é conviver com isso de mostrar e ser honesto, sabe? Por exemplo, não queria ver nosso espaço branquinho, bonitinho com móveis de outros designers. Acho que essa é a nossa história, nosso laboratório de provas.
INSPIRAÇÃO São Paulo, o jeito que vivemos, as mudanças radicais que toda hora temos que enfrentar são o que nos inspira. Essa fragilidade que é o Brasil, não se pode ter segurança em nada, desde sair na rua até os políticos, a democracia frágil. O medo do que pode acontecer até uma próxima eleição do Lula... São os elementos que incentivam nossa criação.
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ilustrações: Tavis Coburn > www.taviscoburn.com
tavis coburn Tavis Coburn é norte-americano, ilustrador e viciado em livros antigos. Está constantemente atarefado diante dos computadores, onde faz trabalhos digitais usando softwares como 3D, Cinema 4D, Maya, Z-Brush e Photoshop. Nas horas vagas, flerta com atividades de DJ, pratica hockey e skateboard. Quando pequeno, migrou muitas vezes pelos Estados Unidos e Canadá, trazendo o karma do “garoto novo” de toda vizinhança que viria a freqüentar. Inevitável não associar a arte de Tavis ao estilo retrô, muito em voga nos dias de hoje na música, vestimentas e arte. Suas ilustrações são um brechó cultural de idéias e estética prestando uma homenagem ao universo do passado, à poesia e ao desgaste visual. Por essas e outras, o “garoto novo” foi longe. De tão longe, tornou-se “garoto velho”. Ops, velho não. Retrô. >
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[Zupi] Como foi a infância no Canadá? Nasci em London, Ontario (CA), em 1975. Meu pai era banqueiro e minha mãe dona de casa. Enquanto meu pai subia nos ranquings com sua empresa, mudamo-nos pelo Canadá algumas vezes. Eu era, constantemente, o “garoto novo” da escola. Considero Toronto minha cidade natal pois foi a últitma parada de todas as mudanças. Tive uma infância típica no Canadá, joguei hockey a nível competitivo até os 17 anos de idade. Também reunia-me muitas tardes após a escola para jogar o outro esporte preferido do Canadá: road hockey - similar ao hockey mas sem o gelo e substituindo o disco por uma bola de tênis. Ironicamente, meu verdadeiro amor nos esportes foi o skateboard, que praticava quase todos os dias e até construí uma rampa em minha garagem. Após graduar-me no colégio, matriculei-me no Ontario College of Art e detestei. Não era o que estava procurando. Por capricho fiz um requerimento ao Art Center College of Design, em Los Angeles (EUA). Era a escola dos sonhos, para mim, grandes ilustradores que admirava graduaramse lá e eu sentia que poderia fazer arte/design/ilustração (como queira chamar) uma carreira bem sucedida. Não tinha idéia se meu trabalho estava de acordo com seus padrões, de qualquer forma, eles viram algo em meu portifólio, pois meu pedido foi aceito e mudei-me para Los Angeles em 1994. [Zupi] Você se lembra do primeiro contato que teve com a arte? Hm, pergunta difícil. Não tenho certeza, mas lembro-me de apaixonar-me por ir à biblioteca quando era criança. A seção infantil não me interessava e eu partia para a seção de “livros grandes” e aprofundava-me em tudo: de ciência ao kung-fu e, meu favorito, maquinaria militar. Não era pelas palavras, mas pelas imagens e ilustrações. O segundo contato foi com meus brinquedos, pois cresci em uma era maravilhosa de brinquedos. Meu primeiro amor foram os carros, tanques e veículos militares Matchbox. Não apenas os veículos diecast mas também a arte das embalagens. Star Wars foi uma obsessão, logo após veio G.I. Joe e, por último, The Transformers. Com isso passei longas noites de inverno imerso em minha imaginação. Meus brinquedos tornaram-se meus amigos e adversários enquanto eu navegava por estes mundos estranhos que criava. Amava esta arte pois ela trazia objetos inanimados à vida. Permitia-me assumir o controle a partir do ponto que a arte deixava a caixa. Aqueles tornariam-se a faísca para que a história se desdobrasse. O argumento final e provavelmente mais importante foram os quadrinhos. Fui basicamente um “rato” dos quadrinhos quando novo. Comprava um monte de quadrinhos e começava desde a primeira página do topo da pilha, refazendo cada quadro, cada vilão e herói. Qualquer chance que tivesse de trabalhar em um livro de quadrinhos ou personagem, eu faria. >
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[Zupi] Podemos associar seu trabalho aos posters soviéticos e à estética publicitária nos anúncios do pós-guerra norte-americano? Sim, totalmente. Ambos alimentaram-me com aprendizagem em design, inspiração, processo e espanto. Os artistas e designers daquela época tinham ferramentas muito básicas comparadas ao que temos agora para criar e imprimir aqueles posters. Talvez usar menos ferramentas tornasse suas vidas mais fáceis e simples. Eles eram muito talentosos, não estou certo de que meu trabalho esteja à altura ainda. Por sinal, espero que leve minha vida toda para chegar a um lugar onde tudo o que se cria seja perfeito e poderoso - isso me dá razão para acordar todos os dias. Tentei, a todo o tempo, fazer coisas simples e limpas. Diretores de arte, especialmente os mais novos, sempre querem pôr mais coisas em uma obra. É como se pensassem que o público é burro e precisa ser condicionado a este conceito. Meu trabalho sempre se ferra por causa de caras como estes. Um dia, gostaria de fazer uma apresentação de todos os meus sketches rejeitados. De qualquer forma, é definitivamente um elogio ser comparado àqueles designers, portanto, obrigado. [Zupi] Esta arte retrô (ou vintage) está muito em voga nos dias de hoje. Você acha que isso pode depreciar seu estilo? Acho que não. Meu trabalho parece antigo por muitas razões. O processo é a primeira delas. O amor e admiração pelos artistas que citei na última questão são a segunda. E a terceira é a soma de aprendizado que tive, relacionado ao fazer artístico, dos anos que passei no Art Center. Tive grandes instrutores como Rob e Christian Clayton, Jason Holley, Jim Heimann e David Mocarski. Devo muito a estes caras. Aprendi igualmente estudando ilustradores e designers de 1900 a 1960, o que não precisei forçar. Quando pintava, tudo saía como uma ilustração dos anos 50 ou 60, e quando fazia design, parecia um poster de propaganda ou anúncio da revista Fortune (dos anos 40). As pessoas sempre perguntam por que meu trabalho é assim. Eu digo a elas que nasci no século errado. Na verdade, eu apenas não penso nisso. Começa com uma imagem em minha mente e as mãos fazem o possível para recriá-la. Por vezes, meu assistente me pergunta: “Por que você colocou aquela forma ali?”. Geralmente respondo: “Não sei. Parecia certo colocá-la ali”. Se alguém estiver tentando fazer sua arte parecer antiga - pois isso soa como uma tendência na arte comercial e propaganda, e fará sua arte mais comercializável é uma escolha pobre. As pessoas podem ver além disso. Isso deve vir da sua alma. >
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[Zupi] Seus trabalhos estão conectados à estética da publicidade antiga. Como associar publicidade e mercado a um estilo tão autoral? Bem, esta é uma questão que os artistas que estão fazendo a maioria de seus trabalhos para clientes, ao invés de si mesmos, devem estar se perguntando a todo tempo. É a parte mais difícil do meu trabalho. Não sou realmente um artista plástico. Artista sim, designer sim, ilustrador sim. Mas os tópicos de meu trabalho estão baseados em palavras de escritores ou na necessidade de uma peça de arte legal para vender algo. Respeito o graffiti e artistas de rua, pois eles têm de mostrar ao mundo sua arte sem que qualquer cliente ou diretor de arte contamineos com idéias. Eles criaram um corpo de trabalho com conceitos próprios e, quando as empresas ligam, permitem que eles tenham um pouco mais de reinado livre. As empresas sentem que podem nos intimidar um pouco mais. Talvez cobremos um pouco mais, por conhecermos o mercado, e eles sentem que devem fazer valer seu dinheiro. É legal que a arte urbana tenha tido esse ressurgimento na última década. E ela apenas vai crescer mais e mais, especialmente com todo o destino e obscuridão que parece estar no horizonte. >
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[Zupi] Isso significa que a sociedade esteja tão inserida na sociedade de consumo que o próprio consumo já seja uma forma de arte? Sim, é mais ou menos como eu ia dizendo anteriormente. A linha entre estes dois está evoluindo de forma constante. Os artistas que estão trabalhando com estas 500 empresas sortudas, estão se tornando parte de nossa cultura popular. De muitas formas, o produto e as empresas acabam ficando famosos: as pessoas identificam um e outro por meio de objetos materiais. Onde você vive, o que dirige, o que veste... nós estamos marcados com logos de empresas, com pacotes específicos. A maior parte desta imagem é gerada por artistas e designers dessas empresas: quem tira dinheiro de pessoas que querem ter um óculos da Channel. Caso você mostre a alguém na rua, em qualquer lugar do mundo, um tênis da Nike, 99% das pessoas dirão que é um Nike. Caso você pergunte às mesmas pessoas quem foi que o desenhou, quase ninguém saberá. Sim, é um dos logos mais reconhecidos do mundo. Nós (artistas e designers) que criamos arte para estas empresas precisamos sentar no banco de trás nesta máquina que dirige a necessidade da arte popular, e sentir orgulho do fato de meio milhão de pessoas terem visto algo que criamos. Pouquíssimas pessoas podem dizer isso. Em minha opinião, o mundo das artes plásticas é diferente. As pessoas sentem como se precisassem saber tudo sobre a pessoa que criou a arte, pois os ajuda a dissecar e entender o sentido da obra: entendendo o sentido, pode-se entender a arte. [Zupi] Por seu estilo, que ferramentas utiliza para desenhar? Meu estilo é um híbrido de alguns elementos. Obviamente a vanguarda russa, os posters americanos dos anos 40 e 50, ilustrações dos anos 30 até os anos 70. Pintores como Caravaggio, Sargent, Bacon, Warhol, Basquiat, Motherwell. Designers como Saul Bass, Paul Rand, Art Paul... e não me faça começar a listar os designers mobiliários pelos quais fui influenciado! A lista iria longe. Misture as coisas que amo visualmente e você terá meu estilo. Alguém já descreveu meu trabalho como modernista. Eu estava pintando, fazendo gravuras e desenhando de forma bem modernista quando cheguei aos processos que os ilustradores já usavam há anos. Escolhi um outro caminho para criar minha arte. Parecia bastante pomposo e eu não era o único cara tentando pegar este influxo de computadores e aplicar ao meu trabalho de modo a fazê-lo parecer real e não “gerado por computadores”. Meu trabalho é completamente digital, exceto por um passo. No começo, pintava todos os elementos à mão, com guache e levava-os ao scanner. Construía formas vetoriais no Illustrator e exportava todas as peças como filme. Após isso, revelava telas de silk screen a partir dos filmes e re-imprimia a ilustração em 4 cores (CMYK). Hoje meu processo leva menos tempo, mas ainda é bastante complicado. Todos os meus elementos são inicialmente criados em programas de 3D, Cinema 4D, Maya e Z-Brush. De pessoas à foguetes, todos são construídos em programas de CG. Os elementos orgânicos são todos feitos nestes programas, e depois usados como referência para pintar no Corel Painter.
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TOP SITES
J-exhibit
http://www.j-exhibit.com A home page traz os trabalhos do caricaturista venezuelano J. Leal. Não apenas uma simples apresentação do trabalho do artista, mas uma exposição interativa produzida em flash. Com um clique é possível acessar uma espécie de controle e escolher as ilustrações. Através de uma lupa é possível dar zoom sobre a figura e detalhar a técnica utilizada por J. Leal.
Angry-Gram
http://www.angry-gram.com Um belo cheeseburguer pode saciar a fome de muita gente, como também faz aparecer aqueles quilinhos a mais. Mas a rede de lanchonetes Burguer King resolveu usar seu tradicional sanduíche Whooper para outro fim. Com uma animação bem-humorada, o lanche será encarregado de mandar mensagens para qualquer pessoa, de uma forma um tanto quanto descontrolada.
Axe Saone
http://www.axesaone.fr O site da agência francesa de arquitetos paisagistas Axe Saone é uma aula de como comprimir muitas informações com uma solução gráfica simples e dinâmica. A interatividade da navegação permite um acesso rápido e fácil e se desenrola por um ambiente bem clean, criado através de grafismos que expressam o foco ambiental dos projetos da agência.
Burst Labs
http://www.burstlabs.com A produtora de áudio Burst Labs desenvolve trilhas sonoras para o mercado publicitário, cinema, videogames, entre outros. Na web page desse estúdio é possível acessar um acervo de músicas separadas de acordo com os mais variados critérios. A seleção é feita através de pequenos discos que trazem os nomes das trilhas e podem ser ramificados da maneira que o interessado deseja.
The Secret Location
http://www.thesecretlocation.com Secret Location é o nome de uma agência integrada de mídia. O site da empresa apresenta logo de início um filme onde o usuário poderá explorar o conceito e conhecer melhor o trabalho da agência. A interatividade é conquistada a partir das decisões que o internauta fizer durante a história que se desenrola.
Yolk
http://www.yolk.com.sg A home page da agência interativa cingapuriana Yolk é a pura tradução do que seus membros desejam passar aos usuários de Internet. Com um aspecto bem simples e fora dos padrões convencionais, a navegação pode ser feita tanto pelo arrastar do mouse como pelas setas do teclado. O resultado é uma página dinâmica, atraente e bem objetiva.
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LIVROS > by Allan Szacher
ONESTO Editado pela Zupi Design e Editora Ltda. ISBN 13: 978-85-61464-00-4 144 pgs Uma crew de 72 personagens para dar voz a um artista. Onesto foi a escolha, o mais antigo. Há 15 anos, corpos e rostos arredondados, braços e pernas finas chamam os olhares para muros, paredes e becos das cidades. Mostram o estado de espírito de Alex Hornest. O livro intitulado ONESTO é o primeiro livro de arte da Editora Zupi. A obra inaugural apresenta o trabalho do artista urbano Alex Hornest sob o primeiro pseudônimo que usou para pintar nas ruas.
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Hornest é pintor, escultor e artista multimídia. Desde 1992 expõe obras no mundo todo e continua a pintar nas ruas. O livro contém 144 páginas, traz uma compilação de seus melhores trabalhos e narra sua trajetória até os dias de hoje, em que trabalha sobre suportes inusitados, sempre procurando captar a essência humana e o cotidiano caótico das grandes cidades. Inspirado por tudo o que lhe cerca, foca sua arte na produção de instalações que possam ter interação com o público. A obra ONESTO aborda as temáticas mais apontadas no trabalho do artista: urbanas, lúdicas e introspectivas. É a primeira publicação da série de livros de arte da Zupi que visa estimular estudantes e profissionais, contribuindo para o fomento da arte e o registro histórico deste tipo de expressão global.
cidade tiradentes . sp . 2007
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vila madalena . sp . 2005
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Son criaturas subterráneas, héroes antropomórficos y villanos, enigmáticos y bien humorados al mismo tiempo. Cambie los adjetivos usados para definir a esos seres y una nueva combinación dará vida a más personajes y a la fantástica imaginación del ilustrador paulistano Fellipe Martins, de 25 años de edad.
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Trabajando actualmente en el área de historietas (color y tapas), Fellipe comenzó a dibujar aún niño, como todo buen artista o designer. “Ningún niño nunca dibujó, pero pocos siguen haciéndolo. Yo seguí.” El gusto por las historietas y juegos de video lo llevó a, desde siempre, inventar personajes e historias aparatosas. El artista garantiza que en nada se alteraron la temática ni la inspiración después de ese largo período, tan sólo la manera de expresarse. Formado en Artes Plásticas, Fellipe entró al mercado de trabajo en el último año del curso, por medio de un antiguo amigo conocido en un foro de Internet, Ken Wong. Director de arte en un estudio de games en Shangai, Wong contó que estaban precisando artistas de diferentes partes del mundo para la creación de la identidad visual de un nuevo juego. Durante seis meses, Fellipe y otros concept designers de Australia, Corea y México dibujaron diversos personajes y ambientes como base para los futuros artistas del proyecto. El tema era “Cuentos de hadas de los hermanos Grimm”, pero con una visión más sombría. “Fue un excelente comienzo. Tuve que dibujar y pintar muchas cosas, en un tiempo muy corto”, recuerda el ilustrador. Aunque esté formado en un curso superior, el artista atribuye su conocimiento mucho más a lo que aprendió por cuenta propia y con los amigos que conoció durante esa trayectoria. “En determinado momento del aprendizaje académico todos los lenguajes se cruzan. Sin embargo nunca logré justificar mi trabajo en cuanto arte. Era ilustración y listo!”, explica Fellipe. Aun con plazos tan cortos, el artista todavía encuentra momentos para producir sus propias ilustraciones, según él, uno o dos dibujos por semana. Son trabajos ligados a la cultura pop, debido a su conexión con la industria del entretenimiento. “Salgo para ver una película, vuelvo y dibujo un personaje. Lo mismo vale para juegos, libros o algún artista que me inspire. Todo eso se refleja en el trabajo personal.”
010 | 023 the project. The theme was “Grimm Aborther’s Fairy Tales”, but seen from an obscure point of view. “It was a great beginning. I had to draw and paint a lot of stuff, in very little time.” Recalls the illustrator. Even though he is an university graduate, the artist links his knowledge much more to what he learnt on his own and through friends he encountered during his journey. “At some determined point in academic learning all language forms cross. However, I could never justify my work as art. It was illustration, period!”, explains Fellipe. Despite the very short deadlines, the artist still finds moments to produce his own illustrations, according to him, one or two drawings a week. The works are linked to the pop culture, due to his bond with the entertainment industry. “I go out to see a movie, come back and draw a character. The same goes for games, books or an artist that inspires me. All this reflects on personal work.” >> nationpoo.blogspot.com
(español)
Dos hermanos, idénticos en su apariencia y su amor por el graffiti. Gustavo y Otávio ya colorearon muros de diversos países con sus increíbles personajes y tienen obras distribuidas por galerías de los cinco continentes. Pero la brillantez de estos artistas brasileños solo puede ser verdaderamente reconocida por aquéllos que tienen la oportunidad de entrar en contacto personal con ellos. Fueron cerca de tres horas de charla e incontables hojas de papel decoradas por los dos. Ni siquiera la mesa de madera, alrededor de la cual estábamos sentados, escapó a la sed de crear de los mellizos. Mientras contaban historias y daban opiniones sobre temas variados, desde cultura hasta política, las cuatro manos no pararon por un segundo de producir letras, nuevos personajes y como no podría dejar de ocurrir, dibujos para ilustrar sus narraciones. La pausa en esa increíble y frenética generación de arte sólo se dio en el momento en que surgió una caja de zapatos repleta de álbumes con fotos de sus trabajos distribuidos por el mundo. La mirada paternal intensa sobre las imágenes sacadas en África, Holanda, Inglaterra, Canadá, Estados Unidos, Brasil...Enseguida fue el turno de las fotos digitales, miles de ellas, todas debidamente separadas e identificadas en carpetas específicas en la computadora. Sin embargo, nada que se pueda comparar a la experiencia de tener acceso al catálogo de la memoria de los Mellizos, a través del cual es posible conocer por lo menos parte de estos 31 años de vida, 20 de ellos dedicados al grafiti y que, de cierta forma, tenemos el privilegio de compartir gracias a esta entrevista. Raíces El primer contacto que tuvimos con arte fue gracias a nuestra familia. Ya vivíamos en una atmósfera ligada a esa cosa del arte. Nuestro hermano, que es mayor, pintaba y nosotros siempre lo veíamos dibujar, desde pequeñitos. Nuestro padre también se quedaba dibujando con nosotros un camión de bomberos, porque en esa época nos gustaba ir a ver a los bomberos del barrio. Tomábamos papel, dibujábamos, hacíamos dibujos en historietas. Estábamos siempre pintando. Recuerdo que nuestro padre siempre nos llevaba al barrio de Liberdade para comprar esos Mangás, ¿vio? Tomábamos los Mangás y nos quedábamos copiando para aprender. Siempre estuvimos ligados al dibujo. Nuestros padres siempre nos incentivaban.
>> nationpoo.blogspot.com
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They are underground creatures, anthropomorphic heroes and villains at the same time enigmatic and good-humored. Switch the adjectives used to define these beings and a new combination will give life to more characters and the fantastic imagination of the Brazilian illustrator from São Paulo - Fellipe Matins, 25. Currently working in the comic book market (color and covers), Fellipe started to draw when he was still a child, like any good artist or designer. “There is not a single kid that never drew, but very few continue doing it. I continued.” The taste for comics and videogames made him, since forever, invent amazing character and stories. The artist guarantees that themes and inspiration have not been altered at all after such a long period, only the form of expression. A fine arts graduate, Fellipe entered the work field on his senior year, through an old friend he met in an Internet forum, Ken Wong. Art director of a game studio in Shangai, Wong told him they needed artists from different parts of the world to create the visual identity of a new game. During six months, Fellipe and other concept designers from Australia, Korea and Mexico drew a number of diverse characters and sceneries as a base for the future artists of
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La primera vez Todo comenzó en el barrio de Cambuci donde nacimos. A principios de los años 80 era muy fuerte esa cosa de la cultura hip-hop y había una gente enfrente de casa que se quedaba hasta muy tarde por la noche bailando, oyendo música y dibujando. Y nosotros nos quedábamos jugando en la calle, todos los días, con los tipos. Jugando con autitos, metiéndole fuego a la basura de las vecinas y los tipos bailando. Así conocimos también el hip-hop. Recuerdo que la primera vez que vimos a los tipos haciendo grafitis en la calle estábamos con nuestros padres. Cuando salimos a la noche, ellos estaban pintando enfrente de nuestra casa. Entonces le dijimos a nuestra madre: “Queremos hacer eso; compra un aerosol”. ¡Ella lo compró y con él fuimos descubriendo, inventando para ver como era y salió esto! Detalles que permanecen Es bárbaro que, antes del graffiti en si, la manera en que jugáramos en la calle ya tenía que ver con nuestro trabajo de arte de hoy. Teníamos los Play Mobils y construíamos unos edificios. Nos quedábamos un mes entero trabajando sobre eso para montar un edificio y usar todas las piecitas. ¡Después le prendíamos fuego! ¡Hacíamos la cosa real! Eso tiene que ver con nuestro trabajo de hoy. Usábamos muchos detalles en los juguetes.
os gêmeos 010 | 023 Vida internacional Comenzamos a ser reconocidos en 1993, cuando Barry McGee (renombrado artista californiano) vino a São Paulo y vio nuestro trabajo. A él le gustó y empezó a divulgarnos afuera, se tornó nuestro amigo de verdad. Ahora, las invitaciones para exposiciones sólo comenzaron a aparecer en 1999. Un artista alemán vio nuestro trabajo y nos llamó para participar en una muestra allá. Desde entonces viajamos bastante; nos quedamos un montón de tiempo fuera; haciendo exposiciones. Lo mejor de todo es que hoy día hay, si no es que ya las borraron, muchas paredes con dibujos nuestros en países tales como: Alemania, Francia, España, Portugal, Estados Unidos, Sudáfrica, Cuba, Australia, Grecia, Chile, Argentina... Lo mejor, de veras, es hacer arte para que el pueblo lo vea. Culturas diferentes Por cada lugar que pasamos aprendemos una cosa diferente. Es muy bueno poder llevar un poco de nuestra historia y hacer ese intercambio de experiencias con otros artistas de otros países. Siempre tenemos mucho que aprender. Inspiración. Todo sirve como inspiración; depende mucho del día, del humor, de lo que está ocurriendo a nuestro alrededor. La vida es una inspiración, lo que es al mismo tiempo bueno y malo. No hay explicación, es algo que ocurre en el momento; dan ganas de pintar y pintamos. Temas y Estilo No tenemos ningún tema específico en el cual trabajamos siempre. Los temas están basados en nuestra vivencia, en todo lo que interfiere en nuestra vida, en el día a día. Tenemos nuestro mundo paralelo. Nos gusta mucho la cultura regional, las fiestas de junio, el carnaval y mezclar cosas brasileñas; por eso intentamos poner un poco de eso en nuestro trabajo. Depende mucho del momento. El lenguaje es el mismo en todos los trabajos. Lo que cambia es que la calle está abierta a todo. Encaramos la ciudad entera como una tela. ¡La ciudad nos usa, entonces tenemos que usar a la ciudad! No podemos ver una pared sin querer parar para dibujar. Y así nacen nuestros personajes. No estudiamos arte, pero siempre hay alguien que dice que uno u otro trabajo nuestro le recuerda a un artista famoso. Inventamos en el mismo momento, no nos ponemos a pensar en algo o en alguien.
Traduções | Traducciones | Translations (english)
Two brothers, identical in their appearance and in their love for graffiti. Gustavo and Otávio have painted the walls of a wide variety of countries with their amazing characters and own works that are spread out in galleries in all of the five continents. However, the brilliance of these Brazilian artists can only be truly recognized by those who have the opportunity of being face to face with them. It was about three hours of chitchat and uncountable sheets of paper decorated by both. Not even the wooden table, we sat around, escaped the twin’s thirst for creation. While they told us stories and gave opinions on a variety of themes, from culture to politics, the four hands did not stop, even for a second, producing letters, new characters and what they could not help happening, drawings to illustrate their narratives. A pause in this incredible and frenetic rhythm of art generation only happened when a shoebox filled with photo albums of their works that are spread all around the world appeared. An intense paternal look over the images photographed in Africa, Netherlands, England, Canada, United States, Brazil… right in the sequence we were shown the digital photos, thousands of them, duly separated and identified in specific folders on the computer. However, nothing that compares to the experience of having access to the twin’s memory catalog, through which it is possible to get to know at least a part of these 31 years of life, 20 of them, dedicated to graffiti and that, in some way, we have the privilege of sharing through this interview. Roots The first contact we had with art was within our family. We already lived in an art related atmosphere. Our older brother painted and ever since we were little children we saw him drawing. Our father would also draw fire trucks with us, at the time we liked to go see the fireman… We would take paper, draw, we made our drawings into comics. We were always painting. I remember our father would take us to Liberdade ( a Japanese neighborhood in Sao Paulo) to buy those Mangás, you know? We would take the Mangás and copy them to learn the techniques. We were always connected to drawing.
up in 1999. A German artist saw our work and called us to participate in a show there… since then we have traveled a lot, we spend a lot of time out of the country, doing exhibitions. The coolest thing is that nowadays there are, if they haven’t yet been erased, a lot of walls with our drawings on them in countries like: Germany, France, Spain, Portugal, USA, South Africa, Cuba, Australia, Greece, Chile, Argentina… The greatest thing is making art for the people to see. Different Cultures Everywhere we go we learn something different. It is very nice being able to take some of our story with us and trade experiences with other artists in other countries. We always have a lot to learn… Inspiration Everything serves as inspiration. It all depends on the day, the humor, on what is happening around us. Life is an inspiration, what is at the same time good and bad. There is no explanation, it is something that happens at the time, it makes us feel like painting so we paint. Themes and Style There is no specific theme we always work on. The themes are based on our experiences, on everything that interferes in our life, on our routine. We have our parallel world. We really like the regional culture, the typical parties, carnival and mixing Brazilian elements so we search for some of this in our work. It is very dependent on the moment. The language is the same in all our works. What changes is that the street that is open to everything. We view the whole city as a canvas. The city uses us, so we have to use the city! We cannot see a wall, if we do, we already want to stop and draw on it. This is how our characters are born. We did not study art, but there is always someone who says this piece of ours or that one resembles the work of a famous artist. We actually make it up on the spot, we don’t think of something or someone.
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Our parents always encouraged us. The first time We were born in the Neighborhood of Cambuci, where everything started. In the beginning of the 80’s the hip-hop culture was very strong and there were a few guys who would stay out late dancing, right in front of our house, hearing some music and drawing. And we would play on the street, everyday, with the guys. Playing with our cars, setting the neighbor’s trashes on fire and the guys were dancing. Thus we were introduced to hip-hop as well. I remember the first time we saw the guys “graffiting” on the street we were with our parents. When we went out at night, they were painting across the street from our house. So we told our mom: We want to do that, buy some spray. She did and with them we started discovering, inventing to see what the thing was and now you have the result!
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Details that remain It’s cool that, before the graffiti itself, the way we played on the streets already had something to do with our art today. We had Play Mobils and constructed buildings. We’d spend a whole month working on a building, using every single piece… then when it was ready, we’d set it on fire! We made the thing real! This has everything to do with our work today. We cared and used a lot of detail on our toys. International Life We started being recognized in 1993, when Barry Mcgee (renowned Californian artist) came to Sao Paulo and saw our work. He liked it and started disseminating us outside, he became a real friend of ours. Now, the invitations for exhibitions only started showing
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Ilustraciones con estética retro, hechas por el casamiento de la acuarela con el mouse: el resultado elegante recibe el nombre de arte fashion. La ilustradora alemana Lulu Plasticpirate abusa de este recurso desde hace algunos años, creando trazos simples, solamente. De tan simples, estos trazos fueron responsables por el título otorgado a Lulu de uno de los 100 mayores talentos de Alemania, en el año 2006 y también por captar la atención de Zupi y ocupar nuestro primer Portfolio. Dibujar bien está de última moda. [Zupi] Cuéntenos un poco sobre su vida profesional desde que usted era estudiante. Comencé haciendo ilustraciones mientras estudiaba design. Después de hacer mi tesis final, comencé a trabajar veinticuatro horas como profesional. A pesar del trabajo, además estudié ilustración en la University of Fine Arts (Universidad de Bellas Artes) en Berlín. Desde entonces, los días están llenos de excelentes trabajos y siempre intento encontrar tiempo para trabajar con nuevos estilos y directrices. [Zupi] ¿Cómo usted se lanzó como artista y designer? Estudié design, como ya mencioné y era muy concentrada en conceptos de design gráfico. Pero todavía no estoy segura de la diferencia entre trabajar como designer y como artista. Trabajando como artista, usted nunca tiene una descripción detallada de lo que la otra persona quiere. El cliente normalmente tiene algo en mente y quiere que la idea se torne trabajo artístico. Eso es más un trabajo de design que de arte. [Zupi] ¿Por qué usted decidió abrir su propio estudio de design? ¿Cómo consigue sus clientes? Empecé a trabajar en mi propio estudio hace tres años. Los trabajos eran raros al principio, entonces empecé a enviar mis obras para revistas. Desarrollé un estilo durante los trabajos que hacía para clientes que iba consiguiendo.
[Zupi] Cuéntenos sobre las tendencias visuales. ¿Dónde usted encuentra sus referencias? Las librerías son el mejor lugar para encontrar inspiración. Tengo una colección inmensa de libros. Los años 70 influenciaron e inspiraron muchas cosas. [Zupi] ¿Usted posee algún nuevo proyecto que pueda contarnos? ¡Estoy trabajando en un personaje que lanzaré en breve! Me encantaría dar clases y trabajar con estudiantes. [Zupi] ¿Usted cree que el design de su país posee un estilo único? No, no más. Tal vez el design gráfico de los años 50 fuese único, pero en los días de hoy todo el mundo está influido por muchas culturas. Las personas viajan y estudian en países diferentes por todo el mundo. Después, vuelven con estilos nuevos. [Zupi] Usted tiene una manera característica de dibujar cosas con un toque femenino. ¿Es difícil ser una muchacha en esta área específica? No. Para cada categoría de ilustración siempre hay muchachos y muchachas trabajando. Existen más muchachos haciendo ilustración fashion y me pone feliz el hecho de que ahora, más que nunca, las mujeres trabajan en este campo y exploran otros temas de ilustración, como el modo técnico-arquitectural. [Zupi] ¿Usted considera necesario estudiar para tornarse un buen designer? La mayoría de los buenos designers estudiaron, pero siempre hay gente realmente talentosa que logra prosperar. Siempre me gustó aprender con mis profesores y personas con quienes trabajé.
[Zupi] ¿Existe un equipo que trabaja con usted? Yo llamaría a mis agentes mi equipo. Cerca de mí tengo un asistente que me ayuda, durante algunas horas de la semana, a ver los impresos y responder a muchos e-mails. Puedo imaginarme trabajando con un equipo en el futuro, pero basada más en dirección de arte. [Zupi] ¿Cuál es la mayor atracción en su trabajo? No lo puedo decir, eso es algo que siempre estuvo allí. Necesito colocar mis ideas dentro de imágenes y colores.
[Zupi] Usted ha hecho muchas ilustraciones para revistas de todo el mundo. ¿Cómo explica su éxito? Trabajo pesado y mucha diversión al trabajar durante la noche.
[Zupi] Cuéntenos sobre su estilo, si hubiera uno específico. Al principio hacía vectores gráficos, más que dibujar con las manos. Estaba solamente acostumbrada a practicar este estilo, aunque hiciera collage y otros trabajos de arte. Después de algún tiempo, empecé a combinar los estilos y crear algo nuevo. Ahora estoy entrenando todos los estilos, algo que realmente me gusta pues no soy como una computadora que está programada sólo para una cosa, siempre.
[Zupi] ¿Algún comentario para sus admiradores brasileños? ¡Uy! Admiradores. ¿Yo tengo admiradores?
[Zupi] ¿Quiénes son los artistas u otros profesionales que inspiran su trabajo? Creo que las ideas se pueden sacar de todo buen trabajo. Es inspirador para mí ver el trabajo de Andy Warhol o Egon Schiele. Como ilustradores, me encanta Antonio López que fue el más importante ilustrador fashion de los años 70. Rene Gruau que hizo el trabajo de arte de Dior en los años 50. Y ahora, me encantan las obras de Stina Person, ¡ella es realmente bárbara!
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[Zupi] ¿Es difícil encontrar un agente que busque nuevos clientes para usted? ¿Qué le recomienda usted a cualquier artista para que pueda encontrar un agente? En los primeros dos años yo no tenía un agente, pero después de algunos proyectos encontré alguien en Nueva York. Con la competencia, conseguí un contrato con mis agentes japoneses que ahora administran todo para mí, en términos globales. Eso tiene mucho que ver con ser dependiente y hacer trabajo de calidad. Nunca desista de divulgar sus trabajos, éste es mi consejo.
[Zupi] ¿Qué la inspira? ¡Uy, muchas cosas! Tiendas de ropa usada, libros antiguos, revistas y bagajes de los años 50. Viajar es mi cosa favorita, pero nunca estuve en Brasil. Me encantaría ir a un país tan bonito y maravilloso.
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lulu*
(español)
> www.plasticpirate.com
(english)
Illustrations as retro esthetics, made through the marriage of the watercolor and the mouse: the elegant result is given the name of fashion art. The German Illustrator Lulu Plasticpirate has been abusing this resource for some time, creating merely simple traces. So simple, these traces were responsible for the title awarded to Lulu as one of the 100 best German talents, in 2006 and also for capturing Zupi’s attention. Drawing well is the latest fashion. [Zupi] Tell us a little about your professional life since your were a student. I began illustrating while I studied design. After presenting my final thesis, I began working 24 hours as a professional. Despite working, I still studied illustration in the University of Fine Arts in Berlin. Since then, the days are filled with excellent work and I always seek time to work with new styles and directions. [Zupi] How was your launch as an artist and designer? I studied design, as I’ve mentioned earlier and was very focused on concepts of graphic design. But I am still unsure of the differences between working as a designer and as an artist. Working as an artist, you are never given a clear description of what the other person wants. The client generally has something on his mind and wants it to become artistic work. This is more a designer’s work than art. [Zupi] Why did you decide to open your own design studio? How do you find your clients? I began working in my own studio 3 years ago. Work was rare at first, so I began sending my work to magazines. I developed a style during the production of my work for the clients that started to come up. [Zupi] Is there a team that works with you? I would call my agents my team. Close to me I have an assistant that helps, during some hours of the week, handle print outs and answer many e-mails. I can imagine myself working with a team in the future, however, more focused on art direction. [Zupi] What is the biggest attraction in your work? I can’t say - that is something that has always been there. I have to put my Ideas Inside Images and colors. [Zupi] Tell us about your style, if there is one specifically. At first I made vector graphics, more then hand drawings. I was only used to practicing this style, even though I made some collages and other types of artwork. After some time, I started working with combinations of styles to create a new one. Now I am practicing all styles, something I really like because it differs me from a computer that is programmed for the same thing, always. [Zupi] What inspires you? Wow, many things! Vintage shops, antique books, magazines and baggage from the 50’s. Traveling Is my favorite thing, but I have never been to Brazil. I would love to go to such a pretty and wonderful country. [Zupi] Who are the artists or other professionals who inspire your work? I find ideas can be taken from any piece of good work. It Is Inspiring for me seeing the work of Andy Warhol or Egon Schiele. As for Illustrators I love Antonio Lopez who was the most important fashion designer of the 70’s. Rene Gruau responsible for Dior’s artwork in the 50’s. Today, I love the work of Stina Persson, she is really fantastic! [Zupi] Tell us about visual tendencies. Where do you find your references? Bookstores are the best places to find inspiration. I have an immense book collection. The 70’s influenced and inspired many things. [Zupi] Do you have a new project you can tell us about? I am working on a new character I will launch
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(español)
032 | 033 soon! I would love to lecture and work with students. [Zupi] Do you think your country’s design has an unique style? No, not anymore. Maybe the graphic design In the 50’s was unique but today everyone is influenced by many cultures! People travel and study in different countries all around the world. Then they come back with new styles. [Zupi] You have a very characteristic way of drawing with a feminine touch. Is it hard being a girl In this specific area? No. For every category of illustration there are always boys and girls working. There are more men doing fashion Illustration and It makes me happy that in fact now, more the ever, women work in this field and explore other themes of Illustration, like technical architectural forms. [Zupi] Do you find it necessary to study to become a good designer? Most of the good designers studied, but there are always very talented people that manage to prosper. I have always liked to learn from my teachers and people I worked with. [Zupi] Is it hard to find an agent that prospects new clients for you? What do you recommend to any artist so one can find an agent? The first two years I did not have an agent, but after some projects I found someone in New York. With the competition, I got myself a contract with my Japanese agents that now look after everything for me, in global terms. This has a lot to do with being Independent and producing quality work. Never give up disseminating your work, this is my advice. [Zupi] You have made many illustrations for magazines from all over the world. How do you explain your success? Hard work and a lot of fun as I work during the night. [Zupi] Any comments for your Brazilian fans? WOW FANS! I HAVE FANS...? > www.plasticpirate.com
Publicidad, Propaganda y Creación: un trabajo que involucra al universo creativo con la concentración en ventas. ¿Cómo vender su producto de forma creativa, empezando por su propia agencia? El publicitario brasileño Marcelo Giannini encontró la solución para este briefing. Después de años al frente de la creación de grandes agencias de publicidad del eje RioSão Paulo, Giannini resolvió reunir todo el conocimiento acumulado a lo largo de su muy exitosa carrera y partir hacia un nuevo desafío. Quien pasa por el barrio de Laranjeiras en Rio de Janeiro y se depara con la fachada de la Loja Comunicación, cuestionará si está delante de una tienda de muebles o una feria de antigüedades de estética marroquí. Sin embargo, Giannini posee un eslogan más estratégico: la Tienda es la primera Hot Shop (Boutique Creativa) carioca. Tratando de desvincularse de los conceptos repetidos relacionados al modelo de “agencia”, la Tienda Comunicación trata de establecerse como empresa de comunicación para la generación de ideas mercadológicas que tengan como sustancia la convergencia, la interactividad, la emoción, la experiencia, la vivencia y el valor de marca. ¿Curiosos? ¡Las puertas de la Loja están abiertas para ustedes! > www.lojacomunicacao.com
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Localizada en la ciudad de Avon, en el estado norteamericano de Connecticut, la agencia de comunicación de marketing integrado Adams & Knight actúa en las áreas de publicidad, marketing digital y relaciones públicas. Con 47 empleados, la agencia creó un espacio cercado por una gran área verde. Son 50 jardines, excelentes para una caminata tras un almuerzo o, inclusive, un paseo en bicicleta. La idea fue proporcionar un lugar donde se pueda producir un buen trabajo y al cual los clientes tengan interés en visitar. Y si el exterior de la empresa es uno de los destaques de Adams & Knight, el diseño de interiores del edificio gana en sofisticación. Utilizando elementos de estilo vintage, el ambiente es una verdadera fuente de inspiración para los profesionales creativos. Afiches de cine y publicidad, amuletos y logotipos famosos del final de la década del 50 dan un aspecto retro e inusitado al ambiente de trabajo de la agencia. Inclusive surtidores de gasolina de la época se utilizan como adornos por los corredores.
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Pero el gran atractivo del local es el comedor situado en el centro del edificio. Una relectura de los clásicos mostradores de cafeterías norteamericanas del período pos Segunda Guerra, hecho de acero inoxidable. Inclusive una máquina vintage de la Coca-Cola y un Jukebox marcan presencia en el espacio. > www.adamsknight.com
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Publicity, Advertising and Creation: a job that involves the creative universe focused on sales. How to sell your fish creatively, starting with your own agency? The Brazilian Advertiser Marcelo Giannini found the solution for this briefing. After years ahead of the creative team of big advertising agencies in the axis Rio-São Paulo, Giannini decided to gather all the knowledge acquired throughout his successful career and go after a new challenge. Who ever passes through the neighborhood of Laranjeiras in Rio de Janeiro and runs into the facade of the Loja Comunicação, will question weather one is facing a furniture shop or an antique fair with Moroccan esthetics. However, Giannini possesses a more strategic slogan: the store is the first Carioca Hot Shop (Creative Boutique in Rio). Attempting to free itself from the worn out concepts of the original model of “agency”, the Loja Comunicação aims to establish itself as a company of communication for generation of marketing ideas composed of emotion, experience, change, interaction and brand value. Curious? The store is open, come on in! > www.lojacomunicacao.com
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(english)
Located in the city of Avon, in the North American state of Connecticut, is Adams & Knight, a Marketing and Communication Agency that acts in the areas of advertising, publicity, digital marketing and public relations. Composed by 47 employees, the agency created a space surrounded by a huge green area: 50 gardens, great for a walk after a meal or even a bicycle ride. The idea was to provide a pleasant working environment where good work can be produced and a place that clients will be interested in visiting. If the exterior of the company is one of the highlights of Adam & Knight, the interior design of the building wins in sophistication. Using vintage style elements, the place is a real fountain of inspiration for the creative professionals. Movie and advertisement posters, famous mascots and logos from the 50’s create a retro style and an unusual work environment for an agency. Even gas pumps from the time are used as adornments around the corridors. However, the big attraction of the place is the cafeteria located in the center of the building. An adaptation of the classic North American diners, from the post World War II period made of stainless steel. Even a vintage Coca-Cola machine and a jukebox are present in the diner. > www.adamsknight.com
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Érase una vez Uxus. Una agencia creativa multidisciplinaria holandesa con una amplia área de actuación (arquitectura, branding, embalajes, entre otras). Un buen día, los habitantes de esa oficina decidieron duplicar el tamaño del local (actualmente de 135 m² x 275 m²) y, junto con la ampliación, todo el diseño del ambiente también pasó por una interesante renovación.
para las tiendas Mappin todas las Navidades. Eran los años 60 y la tienda tenía un montón de juguetes importados. Pero aquellos carritos con control remoto no tenían gracia, después de media hora ya no importaba. Pues el mundo de allá era diferente, había caballos, riachos; hacíamos casas en los árboles, puentes de bambú, una casa conectada a la otra...y estaba el cine también, que era la ventana para el mundo: pasaban Polanski, Fellini, Kubrik, “La naranja mecánica”. ¡Usted tenía que ver el buen gusto que había en aquella época! Eso nos dio una base muy buena: ligar la raíz brasileña de la estancia con la sofisticación italiana, de espacios, del mueble mismo.
Inspirado en el mundo de las fábulas, el interior de la agencia crea una atmosfera misteriosa y poética. Historias como “El gato con botas” y “Caperucita roja” son ejemplos de cuentos que estimulan la imaginación de cualquiera. Al ser una agencia creativa, Uxus propone un ambiente de trabajo que agregue esa función al día a día de los profesionales que por allá pasan.
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El ambiente explota los espacios vacíos y fortalece la unidad visual del local a través de muebles y lámparas de aspecto contemporáneo. La forma de esos elementos y de otros con carácter más decorativo fue trabajada para fortalecer la alusión al universo rico e imaginativo de una buena fábula. ¡Y ellos vivieron felices para siempre! > www.uxusdesign.com
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Once upon a time there was Uxus. A very creative Dutch multidisciplinary agency that acts on a wide variety of areas (architecture, branding, packaging, amongst others) One fine day, the inhabitants of this office decided to double its size (currently 135m² x 275m²) and, along with this enlargement, all the environment’s design also went through an interesting renovation. Inspired on the world of fairy tales, the inside of the agency creates a mysterious and poetic atmosphere. Stories like “Puss in Boots” and “Little Red Riding Hood” are examples of tales that stimulate anyone’s imagination. Being a creative agency, Uxus proposes a work environment that adds this element to the routine of the professionals that go by there. The environment explores the empty spaces and reinforces the visual unison of the place through the use of contemporary aspects present in furniture and lamps. The shapes of these elements and others with a more decorative character were projected to strengthen the allusion to the rich and imaginative universe of a fable. And they lived happily ever after! > www.uxusdesign.com
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Humberto y Fernando Campana, nacidos en una estancia en el interior de San Pablo, solían hacer juguetes de madera y ver películas italianas. Hoy venden muebles para bancos y museos europeos, crean muebles para la principal marca italiana de design mobiliario, EDRA, y poseen una oficina en el corazón de San Pablo – ciudad por la cual están encantados. Ese cambio radical de vida no les cambió la forma de ver el mundo, un poco fantástico, como mostraron durante una tarde agradable en su taller. Se cree que los hermanos Campana todavía tienen un principio completamente original dentro de un universo creativo demasiado rápido. Analizados y adorados por grandes entendedores de cultura, la dupla se revela como producto genuinamente brasileño, a despecho de los rótulos de tupí-guaraní. Conectados a las formas urbanas de nuestras metrópolis y materiales de uso cotidiano, derrochan un carisma envidiable, mostrando el alma de una simple silla y los secretos de dos personalidades únicas. OPINIÓN Nuestro trabajo es minucioso pero es muy imperfecto también. Trabajamos con la imprecisión, sin muchas reglas, tratando siempre de contaminar a los otros con lo nuevo. La regla es dar libertad para quien lo quiera hacer, rever la producción industrial, humanizar el design, no siendo más esa cosa de plástico que parece siempre hecha por el mismo autor. La silla ya fue inventada, sería pretencioso inventarla de nuevo, por eso la pieza tiene que emocionar. Usted corre el riesgo de que su mueble sea acusado de no muy cómodo y muchas veces no es así, pero debe ser osado. No basta tan sólo ser bonito, elegante, si no agrega nada. Uno está en el año 2006 y se notan muchas cosas italianas made in Brazil pero, ¿qué hay de nuevo en investigación en las raíces del país, en las culturas? LA SILLA ROJA Estamos tratando de crear nuevos acolchados, para revestir lo que ya es un ícono: la silla. Está claro que, por tras de eso, existe una construcción, una ingeniería que a veces parece ser muy casual, pero no lo es. La silla de cuerdas rojas fue la primera pieza nuestra producida en Italia y que nos proyectó. Siempre hacemos estudio de materiales. Un día compramos un rollo de cuerdas y lo trajimos para la oficina. Al tirarlo sobre la mesa, se deshizo. Nosotros nos miramos y dijimos: “¡Es la silla que queríamos hacer!”. Siempre quisimos trabajar con des-construcción y Brasil es un país así: toda esa fusión de razas, no posee un orden. Quisimos hacer una cosa que reflejara esa esencia. INFANCIA Es posible identificar en nuestros trabajos los objetivos que teníamos en la infancia. Aprendimos creando nuestros propios juguetes con bambú, barro - en la época usábamos lata, ni siquiera aluminio. Somos del interior y era gracioso porque nuestro padre nos traía
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INSPIRACIÓN San Pablo, la forma en que vivimos, los cambios radicales que en todo momento tenemos que enfrentar son lo que nos inspira. Esa fragilidad que es Brasil; no se puede tener seguridad en nada, desde salir a la calle hasta los políticos, la democracia frágil. El miedo a lo que puede ocurrir hasta una próxima elección de Lula. Son los elementos que incentivan nuestra creación. TRABAJO Fernando es designer industrial y es mucho más práctico que yo. Soy más onírico. Dejé la carrera de Derecho cuando vi que no tenía nada que ver conmigo, que estaba perdiendo mi tiempo y que sólo hacía eso por estar acomodado, por querer agradar a mi familia. Lo que quería de veras era ser artista plástico, escultor. Siempre trabajé con las manos. Resolvimos hacer las cosas, juntos, hace 22 años. Yo tenía el taller aquí en San Pablo, cuando Fernando vino a hacer una entrega de Navidad y vio un potencial de trabajo allí. Comenzamos a hacer objetos en mármol, a estudiar granitos y ahora tenemos un equipo que produce algunas cosas, aunque en pequeña cantidad, pues queremos mantener la calidad y la esencia del trabajo aquí, en el estudio. Lo genial es convivir con eso de mostrar y ser honesto, ¿sabe? Por ejemplo, no quería ver nuestro espacio blanquito, lindito con muebles de otros designers. Creo que ésa es nuestra historia, nuestro laboratorio de pruebas. > www.campanas.com.br
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Humberto and Fernando Campana, born in a farm in the countryside of Sao Paulo, they used to make wooden toys and watch Italian movies. Today, they sell furniture to European banks and museums, create furniture for EDRA, the main Italian brand of designer furniture, and have an office in São Paulo- city they absolutely love. This radical life change did not change the way they see the world, a little amazing, as they showed us on a pleasant evening in their workshop. It is believed that the Campana brothers still possess a completely original principle inside a very quick creative universe. Analyzed and adored by culture experts, the pair is revealed as a genuinely Brazilian product, in despite of Tupi-Guarani labels. Connected to the urban forms of our metropolis and routines, owners of an enviable charisma, showing the soul of a simple chair and the secrets of two unique personalities... OPINION Our work is extremely detailed and very imperfect as well. We work with imprecision, with very little rules, always trying to contaminate others with the new. The rule is to give liberty to whoever wants to do things, review the industrial production, humanize design, so it isn’t just that plastic thing that always seems to have the same author. The chair has already been invented, it would be pretentious to invent it again, therefore it has
tavis coburn 076 | 087 to bring out emotion. You run the risk of your furniture being labeled as uncomfortable and many times it really isn’t comfortable, but it must be bold. It is not enough to be pretty, elegant, if it does not add anything. We are in 2006 and the amount of Italian things made in Brazil is notable, but what is in fact new in research or investigation in the country’s roots, culturally? THE RED CHAIR We are attempting to create new padding, to fill what already is an icon: the chair. Of course that, behind all this, there is a construction, an engineering that sometimes seems to be very casual, but it is not. The red rope chair was the first of our pieces produced in Italy and that projected us. We always research materials. One day we bought a roll of rope and brought it to the office. When we through it over the table, it undid itself. We looked at each other and said: “It’s the chair we wanted to make!”. We have always wanted to work with deconstruction and Brazil is the country for this: the fusion of races does not have an order. We wanted something that reflected this essence. CHILDHOOD In our work one can identify, the objectives we had in our childhood. We learnt our craft by creating our own toys out of bamboo, mud – at the time we used tin cans, not even aluminum. We were from the countryside and it was funny because every Christmas our dad would bring us to Mappin (a very big department store in the city). It was the 60’s and the store was filled of imported toys. But those remote control cars were no fun, after half an hour we couldn’t care less about them. The world we lived in was different, there were horses, rivers, we made tree houses, bamboo bridges, one house linking to the other…and there were the movies too, a window overlooking the world: it showed Polanski, Felini, Kubrik, “Clockwork Orange”. You had to see the good taste of the time! All this gave us an excellent base: linking Brazilian roots from the farm to Italian sophistication, for space, for actual furniture. INSPIRATION São Paulo, the way we live, the radical changes we have to face all the time are what inspire us. This fragility Brazil represents, one can’t feel security anywhere, from walking on the street to Brazilian politicians, the fragile democracy. The fears of what can happen until Lula’s next election… are elements that stimulate our creation. WORK Fernando is an industrial designer and is much more practical then I am. I am more of a dreamer. I abandoned my law degree when I realized it had nothing to do with me, that I was wasting time and only going through with it because I was accommodated, because I wanted to please my family. What I really wanted was to be a fine artist, sculptor. I always worked with my hands. We decided to do things together 22 years ago. I had a workshop here in Sao Paulo, when Fernando came to make a Christmas delivery and saw work potential there. We began making objects out of marble, researching granites and now we have a team that produces some things – still in small quantities, because we want to keep the quality and essence of our work here in the studio. What is cool is to live with it showing it and be honest, you know? For example, I wouldn’t want to see our space all nice and white, filled with other designer’s furniture. I think this is our story, our proof lab. > www.campanas.com.br
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Tavis Coburn es norteamericano, ilustrador y enviciado en libros antiguos. Está constantemente atareado frente a las computadoras, donde hace trabajos digitales usando softwares como 3D, Cinema 4D, Maya, Z-Brush y Photoshop. En las horas libres, coquetea con actividades de disc jockey, practica hockey y skateboard. Cuando era pequeño viajó muchas veces por los Estados Unidos y Canadá, trayendo el karma del “muchacho nuevo” de todo el vecindario que llegaría a frecuentar. Inevitable no asociar el arte de Tavis al estilo retro, muy en boga en la música de los días de hoy, en vestimentas y arte. Sus ilustraciones son una feria americana cultural de ideas y estética que presta homenaje al universo del pasado, a la poesía y al desgaste visual. Por esos y otros motivos, el “muchacho nuevo” llegó lejos. De tan lejos que llegó, se transformó en “muchacho viejo”. Epa, viejo no. Retro. [Zupi] ¿Cómo fue su infancia en Canadá? Nací en London, Ontario (CA), en 1975. Mi padre era banquero y mi madre ama de casa. Mientras mi padre subía en las clasificaciones en su empresa, nos mudamos por Canadá algunas veces. Yo era, constantemente, el “muchacho nuevo” de la escuela. Considero Toronto mi ciudad natal pues fue la última parada de todas las mudanzas. Tuve una infancia típica en Canadá, jugué al hockey a nivel competitivo hasta los 17 años de edad. También me reunía muchas tardes después de la escuela para jugar al otro deporte preferido de Canadá: road hockey - similar al hockey pero sin el hielo y sustituyendo el disco por una pelota de tenis. Irónicamente, mi verdadero amor en los deportes fue el skateboard, que practicaba casi todos los días y hasta llegué a construir una rampa en mi garaje. Después de graduarme en el colegio, me matriculé en el Ontario College of Art y lo detesté. No era lo que estaba buscando. Por capricho hice un requerimiento al Art Center College of Design, en Los Ángeles (USA). Era la escuela de mis sueños, grandes ilustradores que admiraba se habían graduado allá y yo sentía que podría hacer arte/design/ilustración (como quiera llamarlo) una carrera exitosa. No tenía idea si mi trabajo estaba de acuerdo con sus patrones, de cualquier forma, ellos vieron algo en mi currículo, pues me aceptaron el pedido y me mudé para Los Ángeles en 1994. [Zupi] ¿Usted se acuerda del primer contacto que tuvo con el arte? Mm, pregunta difícil. No estoy seguro, pero me acuerdo de que me enloquecía por ir a la biblioteca cuando era niño. La sección infantil no me interesaba y yo iba para la sección de “libros grandes” y profundizaba en todo: desde ciencia a kung-fu y, mi favorito, la maquinaria militar. No era por las palabras, sino por las imágenes e ilustraciones. El segundo contacto fue con mis juguetes, pues crecí en una era maravillosa de juguetes. Mi primer amor fueron los autos, tanques y vehículos militares Matchbox. No sólo los vehículos Diecast, sino también el arte de los embalajes. Star Wars fue una obsesión, luego vino G. I. Joe y, por último, The Transformers. Con eso pasé largas noches de invierno inmerso en mi imaginación. Mis juguetes se volvieron mis amigos y adversarios mientras yo navegaba por estos mundos extraños que creaba. Amaba esta arte pues ella traía objetos inanimados a la vida. Me permitía asumir el control a partir del punto en que el arte dejaba la caja. Aquéllos se tornarían la chispa para que la historia se desdoblara. El argumento final y probablemente más importante fueron las historietas. Fui básicamente un “junkie” de las historietas cuando era joven. Comparaba un montón de historietas y comenzaba desde la primera página del tope de la pila, rehaciendo cada cuadro, cada villano y héroe. Cualquier oportunidad que tuviera de trabajar en un libro de historietas o personajes, yo lo haría. [Zupi] ¿Podemos asociar su trabajo a los posters soviéticos y a la estética publicitaria en los anuncios del período norteamericano de pos-guerra?
Sí, totalmente. Ambos me alimentaron con aprendizaje de diseño, inspiración, proceso y espanto. Los artistas y diseñadores de aquella época tenían herramientas muy básicas comparadas a las que tenemos ahora para crear e imprimir aquellos posters. Tal vez usar menos herramientas tornase sus vidas más fáciles y simples. Ellos eran muy talentosos; todavía no estoy seguro de que mi trabajo esté a su altura. A propósito, espero que lleve toda mi vida llegar a un lugar donde todo lo que se cree sea perfecto y poderoso, eso me da razón para despertarme todos los días. Intenté, todo el tiempo, hacer cosas simples y limpias. Los directores de arte, especialmente los más jóvenes, siempre quieren poner más cosas en una obra. Es como si pensaran que el público es burro y necesita estar condicionado a ese concepto. Mi trabajo siempre se jode debido a tipos como éstos. Un día me gustaría hacer una presentación de todos mis sketches rechazados. De cualquier forma, es definitivamente un elogio ser comparado a aquellos diseñadores, por lo tanto, gracias. [Zupi] Esta arte retro (o vintage) está muy en boga en los días de hoy. ¿Usted piensa que eso puede depreciar su estilo? Creo que no. Mi trabajo parece antiguo por muchas razones. El proceso es la primera de ellas. El amor y admiración por los artistas que mencioné en la última pregunta son la segunda. Y la tercera es la suma de aprendizaje que tuve, relacionada al hacer artístico, de los años que pasé en el Art Center. Tuve grandes instructores como Rob y Christian Clayton, Jason Holley, Jim Heimann y David Mocarski. Debo mucho a estos tipos. Aprendí igualmente estudiando ilustradores y diseñadores desde 1900 hasta 1960, lo que no necesité forzar. Cuando pintaba, todo salía como una ilustración de los años 50 ó 60, y cuando hacía diseño, parecía un poster de propaganda o anuncio de la revista Fortune (de los años 40). Las personas siempre preguntan por qué mi trabajo es así. Yo les digo que nací en el siglo equivocado. En verdad, yo simplemente no pienso en eso. Comienza con una imagen en mi mente y las manos hacen lo posible para recrearla. A veces, mi asistente me pregunta: “¿Por qué usted puso esa forma allí?”. Generalmente respondo: “No lo sé”. Parecía correcto colocarla allí. Si alguien estuviera intentando hacer que su arte parezca antigua - pues eso suena como una tendencia en el arte comercial y la propaganda, y hará su arte más comercializable - es una elección pobre. Las personas pueden ver más allá de eso. Eso debe venir desde su alma.
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[Zupi] Sus trabajos están conectados a la estética de la publicidad antigua. ¿Cómo asociar publicidad y mercado a un estilo tan autoral? Bien. Ésta es una cuestión que los artistas que están haciendo la mayoría de sus trabajos para clientes, a revés de sí mismos, deben estar preguntándose todo el tiempo. Es la parte más difícil del mi trabajo. No soy realmente un artista plástico. Artista sí, diseñador sí, ilustrador sí. Pero los temas de mi trabajo están basados en palabras de escritores o en la necesidad de una buena pieza de arte para vender algo. Respeto el graffiti y los artistas de calle, pues ellos tienen que mostrar al mundo su arte sin que ningún cliente o director de arte los contamine con ideas. Ellos crearon un cuerpo de trabajo con conceptos propios y, cuando las empresas llaman, permiten que ellos tengan un poco más de reinado libre. Las empresas sienten que pueden intimidarnos un poco más. Tal vez cobremos un poco más, por conocer el mercado, y ellos sienten que deben hacer valer su dinero. Es muy bueno que el arte urbano haya tenido ese resurgimiento en la última década. Y él tan sólo va a crecer más y más, especialmente con todo el destino y la oscuridad que parece estar en el horizonte. [Zupi] ¿Eso significa que la sociedad está tan metida en la sociedad de consumo que el propio consumo ya es una forma de arte? Sí, es más o menos como yo iba diciendo anteriormente. La línea entre estos dos está evolucionando de forma constante. Los artistas que están trabajando con estas 500 empresas
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tavis coburn 076 | 087 afortunadas, están tornándose parte de nuestra cultura popular. De muchas formas, el producto y las empresas acaban haciéndose famosos: las personas identifican a uno y otro por medio de objetos materiales. Dónde usted vive, qué dirige, qué viste... nosotros estamos marcados con logotipos de empresas, con paquetes específicos. La mayor parte de esta imagen es generada por artistas y diseñadores de esas empresas: los que sacan dinero de personas que quieren tener unos anteojos de Channel. En el caso de que usted le muestre a alguien en la calle, en cualquier lugar del mundo, un par de zapatillas de tenis Nike, el 99% de las personas dirá que es Nike. En el caso de que usted les pregunte a las mismas personas quién fue el que las diseñó, casi nadie lo sabrá. Sí, es uno de los logotipos más reconocidos del mundo. Nosotros (artistas y diseñadores) que creamos arte para estas empresas debemos sentarnos en el banco de atrás en esta máquina que dirige la necesidad del arte popular, y sentir orgullo por el hecho de que medio millón de personas hayan visto algo que creamos. Poquísimas personas pueden decir eso. En mi opinión, el mundo de las artes plásticas es diferente. Las personas sienten como si precisaran saber todo sobre la persona que creó el arte, pues las ayuda a disecar y a entender el sentido de la obra: entendiendo el sentido, se puede entender el arte. [Zupi] Por su estilo, ¿qué herramientas utiliza para diseñar? Mi estilo es un híbrido de algunos elementos. Obviamente la vanguardia rusa, los posters americanos de los años 40 y 50, ilustraciones de los años 30 hasta los años 70. Pintores como Caravaggio, Sargent, Bacon, Warhol, Basquiat, Motherwell. Diseñadores como Saul Bass, Paul Rand, Art Paul... ¡Y no me haga comenzar a listar los diseñadores mobiliarios que me influyeron! La lista iría lejos. Mezcle las cosas que amo visualmente y usted tendrá mi estilo. Alguien ya describió mi trabajo como modernista. Yo estaba pintando, haciendo grabados y diseñando de forma muy modernista cuando llegué a los procesos que los ilustradores ya usaban desde hace años. Elegí otro camino para crear mi arte. Parecía bastante pomposo y yo no era el único tipo intentando agarrar este influjo de computadoras y aplicarlo a mi trabajo de modo de hacerlo parecer real, no “generado por computadoras”. Mi trabajo es completamente digital, excepto por un paso. Al comienzo, pintaba todos los elementos a mano, con guache y los llevaba al scanner. Construía formas vectoriales en el Illustrator y exportaba todas las piezas como película. Después de eso, revelaba telas de silk screen a partir de las películas y reimprimía la ilustración en 4 colores (CMYK). Hoy mi proceso lleva menos tiempo, pero todavía es bastante complicado. Todos mis elementos son inicialmente creados en programas de 3D, Cinema 4D, Maya y Z-Brush. De personas a cohetes, todos son construidos en programas de CG. Los elementos orgánicos son todos hechos en estos programas, y después usados como referencia para pintar en el Corel Painter. > www.taviscoburn.com
(english)
Tavis Coburn is North American, illustrator addicted to antique books. He is constantly busy facing his computer, where he makes his digital work using software like 3D, Cinema 4D, Maya, Z-Brush and Photoshop. In his spare time, he flirts with DJ activities, practices hockey and skateboarding. When he was a child he migrated many times through the USA and Canada, carrying with him the karma of being “the new kid” of the neighbourhood. It is impossible not to associate Tavis’ art to a retro style, very fashionable nowadays, in music, clothes and art. His illustrations are a cultural vintage shop filled with ideas and esthetics that are compliments to a past universe, to poetry and to worn out visual elements. Due to all this, and some more, “the new kid” went far. So far, he became “the old kid”. Oops, not old. Retro. [Zupi] How was your childhood in Canada? I was born in London, Ontario (CA), in 1975. My dad was a banker and my mom a housewife. While my dad climbed the company’s rankings, we moved around Canada a few times. I was constantly “the new kid” at school. I consider Toronto my hometown because it was the last stop after all the moving. I had a typical childhood in Canada, played hockey at a competitive level until I was 17 years old. I also got together with my friends after school to play Canada’s second favorite sport: road hockey – similar to hockey but with no ice, and the puck is substituted by a tennis ball. Ironically, my true love for sports lay in skateboarding, which I practiced everyday, I even built a ramp in my garage. After I graduated from high school, I enrolled in the Ontario Collage of Art and hated it. It was not what I was looking for. On a whim I applied to the Art Center College of Design, in Los Angeles (USA). It was my dream school, the great illustrators I admired all graduated there and I felt that there I could make art/design/ illustration (as you wish to call it) a successful career. I had no idea if my work followed their standards, anyway, they saw something in my portfolio, because my request was accepted and I moved to LA in 1994. [Zupi] Do you remember your first contact with art? Hmm, tough question. I’m not sure which came first but I remember falling in love with going to the library when I was a kid. The children’s section didn’t interest me. I would wander off into the “big book” section, and just dig into everything. From science to Kung-Foo, and my favorite, military hardware. It wasn’t the words but the pictures, and especially the illustrations that got to me. The second contact was my toys. I grew up in an amazing era of toys. My first love was “Matchbox” cars, trucks and once again military vehicles. It was not only the die-cast metal vehicles but also the artwork on the packages. Star Wars was an obsession, and G.I. Joe came shortly afterward, lastly followed by The Transformers. With them, I spent lots of long cold winter nights diving deep in my imagination. My toys became my friends and foes as I navigated my way through these strange worlds that I had created. I loved that art because it brought that inanimate object to life. It let me take over where the art on the box left off. Those would become my spark for the story to unfold. The final and probably the most important contact would be comic books. I was basically a comic book junkie at a very young age. I would buy a stack of comics and starting with the first page of the comic on the top of the stack, re-draw every panel, every villain, and every hero. Any chance I had to work on a comic book, I would do so. [Zupi] Can we associate your work to soviet posters and the advertising esthetics in the North American post war ads? Yeah totally. Both provide me with design knowledge, inspiration, process, and
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amazement. The artists and designers of those times had very basic tools compared to what we have now to create and print those posters. Maybe having less tools to use made their lives easier, simpler. They were really talented. I’m not sure if my work is there yet. Actually I hope it takes my entire lifetime to get to a place where everything you create is so insanely perfect and powerful. It gives me a reason to wake up everyday. I try all the time to make things simple and clean. Art directors, especially young ones, always want more stuff in the piece. It’s like they think the audience is dumb, and they need to be walked through the concept. My work gets fucked up all the time because of guys like that. I’m going to have an exhibition one day of all of my rejected sketches. Anyway, it’s definitely a complement to be associated with those designers, so thank you. [Zupi] This form of retro art (vintage) is fashionable at the moment. Do you think that this can depreciate your style? No I don’t think so. My work looks old due to many reasons. My process is the first reason. The love, and admiration for the artists, that we talked about in the last question is the second. The third is the amount of knowledge I gained about the art making process, from my years at Art Center. I had great instructors like Rob and Christian Clayton, Jason Holley, Jim Heimann, and David Mocarski. I owe those guys a lot. I also learned an equal amount from studying illustrators and designers from the 1900’s to 1960’s. I didn’t have to force it. When I painted everything came out looking like an illustration from the 50-60’s, when I designed something it looked like a propaganda poster or an ad in a 40’s edition of Fortune magazine. People always ask me why my work looks the way it does. I tell them that I was just born in the wrong century. To be honest, I just don’t think about it. I really don’t force anything. It just starts with an image in my mind and my hands do the best that they can to recreate it. Sometimes my assistant will ask me, “Why did you put that shape there?” I usually answer, “I don’t know” it just feels right to put it there. I think if someone is trying to make their art look vintage, because of a possible trend in commercial art and advertising, and they think it’s going to make their art more marketable it is a very poor choice. People can see right through it. It really has to come from your soul. [Zupi] Your pieces are connected to older esthetics of advertising. How do you associate such a personal style to advertising and the market? Well, It’s a question that artist’s who are doing the majority of their work for a client instead of for them, must be asking themselves all the time. It’s the toughest part of my job. It’s why I have piles of rejected sketches I’m really not a fine artist. Artist yes, designer yes, illustrator yes, but the topics of my artwork are based on a writers words or a need for a cool piece of art to sell something. I respect graffiti and street artists, they get to show the world their art without any client or art director contaminating their ideas. They have created a working body based on their own concepts, when the company’s come calling, they have to let those guys have a little more free reign. Company’s feel they can push us around a bit more. Maybe because we charge a little more also because we know the market, and they feel like they need to get their money’s worth. It’s cool that all of the street art had such a big reappearance in the past decade. It will just grow more and more, especially with all of the doom and gloom that seems to be facing us on the horizon. [Zupi] Does this mean that society is so inserted in the consumption society that consumption itself has already become an art form? Yeah, it’s kind of what I was saying earlier. The line between the two is constantly evolving. The artists who are working with these Fortune 500 companies, are becoming
top sites 088 | 089 part of our pop culture. In a lot of ways the product and companies end up being in the spotlight. People identify each other, for the most part with material items. Where you live, what you drive, what you wear… we brand ourselves with logos of corporations to fit in a specific pack. Artist and designers for those companies generate most of those images. Who take money off of people wanting to own a pair of Channel sunglasses. If you were to show someone on the street, anywhere in the world a Nike swoosh I would imagine you would get 99% percent of those people telling you that it’s Nike. If you were to ask the same people who was the person that designed it, almost no one would know. Yet it’s one of the most recognized logos in the world. We (artist and designers) who create art for these companies have to take the back seat on the big machine that is driving the need for cool hip art, and take pride in the fact that half a million people have seen something that we have created. Very few people can say that. In my opinion, the fine arts world is different. People feel like they need to know all about the person who created the art. It helps them dissect and make meaning of it. By understanding the person, the meaning, you can understand the art. [Zupi] For your style, what tools do you use to draw? Hmm, I would say that my style is an hybrid of a few elements. Obviously the Russian Avantguard, and the American posers of the 40’s and 50’s, illustration from the 30’s all the way to the 70’s. Painters like Caravaggio, Sargent, Bacon, Warhol, Basquiat, Motherwell etc. Designers like Saul Bass, Paul Rand, Art Paul… and don’t even get me started on furniture designers that I’ve been influenced by, the list goes on! Mix all of the things I love visually and you end up with my style. Someone described my style to me once as being Modernist. I re-defined how illustration was created, I was painting, and silk-screening, and designing in a very modernist way when I came to the processes that illustrators had used for years. I chose a different path to create my art. It sounds really pompous, and I wasn’t the only guy trying to figure out how to take this influx of computing power and apply it to our work to make it feel real, and not “computer generated”. My work is completely digital, except for one step. At first, I painted all elements by hand, with gouache and scanned them. Constructed vector forms on illustrator and exported all the pieces as color film plates. Then I’d expose those plates onto silk screens and “re-print” the illustration as a 4 color screen print (CMYK). Phew! Today my process is less time consuming, but is still quite complicated. All my elements are initially created on 3D programs, Cinema 4D, Maya and Z- Brush. From humans to rocket ships, they are all built, or sculpted in the CG programs. The organic elements are all created on these programs, and later used as reference to paint on Corel Painter.
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www.angry-gram.com Una buena hamburguesa puede saciar el hambre de mucha gente, como también hace aparecer esos kilitos de más. Pero la red de restaurantes Burguer King resolvió usar su tradicional sándwich Whooper para otra finalidad. Con una animación bien humorada, el sándwich estará encargado de mandar mensajes para cualquier persona, de una forma un tanto descontrolada.
www.angry-gram.com A nice cheeseburger can satisfy the hunger of many people, as it can also make those unwanted extra pounds suddenly appear. But the traditional fast food chain, Burger King decided to use its traditional sandwich, the whopper for a different reason. Through the use of a good-humored animation, the snack is in charge of sending messages to anyone, in a slightly out of control manner.
www.yolk.com.sg La página inicial de la agencia interactiva singapurense Yolk es la pura traducción de lo que sus miembros desean pasar a los usuarios de Internet. Con un aspecto muy simple y fuera de los patrones convencionales, la navegación se puede hacer tanto por el arrastrado del mouse como por las flechas del teclado. El resultado es una página dinámica, atractiva y muy objetiva.
www.yolk.com.sg The home page of the interactive agency Yolk from Singapore is the pure translation of what its members wish to tell Internet users. With a very simple aspect and outside conventional patterns, the navigation can be done either dragging the mouse cursor around or using the arrow keys on the keyboard. The result is a dynamic site, attractive and to the point.
www.axesaone.fr El sitio de la agencia francesa de arquitectos de paisajes Axe Saone es una clase de cómo comprimir muchas informaciones con una solución gráfica simple y dinámica. La interactividad de la navegación permite un acceso rápido y fácil y se desarrolla por un ambiente muy clean, creado a través de grafismos que expresan el enfoque ambiental de los proyectos de la agencia. www.burstlabs.com La productora de audio Burst Labs desarrolla bandas sonoras para el mercado publicitario, el cine, los videogames, entre otros. En la página web de ese estudio es posible acceder a un acervo de canciones separadas de acuerdo con los más variados criterios. La selección se hace mediante pequeños discos que traen los nombres de las bandas y se pueden ramificar de la manera que el interesado desee. www.j-exhibit.com La página inicial trae los trabajos del caricaturista venezolano J. Leal. No sólo una simple presentación del trabajo del artista, sino una exposición interactiva producida en flash. Con un clic es posible tener acceso a una especie de control y elegir las ilustraciones. A través de una lupa es posible aumentar la figura y detallar la técnica utilizada por J. Leal. www.thesecretlocation.com Secret Location es el nombre de una agencia integrada de medios. El sitio de la empresa presenta desde el principio una película donde el usuario podrá explorar el concepto y conocer mejor el trabajo de la agencia. La interactividad se conquista a partir de las decisiones que el internauta haga durante la historia que se desarrolla.
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www.axesaone.fr The homepage of the French agency for landscaping architects, Axe Saone is a lesson on how to fit a lot of information into a simple and dynamic graphic solution. The interactive navigation allows for quick and easy access and unrolls in a very clean environment, created through graphics that express the environmental focus of the agency’s projects. www.burstlabs.com The sound studio Bust Labs develops soundtracks for advertisements, movies, videogames, amongst other markets. On this studio’s webpage it is possible to access a wide variety of songs sorted by the most diverse criteria. The selection of these songs is made by clicking on small CD’s that represent the tracks, once the cursor is over the CD the name of the track appears, and can be linked in any way or order the user desires to hear them. www.j-exhibit.com The website shows the works of the Venezuelan caricaturist J. Leal. The page is not merely a presentation of the artist’s work, but an interactive exhibition produced in flash. With one click it is possible to access a sort of control and choose the illustrations. Through the use of an eyeglass it is possible to zoom over a figure and learn the details of the drawing and the techniques used by J. Leal. www.thesecretlocation.com Secret Location is the name of an integrated media agency. A film introduces the site where the user can get to know the agency’s work better as well as explore the concepts used. The interaction comes from the choices made by the user as the story unrolls.
> www.taviscoburn.com
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the act of observing (english)
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Editado por Zupi Design e Editora Ltda. ISBN 13: 978-85-61464-00-4 144 páginas
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El libro titulado ONESTO es el primer libro de arte de la Editorial Zupi. La obra inaugural presenta el trabajo del artista urbano Alex Hornest bajo el primer seudónimo que usó para pintar en las calles.
I have a habit of observing. Everything. A lot. All the time. I am always attentive to all type of Information. All types of Images. I observe visual and non visual stimulants. With eyes open or shut. And ears aware. Always. Walking, eating, in traffic, at the movies, at the bakery, at the drugstore, hearing music, staring at the cover of a record. I perceive what I observe through my senses, even without knowing rationally what I observe. This uncompromised way of seeing is maybe the most important form of inspiration, as it is a way of practicing observation. I also find inspiration in my work tools. In technology. In my dreams. I think everything can be observed, perceived as a type of provision for creation.
Hornest es pintor, escultor y artista de multimedios. Desde 1992 expone obras en todo el mundo y sigue pintando en las calles. El libro contiene 144 páginas, trae una compilación de sus mejores trabajos y narra su trayectoria hasta los días de hoy, cuando trabaja sobre soportes inusitados, siempre tratando de captar la esencia humana y lo cotidiano caótico de las grandes ciudades. Inspirado por todo lo que lo rodea, concentra su arte en la producción de instalaciones donde se pueda interactuar con el público.
My work is very digitalized, but firstly it exists mentally. Normally the rough draft begins in my mind, I end up using the blank pages of the software’s as pieces of paper. I can sketch on a page of freehand or Illustrator as If I were using a sheet of A4. I can also draw on paper and use this as the basis of a vector drawing or use it as a hand made drawing. I really like the softwares, everything that makes reference to digital and the influence of technology on esthetics, but everything must be thought out and used rationally.
Una crew de 72 personajes para dar voz a un artista. Onesto fue la elección, el más antiguo. Desde hace 15 años, cuerpos y rostros redondeados, brazos y piernas finas llaman las miradas hacia muros, paredes y callejones de las ciudades. Muestran el estado de espíritu de Alex Hornest.
La obra ONESTO aborda las temáticas más mencionadas en el trabajo del artista: urbanas, lúdicas e introspectivas. Es la primera publicación de la serie de libros de arte de Zupi que busca estimular a estudiantes y profesionales, contribuyendo con el fomento del arte y con el registro histórico de este tipo de expresión global.
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Edited by Zupi Design e Editora Ltda. ISBN 13: 978-85-61464-00-4 144 pages A crew of 72 artists to give voice to one artist. Onesto was the choice, the most ancient. 15 years ago, rounded bodies and faces, thin arms and legs attracted looks to the walls, fences and alleys of the cities. Show the state of mind of Alex Hornest. The book called ONESTO is the first art book edited by the Zupi Publishing Company. The inaugural edition presents the work of the urban artist Alex Hornest under the first pseudonym he used to paint on the streets. Hornest is a painter, sculptor and multimedia artist. Since 1992 he has exhibited works all around the world and continues to paint on the streets. The book is 144 pages long and contains a compilation of his best works and narrates his journey until today, when he works with unusual supports, always trying to capture the human essence and the chaotic routine of big city life. Inspired by all his surroundings, he focuses his art on producing installations in places the public will be able to interact with them. The book ONESTO reviews the most frequent thematic in the artist’s work: urban, dreamy and introspective. It is the first publication of the series of Zupi art books and aims to stimulate students and professionals, contributing to the fomentation of art and to historically register this form of global expression.
el acto de observar (español) 104 | 105
Tengo el hábito de observar. Mucho. Todo. Todo el tiempo. Permanezco atenta a todo tipo de información. Todo tipo de imagen. Observo estímulos visuales y no visuales. Con los ojos abiertos o cerrados. Y oídos atentos. Siempre. Andando, comiendo, en el tránsito, en el cine, en la panadería, en la farmacia, oyendo música, mirando una tapa de disco. Noto sensorialmente que observo, aun sin saber racionalmente lo que observo. Ese mirar sin compromiso de ver tal vez sea la más importante fuente de inspiración, pues es el entrenamiento del mirar. También me inspiro en las herramientas de trabajo. En la tecnología. En mis sueños. Creo que todo siempre puede ser observado, percibido como una forma de alimento para la creación. Mi trabajo es muy digital, pero primero él existe mentalmente. Normalmente el borrador comienza en mi cabeza; acabo usando la página en blanco de los programas como una hoja de papel. Puedo borronear en una página de Freehand o Illustrator como si estuviera usando un tablet. Puedo también hacer un dibujo en un papel y usarlo como base para un dibujo vectorial o usarlo como dibujo hecho a mano. Me gustan mucho los softwares, de todo lo que hace referencia a lo digital y la influencia de la tecnología en la estética, pero todo se debe usar pensadamente. Tengo también el hábito de investigar sobre el asunto de un trabajo, personal o no, que voy a desarrollar. Estudio textos, imágenes, sonidos... es un proceso muy inspirador. A veces las ideas surgen listas en mi cabeza, de allí la investigación que entra en el proceso de creación tan sólo en un segundo momento, sea reforzando o cambiando completamente la idea, pero siempre teniendo como punto de partida el insight inicial. Siempre que tengo un trabajo para hacer me quedo con el asunto en la cabeza todo el tiempo. Voy a bañarme y él está allá. Llego al bar y él me ofrece un trago. A la hora del café, el asunto surge, translúcido, en las gotas del edulcorante. Incorporo el tema. Respiro el asunto. Y así, naturalmente, el acto de observar comienza a ser más orientado. Experimentar es muy importante para descubrir nuevos lenguajes visuales. Los trabajos personales colaboran con el ejercicio del pensar y para descubrir nuevos recursos y métodos. En mi opinión, cada designer debería tener el hábito de, paralelamente al trabajo comercial, desarrollar estudios y proyectos personales. Experimentar es fundamental como ejercicio creativo y también como un camino para llegar a un estilo propio. Con la mirada entrenada, esas nuevas informaciones pueden ser insertadas en trabajos comerciales, tornándolos más autorales. En ese proceso, el único límite es el propio creador. Y ése es, siempre, el mayor límite.
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I also have the habit of researching about the topics of work, personal or not, that I will develop. I research texts, images, sounds… It is a very inspiring process. Sometimes the ideas arises ready in my mind, then the research becomes a secondary part of the creative process, reinforcing or completely changing the idea, but always holding the original insight as the starting point. Every time I have a piece to develop, the topic becomes a permanent thought. I go have my shower and it’s there, I arrive at the bar and it offers me a drink… At breakfast, the topic arises, translucid, in the sweetener drops. I incorporate the subject. Breath the theme. And naturally, the act of observing becomes more focused. Experimenting is very important to discover new visual languages. The personal works collaborate with the exercise of thinking and to discover new resources and methods. In my opinion, every designer should have the habit of, parallel to commercial work, develop studies and personal projects. Experimenting is fundamental as a creative exercise and also as a path to reaching one’s own style. With a trained look, these new information can be inserted in commercial work, making it more personalized, in this process, the only limiting factor is the creator himself. And that is, always, the greater limit…
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inscrições de 15/04 a 27/06/08
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prova 29/06/08
ilustração . arleQuinal
DvCM
vestibular
graduação extensão pós-graduação
design gráfico belasartes.br
INSPIRAÇÃO
O ato deobservar Tenho o hábito de observar. Muito. Tudo. O tempo inteiro. Fico atenta a todo tipo de informação. Todo tipo de imagem.
texto e ilustração: Ana Starling > www.anastarling.com
Observo estímulos visuais e não visuais. De olhos abertos ou fechados. E ouvidos atentos. Sempre. Andando, comendo, no trânsito, no cinema, na padaria, na farmácia, ouvindo música, olhando para uma capa de disco. Percebo sensorialmente que observo, mesmo sem saber racionalmente o que observo. Esse olhar sem compromisso de ver talvez seja a mais importante fonte de inspiração, pois é o treino do olhar. Também inspiro-me nas ferramentas de trabalho. Na tecnologia. Nos meus sonhos. Acho que tudo sempre pode ser observado, percebido como uma forma de alimento para a criação. Meu trabalho é muito digital, mas primeiro ele existe mentalmente. Normalmente o rascunho começa na minha cabeça, acabo usando a página em branco dos programas como uma folha de papel. Posso rascunhar numa página do Freehand ou Illustrator como se estivesse usando um tablet. Posso também fazer um desenho num papel e usá-lo como base para um desenho vetorial ou usá-lo como desenho feito à mão. Gosto muito dos softwares, de tudo que faz referência ao digital e da influência da tecnologia na estética, mas tudo deve ser usado de forma pensada. Tenho também o hábito de pesquisar sobre o assunto de um trabalho, pessoal ou não, que vou desenvolver. Pesquiso textos, imagens, sons... é um processo muito inspirador.
> lea este texto en español en la página 102 > read this article in English at page 102
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Às vezes as idéias surgem prontas na minha cabeça, daí a pesquisa entra no processo de criação apenas num segundo momento, seja reforçando ou mudando completamente a idéia, mas sempre tendo como ponto de partida o insight inicial. Sempre que tenho um trabalho a fazer fico com o assunto na cabeça o tempo inteiro. Vou tomar banho e ele está lá. Chego no bar e ele oferece-me um drink... Na hora do café, o assunto surge, translúcido, nas gotas do adoçante. Incorporo o tema. Respiro o assunto. E, assim, naturalmente, o ato de observar passa a ser mais direcionado. Experimentar é muito importante para descobrir novas linguagens visuais. Os trabalhos pessoais colaboram para o exercício do pensar e para descobrir novos recursos e métodos. Na minha opinião, todo designer deveria ter o hábito de, paralelamente ao trabalho comercial, desenvolver estudos e projetos pessoais. Experimentar é fundamental como exercício criativo e também como um caminho para se chegar a um estilo próprio. Com o olhar treinado, essas novas informações podem ser inseridas em trabalhos comerciais, tornando-os mais autorais. Nesse processo, o único limite é o próprio criador. E esse é, sempre, o maior limite...
STOP
Jorge Galv達o . www.flickr.com/jorgegalvao . Brasil