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NUNO ValErio . www.uiu-uiu.com . Portugal
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Sincerity...
Sinceridad...
After 2 years looking for an honest programmer – the type that will not take our sweaty money and keep us waiting for several months for, then, vanish from the map – the online Zupi Shop finally is back on the air. This was not the last of the problems. Permanent discussions with the former graphic that we used to print the magazine showed us that there are still people who do not consider lack of quality to have reversal pages assemble, repeated pages or even the cover without lamination.
Después de 2 años buscando por un programador honesto – un tipo que no va agarrar nuestro dinero sudado y enrolar por meses para, después, sumir del mapa – la tienda online Zupi Shop finalmente volvió al aire. Este no fue el último de los problemas. Discusiones incesantes con la última gráfica que trabajó con ZUPI nos mostró que todavía hay gente que no considera falta de calidad páginas con montaje alterado, cuadernos fuera del orden o la tapa sin laminación.
Notwithstanding we will begin 2008 following the commitment assumed since Zupi #1. In September we will show our respect by reprinting this historic edition, with new selections to the “Gallery and Fresh Meat”. The difficulties and lack of hectic from others can not stop ZUPI.
Pero no por esto comenzaremos el año 2008 esquivándonos del compromiso asumido desde la Zupi #1. Nuestra homenaje a ella será en Septiembre, en forma de reedición histórica, con nueva selección de la Galería y Carne Fresca. Las dificultades y la falta de ética de los otros no pueden parar a ZUPI.
It seems easy to “take advantage” of independent magazines like ours… But from the word independency, other associations can be done. It is the state of that or of those provided with liberty and autonomy. That is how Zupi will go on in 2008 and for the next years to come: showing quality artistic works, without any other filter but esthetics itself. Because, as Flaubert have written, art “of all lies, it is the least untrue”.
Ser una revista independiente como es ZUPI y sobrevivir es muy difícil… Pero de la palabra independencia, otras asociaciones pueden ser hechas. Es proveer la libertad y autonomía. Así ZUPI deberá permanecer en 2008 y por los años que vendrán: mostrando trabajos artísticos de calidad, sin otro filtraje que no la estética pura. Pues, así como escribió Flaubert, el arte todavía debe de ser “de todas las mentiras, la que engaña menos”.
EDITORIAL > by Allan Szacher
Sinceridade... Após 2 anos procurando por um programador honesto - do tipo que não vá tomar nosso suado dinheiro e enrolar por meses para depois sumir do mapa - a loja Zupi Shop finalmente voltou ao ar. Esse não foi o último dos problemas. Discussões incessantes com a ex-gráfica que trabalhava conosco mostraram-nos que ainda existe gente que não considera falta de qualidade páginas montadas ao inverso, cadernos fora de ordem ou capa faltando laminação. Mas nem por isso começaremos o ano de 2008 esquivando-nos do compromisso assumido desde a Zupi #1. Nossa homenagem a ela virá no mês de setembro, em forma de reedição histórica, com nova seleção da Galeria e Carne Fresca. As dificuldades e a falta de ética alheia não podem estacionar o saci.
artwork: Joana Lira < www.joanalira.com.br >
Parece que é muito fácil “enfiar a faca” em revistas independentes como a nossa... Mas, da palavra independência, outras associações podem ser feitas. É o estado daquilo ou daqueles providos de liberdade e autonomia. E assim a Zupi deve permanecer por 2008 e pelos anos que ainda virão: mostrando trabalhos artísticos de qualidade, sem outra filtragem que não a estética pura. Pois, assim como escreveu Flaubert, a arte ainda deve ser “de todas as mentiras, a que menos mente”.
VISITE > www.zupi.com.br envie seus trabalhos > submit your artworks >
check: www.zupi.com.br/revista
CARTAS
A revista Zupi não traz as seções básicas do portal, como cartas, eventos, concursos etc. Encontre este conteúdo em www.zupi.com.br Mande para a Zupi suas críticas e sugestões: submit@zupi.org
REVISTA ZUPI > #8 > fevereiro 2008
conteúdo
tripulação
CARNE FRESCA os cadernos de Dietrich
pág 08
ALLAN SZACHER editor / idealizador
JULIA BOLLIGER > MTB 49351-SP jornalista responsável
PORTFOLIO Pulpo e seus 8 tentáculos
pág 10
SÍMON SZACHER diretor executivo
DAVID PLASSA estagiário de redação
ARTISTA CONVIDADO Mr. Jansen: um veterano neo-expressionista
pág 18
ZUPI DESIGN direção de arte
DINA ROZENBOJM revisão
AMBIENTE artes plásticas nas paredes da F/Nazca
pág 28
conselho editorial Ana Starling, Artur Rangel a.k.a Kjá, Flávio Samelo, Glauco Diógenes, Luciano Cian, Mário Fontes e Tati Tacla
GALERIA 31 trabalhos artísticos e experimentais de artistas do mundo inteiro
pág 32
PERFIL memórias de uma noiva
pág 66
ROAD TRIP TwoCollect vai à Hong Kong
pág 76
BATE-PAPO Fabrini, entre cortinas e cartolas
pág 78
COLABORADORES Adrian Florea, Ale Buika, Alexander Egger, Alexey Voltolino, Arisu, Bruno Borges a.k.a OIT8DOI2, Crisvector, Cau Gomez, Daniel Manzini, Dimas Forchetti a.k.a Dims, Eduardo Berbel, Estúdio Mol, Fábio Raposo, Fabricio Moraes, Fabrini, Felipe Campos, Fernando Hereno a.k.a Pulpo, Gastòn Caba, Guilherme Dietrich, Herbert Loureiro, Ieve Holthausen, Joana Lira, Kimiko Yoshida, Kristina Sabaite, Leonardo Bruno de Sousa Silva, Luciano Arantes Drehmer, Luiza Prado, Marcus Antonius Jansen, Mauricio Gomes, Mauricio Tadashi a.k.a. Yoshimoto, Melina Pierro, Marco Magalhães, Natalie Catlett, Nathan Sawaya, Rodrigo Noventa, Talita Hoffmann, Tom14, TwoCollect, Virgílio Neto, Walmir dos Santos Archanjo
LEGO BUILDERS o que fazer com as 30 peças de lego por habitante do planeta?
pág 86
AGRADECIMENTOS Edson Luciano, Eduardo Gayotto (pelo logo desta página), Camila Nobre (F/Nazca), Paula Cohn
LIVROS uma nova referência para sua coleção
pág. 90
DISTMAG 11 3644-6008 distribuição Brasil
TOP SITES os 6 melhores sites do momento escolhidos pela equipe da Zupi
pág. 92
Traduções | Traducciones | Translations
pág. 98
CAPA Pulpo ILUSTRAÇÃO (à direita) Guilherme Dietrich APOIO MaxHaus
ESKENAZI gráfica
> fev / mar / abr 2008 > publicação trimestral > 15.000 exemplares > issn: 1809-5534
ASSINE A REVISTA www.zupi.com.br/revista +55 11 3477-7720 PUBLICIDADE simon@zupi.com.br +55 11 3477-7720 ENDEREÇO Rua Conde de Irajá 297 VIla Mariana - 04119-010 São Paulo - SP - Brasil
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CARNE FRESCA
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ilustrações: Guilherme Dietrich > www.guilhermedietrich.com.br
guilherme dietrich
O caderno surgiu para saciar nossa necessidade de registrar assuntos, temas, palavras e momentos pessoais importantes. Usufruirmos desse material como ferramenta de trabalho e lazer. Com isso, concluímos que não é possível confirmar nada sem ele. “Não é para aplacar uma incessante febre pelo novo, por requinte, que este caderno passou a existir. Existe porque dele preciso. Existe por uma questão que vai além da disciplina. Uma vez que é através dele que também respiro!” – Carlos Henrique Leiros. E foi assim que o Carne Fresca desta edição apropriou-se dos cadernos para expor sua arte de colorismo. Guilherme Dietrich, 23, descarrega seus pensamentos e estampa os processos criativos como registros pessoais ao som de Bob Dylan e Tom Jobim. O jovem artista de Porto Alegre mistura vivências com pintura, música e design: “Há desenhos que eu desenho. Outros, desenham-me. Têm vezes que desenhar é fuga, outras são luta. Alguns casos é silêncio, em outros, é música.” – diz Guilherme descrevendo suas obras. Há dois anos descobriu a profunda linguagem do desenho e criou uma relação metafórica de vida. Após participar do workshop “Procedência e Propriedade”, com o professor
Charles Watson, Dietrich passou a carregar os seus prazeres e conquistas em todos os cadernos de que dispunha. Em uma espécie de diário, transfigurava experiências que logo eram ocultadas por obras novas. Uma impressão do hoje e não do amanhã ou depois. Além de canetas e canetinhas, os desenhos carregam matrizes inusitadas, como alimentos e vinho. “Desenho com o que está a mão. Se a mesa está suja, abro o caderno e limpo tudo”. Os aspectos realistas e de introspecção sentimental são perceptíveis na obra do artista que tem certa repulsa em dizer-se dono de um “estilo próprio”. Daí a simples contradição de seu trabalho: como não considerar estilo um conjunto de cores fortes que formaram uma característica única para um garoto de apenas 23 anos? Pode-se dizer que, na visão do artista, a maior preocupação da imagem não é o resultado final, mas o modo como estão sendo condicionadas suas expressões no papel. É típico de Dietrich desenhar cada momento e virar a página sem parar para olhar para trás.
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pulpo Um certo “spanglish” foi necessário para que a Zupi conversasse com o argentino Fernando Hereno. Misturando línguas e cores, o irreverente ilustrador conquistou-nos desde o momento em que exibiu um trabalho na Galeria da Zupi #6. O artista já trabalhou com design e produção de jogos, além da ilustração e graffiti. Faz muitas coisas ao mesmo tempo e não deixa a desejar. Talvez seja um octópode este artista que, não à toa, é chamado por todos de Pulpo - o polvo.
CARREIRA Tenho 30 anos. Desde muito pequeno gosto de desenhar e, principalmente por isso, escolhi o design gráfico como carreira. Quase todos os meus trabalhos estão relacionados com design e ilustração. Sempre foi natural, para mim, a convivência entre meu trabalho e os aspectos criativos mais pessoais. De qualquer forma, há dois anos, decidi focar-me em desenvolver um estilo, já que sempre fiz coisas muito variadas e fui mudando - sentia necessidade de desenvolver algo em profundidade. Nunca tive um estúdio próprio, porém sempre foi algo que gostaria de fazer. Os trabalhos que ia realizando sempre foram de grande qualidade e de alto nível criativo. Além disso, sempre tive independência absoluta para trabalhar e criar, apreciando muito fazer isso em grupo. Após trabalhar por quatro anos no canal Cartoon Network, como designer, influindo em diferentes áreas, sou encarregado da parte criativa de um estúdio que desenvolve jogos - e também proporciona a possibilidade de criar produtos de entretenimento e usar a promoção e marketing que fiz em trabalhos anteriores. Para mim, os jogos são como mini-filmes nos quais conta-se uma história, em que se define uma estética levando em conta o ritmo, a música, etc. E a resposta do povo é claríssima: ou jogam, ou não. >
arte: Pulpo > www.flickr.com/pulpocorporate
> lea este texto en español en la página 98 > read this article in English at page 99
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POLVO É um apelido que tenho desde pequeno. Quando jogava futebol como goleiro e era muito bom, meus conhecidos chamavam-me de Pulpo. Pareceu-me um bom nome, associado à idéia de fazer muitas coisas diferentes ao mesmo tempo. É algo que tem a ver com minha carreira profissional. Sempre fiz um pouco de tudo: ilustração, animação, design de personagens e variados estilos. É difícil falar de mim. A meu ver, minhas referências falam, de alguma maneira, de mim. Meus companheiros de trabalho, que me acompanham no dia-a-dia são grandes referências e para mim é fundamental conhece-los como pessoas e artistas. Aprendi muito de muitos, mas nas ilustrações posso mencionar dois: Juan Weiss e Diego Misina. Além deles, fui influenciado desde sempre por artistas como McCracken, Rocambole, Kay Nielsen e um renomado artista com quem me identifiquei há pouco, John Kricfalusi.
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ESTILO Meu estilo é uma mescla do graffiti às séries animadas que via quando criança. Também há um forte conteúdo de sexo, caos e realidade. Por outro lado, trabalho com algo de barroco, pela quantidade de informação que está mais relacionada aos quadros clássicos do pintor holandês El Bosco. Como designer, gosto de ter uma paleta cromática delimitada ou gerar um conceito a partir da cor. Acho que está mais associado a utilizar uma técnica simples, amena e conhecida por todos. É o mais simples do design que sempre tive à mão: fibras, papel e alguma cor. É levar os desenhos do caderno às lâminas grandes sem perder esta relação estreita com os materiais simples. >
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ARGENTINA De todas as maneiras, creio que nas artes plásticas tradicionais e urbanas é muito difícil encontrar referenciais que se diferenciem das vanguardas atuais geradas por outros países. Porém, sem dúvida, acredito que em outros ramos como a música, cinema e literatura, é possível identificar com maior claridade a idiossincrasia portenha (de Buenos Aires) mais do que a argentina. Acredito que a partir da crise na Argentina ocorreram mudanças mais relacionadas à indústria cultural, favorecidas por esse tipo de mudança. A Argentina tornou-se um país economica e criativamente mais atraente, o que levou grandes empresas e produtoras a instalar-se no país, com produção de entretenimento, assim como design de roupas, objetos, etc. De qualquer forma, isso é só uma parte favorável.
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ARTISTA CONVIDADO
mr. jansen Marcus Antonius Jansen é norte-americano, estudou expressionismo na Alemanha, e mostra um talento surpreendente para as artes-plásticas, com toques subconscientes e pessoais advindos dos tempos tortuosos que passou na Guerra do Golfo. O passado de um veterano de guerra resultou em telas que misturam tipografia, fotografia, graffiti e artes plásticas, em fortes expressões daquilo que o combate lhe mostrou há tempos atrás. Hoje, seus trabalhos podem ser encontrados no Instituto Smithsoniano (Estados Unidos), no Nacional Taiwan Museum of Fine Arts (Taiwan) e no Museu de Arte Contemporânea de Moscou (Rússia). Edvard Munch, um dos grandes expoentes expressionistas da história da arte moderna, já dissera: “Como Leonardo Da Vinci estudava a anatomia humana e dissecava cadáveres, eu procuro dissecar almas”. Atualizando arte, frases e dissecando o sistema norte-americano contemporâneo, o que um urbanoexpressionista tem a dizer sobre isso? “É a minha resposta ao que sinto quando presto atenção ao combate urbano, aos choques sócio-culturais que ocorrem em ambientes feitos pelo homem, e o impacto que nós temos sobre eles.” >
obras: Marcus Antonius Jansen > www.marcusjansen.com > lea este texto en español en la página 99 > read this article in English at page 100
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[Zupi] Como você pode definir, em suas próprias palavras, o que entende por “Neo-Expressionismo Urbano”? O Neo-Expressionismo Urbano é uma nova forma de Expressionismo, que inclui elementos urbanos ou importâncias subjetivas. Está enraizado no Expressionismo alemão, Expressionismo Abstrato norteamericano e a arte urbana do Graffiti: três gêneros que emergiram de uma necessidade de mudança. Sou produto de Nova Iorque, onde vivi no início dos anos 70 e, depois, na Alemanha, ainda criança. Fui bastante influenciado por todos os movimentos. Meu trabalho é um intercâmbio de elementos culturais com o intento de conectar as pessoas de diferentes culturas e modos de vida. Tanto o Expressionismo quanto o Graffiti foram movimentos rebeldes em tempos de pobreza, guerra, mudanças sociais e crises econômicas. Senti que ambos tinham muito em comum e quis explorar esta conexão. Hoje, no começo do séc.XXI, vivemos em tempos similares, com as mesmas dificuldades. Essa forma de expressão chegou a mim de forma bem natural, há dez anos atrás, foi o meu comentário do que sentia sobre o mundo de hoje. Permitiu-me que encontrasse novas formas usando a paisagem urbana como cenário e roteiro. [Zupi] Assim como no caso de grandes expressionistas – como Edvard Munch e Caspar David Friedrich - a maioria destes artistas possuem passados tortuosos, de modo a optar por esse tipo catártico de pintura. É este o seu caso? Todos temos nossas penúrias. Mas poderia dizer que meu primeiro serviço militar, como soldado, com 21 anos de idade, teve um impacto significante em minha maneira de ver o mundo. Isso pode muito bem ter sido catalisador, não só para que voltasse a pintar, como para adquirir um estilo mais ou menos fraturado e distorcido, voltado a turbilhões que tornaram meu trabalho mais expressivo. Sou produto deste mundo e, portanto, minhas obras são produto destes arredores e experiências. A arte deu-me uma forma mais gratificante de “servir”. [Zupi] Muitos dizem que o Expressionismo é bastante conectado à loucura e exploração do subconsciente. O que você diria sobre isso? Eu concordaria que meu trabalho cabe neste escopo. Também se apresentou em tempos de crise e é usado como uma força de expressão livre, um estilo artístico que representa pensamentos internos e sentimentos próprios. Sempre considerei isto fascinante por comunicar o não visto, espiritual e subconsciente. Permite-me que use minha pintura livremente, com pequenas restrições ao pensamento e, ainda, explorar o que sinto sobre o assunto. É uma jornada surpreendente quando se começa, pois mostra o quanto eu não sei a respeito de meu próprio poder criativo. Não há limites. Sou grande fã de expressionistas, assim como de talentosos grafiteiros; geralmente auto-didatas. Diria que muitos pintores influenciaram-me na medida em que crescia e os observava. Infelizmente, muitos artistas escolheram focar-se em reproduzir trabalhos de estilos anteriores, sem implementar novas idéias. Isso se torna uma venda “segura”. Eu quis mudar isso e mostrar um ângulo diferente. > ZUPI
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[Zupi] Acredito que você tenha críticas por trás de muitas imagens, denotando que elas foram planejadas. Como pode ser considerado Neo-Expressionismo algo que traz tais intenções? Minhas pinceladas são livres. Não foram limitadas por pautas ou restrições. Por sinal, sugerem novas formas que podem ser consideradas “acidentes” ou “imperfeições”. Já que não acredito em acidentes, recuso-me a aplicá-lo ao meu trabalho. Tudo tem sua ordem. Apenas por não compreendermos algo, ou por vermos algo que foge de nosso conhecimento de normas, não significa que não tenha validade ou propósito. Isso é algo que exploro em meu trabalho: pinceladas selvagens são mantidas cruas e indisciplinadas, para que me ensinem algo novo. Meu instinto inato é o que me guia e ajuda a descobrir composições e um entendimento mais amplo das coisas a meu redor. As pessoas que me conhecem, também sabem que meu trabalho é auto-biográfico. Geralmente carregam mensagens ocultas, símbolos, números e sinais que deixam o observador envolvido. Todos descrevem meus diferentes estágios, em tempos diversos, ainda que este estilo seja reconhecido como JANSEN. [Zupi] Quando começou a misturar pinturas, fotografia e graffiti? Comecei a pintar, neste estilo particular, em 1997 – há uma década. Os primeiros trabalhos eram bastante crus e de menor definição, embora o sistema urbano e as questões subjetivas ainda fossem a peça-chave para meu estilo. Optei por isso, pois queria uma plataforma com a qual
todos pudessem ter identificação. Interessou-me após ler um texto dos índios Hopi e os prados de pedra em que eles prognosticavam há séculos. Depois, passei a usar elementos mistos de mídia e o estilo teve um estímulo diferente. Como a maioria dos artistas, continuei ampliando a bagagem e, depois, evidenciei a questão subjetiva. Quando um artista adquire certa maturidade, seu trabalho torna-se inegavelmente “seu”. [Zupi] Ao comprarem suas pinturas, você acredita que as pessoas geralmente captem o espírito do que você sentia ao fazê-la? A arte existe para ser investigada e explorar sem barreiras prévias ou respostas prontas. Ela fornece ao observador a grande oportunidade de estimular-se mental e emocionalmente, encontrando algo que tenha significado para a pessoa, baseada em sua própria individualidade. Não sou desse tipo de artista que precisa que o observador entenda o que penso ou sinto. Considerando que a fonte do meu trabalho provém do subconsciente, não seria possível explicar as coisas contidas em cada obra. Muitas delas são surpresas para mim e são o que torna o trabalho interessante. Tudo o que faço é encontrar algo que possa usar durante o processo. Muitas vezes, após dias, olho para a obra e entendo bem melhor o que acontecia enquanto pintava – e é neste momento que a digiro pela primeira vez e realmente a aprecio. >
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[Zupi] Muitos jovens artistas têm sido inspirados pelo estilo que você criou. O que você diria sobre isso? É isso que a arte contemporânea deve fazer, portanto sintome honrado e, de fato, cumprindo meu papel como artista. É uma ótima forma de servir ao mundo e conectar-se com outras pessoas. Diria aos artistas mais jovens para serem individuais, isto é, não iguais aos outros. A arte é uma ótima forma de retratar a si mesmo, permitindo aos outros verem sua própria visão, que é única. Bela maneira de servir à humanidade! Iria encorajá-los a trabalhar sinceramente em qualquer meio que escolham e, como diz meu mote “nunca diga que eu não posso” – pois se pode perder seu real potencial se não for por este incentivo. [Zupi] Qual a sua opinião sobre o futuro das artes plásticas, considerando sua popularidade? A arte tornou-se popular por inúmeras razões. A primeira sendo o fato de que estamos nos libertando, procurando a verdade e honestidade. Na História, sempre víamos a arte por senso próprio ou por conhecimento; um espelho honesto da humanidade. O mesmo ocorre agora, bem como uma fome espiritual desesperada dentro de mim – e, obviamente, de todos os outros. Estamos procurando, como sempre estivemos. Estou, de fato, preocupado com o futuro das artes. O comércio e o dinheiro ditam muito do que é consideravelmente bom ou ruim. O artista deve permanecer verdadeiro com seu próprio trabalho e individualidade, que nunca mentirá se for escutado. Se a arte for silenciada ou restringida de qualquer forma, estaremos essencialmente cortando nosso espírito criativo e, por conseqüência, não alcançaremos nossa inteira capacidade enquanto seres humanos. ZUPI
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F/Nazca fotos: Edson Luciano > www.fnazca.com.br Com sede em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, F/Nazca Saatchi & Saatchi sabe bem como invadir a mente do consumidor e emplacar seus produtos no mercado com criatividade e ousadia. Considerada uma das maiores agências do Brasil, a pesquisa realizada mensalmente pelo Data Folha e publicada no jornal Meio & Mensagem confirma o título de melhor agência sob o aspecto de brilhantismo criativo e planejamento estratégico inteligente. Na capital Paulista, o prédio imponente de dois andares está localizado no Ibirapuera. O que mescla inovação e criatividade está estampado, também, em suas paredes recheadas de obras de importantes artistas plásticos brasileiros contemporâneos que são trocadas a cada três meses. Os ambientes abertos traduzem a visão de comunicação revolucionária que engloba o conceito da vencedora do “11° Prêmio o Globo de Propaganda”. > lea este texto en español en la página 101 > read this article in English at page 101
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GALERIA >> Ale Buika . www.flickr.com/photos/alebuika . Brasil
galeria : gallery envie seus trabalhos (português)
A Galeria é mais um local disponibilizado pela Zupi para exibir trabalhos artísticos de qualidade. Aceitamos trabalhos de ilustração, fotografia, artes gráficas, design, 3D, animação, motion, tipografia, pintura, graffiti, moda, entre outros. Confira os temas para as próximas edições: . ed #09 - Maio/08 > tema livre . ed #10 - Agosto/08 > tema livre . reedição ed #01 - Setembro/08 > tema livre Envie imagens em baixa resolução (72dpi) para: submit@zupi.org Se você for selecionado entraremos em contato, pedindo seus dados e a arte em 300 dpi.
submit your artworks (english)
The Gallery inside Zupi Mag is another place where quality artworks are exposed. We accept works such as illustration, photography, graphic arts, design, 3D, animation, motion, typography, painting, graffiti, fashion, among others. Check out the subjects for the future editions: . issue #09 - May/08 > free subject . issue #10 - August/08 > free subject . reprint issue #01 - September/08 > free subject Send us the image in low resolution (72dpi) to: submit@zupi.org If you are selected, we will contact you and ask for your data and the file in 300dpi.
envíe suyos trabajos (español)
La Galería de la Revista Zupi es otro local en que trabajos artísticos de calidad son expuestos. Aceptamos trabajos de: ilustración, fotografía, artes gráficas, diseño, 3D, animación, motion, tipografía, pintura, graffiti, moda, entre otros. Confiera los temas de las próximas ediciones: . ed #09 - Mayo/08 > tema libre . ed #10 - Agosto/08 > tema libre . reedición ed #01 - septiembre/08 > tema libre Envíe imágenes en baja resolución (72dpi) para: submit@zupi.org Caso sea seleccionado, entraremos en contacto pidiendo sus datos y el arte en 300dpi.
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GALERIA >> Alexander Egger . www.satellitesmistakenforstars.com . Italy/Austria
GALERIA >> Alexey Voltolino . alexeyvol@terra.com.br . Brasil
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GALERIA >> CrisVector . www.crisvector.com . Brasil
GALERIA >> CAU GOMEZ . caugomez72@gmail.com . Brasil
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GALERIA >> Walmir dos Santos Archanjo . www.mude.deviantart.com/gallery . Brasil
GALERIA >> VIRGÍLIO NETO . vrgneto@gmail.com . Brasil
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GALERIA >> Mauricio Tadashi a.k.a. YOSHIMOTO . www.myspace.com/mauriciotadashi . Brasil
GALERIA >> tom14 . www.fotolog.com/tom14 . Spain
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GALERIA >> Daniel Manzini . www.danielmanzini.com . Brasil
GALERIA >> Melina Pierro . www.mel-meow.com . Brasil
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GALERIA >> Dimas Forchetti a.k.a Dims . www.flickr.com/photos/dimasforchetti . Brasil
GALERIA >> Bruno Borges a.k.a OIT8DOI2 . www.oit8doi2.com . Brasil
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GALERIA >> Estúdio MOL . www.estudiomol.com.br . Brasil
GALERIA >> Mauricio Gomes . prosthetics1.deviantart.com . Brasil
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GALERIA >> eduardo berbel . eduardoberbel@hotmail.com . Brasil
GALERIA >> Felipe Campos . www.kooldot.blogspot.com . Brasil
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GALERIA >> Talita Hoffmann . www.flickr.com/photos/litsy . Brasil
GALERIA >> Fabricio Moraes . fabricio@seagullsfly.art.br . Brasil
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GALERIA >> Fรกbio Raposo . www.flickr.com/photos/fabioraposo . Brasil
GALERIA >> Marco Magalh達es . www.marcomagalhaes.com.br . Brasil
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GALERIA >> Rodrigo Noventa . www.pastaaosugo.blogspot.com . Brasil
GALERIA >> Arisu . arisuart@gmail.com . Portugal
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GALERIA >> Gastòn Caba . www.gastoncaba.com.ar . Argentina
GALERIA >> Natalie Catlett . natalie.catlett@gmail.com . USA
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GALERIA >> Luiza Prado . www.flickr.com/photos/doisedois . Brasil
GALERIA >> Herbert Loureiro . www.flickr.com/photos/ralarotchan . Brasil
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GALERIA >> Ieve Holthausen . www.flickr.com/photos/ieve . Brasil
GALERIA >> Luciano Arantes Drehmer . www.flickr.com/photos/drehmer . Brasil
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GALERIA >> Leonardo Bruno de Sousa Silva . www.flickr.com/photos/leobdss . Brasil
GALERIA >> Kristina Sabaite . www.audiografik.net . Spain
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PERFIL
kimiko “Estou envolvida em tirar fotos de ‘noivas celibatárias’ onde se desembaraça o medo de pequenas garotas aterrorizadas descobrindo a servidão dos casamentos arranjados e o destino humilhante das mulheres japonesas. Como alguém pode esquecer o segredo guardado por minha mãe, descoberto por mim aos oito anos de idade e que tanto me horrorizou? Logo descobri que meus pais viram-se pela primeira vez no dia exato em que se casaram - um casamento que foi totalmente arranjado por suas respectivas famílias”. - afirma a artista japonesa Kimiko Yoshida sobre seu trabalho.
obras: Kimiko Yoshida > www.kimiko.fr
Autoretratos em roupas e máscaras de noiva são a superfície de sua obra, marcada pelo discurso contra a servidão involuntária.
> lea este texto en español en la página 101 > read this article in English at page 101
A base são as pinturas no rosto, camuflando-se com os planos de fundo das fotos e a sensação nítida de que ali, onde desaparece a mulher, já não existe matéria. >
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> De seu passado, Kimiko lembra-se de ter sido mandada embora de casa por sua mãe, com apenas três anos de idade > Levando uma caixa com seus tesouros para o parque público da cidade, foi encontrada pela polícia apenas no dia seguinte > Em um trecho de seu texto “Marry Me!” (2003), Kimiko diz que isso fê-la sentir-se “nômade” > A artista fugiu do Japão para a França onde passou a estudar a cultura francesa e tirar fotos de noivas celibatárias “Interessa-me tudo o que não seja eu. Estar onde penso não estar, desaparecer onde penso estar, eis o que importa”
> Seu primeiro auto-retrato foi extraído de um ensaio de filmagem própria, em 16mm, entre os anos de 1998 e 1999 > O primeiro auto-retrato em fotografia - “The Widow Bride” (2001) - a “noiva viúva” foi o precursor de muitas séries de noivas de Kimiko > As alusões à morte e desaparecimento, notáveis nas máscaras que se camuflam com os planos de fundo já estavam presentes > Sobre seu trabalho, Jean-Michel Ribettes escreveu que se trata da “vaidade da imagem, da vida e da morte e acima de tudo da ultrapassagem do narcisismo” “Os meus auto-retratos são naturezas-mortas. Aquilo que mostro é a imagem de um cadáver”
> Há 3 divisões internas entre os ensaios de Kimiko: > A ficção, representada nas fantasias que a artista desenha para as noivas > A étnica e arqueológica, extraídas de peças de museu > As de alusão à história da arte, relembrando obras de Picasso, Fontana, Velasquez, entre outros “Estou criando todos os tipos de auto-retratos quase monocromáticos para representar o casamento virtual da noiva não casada, transformando-se em viúva, astronauta, chinesa, mangá, egípcia e assim por diante”
> As séries de Kimiko tem forte influência na obra “O Grande Vidro” ou “A Noiva Despida por seus Celibatários, Mesmo” (1915) de Marcel Duchamp > O nome, aparentemente sem sentido, encontra significado no som produzido pela associação das palavras “ame-me” e “mesmo” em Francês (m’aime e même) > O quadro traz uma engrenagem mecânica por trás de um vidro quebrado e trata do assunto do mecanismo do casamento e da fragilidade feminina > Procurando lutar contra esta situação, Kimiko cria personagens fictícios de belas noivas sem marido “Hoje, na seqüência de figuras provavelmente exorcizadoras, incorporo uma noiva que é paradoxal, intangível e solteira, com identidades que são, simultaneamente, dramáticas, fictícias, parodiadas e contraditórias”
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roadtrip
Hong Kong O que as designers alemãs Antonia Kühn e Julia Wolf foram fazer na China? Trabalhar e conhecer, seria a resposta correta. Em uma viagem que durou meses, as duas integrantes do coletivo TwoCollect partiram em maio de 2007 para uma viagem que passaria por países como China, Nova Zelândia, Chile e Brasil, trabalhando em locais estrangeiros, visando ampliar suas perspectivas para diferentes culturas e transformar sua maneira de pensar sobre os lugares. Primeira parada: Hong Kong. A cidade, que já foi colônia britânica é detentora de sistemas de organização liberais e está localizada na parte que compete à República Popular da China, juntamente com Macau. A maior população do mundo tem cuidados governamentais para controle de natalidade, restringindo, portanto, as possibilidades de entrar em crises econômicas mais brandas. As terras chinesas hoje possuem arquitetura urbanista com ênfase na paisagem que é espelhada em Hong Kong, tendo 60% de espaço ocupado por parques e terrenos descampados bem arejados em meio aos prédios de estrutura moderna. Por conta do longo tempo de vida, o país concentra diversas etnias (56 apenas na RPC) e variados ritos resultantes das ordens filosóficas e religiosas. Inventores do papel, da pólvora e da bússola, são destaque na produção cultural mundial e um design urbano voltado para ícones, símbolos, signos e arquétipos típicos. Do local, o TwoCollect trouxe conhecimentos culturais jamais vistos e preparou-se para conhecer mais da arte mundial a partir de algumas de suas principais criações. Hoje, a dupla que trabalha no Tommy Li Design Workshop, garante ter percebido o quanto a linguagem visual une a população, considerando que os artistas e designers geralmente se conhecem, mesmo em se tratando de intensas concentrações populacionais.
Fotos: TwoCollect (Antonia Kühn / Julia Wolf) > www.twocollect.com > lea este texto en español en la página 102 > read this article in English at page 102
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BATE-PAPO
obras: Fabrini > fabrini.deviantart.com
fabrini Contatar Fabrini foi tarefa árdua. Mágico de renome, quase nunca está no Brasil e segue pela Europa fazendo suas performances, dentre as quais, em tempos livres, pinta quadros de temática fantástica - entre cortinas e cartolas. Há um quê de humor negro estampado nas coloridas pinturas. Em um dos primeiros contatos com a Zupi, como nos dita a boa educação, perguntei-lhe: “Como vai o senhor?” De prontidão, o mágico respondeu: “Não sei. Não conheço o Senhor. Na verdade, sou ateu”. O sarcasmo também rege seus dias. Fabrini adivinhou minha idade antes mesmo que eu a dissesse, sob o propósito de que ele, de fato, é mágico. E no desenrolar dos primeiros contatos, surpreendeu-me ao chamar-me de louca: “Eu gosto de gente louca” - disse-me em contrapartida. Isso porque, de fato, ele é artista. >
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ILUSÃO A ilusão é necessária à nossa existência. É divertimento, sonho, fuga de problemas e da realidade cada vez mais angustiante. Não se pode fazer arte sem ilusão e magia, embora nem tudo tenha de ser “Alice no País das Maravilhas” - livro que, inclusive, odeio. Por que será que, quando falamos de ilusões e sonhos, as pessoas logo imaginam um mundo cor-de-rosa com carneirinhos de algodão? Nunca sonhei com estas coisas! Meus sonhos nada têm de fofo, são muito mais estranhos do que normais. Logo, fazer as pessoas sonharem não é fácil, temos de lidar com o óbvio de que elas têm sonhos e aspirações parecidas. Trabalhar com a ilusão não é uma fuga. Aqueles que sonham e buscam por ela são os que fogem da realidade.
VIDA DE MÁGICO Em 1988, meu companheiro de trabalho e eu partimos para a Holanda para participar do Festival Mundial de Mágicos - uma espécie de Oscar para a categoria que ocorre há cada três anos. Competimos com mágicos do mundo todo e ganhamos o primeiro lugar. Graças a este prêmio, as portas se abriram como que por encanto; contratos caiam do céu e em menos de um ano, já tínhamos feito a volta ao mundo trabalhando nos melhores cassinos e casas de espetáculos do planeta. Apresentamo-nos em Londres para o príncipe Albert, em Mônaco para a Família Real, em Las Vegas, Paris, Berlim, Tóquio, Dubai, entre outros. Minhas duas artes são ligadas. O espetáculo inspira-me muito; luzes, artistas, cenários e público são elementos que mexem com minha cabeça. Quando estou trabalhando em um show de mágica, vejo pinturas por toda parte. Quando estou pintando, algo mágico acontece com as cores, nada sai como tinha previsto e é esta fusão que me fascina.
COCEIRAS NO CÓRTEX Uma pintura deve exercitar a mente de quem observa, ser interessante, enigmática, contar algo. Não me interesso em pintar casinhas ou frutas sobre a mesa. De quê serve olhar para algo que faz parte do cotidiano? Uma pitada de humor negro e mistério provoca uma coceira no córtex do espectador, deixa as pessoas curiosas sobre a personalidade do artista. Adoro escutar comentários absurdos das pessoas em frente a uma pintura. Considero-me uma pessoa com dificuldades para expressar-me verbalmente. Talvez seja o tom da minha voz ou a cadência e por isso sempre me comuniquei melhor através da arte. Não consigo transmitir adequadamente minhas idéias, mas realizo-as em forma de arte para que todos entendam o que quero dizer. Criei um personagem enigmático, um ser negro que circula entre as pessoas. Que não anda, desliza. Que não tem rosto e não fala. E a curiosidade das pessoas é uma delícia para meu ego que gosta tanto de perturbar - desde que não tenha que me confrontar cara a cara com o público. >
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O SELO DO PRINCIPADO Trabalhei muitos anos no Cassino de Monte Carlo e tive a oportunidade de conhecer toda a família real graças a jantares para os quais éramos convidados. O príncipe Rainier sempre foi um grande admirador de arte, gostava de se relacionar com artistas . Depois de sua morte, seu filho, o príncipe Albert, tomou seu lugar e continuamos a encontrá-lo em festivais de magia e outros eventos. Em 2005, fui convidado a expor minhas pinturas no Teatro Princesa Grace, em Mônaco, com a presença do príncipe Albert - que escolheu uma das minhas pinturas para ser transformada em selo postal comemorativo do Principado. Completamente atordoado com a noticia, escrevi para várias revistas no Brasil sobre o ocorrido, pois pensei ser uma noticia quente. A jornalista de uma revista muito importante no Brasil perguntou-me se eu não tinha fotos com alguém mais interessante - como Britney Spears ou Madonna - visto que o público gosta mesmo de ver peitos e bundas... Se um dia decidir mostrar a minha, vou ligar para esta amável jornalista novamente e quem sabe assim serei notícia.
CENSURA Não há erotismo em minhas pinturas mas em certas composições costumo revelar um par de seios. Isto chocou a administração do fotolog onde posto meus trabalhos, encerrando minha conta por duas vezes. Mas eu sou teimoso. Abro contas em Fotolog e Myspaces de montão e como todos nós sabemos, o amor sempre será censurado na América e as crianças sempre terão a liberdade de comprar armas nos supermercados - e para isso não existe censura. Apenas não quero mais falar sobre este assunto, pois a única coisa que temo na vida são os norte-americanos - não existe coisa pior do que a ignorância aliada ao poder.
PERSONAGENS A maioria de minhas personagens vêm da minha imaginação, mas quando ficam prontas, acabo notando que me são familiares. Todos os elementos que estão em minhas pinturas pertencem ao mundo em que trabalho. A imagem da ruiva, por exemplo (Marienkafer - 2006) está ligada às meninas do cabaré parisiense Crazy Horse - que possuem a mesma cor de cabelo e corte. Tudo o que vejo nos espetáculos fica arquivado. As cores quentes e veludos são dos cabarés da Alemanha. A tela Cups and Balls, por exemplo, resultou da composição de um número de mágica que se faz com uma bola e três copos. Certa noite, enquanto fazia o truque para alguns amigos, antes de começar o show, vi este homem usando um tapa-olho na primeira fila. Aquela imagem ficou em minha cabeça e, automaticamente, ambos os elementos encontraramse na tela. Acho que todos os artistas são assim: tudo depende do meio em que se vive.
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LEGO BUILDERS
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O que fazer com as 30 peças de lego por habitante do planeta? E de pensar que o incêndio na oficina de um carpinteiro resultaria em tudo isso... 1930: uma das versões mais sólidas do acontecido aponta que, após perder o que tinha em sua oficina pelo incêndio ocasionado por seus dois filhos pequenos, o carpinteiro dinamarquês Ole Kirk Christiansen teve a brilhante idéia de produzir moldes de seus projetos para apresentar à vizinhança. As pequenas peças de madeira que se encaixavam formando os modelos de representação de Christiansen, foram se tornando famosas: seriam a matéria-prima que daria início a todo o império de brinquedos do Lego. Doravante, o plástico, ocupando território em meados dos anos 50 seria o material mais adequado para dar continuidade à indústria de brinquedos que os filhos de Christiansen assumiram. As estatísticas não mentem: desde a fundação da marca Lego, cerca de 190 bilhões de peças foram produzidas - o que confere o número de 30 peças por habitante do planeta Terra. Agora, o que fizemos nós, esse tempo todo, com nosso punhado de 30 legos? Não há quem não
tenha solidificado sua imaginação, pelo menos quando pequenos, a partir de pecinhas de lego. O brinquedo é, por vezes, usado em terapêuticas e no desenvolvimento da criatividade infantil, sendo grande responsável pela formação de artistas. Um pouco mais adiante, na parte oriental da Europa, o romeno Adrian Florea é o objeto de estudo que fez a Zupi interessar-se pelo mundo dos “Lego Builders”. São um grupo mundial de seguidores da marca, que cresceram brincando e, agora, usam a arte para alavancar suas criações em arquitetura e design. “O design industrial, por exemplo, tem muito (senão tudo) em comum com a prática do Lego” - afirma Florea. O grupo é inpirado por grandes nomes da arte em lego mundial, como o caso do nova-iorquino Nathan Sawaya - possivelmente o mais criativo escultor em lego do começo deste século. Veterano na arte, Nathan possui mais de 1.5 milhões de peças em seu estúdio, produzindo escuturas em tamanho real, representando figuras urbanas, assim como projetos pessoais. Suas coleções rondam museus da América do Norte e servem de referência e exemplo para Lego Builders do mundo todo. >
esculturas: Nathan Sawaya (1) > www.brickartist.com mocs: Adrian Florea (2) > www.flickr.com/olog
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Com apenas 21 anos, o romeno tornou-se invicto na produção de MOCs (My Own Creation) - termo geralmente usado para designar as criações feitas em lego. Como a maioria dos Lego Builders, Florea também considera arte a expressão livre de criação em lego, produzindo MOCs fantásticos que disponibiliza – às vezes, até mesmo com as instruções de construção – em seu espaço na Internet. O estudante não acredita que a diversão da prática tenha limites etários ou regionais: “Existe muita coisa que contribui para a diversão de se construir com o Lego; desde procurar em toda sua coleção por aquela pequena peça 1X1 preta (isso pode ser frustrante), até mesmo ser controlado pelas peças que se têm na coleção (o que força a criatividade a trabalhar com o que está disponível)”. Segundo consta, o preço do brinquedo é alto na Romênia. Por isso, o rapaz compra coleções antigas e de segunda mão, improvisando enquanto constrói e, algumas vezes, modificando manualmente peças para conferir a estética sonhada ao MOC final. Desse modo, trabalha meticulosamente com as construções, fotografando e disponibilizando para a apreciação do público mundial – sem intervir posteriormente na figura por meio de programas de computador, que afirma não ser assunto de sua competência. Além disso, Florea não vende seus MOCs principalmente pelo fato de que em Cluj Napoca, cidade onde vive ao norte da Romênia, seria muito difícil repor as peças que perderia em uma venda.
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Cada vez mais conhecida na Europa, a prática desse novo tipo de escultura já possui até mesmo um guia profissional. Para aperfeiçoar as criações, já circula na Europa o “Unofficial Lego Builder`s Guide” – uma fonte (não oficial) de instruções e montagens a partir das 300 principais peças do Lego. Apesar disso, os adultos interessados na prática ainda não são vistos da maneira que desejam. Florea alega que, quando começou a construir, no ano retrasado, não obteve apoio moral de seus pais. Eventualmente, eles perceberam que aquilo não era apenas uma fase pela qual estava passando, e começaram a apreciar a arte de Florea. Independente da crença, região do globo ou faixa etária, deve-se concordar que as criações em Lego são uma fonte inesgotável de criatividade e catarse, sem que precisemos, no séc. XXI, ocasionar incêndios para difundir boas idéias: “Assim como arte, todo Lego Builder tem seu próprio estilo, que pode ser reconhecido por um único MOC. Se encontrar um estilo próprio, que seja original, inovador e agradável aos olhos, você realmente alcançou a criação artística por meio do Lego!” - revela o nosso Lego Builder. Para saber mais: < www.legolandmodelbuilder.com > < www.legobuildersoftomorrow.com >
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LIVROS > by Allan Szacher
Mulheres, chapéus voadores e outras coisas legais Editado pela Arte & Letra ISBN 978-85-60499-06-9 120 pgs “Nada é mais aquetípico que uma mulher pelada”. No livro “Mulheres – Chapéus voadores e outras coisas legais”, Rafael Silveira apresenta uma série de ilustrações e pinturas com seus trabalhos mais expressivos em estilo retrô. A figuração da mulher é a matériaprima para o processo de criação do artista, considerada por ele o arquétipo máximo. Sob cores gritantes e muito bem impressas no papel off set, priorizando o aspecto vintage das imagens, o livro reúne visões neo-surrealistas, além de referências de pop art e grafismo. As 120 páginas de “Mulheres – Chapéus voadores e outras coisas legais” vêm dentro de uma caixa, especialmente desenhada para o brinde adjacente: uma boneca pin up inflável. Apesar da bela diagramação das pinturas a óleo, técnicas mistas e sketches, o livro peca pela inserção de uma ficha catalográfica mal colocada no começo do conteúdo. Até aí, nada que comprometa a estética do conteúdo, remetendo, vez por outra, às ilustrações clássicas da década de 40 e 50. Dita como um primeiro modelo dos seres humanos, mulheres são o princípio desse trabalho que pretende mostrar muito mais do que a diferença e o pensamento do estereótipo feminino. >> www.zupishop.com
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Os leitores da Revista Zupi tem desconto especial de 10% para participar no Photoshop Conference 2008. Para usufruir deste benefício, cite o código ZP28 no ato da inscrição. REALIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO:
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TOP SITES
Urban Soldierz
http://www.urbansoldierz.com A arte urbana sai dos suportes tradicionais, como paredes e postes e invade a Internet. Urban Soldierz, um grupo de artistas de graffiti, da Espanha, lançam a Web como uma nova plataforma para as obras relacionadas à arte urbana, com direção artística e animação. Os tradicionais graffitis ganham vida e uma página inusitada no mundo digital, além de um cenário gráfico que se movimenta de acordo com a rotação do mouse. É uma forma diferente de conhecer a arte urbana.
McDonalds
http://www.mcdonalds.pl Em um esquema de flash e projeto 3D, a rede de fast food McDonald’s colocou na internet uma página de pura interatividade. Sob um conceito completamente moderno, a estrutura do site é focada na produção de ambientes e produtos 3D, além de permitir o acesso a vídeos de propaganda da marca, jogos interativos e diversões em três dimensões.
Rolito Land
http://www.rolitoland.com Site que chama a atenção pelo design de animação inusitado e ilustrações bem detalhadas. Rolitoland.com é a fonte de inspiração para quem curte animações simples, porém criativas. Os desenhos fazem uma alusão à grande corrente da arte contemporânea: a Toy Art. Por isso, para quem curte a proposta de modernidade e criação, a página na Web é uma excelente inspiração.
Jlern
http://www.jlern.com O designer norte-americano Justin está procurando trabalho. Em seu site, afirma gostar de coisas que se movem, oferecendo serviços de animação e programação. Não obstante, fez o site com um menu criativo, rotatório, divertido e fácil de navegar. Com tal originalidade, Justin deve arrumar trabalhos em breve.
Suit Supply
http://www.suitsupply.com A Suitsupply é uma marca holandesa que já atinge o mercado em larga escala pela qualidade e diversidade de suas roupas. Misturando vídeos, flash e fotos completamente artísticas e interessantes, o site da grife envolve o internauta em todos os sentidos - até mesmo para aqueles que não estão interessados em vestuário. Um exemplo de webdesign para qualquer tipo de empresa interessada em prender a atenção do cliente.
Vik Muniz
http://www.vikmuniz.net A nova versão do site de Vik Muniz, um dos mais renomados artistas brasileiros e capa da Zupi número 3, é arte e flash puros. As animações não só condizem em perfeição com a estética refinada das obras, como auxilia o navegador a viajar por todo o portfolio do artista de forma rápida e inteligente. O menu divide exposições, galeria e informações, dando uma bela pincelada do inumerável acervo do artista.
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obs. O pagamento pode ser efetuado por Boleto bancĂĄrio ou pelos cartĂľes Visa, MasterCard e Dinners por telefone. * Valores somente para o Brasil
design grรกfico belasartes.br
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El cuaderno surgió para saciar nuestra necesidad de registrar asuntos, temas, palabras y momentos personales importantes. Usamos ese material como herramienta de trabajo y diversión. Con eso, concluímos que no es posible confirmar nada sin él. “No es para aquietar una incesante fiebre por lo nuevo, por requinte, que este cuaderno pasó a existir. Existe porque necesito de él. Existe por una cuestión que va mas allá de la disciplina. Ya que a través de él, también respiro!” – Carlos Henrique Leiros. Y fue así que el Carne Fresca de esta edición se apropió de los cuadernos para exponer su arte de color. Guilherme Dietrich, 23, descarga sus pensamientos y estampa los procesos creativos como registros personales al sonido de Bob Dylan y Tom Jobim. El joven artista de Porto Alegre mixtura vivencias con pintura, música y design: “Hay dibujos que yo hago. Otros, me los hacen. Hay veces que diseñar es una distracción, otras son luchas. Algunos casos son silencio, otras veces, música.” – dice Guilherme describiendo sus obras. Hace dos años descubrió el profundo leguaje del dibujo y creó una relación metafórica de vida. Después de participar del workshop “Procedencia y Propiedad”, con el profesor Charles Watson, Dietrich pasó a cargar sus placeres y conquistas en todos los cuadernos que se dispusieron. En una especie de diario, transfiguraba experiencias que luego eran ocultadas por nuevas obras, Una impresión de hoy, no de mañana o después.
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Además de lapiceras hidrográficas grandes y pequeñas, los dibujos cargan matrices inusitadas, como alimentos y vino. “Dibujo con lo que está a mano. Si la mesa está sucia, abro el cuaderno y limpio todo”. Los aspectos realistas y de introspección sentimental son perceptibles en la obra del artista, que tiene cierta repulsión por decirse dueño de un “estilo propio”. De ahí a simple contradicción de su trabajo: ¿Cómo no considerar estilo un conjunto de colores fuertes que formaron una característica única para un joven de apenas 23 años?
“Origin and Property”, with professor Charles Watson, Dietrich started to carry his pleasures and conquests in all of the notebooks that he had. In a type of diary, he transfigured experiences that soon were hidden by new works. An impression of today and not of tomorrow, or later. In addition to pens and tiny pens, the drawings carry unusual patterns, such as foods and wine. “I draw with what I have in hand. If the table is dirty, I open the notebook and clean everything”. The realistic aspects and of sentimental introspection are perceptible in the artist’s work, who has a certain rejection for saying that he has his “own style”. Then you realize the simple contradiction of his work: how not to consider a style a group of strong colors that formed one characteristic for a just 23-year old boy? It can be said that, from the artist’s point of view, the major concern of the image is not the final result, but the way how his expressions are being conditioned in the paper. It is typical to Dietrich to draw every instance and to turn the page without stopping to look back. > www.guilhermedietrich.com.br
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(espanõl)
Fue necesario cierto “spanglish” para que Zupi conversara con el argentino Fernando Hereno. Mezclando lenguas y colores, el irreverente ilustrador nos conquistó desde el momento en que exhibió un trabajo en la Galería de “Zupi #6”. El artista ya trabajó con design y producción de juegos, además de ilustración y graffiti. Puede hacer muchas cosas al mismo tiempo, satisfactoriamente. Talvez sea un octópodo este artista que, no por acaso, es llamado por todos de “Pulpo”.
ver, mis referencias son quien habla, de alguna manera, de mí. Mis compañeros de trabajo, que me acompañan día a día son grandes referencias, que me es fundamental conocer como personas y artistas. Aprendí mucho de muchos, mas en las ilustraciones puedo mencionar dos: Juan Weiss y Diego Misina. Además de ellos, siempre fui influenciado por artistas como McCracken, Rocambole, Kay Nielsen y un renombrado artista con quien me identifiqué hace poco, John Kricfalusi. ESTILO Mi estilo es una mezcla del graffiti y las series animadas que veía cuando niño. También hay un fuerte contenido de sexo, caos y realidad. Por otro lado, trabajo con algo de barroco, por la cantidad de información que está más relacionada a los cuadros clásicos del pintor holandés El Bosco. Como designer, me gusta tener una paleta cromática delimitada o generar un concepto a partir del color. Creo que está más asociado a utilizar una técnica simple, amena y conocida por todos. Es lo más simple del design que siempre tuve a mano: fibras, papel y algún color. Es llevar los diseños del cuaderno a las láminas grandes sin perder esta relación estrecha con los materiales simples. ARGENTINA De todas maneras, creo que en las artes plásticas tradicionales y urbanas es muy difícil encontrar referenciales que se diferencien de las vanguardias actuales generadas por otros países. Sin embargo, creo que en otros ramos como la música, cine y literatura, es posible identificar con mayor claridad la idiosincrasia porteña (de Buenos Aires) más que la argentina. Creo que a partir de la crisis en Argentina ocurrieron cambios más relacionados a la industria cultural, favorecidos por ese tipo de cambio. Argentina se tornó un país económica y creativamente más atrayente, lo que llevó grandes empresas y productoras a instalarse en el país, con producción de entretenimiento, así como design de ropas, objetos, etc. De cualquier manera, eso es solo una parte favorable. > www.flickr.com/pulpocorporate
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Puede decirse que al parecer del artista, la mayor preocupación de la imagen no es el resultado final, mas el modo como están siendo condicionadas sus expresiones en el papel. Es típico de Dietrich dibujar cada momento y dar vuelta la página sin parar para mirar para atrás. > www.guilhermedietrich.com.br
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(english)
The notebook emerged to satiate our need to record subjects, themes, words and important personal instances. We enjoy this material as a work and leisure tool. With this we concluded that it is not possible to confirm anything without it. “It is not to appease an incessant fever for the new, for refinement, that this notebook came to exist. It exists because I need it. It exists for a subject that is going beyond the discipline. Once that it is through it that I also breathe!” – Carlos Henrique Leiros. And it was so that the “New Comer” of this edition appropriated of the notebooks to expose his artistic painting art. Guilherme Dietrich, 23, unloads his thoughts and prints the creative processes as personal records under Bob Dylan and Tom Jobim’s music sound. The young artist of Porto Alegre mixes existences with painting, music and design: “There are drawings that I draw. Others that draw me. There are times that drawing is an escape, other times it is fighting. Some cases are silence, in others, this is music.” – says Guilherme, describing his works. Two years ago he discovered the deep language of drawing and created a metaphorical life relationship. After taking part in the workshop
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CARRERA Tengo 30 años. Desde muy pequeño me ha gustado dibujar y por eso, principalmente, preferí el diseño gráfico como carrera. Casi todos mis trabajos estuvieron relacionados con diseño e ilustración, Siempre fue natural, para mi, la convivencia entre mi trabajo y los aspectos creativos más personales. De cualquier manera, hace dos años, decidí enfocarme en desarrollar un estilo, ya que siempre hice cosas muy variadas y fui mudando - sentía la necesidad de desarrollar algo en profundidad. Nunca tuve un estudio propio, y siempre fue algo que me habría gustado tener. Los trabajos que iba realizando siempre fueron de gran calidad y de alto nivel creativo. Además, siempre tuve independencia absoluta para trabajar y crear, apreciando mucho hacer eso en grupo. Después de trabajar por cuatro años en el canal Cartoon Network, como designer, influenciando en diferentes áreas, soy encargado de la parte creativa de un estudio desarrollador de juegos - que también me promueve la posibilidad de crear productos de entretenimiento y usar la promoción y marketing que hice en trabajos anteriores. Para mí, los juegos son como mini films donde se cuenta una historia, se tiene que definir una estética llevando en consideración el ritmo, la música, etc. Y la respuesta del pueblo es clarísima: o juegan, o no juegan. PULPO Es un apodo que tengo desde pequeño. Me lo pusieron porque en el fútbol, jugaba como arquero y era muy bueno. Mis conocidos me decían “Pulpo”; luego, me pareció un buen apodo, asociado a la idea de hacer muchas cosas diferentes al mismo tiempo. Es algo que tiene que ver con mi carrera profesional. Siempre hice un poco de todo: ilustración, animación, design de personajes y variados estilos. Es difícil hablar de mí. A mi modo de
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(english)
A certain “spanglish” was necessary for Zupi to talk with the Argentinean Fernando Hereno. Mixing languages and colors, the irreverent illustrator conquered us from the moment when he exhibited a work in the Gallery of Zupi #6. The artist has already worked with design and production of games, in addition to illustration and graffiti. He makes a lot of things at the same time and he doesn’t let us down. Maybe this artist is an octopus that, not in vain, is called by everybody “Pulpo” the octopus. CAREER I am 30-year old. Since very young I like to draw and for this, mainly, I have chosen the graphical design as career. Almost all my works have been related with design and illustration. The coexistence between my work and the more personal creative aspects seemed always natural to me. Anyway, two years ago, I decided to focus on developing a style, since I have always made very varied things and I went on changing - I felt a need for developing something in depth. I have never had my own studio, however, this was something that I would like to do. The works that I went on carrying out had always great quality and high creative level. In addition, I have always had absolute independence to work and create, appreciating a lot doing it in group. After working for four years in the channel Cartoon Network, as designer, influencing on different areas, I am in charge on the creative part of a game developing studio - that also promotes the possibility to create entertainment products and to use the promotion and marketing that
mr. jansen 020 | 029 I carried out in previous works. For me, the games are as mini-movies where a history is being told, you have to define an aesthetics taking into account the rhythm, the music, etc. And the answer of the people is clear: or they play, or not. OCTOPUS It is a nickname that I have had since very young. They gave it to me because, in soccer, I played as a goal keeper and it was very good. My friends call me “Pulpo (Octopus)”, therefore, I thought it to be a good name, associated to the idea of doing many different things at the same time. It is something that has to do with my professional career. I have always made a little of everything: illustration, animation, characters’ design and varied styles. It is hard to talk about myself. As I see it, my references are the people who speak, in anyway, about me. My work companions, that accompany me in the day by day are great references, and it is fundamental to know them as people and artists. I have learned a lot from many, but in the illustrations I can mention two: Juan Weiss and Diego Misina. Moreover, I have always been influenced by artists such as McCracken, Rocambole, Kay Nielsen and a renowned artist with whom I identified there a short time ago, John Kricfalusi. STYLE My style is a mixture of the graffiti and the animated series that I used to see when a child. There is also a strong sex, chaos and reality content. On the other hand, I work with something of Baroque, for the amount of information that is more related to the classic pictures of the Dutch painter - El Bosco. As a designer, I like to have a delimited chromatic palette or to generate a concept starting from the color. I think it is more associated to use a simple, mild and known technique by everybody. It is simpler than the design that I have always had on hand: fibers, paper and some color. It is to take the drawings from the notebook to the big sheets without losing this narrow relationship with the plain materials. ARGENTINA Anyway, I believe that in the traditional and urban plastic arts it is very difficult to find benchmarks that differ from the current vanguards generated by other countries. However, with no doubt, I believe that in other fields such as music, cinema and literature, it is possible to identify with more clarity the typical Buenos Aires idiosyncrasy more than the Argentinean type. I believe that starting from the crisis in Argentina, changes have occurred that are more related to the cultural industry, favored by this type of change. Argentina became a more economically and creatively attractive country, a fact that took large companies and producers to settle themselves in the country, with entertainment production, as well as design of clothes, objects, etc. Anyway, this is just a favorable part. > www.flickr.com/pulpocorporate
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Marcus Antonius Jansen es norteamericano, estudió expresionismo en Alemania, y muestra un talento sorprendente para las artes plásticas, con toques subconscientes y personales provenientes de los tiempos tortuosos que pasó en la Guerra del Golfo. El pasado de un veterano de guerra resultó en pinturas que mezclan tipografía, fotografía, graffiti y artes plásticas, en fuertes expresiones de lo que el combate le mostró tiempos atrás. Hoy, sus trabajos se pueden encontrar en el Instituto Smithsoniano (Estados Unidos), en el National Taiwan Museum of Fine Arts (Taiwan) y en el Museo de Arte Contemporáneo de Moscú (Rusia). Edvard Munch, uno de los grandes exponentes expresionistas de la historia del arte moderno, ya había dicho: “Como Leonardo Da Vinci estudiaba la anatomía humana y disecaba cadáveres, yo procuro disecar almas”. Actualizando arte y frases, y disecando el sistema norteamericano contemporáneo, ¿qué tiene para decir un urbano-expresionista sobre eso? “Es mi respuesta a lo que siento cuando presto atención al combate urbano, a los choques socioculturales que ocurren en ambientes hechos por el hombre y el impacto que nosotros tenemos sobre ellos.” [Zupi] ¿Cómo usted puede definir, con sus propias palabras, lo que entiende por “NeoExpresionismo Urbano”? El Neo-Expresionismo Urbano es una nueva forma de Expresionismo, que incluye elementos urbanos o importancias subjetivas. Está enraizado en el Expresionismo alemán, en el Expresionismo Abstracto norteamericano y en el arte urbano del Graffiti: tres géneros que emergieron de una necesidad de cambio. Soy producto de Nueva York, donde viví a comienzos de los años 70 y, después, en Alemania, aún niño. Fui bastante influenciado por ambos movimientos. Mi trabajo es un intercambio de elementos culturales con la intención de conectar a las personas de diferentes culturas y modos de vida. Tanto el Expresionismo como el Graffiti fueron movimientos rebeldes en tiempos de pobreza, guerra, cambios sociales y crisis económicas. Sentí que ambos tenían mucho en común y quise explorar esta conexión. Hoy, a comienzos del siglo XXI, vivimos en tiempos similares, con las mismas dificultades. Esa forma de expresión llegó a mí de forma muy natural, hace diez años; fue mi comentario sobre lo que sentía sobre el mundo de hoy. Me permitió encontrar nuevas formas usando el paisaje urbano como escenario y guión. [Zupi] Así como en el caso de grandes expresionistas – como Edvard Munch y Caspar David Friedrich - la mayoría de estos artistas poseen pasados tortuosos, de modo de optar por ese tipo catártico de pintura. ¿Es éste su caso? Todos tenemos nuestras penurias. Pero podría decir que mi primer servicio militar, como soldado, a los 21 años de edad, tuvo un impacto significativo en mi manera de ver el mundo. Eso muy bien pudo haber sido catalizador, no sólo para que volviera a pintar, sino para adquirir un estilo más o menos fracturado y distorsionado, volcado a torbellinos que tornaron mi trabajo más expresivo. Soy producto de este mundo y, por lo tanto, mis obras son producto de estos alrededores y experiencias. El arte me ha dado una forma más gratificante de “servir”. [Zupi] Muchos dicen que el Expresionismo está bastante conectado a la locura y exploración del subconsciente. ¿Qué diría usted sobre eso? Yo concordaría en que mi trabajo cabe en ese objetivo. También se presentó en tiempos de crisis y es usado como una fuerza de expresión libre, un estilo artístico que representa pensamientos internos y sentimientos propios. Siempre he considerado esto fascinante por comunicar lo no visto, lo
espiritual y lo subconsciente. Me permite que use mi pintura libremente, con pequeñas restricciones al pensamiento e, inclusive, explorar lo que siento sobre el asunto. Es una jornada sorprendente cuando se comienza, pues muestra cuánto yo no sé respecto a mi propio poder creativo. No hay límites. Soy un gran fanático de expresionistas, así como de talentosos graffiteros; generalmente autodidactas. Diría que muchos pintores influyeron en mí, en la medida en que crecía y los observaba. Infelizmente, muchos artistas elegirían concentrarse en reproducir trabajos de estilos anteriores, sin implementar nuevas ideas. Eso se torna una venta “segura”. Yo quise cambiar eso y mostrar un ángulo diferente.
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[Zupi] Creo que usted tiene críticas por tras de muchas imágenes, denotando que ellas fueron planificadas. ¿Cómo se puede considerar Neo-Expresionismo algo que trae tales intenciones? Mis pinceladas son libres. No fueron limitadas por pautas o restricciones. Es más, sugieren nuevas formas que se pueden considerar “accidentes” o “imperfecciones”. Ya que no creo en accidentes, me opongo a aplicarlo a mi trabajo. Todo tiene su orden. Sólo porque no comprendamos algo, o porque veamos algo que huye a nuestro conocimiento de normas, no significa que no tenga validez o propósito. Eso es algo que exploro en mi trabajo: pinceladas salvajes se mantienen crudas e indisciplinadas, para que me enseñen algo nuevo. Mi instinto innato es el que me guía y ayuda a descubrir composiciones y un entendimiento más amplio de las cosas a mi alrededor. Las personas que me conocen, también saben que mi trabajo es autobiográfico. Generalmente cargan mensajes ocultos, símbolos, números y señales que dejan al observador envuelto. Todos describen mis diferentes etapas, en tiempos diversos, aunque este estilo sea reconocido como JANSEN.
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[Zupi] ¿Cuándo comenzó a mezclar pinturas, fotografía y graffiti? Comencé a pintar, en este estilo particular, en 1997 – hace una década. Los primeros trabajos eran bastante crudos y de menor definición, aunque el sistema urbano y las cuestiones subjetivas todavía fueran la pieza llave para mi estilo. Opté por eso, pues quería una plataforma con la cual todos pudiesen tener identificación. Me interesó después de leer un texto de los indios Hopi y los prados de piedra en que ellos pronosticaban hace siglos. Después empecé a usar elementos mixtos de medios y el estilo tuvo un estímulo diferente. Como la mayoría de los artistas, seguí ampliando el bagaje y, después, evidencié la cuestión subjetiva. Cuando un artista adquiere cierta madurez, su trabajo se torna innegablemente “suyo”.
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[Zupi] Al comprar sus pinturas, ¿usted cree que las personas generalmente captan el espíritu de lo que usted sentía al hacerlas? El arte existe para ser investigado y explorar sin barreras previas o respuestas listas. Él provee al observador la gran oportunidad de estimularse mental y emocionalmente, encontrando algo que tenga significado para la persona, basada en su propia individualidad. No soy de ese tipo de artista que precisa que el observador entienda lo que pienso o siento. Considerando que la fuente de mi trabajo proviene del subconsciente, no sería posible explicar las cosas contenidas en cada obra. Muchas de ellas son sorpresas para mí y son lo que torna el trabajo interesante. Todo lo que hago es encontrar algo que pueda usar durante el proceso. Muchas veces, tras días, contemplo la obra y entiendo mucho mejor lo que ocurría mientras pintaba, y es en ese momento que la digiero por primera vez y realmente la aprecio. [Zupi] Muchos jóvenes artistas han sido inspirados por el estilo que usted creó. ¿Qué diría usted sobre eso? Es eso lo que el arte contemporáneo debe hacer; por lo tanto me siento honrado y, de hecho, cumpliendo mi papel como artista.
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Es una excelente forma de servir al mundo y conectarse con otras personas. Diría a los artistas más jóvenes que sean individuales, o sea, no iguales a los otros. El arte es una excelente forma de retratarse a sí mismo, permitiendo a los otros ver su propia visión, que es única. ¡Bella manera de servir a la humanidad! Los alentaría a trabajar sinceramente en cualquier medio que elijan y, como dice mi mote “nunca diga yo no puedo”, pues se puede perder su real potencial si no fuera por este incentivo. [Zupi] ¿Cuál es su opinión sobre el futuro de las artes plásticas, considerando su popularidad? El arte se tornó popular por innumerables razones. La primera es el hecho de que nos estamos liberando, procurando la verdad y la honestidad. En la Historia, siempre veíamos el arte por sentido propio o por conocimiento: un espejo honesto de la humanidad. Lo mismo ocurre ahora, así como un hambre espiritual desesperada dentro de mí y, obviamente, de todos los otros. Estamos buscando, como siempre estuvimos. Estoy, de hecho, preocupado con el futuro de las artes. El comercio y el dinero dictan mucho de lo que es considerablemente bueno o malo. El artista debe permanecer verdadero con su propio trabajo e individualidad, que nunca mentirá si es escuchado. Si el arte es silenciado o restringido de cualquier forma, estaremos esencialmente cortando nuestro espíritu creativo y, en consecuencia, no alcanzaremos nuestra total capacidad como seres humanos. > www.marcusjansen.com
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(english)
A North American man who studied expressionism in Germany; Marcus Antonius Jansen demonstrates a surprising talent in the area of fine arts, with subconscious and personal touches – influenced by the hard times that he passed during the Gulf War. The past of a war veteran resulted in works that mix typography, photography, graffiti and fine arts, all in powerful expressions of what the battlefield showed him long ago. Today, his works can be seen at the Smithsonian Institute (USA), at the National Taiwan Museum of Fine Arts (Taiwan) and at the Moscow Museum of Modern Art (Russia). Edvard Munch, one of the greatest expressionist exponents of the History of Modern Art, once said, “Like Leonardo Da Vinci who studied the human anatomy and dissected corpses, I am going to dissect souls.” Updating art and phrases plus dissecting the contemporary North American system, what does an urbanexpressionist have to say about that? “It is my answer to what I feel when I pay attention to the urban battle, the social-cultural shocks that occur in man-made structures and the impact that we have over them.” [Zupi] How can you define, in your own words, what you understand as “Urban Neo-Expressionism”? The Urban-Neo Expressionism is a new form of Expressionism, which includes urban elements or subjective importance. It’s rooted to the German Expressionism, the NorthAmerican Abstract Expressionism and the urban art of Graffiti: three genres that emerged from a need of change. I’m a product of New York, where I lived in the beginning of the 70’s, and afterwards in Germany, still as a child. I was influenced a lot by both movements. My work is an exchange of
cultural elements with the intent of connecting people from different cultures and lifestyles. As much as Expressionism, Graffiti art was part of the rebellious movements in times of poverty, war, social change and economical crisis. I felt that both had a lot in common and I wanted to explore this connection. Today, in the beginning of the 21st century, we live in similar times, with the same difficulties. This form of expression came to me very naturally, ten years ago; it was my discourse about what I felt about the world today. It allowed me to find new forms using urban landscape as a setting and script. [Zupi] Just like the case of great Expressionist masters – like Edvard Munch and Caspar David Friedrich – the majority of these artists who come from torturous backgrounds, somehow opt for this cathartic type of painting. Is this your case? We all have our cruxes. But I could say that my first time serving the army, as a soldier at 21 years old, had a substantial impact in the way I perceive the world. That could have been the catalyst, not only so that I went back to painting, also to acquire a style more or less fractured and distorted, aimed the whirlwinds that would make my work more expressive. I am a product of this world and therefore, my works are product of these surroundings and experiences. Art has given me a more gratifying form of “serving”. [Zupi] Many say that Expressionism is closely connected to craziness and the exploration of the subconscious. What would you say about this? I would agree that my work fits in this aspect. It’s also present in times of crisis and like a force of free expression, an artistic style that represents internal thoughts and personal feelings. I’ve always considered this fascinating, being able to communicate the unseen, the spiritual and the subconscious. Allowing me to use my painting freely, with little restrictions to my thoughts and still explore what I feel about the subject. It’s a surprising journey when it starts, since it shows how much I do not know about my own creative power. There are no limits. I’m a big fan of expressionists, as much as I am of talented graffiti artists; generally selfthought. I’d say that many painters influenced me as I matured and observed. Unfortunately, many artists choose to focus themselves and reproduce works from older styles, without implementing new ideas. This is what a “safe” sale becomes. I wanted to change this and show a different style. [Zupi] I believe that you have criticisms behind many images, seeing the way they have been planned. How can NeoExpressionism be considered something that brings out such intentions? My brushstrokes are free; they aren’t determined by deadlines or restrictions. By the way, some of them suggest that new forms can be considered “accidental” or “imperfections”. Since I don’t believe in accidents, I refuse to apply it to my work. Everything has its place. Just because we do not understand something or see something that isn’t part of our knowledge, it doesn’t mean that it has no validity or purpose. This is something I explore in my work; wild brushstrokes are kept raw and undisciplined, so they can teach me something new. My innate instinct is what guides me and helps discover compositions and a broader comprehension of the world around me. The people that know me, all know that my work is auto-biographical, generally carrying hidden messages, symbols, numbers and signs that make the observer involved. All of them describe my different steps, in different time frames, even though this style is recognized as JANSEN. [Zupi] When did you start to mix painting, photography and graffiti? I started to paint, in this particular style, in 1997 – about a decade ago. The very first works
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were quite raw and with a lower definition, though the urban system and the subjective issues still were indispensable for my style. I opted for this, because I wanted a platform which all could identify with. I was intrigued after reading a text from the Hopi Indians and prairies of stone in which they prognosticated for centuries. Afterwards, I started to use mixed media and the style began to have a different stimulant. Like most artists, I continued to compile more baggage and afterwards, I showed up the subjective question. When an artist acquires a certain maturity, his work becomes undeniably “his”. [Zupi] When people buy your paintings, do you believe they will capture the spirit of what you felt when you made it? Art exists to be investigated and to explore without prior barriers or prepared answers. She supplies the observer the great opportunity of stimulating oneself mentally and emotionally, finding something that has meaning to the person, based in his own individuality. I am not this type of artist that needs the observer to understand what I think or feel. Considering that the source of my work comes from the subconscious, it would not be possible to explain all the elements inside each work. Many of them are surprising to me and that is what makes my work interesting. All that I do is to find something that I can use during the process. Many times, after days, I look at the piece and understand it much better then while painting it – it’s in this moment that I digest for the first time and really appreciate it. [Zupi] Many young artists have been inspired by the style that you created. What do you say about this? This is what contemporary art should do, there I feel honored and, in fact, fulfilling my part as an artist. It is a great form of serving the world and connecting yourself with other people. I would say to the younger artists to be individuals, this means, not the same as others. Art is a great form to portray yourself, allowing others to see your own vision, which is unique. What a beautiful way to serve humanity! I would encourage them to work truthfully by any means that they choose and as my own motto says, “Never say that I am not able” – since you may lose your real potential if you do not follow by this encouragement. [Zupi] What’s your opinion about the future of fine arts, considering your popularity? Art has become popular for numerous reasons. The first fact being that we are liberating ourselves, seeking truth and honesty. In History, we always saw art by our own sense or by knowledge; an honest mirror of humanity. The same occurs now, as well as a desperate spiritual hunger inside of me – and obviously, of all the others. We are all seeking, as always. I am concerned with the future of the arts. Commerce and money dictate a lot of what is considered good or bad; the artist must remain true to his own work and individuality, which will never lie if it is listened to. If art is silenced or restricted in any way, we will be essentially cutting our own creative spirit and by consequence, unable to reach our complete ability as human beings. > www.marcusjansen.com
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Con sede en Sao Paulo, Rio de Janeiro y Curitiba, F/Nazca Saatchi & Saatchi, sabe bien como invadir la mente del consumidor e introducir sus productos en el mercado con creatividad y osadía. Considerada una de las mayores agencias de Brasil, la encuesta realizada mensualmente por “Data Folha” y publicada en el diario “Meio e Mensagem”, confirma el título de mejor agencia, bajo el aspecto de brillante creatividad y planificación estratégica inteligente. En la Capital Paulista, el predio omnipotente de dos pisos está ubicado en el barrio Ibirapuera. Lo que mezcla innovación y creatividad está estampado, también, en sus paredes forradas de obras de importantes artistas plásticos brasileños contemporáneos, que son cambiadas de tres en tres meses. Los ambientes abiertos traducen la visión de comunicación revolucionaria que engloba el concepto de la vencedora del “11º Premio el Globo de Propaganda”. > www.fnazca.com.br
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With headquarters in Sao Paulo, Rio de Janeiro and Curitiba, F/Nazca Saatchi & Saatchi knows well how to invade the consumer’s mind and to successfully place its products in the market with creativity and daring. Considered one of the largest agencies of Brazil, the research accomplished monthly by the Data Folha and published in the newspaper Meio e Mensagem confirms the title of best agency under the aspect of creative brightness and intelligent strategic planning. In São Paulo capital, the two-floor omnipotent building is located at Ibirapuera. What joints innovation and creativity is also printed on its walls filled out with contemporary works, of important contemporary Brazilian plastic artists, that are changed every three months. The open environments translate the vision of revolutionary communication that includes the concept of the winner of “11th Prize of Globo de Propaganda.” > www.fnazca.com.br
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(espanõl)
“Estoy envuelta en sacar fotos de “novias célibes” donde se deshace el miedo de pequeñas muchachas aterrorizadas descubriendo la servidumbre de los casamientos arreglados y el destino humillante de las mujeres japonesas. ¿Cómo alguien puede olvidar el secreto guardado por mi madre, descubierto por mí a los ocho años de edad, y que tanto me horrorizó? Luego descubrí que mis padres se vieron por la primera vez el día exacto en que se casaron; un casamiento que fue totalmente arreglado por sus respectivas familias”. Autorretratos con ropa y máscaras de novia son la superficie de su obra, marcada por el discurso contra la servidumbre involuntaria. La base son las pinturas en el rostro, camuflándose con los planos de fondo de las fotos y la sensación nítida de que allí, donde desaparece la mujer, ya no existe materia. > De su pasado, Kimiko recuerda haber sido expulsada de casa por su madre a los, tan sólo, tres años de edad > Llevando una caja con sus tesoros al parque público de la ciudad, fue encontrada por la policía solamente el día siguiente > En un trecho de su texto “Marry Me!” (2003), Kimiko dice que eso la hizo sentirse “nómada”
> La artista huyó de Japón hacia Francia, donde comenzó a estudiar la cultura francesa y a sacar fotos de novias célibes “Me interesa todo lo que no sea yo. Estar donde pienso no estar, desaparecer de donde pienso estar, aquí está lo que importa” > Su primer autorretrato fue extraído de un ensayo de filmación propia, en 16 mm, entre los años de 1998 y 1999 > El primer autorretrato en fotografía - “The Widow Bride” (2001) - la “novia viuda” fue el precursor de muchas series de novias de Kimiko > Las alusiones a la muerte y a la desaparición, notables en las máscaras que se camuflan con los planos de fondo ya estaban presentes > Sobre su trabajo, Jean-Michel Ribettes escribió que se trata de la “vanidad de la imagen, de la vida y de la muerte, y sobre todo de la superación del narcisismo” “Mis autorretratos son naturalezas muertas. Lo que muestro es la imagen de un cadáver” > Hay 3 divisiones internas entre los ensayos de Kimiko: > La ficción, representada en los disfraces que la artista dibuja para las novias > La étnica y arqueológica, extraídas de piezas de museo > Las de alusión a la historia del arte, recordando obras de Picasso, Fontana, Velázquez, entre otros “Estoy creando todos los tipos de autorretratos casi monocromáticos para representar el casamiento virtual de la novia no casada, transformándose en viuda, astronauta, china, mangá, egipcia y así siguiendo” > Las series de Kimiko tienen fuerte influencia de la obra “El gran vidrio” o “La novia puesta al Desnudo por los Solteros, Aunque” (1915), de Marcel Duchamp > El nombre, aparentemente sin sentido, encuentra significado en el sonido producido por la asociación de las palabras “ámeme” y “aún” en francés (m’aime y même) > El cuadro trae un engranaje mecánico detrás de un vidrio roto, y trata sobre el asunto del mecanismo del casamiento y de la fragilidad femenina > Tratando de luchar contra esta situación, Kimiko crea personajes ficticios de bellas novias sin marido: “Hoy, en la secuencia de figuras probablemente exorcistas, incorporo una novia que es paradojal, intangible y soltera, con identidades que son, simultáneamente, dramáticas, ficticias, parodiadas y contradictorias” > www.kimiko.fr
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“I am involved in taking pictures of “celibate brides” where I untangle the fear of young terrorized girls discovering the servitude of set up marriages and the humiliating destiny of Japanese women. How could someone forget the secret kept by my mother, which I found out when I was 8 years old and that terrorized me so much? I found out my parents saw each other, for the first time, on the exact day of their marriage - a marriage that was totally arranged by their respective families”.
was only found by the police the following day > In a part of her novel “Marry Me!” (2003), Kimiko says the experience made her feel like a “nomad” > The artist fled from Japan to France, where she began studying French culture and photographing celibate brides “I am interested in everything that isn’t me. Being where I don’t think of being, disappearing where I think of being, that is what is important”
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> Her first self portrait was extracted from her own 16mm rehearsal shoot, between 1998 and 1999 > Her first self portrait as a photo - “The Widow Bride” (2001) was the first of a whole series of Kimiko brides > The allusions to death and disappearing, noticeable in the masks that camouflages in the background were already present > About her work, Jean-Michael Ribettes wrote “vanity of image, life and death, and above all the surpassing of narcissism” “My self-portraits are still life. What I show is the image of a corpse” > There are 3 internal divisions in Kimikos shoots: > Fiction, represented in the costumes the artist designs for the brides > Ethnic and archeology, extracted from museum pieces > Allusion to the history of art, remembering the work of Picasso, Fontana, Velasquez, among others “I am creating all types of self-portraits, almost monochromatic to represent the virtual wedding of the unmarried bride, transforming into a widow, an astronaut, Chinese, manga, Egyptian and so on” > Kimiko’s series are greatly influenced by the works of Marcel Duchamp “The Bride Stripped Bare by Her Bachelors, Even” or “The Large Glass” (1915) > The name apparently senseless, finds meaning in the sound produced by the association of the words “Love me” and “Even” In French (m’aime and même) >The painting carries metallic clockwork behind some broken glass, and represents the subjects of the mechanics of marriage and the female fragility. > Seeking to fight against this situation, Kimiko creates fictional characters, beautiful, husband-less brides: “Today, in the sequence of probable exorcising figures, I incorporate a paradoxical bride, intangible and single, with identities that are, simultaneously, dramatic, fictional, parody and contradictory”. > www.kimiko.fr
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Self-portraits in bridal clothes and masks are the surface of her work, marked by the speech against involuntary servitude. The base are face paintings, camouflaging in the background of the photographs leaving the evident sensation that there, where the woman disappears, there is no longer matter.
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> From her past, Kimiko remembers having been told to leave home, by her mother, when she was only three years old > She took with her a box filled with her treasures to the public park of the town, she
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What have the German designers Antonia Kühn and Julia Wolf gone to do in China? To work and to get knowledge, would be the correct answer. In a trip that lasted months, the two members of the collective TwoCollect left in May, 2007, for a trip that would pass through countries such as China, New Zealand, Chile and Brazil, working in foreign places, seeking to extend their perspectives for different cultures and to transform their way of thinking on the places. First stop: Hong Kong. The city that has been a British colony is a holder of liberal organization systems and it is located at the part under the domain of the People’s Republic of China, together with Macau. The largest population of the world has government cares for birth rate control, restricting, therefore, the possibilities to enter in milder economical crises. The Chinese lands have today urban architecture with emphasis on the landscape portion that is mirrored in Hong Kong, having 60% of space occupied by parks and very airy open fields amid the modern structure buildings. Due to the long life time, the country concentrates several ethnic groups (56 just in the People’s Republic of China) and varied rites resulting from the philosophical and religious orders. Inventors of paper, gunpowder and compass, they are a prominence in the world cultural production and an urban design returned towards icons, symbols, signs and typical archetypes. From the place, TwoCollect could get never-seen cultural knowledge and got ready to know more of the world art from some of their main creators. Today, the couple working in Tommy Li Design Workshop, assures having noticed how much the visual language unites the population, considering that artists and designers usually know each other, even regarding intense population concentrations. > www.twocollect.com
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What have the German designers Antonia Kühn and Julia Wolf gone to do in China? To work and to get knowledge, would be the correct answer. In a trip that lasted months, the two members of the collective TwoCollect left in May, 2007, for a trip that would pass through countries such as China, New Zealand, Chile and Brazil, working in foreign places, seeking to extend their perspectives for different cultures and to transform their way of thinking on the places. First stop: Hong Kong. The city that has been a British colony is a holder of liberal organization systems and it is located at the part under the domain of the People’s Republic of China, together with Macau. The largest population of the world has government cares for birth rate control, restricting, therefore, the possibilities to enter in milder economical crises. The Chinese lands have today urban architecture with emphasis on the landscape portion that is mirrored in Hong Kong, having 60% of space occupied by parks and very airy open fields amid the modern structure buildings.
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Due to the long life time, the country concentrates several ethnic groups (56 just in the People’s Republic of China) and varied rites resulting from the philosophical and religious orders. Inventors of paper, gunpowder and compass, they are a prominence in the world cultural production and an urban design returned towards icons, symbols, signs and typical archetypes. From the place, TwoCollect could get never-seen cultural knowledge and got ready to know more of the world art from some of their main creators. Today, the couple working in Tommy Li Design Workshop, assures having noticed how much the visual language unites the population, considering that artists and designers usually know each other, even regarding intense population concentrations. > www.twocollect.com
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Contactar a Fabrini fue una tarea ardua. Mago de renombre, casi nunca está en Brasil y anda por Europa haciendo sus representaciones, entre las cuales, en los tiempos libres, pinta cuadros de temática fantástica, entre cortinas y galeras. Hay un dejo de humor negro estampado en las coloridas pinturas. En uno de los primeros contactos con Zupi, como nos dicta la buena educación, le pregunté: “¿Cómo le va, señor?” De sopetón, el mago me respondió: “No lo sé. No conozco al Señor. La verdad es que soy ateo”. El sarcasmo también rige sus días. Fabrini adivinó mi edad aun antes de que yo la dijera, bajo el pretexto de que él, de hecho, es mago. Y al ir transcurriendo los primeros contactos, me sorprendió al tratarme de loca: “Me gusta la gente loca” – me dijo como compensación. Eso porque, de hecho, él es artista. ILUSIÓN La ilusión es necesaria para nuestra existencia. Es diversión, sueño, fuga de problemas y de la realidad cada vez más angustiante. No se puede hacer arte sin ilusión y magia, aunque no todo tenga que ser “Alicia en el país de las maravillas” - cuento que, inclusive, yo detesto. ¿Por qué será que, cuando hablamos de ilusiones y sueños, las personas inmediatamente imaginan un mundo rosado con corderitos de algodón? ¡Yo nunca soñé con esas cosas! Mis sueños nada tienen de tierno, son mucho más extraños que normales. Luego, hacer que las personas sueñen no es fácil, tenemos que lidiar con la obviedad de que ellas tienen sueños y aspiraciones parecidas. Trabajar con la ilusión no es una fuga. Aquéllos que sueñan con ella y la buscan son los que huyen de la realidad. VIDA DE MAGO En 1988, mi compañero de trabajo y yo partimos hacia Holanda, para participar en el Festival Mundial de Magos - una especie de Oscar para la categoría, que ocurre cada tres años. Competimos con magos de todo el mundo y ganamos el primer lugar. Gracias a ese premio, las puertas se abrieron como por encanto, cayeron contratos del cielo y, en menos de un año, ya habíamos dado la vuelta al mundo trabajando en los mejores casinos y casas de espectáculos del planeta. Nos presentamos en Londres para el príncipe Albert, en Mónaco para la Familia Real, en Las Vegas, París, Berlín, Tokio, Dubai, entre otros lugares. Mis dos artes están ligadas. El espectáculo me inspira mucho; luces, artistas, escenarios y público son elementos que me mueven la cabeza. Cuando estoy trabajando en un show de magia, veo pinturas por todos lados. Cuando estoy pintando, sucede algo mágico con los colores: nada sale como había previsto; es esta fusión lo que me fascina. COSQUILLAS EN EL CÓRTEX Una pintura debe ejercitar la mente de quien la observa, ser interesante, enigmática, contar algo. No me interesa pintar casitas, o frutas sobre la mesa. ¿De qué sirve mirar hacia algo que forma parte de lo cotidiano? Una pizca de humor negro y misterio provoca cosquillas en el córtex del espectador, deja a las personas curiosas sobre la personalidad del artista. Me encanta escuchar comentarios absurdos de las personas delante de una pintura. Me considero una persona con dificultades para expresarse verbalmente. Tal vez sea el tono de mi voz o la cadencia; por eso siempre me he comunicado mejor por medio del arte. No logro transmitir bien mis ideas; luego, las realizo en forma de arte para que todos entiendan lo que quiero decir. Creé un personaje enigmático, un ser negro que circula entre las personas. Que no camina, se desliza. Que no tiene rostro, no habla. Y la curiosidad de las personas es algo delicioso para mi ego - que le gusta tanto perturbar - desde que no tenga que confrontarme cara a cara con el público. El SELLO DEL PRINCIPADO Trabajé muchos años en el Casino de Montecarlo y tuve la oportunidad de conocer a toda la familia real gracias a cenas a las que estábamos convidados. El príncipe Rainier
fabrini 076 | 077 siempre fue un gran admirador de arte; le gustaba relacionarse con artistas. Después de su muerte, su hijo, el príncipe Albert, tomó su lugar y lo seguimos encontrando en festivales de magia y otros eventos. En 2005, me invitaron a exponer mis pinturas en el Teatro Princesa Grace, en Mónaco, con la presencia del príncipe Albert - que eligió una de mis pinturas para ser transformada en sello postal conmemorativo del Principado. Completamente aturdido con la noticia, escribí para varias revistas del Brasil sobre lo ocurrido, pues pensé que era una noticia caliente. Una periodista de una revista muy importante del Brasil me preguntó si yo no tenía fotos con alguien más interesante como Britney Spears o Madonna – visto que al público le gusta realmente ver pechos y culos. Si un día decidiera mostrar el mío, llamaría a esa amable periodista nuevamente y, quién sabe, de ese modo seré noticia. CENSURA No hay erotismo en mis pinturas, pero en ciertas composiciones, suelo revelar un par de senos. Esto irritó a la administración del fotolog donde publico mis trabajos, que cerró mi cuenta en dos oportunidades. Pero yo soy obstinado. Abro montones de cuentas en Fotolog y Myspaces y, como todos nosotros sabemos, el amor siempre será censurado en Norteamérica y los niños siempre tendrán la libertad de comprar armas en los supermercados; pero para eso no existe censura. Sólo no quiero hablar más sobre este asunto, pues la única cosa que temo en la vida son los norteamericanos: no existe cosa peor que la ignorancia aliada al poder. PERSONAJES La mayoría de mis personajes provienen de mi imaginación, pero cuando están listos, acabo notando que me son familiares. Todos los elementos que están en mis pinturas pertenecen al mundo en que trabajo. La imagen de la pelirroja, por ejemplo (Marienkafer - 2006) está ligada a las muchachas del cabaret parisino Crazy Horse, quienes poseen el mismo color de cabello y corte. Todo lo que veo en los espectáculos queda archivado. Los colores cálidos y terciopelos son de los cabarets de Alemania. La pintura “Cups and Balls”, por ejemplo, resultó de la composición de un número de magia que se hace con una pelota y tres vasos. Cierta noche, mientras hacía el truco para algunos amigos, antes de comenzar el show, vi a ese hombre usando un parche en un ojo en la primera fila. Esa imagen se me grabó en la cabeza y, automáticamente, ambos elementos se encontraron en la pintura. Creo que todos los artistas son así: todo depende del medio en que se vive. > fabrini.deviantart.com
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Contacting Fabrini was an arduous task. Renowned magician, he is never in Brazil as he follows through Europe with his performances, between these, in his free time, he paints pictures with fantabulous themes - amongst curtains and top hats. There is a pint of black comedy in his colorful paintings. In one of his first contacts with ZUPI we realized that sarcasm also composes a good share of his time and personality. Fabrini guessed my age way before I mentioned it, under the purpose that he, in fact, is a magician. As our contacts continued, he surprised me by calling me crazy: “I like crazy people”- he told me in return. This because, he truly, is an artist.
Grace Theatre, in Monaco, in the presence of Prince Albert - who chose one of my paintings to be transformed into a comemorative postal stamp of the Principality. Completely astonished by the news, I wrote to a number of Brazilian magazines about the happening, as I beleived it to be hot news. A journalist of a very important Brazilian magazine asked me if I didn`t have pictures with anyone more interesting - like Britney Spears or Madonna - seeing what the public really enjoys seeing are breasts and bottoms... If one day I decide to show mine, I’ll call that lovable journalist again, who knows, maybe then I’ll become relevant news.
ILLUSION Illusion is necessary in our existence. It is fun, dream, escapes from problems and the evermore anguishing reality. One can not make art without illusion and magic, even though not everything has to be “Alice in Wonderland”story that I, personally, hate. Why is it that, when we talk of dreams and illusions, people immediately imagine a pink world with woolly lambs? I never dreamt such things! My dreams have nothing cute about them, they are much more weird then normal. Thus, making people dream is not easy, we have to deal with the obvious that they have similar dreams and aspirations. Working with illusion is not an escape. Those who dream of it and search for it are the ones who run away from reality.
CENSORSHIP There is nothing erotic about my paintings, but in certain compositions, I reveal a pair of breasts. This shocked the administration of the Photolog where I post my work, and was the reason my account was canceled twice. However, I am stubborn. I open accounts in Photolog and Myspaces all the time, and as we all know, love will always be censored in America and the children will always have the liberty of buying weapons in the supermarkets - and for this there is no censorship. I just don’t want to talk about this subject anymore, because the only thing I fear in life are the North-Americans - there is nothing worse then ignorance allied to power.
A MAGICIAN`S LIFE In 1988, my business partner and I left for the Netherlands, to participate in the International Magician’s Festival - a type of Oscar for the category, that happens once every three years. We competed against magicians from all over the world and came in first place. Thanks to this prize, the doors opened to us as if they had been enchanted, contracts fell from the sky, and in less then a year, we had already been round the world working in the best casinos, theatres and show houses of the planet. We performed in London for Prince Albert, in Monaco for the Royal Family, in Las Vegas, Paris, Berlin, Tokyo, Dubai, amongst others. My two arts interlink. The show inspires me so much; lights, artists, scenery and public are elements that muddle with my mind. When I am performing in a magic show, I see paintings everywhere. When I am painting, something magical happens to the colors, nothing goes according to plan, and it is this fusion that fascinates me.
CHARACTERS Most of my characters come from my imagination, but when they are ready, I notice they are familiar to me. All the elements present in my paintings belong to the world I work in. The image of the red haired, for example (Marienfaker- 2006) is linked to the girls in the Parisian Cabaret House, “Crazy Horse” - that have the same hairdo and color. All I see in the performances is archived in my mind. The hot colors and the velvet are from the German Cabarets. The painting, “Glasses and Balls”, for example, resulted from the composition of a magic trick, made with a ball and three glasses. A certain night, while I did the trick for a few friends, before the show began, I saw a man wearing an eye patch in the first row. That image remained in my head and, automatically, both elements met on the canvas. I think all artists are like this: it all depends on the world you inhabit.
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> fabrini.deviantart.com
AN ITCH IN THE CORTEX A painting should exercise the mind of its observer, be interesting, enigmatic, tell one something. I am not interested in painting little houses or fruits on a table. What is the use of looking at something that is part of everyday life? A touch of black comedy and mystery provokes an itch in the cortex of the spectator, leaves people curious about the artist’s personality. I love hearing the absurd comments made by people facing a painting. I consider myself a person with difficulties to express myself verbally. Maybe due to the tone or rhythm of my voice, and therefore I have always communicated better through art. I don’t manage to properly transmit my ideas, therefore, I make them happen as an art form so everyone can understand what I want to say. I created an enigmatic character, a black creature that circles among people, one that does not walk, but slithers. That has no face and that does not speak. People’s curiosity is delicious for my ego - that likes so much to perturb – as long as I do not have to confront the audience face to face. THE STAMP OF THE PRINCIPALITY I worked for many years in the Monte Carlo Cassino and had the oportunity of meeting all of the royal family thanks to the dinners we were invited to. Prince Rainier was always a great admirer of art, he liked relating to artists. After his death, his son, Prince Albert, took his place and we continued to meet him in festivals of magic and other events. In 2005, I was invited to expose my paintings in the Princess
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¿Qué hacer con las 30 piezas de Lego por habitante del planeta?
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Y pensar que el incendio en el taller de un carpintero resultaría en todo esto... 1930: una de las versiones más sólidas de lo ocurrido sostiene que, tras perder lo que tenía en su taller por el incendio ocasionado por sus dos hijos pequeños, el carpintero dinamarqués Ole Kirk Christiansen tuvo la brillante idea de producir moldes de sus proyectos para presentarle al vecindario. Las pequeñas piezas de madera, que se encajaban formando los modelos de representación de Christiansen, se fueron tornando famosas: serían la materia prima que daría inicio a todo el imperio de juguetes del Lego. De allí en más, ocupando territorio a mediados de los años 50, el plástico sería el material más adecuado para dar continuidad a la industria de juguetes que los hijos de Christiansen asumieron. Las estadísticas no mienten: desde la fundación de la marca Lego, se han producido cerca de 190.000 millones de piezas - lo que resulta en el número de 30 piezas por habitante del planeta Tierra. Ahora, ¿qué hemos hecho nosotros, en todo este tiempo, con nuestro puñado de 30 Legos? No hay quién no haya solidificado su imaginación, por lo menos cuando éramos pequeños, a partir de piecitas de Lego. El juguete se usa, a veces, en sesiones terapéuticas y en el desarrollo de la creatividad infantil, siendo gran responsable por la formación de artistas. Un poco más tarde, en la parte oriental de Europa, el rumano Adrián Florea es el objeto de estudio que hizo a Zupi interesarse por el mundo de los “Lego Builders”. Son un grupo mundial de seguidores de la marca, que han crecido jugando y, ahora, usa el arte para sustentar sus creaciones en arquitectura y design. El grupo es inspirado por grandes nombres del arte en Lego mundial, como el nueva-yorquino Nathan Sawaya – posiblemente el más creativo escultor en Lego del inicio de este siglo. Veterano en el arte, Nathan posee más de 1.5 millones de piezas en su estudio, produciendo esculturas en tamaño real, representando figuras urbanas, así como proyectos personales. Sus colecciones rondan museos de América del Norte y sirven de referencia y ejemplo para “Lego Builders” de todo el mundo. Con tan sólo 21 años, el rumano se tornó un convencido productor de MOC’s (My Own Creation), término generalmente usado para designar las creaciones hechas en Lego. Como la mayoría de los Lego Builders, Florea también considera arte la expresión libre de creación en Lego, produciendo MOC’s fantásticos que pone a disposición – a veces, inclusive con las instrucciones de construcción – en su espacio en la Internet. El estudiante no cree que la diversión de la práctica tenga límites de edad o regionales: “Existen muchas cosas que contribuyen con la diversión de construir con el Lego; desde buscar en toda su colección por esa pequeña pieza 1X1 negra (eso puede ser frustrante), hasta incluso ser controlado por las piezas que se tiene en la colección (lo que fuerza a la creatividad a trabajar con lo que está disponible)”. Según consta, el precio del juguete es alto en Rumania. Por eso, el muchacho compra colecciones antiguas y de segunda mano, improvisando mientras construye y, algunas veces, modificando manualmente piezas para conferir la estética soñada al MOC final. De ese modo, trabaja meticulosamente con las construcciones, fotografiándolas y poniéndolas a disposición para la apreciación del público mundial, sin intervenir posteriormente en la figura por medio de programas de computadora, que afirma no ser asunto de su competencia. Además, Florea no vende sus MOC’s principalmente por el hecho de que en Cluj Napoca, ciudad donde vive al norte de Rumania, sería muy difícil reponer las piezas que perdería en una venta.
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Cada vez más conocida en Europa, la práctica de ese nuevo tipo de escultura ya posee inclusive una guía profesional. Para perfeccionar las creaciones, ya circula en Europa la “Unofficial Lego Builder`s Guide”, una fuente no oficial de instrucciones y montajes a partir de las 300 principales piezas del Lego. A pesar de eso, a los adultos interesados en la práctica todavía no se los ve de la manera que desean. Florea alega que, cuando comenzó a construir, el año antepasado, no obtuvo apoyo moral de sus padres. Eventualmente, ellos notaron que eso no era solamente una fase por la cual estaba pasando, y comenzaron a apreciar el arte de Florea. Independientemente de creencias, región del globo o rango de edad, se debe estar de acuerdo en que las creaciones en Lego son una fuente inagotable de creatividad y catarsis, sin que tengamos necesidad, en el siglo XXI, de ocasionar incendios para difundir buenas ideas: “Así como arte, todo Lego Builder tiene su propio estilo, que se puede reconocer por un único MOC. ¡Si encuentra este estilo propio, que sea original, innovador y agradable a los ojos, usted realmente habrá alcanzado la creación artística por medio del Lego!”, revela nuestro Lego Builder. > www.brickartist.com > www.flickr.com/olog
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(english)
What to do with the 30 pieces of Lego per person on the planet? To think that a fire at a carpenter’s workshop would result in all of this… 1930: one of the most solid versions of what happened points out that, after losing all that he had in his workshop by the fire, brought up by his two small kids, the Danish carpenter, Ole Kirk Christiansen had the brilliant idea of producing models of his projects to present to the neighborhood. These small wooden pieces, which fitted into each other, forming representative models of Christiansen’s work, were becoming famous: they would be the raw material that would give birth to the toy empire of Lego. Henceforth, plastic, occupying territory during the mid-50s would be the most appropriate material to give continuity to the toy industry that the children of Christiansen took over. Statistics do not lie: since the foundation of the brand Lego, around 190 billion pieces have been produced – which checks out to the number of 30 pieces per person on Earth. Now, what do we do, in all this time, with our handful of 30 Legos? There is not one person who has not solidified their imagination, at least when little, from pieces of Lego. This toy is, at times, used by therapists in the development of children’s creativity, being greatly responsible for the formation of artists. A little further on, in the oriental part of Europe, the Romanian, Adrian Florea is the object of study that made Zupi interested in the world of the “Lego Builders”. They are a worldwide group of followers that grew up playing and now use art to leverage their creations in architecture and design. The group is inspired by well known Lego artist from around the world, as the new-yorker Nathan Sawaya – possibly the most creative Lego sculptor in the beginning of this century. Art veteran, Nathan has more then 1.5 million pieces in his studio, producing sculptures in real dimensions, representing urban figures, as well as personal projects. His collections round North American museums and serve as reference and example for all Lego Builders around the world. At the young age of 21, the Romanian became convict in the production of MOCs (My Own Creation) – term usually used to address his
creations made of Lego. Like most of the Lego Builders, Florea also considers art to be the free expression of creation in Lego, producing fantastic MOCs that are made available – sometimes, even the building instructions – in his own personal Internet page. The student does not believe that practical fun has age or regional limits: “A lot of things contribute to the fun of building with Lego; from looking in all your collection for that small 1X1 black piece (that can be frustrating), or even being controlled by the pieces that you possess in your collection (which forces our creativity to work with what is available)”. It is also evident that the price of the toy is high in Romania. That is why, he buys old collections and second-hand ones, improvising while building and sometimes, modifying pieces manually to match the desired esthetic for the final MOC. This way, working meticulously with the constructions, photographing and making it available for the appreciation of the global public – without subsequently intervening in the figure with computer programs, which he affirms not to be topic of his competence. Besides that, Florea does not sell his MOCs mainly because of the fact that in Cluj Napoca, the city he lives in, located in the north of Romania, it would be too difficult to replace the pieces he would lose in a sale. More and more well known in Europe, the practice of this new type of sculpture already possesses a professional guide. To optimize your creations, in Europe the “Unofficial Lego Builder’s Guide” circulates as a source (nonofficial) with instructions and assemblies made from the 300 main Lego pieces. In spite of that, adults interested in this sport still are not seen in the way they desire. Florea alleges that, when he started to build, in the previous year, he did not obtain moral support from his parents. Eventually, they perceived that is was not only a phase he was going through and began to appreciate Florea’s art. Independent of belief, region of the world or age group, it must be agreed that the creations in Lego are a inexhaustible source of creativity and catharsis, without being required, in the 21st century, to cause fires to diffuse good ideas: “As well as art, any Lego Builder has his own style, which can be recognized by just one MOC. If your own style is found, to be original, innovative and pleasant to the eyes, you really achieved the artistic creation via Lego!” reveals our Lego Builder. > www.brickartist.com > www.flickr.com/olog
LIBROS 076 | 077
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Mujeres, sombreros voladores y otras cosas legales Editado por la Arte & Letra ISBN 978-85-60499-06-9 120 páginas “Nada es más arquetípico que una mujer desnuda”. En el libro (“Mulheres – Chapéus voadores e outras coisas legais”) “MujeresSombreros voladores y otras cosas legales”, Rafael Silveira presenta una serie de ilustraciones y pinturas con sus trabajos más expresivos en estilo retró. La figuración de la mujer es la materia prima para el proceso de creación del artista, considerada por él, el arquetipo máximo. Bajo colores chillones y muy bien impresas en el papel off set, prevaleciendo el aspecto vintage de las imágenes, el libro reúne visiones neo-surrealistas, además de referencias de pop art y grafismo. Las 120 páginas de “Mulheres – Chapéus voadores e outras coisas legais” vienen dentro de una caja, especialmente delineada para el obsequio anexo: una muñeca pin up inflable. A pesar de la bella diagramación de las pinturas a óleo, técnicas mixtas y sketches, el libro peca por la inclusión de una ficha cátalo- gráfica mal colocada al principio del contenido. Hasta ahí, nada que comprometa la estética del contenido, remitiendo, vez por otra las ilustraciones clásicas de las décadas del 40 y 50. Dicha como un primer modelo de los seres humanos, mujeres son el principio de ese trabajo, que pretende mostrar mucho más que la diferencia y el pensamiento del estereotipo femenino. > www.zupishop.com
books 076 | 077
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Women, flying hats and other cool things Edited by Arte & Letra ISBN 978-85-60499-06-9 120 pages “Nothing is more outstanding than a naked woman.” In the book “Women – Flying Hats and other cool things”, Rafael Silveira presents a series of illustrations and paintings with his most expressive works in retro style. The woman’s figuration is the raw material for the process of the artist’s creation, considered by him the maximum archetype. Under whopping colors and very well printed in the off set paper, prioritizing the vintage aspect of the images, the book gathers neosurrealist visions, in addition to references of pop art and graphic form. The 120 pages of “Women – Flying hats and other cools things” come inside a box, especially drawn for the adjacent gift: an inflatable pin-up doll. Despite the beautiful diagramming of the oil paintings, mixed techniques and sketches, the book sins for the insert of a badly-placed cataloguerelated record at the beginning of the content. Until then, nothing that commits the aesthetics of the content, delivering, once in a while to the classic illustrations of the decade of 40 and 50. Dictated as a first model of the human beings, women are the principle of this work, that intends to show much more than the difference and the thought of the feminine stereotype. > www.zupishop.com
top sites 076 | 077
(español)
www.urbansoldierz.com El arte urbano sale de los apoyos tradicionales, como paredes y postes, e invade Internet. Urban Soldierz, un grupo de artistas de graffiti, de España, lanzan la web como una nueva plataforma para las obras relacionadas al arte urbano, con dirección artística y animación. El tradicional graffiti toma vida y una página inusitada en el mundo digital, además de un escenario gráfico que se mueve de acuerdo con la rotación del ratón. Es una forma diferente de conocer el arte urbano. www.mcdonalds.pl En un esquema de flash y proyecto 3D, la red de fast food McDonald’s colocó en la Internet una página de pura interactividad. Bajo un concepto completamente moderno, la estructura del sitio es enfocada en la producción de ambientes y productos 3D, además de permitir el acceso a vídeos de propaganda de la marca, juegos interactivos y diversiones en tres dimensiones. www.rolitoland.com Sitio que llama la atención por el design de animación inusitado e ilustraciones bien detalladas. Rolitoland.com es la fuente de inspiración para quien le gustan las animaciones simples, pero creativas. Los dibujos hacen una citación a la gran corriente del arte contemporáneo: la Toy Art. Por eso, para quien gusta la propuesta de modernidad y creación, esta página en la web es una excelente inspiración. www.jlern.com El designer norteamericano Justin está buscando trabajo. En su sitio, declara que le gustan las cosas que se mueven, ofreciendo servicios de animación y programación. No obstante, hizo el sitio con un menú creativo, rotativo, divertido y fácil de navegar. Con tal originalidad, Justin debe conseguir trabajos en breve.
the brand’s advertisement videos, interactive games and three-dimension entertainments. www.rolitoland.com Site that draws the attention for the unusual animation design and very detailed illustrations. Rolitoland.com is the inspiration source for those who enjoy simple but creative animations. The drawings refer to the great current of contemporary art: Toy Art. Therefore, for those who enjoy the modernity and creation proposal, the Web page is an outstanding inspiration.
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www.jlern.com The North American designer Justin is looking for work. In his site, he affirms to like things that move, offering animation and programming services. Notwithstanding, he made the site with a creative, rotating, entertaining and easy to navigate menu. With such originality, Justin should get works very soon. www.suitsupply.com Suitsupply is a Dutch mark that already reaches the market in wide scale for the quality and diversity of its clothes. Mixing videos, flash and pictures that are fully artistic and interesting, the site of the brand involves the Internet user in all the senses - even for those that are not interested in clothing. A webdesign example for any company interested in seizing customer’s attention. www.vikmuniz.net The new version of Vik Muniz’s site, one of the most renowned Brazilian artists and cover of Zupi number 3, is pure art and flash. The animations are not just agreeing in perfection with the refined aesthetics of the works, as well as aiding the navigator to travel throughout the whole portfolio of the artist in a fast and intelligent manner. The menu divides exhibitions, gallery and information, giving a beautiful brushstroke of the artist’s countless collection.
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www.suitsupply.com La Suitsupply es una marca holandesa que alcanza el mercado en amplia escala por la calidad y diversidad de sus ropas. Mezclando vídeos, flash y fotos completamente artísticas e interesantes, el sitio de la grife involucra el internauta en todos los sentidos – aún hasta para aquellos que no están interesados en vestuario. Un ejemplo de webdesign para cualquier tipo de empresa interesada en llamar la atención del cliente. www.vikmuniz.net La nueva versión del sitio de Vik Muniz, uno de los más renombrados artistas brasileños y capa de la revista Zupi número 3, es arte y flash puros. Las animaciones no solo se combinan en perfección con la estética refinada de las obras, como auxilia el navegador a viajar por todo el portafolio del artista de forma rápida e inteligente. El menú divide exposiciones, galería e informaciones, dando una bella pincelada del innumerable acervo del artista.
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(español)
www.urbansoldierz.com The urban art leaves the traditional supports, such as walls and posts, and invades the Internet. Urban Soldierz, a group of graffiti artists, of Spain, introduce the Web as a new platform for the works related to urban art, with artistic direction and animation. The traditional graffiti win life and an unusual page in the digital world, in addition to a graphical scenario that moves in accordance with the rotation of the mouse. It is a different form for knowing the urban art. www.mcdonalds.pl In a flash and 3D project scheme, the fast food network McDonald’s put in the Internet a page of pure interactivity. Under a fully modern concept, the structure of the site is focused on the production of 3D environments and products, in addition to allowing the access to
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NUNO ValErio . www.uiu-uiu.com . Portugal