MUSEU DE LAMEGO | apontamentos fevereiro 2015

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www.museudelamego.pt

APONTAMENTOS

fevereiro 2015

EM GOA

até 10 de março



destaque

“VIAGEM AO ORIENTE” em Goa “Viagem ao Oriente”, que reúne um excecional núcleo de fotografias do século XIX, partiu para Goa onde ficará patente até 10 de março. A mostra, que resulta do projeto do Museu de Lamego de identificação e inventário de espólios fotográficos familiares do Douro, promete mais uma vez transportar os visitantes para um novo mundo, no auge da descoberta e do fascínio da Europa pelo Oriente. Organizada pela Sociedade Lusófona de Goa, em colaboração com o Museu de Lamego e Direção Regional de Cultura do Norte, com a Directorate of Art and Culture (Goa), Goa Tourism Development Corporation e a Fundação Oriente, “Viagem ao Oriente” integra o primeiro “Festival da Lusofonia Goa 2015”. Com um programa vasto que se desenrola ao longo de cerca de um mês e que visa promover a cultura dos países lusófonos, os organizadores consideram a exposição do Museu de Lamego o ponto alto do Festival, por proporcionar uma viagem no tempo e no espaço, do Cairo a Jacarta, do Egito das pirâmides e do deserto aos príncipes de Java, passando através do Canal do Suez, Port Said, o Mar Vermelho, o Oceano Índico, a Índia e as colónias portuguesas, Bombaim e Ceilão, Timor, Java e as Índias Holandesas. Paisagens, ambientes urbanos, arquiteturas, grandes obras de engenharia, o passado, o presente e a construção do futuro desfilam de fotografia em fotografia, numa coleção redescoberta na família duriense Mascarenhas Gaivão. “Viagem ao Oriente” esteve patente em 2014, de 8 de junho a 14 de setembro. A itinerância leva-a agora para outras paragens, nada mais nada menos que o próprio Oriente. 3 | APONTAMENTOS




em exposição

“CISTER NO DOURO” Até 26 de abril, um território histórico, detentor de um património único, revela-se no Museu de Lamego através de experiência de som e imagem, numa instalação que recria um claustro, que sintetiza uma filosofia de vida.

“Cister no Douro” não é, por isso, uma exposição tradicional, mas a tradução de um espaço maior, de uma Ordem que transformou um vale e que desempenhou um papel primordial na excelência hoje reconhecida à região como Património da Humanidade. Com comissariado científico de Nuno Resende e organizada pela Direção Regional de Cultura do Norte, Museu de Lamego e projeto Vale do Varosa, “Cister no Douro” assume-se como uma instalação multimédia, destinada a divulgar a herança histórica, cultural, arquitetónica e artística legada pela presença desta Ordem monástica na região. Ao todo são seis os testemunhos materiais das comunidades cistercienses instaladas durante a Idade Média e o período moderno a sul do Douro, duas casas femininas e quatro masculinas: Tabosa, Arouca, S. João de Tarouca, Santa Maria de Salzedas, São Pedro das Águias e Santa Maria de Aguiar. A chegada de Cister no século XII viria a marcar em definitivo a História de um território hoje reconhecido internacionalmente. Património da Humanidade, deve a sua classificação ao trabalho das sucessivas comunidades de cistercienses que transformaram o Vale do Douro num espaço de cultura e saber, modificando a paisagem e o território.

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itinerância

“CAMINHOS DO FERRO E DA PRATA” A exposição “Caminhos do Ferro e da Prata”, a primeira a espelhar os resultados do projeto do Museu de Lamego de identificação e inventário de espólios fotográficos familiares com referência ao Douro, está patente no Museu do Abade de Baçal até ao dia 28 de fevereiro. Em itinerância, esta é uma oportunidade de levar a novos públicos uma exposição que reflete a importância da construção da via-férrea do Douro e Minho, numa coleção de fotografias reunidas num álbum originalmente concebido para a sua apresentação pública.

De elevada qualidade técnica e artística, “Caminhos do Ferro e da Prata” vai muito para além dos interesses específicos do transporte ferroviário, por toda a informação que reúne ao nível da paisagem, da arquitetura, do traje ou dos costumes. Este álbum, entre outros, conservou-se na família duriense Mascarenhas Gaivão, herdado do bisavô, Francisco Perfeito de Magalhães Meneses Vilas-Boas, engenheiro dos caminhosde-ferro à data das imagens – 1887. Ao todo são 65 imagens, na sua grande maioria em fototipia, assinadas por Emilio Biel, Antiga Casa Fritz. Quase todas no formato aproximado de 24 x30 cm, em excelente estado de conservação, indiciam claramente a ocasião e o processo como foram efetuados os respetivos levantamentos. A beleza das imagens, o percurso ao longo do rio Douro, os aspetos históricos e etnográficos, o caráter da região e as tradições internacionais da zona demarcada fazem desta coleção fotográfica um conjunto único, tornado acessível ao grande público através da sua exposição e edição de respetivo catálogo, distinguido em 2014 pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM).

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um ano.um tema

“Peça do Mês” dá lugar a “UM ANO. UM TEMA” Depois de em 2014 o Museu de Lamego ter trazido a público, mensalmente, um conjunto de peças que pretenderam espelhar a qualidade e a diversidade do acervo, em 2015 a “Peça do Mês” dá lugar a “Um Ano. Um Tema”. De cariz anual, este é um projeto que elege uma temática e a explora através das coleções do Museu. A Gravura inaugura esta nova rubrica, no ano em que se celebram os 500 anos da viagem do rinoceronte e da execução da gravura que o imortalizou por Albrecht Dürer. Há precisamente 500 anos, o governador da Índia Portuguesa, Afonso de Albuquerque, decidiu enviar ao rei D. Manuel I o rinoceronte que lhe havia sido oferecido pelo sultão Muzafar II. O rinoceronte embarcou no Nossa Senhora da Ajuda que deixou Goa em janeiro de 1515, e chegou a Lisboa no dia 20 de maio. Sem nunca ter visto o rinoceronte, que foi o primeiro exemplar vivo visto na Europa desde os tempos romanos,

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Albrecht Dürer desenhou duas imagens do animal,

série de gravuras intitulada “Paixão de Cristo”, que

baseadas numa descrição e num esboço que viu em

deveria incluir o presente exemplar. Dessa série, o

Nuremberga. A partir do segundo desenho foi feita

Museu Britânico (The British Museum) possui um

uma xilografia que se tornaria numa das mais

conjunto de 16 gravuras que, tal como a do Museu de

célebres gravuras de sempre e também a que mais

Lamego, possuem excertos do “Livro dos Salmos”.

influência exerceu na arte, de Rafael a Salvador Dali.

As gravuras de Wierix tiveram grande aceitação na

No ano em que se celebram os 500 anos da viagem do

Europa católica e influenciaram, sobretudo, a

rinoceronte e da execução da gravura que o

pintura do século XVII, de países como Portugal e

imortalizou, o Museu de Lamego propõe a sua

Espanha, ao seguirem a estética difundida pela

coleção de gravura como tema para 2015, o que é

Igreja da Contra-reforma.

tanto mais pertinente, quanto o facto de o museu

De proveniência desconhecida, admite-se que a

possuir um raro e valioso exemplar de inícios do

gravura “Jesus Escarnecido” tenha sido incorporada

século XVIII, conhecido como Alegoria a África, que

pelo Museu de Lamego, entre 1929-1955, período que

reproduz a famosa imagem do rinoceronte (Cadernos

correspondeu à aquisição de diversas gravuras pelo

Conhecer Conservar Valorizar -

então Grupo de Amigos, criado em 1924.

http://bit.ly/CCVcaderno1).

UM ANO. UM TEMA | janeiro Em janeiro, o destaque não recaiu sobre a “Alegoria a África” (maio será o mês dedicado a esta peça), mas sim sobre uma gravura de pequeno formato, figurando “Jesus Escarnecido”, um tema devocional a s s o c i a d o a o c i c l o d a “ Pa i x ã o d e C r i s t o ” , iconograficamente relacionado com o “Senhor da Cana Verde”, da autoria de Hieronymus Wierix. Hieronymus Wierix (1553-1619) é um renomado

LEGENDA

gravador flamengo, que pertenceu a uma família de

Jesus Escarnecido (da série “Paixão de Cristo”)

gravadores, sendo ele um de três irmãos que se

Hieronimus Wierix Antuérpia

dedicavam a este ofício. Em 1572 já era mestre em

1572 – 1619

Antuérpia, onde permaneceu até ao fim da sua vida.

Tinta e papel

Com uma obra extensíssima, Wierix executou uma

Museu de Lamego, inv. 908

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UM ANO. UM TEMA | fevereiro

Amaral (1917-1955), que coincidiu com a compra de

“Um Ano. Um Tema” traz em fevereiro o retrato do

outros exemplares, adquiridos para o Museu pelo

Imperador Frederico III de Habsburgo, Sacro

próprio ou através do Grupo de Amigos do Museu,

Imperador Romano-Germânico e marido da Infanta de

criado em 1924.

Portugal, D. Leonor, irmã do rei D. Afonso V. Apelidado de «Lábio Grosso», o imperador é representado como uma figura imponente, ostentando coroa imperial cravejada de joias. O retrato de Frederico III pertence a uma coleção de treze retratos intitulada “Effigies Imperatorum domus Austriacae“, publicada em Haarlem, pela primeira vez, em 1644, e que incluía os retratos de imperadores germânico-austríacos da linhagem de Habsburgo. Cada um dos retratos, em grande formato, é delimitado por cercadura ornamental de autoria de Pieter Claesz Soutman, responsável também por todas as imagens publicadas. Os gravadores foram Jonas Suyderhoef e Pieter van Sompel, escolhidos entre os melhores aprendizes de Pieter Soutman. Desta série foram feitas novas reedições, conservandose atualmente alguns exemplares nas coleções do British Museum e da National Portrait Gallery (Londres), do Fitzwillim Museum, (Cambridge), do Deutshes Historisches Museum (Berlim), do Metropolitan Museum of Art (Nova Iorque) e do Fine Arts Museums (São Francisco). O Museu de Lamego, pertencentes à mesma série, possui também os retratos dos imperadores Matias I e de D. Fernando II.

LEGENDA Retrato do Imperador Frederico III (Frederico de Habsburgo) Jonas Suyderhoef (Haarlem, 1580-1657); Pieter Claesz Soutman (Haarlem, 1580-1657); Frederick Wit Haarlem (Centro de Fabrico)

De proveniência desconhecida, poderá admitir-se que a gravura tenha sido adquirida pelo valor de 50$00 (conforme inscrição a lápis), durante a direção de João

Séc. XVII Tinta e papel Museu de Lamego, inv. 2206

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loja do museu

SUGESTÕES De terça a domingo, das 9h30 às 18h00.

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APONTAMENTOS

fevereiro 2015

Museu de Lamego Largo de Camões 5100-147 Lamego

Tel: (+351) 254600230 E-mail: mlamego@culturanorte.pt Site: www.museudelamego.pt Facebook: www.facebok.com/museu.de.lamego

Horário De terça-feira a domingo, das 9h30 às 18h00. Encerra às segundas-feiras. Gratuito no primeiro domingo do mês.

Serviço Educativo Visitas orientadas/comentadas à exposição permanente e exposições temporárias, mediante marcação prévia.

Biblioteca De terça a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, mediante contacto prévia.

Auditório 100 lugares

Loja

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