www.museudelamego.pt
1917-2017
APONTAMENTOS
julho.agosto 2016
MOSTEIRO São João de Tarouca CONVENTO Santo António de Ferreirim
MOSTEIRO São João de Tarouca CAPELA São Pedro de Balsemão MOSTEIRO Santa Maria de Salzedas
MOSTEIRO Santa Maria de Salzedas PONTE Forticada de Ucanha
organização
parceria
CONVENTO Santo António de Ferreirim
REDE DE MONUMENTOS Lamego
free admission Entrada livre | 21h30 | Pátio do Museu
VALE DO VAROSA JÁ ABRIU AO PÚBLICO
destaque
CICLO DE CINEMA 2016 HOMEMAGEIA KIRK DOUGLAS
Em 2016, o Ciclo de Cinema do Museu de Lamego evoca o ator norte-americano Kirk Douglas, no ano em que passam 100 anos do seu nascimento. Na quarta edição, o pátio volta a ser o palco escolhido para o cinema ao ar livre, com exibição de três candidatos a Óscares – “Champion”, “The Bad and the Beautiful”, “Lust for Life” -, a que se junta “Ace in the Hole”. Entrada livre. Kirk Douglas, que no dia 9 de dezembro completará 100 anos de idade, nasceu em Amsterdam, Nova Iorque, e é pai do também conhecido ator Michael Douglas. Com uma extensa filmografia, Kirk Douglas recebeu três nomeações para os Óscares pelo seu trabalho em Champion (1949), The Bad and the Beautiful (1952) e Lust for Life ( 1956). Não venceu nenhum, mas viria a ser distinguido em 1996 por um Oscar pelos "50 anos de modelo moral e criativo para a comunidade cinematográfica". Do seu vasto currículo fazem ainda parte filmes como “Ulisses”, “Spartacus”, “Young Man with a Horn” ou "20.000 léguas submarinas". Ao todo são quatro os filmes que no pátio do Museu de Lamego vão recordar a qualidade de um ator que marcou toda uma geração. Numa parceria entre o Museu de Lamego, o Teatro Ribeiro Conceição e a FNAC, a exibição dos filmes está agendada para as sextas-feiras do mês de agosto, sempre às 21h30 (5 de agosto CHAMPION; 12 de agosto ACE IN THE HOLE; 19 de agosto THE BAD AND THE BEAUTIFUL; 26 de agosto LUST FOR LIFE). 3 | APONTAMENTOS
KIRK DOUGLAS Champion M/12
5‘
1949 [ Mark Robson
Ace in the Hole M/12
12‘
1951 [ Billy Wilder
The Bad and the Beautiful 19‘ M/12
1952 [ Vincente Minnelli
Lust for Life parceiro
M/12
26‘
1956 [ Vincente Minnelli, George Cukor
free admission Entrada livre | 21h30 | Pátio do Museu Com repetição em Vila Real
12'/19'/26' 08 02' 09
repetition in
Zona Livre Associação Cultural organização
www.zonalivre.pt
Lamego
Museu de Lamego Largo de Camões 5100-147 Lamego PORTUGAL . Tel +351 254 600 230 . mlamego@culturanorte.pt . www.museudelamego.pt . /museu.de.lamego
destaque
REDE DE MONUMENTOS VALE DO VAROSA ABRIU AO PÚBLICO
Gerida a partir do Museu de Lamego, a Rede de Monumentos Vale do Varosa está desde esta sexta-feira, 22 de julho, aberta em pleno ao público, depois da inauguração do Convento de Santo António de Ferrerim e do Mosteiro de São João de Tarouca. A abertura destes dois espaços corresponde ao culminar do projeto Vale do Varosa, no terreno desde 2009 sob a égide da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN). A cerimónia contou com a presença do Ministro da Cultura, que apontou o projeto como um exemplo para o país. No Vale do Varosa, Luís Filipe Castro Mendes defendeu a importância da criação de redes colaborativas entre as instituições no terreno, que considerou essenciais na defesa do património. Também o Diretor Regional de Cultura do Norte, António Ponte, realçou que mais que um projeto cultural, que a DRCN abraça há já sete anos, o projeto Vale do Varosa é um projeto de dinamização regional, de combate à sazonalidade turística e que traz ao Douro, Património da Humanidade, motivos acrescidos de visita e de permanência na região. "Pretendemos com esta oferta qualificada não só valorizar o património, mas também comunicá-lo, interligá-lo, criando uma rede de visitação que potencie a distribuição de público de turismo para toda esta região", assinalou. O turismo tem por isso, a partir de agora, novos pontos de interesse, dinamizados numa rede que inclui ainda o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, a Ponte Fortificada de Ucanha e a Capela de São Pedro de Balsemão. Motivos de sobra para alavancar toda a dinâmica regional, num que não ficará por aqui.
5 | APONTAMENTOS
Durante a cerimónia de inauguração dos Centros Interpretativos, os Presidentes das Câmaras de Lamego e Tarouca, Francisco Lopes e Valdemar Pereira, onde estão implantados os imóveis inaugurados, destacaram também a importância do projeto e da abertura da Rede como uma nova oportunidade para os concelhos, num "território sem fronteiras", como assinalou o autarca lamecense. Após a inauguração, seguiu-se uma visita aos espaços pelo Diretor do Museu de Lamego e Coordenador do Projeto Vale do Varosa, Luís Sebastian, que deu conta da intervenção levada a efeito. As principais linhas estratégicas do projeto Vale do Varosa foram a recuperação de edificado, a musealização do património móvel e imóvel, a instalação de centros de acolhimento e interpretação, a criação de uma imagem personalizada e finalmente a abertura ao público com funcionamento em rede e o desenvolvimento de ações de divulgação conjunta, afirmando a região como destino cultural de referência.
10 | APONTAMENTOS
em exposição
FACES
São fisionomias, rostos, perfis, homens e mulheres, anónimos ou célebres, que marcam gestos e se ligam à cidade e ao Museu de Lamego. São doadores e legatários, são faces singulares que se unem na salvaguarda da memória individual e coletiva e que contribuem desde 1917 para o enriquecimento do acervo do Museu de Lamego. FACES é também o título da segunda exposição do centenário da Fundação do Museu (1917-2017). Patente até março de 2017. Entrada livre. Visite!
Exposição Retrato e identidade Portraits and identities in donations and legacies of the Lamego Museum Exhibition st
st
21 maioMay2016 | 31 marçoMarch2017 organização | organization
apoio | support
mecenato | sponsor
Beira Douro
Museu de Lamego Largo de Camões 5100-147 Lamego PORTUGAL . Tel +351 254 600 230 . mlamego@culturanorte.pt . www.museudelamego.pt . /museu.de.lamego
um ano. um tema
UM ANO. UM TEMA Tumulária do Museu de Lamego e Vale do Varosa
A rubrica UM ANO. UM TEMA volta a fazer paragem na Rede de Monumentos Vale do Varosa. Em julho, destaque para o sarcófago do séc. XIV pertencente a D. Afonso Pires, Bispo do Porto, da Capela de São Pedro de Balsemão.
Túmulo de D. Afonso Pires Dom Afonso Pires, natural de Medelo, nos arredores de Lamego, e bispo do Porto entre 1359 e 1372, escolheu para sua sepultura e de seus familiares a capela de Santa Maria, que instituiu na igreja de São Pedro, encaixada nas margens do rio Balsemão, num local ermo, que impressionou o Pe. Carvalho da Costa que, em 1709, o descrevia: entre dous montes, de tal modo, que olhando do alto mais parece covil de feras que habitaçaõ de homens (COSTA, 1708:241). Filho de Afonso Pires e de Dona Maria Martins, e neto de Martim Domingues, cónego de Lamego e Viseu, sepultado na Sé de Lamego, Dom Afonso Pires foi membro de uma família de clérigos da região, com fortes ligações à hierarquia eclesiástica nacional (SARAIVA; 2001: 202). Os irmãos Gonçalo e Luís foram respetivamente bispos de Lamego e de Viseu. A irmã, Margarida, casou com Martim Gonçalves Cachofel, tendo nascido desse casamento, Gonçalo Martim Cachofel, que foi o primeiro morgado de Balsemão, instituído pelo tio, e que em meados do século XVIII se mantinha como um dos mais importantes de Lamego.
TÚMULO DO BISPO DOM AFONSO PIRES (1359-1372) Capela de São Pedro de Balsemão. Lamego (Rede de Monumentos Vale do Varosa) © Museu de Lamego | Pedro Martins
14 | APONTAMENTOS
Túmulo do bispo Dom Afonso Pires (1359-1372), segundo um desenho: aguadas a tinta da china. 169_ Biblioteca Nacional de Portugal © BNP [ http://purl.pt/25413/2/].
Dom Afonso ocupou o governo da diocese do Porto durante o reinado de D. Pedro, que ao que parece, lhe tinha grande estima, o que viria a ditar o seu testemunho na leitura pública, em Coimbra, da declaração de casamento entre o monarca e Dona Inês de Castro (SARAIVA, 2001: 202) Possuidor de um perfil humano de devoção e piedade, Dom Afonso viajou aos lugares santos de Jerusalém e Roma, centros de peregrinação no período medieval. Viria a falecer, com fama de santidade, em Balsemão, ficando eternizado na memória popular pela sua conduta, ao ponto de o povo ter considerado milagrosa a terra onde foi sepultado (SARAIVA, 2001: 205). O local da sua última morada foi escolhido pelo próprio Dom Afonso Pires, em testamento redigido dois anos após ter ascendido ao governo episcopal. Nele institui o morgado, com sede na igreja de São Pedro, dotado de uma capela destinada à perpetuação e sufrágio da sua alma e da dos seus familiares (SARAIVA, 2001: 203), onde se faz sepultar num túmulo com jacente, em granito da região.
Túmulo de Dom Pedro Afonso numa imagem de 1979, quando se encontrava colocado na nave central, encostado ao arco triunfal do lado direito (ou do Evangelho). © IHRU/SIPA
Desaparecida a capela trecentista fundada por D. Afonso, possivelmente pelas obras levadas a efeito no século XVII pelo morgado Luís Pinto de Sousa Coutinho, conservamse, no interior do templo, para além do túmulo do bispo, diversas tampas de sepultura rasa armoriadas, com a heráldica familiar, e uma lápide de calcário embutida numa aduela do arco triunfal do edifício, no lado direito (ou da Epistola) com a inscrição funerária do antístite.
Sepultura de Martim Gil, cavaleiro de Pumares, e de sua mulher Margarida Pires, irmã do bispo Afonso Pires. A esquerda as armas do bispo, e do lado oposto as armas de Martim Gil. Inscrição: AQUI IAZ MARGARIDA. In Solares e Brasões. ©Manuel Ferros. Solaresbrasoes.blogspot.com. 2016.
Lápide funerária de Dom Afonso Pires. Inscrição: HIC IACET DO(m)Nus ALFOn/Sus EPiscopuS PORTUGALensiuM Q(u)i FEC(it)/ET ConSaCraVit ECCLesIAB [sic] ISTAm ET/VISITaVit SEPULCruM DomiNI/ET BASELICaS APPostoLORUm /PETRI ET PAULI ET DE/ CES(s)IT IN Era Mª CCCCª (BARROCA, 2000: 1770). ©Foto: Manuel Ferros. In solaresebrasoes.blogspot.com@2016.
Armas de Dom Afonso Pires e de Martim Gil, cunhado do bispo e cavaleiro de Pumares, segundo desenho de 169_. Biblioteca Nacional de Portugal. Inscrição: [à esquerda] Este escudo é das armas do bispo D. Afonso e também as usou assim na sua sepultura Margarida Pires irmã do bispo D. Afonso; [à direita] Este escudo de armas he do cunhado do bispo, Martim Gil Cavaleiro de Pumares. In Túmulo do bispo Dom Afonso Pires (1359-1372), desenho: aguadas a tinta da china. Biblioteca Nacional de Portugal © BNP [ http://purl.pt/25413/2/].
18 | APONTAMENTOS
Executada em pedra de Ançã, o medievalista Mário Barroca aponta para a produção da lápide, uma oficina coimbrã, de acordo com uma encomenda prévia do próprio D. Afonso Pires (BARROCA, 2000: 1770), o que em parte poderá explicar o facto de ostentar a data incompleta de 1362 – M CCCC -, que se destinava a ser completada depois do passamento do Bispo (BARROCA, 2000: 1770). O mesmo investigador não deixa de notar as semelhanças entre a arca feral com exemplares góticos produzidos em Coimbra, levando-o a considerar a possibilidade de Dom Afonso ter trazido para Lamego desenhos desse importante centro de produção, apresentados depois ao escultor responsável pela execução do túmulo em granito. (BARROCA, 2000: 1776). A influência coimbrã é tanto mais evidente quanto o facto de a capela de São Pedro de Balsemão possuir uma das três esculturas góticas, figurando a Virgem do Ó ou da Expectação, que se conservam na cidade de Lamego, atribuídas à oficina de Mestre Pêro, em Coimbra. A aquisição da imagem, que é do conjunto a única que ainda conserva vestígios da policromia original, está seguramente ligada à capela fundada por Dom Afonso que, como já foi dito, era de invocação de Santa Maria.
Túmulo de D. Afonso Pires © DRCN. Museu de Lamego. Pedro Martins
O túmulo de Dom Afonso Pires é o único exemplar decorado com jacente, de um bispo do Porto, que chegou aos nossos dias. Apresenta-se decorado em três faciais, assente sobre cinco leões. O facial correspondente aos pés e parte do lateral esquerdo não possuem qualquer representação, por serem estas as superfícies que se encontravam encostadas à parede. As faces são decoradas com representações de temática religiosa, que se corporizam na Última Ceia, que ocupa todo o facial da direita; na do Calvário, limitada a um terço da superfície do facial esquerdo, e na Coroação da Virgem, na cabeceira. Estruturada em edículas altas e estreitas e enquadrada por dois nichos autónomos, onde figuram São Pedro e São Paulo, a cena da Última Ceia, em particular, faz lembrar a escultura tumular de Coimbra, nomeadamente, a arca sepulcral de Isabel de Aragão, saída da oficina do já referido Mestre Pero. (BARROCA, 2000:1779). A originalidade da decoração da arca reside, na representação do Calvário, no modo como às figuras presentes na cena da Crucifixão (Cristo, a Virgem e São João Evangelista), se acrescentam os dois ladrões e o sol e a lua, a coroar a composição (SILVA; RAMÔA, 2009: 116). Túmulo de D. Afonso Pires. Representação do Calvário no facial lateral da esquerda. © DRCN. Museu de Lamego. Pedro Martins
22 | APONTAMENTOS
O jacente figura na tampa, com vestes pontificais, envergando casula e, na cabeça, que repousa sobre duas almofadas, uma mitra decorada com pedraria, a emoldurar o rosto, que apresenta a expressão bem definida e os olhos bem abertos. Na mão esquerda, agarra o báculo e na direita, muito danificada, cumpriria o gesto da bênção. Os pés, calçados, são visíveis entre as vestes. Acompanham o jacente, de cada lado, um anjo sentado, dirigindo o olhar ao alto, estabelecendo a ligação entre o mundo terreno e o sagrado. De referir os dois cães pequenos junto aos pés, que nenhum outro jacente de bispo possui, e que são mais representativos da nobreza, e a figuração de olhos abertos, norma igualmente adotada pela classe nobre. (SILVA; RAMÔA, 2009: 117-118).
Referências bibliográficas: BARROCA, Mário Jorge (2000) – Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422), Vol. II, Corpus Epigráfico Medieval Português. Tomo 2 [Lisboa]: Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação para a Ciência e Tecnologia.
COSTA, Pe. António Carvalho da (1709) – Corografia Portugueza e Descripçam Topografica do famoso Reyno de Portugal…, Tomo II, Lisboa: Officina de Valentim da Costa Deslandes.
SARAIVA, Anísio Miguel de Sousa (2001) – O Processo de Inquirição do Espólio de um Prelado Trecentista: D. Afonso Pires, Bispo do Porto (1359-1372). Separata de Lusitânia Sacra, 2.ª série, tomos 13-14.
SILVA, José Custódio da; RAMÔA, Joana (2009) – “Sculpto Immagine Episcopali”. Jacentes Episcopais em Portugal (séc. XIII-XIV). Imagem, Memória e Poder, Revista de História da Arte, n.º 7, IHA da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – UNL, pp. 95-119.
23 | APONTAMENTOS
um ano. um tema
UM ANO. UM TEMA Tumulária do Museu de Lamego e Vale do Varosa
Em agosto, a rubrica UM ANO. UM TEMA em agosto permanece na Rede de Monumentos Vale do Varosa e destaca um facial do túmulo atribuído a Dona Teresa Afonso, fundadora do mosteiro de Santa Maria de Salzedas.
Túmulo (fragmento) atribuído a Dona Teresa Afonso Escolhido ao longo da Idade Média para panteão de várias famílias ligadas à nobreza local, o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas mantém atualmente um número muito reduzido de vestígios materiais ligados aos sepultamentos aí realizados, encontrando-se, na sua maior parte, fruto de vicissitudes várias, desprovidos do seu contexto original, fragmentados, deslocados ou reaproveitados. As anteriores circunstâncias poderão explicar o aparente descomprometimento da historiografia em relação à pedra tumular em destaque, a merecer, contudo, uma renovada atenção por parte dos investigadores. Túmulo (fragmento) atribuído a Dona Teresa Afonso, fundadora do mosteiro de Santa Maria de Salzedas.
Muito provavelmente a principal face lateral de uma arca tumular, o
Granito, séc. XIII (c. 1225?)
interesse desta peça reside não só no facto de tradicionalmente se
Embutido na parede interior da entrada lateral norte da igreja do mosteiro.
associar à fundadora do mosteiro, Dona Teresa Afonso, viúva de Egas Moniz de Riba Douro, mas também por constituir um dos testemunhos
© DRCN. Museu de Lamego. José Pessoa
escultóricos de expressão gótica mais precoces da figuração da Virgem, que se conservam nesta região.
Pietá. Detalhe do fragmento do túmulo atribuído a Dona Teresa Afonso, na igreja do mosteiro de Santa Maria de Salzedas. © DRCN. Museu de Lamego. Alexandra Falcão
Estruturada em edículas de arco ligeiramente apontado, a decoração revela uma tendência naturalista e realista, tanto na iconografia como no tratamento plástico do relevo. Ao centro, numa espécie de tríptico coroado por gablete gótico, inscreve-se um nicho de maiores dimensões, no qual é possível identificar uma Pietá. Pese embora o esquematismo da composição, a que a rudeza do material empregue - granito -, obriga, desprende-se do conjunto um sentido de humanidade, que é acentuado pela posição curvilínea da Virgem, com ligeiro requebro da anca, e pelo naturalismo do véu curto, caindo em ondas soltas. Sobre o colo, repousa o corpo inerte do Filho de Deus, numa representação desarticulada e reduzida ao essencial, reservando-se à figura materna toda a força expressiva. De cada lado, e cada qual em seu nicho, dois cavaleiros (?), segurando, o da esquerda, uma espada longa. De difícil leitura, têm sido identificados como Afonso I de Portugal e D. Sancho I, representados no túmulo de D. Teresa, sob o falso pretexto da dedicação da viúva do aio de Afonso Henriques, à primeira educação e Fachada da igreja do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas © DRCN. Museu de Lamego. Pedro Martins
instrução dos dois primeiros monarcas, o que só é verdade no caso do segundo.
A restante superfície recorre a uma decoração
mas de Raynha, ou Princesa magnanima. [BRITO,
simples, de motivos vegetalistas estilizados, bem ao
1602: 291v].
jeito cisterciense de regresso à natureza,
Efectivamente, como fundadora do novo mosteiro
destacando-se no preenchimento das edículas
e, sobretudo, pela sua condição de viúva de uma
remanescentes, folhas provavelmente de carvalho,
das figuras que mais influência exerceu durante o
numa alusão à ligação entre o mundo de Deus e o
governo do conde D. Henrique, Dona Teresa Afonso
mundo dos homens, entre quadrifólios, flores-de-lis
gozou de diversos privilégios só dispensados às
e outras espécies. O escudete com cinco estrelas de
rainhas, imperatrizes ou respetivas filhas. Sendo
cinco (ou seis) pontas dispostas em sautor, que se
vedado o acesso às igrejas dos mosteiros às
divisa a encimar a terceira edícula à direita, poderá
mulheres, Dona Teresa não só possuía uma licença
estar associada à linhagem dos Riba Douro.
extraordinária do papa que lhe permitia assistir à
Descendente de uma família nobre oriunda das
missa e comungar num pequeno oratório dos
Astúrias, Dona Teresa Afonso quando, por volta de
monges, enquanto não estava concluída a
1124-1126, celebrou matrimónio com Egas Moniz,
construção da igreja, como tomou a seu cargo a
que ficara viúvo de Dona Mayor Perez da Silva, não
gestão do estaleiro, visitando pessoalmente os
deveria ter mais do que 15 ou 16 anos. Falecido o
trabalhadores que andavam nas obras da igreja e do
marido, a 3 de abril de 1146, a nobre asturiana
dormitório [BRITO, 1602: 292].
permanecerá em Britiande, centro dos domínios do
Dona Teresa viria a falecer em 1171, sem ver
marido, onde se dedica à educação dos filhos,
terminadas as obras da igreja, que só seria sagrada
incluindo o primogénito de Afonso Henriques, e ao
em 1225. Possivelmente tumulada ainda na Abadia
patrocínio da construção do mosteiro de Santa
Velha, com a transferência da comunidade
Maria de Salzedas.
monástica para as novas instalações, os seus restos
A exemplo do marido, padroeiro do Mosteiro de
mortais devem ter sido trasladados para Salzedas
Salvador de Paço de Sousa e sepultado no panteão
[BARROCA, 2000: 1257], onde supostamente terá
da família dos Ribadouro, na Capela do Corporal,
sido tumulada em arcossólio situado no braço norte
contígua ao mosteiro, Dona Teresa, quis tambem
do transepto, pela banda de fora [GAMBINI; SOARES,
fazer alg~ua cousa pera bem de sua alma, &
2000: 288], tendo posteriormente passado a ocupar
determinou fundar hum mosteyro na sua quinta de
lugar mais honorífico no interior da capela-mor. Em
Salzedas [BRITO, 1602: 291V].
1789, seria, por fim deslocada para o espaço onde
Começadas as obras de um mosteiro na primeira
hoje se encontra, em sepultura embutida na parede
metade do século XII, perto da Ucanha (Abadia
lateral norte da igreja.
Velha), a construção é abandonada por vontade de
No seu antigo epitáfio, copiado para o gradual do
Dona Teresa Afonso, para dar início em 1168, no
coro de um abade [REIS, 1936: 35], podia ler-se:
lugar onde hoje se encontra, à edificação de um
Neste logar se enterrou aquella a quem a fama
novo mosteiro, com um sumptuoso templo fundado
costumada a perpetuar os bons, nunca deixará
com a magnificência, não de senhora particular,
esquecer [AZEVEDO, 1877: 221]. 29 | APONTAMENTOS
Referências bibliográficas: AZEVEDO, D. Joaquim de (1877) – Historia Ecclesiastica da Cidade e Bispado de Lamego. Porto: [Typographia do Jornal do Porto]. BARROCA, Mário Jorge (2000) – Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422), Vol. II, Corpus Epigráfico Medieval Português. Tomo 2 [Lisboa]: Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação para a Ciência e Tecnologia. BRITO, Frei Bernardo de (1602) - A chronica de cister, onde se contam cousas principais desta religiam com muytas antiguidades, assi do Reyno de Portugal como de outros muytos da christandade. Lisboa: Typographia Pedro Crasbeek. GAMBINI, Lígia Inês; SOARES, João Nuno Mendonça (2000) - Mosteiro de Santa Maria de Salzedas: o enigma das origens, campanhas artísticas, reformulações estéticas...viagens e revisitações. In “Actas do Colóquio Internacional Cister - Espaços, Territórios, Paisagens”. Lisboa: IPPAR Departamento de Estudos. Vol. I, pp. 297-308. REIS, Fr. Baltasar dos (1936) - Breve relação da fundação e antiguidade do Mosteiro de Santa Maria de Salzeda. Lisboa: Biblioteca Nacional de Lisboa.
tesouros nacionais
10 ANOS DE TESOUROS NACIONAIS
A autenticidade, a originalidade, a raridade, a singularidade, a exemplaridade, o génio do criador, o testemunho de vivências, factos históricos e identidades coletivas, o valor estético, técnico ou material e a importância do ponto de vista da investigação histórica ou científica são alguns dos fatores que, há exatamente 10 anos, em 2006, levaram à atribuição da classificação “TESOURO NACIONAL” a 18 peças à guarda do Museu de Lamego. De valor excecional, o antigo retábulo da Sé, da autoria de Vasco Fernandes, as tapeçarias flamengas (“Série de Édipo“, “O Julgamento do Paraíso” e “O Templo de Latona“) os painéis de azulejos do século XVII e a arca tumular do séc. XIV, integram um conjunto de Tesouros mais amplo, que abrange outros museus nacionais, correspondendo a classificação à forma de proteção mais elevada dos bens culturais móveis. Consagrados em Diário da República pelo Decreto nº 19/2006 de 18 de julho, os Tesouros Nacionais do Museu de Lamego ocupam o seu lugar, não só no panorama nacional, mas também no panorama internacional, afirmando-se pelo valor patrimonial de exceção de que se revestem, portadores de uma identidade que ultrapassa as fronteiras portuguesas. Na origem, há mais de 10 anos, da decisão da elaboração de uma lista de «Tesouros Nacionais», encontra-se o mediático roubo das jóias da coroa portuguesa em novembro de 2002, durante uma exposição em Haia, na Holanda, que suscitou a necessidade de fazer um levantamento dos bens
32 | APONTAMENTOS
culturais nacionais de excepcional valia, que justificassem a aplicação de medidas também elas excepcionais. De norte a sul do país foram distinguidos ao todo 414 conjuntos, num total de 1626 peças, estando contempladas diversas tipologias nos domínios das artes plásticas e decorativas e arqueologia.
Saiba mais sobre os TESOUROS NACIONAIS do Museu de Lamego em www.museudelamego.pt
música SONORIDADES ÚNICAS NO COMPASSOS DA HISTÓRIA 2016
Viola braguesa, violão e sanfona medieval uiram-se à percussão do Tar, Riq e Udu e proporcionaram sonoridades únicas naquela que foi a quinta edição do Compassos da História. Pedro Viana e Sérgio Henrique trouxeram ao salão nobre do Museu de Lamego “aCorDaPele”, um projeto de fusão de sonoridades pleno de expressividade e criatividade.
Numa abordagem contemporânea e inovadora, os dois músicos inspiram-se na tradição instrumental portuguesa, a que juntam sons mediterrânicos. O resultado não podia ser mais incrível, cumprindo mais uma vez este projeto o grande objetivo de desenvolver o gosto pela música antiga e pelas novas fusões, a par da divulgação do património histórico e arquitetónico da região. Ao longo de cerca de uma hora, os presentes tiveram oportunidade de viajar pelo mundo, numa viagem conduzida pelo projeto “aCorDaPele”. Da responsabilidade do Museu de Lamego e Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), este é um projeto que teve a sua primeira edição em 2012, com um concerto tripartido entre o Medieval, o Renascentista e o Barroco. Em 2013, o “Compassos da História” cingiu-se a um concerto único no Museu de Lamego, onde se ensaiou o modelo de concerto de olhos vendados e no ano seguinte, pela primeira vez, estendeu-se aos Mosteiros de Santa Maria de Salzedas e de São João de Tarouca. Em 2015, o Compassos da História trouxe ao museu música do mundo, receita que voltou a repetir em 2016.
museu em imagens
VALE DO VAROSA NO ÚLTIMO MUSEU EM IMAGENS 2016
Em 2016, o Museu de Lamego apostou na divulgação do trabalho de bastidores, na maioria das vezes desconhecido, além da divulgação dos seus espaços e eventos. No último fim de semana de julho, a rubrica “Museu em Imagens” chegou ao fim e destacou o “Vale do Varosa em eventos”.
Uma semana depois da entrada em funcionamento em pleno da Rede de Monumentos Vale do Varosa, a temática do “Museu em Imagens” dos dias 29 e 30 de julho não podia ter sido mais oportuna. Constituída pelos Mosteiros de São João de Tarouca e Santa Maria de Salzedas, pelo Convento de Santo António de Ferreirim, pela Ponte Fortificada de Ucanha e pela Capela de São Pedro de Balsemão, na Rede são muitos os cenários de excelência para a realização dos mais diversos eventos. Semanalmente, durante todo o mês de julho, sempre às sextas e sábados, a partir das 21h30, em grande formato, uma projeção ganhou forma no pátio do museu. Quem passou por aqui teve oportunidade de ver o processo de montagem de exposições, peças em reserva provenientes de legados e doações, atividades de serviço educativo e o “Museu de Lamego em eventos”. “Museu em Imagens” nasceu em 2014, a partir do momento em que houve a necessidade de trazer as coleções para o exterior, apelando à curiosidade, deixando um convite à visita…
39 | APONTAMENTOS
conferências
QUEM PARTICIPOU NA CONSTRUÇÃO DO DOURO?
No dia 15 de julho, o Museu de Lamego voltou a reunir um conjunto de investigadores e transformou a quarta edição das Conferências do Museu de Lamego/CITCEM num espaço de partilha e divulgação da atividade científica desenvolvida em torno da região do Douro. O resultado não podia ter sido mais enriquecedor, num debate que contou com a presença de mais de meia centena de participantes em torno da temática da importância da presença estrangeira na construção da história duriense. A abertura dos trabalhos coube a Maria do Carmo Serén que proporcionou uma viagem pelo Douro, através do olhar de fotógrafos profissionais e amadores que, de acordo com a investigadora, terão influenciado o modo como olhamos o Douro, muito ligado à paisagem vinhateira e aos caminhos de ferro. Por isso, nomes como os de J. Forrester, Emil Biel e Alvão foram incontornáveis na forma como, até ao 25 de abril, o olhar foi direcionado para a região, defendendo Maria do Carmo Serén o surgimento, a partir de 74, de novos padrões criativos de pendor ecológico ou comunitário. Mas o Douro é feito de pessoas e, neste contexto, as famílias estrangeiras que fizeram da região a sua casa não foram esquecidas. A história dos britânicos no Vinho do Porto e no Douro, por exemplo, é longa e data das primeiras exportações registadas na Alfândega do Porto no século XVII. No entanto, os presentes ficaram a saber que esta presença nunca foi imutável e foi refletindo, antes de mais, as várias crises no Vinho do Porto e os grandes acontecimentos históricos como a Grande Guerra, a crise financeira de 1929-1939 ou a Segunda Guerra Mundial.
Mas nem só de famílias britânicas o Douro foi feito. Também famílias de origem flamenga chegaram à região, assim como a mão de obra galega atraída pelo desenvolvimento do comércio dos vinhos generosos do Douro, a partir de finais do século XVII, que alastrou a plantação de novas vinhas e aumentou a necessidade de trabalhadores. Foram também os galegos que, depois da destruição provocada pela filoxera, reconstruíram todo o vinhedo regional e plantaram muitas surribas e novas vinhas. A partir das primeiras décadas do século XX, os galegos deixaram de vir procurar trabalho no Douro. Desaparecidos e esquecidos deixaram, no entanto, uma marca indelével na paisagem e uma grande influência nas tradições locais (gastronomia, religiosidade, música, imaginário popular). Num território que apresenta ainda as marcas da presença romana (século I) e que entre os séculos VIII e XI foi espaço de fronteira, ora controlado por muçulmanos, ora controlado por cristãos, ora delimitando os espaços de uns e outros, não falta a visão da literatura. Transportados para os século XIX e XX, os presentes fizeram a obrigatória viagem pela região através dos guias de viagem estrangeiros dos séculos XIX e XX e pela paisagem nos anos 30, a partir da obra de John Gibbons, “I Gathered no Moss”. Num debate muito participado, a quarta edição das Conferências do Museu de Lamego/CITCEM, à semelhança das edições anteriores, vai em breve alargar a partilha do conhecimento através da publicação online, de acesso livre, das respetivas Atas.
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museu solidário
MUSEU SOLIDÁRIO PROMOVEU RECOLHA DE BENS E ALIMENTOS
No primeiro dia do mês de julho, o Museu de Lamego abriu as portas à solidariedade e recebeu as associações lamecenses Portas P'rá vida, Cruz Vermelha e Santa Casa da Misericórdia. O resultado não podia ter sido mais generoso, registando uma grande afluência ao pátio do museu.
“Museu Solidário” resultou do estágio curricular dos alunos Letícia Branco, Maria Azevedo e Pedro Almeida, do curso de Gestão Turística, Cultural e Patrimonial da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego, e pretendeu chamar a atenção para o trabalho destas instituições, ao mesmo tempo que promoveu a recolha de bens alimentares e vestuário. Ao longo do dia, as instituições convidadas tiveram oportunidade de divulgar o seu trabalho. À noite, o pátio do museu enche-se de ritmos, primeiro com a Tuna Académica RTA Tun'unkacerta e depois com a atuação de um DJ convidado. Tudo o que o Museu de Lamego reuniu no dia 1 de julho reverteu a favor das instituições presentes.
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vale do varosa
JANTAR MONÁSTICO VOLTA A SURPREENDER
E sirva-se a pitança! Foi esta a expressão que intercalou todas as iguarias servidas na sexta edição do Jantar Monástico. Condimentadas com as ervas aromáticas cultivadas no Horto Monástico de Mosteiro de São João de Tarouca, estas foram, pela primeira vez, colocadas à prova, num evento onde os protagonistas foram, ao longo de todo o dia, os “monges cistercienses”.
Mas o dia em que os monges regressam anualmente
tiveram acesso livre, ao longo de todo o fim-de-
à região começou bem antes, com o já habitual
semana, aos monumentos da rede Vale do Varosa e
périplo pelos monumentos da região que este ano
ao Museu de Lamego, indo ao encontro do objetivo
incluiu, pela primeira vez também, o Centro
primeiro deste evento que é divulgar o património
Interpretativo do Convento de Santo António de
da região.
Ferreirim, além dos incontornáveis Mosteiros de
O desafio foi lançado e na sexta edição o Jantar
São João de Tarouca e Santa Maria de Salzedas e
Monástico voltou a surpreender. Com a chancela da
Ponte Fortificada de Ucanha.
Escola de Hotelaria e Turismo do Douro e com a
Com um programa em torno das ervas e dos
garantia de qualidade da Quinta do Paço de Vila
aromas, não poderia faltar, após a visita ao Horto
Real, o Jantar Monástico, uma iniciativa do Museu
Monástico do Mosteiro de São João de Tarouca, um
de Lamego e projeto Vale do Varosa, conta com o
refresco gelado a partir de concentrado de baga de
apoio da Direção Regional de Cultura do Norte, Liga
sabugueiro, muito apreciado pelos “monges”.
dos Amigos do Museu de Lamego, Escola de
Sabores únicos, aromas capazes de despertar todos
Hotelaria e Turismo do Douro, Escola Superior de
os sentidos e ervas que resultam em infusões e
Tecnologia e Gestão de Lamego, Quinta do Paço,
condimentos incomparáveis deram assim vida a
Câmara Municipal de Tarouca, Junta de Freguesia
mais um Jantar Monástico, que decorreu no
de Salzedas, Associação Inovterra e Centro de
monumental Claustro do Capítulo do Mosteiro de
Tropas de Operações Especiais de Lamego.
Santa Maria de Salzedas, com traço do arquiteto maltês Carlos Gimach. Em 2016, e indo ao encontro das expectativas dos “monges” que nas últimas edições marcaram presença, os participantes no Jantar Monástico 46 | APONTAMENTOS
loja
CAMPANHA PROMOCIONAL
Até ao próximo dia 30 de setembro, o Museu de Lamego e a Rede de Monumentos Vale do Varosa oferecem um conjunto de obras de referência com descontos que atingem 50%. A campanha é uma iniciativa da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN). Os preços especiais abrangem ainda artigos DRCN inspirados nos acervos dos museus, palácios e monumentos portugueses. A Campanha Promocional da DRCN chega na região às lojas do Museu de Lamego, Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, Mosteiro de São João de Tarouca e Convento de Santo António de Ferreirim.
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SUGESTÕES De terça a domingo, das 10h00 às 18h00.
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comunicação
ENCONTRE-NOS MUSEU DE LAMEGO Largo de Camões 5100-147 Lamego (+351)254600230 mlamego@culturanorte.pt www.museudelamego.pt /museu.de.lamego /museudelamego /c/museudelamego
N 41º05’50’’
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W 7º48’22’
comunicação
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ATÉ BREVE!
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[1917-2017]
100 ANOS
APONTAMENTOS
julho.agosto 2016
Museu de Lamego Largo de Camões 5100-147 Lamego
Tel: (+351) 254600230 E-mail: mlamego@culturanorte.pt Site: www.museudelamego.pt Facebook: www.facebook.com/museu.de.lamego
Horário De terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00. Encerra às segundas-feiras. Gratuito no primeiro domingo do mês.
Serviço Educativo Visitas orientadas/comentadas à exposição permanente e exposições temporárias, mediante marcação prévia.
Biblioteca De terça a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, mediante contacto prévio.
Auditório 100 lugares
Loja
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Exposição Retrato e identidade Portraits and identities in donations and legacies of the Lamego Museum Exhibition st
st
21 maioMay2016 | 31 marçoMarch2017