COLEÇÃO
ART INSPIRATION
VOLUME XV ANO III - 2024 | BRASIL PORTUGAL
EDIÇÃO
PROJETO GRÁFICO
CRÉDITOS DAS IMAGENS
CAPA
PRODUÇÃO GRÁFICA E EDITORAÇÃO
DIAGRAMAÇÃO
TEXTOS SOBRE AS OBRAS
CURADORIA
PRODUÇÃO CULTURAL
284 ART BOOKS
ADRIANA SCARTARIS
AUTORES DAS OBRAS
ADRIANA SCARTARIS
COLETIVO 284 BRASIL e STUDIO N.A.
THIAGO CASTELLANI
OSCAR D’AMBROSIO
ADRIANA SCARTARIS e OSCAR D’AMBROSIO
LICIA VALIM
TODOS OS DIREITOS DESTA EDIÇÃO RESERVADOS À
284 GALLERY www.284gallerycom curadoria@284gallerycom
BRASIL PORTUGAL ANO III - 2024 BOOKS
GRANDES MESTRES
REALIZAÇÃO
CENTROCULTURALCHAFIMIGUELSALOMÃO
CRAVINHOS-SÃOPAULO
APOIO INSTITUCIONAL
ARTISTASPARTICIPANTES
ANDREIA MINAMIZAWA
DILSON CAVALCANTI
EVELYN GONORETZKY
GISELLE RONCADA
JAYME GUERRA
LICIA VALLIM
LUANA Z
MAZÉ ANDRADE
MIRO
OLINDA MOTA
PATRICIA REIS BUZZINI
PAULO DE TARSO HARDT
PEDRO AFONSO SILVA
REGINA GARBELLINI
RODRIGO MOTTA
ROSANA AMATO
SANDRA BECKER
TATI GARCIA
TON COUTINHO
URBANB
VINICIUS DE PAULA
VITÓRIA BARROS
YARA DELAFIORI
CURADORIA
ADRIANA SCARTARIS OSCAR D’AMBROSIO
PRODUÇÃOCULTURAL
LICIAVALLIM
GRANDES MESTRES
«A arte tem infinitos caminhos – e eles podem ser vivenciados de muitas formas.Umdelesestáempensarqualéarelaçãoquecadacriadorvisualtem com aqueles que o antecederam. Isso significa reconhecer como mestre a pessoa de um significativo saber, competência ou talento em qualquer atividade.
Escolher um grande mestre, nessa perspectiva, significa abolir a divisão entre arte e ciência, pois, ao contrário do nosso mundo marcado por especialistas e especialidades, é desejável, como ocorria no Renascimento, abuscasimultâneadesaberesnasmais variadasáreas.
Nessa perspectiva, enquanto o homem medieval idolatrava Deus e o tecnológico acredita na técnica em si mesma; o essencial consiste em valorizaropoderhumanodecriar,conservaredestruiromundo–eoquenele existe O artista, portanto, precisa estar além do mero virtuosismo, aliando o seupensaraumfazertécnicoaprimorado.
O artista digno desse nome mantém viva, portanto, a capacidade de estar sempre em mutação, combatendo a acomodação e escolhendo escolas e mestres que não formatem, mas formem, preparando pessoas que desenvolvam a consciência de perceber como a grandiosidade geralmente estánosdetalhes.
O que é necessário são artistas que sejam, acima de tudo, capazes de ver na arte uma forma de transcender o cotidiano, não tanto no sentido místico – ou talvez inclusive nele –, mas, principalmente, no estético e, acima de tudo, no existencial. Isso exige, ao mesmo tempo, humildade e ousadia perante os mestresdopassadoedopresente.
OscarD’Ambrosio
ADRIANA SCARTARIS
“O lavrador de café”, de Portinari, pintura que completa 90 anos em 2024, é colocada em uma nova perspectiva que acentua o diálogo entre o campo e a cidade, vistas como ambientes distintos sob diversos aspectos. Há rigidez nas linhas retas do mundo urbano, aludindo a peças de jogos de xadrez. Em contrapartida, o formato do trabalhador do mestre de Brodowski é mais orgânico e integrado a um meio rural que está a ser extinto.
Oscar D'Ambrosio
GRANDES MESTRES
O LAVRADOR DE CAFÉ | série Grandes Mestres -
a Candido Portinari arte digital em fineart sobre canvas | 80 x 65cm | 2023
ANDREIA MINAMIZAWA
Van Gogh é tomado como referência não pelo mito de ser uma pessoa destemperada, mas pelos seus trabalhos associados à natureza,nos quais a cor e as formas têm um papel preponderante. São pontos de partida para uma reflexão sobre como a observação da dinâmica de galhos, folhas e flores têm grande importância para todo artista refletir mais e melhor sobreoprópriotrabalho.
Oscar D'Ambrosio
DILSON CAVALCANTI
A escritoraCarolinade Jesus é o início de uma reflexão de como a arte está nos mais diversos lugares desde que seja vista de uma maneira horizontalizada, sem preconceitos. A obra destaca a figura da artista da palavra e a coloca em uma posição de homenageada, lembrando como muitos criadores de imagens ou de textos foram esquecidos pela sociedadedevidoàsuasorigens
EVELYN GONORETZKY
Pensar a obra de Pollock no século XXI consiste em valorizar a liberdade do gesto. A conversa proposta entre o rosa do feminino e o preto, geralmente associado à morte, gera múltiplas interpretações. As tonalidades escuras, por exemplo, remetem à trágica existência do artista e aos seus conflitos, caracterizados por um movimento dinâmico interno geralmente dissociado do proposto pelo mundo, o que gerou, no caso dele, um descompassofatal.
Oscar D'Ambrosio
GISELLE RONCADA
AhomenagemaBasquiatsefazpresenteemdiversosícones.Talvezomais impressionante seja o que evoca o anjo com uma espada, pois traz conceitosrelacionadoscomaestéticadoartistaquepodemsercolocados entre uma certa pureza e ingenuidade do começo da carreira e uma forte inserção no mercado da arte, proporcionada em parte por Andy Warhol. Assim, elementos do grafite e da pintura se mesclaram em sua trajetória cominegávelpotência.
Oscar D'Ambrosio
A COR, A DOR E A LUTA PELA LIBERDADE DE SERMOS NÓS acrílica sobre tela, textura, colagem, escultura em arame, bordados e pedrarias
100 x 8Ocm | 2024
LICIA VALLIM
Uma obra de Pierre Bonnard é o ponto de partida de um pensar dois elementos na arte. Um deles é o corpo enquanto território do fazer artístico,comoapaletadecores.Onutambémdesempenhaumpapel,seja como estudo de formas ou como campo do erótico. Outro é o espelho, que aponta para reflexões existenciais e psicanalíticas como um local em que há encontros e desencontros constantes nas mais diversas esferas, da estéticaàintelectual.
GRANDES MESTRES
ESTUDO DA OBRA DE PIERRE BONNARD - NUDE BEFORE A MIRROR acrílica sobre tela | 70 x 5Ocm | 2024
JAYME GUERRA
A estética de Picasso pode ser lida de várias formas devido às múltiplas fases pelas quais o artista passou. No entanto, um marco de seu trabalho está no cubismo justamente por promover novas formas de olhar para o mundo. O multifacetado trabalho apresentado por Jayme Guerra ganha relevância por entender a arte como um campo de possibilidades infinitas deolharparomundodenovasmaneiras.
RELEITURA DE UM DETALHE DO RETRATO DE MARIE THÉRÈSE WALTER, DE PABLO PICASSO
forma de isopor coberta com duas camadas de mourim; entre elas, detalhes em papel machê e pintura acrílica, recoberta com resina epóxi 40 x 27 x 15cm | 2023
LUANA Z
A artista propõe um diálogo entre a estética modernista e a cultura de matriz popular de manifestações como o catopê. Essa conversa gera uma imagemquepermitepensarcomoasideiasdosanos1920encontravamno folclore nacional um ponto de reflexão sobre a identidade nacional que mereceria um maior desenvolvimento, pois fazer arte também é olhar para opassadoeparaastradiçõessobumaperspectivarenovada. Oscar D'Ambrosio
MAZÉ ANDRADE
Em 2024, ano em que o Manifesto Surrealista completa seu centenário, este trabalho conduz a um entendimento da arte como um leque permanente de possibilidades interpretativas. O próprio título lida com fantasias (imaginação) da mente (fluxo da consciência). O desafio está em trabalharessesdoiselementosdeumamaneiraquealiberdadepredomine e que a posição contrita do corpo possa se libertar rumo ao desconhecido doinconsciente.
Oscar D'Ambrosio
GRANDES MESTRES
MIRO.PS
A presença de uma placa eletrônica no trabalho traz para o cenário interpretativoomundodainteligênciaartificialedabuscapermanentepor uma pesquisa que englobe elementos tecnológicos. Afinal, vivemos uma sociedade em que os algoritmos dão as cartas, como ocorre nas redes sociais. Isso relativiza o positivo e o negativo em prol de um mergulho no complexooceanodoquedefatoamáquinaachaquecadaumqueredoque realmentedesejamos.
Oscar D'Ambrosio
OLINDA MOTA
Os limites do urbano são tratados de uma maneira em que o caótico se instaura. Entretanto, não se trata de uma desordem completa. Existe, dentro dela, uma logicidade e, quando se observa a obra com mais vagar, essas questões estéticas ganham relevância. Não se trata de entender a cidade como o local do mal, mas de penetrar nela para conhecer melhor o seufuncionamentoplásticoemtermosdecomposição,coreseformas.
Oscar D'Ambrosio
GRANDES MESTRES
A CIDADE QUE NÃO DEIXA VER | versão digital impressa com impressão UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | 75 x 50cm | 2024
PATRICIA REIS BUZZINI
O trabalho com livros permite leituras que ampliam campos simbólicos. Cecilia Meireles é tomada como referencial de delicadeza e surge, a partir do livro, a construção de uma árvore que, por sua vez, constitui o que se chama de “axis mundi”, ou seja, um “eixo do mundo” caracterizado pelas raízes que alimentam; pelo tronco que conduz a energia. e pela copa, com folhas, flores e frutas que participam do processo de manutenção e reproduçãodavida.
Oscar D'Ambrosio
DELICADEZAS | escultura bookart, criada a partir de um livro de poemas de Celília Meireles | 40 x 22 X 16cm
PAULO DE TARSO HARDT
O ludismo entre a empresa de baterias e o pintor Bosch é a sustentação conceitual do trabalho. Existe humor e seriedade na concepção de um fazer plástico que se pergunta continuamente qual é a energia que o alimenta. A obra, nesse aspecto, é um mistério que permite os mais variadospensamentos,fundamentadosnosenigmasdocriarqueaobrado artistaquestionacomdensidade.
GRANDES MESTRES
RECARREGANDO HIERONYMUS | colagem digital impressa com impressão UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | 75 x 50cm | 2024
PEDRO AFONSO SILVA
Morandi e Warhol são referências, respectivamente, no sentido de apontar para inquietações sobre duas questões relacionadas: a variação de um padrão e a repetição de uma imagem. Se o artista italiano realizou numerosas variações de um mesmo tema (as garrafas), o criador norteamericano entendia a reprodução de uma imagem como um diálogo com ospadrõesdasociedadedeconsumo
REGINA GARBELLINI
O inconsciente, sob um ponto de vista freudiano, tem um papel essencial na criação artística. As pulsões estariam muito relacionadas com os desejos, sendo responsáveis tanto por alegrias como por frustrações. Perante uma sociedade que não costuma ser agradável, manter a mente saudável e pronta a continuar criando pode ser um desafio permanente de modoamanteramentesemprecriativaeativa,comoestaobrapropõe.
Oscar D'Ambrosio
GRANDES MESTRES
DOR E DESCOBERTA - O SEU INCONSCIENTE | escultura em argila moldada, esmaltada e queimada a 1240 graus | 20 x 22 x 29cm | 2023/2024
RODRIGO MOTTA
A célebre moça com o brinco de pérola, pintada por Johannes Vermeer, é a protagonistadaimagem–masestácomumamáscaraquealudeàcovid19. Perante um momento histórico que ninguém estava preparado para vivenciar, com o receio de a morte bater à porta e com o isolamento social gerando numeras questões de saúde mental, recriar seres famosos mascaradoseraumalertaeumamaneiralúdicadelidarcomumatemática assustadora.
Oscar D'Ambrosio
GRANDES MESTRES
PANDEMIA | releitura da obra de Johannes Vermeer, «Garota com brinco de pérola» | versão digital impressa com impressão UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | 90 x 60cm | 2024
ROSANA AMATO
Tolouse-LautrecéumartistaessencialparaoséculoXXI.Asuamaneirade tratar a sociedade urbana é dramaticamente atual pela forma como lidava comosmarginaisdasociedade.Existe,emsuasimagens,umavisãocínica e crítica muito contemporânea, trazida por Rosana Amato. Ela destaca a figura feminina, invisibilizada na arte, com exceções, claro, em sua dramaticidade perante uma onipresente exaltação da sensualidade realizadaporartistashomens.
Oscar D'Ambrosio
SANDRA BECKER
A criação da artista remete a Van Gogh e aos seus girassóis por diversos aspectos. O principal é o pensamento dos elementos pictóricos do artista sobumolharligadoàgeometriasagrada,ouseja,apadrõesquecostumam ser agradáveis ao olhar humano de todas as épocas. Os vazios, porém, também são usados. Estão associadas a questões políticas envolvendo o sequestro de crianças m conflitos bélicos, lembrando que a arte é um diálogocríticocomomundo.
ARIEL E KFIR | mista sobre tela, colagem com acrílica, nanquim e verniz vitral sobre papel para caligrafia chinesa | 69 x 30cm | 2024
TATI GARCIA
A multiplicidade de imagens proposta pela artista está associada à alimentação que o olhar do ser humano contemporâneo recebe. Há um bombardeio de imagens que vão do Homem-Aranha ao Mickey sem ordens preestabelecidas ou hierarquias. A criação da artista, de certo modo, é umarepresentaçãodelabirintosdementesperdidaseconfusasentretudo aquilo que está ao redor como um mar em que é necessário aprender cotidianamenteanavegar.
Oscar D'Ambrosio
GRANDES MESTRES
CALEIDOSCÓPIO | acrílica, bordado, colagem, aerógrafo, stencil e spray sobre tela | 80 x 80cm | 2024
TON COUTINHO
Uma imagem de Kobra é tomada como referência de igualdade racial dentro de uma perspectiva de que a arte tem um papel essencial na divulgação de pensamentos que combatam todo tipo de preconceito. A presença de signos musicais reforça a importância da linguagem nãoverbal como aquela que supera barreiras linguísticas e traz valores de horizontalidadeejustiçasocialnaarte.
GRANDES MESTRES
URBANB
AobratrazparaoobservadorauniãoentreumaimagemdeVanGogheuma construção visual que homenageia o artista português Nadir Afonso. Esse tipo de casamento visual é geralmente resultado de uma pesquisa progressivamente aprofundada entre referências que, por algum motivo, conquistam quem realiza o trabalho. A partir do que se vê nos outros é possíveltermaisrepertórioparadecidirosmelhorescaminhosatomarnas própriascomposições.
Oscar D'Ambrosio
GRANDES MESTRES
| arte digital 1/1 - fineart sobre canvas
50 x 50cm | 2024
VINICIUS DE PAULA
“GrandeSertão:Veredas”,deGuimarãesRosa,ganhaumaversãovisualque destaca a capacidade do artista da palavra de lidar com os elos entre o ambiente e a natureza.O corpo de uma mulher, Diadorim, que se faz passar por homem no romance, é integrada ao céu, à vegetação e à água. O conjunto de Vinicius de Paula revela como a arte se manifesta em sua plenitude ao integrar elementos que poderiam, em um primeiro momento, parecerdistantes
Oscar D'Ambrosio
GRANDES MESTRES
VITÓRIA BARROS
“O grito”, de Munch, é uma denúncia contra a violência que os povos originários vêm sofrendo ao longo de séculos. A obra assume características fantasmagóricas na maneira como as cores das árvores são trabalhadas, mesclando-se com a fumaça que denuncia as queimadas que destroem o ambiente e geram uma atmosfera de dor que se prolonga peranteaganânciadoserurbanoditocivilizado.
Oscar D'Ambrosio
GRANDES MESTRES
ECO DO GRITO | versão digital com impressão fineart sobre tela 70 x 50cm | 2024
YARA DELAFIORI
A ideia de entender o início da vida, a juventude, como um período associado coma primavera,constituia essência do trabalho. O relógioe as flores são elementos simbólicos importantes, indicando o tempo que não para de correr e o efêmero da existência, pois tudo muda com o passar dos segundos. Portanto, tanto a escrita como a pintura dos mais variados períodos, como o impressionismo, são combustíveis do resultado apresentado.
Oscar D'Ambrosio
GRANDES MESTRES
PRIMAVERAS NA JANELA | colagem analógica e pintura a óleo sobre tela
70 x 50cm | 2024