O PODER DA COR 2025 - A LINGUAGEM DO INVISÍVEL QUE SE VÊ

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ART INSPIRATION O PODER DA COR 2025

´ ´´ A LINGUAGEM DO INVISIVEL QUE SE VE



COLEÇÃO

ART INSPIRATION VOLUME 28 ANO 4 - 2025 | BRASIL PORTUGAL


EDIÇÃO

284 ART BOOKS

PROJETO GRÁFICO

ADRIANA SCARTARIS

CRÉDITOS DAS IMAGENS

AUTORES DAS OBRAS

CAPA

ADRIANA SCARTARIS

PRODUÇÃO GRÁFICA E EDITORAÇÃO

COLETIVO 284 BRASIL e STUDIO N.A.

DIAGRAMAÇÃO

THIAGO CASTELLANI

TEXTOS SOBRE AS OBRAS

ADRIANA SCARTARIS

CURADORIA

ADRIANA SCARTARIS e LICIA VALLIM

TODOS OS DIREITOS DESTA EDIÇÃO RESERVADOS À 284 GALLERY www.284gallery.com curadoria@284gallery.com

BOOKS BRASIL PORTUGAL ANO III - 2024


PROJETO E PRODUÇÃO CLUBE DE ARTISTAS OFICIAL

CURADORIA LICIA VALLIM

ADRIANA SCARTARIS

R

APOIO INSTITUCIONAL

Bras

il


O PODER DA COR 2025 ´ ´´ A LINGUAGEM DO INVISIVEL QUE SE VE Por Adriana Scartaris Curadora e Fundadora do Clube de Artistas

A exposição "O Poder da Cor: A Linguagem do Invisível que se vê" reúne um conjunto de obras que subvertem a materialidade, explorando as nuances cromáticas como catalisadoras de diálogos que atravessam o visível para alcançar as dimensões mais profundas do sensível. Este projeto enaltece a cor e propõe uma investigação sobre sua capacidade de revelar o indizível, o oculto que pulsa na intersecção entre arte, emoção e espiritualidade. Cada obra apresentada nesta exposição é uma manifestação singular de como a cor pode se desdobrar em linguagem, criando pontes entre o tangível e o intangível. Os artistas, ao manipular pigmentos, matizes e contrastes, nos oferecem vislumbres de universos pessoais e coletivos, conduzindo-nos a reflexões sobre identidade, natureza, simbolismo e até mesmo a transcendência. A diversidade de técnicas e abordagens reflete a riqueza do universo cromático, ao mesmo tempo, em que amplia as fronteiras da percepção estética.


O diálogo entre as obras revela a cor como uma força que comunica para além da forma e da figuração. Ela torna-se estrutura e substrato, elemento que organiza e desorganiza, que acalma e provoca. Em cada composição, há uma retórica visual cuidadosamente elaborada, onde as tonalidades funcionam como vozes em uma polifonia que une o humano ao eterno. A iconografia das obras transita entre o real e o simbólico, criando um espaço liminar onde o espectador é convidado a transitar entre o contemplativo e o introspectivo. Inspirada pelas reflexões de mestres como Paul Klee e Wassily Kandinsky, esta exposição, além de exibir a cor como elemento estético, propõe elevá-la à condição de linguagem universal. Kandinsky, ao afirmar que a cor é uma revelação sensível, aponta para o que buscamos aqui: permitir que cada tonalidade desperte aquilo que reside no inconsciente coletivo, conectando-nos às camadas mais profundas de nosso ser e do cosmos. "O Poder da Cor" é, portanto, uma jornada cromática e espiritual, onde a luz que Goethe associava ao interior de cada indivíduo ganha forma, textura e intensidade. Esperamos que esta exposição inspire o seu olhar, transforme a sua percepção e revele que, por trás de cada cor, há um universo de possibilidades invisíveis, esperando para ser visto.


ADELINA GUIMARÃES Na obra "Ipê e o Cristo", Adelina Guimarães constrói uma narrativa visual que combina a força simbólica do sagrado com a serenidade da natureza. A composição equilibra a monumentalidade do Cristo, cuja cúpula remete a um arquétipo de proteção divina, com a vitalidade do ipê florido, que se eleva como uma celebração à efemeridade da vida. O contraste entre a arquitetura sólida e o movimento orgânico das árvores destaca uma sinergia entre o perene e o transitório, refletindo uma dicotomia ontológica. A paleta de cores, dominada pelo rosa vibrante das flores e pelo verde profundo das folhas, cria um jogo cromático que conduz o olhar do espectador, enquanto o céu límpido estabelece uma espacialidade ampla e contemplativa. Esse diálogo entre natural e construído sugere uma cartografia emocional, onde a obra ultrapassa a representação literal para evocar camadas mais profundas de significação. Por meio de sua linguagem pictórica, a artista nos convida a enxergar o invisível: a coexistência harmônica entre o humano, o divino e o natural. A obra insere-se com eloquência no tema "O Poder da Cor", revelando que o invisível pode ser sentido na interseção entre a imanência e a transcendência. Adriana Scartaris


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IPE E O CRISTO Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 50 x 75cm | 2024



ADRIANA SCARTARIS No díptico "No Topo da Montanha" e "O Torcedor", proponho uma incursão no uso expressivo da cor e do contraste como e l e m e n t o s n a r r a t i vo s e e m o c i o n a i s . A s d u a s o b r a s , complementares na sua abordagem visual e temática, exploram as nuances das emoções humanas em contextos de êxtase e agonia, onde as cores assumem o papel central na construção de significados. O fundo negro potencializa a intensidade das cores primárias e secundárias utilizadas, que, em justaposições marcantes, criam rostos marcados pela tensão, pelo grito e pela expressão visceral. "No Topo da Montanha" se destaca pela composição que retrata o triunfo e a liberação emocional de uma figura humana em um instante de conquista. As pinceladas digitalizadas de amarelo e azul convergem para um rosto que expressa êxtase, enquanto traços em vermelho e violeta sugerem intensidade e vibração. Por outro lado, "O Torcedor" enfatiza a tensão do momento, capturando a angústia e a paixão em cores saturadas que se intercalam em camadas fragmentadas. Os traços incisivos e o contraste cromático acentuam a dramaticidade, transformando as emoções em estruturas visuais que carregam significado universal. O diálogo entre as duas obras propõe funcionar como uma síntese visual das dicotomias emocionais humanas. Através de uma retórica visual dramática, questiono a relação entre o indivíduo e suas emoções em momentos extremos. As formas e as cores, como um substrato semiótico, criam uma narrativa que pretende convidar o espectador a refletir sobre os altos e baixos que definem a experiência humana. A composição do díptico apresenta um exercício técnico de cor e forma e pretende construir uma reflexão sobre a perenidade das emoções no universo humano, ampliando o campo interpretativo do observador. Adriana Scartaris


NO TOPO DA MONTANHA Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


O TORCEDOR Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


ANA DE ANDRADE A obra "Tenho fome de cor", de Ana de Andrade, é um grito visual que rompe a linearidade convencional, instaurando um diálogo pulsante entre palavra, imagem e forma. A composição, marcada pela justaposição de elementos figurativos e abstratos, revela uma gestualidade inquieta, quase visceral, que explora a ideia de desejo — não apenas pela cor, mas pela essência do sentir e do viver. O uso do texto integrado à imagem adiciona uma camada semiótica, criando uma retórica visual que questiona: o que falta preencher? As pinceladas fluidas e as manchas aquareladas estabelecem uma organicidade contrastante com os recortes nítidos, como os lábios e o olho, que funcionam como ícones de expressão e percepção. A escolha cromática, dominada por tons terrosos e azuis desbotados, reforça a ambiguidade entre fome e saciedade, carência e plenitude, enquanto o vermelho acende pontos de tensão e urgência na narrativa. Com uma abordagem experimental e provocadora, Ana de Andrade desvela as camadas invisíveis do anseio humano, transpondo-as para o plano visível. Inserida no contexto de "O Poder da Cor", a obra evidencia como o gesto pictórico e a fragmentação visual podem materializar o que é essencialmente intangível, fazendo do espectador um cúmplice na busca incessante pelo sentido. Adriana Scartaris


TENHO FOME DE COR Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


ANGELA CANABRAVA B. Na obra "Tayná", Angela Canabrava B constrói uma representação de força e identidade feminina que dialoga com a ancestralidade e a natureza. A figura central, com sua postura altiva e olhar introspectivo, sugere uma presença arquetípica, conectada às raízes culturais e aos ciclos naturais. O cesto que carrega, com flores e um peixe, é um símbolo de subsistência e renovação, aludindo à relação entre o humano e o meio ambiente. A composição cromática é vibrante e expressiva, com a predominância de azuis e vermelhos contrastando com os tons terrosos da pele e os detalhes luminosos das flores. Esse uso do colorido confere à obra uma vitalidade que ultrapassa o plano pictórico, explorando a sinestesia entre o visual e o emocional. A gestualidade das pinceladas em torno da personagem e do fundo abstrato reforça a ideia de movimento e de continuidade, como se Tayná estivesse inserida em uma cartografia existencial. Inserida no contexto de "O Poder da Cor", a obra exalta a linguagem cromática como expressão de identidade e de conexão com o invisível. Angela Canabrava B transforma sua personagem em um símbolo universal, que rompe fronteiras culturais e temporais, convidando o espectador a refletir sobre a relação entre ser e ambiente, passado e presente. Adriana Scartaris


TAYNÁ Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


CARLA FATIO Na obra "Onde eu me Encontro", Carla Fatio apresenta uma composição de caráter lírico, onde a abstração e a espontaneidade do traço conduzem o espectador por uma narrativa subjetiva. A interação entre manchas de cor, linhas gestuais e espaços vazios reflete um estado de introspecção e liberdade, como se o ato criativo fosse um espelho da busca pelo autoconhecimento. A fluidez das formas e a leveza das camadas de tinta sugerem uma cartografia emocional, em que a artista mapeia suas percepções interiores. A escolha cromática, que combina tons vibrantes de vermelho e amarelo com nuances de azul e verde, cria uma dinâmica visual que alterna entre energia e serenidade. Essa paleta dialoga com os contrastes entre o orgânico e o geométrico, explorando a dualidade entre controle e entrega no processo artístico. As texturas sutis, aliadas ao ritmo das linhas, conferem à obra uma sensibilidade tátil, quase como um convite a penetrar no plano invisível da experiência sensorial. Inserida no contexto de "O Poder da Cor", a obra destaca como a linguagem cromática pode ser uma manifestação do inconsciente, permitindo que o invisível — as emoções e pensamentos latentes — ganhe forma visível. Carla Fatio nos conduz, com delicadeza e intensidade, a refletir sobre os territórios internos que habitamos e que raramente exploramos com profundidade. Adriana Scartaris


ONDE EU ME ENCONTRO Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


CARLOS FIORENTTINI "Malhando Judas", de Carlos Fiorenttini, é uma obra que transita entre o surrealismo e a narrativa cultural, abordando uma tradição popular por meio de uma linguagem visual rica e simbólica. A composição apresenta figuras dinâmicas, vestidas em branco, que se articulam em torno de uma figura central, imponente e simbólica, que representa Judas. O contraste cromático entre os tons terrosos do solo e o azul celeste do fundo intensifica a dramaticidade da cena e amplia a dimensão onírica do quadro. A espacialidade da obra é organizada de maneira teatral, com personagens que se movem em um palco simbólico. As pinceladas precisas e texturizadas conferem volume às figuras e tornam palpáveis os gestos intensos de movimento e conflito. Elementos como a lua cheia, representada com luminosidade etérea, e as formas abstratas que envolvem a figura de Judas adicionam camadas de interpretação, sugerindo uma interseção entre o material e o metafísico. A justaposição de símbolos tradicionais e formas contemporâneas cria um diálogo visual entre passado e presente. No contexto de "O Poder da Cor", o invisível que se vê emerge na tensão simbólica das cores e formas, que comunicam os paradoxos humanos de traição e justiça. Carlos Fiorenttini constrói uma narrativa onde cada tonalidade e gesto visual funcionam como uma retórica cromática, abordando o confronto entre o coletivo e o indivíduo. A obra transcende a simples representação cultural, transformando-se em uma cartografia emocional e simbólica que convida o espectador a refletir sobre os ciclos sociais e existenciais. Adriana Scartaris


MALHANDO JUDAS Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


CHERRY WATANABE Em "O Voo da Fênix", Cherry Watanabe resgata a simbologia da renovação e da transcendência por meio de uma representação vibrante e dinâmica. A figura da fênix, com suas asas em pleno movimento, emerge do fundo negro como se rompesse as barreiras do visível para alcançar o imaginário. A composição explora a plasticidade do gesto, com pinceladas vigorosas e texturas em relevo que conferem tridimensionalidade à obra. A paleta cromática, marcada por tons neon de laranja, azul e verde, cria um impacto visual arrebatador, acentuando a vitalidade e a energia do pássaro mitológico. O contraste com o fundo escuro amplifica a presença da fênix, que parece pulsar, carregando consigo uma narrativa de renascimento e poder. Cada cor parece funcionar como uma camada simbólica e sagrada, onde o calor do laranja sugere força vital e o azul evoca serenidade e equilíbrio. Integrada ao tema "O Poder da Cor", a obra manifesta a capacidade das tonalidades de expressarem estados emocionais e transformações interiores. Cherry Watanabe nos convida a contemplar a fênix como metáfora da resiliência, destacando a força que emerge do caos e a luz que se projeta da escuridão. Um voo que transcende o material e se insere no campo do eterno. Adriana Scartaris


O VOO DA FÊNIX Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


CLARA AFONSO Firmamento, de Clara Afonso, sintetiza o potencial do abstracionismo em estabelecer um diálogo sensorial e introspectivo. Dominada por uma paleta de tons azuis profundos, a obra desenvolve uma cartografia cromática onde as nuances entre luz e sombra sugerem um espaço liminal, situado entre o terreno e o etéreo. A textura construída por camadas de tinta sobrepostas evidencia uma gestualidade controlada que traduz a essência de um firmamento em constante transição. Variações de densidade pictórica conferem uma percepção tátil à composição, com alternâncias entre áreas densas e translucidez cromática criando uma dinâmica visual de movimento e profundidade. Pequenos toques de amarelo e branco introduzem focos de luminosidade que rompem a monocromia dominante, funcionando como elementos de equilíbrio tanto composicional quanto narrativo. No contexto de "O Poder da Cor", o invisível que se vê emerge da interação entre tonalidades e estrutura, onde a paleta cromática atua como substrato emocional e ontológico. Clara Afonso utiliza a textura e as transições cromáticas como retórica visual para construir um espaço simbólico, transformando o firmamento em uma metáfora para a vastidão interior. A composição convida o espectador a contemplar o diálogo entre o humano e o infinito, resultando em uma síntese onde a organicidade e a abstração se entrelaçam de forma singular. Adriana Scartaris


FIRMAMENTO Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


CRIS PIRES FURTADO Em "Sonhos e Cores", Cris Pires Furtado nos oferece uma composição vibrante e geométrica, onde a repetição ordenada de quadrados coloridos parece traduzir um universo onírico em padrões visuais. A obra é marcada pela simbiose entre rigor estrutural e explosão cromática, criando um dinamismo que atrai o olhar e o mantém em constante movimento. As diagonais sugerem ritmo e fluidez, como se cada linha fosse um fio condutor de energia e emoção. A paleta de cores intensas — com amarelos radiantes, vermelhos pulsantes, azuis profundos e verdes luminescentes — constrói um mosaico que remete a uma cartografia de sonhos. As sobreposições e interações entre tonalidades criam uma polifonia visual, onde cada quadrado parece vibrar com sua própria frequência, mas ainda assim contribui para a harmonia do conjunto. Há uma dualidade entre o controle da composição e a liberdade da expressão cromática, que revela um diálogo entre precisão e espontaneidade. Inserida no contexto de "O Poder da Cor", a obra ressalta a capacidade das cores de capturar estados emocionais e despertar percepções sensoriais. Cris Pires Furtado transforma padrões em narrativas, explorando a profundidade simbólica de cada tonalidade na pesquisa sobre como o abstrato pode materializar a essência dos sonhos. Adriana Scartaris


SONHOS E CORES Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024




CRISTTINA Em "Always Poppies", Cristtina nos transporta para um campo onírico onde a delicadeza das flores se funde com a imensidão do céu azul. A disposição das papoulas, suspensas em uma dança sutil, transmite leveza e movimento, como se o tempo estivesse suspenso. A repetição das flores, em diferentes estágios de abertura, sugere ciclos de vida, fragilidade e renovação. A intensidade dos tons vermelhos contrasta com o azul vibrante do fundo, estabelecendo uma harmonia cromática que exalta a vitalidade e a força emocional das cores. Os traços delicados e as variações tonais conferem às flores uma sensação de tridimensionalidade, enquanto os caules verdes inserem um ritmo visual que guia o olhar do espectador. Com sua paleta cromática marcante, a obra materializa a proposta de "O Poder da Cor", transformando as tonalidades em símbolos que ultrapassam o plano visual. Cristtina revela, nas papoulas, metáforas da beleza que persiste frente à transitoriedade, criando um vínculo entre memória e eternidade. Uma composição que une sensibilidade e expressão poética, celebrando a cor como força narrativa e emocional. Adriana Scartaris


ALWAYS POPPIES Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


EVELYN GONORETZKY "Cores em Movimento" explora a interação dinâmica entre tecnologia, criatividade e emoção, refletindo a pesquisa de Evelyn Gonoretzky no uso da inteligência artificial como ferramenta artística. A composição apresenta uma constelação de rostos e formas fluídas que se dissolvem em um turbilhão de cores, criando um diálogo entre a individualidade e o coletivo. Cada rosto parece uma faceta de um universo humano multifacetado, emergindo e se fundindo em uma matriz de energia cromática. A escolha das tonalidades vibrantes — que transitam entre laranjas quentes, azuis profundos e nuances de violeta — estabelece uma polifonia visual que captura o movimento e a vitalidade da composição. A interação entre figuras humanas no plano inferior e a explosão abstrata superior simboliza a sinergia entre o tangível e o etéreo, reforçando a ideia de que as cores podem ser veículos de comunicação emocional e simbólica. Ao propor como a tecnologia pode expandir os horizontes da criação artística e transformar o invisível em uma experiência sensorial, Evelyn Gonoretzky amplia a compreensão de "O Poder da Cor". Sua obra investiga a fusão entre o humano e a máquina, compondo uma narrativa que entrelaça técnica, poesia visual e uma cartografia emocional. Esse percurso dialoga com o conceito de "o invisível que se vê" e posiciona a arte em um campo de convergência onde inovação e sensibilidade se encontram. Adriana Scartaris


CORES EM MOVIMENTO Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


HENRIQUE AZEVEDO Em "Vaso de Flores Bahianas 01", Henrique Azevedo apresenta uma composição que une a exuberância das cores à dignidade da representação do corpo negro. A figura central, com postura altiva e olhar sereno, personifica força e elegância, enquanto as flores ao seu redor ampliam o sentido da obra, tecendo um diálogo entre a vivacidade da natureza e a riqueza da cultura afro-brasileira. Cada detalhe parece cuidadosamente articulado para desconstruir narrativas coloniais e afirmar a pluralidade identitária. A paleta cromática exuberante — composta por tons vivos de amarelo, vermelho, violeta e verde — enriquece a composição, criando um ambiente que mistura simbolismo e celebração. As flores, dispostas em um arranjo que remete à estética barroca, conectam-se a uma tradição artística elevada, enquanto o fundo marítimo e os elementos decorativos sugerem a fluidez e a conexão com as raízes ancestrais. A composição destaca a simbiose entre o humano e o natural, explorando a ideia de harmonia e renovação. No contexto de "O Poder da Cor", Henrique Azevedo emprega a linguagem cromática para entrelaçar questões estéticas e sociais. Sua obra emerge como um manifesto visual de valorização cultural, tecendo narrativas que promovem inclusão e pertencimento. Por meio dessa abordagem, o artista revela o potencial transformador da arte, utilizando-a como ferramenta de reflexão sobre temas que permanecem sensíveis e urgentes na sociedade contemporânea. Adriana Scartaris


VASO DE FLORES BAHIANAS 01 Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


IOLANDA TEIXEIRA Em "Carmen Chica Chica Boom Chic", Iolanda Teixeira recria a figura icônica de Carmen Miranda através de uma linguagem visual contemporânea e vibrante. A obra combina traços do Pop Art com elementos digitais, apresentando uma releitura que explora a vitalidade e o magnetismo da artista. O rosto iluminado por cores intensas, como amarelo, rosa e laranja, reforça a energia de sua expressão, enquanto o fundo escuro amplifica o contraste, destacando sua presença como símbolo de arte e cultura. A composição utiliza uma paleta cromática ousada, que incorpora tonalidades fluorescentes e nuances elétricas, criando uma atmosfera dinâmica e envolvente. A justaposição entre o figurativo e o a b s t rato s u g e re u m a i n te ra ç ão e n t re me mó r i a e contemporaneidade, reinterpretando a figura de Carmen sob uma nova ótica, onde as cores se tornam protagonistas de uma narrativa vibrante e expressiva. A obra projeta as tonalidades como uma linguagem universal, apta a revisitar e ressignificar ícones culturais. Iolanda Teixeira faz uso da cor como uma ferramenta simbólica e emocional, reconfigurando Carmen Miranda como uma ponte vibrante entre o passado e o presente. As cores elétricas empregadas traduzem a força criativa da artista homenageada com a potência narrativa e transformadora da arte contemporânea, conectando tradições a novas perspectivas. Adriana Scartaris


CARMEN CHICA CHICA BOM CHIC Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


ISMÊNIA BARREIROS Em "Cores do Brasil", Ismênia Barreiros constrói uma narrativa visual que evidencia a biodiversidade brasileira por meio da figura monumental de uma arara. A composição explora a dialética entre o realismo minucioso da ave e a abstração dos respingos cromáticos que pontuam o fundo negro. O contraste entre o azul vibrante e o amarelo incandescente das penas da figura central estabelece uma polifonia visual, onde cada tonalidade dialoga com a energia e a vitalidade do Brasil. A obra destaca uma simbiose entre precisão técnica e gestualidade pictórica. O olhar penetrante da arara, delineado com rigor, revela a singularidade do animal em simultâneo à sua condição simbólica de resistência e identidade nacional. Os respingos dinâmicos no fundo sugerem um mapeamento sensorial, criando um espaço que convida o espectador a imergir em uma experiência contemplativa. Sob uma perspectiva técnica, a composição evidencia um equilíbrio formal cuidadoso, no qual as linhas estruturais do corpo da arara contrastam com a imprevisibilidade dos gestos abstratos no fundo. O uso do claro-escuro é habilmente aplicado para conferir profundidade e tridimensionalidade à figura central, enquanto a distribuição cromática atua como força organizadora da narrativa. Essa abordagem revela uma consciência espacial sofisticada, que articula o figurativo e o abstrato em uma unidade harmônica e conceitualmente robusta. Adriana Scartaris


CORES DO BRASIL Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


LICIA VALLIM "Abstrato Frida Kahlo", de Licia Vallim, propõe uma interpretação sensorial e vibrante da relação entre a natureza e a emoção humana, marcada por sua abordagem abstrata e profundamente cromática. A composição é dominada por transições texturais que exploram a justaposição de tons quentes e frios, criando uma paisagem emocional que convida o espectador a decodificar as nuances de cor e forma. As camadas de pinceladas, aplicadas com gestualidade marcada, propõe um dinamismo que remete à força criativa e introspectiva associada à figura de Frida Kahlo. O plano inferior, em tons vermelhos e laranjas intensos, contrasta com o azul etéreo e os matizes aquáticos na parte superior, estabelecendo uma dualidade que simboliza a tensão entre terra e céu, paixão e transcendência. A textura densa das pinceladas proporciona uma qualidade quase tátil, reforçando a tridimensionalidade da obra e guiando o olhar por um percurso fluido entre os contrastes cromáticos. Esse jogo entre densidade e leveza sugere uma narrativa que mescla o palpável com o imaginário. O invisível que se vê em "Abstrato Frida Kahlo" reside na maneira como a cor e a forma comunicam estados emocionais e ideias abstratas. Licia Vallim transforma a superfície da tela em uma matriz pictórica que reflete conceitos de vitalidade e renovação, utilizando a textura e a paleta cromática para dialogar com o espectador de maneira direta e intuitiva. A obra se posiciona como uma celebração da força simbólica da cor e da abstração, um convite à contemplação e à conexão com o universal. Adriana Scartaris


ABSTRATO FRIDA KAHLO Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024




LU RODRIGUES Em "Jardim", Lu Rodrigues nos apresenta uma composição delicada que explora a proximidade íntima das formas naturais. A obra enfatiza as texturas das pétalas lilases, suas linhas sutis e definidas, contrastando com o fundo desfocado em tons de verde, que cria uma sensação de profundidade atmosférica. A escolha do enquadramento aproxima o espectador da organicidade das flores, conferindo à imagem uma qualidade quase tátil. A composição cromática se ancora em uma paleta restrita e serena, onde o lilás se torna protagonista, transmitindo uma sensação de equilíbrio e contemplação. O contraste entre o primeiro plano detalhado e o plano de fundo difuso articula uma espacialidade que direciona o olhar, ressaltando o protagonismo da flor como símbolo de efemeridade e beleza. A interação entre luz e sombra nas pétalas evidencia uma tridimensionalidade sutil e sofisticada. Tecnicamente, a obra explora a relação entre foco e desfoco, criando uma dualidade visual que enriquece sua estrutura pictórica. Esse jogo de nitidez reforça a fragilidade das formas naturais, enquanto o uso controlado da luz amplifica a percepção dos detalhes texturais. No contexto de "O Poder da Cor", Lu Rodrigues utiliza o lilás como um canal de comunicação sensorial e simbólica, convidando o espectador a refletir sobre a serenidade e o impacto emocional das cores na natureza. Adriana Scartaris


JARDIM Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


MARCELO DURÃES Na imagem capturada por Marcelo Durães, o pássaro fotografado no Aviário Nacional de Cartagena é elevado a um estado de abstração quase onírico, explorando a coexistência do figurativo e do simbólico. O jogo de luz e sombra intensifica o contraste entre o fundo negro e as tonalidades vibrantes que adornam o animal. A paleta cromática — dominada por púrpuras, verdes e magentas — constrói uma atmosfera de mistério, enquanto a precisão nos detalhes da plumagem sugere uma tridimensionalidade que remete à escultura. A composição distingue-se pela sua espacialidade meticulosa, onde o pássaro emerge de um vazio profundo, carregando consigo um silêncio quase metafísico. As cores exaltam a textura das penas e adicionam uma camada de significado simbólico, remetendo à diversidade e resiliência da natureza. A interação entre o controle técnico da iluminação e a intensidade cromática traduz um refinamento estético raro, no qual cada elemento contribui de maneira orgânica para um impacto visual marcante. Na obra, o invisível que se vê, provocação do tema O Poder da Cor, manifesta-se na interação íntima entre luz, cor e forma. Por trás da explosão cromática visível, emerge uma linguagem implícita que traduz estados emocionais e percepções sensoriais. Marcelo Durães transforma o pássaro em um arquétipo, encapsulando o efêmero e o sublime da vida natural. A composição é uma ponte sutil entre o tangível e o imaterial, onde a cor se revela como um código sensorial capaz de acessar dimensões invisíveis ao olhar imediato. Adriana Scartaris


PÁSSARO FOTOGRAFADO NO AVIÁRIO NACIONAL DE CARTAGENA Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


MARIA INEZ RIBEIRO Em "Renovação da Vida", Maria Inez Ribeiro explora a organicidade da natureza em uma composição vibrante que ressalta a interação entre cores e formas botânicas. A representação detalhada da flora tropical, com frutos e flores em diferentes estágios de desenvolvimento, cria uma narrativa visual sobre os ciclos naturais de germinação, florescimento e maturação. A escolha por uma paleta dominada por verdes intensos e azuis profundos evidencia a vitalidade da vegetação, enquanto o contraste com as tonalidades vibrantes do amarelo e vermelho acentua a riqueza cromática da obra. A espacialidade da composição é construída, permitindo ao espectador uma experiência de imersão no mundo natural. As linhas sinuosas dos galhos e folhas articulam uma dinâmica visual que guia o olhar, enquanto o fundo azul profundo sugere um horizonte infinito, onde a natureza parece se expandir além dos limites da tela. A técnica, aliada ao uso expressivo da cor, revela uma abordagem simbiótica entre o figurativo e o abstrato, evidenciando a força cíclica e regenerativa da natureza. A obra de Maria Inez Ribeiro posiciona as tonalidades como um veículo de representação tanto estética quanto simbólica. O invisível que se vê emerge na relação entre as cores e o ciclo vital das formas naturais, sugerindo que a perpetuação da vida é um movimento contínuo, ainda que sutil e quase imperceptível. A artista utiliza a cor para expressar uma narrativa de renovação e equilíbrio, convidando o espectador a contemplar a delicada harmonia do mundo natural e sua resiliência intrínseca. Adriana Scartaris


RENOVAÇÃO DA VIDA Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 50 x 75cm | 2024


MAZÉ ANDRADE Em "Tesouros do Mar", Mazé Andrade elabora uma composição que une o imaginário mitológico à complexidade simbólica da relação entre ser humano e natureza. A figura central, híbrida entre humano e criatura marinha, destaca-se em meio à textura ondulante do fundo azul-esverdeado, que sugere as profundezas do oceano. A escolha pela monocromia na figura principal, em contraste com o vibrante fundo aquático, intensifica a tensão visual e narrativa da obra. A espacialidade é estruturada de forma densa e orgânica, onde as formas sinuosas dos tentáculos e os elementos marinhos em segundo plano criam uma atmosfera de movimento contínuo. As linhas gestuais e a textura granular da superfície conferem uma qualidade tátil à composição, enquanto os detalhes da figura híbrida aludem à fertilidade e à maternidade, como indicado pelos embriões representados no ventre e no corpo. No contexto de "O Poder da Cor", o invisível que se vê emerge na simbologia das tonalidades e das formas, que articulam conexões profundas e atemporais entre o ser humano e o ambiente marinho. O fundo azul-esverdeado, ao mesmo tempo que remete às águas, traduz serenidade e mistério, enquanto a monocromia da figura central ressalta sua universalidade arquetípica. Mazé Andrade convida à reflexão sobre a interdependência entre vida e natureza, utilizando a cor e a forma como veículos de diálogo com o inconsciente coletivo e os ciclos universais da existência. Adriana Scartaris


TESOUROS DO MAR Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 50 x 75cm | 2024


OLINDA MOTA Em "Presença", Olinda Mota constrói uma composição abstrata que articula uma relação sofisticada entre cor, forma e luz. A estrutura fragmentada da obra, delineada por linhas fluídas e interseções geométricas, estabelece uma cadência visual que flutua entre o ordenado e o caótico. A aplicação de camadas cromáticas sobrepostas, em tons predominantes de azul, amarelo e vermelho, sugere uma atmosfera pulsante, quase sinestésica, que impele o espectador a desvendar suas profundezas visuais e emocionais. A espacialidade apresenta um equilíbrio cuidadoso entre movimento e estabilidade. Formas orgânicas em constante transformação contrastam com planos de cor sólidos, que sustentam a fluidez estrutural. Zonas de luz intensificada, pontuadas por transições delicadas para áreas sombreadas, geram uma narrativa visual que vai além da materialidade, introduzindo um plano metafísico. Com gestos dinâmicos, a artista imprime na composição uma energia que reverbera em cada interseção cromática e estrutural, criando uma experiência visual vibrante. O invisível que se vê emerge como a essência do diálogo entre os campos cromáticos e a percepção subjetiva apresentando um grande poder da cor. As camadas de cor funcionam como veículos para traduzir fluxos de memória, sentimentos intangíveis e sensações inomináveis. Olinda Mota eleva a abstração a um patamar onde a cor deixa de ser um mero elemento plástico e se transforma em linguagem simbólica, propondo uma experiência que conecta diretamente o olhar ao interior do observador. Adriana Scartaris


PRESENÇA Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 50 x 75cm | 2024


PRISCILLA RAMOS Em "Nascimento", Priscilla Ramos apresenta uma composição em que a figura feminina se torna o eixo central de uma narrativa que explora transformação e renascimento. O corpo, delineado em tons intensos de laranja e amarelo, contrasta com as camadas cromáticas de azul e vermelho que sustentam a estrutura visual da obra. Essa construção remete a uma liminalidade visual, onde a figura habita um espaço transicional, fundindo-se em uma estratificação de formas e tonalidades que ampliam sua dimensão simbólica. A espacialidade dinâmica é acentuada pelas linhas curvas que fragmentam o plano, instaurando uma sensação de movimento contínuo. A interação cuidadosa entre as camadas cromáticas cria uma sinergia visual que combina potência expressiva com refinamento composicional. As sutis transições de luz e sombra enriquecem a tridimensionalidade da composição, intensificando sua capacidade de envolver o espectador em uma experiência sensorial imersiva. O invisível que se vê revela-se na transmutação das cores e formas em conceitos de criação e perenidade. A obra opera como uma matriz semiótica, onde cada elemento estabelece um diálogo singular com o olhar do espectador, permitindo interpretações pessoais, que ultrapassam o visível. Priscilla Ramos utiliza a iconografia e a retórica visual para compor uma síntese em que o nascimento é representado como uma confluência entre o efêmero e o eterno, entre a intimidade do ser e a vastidão do universo. Adriana Scartaris


NASCIMENTO Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024



ROGÉRIO CARNEIRO O díptico "Design Inteligente" e "Piramidal", de Rogério Carneiro, apresenta uma exploração vibrante da geometria e da cor enquanto linguagem visual, articulando um diálogo profundo entre fragmentação e síntese. As obras, embora independentes, complementam-se em uma narrativa visual que transita entre a ordem e o caos, a rigidez e a fluidez. Unidas, constroem uma cartografia dinâmica que convida o espectador a desvendar caminhos cromáticos e formais com um olhar ao mesmo tempo investigativo e contemplativo. Em "Design Inteligente", destacam-se formas estreladas e curvas expansivas que interagem com uma explosão de cores saturadas. A composição sugere uma experiência sinestésica, na qual a justaposição das formas e as transições cromáticas geram uma textura pictórica que conduz o olhar em um fluxo constante. "Piramidal", por outro lado, adota uma abordagem angular, caracterizada por formas geométricas rígidas que se sobrepõem em camadas, aludindo a uma construção arquitetônica que evoca significados mais estruturais e profundos. A simbiose entre as duas obras reside em sua habilidade de contrastar e complementar-se, ampliando os horizontes interpretativos. O díptico apresenta uma relação dialética marcante entre as formas geométricas e as camadas cromáticas, intensificando a percepção do invisível que se vê, poder inerente à linguagem das cores. Cada elemento, seja uma linha sinuosa ou um bloco de cor vibrante, integra uma matriz simbólica que traduz conceitos de evolução, efemeridade e interconexão. Rogério Carneiro utiliza o conjunto para explorar a coexistência entre o previsível e o imprevisível, convidando o espectador a contemplar a geometria como uma linguagem dinâmica e multifacetada, capaz de dialogar com o humano e o universal. Adriana Scartaris


DESIGN INTELIGENTE Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


PIRAMIDAL Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024




ROSSANA JARDIM A composição circular de Rossana Jardim exibe uma precisão geométrica notável, em que cada camada radial constrói um diálogo visual entre o simbólico e o contemplativo. A estrutura concêntrica remete a uma matriz de organização cósmica, onde elementos repetitivos evocam ciclos naturais e padrões universais. Cores vibrantes — azuis profundos, vermelhos intensos e verdes dinâmicos — combinam-se para criar contrastes que aprofundam a percepção de movimento e profundidade. Texturas e formas se entrelaçam em camadas estratificadas, ampliando a riqueza visual da obra. O detalhamento presente em cada segmento revela uma gestualidade controlada, equilibrando rigor técnico e expressividade fluida. Motivos geométricos, aliados à repetição rítmica dos padrões, desenham uma narrativa que transmite sensações de permanência e transformação. Posicionado no centro, o espiral atua como um elemento de convergência, guiando o olhar do espectador em direção ao núcleo da composição, em um fluxo contínuo e envolvente. No contexto de "O Poder da Cor", o invisível que se vê manifesta-se na intersecção entre forma e significado. A paleta cromática oferece um substrato tanto emocional quanto simbólico, enquanto a repetição dos elementos promove uma reflexão sobre a relação entre o efêmero e o eterno. Por meio da iconografia circular, Rossana Jardim celebra a harmonia do universo, conduzindo o espectador a uma experiência de introspecção, equilíbrio e imersão visual. Adriana Scartaris


SEM TÍTULO Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


TANIA MARTINS Em "A Jornada da Primavera", Tania Martins apresenta uma composição vibrante que traduz a energia do ciclo renovador da natureza por meio de uma abstração pictórica repleta de dinamismo. O diálogo entre manchas de cor e sobreposições gestuais cria uma estrutura fluida, onde as formas sugerem florações em diferentes estágios de desenvolvimento. A escolha cromática, dominada por verdes, roxos e amarelos, articula uma polifonia visual que reflete a vitalidade e a transformação típicas da estação representada. Com gestualidade expressiva, a artista manifesta-se em pinceladas que combinam espontaneidade e controle técnico. O contraste entre áreas opacas e translúcidas, assim como entre texturas densas e camadas mais etéreas, gera uma sensação de profundidade que convida o espectador a explorar a organicidade da composição. Elementos figurativos apenas sugeridos reforçam o caráter idiossincrático da obra, permitindo interpretações abertas sobre o renascimento e o crescimento. A interação entre cores e formas conduz a uma transmissão de emoções e significados que ultrapassam o plano visual, revelando o invisível que se vê nas sutis transições entre tonalidades, que remetem à harmonia inerente da natureza. Tania Martins transforma a iconografia da primavera em uma vivência sensorial e introspectiva, onde cor e forma abrem caminhos para a reflexão e a celebração da efemeridade da vida. Essa jornada cromática evidencia a potência simbólica da arte em conectar o espectador aos ciclos naturais e emocionais que estruturam a existência humana. Adriana Scartaris


A JORNADA DA PRIMAVERA Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


TASSIA REIS Em "Renascimento", Tassia Reis constrói uma composição que combina o realismo com simbolismos oníricos, resultando em um universo visual poético e contemplativo. O rosto feminino de expressão serena torna-se o ponto focal da obra, enquanto a paleta cromática vibrante se harmoniza com a suavidade dos elementos naturais. As asas de borboleta, integradas à figura, sugerem transformação e regeneração, enquanto o pássaro repousado no ombro estabelece uma conexão íntima com o mundo natural, liberto de convenções. Elementos como flores e formas orgânicas circundam a figura, expandindo a narrativa simbólica e criando um equilíbrio dinâmico entre os planos. A textura detalhada das asas, combinada com o brilho no olhar da personagem, confere vitalidade à cena. As transições cromáticas entre azuis, amarelos e rosas guiam o olhar por um percurso fluido, enquanto o contraste entre a rigidez do casaco e a leveza das asas reforça a dualidade entre contenção e libertação, marcas do processo de renascimento. O simbolismo, onde cada matiz funciona como um substrato semiótico, amplifica os significados latentes da obra. Tassia Reis constrói uma retórica visual em que as transições cromáticas e as formas orgânicas dialogam com conceitos de transformação e continuidade. A composição opera como uma síntese entre o efêmero e o permanente, utilizando a cor e os elementos simbólicos para estruturar uma narrativa que conecta o espectador aos ciclos universais de renovação. Adriana Scartaris


RENASCIMENTO Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


VITÓRIA BARROS "Floresta II", de Vitória Barros, apresenta um universo onde a natureza é explorada como metáfora visual e narrativa. Árvores monumentais dominam a composição, com copas amarelas e verdes que se entrelaçam em uma dança orgânica. Os troncos sinuosos e as raízes estendidas remetem a conexões vitais, sugerindo uma ligação profunda entre os elementos da paisagem. A paleta cromática vibrante mistura tons de azul, verde e amarelo em transições fluidas, criando uma atmosfera etérea que envolve o espectador em um cenário de introspecção e contemplação da natureza. Linhas verticais e formas sinuosas estruturam a espacialidade com precisão, transmitindo movimento e continuidade. Figuras humanas e animais pontuam o cenário, inserindo uma narrativa simbólica que reflete a coexistência entre o homem e o meio ambiente. Detalhes minuciosos nas copas e troncos, aliados a texturas ricas, criam uma profundidade visual que convida à exploração. O equilíbrio entre cheios e vazios sugere um diálogo sobre presença, ausência e interconexão O invisível que se vê, por meio de sua complexa articulação cromática e estrutural, aparece nas transições entre tonalidades e formas, que refletem uma simbiose entre o natural e o imaginário, enquanto os contrastes cromáticos ressaltam as interdependências que permeiam o ecossistema visual da composição. Vitória Barros utiliza a cor como um substrato narrativo que estrutura uma poética sobre interconexão e continuidade, oferecendo ao espectador um espaço para contemplar os ciclos vitais e as relações simbólicas que subvertem o visível. Adriana Scartaris


FLORESTA II Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024


YARA DELAFIORI Na obra de Yara Delafiori, uma narrativa de fragmentação e reconstrução emerge, explorando as complexidades da identidade e da memória. A composição apresenta uma figura feminina parcialmente revelada por camadas de tinta e textura, em uma interação fluida entre o visível e o oculto. O jogo de sobreposições e transparências confere à obra um caráter enigmático, como se a própria pintura estivesse em processo de revelação. As pinceladas gestuais e as colagens inseridas no plano pictórico constroem uma tensão visual que prende o olhar em um percurso investigativo. A espacialidade é trabalhada com precisão e organicidade, onde os elementos figurativos e abstratos dialogam em uma sinergia dinâmica. As cores vibrantes — azuis, verdes e toques de amarelo — contrastam com tons mais neutros, criando uma harmonia cromática que intensifica a profundidade emocional da composição. Texturas densas e áreas de translucidez adicionam camadas interpretativas à obra, enquanto palavras fragmentadas, incorporadas à composição, pontuam a narrativa visual com um caráter poético e introspectivo. O invisível que se vê emerge na articulação entre fragmentos visuais e simbólicos, que traduzem a intersecção entre o íntimo e o universal. Yara Delafiori utiliza a fragmentação como linguagem para explorar temas de vulnerabilidade e transformação, estruturando uma narrativa que convida o espectador a refletir sobre as camadas que compõem o ser. A obra oferece uma fresta conceitual, tornando-se um plano de contemplação e ressignificação, onde o processo artístico revela, simultaneamente, rupturas e continuidades. Adriana Scartaris


SEM TÍTULO Versão impressa em UV sobre HDF (High Density Fiberboard) | moldura caixa 3cm perfil amadeirado | 75 x 50cm | 2024




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