REALIZAÇÃO
284 GALLERY
COLETIVO 284 BRASIL
CURADORIA
ADRIANA SCARTARIS
OSCAR D’AMBROSIO
CATÁLOGO OFICIAL DA EXPOSIÇÃO
IIARTISTAS PARTICIPANTES
ADRIANA GAMBARINNI
ADRIANA SCARTARIS
ALESSA BAGGIO
ANA MARIA XAVIER
ANDREIA B. MINAMIZAWA
ANGELA CANABRAVA B
CLARA AFONSO
CRIS MARCOS
CRISTINA PIRES FURTADO
DIANE DUMAS
ELIANA PIERRI
EMILIA GOLA
ERANOPAPEL
EVELYN GONORETZKY
GÊIZA BARRETO
GUSTAVO MASSOLA
HERIVELTON SILVA
INDIARA NICOLETTI
LICIA VALLIM
MARILENE ZANCCHETT
MAZÉ ANDRADE
NANA FERNANDES
PAULO DE TARSO HARDT
REGIANE SPOLON
REGINA CHEIDA
REGINA MARDER
ROSANA AMATO
SUELY BOGO
TANIA MARTINS
THIAGO PRADO
VINICIUS DE PAULA
YARA DELAFIORI
SÃO PAULO - 2022
IIOs prazeres e as desilusões de viajar são o principal tema do livro “A Arte de Viajar”, do escritor e filósofo suíço Alain de Botton As suas preocupações na obra vão muito além de aeroportos, ambientes exóticos, romances ou comidas e bebidas típicas. As questõesquetrazenfocamdilemasdepartidaseretornos.
Esta exposição apresenta trabalhos visuais nessa mesma direção. Viajar engloba os motivos do viajar, da busca pela adrenalina do desconhecido ao descanso paradisíaco; a expectativa da partida; as paisagens, que podem ser no campo ou na cidade,ocontatocomoutraspessoaseculturas;eoretorno.
Viajar,nessaperspectiva,incluihumor,surpresaseprovocaçõesconstantesparasair de uma zona de estabilidade As maiores e mais profundas viagens, afinal, são as internas, repletas de diversas motivações, complicações e complexidades das mais variadasordensededifícilouimpossívelexplicação
Sair de um estado emocional ou de um local físico e ir para outro envolve escolhas, conscientes ou não, e, muitas vezes, são determinadas por ações do destino, seja ele aparentemente favorável ou não. O conjunto de obras desta exposição conduz a pensaremquaisjornadasemocionaisefísicasembarcamosecomoelassearticulam dentroeforadenós.
Oscar D'Ambrosio
Nas palavras, os traçados de caminhos possíveis para a trajetóriaquetrazparaoaqui-agoraequelevaparaajornada maisintensa.Nãonecessariamentenessaordem
As várias significações do “viajar” alimentam visualmente este trabalho Chega-se a uma reflexão queapontaparaprincipalviagemaserrealizada,aquelaquegeraummergulhoparadentro Porém, para atingir esse patamar, é necessário, como a obra aponta, passar por outras instâncias. Dessa maneira. Com as experiências acumuladas, torna-se possível construir uma jornada que tenha um sentido,entendendoestapalavratantonosentidode“direção”comode“propósito”.
Oscar D'Ambrosio
Onde tudo acontece é onde me alimento. A viagem pelo que machuca e afaga, massacra e consagra, esconde e mostra, mata e renova... Onde a ciência se mistura à magia, onde ignorância torna-se coragem e onde o passado se transforma no futuro que sempre esteve lá. Assim é a mente eassiméajornadaquesegueemumjogoeterno.
Viagem pela metrópole | acrílica sobre tela | 60 x 60cm | 2022
O universo urbano é o foco da atenção em uma estética que leva a um universo da cultura de HQs e videogames.Osedifíciostambémapontamparaespéciesdedepósitodecontainers,quepõemser vistos também como gavetinhas do próprio cérebro em que as lembranças de viagens próprias e alheiassãoguardadasdemodoamotivarnovosencontrosemumamecânicaemquecadainíciode viagemcriaexpectativasquetantopodemgerarfrustraçõescomorealizações.
Oscar D'Ambrosio
“Liberdade de voar num horizonte qualquer, liberdade de pousarondeocoraçãoquiser.”
CecíliaMeireles
Revoada dos pássaros | acrílica sobre tela | 60 x 60cm | 2022
Uma revoada de pássaros pode ter infinitas conotações. Em primeiro lugar, está a concepção de perceber o movimento das aves como um ato que metaforiza a liberdade. No entanto, se retomarmos a mitologia grega, por exemplo, a direção do voo das aves indicava bons ou maus augúrios, respectivamente da esquerda para a direita ou vice-versa. Erguer as asas internas rumo aoinfinitosurgecomorepresentaçãosimbólicadeconquistaroespaçorumoauminfinitoplenode surpresas.
Oscar D'Ambrosio
A obra retrata as viagens da artista pela vida se autoconhecendoatravésdocaminhar
Percorre caminhos representados pela linha da vida, entretecidos nas tramas através da urdidura. Atravessa o território dos afetos por planícies e vales recortados entre montanhas rendadas ou mergulha nas entranhas da terra coloridaefértil,desvendandomistérioserealizandosonhos, embuscadasuaprópriaessênciafeminina.
Aslinhastêmemsimesmaacapacidadedeserumamaneiradepensaravida.Épormeiodelasque as ciganas leem destinos na palma da mão ou que as artes têxteis se realizam. Concebê-las como representações da existência leva a interpretações de fragmentação e de continuidade. Cada existência ganha sentido quando vista como parte de um todo, O individual se torna universal quando existe um dialogismo entre o indivíduo e o todo em um movimento em que harmonias e desarmoniasconversampermanentemente.
Oscar D'Ambrosio
Em um mundo tão vasto e repleto de belezas qual a melhor coisaafazersenãoviajarparasentireconhecerashistórias, a cultura, a arquitetura, a fauna e flora, a comida e novos cheiros?Éumasensaçãoquetrazfelicidadegenuínaaaguça a criatividade. A bagagem de retorno, seja de conhecimento ou de sinapses de belas imagens perduram na memória e transforma-nosnoquesomos.
Enfim férias! | óleo sobre tela | 70 x 50cm | 2022
O ato de viajar permite interpretações mais literais e simbólicas – e umas não se afastam tanto das outras como se pode pensar em um primeiro momento Existe na imagem a ideia de que viajar traz alegria e sorrisos e evoca objetos como chapéu para se proteger do sol e flores. Esses elementos podem ser lidos como partes de um todo simbólico, que entende o ir de um lugar para outro como deixar o velho e assumir o novo como modo de vida. Isso significa estar aberto a se transformar sempre
Oscar D'Ambrosio
Ao iniciar esta jornada preciso da força do vento e da fluidez da agua, sigo livre em busca de mutação, como as nuvens que se dissolvem, etéreas que são Como um pássaro vou planando e observando, vou usufruindo da viagem, percebo arealidadeapartirdaminhaessência.Meencantaasflorese com elas comparo com a vida que eu levo e tento entender para onde estou indo, analiso o sentido da nossa existência. Busco me libertar da matéria e voar em direção ao infinito libertandomeuespírito.
O foco visual do trabalho talvez possa ser encontrado no conceito de florescer, ou seja, algo que ultrapassaasfronteirasdoquadroelevaapensarnacapacidadedanaturezaedoserhumanodese reinventar a todo momento em busca da preservação da vida. O cabelo, associado à sensualidade, também desempenha um papel importante no conjunto, apontando para o diálogo entre os elementos constitutivos do conjunto de modo a propiciar o entendimento da arte como uma forma ampladedialogarcomomundo
Oscar D'Ambrosio
HearttBeat VIAGEM (damenteaocoração)
No âmbito da espiritualidade versus unidade cósmica a imagem aqui apresentada faz parte de uma serie de imagens criadas a partir de reflexos de luz espelhados na natureza em movimentos quase imperceptíveis, nas diferentes formas de ver determinadaspelasensibilidadedecadaumdenós.
A maioria de nós foi levado a acreditar em uma teoria com base na ciência newtoniana. Isso explica (talvez) a resistência, que mesmo acreditar em algo
fotografia em fineart sobre tela | 60 x 60cm | 2022
ica quântica defende e amenta uma visão bem ente
ência mostra-nos que é energia, bem como a a estranha como esta giasepodecomportar. m processo mental e omagnético. A mente é a iz de toda a matéria começa nos nossos ensamentos. amentos são coisas scolhaosbons.
ything is energy and that's ere is to it Match the frequency of the reality you want ou cannot help but get that ality It can be no other way s not philosophy. This is sics"
não há certeza desta frase ser da oriadeAlbertEinstein
isthekey
Viajar pode ser uma jornada pelos múltiplos reflexos da existência. E eles são perfeitos e imperfeitos. Está aí boa parte de sua magia. Realizar uma viagem não é se ter certeza de pontos de partida, de caminhada e de chegada, mas sim de que o movimentar-se traz uma densa transformação permanente É impossível avaliar se isso ocorre para melhor ou para pior Assim comooespelhonuncanosreproduzcomexatidão,osreflexostrazemsutismetamorfoses.
Oscar D'Ambrosio
TuaBeleza,teuLangor,tuaElegância, Escultura em placas de Cerâmica de Alta Temperatura modeladas a mão, esmaltadas e queimadasa1220º-fornoelétrico–cone6, 25x09x08cm,2019
Alma Brasileira, Série Índios do Brasil, Escultura em placas de Cerâmica de Alta Temperatura modeladasamão,esmaltadasequeimadasa1220º emfornoelétrico–cone6,21x08cm,2020
Nessaesculturabuscoapresentarlinhas, coresemovimento.Areferênciaparasuacriaçãoé a Cobra-Coral, encontrada em todo o território nacional.Pormeiodaharmoniadascurvasecores, procuro levar o observador a sentir empatia com o animal ameaçado, sendo eliminado pelo medo que causa nos seres humanos e pela degradação do seuhabitat.
O título foi retirado da poesia de Wally Salomão “Cobra Coral” (2000), já musicada por Caetano Veloso. Trata-se de uma transcrição da canção indígena “Canção da Serpente”, citada em um ensaioliteráriode1580deMicheldeMontaigneque defende a humanidade dos índios canibais brasileiros, então acusados de serem “bárbaros” e “selvagens”.
Em minhas pesquisas por pássaros da Amazônia não consegui desconectá-los da importância que representam na cultura dos habitantes da região Impossível não perceber a representatividade que tais animais têm para as dezenas de comunidades e etnias indígenas da região amazônica, assim como em todo o restante do Brasil Os pássaros não têm apenas uma presença física, têm uma presença cultural enorme, faz parte de todo um sistema de coesão entrefauna,flora,culturaehumanidade. Escolhi representar dois pássaros da região, a Arara-Vermelha com suas longas penas vermelhas da cauda e o Gavião-Real com penas em preto e branco, ambas utilizadas para confecção de cocaresdealgumasetniasindígenas. Com esta obra procuro fazer uma referência que aproxime o público da fauna e povos da região, e que ele sinta empatia por toda a problemática de preservação e vulnerabilidade que nosso país apresentanessasquestões
Um hotel multicolorido cheio de beleza, criatividade com coresvibrantesqueencheosolhosedespertamossentidos. Os elementos, suas cores, linhas, formas e composições geométricas despertam a curiosidade e a imaginação. As janelas que vemos pelo lado de fora chamam a atenção pela explosão de cores e os seus efeitos. Janelas em diferentes tamanhos, fechadas e abertas, o efeito de luz aqui não importa e sim a cena. Esta pulsante energia artística nos levam a uma viagem a descobrir e querer conhecer o que vai de encontro a beleza que existe entre as cores, linhas e formas entre o interior e o exterior deste hotel e os sentimentosquedespertamemcadaum
Janelas são espaços que possibilitam novas visões de mundo. Quando associadas com cores apontam para as veredas que a existência oferece. As interpretações literais, por exemplo, não oferecemrespostas.Assimbólicastambémnão,maspelomenosapontamparainterrogaçõesque trazem um pensar o ato de viajar como um atravessar espaços em busca de algo que raramente se sabeexatamenteoqueseja.Énessabuscapermanentequeaartetrazinquietações.
Oscar D'Ambrosio
Hotel cores de Milão | acrílica sobre tela | 80 x 80cm
A obra com seus movimentos coloridamente biônicos convida o espectador a tocá-la e a entrar nela, ressaltando a relevância de viajar no imaginário dentro de si mesmo além da noite e do dia, ativando sentimentos pulsantes e criando memórias de valores dignos. Somos feitos de vivências emotivas e nossas bagagens de vida formam nossa personalidade única. Todos temos uma estrela a seguir, conectando nossos corpos com nossas almas Somos marcasdigitaisenergéticasqueseentrelaçameseabraçam
Voyage plus loin que la nuit et le jour | acrílico e 3D | 70 x 70cm
A aparição visual de uma estrela pode ser lida de múltiplas maneiras. Da mais óbvia amais simbólica, a artista, em seus trabalhos, lida com os conceitos de cor e movimento O conceito de buscar algo, seja no céu ou na própria consciência, permeia a convicção da artista de que a dinâmica interna é essencial não apenas para o crescimento do próprio trabalho, mas para que a sua visualidade atinja o público e lhe permita uma permanente jornada em busca de múltiplas visões/interpretações.
Oscar D'Ambrosio
Nossos horizontes correspondem a nossa visão de mundo, influenciada pelos nossos filtros culturais, história de vida, memórias afetivas, gatilhos emocionais, nossas crenças, espiritualidade e questões existenciais que nos acompanham. Quanto maior a nossa disposição de explorar, sentir, perceber com todos os nossos sentidos tudo aquilo que nos rodeia e nos permeia, maiores serão as possibilidades de expandir os nossos horizontes no mundo exterioreinterior.
Horizonte ampliado | acrílica e óleo sobre tela | 80 x 80cm
Uma das caminhadas mais difíceis no universo das artes visuais é tentar, conscientemente, discutir qual é o alvo o próprio trabalho e como ele pode ser alterado e transformado ao longo dos diversos processos emocionais e plásticos. A imagem evoca a linha do horizonte, uma teia de aranha e a harmonia trazida pelo azul. A metáfora se instaura, por exemplo, nas pontes, entre uma miradeumaarmaeamitologiaenvolvidanofiar,comsuasevocaçõesdemitoscomoosdeAracné, AriadneePenélope
Oscar D'Ambrosio
O carrossel roda dando voltas e voltas sem parar... No carrossel do tempo, a vida é viagem a nos levar às voltas da alegria, crescimento, derrotas, dores íntimas, amores felizeseinfelizes,perdas,ganhos,aprendizado,sabedoria.O carrossel da vida é viagem de emoções e dentro de cada ser há um universo de conquistas, surpresas e finais que não antevemos no derradeiro giro que o destino reserva para nosso desembarque Nessa viagem de emoção através de movimentos,coreseformasrevelomeuprópriocarrossel!
A presença pictórica de figuras que remetem a insetos remete à necessidade de pensar o trabalho como uma espécie de colmeia de energia. Existe, nesse tipo de criação visual, a construção de um fazer e um estímulo ao pensar que leva a entender o processo de desenvolvimento de um trabalho visual como muito mais que uma imagem. É no desenvolvimento do processo criativo que cada artista se sente um ser da natureza a reunir força dentro do casulo para poder voar cada vez mais alto
Oscar D'Ambrosio
Nesta obra, “A rota da seda”, faço referência ao “caminho das índias” onde as antigas caravelas portuguesas percorriam o continente africano buscando especiarias e tecidos finos comoasedaoriental.
O continente africano como o “berço da civilização”, o nascedouro de muitas raças humanas, ainda não percorrida por seus nativos, mas a muito explorada por seus conquistadores.
O uso de bordado e tinta acrílica sobre papel chinês alerta que a obra, além de sua visualidade, traz uma materialidade Isso significa que a obra, muito mais que um valor intrínseco como imagem, apresenta discussões internas. Os elementos intrínsecos do trabalho, como a criação realizada ponto a ponto, indiciam um pensar sobre a própria existência e sobre as jornadas que o caracterizamcomopalcodeumagranderepresentaçãoteatralqueconcebemoscomoavida,com seusaltosebaixosnopercurso
Oscar D'Ambrosio
Me remetem a uma viagem imaginária. Um lugar onde estou em uma praia cujo mar está perfeitamente calmo, com o bailardesuasondastranquilas.
Essas ondas fazem submergir o meu Eu mais profundo, trazendo-meapazeserenidadequeestavaperdida,nomeio ao caos em momentos de extrema ansiedade do stress causadoemumarelaçãotempestuosa.
OconceitodaobraéumaviagempararesgatareDespertaro Eu mais profundo por vezes perdido, afogado em tristezas profundasdaalma,ondetudooquesequeréapenaseternos momentosdeserenidadeepazdeespírito
In my sea | acrílica sobre tela | 40 x 60cm | 2022
Pode-severestaobracomoumarepresentaçãodomar Noentanto,umavisãomaisenriquecedora poderia fazer uma leitura em que, por meio das formas e cores com as quais a artista desenvolve a sua visualidade, o observador é lançado em um pensar progressivamente aprofundado sobre as metamorfosesqueapráticaartísticaofereceaoescapardeumafriarepresentaçãorealistarumoa ummergulhonaexpressãodeumfazeredeumsentirvivencialqueaartedequalidadecomporta.
Oscar D'Ambrosio
Viajar não significa, necessariamente, deslocar-se fisicamente pelo espaço É possível viajar de muitas outras maneiras; uma delas é a viagem imaginária pelo tempo, observando uma ou mais realidades possíveis. Há pessoas que vão além e, ao retornarem dessa viagem, efetivamente agemparatransformaromundoemalgomelhor.Essaobraé dedicada às mulheres que têm essa capacidade, independentementedesuaáreadeatuação
Visionária | mista sobre papel | 42 x 29,7cm (MI) 66 x 53,7 (ME) | 2021
O universo dos sonhos surge com toda a potência em uma obra em que diversos elementos compõem um todo caracterizado pelo mergulho literal e simbólico em um fazer visual transformador. Se viajar é uma purificação, a prática artística tem esse mesmo papel de gerar um entendimento renovado de si mesmo caracterizado pela capacidade onírica de apreender cada novo trabalho como uma visão, ou seja, uma renovada possibilidade de desenvolver a inteligência deolharparaopróprioeueparaomundo
Oscar D'Ambrosio
Sonhamos desde que nascemos, provavelmente desde antes A vida traz os contrapesos, as desilusões e frustrações que muitas vezes afetam a capacidade de sonhar, tiram a fé de que sonhos movem a vida. Viajar, mergulhar no Mundo, lapidam e expandem a maneira como se lida com a concretude dos fatos, do que o Mundo impõe e, com o tempo, traz clareza ao sonhar Agora os sonhar e ferramenta de criar, projetar, construir Caminhar pelo MundoClareiaoSonhar.
Caminhar pelo mundo clareia o sonhar | acrílica sobre tela | 70 x 50cm | 2022
A jornada proposta por esta imagem junta texto e pintura. Temos um caminhar que se caracteriza pelajunçãodelinguagensqueapontaparaumpensamentoregidopelamultiplicidade Surgeassim uma reflexão que envolve o “caminhar”, o “clarear” e o “sonhar”. Essas instâncias, aparentemente separadas,semesclamnoentendimentocriativodequeaartesedánaplenitudedacapacidadede retirar o indivíduo do cotidiano e levá-lo para outras dimensões que o auxiliam a ver melhor o mundo
Oscar D'Ambrosio
Em uma viagem sobre os céus do olho da África, a Águia com exuberância, força, poder e beleza, encontra em sua forma de viajar os continentes em um olhar panorâmico sobre a terra, encontra-se em seu horizonte uma forma de deixar suas penas sobre os olhares por onde passa. Com coragem e inteligência enfrenta desafios para alcançar voos, onde o desconhecido se torna conhecido, através de um simples observar do voo da águia! Chegando em lugares de difícil acesso passando por pontos protegidos pela própria natureza E nesta passagem, várias histórias do passado ancestral podem ser contadas através das possibilidades do hoje! É como uma viagem no tempo para alcançar voos futuros na jornada que segue na história da terra a ser contada. Em um misto de imaginação podemos ver o observador “Á Águia” contemplando um palco que podemos entender que foi uma região habitada, onde um simples voo da águia
Três instâncias transmitem a energia apresentada pelo artista neste trabalho A mais visível é a águia, ave que voa alto e nos desafia olhar as situações sob uma ampla perspectiva. Outro fator visual de grande importância está no círculo, figura geométrica que aponta para um entendimento do mundo regido pelo equilíbrio e pela harmonia que passa pelo poder de concentração e de cura das mandalas. Existe ainda a mata, com o verde da esperança e como fonte de vida a alimentar o processodoviajaredoviver
Oscar D'Ambrosio
A Litografia faz referência à obra de Debret e os artistas viajantes, Rugendas eEckalth
Cujo título é "Viagem pitoresca ao Brasil"E remete ao livro A Arte de viajar, onde um poeta e um pesquisados, no caso Humbolrdt e Flaubert viajam em buscadenovasculturas, AméricadoSuleOriente
Quesãodeterminantesparasuasvidas,eprincipalmenteprofissão,cientista e artista.Mudando e determinando as relações de futuras gerações com essas pesquisas, trabalhos, vivências. Abrindo trilhas para a humanidade buscarnovoscaminhos.
Na gravura uma mulher do Leste Europeu desce de uma caravana, carregada da cultura mágica que esses povos representam, e se depara, em alguma partedoBrasilcomcriançaseidososvivendonasruas.
O contraste entre a alegria e a tristeza, a abundância e a miséria, é marcada pelascoreseexpressõesdospersonagensdaLitografia.
Nos fazendo refletir sobre um mundo mais justo, onde a arte e a cultura se revelacomofatordeterminantedetransformação
Viagem pitoresca ao ''interior'' do Brasil | Litografia e aquarela | 100cm X 70cm
Vive-se hoje um momento de diversidade Ela se dá não apenas em questões de gênero ou raciais, mas,acimadetudo,culturais. Nessesentido,estaobratrazaocenáriovisualumamulherdoLeste Europeu que encontra no país moradores de rua, especialmente idosos e crianças. Assim como os viajantes europeus responsáveis pelos primeiros registros visuais do Brasil, os novos imigrantes e refugiados e se deparam com um mundo desconhecido. As leituras oriundas dos deslocamentos trazemassimrenovadasconcepçõesdemundo
Oscar D'Ambrosio
A Revoada das Andorinhas no céu, sinalizam a chegada do verão. Nos remetem à partida e ao regresso, migram do frio às temperaturas mais amenas ou quentes, para se alimentaremcommaisfacilidade.
Uma andorinha possui um único parceiro, nos associando à reflexãoaoamoreafidelidade.
Estes pássaros carregam muitos significados e mensagens que nos fazem viajar interiormente, relacionados à fertilidade,esperança,boasorteeluz.
O voo em círculos ajuda as andorinhas a conservarem sua do outro,
Existe na capacidade de viajar uma dimensão interior que não pode ser negligenciada. Trata-se de um vórtice de emoções que pode estar associado a pássaros, mas que se realiza plasticamente na pesquisa permanente que conduz a pensar a vida como um espaçoem que a estaticidadeé o maior adversário da transformação permanente que conduz a um pensar, um sentir e um fazer. Eles se associam a cada nova obra, que pode, portanto, ser considerada como uma densa viagem para o própriointerior
Oscar D'Ambrosio
Viajar essa palavra já nos remete a fazer as malas e ir a lugares novos ter experiências únicas, conhecer novos lugares… Mas também me refiro aqui neste trabalho como uma viagem da vida, onde nascemos, crescemos e durante a vida fazemos muitas coisas, nem sempre é o que gostaríamos que planejamos. E durante esse longo período que é nossa vida, vamos acumulando bagagens, coisas, sentimentos, medos, raiva, nos prendemos a pequenos rancores, mágoas que deixam nossa bagagem muito pesada. Aprendemos muitas vezes tarde demais que essa
O conceito de bagagem é reforçado no trabalho visual. Partir é levar consigo objetos, mas também lembranças.Simbolicamente,atéachegada,torna-seessencialalibertaçãodopassadoparaestar aberto a novas experiências, mas esse processo envolve apegos e desapegos que as malas metaforizam como permanências e impermanências em uma sociedade caracterizada pelo questionamentodaquiloqueamemóriadeveounãoguardarparaqueavidaprossiga.
Oscar D'Ambrosio
Numa viagem, seja deslocando-me no espaço, seja por meio deummergulhoemlivrosefilmes,buscoconheceresentira cultura de um local. Os monumentos, os mitos, as histórias me atraem. A obra que apresento - “Mulher Asteca” - foi inspirada numa escultura de pedra daquela civilização, que representa a divindade da água Chalchiuhtlic. Encontra-se no Museu das Américas, na Espanha Quis captar e expressar, através da cerâmica, o que me tocou nessa viagemcultural
Mulher asteca | Modelada na argila com confecção de forma, sendo esta preenchida com argila líquida, queimadaepintadacomtintaspray | 37cmdealturax19cmdelargurax29cmdeprofundidade
Conhecer novas culturas é uma maneira de revisitar as próprias certezas para mergulhar em novas leituras dos próprios valores. Quando se trabalha com uma divindade asteca vinculada à água, como ocorre no presente caso, há camadas universais arquetípicas que podem ser retomadas, como o fato de ela, por exemplo, se adaptar aos mais variados recipientes e aos mais diversos estados (líquido, sólido e gasoso). Viajar, de certa forma, comporta uma mesma metáfora: a de sempreestaramudaroqueseéenoquesebuscaser
Oscar D'Ambrosio
Em cada janela uma história | colagem sobre tela | 90 x 60cm
Meucéu
Émar
Éfeitodeondas
De muitos azuis é Pacífico, éAtlântico,éÍndico.
Meucéuémar
Eabrecaminhos
Águasqueunem
Trazemgente
Quesemistura
Formafamília.
Tem gente que chega pra ficar
Tem quem vá sem nunca maisvoltar.
Dasjanelasvejogente
Queécor
Queésabor
Tem quem seja bandeira
estrangeira.
Dasjanelasvejogente
Quesonha
Queama
Elêpoemas.
Equandoaluacheia
Invade as casas pelas janelas
Sonhohistóriasdevidas
Desaudades
Devento
Decéuquetambémémar
Realizar uma colagem é uma viagem Cada novo trabalho é realizado pela capacidade de retirar elementosdecertoscontextoselevá-losparaoutros.Trata-sedeumajornadapermanenteemque a maior dificuldade está em realizar escolhas em um processo criativo complexo. As indagações internas de cada artista, assim, se multiplicam nessa viagem, que mescla a técnica com o prazer e nunca termina, pois o próximo trabalho é o resultado também das experiências passadas, num andarfascinantequeseretroalimenta.
Oscar D'Ambrosio
O mundo sempre está em constantes mudanças, apesar da grande maioria da população mundial estar longe de discutir o assunto. “Apenasvivem”asmudanças.Esse“apenas”éoessencial.Viveréoarco que nos leva de nosso princípio ao nosso fim por aqui, com todas as incongruências “fungíveis” como espécie, independente de qual seja a tecnologia que nos facilite o dia a dia, em um universo ainda desconhecido, de energia escura, da qual somos apenas mínimos lampejos qual sinapses cerebrais que dão sentido ao que pensamos e vemos.Porisso,podemosjulgaranósmesmoscomoumaespécieNFT - Non Fungible Token, passível de ser substituída a qualquer momento, por outra espécie mais adaptada, e que ao mesmo tempo predomina com características únicas, universalmente insubstituíveis. E, que só têm que aprender que não é o começo nem o fim de tudo Ap microuniv dentro de incontá eis
As conexões existentes no cérebro são um dos aspectos que a obra traz. Existem ainda os elos de cadafetocomseupassadoecomoquepodeserconstruídonofuturo.Quandosepensanouniverso virtual, essas viagens talvez sejam menos visíveis, mas permanecem O tópico central do trabalho pode ser considerado o da transformação, pois, seja no plano que vemos, no que imaginamos ou naquelequeumdiapoderemosestar,assinapsescerebraiscontinuamemebulição.
Oscar D'Ambrosio
Viajar é um encontro íntimo, um portal de novos comportamentos, trazendo mais disposição, curiosidade e aprendizados.Veromundoporoutrosolhos,comopensame o que influencia seus comportamentos e valores. Misturas inusitadas que surgem pelo caminho, sabores, sons, luzes e cores, que quebram paradigmas. A beleza da natureza, que se mistura ao concreto das grandes cidades, nos leva a refletir até onde o detalhe é apreciado, se realmente é notado,ouseficaperdidoemmeioaocaos.
A visão da natureza brotando em meio á cidade aponta para a resiliência da mãe de todos nós, mas também é um índice de como contrapontos podem ser belos ao serem entendidos como a possibilidade de retirar das tensões mecanismos criativos que apontem para a construção de novas sínteses. Do diálogo entre a flor e a cidade, brota o entendimento de como ambas, em conjunto, podem trazer momentos de expressão e de reflexão em diversas manifestações e linguagensartísticas.
Oscar D'Ambrosio
A alegria de viver, o ar puro a respirar, o encontro de amigos parafruiravida.
O universo da praia é escolhido pela artista para enfocar o ato de viajar Trata-se de um plano simbólico em que a liberdade se faz onipresente. Proibições e limitações relacionadas a vestimentas e a movimentações do corpo perdem o sentido nesse espaço caracterizado pela manifestação de um sentir que se dá direito a fazer o que muitas vezes não se teria coragem. É no espaço em branco que, analogamente, o artista busca encontrar seus caminhos para expressar o melhordesipelaarte
Oscar D'Ambrosio
Aos 17 anos, na rua, vi um quadro no lixo. Era meio monstro meio peixe, e eu o levei comigo Minha mãe perguntou: você achou um Chico da Silva no lixo? Era meu 1' quadro Neste trabalho viajo pelo meu interior, lembranças, gostos, manias,produzoimagensquemerevelam,sãoherançasque me pertencem. Percebi que meu ar é de purpurina, meu interior é furta cor, sou meio bambu, vergo, mas permaneço, tento colorir o Parkinson E que o espírito santo de fuxicos nosguarde.Amém
A multiplicidade de abordagens de uma viagem fortalece esta imagem. Quando se pensa em uma jornada para um outro espaço, o maior desafio está em escolher o lugar para onde se deseja ir. Geralmente, as possibilidades são tão amplas que até se corre o risco de ficar parado no mesmo lugar. Este trabalho indica que sempre é possível se direcionar para algum lugar, mesmo que ela esteja no próprio interior. O enigma é verificar até que ponto essa jornada pode ser, de fato, transformadora.
Oscar D'Ambrosio
Todas as viagens, internas ou externas, nos levam a caminhosdesconhecidos.
A ideia dessa obra é aquele momento da vida em que paramos para pensar o que poderíamos ter feito se tivéssemos optado por um caminho diferente daquele que traçamos em determinado instante, num passado, onde precisávamosnosdecidirporistoouaquilo
O personagem se perde em pensamentos, num lugar perdido no tempo e espaço, sem prestar atenção ao que se passaaoseuredor,solitárioevazio,numaviagemsemfim!
Opassarporviagensinterioresepensarnelaséumadasvertentesmaiscomplexasdotemadeirde umlugarparaoutro.Quandoessajornadaéinterna,adinâmicanãosedánouniversodoqueseolha para fora de si mesmo O que está em jogo é o que leva a um percurso pelas veredas internas, onde cada viagem e ação se torna única e incomparável, mas precisa ser vista em relação a outras. Cada um desenvolve o seu tempo e cria os seus espaços, às vezes não animadores em um primeiro momento,masquepodemserbasesparaalçarvoosfuturos.
Oscar D'Ambrosio
Busco retratar sentimentos durante nossa caminhada ao viajar Através da aquarela que fornece um suporte onírico e difuso, há uma pessoa recortada com papel vegetal. Esta transparência convida para uma troca com o mundo externo: os círculos; às vezes definidos outrasvezes difusos e interrompidos. São nossos ciclos e nossos mundos em constante movimento Com a colagem o encontro se concretiza e se cola para construir esta narrativa Uma narrativaazul.Comoocéu,omar,oinfinito.Viajaréazul.
Viajar, de certo modo, é um fragmentar-se para se recompor mais adiante Esta obra lida justamente com o conceito de que passar por uma experiência significativa leva a desenvolver um olhar novo para o que se conhece e para o que se julgava saber, pois entrar em contato com o desconhecidoaguçatodosossentidos.Existe,portanto,emcadaexperimentar,saberesesabores aseremcompartilhados.Onovoeoantigotrazemassimumdespertarrenovadoparaavida.
Oscar D'Ambrosio
Viajar é estar aberto ao novo. Um olhar atento para tudo. Escolher o Souvenir é um momento prazeroso Trazer o objeto é se apropriar de um pedacinho daquele local. Por onde passei, sei que deixei algo de mim, levo as lembranças imagéticas. A vida é uma história, cada objeto tem a sua, eu interfiro, acrescento, me divirto e alimento. Sei que a partir das experiências recolho material para trabalhar nas criações.
Souvenir e suas variações | mista | 70 x 50cm
Opassarporviagensinterioresepensarnelaséumadasvertentesmaiscomplexasdotemadeirde Diversidade é essencial quando se pensa em entrar em contato com novas culturas e visões de mundo Pode-se trazer um objeto de uma viagem como um pedaço daquilo que se conheceu, mas isso se torna muito pouco perante as potencialidades que uma jornada traz em termos de tomar contato com outras religiões, ou seja, maneiras de se reconectar consigo mesmo e com aquilo que se convenciona chamar de realidade. O processo inclui um ser, um pensar e um crer que os mais diferentessímbolostêmumpapelessencial.
Oscar D'Ambrosio
Em“Ideiasparaadiarofimdomundo”,AiltonKrenakdizqueo conceito de humanidade, predominante no meio intelectual e cultural eurocêntrico, nos aliena e é usado contra nós. Não somos um e a Terra outra coisa. Tampouco somos iguais, masuniversos.Perguntoseémiragemodiaemquenãomais pensemos ser humanidade, mas parte desse organismo que é a Terra. Será que nossos olhos, atravessados pelo olhar do colonizador,podemverachegadadessedia?
Miragem | arte digital | 60 x 40cm
A experiência do viajar se dá por searas muitas vezes difíceis. Quando se pensa numa recuperação histórica, seja individual ou coletiva, é necessário inserir a ideia de que um passar de um local para outrotrazconsigomemóriasdetodasasespécies.Estaimagemmesclarostosecores,sinalizando as experiências que são deixadas de lado e as conquistadas no processo de caminhar pelo mundo. O que se encontra ao percorrer uma estrada física ou emocional nem sempre é aquilo que se espera.
Oscar D'Ambrosio
O século era o 16. As viagens eram demoradas, os destinos longínquos e os tempos duros. Sagacidade e força física podiam ser fundamentais para a sobrevivência, mas também não eram garantia. Doenças, guerras, brigas, fome e acidentes diversos ceifavam vidas de fracos e fortes, definindo quem voltava das longas viagens. A mesma sanha que com engenhosidade desafiou à natureza inconstante do mar, lançando-se ao desconhecido, foi capaz de pilhar, matareescravizarpovosnumalutainsanaporpoder,riqueza eglória.Eassimevoluiuacivilização.Evoluiu?
Bandeiras | acrílica sobre tela | 60 x 60cm
O artista traz a temática dos corpos. Eles realizam viagens transformadoras que se concretizam a cadainstante.Sejasobumaperspectivahistóricaouporumaópticacotidiana,amovimentaçãode cada indivíduo se dá nas mais diversas camadas, tendo todas elas, de alguma maneira, a característica de gerar transformações visíveis e invisíveis, pois as conexões daquele que viaja com o entorno se amplia das mais diferentes maneiras, desde as mais evidentes àquelas mais recônditas.
Oscar D'Ambrosio
Nesta obra, eu viajei na minha memória afetiva Lembrando dos meus percursos, caminhos e processos que me levaram a ser uma artista. Uma viagem ao passado e de encontros com a arte. Na minha infância folheava revistas de história da Arte e via as lindas mulheres luminosas de Renoir, um fato interessante é que lembrei dessa memória ao pintar o quadro. Outra experiência maravilhosa foi ao ver presencialmente um pequeno quadro de paisagem, mas havia nela tanto vigor e energia, que de repente, encontrei-me no meio daquelas arvores frondosas e via aquelas casinhas coloridas e ao longe o horizonte, e por alguns instantes tive a impressão de escutar o canto dos pássaros. Em outra ocasião, assisti as fitas cassete de história da arte da TV Escola e como em um encantamento, assisti a todas em um curto espaço de tempo, como que querendo absorver todas as histórias e experiências e então, depois desse dia descobri que todo artista é um ser livre para criar.
A moça que viajou para o mundo da arte e nunca mais voltou | óleo sobre tela | 80 x 60cm
A leitura de revistas é uma entrada no mundo dos sonhos. Por meio daquilo que se conhece na imaginação, surgem fantasias e desejos. O mesmo processo se dá coma arte. A partir de uma ideia na mente, existe uma concretização material. A colcha que cobre o corpo da protagonista da imagemtambémapontanessamesmadireção Éumasomatóriadeelementosvisuaisacausarum efeito no observador A diferença é que a viagem interna apresenta resultados que ninguém vê, emboraquemarealizaossinta.
Oscar D'Ambrosio
Oqueéarte?
OscarD’Ambrosio
AssinaostextosdetodasasobrasdaExposição«AArtedeViajar».
@oscardambrosioinsta oscar dambrosio@fcmsantacasasp edu.br
Oqueéarte?Muitosjásefizeramessapergunta.Arespostanãoésimples.Hádiversasteorias.
OfilósofoPlatão(428–348a.C.),porexemplo,diziaqueaartepossuíaafunçãomimética,ouseja,aarteapenasimitariaa realidade Eleacreditavaquehaviabasicamentedoismundos:omundodasideiaseomundodaexistência.
O mundo das ideias reuniria a essência de todas as coisas, um mundo de idealismo e perfeição. Lá estariam todas as pessoaseobjetosperfeitos,tudoemumestadodepurezaabsoluta.
Omundodaexistênciaseriaanossarealidadeconcreta.Éomundoemquevivemos,compessoaseobjetosbonitos,mas nadaéperfeito
O sonho dos homens seria exatamente sair do mundo da existência – que conhecem – e atingir o da essência – que desconhecem
A arte seria exatamente uma tentativa. Mas, para Platão, não ela não obtém resultado Para realizar uma pintura ou o desenho de uma pessoa, o artista teria como ponto de partida quem conhece Assim atingiria o que desconhece A pessoadesenhadaseria,portanto,umaimitaçãoquetentaatingiraessência.
Cada pintura somente afastaria o homem do ideal. Seriam cópias de segunda mão da realidade do mundo da existência. Sendo assim, a arte não teria sentido Por isso, ao elaborar a sua República, projeto de um governo ideal, os artistas não teriamdireitodeparticipar,poisemnadacontribuiriamparaabuscadomundodasessências.
DiscípulodePlatão,Aristóteles(383–322a.C.)discordava.Tambémachavaqueaarteeraumamimese,imitaçãodoreal, mas a valorizava o mundo real, o da existência. A arte teria a função de desmontar a realidade e remontá-la. Nesse procedimento,oserhumanopoderiaatingiraessênciaquePlatãotantoalmejava.
Para Aristóteles, se o artista vai pintar um pássaro precisa estudar cuidadosamente todas as suas partes (desmontar) e organizá-lasdamaneiraqueacharmelhor(remontar).Fazendoisso,poderiaatingiraessênciadopássaro Aregraseriacaptarogeralnoparticular Aoexaminaropássaro,oartistatentaverificaroquehánelequeoidentificaaos outros. Se conseguir, terá encontrado a essência dos pássaros, não o de um em particular, mas de todos. Uma obra de artedeveriafazeromesmo Aoverumquadro,portanto,estaríamosobservandoaspectoscomunseuniversais.
Nesta publicação, temos a reunião de artistas contemporâneos de distintas tendências. Cada um deles toma a vida como ponto de partida e reflete sobreela de maneiradiferente Parte do real,do que conhecee o transforma de diversas formas,sempreprocurandoentendermelhoromundoquenoscerca. Cadaartistainterpretaomundoaseujeito,questionandooquevêeobrigandooobservadorarefletir Aartetransformaa realidade – e há infinitas formas de fazer isso, permitindo o surgimento de diversas possibilidades de entender a vida. Nãohácertoouerrado,masincontáveismaneirasdeveroqueestáaonossoredor Aarte,portanto,éumadasformasdeexpressãomaiscompletasdohomemporquelidacomainteligência,aafetividade, arazãoeosentimento Tudosemistura,permitindoentendermelhoracomplexidadedoserhumanoedomundoemque vivemos.
Oscar D'Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp e doutor em Educação,ArteeHistóriadaCulturapelaUniversidadePresbiterianaMackenzie
Até a próxima viagem!