Art Inspiration vol XIII ano 3 Iolanda Teixeira

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ART INSPIRATION

IOLANDA TEIXEIRA

EDIÇÃO

PROJETO GRÁFICO

CRÉDITOS DAS IMAGENS

CAPA

PRODUÇÃO GRÁFICA E EDITORAÇÃO

284 ART BOOKS

ADRIANA SCARTARIS

IOLANDA TEIXEIRA

ADRIANA SCARTARIS

COLETIVO 284 BRASIL e STUDIO N.A.

THIAGO CASTELLANI

TEXTOS SOBRE AS OBRAS

REALIDADE AUMENTADA DIAGRAMAÇÃO

ADRIANA SCARTARIS

NEZ NUNEZ

TODOS OS DIREITOS DESTA EDIÇÃO RESERVADOS À

284 GALLERY www.284gallerycom curadoria@284gallerycom

BRASIL PORTUGAL ANO III - 2024 BOOKS

CURADORIA

PROJETOEPRODUÇÃO

CLUBE DE ARTISTAS OFICIAL R

APOIOINSTITUCIONAL

ADRIANA SCARTARIS

IOLANDA TEIXEIRA

Nascida em Lisboa, em 1965, com uma carreira de 30 anos na Banca, feita inicialmente na área das relaçõespúblicaseMarketing.

Dispõe de uma capacidade comunicativa inata e os seus trabalhos têm como referências principais a Pop Art e a estética do movimento New Romantic do séculopassado.

São, no entanto, temperados com uma irreverência digital muito actual, irreverência esta que lhes confere uma certa intemporalidade e capacidade de projeçãofuturista.

IOLANDA TEIXEIRA

Entretecendo Narrativas Visuais

A obra de Iolanda Teixeira apresenta-se como uma pesquisa contínua e um testemunho visual das complexidades da condição humana. Ao explorar temas universais como identidade, espiritualidade e feminilidade, a artista transita entre as fronteiras estilísticas, criando um diálogo interdisciplinar que tangenciaatradição,aomesmotempo,emque d e s a fi a a s c o n v e n ç õ e s e s t é t i c a s contemporâneas.

O olhar atento de Iolanda para a interseção entreotangíveleoefêmeroéevidenteemcada composição. Seja através da sobreposição de imagens ou do uso vibrante de cores, suas obras capturam momentos fugazes da existência, convidando o espectador a contemplarabelezanatransitoriedade.

A influência da cultura e da história portuguesas se entrelaça de maneira sutil, mas impactante, em toda a sua produção. Desde a homenagem à calçada portuguesa em “CALÇADA” até a exploraçãodas raízes do Fado em “AMÁLIA -Estranha forma de vida”, a artista tece uma narrativa visual que celebra e questionasuaherançacultural.

Amulher,emsuasváriasfacetas,éumapresençamarcantee reflexiva em toda a obra. Iolanda desafia estereótipos de feminilidade, explorando a autenticidade e a força interior através de suas representações de figuras femininas icônicas comoFrida Kahlo, CarmenMirandae Madonna. Cada obra se torna um capítulo na exploração da identidade feminina, destacando a riqueza e a complexidade dessa experiência.

A sua abordagem eclética, que incorpora elementos da colagem, pintura e fotomontagem, adiciona uma camada de profundidade ao conjunto da obra. Com ousadia na escolha de materiais, suportes e técnicas, a sua pesquisa reverbera com a pluralidade da experiência humana, convidando os observadores a questionarem suas próprias percepções e preconceitos.

Ao contemplar o conjunto da obra de Iolanda Teixeira, somos levadosaumajornadaemocionaleintelectualdistanciadada pesquisa rasa e repleta de provocações perceptíveis nas composições e nos emblemáticos títulos das obras. Suas criações não são apenas peças isoladas, mas partes de um mosaico mais amplo que revela a riqueza da vida, a complexidade das relações e a eterna busca pela compreensão de nós mesmos e do mundo que habitamos. Iolanda Teixeira, através de sua visão, nos desafia a olhar além do visível e a reconhecer a beleza que se esconde nas interseçõesentreopassado,opresenteeoeterno.

Adriana Scartaris Curadora

São Paulo, 21 de janeiro de 2024

UM ELÉTRICO CHAMADO DESEJO

AQUITERMINAAJORNADA?

Em "Um elétrico chamado Desejo", Iolanda Teixeira transporta o espectador para uma rua típica lisboeta, onde um elétrico flutua misteriosamente. O raio de luz que conecta o veículo aos trilhos suscita dúvidas sobre se está em abdução ou regressando de uma viagemmística.Tonsquentesneonsbanhamacena,conferindo-lhe umaatmosferadramáticaeevocativa.

Esta obra, com sua fusão de realidade e imaginação, estabelece uma ponte entre o cotidiano e o sublime, como se o elétrico não fosse apenas um meio de transporte, mas uma entidade que transcende o tangível. O contraste entre a luz intensa e os tons escuros cria uma dualidade entre o visível e o oculto, instigando a reflexãosobreanaturezaefêmeraeenigmáticadajornadahumana.

Ao observar "Um elétrico chamado Desejo", o espectador é levado a uma reflexão sobre o ciclo da vida, sobre as transformações e translações do tempo e sobre a própria natureza da busca humana porsignificado.

AdrianaScartaris

Um elétrico chamado Desejo Pintura digital sobre acrílico 1/5

150 x 85cm

«CALÇADA»

é para PISAR... (?)

Numa ousada fusão entre o cotidiano e o estético, a obra “CALÇADA” é para PISAR... (?) de Yolanda Teixeira redefine o cenário urbano tradicional, catapultando-o para o universo provocativo da arte contemporânea. O complexo mosaico da calçada portuguesa, com seus desenhos orgânicos, torna-seopalcodeumaexperimentaçãoestética,ondeascurvassinuosas docorpofemininosemesclamharmoniosamente

A escolha eclética de incorporar o mosaico português como parte integrante do corpo feminino é um gesto evocativo, instigante. O número 187, estrategicamente posicionado na altura do ventre, acrescenta uma camada à obra, conduzindo-nos à provocação sobre a objetificação do corpo feminino na sociedade. No título, a palavra “CALÇADA” entre aspas, seguida por três pontos e uma interrogação entre parênteses, adiciona um elemento enigmático, incitando a reflexão sobre a opressão que muitas mulheresenfrentamdiariamente.

As cores vibrantes, especialmente o rosa-forte e o amarelo, conferem luz e vida à composição, desafiando os paradigmas estéticos convencionais. O rosa, outrora associado à fragilidade, emerge como símbolo de poder feminino, subvertendo as expectativas e lançando um desafio à vanguarda dopensamentocontemporâneo

“CALÇADA” é para PISAR... (?) adentra no simbiótico e ressonante diálogo entre o corpo feminino e o espaço urbano. A obra, paradigmática em sua provocação, é uma transição entre a tradição e a experimentação, convidando-nos a pensar sobre a complexidade das relações entre o espaçopúblico,detodos,easexpectativassociaissobreocorpodamulher, queésomentedela.

AdrianaScartaris

“CALÇADA” é para PISAR... (?)

Pintura digital sobre tela 1/5 140 x 146cms

2700 €

BETTE DAVIS - Você nunca será mais feliz do que você espera

"BETTE DAVIS Você nunca será mais feliz do que você espera", obra de Iolanda Teixeira, apresenta um retrato intrigante da icônica Bette Davis. O olhar penetrante da atriz, notório por sua força e perspicácia, é destacado demaneirasingular,comosefossecapazdedispararverdadesácidascom amesmacoragemcomqueiluminouastelasdecinema.

A composição é divergente, revelando um rosto duplicado, sobreposto e tríplice, com três olhos que capturam a essência multifacetada da sua personalidade. O uso da duplicação da imagem sugere uma dualidade inerente à atriz, um equilíbrio entre o seu "eu" público e privado, entre a personapúblicaeosbastidoresdasuavida.

O cenário, ou a ausência dele, é representado por um fundo negro, eliminando referências de cena e enfatizando a atemporalidade da figura da atriz. Este espaço negativo amplifica a presença no retrato, convidando o observador a mergulhar nouniversoda estrela de cinemasem distrações externas.

AsimbioseentreafiguradeBetteDaviseofundonegrocriaumaatmosfera contemporânea, com toque de humor ácido, muitas possibilidades interpretativas e uma camada extra na interpretação do título, que soa como uma flecha, proporcionando certo desconforto ao espectador. O olhar crítico e ácido da obra sugere uma reflexão sobre as verdades filosóficasetriviaisquepermeiamaexistênciahumana.

Oretratopassaseurecado,capturandoaessênciaduradouradapersonade Bette Davis, sua relevância cultural e a ressonância de sua contribuição paraasétimaarte

AdrianaScartaris

BETTE DAVIS

Você nunca será mais feliz do que você espera

Pintura digital sobre acrílico 1/5 101 x 90cm

TARSILA - Pintar é libertar-se

Em "TARSILA Pintar é libertar-se", Iolanda Teixeira entrelaça camadas visuais e conceituais, mergulhando na figura multifacetada de Tarsila do Amaral.Apaletaintensadevermelhosecoresquentesressoacomachama da própria paixão artística de Tarsila, enquanto os quatro planos da obra desdobram-secomocapítulosdeumanarrativaricaemnuances.

No plano superior, os olhos marcantes de Tarsila do Amaral observam, tal como os guardiães da tradição artística e feminina. A presença dessa pioneira, à frente de seu tempo, ecoa nas cores vibrantes que Iolanda Teixeiraescolheupararetratá-la,criandoumcontrasteentreaintensidade dacoreasutilezadostraços.

Na fusão de silhueta abstrata e figura real, surge o terceiro plano, onde a artista contemporânea dialoga com a essência de Tarsila, em um convite à experimentaçãoeexpressão.Esteéopontodetransiçãoentreopassadoe o presente, onde as linhas de Tarsila se entrelaçam com a ousada interpretaçãodeIolanda.

Nosegundoplano,aprópriaTarsilaéretratada,imortalizadacomoumícone da história da arte brasileira. Sua figura, carregada de simbolismo, é recriada com respeito e inovação, que destaca não apenas a maestria técnica de Tarsila, mas também sua postura ousada e independente como mulheremumcenárioartísticopredominantementemasculino.

Finalmente, no primeiro plano, emerge "O Abaporu", uma das obras mais emblemáticas de Tarsila, reinterpretada de maneira provocativa. Aqui, o ícone surge vestido como mulher, desafiando normas de gênero e questionandoo papelda mulherna arte e na sociedade. A pinturaé mais do que uma homenagem; é uma reflexão instigante sobre identidade e transformação iluminando a continuidade da arte como agente de liberdade

AdrianaScartaris

TARSILA

Pintar é libertar-se

Pintura digital sobre acrílico 1/5

172 x 99cm

ROUGE

“ROUGE” é ardente na feminilidade e na diversidade pautada no vermelho que domina a paleta, carregando consigo uma carga simbólica. A obra revela-secomoumaalegoriavisual,amalgamandocamadasdereferências femininasparaalémdosimplesretrato.

A composição é construída em uma complexidade intrínseca, onde várias imagensfemininasseentrelaçam,formandoummosaicodeidentidades.O vermelho, intenso e provocador, não apenas ilustra a paixão, mas também destaca a crítica social subjacente à obra. O vermelho, símbolo de amor, poder e revolução, se torna a voz central de um argumento visual que ecoa alémdasuperfície

No primeiro plano, a figura provocativa de Grace Jones domina a cena. Sua atitude desafiadora, expressa através do dedo na boca, sugere uma narrativa além da sensualidade aparente. A iconografia de Jones, uma mulher negra, reverbera com a história de mulheres negras na sociedade, incorporandoalutaearesistência.ApresençadeJonesémaisdoqueuma representação estética; é um manifesto de empoderamento, uma interpelaçãodiretaànormatividade.

O uso do vermelho, além de sua associação óbvia com a paixão, também evocaacríticasocial,talvezumcomentáriosobreaslutaseconquistasdas mulheres ao longo da história. A escolha eclética de figuras femininas reforçaadiversidadedeexperiências,narrativaseperspectivas.

“ROUGE” é uma exploração estética e conceitual, desafiando paradigmas e oferecendoumanarrativavisualenvolvente.Aobranãoapenasdialogacom aestéticacontemporânea,mastambémmergulhanacríticasocial,usando o vermelho como um fio condutor que conecta as diversas facetas da experiência feminina, onde o visceral encontra o estético, e a provocação seenredacomaharmonia.

AdrianaScartaris

ROUGE

Pintura digital sobre acrílico 1/5 150 x 85cm

CARMEN - Despida do mito, vestida de paz

"CARMENDespidadomito,vestidadepaz"desafiaamitologiaqueenvolvea icônicaCarmenMiranda.Oretrato,centradonorostojovemesorridenteda artista, subverte a alegoria do palco e das vestimentas característicos de sua carreira. Despida de estereótipos, Carmen é apresentada em tons "neon"vibrantes,refletindoumaauradejuventudeevitalidade.

A composiçãodifusa da imagem revela um equilíbrio entre a simplicidade e a complexidade. A ausência de elementos contextualizadores, como cenário ou adereços característicos, convida o espectador a uma experiência estética que vai além do contexto histórico e cultural e olhar paraajovemàsuafrente

Ostonsvibrantesnãoapenascelebramajuventudedaartista,mastambém provocam uma interpretação irônica da imagem, desvinculando-a das expectativas sociais e iconográficas normalmente associadas a Carmen Miranda.

O retrato, marcado pela ausência de adornos, se torna uma metáfora da essência pura da artista, capturando um momento de inocência e sinceridadeemseuolhar.Afiguraçãolimpaedesprovidadeacessórioscria uma harmonia que vai além da superfície e investiga a verdadeira humanidadeportrásdomito.

Aoexploraroespaçonegativoeamaterialidadedaimagem,aobraredefine o paradigma da representação de Carmen Miranda. A intenção é clara: despiromitopararevelarabelezaintrínsecaeatemporaldamulherportrás da personagem. A proposta é provocativa, desafiando as convenções da representaçãoartísticanatransiçãodainterpretaçãodefigurasicônicas.

Adriana Scartaris

CARMEN

Despida do mito e vestida de paz

Pintura digital sobre acrílico 1/5 107 x 90cm

AMÁLIA - Estranha forma de vida

“AMÁLIAEstranhaformadevida”setornaumaalegoriaaolegadodeAmália Rodrigues, a rainha do Fado Lisboeta. A composição tem em vista mergulhar nas nuances emocionais e no contexto histórico-cultural que envolvemavidaeaobradafadista.

NarepresentaçãodeAmália,osolhoscerrados,sugeremumaintrospecção profunda,umaentregavisceralàsemoçõesquepermeiamsuascanções.O cenário,predominantementenegro,nãoapenasenfatizaasdificuldadesda vida,mastambémservecomopanodefundoparadestacarafiguracentral, criandoumequilíbrioestéticoesimbólico.

A composição é um diáfano reflexo das lutas e triunfos de Amália. Os tons vibrantes, como a guitarra portuguesa, pintam a obra com a riqueza cromática e sonora do Fado. A expressão facial da fadista, com os olhos fechados, revela não apenas a tristeza e a melancolia, mas também evoca uma instigante busca pela perfeição artística, inovação no fado e uma conexãoesotéricacomasprofundezasemocionaisdamúsica.

Ao sintetizar visualmente a vida de Amália, a obra se torna uma narrativa poéticaquecaptaoindescritíveldavozdafadista,transmitindoainovação eaexperimentaçãopotencializadospelarealidadeaumentadaqueoferece como experiência. A escolha do fundo negro como espaço negativo não apenas ressalta a presença luminosa de Amália, mas também simboliza as sombrasedesafiosqueelaenfrentouaolongodavida.

Alémdeumretrato,éumarepresentaçãodaforçadamulher,daartistaeda sua contribuição para a vanguarda musical portuguesa. A obra celebra a relevância de Amália Rodrigues na cultura, provando que sua voz ressoa como um símbolo intemporal de resistência, superação e a eterna busca porumaexpressãoestéticaautêntica.

AdrianaScartaris

AMÁLIA

Estranha forma de vida

Pintura digital sobre acrílico 1/5

150 x 86,5cm

CARMEN - Chica Chica Boom Chic

“CARMEN Chica Chica Boom Chic” desvenda a mulher por trás da personagem icônica, Carmen Miranda. Nesta obra, Yolanda Teixeira nos conduz a uma proposta onde a abstração cede espaço à figuração, revelandoCarmenemummomentoíntimodeensaio.Ocenário,translúcido e desprovido de extravagâncias, coloca em destaque a essência da artista, despojadadasroupasdepalcoedaimagemestilizada.

A composição revela uma Carmen sorridente, com um microfone à frente, mergulhada em seu ofício com autenticidade e alegria. O contraste entre a Carmen pública, conhecida pelo figurino exuberante e pela performance efêmera, e a Carmen privada, dedicada ao trabalho em sua forma mais simples, cria uma alegoria poderosa sobre a dualidade na vida de um artista.

A harmonia na representação da cena reflete o equilíbrio entre a persona pública e a pessoa portrásdas cortinas. A estética,sutil e evocativa,busca aexpressãoautênticadaartista,afastando-sedascaricaturasemitologias que cercam a figura de Carmen Miranda. Uma narrativa que foge dos paradigmas tradicionais e explora a materialidade emocional da personagem.

Ao capturar esse momento de ensaio, a artista destaca a importância do cotidiano e da prática constante no desenvolvimento profissional. O contextohistóricoeculturaldaépocaéressonantenaobra,lembrando-nos da contribuição de Carmen para a música popular brasileira. A obra é, portanto, uma alegoria não apenas da vida da artista, mas também da sua relevânciaeinfluênciaduradouras.

“CARMEN: Chica Chica Boom Chic” distancia-se da figuração óbvia e a iconografia usual para revelar uma Carmen Miranda mais próxima da realidade, sem perder a aura que caracteriza a multiplicidade de uma mulhertalentosaalémdasluzesdopalcoedaefemeridadedoespetáculo.

AdrianaScartaris

CARMEN

Chica Chica Boom Chic

Pintura digital sobre acrílico 1/5

150 x 86,5cm

MADONNA - O poder do olhar II

“MADONNA: O Poder do Olhar II” mergulha na dualidade entre a espiritualidade e a determinação secular. A sobreposição de duas imagens da icônica cantora Madonna cria um panorama complexo, onde o azul predomina, estabelecendo um cenário que é ao mesmo tempo, diáfano e eclético.

O argumento visual desta obra é fortemente delineado pelo olhar da cantora, um olhar que parece perdido no horizonte em uma postura de oração, mas simultaneamente decidido e pronto para a luta. A escolha do azul, com suas nuances, proporciona uma sensação de calma e tranquilidade, enquanto a sobreposição das imagens cria um efeito polimórfico,adicionandodinamismoemovimentoàcomposição.

A presença do véu e do terço evoca elementos esotéricos e religiosos, adicionandoumacamadadecomplexidadeànarrativavisual,queaproxima a imagem ao divino Madonna, com seu olhar visceral, sugere uma luta que vai além do divino, conectando-se com questões mais profundas e secularmente determinadas. Pode ser uma prece ou um chamado para a luta.

A obra é um experimento estético que instiga reflexões sobre a dualidade entre a paz interior e a força exterior. O azul, sendo o pano de fundo evocativo, simboliza a transcendência da personagem principal, destacando sua determinação, mas deixa frestas para outras interpretações.

AdrianaScartaris

Madonna

O poder do olhar II pintura digital sobre alumínio 1/5 131 x 90cm

FRIDA - Olhar o amanhã

Ao nos depararmos com a obra "Olhar o Amanhã", retrato da icônica Frida Kahlo, somos imediatamente capturados por seu olhar penetrante e inquieto. A artista Iolanda Teixeira, com sua habilidade de capturar a essência, ressalta a postura calma de Frida em contraste com sua pose quasedesnuda,quedesafiaascomposiçõesclássicasdaépoca.

Mas é a luz que enfatiza o olhar que mais chama a atenção nesta obra. A visão peculiar da vida de Frida, sua melancolia e fatalismo existencialista são transmitidos por meio de seu olhar, que nos leva a reflexões sobre o sentido da vida e do tempo que corre inexorável. A granulação e os contornos indefinidos nos lembram da presença constante do tempo, que estásemprepresente,masmuitasvezesesquecido.

Destaco as cores vivas da obra, que, ao contrário do efeito físico que o tempo pode ter sobre as cores, atenuando-as e esmaecendo-as progressivamente, representam o efeito que certos estímulos têm em nós quandocrianças.ÉcomoseasmemóriasdeFridaestivessemvivasnaobra, despertandosentimentosintensosemquemacontempla.

"Olhar o Amanhã" transporta para o mundo interior de Frida Kahlo, com seu olhar penetrante e inquieto que leva a refletir sobre a vida, o tempo e as memórias. O tronco nu aponta o caminho para uma certa intimidade e naturalidade, comum aos que se sentem bem no corpo que possuem e antagônico ao que sentimos ao saber dos sérios problemas físicos que a artista vivenciou. Uma bela provocação para pensar sobre como somos e comonossentimos.

AdrianaScartaris

FRIDA

Olhar o amanhã pintura digital sobre alumínio 1/5 131 x 90cm

NORMA - Uma mulher não precisa de ninguém que não precise dela

"NORMA Uma mulher não precisa de ninguém que não precise dela" é um pontodalinhatraçadaentreAdãoeEvaeoelétrico,comoumaalegoriaque explora os limites da iconografia do mito. A composição, concebida por meio de colagens meticulosas de palavras arrancadas de manchetes e títulos de revistas femininas, desafia o cotidiano construído pela mídia e coloca em evidência o paradoxo entre o esperado e o desejado na jornada damulhercontemporânea.

AescolhaderetratarMarylinMonroediantedoespelho,concentradanoato de passar batom, é uma provocação efêmera que vai além da superfície. O usodacolagem,umaexperimentaçãoestéticaquepermeiaaobra,revelao contexto histórico e cultural que molda as expectativas da feminilidade construída por fragmentos de manchetes, que destacam a influência da mídianaconstruçãodaidentidadefeminina.

Mencionada apenas como Norma, a figuração de Marylin, entrega uma narrativa sobre a dualidade entre as expectativas impostas e a busca da mulherporsuaprópriaconstrução.Aironiaresidenaesterilizaçãodoícone, sugerindoumaintençãodedespiramulherdopesodopersonagempúblico pararevelarsuaverdadeiraessência.

Ocontrasteentreaspalavrasarrancadasderevistasfemininaseaimagem de Monroe propõe uma crítica social perspicaz, questionando os padrões e estereótipos associados à feminilidade. A provocação sutil da obra reside na desconstrução do mito Marylin para dar voz à mulher por trás da personagem "NORMA"desafiaoparadigmaefazumconviteàreflexãosobrearelevância dasexpectativasimpostasàsmulheresnasociedadecontemporânea,uma transição entre a imagem construída pelo olhar externo e a busca pela identidade

NORMA

Uma mulher não precisa de ninguém que não precise dela Pintura digital sobre tela 1/5 150 x 108cm

BOWIE CAMALEÃO - Normalmente não concordo muito com o que eu digo

«BOWIECAMALEÃONormalmentenãoconcordomuitocomoqueeudigo»é uma representação visual que entrega reflexão ao capturar a essência multifacetada de David Bowe sob tons suaves de rosa, tradicionalmente associados ao universo feminino, com seu dedo indicador sobre os lábios, emumaimagemsimbólicaqueevocaopedidodesilêncio.

O cenário é uma alegoria visual que subverte as expectativas de gênero e estereótipos convencionais. O eclético uso de tons femininos para representar uma figura icônica masculina cria o contraste, que questionando padrões estéticos, desafia o espectador a reinterpretar preconceitosarraigados.

A ironia reside na frase, atribuída a Bowe e destacada no título: "Normalmente não concordo muito com o que eu digo". Essa afirmação revelaacomplexidadeeapropensãodoartistaparadesafiarsuaspróprias palavras, estimulando a ambiguidade e a introspecção, reforçada pela expressãoenigmática,comogestododedosobreoslábios.

Aobraapresentaumaharmoniaentreoselementos,explorandooequilíbrio entre o cotidiano e o imaginário. O uso do rosa, muitas vezes associado à delicadeza,contrastacomaatitudeaudaciosadoartista.

O contexto histórico e cultural é explorado de forma sutil, principalmente pelaescolhaderetratarDavidBowe,umafiguraparadigmáticadamúsicae da cultura pop. A narrativa se desdobra na provocação de Bowe em desacordoconsigomesmo,convidandooespectadoraexplorarasnuances econtradiçõesquepermeiamacondiçãohumana.

Comoum camaleão, o artista ficouconhecidoporsua habilidade inovadora deseadaptarereinventar,subvertendoconvençõesestéticaseculturais.A metáfora do camaleão ressoa na proposta de provocar questionamentos e incentivaraexperimentaçãoeaexpressãolivre.

AdrianaScartaris

BOWIE CAMALEÃO

Normalmente não concordo muito com o que eu digo Pintura digital sobre tela 1/5 60 x 43cm

ETERNOS NÃO ENVELHECEM

“Eternos não envelhecem” é uma colagem se revela como uma intrigante alegoria visual, mergulhando nas águas do cotidiano e da cultura pop. A obra, eclética em sua escolha de ícones, propõe um argumento sobre a efemeridade da fama e a eternidade de certos símbolos na sociedade contemporânea.

O cenário da colagem é um verdadeiro panorama da cultura pop, onde Marylin Monroe, Batman, Mickey e Minnie Mouse, e Audrey Hepburn coexistem em uma harmonia inusitada. Este eclético espaço negativo, preenchido por figuras que transcenderam o tempo, cria uma narrativa multifacetadaqueressoacomaculturavisualcontemporânea.

A estética da obra incorpora uma abstração palpável, utilizando a técnica da colagem para provocar intertextualidade. As nuances de cor e textura desencadeiamumainterpretaçãosobreaironiadafamaesuarelaçãocom o efêmero e o etéreo A escolha de interferências de cartoon, por sua vez, adicionaumtoquedeexperimentaçãoàcomposição.

A obra se destaca pela sua expressão semiótica, utilizando símbolos icônicos como metáforas para explorar questões da sociedade contemporânea. O contraste entre o glamour representado por Marilyn e Audrey e os personagens lúdicos como Mickey e Minnie oferece uma visão perspicazsobreasnuancesdaculturapopedacríticasocialsubjacente.

Em um contexto histórico e cultural onde a fama é efêmera, “Eternos não envelhecem” propõe uma provocação relevante sobre o valor estético duradouro de certos ícones na vanguarda da cultura pop. A obra, com sua composição provocativa e inovadora, desafia o paradigma do envelhecimento da fama, propondo uma reflexão sobre a ressonância eterna de certas figuras na iconografia contemporânea e dos mitos construídos.Afamaéeternaeessanãoenvelhece,jáosfamososnão

AdrianaScartaris

Eternos não envelhecem

Pintura digital sobre acrílico 1/5

150 x 85cm

IF YOU LIKED IT

““IF YOU LIKED IT” é uma colagem analógica que desafia as normas estabelecidas pela indústria da moda e da beleza com abordagem caleidoscópica, mergulhada no complexo universo das expectativas impostas sobre as mulheres em relação à aparência, atitude e comportamento.

A composição eclética da colagem apresenta imagens que refletem padrões pré-estabelecidos pela indústria, abordando temas como moda, lifestyleeatitudefeminina.Ojogodesobreposiçõesecontrastesressaltaa diversidade de referências, ao mesmo tempo que cria uma harmonia visual caóticaeprovocativa.

O contexto histórico e cultural da obra é claramente interpretado por meio das imagens escolhidas, que remetem às influências e tendências da sociedade contemporânea. A crítica social se manifesta na ironia sutil de expor essas expectativas enquanto, simultaneamente, questiona a liberdadefeminina.

“if you liked it”, frase em destaque na obra, funciona como um argumento irônico pautado no fato de que, embora as imagens apresentem padrões pré-estabelecidos,amensagemsugerequeaverdadeiraliberdadeestáem escolhereadotaroquesegosta,inclusiveospadrõescriticados. A metáfora da colagem representa uma narrativa multifacetada, oferecendo nuances sobre a pressão social para se encaixar em determinadosparadigmaserevelaumacamadaalémdacrítica,propondoa liberdadedeseroquegostar

AdrianaScartaris

IF YOU LIKED IT

Colagem analógica sobre madeira 68 x 88cm

900 €

O VESTIDO DE AURORA É ROSA OU AZUL?

A obra “O Vestido de Aurora é Rosa ou Azul?” apresenta uma analogia entre a opressão de identidade vivida pela mulher negra e um momento da princesa Disney Aurora, no qual as suas fadas madrinhas discordam sobre a cor do seu vestido e, por consequência,aprincesavaiaobailecomumvestidoquealternadecorentreoazuleo rosa.

Por meio de uma colagem sobre tela em formato de díptico, a proposta destaca o conflito entre a visão tradicionalmente limitada associada ao estereótipo das princesas de contos de fadas e a necessidade de redefinição de pensamento sobre a imposiçãodepadrões.

O cenário é uma alegoria contemporânea, utilizando a figura central de uma mulher negra, Aurora, como símbolo da resistência contra modelos impostos pela sociedade.

A complexidade da composição explora nuances e camadas sociais, desafiando o espectadorareinterpretaraobraapartirdotítulo.

O díptico, com o rosto da mulher negra partido ao meio, oferece uma perspectiva intrigante sobre a fragmentação da identidade e a busca pela integridade cultural. A ironiaestánadualidadedarepresentação,destacandoalutacontraaobjetificaçãodo corpodamulhernegraenquantoreafirmaabelezaeoorgulhodesuasraízes.

A figura de Aurora, cercada por referências brancas e negras, é um argumento visual contra a narrativa “embranquecida” imposta pela cultura branca. Narrativa que provoca reflexões sobre as definições de padrões estéticos em supremacia, que desconsideraedesrespeitaasdiversasidentidadeseanecessidadedeselibertardas amarrasdeumavisãolimitadadafeminilidade.

AdrianaScartaris

O Vestido de Aurora é Rosa ou Azul? Colagem analógica sobre tela 120 x 60cm – díptico

O VÉU

A obra “O Véu” de Iolanda Teixeira é uma alegoria impactante que apresenta a figura humana, coberta por múltiplas camadas de véus transparentes e emerge como uma poderosa metáfora do sufocamento causado pelos véus acumulados ao longo da trajetóriahumana.

A complexidade da composição revela-se na sobreposição contínua de véus, todos amarrados ao pescoço, sugerindo não apenas uma limitação física, mas também uma restriçãoidentitáriaeumaobstruçãodavisão.Umatransparênciainicialdosvéus,que permitiria enxergar a realidade por trás, desvanece-se à medida que as camadas se multiplicam,obscurecendocompletamenteavisão,respiraçãoeidentidadedosujeito retratado

Ao explorar o uso de véus como uma metáfora para as camadas sociais, culturais e históricas que acumulamos ao longo do tempo, a obra provoca uma profundareflexão sobre o peso dessas imposições. Os véus, inicialmente transparentes, simbolizam as construções sociais que moldam nossa percepção do mundo No entanto, à medida que se multiplicam, tornam-se um fardo que obscurece a verdadeira essência do sujeito.

A narrativa visual estabelece uma conexão intrínseca com a sociedade contemporânea, onde os véus metafóricos se acumulam, obstruindo a visão clara da realidade. A analogia com a história desde Adão e Eva até o Elétrico lisboeta ressoa como uma provocação para desvendar as camadas que nos aprisionam desde os temposiniciais,revelandoaintençãoartísticaemexpressaratensãoentreoindividual eocoletivo.

“O Véu” desafia o espectadora refletir sobre as diversas camadas que moldam nossas percepções e identidades, questionando os véus que, acumulados, podem sufocar a compreensãoplenadoeuedomundoaoredor.

AdrianaScartaris

O Véu

Impressão, acrílica e colagem sobre azulejo, inserida em caixa de cartão 31 x 21 x 5cm

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