RESISTÊNCIA DA
ARTE ART INSPIRATION
A FLOR NASCIDA NA FRESTA DO ASFALTO
EDIÇÃO
PROJETO GRÁFICO
CRÉDITOS DAS IMAGENS
CAPA
PRODUÇÃO GRÁFICA E EDITORAÇÃO
284 ART BOOKS
ADRIANA SCARTARIS
IMAGENS CEDIDAS PELOS AUTORES DAS OBRAS
ADRIANA SCARTARIS
COLETIVO 284 BRASIL e STUDIO N.A.
REALIDADE AUMENTADA DIAGRAMAÇÃO
TEXTOS SOBRE AS OBRAS
ADRIANA SCARTARIS
NEZ NUNEZ THIAGO CASTELLANI
TODOS OS DIREITOS DESTA EDIÇÃO RESERVADOS À
284 GALLERY www.284gallerycom curadoria@284gallerycom
BRASIL PORTUGAL ANO II - 2023 BOOKS
CURADORIA
PROJETOEPRODUÇÃO
CLUBE DE ARTISTAS OFICIAL R
REALIZAÇÃO
APOIO
APOIOINSTITUCIONAL
ARTISTASPARTICIPANTES
ADRIANA SCARTARIS
ALEX KÖRNER
ALEXIA TOMAZETTI
ALIXA
ANA DE ANDRADE
ANGELA CANABRAVA B
CHRIS ACYOLI
CLAUDIA BASSETO
CRIS MARCOS
DANILO BATISTA
EDSON RAPOSEIRO
ERICA BRUNO
GISELLE RONCADA
IOLANDA TEIXEIRA
JAYME GUERRA
LARA CHANG VALENTE
LICIA VALLIM
MAZÉ ANDRADE
PAULO HARDT
REGIANE SPOLON
REGINA GARBELLINI
RENÉ AGOSTINHO
RODRIGO MOTTA
TANIA MARTINS
THIAGO PRADO
VITÓRIA BARROS
YARA DELAFIORI
SÃO PAULO - SP
SÃO PAULO - SP
BOTUCATU - SP
MARABÁ - PA
SÃO PAULO - SP
CURITIBA - PR
RIO DE JANEIRO - RJ
BOTUCATU - SP
SÃO PAULO - SP
BOTUCATU - SP
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP
SÃO PAULO - SP
SUZANO - SP
LISBOA - PORTUGAL
ITABIRA - MG
BOTUCATU - SP
RIBEIRÃO PRETO - SP
RECIFE - PE
SÃO PAULO - SP
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP
SÃO PAULO - SP
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP
SÃO PAULO - SP
RIO DE JANEIRO - RJ
MARABÁ - PA
CHAVANTES - SP
Projeto Resistência da Arte exposição: A FLOR NASCIDA NA FRESTA DO ASFALTO
Em um mundo muitas vezes dominado por tons de cinza e opressões silenciosas, a arte se ergue como uma voz, uma explosão de cores e significados, uma flor que rompe o asfalto áspero da existência. “Resistência da Arte”aspira celebrar não apenas a expressão artística, mas também a resistência inquebrável da mulher em um universoque,pormuitotempo,nãolhefoipermitido
É um universo para os que acreditam na capacidade da arte de colonizar espaços tradicionalmente inacessíveis às mulheres. Um convite para artistas explorarem as possibilidades de fundir o universo tipicamente masculino com a essência feminina, revisitando valores como flexibilidade, compaixão, intuição, cuidado, empatia e sutileza. Valores que, historicamente, foram subestimados, mas que agora emergem como forças transformadoras.
Carlos Drummond de Andrade, em seu poema “ Flor e a Náusea” nos presenteia com uma metáfora poderosa. Uma flor, apesar de sua aparente fragilidade, irrompe do concreto da cidade, desafiando a lógica fria e impessoal. Ela simboliza a resistência, a capacidade de florescermesmonascondiçõesmaisadversas,umlembretedequea belezapodebrotaremqualquerlugar,mesmoondemenosseespera.
Assim como a flor do poema, o chamado é para que os artistas desta exposição desafiem as expectativas e as limitações impostas; revisitem questões profundas e provocativas, questionando as coisas como são e desafiando o espectador a refletir sobre o mundo sob uma nova luz. É um convite para trazerem obras que sejam a expressão da resiliência, da força e da criatividade inerentes à mulher
Os versos de Drummond também nos lembram que, embora o tempo ainda possa ser de injustiça, “e fezes e maus poemas” a arte persiste como um farol de esperança, que nos convida a resistir, a nos revoltarmos pacificamente, a enxergar o belo onde outros veem apenastédioenojo.
“Resistência da Arte”propõe a cocriação de um manifesto da capacidade da mulher de enfrentar desafios, de desafiar as convenções e de dar vida a algo belo e significativo, mesmo nas circunstâncias mais difíceis. É um tributo à resiliência feminina, que habita seres humanos para além das barreiras de gênero e constrói o exército capaz de transformar o mundo naquilo que desejamos e merecemos.
AdrianaScartaris
Curadoradoprojeto«ResistênciadaArte»
«SCORPIA» avatar da INTENSIDADE ADRIANA SCARTARIS
Scorpia é um ser mitológico imortal, conhecido como o avatar da intensidade. Ela tem a forma de uma mulher-escorpião que se manifesta nos momentos de fraqueza humana. Com conhecimento profundo de tudo o que se passa nas mentes dos homens e dos deuses, possui o dom da sabedoria, o que lhe permite o entendimento claro e sem sentimentos, das reais motivações por trásdetodososatosquepresencia.
Suavirtudenaturaléaforça,querecebeudosdeusesnomomentoda sua primeiramanifestaçãoe, porser imortal, ao longo da eternidade diante das fraquezas humanas, ad
comprometimentocomasuaprópriaessência.
A missão de Scorpia é mostrar aos humanos e deuses que todos os seusatostêmconsequênciaseensinarovalordesecolocarnolugar dooutroantesdeagir.Elaacreditaqueoshumanospodemaprender a valorizar a responsabilidade como dádiva, com esperança de que todospossamevoluirparaumaexistênciasemtraições.
Seu propósito é guiar os humanos para poderem alcançar sua verdadeira natureza e ajudá-los a encontrar significado em suas vidas através do aprendizado que as consequências trazem. Implacável e firme na sua missão, ela carrega a esperança de que este aprendizado, muitas vezes trazido pela dor, traga aos humanos plenitudedaevoluçãocomatosepropósitoalinhados.
Scorpia conheceu a «Imperfeita» Frida Kahlo; tornaram-se amigas, cúmplices, intensas nos questionamentos sobre as traições. Nunca concordaram e sempre se admiraram. Com Frida, ela aprendeu o outroladodatraição,percebeumaissutilezasdaalmafemininae,ao invésdetransformarahumana,adeusasaiutransformada.
Adriana Scartaris
«SCORPIA»
Dom
Virtude natural
Virtude adquirida
Virtude sobrenatural SABEDORIA FORTALEZA COMPROMETIMENTO ESPERANÇA
«SCORPIA» avatar da INTENSIDADE ADRIANA SCARTARIS
«SCORPIA»avatardaINTENSIDADE
série Avatar «Imperfeita» | arte digital impressa sobre HDF (High Density Fiberboard) | assinado no canto inferior direito | 90x60cm | 2023
REALIDADE AUMENTADA 3D por Thiago Rodrigues
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P
«Beethoven Love»
ALEX KÖRNER
É com grande prazer que apresento a obra "Beethoven Love". Nesta criação fotográfica, encontramos a narrativa de uma história universal: o amor. Trata-se de uma fotografia produzida com a utilização de um balão e uma profusão de tinta vermelha, enriquecida com intervenções digitais que aprofundam seu significado.
O amor é representado de maneira marcante pelo balão central que é amplamente reconhecido por todos nós, e que aqui é apresentado navegando em diversas tonalidades de tinta vermelha. Abaixo, vemos o pequeno balão em tom de roxo, é carregado de significados que ressoam de acordo com as experiênciasúnicasdecadaespectadoremrelaçãoaoamor.
o observar o balão, é importante notar as ondas que o cercam, as quais representam as ondas sonoras da Sonata n° 23, Op. 57 "Apassionata" em Fá Menor, uma composição magistral de Beethoven. Essa sonata é de grande importância na história do amoreacrescentaumadimensãomusicaleemocionalprofundaà obra.
"Beethoven Love" nos convida a contemplar a complexidade e a riqueza das emoções humanas, particularmente o amor, por meio deumafusãodeelementosvisuaisemusicais.Éumaobraquenos transportaparaumreinodepaixãoesentimento,ondeasnuances eaintensidadedoamorsãoexploradasdemaneiraúnica.
Meutrabalhoartísticoéumatentativadeexplorarascamadasdas questões complexas e profundas da sociedade por meio de composições visuais e design contemplativo para enriquecer a compreensãoeareflexãosobreostemasquenosimpactam.
Alex Körner
«Tons de Amor: A Fusão Artística e Musical em 'Beethoven Love'»
Nesta composição, a narrativa universal do amor se desenha em um balão imerso em tinta vermelha, com intervenções digitais. O amor é central, destacando-se no balão que navega em tons de vermelho. Abaixo, umbalãoroxocarregasignificadosdiversos,ressoandonasexperiênciasúnicasdecadaespectadorsobre o amor Ao observar o balão, as ondas ao redor representam a Sonata n° 23, Op 57 "Apassionata" de Beethoven,adicionandodimensãomusicaleemocionalàobra.
«BeethovenLove"convidaàcontemplaçãodascomplexidadesdasemoçõeshumanas,sobretudodoamor, mesclando elementos visuais e musicais. Transporta-nos a um reino de paixão, explorando nuances e intensidadesdoamordemaneirasingular.
A assinaturade Alex Körner nesta obra revela uma fusão notável entre arte visual e musical. Sua habilidade em mergulhar nas profundezas das emoções humanas, aliada a uma trilha sonora cuidadosamente escolhida, cria uma experiência estética que rompe limites convencionais. "Beethoven Love" destaca-se comoumajornadasensorial,convidandooobservadoraexplorarascomplexidadesebelezadosentimento humano.
AdrianaScartaris
ALEX KÖRNER
«Beethoven Love»
Fotografia | impressão em papel Canon
FineArt com um vidro anti-reflexivo alemão com moldura branca de gesso de laca branca | edição limitada de 3/48
Unidades + 2 PA (para o artista) 90x90cm | 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Se liquefez»
ALEXIA TOMAZETTI
Sendotãoatravessadapordiferentessentidos,vejoa construção da sexualidade feminina como bastante subjetiva, construída no individual com o próprio corpo, por mais que não se tenha controle da forma quevaiserlidopelooutro.
É uma expressão da própria subjetividade e as construçõesquevãoseestabelecendocomocorpoe asnoçõessubjetivasdefeminilidade.
E para mim a sexualidade é liquida, toda a expressão do feminino se dá com essa liquidez, daquilo que escapa e da própria expressão do gozo, do transbordar e de como ela se escorre por qualquer brecha, porque não é algo que se pode ter pleno controle,éalgoqueescapaaoconcreto.
Alexia Tomazetti
«Sensualidade em Fluxo: Desvendando as Camadas Líquidas de 'Se Liquefez'»
Na obra "Se Liquefez", a autora mergulha nas complexidades da sexualidade feminina, revelando-a como umaconstruçãoprofundamentesubjetiva,mescladanotecidodocorpo.Éumaexploraçãoqueultrapassao controlesobrecomoéinterpretadapelooutro,ressaltandosuanaturezafluidaepessoal.
Asexualidade,paraaautora,assumeumaformalíquida,umamanifestaçãodofemininopermeadaporessa fluidezdaexpressãoapresentadacomoumfenômenoqueescapaaoslimitestangíveis,umarepresentação dogozoedotransbordar.Aobrasugereumavisãodasexualidadecomoalgoqueseescoaporentrefendas e frestas, escapando ao domínio absoluto, desafiando a noção de controle pleno sobre esse aspecto tão íntimo.
Na abordagem de "Se Liquefez" ressoa com a ideia de que a sexualidade é algo que se escapa ao concreto, uma experiência que transcende fronteiras rígidas. A própria essência da obra sugere um convite à contemplação das camadas líquidas e mutáveis da feminilidade, convidando o espectadora mergulhar nas nuancesdeumaexpressãoquesereveladeformaúnicaparacadaobservador.
AdrianaScartaris
ALEXIA TOMAZETTI
Aquarelasobretela | 100x100cm | 2023
«Ronoré – mamãe grande (107anos)»
ALIXA
Esta pintura visa interpretar a fascinante mulher que com seu espírito vigoroso conseguiu unir e manter existindo o grupo Gavião, o qual foi bastante massacrado pelo colonialismo cultural e geopolítica dos ditos humanos, defensores dos direitos econômicosbrasileiroseamazônicos.
O grupo Gavião de três localidades, pois eram inimigos e por isso estavam estrategicamente separados — os da montanha, os do rio e os do Oeste do Maranhão. A por política grosseira dos humanos brasileiros letrados juntou todos pelo dístico GAVIÃO
em uma reserva chamada Terra Indígena Mãe MariaTIMM. Houve muitas resistências, muitas mortes e foramdrasticamentereduzidos.Sobraramapenasos que cederam à imposição política brasileira. Daí o papel da indígena RONORÉ, cujo papel importante no períodoemque,devidoàsmortespelasmatançasdos brancos e pelas severas doenças dos adultos (pais), as crianças acabavam por ficar órfãs e Ronoré as adotava,porissoforachamadadeMamãeGrande.
Esta tela representa os signos da tradição dos Gaviões: na mão de Ronoré está o mapa da reserva TIMM, as flechas a tecnologia indígena, os olhos da anciã de 107 anos, o grafismo é o símbolo da pintura corporalgavião.
Minha pintura em acrílica tem em vista mencionar toda a tragédia. Busco, ao mesmo tempo, construir uma plasticidade emocionante que ressalta o sentimentodopovoecapturadoolhar doespectador para sentir a tristeza, a alegria, a dor e a esperança que conforta o grupo Gavião, ao se integrar na sociedadeamazônidaorientalnosudesteparaense.
Alixa
«Ronoré — Mamãe Grande (107 anos): Entre a História e a Resiliência.»
Alixa,pormeiodesuaobra“Ronoré—MamãeGrande(107anos)”,teceumanarrativacomobjetivoderevelar a história do grupo Gavião, esculpida pela cruel mão do colonialismo cultural. Nas últimas décadas, a trajetória dos “indígenas Gavião”, outrora inimigos estrategicamente separados, agora unidos na reserva TIMMpelapolíticabrasileira,foimarcadaporperdadeidentidadeedrásticareduçãodeseusindivíduos.
Ronoré,figuracentral,chamadadeMamãeGrande,emergecomoopilarderesiliênciadogrupo.Napalmade sua mão aberta o desenho do mapa da reserva, símbolo da luta pelo território ancestral, ao lado de quatro flechas que representam a tecnologia indígena na arte de construir ferramentas de caça e defesa. Os grafismos indígenas no segundo plano, remanescentes da pintura corporal, preservam a identidade dos Gaviõesdiantedaimposiçãocultural.
Aprofundezadatragédiaecoanapinturaemtonsterrososenaturais,enquantoosolhosdeRonoré,naparte superior,transcendemotempo,homenageandoaanciãde107anos.
Alixa utiliza a acrílica não apenas para retratar a história dolorosa, mas para criar um registro, uma janela paraaalmadopovoGavião Atristeza,aalegria,adoreaesperançasãoentrelaçadas,capturandooolhardo espectador e convidando-o a sentir a complexidade das emoções que ecoam na sociedade amazônida orientalnosudesteparaense.
Ronoré, a Mamãe Grande, que hoje tem 107 anos, desempenhou papel fundamental durante o período da dura adaptação à convivência de grupos inimigos imposta pela demarcação de terras e adotou as crianças órfãs,queperderamseuspaispormatançasedoenças.
O tema da exposição, “A Flor Nascida na Fresta do Asfalto”, encontra em Ronoré sua personificação — uma florquebrotanafrestadadestruiçãoeperdadeidentidade.
AdrianaScartaris
«Ronoré – mamãe grande (107anos)»
acrílicasobretela | 100x100 | 2023
«Romper pra não morrer» ANA DE ANDRADE
Trabalhei com camadas. Visitei-me nas mulheres ancestrais que herdei, que sou. Intimidade de tules, organzas. Leveza escondida. Comagulhaelinharompiacamada asfáltica delas. Fortes, íntimas, guerreiras, ordeiras, feiticeiras, tidas como prisioneiras de babados fartos. Criaram asas, voei junto. Um corte, entranhas estranhas, horizontes Romperpranãomorrer.
Deixoirasmulheresancestraisquemoramemmim
Deixoirosarrepiosdenoitessecas
Deixoirasferidasinseparáveis
Deixoirapelealvasemcheiro
Deixoirossorrisosamarelos
Deixoirasvarandaseternas
Deixoirasolidãodetardessalgadas
Deixoiraspalavras ocas
Deixoirasflores
Deixoirosbe osimagináveis
Deixoirroupasevarais
Deixoirosangueancestral
Deixoiracamadaasfálticadoschoros
Deixoir,nemquecicatrizfique.
Libertootempoemmim.
Romperpranãomorrer.
AnadeAndrade
«Ruptura Ancestral: A Narrativa Visual em Camadas»
Em"Romperparanãomorrer",AnadeAndradeteceumanarrativavisualquecruzaasfronteirasdotempoe da ancestralidade. Com habilidade de trabalhar camadas, a artista se conecta com as mulheres ancestrais quecompõemseuser,revelandoumaintimidadesutil,entrelaçadanatransparênciadetuleseorganzas. A leveza, muitas vezes oculta, é desvelada através do rompimento da "camada asfáltica", uma metáfora visual de resistência e renovação. As mulheres retratadas emergem como figuras fortes, íntimas, guerreiras,ordeirasefeiticeiras,desafiandoestereótiposqueaslimitamababadosfartos.
O corte preciso, as entranhas expostas e os horizontes abertos sugerem um ato de coragem, uma necessidade de romper para não sucumbir. A obra convida a um voo conjunto, uma liberação das amarras ancestrais para explorar novos caminhos. Revela o processo de deixar ir em uma despedida simbólica das camadas que compõem a identidade As palavras ecoam como um ritual de libertação, onde feridas, sorrisosamarelos,solidõeseatéosanguesãosoltosnoventodoesquecimento.
É uma jornada visceral, onde cada elemento descartado é uma declaração de independência, uma emancipaçãodopassadoparapermitiroflorescimentodopresente Acicatriz,testemunhadorompimento, se torna um símbolo de transformação e resiliência que convida o espectador a contemplar a coragem de rompercomopassadoparaabraçarumfuturoaindapordesvendar.
AdrianaScartaris
ANA DE ANDRADE
«Romper pra não morrer»
«Romperpranãomorrer»
Bordado sobre tule/camadas sobrepostas detule | 114x114cm 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Como as Rosas» ANGELA CANABRAVA B.
Nesta composição Frida Kahlo se apresenta, mulher intensa, destemida e encantadora.Sua vida e uma bandeira libertária e transformadora para mulheres de seutempoeparatodasnósatéosnossosdias.
A obra "Como as Rosas" fala de irreverência e rebeldia. Independente da época, isso move a juventude. Ela questiona valores e regras estabelecidas. A postura revela irreverência necessária para que mudanças aconteçam.
Fridavivecomtantaintensidadequenosdávontadede seguir em frente e transformar o mundo que vivemos paramelhor,paranóstodoseparaasfuturasgerações, poderia ser confundida nas ruas de uma metrópole em 2023, totalmente integrada, sem medo de enfrentar a vidaeprontaparatransgredir,quemavêassimnãotem dúvidaquedaráavoltaporcimaemtodasaspeçasque a vida lhe pregar.“Não sou calma; sou fogo, vivo, sou cor,eusouessência,eusouprazer,eusourebeldia.
Eu sou instinto, sou pele, sou revolução. Eu posso ser tudo, menos calmo” Frida Kahlo Frida não fica na história, ela faz história e chega aos dias de hoje despojada, sem maquiagem, onde a roupa confortável permite desenvoltura necessária para o agir da mulher contemporânea. Não importa o tempo, sempre teremosFrida.
Angela Canabrava B.
«Frida
Kahlo: Como as Rosas da Irreverência Florescem
na Contemporaneidade»
"Como as Rosas" é uma homenagem visual à intensidade, destemor e encanto singular de Frida Kahlo, uma mulher que se desenha como uma bandeira libertária, reverberando sua transformadora influência desde os tempos passados até nossos dias. Mais que um retrato, a obra mergulha na essência da irreverência e rebeldiaquecaracterizamavidadestaicônicaartista.
Frida, na composição, questiona valores e regras estabelecidas, revelando uma postura de irreverência necessária para instigar mudanças. Essa atitude, atemporal, ressoa como um chamado à juventude, um conviteparadesafiarasnormasemoldarumfuturomaisvibranteeinclusivo.
AintensidadecomqueFridavive,capturadanestaobra,despertaodesejodeseguiradianteetransformaro mundo para melhor. Seu retrato, atual e atemporal, poderia se confundir com uma figura contemporânea, integradaedestemidaemmeioàagitaçãodeumametrópoleem2023.
A citaçãomarcante de Frida,"Nãosou calma; sou fogo, vivo, sou cor, eu sou essência,eu sou prazer, eu sou rebeldia. Eu sou instinto, sou pele, sou revolução. Eu posso ser tudo, menos calma," ecoa como um mantra de empoderamento. Frida não é apenas parte da história; ela é a própria construção histórica, persistindo despojadaeautênticaatéosdiasatuais.
ArepresentaçãocontemporâneadeFrida,semmaquiagemevestidacomconforto,personificaamulherdo séculoXXI:desenvolta,corajosaeprontaparatransgredir.
AdrianaScartaris
ANGELA CANABRAVA B.
«Como
as Rosas»
Fineart | 80x80cm | 2023
A Flor e a Náusea
Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias, espreitam-me. Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse.
[...]
«Resistência Amazônica»
CHRIS ACYOLI
A natureza, comumente chamada de Mãe Natureza, remete- nos ao processo de fecundidade feminino. Por vezes, em muitas narrativas, esquecemos de lembrar da bravura e até da ferocidade desta guerreira terra. A peça "Resistência Amazônica", foi confeccionadaemplenaqueimadadaAmazôniaem 2020, como um grito eloqüente e feroz de mãe, que promete resistir bravamente à destruição da mata, e nos lembra que a natureza numa hora se restabelece.
O equilíbrio um dia será restaurado, com ou sem a intervenção do homem - só que, no avanço que estamosindocomadestruição,eseminterferirmos
concretamente para retroceder, ela se restabelecerá sem que estejamos mais aqui para vivenciarmosisso.
Você já pensou em sua parte nesse processo? necessáriaparaoagirdamulhercontemporânea.
Chris Acyoli
«Renascimento
pelo fogo: O Testemunho da Bravura Materna da Natureza»
Aescultura,gestadaemmeioaocaosdasqueimadasnaAmazôniaem2020,éumtestemunhoeloquenteda tenacidade materna da natureza. Chris Acyoli entrelaça a narrativa como um grito audacioso da Mãe Terra, dispostaaresistirincansavelmentecontraavoracidadedadestruiçãoqueaassola. É imprescindível ressaltar a ausência de membros e cabeça no corpo feminino esculpido em cerâmica, erguidosobreumtroncocarbonizado.Estesimbolismoecoaaconexãoíntimacomaterra,destacandonão apenas a fertilidade, mas a bravura intrínseca da natureza. A ausência de braços e cabeça transcende a visãoconvencionaldafeminilidade,evocandoumaforçavisceraleatemporal.
Das entranhas do tronco queimado, flores e plantas emergem, testemunhando a resiliência que brota da destruição. Acyoli tece a metáfora do renascimento, não como uma promessa, mas como uma inevitabilidade A queimada,materializada nosresíduos ao redor do corpoesculpido, torna-se uma cicatriz cruadabatalhatravadapelanatureza.
O artista, em sua análise perspicaz, instiga-nos a contemplar nosso papel nesse épico. A obra não apenas denuncia a degradação ambiental, mas convoca a reflexão sobre a responsabilidade da mulher contemporânea no desvelar da tragédia. A escultura transcende o estigma do ambientalismo, emergindo como um chamado à ação feminina, uma súplica para que cada mulher reconheça sua parcela no tecido da natureza.
"ResistênciaAmazônica"éummanifestoartísticoquereverberaaurgênciadenossotempo.
AdrianaScartaris
CHRIS ACYOLI
«Resistência Amazônica»
Cerâmica, Esmaltada em Raku, sobre trinco de árvore queimado, com resíduos dequeimada | 65cmX17cmX37cm
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Assurini» CLAUDIA BASSETO
A arte gráfica dos Asurini do Xingu é representada emdiferentessuperfícies,estapopulaçãoindígena, especialmente, se caracteriza pela pintura corporal.
Até o contato com o branco na década de 70, a pintura corporal foi o principal meio de expressão da arte gráfica Asurini. A partir desse contato, os desenhos foram também aplicados em cerâmica e cestaria como forma de troca e comercialização dos produtos, além de ser uma maneira de identificaçãoespecíficadessesindivíduos.
Os desenhos geométricos compreendem diferentesformasefazempartedeumprocessode elaboração de imagens desenvolvidos desde a infância,quetraduzemorepertóriodecadaum As mulheres Asurinis desempenham um papel de extrema importância na sua comunidade, pois a pintura corporal é uma função exclusivamente feminina, a mulher pinta o corpo dos filhos e do marido, em ocasiões especiais de rituais, danças e cerimonias.
A menina aprende a técnica do desenho com sua mãe ou irmã mais velha, praticando os exercícios artísticos no próprio corpo, em alguns casos, além dos desenhos tradicionais, desenvolvem um repertórioindividual.
As formas abstratas com as quais se realiza a geometrização do espaço, referem-se a três elementos importantes: a natureza, a cultura e o sobrenatural. A divisão do corpo em áreas para a realização da pintura é feita sem desenho prévio, sem rascunhos ou medidas de algum sistema métrico
Os signos visuais marcados no corpo com tinta à base do fruto do jenipapo verde, obedecem a critérios como sexo, idade e atividade que determinam as categorias sociais e, permanecem nocorpoporcincodiasoumais.
A autonomia das representações plásticas nas sociedades indígenas são a expressão da representação de um grupo, e compreendem o estilo específico de uma cultura, mas estão ameaçadasenquantoarteesociedade.
Buscar na imperfeição, na ação do tempo e na inconstância do uso dos materiais, talvez seja o meu maior desafio. Pensar no desenho como forma de representação acadêmica, me impulsionou a criar metáforas, simulacros da linguagem visual, onde o desenho se mistura com a colagem. Num jogo visual misturar, texturas, desenhosecolagem.
Até onde o desenho representa o real? E o que é real?Qualaorigemdodesenho?
Na procura por essas respostas, pesquisei a arte pré-histórica, as pinturas rupestres e, principalmente, as populações indígenas no Brasil, suas características, seus grafismos, sua culturaecrenças.
Utilizo o desenho, as linhas, as texturas e os entrelaçamentos, trabalhando diretamente na madeiranãosomentecomosuporte,masparteda composição. Desenhar, escavar e registrar a importância da simbologia indígena como forma deretornoasnossasverdadeirasorigens.
Reconhecer as pinturas corporais das mulheres Asurini, neste trabalho, foi trazer à tona as questões das tradições culturais e das nossas verdadeiras raízes. A pintura corporal realizada por essas mulheres/artistas compreende um conjunto de significados que vão além da estética e da cultura, é uma maneira de enxergar e entender, em sua plenitude, a natureza humana emsuaformamaisnaturalecrua.
Claudia Basseto
«Tradição Viva: A Expressividade das Pinturas Asurini»
A obra, inspirada nas pinturas corporais das mulheres Asurini do Xingu, revela-se como uma jornada profunda na expressividade gráfica e cultural dessa comunidade indígena. A artista Claudia Basseto mergulha nas tradições, capturando a essência da geometria e dos símbolos que adornam o corpo dessas mulheres.
Marcada por desenhos geométricos e formas abstratas, a pintura corporal é meticulosamente transmitida de mãe para filha, incorporando-se ao repertório artístico individual. A autonomia dessas representações plásticas é um eco da identidade cultural e social das Asurini, entrelaçada com a natureza, cultura e o sobrenatural.
Ao explorar a complexidade e significado por trás desses grafismos, a artista encontra inspiração na imperfeição, na ação do tempo e na inconstância dos materiais. A transição do desenho acadêmico para metáforas visuais, onde desenho se mistura com colagem, cria uma narrativa visual que desafia a noção convencionaldoqueéreal.
A pesquisa da artista, que abrange desde arte pré-histórica até as tradições indígenas brasileiras, resulta emumaobraqueconvidaparacompreendermoseapreciarmosasriquezasdasculturasoriginárias.
AdrianaScartaris
«Assurini» CLAUDIA BASSETO
Carvão, pastel seco e colagem de folha de bananeira sobre madeira | 80x110cm | 2023
«Ressurgente»
CRIS MARCOS
As imperfeições, fissuras e texturas são as "cicatrizes" dessa peça, narrativas silenciosas das histórias que ela acumulou ao longo de sua criação. As pressões na modelagem, impactos, movimentos, calor, transformam-se em metáforas de reprodução, renascimento, força e vida. Comparada a uma flor que ousa romper os padrões convencionais, destaca-se ao enfrentar as restrições e adversidades que permeiam seu caminho.
A obra procura também evidenciar a ideia de que a beleza se intensifica com o passar do tempo, assim como a incorporação do universo masculino por características culturalmente relacionadas ao feminino. A sensibilidade emerge como um elemento crucial, destacando-se na criação artística. Habilmente, ela transforma a fragilidade humana em uma expressão única e incomparável Nesse cenário, a arte desafia padrões preestabelecidos e reflete a diversidade humana.
A obra conversa com o processo da resistência da arte que se configura como uma rebelião contra a linearidade do tempo, um eco persistente que desafia a colonização do efêmero pelo eterno. Em um contexto que transcende os limites da estética, a resistência da arte revela-se como um testemunho da complexidade da existência, da beleza que floresce nas adversidades e no tempo. Este fenômeno revela o poder transformador presente na sensibilidade, fragilidade e envelhecimento.
Cris Marcos
«Ressurgente:
Uma Odisseia Visual através da Resistência, Fragilidade e Transformação»
"Ressurgente" emerge como uma narrativa visual entrelaçada por imperfeições e texturas, as cicatrizes silenciosas das histórias acumuladas. Cada fissura, cada pressão na modelagem, tece uma metáfora de reprodução, renascimento e resiliência. Como uma flor que desafia padrões, a obra destaca-se ao enfrentarasadversidadesquemoldamsuaconstrução.
A busca pela intensificação da beleza com o tempo ecoa na essência da obra, assim como a fusão do universo masculino com traços culturalmente femininos. A sensibilidade, elemento central, transmuta a fragilidadeaodesafiarpadrõespreestabelecidos,torna-seumespelhodadiversidadehumana.
"Ressurgente" ressoa com "Resistência da Arte", rebelando-se contra a linearidade do tempo, uma manifestaçãopersistentequedesafiaacolonizaçãodoefêmeropeloeterno.Numcontextoquetranscende a mera estética, essa resistência revela-se como testemunho da complexidade da existência e da beleza que floresce nas adversidades e no tempo. Este fenômeno destaca o poder transformador intrínseco à sensibilidade,àfragilidadeeaoenvelhecimento.
AdrianaScartaris
«Ressurgente» CRIS MARCOS
Escultura manual em Cerâmica de Alta Temperaturacoloridacomumamisturade corantes e esmalte em pó, queimada em 1220º - cone 6 | 22 cm altura x 31 cm diâmetro(aprox.) | 1,645Kg(aprox.) |2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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DANILO BATISTA «Flower Power»
Essa obra faz parte de uma série há anos em desenvolvimento, por ora chamada "Blooming People", onde mesclo paisagens e retratos, tentando criar visões "do universo não dito", antever o que os retratados escondem ou não tiveram oportunidade de passar somente pelo clique.
No caso dessa obra, "flower power", acredito que a foto trata das cores e da resistência que a gente segue mantendo, e floresce dentro da gente, apesar de às vezes termos de manter a aparência dura por fora, numa sociedade que nos exaspera.
Danilo Batista
«Florescendo Além do Olhar: A Beleza do 'Universo não Dito'»
Ao se deparar com a obra “Flower Power”, imersa na série “Blooming People” de Danilo Batista, é inevitável não se envolver pela densidade das cores e pela poética que emerge de cada pixel cuidadosamente capturado Nesta série, o artista entrelaça paisagens e retratos, desafiando a superfície visível para explorarum “universo nãodito”. É uma jornada paraantever o que se escondeportrásdo clique, revelando camadasocultasdaexistência.
“Flower Power” trata-se de um retrato hipnotizante de uma jovem mulher negra, cujos olhos, grandes e penetrantes, fixam-se no espectador com uma atenção que desafia o observador a adentrar os recantos mais profundos de sua alma. A expressão carrega consigo tanto poder quanto indagação, criando um diálogosilenciosoentreaobraequemacontempla.
A fusão artística entre a figura feminina e as flores coloridas é notável. O rosto, os cabelos volumosos e o colo são meticulosamente entrelaçados com pétalas e cores vibrantes. Cada detalhe parece revelar uma narrativaoculta,comoseaprópriapeledaretratadafosseumcampofértilondearesistênciafloresce.
A simbiose entre a beleza da jovem mulher e a eflorescência das flores é um testemunho visual da resiliência humana. Em um mundo que muitas vezes exige uma aparência dura, “Flower Power” destaca a capacidade de florescer internamente, mantendo a vitalidade apesar das adversidades. A obra é um convite para desvendar a complexidade da experiência humana e reconhecer a força que reside nas profundezasdecadaindivíduo.
AdrianaScartaris
DANILO BATISTA
«Flower Power»
Edição e mesclagem em fotografia digital impressaemHDF | 90x60cm
«Rastros de Conquistas»
EDSON RAPOSEIRO
No palco da vida, a mulher se destaca como uma obra de arte singular, envolta por um cenário de preconceitos, limitações e machismo. Como uma flor desabrochando em um solo árido, sua força, beleza e criatividade são como raios de luz em meio à escuridão de expectativas e restrições impostas.
Seu caminho é delineado por uma sociedade que muitas vezes subestima seus talentos e restringe suas aspirações.
Enquanto o mundo impõe limitações e desafia sua presença, ela responde com determinação e resiliência. Sua voz, por vezes silenciada, ecoa como um grito de liberdade, sua presença desafia os paradigmas e sua coragem ilumina os caminhos daqueles que ousam seguir adiante.
Apesar dos desafios, das barreiras e das estruturas que ainda tentam contê-la, a mulher persiste, caminhando com passos resistentes rumo ao horizonte. Ela carrega
consigo a convicção e a determinação de que seu potencial é ilimitado, de que seu caminho é de possibilidades infindáveis.
Cada passo, cada desafio enfrentado, deixa marcas indeléveis, rastros de conquistas que não apenas marcam o chão, mas também inspiram gerações presentes e futuras. Elas sinalizam que a estrada pode ser árdua, mas é possível avançar. São inspirações que reverberam no presente, impulsionando outras mulheres a trilharem seus próprios caminhos, acreditando na força de suas jornadas e na capacidade de deixarem suas próprias marcas no mundo.
No coração dessa mulher, reside o poder de ser o santuário da vida, um oásis de luz em meio à escuridão. Seu ventre abriga a semente da esperança, seu amor nutre a promessa de um amanhã mais inclusivo, mais justo.
Edson Raposeiro
«Rastros
de Conquistas»: A Mulher como Farol de Resistência e Esperança
"RastrosdeConquistas"traduzapoéticadeEdsonRaposeiroemumatelarepletadesimbolismoeresistência. A mulher é retratada como um ser singular, enfrentando um cenário de preconceitos e limitações. Como uma flor audaciosa em solo árido, ela irradia força, beleza e capacidade de criar, rompendo a escuridão das expectativaserestriçõesimpostas.
O caminho da mulher é delineado por uma sociedade que muitas vezes subestima seus talentos e restringe suas aspirações, mas sua jornada é marcada pela determinação e resiliência. Diante das limitações, ela responde com um grito de liberdade, desafiando paradigmas e iluminando os caminhos daqueles que a seguem.
Apesar dos desafios, a mulher persiste, avançando com passos resistentes em direção ao horizonte de possibilidades infindáveis. Cada desafio enfrentado deixa marcas indeléveis, rastros de conquistas que não apenasmarcamochão,mastambéminspiramgeraçõespresentesefuturas.
Nocoraçãodessamulherresideopoderdeserumsantuáriodavida,umoásisdeluzemmeioàescuridão.Seu ventreabrigaasementedaesperança,seuamornutreapromessadeumamanhãmaisinclusivoejusto.
AdrianaScartaris
«Rastros de Conquistas» EDSON RAPOSEIRO
Óleo sobre tela | 130 x 90cm | 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Ela é feia, mas é Flor» ERICA BRUNO
O nome da obra não só remete ao seu título, mas utilizo o verbo ‘SER’(é), no sentido de pertencimento, vida,algoqueserelaciona.
Essa ‘Flor’ não é bruta, bruto é o caminho no qual percorremos Não nos deixamos influenciar pelo ambiente,anossaessênciaéFlor.
Asertanejacomcestodefloresnesseambienteduro, ressequido e inóspito, é a representação dos valores que ela carrega consigo, a beleza, a gentileza, o carinho, o cuidado e a maternidade. O pássaro, é a simbolização da nossa inteligência, da sabedoria, da leveza, do divino em nós, a nossa alma, a nossa liberdadeeamizade.
Essa mulher simples, de feições já cansadas na defesa da vida, persiste nessa brutalidade, lutando porsuaexistência.
O caminhoque a mulherenfrenta nãoé fácil,algumas vezes acompanhada, outras, solitária, mas mesmo diante de grandes obstáculos não desistimos e ainda deixamosnossadocilidade aolongodessecaminhar.
Erica Bruno
«Ela é feia, mas é Flor»: Reflexões sobre Essência e Resistência na
Arte de Capturar a Vida
“Ela é feia, mas é Flor” engrandece sua essência além do título, mergulhando na profundidade do 'SER', evocandopertencimentoevida.Aobranãoapenasretratauma“mulher-flor”,masconvocaareflexãosobre oquesomos,nossarelaçãocomoambienteearesiliênciadiantedoscaminhosásperos.
A figura da sertaneja, carregando um cesto de flores em um cenário ríspido, traz para o primeiro plano uma representaçãointrínsecadevaloresarraigados.Essamulher,apesardoambienteduroeinóspito,encarnaa beleza, gentileza, carinho, cuidado e maternidade. O pássaro, símbolo de inteligência e sabedoria, representaalevezaeadivindadeinterior,aalma,liberdadeeamizade
A mulher retratada, com feições cansadas, defende tenazmente a vida em meio à brutalidade do caminho, na obra que capta não apenas a luta pela existência, mas também a capacidade de manter a docilidade ao longo desse árduo caminhar As feições já marcadas pela vida contam histórias de resistência, e a escolha de representar a mulher que espalha flores sugere que, mesmo em condições adversas, nossa essência é comoumaflorquedesabrocha.
Adualidadeentreaasperezadoambienteeadelicadezadasfloresreforçaamensagemdequeaverdadeira belezaresidenacapacidadedefloresceremmeioàadversidade.
AdrianaScartaris
«Ela é feia, mas
é Flor» ERICA BRUNO
Acrílica sobre tela | 120 x 100cm | 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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A Flor e a Náusea
Carlos Drummond de Andrade
[...]
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Vomitar este tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
[...]
«Vaidade mutiladora»
GISELLE RONCADA
VaidadeMutiladoraépartedeumasériedesenvolvida com foco no universo feminino e através da qual pretendi evidenciar o colo e seios femininos com medidas perfeitas, porém, oco, mostrando o vazio que a vaidade, exacerbadamente, cobrada por padrõesimpostossocialmente,trazparaasmulheres e, ao mesmo tempo, como a mulher se mutila para suprir essa exigência, mutilação traduzida nos recortesdopescoçoebraços.
O elo entre as 3 obras da série (Vaidade Mutilante, Útero da Terra e Artérias do Mar), além do universo feminino e o fato da mulher ser capaz de se superar, brotando e desabrochando estando em solo árido ou fétil, está na técnica de pintura com esmaltes e óxidos, na massa cerâmica marfim trabalhada com espessuras e tons diferentes a partir dos mesmos esmalte e óxidos em cada peça, mostra que, em momentos diferentes, estamos mais fortes ou mais fracas,maisintensasoutênues.
Giselle Roncada
«Reflexões Esculpidas: Os Desafios da Vaidade
na Contemporaneidade»
Vaidade Mutiladora” se inscreve como uma escultura provocativa que integra uma série eloquente sobre o universofeminino,criadaporGiselleRoncada.
A obra focaliza o colo e seios femininos, esculpidos com proporções perfeitas, no entanto, revela um vazio interno. Este vazio simboliza a pressão avassaladora da vaidade, imposta pelos padrões sociais, que limítrofe, pode induzir a uma mutilação voluntária para atender a essas expectativas, como sugerem os recortesmarcantesnopescoçoebraços.
A obra traduz a complexidade da experiência feminina através da escultura, criando não apenas uma obra visual,masumanarrativaricaemsimbolismo.Arepresentaçãodavaidadecomoalgooco,combinadacom os elementos de mutilação, ressalta os desafios enfrentados pelas mulheres na busca incessante por padrõesinatingíveisdebeleza. Aomesmotempo,avariaçãotonalsimbolizaanaturezafluidaedinâmicada feminilidade,comsuasforçasefraquezas.
“Vaidade Mutiladora” pode ser um espelho para as lutas e triunfos das mulheres na sociedade contemporânea,umaexpressãoartísticaqueconvidaàreflexãosobreascomplexidadesinerentesàbusca pelaperfeiçãoeaceitaçãoemummundoquetantoquestionaoscorpos.
AdrianaScartaris
GISELLE RONCADA
«Vaidade mutiladora»
Massa cerâmica marfim da Pascoal, esmaltes, óxidos e base de mármore, q u e i m a d e a l t a t e m p e r a t u r a aproxim: Larg 35cm, Alt 20cm, Prof 22cm
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Amália, Uma voz e o Fado»
IOLANDA TEIXEIRA
“Amália Uma voz e o Fado, Amália Rodrigues sintetiza emsitodoosimbolismoetodaacargaemocionalque envolveoFado,principalmenteoFadoLisboeta.
A sua vida foi um exemplo de constante afirmação e coragem, capacidade de ultrapassar obstáculos e adversidades e uma constante busca da perfeição artística,dainovaçãodoestilofadistaedasuperação de todas as adversidades que a vida lhe trouxe. O fundo negro de uma vida de dificuldades, iluminado pelo colorido da fama e pela panóplia sonora e cromáticadoFadoedaguitarraportuguesa.
O cantar de olhos fechados, introspecção que faz adivinhar o sofrimento da saudade, do amor não correspondido, da distância, da separação, mas também da antecipação da alegria e o rever dos momentos felizes que nos dão força para seguir em frenteinexoravelmentenosentidovida,queésóum.”
Iolanda Teixeira
«Melodia
da Alma: A Homenagem Emocional à Voz Única de Amália Rodrigues»
"Amália, Uma Voz e o Fado" é uma homenagem viva a Amália Rodrigues, uma verdadeira embaixadora do FadoLisboeta.IolandaTeixeira,pormeiodesuaobra,capturaaessênciaeacargaemocionalqueenvolvem avozinigualáveldafadistaeaprofundidadedoestilomusicalaoqualdedicouasuacarreira.
Retratadacomolhosfechados,sugereumaintrospecçãoprofunda,umaconexãovisceralcomasemoções que canta. O fundo negro simboliza as dificuldades da vida, enquanto o colorido vibrante reflete a fama e a riquezacromáticaesonoradoFado,especialmenteaguitarraportuguesa.
A vida de Amália Rodrigues, marcada por obstáculos e coragem, é recriada artisticamente. Sua busca incessante pela perfeição artística, inovação no estilo fadista e superaçãode adversidades são elementos expressos na obra. Os momentos de sofrimento, saudade e amor não correspondido são sugeridos pela expressão facial e pelo cantar de olhos fechados, revelando uma alma mergulhada nas profundezas emocionais.
"Amália, Uma Voz e o Fado"não retrata apenas a tristeza e a melancolia, mas também antecipa a alegria e reverenciaosmomentosfelizes.Amália,mesmodiantedasadversidades,simbolizaacapacidadedeseguir adiante,vencendootempoeospadrões,celebrandoaforçadavoz,comacontribuiçãoúnicaparaamúsica eculturaportuguesas.
AdrianaScartaris
IOLANDA TEIXEIRA
«Amália, Uma voz e o Fado»
Arte digital impressa sobre HDF (High DensityFiberboard) | 90x60cm | 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Cubo Mágico»
JAYME
GUERRA
A escultura intitulada "Cubo Mágico" materializa a essência da minha expressão artística, refletindo a pesquisademateriaisnãoconvencionais,osdesafios inerentes à construção de uma obra tridimensional e a complexidade psicológica de cada indivíduo, que buscoexpressar.
Cada cubo que compõe a obra apresenta nas suas faces, símbolos oriundos de diversas culturas, com intuito de representar os mistérios do pensamento individual.Expressosdemaneiramultifacetada,sãoa representação de experiências vividas ao longo de nossas existências, como marcas na alma, as quais vejocomocomplexasfiligranas.
Pretendo, com as representações variadas, emergentes do aparentemente inexistente, suscitar umaponderaçãosobreosignificadoessencialdetais elementos e, ao mesmo tempo, fomentar a imaginaçãodoespectador.
Nestecontexto,deliberadamente,deixoumasériede questões em suspenso, com o intuito de estimular interpretações individuais e ressaltar a noção de que adefiniçãoabsolutaéumafantasia.
Jayme Guerra
«Amálgama Multifacetada: Infinitos Matizes Coletivos que Moldam a Compreensão Individual»
A escultura intitulada “Cubo Mágico”, de autoria de Jayme Guerra, destaca-se pela complexidade de sua composição. Cada cubo que compõe a obra revela-se como elemento importante de um mosaico simbólico, incorporandoumagamadiversificadadeíconesprovenientesdediferentesculturas.Estaamalgamavisualéhábil emsugerirascomplexidadesinerentesàsexperiênciashumanasaolongodotempo.
Ao desafiar as convenções materiais, o artista demonstra seu comprometimento com a pesquisa voltada para a compreensão das complexidades históricas, físicas e psicológicas. Os cubos, com suas variadas representações, convidamoobservadoraumareflexãoaprofundadasobreosinfinitosmatizesdopensamentocoletivo,delineando marcasindeléveisquemoldamacompreensãoindividual.
A representação multifacetada dos símbolos, incita o espectador a considerar o significado essencial de cada um desses elementos. Guerra, ao desafiar definições rígidas, propõe uma série de questionamentos, fomentando a reflexãosobreanaturezasubjetivadacompreensão.Serápossívelatingiracompreensãodanaturezahumanacom tantoscódigosjuntos?
Osolhoscompartilhadospelasfacescoloridasseapresentamcomoobservadoresdesafiadores,guardiõesdeuma verdadedesenhadanamentedecadacontempladorequejamaisseráabsoluta.“CuboMágico”configura-secomo um convite a uma fantasia em constante elaboração, que se desdobra em múltiplas interpretações, guiando-nos pelolabirintodasubjetividadeartística,semfim.
AdrianaScartaris
«Cubo Mágico» JAYME GUERRA
Forma em isopor recoberto com gaze e cola PVA, pintura acrílica envernizada com resina epóxi | 50 x 20 x 29cm | 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Corpo que Venta» LARA CHANG VALENTE
Corpo que Venta narra o processo de autocuidado e cura de uma mulher com ancestrais afrodescendentes e indígenas que através da dança percorre seus chakras para enfrentar sua jornada.
Todasasfotografiasforamrealizadasnolocalonde estásendoconstruídaanovarepresadeBotucatu.
Fotografia:LaraChang
DançarinaePerformer:FernandaRibeiro
Direçãodearte:FernandaRibeiroeLaraChang
Lara Chang Valente
«Entrelaçamento
Ancestral: As Raízes do Corpo e da Terra na Dança da Cura»
"Corpo que Venta" é uma obra apresentada em duas imagens de uma série que propõe contar a história de autocuidado e cura de uma mulher com raízes profundas em sua ancestralidade afrodescendente e indígena.
Lara Chang Valente, por meio dessa obra, nos conduz por uma jornada onde a dança se torna um veículo de conexãocomoschakras,explorandoavitalidadeeaforçainterior.
As fotografias, capturadas no cenário de construção da represa de Botucatu, revelam uma narrativa visual densa. A figura feminina, envolta em tecido vermelho, emerge em meio à devastação, interagindo com a terra e as raízes remanescentes de árvores centenárias. O ambiente aparentemente desprovido de vida é transformado pela presença visceral da mulher, que, em perfeita sintonia com a natureza, parece ativar a vidaaoseuredor
A escolha do vermelho como elemento visual destaca-se, simbolizando paixão, vitalidade e energia. A interação da mulher com a terra e as raízes representa a conexão profunda com as origens, enquanto a dançarevelaumprocessodecuraerenovação
O contraste entre a destruição e a vitalidade personificada na figura feminina ressoa como uma metáfora poderosa da resiliência humana, convidando o espectador a refletir sobre a interconexão entre o corpo, a naturezaeacura.
AdrianaScartaris
«Corpo que Venta» LARA
CHANG VALENTE
«CorpoqueVenta4chakramuladar-básico»
50x33cm
«CorpoqueVenta3chakramuladar-básico»
50x33cm
«Toma a Tua Parte»
LICIA VALLIM
“AninhaeSuasPedras”
Nãotedeixesdestruir…
Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras eplantaroseirasefazdoces.Recomeça.
Fazdetuavidamesquinhaumpoema.
Eviverásnocoraçãodosjovensenamemóriadas gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todosossedentos.
Tomaatuaparte
Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos quetêmsede.
Um dos poemas mais conhecidos de Cora é AninhaeSuasPedras.
Nele vemos um eu-lírico disposto a dar conselhos ao leitor, criando com a audiência um espaço de intimidadeepartilha.
A linguagem informal e coloquial pode ser percebidanotomdeoralidadedaescrita.
Os verbos no imperativo sugerem quase uma ordem (recria-remove-recomeça-faz), sublinhando a importância daquilo que se diz e a necessidadedeseseguiremfrente.
O poema aborda com frontalidade a questão da resiliênciaeaurgênciadetentaroutravezquando o plano não deu certo, mesmo que pareça não havermaisforças.
Ana Lins dos Guimarães Peixoto (20 de agosto de 1889-10deabrilde1985)eraonomedebatismoda poeta Cora Coralina, uma brasileira que começou apublicarosseustrabalhosquandotinha76anos. Em termos literários, é espantoso como uma mulher que cursou até a terceira série do curso primáriotenhacriadoversostãopreciosos.
Para ganhar a vida, Cora Coralina trabalhou como doceiraenquantolevavaaescritacomoumhobby paralelo. A poeta chegou a ser convidada para participar da Semana de Arte Moderna, mas não pôde se juntar aos seus pares devido às limitações impostas pelo marido Sua poética é baseada numa escrita do cotidiano, das miudezas,eécaracterizadaporumadelicadezae por uma sabedoria de quem passou pela vida e observoucadadetalhedocaminho.
Em resumo: a lírica de Cora é impregnada da história que a doceira viveu. Apesar do início tardio na carreira literária, Cora Coralina é dona de uma produção consistente e tornou-se uma das mais celebradas poetas do país. Seus versos ganharamfãsmundoaforaealíricagoiana,sutile ao mesmo tempo poderosa, vem sendo cada vez maisdivulgada.
«Quando a Poesia Ensina: A Sabedoria Encantada de Cora Coralina»
"Toma a Tua Parte" transmite uma mensagem poética profunda, inspirada na obra de Cora Coralina, que viveuapoesiaeocotidianocomoumadoceiraquesetornouumadasmaiscelebradaspoetasdoBrasil.
A obra captura a essência do poema "Aninha e Suas Pedras", onde Cora Coralina incentiva a reconstrução constante da vida, apesar das adversidades. A representação em primeiro plano destaca Cora em gesto de ensinamento, o dedo indicador erguido, simbolizando a sabedoria e a orientação. Em segundo plano, uma mulher jovem e ao fundo o cenário onde Cora vivia, iluminados por uma paleta de cores solar, reforçam a conexãocomaluminosidadedesuaspalavras.
A escolha de elementos simbólicos, como pedras e roseiras, destaca-se como metáfora da superação, transformando as dificuldades em poesia. A frase "Toma a Tua Parte" ganha destaque, refletindo a ideia de cadaindivíduoassumirsuaparcelanaconstruçãodoprópriodestino
Licia Vallim, na sua pintura, reflete a essência da poesia de Cora, caracterizada por uma delicadeza que revelaasabedoriaenraizadanaobservaçãoatentadavida.
Assim como Cora, a obra convida o espectador a recriar a própria jornada, remover obstáculos e plantar novoscaminhos,inspirandoabuscaconstanteporumavidapoéticaesignificativa.
AdrianaScartaris
LICIA VALLIM
«Toma
a Tua Parte»
Acrílicasobretela | 100x100cm | 2023
«Cara de Ovo» MAZÉ ANDRADE
Nesta minha escultura em cerâmica, o ovo também simboliza a vida, ou o início dela, a gênese, não apenas ocultada em seu interior. Ela se expande para casca, mostrandosua face Será que podemos conversar com ela? E o que perguntaríamos? A “Cara de Ovo” seria uma espécie de oráculo para nos responder sobre o princípio da vida? Essas são questões que permeiamminhamente.
O barro, de onde nasceu a escultura, também tem sua simbologia genésica. Dele se irrompe a obra.
ou melhor, o seu gérmen, mas que precisa ser trabalhado, burilado, limado, até chegar ao estágiofinaldagestação.
Num ovo, a fragilidade da casca se contrapõe a sua força interior (a vida ali concebida). Mas, nesta obra, como foi dito, a vida se projeta para alémdacasca,atravésdeumrostofeminino.
E tal como uma sacerdotisa, ela nos arrebata das discussões inúteis para nos fazer refletir sobre o que realmente importa: onde estaremos daqui a 100 anos? Minha pequena luta, nesse oceano de pedras, valerá à pena? Resistirá? A obra “Cara de Ovo” foi inspirada em Sérgio Bustamante, artista que criou um mundo imagético fantástico, imprimindorostosemdiversosobjetos.
Mazé Andrade
«Decifra-me e eu ‘Te Pondero’: O Oráculo do Legado»
Mazé Andrade, através de sua obra “Cara de Ovo”, apresenta a possibilidade de um mundo criado no qual o ovo torna-se o epicentro da vida, não apenas um receptáculo, mas um oráculo que nos convida à introspecção. Como uma sacerdotisa contemporânea, a escultura revela um rosto feminino, olhos verdes queobservam,bocadelicadamentefechada,impregnadacomadúvidasutildeumaobservadoradotempo
A simbologia genésica do barro, matéria-prima da escultura, é habilmente explorada pela experiente escultora. Do solo nasce a obra, o germe que demanda cuidado e moldagem até atingir a plenitude da gestaçãoartística.O ovo, porsua vez, emerge comouma metáfora,ondea fragilidade da casca confronta a força latente do interior, simbolizando não apenas a concepção, mas a projeção da vida para além dos limitesconvencionais.
O rosto feminino da escultura, com seus olhos verdes perspicazes, adota o papel de mediadora entre a materialidade e o efêmero. A boca fechada, adornada com batom vermelho, sugere a contenção de segredos, convidando-nos a questionar se a obra detém as respostas para nossas indagações sobre a essênciadavidaeosignificadodenossaexistência.
MazéAndradeconverteoovoemumsímbolomultifacetado,umaesfingecontemporâneaquenosconvidaa decifrarosenigmasdaexistênciaeponderarsobreolegadodenossasescolhas.
AdrianaScartaris
«Cara de Ovo» MAZÉ ANDRADE
Cerâmica esmaltada (queimada de até 1250 graus) | 20 cm x 20cm e 22 cm de altura | 2022
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Pisava nos Astros Distraída»
PAULO DE TARSO HARDT
O parto. Olhar a luz externa pela primeira vez.
Rasgar o ar e conectar o universo interno com o universo externo.
Sentir a dor do oxigênio que explode nos pulmões e que dali a pouco pode ser moldada em voz, em expressão, em passos para um novo mundo.
Que se não espera uma nova presença, a recebe por saber que uma vida irrompeu.
Os passos então são guiados pelas constelações que cercam a possibilidade da vida vir a luzir mais. Passo a passo, o brilho do viver distraidamente aumenta, assim como os astros que, sem perceber, apoiam a trilha que irrompe e que o espírito quer seguir.
Paulo de Tarso Hardt
«Passos Cósmicos:
A Dualidade entre o Terreno e o Celestial»
«PisavanosAstrosDistraída",obradePaulodeTarsoHardt,revela-secomoumpartoartístico.Aexplosãodevidana telaéumconviteparacontemplaraconexãoentreonascimentohumanoeoviverno"estadodaarte".vidanatelaé umconviteparacontemplaraconexãoentreonascimentohumanoeoviverno"estadodaarte".
No primeiro plano, os tamancos femininos flutuantes, ricamente bordados, destacam-se como protagonistas da composição Esses sapatos não são apenas elementos estéticos; são símbolos de irreverência, elegância fora dos padrões e transcendência, dançando sobre as estrelas em uma festa cósmica. A dualidade entre o terreno e o celestialéexplorada,desafiandoagravidadeeenvolvendoaobraemumaatmosferadefantasialuxuosa.
A perspectiva em profundidade do fundo estelar se desdobra como um palco cósmico que testemunha o andar de uma personagem que nasce na imaginação do espectador Constelações silenciosas se transformam em guias, proporcionandoumatramacelestialàjornadadistraídadamulhersobreosbelostamancos.
Paulo de Tarso Hardt, através dessa obra, convida o espectador a uma dança imortal entre a vida e a eterna expressão artística. O brilho do viver distraidamente, intensificado a cada passo na trilha cósmica, revela uma figurafemininaquepodedançar,cantar,surpreender,transgredireoquemaisquiser.
AdrianaScartaris
«Pisava nos Astros Distraída» PAULO DE TARSO HARDT
Tinta acrílica com apliques | 100 x 90cm 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Dois Mundos» REGIANE SPOLON
Naresistênciaexpressapelaarte,apinturasetornaum manifestocontraamonotoniadobrancoepretodavida cotidiana O pincel, como uma caneta inspirada, escreve sobre a tela a história de uma jornada íntima, onde cada cena é um capítulo, cada tonalidade uma emoção.
Os detalhes ganham vida, como flores que desabrocham em meio ao concreto das grandes cidades. A natureza e o urbano se entrelaçam, como umadançaentreopostos,criandoumdiálogovisualque ecoa a dualidade da existência. É nesse encontro entre o orgânico e o artificial que a poesia visual se revela. Cada traço é uma estrofe, cada matiz uma emoção, e a composiçãocomoumtodo,umanarrativavisual.
A viagem, representada por linhas sinuosas e cores vibrantes, é a protagonista desse quadro, um convite paraexplorarosrecantosdodesconhecido.Aobraéum momento capturado no éter do tempo, uma celebração da beleza que se esconde nas nuances da vida diária. Um convite para escapar da náusea do cotidiano, uma janela para contemplar o extraordinário na simplicidade. Nessa sinfonia de cores e formas, a pinturaeajornadaseabraçam,dançandojuntasnatela daexperiênciahumana.
A resistência da arte, representada por cada pincelada, é uma ode à capacidade de transcender a banalidade, de transformar a viagem da vida em uma obra em constanteevolução.
Regiane Spolon
«Dinâmica
Urbana: A Coexistência e o Conflito»
"Dois Mundos" de Regiane Spolon é uma obra que aborda o diálogo visual entre elementos orgânicos e arquitetônicos.
Focandoumafloremprimeiroplanoearranha-céusaofundo,acomposiçãoestabeleceumadinâmicaqueexplora ainteraçãoentrenaturezaeurbano
A representação da flor emergindo entre estruturas urbanas sugere uma dualidade simbólica, refletindo a coexistênciaeoconflitoentreelementosopostos.
Cores vibrantes destacam-se como um recurso expressivo, enquanto a composição na totalidade é uma exploração das possibilidades narrativas como um instantâneo, capturando uma cena específica no fluxo do tempo.
"Dois Mundos" provoca uma reflexão sobre a resistência da arte em transformar a experiência cotidiana em uma narrativavisual.
AdrianaScartaris
REGIANE SPOLON
Mista sobre tela | 100 x 80cm | 2023
«Gaia» REGINA GARBELLINI
Escultura/manifesto à Deusa Gaia, mãe geradora de todos os deuses e criadora do planeta Terra, aqui retratada em negritude poética. Traz a lembrança de que este universo é partilhado por bilhões de seres humanos em cujos corpos e emoções se encontram outros bilhões de universoscoexistentes.
Representadas na estrutura distorcida da peça a guerra, a injustiça e a desumanidade que a raça humana produziu através do desenvolvimento econômico desenfreado e totalmente voltado ao lucro e ao bem estar de tão poucos, estado de coisasqueacadadiapedeumasolução.
A Terra dá seus avisos, demanda generosidade, clama por reconhecimento dessa biodiversidade maravilhosa em todas as suas formas. A mãe terra, África, fêmea, geradora de tudo e de todos, que nutre, acalenta e cuida, se manifesta porque precisamos mudar os parâmetros de nossa ocupaçãonossacoexistêncianesteplaneta.
É preciso compreender as três ecologias que nos compõem, segundo Félix Guattari, filósofo e psicanalista: a relação com nós mesmos (corpos, emoções, alma); a relação com o outro, o reconhecimento necessário de nossa solitária espécie; e por último o nosso entorno, enquanto serespertencentesaumecossistemaqueéparte intrínsecadenósmesmos.
A filosofia (Φ) se faz necessária não como mero c o n h e c i m e n t o t e ó r i c o m a s c o m o desenvolvimento de uma ética planetária que oriente ações individuais, religiões, política, e economia.
Um manifesto pela formulação de um sonho que reencontre o princípio feminino gerador da vida, queemmeioaocaosserevela:íntegra,generosa, produtiva,belaepromissora.
Regina Garbellini
«Maternidade Universal: A Ética Planetária»
“Gaia”, de Regina Garbellini, aborda a temática complexa da relação entre a humanidade e o planeta. A obra surge comoumchamadoàconsciênciaecológica,explorandoainterconexãoentreocorpofemininoeaTerra.
Emposiçãomeditativa,afigurafemininagestaoplanetaTerra,simbolizandoaligaçãointrínsecaentreahumanidade e a natureza. Seios fartos e a barriga geradora expressam uma maternidade universal, ressaltando a importância da biodiversidadeearesponsabilidadecoletivaemrelaçãoaomeioambiente.
Aintegraçãoorgânicadaesculturacomelementosdaterraedaáguadestacaainterdependênciaentreahumanidade e o ecossistema. O pedestal clássico, contrastando com a figura contemporânea, sugere uma conexão entre a tradição e a modernidade, ressaltando a atemporalidade da mensagem da obra; uma reflexão sobre a urgência de repensar as relações com o planeta, dando destaque à filosofia como ferramenta essencial para orientar ações e transformações.
“Gaia” propõe uma ética planetária, reforçando a importância de uma abordagem holística para compreender as ecologias que nos envolvem, um manifesto pela reconexão com o princípio feminino gerador da vida, promovendo a integridade,agenerosidadeeaconsciênciaecológicaemmeioaocaoscontemporâneo.
AdrianaScartaris
«Gaia» REGINA GARBELLINI
Argila moldada e esmaltada sobre base de madeira e cobertura em acrílico
40,5x50,5x29,5(totalcomabase,emcm) 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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A Flor e a Náusea
Carlos Drummond de Andrade
[...]
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim
Com ele me salvo e dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
«CAVE SCUTUM XII» RENÉ AGOSTINHO
"Oclero,anfitriãodiabólico,nutre-sedofestimdealmasedúvidas, servidoaosfiéisemseuscorações."
René Agostinho
«Sinal de Alerta: A Liderança Sombria no Banquete»
“CAVE SCUTUM XII” de René Agostinho, parte integrante da exposição “Resistência da Arte — A flor nascida na fresta do asfalto”, revela-se como uma expressão visual potente e muito provocativa. O título, “CAVE SCUTUM”,emlatim,sugereumchamadoàvigilânciaeproteção.Atraduçãoliteral,“Cuidadocomoescudo”, adicionaumacamadadesignificadoaocontextorepresentadonaobra.
A pintura, centrada em torno de uma mesa cósmica, apresenta 14 homens brancos, gordos e nus, com cabeças cobertas por guarda-chuvas, como chapéus pontudos. O cenário, construído sobre uma forma triangular e com um portal dourado entre as estrelas, evoca uma atmosfera metafísica. A disposição triangular reforça a complexidade da mensagem, sugerindo que algo continua oculto enquanto a figura à cabeceira da mesa, que tem a sua frente uma taça cheia de sangue, sugere uma liderança sombria no banquete.
A representação visual dos homens com mãos sujas de sangue e o corpo esquartejado de um ser pequeno sobreamesaapontaparaumaalegoriamacabrasobreaexploraçãodaféeamanipulaçãoespiritual.Nesse contexto,“CAVESCUTUM”pareceserumalertaparaanecessidadedecautelaeproteçãodiantedosperigos representadospelainfluênciaobscuradealgunsnasinstituiçõesreligiosas,aolongodosséculoseatéhoje
Agostinho, utiliza a linguagem visual para transmitir uma crítica forte e incisiva. O desconforto e o choque diante da cena proposta superam a mera representação artística, proporcionando uma reflexão provocativasobreopoderinstitucionaleasdinâmicasocultasquepermeiamcertasestruturasreligiosas.
AdrianaScartaris
«CAVE SCUTUM XII» RENÉ AGOSTINHO
Acrílica e aquarela sobre papel Canson
Arches600grs | 79x57cm | 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«BIBI» RODRIGO MOTTA
Esta obra foi criada a partir de uma fotografia feita pela Australiana Nina Young, em uma de suas missões com a tribo Massai, no Kênia e norte da Tanzânia.
Bibi significa avó, em Swahili, uma das línguas faladas na região. A imagem da avó vem para corroborar a importância que esta figura exerce na família Maasai. Pessoa extremamente respeitada e quezelapelassuastradiçõeseculturadeseupovo.
“BIBI” transcende cores e formas para conectar-se à essência da ancestralidade africana. Cada traço busca expressar a força, resiliência e beleza do legado cultural, convidando-os a refletirem sobre suasprópriasheranças.
Rodrigo Motta
«Tecendo Tradições: A Ancestralidade Africana no ‘zeitgeist’ Maasai»
Em “Bibi”, Rodrigo Motta transforma uma fotografia da australiana Nina Young, capturada nas terras do KêniaenortedaTanzâniaedávidaàfiguradaavó,personificando-acomo“Bibi”noricoidiomaSwahili.Este termo, que significa avó, ressoa como um mantra na cultura Maasai e eleva-se além do mero significado linguístico para incorporar a essência da ancestralidade africana e o importante papel das anciãs nesta cultura.
A complexidade da obra se revela na justaposição de elementos tridimensionais, como tecido simulando trajes típicos da tribo e acessórios que ecoam tradições passadas. O corpóreo se encontra com o etéreo, criandoumpanoramapalpáveldebelezacultural.
OgestoprotetordeBibi,curvadaeabraçandoummenino,émaisdoqueumamerarepresentaçãodiáfanade uma avó; é uma evocação do papel crucial que esta figura desempenha na preservação das tradições Massai. Os olhos atentos da avó, perspicazes e ressonantes, refletem a importância da transição de conhecimentos entre gerações, enquanto o olhar do menino, quixotesco e inocente, estabelece um vínculo tangívelcomoobservador.
A provocação implícita na composição, onde o cotidiano se entrelaça com o sublime, cria um cenário instigantequevaialémdodidático.AexperimentaçãovisualdeMottanãoéapenasestética,massimbiótica comanarrativaquetememvistaexploraro“zeitgeist”Maasai.Umanuancedaobraestánasuacapacidade de ser multifacetada,transmitindouma mensagemque vai além do visual, tornando-seuma obraseminal e deixando o questionamento: entre a beleza das tradições com suas cores e facetas e a opressão à qual as mulheressãosubmetidasemmuitasculturasemtodosostempos,ondeestáopontodeequilíbrio?
AdrianaScartaris
«BIBI» RODRIGO MOTTA
«BIBI»
Fine Art | 137,3 x 92,5 x 4,5 cm | 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Olhares: Maternidade I,II»
TANIA MARTINS
Vejo a mulher na maternidade passando por desafios incalculáveis. Percebo seus olhares dispersos, outros distantes e também preocupantes. Uma misturadeprazeredor
Elaestáaprocuradoseuespaçoquemuitasvezes,ou sempre, seperdeu.Dentrodolareforadolaroolharé reforçado pela união, é uma ligação que requer tempo, dedicação e amor para acomodar essa nova fase.
Na tela apresento a mulher, mãe, vaidosa, com flores para reforçar o feminino, a beleza e a juventude. O modelo circular é um poderoso sinal da criação e sustentação da vida. São ninhos, é todo ninho é acolhedor
Mãe em uma das telas e o filho, dormindo e sorrindo. Essamãe,mulher,artista,donadecasa,…caminhana jornada da resistência. Tarefa não fácil, mas rica de aprendizado.
Seguimos…”
Tânia Martins
«Entre os Círculos da Vida: O Olhar da Mãe, Guardiã da Tranquilidade do Filho»
Na fusão de formas e sentimentos, Tania Martins apresenta uma composição visual na obra “Olhares: Maternidade I, II”, onde o título é um convite à imersão no complexo universo de ser mãe. As duas telas redondas,comosefossemetéreosninhos,sãoumparadigmaestéticoqueexploraaexperiênciamaterna. O transparente olhar da mulher, imersa em flores que ecoam a efemeridade da juventude, cria uma justaposição entre o tangível e o etéreo, revelando o paradoxo da maternidade. A mãe, vaidosa e resiliente, transita entre o cenário cotidiano e o sublime amor materno A provocação visual se torna palpável na simbioseentreabelezafemininaeaforçadostraçosecores.
As nuances das pinceladas e a ruptura com as tradições na escolha de telas redondas oferecem uma camadaextradeinterpretaçãonopanoramamultifacetadodaexperiênciamaterna.Naprimeiratela,amãe, perspicaz,buscaseuespaçocomolhardispersoedesafiador,enquantonasegunda,ofilho,confortávelem suainocência,sorrinosonosereno,simbolizandoaressonânciadajornadaentremãeefilho.
A experimentação da artista não é apenas estética; é um mergulho didático na simbologia do círculo como paradigma da vida. A maternidade é representada como um panorama simbiótico, onde mãe e filho estão entrelaçados, em um eterno dar e receber. O conjunto se torna um panóptico emocional, desvelando os desafioseprazeresdestatransiçãovital.
A escolha do formato redondo ultrapassa para o esotérico, sugerindo um ciclo sem fim de renovação. Cada tela é um momento tangível da transição entre o paradigma estético da beleza feminina e a resiliência da mãe, questionando a distopia que muitas mulheres enfrentam ao buscar seu espaço durante o desafio e a eternaaprendizageminerenteàmaternidade.
AdrianaScartaris
«Olhares: Maternidade I,II» TANIA MARTINS
Acrílicasobretela | diâmetro80cmcada obra | 2021
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Uau» THIAGO PRADO
"Uau" nasceu em 2020, durante a pandemia, inspirado pela atriz Maria Flor. Me tocou muito a forma como ela estava reagindo a toda a tragédia político-social e sanitária.
Observei que pela personagem "Flor Pistola", criada especialmenteparaaqueleperíodo,elaexpressavasua forçacomraivaehumor
Daí fiz essa imagem que faz parte de uma série em que retratei a atriz no centro da tela numa posição em que se confunde se ela está mascarada ou tomando um café
Importante observar seus olhos firmes para a frente enquantorepousaatenta.
Elaseespantaoudominaoquevê?
O nome "Uau" vem da expressão que a própria deixou noscomentáriosnoInstagramquandoviuotrabalho.
Thiago Prado
«Entrelaçando Emoções: "Uau" um Retrato do Cenário Distópico»
"Uau",umaobraqueemergeemplenaefervescênciapandêmica,éumaexperiênciaquerompeoslimitesdo cotidiano para explorar as nuances do estado de espírito feminino diante do indomável. Thiago Prado, inspirado pela intensidade expressiva da atriz Maria Flor, tece um diálogo multifacetado de emoções e pensamentos.
A complexidade de "Uau" é tangível, uma justaposição de formas e cores que cria um panorama palpável de forçaeresistênciaconcebidasobredistopiapolíticaesociale,aomesmotempo,refleteoecléticouniverso emocionaldaatriz.Ostonsquentesecontrastantesnãosãomerosdetalhes,maselementosmatizadosque amplificamavisceralidadedoolharcentral.
Ao contemplar a obra, somos conduzidos por uma transição entre o corpo e mente, entre real e imaginário, entre a máscara e a xícara de café, que se confundemna didática proposta por Prado A figura central,com olhar perspicaz e firme para a frente, sugere como um paradigma da resiliência da mulher. A justaposição das camadas de formas e informações cria um cenário semiótico, onde cada elemento contribui para a construçãodesignificados.
Com sua personagem "Flor Pistola", a atriz personifica o embate entre a raiva e o humor frente à tragédia daqueles dias. É uma vanguarda estética que desafia as convenções, evocando a "in" consciência coletiva dapandemia.
Eumconviteparaumdiálogoinstigantesobreacondiçãohumananopresentedistópico.
AdrianaScartaris
«Uau» THIAGO PRADO
Arte digital s/ papel Hahnemühle 120x80cm | 2020
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Saracura» VITÓRIA BARROS
Nos seres humanos, nos animais, nos vegetais e na água, com mais ou menos intensidade, reside um misterioso fenômeno do amor unindo tudo. Amar incondicionalmente, enfrentar, sarar, curar, buscar, embelezar e resistir, estes atributos são próprios de mulheres e mães por natureza. Alguns deles são atributosdecertasflores.
Estão presentes nas águas, nas árvores e também nas aves. As aves que voam alto pelo céu, bem comoas que têm asas mas não alçam voos, como é a SARACURA, vivente nas beiras de rios, também conhecida como SaracuraTrêsPotesporcausadoseubelocantar
Andam sumidas. Aparecem esporadicamente. São 30 as espécies de saracuras pelo Brasil. O nome remete a simbologiadapráticae/ou pendordesararecurar,são comoqualidadesespeciaisdamulher
Semelhante a Saracura, a mulher possui “asas” (sistema cognitivo, intuição e outras qualidades) mas nãovoa pordiversos fatores, os quais lhe “aprisionam” analogamente, como raízes, garras e cipós, (amorosamente ou não): filhos, maridos e algumas profissõese/ouopçõespessoais.
Ointentodaobra,umapintura sobretela,éproporuma leituradosmodosdeatuaçãoepoderde resistênciada mulher utilizando analogias e símbolos, quais sejam: a arte, a água, a árvore e as aves híbridas, como estão mãe e filha, presentes na obra em estado de observação e sobrevivência, num ambiente de mata ciliar do Rio Tocantins diante da cidade de Marabá/PA, sob uma castanheira. A postura das duas impõe uma presença demonstrativa da força de resistência no embatecomas relaçõeshomem/natureza.
Vitória Barros
«“Saracura”: O Manifesto pelo voo da ave terrestre»
A obra “Saracura” de Vitória Barros mergulha no cotidiano feminino com uma estética que é ao mesmo tempo, evocativa e arquetípica. Com tons transparentes de azul, a paleta de cores mergulha o espectador emumcenário,ondeanaturezaexuberanteseentrelaçacomasimbologiadassaracuras.
Com perspicácia, a artista estabelece uma analogia multifacetada entre as mulheres e essas aves terrestres.Assimcomoassaracuras,mulherespossuem“asas”simbólicas,representadasporumconjunto de dons e capacidades naturais e adquiridos, contudo, muitas vezes, não conseguem alçar voos devido a amarras cotidianas, simbolizadas pelas raízes, garras e cipós. A obra é um experimento instigante que propõeumareflexãosobreosmodosdeatuaçãoeresistênciafeminina.
O cenário, apresentando um bioma ribeirinho, é um verdadeiro panorama simbiótico entre a natureza e a força da mulher A árvore imponente em primeiro plano, similar às demais do bioma, torna-se um símbolo paradigmático da árvore-da-vida, sustentando as duas saracuras, mãe e filha, presas pelas raízes, em um estado paralisado de observação e sobrevivência. A postura demonstrativa das figuras impõe uma presença ressonante, uma nova camada como manifesto de resistência no embate com as complexas relaçõeshomem/natureza.
Os tons transparentes e a escolha da paleta de azuis não são acaso; é uma provocação estética que faz transitar entre o sublime e o inefável. Com suas nuances e detalhes, a obra conduz o observador por uma transiçãofilosófica,explorandoosdiferenteselementossimbólicos,comoaarte,aágua,easaveshíbridas, que possuem asas, mas não voam. No alto da árvore, um pássaro observador adiciona uma dimensão provocativa ao cenário, sugerindo uma transcendência do olhar feminino, uma busca por novos horizontes alémdasraízesqueaprisionam.
VoaSaracura!
AdrianaScartaris
«Saracura» VITÓRIA BARROS
Fine Art sobre canvas | 90 x 90cm 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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«Cicatrizes da Jornada»
YARA DELAFIORI
Nocentrodocaosedasrachadurasemergeafigura de uma mulher que personifica a resiliência , compartilhada por um coletivo feminino que enfrentou desafios e superou adversidades ao longodotempo.
Uma obra que celebra a força do coletivo feminino destacando que mesmo diante de desafios aparentemente intransponíveis, as mulheres encontrammaneirasdesereconstruir,seadaptare florescer.
Esta obra é um tributo a capacidade humana de superar obstáculos e emerge ainda mais forte e resiliente,unidonadiversidade.
Yara Delafiori
«“Cicatrizes da Jornada”: A Resiliência Feminina em Meio às Frestas do Cotidiano»
No epicentro do caos e das rachaduras, surge a figura de uma mulher que encapsula a resiliência, personificando o coletivo feminino que enfrentou o efêmero e floresceu. A artista oferece um panorama provocativo, um experimento estético que mescla colagem analógica e pintura, ao mergulhar nas nuances daresiliênciafeminina.
Aprotagonista,deolharperspicazemelancólico,sedestacaemmeioaumcenáriocomplexodeterraárida erachaduras.Suaexpressãoinexpressivaepenetranteconvidaoobservadorauminstigantediálogosobre a força das mulheres diante de desafios intransponíveis. Yara Delafiori, evidencia a resiliência do coletivo feminino,queseadapta,sereconstróiesefortaleceebuscasororidade,mesmoemumambienteinóspito.
Aobraexploraapossibilidadedeumsimbióticorelacionamentoentreaprotagonistaeofundoárido.Orosto e os cabelos apresentam frestas, cicatrizes que revelam cenas do cotidiano, notícias de jornal, frases motivadoras e imagens femininas. O eclético uso desses elementos cria uma obra multifacetada, onde o espectadoréconvidadoaexplorarascamadasenigmáticasdavidafeminina.
Em segundo plano, com destaque para o “Outubro Rosa” e uma mulher sorridente de cabeça para baixo, surge um convite à experimentação visual e cognitiva. As frestas maiores na terra ressoam como transições, transições do cotidiano para a celebração, do desafio para a alegria. O cenário é um panorama provocativo que desafia o paradigma estético convencional; em cada detalhe, o espectador encontra um tributoàforçaúnicaqueunemulheresemumajornadasublimederesiliência.
AdrianaScartaris
DELAFIORI
«Cicatrizes da Jornada» YARA
Colagem analógica e óleo sobre tela 100x100cm | 2023
REALIDADE AUMENTADA por NEZNUNEZ
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RESISTÊNCIADAARTE I - MANIFESTO
AGOSTO 2020
Pandemia. É dela que surge – na verdade ressurge, renasce, se reinventa – a necessidade pela Arte. Enquanto a ciência corre incansavelmenteatéencontraracuraparaasalvaçãodenossoscorpos,a Arte se apresenta, uma vez mais, como remédio para salvação de nossas almas.
As distâncias emocionais que crescem explicitamente entre as pessoas, convertem-se hoje, em razão das circunstâncias, na ordem inadiável também do afastamento físico. O ser humano, que tanto rejeita conhecer e respeitar o íntimo de seus pares e de si mesmo, na ausência do contato direto, não tem agora outra alternativa que não seja conectar-se a esse intangível.
Mas com quais olhos? Quais ouvidos? Com quais olhos e ouvidos, se as demandascotidianasnosroubam,totalouparcialmente,acapacidadede reconhecer a essência? Terá restado algo para resistir à cegueira das cores e formas que se desmancham diante de nós? Para resistir à surdez de uma harmonia estridente que racha perigosamente as fundações do amanhã? Para resistir ao tormento das incertezas? Para resistir ao isolamentodetoqueseafetos? Sim,resta-nosaArte.
CabeàArte,atravésdeobras,artistaseamantes,conduzirnossospassos através do momento sombrio que vivemos. Cabe a cada artista, de todas as artes, em todos os lugares, reconectar a humanidade com suas emoçõesparasuportaropesodoqueseabatesobrenós.Bastadecorpos sem alma vagando orgulhosamente pelo mundo. Cabe-nos, sim, resistir e fazer despertar É tempo de resgatar Tempo de ensinar Tempo de resistir Resistência.
Em um mundo que cruza todos os limites conhecidos do individualismo, da ausência de coesão, precisamos resgatar o valor de sermos coletivamente. O eu sem o outro, na prática, é uma vaidade insustentável. Uma ilusão cruel de autossuficiência absolutamente incompatível com a trajetória humana. Usando uma licença filosófica, está sempre fadado a nãoser.Existe,masnãoé.
Sejamos.
Mauricio R . Cozer
RESISTÊNCIA
DAARTE II - OHINODACOLETIVIDADE
JULHO 2023
Em uma sinfonia de almas artísticas entrelaçadas, desabrocha uma exposição singular e diversa: "Resistência da Arte". Unindo-se como fios de cores vibrantes, um grupo de artistas audazes levanta-se como guardiões incansáveis da criatividade, eles erguem essa mostra comadeterminaçãodereavivarofulgorartístico.
Nas obras, traços e formas entrelaçam-se em uma coreografia harmoniosa, contando uma história de empatia, resiliência e união. Cada obra, um testemunho eloquente do poder que a arte tem de unir corações e mentes, transcende os limites do suporte e da técnica, transformandose em um abraço coletivo de cura e renovação. Como se a essência de cada artista, tornasse-se tinta e matéria-prima para a reconstrução do ateliêNormaVilarque,comouma"avefenixiana",ressurgirádas cinzascomaindamaisvitalidade
"Resistência da Arte" é o hino da coletividade, a prova viva de que, quando mãos e corações se unem em prol de um propósito maior, milagres criativos acontecem Esse grupo de criadores apaixonados, cientes do valor intrínseco da expressão artística, desvenda um horizonte depossibilidades,ondeaamizadeéapaletaeaempatiaéopincel.
Ao atravessar o portal dessa exposição inspiradora, somos convidados a testemunhar o poder transformador da arte e a participar desse movimentocoletivo,emquecadavisitaecontribuiçãoserátransformada em uma pincelada de esperança. Uma obra que será construída por uma irmandade de sonhadores, como firme propósito de contribuirparaque a artista em breve esteja pronta para novamente voar com suas criações emmeioaofirmamentoetéreodaarte. Adriana Scartaris