PRIVATE FORYOU Nº 1
REVISTA PRIVATE FOR YOU . Nº 1
ESTE AVIÃO
PODE SER SEU! COMO FUNCIONA O SISTEMA DE COMPARTILHAMENTO PARA AERONAVES E HELICÓPTEROS QUE DIVIDE DESPESAS E ALEGRIAS A BAHIA É LOGO ALI RÚGBY PARA MULHERES NOSSO NOVO HANGAR O CINEMA DE ERYK ROCHA
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CARTA DO PRESIDENTE
Diretor Ricardo Breim Gobbetti Marketing Flávia Martins Juliana Pilar Atendimento www.voeglobal.com.br PABX: (11) 5070-6000 / 5070-6006 Central 24h (11) 8484-0066 - Aeromédico Central 24h (11) 8484-0055 - Executivo CONSELHO EDITORIAL Doron Sadka, Georges Schnyder e Mariella Lazaretti
Diretor Executivo – Georges Schnyder georges@4capas.com.br Diretora Editorial – Mariella Lazaretti mariella@4capas.com.br Gerente de Publicidade – Ruth Nór ruth.nor@4capas.com.br Diretor de Arte – Fabio Santos arte@4capas.com.br Editora de Arte – Ana Lucia Caldas analucia@4capas.com.br Colaboraram nesta edição: Ana Paula Kuntz, Camila Duarte e Regina Terraz (texto); Carol Gherardi, Marília Pedroso, Murilo Mattos e Ricardo D’Angelo (fotos); Gil Bertolino e Ruth Figueiredo (revisão) Projeto Gráfico: 4 Capas Conteúdo Rua Andrade Fernandes, 283 CEP 05449-050, São Paulo, SP Telefax: (11) 3023-5509 E-mail: 4capas@4capas.com.br
PARA ANUNCIAR
Tel. +5511 3815-1557 Diretor Executivo – Doron Sadka Cel. +5511 8366-1444 doron@mundoa.com.br
BEM-VINDOS A BORDO, CAROS AMIGOS Quando comecei a trabalhar como piloto da aviação comercial, tive a oportunidade de alçar grandes voos no comando das maiores e mais potentes aeronaves, capazes de cruzar oceanos. Mas minha intuição dizia que eu deveria me dedicar à aviação executiva. Mesmo pilotando aviões de menor porte, minha satisfação em manter um relacionamento estreito com os clientes era imensa. Assim, pouco a pouco, construí uma empresa alicerçada nos pilares da qualidade, da confiança e da amizade que firmei com os passageiros que transportava. Hoje, como presidente da Global Aviation, tenho orgulho de dividir com os demais acionistas da empresa essa nova fase de pleno crescimento. Dela faz parte nossa chegada à marca de 250 funcionários. A construção do hangar no Campo de Marte também: com ele, queremos oferecer mais uma facilidade a nossos clientes, com serviços e infraestrutura de ponta, em uma localização estratégica. E é com grande alegria e orgulho que comemoramos o lançamento da P4Y – Private for You, nossa revista de bordo. Trata-se de mais uma iniciativa da Global Aviation para demonstrar nossa preocupação em oferecer o melhor a você, cliente e, agora, leitor. Como parte de nosso empenho em oferecer serviços da melhor qualidade, esperamos com a nova publicação estreitar ainda mais o relacionamento e reforçar nosso portfólio de serviços diferenciados, idealizados para pessoas exigentes que merecem ser tratadas com profissionalismo e dedicação. Assim como zelamos pela nossa frota de aviões e helicópteros, assim como cuidamos para manter uma equipe treinada e capacitada para executar os serviços com excelência, queremos manter, por mais que cresça nossa empresa, os valores que cultivo desde o início da profissão: o apreço e o atendimento acolhedor a todos os clientes, que tenho a honra de chamar de amigos.
Produção Gráfica – Doron Central de Compras Gráficas, tel. +5511 3813-9799 doroncentral@uol.com.br
IMPRESSÃO E ACABAMENTO Van Moorsel Gráfica e Editora
A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas não listadas no expediente não estão autorizadas a falar em nome da revista ou a retirar qualquer tipo de material sem prévia autorização emitida por carta timbrada da redação.
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Ricardo Gobbetti Presidente da Global Aviation
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6 E D I T O R I A L
VOAR É LIBERTADOR
Quando o avião decola, em terra ficam a pressão e o assédio permanente sobre nós. E-mails que deveriam ser respondidos, problemas pendentes, a necessidade de decidir o tempo todo ficam fora de sua alçada. É uma sensação maravilhosa. Poder por aquelas tantas horas ser dono de nosso tempo, colocar a leitura prazerosa em dia. É para esse momento libertador que criamos a revista, P4Y – Private for You. Ela estará nos voos da Global Aviation a partir deste mês, quando se comemora a inauguração do novo hangar da companhia – o maior do Campo de Marte. Trimestral, a revista lança mão de uma comunicação que convencionamos chamar de “planadora”. A alusão empresta da aeronave planador a ideia de leveza na conduta, diversão na execução, possibilidade de propiciar a visão de novos horizontes e de outras paisagens. E que, além do mais, admite aterrissagens em terrenos menos convencionais a seus ocupantes. Nesta primeira edição, você lerá matérias que unem hedonismo e conteúdo, demonstrando por meio de experiências de outros profissionais de áreas variadas e de reportagens especiais, novas possibilidades de negócios, busca de qualidade de vida, dicas de cultura, viagens e consumo. Vamos, enfim, ser o planador do leitor, oferecendo do alto e de cima – posição em que ele se encontra –uma visão geral das boas e belas coisas da vida; das perspectivas e do “campo de pouso” onde ele poderá colocar em prática sua competência e usufruir o que o dinheiro pode comprar. Boa leitura Mariella Lazaretti Diretora Editorial
COLABORADORES
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ANA PAULA KUNTZ
CAMILA DUARTE
Planando entre temas diversos, de cinema a esporte, a jornalista entrevistou o cineasta Eryk Rocha e passou um dia com a Seleção Brasileira de Rugby. Ela conta aqui sobre a vida dessas pessoas que prometem marcar a história do país.
Mineira que viveu anos no Rio de Janeiro, a jornalista hoje mora em São Paulo. Escalada para contar sobre a nova geração de computadores superportáteis, ela também desvendou mitos e constatou verdades em relação à saúde nos ares.
FABIO SANTOS
HORST KISSMANN
A revista Private Repórter especialista for You contou em vinhos, ele com o talento do comanda o projeto diretor de arte Minha Primeira na diagramação Adega (www. de suas páginas. minhaprimeiraadega. O designer com.br), com o qual colaborou com já rodou mais de suas soluções 45.000 quilômetros rápidas e criativas em busca de rótulos para dar forma para sua adega. Para ao conteúdo, nós, ele conta como com a classe e foi a avaliação de a elegância que alguns tintos a publicação de Lisboa. merece.
RICARDO CASTILHO
REGINA TERRAZ
Ricardo Castilho é diretor editorial da revista Prazeres da Mesa. Ele nos contempla com o perfil delicioso que fez do narrador Galvão Bueno, com quem tem em comum a paixão por futebol e por enologia.
Ela se autointitula uma jornalista generalista. Já trabalhou em jornais como O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde e em revistas da Editora Abril e da Editora Globo. Nesta edição, entrevistou Jeff Wright, um maluco apaixonado por motos.
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sumário COCKPIT
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Os vinhos de Galvão Bueno; a arte reciclada de Nido Campolongo; as motocicletas invocadas de Jeff Wright; e as investidas de Mauricio de Sousa no mundo dos esportes e da tecnologia
TECNO
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Conheça os ultrabooks, que vão trazer mais leveza e agilidade para quem vive conectado aonde quer que vá
ENTREVISTA AQUI DO ALTO
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É hora de viajar para o espaço; o carrinho que é brinquedo de gente grande; a casa mais cara do mundo; espetáculos para ver a céu aberto
O cineasta Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha, comemora a conquista do reconhecimento de seu trabalho independentemente de sua herança genética
SALA VIP
ESPORTE
Saiba como o piloto Ricardo Gobbetti começou a carreira e que trajetos percorreu para consolidar a Global Aviation
Feras do rúgby, as mulheres da seleção brasileira buscam sair do amadorismo até a reestreia do esporte na Olimpíada, em 2016
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ESTILO
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Relógios de pulso para todos os gostos e todas as horas
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COORDENADAS 98 • 67° 51’ N, 20° 37’ L, saiba aonde isso vai dar!
PERFIL
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Como o arquiteto italiano Ugo di Pace se fixou no Brasil e transformou sua paixão pelo país em um estilo de trabalho eclético, que valoriza a diversidade
Na Península de Maraú, na Bahia, a natureza é selvagem, os serviços são de alto padrão e a vida é bela
BAGAGEM
BEM-ESTAR
Fones para quem gosta de som e velocidade; canetas para amantes dos céus e dos mares; a pulseira que mede as calorias de todos os seus passos e mais
O que é verdade e o que é mito sobre as coisas que você pode fazer para se sentir bem durante o voo
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VOO INTENSO
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LONGO PERCURSO
GASTRONOMIA
O Deserto do Atacama desbravado em família
O que revelou a degustação de 12 tintos de Lisboa
CADERNO GLOBAL
CULTURA DE BORDO
Como funciona o compartilhamento de aeronaves; os modelos de nossa frota; o novo hangar do Campo de Marte e a história do nosso fundador, Ricardo Gobbetti
Cinema agora é para ver óperas e balés; o CD de Caetano Veloso para comprar fora do Brasil; a coletânea que comemora os 50 anos de James Bond e mais
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POR | RICARDO CASTILHO FOTO | RICARDO D’ ANGELO
GENTE QUE SABE AONDE QUER CHEGAR
GALVÃO NA TV, BUENO NA TAÇA O mais polêmico narrador esportivo do país investe na produção de vinhos e anuncia o lançamento de um Brunello di Montalcino com seu nome
Não importa o esporte, quando precisa de emoção, a Globo não titubeia em escalar Galvão. Sua facilidade em narrar quase que uma dezena de esportes, do futebol ao vôlei, passando pelo automobilismo e chegando, desde o ano passado, aos grandes combates do UFC, é impressionante. Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno, o mais polêmico narrador de esportes do país, começou a carreira como radialista em 1974, passou pelas emissoras Gazeta, Record e Bandeirantes e está na Globo desde 1981. Hoje, também apresenta o programa Bem Amigos, no SporTV, uma mesa-redonda moderna e com mais humor. Ah, e agora produz vinhos: a linha Bueno. Em 2011, fez sua 30a narração do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, uma marca digna de campeão. Enquanto isso, nos boxes de equipes como Ferrari, McLaren e Mercedes Petronas garrafas de Bueno Paralelo 31, um dos rótulos que levam sua assinatura, elaborado em conjunto com a vinícola Miolo, enchiam as taças dos convidados. “Vivi os últimos 37 anos viajando pelo mundo e fui aprendendo a tomar vinho. No início, eu tinha dois problemas básicos. Falta de conhecimento para escolhê-los e falta de dinheiro para comprá-los”, diz entre risadas. Seus negócios (além dos vinhos, possui fazendas de gado e sociedade na rede Burger King) são tocados pela filha Letícia. Os outros dois filhos, Cacá e Popó Bueno, também sofreram influência do pai, mas na paixão pelo automobilismo: ambos correm na Stock Car. Galvão não se considera um enófilo. “Nunca fiz curso, fui apurando o paladar, o sentimento. Porque o vinho não é simplesmente uma bebida, é uma sensação, é um estado de espírito, no meu caso, uma paixão”, afirma. Por meio de seu sócio Ivan Magalhães, ele conheceu Darci Miolo e a família. “Então surgiu uma oportunidade de negócio lá na Campanha, no Rio Grande do Sul.”, diz ele. “Fui lá, conheci um espetáculo de cantina e me apaixonei.” Há cerca de dois anos morando em Mônaco com o filho Luca, de 10 anos, e a mulher, Desirée Soares, ele já emplacou rótulos Bueno num de seus restaurantes preferidos de lá, o Sass Café. “É um lugar tradicional e
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muito bem frequentado”, afirma. Bono Vox, do U2, George Clooney, Brad Pitt, Angelina Jolie, além de quase todos os pilotos de F1, são frequentadores da casa. “Como sou cliente antigo, criei um rótulo exclusivo para eles, uma edição especial do espumante. É um abuso, né? Vender espumante brasileiro na terra onde reina o champanhe”, ri ele. “Mas eu sou abusado!” Atualmente, sua casa de Londrina é mantida praticamente fechada. Quando está em São Paulo, ele mora numa suíte do hotel Hyatt. Quando está no Rio de Janeiro, em uma suíte do hotel Fasano. Quando vem ao Brasil, grande parte de seu tempo é dedicada a seus vinhos. Dar palpites na produção foi uma das condições para lançar rótulos com seu nome. “A decisão do corte das uvas para o primeiro Bueno foi minha, e eu já fui falando que queria um Bordeaux, com Cabernet Sauvignon e Merlot majoritariamente”, afirma. Pensou num corte bordalês autêntico, incluindo a cepa Cabernet Franc, mas f oi aí que entrou a força do enólogo francês Michel Rolland, que presta consultoria para o grupo Miolo. “Ele me convenceu a usar a Petit Verdot no lugar da Cabernet Franc. E o resultado foi muito bom”, afirma. “Depois, partimos para o espumante na Serra Gaúcha, o Cuvée Prestige. Fizemos pelo método champenoise, com 50% Chardonnay e 50% Pinot Noir, da mesma maneira que os grandes champanhes.” Galvão já comprou mais vinhedos. Em abril, na Expovinis, vão ser lançados mais dois rótulos: o Bueno Bellavista 100% Pinot Noir e um 100% Sangiovese, o Bueno La Valletta, com vinificação feita em Montalcino, na Itália, pelo enólogo Roberto Cipresso, o mesmo que faz o Achaval Ferrer na Argentina. “Amo a Toscana, na Itália. O sul dela é maravilhoso, Montalcino é linda. De Siena para Firenze, por dentro do Chianti Classico, é uma das coisas mais lindas do mundo”, afirma. E deixa a promessa: de lançar, em abril de 2013, o Bueno Brunello di Montalcino. Aos 61 anos, realizado, o locutor de futebol se permite, enfim, alardear sua preferência em campo .“Sou carioca, minha paixão é o Flamengo.”
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Galv達o Bueno, apresentador e narrador da TV P R I VAT E Globo. Twitter @galvaobueno FORYOU
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DO DESCARTE À ARTE Nido Campolongo torna belo e ecologicamente correto os mais variados materiais recicláveis
móveis, utensílios domésticos e peças de arte de diversos designers brasileiros. Agora, ele se dedica à pesquisa científica de novos materiais para construção. É quase como a reinventar o tijolo. A partir da mistura do barro usado para fabricar o bloco tradicional a um lodo residual da indústria de papel, Nido quer viabilizar um novo tipo de argamassa para a edificação de casas populares. “É uma inovação revolucionária, desenvolvida em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que vai baratear o preço dos imóveis e ainda colaborar para resolver um problema ambiental da indústria de papel”, afirma. Em seu ateliê, ele agrupa suas mais recentes criações de mobiliário, iluminação e cenografias. Os visitantes podem encomendar e comprar suas peças preferidas, mas devem estar preparados para investir. O simpático banquinho, com base de papelão, um de seus produtos mais cobiçados , custa R$ 4 mil. Já as luminárias, R$ 12 mil. A produção exclusiva e artesanal – para uma demanda de dois ou três produtos por mês, não muito mais que isso – é um dos fatores que encarecem as peças. “Não há dúvidas de que ser ecologicamente correto agrega valor aos produtos. Contudo, para mim, a beleza estética é o mais importante. Quero criar coisas belas, práticas, interessantes e se ainda puder ajudar o meio ambiente é muito, muito melhor.”
Na década de 1970, enquanto a consciência ecológica engatinhava, um jovem brasileiro descobria, de forma empírica e intuitiva, que os restos de papel gerados na tipografia de seu pai podiam ser reaproveitados na criação de objetos úteis e até belos. Na época, com 17 anos, o autodidata Nido Campolongo remava contra a onda brilhante e psicodélica das artes americanas e se encantava pela influência oriental. “Era uma linha mais rústica e orgânica, usada nas sacolinhas de papelão e capas duras de cadernos”, diz ele. Hoje, com 57 anos, o artista plástico paulistano é internacionalmente reconhecido. A originalidade de suas criações já rendeu exposições na Espanha, Holanda, Alemanha, Itália, França, Portugal e Nova York. Em seu ateliê, no bairro paulistano do Pacaembu, chega gente que aprecia arte e não se importa em pagar caro por peças, como lustres de garrafas PET, cadeiras e mesas de papelão, pufes de sacolas plásticas, mesas e luminárias de carretéis de linha. Na juventude, Nido Campolongo deixou a faculdade de engenharia assaltado por duas paixões: a gravura e o desenho. O pulo para a arte tridimensional aconteceu em 1996, quando passou a dar novas formas e funções para as sobras de papel. De pedacinho em pedacinho, o artista criou um “tecido” para decoração, usado como xale para sofás e cortinas. O trabalho que deu a ele grande projeção como designer foi a Casa do Leitor, uma obra toda feita de papelão para o projeto Brincadeiras de Papel, realizado em 2001 no Sesc Belenzinho, também em São Paulo. Havia a mão do artista em tudo, desde o forro do teto iluminado até as poltronas da sala, a cama do quarto e a estante da biblioteca. Feita de aros, essa peça fez tanto sucesso que deu a ele a oportunidade de desenvolver um projeto de decoração de interiores para uma loja em Paris, nos arredores do Arco do Triunfo. Cerca de 1 tonelada de papelão foi levada de São Paulo para a capital francesa para que Nido Campolongo pudesse reproduzir os módulos tubulares que havia exposto no Sesc. Nido Campolongo, artista plástico. A loja Pur’Suco reúne objetos de QUEM nidocampolongo.com.br www.pursuco-eshop.com decoração, acessórios de moda,
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POR | ANA PAULA KUNTZ FOTO | RICARDO D’ANGELO
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O DOIDÃO DA HIGHWAY
certeza de que é alucinado pelo que faz. Jeff conta – acrescentando diversos palavrões ao discurso – que sua inspiração para criar as motos vem da “corrida irada”. “Gosto de assistir aos torneios de corrida para ver o que está acontecendo, ver as motos que estão por lá e ter ideias.” Foi ele que lançou, por exemplo, tendências, como o freio de polegar, a moto sem pedal e a pintura em cores primárias. Moda que o mundo das duas rodas aderiu rapidinho, seguindo o mestre. Dono de 12 motos próprias, ele também gosta de usá-las em estilo politicamente incorreto. “Correr está na minha veia. As ruas são como pistas de corrida para mim.” E brinca: “Sai da frente que eu quero passar!”. Por causa da velocidade desenfreada, Jeff já sofreu diversas avarias. “Já fui atingido por seis carros e tive muitos, muitos ossos quebrados.” Atualmente, porém, sua “louca” personalidade “louca’” anda meio abandonada para dar vazão a outra, digamos, mais meiga. A de pai. Jeff tem três filhos: um menino de 10 anos, uma menina de 6 e um garotinho de 2. “De dia eu sou pai, levo meus filhos para a escola, troco fralda, faço compras. Eles me dão muito trabalho! E à noite vou para a oficina”, diz. Jeff se dedica ainda a seus dois bares, cuja temática são motocicletas, e a uma confecção de roupas – com coleções desenhadas e vendidas somente pela internet (www.churchofchoppers.bigcartel.com) por ele mesmo. Tem também um blog onde posta fotos das peças de motos que fabrica, de motocicletas bacanas e de tudo o que tem a ver com a life style da liberdade em duas rodas.
Jeff Wright, o criador das motos personalizadas mais famosas de Hollywood, é um bad boy que troca fraldas
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Suas motos são verdadeiras obras de arte. Como artista, ele não aceita encomendas nem palpites. Constrói peça por peça artesanalmente. Se o cliente gostar do resultado, leva. O difícil é não se encantar com as motos vintage customizadas do americano Jeff Wright. Seu talento conquistou até o maior dos galãs de Hollywood: Brad Pitt, para quem Jeff vendeu a mais cara de suas criações. Ele não revela quanto o ator pagou pela motocicleta prateada com cara de antiga. “Só posso dizer que ele não pagou a mais por ser um cliente famoso”, diz Jeff. Ele quer dizer que não faz distinção entre seus clientes, não esconde, inclusive, ter vendido motos para traficantes de drogas. Em média, ele cobra US$ 20 mil por moto que faz. O que não é realmente muito, já que ele diz demorar de um a dois anos para finalizar apenas uma motocicleta. Aos 45 anos, afirma ter feito cerca de 22 motos no Church of Choppers, nome de sua oficina, que funciona na cidade de Des Moines, no Estado de Iowa. Portanto, quem tem o privilégio de comprar uma motocicleta sua possui uma raridade em mãos. Considerado um dos mais importantes customizadores de motos do mundo, Jeff veio de Iowa ao Brasil para participar do Two Wheels Brazil, encontro de fãs de motos vintage que reuniu cerca de 2 mil pessoas e, óbvio, centenas de motos dos mais diversos tamanhos, cores e cilindradas na Arena Morumbi, em São Paulo. Só pelo seu visual já é possível imaginar que Jeff é um daqueles doidões das highways: boné virado por cima do cabelão longo mal cortado, barba por fazer, tatuagens pelo corpo, camiseta preta, óculos escuros, calça jeans. E quem conversa com ele tem
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Jeff Wright, customizador de motos. P R I VAT E www.churchofchoppers.bigcartel.com FORYOU
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E A FAMÍLIA SOUSA NÃO de Sousa continua inventando PARA DE Mauricio e maneiras de se manter CRESCER personagens atualizado com a tecnologia Aos 76 anos, o quadrinista Mauricio de Sousa está longe da ideia de se aposentar. Com 51 anos de carreira, ele, que começou na era do papel e do lápis, está criando o personagem Neymarzinho, inspirado no atual prodígio do futebol brasileiro, a ser lançado em meados de abril. “Já temos o esboço, estamos montando o projeto filosófico, em que trocaremos ideia com pessoas próximas a ele para construir um enredo”, afirma. “Já conversei com a mãe e a irmã. Faltam o pai e o próprio Neymar.” Não é de hoje que craques do futebol fazem parte da Turma da Mônica. O primeiro foi o Pelezinho, que apareceu em 1976 nas tiras de jornal e chegou a ter seu próprio gibi. Desde 2006, Ronaldinho Gaúcho circula nas historinhas da Turma, que hoje é conhecida em mais de 30 países. Incluindo a China, onde Mauricio de Sousa acaba de receber o prêmio Bing Xin de Literatura Infantil, pelo livro Turma da Mônica em Contos Clássicos. Publicado em 2011 pela Sun Ya Publications, de Hong Kong, tem 240 páginas com ilustrações da Turma da Mônica em 14 dos mais famosos contos de fadas, entre eles A Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, O Gato de Botas e Rapunzel. Com essa premiação, o livro passa a integrar a lista de obras recomendadas para escolas chinesas. O lançamento de Neymarzinho também promete retumbar em diversos idiomas. “Vai ser o primeiro lançamento mundial”, diz o desenhista, cheio de orgulho, com personagens na gaveta também para o argentino Maradona e Ronaldo Fenômeno. “O contrato do Ronaldo com o Real Madrid impedia a apresentação do meu projeto. Tenho tudo pronto para o lançamento”, diz. Para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, Mauricio vai dar todo o apoio com seus personagens e projetos educacionais, mas não produzirá a mascote oficial, como fez nos Jogos Militares Mundiais realizados, no ano passado, no Rio de Janeiro. “Propus que o Pelezinho fosse a mascote, mas a Fifa impede que personagens vivos sejam usados como inspiração.”
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POR | CAMILA DUARTE FOTO | LAIS DOS SANTOS
A Mauricio de Sousa Produções, maior empresa de gibis do país, hoje é um centro de produção multimídia. Já lançou um aplicativo de criação de avatares, “Quero ser Turma da Mônica”, para produtos Apple (cada pessoa escolhe o tipo de cabelo, formato de boca, estilo de roupa e acessórios para montar um bonequinho à sua semelhança, com traços de Mauricio de Sousa). “Estou com o pé no mundo eletrônico. O aplicativo teve mais de 100 mil acessos logo que foi lançado”, diz. “As novas tecnologias não atrapalham, somam. Aliás, melhorou a vendagem de gibis.” A Turma da Mônica Jovem, por exemplo, tem tiragens de 500 mil exemplares a cada edição. Só no Brasil. Como a técnica para os personagens crescidinhos é o mangá, o Japão é outro mercado forte. A marca também exporta grande volume de literatura para Itália, Indonésia, Vietnã e Coreia. O pai da Mônica ressalta que, apesar de a garotada ter cada vez menos contato com o papel, a indústria de gibis tem poder de reagir. “As revistinhas não serão abandonadas nos próximos 30 anos. Mas temos de nos aliar a outras tecnologias para garantir a sobrevivência do papel.” Tanto é que sua empresa lançou na última Bienal do Livro de São Paulo o livro do Penadinho para tablets e também está preparando o filme do dinossauro Horácio em 3D. “Adoro os debates, as conversas. Lygia Fagundes Telles estava contando de seus encontros com Monteiro Lobato... Eu deveria ter gravado e escrito uma crônica”, afirma. “Os companheiros são maravilhosos, e o ambiente é muito agradável. Além de ser minha primeira atividade e compromisso vitalício. Isso é gostoso.” Como se saciar os fãs cativados no mundo todo não fosse um compromisso que ele levará para a vida inteira.
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Mauricio de Sousa, quadrinista. Twitter: @mauriciodesousa
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UM 2012 ULTRALEVE PRA VOCÊ! O ano em que os computadores vão perder peso Já está anunciado mundialmente: este será o ano dos ultrabooks. Leves e fininhos, essa nova família de computadores tem a velocidade e a capacidade de armazenamento de um notebook, mas sem representar um peso nas costas dos usuários. As principais fabricantes estão apostando as fichas em produtos que concorram com o Mac Book Air (1) – modelo que inaugurou a categoria no mercado, lançado em 2008 –, com a diferença de usar o Windows em vez do software da Apple. A Consumer Eletronic Show (CES), festival de gadgets e tecnologia realizado em Las Vegas, em janeiro, trouxe os ultrabooks em destaque, com cerca de 20 modelos apresentados durante os quatro dias do evento. Empresas como Dell, HP, Toshiba (2) e Samsung apresentaram seus protótipos, que começaram a ser comercializados em fevereiro nos Estados Unidos. Entre as empresas que já comercializam ultrabooks no Brasil está a taiwanesa Asus, que promete nocautear todas as concorrentes da categoria “peso pluma” com o seu Zenbook (3) . São dois modelos disponíveis por aqui: o UX21, com tela de 11,6 polegadas, 128 GB de armazenamento de SSD, com Intel Core i5, vendido por R$ 3.999; e o UX31, tela de 13,3 polegadas, 256 GB de SSD e Intel Core i7, por R$ 5.999. A vantagem da Asus no combate aos adversários se dá principalmente pelo armazenamento SSD (Solid State Disk) de memória flash – esse tipo de memória funciona como um pen drive, e não tem partes móveis, em vez de uma placa interna de HD, fixa, para armazenar memória. O Zenbook usa 100% desse tipo de armazenamento, enquanto a concorrência ainda tem maior memória em HD. O resultado é um aparelho mais leve e mais rápido, promovendo um acesso mais veloz à memória, além de maior resistência a quedas e trepidações. Em comparação com o ultrabook Aspire S3 da Acer, que pesa 1,4 quilo, o Zenbook é 300 gramas mais leve. A desvantagem é o custo, já que o valor por megabyte ainda é muito maior que o de um HD. Por isso, o Acer (4) pesa menos no bolso: com processador Intel Core i3, tela de 13,3 polegadas e 320 GB de memória em HD, está à venda no Brasil a partir de R$ 2.799. Para o gerente de marketing da Asus no Brasil, Guido Alves, os altos preços praticados no Brasil são o grande empecilho para que 2012 seja o ano dos ultrabooks, como no resto do mundo. Mas nem tudo está perdido. “Essa plataforma mudará muito nos próximos dois ou três anos. O que estamos vendo agora é apenas o início de uma nova era de PCs, revigorados e capazes de trazer uma nova experiência com computadores”, diz Guido.
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POR | ANA PAULA KUNTZ E CAMILA DUARTE
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MEIO FORA DE ÓRBITA
VIAGEM ESPACIAL QUE LEVA TURISTAS PARA ZONA DE GRAVIDADE ZERO ESTREIA NO SEGUNDO SEMESTRE. APENAS US$ 200 MIL
Se o mundo for mesmo acabar em 2012, o jeito é voar daqui. Onde os terráqueos estabeleceriam residência não se sabe, mas os caminhos para o espaço estão abertos. E não apenas para os astronautas. Com o objetivo de oferecer um passeio – e não uma rota de fuga, claro –, a companhia Virgin Galactic já vendeu mais de 400 pacotes para seus voos orbitais privados, que começam a ser realizados no segundo semestre deste ano. A empresa do multiempresário britânico Richard Branson é a primeira a oferecer um voo espacial turístico, a um preço que pode ser comparado à “classe econômica da aviação comercial”: US$ 200 mil, muito mais em conta que os estratosféricos US$ 20 milhões pagos pelo empresário americano Dennis Tito em 2001 para passar alguns dias em uma estação espacial. A proposta da Virgin Galactic é levar grupos de até seis passageiros a uma distância de 100 quilômetros do solo terrestre, onde a gravidade é nula. O programa dura três dias e acontece assim: os passageiros passam por exames médicos e treinamento antes de embarcar na SpaceShipTwo, que é levada pela nave-mãe, chamada WhiteKnightTwo, até a altura necessária para a saída da órbita terrestre. Então, ela é ejetada e o motor propulsor do foguete é acionado, atingindo velocidade equivalente a três vezes a velocidade do som (que é de 340 m/s). A nave parte do Spaceport America, no Estado do Novo México, nos Estados Unidos. O voo espacial
leva aproximadamente 90 minutos, e os viajantes terão preciosos quatro minutos no espaço, com gravidade zero, para se divertir. “Os passageiros poderão brincar com a água que sai da garrafa flutuando para ser bebida no ar”, afirma Tomas Perez, presidente e cofundador da agência Teresa Perez Tours, que vende o produto no Brasil. Além dela, apenas a GPS Travel representa a Virgin Galactic no país. A inovação tecnológica já existia, o que faltava para que ela se tornasse viável era um investidor. “Os investimentos são altos e demandam muitos testes para que o resultado final seja um sucesso”, diz. “Branson viu uma oportunidade de negócio. Desde 2008, estudos são feitos para viabilizar o turismo espacial.” Outras duas empresas estão se preparando para oferecer voos similares a partir de 2013. A XCOR, que já tem cerca de 100 nomes na lista de reservas, deverá cobrar US$ 95 mil pela viagem que leva apenas um passageiro e o piloto para fora da órbita terrestre. Já a Space Adventures, que também tem sua centena de interessados, deverá cobrar cerca de US$ 110 mil para o voo em aeronave automática para dois, sem piloto. A fila de espera da Virgin Galactic tem pessoas de mais de 20 países. Quanto aos brasileiros, Tomas Perez acredita que vão se interessar somente depois que os primeiros voos forem realizados. “ Mas creio que logo a viagem espacial pode ser um produto consolidado para o turismo”, afirma. Ele próprio é um dos que vão encarar a aventura. “Ainda não decidi a data da minha viagem, mas com certeza serei um dos passageiros a ver a Terra de outro ângulo.” ONDE
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Branson e o protótipo do SpaceShipTwo: ousadia e investimentos
www.virgingalactic.com
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22 MANHEEÊ, O CARRINHO CRESCEU! A MINIATURA VIROU REALIDADE: UM HOT WHEELS PARA ADULTOS Realizando o desejo da criança que há em cada adulto, a Chevrolet e a Hot Wheels transformaram o carrinho de brinquedo no carrão Camaro Hot Concept. Sua primeira aparição foi no Sema, autoshow realizado em Las Vegas, em novembro, mas foi no Salão Detroit de 2012 que o Camaro Hot Wheels chamou a atenção do mundo todo. O Custom Camaro inspirou a primeira miniatura lançada pela Hot Wheels, em 1968. Era um espectro dos veículos futuros. Agora, acontece o contrário: o brinquedo virou um carro de verdade. O projeto foi elaborado pelo estúdio da General Motors em parceria com a Hot Wheels/ Mattel. “A pintura Spectraflame e os pneus redline daqueles primeiros carros Hot Wheels foram os sonhos por gerações, e foi emocionante injetar esses elementos em um Camaro real”, diz Felix Holst, vice-presidente de design para a Divisão Rodas Mattel. A máquina foi criada para ser facilmente identificada com o brinquedo, com estilo, grafias, faixas em preto e detalhes em vermelho nas rodas e frisos e, logicamente, a pintura verde brilhante clássica dos Hot Wheels. O volante e os bancos de couro preto têm detalhes em vermelho e os logotipos bordados. O capô de alumínio vem com extratores de vento, favorecendo a aerodinâmica e o sistema de escape. Sob ele, um motor V8, 6.2, de seis marchas de transmissão manual é responsável pelo alto desempenho. O brinquedão ainda não está à venda e não há previsão para chegada às lojas. Quem quiser ter um Camaro Hot Wheels de verdade vai ter de adquirir o Camaro 1 SS que possui o mesmo design e desempenho, encontrado a partir de US$ 31.930. A customização e a pintura verde são um custo extra por conta do cliente. Para os filhinhos dos clientes que comprarem o carro, ou para os colecionadores adultos, há a réplica em miniatura para brincar à moda antiga. P R I VAT E FORYOU
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LUXO À PROCURA DE DONO
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A CASA MAIS CARA DO MUNDO ESTÁ DE PÉ, DECORADA, EM PLENO FUNCIONAMENTO, MAS DESABITADA. QUER MORAR LÁ?
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Você sabia que a casa mais cara já construída no mundo é de um indiano? Mukesh Ambani já foi o homem mais rico da Índia e o quarto mais rico do mundo. Agora, ocupa o segundo e nono lugares de acordo com a lista de 2011 divulgada pela revista Forbes. O magnata é dono da Reliance Industries, produtora de óleo e gás, e faz parte do quadro de diretores do Bank of America. Detentor de uma fortuna de US$ 27 bilhões, Mukesh construiu a casa num terreno de 47.000 metros quadrados em Mumbai, na Índia, gastando quase US$ 1,7 bilhão, entre construção e decoração. A ostentação rendeu críticas, afinal a maioria dos indianos sobrevive com menos de US$ 2 por dia. A construção Antilia, concluída em 2010, é uma casa vertical com 27 andares e pé-direito muito alto, equivalente à altura de um prédio de 60 andares. Com envidraçamento resistente a chuvas, tufões, explosões e terremotos, o arranha-céu é um dos mais altos da Índia e está equipado com três helipontos e seis andares de garagem, com estacionamento para 168 carros e uma oficina mecânica. O 8o andar da mansão é destinado a fins recreativos, com uma sala de cinema com 50 lugares. Nos outros andares podem ser encontrados numerosos quartos e salões de festa, de dança e de jantar, além de um centro de saúde, uma academia de ginástica com dois andares em ginásio de esportes e, em três andares, jardins suspensos. Para manter toda essa estrutura funcionando, foram contratados 600 funcionários, todos residentes na casa – ao menos emprego, ele tem dado. O Antilia também tem dois andares com fachadas de vidro destinados aos hóspedes da família Ambani. Com staff, decoração e equipamentos em pleno funcionamento, seria a hora de ocupar o novo lar. Mas toda essa estrutura e conforto não foram suficientes para convencer Mukesh e a família Ambani a viver na mansão. A casa está abandonada por não atender aos critérios arquitetônicos do Vastu Shastra, uma versão hindu do feng shui. É importante que todas as janelas e as aberturas da casa recebam a luz do sol nascente – uma falha no Antilia que pode trazer má sorte a Ambani, de acordo com a filosofia Vastu Shastra. O
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Lobby empresário e a família já realizaram diversas festas, jantares e exibições de filmes, mas temerários, nunca passaram uma noite inteira na casa. CIFRAS SEM LIMITES O mais incrível ainda é que depois de ter perdido o posto de mais rico da Índia, Mukesh Ambani pode também perder o poder de ostentar a casa mais cara do mundo. O designer britânico obcecado por ouro, Stuart Hugues, junto com a construtora suíça Exklusiv Haus criaram o projeto da casa de US$ 12,3 bilhões. Hugues é conhecido por recriar objetos em metais e pedras preciosos. Produziu smartphones, iPads até bicicletas, carros e navios de ouro. Por enquanto, a casa é apenas um protótipo, mas já tem terreno e decoração definidos. Será construída na vila Bione, em Minusio, oeste da Suíça, fronteira com a Itália. A casa foge do estilo extravagante de Antilia. De acordo com o projeto, ela terá apenas cinco quartos e uma garagem para quatro carros. O terreno possui 2.442 m² e os exageros ficam por conta da sala de estar, com 725 m², da adega, com 245 m², e do terraço, com 388 m². O que faz a mansão assumir o posto de mais cara do mundo são os 200.000 quilos de ouro e prata que estão projetados para ser espalhados pelos ambientes da casa.
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1. Três helipontos posicionados sobre o teto da casa; 2. Andar para empregados; 3. Residência da família, com quatro apartamentos; 4. Tradicional lounge; 5. Andar para empregados; 6. Apartamentos para hóspedes; 7. Piscina, centro de saúde e salão de festas; 8. Jardins elevados; 9. Estacionamento de seis andares para 168 carros ONDE
Mumbai – Índia
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LUGARES QUE RECEBEM SHOWS DE MÚSICA, DANÇA E TEATRO A CÉU ABERTO E SÃO, EM SI MESMOS, UM ESPETÁCULO À PARTE
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Uma peça de teatro, um concerto, um balé ou um show de rock podem ficar ainda mais interessantes dependendo do palco onde são apresentados. Existem por aí instalações que, por sua estrutura, sua arquitetura ou sua história, acabam fazendo parte do espetáculo, tornando a experiência do público muito mais marcante. Em Londres, o Regent’s Park Open Air Theatre costuma juntar gente bem descolada para sentar em seus gramados e assistir à programação, que geralmente traz musicais e peças de teatro (o ingresso custa de £ 17,50 a £ 44,50). Na península mais ao sul do Reino Unido, em Porthcurno, o Minack Theater é uma construção erguida provavelmente há mais de 2 mil anos pelos gregos, e apresenta peças que vão desde Macbeth a Peter Pan, shows de orquestras e de mágica – David Copperfield se apresentará em agosto. Nos Estados Unidos, o Red Rock Amphitheatre, perto de Denver, por exemplo, fica encravado nas rochas
vermelhas do deserto do Colorado e costuma receber bandas do calibre dos Scorpions, Blues Traveler e Florence and the Machine – todas com apresentações agendadas para este ano. O complexo tem ainda restaurantes com vistas panorâmicas e trilhas para os ciclistas explorarem seu entorno durante o dia. Na Itália fica um dos teatros a céu aberto mais antigos do mundo, ainda em funcionamento. O Teatro Greco de Taormina, na ilha da Sicília, data do século VII a.C. e, até hoje, está entre as ruínas que emolduram o vulcão Etna, suas arquibancadas acomodam espectadores para assistir a montagens de clássicos como óperas de Giuseppe Verdi (em agosto terá Nabucco e Aida, com ingressos a € 35 nas numeradas e € 69 na plateia). As programações são intensas e merecem ser confirmadas pela internet perto da data da visita. Geralmente, todos esses estabelecimentos estão abertos a visitação durante o dia. Portanto, mesmo sem nenhuma atração em cartaz que interesse, vale o passeio, pois esses palcos, ainda que vazios, são espetaculares em si mesmos.
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Sem teto: entre as casas de show a céu aberto mais famosas do mundo estão o Open Air Theatre (1) e o Minack (2), na Inglaterra, o Red Rock (3), nos EUA, e o Teatro Greco (4), na Itália
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Estados Unidos www.redrocksonline.com Inglaterra www.openairtheatre.org www.minack.com Itália www.taormina-arte.com
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COBIÇA SUÍÇA
CONHEÇA A REDE SDH, QUE REÚNE 39 DOS MAIS LUXUOSOS CINCO ESTRELAS SUÍÇOS
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www.myswitzerland.com
O s brasileiros estão com tudo, estão podendo mesmo. Até na Suíça. Em 2011, o país recebeu cerca de 75 mil turistas de sangue verde-amarelo, um número 18% maior que o registrado no ano anterior. Esse crescimento trouxe pela primeira vez, em março, o presidente da Swiss Deluxe Hotels (SDH), Jean E. Brucker, para apresentar os hotéis da rede que reúne 4.500 apartamentos, ou 40% dos quartos cinco estrelas existentes no território suíço. “O Brasil é um dos mercados mais prósperos, por isso merece nossa atenção especial”, afirmou, durante sua passagem por São Paulo. A SDH conta com 39 hotéis, submetidos a um controle de qualidade com mais de 850 critérios avaliados rotineiramente. “Uma taça de champanhe deve ser servida em, no máximo, quatro minutos. O atendimento telefônico é padronizado e, como regra, todos os hóspedes devem ser chamados pelo nome”, afirma Nati Felli, brasileira proprietária do hotel Guarda Golf, o mais novo integrante do grupo. Todos os representantes devem ter instalações impecáveis, decorações luxuosas, gastronomia de primeira e localização privilegiada. E alguns se destacam pelo equilíbrio entre a arquitetura antiga e os serviços de última geração. É o caso do The Dolder Grand, instalado em um antigo castelo de 1899, no topo da Zürichberg (a 679 metros de altitude de uma montanha próxima a Zurique), que conta com campo de golfe e spa com 4.000 m2 com tratamento à base de areia quente e produtos La Prairie de última geração. O valor da diária é em torno de US$ 1.600.
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stellamccartney.com
STELLA NO SOHO
LOJA DE STELLA MCCARTNEY TEM NOVO ENDEREÇO EM NOVA YORK Quem não tem problemas com aluguel? Com o contrato vencido, a loja da grife Stella McCartney fechou as portas em Meatpacking District e se mudou para a cidade de Nova York. Em janeiro, a marca inaugurou a casa nova no Soho. A loja da Green Street, número 112, tem dois andares, que somam 500 m². No térreo, fica a coleção principal e no subsolo as coleções infantis e a linha de lingerie. Entre os vizinhos estão a Tiffany e a Louis Vuitton.
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O piloto Gobbetti, presidente da Global Aviation, conta como descobriu sua paixão por voar e seu talento para fazer dos clientes verdadeiros amigos
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os 18 anos, enquanto os amigos queriam dirigir seus Passats com roda de magnésio, Ricardo Breim Gobbetti pilotava um Buecker 131 – um biplano sem capota 1938, do Aeroclube de São Paulo, onde trabalhava como instrutor de voo. “Aprendi a pilotar nesse avião. As acrobacias contribuíram para complementar minha formação e também contaram para o banco de horas de voo. E eram horas muito bem aproveitadas”, diverte-se o piloto, que viria a se tornar o grande empresário do setor da aviação com sua empresa Global Aviation.
Hoje, um piloto sereno, do tipo 100% céu de brigadeiro e 0% esquadrilha da fumaça, Gobbetti está à frente de uma empresa que se destaca pela exclusividade e qualidade. “Trabalhamos com o conceito One Stop Shop, que procura resolver a vida do cliente comtodososserviçosdeaviaçãoexecutiva”,dizGobbetti. Isso significa que, com um único telefonema, é possível resolver serviços de fretamento, compra e venda de aeronaves, propriedade compartilhada, hangaragem e atendimento de pista, gerenciamento de aeronaves e transporte aeromédico. A companhia, que começou como Global Táxi Aéreo (de aviação executiva), juntou-se com outras duas empresas fundadas por Gobbetti, a Reali Táxi Aéreo (de transporte aeromédico) e a SSR (de
gerenciamento de aeronaves). Desde o ano passado, já se preparando para o crescimento, a Global Aviation efetuou a associação com outra empresa de táxi-aéreo, a Pássaro Azul, pertencente ao grupo Comporte (uma das maiores empresas de transporte terrestre). Da fase de expansão, faz parte ainda a fusão com a Endurance Capital Partners, que fez as bases da empresa aumentar de duas para nove e compôs um grupo de investidores empenhados em fazer da Global Aviation a maior e melhor empresa de seu segmento na América Latina. Pois é, quem diria que aquele garotinho que, aos 4 anos, cruzava os céus com o pai e com o tio, pilotos do setor privado, elegia em tenra idade o que desejava para si. “Antes mesmo de tirar carteira de motorista, aos 16 anos tirei meu primeiro brevê”, diz. “Era engraçado, já podia pilotar avião, mas não podia dirigir carro.” Como piloto acrobático, ganhou prêmio de campeão paulista e brasileiro. Posicinou-se entre os melhores do país e acabou convocado para compor a primeira equipe que foi à Florida, nos Estados Unidos, participar de uma competição internacional. “Além dos campeonatos, também era contratado para realizar shows aéreos, desses em que fazemos manobras bem perto do chão, com fumaça.” Mas os voos calmos e tradicionais, em aviões de linha comercial, estavam na sua mira. Aos 19 anos, Gobbetti entrou para a Varig como copiloto de Boeing 727, que voava para destinos como Recife, Panamá e Buenos Aires. Aos 23, saiu como o mais jovem comandante da companhia, no controle de um Boeing 737-300, um dos modelos mais festejados da história da aviação civil, que na época, em 1991, estava sendo testado e implantado para fazer
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PAIXÃO: QUANDO NÃO PILOTA A TRABALHO, GOBBETTI VOA POR LAZER EM SEU EXTRA 300
a ponte aérea. O maior modelo que pilotou na linha comercial foi o Boeing 767, com capacidade para 214 passageiros, com autonomia para chegar à Europa ou aos Estados Unidos sem escala. Graças à sua visão de longo alcance, Gobbetti sabia que podia voar mais alto. Não em termos de autonomia de aeronave, mas de satisfação em ter seu próprio negócio. Em 1994, fundou a Global Aviation. Apesar de ter sido uma decisão tomada contra todos os conselhos e palpites, Gobbetti acreditava que bons ventos estavam a seu favor e abriu mão da carreira na Varig para investir em sua empresa de táxi-aéreo. “Eu podia estar numa grande companhia aérea no comando de um MD-11 (trijato superinovador para a época), mas pilotava um Bandeirante e estava feliz assim” , diz. Na época, ele se instalaria no mercado para disputar com cerca de 500 concorrentes. “Qualquer um podia ter uma empresa de táxi-aéreo. Era muito fácil até que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aumentou o nível de exigência, o que levou à sobrevivência apenas as melhores.
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Vocação: apoiado aeronaves entre helicópteros e aviões e Percebi que havia uma necessidade de espela mulher, Flavia, cerca de 250 funcionários, ele faz questão pecialização desse serviço, e por isso segui o piloto detém um tino especial de conhecer todos os seus passageiros. adiante com meus planos.” para lidar com as Com dois aviões turbo-hélice, um Bandei- particularidades da “Alguns se tornaram grandes amigos. Na aviação executiva aviação executiva, o piloto deve carregar rante e um Mitsubishi, Gobbetti lançou-se mala, cuidar das refeições a bordo, chaà carreira solo de piloto empresário. “No Mitsubishi fazia voos curtos, geralmente entre São Pau- mar táxi e até providenciar guarda-chuva”, diz Flalo e Angra dos Reis”, diz. O Bandeirante ele comprou via. “Capacitação técnica todos precisamos ter, mas num leilão. “Quando já estava indo embora, de mãos sensibilidade para o contato estreito com os clientes abanando, a pessoa que o havia arrematado desistiu depende do perfil de cada um”, afirma o piloto. Atualmente, a Global Aviation recebe mensalmente da compra e eu voltei para levá-lo.” Nele, começou transportando grupos para pescarias cerca de 1.400 cotações, sendo 400 para serviço aeem lugares isolados, voltando com o bagageiro cheio romédico. Em uma ocasião ou outra, seja por necesde peixes. Seu segundo voo com o Bandeirante foi para sidade ou vontade, é o próprio Gobbetti quem pilota a frota. “Hoje em dia, meu avião preferido é o Falcon transportar um caixão. “Não foi fácil lidar com a família 2000, um jato de grande porte que tem tecnologia chorando pelo morto, mas descobri ali uma vocação.” Mais do que servir de fagulha para o negócio de trans- embarcada de última geração e faz São Paulo-Miami sem escala”, diz. Apesar dos deveres de empresário, porte aeromédico, a ocasião mostraria a Gobbetti que um piloto tinha de saber pilotar inclusive sentimentos e an- ele não deixa apagar a paixão por pilotar, seja a bordo de planador, de jato, de helicóptero ou avião de gústias humanas. “Seu envolvimento com os passageiros na aviação executiva é total, a atenção e a dedicação que acrobacia – que continua, aliás, sendo seu principal ele tem aos clientes é muito singular”, diz sua mulher, hobby. Sempre que pode, Gobbetti vai ao encontro Flavia Martins. Até hoje, mesmo com a Global Aviation de seu Extra 300, hangarado no aeroporto Amarais, em Campinas, para relaxar nas nuvens. crescendo em média 30% ao ano e somando mais de 60
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MUITAS IDEIAS E UMA CÂMERA
POR | ANA PAULA KUNTZ FOTO | TOMAS RANGEL
Cineasta por parte de pai e mãe, Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha e Paula Gaitán, tem encantado o público e a crítica com seu jeito único e experimental de fazer cinema
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presente de aniversário chegou um pouco adiantado. Uns 15 dias antes de comemorar seus 34 anos, em 19 de janeiro, o cineasta Eryk Rocha recebeu a notícia de que o filme Transeunte (VideoFilmes), seu primeiro longa-metragem de ficção, foi premiado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) como o melhor nacional de 2011. Filmada em preto e branco, a produção, que esteve em cartaz nos cinemas brasileiros em agosto, conta a história de Expedito, um senhor solitário que vive no Rio de Janeiro em companhia do barulho da cidade, de conversas alheias e das vozes do rádio que escuta constantemente pelo fone de ouvido. Com esse, já são 13 prêmios para o longa-metragem do filho de Glauber Rocha, ícone do Cinema Novo, diretor de Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e Terra em Transe (1967), entre outras obras-primas da cinematografia nacional. Ainda é difícil para o senso comum desvincular Eryk de sua genealogia. A crítica especializada não resiste às comparações, apontando a coragem, a inquietação e o inconformismo, além do gosto por temas politizados, como traços semelhantes entre pai e filho. Eryk diz que não se incomoda. Mas, com seu discurso brando e trabalho árduo, busca provar o valor de seu nome com base em seus méritos, e não na carga genética. No currículo ele tem, além de dois curtas-metragens, três documentários: Rocha que Voa (2002), Intervalo Clandestino (2006) e Pachamana (2008). O tino para a sétima arte vem tanto por parte de pai quanto por parte de mãe. A cineasta colombiana Paula Gaitán, diferentemente de Glauber, que não teve tempo de compartilhar as habilidades do herdeiro (Erik tinha apenas 3 anos quando o pai morreu) , tem o filho como parceiro na produção do longa-metragem Sobre a Neblina, que está sendo rodado em Minas Gerais. Outro trabalho de Eryk em andamento é a filmagem de um musical sobre Jards Macalé. O iconoclasta músico carioca, dono de uma carreira pontuada de grandes lances, é desconhecido do grande público. Macalé causou comoção ao devorar uma rosa enquanto cantava “Princípio do Prazer”, no festival Abertura, em 1975; foi parceiro de Vinicius de Moraes na década de 1960, dirigiu shows de Maria Bethânia, fez canções de sucesso interpretadas por Gal Costa (“Hotel das Estrelas” e “Vapor Barato”), trabalhou em Londres com Caetano Veloso e também compôs trilhas sonoras para vários filmes, entre eles O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro. Sim, de Glauber Rocha. Nascido em Brasília, hoje Eryk Rocha mora no Rio de Janeiro, está solteiro, mas se autodeclara namorador. Falante e entusiasmado, ele tem em comum com o calado personagem Expedito os fones de ouvido como grandes parceiros nas andanças pelas ruas cariocas. “Estou sempre escutando música. Especialmente Jards Macalé , claro.”
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Onde você estava quando soube do prêmio da Abraccine? Como recebeu a notícia? No começo do ano passei uma semana na França e depois fui a Petrópolis. Estava lá quando soube do prêmio e me senti muito honrado. Estamos, a equipe e eu, tendo resposta ao nosso trabalho. Já recebemos outros prêmios por Transeunte, mas esse foi especial, por ser concedido pela crítica. No ano passado, foram lançadas dezenas de filmes nacionais, havia coisas muito boas concorrendo, o que me deixa muito contente com a conquista do primeiro lugar. Ainda mais por ser um filme de baixo orçamento, sem atores famosos no elenco.
Espero que sirva para abrir portas a toda uma nova geração de cineastas brasileiros. E que também faça o filme ser mais visto.
Transeunte não tem uma linguagem convencional. Não é um filme fácil de agradar, certo? No Festival de Biarritz teve gente que até saiu da sala... Realmente. Para todo filme haverá uns que gostam e outros que não. Esse filme tem alma popular, é sobre um anônimo, se passa no Rio. Muita gente gostou, até ganhamos prêmio dado pelo público. O caso de Biarritz não representa nada para mim, pois na mesma ocasião recebi muitos cumprimentos e elogios. Entendo o
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“PARA MIM, CINEMA NÃO É APENAS UMA PROFISSÃO, É UM RESPIRO DE VIDA, É COMO SINTO O MUNDO” estranhamento da plateia, ali é um balneário francês, onde vivem muitos idosos, onde há uma elite que não está preparada para um filme assim. Mas não me importo, faz parte da democracia. Gosto muito dessa frase: “Não existe fórmula para o êxito, mas existe para o fracasso. É querer agradar a todos”. Você acha que, por ser ficção, esse filme te deu mais projeção do que seus documentários? Sempre há um “auê” maior com ficção. Transeunte vai ser exibido em Istambul e Guadalajara, já esteve nos Estados Unidos, em Cuba, e passou por 12 cidades na Alemanha. Foi um verdadeiro tour organizado pelo museu de Düsseldorf, que inclusive fez uma coisa legal: organizou uma retrospectiva sobre o meu trabalho, em um catálogo que falava dos meus dois curtas-metragens e dos quatro longas-metragens. Os seja, dos três documentários. O filme que está dirigindo sobre Jards também é ficção? Como vai ser? Estamos na fase de montagem, e ele deve ser finalizado no final do semestre. Foi o próprio Jards quem me convidou para dirigir o filme que vai ser um musical... Como assim, um musical desses com dança, canto, coreografia? Não (risos). Chamo de musical porque a música é um elemento muito presente. Assim como em Transeunte, que para mim não deixa de ser um musical. Nessa nova produção vamos tratar da relação do homem com a descoberta da música, com a afinação dos instrumentos, com a improvisação dos sons. É sobre música brasileira. O filme se passa em grande parte no estúdio e vai falar do processo de criação de um novo disco, em que o protagonista é o Jards, em pessoa. Mas não é uma biografia, e também não é documentário. O roteiro é uma construção ficcional. Agora que você está envolvido com outros dois longas-metragens de ficção, esse sobre Jards e o filme de sua mãe (Sobre a Neblina), considera encerrada sua fase de documentários? Não. Nada impede que eu volte a fazer esse tipo de filme. Mas meu grande estímulo é a experimentação. Gosto de pesquisar novas linguagens e ver como elas podem conversar entre si, como poderia conciliar teatro, poesia, ficção e realidade. Sempre busco reunir vários dos meus interesses num único trabalho, sem me restringir a fronteiras. Não pretendo seguir um plano de carreira,
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segmentar minha história em “fazia curtas, depois fez documentários, agora vive a fase da ficção”. Acho bacana quem faz isso, mas quero experimentar, me lançar no abismo da criação, viver a arte coletiva. Para mim, cinema não é apenas uma profissão, é um respiro de vida, é como sinto o mundo. Não dá para ser pautado pelo mercado. O que te pauta, então? O que te inspira? Ultimamente, o principal é a música. Às vezes me vejo como o Expedito (protagonista de Transeunte), pois adoro andar pelas ruas, caminho sempre, onde quer que esteja. E sempre ouvindo música. Gosto de muita coisa diferente, ouço Maria Callas, Rolling Stones, Tom Zé. Adoro hip-hop. Ah, e tem a Ava (Gaitán Rocha), minha irmã, uma compositora incrível e cantora maravilhosa, de voz grave e potente, que acabou de fechar um contrato com a Warner Music para lançar seu CD. Poxa, e também o Jards, né? (risos). No momento só dá ele. Como poderia esquecer? Além da música, o que mais? Tenho lido muito teatro e poesia. Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade... E também coisas do meu avô colombiano, Jorge Gaitán, que foi um grande poeta, sabia? Que legal! Mas, já que você falou de seu avô, de sua irmã, deixa eu ser mais direta: e seu pai não é uma grande inspiração para você? Com certeza. Tanto meu pai quanto minha mãe, que é uma grande cineasta. Estou feliz de trabalhar como produtor do filme dela. Desculpe, posso insistir? Queria que você contasse mais de seu pai. Você se importa de falar dele? Sei que o perdeu muito cedo... Imagina, de forma alguma! Meu pai é mais que uma inspiração, é um farol. Vejo e revejo seus filmes, gosto de ler o manifesto A Estética do Sonho. Na verdade, tanto o Glauber quanto o (Ozualdo) Candeias e outros diretores do Cinema Novo são importantes referências para minha geração. São grandes mestres, com filmes há mais de 60 anos em cartaz. Acho muito importante dialogar com eles, estar antenado com eles. Mas tenho meu caminho. Faço cinema há 12 anos, tenho mais de 30 prêmios, tenho construído minha própria história.
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É DA HORA!
Sem brincos, colares, anéis e outros balangandãs para se preocupar, muitos homens investem toda a sua vaidade nos relógios. Do outro lado, a indústria relojoeira, ciente de que a paixão masculina por relógios é quase equivalente à feminina por sapatos, dá corda a toda sua criatividade. As maiores novidades do ano foram apresentadas em março na Basel World, evento anual realizado na Suíça para mostrar ao mundo a capacidade de os fabricantes se superarem na arte de transformar um simples marcador de horas em peças de personalidade. Raras como obras de arte e com o brilho luxuoso das joias.
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1. ZIIIRO: CELESTE
Cor e forma são mais importantes que números nesse modelo, de estrutura de aço inoxidável. O disco mais claro marca as horas e o mais escuro os minutos. www.ziiiro.com
2. HERMÈS: ARCEAU
PAILLE MARQUETERIE Feito de couro de crocodilo, o desenho aplicado no fundo do visor é costurado manualmente, tirinha por tirinha, por pacientes artesãos da marchetaria, que formam mosaicos de dois padrões, quadrados e zigue-zague. www.hermes.com 3. ULYSSE NARDIN: BLUE TORO O ouro rosado de 18 quilates dá destaque ao azul da coroa e dos botões de cerâmica da edição limitada a 99 peças, que tem calendário perpétuo e um segundo marcador para o fuso horário. A precisão é garantida pelos 34 rubis do motor. O dial é de cristal de safira e a pulseira pode ser de borracha ou de couro. www.ulysse-nardin.com 4. HARRY WINSTON: HISTOIRE DE TOURBILLON 3 O turbilhão é um dispositivo para compensar a influência da gravidade no movimento dos relógios, tornando-os mais precisos. Não bastando um, esse modelo vem com três turbilhões. Feita de aço escovado e ouro 18 quilates, a edição é limitada a 20 peças. www.harrywinston.com
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OMEGA: JAMES BOND 50th anniversary Pelos 50 anos do primeiro filme do agente, foi lançada na Basel World uma edição especial, para conquistar especialmente os amantes de aventuras aquáticas. Resistente a 300 metros de profundidade, o modelo vem com a marca dos 50 minutos na cor vermelha e a inscrição do monograma 007 na parte posterior. A versão de 36.25 mm de diâmetro tem 3.007 unidades fabricadas. A de 41 mm, apenas 1.007. www.omegawatches.com/pt
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POR | ANA PAULA KUNTZ FOTOS | MURILO MATTOS
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MUITA GARRA PARACOMER
GRAM Mesmo em nível amador, a seleção brasileira de rugby feminino está entre as melhores do mundo e, assim como o time dos homens, se prepara para a estreia na Olimpíada
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||| PESQUISA
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Persistência: a capitã Júlia (abaixo) precisava pagar a viagem com o próprio dinheiro para treinar na seleção. O técnico José Eduardo (ao lado), quando garoto, via vídeos de jogos antigos
MOSTRA QUE ESTE É O ESPORTE QUE MAIS CRESCE EM POPULARIDADE NO
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eu pai, que é carteiro, estava andando aqui nas ruas de São José dos Campos e viu um cartaz sobre uma seletiva na cidade para jogar alguma coisa... Ele me disse que achava que era handebol.” Foi assim que Karina Poliana Godoi, de 19 anos, teve seu primeiro contato com o rugby. Mesmo sem saber direito do que se tratava, há três anos ela foi ao tal evento e se deu bem: hoje, faz parte da seleção brasileira e é a grande promessa do esporte, que terá sua reestreia na lista de modalidades olímpicas a partir de 2016 (a última vez foi em 1928, na Holanda), quando os jogos acontecem justamente aqui, no Brasil. Em um ano na seleção, Karina já viajou para jogar em Dubai, no Uruguai e em Las Vegas. “No começo, não entendia nada, mas logo me apaixonei pelo esporte. Minha mãe pega no meu pé para que eu estude e trabalhe, mas fica toda orgulhosa quando viajo para representar o Brasil.” E todos deveriam ficar, porque essas mulheres arrasam: tendo vencido todas as edições de que participaram, elas deram ao país o título de heptacampeão sul-americano. O reconhecimento está aparecendo. Um estudo da consultoria Deloitte mostra que o esporte é o que mais cresce em popularidade no país. A pesquisa foi realizada com mais de 700 pessoas de todas as regiões do Brasil, das variadas faixas etárias e de renda, e revelou que 17% dos respondentes apontaram o rugby como aquele que mais vai ganhar notoriedade nos próximos anos, seguido de artes marciais – leia-se, Ultimate Fighting Championship (UFC) –, com 16%. Mas a mãe de Karina tem razão em se preocupar: o rugby no Brasil ainda é um esporte amador, e os jogadores não recebem salário nenhum. Praticamente todos eles, tanto os homens quanto as mulheres, além de rolar na lama, comer grama e dar o sangue (literalmente, às vezes), têm outro emprego para se sustentar. Entre as meninas, há designer, publicitária, enfermeira e muitas estudantes, já que a média de idade é 22 anos. A capitã, Júlia Albino Sardá, de 29 anos, que está na seleção desde 2004, é professora de educação física em Florianópolis. No início, pagava a passagem de ônibus com dinheiro do próprio bolso para vir a São Paulo treinar. “Durante a faculdade fui expulsa de uma partida de basquete por uma jogada meio agressiva. Daí passou uma pessoa lá e gritou: ‘Você deveria jogar rugby’, e eu fui mesmo”, diz. Em seis meses, ela estava na seleção. O técnico e preparador físico da seleção feminina, José Eduardo Moraes – que de segunda-feira a sexta-feira trabalha como personal trainer –, lembra que, naquela época, todo o time se juntava para ratear os custos. “Cada uma dizia quanto tinha gastado de transporte e hospedagem, e a gente dividia por igual com quem morava mais perto. Uma de nossas grandes conquistas é que, desde o ano passado, elas não precisam mais pagar para jogar. A Júlia hoje vem de avião, sem pagar pela passagem”, diz. “Agora que o rugby voltará a ser um esporte olímpico, já temos alguns patrocinadores e podemos contar com o apoio do Comitê Olímpico Brasileiro (CBO).” Conforme explica Sami Arap Sobrinho, presidente da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) desde 2010 e advogado, a recuperação do caixa está vindo a galope. “Quando entrei, havia uma dívida de R$ 30 mil, mas terminamos o ano no azul, com R$ 900 mil. Em 2011, o orçamento foi de R$ 3 milhões e, para 2012, a previsão orçamentária é de R$ 6 milhões”, afirma. “O ideal para custear as despesas de atletas de alta performance e poder remunerá-los é termos pelo menos R$ 10 milhões por ano.” Com essa verba, ele acredita que o rugby nacional poderá ser levado ao patamar da elite. Em precárias condições, a seleção masculina está entre as 30 melhores das 120 seleções do mundo. Com atletas mais bem treinados e dedicados, sem preocupações com empregos paralelos, há grandes chances PAÍS, SEGUIDO DE ARTES MARCIAIS de galgar uma posição entre os 20 países que participam da Copa do Mundo de Rugby. Aliás, vale lembrar, esse é o terceiro maior evento esportivo do planeta, atrás apenas da Copa do Mundo de Futebol e da Olimpíada, líderes do ranking. Jogadores profissionais das melhores seleções, como da Nova Zelândia, África do Sul, Inglaterra e do Canadá, ganham salários que chegam a US$ 100 mil por mês, equivalentes aos dos jogadores de futebol do alto escalão.
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48 difícil acreditar, mas o rugby chegou ao Brasil com o futebol, no fim do século O DONO ÉXIX, pelas mãos de Charles Miller. Sim, o “pai do futebol” – que, vale dizer, também era de críquete – apresentou aos brasileiros tanto a bola redonda DAS quanto a jogador bola oval. E ninguém consegue dar uma explicação convincente para um BOLAS esporte ter virado a principal paixão nacional e o outro ter ficado no ostracismo.
“Em casa tenho duas bolas de rugby e uma de futebol. Meu filho brinca muito mais com a de futebol, não dá para entender. Sei lá, acho que rola mais fácil”, diz, rindo, José Eduardo. Nos anos 1980, quando ele tinha 13 anos de idade, a ideia de jogar essa “coisa esquisita”, que nem o nome as pessoas sabiam pronunciar, partia geralmente de um estrangeiro. Era quase como organizar uma pelada. “Havia um inglês, um francês e um argentino que queriam jogar e saíram chamando as pessoas. Na época em que comecei, já fazia uns dez anos que existia o time de São José dos Campos, onde hoje fica nosso centro de treinamento. Era até organizado, tinha treino na grama da pracinha pública”, afirma. Também não havia como acompanhar os campeonatos internacionais. Para assistir a uma partida, era preciso esperar que alguém viajasse para o exterior e trouxesse uma fita VHS. “Muitas vezes eram jogos antigos, de três anos antes, mas a gente via na maior alegria. E ninguém de fora do time entendia nosso entusiasmo nem o que a gente jogava. Muita gente falava ‘rugby, aquele jogo com taco?’ ou ‘sei, aquele no cavalo!’, sem nenhuma noção.” A internet e a TV a cabo têm grande responsabilidade na nova chance que o rugby está tendo de se popularizar no Brasil. Para Sami, o papel da mídia é o mais importante para angariar público, torcida e novos praticantes. No ano passado, a Copa do Mundo de Rugby, vencida pelos All Blacks na final contra a França, realizada em Auckland, tomou grande parte do noticiário de esporte por aqui. “Eu me lembro do estrondo que foi o curling, aquele ‘jogo da vassourinha’, durante os últimos Jogos Olímpicos de Inverno. Eu mesmo nem sabia o que era e me pegava, à 1 da madrugada, assistindo ao jogo da Ucrânia. O brasileiro gosta de novidade, está de coração aberto.” Nos anos 1990, havia cerca de 1.500 praticantes de rugby no país. Hoje, são 10 mil jogadores federados e 40 mil praticantes distribuídos em 250 clubes. “Há dez anos havia apenas um campeonato estadual, em São Paulo, com apenas 40 clubes. Hoje os campeonatos acontecem em dez Estados; e São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro têm primeira e segunda divisões”, diz Sami. Ciente da responsabilidade que tem diante da transformação do rugby em esporte olímpico no ano em que o Brasil sediará os Jogos, ele diz que o compromisso é jogar bonito. “Queremos disputar o Mundial da Rússia em 2013 e chegar a 2016 em condições de nos apresentar bem. Não acho que teremos chance de medalha ainda, mas podemos fazer boas partidas.” Ele afirma que a “seleção brasileira” é sempre um bom produto para trabalhar com marketing, e a maior prova é que existe uma lista de patrocinadores, entre eles Topper, Bradesco, Heiniken, Deloitte e Cultura Inglesa. Mas o planejamento da CBRu, feito para recuperar décadas de falta de preparo e investimento, tem metas até 2030 e conta com a formação das categorias de base, incentivo a projetos sociais e busca de novos e jovens talentos. Jogadoras como Paula Harumi Ishibashi, de 26 anos, talvez amarguem a fome de bola e já não estejam no auge de suas condições físicas. Ela pratica o esporte há 11 anos, no São Paulo Atletico Clube (SPAC), onde o próprio Charles Miller montou o primeiro time de rugby do Brasil, em 1888, e esteve com a seleção desde o primeiro dos sete títulos sul-americanos, conquistado na Vanezuela contra a favorita dona da casa. Mas sabe que sua vez pode ter passado quando o rugby brasileiro tiver a chance de um lugar no pódio. “Podemos chegar ao topo, mas se mentivermos os pés no chão”, diz Sami.
PÉS NO CHÃO: HEPTACAMPEÃS SUL-AMERICANAS, ELAS SABEM QUE NA
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Fair play: os atletas não admitem o rótulo de esporte violento. Tudo é levado na base do respeito às regras, que não permitem pancadaria gratuita. Mas um hematoma aqui, um corte ali acontecem
É CHOCANTE!
Os praticantes de rugby costumam lidar com o preconceito de quem ignora as regras do jogo e só enxerga uma tremenda confusão. À primeira vista, é isso que parece mesmo: uma porção de homens, ou mulheres, se agarrando, rolando no chão, batendo cabeça, tentando ganhar a bola à força, atropelando com agressividade seja lá quem estiver pela frente (adversários ou companheiros de time). Claro, não é uma luta, mas, não tem jeito, a pancadaria corre solta e choca quem não está habituado. “Procure comparar com o hóquei no gelo e você vai ver o que é violência...” Enquanto Sami diz isso, um dos jogadores da seleção masculina sai do campo para fazer um curativo e estancar o sangue do supercílio aberto durante uma disputa de bola. Mas toda essa agressividade é controlada por regras. A seguir, as principais delas – e vá se acostumando para assistir aos jogos que serão exibidos em 2016. A versão mais tradicional é a 15-a-side, com times de 15 jogadores, mas a modalidade escolhida para integrar os Jogos Olímpicos é o sevens, em que os times são compostos de sete jogadores e as partidas têm dois tempos de 7 minutos. O try equivale ao gol no futebol: um jogador precisa cruzar a linha de fundo e colocar a bola no chão para marcar 5 pontos. Cada try dá direito a um chute em direção às traves (chamadas H, pelo seu formato). O jogador coloca a bola no chão a qualquer distância da linha de fundo, mas na direção em que foi feito o try, e chuta. Se a bola passar entre elas, é feita a conversão do try, que dá mais 2 pontos ao time. O chute ao H pode ser feito em outros momentos do jogo, como em uma cobrança de penalidade. Nessa situação, o acerto vale 3 pontos. É considerado falta todo contato acima dos ombros. Portanto, o tackle, o movimento de agarrar o adversário e derrubá-lo para roubar a bola, pode ser feito pela cintura, pelas pernas, pelos pés, mas nunca pelo pescoço. A bola só pode ser passada para trás. O jogador que estiver livre, mas à frente do que está com a bola, estará impedido. Assim, passar a bola para a frente é falta, é considerado impedimento. Apenas o jogador que está com a bola pode ser perseguido e derrubado.
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O arquiteto Ugo di Pace já fez muita coisa – inclusive uma casa para Steven Spielberg e fingir-se mediúnico para ficar no Brasil, aos 20 anos –, mas sempre com aquele charme grã-fino que não existe mais
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primeira vez que Ugo di Pace veio ao Brasil foi em 1948. Com o assanhamento típico dos 20 e poucos anos, o italiano nascido em Nápoles cruzou os mares na companhia de um amigo para ver as belezas naturais do país. Principalmente as mulheres. Passeou por São Paulo, depois foi ao Rio de Janeiro e gostou tanto do que conheceu que não queria voltar mais para a Itália. Hospedou-se no Copacabana Palace e, quando acabou o dinheiro, fingiu que era médium espiritual para aproveitar mais um pouco das terras tupiniquins sem pagar pela estada na casa do amigo Vittorio Gobbis, artista plástico que participou do XXXVIII Salão da Escola Nacional de Belas Artes, o chamado Salão Revolucionário, realizado em 1931 (dessa mostra também participaram Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Ismael Nery, Cândido Portinari, Cícero Dias, Guignard, Paulo Rossi Osir e Lasar Segall, que vieram a se tornar seus conhecidos e amigos). A fama que lhe permitiu permanecer mais alguns meses rendeu de uma mesa de jacarandá quebrada ao meio. “O truque foi serrar a mesa antes da sessão e, num momento de concentração, com as mãos apoiadas, ela se partia”, diz Ugo às gargalhadas. Mas não houve truque de mediunidade que impedisse o chamado de casa, onde deveria terminar os estudos em arquitetura no Instituto di Belle Arti de Napoli. Formado, voltou ao Brasil e fixou residência em São Paulo, onde abriu, em 1966, seu escritório de arquitetura. Aos 84 anos, Ugo é um dos ícones remanescentes do que se convencionava chamar dos “grã-finos” da cidade. Elegantes, cultos e alegres com traços jocosos de picardia, Ugo e sua turma embelezavam festas, iates e poltronas da primeira classe da Varig e da PanAm, em feitos que invariavelmente rendiam notas na coluna social de Tavares de Miranda nos anos 70. Juntou-se aqui a uma colônia de italianos que fez arte em São Paulo, no melhor sentido e no mais charmoso e atrevido também, ajudando a fazer de São Paulo a megalópole cultural que é hoje. Tornou-se chapa de Pietro Maria Bardi, fundador e diretor iconoclasta do Museu de Arte de São Paulo (Masp), assim como de sua mulher, a arquiteta Lina Bo Bardi, com quem Ugo montou uma galeria de arte em Roma que teve exposições de Picasso, Renoir e Modigliani. De seu primeiro casamento com Iolanda Prado, teve dois filhos, Raul e Luís Carlos. Cada um puxou uma faceta da personalidade do pai. Luís Carlos, que morreu aos 41 anos vítima de um tumor, herdou o lado mais esbanjador e festivo. Foi um dos sócios da boate Gallery, uma das casas noturnas mais badaladas de São Paulo nos anos 1980. Raul seguiu a carreira do pai, de quem hoje é sócio no escritório Di Pace Di Pace Arquitetura e Interiores. No Morumbi, o escritório conta com 40 funcionários entre engenheiros, arquitetos, decoradores, designers e estagiários. “Damos apoio um ao outro”, diz Raul. “Faço a parte técnica, e ele faz a parte de arquitetura de interiores.” Sem esconder a admiração e amor pelo pai, diz: “Ele tem uma marca. É muito competente e sempre inovador”. Ugo é um pai agregador e orgulhoso da prole. Maria, filha do segundo casamento de Ugo,
com a socialite Vera Andraus, não demorou muito para descobrir que sua vocação era a construção civil. “Meu pai e meu avô eram engenheiros. Trabalhar nessa área é uma tradição de família”, diz o orgulhoso detentor do gene dominante. O escritório tem obras no mundo inteiro, são mais de 1.500 projetos. “Em todo o Jardim América, não existe uma rua sequer que não tenha uma casa projetada por mim”, afirma. A Di Pace assinou projetos em vários países, incluindo Tóquio, Miami e Paris. Muitos de seus trabalhos estão documentados em seus dois livros – Interiores I e II. A única casa que ele diz quem é o dono é a que fez para Steven Spielberg. “Conheci-o durante um jantar em comemoração à reforma do apartamento que fiz para um vizinho dele”, diz. A linha de trabalho do Di Pace Di Pace pode ser prosaicamente definida como a mistura entre o clássico e o moderno.“Ora, nenhum arquiteto deveria se limitar a um estilo único. Adoto sempre a mistura de tendências para enriquecer o projeto e produzir algo harmonioso”, afirma. Outra característica de seu trabalho é a presença marcante de obras de arte em tudo o que faz. Ele mesmo tem várias em sua casa. Cerca de 500 peças fazem parte de sua coleção pessoal, entre elas quadros de Picasso e uma escultura de Benini. A decoração de
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“ESTAMOS NO SÉCULO XXI. NENHUM ARQUITETO DEVERIA SE LIMITAR A UM ESTILO ÚNICO” sua casa é uma deliciosa composição de obras de seu acervo particular e de seu savoir-vivre. Cada poltrona, cada quadro, cada detalhe têm seu valor e a importância de estar ali, naquele lugar. São bustos romanos, esculturas africanas de 1.500 anos, um quadro de Botticelli entre outras obras que ele não deixa fotografar por questões de segurança. O apreço pelas artes vem do berço. A mãe de Ugo era musicista, o avô e os tios eram colecionadores de arte. “Tenho peças que atravessaram 1.000 anos. Mas não aponto uma ou outra mais importante na coleção. Todas têm seu valor. Infelizmente não consegui herdar nenhuma obra da coleção dos meus parentes.” Não por modéstia ou por discrição – já que é uma pessoa que gosta de ostentar seu legado e tem orgulho de sua história –, Ugo conquistou o reconhecimento de seu trabalho sem participar de mostras de decoração. Ugo explica que há 40 anos foi convidado para montar um estande da extinta Casa Manchete numa mostra, sem que seu trabalho fosse remunerado. “Não aceitei, ora!” Desde então, nunca mais quis saber desse tipo de evento. Quer dizer, houve uma exceção, a Casa Cor de 2010, que aceitou compor para comemorar e apresentar a sociedade com os filhos Raul e Maria. Foi como apresentar os herdeiros à sociedade. “Construímos uma casa de 200 metros quadrados aberta em quatro ambientes: biblioteca, sala de jantar, living e hall de entrada. Com vista extraordinária para o Jockey e todo o skyline de São Paulo.” Aos 84 anos, está solteiro, situação rara. “Uma companheira é importante, mas estou bem assim. Recebo os amigos para um drinque, leio e estudo quando estou em casa. Aprender nunca é demais.”
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Bom gosto de geração a geração: objetos de vários períodos históricos e diversas procedências, como Itália, China e Índia, convivem em harmonia na casa de Ugo fôlego
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1. VELOCIDADE DO SOM A Logic3 é especializada em produtos para os fãs da Ferrari. Um deles é o fone R300. As almofadas são ultramacias, feitas de materiais que evitam a transpiração excessiva. Pré-vendas em abril. US$ 329. www.ferrari-by-logic3.com 2. FIRMA PRECIOSA A relojoaria suíça Ulysse Nardin e a italiana Visconti, especialista em instrumentos de escrita, lançaram uma caneta para amantes dos céus e dos mares. Com detalhes de ouro e prata, tem a textura inspirada nas redes de pesca. Diante das intempéries dos mares e da mudança de pressão durante os voos, ativa um sistema antiderrame de tinta e antivazamentos. A dourada custa US$ 10 mil e a prateada, US$ 3.200. www.ulysse-nardin.ch 3. NIKE+ FUELBAND Você pode ser menos sedentário do que imagina. A pulseira da Nike considera todos os movimentos feitos durante o dia, de teclar no computador a subir alguns degraus, e mostra os dados em quatro métricas: tempo, calorias, passos e Nike Fuel, que transforma cada movimento em pontos que devem ser somados para atingir a meta proposta no dia. US$ 149. www.nike.com
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4. QUASE UM NOTE Digitar no iPad pode ser cansativo. A Logitech desenvolveu um teclado leve e fino para conectar via Bluetooth com o tablet. US$ 69,99. www.logitech.com 5. FUJIFILM X-S1 Com fotos de até 26 megapixels, tem zoom óptico de 26 vezes, mas que podem ser aumentadas para incríveis 52 vezes quando passadas para uma central de mídia. O modo macro tira fotos à distância de apenas 1 centímetro. Pré-vendas em abril. US$ 799,95. www.amazon.com
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A NATUREZA É UM LUXO
Chegar à Península de Maraú de avião toma pouco mais de duas horas de seu dia e garante um ano de coração sereno e lembranças impagáveis P R I VAT E FORYOU
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a Bahia é sempre verão. Ótimo para passar um fim de semana numa rede, curtindo a brisa do mar. Tem um lugarzinho ali, ao sul do Estado, na Costa do Dendê, chamado Península de Maraú, que reúne uma grande variedade de paisagens e beleza rara. São imensos coqueirais, praias desertas, rios, lagoas, piscinas naturais de águas claras, mangues, Mata Atlântica e muita vida selvagem. A vila de Barra Grande é o ponto de partida para descobrir esse paraíso. E Taipu de Fora é uma das praias mais bonitas desse recanto. Maraú fica a 200 quilômetros de Salvador, a 150 quilômetros ao norte de Ilhéus e a 40 quilômetros de Itacaré. A dificuldade de acesso preserva o mar, a areia e a mata quase como eram na época do descobrimento do Brasil, embora já tenham sido levantadas dezenas de pousadas e resorts. Chegar de carro é tarefa árdua. De Itaparica, pega-se o ferryboat, seguindo pela Rodovia BA-001 até Camamu. A partir daí começa a aventura. São duas opções: contornar a Baía de Camamu continuando pela BA-001 e pela BR-030, uma estrada de terra, ou deixar o carro num estacionamento vigiado em Camamu e pegar um barco para Barra
Grande, que além de mais rápido é mais confortável. Camamu era terra dos índios macamamus, e ali os jesuítas fundaram, em 1561, a cidade Nossa Senhora de Macamamu, que chegou a ser a maior produtora de mandioca do país. De avião particular ou helicóptero, é muito mais fácil. Há uma pista em ótimas condições no Resort Kiaroa Eco-Luxury, que também atende quem desembarca rumo a outros hotéis. De São Paulo até Barra Grande, são menos de três horas num Citation Mustang ou num Phenom 100, da Global Aviation. Maraú foi fundada em 1705 por frades capuchinhos e se chamava Mayrahu, nome da tribo indígena local. Teve seu momento de glória quando, em 1860, a Inglaterra ganhou uma concorrência para instalar uma usina de destilação de querosene. Funcionou por quatro anos, com 500 funcionários, e chegou a ter uma estrada de ferro com duas locomotivas. Ainda hoje, quase não há asfalto nas ruas, uma opção tomada como medida preventiva ao progresso predatório. Por isso, os trajetos para conhecer todas as praias da região são cheios de buracos e com trechos de areia fofa, e o ideal é percorrê-los em carros 4x4 ou então buggies e as chamadas jardineiras. Estas são uma invenção local: jipes, caminhões e caminhonetes com carrocerias adaptadas com bancos e um dossel, como os carros de safári na África. Com esse transporte fica fácil ir às praias de Três Coqueiros, Co-
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A culinária caseira (à esq.) e a jardineira da Pousada Taipu de Fora (acima): as cores, os sabores e o espírito mágico da península envolvem o turista do mar
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60 HÁ TODA UMA REDE DE LUGARES DE BOM GOSTO QUE SE ESTABELECERAM EM BARRA GRANDE E NAS PRAIAS AO LONGO DA COSTA
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roa Vermelha, Ponta do Mutá, Cassange ou Lagoa Azul (uma lagoa linda, de areias brancas, mas que não é propriamente azul). As pousadas e os resorts têm as próprias jardineiras. Como compensação, há toda uma rede de lugares de bom gosto que se estabeleceram em Barra Grande e nas praias ao longo da costa. Quase todos com ar-condicionado e boa gastronomia. O Kiaroa, por exemplo, foi construído bem em frente às piscinas naturais de Maraú. Recebe seus hóspedes em suítes ou bangalôs de puro luxo e seus restaurantes servem pratos da cozinha internacional e regional. Caminhar por Maraú à noite também é uma ótima opção de passeio. A lua cheia parece ficar ainda mais bela na península. Para jantar, dê uma chance à pizza! Feita por dois dos muitos autênticos italianos que se mudaram para a região nos anos 1990; o restaurante Matataúba fica no meio da mata e funciona sob o espírito malemolente da Bahia: entre as árvores, pendem redes, onde os comensais podem “fazer o quilo” da refeição. Para cair na noite, um dos pontos mais modernos é o Café de la Musique, que fica na Ponta do Mutá, o centrinho turístico composto de bares, pousadas e barracas de aluguel de snorkel. Tomar o barco e passear pelas ilhas, com parada em Coroa Vermelha, Ilha Grande ou Sapinho, ir de jardineira até a Lagoa Azul e a Lagoa do Cassange; subir ao Morro do Celular, onde a vista é linda, são as pedidas imperdíveis e as mais comuns entre os turistas. Incomum, por enquanto, é tomar um barco e descer o Rio Maraú para conhecer efetivamente a vila de Maraú e, mais adiante, Tremembé, onde uma cachoeira deságua no rio. As cidades dessa região são das mais antigas do Brasil e, embora humildes, mantêm sua riqueza cultural com uma dignidade comovente.
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INFORMAÇÕES ÚTEIS
COMO CHEGAR De carro: pega-se a BR-101 até Camamu, de lá toma-se um barco de linha ou uma lancha rápida até Barra Grande. O carro fica em estacionamentos locais. Aconselha-se levar a chave do carro.
Bangalôs de luxo e alta gastronomia do Kiaroa, à esq. e as piscinas naturais de Taipu de Fora (acima): bom gosto e sol garantido
De avião: de carreira, geralmente, toma-se um avião até Ilhéus ou Salvador, e de lá voa-se até Maraú, onde a pista mais usada do hotel Kiaroa. ONDE FICAR Kiaroa Eco-Luxury: luxuoso, com pista de pouso. Suítes de R$ 1.150 a R$ 1.450, para casal. Bangalôs de sapê R$ 1.950 a R$ 2.950, para casal. Pensão completa, sem bebidas. Tel. (73) 3258-6213; www.kiaroa.com.br Pousada Taipu de Fora: quartos para até quatro pessoas. Preço médio em baixa temporada: R$ 280 para casal. Tel. (73) 32552276; www.taipudefora.com.br Pousada Lagoa do Cassange: uma das pousadas mais antigas da península, para quem quer ficar isolado e em contato com a natureza. Comida elogiada. Fica entre o mar e a Lagoa do Cassange. Tel. (73) 3255-2348; www.lagoadocassange.com.br Mais Informações: www.barragrande.com.br
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BEM-ESTAR
SAÚDE EM ALTA POR | CAMILA DUARTE
Confira as dicas para sentir-se bem durante os voos
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á ouviu falar que quem viaja muito de avião envelhece e fica careca mais rápido? E que beber uma dose de álcool durante o voo embriaga em dobro? Tudo mentira. A doutora Vânia Elizabeth Ramos Melhado, coordenadora da Liga de Medicina Aeroespacial e professora assistente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, realizou experiência com passageiros que voaram entre São Paulo e Nova York e constatou que ninguém ficou mais bêbado nas alturas do que ficaria enquanto no solo. Se quem trabalha com aviação ou trafega na ponte aérea acha que está envelhecendo depressa demais, melhor pensar nas noites maldormidas, na correria, má alimentação e cansaço. “Uma explicação seria a exposição à radiação. Mas a verdade é que, no dia a dia, estamos expostos a níveis de radiação solar e eletromagnéticas, vinda de equipamentos eletrônicos, geralmente maior do que a que existe dentro da aeronave”, diz Vânia. “No avião, há uma quantidade muito pequena para causar o envelhecimento. Mudar os hábitos dos dias de viagem é a melhor solução.” Para desmistificar essas e outras lendas dos ares, a médica organizou uma cartilha chamada Doutor, Posso Viajar de Avião?, um manual aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para orientar as empresas aéreas e as agências de viagem. Entre os assuntos mais consultados está a trombose venosa. A doutora Vânia explica que não existe evidência de riscos maiores para desenvolver o problema no ambiente do avião do que em outros meios de transporte. “A imobilidade é
um fator de risco. Seja no ônibus, seja no helicóptero, ficar mais do que quatro horas sem se movimentar pode causar problemas de circulação.” Ela diz que o risco é agravado em mulheres, pessoas de baixa estatura e com histórico de trombose na família, assim como fumantes e obesos. Contudo, não é recomendado ficar zanzando pelo avião. O modo seguro de viajar é sentado, com o cinto de segurança afivelado. O ideal é, mesmo sem se levantar, fazer pequenos movimentos que estimulem a circulação, como movimentar os tornozelos, virar as pernas de um lado para o outro, girar os pulsos e ombros, alongar o pescoço e esticar os braços acima da cabeça. Vânia explica que existem poucos motivos reais para se preocupar com a saúde no transporte aéreo. Uma contraindicação é para as pessoas que estiverem com alguma doença infecciosa, como gripe ou sinusite. “Durante os voos, a quantidade de oxigênio é menor, dificultando o trabalho de reação do organismo à infecção. Em alguns casos, a doença pode até se agravar,” afirma. Se
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OUTRAS DICAS DA CARTILHA
o passageiro é saudável, não há o que temer. O ambiente do avião não é favorável para a transmissão de doenças. O ar é muito limpo. “O fato de ficar fechado não faz diferença. O ar é reciclado a cada cinco minutos, em média.” Contudo, o ambiente é seco. Por isso, é recomendado beber bastante água. E, aliás, evitar bebidas gasosas. “Com diminuição da pressão, o ar dilata mais do que se estivéssemos em terra. Assim, o ar contido no intestino e no estômago tende a aumentar causando desconforto”. Em relação à alimentação,
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outra dica é preferir alimentos ricos em carboidratos aos ricos em fibra. Isso mesmo, dispense a salada e opte pela lasanha. Afinal, apenas nesse caso, quanto menos o intestino trabalhar, melhor. Deixe para entrar no ritmo quando aterrissar. Preocupe-se antes em se adaptar ao fuso-horário, caso o destino seja outro país. Para sofrer menos com o jet lag, comece a dormir uma hora mais cedo ou mais tarde por dia, quatro dias antes de embarcar. Confira o travamento da mesinha à sua frente e tenha uma ótima viagem.
Rinite: umidifique a mucosa nasal com soro fisiológico durante o voo. Antes dos procedimentos de pouso, é indicado usar descongestionante nasal para evitar a dor de ouvido causada pelo aumento da pressão. Doenças cardiovasculares: em caso de infarto não complicado, o passageiro está liberado para voar em duas a três semanas. Em infarto complicado, devem-se aguardar seis semanas. O uso de marca-passo e desfibrilador implantáveis não contraindica o voo, mas é sempre importante avisar a companhia aérea sobre necessidades especiais, para que possam providenciar refeições adequadas e acessórios de emergência, como suporte de oxigênio ou uso de cadeira de rodas. Hipertensão arterial: o processo de embarque e a ansiedade da viagem podem causar alterações na pressão. Para esses casos, as recomendações são iguais às de quem sofre de pressão alta crônica. Evitar bebida alcoólica e café antes e durante o voo; chegar com antecedência ao local de embarque e solicitar dieta hipossódica (com pouco sódio) antes de decolar. Enjoo: evite a ingestão excessiva de líquidos, comida gordurosa, condimentos e refrigerantes, e busque um assento próximo à janela.
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LONGO PERCURSO
POR MARIELLA LAZARETTI
ÉRAMOS 6 NO
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NO ATACAMA, ONDE CRATERAS COSPEM ÁGUAS EM FOGO E A PAISAGEM É UMA FERIDA ABERTA A VENTO, SOL E LAVAS DE VULCÕES, UMA FAMÍLIA PODE FIRMAR SEUS LAÇOS MAIS PROFUNDOS EM MOMENTOS QUE FICAM PARA SEMPRE
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ramos seis no deserto. Pode parecer trágico dito dessa maneira. A imagem remete a personagens com a boca estropiada sussurrando “áaaagua” para um cacto. Mas as fotos deixam claro: estávamos em êxtase – com nossa existência no mundo, com nossa convivência em família e com aquela estonteante paisagem. O Deserto do Atacama, no norte do Chile, área que vai desde o paralelo 27 graus sul até a cidade de Copiapó, na fronteira do Peru, é considerado o mais árido de todo o planeta. Em alguns locais da chamada região de Antofagasta, a terra jamais sentiu uma gota de chuva – é a inexistência total de vida. E, talvez por estar à mercê de uma natureza tão irascível, as relações humanas tornam-se mais intensas. Abraçados diante de 360 graus de paisagens lunares, o vento arrancando nossos bonés, o sol beliscando a pele, nos felicitávamos silenciosamente por nossa gloriosa existência e afeto comuns. Éramos (e somos) seis: eu, meu marido e quatro filhos adolescentes. Chegamos a São Pedro do Atacama, um vilarejo no coração do deserto, a partir de uma parada em Calama, onde os ônibus costumam apanhar os turistas. É em São Pedro que tudo acontece. De lá partiríamos em excursões incluídas no pacote do Hotel Terrantai por três dias. Amigos haviam recomendado vivamente essa viagem e, embora eu estivesse convencida de que eles estavam certos, me perguntava o que poderia haver de tão vistoso num deserto se não pedras numa cadeia de tons básicos. Descobrimos que no deserto você vê a essência da Terra, com suas rugas profundas marcadas a lava de vulcões e degelos, com suas feridas abertas por erosões, ventos fustigantes e temperaturas extremas. Você pode entender o misto de medo e deslumbramento que sentia um homem das cavernas.
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Extremos: em dezembro, as temperaturas chegam a 40 graus durante o dia e podem cair para 8 graus quando o sol se põe
Ali fica-se cara a cara com esse selvagem e obstinado pedacinho do Universo onde tudo começou e que tem no Atacama uma amostra de como supostamente as coisas eram milhões de anos atrás. Fomos em dezembro, quando as temperaturas chegam a 40 graus durante o dia e podem cair impiedosamente para 8 graus quando o sol se põe, às 8 horas da noite. O caminho até São Pedro é um assustador “nada” até onde a vista alcança. O mais extravagante é que, de repente, surgem oásis, com alguma vegetação abastecida pelas águas subterrâneas da Cordilheira dos Andes. Em determinado ponto passamos a ver a bela cordilheira com seus picos cobertos de neve. Não há
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gente em parte alguma, mas é tudo fantástico. De repente, o motorista para e aponta para extraditados guánacos que costumeiramente preferem altitudes de 3.500 metros. As cores do animal, da vegetação e das pedras eram todas idênticas... A única diferença é que o guánaco era aquilo que mastigava. À medida que nos aproximamos de São Pedro do Atacama, onde vivem 4.970 almas – legítimos descendentes dos andinos de pele azeitonada e cabelos escorridos –, vemos o impávido colosso: o Vulcão Licancábur, com seus 5.916 metros de altura. De qualquer lugar das redondezas, você o avistará como o sentinela de Deus guardando o deserto e seus conterrâneos.
SÓ O BRANCO É PERMITIDO Nenhum dos nossos filhos nos deserdou até o fim da viagem, não obstante a cidade de São Pedro de Atacama exerça forte atração sobre levas de estudantes do mundo todo em busca de trabalho na alta temporada. Gente bonita – uma mistura de latinos e europeus fartos de filtro solar 60 – se encontra na praça à noite ou nos cibercafés quando o sol chega a pino. A cidade conta com meia dúzia de ruas estreitinhas, com bares descolados e hospedarias que se unem às vendas locais atulhadas de mercadorias. O comércio abre e fecha quando lhe dá na telha. As casas são
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IMPRESSIONA ANTIGAS CIVILIZAÇÕES TEREM ESCOLHIDO ENDEREÇO DE TÃO DIFÍCIL SOBREVIVÊNCIA
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baixinhas, de pedras, sem telhado e muitas vezes sem cobertura, já que não chove. Na verdade, chove por dez minutos em dois dias, entre fevereiro e março. É uma visita tão ilustre que tem até nome: chuva altiplânica. Por lei local, todas as construções devem seguir os tons que a natureza concede: beges e ocres do adobe e das pedras vulcânicas. O branco é a única tinta de parede permitida na cidade. Uma plaquinha pequena num muro de terra, com uma porta sem nada de especial, anuncia o hotel Terrantai. Lá dentro, terraços bem decorados abrem os braços ao turista exausto. No jantar, recebemos uma garrafa PET de água por pessoa que deve ser reabastecida à vontade no botijão de água do restaurante. Água ali é preciosa, como tudo, aliás. As terras de São Pedro dão milho e alfafa. Paraíso mesmo está em Tucanao, uma aldeia próxima onde, num terreno próximo ao Rio Ona, nascem tâmaras, peras, grapefruits, marmelos e cidra. E isso é tão surpreendente que se tornou parada turística. A arquitetura do hotel é de absoluto charme. Construído com pedras da região em formato de vielas, mantém, a cada quatro quartos, uma sala de estar ao ar livre, com cadeiras de vime e cobertura de varetas de palha. Contentes, descobrimos que temos entre os três quartos um “quintal” que nos une, com cadeiras e um jardim. Lá, depositamos os tênis ao fim das caminhadas e contemplamos a torre da Matriz, construída em cerca de 1500 e reconstruída pelos idos de 1700, após um incêndio. A igreja é a construção mais importante da cidade. É de uma simplicidade comovente. Seus paroquianos mantêm-lhe as paredes caiadas, as imagens singelas de traços latinos brilhando e o forro impecável, trançado a partir de toras retorcidas de chañar (uma árvore local que dá frutos doces e saborosos) com brea, a palha usada pelos índios para cobrir as taperas. Há ainda a delegacia e o Museu Arqueológico, que deve ser visitado. A primeira excursão nos leva aos vastos terrenos onde estão alguns petroglifos. Há vários pontos do deserto onde a passagem ou o estabelecimento de antigas civilizações estão rabiscados nas pedras. O que nos impressiona é o fato de antigas civilizações escolherem um endereço de tão difícil sobrevivência – sem água, sem vegetação, sem comida. Jaguares de duas cabeças, explica-nos o guia Nelson, são resultado de alucinações causadas pela planta cebrina sabille de uso comum pelos ancestrais. O almoço foi um piquenique à sombra – e bem estreita, diga-se – com a participação de todos no preparo de saladas e sanduíches. Em seguida, fomos para o Canion Matancilla, ou Vale das Sete Cores. A presença de minerais metamórficos (não me pergunte: terei de chamar um filho para explicar) concede cores esverdeadas e avermelhadas a obeliscos gigantes e montanhas que reluzem sob o sol. À noite, o jantar do hotel foi simples e delicioso, pedimos um bom vinho chileno...
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É lei: na aldeia de Tucanao, as fachadas das casas só podem ser pintadas de branco. A torre da Igreja Matriz, a delegacia e o Museu Arqueológico são pontos turísticos imperdíveis
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VULCÕES, SAL E ÁGUA QUENTE No dia seguinte, saímos cedo pela Ruta 23, setor nordeste, rumo ao famoso Salar de Atacama – uma área onde, segundo geógrafos, o mar teria avançado e permanecido preso, restando somente o sal do oceano. No caminho, soubemos que o Chile tem 10% dos vulcões do mundo e que 150 deles estão ativos. O mais eufórico deles é o Lascar. O Salar fica no território de Lickan-Antay e é um impressionante mar duro e branco de sal de 3.200 quilômetros quadrados. Lá estão 40% das reservas mundiais de lítio e é tão ofuscante que fica difícil caminhar sem óculos escuros. O calor sobe pelas pernas, entra nas narinas e toma conta de tudo. Valha-nos! Apesar do ambiente ressecado, lagunas de águas verdes emergem do solo (detalhes técnicos do fenômeno, que incluem rochas subterrâneas, me obrigariam a chamar outro filho...), onde caitís, chorlos, plajeros (são pássaros, e não frutas) e flamingos se alimentam. À tarde, depois de um descanso no hotel, saímos para assistir ao pôr do sol no Vale da Lua e no Vale da Morte (que o guia insiste ser Vale de Marte, transformado em Morte pelo sotaque de estrangeiros). O Vale da Lua é algo tão espetacular e emocionante que, à beira do precipício, muita gente pensa na vida, no Universo e acaba em lágrimas. Depois, seguimos para o Vale da Morte. Caminhamos por uma trilha de areia cinza cavalgadura acima para chegar a um lugar, segundo o guia, secreto. A viagem exige gosto por caminhadas. Do alto, vimos
O SALAR
É UM MAR BRANCO E DURO DE 3.200 KM². O CALOR SOBE PELAS PERNAS, ENTRA NAS NARINAS E TOMA CONTA DE TUDO. VALHA-NOS! do outro lado do vale todos os turistas, enquanto estávamos num ponto privilegiado, de onde se via o sol descer lentamente, mudando as cores na geografia ondulada, como um caleidoscópio. Na descida, uma surpresa – uma happy hour foi instalada pelo guia e motorista nas areias avermelhadas, e pudemos beber vinho, beliscar amêndoas e rir de tamanha extravagância no deserto. Os passeios são organizados de maneira a impressionar em ordem crescente. O terceiro dia foi extraordinário. Fomos aos gêiseres del Tatio. O hotel nos enviara em São Paulo recomendações de roupas para frio abaixo de zero e roupas de banho para esse passeio. Era intrigante
que um só passeio demandasse ambas as roupas. Enfim, saímos às 5 da manhã. Estava frio, mas nem tanto, mesmo assim, por precaução, preferimos beber o chá de coca que habitualmente ficava na bancada do café, pois sabíamos que o ônibus nos levaria a uma altitude de 4.320 metros. Ao chegar lá no alto, o clima estava 4 graus abaixo de zero. Nessa altura, há quem se sinta mal – meu marido teve dores de cabeça. Mas o mais comum, e nada incômodo, é a respiração tornar-se ofegante. Adiante, numa grande planície esfumaçada, o show: aos primeiros raios de sol, jorros de água a 85 graus centígrados são cuspidos da terra a uma altura de 3 metros, por contados seis minutos no relógio. Ao final deles, os borrifos secam, para recomeçar em três minutos cronometrados. Cada cratera tinha seu tempo e sua manifestação de água – umas mais baixas, outras mais altas. A água profunda passa por pedras vulcânicas a temperaturas altíssimas, que, em contato com o ar abaixo de zero, cria um fumacê de vapor em toda a área. Impressionante. O café da manhã foi tomado mais uma vez em campo. Do leite esquentado ali, apenas em contato com a terra quente, fizemos o melhor chocolate quente de nossa vida tomado numa cratera vulcânica. Depois, seguimos para nadar na piscina de águas naturalmente quentes. Era preciso ter cuidado para não ser cozido na piscina errada – o que aconteceu com alguns turistas; motivo pelo qual, a chamada “assassina de turistas”, está cercada com muros de pedras. Mas nossa piscina é da paz e recebe nossa família com um abraço caloroso. Então, com a alma feliz e serena nas águas mornas sob um céu azul-celeste cintilante, boiamos...
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INFORMAÇÕES ÚTEIS
ONDE FICAR Hotel Terrantai: Diária em acomodação dupla, US$ 240 até dezembro 2012. www.terrantai.com TUDO NO PACOTE Interpoint Pacotes no Hotel Tierra Atacama A partir de US$ 1.490 por pessoa em acomodação dupla. O pacote inclui quatro dias e três noites de hospedagem com pensão completa, duas excursões envolvendo vários pontos turísticos com traslados e guias bilíngues. Contato: tel. (11) 3087-9400; www.interpoint.com.br ou Explora Pacotes de quatro noites no Explora Atacama, a partir de US$ 2.640 por pessoa em acomodação dupla. Inclui transfer do aeroporto, pensão completa com três refeições diárias e explorações diárias com guias bilíngues. Até março de 2013. Contato: tel. (11) 3805-3726; www.explora.com
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Sites úteis www.sanpedrodeatacama.cl História, cultura, propostas turísticas, datas comemorativas, festas da cidade. www.serindigena.org Oferece informações sobre os povos indígenas incluindo um dicionário kunza, o idioma original dos andinos.
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SERVIÇOS GLOBAL
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REPARTIR FAZ BEM
O PROGRAMA DE PROPRIEDADE COMPARTILHADA OTIMIZA OS CUSTOS DE MANUTENÇÃO DAS AERONAVES E GARANTE AOS PROPRIETÁRIOS SERVIÇOS DIGNOS DE ÚNICO DONO
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DE QUE VALE UM MOMENTO FELIZ, UMA BOA NOTÍCIA SE NÃO HOUVER COM QUEM DIVIDIR? A VIDA É SEMPRE MELHOR QUANDO SE TEM UM COMPANHEIRO, E ISSO VALE INCLUSIVE PARA AQUELES QUE PRETENDEM TER UMA AERONAVE PARTICULAR. AIRTOM CLERMAN SABE BEM DO QUE SE TRATA. “Sou cliente da Global Aviation há 12 anos e desde o início tenho propriedade compartilhada. As vantagens de ter alguém para repartir são múltiplas. Já que não preciso de uma aeronave em tempo integral, divido com um sócio o tempo de uso e os custos da manutenção”, afirma ele, que hoje é proprietário de dois aviões e três helicópteros, todos em sistema de compartilhamento. “Um dos fatores mais importantes para ter tranquilidade e segurança nesse modelo de negócio é ter como parceira uma empresa com passado, presente e futuro, como é o caso da Global Aviation.” Para difundir e facilitar as associações entre seus clientes, a companhia está implantando o Programa de Propriedade Compartilhada. Chamado Global Share, o sistema de cotas permite que, dependendo do modelo do avião ou do helicóptero, formem-se grupos de no máximo cinco pessoas para dividir as despesas e alegrias de ter uma aeronave. Ser o único dono nem sempre vale a pena, já que, em geral, as aeronaves privadas voam uma média inferior a 100 horas por ano (ou seja, pouco mais de oito horas por mês). “Isso representa uma grande ociosidade, com custos fixos de manutenção das aeronaves, entre seguro, hangaragem e tripulação, bastante elevados. Também o valor do capital empregado na aquisição da aeronave que é desproporcional a sua
utilização”, diz o diretor comercial Mauro Miranda. O programa é bem simples: a aeronave é vendida pela Global Aviation em cotas, e por mês é cobrada uma taxa de administração de cada cotista, que inclui os custos de piloto, hangaragem e seguro e dá direito a um número preestabelecido de horas de voo a que cada cotista tem direito. “O proprietário sabe quanto vai gastar sem se preocupar com a gestão da máquina”, afirma o diretor. “Na utilização da aeronave, são cobrados apenas o combustível e a reserva de manutenção, referentes ao período voado. Dessa forma, evitam-se surpresas e consegue-se uma redução de até 80% nas despesas mensais.” Mauro conta que já estão confirmadas três aeronaves para o início do processo: os helicópteros Agusta Power e Esquilo B3 e o avião Pilatus. Conforme a demanda e o interesse de nossos clientes, é possível incluir o modelo ideal para cada grupo de cotistas. A equipe da Global Aviation trabalha ainda para que cada cotista se sinta como o proprietário exclusivo da aeronave. O agendamento dos voos é feito diretamente com a empresa, que também se responsabiliza por oferecer serviço de bordo personalizado – ou seja, não é preciso que os cotistas combinem entre si quem vai usar a aeronave no próximo fim de semana nem entrar em acordo sobre qual é o menu disponível a bordo. A Global Aviation, conhecendo a particularidade de cada um, prepara a aeronave com material de leitura, seleção musical e comissaria (bebidas e comidas) pré-selecionadas de acordo com as preferências de cada cliente. “A Global dá segurança jurídica, deixando o cliente que compra parte da aeronave juridicamente garantido de que essa cota é realmente dele”, diz Airtom. “Dividir é somar e diminuir. Compartilhando, reduzimos os custos e somamos experiência.”
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MINHA AERONAVE, SUA AERONAVE: AIRTOM COMPARTILHA AVIÕES E HELICÓPTEROS HÁ 12 ANOS E ADORA ESSE MODELO DE NEGÓCIO. “NÃO PRECISO DE DISPONIBILIDADE EM TEMPO INTEGRAL”
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SERVIÇOS GLOBAL
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• 7 SALAS VIPS: BRASÍLIA, BELO HORIZONTE, SALVADOR, RIO DE JANEIRO E TRÊS EM SÃO PAULO • 5 AMBIENTES: TODAS TERÃO BAR, LOUNGE, SALA DE REUNIÃO, SALA DE ESPERA E CIBERESPAÇO
OPEN HOUSE
O NOVO HANGAR DA GLOBAL AVIATION É O MAIOR DO CAMPO DE MARTE. ALI, ALÉM DOS SERVIÇOS RELACIONADOS ÀS AERONAVES, FICARÁ INSTALADA A MAIS NOVA SALA VIP DA COMPANHIA, SEGUINDO O MODELO DA RECÉM-REFORMADA SALA VIP DO HANGAR II CONGONHAS. TODAS AS OUTRAS UNIDADES – EM BRASÍLIA, BELO HORIZONTE, SALVADOR E NO RIO DE JANEIRO – DEVERÃO, AO LONGO DOS PRÓXIMOS MESES, SER ADEQUADAS PARA SEGUIR OS NOVOS PADRÕES DE DECORAÇÃO E FACILIDADES. “Fui chamado para dar novas ideias à Sala VIP do Hangar II, de Congonhas. Da decoração às facilidades de atendimento”, afirma o arquiteto Jorge Bittar. Conhecido por seus trabalhos em estilo contemporâneo e pela preocupação com o conforto ambiental, ele projetou ambientes que proporcionam aconchego a quem espera. A equação de lâmpadas fluorescentes e alógenas foi delicadamente calculada para reproduzir a luz do dia. A predominância de tons neutros tem o objetivo de agradar a todos, sem comprometer o ambiente. “Além disso, executivos podem aproveitar o espaço para realizar reuniões de negócios”, diz. “Dessa forma, as salas não servirão apenas para a espera, mas atenderão também quem estiver de passagem sem tempo de ficar ocioso.”
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SALAS VIPS TERÃO BAR, AMBIENTE DE REUNIÃO E CIBERESPAÇO Todas as sete salas VIPs da Global devem seguir a configuração composta de cinco ambientes: bar, lounge com home theater, sala de espera, ciber e sala de reunião. Em termos de tecnologia e automação, serão equipadas com sinal Wi-fi e com um sistema da Apple que pode ser controlado por iPad instalado na sala. “Os clientes poderão usá-lo para regular a temperatura ambiente, escolher o programa de TV a que querem assistir ou selecionar, a playlist personalizada, o estilo de música que querem ouvir. A ideia é facilitar e aprimorar o acesso ao entretenimento durante a espera”, diz André Luiz Zanforlin, da Lounge HT, empresa responsável pelas instalações de automação e tecnologia. Para Zanforlin, o sucesso dessa parceria se deve também à contribuição de Juliana Pilar e Flávia Martins, do departamento de marketing da Global Aviation, que com ele formaram um time coeso. “Tivemos sinergia e criatividade para ir além do óbvio, traduzindo valores como educação, respeito e honestidade no resultado do projeto.”
EQUIPE: BITTAR (À ESQ.), FLÁVIA, ANDRÉ E JULIANA APRESENTAM O RESULTADO DA REFORMA DA SALA VIP DE CONGONHAS, QUE FICOU AINDA MAIS ACONCHEGANTE E ACOLHEDORA
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VOANDO PELA VIDA • 7 AERONAVES: A FROTA CONTA COM HELICÓPTEROS E AVIÕES • 1 HORA: É O TEMPO QUE LEVA PARAA CONFIGURAÇÃO DO AEROMÉDICO
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NA MAIORIA DAS VEZES, UMA VIAGEM DE AVIÃO ESTÁ LIGADA A UM PASSEIO, A LAZER. E TOMAR UM HELICÓPTERO PODE SER UMA NECESSIDADE DE EXECUTIVOS QUE VOAM ENTRE UMA REUNIÃO E OUTRA OU DAQUELES QUE PODEM PASSAR POR CIMA DOS CONGESTIONAMENTOS NO ASFALTO. MAS OS MOTIVOS DE UMA DECOLAGEM TAMBÉM PODEM ESTAR LIGADOS A SITUAÇÕES EMERGENCIAIS, PARA TRANSPORTAR PESSOAS FERIDAS OU ADOECIDAS, QUE ENVOLVEM CASOS DE VIDA OU MORTE. A prestação desse serviço, chamado transporte aeromédico, é realizada pela Global Aviation
desde os primórdios de suas operações, em 1994. Consiste, basicamente, na transferência inter-hospitalar, com rapidez e segurança, de pacientes com quadro clínico já estabilizado em solo. E também inclui o transporte de órgãos, que serão usados em transplantes – um serviço que exige rapidez e agilidade e também uma grande responsabilidade, sem brecha para atrasos, já que os orgãos não podem levar mais de quatro horas para chegar à sala de cirurgia. Hoje, a companhia está incorporando novidades nos processos, nas tecnologias e no treinamento dos profissionais para ter os melhores e mais atualizados serviços aeromédicos do Brasil, lançando, em novembro de 2011, a Global Life.
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Advanced Cardiac Life Support (ACLS) e Advanced Trauma Life Support (ATLS), que devem ser renovadas periodicamente. A Global Life faz questão de atuar de acordo com o que existe de mais atual. Inclusive em tecnologia: os equipamentos, como ventiladores de transporte (que mantêm a respiração do paciente), desfibriladores (para acudir problemas cardíacos), capnógrafos (que medem o nível de dióxido de carbono da respiração) e monitores são os mais novos do mercado e mais usados pelas empresas líderes no exterior. “Já que também fazemos atendimento de traumas, como no caso de um acidente de carro, exigiremos ainda a certificação que abrange o atendimento pré-hospitalar”, diz Juliana Pilar, da diretoria de marketing. Devido à expertise que acumula, a Global Aviation já é a responsável pelo atendimento em eventos esportivos como o Rally dos Sertões e a Fórmula 1. “Vale lembrar que não fazemos resgate. Esse tipo de trabalho, em que o socorro desce de rapel, sem que a aeronave pouse, fica sempre por conta da Polícia Militar.” Recém-nascidos recebem tratamento especial, com adaptações na infraestrutura, que conta com incubadora, e na composição da equipe. Nesses casos, um neonatologista acompanha o bebê. “Esse é mais um diferencial. Sempre há um especialista a bordo, seja um cardiologista, um neurologista ou o profissional que cada caso requisitar.”
A frota conta com aeronaves que em cerca de uma hora podem ser configuradas em aeromédico. Para trajetos de até 300 quilômetros, podem ser usados os helicópteros, como o Esquilo. E para distâncias maiores são acionados os jatos, como o King Air, o Learjet e o Pilatus. Um dos principais diferenciais da Global Life é a formação contínua dos integrantes da equipe, que contará com cerca de 40 pessoas entre pilotos, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos. Os pilotos deverão ser certificados com o Basic Life Support (BLS) para aprender normas internacionais para procedimentos que vão desde a entrada do paciente na aeronave até a integração com o trabalho da equipe médica. Já os integrantes da área de saúde passarão pela certificação
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MAIS QUE TRANSPORTE Os serviços da Global Life vão além do transporte. A central de chamadas se responsabiliza por programar a decolagem e também pode avisar o hospital de destino a que horas chegará a aeronave com o paciente. Há ainda uma equipe treinada para amparar e cuidar da família. “Geralmente, não são notícias fáceis de ser dadas aos familiares e amigos. Nossos profissionais são treinados para dar suporte e orientar sobre o acompanhamento do processo, desde a origem até o destino. Não há serviço semelhante no Brasil.” As chamadas também podem ser feitas para solicitar transporte de órgãos para transplante. Assim como no transporte de pessoas, essa precisa ser uma operação muito rápida, e por isso a central do plantão médico funciona 24 horas por dia, para decolagens sem restrição de horários. Telefone do plantão médico: (11) 8484-0066
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SEM LIMITES PARA VOAR
Conheรงa a diversidade da frota e dos serviรงos da Global Aviation, idealizados para atender a todas as necessidades
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EM OPERAÇÃO DESDE 1994, A GLOBAL AVIATION SOMA MAIS DE 30 MILHÕES DE QUILÔMETROS VOADOS, NO BRASIL E NO EXTERIOR, E MAIS DE 10 MIL CLIENTES ATENDIDOS. Sua frota conta com cerca de 60 aeronaves entre jatos, turboélices, helicópteros monoturbina e biturbina. Conheça as principais.
SEVIÇOS GLOBAL AVIATION
Táxi-aéreo: a Global Aviation tem sempre a aeronave certa para cada necessidade, inclusive para voos noturnos e por instrumento. Foi a primeira do país a adquirir Certificação Wyvern, equivalente ao ISO 9000 internacional. Gerenciamento de aeronaves: a larga experiência em aviação executiva permite assessorar os clientes na administração de suas aeronaves particulares, oferecendo o auxílio de uma equipe treinada e pronta para decolar. Compra e venda de aeronave: a empresa também negocia condições de financiamento e custos com as maiores fabricantes para seus clientes comprarem a aeronave ideal. Serviço aeromédico: o voo inter-hospitalar é feito com aeronaves adaptadas para o transporte de pacientes entre cidades, Estados ou países, profissionais especializados em medicina aeroespacial e fisiologia de voo. Inclui ainda o transporte de órgãos para transplante. Hangaragem e Fixed Base Operation: esse conjunto de serviços engloba o atendimento de pista, abastecimento e limpeza das aeronaves, manutenção e providências de comissaria. Propriedade compartilhada: a companhia administra a operação de aeronaves que têm mais de um proprietário (leia mais na página 74).
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84 Um dos mais consagrados helicópteros executivos do mundo. A cabine climatizada com ar-condicionado é a mais espaçosa de sua categoria e conta com sistema de som com CD. O Esquillo cumpre desde missões curtas até viagens longas, a negócios ou lazer, sempre com muito conforto e segurança.
CAPACIDADE 5 PASSAGEIROS VELOCIDADE 240 KM/H AUTONOMIA 3H ALCANCE 650 KM
CAPACIDADE 5 A 6 PASSAGEIROS VELOCIDADE 270 KM/H AUTONOMIA 3H ALCANCE 830 KM
CARACTERÍSTICAS
ESQUILO B3
CARACTERÍSTICAS
Planta baixa do interior
AGUSTA POWER Com excelente performance, tem a melhor velocidade de cruzeiro entre os biturbinas leves, sem restrições porque é homologado para voos por instrumentos e voa em condições meteorológicas adversas. Versátil por seu tamanho e peso, opera na maior parte dos helipontos elevados. Ideal para quem tem pressa, mas não abre mão da perfeição.
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O Agusta Grand é mais uma aeronave de ponta que compõe a frota da Global. Conhecido como o irmão maior do Agusta Power, chegou para atender à demanda por mais espaço do segmento. É líder de vendas em sua categoria e supera em performance, conforto, alcance e velocidade. Esse biturbina leve oferece menor nível de ruído e é ideal para os clientes que buscam privacidade, agilidade, segurança e conforto nos voos executivos.
CARACTERÍSTICAS
AGUSTA GRAND CAPACIDADE 6 PASSAGEIROS VELOCIDADE 287 KM/H AUTONOMIA 4H28 ALCANCE 889 KM
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CAPACIDADE 6 PASSAGEIROS VELOCIDADE 500 KM/H AUTONOMIA 6 H 30’ ALCANCE 3.000 KM TETO 9.000 M BAGAGEM 180 KG
CARACTERÍSTICAS
Planta baixa do interior
PILATUS
CAPACIDADE 4 PASSAGEIROS VELOCIDADE 640 KM/H AUTONOMIA 3H ALCANCE 1850 KM TETO 12.500 M BAGAGEM 375 KG
CARACTERÍSTICAS
Monomotor com excelente performance, equipado com seis confortáveis poltronas, lavatório, mesas e compartimento para refeição, tudo para oferecer a máxima comodidade a todas as suas viagens.
CITATION MUSTANG O novíssimo sucesso do mercado de jatos leves já está no hangar da Global, que prova mais uma vez seu pioneirismo ao ser a primeira operadora dessa aeronave no Brasil. Herdando a provada confiabilidade e eficiência da família Citation, o Mustang chegou para oferecer uma excelente opção com o mais alto conforto e tecnologia, a custos vantajosos.Sua moderna e ergonômica concepção de interior proporciona ainda mais conforto a bordo para até quatro passageiros e seu avançado cockpit é dotado da aviônica de última geração Garmin 1000, que resulta em segurança e suavidade sem precedentes. A baixa velocidade de decolagem e o pouso possibilitam o acesso a pistas curtas, onde somente turboélices operariam, enquanto o voo de cruzeiro acontece a 41.000 pés, acima do mau tempo, com a tranquilidade proporcionada pelos jatos.
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Planta baixa do interior
CAPACIDADE 4 PASSAGEIROS VELOCIDADE 700 KM/H AUTONOMIA 3H 30’ ALCANCE 2.148 KM TETO 12.500 M BAGAGEM 150 KG
CARACTERÍSTICAS
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PHENOM 100
CAPACIDADE 7 PASSAGEIROS VELOCIDADE 847 KM/H AUTONOMIA 5H ALCANCE 3.547,8 KM TETO 13.716 M BAGAGEM 310 KG
CARACTERÍSTICAS
Outra grande novidade chega ao hangar Global: o Phenom 100. A Embraer empregou toda a sua experiência de sucesso na criação de seu primeiro jato leve. Sua concepção revolucionária pode ser notada já no exterior da aeronave, por suas linhas limpas e elegantes. O interior, projetado pela renomada BMW Designworks, e a cabine de passageiros garantem mais espaço e conforto, isso tudo aliado ao baixo nível de ruído. A cabine de comando é dotada dos mais modernos recursos, enquanto a confiabilidade e a robustez de seus sistemas proporcionam tranquilidade. Sua velocidade de cruzeiro é também a melhor de sua categoria e é capaz de voar sem escalas de São Paulo a Buenos Aires. Experimente voar em um jato leve em grande estilo.
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Da fabricante Embraer, o jato Phenom 300 é um avião executivo da categoria Light Jet (LJ), ou seja, um jato executivo, leve e ágil. Oferece conforto, luxo e exclusividade para uma viagem de até 3.300 km, voando a 45.000 pés e atingindo velocidade máxima de 834 km/h. Seus motores (duas turbinas Pratt & Whitney), gerenciados pelo sistema Dual Fadec, permitem o seu excelente funcionamento, prevenindo o desgaste prematuro de componentes, principalmente nas decolagens, garantindo ainda maior segurança e confiabilidade. Com seu interior projetado pela Designworks USA, empresa do grupo BMW, proporciona aos passageiros um visual luxuoso e moderno, tem a maior cabine de sua categoria, além da praticidade de suas linhas que oferecem apoio de braços integrados, compartimentos de bagagem embutidos, interior em couro personalizado e telas de LCD.
CARACTERÍSTICAS
PHENOM 300 CAPACIDADE 5 PASSAGEIROS VELOCIDADE 700 KM/H AUTONOMIA 3H45’ ALCANCE 2.100 KM TETO 12.500 M BAGAGEM 189 KG
CITATION JET 1 É a evolução do consagrado Citation I, agora com a última palavra em aviônicos. Voando acima dos jatos comerciais, garante um voo silencioso e confortável. Versátil, voa de São Paulo a Angra dos Reis em apenas 27 minutos e opera em pistas curtas, com excelente custo-benefício.
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CARACTERÍSTICAS
Planta baixa do interior
CAPACIDADE 7 PASSAGEIROS VELOCIDADE 760 KM/H AUTONOMIA 7H ALCANCE 2.800 KM TETO 13.700 M BAGAGEM 570 KG
CITATION JET 2
CARACTERÍSTICAS
Com uma ampla envergadura e maior comprimento de cabine, o Citation Jet 2 proporciona grande conforto para seus passageiros. Equipado com os potentes motores Williams FJ 44 – 2c, garante rapidez e satisfação em seus voos. Tem completo sistema de entretenimento a bordo (DVD + Wireless) e um dos maiores bagageiros da categoria.
CAPACIDADE 6 PASSAGEIROS VELOCIDADE 770 KM/H AUTONOMIA 4H45’ ALCANCE 2.800 KM TETO 13.716 M BAGAGEM 453,6 KG
CITATION JET 3
A criação do CJ3 pela Cessna veio com a apresentação de um avião maior, com motores mais potentes, asas mais longas, um interior mais espaçoso associados a segurança e agilidade. Sua asa de fluxo laminar lhe confere uma movimentação precisa, com desempenho e eficiência aerodinâmica, e benefícios como: maior velocidade, maior alcance, maior agilidade na decolagem e menor consumo de combustível. Sua cabine ampla garante maior comodidade aos passageiros altos, sem abrir mão de um bagageiro espaçoso, além do novo trem de pouso, que proporciona táxi e pousos extrassuaves.
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88 CARACTERÍSTICAS
Planta baixa do interior
CAPACIDADE 8 PASSAGEIROS VELOCIDADE 800 KM/H AUTONOMIA 4H15’ ALCANCE 3.000 KM TETO 13.700 M BAGAGEM 340 KG
CITATION XLS
CITATION SOVEREIGN
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O projeto inovador do Sovereign conseguiu aliar as três melhores características encontradas nas diferentes aeronaves da linha Citation: conforto, alcance e desempenho em pistas curtas de até 900 metros. Isso tudo aliando velocidade e elegância com grande autonomia para viagens longas ou curtas. Mais uma vez, a Global voa mais alto e é a primeira a ter um dos melhores projetos da Cessna a serviço de todos os seus clientes.
CAPACIDADE 11 PASSAGEIROS VELOCIDADE 850 KM/H AUTONOMIA 6H15’ ALCANCE 5.000 KM TETO 14.300 M BAGAGEM 450 KG
CARACTERÍSTICAS
Sua silenciosa cabine, com 1,73 metro de altura, acomoda confortavelmente oito passageiros em poltronas reclináveis e móveis lateralmente, em sua maioria. Cada poltrona dispõe de monitores individuais ligados ao sistema de entretenimento de bordo. Excelente combinação entre conforto, performance e alcance.
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CARACTERÍSTICAS
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CAPACIDADE 11 PASSAGEIROS VELOCIDADE 850 KM/H AUTONOMIA 6H15’ ALCANCE 5.000 KM TETO 14.300 M BAGAGEM 450 KG
Planta baixa do interior
CITATION X A Global traz a seus clientes o jato executivo mais rápido já construído: Citation X, o avião civil mais veloz do mundo. Livre-se dos limites de tempo e espaço e faça o tempo trabalhar para você a bordo do Citation X da Global Aviation, voando a Mach 0,92, muito próximo da velocidade do som, com todo conforto, segurança e o silêncio da ampla cabine. Com espaço de sobra para até oito passageiros, o Citation X pode levá-lo de São Paulo à Cidade do Panamá em apenas 5 horas e 44 minutos ou fazer SP - NY com apenas uma escala. A 51.000 pés, sua tranquilidade está assegurada, voando muito mais alto do que as turbulências, ou do que os jatos comerciais. A cabine de comando é um show à parte, dominada pelas cinco grandes telas do avançadíssimo sistema de voo Honeywell Primus 2000. Imagine o que toda essa liberdade pode fazer por seus negócios – e por sua vida.
FALCON 2000LX EASY
O G200 foi introduzido no mercado de aviação executiva em 1999, destacando-se como o pioneiro dessa geração de super jatos executivos de médio porte. Sua cabine de comando conta com painel de instrumentos EFIS e, para uma maior segurança, radar meteorológico com detector de turbulência, TCAS II (alerta de tráfego e sistema anticolisão), e EGPWS (Enhanced Ground Proximity Warning System), com detecção de tesoura de vento. Com dois ambientes espaçosos que aumentam a produtividade de seus viajantes, o G200 proporciona um espaço agradável com iluminação solar abundante através de suas janelas ovais e ar condicionado que contribui para uma agradável sensação de bem-estar, promovida pelo seu sistema de controle de ambiente.
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CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS
GULFSTREAM G200
CAPACIDADE 10 PASSAGEIROS VELOCIDADE 850 KM/H AUTONOMIA 7H ALCANCE 5.500 KM TETO 13.716 M BAGAGEM 889,1 KG
O novo Falcon 2000LX EASy é o mais moderno e confortável jato bimotor transcontinental de sua categoria, e a Global é a primeira empresa do país a recebê-lo. Dotado de cabine larga, acomoda até dez passageiros, voando direto de São Paulo a Miami ou Cape Town. O cliente desfruta um completo sistema de entretenimento de bordo, telefone via satélite e um fino menu de refeições. Nos longos voos internacionais, comporta até seis camas. As bagagens podem ser acessadas em voo. O cockpit é equipado com o Head-Up Display (HUD) e visão de infravermelho (EVS), tecnologia herdada dos mais modernos jatos militares. Para voar o mundo todo, conte com a mais nova estrela da frota Global. CAPACIDADE 10 PASSAGEIROS VELOCIDADE 880 KM/H AUTONOMIA 8H ALCANCE 7.400 KM TETO 14.300 M BAGAGEM 725 KG
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POR | HORST KISSMANN E MARCOS SANTO MAURO FOTOS | RICARDO D’ ANGELO
TINTOS DE LISBOA A capital portuguesa empresta seu nome a uma nova região de Portugal. Confira a avaliação de 12 vinhos, na opinião dos especialistas
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o concorrido mercado de vinhos, além de bons produtos, é fundamental ter convincentes apelos de venda. A antiga região da Estremadura, em Portugal, fazia bons vinhos, mas não tinha a fama necessária para transformar em vendas a qualidade. Foi assim que nasceu há cerca de três anos a Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa. Os vinhos, que antes eram conhecidos como Regional Estremadura, a partir do ano de 2009 passaram a ostentar o rótulo de Regional Lisboa. Assim, contempla hoje as denominações de Alenquer, Arruda, Bucelas, Carcavelos, Colares, Encostas d’Aire (Alcobaça e Medieval de Ourém), Lourinhã, Óbidos e Torres Vedras e ainda a indicação geográfica homônima Vinho Regional Lisboa. Segundo Vasco d’Avillez, presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa, alguns bons nomes da enologia também têm se destacado por lá, caso de António Filipe Ventura, João Melícias, José Neiva Correia, Lisette Lucas, Miguel Moteo e Sandra Tavares da Silva. Durante a degustação, organizada por Prazeres da Mesa, a mais importante revista de enogastronomia do país, os vinhos superaram a expectativa dos especialistas. Eram tintos bem produzidos em solo quente com castas bem variadas, como Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Castelão, Merlot, Petit Verdot, Sousão, Syrah, Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional, Trincadeira e Viognier. O resultado desta avaliação você vê a seguir.
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O JÚRI O júri foi formado pela revista Prazeres da Mesa com os experts Edecio Armbruster, Eduardo A. Paes de Andrade, Gilberto Medeiros, José Roberto Turrini; pelos sommeliers Enilton Ferreira e Jaci Soares; e pelos colunistas Horst Kissmann, Marcos Santo Mauro, Jorge Carrara e Maurice Bibas. Aconteceu na churrascaria Fogo de Chão, de Santo Amaro, São Paulo.
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Senhor D’Adraga 2007 Castas: Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Syrah, Touriga Franca e Touriga Nacional Álcool: 13% Produtor: Adraga Explorações Vitivinícolas A importadora gaúcha traz rótulos portugueses, como este tinto lisboeta equilibrado e com boa estrutura. É um daqueles exemplos de corte benfeito. Um vinho elegante, com agradável toque de menta e de especiarias no nariz. Taninos corretos e acidez gastronômica. Importadora Hannover, R$ 175
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Sousão 2008 Casta: Sousão Álcool: 13,5% Produtor: Casa Santos Lima Outras culturas, como maçãs, peras e ameixas, são também produzidas na quinta, mas a de vinhas é a mais importante. Essa uva, que já esteve ameaçada de extinção, brilha bastante neste tinto. No nariz, nota-se a boa contribuição do estágio por madeira com as notas minerais e o toque de especiarias. Taninos firmes e elegantes, acidez na medida e boa persistência, com um final gostoso. Importadora Costazzurra, R$ 58,80
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Lybra 2006 Castas: (90%) Syrah e Tinta Roriz Álcool: 14% Produtor: Quinta do Monte d’Oiro A Quinta é comandada pelo workaholic José Manuel Bento dos Santos, engenheiro químico, professor e apresentador de televisão, mas, sobretudo, apaixonado por vinhos. Aromas de frutas vermelhas, toque de especiarias, além de notas terrosas. Taninos presentes e de boa qualidade. Um tinto de caráter gastronômico e com bom final. Importadora Mistral, US$ 48,50
Chocapalha Reserva Tinto 2007
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Castas: (55%) Touriga Nacional, (30%) Tinta Roriz e Syrah Álcool: 14% Produtor: Quinta de Chocapalha A responsabilidade enológica está a cargo da filha do casal Alice e Paulo Tavares da Silva, a competente Sandra Tavares da Silva – a mesma que brilha no Douro, com o Pintas. Ponto para as notas balsâmicas e de menta no aroma. Conta com taninos corretos e macios, além de acidez na medida. Um vinho fácil de beber. Importadora Adega Alentejana, R$ 145,40
Quinta do Pinto 2008
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Casta: Touriga Nacional Álcool: 14% Produtor: Quinta do Pinto Ao todo são 58 hectares de vinhas voltadas para a produção de rótulos de Alenquer, onde é permitido o cultivo de castas nacionais e estrangeiras. Tinto com bom perfume de frutas vermelhas e notas mentoladas. Na boca, conta com taninos firmes, acidez equilibrada, boa persistência, além de final longo e muito agradável. Importadora Asa Gourmet, R$ 95
Quinta dos Loridos Tinto 2008
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Castas: Merlot e Castelão Álcool: 13,5% Produtor: Bacalhôa Vinhos de Portugal Uma das quintas mais bonitas de Portugal. Seu terreno contempla a adega central da empresa, uma loja de vinhos, esculturas, ruínas, painéis de azulejos, vinhas, um lago, e ainda belos jardins, com oliveiras milenares. Frutas vermelhas em profusão no nariz, como cerejas, framboesas e ameixas, além de um toque mentolado. Um vinho ainda jovem, com taninos de qualidade, boa acidez e média persistência. Importadora Portus Cale, R$ 49
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Manta Preta 2005 Castas: Touriga Nacional e Tinta Roriz Álcool: 13% Produtor: DFJ Vinhos José Neiva Correia, com os irmãos, comanda uma das maiores casas da antiga Estremadura, com 200 hectares de vinhas em Alenquer e Torres Vedras. No nariz, notas minerais, além de frutas vermelhas bem casadas com a madeira. Um vinho quente, com taninos firmes e acidez correta. Importadora Nor Import, R$ 56
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Vinha da Palha Tinto 2007 Castas: (60%) Castelão, (30%) Tinta Roriz e Syrah Álcool: 13,5% Produtor: Quinta de Chocapalha As terras onde está a quinta têm referências desde o século XVI, quando pertenceram ao escocês Diogo Duff. Vinho com aroma de frutas vermelhas, com leve toque cítrico. Na boca, é frutado e agradável. Com taninos prontos e bom corpo. Importadora Adega Alentejana, R$ 43,70
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Aurius 2004 Castas: Touriga Nacional, Syrah e Petit Verdot Álcool: 13,5% Produtor: Quinta do Monte d’Oiro Adquirida em 1986, a quinta teve replantadas suas melhores parcelas. A partir da colheita de 2006, lançaram uma nova imagem e vinhos biológicos. O aroma de madeira é bem presente no nariz. Com taninos jovens e duros, tem acidez correta, certo amargor e é bastante quente na boca. Importadora Mistral, US$ 116,90
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Seleção do Enólogo 2007
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Castas: (60%) Touriga Nacional, (35%) Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet Álcool: 13% Produtor: Companhia das Quintas A companhia tem quintas em Douro, Beira Interior, Alenquer, Bucelas, Palmela, Alentejo e Bairrada. Bom tinto, com notas florais, menta e um toque de especiarias. Bem equilibrado, tem taninos redondos e boa persistência. Importadora Interfood Todovino, R$ 54,90
Magriço Tinto 2007
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Castas: (40%) Castelão, (20%) Tinta Roriz e Trincadeira Álcool: 13% Produtor: Enoport A América do Sul é o terceiro maior importador de vinhos do grupo e para onde já foram mais de 1 milhão de garrafas. Com notas terrosas e de minerais, a fruta no nariz aparece timidamente. Taninos corretos e boa acidez. Um vinho simples para o dia a dia que não tem defeito. Importadora Malbec do Brasil, R$ 28
Quinta do Monte d’Oiro Reserva 2006 Castas: (95%) Syrah e Viognier Álcool: 14% Produtor: Quinta do Monte d’Oiro Lá estão plantadas as castas Syrah, Viognier e Petit Verdot, que foram importadas da França, além das portuguesas Touriga Nacional e Tinta Roriz. Aroma de frutas em compota, especiarias e algo de terroso que lhe confere certa rusticidade. Faltou equilíbrio por causa dos taninos duros e do álcool sobrando. Importadora Mistral, US$ 124,90
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94 CULTURA DE BORDO
POR | ANA PAULA KUNTZ E CAMILA DUARTE
COSÌ FAN TUTTE • 28 E 29 DE ABRIL E 3 DE MAIO IL TRITTICO • 12, 13 E 15 DE MAIO MACBETH • 26, 27 E 29 DE MAIO INFORMAÇÕES: WWW.CINEMARK.COM.BR
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CINEMA QUE CANTA E DANÇA PARCERIA COM CASAS DE ESPETÁCULOS ESTRANGEIRAS TRAZ ÓPERAS E BALÉS PARA AS TELONAS DO BRASIL Uma versão cult da metáfora sobre a montanha e Maomé: se o público não vai à ópera, a ópera vem ao público. No cinema. Lá fora, isso acontece há cerca de cinco anos, mas a moda no Brasil está pegando agora. Em 2009, a rede Cinemark proporcionou esse tipo de experiência pela primeira vez ao espectador brasileiro, com a reprodução da temporada do museu Metropolitan, de Nova York. No ano passado, a exibição da ópera Carmen, em 3D, foi um estrondo: em quatro apresentações realizadas em 27 cidades de norte a sul do país, venderam-se mais de 20 mil ingressos. “São espetáculos de alta qualidade em formato próximo do cotidiano”, diz a diretora de marketing da Cinemark Brasil, Bettina Bolkis. Na maioria das vezes, as produções – incluindo os balés – são filmadas no palco original, em detalhes que não se veem a olho nu. A plateia do cinema parece continuar para dentro da telona, que mostra o movimento real do teatro na noite da gravação: pessoas procurando seus lugares, detalhes da decoração, o som ambiente. E, quando começa o espetáculo, a imagem ampliada em close pode ser uma vantagem, ou nem tanto. Na ópera Tosca, de Giacomo Puccini, que inaugurou a temporada 2012 da Royal Opera House, de Londres, ao mesmo tempo que se pode ver que a pequena chave está realmente nas mãos do fugitivo, não é muito agradável ver a saliva voando da boca do herói tenor enquanto canta suas declarações de amor. Da programação fazem parte duas apresentações ao vivo: o balé Romeu e Julieta e a ópera Rigoletto. “A tecnologia existe, é o fuso horário que impede fazer isso mais vezes”, diz Bettina. Outras atrações da Opera Royal House que poderão ser vistas aqui são Così fan Tutte, Il Trittico e Macbeth. Entre as cidades que fazem parte do circuito, que vai até maio, estão Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Palmas, Natal, Belo Horizonte, Porto Alegre e Manaus.
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96 CULTURA DE BORDO
MUNDO DA MÚSICA
RINGO E SEUS AMIGOS O ex-beatle Ringo Starr anunciou em fevereiro o lançamento do seu 17o álbum solo. O disco Ringo 2012 foi produzido pelo cantor e gravado em Los Angeles. São nove faixas, sendo duas covers, “Think It Over” e “Rock Island Line”, e duas composições do cantor, “Wings” e “Step Lightly”. As outras músicas foram compostas em parceria de Joe Walsh (Eagles) e Dave Stewart (Eurythmics e companheiro de Mick Jagger no projeto Superheavy), além da colaboração de Glen Ballard (parceiro de Michael Jackson e Alanis Morissette) e Van Dyke Parks (Beach Boys, em “Smile”). O álbum foi gravado nas versões digital, CD e vinil. O CD custa US$ 14,73.
RINGO 2012 WWW.AMAZON.COM
CAETANO PARA GRINGO OUVIR
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Chegou às lojas americanas, em março, o CD que Caetano Veloso fez em parceria com o músico e compositor escocês David Byrne, ex-Talking Heads. São 18 faixas gravadas durante a apresentação Live at Carnegie Hall, realizada pela dupla em Nova York, em 2004. Na ocasião, o cantor brasileiro estava atuando como curador do Festival Perspectives. Caetano e Byrne apresentaram clássicos da carreira com arranjos feitos em dupla ou separadamente. Entre as brasucas estão “Sampa” e “Leãozinho”. Não há previsão de data de lançamento no Brasil, mas o álbum pode ser encontrado por US$ 18 nos Estados Unidos.
LIVE AT CARNEGIE HALL WWW.AMAZON.COM
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LEITURA DE BORDO
O CADERNO DE MAYA WWW.RECORD.COM.BR
UM DIA NA VIDA DOS BEATLES WWW.SUBMARINO.COM
REALIDADE SEM ROMANTISMOS A escritora Isabel Allende surpreende com O Caderno de Maya. Diferentemente de suas publicações anteriores, o romance se passa nos dias atuais e fala sobre a personagem Maya, uma americana de 19 anos que encontra refúgio numa ilha da costa do Chile, depois de cair numa vida de drogas, crime e prostituição. Maya é quem faz seu próprio depoimento no livro e conta como fugia da polícia, como fazia novas amizades e como desvendou um segredo de família que a fez entender o significado do amor e da lealdade. A autora teve como
inspiração o problema com drogas enfrentado pelos filhos de seu marido. O mais velho teve envolvimento com heroína durante anos, entrando e saindo de diversas clínicas de reabilitação. A filha morreu de overdose, tendo até se prostituído. O livro tem 434 páginas. O preço sugerido é R$ 49.
UM DIA NA VIDA DOS BEATLES O autor do livro e fotógrafo de guerra Don McCullin passou o dia 29 de julho de 1968 ao lado de uma das maiores bandas do mundo, The Beatles. O livro de título igual ao da música da banda “A Day In the Life of the Beatles” tem 144 páginas e 80 imagens inéditas registradas com John, Paul, Ringo e George rindo, cantando e dançando. As fotos foram tiradas quatro meses antes do lançamento do disco White Album. Por R$ 35,61.
CINEMA EM CASA
ESPIÃO CINQUENTÃO Em comemoração aos 50 anos dos filmes do maior espião dos cinemas, James Bond, a MGM apresentou aos fãs o Bond 50, um boxe com a coletânea do Agente 007. São 22 filmes estrelados por James Bond em Blu-ray, desde o 007 Contra o Satânico Dr. No, de 1962, até o Quantum of Solace, de 2008. Os fãs também podem se divertir com mais de 130 horas de bônus. Custa US$ 269,99. BOND 50 WWW.AMAZON.COM
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COORDENADAS
67° 51’ N, 20° 37’ L O Icehotel, na Suécia, reconstruído a cada inverno, recebe hóspedes de dezembro a março
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