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No dia 11 de abril das 17h30min às 19h acontece a abertura do novo projeto do IHU a ser realizado todas as quintas-feiras. O Projeto inclui apresentação de teses de doutorado e/ou mestrado e novos livros editados pela Editora UNISINOS, além de expressões artísticas e musicais. O ciclo iniciará, nesta quinta-feira com Bioética: Solidariedade Crítica e Voluntariado Orgânico, tese de doutorado da professora Lucilda Selli, do Centro de Ciências da Saúde da UNISINOS. Aos participantes da apresentação da tese e do debate, será servido um suco. Local: sala 1C103. Entrevistamos a profa. Lucilda Selli, autora da tese. Os subtítulos são nossos:

Voluntariado Orgânico e Democracia Participativa IHU on-line — Como entendes o voluntariado orgânico? Lucilda — Entendo-o como uma participação crítica de pessoas que desenvolvem atividades voluntárias, como uma contribuição na construção de forças políticas capazes de obrigar o Estado a cumprir seus compromissos sociais estabelecidos em lei. O aprofundamento da democracia participativa exige das pessoas e dos cidadãos (designando a dupla participação dos membros da coletividade: privada e pública) uma postura racional no sentido de participarem, de forma efetiva, da condução das atividades públicas. Assim, o voluntariado orgânico, na medida em que faz a mediação entre o indivíduo isolado e as instituições públicas, deve funcionar como “grupo de pressão” na busca de democratização do Estado. E mais. A atividade voluntária deve ser encampada pelo comprometimento próprio de quem entende seu papel na sociedade civil e sociedade política, como portavoz das aspirações dos segmentos que não possuem voz na sociedade.


Voluntariado orgânico: as motivações IHU on-line — Para muitas pessoas o voluntariado não é um refúgio ou busca de gratificação pessoal? Lucilda — Nas motivações, não existe nada em estado puro. Há aspectos que predominam conforme o interesse que mobiliza o sujeito à ação voluntária. Nas motivações relacionadas à vida de voluntário, predomina o aspecto de gratificação, enquanto que nas motivações relacionadas à crença professada, tem ênfase o fator refúgio. IHU on-line — Para um voluntário praticante de uma doutrina religiosa sua motivação pode ter complicadores? Lucilda — Grande número de voluntários seguidores de uma doutrina ou filosofia de vida têm uma leitura e compreensão superficial do sentido de autenticidade, responsabilidade e comprometimento. A religião, para muitos, constitui uma “armadura”, quando poderia auxiliar seus adeptos na passagem de uma ética da conveniência para uma ética da responsabilidade. IHU on-line — Então, pode haver equívocos, contradições e barganhas na concretização da ação voluntária? Lucilda — Sim. Os voluntários, em sua grande maioria, têm uma concepção equivocada, paternalista e assistencialista da prática voluntária, além de atribuírem significados unívocos a distintos valores que os motivam em suas práticas.

Solidariedade Crítica IHU on-line — Outro conceito que trabalhas é a solidariedade crítica. Como a defines? Lucilda — A solidariedade crítica designa um valor que decorre do fato de todos os seres humanos – independente de credo, raça ou outra característica individualizante – serem dotados de dignidade. Desta forma, a solidariedade assume uma dimensão de universalidade. A adjetivação “crítica”, agregada à solidariedade, destaca a capacidade do agente de possuir critérios para discriminar as dimensões social e política que estão indissociavelmente presentes na ação solidária. Assim, a solidariedade não se esgota enquanto relação típica da sociedade civil. Ao contrário, possui um elemento político que tem como referência fundamental o Estado. A capacidade de entender essa dimensão política, que remete à cidadania, traz a possibilidade de intervir de forma ativa na definição de políticas públicas. Vista desta forma, solidariedade crítica difere da solidariedade jurídica, que estabelece uma relação de caráter obrigacional entre os pólos de uma relação jurídica; da solidariedade mecânica e orgânica, que descrevem como os grupos sociais se mantêm coesos ao longo do tempo; da solidariedade religiosa, porque este é um valor exercido apenas à comunidade de crentes.


IHU on-line — Como a solidariedade se materializa nas relações interpessoais? Lucilda — Para que uma ação seja considerada solidária nos moldes da presente proposta, o sujeito deve estabelecer com os destinatários de sua ação uma relação não-assimétrica, ou seja, a igualdade moral enquanto sujeitos portadores de dignidade deve ser enfatizada. Entendida assim, podemos dizer que a solidariedade se materializa em uma pedagogia educativa que se constitui numa práxis – na medida em que une reflexão e ação – na qual tanto o sujeito da ação quanto o destinatário se beneficiam com a reciprocidade de suas experiências e expectativas de vida.

Entre os dias 15 e 19 de abril, acontecerá a Semana dos Povos Indígenas. O evento, que está sendo organizado pelo Setor III, Religiões, Teologia e Pastoral do IHU, pretende refletir, por meio de uma série de atividades, o tema e o lema propostos pela Campanha da Fraternidade 2002: Fraternidade e povos indígenas: por uma terra sem males. Confira a programação do evento: 15 de abril: Palestra: Tema: A Constituição Brasileira e o Direito Substancial dos Povos Indígenas. Palestrante: Professor Ms. Marcelo Veiga Beckhausen, Procurador da República, Responsável pelas questões indígenas no Estado e prof. do Centro 4. Horário: 20h às 22h Local: Auditório Central 16 de abril: Sempre às terças: Espetáculo do Grupo Unamérica Horário: 18h Local: Anfiteatro Pe. Werner Painel Interdisciplinar: Tema: A questão dos povos indígenas, hoje, a quem interessa? Painelistas: professora. Dra. Paula Caleffi, do PPG de História da UNISINOS; professor Dr. Antônio Brand, Universidade Católica Dom Bosco – Campo Grande; professor Dr. Anderson Oreste Lobato, professor do PPG de Ciências Jurídicas da UNISINOS; professor Ms. Ubyrajara Dal Bello, professor do Curso de Ciências Econômicas e Coordenador da agência de Desenvolvimento do mesmo centro. Horário: 20h às 22h Local: Auditório Central.


17 de abril: Imagens de Esperança: vídeo sobre a temática indígena. Horário: 17h. Local: Auditório Central Lançamento do Documentário A Grande Experiência e debate. A Grande Experiência é dirigido por Daniel Pedroso. O vídeo, de 52 minutos, aborda a vida nas Missões Jesuíticas. Horário: 20h às 22h. Local: Anfiteatro Pe. Werner.

No dia 1º de abril de 2002, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em Porto Alegre, foi entregue a 14ª Medalha Chico Mendes de Resistência – 2002, o mais importante prêmio de Diretos Humanos do país. O Procurador da República Luiz Francisco Fernandes de Souza, o jornalista Jânio de Freitas, o sindicalista e exdeputado Batistinha e a Resistência do Povo da Palestina foram alguns dos homenageados deste ano. O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ (GTNM/RJ) instituiu a premiação em 1989 para homenagear pessoas e entidades que se destacassem na luta contra a ditadura militar, a tortura, a impunidade, a violência contra os movimentos populares e as violações de direitos humanos no Brasil e no mundo.

Nos dias 16 e 17 de março, um grupo 30 pessoas (22 estudantes de graduação da UNISINOS, três da FACCAT e um da ULBRA, dois professores, Sérgio Trombetta e Arlete Arruda e dois ex-alunos, ambos da UNISINOS, participaram do II Encontro Nacional de Fé e Política, realizado em Poços de Caldas (MG). “Nossa luta para a organização da viagem foi muito sofrida, pois não conseguíamos um número expressivo de estudantes que realmente gostariam de participar. Os motivos eram vários. Para um Encontro Nacional, com a estrutura que possui o “Fé e Política”, a nossa participação neste evento foi um grande milagre,” comenta Márcio Hoff, 23 anos, aluno do 7º semestre de Ciências Sociais – Licenciatura Plena e um dos organizadores da viagem. Mais de 4 mil militantes cristãos e de outras expressões religiosas participaram do encontro de caráter ecumênico e que teve como tema “Razões de Nossa Esperança”. Eram participantes dos mais diversos movimentos sociais, de ONG’s, de partidos políticos e das pastorais da Igreja. Três painéis motivaram as discussões do II Encontro: um projeto de poder alternativo, a ética e a mística na política e o resgate das razões de nossa esperança. Patrus Ananias, Maria Victória Benevides, Dom Demétrio Valentini, Plinio de


Arruda Sampaio, Frei Betto e a Revda. Margarida Ribeiro foram os expositores. Além deles, deram testemunhos Chico Alencar, o monge beneditino Marcelo Barros, o senador Eduardo Suplucy e Luís Inácio Lula da Silva, entre outros. “Foram depoimentos marcantes porque relatavam como a fé havia sido motor e alimento de sua militância, no decorrer de suas vidas”, lembra Márcio. Quanto às motivações para a participação, Márcio tem uma resposta: “No meu entender, o que movimenta e encoraja estes milhares de militantes a participarem destes encontros, é buscar aprofundamentos políticos e espirituais à luz do evangelho, e manter vivo o desejo de reafirmação dos seus valores tanto espirituais, como éticos e políticos, considerando tudo isso como uma das razões da nossa esperança.”

Por iniciativa da Pastoral de Funcionários, 21 funcionários de diferentes setores estão tomando aulas de redação com a professora voluntária Mardilê Friedrich Fabre. As aulas acontecem às quintas-feiras, das 17h30min às 18h30min, na sala 1C103. O projeto iniciou no dia 22 de março e atualmente conta com cinco funcionários da área da vigilância, dois da jardinagem, dois da eletricidade, dois do laboratório de geologia e dez da higiene e conservação.

No dia 13 de abril, das 9h às 17h, acontece, na Capela Universitária, o V Encontro Inaciano para funcionários da UNISINOS. Trata-se de um dia de partilha e celebração com a finalidade de viver um crescimento maior no encontro com Deus e com as pessoas.

Também no dia 13 de abril, acontecerá mais uma etapa do curso de Espiritualidade Inaciana e Missão da UNISINOS. Desta vez o assunto abordado será Espiritualidade Inaciana, uma mudança de paradigma, ministrado pelo Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, SJ. O curso é dirigido a professores e funcionários da UNISINOS.


! " No dia 26 de março, o professor Ms. José Wilson Schlickmann, coordenador da Pastoral dos Estudantes, do Setor III, Religiões, Teologia e Pastoral do IHU, defendeu sua dissertação de Mestrado em Educação, na UNISINOS. Com o tema Das relações entre a dimensão espiritual, valores, currículos e práticas educativas, Wilson tentou responder a uma antiga questão a respeito da coerência entre o discurso e as práticas educativas nas instituições de ensino. O trabalho foi orientado pela professora Dra. Cecília Irene Osowski, da UNISINOS. Além da orientadora, a banca de defesa foi composta pelos professores Dr. Castor Mari Martin Bartolomé Ruiz, do PPGF da UNISINOS e Dr. Evaldo Pauly, da Escola Superior de Teologia, de São Leopoldo. Parabenizando o nosso colega de trabalho pela realização do mestrado, o entrevistamos: IHU On-Line- Por que escolheu esse assunto? WS- Sempre tive a preocupação de compreender a relação entre o discurso de uma instituição de ensino, através de sua proposta, e a forma como ele é interpretado pelos alunos. No ano 2000, fiquei comparando as campanhas publicitárias da UNISINOS e seus princípios e valores e me intrigou mais ainda essa questão de coerência entre a proposta pedagógica e as práticas educativas. IHU On-Line- Como levou a cabo essa pesquisa? WS- A dissertação parte de uma pesquisa feita na Escola Santa Catarina de Novo Hamburgo. Entrevistei 32 estudantes, para ver até que ponto, na percepção deles, aparece a visão de mundo proposta pela pedagogia da Instituição. Este trabalho teve como base a análise dos textos redigidos pelos alunos. Eles escreveram uma mensagem para aquele professor ou professora que mais marcou suas vidas durante os anos que estudaram na Escola. Na mensagem, cada aluno dizia para o professor ou professora de que modo ele/ela foi significativo/a para ele, a atividade realizada que mais teve significado para ele e para sua vida e o ensinamento que dela tirou. Analisando os textos, deu para ver claramente a coerência entre a proposta da escola e a marca que ela deixou nos alunos.

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% Por uma ética na economia e na política do Brasil

O Simpósio, a ser realizado de 25 a 27 de junho, é promovido pela UNISINOS em cooperação com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS. Quem é a UERGS? Como ela surgiu? Qual é a sua estrutura? É com alegria que apresentamos algo dessa importante iniciativa no cenário gaúcho.


A UERGS. O Que é?

A Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS, criada pela lei 11.646, aprovada pela Assembléia Legislativa no dia 28 de junho de 2001 e sancionada pelo Governador do Estado no dia 10 de julho de 2001, constitui-se em uma universidade pública, de direito privado, mantida pelo Estado do Rio Grande do Sul. Resultado de um amplo processo de participação da sociedade através do orçamento participativo, das audiências públicas, do Fórum Democrático da Assembléia Legislativa, e de comissões representativas das cidades e regiões, a Universidade foi reivindicada e seu conceito construído. Também o estatuto, o projeto acadêmico e os cursos propostos incluíram reuniões de trabalho com universidades federais, particulares e comunitárias, órgãos de governo e movimentos sociais organizados. Tendo a participação social como um princípio acadêmico, método e práxis política, a Universidade prevê a eleição direta, pela comunidade universitária, do Reitor e o Conselho Superior Universitário – CONSUN, órgão consultivo e deliberativo formado com representação da sociedade civil e órgãos públicos e 50% da comunidade acadêmica. Cinqüenta por cento das vagas da UERGS são reservadas para ingresso de estudantes com baixa renda e 10%, para estudantes portadores de necessidades educativas especiais. A UERGS é uma universidade voltada para o desenvolvimento, buscando a melhoria da qualidade de vida da população e a superação dos obstáculos que restringem a construção da existência plena da cidadania. Na sua tarefa de produzir conhecimento, a Universidade deverá organizar a pesquisa, o ensino e a formação permanente a partir de problemas concretos pertinentes à vida e à cultura do nosso povo. Compreendendo que os problemas locais estão em relação com situações globais, a UERGS propõe, em todas as áreas, a relação com redes de pesquisa nacionais e internacionais. A sua responsabilidade social é, a partir dos saberes e das experiências populares, com os diferentes contextos culturais do povo gaúcho, produzir conhecimento que possa ser desdobrado em soluções concretas para problemas que desafiam nossas comunidades, tendo, em perspectiva, o desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente sustentável. Através das áreas de atuação da Universidade – saúde pública, gestão pública, educação, desenvolvimento dos sistemas agrícolas e agroindustriais e desenvolvimento dos sistemas de produção industrial – propõe a qualificação das políticas públicas em uma proposta onde a pesquisa, o conhecimento inovador e o desenvolvimento estão colocados em um projeto integrador do estado.

A Estrutura da UERGS

A UERGS terá uma estrutura multicampi e descentralizada, com a implantação gradativa de unidades de ensino que chegarão a todas as regiões do Estado do Rio Grande do Sul. Além das unidades próprias, a UERGS utilizará outros espaços, por meio de convênios com universidades comunitárias, prefeituras e estruturas públicas já existentes. Complementando as aulas presenciais, trabalhará com a aprendizagem em rede, dispondo da interatividade a partir do uso da tecnologia como instrumento de


potencialização das relações interpessoais na construção do conhecimento. A reitoria da UERGS está sediada em Porto Alegre, capital do Estado.

AULA Magna Estadual da UERGS

O Instituto Humanitas Unisinos foi convidado para a Aula Magna Estadual da UERGS, com a participação do sociólogo argentino Atílio Borón, professor da Universidade de Buenos Aires, no dia 8 de abril, hoje, portanto, às 14h30min no Theatro São Pedro. Atilio Borón tem os seguinte livros publicados em português: Estado, Capitalismo e Democracia na América Latina, Ed. Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1994 e Coruja de Minerva. Mercado contra Democracia no Capitalismo Contemporâneo, Ed. Vozes, Petrópolis, 2001.

Sombras ameaçadoras sobre a Venezuela

(Atilio Borón) “Sombras ameaçadoras sobre a Venezuela” é o título da análise da situação deste país latino-americano elaborada por Atilio Borón, sociólogo argentino, publicada no diário mexicano La Jornada, 8-4-02. Segundo Borón, “a Venezuela (onde para amanhã está anunciada uma greve geral) parece se encaminhar resolutamente para uma crise econômica e política sem precedentes desde a metade do século XX. Como caracterizar esta conjuntura? Em primeiro lugar, a crise é produto do desenvolvimento das lutas de classes e da inevitável polarização que qualquer programa de transformação social implica, na América Latina. No continente onde se assenta o poder imperial dos EUA, as reformas, por mais tímidas que sejam, costumam ser sufocadas no sangue de cruentos processos contra-revolucionários. E o governo de Chávez tem o mérito de ter introduzido na vida pública venezuelana uma reforma de importância fundamental e de efeitos duradouros: depois de longas décadas de oca e inconseqüente retórica democrática, o seu governo conferiu um sentido de dignidade às classes e camadas populares deste país. Depois de Chávez, ser mulato, mestiço ou negro deixou de se um estigma, e isto explica tanto a intensa adesão dos atores mais pobres e marginalizados a ele, como o ódio que a sua figura suscita entre os ricos que, não por acaso, são quase todos loiros (“güeros”). Depois de analisar criticamente o que distingue o governo Chávez, Borón afirma: ‘Eliminar o chavismo aparece ante os olhos dos estrategistas de Washington como o pré-requisito para ‘normalizar’ a situação colombiana e para por fim, como um castigo exemplar, a um governo que desafiou as diretrizes do império em matéria de política exterior e, em parte, interior”. E Borón conclui: “A combinação da pressão externa e a desestabilização interna costumam ser fatais para qualquer governo. Mas Chávez ainda tem uma reserva de legitimidade que deriva do seu papel histórico e das seis impecáveis eleições amplamente vencidas, algo que dificilmente pode anular-se com um ‘quartelaço’ promovido por Washington e executado por sócios tão pouco representativos como os grandes grupos econômicos e os bancos estrangeiros, os tradicionais monopólios da imprensa e dos meios de comunicação, o movimento sindical ligado à corrupta Ação Democrática (partido socialista venezuelano) e à COPEI (partido democrata cristão), todos abençoados com inédito fervor democrático pela hierarquia católica e pelos louvados e encomiados meios de comunicação norte-americanos. Por outro lado, é ilusório supor que, com o importantíssimo respaldo popular que Chávez


ainda conta – e que provavelmente aumente na medida que o povo veja a ação dos seus rivais -, ele abandone o poder sem oferecer resistência. Seria lamentável chegar a este desenlace violento, mas a história ensina que as condições do conflito são fixada pelos atores mais irresponsáveis e inescrupulosos, e a oposição chavista unida com os falcões de Washington parecem ter escolhido o caminho da violência e estão buscando todas as formas para que ele embarque nesta opção”.

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QUESTÕES AGRÁRIAS: JULGADOS COMENTADOS E PARECERES STROZAKE, Juvelino José (org.). Questões Agrárias: Julgados Comentados e Pareceres. São Paulo: Método, 2002. Este trabalho é resultado da colaboração de renomados juristas brasileiros que comentam decisões judiciais e apresentam pareceres, trazendo ao conhecimento do grande público decisões que evitaram o derramamento de muitas lágrimas e sangue, simplesmente porque reconheceram que os “sem” (sem-teto; sem-escola; semfuturo; sem-direito à alimentação, sem-terra) tinham a propriedade, como titulares de direitos, da Constituição Federal. E, como titulares de direitos, podem se organizar e exigir o cumprimento dos direitos individuais, coletivos e difusos assegurados na Carta Magna. Um dos textos do livro é do professor Dr. Jacques Távora Alfonsin, procurador aposentado do Estado do Rio Grande do Sul e professor de Direito Civil e de História do Direito na UNISINOS. O título do artigo é A força normativa das necessidades frente ao direito de propriedade. Apontamento em torno dos efeitos jurídicos gerados por ocupações massivas de terra urbana e rural. No próximo número publicaremos uma entrevista sobre a importância desse livro com o prof. Dr. Jacques Távora Alfonsin. O livro é prefaciado por Plínio de Arruda Sampaio. Devido à importância do livro, reproduzimos, na íntegra, esse prefácio. “Este livro é a demonstração do acerto da consigna da campanha eleitoral do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh: “a luta faz a lei”. Através de cada uma das decisões judiciais reproduzidas no texto, o leitor poderá traçar a história de grandes lutas da nossa época. Primeiramente, e antes de tudo, a luta do MST e de outras organizações populares, a CPT incluída, para pressionar o governo a cumprir a obrigação constitucional de fazer uma verdadeira reforma agrária no país.


Essa pressão faz toda a diferença entre as primeiras etapas do movimento pela reforma agrária e a etapa que estamos vivendo atualmente. No começo, a pressão pela reforma vinha de setores politizados de classes urbanas. Era, portanto, um movimento da cidade para o campo, que colidia frontalmente contra o poderoso latifúndio, diante de uma enorme, porém indiferente e apática, massa rural. Agora, não. Agora a pressão vem do campo para a cidade, acicatando, não apenas o governo, mas todas as forças sociais e políticas. Não por outra razão, Celso Furtado considera o MST o mais importante movimento social brasileiro do século passado e deste século. Enfrentando o jagunço do latifundiário e a polícia dos governos reacionários a fim de ocupar terras, os sem-terra fazem um manifesto público contra a lentidão do governo na execução de um mandamento imperativo da Constituição Federal. Procedendo dessa forma, contra vento e maré, o MST colocou a reforma agrária na agenda política do país. Seguindo os arestos, verifica-se que essa luta travou-se tanto no sul como no norte do país e custou enorme sacrifício aos que dela participaram. A segunda luta é a dos advogados que decidiram levar a sério o juramento de defender toda pessoa injustiçada. Em conseqüência, tiveram a coragem de enfrentar, não apenas textos legais aparentemente inequívocos e contrários às suas pretensões, como uma jurisprudência monolítica contra as teses de suas petições e alegados. Pior que tudo: arrostar a barreira de má vontade de juízes e desembargadores transformados, por uma formação deficiente e uma prática de subordinação à situação social injusta, em aplicadores mecânicos de preceitos legais que, em vez de fazer justiça, sancionavam claramente a mais deslavada opressão. Apesar disso tudo, o grupo foi à luta. Pleiteou, argumentou, requereu, agravou, apelou, usou, enfim, de todas as armas que a lei confere ao advogado para fazer valer o Direito. Inicialmente formado por pouco mais de meia dúzia de jovens profissionais, esse grupo reúne hoje 420 profissionais, dispersos pelos vários Estados do país. Eles formaram a Rede Nacional de Advogados Populares - RENAP, uma entidade da sociedade civil, que organiza cursos de formação, jornadas, estudos, seminários e fornece gratuitamente todo o suporte teórico e jurisprudencial necessário”.

Plínio Arruda Sampaio

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DIVERSÃO OU DESATINO Diversão ou desatino, de Jurandir Freire Costa, que é psicanalista e professor de Medicina Social na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É autor de Sem Fraude nem Favor e Razões Públicas, Emoções Privadas (Rocco), entre outras obras. O artigo foi publicado no caderno MAIS da Folha de S. Paulo, 31-3-02.


Refletindo sobre os "reality shows", Jurandir Freire Costa escreve: “Os participantes da casa devassada, dentro e fora da tela, agem de forma voluntária, refletida, e sabem que o prêmio da vitória é dinheiro. Todos compartilham, com maior ou menor consciência, a "moral do capricho" e a "a-moralidade do lucro". Amoralidade do lucro, porque os programas escancaram o que a maioria aceita e a minoria - por pudor e integridade - reluta em admitir. Outrora, a recompensa do agir moral era o reconhecimento, a admiração e o respeito de todos. Agora, valemos o que pesamos em dinheiro; o que se tem e exibe é a medida do que se é. Moral do capricho, porque os espectadores decidem o que vai ser dos moradores, em razão do humor ou da convicção moral momentâneos. E o psicanalista continua: “O teatro da moralidade pós-burguesa, na superfície, é risonho, despretensioso e aberto a crenças politicamente corretas sobre sexo, relações afetivas, cuidados corporais e demais obsessões da cultura urbana de hoje. Cave-se um pouco mais e o que surge é a versão recauchutada da cediça manobra do "circo" para as massas, "sarau" para as elites”. E Jurandir constata: “Enquanto as elites brasileiras consomem viagens sofisticadas, bom gosto via TV a cabo, concertos sinfônicos austro-alemães ou exposições parisienses, londrinas e nova-iorquinas, a classe média e os miseráveis, empobrecidos e intimidados por balas perdidas, se trancam em casa para decidir a sorte de outros trancafiados”. E conclui: “É importante enfatizar - não pretendo "demonizar" a televisão, como alguns se inclinam a fazer. Sem entretenimento, a vida é insuportável, e a brincadeira é o lugar da cultura sem o qual não podemos viver. A questão é saber com o que podemos brincar e em que momento parar. Leiloar o que não pode ter preço é confundir brincadeira com venalidade, diversão com desatino”.

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JURANDIR FREIRE COSTA Jurandir Freire Costa concedeu uma entrevista ao Correio Braziliense em 16 de março de 2002, sobre a mercantilização do sexo. Para Jurandir, “A inscrição do sexo no circuito da mercadoria é, com certeza, uma forma de articular o prazer sexual na lógica do mercado. Ou seja, não estamos mais, como antes, utilizando o sexo para vender mercadorias; o próprio sexo, hoje, é a mercadoria. Traduzido em termos mais simples, isso quer dizer que o sexo não é mais algo da vida privada, da intimidade, do segredo pessoal não sujeito ao escrutínio público”. Correio Braziliense: Como chegamos a este estágio de exibicionismo e de consumo do corpo e do sexo? Jurandir Freire Costa: No início da hegemonia capitalista no Ocidente, a adesão aos valores hegemônicos era imposta em nome do trabalho, da ética religiosa, da tradição familiar, do amor à pátria, etc. Quanto mais disciplinados e reprimidos fôssemos no corpo e na alma, melhores trabalhadores, pais de família, religiosos e cidadãos seríamos. Hoje nos pedem que esqueçamos tudo isso. Não existe trabalho para todos, a família foi posta de lado, a idéia de pátria ou nação se tornou arcaica e obsoleta. Restou a competição feroz, a indiferença em relação aos miseráveis, a


exploração cruel dos que ainda trabalham, a violência urbana, a epidemia de drogadições, a degradação do meio ambiente e outras tragédias que todos conhecemos. Como, então, seduzir, conquistar, convencer os indivíduos que, mesmo com tudo isso, esse sistema em que vivemos é o melhor, o mais avançado, o mais moderno, o mais desejável? A solução foi persuadir os indivíduos que nesse sistema temos possibilidades de ter mais prazer, mais excitação, mais êxtases cotidianos do que em qualquer outro conhecido! O sexo passou, assim, a ser uma espécie de vitrina dourada fabricada para ocultar a sarjeta moral que temos diante dos nossos olhos e narizes. Antes o sexo reprimido era utilizado para mostrar as virtudes angelicais da ética do capitalismo, como disse Max Weber; hoje o sexo é manipulado para exaltar a liberdade do prazer que só podemos ter se abrirmos mão de qualquer crença contrária ao modo dominante de vida. Não é por acaso que grande parte da propaganda ocidental contra o obscurantismo dos chamados fundamentalismos fanáticos se escora nos casos de opressão da sexualidade! É óbvio que, com isso, não pretendo, de forma alguma, justificar os atentados à liberdade e aos direitos humanos existentes nessas culturas. Estou chamando a atenção para o papel do sexo como garoto-propaganda do capitalismo global. A íntegra da entrevista, instigadora, pode ser solicitada na secretaria do IHU.

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11 de abril: 17h30min às 19h: Bioética: Solidariedade Crítica e Voluntariado Orgânico - Apresentação da tese de doutorado da professora Lucilda Selli, do Centro de Ciências da Saúde da UNISINOS. Aos participantes da apresentação da tese e do debate, será servido um suco. Local: sala 1C103. 18 de abril: 17h30min às 19h: A Invenção da autonomia – O professor Álvaro Valls Montenegro, do Programa de Pós-Graduação de Filosofia da UNISINOS, apresentará este livro de Jerome B. Schneewin, recentemente editado pela Editora Unisinos. Aos participantes do evento, além de ser servido um suco, a Editora Unisinos oferecerá um desconto de 40% na compra do livro.

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!# As professoras Jussara Gue Martini e Cleci Eulália Fávaro, respectivamente professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde e do Programa de Pós-Graduação em Ciências


Sociais Aplicadas, apresentaram à coordenação do IHU a proposta de criação, implantação e implementação do grupo interdisciplinar de estudos sobre relações de gênero e história das mulheres na América Latina. A coordenação do IHU, juntamente com a equipe de comunicação, formada pelas estudantes de comunicação Sônia Montaño (jornalismo) e Caren Sbabo (publicidade), a professora Mardilê Friedrich Fabre e a estagiária de relações púlbicas Cybele Alves Arenson, reuniu-se com o professor José Moacir Gomes Pereira, chefe de gabinete da Reitoria da UNISINOS, para discutir a divulgação na grande imprensa do Simpósio Nacional Bem Comum e Solidariedade. Por uma ética na política e na economia do Brasil, a ser realizado de 25 a 27 de junho. Antônio Carlos Lacerda, diretor da Rede Vida para a região Sul, visitou o IHU, acompanhado do professor José Moacir Gomes Pereira. Na oportunidade, foram discutidas possibilidades de parcerias com a Rede Vida. O professor Alexandre Kieling, diretor da TV UNISINOS, esteve reunido com a coordenação do IHU para preparar o lançamento do, que será lançado no dia 17 de abril, às 20h, no Anfiteatro Pe. Werner.. Seu lançamento acontecerá na Semana dos Povos Indígenas. No dia 9 de abril, serão lançados os livro Para entender o fundamentalismo, de Martin N. Dreher e Tempo de Viver, de Ivan Izquierdo no Saraiva Mega Store, do Praia de Belas Shopping Center, às 19h30min. Os dois livros são publicações da Editora Unisinos. Martin N. Dreher é professor do PPG de História da UNISINOS e Ivan Izquierdo escreveu a resenha do livro lançado recentemente pela Editora Unisinos intitulado A arte de amar a ciência e que, proximamente será debatido no IHU. Inácio Neutzling, coordenador do Instituto Humanitas Unisinos, participou do retiro espiritual, promovido pela UNISINOS, de 4 a 6 de abril, no Recanto Medianeira, Veranópolis, RS, cujos destinatários foram os diretores das Pró-Reitorias, os diretores dos órgãos da Reitoria e os coordenadores/as dos Institutos e outros órgãos. O orientador do retiro foi o professor Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, Vice-Reitor da UNISINOS.

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)*+ O entrevistado relâmpago desta edição é...

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O professor José Jacinto da Fonseca Lara é coordenador da Pastoral dos Professores do IHU. Licenciado em Filosofia, Bacharel em Teologia e Mestre em Educação, Lara está na Universidade


desde 1968. Ele é natural de Rezende, Minas Gerais. Por ocasião do seu aniversário, no próximo domingo, dia 14 de abril, o entrevistamos. Jesuítas: Estive na Companhia entre 1956 e 1968, mas toda minha formação foi com jesuítas, convivi toda a minha vida com eles, conheço-os muito bem. Santo Inácio: Um homem de tremenda atualidade pelo seu modo de ver o mundo. Professor: A maior surpresa. Jamais esperei ser um bom professor. Quando fui dar minha primeira aula, tive dúvidas se os alunos me respeitariam. Hoje vejo que essa é a minha grande vocação. A sala de aula: Ali esqueço todos os males. O mais interessante é que, quando professores, damos condições para alguns "insigth" incríveis que os alunos, as vezes, têm. De repente, um aluno me disse no outro dia: “Professor, então não há cultura sem ser humano e não há ser humano sem cultura”. Eu fiquei olhando para ele e pensei: "Exatamente. Captou. É isso mesmo." Quando essas coisas acontecem, o professor fica realizado. Livros que marcaram: As obras de Henrique C. de Lima Vaz e diversas leituras teológicas e obras históricas. Filme: Nunca vi uma cena tão fantástica como primeira cena de Dois mil e um, uma odisséia no espaço. Mas, o filme mais marcante para mim é A man for all seasons que em português foi mal traduzido como O homem que não vendeu sua alma e trata-se da vida de Thomas Morus. Família: Minha esposa Gladis e minha filha Luciana, que é psicanalista e meu filho Fernando, mestrando em economia na UFRGS. Vivo para eles. Vivemos uns para os outros. Presente que gosta de receber: Não há um em especial. Há um que todo o mundo me dá: livros. Momentos livres: Assistir a bons filmes em casa, especialmente romances históricos e escutar música erudita. Pastoral de professores: Uma grande alegria. Achei um foco no qual concentrar tudo o que foi adquirido na vida. Professores da UNISINOS: Ocorre amizade entre nós, professores, e entre professores e alunos. Gosto de ver, no primeiro dia, quando iniciam as aulas como nos reencontramos com saudades. UNISINOS: Eu sou parte dela, e ela é parte de mim. IHU: Uma grande esperança de que o Instituto se torne a "alma mater" da Universidade. Ele expressa o espírito que os jesuítas querem imprimir nas suas universidades. Esse espírito que se repete nos pronunciamentos do Pe. Kolvenbach e com o qual eu estou totalmente de acordo. Pessoa admirada: Thomas Morus pela sua integridade pessoal. Um sonho: Ver os meus filhos totalmente realizados na vida. Mais um ano de vida: A vida para mim foi sempre uma batalha muito grande, mas hoje concordo com o filósofo Henri Bergson que diz: “O homem que sempre buscou a verdade, ao cabo de sua vida, se pergunta se não teria feito melhor, buscando antes praticar o bem”. Chego aos 65 anos


agradecido a Deus, ainda cheio de vitalidade e com uma experiência de vida que me faz sentir que tenho muito para dar.

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Aniversário

No dia 14 completará mais um ano de vida o Professor José Jacinto da Fonseca Lara, coordenador da Pastoral dos Professores. O ramal do prof. Lara é 4127 e o e-mail: lara@poa.unisinos.br


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