Raízes do Brasil. 70 anos interpretando o Brasil
Editorial Há setenta anos, era publicada a primeira edição do
Não se trata do nosso caso. Embora tratemos de temas
livro Raízes do Brasil. Juntamente com a obra de
muito específicos, com um centro definido, consideramos
Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior, o livro de Sérgio
que as grandes narrativas, tendo em conta a sua
Buarque de Holanda interpreta o Brasil procurando torná-
complexidade, são importantes para compreender
lo inteligível para os brasileiros.
melhor quem somos. A sua leitura e estudo nos ajudam, como afirma o Prof. Dr. Robert Wegner, da Fundação
Na Unisinos, há quatro anos que se realiza o Ciclo de Estudos sobre o Brasil, promovido pelo Instituto
Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, “a pensar nossos dilemas e o que queremos ser, que projeto queremos”.
Humanitas Unisinos – IHU - em parceria com diversos cursos de graduação e pós-graduação. Uma nova edição,
Raízes do Brasil, além dos nomes supracitados, é
em 2007, será realizada. Assim, dedicar o tema de capa
debatida, nesta edição, pelo Prof. Dr. Edgar Salvadori de
da IHU On-Line desta semana aos 70 anos desta obra que
Decca, da Unicamp, Prof.ª Dr.ª Maria Odila Dias, ex-aluna
“explica” o Brasil é mais do que pertinente. A Prof.ª Dr.ª
de Sérgio Buarque de Holanda, professora na PUC-SP,
Angela Mendes de Almeida, da Universidade Federal
Prof. Dr. Aleksandar Jovanovic, da USP, Prof.ª Dr.ª Maria
Rural do Rio de Janeiro, constata que “para muitos
José de Rezende, da UEL, Prof. Dr. Mauro José Gaglietti,
estudiosos e historiadores, tais livros estão
da UPF, Prof.ª Dr.ª Eliane Fleck, da Unisinos, e Prof. Dr.
ultrapassados, isso se dá porque essa parcela da
Ronaldo Vainfas.
intelectualidade faz do Brasil uma interpretação otimista, crê essencialmente na sua pujança e
Ainda nesta edição, a Prof.ª Dr.ª Berenice Corsetti, do
modernidade, modernidade essa, aliás, que se manifesta
PPG de Educação da Unisinos, fala sobre o clássico
no próprio fato de que, seguindo certas tendências
Capitalismo e escravidão no Brasil Meridional: o negro
mundiais, desprezam as grandes narrativas e
na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul de
concentram-se em estudos especializados”.
Fernando Henrique Cardoso. O livro será apresentado e debatido no Ciclo de Estudos sobre a Formação Social Rio-Grandense pela Prof.ª Dr.ª Helga Piccolo, da UFRGS,
SÃO LEOPOLDO, 20 DE NOVEMBRO DE 2006 | EDIÇÃO 205
1