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O trabalho no capitalismo contemporâneo Editorial da UNESP. “Este é o quadro "normal" neste país”, constata. A situação dos trabalhadores assalariados na agricultura é comentada pelo engenheiro agrônomo Otávio Valentim Balsadi, pesquisador da Embrapa. Marcio Pochmann, como o faz anualmente por ocasião do 1º de Maio, contribui mais uma vez nesta edição, debatendo as mudanças do mundo do trabalho no Brasil. Por sua vez, Da sociedade industrial à sociedade informacional. A metamorfose da subjetividade operária é o tema do IHU Idéias desta quinta-feira. Cesar Sanson, pesquisador do CEPAT, parceiro estratégico do IHU, será o conferencista. Na entrevista publicada nesta edição, “Se o capitalismo industrial podia ser caracterizado pela produção de mercadorias, o capitalismo cognitivo produz conhecimentos por meio de conhecimento e vida por meio de vida”, constata Yann Moulier-Boutang, economista e redator-chefe da revista Multitudes. Segundo ele, “há simultaneamente uma produção de vida e, portanto, uma bioprodução”. Para entender a mutação do trabalho aí implicada, além do autor do livro

refletindo sobre a dualidade presente na sociedade do trabalho, ele constata que “não é incomum no corte da cana encontrar-se, de um lado, um trabalhador em condições aviltantes e degradantes de trabalho e, ao lado dele, outro trabalhador que pilota as sofisticadas colheitadeiras com altíssima tecnologia de bordo. Juntam-se aqui, no mesmo espaço geográfico, o trabalho de características do século XIX e o do século XXI”.

Le capitalisme cognitif. La nouvelle grande transformation, recém-lançado na França, contribuem nesta edição, Carlo Vercellone e Giuseppe Cocco. Úrsula Huws, crítica dos conceitos “capitalismo cognitivo” e “trabalho imaterial”, também participa desta edição comemorativa do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora. Mas os vários depoimentos de cortadores de cana do interior paulista mostram como, no Brasil, “o moderno se concilia com o lado perverso do arcaico, numa mistura diabólica, que garante ainda mais o poder e a riqueza dos poderosos”, afirma Maria Aparecida de Moraes Silva, SÃO LEOPOLDO, 23 DE ABRIL DE 2007 | EDIÇÃO 216

A leitura e o debate desta edição podem contribuir para uma melhor compreensão da mutação, tomando o termo na sua acepção das ciências biológicas, do mundo do trabalho, na sociedade contemporânea, pois, segundo Yann Moulier-Boutang, “a grave crise de proposições que enfrenta a esquerda contemporânea, é que ela não chega a sair do horizonte da economia de mercado. O seu programa político, repleto de boas intenções, repousa sobre a velha economia política”. Devido ao 1º de maio, a próxima edição impressa da

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