ELEIÇÕES 2002
P R O P O S TA S P A R A R E FLE X Ã O A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – lançou um documento com o título Eleições 2002. Propostas para reflexão. Para a CNBB, as eleições de 2002 serão de grande importância para a definição de um futuro próximo, em que a sorte de todos os brasileiros e brasileiras estará em jogo” (nº. 4). Nas próximas eleições, estarão em jogo as grandes opções. “Ao assumir compromissos políticos, a Igreja Católica o faz a partir do imperativo ético da vida, em cada momento do seu desenvolvimento terreno. Este é o critério máximo de julgamento de qualquer sistema político, dos modelos econômicos e das soluções técnicas. Esse imperativo ético se concretiza, em cada momento e lugar, em metas políticas. Diante da atual realidade brasileira, três grandes metas ganham prioridade: a erradicação da fome; o efetivo respeito dos direitos humanos para todos; o desenvolvimento sustentável, que garanta qualidade de vida à população e respeite a ecologia” (nº. 35). Para a redação deste documento, vários professores e professoras do IHU foram consultados, em novembro de 2001, e enviaram as suas observações. O documento, já em 2ª. edição, é publicado pelas Edições Paulinas.
Bem Comum e Solidariedade Nos dias 25 a 28 de junho acontecerá o Simpósio Nacional Bem Comum e solidariedade, Por uma ética na economia e na política do Brasil. O Simpósio, com 28 horas de duração, acontecerá no Auditório Central da UNISINOS. Movimentos sociais, sindicais , partidos políticos, outras associações, comunidade universitária e interessados em geral são o público alvo do evento. O encontro tem por objetivo descrever a realidade sócioeconômico-política brasileira, após uma década de experiência neoliberal e às vésperas das primeiras eleições presidenciais do século XXI. Aprofundar o conceito de bem comum como princípio e instrumento operacional concreto capaz de tecer um novo contrato social. O Simpósio pretende também contribuir na formação de uma consciência política e cidadã comprometida em fazer do Brasil uma sociedade onde caibam todos e todas. A programação e os palestrantes serão divulgados nas próximas edições do IHU On-line.
II Encontro Nacional de Fé e Política
Razões de nossa esperança é o lema do II Encontro de Fé e Política, que se realizará nos dias 16 e 17 de março de 2002, em Poços de Caldas, MG. A delegação da UNISINOS partirá no dia 15 de março, sexta-feira, às 8h30min, da frente da Universidade. Ainda existem 20 vagas no ônibus. O retorno será na tarde ou noite do dia 18/03/2002 - segunda-feira, com chegada em frente à UNISINOS. A passagem custará R$100,00; o hotel, R$20,00 (com café da manhã) e a inscrição, R$10,00. Os interessados podem entrar em contato com Márcio Hoff: hoff@bage.unisinos.br Programação do evento: Dia 16/03
17/03
Hora 9h
Temas Esperança: um projeto de poder alternativo
14h30min
Esperança: ética na política
19h30min 10h
Noite Cultural Esperança: mística na política
12h30min 13h30min
Celebração e envio Almoço de confraternização e despedida
Painelistas Patrus Ananias e Maria Vitória Benevides Dom Demétrio Valentim e Plinio de Arruda Sampaio Frei Betto e Revda. Margarida Ribeiro
Com uma leitura da bioética a partir da sociedade civil, a Profa. Lucilda Selli, Centro 2, defendeu seu doutoramento na UNB, dia 1 de março. Segundo ela, a bioética pode contribuir para a redução das desigualdades sociais e concretização da cidadania. Ao estudar conceitos como voluntariado orgânico e solidariedade crítica, Lucilda Selli quer contribuir para a superação das restrições auto-impostas pela bioética e fomentar o pluralismo e a convivência com a diferença. "Entendo o voluntariado orgânico como uma participação crítica das pessoas que desenvolvem atividades voluntárias, como contribuição na construção de forças políticas capazes de obrigar o Estado a cumprir seus compromissos sociais estabelecidos pela lei. Nesta perspectiva, a atividade voluntária deve ser encampada pelo comprometimento de quem entendeu seu papel na sociedade civil e política,” afirma Lucilda.
No seu estudo, ela constatou que a maioria dos voluntários têm uma construção equivocada, paternalista e assistencialista da prática voluntária. Além disso, o serviço voluntário, e mesmo a solidariedade, ainda estão imersos em um conjunto de estereótipos que os maculam em sua essência. "A ação voluntária adequada aos tempos atuais deve resultar do sentido de comprometimento da pessoa como membro da sociedade. Trabalhar a origem dos problemas e construir saídas que possibilitem colocar as pessoas em situações ou em condições mais humanas,” aponta.
Na terça-feira (5/3), no Palácio do Planalto, em Brasília, com a participação de 70 universidades brasileiras, ocorreu o lançamento oficial do portal Universia Brasil que reúne 428 universidades de oito países: Argentina, Brasil, Chile, Espanha, México, Peru, Porto Rico e Venezuela. A UNISINOS participou do lançamento na pesso do Reitor da nossa universidade, Pe. Aloysio Bohnen. O objetivo do Universia é divulgar e integrar o conteúdo de alta qualidade gerado pelo meio acadêmico em uma plataforma tecnológica capaz de atender aos anseios de uma sociedade cada vez mais ávida por informação. “Investimos na diversificação do conteúdo, buscando atender a todos os perfis de nosso públicoalvo, que são estudantes, ex-alunos, docentes, pesquisadores e gestores ligados ao ensino superior”, afirma Maria Voivodic, Diretora-Executiva do Universia Brasil. Contendo 14 seções, o portal reúne informações sobre intercâmbio, currículos, programas de estudo, teses, catálogos, acervos e informações diversas digitalizadas. Pretende-se que ele seja um ponto de encontro entre universidades e universitários latino-americanos. Entre as muitas opções, oferece a possibilidade de hospedar grupos de discussão, abrindo espaço para que docentes ou pesquisadores acompanhem esses grupos. O Universia nasceu de um projeto conjunto de 32 universidades espanholas com a Conferência de Reitores de Universidades Espanholas (CRUE) e o Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), que decidiram lançar um portal direcionado à comunidade acadêmica da Península Ibérica e América Latina, com o apoio do Santander Central Hispano, que investirá US$ 60 milhões, em cinco anos, dos quais US$ 40 milhões destinados à América Latina. Em 2001, foram lançados os portais Universia no Chile, Porto Rico, Venezuela e Peru. Em fevereiro de 2002 foi lançada a versão mexicana do portal. Os próximos lançamentos serão em Portugal e Colômbia. www.universia.net (fonte: Folha on line)
No dia 21 de fevereiro, foram iniciadas aulas de espanhol para adolescentes da Vila Duque. As aulas fazem parte do projeto de ações socio-educativas do Programa de Ação Social na Região Sul de São Leopoldo do IHU. Quinze adolescentes entre 10 e 12 anos participam deste projeto. As aulas são ministradas por Sandra Herzog, aluna do Unilínguas e professora voluntária. O Unilínguas oferece o local e a orientação pedagógica.
Mais de 70 alunos e alunas de diversas áreas inscreveram-se para realizar estágio curricular e extracurricular no programa SAPECCA. A profª . Helenara Silveira Fagundes, coordenadora do Programa, surpreendeu-se com este número, que foi muito mais elevado do que em anos anteriores. Desse grupo, serão selecionados 16 estagiários e estagiárias que realizarão um trabalho junto às crianças da Vila Brás. Entre os projetos cabe ressaltar o de capacitação em informática para adolescentes e o de vivência através do computador para crianças. As aulas serão ministradas no laboratório de Informática do IHU e estarão disponíveis para crianças de outros projetos. Os estagiários receberão capacitação nos seguintes módulos: políticas públicas; educação e ludicidade; saúde e violência; dinâmicas de grupo; trabalho infantil. As aulas de capacitação acontecerão todas as quintas-feiras, a partir do dia 21 de março, e estão abertas a outros interessados.
! No dia 15 de março, iniciará o Ciclo de Estudos Religião e Pós-modernidade . Com o objetivo de oportunizar reflexão e estudo de temas pertinentes à realidade humana, favorecer o crescimento de atitudes de comprometimento social como expressão de autonomia solidária e explicitar os fundamentos cristãos de uma ética solidária, o curso está aberto para interessados em geral. O Ciclo de Estudos acontecerá todo um final de semana por mês desde março até setembro, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei - CECREI. A Promoção do evento é da UNISINOS, do Centro de Ciências Humanas, Centro de Espiritualidade Cristo Rei - CECREI e Conferência dos Religiosos do Brasil/RS com o apoio o IHU. Os ministrantes serão os professores Castor Mari Martin Bartolomé Ruiz, José Ivo Follmann, Inácio Neutzling, José Roque Jungues, João Batista Libânio, Lúcia Weiler, Marcelo Fernandes de Aquino, Pedro Gilberto Gomes. O curso está sob a coordenação do
prof. Laurício Neumann, coordenador do Setor 1 do IHU, Ética, Cultura e Cidadania.
" Nos dias 29, 30 e 31 de março, acontecerá a quarta edição do evento Um encontro com Jesus, dirigido a jovens universitários/as e pré-universitários/as do Rio Grande do Sul. O Encontro será realizado na UNISINOS e está sendo organizado pela Comunidade Missionária de Cristo Ressuscitado e o Setor III, Teologia, Religiões e Pastoral, do IHU. Com o objetivo de apresentar aos jovens a proposta de eles serem protagonistas na construção de uma sociedade diferente, críticos da mentalidade de consumo e abertos às necessidades dos mais pobres, o encontro dará aos participantes a oportunidade de escolher novos rumos para as suas vidas. À luz da Páscoa, o evento será um espaço para redescobrir a pessoa de Jesus Cristo e sua proposta de vida. Após as anteriores edições, muitos dos participantes deram continuidade à reflexão iniciada no encontro, fazendo uma série de sugestões para solucionar a situação de pobreza de tantos brasileiros, a falta de educação e de recursos, a falta de afeto e a falta de uma fé que lhes dê esperança. O encontro suscitou nos universitários uma mudança no estilo de vida, sendo marcante a necessidade de colocar sua profissão, seus estudos, seu tempo, suas idéias e todas as suas forças a serviço dos demais. A partir do último encontro, os participantes se organizaram para trabalhar com crianças e adolescentes de duas vilas de São Leopoldo, ajudando a reconstruir casas, organizando uma cooperativa de trabalho para jovens, dando apoio escolar e capacitação. Além disso, formaram uma banda de música e um grupo de teatro para despertar nos outros o desejo de ajudar, organizaram uma campanha contra o álcool no centro de São Leopoldo e arrecadaram fundos para famílias necessitadas das vilas, entre outras atividades. O evento oferece 200 vagas.
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Trata-se de um curso de 20 horas, dividido em cinco módulos de 4 horas, oferecido gratuitamente a professores/as e funcionários/as da UNISINOS, nas manhãs dos segundos sábados de cada mês. A programação pode ser encontrada nos cartazes expostos nas Salas dos Professores dos Centros bem como na recepção do IHU. As inscrições devem ser feitas no Setor de Matrículas. O curso é organizado pelo Setor 3 do IHU, Religiões, Teologia e Pastoral.
— O coordenador do Programa Unitrabalho e do grupo temático ‘Trabalho’, do Setor 2, Economia Solidária, Trabalho e Cooperativismo do IHU é o professor Darnis Corbelini. — Assumiu como coordenador do Programa Desenvolvimento Regional do Vale dos Sinos o prof. José Luiz Bica de Mélo. O Programa integra o Setor 1 do IHU, Ética, Cultura e Cidadania.
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ROSDOLSKY, Roman. Gênese e estrutura de "O Capital" de Karl Marx. Rio de Janeiro: Contraponto, 2001. 624 p. Publicamos a recensão deste livro feita por Anselm Jappe, integrante do grupo Krisis. Anselm Jappe, no Brasil, é conhecido pela tradução do livro Guy Debord, da Editora Vozes, Petrópolis, 1999. A recensão foi publicada no jornal cearense O Povo, 10-02-02. Octavio Ianni, sob o título Heranças e Espectros de Marx, publicou uma recensão do mesmo livro no caderno Mais da Folha de S. Paulo 3-03-02.
Revistando o conceito de trabalho em Marx
É raro nestas épocas, que uma obra marxista seja traduzida, vendida, lida e discutida 34 anos depois da sua primeira publicação. Mas, é exatamente isto que acontece, atualmente no Brasil, com o livro Gênese e estrutura de O capital de Karl Marx, de Roman Rosdolsky. E apesar de se tratar de um livro muito erudito, ele não interessa somente como documento histórico, mas também como um guia atualíssimo para compreender a obra de Marx.
O autor
As raras informações biográficas disponíveis sobre o autor nos fazem pensar que a sua vida não foi particularmente feliz: era sempre um homem errado, no lugar errado. Nascido no ano de 1898, em Galizia - uma parte histórica da Polônia aderiu ao socialismo durante a primeira Guerra Mundial. Colaborava na edição das obras completas de Marx e Engels em Moscou, quando Stalin decide, em 1931 acabar com este empreendimento. Estava na Polônia quando da invasão dos nazistas, que o levaram preso para um campo de concentração, e depois, finalmente emigrou para os EUA, onde, naquela época, a vida não era muito fácil para um
estudioso marxista. De fato, ele mesmo recorda a dificuldade para encontrar textos para estudar. Em vida, permaneceu desconhecido e morreu em 1967, justamente antes do renascer mundial de um marxismo intelectual heterodoxo que provavelmente lhe agradaria. O seu livro, ao qual dedicou evidentemente muito tempo - 20 anos - de solitária meditação, foi publicado na Alemanha em 1968 e depois traduzido em muitas línguas. Influenciou fortemente a parte teoricamente mais avançada da nova esquerda.
O livro
O mérito pessoal de Rosdolsky parece ainda maior pelo fato de ele não ter podido apoiar-se em quase nenhuma obra marxista da época, mas chegou às suas conclusões baseado somente na leitura dos textos de Marx. Na verdade, o seu livro não é nem mesmo uma interpretação, mas um comentário muito aderente ao texto. Rosdolsky desaparece quase totalmente atrás do seu objeto de estudo; poucos marxistas estiveram assim tão vizinhos a Marx mesmo na sua combinação de análises minuciosas e de grande alcance de uma crítica da economia política e de aspiração filosófica e política. O livro de Rosdolsky examina um grande manuscrito de Marx, escrito em 1857/58, os Grundrisse. Publicados pela primeira vez em 1939, tiveram inicialmente uma repercussão limitada; eram considerados um simples rascunho ou esboço de O Capital e, portanto, enquanto tal, inferior a este último. O livro de Rosdolsky é o primeiro comentário orgânico dos Grundrisse; o seu grande mérito é de mostrar o quanto eles devem à dialética hegeliana de forma e conteúdo, sobretudo ao se tratar do valor. É por esta colocação em relevo que Rosdolsky pode ser considerado - mesmo permanecendo seguramente, por muitos aspectos, no marxismo tradicional - um precursor daqueles que hoje colocam em discussão a mercadoria, o trabalho, o valor e o dinheiro, o Estado, o mercado e a política, etc.
As intuições de Rosdolsky
Destacamos algumas das suas melhores análises. Ele retoma uma categoria ignorada na época como aquela do trabalho abstrato e sublinha que o trabalho abstrato não é idêntico ao trabalho necessário porque ele diz respeito apenas ao lado quantitativo do problema e não ao lado qualitativo. Rosdolsky não foi somente um dos primeiros a evidenciar a importância do valor na elaboração em Marx, mas ele também resumiu muito bem o seu papel nos diversos níveis da análise de Marx. A sua aguda consciência da dialética entre forma e conteúdo o levava a compreender plenamente a ‘contradição entre o impulso ilimitado à valorização do capital e o poder limitado de consumo da sociedade capitalista’. Distanciando-se aqui explicitamente do marxismo tradicional, ele admite, portanto, a impossibilidade de fazer coincidir o uso concreto e o valor abstrato. Diferentemente do marxismo tradicional, Rosdolsky não vê nas contradições aparentes da realidade capitalista simples mistificações, mas a expressão das contradições reais. Isto é muito importante para compreender que o fetichismo da mercadoria não é um fenômeno que pertence somente à esfera da consciência, mas um fenômeno real. Opondo-se explicitamente aos ‘manuais de economia marxista’, Rosdolsky afirma a coincidência entre o fetichismo da mercadoria e a formação do dinheiro enquanto são ‘os dois aspectos diferentes de uma única e mesma realidade: na produção comercial (mercantil), a capacidade da mercadoria a ser trocada existe ao lado dela, como um objeto [...], como alguma coisa distinta dela, [não imediatamente, não fazendo parte dela, não inserida nela] idêntica a ela; o valor deve então se tornar
autônomo face às mercadorias’ ((Rosdolsky, tradução francesa,p.358). Em outras palavras, Rosdolsky redescobre o fato que para Marx, a duplicação da realidade social constitui o fundamento da lógica do valor.
Rosdolsky e a leitura do ‘trabalho’ em Marx
Incrível para a época, antes de 68, era também o fato de recordar que Marx não escreveu uma ‘economia política’ porque ela é também uma categoria fetichista. A diferença entre o desenvolvimento histórico e o desenvolvimento lógico do capital depois apresentada nos anos setenta por outros como a última descoberta, já tinha sido posta em relevância por Rosdolsky. Além disso destaca que a acumulação primitiva é um elemento que constitui a relação capitalista e, conseqüentemente, ela está ‘contida no conceito do capital’; o capítulo do Capital sobre a acumulação primitiva não é então somente uma digressão histórica, como acreditava a própria Rosa Luxemburgo. Rosdolsky não se aventura quase nunca sobre o terreno das conseqüências práticas da teoria marxista. Mas ele descobriu aqueles aspectos de Marx que inspiram hoje as tentativas para romper a lógica do valor. Talvez em nenhum lugar Rosdolsky é assim tão atual como quando coloca em relevância provavelmente foi o primeiro a fazê-lo - a importância daquelas páginas dos Grundrisse que anunciam que o próprio desenvolvimento capitalista destruirá o valor - e então o trabalho - como base da sociedade capitalista. Hoje, muitos são os que buscam aquelas páginas. Ele as chama, com paixão justificada, de ‘reflexões que, ainda que Marx as tenha escrito há mais de cem anos não se pode lê-las hoje senão com emoção, porque contêm uma das visões mais ousadas do espírito humano’'((Rosdolsky, ed. alemã, p.500).
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HARDT, Michael, “Zu wenig Konflikt. Das Social Forum und die Politik der Multitude”, Jungle World, n. 11, mar. 2002. Michael Hardt, autor, juntamente com Antonio Negri, do livro Império, Ed. Record, Rio de Janeiro, 2001, analisa o Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, em 2002, do qual participou. A análise parte da importância da Conferência de Bandung, realizada em 1955, relacionando-a com o Fórum Social Mundial. Ele detecta duas grandes e fundamentais tendências no evento de Porto Alegre. A partir do conceito ‘multidão’ que é um conceito central trabalhado no livro Império, M. Hardt, reflete sobre o significado, as potencialidades e os limites do Fórum Social Mundial. Trata-se de uma análise do Fórum Social Mundial muito instigadora. O artigo, em alemão, pode ser solicitado na secretaria do IHU. A tradução portuguesa oportunamente estará disponível para quem quiser.
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HELLER, Agnes, “Terrorismus und Moderne. Wir kennen unseren Platz in der Welt nicht mehr”, FREITAG – Die Ost-West Wochenzeitung, 22-2-02. Agnes Heller, filósofa úngara, discípula de G. Lukács, hoje radicada em Nova York, nos EUA, concedeu uma entrevista sobre a relação do terrorismo com a modernidade e a religião. Agnes Heller, no Brasil, é conhecida, entre outros, pelos livros A condição política pós-moderna, Rio de Janeiro, 1998, e Além da justiça, Rio de Janeiro, 1998, ambos da Editora Civilização Brasileira. A tradução portuguesa da
entrevista foi publicada pelo boletim CEPAT Informa, no. 81, março de 2002. O boletim pode ser consultado na secretaria do IHU. Obs.: A leitura acima de Agnes Heller torna-se mais interessante quando se tem presente a entrevista de Peter Sloterdijk, filósofo alemão, publicada na Folha de S. Paulo, caderno Mais 3-3-02, intitulada ‘Aceleração para nada, refletindo sobre a ‘árvore genealógica do terror como ato político violento e vejo que há uma enorme diferença no momento em que a ciência em geral e a tecnologia passam a ser o coração da guerra oficial. Penso que não há diferença entre a guerra terrorista e a guerra não-terrorista hoje’.
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A UNISINOS lançou um dos mais ambiciosos projetos da história da música popular gaúcha: Paralelo 30, ontem e hoje, concebido por José Pedro Boéssio. No primeiro CD, a Orquestra UNISINOS revisita seis obras do LP de 78 e apresenta músicas mais novas dos mesmos autores, com arranjos de Vagner Cunha e José Pedro Boéssio. As músicas têm a interpretação original, com exceção dos já falecidos Carlinhos Hartlieb (interpretado por Gelson Oliveira) e Nando d' Ávila (na voz de Zé Caradípia). O segundo CD é a versão compacta da primeira coletânea de músicos urbanos gaúchos, produzida por Juarez Fonseca em 1978, incluindo músicas de Bebeto Alves, Cláudio Vera Cruz/ Paulinho Buffara, Nelson Coelho de Castro, Carlinhos Hartlieb, Nando d' Ávila, Raul Ellwanger, Raul Ellwanger/ Ferreira Gullar. Você encontra o álbum nas lojas Banana Records, no Cine Guion e nas lojas Multisom em Porto Alegre. Em São Leopoldo, na loja Pure Records.
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%&' A entrevistada relâmpago desta edição é...
$ Rosa Maria Serra Bavaresco está na UNISINOS desde 1991. Filha de pai português e mãe brasileira, Rosa nasceu em Porto Alegre. Em 1979, formou-se em História, pela PUCRS, em 2001, em Direito pela UNISINOS e atualmente, cursa mestrado em Ciências Sociais Aplicadas. Está coordenadora do Setor III, Religiões, Teologia e Pastoral do IHU. Além do trabalho, Rosa divide seu tempo em cuidar de seu pai e de sua mãe, com 85 e 89 anos respectivamente, e acompanhar suas filhas Caren (21), formanda em odontologia e Andrea (28), advogada.
Livro: Longe é um lugar que não existe, de Richard Bach. Autores: Érico Veríssimo, Richard Bach e Saint Exupéry Música: MPB, Chopin e Tchaicovsky Lazer: ler, escutar música, dançar, estar com a família e amigos. Momento de plenitude: nascimento das filhas. Mulher: ser humano que luta, que leva o ônus por pertencer a uma sociedade na qual o poder está concentrado predominantemente em mãos masculinas e que ainda não lhe dá o devido valor. Setor III: espaço que buscará, através da discussão, contribuir para a busca da justiça social, tomando como base a contribuição das religiões. Teologia: um conhecimento maior de Deus. Religiões: papel fundamental na transmissão de valores morais, éticos e humanos. Pastoral na Universidade: meio para encontrar o outro, apoiando-se nos princípios universais cristãos. IHU: uma proposta para vivermos, no dia-a-dia, os valores universais. UNISINOS: uma instituição que está construindo seu espaço. Brasil: País rico, com um povo maravilhoso e governantes que infelizmente se preocupam só com uma parcela do povo brasileiro. Desejo: Visitar Viena, seus palácios e assistir a seus espetáculos culturais. Um presente: Desde uma bala até uma jóia. O importante é a pessoa que o dá e por que o dá. Na sexta-feira, ganhei uma bala pelo dia da mulher e fiquei feliz.