INTERTURMAS
O time da AESP mostra todo seu talento intergaláctico em campo
Segunda Edição
São José dos Campos, Maio de 2012
A RedeCASD explica as idas e vindas da internet no H8
ITAndroids rumo à
Fórmula ITA dá
Copa do Mundo de Robótica
seus primeiros e decisivos passos
Coveiros Edição Geral Lamounier Soares, T14 lamounier.soares@gmail.com
Projeto Gráfico e Diagramação Alexandre Ferraz, T15 alexandreferoli@gmail.com
Redação Wanderson Alves, T12’ Olaf Palmer, T13 Tainã Damaceno, T14 Desenhos Renato Braga, T15
Colaboradores Daniel Sampaio, T14 Fórmula ITA
César de Freitas, T16 Guilherme Sena, T14 CASDVest
Danilo Miranda, T12 Rocket Design
Maio de 2012
ÍNDICE Editorial.................................................................... Iniciativas: Rede CASD................................................. Iniciativas: Atlética....................................................... Opinião: Entre as verdades inconvenientes................ Iniciativas: Fórmula ITA.............................................. Iniciativas: ITAbits....................................................... Iniciativas: Rocket Design............................................ Opinião: O altruísmo do H8........................................ Iniciativas: ITAndroids................................................ Iniciativas: CASDVest................................................... Iniciativas: AASD.......................................................... Capa: Gregos, Americanos, Economia e Liberdade... Iniciativas: ITA Júnior................................................. Palavra do Presidente................................................... Tartarugas Ninja: Dica................................................. Tartarugas Ninja: Donatello......................................... Tartarugas Ninja: Michelangelo.................................. Tartarugas Ninja: Rafael.............................................. Tartarugas Ninja: Leonardo......................................... Batalha Campal!...........................................................
Marcelo Sobral, T15 Fernando Fonseca, T15 Rodrigo Roim, T15 Luiz Filipe Ramos, T15 Paulo Herique, T16 ITAbits
Rafael Macedo, T13‘ Atlética
Henrique Lacerda, T16 ITA Júnior
Lara Diniz, T14 RedeCASD
Guilherme Cavalheiro, T15 AASD
Tarcísio Gripp, T14 ITAndroids
Agradecemos a todos que contribuíram para o sucesso desta edição, mesmo que não citados.
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Editorial
ITA, MIT, gregos e americanos No primeiro bimestre deste ano, o ITA esteve em alta. Parceria com o MIT, Dilma falando do ITA e notícias mais frequentes sobre a duplicação da nossa querida faculdade inflamaram na comunidade um orgulho de ser iteano que pouco se via nos corredores do H8. No facebook, foram infinitos compartilhamentos do vídeo em que Hillary Clinton citava o ITA. De repente nos sentimos mais importantes e, de certa forma, pareceu mesmo que estavam nos dizendo ―vocês são importantes‖. Não falo isso com vaidade, como se fossemos seres superiores. Falo no contexto da nossa nação. Se no passado a
criação e a existência do ITA foram tão significantes para o Brasil – a Embraer que o diga – por que teria a instituição perdido seu papel de impulsionar tecnologicamente o país? O recado que estamos recebendo é que não perdeu. E, como disse o tio Ben, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. O que significam na prática tais responsabilidades é algo que cabe a cada um de nós refletir e, não sei se por coincidência ou por resposta natural a todos os recentes acontecimentos, esta edição d‘A Cova está repleta de reflexão e confrontamento. Qual a nossa postura como iteanos? Deveríamos ser mais proativos? A proatividade que já temos é genuína ou forçada? Será que não somos convencidos demais? Mas, como nem só de ITA e de reflexão se faz a vida, a matéria de capa desta edição toma uma guinada completamente diferente dos assuntos tipicamente iteanos e nos
leva para um universo bem diferente: o da economia. Tá, ok, não é um universo tão diferente assim, porém a abordagem certamente é. Trata-se de uma apresentação das ideias da Escola Austríaca, dos problemas que a Grécia e os EUA têm em comum e de como deveria ser o relacionamento entre governo e mercado (é um artigo pouco parcial, esteja avisado). Ademais, temos como de costume notícias das iniciativas que nos deixam com mais orgulho ainda se sermos iteanos. Os tartarugas-ninja também marcam presença, dessa vez com o time completo e com uma dica sobre a identidade de cada um. E tem até a narração de uma épica partida de futebol em alguma página desta revista. Entre as reflexões sobre nosso papel como iteanos e as discussões sobre as economias grega e americana, fazer essa Cova foi bem divertido para os coveiros. Que a leitura seja tão boa quanto para o leitor também!
A imagem traz um dos ilustres pensadores por trás da matéria de capa em uma figura que é um tanto que profética, desde que o mundo não acabe em 2012.
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Iniciativas: RedeCASD
Epopeia da fibra óptica O H8 já teve tempos mais nebulosos com relação à internet: à mercê de um link que passa antes pelo INPE, pelo GIA e pelo ITA, fica -se sujeito a intempéries, como quando há falta de luz ou algum problema técnico, ou quando um funcionário reinicia um equipamento para a internet voltar, depois de um longo final de semana. Essa situação foi amenizada com a chegada de uma empresa cujo serviço é oferecer planos residenciais de internet. Mas muitos alunos não aderiram ao serviço devido ao alto custo que ele implica, e, ainda, muitos utilizam a rede interna para compartilhar bizus. Mesmo assim, ter uma fornecedora de internet alternativa ajudou bastante quando passamos mais de um mês sem internet fora do horário comercial por conta de um equipamento do GIA estar danificado. Foi nesse cenário que nos deparamos com um grande problema: no final de 2011, mais precisamente, na segunda (e última) semana de exames, a internet repentinamente parou de funcionar. Testamos o link com o ITA – nada. Alguns membros acabaram ficando até uma semana a mais depois do fim dos exames para investigar o problema – uma fibra óptica interrompida. Após deixar o H8 em um solitário Natal e Ano No4
vo sem internet, a RedeCASD voltou a trabalhar no caso. Pensamos nas possibilidades que podíamos explorar: consertar a fibra, substituí-la, contratar um serviço de internet empresarial para fornecer internet para o H8. Pedimos ajuda e sugestões por meio da ITA-NET e assim recebemos muitas respostas, rapidamente. Conseguimos um contato da GVT e pesquisamos preços de internet empresarial para o H8. Também procuramos orçamento para realizar o
No final de 2011, a internet repentinamente parou de funcionar. O problema — uma fibra óptica interrompida.
conserto da fibra e a passagem de uma nova fibra. Nosso objetivo era resgatar a internet até a volta das aulas. Infelizmente, a proposta de internet empresarial que recebemos era muito além daquilo que podíamos custear, além de oferecer uma velocidade muito baixa para a necessidade dos moradores do H8. Ficamos então com a opção de consertar a fibra – uma opção mais barata e temporária.
Enfim, conseguimos contatar uma nova empresa para consertar a nossa fibra óptica pelo CTA. A fibra foi consertada no último final de semana de férias. O motivo de sua danificação foi a posição em que ela foi passada, muito próxima aos cabos de energia, que queimaram boa parte do cabo de fibra óptica. Terminamos assim com uma solução temporária: foi feita a substituição da parte danificada da fibra, mas o problema pode voltar a acontecer. Felizmente, quando fizemos a exposição do ocorrido na ITA-NET, ninguém mais, ninguém menos que o atual reitor do ITA, Carlos Pacheco, se manifestou e nos informou que o ITA vai estabelecer um link direto com o INPE, que atualmente fornece internet para todo o CTA, e que seria possível passar uma nova fibra do ITA para o H8. Com isso, esperamos ansiosos pela melhora do meio de comunicação mais usado pelos alunos do ITA: a internet, que é um serviço negligenciado em um centro que se diz tecnológico. ●
Iniciativas: Atlética
Começando o ano com o pé direito... A ideia na Atlética é inovar. Foi com isso em mente que criamos uma festa para ser a calourada do ITA, algo que faltava em nossa faculdade. A T16 foi a primeira turma a ter esse evento em sua história, desfazendo um pouco o tradicional discurso: ―São José é bizuleu!‖. Sucesso. Foi um mês de trabalho intenso visando expandir o público presente na festa. Poliedro, Unesp, Univap, Unifesp, Fatec, entre outros – até o IME! - tiveram representantes aqui no even-
to. Com isso, aumentamos as nossas relações com as instituições de ensino da região, facilitando assim nosso contato para futuros eventos de que possamos participar e tirando nossos queridos bixos um pouco da bolha do H8. A divulgação da festa foi intensa e divertida, pudemos ver nosso mascote de volta às suas atividades de propaganda. Tivemos apoio da Divisão de Alunos em toda a organização da festa, gerando u-
ma aproximação ainda maior do ITA com a Atlética. Além disso, tivemos sempre a preocupação de cumprir todas as regras colocadas pelo DCTA, para que a imagem dos alunos do ITA aqui dentro da organização militar continue a melhorar. Por fim, é extremamente gratificante ouvir de todos os envolvidos na festa que nós estamos de parabéns. Espero que essa seja, também, a primeira de muitas vezes que isso acontecerá. ●
Divulgação do evento no Poliedro com o Urubuzão 5
Opinião
Entre as verdades inconvenientes
U
m dia desses ouvi uma frase de uma ironia brilhante: ―Força Aérea: Ame-a ou deixe-a‖. O trocadilho com o famoso slogan-símbolo da ameaça do exílio (―Brasil: ame-o ou deixe-o‖), difundido na ditadura militar, desta vez aparece com um tom familiar aos que escolheram vestir a farda enquanto estudantes do ITA. A referência à evasão dos nossos queridos Engenheiros Militares formados aqui, que saem pelo comum motivo de buscar melhores oportunidades profissionais, não, porém, a principal motivação do aforismo, é, sim, o que ele remete em seguida. Então, digamos que o recado já esteja dado: ―sem revanchismos‖. Dilma Rousseff abranda os ânimos ao mesmo tempo em que a esquerda fomenta o rebuliço com os temas convenientemente já cobertos com panos quentes (costurado pelos fios da Lei da Anistia), aprovando por unanimidade a Comissão da Verdade, com o propósito de ‗descobrir, esclarecer e reconhecer abusos do passado, dando voz às vítimas‘. A pretensão de reaver as verdades eclipsadas no período da repressão geraram
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reações dos militares, com a publicação do Manifesto Interclubes Militares, o qual criticava as posições do governo. Não muito antes dos conturbados protestos em frente ao Clube Militar do Rio de Janeiro, em razão da comemoração do golpe de 64. Acirradas as discussões, o deputado federal Jair Bolsonaro, militar da reserva do Exército, contundente crítico do governo e de impositiva posição extrema-direita, chega a afirmar em entrevista à TV Câmara: ―... longe de sermos bandidos, nós somos heróis que salvamos o Brasil de uma ditadura do proletariado‖. O argumento duvidoso que já é lugar-comum nas tentativas de justificar o golpe militar, lança a ideia contraditória, e absurda, de ―ditadura preventiva‖. O mesmo deputado gerador de declarações escusas acerca da questão racial é ainda apoiado abertamente pelo grupo neonazista ―White Pride World Wide‖. Quanto heroísmo... Para chafurdar um pouco na história, lembremo-nos do nosso CASD, Centro Acadêmico Santos Dumont, que conta com um micro-cosmo de movimento estudantil,
mas com um papel interno singular: lidar com as relações entre ITA, militares e alunos. E o passado conta a fragilidade deste equilíbrio frente às intransigências geradas. Conta as vezes em que o CASD foi fechado, em que teve documentos e arquivos destruídos e punições acadêmicas arbitrárias dos seus membros. Enfim, são histórias as quais deixam, a despeito de qualquer revanchismo, a vergonha das verdades inconvenientes. A mesma vergonha que causou o constrangimento dos militares que assistiam à solenidade que tardiamente entregou os diplomas aos iteanos desligados por ‗sub-versões ideológicas‘. Enquanto os generais envelhecem entre as penas esquecidas e as glórias inventadas, o assombro da história é uma representação da máxima shakesperiana : ―O passado é prólogo‖. A história, como fonte inesgotável de ironias, faz então restar ao militarismo a própria propaganda: ame-o ou deixe-o. ● Olaf Palmer (AER-13)
Iniciativas: Fórmula ITA
Engatando marcha Cara comunidade iteana, é com grande prazer que informamos o início das atividades do grupo Fórmula ITA. Sendo uma das mais novas iniciativas do H-8, o Fórmula ITA começou como um projeto de MTP no primeiro semestre do ano passado. A ideia surgiu quando Glauber Mosqueira, aluno de pósgraduação do ITA e formado pela Universidade da Pensilvânia, decidiu encabeçar aqui um projeto do qual ele fez parte durante muito tempo em sua passagem pelos Estados Unidos: a disputa de engenharia estudantil, Fórmula SAE. A competição de Fórmula SAE é baseada no desenvolvimento de um produto no qual os estudantes devem conceber, projetar e fabricar carros de corrida no
estilo Fórmula. Esse evento é regulado pela SAE, mesmo órgão que organiza as competições do BAJA e do Aerodesign. Indo para sua 9a edição aqui no Brasil, o evento, que é separado em duas etapas, provas estáticas e provas dinâmicas, envolve cerca de 20 equipes de diversos estados brasileiros. Hoje o nosso projeto, que conta com a participação de alunos do terceiro ao quinto ano de graduação do ITA e um aluno da pós-graduação, está na fase de estabelecimento de parâmetros, modelagem em 3D no Catia e construção do protótipo do carro. Apoiados pelo Departamento de Engenharia Mecânica, pelo CCM, por professores do ITA e colaboradores externos, o Fórmula ITA apresenta como objetivo para a competição
conseguir todos os selos de segurança, exigidos em uma das etapas do programa, que o qualifiquem para a prova de Enduro. Sabemos que é um desafio grande, mas com o intuito de levarmos o nome do ITA para a posição que lhe é esperada, pretendemos fazer um grande trabalho para estar, em breve, entre as melhores equipes de Fórmula do Brasil. Caso haja interesse de ajudar nossa equipe, favor entrar em contato pelo e-mail ou telefone abaixo. Túlio Crepaldi capitão da equipe tuliocrf@hotmail.com (17) 8161-2214 Muito Obrigado! ●
Exemplo de projeto de carro almejado pelos alunos do ITA
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Iniciativas: ITAbits
ITAbits: Nokia Hackathon Mais um viradão iteano de final de semana ocorreu do 24 para o 25 de março, mas desta vez não foram as provas a que os alunos estão acostumados. Foi o primeiro Nokia Hackathon Brasil, na cidade de São Paulo, que fez com seis iteanos (Ruela e Vaca, da T-12, Ruim, Croata e Moco, da T-15, Doente da T-16) ficassem quase 30 horas acordados desenvolvendo aplicativos para Windows Phone. No local, eles puderam desfrutar de um ambiente muito aconchegante, com alimentação gratuita (Pizza com Red Bull!), além de profissionais da área para tirar nossas dúvidas (ou algumas delas). Entre os muitos aplicativos produzidos pelo nosso grupo, o jogo Bubble Math rendeu ao grupo ITABits um XBOX 360 + Kinect e um Nokia Lumia 800, com o prêmio de melhor aplicativo. Além disso, entre sorteios e premiações, voltamos para o H-8 ainda com 10 Camisetas Promocionais, 4 Pen Drives, 1 Cartão SD 16GB, 1 Mouse Wireless Arc e um conjunto Mouse + Teclado Wireless Desktop 5000, ambos da Microsoft, além de um aprendizado de preço incalculável. 8
Sala de desenvolvimento na Nokia Hackathon
Mesa onde o grupo da ITAbits estava trabalhando
Iniciativas: ITAbits
Visita à Alpha Channel Durante o mês de março, alguns membros da ITAbits visitaram a empresa Alpha Channel – centro de computação gráfica – e participaram da palestra ―Design e Desenvolvimento de Games‖ ministrada por Pedro Cahu (Jandaia, da Comp-09‘). Em tal palestra, as fases de desenvolvimento foram explanadas da concepção à conclusão, com ênfase em modelagem 3D e programação do GamePlay.
Nesta mesma visita, pôde -se entender como a Alpha Channel atua no mercado, conhecer o ambiente de trabalho dos desenvolvedores e aprender sobre as ferramentas por eles
iABC Neste semestre a ITAbits inicia sua parceria com o Instituto ABCD, uma organização social que atua em prol das dificuldades de aprendizagem, especialmente a dislexia. O foco do projeto é o desenvolvimento de aplicativos e jogos, para celulares e tablets Android, que ajudem pessoas com distúrbios de aprendizagem. O projeto é pioneiro em língua portuguesa.
Treinamentos Neste ano foi organizada pela ITAbits uma Introdução à Programação em C/C++, com o objetivo de facilitar a familiarização dos alunos da T16 com a programação. Esse foi o primeiro ano em que foi organizado um treinamento básico integrado entre as várias iniciativas relacionadas à área, e por esse motivo foi escolhida a lingua-
gem C, também aprendida na disciplina de Introdução à Programação do ITA (CES10). O curso foi um sucesso, tendo aulas que contaram com a presença de 35 alunos em média. A avaliação dos que participaram foi positiva: eles disseram que o treinamento teve um bom ritmo e os ajudou no aprendizado de CES10.
utilizadas. Desse modo, os novos membros da iniciativa tiveram seu primeiro contato com essa patrocinadora da ITAbits.
1º CIG Em 2012, a ITAbits está organizando a sua primeira Competição Interna de Games. Trata-se de um evento exclusivo para os alunos da T16, cada equipe de dois ou três alunos irá desenvolver um jogo a ser avaliado por professores do ITA e veteranos da iniciativa. Todos os projetos serão supervisionados por membros mais antigos da ITAbits, para garantir o melhor resultado possível. Dentre os objetivos desta competição encontram-se: estimular os novos integrantes, familiarizá-los com o desenvolvimento de jogos e aumentar a produção da iniciativa. Para garantir o foco e comprometimento das equipes, os primeiros colocados ganharão prêmios. A Alpha Channel já mostrou interesse em patrocinar o evento. Mais patrocínios ainda estão sendo buscados. ●
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Iniciativas: Rocket Design
Rocket Design em preparação A equipe Rocket Design ITA 2012 está em reta final para a competição nos EUA! Os seus 20 membros dentre alunos de todos os anos da graduação e também da pósgraduação aguardam ansiosos a semana da competição, de 21 a 24/06, na cidade de Green River, UT, EUA.
dizagem e construção dos nossos valores. Uma equipe reduzida do ITA já começou com um bom resultado em 2011, atingindo 3° lugar na categoria básica da competição 6th IREC. Já começamos representando bem a nossa escola e o Brasil, e isso mostra que podemos continuar carregando bem nossas
Danilo Miranda (Falso / AESP-12)
Design final do foguete em vôo.
Ansiosos e também nervosos, por que não? Na fase final de projeto é que vemos o quanto aparecem desafios inesperados, mesmo com o rigor técnico e de gestão adotados na condução do mesmo. Desafios dessa natureza são comuns e a união da equipe junto com a intensa comunicação entre os membros têm minimizado tais desafios e tornada prazerosa e realista a vivência da equipe numa competição de engenharia. Como primeira participação da equipe na competição mundial de foguetes como iniciativa técnica do ITA e a segunda como um todo, estamos cientes de que somos uma equipe em processo de apren-
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gração e testes. A equipe está motivada e almejando bons resultados na competição mundial. Seguimos nosso trabalho aqui, com nossas metas e ansiedades, e contamos com a torcida da comunidade iteana para fazermos bonito lá nos EUA! Em breve enviaremos fotos e relatos dos resultados dos nossos testes em desenvolvimento. Nós queremos membros entusiasmados para fazer parte da nova geração da iniciativa, a Rocket Design ITA 2013, a partir de Agosto deste ano. Venha fazer parte do time e alçar voos altos para o céu! Saudações iteanas e estou à disposição. ●
bandeiras nesse e nos anos vindouros. O projeto do foguete 2012 está finalizado. Estamos em fase de manufatura, inte-
Reuniões técnicas da equipe Rocket Design junto com patrocinadores (Março/2012).
Opinião
O altruísmo do H8
L
ogo que aqui entramos, é nítido o espírito de mudança, a vontade de ajudar o próximo, o ―faça a diferença‖ do qual o H8 está cheio. Pouco a pouco, os então bixos são recrutados e inspirados pela grande necessidade de mudar o mundo. A questão aqui é: Por quê? Por que ajudar é tão bom? Muitos veem nas iniciativas ou projetos relacionados a esse tema uma forma de retribuição a algum momento da sua vida: a bolsa no cursinho, a trajetória até vir para cá. Esses casos tendem a ser muitas vezes bastante comoventes. Entretanto, essa não é a maioria do H8: quase todos aqui usaram as fórmulas bem aprimoradas de aprovação dos cursinhos, macaquearam 20 anos de provas antigas e Brasil. Eu usei, e me arrisco a dizer que você também. Obviamente, ninguém tem mais ou menos direito de entrar no ITA a prova é a mesma para todos e, afinal, nenhum vestibular é meritocrático, avaliações precisam de parâmetros mensuráveis. Se deve ou não ser assim, não sei. O ponto é que muitos aqui sentem a necessidade de ajudar, mas essa necessidade só surge quando aqui entram. Isto é, no H8 esse é um item de muito valor, ele é passado à frente nos bostejos, é usado como argumento na hora de se a-
valiar a índole de quem quer que seja. Às vezes chega a níveis absurdos: ele é um bom bixo se e somente se faz parte da iniciativa Bla. Poucos são os convictamente apaixonados pela tarefa que exercem, e esses poucos viram os ícones do H8, são eles os bons exemplos a serem seguidos. No final, aquele que não se contagia por tal espírito inebriante é
No H8, a necessidade de ajudar é um item de muito valor; ele é passado à frente nos bostejos, é usado como argumento na hora de se avaliar a índole de quem quer que seja.
por vezes taxado de mocado, egoísta, aquele que sugará toda a glória do ―negócio com as asinhas no diploma‖ e tristemente não retornará nada à sociedade. Enfim, o H8 é cheio do altruísmo forçado e superficial. Mas sendo superficial ou não, traz resultados, gente feliz para todos os lados, semelhante ao político que ―rouba mas
faz‖. Ironicamente, o cerne do CASD – DA, DOO, CR e principalmente o DE – não é capaz de aproveitar essa massa crescente de agentes da mudança. Ou seja, há muitos bem dispostos a mudar o mundo fora do ITA, mas para alterar a realidade que mais diretamente nos afeta (o que um tal de Ghandi defende como passo inicial), essas pessoas não existem. O feirão de projetos foi um fiasco, e ao sair de qualquer uma das iniciativas supracitadas a sensação é aproximadamente a mesma: o H8 não tem jeito. Felizmente, há boas exceções. Tem iniciativa reformando o Gagá-8 (pra nós destruirmos novamente) e um monte de câncer representando muito bem a escolinha no Ciência sem Fronteiras. Não apenas ceder horas livres a tarefas tabeladas semanalmente, o que eu acho que o H8 precisa é de um pouco mais de vontade ou como o Listerine gosta de dizer: de paixão. ● Tainã Alves Damaceno (AESP-14)
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Iniciativas: ITAndroids
Nossos Androides rumo à RoboCup Quantas vezes a seleção brasileira de futebol deixou de ir a uma Copa por não conseguir a classificação? Nunca. Neste ano não será diferente e, melhor ainda, uma seleção de iteanos será uma de nossas representantes na Copa do Mundo de Robótica, a Robocup, evento mundial com foco no futebol de robôs que ocorrerá em julho, na Cidade do México. Um time de alunos dispostos a doar suas preciosas noites de sono (inclusive nas férias) se dedicou durante todo o período final de 2011 e o início de 2012 para fazer o que para muitos parecia impossível: classificar o time de Soccer Simulation2D da ITAndroids no mundial RoboCup, mesmo após uma má posição na competição brasileira do ano anterior. Mas não foi apenas
uma simples classificação. Muito melhor que isso! Somente a ITAndroids e o 1º colocado do brasileiro de 2011 foram chamados diretamente para o evento, fato que comprova o trabalho bem feito e a enorme dedicação desses alunos, engrandecendo ainda mais o nome desse time. Mas está enganado quem pensa que após a classificação a equipe de simulação de futebol 2D ficou parada. Atualmente a equipe trabalha ―a todo vapor‖ e é inclusive uma fonte de conhecimento sobre programação e estratégia para as outras categorias da ITAndroids, as quais também já estão se estruturando e buscando cumprir metas para participar das competições que já começam em julho. No início deste ano muitas foram as conquistas
da ITAndroids. Não apenas em termos únicos de competições, mas principalmente em termos de espaço entre os alunos e de reconhecimento pela comunidade docente do ITA. Em seu primeiro processo seletivo, o número incrível de 43 inscritos já deu mostras de que iniciativas de engenharia podem ter um impacto enorme entre os alunos desde que se saiba aproveitar esse potencial. Estamos formando um grupo multidisciplinar, do qual participam alunos e professores que rompem as barreiras entre os cursos do ITA, em um ambiente propício para aprender engenharia de uma forma motivante e que pode até ser complementado através de Iniciação científica ou TGs. Entretanto, o objetivo da ITAndroids desde o início não é apenas o de angariar membros, mas principalmente de capacitá-los e de motivá-los para estarem aptos a trabalhar de modo contínuo junto ao time.
Integrantes do time de 2011/2012 da categoria Soccer Simulation 2D que irão para o mundial RoboCup. Da esquerda para a direita: Dhalsin (T-15), Harry (T-15), Roim (T-15) e Asminha (T-14). Além deles, também participa deste time o Manga (T-12).
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Iniciativas: ITAndroids
Nesse sentido, três grandes projetos foram criados a fim de que essa meta fosse cumprida:
Projetos Criação de uma matéria extracurricular de Introdução à Mecatrônica junto ao ITA, com aulas teóricas e laboratoriais, na qual professores e alunos de pós-graduação estão dando aulas no fim das tardes de quarta-feira e nas tardes de sábado para cerca de 30 alunos da equipe.
No passado a equipe já participou de competições mundiais em 2006, 2007 e 2008 e agora volta ao cenário mundial. Percebe-se que o sonho de um dia vermos a ITAndroids como uma das referências entre as equipes de robótica não está tão distante assim. O brilho nos olhos de cada um que participa deste time ajuda a manter acesa não apenas a vontade pelas conquistas nas competições, mas também a resgatar a paixão pela engenharia que está na essência da nossa Instituição. ●
Constante aplicação de treinamentos com foco nas categorias simuladas e não-simuladas da ITAndroids. Criação de um Laboratório de Mecatrônica, na sala 1340 no prédio da Mecânica, onde os alunos têm o espaço adequado para desenvolverem seus projetos.
Segunda aula teórica de Introdução à Mecatrônica ministrada pelo Pós-Doutorando Carlos Eguti aos membros da ITAndroids.
... o sonho de um dia vermos a ITAndroids como uma das referências entre as equipes de robótica não está tão distante assim.
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Iniciativas: CASDVest
CASDVest consegue 181 aprovações em universidades públicas O Curso Alberto Santos Dumont (CASDVest), que prepara jovens pré vestibulandos, não possui fins lucrativos e é administrado em sua maior parte por alunos do ITA. O curso tem como missão, aprovar estudantes sem condições financeiras em uni-
versidades públicas. Em 2012, conquistamos 181 aprovações nessas universidades, e esse recente resultado, somado aos esforços cultivados pelo CASDVest desde 2002, totaliza a marca de 1668
aprovações, fato que é motivo de orgulho e que propicia motivação para todos os voluntários do curso.
Alunos aprovados no vestibular 2012 14
Iniciativas: CASDVest e AASD
Conquistas
AASD: Bolsa T-15
Fazem parte dessa vitória duas vagas no curso de Direito conquistadas pelos alunos Thais Juliana Ribeiro da Silva e Daniel Alves da Silva Rosa e uma aprovação inédita: Toni Burgatto, ex-aluno do curso, que ingressou no ITA através do vestibular de 2012 no curso de Engenharia Eletrônica e hoje faz parte da equipe de voluntários do CASDVest. Além disso, o curso obteve o maior número de aprovações na Universidade de São Paulo (USP) desde sua fundação: No total foram 27 aprovados, em sua maioria nos cursos de Engenharia Química.
Porque dinheiro não deve limitar oportunidades
Desafios e expectativas Em meio a esse processo de crescimento, todos os departamentos que trabalham em prol do curso lidam com desafios, tais como: contornar as desistências de alguns alunos, o que é consequência na maioria das vezes, de dificuldades financeiras que envolvem tanto questões como despesas com o transporte quanto o fato de que muitos alunos lidam com uma carga considerável de horas em empregos para auxiliar no sustento de suas famílias. É através da paixão pela causa contida em cada voluntário que o CASDVest é capaz de gerar impacto educacional em São José dos Campos. Cada aprovação é um sinal de sucesso e vem acompanhada de incentivo para que um bom trabalho continue sendo feito, para que seja possível a transformação da vida de mais estudantes brasileiros. ●
O veterano que se lembra da edição anterior d‘A Cova talvez se recorde que àquela época havia catorze alunos que mostraram interesse em contribuir periodicamente para o projeto Bolsa T15. De lá para cá, mais alunos se mobilizaram, somando 33 alunos de todas as turmas do H8 (da 13 à 15) como doadores até o momento. Refrescando a memória, no ano passado a AASD implementou, graças ao singular apoio do veterano Luis Martinussi, MEC-66, o programa Bolsa DVR. A ideia do projeto foi a de criar um divisor de águas na vida dos beneficiados, eliminando as principais dificuldades financeiras e abrindo novas oportunidades. Esse programa beneficia sete alunos da T -14 com bolsas mensais de R$ 700,00, cujo uso é ditado pelos próprios bolsistas, reafirmando o objetivo da melhora tanto da qualidade de vida quanto da formação profissional. Como os resultados foram muitos bons, resolvemos criar um projeto análogo para a turma seguinte, e nos depara-
mos com a agradável surpresa de poder contar com o apoio de tantos colegas de H8, do CASD , e de veteranos como Gilberto Mautner, ELE-93, e José Salveti, ELE-74 Outro resultado inesperado do projeto foi a ajuda da DIVAL e da assistência social do DCTA, que realizaram entrevistas de renda com os candidatos à bolsa, a fim de determinar aqueles que mais se beneficiariam com o apoio da comunidade iteana através do programa de bolsas. Esperamos, assim, causar um impacto positivo na vida dos atuais quatro bolsistas da T-15 e poder contar cada vez mais com o apoio de iteanos de diversas turmas para tornar a Cultura de Doações uma realidade na nossa Escola. É graças ao apoio de pessoas que acreditam nesse ideal que somos capazes de colaborar para o fortalecimento do ITA e de seus iteanos. ●
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Capa
Gregos, Americanos, Economia e Liberdade
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odos veem nos jornais informações sobre a crise na Europa, com epicentro na Grécia. Um dos objetivos deste texto é esclarecer o que significa essa crise, e usá-la como pretexto para apresentar uma nova visão de mundo, aquela oferecida pela Escola Austríaca de Economia. Não espere um texto ―imparcial‖: essa visão de mundo não é ―mainstream‖. Recomendo que você leia este texto de cabeça aberta a novas ideias. Aliás, recomendo que você viva sua vida de cabeça sempre aberta a novas ideias. Ainda, não espere um texto profundo: a superficialidade se faz necessária para este texto caber — em termos de espaço — n‘A Cova.
Mecanismo de endividamento do Governo Para entender bem o Financeiras do Tesouro) a R$ que ocorre pela Europa, vamos 1.000,00 por um ano indexado primeiro entender o que signià taxa Selic (aproximadamente fica endividamento do Governo. 10% ao ano) (não se preocupe se Muito provavelmente você não sabe o que é taxa Selic; você já deve ter ouvido falar em entenda-a, neste texto, apenas Títulos Públicos ou investicomo uma taxa percentual), demento em Renda Fixa. Esse é pois de um ano você receberá um mecanismo R$ 1.100,00 de encontrado pevolta do Goverlos governos de Títulos Públicos são um no. Os 100 reais arrecadar dia mais são o pamecanismo encontrado nheiro rapidagamento que o pelos governos de arremente para coGoverno te faz brir seus gaspor ter ficado cadar dinheiro rapidatos. Basicamen com seus R$ mente para cobrir seus -te, o governo 1.000,00 por toma dinheiro um ano. Nada gastos. emprestado diferente de um das pessoas, empréstimo que obviamente pagando juros. Um você poderia fazer num banco. Título nada mais é que um doAgora você se pergunta: cumento que o Governo aupor que o Governo faz isso? A tentica, garantindo seu resgate resposta é simples: para cobrir (troca por moeda corrente) a um os gastos que apenas a arrecadavalor determinado numa data ção de impostos não cobre, ou determinada. seja, quando tem o chamado déExemplo: quando você ficit primário. compra um título LFT (Letras 16
Gregos e troianos americanos: tudo farinha do mesmo saco Tanto os EUA quanto a Grécia têm algo em comum: o Estado é extremamente deficitário. O primeiro, inicialmente por conta das guerras recentes, agora com a implementação do sistema de saúde e de financiamento educacional sem limites; o segundo, principalmente por conta de extensos direitos trabalhistas garantidos por lei. Como administrar um Estado dessa forma? Aqui entra a primeira mágica de ser um Governo. Imagine uma situação hipotética em que o Governo ache extremamente importante um investimento de 10 bilhões em um dado setor, mas não tem dinheiro pra isso. O que ele faz? Pega dinheiro emprestado. Como? Emite títulos. Vamos supor que, em 2000, tenha emitido R$ 10 bilhões em títulos indexados à taxa Selic, com um prazo de dez anos (em 2010, quem tiver os títulos poderá resgatá-los). Vamos supor também que essa taxa fique constante e em 10% ao ano. Depois de dez anos, fazendo uma continha básica no Excel, chegamos que o valor pago pelo Governo em 2010 será aproximadamente R$ 26 bilhões. O juro acumulado nesse caso fica em torno de 160% ((1,1^10)-1). Ou
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seja, se você comprou R$ 1000 em títulos em 2000, receberá R$ 2600 em 2010. Ao longo desses 10 anos, o Governo não conseguiu deixar de ser deficitário, pois os gastos continuam a todo vapor. Seremos bondosos e vamos assumir que, ao longo desses 10 anos, o Governo não emitiu nenhuma outra remessa de títulos. Então, em 2010, não tem os 26 bilhões para pagar de volta a quem comprou os títulos emitidos 10 anos atrás. O que fazer? Aqui entra a segunda mágica de ser o Governo. Tranquilamente, para honrar com os 26bi que vencem em 2010, ele emite 26bi em títu-
los e arrecada rapidamente todo esse valor e paga a dívida. E aí a dívida, em mais 10 anos, salta para 67 bilhões (basta fazer a mesma conta). É assim que a dívida de muitos países cresce. É assim que tanto os EUA quanto a Grécia têm se endividado constantemente. No caso dos EUA, existe uma grande quantidade de títulos públicos americanos com investidores chineses, que já declararam preocupação acerca da capacidade dos EUA de honrarem estes títulos nas datas estipuladas (sobre isso, veja este vídeo: www.youtube.com/watch? v=KURRO5mcHCw). Cada país tem, por lei,
um teto máximo permitido (em % do PIB) para essa dívida. A situação de se chegar ao teto de endividamento pode ser traduzida em uma palavra: problemas. Das duas uma: ou o Governo dá o calote (não paga) ou imprime dinheiro para pagar (o que, para muitos economistas, também é considerado calote). Fácil demais ser o Governo, não é? O problema é que isso tem consequências negativas (no caso
da impressão de moeda, a inflação é a primeira delas... Não entende bem o que é inflação? Leia este texto:
Use o leitor de QR Code de seu dispositivo eletrônico para acessar o link e assistir a esse vídeo no Youtube.
www.mises.org.br/Article.aspx? id=918). Sobre a influência da
dívida dos países, indicamos este artigo: www.mises. org.br/Article.aspx?id=1266. No final de 2011 os EUA estavam praticamente nessa situação. Barack Obama passou por maus momentos até conseguir aprovar o au17
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mento do teto da dívida. O problema lá foi adiado por mais um tempo, mas o mesmo não aconteceu na Grécia. Lá, eles tiveram que encarar os títulos vencendo. Por estar na Zona do Euro, a Grécia não tinha a opção de imprimir euro e pagar a dívida. Nesse caso, a única solução é o chamado bail-out, ou salvamento, por parte do Banco Central Europeu. Este emprestou (a um juro baixíssimo) 100bi+ Euros para o governo grego honrar com parte das dívidas. Entretanto, isso teve um preço: o BCE exigiu da Grécia um corte generalizado nos gastos públicos, de
maneira que o governo grego deixasse de ser tão deficitário e saísse desse ciclo interminável de endividamento. Reação da população grega: revolta. Por contribuir com grande parte dos gastos públicos, vários direitos trabalhistas foram diminu ídos / cancelados, o que causou grande revolta entre os trabalhadores e sindicatos gregos. Mas ou era isso ou era calote. Ainda assim, com esse pacote de ajuda, o mercado tem total certeza de um calote grego a curto prazo.
O problema da sustentabilidade A mensagem principal ano passado. que pode ser entendida disso Entretanto, nem semtudo é: there‘s no free lunch. pre é óbvio ver que o Estado é o ―Garantir direitos‖, apesar de culpado por muitos dos problesoar extremamente justo, tem mas existentes, sendo inclusive um custo envolvido. Esse alto aparentemente um contracusto, aliado a senso. Por euma adminisxemplo, ao tenAo tentar garantir a tração financeitar garantir a ra sem foco em ap o s en t ad o ri a aposentadoria dos eficiência, torna dos trabalhao Estado um trabalhadores, o Estado dores, o Estado grande causador cria um esquecria um esquema de de problemas. pirâmide de previdência ma de pirâmide No caso de previdência e, e, algum tempo depois, algum tempo da Grécia, é fácil ver que todo depois, esse sisesse sistema vai à o problema foi tema vai à falênfalência por conta causado pelo cia por conta do do envelhecimento Gov ern o ao envelhecimento ―garantir‖ amda população. da população. plos direitos traQuem contribubalhistas. Tamiu por muito bém no caso dos EUA, é fácil ver tempo vai receber muito menos que a forçação de barra para gade volta, criando uma situação rantir Saúde e Educação de quade extrema frustração e prejuílidade para todos, bem como zo para quem se aposenta degastos com a guerra, os levaram pois de uma vida inteira de conà crise que foi adiada no fim do tribuição. 18
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Onde entra a Escola Austríaca de Economia? Entre as várias vertentes da Escola Austríaca, podemos encontrar a negação da ideia de Governo que se tem hoje. Assim como os exemplos (tendenciosamente?) citados, ela defende que praticamente toda ação do Governo, embora tenha o pro-
pósito de causar impacto positivo na sociedade, certamente terá um efeito colateral, óbvio ou não, extremamente negativo. Naturalmente, sob esta óptica, o Estado deve ser mínimo (para os mais extremos, nulo).
Liberdade e Empreendedorismo Segundo a Escola Austríaca, o empreendedor é o grande motor do desenvolvimento da sociedade. Ele é quem melhor do que ninguém consegue, em meio à escassez de recursos, utilizá-los de forma mais otimizada possível e gerar o máximo de valor com um mínimo de custos. Toda a preocupação de um empreendedor em
evitar gasto desnecessário é tudo que falta em qualquer governo. Quanto mais livre o mercado, maior é a concorrência e maior a eficiência no uso dos recursos (naturais, humanos e financeiros) e mais a sociedade ganha. Por isso, a Escola Austríaca é contra a regulação do mercado por conta do Governo.
Como verificar a eficácia da visão austríaca da economia? Na página www.mises.or g.br/Article.aspx?id=1267, você encontra um vídeo de um famoso investidor (Peter Schiff) que age sob a óptica da Escola Austríaca. Várias vezes ele previu corretamente vários fatos ruins sobre a economia americana, sendo ridicularizados por outros. Peter Schiff acertar em todas as previsões não é prova de que a sua visão de mundo é ―a correta‖, mas mostra que um raciocínio lógico axiomático é menos ―carteado‖ e mais preciso que o pensamento mainstrean da economia. ●
Convite Se você se identificou com os princípios libertários, ou ficou pelo menos curioso para conhecer mais, sintase convidado a participar do nosso grupo de estudo da Escola Austríaca. Nós discutimos as bases teóricas axiomáticas dessa Escola e tentamos enxergar alternativas reais para todos os problemas apresentados aqui. Os encontros semanais ocorrem todas as terças, de 18h a 19h, na sala da ITA Invest. Procure-nos! Wanderson Alves Sententa – COMP-12’ Kalil Rodrigues COMP-14 Leandro Campagnaro Leitinho – AESP-14 Bruno Galvão Bilhão – ELE-14
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Iniciativas: ITA Júnior
A nova cara da ITA Júnior O que seria de uma empresa de consultoria que faz projetos em Tecnologia da Informação se não apresentasse um site direto e muito bem construído? Essa foi uma questão levantada por muitos membros da ITA Júnior: se queremos que
fique atestada a elevada qualidade de nosso produto, por que não a exibir já no primeiro contato com os interessados? Assim surgiu a ideia de reformular totalmente o endereço da empresa na Web.
O que mudou?
Como assim nova época?
E quem ganha com isso?
O cliente nem sempre está certo de que tipo de serviço necessita ao procurar a empresa e do que pode ser esperado de nós como categoria Júnior. Sendo assim, nosso foco foi tornar as informações mais relevantes e organizadas e destacar nosso portfólio. Combinamos esses objetivos com um layout moderno e, no fim, fizemos ligações com as redes sociais (Twitter, Facebook, Linkedin), terminando nossa obra que é um indicativo da nova época da empresa.
Apesar de uma das principais dificuldades que a iniciativa enfrenta ser o número pequeno e restrito de alunos no ITA, estamos em crescimento constante. A quantidade e a relevância dos projetos nunca foram tão grandes e os recentes prêmios conquistados reforçam o reconhecimento conquistado no Movimento Empresa Júnior. Hoje, nossas principais metas são conhecer em que mais áreas os alunos têm condição de prestar consultoria e não perder oportunidades de projetos; ter contato com todos os professores do ITA para o auxílio na realização de projetos; investir na nossa imagem, tanto fora quanto dentro do H8, e na satisfação de nossos consultores para que eles recomendem a ITA Júnior e tenham vontade de trabalhar novamente conosco.
Ao passarmos uma imagem mais profissional para os potenciais contratadores de serviços, fica mais clara para a sociedade a capacidade dos estudantes do ITA para criar soluções inovadoras. Para a iniciativa, a mudança do site já influenciou consideravelmente nas estatísticas de acesso, na quantidade de contatos para novos projetos e na comunicação com outras empresas juniores. ●
Confiram e acompanhem o nosso novo site: http://www.itajunior.com.br/ Estamos abertos para qualquer dúvida ou sugestão.
Equipe do site Programação: Doug (consultor externo) Design: Cid Conteúdo e Estruturação: Departamento de Marketing da ITA Júnior Gerenciamento do projeto: Marcelo Ipatinga 20
@_ITA Júnior /itajunior.ej
Palavra do Presidente
Na direção e velocidade certas A mídia brasileira sempre mostrou o ITA como uma das melhores escolas do país. No último mês, entretanto, a escola apareceu nos jornais ao ser colocada como uma das principais pontes na integração educacional e tecnológica entre Brasil e Estados Unidos. Dentre os integrantes da comissão brasileira em visita aos Estados Unidos estava o reitor do ITA, Dr. Carlos Américo Pacheco (T79). O novo foco da nossa escola nos estimula a fazer alguns importantes questionamentos sobre os paradigmas que seguimos na formação de engenheiros. O ITA forma engenheiros de concepção. Ponto. Foi isso o que o Professor Smith (nosso primeiro reitor), em 1950, nos ensinou. A forte base teórica dos engenheiros aqui formados foi a base da criação do espírito ―desbravador‖, do profissional que gosta de ousar – gerar soluções inovadoras para problemas comuns. Entretanto, mesmo sabendo que a engenharia de concepção foi uma fórmula que deu certo no Brasil, é necessário reconhecer a principal deficiência que o modelo carrega: é comum a produção de engenheiros com uma excelente base teórica, mas pouca experiência em problemas práticos da engenharia – O que se torna um problema para as empresas. No final dos anos 90, o MIT (a mesma escola que
inspirou a criação do ITA há 60 anos) criou um novo modelo educacional no ensino de engenharia, o CDIO (Conceive—Design—
Nesse momento de iminentes mudanças no nosso país e na nossa escola é necessário reavaliar alguns pontos para que cresçamos na direção certa e na velocidade certa.
Implement—Operate). Esse modelo se espalhou por diversas escolas do mundo. Segundo a CDIO™ INITIATIVE (www.cdio.org), o principal objetivo do modelo é permitir que o estudante
conheça profundamente todos as fases do processo produtivo engenharia em um ambiente que permita desenvolver trabalhos em equipe para criar sistemas e produtos. Nesse momento de iminentes mudanças no nosso país e na nossa escola é necessário reavaliar alguns pontos para que cresçamos na direção certa e na velocidade certa. Não faz sentido construirmos uma grande instituição sem pensar em evolução, mesmo que derivada de um modelo de sucesso. O progresso é dinâmico, crescemos com projetos e metas. Assim, não devemos deixar de buscar novas soluções e estratégias para nos manter na trilha do desenvolvimento. ● Orlando Lustosa, T13
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Os tartarugas-ninja estão de volta, e dessa vez vieram com o time completo. E a primeira dica sobre a identidade dos escritores anônimos é bem básica: a turma (sem linhas e aspas) de cada um. Vale lembrar que o mistério acaba na última edição d’A Cova de 2012, quando as identidades dos tartarugas serão reveladas. Por enquanto: Rafael é da T15. Michelangelo, da 14. Donatello da 13. E Leonardo, o último a se juntar ao grupo, da T12. 22
Não me xinguem Talvez seja um jeito estranho de se xingar, mas quando se supervaloriza um grupo do qual se faz parte e manda-se a falsa modéstia às favas, pode-se cair no abismo da soberba. Isso é óbvio, mas, impressionantemente, não o bastante para as brilhantes e inigualáveis mentes do ITA, que repetidamente incorrem nesse erro e fazem com que pareçamos, todos, arrogantes. Classifico em quatro os níveis entre humildade e soberba estúpida: humilde é quem não se vangloria dos próprios feitos; falso é quem tenta vangloriar-se autohumilhando falsamente; arrogante é quem, de fato, vive a pedir glórias e estúpido é quem se vangloria dos feitos dos outros. Aparentemente nós sambamos entre os dois últimos grupos. Talvez não soe tão tragicômico para nós como para Os Avassaladores, mas, sim, somos foda. Pelo menos achamos ser, constantemente. Gosto bastante
de ouvir, pelos corredores, histórias de sucesso de egressos de nossa escola, gosto mais ainda de ouvir tais contos da Hillary Clinton, da Presidenta ou do Jornal Nacional. Parece que o sucesso alheio nos contamina e inspira. Mas devemos ter os pés no chão. A maioria de nós completou apenas o ensino médio. Temos em nosso currículo alguns
poucos feitos do nosso tempo aqui no ITA, mas, em verdade, estamos crus. Somos meros aprendizes de engenheiros. Não sabemos um centésimo (sobre mercado financeiro, consultoria, direito, medicina) do necessário ao mercado de trabalho ou do que dizemos saber. Acho engraçado ouvir discursos de formatura que, não só in-
flam nosso ego, como nos põe no grupo dos estúpidos. É muito gratificante fazer parte dessa escola, mas não fomos nós – ainda graduandos – que fundamos a Embraer, a Tecsis, que fomos ministros ou secretários. Foram eles! Essas histórias nos mostram que é possível, nos mostram que, com muito trabalho, podemos alcançar feitos memoráveis, mas, reitero, só com muito trabalho. Ninguém aqui já está pronto para ser CEO, Trader, Engenheiro-Chefe ou qualquer posto de grandes responsabilidades. Isso significa que, se você não se preparar, pode ser que nunca esteja pronto. Que nós não tentemos voar de carona nas asinhas de nossos futuros diplomas, mas lembremos o que elas realmente significam. Elas serão uma conquista, talvez nossa primeira grande conquista e tomara que se confunda, em magnitude, com várias outras.
Donatello
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Michelangelo
Donatello
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Proatividade
Olá, pessoal! Como vão? O que andam fazendo? ITA? É, suga, né? Bem, ok, e o que mais? Ah, só? Hm, entendi... Se essa conversa parece supernormal pra você, acho que deveria mudar um pouco seu dia-a-dia! Calma, calma, esse não é mais um texto fazendo apologia a iniciativas (err... só um pouquinho). O que tenho em mente é bem mais amplo! Quero chegar a um sentido bem mais geral da palavra proatividade. Vejo muita gente reclamando que o
ITA é suga, que estão estressados, cansados, mas ao mesmo tempo vejo essas pessoas o dia inteiro no apê assistindo séries ou filmes “para relaxar”, atualizando o facebook a cada 5 minutos, ou mesmo dormindo a tarde livre toda. Poxa, pessoal, vamos acordar e contribuir para a nossa própria qualidade de vida! Mexa-se! O primeiro ponto em que quero tocar é o da saúde física: você pratica alguma atividade física? Não?! Então deixe a criatividade tomar conta de si e procure realizar alguma atividade física regularmente! Se não tem costume, está com preguiça de começar, ou algo assim, chame um
colega e comecem juntos, vocês verão que, em poucas semanas, sua disposição aumentará, o humor melhorará, até o sono renderá mais! Veja quantas opções, e a maioria gratuitas ou bem baratas, o CTA oferece: a Maromba “custa” R$50 POR SEMESTRE! Correr, caminhar, jogar bola e pedalar é de graça! Em breve, com a reforma da quadra do B, o basquete será outra alternativa de fácil acesso. Como diria F*cker para S*cker, na época em que Casseta & Planeta ainda era bom: “Mexa esse traseiro gordo!”. Quantos colegas (ou você mesmo) você conhece que engordaram desde que entraram aqui no ITA?
ção de algo novo por aqui. Mas e aí? Não gostei de nada. Além de tudo isso, será que ainda há algo de legal para fazer no tempo livre? CLARO! Imagine quantas coisas você pode fazer se resolver sair da inércia! Veja algumas ideias legais: cursos de idiomas, curso de fotografia, aulas de dança (inclusive temos aulas de forró de graça no H8), aulas de música, canto, teatro, desenho, cinema, e mais uma infinidade de coisas para satisfazer a todos os gostos! “Será que tem isso em São José?” Mas é lógico que tem! É só procurar! Aqui no H8 mesmo tem muita gente que sabe um monte de coisa maluca, e toparia ensinar aos outros de graça. Já tivemos, ministrados por iteanos, curso de fotografia, curso de cinema,
curso de expressão oral etc. Aproveitando o gancho do último parágrafo, esse é mais um defeito que muitos de nós temos: reclamar que o ITA nos prende em uma bolha, mas não buscar sair dela. São José tem muita coisa legal, não é só Habib’s e Center Vale, não! Que tal ir ao teatro? Ou ao cinema, ou passear em um dos vários parques da cidade? Que tal comer em algum lugar diferente? Que tal se reunir a um grupo que realiza sessões de cinema ao ar livre? Que tal pedalar à noite com uma galera diferente? E quanto a fazer trilhas aqui ou nas cidades próximas? Tudo isso tem aqui! Mais uma vez: é só ter proatividade! Ainda assim não te convenci? Ou você é mais caseiro, não gosta
muito de interagir com pessoas novas? Pois meta gagá sozinho! Todos sabemos que o iteano é muito bom nisso! E o que não falta na internet são apostilas e vídeo-aulas das mais diversas coisas possíveis! Que tal aprender a cozinhar? Programar, pescar, desenhar, fazer origamis, mágica? São infinitas as possibilidades, é só correr atrás! Sempre nos falam que estamos vivendo os melhores anos de nossas vidas, que devemos aproveitar ao máximo, mas não acho que isso signifique exclusivamente ir a festas e conhecer gente nova. Espero que tenha inspirado você, que “só” faz o ITA, pelo menos um pouquinho, e que você passe a investir na própria vida! Termino deixando uma imagem sugestiva.
http://ogerente.com/tid/wp-content/uploads/2011/07/atendimento-eficaz1.jpg
O segundo ponto são as iniciativas. Caramba, olha só quantas delas ativas temos no H8: Cassis, Atlética, Maromba, AeroDesign, Baja, Fórmula SAE, ITAndroids, ITABits, Rocket Design, CASDVest, Casdinho, ITA Jr, AASD, AIESEC, Ita Invest, ABU, Eita, Rumo ao ITA, CEE. E olha que ainda devo ter me esquecido de algumas (desculpe-me quem faz parte delas)! Não é o bastante? Então que tal trabalhar para o CASD? Que tal, além de melhorar o lugar onde você mora, fazer isso pra o coletivo e para as próximas gerações? E quanto a melhorar o lugar em que você estuda? Porque não se dedicar a: RedeCASD, DepCult, DA, DOO, CR, DE, CoHab? Que tal reviver a CoAl (Comissão de Alimentação) pra melhorar nosso estimado rancho? Legal, né? Ah, mas nada disso combina com você? Invente! AASD, ITAndroids, Rocket Design, Fórmula SAE, Casdinho e outras não existiam há 5 anos. Você pode fazer a diferença! Se você tem uma ideia legal para uma nova iniciativa, junte uma galera e peça ajuda ao pessoal das iniciativas já consolidadas, com certeza eles terão prazer em colaborar com a funda-
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Rafael
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Inspiração Todo ano, vejo gente que vem aqui pro ITA falando: fiz o exame para o MIT, fulano foi pra lá, o exame é assim, a ajuda de custo é assado, lá é diferente daqui por causa disso... E até para bostejar para o bixaral um ponto que sempre bate forte na história é: o ITA foi fundado em 1950, inspirado em grande parte no MIT - Massachusetts Institute of Technology. E aí, por que toda essa babação de ovo em cima do MIT? Tem motivo isso? 77 prêmios nóbeis é um número que começa a dizer que sim.
E não é só isso, apenas olhando para alguns dados objetivos dá vontade de fazer igual aqui no Brasil: Um corpo docente com mais de 1.000 professores (incluindo graduação e pós graduação), 150 anos de história e cerca de 10.000 alunos, sendo destes 4.300 de graduação. Comecemos pelo começo: nosso colégio de inspiração foi fundado em 10 de abril de 1861, recebendo sua primeira turma apenas para o ano de 1865. O MIT nasceu em resposta ao crescimento industrial dos Estados Unidos, principalmente pelo esforço de William Barton Rogers. A
inspiração do MIT, por sua vez, foram as escolas politécnicas da Europa. No papel, o sistema de gestão do MIT é muito diferente do nosso: ele é uma escola privada, e cobra taxa anual de aproximadamente 41 mil dólares. As taxas de moradia, alimentação e outras somam mais 12 mil dólares ao montante esperado de um aluno por ano. Ou seja, por ano se gastariam 53 mil dólares para ser aluno de lá. Pra comparar, esse Audi A5 2012, novo e conversível está custando 43 mil nos EUA!
Claro que não é toda família que pode pagar para o filho ir à faculdade um Audi novo por ano, por isso existem ajudas de custo proporcionadas pelo MIT. As estatísticas do site deles (http://web.mit.edu/) afirmam que 65% dos alu-
nos de graduação de lá receberam algum tipo de ajuda financeira baseada em necessidade durante o ano de 2011. A bolsa média dada por necessidade teve valor de 39 mil. Nesse mesmo ano, o MIT "pagou" 84,9 milhões (de dólares!) pa-
ra seus alunos em bolsas. Ou seja: ensino particular, pero no múcho. Com cultura de doações eles já pagam quase 85 milhões de dívida, que não é nem repassada ao estado nem aos alunos.
Para o ano letivo de 2012, quase dezoito mil candidatos fizeram o exame de admissão. Destes, foram admitidos 1.742 alunos, dos quais apenas 1.128 de inscreveram. Comparando com o ITA se vê uma proporção grotesca: enquanto eles aceitam 9,7% dos inscritos no exame deles, com só 65% destes se inscrevendo de fato, aqui nós aceitamos menos de 1,3% no ano passado, e terceira chamada é coisa rara por aqui. Outra coisa bacana de se ver é que no meio do bixaral da T15 de lá (é, lá o curso dura quatro anos, então esta que entrou agora foi a T-15) quase metade 45% - eram bixetes! Realmente é de se dar inveja. Aqui já tinha gente pulan -do de alegria por causa das 15 meninas da T-16 só 12,5%... Uma última coisa interessante de se notar é que o MIT não é só um colégio de engenharia, nem mesmo um colégio apenas de ciências naturais! Dos 4.384 inscritos para o ano de 2012, 285 alunos se matricularam em cursos de Arquitetura, Planejamento, Humanidades, Artes, Ciências Sociais e Administração! O sistema de lá é semelhante ao daqui, apenas com um FUND um pouco mais espremido, já que eles tem quatro anos de curso, sendo
que o primeiro é geral e depois há a divisão. Considerando o Fund deles e os outros cursos, a estatística fica assim:
As fatias de cursos em campos fora de exatas podem parecer pequenas, mas só os cursos de humanidades, artes e ciências sociais contaram esse ano com 120 inscritos! Mesmo tanto que a T-16! Resumindo toda essa pilha de dados, nós vemos: lá é uma instituição privada de ensino que oferece uma grande quantia em ajudas de custo para os alunos, eles estão por volta dos 150 anos, enquanto nós dobramos há pouco a esquina dos 60. A média de inscritos por ano é por volta de o dobro da nossa, mas nós aprovamos menos do que um décimo do número de aprovados de cada ano deles. Nosso curso é um pouco mais longo, nossa mulherada ainda é pouca e enquanto ainda estamos andando entre o fund e
as engenharias, eles já abrangeram um tanto mais. Nem citamos, mas vendo a história de lá e daqui vemos muitas semelhanças, como um sistema parecido com nossas pró-reitorias, foco em labs, e outros aspectos que mostram que se nos-
so objetivo era seguir eles, pelo menos começamos com o pé direito. Caramba, parece realmente interessante estudar no MIT. Essa sensação é inveja? Bobagem, inveja se transforma em inspiração.
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Porque sou conservador
Leonardo
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Sim, sou conservador. Aos poucos, fui percebendo o susto que essa declaração provoca nas pessoas e descobri que ser assim não é tão natural quanto eu imaginava. Arrisco dizer que estamos vivendo uma “ditadura do progresso”, na qual os adjetivos “novo”, “diferente”, “estranho” viraram sinônimos de “bom”, e ai de quem não aceitá-los. Nesse contexto, ser conservador é o mesmo de ser atrasado, retrógrado, careta, jurássico. Já não exponho minhas opiniões para qualquer um, numa espécie de “conservadorismo enrustido”. Aproveito o anonimato momentâneo para assumi-lo, ao passo que deixo uma importante mensagem: precisamos refletir melhor antes de mudar. Há muito que falar, no entanto, a modernidade exige rapidez. Dessa forma, começo pedindo sua paciência para irmos bem devagar. Teremos de descer até as bases da nossa sociedade para entender como pensam pessoas como eu. É extremamente difícil compreender um conservador, pois ele já não concorda com toda o ideário de liberdade, prazer,
progresso, evolução divulgados hoje em dia. Sei que alguns da minha espécie atacam os novos valores sustentando suas opiniões em dogmas que eles mesmos são incapazes de discutir: tradição, família, Deus, propriedade e, mais recentemente, a natureza – pois os ambientalistas são apenas um tipo de conservador. Eles baseiam seu discurso no apelo emocional que essas palavras despertam. Entenda, não
fazemos isso por mal. É que nossa época não nos dá o tempo necessário para discutir o assunto com a profundidade necessária e, na luta diária, precisamos ser rápidos e impactantes para ganhar atenção. Não somos tão maus quanto possa soar a alguns segmentos da sociedade, e quero mostrar como temos sido compelidos a jogar o jogo sujo do inimigo, em território inimigo, subjugados às suas regras e
supervisão. Mas, quem é o inimigo? Calma, o inimigo não é o "diabo" e prometo manter o bom nível do diálogo. Não vou demonizar a outra parte, tampouco fazer comparações com o nazismo – marcas contundentes de um debate falido em minha opinião. Para entender o inimigo precisamos antes ter noção de que não existe “indivíduo”, pois as pessoas nunca estão sozinhas, mesmo quando isoladas fisicamente. A convivência inevitável gera conflitos entre a vontade individual e a do grupo. Para resolver esses conflitos e preservar a coletividade, criam-se valores que norteiam as ações de cada um. Esses valores são construídos e preservados dentro das instituições gregárias (família, comunidade local, congregações, igreja etc) a partir de mensagens deixadas nos seus rituais (vide as “atividades de integração”). Os rituais são concebidos com base no meio físico em que se vive, porém, o avanço da tecnologia modificou o espaço tão rapidamente que os ritos não conseguiram acompanhar, sendo destruídos, bem como
os valores envolvidos neles. Assim, sem rituais, o homem perde a noção de coletividade e se entrega aos pulsos primitivos que o leva aos prazeres individualistas. O encontro com esses prazeres, por conseguinte, desemboca na crença de que o caminho para a felicidade é a destruição de qualquer amarra, valor ou regra. Uma "liberdade total". Temos nosso cenário: substituição de todos os valores pela liberdade e pelo prazer – principais armas do inimigo, o dito “progresso”. O prazer tornouse o objetivo maior de cada ação humana. Alguns pregam que tudo deve ser feito em prol da busca pelo prazer. Não se sabe mais lidar com os contrapontos da vida (vide a depressão). Tanto que vários já pararam a leitura para buscar algo mais aprazível. Esse impulso é tão forte que alguns afirmam precisar de um trabalho que dê prazer ou dinheiro – esse supostamente levaria ao prazer. Na verdade, o trabalho deveria ser visto como uma contribuição à sociedade, um momento em que a satisfação dos outros deveria vir antes da sua. Mas a real dimensão do trabalho foi perdida. A modernidade afetou também o sexo. Hoje, ele é visto simples-
mente como outra forma de encontrar prazer. A liberação sexual tem gerado famílias desestruturadas. Mesmo com toda a informação, camisinhas a torto e a direito e “pílula do dia seguinte” grátis, nossos adolescentes têm se perdido, o que mostra que o valor da castidade continua sendo o melhor anticoncepcional. Ao invés de educarem nossos jovens para que entendam o compromisso envolvido no ato sexual, estão alimentando a libertinagem através do abor -to, um tremendo desrespeito à vida. Natural -mente, o principal argu -mento para esse ato envolve o segundo valor moderno: a liberdade. Fico enojado com a alegação de que a mulher precisa ter mais liberdade sobre seu corpo e que negar o aborto é machismo. Acredito que homens e mulheres deveriam é ter mais responsabilidade sobre seus próprios corpos. As pessoas estão esquecendo que vivem dentro de uma sociedade na qual suas ações refletem em todo o meio. Ao contrário, acredita-se que ter
menos regras significa mais possibilidades de prazer. É também sob a égide da liberdade que os homossexuais reivindicam o direito ao casamento civil e à adoção. O casamento, juridicamente, é o compromisso de um casal com o Estado em assumir a construção de uma família e geração da prole. Um casal homo não gera prole. Apesar de dizerem que podem adotar, não conheço nenhuma pesquisa científica sobre a condição psicológica das crianças criadas por casais gays. O Estado precisa garantir a integridade de seus membros e não pode aceitar um novo conceito de família simplesmente porque os casais homo querem viver o prazer de possuir uma criança. Precisamos de estudos científicos sérios e fundamentados para levar a cabo tantas mudanças e tão profundas. É necessário que controlemos nosso imediatismo e tenhamos calma para um diálogo construtivo. Há muito o que conversar, e um único texto é pouco. Sei que toquei em pon-
tos polêmicos sem o devido cuidado de esclarecê-los bem. A ideia é mesmo apenas começar o debate e, de acordo com a demanda, voltar a esses temas para esmiuçá-los. É extremamente difícil essa tarefa a que me propus, pois estou expondo ideias que enfrentam as crenças mais arraigadas de hoje. Conto com sua paciência e tolerância. Espero, aos poucos, mostrar por que a liberdade e o prazer individual são tão nocivos a nós e por que a família, as festas populares, a vizinhança, as congregações e, sim, também a igreja são tão importantes. Ao longo dessa série de textos gostaria também de chegar a alguma conclusão sobre como poderíamos rediscutir, recuperar e refazer nossos valores dentro de um contexto tão desfavorável.
Esportes
Batalha campal! Entrando na quadra para vencer, o escrete AESP mostrou a que veio e, mesmo contando com apenas sete integrantes, desde o aquecimento demonstrou extrema habilidade, intimidando os reles bixos. Estes, por sua vez, vieram com praticamente toda a turma, de tanto medo que tinham do esquadrão espacial. Comenta-se a boca pequena que alguns bixos tiveram que ser coagidos a comparecer à quadra, e alguns até se esconderam debaixo da cama por medo de uma severa humilhação de um banho de bola estratosférico. O juiz apita e a AESP sai com a bola, colocando os bixos numa ciranda estonteante. Num descuido, estes tomam a bola e correm até a área; por um golpe de sorte do bixo, o goleiro Gaguinho estava num ponto da quadra com pouca luminosidade e o chute entra. 1x0 bixos; estes comemoram. Mal sabiam o que os esperava logo a seguir. Logo na saída, BB recebe a bola, dribla um bixo e, calmamente, chuta a bola rasteira em direção ao goleiro. Por um instante quem vê o lance de fora não entende; mas os movimentos de BB são friamente calculados. Como previsto, a (7,02 ± 0,01) metros do gol um bixo mete o pé na bola e desvia sua trajetória em (4,3 ± 0,2) graus, suficiente para enga30
nar o goleiro. GOL DA AESP! Jogo empatado. Por enquanto... O jogo segue cada vez mais tenso. Luiz Whitacker não deixa os pretensiosos bixos se imporem e, na defesa, contém seus avanços e os põe em seu lugar. Mesmo assim às vezes eles conseguem finalizações, mas Gaguinho agarra todos os chutes heroicamente. Em todos os pontos da quadra, BB, Franca" e Consolo continuam a colocar os bixos na roda. Estes começam a ganhar moral, mas não tardaria para que a AESP lembrasse a eles a única coisa que bixo tem mais que veterano! Num ataque, a AESP ganha um escanteio. Os bixos marcam homem a homem, e Franca" não tem opções para cobrar. Num passe de mágica, BB ilude seu bixo marcador e corre para dentro da área, telegrafando a jogada para Franca". Este, com muita visão de jogo, cobra a meia-altura no meio da área, para aparentemente ninguém. Em um impulso, BB aparece na trajetória e pega de trivela, estufando a rede sem chance para o goleiro. GOL DA AESP! VIRADA INCRÍVEL! Fim do primeiro tempo. Os bixos percebem que suas ilusões eram infundadas. Alguns praticamente desistem do jogo e são substituídos por outros, descansados e com muita disposi-
ção para reclamar da arbitragem. No recomeço do jogo, em um lance viril de marcação, Luiz Whitacker é expulso. Os bixos percebem que adianta gritar com os juízes e, depois disso, não calam mais a boca, tanto para reclamar como para provocar o escrete AESP. O esquadrão espacial, reconhecendo isso como típica coisa de bixo, não dá bola e calmamente corre atrás do prejuízo. Mas a desvantagem de ter quatro contra cinco é grande demais. Em pouco tempo, os bixos empatam o jogo. Aproveitando-se da condição física dos reservas e do cansaço do escrete AESP – advindo de correr uma heróica maratona pelo campo para compensar a desvantagem numérica – os bixos finalmente "reviram". 3x2. Fim de jogo. A esperada primeira vitória da AESP escapou por entre os dedos, devido às circunstâncias. Mas a gloriosa atuação não será esquecida, e na órbita baixa da Terra já se comenta sobre os feitos heróicos do esquadrão espacial. Um jogo para ficar na história. Quem não foi, perdeu. Abraços a todos e até a próxima transmissão! ● Henrique Daitx (BB / AESP-12)
Esportes
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Maio de 2012