LEITURA
A brasilidade passada e contemporânea de “Os Sertões”
Terceira Edição
São José dos Campos, Julho de 2012.
Atlética realiza Olimpíadas Internas e Esquenta Junino
T-85 patrocina reforma da Quadra do C
Casdinho não pára de crescer e traça metas para 2012
Coveiros Edição Geral Lamounier Soares, T14 lamounier.soares@gmail.com
Projeto Gráfico e Diagramação Alexandre Ferraz, T15 alexandreferoli@gmail.com
Sarah Villanova, T16 villanovaborges@gmail.com
Redação Diego Mamede, T12’
Colaboradores Bernardo Jacintho, T14 Casdinho
Guilherme Cavalheiro e Rayssa Freitas, T15 AASD
Daniel Sampaio, T14 Fórmula ITA
Julho de 2012
ÍNDICE Editorial........................................................................ E-mail do leitor............................................................. Iniciativas: Casdinho.................................................... Iniciativas: AASD.......................................................... Opinião: Onde ficam “Os Sertões”............................... Iniciativas: Fórmula ITA.............................................. Iniciativas: Atlética....................................................... Palavra do Presidente................................................... Iniciativas: RedeCASD.................................................. Iniciativas: eITA............................................................ Capa: O Encontro Musical 2012.................................. Iniciativas: ITAndroids................................................ Tartarugas Ninja: Dica................................................. Tartarugas Ninja: Rafael.............................................. Tartarugas Ninja: Donatello......................................... Tartarugas Ninja: Michelangelo.................................. Tartarugas Ninja: Leonardo.........................................
Rafael Macedo, T13‟ Pedro Teruel, T15 Atlética
Lara Diniz, T14 Márcio Ramos, T15 RedeCASD
Renato Sanabria, T15 eITA
Pedro Pacheco, T14 Encontro Musical 2012 DepCult
Tarcísio Gripp, T14 ITAndroids
Agradecemos a todos que contribuíram para o sucesso desta edição, mesmo que não citados.
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Página do leitor
Carta ao leitor Você já ouviu falar do Baile do Tesouro? Ou do Tribunal Arataca? Trata-se de tradições iteanas que, por um motivo ou outro, acabaram ficando no passado. Eu fico imaginando se enquanto essas tradições perdiam força havia alguém lutando para reerguê-las, ou se elas simplesmente perderam seu sentido de ser e foram largadas pelo H8 da época. Porque, com respeito a tradições, elas só valem ser perpetuadas enquanto seus propósitos são claros e vivos dentro da comunidade onde existem. No contexto atual do H8, a tradição mais fácil de lembrar são as famosas atividades de integração. A cada ano há discussões sobre a forma como elas são realizadas e se elas são sequer necessárias para transmitir os valores iteanos. Há os radicais que as defendem a qualquer custo, e os radicais que as desprezam em qualquer situação. Há os que desprezam todas as tradições, mas isso não chega a ser um problema. O problema ocorre quando a maioria de nós se torna indiferente a uma tradição e a deixa desaparecer sem notar sua importância. Isso quase aconteceu com as Olimpíadas Internas. O evento foi perdendo força na comunidade num período em que a Atlética andava mal das pernas. Porém, a iniciativa retomou o fôlego e organizou uma excelente OI neste ano. Outra iniciativa que mandou bem foi o DepCult: realizou o Encontro Musical (a capa desta edição) no próprio H8, evitando transtornos e superando as expectativas. O que a Atlética e o DepCult nos mostraram é que há tradições pelas quais sempre vale a pena lutar.
E-mail do leitor
A edição passada teve como matéria de capa uma análise dos pensamentos econômicos da Escola Austríaca
Bixaral, meus parabéns pelo esforço e dedicação na elaboração deste excelente trabalho!!!
Parabéns às iniciativas técnicas. Estão mandando bem pra caramba pelo visto.
Guilherme Queiroz (Jesus, T09)
Homero Esmeraldo (T12)
Parabéns a todos que participaram da preparação da revista, ficou muito show! Alisson Felipe (Markito, T14)
Eu fico impressionado com o profissionalismo e a qualidade da revista. Parabéns mesmo a todos os envolvidos. É espetacular. Agnaldo Cunha (T15)
O Olaf “cravou” no texto dele, como diria o Paquita. Bom mesmo! Os Tartarugas tiraram o gosto amargo de alguns textos da última edição e melhoraram bastante o foco! Bom, tem o cara da minha turma que jogou gasolina na fogueira no último texto e vai ser linchado em pouco tempo, mas achei bacana o texto dele. Acho que desprovida de emoção, sem a influência dos egos inchados e no vácuo a discussão nesse sentido é muito saudável. Os outros textos também estão bem informativos e bem escritos. O do Tainã, na verdade, que não deu pra entender o objetivo dele. Ele vai e volta e volta de novo. Mas também acho que é muito válido discutir altruísmo e hipocrisia no H8, então a bola foi bem levantada algumas vezes nessa edição. Em relação ao que falaram várias vezes sobre as iniciativas, inércia, altruismo, progresso etc, tenho visto uma boa movimentação dos bixos em relação a fazer coisas significativas no H8, estou muito contente! Não precisa fundar a Tecsis pra fazer a diferença. Mauricio Moraes (Cobaia, T12) 3
Iniciativas: Casdinho
Incentivo às Olimpíadas Um dos sonhos do Casdinho é promover a cultura da educação como fator de mudança social nas escolas de São José dos Campos. E foi pensando nisso que o Casdinho realizou palestras motivacionais e de incentivo às Olimpíadas do Conhecimento. Elas são, para nós, um meio e um fim: através das Olimpíadas, os alunos
adquirem gosto pelos estudos, desenvolvendo habilidades e despertando interesses e, ainda, aproveitam as oportunidades que surgem de seu êxito. Dessa forma, foram agregadas às agendas dos alunos do Casdinho aulas preparatórias para as Olimpíadas, nas quais também se estimula o trabalho em grupo e a união entre os
próprios alunos. Assim, é feita uma forte preparação tanto para a prova da Embraer quanto para as provas de Olimpíadas deste ano. E no final, esperamos não somente uma aprovação em uma escola de ensino médio de qualidade, mas também um conjunto de medalhas olímpicas de alunos conscientes da importância dos estudos.
Expectativa 2012 Neste ano estamos em nosso terceiro ano de existência. E, embora tão novos, já carregamos em nossa bagagem muitas boas experiências. Experiências que nos fizeram crescer e perceber que temos muito a melhorar e muito mais impacto a causar. O curso continua graças ao trabalho e esforço que cada membro e professor dedica a este empreendimento. A educação é a motivação fundamental que renova os ânimos a cada dia de trabalho, pois ela é um instinto inerente ao homem, uma necessidade de saber, um requisito que identifica o ser humano. É a partir desta motivação que todos trabalham arduamente, um estímulo que alimenta o Casdinho e o faz crescer. Repassar esse ideal e estimular desde cedo jovens com grande potencial serão sempre a meta primordial do Casdinho. Desejamos, portanto, continuar em 2012 nosso esforço consciente e trabalho persistente para fazermos os adolescentes desta cidade se encantarem com os estudos! ● 4
Casdinho faz apresentações em escolas públicas para incentivar a participação de crianças e adolescentes em Olimpíadas do Conhecimento
Alunos em preparação para o Exame de Admissão do Colégio Embraer
Iniciativas: AASD
Reforma e Inauguração da Quadra do C Para nós estudantes, jovens com vinte e poucos anos de idade, esta é uma cena inesperada, até difícil de imaginar: encontrar a própria turma de faculdade, 27 anos depois da formatura, nem que seja para jogar futebol por cinco minutos. Alguns de chinelo, outros de terno, uns de moto, outros com filhos, muitos casados. Independente das diferenças, todos têm algo em comum: são integrantes da Turma 85 que estavam reinaugurando a Quadra do C. Outrora “palco da transformação da turma 85 na Família 85” (em suas próprias palavras), a quadra estava até então subutilizada e de pouco servia ao H8. Mas uma boa quadra é importante para a convivência no ITA: além da prática de esportes ser essencial para se ter uma vida saudável (algo que frequentemente esquecemos em meio a tanta pressão), o esporte é uma importante ferramenta de integração, que já contribuiu para formar turmas cada vez mais unidas, lição dada pelos veteranos da 85. E é este tipo de atitude que gostaríamos que se tornasse exemplo para toda a comunidade iteana, pois aproxima a AASD de seu sonho: tornar a Cultura de Doações uma realidade no ITA. Sonhamos que cada vez mais iteanos formados retornem à Escola e contribuam para sua excelência em todos os aspectos, já que foi ela que lhes proporcionou experiências ímpares e lhes deu fer-
ramentas para atingir sucesso profissional. De pouco valeria perseguir esse sonho, porém, se o descuidado logo inutilizasse os esforços. Por isso, contamos com a consciência de toda o H8 para preservar esse bem. Trata -se de um sinal de gratidão em relação à contribuição feita pelos nosso veteranos e respeito por todos aqueles que se dedicaram para realizar a reforma. Depois de pronta a obra, pode parecer ter sido fácil reformar a quadra, mas não foi assim tão fácil para quem teve de correr atrás de mestre de obras, comprar tabela de basquete, postes de vôlei, holofotes, redes de gol. Falando em gratidão,
gostaríamos de destacar nossos imensos agradecimentos à Turma (Família) 85 e à Huesker Ltda. Devido às suas contribuições, outras turmas terão grandes momentos na quadra, que servirão para fortalecer o peculiar elo que une cada turma de Iteanos. Não poderia faltar, é claro, agradecimento à Atlética, que auxiliou na compra dos materiais para a quadra e na organização da inauguração, e ao pessoal que quase teve que literalmente botar a mão na massa, Felipe Aguiar (Fahrenheit) e Felipe Navarro (Roraima). Graças a pessoas como vocês, a AASD vem conseguindo entregar resultados e fortalecer a comunidade iteana. ●
Inauguração da quadra do C: primeira partida depois da reforma
Placa T-85: placa de homenagem à T-85 5
Leitura
Onde ficam “Os Sertões”
D
do dicionário de Silveira Bueevia ter uma lei assim: é leira ou vamos deixá-la se acano é um “lugar inculto, distanconsiderado brasileiro só bar por si só tentando fazer te de povoações”. O livro preaquele que ler “Os Serdessa extinção um negócio tende apresentar ao leitor todo tões” (1902). Soube que andarentável? o território ainda pouco coram realizando uma experiênAh, não vou gastar temnhecido, afastado do eixo Riocia dessas no Colégio Militar po explicando o contexto todo, São Paulo. O viajado autor code Fortaleza e muitos ainda quem quiser saber mais o livro menta pormenores de todo o não se recuperaram do trau“Jubiabá” de Jorge Amado Brasil, dos pampas gaúchos à ma. Trauma mostra tudo intrincada selva amazônica de ler obrigaisso muito passando – quem imaginaria? do? Trauma de bem. Pra logo, A ideia que temos – por áreas desérticas, ou alaser brasileiro? basta ihoje do Brasil soa tão gadas com gentes de todos os Por favor, maginar as setipos e costumes. Euclides foi quem souber nhoras caminatural, tão evidente um dos primeiros defensores me explica. nhando num que até parece que já da hoje tão falada diversiPor que calçadão do dade. Dizia que, longe de ser esse livro é imestá aí há muito tempo. Rio com aqueum defeito a ser combatido, portante? Oles vestidões como queriam algumas menlha, de tão imvindos de Pates obtusas da época, é essa portante é difíris, suando nossa maior riqueza. cil explicar. A ideia que temos muito, fugindo do cheiro de O livro, como o Brasil, é hoje do Brasil soa tão natural, esgoto com lencinhos perfualgo meio indefinido, entre litão evidente que até parece mados e pensando que pra lá teratura, história, antropoloque já está aí há muito tempo. da Pedra da Gávea acaba a cigia... Pra quem não lembra do Não foi assim fácil. Para envilização e é tudo matinho vervestibular, é dividido em três tender a importância dessa odinho. Enquanto seu marido, partes: A Terra, O Homem e A bra devemos lembrar que ela barão do café, afinando seu Luta. Ouvi foi lançada na “Belle Épobigode inglês, muita gente que” (na segunda metade do aprendeu na aconselhando século 19, chamada na Inglaescola que o Um livro com mais ir direto para terra de “Era Vitoriana”), Brasil se divia terceira parquando a Europa vivia seu aude em Rio, de cem anos e que te, pois é onde ge à custa da ocupação coloniNorte e Sul. ainda é tão atual está a “históal. Nessa época tudo parecia Argh! Daí aria de verdanesses tempos de lindo e óbvio. De um lado a parece Euclide”. Esse me Europa, “vitoriosa”, com toda des da Cunha Pinheirinho, parece um a pompa e circunstância, de pra anunciar cotas raciais, grande erro. outro a Ásia e a África, o achamento As duas pri“derrotadas”, com suas riquede novas terfundamentalismo meiras partes zas e “selvagens”. Mas onde ras, gentes, religioso... são extremaficava o Brasil no meio dessa cheiros... que mente imporhistória? Nossa elite se imagiele chamou de tantes, especinava uma representante da “Sertões”. almente entendendo esse concultura europeia tentando reÉ um erro pensar que a texto que comentei. É verdade sistir à “mistura de raças”. A obra se chama “Os Sertões” que são mais monótonas, mas discussão filosófica mais propor conta da história de Antôelas não estão cronologicafunda era: vamos tentar nio Conselheiro no sertão do mente ligadas, então o livro “purificar” a “sub-raça” brasiNordeste. Sertão, no sentido 6
Iniciativas: Fórmula ITA
pode ser lido com três marcadores: quando cansar de “A Terra”, vá um pouco para “A Luta”, depois leia um pouco de “O Homem”, fique mais um pouco, daí leia um trecho de “A Terra” e por aí vá intercalando sua leitura... Engraçado, né? Um livro com mais de cem anos e que ainda é tão atual nesses tempos de Pinheirinho, cotas raciais, fundamentalismo religioso... É um livro que me faz refletir bastante pois, ao compreender o contexto da época, me pergunto: o que mudou? É impressão minha ou o Brasil anda meio “Vitoriano”? Ou nunca deixou de ser? Ao focar a história na luta de Canudos (18961897), Euclides não apresenta a luta da República contra Antônio Conselheiro, mas a de um Brasil que acha que pensa contra um Brasil que é de fato, a luta do Brazil contra o Brasil, do Pinheirinho contra os insondáveis desígnios por trás da Polícia Militar, de gente presa em carros blindados, com câmeras de segurança e defensores da moral e do humanismo contra gente de mãos escorregadias e sujas, às vezes armadas. Não é a história de um grupo de ignorantes famintos lunáticos religiosos, mas a nossa própria história. Vale a pena ter a edição de bolso da Martin Claret (com comentários ótimos) e transformá-lo em sua Bíblia de brasilidade. ●
A equipe do Fórmula segue acelerando E com o passar do tempo, o sonho de estrear na Competição Nacional de Fórmula SAE ganha força para a nova equipe do ITA. O projeto avança e as peças do carro vão chegando à oficina. Na primeira semaninha desse ano, foi a vez do coração do carro, o motor, chegar à equipe. Um motor Honda da CB600F Hornet. Estudos, projetos e compras necessárias para o funcionamento do motor estão sendo feitos. Já no início de junho, dia 02, o grupo botou o pé na estrada e foi até São Carlos para visitar a equipe da EESCUSP, uma das melhores equipes nacionais. Esse foi um momento de troca de experiências e bastante aprendizado para a turma do Fór-
mula ITA. Além do conhecimento técnico trocado, o networking entre as faculdades só vem a agregar e dar mais força para a competição. Por fim, todo o time está focado fortemente na finalização da estrutura do carro. O desejo é de que as férias sejam o tempo necessário para construção do chassis e início da implementação dos outros subsistemas na estrutura.●
Motor Honda CB600F Hornet
Diego Mamede Equipes Fórmula ITA e Fórmula EESC-USP 7
Iniciativas: Atlética
Olimpíadas Internas Todas as turmas desde o momento em que chegam ao H8 ouvem falar o tempo todo de como a comunidade iteana valoriza suas tradições. Não há quem não ouça repetidamente os bostejos de que são nossas tradições que nos unem por entre as dezenas de gerações. A OI já foi sem dúvida nenhuma o evento mais importante do calendário iteano, sua disputa durava semanas e mobilizava completamente a comunidade iteana. É a mais antiga tradição iteana (anterior até mesmo à Cova do Profeta!) e gerou muitas histórias através das gerações no H8. Há muitas turmas que, mesmo depois de 20 anos da formatura, relembram a grande mágoa de nunca terem conquistado esse grande título. Na competição de 2011, po-
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rém, vimos uma realidade diferente. Entre os veteranos, pouquíssimos participantes, muitos jogos dando W.O., e absolutamente nenhuma torcida. A situação começou a mudar, porém,
Em 2012, a OI esteve muito mais bem organizada e estruturada, em grande parte pelo apoio da AEITA, decisivo para o sucesso do evento. com a atuação da turma 15. Pouco a pouco, a T-15 foi crescendo, se unindo. Na final do futsal, em quadra, um fácil 10x0 contra a T -11 para garantir o título. Na arquibancada, festa com quase
100% da turma, com direito a gritos de “campeão” e ao canto da Cova. No VOCTA, dois dias depois, mais um show da turma. O troféu de 2011 foi uma consolidação da grande união da T15. Mais do que isso, o título fez a turma abraçar a causa de reviver essa tão tradicional competição. O objetivo era simples, criar uma bola de neve. Instigar a T-16 para que no futuro ela instigasse a T-17, e assim por diante. Começaram as ideias: camisetas, bandeirão. Em 2012, a OI esteve muito mais bem organizada e estruturada, em grande parte pelo apoio da AEITA, decisivo para o sucesso do evento. Apesar de ainda estar longe da perfeição, o crescimento foi considerável. E a T15 continuou detonando. No atletismo, por exemplo, o
Iniciativas: Atlética
domínio foi amplo. Em todas as competições a turma teve o número máximo permitido de participantes inscritos. Como não citar a participação das bixetes no atletismo feminino, por exemplo? Das seis competidoras, cinco eram da T15, o que garantiu a vitória quinzeana na modalidade de forma memorável. No futsal, a turma repetiu o sucesso do ano passado, deixando os bixos da 16 para trás com um 5x0 e garantindo o título num difícil jogo conta a T-13. Mais uma vez, invasão da quadra, gritos de “campeão” e a canção da Cova. Pode parecer redundante elogiar mais uma vez a T-15, porém o louvor é merecido: a par-
tipação da turma na competição foi memorável, bem como o apoio dos colegas que, ainda que fora de quadra, deram um show na arquibancada. Tambores o tempo todo, dezenas de músicas e puxadas diferentes fizeram um verdadeiro espetáculo. Mesmo quando perdeu a final do vôlei, a turma cantou junta. O primeiro lugar da T-15 na modalidade torcida foi um consenso entre os presentes. Mais que uma turma, havia uma família nas arquibancadas. Vale ressaltar outras duas coisas: o desempenho da 16 e o da 14. A T-16 se uniu, se esforçou, conseguiu mobilizar a turma e torcida, ajudou a trazer competitividade e levou o título no vôlei. Merece sinceros para-
béns. Que venham mais fortes no ano que vem. A T-14, por outro lado, teve um desempenho pífio e sofrível, marcando apenas seis pontos. Muito abaixo até mesmo da T-12, mesmo com as turmas de 5º ano tradicionalmente tendo mais dificuldade de competir. A OI está novamente em franca ascensão. A Atlética neste ano fez um excelente trabalho, mas ainda há muito a se fazer. À T-15, o orgulho e os parabéns por estar vivendo e fazendo acontecer o renascimento da maior tradição da comunidade iteana. Que no ano que vem mais turmas se engajem na competição e a fortaleçam.●
Bandeirão da T-15 estendido na ala Zero 9
Iniciativas: Atlética
Esquenta Junino Depois do sucesso da I Cervejada da AAAITA, tivemos nossa segunda festa do ano. Novamente o resultado foi fora do esperado, com organização impecável, melhorias na área do feijão, aumento dos contatos externos e estatísticas que ja-
mais ocorreram no H8 desde o último Torneio Semana da Asa, em 2009! O Feijão se tornou um palco. Com novas iluminações, cerca de bambus, bandeirinhas penduradas por toda a área e um touro mecânico, nossa área
de lazer ficou com um tom tipicamente Junino. Além de um cenário típico, o evento contou com comidas típicas, feitas pela Ana Paula, “a Tia” da lanchonete do H8, tais como, milho cozido, bolinho caipira, pipoca, entre várias outras. Novamente seguimos com uma forte divulgação externa para a festa, com a presença dele, é claro: o URUBUZÃO =P. Os números não deixam mentir, foram 249 pessoas na festa. Destas 109 foram mulheres, das quais 102 vieram de fora. Essa é uma realidade positiva sobre o evento, porém é uma pena perceber também que do total somente eram alunos do ITA 118. Resumindo, tivemos uma ótima festa, com resultados surpreendentes, mas poderia ter sido mais bem aproveitada por nós...●
Feijão no dia da festa.
Divulgação no Poliedro
Divulgação na UNESP.
Algumas representantes femininas no dia da festa. 10
Palavra do Presidente
De H8 para H8
V
ocê certamente já sabe que o ITA vai duplicar. Estamos em um excelente caminho de expansão, provavelmente concretizado até 2016 (esperamos), conforme previsto no PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional. Entre outras coisas, o PDI prevê a construção de um novo alojamento o H8D - no espaço localizado entre o H8C e o Hotel de Trânsito.
Você já teve curiosidade de saber como será esse novo alojamento? Se sim, você sabia que essa planta está disponível na internet, junto com os anexos do PDI (que está disponível para download no site do ITA). Caso você ainda não tenha tido o prazer de conhecer o alojamento dos seus futuros bixos, aqui segue uma prévia do mesmo. Será que o alojamento, conforme está previsto, conse-
gue atender a todas as demandas da comunidade? Quando o H8 foi reformado, muita coisa foi diferente do que a comunidade esperava, e muitas críticas vieram depois da obra pronta. Aproveite esse momento de planejamento em conjunto para tentar encontrar melhores soluções para os problemas que vivemos dentro de casa.●
Orlando Lustosa, T13
Fotos tiradas do Plano de D e s e n v o lv i mento Institucional 20112020, Vol. I.
Vistas traseira e frontal do novo H-8, respectivamente.
Vista frontal, alternativa do acabamento. 11
Iniciativas: RedeCasd
A CASA No começo de maio, se encerrou uma importante fase para os novos membros da RedeCASD: a passagem de trainees para membros. Mas como toda boa passagem, há um ritual envolvido, e na Rede esse ritual é uma das fases mais intensivas do nosso treinamento: A CASA. A CASA (em maiúsculo mesmo) é uma viagem que dura um final de semana completo, de sexta à noite até domingo à noite. Todos os membros viajam para uma casa afastada da cidade e a eles é oferecido um "pequeno" desafio: implementar uma rede completa com vários servidores diferentes, com diferentes segmentos e vários serviços. Com um toque de viradão, os trainees acompanhados por membros mais antigos consultam documentações de serviços, páginas de manuais, livros práticos, entre outros modos de pesquisa, além é claro da boa e velha tentativa e erro. “Poxa Firewall! Para de me bloquear!”, todos sobre o firewall. Como é uma rede (na verdade duas!) o conjunto só funciona se cada um dos grupos fizer o que tem que fazer. Ou seja: nada anda sem o trabalho em grupo. A escolha desses servidores não foi feita à toa: essa rede representa uma miniatura do que é feito no H8. É assim que ensinamos nossos membros e os incentivamos a tentar, errar e aprender, sem comprometer a estabilidade da rede do H8. 12
Claro que nem tudo é só trabalho: nesse ano abrimos mão de alguns momentos de gagá improdutivo por boas descontrações. Pebolim, sinuca, buraco, truco. Jogamos até mesmo DOTA em rede, que só foi possível pelo trabalho duro de montar a rede durante o dia todo! Em meio à descontração começamos também a engrenar uma nova organização na RedeCASD, mas isso é uma
Trainees montando rede
Simples diagrama mostrando todos os servidores do treinamento 2012: 7 servidores para 22 membros
conversa para depois. Pesquisar como fazer um servidor pela internet deve ser simples, não? Não nesse treinamento! A chácara em que foi feita a casa desse ano mal pegava sinal de telefone, imagine então internet! É treinando nossos membros em situações adversas que conseguimos melhorar o nosso serviço para o H8.●
Iniciativas: eITA
A expansão do eITA Apesar de sua história recente, o eITA (Centro de Empreendedorismo do ITA) já começou sua atividades com o pé direito e agora está em plena fase de expansão. A principal atividade do centro no ano passado foi trazer o curso de empreendedorismo “Bota pra Fazer” em parceria com a Endeavor, com o intuito de capacitar e motivar aqueles que pensam em transformar a realidade brasileira por meio da inovação e da tecnologia. Devido ao sucesso da primeira versão, neste ano já estamos oferecendo o curso novamente, dessa vez com o apoio do professor Mário Henrique Trentim, coordenador dessa edição. Contudo, mais do que simplesmente oferecer um curso teórico sobre como abrir e gerenciar uma empresa, a meta do eITA esse ano é expandir seu
horizonte de atuação, promovendo outras atividades que ajudem a desenvolver um ecossistema empreendedor no H8. Nesse sentindo, parte da turma do Bota pra Fazer desse ano participou em maio de uma conferência internacional de empreendedores, o BrNewTech, em que tiveram a oportunidade de aprender mais sobre esse mundo das startups, com direito a uma palestra do fundador do Skype, Niklas Zennström. Também tivemos o prazer de receber no ITA a Bedy Yang, fundadora da Brazil Innovators e sócia da 500 Startups, que ministrou uma ótima palestra sobre as características empreendedoras do Vale do Silício e as oportunidades que temos hoje no Brasil. Além dela, promovemos um ótimo batepapo com Cassio Spina, fundador da Anjos do Brasil, em que ele compartilhou sua trajetória
de sucesso e passou vários bizus sobre o Investimento Anjo no Brasil. Por outro lado, o eITA também está participando da organização do IDDS, o International Development Design Summit, um evento idealizado pelo MIT que tem o intuito de juntar pessoas de vários lugares do mundo durante um mês, na tentativa de resolver algum problema de comunidades carentes por meio da inovação e tecnologia. Esse ano, o ITA participará ativamente do projeto, com a ajuda de um grupo do eITA. Adicionalmente, pretendemos fazer uma competição de planos de negócios ainda neste ano, de modo a estimular a geração de ideias inovadoras em nossa escola. Acreditamos que os iteanos e o H8 têm um grande potencial de gerar tecnologia e soluções de alto impacto, que infelizmente está sendo subutilizado mas que pode ser explorado ao máximo. Se você também está afim de nos ajudar a criar a próxima Embraer ou quem sabe o próximo Facebook, junte-se a nós! Envie email para eita2012@googlegroupscom e fique por dentro do que está acontecendo.●
Alunos do Bota pra Fazer em happy hour com Cássio Spina, fundador da Anjos do Brasil 13
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Encontro Musical 2012 O H8 mergulha na música A passagem de som foi feita por volta das 13h. As pessoas já se aglomeravam no Feijão, esperando o início do evento. Voz e Violão subiu ao palco cerca de uma hora depois e deu abertura ao show. Era o Encontro Musical 2012 que estava começando. Um dos maiores eventos do calendário do H8, o Encontro Musical reúne os talentos musicais do ITA, a maioria alunos da graduação. Neste ano o evento ocorreu no Feijão, no próprio H8, no sábado dia 2/6, das 13h às 22h, reunindo catorze bandas de diversos estilos musicais. Além das bandas formadas por iteanos, havia quatro compostas por universitários de outras faculdades de São José dos Campos, agregando maior diversidade musical e um público
vento acontecer, como buscaram inovações para a edição deste ano. A mais notável novidade foi a realização do Encontro Musical no H8, o que evitou complicações enfrentadas em anos anteriores e proporcionou
ao público um ambiente deveras agradável para conversar, namorar, beber e curtir o show. Durante o período de preparação, a publicidade do evento foi baseada em Woodstock, lendário festival de música ocorrido ao final da década de 60 nos EUA. A decoração do palco e do Feijão no dia do EM 2012 também fazia alusão ao festival. E, assim como Woodstock, o Encontro contou com uma seleção bastante eclética de bandas apaixonadas por música, que tornaram a tarde e a noite de sábado uma viagem por diferentes gostos e épocas da música brasileira e internacional. Ao fim da apresentação do Itallica, último grupo a subir ao palco, o Encontro Musical 2012 foi encerrado, mas haverá uma continuação: o Show Prêmio, que reúne as cinco bandas mais votadas do EM. Neste ano, as es-
novo. O projeto EM2012 teve início em abril e foi elaborado pelo Departamento Cultural, carinhosamente conhecido por “DepCult”, formado pelos alunos Azedo (T-15), Juliano (T-13), Mancu (T-14), Panqueca (T-14), Sarah (T-16) e Sebrae (T-13‟). Desde a logística até o marketing, tudo foi executado pelos membros do DepCult, que não só trabalharam pesado para fazer o e-
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colhidas pelo público foram, em ordem alfabética: Cardosos, Going By, Half Drilled, Itallica e Piriguetes. O Show Prêmio ocorrerá no Dunluce Irish Pub, no dia 09/08, a partir das 21h. Até lá. ●
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Para a edição deste ano, foram estabelecidas parcerias com os seguintes estabelecimentos: o FiléMiau Espetinhos, empresa do ramo alimentício especializada em – wait for it – espetinhos; a JAC Gráfica e Editora, que imprimiu o material de divulgação e os ingressos do evento; e o Dunluce Irish Pub, onde irá ocorrer o Show Prêmio.
Lista de Bandas Voz e Violão A$ima Mp Rock Tintin e Zureia Going by Noname Half Drilled Not Head
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The Geickes Talita Os Cardosos Piriguetes Capotrastes Maderfackers Itallica
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Iniciativas: ITAndroids
ITAndroids veio para ficar Após a demonstração do ótimo desempenho da equipe ITAndroids na área simulada, conseguindo a classificação para a RoboCup 2012 na Cidade do México, a equipe mostra que vem forte também nas áreas não -simuladas. O primeiro desafio deste ano para a equipe foi o 8º Winter Challenge realizado na Faculdade de Jaguariúna, interior de São Paulo, entre os dias 07 e 10 de junho. Para essa competição foram inscritas 5 categorias da ITAndroids – 2 sumôs autônomos, 1 Seguidor de Linha (Follow-Line) e 2 sumôs de Lego feito com os kits Lego MindstormsTM – e o resultado foi maior do que o esperado. A equipe obteve o 3º lugar no Sumô autônomo (entre 15 inscritos) e o 6º lugar no Follow-Line (entre 30 inscritos). Tudo isso com um trabalho de apenas 2 meses! O 3º lugar no sumô autônomo, em especial, veio de forma dramática. Fal-
tando meia hora para o inicio da competição um dos motores do robô “ZERO” parou de funcionar e a equipe já havia praticamente desistido de competir. Foi quando o capitão do sumô, Petrônio (T-15), lembrou-se de
Também somos capazes de fazer muito estrangeiro ter que “rebolar” em jogadas em um mundo um pouco diferente: a realidade virtual. um detalhe que salvou o robô. Com isso foi possível participar da competição, na qual a equipe do ITA perdeu apenas para os 1º e 2º lugares da categoria, os quais há mais de 5 anos já vêm mostrando resultados expressivos na competição.
Só isso já mostra o grande potencial da ITAndroids. Porém para a equipe isso ainda é pouco. E nada melhor do que mostrar para os gringos que o Brasil não é bom apenas no futebol com os pés. Também somos capazes de fazer muito estrangeiro ter que “rebolar” em jogadas em um mundo um pouco diferente: a realidade virtual. No dia 17 de junho a seleção do ITA desembarcou na Cidade do México para competir na Copa do Mundo de Robótica, a RoboCup. Times de todas as localidades do planeta participam da competição, sendo o Brasil um país ainda com pouca tradição de vitórias. Durante essa semana foram longos dias (e noites, claro) para aprimorar o time, no consagrado processo just in time. Já na primeira rodada, sem eliminatórias ainda, a ITAndroids meteu um 32 x 0 nos mexicanos, logo os donos da casa! E não ficou só nisso não. Nos dias seguintes o time estava com todo o gás e já começavam as rodadas de eliminação nas chaves. O Brasil, que foi representado por 4 equipes diferentes, começou a sofrer nessa fase. E um atrás do outro, nossos times foram perecendo, até sobrar somente
Equipe ITAndroids no 8ª Winter Challenge. Em pé da esquerda para direita: Petrônio (T-15), Dhalsin (T-15), Cho (T-15), Ruth (T-16), Abraço (T-16), Fernanda e Catita (T-15). Agachados: Eduardo (T-15), Saraiva (T-15), Duas Bolas (T16), Paulo (T-15) e Tarcisio (T-14). 18
Iniciativas: ITAndroids
a ITAndroids para carregar nossa bandeira! Fardo pesado, mas suportável e, após uma emocionante série de jogos, a equipe conseguiu avançar de fase, mo-
Robô "ZERO" que conquistou o 3º lugar no 8ª Winter Challenge.
mentaneamente ficando em 4º lugar da chave e 7º lugar geral! Dos 24 times iniciais, sobraram somente 12. Mas o outro dia prometia. Após mais uma bateria de ajustes chegou o jogo mais esperado para nós brasileiros: ITAndroids (Brasil) x HELIOS (Japão). Tá certo que os japoneses podem não botar medo quando falamos em futebol real. Mas nas simulações tudo se inverte, ainda mais porque estávamos jogando contra o vicecampeão mundial do ano anterior! E COMEEEEÇA A PARTIDA! O Brasil inicia o jogo apresentando muito entrosamento entre seus jogadores. Belos passes e boa marcação demonstravam que a seleção da ITAndroids não ia fazer feio contra os gringos. Mas os japo-
neses também estavam bem na partida, o que mostrava que ela não ia ser fácil. Foi então, após uma sequência de bons passes, que o Japão sai na frente e marca o primeiro gol. Mas nada da nossa seleção se desesperar. E fomos pra cima, mesmo com a marcação japonesa na cola. Mas assim ficou até o intervalo do primeiro tempo. Na volta nossa seleção melhorou a marcação, e o jogo continuava equilibrado. Ataques dos dois lados e ótimas defesas mostravam a boa qualidade dos dois times. Foi então que, no finzinho da partida, fomos com tudo pra cima deles. E num contra-ataque fulminante eis que o armador passa para o atacante que chuta eeeeeee... eeeeeee... NAAAA TRAAAAA-
VEEEEE!!! Não era possível! Ninguém acreditava! Por um pixel e nós havíamos empatado com o campeão (no final eles ficaram em 1º lugar). Mas não era momento de desespero, e sim de alegria. Por quê? Foi nesse jogo que realmente viu-se a força do time da ITAndroids e percebeu-se que podemos competir de igual para igual até mesmo contra o Campeão Mundial! No fim, a ITAndroids se classificou em 10º lugar geral, melhor resultado brasileiro de todos os tempos nesta categoria na RoboCup! E logo ao fim da competição foi anunciada uma novidade que muito animou o time do ITA: em 2014 a RoboCup será no Brasil, em João Pessoa (PB). Agora é retomar os trabalhos e já ir pensando lá na frente. Quem sabe em 2014 não será o ano de mostrar ao mundo, nos campos e nas telas, como se joga um belo futebol brasileiro.●
Foto com algumas equipes participantes da RoboCup 2012, dentre elas a ITAndroids. 19
Na última edição, foram
pites. Quem acertar o maior
reveladas as turmas dos tarta-
número de tartarugas com o
turgas. A dica dessa vez é a
menor número de dicas, vai,
região de origem de cada um:
hã... Alguma coisa legal vai a-
tanto Donatello quanto Leo-
contecer com você, a gente
nardo vieram do Sudeste. Mi-
não sabe exatamente o que
chelangelo é do Nordeste e
ainda.
Rafael, do Sul.
20
Lembrando que na edi-
Se alguém quiser car-
ção do próximo bimestre sai-
tear quem são os tartarugas,
rá a última dica, e na do últi-
pode mandar um e-mail para
mo bimestre do ano será re-
algum coveiro (tem lá no co-
velada a identidade dos tarta-
meço da revista) com os pal-
rugas.
Existe vida fora do CTA Sabe aquele crachá que você recebe no comecinho do CPOR? No caso da T-15 aquela coisa verde e vermelha, parecendo um Club Social? Aquilo serve para sair do CTA para o mundo! Sério mesmo, tô de sacanagem não. E digo mais: dá pra ir a muito mais lugares do que só até a rodoviária e o aeroporto! Meu ponto é: existe vida em São José dos Campos e regiões próximas! E mais ainda, vale a pena conhecer ela. Essa nossa cidadezinha, a 100Km de São Paulo e 340Km do Rio, sempre se beneficia bastante de todos eventos culturais de São Paulo. Pode ver: viradão cultural, boas bandas parando no caminho entre Sampa e Rio, eventos de esporte, teatro... Em especial, um lugar que vale a pena visitar é o SESC de São José. Os caras se esforçam mesmo para fazer eventos culturais bacanas. O SESC fica ali na Adhemar de Barros, ali no Jardim São Dimas, quase Vila Ema e o melhor de tudo: muito perto do CTA. Pra quem gosta de sair pra beber, aqueles cantos lá perto da Vila Ema está CHEIO de bares. Não, não estou falando do tipo de bar como o Pub, que pessoas ficam em pé andando de um lado pro outro ou pulando ao som
de uma banda, digo bares para sentar, papear e beber mesmo. Na Adhemar mesmo tem “O Funil”, o “Bar Bare”... Andando à toa na Vila Ema tem o “Quintal da Ema”, a “Caneca do Frade” o “Território”. Dá pra sair até mesmo sem saber pra onde ir, em cada quadra tem um bar com uma boa cara (ou alguns que não têm uma boa cara, são copo-sujo, mas mesmo assim são muito bons!). Agora, quem já tá namorando, meio namorando, ou no complicado mesmo, também vale a pena procurar coisa em São José mesmo. Ali no Banhado tem um mirante que não é nada mal, e a cidade tem vários parques, como o Santos Dumont e o Parque da Cidade. De dia, o Parque da Cidade é um lugar bacana para passear e à noite costuma ser um lugar legal para curtir algum evento ou ouvir a uma boa música. E claro, tem um monte de restaurantes que são bons mesmo para aproveitar em casal. Eu recomendo “O Pedal – Pizza por metro” e o japonês “Origami”, pra começar bem. Pra curtir baladas genéricas noturnas, tem também os bares do naipe do Pub: ali mesmo, do lado do Pub tem mais dois: o Anexo e o La Musike, e
todos eles quebram um bom galho. Claro, e tudo isso é só em São José dos Campos. Jacareí tem uma vida noturna bem mais agitada e fica a menos de 20 quilômetros. Caçapava, Taubaté, Caraguatatuba, até a famosa Pindamonhangaba, tá tudo perto daqui, é só sugar algum amigo de carro. A mensagem final é muito simples: não decida desde já que os seus cinco (ou seis, sete...) anos no ITA vão passar com você enfurnado no CTA, com a exceção de uma viagem ou outra para a própria cidade. Aproveite o que está aqui, tão perto, garanto que vale a pena! Concordo que eu prefiro a minha própria cidade, mas dá sim para se divertir no Vale do Paraíba. Então trate de pegar o seu crachá (ou na falta deste uma tabela periódica de bolso, um club social ou outro
Rafael
genérico) e atravesse a portaria para ver o que tem CTA afora!
SESC São José dos Campos 21
Não me podem
Donatello
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“Podem” do verbo podar, claro. Há algum tempo percebi que toda conformação gera prejuízo. Nós, ao sermos moldados engenheiros, devemos ter claro quais serão esses prejuízos e o que eles significam. Talvez seja o sistema de ensino Brasileiro, talvez seja o sistema de ensino do ITA, mas o fato é que existe algo na especialização que consome nossas generalidades. Ou seja, ao aprofundarmos nossos conhecimentos sobre engenharia deixamos de nutrir uma parte nossa e, pouco a pouco, deixamos de ser aquele que passou no Vestibular. Podemos ir mais longe, o próprio estudo para o Vestibular nos transformou, nos bitolou, nos conformou – nos deu a forma que um aluno de Turma ITA deve ter. Isso implica em prejuízo. Necessariamente. Pois apostamos em trilhar um caminho sem saber o destino e sem a menor possibilidade de, efetivamente, controlar o percurso. O percurso é a parte importante dessa história, de qualquer história, da sua, da minha. Um tex-
to como esse, com muitas digressões, pode confundir, pode não se concluir ou pode concluir qualquer coisa. É sobre isso que estou falando. Quando nascemos, as possibilidades são infinitas. Podemos ser, virtualmente, qualquer pessoa. Somos uma folha em branco na qual podemos escrever qualquer história, com qualquer conclusão. Entretanto, existem muitas passagens previamente escritas: escola, faculdade, trabalho, casamento, mas, apesar de as possibilidades serem infinitas, conheço poucas variações desse molde universal. Não sei porque isso acontece, mas sei que devemos tomar cuidado. Se nos conformarmos demais, deixamos de ser autores da nossa vida e passamos a ser leitores de uma história copiada – previamente escrita. Sempre penso nas coisas que faria se não doasse tanto tempo ao ITA e aposto que muitos de vocês também. Essas coisas que não faço seriam parte de mim se as fizesse e eu seria, então, outra pessoa. O problema é que eu quero
fazer essas coisas, logo, eu quero ser essa outra pessoa, mas não consigo. Confuso? Em outras palavras, existem alguns capítulos da minha história que eu não tenho tempo pra escrever e, assim, minha história deixa de ser minha. Claro que temos o resto da vida para escrever o que quisermos, mas sempre vamos ter algo tomando nosso tempo de escrita – metaforicamente falando. Nesse sentido, estranhamente, o ITA me afasta de quem eu queria ser quando entrei aqui. “Estranhamente” porque fui eu mesmo quem quis entrar no ITA e – ainda – não mudei de opinião, quero me formar e ser engenheiro do ITA. Mas nunca soube o que significaria percorrer esse caminho e os sacrifícios que seria obrigado a fazer. Particularmente, me sinto podado criativamente. Torno-me, cada dia mais, um reprodutor de soluções, um fazedor de provas, um decorador de dados. Quero ser engenheiro, mas estou a muitos livros de distância de quem eu quero ser, a muitos filmes atrasado. Vivemos sob o estresse de desempenhar bem em
provas escritas, como se isso significasse algum tipo de domínio sobre a aplicação do conhecimento na prática. Entretanto sinto que outras qualidades não são bem exploradas – desde oratória, até noções de política. Em resumo, sinto falta de tempo para me tornar uma pessoa mais completa, ser – apenas – engenheiro não é suficiente. Não tenho tempo para estudar idiomas, música, filmes, literatura e outras coisas que ainda nem descobri. O pior é que não sei se algum dia terei esse tempo. Ademais, não me sinto desafiado criativamente no ambiente iteano. Em tempo, gostaria de saber de vocês: o que vocês acham que não estão desenvolvendo mas que gostariam de desenvolver, em qualquer âmbito? Gostaria de saber se alguém mais se sente podado. Para isso, comente na Comunidade do CASD no Facebook.
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Michelangelo
Donatello
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Carta aberta a você Fala galera! Então, resolvi dar ao texto dessa edição um título diferente, que não revelasse muito do conteúdo, mas que homenageasse a você, caro leitor que, como eu, nunca teve uma carta aberta destinada especialmente para você. Eu lembro que, quando era mais novo, nas aulas de português, sempre via os exemplos de cartas abertas: ao Governador, ao Presidente da República, ao Papa, etc. Bom, agora você já tem a sua própria carta aberta. Parabéns! Bom, vamos ao texto. Hoje irei escrever com uma conotação mais pessoal, uma visão sobre o futuro do ITA. Convenhamos: está super na moda falar sobre expansão, duplicação, novo reitor, novos cursos, e tudo o que envolve a grande transformação pela qual o Instituto passará nos próximos 5~10 anos. Para contextualizar, vou citar alguns fatos já conhecidos, pra quem está mais por fora se situar, principalmente o bixaral da 16. Andei pesquisando e falando com algumas pessoas, e
descobri algumas coisas legais. Nem tenho certeza se todas são verdade, mas mesmo assim resolvi compartilhar. O ITA pretende, nos próximos anos, ter o número de vagas do vestibular aumentado para 240 sem, com isso, comprometer a qualidade do curso. Para tanto, será necessária uma enorme contratação de professores e funcionários, que envolve concurso. Eis que surge o
primeiro grande problema. Não é nada fácil abrir concurso para professor aqui no ITA, e, quando se abre, são poucos os candidatos que conseguem preencher os pré-requisitos para se inscrever. Tudo isso para ganhar um salário não tão recompensador. Além disso, com o dobro de alunos, um novo alojamento se faz
necessário. Ele, a princípio, se chama H8D e será construído entre o atual H8 e o HTO. As plantas já estão prontas, sendo o engenheiro responsável o nosso querido Carlos Alberto, o Zé do Catia. Ainda, algumas alterações que sejam necessárias poderão ser realizadas, e as iniciativas e o DE estão tendo voz nisso, para garantir que tudo saia nos conformes. Claro, além de um novo alojamento, novos laboratórios serão necessários, e a verba necessária para a construção desses já está encaminhada, mas o processo licitatório é lento e burocrático, então teremos alguns anos de espera... Mas tudo isso está muito solto. Será que é só isso mesmo? Claro que não! É preciso todo um plano de ação para planejar cada detalhe, estruturar todas as mudanças. E, para isso, o reitor convocou algumas comissões de apoio. Há uma comissão de professores veteranos, só a galera com muitos anos de casa, tipo o Vertamatti e o Rizzi. Há uma comissão dos jo-
vens professores, que veem o ITA de uma forma bem diferente daqueles, como o Pelá e a Juliana. Há, ainda, uma comissão de alto nível, formada por alguns peixes grandes, como iteanos já formados de grande sucesso em varias áreas, o Vice Reitor, etc. Agora é que vem a parte boa: a especulação. Não se sabe muito mais do que isso aí em cima, então nos resta especular! Como você quer que seja o ITA do futuro? O ITA em que seu filho poderá estudar, e do qual você terá orgulho. Eu tenho algumas opiniões formuladas, e decidi mostrá-las para instigar um pouquinho vocês a pensarem nisso também. Primeiro quesito: novos cursos. Pra mim já passou da hora de o ITA sair um pouquinho do macaco e inovar. Que tal uma super-na-moda Engenharia de Petróleo? Aposto que a Petrobrás iria apoiar! Isso sem falar da já há muito requisitada pelo empresário Eike Batista: Engenharia Naval. Dinheiro não iria faltar. E não dá nem pra Aeronáutica usar a velha desculpa de que "foge aos objetivos da Força", já que ambas têm a ver com os interesses da FAB.
Segundo quesito: novo regimento interno. Já repararam como tudo aqui é hiperburocrático? Você tem que falar com mil pessoas e até mesmo pagar pra conseguir um simples comprovante de matrícula, ou segunda via de boletim, ou qualquer coisa do tipo. Revisão de prova feita por outro professor da área, uma coisa tão comum em outras universidades? Por aqui nunca nem ouvi falar! Mas claro que nem tudo são críticas. A manutenção da DC, por exemplo, seria fundamental no "novo ITA", e é algo que funciona bem até hoje. Por fim acho que falta um pouco de
transparência e descentralização no modelo pedagógico do ITA. É muito fácil um professor te “ferrar”, caso ele queira, e você só conseguir alguma justiça no semestre que vem, quando já estiver trancado... Terceiro: um endowment bem estruturado. Isso faz uma enorme falta na nossa querida instituição, e é algo bastante comum em instituições similares no exterior e já existe até aqui no Brasil, na Unicamp e na Poli. O iteano tem uma bagagem cultural enorme, tradições mil, um legado gigantesco que é passado ano após ano para os novos alu-
nos, e isso funcionaria perfeitamente com a ideia do fundo, fazendo com que boa parte da escassez de recursos do ITA fosse resolvida. E quanto a você? O que quer para o futuro do ITA? Converse com alguém sobre isso. Poste na todosh8, no facebook. Está na hora de fomentarmos ideias a respeito do assunto.
Fonte: http://olhaisso.net/wp-content/uploads/tirinhas/burocracia-brasileira.jpg
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Os valores e a religião
Leonardo
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As bancadas religiosas no congresso brasileiro são sinal da grande demanda pela renovação dos valores. A força dessas bancadas revela também o quanto o Brasil é um país conservador, apesar de os conservadores se manterem mais silenciosos no dia a dia ou mesmo pouco saberem o que é de fato ser conservador. Combinação que nos leva a um momento crítico, pois, enquanto os progressistas estão muito ocupados vivendo os prazeres proporcionados pelo dito Progresso, seus opositores não conseguem sucesso ao levantar os temas que necessitamos discutir. Fracassados, muitos conservadores optam pelo silencioso e sujo jogo do inimigo, conforme expliquei no texto anterior. Na modernidade não existe diálogo, apenas um ringue, uma luta onde o mais importante não é encontrar uma resposta, mas apenas vencer. Desconfio que a humanidade sempre foi assim. Pelo menos é o que conta o milenar Eclesiastes, que faz com que eu tenha ainda mais convicção de minhas i-
deias. Tanto políticas quanto religiosas. Os críticos das religiões falam muito da submissão que a Igreja impõe ao indivíduo e apontam os diversos pontos polêmicos dos livros religiosos. Porém, tomando-me como exemplo, quando catequizado, não me lembro de ter tratado temas duros como o holocausto de Isaac ou o sinal de Caim. A mensagem principal que recebi também não foi de submissão a Deus.
Lembro-me de muita ênfase dada aos dons do Espírito Santo, às Virtudes, aos Pecados Capitais, aos Dez Mandamentos etc. Valores que, acredito, fazem muito bem à convivência em sociedade. É verdade que a submissão a Deus e algumas mensagens mais complexas dos escritos religiosos podem trazer consequências perversas
se usadas por oportunistas. Porém, apesar de tudo o que apontam, pergunto que outra instituição moderna poderia promover a reunião de pessoas para discussão de valores da forma a que tive oportunidade no catecismo? Dentro de casa? Talvez nas casas norueguesas ou suecas sim, mas a modernidade foi mais severa por aqui e lembro o grande número de famílias dilaceradas por nosso rápido avanço rumo ao “desenvolvimento”. O fim das religiões, que tanto reivindicam os ateus, seria sim possível, mas é inviável até mesmo em longo prazo. Acredito que, ao invés de pensar na laicidade do Estado, a agenda do governo deveria abordar a renovação dos valores. Nesse contexto, as religiões são uma aliada vital para essa realização por serem, conforme dito, uma instituição especializada em valores. Se o Estado pode se aliar aos bancos para cuidar das finanças ou à indústria de base para cuidar de recursos naturais, por que não deve trabalhar os valores junto das diversas religiões?
Vou arriscar ainda mais dizendo que seguir uma religião, unir-se em grupos, manter um inimigo comum, transcender e pensar metafisicamente são uma necessidade psicológica humana. Ou melhor, uma necessidade fisiológica, porém de nosso sistema nervoso. O fim das religiões é impossível, mas talvez mudança, renovação ou mesmo migração sejam possíveis. Tanto que os novos ateus têm se unido em congregações que mimetizam as religiões mais intolerantes. Qual o perfil do ateu médio? São pessoas revoltadas, muitas vezes com questões pessoais ou familiares mal resolvidas, que compensam suas tensões atacando as crenças e valores alheios. Já houve um tempo em que existiam bons ateus, que pensavam com racionalidade e tinham condições de discutir com base suas ideias. Eu poderia até citar as reflexões de alguns não fosse a ânsia por rapidez. Spinoza e Nietchzche, moda entre os ateus, chegam a ser divinos em suas críticas. Críticas que chegaram a abalar minha fé no ser humano, mas nunca
em Deus. Talvez ainda haja ateus assim – embora eu não conheça – entretanto a inclusão digital amplifica a voz dos maus descrentes. Em minha concepção os ateus modernos são os escolhidos: chegaram antes ao tão anunciado “Progresso”. Eles são sem educação, superficiais, intolerantes e tudo o que querem é destruir o passado. E rápido, claro. Sei que esses maus ateus andam mais ou menos informados e cheios de exemplos, citações e espertezas para responderem a um ataque direto como fiz. A questão é que tratam sempre de exemplos, visões incompletas, distorcidas e pouco profundas, alardeadas como racionais. Sim, ainda hoje há guerras pela religião além de diversas atrocidades e pessoas de comportamento doentio ou até criminoso que apoiam seus atos na religião. Até o Diabo citou a Bíblia na tentativa de corromper Jesus. Da mesma forma muitas pessoas usa-
ram e usam facas para extremas maldades, porém ninguém culpa as facas ou fala em abolilas. Historicamente a religião é a grande portadora dos valores, por isso que eu a defendo. Há quem acredite em valores sem religião e talvez seja possível mesmo, porém as mudanças sociais são sempre um processo lento e gradual. O último que tentou forçar essas mudanças e criar valores a seu modo é lembrado com muito rancor nas discussões de baixo nível. A verdade inegável é que não há nenhuma experiência bem sucedida de sociedade duradoura sem religião. Então, é melhor não termos tanta esperança com tal paradigma. Finalizo lembrando que não sou contra o Progresso nem contra ateus. Sim, acredito que podemos melhorar sempre e é possível encontrar algo que possa ser chamado de Progresso
caso tenhamos mais cuidado com falácias. Declaro-me aberta e totalmente contra a velocidade com que “progredimos”, contra a associação ingênua entre “progresso” e “esdrúxulo”, e contra a linguagem torpe que tem sido utilizada na internet pelos críticos da religião. Podemos avançar e descobrir o “novo” sim. Aliás, devemos avançar, mas sempre com cautela e, por favor, ...
Aerodesign ITA Bronze no SAE East Aerodesign Competition
O LeviatĂŁ decolou alto para o 3Âş Lugar da Categoria Advanced
Julho de 2012