Nº14 JULHO 2011
16 entrevidas
Jorge Rebelo de Almeida
O homem do leme
20 inovação A Rota do Românico do Vale do Sousa. 30 ambientes Menos carbono, maior eficiência.
Luxo no Alentejo e outros nichos renovam turismo em Portugal
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editorial NOVAS ATRACÇÕES
A
pesar da conjuntura adversa, nos últimos cinco anos o grupo ANA aumentou em 4,5% ao ano o seu tráfego de passageiros, enquanto os destinos servidos pelos nossos aeroportos cresceram mais de 30%. Na base destes resultados está todo um trabalho de marketing, mas também uma estreita parceria com o sector do turismo. É natural: estando todos os nossos aeroportos em regiões turísticas, e sendo o turismo a nossa principal fronte de tráfego, é indispensável o alinhamento com as entidades do sector. Dessa cooperação, materializada no programa Initiative:pt, resultou nas duas últimas estações IATA um fluxo de 1,1 milhão de passageiros. Foram 35 rotas apoiadas, que geraram 4,4 milhões de dormidas e 525 milhões de euros de receita para as regiões. Trata-se de um trabalho conjunto, e só poderia ser assim. Se é óbvio que voos frequentes, a bons preços, são um motor da economia, a recíproca também é verdadeira: o aumento da procura aeroportuária não prescinde da atractividade das regiões. Noutras palavras, bons aeroportos e ligações são uma condição necessária, mas não suficiente. Sem uma boa oferta turística à chegada, as rotas conquistadas não são sustentáveis. Isto significa que o esforço feito até aqui, por melhores que sejam os resultados, é só um começo. Muito pode e deve ainda ser feito para levar mais longe esta concertação estratégica, envolvendo todos os actores, públicos ou privados. Na ANA não temos cruzado os braços. Continuamos a afinar o nosso modelo de negócio para garantir taxas competitivas e serviços cada vez mais ajustados às companhias aéreas. A melhorar as nossas infra-estruturas. E a investir como nunca na satisfação do passageiro.
Estando todos os nossos aeroportos em regiões turísticas, e sendo o turismo a nossa principal fronte de tráfego, é indispensável o alinhamento com as entidades do sector. Leonel Horta Ribeiro
Director de Estratégia e Marketing Aeroportuário
Nesta edição, olhamos para algumas iniciativas que mostram que também o sector do turismo está a fazer a sua parte. São projectos inovadores que estão a criar novos destinos e a revitalizar outros, atraindo novos públicos para novas experiências. A ANA, que é parte interessada num turismo cada vez mais pujante, não pode deixar de dar a essas ideias o seu aplauso e encorajamento.
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_sumário
editorial 03 em foco 06
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06 À procura
chegadas
A propósito do início da operação do Aeroporto de Beja fomos conhecer os hotéis de luxo do Alentejo. Em Évora, Tróia e Montemoro-Novo há estrelas que enchem o firmamento.
de novos turistas
entrevidas 16 inovação 20 insights 22
20 Rota do Românico de Vale de Sousa
16 Jorge Rebelo de Almeida FICH A TÉCN IC A
O homem do leme
Altura mínima 2 cm
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PROPRIEDADE: ANA - Aeroportos de Portugal SA Rua D - Edifício 120 - Aeroporto de Lisboa 1700-008 Lisboa - Portugal Tel (+351) 218 413 500 - Fax: (+351) 218 404 231 amagazine@ana.pt DIRECÇÃO: Octávia Carrilho PRODUÇÃO: Teresa Magalhães PROJECTO GRÁFICO E EDITORIAL: Hamlet - Comunicação de Marketing entre Empresas Rua Pinheiro Chagas nº17 - 4º 1050-174 Lisboa Tel 213 636 152 hamlet@hamlet.com.pt www.hamlet.com.pt REDACÇÃO: Cláudia Silveira EDIÇÃO: Cláudia Silveira e Jayme Kopke DESIGN: André Remédios FOTOGRAFIA: Um Ponto Quatro Carlos Ramos e Paulo Andrade PUBLICIDADE: Hamlet - Comunicação de Marketing entre Empresas Rua Pinheiro Chagas nº17 - 4º 1050-174 Lisboa Tel 213 636 152 IMPRESSÃO: Projecção, Arte Grafica S.A. Parque Industrial da Abrunheira - Qta. Levi, 1 2710-089 Sintra PERIODICIDADE: Trimestral TIRAGEM: 7500 exemplares DEPÓSITO LEGAL: 273250/08 ISSN: 1646-9097
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ambientes
A ANA está entre as Empresas mais Eficientes de 2010. Nesta edição mostramos algumas iniciativas e mudanças de hábitos que têm tornado a empresa cada vez mais amiga do ambiente. follow me 32
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partidas
O clima, a praia, a diversidade cultural e uma natureza sumptuosa fazem de Miami um apetecível destino de férias. Até Setembro, a TAP voa para o sul da Flórida 5 vezes por semana. lifestyle 40 aldeia global 48
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passageiro frequente
O crítico de cinema Rui Pedro Tendinha relata os “encontros” com estrelas da sétima arte em alguns terminais do mundo e explica porque é que os aeroportos são espaços cinemáticos.
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À PROCURA DE NOVOS TURISTAS Apesar da situação económica adversa, há projectos que fazem a diferença e se distinguem pelo seu carácter inovador. A sustentabilidade e a aposta em nichos de mercado são caminhos apontados pelos especialistas do sector do turismo.
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© Cheri Lucas
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omo noutras áreas, também no turismo a observação das tendências é essencial para se fazer uma correspondência entre a oferta e a procura. E ser empreendedor significa, antes de mais, saber ler a realidade do mercado. Foi isso que fizeram Tiago Venâncio e Gonçalo Figueiró, dois viajantes de mochila às costas, que se encontram por acaso num hostel em Buenos Aires. De volta a Lisboa os dois viajantes decidiram abrir o seu próprio hostel na capital portuguesa, numa altura em que na cidade existia apenas uma meia dúzia deste tipo de albergues com quartos colec tivos. O Travellers House abriu as portas em 2006, na Rua Augusta, e desde 2009 que ostenta o título de “melhor do mundo”, com base na classificação dos clientes do Hostel World, o maior site de reser vas de hostels. A qualidade dos primeiros foi contagiosa e todos os que surgiram depois encontram standards muito elevados. O resultado é que Lisboa tem quatro hostels no Top 10 mundial. Apesar da concorrência que agora já é muita, os hostels são um negócio empreendedor e próspero que tem levado o nome de Portugal além-fronteiras. Claro que falamos de um nicho de mercado, uma vez que os hostels são procurados por uma clientela muito específica, sobretudo jovens que, mais do que um sítio barato para dormir, buscam o ambiente multicultural que se vive nestes espaços. Mas cada vez mais a identificação e exploração de nichos de mercado é apontada pelos
A Rua Augusta vista a partir de uma das janelas do Travellers House e a sala de estar do hostel.
_em foco Apesar da concorrência que agora já é muita, os hostels são um negócio empreendedor e próspero que tem levado o nome de Portugal além-fronteiras. especialistas como um caminho para o turismo. É também esse o caso do surf. À semelhança da Ericeira (que abordamos na secção Ambientes desta edição) também Peniche se tem voltado nos últimos anos para a captação de turistas ligados ao surf, com uma forte aposta da Câmara Municipal que inclusivamente assumiu o nome de “Capital da Onda”. Em determinada altura, em Peniche pôs-se a escolha entre a preservação dos Supertubos – o tipo de ondas que existe na praia do Medão, comparável às que existem no Havai – e a construção de um porto de águas profundas. Basta andar um pouco pela cidade para perceber que venceu claramente a primeira. Existem 12 escolas de surf federadas, alojamento voltado para a comunidade de surfistas e uma estrutura de apoio à modalidade. Mesmo que a conjuntura económica não seja a melhor existem oportunidades para o turismo e muitos exemplos de sucesso, inovadores, que estão a criar novos destinos e a revitalizar outros, oferecendo novas
experiências a turistas com perfil diferente dos que tradicionalmente procuravam Portugal para as suas férias. A Amieira Marina, a empresa que gere os barcos-casa no Alqueva, é um deles. Vencedora do Prémio Inovação 2010 do Turismo do Alentejo, é um caso especial, por se tratar de uma marina de interior. Complementando o serviço de aluguer de barcos-casa, a empresa tem diversificado a sua oferta com múltiplos programas: provas de vinhos e azeites, passeios de balão, de Moto 4, a cavalo e de charrete, cursos de vela ligeira e cruzeiro, ski e wakebord. A empresa tem também impulsionado o circuito do megalitismo na região, que inclui locais como Monsaraz e o Telheiro. A Amieira Marina é também uma das 14 marinas e portos de recreio que este ano foram galardoadas com a bandeira azul. Outro exemplo, também fluvial, de como se pode aproveitar as características locais para contribuir, de uma forma sustentável, para o desenvolvimento da região, é o da Barragem do Maranhão, em Avis, no norte alentejano. Devido às condições climatéricas e geográficas privilegiadas, esta barragem da década de 50 oferece um enorme potencial para a prática de desportos náuticos. Diversas selecções e equipas olímpicas têm procurado a barragem para treinar antes de eventos desportivos importantes. A escassez de alojamento era um problema mas em 2009 abriu o Herdade da Cortesia Hotel, uma unidade de 4 estrelas com um arrojado projecto de arquitectura contemporânea, perfeitamente inserido na paisagem alentejana.
O logo criado pela Câmara Municipal de Peniche para atrair os adeptos dos desportos ligados ao mar.
Aula de surf da escola Tribo do Mar. Já são mais de 12 as escolas de surf federadas em Peniche.
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_em foco Os barcos-casa são o principal chamariz mas na Amieira Marina é possível fazer muitos outros programas.
Se deixarmos o continente e rumarmos à bela ilha da Madeira vamos encontrar outro nicho que o geógrafo e investigador madeirense Raimundo Quintal, com base numa série de dados, diz representar já uma receita superior a 3,5 milhões de euros: os jardins da ilha. Em 2008 foram quase 600 mil as visitas pagas nos três principais jardins da cidade do Funchal: Jardim Botânico, Quinta do Palheiro Ferreiro e o Jardim Tropical Monte Palace, da Fundação Joe Berardo. Estes resultados estão com certeza ligados com a tradicional paixão dos ingleses – o principal mercado emissor da Madeira – pelas plantas e pela botânica, que poderão ser mais explorados no futuro. O ecoturismo, o surf, a observação de aves, o turismo de saúde e bem-estar são alguns dos nichos que já são explorados em Portugal e que complementam a oferta de interesse geral. Muitos outros podem ser encontrados. No Algarve, vários autarcas têm alertado que a região pode estar a desperdiçar qualquer coisa como de oito milhões de euros anuais em receitas turísticas ao não criar condições para o autocaravanismo, uma modalidade que pode dar mais movimento ao interior e promover receitas adicionais. O Algarve recebe anualmente mais de 37 mil autocaravanas, mas a maior parte acaba por ficar fora dos parques de campismo. Os dados constam de um estudo
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da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, apresentado em 2008, mas a situação pouco ou nada se alterou desde então. Na última revisão do Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), apresentada pelo secretário de Turismo por ocasião da Bolsa de Turismo de Lisboa, em Fevereiro, a sustentabilidade é apontada como uma das principais estratégias para o desenvolvimento turístico em Portugal. A requalificação do produto sol e mar foi uma das sugestões contidas na proposta de revisão apresentada por Bernardo Trindade. Ainda no que toca aos produtos, a aposta numa estruturação inovadora do turismo cultural e religioso, o reforço do golfe, do turismo de negócios e
O Jardim Botânico está entre os mais visitados na cidade do Funchal.
da “estruturação do turismo de saúde e bem-estar enquanto atenuadores da sazonalidade” são outras propostas. O documento refere que o mercado espanhol deverá ser assumido “como prioritário para o crescimento externo”, deve ser defendida a posição do Reino Unido e da Alemanha e dinamizado o crescimento em oito mercados, entre os quais o Brasil.
De acordo com o PENT, “Portugal deverá crescer acima da média europeia, sobretudo ao nível das receitas, visto que se assume como prioridade o incremento da receita média por turista. Os objectivos definidos apontam para um crescimento médio anual de 8,4% nas receitas e de 4,6% nas dormidas até 2015”. Na mesma altura o secretário de Estado disse ainda aos jornalistas que se prevê atingir os 15 milhões de hóspedes em 2015 e que o peso do turismo para as exportações deverá atingir os 15,8% nesse mesmo ano.
Diversas selecções e equipas olímpicas têm procurado a Barragem do Maranhão, em Avis, para treinar.
UM SÉCULO DE TURISMO Corria Maio de 1911 quando se realizou na Sociedade de Geografia de Lisboa o IV Congresso Internacional de Turismo e o governo republicano anunciou a criação da Repartição de Turismo. No ano seguinte a Sociedade Propaganda de Portugal editou a Carta Excursionista de Portugal e no ano seguinte, a convite da entidade, “jornalistas ingleses percorrem o país durante 15 dias em viagem de estudo”.
Estas são apenas as três primeiras entradas de uma cronologia que já atingiu os 100 anos: a da institucionalização do turismo em Portugal. Para comemorar a data, a Comissão Nacional do Centenário do turismo organizou em todo o país debates, exposições, concertos, visitas e muito mais. Para ficar a conhecer toda a programação visite o site www.centenariodoturismo.org
QUEM SÃO OS TURISTAS QUE VIAJAM EM LOW COST? O turismo é a principal fonte de tráfego dos aeroportos da ANA e estes são fundamentais para impulsionar a actividade. Foi desta reciprocidade evidente que nasceu o Initiative:pt, um programa que fomenta o desenvolvimento turístico através do crescimento sustentado de novas rotas aéreas. Durante as duas últimas estações IATA, as 35 rotas apoiadas trouxeram a Portugal 1,1 milhões de passageiros (ou turistas, se preferirmos). Segundo o Director de Estratégia e Marketing Aeroportuário da ANA, Horta Ribeiro, estes movimentos geraram 4,4 milhões de dormidas e 525 milhões de euros de receita para as regiões. Do total de passageiros transportados nestas rotas, os passageiros outbound (os que saem do país) representam 11,2%, enquanto 0,9% são passageiros em trânsito e 87,9% são inbound (os que chegam de fora). Cerca de 95% dos passageiros inbound foram turistas em Portugal e, destes, 81,7% passaram a totalidade das suas estadas nas regiões dos aeroportos onde desembarcaram. Para conhecer o perfil dos turistas que chegaram a Portugal nestas rotas, a ANA, em parceria com o Turismo de Portugal e a Universidade do Algarve, realizou um
estudo através de inquéritos feitos aos passageiros. Uma das conclusões mais interessantes é a de que os turistas que visitaram Portugal por via destas rotas apresentam elevados níveis educacionais e um bom poder de compra. “Estes resultados sugerem que quem viaja em low cost não são apenas passageiros com baixos rendimentos, pelo contrário, são pessoas racionais, determinadas, que atribuem valor ao dinheiro. Este aspecto é reforçado quando se verifica que a opção por Portugal decorre de uma decisão ponderada e não da oportunidade de viajar com custos baixos”, explica Antónia Correia, investigadora da Universidade do Algarve, que coordenou o estudo. De entre os turistas que escolheram Portugal, 37% visitam o país numa base anual e 61,9% estiveram em Portugal no ano de 2009/2010 pela primeira vez, o que mostra a importância do programa na captação de novos mercados. Outras conclusões mostram que grande parte dos turistas reserva a viagem na internet ou através de operadores turísticos e se faz acompanhar pela família, ainda que muitos dos que permanecem em Lisboa viajem sozinhos e aqueles que escolhem o Algarve elejam a companhia de amigos.
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_chegadas
ALENTEJO 5 ESTRELAS Chamam-lhe “o segredo mais bem guardado de Portugal”. Com uma área que cobre cerca de um terço do país e uma baixa densidade populacional, o Alentejo continua um destino por descobrir. A paisagem de planície, os sobreiros, a vinha, o olival, as aldeias caiadas de branco, mas também o mar e a praia, fazem da região um local perfeito para um turismo de natureza e cultura. Aqui estão também quatro dos mais luxuosos hotéis do país. Hotel L’AND Vineyards
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om uma forte ligação ao vinho, abriu em Maio a mais recente unidade de 5 estrelas no Alentejo, o hotel L’AND Vineyards. Numa atmosfera de luxo sóbrio, cada uma das 22 suites, de 120m2, tem um terraço privado com lareira, vista para o lago, acesso directo à piscina e acessos à tecnologia através de Ipad e Ipod, entre outros detalhes que fazem a diferença. As dez L’AND Sky View Suites permitem dormir debaixo das estrelas, já que o tecto do quarto abre na totalidade, e integram no pátio privado uma “plunge pool” aquecida. Já as doze L’AND View Suites permitem ao visitante usufruir de um jacuzzi exterior privado e de um quarto extra na suite. Promovido pela Sousa Cunhal Turismo, em parceria com o Grupo Lágrimas Hotels & Emotions, o hotel faz parte de um projecto bem mais abrangente. Com o total de 66 hectares, o L’AND Vineyards engloba ainda um empreendimento residencial com 145 habitações, um wine club, uma adega e um spa. No centro de todo o empreendimento ficam as áreas comuns, sala de estar e biblioteca, o restaurante e o pátio lounge, e a loja de produtos exclusivos L’AND Made. Situado na Herdade das Valadas, a quatro quilómetros de Montemor-o-Novo, o L’AND Vineyards desenvolve-se em torno de um vale central de vinha, olival e um lago, comunicante com as diversas unidades de alojamento que nascem na paisagem ordenadas em pequenos núcleos, recuperando a tipologia tradicional dos montes alentejanos. Foram seis os arquitectos, nacionais e estrangeiros, que deixaram a sua marca tanto na paisagem como nas diversas construções que
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compõem o empreendimento: a Promontório Arquitectos, de Lisboa, a Sergison Bates Architects, de Londres, João Luís Carrilho da Graça Arquitectos, de Lisboa, a Architekturbüro Peter Märkli, de Zurique, José Paulo dos Santos Arquitecto, do Porto, e João Ferreira Nunes, também de Lisboa, que assinou o paisagismo. Já a decoração de interiores dos espaços públicos – adega, restaurante e hotel – ficou a cargo de Márcio Kogan. O conceito da decoração do arquitecto brasileiro assenta na reedição de peças de mobiliário que fizeram sucesso nos anos 70, como as cadeiras dinamarquesas e a iluminação vintage. O empreendimento promete trazer novas experiências ligadas ao vinho, onde se incluem provas, cursos de enologia e a possibilidade de ter uma pequena produção própria.
Com uma forte ligação ao vinho e uma atmosfera de luxo sóbrio, o L’AND Vineyards é o mais recente 5 estrelas do Alentejo.
A vista para o rio e a Arrábida a partir do Tróia Design Hotel. Sobre a marina, a fachada iluminada pode ser vista a partir de Setúbal.
Tróia Design Hotel, Grândola
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Tróia Design Hotel é na realidade um sofisticado resort de 5 estrelas com vistas magníficas para o mar, para o rio e para a Serra da Arrábida. O projecto de arquitectura apostou na renovação do hotel desenhado nos anos 60, que existia no local, e manteve os materiais usados no projecto original, vidro, betão, cromados, cruzando-os com madeiras e lacados. Os 61 quartos e 144 suites residenciais repartem-se pelos 14 pisos do edifício de varandas ondulantes que, assim que o sol se põe, se iluminam e comunicam com a outra margem do estuário do Sado. No interior, o uso de vidro na compartimentação dos quartos cria uma maior sensação de amplitude, dando ênfase à relação única entre os interiores do edifício e a paisagem natural. A colecção de mobiliário foi desenhada quase integralmente para o hotel e é complementada por peças de marcas internacionais de design contemporâneo, tais como Carl Hansen, Flos, Liv’ít, Driad, Vitra, entre outras. O resultado são ambientes sofisticados, mas sem excessos, clean e de design contemporâneo, confortáveis e muito convidativos. Do hotel fazem ainda parte um spa com 1200 m2 e piscina interior, um kids club com um conceito inovador de actividades “indoor” e “outdoor” e, no exterior, duas piscinas: uma com vista para o mar e para a serra e outra só para crianças. Dentro de portas os hóspedes são convidados a descobrir os restaurantes e lounge bar que o hotel oferece, verdadeiros espaços de design, onde a aposta recai na qualidade e na excelência do serviço. Aberto em 2009, o Tróia Design Hotel soube tirar proveito de uma localização realmente privilegiada. A Península de Tróia é um braço de terra que rasga o verde do rio e o azul do oceano e oferece praias de areia branca, dunas selvagens e trilhos que nos levam a lugares encantados de uma Reserva Natural habitada por espécies únicas. O Tróia Design Hotel integra o portfólio Blue & Green Hotels da Amorim Turismo, que inclui também o The Lake Resort e o Vilalara Thalassa Resort.
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_chegadas
Decoração contemporânea e peças de design são imagem de marca do M’Ar de Ar Aqueduto Hotel.
A iluminação e a música certas criam uma atmosfera ideal para relaxar.
M’Ar de Ar Aqueduto Hotel, Évora
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o coração do centro histórico de Évora, sobranceiro às antigas muralhas da cidade e ao Aqueduto da Água de Prata, que ainda abastece os fontanários, abriu em 2008, num palácio quinhentista, um hotel de design. Do Palácio dos Sepúlveda conservou-se a magnífica capela, os tectos em abóboda e três janelas manuelinas na fachada principal. O projecto de arquitectura contemplou, integrada no edifício original, uma nova ala que se desenvolveu em redor de um grande jardim e da piscina. Apesar da aposta numa arquitectura e decoração contemporânea, onde se destacam muitas peças de design, a atmosfera do M’Ar de Ar Aqueduto é acolhedora. Além dos 64 quartos e das diversas áreas públicas, o hotel tem ainda condições especiais para eventos até 200 pessoas. As salas de reunião ficam no palácio e também em algumas alas do antigo
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Colégio de São Manços, contíguo ao hotel, entre as quais a antiga capela. Para uma tranquilidade absoluta aconselha-se uma visita ao luxuoso spa, de 220 m2, para uma sessão de sauna, jacuzzi, um aromático banho turco ou uma massagem Vichy. De não perder é também o restaurante Degust`AR, aberto para almoços e jantares, onde pode descobrir uma mistura criativa de sabores alentejanos e mediterrâneos com a assinatura do Chefe António Nobre. À noite, não há que enganar, o spot para se estar é o fantástico terraço à volta da piscina. A muralha iluminada, muitas velas e música chill out criam o ambiente certo. Além de tudo, o M’Ar de Ar Aqueduto tem a localização mais que perfeita para partir à descoberta da cidade que a UNESCO considerou Património da Humanidade. Saindo do hotel, na Rua Cândido dos Reis, caminha-se por algumas das ruas mais bonitas de Évora, passa-se o Teatro Garcia de Resende e alguns dos melhores locais para comer e chega-se à belíssima Praça do Giraldo.
Hotel Convento do Espinheiro, Évora
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dois quilómetros de Évora ergue-se o Convento do Espinheiro, o primeiro 5 estrelas a abrir as portas no Alentejo, em 2005. Imerso em história, o edifício foi um convento dos monges da Ordem de S. Jerónimo. Adquirido pela família Camacho, após três anos de obras transformou-se num esplendoroso hotel, um dos dois únicos que fazem parte da Luxury Collection em Portugal. Enquanto o interior foi luxuosamente decorado, com a preocupação de manter o carácter do local, no exterior há 8 hectares de magníficos jardins. No convento em si existem 17 quartos e 6 suítes, e a ala nova dispõe de 36 quartos com vista para a piscina ou jardim interior. A partir de Setembro de 2008 foram inaugurados mais 33 quartos, com uma decoração mais contemporânea, totalizando assim 92 quartos.
Numa simbiose perfeita entre o antigo e o novo, o hotel oferece um restaurante gourmet localizado na antiga adega do convento, e um Piano Bar resultante da reconversão da cozinha utilizada pelos monges. Na cisterna gótica foi criada uma área para prova de vinhos e produtos regionais. O Convento do Espinheiro dispõe ainda de um conjunto de salas especialmente vocacionadas para diferentes tipos de reuniões e eventos. Integrada neste ambiente existe uma imponente igreja com valiosos retábulos de talha dourada e azulejos de várias épocas. Para uma estadia realmente relaxante, o Convento do Espinheiro integra também o Diana Spa, um espaço onde as modernas terapias e os mais variados tratamentos se encontram com a história do edifício. A sala de relaxamento oferece uma magnífica vista sobre a paisagem alentejana. Conta a lenda que por volta do ano de 1400 a Virgem terá aparecido sobre um espinheiro neste local. Em 1412 foi mandada construir uma ermida em honra de Nossa Senhora e, dada a crescente importância do local como ponto de peregrinação, em 1458 foi fundada a igreja e depois o convento. Este recebia frequentemente a visita dos reis, sobretudo os da Dinastia de Avis, que tinham uma grande devoção à Virgem.
O restaurante Divinus, na antiga adega do Convento, oferece sabores mediterrânicos com um toque do Alentejo.
A piscina exterior, rodeada de oliveiras.
O claustro do Convento do Espinheiro.
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_chegadas TURISTAS INGLESES DESCOBREM O ALENTEJO Até 16 de Outubro o operador turístico inglês Sunvil Discovery completará 22 rotações entre o Aeroporto de Beja e o de Heathrow, em Londres. Todos os domingos, desde 22 de Maio, um avião Embraer 145 de 49 lugares aterra em Beja com turistas ingleses curiosos sobre o Alentejo.
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A Sunvil é um operador vocacionado para o construção de três hotéis nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, segmento “sol e mar”, especialista em destinos destaca o projecto da Aeromec, que vai promover a construção e menos explorados e hotéis mais pequenos e exploração de um hangar para reparação de aviões em Beja, num familiares. Na brochura que preparou para o Alentejo, investimento total de 5 milhões de euros. Outra vertente para a a Sunvil incluiu diversas unidades hoteleiras, com exploração do aeroporto é o estacionamento de longa duração, destaque para a Costa alentejana, entre Tróia e Sines. A para o qual também já começa a haver procura. promoção do programa ficou a cargo do operador, que a Mas o grande desafio, nota Beja Neves, é colocar o Alentejo divulgou no Reino Unido. no mapa turístico. “Há muita vontade de o fazer e o aeroporto Esta operação foi a resposta ao compromisso veio dar mais entusiasmo a esse trabalho de mostrar o Alentejo ao assumido pela ANA de iniciar no Verão IATA de 2011 mundo. As paisagens, a gastronomia, a história, as aves, há muitos as ligações comerciais a partir do Aeroporto de Beja. É factores de atracção no Alentejo”. A região, que conta actualmente também o resultado de um grande esforço de promoção com 12 mil camas, recebe cerca de 160 mil visitantes por ano. do destino Alentejo no exterior, por parte das entidades Há poucos meses a edição online do jornal britânico “The Times” regionais de turismo, e do marketing da ANA para atrair colocava Beja como “um dos cinco destinos internacionais de tráfego para o aeroporto. eleição para viajar no próximo Verão”, sublinhando como motivo de Pedro Beja Neves, assessor do Conselho de interesse a visita às aldeias caiadas de branco e as vilas carregadas Administração da ANA e responsável pelo desenvolvimento de história. O Alentejo surgia destacado ao lado de locais como do Aeroporto de Beja, está animado quanto à previsão Buenos Aires, na Argentina, Amã, na Jordânia, Vilnius, na Lituânia, para 2012. “Estamos a trabalhar em vários mercados, e Porto Rico. nomeadamente no alemão, holandês e austríaco e existem O aeroporto foi oficialmente inaugurado a 14 de Abril com um boas perspectivas de 2012 ser um ano bastante animador voo dos Transportes Aéreos de Cabo Verde que ligou Beja à Cidade em termos de ligações aéreas para Beja”. da Praia, na ilha de Santiago. A equipa da Direcção de Estratégia e Marketing Aeroportuário tem feito um esforço grande para atrair companhias, participando activamente nos real alentejo eventos de desenvolvimento de rotas, como o primeiro Routes Mediterranean, que decorreu al’s r Portug t e v o em Fevereiro em Antalya, na Turquia, mais c is e D pt secr vocacionado para férias, ou no Routes Europe, best-ke hotel em Cagliari, na Itália, em Maio passado. achfront ia Luxury be sort Suite Hotels, Tro Aqualuz Re Na região existem muitos interessados em dinamizar voos regulares para Beja. É o caso da gem An historic Evora ra, Hotel Evo Herdade dos Grous, com quem já foi assinado um protocolo de cooperação, ou o Grupo Roquette, que t tes Rural retrea, Vila Nova de Milfon Eira Casa da tem em construção um grande empreendimento turístico na zona do Alqueva. Outros acordos foram 62pp* B from £4 7 nights B& assinados com a alemã TUIfly, a Urbanos, que instalará em Beja um pólo de carga aérea e logística, e a Aeromec. 9784 020 8232 k/tel Beja Neves, que recentemente deixou a Direcção sunvil.co.u de Imobiliário após ter impulsionado os projectos de long, trees and three dunes, pine includes area of sand ay aluz resort Troia is an -star holid s. The Aqu s of a four y beache white sand the amenitie enjoys all ds. crow hotels and the – without complex
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Publicidade da operação para Beja no jornal inglês Sunday Telegraph.
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No ano passado a produção de vinhos da Casa de Santa Vitória alcançou um milhão de garrafas.
O HOMEM DO LEME
Empreendedor nato e optimista por natureza, nem a actual conjuntura pára Jorge Rebelo de Almeida. O homem à frente dos hotéis Vila Galé pretende continuar a expansão da rede, que é a segunda maior em Portugal, e continuar a investir no Brasil, agora com condomínios imobiliários e uma gama de hotéis económicos.
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o lobby do hotel tudo remete para a ópera, que lhe dá o nome. As máscaras venezianas junto ao balcão da recepção, as partituras expostas nas paredes, os manequins vestidos a rigor em montras que enchem uma parede de alto a baixo. Como nos negócios, na decoração dos seus hotéis Jorge Rebelo de Almeida não deixa nada ao acaso nem delega em ninguém. Pontual e descontraído, o presidente do Conselho de Administração da Vila Galé justifica-se: “No trabalho, há muitas coisas que temos de fazer e que são uma chatice e há outras que, apesar de darem muito trabalho, dão muito prazer. A decoração é uma delas.” Com 26 hotéis, 6 dos quais no Brasil, nem a actual situação económica do país faz abrandar O Vila Galé Cumbuco inaugurou no ano passado e é neste momento a jóia da coroa.
este advogado que virou hoteleiro. Pelo contrário. Com vários empreendimentos a aguardar licenças em Portugal e projectos a decorrer no Brasil, diz que, embora a situação seja preocupante, é preciso continuar a investir. E o investimento, defende, deve ser especialmente canalizado para o turismo, que é uma das áreas económicas que pode sustentar o crescimento económico de que o país necessita. “Infelizmente para nós, a crise não é só portuguesa. Mas acredito que havendo uma recuperação mais rápida na Europa do que em Portugal, os fluxos turísticos para Portugal aumentarão”. Para impulsionar a retoma económica, há outras coisas que, para Jorge Rebelo de Almeida, são óbvias: investimento estrangeiro em Portugal e o aumento das exportações. “Infelizmente não vemos ninguém a discutir um pacote de incentivos para atrair essas empresas. E devemos, todos, puxar pela imaginação e ver como é que podemos incentivar mais as exportações nacionais”. Para perceber que devemos, portugueses, comprar cada vez mais produtos de Portugal, é que não é preciso puxar pela imaginação. “Hoje, não só o que é nacional é bom mas sobretudo é fundamental que compremos o nacional”. Depois de décadas que descreve como “de grande especulação financeira e de criação de produtos que são verdadeiras ficções”, o empresário defende que “a economia no mundo tem de voltar às coisas palpáveis, à riqueza real, a que gera emprego”. Em Portugal, diz, é fundamental a reanimação de sectores como a agricultura e as pescas. Embora reconheça que a situação é preocupante, mais grave, diz, “é, para nós, empresários, não vermos os verdadeiros problemas do país a serem discutidos e haver um tremendo desgaste de energia em coisas supérfluas”. Os últimos dois anos não foram famosos. Houve menos gente a viajar, uma redução das taxas de ocupação e das receitas. Mesmo
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no primeiro trimestre deste ano, os sinais não foram ainda Arcos, junto à marginal. Além da recuperação do palácio, positivos para a Vila Galé e só em Abril se sentiu uma será construído na parte de trás do jardim um hotel que recuperação significativa, com um crescimento de 15% em deverá estar concluído no fim de 2012. Em carteira tem relação ao ano passado. mais quatro projectos, em Évora, Sintra, Caxias e Beja, Quanto às expectativas para os próximos meses, o para os quais aguarda o licenciamento. número de reservas em carteira é também superior ao dos De há uns anos para cá lançou-se também no negócio anos anteriores, embora a grande volatilidade dos tempos do vinho e do azeite com a marca Casa de Santa Vitória, actuais, associada à natureza sensível da actividade, torne a partir da herdade situada junto do hotel Clube de a possibilidade de cancelamento das reservas bem real. Campo, em Beja. No ano passado a produção já foi de As notícias sobre instabilidade social no país também não um milhão de garrafas de vinho e espera continuar a ajudam. “É verdade que há pessoas a passar dificuldades crescer este ano, também através da exportação, mas isso não tem tido reflexos práticos, sobretudo para o Brasil. nós por natureza somos um povo Entre Portugal e o Brasil, Fora de portas, foi pacífico e tranquilo. Crise financeira nós o grupo Vila Galé emprega exactamente o Brasil temos, crise económica nós também na hotelaria cerca de 2500 que Jorge Rebelo de temos, agora, instabilidade social, não pessoas. De Rebelo de Almeida Almeida escolheu temos. Portugal continua a ser um país para investir. Há 11 conta-se que trata todos os óptimo para fazer turismo”. anos abriu o primeiro empregados pelo nome, uma Desde que se lançou nesta actividade, hotel, em Salvador da Portugal nunca teve uma oferta hoteleira história que rapidamente Bahia, e daí para cá já tão consistente como hoje. “As unidades corrige: “Isso era verdade até inaugurou cinco outras hoteleiras estão melhores, o nível de ao sétimo ou oitavo hotel… unidades. A primeira é profissionalismo do sector melhorou hoje em dia, os badges que as em Fortaleza, a segunda muito, não só os hotéis, também os rentem Guarajuba, no litoral pessoas trazem ao peito são a-car, os restaurantes, as agências de da Bahia, a terceira uma grande ajuda”. viagem… E em termos de acessibilidades, no Cumbuco, Ceará, este país é um luxo”. Por tudo isto, acredita que o país tem e as outras duas são uma parceria com o Fundo de condições para recuperar uma excelente imagem como Pensões da Caixa Económica Federal: o EcoResort de destino de férias, não só para os europeus mas também Angra dos Reis e o EcoResort do Cabo, no Cabo de para outros mercados. Santo Agostinho, entre Recife e Porto de Galinhas, no A mensagem de optimismo que procura passar é a mesma estado de Pernambuco. Um portfólio que faz da Vila que aplica dentro da sua empresa. No ano passado, um ano Galé a maior rede de resorts daquele país. de crise, abriu o Vila Galé Coimbra e o Vila Galé Cumbuco, No Brasil os investimentos da Vila Galé continuam no Brasil. No anterior inaugurou o Vila Galé Lagos e este ano com um conjunto de apostas para concretizar no vai começar a construção do Palácio dos Arcos, em Paço de curto prazo. É o caso dos condomínios imobiliários,
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Ocupar-se da decoração dos hotéis é para Jorge Rebelo de Almeida um prazer de que não abdica. O Vila Galé Ópera é uma homenagem a uma das suas paixões mais antigas.
Situado em Guarajuba, no litoral da Bahia, o Vila Galé Marés é outro dos resorts brasileiros da rede.
baptizados de VG Fun Residence, que serão vendidos mas onde a Vila Galé assegurará a prestação dos serviços hoteleiros. O primeiro vai ficar ao lado do hotel de Fortaleza e o segundo, a ser lançado em Julho, será também contíguo a outro hotel do grupo, o de Cumbuco, embora, nota Jorge Rebelo de Almeida, não tenha que ser sempre assim. Outra novidade, também no Brasil, é o lançamento de uma rede de hotéis económicos, a VG Express, em várias cidades do país. Rebelo de Almeida está entusiasmado com este projecto, que diz ser um tiro certeiro, com perspectiva de crescimento grande. “No Brasil há um espaço tremendo para este tipo de produto, em muitas cidades há uma carência grande de hotéis de qualidade. Por
Durante um safari na Tanzânia, uma das viagens que mais o marcou.
ser económico, o hotel não deixará de ser atraente, vai ter é um serviço muito simplificado e reduzido, sem room service, frigobar ou restaurante, terá apenas um coffee shop. Partimos do princípio que há muita gente, de todas as idades e níveis económicos, que gosta de ficar num hotel bonito e não tem necessidade que o hotel lhe ofereça mais nada porque querem conhecer a oferta da cidade”. Fortaleza é a primeira localização que já foi conhecida mas estão previstos, ao todo, 12 hotéis. Ao fim de mais de uma década a trabalhar no Brasil, tem a vantagem de conhecer bem a realidade local e saber com o que pode contar. Apaixonado pelo país, reconhece, no entanto, que ali pode ser mais complicado fazer negócios. “Muitas vezes as coisas estão combinadas, prontas para avançar, e anda tudo para trás. Mais ou menos como o Caetano canta: ‘Fala que me ama só que é da boca para fora’”. Entre Portugal e o Brasil, o grupo Vila Galé emprega na hotelaria cerca de 2500 pessoas. De Rebelo de Almeida conta-se que trata todos os empregados pelo nome, uma história que rapidamente corrige: “Isso era verdade até ao sétimo ou oitavo hotel… hoje em dia, os badges que as pessoas trazem ao peito são uma grande ajuda”. Licenciou-se em Direito enquanto trabalhava no Ministério das Obras Públicas e trabalhou sobretudo em consultoria a empresas, na área da construção e do turismo. Diz que gostou imenso de ser advogado mas que lhe faltava o gozo de concretizar coisas, de ver feito. Por isso, em 1986, com dois amigos, criou a Vila Galé e dois anos mais tarde abriu o primeiro hotel, na praia da Galé, em Albufeira. O trabalho e as deslocações constantes entre Portugal e o Brasil não impedem que desfrute a vida. Como “bon vivant”, gosta de cantar, de dançar e de viajar. Tem no continente africano um destino predilecto e uma viagem recente à Tanzânia como uma das preferidas. A ópera, que inspirou a decoração do Vila Galé Ópera, em Alcântara, onde recebeu a A Magazine, é das paixões mais antigas, embora tenha cada vez menos tempo para assistir. Começou a ir ainda garoto, antes do 25 de Abril, numa época em que Lisboa era um dos grandes palcos de ópera da Europa. Não tendo condições para ir ao S. Carlos, cujos preços eram acessíveis apenas a uma minoria, costumava assistir aos espectáculos que eram repetidos no Coliseu dos Recreios. “Constatei mais tarde, quando fui pela primeira vez ao S. Carlos, que o ambiente era muito mais caloroso e vibrante no Coliseu. Os próprios artistas referiam que os espectáculos ali eram mais empolgantes”. Isto acontecia porque os verdadeiros apreciadores e conhecedores eram os que iam até às Portas de Santo Antão. Ao S. Carlos ia quem tinha de ir por motivos sociais. Frequentemente, o canto lírico ecoa debaixo da Ponte 25 de Abril, em noites temáticas dedicadas à ópera, em que, no restaurante Falstaff, a Traviata de caramelo é saboreada ao som de ópera italiana.
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O ROMÂNICO AO SERVIÇO DA REGIÃO A Rota do Românico do Vale do Sousa é um dos melhores exemplos de como o património cultural pode ser usado para incentivar o turismo e desenvolver de forma sustentável uma região. São 21 monumentos que servem de pretexto para partir à descoberta do coração do Norte de Portugal.
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ão surgiu de um dia para o outro. Desde que se começaram a seleccionar os monumentos que a deveriam integrar, em 2008, passaram dez anos até à apresentação da rota à região e ao país. Hoje, a Rota do Românico do Vale do Sousa, premiada em Portugal e no estrangeiro, é um dos melhores exemplos de aproveitamento do património cultural e arquitectónico para a criação de riqueza numa região. São mosteiros, igrejas, ermidas, pontes, torres e monumentos funerários, num total de 21 monumentos, que guardam lendas e histórias do tempo da fundação de Portugal e que testemunham a importância deste território na história da nobreza e das ordens religiosas no país. Muitos estavam em mau estado de conservação e receberam obras de restauro. Foi no final do século XI que o estilo românico começou a surgir por cá, com a chegada à Península Ibérica de ordens religiosas e militares. A expansão da arquitectura românica em Portugal coincide com o reinado de D. Afonso Henriques, época em que se iniciaram as obras das Sés de Lisboa, de Coimbra e do Porto e que se construiu o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Mas, no contexto do românico português, a arquitectura românica do Tâmega e do Sousa apresenta características muito peculiares. A sua singularidade reside nos temas e nas técnicas usadas, com uma preferência pelos elementos vegetalistas na escultura e com o uso da técnica do bisel – nos capitéis e frisos – muito frequente nas Épocas Visigótica e Moçárabe. Nas igrejas do Tâmega e do Sousa a figura humana pouco aparece e os temas com animais apenas pontualmente, sustentando os portais, como defesas das entradas do templo. A Igreja do Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, em Penafiel, assume uma importância especial, já que terá sido aqui que se forjou uma corrente que deu origem ao românico nacionalizado.
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O Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, classificado como Monumento Nacional desde 1910, foi um dos mais importantes mosteiros Beneditinos de Entre-Douro-e-Minho.
Estas foram as terras onde habitaram algumas das famílias nobres do início da nacionalidade, como os Ribadouro, da qual descende Egas Moniz, o famoso aio de D. Afonso Henriques. O seu túmulo pode ser visitado no Mosteiro de Paço de Sousa. Foi ancorada num conjunto de monumentos de grande valor e particularidade que se criou a Rota do Românico de Vale de Sousa, que coloca a região como um destino de referência do românico. Para além da história, os visitantes são desafiados a caminhar por trilhos seculares, conhecer lugares cheios de tradição e contactar com as gentes da região, com os seus usos e costumes.
A comunhão com a natureza é outro aspecto que a Rota procura fomentar, através de percursos pedestres, passeios de bicicleta ou actividades mais radicais como a descida de rafting do rio Paiva. Seja através do site ou dos postos de informação turística, os visitantes podem organizar a sua visita e seleccionar o que mais gostariam de fazer na região. Existem muitas sugestões que vão das festas e romarias, passando pelo artesanato (como os bordados e trabalhos em linho, ou o restauro de peças de arte em talha e madeira), até, claro, à cozinha tradicional, sempre regada com os vinhos verdes da região. A Rota do Românico de Vale de Sousa resultou da colaboração da Valsousa – Comunidade Urbana do Vale do Sousa com o então Instituto Português do Património Arquitectónico e a entretanto extinta Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
O estilo de decoração do Memorial da Ermida, no concelho de Penafiel, aponta para o século XIII.
Foi um projecto que surgiu no âmbito de um programa do governo para o desenvolvimento sustentado de actividades económicas e de emprego no Vale do Sousa, uma das regiões do país mais afectadas pelo desemprego. A Rota começou por abranger os concelhos do Vale do Sousa (Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel) mas no ano passado cresceu e passou a integrar também todos os municípios da sub-região do Tâmega (Amarante, Baião, Celorico de Basto e Marco de Canaveses) e ainda Cinfães e Resende. A origem da igreja do Mosteiro de São Pedro de Ferreira remonta ao século X.
A Ponte de Vilela, sobre o rio Sousa, data dos séculos XVII-XVIII. Construída em granito, é composta por quatro arcos de volta perfeita.
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BOA C ATMOSFERA EM FARO Luz ideal, temperatura perfeita e ar interior de qualidade, é esta a atmosfera no Aeroporto de Faro desde que se instalou o Janus E2S. Trata-se de um inovador sistema de monitorização energética que também permite uma gestão mais eficiente do consumo de energia.
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hama-se JanusE2S, o que é um nome relativamente simples tendo em conta as suas atribuições e capacidades. Este sistema de monitorização energética e de sustentabilidade ambiental, que foi recentemente instalado em algumas zonas do terminal do Aeroporto de Faro, permite a monitorização em tempo real da quantidade de luz, da temperatura e humidade relativa e da qualidade do ar interior. Os dados recolhidos são processados e ficam disponíveis num portal online, o que permite ao aeroporto gerir de forma mais eficiente o consumo de energia, explica João Nuno Fernandes, do Departamento de Manutenção do Aeroporto de Faro. Esta informação pode também ser armazenada para uma futura análise e comparação do desempenho do edifício em relação a outros. Os vários monitores que foram dispostos pelo edifício divulgam, em tempo real e sem restrições, uma versão resumida da informação (ver figura). “O
sistema é, por isso, um reflexo da postura de inovação e transparência da ANA”, refere João Nuno Fernandes. O sistema foi instalado pela WSBP, uma empresa de engenharia, electrónica e software formada como spin-off do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra e incubada no Instituto Pedro Nunes. A WSBP está especialmente vocacionada para projectos não convencionais, com componentes importantes de desenvolvimento próprio e investigação aplicada. A colaboração da ANA com empresas de áreas de inovação tecnológica é uma forma de contribuir para o desenvolvimento de empresas portuguesas com elevada capacidade de exportação de know-how.
Um exemplo da informação que é disponibilizada nos monitores espalhados pelo aeroporto, neste caso na área de check-in.
PROJECTO DA ANA EM SILICON VALLEY
A solução A-GUIDANCE esteve durante três meses num centro de incubação de empresas em Silicon Valley, na Califórnia, um dos ambientes mais inovadores do mundo. Avaliar o seu potencial de negócio, captar o interesse do mercado aeroportuário dos EUA e de potenciais investidores foram os objectivos.
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A-GUIDANCE, uma solução tecnológica de baixo custo que controla a posição de veículos nas áreas operacionais dos aeroportos, está há algum tempo a ser testado, como um protótipo, em alguns aeroportos nacionais. Entre Abril e Junho esteve também em Silicon Valley, na Califórnia. Esta oportunidade decorreu no âmbito do GSI Accelerators, um programa dirigido a empresas em cujo crescimento a inovação estratégica tenha um papel fundamental e com um elevado potencial para a internacionalização. O programa é coordenado pela empresa de consultoria de gestão Leadership Business Consulting e tem o apoio institucional da AICEP – Portugal Global. O objectivo é a incubação de start-ups e aceleração de empresas com capacidade
ou potencial de globalização no Plug and Play Tech Center, o centro de incubação mais proeminente de Silicon Valley, onde foi recentemente inaugurado o pavilhão Innovative Portugal. É também uma forma de aproximar as empresas portuguesas das entidades mais inovadoras do mundo. Esta é mais uma aposta da ANA nos projectos de inovação e no estudo do seu potencial de mercado. Durante 3 meses, o período que dura a incubação, a empresa teve a oportunidade de testar a receptividade do mercado aeroportuário dos EUA à solução A-GUIDANCE e, ao mesmo tempo, contactar com uma rede de empreendedores para a captação de potenciais investidores ou parcerias de negócio. A representar a empresa no Plug and Play Tech Center estiveram, durante 6 semanas cada um, Nuno Duarte, do Núcleo de Gestão da Manutenção da Direcção dos Serviços Técnicos, e Artur Arnedo, da ANA Consulting.
A sede do Plug and Play Tech Center, em Silicon Valley.
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AEROPORTOS COM MAIS “EMOÇÃO POR M2” Nos próximos cinco anos a ANA pretende revolucionar o retalho aeroportuário através de uma nova visão e de uma forte aposta em conceitos diferenciadores. Muita emoção por metro quadrado é o que vai encontrar quem passar pelos aeroportos portugueses.
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ecentemente a Direcção de Retalho da ANA lançou um novo plano estratégico para o negócio do retalho, a que chamou “Voo 555”: 5 conceitos-chave em 5 aeroportos portugueses, nos próximos 5 anos. Com este novo plano, o Director de Retalho espera atingir os 75 milhões de euros em receitas em 2016, um valor que equivale a uma receita por passageiro de 2,42 euros. Subjacente ao plano está uma nova visão que privilegia a experiência do passageiro e a mudança da percepção dos preços. Ao adoptar a visão, que Luís Rodolfo designa de “First Class Experience at a Fair Price”, o retalho aeroportuário vem reforçar o seu compromisso com o cliente. “A partir de agora, os retalhistas têm que ser muito mais do que retalhistas: têm que contar histórias, entreter e ensinar. Vamos apostar na ‘emoção por m2’, surpreendendo os nossos passageiros e oferecendo-lhes o que realmente precisam a um preço justo”, explica.
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A “emoção” de que fala Luís Rodolfo está associada a novos tipos de lojas, ao entretenimento e ao factor surpresa. A diversificação de produtos, preços e marcas, a inovação aliada à facilitação da compra e a diferenciação serão também linhas de acção incontornáveis. Luís Rodolfo reconhece que a implementação do plano – com acções diferentes para cada um dos aeroportos – é complexa mas necessária e “depende da interacção de todos os agentes aeroportuários para que a experiência do passageiro seja o grande objectivo comum”. Este plano estratégico do retalho é fruto de um profundo trabalho de pesquisa, estudos de mercado e de comportamento do consumidor e passageiro, e de benchmarking com cerca de 25 aeroportos. Luís Rodolfo apresentou a sua estratégia a cerca de 100 concessionários dos aeroportos nacionais no 8º Workshop de Retalho.
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NOVA LIVENING EM VÁRIOS FORMATOS A revista das áreas comerciais da ANA Aeroportos de Portugal está diferente, com novos e melhores conteúdos e um design mais sofisticado. Além da edição impressa, a nova Livening terá também um site e presença nas redes sociais.
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Livening, revista das áreas comerciais dos aeroportos da ANA, foi renovada e vai passar a funcionar como uma marca multiplataforma que, além da edição impressa, inclui um site, presença nas redes sociais e ainda aplicações para dispositivos como smartphones e tablets. Esta mudança é uma forma de a Direcção de Retalho assegurar uma relação próxima e contínua com os leitores, ganhando novos públicos através de mais e melhores conteúdos. Consciente dos desafios que o perfil de consumidor actual apresenta às marcas, assim como a necessidade de constantemente apresentarem novidades e informação que aumentem o seu grau de interesse e envolvência, a ANA desenvolveu uma estratégia integrada para adequar o ciclo de comunicação da revista, de edição semestral, a esta nova realidade. Com forte investimento a nível editorial, os conteúdos vão ser adaptados aos diferentes formatos, com maior diversidade e qualidade. Outra das novidades passa por artigos de fundo, perfis, editoriais de moda, informações sobre os aeroportos ou propostas de lazer, por convidados de renome e figuras conhecidas nas suas áreas de actividade, tal como Ana Garcia Martins, autora do blogue A Pipoca Mais Doce, um dos mais lidos em Portugal. A revista passará a estar dividida em quatro áreas: “Check In”, “Boarding”, “Arrivals” e “Exit”. Ao nível do design, a nova fase da vida da Livening vai trazer uma imagem mais leve, fresca, elegante e sofisticada aliada ao conceito de glamour. O novo site da revista vai ser actualizado diariamente e terá um grafismo moderno e componentes de interacção, como vídeos, passatempos, promoções ou “making of”. Seguindo a linha da revista, vai ter secções dedicadas à moda e acessórios, beleza e perfumaria, gastronomia
e crianças, informações sobre os aeroportos, bem como propostas de lazer e ofertas turísticas. Dinamizando plataformas já existentes e criando outras novas, a Livening vai também marcar presença no Facebook e Twitter, construindo relações de empatia e comunidades online. Tendo em conta a tendência crescente para a adopção de dispositivos como smartphones e tablets, serão desenvolvidas aplicações da Livening para estas plataformas móveis.
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ANA TREINA BOMBEIROS PARA OS AEROPORTOS DOS AÇORES O Centro de Treino e Formação de Socorros da Direcção dOS Aeroportos dos Açores já deu formação a mais de 200 bombeiros voluntários, que depois prestam serviço nos aeroportos do arquipél ago.
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er um bombeiro numa corporação não é o mesmo que prestar socorros num aeroporto. O meio aeroportuário tem exigências específicas, em grande parte relacionadas com a segurança da actividade. A Direcção dos Aeroportos dos Açores criou há oito anos o Centro de Treino e Formação de Socorros com o objectivo de habilitar os bombeiros das corporações da região a prestar serviço nos vários aeroportos da ANA no arquipélago. A última acção de formação, a 18ª desde que o Centro está a funcionar, foi frequentada por 12 bombeiros voluntários das corporações de Vila do Porto e de Santa Cruz das Flores. No fim, os bombeiros estão aptos para a função de Operador de Socorros e Emergência de Aeródromos (OSEA) e a “intervir no combate a incêndios e noutros acidentes ou incidentes e prestar socorro e assistência a pessoas e bens na área de implantação do aeródromo”. À semelhança dos muitos cursos anteriores, enquanto a fase teórica decorre nos aeroportos aos quais se destinam os profissionais, a fase prática e de avaliação tem lugar no Centro de Treinos de Socorros de Santa Maria.
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A entidade formadora é a própria ANA, sob a coordenação de Operadores de Socorros da empresa, sendo o leque de docentes complementado por especialistas de muitas outras áreas, como meteorologia, operações aeroportuárias, física, etc. Todas as acções de formação (básicas, de especialização ou de refrescamento) seguem a regulamentação do Instituto Nacional da Aviação Civil e da Organização Internacional da Aviação Civil. Pelo Centro de Treino e Formação de Socorros dos Açores já passaram mais de 200 bombeiros das corporações da região. É uma estrutura de grande importância para a ANA, não só pela formação feita a nível interno como também pela prestação de serviços a entidades externas, regionais, nacionais e mesmo internacionais. “As instalações e as valências disponíveis já mereceram rasgados elogios e o reconhecimento e apreço não só da Autoridade Aeronáutica como dos profissionais e entidades gestoras”, refere José Luís Alves, responsável pela Direcção dos Aeroportos dos Açores.
O Centro de Treino e Formação de Socorros da Direcção de Aeroportos dos Açores já deu formação a mais de 200 bombeiros voluntários.
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A ONDA PERFEITA PARA O TURISMO
A atribuição do título de Reserva Mundial de Surf à Ericeira é positivo por onde quer que se olhe: é bom para o turismo, bom para o ambiente, bom para a região. Mas como veio também pode ir. Se houver abusos sobre o meio ambiente, o estatuto de Reserva pode ser retirado.
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A pequena praia dos Coxos é uma das preferidas pelos surfistas.
© C. M. Mafra
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apoio da comunidade local à prática do surf é um dos requisitos considerados necessários para a atribuição do título de Reserva Mundial de Surf. Na Ericeira, esse apoio sente-se e também se vê. Logo depois do anúncio de que a candidatura a Reserva Mundial de Surf havia sido aceite, diversas associações movimentaram-se para uma acção de limpeza. A Associação dos Amigos da Baía dos Coxos, o Ericeira Surf Clube, a Câmara de Mafra, as Juntas de Freguesia da Ericeira e de Santo Isidoro, juntamente com todos os que quiseram participar, lançaram mãos à obra e recolheram todo o lixo que puderam na Praia da Empa e na Baía dos Coxos. As World Surfing Reserves são uma iniciativa da Save the Waves Coalition, uma organização sem fins lucrativos que se dedica a preservar a orla costeira, com ênfase especial nas zonas de surf. A Ericeira é agora a primeira na Europa e faz parte de um reduzido leque de três, junto com Malibu e Santa Cruz, na Califórnia. E não é por falta de interessados: já foram submetidas milhares de candidaturas de 34 países diferentes. Os lugares são escolhidos a partir de vários critérios: a qualidade e consistência das ondas, a biodiversidade, a importância da cultura e história do surf, as características ambientais e, como já se disse, o apoio da comunidade local. A Ericeira é o local mais icónico para a comunidade de surfistas em Portugal. A área distinguida compreende uma faixa costeira com cerca de quatro quilómetros entre a Praia da Empa e a de São Lourenço e abrange sete “spots”: Pedra Branca, Reef, Ribeira d’Ilhas, Cave, Crazy Left, Coxos e S. Lourenço. Uma área que, dizem os entendidos, tem uma grande diversidade de ondas, desde curtas a longas. Ou seja, há ondas para surfistas experientes e para amadores. Esta variedade num espaço tão reduzido faz da zona um sítio único na Europa e no mundo, como explicou à Lusa o surfista português João de Macedo, membro da organização Save the Waves. A distinção fez a felicidade dos surfistas nacionais, como Tiago Pires, o campeão nacional, que cresceu a surfar naquela zona.
A praia de S.Lourenço fica numa pequena baía abrigada, com bons acessos e estruturas de apoio.
© C. M. Mafra
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© C. M. Mafra
“Adoro esta zona e estou super feliz de ver que recebeu o reconhecimento que merece. Esta vai ser mais uma ferramenta para a proteger”, disse à imprensa. A região é já muito procurada por surfistas estrangeiros e a distinção contribui certamente para impulsionar ainda mais a procura turística. O surf, enquanto atracção turística, tem ainda uma mais-valia que não é de descurar: pode ser praticado durante todo o ano e por isso não está tão sujeito à sazonalidade como a praia, por exemplo. No dia 1 de Junho decorreu, na praia de Ribeira d´ilhas, a cerimónia oficial de abertura da Reserva Mundial de Surf, mas o primeiro grande momento de
© C. M. Mafra
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Famosa por ser palco de provas de surf do circuito mundial, a praia de Ribeira d’Ilhas é a que fica mais a norte na freguesia da Ericeira.
consagração da Reserva ocorreu entre 14 a 19 de Junho com o Campeonato Mundial de Surf. Este reconhecimento resultou de uma candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Mafra, que contou com dezenas de apoios institucionais e colectivos ligados à modalidade. As autoridades locais ficam agora obrigadas à preservação da orla costeira, tanto na água como numa faixa de 500 metros fora desta. Em 2012, a Ribeira d’ Ilhas deverá ter infra-estruturas de alto nível para apoio ao surf e vai avançar o projecto de requalificação da zona balnear de São Julião.
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CADA VEZ MAIS EFICIENTES Reduzir consumos de energia , fomentar o uso de energias alternativas e influenciar os outros a fazer o mesmo. Esta é a postura que levou a ANA a estar entre as Empresa mais Eficientes de 2010.
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ANA está entre as 8 empresas distinguidas pelo seu desempenho em termos de eficiência energética na categoria “Empresa mais eficiente”. As empresas mais eficientes foram apuradas através do Barómetro da Eficiência Energética Portugal 2010, promovido pela Premivalor Consulting em parceria com a Direcção-Geral de Energia e Geologia, a Agência para a Energia – ADENE e a participação de várias empresas e organizações de referência. Por trás desta distinção há um esforço de toda a empresa. Após algumas iniciativas pioneiras, como o projecto EcoANA ou a criação do Comité de Energia, no ano passado a ANA deu seguimento ao seu trabalho na área da responsabilidade ambiental com a criação de dois grupos de trabalho: o da Eficiência Energética e o da Gestão Voluntária do Carbono. O coordenador do primeiro, Arlindo Brito, explica que para poderem reduzir os consumos de energia (electricidade, combustíveis líquidos, gás natural, etc.) é antes necessário saber, com detalhe, quanto se gasta e onde se gasta. E para isso é preciso decompor os consumos, saber quais dizem respeito a consumos internos da ANA, e quais são dos das outras entidades presentes no aeroporto: lojistas, handlers ou companhias aéreas, por exemplo. Entre este ano e o próximo vai ser instalado em todos os aeroportos um sistema de gestão de energia que vai permitir conhecer todos os consumos: quanto gasta um tapete de processamento de bagagem, a iluminação da pista, a iluminação da aerogare. Esta monitorização vai fornecer dados que depois são relacionados com os números de passageiros transportados, para que se possam adequar os consumos às necessidades da actividade. Além da vertente técnica deste trabalho, para a eficiência energética é importante a sensibilização dos utilizadores dos equipamentos e sistemas. Para isso decorrem acções de formação dirigidas aos técnicos da ANA responsáveis pela manutenção mas também aos decisores, “para que possam optar pelas melhores soluções que existem no mercado”, diz Arlindo Brito.
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No Aeroporto do Porto, onde é Chefe do Serviço de Manutenção Eléctrica, as lâmpadas fluorescentes e as de halogénio estão em vias de extinção. Praticamente toda a iluminação tem estado a ser substituída por LEDs, assim como os 400 painéis informativos, os painéis publicitários e mesmo a iluminação do parque de estacionamento. Outro factor que tem contribuído para que a ANA seja cada vez mais eficiente em termos energéticos é a progressiva introdução de energias alternativas. Painéis solares térmicos, para aquecimento de águas, e painéis fotovoltaicos, para a iluminação, têm vindo a ser instalados. O próximo a ser beneficiado será o edifício 120, na sede da empresa em Lisboa, que vai ter painéis fotovoltaicos para alimentar todo o prédio, não só a iluminação mas também a refrigeração. Está ainda em estudo um plano de incentivos para a redução de consumos por parte da comunidade aeroportuária, ou seja, as diversas entidades que utilizam espaço (e energia) dentro dos aeroportos. “Não faz sentido que exista um plano para reduzir os consumos dos aeroportos e não se faça nada nestes espaços concessionados”.
A iluminação da pista do Aeroporto do Porto vai passar a ser alimentada a energia solar. Painéis fotovoltaicos usados para a iluminação de outdoors de publicidade.
REDUZIR A PEGADA DE CARBONO Responsável pela equipa da Gestão Voluntária do Carbono, Paula Lucas, da Direcção dos Serviços Técnicos, explica que os temas dos dois grupos de trabalho estão muito ligados. Embora estejam a colocar em prática uma série de outras medidas, Paula reconhece que “para reduzir a nossa pegada de carbono estamos a contar com a eficiência energética”. A ANA mediu pela primeira vez, voluntariamente, a sua pegada de carbono em 2008, com a colaboração da empresa Ecoprogresso. A de 2009 também já foi calculada e verificou-se em relação ao ano anterior uma redução de 11% nas emissões de âmbito 1 e 2 – os âmbitos em que a empresa pode actuar directamente no sentido de reduzir as emissões. Estamos a falar dos consumos de electricidade, gasóleo e gasolina, gás natural, etc. Neste momento está a reunir-se a informação para calcular a pegada de 2010. Este ano, pela primeira vez, a ANA fará o cálculo das emissões trimestralmente, através de uma ferramenta criada e facultada pela Ecoprogresso As emissões de âmbito 3 são aquelas em que é mais difícil agir porque dependem de terceiros. “Podemos apenas tentar influenciar terceiros através de parcerias e acções de sensibilização”, diz Paula Lucas. E é isso que tem vindo a ser feito. No Porto, onde têm decorrido várias acções-piloto na área da eficiência energética e
na gestão das emissões do carbono, há mais de um ano que há bicicletas para as deslocações mais curtas. Primeiro foram disponibilizadas para os colaboradores da manutenção no lado ar e depois também para os colaboradores do lado terra. Recentemente também o Aeroporto de Faro passou a ter bicicletas. O projecto Rent-a-Bike é conduzido com um parceiro externo e consiste no aluguer de bicicletas a todos os que estejam interessados num meio de transporte alternativo. A ideia é promover acessibilidades sustentáveis numa zona onde o turismo tem um peso muito grande. Trata-se de um projectopiloto com a duração de um ano, no final do qual será avaliada a possibilidade de concessão. Entretanto, o parceiro disponibiliza também bicicletas para uso do pessoal da ANA. Outras iniciativas para sensibilizar a comunidade para a necessidade de reduzir as emissões de carbono são a elaboração de um manual sobre eco-condução – uma forma de condução eficiente que permite reduzir o consumo de combustível e a emissão de gases com efeito de estufa e outros poluentes – que será colocado nos rent-a-car dos aeroportos, e ainda acções para os utilizadores das viaturas da empresa. Paula Lucas adianta ainda que, aproveitando os sistemas de “car sharing” que já existem, o Mob, em Lisboa, e o Citizen, no Porto, a ANA quer aderir também a este tipo de serviço. É um aluguer de automóveis à hora que permite aos clientes reservar através da internet ou do telefone e ter o carro disponível em pouco tempo, sem burocracia. O car sharing traz inúmeras vantagens para a mobilidade sustentável: menos congestionamento na cidade, redução da despesa em combustíveis, da poluição e dos acidentes, entre outros. Quem ainda não percebeu bem o que é eficiência energética pode ficar com esta imagem: a de uma sala grande, com uma mesa comprida no meio, onde podemos escolher que parte da divisão queremos iluminar. Como a sala no edifício 124, onde decorreu a entrevista que deu origem a este texto.
Aeroporto do Porto vai ter “pista verde”
O uso de bicicletas no espaço aeroportuário é uma forma de despertar consciências para a necessidade de combater as emissões de carbono.
No próximo ano a pista do Aeroporto do Porto passará a ser alimentada a energia solar. Vai ser necessária uma área de 1000m2, na zona de segurança da pista, para colocar os painéis solares que vão alimentar a iluminação, que tem 3480 metros de comprimento. Apesar do elevado custo dos painéis, Arlindo Brito defende que esta é uma solução vantajosa a longo prazo. “A energia solar está onde precisamos dela, não precisa ser transportada”. Além disso, não será necessário mexer nos equipamentos de iluminação da pista, bastará instalar os painéis e as baterias, uma vez que se irão manter os equipamentos de abastecimento de electricidade e os geradores de emergência. No futuro, diz Arlindo Brito, “poder-se-ão mesmo eliminar as outras duas fontes de alimentação, uma vez que as baterias oferecem fiabilidade máxima à iluminação da pista”.
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COMER BEM Numa altura em que a crise e o menor poder de compra dos portugueses fazem temer um aumento da obesidade no país, Ana Teresa Madeira trabalha diariamente para ajudar a ANA Aeroportos de Portugal a manter-se em forma .
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ais de um milhão de portugueses são considerados obesos, 518 237 mulheres e 485 090 homens. Os números são da Direcção-Geral de Saúde, que vai mais longe e alerta que mais de 53,3% dos homens e 27,8% das mulheres estão num nível de pré-obesidade e subirão de nível se não mudarem rapidamente de hábitos de vida e alimentares. Apesar da falta de estatísticas, na ANA o cenário não é tão preocupante. Ainda assim a empresa decidiu criar uma área de Dietética e Nutrição, inserida na Divisão de Saúde Ocupacional. Ana Teresa Madeira, nutricionista e responsável pelo serviço, confirma que existem algumas situações de obesidade na empresa mas o número não é significativo. Todas as terças-feiras de manhã dá em média 6 consultas. O principal motivo que leva as pessoas ao seu gabinete é exactamente a vontade de perder peso. Mas a facilidade de acesso a este serviço, apesar de meio caminho andado, não é sinónimo de sucesso. “As pessoas são muito diferentes, há quem já tenha tomado essa decisão e esteja de facto decidido a perder peso; há quem se encontre ainda na fase a que chamamos ‘pré-contemplativa’, ou seja, pensa nisso mas ainda não está preparado; e há aqueles que recusam ter uma responsabilidade directa no seu excesso de peso, que atribuem a factores externos”. Perder peso exige uma mudança de comportamento e, como qualquer outra alteração de hábitos, é necessário um processo de mentalização antes e muita força de vontade, diz Ana Teresa Madeira. Nas consultas traçam-se planos alimentares, discutem-se as barreiras que existem às mudanças de hábitos (como chegar tarde a casa e não ter tempo para cozinhar), esclarecem-se dúvidas e dão-se conselhos sobre como melhorar a alimentação. A dietética e a nutrição são áreas que avançam muito rapidamente, todos os dias há novos produtos nos supermercados e nas lojas da especialidade e isso exige uma permanente actualização. “Algumas pessoas trazem dúvidas sobre este ou aquele produto e para poder responder preciso estar actualizada sobre o que existe no mercado”. A quem simplesmente não consegue resistir a determinado produto, a nutricionista dá um
conselho: não compre e não tenha em casa. A disponibilidade torna mais difícil cumprir à risca um plano e, geralmente, o que existe mais disponível são os alimentos mais calóricos, que, nas empresas, por exemplo, estão apenas à distância de alguns passos e algumas moedas, nas máquinas de vending. Além de mais disponíveis e mais rápidos, os alimentos mais calóricos são também mais baratos. Este é um factor que se teme venha a contribuir para agravar o problema da obesidade em Portugal, dada a actual circunstância de crise e a redução do poder de compra das pessoas. “Comer uma maçã ou outra peça de fruta durante o dia é um gesto saudável”. É com esse intuito, o de promover o consumo de fruta e de hábitos de alimentação saudáveis, que todas as semanas são distribuídas cestas de fruta pelas diversas direcções e serviços da empresa. Outra das tarefas de Ana Teresa Madeira é o apoio à empresa concessionária do refeitório da ANA na verificação e aprovação das ementas. É uma espécie de trabalho de negociação: tentar que haja um balanço entre o que é mais saudável e aquilo que mais agrada às pessoas. Nas carnes, por exemplo, a predilecção continua a ir para as vermelhas, apesar de tudo. “O chefe de cozinha sabe que, nos grelhados, tem de haver sempre uma picanha ou um bife da vazia… Nos inquéritos que se fizeram um dos comentários mais frequentes era o de que havia frango na ementa demasiadas vezes”. Cabe à nutricionista zelar por esse equilíbrio, para que não haja fritos mais do que uma vez por semana, para que o prato de dieta, obrigatório todos os dias, seja mesmo de dieta, etc. Hoje, o refeitório da ANA serve 350 refeições todos os dias mas este número já foi superior. “Quando se concessionou a exploração do refeitório a uma empresa externa muitas pessoas deixaram de ir almoçar. Temos vindo a trabalhar para melhorar em termos de qualidade e retomar os níveis a que as pessoas estavam habituadas”. Garantir que se cumprem os requisitos legais no que respeita a higiene e segurança alimentar é outra das suas responsabilidades, tal como o fornecimento de conteúdos periódicos para a intranet relacionados com esta área. Ana Teresa Madeira formou-se pela Faculdade de Medicina de Lisboa e fez o seu estágio profissional na Divisão de Saúde Ocupacional, que está integrada no Centro de Serviços Partilhados da ANA. Como a Divisão já tinha um historial de promoção da saúde com diversas iniciativas de perda de peso dirigidas aos colaboradores, no final do estágio foi proposto que se criasse uma Área de Dietética e Nutrição, o que veio a acontecer.
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DAS TORRES AOS TÚNEIS
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À medida que o sol se põe lentamente a Oeste, o aeroporto vai-se iluminando com vários tipos e cores de luzes. A piscar ou fixas, são dicas codificadas para os pilotos saberem que estão na trilha certa. José Manuel da Silva, do departamento de Sinalização Luminosa de Pistas do Aeroporto de Lisboa, zela pelo funcionamento desta gigantesca árvore de Natal.
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a sala que a equipa ocupa no edifício 71, há uma enorme planta geral do Aeroporto de Lisboa sobre uma bancada encostada a uma das paredes. Muitas letras, números, cores e respectivas legendas indicam cada luz que existe na pista, nos caminhos de circulação e noutras áreas de movimentação dos aviões. “É o nosso papiro”, explica José Manuel Silva, com uma satisfação visível. A trabalhar há 8 anos no SIL, a abreviatura para Sinalização Luminosa de Pistas, este técnico de manutenção eléctrica tem acompanhado de muito perto a expansão do aeroporto, as obras, os empreiteiros e a galopante evolução do número de equipamentos a cargo do seu departamento, de 2006 para cá. Numa pista com 4 quilómetros de comprimento, são muitas luzes, 4700 para sermos exactos. Se a estas juntarmos a sinalização das 198 séries de taxiways (ou caminhos de circulação, que permitem que os aviões saiam rapidamente da pista após aterrarem), é fácil imaginar a quantidade de lâmpadas e a manutenção necessárias. A equipa do SIL , composta por 6 pessoas mais 4 elementos de uma empresa externa, são provavelmente dos técnicos mais versáteis a trabalhar no aeroporto. Para alcançar as torres de iluminação (as que iluminam as placas de estacionamento dos aviões) e os pórticos de sinalização luminosa (os que comportam as luzes de sinalização de aproximação à pista), transformam-se em alpinistas. Para as reparações no subsolo, nos túneis onde estão os cabos que alimentam as luzes do aeroporto, um dos quais tem 800 metros, tornam-se espeleólogos. São os homens que têm de saber, com detalhe, onde passa cada cabo de alimentação. Para isso, e para poderem ter plantas actualizadas, acompanham as obras no aeroporto, que em Lisboa não têm sido poucas. A expansão trouxe também mais trabalho. Enquanto em 2004 existiam, por exemplo, 129 sinalizações verticais, agora são 245. “Aqui temos equipamentos que não existem em mais lado nenhum”, refere. Uma especificidade que começa logo no tipo de circuito eléctrico que é usado na sinalização da pista. “O mais comum, aquele que existe em nossas casas, é o chamado circuito paralelo, em que cada elemento é independente dos outros. O da pista é um circuito em série, tal como o
A armadura de iluminação de pista é utilizada para assinalar os limites da pista de aterragem ou descolagem.
das luzes das árvores de Natal”. Os elementos que estão em série são os transformadores de isolamento, que por sua vez alimentam as lâmpadas. Neste caso, cada lâmpada pode fundir-se sem colocar em causa a continuidade de serviço da série. Por trabalharem numa área de alto risco, o respeito pelas normas de segurança é determinante. “Quando temos que nos deslocar à pista para trocar uma armadura de sinalização, por exemplo, apenas 30% é capacidade técnica, os restantes 70% são requisitos de segurança. Não podemos espalhar muito material, temos de ser rápidos e quando saímos, temos de garantir que não deixamos absolutamente nada na pista, nem um parafuso que possa ser sugado por um reactor”, explica. Na pista, mesmo respeitando sempre as distâncias de segurança, José Manuel Silva já teve alguns sustos. “Imagine o que é estar concentrado a trabalhar e de repente voltar-se e “Imagine o que é estar ter o Hércules C1300 concentrado a trabalhar da Força aérea e de repente voltar-se e ter a pouco metros, quando antes não o Hércules C1300 da Força estava lá! Na pista aérea a pouco metros, o ruído pode ser quando antes não estava lá!” enganador…” É por cada dia ser diferente do anterior que o que gosta mesmo é de estar no terreno. “Não sou pessoa para estar sentado numa cadeira atrás de uma secretária, a não ser para actualizar as plantas…”. Quando veio para a ANA, este técnico de instalações eléctricas que gosta de bicicletas, de aeromodelismo e é bombeiro voluntário, já trazia alguma vantagem. Estudou na Escola Secundária Marquês de Pombal, vocacionada para a electrotecnia, e foi ali que ouviu pela primeira vez falar de circuitos em série. O resto, e este resto é muita coisa, aprendeu no aeroporto. Como o significado de cada uma das cores das luzes que sinalizam as pistas e os caminhos de circulação, e que vão do branco ao vermelho, ao verde, ao amarelo e ao azul, tal qual como numa árvore de Natal.
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MIA Verdadeiro caldeirão de culturas, Miami é o destino certo para quem procura associar bom clima, praia e noites intensas, cheias de ritmo e histórias para contar no regresso a casa. Tudo num cenário de natureza abençoado pelos céus.
O Hotel Colony, em Ocean Drive, é um ícone da Art Déco em Miami Beach.
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Em madeira e bem coloridas, as famosas torres dos salva-vidas.
AMI Não são os EUA, é o sul da Florida
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ituada no sul do estado da Florida, Miami é uma das mais famosas cidades norte-americanas e das mais procuradas por gente de todo o mundo. Além do clima quente e das belas praias, há outras razões que o justificam. Uma atmosfera de liberalidade latina, hábitos diferentes do resto do país, os ritmos do Caribe na rádio e sofisticação. Com uma organização característica dos Estados Unidos e um clima e estilo de vida mais próximo dos trópicos, a cidade conjuga aquilo que, por um motivo ou outro, a maior parte das pessoas procura. E apesar do ambiente jovem, é uma das cidades americanas com maior percentagem de idosos, que depois de reformados procuram o seu canto à beira-mar. E não existem dúvidas de que o melhor da cidade está na sua faixa litoral. Miami Beach – que é na realidade uma extensa ilha ligada ao continente por uma série de pontes - é a parte luxuosa e sofisticada, onde se erguem os melhores hotéis, os condomínios mais exclusivos e as lojas das melhores marcas, ou pelo menos as mais caras.
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A noite de Miami é uma das principais atracções da cidade, sobretudo jantar e beber copos em locais da moda.
Mas Miami Beach caracteriza-se também por ser um enorme museu a céu aberto, e de frente para o mar, de Art Déco. Para norte da Quinta Avenida existem mais de 80 quarteirões de prédios antigos, erguidos entre 1923 e 1943, uns bem preservados, outros nem tanto, que juntos receberam o estatuto de monumento histórico nacional e formam o Art Déco Historic District. É das zonas mais procuradas pelos turistas e existem diversos tours organizados que passam pelos edifícios mais emblemáticos, muitos dos quais são hotéis, como o célebre Pelican Hotel. Quem aprecia caminhar por uma marginal junto ao mar pode ficar surpreendido ao constatar que aqui a Embora seja quase certo maior parte das praias que ninguém se aborrece não tem uma avenida de em Miami, a verdade é frente para o oceano: há os prédios e, logo depois, que as atracções não a praia. A excepção é a se esgotam na cidade “Promenade”, entre os e há muito, mas mesmo edifícios déco e a praia, muito, que ver e fazer onde desfilam, a pé, nos arredores. de bicicleta, skate ou patins, os que querem ver e querem ser vistos. Na mesma área, o Palácio de Vizcaya também vale bem uma visita. A enorme mansão em estilo renascentista italiano, com 34 divisões, foi construída em 1916 para ser a residência de Inverno do industrial James Deeringe. Hoje abriga o Museu de Arte Dade Country e com os seus frondosos jardins é um belíssimo e sereno retiro no coração da cidade. Miami é também conhecida por ser um verdadeiro “shopping paradise”. Embora não haja grande diferença nos preços em relação a outras cidades americanas, o imposto sobre Os “airboats” levam os turistas a conhecer o Parque Nacional dos Everglades, 6 mil metros quadrados de vegetação e água e uma vida animal única.
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o consumo é mais baixo nesta região do país e, por isso, vale a pena fazer umas comprinhas. Mas cuidado para não cair em tentação e gastar mais do que deve (ou pode). É que nesta terra os centros comerciais são verdadeiras atracções turísticas e, como a maior parte deles fica afastada do centro, organizam-se até excursões, como para o Sawgrass Mills Mall, um dos maiores dos Estados Unidos. Outros dos mais conhecidos são o Aventura Mall, o Dadeland Mall e o Dolphin Mall. Mas mesmo na meca dos “malls” há espaço para pequenas lojas interessantes para quem procura algo diferente. Do design à moda, passando pela electrónica e pela bijutaria, em Miami nem o consumidor mais controlado consegue resistir a sacar do cartão. Embora seja quase certo que ninguém se aborrece em Miami, a verdade é que as atracções não se esgotam na cidade e há muito, mas mesmo muito, que ver e fazer nos arredores. Deixando Orlando e a Disney de lado, se alugar um carro e seguir para norte pelo litoral vai perceber que, embora a paisagem não mude e nem haja espaço entre elas, as cidades vão-se sucedendo: Aventura, Hallandale, Fort Lauderdale, Pompano Beach, Boca Raton… Se seguir para sul vai encontrar algo que é outro cartão postal da região: as Florida Keys. Um arquipélago formado por uma sequência de cerca de 1700 ilhas e ilhotas de coral que tem início a cerca de 25 km
Haulover Beach é a única praia onde é permitido fazer nudismo em Miami.
a sudeste de Miami, em Key Largo, e se estende ao longo de um “corredor” com 300 quilómetros, até Key West, a mais ocidental das ilhas habitadas (e que dista apenas 157 quilómetros de Cuba). Toda a paisagem da região é cinematográfica, com mar verde, águas cristalinas e sem indícios de poluição. O que tem de belo também tem de terrorífico: as Florida Key são uma das áreas mais atingidas por furacões em todo o mundo, já que o arquipélago está localizado no centro da rota dos furacões que atingem constantemente o sul dos Estados Unidos e as Caraíbas. A natureza foi realmente generosa com esta região do planeta. Os fãs de CSI Miami sabem do que falamos. No genérico da série (e nos episódios) podemos ver paisagens maravilhosas, como os Everglades. Com uma área de mais de 6 mil m2, ainda permanecem como era originalmente o estado da Florida: um imenso pântano, onde a vegetação e as águas se misturam a perder de vista. Nas Florida Keys a paisagem é cinematográfica: mar verde, águas cristalinas e sem indícios de poluição.
O Parque Nacional dos Everglades, Património Mundial da Unesco, recebe um milhão de visitantes em cada ano. As visitas têm de ser acompanhadas e a melhor forma de se A natureza foi deslocar é em curiosas embarcações movidas a vento, os “airboats”. Muitos são conduzidos realmente generosa com esta região do pelos indígenas que ainda vivem na região. Voltando a Miami, não há como não fazer planeta. Os fãs de referência à sua célebre noite, que inclui jantar CSI Miami sabem do e beber copos em locais da moda. Para estar que falamos. a par dos pontos mais quentes o melhor é informar-se antes de ir, mas podemos dar algumas dicas, como a Casa Casuarina, a antiga residência de Gianni Versace em Ocean Drive, que agora é um dos bares mais requisitados de South Beach (SoBe, para os mais ambientados); o Spire Bar, no topo do The Hotel, na Collins Avenue, com cocktails tropicais e uma vista espectacular; ou a Mansion, um antigo teatro transformado num espaço sofisticado que recebe regularmente festas VIP. Se for a Miami durante o verão esteja preparado para encontrar altas temperaturas e uma humidade que embaça óculos e lentes de máquinas fotográficas em poucos segundos. Entre Agosto e Novembro é a chamada “temporada dos furacões”, quando muitos se formam sobre o Oceano Atlântico e vão direitos ao continente. Apesar do risco (que não é tão grande como noutras partes da região), a verdade é que temos que entender os reformados americanos. Miami tem qualquer coisa.
COMO IR A TAP começou a voar para Miami a partir de Lisboa a 6 de Junho. Durante este mês os voos são à 2ª, 3ª, 5ª e 6ª feiras, com partida às 16h35 e chegada às 21h05. O voo no sentido inverso sai às 23h05 e chega a Lisboa às 12h20 do dia seguinte. Entre Julho e Setembro haverá mais uma frequência aos domingos, sempre com o mesmo horário. O Aeroporto Internacional de Miami está a cerca de 13 quilómetros do centro da cidade e existem diversas opções de transporte até lá. Autocarros, metro e comboios ligam o aeroporto com a área metropolitana de Miami.
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TELA BAGS CRIA COLECÇÃO ANA São coloridas, sofistic adas e muito, muito, apetecíveis. São as mal as da Tel a Bags da colecção especial criada em parceria com a ANA , a partir do reaproveitamento das páginas da revista Livening.
A
s imagens das páginas das edições da Livening foram cuidadosamente escolhidas para dar corpo a uma colecção especial da Tela Bags, em parceria com a Direcção de Retalho da ANA Aeroportos de Portugal. O resultado são malas cheias de cor, muito gráficas e difíceis de resistir. Trata-se de uma colecção de 5 malas, todas diferentes entre si. Essa é, aliás, uma das características desta marca portuguesa de eco-design que já conquistou o mundo: cada peça é peça única. Criada em 2006 dentro de uma empresa dedicada ao reaproveitamento de materiais de publicidade, Tela Bags rapidamente se tornou um sucesso de vendas em Portugal. Revistas, pacotes de açúcar, chão de cozinha, cartazes de publicidade, todos estes materiais já foram aproveitados pela empresa para criar as suas malas cheias de design, que já chegaram ao Moma de Nova Iorque. As peças da colecção ANA estiveram disponíveis em exclusividade no quiosque Tela Bags no Terminal 2 do Aeroporto de Lisboa, podendo agora ser adquiridas através do site da empresa: www. telabags.net/pt/netshop.asp.
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DESCUBRA A EUROPA E ÁFRICA Oulu
Umeå
Helsinki Tallin Göteborg Aberdeen Edimbourg Belfast
Hambourg Hannovre Londres
Varsovie
bruxelles
Cracovie
Francfort Stuttgart
Vienne
Bâle Genève
Zagreb
Venise Bologne La Corogne
Vigo
Porto Lisbonne Faro
Saint Jacques-de Compostelle
Gérone Barcelone
Palma Valence Ibizade Majorque Alicante Séville Grenade
Funchal Ténérife Agadir
Moscou
Copenhague
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Bucarest Split
Olbia
Bari Thessalonique Lamezia terme Palerme Athènes Catane Malte Rhodes Héraklion
Casablanca Marrakech Agadir
Caïro
Luxor
AFRICA Khartoum Ouagadougou Addis Ababa
Abuja Lomé Accra
Cotonou Lagos Port Harcourt Malabo
Entebbe Libreville
Voos operados pela Brussels Airlines Voos operados em codeshare Johannesburg
Cape Town
50 DESTINOS NA EUROPA E 20 EM ÁFRICA Brussels Airlines, a sua companhia aérea para a Europa e África brusselsairlines.com Tel.: 707 200 424 41
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VAI MAIS UM PAR? Assim que o tempo aquece, é das primeiras coisas que vamos buscar ao armário. Se vai viajar e está na altura de mudar de Havaianas, aproveite os quiosques da marca nos aeroportos de Lisboa e Faro.
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propósito delas Jorge Amado disse um dia que são “as sandálias mais democráticas do mundo, pois calçam do mais pobre ao mais rico”. De facto, deve haver poucos objectos, no Brasil, em Portugal e no mundo, que, como as Havaianas, não escolhem classe social. Nos aeroportos de Lisboa e de Faro os passageiros podem escolher as suas Havaianas para este Verão nos quiosques da marca que vão estar abertos até Setembro. A escolha é difícil, sabemos, mas necessária. Se não se conseguir decidir – mas não tem espaço na mala para um par de cada – pode também optar por uma personalização “in loco” dos seus chinelos, com aplicação de peças decorativas pré-definidas. Além dos célebres chinelos, os quiosques vendem também as mais recentes novidades da marca: as alpercatas e os ténis, ambos com a famosa sola de borracha.
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Inspiradas, ao que tudo indica, nas sandálias japonesas, as Havaianas nasceram em Junho de 1962. Em menos de um ano, a São Paulo Alpargatas, a empresa que as criou, já produzia mais de mil pares por dia. O design simples e inteligente fez com que a ideia se espalhasse tão rapidamente que as imitações não tardaram a aparecer. Apesar de muitas não diferirem grandemente das originais, nenhuma marca conseguiu bater as Havaianas, talvez, como diz a marca, por serem “as únicas que não deformam, não têm cheiro e não soltam as tiras”.
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MR. BLUE EM TODAS AS OCASIÕES A elegância e a qualidade em situações de l azer ou de negócios é a assinatura da marca portuguesa Mr . Blue, que acabou de abrir uma loja no Aeroporto do Porto. Cl ássico ou desportivo, o estilo Mr . Blue responde a qualquer situação.
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uer procure um estilo formal ou mais descontraído, a Mr. Blue é a loja certa para os homens que gostam de aliar qualidade e elegância. Aqui encontra sempre uma ampla variedade de camisas, gravatas, pullovers, casacos e outras peças que completam o guarda roupa masculino. A nova colecção de Verão, marcada pelo gosto de viajar em grande estilo, inclui ainda camisas desportivas, pólos, t-shirts, calças, calções e
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fatos de banho. E se o chique é definitivamente a sua praia, dê uma vista de olhos às gravatas de seda e aos botões de punho. Além da vasta gama de peças e acessórios para o público masculino, a marca destaca-se também pela sua política de preços, acessível a todos os bolsos. A nova loja do Aeropor to do Por to está situada na área restrita de Par tidas.
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Tempo de férias Fazer a mala para as férias pode ser uma dor de cabeça. Não queremos levar coisas demais mas também não queremos que nos falte nada. Quer opte pela praia ou pela cidade, aqui seguem algumas sugestões de tópicos que não podem faltar em qualquer mala de férias.
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_lifestyle 01 02 03
Toalha de praia Benetton Bikini de menina Benetton Calções de banho menino Benetton À venda na What’s in my Bag? - Aeroporto de Lisboa
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Calções de banho Tommy Hilfiger Bikini Diesel Havaianas Graffiti Mini Melissa À venda na Fashion Gate - Aeroportos de Lisboa e Faro
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Óculos de sol brancos Gucci Óculos de sol metal Tom Ford À venda na Sunglass Hut – Aeroporto de Lisboa e Faro
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Chapéu de Palha À venda na Tie Rack - Aeroporto de Lisboa
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Bronzeador Australian Gold Repelente de insectos Pré Butix Óculos de sol de criança Chicco À venda na Cotapharma - Aeroporto de Lisboa
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Balde e pá Regador e forma Boneco À venda na Imaginarium - Aeroporto de Lisboa
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Mapas Crumpled City Roma, Tóquio e Paris “Casper o gato-viajante”, de Susan Finden “O cemitério de Praga”, de Umberto Eco À venda na Divers - Aeroporto de Lisboa
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_aldeia global Avatar vai detectar terroristas em aeroportos
Aeroporto de Luanda vai ter Centro de Pista
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m grupo de universidades americanas está a trabalhar em parceria com o Departamento de Segurança Interna do país para criar inteligência artificial capaz de detectar pessoas suspeitas nos aeroportos. A nova tecnologia é uma ferramenta que faz uma espécie de scanner a todos os passageiros na área de imigração. Baptizada de Avatar, a máquina pode fazer algumas perguntas e, graças à inteligência artificial e a alguns sensores, avaliar comportamentos suspeitos. A grande mais-valia da tecnologia é avaliar uma série de sinais corporais que indicam que alguém está a mentir ou demasiado nervoso, como movimentos corporais, variações no tom de voz, na dilatação da pupila e até mesmo movimentos oculares. Durante um teste realizado em Varsóvia, na Polónia, durante o ano passado, metade de um grupo de polícias tentou passar pela máquina com bombas falsas. As bombas tinham sido construídas por eles mesmos e colocadas nas suas malas. Após o interrogatório e a avaliação do Avatar, todos os “culpados” foram detectados. Apesar do sucesso, a máquina ainda precisa ser melhorada. Porque, embora tenha detectado todos os suspeitos, também separou alguns falsos positivos. Segundo os investigadores, ainda deve demorar alguns anos para que esteja pronta para ser usada nos aeroportos.
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Dubai quer superar Heathrow
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Aeroporto Internacional de Luanda terá brevemente um Central Line (Centro de Pista), que tem a função de auxiliar a descolagem e aterragem dos aviões no período nocturno, anunciou o presidente da Empresa Nacional de Exploração de Aeroportos e Navegação Aérea (ENANA), Manuel Ceitas. “A instalação do centro vai dar resposta a algumas preocupações das companhias aéreas nacionais e internacionais que operam no país e também aquelas que solicitam muitas vezes escalas em períodos nocturnos”, referiu. Além de garantir uma maior comodidade aos passageiros, a requalificação do Aeroporto Internacional de Luanda visa também aumentar a capacidade de movimentação de passageiros de um milhão e 200 mil para três milhões e 600 mil por ano, num investimento de mais de 130 milhões de dólares. A ENANA está a implementar um projecto de reabilitação e ampliação de serviços em 30 infra-estruturas aeroportuárias (aeroportos e aeródromos) do país, de grandes, médias e pequenas dimensões, num investimento estimado em cerca de 400 milhões de dólares, no âmbito do Programa de Investimentos Públicos.
CEO do Aeroporto Internacional do Dubai, Paul Griffiths, disse recentemente que o aeroporto deverá movimentar 98,5 milhões de passageiros por ano até 2020 e, desta forma, ultrapassar o Aeroporto de Heathrow, em Londres, – o mais movimentado na Europa – dentro de apenas quatro ou cinco anos. De acordo com a Associated Press, o Aeroporto Internacional do Dubai é já o quarto mais movimentado do mundo em termos de passageiros internacionais. Entretanto, continua a construção do segundo aeroporto do emirado, o Dubai World Central - Al Maktoum International, cuja abertura foi adiada de Março de 2011 para o último trimestre do ano. Já está, contudo, a funcionar para voos de carga. Com um investimento estimado em 34 biliões de dólares, o Al Maktoum deverá ter capacidade para 160 milhões de passageiros por ano e, assim, tornar-se no maior aeroporto do mundo.
A A Magazine agradece a colaboração das seguintes pessoas e entidades na elaboração desta edição:
Plano para aeroportos no Brasil ainda não descolou
Cláudia Costa Rota do Românico do Vale do Sousa Cristina Siza Vieira Presidente executiva da Associação de Hotelaria de Portugal Filomena Ricardo Turismo do Alentejo Frederico Costa Vice-presidente do Instituto do Turismo de Portugal João Pedro Silva Câmara Municipal de Mafra Jorge Rebelo de Almeida Presidente do Grupo Vila Galé Luís Marcão M’AR d’AR Hotels Maria Tavares Turismo de Lisboa Marlene Tavares Sousa Cunhal Turismo Paula Correia Professora da Universidade do Algarve Ricardo Banha Convento do Espinheiro Rui Pedro Tendinha Crítico de cinema
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governo brasileiro anunciou recentemente que irá oferecer concessões a empresas privadas para que construam e operem cinco grandes terminais de passageiros, numa tentativa de solucionar os problemas de congestionamento nos aeroportos do Brasil, antes do Campeonato do Mundo de Futebol e dos Jogos Olímpicos. Este anúncio, que na prática acaba com o monopólio estatal sobre os aeroportos – até agora, a iniciativa privada participava apenas na construção e não na operação dos aeroportos – não convenceu, contudo, os potenciais investidores. A construção de estádios e de outras obras já enfrentam atrasos, num país atribulado pelo excesso de burocracia e por disputas judiciais. Incertezas sobre o modelo regulatório, apertos financeiros e preocupações com a ingerência do governo sobre as obras públicas estão a deixar os empresários com receio de investir nos aeroportos. “O tempo é curto. Precisamos de regras claras rapidamente”, disse Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base. O Campeonato do Mundo, que vai decorrer em 12 cidades brasileiras em 2014, e os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, dois anos mais tarde, estão a mover investimentos de biliões de dólares nas infra-estruturas nacionais e são eventos que o Brasil espera que sirvam de montra para a sua ascensão económica.
Susana Alves Rota do Românico do Vale do Sousa NA ANA: Ana Teresa Madeira Área de Dietética e Nutrição da Divisão de Saúde Ocupacional Arlindo Brito Chefe do Serviço de Manutenção Eléctrica do Aeroporto do Porto Artur Arnedo ANA Consulting Iolanda Campelo Direcção de Retalho João Nuno Fernandes Departamento de manutenção do Aeroporto de Faro José Luíz Alves Director dos Aeroportos dos Açores José Manuel da Silva Sinalização luminosa de pistas do Aeroporto de Lisboa Leonel Horta Ribeiro Director de Estratégia e Marketing Aeroportuário Nuno Duarte Núcleo de Gestão da Manutenção da Direcção dos Serviços Técnicos Paula Lucas Direcção dos Serviços Técnicos Pedro Beja Neves Assessor do Conselho de Administração Ricardo LAGOA Direcção de Estratégia e Marketing Aeroportuário
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_passageiro frequente
AEROPORTOS, ESPAÇOS CINEMÁTICOS
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espaço do aeroporto é para mim uma paisagem de cinema. Associo sempre ao espaço de Jacques Tati. Há qualquer coisa de ordem dos novos tempos, tão minimal quanto abstracto. Tão humano, quanto desumano. Sou daqueles que passam muito tempo em aeroportos. Enquanto espero, observo, vejo. Gosto de imaginar a história daquela senhora que corre cheia de pressa em direcção ao terminal, gosto de inventar vidas. Por isso, quando um dos meus cineastas fundamentais fez “Terminal de aeroporto”, Steven Spielberg, o plateau de um aeroporto elevou-se a palco de emoções e transcendência artística. Spielberg que tem um bonito fetiche com aeroportos: foi da sua câmara que o imaginário do glamour da aviação ficou eternizado nessa obra-prima chamada “Apanha-me se puderes”. Tem sido ainda em aeroportos que tenho tido o sortilégio de olhar para figuras de cinema. No aeroporto de Nice, nas semanas de Cannes, acreditem que é o local mais simpático do mundo para ver celebridades. Nunca me irei esquecer de estar numa fila para o check-in com Leonardo DiCaprio sozinho e de muletas. O homem parecia perdido e desamparado. Nos aeroportos, as estrelas ficam vulneráveis. Curiosamente, DiCaprio estava a tentar parecer-se com um turista de boné igual a tantos outros. Ninguém o incomodou. Também, no mesmo aeroporto, já esbarrei com um stressadíssimo Nani Moretti. O realizador e intérprete de “Querido Diário” estava também perdido e atarefado com o aparato da bagagem. No aeroporto de Berlim, deparei-me com um Nick Nolte em modo de ressaca, com um grande robe vermelho trazido do hotel onde terá saído à pressa. Era uma “movie star” em dispositivo “não olhem para mim, quero é meter-me no avião para Los Angeles o mais cedo possível”. Em Londres, numa sala VIP, espiei Luís Filipe Vieira, na altura acompanhado por José Veiga, o ex-homem forte do futebol do Benfica. Estavam ali diante dos meus olhos homens de negócios
com pose de… homens de negócio. Falavam baixo, conspiravam. Era um espectáculo estar ali a observar aquele ritual, onde não faltava o tique do telemóvel. Na semana a seguir, o Benfica apresentava um craque que já ninguém se lembra. Neste teatro da vida que são as chegadas e partidas num aeroporto, haverá para sempre um momento de humanismo puro e doce que o cinema registou: quando em “Love Actually” Richard Curtis nos conta como se celebra a vida no momento das chegadas, entre lágrimas e abraços, beijos e sorrisos. É aquele instante de encontro. O encontro mais elevado entre seres humanos. Nos anos 80, quando durante muitos verões esperava as minhas sobrinhas no aeroporto da Portela, descobri essa sensação. Esperar pode ser tão bom.
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